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Semina Ciências Agrárias ISSN 1676546X seminaagrariasuelbr Universidade Estadual de Londrina Brasil Reginatto Rafaella Cristina Salmon Frehse Michele Mariko Tanaka Neide Fávero Vinicius Sprea Gisele Swiech Bach Fernando Natal Sanson Marcelus Shunt portossistêmico extrahepático em cadela maltês de 8 meses Semina Ciências Agrárias vol 32 núm 2 abriljunio 2011 pp 739746 Universidade Estadual de Londrina Londrina Brasil Disponível em httpwwwredalycorgarticulooaid445744101040 Como citar este artigo Número completo Mais artigos Home da revista no Redalyc Sistema de Informação Científica Rede de Revistas Científicas da América Latina Caribe Espanha e Portugal Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto 739 Semina Ciências Agrárias Londrina v 32 n 2 p 739746 abrjun 2011 Shunt portossistêmico extrahepático em cadela maltês de 8 meses Extrahepatic portosystemic shunt in a 8 monthold female maltese dog Rafaella Cristina Reginatto1 Michele Salmon Frehse2 Neide Mariko Tanaka3 Vinicius Fávero1 Gisele Sprea4 Fernando Swiech Bach4 Marcelus Natal Sanson4 Resumo O shunt portossistêmico ou desvio portossistêmico DPS são comunicações vasculares únicas ou múltiplas entre a circulação sistêmica e a circulação portal que permite que o sangue portal chegue ao sistema circulatório sem antes passar pela metabolização hepática Podem ser adquiridos ou congênitos e também podem ser classificados como intrahepático localizado dentro do fígado ou extrahepático localizado fora do parênquima hepático A forma adquirida normalmente está associada com distúrbios intrahepáticos Eles normalmente sugerem vasos tortuosos que se comunicam com a veia cava caudal na região do rim esquerdo A forma congênita está associada a genética e uma das linhagens mais acometidas é a raça maltês O presente relato de caso descreve o diagnóstico e tratamento de uma cadela maltês de oito meses de idade com Shunt portossistêmico extrahepático A paciente apresentava sinais de encefalopatia hepática como inquietação locomoção apoiandose nas paredes compressão da cabeça contra a parede tremores de cabeça e deficiência visual Exames complementares constataram glicemia pósprandial próximo do valor inferior de referência fosfatase alcalina FA e alanina aminotransferase ALT aumentadas e hipoalbuminemia A ultrasonografia revelou a presença de cálculo vesical e cálculo renal bilateral fígado diminuído e aumento da ecogenicidade vesícula biliar com conteúdo anecóico e alta celularidade podendo sugerir hepatopatia colangiohepatopatia e detectou DPS extrahepático O uso do Doppler auxiliou na localização do desvio identificando a comunicação e a turbulência certificandose do DPS extrahepático Dieta com restrição protéica e antibioticoterapia com amoxicilina obtiveram bons resultados Optouse em fazer apenas o tratamento clínico e manter a qualidade de vida da paciente Palavraschave Shunt portossistêmico Maltês Diagnóstico Tratamento 1 Médicos Veterinários Autônomos CuritibaPR Email rafareginattohotmailcom viniciusfaverohotmailcom 2 Médica Veterinária MSc Doutoranda da Universidade Estadual de Londrina UEL Londrina PR Email miuel2003yahoo combr 3 Médica Veterinária PhD Profª da Universidade do Norte do Paraná UNOPAR Arapongas PR Email nmtanakaondacom br 4 Médicos Veterinários Hospital Veterinário Clinivet Curitiba PR Email gispreagmailcom neurologiaclinivetcombr marcelusclinivetcombr Autor para correspondência Abstract The shunt portosystemic or portosystemic deviation PSD are unique or multiples vascular communications between the systemic circulaton and the portal circulation that permit blood flow reaches the circulatory system without first passing trhought the hepatic metabolization May be acquired or congenital and can also be classified as intrahepatic located within the liver or extrahepatic located outside the liver parenquima The acquired form is usually associated with intrahepatic disorders They usually suggest tortuous vessels that communicate with the caudal vena cava in the region of the left kidney The congenital form is associated with genetic lineage and one of the most affected is Maltese breed This case report describes the diagnostis and treatment of a eight yearold female Maltese dog MEDICINA VETERINÁRIA RELATOS DE CASOS CASE REPORTS Recebido para publicação 16082009 Aprovado em 22042011 DOI 105433167903592011v32n2p739 740 Semina Ciências Agrárias Londrina v 32 n 2 p 739746 abrjun 2011 Reginatto R C et al presenting extrahepatic Portosystemic Shunt The patient showed signs of hepatic encephalopathy such as restlessnees weakness deambulation head tremor and impaired visual Complementary exam demonstrated postprandial glicemia near the lower limit of reference alkaline phosphatase ALP and alanine aminotransferase ALT increased and hipoalbuminemia Ultrasonography revealed the presence of vesical calculus and bilateral kidney liver decreases and increased echogenicity gallbladder with anechoic content and high cellularity may suggest liver colangiohepatopatia and extrahepatic DPS was detected The use of Doppler assisted in identifying the location of the bypass communication and the turbulence detecting the extrahepatic DPS Proteinrestricted diet and antibiotic therapy with amoxicillin achieved good results The clinical treatment was decided make only the clinical and maintain the quality of life of the patient Key words Portosystemic shunt Maltese Diagnosis and treatment Introdução e Revisão de Literatura O shunt portossistêmico ou desvio portossistêmico DPS são comunicações vasculares únicas ou múltiplas entre a circulação sistêmica e a circulação portal que permite que o sangue portal chegue ao sistema circulatório sem antes passar pela metabolização hepática MURPHY ELLISON LONG 2001 JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 BUNCH 2006 BRUM et al 2007 O fluxo sanguíneo hepático diminuído e a falta de substâncias hepatotrópicas provenientes do pâncreas e intestino tais como insulina glucagon e nutrientes não atingem o fígado e resultam em atrofia hepática O sangue da veia porta que passa direto para a circulação sistêmica sem sofrer detoxificação hepática leva a encefalopatia hepática EH MURPHY ELLISON LONG 2001 JONHSON 2004 FOSSUM 2005 BUNCH 2006 BRUM et al 2007 Segundo Fossum 2005 a EH é uma síndrome clínica de alteração da função do sistema nervoso central resultante da insuficiência hepática Os DPS podem ser adquiridos ou congênitos e também podem ser classificados como intra hepático localizado dentro do fígado ou extra hepático localizado fora do parênquima hepático JONHSON 2004 FOSSUM 2005 BUNCH 2006 De acordo com Johnson 2004 a forma adquirida normalmente está associada com distúrbios intra hepáticos caracterizando vasos tortuosos que se comunicam com a veia cava caudal na região do rim esquerdo O DPS adquirido está presente devido à hipertensão portal HP e está associado a algumas doenças como colangiohepatite crônica neoplasias hepáticas e fístulas arteriovenosas AV JOHNSON 2004 CARVALHO CHAMMAS 2008 A HP é causada pelo aumento de fluxo sanguíneo portal ou aumento da resistência a esse fluxo Esse aumento de resistência é mais comum devido a doença adquirida BUNCH 2004 O DPS congênito é o mais comumente encontrado são vasos embrionários anômalos que aparecem como desvios simples intra ou extra hepáticos não estando associado a HP JOHNSON 2004 CARVALHO CHAMMAS 2008 A forma congênita pode estar associada à genética