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TÍTULO DO ARTIGO Nome doa alunoa RESUMO Apresentação concisa e seletiva do artigo apresentando os elementos de maior interesse tais como objetivos do artigo metodologia e conclusões A Associação Brasileira de Normas Técnicas através da norma NBR 6028 define resumo como a apresentação concisa dos pontos relevantes de um texto Para artigos a ABNT recomenda o resumo com 250 palavras aproximadamente 8 a 10 linhas em apenas um parágrafo e espaçamento simples PalavrasChaves Artigo científico Trabalho de Conclusão de Curso Modelo de artigo Deve conter entre 3 e 5 palavras no máximo e se caracterizam por refletirem de maneira objetiva o conteúdo do texto são retiradas do texto do resumo pois nele se situa a síntese do estudo As palavraschave são colocadas em sequência à apresentação do resumo O corpo do artigo será iniciado imediatamente após a linha que contém as palavras chave INTRODUÇÃO Esta seção deve proporcionar ao leitor uma introdução geral sobre o tema do artigo com o propósito de atraílo para a leitura completa do artigo Não é apenas uma descrição dos conteúdos das seções do texto Ela deve apresentar em um texto único sem seções fluido e agradável capaz de introduzir o tema da pesquisa ao leitor demonstrando os caminhos que serão percorridos e como os resultados serão apresentados Tratase da formulação clara do tema em questão e os motivos que justificam a sua escolha TÍTULO DA SEÇÃO DesenvolvimentoReferencial Teórico Esta seção é o resultado da revisão de literatura livros artigos etc das áreas de conhecimento relacionadas com o tema do artigo Nela são apresentadas as ideias principais de autores da área As referências do artigo devem incluir no mínimo 3 livros e 2 artigos de revistas idôneas sobre o tema em questão Pesquise sempre em sites de confiança e oficiais no meio acadêmico A seção pode ser dividida em tantas subseções quanto desejáveis Sua adequada organização permite posteriormente realizar comparações e análises levando a uma melhor compreensão do assunto Subtítulo se houver Subtítulo se houver TÍTULO DA SEÇÃO Análise dos dados se houver Subtítulo se houver Subtítulo se houver CONSIDERAÇÕES FINAIS As conclusões devem ser apresentadas de forma objetiva e concisa REFERÊNCIAS A lista de referências é estreitamente relacionada à de literatura utilizada na pesquisa Ela deve incluir os trabalhos de onde foram extraídos dados figuras tabelas textos etc Todas as referências citadas no texto devem ser incluídas na lista de referências Por outro lado a lista não deve incluir trabalhos não citados no texto Seguir as Normas da ABNT e as orientações técnicas mencionadas neste documento Elencar em ordem alfabética começando pelo sobrenome dos autores com espaçamento simples e um espaço entre as referências GOMES RM BRITO E VARELA A Intervenção na formação no ensino superior a aprendizagem baseada em problemas PBL Interacções n 42 p 4457 2016 httpsdoiorg1025755int11812 BENDER W Aprendizagem baseada em projetos educação diferenciada para o século XXI Porto Alegre Penso 2014 ORIENTAÇÕES TÉCNICAS O TCC é individual contendo no mínimo 15 quinze e no máximo 25vinte e cinco páginas por se tratar de artigo científico não computadas as páginas de capa e pós textuais anexos obedecendo criteriosamente as Normas da ABNT As orientações técnicas para elaboração do artigo são Editor de texto e normas técnicas e científicas doc word Tamanho do papel A4 297cm x 21 cm Margem superior 3 cm Margem inferior 2 cm Margem esquerda 3 cm Margem direita 2 cm Fonte Times New Roman ou Arial corpo 12 Para títulos 14 em negrito e subtítulo 12 em negrito Resumo fonte 12 com no máximo 250 palavras Palavraschave Entre 3 e 5 separadas por ponto Ex Metodologias Ativas Educação Educação Básica Espaçamento entre caracteres palavras e linhas 15 exceto o resumo com espaçamento simples Notas de rodapé ou notas de fim fonte 10 com espaçamento simples Citação direta curta até três linhas com aspas no trecho transcrito do autora e indicação da obra no começo ou no final conforme casos ilustrativos abaixo Ex PEREIRA 2017 p 02 define que as práticas educativas inovadoras estão no centro do debate da potencialidade do uso de tecnologias e metodologias ativas OU As práticas educativas inovadoras estão no centro do debate da potencialidade do uso de tecnologias e metodologias ativas PEREIRA 2017 p 02 Citação direta longa com mais de três linhas recuo de 4 cm a esquerda fonte 11 espaçamento simples e referênciafonte ao final conforme abaixo 4 cm O processo de avaliação é uma tarefa didática necessária e permanente do trabalho docente devendo estar articulada passo a passo ao processo de aprendizagem Nesse viés os resultados que vão sendo obtidos no decorrer das atividades em conjunto entre o professor e os alunos serão comparados com os objetivos propostos dessa forma visando constatar progressos dificuldades e reorientar o trabalho para as correções necessárias LUCHESI 2022 p 36 As referências bibliográficas devem seguir as orientações da ABNT conforme casos ilustrativos abaixo ARTIGOS EM REVISTAS ELETRÔNICAS título da revista em negrito com link de indicação GOMES RM BRITO E VARELA A Intervenção na formação no ensino superior a aprendizagem baseada em problemas PBL Interacções n 42 p 4457 2016 httpsdoiorg1025755int11812 LIVROS título do livro em negrito BENDER W Aprendizagem baseada em projetos educação diferenciada para o século XXI Porto Alegre Penso 2014 INSTRUMENTOS NORMATIVOS leis decretos portarias BRASIL Lei nº9394 de 20 de dezembro