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Engenharia de Produção ·

Acionamento de Máquinas Elétricas

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16 Capítulo I Introdução aos motores elétricos de indução trifásicos O motor elétrico é a máquina mais usada para transformar energia elétrica em energia mecânica pois combina as vantagens da utilização de energia elétrica custo reduzido facilidade de transporte limpeza e simplicidade de comando com sua construção simples e robusta Apresentam baixos custos e grande versatilidade de adaptação aos mais variados tipos de cargas 1 Histórico do motor elétrico trifásico 1831 o princípio de indução magnética foi estabelecida por Michael Faraday em 1831 onde sabiase que um ímã rotativo era capaz de fazer girar um disco metálico pela ação da indução eletromagnética 1879 em 1879 o inglês U Bailey conseguiu obter um campo magnético girante a partir de eletroímãs fixos 1887 em 1887 o croata naturalizado norte americano Nikola Tesla e o italiano Galileo Ferraris conseguiram obter um campo girante a partir de duas bobinas defasadas de 90 no tempo Era o campo girante bifásico A partir do experimento de Tesla e Ferraris a empresa norte americana iniciou a produção de motores assíncronos bifásicos Eram motores precursores dos atuais motores de indução monofásicos 1889 o motor de indução trifásico foi desenvolvido pelo russo Michael Dolivo Dobro Volski que era engenheiro da empresa alemã AEG Após a invenção de Dobro Volski teve início a produção em série dos motores de indução trifásicos 2 Universo tecnológico em motores elétricos Os motores elétricos podem ser divididos em motores de corrente alternada CA e corrente contínua CC 17 Motor CA pode ser divididoem monofásico universal e trifásico Os monofásicos e os trifásicos são divididos em assíncrono e síncrono Os monofásicos assíncronos são divididos em gaiola de esquilo e rotor bobinado Os monofásicos síncronos são divididos em relutância e histerese Os trifásicos assíncronos são divididos em gaiola de esquilo e anéis Os trifásicos síncronos são divididos em ímã permanente pólos salientes e pólos lisos Os monofásicos assíncronos do tipo gaiola de esquilo são divididos em splitphase capacitor partida capacitor permanente capacitor dois valores e pólos sombreados O monofásico assíncrono do tipo rotor bobinado tem o tipo repulsão Motor CA podem ser divididos basicamente em monofásicos e trifásicos Eles são os mais utilizados porque a distribuição de energia elétrica é feita normalmente em corrente alternada Os principais tipos são assíncrono de indução e síncrono Monofásico assíncrono e síncrono Universal Trifásico assíncrono e síncrono Motor CC são motores de custo mais elevado e além disso precisam de uma fonte CC ou de um dispositivo que conversa a CA comum em contínua Podem funcionar com velocidade ajustável entre amplos limites e se prestam a controles de grande flexibilidade e precisão Por isso seu uso é restrito a casos especiais em que estas exigências compensam o custo mais alto da instalação Excitação série Excitação independente Excitação compound Ímã permanente a Motores CA Síncrono funciona com velocidade fixa É utilizado somente para grandes potências devido ao seu alto custo em tamanhos menores ou quando se necessita de velocidade invariável 18 Indução assíncrono funciona normalmente com uma velocidade constante que varia ligeiramente com a carga mecânica aplicada ao eixo Devido à sua grande simplicidade robustez e baixo custo é o motor mais utilizado de todos sendo adequado para quase todos os tipos de máquinas acionadas encontradas na prática Atualmente é possível controlarmos a velocidade dos motores de indução com o auxílio de inversores de frequência 19 Capítulo II Características construtivas O motor de indução trifásico é composto fundamentalmente de duas partes estator e rotor Figura 1 composição de um motor de indução trifásico Fonte WEG 1 Estator Carcaça é a estrutura suporte do conjunto de construção robusta em ferro fundido aço ou alumínio injetado com ou sem aletas e resistente a corrosão Núcleo de chapas as chapas são de aço magnético Enrolamento trifásico três conjuntos iguais de bobinas uma para cada fase formando um sistema trifásico ligado à rede trifásica de alimentação O estator é composto por núcleo de chapas e enrolamento trifásico O núcleo de chapas de aço é inserido dentro da carcaça do motor e o enrolamento trifásico é disposto dentro das ranhuras do núcleo de chapas 2 Rotor 20 Eixo transmite a potência desenvolvida pelo motor Núcleo de chapas as chapas possuem as mesmas características das chapas do estator Barras e anéis de curto circuito são de alumínio injetado sob pressão numa única peça Os rotores podem ser divididos em três tipos rotor de gaiola de alumínio rotor de gaiola de barras e rotor bobinado anéis Rotor de gaiola de alumínio é confeccionado com barras e anéis de curto em alumínio injetado formando o que conhecemos como gaiola de esquilo e permitindo um caminho para circulação da corrente induzida Rotor de gaiola de barras este tipo de rotor é feito de barras de cobre que são inseridas nas ranhuras do rotor Rotor bobinado este tipo de rotor é composto de bobinas de cobre que são inseridas nas ranhuras do rotor O rotor é composto das seguintes partes eixo barras e anéis de curto núcleos de chapas dentro do núcleo de chapas encontramse as barras de alumínio injetado curtocircuitadas O eixo do rotor é inserido em um furo central 3 Restante Outras partes do motor de indução trifásico tampa ventilador tampa defletora caixa de ligação terminais e rolamentos Tampa dianteira na tampa dianteira é fixado o rolamento dianteiro Caixa de ligação é na caixa de ligação que encontramos os terminais para a energização do motor A ligação do motor deve ser feita conforme dados da placa de identificação do mesmo Tampa traseira na tampa traseira é fixado o rolamento traseiro e a tampa defletora 21 Tampa defletora a tampa defletora tem a função de direcionar o fluxo de ar axialmente nas aletas do motor e desta maneira favorecer a dissipação do calor gerado pelo motor Ventilador o ventilador é fixado no eixo do rotor e conseqüentemente gira junto com o mesmo A localização do ventilador está entre a tampa defletora e a tampa traseira Figura 2 componentes de um motor de indução trifásico Fonte WEG Dimensões dos motores elétricos WEG seguem uma padronização Dimensões número da carcaça ABNT distância do centro da ponta de eixo à base do pé do motor Normas ABNT IEC dimensões em mm NEMA dimensões em polegadas As dimensões dos motores elétricos