·
Cursos Gerais ·
Metodologia da Pesquisa
Send your question to AI and receive an answer instantly
Recommended for you
4
Referencial Teorico - Guia Completo para Elaboracao
Metodologia da Pesquisa
UMG
2
Resumo e Analise de Artigos Cientificos RSL - Guia Completo
Metodologia da Pesquisa
UMG
1
Analise Completa de Artigo Cientifico - Problemas Objetivos Metodologia Resultados
Metodologia da Pesquisa
UMG
5
Modelo Pre-Projeto de Pesquisa Academica - Guia SEO
Metodologia da Pesquisa
UMG
1
Analise de Palavras-chave de Artigo Cientifico Forum IV
Metodologia da Pesquisa
UMG
159
Responde o Questionário em Anexo respostas Curtas
Metodologia da Pesquisa
UMG
1
Entrevista sobre a Experiencia na Telegrafia Militar - PMSC
Metodologia da Pesquisa
UMG
16
Turismo e Covid-19: Algumas Reflexões
Metodologia da Pesquisa
UMG
2
Capítulo 1: Introdução e Objetivos do Trabalho
Metodologia da Pesquisa
UMG
7
Cartilha sobre Preconceito
Metodologia da Pesquisa
UMG
Preview text
Capítulo 6 Pescadores e Anzóis Capítulo 7 A Aposta Capítulo 8 A Construção dos Fatos Capítulo 9 A Imaginação Capítulo 10 As Credenciais da Ciência Capítulo 11 Verdade e Bondade Rubem Alves Filosofia da Ciência 6 Alves Rubem Filosofia da ciência introdução ao jogo e suas regras São Paulo Brasiliense 1981 O capítulo 6 denominado de Pescadores e anzóis da obra de Rubem Alves aborda de maneira metafórica e poética a natureza do trabalho científico comparandoo com as atividades de caçadores pescadores e detetives O autor destaca a importância do conhecimento teórico na prática científica fazendo analogias entre as teorias e as redes usadas por pescadores para capturar peixes Ele argumenta que as teorias científicas são construídas com palavras e servem como ferramentas para compreender e prever os padrões de comportamento dos objetos de estudo Segundo Costa 2017 o conhecimento científico é muito importante no âmbito acadêmico principalmente pelo fato de que no Brasil essa produção ocorre em suma na universidadefaculdade consequentemente novos cientistas são formados a cada ano e eles podem contribuir para essa formação e atualização do saber Alves utiliza exemplos históricos e conceituais para ilustrar sua ideia como a escolha da matemática como linguagem da natureza por Galileu e as teorias psicológicas de Freud sobre os fenômenos mentais Ele também discute a importância de adaptar as teorias e métodos de acordo com o objeto de estudo destacando a necessidade de flexibilidade e criatividade na prática científica Ao longo do texto o autor enfatiza que as teorias científicas não são neutras e incluem préjulgamentos sobre o que é considerado relevante ou insignificante Ele exemplifica isso com o caso do éter na física do século XIX e a abordagem da psicologia tradicional em relação aos fenômenos mentais Alves argumenta que as teorias científicas devem ser constantemente revisadas e adaptadas à luz das novas evidências e descobertas E se tratando especificamente de evidências algo que está muito em pauta atualmente é justamente a prática baseada em evidências que vai de encontro a diferentes áreas do conhecimento e basicamente o seu fundamento é utilizar criteriosamente as melhores evidências confiáveis e fidedignas disponíveis para que independentemente do serviço prestado seja de qualidade e bem embasado Pereira 2021 Alves também discute a diferença entre a previsibilidade encontrada nas ciências da natureza e a complexidade das ciências humanas Ele destaca que a precisão das ciências está diretamente relacionada à rotina e à regularidade dos objetos de estudo Enquanto na física e na química os objetos são uniformes e previsíveis no mundo humano há uma multiplicidade de variações e imprevisibilidades O autor compara a vida humana com um balé onde é impossível prever o próximo passo Ele argumenta que enquanto as ciências da natureza buscam regularidades e leis universais as ciências humanas lidam com a complexidade das interações sociais e individuais onde cada pessoa é única e imprevisível Viktor Emil Frankl também ressalta bastante esse conceito de que cada ser humano é irrepetível e único e em sua singularidade é válido reconhecer a complexidade da jornada pessoal de cada sujeito Gomes Paula 2022 Alves também discute a diferença entre tipos e indivíduos destacando que as ciências lidam com regularidades e comportamentos comuns a grupos de pessoas enquanto os indivíduos são marcados por suas diferenças e particularidades Ele enfatiza que apesar das variações individuais os cientistas buscam identificar padrões comportamentais em determinadas classes ou tipos de entidades o que permite a construção de teorias e a realização de experimentos Alves explora a relação entre conhecimento e controle destacando o potencial político da ciência e sua capacidade de criar ordem a partir da identificação de padrões e regularidades Ele começa com uma analogia entre a história de Branca de Neve e a detecção de eventos anormais que quebram padrões estabelecidos de organização destacando que a desordem só é reconhecida em oposição à ordem préestabelecida Discutindo também o papel da teoria na ciência argumentando que o jogo científico só é possível quando os cientistas têm uma ideia clara da ordem esperada da realidade Ele exemplifica isso com o experimento de Michelson e Morley que contradiz a hipótese do éter mostrando que a interpretação dos resultados experimentais depende da teoria subjacente Comparando os métodos científicos aos anzóis de um pescador destacando que os métodos são escolhidos de antemão para capturar os resultados desejados da pesquisa Ele adverte contra a mistificação do método científico argumentando que os resultados das pesquisas muitas vezes confirmam as hipóteses de trabalho devido à seleção dos métodos utilizados Por fim Alves cita Michael Polanyi e Alvin Gouldner para enfatizar que as premissas da ciência determinam os métodos de pesquisa e que a metodologia científica está carregada de pressuposições que podem refletir ideologias subjacentes Essa reflexão sobre a metodologia da ciência destaca a importância de compreender as bases teóricas e ideológicas que sustentam a prática científica O capítulo 7 denominado de A aposta oferece uma análise instigante sobre a natureza do conhecimento científico e os métodos de investigação que o sustentam Ele destaca a importância de reconhecer que os dados só adquirem significado dentro do contexto de uma teoria desafiando a ideia de que as teorias são construídas