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Engenharia Florestal ·
Ecologia e Meio Ambiente
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Revista Árvore ISSN 01006762 rarvoreufvbr Universidade Federal de Viçosa Brasil Gonçalves Mafia Reginaldo Petrilli Mendes José Eduardo De Nadai Corassa Janaína ANÁLISE COMPARATIVA DOS SURTOS E DANOS CAUSADOS PELOS BESOUROS DESFOLHADORES Costalimaita ferruginea Fabricius 1801 E Costalimaita lurida Lefévre 1891 Coleoptera Chrysomelidae EM PLANTIOS DE EUCALIPTO Revista Árvore vol 38 núm 5 septiembreoctubre 2014 pp 829836 Universidade Federal de Viçosa Viçosa Brasil Disponível em httpwwwredalycorgarticulooaid48832704007 Como citar este artigo Número completo Mais artigos Home da revista no Redalyc Sistema de Informação Científica Rede de Revistas Científicas da América Latina Caribe Espanha e Portugal Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto 829 Revista Árvore ViçosaMG v38 n5 p829836 2014 Análise comparativa dos surtos e danos ANÁLISE COMPARATIVA DOS SURTOS E DANOS CAUSADOS PELOS BESOUROS DESFOLHADORES Costalimaita ferruginea Fabricius 1801 E Costalimaita lurida Lefévre 1891 Coleoptera Chrysomelidae EM PLANTIOS DE EUCALIPTO1 Reginaldo Gonçalves Mafia2 José Eduardo Petrilli Mendes3 e Janaína De Nadai Corassa4 RESUMO Os besouros desfolhadores Costalimaita ferruginea Fabricius 1801 e Costalimaita lurida Lefévre 1891 Coleoptera Chrysomelidae são pragas importantes da cultura do eucalipto A biologia e comportamento daninho de C ferruginea já foram caracterizados Todavia não existem estudos sobre o potencial de C lurida como praga da cultura Assim o objetivo deste trabalho foi avaliar de forma comparativa os surtos e as injúrias causadas por C ferruginea e C lurida em plantios de eucalipto Para isso 2028 mil ha de plantios clonais de eucalipto nos Estados do Espírito Santo da Bahia e de Minas Gerais foram monitorados no período crítico de ocorrência quente e chuvoso Os surtos detectados foram caracterizados determinandose por meio de amostragens a incidência a severidade e as populações absoluta e relativa do inseto por planta atacada De forma geral o comportamento daninho de C lurida foi similar ao de C ferruginea em termos de época de ocorrência e tipo de injúrias causadas Todavia C lurida apresentou maiores picos populacionais em termos absolutos insetos por planta e relativos razão entre o número de insetos e altura das plantas atacadas e atingiu maior proporção de área podendo ser considerado mais daninho que C ferruginea O besouro C lurida deve ser monitorado considerando os mesmos critérios Além disso os surtos desta nova praga poderão ser avaliados quanto ao nível crítico para controle empregandose as mesmas premissas adotadas para C ferruginea Adicionalmente aos resultados registrouse pela primeira vez a ocorrência de C lurida no Estado da Bahia em plantas de araçá Psidium guineense Swartz Myrtaceae Palavraschave Pragas florestais Desfolha por insetos Surto de pragas COMPARATIVE ANALYSIS OF OUTBREAKS AND DAMAGES CAUSED BY LEAF BEETLES Costalimaita ferruginea Fabricius 1801 AND Costalimaita lurida Lefévre 1891 Coleoptera Chrysomelidae IN EUCALYPT PLANTATIONS ABSTRACT The leaf beetles Costalimaita ferruginea Fabricius 1801 and Costalimaita lurida Lefévre 1891 Coleoptera Chrysomelidae are important eucalyptus pests The biology aspects and pest behavior of C ferruginea have already been characterized by previous works but there are no studies about C lurida potential to cause damage to eucalyptus yield This work evaluated and compared the pest outbreaks and injuries caused by C ferruginea and C lurida to young eucalypt plantations We have monitored 2028 thousand hectares of clonal eucalypt plantations in Espírito Santo Bahia and Minas Gerais states in Brazil during the critical period of pest occurrence warmest and rainiest seasons The pest peaks were characterized by the measuring of samples regarding the pest occurrence the severity of attack and the absolute and relative population of insects per attacked plant In general C lurida pest behavior was similar to C ferruginea regarding the period of occurrence and injuries patterns However C lurida has shown heavier infestations 1 Recebido em 15072013 aceito para publicação em 04052014 2 Fibria Celulose Centro de Tecnologia Aracruz ES Brasil Email rgoncalvesfibriacombr 3 Universidade Federal de Mato Grosso MT Brasil Email josemendesfibriacombr 4 Universidade Federal de Mato Grosso Brasil Email janadenadaigmailcom 830 Revista Árvore ViçosaMG v38 n5 p829836 2014 MAFIA RG et al considering absolute peaks insects per plant relative outbreaks ratio between number of insects and plant height and was also distributed in a bigger area thus causing more damage than C ferruginea The beetle C lurida should be monitored in the same way and making use of the same criteria and control premises developed to C ferruginea Additionally to the obtained results this work recorded for the first time the occurrence of C lurida in Bahia State and damages caused by this insect on wild guava plants of Psidium guineense Swartz Myrtaceae Keywords Forest pests Insect defoliation Pest outbreaks 1 INTRODUÇÃO O setor florestal tem contribuído de forma significativa para a economia brasileira sendo normalmente impulsionador da geração de renda empregos tributos e divisas VALVERDE et al 2006 SOARES et al 2009 Esse desempenho tem melhorado ao longo dos anos de forma vinculada ao investimento em pesquisa e à inovação tecnológica O desenvolvimento tecnológico transformou em pouco mais de quatro décadas o manejo da cultura do eucalipto em um exemplo de sucesso mundial Como é do conhecimento da ciência sem esses avanços ainda estaríamos com os baixos índices produtivos observados na década de 1970 mesmo detendo condições de clima e de solo favoráveis para a cultura do eucalipto As pragas que atacam o eucalipto podem causar perdas expressivas em toda a cadeia produtiva provocando reduções no crescimento e na produtividade ou mesmo a morte de mudas nos viveiros e de plantas no campo Em determinadas situações os danos causados podem também reduzir a qualidade da madeira para determinados fins No grupo dos besouros desfolhadores merece destaque o gênero Costalimaita Coleoptera Chrysomelidae que agrupa as espécies Costalimaita ferruginea Fabricius 1801 e Costalimaita lurida Lefévre 1891 sendo ambas daninhas para a cultura do eucalipto Todavia enquanto C ferruginea é apontado como o principal besouro desfolhador da cultura ANJOS 1992 praticamente não existem registros e estudos sobre C lurida ARNHOLD GONÇALVES 2010 principalmente que evidenciem a importância econômica dessa espécie O ataque do besouroamarelo C ferruginea pode afetar o crescimento sobrevivência e produtividade dos plantios de eucalipto Pode atingir árvores em qualquer idade mas os danos são mais importantes em plantios jovens e em brotações ANJOS MAJER 2003 Em viveiro o ataque da praga dependendo da intensidade e da frequência pode causar a morte de mudas ou mesmo inviabilizar o seu aproveitamento para plantio No campo surtos intensos da praga em plantios com menos de dois meses de idade de modo geral também podem causar a morte das plantas