WEG são padronizadas de acordo com a NBR5432 que acompanha a International Electrotechnical com MissionIEC60072 Nestas normas a dimensão básica para a padronização das dimensões de montagem de maquinas elétricas é a altura do plano da base ao centro da ponta do eixo denominado de H 22 Forma construtiva é o arranjo das partes construtivas das máquinas com relação à sua fixação à disposição de seus mancais e à ponta de eixo que são padronizadas pelas normas NBR5031 IEC 600347 DIN42955 e NEMA MG1403 Formas construtivas normalizadas Com ou sem pés Com ou sem flanges Tipos de flanges FFou FA FC e FC DIN Vertical ou horizontal A norma NBR5432 determina que em condições padrão identificase a forma construtiva B3D estando em frente à caixa de ligação o eixo do motor está à direita Figura 3 Dimensões de um motor elétrico Fonte WEG 23 Figura 4 Dimensões de um motor elétrico Fonte WEG Figura 5 Dimensões de um motor elétrico Fonte WEG 24 Figura 6 Dimensões de um motor elétrico Fonte WEG Figura 7 Dimensões de um motor elétrico Fonte WEG 25 Capítulo III Conceitos fundamentais 1 Conjugado C FE força x distância E Nm Para movimentos circulares C Fr Nm onde C conjugado em Newtonmetros Nm F Força em Newton N e r raio da polia em metros m Para levantar um peso por um processo semelhante ao usado em poços a força F que é preciso aplicar a manivela depende do comprimento e da manivela Quanto maior for a manivela menor será a força necessária Se dobrarmos o tamanho da manivela a força F necessária será diminuída a metade Figura 8 Força em movimentos circulares Fonte WEG 2 Potência mecânica Pmec F x dt W Nms mede a velocidade com que a energia é aplicada ou consumida em um período de tempo A potência exprime a rapidez com que esta energia é aplicada e calculase dividindo a energia ou trabalho total pelo tempo gasto em realizálo A unidade mais usual para medida de potência mecânica é o CV cavalovapor equivale a 736 W 26 Potência mecânica do motor é a força que o motor gera para movimentar a carga em uma determinada velocidade Esta força é medida em HP CV ou em KW HP e CV são unidades diferentes de KW Para converter os valores das unidades de potência você pode usar a fórmula abaixo CV para KW multiplicase por 0736 KW para CV multiplicase por 1359 HP para KW multiplicase por 0746 KW para HP multiplicase por 1341 3 Potência elétrica do motor Para determinar a potência elétrica consumida pelo motor kw dividese a sua potência mecânica por seu rendimento ƞ A potência especificada na placa de identificação do motor indica a potência mecânica disponível na ponta do eixo Ex Pmec 5cv 368kw ƞ 845 catálogo Pkw 3680845 435kw Figura 9 Gráfico de potência elétrica Fonte WEG 27 No motor a potência elétrica potência de entrada é sempre maior que a potência mecânica potência de saída característica natural desta máquina elétrica A energia pode se apresentar de formas diferentes Se ligarmos uma resistência a uma rede elétrica com tensão passará uma corrente elétrica que irá aquecer a resistência A resistência absorve energia elétrica e a transforma em calor que também é uma forma de energia Um motor elétrico absorve energia elétrica da rede e a transforma em energia mecânica disponível na ponta do eixo A potência especificada na placa de identificação do motor indica a Pmec disponível na ponta do eixo Para determinar a potência elétrica consumida pelo motor kw dividese a sua potência mecânica por seu rendimento ƞ A diferença entre as duas potências representa as perdas que são transformadas em calor que aquece o enrolamento e deve ser dissipado para fora do motor para evitar que a elevação de temperatura seja excessiva O calor gerado pelas perdas no interior do motor é dissipado para o ar ambiente através da superfície externa da carcaça Em motores fechados essa dissipação é normalmente auxiliada pelo ventilador montado no próprio eixo do motor Uma boa dissipação depende da eficiência do sistema de ventilação da área total de dissipação da carcaça e da diferença de temperatura entre a superfície externa da carcaça e do ar ambiente text ta As potências elétricas podem ser representadas na forma de um triângulo chamado triângulo das potências Figura 10 Triângulo das potências Fonte WEG 28 Potência aparente S é o resultado da multiplicação da tensão pela corrente Corresponde à potência que existiria se não houvesse defasagem da corrente ou seja se a carga fosse formada somente por resistências Potência ativa P é a parcela da potência aparente que realiza trabalho ou seja que é transformada em energia Potência reativa Q é a parcela da potência aparente que não realiza trabalho Apenas é transferida e armazenada nos elementos passivos capacitores e indutores do circuito A potência elétrica do motor é a soma vetorial das potências elétricas ativa P e reativa Q tendo como resultante a potência elétrica aparente S 4 Fator de potência FP kW Pativa kVA Paparente cos φ Φ é o ângulo de defasagem da tensão em relação à corrente é a relação entre a potência real ativa P e a potência aparente S KW transformase em torque no eixo e aquecimento no motor KVAr gera o campo magnético girante no núcleo do motor KVA é a soma de vetores do kW com o kVAr Carga resistiva cosφ 1 Carga indutiva cosφ atrasado e carga capacitiva cosφ adiantado referemse à fase da corrente em relação à fase da tensão Um motor não consome apenas potência ativa que é depois convertida em trabalho mecânico mas também potência reativa necessária para a magnetização mas que não produz trabalho ANEEL Agência nacional de energia elétrica determinava valores mínimos de fator de potência nas instalações elétricas O objetivo é aproveitar o sistema elétrico reduzindo o trânsito de energia reativa nas linhas de transmissão subtransmissão e distribuição 29 O aumento do fator de potência dá maior disponibilidade de potência aparente no sistema já que a energia reativa limita a capacidade de transporte de energia útil O motor elétrico é uma peça fundamental pois dentro das indústrias representa mais de 60 do consumo de energia Logo é imprescindível a utilização de motores com potência e características bem adequadas à sua função O fator de potência varia com a carga do motor Correção do fator de potência o aumento do fator de potência pode ser realizado com a ligação de uma carga capacitiva em geral banco de capacitores em paralelo com a carga 5 Relação entre potência e conjugado Quando a energia mecânica é aplicada sob a forma de movimento rotativo a potência desenvolvida depende do conjugado C e da velocidade de rotação n P watt 2πnC sendo n a velocidade em rotações