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ETNOBOTÂNICA EM COMUNIDADE REASSENTADA DO PROJETO DE INTEGRAÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO Apresentação Comunicação Oral Arnádia Juliana da Silva Santos1 Aretuza Bezerra Brito Ramos2 Resumo A Etnobotânica pode ser definida como o estudo das sociedades humana passadas e presentes e suas interações ecológicas genéticas evolutivas simbólicas e culturais com as plantas levando em consideração as mais variadas formas de uso dado ao vegetal Assim o conhecimento Etnobotânico identificado em assentamentos rurais apresenta importância significativa pois os processos ecológicos são em grande parte mediados pelo contexto dessas comunidades bem como estudos nesses locais reúnem informações botânicas e seus respectivos usos são trazidos dos seus locais de origem e misturadas com as obtidas nos novos espaços Desta forma este estudo teve como objetivo analisar o cultivo de plantas antes e após o reassentamento na Vila Produtiva Rural Queimada Grande que faz parte do Projeto de Integração do Rio São Francisco que se encontra na zona rural de SalgueiroPE Foram entrevistados todos os moradores do reassentamento no mês de Maio de 2017 e utilizouse da entrevista semiestruturada para a obtenção dos dados Nesse sentido os resultados apresentados mostraram as famílias botânicas mais representadas com destaque para Anacardeacea Annonaceae Apocynaceae e Rutaceae sendo atribuídas as plantas diversas usos tais como alimentício medicinal ornamental e místico demonstrando a diversidade e relevância dos estudos em comunidade reassentadas principalmente em áreas de Caatinga que é um bioma onde foram realizados poucos estudos Palavraschave Usos Caatinga Assentamentos rurais Introdução Estudos Etnobotânicos são desenvolvidos com o propósito de registrar o conhecimento relacionado ao uso dos recursos vegetais GUARIM NETO SANTANA SILVA 2000 indicando como as pessoas afetam a biologia de determinadas populações de plantas não apenas sob aspectos negativos mas beneficiando e promovendo os recursos manejados ALBUQUERQUE ANDRADE 2002 Desse modo as comunidades que ocupam ambientes diversificados e com grande numero de espécies tem oportunidades de explorar uma gama maior de recursos vegetais 1 Graduação de Licenciatura em Ciências Biológicas Faculdade de Ciências Humanas do Sertão Central arnadiajulianasantos20hotmailcom 2 Mestre em Gestão e Políticas Ambientais Faculdade de Ciências Humanas do Sertão Central britoramosabgmailcom AMOROZO 1996 Mas embora a Caatinga não apresente uma diversidade de plantas tão elevada como os demais biomas brasileiros disponibiliza de condições para que as espécies que ali ocorrem se adapte as adversidades impostas pelo ecossistema o que o torna com alta taxa de endemismo LEAL TABARELLI SILVA 2003 Desta forma os assentamentos rurais que são unidades de produção agrícola criadas com o objetivo de reordenar o uso da terra em benefício de trabalhadores rurais sem terra ou com pouca terra BERGAMASCO 2001 podem contribuir para o conhecimento Etnobotânico uma vez que permite avaliar de que forma os moradores reúnem as informações trazidas de seus locais de origem com as obtidas no lugar onde se instalaram pois necessitam adaptarse e buscam nesse novo ambiente plantas uteis as suas necessidades CUNHA BORTOLOTTO 2011 Em virtude dos fatos mencionados é perceptível que um estudo sobre este tema seja viável para saber como as pessoas tem utilizado as plantas ao longo das mudanças provocadas pelos reassentamentos Destarte o presente estudo teve como objetivo descrever as espécies botânicas cultivadas atualmente pelos residentes de uma vila produtiva rural e comparar com a dinâmica praticada anteriormente ao reassentamento Fundamentação Teórica Etnobotânica Os primeiros relatos da existência humana mostram que o homem sempre manteve uma relação com o ambiente onde vivia sendo especificamente a interação homemplanta diversificada dada aos múltiplos usos destes recursos ALBUQUERQUE 2002 Assim para Alexiades et al 1996 a Etnobotânica é o estudo das sociedades humanas passadas e presentes e suas interações