2
Ecologia e Meio Ambiente
UNIPAR
1
Ecologia e Meio Ambiente
UNIPAR
3
Ecologia e Meio Ambiente
UNIPAR
1
Ecologia e Meio Ambiente
UNIPAR
1
Ecologia e Meio Ambiente
UNIPAR
1
Ecologia e Meio Ambiente
UNIPAR
3
Ecologia e Meio Ambiente
UNIPAR
1
Ecologia e Meio Ambiente
UNIPAR
1
Ecologia e Meio Ambiente
UNIPAR
1
Ecologia e Meio Ambiente
UNIPAR
Texto de pré-visualização
A sensibilidade da soja ao fotoperíodo ainda é uma importante restrição para uma adaptação mais ampla da soja Em função dessa característica a faixa de adaptabilidade de cada cultivar varia à medida que se desloca em direção ao norte ou ao sul Na Figura 5 é apresentada a variação do fotoperíodo em função da latitude do local verificandose que quanto mais próximo da linha do equador menor é a amplitude do fotoperíodo ao longo do ano A solução para o problema é a introdução do período juvenil longo Cultivares que apresentam a característica período juvenil longo possuem adaptabilidade mais ampla possibilitando sua utilização em faixas mais abrangentes de latitudes locais e de épocas de semeadura Figura 5 Fotoperíodo h ao longo do ano em função da latitude do local O período juvenil longo é uma fonte não tradicional de florescimento tardio Uma cultivar de soja com período juvenil longo permanece vegetativa por mais tempo do que cultivares convencionais quando expostas a dias curtos mas poderá florescer mais cedo do que algumas cultivares convencionais sob dias longos Assim as cultivares com período juvenil longo parecem ser menos sensíveis ao fotoperíodo do que a maioria das cultivares tradicionais A fisiologia do modo de ação do período juvenil longo é ainda pouco conhecida Não está exatamente claro como os genótipos que possuem essa característica respondem ao fotoperíodo nem está claro se a característica induz um período juvenil verdadeiro isto é uma fase da planta na qual ela esta inapta a florescer ou se simplesmente condiciona uma menor sensibilidade ao fotoperíodo de tal forma que um período fototérmico maior tenha que acontecer para que o florescimento seja induzido Também não está esclarecido como a temperatura modula a expressão da característica e qual a influência da arquitetura genética nesta relação II3 Água Apesar do vasto conhecimento para o cultivo da soja resultando em elevado grau de tecnificação da maioria das lavouras brasileiras a disponibilidade hídrica durante a estação de crescimento constituise ainda na principal limitação à expressão do potencial de rendimento da cultura e na maior causa de variabilidade dos rendimentos de grãos observados de um ano para outro principalmente no sul do Brasil Para exemplificar somente na safra 20042005 as perdas de rendimento de grãos nos estados do RS e do Paraná atingiram mais de 78 e 23 respectivamente quando comparadas à safra 20022003 onde não ocorreram problemas de seca Tabela 3 Nas regiões e estados com uma boa distribuição e volume de chuvas como Mato Grosso os rendimentos de grãos são mais uniformes sem perdas expressivas Tabela 3 Analisandose a Tabela 4 podese verificar que as perdas decorrentes de seca somente nos estados do Paraná e Rio Grande do Sul foram responsáveis por mais de 80 das perdas totais da produção brasileira de soja para a safra 20042005 As implicações são enormes uma vez que não somente produtores mas toda a sociedade é afetada Tabela 3 Variações percentuais da área plantada produção total e rendimento de grãos de soja observados no Mato Grosso Paraná Rio Grande do Sul e Brasil entre as safras 20042005 com problemas de seca e 20022003 sem ocorrência de secas significativas Tabela 4 Produção de grãos de soja estimada para safra 20042005 PE2005 em função da área plantada na safra 20042005 e dos rendimentos obtidos em 20022003 e quebra da safra estimada em 20042005 em função da produção obtida nessa safra Prod2005 no Paraná Rio Grande do Sul e Brasil A água constitui aproximadamente 90 do peso da planta atuando em praticamente todos os processos fisiológicos e bioquímicos Desempenha a função de solvente através do qual gases minerais e outros solutos entram nas células e movemse através da planta Tem ainda papel importante na regulação térmica da planta agindo tanto no resfriamento como na manutenção e na distribuição do calor A disponibilidade de água é importante principalmente em dois períodos de desenvolvimento da soja germinaçãoemergência e floraçãoenchimento de grãos Durante o primeiro período tanto o excesso como a falta de água é prejudicial ao estabelecimento da cultura e à obtenção de uma boa uniformidade na população de plantas sendo o excesso hídrico mais limitante do que o déficit A semente de soja necessita absorver no mínimo 50 de seu peso em água para assegurar uma boa germinação Nessa fase o conteúdo de água no solo não deve exceder a 85 do total máximo disponível e nem ser inferior a 50 1 de 9 ISSN 15167860 Ecofisiologia da Soja Na atual agricultura globalizada incrementos nos rendimentos e redução dos custos e dos riscos de insucesso passaram a ser exigências básicas à competitividade De todos os fatores inerentes à produção agrícola o clima aparece como aquele de mais difícil controle e maior ação sobre a limitação às máximas produtividades Aliado a isto a imprevisibilidade das variabilidades do clima confere à ocorrência de adversidades climáticas o principal fator de risco e de insucesso na exploração das principais culturas Estresses abióticos como a seca o excesso de chuvas temperaturas muito altas ou baixas baixa luminosidade etc podem reduzir significativamente rendimentos em lavouras e restringir os locais às épocas e os solos onde espécies comercialmente importantes podem ser cultivadas Problemas das mais variadas ordens podem surgir e normalmente surgem durante a safra Quando se trata de atividade econômica com margens de lucro tão estreitas como as da atual sojicultura praticada no Brasil não há espaço para riscos e interpretações dúbias por mais insignificantes que pareçam Para que práticas possam ser aplicadas nos momentos em que irão proporcionar máxima eficiência é necessário bom conhecimento de como a sua lavoura de soja cresce e se desenvolve A caracterização dos estádios de desenvolvimento da planta de soja é essencial para a descrição dos vários períodos que a lavoura atravessa durante o ciclo da cultura A soja é uma importante fonte de divisas para o Brasil contribuindo com uma parcela significativa das exportações brasileiras Além disso inúmeras famílias brasileiras das mais diversas classes econômicas dependem diretamente dos empregos gerados pelo complexo de produção transporte e industrialização da soja No entanto o sucesso de todo esse complexo é ainda hoje extremamente dependente das condições climáticas A queda na produção de soja no Brasil tem como uma das principais causas a ocorrência de secas principalmente nos estados do centrosul do País Melhor entendimento das exigências climáticas da cultura e das relações da água no sistema soloplantaatmosfera pode contribuir para a redução dos riscos de insucesso da produção agrícola I Estádios Fenológicos O uso de uma linguagem unificada na descrição dos estádios de desenvolvimento agiliza o seu entendimento porque facilita a comunicação entre os diversos públicos envolvidos com a soja Portanto a metodologia de descrição dos estádios de desenvolvimento deve apresentar uma terminologia única ser objetiva precisa e universal ser capaz de descrever um único indivíduo ou uma lavoura inteira e ser capaz de descrever qualquer cultivar A metodologia de descrição dos estádios de desenvolvimento proposta por Fehr Caviness 1977 é a mais utilizada no mundo inteiro e apresenta todas essas características A classificação dos estádios de desenvolvimento da soja proposta por Fehr e Caviness 1977 identifica precisamente o estádio de desenvolvimento em que se encontra uma planta ou uma lavoura de soja A exatidão na identificação dos estádios não só é útil mas absolutamente necessária para pesquisadores agentes das assistências técnicas pública e privada extensionistas e produtores pois facilita as comunicações oral e escrita uniformizando a linguagem e eliminando as interpretações subjetivas porventura existentes entre esses públicos A aplicação de agroquímicos em uma lavoura em estádio de desenvolvimento não apropriado pode ter graves consequências econômicas ecológicas sanitárias Assim é absolutamente necessário que o agrônomo que recomenda alguma prática e o produtor que irá executála estejam falando a mesma linguagem A utilização da classificação dos estádios de desenvolvimento da soja permite perfeito entendimento eliminando a possibilidade de erros de interpretação O sistema proposto por Fehr e Caviness 1977 divide os estádios de desenvolvimento da soja em estádios vegetativos e estádios reprodutivos Os estádios vegetativos são designados pela letra V e os reprodutivos pela letra R Com exceção dos estádios VE emergência e VC cotilódone as letras V e R são seguidas de índices numéricos que identificam estádios específicos nessas duas fases do desenvolvimento da planta I1 Estádio Vegetativos O nó é a parte do caule onde a folha se desenvolve e é usado para a determinação dos estádios vegetativos porque é permanente enquanto que a folha é temporária podendo se desprender do caule Os nós cotiledonares são opostos no caule e cada um deles possui ou possuía um cotilédone Para a determinação dos estádios vegetativos V1 a Vn os nós cotiledonares não são considerados pois não possuem ou possuíam folhas verdadeiras Os nós imediatamente acima dos cotiledonares são os nós das folhas unifolioladas e são também opostos no caule e cada um deles também possui ou possuía uma folha unifoliolada Nós opostos ocupam a mesma posição no caule e por isso são considerados como um nó apenas Todos os nós acima dos unifoliolados são alternados ocupam diferentes posições no caule