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A I N F E R Ê N C I A L E X I C A L NO T E X T O T É C N I C O E M I N G L Ê S 1 Maria Helena Guimarães Marques de SOUZA2 RESUMO O objetivo deste trabalho é investigar a estratégia de inferência lexical de palavraschave em textos técnicos de língua inglesa Os sujeitos da pesquisa são alunos de um curso técnico de Eletrônica falsos principiantes na língua estrangeira A análise dos dados é quantitativa e qualitativa A pesquisa observa o papel do conhecimento prévio dos sujeitos sobre assuntos específicos e as pistas contextuais oferecidas pelo autor de textos técnicos na inferência lexical As categorias de familiari zação lexical estudadas são explicação definição exemplificação ilustração estipulação e sinonímia Os resultados demonstram uma certa preponderância das estratégias de uso do conhecimento prévio sobre as de uso de pistas contextuais embora a pesquisa tenha constatado que a interação das duas estratégias seja importante para que a inferência lexical seja produzida com maior sucesso PALAVRASCHAVE Inferência lexical texto técnico conhecimento prévio pistas contextuais palavraschave 1 Introdução A leitura é a habilidade mais utilizada em cursos técnicos e na vida profissional pois é necessária para a compreensão de manuais revistas e livros especializados instruções de máquinas e instrumentos terminologia técnica A leitura com objetivos profissionais é raramente monolíngüe Ulijn 1984 p 66 Um profissional é obrigado a ler não somente em língua materna mas também devido à competitividade em inglês língua internacionalmente aceita no mundo da tecnologia e em outras línguas a fim de receber em primeira mão as informações tecnológicas Silva Makersd com muita propriedade denominam a leitura de estratégia de sobrevivência para os técnicos e postulam que o primeiro passo para o desen 1 O presente trabalho é um resumo de minha dissertação de Mestrado Para informações detalhadas v Souza 1993 2 Departamento de Ciências Humanas Faculdade de Arquitetura Artes e Comunicação Social UNESP 17033360 Bauru SP Brasil Alfa São Paulo 38 191210 1994 191 volvimento desta habilidade do ponto de vista pedagógico seja uma definição coesa do que é a leitura definição compartilhada por todos os professores de uma mesma classe ou de uma mesma escola num posicionamento que possibilite resultados mais satisfatórios decorrentes de uma política integrada em relação ao assunto Além do estudo conjunto dos conceitos e objetivos da leitura um curso de língua estrangeira deve selecionar os seus tópicos entre as outras disciplinas do currículo e utilizar as mesmas técnicas metodológicas das matérias envolvidas Na opinião de Widdowson matérias como história geografia ciências arte etc se baseiam na realidade da própria experiência da criança e não há razão por que uma língua estrangeira não deva se relacionar indiretamente com o mundo exterior através das mesmas matérias 1991 p 33 A abordagem instrumental para o ensino de línguas adaptase perfeitamente a esta concepção de integração interdisciplinar pois utiliza a língua estrangeira como um instrumento de estudo e de trabalho por esse motivo foi adotada em nossas aulas de leitura e forneceu embasamento a esta pesquisa Os benefícios pedagógicos desta abordagem são muitos entre eles o desenvol vimento da autoconfiança e conseqüente motivação do aprendiz ao aplicar seus conhecimentos de matérias específicas na leitura de textos em inglês e o relaciona mento positivo criado entre professor e alunos pela troca de experiências e conheci mentos técnicos e lingüísticos colocando os interlocutores do processo ensino aprendizagem em um patamar de maior igualdade O objeto desta pesquisa é a inferência de palavraschave em textos técnicos baseada no conhecimento prévio dos sujeitos sobre os assuntos estudados e também nas pistas contextuais fornecidas pelo autor desses textos Palavraschave são elementos fundamentais na depreensão do tema já que carregam toda a força semântica do texto sendo por esta razão os mais significativos ao leitor Cavalcanti 1989a ressalta que há dois pólos de equilíbrio procurados por um autor ao escrever um texto a saliência textual representada pelos itens lexicais chaves semanticamente relevantes em relação a outras palavras do texto e areievánda leitor fornecida pelos itens lexicais chaves que ativam o conhecimento prévio do leitor e seus sistemas de valor propiciando a criação de hipóteses a respeito do texto e a produção de inferência de termos contextualmente relevantes Assim a tessitura do texto e a inferência lexical se constroem mediante o entrelaçamento de fios condu tores semânticopragmáticos Cavalcanti 1985 Durante oito anos de experiência com cursos técnicos e em pesquisa anterior Souza 1990 constatamos que o aprendiz com poucos conhecimentos lingüísticos em língua estrangeira confia em seu conhecimento prévio sobre o assunto para entender o texto mas aponta o vocabulário como o grande problema existente na leitura Acreditamos que este posicionamento decorre do fato de os leitores serem viciados no uso de dicionário e não utilizarem a estratégia de inferência lexical 192 Alfa São Paulo 38 1912101994 devido ao desconhecimento da mesma e quando a utilizam não confiam na sua capacidade de inferir pela ausência de treino nessa atividade Além de nossa constatação outros estudos como os de Celani et al1988 comprovam a necessidade da utilização da estratégia de inferência de palavras desconhecidas para se adquirir fluência em leitura Os trabalhos existentes são baseados em textos genéricos havendo uma lacuna na literatura sobre inferência lexical em textos técnicos campo propício para o uso de tal estratégia pois autor e leitor provavelmente compartilham os mesmos conhecimentos Objetivando encontrar caminhos para o ensino dessa estratégia facilitadora do processo de compreensão proporemos algumas perguntas de pesquisa que serão discutidas durante o trabalho 1 O conhecimento prévio do assunto de um texto técnico influencia positiva mente na inferência lexical de palavraschave 2 É mais fácil para o leitor técnico inferir palavraschave do que palavras secundárias 3 As pistas contextuais auxiliam o leitor técnico de nível médio a realizar inferências de palavraschave 2 O conceito de leitura O conceito de leitura adotado nesta pesquisa é o de Kleiman que afirma que o ato de ler além de ser um processo cognitivo é um ato social entre dois sujeitos leitor e autor que interagem entre si obedecendo a objetivos e necessidades socialmente determinados 1989b p 10 Essa interação entre autor e leitor é firmada através dos princípios de cooperação elucidados por Grice 1975 que preconizam uma cumplicidade entre os interlocutores de uma mensagem facilitando o ato de comunicação Dentro dessa perspectiva de interação em leitura Marcuschi 1985 e Grigoletto 1990 consideram três elementos essenciais no processo da leitura a o conhecimento prévio do leitor armazenado na memória e ativado durante a leitura b o texto um conjunto de sinais que devem ser interpretados de forma significativa c o autor que coloca no contexto suas intenções demonstradas pelas marcas discursivas que devem ser interpretadas pelo leitor 3 O conhecimento prévio na leitura Kleiman op cit considera três níveis de conhecimento prévio que influenciam a compreensão em leitura o lingüístico o textual e o enciclopédico ou de mundo Alia São Paulo 381912101994 293 O conhecimento lingüístico engloba desde a pronúncia das palavras em língua nativa seu vocabulário e regras identificação de categorias gramaticais até os usos da linguagem O conhecimento textual compreende os diferentes tipos de discurso e estruturas textuais Fundamental para a construção da coerência em leitura é o conhecimento de mundo do leitor armazenado na memória sob a forma de esquemas e que pode ser adquirido de maneira formal ou informal Adotamos a denominação de Rumelhart 1980 que define os esquemas como blocos construtores de conhecimento armazenados na memória de longo termo cuja função é guardar informação mais permanente Podese dizer que um leitor entendeu um texto quando ele é capaz de encontrar uma configuração de hipóteses esquemas que ofereça um relato coerente para os vários aspectos do texto Carrell 1987 distingue dois tipos de esquemas os efe conteúdo content schemata que se referem ao conhecimento prévio do assunto do texto e os estruturais formal schemata que dizem respeito ao conhecimento da estrutura textual e das funções retóricas Alderson Urquhart 1988 consideram que a ausência de um desses esquemas dificulta a compreensão tanto em língua nativa como em língua estrangeira e que a presença dos esquemas parece facilitar o entendimento e propiciar a interação leitortextoautor Compartilhando das idéias desses autores resolvemos pesquisar a inferência lexical em textos técnicos por duas razões primeiro por considerarmos que a interação autorleitor nesse tipo de texto é facilitada devido ao fato dos interlocutores possuírem esquemas de conteúdo semelhantes segundo por considerarmos que o meio utilizado nessa interação o próprio texto técnico caracterizase por apresentar um esquema formal bastante definido 4 A estratégia de inferência lexical Entendemos a inferência lexical como uma estratégia de compreensão por meio da qual o leitor descobre o sentido de uma palavra baseado em seu conhecimento prévio ou no contexto Scott 1990 distingue dois sentidos da palavra inferência o textual que se refere à inferência em geral à prática de pressuposições e implicaturas que realizamos a todo momento a fim de entendermos o que lemos e ouvimos Este comportamento é chamado pelo autor op cit leitura nas entrelinhas O segundo significado o lexical relacionase unicamente com o sentido total ou parcial de um item lexical com base no raciocínio contexto e conhecimento prévio do leitor A inferência textual subjaz à inferência lexical ambas são essenciais para a compreensão de textos e os fenômenos que as causam estão relacionados entre si Segundo Kleiman 1989a p 177 o conhecimento de palavras está fortemente relacionado à capacidade de compreender o texto escrito conhecer uma palavra 194 Alia São Paulo 38 191210 1994 implica entre outras coisas conhecer algo sobre os eventos e coisas a que ela se refere o que significa possuir esquemas cognitivos a respeito do assunto Uma das formas de se ativarem os esquemas de conteúdo durante o processo de leitura é por meio de palavraschave e a inferência desses itens lexicais é uma das estratégias mais importantes no aprendizado de língua estrangeira visto que o conhecimento lexical de um leitor em língua estrangeira é normalmente limitado As vantagens da inferência lexical são muitas entre elas a aquisição de palavras em língua materna é natural por meio do que se ouve e se lê e consideramos que a aprendizagem de vocabulário em língua estrangeira deva se aproximar desse modelo na medida do possível o acesso a um dicionário nem sempre é possível e as diferentes traduções que ele fornece exigem o conhecimento de contextos diversos há perda de tempo e de fluência em leitura no momento em que se recorre a um glossário a presença de um especialista para se elucidar dúvidas nem sempre é possível Além dos benefícios apresentados a inferência lexical é uma operação mental que desenvolve o raciocínio e aumenta consideravelmente o vocabulário Os problemas mais comuns decorrentes do uso da inferência lexical são a mudança de classe da palavra desconhecida Souza 1990 Ramos 1988 e a utilização do realismo homofônico Kleiman 1989a ou seja a aparência do item desconhe cido associada a uma palavra conhecida gerando um falso cognato3 como heart ser confundido com health na tradução Kleiman op cit sugere que a estratégia de inferência lexical seja encarada como tarefa metacognitiva e que deva ser ensinada mediante princípios de resolução de problemas 1 conscientização quanto ao grau de importância da palavra e tipo de inferência exigida palavrachave significado exato e palavra secundária significado aproximado 2 conscientização sobre pistas contextuais e avaliação do significado