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ex infecções traumatismos reações imunológicas ocorre um aumento na permeabilidade vascular permitindo a saída de proteínas plasmáticas e células inflamatórias para o interstício gerando edema do tipo exsudativo Porth 2016 Kumar et al 2023 Em condições fisiológicas o fluido que extravasa dos capilares é reabsorvido pelo sistema linfático que tem essencial função na remoção do fluido intersticial excedente retornandoo à circulação venosa Quando há uma obstrução ou comprometimento da drenagem linfática ex por neoplasias fibrose ou infecções parasitárias ocorre o acúmulo de fluido proteico no interstício caracterizando o linfedema McGavin Zachary 2017 Outras alterações também contribuem para a formação do edema Em situações como o hipotireoidismo há acúmulo de mucopolissacarídeos no interstício que retêm mais água aumentando o conteúdo hídrico do tecido Já na hipotrofia há menor preenchimento tecidual facilitando o acúmulo de líquido Além disso tecidos frouxos e com pouca resistência como a pele da face e das pálpebras são mais propensos ao edema Coelho 2004 O conceito de volume sanguíneo arterial efetivo VSAE é relevante para compreender o edema sistêmico Mesmo com aumento do volume extracelular o organismo pode perceber queda da perfusão arterial ativando mecanismos de retenção de sódio e água como o sistema nervoso autônomo simpático SNAS o sistema reninaangiotensinaaldosterona SRAA e o hormônio antidiurético ADH Isso resulta em ainda mais retenção de líquido e agravamento do edema Coelho 2004 Do ponto de vista clínico o edema pode ser classificado em Cardiogênico insuficiência cardíaca congestiva Renal síndrome nefrótica glomerulonefrites Hepático cirrose com hipoalbuminemia Nutricional deficiência proteica Inflamatório infecções alergias Linfático obstruções do sistema linfático Coelho 2004 Macroscopicamente o edema manifestase por aumento de volume consistência amolecida e superfície brilhante Quando intenso e difuso pode deixar a marca dos dedos à compressão digital sinal do cacifo Nos órgãos internos observase aumento de volume e cor mais clara pálida Microscopicamente o edema é caracterizado pela separação das fibras do tecido conjuntivo presença de líquido claro entre as células e dilatação dos vasos linfáticos O edema crônico pode gerar fibrose intersticial Vasconcelos 2000 Embora o edema subcutâneo raramente cause morte ele pode ser sinal de doenças graves Em órgãos como pulmões cérebro ou coração o edema pode Olha as configurações Trabalho 2 ETAPA Nome João Paulo Santos Pereira Filipe Gabriel de Souza Luis filipe Vilaça silva Henrique Souza Damasceno Andre Sabino Resende Diogo Pinheiro Pereira Curso Medicina Veterinária 4 Período Disciplina Patologia Básica FISIOPATOLOGIA DO EDEMA REVISÃO DE LITERATURA Introdução O edema é definido como o acúmulo anormal de líquido no espaço intersticial dos tecidos resultado de desequilíbrios nos mecanismos fisiológicos que controlam a movimentação de fluidos entre os compartimentos vasculares e extravasculares Pode ser um problema inflamatório com o extravasamento ativo de proteínas e células por lesão do endotélio edema exsudato ou um problema hemodinâmico sem inflamação ocasionado por exemplo pelo aumento da pressão venosa ou queda da albumina edema transudato Kumar et al 2023 Do ponto de vista fisiológico esse acúmulo se dá a partir de alterações nas forças que mantêm o equilíbrio entre o fluido dentro dos vasos e o intersticial sendo influenciado por pressão hidrostática pressão oncótica permeabilidade capilar e drenagem linfática A compreensão desses mecanismos é essencial para o entendimento das diferentes manifestações clínicas do edema Revisão de Literatura por exemplo Falta o