por segundos rps e C o conjugado em Newtonmetro P cv C kgfm x nrpm 716 C Nm x n rpm 7024 P kw C kgfm x nrpm 974 C Nm x n rpm 9555 Rendimento ƞ chamado potencia útil Pu a potência mecânica disponível no eixo e potência absorvida Pa a potência elétrica que o motor retira da rede o rendimento será a relação entre as duas ou seja Ƞ 736P cv100 VIcosφ V tensão de alimentação do motor em volts I corrente elétrica do motor em ampére Cos φ fator de potência do motor 6 Sistemas de corrente alternada monofásica 30 A corrente alternada se caracteriza pela variação da sua amplitude em relação ao tempo mudando de sentido alternadamente No sistema monofásico uma tensão alternada U volt é gerada e aplicada entre 2 fios aos quais se liga a carga que absorve uma corrente I ampére Frequência é o numero de vezes por segundo que a tensão muda de sentido e volta à condição inicial É expressa em ciclos por segundo ou hertz simbolizada por Hz Tensão máxima Vmáx é o valor de pico da tensão ou seja o maior valor instantâneo atingido pela tensão durante um ciclo este valor é atingido duas vezes por ciclo uma vez positivo e uma vez negativo Corrente máxima Imáx é o valor de pico da corrente 7 Sistemas de corrente alternada trifásica O sistema trifásico é formado pela associação de 3 sistemas monofásicos de tensões U1 U2 e U3 tais que a defasagem entre elas seja de 120 ou seja os atrasos de U2 em relação a U1 de U3 em relação a U2 e de U1 em relação a U3 sejam iguais a 120 considerando um ciclo completo 360 O sistema é equilibrado isto é as três tensões têm o mesmo valor eficaz U1U2U3 Ligando entre si 3 sistemas monofásicos e eliminando os fios desnecessários teremos um sistema trifásico 3 tensões U1 U2 e U3 equilibradas defasadas entre si de 120 e aplicadas entre os 3 fios do sistema a Ligações no sistema trifásico a1 Estrela Il corrente de linha em ampéres If corrente de fase em ampéres Uf tensão de fase em volts Ul tensão de linha em volts 31 Ligação estrela ligando um dos fios de cada sistema monofásico a um ponto comum aos três os três fios restantes formam um sistema trifásico em estrela O sistema trifásico em estrela também pode ser a quatro fios ou com neutro O quarto fio é ligado ao ponto comum às 3 fases Na ligação em estrela a corrente de linha IL é igual a corrente de fase If e a tensão de fase Uf é igual a tensão de linha Ul dividido pela raiz quadrada de 3 a2 Triângulo Ul Uf If Il Ligação triângulo se ligarmos os 3 sistemas monofásicos entre si conforme mostrado na figura podemos eliminar 3 fios deixando apenas um em cada ponto de ligação e o sistema trifásico ficará reduzido a três fios L1 L2 e L3 Na ligação em triângulo a tensão de linha Ul é igual à tensão de fase Uf e a corrente de fase If é igual a corrente de linha IL dividido pela Campo eletromagnético girante quando uma bobina é percorrida por uma corrente elétrica é criado um campo magnético dirigido conforme o eixo da bobina e de valor proporcional à corrente b Enrolamento b1 Enrolamento monofásico atravessado por uma corrente I e o campo H é criado por ela O enrolamento é constituído de um par de pólos um pólo norte e um pólo sul cujos efeitos se somam para estabelecer o campo H O fluxo magnético atravessa o rotor entre os 2pólos e se fecha através do núcleo do estator Se a corrente I é alternada o campo H também é invertendo o sentido a cada ciclo O campo H é pulsante pois sua intensidade varia proporcionalmente a corrente sempre na mesma direção nortesul 32 Figura 11 Enrolamento monofásico Fonte WEG b2 Enrolamento trifásico que é formado por 3 enrolamentos monofásicos espaçados entre si de 120 Se este enrolamento for alimentado por um sistema trifásico as correntes I1 I2 e I3 criarão do mesmo modo os seus próprios campos magnéticos H1 H2 e H3 Estes campos são espaçados entre si de 120 Além disso como são proporcionais as respectivas correntes serão defasados no tempo também de 120 O campo total H resultante a cada instante será igual à soma gráfica dos 3 campos H1 H2 e H3 naquele instante Figura 12 Enrolamento trifásico Fonte WEG 33 Rotação velocidade do motor é o numero de giros do eixo do motor por uma unidade de tempo A rotação normalmente é expressa em rpm Para a freqüência de 60 Hz temos Motor 2pólos 3600 rpm 4 pólos 1800 rpm 6pólos 1200 rpm 8 pólos 900 rpm Velocidade síncrona é definida pela velocidade de rotação do campo girante que depende do numero de pólos do motor e da freqüência da rede em hertz Os enrolamentos podem ser construídos com um ou mais pares de pólos que se distribuem alternadamente um norte e um sul ao longo da periferiado núcleo magnético O campo girante percorre um par de pólos a cada ciclo Assim como o enrolamento tem pólos ou pares de pólos a velocidade do campo será ns rotação síncrona 120fHz n pólos Escorregamento é usado para descrever a diferença entre a rotação síncrona e a rotação efetiva na ponta do eixo do motor Fatores como a carga ou até mesmo a variação da tensão da rede podem influenciar na rotação do motor S nsn100 ns Se o motor gira a uma velocidade diferente da velocidade síncrona ou seja diferente da velocidade do campo girante o enrolamento do rotor corta as linhas de força magnética do campo e pelas leis do eletromagnetismo circularão nele correntes induzidas Quanto maior a carga maior terá que ser o conjugado necessário para acionála Para obter o conjugado terá que ser maior a diferença de velocidade para que as correntes induzidas e os campos produzidos sejam maiores Portanto à medida que a carga aumenta cai a rotação do motor Quando a carga é zero o rotor gira praticamente com a rotação síncrona A diferença entre a velocidade do motor e a velocidade síncrona chamase escorregamento que pode ser expresso em rpm como fração da velocidade síncrona ou como porcentagem desta 34 Capítulo IV Características da rede de alimentação 1 Sistemas de Alimentação O sistema de alimentação pode ser monofásico ou trifásico O sistema monofásico é utilizado em serviços domésticos comerciais e rurais enquanto o sistema trifásico em aplicações industriais ambos em 50 ou 60 Hz a Tensão monofásica é a tensão medida entre fase e neutro O motor monofásico normalmente está preparado para ser ligado a uma rede de 110V 127V ou 220V No entanto existem lugares onde a tensão monofásica pode ser de 115V 230V ou 254V Nestes casos deve ser aplicado um motor especifico para estas tensões b Tensão trifásica é a tensão medida entre fases São os motores mais utilizados já que os motores monofásicos têm limitação de potência e além do mais fornecem rendimentos e torques menores o que aumenta seu custo