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Fisioterapia ·
Anatomia
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Research Society and Development v 9 n 11 e59591110214 2020 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv9i1110214 1 Fisioterapia assistida por animais o cão coterapeuta como motivador e mediador dos exercícios para pacientes crônicos Animalassisted physiotherapy dog cotherapist as motivator and mediator of exercises for chronic patients Fisioterapia asistida por animales el coterapeuta canino como motivador y mediador de ejercicios para pacientes crónicos Recebido 13112020 Revisado 21112020 Aceito 22112020 Publicado 28112020 Carolina da Fonseca Sapin ORCID httpsorcidorg0000000227576355 Universidade Federal de Pelotas Brasil Email carolinasapinyahoocombr Camila Moura de Lima ORCID httpsorcidorg000000019306705X Universidade Federal de Pelotas Brasil Email camilamouralimahotmailcom Débora Matilde de Almeida ORCID httpsorcidorg0000000236401696 Universidade Federal de Pelotas Brasil Email debyalmeidahotmailcom Alexander Ferraz ORCID httpsorcidorg0000000204246249 Universidade Federal de Pelotas Brasil Email xanderferrazyahoocombr Mylena Schiavon de Albuquerque ORCID httpsorcidorg000000033172694X Anhanguera Educacional Brasil Email fisiomylenaschiavongmailcom Juliano Dias Grill ORCID httpsorcidorg0000000216579139 Anhanguera Educacional Brasil Email julianogrillgmailcom Research Society and Development v 9 n 11 e59591110214 2020 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv9i1110214 2 Julieta Carriconde Fripp ORCID httpsorcidorg0000000327407006 Universidade Federal de Pelotas Brasil Email julietafrippgmailcom Márcia de Oliveira Nobre ORCID httpsorcidorg0000000332849167 Universidade Federal de Pelotas Brasil Email marciaonobregmailcom Resumo A implementação de um protocolo fisioterapêutico é fundamental para manter a funcionalidade do idoso O objetivo deste estudo foi avaliar o cão como mediador e fator motivacional em pacientes idosos com doenças crônicas frente à fisioterapia assistida por animais FAA em uma instituição do município de Pelotas Tratase de um estudo quali quantitativo desenvolvido entre setembro a novembro de 2019 com a participação de dois cães e cinco pacientes Foram realizadas em média sete sessões as quais tinham duração de 30 minutos e foi estabelecido um protocolo conforme as necessidades dos pacientes Como método de avaliação foi aplicado na primeira e última sessão um questionário sobre o nível da satisfação Bem como a escala de autopercepção da felicidade frequência cardíaca e pressão arterial foram aferidas em dois momentos em cada sessão Concluise que o cão foi um aliado na terapia dos pacientes promovendo bemestar e a FAA aplicada aos pacientes proporcionou melhorias no estado emocional e físico assim como na propriocepção e coordenação motora dos mesmos Palavraschave Cães Modalidades de fisioterapia Cuidados paliativos Idosos Abstract The implementation of a physical therapy protocol is essential to maintain the functionality of the elderly The aim of this study was to evaluate the dog as a mediator and motivational factor in elderly patients with chronic diseases in face of animalassisted physiotherapy AAP in an institution in the city of Pelotas The qualitative and quantitative study was carried out between September and November 2019 with the participation of two dogs and five patients There were seven sessions in average which lasted 30 minutes and a protocol was established according to individual needs As a method of evaluation a questionnaire on the level of satisfaction was applied in the first and last session Also the scale of self Research Society and Development v 9 n 11 e59591110214 2020 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv9i1110214 3 perception of happiness heart rate and blood pressure were measured twice in each session In conclusion it was found that the dog was an ally in patients therapy promoting wellbeing and the AAP improved the patients emotional and physical conditions as well as their proprioception and motor coordination Keywords Dogs Physical therapy modalities Palliative care Elderly Resumen La implementación de un protocolo de fisioterapia es fundamental para mantener la funcionalidad en el adulto mayor El objetivo de este estudio fue evaluar al perro como mediador y factor motivacional en pacientes ancianos con enfermedades crónicas frente a la fisioterapia asistida por animales FAA en una institución de la ciudad de Pelotas Se trata de un estudio cualitativo y cuantitativo desarrollado entre setiembre y noviembre de 2019 con la participación de dos perros y cinco pacientes En promedio se realizaron siete sesiones de 30 minutos de duración y se estableció un protocolo acorde a las necesidades de los pacientes Como método de evaluación se aplicó un cuestionario sobre el nivel de satisfacción en la primera y última sesión Asimismo se midió la escala de autopercepción de la felicidad frecuencia cardiaca y presión arterial en dos momentos de cada sesión Se concluye que el perro fue un aliado en la terapia de los pacientes promoviendo el bienestar y la FAA aplicada a los pacientes proporcionó mejoras en su estado emocional y físico bien como en su propiocepción y coordinación motora Palabras clave Perros Modalidades de fisioterapia Cuidados paliativos Ancianos 1 Introdução A Organização Mundial da Saúde define Cuidados Paliativos como uma estratégia em saúde que deve ser ofertada o mais precoce possível a fim de aliviar sofrimentos de ordem física emocional social e espiritual e melhorar a qualidade de vida de indivíduos que apresentam doenças que ameaçam a vida Neste contexto existe a necessidade de ampliar o cuidado com a disponibilização de terapias complementares a fim de aliviar a dor total física e emocional dos pacientes e seus familiares Who 2002 A Associação Internacional para o Estudo da Dor conceitua esta como uma experiência sensitiva e emocional desagradável a qual é associada ou semelhante àquela associada a uma lesão tecidual real ou potencial DeSantana et al 2020 Doenças crônicas são entendidas como aquelas que ocorrem com progressão lenta e que podem persistem por toda vida sendo elas sintomáticas ou Research Society and Development v 9 n 11 e59591110214 2020 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv9i1110214 4 assintomáticas as quais comprometem a qualidade de vida do portador Brasil 2013 Encaixamse nesse conceito doenças como Parkinson Alzheimer Acidente Vascular Encefálico câncer diabetes dentre outras que necessitam de terapias paliativas A constante busca em humanizar as terapias em geral tem evoluído e com isso surgem terapias não convencionais como a Terapia Assistida por Animais TAA que tem chamado a atenção de pesquisadores devido aos benefícios mentais sociais cognitivos assim como ao bemestar do paciente Essa técnica surgiu em 1792 no York Retreat Inglaterra onde os pacientes cuidavam de animais como reforço positivo Dotti 2014 No Brasil a pioneira dessa prática foi a médica psiquiátrica Nise da Silveira em 1955 introduzindo cães e gatos no tratamento de pacientes com transtornos mentais Martins 2004 Dentre as modalidades atendidas pela TAA está a fisioterapia assistida por animais a qual iniciou no Brasil em 2003 e foi desenvolvida para o trabalho com idosos institucionalizados posteriormente foi ampliada para outras áreas da fisioterapia A prática consiste na introdução de cães na terapia fisioterapêutica individual ou em grupo visando proporcionar a interação homemanimal e proporcionar diversos benefícios à saúde do assistido como a estabilização da pressão arterial aumento da capacidade funcional e propriocepção Santos 2006 Yamashiro 2016 Sabese que houve um grande aumento na população idosa no Brasil e com aumento da expectativa de vida há o aparecimento de doenças crônicas que acarretam no desenvolvimento de déficits cognitivos os quais geram dificuldades para realização de tarefas cotidianas Ibge 2017 Gonçalves et al 2019 Dessa forma a implementação de um protocolo fisioterapêutico é fundamental para manter a funcionalidade do idoso por um maior período podendo ser associado às intervenções assistidas por animais Gonçalves et al 2019 Com isto este trabalho tem como objetivo avaliar o cão como mediador e como fator motivacional em pacientes idosos com necessidade de cuidados paliativos frente à fisioterapia assistida por animais em uma instituição do município de Pelotas Rio Grande do Sul 2 Metodologia Tratase de um estudo quantiqualitativo Pereira et al 2018 onde foram desenvolvidas intervenções assistidas por animais IAA na forma de terapia junto a pacientes com doenças crônicas durante sessões de fisioterapia em uma instituição pública de Cuidados Paliativos no município de Pelotas Rio Grande do Sul o Centro Regional de Cuidados Research Society and Development v 9 n 11 e59591110214 2020 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv9i1110214 5 Paliativos da UFPel A TAA foi realizada com os cães coterapeutas do projeto Pet Terapia faculdade de veterinária da Universidade Federal de Pelotas Esse estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Experimentação Animal da Universidade Federal de Pelotas CEEA 13913 2019 e pela Comissão de Ética em Pesquisa CEP 3610604 A equipe consistiase em médicos veterinários médicos e fisioterapeutas durante o período de setembro a novembro de 2019 Cães coterapeutas Foram selecionados dois cães coterapeutas de porte médio sem raças definidas e com temperamento dócil e ativo do Projeto Pet Terapia Esses cães têm a saúde controlada por médicos veterinários sendo realizados periodicamente exames clínicos e complementares de rotina Além disso são realizadas vacinações