que é o edema e quais situações podem ocorrer doença é a drenagem do líquido fisiologicamente comprometer a função vital e ter consequências fatais Exemplo disso é o edema cerebral que pode causar herniação e morte e o edema de glote que pode obstruir as vias respiratórias Vasconcelos 2000 Referências Bibliográficas COELHO Eduardo Barbosa Mecanismos de formação de edemas Medicina Ribeirão Preto v 37 n 34 p 189198 2004 DOI 1011606issn21767262v37i34p189198 Disponível em httpswwwrevistasuspbrrmrparticleview496 Acesso em 7 maio 2025 HALL John E GUYTON Arthur C Tratado de fisiologia médica 15ª ed Elsevier 2023 KUMAR Vinay ABBAS Abul K ASTER Jon C DEYRUP Andrea T DAS A Robbins Kumar Patologia Básica 11ª ed Elsevier 2023 MCGAVIN M Donald ZACHARY James F Patologia Veterinária Bases da Patologia em Veterinária 5ª ed Elsevier 2017 PORTH Carol Mattson Fundamentos de Fisiopatologia 4ª ed Artmed 2016 VASCONCELOS Anilton Cesar Patologia Geral em Hipertexto Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte UFMG 2000 Trabalho 2ª ETAPA Nome João Paulo Santos Pereira Filipe Gabriel de Souza Luis Filipe Vilaça Silva Henrique Souza Damasceno Andre Sabino Resende Diogo Pinheiro Pereira Curso Medicina Veterinária 4º Período Disciplina Patologia Básica FISIOPATOLOGIA DO EDEMA REVISÃO DE LITERATURA 1 Introdução O edema é caracterizado pelo acúmulo anormal de líquido nos espaços intersticiais dos tecidos resultante de alterações nos mecanismos fisiológicos que regulam a movimentação de fluidos entre os compartimentos vascular e extravascular Dentre os principais fatores envolvidos estão a pressão hidrostática a pressão oncótica a permeabilidade capilar e o funcionamento do sistema linfático Kumar et al 2023 Em Medicina Veterinária o edema pode representar manifestação clínica de doenças cardiovasculares renais hepáticas inflamatórias ou nutricionais sendo um dos sinais indicativos de desequilíbrios sistêmicos Sua avaliação exige compreensão dos mecanismos fisiopatológicos que o originam a fim de estabelecer diagnósticos diferenciais e condutas terapêuticas eficazes McGavin Zachary 2017 Este trabalho tem como objetivo principal revisar os mecanismos de formação do edema classificandoo conforme sua origem e destacando suas manifestações clínicas e morfológicas Além disso buscase apresentar uma síntese atualizada dos conceitos fisiopatológicos fundamentais ao entendimento do edema com base na literatura técnicocientífica recente A compreensão desses mecanismos é necessária para a prática clínica veterinária contribuindo para que o profissional tenha uma abordagem mais precisa e eficaz nos atendimentos e nos tratamentos de enfermidades que envolvem esse tipo de sinal clínico 2 Revisão de Literatura 21 Mecanismos de Formação do Edema O equilíbrio hídrico no organismo depende da interação entre forças que regulam a saída e o retorno de líquidos entre os vasos sanguíneos e o espaço intersticial isto é as forças de Starling que incluem a Pressão hidrostática capilar Pc força que tende a empurrar o fluido para fora do capilar Pressão oncótica do plasma πc força osmótica gerada pelas proteínas plasmáticas especialmente a albumina que atrai o fluido de volta ao capilar Pressão hidrostática intersticial Pi geralmente negativa favorecendo a entrada de fluido no capilar Pressão oncótica do interstício πi normalmente baixa mas pode aumentar em processos inflamatórios As pressões hidrostáticas promovem a saída de líquido do capilar para o interstício enquanto que as pressões oncóticas determinadas principalmente pela concentração de proteínas plasmáticas como a albumina atuam no sentido contrário promovendo o retorno do líquido ao vaso sanguíneo Guyton Hall 2023 Alterações nessas forças podem levar à formação de edema