ecológicas genéticas evolutivas simbólicas e culturais com as plantas No contexto da investigação Etnobotânica o pesquisador procura conhecer a cultura e o dia a dia da comunidade pesquisada os conceitos locais de doençasaúde o modo como a comunidade se vale dos recursos naturais para a cura de seus males atrair ou afastar animais dentre outros tentando repassar o conhecimento apreendido para o meio científico sem erros de interpretação ELIZABETSKY 2003 Assim vem sendo uma ferramenta relativamente barata de pesquisa que favorece a relação do homem com a vasta diversidade vegetal que por sua vez contribui de forma significativa para a humanidade PRANCE 1991 Nesse sentido estudos Etnobotânicos desenvolvidos nos assentamentos populacionais geralmente são estritamente ligados com o meio rural onde contribui para se conhecer e difundir para toda a comunidade os conhecimentos de seus integrantes além de colaborar na avaliação da disponibilidade desses recursos e seu atendimento às necessidades locais ALBUQUERQUE LUCENA LINS NETO 2010 O uso do conhecimento das plantas por uma comunidade faz parte da sua cultura e está entrelaçada com sua história de vida portanto é necessária a realização de estudos que busquem recuperar o conhecimento tradicional existindo grandes oportunidades de transmitir para futuras gerações PASA 2004 Segundo Palmer 2004 a incorporação de novos conhecimentos em uma comunidade pode ser considerada um fato negativo pois pode causar a perda de saberes tradicionais em detrimento da inserção de novas informações Contudo Bennett e Prance 200 acreditam que estes fatos não causam a perda dos conhecimentos mas sim agregam novas informações ao conhecimento tradicional pré existente Projeto de Integração do Rio São Francisco O Projeto de Integração do Rio São Francisco obra de responsabilidade do Ministério da Integração Nacional é um empreendimento de infraestrutura hídrica onde dois sistemas independentes denominados Eixo Norte e Eixo Leste captarão água no rio São Francisco para atenuar a situação de abastecimento de municípios do Semiárido do Agreste Pernambucano e da Região Metropolitana de Fortaleza mas não atingem os pontos centrais do problema a pouca disponibilidade e a má distribuição de água na região MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL 2004 Contudo 44 impactos ambientais decorrentes da implantação e operação da obra foram identificados durante a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental dos quais 23 considerados como de maior relevância 11 são positivos e 12 negativos De forma a minimizar a ação destes impactos o empreendedor elaborou 38 Programas Ambientais que ao serem executados possibilitarão a prevenção atenuação e correções SOARES 2013 Dentre estes programas está o de Reassentamento de Populações considerado como sendo o processo de deslocamento de grupos populacionais visando minimizar os efeitos negativos da realocação garantindo uma nova base produtiva eou melhores condições de vida ou no mínimo similares às originais Vale salientar que essas famílias serão alocadas em vilas rurais construídas pelo empreendedor MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL 2014 Segundo Tuan 1980 a construção de uma vila para trabalhadores rurais pode buscar propiciar alteração nas condições econômicas mas jamais conseguirá reproduzir condições naturais culturais históricas de afeto ao lugar onde essas pessoas viviam No entanto foram planejadas 18 Vilas Produtivas Rurais VPR sendo a VPR Queimada Grande um dos 11 reassentamentos situadas no Eixo Norte e que já se encontra habitada desde 2014 Salientase que as famílias participam de capacitações e oficinas ministradas pelo empreendedor cujo objetivo é minimizar os impactos da reinserção e permitir a organização socioeconômica das comunidades MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL 2017 De modo geral as vilas são compostas por residências de 99 m² equipamentos de uso comum e setores produtivos com no mínimo cinco hectares por beneficiário sendo um destinado à irrigação MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL 2017 Assim para a utilização