as linhagens mais acometidas são de yorkshire terrier maltês schnauzer miniatura old english sheepdog irish wolfhounds JOHNSON 2004 van STEENBEEK 2009 Acomete normalmente os cães de raças puras e gatos mestiços entre um mês e 12 anos de idade BUNCH 2006 CARVALHO CHAMMAS 2008 Para Fossum 2005 o DPS intrahepático é mais comum em raças de grande porte e fornecem uma comunicação entre a veia porta e a veia cava caudal que ocorre por falha do ducto venoso em se fechar após o nascimento JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 BRUM et al 2007 BUNCH 2006 O DPS extrahepático normalmente conecta a veia porta ou veia gástrica esquerda ou veia esplênica com a veia cava cranial caudal às veias 741 Semina Ciências Agrárias Londrina v 32 n 2 p 739746 abrjun 2011 Shunt portossistêmico extrahepático em cadela maltês de 8 meses frênicoabdominais Com menor frequência os vasos anômalos entram na veia ázigo ou em outro vaso sistêmico JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 BUNCH 2006 O DPS extrahepático ocorre principalmente em raças de pequeno porte JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 BUNCH 2006 BRUM et al 2007 Van Straten et al 2005 confirmaram a expressão hereditária autossomal e provável poligênica do shunt portossistêmico extra hepático congênito em Cairn Terriers Os sinais clínicos do DPS dependem da cronicidade do distúrbio e estão relacionados com o sistema nervoso central gastrintestinal e trato urinário No DPS adquirido e congênito os sinais se manifestam de maneira igual normalmente apresentam EH que pode incluir anormalidades neurocomportamentais sinais neurológicos ataxia pressão da cabeça contra a parede desorientação vocalização convulsão cegueira anorexia perda de peso apatia vômito ascite diarréia dor abdominal uropatia obstrutiva devido à urolitíase por biurato de amônio poliúria polidipsia hematúria e polaciúria MURPHY ELLISON LONG 2001 JOHNSON 2004 A ascite é mais comum na forma adquirida pois a HP é o mecanismo de formação do desvio JOHNSON 2004 A EH é mais comumente vista no DPS congênito e os seus sinais tendem a aumentar e diminuir podendo estar intercalada com períodos normais ela tende a acentuar após a ingestão de alimentos com altos níveis de proteínas pelo sangramento gastrintestinal associado a parasitas transfusão contendo altas concentrações de amônia alcalose metabólica que favorece a formação da amônia constipação hipocalemia que aumenta a produção renal de amônia e terapia medicamentosa com alguns anestésicos antihistamínicos e tetraciclinas JOHNSON 2004 BUNCH 2006 No hemograma poderão ser vistas algumas alterações como anemia arregenerativa leve a moderada e microcitose podendo estar associada ao metabolismo anormal de ferro MURPHY ELLISON LONG 2001 JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 Os testes bioquímicos revelam hipoproteinemia diminuição de nitrogênio uréico sérico BUN hipoalbuminemia hipoglobulinemia hipocolesterolemia hipoglicemia pequeno aumento de ALT e FA MURPHY ELLISON LONG 2001 JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 BUNCH 2006 A urinálise pode revelar a presença de cristais de biurato de amônia e urina diluída Devido à inflamação e infecção mecânicas secundárias aos cálculos metabólicos podese ter hematúria piúria e proteinúria A função hepática pode ser avaliada também através do teste de ácidos biliares séricos ABS ou através do teste de tolerância à amônia O ABS pode ser feito para o diagnóstico do DPS onde em jejum quase sempre estarão aumentados mas podem estar normais também O ABS pósprandiais quando estão acentuadamente aumentados 100µmolL confirmam o DPS O teste de tolerância à amônia é o método mais confiável de demonstrar hiperamonemia porém não é muito utilizado devido à restrição de transporte e manuseio do sangue JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 PEREIRA et al 2008 O achado mais compatível em radiografias é a microhepatia ou cálculos urinários Os cálculos de urato de amônio não são visíveis a menos que eles contenham quantidades significativas de magnésio e fosfato JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 A ultrasonografia e a cintilografia fornecem informações sobre a presença a localização e o tipo de DPS A ultrasonografia detecta de maneira mais confiável os DPS intrahepáticos do que os extra hepáticos o fígado normalmente aparece pequeno apresenta hipovascularidade e o vaso do desvio pode ser identificado e na avaliação dos rins e da bexiga podemse encontrar cálculos Identificamse ainda os vasos tortuosos e anecóicos observados junto com fístulas AV hepáticas MURPHY ELLISON LONG 2001 JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 742 Semina Ciências Agrárias Londrina v 32 n 2 p 739746 abrjun 2011 Reginatto R C et al O ultrasom com Doppler colorido tem sido um método útil de diagnóstico ele auxilia na localização do desvio examina a veia cava caudal à veia frênicoabdominal e a junção com a veia cava no local da comunicação ocorre turbulência garantindo a anomalia vascular portossistêmica extrahepática CARVALHO CHAMMAS 2008 A cintilografia portal é uma técnica para os animais que apresentam sinais inespecíficos de DPS monitora o fechamento do desvio no pósoperatório e registra o fluxo sanguíneo hepático anormal fornecendo o cálculo da fração do desvio a partir de gráficos da atividade com o tempo é administrado pela via retal o pertecnetato 99m tecnécio onde é rapidamente absorvido do cólon para o sangue portal nos animais normais a radioatividade é detectada primeiro no fígado e depois no coração no DPS ela alcança o coração antes ou ao mesmo tempo em que alcança o fígado JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 PEREIRA et al 2008 Nos animais que apresentam EH o tratamento consiste em fluidoterapia com solução fisiológica e suplementação de potássio conforme a necessidade para corrigir as anormalidades eletrolíticas e ácido básicas dieta altamente digerível com restrição protéica sendo o carboidrato a fonte primária de calorias devese usar dietas formuladas comercialmente para doenças hepáticas ou insuficiência renal antibióticos como metronidazol ampicilina e neomicina sendo esta a mais utilizada onde irão reduzir a flora intestinal na produção de toxinas como amônia A lactulose também é utilizada por via oral ou através de enema a finalidade é acidificar o lúmen intestinal impedindo a produção e absorção de amônia MURPHY ELLISON LONG 2001 JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 BUNCH 2006 BRUM et al 2007 PEREIRA et al 2008 De acordo com Bunch 2006 a dieta pode ser preparada em casa pelo proprietário utilizando proteína a base de leite tais como queijo cottage proteínas a base de ovo soja frutas e vegetais Para o DPS congênito o tratamento definitivo é cirúrgico através da ligação cirúrgica da anomalia vascular portossistêmica ou o emprego de um constritor ameróide MURPHY ELLISON LONG 2001 JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 A ligação cirúrgica tem como objetivo a ligação total mas frequentemente atingese apenas a ligação parcial por motivo de segurança devido a risco de HP O volume de sangue portal que é desviado de volta para o fígado após a ligação total é muito grande fazendo com que o fígado não consiga acomodar esse volume a mais e desenvolva a HP MURPHY ELLISON LONG 2001 JOHNSON 2004 PEREIRA et al 2008 Segundo Johnson 2004 e Hunt et al 2004 a HP pode ocorrer de duas e 24 horas após a realização da cirurgia Os sinais