Um exemplo clássico é a insuficiência cardíaca congestiva em que há aumento da pressão hidrostática nos capilares venosos favorecendo a transudação de líquidos Henrique Zonta et al 2023 Por outro lado a hipoalbuminemia comum em doenças hepáticas ou síndromes nefróticas reduz a pressão oncótica plasmática dificultando a reabsorção do fluido Costa 2018 Nos processos inflamatórios há liberação de mediadores como histamina bradicinina e prostaglandinas que aumentam a permeabilidade vascular e permitem a saída de proteínas e células para o interstício resultando em edema do tipo exsudativo Porth 2016 Além disso o sistema linfático exerce papel essencial na drenagem de fluido intersticial excedente A obstrução linfática causada por neoplasias infecções parasitárias traumas ou fibroses pode levar à formação de linfedema caracterizado pelo acúmulo de fluido rico em proteínas no interstício McGavin Zachary 2017 Em alguns casos a falha no retorno linfático pode ser congênita como observado em determinadas raças caninas especialmente de grande porte O endotélio capilar também está envolvido em mecanismo de formação de edemas pois possui uma camada de glicocálice composta por proteoglicanos e glicoproteínas que atuam como barreira semipermeável Lesões a essa estrutura observadas em estados inflamatórios sepse diabetes ou trauma aumentam a permeabilidade capilar mesmo sem destruição celular visível O comprometimento do glicocálice leva à saída de proteínas plasmáticas para o interstício facilitando a formação de edema persistente refratário ao tratamento convencional Foote et al 2022 Outro importante fator envolvido na formação de edemas são situações de hipoperfusão mesmo com volume extracelular elevado como na insuficiência cardíaca ou cirrose hepática o organismo ativa mecanismos compensatórios que paradoxalmente agravam o edema Entre eles Sistema ReninaAngiotensinaAldosterona SRAA promove reabsorção de sódio e água nos túbulos renais Hormônio Antidiurético ADH aumenta a reabsorção de água livre ampliando o volume extracelular Sistema Nervoso Simpático induz vasoconstrição e estimula a liberação de renina reduzindo ainda mais a perfusão efetiva Essas respostas visam manter a pressão arterial e a perfusão tecidual mas acabam perpetuando o quadro edematoso criando um ciclo vicioso em condições crônicas Fountain J H Kaur Lappin 2025 22 Classificações do Edema O edema pode ser classificado de diversas maneiras considerando sua causa primária aspecto morfológico e conteúdo do líquido acumulado 221Quanto à composição do fluido O edema é chamado transudativo quando é caracterizado por fluido pobre em proteínas e células geralmente resultante de desequilíbrios hemodinâmicos como na insuficiência cardíaca ou na hipoalbuminemia Kumar et al 2023 Esse tipo de edema é frequentemente observado em quadros clínicos de hipoproteinemia secundária à má nutrição ou parasitismo severo em animais de produção Mattos 2023 Quando é rico em proteínas e células associado a inflamações e lesões da barreira endotelial é classificado como exsudativo Porth 2016 Este tipo é mais comum em infecções bacterianas lesões traumáticas e reações alérgicas 222 Quanto à causa fisiopatológica Segundo Coelho 2004 o edema pode ser classificado segunda sua causa fisiopatológica em Cardiogênico decorrente de insuficiência cardíaca congestiva com aumento da pressão venosa Renal associado a glomerulopatias como a síndrome nefrótica em que há perda urinária de proteínas Hepático causado por hipoalbuminemia em quadros de cirrose hepática comprometendo a síntese proteica Nutricional relacionado à deficiência proteica bastante comum em regiões com restrições alimentares ou manejo inadequado Inflamatório presente em processos infecciosos alérgicos