exigido para determinado contexto exato ou aproximado 3 avaliação da estratégia necessária para cada tipo de palavra Esses fatores metacognitivos são facilitados se os objetivos da leitura e tipos de tarefas propostos forem bem definidos para o leitor dados que auxiliam na ativação de esquemas apropriados Cavalcanti 1989a p 138 pesquisou a utilização do contexto na inferência de palavraschave pois na concepção da autora os itens lexicais chaves sustentam a interação com o texto como marcas do autor representantes de saliência textual e para o leitor ativam seu conhecimento prévio e subjazem à criação de hipóteses a respeito do texto 3 Cognato palavra transparente ao leitor de língua estrangeira tanto na forma quanto no significado em um mesmo contexto Alfa São Paulo 38 191210 1994 195 Cavalcanti op cit percebeu que a primeira estratégia utilizada por sua informante foi o uso de pistas locais e que essa estratégia exerceu um papel importante no processo de leitura enquanto o conhecimento ia sendo acumulado com informa ções textuais À medida que o processo avança há um entrelaçamento das pistas textuais com o conhecimento prévio do leitor formando o que a autora denomina conhecimento acumulado Observamos em pesquisas empíricas que o título de um texto exerce um papel fundamental na compreensão de textos lidos por falsos principiantes4 em língua estrangeira e que o título que não contém palavras cognatas ou conhecidas do leitor dificulta bastante o processo de compreensão Cavalcanti considera esta pista local como a primeira ancoragem para o leitor ou ilha de confiança textual Lesser Erman 1977 apud Cavalcanti 1989b Acreditando na força dos itens lexicais chaves como pólo de interação entre autor e leitor é que resolvemos pesquisar esses termos Utilizamosnos das categorias de familiarização lexical propostas por Bramki Williams 1984 para analisarmos as pistas fornecidas pelo autor dos textos pesquisados a fim de facilitar a inferência das palavraschave 5 O texto técnico Texto técnico é aquele endereçado a uma clientela específica que possui um certo grau de especialização e conhecimento da área em questão Nesse tipo de texto as pistas textuais são fornecidas por meio de termos técnicos que não apresentam dificuldade para o leitor específico Baltra 1982 Adotamos a definição de Cohen et al 1988 para termo técnico como palavra que tem um significado especializado em determinada área e é bastante utilizada naquele campo Essas technicalities no dizer de Baltra op cit ativam os esquemas cognitivos do leitor os quais são compartilhados com os do autor e estabelecem a interação leitorautor Baten Cornu 1984 investigaram as características do texto técnico com objetivos didáticos e concluíram que os títulos e subtítulos exercem um papel fundamental na estrutura textual eles podem ser conceituais ou funcionais denomi nação nossa Os conceituais não são numerados e estão ligados ao conteúdo do texto A sua função é explicar os conceitos principais do assunto e incitar o leitor a continuar a leitura à procura de maiores informações Os funcionais são numerados e vêm 4 Neste artigo consideramos falso principiante o leitor que estudou durante quatro a seis anos a língua inglesa no I a e 2 Graus mas não adquiriu o domínio de nenhuma das quatro habilidades falar entender o que é dito ler e escrever 296 Alfa São Paulo 38 191210 1994 sucedidos por pequenos parágrafos explicitadores da função do subtítulo dentro do assunto Normalmente neste tipo de parágrafo é utilizado o imperativo ou uma explicação para o termo técnico por meio de uma situação familiar a pessoa verbal costuma ser a 2 a pessoa do singular you ou um pronome de I a pessoa do plural ve us para demonstrar o grau de intimidade existente entre autor e leitor Enquanto os títulos e subtítulos conceituais explicam os conceitos do texto os funcionais objetivam indicar ao leitor como realizar uma operação técnica Souza 1993 Ulijn op cit pesquisou os aspectos lingüístico e psicolingüístico da leitura de texto técnico e verificou que a comunidade técnicocientífica possui universais textuais como a organização textual em parágrafos definições e classificações e universais conceituais como a monossemia uma palavra correspondendo a um único significado e não duas formas lexicais semelhantes em diferentes línguas fato que seria pouco econômico na linguagem técnica podendo gerar má interpretação O léxico é parcialmente uniforme quanto aos termos universalmente aceitos e neologismos grecolatinos e parcialmente divergente quanto aos termos técnicos específicos de cada área As estruturas sintáticas são as mesmas da linguagem comum pois expressam noções de causa conseqüência condição objetivo e tempo introduzidas por prepo sições nomes orações subordinadas com conjunções e construções infinitivas ou participiais como em qualquer idioma A linguagem impessoal é corrente no texto técnico pelo uso da voz passiva nominalização de verbos frases nominais construções impessoais como o uso do sujeito nós que são variações estilísticas presentes em qualquer discurso dessa natureza A estrutura SVO sujeitoverboobjeto responde por 50 em média dos textos técnicos e o uso lingüístico do tempo presente é uma constante na linguagem técnica das línguas inglesa francesa e alemã Ulijn op cit sugere que a leitura do texto técnico pautada na estratégia dos conceitos do texto e no entendimento das relações entre as sentenças dispensa a análise sintática e conduz à compreensão da mensagem Este tipo de análise conceituai pode ser transferido de língua nativa para língua estrangeira de forma positiva ou negativa dependendo da importância atribuída ao léxico e não à sintaxe Em nossa experiência com escola técnica observamos que o leitor especialista transfere para a língua estrangeira a estratégia conceituai quando o nível de com preensão exigido é o geral e o de pontos principais o que não acontece com a compreensão detalhada Quanto ao léxico somente os termos universais e os cognatos grecolatinos são transferíveis Concordamos com Baltra e Ulijn quanto ao fato de o problema de leitura em L25 residir na leitura em L I 6 razão pela qual as estratégias não são transferidas 5 L2 segunda língua ou língua estrangeira no caso língua inglesa 6 LI primeira língua ou língua nativa no caso língua portuguesa Alfa São Paulo 38 191210 1994 197 Cohen et al 1988 consideram três pontos de dificuldade na leitura de textos especializados 1 o vocabulário não técnico que está presente na maioria das ciências e não é dominado pelo leitor especialista em determinada área 2 o nãoreconheci mento dos marcadores sintáticos de coesão devido à ausência de conjunções indicadoras das relações coesivas à falta de treino com esses marcadores e à polissemia dos marcadores de acordo com o contexto 3 grupos nominais complexos criando problemas para o leitor não nativo quanto à função sintática do grupo nominal e sua identificação como um item lexical com um único significado A influência do conhecimento prévio conceituai do leitor na compreensão do texto técnico é notória como atestam alguns pesquisadores como Alderson Urquhart op cit mas como o conhecimento do assunto não é suficiente para produzir inferências lexicais de todas as palavras desconhecidas as pistas textuais fornecidas pelo autor são essenciais para que o conhecimento vá se acumulando e produza uma inferência satisfatória Por este motivo escolhemos a estratégia de familiarização lexical proposta por Bramki Williams op cit para estudarmos as pistas textuais existentes em um texto técnico por se tratar de uma estratégia intencional dos autores de interagirem com o leitor técnico 6 A estratégia de familiarização lexical Williams 1984 p 170 define familiarização lexical como a intenção do autor em familiarizar o leitoralvo com os itens lexicais recémintroduzidos por meio de recursos verbais ilustrativos e numéricos ou pela combinação desses meios tradução da autora Bramki Williams op cit distinguem entre desenvolvimento e reconhecimento de vocabulário no ensino de léxico em língua estrangeira O desenvolvimento de vocabulário referese ao ensino deliberado e sistemático de palavras e o reconheci mento de vocabulário constitui o ensino de estratégias eficientes para se inferirem palavras desconhecidas durante o processo de leitura Os autores apontam seis categorias mais comuns utilizadas pelo autor de texto técnico para familiarizar o leitor com o termo desconhecido e tornar possível sua inferência São elas 1 A exemplificação que fornece ao leitor um exemplo do novo termo ou exemplos de características comuns ao termo desconhecido Esta categoria pode ser apresentada por meio de um único exemplo por uma lista de itens familiares por uma descrição da situação onde se encontra o item desconhecido caracterizandose como uma explicação ou por um exemplo numérico Ela pode também ser marcada por vírgulas ou por palavras como for instance such as for example like an illustration 2 A explicação que fornece ao leitor uma seqüência de palavras como uma oração uma sentença ou várias sentenças que equivalem ao significado da palavra 198 Alfa São Paulo 38 191210 1994 desconhecida ou ao aposto dela Esta categoria aparece sob três pistas a explicação direta do termo a ser familiarizado b explicação do termo por meio de uma situação que o autor pressupõe ser familiar ao leitor c descrição operacional da palavra desconhecida A explicação não costuma ser acompanhada por marcadores que sinalizem sua presença mas quando são empregados podem ser ie means that isknown as is taken to refers to concems 3 A definição que possui duas categorias a a denotaüva científica ou didática que atribui às palavras o seu sentido usual de dicionário b a conotativa ou metafórica cujos termos são empregados em sentido figurado Segundo os estudiosos a definição contém três elementos a o termo ou deüniendum coisa ou idéia a ser definida b o gênero ou classe a que pertence o termo latim genus c as diferençais as características que distinguem o termo de outros da mesma classe latim differentia A familiarização com a definição pode ser explícita por meio das palavras define ou definiüon ou implícita por meio da fórmula Tisare C which O ou de marcadores como isare calledisareknown as refers to isare understood tobe the termXis used to describe maybe deõnedas A definição normalmente é marcada tipograficamente em itálico ou sublinhado 4 A estipulação que é uma categoria que restringe o uso do termo a determi nado campo Cada área profissional ou acadêmica possui o seu jargão ou seja a sua gíria profissional Esta estratégia pode ser explícita por meio de termos técnicos ou implícita por meio de contrastes com a palavra com a qual se pretende familiarizar o leitor A sinalização é marcada por algumas expressões como Xrestrícts the meaning ofYto from the point of view of X toX 5 A sinonímia que é um recurso utilizado quando o autor não quer repetir uma palavra de conteúdo semântico7 próxima à sua primeira ocorrência Embora o autor de texto técnico utilize essa categoria para explicar termos desconhecidos por meio de itens lexicais familiares ao leitor Williams op cit detectou que é difícil para o leitor reconhecer dois sinônimos em língua estrangeira Esta dificuldade pode ser amenizada sabendose que o sinônimo familiar costuma vir antes do menos familiar no texto o que significa dizer que o leitor deve procurar a explicação no contexto anterior à palavra problemática Além disso os sinônimos costumam compartilhar da mesma classe gramatical e das mesmas funções sintáticas dentro de determinado contexto e são marcados pelos sinais X stands for Y Xis referred to as Y e X orT A última categoria é essencialmente não verbal representada por tabelas diagramas figuras quadros que podem conter anotações ou legendas 7 O termo foi emprestado de Maciel 1980 p 21 O sistema aberto abrange as palavras de conteúdo semântico próprio por terem referente Constituem quatro grupos substantivos verbo adjetivo e advérbio Alfa São Paulo 38 191210 1994 199 6 A ilustração que é o tipo de linguagem mais utilizada por técnicos ao lerem textos em língua