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Engenharia de Transportes

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ENGENHARIA DE TRANSPORTES II AULA 06 IMPACTOS AMBIENTAIS PROF DR DANIEL ANIJAR DE MATOS ÍNDICE INTRODUÇÃO POLUIÇÃO SONORA POLUIÇÃO DO AR CONSIDERAÇÕES FINAIS 1 2 3 4 IMPACTOS AMBIENTAIS INTRODUÇÃO 03 Ambiente é aquilo que cerca ou envolve os seres vivos ou coisas por todos os lados Portanto ambiente existe em relação a alguma coisa Uma árvore pode fazer parte do ambiente de um homem enquanto que o homem pode ser um dos constituintes do ambiente da árvore Figura 01 Trecho rodovia Fonte CHUTTERSNAP via Unsplash2021 Portanto quando estudamos os impactos ambientais causados por um sistema de transportes estamos interessados nos impactos que o sistema de transporte causa em tudo aquilo que o rodeia Esquematicamente se considerarmos o sistema de transporte encerrado num retângulo o seu ambiente é tudo que se encontra fora dele 04 IMPACTOS AMBIENTAIS INTRODUÇÃO Entrada e Saída do Sistema O sistema de transporte é representado como um retângulo e os elementos que atravessam seus lados são os itens que entram e saem do sistema Os que entram incluem insumos usados na produção de transporte cargas e pessoas a serem transportadas Os que saem são os produtos transportados e subprodutos indesejáveis como poluentes ruídos e fumaça Passageiros e cargas entram e saem pelos terminais enquanto os subprodutos são liberados durante o percurso IMPACTOS AMBIENTAIS INTRODUÇÃO 05 Desgaste de Insumos Alguns insumos como veículos não desaparecem imediatamente mas sofrem desgaste ao longo do tempo levando décadas para serem retirados do processo produtivo Outros Insumos e Produtos Além dos mencionados há insumos e produtos adicionais Os poluentes são emitidos devido à queima de combustível o ruído é gerado por vários componentes do sistema e o oxigênio é essencial para os motores A água é utilizada para diversas finalidades como resfriar motores e lavar veículos e terminais Considerações Ambientais Embora esses insumos não sejam normalmente transacionáveis no mercado são recursos naturais essenciais que devem ser considerados na análise completa dos custos de transporte A preocupação ambiental desempenha um papel fundamental na produção de transporte visto que é necessário evitar danos ao meio ambiente Perspectiva Empresarial vs Perspectiva Societal Empresários geralmente consideram apenas os custos e benefícios para suas empresas No entanto do ponto de vista da sociedade como um todo o sucesso das empresas de transporte é apenas uma parte pois a sociedade requer um transporte eficiente e eficaz que também seja sustentável e não prejudicial ao meio ambiente IMPACTOS AMBIENTAIS INTRODUÇÃO 06 Dois tipos significativos de impactos ambientais causados pelo transporte são a poluição sonora e a poluição do ar Poluição Sonora Referese à emissão excessiva de ruídos resultantes das atividades de transporte como o tráfego rodoviário ferroviário aéreo e marítimo Impactos A exposição prolongada a níveis elevados de ruído pode causar distúrbios auditivos perturbações no sono estresse problemas de saúde mental e até mesmo interferir na qualidade de vida das pessoas Ecossistemas também podem ser afetados levando à perturbação de padrões de comportamento e migração de animais afetando negativamente a fauna silvestre Poluição do Ar Referese à liberação de substâncias poluentes na atmosfera como partículas finas óxidos de nitrogênio dióxido de enxofre monóxido de carbono e compostos orgânicos voláteis Impactos A poluição do ar proveniente do transporte contribui para a má qualidade do ar causando sérios problemas de saúde como doenças respiratórias cardiovasculares e câncer A poluição do ar afeta negativamente o meio ambiente contribuindo para a formação de chuva ácida o aquecimento global e a degradação de ecossistemas IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO SONORA 07 A poluição sonora consiste em sons indesejáveis A maioria dos sons emitidos pelo sistema de transporte é considerada indesejável devido ao impacto negativo que