que serão observados caso isso ocorra são distensão abdominal dor diarréia sanguinolenta íleo paralítico choque endotóxico e colapso cardiovascular hiperagudo Se houver HP grave o animal deve ser submetido à laparotomia de emergência removendo a ligadura Convulsões e estado epilético são as complicações pósoperatória da ligação cirúrgica JOHNSON 2004 BUNCH 2006 Para Johnson 2004 essas convulsões não possuem como causa só a hipoglicemia ou EH e sim pelo simples fato de o cérebro ter se adaptado ao metabolismo alterado O constritor de ameróide reduz os riscos cirúrgicos imediatos da ligação é um material higroscópico em anel de aço inoxidável que é colocado ao redor do desvio e conforme o fluido é absorvido o lúmen do anel se torna menor ocluindo o desvio MURPHY ELLISON LONG 2001 JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 PEREIRA et al 2008 Faixas de celofane atualmente têm sido usadas para a oclusão do DPS essas fitas possuem o mesmo efeito do anel de ameróide e são colocadas ao redor do shunt induzindo um processo lento e progressivo de oclusão FOSSUM 2005 HUNT et al 2004 Segundo Murphy Ellison e Long 2001 e 743 Semina Ciências Agrárias Londrina v 32 n 2 p 739746 abrjun 2011 Shunt portossistêmico extrahepático em cadela maltês de 8 meses Johnson 2004 esses métodos possuem como vantagens a oclusão progressiva do desvio até o período de 30 a 60 dias a diminuição do tempo cirúrgico e anestésico e ausência de monitoração da pressão portal durante a cirurgia Os desvios intrahepáticos são mais difíceis de corrigir do que os desvios extrahepáticos JOHNSON 2004 O prognóstico para os animais submetidos à ligação cirúrgica total e que sobrevivem ao pós cirúrgico imediato é excelente ocorrendo melhora de 70 a 80 dos sinais clínicos Nos casos de ligação parcial o prognóstico não é tão bom os sinais clínicos podem desaparecer nos primeiros anos mas cerca de 40 a 50 reaparecem com os sinais O acompanhamento póscirúrgico deve ser feito por três anos Para alguns pacientes deve ser feito o tratamento para a EH pela vida inteira JOHNSON 2004 De acordo com Bunch 2006 um terço de todos os animais que apresentam o DPS optam em fazer apenas o tratamento clínico e podem ter uma boa qualidade de vida que vai de tres a oito anos Alguns desses animais necessitam ser submetidos a eutanásia dentro de 10 meses por apresentarem EH incontrolável Relato do Caso Uma cadela da raça maltês oito meses de idade 15Kg foi atendida no Hospital Veterinário Clinivet CuritibaPR De acordo com o histórico clínico a paciente recebeu vacina antirábica e cerca de três horas após a administração da mesma percebeu que a paciente estava inquieta se locomovia apoiando se nas paredes fazia compressão da cabeça contra a parede apresentava tremores de cabeça e deficiência visual As demais funções fisiológicas dentro da normalidade Ao exame neurológico observou perambulações andar em círculo para ambas as direções apoiandose na parede movimentos ligeiramente hipermétricos tremor de intenção de cabeça acentuado sialorréia resposta pupilar direta e consensual normal e deficiência ao teste de ameaça bilateral A paciente foi internada para acompanhamento dos sinais e para a realização de exames complementares A dosagem de glicemia pós prandial foi de 64mgdL Diazepam 002mgkg foi administrado para minimizar a agitação tônico clônica após o retorno da sedação a paciente permaneceu sonolenta mas com melhora dos sinais neurológicos Exames bioquímicos demonstraram creatinina 047mgdL e ALT 7463UL No hemograma hemoglobina 114gdL leucocitose segmentados 19068mm3 e proteína plasmática 46gdL A glicemia foi repetida em jejum e o valor estava dentro da normalidade Dosagem de amônia 1503MOLL e a fosfatase alcalina 5109UIL estavam acima dos valores normais de referência e observou uma hipoalbuminemia de 184gdL Na ultrasonografia abdominal exploratória identificouse a presença de cálculo vesical e cálculo renal bilateral fígado diminuído e aumento da ecogenicidade vesícula biliar com conteúdo anecóico e alta celularidade Figura 1 podendo sugerir hepatopatia colangiohepatopatia 744 Semina Ciências Agrárias Londrina v 32 n 2 p 739746 abrjun 2011 Reginatto R C et al Figura 1 Imagem ultrasonográfica sedimento em vesícula biliar Na avaliação vascular com Doppler colorido foi observado fluxo turbulento e provável comunicação entre veia porta e veia cava caudal em abdome direito Figura 2 sugerindo Shunt Portossistêmico Figura 2 Imagem Doppler colorido comunicação entre veia porta e veia cava caudal A paciente recebeu alta médica em bom estado geral e sem alterações neurológicas foi prescrito amoxicilina 250mg na dose de 20mgKg a cada 12 horas durante 20 dias e Legalon 10mg suspensão a cada oito horas durante 30 dias Foi indicada dieta terapêutica Hepatic da Royal Canin e comida caseira ricota queijo branco carne branca clara de ovo e arroz 745 Semina Ciências Agrárias Londrina v 32 n 2 p 739746 abrjun 2011 Shunt portossistêmico extrahepático em cadela maltês de 8 meses Após o período de tratamento a paciente estava ativa com apetite e normodipsia Apresentou apenas um episódio de diarréia pastosa poucos dias após a alta médica com melhora espontânea Ausência de alterações comportamentais neurológicas e sialorréia A paciente retornou para a realização da urinálise no resultado a concentração urinária era de 1036 discretamente turva com traços de proteína e cristais Apresentava hipoalbuminemia 189gdL e aumento da FA 2997UIL Foi prescrito Ursacol 50mg a cada 12 horas até novas recomendações A paciente apresentavase em bom estado geral Resultados e Discussão A paciente da raça maltês apresenta DPS extra hepático De acordo com Johnson 2004 a forma congênita está associada a genética e uma das linhagens mais acometidas é a maltês Também pelo fato de ser um animal de raça pura e com oito meses idade aumentam as possibilidades de ser extrahepático BUNCH 2006 CARVALHO CHAMMAS 2008 A paciente apresentava sinais clínicos de EH que é mais comumente vista em desvios extrahepáticos congênitos MURPHY ELLISON LONG 2001 JOHNSON 2004 A glicemia pósprandial estava próximo do valor inferior de referência FA e a ALT estavam acima dos valores normais de referência e apresentava uma hipoalbuminemia De acordo com vários autores os animais com DPS podem apresentar hipoalbuminemia pequenos aumentos de FA e ALT e hipoglicemia MURPHY ELLISON LONG 2001 JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 BUNCH 2006 A urinálise apresentou densidade de 1040 e presença de cristais com traços de proteínas além da inflamação e infecção o quadro foi sugestivo de proteinúria A paciente apresentou uma hiperamonemia os autores relatam que esse teste é difícil de ser realizado devido a restrição do transporte e do manuseio mas nesse caso foi feito JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 PEREIRA et al 2008 A radiografia não foi realizada Os achados mais significativos no exame radiográfico são os cálculos sendo que o principal cálculo presente no DPS é o cálculo de urato de amônio JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 Apesar da ultrasonografia detectar mais os DPS intrahepáticos neste caso identificouse o desvio extrahepático As alterações eram compatíveis com a literatura como diminuição do tamanho do fígado cálculo vesical e renal bilateral MURPHY ELLISON LONG 2001 JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 Outro método útil para o diagnóstico é o uso do Doppler CARVALHO CHAMMAS 2008 Na paciente em questão