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GUILHERME ISAAC SCHREIBER LITWINSKI O ACOLHIMENTO COMO UMA FERRAMENTA PARA A MELHORIA DA QUALIDADE DO ATENDIMENTO NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE BELO HORIZONTE MINAS GERAIS 2011 GUILHERME ISAAC SCHREIBER LITWINSKI O ACOLHIMENTO COMO UMA FERRAMENTA PARA A MELHORIA DA QUALIDADE DO ATENDIMENTO NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família Universidade Federal de Minas Gerais para obtenção do título de Especialista Orientadora Thais Lacerda e Silva BELO HORIZONTE MINAS GERAIS 2011 Para Isabel minha esposa pelo companheirismo e dedicação nesses anos que estamos juntos Por me compreender nos momentos de trabalho árduo e estar disposta a percorrer todo o caminho da vida ao meu lado AGRADECIMENTOS A Deus e a minha família pelo homem que me tornei ao curso do NESCON e a orientadora e professora Thaís Lacerda pela contribuição para conclusão deste trabalho SIGLAS ACS Agente Comunitário de Saúde APS Atenção Primária à Saúde ESF Equipe de Saúde da Família PACS Programa de Agente Comunitário de Saúde PDAPS Plano Diretor de Atenção Primária à Saúde PSF Programa Saúde da Família SUS Sistema Único de Saúde UBS Unidade Básica de Saúde RESUMO Este trabalho desenvolve a reflexão sobre a importância de se efetivar a proposta do acolhimento nas unidades básicas de saúde como um eixo de organização do processo de trabalho e em especial do atendimento da demanda espontânea Realizouse busca na literatura nacional da produção científica que aborda o acolhimento como estratégia para a organização do processo de trabalho e a melhoria da qualidade da assistência prestada em especial pelos profissionais médicos Os resultados demonstraram que o acolhimento se concretiza nas práticas de saúde por meio de escuta qualificada e possibilidades de respostas dos serviços de saúde às necessidades dos usuários devendo traduzirse na qualificação da produção de saúde Observouse que embora seja prescrito que todos os profissionais devem realizar o acolhimento a inserção dos médicos nesse processo ainda é incipiente Palavraschave Acolhimento Processo de Trabalho em Saúde Atenção Primária à Saúde Saúde da Família ABSTRACT This work develops a reflection on the importance of bringing into effect the proposal of hosting the primary health care as a hub fororganizing the work process and in particular the attendance of the patients spontaneously Search took place in the national literature of scientific production that addresses the host as a strategy for organizing the work process and improves the quality of care particularly by medical professionals The results demonstrated that the host is concretized in health practices by qualified hearing and possible responses of health services users needs and should result in the production qualification of health It was observed that although it is required that all professionals should perform the reception integration of physicians in this process is still incipient Keywords Home Work Process in Health Primary Health Care Family Health SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 08 2 JUSTIFICATIVA 10 3 OBJETIVO 15 5 METODOLOGIA 16 6 REVISÃO DA LITERATURA 17 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS 22 REFERÊNCIAS 24 8 1 INTRODUÇÃO O Sistema único de Saúde SUS garantido pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pelas Leis Orgânicas de Saúde 8080 e 8142 de 1990 constitui grande avanço na consolidação da Reforma Sanitária Brasileira Entretanto ainda enfrenta o desafio de implementar um modelo de atenção integral à saúde dos indivíduos famílias e comunidade Esse modelo pósreforma representado pelo SUS consolida conceitos e práticas como acolhimento humanização acesso universal integralidade da atenção e vínculo com o objetivo de resgatar a relação entre os sujeitos sociais VASCONCELOS GRILLO SOARES 2009 p 12 Na tentativa de superar o modelo hegemônico centrado em práticas curativas e na atenção médicohospitalar o Ministério da Saúde criou o Programa de Saúde da Família PSF hoje denominado Estratégia Saúde da Família ESF O Programa Saúde da Família PSF surgiu em 1994 como uma estratégia de organização das ações de saúde nos serviços da atenção básica fundamentado em um novo modelo de atenção com ênfase na promoção da saúde dos indivíduos famílias e da comunidade Sua implantação possibilitou ampliar o acesso da população aos serviços de saúde desenvolver práticas de saúde integrada com as famílias incorporar o atendimento humanizado e fomentar o compromisso com as necessidades dos usuários SOUSA 2008 Apesar dos benefícios alcançados na implantação da estratégia observase que o aumento da demanda espontânea e a sobrecarga de trabalho dos profissionais que atuam no PSF têm dificultado o trabalho das equipes de saúde O excesso de demanda por consultas médicas nas Unidades Básicas de Saúde UBS limita o desenvolvimento de ações programáticas e a ênfase na promoção da saúde e a prevenção de doenças Como médico integrante de uma equipe de Saúde da Família do Centro de Saúde Granja de Freitas no município de Belo Horizonte encontro em minhas atividades diárias fatores que limitam a oferta de atendimento qualificado aos usuários sendo o principal deles o elevado número de atendimentos advindos da demanda 9 espontânea Tal fator muitas vezes inviabiliza o atendimento qualificado pelo profissional médico que se vê obrigado a atender um volume de pessoas em tempo limitado Diante disso o tempo mínimo de 30 minutos estipulado para cada consulta médica se reduz para 15 minutos ou até menos na tentativa de atender todas as pessoas que chegam as UBS em busca de atendimento imediato A reflexão sobre as limitações de se oferecer um atendimento qualificado capaz de compreender o papel dos determinantes e condicionantes do processo saúde doença dos indivíduos em sua totalidade motivou o desenvolvimento deste estudo A discrepância entre a quantidade de usuários que procuram as unidades básicas de saúde e a capacidade de resposta dos profissionais aponta para a necessidade de implantar estratégias que tornem o atendimento mais qualificado e que contribuam na organização do processo de trabalho Assim este estudo propõe desenvolver uma reflexão sobre o comprometimento da qualidade da assistência prestada ao usuário que chega às unidades básicas de saúde por meio da demanda espontânea e as contribuições da implantação do acolhimento para a qualificação da assistência 10 2 JUSTIFICATIVA Há alguns anos o conceito de saúde estava associado à ausência de doenças Depois se começou a perceber que as doenças estavam associadas aos hábitos de vida aos ambientes em que as pessoas viviam e a comportamentos e respostas dos indivíduos a situação do diaadia Ampliouse assim o conceito de saúde que passou a ser entendida como resultado de um conjunto de fatores tais como saneamento básico trabalho renda educação e outros conforme explicitado no artigo 3º da Lei Orgânica da Saúde BRASIL 1990 Essa concepção ampliada de saúde trouxe mudanças significativas e está sustentada na Constituição Federal de 1988 art 196 que diz A saúde é direito de todos e dever do Estado garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção proteção e recuperação BRASIL 1988 art 196 Antes da implantação do SUS a assistência à saúde da população estava limitada à condição de trabalho Quem tinha emprego registrado na carteira profissional possuía assistência médica por meio das Caixas de Previdência