eles podem ter nas atividades humanas e na audição das pessoas Exemplos incluem o desconforto causado pelos ruídos de aviões a jato em decolagem para residentes próximos a aeroportos e os ruídos provenientes de ferrovias e rodovias que afetam os moradores locais No entanto também existem sons úteis como anúncios nos terminais de transporte e campainhas em cruzamentos entre rodovias e ferrovias Figura 2 Exemplo poluição sonora Fonte Pensamento verde 2019 08 IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO SONORA O som é basicamente descrito em função de duas características É determinada pela frequência das vibrações INTENSIDADE ALTURA É relacionada a pressão exercida pelo som A unidade de medida de pressão sonora é Nm e a menor pressão sonora perceptível ao ser humano é tido como sendo a pressão de 2 x 105 Nm A maior pressão sonora que um ouvido humano pode perceber é da ordem de 100 Nm 09 IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO SONORA A unidade padrão para se medir sons é o decibel dB definido de acordo com a percepção humana A cada 10 dB que se aumenta temse a impressão de que duplicou o nível de som Em termos do estimulo físico cada vez que uma pressão sonora é multiplicada por 317 temse a sensação de ter dobrado o nível de som Assim começando pela pressão de P o 2 X 105 Nm que é o limiar de percepção quando se tiver PI 634 X 105 Nm ou seja uma pressão sonora 317 vezes maior do que o valor do limiar tem a impressão de que o nível de pressão do som dobrou e a esse valor de pressão corresponde um nível de pressão do som de 10 dB Multiplicandose PI por 317 temse P 200 X 105 Nm que corresponde a 20 dB e assim por diante 10 IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO SONORA A equação 1 mostra como o estímulo físico pressão sonora está relacionada a sensação nível de pressão do som NPS é o nível de pressão do som em decibel P é a pressão sonora e Po é a menor pressão sonora perceptível ao ser humano 2 x 10 Nm e 10 é o fator de conversão da unidade bel para decibel 10 decibéis equivalem 1 bel Sendo Equação 1 11 Sabendose que a intensidade I da onda plana é relacionada à pressão P segundo expressão NI é o nível de intensidade percebida dB I é a intensidade do som em questão W m lo é a intensidade de referência 1012 Wm que corresponde a pressão de 2 x lO Nm Sendo Equação 2 Onde Pc é a impedância característica da mediana o NPS pode ser escrita em termos de intensidade ou fluxo de energia por unidade de área Equação 3 IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO SONORA 12 Influência da distância Fonte pontual o som se propaga formando superfícies esféricas em torno da fonte Como a área de esfera é proporcional ao quadrado do raio quando se dobra o raio mantendose constante a energia emitida pela fonte o fluxo de energia por unidade de área da esfera reduzse para 14 provocando a redução de 6 dB 10log14 no NPS E toda vez que se diminui a distância para metade o NPS aumenta de 6 dB 10log4 Fonte linear o som se propaga concentricamente em relação à fonte linear formando superfícies cilíndricas A superfície do cilindro é proporcional ao raio Mantendose constante a energia emitida pela fonte o fluxo de energia por unidade de área reduzse a metade quando se dobra a distância Com isso o NPS fica reduzido de 3 dB E aumentase 3 dB toda vez que a distância for diminuído para metade IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO SONORA 13 O ser humano é mais sensível a sons com frequências entre 1000 e 2000 Hz percebendoos como mais altos em relação a sons de 100 Hz ou 10000 Hz com a mesma pressão sonora Portanto para medir o ruído percebido pelo homem utilizase a escala de decibéis com ponderação A dBA que atribui maior peso às frequências que causam sensações mais intensas A Tabela 1 apresenta descrições de tipos de som níveis de ruído em dBA e as sensações resultantes IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO SONORA 14 Tabela 1 Exemplos sensações causadas Fonte Tráfego e Meio Ambiente IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO SONORA 15 O nível de ruído é uma