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NOVO MANUAL NOVA CULTURAL\nREDAÇÃO\nGRAMÁTICA\nLITERATURA\nINTERPRETAÇÃO DE TEXTO\nTESTES E EXERCÍCIOS\nProfessores:\nEMÍLIA AMARAL\nSEVERINO ANTÔNIO\nMAURO FERRIERA DO PATROCÍNIO SUMÁRIO\nREDAÇÃO\nPrimerios palavras ............................................... 1\nLiberação do linguagem e do pensamento ........ 3\nEnumeração .......................................................... 3\nMe dê a mote ...................................................... 9\nFunção emotiva da linguagem ...................... 11\nDescrever, narrar, dissertar ............................. 16\nExperiências descritivas ................................... 21\nElementos descritivos ......................................... 23\nLevantamento sensorial ..................................... 24\nDespertando dos sentidos ................................ 27\nComparação ........................................................ 29\nPerspectivas do sujeito diante do objeto ......... 27\nEstranhamento do objeto ................................ 27\nDescrever e narrar/Narrar e descrever ......... 33\nExperiências narrativas ...................................... 34\nElementos da narrativa ...................................... 34\nApresentação das personagens ....................... 34\nTendência .......................................................... 36\nDestafo ............................................................... 37\nHistria, tempo, lugar .......................................... 37\nFases narrativas .................................................. 40\nFoco narrativo ..................................................... 45\nQuadro sintético da narração ............................ 45\nQuestões de vestibulares ..................................... 48\nAlguns palavras sobre dissertção ..................... 49\nPrimerias palavras .............................................. 49\nDescrição, narração e dissertação ................... 55\nUm método dissertativo ......................................... 55\nArgumentação e contra-argumentação ............ 59\nArgumentação e persuasão ............................... 59\nOrganização do pensamento lógico .................... 59\nCausas e consequências .................................... 62\nA organização dos argumentos: dedução e indução .... 62\nElementos de dissertativos ................................ 65\nLinguagem de texto dissertativo .......................... 70\nCoesas textuais e argumentativas ................... 70\nOs pressupostos ou subentendidos ................ 74\nOs conectivos e a argumentação ..................... 74\nDo tácito ao contexto/Do texto ao leitor ........ 75\nEscrever e ler/leir e escrever .......................... 87\nEstrutura do texto dissertativo ........................ 87\nPalavras fins .......................................................... 96\nGRAMÁTICA\nFonologia ................................................................. 98\nOrtografia ............................................................. 101\nEmprego de letras ................................................ 101\nMorfolgia ................................................................. 104\nEstrutura e formação das palavras ................. 104\nClasses gramaticais .............................................. 108 Artigo ................................................................. 111\nAdjetivo ............................................................ 112\nNumeral ........................................................... 115\nPronome ........................................................... 116\nVerbo ............................................................... 121\nAdvérbio ............................................................ 134\nPreposição ....................................................... 136\nConjunção .......................................................... 137\nInterjeição ......................................................... 138\nAnexos ................................................................... 140\nPlural dos nomes compostos .......................... 140\nEmprego do: - do que, porque, porquê e por quê 142\nSignificação das palavras .................................... 143\nAcentuação gráfica .............................................. 145\nSintaxe ................................................................... 148\nAnálise sintática: termos da oração ............... 148\nSujeito e predicado .............................................. 151\nClassificação dos verbos ..................................... 153\nTermos relacionados a verbo ou a nome ....... 157\nO predicado da oração ..................................... 157\nPartido composto ................................................ 158\nFunções da palavra se ......................................... 168\nPontuação ............................................................. 169\nConcordância ...................................................... 173\nConcordância verbal ....................................... 173\nRegência da crase .............................................. 181\nRegência nominal e verbal ............................... 187\nLiteratura ................................................................ 193\nNossa proposta ..................................................... 193\nA literatura e o vestíbulo ...................................... 