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Psicanálise

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CAPÍTULO UM As teorias psicanalíticas têm sidocriticadas como nãocientíficas por serem um composto de material observadoe de abstraçõesfeitas a partir deste São ao mesmo tempo muito teóricas isto é são em demasia uma representa ção da observação para poderem seraceitas como uma observaçãoe são con cretas demais para terem flexibilidade que permite a uma abstração corres ponder a uma realização Em consegiiência vemos umateoria que pode ria ser aplicada de modo abrangente caso fosse formulada de modo suficientemente abstrato ficar sujeita à condenação porque sua própria concretude dificulta reconhecer uma realização que ela poderia estar representando Como corolário talvez pareça que aplicar a teoria a uma realização casotal realizaçãoesteja disponível implique umadistorção dosignificadodateoria Portantoo defeito é duplo por um ladoa descri ção de dados empíricos éinsatisfatóriaàmedida que ela é claramente muito mais aquilo que em linguagem coloquial descrevemos como uma 1 Realization no original Ver na Introdução comentáriosa respeito do usoda palavra realização NT 2 Umexemplo disto pode ser visto estudo no estudo deJWisdomsobre An Exami nationofthe Psychoanalytical theories of melancholia Um examedas teorias psicanaliticas da melancolia Int J Psychoanal vol 42 p 113 1962 onde ele afirma claramente sobre a necessidade de umaextensão da toeria mas vê que isto envolve fazerumasuposição a respeito de qual poderia ter sido avisãode MKlein 3 Conversational english no original NT 18 W R BION teoriasobre o que ocorreu do que um relato fatual do que ocorreu por outroladoa teoria a respeito daquilo que ocorreu não podesatisfazer os critériosaplicados a umateoria na acepção comqueesse termoé empre gado para descreveros sistemasutilizados na investigação científica rigo rosa Então o primeiro requisito é formular uma abstração para repre sentara realização que teoriasjá existentes visam descrever Proponho procurar um modo de abstração queassegure ao enunciadoteóricoa reten ção de ummínimode particularização A perda de compreensibilidade que isso acarreta pode ser compensada pelousode modelos para suplementar ossistemasteóricos O defeito dateoria psicanalítica existente equivale ao do ideograma quando comparadoa umapalavra formadaalfabeticamente o ideogramarepresenta apenas umapalavra mas para se formar milhares de palavras necessitase relativamente de poucasletras Analogamente os elementos que procuro devemser tais que sejam necessáriosrelativamente poucosdeles para expressar através de mudanças de combinação quase todasas teorias essenciais ao psicanalista praticante A maioria dosanalistas teve a experiência de sentir que a descrição das características de umaentidade clínica específica poderia servir muito bem para descrever outra entidade clínica completamente diversa Noentanto raramente a própria descrição é umarepresentação adequada até mesmo para aquelas realizações às quais obviamente destinase a corresponder A combinação emquecertos elementos se mantêmé essencial para o signi ficadoa ser expresso por esses elementos Supõese que um mecanismo típico de melancolia só seja típico de melancolia por se manter em uma com binação específica A tarefa é abstrair tais elementos liberandoos tanto da combinação em que estavam mantidos comodas particularidades aderidas provenientes da realização à qual originalmente destinavamserepresentar 1 Emtermos da Grade muito mais G3 do que de DouE3 2 Umexcesso de C3 ao invés de G4 3 O conceito de abstração será discutido de modo mais extenso sua utilização nas etapas iniciais é provisória Tal formulação estaria em G3 4 Comparada coma tendência de produzirteorias ad hoc parasatisfazer umasituação quando umateoria existente enunciada comsuficiente generalização já poderia dar conta do assunto Comparese com Proclus citado porSir T L Heath nos Euclids Elements Elementos de Euclides Heath T L The Thirteen Books ofEudlids Elements Os Treze Livros dos Elementos de Enclides Capítulo 9 Cambridge Univer sity Press 1956 Umaconsegiiência de PSD Ver Capítulo 18 6 Umaconsegiiência de 9 Ver Capítulo 18 7 Ver nota de rodapé número6 o Elementos de Psicanálise 19 Paraa finalidade que os queroos elementos de psicanálise precisam ter as seguintes características 1 Precisamser capazesde representar uma realização para cu a descriçãohaviam sidousadosoriginalmente 2Pre cisamser capazes de se articularcocom4outroselementos 3 Quando assim articulados teriam que formar um sistema dedutivo científico capaz de representar uma realização supondose que exista alguma posterior mentepoderemosinferir outroscritérios para um elemento psicanalítico Vourepresentar o primeiro elemento por 9 comojá o discuti exten samente em Aprendendo da Experiência meurelato aqui será breve Ele representa umelemento que embora comcerta perdade precisão poderia ser chamadodea característica fundamental da concepçãode identificação projetiva de Melanie Klein Ele representa um elementotal quese fosse aquémdisto não poderia mais serrelacionadoà identificaçãoprojetiva se fosse além carregaria consigo uma penumbra de associações excessiva para minhafinalidade Ele é uma representação de um elemento que poderia ser denominado como uma relação dinâmica entre continente e conteúdo Representoo segundo elemento por PSD Podese considerar que ele represente aproximadamentea a reação entre as posições esquizopa ranóide e depressiva descrita por Melanie Kleine b a reaçãoprecipitada pela descoberta dofato selecionado descrita por Poincaré Já discuti os sinais L He K em Aprendendo da Experiência Eles repre sentam vínculos entre objetos psicanalíticos Partese do