e possuem ou possuíam folhas trifolioladas As folhas jovens possuem folíolos que no início de seu desenvolvimento se assemelham a cilindros Ao se desenvolverem os folíolos se desenrolam e os bordos se separam até a abertura completa dos mesmos Uma folha é considerada completamente desenvolvida quando está totalmente aberta e os bordos dos folíolos da folha do nó imediatamente acima não mais se tocam Figura 1 A folha apical está completamente desenvolvida quando seus folíolos já se encontram abertos e se assemelham aos das folhas abaixo dela Neumaier et al 2000 O estádio vegetativo denominado VE representa a emergência dos cotilédones isto é uma plântula recém emergida é considerada em VE Uma planta pode ser considerada emergida quando encontrase com os cotilédones acima da superfície do solo e os mesmos formam um ângulo de 90 ou maior com seus respectivos hipocótilos Figura 2 O estádio vegetativo denominado VC representa o estádio em que os cotilédones se encontram completamente abertos e expandidos Uma planta é considerada em VC quando as bordas de suas folhas unifolioladas não mais se tocam Figura 3 A partir do VC as subdivisões dos estádios vegetativos são numeradas seqüencialmente V1 V2 V3 V4 V5 V6Vn onde n é o número de nós acima do nó cotiledonar com folha completamente desenvolvida Assim uma plântula está em V1 quando as folhas unifolioladas opostas no primeiro nó foliar estiverem completamente desenvolvidas isto é quando os bordos dos folíolos da primeira folha trifoliolada não mais se tocarem De modo semelhante uma planta atinge o estádio V2 quando a primeira folha trifoliolada estiver completamente desenvolvida ou seja quando os bordos dos folíolos da segunda folha trifoliolada não mais se tocarem Figura 4 E assim sucessivamente para V3 V4 V5 V6 Vn conforme apresentado na Tabela 1 Figura 1 Folha de soja com folíolos cujos bordos não mais se tocam Figura 2 Plântulas de soja em estádio VE emergência Figura 3 Plântula de soja em estádio VC cotilodone Figura 4 Planta de soja em estádio V2 Tabela 1 Descrição sumária dos estádios vegetativos da soja Obs Não cotiledonar não é considerado Nós unifoliolares são considerados como um nó já que são opostos e ocupam a mesma altura no caule Uma folha é considerada completamente desenvolvida quando os bordos dos trífólios da folha seguinte acima não mais se tocam I2 Estádios reprodutivos Os estádios reprodutivos são denominados pela letra R seguida dos números um até oito e descrevem detalhadamente o período florescimentomaturação Os estádios reprodutivos abrangem quatro distintas fases do desenvolvimento reprodutivo da planta ou seja florescimento R1 e R2 desenvolvimento da vagem R3 e R4 desenvolvimento do grão R5 e R6 e maturação da planta R7 e R8 Na Tabela 2 são apresentados sumariamente os estádios reprodutivos da soja Obs Caule significa a haste principal da planta Últimos nós se referem aos últimos nós superiores Uma folha é considerada completamente desenvolvida quando os bordos dos trífólios da folha seguinte acima não mais se tocam A proposta de Fehr e Caviness 1977 não apresenta subdivisões dos estádios de desenvolvimento da soja Entretanto para melhor detalhamento do estádio R5 Ritchie et al 1977 propõe sua subdivisão em cinco subestádios R51 grãos perceptíveis ao tato o equivalente a 10 da granação R52 granação de 11 a 25 R53 granação de 26 a 50 R54 granação de 51 a 75 R55 granação de 76 a 100 IIExigências Climáticas Dos elementos climáticos a temperatura o fotoperíodo e a disponibilidade hídrica são os que mais afetam o desenvolvimento e a produtividade da soja II1 Temperatura A soja se adapta melhor às regiões onde as temperaturas oscilam entre 20C e 30C sendo que a temperatura ideal para seu desenvolvimento está em torno de 30C Recomendase que a semeadura da soja não deve ser realizada quando a temperatura do solo estiver abaixo dos 20C pois a germinação e a emergência da planta ficam comprometidas A faixa de temperatura do solo adequada para a semeadura varia entre 20C a 30C sendo 25C a temperatura ideal para uma emergência rápida e uniforme Regiões com temperaturas menores ou iguais a 10C graus são impróprias ao cultivo da soja pois nesses locais o crescimento vegetativo da soja é pequeno ou nulo Por outro lado temperaturas acima de 40C tem efeito adverso na taxa de crescimento provocam estragos na floração e diminuem a capacidade de retenção de vagens Esses problemas se acentuam com a ocorrência de déficits hídricos Para a produção de sementes de soja com qualidades fisiológicas e sanitárias superiores são indicadas regiões com temperaturas do ar mais amenas inferiores a 22C durante a fase de maturação da cultura Costa et al 1994 A floração da soja somente é induzida quando ocorrem temperaturas acima de 13C As diferenças de data de floração entre anos apresentadas por uma cultivar semeada em uma mesma época são devido às variações de temperatura Assim a soja floresce antes do tempo quando ocorrem altas temperaturas o que pode acarretar diminuição na altura da planta Este problema pode ser agravado se ao mesmo tempo ocorrer insuficiência hídrica eou fotoperíódica durante a fase de crescimento Diferenças de data de floração entre cultivares numa mesma época de semeadura num mesmo local são devido principalmente à resposta diferencial das cultivares ao comprimento do dia fotoperíodo A maturação pode ser acelerada pela ocorrência de altas temperaturas Quando vêm associadas a períodos de alta umidade as altas temperaturas contribuem para diminuir a qualidade das sementes e quando associadas a condições de baixa umidade predispõem as sementes a danos mecânicos durante a colheita Temperaturas baixas na fase de maturação associadas a períodos chuvosos ou de alta umidade podem provocar atraso na data da colheita bem como haste verde e retenção foliar II2 Fotoperíodo A adaptação de diferentes cultivares a determinadas regiões depende além das exigências hídricas e térmicas de sua exigência fotoperiódica A sensibilidade ao fotoperíodo é característica variável entre cultivares ou seja cada cultivar possui seu fotoperíodo crítico acima do qual o florescimento é atrasado Por esta razão a soja é considerada planta de dia curto A necessidade de água na cultura da soja vai aumentando com o desenvolvimento da planta atingindo o máximo durante a floraçãoenchimento de grãos 7 a 8 mmdia decrescendo após esse período Figura 6 Em geral o consumo mais elevado de água coincide com o período em que a cultura apresenta maiores altura e índice de área foliar A necessidade total de água na cultura da soja para obtenção do máximo rendimento varia entre 450 a 800 mmciclo dependendo das condições climáticas do manejo da cultura e da duração do seu ciclo Como o consumo de água pela cultura da soja depende além do estádio de desenvolvimento da demanda evaporativa da atmosfera o seu valor absoluto pode variar tanto em função das condições climáticas de cada região como em função do ano e da época de semeadura condições de tempo na mesma região climática O conhecimento da evapotranspiração máxima consumo de agua em condições de ótima disponibilidade hídrica no solo das plantas cultivadas nos diversos períodos de desenvolvimento e ao longo de todo o seu ciclo é de grande importância para o manejo da água na agricultura irrigada Em cultivos não irrigados essa informação também é muito útil na tomada de decisão sobre a adoção de práticas culturais que permitam melhor aproveitamento das disponibilidades hídricas naturais de cada região Um exemplo disso é a definição das épocas de semeadura de modo a evitar que os períodos críticos em relação à água coincidam com períodos de menor disponibilidade de água à cultura A distribuição desuniforme da precipitação pluviométrica é limitante à obtenção de altos rendimentos principalmente durante as fases de maior demanda de água floração e mais críticas a ocorrência de déficits hídricos enchimento de grãos A cultura da soja para apresentar um bom desempenho necessita além de um volume de água adequado uma boa distribuição das chuvas ao longo do ciclo satisfazendo suas necessidades principalmente durante as fases mais críticas Em trabalhos realizados em LondrinaPR ao longo de 15 safras avaliandose diversas cultivares sob diferentes condições de disponibilidade hídrica verificouse que os maiores rendimentos de grãos de soja foram obtidos com 650 a 700mm de água bem distribuídos em todo o ciclo Figura 7 Observouse ainda que nos níveis com aplicação de déficit hídrico durante as fases vegetativa e reprodutiva apesar do volume total de água durante todo o ciclo ter atingido valores próximos a 700mm os rendimentos alcançados não foram tão altos em função da má distribuição da precipitação principalmente durante a fase mais crítica período reprodutivo limitando drasticamente a obtenção de elevados rendimentos de grãos Por outro lado o excesso de chuva e dias nublados podem prejudicar a fotossíntese o arejamento do solo o desenvolvimento das raízes e a fixação de nitrogênio interferir em outros processos e causar várias anomalias no desenvolvimento da soja reduzindo o rendimento de grãos O volume de água ideal para atender as necessidades da cultura da soja durante a fase crítica R1R6 situouse entre 120 a 300 mm Figura 8 bem distribuídos ao longo deste período variando de 30 a 60 dias a partir do início da floração em função da cultivar e das condições climáticas durante a estação de crescimento Da mesma forma que na Figura 6 observase que volumes de água de igual magnitude porém muito mal distribuídos também limitaram a obtenção de altos rendimentos Desta forma ficou evidente que para garantir máximo rendimento de grãos o volume de água necessário deve ser disponibilizado ao longo de todo o ciclo a fim de atender as exigências da cultura podendo ser suprido através da chuva da irrigação eou do armazenamento de