e justificar a realização de operações de replantio O besouroamarelo pode atacar as principais espécies comerciais de eucalipto pertencentes aos gêneros Eucalyptus e Corymbia Todavia os surtos têm sido mais frequentes em híbridos e em espécies puras como Eucalyptus grandis Hill ex Maiden e E urophylla S T Blake provavelmente em razão da maior escala de plantio dessas espécies e de seus híbridos Os surtos da praga são muito comuns nos Estados de Minas Gerais São Paulo Espírito Santo Bahia e Mato Grosso do Sul O período crítico para a ocorrência da praga coincide com a estação chuvosa iniciando em setembro e finalizando em março do ano seguinte nesses Estados Os maiores picos populacionais da praga ocorrem geralmente entre outubro e dezembro ANJOS MAJER 2003 Além do eucalipto dentro da família Myrtaceae o besouroamarelo causa danos em pitanga Eugenia uniflora L jambolão Syzygium cumini L Skeels sinonímia Eugenia cumini L Druce goiaba Psidium guajava L araçá P guineense Swartz e cagaita Eugenia dysenterica DC ANJOS 1992 Em plantios de eucalipto alguns estudos foram realizados objetivando caracterizar os surtos e avaliar o potencial dos danos causados por C ferruginea sobre a produtividade Todavia não foram encontrados resultados de estudos sobre o potencial de C lurida como praga dessa planta Assim o objetivo deste trabalho foi analisar de forma comparativa os surtos e injúrias causados por C ferruginea e C lurida em plantas de eucalipto 2 MATERIAL E MÉTODOS Os estudos foram realizados em plantios clonais de eucalipto localizados do Centro ao Norte do Espírito Santo ES extremo Sul da Bahia BA e região Nordeste 831 Revista Árvore ViçosaMG v38 n5 p829836 2014 Análise comparativa dos surtos e danos de Minas Gerais MG no quadrante compreendido pelas coordenadas 39 12 W e 17 13 S a 40 48 W e 20 7 S As áreas de plantio totalizaram 965 mil hectares ES 985 mil hectares BA e 78 mil hectares MG totalizando 2028 mil hectares Os plantios de eucalipto foram estabelecidos no espaçamento 3 x 3 m Os surtos foram registrados em 12 distintos clones de eucalipto todos híbridos interespecíficos entre E grandis W Hill ex Maiden x E urophylla ST Blake 21 Avaliação dos surtos A partir da detecção da ocorrência natural dos besouros desfolhadores em determinado talhão de plantio ou de condução de rebrota vistoriouse a área semanalmente até a realização do controle ou até o completo desaparecimento dos insetos Em cada área de ocorrência 88 talhões com C ferruginea e 87 talhões com C lurida foram instaladas quatro parcelas com 20 plantas em três diferentes pontos de amostragem Esses pontos foram estabelecidos na borda do talhão local normalmente mais crítico em termos de infestação PC Borda em pontos representativos da média de infestação PM da área efetivamente afetada com presença de insetos e de danos e em pontos representativos da média geral PMG quando a infestação ocorreu de forma generalizada não sendo possível diferenciar áreas críticas Considerando a combinação talhão e pontos de amostragens foram instaladas 12 parcelas sendo avaliadas 240 plantas em cada área de ocorrência 22 Caracterização dos surtos Os talhões atacados foram caracterizados quanto à idade meses altura média m das plantas tamanho total da área ha e área efetivamente atacada ha ou seja com presença de insetos e de injúrias A altura das plantas foi determinada com o auxílio de uma trena e a média dessa variável foi determinada considerando a mensuração ao acaso de 100 plantas em cada talhão de plantio ou rebrota afetados Nas parcelas de avaliação foram determinadas a incidência de plantas atacadas a severidade de desfolha de dano por planta atacada e a população de insetos n por planta atacada A severidade foi estimada com base no estudo desenvolvido por Souza et al 2008 De posse dos dados de número de insetos por planta atacada e da altura média das plantas determinouse a razão entre o número de insetos e a altura das plantas nm1 a qual foi denominada população relativa PR para fins de avaliação do nível crítico dos surtos Os dados foram anotados para cada talhão especificando o tipo de manejo plantio ou condução de rebrota e a espécie de besouro desfolhador presente em cada local 23 Análise dos dados dos surtos das pragas e dos danos causados Todos os dados foram analisados por talhão atacado pelas pragas comparandose as variáveis populacionais e os danos causados por C ferruginea e C lurida Os dados de incidência e severidade em porcentagem foram corrigidos para comparação por testes paramétricos As análises foram realizadas respeitando os pressupostos de homogeneidade e normalidade Empregouse o teste t de Student a 5 de probabilidade de erro para comparação das médias com o auxílio do software Statistica v10 STATSOFT 2011 3RESULTADOS Os surtos de C ferruginea e C lurida foram detectados entre setembro de 2011 a janeiro de 2012 Enquanto o besouroamarelo C ferruginea ocorreu nos Estados do Espírito Santo da Bahia e de Minas Gerais C lurida ocorreu em Minas Gerais e na Bahia Portanto este é o primeiro registro de C lurida na Bahia Em relação ao padrão de ataque dos besouros desfolhadores foi observado que o comportamento de C lurida é similar ao de C ferruginea causando injúrias foliares de forma aleatória no limbo foliar sem consumo da nervura principal preferencialmente em folhas e ramos tenros a partir do ápice da planta As folhas mais severamente atacadas por C lurida tornaramse totalmente rendilhadas alusão do nome popular sugerido e permaneceram aderidas às plantas mas secaram após determinado período geralmente a partir da segunda semana Figura 1 C lurida também foi observado pela primeira vez causando danos em araçá Psidium guineense nas regiões Norte do Espírito Santo ES e extremo Sul da Bahia BA Entre todas as ocorrências registradas somente em uma delas besouros dessas duas espécies foram detectados causando danos de forma simultânea Ao final do período crítico de ocorrência foram detectados 88 talhões atacados por C ferruginea e praticamente a mesma quantidade 87 talhões com ocorrências de C lurida Todavia de forma geral os 832 Revista Árvore ViçosaMG v38 n5 p829836 2014 MAFIA RG et al surtos de C lurida afetaram maior proporção de área plantada Em média os surtos desta praga atingiram 1162 ha por área de ocorrência considerando infestações generalizadas do inseto Para C ferruginea o valor foi de 797 ha para essa mesma variável Para as ocorrências localizadas nas bordas dos talhões afetados observouse que C lurida atingiu 4829 ha enquanto C ferruginea causou danos em 726 ha Nos pontos representativos da média de infestação os valores foram de 104 e 3217 ha para C lurida e C ferruginea respectivamente Houve diferença também na média geral e C ferruginea atingiu 788 ha enquanto C lurida causou danos em 1369 ha Figura 2 De forma geral não houve qualquer tipo de tendência de ataque de C ferruginea e C lurida em relação aos clones de eucalipto indicando não haver preferência dessas espécies pelos diferentes materiais genéticos de eucalipto plantados na região de estudo Não houve variação quanto à idade dos plantios afetados que em média apresentavam cinco meses com variação de três dias recémplantados até oito meses