a partir dos dados Essa perspectiva subverte uma visão simplista da prática científica e destaca a necessidade de fazer perguntas antes de obter respostas ressaltando um elemento a priori inevitável em toda pesquisa científica Alves aborda o método indutivo destacando sua capacidade de construir o discurso científico a partir de observações e experiências O que seria interessante de ressaltar é que o método indutivo foi criado na idade média e surgiu por meio de Galileu Galilei e este método implica que por meio de indução experimental o pesquisador pode derivar uma lei geral Diniz Silva 2018 Tal feito é alcançado pela observação de casos particulares relacionados ao objeto em estudo Ele fornece exemplos simples de raciocínio indutivo ilustrando como a indução permite a passagem do visível para o invisível do conhecido para o desconhecido No entanto ele contrasta esse método com a dedução ressaltando as diferenças fundamentais entre eles Ele também argumenta que o pensamento lógicomatemático é fundamentalmente dedutivodemonstrativo baseado em relações de ideias como na lógica e na matemática onde a demonstração busca garantir o rigor do caminho do pensamento Alves enfatiza que a dedução não amplia o conhecimento da natureza mas apenas assegura a consistência interna das ideias Por outro lado o autor contrasta o pensamento indutivo que se baseia em fatos e na observação da realidade buscando estabelecer relações causais entre eventos Ele ilustra essa diferença com exemplos como a impossibilidade de deduzir logicamente que o Sol nascerá amanhã enquanto o teorema de Pitágoras permanecerá válido mesmo que eventos imprevisíveis ocorram Alves também critica os preconceitos e pontos de partida errados que podem distorcer o pensamento científico destacando a importância de eliminar esses ídolos para uma investigação objetiva Ele lista uma série de afirmações preconceituosas para exemplificar esse ponto e destaca que até mesmo a comunidade científica pode estar sujeita a inquisição sob diferentes formas Além disso o autor discute as reflexões de David Hume sobre a indução destacando a necessidade de experiência para conhecer as matérias de fato e estabelecer relações causais Ele questiona a validade da indução como método de inferência universal e necessária argumentando que a mente pode trapacear ao fazer afirmações sobre o futuro com base no passado Rubem Alves prossegue sua reflexão explorando ainda mais as implicações da transição do passado para o futuro no contexto das teorias científicas Ele argumenta que contrariamente ao ideal de um discurso puramente factual é o hábito e a crença que influenciam a maneira como conectamos os fatos para formar teorias Esse processo de transição do passado para o futuro segundo Hume é essencialmente baseado no hábito levandonos a acreditar que o futuro será análogo ao passado devido à repetição de eventos semelhantes Essa fé na continuidade do universo é fundamental para a elaboração de teorias científicas que aspiram abranger não apenas o passado mas também o futuro e não são meramente derivadas da lógica ou da observação Alves enfatiza que as teorias são construídas sobre a crença na ordem e organização do universo uma exigência que surge da fé sentimentos e hábitos humanos Ao saltar do particular para o geral da observação limitada para afirmações que abrangem todo o universo e toda a história os cientistas fazem uso de uma espécie de fé esperança e confiança na continuidade da realidade Essa abordagem embora não baseada apenas em fatos permite ao cientista levantar voo para explorar e compreender o mundo Alves observa que essa ideia pode ser perturbadora lembrando que filósofos buscaram substituir essa abordagem por alternativas mais respeitáveis como a probabilidade No entanto ele destaca que o método científico pressupõe a imutabilidade dos processos naturais ou o princípio da uniformidade da natureza uma crença fundamental que precede a própria prática científica Zilles 2005 afirma A fé também não deve fugir das objeções da razão científica mas deve estar disposta a argumentar não diferindo do que o autor da obra em questão que destaca a interconexão entre crença e compreensão a fé desempenha um papel importante não apenas na religião mas também na construção do conhecimento científico O capítulo 8 tem por título A construção dos fatos o autor ao descrever os estímulos como causas e as respostas como efeitos destaca a importância prática do conhecimento dessas relações na manipulação do comportamento Ele ressalta como o conhecimento das causas do comportamento confere poder àqueles que o detêm permitindolhes influenciar e controlar o comportamento dos outros Essa análise sugere que a compreensão das relações causais não é apenas uma questão teórica mas tem implicações significativas na prática desde a educação até a publicidade e a política No entanto Alves também levanta preocupações sobre a abordagem comportamentalista especialmente em relação à sua ênfase exclusiva nas causas e efeitos observáveis Ele questiona se essa abordagem ao se concentrar apenas nos aspectos externos e mensuráveis do comportamento negligencia aspectos importantes da experiência subjetiva humana como pensamentos emoções e motivações Ao citar o positivismo ele destaca como essa abordagem filosófica busca restringir o conhecimento à observação empírica e aos fatos verificáveis relegando a imaginação e a especulação ao segundo plano No entanto ele sugere que essa visão pode ser limitadora pois desconsidera a riqueza da experiência humana que não pode ser reduzida a simples observações e fatos A história dos ratos e do cientista ilustra essa dicotomia entre a interpretação científica e a experiência subjetiva Enquanto os ratos e o cientista concordam com a sequência de eventos apertar a alavanca e cair um pedaço de comida suas interpretações da relação causal diferem Essa discrepância ressalta como a mesma sequência de eventos pode ser interpretada de maneiras distintas dependendo do contexto e das perspectivas envolvidas Rubem Alves faz uma série de reflexões instigantes sobre a natureza dos fatos e sua relação com a interpretação na ciência Ele começa questionando a ideia de que os fatos são suficientes para explicar por si só uma situação sugerindo que a interpretação é essencial para compreender plenamente o que ocorre Para ele os fatos são apenas a matériaprima da ciência e é a interpretação que dá significado a esses fatos