estrangeira justamente por seu aspecto visual fator altamente facilitador na compreensão textual Esta estratégia pode ser bastante explorada em cursos técnicos aliada a pistas tipográficas bemmarcadas e definidas nos textos específicos segundo Baten Cornu op cit que facilitam a produção de inferência de termos desconhecidos e a conseqüente compreensão textual 7 Metodologia da Pesquisa 71 Sujeitos Os informantes foram 51 alunos do 3 o ano de um curso de Eletrônica do Colégio Técnico Isaac Portal Roldan da UNESP Campus de Bauru Eles pertenciam a duas turmas distintas 21 do período matutino sendo 20 rapazes e 1 moça e 30 do período noturno 28 rapazes e 2 moças todos entre 16 e 19 anos Cada classe possuía um professor de Eletrônica diferente sendo o do diurno o coordenador de Eletrônica que assessorou este trabalho Os conhecimentos de língua inglesa foram adquiridos nos quatro anos do I o grau e em dois anos do curso técnico com duas aulas semanais de cinqüenta minutos cada A habilidade enfocada nas aulas de língua estrangeira foi a leitura e o nível de compreensão trabalhado foi o geral e o de pontos principais 72 Instrumentos para coleta de dados Os instrumentos foram exatamente os mesmos para duas fases da pesquisa diferindo somente nos textos a uma tarefa de ativação individual dos esquemas cognitivos na qual os informantes deviam listar no mínimo quinze palavraschave em português sobre o assunto enfocado b um teste de avaliação do conhecimento prévio através de quatro diagramas escolhidos pelo coordenador da área os quais ilustravam as palavraschave sem legendas as quais deviam ser escritas em portu guês c uma lista de palavraschave em inglês sem contexto e que deveriam ser traduzidas para o português d um texto de assunto conhecido e outro de assunto desconhecido paia leitura silenciosa em momentos diferentes e uma tarefa de inferência de palavraschave em inglês contextualizadas e sublinhadas a priori pela pesquisadora f uma lista de seis estratégias de inferência lexical em português a fim de serem checadas pelos sujeitos com as utilizadas no processo de adivinhação 200 Alfa São Paulo 38 1912101994 73 Seleção de textos Dois textos foram selecionados do livro Electronic principies de Albert Paul Malvino volumes I e II MacGraw Hill Inc 1973 O primeiro texto de assunto conhecido PN junctions cap 3 v I p 2535 amplamente estudado nas aulas de Eletrônica e que devia estar incorporado aos esquemas dos informantes o segundo texto de assunto desconhecido Op Amp Applications cap 21 v II p 58999 tema que só seria abordado após a aplicação da pesquisa portanto não introduzido nos esquemas cognitivos dos sujeitos Escolhemos trabalhar com textos longos do livro Electronic principies por se prestarem ao primeiro objetivo da pesquisadora avaliar o papel do conhecimento prévio dos leitores na inferência de termos técnicos Primeiramente optamos por trabalhar com o texto de assunto conhecido e posteriormente o de desconhecido conforme as propostas de Goodman 1967 e Ausubel 1968 de se apresentar ao leitor primeiro o que ele conhece motivandoo a desvendar os mistérios do que ele não conhece no caso o assunto do texto A fim de eliminarmos a variável formato o segundo texto possuía o layout do primeiro e as mesmas tarefas exigidas na primeira parte da pesquisa 74 Seleção das palavras para inferência Para a seleção de termos técnicos utilizamos a definição de Cohen et al op cit que os caracteriza como palavras que possuem um significado específico em determinado campo e nessa área são amplamente utilizados A maioria das palavras selecionadas aparece em grupos nominais para não fugir à realidade do discurso técnico científico onde a incidência de construções desse ti po ocupa o segundo lugar de estruturas mais freqüentes só perdendo para a voz passiva Horsella Sindermann 1988 Os critérios para a seleção de palavras foram 1 palavraschave dentro do assunto 2 grupos nominais com três elementos no máximo 3 a aprovação como termos técnicos por dois especialistas da área As palavras selecionadas para inferência no texto conhecido foram catorze the unbiased diode the depletion layer an electric Held the energy hill forward bias a dc source a continuous stream a continuous flow the fleeing electrons reverse bias minoritycarrier current surface leakage current breakdown voltage e holes No texto desconhecido foram quinze open loop no feedback resistors error voltage squaring circuit waveshaping the slew rate voltage follower the load virtual ground a 8 Os textos utilizados na pesquisa não serão anexados a este artigo por se tratarem de textos bastante longos Souza 1993 Alfa São Paulo 38 191210 1994 201 summer the offset potential active positive clipper the clipping level active positive clamper low level inputs 75 Procedimentos para análise dos dados Os caminhos percorridos para a investigação de nossos questionamentos foram as análises quantitativa e qualitativa dos dados coletados As semelhanças foram somadas e comparadas por meio de porcentagens as diferenças foram analisadas individualmente por meio da análise dos erros cometidos pelos sujeitos a fim de obtermos alguns insíghts sobre o processo de inferência lexical Primeiramente analisamos quantitativamente os dados relativos ao texto conhe cido por meio do levantamento do conhecimento dos sujeitos sobre o assunto do texto A seguir exploramos as pistas contextuais propostas por Bramki Williams op cit utilizadas pelo autor dos textos técnicos em cada item lexical selecionado para inferência realizando uma análise qualitativa dos dados O mesmo procedimento foi utilizado para a análise dos dados do texto desconhecido e os resultados foram comparados A análise foi submetida à opinião de dois especialistas em Eletrônica à consulta do livro Eletrônica de Albert Malvino em português utilizado nas aulas específicas ministradas aos sujeitos e de dois dicionários técnicos da área a Dicionário de eletrônica inglêsportuguês de Giacomo Gardini Norberto de Paula Lima Hemus Editora Ltda 1982 b Dicionário de eletrônica e física do estado sólido Portu guêsInglês InglêsPortuguês de Ronaldo Sérgio de Biasi Phd Editora Record 1980 8 Comparação dos resultados dos dois textos conhecido e desconhecido Com o objetivo de compararmos a influência do conhecimento prévio no processo de inferência lexical elaboramos as Tabelas 1 e 2 correspondendo aos resultados dos textos de assuntos conhecido e desconhecido respectivamente Nas Tabelas 1 e 2 a coluna intitulada Palavras corresponde à primeira fase da pesquisa em que os sujeitos tinham de escrever palavras em português sobre o assunto conhecido Tabela 1 e sobre o assunto desconhecido Tabela 2 A segunda coluna corresponde à porcentagem de sujeitos que conheciam os diagramas apresen tados pela pesquisadora em cada texto A terceira coluna corresponde à porcentagem de sujeitos que realmente inferiram palavras desconhecidas nos textos de assunto conhecido e de desconhecido 202 Alfa São Paulo 38 191210 1994 Tabela 1 Fases de ativação de esquemas e as inferências lexicais do texto conhecido Palavraschave Palavras Diagramas Inferências N N 51 N 51 N SD SD 1 forward bias 628 549 658 38 2 reverse bias 765 647 656 29 3 the depletion layer 883 902 632 38 4 minoritycarrier current 236 536 28 5 an electric field 40 405 47 6 breakdown voltage 549 510 364 33 1 the fleeing electrons 706 824 319 22 8 dc source 314 961 300 20 9 surface leakage current 412 314 245 49 10 a continuous flow 60 238 42 11 a continuous stream 216 197 51 12 holes 491 710 125 48 13 the unbiased diode 0 109 46 14 the energy hill 0 21 49 Nota SD Número de sujeitos que desconheciam cada palavrachave Tabela 2 Fases de ativação de esquemas e as inferências lexicais do texto desconhecido Palavraschave Palavras Diagramas Inferências N N 51 N 51 N SD SD 1 error voltage 0 100 40 2 squaring circuit 0 79 51 3 lowlevel inputs 0 66 46 4 open loop 59 63 48 5 active positive clipper 0 79 40 51 6 the load 19 0 23 45 7 virtual ground 0 0 21 48 8 the offset potential 0 21 49 9 voltage follower 0 20 51 10 no feedback resistors 39 20 50 11 the clipping level 0 20 51 12 a summer 0 0 51 13 the slew rate 0 0 51 14 waveshaping 0 0 51 15 active positive clamper 0 39 0 51 Alfa São Paulo 38 191210 1994 203 É importante lembrar que nas duas primeiras colunas o total de sujeitos é 51 e que na coluna de inferências a porcentagem foi calculada com o número de sujeitos que não conheciam cada palavrachave número que está explicitado na quarta coluna Embora os sujeitos tenham produzido maior número de inferências no texto de assunto conhecido tornase difícil detectar as inferências derivadas do conhecimento prévio do leitor e as inferências oriundas do contexto visto que as pistas contextuais ativam os esquemas cognitivos do leitor e as duas estratégias se fundem em uma só Com o objetivo de tentar mensurar o tipo de interferência produzida para efeito de análise elaboramos as Tabelas 3 e 4 que diferem das tabelas anteriores pois basearamse em uma análise qualitativa observamos o desempenho de cada sujeito em cada fase da pesquisa até chegar à inferência de determinada palavra Tabela 3 Número de inferências lexicais inferências cognitivas e inferências con textuais no texto conhecido Palavraschave Inferências lexicais N Q SD N SD Inferências cognitivas N IL Inferências contextuais N IL 1 forward bias 25 38 658 21 840 4 160 2 reverse bias 19 29 656 18 947 1 53 3 the depletion layer 24 38 632 24 1000 0 0 4 minoritycarrier current 15 28 536 3 200 12 800 5 an electric field 19 47 405 0 0 19 1000 6 breakdown voltage 12 33 364 9 750 3 250 7 the fleeing electrons 7 22 319 6 857 1 143 8 dc source 6 20 300 6 1000 0 0 9 surface leakage current 12 49 245 7 584 5 416 10 a continuous flow 10 42 238 0 0 10 1000 11 a continuous stream 10 51 197 1 100 9 900 12 holes 6 48 125 6 1000 0 0 13 the unbiased diode 5 46 109 0 0 5 1000 14 the energy hill 1 49 21 0 0 1 1000 Total de palavras inferidas 14 519 481 204 Alfa São Paulo 38 191210 1994 Tabela 4 Número de inferências lexicais inferências cognitivas e inferências con textuais no texto desconhecido Palavraschave Inferências N Inferências Inferências Palavraschave lexicais SD N 50 cognitivas N IL contextuais N IL 1 error voltage 4 40 100 0 0 4 1000 2 squaring circuit 4 51 79 0 0 4 1000 3 lowlevel inputs 3 46 66 0 0 3 1000 4 open loop 3 48 63 2 667 1 333 5 active positive clipper 2 51 40 1 500 1 500 6 the load 1 45 23 0 0 1 1000 7 virtual ground 1 48 21 0 0 1 1000 8 the offset potential 1 49 21 0 0 1 1000 9 voltage follower 1 51 20 0 0 1 1000 10 no feedback resistors 50 21 0 0 1000 11 the clipping level 1 51 20 0 0 1 1000 12 a summer 0 51 0 0 0 0 0 13 the slew rate 0 51 0 0 0 0 0 14 waveshaping 0 51 0 0 0 0 0 15 active positive clamper 0 51 0 0 0 0 0 Total de palavras inferidas 11 106 894 Nota porcentagem das inferências lexicais número de respostas em cada palavra dividido pelo total de sujeitos que desconheciam cada palavrachave porcentagem das inferências cognitivas e das contextuais número de respostas em cada palavra dividido pelo número de inferências lexicais IL na mesma palavra Observandose a Tabela 3 percebese que houve maior porcentagem de inferências cognitivas 519 do que inferências contextuais 481 no texto de assunto conhecido As inferências cognitivas representam as oito palavras n Q 12 3 67 8 9 e 12 que já faziam parte dos esquemas dos sujeitos antes da leitura do texto As inferências contextuais são seis nQ 45101113 e 14 e correspondem às palavras desconhecidas antes da leitura do texto Se os sujeitos não conheciam estes termos as pistas contextuais devem ter sido responsáveis pelas inferências corretas Podemos perceber que no caso de os sujeitos possuírem conhecimento sobre o assunto do texto a diferença entre as duas estratégias é muito pequena demonstran do que elas interagem de tal forma que a inferência lexical é o resultado de ambas O estudo da Tabela 4 revela a preponderância das inferências contextuais 894 sobre as inferências cognitivas 106 Alfa São Paulo 38 191210 1994 205 Estes resultados sugerem que no caso de desconhecimento do assunto por parte dos sujeitos o papel