As plantas atacadas por ambas as espécies apresentavam entre 10 e 12 m de altura Os plantios mais velhos não foram avaliados Os insetos podem atacar os eucaliptos de qualquer idade mas são considerados mais prejudiciais durante o primeiro ano da floresta O besouro C lurida apresentou maior dispersão em todas as situações Essa praga atingiu 100 de incidência nos pontos críticos enquanto foram observados apenas 214 de incidência de C ferruginea nas bordas dos talhões atacados Na média geral a incidência do besouro C lurida foi 23 vezes maior que a do besouroamarelo Figura 2 C lurida causou maiores danos quando foram consideradas as infestações generalizadas ou seja em todo o talhão Em média essa praga resultou em 248 de severidade enquanto o besouroamarelo danificou 14 das copas das plantas atacadas Nos pontos críticos borda e em termos médios não houve diferença entre a severidade dos danos de C ferruginea e C lurida Figura 2 Destacase que C lurida apresentou maior população e maior dispersão na área mas causou o mesmo nível de dano que C ferruginea Foram observados maiores picos populacionais do besouro desfolhador C lurida em todas as situações de avaliação Em infestações ocorridas de forma generalizada foram detectados 218 indivíduos dessa espécie por planta enquanto para C ferruginea a média foi de apenas 26 indivíduos por planta atacada Nos pontos críticos ou seja na borda dos talhões a população de C lurida foi cerca de três vezes maior em relação à população do besouroamarelo Na média geral a população de C lurida foi 34 vezes maior em relação à população de C ferruginea Figura 2 A razão PR população relativa foi maior nos surtos de C lurida Para os talhões com infestação generalizada por C lúrida a população relativa foi de 204 insetos por metro altura de planta atacada Em contrapartida nessas mesmas situações a população relativa de C ferruginea foi de 32 insetos por metro Figura 1 Injúrias causadas por Costalimaita spp a Danos foliares provocados por C lurida b Ataque na parte apical da copa e presença de grande número de insetos da espécie C lurida c Padrão de injúrias causadas por C lurida d Besouro amarelo C ferruginea protegido em folhas durante o dia e e Injúrias foliares causadas por C lurida em Psidium guineense Teixeira de Freitas Bahia Outubro de 2011 Figure 1 Injuries caused by Costalimaita spp a Leaf damage caused by C lurida b Attack on the upper part of the tree canopy and numerous presence of beetle C lurida c Injuries patterns caused by C lurida d Yellow beetle C ferruginea protected on leaves during the day and e Leaf injuries patterns caused by C lurida in Psidium guineense Teixeira de Freitas Bahia October 2011 833 Revista Árvore ViçosaMG v38 n5 p829836 2014 Análise comparativa dos surtos e danos Nos pontos críticos e na média geral observaramse valores de 27 e 24 vezes maiores para C lurida em relação ao besouroamarelo Figura 2 De forma geral foram observados valores mais críticos de incidência nível populacional e de população relativa nos surtos de C lurida Figura 3 4DISCUSSÃO O comportamento daninho de C lurida foi similar ao de C ferruginea Os resultados deste trabalho corroboram as observações de Anjos e Majer 2003 quanto ao período crítico de ocorrência e à forma Figura 2 Área com efetivo dano ha incidência severidade e população absoluta n planta1 e relativa nm1 de Costalimaita ferruginea e C lurida em pontos críticos PC representativos da média de infestação PM da área efetivamente afetada e em pontos representativos da média geral PMG Figure 2 Liquid area damaged ha incidence severity and absolute tplant1 and relative population tm1 of Costalimaita ferruginea and C lurida at critical points PC representative of the infestation PM and general average PMG 834 Revista Árvore ViçosaMG v38 n5 p829836 2014 MAFIA RG et al como os surtos iniciam e se propagam no campo Os ataques dos besouros de ambas as espécies ocorreram de forma concentrada da borda do talhão para o seu interior normalmente em áreas vizinhas de pastagens Como se sabe C ferruginea desenvolve parte do seu ciclo de vida no sistema radicular de gramíneas Por essa razão áreas vizinhas de pastagens apresentam maior risco de infestação Aparentemente C lurida tem o mesmo comportamento biológico Ambas as espécies de insetos causaram injúrias foliares preferencialmente a partir do ápice da copa As injúrias causadas por C ferruginea são caracterizadas sobretudo por perfurações foliares realizadas ao acaso As folhas remanescentes podem ficar completamente rendilhadas em razão da alta voracidade dessa praga O besouroamarelo prefere atacar as partes apicais e tenras do eucalipto como ponteiros folhas jovens brotações e em alguns casos a casca dos ramos Em folhas jovens pode causar injúrias contínuas e de grande tamanho enquanto em folhas maduras somente as nervuras principais ficam remanescentes após surtos intensos da praga ANJOS MAJER 2003 A caracterização dos surtos de C lurida evidenciou o mesmo comportamento daninho As respostas de plantas jovens de eucalipto quanto aos danos foliares são variáveis dependendo da interação dos seguintes fatores i a severidade ou intensidade e a frequência dos eventos de desfolha dentro e entre os anos de cultivo ii a estação do ano quando a desfolha ocorre iii a localização dos danos na copa das árvores e iv a idade o vigor e a espécie de eucalipto atacada COLLETT NEUMANN 2002 Dentro de uma mesma espécie acreditase também que as respostas podem variar dependo do clone de eucalipto Em geral danos foliares severos especialmente em folhas fotossinteticamente ativas causam paralisação do crescimento da copa ramos e raízes seguidos de morte de ponteiros e em último caso mortalidade Entretanto injúrias parciais ou de baixa severidade causam geralmente reduções pouco significativas no crescimento e normalmente ocorre rápida reposição das folhas danificadas LANDSBERG OHMART 1989 Souza et al 2008 estudando a reposição foliar em plantas jovens de eucalipto após o ataque de C ferruginea constataram relação inversa entre o nível de desfolha e a capacidade de reposição foliar Como os danos são variáveis a recuperação das plantas também não é uniforme Assim o ataque do besouroamarelo causa redução na uniformidade do desenvolvimento do plantio e consequentemente no surgimento de plantas suprimidas durante a formação da floresta o que segundo Mendes 2004 afeta de forma significativa a sobrevivência das árvores em razão do processo de competição entre plantas vizinhas Além de causar dano foliar o que potencialmente afeta a taxa fotossintética os ataques severos de C ferruginea e ou de C lurida podem resultar em danos Figura 3 População relativa nm1 em função da incidência e da população absoluta n planta1 de C ferruginea e C lurida em pontos críticos PC representativos da média de infestação PM da área efetivamente afetada e em pontos representativos da média geral PMG Figure 3 Relative population tm1 according incidence and absolute tplant1 population of C ferruginea and C lurida at critical points PC representative of the infestation PM and general average PMG 835 Revista Árvore ViçosaMG v38 n5 p829836 2014 Análise comparativa dos surtos e danos no meristema apical e