princípio que quaisquer objetos assim vinculados afetamse mutuamente Os termos amor ódio e conhecimento usualmente representam as realiza çõesa partir das quais eles foram abstraídos Usarei a notação R derivada da palavra razão e das realizações que pensamos que ela representa e 1 derivada da palavra idéia e de todasas realizações queela representa inclusive aquelas representadas 1 Bion W R Learning from Experience Heincmann Aprendendo da Experiência Imago Editora 2 Poincaré H Scientific Method Método Científico Dover Press 3 Optamos por mantera simbologia original que corresponderespectivamente à pri meira letra dosvocábulosna língua inglesa Love amor Hate ódio e Know ledge conhecimento emfunção de dois motivos 1 Consideramosdesnecessário traduzir símbolos 2 Nocaso específicoda tradução para a língua portuguesa intro duzse uma confusão naleitura quandoo vínculo K é traduzidoporC muitas vezes o leitor não consegue saber se o autor está descrevendo umadas categorias dagradea linha C ouo vínculo conhecimento Nocaso do símbolo O se o autorestá des crevendoo vínculo ódio ou Oarealidade última NT 20 W R BION por pensamento I é para representar objetos psicanalíticos compostos de elementosa os produtos da funçãoa Descrevi o que quero dizer por meio desse termo em outrolocalAprendendo da Experiência Entendo por funçãoa aquela função por meio da qual impressões sensoriais se transformam em elementoscapazes de serem armazenadospara utiliza ção em sonhos e em outros pensamentos R visa representar umafunção destinadaa servir àspaixõesquaisquerque sejam elas conduzindoasà sua dominância no mundoda realidade Entendo por paixões tudo que está incluído em L He K R está associado a T na medida em que1 esteja sendousado paratransporo hiato entre um impulsoe suasatisfação R garante que o impulso certamenteesteja ligadoa algumaoutrafinalidade além daquela de modificar a frustração durante a pausa no tempo 1 Freud S Formulações sobre os Dois Princípios do Funcionamento Mental 2 Nãoleveiadiante a discussão de R por sentir não estar ainda numaposição de ver suas implicações Eu o incluo porquepela minha experiênciaclínicaestoupersua dido do valor de umelemento como esse outras pessoas podemser capazes de usálo conquanto sua elaboração esteja incompleta Ver HumeA Treatise ofHuman Nature Um Tratado da Natureza Humana Livro II Parte III Seção 3 Clarendon Press 1896 CAPÍTULO DOIS Teorias psicanalíticas à medida que sejam formuladas de modo claro e compreensívelpadecem do defeito de sua compreensibilidade depender dofato de os elementos que as compõem ficarem investidos de um valor fixo como constantes por meio de suas associações com os outros ele mentosnateoria Esse fenômenoé análogo ao daescritaalfabética na qual letras desprovidas de significado podem se combinar para formar uma palavra com significado Por exemplo na teoria de Freud da situação de Édipoos elementos combinamse por meio de sua associação para for mar a narrativa do mito de Édipoadquirindoassim um significado contex tual que lhes dá um valor constante Na condição de elementos em uma descrição de umarealização que foi descobertaisso é essencial para sua utilidade mas na condição de componentes de umateoria a ser usada para iluminar realizações queainda serão descobertasisso é um defeito por que o valor constante prejudica a flexibilidade necessária Asabstrações destinadas a constituir elementos de psicanálise teriam deser capazes de combinarse a fim de representar todasas situações psica nalíticas e todasas teorias psicanalíticas Para queisso seja verdadeé neces sário que os elementos escolhidossejam essenciais na acepção descrita na página 23 Proponho dedicarmonosà discussãodesse tópico antes de con tinuarmos com o problemada abstração cuja solução é tão importante 1 Ver Capítulo 18 22 W R BION para que os elementosescolhidos comoelementosde psicanálise tenham a capacidade de utilização na construçãode sistemas teóricos Oprimeiro passo é considerar quais fenômenos dentre aqueles presentes na prática analítica são próprios aos elementos de psicanálise Podemos prosseguir por três caminhos 1 Podemos procurar os elementos à medida que suas qualidades secundárias ocorram e possamser reconhecidas na experiênciapsi canalítica Mm Podemos descobrir os elementos à medida que suas representações ocorrame consigamser isoladas na teoria psicanalítica 3 Podemos investigar os procedimentos 1 e 2 e combinálos como umafonte de abstração de elementos Inicialmente vouconsiderara obscrvabilidade dos elementos escolhi dos mas comoos elementos são essenciais e entram na composição de todasas teorias poderíamos pensar quea necessidade primeiraseriaver se esses elementos podemser detectados nasteoria Se umpaciente fala que não consegue aceitar algo dentro de si ou o analista sente que o paciente não pode aceitar algodentro desi ele indica umcontinente e algo a ser colocadoneste Portanto a formulaçãode não poderaceitar algo dentrode si não deve ser descartada comose fosse apenas um modo defalar Alémdissoela implica umsenso de haver no mínimo dois objetos Ela poderia ser enunciada assim 2 2 Emalgumas cir cunstâncias também observáveis em análise o sentido da condição de doisoumais pode tornarse intrusivo No momento vou ignorar a implicação de número embora o elemento que desejo isolar não possaser descrito corretamente a menos que se entenda que SS 2 Obviamente o númerode ocasiões nas quais se formula verbalmente que algo está em algo poderia ser incontável e correspondentemente insignificante O paciente está em análise ou emuma família ou em umconsultório oucle podedizer que tem uma dor emsua perna A ava liação da importância ousignificância do evento emocional durante o qual tais verbalizações parecem apropriadas