ou então pagavam médicos particulares e em caso de internação também pagavam pelo serviço Para quem não se enquadrava nessas condições o jeito era recorrer às Santas Casas de Misericórdia ou aos Postos de Saúde Municipais que viviam lotados BRASIL 2010 Para acabar com essas desigualdades começou a surgir um movimento de Reforma Sanitária Esse movimento defendia que todos deveriam ter amplo acesso aos serviços de saúde independente de sua condição social e que a saúde deveria fazer parte da política nacional de desenvolvimento e não ser vista apenas pelo lado da previdência social BRASIL 2010 Para promover o acesso universal e igualitário foi criado o Sistema Único de Saúde SUS onde as ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único organizado de acordo com as diretrizes de descentralização integralidade e participação social através dos Conselhos de Saúde Com isso o SUS se organiza e se sustenta em leis 8080 e 11 8142 de 1990 e inicia o processo de municipalização ou seja o recurso federal destinado ao financiamento das ações de saúde começou a ser repassado diretamente para os municípios que então alocavam os recursos de acordo com suas realidades e necessidades A proposta da municipalização da saúde pressupõe que os municípios juntamente com os conselhos de saúde assumam a responsabilidade pelo planejamento controle e execução das ações e serviços de saúde Para colocar isso em prática os municípios devem organizar a atenção à saúde tendo a APS como eixo A APS caracterizase por um conjunto de ações de saúde no âmbito individual e coletivo que abrangem a promoção e a proteção da saúde a prevenção de agravos o diagnóstico o tratamento a reabilitação e a manutenção da saúde É desenvolvida por meio do exercício de práticas gerenciais e sanitárias democráticas e participativas sob forma de trabalho em equipe dirigidas a populações de territórios bem delimitados pelas quais assume a responsabilidade sanitária considerando a dinamicidade existente no território em que vivem essas populações É o contato preferencial dos usuários com os sistemas de saúde Tem o PSF como estratégia prioritária para sua organização e considera o sujeito em sua singularidade na complexidade na integralidade e na inserção sóciocultural e busca a promoção de sua saúde a prevenção e tratamento de doenças e a redução de danos ou de sofrimentos que possam comprometer suas possibilidades de viver de modo saudável BRASIL 2006 A estratégia Saúde da Família se organiza por meio de Equipes de Saúde da Família ESF composta por médico enfermeiro auxiliar ou técnico de enfermagem e agentes comunitários de saúde Cada equipe deve se responsabilizar por no máximo 4000 habitantes sendo a média recomendada de 3000 com jornada de trabalho de 40 horas semanais para todos os seus integrantes O número de ACS suficiente para cobrir 100 da população cadastrada com um máximo de 750 pessoas por ACS é de 12 ACS por equipe de Saúde da Família BRASIL 2006 Com a implantação das ESF tornouse possível o planejamento das ações priorizando assim problemas de saúde mais freqüentes além de terem que 12 responder com resolutividade à demanda espontânea As ações educativas vêm contribuindo na compreensão do processo saúdedoença da população e assim ampliando o controle social na defesa da qualidade de vida Com as ESF pôdese dar ênfase aos grupos de riscos e fatores de riscos comportamentais alimentares eou ambientais com a finalidade de prevenir doenças e danos evitáveis Entretanto apesar dos ganhos advindos com a implantação das ESF com destaque para a ampliação do acesso da população às UBS há dificuldades a serem superadas para se alcançar a resolutividade da atenção Uma destas é o aumento da demanda espontânea que chega às UBS Com isso é comum encontrarmos nesses serviços situações como a limitação de consultas médicas restrição nas agendas das equipes entre outras que dificultam o acesso dos usuários e a atenção resolutiva BRASIL 2010 Em muitos UBS não há estrutura física nem profissionais suficientes para acolher toda essa demanda e realizar as ações de saúde Com isso as ações programadas como de puericultura acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança de 0 a 5 anos pré natal grupos educativos e planejamento familiar ficam em segundo plano nas agendas das equipes de saúde que até então estão sobrecarregadas tentando atender a demanda espontânea No município de Belo Horizonte a implementação da APS segue as diretrizes nacionais sendo constituída de UBS que se configuram como porta de entrada preferencial da população aos serviços de saúde Antes da implantação das ESF no município as unidades enfrentavam problemas com a demanda espontânea que geravam filas enormes e consultas limitadas BRASIL 2006 Com o passar do tempo tornouse necessário repensar a forma de organizar a APS e o processo de trabalho das equipes incorporando assim as ESF na busca de se efetivar a atenção integral A ESF deve ser a principal porta de entrada da população adscrita e cabem as equipe se organizar para o efetivo atendimento a demanda espontânea e fazer valer o dispositivo do acolhimento ampliando o acesso e viabilizando a atenção integral e multidisciplinar MINAS GERAIS 2008 13 O Ministério da Saúde destaca que humanização deve aumentar o grau de coresponsabilidade dos diferentes atores que constituem a rede SUS na produção da saúde implica mudança na cultura da atenção dos usuários e da gestão dos processos Tomar a saúde como valor de uso é ter como padrão na atenção o vínculo com os usuários é garantir os direitos dos usuários e seus familiares é estimular a que eles se coloquem como autores do sistema de saúde por meio de sua ação de controle social mas é também ter melhores condições para que os profissionais efetuem seu trabalho de modo digno e criador de novas ações e que possam participar como cogestores de seu processo de trabalho BRASIL 2004 p 7 O acolhimento faz parte da Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde BRSIL 2004 que traduz os princípios e o modo de operar as relações dos profissionais com os usuários entre dos diferentes profissionais e ainda entre os diferentes pontos de atenção à saúde que constituem a rede de atenção à saúde do Sistema único de Saúde Todavia o acolhimento não pode se restringir apenas a uma saída para organizar a demanda espontânea ele tem o objetivo de fazer uma escuta qualificada e buscar a melhor solução para a situação apresentada conjugada com as condições objetivas da unidade naquele momento VASCONCELOS GRILLO SOARES 2009 p37 Antes da implantação do acolhimento que só aconteceu em 1995 a única forma de se conseguir atendimento nas UBS era a fila que começava a ser formada de madrugada Algumas pessoas vendiam seus lugares e inúmeras vezes havia briga e confusão O atendimento era por ordem de chegada havendo uma procura quase exclusiva por consultas médicas A partir de 1995 quando a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte implantou o dispositivo acolhimento a UBS buscou humanizar a atenção revendo suas formas de receber os usuários na porta de entrada dos serviços O acolhimento constitui uma forma de humanizar e organizar o trabalho em saúde indo ao encontro das propostas da ESF A implantação do acolhimento possibilita 14 encaminhar as necessidades mais imediatas da população atendida preservando o acesso universal e a organização da demanda na assistência aos usuários Pelo lugar estratégico ocupado por esta proposta justificase o estudo para melhor