196\nPoesia .................................................................... 196\nConviver com as poesias ..................................... 196\nUma linguagem ciltodora ................................... 197\nAs pulsões do poema ........................................... 198\nMétrica e ritmo ...................................................... 200\nTipos de estrofes ................................................. 201\nTipos de rima ......................................................... 203\nLeitura de textos ..................................................... 208\nBarroco: espírito e estilo ....................................... 208\n\"Amor é fogo que arde sem se ver\" ................. 208\nUm \"Barroco\" Brasil ............................................ 219\nA poesia barroca de Gregório de Matos ......... 211\nA croníca barroca: António Vieira ..................... 214\nArcadismo e neoclassicismo .............................. 219\nRazão, verbo e fortaleza ...................................... 220\nInício da nossa vida literária ................................ 221\nPoesia lírica ........................................................... 222\nPoesia épica e sentimento nativista .................. 223\nRomantismo: paixão e libertação ........................ 226\nLiteratura romântica e ideologia burguesa ... 225\nPrimeira geração romântica no Brasil ............... 277\nSegunda geração romântica ................................ 229\nTerceira geração romântica ................................ 231\nO lirismo romântico ............................................. 233\nA prosa romântica no Brasil: nasce o romance . 236\nDo romantismo ao realismo-naturalismo .......... 241\nMacedo, Alencar e o nascimento do romance no Brasil .................................................................. 241 A maturação do romance: Machado e Aluísio .......................................... 249\nParnasianismo/Simbolismo e Pré-modernismo ............................ 255\nParnasianismo e Simbolismo .............................................................. 255\nO Pré-modernismo: poesia e prosa ............................................. 260\nAugusto dos Anjos ................................................................................ 261\nEstúdios de Curtiu ............................................................................ 262\nMonteiro Lobato ................................................................................. 263\nLima Barreto ............................................................................................... 264\nPrimeira geração modernista .................................................................. 256\nPoesia modernista e vanguarda: destruição e nacionalismo .......... 270\nMário de Andrade ............................................................................... 270\nManuel Bandeira .................................................................................. 273\nSegunda geração modernista ................................................................. 278\nPoética: construção e universalismo ..................................................... 279\nVinícius de Moraes ............................................................................... 279\nCecília Meireles ..................................................................................... 280\nJorge de Lima e Murilo Mendes ......................................................... 280\nCarlos Drummond de Andrade ......................................................... 280\nGraciliano Ramos ................................................................................. 281\nTerceira geração modernista ................................................................. 284\nGeração de 45: a literatura como pesquisa de linguagem .............. 287\nJaiso Guimarães Rosa ......................................................................... 288\nClarice Lispector .................................................................................. 288\nJoaquim Cabral de Mello Neto ...................................................... 288\nINTERPRETAÇÃO DE TEXTO\nPrimeiros palavras .................................................................................. 289\nTexto jornalístico, científico e coloquial .......................................... 291\nContexto textual .................................................................................... 292\nContexto científico ................................................................................ 292\nContexto literário ................................................................................... 294\nInterpretação de texto ........................................................................... 302\nResumos e exercícios ...................................................................... 307\nRedação (páginas 49 e 96) ................................................................... 337\nGramática (páginas 97 a 144) .............................................................. 353\nGramática (páginas 145 a 102) .............................................................. 354\nLiteratura (páginas 193 a 240) .......................................................... 353\nLiteratura (páginas 241 a 288) .......................................................... 378\nInterpretação de texto (páginas 289 a 336) ............................... 