à experiência emocional depende 1 Secundário no sentido deste termo usado por Kant 2 Ver Ryle Gilbert Conception ofMind Concepção da Mente p 22 não umerro de categoria mas uma expressão de percepção inconsciente de 9º como o conjunto ao qual tudopertence Elementos de Psicanálise 23 doreconhecimento de que continente e conteúdo 2 é umdos elemen tos de psicanálise Então podemosjulgar se o clemento 2d é central ou simplesmente está presente como um componente de umsistema de ele mentos que compartilhamsignificado entre si por meiode sua conjunção rio abstrair a idéia de continente e conteúdocomo um elemento depsicanálise deparome com uma dúvida Continente e conteúdo implicam uma condição estática e essa deves Considerando agora se é nece umadas implicações estranhas a nossos elementos o caráter comparti Ihado pelas palavras conter ouser contido deveria ter maior predomi nância Continente e conteúdo têm umsignificado que sugere a influên cia latente de outro elemento emumsistema de elementos Como se pode levantar a mesma objeção contra conter ouser contido vouassumir que os dois enunciadosestão contaminados pela presença de elementos de um sistema nãodeclarados de elementos por exemplo o efeito latente do modelo que discuti emAprendendo da Experiência Portanto encerro a dis cussãoassumindo que existe umaabstração central desconhecida porque incognoscível embora revelada de wma forma impura em formulações como continenteouconteúdoeé unicamente emrelação à abstração central quese pode aplicar de modoapropriado o termo elemento psica nalítico ou alocar o sinal 2 A partir desta definição fica claro que o suposto elementopsicanalítico não pode ser observado Nesse aspectoele nãodifere do conceito de coisaemsi de Kant nãoé cognoscível ainda que suas qualidades primárias e secundárias o sejam Mesmoassim há uma diferença emrelação a este aspecto Os fenômenos de continentee conteúdosão cognoscíveis como qualidades secundárias A abstração cen tral é apenas um fenômeno desde que eu comoindivíduo esteja cônscio que me é conveniente postular a existência dealgo quenão temexistência comose defato fosse umacoisaemsi Casoeupostuleaexistênciade uma mesa como uma coisaenasi eu o faço por acreditar que quecla existe e que sua existência a elucidação do fenômeno que agrupo em umconjunto com o nome esa Essa explicação é necessária porque quero estabelecer os elementos de psicanálise sobre um fundamento de experiência Espero que o elemento venhaa ser uma abstração do mesmotipo quefoi dado através de meu exemplo de continente e conteúdo Ele será uma abstração central desconhecida porque incognoscível mas esboçada de uma forma impura por meio de sua representação verbal Terá status e qualidade iguais à do objeto que aspiramosrepresentarpela palavra linha ou por uma linha dese nhada sobre um papel CAPÍTULO TRÊS Os elementos são funções da personalidade A respeito de todoseles podese dizer cada um é umafunção de alguma outra coisa e cada um tem umafunção À medida que cada um seja umafunçãoo termo função tem um significado similar aosignificado quelheé associado em matemática É umavariável relacionada a outras variáveis em cujos termos pode se expressar e de cujos valoresseuprópriovalor depende À medida quecada função tenha uma função o termo função será usado como um nome para um conjunto deaçõesfísicas ou mentais governado por umafinali dade ou dirigido a esta Sempre que usar o termo função o estarei fazendopara denotar algo que tanto é como tem uma função À medida que seja uma função tem fatores à medida que tenha uma função tem metas No momento proponhoconsiderar que todosos elementosde psica nálise sem exceção sejam funções utilizando o termo na acepção queaca beide delinear Portanto o sinal que representa umaabstração deve repre sentar umafunção que não é cognoscível emborasuas qualidades primá rias e secundárias no sentido kantiano o sejam Comoestou propondo considerar os elementos como fenômenos observáveis devese assumir 1 Para umadiscussão mais ampla sobre funções ver Bion WR Aprendendo da Experiência 2 Esse ponto ficará mais claro quandofor possível fazer referência à grade Ver do Capítulo 6 emdiante 26 W R BION que estoufalandoa respeito das qualidades primárias e secundárias dos ele mentos enão de caneais por meio dos ento Dentre tudoque podemosver no decurso de qualquer análise o que deve mosselecionar comofunções da personalidadee que sejam tambémcle mentos de psicanálise A escolhajá está limitadapeloscritérios que propus Capítulo1 página 17 Precisamos agora limitála ainda mais porque o elemento precisa ser uma função na acepção que propuspara o termoe além disso o elemento precisa ser visto no transcurso do trabalho analí tico Mas comodeclarar que as qualidades dos elementos sãovisíveis em vista de fato conhecido que algunsanalistas professamser capazes de ver coisas cuja própriaexistência é negada por outrosanalistas desacordoeste suficientemente comumentre o paciente e o analista apesar de eles com partilharema experiência vista À guisa de umcritério para o que constitui uma experiência sensível proponho senso comum na acepção que dei a este termo em outrotexto ou seja algumsentido que é comuma mais de umsentido Vouconsiderar umobjeto como sendosensível ao examepsicanalí ticose e apenasseele satisfizer condições análogas àquelassatisfeitas quandoa presença de um objetofísicoé confirmadapelaevidência de dois ou mais sentidos Evidentemente isso pode ser apenas uma analo gia pois no atual estado de nosso conhecimento até mesmo a ansie dade ao menos emoutraspessoas é uma dedução O problemaé deter minar justamente o quão longe podemos ir ao aceitarmos que no campoda psicanálise deduções feitas a partir dos sentidos tenhama mesmavalidade que os sentidos