água pelo solo Cabe ressaltar que a ausência de chuvas isoladamente não significa obrigatoriamente ocorrência de déficit hídrico A planta busca um ajuste entre a absorção de água e a transpiração O limite a este ajustamento representa o início do déficit hídrico Toda a dinâmica da água no sistema soloplantaatmosfera ocorre em função da demanda evaporativa da atmosfera DEA que em última análise determina a magnitude da perda de água por transpiração e conseqüentemente a necessidade de absorção pelas raízes Bergamaschi et al 1999 A transpiração ocorre então em função da DEA e de forma prática o déficit hídrico tem início quando a transpiração da planta começa a ser limitada pela disponibilidade de água no solo A capacidade de armazenamento de água disponível no solo CAD é expressa pela diferença entre os limites máximo capacidade de campo e mínimo ponto de murcha permanente de água disponível multiplicada pela profundidade efetiva do sistema radicular Solos de textura mais fina mais argilosos retêm maior quantidade de água do que solos com partículas mais grossas Práticas que favoreçam à melhor estruturação do solo e o aprofundamento do sistema radicular contribuem para incrementar o armazenamento de água no solo e conseqüentemente sua CAD Em regiões com distribuição irregular das chuvas e elevada demanda evaporativa da atmosfera caracterizadas pela ocorrência de elevada radiação solar ventos fortes altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar a disponibilidade hídrica no solo passa a ser fundamental para assegurar sucesso à exploração agrícola principalmente na ausência de irrigação O estresse causado por deficiência de água determina a presença de plantas pouco desenvolvidas de pequena estatura com folhas pequenas e entrenós curtos Os tecidos vegetais apresentamse com aspecto de murchos e os pós folíolos tendem a fechar para diminuir a área foliar exposta As secas severas na fase vegetativa reduzem o crescimento da planta e diminuem a área foliar e o rendimento de grãos Secas durante o período reprodutivo causam reduções mais drásticas no rendimento de grãos sendo a ocorrência de déficit hídrico durante o período de enchimento dos grãos mais prejudicial do que durante a floração Déficits hídricos expressivos durante a floração e o enchimento de grãos provocam alterações fisiológicas na planta como o fechamento estomático e o enrolamento de folhas e como conseqüência aumentam a queda prematura de flores e ocasionam o abortamento de vagens e chocamento de grãos com a conseqüente diminuição do número de vagens e o aparecimento de vagens vazias ou chochas O abortamento de vagens não é plenamente compensado pelo número de grãosvagem e pelo peso do grão pois esses componentes do rendimento possuem limites máximos geneticamente determinados Entretanto alguma compensação no peso do grão é sempre possível no caso das condições hídricas normalizaremse a tempo de proporcionála As secas podem diminuir a taxa de acúmulo de matéria seca nos grãos gplantadia e apressar a maturação fazendo com que os grãos produzidos sob seca sejam menores O efeito da ocorrência do déficit hídrico sobre o rendimento da cultura vai depender da intensidade e duração do déficit hídrico da época de ocorrência da culturacultivar do estádio de desenvolvimento da planta e da interação com outros fatores determinantes do rendimento A caracterização dos mecanismos de inibição do crescimento das plantas pelo déficit hídrico constitui um problema de importância e real interesse A umidade interna das plantas influencia muitos processos fisiológicos Plantas sob estresse hídrico têm afetadas a absorção de água a germinação de sementes o fechamento estomático a transpiração a fotossíntese a atividade enzimática o metabolismo do nitrogênio e outros processos A maneira exata pela qual a falta de água afeta o crescimento e desenvolvimento da planta tem sido alvo de muitos debates Há evidência de que o estresse hídrico afeta o crescimento através de mecanismos diretos e indiretos alterando relações hormonais e nutricionais e a formação de carboidratos Ao longo da evolução as plantas desenvolveram mecanismos com os quais tem sobrevivido aos estresses hídricos Tais mecanismos variam entre espécies e dizem respeito a tolerar escapar e evitar o déficit hídrico No primeiro caso a planta sobrevive sob elevados estresses hídricos internos no segundo a planta completa o ciclo antes de períodos de seca e no terceiro caso a planta mantém um potencial elevado de água nos tecidos O estresse hídrico prejudica a atividade fotossintética pelo fechamento estomático e a conseqüente diminuição da assimilação de CO₂ Somente deficiências mais drásticas afetam o processo fotossintético de redução do carbono Déficits moderados não prejudicam as reações fotossintéticas nos cloroplastos Para que uma planta tenha boas condições de sobreviver em regiões onde há pouca disponibilidade de água ela deve ser capaz de manter uma condição hídrica superior durante as horas mais críticas do dia quando a demanda evaporativa da atmosfera é alta estando isso associado com um sistema radicular bem desenvolvido A chuva é a principal fonte de água para a maior parte da produção de soja mundial Apesar de eficazes poucos são os agricultores que dispõem de sistemas de irrigação para suplementar as necessidades de água da cultura em função do elevado custo de tais sistemas Apesar dos grandes prejuízos advindos da ocorrência de adversidades climáticas pouco ou quase nada se tem para apresentar como solução ao produtor sem aumentar seu custo de produção Para minimizar os efeitos do deficit hídrico indicase semear apenas cultivares adaptadas à região e à condição de solo semear em época recomendada e de menor risco climático semear com adequada umidade em todo o perfil do solo e adotar práticas que favoreçam o armazenamento de água pelo solo ex controle de ervas daninhas aumento de matéria orgânica semeadura direta etc Devese evitar semear em épocas de risco indicadas pelo zoneamento agroclimático Imenso progresso tem sido conseguido na adaptação da soja para a obtenção de altos rendimentos em áreas de baixa latitude A limitação do fotoperíodo foi eliminada através de seleção cuidadosa e desenvolvimento de germoplasma menos sensível ao fotoperíodo O baixo pH e a alta disponibilidade de alumínio nos solos foram superados principalmente pela calagem Atualmente é provável que o principal fator que limita os rendimentos em áreas de baixa latitude seja a disponibilidade de água nos solos Os rendimentos são extremamente dependentes da água disponível e desta forma provavelmente será necessário aumentar a disponibilidade de água para atender a transpiração da cultura e conseqüentemente obterse incrementos na produtividade Maior profundidade do sistema radicular parece ser crítico à obtenção de rendimentos crescentes sob condições limitantes de água Por conseguinte aumento na profundidade das raízes em direção às camadas do solo com baixo pH e alto alumínio disponível é um grande desafio Sinclair e Purcell 2002 No sul do Brasil o maior entrave à expressão de altos rendimentos tem sido a variabilidade na distribuição de chuvas durante o período de primaveraverão Cunha et al 1998 Então no futuro muito do potencial para obtenção de altos rendimentos provavelmente será resultado da maior disponibilidade de água às culturas Previsões ambientais sinalizam para o aumento do aquecimento global nas próximas décadas Alterações climáticas certamente acompanharão esse evento As dificuldades para alimentar população mundial em crescimento acelerado usando apenas tecnologias tradicionais serão imensas O desenvolvimento de cultivares mais tolerantes às adversidades climáticas como por exemplo à seca será essencial e a disponibilidade de novas ferramentas de pesquisa nas áreas de ecofisiologia e biotecnologia vegetal possibilitam estudar e compreender com maior detalhe os processos envolvidos nas respostas fisiológicas e agronômicas das culturas Somente com o investimento crescente e continuado em pesquisa agropecuária é que será possível garantir o alimento em quantidade e qualidade às gerações futuras III Zoneamento de Risco Climático Definindo áreas menos sujeitas a riscos de insucessos devido à ocorrência de adversidades climáticas o zoneamento agroclimático da soja constituise numa ferramenta de fundamental importância em várias atividades do setor agrícola Envolvendo várias instituições MAPA EMBRAPA UNICAMP EPAGRI IAPAR FEPAGRO ANEEL e INMET o zoneamento agroclimático da cultura da soja procurou delimitar as áreas com maior aptidão climática para o desenvolvimento da cultura visando à obtenção de maiores rendimentos e menores riscos Foram definidas as áreas com maior ou menor probabilidade de ocorrência de déficit hídrico durante a fase mais crítica da cultura da soja floração enchimento de grãos caracterizadas como favoráveis intermediárias e desfavoráveis em função das diferentes épocas de semeadura das disponibilidades hídricas de cada região do consumo de água nos diferentes estádios de desenvolvimento da cultura do tipo de solo e do ciclo da cultivar Para tanto foram usadas séries pluviométricas de várias estações agrometeorológicas por estado contendo no mínimo 2025 anos de dados diários para cada local Em todos os estados foram feitas simulações para várias datas de semeadura nove ou doze períodos de dez dias cada nas quais se incluem os períodos recomendados pela pesquisa Para a espacialização dos resultados cada valor de ETrETm Evapotranspiração RealMáxima observado durante a floração e o enchimento de grãos período mais critico ao déficit hídrico foi associado à localização geográfica da respectiva estação pluviométrica para posterior elaboração dos mapas utilizandose sistemas de informações geográficas Para definição das áreas de maior ou menor probabilidade de