desta infraestrutura e dos equipamentos construídos na VPR Queimada Grande as famílias foram conduzidas para suas novas habitações pelo empreendedor levando consigo hábitos e costumes para as novas residências estando dentre esses o de cultivar plantas informação verbal Os assentamentos rurais constituemse como novos espaços de sociabilidade que apresentam uma importância significativa para o conhecimento ecológico que em grande parte é mediado pelo contexto destas comunidades MIRANDA HANAZAKI 2008 sendo os estudos Etnobotânicos importantes uma vez que permitem avaliar de que forma os moradores reúnem as informações trazidas de seus locais de origem com as obtidas no lugar onde se instalaram mostrando como eles incorporam as novas espécies vegetais identificadas no assentamento CUNHA BORTOLOTTO 2011 Metodologia Este trabalho foi desenvolvido na Vila Produtiva Queimada Grande localizada na zona rural de Salgueiro no Sertão Central de Pernambuco Figura 1 e que possui clima semiárido com média de temperatura anual de 25C IBGE 2017 Como mencionado anteriormente esta vila pertence ao Projeto de Integração do Rio São Francisco e os seus moradores foram transferidos de sítios próximos a área da VPR sendo transferidas 25 famílias para o assentamento estando atualmente com 60 famílias no total O método utilizado para realização deste trabalho foi a entrevista semiestruturada de caráter quantitativo e qualitativo com perguntas elaboradas previamente e de fácil compreensão para uma melhor obtenção dos dados pois conforme Posey 1987 as perguntas devem ser o mais abertas possível para que não haja o risco de restringir as respostas dadas pelos entrevistados Figura 1 Imagem de satélite da área de estudo Fonte Modificada do Google Earth 2017 Desta forma a coleta dos dados etnobotânicos foi realizada em todas as residências inicialmente habitadas na vila contendo dados relacionadas ao cultivo das plantas antes e após a mudança para a VPR sendo essa etapa metodológica realizada no mês de maio de 2017 Na entrevista foram abordadas questões que apresentavam aspectos relevantes para serem informadas tais como os usos dado as plantas cultivadas estruturas vegetais utilizadas e a indicação ao mesmo tempo em que os espécimes foram fotografados para posterior identificação Baseado no estudo realizado por Albuquerque Lucena e Cunha 2008 foi considerado os seguintes usos o ornamental medicinal forrageiro místico e alimentício A partir do nome vernáculo das espécies observadas foi possível elaborar uma lista florística com o nome científico definido através do sistema de classificação Angiosperma Phylogny Group APG III Resultados e Discussão Após o levantamento verificouse a ocorrência de 204 espécimes pertencentes a 47 espécies e 34 famílias botânicas sendo Rutaceae a que apresentou maior número de espécies cultivadas pelos moradores 851 e 735 das demais famílias só possuíam uma espécie Tabela 1 Prudente e Moura 2013 identificaram as espécies de Rutaceae sendo utilizadas para o tratamento de doenças respiratórias corroborando com as citações realizadas pelos moradores da Vila Queimada Grande Os autores ainda relataram a ação antiinflamatória e antibacteriana Salientase que mais da metade dos espécimes observados durante a realização da presente pesquisa veio com os moradores no ato da transferência Dentre as espécies identificadas somente Myracrodruon urundeuva Allemão Engl Aroeira é nativa da Caatinga descrita como medicinal para os moradores da vila em questão assim como para Machado e Oliveira 2014 Mas segundo o Ministério do Meio Ambiente essa planta encontrase na Lista Oficial das Espécies Ameaçadas de Extinção ou seja apresenta alto risco de desaparecimento na natureza em um futuro próximo BRASIL 2008 Apesar desta espécie está ameaçada de extinção sua grande procura também se dá para usos madeireiros principalmente pela capacidade de ter sua madeira fortemente resistente aos ataques de decompositores animais como cupim e a ação de desgaste provocada pela umidade MAIA 2004 Tabela 1 Etnoespécies identificadas na Vila Produtiva Rural Queimada Grande Salgueiro PE Fonte Própria Legenda A