provocar a perda de dominância apical A perda de dominância apical está relacionada com alterações do balanço hormonal endógeno Como reflexo ocorre quebra da dormência das gemas laterais e emissão de brotações resultando em redução da capacidade competitiva das árvores atacadas conforme relatado por Mendes 2004 em relação a plantas de E grandis atacadas por C ferruginea Collett e Neumann 2002 realizaram um trabalho no qual duas desfolhas foram simuladas de forma consecutiva e os efeitos combinados foram avaliados quanto ao crescimento em altura área basal e incremento volumétrico de um plantio de E globulus As desfolhas foram realizadas durante o verão no ápice base e em toda a copa das plantas Além de evidenciar redução do crescimento os autores sugeriram que a poda dos ramos da base da copa pode apresentar efeito benéfico Em eucalipto sabese que a perda de dominância apical e o surgimento de bifurcações do fuste causam redução no crescimento das árvores Para contornar esse problema podese realizar a poda corretiva dos ramos laterais porém é importante ressaltar que essa operação aumenta os custos da formação florestal podendo ainda causar a abertura de portas de entrada para outras adversidades fitossanitárias oportunistas Os efeitos do ataque de C ferruginea em plantios de eucalipto já foram estudados por alguns autores Anjos 1992 por exemplo verificou que um ano após o ataque do besouroamarelo em plantio de E grandis as reduções médias em diâmetro DAP e altura foram respectivamente de 140 e 77 sendo o incremento médio anual de árvores atacadas 33 menor quando comparado com árvores não atacadas Mendes 2004 observou que a desfolha causada por essa praga em 75 da copa resultou na redução de 436 do volume de madeira por hectare efeitos adversos sobre a forma das árvores e aumento de 18 a 37 vezes na mortalidade de plantas de E grandis aos 7 anos de idade Para C lurida apesar de ainda não haver avaliações precisas sobre o efeito no crescimento acreditase com base nos resultados deste trabalho que os danos sobre as florestas devem ser muito semelhantes ao encontrado em C ferruginea considerando todas as similaridades quanto ao comportamento daninho dessas duas espécies de pragas Apesar dos estudos já desenvolvidos com base no potencial de danos observados neste trabalho para C lurida além daquilo que já foi determinado para C ferruginea tornase fundamental maior investigação sobre o impacto causado por essas espécies na produtividade dos plantios de eucalipto Para isso apesar de ser possível simular o efeito por meio de desfolhas artificiais ou determinar diretamente o impacto do ataque de pragas em áreas de ocorrência natural SMITH et al 2005 acreditase que seja mais assertivo modelar o efeito sobre os processos fisiológicos que regulam o crescimento PINKARD et al 2011 WHITEHEAD et al 2011 Os modelos são ajustados para simular e predizer a produtividade florestal para aplicação em plantios uniformes de uma única espécie e originalmente esses modelos baseados em processos foram desenvolvidos sem considerar o efeito dos danos causados por pragas Entre os modelos os mais apropriados para integrar esses efeitos no ecossistema florestal são os modelos CABALA BATTAGLIA et al 2011 e CenW KIRSCHBAUM et al 2007 e os processos mais críticos para avaliação incluem os efeitos das desfolhas sobre a absorção líquida de carbono fenologia foliar balanço de carbono ciclagem de nutrientes e disponibilidade de água PINKARD et al 2011 KURZ et al 2008 Neste trabalho os surtos de populações de C ferruginea e C lurida foram monitorados por meio de parcelas de medições instaladas ao acaso na borda dos talhões e em pontos representativos da média de infestação Esse tipo de avaliação é importante para determinação mais acurada do nível de infestação e para mapeamento das áreas mais críticas dentro de um mesmo talhão de plantio A borda dos talhões geralmente é o ponto crítico onde se concentram os danos de maior intensidade Normalmente as revoadas dessas espécies de besouros ocorrem a partir de regiões vizinhas aos plantios notadamente com pastagens ou cultivos de canadeaçúcar ANJOS MAJER 2003 A partir das bordas dos plantios em um segundo momento os insetos se dispersam ao longo do talhão podendo causar danos de forma generalizada de acordo com o tamanho da população da praga e a idade do plantio As plantas atacadas foram avaliadas quanto à intensidade de desfolha e determinaramse as populações geral e específica dos insetos De forma geral C lurida apresentou maiores picos populacionais É importante estabelecer para cada uma das pragas o nível crítico de infestação principalmente considerando a população relativa Essa variável considera a altura da planta atacada fornecendo informação simples e confiável para avaliação do nível crítico de infestação 836 Revista Árvore ViçosaMG v38 n5 p829836 2014 MAFIA RG et al 5 CONCLUSÃO Concluise que o comportamento daninho de C lurida foi similar ao padrão comportamental de C ferruginea em termos de época de ocorrência tipo de injúrias e consequentemente de danos causados aos plantios de eucalipto Todavia C lurida apresentou maiores picos populacionais em termos absolutos e relativos atingindo maior proporção de área atacada Em razão da importância de C lurida e diante dos poucos trabalhos sobre essa espécie sugerese o nome besourorendeiro para denotar popularmente esta nova praga da cultura do eucalipto 6 REFERÊNCIAS ANJOS N Taxonomia ciclo de vida e dinâmica populacional de Costalimaita ferruginea Fabr 1801 Coleoptera Chrysomelidae praga de Eucalyptus spp Myrtaceae 1992 165f Tese Doutorado em Entomologia Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba 1992 ANJOS N MAJER J D Leafeating Beetles in Brazilian eucalypt plantations Curtin School of Environmental Biology 2003 33p Bulletin 23 ARNHOLD A GONÇALVES D Ocorrência de Costalimaita lurida Coleoptera Chrysomelidae em Eucalyptus spp em Minas Gerais Pesquisa Florestal Brasileira v30 n63 p257259 2010 BATTAGLIA M et al Modelling the impact of defoliation and leaf damage on forest plantation function and production Ecological Modelling v222 n17 p31933202 2011 COLLETT N G NEUMANN F G Effects of simulated chronic defoliation in summer on growth and survival of blue gum Eucalyptus globulus Labill within young plantations in northern Victoria Australian Forestry v65 n2 p99106 2002 KIRSCHBAUM M U F et al Modelling net ecosystem carbon and water exchange of a temperature Eucalyptus delegatensis forest using multiple constraints Agricultural and Forest Meteorology v145 n1 p4868 2007 KURZ W A et al Mountain pine beetle and forest carbon feedback to climate change Nature v452 p987990 2008 LANDSBERG J OHMART C Levels of insect defoliation in forests patterns and concepts Trends in Research Ecology and Evolution v4 n1 p96100 1989 MENDES J P E Efeito do ataque do Costalimaita ferruginea Fabr Coleoptera Chrysomelidae sobre o crescimento e produção de Eucalyptus grandis W Hill ex Maiden 2004 49f Tese Doutorado em Entomologia Universidade Federal de Viçosa Viçosa MG 2004 PINKARD E A et al Estimating forest net primary production under changing climate adding pests into the equation Tree Physiology v31 p686699 2011 SMITH A H et al Precision and accuracy of pest and pathogen damage assessment in young Eucalypt plantations Environmental Monitoring and Assessment v111 p243 256 2005 SOARES N S et al Análise do mercado brasileiro de celulose 19692005 Revista Árvore v33 n3 p563573 2009 SOUZA R M et al Capacidade de reposição foliar em eucaliptos atacados por Costalimaita ferruginea Fabricius In CONGRESSO FLORESTAL ESTADUAL 10 SEMINÁRIO MERCOSUL DA CADEIA MADEIREIRA 1 2008 Nova Prata Anais Nova Prata 2008 STATSOFT Inc STATISTICA data analysis software system version 10 wwwstatsoftcom 2011 VALVERDE S R SOARES N S SILVA M L Desempenho das exportações brasileiras de celulose Revista Árvore v30 n6 p1017 1023 2006 WHITEHEAD D Modelling the impacts of pests on forest productivity a pathway through complexities and conundrums Tree Physiology v31 p683685 2011