variável contínua que muda ao longo do tempo e no espaço A intensidade e o espectro de frequência do ruído variam de acordo com o modo de transporte O nível de ruído percebido por um observador depende da distância até a fonte de ruído e do nível de ruído ambiente circundante Ao avaliarmos o incômodo causado pelo ruído é essencial ter em mente três considerações importantes Para medições de ruído relacionadas ao tráfego como automóveis veículos pesados e motocicletas a escala dBA é considerada a mais apropriada No caso de aeronaves a medida adequada é o PNdB Simplificadamente podemos relacionar o valor de PNdB com o dBA da seguinte forma PNdB dBA 13 IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO SONORA 16 Os níveis máximos permissíveis de sons e ruídos produzidos por veículos em todo o território nacional estão determinados pela Resolução No 44871 do CONTRAN Os índices máximos permitidos são Para veículos de passageiros e de uso misto exceto ônibus motonetas motocicletas e bicicletas com motor auxiliar 84 dBA Para veículos de carga ônibus máquinas de tração agrícolas máquinas industriais de trabalho e demais veículos Para os sons de buzina e equipamentos similares produzidos por veículos nas vias urbanas o índice máximo permitido é de 104 dBA 84 dBA até 185 cv acima de 185 CY 89 dBA 92 dBA IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO SONORA 17 Métodos Empíricos Esta primeira abordagem utiliza dados observacionais e experiências passadas para estimar o ruído É uma abordagem prática baseada na análise de situações semelhantes no passado Método dos Modelos Reduzidos Nesta segunda abordagem são desenvolvidos modelos simplificados que representam as características do sistema viário e do tráfego Esses modelos reduzidos permitem prever os níveis de ruído de maneira mais eficiente Modelos Teóricos Por fim a terceira abordagem envolve a criação de modelos teóricos complexos com base em princípios físicos e matemáticos Esses modelos oferecem uma compreensão mais profunda dos processos de geração de ruído mas podem ser mais exigentes em termos de recursos e conhecimento Se desejamos avaliar os efeitos dos ruídos provenientes de sistemas de transporte no meio ambiente é fundamental possuir meios de estimar esses impactos futuros considerando condições operacionais específicas Para isso é essencial calcular o nível de ruído com base no tráfego e nos parâmetros do local e do sistema viário Existem três abordagens principais para prever esses impactos 1 2 3 IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO SONORA 18 Este método faz parte das diretrizes americanas detalhadas no Relatório FHWARD 77108 da FHWA Administração Federal de Rodovias A FHWA optou por desenvolver esse método de previsão de ruído gerado pelo tráfego rodoviário devido às limitações identificadas nos métodos existentes O conceito fundamental do nível médio de emissão de energia está incorporado no relatório e leva em consideração o impacto da densidade de tráfego na rodovia No contexto desse método um veículo isolado é tratado como uma fonte pontual de ruído Isso implica que o nível de ruído diminui em 6 dB à medida que a distância em relação à fonte é duplicada No entanto quando a densidade de tráfego é alta a fonte de ruído se comporta de maneira linear resultando em uma diminuição de 3 dB no ruído quando a distância é dobrada MÉTODO FHWA IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO SONORA 19 O conceito do nível médio de emissão de energia de referência para as três classes de veículos automóveis caminhões médios e caminhões pesados pode ser definido da seguinte maneira Considere uma sequência de veículos uniformemente distribuídos sobre uma pista reta de comprimento infinito e declividade nula com uma única faixa de tráfego O nível médio de emissão de energia de referencia de uma determinada classe de veículo é o ruído médio medido num ponto situado a uma distância de 15 m distância de referência do eixo central da faixa mais próxima do observador nas considerações feitas acima MÉTODO FHWA IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO SONORA 20 Para cada classe de veículos o nível de som de referência pode ser estimado usando uma das expressões abaixo Notese que ele só depende da velocidade para automóveis com V 50 kmh para automóveis com V 50 kmh para caminhões médios 2 eixos 6 pneus para caminhões pesados 3 ou mais eixos equação 4 equação 5 equação 6 Onde V é a velocidade em kmh MÉTODO FHWA IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO SONORA 21 A Equação 7 mostra como se obtém o nível de som equivalente horário da iésima classe de veículos Notese que ele é obtido adicionandose ao nível de médio de emissão de energia de referência dos veículos da iésima classe os termos correspondentes a cada ajuste equação 7 MÉTODO FHWA IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO SONORA 22 Sendo MÉTODO FHWA IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO SONORA 23 Os grupos de parâmetros da Equação 1 representam Nível de emissão média da energia de referência Ajuste ao fluxo de tráfego Ajuste para distãncia Ajuste à rodovia finita Ajuste para proteção serão usados os ajustes de NCHRPRl17 MÉTODO FHWA IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO SONORA 24 Ajuste para o fluxo de tráfego Ajuste fluxo 167 l0log QiVi Equação 8 Dois dos quatro parâmetros são constantes Do 15m e T 1h O ajuste para o fluxo de tráfego depende apenas do fluxo horário de veículos Q e da velocidade média dos veículos Vi MÉTODO FHWA IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO SONORA Anteriormente abordamos a variação do Nível de Pressão Sonora NPS com a distância especificamente como dobrar a distância entre o observador e a fonte linear resulta em uma atenuação de 3 dB no nível de ruído a 0 No entanto pesquisas de campo indicaram que dependendo das condições do solo e da cobertura vegetal exceto árvores pode ocorrer uma atenuação adicional de 15 dB sempre que a distância é dobrada a 05 25 Ajuste para distância Equação 9 Ajuste de distância MÉTODO FHWA IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO SONORA A Tabela 2 apresenta critérios para a escolha de α 26 Ajuste para distância Fonte Trafego e Meio Ambiente Tabela 2 Critérios para a escolha de α MÉTODO FHWA IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO SONORA Tratar das rodovias truncadas por exemplo aquelas que desemboca em uma outra rodovia formando uma junção do tipo T e das rodovias que passa por um túnel Uma rodovia seja subdividida em vários trechos dentro de cada qual predominem condições mais ou menos homogêneas Este ajuste permite 27 Ajuste a rodovia finita Equação 10 Ajuste de distância MÉTODO FHWA IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO SONORA O método da FHWA supõe que os veículos operam em rodovias de comprimento infinito com um ângulo de influência acústica de 180 representado por bq na Figura 3 Quando se trata de um trecho de estrada finita é necessário fazer ajustes Por exemplo para um observador à beira de uma estrada infinita o nível de ruído é NR Quando o ruído de um dos lados é eliminado a energia sonora se reduz pela metade o que equivale a um ângulo de influência acústica de bq igual a 90 ou seja a metade do ângulo da rodovia infinita 90180 05 Isso resulta em uma diminuição de 3 dB no nível de ruído Da mesma forma o relatório assume que ao reduzir o ângulo de influência acústica de 180 para bq o nível de som diminui proporcionalmente seguindo a fórmula logarítmica logbq180 para bq em graus ou logbqπ para bq em radianos Portanto com o ângulo de influência acústica determinado é possível calcular o nível de ruído correspondente 28 Ajuste a rodovia finita MÉTODO FHWA IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO SONORA 29 Ajuste a rodovia finita Fonte Trafego e Meio Ambiente Figura 3 Ângulo de influência acústica Ajuste ao comprimento finito Equação 11 MÉTODO FHWA IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO SONORA A maneira mais conveniente de definir a localização espacial de um segmento finito é adotar um sinal ou para os ângulos Φ1 e Φ2 O método FHWA define Φ1 e Φ2 como sendo os ângulos de visada formados