do contexto é muito mais relevante do que em situação de assunto conhecido No entanto se observarmos as porcentagens do total de inferências lexicais realizadas nos dois textos verificaremos que os índices de inferência no texto desconhecido são muito baixos 9 Considerações finais Retomaremos as perguntas da pesquisa levantadas na introdução do trabalho para que o leitor possa recuperar os nossos propósitos e comparálos com as nossas descobertas pautadas na análise do produto de inferências e em nossas reflexões sobre o processo de inferência lexical de palavraschave técnicas 1 O conhecimento prévio do assunto de um texto técnico influencia positiva mente na inferência lexical de palavraschave O conhecimento prévio do assunto demonstrou que auxilia a inferência lexical de palavraschave No primeiro texto cujo conteúdo os sujeitos possuíam conheci mento prévio o produto de inferência lexical alcançou porcentagens bem maiores do que no texto de assunto desconhecido e nenhuma palavra desconhecida foi abando nada pelos sujeitos no segundo texto cujo conteúdo era desconhecido pelos sujeitos os resultados se colocaram todos em nível baixo e em quatro palavras a porcentagem de inferência foi zero Observamos que a presença de esquemas cognitivos na mente dos leitores técnicos teve dupla conseqüência positiva pois eles conseguiram inferir um número bem maior de palavras no primeiro texto e negativa pois os sujeitos com poucos conhecimentos lingüísticos parecem ter confiado em demasia em sua bagagem cultural e acabaram por produzir inferências sem checar suas hipóteses com o contexto Neste aspecto consideramos que os sujeitos utilizaram os processos de leitura de forma inadequada ora o processo topdown9 ora o bottomupw em detrimento do processo interativo não se preocupando em recuperar no texto a coerência pretendida pelo autor Os próprios sujeitos testemunharam que o conhecimento prévio foi a segunda estratégia que mais auxiliou no processo de inferência só perdendo por um ponto para a estratégia de reconhecimento de cognatos Pesquisas anteriores como a de Scott op cit e Souza 1990 1993 ratificam a comprovação dessa hipótese 2 É mais fácil para o leitor técnico inferir palavraschave do que palavras secundárias 9 Topdown ou descendente é o processo linear sintético e indutivo 10 Bottomup ou ascendente é o processo não linear analítico e dedutivo Kato 1987 p 65 206 Alfa São Paulo 38 191210 1994 Esta pergunta obteve respostas positivas no texto de assunto conhecido porque a maioria das palavraschave alcançou uma porcentagem de regular para boa nas inferências No entanto as palavraschave no texto de assunto desconhecido não tiveram os mesmos resultados de inferência porque os sujeitos não conheciam os conceitos tratados no texto Percebemos que mesmo a presença de termos cognatos nas palavraschave não é fundamental na inferência de termos técnicos quando o leitor não conhece o conceito que subjaz à palavra Neste aspecto concordamos com Holmes 1986 que afirma que o importante não é o leitor reconhecer o cognato mas entender o seu significado dentro do contexto Os últimos termos das listas de inferência dos dois textos excetuandose as palavraschave holes no primeiro e active positive clipper no segundo caracteriza ramse como palavras secundárias e obtiveram os menores percentuais de inferência Estes dados sugerem a maior freqüência da inferência em palavraschave do que em palavras secundárias 3 As pistas contextuais auxiliam o leitor técnico de nível médio a realizar inferências de palavraschave Os resultados sugerem que as pistas contextuais são de pouco auxílio no processo de inferência de leitores técnicos de nível médio Esse comportamento parece ser decorrente dos seguintes fatores 1 os sujeitos não são conscientizados dessas pistas 2 os sujeitos possuem um pequeno nível de conhecimento tanto lingüístico como técnico fator que impede a compreensão das pistas contextuais deixadas pelo autor 3 os sujeitos necessitam de treino na estratégia de uso do contexto mesmo quando já conhecem as categorias de familiarização lexical Os dados demonstram que há necessidade de um limite mínimo vocabular do leitor técnico para que os sujeitos entendam as pistas contextuais e infiram a palavra desconhecida No caso estudado embora os sujeitos conhecessem algumas palavras técnicas eles desconheciam marcadores de exemplificação definição explicação sinonímia e foi de pouco valor o esforço do autor para familiarizar os sujeitosleitores com os termos provavelmente desconhecidos pois eles não conseguiram perceber os recursos semânticos utilizados Exemplos desse comportamento encontramos no primeiro texto com a expressão the energyhill explicada por meio de termos bastante conhecidos como climb travei path No entanto os sujeitos não entenderam as pistas porque não deviam conhecer estes termos No texto desconhecido a falta de vocabulário ficou evidente na palavra waveshaping explicada por waveform triangu lar wave e square wave porque nenhuma inferência foi realizada Em pesquisa anterior com texto genérico Souza 1990 não notamos a neces sidade do limite vocabular mínimo thresholdeffect mas com texto técnico acredi Alía São Paulo 38 191210 1994 207 tamos ser preciso a presença deste patamar de conhecimento nos esquemas dos leitores pois os textos técnicos estão repletos de pistas contextuais que não foram entendidas pelos sujeitos embora elas tenham tido maior utilidade para a inferência quando o assunto do texto era desconhecido obrigando os sujeitos a procurarem entender melhor o contexto Essa suposição foi confirmada pelos próprios sujeitos que elegeram o uso do contexto como a estratégia mais útil no processo de inferência lexical quando eles não conhecem o assunto do texto Concluímos que o leitor técnico utiliza a inferência lexical como uma estratégia cognitiva automática quando ele conhece o assunto No entanto a inferência lexical precisa ser desenvolvida como estratégia metacogmuva consciente para que o leitor possa aproveitar todas as suas vantagens maior fluência em leitura aumento de vocabulário aumento da capacidade de raciocínio maior identificação das relações coesivas de um texto e melhor utilização do contexto lingüístico No âmbito pedagógico consideramos que a estratégia de inferência lexical como estratégia metacognitiva precisa ser ensinada para que o aluno tome consciência da sua capacidade de inferir para que discuta todos os tipos de inferência necessários a diferentes contextos e para que entenda a utilidade e eficácia dessa estratégia Além disso consideramos que seja necessário o treino sistemático dessa estratégia para que se torne hábito entre os aprendizes e para que eles possam tirar proveito não só de seus conhecimentos prévios mas também das pistas contextuais bastante ricas em textos técnicos SOUZA M H G M de Lexical inference in technical texts in Eriglish Alfa São Paulo v 38 p 1912101994 ABSTRACT The aim of this paper is to investigate the strategy of lexical inference of keywords in technical texts in the English language The subjects are students of a technical course of Electronics false beginners in the foreign language The analysis of data is quantitative and qualitative The research observes the role of students previous knowledge and the writers contextual devices on the strategy of lexical inference The categories of lexical familiarization examined are explanation definition exemplification synonymy stipulation and nonverbal illustration The results show a certain preponderance of strategies of the use of previous knowledge over the use of contextual clues although the findings state that the interaction between both strategies is important to the production of a successful lexical inference KEYWORDS Lexical inference technical text previous knowledge contextual clues keywords Referências bibliográficas 1 ALDERSON J C URQUHART A H This test is unfair Im not an economist In CARRELL P et alEd Interactive approaches to second language reading Cambri dge Cambridge University Press 1988 p 16882 208 Alfa São Paulo 38 191210 1994 2 AUSUBEL O P Retroactive facilitation in meariingful verbal learning Journal of Educa tional Psychology Washington v 59 p 2505 1968 3 BALTRA A Reading for academic purposes an ecletic exploration into reading theories and practical classroom applications São Paulo 1982 Tese Doutorado em Lingüística Aplicada Pontifícia Universidade Católica 4 BATEN L CORNU A M Reading strategies for LSP texts a theoretical outline on the basis of text function with practical application In PUGH A K ULIJN J M Ed Reading for professional purposes London Heinemann Educational Books 1984 p 190201 5 BRAMKI D WILLIAMS R Lexical familiarization in economics text and its pedagogic implications in reading comprehension Reading in a foreign language Birmingham v 2 n 1 p 16981 1984 6 CARRELL P L Content and formal schemata in ESL reading TESOL Quarterly Washing ton v 21 n 3 p 46181 1987 7 CAVALCANTI M C Itens lexicais chaves como fios condutores semânticopragmáticos na interação leitortexto In FAVERO L L PASCHOAL M S Z Org Lingüística Textual texto e leitura São Paulo EDUC Editora da PUCSP 1985 p 17195 Série Cadernos PUC 22 8 A utilização do contexto na inferência de palavrachave In SEMINÁRIOS DO GEL 17 1989 São Paulo Anais São Paulo USP 1989a p 138146 9 Interação leitortexto Aspectos de interpretação pragmática Campinas Editora da Unicamp 1989b 271p Série Pesquisas 10 CELANI M A A et al The Brazilian ESP project an evaluation São Paulo EDUC Editora da PUCSP 1988186p 11 COHEN A D et al Reading english for specialized purposes discourse analysis and the use of student informants In CARRELL P et alEd Interactive approaches to second language reading Cambridge Cambridge University Press 1988 p 15267 12 GRICE Logic and conversation In COLA D MORGAN J L Ed Syntax and semantics speech acts New York Academic Press 1975 V 3 13 GOODMAN K S Reading a psycholinguists guessing game In SINGER H RUDDELL R B Ed Theoretical models and processes of reading Newark International Reading Association 1967 14 GRIGOLETTO M A influência da previsibilidade sobre as estratégias de compreensão na leitura em língua materna e língua estrangeira Trabalhos em Lingüística Aplicada Campinas v 15 p 2547 1990 15 HOLMES J L Sharks quarks and cognates an elusive fundamental particle in reading comprehension The Especialist São Paulo v 15 p 13401986 16 HORSELLA M SINDERMANN G Processing nominal compounds in scientific texts in English The Especialist São Paulo v 9 n 12 p 7183 1988 17 KATO M A No mundo da escrita uma perspectiva psicolingüística São Paulo Ática 1987 144p Série Fundamentos 18 KLEIMAN A B Leitura ensino e pesquisa Campinas Pontes 1989a 213p 19 Texto e leitor aspectos cognitivos da leitura Campinas Pontes 1989b 82p 20 MACIEL A M B A leitura do texto científico em inglês estudo de uma situação Porto Alegre 1980 Dissertação Mestrado em Lingüística e Letras Pontifícia Universidade Católica Alfa São Paulo 38 1912101994 209 21 MARCUSCHI L A Leitura como processo inferencial num universo cultural cognitivo Leitura teoria e prática Porto Alegre v 5 p 3161985 22 RAMOS R C G Estratégias usadas por falsos principiantes na leitura de textos acadêmicos em inglês São Paulo 1988 Dissertação Mestrado em Lingüística Aplicada Pontifícia Universidade Católica 23 RUMELHART D E Schemata The building blocks of cognition In SPIRO R J et alEd Theoretical issues in reading comprehension Hillsdale N J Erlbaum Associates 1980 p 335 24 SCOTT M R Demystifying the Jabberwocky a research narrative Lancaster 1990 Tese Doutorado em Lingüística Aplicada University of Lancaster 25 SILVA E T MAKER J P Leitura uma estratégia de sobrevivência Ciência e Cultura São Paulo v 30 n 12 p 14315 sd 26 SOUZA M H G M de The role of previous knowledge in the inference of unknown vocabulary in the reading of general texts in English The Especialist São Paulo v 11 n 1 p 5982 1990 27 A inferência lexical no texto técnico em inglês São Paulo 1993 Dissertação Mestrado em Lingüística Aplicada Pontifícia Universidade Católica 28 ULIJN J M Reading for professional purposes psycholinguistic evidence in a crosslin guistic perspective In PUGH A K ULIJN J M Ed Reading for professional purposes London Heinemann Educational Books 1984 p 6681 29 WIDDOWSON H G O ensino de línguas para a comunicação Trad J C P de ALMEIDA FILHO Campinas Pontes 1991 230p LinguagemEnsino 30 WILLIAMS R Vocabulary recognition strategies in EAP reading Plymouth College of St Mark and St John 1984 Mimeogr 210 Alfa São Paulo 38 191210 1994