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Revista Árvore ISSN 01006762 rarvoreufvbr Universidade Federal de Viçosa Brasil Gonçalves Mafia Reginaldo Petrilli Mendes José Eduardo De Nadai Corassa Janaína ANÁLISE COMPARATIVA DOS SURTOS E DANOS CAUSADOS PELOS BESOUROS DESFOLHADORES Costalimaita ferruginea Fabricius 1801 E Costalimaita lurida Lefévre 1891 Coleoptera Chrysomelidae EM PLANTIOS DE EUCALIPTO Revista Árvore vol 38 núm 5 septiembreoctubre 2014 pp 829836 Universidade Federal de Viçosa Viçosa Brasil Disponível em httpwwwredalycorgarticulooaid48832704007 Como citar este artigo Número completo Mais artigos Home da revista no Redalyc Sistema de Informação Científica Rede de Revistas Científicas da América Latina Caribe Espanha e Portugal Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto 829 Revista Árvore ViçosaMG v38 n5 p829836 2014 Análise comparativa dos surtos e danos ANÁLISE COMPARATIVA DOS SURTOS E DANOS CAUSADOS PELOS BESOUROS DESFOLHADORES Costalimaita ferruginea Fabricius 1801 E Costalimaita lurida Lefévre 1891 Coleoptera Chrysomelidae EM PLANTIOS DE EUCALIPTO1 Reginaldo Gonçalves Mafia2 José Eduardo Petrilli Mendes3 e Janaína De Nadai Corassa4 RESUMO Os besouros desfolhadores Costalimaita ferruginea Fabricius 1801 e Costalimaita lurida Lefévre 1891 Coleoptera Chrysomelidae são pragas importantes da cultura do eucalipto A biologia e comportamento daninho de C ferruginea já foram caracterizados Todavia não existem estudos sobre o potencial de C lurida como praga da cultura Assim o objetivo deste trabalho foi avaliar de forma comparativa os surtos e as injúrias causadas por C ferruginea e C lurida em plantios de eucalipto Para isso 2028 mil ha de plantios clonais de eucalipto nos Estados do Espírito Santo da Bahia e de Minas Gerais foram monitorados no período crítico de ocorrência quente e chuvoso Os surtos detectados foram caracterizados determinandose por meio de amostragens a incidência a severidade e as populações absoluta e relativa do inseto por planta atacada De forma geral o comportamento daninho de C lurida foi similar ao de C ferruginea em termos de época de ocorrência e tipo de injúrias causadas Todavia C lurida apresentou maiores picos populacionais em termos absolutos insetos por planta e relativos razão entre o número de insetos e altura das plantas atacadas e atingiu maior proporção de área podendo ser considerado mais daninho que C ferruginea O besouro C lurida deve ser monitorado considerando os mesmos critérios Além disso os surtos desta nova praga poderão ser avaliados quanto ao nível crítico para controle empregandose as mesmas premissas adotadas para C ferruginea Adicionalmente aos resultados registrouse pela primeira vez a ocorrência de C lurida no Estado da Bahia em plantas de araçá Psidium guineense Swartz Myrtaceae Palavraschave Pragas florestais Desfolha por insetos Surto de pragas COMPARATIVE ANALYSIS OF OUTBREAKS AND DAMAGES CAUSED BY LEAF BEETLES Costalimaita ferruginea Fabricius 1801 AND Costalimaita lurida Lefévre 1891 Coleoptera Chrysomelidae IN EUCALYPT PLANTATIONS ABSTRACT The leaf beetles Costalimaita ferruginea Fabricius 1801 and Costalimaita lurida Lefévre 1891 Coleoptera Chrysomelidae are important eucalyptus pests The biology aspects and pest behavior of C ferruginea have already been characterized by previous works but there are no studies about C lurida potential to cause damage to eucalyptus yield This work evaluated and compared the pest outbreaks and injuries caused by C ferruginea and C lurida to young eucalypt plantations We have monitored 2028 thousand hectares of clonal eucalypt plantations in Espírito Santo Bahia and Minas Gerais states in Brazil during the critical period of pest occurrence warmest and rainiest seasons The pest peaks were characterized by the measuring of samples regarding the pest occurrence the severity of attack and the absolute and relative population of insects per attacked plant In general C lurida pest behavior was similar to C ferruginea regarding the period of occurrence and injuries patterns However C lurida has shown heavier infestations 1 Recebido em 15072013 aceito para publicação em 04052014 2 Fibria Celulose Centro de Tecnologia Aracruz ES Brasil Email rgoncalvesfibriacombr 3 Universidade Federal de Mato Grosso MT Brasil Email josemendesfibriacombr 4 Universidade Federal de Mato Grosso Brasil Email janadenadaigmailcom 830 Revista Árvore ViçosaMG v38 n5 p829836 2014 MAFIA RG et al considering absolute peaks insects per plant relative outbreaks ratio between number of insects and plant height and was also distributed in a bigger area thus causing more damage than C ferruginea The beetle C lurida should be monitored in the same way and making use of the same criteria and control premises developed to C ferruginea Additionally to the obtained results this work recorded for the first time the occurrence of C lurida in Bahia State and damages caused by this insect on wild guava plants of Psidium guineense Swartz Myrtaceae Keywords Forest pests Insect defoliation Pest outbreaks 1 INTRODUÇÃO O setor florestal tem contribuído de forma significativa para a economia brasileira sendo normalmente impulsionador da geração de renda empregos tributos e divisas VALVERDE et al 2006 SOARES et al 2009 Esse desempenho tem melhorado ao longo dos anos de forma vinculada ao investimento em pesquisa e à inovação tecnológica O desenvolvimento tecnológico transformou em pouco mais de quatro décadas o manejo da cultura do eucalipto em um exemplo de sucesso mundial Como é do conhecimento da ciência sem esses avanços ainda estaríamos com os baixos índices produtivos observados na década de 1970 mesmo detendo condições de clima e de solo favoráveis para a cultura do eucalipto As pragas que atacam o eucalipto podem causar perdas expressivas em toda a cadeia produtiva provocando reduções no crescimento e na produtividade ou mesmo a morte de mudas nos viveiros e de plantas no campo Em determinadas situações os danos causados podem também reduzir a qualidade da madeira para determinados fins No grupo dos besouros desfolhadores merece destaque o gênero Costalimaita Coleoptera Chrysomelidae que agrupa as espécies Costalimaita ferruginea Fabricius 1801 e Costalimaita lurida Lefévre 1891 sendo ambas daninhas para a cultura do eucalipto Todavia enquanto C ferruginea é apontado como