de 1996 Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional Disponível em httpwwwplanaltogovbr ccivil03leisl9394htm Acesso em 15 dez 2020 COSMOVISÃO NO IMPÉRIO ASTECA COMO MOTOR NA EXPANSÃO E QUEDA DE MÉXICOTENOCHTITLAN Nome doa alunoa RESUMO Este artigo investiga a cosmovisão religiosa simbólica e ideológica dos astecas como elemento central tanto na ascensão quanto na queda do império mexica com capital em MéxicoTenochtitlan A pesquisa busca compreender como essa visão de mundo profundamente enraizada na mitologia na religião e na organização social moldou práticas políticas militares e diplomáticas dos mexicas e influenciou diretamente suas estratégias expansionistas e a forma como exerciam dominação sobre os povos conquistados Por meio de pesquisa bibliográfica baseada em autores clássicos e contemporâneos da historiografia sobre a Mesoamérica foi possível analisar o papel da religião no fortalecimento do poder político e na legitimação da guerra e dos sacrifícios humanos A cosmovisão asteca marcada pelo culto a divindades como Huitzilopochtli deus do sol e da guerra sustentava a ideia de que o cosmos precisava ser alimentado por sangue humano para manter sua ordem e equilíbrio Essa crença impulsionou práticas como as guerras floridas onde prisioneiros eram capturados para rituais sacrificiais No entanto o uso da religião como instrumento de dominação também provocou ressentimentos e tensões entre os povos subjugados A queda de Tenochtitlan em 1521 não pode ser entendida apenas como uma derrota militar frente aos espanhóis mas como a falência de um sistema simbólico que ao imporse de forma violenta acabou isolando os astecas e favorecendo alianças entre seus inimigos PalavrasChaves Astecas Cosmovisão Sacrifício humano Mesoamérica Tenochtitlan ABSTRACT This article investigates the religious symbolic and ideological worldview of the Aztecs as a central element in both the rise and fall of the Mexica Empire centered in Mexico Tenochtitlán The research aims to understand how this worldviewdeeply rooted in mythology religion and social organizationinfluenced the political military and diplomatic practices of the Mexicas and directly shaped their expansionist strategies and domination over conquered peoples Through bibliographic research based on classic and contemporary authors in Mesoamerican historiography the study analyzes the role of religion in strengthening political power and legitimizing war and human sacrifices The Aztec worldview marked by the worship of deities such as Huitzilopochtli god of the sun and war upheld the belief that the cosmos required human blood to maintain order and balance This belief propelled practices like the flower wars in which prisoners were captured for sacrificial rituals However the use of religion as a tool of domination also provoked resentment and tension among subjugated peoples The fall of Tenochtitlán in 1521 cannot be understood merely as a military defeat by the Spanish but as the collapse of a symbolic system that by imposing itself violently ultimately isolated the Aztecs and enabled alliances among their enemies Keywords Aztecs Worldview Human sacrifice Mesoamerica Tenochtitlán SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO O império asteca também conhecido como império mexica foi uma das civilizações mais poderosas e influentes da Mesoamérica destacandose não apenas pelo seu poderio militar e organização políticoadministrativa mas também por uma elaborada e complexa cosmovisão Segundo Carrasco 2012 os povos que hoje são amplamente conhecidos como astecas utilizavam na verdade outros termos para se identificar como Mexica Acolhua e Tenochca Essa visão de mundo era profundamente entrelaçada à religião à mitologia à astronomia e à percepção cíclica do tempo Em um universo concebido como dinâmico ameaçado por forças destrutivas e necessitado de constante equilíbrio os astecas viam suas práticas cotidianas como a agricultura os rituais religiosos e principalmente a guerra como formas de preservar a ordem cósmica Tal cosmovisão baseada na ideia de que os deuses exigiam oferendas de sangue para manter o sol em movimento e garantir a sobrevivência do mundo moldava profundamente as estruturas sociais e o comportamento político do império A religião asteca não era uma esfera separada da vida pública pelo contrário ela orientava decisões militares alianças diplomáticas e a formação de um império tributário altamente centralizado Compreender como essa cosmovisão atuou como motor da expansão imperial e paradoxalmente também contribuiu para sua ruína é fundamental para uma leitura mais aprofundada do colapso de MéxicoTenochtitlan diante dos conquistadores espanhóis em 1521 Segundo Carrasco 2012 Tenochtitlan conhecida pelos espanhóis como a Grande Cidade do México foi a principal sede de um vasto império político e econômico que englobava mais de quatrocentas cidades e vilas na Mesoamérica central estendendose por regiões distantes ao sul e ao leste A cidade também funcionava como o centro sagrado e político da Tríplice Aliança formada juntamente com as cidadesestado de Tezcoco e Tlacopan Neste artigo discutese como a cosmovisão asteca serviu de base para a expansão territorial por meio de guerras rituais sacrifícios humanos e domínio simbólico sobre os povos subjugados fortalecendo a identidade mexica e ampliando sua influência No entanto essas práticas religiosas e políticas também geraram ressentimentos resistências e alianças entre os inimigos dos astecas fatores que acabaram sendo