·
Biotecnologia ·
Ética
· 2021/2
Send your question to AI and receive an answer instantly
Recommended for you
Preview text
Exame 2 – Ética Instruções: 1. Prazo para entregar o exame: agosto 8, 2022 – 23:59h. 2. Formato word. O nome do arquivo deve ser o seguinte: “Seu número de matrícula ufu – Exame 2 - Ética (ou seja, no momento de guardar, substituir “Coloque seu número de matrícula” com o seu número de matrícula, o restante deixar igual). Importante: não colocar o seu nome no documento word. No momento de ler o texto, eu não quero saber quem é o autor ou autora! Enviar para o e-mail: sendufus@ufu.br. O sujeito da mensagem deve ser a seguinte: “Seu número de matrícula ufu – Exame II - Ética 3. Haverá penalidade de 1,0 para quem não observar o ponto 2. Atraso na entrega implicará em redução da nota (de 25% par cada dia de atraso). 4. O número mínimo de palavras por resposta é de 150. O número máximo de palavras por resposta é de 300. Haverá penalidade de 0,5 por cada 25 palavras a mais ou a menos. 5. Será avaliada a redação. Tem erros gramaticais? Tem erros ortográficos? Tem erros de digitação? Fazer orações curtas e simples: sujeito+verbo+predicado facilmente identificáveis. Prestar atenção à pontuação; evitar abundância de frases subordinadas. É preferível várias orações curtas separadas por pontos seguidos do que poucas orações longas separadas por vírgulas. Se você simplifica a escrita, as chances de ter erros gramaticais serão menores. Recomenda-se revisar o texto antes de enviá-lo, verificando legibilidade. Se você acha seu texto é compreensível por alguém que i) não conhece do tema que você está discutindo e ii) não conhece o que você pensa sobre o assunto, então talvez o texto esteja pronto para ser enviado. 6. Boa sorte! Perguntas 1. Judith Thomson distingue entre “bom samaritano” e “samaritano minimamente decente”. Explicar essa distinção. Qual é a implicação dessa distinção respeito ao caso do violinista? 2. Michael Sandel afirma que o verdadeiro problema com atletas geneticamente modificados é que eles “corrompem a competição esportiva enquanto atividade humana que honra o cultivo e a exibição de talentos naturais”. Explicar essa afirmação. Na sequência, explicar qual não é o verdadeiro problema com atletas geneticamente modificados. 3. O livro Contra a perfeição oferece um argumento contra o melhoramento genético. Sandel está argumentando contra todas as formas de melhoramento? Explicar a resposta mostrando exemplos utilizados por Sandel. 4. Se você for chamado/a para integrar um comitê de expertos/as com a função de emitir um parecer sobre a permissibilidade do melhoramento genético, quais recomendações você daria? Justificar suas recomendações utilizando pelo menos duas das seguintes visões sobre a ética e a política estudadas durante o semestre: • Utilitarismo • Ética das virtudes • Deontologia • Igualitarismo relacional (Elizabeth Anderson) 5. O texto sobre o casamento de pessoas do mesmo sexo critica o argumento de Jeffrey Jordan. Parte dessa crítica consiste em argumentar que o argumento de Jordan defende pressupostos sobre a moralidade da homossexualidade. Explicar por que defender pressupostos sobre a moralidade da sexualidade é um problema para a argumentação sobre a permissibilidade do casamento de pessoas do mesmo sexo. Respostas – meu guru 1- Essa distinção se dá ao fato de que o bom samaritano ou samaritano esplêndido se dispõe a ajudar aquele que precisa, muitas vezes se sacrificando ou tendo custos, quanto ao samaritano minimamente descente, ao menos busca alguma outra pessoa, autoridade, o que for, para que ajude quem necessita. Um bom samaritano assumiria a responsabilidade por aquele violinista, já ser um samaritano minimamente decente envolve não causar mal diretamente para o violinista, como o atacá-lo, mas poder escolher o que fazer quanto ao seu corpo, e não ser responsabilizado pela vida dele. A autora explica que você não é moralmente obrigada a passar nove meses na cama mantendo a vida daquele violinista; mas afirmar isso não significa, de modo algum, dizer que se, quando você se desconectar, houver um milagre e ele sobreviver, você tem o direito de se virar e cortar a garganta dele. Você pode desconectar-se mesmo se isso custar a vida dele; você não pode fazer com que ele morra, por algum outro meio, se o fato de se desconectar dele não o matar. 