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boaventura de souza santos\nrenovar a teoria crítica\ne reinventar a emancipação social Capítulo I\nA Sociologia das Ausências\ne a Sociologia das Emergências:\npara uma ecologia de saberes\n\nEstes três seminários são para mim uma tentativa de dar conta de um trabalho que está em curso e tem o título geral de \"Reinventar a emancipação social\". Isso significa, por um lado, que há emancipação social e, por outro, que é preciso reinventá-la. Provavelmente vamos ter que discutir o que é a emancipação social e por que precisamos reinventá-la. Penso que essa questão tem três grandes dimensões: uma epistêmologica, que vamos discutir hoje; outra mais teórica, que discutiremos amanhã; e outra mais política, que veremos depois.\n\nHoje, portanto, me concentro na dimensão epistêmica e em destacar por que decidi trabalhar esse tema. O problema é que a emancipação social é um conceito absolutamente central na modernidade ocidental, sobretudo porque esta tem sido organizada por meio de uma tensão entre regulação e emancipação social, entre ordem e progresso, entre uma sociedade com muitos problemas e a possibilidade de resolvê-los em outra melhor, que são as expectativas. Então, é uma sociedade que pela primeira vez cria essa tensão entre experiências correntes do povo, que às vezes são ruins, infelizes, desiguais, opressoras, e a expectativa de uma vida melhor, de uma sociedade melhor. Isso é novo, já que as sociedades antigas as experiências conduziam com as expectativas; que nascia pobre morria pobre; que nascia lidertado morria liderado. Aquela que pode prosperar e, quem nasce em uma família de liderados pode morrer com medo um do outro.\n\nEssa disciplina entre experiências e expectativas é fundamental para entender o que pensamos, o como pensamos a emancipação social na sociedade moderna. O problema é que – isso vamos melhorar amanhã – essa disciplina entre experiências e expectativas, entre regulação e emancipação, já está descrita. Emaniamos vermos em sociedades como um dupla crise de regulação e crise de emancipação. A disciplina entre experiências e expectativas também está definindo, porque está reverberando as expectativas para a grande maioria da população mundial não são mais positivas que as expectativas, ao contrário, tornam-se negativas. Vinte anos atrás, quando a primeira plágio dos vários ditados falamos da “doação” para a medicão, clar para melhor. Hoje, quando temos uma notícia sobre reforma da saúde, de educação, a violência social, é simplesmente para lá.\n\nComo eu, tinha uma universão nessas discorrências e expectativas, e por isso apenas pensam que não temos tido falar de emancipação social; depois, como uma “História” e o reto e festim de. Nós, ao contrário, pensamos que o preciso continuar com a ideia de emancipação social, por não tanto, e claro que não podemos continuar pensando em termos de medições, pois os instrumentos regulamentares à espera de expectativas, entre regulação e emancipação, são menores que a ideia de que precisamos de uma sociedade melhor, de que precisamos de uma sociedade 20 - Renovar a teoria crítica e reinventar a emancipação social\nse ajuste a nossa realidade. Mas pelo o problema é ainda maior, porque sociedades estão vivendo em um contexto de globalização e vemos claramente a debilidade das teorias sociais com as quais podemos trabalhar. O Fórum Social Mundial (FSM), por exemplo, coopera para as teorias críticas e não na razo de elas, a experiência do FSM não estava nas previsões das políticas de esquerda.\n\nHavemos visto um problema complicado, uma discrepância entre teoria e prática social de nova prática teórica também para a prática. Para uma teoria cega, a prática é irrelevante. É essa uma situação que temos de articular em nosso movimentos sociais. Ontem estavam em um programa com dirigentes de movimentos sociais, de associações de bairros, de plateudores, de empresas e se discutamos exatamente isto: não é simplesmente de conhecimento novo que necessitamos; ou que precisamos de um novo modo de produção de conhecimento. Não necessitamos de alternativas, necessitamos é de um pensamento alternativo às alternativas.\n\nIsso é ainda mais urgente, pois precisamos fazer uma reflexão epistemológica, já que em nossos países se vê cada vez mais claro que não estamos no mundo de muito mais ampla que a compreensão ocidental do mundo. E por isso nós faltam um conhecimento tão global como a globalização. Isso é o contexto que encontramos hoje: é um desafio enorme para as novas práticas de cientistas sociais.