alimentício F forrageiro Me medicinal Mi místico e O ornamental FamíliaEspécie Nome Vernáculo Uso Etnobotânico AMARANTHACEAE Chenopodium ambrosioides L Mastruz Me ANACARDIACEAE Anacardium occidentale L Cajueiro AMe Mangifera indica L Mangueira A Myracrodruon urundeuva Allemão Engl Aroeira Me ANNONACEAE Annona muricata L Graviola A Annona squamosa L Pinha A APOCYNACEAE Adenium obesum Forssk Roem Schult Rosadodeserto O Catharanthus roseus L G Don Boanoite O Nerium oleander L Espirradeira rosa O ARACEAE Dieffenbachia picta Schott Comigoninguempode O ARALIACEAE Polyscias spp Crote mulambo O ARECACEAE Dypsis spp Palmeira O Dypsis lutescens HWendl Beentje JDransf Arecabambú Palmeira O ASPARAGACEAE Sansevieria trifasciata Dewild N E Br Espadadesãojorge O BIXACEAE Bixa orellana L Urucum A FamíliaEspécie Nome Vernáculo Uso Etnobotânico BRASSICACEAE Brassica spp Mostarda AMe CACTACEAE Opuntia ficusindica L Miller Palma F CARICACEAE Carica papaya L Mamoeiro AMe DAVALIACEAE Nephrolepis exaltata L Schott Samambaia O EUPHORBIACEAE Jatropha gossypiifolia L Pinhãoroxo Mi LAMIACEAE Melissa officinalis L Ervacidreira Me Mentha spp Hortelã Me Plectranthus barbatus Andr Malvadoreino Me LAURACEAE Persea americana Mill Abacateiro A LYTHRACEAE Punica granatum L Romã Me MALPIGHIACEAE Malpighia glabra L Acerola AMe MELIACEAE Azadirachta indica A Juss Nimindiano O MORACEAE Morus spp Amora A MUSACEAE Musa spp Bananeira A MYRTACEAE Psidium guajava L Goiabeira A NYCTAGINACEAE Bougainvillea glabra Choisy Buganvillea O OXALIDACEAE Averrhoa carambola L Carambola A Oxalis regnellii Mig Trevoroxo O PASSIFLORACEAE Passiflora edulis Sims Maracujá AMe PLUMBAGINACEAE Plumbago auriculata Lam Nuvem O POACEAE Cymbopogon spp Capim F Cymbopogon citratus Stapf Capimsanto Me FamíliaEspécie Nome Vernáculo Uso Etnobotânico POLYPODIACEAE Pleopeltis pleopeltifolia Raddi Alston Samambaia O PORTULACACEAE Portulaca spp Onze horas O PUNICACEAE Punica granatum L Romã AMe ROSACEAE Rosa spp Roseira O RUBIACEAE Morinda citrifolia L Noni OMe RUTACEAE Citrus spp Tangerina AMe Citrus limon L Burm Limoeiro AMe Citrus sinensis L Osbeck Laranjeira AMe Ruta graveolens L Arruda MeMi Verificouse que entre as utilizações os usos alimentício medicinal ornamental apresentaram a mesma frequência Figura 2 seguido por forragem e místico corroborando com resultados observados por Rodrigues et al 2002 Pasa 2004 salienta que as categorias de uso de uma espécie vegetal podem ser cumulativas como foi identificado no presente estudo com o Anacardium occidentale L cajueiro utilizada para a alimentação e como medicinal ao mesmo tempo Foi observado que no uso alimentício dado pelos entrevistados as plantas cultivadas ocorrem em grande maioria de forma in natura isto é são consumidas após a colheita sem nenhum processamento direto ou caso haja passa apenas por macerações simples como são consumidas as sementes da Bixa orellana L urucum e da Brassica spp mostarda Dentre as espécies consideradas para fins medicinais destacase o Cymbopogon citratus Stapf capimsanto que a partir das suas folhas é produzido um chá por decocção para tratar transtornos causados pela Hipertensão Inapetência e como calmante natural O C citratus é muito usado como ingrediente essencial na cozinha asiática devido a seu forte sabor de limão BRIAN IKHLAS 2002 e suas folhas são usadas sob a forma de infusão como sedativo e calmante do sistema nervoso tendo estudos comprovados para eficiência antiespasmódica analgésica bactericida inseticida inibitória do crescimento de fungos e antimutagênica MARTINS et al 2004 Martínez 1995 afirma que o aumento no uso de plantas medicinais está provavelmente relacionado à deterioração das condições econômicas nos países de terceiro mundo Desta forma os trabalhos realizados com plantas medicinais no Brasil correspondem a maior parte dentre as mais variadas formas de usos de planta OLIVEIRA et al 2009 Cabe ressaltar que no presente estudo as plantas mencionadas para fins medicinais são usadas com maior relevância como fontes de Vitamina C para cicatrização e anti inflamatório Figura 2 Usos etnobotânico das plantas identificadas na Vila Produtiva