anualmente contra as principais doenças infecciosas assim como o controle de ecto e endoparasitas banhos semanais escovação dentária diária tosa higiênica e corte das unhas Os cães coterapeutas tem treinamento específico diário e rotineiro através de caminhadas exercícios dos comandos básicos senta dá a pata deita dessensibilização e socialização para desenvolverem as TAAs O seu bem estar era assegurado pela equipe Participantes Foram inclusos na pesquisa pacientes que participassem das sessões de fisioterapia na instituição os quais se sentiam confortáveis e tivessem prazer com o convívio com cães e que se dispusessem a realizar fisioterapia assistida por animais FAA Foram excluídos da pesquisa pessoas que não gostassem ou tivessem medo de cães Os pacientes foram selecionados pelo fisioterapeuta da instituição independemente da doença que os acometesse totalizando cinco participantes Com o intuito de avaliar os efeitos das sessões de FAA os pacientes selecionados realizaram semanalmente as sessões individuais de fisioterapia utilizando o cão como mediador e motivador das atividades As sessões tinham duração média de 30 minutos para cada paciente Todos os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido o qual consentia o uso da imagem Foi realizada junto ao fisioterapeuta previamente as sessões uma avaliação fisioterapêutica individual dos pacientes na qual foram traçados objetivos e condutas a serem realizadas para os mesmos e a partir desta foi estabelecido um protocolo fisioterapêutico que abrangesse todas as doenças dos participantes resultando em cinco condutas O número de Research Society and Development v 9 n 11 e59591110214 2020 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv9i1110214 6 repetições e dificuldade dos exercícios foram adaptados conforme as necessidades e progressão de cada participante Dessa forma foram selecionadas cinco condutas A primeira tratavase de alongamento dos principais grupos musculares dos membros superiores MMSS e por vezes dos inferiores momento em que o paciente deveria acariciar o cão desde a cabeça até aproximadamente a cauda Conforme as necessidades de cada paciente este exercício poderia ser realizado em sedestação sentado ou ortostase em pé e eram realizadas de 5 a 8 repetições A segunda consistia na mobilização articular ativa dos MMSS através da escovação dos pelos do cão com uma escova específica realizando de 5 a 8 repetições A conduta seguinte foi a estimulação motora através do arremesso de bolinhas em que o cão deveria buscalas e entregalas ao assistido Neste momento o paciente precisava manterse em ortostase e ao mesmo tempo manter o equilíbrio ao receber as bolinhas dessa forma caracterizavase um exercício de dupla tarefa Os arremessos deveriam se repetidos por 10 vezes em cada um dos MMSS A quarta conduta visava estimular a coordenação motora fina por meio de um colete colocado no cão que dispunha de zíperes botões e argolas em que o paciente em sedestação deveria realizar movimentos de pinça e garra para o manuseio dos acessórios do colete Em cada um dos itens do colete eram realizadas cinco repetições A última conduta consistia no treino de marcha onde o paciente deambulava e conduzia o cão através de um circuito com obstáculos por três vezes Para alguns participantes poderia ser acrescentada uma cama elástica ao final do circuito Avaliações Foram aplicados dois questionários aos pacientes um na primeira sessão e outro na última com intuito de avaliar a motivação e satisfação dos mesmos ao realizar as sessões de FAA Ainda visando analisar a influência das IAAs foram aferidas a pressão arterial PA e a frequência cardíaca FC dos pacientes em dois momentos antes do início da sessão e ao final da mesma utilizando um oxímetro digital e um esfigmomanômetro em membro superior direito Em ambos os momentos foi utilizada a escala de faces de Andrews para determinação de autopercepção de felicidade na qual era mostrado ao paciente expressões faciais classificadas A a G em que A representava muito feliz e G muito triste Mcdowell 1996 Posteriormente foram avalias as diferenças das PA e FC sem classificar a pressão do indivíduo em alta normal ou baixa Foi também registrado se o paciente fazia ou não o uso de antihipertensivos Os resultados dos parâmetros FC e PA foram avaliados através de média aritmética simples Research Society and Development v 9 n 11 e59591110214 2020 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv9i1110214 7 3 Resultados e Discussão Foram selecionados apenas cinco pacientes para participarem das sessões de FAAs visando o bemestar do cão coterapeuta Desses três pacientes eram do sexo masculino e dois do sexo feminino idosos com idades que variavam de 61 a 78 média de 70 anos os quais foram nomeados de A a E Os pacientes A B e D apresentavam acidente vascular encefálico AVE o C Parkinson e o E câncer de mama Quadros patológicos podem comprometer o padrão de marcha e o equilíbrio do idoso tornandoo mais suscetível a quedas de modo que pode trazer consequências como a morbidade perda da capacidade funcional e autonomia e incapacidade de viver com independência Carvalho 2011 Fernandes 2012 Filho 2013 Todos pacientes eram hipertensos e faziam uso contínuo de medicação Os pacientes A B C e E apresentavam alterações na biomecânica postural Já o D por se tratar de um cadeirante ficava impossibilitado de desenvolver o treino de marcha todavia apresentava alterações nos membros superiores as quais causavam desconforto e redução da amplitude de movimento articular O número das sessões realizadas por cada paciente foi variável já que por vezes os pacientes não compareciam as mesmas em virtude de alterações climáticas desconfortos e dificuldades de deslocamento até o local Dessa forma houve em média sete sessões Quanto aos cães estes participavam dos encontros individualmente e em dias alternados O tratamento fisioterapêutico prioriza o reestabelecimento das funções biomecânicas e funcionais através de inúmeros recursos como a implementação de um cão no protocolo proporcionando uma melhor satisfação ao desenvolver os exercícios promovendo desta forma a qualidade de vida dos pacientes Fine 2006 Spinoso 2011 No início de cada sessão foram realizadas as atividades de alongamento e escovação do cão Figura 1 A e B momento no qual também foi estabelecido facilmente o vínculo afetivo homemanimal através da troca caricia o que proporcionava um suporte emocional ao paciente assim como com a equipe multidisciplinar através do diálogo Os participantes se mostravam alegres ao interagirem com os cães realizando a troca afetiva do início ao fim das sessões e aguardavam ansiosamente pelo próximo encontro junto aos cães coterapeutas Os pacientes relatavam gostar da sensação do toque ao pelo sedoso dos cães coterapeutas O estímulo proporcionado pelo tato assim como a presença do animal ajuda na recuperação da autoestima e da sensibilidade do paciente San Joaquim 2012 Sabese que com o envelhecimento ocorrem diversas alterações na vida dos idosos como a dificuldade em interagir com outras pessoas dessa forma a presença de cães ajuda a formar vínculos Dotti Research Society and Development v 9 n 11 e59591110214 2020 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv9i1110214 8 2014 Vínculo semelhante foi criado entre a equipe e os pacientes uma vez que o cão agiu como catalisador Figura 1 Condutas fisioterapêuticas iniciais A Alongamento ativo dos membros superiores e inferiores com auxílio do cão coterapeuta B Mobilização articular ativa dos membros superiores através da escovação dos pelos do cão utilizando uma escova específica C Atividade de arremesso de bolinhas na qual o cão busca e devolva a mesma ao paciente momento em que os pacientes esboçavam sorrisos a cada graça do cão Fonte Autores Research Society and Development v 9 n 11 e59591110214 2020 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv9i1110214 9 A inserção do cão no protocolo permitiu realizar movimentos e alongamentos que sem a presença do coterapeuta são taxados como chatos e cansativos DOTTI 2014 No decorrer das sessões o paciente D apesar das suas limitações mostrou um maior controle motor do membro superior direito assim como uma melhor aceitação ao realizar as atividades propostas O exercício de arremesso de bolinhas era um dos seus maiores desafios pelas suas limitações e apesar disso mantinhase focado até alcançar o objetivo É importante salientar que ao ser observada a fadiga do paciente eram reduzidas as repetições Sabese que o cão pode motivar o paciente na utilização dos braços e mãos Yamashiro Dylewski 2016 Essa atividade foi uma das favoritas para a maior parte dos pacientes que se divertiam e esboçavam sorrisos a cada graça realizada pelo cão Figura 1 C O uso do colete no cão proporcionou aos assistidos um desenvolvimento da coordenação motora fina e da memória uma vez que com o passar das sessões os mesmos já reconheciam a sequência dos exercícios e o movimento necessário para o manuseio do colete Figura 2 A e B A utilização de recursos lúdicos associados aos cães tornou as atividades mais prazerosas proporcionando um melhor desempenho do assistido nas tarefas designadas Gonçalves et al 2019 Research Society and Development v 9 n 11 e59591110214 2020 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv9i1110214 10 Figura 2 Condutas fisioterapêuticas com utilização do colete e da cama elástica A Atividade de passar a fita mimosa pelas argolas usando apenas o movimento de pinça utilizando apenas um dos membros superiores B Atividade de abotoar utilizando apenas um dos membros superiores C Parte final do circuito com cones momento em que se acrescentava uma cama elástica na qual o cão acompanhava o assistido Fonte Autores