o Doppler auxiliou na localização do desvio identificando a comunicação e a turbulência certificandose do DPS extrahepático A cintilografia portal é uma técnica para os animais que apresentam sinais inespecíficos de DPS JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 PEREIRA et al 2008 Como a paciente apresentava EH alterações nos exames compatíveis com o desvio e um diagnóstico confirmado através do ultrasom com o Doppler não seria necessário a realização desse exame A paciente recebeu fluidoterapia dieta com restrição protéica e antibioticoterapia De acordo com os autores os antibióticos que devem ser utilizados nesse caso são metronidazol ampicilina e neomicina mas no caso da paciente foi utilizado a amoxicilina e foi obtido um bom resultado MURPHY ELLISON LONG 2001 JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 BUNCH 2006 BRUM et al 2007 PEREIRA et al 2008 Para Bunch 2006 a dieta caseira é também uma alternativa de restrição de proteína e foi indicada 746 Semina Ciências Agrárias Londrina v 32 n 2 p 739746 abrjun 2011 Reginatto R C et al para a proprietária a realização da mesma com ricota queijo branco carne branca clara de ovo e arroz O mais indicado para o DPS congênito é o tratamento cirúrgico mas de acordo com Bunch 2006 em um terço dos animais que apresentam DPS os proprietários optam em fazer apenas o tratamento clínico Conclusão Concluise que os métodos diagnósticos eficazes e o uso do Doppler colorido auxiliaram no diagnóstico e identificação do DPS extrahepático o que corroborou para indicar e manter a terapêutica conservadora Agradecimentos Hospital Veterinário Clinivet CuritibaPR Referências BRUM A M de CHAMPIO T ZANATTA R COSTA M T CANOLA J C Utilização de probiótico e de lactulose no controle de hiperamonemia causada por desvio vascular portossistêmico congênito em um cão Ciência Rural Santa Maria v 37 n 2 p 572574 mar abr 2007 BUNCH S E Distúrbios hepáticos agudos e sistêmicos que acometem o fígado In ETTINGER S J FELDMAN E C Tratado de medicina interna veterinária 5 ed Rio de Janeiro Guanabara 2004 p 1398 1413 Doenças hepatobiliares no cão In NELSON R W COUTO C G Medicina interna de pequenos animais 3 ed Rio de Janeiro Elsevier 2006 p 507 525 CARVALHO C F CHAMMAS M C Uso do ultrassom dúplex Doppler no diagnóstico de shunt portossistêmico em gatos Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia Belo Horizonte v 60 n 1 p 109112 fev 2008 FOSSUM T W Cirurgia hepática In Cirurgia de pequenos animais 2 ed São Paulo Roca 2005 p 451475 HUNT G B KUMMELING A TISDALL P LC ANDREW M MARCHEVSKY L JULIUS M YOUMANS K R GOLDSMID S E BECK J A Outcomes of cellophane banding for congenital portosystemic shunts in 106 dogs and 5 cats Veterinary Surgery Hoboken v 33 n 1 p 2531 2004 JOHNSON S E Hepatopatias crônicas In ETTINGER S J FELDMAN E C Tratado de medicina interna veterinária 5 ed Rio de Janeiro Guanabara 2004 p 1369 1398 MURPHY S T ELLISON G W LONG M A A comparison of the ameroid constrictor versus ligation in the surgical management of single extrahepatic portosystemic shunts Journal of American Animal Hospital Association Lakewood v 37 n 4 p 390396 2001 PEREIRA C T MARQUES F L KERLARRY A JULY J R MARTINS B W Shunt portossistêmico considerações sobre diagnóstico e tratamento Clínica Veterinária São Paulo v 13 n 72 p 2834 janfev 2008 Van STRATEN G LEEGWATER P A J VRIES M van den BROM W E ROTHUIZEN J Inherited congenital extrahepatic portosystemic shunts in cairn terriers Journal of Veterinary Internal Medicine Hoboken v 19 n 3 p 321324 2005 Van STEENBEEK F G LEEGWATER F J van SLUIJS FJ HEUVEN H C M ROTHUIZEN J Evidence of inheritance of intrahepatic portosystemic shunts in Irish Wolfhouds Journal of Veterinary Internal Medicine Hoboken v 23 n 4 p 950952 julaug 2009 O shunt portossistêmico é uma condição em que há uma conexão anormal entre a veia porta hepática que transporta sangue do trato gastrointestinal para o fígado e a veia cava que leva sangue do corpo de volta ao coração SANTOS et al 2014 Em cães o shunt portossistêmico pode ser congênito ou adquirido CAMARGO et al 2019 como resultado de doenças hepáticas crônicas Com o shunt portossistêmico o sangue que normalmente seria filtrado pelo fígado para remoção de toxinas é desviado diretamente para a circulação sistêmica contornando o processo normal de filtragem hepática Isso pode levar a uma série de sintomas como convulsões falta de coordenação cegueira letargia coma anemia problemas urinários e dificuldade de crescimento em filhotes MAIA 2008 BONELLI 2008 O tratamento do shunt portossistêmico em cães pode ser clínico medicamentos mudanças na dieta etc ou cirúrgico BONELLI 2008 e a escolha da conduta a ser seguida depende do que desencadeou a formação do shunt e a gravidade dos sintomas do animal A cirurgia corretiva para o shunt portossistêmico em cães envolve a criação de uma conexão artificial entre a veia porta hepática e a veia cava para restaurar o fluxo sanguíneo normal através do fígado Embora a cirurgia possa ser bemsucedida em muitos casos ela também pode levar a várias complicações Algumas possíveis complicações da cirurgia corretiva do shunt portossistêmico em cães incluem insuficiência hepática aguda disfunção da bexiga que causa dificuldade para urinar hemorragia principalmente se o animal tiver problemas de coagulação sanguínea risco de infecção problemas respiratórios e formação de coágulos por conta do procedimento cirúrgico Para garantir uma boa recuperação dos animais submetidos ao referido procedimento cirúrgico é de extrema importância seguir alguns cuidados pós operatórios como A Restrição de atividade o cão deve ser mantido em um local tranquilo e limitado em atividades físicas por algumas semanas após a cirurgia B Monitoramento da alimentação a alimentação deve ser controlada e fornecida em pequenas porções com frequência para evitar estresse do fígado Além disso o médico veterinário pode recomendar alterações na dieta como adoção de alimentos hipoproteicos para minimizar o estresse hepático ERNANDES 2018 C Monitoramento da incisão a incisão deve ser monitorada quanto a sinais de infecção inchaço ou sangramentos D Monitoramento clínico Os medicamentos prescritos pelo médico veterinário devem ser administrados conforme as instruções e o acompanhamento da função hepática e progressão da recuperação do animal deve ser feita através de exames clínicos e laboratoriais realizados regularmente por um médico veterinário qualificado MAIA 2008 Referências BONELLI MA ALEIXO GAS COELHO MCOC Shunt Portossistêmico em cães e gatos Medicina Veterinária Recife v2 n2 p4450 abrjun 2008 CAMARGO JF SANTOS B C WESTENHOFEN M FARIAS J B LOPES B MAZZANTI A CONTESINI E A Desvio portossistêmico congênito em cães Revisão PUBVET v13 n8 a396 p16Ago 2019 ERNANDES Mariane Ceschin Avaliação do metabolismo proteico e aminoacídico de cães com shunt portossistêmico 2018 Tese Doutorado em Nutrição e Produção Animal Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia University of São Paulo Pirassununga 2018 doi1011606T102019tde04122018115325 Acesso em 20230427 MAIA Daniela Desvio portossistêmico em um cão revisão de bibliografia e relato de caso Tese Conclusão de Curso em Medicina Veterinária Universidade Federal do Rio Grande do Sul Faculdade de Medicina Veterinária Porto Alegre 2022 Acesso em 27042023 SANTOS RO SANCHEZ C A ROCHA R C MELLO M E CARVALHO A R Shunt portossistêmico em pequenos animais PUBVET Londrina V 8 N 18 Ed 267 Art 1781 Setembro 2014