compreensão do acolhimento oferecendo assim subsídios para sua consolidação nas UBS bem como seu aperfeiçoamento enquanto tecnologia de organização de serviços de saúde 15 3 OBJETIVO Identificar na literatura nacional a produção científica que trata do acolhimento como dispositivoestratégia para a organização do processo de trabalho e a melhoria da qualidade da assistência 16 4 METODOLOGIA Realizouse uma busca da literatura científica e técnica na área de saúde pública com vistas a identificar publicações que tratassem do tema acolhimento nas equipes de Saúde da Família Foram pesquisadas as revistas indexadas na Scielo cadernos pedagógicos do Curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família e do Plano Diretor da Atenção Primária á Saúde PDAPS do estado de Minas Gerais e também o livro sobre Acolhimento e Processo de Trabalho em Saúde da Hucitec dos autores FRANCO BUENO MERHY 2003 A busca de trabalhos nos bancos de dados foi norteada pelas palavraschave Acolhimento Processo de Trabalho em Saúde Atenção Primária à Saúde Saúde da Família Os critérios de inclusão definidos para a seleção dos artigos foram trabalhos publicados na língua portuguesa no período 20002010 e que traziam em seu escopo a descrição do acolhimento na Atenção Primária à Saúde A variável definida para este estudo foi o acolhimento como forma de organizar o processo de trabalho e qualificar a assistência 17 5 REVISÃO DA LITERATURA Um dos primeiros resultados obtidos da revisão da literatura foi à apreensão das diferenças conceituais entre triagem e acolhimento De acordo com Mângia etal 2002 a prática da triagem geralmente composta por agendamento prévio e realização de uma entrevista responde a uma preocupação de dividir e classificar sintomas e indicar rapidamente um tratamento constituindo uma relação vertical onde o profissional é quem decide o tipo de intervenção com base em critérios muitas vezes aleatórios e até mesmo subjetivos tais como o diagnóstico sinais e sintomas necessidade ou não de medicação o grau de escolaridade da pessoa capacidade de verbalização e compreensão entre tantas outras Por outro lado acolher significa receber bem com atenção tempo e disponibilidade para escutar e valorizar as particularidades de cada caso MÂNGIA etal 2002 Franco Bueno e Merhy 2003 reforçam a idéia de que o acolhimento propõe principalmente reorganizar o serviço no sentido da garantia do acesso universal resolubilidade e atendimento humanizado ao contrário da triagem que vai desumanizar e limitar as consultas médicas O acolhimento aspectos conceituais e organizacionais Uma das propostas centrais do acolhimento é a inversão da lógica de organização e funcionamento dos serviços de saúde tendo como base os seguintes princípios a Atendimento a todas as pessoas que buscam o serviço de saúde garantindo o acesso universal acolhendo escutando e oferecendo respostas positivas aos problemas e demandas do usuário b Reorganização do processo de trabalho valorizando a equipe multiprofissional e contribuindo para a ruptura do modelo centrado no médico 18 c Qualificação da relação trabalhadorusuário tendo por base a solidariedade e a cidadania FRANCO BUENO MERHY 2003 Constitui um modo de operar os processos de trabalho em saúde buscando o atendimento de todos os usuários que procuram os serviços por meio da escuta qualificada Requer dos profissionais uma postura capaz de acolher escutar compreender as demandas e necessidades trazidas e oferecer respostas resolutivas incluindo a continuidade do cuidado nos serviços de maior densidade tecnológica BRASIL 2004 Segundo Mângia et al 2002 a equipe de saúde que assume a estratégia do acolhimento se coloca disponível e se responsabiliza pelas necessidades apresentadas pelos usuários Em geral as equipes se deparam com variadas e desconhecidas situações sendo desafiadas a oferecer respostas ágeis e flexíveis capazes de se adaptarem a dinamicidade das subjetividades histórias de vida e de todas as questões que envolvem o adoecer Quando o usuário é acolhido pela unidade de saúde tendo seu atendimento garantido conquistase uma importante etapa na adesão do tratamento e resolução dos problemas de saúde Dessa forma favorece a construção de uma relação de confiança e respeito para com o usuário que busca o atendimento COELHO JORGE ARAÚJO 2009 p442 É importante reconhecermos que o conceito de acolhimento se concretiza no cotidiano das práticas de saúde por meio de escuta qualificada e da capacidade de pactuação entre a demanda do usuário e a possibilidade de resposta do serviço e deve traduzirse em qualificação da produção de saúde BRASIL 2004 p15 Dessa forma todos os profissionais de saúde das unidades básicas fazem acolhimento Destacase que o processo de escuta favorece o estabelecimento de vínculo entre os profissionais e os usuários e também a participação ativa do usuário no processo de produção da saúde Para isso fazse necessário um maior tempo para a realização do atendimento dos usuários 19 Entretanto o elevado número de pessoas que procuram os serviços de saúde para atendimento acaba comprometendo o vínculo estabelecido entre os profissionais de saúde e os usuários em especial entre os profissionais médicos e os usuários Em um estudo realizado por Cotta etal 2005 em que se pesquisou a satisfação dos usuários em relação às características do atendimento médico a maioria dos entrevistados relatou que a consulta tinha duração de 15 a 30 minutos Contudo segundo o mesmo autor em sua pesquisa bibliográfica grande parte dos usuários se referiu que o tempo dedicado à consulta era de 5 a 15 minutos o que comprometeu a qualidade do atendimento prestado gerando insatisfação na população Franco Bueno e Merhy 2003 ressaltam que no caso específico dos médicos o processo de trabalho não foi modificado a ponto de causar impacto na assistência O que se vê na maioria das vezes é o médico realizar o atendimento dos usuários encaminhados pela equipe de acolhimento Observase que a implantação do acolhimento permitiu a redução dos agendamentos de consultas médicas Entretanto não houve inserção efetiva dos profissionais médicos no processo Uma tecnologia que vem sendo utilizada no acolhimento para oferecer maior agilidade no atendimento é a Avaliação com Classificação de Risco que consiste na análise do grau de necessidade do usuário proporcionando atenção centrada no nível de complexidade e não na ordem de chegada Assim é possível analisar e classificar a necessidade atendendo a todos Algumas vantagens da utilização do acolhimento com classificação de riscos BRASIL 2004 p 18 Ampliar o acesso sem sobrecarregar as equipes sem prejudicar a qualidade das ações e sem transformar o serviço de saúde em excelente produtor de procedimentos Superar a prática tradicional centrada na exclusividade da dimensão biológica de modo que amplie a escuta e que recoloque a perspectiva humana na interação entre profissionais de saúde e usuários Reconfigurar o trabalho médico no sentido de superar o papel central que ele vem ocupando e integrálo no trabalho da equipe garantindo 20 o compartilhamento de saberes para um ganho na potência das diferentes categorias Transformar o processo de trabalho nos serviços de saúde no sentido de aumentar a capacidade dos trabalhadores de distinguir os problemas identificar riscos e agravos e adequar respostas à complexidade de problemas trazidos pelos usuários Limites a serem vencidos no acolhimento A implantação do acolhimento gera dificuldades e impasses muitas