têm na física ounafilosofia Nãotenho a menor dúvida de que minha impressão a respeito de um homemestar ansioso tem a mesmavalidade da minha impressão respeito dediga mos uma pedra ser dura Mas para a minha impressão ser válida con sidero necessário sentir a pedra para me satisfazer de sua dureza e no mínimoolhála para me satisfazer de que aquilo que toco é ma pedra Acorrelação assimestabelecida autoriza uma pessoaa reivindicar que o termo senso comumcaracteriza o seu ponto devista de que o dado objeto é umapedra e que o ponto de vista de tratarse de uma pedra é comumaos sentidos da pessoa e portanto é uma visão de senso comum utilizando o termo senso comum com umaprecisão maior do que a da conversa coloquial O problemaé estabelecer alguma con vençãoou usosimilares para definir a naturezadosenso por meio do qual apreendemos um elemento psicanalítico e como contrapartida definir a natureza das dimensões de um elemento psicanalítico Na execução desse plano parece haver como ocorre comtanta fregiiência nas investigações psicanalíticas a pressuposição do quedesejamos des Elementos de Psicanálise 27 cobrir Para escreverisso tenho que começarde algumlugar o quecria dificuldades pois o início de uma discussão tende a impor uma apa rência de realidade à idéia de que o assunto em discussãotem uminí cio A investigação psicanalítica formula premissas que comoas da filosofia outeologia são diferentes daquelas da ciência comum Osele mentos psicanalíticos e os objetos destes derivados têmas seguintes dimensões 1 Extensão no domínio do sentido 2 Extensão no domínio do mito 3 Extensão no domínio da paixão Não se pode considerar uma interpretaçãosatisfatória a menos que ela ilumine um objeto psicanalítico e que esse objeto no momentoda inter pretação possua essas dimensões Emvista da importância que atribuo a essas dimensões voudiscutilas detalhadamente Nãoé necessário nos determos muito no domíniodosentidoIssosig nifica que aquilo queé interpretado deveser dentre outras qualidades um objeto do sentido Por exemplo certamente deveser visível ou audível para o analista e presumivelmente para o analisando Nocasoda última pres suposição não se realizar deve haver fundamento tal que a própria falha correspondente seja consideradasignificativa Colocando de outro modo quandoo analista fornece umainterpretação deve ser possível para ele e para o analisando ver que no momento ele está falandoa respeito de algo que é audívelvisível palpável ou odorífico É mais difícil fornecer umaexplicação satisfatória arespeito do que quero dizer com extensão no domínio do mito Semessa extensão não posso concebera possibilidade dese fazer modelos como parte do equipa mento disponível para o psicanalista Suponhamos que umpacienteesteja enraivecido Dáse maior significado a uma formulação para este efeito caso se acrescente que a raiva do paciente é igual à de uma criança querendobaterna babá porque a babádisse quea criança era malcriada O enunciadoentre aspas não é uma expressão de umateoria em uma expo sição genética Não se pode supor que o enunciado expressa umateoria de que menininhosbatemnassuas babás se elas os chamamde malcriados É um enunciado semelhante àqueles que osfilósofos comdesprezo des iscussão da gradenos Capítulos 18es o que entendo por essas dimensõ 2 O problemase relacionaà discussão da linha C de grade guintesirá explicar de modo mais pleno 28 W R BION cartam como mitologias quando usam o termo pcjorativamente para des crever teorias ruins Eupreciso de enunciados deste tipo como parte dos equipamento e procedimentocientíficos analíticos Eles não são afirma ções de um fato observadosão enunciados de um mito pessoal Se a for mulação dopsicanalista que acompanha a experiência do objeto psicanalí tico nãotiver um componente dessetipo faltará a essa experiência uma dimensão necessária Vou mereferir a essa dimensão como o componente mítico ou como se Escolhi deliberadamente para a última dimensão o termo paixão preferentementea termos que parecessem mais comuns emparte porque Os termos mais comuns têm umsignificado que não deveria ser pertur bado Entendoporpaixão ou pela suafalta o componente derivado de L He K Uso o termopara representar umaemoção experimentada com intensidadee calor emborasem qualquer insinuaçãodeviolência o termo paixão nãodeve transmitir o sentido deviolência a não ser queesteja asso ciado ao termo voracidade Pode parecer que eu ao introduzir paixãoestaria repetindo o que disse anteriormente quando incluí L H e K como elementos Não é o casoporpaixão entendo uma das dimensões que L H ou K precisam pos suir para que sejam reconhecidos como um elemento presente Além disso a evidência da presençada paixão que pode ser fornecidapelos senti dos não deveser tomada como dimensão da paixão Ou seja casojulgue mosqueo tom irado dopaciente evidencia ódio não devemos presumirter discernidopaixão H defato como uma dimensão de um objeto psicanalí tico Em tal episódioa evidência fornecidapelossentidos podeser correla cionadatalvez com a evidência sensorial mas não sensível de paixão Estar cônscio de paixão não dependedossentidos Para que ossentidos estejam ativos apenas uma mente é necessária paixão evidencia que duas mentes estão vinculadase que para quea paixão esteja presenteé possível que haja menos do que duas mentes É necessário distinguir claramente paixão de contratransferência sendo que esta última constitui evidência de repres são Maiores consideraçõesa respeito de paixão não são relevantes para a questão imediata da paixão como umadas dimensões do objeto psicanalí tico e portanto de umelemento psicanalítico 1 Amor ódio c conhecimento NT 2 Vero Capítulo 19 a respeito de sentimentos 3 Awareness no original NT CAPÍTULO QUATRO Nocapítulo umdisse