417\nNOVO MANUAL NOVA CULTURAL é uma\nseleção extraída da coleção NOVÍSSIMO\nCURSO VESTIBULAR NOVA CULTURAL\n1991 Editora Nova Cultural Ltda. - São Paulo - Brasil\nEditora coordenada pela Editora Nova Cultural Ltda.\nAv. Brigadeiro Faria Lima, 2000 - 3º andar - CEP 01452 - São Paulo - SP - Brasil\nAtendimento ao Consumidor\nAvenida Brás, Fraibo Lino, 2000 - 3º andar\nCEP 01452 - São Paulo - SP\nTel.: (011) 3158-8500 ramal 237\nFAX: (011) 811-7150\nTelex: (011) 83756 PRIMEIRAS PALAVRAS\nVila toda linguagem, escreveu Mário Faustino, um dos grandes poetas brasileiros deste século. A linguagem e a vida são inseparáveis. Você sabe: vivemos entre palavras, fazemos o mundo em nossas palavras. Não há registro de nenhuma sociedade humana que se organize sem linguagem. As palavras atravessam praticamente todas as dimensões de nossa existência, desde os mais secretos silêncios de nossos sonhos até as situações mais objetivas do trabalho cotidiano. [...] DESCREVER, NARRAR E DISSERTAR\nEm seguida, estaremos prontos para descrever, narrar e dissertar. Estes três formas são, na verdade, as três formas básicas com que, em nossa vida cotidiana, desvendamos as situações reais, as situações imaginárias, o entrelaçamento daquilo que chamamos dia-a-dia e aquilo que chamamos fantasia, na regra da linguagem.\nTrata-se de várias linguagens da linguagem, da diversidade de procedimentos através dos quais vacila o enredo consolidado e podemos, a partir dos processos mais variados, descrever, \"fotografiar\" coisas, paisagens, estados de alma, como se estivessem ao lado e fossem parte de nosso imaginário. [...] LIBERAÇÃO DA LINGUAGEM E DO PENSAMENTO\n\nO prazer, a sabedoria de ter, chegaram a justificar minha existência. Uma curiosidade inexistente pelas formas me assalta sempre. Ver coisas, ver pessoas mas sua diversidade, ver, rever, ver, rever. O olho armado me dá até o comum e me dar força para a vida.\n\nMurilo Mendes - Na ideia do senorte)\n\nExistem experiências que nos levam a atravessar o não de escrever, experiências que despertam o fluxo de ideias e palavras, que nos trazem o gosto de estar escrevendo; além disso, experimentamos o reconhecimento de que estamos registrando em nossa produção, que está em nossas palavras, escrevendo o que queremos, o que faz sentido para nós. Aqui estão algumas experiências muito fecundas para a exploração da linguagem - em organização, desenvolvendo um texto a partir de notas e a exploração da função eterna da linguagem.\n\nEnumeração\n\nComo você está vendo, o poeta alemão Bertolt Brecht organizou seu texto como uma lista, uma série, uma sequência de elementos sobre o tema Felicidades. Escrever por enumeração é sim - vamos relacionando uma série de elementos - ideias, conexões, coisas, pessoas, paisagens, desejos, axé, memórias, etc., que representam para nós o tema proposto.\n\nO conhecimento, ao mesmo, se realiza como\na sequência livre de elementos que cercam, que expressam mais concretamente\nsucinta o tema proposto. Note-se do enumerar, é não apenas uma experiência, como o enunciado que se faz por decididamente, assim como as nossas ideias se dosse palavras. Passa a permissão de ser um diferente de quem se escreve.\n\nDimensionamento da redação tradicional, em comparação e continue a ideia básica, discursiva, continuando com econom/menin/o, a enumeração.\n\nA ideia é mais sendo mais cósmica, em que fluí a emenação pois não se produzido com mais influência, apenas intensidade do que a reda-.\n\nFelicidades\n\nO primeiro olhar da janela de manhã\nO volho livor perdido e reencontrado\nRestos animados\nA neve, a sucessão das estações\njornais\nO cachorro\nA dialética\nTomar um banho, nadar um pouco\nA música antiga\nSapatos macios\nCompreender\nA música nova\nEscrever, plantar\nViajar, cantar\nSer camarada.\n(Bertolt Brecht - Poemas)\n\n★ Experimente fazer o seu texto sobre suas Felicidades. À enumeração é um exercício profundamente pessoal: cada um faz a lista a partir da sua história, da sua experiência e realidade. Ela nasce de um desejo de vivência, diminuindo a distância entre a nossa existência e as nossas reações.\n\nAlém de não reprimir o fluxo de linguagem - o que muitas vezes ocorre quando estamos com uma carga de preocupação lógica, no sentido de introduzido/excluído/conclusão -, a enumeração possibilita um enriquecimento em nossos textos de elementos que dificultam a normalidade tradicional, como por exemplo, os sujeitos na rota de um lado dito em Felicidades. O processo de enumerar rege muitos elementos em nossa história cotidiana, de nossa realidade histórica, transformando-os em parâmetros possíveis, com as nossas marcas, como os nomes, os lugares, as carências, as fichas, as redes, os lugares - algumas que estão fora da exaustão da vivência (e das palavras). Mas muitas vezes esquecemos, precisamente quando os assuntos são demais conhecidos e repetidos, como se a norma de Felicidades.\n\nUma sugestão: ao fazer suas enumerações, procure - de início - e escrevendo livremente. Você será sempre gentil, certo, sem recriminalizar um sujeito que se está emergindo, sem preocupar-se com a estrutura lógica do conjunto. Sem preocupar-se, tão apenas, em seu texto. Escreva enquanto tiver vontade. Ideia puída traz palavra.\n\n★ Aprender fazendo\n\nAguarde sua vez. Faça algumas experiências com as propostas abaixo:\n- a trajetória de vida, de manhã até noite\n- desejos\n- cantes de memória\n- janelas da infância\n- coisas e pessoas\n- retrospetiva do que está vivendo\n- um retorno, ajudando tudo o que charcutear, tudo o que for significativo.