Conforme a evolução dos pacientes B e C nas sessões de FAA em relação a propriocepção e o controle motor dos membros inferiores foi possível acrescentar ao fim do circuito com cones atividades com cama elástica na qual o cão acompanhava o assistido Figura 2 C O paciente B relatou que sentia maior segurança ao realizar as atividades de treino de marcha com o auxilio do cão coterapeuta O paciente A também demonstrou grande evolução quanto à mobilidade equilíbrio e controle dos membros superiores e inferiores mostrandose sempre disposto e por vezes realizando mais repetições dos exercícios do que o Research Society and Development v 9 n 11 e59591110214 2020 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv9i1110214 11 programado inicialmente Já o paciente E realizava as atividades de forma animada mostrandose concentrado e estimulado na execução dos exercícios Apesar do progresso desse paciente o mesmo realizou apenas três sessões e necessitou se afastar da fisioterapia para fazer um procedimento cirúrgico dessa forma acabou não completando as sessões e não respondeu ao segundo questionário A fisioterapia tem excelentes resultados porém em alguns pacientes pode causar desconforto pelos constantes estímulos na região acometida fazendo com que os mesmos tenham uma maior resistência em realizar as atividades durante as sessões O cão ao agir como estimulador e motivador para o desenvolvimento das atividades propostas faz com que a terapia seja mais agradável Yamashiro 2016 Gonçalves e colaboradores 2019 em seu estudo implementaram a FAA as sessões de dois idosos obtendo como resultados a melhora de equilíbrio e capacidade funcional dos mesmos corroborando com os resultados aqui observados As sessões de FAA foram desenvolvidas através de exercícios motores que por vezes poderiam causar uma maior exigência física dos pacientes Apesar disso a frequência cardíaca e pressão arterial mantiveramse estáveis e sem alterações significativas Tabela 1 O cão coterapeuta foi um grande aliado na adesão dos pacientes aos exercícios propostos Sabese que apenas a presença do cão já pode auxiliar o paciente no relaxamento muscular redução na ansiedade e além de proporcionar sensação de segurança Yamashiro Dylewski 2016 Tabela 1 Média aritmética das pressões arteriais sistólicas e diastólicas e das frequências cardíacas dos pacientes após as sessões de fisioterapia Grupo FAA Pressão mmHg média inicial média final Sistólica 1234 1266 Diastólica 824 810 média inicial média final Frequência Cardíaca bpm 77 794 Fonte Autores Ainda quando analisadas as escalas aplicadas relativas aos níveis de autopercepção de felicidade dos pacientes expressas na Figura 3 notouse que em grande parte das sessões as Research Society and Development v 9 n 11 e59591110214 2020 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv9i1110214 12 autopercepções mantiveramse iguais ou melhoraram Nas escalas dos pacientes B e D houve uma leve redução dado em dias em que os mesmos apresentavam maiores desconfortos devido à dor ou por alterações climáticas O que demonstra que apesar do cão tornar a fisioterapia em um momento de alegria e manter o idoso concentrado de forma que muitas vezes este se esqueça da dor ainda pode haver quadros da mesma Dotti 2014 Figura 3 Resultado da Escala de Faces de Andrews aplicada aos pacientes A B C D e E ao início e ao final das sessões de fisioterapia assistida por animais onde G representa uma pessoa muito triste e A uma pessoa muito feliz Fonte Autores Research Society and Development v 9 n 11 e59591110214 2020 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv9i1110214 13 Quando comparadas as respostas dos questionários inicial e final sobre a satisfação em realizar as sessões percebeuse um aumento na nota dos parâmetros relatados pelos pacientes B e D conforme observado na Tabela 2 Além disso é importante destacar que os pacientes A e C sempre avaliaram com pontuação máxima todos os parâmetros independente do momento da obtenção de respostas Os pacientes também foram questionados sobre como sentiam após as sessões com os coterapeutas Sentimentos como alegria felicidade disposição tranquilidade e estado de relaxamento foram relatados corroborando com a ideia de que o cão age como motivador assim como promove alegria e redução da ansiedade Fine 2006 Segundo Mossello 2011 a implementação da intervenção assistida por animais para idosos foi associada à redução da ansiedade tristeza e aumento de emoções positivas assim como de atividades motoras Tabela 2 Respostas obtidas nos questionários aplicados aos pacientes ao início e ao fim das sessões de FAA considerando 10 como valor máximo e zero o valor mínimo Paciente Momento DisposiçãoMotivação ao realizar as atividades Benefícios Gostou das sessões Atividades divertidas e interessantes Retornar no próximo semestre Indicar para alguém Satisfação geral A i 10 10 10 10 10 10 10 A f 10 10 10 10 10 10 10 B i 8 8 8 8 9 10 10 B f 8 8 9 9 10 10 10 C i 10 10 10 10 10 10 10 C f 10 10 10 10 10 10 10 D i 8 5 5 5 6 6 6 D f 8 7 6 8 8 8 7 Fonte Autores Ao final do último encontro foi solicitado aos pacientes um relato breve sobre a experiência da implementação do cão no protocolo fisioterapêutico O paciente A em seu depoimento declarou considerar a FAA eficiente e satisfatória relatando saudades dos cães coterapeutas O paciente B relatou que desejava que as atividades com os cães não acabassem No seu depoimento o paciente C considerou o trabalho maravilhoso e Research Society and Development v 9 n 11 e59591110214 2020 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv9i1110214 14 extremamente válido uma vez que a presença do cão durante a fisioterapia fazia com que ele se sentisse bem demonstrando também afinidade pela equipe Já o paciente D considerou as sessões satisfatórias No encerramento das atividades foi ainda relatado que os cães auxiliaram muito durante os encontros O cão age como catalisador das emoções assim com modificação no mental e emocional do paciente é possível gerar uma modificação na estrutura musculoesquelética e viceversa Fine 2006 Dotti 2014 Devese salientar que o cão não substitui a fisioterapia convencional porém age diretamente no desempenho do paciente durante a terapia Gonçalves et al 2019 4 Considerações Finais Através dos resultados obtidos notouse que a inserção do cão como motivador e mediador nas condutas fisioterapêuticas foi um aliado na terapia de pacientes em cuidados paliativos a fim de auxiliar a promoção do bemestar facilitar a formação de vínculos e dar suporte emocional aos assistidos Apesar do baixo número de participantes notouse que a fisioterapia assistida por animais proporcionou melhorias no estado emocional e físico assim como na propriocepção e coordenação motora dos pacientes Deste modo acreditasse tratarse de técnica promissora ao permitir tornar ainda mais agradável a terapia convencional e facilitar a adesão do paciente Sugeremse novos estudos para que seja possível desenvolver protocolos para doenças específicas e que proporcionem suporte emocional aos pacientes Agradecimentos Ao MEC pela concessão de bolsa de residência multiprofissional em Medicina Veterinária na área de Pet Terapia atividade terapia e educação assistida por animais Ao CNPQ pela bolsa de produtividade cientifica processo 30815220190 À instituição parceira deste artigo Cuidativa FaMed UFPel Referências Brasil Ministério da Saúde Secretaria de Atenção à Saúde 2013 Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenças crônicas nas redes de atenção à saúde e nas linhas de cuidado prioritárias Departamento de Atenção Básica Brasília Ministério da Saúde Research Society and Development v 9 n 11 e59591110214 2020 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv9i1110214 15 Carvalho E M S Mota S P F Silva G P F Filho J M C 2011 A postura do idoso e suas implicações clinicas Geriatrics Gerontology and Aging 53 170174 DeSantana J M Perissinotti D M N Oliveira Junior J O Correia L M F 2020 Definição de dor revisada após quatro décadas BrJP 33197198 Dotti J 2014 Terapia Animais São Paulo Livrus Fernandes A M B L Ferreira J J A Ortiz L R Stolt G Brito G E Clementino A C C R Sousa N M 2012 Efeitos da prática de exercício físico sobre o desempenho da marcha e da mobilidade funcional em idosos Fisioterapia em movimento 254 821830 Filho J C B 2013 Fatores associados à demência e ao déficit cognitivo em idosos atendidos pela Estratégia de Saúde da Família no Município de Porto Alegre Porto Alegre RS Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Fine A H 2006 Handbook on AnimalAssisted Therapy Pomona Academic Press Gonçalves B M Martins R C A Cardoso T F Lima R C M 2019 Efeitos da associação da Terapia Assistida por Animais com o tratamento fisioterápico na funcionalidade e humor de indivíduos com demência Fisioterapia Brasil 201 119130 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 2017 Projeção da população do Brasil e das Unidades da Federação Recuperado de httpswwwibgegovbrappspopulacaoprojecao Martins M F 2004 Zooterapia ou terapia assistida por animais TAA Revista Nosso Clínico 40 2226 Mcdowell I Newellm C 1996 Measuring health a guide to rating scales and questionnaires New York Oxford University Press Mossello E Ridolfi A Mello A M Lorenzini G Mugnai F Piccini C Barone D Peruzzi A Masotti G Marchionni N 2011 Animalassisted activity and emotional Research Society and Development v 9 n 11 e59591110214 2020 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv9i1110214 16 status of patients with Alzheimers disease in day care International Psychogeriatrics 236 899905 Pereira A S Shitsuka D M Parreira F J Shitsuka R 2018 Metodologia da pesquisa científica Santa Maria Ed UABNTEUFSM San Joaquín M P Z 2002 Terapia