que a falta deelaboração dos elementos da psicaná lise tem bloqueado odesenvolvimento de uma prática psicanalítica e dei exemplosdospossíveis objetos de pesquisadetais elementos No capítulo dois discuti possíveis critérios para avaliar objetos propostos como ele mentos enfatizando que um dos critérios essenciais é a condição de obser válos na prática No capítulo anterior estipulei que todos os elementos devem ser funções da personalidade e que eles podemser concebidos como tendo dimensõesas quais na mente do analista seriam impressões sensoriais mito e paixão Neste capítulo proponho abordarmoso problema de modo novo pro curando umaresposta para a seguinte pergunta considerando qualquer sessão psicanalítica como uma experiência emocional quais de seus ele mentos devem ser selecionados de modoa tornar claro que a experiência foi umapsicanálise e não poderia ter sido nenhumaoutra coisa Muitas características de umapsicanálise podemser consideradas comotípicas mas não o são de modoexclusivo Começar da regra comum de encontros entre duas pessoas pode parecer insignificante mas esses vários vértices aparentemente insignificantes tomados em conjunto con Observability no original NT 2 Departure no original O termo vértice será usado em Tiansformations Essa no entantonos pareceu umapalavra mais precisa em português para expressar o sen tido do texto NT 30 W R BION tribuem em última instância para uma diferença que demanda um termo especial Provavelmente um catálogo de tais diferenças definiria mais o que constitui umairuitação de psicanálise do que aquilo que é genuíno a menos que a diferença possa ser formulada em termos de elementos Parece que ao tentar enfocaras peculiaridades emocionais da expe riência evitaríamosas desvantagens de catalogar detalhadamente as dife renças mas surgem dificuldades pois é comumospacientes sentirem que a análise é friamente despida de emoções eaindaassim que provoca efei tos próprios a umaintensasérie de emoções O guia mais seguro é a expe riência recorroa ela na esperança de descrevêla emtermostais que possi bilitema outras pessoas comparar suas experiências ela Em geral entendese o ditado uma análise precisa ser conduzida em umaatmosfera de privação comosignificando queo analista precisa resistir a todo e qualquer impulsode gratificar os desejos deseus analisan dos ou ao anseio de gratificar os s eus próprios desejos Restringindo a expressão desse enunciado semrestringira área queele abrange o analista ouo analisando não podemperder em momentoalgumo senso deisola mentonaintimidadedarelação de análise O analista não podeindependente do quanto a cooperaçãose revele boa oumá perder ouprivar seu paciente do senso de isolamentoligado ao conhecimentode que as circunstâncias que levaramà análise e as conse qiiências que podemsurgir dela no futuro constituem uma responsabili dade que não se pode compartilhar commais ninguémÉ necessário que discussões com colegas ouparentes a respeito de assuntos técnicos ou outros quaisquer jamais obscureçam esse isolamento essencial O impulsopara ser voraz e mesquinho opõese ao estabelecimento de umarelaçãogeradora de experiências de um senso de responsabili dade Noobjeto sob exameo senso de solidão parece estar relacionadoa um sentimento de estar sendo abandonadono objeto examinador de que ele está apartando da fonte ou da base da qual sua existência depende Resumindosó se conseguedistanciamento à custa de dolorosos sen timentos de solidão e abandono experimentados1 pela herança mental Este ponto será novamentediscutido empremonição 2 Termos como voracidade são usados porqueestou discutindoos elementos da prática psicanalítica Assim que tais elementos foremclaramente discriminados como uma parte da experiência emocional oanalista poderá considerar de que modoteorias psicanalíticas por exemplo do erotismoanal podemiluminálos 3 Detachment no original NT Elementos de Psicanálise 31 animal primitiva a partir da qual se efetua o distanciamento e 2 pelos aspectosda personalidade que conseguiramficar distanciados do objeto de exame objeto sentido ser indistinguível dafonte de viabilidade daqueles aspectos O objeto de exame aparentemente abandonado é a mente pri mitiva e a capacidade social primitiva doindivíduo como um animal polí tico ou grupal Apersonalidade distanciadaé emcerto sentido novata para sua tarefa e tem de sc dedicar a empreitadas que sãodiferentes daquelas para as quais seus componentesestão com mais frequência adaptados ou seja o exame do meio ambiente semincluir o self Parte do preço é pago em sentimentos de insegurança CAPÍTULO CINCO As conclusões doscapítulos anteriores sugerem a necessidade de discutir mais a questão dadecisão será que ela envolve a tradução do pensamento em ação ou algum processo análogo comopor exemplotraduzir o pen samento em uma idéia fixa umavariável comose fosse uma constante E adecidir se sãoeseus Todoanalista pode levar a cabo porsi mesmointrospecçãoa respeito de queclichês ele usa mais comumente Ela sugere com frequência que o problema em análise é saber qual dentre as interpretações possíveis é a interpretação correta em um determinado momento cla surge da percep ção das várias idéias expressas em trabalhos escritos sobre análise e mais ainda da multiplicidade do Comportarento humano al como é experi mentado navida comum Na 1 a é tão ex dinária nas Acreditase epistase queas teorias analíticas exerçam um efeito terapêutico caso seu conteúdo e expressão estejam corretos Eu 1 Cliches nooriginal NT 34 W R BION acredito quea introspecçãoirá mostrar à maior parte dos analistas que eles empregam um númerorelativamente pequeno de teorias e que é possível ver queelas incidem nas seguintes categorias 1 2 3 1 Definição Grosseiramente tais interpretações