Ele destaca como os fatos por si só podem ser insuficientes para explicar uma situação complexa como um crimeO autor ilustra isso com o exemplo de um júri julgando um assassinato embora os fatos do crime possam ser claros entender por que o crime ocorreu requer uma interpretação mais profunda das circunstâncias e motivações envolvidas Além disso Alves argumenta que a ciência avança não apenas pela acumulação de fatos mas pela construção de teorias e modelos explicativos Ele observa como Kepler por exemplo não descobriu suas famosas leis observando simplesmente os movimentos dos planetas mas sim desenvolvendo uma teoria que os explicasse Da mesma forma Semmelweis descobriu uma relação causal importante mas sua compreensão da causa foi limitada pela falta de uma teoria adequada Ao discutir a relação entre fatos e teorias Alves sugere que os fatos não são simplesmente dados objetivos mas são moldados pela linguagem e pelas teorias que usamos para descrevêlos Ele argumenta que a linguagem e as teorias que usamos para descrever o mundo influenciam nossa percepção e compreensão dos fatos sugerindo que os fatos não existem independentemente da interpretação humana As reflexões de Nietzsche sobre o método de pensamento de Tales de Mileto são profundas e desafiam a ideia tradicional de que o caminho para o conhecimento deve ser cuidadosamente construído a partir de fundamentos sólidos como defendido pelo entendimento calculador Nietzsche contrasta esse método com o salto audacioso da imaginação que usa os fatos apenas como pontos de apoio temporários para avançar em direção ao desconhecido A metáfora do regato selvagem ilustra vividamente essa diferença enquanto o pensamento filosófico impulsionado pela fantasia salta de possibilidade em possibilidade o entendimento calculador se detém para construir fundamentos sólidos muitas vezes sem sucesso Nietzsche sugere que é a imaginação e não o raciocínio lógico que impulsiona o pensamento filosófico em direção ao seu objetivo É a capacidade de vislumbrar possibilidades e antecipar certezas que permite que o filósofo avance mesmo sem ter todos os fundamentos estabelecidos Essas reflexões nos convidam a questionar nossas próprias ideias sobre o método correto de pensamento Elas desafiam a noção de que a construção cuidadosa de fundamentos sólidos é sempre o caminho mais seguro para o conhecimento Em vez disso sugerem que a imaginação e a intuição desempenham um papel crucial na busca pelo entendimento O capítulo 9 A imaginação apresenta uma reflexão profunda sobre a natureza da atividade científica e os métodos pelos quais o conhecimento é gerado Ele questiona a concepção tradicional de que a ciência avança de maneira estritamente metódica e objetiva sugerindo que a criatividade desempenha um papel crucial na geração de novas ideias e teorias A citação de Gauss que afirma ter chegado a soluções sem compreender completamente o caminho seguido para alcançálas levanta a questão da existência de um método lógico para a geração de novas ideias Essa visão desafia a ideia de que a ciência avança exclusivamente por meio de um método científico rígido e predefinido O texto destaca que os cientistas frequentemente se veem incapazes de explicar completamente como as ideias surgem e que o processo criativo muitas vezes parece escapar à compreensão humana Isso sugere que há um elemento de imprevisibilidade e intuição envolvido na geração de novas teorias científicas Além dissoo autor critica a visão tradicional de que os cientistas pensam de maneira objetiva e desapaixonada sugerindo que a ciência é de fato influenciada por fatores pessoais como emoções e valores A concepção de que o cientista deve se desligar do senso comum e se tornar totalmente objetivo é questionada pois isso pode limitar a criatividade e a capacidade de inovação Alves também destaca a importância da imaginação na criação de teorias científicas destacando que teorias não surgem apenas da observação dos fatos mas também da capacidade humana de organizar e interpretar esses fatos de maneira significativa Ele menciona como a percepção e a compreensão são processos ativos nos quais organizamos dados soltos em totalidades significativas Além disso ressalta que teorias são ferramentas mentais que estendem nosso espaço e tempo cognitivos permitindonos compreender e prever eventos além do que podemos observar diretamente Ele sugere que a ciência não é um processo puramente objetivo e lógico mas sim influenciado por elementos emocionais e intuitivos como o amor intelectual pelo objeto de estudo Isso desafia a noção tradicional de objetividade na ciência e destaca a importância das emoções e da imaginação no processo científico Não é atoa que Vigotski reconhece e ressalta a importância das emoções no desenvolvimento humano é uma emoção fundamental no processo de aprendizagem Machado Facci Barroco 2011 Na ciência não seria diferente a emoção está inclusa nesse processo de pesquisa que também é um processo de aprendizagem E o autor nos leva a questionar a suposta neutralidade da ciência e a reconhecer o papel fundamental da criatividade e da emoção na busca pelo conhecimento O capítulo 10 As credenciais da ciência apresenta uma reflexão profunda sobre a natureza da ciência e sua relação com outras formas de discurso como a arte e a religião Ele destaca a busca incessante pela verdade como uma característica fundamental da ciência diferenciandoa de outras atividades humanas que podem não estar preocupadas com a veracidade de suas proposições Alves explora a ideia de que a ciência busca produzir conhecimento por meio de declarações sobre a realidade e que a marca distintiva do discurso científico é sua intenção de ser verdadeiro Ele argumenta que enquanto outras formas de discurso como a arte e a religião podem estar preocupadas com outros aspectos como expressão emocional ou criação de significado a ciência se concentra na busca pela verdade objetiva O autor também aborda o problema da demarcação ou seja a questão de como distinguir o discurso científico de outros tipos de discurso Ele sugere que a capacidade de testar proposições é fundamental para essa distinção Enquanto as declarações científicas podem ser metodicamente testadas para determinar sua veracidade outras formas de discurso podem não ser passíveis de teste ou podem ser confirmadas independentemente do resultado da experiência Alves reconhece que há enunciados que podem ser problemáticos para essa