2- Ao dizer que o verdadeiro problema dos atletas geneticamente modificados é que eles corrompem a competição esportiva enquanto atividade humana que honra o cultivo e a exibição de talentos naturais, Sandel quer dizer que desse ponto de vista, o melhoramento genético poderia ser encarado como a expressão máxima da ética da dedicação e do empenho, ou seja, como uma espécie de esforço high tech. Tanto a ética do empenho quanto os recursos biotecnológicos que agora estão a seu serviço vão contra as pretensões ao talento natural. Pensa-se às vezes que o melhoramento genético desgasta a responsabilidade humana ao sobrepujar o esforço e a dedicação, mas o verdadeiro problema é a explosão, e não o desgaste, da responsabilidade. À medida que a humildade sai de cena, a responsabilidade se expande a proporções desencorajadoras. Essa é a visão apresentada pelo autor em sua obra. 3- Não, e ele explica inclusive que um atleta geneticamente modificado teria uma vantagem injusta em relação a seus adversários não melhorados, porém o argumento contra o melhoramento apoiado na questão da justiça tem em si uma falha fatal. Sempre houve atletas geneticamente superiores e, contudo, não julgamos que a desigualdade natural da herança genética de uns em relação a outros prejudique a justiça nas competições esportivas. Do ponto de vista da justiça e da igualdade competitiva, as diferenças genéticas provocadas pelo melhoramento não são piores do que as naturais. Além do mais, supondo que seu uso seja seguro, as terapias de melhoramento genético poderiam estar disponíveis para todos. Sandel explica que o seu debate sobre o melhoramento os riscos morais não estão totalmente apreendidos nas categorias familiares de autonomia e direitos, por um lado, nem no cálculo dos custos e benefícios, por outro. O que o preocupa não é o melhoramento como vício individual, mas sim como hábito mental e modo de vida. 4- Pela visão do utilitarismo, poderia ser feita a realização ou não das técnicas de melhoramento genético sem o estímulo tanto da persuasão do Estado quanto da pressão aplicada socialmente, sendo apresentada como uma preocupação com as consequências das técnicas de melhoramento genético no indivíduo proveniente delas buscando se basear em uma boa eficiência. Voltando a atenção para a ética da virtude apontada por Sandel, pode ser apresentado, de acordo com Michael Sandel (2015, p. 98), que afirma que o equívoco neste uso da tecnologia de melhoramento está em “transformar três características cruciais de nossa configuração moral: a humildade, a responsabilidade e a solidariedade”. A humildade faz com que aceitemos o outro, mesmo diante de suas imperfeições, abrindo-nos para o imprevisto e contendo nosso ímpeto por controle. Sua falta, leva ao excesso de responsabilidade, entendida pelo autor como a expansão nefasta do ideal de self-made man. Perder esta justa medida acarretaria, então, à diminuição de atitudes de solidariedade, dificultando a manutenção de uma sociedade tolerante e comunitária (SANDEL, 2015). 5- Feldblum destaca que, para alguns oponentes da estratégia gia argumentativa vinculada à moralidade liberal “[...] privilegia o casamento sobre outras formas de arranjos sociais e, portanto, levará a resultados substantivamente negativos.” (FELDBLUM, 2005, p. 153). Citando Bunchaft(2016), Por isso, muitos defensores liberais do casamento gay não sustentam explicitamente a superioridade do casamento sobre outras formas familiares de uniões, assumindo cuidadosamente o posicionamento de que a legalização do casamento gay não inspire um impacto negativo sobre formas alternativas de reconhecimento familiar. Indubitavelmente, segundo Barker, o argumento liberal pode contribuir para manter intactas as estruturas sociais subjacentes e afirmar ordem social existente (BARKER, 2013, p. 111). o efeito colateral do argumento da igualdade formal é a assimilação e a desconsideração das diferenças, uma vez que há presença de minorias dentro do próprio grupo (BARKER, 2013, p. 111). Por fim, para algumas feministas, a igualdade formal não exige mudança na estrutura do matrimônio, mas uma postura de tolerância reflexiva em relação ao comportamento anormal ou desviante (BARKER, 2013, p. 111).