ocorrência de déficit hídrico na fase mais critica foram estabelecidas três classes de acordo com a relação ETrETm obtida com frequência mínima de ocorrência em 80 dos anos favorável ETrETm 065 intermediária 065 ETrETm 055 e desfavorável ETrETm 055 Posteriormente para cada estado em estudo foram elaborados diversos mapas decorrentes da combinação de nove ou doze períodos de semeadura três tipos de solo alta média e baixa retenção de água e dois ou três ciclos de cultivares precoce médio eou tardio Foram rodadas ao todo mais de 100000 simulações resultado da interação entre estações pluviométricas ciclo das cultivares tipo de solo e datas de semeadura nos diferentes estados Cada um dos mapas representa a combinação de um dos níveis de cada fator acima isto é cada mapa representa a classificação das diferentes áreas do estado para uma dada época de semeadura em função do tipo de solo e do ciclo da cultivar Os resultados obtidos foram validados comparandose os índices obtidos com séries históricas de rendimento de grãos área plantada e produção por município nos diferentes estados obtendose elevada correlação entre os valores estimados e os observados a campo Farias et al 2001 Nas Figuras 9 e 10 são apresentados os resultados das simulações para cultivar de ciclo precoce solo de média retenção de água e nove épocas de semeadura para os estados do Paraná e do Mato Grosso respectivamente As áreas favoráveis representam as regiões onde é menor o risco de ocorrência de déficit hídrico durante as fases mais críticas da cultura As áreas desfavoráveis definem as regiões de alto risco de ocorrência de veranicos durante as fases mais criticas da cultura da soja As áreas intermediárias representam as regiões em que o risco é mediano situandose entre as duas anteriormente definidas Regiões com melhores distribuição e volume pluviométrico como o Mato Grosso apresentam menor risco à cultura da soja Solos com baixa capacidade de armazenamento de água CAD apresentamse em geral impróprios ao cultivo da soja na maioria das regiões para os diferentes ciclos das cultivares e épocas de semeadura consideradas Observase também que cultivares tardias têm sua época de semeadura favorável na maioria das regiões mais cedo que as precoces No entanto é importante considerar que semeaduras muito cedo podem resultar em plantas muito baixas aumentando as perdas na colheita Apesar desse efeito ser mais drástico nas cultivares precoces ocorre também nas tardias Semeaduras muito tardias também deixarão as plantas mais expostas ao ataque de pragas e doenças que migram das áreas semeadas anteriormente eou já colhidas Os períodos favoráveis não indicam necessariamente os períodos de semeadura para obtenção dos maiores rendimentos de grãos mas sim aqueles em que há menor probabilidade de perdas por ocorrência de déficit hídrico Devese salientar ainda que se trata de um zoneamento de risco climático e não de aptidão Desta forma nem todos os municípios favoráveis são aptos ao cultivo da soja Além da disponibilidade hídrica outros fatores devem ser considerados para avaliar a viabilidade da exploração desta cultura com sucesso numa dada região Por outro lado muitas das áreas classificadas como intermediárias podem ser enquadradas como favoráveis devido a práticas de manejo do solo e da cultura que permitem às plantas superarem curtos períodos de adversidade climática Os resultados dos trabalhos de zoneamento não são definitivos sendo passíveis de mudanças e revisões com o passar do tempo Devese deixar bem claro quais são os impedimentos das áreas de risco marginais e inaptas pois o desenvolvimento de novas cultivares ou a adoção de práticas de manejo do solo eou da cultura podem reduzir os riscos do cultivo nessas áreas permitindo às plantas tolerar curtos períodos de adversidade climática IVReferências BERGAMASCHI H BERLATO MA MATZENAUER R FONTANA DC CUNHA GR SANTOS MLV FARIAS JRB BARNI NA Agrometeorologia aplicada à irrigação 2ed Porto Alegre Ed UniversidadeUFRGS 1999 125 p BERLATO MA MATZENAUER R BERGAMASCHI H Evapotranspiração máxima da soja relações com a evapotranspiração calculada pela equação de Penman evaporação de tanque classe A e radiação solar global Agronomia Sulriograndense Porto Alegre v22 n2 p243259 1986 COSTA NP PEREIRA LAG FRANÇA NETO JB HENNING AA KRZYZANOWSKI FC Zoneamento ecológico do estado do Paraná para a produção de sementaes de cultivares precoces de soja Revista Brasileira de Sementes vol 16 n 1 p 1219 1994 CUNHA GR HASS JC DALMAGO GA PASINATO A Perda de rendimento potencial em soja no Rio Grande do Sul por deficiência hídrica Revista Brasileira de Agrometeorologia Santa Maria v 6 n 1 p 111119 1998 FARIAS J R B ASSAD ED ALMEIDA IR EVANGELISTA BA LAZZAROTTO C NEUMAIER N NEPOMUCENO AL Caracterização de risco de déficit hídrico nas regiões produtoras de soja no Brasil Revista Brasileira de Agrometeorologia Santa Maria v 9 n 3 p 415421 2001 FARIAS JRB NEPOMUCENO A L NEUMAIER N Água em solos arenosos estabelecimento de déficit hídrico em culturas In REUNIÃO DE PESQUISA DA REGIÃO CENTRAL DO BRASIL 272005 Cornélio Procópio Ata Londrina Embrapa Soja 2005 p 147155 Embrapa Soja Documentos 265 FEHR WR CAVINESS CE Stages of soybean development Ames Iowa State University of Science and Technology 1977 11p Special Report 80 NEUMAIER N NEPOMUCENO AL FARIAS JRB OYA T Estádios de desenvolvimento da cultura da soja In BONATO E Ed Estresses em soja Passo Fundo Embrapa Trigo 2000 p 2144 NEUMAIER N NEPOMUCENO AL FARIAS JRB OYA T Estádios de desenvolvimento da cultura de soja In BONATO ER Ed Estresses em soja Passo Fundo Embrapa Trigo 2000 p1944 RITCHIE SW HANWAY JJ THOMPSON HE BENSON GO How a soybean plant develops Ames Iowa State University of Science and Technology 1977 20p Special Report 53 SINCLAIR TR PURCELL LC Limitations resulting from abiotic factors especially inadequate water on soybean yield in lowlatitude areas In CONGRESSO BRASILEIRO DE SOJA 2 MERCOSOJA 2002 Foz do Iguaçu Perspectivas do agronegócio da soja anais Londrina Embrapa Soja 2002 p 28091 Embrapa Soja Documentos 180 Organizado por Odilon Ferreira Saraiva Clara Beatriz HoffmannCampo Ecofisiologia da soja O presente texto foi escrito pelos engenheiros agrônomos da EMBRAPA Farias Nepomuceno e Neumaier 2007 e intitulado como Ecofisiologia da soja Neste trabalho os autores destacaram a importância de conhecer em profundidade como uma lavoura de soja cresce bem como a soja ela mesma se desenvolve sobretudo dentro de um contexto de limitações climáticas uma vez que antecipar estes tipos de potenciais problemas é desejável no sentido de evitar ou minimizar grandes gastos Neste sentido os autores basicamente apresentam alguns estádios fenológicos importantes relacionados a soja bem como as suas principais exigências climáticas Em termos de nomenclatura os autores dividem os estádios de desenvolvimento da soja de acordo como sugerido por Fehr e Caviness 1977 O primeiro corresponde ao estádio vegetativo V sendo o nó onde a folha se desenvolve a parte da planta empregada na determinação destes estádios Em particular este estádio pode apresentar uma plântula recém emergida VE ou com cotilédones que se encontram abertos ou expandidos VC onde este por sua vez pode apresentar n subdivisões com n número de nós acima do nó cotiledonar com folha completamente desenvolvida Por outro lado os estádios reprodutivos R descrevem o período florescimentomaturação abrangendo 4 distintas fases de desenvolvimento reprodutivo da planta Tabela 1 Tabela 1 Fases de desenvolvimento reprodutivo da planta Fonte Farias Nepomuceno e Neumaier 2007 Em relação as exigências climáticas a temperatura o fotoperíodo e a disponibilidade hídrica são os mais decisivos no desenvolvimento e produtividade da soja Segundo os autores a temperatura ótima para soja é situada entre 2030 C sendo esta última ideal para seu desenvolvimento A temperatura de solo que mais favorece o crescimento da soja é de 25 C sendo aceitável a faixa de temperatura correspondente a 2030 C Fora destas faixas de temperatura danos ao desenvolvimento da planta são frequentemente observados O desenvolvimento da soja é considerado como fotossensível variando em função de seu fotoperíodo correspondente Figura 1 Além da fotossensibilidade o desenvolvimento da soja é sensível a questões hídricas sendo altamente sensível a produção da soja em períodos de seca A soja possui 90 de sua composição formada por água estando esta presente na maioria dos processos fisiológicos e bioquímicos da planta principalmente no período de germinação e floração A Figura 2 ilustra o crescimento da dependência de água de uma planta de soja em função das fases de seu desenvolvimento Figura 2 Figura 1 Fotoperíodo x latitude Fonte Farias Nepomuceno e Neumaier 2007 No texto os autores compram alguns rendimentos de produção de soja entre safras que apresentaram secas Tabela 2 Tabela 3 Tabela 2 Variações percentuais da área plantada produção total e rendimento de grãos de soja observados no Mato Grosso Paraná Rio Grande do Sul e Brasil entre as safras 20042005 e 20042005 Fonte Farias Nepomuceno e Neumaier 2007 Tabela 3 Produção de grãos de soja estimada para safras 2002005 em função da área plantada na safra 20042005 e dos rendimentos obtidos em 20022003 e quebra da safra estimada em 20042005 em função da produção obtida nessa safra no Paraná Rio Grande do Sul e Brasil Fonte Farias Nepomuceno e Neumaier 2007 Figura 2 Dependência de água da soja Outro importante fator no desenvolvimento da soja destacado pelos autores é o zoneamento de risco climático Este mapeamento é realizado no sentido de garantir desenvolvimento pleno de cultivares de soja através da detecção de zonas de cultivo propícias via análise de séries pluviométricas registradas em períodos de até 25 anos Figura 3 Figura 3 Zoneamento agroclimático da cultura de soja no estado do Paraná