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A I N F E R Ê N C I A L E X I C A L NO T E X T O T É C N I C O E M I N G L Ê S 1 Maria Helena Guimarães Marques de SOUZA2 RESUMO O objetivo deste trabalho é investigar a estratégia de inferência lexical de palavraschave em textos técnicos de língua inglesa Os sujeitos da pesquisa são alunos de um curso técnico de Eletrônica falsos principiantes na língua estrangeira A análise dos dados é quantitativa e qualitativa A pesquisa observa o papel do conhecimento prévio dos sujeitos sobre assuntos específicos e as pistas contextuais oferecidas pelo autor de textos técnicos na inferência lexical As categorias de familiari zação lexical estudadas são explicação definição exemplificação ilustração estipulação e sinonímia Os resultados demonstram uma certa preponderância das estratégias de uso do conhecimento prévio sobre as de uso de pistas contextuais embora a pesquisa tenha constatado que a interação das duas estratégias seja importante para que a inferência lexical seja produzida com maior sucesso PALAVRASCHAVE Inferência lexical texto técnico conhecimento prévio pistas contextuais palavraschave 1 Introdução A leitura é a habilidade mais utilizada em cursos técnicos e na vida profissional pois é necessária para a compreensão de manuais revistas e livros especializados instruções de máquinas e instrumentos terminologia técnica A leitura com objetivos profissionais é raramente monolíngüe Ulijn 1984 p 66 Um profissional é obrigado a ler não somente em língua materna mas também devido à competitividade em inglês língua internacionalmente aceita no mundo da tecnologia e em outras línguas a fim de receber em primeira mão as informações tecnológicas Silva Makersd com muita propriedade denominam a leitura de estratégia de sobrevivência para os técnicos e postulam que o primeiro passo para o desen 1 O presente trabalho é um resumo de minha dissertação de Mestrado Para informações detalhadas v Souza 1993 2 Departamento de Ciências Humanas Faculdade de Arquitetura Artes e Comunicação Social UNESP 17033360 Bauru SP Brasil Alfa São Paulo 38 191210 1994 191 volvimento desta habilidade do ponto de vista pedagógico seja uma definição coesa do que é a leitura definição compartilhada por todos os professores de uma mesma classe ou de uma mesma escola num posicionamento que possibilite resultados mais satisfatórios decorrentes de uma política integrada em relação ao assunto Além do estudo conjunto dos conceitos e objetivos da leitura um curso de língua estrangeira deve selecionar os seus tópicos entre as outras disciplinas do currículo e utilizar as mesmas técnicas metodológicas das matérias envolvidas Na opinião de Widdowson matérias como história geografia ciências arte etc se baseiam na realidade da própria experiência da criança e não há razão por que uma língua estrangeira não deva se relacionar indiretamente com o mundo exterior através das mesmas matérias 1991 p 33 A abordagem instrumental para o ensino de línguas adaptase perfeitamente a esta concepção de integração interdisciplinar pois utiliza a língua estrangeira como um instrumento de estudo e de trabalho por esse motivo foi adotada em nossas aulas de leitura e forneceu embasamento a esta pesquisa Os benefícios pedagógicos desta abordagem são muitos entre eles o desenvol vimento da autoconfiança e conseqüente motivação do aprendiz ao aplicar seus conhecimentos de matérias específicas na leitura de textos em inglês e o relaciona mento positivo criado entre professor e alunos pela troca de experiências e conheci mentos técnicos e lingüísticos colocando os interlocutores do processo ensino aprendizagem em um patamar de maior igualdade O objeto desta pesquisa é a inferência de palavraschave em textos técnicos baseada no conhecimento prévio dos sujeitos sobre os assuntos estudados e também nas pistas contextuais fornecidas pelo autor desses textos Palavraschave são elementos fundamentais na depreensão do tema já que carregam toda a força semântica do texto sendo por esta razão os mais significativos ao leitor Cavalcanti 1989a ressalta que há dois pólos de equilíbrio procurados por um autor ao escrever um texto a saliência textual representada pelos itens lexicais chaves semanticamente relevantes em relação a outras palavras do texto e areievánda leitor fornecida pelos itens lexicais chaves que ativam o conhecimento prévio do leitor e seus sistemas de valor propiciando a criação de hipóteses a respeito do texto e a produção de inferência de termos contextualmente relevantes Assim a tessitura do texto e a inferência lexical se constroem mediante o entrelaçamento de fios condu tores semânticopragmáticos Cavalcanti 1985 Durante oito anos de experiência com cursos técnicos e em pesquisa anterior Souza 1990 constatamos que o aprendiz com poucos conhecimentos lingüísticos em língua estrangeira confia em seu conhecimento prévio sobre o assunto para entender o texto mas aponta o vocabulário como o grande problema existente na leitura Acreditamos que este posicionamento decorre do fato de os leitores serem viciados no uso de dicionário e não utilizarem a estratégia de inferência lexical 192 Alfa São Paulo 38 1912101994 devido ao desconhecimento da mesma e quando a utilizam não confiam na sua capacidade de inferir pela ausência de treino nessa atividade Além de nossa constatação outros estudos como os de Celani et al1988 comprovam a necessidade da utilização da estratégia de inferência de palavras desconhecidas para se adquirir fluência em leitura Os trabalhos existentes são baseados em textos genéricos havendo uma lacuna na literatura sobre inferência lexical em textos técnicos campo propício para o uso de tal estratégia pois autor e leitor provavelmente compartilham os mesmos conhecimentos Objetivando encontrar caminhos para o ensino dessa estratégia facilitadora do processo de compreensão proporemos algumas perguntas de pesquisa que serão discutidas durante o trabalho 1 O conhecimento prévio do assunto de um texto técnico influencia positiva mente na inferência lexical de palavraschave 2 É mais fácil para o leitor técnico inferir palavraschave do que palavras secundárias 3 As pistas contextuais auxiliam o leitor técnico de nível médio a realizar inferências de palavraschave 2 O conceito de leitura O conceito de leitura adotado nesta pesquisa é o de Kleiman que afirma que o ato de ler além de ser um processo cognitivo é um ato social entre dois sujeitos leitor e autor que interagem entre si obedecendo a objetivos e necessidades socialmente determinados 1989b p 10 Essa interação entre autor e leitor é firmada através dos princípios de cooperação elucidados por Grice 1975 que preconizam uma cumplicidade entre os interlocutores de uma mensagem facilitando o ato de comunicação Dentro dessa perspectiva de interação em leitura Marcuschi 1985 e Grigoletto 1990 consideram três elementos essenciais no processo da leitura a o conhecimento prévio do leitor armazenado na memória e ativado durante a leitura b o texto um conjunto de sinais que devem ser interpretados de forma significativa c o autor que coloca no contexto suas intenções demonstradas pelas marcas discursivas que devem ser interpretadas pelo leitor 3 O conhecimento prévio na leitura Kleiman op cit considera três níveis de conhecimento prévio que influenciam a compreensão em leitura o lingüístico o textual e o enciclopédico ou de mundo Alia São Paulo 381912101994 293 O conhecimento lingüístico engloba desde a pronúncia das palavras em língua nativa seu vocabulário e regras identificação de categorias gramaticais até os usos da linguagem O conhecimento textual compreende os diferentes tipos de discurso e estruturas textuais Fundamental para a construção da coerência em leitura é o conhecimento de mundo do leitor armazenado na memória sob a forma de esquemas e que pode ser adquirido de maneira formal ou informal Adotamos a denominação de Rumelhart 1980 que define os esquemas como blocos construtores de conhecimento armazenados na memória de longo termo cuja função é guardar informação mais permanente Podese dizer que um leitor entendeu um texto quando ele é capaz de encontrar uma configuração de hipóteses esquemas que ofereça um relato coerente para os vários aspectos do texto Carrell 1987 distingue dois tipos de esquemas os efe conteúdo content schemata que se referem ao conhecimento prévio do assunto do texto e os estruturais formal schemata que dizem respeito ao conhecimento da estrutura textual e das funções retóricas Alderson Urquhart 1988 consideram que a ausência de um desses esquemas dificulta a compreensão tanto em língua nativa como em língua estrangeira e que a presença dos esquemas parece facilitar o entendimento e propiciar a interação leitortextoautor Compartilhando das idéias desses autores resolvemos pesquisar a inferência lexical em textos técnicos por duas razões primeiro por considerarmos que a interação autorleitor nesse tipo de texto é facilitada devido ao fato dos interlocutores possuírem esquemas de conteúdo semelhantes segundo por considerarmos que o meio utilizado nessa interação o próprio texto técnico caracterizase por apresentar um esquema formal bastante definido 4 A estratégia de inferência lexical Entendemos a inferência lexical como uma estratégia de compreensão por meio da qual o leitor descobre o sentido de uma palavra baseado em seu conhecimento prévio ou no contexto Scott 1990 distingue dois sentidos da palavra inferência o textual que se refere à inferência em geral à prática de pressuposições e implicaturas que realizamos a todo momento a fim de entendermos o que lemos e ouvimos Este comportamento é chamado pelo autor op cit leitura nas entrelinhas O segundo significado o lexical relacionase unicamente com o sentido total ou parcial de um item lexical com base no raciocínio contexto e conhecimento prévio do leitor A inferência textual subjaz à inferência lexical ambas são essenciais para a compreensão de textos e os fenômenos que as causam estão relacionados entre si Segundo Kleiman 1989a p 177 o conhecimento de palavras está fortemente relacionado à capacidade de compreender o texto escrito conhecer uma palavra 194 Alia São Paulo 38 191210 1994 implica entre outras coisas conhecer algo sobre os eventos e coisas a que ela se refere o que significa possuir esquemas cognitivos a respeito do assunto Uma das formas de se ativarem os esquemas de conteúdo durante o processo de leitura é por meio de palavraschave e a inferência desses itens lexicais é uma das estratégias mais importantes no aprendizado de língua estrangeira visto que o conhecimento lexical de um leitor em língua estrangeira é normalmente limitado As vantagens da inferência lexical são muitas entre elas a aquisição de palavras em língua materna é natural por meio do que se ouve e se lê e consideramos que a aprendizagem de vocabulário em língua estrangeira deva se aproximar desse modelo na medida do possível o acesso a um dicionário nem sempre é possível e as diferentes traduções que ele fornece exigem o conhecimento de contextos diversos há perda de tempo e de fluência em leitura no momento em que se recorre a um glossário a presença de um especialista para se elucidar dúvidas nem sempre é possível Além dos benefícios apresentados a inferência lexical é uma operação mental que desenvolve o raciocínio e aumenta consideravelmente o vocabulário Os problemas mais comuns decorrentes do uso da inferência lexical são a mudança de classe da palavra desconhecida Souza 1990 Ramos 1988 e a utilização do realismo homofônico Kleiman 1989a ou seja a aparência do item desconhe cido associada a uma palavra conhecida gerando um falso cognato3 como heart