\n\n★ Refaça aprendendo\n\nSe você decidiu, depois de ter ouvido, ser levado a trabalhar sobre ele, para amadurecer sua história, mas não politico, como um pombo. Mas existe um detalhe importante. A hipótese encadeada, agora, não é a ausência, não é só escrever uma perspectiva e exprimir melhor o seu trabalho. Leio então o que está escrito e vi que não quer acrescentar outro(s) elementos: (1). Os que não quero tirar elementos. Visto também se você quer alterar a sequência, aproximadamente, ou, ao contrário, distanciando alguns elementos.\n\nLeituras\n\nAqui estão algumas enumerações, feitas como exercício de redação. São textos de pessoas das mais diversas idades, classes sociais, grups de escolaridade, numa pequena mostra da grande variedade de resultados expressivos.\n\n• Ao ler, procure dar um título para cada uma destas enumerações.\n\nUm robô doméstico está de casa. Antes tira o avental. Que mentira! Nunca usei o avental. Existem algumas manchas de gordura na roupa. Também pudei; acabei de passar os bifeis para o almoço.\n\nJá estou no carro. Ligo o vou dando re-... Estou numa avenida arborizada de que gosto muito. e só agora que estou vendo realmente o sol.\n\nPassei pelo sinal do Castelo, dou esse e entra na minha conhecida.\n\nAlberto Sarmiento. Peço atenção pois sinto que meu pensamento novo distante. Apareceram as tradicionais, assim o trânsito e eu sou procrastinando. Olho no relógio do carro. Tudo bem!\n\nE o horário está cumprido. O meu não é como essas porque porto do futuro. Passei por quando não espero entrar no infernal Av. das Américas. Por que está Armênias? Não sei qual a conexão. Dobrei a esquerda, a escala está sendo mais próxima. Avistou uma fro-.\n\nFui Cequei. Vejo a mesma abordagem e reproduzida em reflexos coloridos nas cortinas bege que enfeitam as nossas vidas. Entro. Ficarei até 16 de outubro. Expor o seu calor de mãe feita pequena de janeiro. Se não, os alunos serão o melhor ensaio de minha nota de trabalho.\n\n(Effie Mary) Tudo tão longe\nmuito tempo\n\n... muito tempo que não tenho, estou presente\n... só estava clamando\neo som de mato\n... palin. ...ticas\n... os porcos\n\nna minha mente: já é hora, teu pai já está arrastando o casco pra dentro do rio\n... agora eu: sou ansioso, com medo\n\neu escutando no berço do rio\n... pai, a marcha, parece ter pena de mim. Afinal, eu era criança mas a vida\nnão sabia disso, tu tinha que acompanhar meu pai, sonho ele não conseguiria\n\npassar aos outros a pensar aquele dia\n\n... e as flores da minha vida\n... existem menos no meio das florestas, aquela escuridão\n... frios, frios, gritos e tudo parecia mais fraco que o silêncio tenebroso\n\nagora plumo no mato, só pegar folhas para as poucas\n\npresas... \"ai meu Deus, meu pai não volta\"\n\n... tão tempo\n\neu estou perto de ti, meu pai,\n... meu lindo conquistador\nde pés.\n\n(Maria das Graças)\n\nCentro da Cidade\n\n... carregar a conta\n... centradas\ncarro buzinando\nainda vermelha\nesquina complicada\nhomem da pasta preta\nmulher do decote azul\neu tenho que arrumar\na carta a ser promovida\n... esmola por favor!\n... errula\n... preco, bem confuso\nvêem putas, duas confusões\ncolares, tramadinh\n\na nova desse pra outros lados, crianças\ne como a bandeira na estátua\no século XX.\n\n(Menon)\n\nVocê conseguiu descobrir os elementos centrais desses cinco textos enumerativos? Conseguiu dar-lhes títulos? A experiência de ler e aprender é o feltlio procurando sintetizar os núcleos dos textos em suas palavras e um momento concreto de leitura como reinvenção, como re-.\n\n... significados: observe que a desconexão de cada texto é apenas aparente. O texto\nque eu escrevi - ao social, os fragmentos dispersos parecem dirigir-se ao aqui agora do escrever, que é tema de definitivamente. Clarice Lispector, bem lembra da autora, representa exatamente o momento que passa enredado e desenhando pela linguagem. No texto\nque estou vendo, o mesmo processo existe em rua de ajuda, magicamente reinventando\n...\n\nseus, avança, como a prática do peido aqui: \"Me linho ensanguentado de peido\". No texto\n\nMatar a saudade do longe...\n\nqualquer olhar\nestender o corpo\n\n... fortalecer as ideias da vida\na opinião\no que tenho pela força do desejo\na canção desde o meio da rua\n\neu só escrevo, como te quero\no charge\n\naquelas perturbações ou olhos fechados\nesses apertos caminha para o fim\n\na roupa\nsó eu de novo! de novo aqui\na roupa\n\neu só eu de novo! de novo aqui\n\n(Neílsa Rita)\n\n(Vanessa) Funções da enumeração\nO exercício da enumeração é muito fecundo como experiência de liberação da linguagem e do pensamento e, geralmente, leva-nos a um alto de qualidade em termos da nossa capacidade de escrever. O próprio processo de estar escrevendo, é muitas vezes, mais intenso do que o produto, o texto resultante. Mas, além disso, a enumeração também serve como um instrumento auxiliar da redação tradicional. A escrita enumera muitas vezes na sua curvatura. São duas formas diferentes de escrever, de certo modo; a sua técnica resiste à associação por analogia, características da enumeração: metáforas, comparação, equivalências, liminares, objetos, iluminações, desenhos, cores, sons, saídas, ausências, símbolos, de elementos que são a própria matriz-prima do texto encontrável em suas mais restritas nuances capazes que nem sempre são fundamentais no texto, mas sim em muitos casos perdidas. Tudo isso pode e deve enriquecer muito os textos escritos de outro modo, discurvivamente.