tomam a seguinte formaa de queo paciente está mostrando através de suas associa ções que ele está deprimido até o pontoqueseja uma hipótes defi nitória é um mododedizer Isso que vocêo paciente está experi mentandoagora é aquilo que eue na minha opiniãoa maioria das pessoas chamaríamos de depressã o Não cabe nenhuma discussão a respeito daafirmação à medida quecla se presta a definir para o paciente o que o analista quer dizer pois no caso a únicacrítica válida seria a de que o enunciado é absurdo porser autocontraditó riose fosse possível demonstrar queele assim o é 19 Enunciados querepresentam de tal modoa realizaçãoquea ansie dade do analista frente aofato dasituação lhe ser desconhecida e correspondentemente perigosa seja negada por umainterpretação a qual visa provar ao próprio analista e ao paciente que isso nãoé assim Qualquer analista praticante avalia quetal estado de coisas pertence ao âmbito da contratransferência e queindica análise para o analista Mas mesmoosanalistas não conseguemter toda aanáli que poderiam considerar descjável coria como presentese passadas Um exemploêdetal emunciadosseria um breve resumolembrando o pa ciente de algo queo analista acredita ter ocorrido em tumaocasiãoante rior Isto correspondeà função que Freud designa pelo termonotação 4 Enunciadosrepresentando umsistema dedutivo científicoaté o ponto em que um talsistema podeser expresso cmlinguagem coloquial Tal enunciado mantémafinidades com asdotipo 3 acima pelo fato de ser e considerar que ela reprí alização da qual foi Freud S Formulações sobre os dois princípios dofuncionamento mental SE vol XIV Ordinary conversational English no original NT FreudS Formulações sobre os dois princípios dofuncionamento mental vol XIV Elementos de Psicanálise 35 siga umclichê analítico Gostaria de chamar suaatenção para É similar a 5 abaixo porém mais passivo e receptivo correspon dendoareverie É uma formulaçãoteórica expressa comtanto rigor científico quanto as circunstâncias da prática analítica o permitame cuja função é testar o ambiente Nesse aspecto tem afinidades com préconcepção É essencial para haver discernimento Umade suas funçõesé a receptividade paraofato selecionadoEntendoporfato selecionado aquele que dá coerênciae significadoa fatos já conheci dos mas cujo relacionamentoaté então não foidivisado u Parecido com1 2 3 e 4 na medida em quediga respeitoà formula ção todos são formulados por uma representação idêntica ou emoutras palavras a interpretação pode ser verbalmente idêntica em cada caso mas é umateoriautilizada parase investigar o des conhecido O exemplo mais óbviodisso é o mito de Édipo con forme Freudo abstraiu para formara teoria psicanalítica A função das formulações teóricas nesta categoria é usarinterpretações com umaintençãoa de iluminar material o qual de outro modo per maneceria obscuro a fimdeajudaro paciente a liberar mais mate rial O objetivo primárioé obter material parasatisfaçãodos impul sos de investigação no paciente e no analista Notese quea quali dade probatória de tais interpretações podeajudara dar conta das diferenças de reação no paciente emrelaçãoàs reações queele mos traria às interpretações das categorias 1 ou 4 Podese discriminar esse componente daqueles derivados do conteúdodainterpretação 6 Naúltimacategoria que proponhodistinguir o enunciado embora ainda esteja incorporado em uma representação idêntica àqueles empregados emtodos os outros enunciadosé usada como um E dor A intenção é primariamente que a comunicação habilite o paciente a gerar soluções para seus problemas de desenvolvimento É claro que o paciente podeusála para solucionar seus problemase não parasolucionarseus problemas de desenvolvimento ouseja cle podeusar as interpretações comoconselho e não comointerpretação Cliche nooriginal Observamosque Bionusa umtermo que possuiumaacep ção de algo preestabelecidoestereotipadopara descrever umestado de mente e uma formulação doanalista insaturados c investigativos aproximadosnotexto à reverie e à préconcepção NT Essc termoestá sendo usado noseu sentido matemático umsímbolo que indica umaoperação aritmética x são operadores para adição subtração mul tiplicação e divisão NT 36 W R BION mas minhaintenção aqui não é discutir essas e outras respostas do paciente Funções de interpretações que incidem nessa categoria e portanto as interpretações neste seu aspecto específico dentre ou tros são análogas a ações em outras formas de empreendimento humano Parao analista a transição que mais se aproximadadecisãoe da tradução de pensamento emaçãoé a transição do pensamento para as formulações verbais da categoria 6 Pelo que eudisse no Capítulo4 fica claro que é nasatividades dessa categoria que o senso de solidãoe isolamento têm maior probabilidade de ficar em evidência Estas categorias não são exaustivas ou exclusivas Esperase que a expe riência possalevar a substituílas por categorias melhores Éessencial resistir ao impulso de aumentar indevidamente o número de categorias emparte porque isso é muito fácil de se fazer mas tambémporque para meupresente objetivo é necessário ter o menor númerodecategorias fundamentais Devo enfatizar que embora naprática as interpretações certamente estarão incorporadas nas mais diversas formulações do ponto de vista teó rico a mesma interpretação formulada nos mesmos termos pode ser usada facilmente na mesma sessão de todos esses seis modos ouainda mais Esbocei as categorias para queelas se relacionem nem tanto ao con teúdo dateoria ou a formas sobas quais estão representadas mas ao traba lho quese destinamfazer Vou meantecipar dizendo que essascategorias sê aplicam ao uso que se podefazerpensamentos assim que eles tenham sido representadostanto pelo paciente comopelo analista Este