ou autoimunes Linfático provocado por obstruções ou falhas no sistema linfático com acúmulo progressivo de fluido no interstício Essas classificações não são excludentes sendo possível observar mais de um mecanismo atuando simultaneamente em um mesmo paciente 223 Quanto à morfologia Do ponto de vista macroscópico o edema manifestase por aumento de volume consistência amolecida e brilho superficial Em casos intensos a pressão digital sobre a pele deixa uma depressão visível conhecida como sinal do cacifo Nos órgãos internos o tecido edemaciado apresenta coloração pálida consistência friável e muitas vezes aumento de peso O edema pulmonar por exemplo pode produzir exsudato espumoso e róseo ao corte Vasconcelos 2000 Microscopicamente observase separação das fibras do tecido conjuntivo e acúmulo de fluido entre as células Edemas inflamatórios apresentam infiltração por leucócitos aumento da vascularização e em casos prolongados pode ocorrer angiogênese e formação de tecido de granulação Edemas crônicos podem evoluir para fibrose intersticial prejudicando a função tecidual a longo prazo McGavin Zachary 2017 23 Considerações Clínicas Embora o edema subcutâneo raramente represente risco iminente sua presença pode indicar doenças graves Em locais como pulmões cérebro ou glote o acúmulo de líquido pode comprometer funções vitais O edema pulmonar por exemplo dificulta as trocas gasosas e pode levar à hipóxia severa Já o edema cerebral pode causar compressão herniações e morte Vasconcelos 2000 Dentro desse contexto observase que o edema representa uma importante manifestação clínica que pode ter origens diversas Sua formação está relacionada a alterações hemodinâmicas inflamatórias e linfáticas sendo crucial compreender os mecanismos envolvidos para diagnosticar e tratar adequadamente as condições que o causam Sendo assim o reconhecimento do tipo e da origem do edema auxilia no direcionamento da conduta terapêutica e no prognóstico do paciente 7 Referências COELHO Eduardo Barbosa Mecanismos de formação de edemas Medicina Ribeirão Preto v 37 n 34 p 189198 2004 Disponível em httpswwwrevistasuspbrrmrparticleview496 Acesso em 7 maio 2025 COSTA Aristóteles Gomes et al Indução de resistência em bovinos à intoxicação por plantas que contêm monofluoroacetato por meio da administração de análogo 2018 Dissertação Mestrado em Medicina e Cirurgia Veterinária Programa de Pósgraduação em Ciência Animal Escola de Veterinária Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte MG 2018 FOOTE CA et al Endothelial Glycocalyx Compr Physiol V23 a 12 n 4 p 3781 3811 2022 FOUNTAIN J H KAUR J LAPPIN S L Physiology Renin Angiotensin System Atualizado em 12 de março de 2023 Em StatPearls Internet Treasure Island FL StatPearls Publishing jan de 2025 Disponível em httpswwwncbinlmnih govtranslategoogbooksNBK470410 xtrslenxtrtlptxtrhlptxtrptotc GUYTON Arthur C HALL John E Tratado de fisiologia médica 15 ed Rio de Janeiro Elsevier 2023 HENRIQUE ZONTA Marcio DE CAMPOS Maria Vitória PASCHOAL SCARELLI Sarah VAZ RODRIGUES Marianna Insuficiência Cardíaca em Cão Arquivos de Ciências Veterinárias e Zoologia da UNIPAR S l v 26 n 2cont p 324335 2023 DOI 1025110arqvetv26i2cont022 Disponível em httpswwwrevistasuniparbrindexphpveterinariaarticleview10739 Acesso em 25 jun 2025 KUMAR Vinay et al Robbins Kumar Patologia Básica 11 ed Rio de Janeiro Elsevier 2023 MATTOS M J T de Parasitoses de bovinos helmintoses Porto Alegre UFRGS 2023 163 p MCGAVIN M Donald ZACHARY James F Bases da Patologia em Veterinária 5 ed Rio de Janeiro Elsevier 2017 PORTH Carol Mattson Fundamentos de Fisiopatologia 4 ed Porto Alegre Artmed 2016 VASCONCELOS Anilton Cesar Patologia Geral em Hipertexto Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais 2000