operacional As tensões trifásicas mais utilizadas são 220V 380V e 440V 2 Tipos de Ligação a Estrela triângulo o enrolamento de cada fase tem as duas pontas trazidas para fora do motor Se ligarmos as 3 fases em triângulo cada fase receberá a tensão da linha por exemplo 220V Se ligarmos as 3 fases em estrela o motor pode ser ligado a uma linha de tensão igual a 220 380V sem alterar a tensão no enrolamento que continua igual a 220V por fase A tensão de fase Uf é igual à tensão de linha Ul dividida pela raiz quadrada de 3 Este tipo de ligação exige 6 terminais no motor e serve para quaisquer tensões nominais duplas desde que a segunda seja igual à primeira multiplicada pela raiz quadrada de 3 Ex 220 380V 380 660V 440760V 35 Figura 13 Ligação triângulo e ligação estrela Fonte WEG Ligando as duas metades em série cada metade ficara com a metade da tensão de fase nominal do motor Neste tipo de ligação o motor é religado na ligação paralela quando alimentado em 440V Figura 14 Ligação duplotriângulo e duploestrela Fonte WEG 36 b Sérieparalela Cada fase é dividida em 2 partes A segunda tensão é o dobro da primeira Cabos 9 Tensões 220 440 e 230 460V c Tripa tensão nominal O modelo abaixo é o modelo de ligação tripla tensão nominal Podemos combinar os dois casos anteriores O enrolamento de cada fase é dividido em duas metades para ligação sérieparalela Além disso todos os terminais são acessíveis para podermos ligar as 3 fases em estrela ou triângulo Figura 15 Tipos de ligação Fonte WEG 4 combinações possíveis de tensão nominal 1 Ligação triângulo paralelo 2 Ligação estrela paralela sendo igual à vezes a primeira 3 Ligação triângulo serie valendo o dobro da primeira 4 Ligação estrela serie valendo a vezes a terceira Mas como esta tensão maior que 600V é indicada apenas como referencia de ligação estrela triângulo Ex 220 380 440 760V Este tipo de ligação exige 12 terminais e 37 a figura mostra a numeração normal dos terminais e o esquema de ligação para as 3 tensões nominais 3 Frequência Frequência é o numero de vezes que um determinado evento se repete dentro de um intervalo de tempo Brasil 60hz freqüência da rede de alimentação isso significa que a tensão da rede repete o seu ciclo sessenta vezes por segundo A freqüência é um fator importante pois tem influencia direta sobre a rotação do motor elétrico Zona A f de 098 a 102 V de 095 a 105 Um motor deve ser capaz de desempenhar sua função principal continuamente na zona mas pode não atender completamente às suas características de desempenho à tensão e freqüências nominais apresentando alguns desvios As elevações de temperatura podem ser superiores aquelas à tensão e freqüências nominais Zona B f de 095 a 103 T de 090 a 110 Um motor deve ser capaz de desempenhar sua função principal na zona B mas pode apresentar desvios superiores àqueles da zona A no que se refere às características de desempenho e à tensão e freqüência nominais As elevações de temperatura podem ser superiores às verificadas com tensão e freqüência nominais e muito provavelmente superiores àquelas da zona A 38 Figura 16 Gráfico tensão x frequência Fonte WEG Sentido de rotação um motor de indução trifásico trabalhará em qualquer sentido dependendo da conexão com a fonte elétrica Para inverter o sentido de rotação invertese qualquer par de conexões entre motor e fonte elétrica Os motores WEG possuem ventilador bidirecional proporcionando sua operação em qualquer sentido de rotação sem prejudicar a refrigeração do motor Motores sem ventilador mas ventilados pela própria carga deverão atender a ventilação necessária ao motor independente do sentido de rotação 4 Métodos de partida a Partida direta Ideal do ponto de vista do motor 39 Provoca picos de corrente na rede Pode provocar queda de tensão na rede Implicações restrições por parte da concessionária e redução da vida útil da rede quando não dimensionada de acordo É considerado o método ideal porque o motor partirá com a tensão nominal disponível em seus terminais Isto proporcionará um toque de partida máximo para que o motor possa acionar a carga no menor tempo de aceleração possível Como o motor necessita uma alta corrente durante a partida esta poderá provocar picos de corrente na rede e como conseqüência irá provocar uma queda de tensão no momento da partida A alta corrente de partida e a queda de tensão poderão significar uma restrição por parte da concessionária de energia elétrica Além disto poderá ocorrer redução da vida útil da rede caso esta não for dimensionada de acordo Caso a partida direta não seja possível devido aos problemas citados podese usar sistema de partida indireta para reduzir a corrente de partida chave estrelatriângulo chave compensadora chave sérieparalela partida eletrônica soft starter b Partida estrelatriângulo utilizada em aplicações cujas cargas têm conjugados baixos ou partidas a vazio O motor deve possuir 6 terminais A corrente e o conjugado de partida ficam reduzidos a 33 Dupla tensão sendo a segunda tensão vezes a primeira Na partida o motor é ligado em estrela ate próximo da rotação nominal e então ocorre a comutação para a configuração triângulo A chave manual ou automática é interligada aos enrolamentos do motor O motor parte em configuração estrela que proporciona uma maior impedância e menor tensão nas bobinas diminuindo assim a corrente de partida juntamente com seu conjugado que ocasionará uma perda considerável de torque na partida Através desta manobra o motor realizará uma partida mais suave reduzindo sua corrente de partida a aproximadamente um terço da que seria se acionado em partida direta A partida estrelatriângulo não pode ser feita em qualquer situação pois o sistema exige que o motor tenha disponível pelo menos seis terminais e que a tensão nominal seja igual à tensão de triângulo do motor Ressaltase que o fechamento para triângulo só deverá ser feito quando o motor atingir pelo menos 90 da 40 velocidade nominal deste Logo o ajuste de tempo de mudança estrelatriângulo deverá estar baseado neste fato O uso de um tacômetro é essencial nesta tarefa na primeira vez que for testar o sistema com carga A mudança da configuração para triângulo sem que o motor tenha atingido este percentual de rotação provocaria pico de corrente praticamente igual ao que teria se usasse partida direta Figura 17 Gráfico conjugado x rotação Fonte WEG c Partida sérieparalela O motor deve possuir 9 terminais dupla tensão sendo a segunda tensão 2 vezes a primeira 220 440V Na partida o motor é ligado em série ate próximo da rotação nominal e então fazse a comutação para configuração paralelo