ser confundido com health na tradução Kleiman op cit sugere que a estratégia de inferência lexical seja encarada como tarefa metacognitiva e que deva ser ensinada mediante princípios de resolução de problemas 1 conscientização quanto ao grau de importância da palavra e tipo de inferência exigida palavrachave significado exato e palavra secundária significado aproximado 2 conscientização sobre pistas contextuais e avaliação do significado exigido para determinado contexto exato ou aproximado 3 avaliação da estratégia necessária para cada tipo de palavra Esses fatores metacognitivos são facilitados se os objetivos da leitura e tipos de tarefas propostos forem bem definidos para o leitor dados que auxiliam na ativação de esquemas apropriados Cavalcanti 1989a p 138 pesquisou a utilização do contexto na inferência de palavraschave pois na concepção da autora os itens lexicais chaves sustentam a interação com o texto como marcas do autor representantes de saliência textual e para o leitor ativam seu conhecimento prévio e subjazem à criação de hipóteses a respeito do texto 3 Cognato palavra transparente ao leitor de língua estrangeira tanto na forma quanto no significado em um mesmo contexto Alfa São Paulo 38 191210 1994 195 Cavalcanti op cit percebeu que a primeira estratégia utilizada por sua informante foi o uso de pistas locais e que essa estratégia exerceu um papel importante no processo de leitura enquanto o conhecimento ia sendo acumulado com informa ções textuais À medida que o processo avança há um entrelaçamento das pistas textuais com o conhecimento prévio do leitor formando o que a autora denomina conhecimento acumulado Observamos em pesquisas empíricas que o título de um texto exerce um papel fundamental na compreensão de textos lidos por falsos principiantes4 em língua estrangeira e que o título que não contém palavras cognatas ou conhecidas do leitor dificulta bastante o processo de compreensão Cavalcanti considera esta pista local como a primeira ancoragem para o leitor ou ilha de confiança textual Lesser Erman 1977 apud Cavalcanti 1989b Acreditando na força dos itens lexicais chaves como pólo de interação entre autor e leitor é que resolvemos pesquisar esses termos Utilizamosnos das categorias de familiarização lexical propostas por Bramki Williams 1984 para analisarmos as pistas fornecidas pelo autor dos textos pesquisados a fim de facilitar a inferência das palavraschave 5 O texto técnico Texto técnico é aquele endereçado a uma clientela específica que possui um certo grau de especialização e conhecimento da área em questão Nesse tipo de texto as pistas textuais são fornecidas por meio de termos técnicos que não apresentam dificuldade para o leitor específico Baltra 1982 Adotamos a definição de Cohen et al 1988 para termo técnico como palavra que tem um significado especializado em determinada área e é bastante utilizada naquele campo Essas technicalities no dizer de Baltra op cit ativam os esquemas cognitivos do leitor os quais são compartilhados com os do autor e estabelecem a interação leitorautor Baten Cornu 1984 investigaram as características do texto técnico com objetivos didáticos e concluíram que os títulos e subtítulos exercem um papel fundamental na estrutura textual eles podem ser conceituais ou funcionais denomi nação nossa Os conceituais não são numerados e estão ligados ao conteúdo do texto A sua função é explicar os conceitos principais do assunto e incitar o leitor a continuar a leitura à procura de maiores informações Os funcionais são numerados e vêm 4 Neste artigo consideramos falso principiante o leitor que estudou durante quatro a seis anos a língua inglesa no I a e 2 Graus mas não adquiriu o domínio de nenhuma das quatro habilidades falar entender o que é dito ler e escrever 296 Alfa São Paulo 38 191210 1994 sucedidos por pequenos parágrafos explicitadores da função do subtítulo dentro do assunto Normalmente neste tipo de parágrafo é utilizado o imperativo ou uma explicação para o termo técnico por meio de uma situação familiar a pessoa verbal costuma ser a 2 a pessoa do singular you ou um pronome de I a pessoa do plural ve us para demonstrar o grau de intimidade existente entre autor e leitor Enquanto os títulos e subtítulos conceituais explicam os conceitos do texto os funcionais objetivam indicar ao leitor como realizar uma operação técnica Souza 1993 Ulijn op cit pesquisou os aspectos lingüístico e psicolingüístico da leitura de texto técnico e verificou que a comunidade técnicocientífica possui universais textuais como a organização textual em parágrafos definições e classificações e universais conceituais como a monossemia uma palavra correspondendo a um único significado e não duas formas lexicais semelhantes em diferentes línguas fato que seria pouco econômico na linguagem técnica podendo gerar má interpretação O léxico é parcialmente uniforme quanto aos termos universalmente aceitos e neologismos grecolatinos e parcialmente divergente quanto aos termos técnicos específicos de cada área As estruturas sintáticas são as mesmas da linguagem comum pois expressam noções de causa conseqüência condição objetivo e tempo introduzidas por prepo sições nomes orações subordinadas com conjunções e construções infinitivas ou participiais como em qualquer idioma A linguagem impessoal é corrente no texto técnico pelo uso da voz passiva nominalização de verbos frases nominais construções impessoais como o uso do sujeito nós que são variações estilísticas presentes em qualquer discurso dessa natureza A estrutura SVO sujeitoverboobjeto responde por 50 em média dos textos técnicos e o uso lingüístico do tempo presente é uma constante na linguagem técnica das línguas inglesa francesa e alemã Ulijn op cit sugere que a leitura do texto técnico pautada na estratégia dos conceitos do texto e no entendimento das relações entre as sentenças dispensa a análise sintática e conduz à compreensão da mensagem Este tipo de análise conceituai pode ser transferido de língua nativa para língua estrangeira de forma positiva ou negativa dependendo da importância atribuída ao léxico e não à sintaxe Em nossa experiência com escola técnica observamos que o leitor especialista transfere para a língua estrangeira a estratégia conceituai quando o nível de com preensão exigido é o geral e o de pontos principais o que não acontece com a compreensão detalhada Quanto ao léxico somente os termos universais e os cognatos grecolatinos são transferíveis Concordamos com Baltra e Ulijn quanto ao fato de o problema de leitura em L25 residir na leitura em L I 6 razão pela qual as estratégias não são transferidas 5 L2 segunda língua ou língua estrangeira no caso língua inglesa 6 LI primeira língua ou língua nativa no caso língua portuguesa Alfa São Paulo 38 191210 1994 197 Cohen et al 1988 consideram três pontos de dificuldade na leitura de textos especializados 1 o vocabulário não técnico que está presente na maioria das ciências e não é dominado pelo leitor especialista em determinada área 2 o nãoreconheci mento dos marcadores sintáticos de coesão devido à ausência de conjunções indicadoras das relações coesivas à falta de treino com esses marcadores e à polissemia dos marcadores de acordo com o contexto 3 grupos nominais complexos criando problemas para o leitor não nativo quanto à função sintática do grupo nominal e sua identificação como um item lexical com um único significado A influência do conhecimento prévio conceituai do leitor na compreensão do texto técnico é notória como atestam alguns pesquisadores como Alderson Urquhart op cit mas como o conhecimento do assunto não é suficiente para produzir inferências lexicais de todas as palavras desconhecidas as pistas textuais fornecidas pelo autor são essenciais para que o conhecimento vá se acumulando e produza uma inferência satisfatória Por este motivo escolhemos a estratégia de familiarização lexical proposta por Bramki Williams op cit para estudarmos as pistas textuais existentes em um texto técnico por se tratar de uma estratégia intencional dos autores de interagirem com o leitor técnico 6 A estratégia de familiarização lexical Williams 1984 p 170 define familiarização lexical como a intenção do autor em familiarizar o leitoralvo com os itens lexicais recémintroduzidos por meio de recursos verbais ilustrativos e numéricos ou pela combinação desses meios tradução da autora Bramki Williams op cit distinguem entre desenvolvimento e reconhecimento de vocabulário no ensino de léxico em língua estrangeira O desenvolvimento de vocabulário referese ao ensino deliberado e sistemático de palavras e o reconheci mento de vocabulário constitui o ensino de estratégias eficientes para se inferirem palavras desconhecidas durante o processo de leitura Os autores apontam seis categorias mais comuns utilizadas pelo autor de texto técnico para familiarizar o leitor com o termo desconhecido e tornar possível sua inferência São elas 1 A exemplificação que fornece ao leitor um exemplo do novo termo ou exemplos de características comuns ao termo desconhecido Esta categoria pode ser apresentada por meio de um único exemplo por uma lista de itens familiares por uma descrição da situação onde se encontra o item desconhecido caracterizandose como uma explicação ou por um exemplo numérico Ela pode também ser marcada por vírgulas ou por palavras como for instance such as for example like an illustration 2 A explicação que fornece ao leitor uma seqüência de palavras como uma oração uma sentença ou várias sentenças que equivalem ao significado da palavra 198 Alfa São Paulo 38 191210 1994 desconhecida ou ao aposto dela Esta categoria aparece sob três pistas a explicação direta do termo a ser familiarizado b explicação do termo por meio de uma situação que o autor pressupõe ser familiar ao leitor c descrição operacional da palavra desconhecida A explicação não costuma ser acompanhada por marcadores que sinalizem sua presença mas quando são empregados podem ser ie means that isknown as is taken to refers to concems 3 A definição que possui duas categorias a a denotaüva científica ou didática que atribui às palavras o seu sentido usual de dicionário b a conotativa ou metafórica cujos termos são empregados em sentido figurado Segundo os estudiosos a definição contém três elementos a o termo ou deüniendum coisa ou idéia a ser definida b o gênero ou classe a que pertence o termo latim genus c as diferençais as características que distinguem o termo de outros da mesma classe latim differentia A familiarização com a definição pode ser explícita por meio das palavras define ou definiüon ou implícita por meio da fórmula Tisare C which O ou de marcadores como isare calledisareknown as refers to isare understood tobe the termXis used to describe maybe deõnedas A definição normalmente é marcada tipograficamente em itálico ou sublinhado 4 A estipulação que é uma categoria que restringe o uso do termo a determi nado campo Cada área profissional ou acadêmica possui o seu jargão ou seja a sua gíria profissional Esta estratégia pode ser explícita por meio de termos técnicos ou implícita por meio de contrastes com a palavra com a qual se pretende familiarizar o leitor A sinalização é marcada por algumas expressões como Xrestrícts the meaning ofYto from the point of view of X toX 5 A sinonímia que é um recurso utilizado quando o autor não quer repetir uma palavra de conteúdo semântico7 próxima à sua primeira ocorrência Embora o autor de texto técnico utilize essa categoria para explicar termos desconhecidos por meio de itens lexicais familiares ao leitor Williams op cit detectou que é difícil para o leitor reconhecer dois sinônimos em língua estrangeira Esta dificuldade pode ser amenizada sabendose que o sinônimo familiar costuma vir antes do menos familiar no texto o que significa dizer que o leitor deve procurar a explicação no contexto anterior à palavra problemática Além disso os sinônimos costumam compartilhar da mesma classe gramatical e das mesmas funções sintáticas dentro de determinado contexto e são marcados pelos sinais X stands for Y Xis referred to as Y e X orT A última categoria