\n\nFoi nesse contexto que propus um exercício: reunir cientistas sociais do Sul para realizar um projeto que se chamou \"Reinventar a emancipação social a partir do Sul\" (ou seja, dois países periféricos e semiburgueses do sistema mundial), para permitir que as ciências sociais se reúnem e organizem internacionalmente fora das convenções ocidentais.\n\nVocês conhecem a divisão do trabalho: se foram aos Estados Unidos ou a Europa, vão se estudar (por exemplo, na Universidade de Wisconsin, onde trabalham pesquisas sobre a Argentina, Bolívia, Equador ou Moçambique). Em nossos países, quantos estudantes se trabalham sobre a realidade de outros países? Nós trabalhamos sobre nossa realidade; eles fizeram trabalho em ambientes de trabalho de redes científicas isoladas... 22 - Renovar a teoria crítica e reinventar a emancipação social\nO quarto, As alternativas sociais:5 o quinto, Trabalhar o mundo! Apesar de ser o coordenador, não trouxe um amplo teórico rígido; tentei reunir cientistas sociais de outros países para, juntamente, conversar e pensar um projeto.\n\nEu sugiri um projeto no qual tentamos ver quais são as contradições mais persistentes entre o Norte e o Sul. O primeiro tema foi a democracia, porque a humilhação do contrato que está emergindo do sul na Nord, entretanto, a teoria da democracia contínua sendo produzida no Norte. O segundo tema foi a produção do nipo capitalista, as formas de economia solidária, de economia social, de economia popular, que são tão importantes hoje no Sul. O terceiro tema, que me veio a ver, é tornar um confronto entre o Norte e o Sul, é o multiculturalismo; a diversidade cultural, a cidadania cultural, os direitos indígenas etc. E o quarto é a questão dos conhecimentos vivais, ou seja, a capacidade do Norte em negar a validade ou mesmo a existência de conhecimentos alternativos ao conhecimento científico – conhecimentos populares, indígenas, campos de... para transformar o conhecimento contínuo. Nos estamos muito na biodiversidade, e surge, então, a necessidade de repensar a estrutura. Finalmente, outro tema de confronto é, a meu ver, o do novo internacionalismo operário, o término do ágora (o que foi do internacional tanto e do capital, no movimento operário), estão enfrentando muitas iniciativas Sul/Sul do lado... 24 - Renovar a teoria crítica e reinventar a emancipação social\nlições pelas redes de comunicação social, e por isso têm permanecido invisíveis, \"descredenciais\". A meu ver, o primeiro desejo é enfrentar esse desafio de experiências sociais que não se veem em pontos seguros que nos dão uma nova alternativa, quando a realidade das novas alternativas é aquele que lutando por coisas novas, e eles nem mesmo quem alternativas sejam. Então devemos enfrentar esse problema.\n\nUm aspecto importante desse trabalho com os estudantes pesquisadores foi durante muito tempo as ciências sociais realmente insistem – ainda hoje – em uma discussão que não parecia absolutamente central, a discussão entre estrutura e ação. Qual é a importância disso? Temos nos preocupado muito em uma preocupação exclusiva com as condições objetivas não conduziu a uma armadilha: desconsideramos a vontade de transformação social. As condições objetivas são poderosas, como podemos transformar a sociedade?\n\nEstamos diante de um grande problema como institucional, e isso é um desafio. Para outras culturas a mediação é vital. Provavelmente os valores se lembram de fins de dia na Índia em comum, com uma concentração do gênero, ou seja, o pessoal negam poder, por meio de uma intensificação econômico da voz que, destruí noude de maneira como a mão. Ou seja: não as condições objetivas e a vontade de forte. Em nossa cultura, ao contrário, não temos possibilidades disso; nossa vontade nesta relação com os objetivos, ou seja não parecia me olhar complementos externos e como ele é que as ciências sociais têm tirado de fora; a distinção entre ação reflexiva e como isso. Essa mesma interseção nos redesbloqueia de como estamos estrutural e ação a vida toda.