o principal besouro desfolhador da cultura ANJOS 1992 praticamente não existem registros e estudos sobre C lurida ARNHOLD GONÇALVES 2010 principalmente que evidenciem a importância econômica dessa espécie O ataque do besouroamarelo C ferruginea pode afetar o crescimento sobrevivência e produtividade dos plantios de eucalipto Pode atingir árvores em qualquer idade mas os danos são mais importantes em plantios jovens e em brotações ANJOS MAJER 2003 Em viveiro o ataque da praga dependendo da intensidade e da frequência pode causar a morte de mudas ou mesmo inviabilizar o seu aproveitamento para plantio No campo surtos intensos da praga em plantios com menos de dois meses de idade de modo geral também podem causar a morte das plantas e justificar a realização de operações de replantio O besouroamarelo pode atacar as principais espécies comerciais de eucalipto pertencentes aos gêneros Eucalyptus e Corymbia Todavia os surtos têm sido mais frequentes em híbridos e em espécies puras como Eucalyptus grandis Hill ex Maiden e E urophylla S T Blake provavelmente em razão da maior escala de plantio dessas espécies e de seus híbridos Os surtos da praga são muito comuns nos Estados de Minas Gerais São Paulo Espírito Santo Bahia e Mato Grosso do Sul O período crítico para a ocorrência da praga coincide com a estação chuvosa iniciando em setembro e finalizando em março do ano seguinte nesses Estados Os maiores picos populacionais da praga ocorrem geralmente entre outubro e dezembro ANJOS MAJER 2003 Além do eucalipto dentro da família Myrtaceae o besouroamarelo causa danos em pitanga Eugenia uniflora L jambolão Syzygium cumini L Skeels sinonímia Eugenia cumini L Druce goiaba Psidium guajava L araçá P guineense Swartz e cagaita Eugenia dysenterica DC ANJOS 1992 Em plantios de eucalipto alguns estudos foram realizados objetivando caracterizar os surtos e avaliar o potencial dos danos causados por C ferruginea sobre a produtividade Todavia não foram encontrados resultados de estudos sobre o potencial de C lurida como praga dessa planta Assim o objetivo deste trabalho foi analisar de forma comparativa os surtos e injúrias causados por C ferruginea e C lurida em plantas de eucalipto 2 MATERIAL E MÉTODOS Os estudos foram realizados em plantios clonais de eucalipto localizados do Centro ao Norte do Espírito Santo ES extremo Sul da Bahia BA e região Nordeste 831 Revista Árvore ViçosaMG v38 n5 p829836 2014 Análise comparativa dos surtos e danos de Minas Gerais MG no quadrante compreendido pelas coordenadas 39 12 W e 17 13 S a 40 48 W e 20 7 S As áreas de plantio totalizaram 965 mil hectares ES 985 mil hectares BA e 78 mil hectares MG totalizando 2028 mil hectares Os plantios de eucalipto foram estabelecidos no espaçamento 3 x 3 m Os surtos foram registrados em 12 distintos clones de eucalipto todos híbridos interespecíficos entre E grandis W Hill ex Maiden x E urophylla ST Blake 21 Avaliação dos surtos A partir da detecção da ocorrência natural dos besouros desfolhadores em determinado talhão de plantio ou de condução de rebrota vistoriouse a área semanalmente até a realização do controle ou até o completo desaparecimento dos insetos Em cada área de ocorrência 88 talhões com C ferruginea e 87 talhões com C lurida foram instaladas quatro parcelas com 20 plantas em três diferentes pontos de amostragem Esses pontos foram estabelecidos na borda do talhão local normalmente mais crítico em termos de infestação PC Borda em pontos representativos da média de infestação PM da área efetivamente afetada com presença de insetos e de danos e em pontos representativos da média geral PMG quando a infestação ocorreu de forma generalizada não sendo possível diferenciar áreas críticas Considerando a combinação talhão e pontos de amostragens foram instaladas 12 parcelas sendo avaliadas 240 plantas em cada área de ocorrência 22 Caracterização dos surtos Os talhões atacados foram caracterizados quanto à idade meses altura média m das plantas tamanho total da área ha e área efetivamente atacada ha ou seja com presença de insetos e de injúrias A altura das plantas foi determinada com o auxílio de uma trena e a média dessa variável foi determinada considerando a mensuração ao acaso de 100 plantas em cada talhão de plantio ou rebrota afetados Nas parcelas de avaliação foram determinadas a incidência de plantas atacadas a severidade de desfolha de dano por planta atacada e a população de insetos n por planta atacada A severidade foi estimada com base no estudo desenvolvido por Souza et al 2008 De posse dos dados de número de insetos por planta atacada e da altura média das plantas determinouse a razão entre o número de insetos e a altura das plantas nm1 a qual foi denominada população relativa PR para fins de avaliação do nível crítico dos surtos Os dados foram anotados para cada talhão especificando o tipo de manejo plantio ou condução de rebrota e a espécie de besouro desfolhador presente em cada local 23 Análise dos dados dos surtos das pragas e dos danos causados Todos os dados foram analisados por talhão atacado pelas pragas comparandose as variáveis populacionais e os danos causados por C ferruginea e C lurida Os dados de incidência e severidade em porcentagem foram corrigidos para comparação por testes paramétricos As análises foram realizadas respeitando os pressupostos de homogeneidade e normalidade Empregouse o teste t de Student a 5 de probabilidade de erro para comparação das médias com o auxílio do software Statistica v10 STATSOFT 2011 3RESULTADOS Os surtos de C ferruginea e C lurida foram detectados entre setembro de 2011 a janeiro de 2012 Enquanto o besouroamarelo C ferruginea ocorreu nos Estados do Espírito Santo da Bahia e de Minas Gerais C lurida ocorreu em Minas Gerais e na Bahia Portanto este é o primeiro registro de C lurida na Bahia Em relação ao padrão de ataque dos besouros desfolhadores foi observado que o comportamento de C lurida é similar ao de C ferruginea causando injúrias foliares de forma aleatória no limbo foliar sem consumo da nervura principal preferencialmente em folhas e ramos tenros a partir do ápice da planta As folhas mais severamente atacadas por C lurida tornaramse totalmente rendilhadas alusão do nome popular sugerido e permaneceram aderidas às plantas mas secaram após determinado período geralmente a partir da segunda semana Figura 1 C lurida também foi observado pela primeira vez causando danos em araçá Psidium guineense nas regiões Norte do Espírito Santo ES e extremo Sul da Bahia BA Entre todas as ocorrências registradas somente em uma delas besouros dessas duas espécies foram detectados causando danos de forma simultânea Ao final do período crítico de ocorrência foram detectados 88 talhões atacados por C ferruginea e praticamente a mesma quantidade 87 talhões com ocorrências de C lurida Todavia de forma geral os 832 Revista Árvore ViçosaMG v38 n5 p829836 2014 MAFIA RG et al surtos de C lurida afetaram maior proporção de área plantada Em média os surtos desta praga atingiram 1162 ha por área de ocorrência considerando infestações generalizadas do inseto Para C ferruginea o valor foi de 797 ha para essa mesma variável Para as ocorrências localizadas nas bordas dos talhões afetados