Na partida em sérieparalela é necessário que o motor seja ajustável para 2 tensões a menor delas igual à da rede e a outra duas vezes maior Este tipo de ligação exige nove terminais do motor e que este seja ajustável para 4 níveis de tensão 220 380 440 760V A tensão nominal mais comum é 220 440V ou seja durante a partida o motor é ligado na configuração serie 440 ate atingir sua rotação nominal e então comuta para paralelo 220 O pico de corrente é reduzido a ¼ porém o conjugado de partida do motor também reduz na mesma proporção e portanto a maquina deve partir praticamente em vazio 41 d Partida com chave compensadora Partida de motores sob carga Reduz a corrente de partida dependendo do tap do transformador evitando sobrecarga no circuito A tensão na chave compensadora é reduzida através de autotransformador Taps do autotransformador 5065 e 80 da tensão É utilizada para partidas sob carga de motores de indução trifásicos onde a chave estrelatriângulo é inadequada Esta chave reduz a corrente de partida evitando sobrecarregar a linha de alimentação Deixa porém o motor com conjugado suficiente para a partida A tensão na chave compensadora é reduzida através de um autotransformador trifásico que possui geralmente taps de 50 65 e 80 da tensão nominal Durante a partida alimentase com a tensão nominal o primário do autotransformador trifásico conectado em estrela e do seu secundário é retirada a alimentação para o circuito do motor A passagem para o regime permanente fazse desligando o autotransformador do circuito e conectando diretamente a rede de alimentação o motor trifásico Para os motores que partirem com uma tensão menor que a tensão nominal a corrente e o conjugado de partida devem ser multiplicados pelos fatores k1 fator de multiplicação da corrente e k2 fator de multiplicação do conjugado obtidos no gráfico e Partida eletrônica por softstarter Método de partida suave Controle apenas da tensão Tempo de aceleração regulável É um dispositivo eletrônico composto de pontes tiristorizadas SCR na configuração antiparalelo acionadas por uma placa eletrônica a fim de controlar a 42 tensão de partida de motores elétricos de indução trifásicos Seu uso é comum em bombas centrifugas ventiladores e motores de elevada potência cuja aplicação não exija a variação de velocidade O soft starter controla a tensão sobre o motor através do circuito de potência constituído por seus SCRs variando o ângulo de disparo dos mesmos e conseqüentemente variando a tensão eficaz aplicada ao motor Assim podese controlar a corrente de partida do motor proporcionando uma partida suave de forma a não provocar quedas de tensão elétrica bruscas na rede de alimentação como ocorre em partidas diretas Os softstarters costumam funcionar com a tecnologia chamada bypass que após o motor partir e receber toda a tensão da rede ligase um contator que substitui os módulos de tiristores evitando sobreaquecimento dos mesmos Figura 18 corrente x tempo Fonte WEG 43 Capítulo V Características de aceleração O motor de indução tem conjugado igual a zero a velocidade síncrona À medida que a carga aumenta a rotação do motor cai gradativamente ate que o conjugado atinja o valor máximo que o motor é capaz de desenvolver Se o conjugado da carga aumentar mais a rotação do motor cai bruscamente podendo chegar a travar o rotor Representando num gráfico a variação do conjugado com a velocidade para um motor de indução trifásico vamos obter uma curva com aspecto representado abaixo Figura 19 Variação do conjugado x velocidade Fonte WEG Ao ser acionado o motor obedece a uma dada curva que comercialmente denominamos de curva característica do motor Durante o processo de aceleração do motor o conjugado varia dos quais se destacam Cn conjugado nominal ou de plena carga é o conjugado desenvolvido pelo motor à potência nominal sob tensão e freqüência nominais 44 Cp pode ser chamado de conjugado com rotor bloqueado conjugado de partida ou ainda conjugado de arranque é conseguido em laboratório travandose o eixo do motor e ligando o mesmo em tensão e freqüências nominais Cmin é o menor conjugado desenvolvido pelo motor ao acelerar desde a velocidade zero até a velocidade correspondente ao conjugado zero Cmáx é o maior conjugado desenvolvido pelo motor sob tensão e freqüência nominal sem queda brusca de velocidade Características de motores os motores de indução trifásicos com rotor de gaiola são classificados em categorias N H e D conforme as suas necessidades de conjugado em relação à velocidade e corrente de partida cada uma adequada a um tipo de carga Categoria N conjugado de partida normal corrente de partida normal baixo escorregamento Categoria H conjugado de partida alto corrente de partida normal baixo escorregamento Categoria D conjugado de partida alto corrente de partida normal alto escorregamento de 5 Figura 20 Categorias de motores de indução trifásicos Fonte WEG 45 1 Momento de inércia e tempo de aceleração Inércia medida da resistência que um dado corpo oferece na mudança de seu estado de movimento A carga possui sua inércia identificada por JC O motor também possui sua inércia identificada por JM que pode ser encontrada no catalogo do fabricante Agora podemos calcular a inércia da carga referida ao eixo do motor JCE que leva em conta o acoplamento entre o motor e a carga Esta grandeza JCE será utilizada na equação do tempo de aceleração Jce Jc onde Jce inércia da carga referida ao eixo do motor kgm² Jc inércia da carga kgm² nc velocidade de rotação da carga rpm nm velocidade de rotação do motor rpm O tempo de aceleração é o que o motor leva para acionar a carga desde a rotação zero ate a rotação nominal É dado pela seguinte equação ta 2πnJmJce Cmmed Crmed s n rotação em rps Jm momento de inércia do motor kgm2 Jce momento de inércia da carga referido ao eixo do motor kgm2 Cmmed conjugado motor médio em Nm Crmed conjugado resistente médio em Nm O tempo de aceleração de um motor deve ser comparado com o equivalente a 80 do tempo de rotor bloqueado Se o tempo de aceleração for maior que o valor de 80 do tempo de rotor bloqueados o motor poderá ter problemas de aquecimento 46 Capítulo VI Regulação de velocidade 1 Rotações Rotação síncrona e rotação nominal a rotação síncrona do motor ns é a rotação do campo girante presente no estator e depende da freqüência f e do numero de pólos do motor acionado A rotação nominal n é a rotação no eixo do motor e depende da freqüência f do numero de pólos do motor acionado e também do escorregamento s A relação entre velocidade freqüência numero de pólos e escorregamento é expressa por