Send your question to AI and receive an answer instantly
Recommended for you
Preview text
Exame 2 – Ética Instruções: 1. Prazo para entregar o exame: agosto 8, 2022 – 23:59h. 2. Formato word. O nome do arquivo deve ser o seguinte: “Seu número de matrícula ufu – Exame 2 - Ética (ou seja, no momento de guardar, substituir “Coloque seu número de matrícula” com o seu número de matrícula, o restante deixar igual). Importante: não colocar o seu nome no documento word. No momento de ler o texto, eu não quero saber quem é o autor ou autora! Enviar para o e-mail: sendufus@ufu.br. O sujeito da mensagem deve ser a seguinte: “Seu número de matrícula ufu – Exame II - Ética 3. Haverá penalidade de 1,0 para quem não observar o ponto 2. Atraso na entrega implicará em redução da nota (de 25% par cada dia de atraso). 4. O número mínimo de palavras por resposta é de 150. O número máximo de palavras por resposta é de 300. Haverá penalidade de 0,5 por cada 25 palavras a mais ou a menos. 5. Será avaliada a redação. Tem erros gramaticais? Tem erros ortográficos? Tem erros de digitação? Fazer orações curtas e simples: sujeito+verbo+predicado facilmente identificáveis. Prestar atenção à pontuação; evitar abundância de frases subordinadas. É preferível várias orações curtas separadas por pontos seguidos do que poucas orações longas separadas por vírgulas. Se você simplifica a escrita, as chances de ter erros gramaticais serão menores. Recomenda-se revisar o texto antes de enviá-lo, verificando legibilidade. Se você acha seu texto é compreensível por alguém que i) não conhece do tema que você está discutindo e ii) não conhece o que você pensa sobre o assunto, então talvez o texto esteja pronto para ser enviado. 6. Boa sorte! Perguntas 1. Judith Thomson distingue entre “bom samaritano” e “samaritano minimamente decente”. Explicar essa distinção. Qual é a implicação dessa distinção respeito ao caso do violinista? 2. Michael Sandel afirma que o verdadeiro problema com atletas geneticamente modificados é que eles “corrompem a competição esportiva enquanto atividade humana que honra o cultivo e a exibição de talentos naturais”. Explicar essa afirmação. Na sequência, explicar qual não é o verdadeiro problema com atletas geneticamente modificados. 3. O livro Contra a perfeição oferece um argumento contra o melhoramento genético. Sandel está argumentando contra todas as formas de melhoramento? Explicar a resposta mostrando exemplos utilizados por Sandel. 4. Se você for chamado/a para integrar um comitê de expertos/as com a função de emitir um parecer sobre a permissibilidade do melhoramento genético, quais recomendações você daria? Justificar suas recomendações utilizando pelo menos duas das seguintes visões sobre a ética e a política estudadas durante o semestre: • Utilitarismo • Ética das virtudes • Deontologia • Igualitarismo relacional (Elizabeth Anderson) 5. O texto sobre o casamento de pessoas do mesmo sexo critica o argumento de Jeffrey Jordan. Parte dessa crítica consiste em argumentar que o argumento de Jordan defende pressupostos sobre a moralidade da homossexualidade. Explicar por que defender pressupostos sobre a moralidade da sexualidade é um problema para a argumentação sobre a permissibilidade do casamento de pessoas do mesmo sexo. Respostas – meu guru 1- Essa distinção se dá ao fato de que o bom samaritano ou samaritano esplêndido se dispõe a ajudar aquele que precisa, muitas vezes se sacrificando ou tendo custos, quanto ao samaritano minimamente descente, ao menos busca alguma outra pessoa, autoridade, o que for, para que ajude quem necessita. Um bom samaritano assumiria a responsabilidade por aquele violinista, já ser um samaritano minimamente decente envolve não causar mal diretamente para o violinista, como o atacá-lo, mas poder escolher o que fazer quanto ao seu corpo, e não ser responsabilizado pela vida dele. A autora explica que você não é moralmente obrigada a passar nove meses na cama mantendo a vida daquele violinista; mas afirmar isso não significa, de modo algum, dizer que se, quando você se desconectar, houver um milagre e ele sobreviver, você tem o direito de se virar e cortar a garganta dele. Você pode desconectar-se mesmo se isso custar a vida dele; você não pode fazer com que ele morra, por algum outro meio, se o fato de se desconectar dele não o matar. 