explorados pelos espanhóis em sua campanha de conquista Ao investigar o papel da cosmovisão mexica na dinâmica de ascensão e queda do império pretendese contribuir para o entendimento do impacto das crenças religiosas sobre os destinos históricos das civilizações 2 COSMOVISÃO RELIGIÃO E GUERRA NO IMPÉRIO ASTECA 21 A Guerra como Manutenção do Equilíbrio Cósmico A cosmovisão asteca era estruturada em torno da crença de que o universo estava em constante risco de colapso e precisava ser alimentado com energia vital especialmente o sangue humano Para os mexicas o sacrifício era uma obrigação cosmoteórica manter o sol em seu curso e garantir a continuidade do mundo O ciclo solar vital para a sobrevivência da humanidade dependia diretamente da ação ritualística dos humanos que ofereciam vidas em retribuição à dádiva divina da criação Essa lógica implicava que a guerra era mais do que um instrumento de conquista era uma necessidade sagrada Essa perspectiva conferia à elite guerreira uma função religiosa essencial os guerreiros eram vistos como sacerdotes armados responsáveis por alimentar os deuses com o sangue necessário à manutenção do cosmos Desde a infância os jovens mexicas eram educados com o propósito de se tornarem combatentes valorosos pois morrer em batalha ou em sacrifício era considerado a forma mais nobre de existência Esse ideal moldava o ethos guerreiro do império no qual o campo de batalha se confundia com o altar sagrado 22 As Guerras Floridas e o Sacrifício Ritual Tal visão justificava a realização de guerras não apenas com fins territoriais mas também como forma de capturar prisioneiros destinados às cerimônias sacrificialistas De acordo com Díaz del Castillo 2008 há relatos que sugerem práticas de sacrifício humano e canibalismo durante certas festividades embora ele próprio admita não ter conseguido identificar com clareza se os alimentos oferecidos ao líder incluíam carne humana dada a variedade dos pratos servidos As chamadas guerras floridas eram confrontos ritualísticos travados entre os astecas e seus inimigos tradicionais como os tlaxcaltecas visando à obtenção de vítimas humanas para os ritos religiosos Nessas guerras o objetivo principal não era exterminar o inimigo mas preservar sua capacidade de prover prisioneiros vivos Esse tipo de conflito ritualizado reforçava o papel central da religião na política imperial asteca e reafirmava a ideologia mexica de que o sangue era a essência da vida e da ordem cósmica Além disso essas guerras funcionavam como mecanismos de afirmação simbólica do poder mexica sobre seus adversários Os prisioneiros capturados eram exibidos publicamente e sacrificados em cerimônias elaboradas muitas vezes acompanhadas por festivais que envolviam música dança banquetes e encenações mitológicas Esse espetáculo religiosopolítico servia para reforçar a posição dominante dos astecas e para dissuadir revoltas entre os povos tributários 23 Religião como Ferramenta de Domínio Político Essa prática conferia um caráter sagrado à guerra e legitimava a dominação de outros povos que por sua vez eram obrigados a fornecer tributos e pessoas para sacrifício Com isso a religião se tornava um instrumento de controle e expansão do império Os povos subjugados viamse presos a uma estrutura ideológica que os colocava como fontes de alimento espiritual para os deuses mexicas Contudo essa mesma prática criou ressentimentos profundos e fomentou resistências entre os povos dominados O modelo imperial asteca era essencialmente tributário e simbólico Em vez de ocuparem militarmente todos os territórios conquistados os mexicas impunham sua hegemonia por meio da religião e da exigência de tributos periódicos Essa estratégia permitia a rápida expansão territorial mas também deixava o império vulnerável a alianças entre povos insatisfeitos A hostilidade acumulada foi decisiva para o sucesso da conquista espanhola pois Hernán Cortés contou com o apoio ativo de povos que viam nos europeus uma oportunidade para se libertarem do jugo asteca Bernand e Gruzinski 1997 relatam que durante a ausência de Cortés seu tenente Alvarado que permaneceu em México foi tomado pelo medo e massacrou preventivamente parte da nobreza mexica em 23 de maio de 1520 A religião asteca ao mesmo tempo que sustentava o império também o enfraquecia ao fomentar estruturas de dominação opressoras e alianças instáveis A cosmovisão mexica ao sacralizar a guerra e o sacrifício gerava tanto poder quanto vulnerabilidade e foi justamente esse paradoxo que contribuiu para o esplendor e a derrocada de Tenochtitlan 3 A EXPANSÃO IMPERIAL E O CÍRCULO DA DOMINAÇÃO RITUAL 31 Poder Simbólico e Arquitetura Religiosa A expansão do império asteca foi baseada em uma combinação de força militar diplomacia coercitiva e domínio ideológico As elites mexicas não apenas controlavam os territórios conquistados mas difundiam um sistema de crenças que fortalecia a centralidade de Tenochtitlan Segundo Dos Santos 2014 a confusão entre a conquista de MéxicoTenochtitlan e a conquista do México entendida como a Nova Espanha levou à identificação dos diversos povos indígenas da região com os mexicas e alguns poucos outros povos nahuas derrotados em 1521 O culto a Huitzilopochtli deus solar e da guerra era promovido como divindade suprema unificando a identidade religiosa do império sob a égide da capital Templos grandiosos como o Templo Mayor eram erguidos como representações físicas do eixo cósmico e da superioridade espiritual asteca Essas construções não apenas simbolizavam o centro do universo