ns 120f npolos n 1s120f npolos 1 Variando a freqüência 2 Variando o n de pólos 3 Variando o escorregamento 2 Inversores de frequência Este equipamento é muito conhecido por permitir a variação da velocidade do motor em uma ampla faixa Mas o inversor vai muito alem de permitir a variação da velocidade e do motor podendo chegar a ser o controle no conjunto de um acionamento pois possui entradas e saídas digitais entradas e saídas analógicas saídas a relé bem como uma placa PLC incorporada que agrega ao inversor as funcionalidades de um controlador lógico programável a Características 47 Controle da velocidade em larga faixa de freqüência 0 a 300 Hz Controle escalar vf linear e ajustável VVW voltage vectorweg e vetorial disponível no mesmo produto 2 tipos de controle vetorial sensorless e com encoder requer acessório de interface para encoder Controle vetorial sensorless que possibilita alto torque e rapidez de resposta mesmo em baixas velocidades e na partida A função autoajuste adapta automaticamente o controle vetorial ou VVW ao motor e à carga utilizados Vários métodos de frenagem Através do controle vf ajustável é possível por exemplo ajustar uma curva vf quadrática que possibilita economia de energia para cargas de torque quadrático Ex bombas centrífugas e ventiladores b Variação da freqüência É hoje um método muito utilizado na indústria por vários motivos como a sua facilidade de instalação configuração e operação Os inversores alem de permitir uma ampla variação da velocidade apresentam também à condição de tornar o motor de corrente alternada um posicionador graças à placa PLC incorporada na linha de inversores CFW11 CFW 10 inversor com controle escalar com entrada monofásica e saída trifásica CFW 08 controle escalar e vetorial sensorless sem sensor cuja entrada pode ser monofásica ou trifásica e saída trifásica CFW 09 controle escalar vetorial sensorless e vetorial com encoder cuja entrada é trifásica e saída trifásica CFW 11 controle escalar vetorial sensorless e vetorial com encoder e ainda apresentando a placa PLC que agrega ao CFW11 as funcionalidades de um CLP 48 CFW 700 controle escalar vetorial sensorless e vetorial com encoder e ainda apresentando a função soft PLC incorporada agregando ao inversor a função de um CLP 49 Capítulo VII Características em regime 1 Elevação de temperatura No motor a potência elétrica potência de entrada é sempre maior que a potência mecânica potência de saída característica natural desta máquina elétrica 2 Vida Útil A vida útil de um motor de indução depende quase exclusivamente da vida útil da isolação dos enrolamentos Esta é afetada por muitos fatores como umidade vibrações ambientes corrosivos e principalmente a temperatura entre outros Dentre todos os fatores o mais importante é a temperatura de trabalho dos materiais isolantes empregados Um aumento de 8 a 10 graus na temperatura da isolação reduz sua vida útil pela metade Vida útil da isolação referese ao envelhecimento gradual do isolante que vai se tornando ressecado perdendo o poder isolante ate que não suporte mais a tensão aplicada e produza o curto circuito A experiência mostra que a isolação tem uma duração praticamente ilimitada se a sua temperatura for mantida abaixo de certo limite Acima deste valor a vida útil da isolação vai se tornando cada vez mais curta à medida que a temperatura de trabalho é mais alta Esta limitação de temperatura referese ao ponto mais quente da isolação e não necessariamente ao enrolamento do todo 3 Classe térmica do motor 50 O limite de temperatura depende do tipo de material empregado Para fins de normalização os materiais isolantes e os sistemas de isolamento são agrupados em classes de isolamento 4 Fator de serviço FS O fator que aplicado à potencia nominal indica a carga permissível que pode ser aplicada continuamente ao motor sob condições especificadas Note que se trata de uma capacidade de sobrecarga continua ou seja uma reserva de potência que dá ao motor uma capacidade de suportar melhor o funcionamento em condições desfavoráveis Fator de serviço também é uma grandeza que está impressa na placa de identificação de um motor elétrico Em principio nenhum motor deve ser instalado para fornecer uma potência superior à nominal no entanto sob determinadas condições isso pode vir a ocorrer acarretando um aumento de corrente e de temperatura que dependendo da duração e da intensidade da sobrecarga pode levar à redução da vida útil do motor ou ate mesmo à sua queima Tipos de proteção térmica Protetores térmicos são do tipo bi metálico com contato normalmente fechado instalado em motores monofásicos Termostatos são do tipo bi metálico com contato normalmente fechado RTD resistência calibrada PT100 platina 100 ohm a 0C Termistores material semicondutor silício a resistência varia com o calor PTC alta resistência para alta temperatura NTC baixa resistência para alta temperatura Para algumas linhas de motores WEG a proteção térmica é a padrão ou seja já está incorporada ao motor caso haja interesse do cliente na substituição a fábrica devera ser previamente consultada 51 5 Regimes de serviço a Regime S1 regime continuo é definido como sendo o grau de regularidade da carga a que o motor é submetido Os motores normais são projetados para regime continuo a carga é constante por tempo indefinido e igual à potência nominal do motor Ou seja referese ao funcionamento a carga constante de duração suficiente para que o motor alcance o equilíbrio térmico Figura 21 Regime S1 Fonte WEG b Regime S2 é definido por norma como o funcionamento a carga constante durante um certo tempo inferior ao necessário para que o motor possa atingir o equilíbrio térmico seguido de um período de repouso de duração suficiente para restabelecer a igualdade de temperatura com o meio refrigerante 52 Figura 22 Regime S2 Fonte WEG c Regime S3 seqüência de ciclos idênticos sendo um período a carga constante e um período de repouso O ciclo é tal que a corrente de partida não afeta significativamente a elevação de temperatura Figura 23 Regime S3 Fonte WEG 53 d Regime S4 seqüência de ciclos idênticos sendo um período de partida um período a carga constante e um período de repouso O calor na partida é suficientemente grande para afetar o ciclo seguinte Figura 24 Regime S4 Fonte WEG 6 Potência nominal Potência que o motor pode fornecer está intimamente ligada à elevação de temperatura do enrolamento Sabese que o motor pode acionar cargas de potências bem acima de sua potência nominal até quase atingir o conjugado máximo O que acontece porém é que se esta sobrecarga for