asistida por animales de compañía Bienestar para el ser humano Temas de Hoy 103 143149 Santos K C P T 2006 Terapia Assistida por Animais uma experiência além da ciência São Paulo Paulinas Spinoso D H Faganello F R 2011 Influência do tratamento fisioterapêutico em grupo no equilíbrio na mobilidade funcional e na qualidade de vida de pacientes com Parkinson Revista Terapia Manual 945 655659 World Health Organization WHO 2002 National cancer control programmes policies and managerial guidelines Geneva World Health Organization Yamashiro C G Dylewski C 2016 Fisioterapia Assistida por Animais In Chelini M O M Otta E Terapia assistida por animais São Paulo Manole Porcentagem de contribuição de cada autor no manuscrito Carolina da Fonseca Sapin 30 Camila Moura de Lima 10 Débora Matilde de Almeida 10 Alexander Ferraz 10 Mylena Schiavon de Albuquerque 10 Juliano Dias Grill 10 Julieta Carriconde Fripp 10 Márcia de Oliveira Nobre 10 Resumo do artigo Fisioterapia assistida por animais o cão coterapeuta como motivador e mediador dos exercícios para pacientes crônicos Os Cuidados Paliativos segundo a Organização Mundial da Saúde são uma estratégia de saúde que visa aliviar o sofrimento físico emocional social e espiritual de pessoas com doenças ameaçadoras da vida Isso envolve a necessidade de oferecer terapias complementares para aliviar a dor total dos pacientes e suas famílias Doenças crônicas como Parkinson Alzheimer câncer e diabetes são exemplos desse tipo de enfermidade afetando a qualidade de vida dos pacientes Uma abordagem não convencional que tem ganhado destaque é a Terapia Assistida por Animais TAA que utiliza a interação homemanimal como meio de proporcionar benefícios mentais sociais e físicos aos pacientes Essa técnica surgiu há muito tempo sendo pioneiramente introduzida por Nise da Silveira no Brasil em 1955 A TAA também foi incorporada à fisioterapia visando melhorar a saúde de idosos institucionalizados com resultados como a estabilização da pressão arterial e o aumento da capacidade funcional O envelhecimento da população brasileira e o aumento das doenças crônicas que frequentemente levam a déficits cognitivos e limitações nas atividades diárias tornam crucial a implementação de protocolos de fisioterapia para manter a funcionalidade dos idosos A integração da TAA nesses protocolos pode ser benéfica O estudo em questão teve como objetivo avaliar o uso de cães como mediadores motivacionais em sessões de fisioterapia assistida por animais para pacientes idosos que necessitam de cuidados paliativos O estudo envolveu intervenções assistidas por animais realizadas por cães coterapeutas em um centro de cuidados paliativos em Pelotas Rio Grande do Sul A metodologia adotada foi quantiqualitativa com sessões semanais de fisioterapia assistida por animais para cinco pacientes selecionados Os pacientes participantes foram escolhidos pelo fisioterapeuta com base na sua afinidade com cães e assinaram termos de consentimento Foram desenvolvidos protocolos fisioterapêuticos específicos para cada paciente envolvendo exercícios como alongamentos mobilização articular estimulação motora coordenação motora fina e treino de marcha Para avaliar os efeitos das sessões os pacientes responderam a questionários de motivação e satisfação Além disso a pressão arterial e a frequência cardíaca foram medidas antes e após as sessões e a autopercepção de felicidade foi registrada Os resultados foram analisados por meio de médias simples A pesquisa visa entender como a TAA pode beneficiar idosos em cuidados paliativos melhorando sua motivação bem estar físico e emocional durante as sessões de fisioterapia Os resultados e discussões do estudo revelam que cinco pacientes participaram das sessões de Fisioterapia Assistida por Animais FAA com o objetivo de melhorar o bemestar dos cães coterapeutas Destes três eram homens e dois eram mulheres com idades variando de 61 a 78 anos média de 70 anos com diferentes condições de saúde como acidente vascular encefálico AVE Parkinson e câncer de mama Todos eram hipertensos e faziam uso de medicação contínua As sessões de FAA envolveram atividades como alongamento escovação dos cães exercícios de coordenação motora fina e treino de marcha adaptados às necessidades individuais de cada paciente além de acompanhadas pela medição da pressão arterial e da frequência cardíaca dos pacientes que se mantiveram estáveis ao longo das sessões Os questionários de satisfação indicaram que os pacientes apreciaram as sessões e se sentiram mais felizes motivados e relaxados após interagirem com os cães coterapeutas Os resultados sugerem que a FAA pode ser uma técnica promissora para melhorar o bemestar emocional e físico de pacientes em cuidados paliativos facilitando a adesão à fisioterapia convencional No entanto são necessários mais estudos para desenvolver protocolos específicos para diferentes condições de saúde e para avaliar o suporte emocional proporcionado por essa abordagem REFERÊNCIA SAPIN C F da LIMA C M de ALMEIDA D M de FERRAZ A ALBUQUERQUE M S de GRILL J D FRIPP J C NOBRE M de O Animal assisted physiotherapy dog cotherapist as motivator and mediator of exercises for chronic patients Research Society and Development S l v 9 n 11 p e59591110214 2020 DOI 1033448rsdv9i1110214 Disponível em httpsrsdjournalorgindexphprsdarticleview10214 Acesso em 13 sep 2023 Resumo do artigo Fisioterapia assistida por animais o cão coterapeuta como motivador e mediador dos exercícios para pacientes crônicos Os Cuidados Paliativos segundo a Organização Mundial da Saúde são uma estratégia de saúde que visa aliviar o sofrimento físico emocional social e espiritual de pessoas com doenças ameaçadoras da vida Isso envolve a necessidade de oferecer terapias complementares para aliviar a dor total dos pacientes e suas famílias Doenças crônicas como Parkinson Alzheimer câncer e diabetes são exemplos desse tipo de enfermidade afetando a qualidade de vida dos pacientes Uma abordagem não convencional que tem ganhado destaque é a Terapia Assistida por Animais TAA que utiliza a interação homemanimal como meio de proporcionar benefícios mentais sociais e físicos aos pacientes Essa técnica surgiu há muito tempo sendo pioneiramente introduzida por Nise da Silveira no Brasil em 1955 A TAA também foi incorporada à fisioterapia visando melhorar a saúde de idosos institucionalizados com resultados como a estabilização da pressão arterial e o aumento da capacidade funcional O envelhecimento da população brasileira e o aumento das doenças crônicas que frequentemente levam a déficits cognitivos e limitações nas atividades diárias tornam crucial a implementação de protocolos de fisioterapia para manter a funcionalidade dos idosos A integração da TAA nesses protocolos pode ser benéfica O estudo em questão teve como objetivo avaliar o uso de cães como mediadores motivacionais em sessões de fisioterapia assistida por animais para pacientes idosos que necessitam de cuidados paliativos O estudo envolveu intervenções assistidas por animais realizadas por cães coterapeutas em um centro de cuidados paliativos em Pelotas Rio Grande do Sul A metodologia adotada foi quantiqualitativa com sessões semanais de fisioterapia assistida por animais para cinco pacientes selecionados Os pacientes participantes foram escolhidos pelo fisioterapeuta com base na sua afinidade com cães e assinaram termos de consentimento Foram desenvolvidos protocolos fisioterapêuticos específicos para cada paciente envolvendo exercícios como alongamentos mobilização articular estimulação motora coordenação motora fina e treino de marcha Para avaliar os efeitos das sessões os pacientes responderam a questionários de motivação e satisfação Além disso a pressão arterial e a frequência cardíaca foram medidas antes e após as sessões e a autopercepção de felicidade foi registrada Os resultados foram analisados por meio de médias simples A pesquisa visa entender como a TAA pode beneficiar idosos em cuidados paliativos melhorando sua motivação bem estar físico e emocional durante as sessões de fisioterapia Os resultados e discussões do estudo revelam que cinco pacientes participaram das sessões de Fisioterapia Assistida por Animais FAA com o objetivo de melhorar o bemestar dos cães coterapeutas Destes três eram homens e dois eram mulheres com idades variando de 61 a 78 anos média de 70 anos com diferentes condições de saúde como acidente vascular encefálico AVE Parkinson e câncer de mama Todos eram hipertensos e faziam uso de medicação contínua As sessões de FAA envolveram atividades como alongamento escovação dos cães exercícios de coordenação motora fina e treino de marcha adaptados às necessidades individuais de cada paciente além de acompanhadas pela medição da pressão arterial e da frequência cardíaca dos pacientes que se mantiveram estáveis ao longo das sessões Os questionários de satisfação indicaram que os pacientes apreciaram as sessões e se sentiram mais felizes motivados e relaxados após interagirem com os cães coterapeutas Os resultados sugerem que a FAA pode ser uma técnica promissora para melhorar o bemestar emocional e físico de pacientes em cuidados paliativos facilitando a adesão à fisioterapia convencional No entanto são necessários mais estudos para desenvolver protocolos específicos para diferentes condições de saúde e para avaliar o suporte emocional proporcionado por essa abordagem REFERÊNCIA SAPIN C F da LIMA C M de ALMEIDA D M de FERRAZ A ALBUQUERQUE M S de GRILL J D FRIPP J C NOBRE M de O Animal assisted physiotherapy dog cotherapist as motivator and mediator of exercises for chronic patients Research Society and Development S l v 9 n 11 p e59591110214 2020 DOI 1033448rsdv9i1110214 Disponível em httpsrsdjournalorgindexphprsdarticleview10214 Acesso em 13 sep 2023