capítulo se ocupou de um aspecto específico daquilo que poderia de modogeral ser chamado de pensamentos depois de eles terem sido representados por palavras ou por uma combinação de palavras Portanto este capítulo é umacategorização de IPp 20 Capítulo 1 de acordo com usos que se pode dar às representações de T Esse trata mento de I é umaexposição esquemática e exclui o componente temporal implícito em umaexposição genética ou de desenvolvimento Emvista da importância que I assume agora como um doscandidatosa se estabelecer como um elemento de psicanálise proponho dedicaralgumas das próxi mas páginas paraumaexposição genética de I em contraste a uma exposi ção esquemática emboraisso envolva umacerta repetição de idéias quejá apresentei em meu estudo sobre Pensar 1 Referência ao estudo A Thcory ofThinking apresentado no Simpósio sobre o Pensar Congresso Internacional de Psicanálise Edimburgo 1962 Publi cado em Second Thoughts 1967 CAPÍTULO SEIS A classificação sugerida para interpretações analíticas pode ser aplicada a todas as formulaçõestantoas feitas pelo paciente como pelo analista Mas desejo introduzir outro mododeclassificação para o mesmo material e para isso proponho abordara experiência com pacientes que sofrem de perturbações do pensamento Essa classificação em contraste com o esquema que compus no último capítulo terá umreferencial genético e não sistemáticoSeexistenãoalgumarealização quedela se aproxima é uma questão quedeixo em aberto no momento 1 ElementosBEste termorepresenta a mais antiga matriz da qual é possível supor queos pensamentos brotam Eles compartilham qualidades como objeto inanimado e com o objeto psíquicosemquehaja qualquer forma inçãoentreos dois Pensamentos sãocoisas coisas são pensa mentose elas têm personalidade 2 Elementosa Este termo representa o resultado dotrabalho da fun çãoa sobre as impressões sensoriais Esses não são objetos no mundo da realidade externa são produtos do trabalho efetuado sobre os sentidos os quais acreditase estão relacionadosa tais realidades Possibilitam a forma ção e o uso de pensamentos oníricos 3 Não considero que haja ou possa haver qualquerevidência para a existência de umarealização que correspondaa elementosf funçãoa e elementosaa não ser fatos observados que não podem ser explicados sem o auxílio de elementoshipotéticos comoesses A postura é diversa para o 38 W R BION restante das formulações É possível supor que haja evidência para a exis tência de pensamentosoníricos preconcepçõese para o restante das cate gorias Continuemos 4 Pensamentos oníricos Estes dependemda existência préviade ele mentos e clementosaa não ser poristo não requerem nenhumaela boraçãoalémdaquela quejá tiveram nateoria psicanalítica habitual São comunicadospelo conteúdo manifesto do sonho mas permanecemlaten tes a menos que o conteúdo manifesto seja traduzido em termos mais sofisticados Alcançase com os sonhos um domínio onde há evidência direta dos fenômenos comos quais temse que lidar Quando umpaciente diz que teve um sonhoe passaa relatálo dispõese ao menos de evidência direta Infelizmente quando o objeto de investigação é o próprio pensa mento essa garantia se dissipa A asserção de que um paciente teve um sonho é emgeral evidência suficiente para que o trabalho evolua mas não o é se precisarmos saber o que aconteceu quando o paciente fala que sonhou Por exemplo se umpaciente reclama queteve uma dorna perna deveríamos supor no contexto apropriado que ele sonhou que teve uma dor naperna Ou deveríamos considerar que algumas vezes o conteúdo manifesto de um sonhoé mais umasérie de dores do que umasérie de imagens visuais que foram verbalizadas e ligadas entre si pela narrativa 5 A préconcepção Esta corresponde a um estado de expectativa É um estado de mente adaptadopara receber umagama restrita de fenôme nos Uma ocorrência precoce poderia ser a expectativa que umbebê tem doscio A correspondência da préconcepção comumarealização origina a concepção 6 Aconcepção À concepção podeser considerada como umavariável que foi substituída porumaconstante Caso representemosa précon cepção por W com É representando o elemento insaturado então aquilo que substitui É por uma constante derivase darealização à qual a preconcepção se corresponde Noentanto a concepção pode então estar sendo empregada como uma préconcepção à medida que ela pode ex pressar uma expectativa A correspondência de w5 coma realização atende à expectativa mas aumenta a capacidade de wyE para mais saturação f A descrição de préconcepção é provisória O conceitoserá elaborado posterior mente principalmente no Capítulo 18 e subsegiientes 2 Comparar comaquilo que digo a respeito de abstração no Capítulo 18 Elementos de Psicanálise 39 7 O conceito deriva da concepção por meio de umprocesso destinado a libertála daqueles elementos que a tornariaminadequadapara ser um instrumentona elucidação ou expressão da verdade 8 O sistema dedutivo científico Neste contexto o termo sistema dedutivocientífico significa uma combinação de hipótesese sistemas de hipóteses relacionadas logicamente entresi A relaçãológica de um con ceito comoutro e de uma hipótese comoutraintensifica o significado de cada umdos conceitos e hipóteses assim vinculados expressa umsignifi cado que os conceitos hipóteses e vínculos não possuemindividualmente Nesse aspecto podese dizer que o siguificado do todoé maior do que o significado da somade suas partes 9 Cálculos O sistema dedutivo científico podeser representado por umcálculo algébrico Nocálculo algébrico reúnese umcerto númerode sinais de acordo com certas regras de combinação Ossinais não têm quaisquerpropriedades além daquelas conferidas pelas regras de combi naçãoab2ab2ab é umadeclaração das regras de combinação de a eba e b