abordagem como aqueles que são sempre confirmados independentemente da experiência ou aqueles que não são passíveis de teste No entanto ele sugere que esses casos podem ser explorados mais a fundo para entender melhor os limites da ciência e os critérios de demarcação entre diferentes formas de discurso O texto aborda a natureza da ciência e o processo pelo qual o conhecimento científico é construído Ele destaca a importância de começar com teorias hipotéticas que são propostas com base em conjecturas e então testálas através de experimentos e observações Essas teorias só são consideradas sólidas após verificação de sua credibilidade e testabilidade Uma ênfase especial é dada à testabilidade das teorias científicas Karl Popper introduziu o conceito de falsificabilidade como critériochave para determinar se uma teoria é científica Segundo esse critério uma teoria deve ser formulada de tal forma que possa ser testada empiricamente e potencialmente refutada por evidência empírica De acordo com Popper a falseabilidade é uma característica distintiva das teorias científicas legítimas diferenciandoas de proposições não científicas ou pseudocientíficas que não podem ser testadas ou refutadas empiricamente Pires 2018 Os resultados dos testes não confirmam definitivamente a verdade de uma teoria mas podem indicar sua falsidade Os cientistas devem estar abertos a revisar e modificar suas teorias com base em novas evidências e os resultados que contradizem uma teoria estabelecida são partes importantes do processo científico pois podem levar a novas descobertas e entendimentos O texto também adverte contra o perigo das certezas dogmáticas enfatizando que os cientistas devem evitar a tendência de ter certezas absolutas Em vez disso a ciência é um processo contínuo de questionamento e revisão e os cientistas devem estar dispostos a desafiar suas próprias ideias preconcebidas O capítulo 11 Verdade e Bondade discute a aplicação do critério de falsificabilidade à própria ciência questionando se todas as declarações científicas são realmente passíveis de falsificação como proposto por Karl Popper O autor argumenta que algumas declarações fundamentais na ciência como os princípios da mecânica newtoniana e os critérios de organização dos cristais na cristalografia podem não ser facilmente falsificáveis Além disso ele levanta a questão das relações probabilísticas na ciência onde a falsificação não é tão direta quanto em experimentos determinísticos O texto apresenta uma crítica ao critério de falsificabilidade de Popper sugerindo que a ciência não se encaixa perfeitamente nesse modelo O autor destaca a importância de considerar o contexto histórico e sociológico da ciência conforme proposto por Thomas Kuhn que argumenta que as mudanças de paradigma na ciência ocorrem de maneira revolucionária e não necessariamente baseadas na falsificação direta de teorias A ciência normal ocorre dentro dos limites estabelecidos pelo paradigma dominante e os cientistas trabalham para articular os fenômenos e teorias de acordo com esse paradigma No entanto o autor aponta que apesar dos cuidados em manter a consistência com o paradigma surgem fatos inesperados que desafiam as teorias estabelecidas chamados de anomalias Quando confrontados com anomalias os cientistas têm diversas reações que incluem tentativas de explicar os resultados dentro do paradigma existente ignorar ou esconder as evidências que contradizem o paradigma ou buscar modificações ad hoc para salvar a teoria Isso demonstra que os cientistas muitas vezes estão mais interessados em preservar o paradigma do que em falsificálo O texto também aborda a influência do contexto social na prática científica destacando que a ciência é realizada dentro de instituições que moldam o comportamento e o pensamento dos cientistas Os cientistas são influenciados pelo ambiente social em que trabalham o que afeta suas percepções decisões e a forma como interpretam os dados Uma das principais contribuições do livro é a maneira como destaca a influência da cultura e das instituições na construção do conhecimento científico Alves argumenta que nossas percepções linguagem e métodos científicos são moldados pelas normas e valores da sociedade em que vivemos levantando questões sobre a objetividade da ciência e a necessidade de considerar suas implicações éticas e sociais Além disso o autor questiona a ideia de uma realidade objetiva única sugerindo que diferentes organismos percebem o mundo de maneiras distintas Isso levanta questões sobre a relatividade do conhecimento e a necessidade de uma abordagem mais pluralista e contextualizada da ciência Um aspecto particularmente interessante da obra é a ênfase na importância da bondade na prática científica Alves argumenta que a ciência deveria se preocupar mais com o impacto positivo na vida das pessoas do que com a busca puramente teórica pela verdade Isso ressalta a necessidade de uma abordagem ética e humanitária para a ciência destacando a importância de considerar suas implicações sociais e morais Em suma Filosofia da Ciência de Rubem Alves é uma leitura desafiadora e provocativa que levanta questões fundamentais sobre a natureza da ciência e seu papel na sociedade Ao questionar concepções tradicionais e destacar a influência de fatores sociais e éticos na prática científica a obra oferece uma contribuição valiosa para o debate contemporâneo sobre ciência e sociedade e de grande soma para estudantes que ainda estão nesse processo de produzir ciência Referências COSTA Antônio de Lisboa Lopes A importância do conhecimento científico para as instituições de ensino superior Rev Ciênc Plur p 12 2017 DINIZ Marco Túlio Mendonça DA SILVA Sandro Damião Ribeiro O Método Indutivo e a pesquisa em Geografia aplicação no mapeamento de unidades da PaisagemThe Inductive Method and research in Geography application in the mapping of Landscape units Caderno de Geografia v 28 n 54 p 731745 2018 GOMES Luiza Salussoglia DE PAULA Vitor Oliveira O CONTEXTO PÓSMODERNO E A LOGOTERAPIA1 2022 MACHADO Letícia Vier FACCI Marilda Gonçalves Dias BARROCO Sonia Mari Shima Teoria das emoções em Vigotski Psicologia em Estudo v 16 p 647657 2011 PEREIRA Rui Pedro Gomes Eficácia clínica e prática baseada em evidências avaliação de atitudes competências e práticas 2021 PIRES¹ Guilherme Nunes OS LIMITES DA FALSEABILIDADE COMO CRITÉRIO DE DEMAR CAÇÃO PARA CIENTIFICIDADE 2018 ZILLES Urbano Fé e razão na filosofia e na ciência Teocomunicação v 35 n 149 2005