é essencialmente não verbal representada por tabelas diagramas figuras quadros que podem conter anotações ou legendas 7 O termo foi emprestado de Maciel 1980 p 21 O sistema aberto abrange as palavras de conteúdo semântico próprio por terem referente Constituem quatro grupos substantivos verbo adjetivo e advérbio Alfa São Paulo 38 191210 1994 199 6 A ilustração que é o tipo de linguagem mais utilizada por técnicos ao lerem textos em língua estrangeira justamente por seu aspecto visual fator altamente facilitador na compreensão textual Esta estratégia pode ser bastante explorada em cursos técnicos aliada a pistas tipográficas bemmarcadas e definidas nos textos específicos segundo Baten Cornu op cit que facilitam a produção de inferência de termos desconhecidos e a conseqüente compreensão textual 7 Metodologia da Pesquisa 71 Sujeitos Os informantes foram 51 alunos do 3 o ano de um curso de Eletrônica do Colégio Técnico Isaac Portal Roldan da UNESP Campus de Bauru Eles pertenciam a duas turmas distintas 21 do período matutino sendo 20 rapazes e 1 moça e 30 do período noturno 28 rapazes e 2 moças todos entre 16 e 19 anos Cada classe possuía um professor de Eletrônica diferente sendo o do diurno o coordenador de Eletrônica que assessorou este trabalho Os conhecimentos de língua inglesa foram adquiridos nos quatro anos do I o grau e em dois anos do curso técnico com duas aulas semanais de cinqüenta minutos cada A habilidade enfocada nas aulas de língua estrangeira foi a leitura e o nível de compreensão trabalhado foi o geral e o de pontos principais 72 Instrumentos para coleta de dados Os instrumentos foram exatamente os mesmos para duas fases da pesquisa diferindo somente nos textos a uma tarefa de ativação individual dos esquemas cognitivos na qual os informantes deviam listar no mínimo quinze palavraschave em português sobre o assunto enfocado b um teste de avaliação do conhecimento prévio através de quatro diagramas escolhidos pelo coordenador da área os quais ilustravam as palavraschave sem legendas as quais deviam ser escritas em portu guês c uma lista de palavraschave em inglês sem contexto e que deveriam ser traduzidas para o português d um texto de assunto conhecido e outro de assunto desconhecido paia leitura silenciosa em momentos diferentes e uma tarefa de inferência de palavraschave em inglês contextualizadas e sublinhadas a priori pela pesquisadora f uma lista de seis estratégias de inferência lexical em português a fim de serem checadas pelos sujeitos com as utilizadas no processo de adivinhação 200 Alfa São Paulo 38 1912101994 73 Seleção de textos Dois textos foram selecionados do livro Electronic principies de Albert Paul Malvino volumes I e II MacGraw Hill Inc 1973 O primeiro texto de assunto conhecido PN junctions cap 3 v I p 2535 amplamente estudado nas aulas de Eletrônica e que devia estar incorporado aos esquemas dos informantes o segundo texto de assunto desconhecido Op Amp Applications cap 21 v II p 58999 tema que só seria abordado após a aplicação da pesquisa portanto não introduzido nos esquemas cognitivos dos sujeitos Escolhemos trabalhar com textos longos do livro Electronic principies por se prestarem ao primeiro objetivo da pesquisadora avaliar o papel do conhecimento prévio dos leitores na inferência de termos técnicos Primeiramente optamos por trabalhar com o texto de assunto conhecido e posteriormente o de desconhecido conforme as propostas de Goodman 1967 e Ausubel 1968 de se apresentar ao leitor primeiro o que ele conhece motivandoo a desvendar os mistérios do que ele não conhece no caso o assunto do texto A fim de eliminarmos a variável formato o segundo texto possuía o layout do primeiro e as mesmas tarefas exigidas na primeira parte da pesquisa 74 Seleção das palavras para inferência Para a seleção de termos técnicos utilizamos a definição de Cohen et al op cit que os caracteriza como palavras que possuem um significado específico em determinado campo e nessa área são amplamente utilizados A maioria das palavras selecionadas aparece em grupos nominais para não fugir à realidade do discurso técnico científico onde a incidência de construções desse ti po ocupa o segundo lugar de estruturas mais freqüentes só perdendo para a voz passiva Horsella Sindermann 1988 Os critérios para a seleção de palavras foram 1 palavraschave dentro do assunto 2 grupos nominais com três elementos no máximo 3 a aprovação como termos técnicos por dois especialistas da área As palavras selecionadas para inferência no texto conhecido foram catorze the unbiased diode the depletion layer an electric Held the energy hill forward bias a dc source a continuous stream a continuous flow the fleeing electrons reverse bias minoritycarrier current surface leakage current breakdown voltage e holes No texto desconhecido foram quinze open loop no feedback resistors error voltage squaring circuit waveshaping the slew rate voltage follower the load virtual ground a 8 Os textos utilizados na pesquisa não serão anexados a este artigo por se tratarem de textos bastante longos Souza 1993 Alfa São Paulo 38 191210 1994 201 summer the offset potential active positive clipper the clipping level active positive clamper low level inputs 75 Procedimentos para análise dos dados Os caminhos percorridos para a investigação de nossos questionamentos foram as análises quantitativa e qualitativa dos dados coletados As semelhanças foram somadas e comparadas por meio de porcentagens as diferenças foram analisadas individualmente por meio da análise dos erros cometidos pelos sujeitos a fim de obtermos alguns insíghts sobre o processo de inferência lexical Primeiramente analisamos quantitativamente os dados relativos ao texto conhe cido por meio do levantamento do conhecimento dos sujeitos sobre o assunto do texto A seguir exploramos as pistas contextuais propostas por Bramki Williams op cit utilizadas pelo autor dos textos técnicos em cada item lexical selecionado para inferência realizando uma análise qualitativa dos dados O mesmo procedimento foi utilizado para a análise dos dados do texto desconhecido e os resultados foram comparados A análise foi submetida à opinião de dois especialistas em Eletrônica à consulta do livro Eletrônica de Albert Malvino em português utilizado nas aulas específicas ministradas aos sujeitos e de dois dicionários técnicos da área a Dicionário de eletrônica inglêsportuguês de Giacomo Gardini Norberto de Paula Lima Hemus Editora Ltda 1982 b Dicionário de eletrônica e física do estado sólido Portu guêsInglês InglêsPortuguês de Ronaldo Sérgio de Biasi Phd Editora Record 1980 8 Comparação dos resultados dos dois textos conhecido e desconhecido Com o objetivo de compararmos a influência do conhecimento prévio no processo de inferência lexical elaboramos as Tabelas 1 e 2 correspondendo aos resultados dos textos de assuntos conhecido e desconhecido respectivamente Nas Tabelas 1 e 2 a coluna intitulada Palavras corresponde à primeira fase da pesquisa em que os sujeitos tinham de escrever palavras em português sobre o assunto conhecido Tabela 1 e sobre o assunto desconhecido Tabela 2 A segunda coluna corresponde à porcentagem de sujeitos que conheciam os diagramas apresen tados pela pesquisadora em cada texto A terceira coluna corresponde à porcentagem de sujeitos que realmente inferiram palavras desconhecidas nos textos de assunto conhecido e de desconhecido 202 Alfa São Paulo 38 191210 1994 Tabela 1 Fases de ativação de esquemas e as inferências lexicais do texto conhecido Palavraschave Palavras Diagramas Inferências N N 51 N 51 N SD SD 1 forward bias 628 549 658 38 2 reverse bias 765 647 656 29 3 the depletion layer 883 902 632 38 4 minoritycarrier current 236 536 28 5 an electric field 40 405 47 6 breakdown voltage 549 510 364 33 1 the fleeing electrons 706 824 319 22 8 dc source 314 961 300 20 9 surface leakage current 412 314 245 49 10 a continuous flow 60 238 42 11 a continuous stream 216 197 51 12 holes 491 710 125 48 13 the unbiased diode 0 109 46 14 the energy hill 0 21 49 Nota SD Número de sujeitos que desconheciam cada palavrachave Tabela 2 Fases de ativação de esquemas e as inferências lexicais do texto desconhecido Palavraschave Palavras Diagramas Inferências N N 51 N 51 N SD SD 1 error voltage 0 100 40 2 squaring circuit 0 79 51 3 lowlevel inputs 0 66 46 4 open loop 59 63 48 5 active positive clipper 0 79 40 51 6 the load 19 0 23 45 7 virtual ground 0 0 21 48 8 the offset potential 0 21 49 9 voltage follower 0 20 51 10 no feedback resistors 39 20 50 11 the clipping level 0 20 51 12 a summer 0 0 51 13 the slew rate 0 0 51 14 waveshaping 0 0 51 15 active positive clamper 0 39 0 51 Alfa São Paulo 38 191210 1994 203 É importante lembrar que nas duas primeiras colunas o total de sujeitos é 51 e que na coluna de inferências a porcentagem foi calculada com o número de sujeitos que não conheciam cada palavrachave número que está explicitado na quarta coluna Embora os sujeitos tenham produzido maior número de inferências no texto de assunto conhecido tornase difícil detectar as inferências derivadas do conhecimento prévio do leitor e as inferências oriundas do contexto visto que as pistas contextuais ativam os esquemas cognitivos do leitor e as duas estratégias se fundem em uma só Com o objetivo de tentar mensurar o tipo de interferência produzida para efeito de análise elaboramos as Tabelas 3 e 4 que diferem das tabelas anteriores pois basearamse em uma análise qualitativa observamos o desempenho de cada sujeito em cada fase da pesquisa até chegar à inferência de determinada palavra Tabela 3 Número de inferências lexicais inferências cognitivas e inferências con textuais no texto conhecido Palavraschave Inferências lexicais N Q SD N SD Inferências cognitivas N IL Inferências contextuais N IL 1 forward bias 25 38 658 21 840 4 160 2 reverse bias 19 29 656 18 947 1 53 3 the depletion layer 24 38 632 24 1000 0 0 4 minoritycarrier current 15 28 536 3 200 12 800 5 an electric field 19 47 405 0 0 19 1000 6 breakdown voltage 12 33 364 9 750 3 250 7 the fleeing electrons 7 22 319 6 857 1 143 8 dc source 6 20 300 6 1000 0 0 9 surface leakage current 12 49 245 7 584 5 416 10 a continuous flow 10 42 238 0 0 10 1000 11 a continuous stream 10 51 197 1 100 9 900 12 holes 6 48 125 6 1000 0 0 13 the unbiased diode 5 46 109 0 0 5 1000 14 the energy hill 1 49 21 0 0 1 1000 Total de palavras inferidas 14 519 481 204 Alfa São Paulo 38 191210 1994 Tabela 4 Número de inferências lexicais inferências cognitivas e inferências con textuais no texto desconhecido Palavraschave Inferências N Inferências Inferências Palavraschave lexicais SD N 50 cognitivas N IL contextuais N IL 1 error voltage 4 40 100 0 0 4 1000 2 squaring circuit 4 51 79 0 0 4 1000 3 lowlevel inputs 3 46 66 0 0 3 1000 4 open loop 3 48 63 2 667 1 333 5 active positive clipper 2 51 40 1 500 1 500 6 the load 1 45 23 0 0 1 1000 7 virtual ground 1 48 21 0 0 1 1000 8 the offset potential 1 49 21 0 0 1 1000 9 voltage follower 1 51 20 0 0 1 1000 10 no feedback resistors 50 21 0 0 1000 11 the clipping level 1 51 20 0 0 1 1000 12 a summer 0 51 0 0 0 0 0 13 the slew rate 0 51 0 0 0 0 0 14 waveshaping 0 51 0 0 0 0 0 15 active positive clamper 0 51 0 0 0 0 0 Total de palavras inferidas 11 106 894 Nota porcentagem das inferências lexicais número de respostas em cada palavra dividido pelo total de sujeitos que desconheciam cada palavrachave porcentagem das inferências cognitivas e das contextuais número de respostas em cada palavra dividido pelo número de inferências lexicais IL na mesma palavra Observandose a Tabela 3 percebese que houve maior porcentagem de inferências cognitivas 519 do que inferências contextuais 481 no texto de assunto conhecido As inferências cognitivas representam as oito palavras n Q 12 3 67 8 9 e 12 que já faziam parte dos esquemas dos sujeitos antes da leitura do texto As inferências contextuais são seis nQ 45101113 e 14 e correspondem às palavras desconhecidas antes da leitura do texto Se os sujeitos não conheciam estes termos as pistas contextuais devem ter sido responsáveis pelas inferências corretas Podemos perceber que no caso de os