\nEnumerar e descrever\nGratificação de cem mil réis. Fugiu há um mês mais ou menos, mulato, calaro, míope acabado, cabelo corridos, um pouco espesso, falta comprimento, bigode e barba no queixo, alto e maior, de um estilo de povo.\nDesconhecia-se que andar lá pelos lados da Vila de Cruzeiro.\n(Gazeta da Bocaina – 1884)\nSilêncio. Passaporte. Silêncio. Ciscado das garis. Linha. Passaportes. Silêncio.\nUm porteiro. Mais porteiras. Os curreis. Vulves das vacas, debaiando. A varanda grande. Luzes. Chegamos. Apeal.\n(José Guimarães Rosa – Sagarana)\nCidadazinha qualquer\nCães entre banneiras\nmulheres de lancheiras\npôr amar na tentação.\nUm homem vai devagar.\nUm cachorro vai devagar.\nDesvagar… as janelas olham.\nEla vida besta, meu Deus.\n(Carlos Drummond de Andrade – Algumas Rosas)\nEnumerar e narrar\nO grande desastre aéreo de ontem\nVejo sangue no ar, vejo o piloto que leva uma flor para a noiva, abraçado com a hélice. E o violinista, em que a morte aconteceu a palidez, desperta-se com sua cabeleira negra e seus extravagantes. Há muita e pena de danganistas arremessadas na explosão. Corpos reconhecíveis identificados pelo Grande Recendeceiro. Vejo sangue no ar, vejo chuva de sangue quando meus batizados pelo sanque dos peitos múrtires. Vejo a nadadora belíssima, no seu último instante de banheira, mais rápida porque em vida. Vejo três meninas quando rápidas, enfunadas, como de alargado ainda. E vejo a louca abrindo ao marinhate de rosas que pensou ser o pároa-quedas, e a prima-dona de longa cauda de lentejoulas riscando o céu como um cometa. E o sino que a pariu uma capela ao oriente, virando flautas pelos pobres mortos. Precisamos que a magia aconteça na cabin da inércia comandando, tão frágil e especial. O imenso, o paralítico vem com a acredite rediger, vem com esta cadência, vem com as pernas do vestido. Chove sangue sobre as nuvens de Deus. E há potenciais míopes que pensam que é erro!\n(Jorge de Lima – Obra poética)
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NOVO MANUAL NOVA CULTURAL\nREDAÇÃO\nGRAMÁTICA\nLITERATURA\nINTERPRETAÇÃO DE TEXTO\nTESTES E EXERCÍCIOS\nProfessores:\nEMÍLIA AMARAL\nSEVERINO ANTÔNIO\nMAURO FERRIERA DO PATROCÍNIO SUMÁRIO\nREDAÇÃO\nPrimerios palavras ............................................... 1\nLiberação do linguagem e do pensamento ........ 3\nEnumeração .......................................................... 3\nMe dê a mote ...................................................... 9\nFunção emotiva da linguagem ...................... 11\nDescrever, narrar, dissertar ............................. 16\nExperiências descritivas ................................... 21\nElementos descritivos ......................................... 23\nLevantamento sensorial ..................................... 24\nDespertando dos sentidos ................................ 27\nComparação ........................................................ 29\nPerspectivas do sujeito diante do objeto ......... 27\nEstranhamento do objeto ................................ 27\nDescrever e narrar/Narrar e descrever ......... 33\nExperiências narrativas ...................................... 34\nElementos da narrativa ...................................... 34\nApresentação das personagens ....................... 34\nTendência .......................................................... 36\nDestafo ............................................................... 37\nHistria, tempo, lugar .......................................... 37\nFases narrativas .................................................. 40\nFoco narrativo ..................................................... 45\nQuadro sintético da narração ............................ 45\nQuestões de vestibulares ..................................... 48\nAlguns palavras sobre dissertção ..................... 49\nPrimerias palavras .............................................. 49\nDescrição, narração e dissertação ................... 55\nUm método dissertativo ......................................... 55\nArgumentação e contra-argumentação ............ 59\nArgumentação e persuasão ............................... 59\nOrganização do pensamento lógico .................... 59\nCausas e consequências .................................... 62\nA organização dos argumentos: dedução e indução .... 62\nElementos de dissertativos ................................ 65\nLinguagem de texto dissertativo .......................... 70\nCoesas textuais e argumentativas ................... 70\nOs pressupostos ou subentendidos ................ 74\nOs conectivos e a argumentação ..................... 74\nDo tácito ao contexto/Do texto ao leitor ........ 75\nEscrever e ler/leir e escrever .......................... 87\nEstrutura do texto dissertativo ........................ 87\nPalavras fins .......................................................... 96\nGRAMÁTICA\nFonologia ................................................................. 98\nOrtografia 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................................ 229\nTerceira geração romântica ................................ 231\nO lirismo romântico ............................................. 233\nA prosa romântica no Brasil: nasce o romance . 236\nDo romantismo ao realismo-naturalismo .......... 241\nMacedo, Alencar e o nascimento do romance no Brasil .................................................................. 241 A maturação do romance: Machado e Aluísio .......................................... 