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Research Society and Development v 9 n 11 e59591110214 2020 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv9i1110214 1 Fisioterapia assistida por animais o cão coterapeuta como motivador e mediador dos exercícios para pacientes crônicos Animalassisted physiotherapy dog cotherapist as motivator and mediator of exercises for chronic patients Fisioterapia asistida por animales el coterapeuta canino como motivador y mediador de ejercicios para pacientes crónicos Recebido 13112020 Revisado 21112020 Aceito 22112020 Publicado 28112020 Carolina da Fonseca Sapin ORCID httpsorcidorg0000000227576355 Universidade Federal de Pelotas Brasil Email carolinasapinyahoocombr Camila Moura de Lima ORCID httpsorcidorg000000019306705X Universidade Federal de Pelotas Brasil Email camilamouralimahotmailcom Débora Matilde de Almeida ORCID httpsorcidorg0000000236401696 Universidade Federal de Pelotas Brasil Email debyalmeidahotmailcom Alexander Ferraz ORCID httpsorcidorg0000000204246249 Universidade Federal de Pelotas Brasil Email xanderferrazyahoocombr Mylena Schiavon de Albuquerque ORCID httpsorcidorg000000033172694X Anhanguera Educacional Brasil Email fisiomylenaschiavongmailcom Juliano Dias Grill ORCID httpsorcidorg0000000216579139 Anhanguera Educacional Brasil Email julianogrillgmailcom Research Society and Development v 9 n 11 e59591110214 2020 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv9i1110214 2 Julieta Carriconde Fripp ORCID httpsorcidorg0000000327407006 Universidade Federal de Pelotas Brasil Email julietafrippgmailcom Márcia de Oliveira Nobre ORCID httpsorcidorg0000000332849167 Universidade Federal de Pelotas Brasil Email marciaonobregmailcom Resumo A implementação de um protocolo fisioterapêutico é fundamental para manter a funcionalidade do idoso O objetivo deste estudo foi avaliar o cão como mediador e fator motivacional em pacientes idosos com doenças crônicas frente à fisioterapia assistida por animais FAA em uma instituição do município de Pelotas Tratase de um estudo quali quantitativo desenvolvido entre setembro a novembro de 2019 com a participação de dois cães e cinco pacientes Foram realizadas em média sete sessões as quais tinham duração de 30 minutos e foi estabelecido um protocolo conforme as necessidades dos pacientes Como método de avaliação foi aplicado na primeira e última sessão um questionário sobre o nível da satisfação Bem como a escala de autopercepção da felicidade frequência cardíaca e pressão arterial foram aferidas em dois momentos em cada sessão Concluise que o cão foi um aliado na terapia dos pacientes promovendo bemestar e a FAA aplicada aos pacientes proporcionou melhorias no estado emocional e físico assim como na propriocepção e coordenação motora dos mesmos Palavraschave Cães Modalidades de fisioterapia Cuidados paliativos Idosos Abstract The implementation of a physical therapy protocol is essential to maintain the functionality of the elderly The aim of this study was to evaluate the dog as a mediator and motivational factor in elderly patients with chronic diseases in face of animalassisted physiotherapy AAP in an institution in the city of Pelotas The qualitative and quantitative study was carried out between September and November 2019 with the participation of two dogs and five patients There were seven sessions in average which lasted 30 minutes and a protocol was established according to individual needs As a method of evaluation a questionnaire on the level of satisfaction was applied in the first and last session Also the scale of self Research Society and Development v 9 n 11 e59591110214 2020 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv9i1110214 3 perception of happiness heart rate and blood pressure were measured twice in each session In conclusion it was found that the dog was an ally in patients therapy promoting wellbeing and the AAP improved the patients emotional and physical conditions as well as their proprioception and motor coordination Keywords Dogs Physical therapy modalities Palliative care Elderly Resumen La implementación de un protocolo de fisioterapia es fundamental para mantener la funcionalidad en el adulto mayor El objetivo de este estudio fue evaluar al perro como mediador y factor motivacional en pacientes ancianos con enfermedades crónicas frente a la fisioterapia asistida por animales FAA en una institución de la ciudad de Pelotas Se trata de un estudio cualitativo y cuantitativo desarrollado entre setiembre y noviembre de 2019 con la participación de dos perros y cinco pacientes En promedio se realizaron siete sesiones de 30 minutos de duración y se estableció un protocolo acorde a las necesidades de los pacientes Como método de evaluación se aplicó un cuestionario sobre el nivel de satisfacción en la primera y última sesión Asimismo se midió la escala de autopercepción de la felicidad frecuencia cardiaca y presión arterial en dos momentos de cada sesión Se concluye que el perro fue un aliado en la terapia de los pacientes promoviendo el bienestar y la FAA aplicada a los pacientes proporcionó mejoras en su estado emocional y físico bien como en su propiocepción y coordinación motora Palabras clave Perros Modalidades de fisioterapia Cuidados paliativos Ancianos 1 Introdução A Organização Mundial da Saúde define Cuidados Paliativos como uma estratégia em saúde que deve ser ofertada o mais precoce possível a fim de aliviar sofrimentos de ordem física emocional social e espiritual e melhorar a qualidade de vida de indivíduos que apresentam doenças que ameaçam a vida Neste contexto existe a necessidade de ampliar o cuidado com a disponibilização de terapias complementares a fim de aliviar a dor total física e emocional dos pacientes e seus familiares Who 2002 A Associação Internacional para o Estudo da Dor conceitua esta como uma experiência sensitiva e emocional desagradável a qual é associada ou semelhante àquela associada a uma lesão tecidual real ou potencial DeSantana et al 2020 Doenças crônicas são entendidas como aquelas que ocorrem com progressão lenta e que podem persistem por toda vida sendo elas sintomáticas ou Research Society and Development v 9 n 11 e59591110214 2020 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv9i1110214 4 assintomáticas as quais comprometem a qualidade de vida do portador Brasil 2013 Encaixamse nesse conceito doenças como Parkinson Alzheimer Acidente Vascular Encefálico câncer diabetes dentre outras que necessitam de terapias paliativas A constante busca em humanizar as terapias em geral tem evoluído e com isso surgem terapias não convencionais como a Terapia Assistida por Animais TAA que tem chamado a atenção de pesquisadores devido aos benefícios mentais sociais cognitivos assim como ao bemestar do paciente Essa técnica surgiu em 1792 no York Retreat Inglaterra onde os pacientes cuidavam de animais como reforço positivo Dotti 2014 No Brasil a pioneira dessa prática foi a médica psiquiátrica Nise da Silveira em 1955 introduzindo cães e gatos no tratamento de pacientes com transtornos mentais Martins 2004 Dentre as modalidades atendidas pela TAA está a fisioterapia assistida por animais a qual iniciou no Brasil em 2003 e foi desenvolvida para o trabalho com idosos institucionalizados posteriormente foi ampliada para outras áreas da fisioterapia A prática consiste na introdução de cães na terapia fisioterapêutica individual ou em grupo visando proporcionar a interação homemanimal e proporcionar diversos benefícios à saúde do assistido como a estabilização da pressão arterial aumento da capacidade funcional e propriocepção Santos 2006 Yamashiro 2016 Sabese que houve um grande aumento na população idosa no Brasil e com aumento da expectativa de vida há o aparecimento de doenças crônicas que acarretam no desenvolvimento de déficits cognitivos os quais geram dificuldades para realização de tarefas cotidianas Ibge 2017 Gonçalves et al 2019 Dessa forma a implementação de um protocolo fisioterapêutico é fundamental para manter a funcionalidade do idoso por um maior período podendo ser associado às intervenções assistidas por animais Gonçalves et al 2019 Com isto este trabalho tem como objetivo avaliar o cão como mediador e como fator motivacional em pacientes idosos com necessidade de cuidados paliativos frente à fisioterapia assistida por animais em uma instituição do município de Pelotas Rio Grande do Sul 2 Metodologia Tratase de um estudo quantiqualitativo Pereira et al 2018 onde foram desenvolvidas intervenções assistidas por animais IAA na forma de terapia junto a pacientes com doenças crônicas durante sessões de fisioterapia em uma instituição pública de Cuidados Paliativos no município de Pelotas Rio Grande do Sul o Centro Regional de Cuidados Research Society and Development v 9 n 11 e59591110214 2020 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv9i1110214 5 Paliativos da UFPel A TAA foi realizada com os cães coterapeutas do projeto Pet Terapia faculdade de veterinária da Universidade Federal de Pelotas Esse estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Experimentação Animal da Universidade Federal de Pelotas CEEA 13913 2019 e pela Comissão de Ética em Pesquisa CEP 3610604 A equipe consistiase em médicos veterinários médicos e fisioterapeutas durante o período de setembro a novembro de 2019 Cães coterapeutas Foram selecionados dois cães coterapeutas de porte médio sem raças definidas e com temperamento dócil e ativo do Projeto Pet Terapia Esses cães têm a saúde controlada por médicos veterinários sendo realizados periodicamente exames clínicos e complementares de rotina Além disso são realizadas vacinações anualmente contra as principais