2
Ecologia e Meio Ambiente
UNIPAR
1
Ecologia e Meio Ambiente
UNIPAR
3
Ecologia e Meio Ambiente
UNIPAR
1
Ecologia e Meio Ambiente
UNIPAR
1
Ecologia e Meio Ambiente
UNIPAR
1
Ecologia e Meio Ambiente
UNIPAR
3
Ecologia e Meio Ambiente
UNIPAR
1
Ecologia e Meio Ambiente
UNIPAR
1
Ecologia e Meio Ambiente
UNIPAR
1
Ecologia e Meio Ambiente
UNIPAR
Texto de pré-visualização
A sensibilidade da soja ao fotoperíodo ainda é uma importante restrição para uma adaptação mais ampla da soja Em função dessa característica a faixa de adaptabilidade de cada cultivar varia à medida que se desloca em direção ao norte ou ao sul Na Figura 5 é apresentada a variação do fotoperíodo em função da latitude do local verificandose que quanto mais próximo da linha do equador menor é a amplitude do fotoperíodo ao longo do ano A solução para o problema é a introdução do período juvenil longo Cultivares que apresentam a característica período juvenil longo possuem adaptabilidade mais ampla possibilitando sua utilização em faixas mais abrangentes de latitudes locais e de épocas de semeadura Figura 5 Fotoperíodo h ao longo do ano em função da latitude do local O período juvenil longo é uma fonte não tradicional de florescimento tardio Uma cultivar de soja com período juvenil longo permanece vegetativa por mais tempo do que cultivares convencionais quando expostas a dias curtos mas poderá florescer mais cedo do que algumas cultivares convencionais sob dias longos Assim as cultivares com período juvenil longo parecem ser menos sensíveis ao fotoperíodo do que a maioria das cultivares tradicionais A fisiologia do modo de ação do período juvenil longo é ainda pouco conhecida Não está exatamente claro como os genótipos que possuem essa característica respondem ao fotoperíodo nem está claro se a característica induz um período juvenil verdadeiro isto é uma fase da planta na qual ela esta inapta a florescer ou se simplesmente condiciona uma menor sensibilidade ao fotoperíodo de tal forma que um período fototérmico maior tenha que acontecer para que o florescimento seja induzido Também não está esclarecido como a temperatura modula a expressão da característica e qual a influência da arquitetura genética nesta relação II3 Água Apesar do vasto conhecimento para o cultivo da soja resultando em elevado grau de tecnificação da maioria das lavouras brasileiras a disponibilidade hídrica durante a estação de crescimento constituise ainda na principal limitação à expressão do potencial de rendimento da cultura e na maior causa de variabilidade dos rendimentos de grãos observados de um ano para outro principalmente no sul do Brasil Para exemplificar somente na safra 20042005 as perdas de rendimento de grãos nos estados do RS e do Paraná atingiram mais de 78 e 23 respectivamente quando comparadas à safra 20022003 onde não ocorreram problemas de seca Tabela 3 Nas regiões e estados com uma boa distribuição e volume de chuvas como Mato Grosso os rendimentos de grãos são mais uniformes sem perdas expressivas Tabela 3 Analisandose a Tabela 4 podese verificar que as perdas decorrentes de seca somente nos estados do Paraná e Rio Grande do Sul foram responsáveis por mais de 80 das perdas totais da produção brasileira de soja para a safra 20042005 As implicações são enormes uma vez que não somente produtores mas toda a sociedade é afetada Tabela 3 Variações percentuais da área plantada produção total e rendimento de grãos de soja observados no Mato Grosso Paraná Rio Grande do Sul e Brasil entre as safras 20042005 com problemas de seca e 20022003 sem ocorrência de secas significativas Tabela 4 Produção de grãos de soja estimada para safra 20042005 PE2005 em função da área plantada na safra 20042005 e dos rendimentos obtidos em 20022003 e quebra da safra estimada em 20042005 em função da produção obtida nessa safra Prod2005 no Paraná Rio Grande do Sul e Brasil A água constitui aproximadamente 90 do peso da planta atuando em praticamente todos os processos fisiológicos e bioquímicos Desempenha a função de solvente através do qual gases minerais e outros solutos entram nas células e movemse através da planta Tem ainda papel importante na regulação térmica da planta agindo tanto no resfriamento como na manutenção e na distribuição do calor A disponibilidade de água é importante principalmente em dois períodos de desenvolvimento da soja germinaçãoemergência e floraçãoenchimento de grãos Durante o primeiro período tanto o excesso como a falta de água é prejudicial ao estabelecimento da cultura e à obtenção de uma boa uniformidade na população de plantas sendo o excesso hídrico mais limitante do que o déficit A semente de soja necessita absorver no mínimo 50 de seu peso em água para assegurar uma boa germinação Nessa fase o conteúdo de água no solo não deve exceder a 85 do total máximo disponível e nem ser inferior a 50 1 de 9 ISSN 15167860 Ecofisiologia da Soja Na atual agricultura globalizada incrementos nos rendimentos e redução dos custos e dos riscos de insucesso passaram a ser exigências básicas à competitividade De todos os fatores inerentes à produção agrícola o clima aparece como aquele de mais difícil controle e maior ação sobre a limitação às máximas produtividades Aliado a isto a imprevisibilidade das variabilidades do clima confere à ocorrência de adversidades climáticas o principal fator de risco e de insucesso na exploração das principais culturas Estresses abióticos como a seca o excesso de chuvas temperaturas muito altas ou baixas baixa luminosidade etc podem reduzir significativamente rendimentos em lavouras e restringir os locais às épocas e os solos onde espécies comercialmente importantes podem ser cultivadas Problemas das mais variadas ordens podem surgir e normalmente surgem durante a safra Quando se trata de atividade econômica com margens de lucro tão estreitas como as da atual sojicultura praticada no Brasil não há espaço para riscos e interpretações dúbias por mais insignificantes que pareçam Para que práticas possam ser aplicadas nos momentos em que irão proporcionar máxima eficiência é necessário bom conhecimento de como a sua lavoura de soja cresce e se desenvolve A caracterização dos estádios de desenvolvimento da planta de soja é essencial para a descrição dos vários períodos que a lavoura atravessa durante o ciclo da cultura A soja é uma importante fonte de divisas para o Brasil contribuindo com uma parcela significativa das exportações brasileiras Além disso inúmeras famílias brasileiras das mais diversas classes econômicas dependem diretamente dos empregos gerados pelo complexo de produção transporte e industrialização da soja No entanto o sucesso de todo esse complexo é ainda hoje extremamente dependente das condições climáticas A queda na produção de soja no Brasil tem como uma das principais causas a ocorrência de secas principalmente nos estados do centrosul do País Melhor entendimento das exigências climáticas da cultura e das relações da água no sistema soloplantaatmosfera pode contribuir para a redução dos riscos de insucesso da produção agrícola I Estádios Fenológicos O uso de uma linguagem unificada na descrição dos estádios de desenvolvimento agiliza o seu entendimento porque facilita a comunicação entre os diversos públicos envolvidos com a soja Portanto a metodologia de descrição dos estádios de desenvolvimento deve apresentar uma terminologia única ser objetiva precisa e universal ser capaz de descrever um único indivíduo ou uma lavoura inteira e ser capaz de descrever qualquer cultivar A metodologia de descrição dos estádios de desenvolvimento proposta por Fehr Caviness 1977 é a mais utilizada no mundo inteiro e apresenta todas essas características A classificação dos estádios de desenvolvimento da soja proposta por Fehr e Caviness 1977 identifica precisamente o estádio de desenvolvimento em que se encontra uma planta ou uma lavoura de soja A exatidão na identificação dos estádios não só é útil mas absolutamente necessária para pesquisadores agentes das assistências técnicas pública e privada extensionistas e produtores pois facilita as comunicações oral e escrita uniformizando a linguagem e eliminando as interpretações subjetivas porventura existentes entre esses públicos A aplicação de agroquímicos em uma lavoura em estádio de desenvolvimento não apropriado pode ter graves consequências econômicas ecológicas sanitárias Assim é absolutamente necessário que o agrônomo que recomenda alguma prática e o produtor que irá executála estejam falando a mesma linguagem A utilização da classificação dos estádios de desenvolvimento da soja permite perfeito entendimento eliminando a possibilidade de erros de interpretação O sistema proposto por Fehr e Caviness 1977 divide os estádios de desenvolvimento da soja em estádios vegetativos e estádios reprodutivos Os estádios vegetativos são designados pela letra V e os reprodutivos pela letra R Com exceção dos estádios VE emergência e VC cotilódone as letras V e R são seguidas de índices numéricos que identificam estádios específicos nessas duas fases do desenvolvimento da planta I1 Estádio Vegetativos O nó é a parte do caule onde a folha se desenvolve e é usado para a determinação dos estádios vegetativos porque é permanente enquanto que a folha é temporária podendo se desprender do caule Os nós cotiledonares são opostos no caule e cada um deles possui ou possuía um cotilédone Para a determinação dos estádios vegetativos V1 a Vn os nós cotiledonares não são considerados pois não possuem ou possuíam folhas verdadeiras Os nós imediatamente acima dos cotiledonares são os nós das folhas unifolioladas e são também opostos no caule e cada um deles também possui ou possuía uma folha unifoliolada Nós opostos ocupam a mesma posição no caule e por isso são considerados como um nó apenas Todos os nós acima dos unifoliolados são alternados ocupam diferentes posições no caule