entre a perpendicular e as extremidades esquerda e direita respectivamente conforme mostra a Figura 4 Outra convenção adotada é que os ângulos horários medidos a partir da perpendicular são positivos e os antihorários negativos O ângulo ΔΦ é a diferença Φ2 Φ1 30 Ajuste a rodovia finita Fonte Trafego e Meio Ambiente Figura 4 Localização espacial do segmento de rodovia MÉTODO FHWA IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO SONORA O fenômeno acústico que governa atenuações por barreira é conhecido como refração de Fresnel que analiticamente estabelece a perda de energia quando o som passa sobre ou perto de uma barreira A perda é determinada em função do número de Fresnel N que por sua vez é calculada em função da diferença δ entre o comprimento da trajetória do som contornando o obstáculo AB e a distância em linha reta C entre a fonte e o observador conforme mostra a Figura 5 31 Efeito da barreira sobre a trajetória do som Fonte Trafego e Meio Ambiente Figura 5 Efeito da barreira sobre a trajetória do som MÉTODO FHWA IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO SONORA Ou seja 32 Efeito da barreira sobre a trajetória do som Equação 11 Onde λ é o comprimento da onda de ruído gerada pelo tráfego e varia de 2 a 3 pés geralmente adotase λ 22 pés 066 m Para se definir a altura da fonte considerase que para automóvel a altura seja zero e para caminhões pesados a altura seja de 8 pés 25 m MÉTODO FHWA IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO SONORA O método de FHW A para calcular a atenuação devida a barreira é bastante complexo O método relatório NCHRP117 que é derivado da pesquisa de Maekawa e válido para trecho de estrada compreendido entre ângulos de Φ1 90 e Φ2 76 ou entre Φ1 76 e Φ2 90 A curva pode ser utilizada tanto para uma fonte linear como para fonte pontual e podese supor que todo tráfego esteja concentrado na faixa equivalente 33 Efeito da barreira sobre a trajetória do som Fonte Trafego e Meio Ambiente Figura 6 Atenuação devida a proteção acústica MÉTODO FHWA IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO SONORA O efeito de veículos comerciais em aclive sobre o nível de pressão sonora é bastante significativo o que não acontece com os veículos de passeio A Tabela 3 traz os ajustes recomendados para rampas 34 Efeito de rampa Fonte Trafego e Meio Ambiente Tabela 3 Efeito de rampa MÉTODO FHWA IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO SONORA Galloway e Clark investigaram a influência das características da superfície de rolamento e da velocidade média de tráfego sobre o nível de pressão sonora NPS e chegaram à seguinte conclusão no que se refere ao ajuste devido às características da superfície de rolamento Um acréscimo de 5 dBA para superfície betuminosa e rugosa com vazios acima de 15 cm Sem ajuste para superfície betuminosa e moderadamente rugosa ou pavimento rígido Um decréscimo de 5 dBA para superfície relativamente lisas Baseado em medições feitas in loco o Relatório recomenda ainda um acréscimo de 5 dBA para pavimentos muito lisos e 5 dBA para pavimentos muito rugosos 35 Efeito das características da superficie de rolamento MÉTODO FHWA IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO SONORA 36 IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO DO AR Os veículos emitem gases e partículas que causam sérios problemas ambientais Embora o setor de transportes não seja o maior poluidor do ar ele contribui significativamente representando cerca de 16 a 17 da poluição total nos EUA Em algumas cidades como Los Angeles e San Diego o transporte é responsável por até 70 da poluição do ar Figura 07 Emissão de gases Fonte Mobilidade estadão 2016 A grande preocupação com a poluição do ar está relacionada ao fato de que os poluentes permanecem no ambiente por muito tempo podem ser transportados pelo vento para outras áreas e têm efeitos cumulativos ao contrário da poluição sonora que desaparece quando a fonte de ruído é removida 37 Os poluentes especificamente relacionados ao transporte são POLUENTES monóxido de carbono CO hidrocarbone tos CH hidrocarbonetos CH óxidos