sujeitos possuírem conhecimento sobre o assunto do texto a diferença entre as duas estratégias é muito pequena demonstran do que elas interagem de tal forma que a inferência lexical é o resultado de ambas O estudo da Tabela 4 revela a preponderância das inferências contextuais 894 sobre as inferências cognitivas 106 Alfa São Paulo 38 191210 1994 205 Estes resultados sugerem que no caso de desconhecimento do assunto por parte dos sujeitos o papel do contexto é muito mais relevante do que em situação de assunto conhecido No entanto se observarmos as porcentagens do total de inferências lexicais realizadas nos dois textos verificaremos que os índices de inferência no texto desconhecido são muito baixos 9 Considerações finais Retomaremos as perguntas da pesquisa levantadas na introdução do trabalho para que o leitor possa recuperar os nossos propósitos e comparálos com as nossas descobertas pautadas na análise do produto de inferências e em nossas reflexões sobre o processo de inferência lexical de palavraschave técnicas 1 O conhecimento prévio do assunto de um texto técnico influencia positiva mente na inferência lexical de palavraschave O conhecimento prévio do assunto demonstrou que auxilia a inferência lexical de palavraschave No primeiro texto cujo conteúdo os sujeitos possuíam conheci mento prévio o produto de inferência lexical alcançou porcentagens bem maiores do que no texto de assunto desconhecido e nenhuma palavra desconhecida foi abando nada pelos sujeitos no segundo texto cujo conteúdo era desconhecido pelos sujeitos os resultados se colocaram todos em nível baixo e em quatro palavras a porcentagem de inferência foi zero Observamos que a presença de esquemas cognitivos na mente dos leitores técnicos teve dupla conseqüência positiva pois eles conseguiram inferir um número bem maior de palavras no primeiro texto e negativa pois os sujeitos com poucos conhecimentos lingüísticos parecem ter confiado em demasia em sua bagagem cultural e acabaram por produzir inferências sem checar suas hipóteses com o contexto Neste aspecto consideramos que os sujeitos utilizaram os processos de leitura de forma inadequada ora o processo topdown9 ora o bottomupw em detrimento do processo interativo não se preocupando em recuperar no texto a coerência pretendida pelo autor Os próprios sujeitos testemunharam que o conhecimento prévio foi a segunda estratégia que mais auxiliou no processo de inferência só perdendo por um ponto para a estratégia de reconhecimento de cognatos Pesquisas anteriores como a de Scott op cit e Souza 1990 1993 ratificam a comprovação dessa hipótese 2 É mais fácil para o leitor técnico inferir palavraschave do que palavras secundárias 9 Topdown ou descendente é o processo linear sintético e indutivo 10 Bottomup ou ascendente é o processo não linear analítico e dedutivo Kato 1987 p 65 206 Alfa São Paulo 38 191210 1994 Esta pergunta obteve respostas positivas no texto de assunto conhecido porque a maioria das palavraschave alcançou uma porcentagem de regular para boa nas inferências No entanto as palavraschave no texto de assunto desconhecido não tiveram os mesmos resultados de inferência porque os sujeitos não conheciam os conceitos tratados no texto Percebemos que mesmo a presença de termos cognatos nas palavraschave não é fundamental na inferência de termos técnicos quando o leitor não conhece o conceito que subjaz à palavra Neste aspecto concordamos com Holmes 1986 que afirma que o importante não é o leitor reconhecer o cognato mas entender o seu significado dentro do contexto Os últimos termos das listas de inferência dos dois textos excetuandose as palavraschave holes no primeiro e active positive clipper no segundo caracteriza ramse como palavras secundárias e obtiveram os menores percentuais de inferência Estes dados sugerem a maior freqüência da inferência em palavraschave do que em palavras secundárias 3 As pistas contextuais auxiliam o leitor técnico de nível médio a realizar inferências de palavraschave Os resultados sugerem que as pistas contextuais são de pouco auxílio no processo de inferência de leitores técnicos de nível médio Esse comportamento parece ser decorrente dos seguintes fatores 1 os sujeitos não são conscientizados dessas pistas 2 os sujeitos possuem um pequeno nível de conhecimento tanto lingüístico como técnico fator que impede a compreensão das pistas contextuais deixadas pelo autor 3 os sujeitos necessitam de treino na estratégia de uso do contexto mesmo quando já conhecem as categorias de familiarização lexical Os dados demonstram que há necessidade de um limite mínimo vocabular do leitor técnico para que os sujeitos entendam as pistas contextuais e infiram a palavra desconhecida No caso estudado embora os sujeitos conhecessem algumas palavras técnicas eles desconheciam marcadores de exemplificação definição explicação sinonímia e foi de pouco valor o esforço do autor para familiarizar os sujeitosleitores com os termos provavelmente desconhecidos pois eles não conseguiram perceber os recursos semânticos utilizados Exemplos desse comportamento encontramos no primeiro texto com a expressão the energyhill explicada por meio de termos bastante conhecidos como climb travei path No entanto os sujeitos não entenderam as pistas porque não deviam conhecer estes termos No texto desconhecido a falta de vocabulário ficou evidente na palavra waveshaping explicada por waveform triangu lar wave e square wave porque nenhuma inferência foi realizada Em pesquisa anterior com texto genérico Souza 1990 não notamos a neces sidade do limite vocabular mínimo thresholdeffect mas com texto técnico acredi Alía São Paulo 38 191210 1994 207 tamos ser preciso a presença deste patamar de conhecimento nos esquemas dos leitores pois os textos técnicos estão repletos de pistas contextuais que não foram entendidas pelos sujeitos embora elas tenham tido maior utilidade para a inferência quando o assunto do texto era desconhecido obrigando os sujeitos a procurarem entender melhor o contexto Essa suposição foi confirmada pelos próprios sujeitos que elegeram o uso do contexto como a estratégia mais útil no processo de inferência lexical quando eles não conhecem o assunto do texto Concluímos que o leitor técnico utiliza a inferência lexical como uma estratégia cognitiva automática quando ele conhece o assunto No entanto a inferência lexical precisa ser desenvolvida como estratégia metacogmuva consciente para que o leitor possa aproveitar todas as suas vantagens maior fluência em leitura aumento de vocabulário aumento da capacidade de raciocínio maior identificação das relações coesivas de um texto e melhor utilização do contexto lingüístico No âmbito pedagógico consideramos que a estratégia de inferência lexical como estratégia metacognitiva precisa ser ensinada para que o aluno tome consciência da sua capacidade de inferir para que discuta todos os tipos de inferência necessários a diferentes contextos e para que entenda a utilidade e eficácia dessa estratégia Além disso consideramos que seja necessário o treino sistemático dessa estratégia para que se torne hábito entre os aprendizes e para que eles possam tirar proveito não só de seus conhecimentos prévios mas também das pistas contextuais bastante ricas em textos técnicos SOUZA M H G M de Lexical inference in technical texts in Eriglish Alfa São Paulo v 38 p 1912101994 ABSTRACT The aim of this paper is to investigate the strategy of lexical inference of keywords in technical texts in the English language The subjects are students of a technical course of Electronics false beginners in the foreign language The analysis of data is quantitative and qualitative The research observes the role of students previous knowledge and the writers contextual devices on the strategy of lexical inference The categories of lexical familiarization examined are explanation definition exemplification synonymy stipulation and nonverbal illustration The results show a certain preponderance of strategies of the use of previous knowledge over the use of contextual clues although the findings state that the interaction between both strategies is important to the production of a successful lexical inference KEYWORDS Lexical inference technical text previous knowledge contextual clues keywords Referências bibliográficas 1 ALDERSON J C URQUHART A H This test is unfair Im not an economist In CARRELL P et alEd Interactive approaches to second language reading Cambri dge Cambridge University Press 1988 p 16882 208 Alfa São Paulo 38 191210 1994 2 AUSUBEL O P Retroactive facilitation in meariingful verbal learning Journal of Educa tional Psychology Washington v 59 p 2505 1968 3 BALTRA A Reading for academic purposes an ecletic exploration into reading theories and practical classroom applications São Paulo 1982 Tese Doutorado em Lingüística Aplicada Pontifícia Universidade Católica 4 BATEN L CORNU A M Reading strategies for LSP texts a theoretical outline on the basis of text function with practical application In PUGH A K ULIJN J M 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english for specialized purposes discourse analysis and the use of student informants In CARRELL P et alEd Interactive approaches to second language reading Cambridge Cambridge University Press 1988 p 15267 12 GRICE Logic and conversation In COLA D MORGAN J L Ed Syntax and semantics speech acts New York Academic Press 1975 V 3 13 GOODMAN K S Reading a psycholinguists guessing game In SINGER H RUDDELL R B Ed Theoretical models and processes of reading Newark International Reading Association 1967 14 GRIGOLETTO M A influência da previsibilidade sobre as estratégias de compreensão na leitura em língua materna e língua estrangeira Trabalhos em Lingüística Aplicada Campinas v 15 p 2547 1990 15 HOLMES J L Sharks quarks and cognates an elusive fundamental particle in reading comprehension The Especialist São Paulo v 15 p 13401986 16 HORSELLA M SINDERMANN G Processing nominal compounds in scientific texts in English The Especialist São Paulo v 9 n 12 p 7183 1988 17 KATO M A No mundo da escrita uma perspectiva psicolingüística São Paulo Ática 1987 144p Série Fundamentos 18 KLEIMAN A B Leitura ensino e pesquisa Campinas Pontes 1989a 213p 19 Texto e leitor aspectos cognitivos da leitura Campinas Pontes 1989b 82p 20 MACIEL A M B A leitura do texto científico em inglês estudo de uma situação Porto Alegre 1980 Dissertação Mestrado em Lingüística e Letras Pontifícia Universidade Católica Alfa São Paulo 38 1912101994 209 21 MARCUSCHI L A Leitura como processo inferencial num universo cultural cognitivo Leitura teoria e prática Porto Alegre v 5 p 3161985 22 RAMOS R C G Estratégias usadas por falsos principiantes na leitura de textos acadêmicos em inglês São Paulo 1988 Dissertação Mestrado em Lingüística Aplicada Pontifícia Universidade Católica 23 RUMELHART D E Schemata The building blocks of cognition In SPIRO R J et alEd Theoretical issues in reading comprehension Hillsdale N J Erlbaum Associates 1980 p 335 24 SCOTT M R Demystifying the Jabberwocky a research narrative Lancaster 1990 Tese Doutorado em Lingüística Aplicada University of Lancaster 25 SILVA E T MAKER J P Leitura uma estratégia de sobrevivência Ciência e Cultura São Paulo v 30 n 12 p 14315 sd 26 SOUZA M H G M de The role of previous knowledge in the inference of unknown vocabulary in the reading of general texts in English The Especialist São Paulo v 11 n 1 p 5982 1990 27 A inferência lexical no texto técnico em inglês São Paulo 1993 Dissertação Mestrado em Lingüística Aplicada Pontifícia Universidade Católica 28 ULIJN J M Reading for professional purposes psycholinguistic evidence in a crosslin guistic perspective In PUGH A K ULIJN J M Ed Reading for professional purposes London Heinemann Educational Books 1984 p 6681 29 WIDDOWSON H G O ensino de línguas para a comunicação Trad J C P de ALMEIDA FILHO Campinas Pontes 1991 230p LinguagemEnsino 30 WILLIAMS R Vocabulary recognition strategies in EAP reading Plymouth College of St Mark and St John 1984 Mimeogr 210 Alfa São Paulo 38 191210 1994

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