e possuem ou possuíam folhas trifolioladas As folhas jovens possuem folíolos que no início de seu desenvolvimento se assemelham a cilindros Ao se desenvolverem os folíolos se desenrolam e os bordos se separam até a abertura completa dos mesmos Uma folha é considerada completamente desenvolvida quando está totalmente aberta e os bordos dos folíolos da folha do nó imediatamente acima não mais se tocam Figura 1 A folha apical está completamente desenvolvida quando seus folíolos já se encontram abertos e se assemelham aos das folhas abaixo dela Neumaier et al 2000 O estádio vegetativo denominado VE representa a emergência dos cotilédones isto é uma plântula recém emergida é considerada em VE Uma planta pode ser considerada emergida quando encontrase com os cotilédones acima da superfície do solo e os mesmos formam um ângulo de 90 ou maior com seus respectivos hipocótilos Figura 2 O estádio vegetativo denominado VC representa o estádio em que os cotilédones se encontram completamente abertos e expandidos Uma planta é considerada em VC quando as bordas de suas folhas unifolioladas não mais se tocam Figura 3 A partir do VC as subdivisões dos estádios vegetativos são numeradas seqüencialmente V1 V2 V3 V4 V5 V6Vn onde n é o número de nós acima do nó cotiledonar com folha completamente desenvolvida Assim uma plântula está em V1 quando as folhas unifolioladas opostas no primeiro nó foliar estiverem completamente desenvolvidas isto é quando os bordos dos folíolos da primeira folha trifoliolada não mais se tocarem De modo semelhante uma planta atinge o estádio V2 quando a primeira folha trifoliolada estiver completamente desenvolvida ou seja quando os bordos dos folíolos da segunda folha trifoliolada não mais se tocarem Figura 4 E assim sucessivamente para V3 V4 V5 V6 Vn conforme apresentado na Tabela 1 Figura 1 Folha de soja com folíolos cujos bordos não mais se tocam Figura 2 Plântulas de soja em estádio VE emergência Figura 3 Plântula de soja em estádio VC cotilodone Figura 4 Planta de soja em estádio V2 Tabela 1 Descrição sumária dos estádios vegetativos da soja Obs Não cotiledonar não é considerado Nós unifoliolares são considerados como um nó já que são opostos e ocupam a mesma altura no caule Uma folha é considerada completamente desenvolvida quando os bordos dos trífólios da folha seguinte acima não mais se tocam I2 Estádios reprodutivos Os estádios reprodutivos são denominados pela letra R seguida dos números um até oito e descrevem detalhadamente o período florescimentomaturação Os estádios reprodutivos abrangem quatro distintas fases do desenvolvimento reprodutivo da planta ou seja florescimento R1 e R2 desenvolvimento da vagem R3 e R4 desenvolvimento do grão R5 e R6 e maturação da planta R7 e R8 Na Tabela 2 são apresentados sumariamente os estádios reprodutivos da soja Obs Caule significa a haste principal da planta Últimos nós se referem aos últimos nós superiores Uma folha é considerada completamente desenvolvida quando os bordos dos trífólios da folha seguinte acima não mais se tocam A proposta de Fehr e Caviness 1977 não apresenta subdivisões dos estádios de desenvolvimento da soja Entretanto para melhor detalhamento do estádio R5 Ritchie et al 1977 propõe sua subdivisão em cinco subestádios R51 grãos perceptíveis ao tato o equivalente a 10 da granação R52 granação de 11 a 25 R53 granação de 26 a 50 R54 granação de 51 a 75 R55 granação de 76 a 100 IIExigências Climáticas Dos elementos climáticos a temperatura o fotoperíodo e a disponibilidade hídrica são os que mais afetam o desenvolvimento e a produtividade da soja II1 Temperatura A soja se adapta melhor às regiões onde as temperaturas oscilam entre 20C e 30C sendo que a temperatura ideal para seu desenvolvimento está em torno de 30C Recomendase que a semeadura da soja não deve ser realizada quando a temperatura do solo estiver abaixo dos 20C pois a germinação e a emergência da planta ficam comprometidas A faixa de temperatura do solo adequada para a semeadura varia entre 20C a 30C sendo 25C a temperatura ideal para uma emergência rápida e uniforme Regiões com temperaturas menores ou iguais a 10C graus são impróprias ao cultivo da soja pois nesses locais o crescimento vegetativo da soja é pequeno ou nulo Por outro lado temperaturas acima de 40C tem efeito adverso na taxa de crescimento provocam estragos na floração e diminuem a capacidade de retenção de vagens Esses problemas se acentuam com a ocorrência de déficits hídricos Para a produção de sementes de soja com qualidades fisiológicas e sanitárias superiores são indicadas regiões com temperaturas do ar mais amenas inferiores a 22C durante a fase de maturação da cultura Costa et al 1994 A floração da soja somente é induzida quando ocorrem temperaturas acima de 13C As diferenças de data de floração entre anos apresentadas por uma cultivar semeada em uma mesma época são devido às variações de temperatura Assim a soja floresce antes do tempo quando ocorrem altas temperaturas o que pode acarretar diminuição na altura da planta Este problema pode ser agravado se ao mesmo tempo ocorrer insuficiência hídrica eou fotoperíódica durante a fase de crescimento Diferenças de data de floração entre cultivares numa mesma época de semeadura num mesmo local são devido principalmente à resposta diferencial das cultivares ao comprimento do dia fotoperíodo A maturação pode ser acelerada pela ocorrência de altas temperaturas Quando vêm associadas a períodos de alta umidade as altas temperaturas contribuem para diminuir a qualidade das sementes e quando associadas a condições de baixa umidade predispõem as sementes a danos mecânicos durante a colheita Temperaturas baixas na fase de maturação associadas a períodos chuvosos ou de alta umidade podem provocar atraso na data da colheita bem como haste verde e retenção foliar II2 Fotoperíodo A adaptação de diferentes cultivares a determinadas regiões depende além das exigências hídricas e térmicas de sua exigência fotoperiódica A sensibilidade ao fotoperíodo é característica variável entre cultivares ou seja cada cultivar possui seu fotoperíodo crítico acima do qual o florescimento é atrasado Por esta razão a soja é considerada planta de dia curto A necessidade de água na cultura da soja vai aumentando com o desenvolvimento da planta atingindo o máximo durante a floraçãoenchimento de grãos 7 a 8 mmdia decrescendo após esse período Figura 6 Em geral o consumo mais elevado de água coincide com o período em que a cultura apresenta maiores altura e índice de área foliar A necessidade total de água na cultura da soja para obtenção do máximo rendimento varia entre 450 a 800 mmciclo dependendo das condições climáticas do manejo da cultura e da duração do seu ciclo Como o consumo de água pela cultura da soja depende além do estádio de desenvolvimento da demanda evaporativa da atmosfera o seu valor absoluto pode variar tanto em função das condições climáticas de cada região como em função do ano e da época de semeadura condições de tempo na mesma região climática O conhecimento da evapotranspiração máxima consumo de agua em condições de ótima disponibilidade hídrica no solo das plantas cultivadas nos diversos períodos de desenvolvimento e ao longo de todo o seu ciclo é de grande importância para o manejo da água na agricultura irrigada Em cultivos não irrigados essa informação também é muito útil na tomada de decisão sobre a adoção de práticas culturais que permitam melhor aproveitamento das disponibilidades hídricas naturais de cada região Um exemplo disso é a definição das épocas de semeadura de modo a evitar que os períodos críticos em relação à água coincidam com períodos de menor disponibilidade de água à cultura A distribuição desuniforme da precipitação pluviométrica é limitante à obtenção de altos rendimentos principalmente durante as fases de maior demanda de água floração e mais críticas a ocorrência de déficits hídricos enchimento de grãos A cultura da soja para apresentar um bom desempenho necessita além de um volume de água adequado uma boa distribuição das chuvas ao longo do ciclo satisfazendo suas necessidades principalmente durante as fases mais críticas Em trabalhos realizados em LondrinaPR ao longo de 15 safras avaliandose diversas cultivares sob diferentes condições de disponibilidade hídrica verificouse que os maiores rendimentos de grãos de soja foram obtidos com 650 a 700mm de água bem distribuídos em todo o ciclo Figura 7 Observouse ainda que nos níveis com aplicação de déficit hídrico durante as fases vegetativa e reprodutiva apesar do volume total de água durante todo o ciclo ter atingido valores próximos a 700mm os rendimentos alcançados não foram tão altos em função da má distribuição da precipitação principalmente durante a fase mais crítica período reprodutivo limitando drasticamente a obtenção de elevados rendimentos de grãos Por outro lado o excesso de chuva e dias nublados podem prejudicar a fotossíntese o arejamento do solo o desenvolvimento das raízes e a fixação de nitrogênio interferir em outros processos e causar várias anomalias no desenvolvimento da soja reduzindo o rendimento de grãos O volume de água ideal para atender as necessidades da cultura da soja durante a fase crítica R1R6 situouse entre 120 a 300 mm Figura 8 bem distribuídos ao longo deste período variando de 30 a 60 dias a partir do início da floração em função da cultivar e das condições climáticas durante a estação de crescimento Da mesma forma que na Figura 6 observase que volumes de água de igual magnitude porém muito mal distribuídos também limitaram a obtenção de altos rendimentos Desta forma ficou evidente que para garantir máximo rendimento de grãos o volume de água necessário deve ser disponibilizado ao longo de todo o ciclo a fim de atender as exigências da cultura podendo ser suprido através da chuva da irrigação eou do armazenamento de