vezes relacionados aos diferentes perfis de capacitação profissional e de atendimento prestado à população Se por um lado o acolhimento organiza cria vínculo e otimiza o serviço por outro lado os conflitos gerados pela relação permanente com a demanda se evidencia especialmente nos momentos em que a inexistência de vagas para inclusão das pessoas nas práticas assistenciais aparece como uma questão insolúvel MÂNGIA 2002 Frequentemente as equipes optam pelo fechamento das portas da unidade para casos novos não proporcionando à população esses espaços de escuta e reflexão No estabelecimento do diálogo entre trabalhador da saúde e usuários as soluções para os problemas de saúde são encontradas nessa parceria pois às vezes o desabafo presente numa relação de respeito pode proporcionar a aquisição de soluções para dificuldades presentes COELHO JORGE ARAÚJO 2009 p 443 Carvalho etal 2008 constatou em suas pesquisas que Como pode ser observado ainda são muitos os desafios para que o acolhimento possa ser implantado de forma efetiva garantindo o acesso universal e a atenção qualificada das pessoas sob responsabilidades das equipes de saúde Para Souza et al 2008 garantir o acesso dos usuários aos serviços de saúde é fundamental Entretanto observase que ainda é um problema quando se trata de valores quantitativos como o número de atendimentos e rendimento profissional Não se pode restringir o acesso a saúde ao quantitativo de unidades de saúde e 21 vagas diárias para atendimento médico Devese considerar principalmente a qualidade e resolutividade da atenção prestada Outro desafio a ser superado é a inserção efetiva do profissional médico no acolhimento De acordo com Franco Bueno e Merhy 2003 a pequena inserção dos médicos no acolhimento ainda é uma barreira a ser vencida no sentido de se otimizar a estratégia do acolhimento humanizado nos serviços de saúde Os resultados demonstraram também que o acolhimento absorve muito tempo do trabalho dos profissionais limitando a disponibilidade desses para o desenvolvimento de ações de vigilância em saúde Observouse que algumas equipes conseguiram se organizar e retomar essas atividades porém de forma incipiente e assistemática Brasil 2010 afirma que as equipes tem encontrado dificuldades na organização de seu trabalho decorrentes do excesso da demanda e da difícil negociação com a população para priorização de ações programáticas ou de prevenção e promoção e percebem que a população tem expectativa de atendimento médico e imediato Finalizando Carvalho 2008 destaca que para se efetivar a implantação do SUS incluindo a consolidação das práticas do acolhimento é necessário investir nos processos de capacitação dos recursos humanos em saúde Reitera também que a humanização nos serviços constitui elemento essencial para a melhoria de qualidade dos serviços prestados 22 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com a literatura pesquisada é possível concluir que o acolhimento tem uma grande importância na organização dos serviços da atenção básica e principalmente na demanda espontânea que ainda é um desafio para as unidades básicas de saúde Observouse que muitos estudos demonstraram que a implantação do acolhimento como um fator para modificar processo de trabalho das equipes foi um ganho para a saúde pública e em especial para os usuários do SUS Entretanto é necessário avançar para garantir aos usuários um atendimento verdadeiramente humanizado em especial nos atendimentos médicos que possuem tempo restrito para analisar os fatores que interferem na condição de saúde da comunidade Acreditase que a equipe de saúde tem que estar continuamente renovando suas práticas e assumindo novas estratégias superando assim as formas antigas e instituídas de se fazer saúde O que se observa ainda é que em muitas unidades básicas de saúde o atendimento médico não está sendo realizado em sua totalidade devido à sobrecarga de pessoas que necessitam de atendimento médico a cada dia Permanece a preocupação em resolver as questões imediatas das pessoas do que acolhêlas e entender as reais necessidades conforme preconiza o SUS O acolhimento portanto criou uma grande mobilização na Unidade de Saúde em todos os sentidos com repercussões inclusive para a comunidade e até mesmo para outros seguimentos sociais Como proposta de intervenção a Equipe de Saúde da Família do Centro de Saúde Granja de Freitas propõe organizar a demanda espontânea contando mais com a participação do médico nos horários destinados ao acolhimento não apenas para solucionar casos agudos mas também se responsabilizando pelo processo de acolher como integrante da equipe Assim uma das mudanças se refere ao aumento do tempo destinado à consulta médica para melhor possibilidade de acolhimento dos usuários Outra mudança importante é a participação dos médicos nas ações 23 programadas em especial a educação em saúde na sala de espera de forma a direcionar o fluxo e otimizar todas as demandas dos usuários O acolhimento deve ser visto como um dispositivo potente para atender a exigência de acesso e garantir o atendimento qualificado Auxilia na construção do vínculo entre os profissionais e a população propicia melhoria contínua no processo de trabalho e desencadeia o cuidado integral e modifica a clínica O acolhimento será cada vez mais efetivo se houver capacitação dos profissionais para recepcionar escutar atender dialogar tomar decisão amparar orientar e negociar visando o bem estar do paciente e satisfação dos profissionais da saúde 24 REFERÊNCIAS BRASIL Constituição 1988 Constituição da República Federativa do Brasil Brasília DF Senado 1988 BRASIL Lei n8080 de 19 set 1990 Dispõe sobre as condições para a promoção proteção e recuperação da saúde a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências Diário Oficial da União Brasília 20 set 1990 p1 BRASIL Ministério da Saúde SecretariaExecutiva Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização HumanizaSUS acolhimento com avaliação e classificação de risco um paradigma éticoestético no fazer em saúde 2004 BRASIL Ministério da Saúde Portaria n 648GM 28 de março de 2006 Aprova a Política Nacional da Atenção Básica estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para organização da Atenção Básica para o Programa Saúde da Família PSF e o Programa Agentes Comunitários de Saúde PACS COELHO M O JORGE M S B ARAÚJO M E O acesso por meio do acolhimento na atenção básica à saúde Revista Baiana v 33 n 3 p 440452 julset 2009 CARVALHO C A P et al Acolhimento aos usuários uma revisão sistemática do atendimento no Sistema Único de Saúde Arq Ciência Saúde v 15 n 2 p 9395 abrjun 2008 COTTA L M L de et al A satisfação dos usuários do Programa de Saúde da Família avaliando o cuidado em saúde Scientia Medica v 15 n 4 outdez 2005 FRANCO T B BUENO W S MERHY E E O acolhimento e os processos de trabalho em saúde o caso de Betim MG HUCITEC São Paulo 2003 MÂNGIA E F et al Acolhimento uma postura Revista Terapia Ocupacional v 13 n 1 p 1521 janabr 2002 25 MINAS GERAIS Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte Assessoria de Comunicação Avanços e desafios na organização da atenção básica à saúde em Belo Horizonte 2008 432 p MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais Implantação do Plano Diretor da Atenção Primária à Saúde Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais Belo Horizonte ESPMG 2010 Conteúdo Oficina 5 Acolhimento e Classificação de Risco Guia do Participante 56 p SOUSA M F de O programa saúde da família no Brasil análise do acesso à atenção básica Rev Bras Enferm v 61 nº 2 p 153 8 marabr 2008 SOUZA E C F de et al Acesso e acolhimento na atenção básica uma análise da percepção dos usuários e profissionais de saúde Cad Saúde Pública v 24 Sup 1 S100S110 2008 VASCONCELOS M GRILLO M J C SOARES S M Práticas educativas em atenção básica à saúde Tecnologias para abordagem ao indivíduo família e comunidade Belo Horizonte Editora UFMG NESCON 2009