excessiva isto é for exigida do motor uma potência muito acima daquela para a qual foi projetado o aquecimento normal será ultrapassado e a vida do motor será diminuída podendo ele até mesmo queimarse rapidamente 54 Capítulo VIII Características do ambiente 1 Características a Condições normais de operação para analisar a viabilidade do uso de um motor em uma determinada aplicação devemse levar em consideração alguns parâmetros 1 Altitude em que o motor será instalado 2 Temperatura do meio refrigerante temperatura ambiente As condições usuais de serviço são 1 Altitude não superior a 1000m acima do nível do mar 2 Meio refrigerante na maioria dos casos o ar ambiente com temperatura não superior a 40C e isenta de elementos prejudiciais Até estes valores de altitude e temperatura ambiente consideramse condições normais e o motor deve fornecer a sua potência nominal sem sofrer sobreaquecimento b Influência da altitude motores funcionando em altitudes acima de 1000m apresentam problemas de aquecimento causado pela rarefação do ar e conseqüentemente diminuição do seu poder de arrefecimento A insuficiente troca de calor entre o motor e o ar circundante leva à exigência de redução de potência Os motores têm aquecimento diretamente proporcional às perdas e estas variam aproximadamente numa razão quadrática com a potência Para que a altitude não influencie negativamente no funcionamento do motor existem 3 soluções possíveis 1 A instalação de um motor em altitudes acima de 1000m pode ser feita usandose material isolante de classe superior 2 Motores com fator de serviço maior que 10 115 ou maior trabalharão satisfatoriamente em altitudes acima de 1000m com temperatura ambiente de 55 40C desde que seja requerida pela carga somente a potência nominal do motor 3 Segundo a norma NBR17094 a redução necessária na temperatura ambiente deve ser de 1 dos limites de elevação de temperatura para cada 100m de altitude acima de 1000m Esta regra é valida para altitudes ate 5000m Figura 25 Influência da altitude Fonte WEG c Ambientes agressivos exigem que os equipamentos que neles trabalham sejam perfeitamente adequados para suportar tais circunstâncias com elevada confiabilidade sem apresentar problemas de qualquer espécie Ex estaleiros instalações portuárias indústria de pescados e múltiplas aplicações navais indústria química e petroquímica Os motores que trabalharão em ambientes agressivos deverão ter algumas características especiais Enrolamento duplo impregnado Pintura anticorrosiva alquídica interna e externa Placa de identificação de aço inoxidável 56 Juntas de borracha para vedar a caixa de ligação Caixa de ligação de ferro fundido Elementos de montagem zincados Ventilador de material não faiscante Retentores de vedação entre o eixo e as tampas Resina epóxi na passagem dos cabos de ligação pela carcaça d Ambientes perigosos os motores à prova de explosão destinamse a trabalhar em ambientes classificados e perigosos por conterem gases vapores poeiras ou fibras inflamáveis ou explosivas Uma atmosfera é explosiva quando a proporção de gás vapor pó ou fibras é tal que uma faísca proveniente de um circuito elétrico ou aquecimento de um aparelho provoca a explosão Para que se inicie uma explosão 3 elementos são necessários combustível oxigênio e faísca Liquido inflamável uma instalação onde produtos inflamáveis são continuamente manuseados processados ou armazenados necessita obviamente de cuidados especiais que garantam a manutenção do patrimônio e preservem a vida humana Os equipamentos elétricos por suas próprias características podem representar fontes de ignição quer seja pelo centelhamento normal devido à abertura e fechamento de contatos ou por superaquecimento de algum componente e Grau de proteção é a proteção do motor contra a entrada de corpos estranhos poeira fibras etc contato acidental e entrada de corpos líquidos Assim por exemplo um equipamento a ser instalado num local sujeito a jatos dágua deve possuir um invólucro capaz de suportar tais jatos sob determinados valores de pressão e ângulo de incidência sem que haja penetração de água que possa ser prejudicial ao funcionamento do motor O grau de proteção é definido por 2 letras IP seguido de 2 números O primeiro número indica proteção contra entrada de corpos estranhos e contato acidental enquanto o segundo indica a proteção contra entrada de corpos líquidos Grau de proteção IP21 ou IP23 são motores especificados para trabalhar em ambientes limpos e abrigados protegidos 57 Grau de proteção IP55 56 65 66 são motores especificados para trabalhar em ambientes desabrigados Tratase de motores totalmente protegidos contra toques humanos acidentais corpos sólidos e líquidos O 1 algarismo referese a proteção do motor contra a entrada de corpos sólidos e o 2 algarismo referese a proteção do motor contra a entrada de corpos líquidos 1 algarismo Algarismo Indicação 0 Semproteção 1 Proteção contra a entrada de corpos estranhos de dimensões acima de 50mm 2 Proteção contra a entrada de corpos estranhos de dimensões acima de 12mm 3 Proteção contra a entrada de corpos estranhos de dimensões acima de 25mm 4 Proteção contra a entrada de corpos estranhos de dimensões acima de 10mm 5 Proteção contra acumulo de poeiras prejudiciais ao motor 6 Totalmente proteção contra a poeira 2 algarismo Algarismo Indicação 0 Semproteção 1 Proteção contra pingos de água na vertical 2 Proteção contra pingos de água até a inclinação de 15 com relação à vertical 3 Proteção contra pingos de água até a inclinação de 60 com relação à vertical 4 Proteção contra respingos vindos de todas as direções 5 Proteção contra jatos de água vindos de todas as direções 6 Proteção contra água de vagalhões 7 Imersão temporária 8 Imersão permanente f Resistência de aquecimento tem por objetivo evitar a condensação de umidade no interior dos motores quando os mesmos não estão em funcionamento A 58 resistência de aquecimento jamais devera ser energizada com o motor ligado As resistências de aquecimento são utilizadas quando o motor elétrico é instalado em ambientes muito úmidos umidade 95 eou com possibilidade de ficar desligado por longos períodos acima de 24horas impedindo o acumulo de água no interior do motor pela condensação do ar Esta proteção nunca deve ser energizada com o motor em funcionamento pois o motor estará gerando o calor suficiente para evitar a condensação de água ou ainda poderá danificála completamente Poderá ser instalada na parte dianteira e na parte traseira do motor cabeças de bobina Figura 26 Resistência de aquecimento Fonte WEG As resistências de aquecimento