2- Ao dizer que o verdadeiro problema dos atletas geneticamente modificados é que eles corrompem a competição esportiva enquanto atividade humana que honra o cultivo e a exibição de talentos naturais, Sandel quer dizer que desse ponto de vista, o melhoramento genético poderia ser encarado como a expressão máxima da ética da dedicação e do empenho, ou seja, como uma espécie de esforço high tech. Tanto a ética do empenho quanto os recursos biotecnológicos que agora estão a seu serviço vão contra as pretensões ao talento natural. Pensa-se às vezes que o melhoramento genético desgasta a responsabilidade humana ao sobrepujar o esforço e a dedicação, mas o verdadeiro problema é a explosão, e não o desgaste, da responsabilidade. À medida que a humildade sai de cena, a responsabilidade se expande a proporções desencorajadoras. Essa é a visão apresentada pelo autor em sua obra. 3- Não, e ele explica inclusive que um atleta geneticamente modificado teria uma vantagem injusta em relação a seus adversários não melhorados, porém o argumento contra o melhoramento apoiado na questão da justiça tem em si uma falha fatal. Sempre houve atletas geneticamente superiores e, contudo, não julgamos que a desigualdade natural da herança genética de uns em relação a outros prejudique a justiça nas competições esportivas. Do ponto de vista da justiça e da igualdade competitiva, as diferenças genéticas provocadas pelo melhoramento não são piores do que as naturais. Além do mais, supondo que seu uso seja seguro, as terapias de melhoramento genético poderiam estar disponíveis para todos. Sandel explica que o seu debate sobre o melhoramento os riscos morais não estão totalmente apreendidos nas categorias familiares de autonomia e direitos, por um lado, nem no cálculo dos custos e benefícios, por outro. O que o preocupa não é o melhoramento como vício individual, mas sim como hábito mental e modo de vida. 4- Pela visão do utilitarismo, poderia ser feita a realização ou não das técnicas de melhoramento genético sem o estímulo tanto da persuasão do Estado quanto da pressão aplicada socialmente, sendo apresentada como uma preocupação com as consequências das técnicas de melhoramento genético no indivíduo proveniente delas buscando se basear em uma boa eficiência. Voltando a atenção para a ética da virtude apontada por Sandel, pode ser apresentado, de acordo com Michael Sandel (2015, p. 98), que afirma que o equívoco neste uso da tecnologia de melhoramento está em “transformar três características cruciais de nossa configuração moral: a humildade, a responsabilidade e a solidariedade”. A humildade faz com que aceitemos o outro, mesmo diante de suas imperfeições, abrindo-nos para o imprevisto e contendo nosso ímpeto por controle. Sua falta, leva ao excesso de responsabilidade, entendida pelo autor como a expansão nefasta do ideal de self-made man. Perder esta justa medida acarretaria, então, à diminuição de atitudes de solidariedade, dificultando a manutenção de uma sociedade tolerante e comunitária (SANDEL, 2015). 5- Feldblum destaca que, para alguns oponentes da estratégia gia argumentativa vinculada à moralidade liberal “[...] privilegia o casamento sobre outras formas de arranjos sociais e, portanto, levará a resultados substantivamente negativos.” (FELDBLUM, 2005, p. 153). Citando Bunchaft(2016), Por isso, muitos defensores liberais do casamento gay não sustentam explicitamente a superioridade do casamento sobre outras formas familiares de uniões, assumindo cuidadosamente o posicionamento de que a legalização do casamento gay não inspire um impacto negativo sobre formas alternativas de reconhecimento familiar. Indubitavelmente, segundo Barker, o argumento liberal pode contribuir para manter intactas as estruturas sociais subjacentes e afirmar ordem social existente (BARKER, 2013, p. 111). o efeito colateral do argumento da igualdade formal é a assimilação e a desconsideração das diferenças, uma vez que há presença de minorias dentro do próprio grupo (BARKER, 2013, p. 111). Por fim, para algumas feministas, a igualdade formal não exige mudança na estrutura do matrimônio, mas uma postura de tolerância reflexiva em relação ao comportamento anormal ou desviante (BARKER, 2013, p. 111).