Send your question to AI and receive an answer instantly
Recommended for you
4
Referencial Teorico - Guia Completo para Elaboracao
Metodologia da Pesquisa
UMG
2
Resumo e Analise de Artigos Cientificos RSL - Guia Completo
Metodologia da Pesquisa
UMG
1
Analise Completa de Artigo Cientifico - Problemas Objetivos Metodologia Resultados
Metodologia da Pesquisa
UMG
5
Modelo Pre-Projeto de Pesquisa Academica - Guia SEO
Metodologia da Pesquisa
UMG
1
Analise de Palavras-chave de Artigo Cientifico Forum IV
Metodologia da Pesquisa
UMG
159
Responde o Questionário em Anexo respostas Curtas
Metodologia da Pesquisa
UMG
1
Entrevista sobre a Experiencia na Telegrafia Militar - PMSC
Metodologia da Pesquisa
UMG
16
Turismo e Covid-19: Algumas Reflexões
Metodologia da Pesquisa
UMG
2
Capítulo 1: Introdução e Objetivos do Trabalho
Metodologia da Pesquisa
UMG
7
Cartilha sobre Preconceito
Metodologia da Pesquisa
UMG
Preview text
Capítulo 6 Pescadores e Anzóis Capítulo 7 A Aposta Capítulo 8 A Construção dos Fatos Capítulo 9 A Imaginação Capítulo 10 As Credenciais da Ciência Capítulo 11 Verdade e Bondade Rubem Alves Filosofia da Ciência 6 Alves Rubem Filosofia da ciência introdução ao jogo e suas regras São Paulo Brasiliense 1981 O capítulo 6 denominado de Pescadores e anzóis da obra de Rubem Alves aborda de maneira metafórica e poética a natureza do trabalho científico comparandoo com as atividades de caçadores pescadores e detetives O autor destaca a importância do conhecimento teórico na prática científica fazendo analogias entre as teorias e as redes usadas por pescadores para capturar peixes Ele argumenta que as teorias científicas são construídas com palavras e servem como ferramentas para compreender e prever os padrões de comportamento dos objetos de estudo Segundo Costa 2017 o conhecimento científico é muito importante no âmbito acadêmico principalmente pelo fato de que no Brasil essa produção ocorre em suma na universidadefaculdade consequentemente novos cientistas são formados a cada ano e eles podem contribuir para essa formação e atualização do saber Alves utiliza exemplos históricos e conceituais para ilustrar sua ideia como a escolha da matemática como linguagem da natureza por Galileu e as teorias psicológicas de Freud sobre os fenômenos mentais Ele também discute a importância de adaptar as teorias e métodos de acordo com o objeto de estudo destacando a necessidade de flexibilidade e criatividade na prática científica Ao longo do texto o autor enfatiza que as teorias científicas não são neutras e incluem préjulgamentos sobre o que é considerado relevante ou insignificante Ele exemplifica isso com o caso do éter na física do século XIX e a abordagem da psicologia tradicional em relação aos fenômenos mentais Alves argumenta que as teorias científicas devem ser constantemente revisadas e adaptadas à luz das novas evidências e descobertas E se tratando especificamente de evidências algo que está muito em pauta atualmente é justamente a prática baseada em evidências que vai de encontro a diferentes áreas do conhecimento e basicamente o seu fundamento é utilizar criteriosamente as melhores evidências confiáveis e fidedignas disponíveis para que independentemente do serviço prestado seja de qualidade e bem embasado Pereira 2021 Alves também discute a diferença entre a previsibilidade encontrada nas ciências da natureza e a complexidade das ciências humanas Ele destaca que a precisão das ciências está diretamente relacionada à rotina e à regularidade dos objetos de estudo Enquanto na física e na química os objetos são uniformes e previsíveis no mundo humano há uma multiplicidade de variações e imprevisibilidades O autor compara a vida humana com um balé onde é impossível prever o próximo passo Ele argumenta que enquanto as ciências da natureza buscam regularidades e leis universais as ciências humanas lidam com a complexidade das interações sociais e individuais onde cada pessoa é única e imprevisível Viktor Emil Frankl também ressalta bastante esse conceito de que cada ser humano é irrepetível e único e em sua singularidade é válido reconhecer a complexidade da jornada pessoal de cada sujeito Gomes Paula 2022 Alves também discute a diferença entre tipos e indivíduos destacando que as ciências lidam com regularidades e comportamentos comuns a grupos de pessoas enquanto os indivíduos são marcados por suas diferenças e particularidades Ele enfatiza que apesar das variações individuais os cientistas buscam identificar padrões comportamentais em determinadas classes ou tipos de entidades o que permite a construção de teorias e a realização de experimentos Alves explora a relação entre conhecimento e controle destacando o potencial político da ciência e sua capacidade de criar ordem a partir da identificação de padrões e regularidades Ele começa com uma analogia entre a história de Branca de Neve e a detecção de eventos anormais que quebram padrões estabelecidos de organização destacando que a desordem só é reconhecida em oposição à ordem préestabelecida Discutindo também o papel da teoria na ciência argumentando que o jogo científico só é possível quando os cientistas têm uma ideia clara da ordem esperada da realidade Ele exemplifica isso com o experimento de Michelson e Morley que contradiz a hipótese do éter mostrando que a interpretação dos resultados experimentais depende da teoria subjacente Comparando os métodos científicos aos anzóis de um pescador destacando que os métodos são escolhidos de antemão para capturar os resultados desejados da pesquisa Ele adverte contra a mistificação do método científico argumentando que os resultados das pesquisas muitas vezes confirmam as hipóteses de trabalho devido à seleção dos métodos utilizados Por fim Alves cita Michael Polanyi e Alvin Gouldner para enfatizar que as premissas da ciência determinam os métodos de pesquisa e que a metodologia científica está carregada de pressuposições que podem refletir ideologias subjacentes Essa reflexão sobre a metodologia da ciência destaca a importância de compreender as bases teóricas e ideológicas que sustentam a prática científica O capítulo 7 denominado de A aposta oferece uma análise instigante sobre a natureza do conhecimento científico e os métodos de investigação que o sustentam Ele destaca a importância de reconhecer que os dados só adquirem significado dentro do contexto de uma teoria desafiando a ideia de que as teorias são construídas a partir dos