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Semina Ciências Agrárias ISSN 1676546X seminaagrariasuelbr Universidade Estadual de Londrina Brasil Reginatto Rafaella Cristina Salmon Frehse Michele Mariko Tanaka Neide Fávero Vinicius Sprea Gisele Swiech Bach Fernando Natal Sanson Marcelus Shunt portossistêmico extrahepático em cadela maltês de 8 meses Semina Ciências Agrárias vol 32 núm 2 abriljunio 2011 pp 739746 Universidade Estadual de Londrina Londrina Brasil Disponível em httpwwwredalycorgarticulooaid445744101040 Como citar este artigo Número completo Mais artigos Home da revista no Redalyc Sistema de Informação Científica Rede de Revistas Científicas da América Latina Caribe Espanha e Portugal Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto 739 Semina Ciências Agrárias Londrina v 32 n 2 p 739746 abrjun 2011 Shunt portossistêmico extrahepático em cadela maltês de 8 meses Extrahepatic portosystemic shunt in a 8 monthold female maltese dog Rafaella Cristina Reginatto1 Michele Salmon Frehse2 Neide Mariko Tanaka3 Vinicius Fávero1 Gisele Sprea4 Fernando Swiech Bach4 Marcelus Natal Sanson4 Resumo O shunt portossistêmico ou desvio portossistêmico DPS são comunicações vasculares únicas ou múltiplas entre a circulação sistêmica e a circulação portal que permite que o sangue portal chegue ao sistema circulatório sem antes passar pela metabolização hepática Podem ser adquiridos ou congênitos e também podem ser classificados como intrahepático localizado dentro do fígado ou extrahepático localizado fora do parênquima hepático A forma adquirida normalmente está associada com distúrbios intrahepáticos Eles normalmente sugerem vasos tortuosos que se comunicam com a veia cava caudal na região do rim esquerdo A forma congênita está associada a genética e uma das linhagens mais acometidas é a raça maltês O presente relato de caso descreve o diagnóstico e tratamento de uma cadela maltês de oito meses de idade com Shunt portossistêmico extrahepático A paciente apresentava sinais de encefalopatia hepática como inquietação locomoção apoiandose nas paredes compressão da cabeça contra a parede tremores de cabeça e deficiência visual Exames complementares constataram glicemia pósprandial próximo do valor inferior de referência fosfatase alcalina FA e alanina aminotransferase ALT aumentadas e hipoalbuminemia A ultrasonografia revelou a presença de cálculo vesical e cálculo renal bilateral fígado diminuído e aumento da ecogenicidade vesícula biliar com conteúdo anecóico e alta celularidade podendo sugerir hepatopatia colangiohepatopatia e detectou DPS extrahepático O uso do Doppler auxiliou na localização do desvio identificando a comunicação e a turbulência certificandose do DPS extrahepático Dieta com restrição protéica e antibioticoterapia com amoxicilina obtiveram bons resultados Optouse em fazer apenas o tratamento clínico e manter a qualidade de vida da paciente Palavraschave Shunt portossistêmico Maltês Diagnóstico Tratamento 1 Médicos Veterinários Autônomos CuritibaPR Email rafareginattohotmailcom viniciusfaverohotmailcom 2 Médica Veterinária MSc Doutoranda da Universidade Estadual de Londrina UEL Londrina PR Email miuel2003yahoo combr 3 Médica Veterinária PhD Profª da Universidade do Norte do Paraná UNOPAR Arapongas PR Email nmtanakaondacom br 4 Médicos Veterinários Hospital Veterinário Clinivet Curitiba PR Email gispreagmailcom neurologiaclinivetcombr marcelusclinivetcombr Autor para correspondência Abstract The shunt portosystemic or portosystemic deviation PSD are unique or multiples vascular communications between the systemic circulaton and the portal circulation that permit blood flow reaches the circulatory system without first passing trhought the hepatic metabolization May be acquired or congenital and can also be classified as intrahepatic located within the liver or extrahepatic located outside the liver parenquima The acquired form is usually associated with intrahepatic disorders They usually suggest tortuous vessels that communicate with the caudal vena cava in the region of the left kidney The congenital form is associated with genetic lineage and one of the most affected is Maltese breed This case report describes the diagnostis and treatment of a eight yearold female Maltese dog MEDICINA VETERINÁRIA RELATOS DE CASOS CASE REPORTS Recebido para publicação 16082009 Aprovado em 22042011 DOI 105433167903592011v32n2p739 740 Semina Ciências Agrárias Londrina v 32 n 2 p 739746 abrjun 2011 Reginatto R C et al presenting extrahepatic Portosystemic Shunt The patient showed signs of hepatic encephalopathy such as restlessnees weakness deambulation head tremor and impaired visual Complementary exam demonstrated postprandial glicemia near the lower limit of reference alkaline phosphatase ALP and alanine aminotransferase ALT increased and hipoalbuminemia Ultrasonography revealed the presence of vesical calculus and bilateral kidney liver decreases and increased echogenicity gallbladder with anechoic content and high cellularity may suggest liver colangiohepatopatia and extrahepatic DPS was detected The use of Doppler assisted in identifying the location of the bypass communication and the turbulence detecting the extrahepatic DPS Proteinrestricted diet and antibiotic therapy with amoxicillin achieved good results The clinical treatment was decided make only the clinical and maintain the quality of life of the patient Key words Portosystemic shunt Maltese Diagnosis and treatment Introdução e Revisão de Literatura O shunt portossistêmico ou desvio portossistêmico DPS são comunicações vasculares únicas ou múltiplas entre a circulação sistêmica e a circulação portal que permite que o sangue portal chegue ao sistema circulatório sem antes passar pela metabolização hepática MURPHY ELLISON LONG 2001 JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 BUNCH 2006 BRUM et al 2007 O fluxo sanguíneo hepático diminuído e a falta de substâncias hepatotrópicas provenientes do pâncreas e intestino tais como insulina glucagon e nutrientes não atingem o fígado e resultam em atrofia hepática O sangue da veia porta que passa direto para a circulação sistêmica sem sofrer detoxificação hepática leva a encefalopatia hepática EH MURPHY ELLISON LONG 2001 JONHSON 2004 FOSSUM 2005 BUNCH 2006 BRUM et al 2007 Segundo Fossum 2005 a EH é uma síndrome clínica de alteração da função do sistema nervoso central resultante da insuficiência hepática Os DPS podem ser adquiridos ou congênitos e também podem ser classificados como intra hepático localizado dentro do fígado ou extra hepático localizado fora do parênquima hepático JONHSON 2004 FOSSUM 2005 BUNCH 2006 De acordo com Johnson 2004 a forma adquirida normalmente está associada com distúrbios intra hepáticos caracterizando vasos tortuosos que se comunicam com a veia cava caudal na região do rim esquerdo O DPS adquirido está presente devido à hipertensão portal HP e está associado a algumas doenças como colangiohepatite crônica neoplasias hepáticas e fístulas arteriovenosas AV JOHNSON 2004 CARVALHO CHAMMAS 2008 A HP é causada pelo aumento de fluxo sanguíneo portal ou aumento da resistência a esse fluxo Esse aumento de resistência é mais comum devido a doença adquirida BUNCH 2004 O DPS congênito é o mais comumente encontrado são vasos embrionários anômalos que aparecem como desvios simples intra ou extra hepáticos não estando associado a HP JOHNSON 2004 CARVALHO CHAMMAS 2008 A forma congênita pode estar associada à genética as