doenças infecciosas assim como o controle de ecto e endoparasitas banhos semanais escovação dentária diária tosa higiênica e corte das unhas Os cães coterapeutas tem treinamento específico diário e rotineiro através de caminhadas exercícios dos comandos básicos senta dá a pata deita dessensibilização e socialização para desenvolverem as TAAs O seu bem estar era assegurado pela equipe Participantes Foram inclusos na pesquisa pacientes que participassem das sessões de fisioterapia na instituição os quais se sentiam confortáveis e tivessem prazer com o convívio com cães e que se dispusessem a realizar fisioterapia assistida por animais FAA Foram excluídos da pesquisa pessoas que não gostassem ou tivessem medo de cães Os pacientes foram selecionados pelo fisioterapeuta da instituição independemente da doença que os acometesse totalizando cinco participantes Com o intuito de avaliar os efeitos das sessões de FAA os pacientes selecionados realizaram semanalmente as sessões individuais de fisioterapia utilizando o cão como mediador e motivador das atividades As sessões tinham duração média de 30 minutos para cada paciente Todos os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido o qual consentia o uso da imagem Foi realizada junto ao fisioterapeuta previamente as sessões uma avaliação fisioterapêutica individual dos pacientes na qual foram traçados objetivos e condutas a serem realizadas para os mesmos e a partir desta foi estabelecido um protocolo fisioterapêutico que abrangesse todas as doenças dos participantes resultando em cinco condutas O número de Research Society and Development v 9 n 11 e59591110214 2020 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv9i1110214 6 repetições e dificuldade dos exercícios foram adaptados conforme as necessidades e progressão de cada participante Dessa forma foram selecionadas cinco condutas A primeira tratavase de alongamento dos principais grupos musculares dos membros superiores MMSS e por vezes dos inferiores momento em que o paciente deveria acariciar o cão desde a cabeça até aproximadamente a cauda Conforme as necessidades de cada paciente este exercício poderia ser realizado em sedestação sentado ou ortostase em pé e eram realizadas de 5 a 8 repetições A segunda consistia na mobilização articular ativa dos MMSS através da escovação dos pelos do cão com uma escova específica realizando de 5 a 8 repetições A conduta seguinte foi a estimulação motora através do arremesso de bolinhas em que o cão deveria buscalas e entregalas ao assistido Neste momento o paciente precisava manterse em ortostase e ao mesmo tempo manter o equilíbrio ao receber as bolinhas dessa forma caracterizavase um exercício de dupla tarefa Os arremessos deveriam se repetidos por 10 vezes em cada um dos MMSS A quarta conduta visava estimular a coordenação motora fina por meio de um colete colocado no cão que dispunha de zíperes botões e argolas em que o paciente em sedestação deveria realizar movimentos de pinça e garra para o manuseio dos acessórios do colete Em cada um dos itens do colete eram realizadas cinco repetições A última conduta consistia no treino de marcha onde o paciente deambulava e conduzia o cão através de um circuito com obstáculos por três vezes Para alguns participantes poderia ser acrescentada uma cama elástica ao final do circuito Avaliações Foram aplicados dois questionários aos pacientes um na primeira sessão e outro na última com intuito de avaliar a motivação e satisfação dos mesmos ao realizar as sessões de FAA Ainda visando analisar a influência das IAAs foram aferidas a pressão arterial PA e a frequência cardíaca FC dos pacientes em dois momentos antes do início da sessão e ao final da mesma utilizando um oxímetro digital e um esfigmomanômetro em membro superior direito Em ambos os momentos foi utilizada a escala de faces de Andrews para determinação de autopercepção de felicidade na qual era mostrado ao paciente expressões faciais classificadas A a G em que A representava muito feliz e G muito triste Mcdowell 1996 Posteriormente foram avalias as diferenças das PA e FC sem classificar a pressão do indivíduo em alta normal ou baixa Foi também registrado se o paciente fazia ou não o uso de antihipertensivos Os resultados dos parâmetros FC e PA foram avaliados através de média aritmética simples Research Society and Development v 9 n 11 e59591110214 2020 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv9i1110214 7 3 Resultados e Discussão Foram selecionados apenas cinco pacientes para participarem das sessões de FAAs visando o bemestar do cão coterapeuta Desses três pacientes eram do sexo masculino e dois do sexo feminino idosos com idades que variavam de 61 a 78 média de 70 anos os quais foram nomeados de A a E Os pacientes A B e D apresentavam acidente vascular encefálico AVE o C Parkinson e o E câncer de mama Quadros patológicos podem comprometer o padrão de marcha e o equilíbrio do idoso tornandoo mais suscetível a quedas de modo que pode trazer consequências como a morbidade perda da capacidade funcional e autonomia e incapacidade de viver com independência Carvalho 2011 Fernandes 2012 Filho 2013 Todos pacientes eram hipertensos e faziam uso contínuo de medicação Os pacientes A B C e E apresentavam alterações na biomecânica postural Já o D por se tratar de um cadeirante ficava impossibilitado de desenvolver o treino de marcha todavia apresentava alterações nos membros superiores as quais causavam desconforto e redução da amplitude de movimento articular O número das sessões realizadas por cada paciente foi variável já que por vezes os pacientes não compareciam as mesmas em virtude de alterações climáticas desconfortos e dificuldades de deslocamento até o local Dessa forma houve em média sete sessões Quanto aos cães estes participavam dos encontros individualmente e em dias alternados O tratamento fisioterapêutico prioriza o reestabelecimento das funções biomecânicas e funcionais através de inúmeros recursos como a implementação de um cão no protocolo proporcionando uma melhor satisfação ao desenvolver os exercícios promovendo desta forma a qualidade de vida dos pacientes Fine 2006 Spinoso 2011 No início de cada sessão foram realizadas as atividades de alongamento e escovação do cão Figura 1 A e B momento no qual também foi estabelecido facilmente o vínculo afetivo homemanimal através da troca caricia o que proporcionava um suporte emocional ao paciente assim como com a equipe multidisciplinar através do diálogo Os participantes se mostravam alegres ao interagirem com os cães realizando a troca afetiva do início ao fim das sessões e aguardavam ansiosamente pelo próximo encontro junto aos cães coterapeutas Os pacientes relatavam gostar da sensação do toque ao pelo sedoso dos cães coterapeutas O estímulo proporcionado pelo tato assim como a presença do animal ajuda na recuperação da autoestima e da sensibilidade do paciente San Joaquim 2012 Sabese que com o envelhecimento ocorrem diversas alterações na vida dos idosos como a dificuldade em interagir com outras pessoas dessa forma a presença de cães ajuda a formar vínculos Dotti Research Society and Development v 9 n 11 e59591110214 2020 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv9i1110214 8 2014 Vínculo semelhante foi criado entre a equipe e os pacientes uma vez que o cão agiu como catalisador Figura 1 Condutas fisioterapêuticas iniciais A Alongamento ativo dos membros superiores e inferiores com auxílio do cão coterapeuta B Mobilização articular ativa dos membros superiores através da escovação dos pelos do cão utilizando uma escova específica C Atividade de arremesso de bolinhas na qual o cão busca e devolva a mesma ao paciente momento em que os pacientes esboçavam sorrisos a cada graça do cão Fonte Autores Research Society and Development v 9 n 11 e59591110214 2020 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv9i1110214 9 A inserção do cão no protocolo permitiu realizar movimentos e alongamentos que sem a presença do coterapeuta são taxados como chatos e cansativos DOTTI 2014 No decorrer das sessões o paciente D apesar das suas limitações mostrou um maior controle motor do membro superior direito assim como uma melhor aceitação ao realizar as atividades propostas O exercício de arremesso de bolinhas era um dos seus maiores desafios pelas suas limitações e apesar disso mantinhase focado até alcançar o objetivo É importante salientar que ao ser observada a fadiga do paciente eram reduzidas as repetições Sabese que o cão pode motivar o paciente na utilização dos braços e mãos Yamashiro Dylewski 2016 Essa atividade foi uma das favoritas para a maior parte dos pacientes que se divertiam e esboçavam sorrisos a cada graça realizada pelo cão Figura 1 C O uso do colete no cão proporcionou aos assistidos um desenvolvimento da coordenação motora fina e da memória uma vez que com o passar das sessões os mesmos já reconheciam a sequência dos exercícios e o movimento necessário para o manuseio do colete Figura 2 A e B A utilização de recursos lúdicos associados aos cães tornou as atividades mais prazerosas proporcionando um melhor desempenho do assistido nas tarefas designadas Gonçalves et al 2019 Research Society and Development v 9 n 11 e59591110214 2020 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv9i1110214 10 Figura 2 Condutas fisioterapêuticas com utilização do colete e da cama elástica A Atividade de passar a fita mimosa pelas argolas usando apenas o movimento de pinça utilizando apenas um dos membros superiores B Atividade de abotoar utilizando apenas um dos membros superiores C Parte final do circuito com cones momento em que se acrescentava uma cama elástica na qual o cão acompanhava o assistido Fonte Autores Conforme a evolução dos pacientes B