de enxofre SO oxidantes fotoquímicos O3 partículas fumaças óxidos de nitrogênio NO chumbo IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO DO AR 38 O monóxido de carbono CO é um gás inodoro e incolor produzido pela queima incompleta de combustíveis fósseis Suas principais fontes são veículos a gasolina Embora não seja prejudicial diretamente a plantas ou materiais o CO é altamente tóxico para os seres humanos pois se liga à hemoglobina no sangue reduzindo o transporte de oxigênio para as células Isso pode causar danos à saúde como problemas de visão impacto no sistema cardiovascular e em concentrações extremas a morte Figura 08 Molécula Monóxido de carbono Fonte Canva 2023 O CO está presente em toda parte na atmosfera sendo medido em miligramas por metro cúbico mgm³ em contraste com outros poluentes medidos em microgramas por metro cúbico µgm³ Sua permanência na atmosfera varia de um mês a 5 anos MONÓXIDO DE CARBONO IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO DO AR 39 Esses três poluentes estão interligados em suas reações químicas Hidrocarbonetos HC e óxidos de nitrogênio NOx são considerados poluentes primários emitidos diretamente por fontes móveis como veículos Os oxidantes fotoquímicos como o ozônio O3 e o peroxi acetilnitrato PAN são formados na atmosfera através de reações envolvendo HC NOx luz solar e outros fatores cujas interações ainda não são completamente compreendidas Figura 09 Molécula Hidrocarbureto Os HC emitidos por fontes móveis são em sua maioria resultantes de combustíveis não queimados que passam pelo motor e da evaporação de combustível antes de entrar no motor Em termos de poluição os HC em si não são considerados prejudiciais mas alguns são mais críticos do que outros na formação de oxidantes fotoquímicos Por exemplo aldeídos são altamente reativos e importantes precursores desses oxidantes HIDROCARBONETOS ÓXIDOS DE NITROGÊNIO E OXIDANTES FOTOQUÍMICAS Fonte Canva 2023 IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO DO AR 40 Para análise do impacto ambiental do transporte os óxidos mais relevantes são o óxido nítrico NO e o dióxido de nitrogênio NO2 A maior parte das emissões de NOx resulta da oxidação do nitrogênio atmosférico N2 a altas temperaturas resultando em óxido nítrico NO O NO pode reagir na atmosfera com o ozônio O3 e se transformar em dióxido de nitrogênio NO2 Em concentrações ambientais o óxido de nitrogênio especialmente o NO2 pode causar corrosão de materiais danos a folhas de plantas e prejudicar o tecido pulmonar Figura 10 Óxido de nitrogênio Fonte Canva 2023 Além disso o NO2 é colorido e absorve luz visível o que pode afetar a visibilidade A absorção de luz pelo NO2 resulta na sua decomposição em NO e átomos de oxigênio O que se combinam para formar moléculas de ozônio O3 dando início a um ciclo oxidante fotoquímico HIDROCARBONETOS ÓXIDOS DE NITROGÊNIO E OXIDANTES FOTOQUÍMICAS IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO DO AR 41 O chumbo é um veneno metabólico que quando ingerido ao longo do tempo pode causar efeitos tóxicos incluindo anemia doenças cerebrais e disfunções metabólicas A emissão de chumbo relacionada ao transporte ocorre devido ao uso de gasolina com chumbo tetraetila O chumbo presente na gasolina não é destruído durante a combustão e é liberado na atmosfera como partículas finas algumas das quais aderem ao motor ao sistema de exaustão e ao óleo lubrificante Figura 11 Símbolo Chumbo Fonte Canva 2023 A emissão de chumbo tende a ser mais alta em situações de baixa rotação do motor e em aclives acentuados No Brasil a adição de álcool anidro à gasolina e o uso de álcool hidratado em veículos movidos a álcool contribuíram significativamente para a redução da emissão de chumbo no ambiente CHUMBO IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO DO AR 42 O dióxido de enxofre SO2 e as partículas suspensas geralmente não são poluentes amplamente associados ao transporte mas são emitidos por fontes relacionadas a esse setor O dióxido de enxofre é um gás incolor solúvel em água com um odor desagradável que causa irritação respiratória e