dados Essa perspectiva subverte uma visão simplista da prática científica e destaca a necessidade de fazer perguntas antes de obter respostas ressaltando um elemento a priori inevitável em toda pesquisa científica Alves aborda o método indutivo destacando sua capacidade de construir o discurso científico a partir de observações e experiências O que seria interessante de ressaltar é que o método indutivo foi criado na idade média e surgiu por meio de Galileu Galilei e este método implica que por meio de indução experimental o pesquisador pode derivar uma lei geral Diniz Silva 2018 Tal feito é alcançado pela observação de casos particulares relacionados ao objeto em estudo Ele fornece exemplos simples de raciocínio indutivo ilustrando como a indução permite a passagem do visível para o invisível do conhecido para o desconhecido No entanto ele contrasta esse método com a dedução ressaltando as diferenças fundamentais entre eles Ele também argumenta que o pensamento lógicomatemático é fundamentalmente dedutivodemonstrativo baseado em relações de ideias como na lógica e na matemática onde a demonstração busca garantir o rigor do caminho do pensamento Alves enfatiza que a dedução não amplia o conhecimento da natureza mas apenas assegura a consistência interna das ideias Por outro lado o autor contrasta o pensamento indutivo que se baseia em fatos e na observação da realidade buscando estabelecer relações causais entre eventos Ele ilustra essa diferença com exemplos como a impossibilidade de deduzir logicamente que o Sol nascerá amanhã enquanto o teorema de Pitágoras permanecerá válido mesmo que eventos imprevisíveis ocorram Alves também critica os preconceitos e pontos de partida errados que podem distorcer o pensamento científico destacando a importância de eliminar esses ídolos para uma investigação objetiva Ele lista uma série de afirmações preconceituosas para exemplificar esse ponto e destaca que até mesmo a comunidade científica pode estar sujeita a inquisição sob diferentes formas Além disso o autor discute as reflexões de David Hume sobre a indução destacando a necessidade de experiência para conhecer as matérias de fato e estabelecer relações causais Ele questiona a validade da indução como método de inferência universal e necessária argumentando que a mente pode trapacear ao fazer afirmações sobre o futuro com base no passado Rubem Alves prossegue sua reflexão explorando ainda mais as implicações da transição do passado para o futuro no contexto das teorias científicas Ele argumenta que contrariamente ao ideal de um discurso puramente factual é o hábito e a crença que influenciam a maneira como conectamos os fatos para formar teorias Esse processo de transição do passado para o futuro segundo Hume é essencialmente baseado no hábito levandonos a acreditar que o futuro será análogo ao passado devido à repetição de eventos semelhantes Essa fé na continuidade do universo é fundamental para a elaboração de teorias científicas que aspiram abranger não apenas o passado mas também o futuro e não são meramente derivadas da lógica ou da observação Alves enfatiza que as teorias são construídas sobre a crença na ordem e organização do universo uma exigência que surge da fé sentimentos e hábitos humanos Ao saltar do particular para o geral da observação limitada para afirmações que abrangem todo o universo e toda a história os cientistas fazem uso de uma espécie de fé esperança e confiança na continuidade da realidade Essa abordagem embora não baseada apenas em fatos permite ao cientista levantar voo para explorar e compreender o mundo Alves observa que essa ideia pode ser perturbadora lembrando que filósofos buscaram substituir essa abordagem por alternativas mais respeitáveis como a probabilidade No entanto ele destaca que o método científico pressupõe a imutabilidade dos processos naturais ou o princípio da uniformidade da natureza uma crença fundamental que precede a própria prática científica Zilles 2005 afirma A fé também não deve fugir das objeções da razão científica mas deve estar disposta a argumentar não diferindo do que o autor da obra em questão que destaca a interconexão entre crença e compreensão a fé desempenha um papel importante não apenas na religião mas também na construção do conhecimento científico O capítulo 8 tem por título A construção dos fatos o autor ao descrever os estímulos como causas e as respostas como efeitos destaca a importância prática do conhecimento dessas relações na manipulação do comportamento Ele ressalta como o conhecimento das causas do comportamento confere poder àqueles que o detêm permitindolhes influenciar e controlar o comportamento dos outros Essa análise sugere que a compreensão das relações causais não é apenas uma questão teórica mas tem implicações significativas na prática desde a educação até a publicidade e a política No entanto Alves também levanta preocupações sobre a abordagem comportamentalista especialmente em relação à sua ênfase exclusiva nas causas e efeitos observáveis Ele questiona se essa abordagem ao se concentrar apenas nos aspectos externos e mensuráveis do comportamento negligencia aspectos importantes da experiência subjetiva humana como pensamentos emoções e motivações Ao citar o positivismo ele destaca como essa abordagem filosófica busca restringir o conhecimento à observação empírica e aos fatos verificáveis relegando a imaginação e a especulação ao segundo plano No entanto ele sugere que essa visão pode ser limitadora pois desconsidera a riqueza da experiência humana que não pode ser reduzida a simples observações e fatos A história dos ratos e do cientista ilustra essa dicotomia entre a interpretação científica e a experiência subjetiva Enquanto os ratos e o cientista concordam com a sequência de eventos apertar a alavanca e cair um pedaço de comida suas interpretações da relação causal diferem Essa discrepância ressalta como a mesma sequência de eventos pode ser interpretada de maneiras distintas dependendo do contexto e das perspectivas envolvidas Rubem Alves faz uma série de reflexões instigantes sobre a natureza dos fatos e sua relação com a interpretação na ciência Ele começa questionando a ideia de que os fatos são suficientes para explicar por si só uma situação sugerindo que a interpretação é essencial para compreender plenamente o que ocorre Para ele os fatos são apenas a matériaprima da ciência e é a interpretação que dá significado a esses fatos Ele destaca como os