água pelo solo Cabe ressaltar que a ausência de chuvas isoladamente não significa obrigatoriamente ocorrência de déficit hídrico A planta busca um ajuste entre a absorção de água e a transpiração O limite a este ajustamento representa o início do déficit hídrico Toda a dinâmica da água no sistema soloplantaatmosfera ocorre em função da demanda evaporativa da atmosfera DEA que em última análise determina a magnitude da perda de água por transpiração e conseqüentemente a necessidade de absorção pelas raízes Bergamaschi et al 1999 A transpiração ocorre então em função da DEA e de forma prática o déficit hídrico tem início quando a transpiração da planta começa a ser limitada pela disponibilidade de água no solo A capacidade de armazenamento de água disponível no solo CAD é expressa pela diferença entre os limites máximo capacidade de campo e mínimo ponto de murcha permanente de água disponível multiplicada pela profundidade efetiva do sistema radicular Solos de textura mais fina mais argilosos retêm maior quantidade de água do que solos com partículas mais grossas Práticas que favoreçam à melhor estruturação do solo e o aprofundamento do sistema radicular contribuem para incrementar o armazenamento de água no solo e conseqüentemente sua CAD Em regiões com distribuição irregular das chuvas e elevada demanda evaporativa da atmosfera caracterizadas pela ocorrência de elevada radiação solar ventos fortes altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar a disponibilidade hídrica no solo passa a ser fundamental para assegurar sucesso à exploração agrícola principalmente na ausência de irrigação O estresse causado por deficiência de água determina a presença de plantas pouco desenvolvidas de pequena estatura com folhas pequenas e entrenós curtos Os tecidos vegetais apresentamse com aspecto de murchos e os pós folíolos tendem a fechar para diminuir a área foliar exposta As secas severas na fase vegetativa reduzem o crescimento da planta e diminuem a área foliar e o rendimento de grãos Secas durante o período reprodutivo causam reduções mais drásticas no rendimento de grãos sendo a ocorrência de déficit hídrico durante o período de enchimento dos grãos mais prejudicial do que durante a floração Déficits hídricos expressivos durante a floração e o enchimento de grãos provocam alterações fisiológicas na planta como o fechamento estomático e o enrolamento de folhas e como conseqüência aumentam a queda prematura de flores e ocasionam o abortamento de vagens e chocamento de grãos com a conseqüente diminuição do número de vagens e o aparecimento de vagens vazias ou chochas O abortamento de vagens não é plenamente compensado pelo número de grãosvagem e pelo peso do grão pois esses componentes do rendimento possuem limites máximos geneticamente determinados Entretanto alguma compensação no peso do grão é sempre possível no caso das condições hídricas normalizaremse a tempo de proporcionála As secas podem diminuir a taxa de acúmulo de matéria seca nos grãos gplantadia e apressar a maturação fazendo com que os grãos produzidos sob seca sejam menores O efeito da ocorrência do déficit hídrico sobre o rendimento da cultura vai depender da intensidade e duração do déficit hídrico da época de ocorrência da culturacultivar do estádio de desenvolvimento da planta e da interação com outros fatores determinantes do rendimento A caracterização dos mecanismos de inibição do crescimento das plantas pelo déficit hídrico constitui um problema de importância e real interesse A umidade interna das plantas influencia muitos processos fisiológicos Plantas sob estresse hídrico têm afetadas a absorção de água a germinação de sementes o fechamento estomático a transpiração a fotossíntese a atividade enzimática o metabolismo do nitrogênio e outros processos A maneira exata pela qual a falta de água afeta o crescimento e desenvolvimento da planta tem sido alvo de muitos debates Há evidência de que o estresse hídrico afeta o crescimento através de mecanismos diretos e indiretos alterando relações hormonais e nutricionais e a formação de carboidratos Ao longo da evolução as plantas desenvolveram mecanismos com os quais tem sobrevivido aos estresses hídricos Tais mecanismos variam entre espécies e dizem respeito a tolerar escapar e evitar o déficit hídrico No primeiro caso a planta sobrevive sob elevados estresses hídricos internos no segundo a planta completa o ciclo antes de períodos de seca e no terceiro caso a planta mantém um potencial elevado de água nos tecidos O estresse hídrico prejudica a atividade fotossintética pelo fechamento estomático e a conseqüente diminuição da assimilação de CO₂ Somente deficiências mais drásticas afetam o processo fotossintético de redução do carbono Déficits moderados não prejudicam as reações fotossintéticas nos cloroplastos Para que uma planta tenha boas condições de sobreviver em regiões onde há pouca disponibilidade de água ela deve ser capaz de manter uma condição hídrica superior durante as horas mais críticas do dia quando a demanda evaporativa da atmosfera é alta estando isso associado com um sistema radicular bem desenvolvido A chuva é a principal fonte de água para a maior parte da produção de soja mundial Apesar de eficazes poucos são os agricultores que dispõem de sistemas de irrigação para suplementar as necessidades de água da cultura em função do elevado custo de tais sistemas Apesar dos grandes prejuízos advindos da ocorrência de adversidades climáticas pouco ou quase nada se tem para apresentar como solução ao produtor sem aumentar seu custo de produção Para minimizar os efeitos do deficit hídrico indicase semear apenas cultivares adaptadas à região e à condição de solo semear em época recomendada e de menor risco climático semear com adequada umidade em todo o perfil do solo e adotar práticas que favoreçam o armazenamento de água pelo solo ex controle de ervas daninhas aumento de matéria orgânica semeadura direta etc Devese evitar semear em épocas de risco indicadas pelo zoneamento agroclimático Imenso progresso tem sido conseguido na adaptação da soja para a obtenção de altos rendimentos em áreas de baixa latitude A limitação do fotoperíodo foi eliminada através de seleção cuidadosa e desenvolvimento de germoplasma menos sensível ao fotoperíodo O baixo pH e a alta disponibilidade de alumínio nos solos foram superados principalmente pela calagem Atualmente é provável que o principal fator que limita os rendimentos em áreas de baixa latitude seja a disponibilidade de água nos solos Os rendimentos são extremamente dependentes da água disponível e desta forma provavelmente será necessário aumentar a disponibilidade de água para atender a transpiração da cultura e conseqüentemente obterse incrementos na produtividade Maior profundidade do sistema radicular parece ser crítico à obtenção de rendimentos crescentes sob condições limitantes de água Por conseguinte aumento na profundidade das raízes em direção às camadas do solo com baixo pH e alto alumínio disponível é um grande desafio Sinclair e Purcell 2002 No sul do Brasil o maior entrave à expressão de altos rendimentos tem sido a variabilidade na distribuição de chuvas durante o período de primaveraverão Cunha et al 1998 Então no futuro muito do potencial para obtenção de altos rendimentos provavelmente será resultado da maior disponibilidade de água às culturas Previsões ambientais sinalizam para o aumento do aquecimento global nas próximas décadas Alterações climáticas certamente acompanharão esse evento As dificuldades para alimentar população mundial em crescimento acelerado usando apenas tecnologias tradicionais serão imensas O desenvolvimento de cultivares mais tolerantes às adversidades climáticas como por exemplo à seca será essencial e a disponibilidade de novas ferramentas de pesquisa nas áreas de ecofisiologia e biotecnologia vegetal possibilitam estudar e compreender com maior detalhe os processos envolvidos nas respostas fisiológicas e agronômicas das culturas Somente com o investimento crescente e continuado em pesquisa agropecuária é que será possível garantir o alimento em quantidade e qualidade às gerações futuras III Zoneamento de Risco Climático Definindo áreas menos sujeitas a riscos de insucessos devido à ocorrência de adversidades climáticas o zoneamento agroclimático da soja constituise numa ferramenta de fundamental importância em várias atividades do setor agrícola Envolvendo várias instituições MAPA EMBRAPA UNICAMP EPAGRI IAPAR FEPAGRO ANEEL e INMET o zoneamento agroclimático da cultura da soja procurou delimitar as áreas com maior aptidão climática para o desenvolvimento da cultura visando à obtenção de maiores rendimentos e menores riscos Foram definidas as áreas com maior ou menor probabilidade de ocorrência de déficit hídrico durante a fase mais crítica da cultura da soja floração enchimento de grãos caracterizadas como favoráveis intermediárias e desfavoráveis em função das diferentes épocas de semeadura das disponibilidades hídricas de cada região do consumo de água nos diferentes estádios de desenvolvimento da cultura do tipo de solo e do ciclo da cultivar Para tanto foram usadas séries pluviométricas de várias estações agrometeorológicas por estado contendo no mínimo 2025 anos de dados diários para cada local Em todos os estados foram feitas simulações para várias datas de semeadura nove ou doze períodos de dez dias cada nas quais se incluem os períodos recomendados pela pesquisa Para a espacialização dos resultados cada valor de ETrETm Evapotranspiração RealMáxima observado durante a floração e o enchimento de grãos período mais critico ao déficit hídrico foi associado à localização geográfica da respectiva estação pluviométrica para posterior elaboração dos mapas utilizandose sistemas de informações geográficas Para definição das áreas de maior ou menor probabilidade de