é prejudicial a plantas e animais Ele pode reagir na atmosfera para formar ácido sulfúrico e outros sulfatos contribuindo para o problema da chuva ácida A emissão de SO2 ocorre quando combustíveis fósseis ricos em enxofre são queimados mas os combustíveis altamente refinados usados em veículos e aeronaves têm baixo teor de enxofre As partículas suspensas são fragmentos microscópicos de matéria líquida ou sólida com diâmetros que variam de 0002 a 500 micrômetros Geralmente elas são mais associadas a fontes estacionárias como usinas termoelétricas No entanto fontes móveis como veículos também podem gerar partículas de diversas formas As partículas em si podem ser tóxicas para os seres humanos dependendo de sua composição química e podem prejudicar as plantas ao obstruir seus poros estomáticos que são responsáveis pela troca de gases com o ambiente DIÓXIDO DE ENXOFRE E MATERIAL PARTICULADO IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO DO AR 43 Modelos de previsão para avaliação dos efeitos causados pelo tráfego de veículos automotores no meioambiente foram desenvolvidos para darem subsídios aos planejadores de transporte e engenheiros de tráfego Joyce Williams e Johnson desenvolveram dois modelos de previsão um para material particulado fumaça e outro para monóxido de carbono baseados em pesquisas feitas na área central de Londres No entanto por trataremse de modelos empírico ajustado através de regressão linear o poder preditivo é pequeno Figura 12 Emissões de gases em veículos Fonte Canva 2023 MODELO DE PREVISÃO IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO DO AR 44 Equação 12 F concentração média da fumaça durante o período de tempo considerado lglm Cp fluxo em um sentido mais próximo de veículos pesados vph O fluxo em um sentido mais próximo de ônibus vph Cz fluxo em um sentido mais próximo de veículos comerciais leves vph A fluxo em um sentido mais próximo de automóveis vph W velocidade média do vento durante o período considerado vph Onde A fumaça foi selecionada como um aspecto da poluição a ser modelado devido à sua visibilidade na exaustão gerando comentários e objeções da população principalmente relacionados a veículos pesados movidos a óleo diesel Nesse modelo a fumaça é quantificada em termos do peso das partículas por unidade de volume de ar em µgm³ e a expressão representa a concentração média ao longo de um período específico MATERIAL PARTICULADO IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO DO AR 45 Equação 13 CO concentração média de monóxido de carbono no ar em um período considerado ppm A Fluxo em um sentido mais próximo Vm Velocidade média dos veículos no fluxo de um sentido mais próximo kmh W Velocidade média do vento durante o período considerado kmh Onde O modelo para prever a concentração média de monóxido de carbono no ar em ppm em uma hora é MONÓXIDO DE CARBONO IMPACTOS AMBIENTAIS POLUIÇÃO DO AR 46 IMPACTOS AMBIENTAIS CONSIDERAÇÕES FINAIS O crescimento do tráfego está frequentemente associado a impactos ambientais negativos levando ao surgimento do conceito de capacidade de via Nesse contexto a capacidade de uma via não é determinada apenas pela velocidade do tráfego ou pelo nível de serviço mas pelo nível de qualidade ambiental desejado para a área A avaliação da capacidade ambiental de uma via considera diversos critérios como ruído odores poluição do ar vibração interferência em sinais de rádio e TV sujeira danos à vegetação e à vida selvagem bem como efeitos na segurança dos pedestres Portanto a capacidade ambiental de uma via é influenciada por múltiplos fatores incluindo suas características físicas como largura número de faixas e intersecções bem como a composição do tráfego especialmente o volume de veículos pesados que emitem mais poluentes Além disso as atividades ao longo da via também afetam o nível máximo aceitável de diferentes tipos de poluição ou impactos negativos A capacidade ambiental de uma estrada é determinada pelo impacto mais restritivo entre esses fatores ou seja o volume resultante do impacto ambiental mais limitante define sua capacidade ambiental