Rural Queimada Grande Salgueiro PE Fonte Própria De acordo com Melo et al 2011 as plantas ornamentais são implantadas com o objetivo de proporcionar um prazer estético porém elas desempenham inúmeras funções na paisagem Dentre essas plantas destacase a Dieffenbachia picta Schott comigoninguem pode por apresentar características morfológicas para a contemplação mas apresenta um grande potencial toxicológico em humanos e animais MACHADO 2003 As intoxicações atingem principalmente crianças e animais domésticos e ocorrem por ingestão ou contato de mucosas pele e olhos com partes lesionadas da planta Sua toxicidade é conhecida há muito tempo cuja ação química está associada às substâncias tóxicas como alguns lipídios proteínas e alcalóides SILVA et al 2014 Walter e Khanna 1972 ressaltam que esta espécie apresenta ação corrosiva e letal quando ingerida devido aos cristais de oxalato de cálcio presente nos idioblastos do parênquima clorofiliano Desta forma há a necessidade de cuidados permanentes para evitar acidentes uma vez que a população em geral não tem conhecimentos sobre a toxicidade das plantas tendo como princípio o fato de que se vem da natureza não oferece riscos descartando a possibilidade de danos à saúde A Comigoninguémpode juntamente com o Pinhãoroxo Jatropha gossypiifolia L e a Arruda Ruta graveolens L foram consideradas espécies místicas pelos residentes da VPR Queimada Grande Diante do saber e crenças definidos pelo povo são plantas que possuem o poder de atrair para si o mal olhado capacidade sobrenatural de lançar os maus olhos sobre a vida dos outros em apenas um relance e por isso são postas nos jardins ou cultivadas em vasos nas entradas das residências Diante da mudança para a VPR Queimada Grande boa parte dos moradores não quis se desfazer de seus bens embora fossem iniciar uma vida nova Assim na transferência levaram 52 dos espécimes cultivados atualmente sendo esses de diferentes espécies de plantas Isso demonstra que há apego afeto ou funcionalidade dada aos exemplares identificados para que estes fossem levados juntamente com os demais objetos da família reassentada No decorrer do tempo apesar da fase de adaptação os moradores passaram a trocar conhecimentos com isso iam adquirindo saberes e realizando a troca de mudas das plantas cultivadas cuja escolha era realizada levando em consideração a beleza da planta Conclusões Diante dos resultados obtidos na pesquisa concluise que a população estudada mantém uma relação com as plantas e fazem uso destas em suas atividades cotidianas Mostram que a mudança de um ambiente para outro não impede o cultivo de plantas mais sim expõem que ainda existem pessoas que usam as plantas como uma terapia de vida mesmo que haja inúmeros fatores que os tornem difíceis Referências ALBUQUERQUE U P Introdução à Etnobotânica Recife Bagaço 87p 2002 ANDRADE L H C Conhecimento botânico tradicional e conservação em uma área de caatinga no Estado de Pernambuco Nordeste do Brasil Acta Botanica Brasilica n 16 v 3 p 273285 2002 ALBUQUERQUE U P LUCENA R F P CUNHA L V F C Métodos e Técnicas na Pesquisa Etnobotânica 2 ed Recife ComunigrafNUPEEA 2008 319p LUCENA R F P LINS NETO E M F Seleção dos participantes da pesquisa In ALBUQUERQUE U P LUCENA R F P CUNHA L V F C Eds Métodos e técnicas na pesquisa etnobiológica e etnoecológica Recife NUPEEA p 2138 2010 ALEXIADES M N Selected guidelines for ethnobotanical research a field manualThe New York Botanical Garden Bronx 1996 306p AMOROZO M C M A abordagem etnobotânica na pesquisa de plantas medicinais In Di STASI L C org Plantas medicinais arte e ciência Um guia de estudo interdisciplinar São Paulo Editora da Universidade Estadual Paulista p4768 1996 BENNETT B C PRANCE G T Introduced plants in the indigenous pharmacopeia of Northern South America Economic Botany v 54 n 1 p 90102 2000 BERGAMASCO S M O que são assentamentos rurais São Paulo Brasiliense 2001 BRASIL Instrução Normativa nº6 de 23 de setembro de 2008 Reconhece espécies da flora ameaçada de extinção Diario Oficial da União n 185 2008 BRIAN T S IKHLAS AK Comparasion of extraction methods for marker compounds in the essencial