linhagens mais acometidas são de yorkshire terrier maltês schnauzer miniatura old english sheepdog irish wolfhounds JOHNSON 2004 van STEENBEEK 2009 Acomete normalmente os cães de raças puras e gatos mestiços entre um mês e 12 anos de idade BUNCH 2006 CARVALHO CHAMMAS 2008 Para Fossum 2005 o DPS intrahepático é mais comum em raças de grande porte e fornecem uma comunicação entre a veia porta e a veia cava caudal que ocorre por falha do ducto venoso em se fechar após o nascimento JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 BRUM et al 2007 BUNCH 2006 O DPS extrahepático normalmente conecta a veia porta ou veia gástrica esquerda ou veia esplênica com a veia cava cranial caudal às veias 741 Semina Ciências Agrárias Londrina v 32 n 2 p 739746 abrjun 2011 Shunt portossistêmico extrahepático em cadela maltês de 8 meses frênicoabdominais Com menor frequência os vasos anômalos entram na veia ázigo ou em outro vaso sistêmico JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 BUNCH 2006 O DPS extrahepático ocorre principalmente em raças de pequeno porte JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 BUNCH 2006 BRUM et al 2007 Van Straten et al 2005 confirmaram a expressão hereditária autossomal e provável poligênica do shunt portossistêmico extra hepático congênito em Cairn Terriers Os sinais clínicos do DPS dependem da cronicidade do distúrbio e estão relacionados com o sistema nervoso central gastrintestinal e trato urinário No DPS adquirido e congênito os sinais se manifestam de maneira igual normalmente apresentam EH que pode incluir anormalidades neurocomportamentais sinais neurológicos ataxia pressão da cabeça contra a parede desorientação vocalização convulsão cegueira anorexia perda de peso apatia vômito ascite diarréia dor abdominal uropatia obstrutiva devido à urolitíase por biurato de amônio poliúria polidipsia hematúria e polaciúria MURPHY ELLISON LONG 2001 JOHNSON 2004 A ascite é mais comum na forma adquirida pois a HP é o mecanismo de formação do desvio JOHNSON 2004 A EH é mais comumente vista no DPS congênito e os seus sinais tendem a aumentar e diminuir podendo estar intercalada com períodos normais ela tende a acentuar após a ingestão de alimentos com altos níveis de proteínas pelo sangramento gastrintestinal associado a parasitas transfusão contendo altas concentrações de amônia alcalose metabólica que favorece a formação da amônia constipação hipocalemia que aumenta a produção renal de amônia e terapia medicamentosa com alguns anestésicos antihistamínicos e tetraciclinas JOHNSON 2004 BUNCH 2006 No hemograma poderão ser vistas algumas alterações como anemia arregenerativa leve a moderada e microcitose podendo estar associada ao metabolismo anormal de ferro MURPHY ELLISON LONG 2001 JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 Os testes bioquímicos revelam hipoproteinemia diminuição de nitrogênio uréico sérico BUN hipoalbuminemia hipoglobulinemia hipocolesterolemia hipoglicemia pequeno aumento de ALT e FA MURPHY ELLISON LONG 2001 JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 BUNCH 2006 A urinálise pode revelar a presença de cristais de biurato de amônia e urina diluída Devido à inflamação e infecção mecânicas secundárias aos cálculos metabólicos podese ter hematúria piúria e proteinúria A função hepática pode ser avaliada também através do teste de ácidos biliares séricos ABS ou através do teste de tolerância à amônia O ABS pode ser feito para o diagnóstico do DPS onde em jejum quase sempre estarão aumentados mas podem estar normais também O ABS pósprandiais quando estão acentuadamente aumentados 100µmolL confirmam o DPS O teste de tolerância à amônia é o método mais confiável de demonstrar hiperamonemia porém não é muito utilizado devido à restrição de transporte e manuseio do sangue JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 PEREIRA et al 2008 O achado mais compatível em radiografias é a microhepatia ou cálculos urinários Os cálculos de urato de amônio não são visíveis a menos que eles contenham quantidades significativas de magnésio e fosfato JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 A ultrasonografia e a cintilografia fornecem informações sobre a presença a localização e o tipo de DPS A ultrasonografia detecta de maneira mais confiável os DPS intrahepáticos do que os extra hepáticos o fígado normalmente aparece pequeno apresenta hipovascularidade e o vaso do desvio pode ser identificado e na avaliação dos rins e da bexiga podemse encontrar cálculos Identificamse ainda os vasos tortuosos e anecóicos observados junto com fístulas AV hepáticas MURPHY ELLISON LONG 2001 JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 742 Semina Ciências Agrárias Londrina v 32 n 2 p 739746 abrjun 2011 Reginatto R C et al O ultrasom com Doppler colorido tem sido um método útil de diagnóstico ele auxilia na localização do desvio examina a veia cava caudal à veia frênicoabdominal e a junção com a veia cava no local da comunicação ocorre turbulência garantindo a anomalia vascular portossistêmica extrahepática CARVALHO CHAMMAS 2008 A cintilografia portal é uma técnica para os animais que apresentam sinais inespecíficos de DPS monitora o fechamento do desvio no pósoperatório e registra o fluxo sanguíneo hepático anormal fornecendo o cálculo da fração do desvio a partir de gráficos da atividade com o tempo é administrado pela via retal o pertecnetato 99m tecnécio onde é rapidamente absorvido do cólon para o sangue portal nos animais normais a radioatividade é detectada primeiro no fígado e depois no coração no DPS ela alcança o coração antes ou ao mesmo tempo em que alcança o fígado JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 PEREIRA et al 2008 Nos animais que apresentam EH o tratamento consiste em fluidoterapia com solução fisiológica e suplementação de potássio conforme a necessidade para corrigir as anormalidades eletrolíticas e ácido básicas dieta altamente digerível com restrição protéica sendo o carboidrato a fonte primária de calorias devese usar dietas formuladas comercialmente para doenças hepáticas ou insuficiência renal antibióticos como metronidazol ampicilina e neomicina sendo esta a mais utilizada onde irão reduzir a flora intestinal na produção de toxinas como amônia A lactulose também é utilizada por via oral ou através de enema a finalidade é acidificar o lúmen intestinal impedindo a produção e absorção de amônia MURPHY ELLISON LONG 2001 JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 BUNCH 2006 BRUM et al 2007 PEREIRA et al 2008 De acordo com Bunch 2006 a dieta pode ser preparada em casa pelo proprietário utilizando proteína a base de leite tais como queijo cottage proteínas a base de ovo soja frutas e vegetais Para o DPS congênito o tratamento definitivo é cirúrgico através da ligação cirúrgica da anomalia vascular portossistêmica ou o emprego de um constritor ameróide MURPHY ELLISON LONG 2001 JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 A ligação cirúrgica tem como objetivo a ligação total mas frequentemente atingese apenas a ligação parcial por motivo de segurança devido a risco de HP O volume de sangue portal que é desviado de volta para o fígado após a ligação total é muito grande fazendo com que o fígado não consiga acomodar esse volume a mais e desenvolva a HP MURPHY ELLISON LONG 2001 JOHNSON 2004 PEREIRA et al 2008 Segundo Johnson 2004 e Hunt et al 2004 a HP pode ocorrer de duas e 24 horas após a realização da cirurgia Os sinais que serão