e C nas sessões de FAA em relação a propriocepção e o controle motor dos membros inferiores foi possível acrescentar ao fim do circuito com cones atividades com cama elástica na qual o cão acompanhava o assistido Figura 2 C O paciente B relatou que sentia maior segurança ao realizar as atividades de treino de marcha com o auxilio do cão coterapeuta O paciente A também demonstrou grande evolução quanto à mobilidade equilíbrio e controle dos membros superiores e inferiores mostrandose sempre disposto e por vezes realizando mais repetições dos exercícios do que o Research Society and Development v 9 n 11 e59591110214 2020 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv9i1110214 11 programado inicialmente Já o paciente E realizava as atividades de forma animada mostrandose concentrado e estimulado na execução dos exercícios Apesar do progresso desse paciente o mesmo realizou apenas três sessões e necessitou se afastar da fisioterapia para fazer um procedimento cirúrgico dessa forma acabou não completando as sessões e não respondeu ao segundo questionário A fisioterapia tem excelentes resultados porém em alguns pacientes pode causar desconforto pelos constantes estímulos na região acometida fazendo com que os mesmos tenham uma maior resistência em realizar as atividades durante as sessões O cão ao agir como estimulador e motivador para o desenvolvimento das atividades propostas faz com que a terapia seja mais agradável Yamashiro 2016 Gonçalves e colaboradores 2019 em seu estudo implementaram a FAA as sessões de dois idosos obtendo como resultados a melhora de equilíbrio e capacidade funcional dos mesmos corroborando com os resultados aqui observados As sessões de FAA foram desenvolvidas através de exercícios motores que por vezes poderiam causar uma maior exigência física dos pacientes Apesar disso a frequência cardíaca e pressão arterial mantiveramse estáveis e sem alterações significativas Tabela 1 O cão coterapeuta foi um grande aliado na adesão dos pacientes aos exercícios propostos Sabese que apenas a presença do cão já pode auxiliar o paciente no relaxamento muscular redução na ansiedade e além de proporcionar sensação de segurança Yamashiro Dylewski 2016 Tabela 1 Média aritmética das pressões arteriais sistólicas e diastólicas e das frequências cardíacas dos pacientes após as sessões de fisioterapia Grupo FAA Pressão mmHg média inicial média final Sistólica 1234 1266 Diastólica 824 810 média inicial média final Frequência Cardíaca bpm 77 794 Fonte Autores Ainda quando analisadas as escalas aplicadas relativas aos níveis de autopercepção de felicidade dos pacientes expressas na Figura 3 notouse que em grande parte das sessões as Research Society and Development v 9 n 11 e59591110214 2020 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv9i1110214 12 autopercepções mantiveramse iguais ou melhoraram Nas escalas dos pacientes B e D houve uma leve redução dado em dias em que os mesmos apresentavam maiores desconfortos devido à dor ou por alterações climáticas O que demonstra que apesar do cão tornar a fisioterapia em um momento de alegria e manter o idoso concentrado de forma que muitas vezes este se esqueça da dor ainda pode haver quadros da mesma Dotti 2014 Figura 3 Resultado da Escala de Faces de Andrews aplicada aos pacientes A B C D e E ao início e ao final das sessões de fisioterapia assistida por animais onde G representa uma pessoa muito triste e A uma pessoa muito feliz Fonte Autores Research Society and Development v 9 n 11 e59591110214 2020 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv9i1110214 13 Quando comparadas as respostas dos questionários inicial e final sobre a satisfação em realizar as sessões percebeuse um aumento na nota dos parâmetros relatados pelos pacientes B e D conforme observado na Tabela 2 Além disso é importante destacar que os pacientes A e C sempre avaliaram com pontuação máxima todos os parâmetros independente do momento da obtenção de respostas Os pacientes também foram questionados sobre como sentiam após as sessões com os coterapeutas Sentimentos como alegria felicidade disposição tranquilidade e estado de relaxamento foram relatados corroborando com a ideia de que o cão age como motivador assim como promove alegria e redução da ansiedade Fine 2006 Segundo Mossello 2011 a implementação da intervenção assistida por animais para idosos foi associada à redução da ansiedade tristeza e aumento de emoções positivas assim como de atividades motoras Tabela 2 Respostas obtidas nos questionários aplicados aos pacientes ao início e ao fim das sessões de FAA considerando 10 como valor máximo e zero o valor mínimo Paciente Momento DisposiçãoMotivação ao realizar as atividades Benefícios Gostou das sessões Atividades divertidas e interessantes Retornar no próximo semestre Indicar para alguém Satisfação geral A i 10 10 10 10 10 10 10 A f 10 10 10 10 10 10 10 B i 8 8 8 8 9 10 10 B f 8 8 9 9 10 10 10 C i 10 10 10 10 10 10 10 C f 10 10 10 10 10 10 10 D i 8 5 5 5 6 6 6 D f 8 7 6 8 8 8 7 Fonte Autores Ao final do último encontro foi solicitado aos pacientes um relato breve sobre a experiência da implementação do cão no protocolo fisioterapêutico O paciente A em seu depoimento declarou considerar a FAA eficiente e satisfatória relatando saudades dos cães coterapeutas O paciente B relatou que desejava que as atividades com os cães não acabassem No seu depoimento o paciente C considerou o trabalho maravilhoso e Research Society and Development v 9 n 11 e59591110214 2020 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv9i1110214 14 extremamente válido uma vez que a presença do cão durante a fisioterapia fazia com que ele se sentisse bem demonstrando também afinidade pela equipe Já o paciente D considerou as sessões satisfatórias No encerramento das atividades foi ainda relatado que os cães auxiliaram muito durante os encontros O cão age como catalisador das emoções assim com modificação no mental e emocional do paciente é possível gerar uma modificação na estrutura musculoesquelética e viceversa Fine 2006 Dotti 2014 Devese salientar que o cão não substitui a fisioterapia convencional porém age diretamente no desempenho do paciente durante a terapia Gonçalves et al 2019 4 Considerações Finais Através dos resultados obtidos notouse que a inserção do cão como motivador e mediador nas condutas fisioterapêuticas foi um aliado na terapia de pacientes em cuidados paliativos a fim de auxiliar a promoção do bemestar facilitar a formação de vínculos e dar suporte emocional aos assistidos Apesar do baixo número de participantes notouse que a fisioterapia assistida por animais proporcionou melhorias no estado emocional e físico assim como na propriocepção e coordenação motora dos pacientes Deste modo acreditasse tratarse de técnica promissora ao permitir tornar ainda mais agradável a terapia convencional e facilitar a adesão do paciente Sugeremse novos estudos para que seja possível desenvolver protocolos para doenças específicas e que proporcionem suporte emocional aos pacientes Agradecimentos Ao MEC pela concessão de bolsa de residência multiprofissional em Medicina Veterinária na área de Pet Terapia atividade terapia e educação assistida por animais Ao CNPQ pela bolsa de produtividade cientifica processo 30815220190 À instituição parceira deste artigo Cuidativa FaMed UFPel Referências Brasil Ministério da Saúde Secretaria de Atenção à Saúde 2013 Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenças crônicas nas redes de atenção à saúde e nas linhas de cuidado prioritárias Departamento de Atenção Básica Brasília Ministério da Saúde Research Society and Development v 9 n 11 e59591110214 2020 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv9i1110214 15 Carvalho E M S Mota S P F Silva G P F Filho J M C 2011 A postura do idoso e suas implicações clinicas Geriatrics Gerontology and Aging 53 170174 DeSantana J M Perissinotti D M N Oliveira Junior J O Correia L M F 2020 Definição de dor revisada após quatro décadas BrJP 33197198 Dotti J 2014 Terapia Animais São Paulo Livrus Fernandes A M B L Ferreira J J A Ortiz L R Stolt G Brito G E Clementino A C C R Sousa N M 2012 Efeitos da prática de exercício físico sobre o desempenho da marcha e da mobilidade funcional em idosos Fisioterapia em movimento 254 821830 Filho J C B 2013 Fatores associados à demência e ao déficit cognitivo em idosos atendidos pela Estratégia de Saúde da Família no Município de Porto Alegre Porto Alegre RS Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Fine A H 2006 Handbook on AnimalAssisted Therapy Pomona Academic Press Gonçalves B M Martins R C A Cardoso T F Lima R C M 2019 Efeitos da associação da Terapia Assistida por Animais com o tratamento fisioterápico na funcionalidade e humor de indivíduos com demência Fisioterapia Brasil 201 119130 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 2017 Projeção da população do Brasil e das Unidades da Federação Recuperado de httpswwwibgegovbrappspopulacaoprojecao Martins M F 2004 Zooterapia ou terapia assistida por animais TAA Revista Nosso Clínico 40 2226 Mcdowell I Newellm C 1996 Measuring health a guide to rating scales and questionnaires New York Oxford University Press Mossello E Ridolfi A Mello A M Lorenzini G Mugnai F Piccini C Barone D Peruzzi A Masotti G Marchionni N 2011 Animalassisted activity and emotional Research Society and Development v 9 n 11 e59591110214 2020 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv9i1110214 16 status of patients with Alzheimers disease in day care International Psychogeriatrics 236 899905 Pereira A S Shitsuka D M Parreira F J Shitsuka R 2018 Metodologia da pesquisa científica Santa Maria Ed UABNTEUFSM San Joaquín M P Z 2002 Terapia asistida por animales de compañía