ocorrência de déficit hídrico na fase mais critica foram estabelecidas três classes de acordo com a relação ETrETm obtida com frequência mínima de ocorrência em 80 dos anos favorável ETrETm 065 intermediária 065 ETrETm 055 e desfavorável ETrETm 055 Posteriormente para cada estado em estudo foram elaborados diversos mapas decorrentes da combinação de nove ou doze períodos de semeadura três tipos de solo alta média e baixa retenção de água e dois ou três ciclos de cultivares precoce médio eou tardio Foram rodadas ao todo mais de 100000 simulações resultado da interação entre estações pluviométricas ciclo das cultivares tipo de solo e datas de semeadura nos diferentes estados Cada um dos mapas representa a combinação de um dos níveis de cada fator acima isto é cada mapa representa a classificação das diferentes áreas do estado para uma dada época de semeadura em função do tipo de solo e do ciclo da cultivar Os resultados obtidos foram validados comparandose os índices obtidos com séries históricas de rendimento de grãos área plantada e produção por município nos diferentes estados obtendose elevada correlação entre os valores estimados e os observados a campo Farias et al 2001 Nas Figuras 9 e 10 são apresentados os resultados das simulações para cultivar de ciclo precoce solo de média retenção de água e nove épocas de semeadura para os estados do Paraná e do Mato Grosso respectivamente As áreas favoráveis representam as regiões onde é menor o risco de ocorrência de déficit hídrico durante as fases mais críticas da cultura As áreas desfavoráveis definem as regiões de alto risco de ocorrência de veranicos durante as fases mais criticas da cultura da soja As áreas intermediárias representam as regiões em que o risco é mediano situandose entre as duas anteriormente definidas Regiões com melhores distribuição e volume pluviométrico como o Mato Grosso apresentam menor risco à cultura da soja Solos com baixa capacidade de armazenamento de água CAD apresentamse em geral impróprios ao cultivo da soja na maioria das regiões para os diferentes ciclos das cultivares e épocas de semeadura consideradas Observase também que cultivares tardias têm sua época de semeadura favorável na maioria das regiões mais cedo que as precoces No entanto é importante considerar que semeaduras muito cedo podem resultar em plantas muito baixas aumentando as perdas na colheita Apesar desse efeito ser mais drástico nas cultivares precoces ocorre também nas tardias Semeaduras muito tardias também deixarão as plantas mais expostas ao ataque de pragas e doenças que migram das áreas semeadas anteriormente eou já colhidas Os períodos favoráveis não indicam necessariamente os períodos de semeadura para obtenção dos maiores rendimentos de grãos mas sim aqueles em que há menor probabilidade de perdas por ocorrência de déficit hídrico Devese salientar ainda que se trata de um zoneamento de risco climático e não de aptidão Desta forma nem todos os municípios favoráveis são aptos ao cultivo da soja Além da disponibilidade hídrica outros fatores devem ser considerados para avaliar a viabilidade da exploração desta cultura com sucesso numa dada região Por outro lado muitas das áreas classificadas como intermediárias podem ser enquadradas como favoráveis devido a práticas de manejo do solo e da cultura que permitem às plantas superarem curtos períodos de adversidade climática Os resultados dos trabalhos de zoneamento não são definitivos sendo passíveis de mudanças e revisões com o passar do tempo Devese deixar bem claro quais são os impedimentos das áreas de risco marginais e inaptas pois o desenvolvimento de novas cultivares ou a adoção de práticas de manejo do solo eou da cultura podem reduzir os riscos do cultivo nessas áreas permitindo às plantas tolerar curtos períodos de adversidade climática IVReferências BERGAMASCHI H BERLATO MA MATZENAUER R FONTANA DC CUNHA GR SANTOS MLV FARIAS JRB BARNI NA Agrometeorologia aplicada à irrigação 2ed Porto Alegre Ed UniversidadeUFRGS 1999 125 p BERLATO MA MATZENAUER R BERGAMASCHI H Evapotranspiração máxima da soja relações com a evapotranspiração calculada pela equação de Penman evaporação de tanque classe A e radiação solar global Agronomia Sulriograndense Porto Alegre v22 n2 p243259 1986 COSTA NP PEREIRA LAG FRANÇA NETO JB HENNING AA KRZYZANOWSKI FC Zoneamento ecológico do estado do Paraná para a produção de sementaes de cultivares precoces de soja Revista Brasileira de Sementes vol 16 n 1 p 1219 1994 CUNHA GR HASS JC DALMAGO GA PASINATO A Perda de rendimento potencial em soja no Rio Grande do Sul por deficiência hídrica Revista Brasileira de Agrometeorologia Santa Maria v 6 n 1 p 111119 1998 FARIAS J R B ASSAD ED ALMEIDA IR EVANGELISTA BA LAZZAROTTO C NEUMAIER N NEPOMUCENO AL Caracterização de risco de déficit hídrico nas regiões produtoras de soja no Brasil Revista Brasileira de Agrometeorologia Santa Maria v 9 n 3 p 415421 2001 FARIAS JRB NEPOMUCENO A L NEUMAIER N Água em solos arenosos estabelecimento de déficit hídrico em culturas In REUNIÃO DE PESQUISA DA REGIÃO CENTRAL DO BRASIL 272005 Cornélio Procópio Ata Londrina Embrapa Soja 2005 p 147155 Embrapa Soja Documentos 265 FEHR WR CAVINESS CE Stages of soybean development Ames Iowa State University of Science and Technology 1977 11p Special Report 80 NEUMAIER N NEPOMUCENO AL FARIAS JRB OYA T Estádios de desenvolvimento da cultura da soja In BONATO E Ed Estresses em soja Passo Fundo Embrapa Trigo 2000 p 2144 NEUMAIER N NEPOMUCENO AL FARIAS JRB OYA T Estádios de desenvolvimento da cultura de soja In BONATO ER Ed Estresses em soja Passo Fundo Embrapa Trigo 2000 p1944 RITCHIE SW HANWAY JJ THOMPSON HE BENSON GO How a soybean plant develops Ames Iowa State University of Science and Technology 1977 20p Special Report 53 SINCLAIR TR PURCELL LC Limitations resulting from abiotic factors especially inadequate water on soybean yield in lowlatitude areas In CONGRESSO BRASILEIRO DE SOJA 2 MERCOSOJA 2002 Foz do Iguaçu Perspectivas do agronegócio da soja anais Londrina Embrapa Soja 2002 p 28091 Embrapa Soja Documentos 180 Organizado por Odilon Ferreira Saraiva Clara Beatriz HoffmannCampo Ecofisiologia da soja O presente texto foi escrito pelos engenheiros agrônomos da EMBRAPA Farias Nepomuceno e Neumaier 2007 e intitulado como Ecofisiologia da soja Neste trabalho os autores destacaram a importância de conhecer em profundidade como uma lavoura de soja cresce bem como a soja ela mesma se desenvolve sobretudo dentro de um contexto de limitações climáticas uma vez que antecipar estes tipos de potenciais problemas é desejável no sentido de evitar ou minimizar grandes gastos Neste sentido os autores basicamente apresentam alguns estádios fenológicos importantes relacionados a soja bem como as suas principais exigências climáticas Em termos de nomenclatura os autores dividem os estádios de desenvolvimento da soja de acordo como sugerido por Fehr e Caviness 1977 O primeiro corresponde ao estádio vegetativo V sendo o nó onde a folha se desenvolve a parte da planta empregada na determinação destes estádios Em particular este estádio pode apresentar uma plântula recém emergida VE ou com cotilédones que se encontram abertos ou expandidos VC onde este por sua vez pode apresentar n subdivisões com n número de nós acima do nó cotiledonar com folha completamente desenvolvida Por outro lado os estádios reprodutivos R descrevem o período florescimentomaturação abrangendo 4 distintas fases de desenvolvimento reprodutivo da planta Tabela 1 Tabela 1 Fases de desenvolvimento reprodutivo da planta Fonte Farias Nepomuceno e Neumaier 2007 Em relação as exigências climáticas a temperatura o fotoperíodo e a disponibilidade hídrica são os mais decisivos no desenvolvimento e produtividade da soja Segundo os autores a temperatura ótima para soja é situada entre 2030 C sendo esta última ideal para seu desenvolvimento A temperatura de solo que mais favorece o crescimento da soja é de 25 C sendo aceitável a faixa de temperatura correspondente a 2030 C Fora destas faixas de temperatura danos ao desenvolvimento da planta são frequentemente observados O desenvolvimento da soja é considerado como fotossensível variando em função de seu fotoperíodo correspondente Figura 1 Além da fotossensibilidade o desenvolvimento da soja é sensível a questões hídricas sendo altamente sensível a produção da soja em períodos de seca A soja possui 90 de sua composição formada por água estando esta presente na maioria dos processos fisiológicos e bioquímicos da planta principalmente no período de germinação e floração A Figura 2 ilustra o crescimento da dependência de água de uma planta de soja em função das fases de seu desenvolvimento Figura 2 Figura 1 Fotoperíodo x latitude Fonte Farias Nepomuceno e Neumaier 2007 No texto os autores compram alguns rendimentos de produção de soja entre safras que apresentaram secas Tabela 2 Tabela 3 Tabela 2 Variações percentuais da área plantada produção total e rendimento de grãos de soja observados no Mato Grosso Paraná Rio Grande do Sul e Brasil entre as safras 20042005 e 20042005 Fonte Farias Nepomuceno e Neumaier 2007 Tabela 3 Produção de grãos de soja estimada para safras 2002005 em função da área plantada na safra 20042005 e dos rendimentos obtidos em 20022003 e quebra da safra estimada em 20042005 em função da produção obtida nessa safra no Paraná Rio Grande do Sul e Brasil Fonte Farias Nepomuceno e Neumaier 2007 Figura 2 Dependência de água da soja Outro importante fator no desenvolvimento da soja destacado pelos autores é o zoneamento de risco climático Este mapeamento é realizado no sentido de garantir desenvolvimento pleno de cultivares de soja através da detecção de zonas de cultivo propícias via análise de séries pluviométricas registradas em períodos de até 25 anos Figura 3 Figura 3 Zoneamento agroclimático da cultura de soja no estado do Paraná