observados caso isso ocorra são distensão abdominal dor diarréia sanguinolenta íleo paralítico choque endotóxico e colapso cardiovascular hiperagudo Se houver HP grave o animal deve ser submetido à laparotomia de emergência removendo a ligadura Convulsões e estado epilético são as complicações pósoperatória da ligação cirúrgica JOHNSON 2004 BUNCH 2006 Para Johnson 2004 essas convulsões não possuem como causa só a hipoglicemia ou EH e sim pelo simples fato de o cérebro ter se adaptado ao metabolismo alterado O constritor de ameróide reduz os riscos cirúrgicos imediatos da ligação é um material higroscópico em anel de aço inoxidável que é colocado ao redor do desvio e conforme o fluido é absorvido o lúmen do anel se torna menor ocluindo o desvio MURPHY ELLISON LONG 2001 JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 PEREIRA et al 2008 Faixas de celofane atualmente têm sido usadas para a oclusão do DPS essas fitas possuem o mesmo efeito do anel de ameróide e são colocadas ao redor do shunt induzindo um processo lento e progressivo de oclusão FOSSUM 2005 HUNT et al 2004 Segundo Murphy Ellison e Long 2001 e 743 Semina Ciências Agrárias Londrina v 32 n 2 p 739746 abrjun 2011 Shunt portossistêmico extrahepático em cadela maltês de 8 meses Johnson 2004 esses métodos possuem como vantagens a oclusão progressiva do desvio até o período de 30 a 60 dias a diminuição do tempo cirúrgico e anestésico e ausência de monitoração da pressão portal durante a cirurgia Os desvios intrahepáticos são mais difíceis de corrigir do que os desvios extrahepáticos JOHNSON 2004 O prognóstico para os animais submetidos à ligação cirúrgica total e que sobrevivem ao pós cirúrgico imediato é excelente ocorrendo melhora de 70 a 80 dos sinais clínicos Nos casos de ligação parcial o prognóstico não é tão bom os sinais clínicos podem desaparecer nos primeiros anos mas cerca de 40 a 50 reaparecem com os sinais O acompanhamento póscirúrgico deve ser feito por três anos Para alguns pacientes deve ser feito o tratamento para a EH pela vida inteira JOHNSON 2004 De acordo com Bunch 2006 um terço de todos os animais que apresentam o DPS optam em fazer apenas o tratamento clínico e podem ter uma boa qualidade de vida que vai de tres a oito anos Alguns desses animais necessitam ser submetidos a eutanásia dentro de 10 meses por apresentarem EH incontrolável Relato do Caso Uma cadela da raça maltês oito meses de idade 15Kg foi atendida no Hospital Veterinário Clinivet CuritibaPR De acordo com o histórico clínico a paciente recebeu vacina antirábica e cerca de três horas após a administração da mesma percebeu que a paciente estava inquieta se locomovia apoiando se nas paredes fazia compressão da cabeça contra a parede apresentava tremores de cabeça e deficiência visual As demais funções fisiológicas dentro da normalidade Ao exame neurológico observou perambulações andar em círculo para ambas as direções apoiandose na parede movimentos ligeiramente hipermétricos tremor de intenção de cabeça acentuado sialorréia resposta pupilar direta e consensual normal e deficiência ao teste de ameaça bilateral A paciente foi internada para acompanhamento dos sinais e para a realização de exames complementares A dosagem de glicemia pós prandial foi de 64mgdL Diazepam 002mgkg foi administrado para minimizar a agitação tônico clônica após o retorno da sedação a paciente permaneceu sonolenta mas com melhora dos sinais neurológicos Exames bioquímicos demonstraram creatinina 047mgdL e ALT 7463UL No hemograma hemoglobina 114gdL leucocitose segmentados 19068mm3 e proteína plasmática 46gdL A glicemia foi repetida em jejum e o valor estava dentro da normalidade Dosagem de amônia 1503MOLL e a fosfatase alcalina 5109UIL estavam acima dos valores normais de referência e observou uma hipoalbuminemia de 184gdL Na ultrasonografia abdominal exploratória identificouse a presença de cálculo vesical e cálculo renal bilateral fígado diminuído e aumento da ecogenicidade vesícula biliar com conteúdo anecóico e alta celularidade Figura 1 podendo sugerir hepatopatia colangiohepatopatia 744 Semina Ciências Agrárias Londrina v 32 n 2 p 739746 abrjun 2011 Reginatto R C et al Figura 1 Imagem ultrasonográfica sedimento em vesícula biliar Na avaliação vascular com Doppler colorido foi observado fluxo turbulento e provável comunicação entre veia porta e veia cava caudal em abdome direito Figura 2 sugerindo Shunt Portossistêmico Figura 2 Imagem Doppler colorido comunicação entre veia porta e veia cava caudal A paciente recebeu alta médica em bom estado geral e sem alterações neurológicas foi prescrito amoxicilina 250mg na dose de 20mgKg a cada 12 horas durante 20 dias e Legalon 10mg suspensão a cada oito horas durante 30 dias Foi indicada dieta terapêutica Hepatic da Royal Canin e comida caseira ricota queijo branco carne branca clara de ovo e arroz 745 Semina Ciências Agrárias Londrina v 32 n 2 p 739746 abrjun 2011 Shunt portossistêmico extrahepático em cadela maltês de 8 meses Após o período de tratamento a paciente estava ativa com apetite e normodipsia Apresentou apenas um episódio de diarréia pastosa poucos dias após a alta médica com melhora espontânea Ausência de alterações comportamentais neurológicas e sialorréia A paciente retornou para a realização da urinálise no resultado a concentração urinária era de 1036 discretamente turva com traços de proteína e cristais Apresentava hipoalbuminemia 189gdL e aumento da FA 2997UIL Foi prescrito Ursacol 50mg a cada 12 horas até novas recomendações A paciente apresentavase em bom estado geral Resultados e Discussão A paciente da raça maltês apresenta DPS extra hepático De acordo com Johnson 2004 a forma congênita está associada a genética e uma das linhagens mais acometidas é a maltês Também pelo fato de ser um animal de raça pura e com oito meses idade aumentam as possibilidades de ser extrahepático BUNCH 2006 CARVALHO CHAMMAS 2008 A paciente apresentava sinais clínicos de EH que é mais comumente vista em desvios extrahepáticos congênitos MURPHY ELLISON LONG 2001 JOHNSON 2004 A glicemia pósprandial estava próximo do valor inferior de referência FA e a ALT estavam acima dos valores normais de referência e apresentava uma hipoalbuminemia De acordo com vários autores os animais com DPS podem apresentar hipoalbuminemia pequenos aumentos de FA e ALT e hipoglicemia MURPHY ELLISON LONG 2001 JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 BUNCH 2006 A urinálise apresentou densidade de 1040 e presença de cristais com traços de proteínas além da inflamação e infecção o quadro foi sugestivo de proteinúria A paciente apresentou uma hiperamonemia os autores relatam que esse teste é difícil de ser realizado devido a restrição do transporte e do manuseio mas nesse caso foi feito JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 PEREIRA et al 2008 A radiografia não foi realizada Os achados mais significativos no exame radiográfico são os cálculos sendo que o principal cálculo presente no DPS é o cálculo de urato de amônio JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 Apesar da ultrasonografia detectar mais os DPS intrahepáticos neste caso identificouse o desvio extrahepático As alterações eram compatíveis com a literatura como diminuição do tamanho do fígado cálculo vesical e renal bilateral MURPHY ELLISON LONG 2001 JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 Outro método útil para o diagnóstico é o uso do Doppler CARVALHO CHAMMAS 2008 Na paciente em questão o Doppler