fatos por si só podem ser insuficientes para explicar uma situação complexa como um crimeO autor ilustra isso com o exemplo de um júri julgando um assassinato embora os fatos do crime possam ser claros entender por que o crime ocorreu requer uma interpretação mais profunda das circunstâncias e motivações envolvidas Além disso Alves argumenta que a ciência avança não apenas pela acumulação de fatos mas pela construção de teorias e modelos explicativos Ele observa como Kepler por exemplo não descobriu suas famosas leis observando simplesmente os movimentos dos planetas mas sim desenvolvendo uma teoria que os explicasse Da mesma forma Semmelweis descobriu uma relação causal importante mas sua compreensão da causa foi limitada pela falta de uma teoria adequada Ao discutir a relação entre fatos e teorias Alves sugere que os fatos não são simplesmente dados objetivos mas são moldados pela linguagem e pelas teorias que usamos para descrevêlos Ele argumenta que a linguagem e as teorias que usamos para descrever o mundo influenciam nossa percepção e compreensão dos fatos sugerindo que os fatos não existem independentemente da interpretação humana As reflexões de Nietzsche sobre o método de pensamento de Tales de Mileto são profundas e desafiam a ideia tradicional de que o caminho para o conhecimento deve ser cuidadosamente construído a partir de fundamentos sólidos como defendido pelo entendimento calculador Nietzsche contrasta esse método com o salto audacioso da imaginação que usa os fatos apenas como pontos de apoio temporários para avançar em direção ao desconhecido A metáfora do regato selvagem ilustra vividamente essa diferença enquanto o pensamento filosófico impulsionado pela fantasia salta de possibilidade em possibilidade o entendimento calculador se detém para construir fundamentos sólidos muitas vezes sem sucesso Nietzsche sugere que é a imaginação e não o raciocínio lógico que impulsiona o pensamento filosófico em direção ao seu objetivo É a capacidade de vislumbrar possibilidades e antecipar certezas que permite que o filósofo avance mesmo sem ter todos os fundamentos estabelecidos Essas reflexões nos convidam a questionar nossas próprias ideias sobre o método correto de pensamento Elas desafiam a noção de que a construção cuidadosa de fundamentos sólidos é sempre o caminho mais seguro para o conhecimento Em vez disso sugerem que a imaginação e a intuição desempenham um papel crucial na busca pelo entendimento O capítulo 9 A imaginação apresenta uma reflexão profunda sobre a natureza da atividade científica e os métodos pelos quais o conhecimento é gerado Ele questiona a concepção tradicional de que a ciência avança de maneira estritamente metódica e objetiva sugerindo que a criatividade desempenha um papel crucial na geração de novas ideias e teorias A citação de Gauss que afirma ter chegado a soluções sem compreender completamente o caminho seguido para alcançálas levanta a questão da existência de um método lógico para a geração de novas ideias Essa visão desafia a ideia de que a ciência avança exclusivamente por meio de um método científico rígido e predefinido O texto destaca que os cientistas frequentemente se veem incapazes de explicar completamente como as ideias surgem e que o processo criativo muitas vezes parece escapar à compreensão humana Isso sugere que há um elemento de imprevisibilidade e intuição envolvido na geração de novas teorias científicas Além dissoo autor critica a visão tradicional de que os cientistas pensam de maneira objetiva e desapaixonada sugerindo que a ciência é de fato influenciada por fatores pessoais como emoções e valores A concepção de que o cientista deve se desligar do senso comum e se tornar totalmente objetivo é questionada pois isso pode limitar a criatividade e a capacidade de inovação Alves também destaca a importância da imaginação na criação de teorias científicas destacando que teorias não surgem apenas da observação dos fatos mas também da capacidade humana de organizar e interpretar esses fatos de maneira significativa Ele menciona como a percepção e a compreensão são processos ativos nos quais organizamos dados soltos em totalidades significativas Além disso ressalta que teorias são ferramentas mentais que estendem nosso espaço e tempo cognitivos permitindonos compreender e prever eventos além do que podemos observar diretamente Ele sugere que a ciência não é um processo puramente objetivo e lógico mas sim influenciado por elementos emocionais e intuitivos como o amor intelectual pelo objeto de estudo Isso desafia a noção tradicional de objetividade na ciência e destaca a importância das emoções e da imaginação no processo científico Não é atoa que Vigotski reconhece e ressalta a importância das emoções no desenvolvimento humano é uma emoção fundamental no processo de aprendizagem Machado Facci Barroco 2011 Na ciência não seria diferente a emoção está inclusa nesse processo de pesquisa que também é um processo de aprendizagem E o autor nos leva a questionar a suposta neutralidade da ciência e a reconhecer o papel fundamental da criatividade e da emoção na busca pelo conhecimento O capítulo 10 As credenciais da ciência apresenta uma reflexão profunda sobre a natureza da ciência e sua relação com outras formas de discurso como a arte e a religião Ele destaca a busca incessante pela verdade como uma característica fundamental da ciência diferenciandoa de outras atividades humanas que podem não estar preocupadas com a veracidade de suas proposições Alves explora a ideia de que a ciência busca produzir conhecimento por meio de declarações sobre a realidade e que a marca distintiva do discurso científico é sua intenção de ser verdadeiro Ele argumenta que enquanto outras formas de discurso como a arte e a religião podem estar preocupadas com outros aspectos como expressão emocional ou criação de significado a ciência se concentra na busca pela verdade objetiva O autor também aborda o problema da demarcação ou seja a questão de como distinguir o discurso científico de outros tipos de discurso Ele sugere que a capacidade de testar proposições é fundamental para essa distinção Enquanto as declarações científicas podem ser metodicamente testadas para determinar sua veracidade outras formas de discurso podem não ser passíveis de teste ou podem ser confirmadas independentemente do resultado da experiência Alves reconhece que há enunciados que podem ser problemáticos para essa abordagem como aqueles que