mas também funcionavam como centros de controle político e religioso O espaço urbano de Tenochtitlan foi concebido com base na cosmovisão mexica refletindo o equilíbrio entre os planos celeste terrestre e subterrâneo A monumentalidade arquitetônica transmitia assim uma mensagem clara de poder e domínio espiritual sobre os povos vassalos 32 Imposição Religiosa e Resistência Cultural A imposição religiosa não se limitava aos rituais mas se estendia à organização das festas ao calendário cerimonial e à incorporação de deuses locais ao panteão mexica Essa política de assimilação simbólica tinha como objetivo reforçar a dominação sem o uso constante da força No entanto com o tempo muitos povos perceberam a natureza coercitiva dessa integração Ao invés de uma aliança espiritual a religião asteca era vista como uma ferramenta de controle e opressão reforçando a hegemonia mexica e desvalorizando os cultos locais Com a obrigatoriedade de tributos religiosos inclusive em forma de vidas humanas para sacrifício diversas cidadesestado começaram a alimentar sentimentos de insatisfação e revolta A dominação mexica deixava pouco espaço para a autonomia cultural e espiritual levando muitos povos a buscar alternativas de resistência inclusive alianças com inimigos externos Segundo Soustelle 2002 os astecas também chamados mexicas dominavam com esplendor a maior parte do México quando os conquistadores espanhóis chegaram em 1519 33 Alianças e Ruptura do Modelo Imperial A pirâmide do Templo Mayor visível a todos que entravam na capital era ao mesmo tempo um testemunho da glória asteca e um lembrete do custo imposto aos povos dominados No entanto a manutenção desse império simbólico exigia um fluxo constante de recursos e prisioneiros o que tornava a guerra permanente Essa demanda incessante por sacrifícios humanos pressionava os aliados e tributários minando a estabilidade política da confederação tripla que sustentava Tenochtitlan A aliança formada entre os espanhóis de Hernán Cortés e os tlaxcaltecas inimigos históricos dos astecas foi resultado direto desse acúmulo de tensões Os tlaxcaltecas explorando sua rivalidade com Tenochtitlan viram nos conquistadores europeus uma oportunidade estratégica para pôr fim à dominação ritual imposta pelos mexicas A cosmovisão asteca ao ser imposta com violência gerava não apenas medo mas também rancor e desejo de subversão O que deveria ser a base da unificação tornouse catalisador da ruína Portanto a expansão do império asteca baseada em um círculo de dominação ritual foi ao mesmo tempo sua maior força e sua mais grave fraqueza Ao converter a religião em arma de poder os astecas estabeleceram um império sólido mas internamente frágil sustentado por alianças forçadas e por um sistema simbólico que ao invés de unir dividia O colapso de 1521 não foi apenas uma derrota militar mas o desmantelamento de uma visão de mundo que ao tentar abarcar tudo perdeu sua base de sustentação CONSIDERAÇÕES FINAIS A cosmovisão asteca foi sem dúvida um dos pilares centrais do império mexica Ela proporcionou uma narrativa poderosa que justificava a guerra o sacrifício humano e a dominação de outros povos Ao vincular a sobrevivência do cosmos às práticas rituais principalmente ao derramamento de sangue os mexicas organizaram sua política interna e suas relações exteriores sob os preceitos de uma religiosidade beligerante e totalizante Nesse contexto o poder asteca não era apenas militar mas profundamente simbólico sustentado por um sistema de crenças que orientava todas as esferas da vida pública e privada Contudo essa mesma visão de mundo ao ser imposta de forma violenta e ritualística criou tensões e inimizades duradouras entre os povos dominados A religião ao invés de unir os territórios conquistados em torno de um centro comum de crenças e práticas aprofundou a sensação de opressão e exclusão O custo social político e psicológico dos constantes tributos e sacrifícios humanos minou a legitimidade do domínio asteca Os povos subjugados passaram a enxergar os mexicas como tiranos religiosos cuja força se sustentava em rituais cruéis e em uma ideologia inflexível Dessa forma a queda de Tenochtitlan foi tanto uma conquista militar quanto o colapso de um sistema simbólico que havia deixado de produzir coesão e passou a gerar isolamento Conforme Dos Santos 2014 partindo de um pressuposto equivocado a história das décadas e séculos seguintes à queda de México Tenochtitlan seria caracterizada quase que exclusivamente pela ação dos castelhanos e pela implantação de suas instituições sobre um mundo indígena derrotado fadado ao desaparecimento ou no máximo capaz de algumas rebeliões A cosmovisão que por séculos deu sentido e impulso à expansão do império acabou contribuindo diretamente para sua ruína O advento dos conquistadores europeus catalisou um processo que já estava em gestação a rejeição crescente ao domínio asteca por parte dos seus próprios tributários e vizinhos Portanto a análise da cosmovisão asteca revela que os sistemas ideológicos por mais coesos e complexos que sejam podem se tornar armadilhas quando deixam de dialogar com a diversidade e se voltam apenas para a autoafirmação A história do império mexica ensina que o poder simbólico quando desvinculado do consenso social transformase em instrumento de ruptura A derrocada dos astecas longe de ser apenas um episódio de conquista estrangeira foi o resultado de contradições internas que a própria cosmovisão ajudou a construir e perpetuar REFERÊNCIAS Bernal Díaz del Castillo A História da Conquista da Nova Espanha ed David Carrasco Albuquerque University of New Mexico Press 2008 BERNAND C GRUZINSKI S 1997 História do Novo Mundo da descoberta à conquista uma experiência europeia 14921550 São Paulo Edusp 704 p CARRASCO David Os astecas uma breve introdução Tradução de Denise Bottmann São Paulo WMF Martins Fonte s 2012 152 p Coleção Uma Breve Introdução DOS SANTOS Eduardo Natalino As conquistas de MéxicoTenochtitlan e da Nova Espanha guerras e alianças entre castelhanos mexicas e tlaxcaltecas História Unisinos São Leopoldo v 18 n 2 p 218232 maioago 2014 Universidade do Vale do Rio dos Sinos SOUSTELLE Jacques A civilização asteca Tradução de Maria Júlia Goldwasser Rio de Janeiro Jorge Zahar 2002 As civilizações précolombianas