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ex infecções traumatismos reações imunológicas ocorre um aumento na permeabilidade vascular permitindo a saída de proteínas plasmáticas e células inflamatórias para o interstício gerando edema do tipo exsudativo Porth 2016 Kumar et al 2023 Em condições fisiológicas o fluido que extravasa dos capilares é reabsorvido pelo sistema linfático que tem essencial função na remoção do fluido intersticial excedente retornandoo à circulação venosa Quando há uma obstrução ou comprometimento da drenagem linfática ex por neoplasias fibrose ou infecções parasitárias ocorre o acúmulo de fluido proteico no interstício caracterizando o linfedema McGavin Zachary 2017 Outras alterações também contribuem para a formação do edema Em situações como o hipotireoidismo há acúmulo de mucopolissacarídeos no interstício que retêm mais água aumentando o conteúdo hídrico do tecido Já na hipotrofia há menor preenchimento tecidual facilitando o acúmulo de líquido Além disso tecidos frouxos e com pouca resistência como a pele da face e das pálpebras são mais propensos ao edema Coelho 2004 O conceito de volume sanguíneo arterial efetivo VSAE é relevante para compreender o edema sistêmico Mesmo com aumento do volume extracelular o organismo pode perceber queda da perfusão arterial ativando mecanismos de retenção de sódio e água como o sistema nervoso autônomo simpático SNAS o sistema reninaangiotensinaaldosterona SRAA e o hormônio antidiurético ADH Isso resulta em ainda mais retenção de líquido e agravamento do edema Coelho 2004 Do ponto de vista clínico o edema pode ser classificado em Cardiogênico insuficiência cardíaca congestiva Renal síndrome nefrótica glomerulonefrites Hepático cirrose com hipoalbuminemia Nutricional deficiência proteica Inflamatório infecções alergias Linfático obstruções do sistema linfático Coelho 2004 Macroscopicamente o edema manifestase por aumento de volume consistência amolecida e superfície brilhante Quando intenso e difuso pode deixar a marca dos dedos à compressão digital sinal do cacifo Nos órgãos internos observase aumento de volume e cor mais clara pálida Microscopicamente o edema é caracterizado pela separação das fibras do tecido conjuntivo presença de líquido claro entre as células e dilatação dos vasos linfáticos O edema crônico pode gerar fibrose intersticial Vasconcelos 2000 Embora o edema subcutâneo raramente cause morte ele pode ser sinal de doenças graves Em órgãos como pulmões cérebro ou coração o edema pode Olha as configurações Trabalho 2 ETAPA Nome João Paulo Santos Pereira Filipe Gabriel de Souza Luis filipe Vilaça silva Henrique Souza Damasceno Andre Sabino Resende Diogo Pinheiro Pereira Curso Medicina Veterinária 4 Período Disciplina Patologia Básica FISIOPATOLOGIA DO EDEMA REVISÃO DE LITERATURA Introdução O edema é definido como o acúmulo anormal de líquido no espaço intersticial dos tecidos resultado de desequilíbrios nos mecanismos fisiológicos que controlam a movimentação de fluidos entre os compartimentos vasculares e extravasculares Pode ser um problema inflamatório com o extravasamento ativo de proteínas e células por lesão do endotélio edema exsudato ou um problema hemodinâmico sem inflamação ocasionado por exemplo pelo aumento da pressão venosa ou queda da albumina edema transudato Kumar et al 2023 Do ponto de vista fisiológico esse acúmulo se dá a partir de alterações nas forças que mantêm o equilíbrio entre o fluido dentro dos vasos e o intersticial sendo influenciado por pressão hidrostática pressão oncótica permeabilidade capilar e drenagem linfática A compreensão desses mecanismos é essencial para o entendimento das diferentes manifestações clínicas do edema Revisão de Literatura por exemplo Falta o