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Primária à Saúde ESF Equipe de Saúde da Família PACS Programa de Agente Comunitário de Saúde PDAPS Plano Diretor de Atenção Primária à Saúde PSF Programa Saúde da Família SUS Sistema Único de Saúde UBS Unidade Básica de Saúde RESUMO Este trabalho desenvolve a reflexão sobre a importância de se efetivar a proposta do acolhimento nas unidades básicas de saúde como um eixo de organização do processo de trabalho e em especial do atendimento da demanda espontânea Realizouse busca na literatura nacional da produção científica que aborda o acolhimento como estratégia para a organização do processo de trabalho e a melhoria da qualidade da assistência prestada em especial pelos profissionais médicos Os resultados demonstraram que o acolhimento se concretiza nas práticas de saúde por meio de escuta qualificada e possibilidades de respostas dos serviços de saúde às necessidades dos usuários devendo traduzirse na qualificação da produção de saúde Observouse que embora seja prescrito que todos os profissionais devem realizar o acolhimento a inserção dos médicos nesse processo ainda é incipiente Palavraschave Acolhimento Processo de Trabalho em Saúde Atenção Primária à Saúde Saúde da Família ABSTRACT This work develops a reflection on the importance of bringing into effect the proposal of hosting the primary health care as a hub fororganizing the work process and in particular the attendance of the patients spontaneously Search took place in the national literature of scientific production that addresses the host as a strategy for organizing the work process and improves the quality of care particularly by medical professionals The results demonstrated that the host is concretized in health practices by qualified hearing and possible responses of health services users needs and should result in the production qualification of health It was observed that although it is required that all professionals should perform the reception integration of physicians in this process is still incipient Keywords Home Work Process in Health Primary Health Care Family Health SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 08 2 JUSTIFICATIVA 10 3 OBJETIVO 15 5 METODOLOGIA 16 6 REVISÃO DA LITERATURA 17 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS 22 REFERÊNCIAS 24 8 1 INTRODUÇÃO O Sistema único de Saúde SUS garantido pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pelas Leis Orgânicas de Saúde 8080 e 8142 de 1990 constitui grande avanço na consolidação da Reforma Sanitária Brasileira Entretanto ainda enfrenta o desafio de implementar um modelo de atenção integral à saúde dos indivíduos famílias e comunidade Esse modelo pósreforma representado pelo SUS consolida conceitos e práticas como acolhimento humanização acesso universal integralidade da atenção e vínculo com o objetivo de resgatar a relação entre os sujeitos sociais VASCONCELOS GRILLO SOARES 2009 p 12 Na tentativa de superar o modelo hegemônico centrado em práticas curativas e na atenção médicohospitalar o Ministério da Saúde criou o Programa de Saúde da Família PSF hoje denominado Estratégia Saúde da Família ESF O Programa Saúde da Família PSF surgiu em 1994 como uma estratégia de organização das ações de saúde nos serviços da atenção básica fundamentado em um novo modelo de atenção com ênfase na promoção da saúde dos indivíduos famílias e da comunidade Sua implantação possibilitou ampliar o acesso da população aos serviços de saúde desenvolver práticas de saúde integrada com as famílias incorporar o atendimento humanizado e fomentar o compromisso com as necessidades dos usuários SOUSA 2008 Apesar dos benefícios alcançados na implantação da estratégia observase que o aumento da demanda espontânea e a sobrecarga de trabalho dos profissionais que atuam no PSF têm dificultado o trabalho das equipes de saúde O excesso de demanda por consultas médicas nas Unidades Básicas de Saúde UBS limita o desenvolvimento de ações programáticas e a ênfase na promoção da saúde e a prevenção de doenças Como médico integrante de uma equipe de Saúde da Família do Centro de Saúde Granja de Freitas no município de Belo Horizonte encontro em minhas atividades diárias fatores que limitam a oferta de atendimento qualificado aos usuários sendo o principal deles o elevado número de atendimentos advindos da demanda 9 espontânea Tal fator muitas vezes inviabiliza o atendimento qualificado pelo profissional médico que se vê obrigado a atender um volume de pessoas em tempo limitado Diante disso o tempo mínimo de 30 minutos estipulado para cada consulta médica se reduz para 15 minutos ou até menos na tentativa de atender todas as pessoas que chegam as UBS em busca de atendimento imediato A reflexão sobre as limitações de se oferecer um atendimento qualificado capaz de compreender o papel dos determinantes e condicionantes do processo saúde doença dos indivíduos em sua totalidade motivou o desenvolvimento deste estudo A discrepância entre a quantidade de usuários que procuram as unidades básicas de saúde e a capacidade de resposta dos profissionais aponta para a necessidade de implantar estratégias que tornem o atendimento mais qualificado e que contribuam na organização do processo de trabalho Assim este estudo propõe desenvolver uma reflexão sobre o comprometimento da qualidade da assistência prestada ao usuário que chega às unidades básicas de saúde por meio da demanda espontânea e as contribuições da implantação do acolhimento para a qualificação da assistência 10 2 JUSTIFICATIVA Há alguns anos o conceito de saúde estava associado à ausência de doenças Depois se começou a perceber que as doenças estavam associadas aos hábitos de vida aos ambientes em que as pessoas viviam e a comportamentos e respostas dos indivíduos a situação do diaadia Ampliouse assim o conceito de saúde que passou a ser entendida como resultado de um conjunto de fatores tais como saneamento básico trabalho renda educação e outros conforme explicitado no artigo 3º da Lei Orgânica da Saúde BRASIL 1990 Essa concepção ampliada de saúde trouxe mudanças significativas e está sustentada na Constituição Federal de 1988 art 196 que diz A saúde é direito de todos e dever do Estado garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção proteção e recuperação BRASIL 1988 art 196 Antes da implantação do SUS a assistência à saúde da população estava limitada à condição de trabalho Quem tinha emprego registrado na carteira profissional possuía assistência médica por meio das Caixas de Previdência ou então pagavam médicos particulares e em caso de internação também pagavam pelo serviço Para quem não se enquadrava nessas condições o jeito era recorrer às Santas Casas de Misericórdia ou aos Postos de Saúde Municipais que viviam lotados BRASIL 2010 Para acabar com essas desigualdades começou a surgir um movimento de Reforma Sanitária Esse movimento defendia que todos deveriam ter amplo acesso aos serviços de saúde independente de sua condição social e que a saúde deveria fazer parte da política