devem ser especificadas de acordo com o tamanho da carcaça Figura 27 Resistência de aquecimento 59 Fonte WEG 60 CAPÍTULO IX Placas de identificação Pode ser considerada como a identidade do motor elétrico Todos os dados que são necessários ao usuário estão disponíveis nela A placa de identificação serve para orientar o operador sobre os valores de tensão do motor corrente nominal rendimento fator de potencia e muitos outros Em ambientes agressivos eou corrosivos a placa de identificação deve ser protegida corrente alternada 3 numero de fases trifásico KW HPcv potencia mecânica nominal 370 kw 500HPcv 355ml modelo da carcaça Motor de indução gaiola tipo do motor FS fator de serviço 115 Hz freqüência 60Hz V tensão nominal de operação 220380440V A corrente nominal de operação 1158A em 220V 670A em 380V e 579A em 440V RPM rotação nominal do motor 1790 rpm IPIN relação de corrente de partida pela nominal 66 FP fator de potencia 087 REG regime de serviço S1 Rend rendimento 963 Amb temperatura ambiente 40C Isol classe de isolamento F ΔT elevação de temperatura 80K Cat categoria de conjugado N 61 IFS corrente no fator de serviço IP55W grau de proteção Alt altitude 1000manm 1929 kg carga ΔΔ esquema de ligação para tensão nominal em 220V YY esquema de ligação para tensão nominal em 380V Δ esquema de ligação para tensão nominal em 440V Y esquema de ligação para partida do motor 6322C3 especificação do rolamento dianteiro Mobil polirex em 103 tipo de graxa utilizada nos rolamentos 6319C3 especificação do rolamento traseiro 60g5138h quantidade de graxa e intervalo de relubrificação em horas 62 Capítulo X Linhas de motores Figura 28 Linhas de motores industriais WEG Fonte WEG Figura 29 Motores W22 Fonte WEG 63 Figura 30 Características dos motores W22 Fonte WEG Figura 31 Linha dos motores W22 premium Fonte WEG 64 Características da linha de motores W22 premium Excedem os níveis de rendimento definidos na Portaria 553 da Lei de Eficiência Energética 10295 em vigor desde 15 de Dezembro de 2009 Excelente relação custobenefício redução do consumo de energia elétrica baixos níveis de ruído e vibração e fácil manutenção são algumas das características que definem esse novo produto Um motor que surge antecipando conceitos sobre eficiência energética desempenho e produtividade Figura 33 Motores Wmagnet Fonte WEG 65 Figura 34 Motores Wmagnet Fonte WEG Figura 35 Motores Wmagnet Fonte WEG 66 Figura 36 Características da linha de motores Wmagnet Fonte WEG Figura 37 Aplicações Fonte WEG 67 Figura 38 Motores WEG extra long life Fonte WEG Figura 39 Características dos motores WEG extra long life Fonte WEG 68 Figura 40 Motores Wwash Fonte WEG Figura 41 Características dos motores Wwash Fonte WEG 69 Figura 42 Linha de motores Rollertable Fonte WEG Figura 43 Motores Wmining Fonte WEG 70 Figura 44 Características dos motores Wmining Fonte WEG Figura 45 Características dos motores Rollertable Fonte WEG 71 Figura 46 Motores motofreio WEG Fonte WEG Figura 47 Características dos motores motofreio WEG Fonte WEG 72 Figura 48 Motores bomba monobloco Fonte WEG Figura 49 Características dos motores bomba monobloco Fonte WEG 73 Figura 50 Motores redutores de velocidade Fonte WEG Figura 51 Características dos motores redutores de velocidade Fonte WEG 74 Figura 52 Motores à prova de explosão Fonte WEG Figura 53 Características dos motores à prova de explosão Fonte WEG 75 Figura 54 Motores motofreio à prova de explosão Fonte WEG Figura 55 Características dos motores motofreio à prova de explosão Fonte WEG 76 Figura 56 Motores WDIP Fonte WEG Figura 57 Características dos motores WDIP Fonte WEG 77 Figura 58 Motores não acendível Fonte WEG Figura 59 Características dos motores não ascendíveis Fonte WEG 78 Figura 60 Motores Water Cooled Fonte WEG Figura 61 Características dos motores Water Cooled Fonte WEG 79 Figura 62 Motores comerciais WEG Fonte WEG Figura 63 Motor rural Fonte WEG 80 Figura 64 Motor motoserra Fonte WEG Figura 65 Motor steel motor monofásico Fonte WEG 81 Figura 66 Motor steel motor trifásico Fonte WEG Figura 67 Motor Jet Pump monofásico Fonte WEG 82 Figura 68 Motor Jet Pump trifásico Fonte WEG Figura 69 Motores para condicionadores de ar Fonte WEG 83 Figura 70 Motores para portão eletrônico Fonte WEG Figura 71 Motores para movimentação de ar 84 Fonte WEG Figura 72 Motores para lavaroupas automáticas e semiautomáticas Fonte WEG 85 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho buscou mostrar o funcionamento dos motores elétricos trifásicos e informar suas principais características Pudemos também ver suas aplicações no uso geral No acionamento de cargas mecânicas utilizamse motores elétricos que são máquinas capazes de promoverem uma transformação de energia elétrica em energia mecânica com algumas perdas de energia Como essas perdas de energia são pequenas o motor elétrico apresenta a vantagem de ser uma máquina com um rendimento energético elevado Entre os diversos tipos de motores elétricos o motor de indução trifásico é uma máquina com um princípio de funcionamento simples com uma construção robusta com pequena manutenção e age devido à automação do seu processo de fabricação ter um preço pouco elevado Como o progresso tecnológico permitiu o desenvolvimento de métodos de controle desta máquina elétrica que não sendo dissipativos de energia contribuem para uma utilização racional da energia elétrica o domínio de aplicações do motor trifásico tem vindo alargarse No acionamento de uma carga mecânica podem ser utilizados outros motores elétricos como os motores de corrente contínua os motores de corrente alternada síncronos os motores de indução monofásicos ou motores elétricos especiais Devido às suas características de funcionamento serem diferentes cada tipo de motor elétrico tem normalmente um tipo de aplicação específico No entanto atualmente com a alimentação dos motores elétricos por conversores eletrônicos de potência é possível através da estratégia de controle desses conversores adaptar as características de funcionamento naturais de um determinado tipo de motor elétrico 86 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAPELLI A Automação Industrial Controle do Movimento e Processos Contínuos 1ª Ed São Paulo Érica 2006 236 p WEG Curso online de motores elétricos de indução trifásicos2013 Disponivel em wwwwegcsodcombr Acessado em JUN2103 WEG Motores de indução alimentados por inversores de frequência PWM Guia Técnico WEG 2013 WEG Catálogo de motores elétricos Jaraguá do Sul 2006 Módulo I Comando e Proteção WEG Indústrias SA Disponível em httpwwwwegcombr Acessado em JUN02013