observouse que C lurida atingiu 4829 ha enquanto C ferruginea causou danos em 726 ha Nos pontos representativos da média de infestação os valores foram de 104 e 3217 ha para C lurida e C ferruginea respectivamente Houve diferença também na média geral e C ferruginea atingiu 788 ha enquanto C lurida causou danos em 1369 ha Figura 2 De forma geral não houve qualquer tipo de tendência de ataque de C ferruginea e C lurida em relação aos clones de eucalipto indicando não haver preferência dessas espécies pelos diferentes materiais genéticos de eucalipto plantados na região de estudo Não houve variação quanto à idade dos plantios afetados que em média apresentavam cinco meses com variação de três dias recémplantados até oito meses As plantas atacadas por ambas as espécies apresentavam entre 10 e 12 m de altura Os plantios mais velhos não foram avaliados Os insetos podem atacar os eucaliptos de qualquer idade mas são considerados mais prejudiciais durante o primeiro ano da floresta O besouro C lurida apresentou maior dispersão em todas as situações Essa praga atingiu 100 de incidência nos pontos críticos enquanto foram observados apenas 214 de incidência de C ferruginea nas bordas dos talhões atacados Na média geral a incidência do besouro C lurida foi 23 vezes maior que a do besouroamarelo Figura 2 C lurida causou maiores danos quando foram consideradas as infestações generalizadas ou seja em todo o talhão Em média essa praga resultou em 248 de severidade enquanto o besouroamarelo danificou 14 das copas das plantas atacadas Nos pontos críticos borda e em termos médios não houve diferença entre a severidade dos danos de C ferruginea e C lurida Figura 2 Destacase que C lurida apresentou maior população e maior dispersão na área mas causou o mesmo nível de dano que C ferruginea Foram observados maiores picos populacionais do besouro desfolhador C lurida em todas as situações de avaliação Em infestações ocorridas de forma generalizada foram detectados 218 indivíduos dessa espécie por planta enquanto para C ferruginea a média foi de apenas 26 indivíduos por planta atacada Nos pontos críticos ou seja na borda dos talhões a população de C lurida foi cerca de três vezes maior em relação à população do besouroamarelo Na média geral a população de C lurida foi 34 vezes maior em relação à população de C ferruginea Figura 2 A razão PR população relativa foi maior nos surtos de C lurida Para os talhões com infestação generalizada por C lúrida a população relativa foi de 204 insetos por metro altura de planta atacada Em contrapartida nessas mesmas situações a população relativa de C ferruginea foi de 32 insetos por metro Figura 1 Injúrias causadas por Costalimaita spp a Danos foliares provocados por C lurida b Ataque na parte apical da copa e presença de grande número de insetos da espécie C lurida c Padrão de injúrias causadas por C lurida d Besouro amarelo C ferruginea protegido em folhas durante o dia e e Injúrias foliares causadas por C lurida em Psidium guineense Teixeira de Freitas Bahia Outubro de 2011 Figure 1 Injuries caused by Costalimaita spp a Leaf damage caused by C lurida b Attack on the upper part of the tree canopy and numerous presence of beetle C lurida c Injuries patterns caused by C lurida d Yellow beetle C ferruginea protected on leaves during the day and e Leaf injuries patterns caused by C lurida in Psidium guineense Teixeira de Freitas Bahia October 2011 833 Revista Árvore ViçosaMG v38 n5 p829836 2014 Análise comparativa dos surtos e danos Nos pontos críticos e na média geral observaramse valores de 27 e 24 vezes maiores para C lurida em relação ao besouroamarelo Figura 2 De forma geral foram observados valores mais críticos de incidência nível populacional e de população relativa nos surtos de C lurida Figura 3 4DISCUSSÃO O comportamento daninho de C lurida foi similar ao de C ferruginea Os resultados deste trabalho corroboram as observações de Anjos e Majer 2003 quanto ao período crítico de ocorrência e à forma Figura 2 Área com efetivo dano ha incidência severidade e população absoluta n planta1 e relativa nm1 de Costalimaita ferruginea e C lurida em pontos críticos PC representativos da média de infestação PM da área efetivamente afetada e em pontos representativos da média geral PMG Figure 2 Liquid area damaged ha incidence severity and absolute tplant1 and relative population tm1 of Costalimaita ferruginea and C lurida at critical points PC representative of the infestation PM and general average PMG 834 Revista Árvore ViçosaMG v38 n5 p829836 2014 MAFIA RG et al como os surtos iniciam e se propagam no campo Os ataques dos besouros de ambas as espécies ocorreram de forma concentrada da borda do talhão para o seu interior normalmente em áreas vizinhas de pastagens Como se sabe C ferruginea desenvolve parte do seu ciclo de vida no sistema radicular de gramíneas Por essa razão áreas vizinhas de pastagens apresentam maior risco de infestação Aparentemente C lurida tem o mesmo comportamento biológico Ambas as espécies de insetos causaram injúrias foliares preferencialmente a partir do ápice da copa As injúrias causadas por C ferruginea são caracterizadas sobretudo por perfurações foliares realizadas ao acaso As folhas remanescentes podem ficar completamente rendilhadas em razão da alta voracidade dessa praga O besouroamarelo prefere atacar as partes apicais e tenras do eucalipto como ponteiros folhas jovens brotações e em alguns casos a casca dos ramos Em folhas jovens pode causar injúrias contínuas e de grande tamanho enquanto em folhas maduras somente as nervuras principais ficam remanescentes após surtos intensos da praga ANJOS MAJER 2003 A caracterização dos surtos de C lurida evidenciou o mesmo comportamento daninho As respostas de plantas jovens de eucalipto quanto aos danos foliares são variáveis dependendo da interação dos seguintes fatores i a severidade ou intensidade e a frequência dos eventos de desfolha dentro e entre os anos de cultivo ii a estação do ano quando a desfolha ocorre iii a localização dos danos na copa das árvores e iv a idade o vigor e a espécie de eucalipto atacada COLLETT NEUMANN 2002 Dentro de uma mesma espécie acreditase também que as respostas podem variar dependo do clone de eucalipto Em geral danos foliares severos especialmente em folhas fotossinteticamente ativas causam paralisação do crescimento da copa ramos e raízes seguidos de morte de ponteiros e em último caso mortalidade Entretanto injúrias parciais ou de baixa severidade causam geralmente reduções pouco significativas no crescimento e normalmente ocorre rápida reposição das folhas danificadas LANDSBERG OHMART 1989 Souza et al 2008 estudando a reposição foliar em plantas jovens de eucalipto após o ataque de C ferruginea constataram relação inversa entre o nível de desfolha e a capacidade de reposição foliar Como os danos são variáveis a recuperação das plantas também não é uniforme Assim o ataque do besouroamarelo causa redução na uniformidade do desenvolvimento do plantio e consequentemente no surgimento de plantas suprimidas durante a formação da floresta o que segundo Mendes 2004 afeta de forma significativa a sobrevivência das árvores em razão do processo de competição