nacional de desenvolvimento e não ser vista apenas pelo lado da previdência social BRASIL 2010 Para promover o acesso universal e igualitário foi criado o Sistema Único de Saúde SUS onde as ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único organizado de acordo com as diretrizes de descentralização integralidade e participação social através dos Conselhos de Saúde Com isso o SUS se organiza e se sustenta em leis 8080 e 11 8142 de 1990 e inicia o processo de municipalização ou seja o recurso federal destinado ao financiamento das ações de saúde começou a ser repassado diretamente para os municípios que então alocavam os recursos de acordo com suas realidades e necessidades A proposta da municipalização da saúde pressupõe que os municípios juntamente com os conselhos de saúde assumam a responsabilidade pelo planejamento controle e execução das ações e serviços de saúde Para colocar isso em prática os municípios devem organizar a atenção à saúde tendo a APS como eixo A APS caracterizase por um conjunto de ações de saúde no âmbito individual e coletivo que abrangem a promoção e a proteção da saúde a prevenção de agravos o diagnóstico o tratamento a reabilitação e a manutenção da saúde É desenvolvida por meio do exercício de práticas gerenciais e sanitárias democráticas e participativas sob forma de trabalho em equipe dirigidas a populações de territórios bem delimitados pelas quais assume a responsabilidade sanitária considerando a dinamicidade existente no território em que vivem essas populações É o contato preferencial dos usuários com os sistemas de saúde Tem o PSF como estratégia prioritária para sua organização e considera o sujeito em sua singularidade na complexidade na integralidade e na inserção sóciocultural e busca a promoção de sua saúde a prevenção e tratamento de doenças e a redução de danos ou de sofrimentos que possam comprometer suas possibilidades de viver de modo saudável BRASIL 2006 A estratégia Saúde da Família se organiza por meio de Equipes de Saúde da Família ESF composta por médico enfermeiro auxiliar ou técnico de enfermagem e agentes comunitários de saúde Cada equipe deve se responsabilizar por no máximo 4000 habitantes sendo a média recomendada de 3000 com jornada de trabalho de 40 horas semanais para todos os seus integrantes O número de ACS suficiente para cobrir 100 da população cadastrada com um máximo de 750 pessoas por ACS é de 12 ACS por equipe de Saúde da Família BRASIL 2006 Com a implantação das ESF tornouse possível o planejamento das ações priorizando assim problemas de saúde mais freqüentes além de terem que 12 responder com resolutividade à demanda espontânea As ações educativas vêm contribuindo na compreensão do processo saúdedoença da população e assim ampliando o controle social na defesa da qualidade de vida Com as ESF pôdese dar ênfase aos grupos de riscos e fatores de riscos comportamentais alimentares eou ambientais com a finalidade de prevenir doenças e danos evitáveis Entretanto apesar dos ganhos advindos com a implantação das ESF com destaque para a ampliação do acesso da população às UBS há dificuldades a serem superadas para se alcançar a resolutividade da atenção Uma destas é o aumento da demanda espontânea que chega às UBS Com isso é comum encontrarmos nesses serviços situações como a limitação de consultas médicas restrição nas agendas das equipes entre outras que dificultam o acesso dos usuários e a atenção resolutiva BRASIL 2010 Em muitos UBS não há estrutura física nem profissionais suficientes para acolher toda essa demanda e realizar as ações de saúde Com isso as ações programadas como de puericultura acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança de 0 a 5 anos pré natal grupos educativos e planejamento familiar ficam em segundo plano nas agendas das equipes de saúde que até então estão sobrecarregadas tentando atender a demanda espontânea No município de Belo Horizonte a implementação da APS segue as diretrizes nacionais sendo constituída de UBS que se configuram como porta de entrada preferencial da população aos serviços de saúde Antes da implantação das ESF no município as unidades enfrentavam problemas com a demanda espontânea que geravam filas enormes e consultas limitadas BRASIL 2006 Com o passar do tempo tornouse necessário repensar a forma de organizar a APS e o processo de trabalho das equipes incorporando assim as ESF na busca de se efetivar a atenção integral A ESF deve ser a principal porta de entrada da população adscrita e cabem as equipe se organizar para o efetivo atendimento a demanda espontânea e fazer valer o dispositivo do acolhimento ampliando o acesso e viabilizando a atenção integral e multidisciplinar MINAS GERAIS 2008 13 O Ministério da Saúde destaca que humanização deve aumentar o grau de coresponsabilidade dos diferentes atores que constituem a rede SUS na produção da saúde implica mudança na cultura da atenção dos usuários e da gestão dos processos Tomar a saúde como valor de uso é ter como padrão na atenção o vínculo com os usuários é garantir os direitos dos usuários e seus familiares é estimular a que eles se coloquem como autores do sistema de saúde por meio de sua ação de controle social mas é também ter melhores condições para que os profissionais efetuem seu trabalho de modo digno e criador de novas ações e que possam participar como cogestores de seu processo de trabalho BRASIL 2004 p 7 O acolhimento faz parte da Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde BRSIL 2004 que traduz os princípios e o modo de operar as relações dos profissionais com os usuários entre dos diferentes profissionais e ainda entre os diferentes pontos de atenção à saúde que constituem a rede de atenção à saúde do Sistema único de Saúde Todavia o acolhimento não pode se restringir apenas a uma saída para organizar a demanda espontânea ele tem o objetivo de fazer uma escuta qualificada e buscar a melhor solução para a situação apresentada conjugada com as condições objetivas da unidade naquele momento VASCONCELOS GRILLO SOARES 2009 p37 Antes da implantação do acolhimento que só aconteceu em 1995 a única forma de se conseguir atendimento nas UBS era a fila que começava a ser formada de madrugada Algumas pessoas vendiam seus lugares e inúmeras vezes havia briga e confusão O atendimento era por ordem de chegada havendo uma procura quase exclusiva por consultas médicas A partir de 1995 quando a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte implantou o dispositivo acolhimento a UBS buscou humanizar a atenção revendo suas formas de receber os usuários na porta de entrada dos serviços O acolhimento constitui uma forma de humanizar e organizar o trabalho em saúde indo ao encontro das propostas da ESF A implantação do acolhimento possibilita 14 encaminhar as necessidades mais imediatas da população atendida preservando o acesso universal e a organização da demanda na assistência aos usuários Pelo lugar estratégico ocupado por esta proposta justificase o estudo para melhor compreensão do acolhimento oferecendo assim subsídios para sua consolidação nas UBS bem como seu aperfeiçoamento enquanto tecnologia de organização de serviços de saúde 15 3 OBJETIVO Identificar na literatura nacional a produção científica que trata do acolhimento como dispositivoestratégia para a organização do processo de trabalho e a melhoria da qualidade da assistência 16 4 METODOLOGIA Realizouse uma busca da literatura científica e técnica na área de saúde pública com vistas a identificar