249\nParnasianismo/Simbolismo e Pré-modernismo ............................ 255\nParnasianismo e Simbolismo .............................................................. 255\nO Pré-modernismo: poesia e prosa ............................................. 260\nAugusto dos Anjos ................................................................................ 261\nEstúdios de Curtiu ............................................................................ 262\nMonteiro Lobato ................................................................................. 263\nLima Barreto ............................................................................................... 264\nPrimeira geração modernista .................................................................. 256\nPoesia modernista e vanguarda: destruição e nacionalismo .......... 270\nMário de Andrade ............................................................................... 270\nManuel Bandeira .................................................................................. 273\nSegunda geração modernista ................................................................. 278\nPoética: construção e universalismo ..................................................... 279\nVinícius de Moraes ............................................................................... 279\nCecília Meireles ..................................................................................... 280\nJorge de Lima e Murilo Mendes ......................................................... 280\nCarlos Drummond de Andrade ......................................................... 280\nGraciliano Ramos ................................................................................. 281\nTerceira geração modernista ................................................................. 284\nGeração de 45: a literatura como pesquisa de linguagem .............. 287\nJaiso Guimarães Rosa ......................................................................... 288\nClarice Lispector .................................................................................. 288\nJoaquim Cabral de Mello Neto ...................................................... 288\nINTERPRETAÇÃO DE TEXTO\nPrimeiros palavras .................................................................................. 289\nTexto jornalístico, científico e coloquial .......................................... 291\nContexto textual .................................................................................... 292\nContexto científico ................................................................................ 292\nContexto literário ................................................................................... 294\nInterpretação de texto ........................................................................... 302\nResumos e exercícios ...................................................................... 307\nRedação (páginas 49 e 96) ................................................................... 337\nGramática (páginas 97 a 144) .............................................................. 353\nGramática (páginas 145 a 102) .............................................................. 354\nLiteratura (páginas 193 a 240) .......................................................... 353\nLiteratura (páginas 241 a 288) .......................................................... 378\nInterpretação de texto (páginas 289 a 336) ............................... 417\nNOVO MANUAL NOVA CULTURAL é uma\nseleção extraída da coleção NOVÍSSIMO\nCURSO VESTIBULAR NOVA CULTURAL\n1991 Editora Nova Cultural Ltda. - São Paulo - Brasil\nEditora coordenada pela Editora Nova Cultural Ltda.\nAv. Brigadeiro Faria Lima, 2000 - 3º andar - CEP 01452 - São Paulo - SP - Brasil\nAtendimento ao Consumidor\nAvenida Brás, Fraibo Lino, 2000 - 3º andar\nCEP 01452 - São Paulo - SP\nTel.: (011) 3158-8500 ramal 237\nFAX: (011) 811-7150\nTelex: (011) 83756 PRIMEIRAS PALAVRAS\nVila toda linguagem, escreveu Mário Faustino, um dos grandes poetas brasileiros deste século. A linguagem e a vida são inseparáveis. Você sabe: vivemos entre palavras, fazemos o mundo em nossas palavras. Não há registro de nenhuma sociedade humana que se organize sem linguagem. As palavras atravessam praticamente todas as dimensões de nossa existência, desde os mais secretos silêncios de nossos sonhos até as situações mais objetivas do trabalho cotidiano. [...] DESCREVER, NARRAR E DISSERTAR\nEm seguida, estaremos prontos para descrever, narrar e dissertar. Estes três formas são, na verdade, as três formas básicas com que, em nossa vida cotidiana, desvendamos as situações reais, as situações imaginárias, o entrelaçamento daquilo que chamamos dia-a-dia e aquilo que chamamos fantasia, na regra da linguagem.\nTrata-se de várias linguagens da linguagem, da diversidade de procedimentos através dos quais vacila o enredo consolidado e podemos, a partir dos processos mais variados, descrever, \"fotografiar\" coisas, paisagens, estados de alma, como se estivessem ao lado e fossem parte de nosso imaginário. [...] LIBERAÇÃO DA LINGUAGEM E DO PENSAMENTO\n\nO prazer, a sabedoria de ter, chegaram a justificar minha existência. Uma curiosidade inexistente pelas formas me assalta sempre. Ver coisas, ver pessoas mas sua diversidade, ver, rever, ver, rever. O olho armado me dá até o comum e me dar força para a vida.