não têm nenhumoutrosignificado além daquele quea possibili dade de sua substituição por números lhes confere devem ser compreen didos como tendoa capacidade de ser manipulados do mododefinido pelo enunciado ab2ab2ab Emsumadizer quea e b têm proprieda des só poderia significar queeles se prestama ser manipulados de acordo comregras e que as regras às quais se conformam podemser deduzidas daquilo que no enunciado como na concepção retém uma capacidade para saturação Isto completa minha exposição genética Proponho agora combi nála coma exposição esquemática do Capítulo 5 Lembrarei que esta delincou um esquemaprovisório por meio do qualseria possível catego rizar os vários usos dados a I contrasta assim como esquemaquesugiro no presente capítulo dos vários estágios por meio dos quais I poderia ter se desenvolvido É necessário notar que no esquemagenético pode se dizer que todasas linhas de Ba Hinclusive contêm elementosinisa turados aguardando umarealização antes que possamser atendidos e tornemse disponíveis para serem empregados como preconcepções 1 Compararacondição de relacionamento lógico comaquilo quedigo no Capítulo 18 sobre coerência 2 Para umadescrição completa dos termos sistema dedutivo científico e cálculo algé brico conforme são utilizados no método científico rigoroso ver Braithwaite RB Scientific Explanation Cambridge University Press 1955 3 Ver a discussãoentre coerência e significado Capítulo18 40 W R BION A linha A difere de todas as outras pois não contém nenhumelemento insaturadoe portanto não serve para ser utilizada como preconcepção No momento por umarazãoespecial proponhodeixar sem discussãoa linha B o elementoa Pela mesma razão vou deixar para depois a dis cussão de aspectos importantes da linha C os pensamentos oníricos e os próprios sonhos Natabela nofinal doestudo disponhoas exposições sistemática e genética ao longo de eixos diferentes Essatabela formaltransmite arde rigidez que pode parecerestranho a uma abordagem clínica Espero quea discussão subsegiente envolvendo seu usopossaafastar qualquerreceio nesse sentido resguardadoo fato de queela seja utilizada apropriadamente Vouindicar qualé este uso con siderando algumas implicaçõesda grade Os númerosde referência são as coordenadas da grade AI Podesedefinir esta categoria comoextremamente primitiva Não mostra nenhumadiferenciaçãoclara das qualidades comoas que esperaría mosencontrar digamos em umsonho conformerelatado por um pacien te Não mostra nenhumadiferenciação entre qualidades animadase inani madas sujeito e objeto moral e científico Por estar saturada não serve parascr usada comopréconcepção Sóé possível considerar que tenha um uso como uma definição em um único sentido qualseja queé possível dizer que definir é aprisionar algo dentro de certos limites a verbalização nãoliberaseusignificado mas negalhe umasaída Entretanto serve para identificação projetiva Para não sobrecarregar a memória doleitor com uma multiplicidade de exemplos vou usar bem poucos e pedir que ele tolere otédio da repetição Aproveito o exemplo queusei em meuestudo sobre o Pensara criança experimenta um medodcestar morrendo se é que a sofisticação terminológica do adulto consegue de algum modo expressar a experiência e o aprisiona em um elementof colocado agora nacategoria AÍ da grade Este é projetado dentro do continente e seu destino subsegiente depende de umasérie de contingências que não vouantecipar agora pois lidarei com clas mais tarde A2 Asindicações que dei em Al mostramestritamentefalando que A2 deve ser umaclassevazia pois A1 é incapaz de se desenvolver Mesmo assim em umcertosentido Al podeser usadapara preencher algumasdas funções de A2 umavez que o aprisionamento implícito em Al nega a libe ração de qualquersignificado Mas a comparação de A2 com G2 irá mostrar 1 Table no original NT 2 Grid nooriginal Ver nota introdutória NT Elementos de Psicanálise 41 que existe umagrandediferençaentre elas até onde se possa dizer que AZ exista emvirtude de substituir Al e a implicação desta diferença deveser proporcionalmente maior Nãovou considerar A3 A4 e AS emdetalhe pois tudo aquilo que disse a respeito de A2é aplicável a clas comas devidas modificações São essen cialmente classes vazias Mas vale um breve comentário sobre A6 pois o clementop tratadoporidentificação projetiva prestase a ser usado como umoperador Sua importânciafica definida de modo mais preciso compa randoa com DéE6 F6 G6 e H6as quais ainda não discuti Nasituação emquea criança projeta o elementoBdigamos o medo de estar morrendoeste é recebidopelo continente de um modotal que é desintoxicado ou seja modificado pelo continente assim a criança pode retomálo dentrodesua própria personalidade sob umaformatolerá vel É umaoperação análoga quela desempenhadapela funçãoa A crian ça depende de a Mãe agir como sua funçãoo Colocando em outros termos o medo é modificadoe o clementop comoresultadotransformado em um clementoa Recolocandoisto de um modo ainda menos abstrato removeuse do elementof o excesso de emoção que havia impelido o crescimento do componente restritivo e expulsivodaí efetuouse umatransformação que capacita a criançaa reto mar algo que por conveniência chamamosde elementoa o qual agora serve para ser usado como uma definição ou préconcepção A mudança realizada pela mãe que aceita os temores da criança é uma mudança que depois scrá realizada pela funçãoa nas personalidades cujo desenvolvi mento tenhasido relativamente bemsucedido Do mesmojeito podese descrever a funçãoa comorelacionada à mudança que associei à concep ção eao conceito E e F neste capítulo conforme descrevi emminhaexposição genética stas entidades 1 Vero início do Capítulo 6 para a discussãona dinâmica docrescimento e os Capí tulos 18 e seguintes