auxiliou na localização do desvio identificando a comunicação e a turbulência certificandose do DPS extrahepático A cintilografia portal é uma técnica para os animais que apresentam sinais inespecíficos de DPS JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 PEREIRA et al 2008 Como a paciente apresentava EH alterações nos exames compatíveis com o desvio e um diagnóstico confirmado através do ultrasom com o Doppler não seria necessário a realização desse exame A paciente recebeu fluidoterapia dieta com restrição protéica e antibioticoterapia De acordo com os autores os antibióticos que devem ser utilizados nesse caso são metronidazol ampicilina e neomicina mas no caso da paciente foi utilizado a amoxicilina e foi obtido um bom resultado MURPHY ELLISON LONG 2001 JOHNSON 2004 FOSSUM 2005 BUNCH 2006 BRUM et al 2007 PEREIRA et al 2008 Para Bunch 2006 a dieta caseira é também uma alternativa de restrição de proteína e foi indicada 746 Semina Ciências Agrárias Londrina v 32 n 2 p 739746 abrjun 2011 Reginatto R C et al para a proprietária a realização da mesma com ricota queijo branco carne branca clara de ovo e arroz O mais indicado para o DPS congênito é o tratamento cirúrgico mas de acordo com Bunch 2006 em um terço dos animais que apresentam DPS os proprietários optam em fazer apenas o tratamento clínico Conclusão Concluise que os métodos diagnósticos eficazes e o uso do Doppler colorido auxiliaram no diagnóstico e identificação do DPS extrahepático o que corroborou para indicar e manter a terapêutica conservadora Agradecimentos Hospital Veterinário Clinivet CuritibaPR Referências BRUM A M de CHAMPIO T ZANATTA R COSTA M T CANOLA J C Utilização de probiótico e de lactulose no controle de hiperamonemia causada por desvio vascular portossistêmico congênito em um cão Ciência Rural Santa Maria v 37 n 2 p 572574 mar abr 2007 BUNCH S E Distúrbios hepáticos agudos e sistêmicos que acometem o fígado In ETTINGER S J FELDMAN E C Tratado de medicina interna veterinária 5 ed Rio de Janeiro Guanabara 2004 p 1398 1413 Doenças hepatobiliares no cão In NELSON R W COUTO C G Medicina interna de pequenos animais 3 ed Rio de Janeiro Elsevier 2006 p 507 525 CARVALHO C F CHAMMAS M C Uso do ultrassom dúplex Doppler no diagnóstico de shunt portossistêmico em gatos Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia Belo Horizonte v 60 n 1 p 109112 fev 2008 FOSSUM T W Cirurgia hepática In Cirurgia de pequenos animais 2 ed São Paulo Roca 2005 p 451475 HUNT G B KUMMELING A TISDALL P LC ANDREW M MARCHEVSKY L JULIUS M YOUMANS K R GOLDSMID S E BECK J A Outcomes of cellophane banding for congenital portosystemic shunts in 106 dogs and 5 cats Veterinary Surgery Hoboken v 33 n 1 p 2531 2004 JOHNSON S E Hepatopatias crônicas In ETTINGER S J FELDMAN E C Tratado de medicina interna veterinária 5 ed Rio de Janeiro Guanabara 2004 p 1369 1398 MURPHY S T ELLISON G W LONG M A A comparison of the ameroid constrictor versus ligation in the surgical management of single extrahepatic portosystemic shunts Journal of American Animal Hospital Association Lakewood v 37 n 4 p 390396 2001 PEREIRA C T MARQUES F L KERLARRY A JULY J R MARTINS B W Shunt portossistêmico considerações sobre diagnóstico e tratamento Clínica Veterinária São Paulo v 13 n 72 p 2834 janfev 2008 Van STRATEN G LEEGWATER P A J VRIES M van den BROM W E ROTHUIZEN J Inherited congenital extrahepatic portosystemic shunts in cairn terriers Journal of Veterinary Internal Medicine Hoboken v 19 n 3 p 321324 2005 Van STEENBEEK F G LEEGWATER F J van SLUIJS FJ HEUVEN H C M ROTHUIZEN J Evidence of inheritance of intrahepatic portosystemic shunts in Irish Wolfhouds Journal of Veterinary Internal Medicine Hoboken v 23 n 4 p 950952 julaug 2009 O shunt portossistêmico é uma condição em que há uma conexão anormal entre a veia porta hepática que transporta sangue do trato gastrointestinal para o fígado e a veia cava que leva sangue do corpo de volta ao coração SANTOS et al 2014 Em cães o shunt portossistêmico pode ser congênito ou adquirido CAMARGO et al 2019 como resultado de doenças hepáticas crônicas Com o shunt portossistêmico o sangue que normalmente seria filtrado pelo fígado para remoção de toxinas é desviado diretamente para a circulação sistêmica contornando o processo normal de filtragem hepática Isso pode levar a uma série de sintomas como convulsões falta de coordenação cegueira letargia coma anemia problemas urinários e dificuldade de crescimento em filhotes MAIA 2008 BONELLI 2008 O tratamento do shunt portossistêmico em cães pode ser clínico medicamentos mudanças na dieta etc ou cirúrgico BONELLI 2008 e a escolha da conduta a ser seguida depende do que desencadeou a formação do shunt e a gravidade dos sintomas do animal A cirurgia corretiva para o shunt portossistêmico em cães envolve a criação de uma conexão artificial entre a veia porta hepática e a veia cava para restaurar o fluxo sanguíneo normal através do fígado Embora a cirurgia possa ser bemsucedida em muitos casos ela também pode levar a várias complicações Algumas possíveis complicações da cirurgia corretiva do shunt portossistêmico em cães incluem insuficiência hepática aguda disfunção da bexiga que causa dificuldade para urinar hemorragia principalmente se o animal tiver problemas de coagulação sanguínea risco de infecção problemas respiratórios e formação de coágulos por conta do procedimento cirúrgico Para garantir uma boa recuperação dos animais submetidos ao referido procedimento cirúrgico é de extrema importância seguir alguns cuidados pós operatórios como A Restrição de atividade o cão deve ser mantido em um local tranquilo e limitado em atividades físicas por algumas semanas após a cirurgia B Monitoramento da alimentação a alimentação deve ser controlada e fornecida em pequenas porções com frequência para evitar estresse do fígado Além disso o médico veterinário pode recomendar alterações na dieta como adoção de alimentos hipoproteicos para minimizar o estresse hepático ERNANDES 2018 C Monitoramento da incisão a incisão deve ser monitorada quanto a sinais de infecção inchaço ou sangramentos D Monitoramento clínico Os medicamentos prescritos pelo médico veterinário devem ser administrados conforme as instruções e o acompanhamento da função hepática e progressão da recuperação do animal deve ser feita através de exames clínicos e laboratoriais realizados regularmente por um médico veterinário qualificado MAIA 2008 Referências BONELLI MA ALEIXO GAS COELHO MCOC Shunt Portossistêmico em cães e gatos Medicina Veterinária Recife v2 n2 p4450 abrjun 2008 CAMARGO JF SANTOS B C WESTENHOFEN M FARIAS J B LOPES B MAZZANTI A CONTESINI E A Desvio portossistêmico congênito em cães Revisão PUBVET v13 n8 a396 p16Ago 2019 ERNANDES Mariane Ceschin Avaliação do metabolismo proteico e aminoacídico de cães com shunt portossistêmico 2018 Tese Doutorado em Nutrição e Produção Animal Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia University of São Paulo Pirassununga 2018 doi1011606T102019tde04122018115325 Acesso em 20230427 MAIA Daniela Desvio portossistêmico em um cão revisão de bibliografia e relato de caso Tese Conclusão de Curso em Medicina Veterinária Universidade Federal do Rio Grande do Sul Faculdade de Medicina Veterinária Porto Alegre 2022 Acesso em 27042023 SANTOS RO SANCHEZ C A ROCHA R C MELLO M E CARVALHO A R Shunt portossistêmico em pequenos animais PUBVET Londrina V 8 N 18 Ed 267 Art 1781 Setembro 2014

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