publicações que tratassem do tema acolhimento nas equipes de Saúde da Família Foram pesquisadas as revistas indexadas na Scielo cadernos pedagógicos do Curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família e do Plano Diretor da Atenção Primária á Saúde PDAPS do estado de Minas Gerais e também o livro sobre Acolhimento e Processo de Trabalho em Saúde da Hucitec dos autores FRANCO BUENO MERHY 2003 A busca de trabalhos nos bancos de dados foi norteada pelas palavraschave Acolhimento Processo de Trabalho em Saúde Atenção Primária à Saúde Saúde da Família Os critérios de inclusão definidos para a seleção dos artigos foram trabalhos publicados na língua portuguesa no período 20002010 e que traziam em seu escopo a descrição do acolhimento na Atenção Primária à Saúde A variável definida para este estudo foi o acolhimento como forma de organizar o processo de trabalho e qualificar a assistência 17 5 REVISÃO DA LITERATURA Um dos primeiros resultados obtidos da revisão da literatura foi à apreensão das diferenças conceituais entre triagem e acolhimento De acordo com Mângia etal 2002 a prática da triagem geralmente composta por agendamento prévio e realização de uma entrevista responde a uma preocupação de dividir e classificar sintomas e indicar rapidamente um tratamento constituindo uma relação vertical onde o profissional é quem decide o tipo de intervenção com base em critérios muitas vezes aleatórios e até mesmo subjetivos tais como o diagnóstico sinais e sintomas necessidade ou não de medicação o grau de escolaridade da pessoa capacidade de verbalização e compreensão entre tantas outras Por outro lado acolher significa receber bem com atenção tempo e disponibilidade para escutar e valorizar as particularidades de cada caso MÂNGIA etal 2002 Franco Bueno e Merhy 2003 reforçam a idéia de que o acolhimento propõe principalmente reorganizar o serviço no sentido da garantia do acesso universal resolubilidade e atendimento humanizado ao contrário da triagem que vai desumanizar e limitar as consultas médicas O acolhimento aspectos conceituais e organizacionais Uma das propostas centrais do acolhimento é a inversão da lógica de organização e funcionamento dos serviços de saúde tendo como base os seguintes princípios a Atendimento a todas as pessoas que buscam o serviço de saúde garantindo o acesso universal acolhendo escutando e oferecendo respostas positivas aos problemas e demandas do usuário b Reorganização do processo de trabalho valorizando a equipe multiprofissional e contribuindo para a ruptura do modelo centrado no médico 18 c Qualificação da relação trabalhadorusuário tendo por base a solidariedade e a cidadania FRANCO BUENO MERHY 2003 Constitui um modo de operar os processos de trabalho em saúde buscando o atendimento de todos os usuários que procuram os serviços por meio da escuta qualificada Requer dos profissionais uma postura capaz de acolher escutar compreender as demandas e necessidades trazidas e oferecer respostas resolutivas incluindo a continuidade do cuidado nos serviços de maior densidade tecnológica BRASIL 2004 Segundo Mângia et al 2002 a equipe de saúde que assume a estratégia do acolhimento se coloca disponível e se responsabiliza pelas necessidades apresentadas pelos usuários Em geral as equipes se deparam com variadas e desconhecidas situações sendo desafiadas a oferecer respostas ágeis e flexíveis capazes de se adaptarem a dinamicidade das subjetividades histórias de vida e de todas as questões que envolvem o adoecer Quando o usuário é acolhido pela unidade de saúde tendo seu atendimento garantido conquistase uma importante etapa na adesão do tratamento e resolução dos problemas de saúde Dessa forma favorece a construção de uma relação de confiança e respeito para com o usuário que busca o atendimento COELHO JORGE ARAÚJO 2009 p442 É importante reconhecermos que o conceito de acolhimento se concretiza no cotidiano das práticas de saúde por meio de escuta qualificada e da capacidade de pactuação entre a demanda do usuário e a possibilidade de resposta do serviço e deve traduzirse em qualificação da produção de saúde BRASIL 2004 p15 Dessa forma todos os profissionais de saúde das unidades básicas fazem acolhimento Destacase que o processo de escuta favorece o estabelecimento de vínculo entre os profissionais e os usuários e também a participação ativa do usuário no processo de produção da saúde Para isso fazse necessário um maior tempo para a realização do atendimento dos usuários 19 Entretanto o elevado número de pessoas que procuram os serviços de saúde para atendimento acaba comprometendo o vínculo estabelecido entre os profissionais de saúde e os usuários em especial entre os profissionais médicos e os usuários Em um estudo realizado por Cotta etal 2005 em que se pesquisou a satisfação dos usuários em relação às características do atendimento médico a maioria dos entrevistados relatou que a consulta tinha duração de 15 a 30 minutos Contudo segundo o mesmo autor em sua pesquisa bibliográfica grande parte dos usuários se referiu que o tempo dedicado à consulta era de 5 a 15 minutos o que comprometeu a qualidade do atendimento prestado gerando insatisfação na população Franco Bueno e Merhy 2003 ressaltam que no caso específico dos médicos o processo de trabalho não foi modificado a ponto de causar impacto na assistência O que se vê na maioria das vezes é o médico realizar o atendimento dos usuários encaminhados pela equipe de acolhimento Observase que a implantação do acolhimento permitiu a redução dos agendamentos de consultas médicas Entretanto não houve inserção efetiva dos profissionais médicos no processo Uma tecnologia que vem sendo utilizada no acolhimento para oferecer maior agilidade no atendimento é a Avaliação com Classificação de Risco que consiste na análise do grau de necessidade do usuário proporcionando atenção centrada no nível de complexidade e não na ordem de chegada Assim é possível analisar e classificar a necessidade atendendo a todos Algumas vantagens da utilização do acolhimento com classificação de riscos BRASIL 2004 p 18 Ampliar o acesso sem sobrecarregar as equipes sem prejudicar a qualidade das ações e sem transformar o serviço de saúde em excelente produtor de procedimentos Superar a prática tradicional centrada na exclusividade da dimensão biológica de modo que amplie a escuta e que recoloque a perspectiva humana na interação entre profissionais de saúde e usuários Reconfigurar o trabalho médico no sentido de superar o papel central que ele vem ocupando e integrálo no trabalho da equipe garantindo 20 o compartilhamento de saberes para um ganho na potência das diferentes categorias Transformar o processo de trabalho nos serviços de saúde no sentido de aumentar a capacidade dos trabalhadores de distinguir os problemas identificar riscos e agravos e adequar respostas à complexidade de problemas trazidos pelos usuários Limites a serem vencidos no acolhimento A implantação do acolhimento gera dificuldades e impasses muitas vezes relacionados aos diferentes perfis de capacitação profissional e de atendimento prestado à população Se por um lado o acolhimento organiza cria vínculo e otimiza o serviço por outro lado os conflitos gerados pela relação permanente com a demanda se evidencia especialmente nos momentos em que a inexistência de vagas para inclusão das pessoas nas práticas assistenciais aparece como uma questão insolúvel MÂNGIA 2002 Frequentemente as equipes optam pelo fechamento das portas da unidade para casos