Bienestar para el ser humano Temas de Hoy 103 143149 Santos K C P T 2006 Terapia Assistida por Animais uma experiência além da ciência São Paulo Paulinas Spinoso D H Faganello F R 2011 Influência do tratamento fisioterapêutico em grupo no equilíbrio na mobilidade funcional e na qualidade de vida de pacientes com Parkinson Revista Terapia Manual 945 655659 World Health Organization WHO 2002 National cancer control programmes policies and managerial guidelines Geneva World Health Organization Yamashiro C G Dylewski C 2016 Fisioterapia Assistida por Animais In Chelini M O M Otta E Terapia assistida por animais São Paulo Manole Porcentagem de contribuição de cada autor no manuscrito Carolina da Fonseca Sapin 30 Camila Moura de Lima 10 Débora Matilde de Almeida 10 Alexander Ferraz 10 Mylena Schiavon de Albuquerque 10 Juliano Dias Grill 10 Julieta Carriconde Fripp 10 Márcia de Oliveira Nobre 10 Resumo do artigo Fisioterapia assistida por animais o cão coterapeuta como motivador e mediador dos exercícios para pacientes crônicos Os Cuidados Paliativos segundo a Organização Mundial da Saúde são uma estratégia de saúde que visa aliviar o sofrimento físico emocional social e espiritual de pessoas com doenças ameaçadoras da vida Isso envolve a necessidade de oferecer terapias complementares para aliviar a dor total dos pacientes e suas famílias Doenças crônicas como Parkinson Alzheimer câncer e diabetes são exemplos desse tipo de enfermidade afetando a qualidade de vida dos pacientes Uma abordagem não convencional que tem ganhado destaque é a Terapia Assistida por Animais TAA que utiliza a interação homemanimal como meio de proporcionar benefícios mentais sociais e físicos aos pacientes Essa técnica surgiu há muito tempo sendo pioneiramente introduzida por Nise da Silveira no Brasil em 1955 A TAA também foi incorporada à fisioterapia visando melhorar a saúde de idosos institucionalizados com resultados como a estabilização da pressão arterial e o aumento da capacidade funcional O envelhecimento da população brasileira e o aumento das doenças crônicas que frequentemente levam a déficits cognitivos e limitações nas atividades diárias tornam crucial a implementação de protocolos de fisioterapia para manter a funcionalidade dos idosos A integração da TAA nesses protocolos pode ser benéfica O estudo em questão teve como objetivo avaliar o uso de cães como mediadores motivacionais em sessões de fisioterapia assistida por animais para pacientes idosos que necessitam de cuidados paliativos O estudo envolveu intervenções assistidas por animais realizadas por cães coterapeutas em um centro de cuidados paliativos em Pelotas Rio Grande do Sul A metodologia adotada foi quantiqualitativa com sessões semanais de fisioterapia assistida por animais para cinco pacientes selecionados Os pacientes participantes foram escolhidos pelo fisioterapeuta com base na sua afinidade com cães e assinaram termos de consentimento Foram desenvolvidos protocolos fisioterapêuticos específicos para cada paciente envolvendo exercícios como alongamentos mobilização articular estimulação motora coordenação motora fina e treino de marcha Para avaliar os efeitos das sessões os pacientes responderam a questionários de motivação e satisfação Além disso a pressão arterial e a frequência cardíaca foram medidas antes e após as sessões e a autopercepção de felicidade foi registrada Os resultados foram analisados por meio de médias simples A pesquisa visa entender como a TAA pode beneficiar idosos em cuidados paliativos melhorando sua motivação bem estar físico e emocional durante as sessões de fisioterapia Os resultados e discussões do estudo revelam que cinco pacientes participaram das sessões de Fisioterapia Assistida por Animais FAA com o objetivo de melhorar o bemestar dos cães coterapeutas Destes três eram homens e dois eram mulheres com idades variando de 61 a 78 anos média de 70 anos com diferentes condições de saúde como acidente vascular encefálico AVE Parkinson e câncer de mama Todos eram hipertensos e faziam uso de medicação contínua As sessões de FAA envolveram atividades como alongamento escovação dos cães exercícios de coordenação motora fina e treino de marcha adaptados às necessidades individuais de cada paciente além de acompanhadas pela medição da pressão arterial e da frequência cardíaca dos pacientes que se mantiveram estáveis ao longo das sessões Os questionários de satisfação indicaram que os pacientes apreciaram as sessões e se sentiram mais felizes motivados e relaxados após interagirem com os cães coterapeutas Os resultados sugerem que a FAA pode ser uma técnica promissora para melhorar o bemestar emocional e físico de pacientes em cuidados paliativos facilitando a adesão à fisioterapia convencional No entanto são necessários mais estudos para desenvolver protocolos específicos para diferentes condições de saúde e para avaliar o suporte emocional proporcionado por essa abordagem REFERÊNCIA SAPIN C F da LIMA C M de ALMEIDA D M de FERRAZ A ALBUQUERQUE M S de GRILL J D FRIPP J C NOBRE M de O Animal assisted physiotherapy dog cotherapist as motivator and mediator of exercises for chronic patients Research Society and Development S l v 9 n 11 p e59591110214 2020 DOI 1033448rsdv9i1110214 Disponível em httpsrsdjournalorgindexphprsdarticleview10214 Acesso em 13 sep 2023 Resumo do artigo Fisioterapia assistida por animais o cão coterapeuta como motivador e mediador dos exercícios para pacientes crônicos Os Cuidados Paliativos segundo a Organização Mundial da Saúde são uma estratégia de saúde que visa aliviar o sofrimento físico emocional social e espiritual de pessoas com doenças ameaçadoras da vida Isso envolve a necessidade de oferecer terapias complementares para aliviar a dor total dos pacientes e suas famílias Doenças crônicas como Parkinson Alzheimer câncer e diabetes são exemplos desse tipo de enfermidade afetando a qualidade de vida dos pacientes Uma abordagem não convencional que tem ganhado destaque é a Terapia Assistida por Animais TAA que utiliza a interação homemanimal como meio de proporcionar benefícios mentais sociais e físicos aos pacientes Essa técnica surgiu há muito tempo sendo pioneiramente introduzida por Nise da Silveira no Brasil em 1955 A TAA também foi incorporada à fisioterapia visando melhorar a saúde de idosos institucionalizados com resultados como a estabilização da pressão arterial e o aumento da capacidade funcional O envelhecimento da população brasileira e o aumento das doenças crônicas que frequentemente levam a déficits cognitivos e limitações nas atividades diárias tornam crucial a implementação de protocolos de fisioterapia para manter a funcionalidade dos idosos A integração da TAA nesses protocolos pode ser benéfica O estudo em questão teve como objetivo avaliar o uso de cães como mediadores motivacionais em sessões de fisioterapia assistida por animais para pacientes idosos que necessitam de cuidados paliativos O estudo envolveu intervenções assistidas por animais realizadas por cães coterapeutas em um centro de cuidados paliativos em Pelotas Rio Grande do Sul A metodologia adotada foi quantiqualitativa com sessões semanais de fisioterapia assistida por animais para cinco pacientes selecionados Os pacientes participantes foram escolhidos pelo fisioterapeuta com base na sua afinidade com cães e assinaram termos de consentimento Foram desenvolvidos protocolos fisioterapêuticos específicos para cada paciente envolvendo exercícios como alongamentos mobilização articular estimulação motora coordenação motora fina e treino de marcha Para avaliar os efeitos das sessões os pacientes responderam a questionários de motivação e satisfação Além disso a pressão arterial e a frequência cardíaca foram medidas antes e após as sessões e a autopercepção de felicidade foi registrada Os resultados foram analisados por meio de médias simples A pesquisa visa entender como a TAA pode beneficiar idosos em cuidados paliativos melhorando sua motivação bem estar físico e emocional durante as sessões de fisioterapia Os resultados e discussões do estudo revelam que cinco pacientes participaram das sessões de Fisioterapia Assistida por Animais FAA com o objetivo de melhorar o bemestar dos cães coterapeutas Destes três eram homens e dois eram mulheres com idades variando de 61 a 78 anos média de 70 anos com diferentes condições de saúde como acidente vascular encefálico AVE Parkinson e câncer de mama Todos eram hipertensos e faziam uso de medicação contínua As sessões de FAA envolveram atividades como alongamento escovação dos cães exercícios de coordenação motora fina e treino de marcha adaptados às necessidades individuais de cada paciente além de acompanhadas pela medição da pressão arterial e da frequência cardíaca dos pacientes que se mantiveram estáveis ao longo das sessões Os questionários de satisfação indicaram que os pacientes apreciaram as sessões e se sentiram mais felizes motivados e relaxados após interagirem com os cães coterapeutas Os resultados sugerem que a FAA pode ser uma técnica promissora para melhorar o bemestar emocional e físico de pacientes em cuidados paliativos facilitando a adesão à fisioterapia convencional No entanto são necessários mais estudos para desenvolver protocolos específicos para diferentes condições de saúde e para avaliar o suporte emocional proporcionado por essa abordagem REFERÊNCIA SAPIN C F da LIMA C M de ALMEIDA D M de FERRAZ A ALBUQUERQUE M S de GRILL J D FRIPP J C NOBRE M de O Animal assisted physiotherapy dog cotherapist as motivator and mediator of exercises for chronic patients Research Society and Development S l v 9 n 11 p e59591110214 2020 DOI 1033448rsdv9i1110214 Disponível em httpsrsdjournalorgindexphprsdarticleview10214 Acesso em 13 sep 2023