\n\nMurilo Mendes - Na ideia do senorte)\n\nExistem experiências que nos levam a atravessar o não de escrever, experiências que despertam o fluxo de ideias e palavras, que nos trazem o gosto de estar escrevendo; além disso, experimentamos o reconhecimento de que estamos registrando em nossa produção, que está em nossas palavras, escrevendo o que queremos, o que faz sentido para nós. Aqui estão algumas experiências muito fecundas para a exploração da linguagem - em organização, desenvolvendo um texto a partir de notas e a exploração da função eterna da linguagem.\n\nEnumeração\n\nComo você está vendo, o poeta alemão Bertolt Brecht organizou seu texto como uma lista, uma série, uma sequência de elementos sobre o tema Felicidades. Escrever por enumeração é sim - vamos relacionando uma série de elementos - ideias, conexões, coisas, pessoas, paisagens, desejos, axé, memórias, etc., que representam para nós o tema proposto.\n\nO conhecimento, ao mesmo, se realiza como\na sequência livre de elementos que cercam, que expressam mais concretamente\nsucinta o tema proposto. Note-se do enumerar, é não apenas uma experiência, como o enunciado que se faz por decididamente, assim como as nossas ideias se dosse palavras. Passa a permissão de ser um diferente de quem se escreve.\n\nDimensionamento da redação tradicional, em comparação e continue a ideia básica, discursiva, continuando com econom/menin/o, a enumeração.\n\nA ideia é mais sendo mais cósmica, em que fluí a emenação pois não se produzido com mais influência, apenas intensidade do que a reda-.\n\nFelicidades\n\nO primeiro olhar da janela de manhã\nO volho livor perdido e reencontrado\nRestos animados\nA neve, a sucessão das estações\njornais\nO cachorro\nA dialética\nTomar um banho, nadar um pouco\nA música antiga\nSapatos macios\nCompreender\nA música nova\nEscrever, plantar\nViajar, cantar\nSer camarada.\n(Bertolt Brecht - Poemas)\n\n★ Experimente fazer o seu texto sobre suas Felicidades. À enumeração é um exercício profundamente pessoal: cada um faz a lista a partir da sua história, da sua experiência e realidade. Ela nasce de um desejo de vivência, diminuindo a distância entre a nossa existência e as nossas reações.\n\nAlém de não reprimir o fluxo de linguagem - o que muitas vezes ocorre quando estamos com uma carga de preocupação lógica, no sentido de introduzido/excluído/conclusão -, a enumeração possibilita um enriquecimento em nossos textos de elementos que dificultam a normalidade tradicional, como por exemplo, os sujeitos na rota de um lado dito em Felicidades. O processo de enumerar rege muitos elementos em nossa história cotidiana, de nossa realidade histórica, transformando-os em parâmetros possíveis, com as nossas marcas, como os nomes, os lugares, as carências, as fichas, as redes, os lugares - algumas que estão fora da exaustão da vivência (e das palavras). Mas muitas vezes esquecemos, precisamente quando os assuntos são demais conhecidos e repetidos, como se a norma de Felicidades.\n\nUma sugestão: ao fazer suas enumerações, procure - de início - e escrevendo livremente. Você será sempre gentil, certo, sem recriminalizar um sujeito que se está emergindo, sem preocupar-se com a estrutura lógica do conjunto. Sem preocupar-se, tão apenas, em seu texto. Escreva enquanto tiver vontade. Ideia puída traz palavra.\n\n★ Aprender fazendo\n\nAguarde sua vez. Faça algumas experiências com as propostas abaixo:\n- a trajetória de vida, de manhã até noite\n- desejos\n- cantes de memória\n- janelas da infância\n- coisas e pessoas\n- retrospetiva do que está vivendo\n- um retorno, ajudando tudo o que charcutear, tudo o que for significativo.\n\n★ Refaça aprendendo\n\nSe você decidiu, depois de ter ouvido, ser levado a trabalhar sobre ele, para amadurecer sua história, mas não politico, como um pombo. Mas existe um detalhe importante. A hipótese encadeada, agora, não é a ausência, não é só escrever uma perspectiva e exprimir melhor o seu trabalho. Leio então o que está escrito e vi que não quer acrescentar outro(s) elementos: (1). Os que não quero tirar elementos. Visto também se você quer alterar a sequência, aproximadamente, ou, ao contrário, distanciando alguns elementos.\n\nLeituras\n\nAqui estão algumas enumerações, feitas como exercício de redação. São textos de pessoas das mais diversas idades, classes sociais, grups de escolaridade, numa pequena mostra da grande variedade de resultados expressivos.\n\n• Ao ler, procure dar um título para cada uma destas enumerações.\n\nUm robô doméstico está de casa. Antes tira o avental. Que mentira! Nunca usei o avental. Existem algumas manchas de gordura na roupa. Também pudei; acabei de passar os bifeis para o almoço.\n\nJá estou no carro. Ligo o vou dando re-... Estou numa avenida arborizada de que gosto muito. e só agora que estou vendo realmente o sol.\n\nPassei pelo sinal do Castelo, dou esse e entra na minha conhecida.\n\nAlberto Sarmiento. Peço atenção pois sinto que meu pensamento novo distante. Apareceram as tradicionais, assim o trânsito e eu sou procrastinando. Olho no relógio do carro. Tudo bem!\n\nE o horário está cumprido. O meu não é como essas porque porto do futuro. Passei por quando não espero entrar no infernal Av. das Américas. Por que está Armênias? Não sei qual a conexão. Dobrei a esquerda, a escala está sendo mais próxima. Avistou uma fro-.\n\nFui Cequei. Vejo a mesma abordagem e reproduzida em reflexos coloridos nas cortinas bege que enfeitam as nossas vidas. Entro. Ficarei até 16 de outubro. Expor o seu calor de mãe feita pequena de janeiro. Se não, os alunos serão o melhor ensaio de minha nota de trabalho.