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TÍTULO DO ARTIGO Nome doa alunoa RESUMO Apresentação concisa e seletiva do artigo apresentando os elementos de maior interesse tais como objetivos do artigo metodologia e conclusões A Associação Brasileira de Normas Técnicas através da norma NBR 6028 define resumo como a apresentação concisa dos pontos relevantes de um texto Para artigos a ABNT recomenda o resumo com 250 palavras aproximadamente 8 a 10 linhas em apenas um parágrafo e espaçamento simples PalavrasChaves Artigo científico Trabalho de Conclusão de Curso Modelo de artigo Deve conter entre 3 e 5 palavras no máximo e se caracterizam por refletirem de maneira objetiva o conteúdo do texto são retiradas do texto do resumo pois nele se situa a síntese do estudo As palavraschave são colocadas em sequência à apresentação do resumo O corpo do artigo será iniciado imediatamente após a linha que contém as palavras chave INTRODUÇÃO Esta seção deve proporcionar ao leitor uma introdução geral sobre o tema do artigo com o propósito de atraílo para a leitura completa do artigo Não é apenas uma descrição dos conteúdos das seções do texto Ela deve apresentar em um texto único sem seções fluido e agradável capaz de introduzir o tema da pesquisa ao leitor demonstrando os caminhos que serão percorridos e como os resultados serão apresentados Tratase da formulação clara do tema em questão e os motivos que justificam a sua escolha TÍTULO DA SEÇÃO DesenvolvimentoReferencial Teórico Esta seção é o resultado da revisão de literatura livros artigos etc das áreas de conhecimento relacionadas com o tema do artigo Nela são apresentadas as ideias principais de autores da área As referências do artigo devem incluir no mínimo 3 livros e 2 artigos de revistas idôneas sobre o tema em questão Pesquise sempre em sites de confiança e oficiais no meio acadêmico A seção pode ser dividida em tantas subseções quanto desejáveis Sua adequada organização permite posteriormente realizar comparações e análises levando a uma melhor compreensão do assunto Subtítulo se houver Subtítulo se houver TÍTULO DA SEÇÃO Análise dos dados se houver Subtítulo se houver Subtítulo se houver CONSIDERAÇÕES FINAIS As conclusões devem ser apresentadas de forma objetiva e concisa REFERÊNCIAS A lista de referências é estreitamente relacionada à de literatura utilizada na pesquisa Ela deve incluir os trabalhos de onde foram extraídos dados figuras tabelas textos etc Todas as referências citadas no texto devem ser incluídas na lista de referências Por outro lado a lista não deve incluir trabalhos não citados no texto Seguir as Normas da ABNT e as orientações técnicas mencionadas neste documento Elencar em ordem alfabética começando pelo sobrenome dos autores com espaçamento simples e um espaço entre as referências GOMES RM BRITO E VARELA A Intervenção na formação no ensino superior a aprendizagem baseada em problemas PBL Interacções n 42 p 4457 2016 httpsdoiorg1025755int11812 BENDER W Aprendizagem baseada em projetos educação diferenciada para o século XXI Porto Alegre Penso 2014 ORIENTAÇÕES TÉCNICAS O TCC é individual contendo no mínimo 15 quinze e no máximo 25vinte e cinco páginas por se tratar de artigo científico não computadas as páginas de capa e pós textuais anexos obedecendo criteriosamente as Normas da ABNT As orientações técnicas para elaboração do artigo são Editor de texto e normas técnicas e científicas doc word Tamanho do papel A4 297cm x 21 cm Margem superior 3 cm Margem inferior 2 cm Margem esquerda 3 cm Margem direita 2 cm Fonte Times New Roman ou Arial corpo 12 Para títulos 14 em negrito e subtítulo 12 em negrito Resumo fonte 12 com no máximo 250 palavras Palavraschave Entre 3 e 5 separadas por ponto Ex Metodologias Ativas Educação Educação Básica Espaçamento entre caracteres palavras e linhas 15 exceto o resumo com espaçamento simples Notas de rodapé ou notas de fim fonte 10 com espaçamento simples Citação direta curta até três linhas com aspas no trecho transcrito do autora e indicação da obra no começo ou no final conforme casos ilustrativos abaixo Ex PEREIRA 2017 p 02 define que as práticas educativas inovadoras estão no centro do debate da potencialidade do uso de tecnologias e metodologias ativas OU As práticas educativas inovadoras estão no centro do debate da potencialidade do uso de tecnologias e metodologias ativas PEREIRA 2017 p 02 Citação direta longa com mais de três linhas recuo de 4 cm a esquerda fonte 11 espaçamento simples e referênciafonte ao final conforme abaixo 4 cm O processo de avaliação é uma tarefa didática necessária e permanente do trabalho docente devendo estar articulada passo a passo ao processo de aprendizagem Nesse viés os resultados que vão sendo obtidos no decorrer das atividades em conjunto entre o professor e os