\n\nEsse também é um desafio que me levou a observar o aspecto epistemológico de que lhes quero falar hoje. Depois dade. Nossa racionalidade se baseia na ideia da transformação do real, mas não na compreensão do real. E este é nosso problema: a transformação sem radical como vai levando a situações de desastre. Um grande filósofo alemão, Franz Wieacker, diz-lhe: a questão é quem qual pertence à esquerda não pode se perguntar sobre o fundamento de suas perguntas sociais. Então, a razão instrumental nem essa única ideia das condições a tais hierarquias, por isso não é possível pensar por totalidades: não posso pensar o sem o norte; a lei. Ou seja, não posso pensar as minhas sinestesias e não critérios existenciais, meu modo de ser; transformar os objetos enquanto um dos objetos presentes. Nossa sociologia deve preparar para isso, nós assemblais trabalhando constantes intervenções e a herança do positivismo. (Bento, sos São ou). Assim, A quarta monocultura de produção de ausência é a monocultura da escala dominante. A racionalidade meto- que a saber científico possa dialogar como o saber letrão, como o saber popular, como o saber dos indígenas e das populações urbanas marginais, com os camponeses. Isso não significa que tudo vale ou mesmo. Discute-se no tempo. Somos parte de saberes que abstraem os conhecimentos, mas subordinados, do saber, do princípio, \"a ciência é a única, não há outros saberes\". Vamos iniciar, nesta ecologia, afirmando que o importante não é que vem o conhecimento represento real, mas como, aqui, a intervenção no real. Estamos tentando uma consciência pragmática do saber. Por quê? Porque é importante saber que o tipo de saber não é o saber puro. Não há dúvida de que para levar o homem a mulher à luz a conhecimento bom que o cientifico; o problema é que também saber, como preservar a biodiversidade, a ideia serve ciência moderna. Em comunidades de África, o tempo dos antapasados é fundamental. Vi a experiência com as autoridades tradicionais na África: as estórias em uma reunião, os antapasados fazendo parte desse tema, não estão \"antes\", estão presentes. E isso também me fez pensar as cotinas, na Colômbia no Brasil. É tudo conceito de tempo, porque os que estão \"antes\" estão conosco, e uma concepção muito mais rica. Devemos essa ecologia de temporalidades para ampliar a contemporaneidade, porque o que fizemos com a relação ao lado mencionada foi pensar que encontros simultâneos não são contemporâneos. O campo africano do latino-americano pode se encontrar com o executivo do Banco Mundial: é um encontro simultâneo, mas não contemporâneo, porque o campo latino-americano é o avante. O importante, então, é reconhecer que campos é à sua maneira, tá contemporâneo como o executivo; eliminar o conceito de residualidade. Para isso é preciso deixar de forma da solidificação de sua primordialidade linear, quero reiterar tudo a temporalidade linear, estou afastando todas as outras coisas que tem um lado distendido da minha. Quando suba o comando Marcos diz \"podemos fazer claros durante muitos anos\", para nós é incompreensível. Também posso ter isso: contar histórias maravilhosas de diferentes tipos de temporalidade que mostram como é realmente necessário ter essa ecologia. Em um projeto que nós estávamos trabalhando na Colômbia, havia uma luta muito intensa pela exploração do petróleo em suas terras, por uma razão muito simples: o petróleo é sangue da terra, e o sangue da terra é seu próprio sangue; sem sangue não se vive. No século XVII, quando os espanhóis tentaram colonizar esta região, as famílias dos ñaws realmene se mataram; pulavam do penacho no lago, foi como se um grupo de famílias para manter a tradição. Essa era uma imensa muito grande, e em certo momento no distrito de Meio Ambiente de Colômbia decidiu levar essas idiossincrasias, e também as católicas; como de helicóptero que não aceitavam a exploração do petróleo dentro que eram territórios sagrados. No ministério falou, o que tais falavam, se era por que não queriam falar com ele. Aí eu disse: \"No reuno, o problema é de quem temos de consultar aos antapasados\". O ministério perguntou tempo levando isso, e tratei respondendo: \"Veja, depende da lei, mas isso é uma sustentabilidade\". E quem conheceu que etnologia se usou é o verde, como eu rema para essa rama, era o que pensavam. O ministério disse que não podia ficar à noite, o helicóptero tinha outros linkas luxuosos, e já havia produtos para outros lugares. Foi embora e os gatos continuaram sem falar. E ele, da seguinte maneira como Bogotá: dos tais não queriam falar com o ministério. Queria falar assim, em seu tempo... Entenda a ecologia da temporalidades é, é a me, é irresponsável. A tecera é a ecologia do reconhecimento. O procedimento que eu propõe é de desconstruir nossas necessidades para poder produzir algo distinto, em uma dinâmica, sobre o que é produto da hierarquia eu igualdade. Somente deve - como várias formas de dias - saber: melhor no mais distantes dos que diferentes são temporais para esse reconhecimento. As diferenças que permanecerem depois de eliminarmos as hierarquias são as que valem. Mais adiante vamos falar do princípio de igualdade e do princípio da diferença.