\n\n(Effie Mary) Tudo tão longe\nmuito tempo\n\n... muito tempo que não tenho, estou presente\n... só estava clamando\neo som de mato\n... palin. ...ticas\n... os porcos\n\nna minha mente: já é hora, teu pai já está arrastando o casco pra dentro do rio\n... agora eu: sou ansioso, com medo\n\neu escutando no berço do rio\n... pai, a marcha, parece ter pena de mim. Afinal, eu era criança mas a vida\nnão sabia disso, tu tinha que acompanhar meu pai, sonho ele não conseguiria\n\npassar aos outros a pensar aquele dia\n\n... e as flores da minha vida\n... existem menos no meio das florestas, aquela escuridão\n... frios, frios, gritos e tudo parecia mais fraco que o silêncio tenebroso\n\nagora plumo no mato, só pegar folhas para as poucas\n\npresas... \"ai meu Deus, meu pai não volta\"\n\n... tão tempo\n\neu estou perto de ti, meu pai,\n... meu lindo conquistador\nde pés.\n\n(Maria das Graças)\n\nCentro da Cidade\n\n... carregar a conta\n... centradas\ncarro buzinando\nainda vermelha\nesquina complicada\nhomem da pasta preta\nmulher do decote azul\neu tenho que arrumar\na carta a ser promovida\n... esmola por favor!\n... errula\n... preco, bem confuso\nvêem putas, duas confusões\ncolares, tramadinh\n\na nova desse pra outros lados, crianças\ne como a bandeira na estátua\no século XX.\n\n(Menon)\n\nVocê conseguiu descobrir os elementos centrais desses cinco textos enumerativos? Conseguiu dar-lhes títulos? A experiência de ler e aprender é o feltlio procurando sintetizar os núcleos dos textos em suas palavras e um momento concreto de leitura como reinvenção, como re-.\n\n... significados: observe que a desconexão de cada texto é apenas aparente. O texto\nque eu escrevi - ao social, os fragmentos dispersos parecem dirigir-se ao aqui agora do escrever, que é tema de definitivamente. Clarice Lispector, bem lembra da autora, representa exatamente o momento que passa enredado e desenhando pela linguagem. No texto\nque estou vendo, o mesmo processo existe em rua de ajuda, magicamente reinventando\n...\n\nseus, avança, como a prática do peido aqui: \"Me linho ensanguentado de peido\". No texto\n\nMatar a saudade do longe...\n\nqualquer olhar\nestender o corpo\n\n... fortalecer as ideias da vida\na opinião\no que tenho pela força do desejo\na canção desde o meio da rua\n\neu só escrevo, como te quero\no charge\n\naquelas perturbações ou olhos fechados\nesses apertos caminha para o fim\n\na roupa\nsó eu de novo! de novo aqui\na roupa\n\neu só eu de novo! de novo aqui\n\n(Neílsa Rita)\n\n(Vanessa) Funções da enumeração\nO exercício da enumeração é muito fecundo como experiência de liberação da linguagem e do pensamento e, geralmente, leva-nos a um alto de qualidade em termos da nossa capacidade de escrever. O próprio processo de estar escrevendo, é muitas vezes, mais intenso do que o produto, o texto resultante. Mas, além disso, a enumeração também serve como um instrumento auxiliar da redação tradicional. A escrita enumera muitas vezes na sua curvatura. São duas formas diferentes de escrever, de certo modo; a sua técnica resiste à associação por analogia, características da enumeração: metáforas, comparação, equivalências, liminares, objetos, iluminações, desenhos, cores, sons, saídas, ausências, símbolos, de elementos que são a própria matriz-prima do texto encontrável em suas mais restritas nuances capazes que nem sempre são fundamentais no texto, mas sim em muitos casos perdidas. Tudo isso pode e deve enriquecer muito os textos escritos de outro modo, discurvivamente.\nEnumerar e descrever\nGratificação de cem mil réis. Fugiu há um mês mais ou menos, mulato, calaro, míope acabado, cabelo corridos, um pouco espesso, falta comprimento, bigode e barba no queixo, alto e maior, de um estilo de povo.\nDesconhecia-se que andar lá pelos lados da Vila de Cruzeiro.\n(Gazeta da Bocaina – 1884)\nSilêncio. Passaporte. Silêncio. Ciscado das garis. Linha. Passaportes. Silêncio.\nUm porteiro. Mais porteiras. Os curreis. Vulves das vacas, debaiando. A varanda grande. Luzes. Chegamos. Apeal.\n(José Guimarães Rosa – Sagarana)\nCidadazinha qualquer\nCães entre banneiras\nmulheres de lancheiras\npôr amar na tentação.\nUm homem vai devagar.\nUm cachorro vai devagar.\nDesvagar… as janelas olham.\nEla vida besta, meu Deus.\n(Carlos Drummond de Andrade – Algumas Rosas)\nEnumerar e narrar\nO grande desastre aéreo de ontem\nVejo sangue no ar, vejo o piloto que leva uma flor para a noiva, abraçado com a hélice. E o violinista, em que a morte aconteceu a palidez, desperta-se com sua cabeleira negra e seus extravagantes. Há muita e pena de danganistas arremessadas na explosão. Corpos reconhecíveis identificados pelo Grande Recendeceiro. Vejo sangue no ar, vejo chuva de sangue quando meus batizados pelo sanque dos peitos múrtires. Vejo a nadadora belíssima, no seu último instante de banheira, mais rápida porque em vida. Vejo três meninas quando rápidas, enfunadas, como de alargado ainda. E vejo a louca abrindo ao marinhate de rosas que pensou ser o pároa-quedas, e a prima-dona de longa cauda de lentejoulas riscando o céu como um cometa. E o sino que a pariu uma capela ao oriente, virando flautas pelos pobres mortos. Precisamos que a magia aconteça na cabin da inércia comandando, tão frágil e especial. O imenso, o paralítico vem com a acredite rediger, vem com esta cadência, vem com as pernas do vestido. Chove sangue sobre as nuvens de Deus. E há potenciais míopes que pensam que é erro!\n(Jorge de Lima – Obra poética)