alunos serão comparados com os objetivos propostos dessa forma visando constatar progressos dificuldades e reorientar o trabalho para as correções necessárias LUCHESI 2022 p 36 As referências bibliográficas devem seguir as orientações da ABNT conforme casos ilustrativos abaixo ARTIGOS EM REVISTAS ELETRÔNICAS título da revista em negrito com link de indicação GOMES RM BRITO E VARELA A Intervenção na formação no ensino superior a aprendizagem baseada em problemas PBL Interacções n 42 p 4457 2016 httpsdoiorg1025755int11812 LIVROS título do livro em negrito BENDER W Aprendizagem baseada em projetos educação diferenciada para o século XXI Porto Alegre Penso 2014 INSTRUMENTOS NORMATIVOS leis decretos portarias BRASIL Lei nº9394 de 20 de dezembro de 1996 Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional Disponível em httpwwwplanaltogovbr ccivil03leisl9394htm Acesso em 15 dez 2020 COSMOVISÃO NO IMPÉRIO ASTECA COMO MOTOR NA EXPANSÃO E QUEDA DE MÉXICOTENOCHTITLAN Nome doa alunoa RESUMO Este artigo investiga a cosmovisão religiosa simbólica e ideológica dos astecas como elemento central tanto na ascensão quanto na queda do império mexica com capital em MéxicoTenochtitlan A pesquisa busca compreender como essa visão de mundo profundamente enraizada na mitologia na religião e na organização social moldou práticas políticas militares e diplomáticas dos mexicas e influenciou diretamente suas estratégias expansionistas e a forma como exerciam dominação sobre os povos conquistados Por meio de pesquisa bibliográfica baseada em autores clássicos e contemporâneos da historiografia sobre a Mesoamérica foi possível analisar o papel da religião no fortalecimento do poder político e na legitimação da guerra e dos sacrifícios humanos A cosmovisão asteca marcada pelo culto a divindades como Huitzilopochtli deus do sol e da guerra sustentava a ideia de que o cosmos precisava ser alimentado por sangue humano para manter sua ordem e equilíbrio Essa crença impulsionou práticas como as guerras floridas onde prisioneiros eram capturados para rituais sacrificiais No entanto o uso da religião como instrumento de dominação também provocou ressentimentos e tensões entre os povos subjugados A queda de Tenochtitlan em 1521 não pode ser entendida apenas como uma derrota militar frente aos espanhóis mas como a falência de um sistema simbólico que ao imporse de forma violenta acabou isolando os astecas e favorecendo alianças entre seus inimigos PalavrasChaves Astecas Cosmovisão Sacrifício humano Mesoamérica Tenochtitlan ABSTRACT This article investigates the religious symbolic and ideological worldview of the Aztecs as a central element in both the rise and fall of the Mexica Empire centered in Mexico Tenochtitlán The research aims to understand how this worldviewdeeply rooted in mythology religion and social organizationinfluenced the political military and diplomatic practices of the Mexicas and directly shaped their expansionist strategies and domination over conquered peoples Through bibliographic research based on classic and contemporary authors in Mesoamerican historiography the study analyzes the role of religion in strengthening political power and legitimizing war and human sacrifices The Aztec worldview marked by the worship of deities such as Huitzilopochtli god of the sun and war upheld the belief that the cosmos required human blood to maintain order and balance This belief propelled practices like the flower wars in which prisoners were captured for sacrificial rituals However the use of religion as a tool of domination also provoked resentment and tension among subjugated peoples The fall of Tenochtitlán in 1521 cannot be understood merely as a military defeat by the Spanish but as the collapse of a symbolic system that by imposing itself violently ultimately isolated the Aztecs and enabled alliances among their enemies Keywords Aztecs Worldview Human sacrifice Mesoamerica Tenochtitlán SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO O império asteca também conhecido como império mexica foi uma das civilizações mais poderosas e influentes da Mesoamérica destacandose não apenas pelo seu poderio militar e organização políticoadministrativa mas também por uma elaborada e complexa cosmovisão Segundo Carrasco 2012 os povos que hoje são amplamente conhecidos como astecas utilizavam na verdade outros termos para se identificar como Mexica Acolhua e Tenochca Essa visão de mundo era profundamente entrelaçada à religião à mitologia à astronomia e à percepção cíclica do tempo Em um universo concebido como dinâmico ameaçado por forças destrutivas e necessitado de constante equilíbrio os astecas viam suas práticas cotidianas como a agricultura os rituais religiosos e principalmente a guerra como formas de preservar a ordem cósmica Tal cosmovisão baseada na ideia de que os deuses exigiam oferendas de sangue para manter o sol em movimento e garantir a sobrevivência do mundo moldava profundamente as estruturas sociais e o comportamento político do império A religião asteca não era uma esfera separada da vida pública pelo contrário ela orientava decisões militares alianças diplomáticas e a formação de um império tributário altamente centralizado Compreender como essa cosmovisão atuou como motor da expansão imperial e paradoxalmente também contribuiu para sua ruína é fundamental para uma leitura mais aprofundada do colapso de MéxicoTenochtitlan diante dos conquistadores espanhóis em 1521 Segundo Carrasco 2012 Tenochtitlan conhecida pelos espanhóis como a Grande Cidade