oil of lemon grass by GC Journal of Agriculttural and Food Chemistry v 50 n 6 p 13451349 2002 CUNHA S A BORTOLOTTO I A Etnobotânica de Plantas Medicinais no Assentamento Monjolinho município de Anastácio Mato Grosso do Sul Brasil Acta Botanica Brasilica v 25 n3 p 685698 2011 ELISABETSKY E Etnofarmacologia Ciência e Cultura v55 n3 p3536 2003 GUARIM NETO G SANTANA S R SILVA J V B Notas etnobotânicas de espécies de Sapindadeae Jussieu Acta Botanica Brasilica v 14 n 3 p 327334 2000 IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA IBGE Cidades 2017 S I Disponível em httpscidadesibgegovbrbrasilpesalgueiropanorama Acesso em 07 set 2017 LEAL I R TABARELLI M SILVA J M C da Ecologia da Caatinga Recife Editora Universitária da UFPE 2003 MACHADO A C OLIVEIRA R C Medicamentos Fitoterápicos na odontologia evidências e perspectivas sobre o uso da aroeiradosertão Myracrodruon urundeuva Allemão Revista Brasileira de Plantas Medicinais v 16 n 2 p 283289 2014 MACHADO K Z Avaliação da toxicidade de plantas ornamentais frente ao teste com Artemia salina Leach Departamento de Química Universidade Federal de Santa Catarina FlorianópolisPR 2003 Disponível em httpsrepositorioufscbrbitstreamhandle123456789105040KarinaMachadopdfsequen ce1 Acesso em 12 out 2017 MAIA G N Caatinga árvores e arbustos e suas utilidades 1 ed São Paulo Leitura Arte 413 p 2004 MARTÍNEZ H P Commercialization of Wild Medicinal Plants from Southwest Puebla Mexico Economic Botany v 49 n 2 p 197206 1995 MARTINS M B G MARTINS A R TELASCRÊA M CAVALHEIRO A J Caracterização anatômica da folha de Cymbopogon citratus CD Stapf Poaceae e perfil químico do óleo essencial Revista Brasileira de Plantas Medicinais v 6 n 3 p 2029 2004 MELO A G C CARVALHO D A CASTRO G C MACHADO E L M Fragmentos Florestas Urbanos Revista Científica Eletrônica de Engenharia Florestal v17 n1 2011 MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional Disponível em Relatório De Impacto Ambiental 2004 Acesso em 7 de set de 2017 Projeto de Integração do Rio São Francisco SI Vilas Produtivas Rurais 2014 Disponível em httpwwwintegracaogovbrwebprojetosaofranciscovilasprodutivas rurais Acesso em 07 de set 2017 Projeto de Integração do Rio São Francisco SI Vilas Produtivas Rurais 2017 Disponível em httpwwwintegracaogovbrwebprojetosaofranciscovilasprodutivas rurais Acesso em 10 setembro 2017 MIRANDA T M HANAZAKI N Conhecimento e uso de recursos vegetais de restinga por comunidades das ilhas do Cardoso SP e de Santa Catarina SC Brasil Acta Botanica Brasilica v 22 p 203215 2008 OLIVEIRA F C ALBUQUERQUE U P KRUEL V S F HANAZAKI N Avanços nas pesquisas Etnobotânicas no Brasil Acta Botânica Brasilica v 23 n2 p 590605 2009 PALMER C T The inclusion of recently introduced plants in the Hawaiian ethnopharmacopeia Economic Botany v58 n1 p 280293 2004 PASA M C Etnobiologia de uma comunidade ribeirinha no alto da bacia do rio AricáAçú Cuiabá Mato Grosso Brasil 2004 Tese Doutorado em Ciências Universidade Federal de São Carlos 174 p POSEY D A Etnobiologia teoria e prática In RIBEIRO B Suma Etnológica Brasileira Etnobiologia 2ª Ed Petrópolis VozesFINEP p 1525 1987 PRANCE G T What is etnobotany today Journal of Etnopharmacology v32 p 209 216 1991 PRUDENTE R C C MOURA R B de Evidências científicas para a indicação popular de algumas espécies da família Rutaceae no tratamento de doenças respiratórias na região Sudeste do Brasil Infarma Ciências Farmaceuticas v 25 n 1 p 2531 2013 RODRIGUES LA CARVALHO DA GOMES LJ BOTREL R T Espécies vegetais nativas usadas pela população local em Luminárias MG Lavras UFLA 2002 34p SILVA J A LIMA JÚNIOR A OLIVEIRA I BRITO G SILVA D SILVA I COSTA S Avaliação da toxicidade da planta Comigoninguém pode Dieffenbachia spp no controle do Tribolium castaneum em grãos de milho Revista Faculdade Montes Belos v 8 n 5 p 115139 2014 SOARES E Seca no Nordeste e a transposição do rio São Francisco Geografias v 9 n 2 p 7585 2013 WALTER W G KHANNA P N1972 Chemistry of the aroids I Dieffenbachia seguine amoena and picta Economic Botany v 26 n 4 p 364372 1972 TUAN Y F Topofilia Um estudo da percepção e valores do meio ambiente São Paulo Difel 288 p 1980