que é o edema e quais situações podem ocorrer doença é a drenagem do líquido fisiologicamente comprometer a função vital e ter consequências fatais Exemplo disso é o edema cerebral que pode causar herniação e morte e o edema de glote que pode obstruir as vias respiratórias Vasconcelos 2000 Referências Bibliográficas COELHO Eduardo Barbosa Mecanismos de formação de edemas Medicina Ribeirão Preto v 37 n 34 p 189198 2004 DOI 1011606issn21767262v37i34p189198 Disponível em httpswwwrevistasuspbrrmrparticleview496 Acesso em 7 maio 2025 HALL John E GUYTON Arthur C Tratado de fisiologia médica 15ª ed Elsevier 2023 KUMAR Vinay ABBAS Abul K ASTER Jon C DEYRUP Andrea T DAS A Robbins Kumar Patologia Básica 11ª ed Elsevier 2023 MCGAVIN M Donald ZACHARY James F Patologia Veterinária Bases da Patologia em Veterinária 5ª ed Elsevier 2017 PORTH Carol Mattson Fundamentos de Fisiopatologia 4ª ed Artmed 2016 VASCONCELOS Anilton Cesar Patologia Geral em Hipertexto Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte UFMG 2000 Trabalho 2ª ETAPA Nome João Paulo Santos Pereira Filipe Gabriel de Souza Luis Filipe Vilaça Silva Henrique Souza Damasceno Andre Sabino Resende Diogo Pinheiro Pereira Curso Medicina Veterinária 4º Período Disciplina Patologia Básica FISIOPATOLOGIA DO EDEMA REVISÃO DE LITERATURA 1 Introdução O edema é caracterizado pelo acúmulo anormal de líquido nos espaços intersticiais dos tecidos resultante de alterações nos mecanismos fisiológicos que regulam a movimentação de fluidos entre os compartimentos vascular e extravascular Dentre os principais fatores envolvidos estão a pressão hidrostática a pressão oncótica a permeabilidade capilar e o funcionamento do sistema linfático Kumar et al 2023 Em Medicina Veterinária o edema pode representar manifestação clínica de doenças cardiovasculares renais hepáticas inflamatórias ou nutricionais sendo um dos sinais indicativos de desequilíbrios sistêmicos Sua avaliação exige compreensão dos mecanismos fisiopatológicos que o originam a fim de estabelecer diagnósticos diferenciais e condutas terapêuticas eficazes McGavin Zachary 2017 Este trabalho tem como objetivo principal revisar os mecanismos de formação do edema classificandoo conforme sua origem e destacando suas manifestações clínicas e morfológicas Além disso buscase apresentar uma síntese atualizada dos conceitos fisiopatológicos fundamentais ao entendimento do edema com base na literatura técnicocientífica recente A compreensão desses mecanismos é necessária para a prática clínica veterinária contribuindo para que o profissional tenha uma abordagem mais precisa e eficaz nos atendimentos e nos tratamentos de enfermidades que envolvem esse tipo de sinal clínico 2 Revisão de Literatura 21 Mecanismos de Formação do Edema O equilíbrio hídrico no organismo depende da interação entre forças que regulam a saída e o retorno de líquidos entre os vasos sanguíneos e o espaço intersticial isto é as forças de Starling que incluem a Pressão hidrostática capilar Pc força que tende a empurrar o fluido para fora do capilar Pressão oncótica do plasma πc força osmótica gerada pelas proteínas plasmáticas especialmente a albumina que atrai o fluido de volta ao capilar Pressão hidrostática intersticial Pi geralmente negativa favorecendo a entrada de fluido no capilar Pressão oncótica do interstício πi normalmente baixa mas pode aumentar em processos inflamatórios As pressões hidrostáticas promovem a saída de líquido do capilar para o interstício enquanto que as pressões oncóticas determinadas principalmente pela concentração de proteínas plasmáticas como a albumina atuam no sentido contrário promovendo o retorno do líquido ao vaso sanguíneo Guyton Hall 2023 Alterações nessas forças podem levar à formação de edema