do México foi a principal sede de um vasto império político e econômico que englobava mais de quatrocentas cidades e vilas na Mesoamérica central estendendose por regiões distantes ao sul e ao leste A cidade também funcionava como o centro sagrado e político da Tríplice Aliança formada juntamente com as cidadesestado de Tezcoco e Tlacopan Neste artigo discutese como a cosmovisão asteca serviu de base para a expansão territorial por meio de guerras rituais sacrifícios humanos e domínio simbólico sobre os povos subjugados fortalecendo a identidade mexica e ampliando sua influência No entanto essas práticas religiosas e políticas também geraram ressentimentos resistências e alianças entre os inimigos dos astecas fatores que acabaram sendo explorados pelos espanhóis em sua campanha de conquista Ao investigar o papel da cosmovisão mexica na dinâmica de ascensão e queda do império pretendese contribuir para o entendimento do impacto das crenças religiosas sobre os destinos históricos das civilizações 2 COSMOVISÃO RELIGIÃO E GUERRA NO IMPÉRIO ASTECA 21 A Guerra como Manutenção do Equilíbrio Cósmico A cosmovisão asteca era estruturada em torno da crença de que o universo estava em constante risco de colapso e precisava ser alimentado com energia vital especialmente o sangue humano Para os mexicas o sacrifício era uma obrigação cosmoteórica manter o sol em seu curso e garantir a continuidade do mundo O ciclo solar vital para a sobrevivência da humanidade dependia diretamente da ação ritualística dos humanos que ofereciam vidas em retribuição à dádiva divina da criação Essa lógica implicava que a guerra era mais do que um instrumento de conquista era uma necessidade sagrada Essa perspectiva conferia à elite guerreira uma função religiosa essencial os guerreiros eram vistos como sacerdotes armados responsáveis por alimentar os deuses com o sangue necessário à manutenção do cosmos Desde a infância os jovens mexicas eram educados com o propósito de se tornarem combatentes valorosos pois morrer em batalha ou em sacrifício era considerado a forma mais nobre de existência Esse ideal moldava o ethos guerreiro do império no qual o campo de batalha se confundia com o altar sagrado 22 As Guerras Floridas e o Sacrifício Ritual Tal visão justificava a realização de guerras não apenas com fins territoriais mas também como forma de capturar prisioneiros destinados às cerimônias sacrificialistas De acordo com Díaz del Castillo 2008 há relatos que sugerem práticas de sacrifício humano e canibalismo durante certas festividades embora ele próprio admita não ter conseguido identificar com clareza se os alimentos oferecidos ao líder incluíam carne humana dada a variedade dos pratos servidos As chamadas guerras floridas eram confrontos ritualísticos travados entre os astecas e seus inimigos tradicionais como os tlaxcaltecas visando à obtenção de vítimas humanas para os ritos religiosos Nessas guerras o objetivo principal não era exterminar o inimigo mas preservar sua capacidade de prover prisioneiros vivos Esse tipo de conflito ritualizado reforçava o papel central da religião na política imperial asteca e reafirmava a ideologia mexica de que o sangue era a essência da vida e da ordem cósmica Além disso essas guerras funcionavam como mecanismos de afirmação simbólica do poder mexica sobre seus adversários Os prisioneiros capturados eram exibidos publicamente e sacrificados em cerimônias elaboradas muitas vezes acompanhadas por festivais que envolviam música dança banquetes e encenações mitológicas Esse espetáculo religiosopolítico servia para reforçar a posição dominante dos astecas e para dissuadir revoltas entre os povos tributários 23 Religião como Ferramenta de Domínio Político Essa prática conferia um caráter sagrado à guerra e legitimava a dominação de outros povos que por sua vez eram obrigados a fornecer tributos e pessoas para sacrifício Com isso a religião se tornava um instrumento de controle e expansão do império Os povos subjugados viamse presos a uma estrutura ideológica que os colocava como fontes de alimento espiritual para os deuses mexicas Contudo essa mesma prática criou ressentimentos profundos e fomentou resistências entre os povos dominados O modelo imperial asteca era essencialmente tributário e simbólico Em vez de ocuparem militarmente todos os territórios conquistados os mexicas impunham sua hegemonia por meio da religião e da exigência de tributos periódicos Essa estratégia permitia a rápida expansão territorial mas também deixava o império vulnerável a alianças entre povos insatisfeitos A hostilidade acumulada foi decisiva para o sucesso da conquista espanhola pois Hernán Cortés contou com o apoio ativo de povos que viam nos europeus uma oportunidade para se libertarem do jugo asteca Bernand e Gruzinski 1997 relatam que durante a ausência de Cortés seu tenente Alvarado que permaneceu em México foi tomado pelo medo e massacrou preventivamente parte da nobreza mexica em 23 de maio de 1520 A religião asteca ao mesmo tempo que sustentava o império também o enfraquecia ao fomentar estruturas de dominação opressoras e alianças instáveis A cosmovisão mexica ao sacralizar a guerra e o sacrifício gerava tanto poder quanto vulnerabilidade e foi justamente esse paradoxo que contribuiu para o esplendor e a derrocada de Tenochtitlan 3 A EXPANSÃO IMPERIAL E O CÍRCULO DA DOMINAÇÃO RITUAL 31 Poder Simbólico e Arquitetura Religiosa A expansão do império asteca foi baseada em uma combinação de força militar diplomacia coercitiva e domínio ideológico As elites