entre plantas vizinhas Além de causar dano foliar o que potencialmente afeta a taxa fotossintética os ataques severos de C ferruginea e ou de C lurida podem resultar em danos Figura 3 População relativa nm1 em função da incidência e da população absoluta n planta1 de C ferruginea e C lurida em pontos críticos PC representativos da média de infestação PM da área efetivamente afetada e em pontos representativos da média geral PMG Figure 3 Relative population tm1 according incidence and absolute tplant1 population of C ferruginea and C lurida at critical points PC representative of the infestation PM and general average PMG 835 Revista Árvore ViçosaMG v38 n5 p829836 2014 Análise comparativa dos surtos e danos no meristema apical e provocar a perda de dominância apical A perda de dominância apical está relacionada com alterações do balanço hormonal endógeno Como reflexo ocorre quebra da dormência das gemas laterais e emissão de brotações resultando em redução da capacidade competitiva das árvores atacadas conforme relatado por Mendes 2004 em relação a plantas de E grandis atacadas por C ferruginea Collett e Neumann 2002 realizaram um trabalho no qual duas desfolhas foram simuladas de forma consecutiva e os efeitos combinados foram avaliados quanto ao crescimento em altura área basal e incremento volumétrico de um plantio de E globulus As desfolhas foram realizadas durante o verão no ápice base e em toda a copa das plantas Além de evidenciar redução do crescimento os autores sugeriram que a poda dos ramos da base da copa pode apresentar efeito benéfico Em eucalipto sabese que a perda de dominância apical e o surgimento de bifurcações do fuste causam redução no crescimento das árvores Para contornar esse problema podese realizar a poda corretiva dos ramos laterais porém é importante ressaltar que essa operação aumenta os custos da formação florestal podendo ainda causar a abertura de portas de entrada para outras adversidades fitossanitárias oportunistas Os efeitos do ataque de C ferruginea em plantios de eucalipto já foram estudados por alguns autores Anjos 1992 por exemplo verificou que um ano após o ataque do besouroamarelo em plantio de E grandis as reduções médias em diâmetro DAP e altura foram respectivamente de 140 e 77 sendo o incremento médio anual de árvores atacadas 33 menor quando comparado com árvores não atacadas Mendes 2004 observou que a desfolha causada por essa praga em 75 da copa resultou na redução de 436 do volume de madeira por hectare efeitos adversos sobre a forma das árvores e aumento de 18 a 37 vezes na mortalidade de plantas de E grandis aos 7 anos de idade Para C lurida apesar de ainda não haver avaliações precisas sobre o efeito no crescimento acreditase com base nos resultados deste trabalho que os danos sobre as florestas devem ser muito semelhantes ao encontrado em C ferruginea considerando todas as similaridades quanto ao comportamento daninho dessas duas espécies de pragas Apesar dos estudos já desenvolvidos com base no potencial de danos observados neste trabalho para C lurida além daquilo que já foi determinado para C ferruginea tornase fundamental maior investigação sobre o impacto causado por essas espécies na produtividade dos plantios de eucalipto Para isso apesar de ser possível simular o efeito por meio de desfolhas artificiais ou determinar diretamente o impacto do ataque de pragas em áreas de ocorrência natural SMITH et al 2005 acreditase que seja mais assertivo modelar o efeito sobre os processos fisiológicos que regulam o crescimento PINKARD et al 2011 WHITEHEAD et al 2011 Os modelos são ajustados para simular e predizer a produtividade florestal para aplicação em plantios uniformes de uma única espécie e originalmente esses modelos baseados em processos foram desenvolvidos sem considerar o efeito dos danos causados por pragas Entre os modelos os mais apropriados para integrar esses efeitos no ecossistema florestal são os modelos CABALA BATTAGLIA et al 2011 e CenW KIRSCHBAUM et al 2007 e os processos mais críticos para avaliação incluem os efeitos das desfolhas sobre a absorção líquida de carbono fenologia foliar balanço de carbono ciclagem de nutrientes e disponibilidade de água PINKARD et al 2011 KURZ et al 2008 Neste trabalho os surtos de populações de C ferruginea e C lurida foram monitorados por meio de parcelas de medições instaladas ao acaso na borda dos talhões e em pontos representativos da média de infestação Esse tipo de avaliação é importante para determinação mais acurada do nível de infestação e para mapeamento das áreas mais críticas dentro de um mesmo talhão de plantio A borda dos talhões geralmente é o ponto crítico onde se concentram os danos de maior intensidade Normalmente as revoadas dessas espécies de besouros ocorrem a partir de regiões vizinhas aos plantios notadamente com pastagens ou cultivos de canadeaçúcar ANJOS MAJER 2003 A partir das bordas dos plantios em um segundo momento os insetos se dispersam ao longo do talhão podendo causar danos de forma generalizada de acordo com o tamanho da população da praga e a idade do plantio As plantas atacadas foram avaliadas quanto à intensidade de desfolha e determinaramse as populações geral e específica dos insetos De forma geral C lurida apresentou maiores picos populacionais É importante estabelecer para cada uma das pragas o nível crítico de infestação principalmente considerando a população relativa Essa variável considera a altura da planta atacada fornecendo informação simples e confiável para avaliação do nível crítico de infestação 836 Revista Árvore ViçosaMG v38 n5 p829836 2014 MAFIA RG et al 5 CONCLUSÃO Concluise que o comportamento daninho de C lurida foi similar ao padrão comportamental de C ferruginea em termos de época de ocorrência tipo de injúrias e consequentemente de danos causados aos plantios de eucalipto Todavia C lurida apresentou maiores picos populacionais em termos absolutos e relativos atingindo maior proporção de área atacada Em razão da importância de C lurida e diante dos poucos trabalhos sobre essa espécie sugerese o nome besourorendeiro para denotar popularmente esta nova praga da cultura do eucalipto 6 REFERÊNCIAS ANJOS N Taxonomia ciclo de vida e dinâmica populacional de Costalimaita ferruginea Fabr 1801 Coleoptera Chrysomelidae praga de Eucalyptus spp Myrtaceae 1992 165f Tese Doutorado em Entomologia Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba 1992 ANJOS N MAJER J D Leafeating Beetles in Brazilian eucalypt plantations Curtin School of Environmental Biology 2003 33p Bulletin 23 ARNHOLD A GONÇALVES D Ocorrência de Costalimaita lurida Coleoptera Chrysomelidae em Eucalyptus spp em Minas Gerais Pesquisa Florestal Brasileira v30 n63 p257259 2010 BATTAGLIA M et al Modelling the impact of defoliation and leaf damage on forest plantation function and production Ecological Modelling v222 n17 p31933202 2011 COLLETT N G NEUMANN F G Effects of simulated chronic defoliation in summer on growth and survival of blue gum Eucalyptus globulus Labill within young plantations in northern Victoria Australian Forestry v65 n2 p99106 2002 KIRSCHBAUM M U F et al Modelling net ecosystem carbon 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