novos não proporcionando à população esses espaços de escuta e reflexão No estabelecimento do diálogo entre trabalhador da saúde e usuários as soluções para os problemas de saúde são encontradas nessa parceria pois às vezes o desabafo presente numa relação de respeito pode proporcionar a aquisição de soluções para dificuldades presentes COELHO JORGE ARAÚJO 2009 p 443 Carvalho etal 2008 constatou em suas pesquisas que Como pode ser observado ainda são muitos os desafios para que o acolhimento possa ser implantado de forma efetiva garantindo o acesso universal e a atenção qualificada das pessoas sob responsabilidades das equipes de saúde Para Souza et al 2008 garantir o acesso dos usuários aos serviços de saúde é fundamental Entretanto observase que ainda é um problema quando se trata de valores quantitativos como o número de atendimentos e rendimento profissional Não se pode restringir o acesso a saúde ao quantitativo de unidades de saúde e 21 vagas diárias para atendimento médico Devese considerar principalmente a qualidade e resolutividade da atenção prestada Outro desafio a ser superado é a inserção efetiva do profissional médico no acolhimento De acordo com Franco Bueno e Merhy 2003 a pequena inserção dos médicos no acolhimento ainda é uma barreira a ser vencida no sentido de se otimizar a estratégia do acolhimento humanizado nos serviços de saúde Os resultados demonstraram também que o acolhimento absorve muito tempo do trabalho dos profissionais limitando a disponibilidade desses para o desenvolvimento de ações de vigilância em saúde Observouse que algumas equipes conseguiram se organizar e retomar essas atividades porém de forma incipiente e assistemática Brasil 2010 afirma que as equipes tem encontrado dificuldades na organização de seu trabalho decorrentes do excesso da demanda e da difícil negociação com a população para priorização de ações programáticas ou de prevenção e promoção e percebem que a população tem expectativa de atendimento médico e imediato Finalizando Carvalho 2008 destaca que para se efetivar a implantação do SUS incluindo a consolidação das práticas do acolhimento é necessário investir nos processos de capacitação dos recursos humanos em saúde Reitera também que a humanização nos serviços constitui elemento essencial para a melhoria de qualidade dos serviços prestados 22 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com a literatura pesquisada é possível concluir que o acolhimento tem uma grande importância na organização dos serviços da atenção básica e principalmente na demanda espontânea que ainda é um desafio para as unidades básicas de saúde Observouse que muitos estudos demonstraram que a implantação do acolhimento como um fator para modificar processo de trabalho das equipes foi um ganho para a saúde pública e em especial para os usuários do SUS Entretanto é necessário avançar para garantir aos usuários um atendimento verdadeiramente humanizado em especial nos atendimentos médicos que possuem tempo restrito para analisar os fatores que interferem na condição de saúde da comunidade Acreditase que a equipe de saúde tem que estar continuamente renovando suas práticas e assumindo novas estratégias superando assim as formas antigas e instituídas de se fazer saúde O que se observa ainda é que em muitas unidades básicas de saúde o atendimento médico não está sendo realizado em sua totalidade devido à sobrecarga de pessoas que necessitam de atendimento médico a cada dia Permanece a preocupação em resolver as questões imediatas das pessoas do que acolhêlas e entender as reais necessidades conforme preconiza o SUS O acolhimento portanto criou uma grande mobilização na Unidade de Saúde em todos os sentidos com repercussões inclusive para a comunidade e até mesmo para outros seguimentos sociais Como proposta de intervenção a Equipe de Saúde da Família do Centro de Saúde Granja de Freitas propõe organizar a demanda espontânea contando mais com a participação do médico nos horários destinados ao acolhimento não apenas para solucionar casos agudos mas também se responsabilizando pelo processo de acolher como integrante da equipe Assim uma das mudanças se refere ao aumento do tempo destinado à consulta médica para melhor possibilidade de acolhimento dos usuários Outra mudança importante é a participação dos médicos nas ações 23 programadas em especial a educação em saúde na sala de espera de forma a direcionar o fluxo e otimizar todas as demandas dos usuários O acolhimento deve ser visto como um dispositivo potente para atender a exigência de acesso e garantir o atendimento qualificado Auxilia na construção do vínculo entre os profissionais e a população propicia melhoria contínua no processo de trabalho e desencadeia o cuidado integral e modifica a clínica O acolhimento será cada vez mais efetivo se houver capacitação dos profissionais para recepcionar escutar atender dialogar tomar decisão amparar orientar e negociar visando o bem estar do paciente e satisfação dos profissionais da saúde 24 REFERÊNCIAS BRASIL Constituição 1988 Constituição da República Federativa do Brasil Brasília DF Senado 1988 BRASIL Lei n8080 de 19 set 1990 Dispõe sobre as condições para a promoção proteção e recuperação da saúde a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências Diário Oficial da União Brasília 20 set 1990 p1 BRASIL Ministério da Saúde SecretariaExecutiva Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização HumanizaSUS acolhimento com avaliação e classificação de risco um paradigma éticoestético no fazer em saúde 2004 BRASIL Ministério da Saúde Portaria n 648GM 28 de março de 2006 Aprova a Política Nacional da Atenção Básica estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para organização da Atenção Básica para o Programa Saúde da Família PSF e o Programa Agentes Comunitários de Saúde PACS COELHO M O JORGE M S B ARAÚJO M E O acesso por meio do acolhimento na atenção básica à saúde Revista Baiana v 33 n 3 p 440452 julset 2009 CARVALHO C A P et al Acolhimento aos usuários uma revisão sistemática do atendimento no Sistema Único de Saúde Arq Ciência Saúde v 15 n 2 p 9395 abrjun 2008 COTTA L M L de et al A satisfação dos usuários do Programa de Saúde da Família avaliando o cuidado em saúde Scientia Medica v 15 n 4 outdez 2005 FRANCO T B BUENO W S MERHY E E O acolhimento e os processos de trabalho em saúde o caso de Betim MG HUCITEC São Paulo 2003 MÂNGIA E F et al Acolhimento uma postura Revista Terapia Ocupacional v 13 n 1 p 1521 janabr 2002 25 MINAS GERAIS Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte Assessoria de Comunicação Avanços e desafios na organização da atenção básica à saúde em Belo Horizonte 2008 432 p MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais Implantação do Plano Diretor da Atenção Primária à Saúde Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais Belo Horizonte ESPMG 2010 Conteúdo Oficina 5 Acolhimento e Classificação de Risco Guia do Participante 56 p SOUSA M F de O programa saúde da família no Brasil análise do acesso à atenção básica Rev Bras Enferm v 61 nº 2 p 153 8 marabr 2008 SOUZA E C F de et al Acesso e acolhimento na atenção básica uma análise da percepção dos usuários e profissionais de saúde Cad Saúde Pública v 24 Sup 1 S100S110 2008 VASCONCELOS M GRILLO M J C SOARES S M Práticas educativas em atenção básica à saúde Tecnologias para abordagem ao indivíduo família e comunidade Belo Horizonte Editora UFMG NESCON 2009

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