Um exemplo clássico é a insuficiência cardíaca congestiva em que há aumento da pressão hidrostática nos capilares venosos favorecendo a transudação de líquidos Henrique Zonta et al 2023 Por outro lado a hipoalbuminemia comum em doenças hepáticas ou síndromes nefróticas reduz a pressão oncótica plasmática dificultando a reabsorção do fluido Costa 2018 Nos processos inflamatórios há liberação de mediadores como histamina bradicinina e prostaglandinas que aumentam a permeabilidade vascular e permitem a saída de proteínas e células para o interstício resultando em edema do tipo exsudativo Porth 2016 Além disso o sistema linfático exerce papel essencial na drenagem de fluido intersticial excedente A obstrução linfática causada por neoplasias infecções parasitárias traumas ou fibroses pode levar à formação de linfedema caracterizado pelo acúmulo de fluido rico em proteínas no interstício McGavin Zachary 2017 Em alguns casos a falha no retorno linfático pode ser congênita como observado em determinadas raças caninas especialmente de grande porte O endotélio capilar também está envolvido em mecanismo de formação de edemas pois possui uma camada de glicocálice composta por proteoglicanos e glicoproteínas que atuam como barreira semipermeável Lesões a essa estrutura observadas em estados inflamatórios sepse diabetes ou trauma aumentam a permeabilidade capilar mesmo sem destruição celular visível O comprometimento do glicocálice leva à saída de proteínas plasmáticas para o interstício facilitando a formação de edema persistente refratário ao tratamento convencional Foote et al 2022 Outro importante fator envolvido na formação de edemas são situações de hipoperfusão mesmo com volume extracelular elevado como na insuficiência cardíaca ou cirrose hepática o organismo ativa mecanismos compensatórios que paradoxalmente agravam o edema Entre eles Sistema ReninaAngiotensinaAldosterona SRAA promove reabsorção de sódio e água nos túbulos renais Hormônio Antidiurético ADH aumenta a reabsorção de água livre ampliando o volume extracelular Sistema Nervoso Simpático induz vasoconstrição e estimula a liberação de renina reduzindo ainda mais a perfusão efetiva Essas respostas visam manter a pressão arterial e a perfusão tecidual mas acabam perpetuando o quadro edematoso criando um ciclo vicioso em condições crônicas Fountain J H Kaur Lappin 2025 22 Classificações do Edema O edema pode ser classificado de diversas maneiras considerando sua causa primária aspecto morfológico e conteúdo do líquido acumulado 221Quanto à composição do fluido O edema é chamado transudativo quando é caracterizado por fluido pobre em proteínas e células geralmente resultante de desequilíbrios hemodinâmicos como na insuficiência cardíaca ou na hipoalbuminemia Kumar et al 2023 Esse tipo de edema é frequentemente observado em quadros clínicos de hipoproteinemia secundária à má nutrição ou parasitismo severo em animais de produção Mattos 2023 Quando é rico em proteínas e células associado a inflamações e lesões da barreira endotelial é classificado como exsudativo Porth 2016 Este tipo é mais comum em infecções bacterianas lesões traumáticas e reações alérgicas 222 Quanto à causa fisiopatológica Segundo Coelho 2004 o edema pode ser classificado segunda sua causa fisiopatológica em Cardiogênico decorrente de insuficiência cardíaca congestiva com aumento da pressão venosa Renal associado a glomerulopatias como a síndrome nefrótica em que há perda urinária de proteínas Hepático causado por hipoalbuminemia em quadros de cirrose hepática comprometendo a síntese proteica Nutricional relacionado à deficiência proteica bastante comum em regiões com restrições alimentares ou manejo inadequado Inflamatório presente em processos infecciosos alérgicos