são sempre confirmados independentemente da experiência ou aqueles que não são passíveis de teste No entanto ele sugere que esses casos podem ser explorados mais a fundo para entender melhor os limites da ciência e os critérios de demarcação entre diferentes formas de discurso O texto aborda a natureza da ciência e o processo pelo qual o conhecimento científico é construído Ele destaca a importância de começar com teorias hipotéticas que são propostas com base em conjecturas e então testálas através de experimentos e observações Essas teorias só são consideradas sólidas após verificação de sua credibilidade e testabilidade Uma ênfase especial é dada à testabilidade das teorias científicas Karl Popper introduziu o conceito de falsificabilidade como critériochave para determinar se uma teoria é científica Segundo esse critério uma teoria deve ser formulada de tal forma que possa ser testada empiricamente e potencialmente refutada por evidência empírica De acordo com Popper a falseabilidade é uma característica distintiva das teorias científicas legítimas diferenciandoas de proposições não científicas ou pseudocientíficas que não podem ser testadas ou refutadas empiricamente Pires 2018 Os resultados dos testes não confirmam definitivamente a verdade de uma teoria mas podem indicar sua falsidade Os cientistas devem estar abertos a revisar e modificar suas teorias com base em novas evidências e os resultados que contradizem uma teoria estabelecida são partes importantes do processo científico pois podem levar a novas descobertas e entendimentos O texto também adverte contra o perigo das certezas dogmáticas enfatizando que os cientistas devem evitar a tendência de ter certezas absolutas Em vez disso a ciência é um processo contínuo de questionamento e revisão e os cientistas devem estar dispostos a desafiar suas próprias ideias preconcebidas O capítulo 11 Verdade e Bondade discute a aplicação do critério de falsificabilidade à própria ciência questionando se todas as declarações científicas são realmente passíveis de falsificação como proposto por Karl Popper O autor argumenta que algumas declarações fundamentais na ciência como os princípios da mecânica newtoniana e os critérios de organização dos cristais na cristalografia podem não ser facilmente falsificáveis Além disso ele levanta a questão das relações probabilísticas na ciência onde a falsificação não é tão direta quanto em experimentos determinísticos O texto apresenta uma crítica ao critério de falsificabilidade de Popper sugerindo que a ciência não se encaixa perfeitamente nesse modelo O autor destaca a importância de considerar o contexto histórico e sociológico da ciência conforme proposto por Thomas Kuhn que argumenta que as mudanças de paradigma na ciência ocorrem de maneira revolucionária e não necessariamente baseadas na falsificação direta de teorias A ciência normal ocorre dentro dos limites estabelecidos pelo paradigma dominante e os cientistas trabalham para articular os fenômenos e teorias de acordo com esse paradigma No entanto o autor aponta que apesar dos cuidados em manter a consistência com o paradigma surgem fatos inesperados que desafiam as teorias estabelecidas chamados de anomalias Quando confrontados com anomalias os cientistas têm diversas reações que incluem tentativas de explicar os resultados dentro do paradigma existente ignorar ou esconder as evidências que contradizem o paradigma ou buscar modificações ad hoc para salvar a teoria Isso demonstra que os cientistas muitas vezes estão mais interessados em preservar o paradigma do que em falsificálo O texto também aborda a influência do contexto social na prática científica destacando que a ciência é realizada dentro de instituições que moldam o comportamento e o pensamento dos cientistas Os cientistas são influenciados pelo ambiente social em que trabalham o que afeta suas percepções decisões e a forma como interpretam os dados Uma das principais contribuições do livro é a maneira como destaca a influência da cultura e das instituições na construção do conhecimento científico Alves argumenta que nossas percepções linguagem e métodos científicos são moldados pelas normas e valores da sociedade em que vivemos levantando questões sobre a objetividade da ciência e a necessidade de considerar suas implicações éticas e sociais Além disso o autor questiona a ideia de uma realidade objetiva única sugerindo que diferentes organismos percebem o mundo de maneiras distintas Isso levanta questões sobre a relatividade do conhecimento e a necessidade de uma abordagem mais pluralista e contextualizada da ciência Um aspecto particularmente interessante da obra é a ênfase na importância da bondade na prática científica Alves argumenta que a ciência deveria se preocupar mais com o impacto positivo na vida das pessoas do que com a busca puramente teórica pela verdade Isso ressalta a necessidade de uma abordagem ética e humanitária para a ciência destacando a importância de considerar suas implicações sociais e morais Em suma Filosofia da Ciência de Rubem Alves é uma leitura desafiadora e provocativa que levanta questões fundamentais sobre a natureza da ciência e seu papel na sociedade Ao questionar concepções tradicionais e destacar a influência de fatores sociais e éticos na prática científica a obra oferece uma contribuição valiosa para o debate contemporâneo sobre ciência e sociedade e de grande soma para estudantes que ainda estão nesse processo de produzir ciência Referências COSTA Antônio de Lisboa Lopes A importância do conhecimento científico para as instituições de ensino superior Rev Ciênc Plur p 12 2017 DINIZ Marco Túlio Mendonça DA SILVA Sandro Damião Ribeiro O Método Indutivo e a pesquisa em Geografia aplicação no mapeamento de unidades da PaisagemThe Inductive Method and research in Geography application in the mapping of Landscape units Caderno de Geografia v 28 n 54 p 731745 2018 GOMES Luiza Salussoglia DE PAULA Vitor Oliveira O CONTEXTO PÓSMODERNO E A LOGOTERAPIA1 2022 MACHADO Letícia Vier FACCI Marilda Gonçalves Dias BARROCO Sonia Mari Shima Teoria das emoções em Vigotski Psicologia em Estudo v 16 p 647657 2011 PEREIRA Rui Pedro Gomes Eficácia clínica e prática baseada em evidências avaliação de atitudes competências e práticas 2021 PIRES¹ Guilherme Nunes OS LIMITES DA FALSEABILIDADE COMO CRITÉRIO DE DEMAR CAÇÃO PARA CIENTIFICIDADE 2018 ZILLES Urbano Fé e razão na filosofia e na ciência Teocomunicação v 35 n 149 2005