ou autoimunes Linfático provocado por obstruções ou falhas no sistema linfático com acúmulo progressivo de fluido no interstício Essas classificações não são excludentes sendo possível observar mais de um mecanismo atuando simultaneamente em um mesmo paciente 223 Quanto à morfologia Do ponto de vista macroscópico o edema manifestase por aumento de volume consistência amolecida e brilho superficial Em casos intensos a pressão digital sobre a pele deixa uma depressão visível conhecida como sinal do cacifo Nos órgãos internos o tecido edemaciado apresenta coloração pálida consistência friável e muitas vezes aumento de peso O edema pulmonar por exemplo pode produzir exsudato espumoso e róseo ao corte Vasconcelos 2000 Microscopicamente observase separação das fibras do tecido conjuntivo e acúmulo de fluido entre as células Edemas inflamatórios apresentam infiltração por leucócitos aumento da vascularização e em casos prolongados pode ocorrer angiogênese e formação de tecido de granulação Edemas crônicos podem evoluir para fibrose intersticial prejudicando a função tecidual a longo prazo McGavin Zachary 2017 23 Considerações Clínicas Embora o edema subcutâneo raramente represente risco iminente sua presença pode indicar doenças graves Em locais como pulmões cérebro ou glote o acúmulo de líquido pode comprometer funções vitais O edema pulmonar por exemplo dificulta as trocas gasosas e pode levar à hipóxia severa Já o edema cerebral pode causar compressão herniações e morte Vasconcelos 2000 Dentro desse contexto observase que o edema representa uma importante manifestação clínica que pode ter origens diversas Sua formação está relacionada a alterações hemodinâmicas inflamatórias e linfáticas sendo crucial compreender os mecanismos envolvidos para diagnosticar e tratar adequadamente as condições que o causam Sendo assim o reconhecimento do tipo e da origem do edema auxilia no direcionamento da conduta terapêutica e no prognóstico do paciente 7 Referências COELHO Eduardo Barbosa Mecanismos de formação de edemas Medicina Ribeirão Preto v 37 n 34 p 189198 2004 Disponível em httpswwwrevistasuspbrrmrparticleview496 Acesso em 7 maio 2025 COSTA Aristóteles Gomes et al Indução de resistência em bovinos à intoxicação por plantas que contêm monofluoroacetato por meio da administração de análogo 2018 Dissertação Mestrado em Medicina e Cirurgia Veterinária Programa de Pósgraduação em Ciência Animal Escola de Veterinária Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte MG 2018 FOOTE CA et al Endothelial Glycocalyx Compr Physiol V23 a 12 n 4 p 3781 3811 2022 FOUNTAIN J H KAUR J LAPPIN S L Physiology Renin Angiotensin System Atualizado em 12 de março de 2023 Em StatPearls Internet Treasure Island FL StatPearls Publishing jan de 2025 Disponível em httpswwwncbinlmnih govtranslategoogbooksNBK470410 xtrslenxtrtlptxtrhlptxtrptotc GUYTON Arthur C HALL John E Tratado de fisiologia médica 15 ed Rio de Janeiro Elsevier 2023 HENRIQUE ZONTA Marcio DE CAMPOS Maria Vitória PASCHOAL SCARELLI Sarah VAZ RODRIGUES Marianna Insuficiência Cardíaca em Cão Arquivos de Ciências Veterinárias e Zoologia da UNIPAR S l v 26 n 2cont p 324335 2023 DOI 1025110arqvetv26i2cont022 Disponível em httpswwwrevistasuniparbrindexphpveterinariaarticleview10739 Acesso em 25 jun 2025 KUMAR Vinay et al Robbins Kumar Patologia Básica 11 ed Rio de Janeiro Elsevier 2023 MATTOS M J T de Parasitoses de bovinos helmintoses Porto Alegre UFRGS 2023 163 p MCGAVIN M Donald ZACHARY James F Bases da Patologia em Veterinária 5 ed Rio de Janeiro Elsevier 2017 PORTH Carol Mattson Fundamentos de Fisiopatologia 4 ed Porto Alegre Artmed 2016 VASCONCELOS Anilton Cesar Patologia Geral em Hipertexto Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais 2000