mexicas não apenas controlavam os territórios conquistados mas difundiam um sistema de crenças que fortalecia a centralidade de Tenochtitlan Segundo Dos Santos 2014 a confusão entre a conquista de MéxicoTenochtitlan e a conquista do México entendida como a Nova Espanha levou à identificação dos diversos povos indígenas da região com os mexicas e alguns poucos outros povos nahuas derrotados em 1521 O culto a Huitzilopochtli deus solar e da guerra era promovido como divindade suprema unificando a identidade religiosa do império sob a égide da capital Templos grandiosos como o Templo Mayor eram erguidos como representações físicas do eixo cósmico e da superioridade espiritual asteca Essas construções não apenas simbolizavam o centro do universo mas também funcionavam como centros de controle político e religioso O espaço urbano de Tenochtitlan foi concebido com base na cosmovisão mexica refletindo o equilíbrio entre os planos celeste terrestre e subterrâneo A monumentalidade arquitetônica transmitia assim uma mensagem clara de poder e domínio espiritual sobre os povos vassalos 32 Imposição Religiosa e Resistência Cultural A imposição religiosa não se limitava aos rituais mas se estendia à organização das festas ao calendário cerimonial e à incorporação de deuses locais ao panteão mexica Essa política de assimilação simbólica tinha como objetivo reforçar a dominação sem o uso constante da força No entanto com o tempo muitos povos perceberam a natureza coercitiva dessa integração Ao invés de uma aliança espiritual a religião asteca era vista como uma ferramenta de controle e opressão reforçando a hegemonia mexica e desvalorizando os cultos locais Com a obrigatoriedade de tributos religiosos inclusive em forma de vidas humanas para sacrifício diversas cidadesestado começaram a alimentar sentimentos de insatisfação e revolta A dominação mexica deixava pouco espaço para a autonomia cultural e espiritual levando muitos povos a buscar alternativas de resistência inclusive alianças com inimigos externos Segundo Soustelle 2002 os astecas também chamados mexicas dominavam com esplendor a maior parte do México quando os conquistadores espanhóis chegaram em 1519 33 Alianças e Ruptura do Modelo Imperial A pirâmide do Templo Mayor visível a todos que entravam na capital era ao mesmo tempo um testemunho da glória asteca e um lembrete do custo imposto aos povos dominados No entanto a manutenção desse império simbólico exigia um fluxo constante de recursos e prisioneiros o que tornava a guerra permanente Essa demanda incessante por sacrifícios humanos pressionava os aliados e tributários minando a estabilidade política da confederação tripla que sustentava Tenochtitlan A aliança formada entre os espanhóis de Hernán Cortés e os tlaxcaltecas inimigos históricos dos astecas foi resultado direto desse acúmulo de tensões Os tlaxcaltecas explorando sua rivalidade com Tenochtitlan viram nos conquistadores europeus uma oportunidade estratégica para pôr fim à dominação ritual imposta pelos mexicas A cosmovisão asteca ao ser imposta com violência gerava não apenas medo mas também rancor e desejo de subversão O que deveria ser a base da unificação tornouse catalisador da ruína Portanto a expansão do império asteca baseada em um círculo de dominação ritual foi ao mesmo tempo sua maior força e sua mais grave fraqueza Ao converter a religião em arma de poder os astecas estabeleceram um império sólido mas internamente frágil sustentado por alianças forçadas e por um sistema simbólico que ao invés de unir dividia O colapso de 1521 não foi apenas uma derrota militar mas o desmantelamento de uma visão de mundo que ao tentar abarcar tudo perdeu sua base de sustentação CONSIDERAÇÕES FINAIS A cosmovisão asteca foi sem dúvida um dos pilares centrais do império mexica Ela proporcionou uma narrativa poderosa que justificava a guerra o sacrifício humano e a dominação de outros povos Ao vincular a sobrevivência do cosmos às práticas rituais principalmente ao derramamento de sangue os mexicas organizaram sua política interna e suas relações exteriores sob os preceitos de uma religiosidade beligerante e totalizante Nesse contexto o poder asteca não era apenas militar mas profundamente simbólico sustentado por um sistema de crenças que orientava todas as esferas da vida pública e privada Contudo essa mesma visão de mundo ao ser imposta de forma violenta e ritualística criou tensões e inimizades duradouras entre os povos dominados A religião ao invés de unir os territórios conquistados em torno de um centro comum de crenças e práticas aprofundou a sensação de opressão e exclusão O custo social político e psicológico dos constantes tributos e sacrifícios humanos minou a legitimidade do domínio asteca Os povos subjugados passaram a enxergar os mexicas como tiranos religiosos cuja força se sustentava em rituais cruéis e em uma ideologia inflexível Dessa forma a queda de Tenochtitlan foi tanto uma conquista militar quanto o colapso de um sistema simbólico que havia deixado de produzir coesão e passou a gerar isolamento Conforme Dos Santos 2014 partindo de um pressuposto equivocado a história das décadas e séculos seguintes à queda de México Tenochtitlan seria caracterizada quase que exclusivamente pela ação dos castelhanos e pela implantação de suas instituições sobre um mundo indígena derrotado fadado ao desaparecimento ou no máximo capaz de algumas rebeliões A cosmovisão que por séculos deu sentido e impulso à expansão do império acabou contribuindo diretamente para sua ruína O advento dos conquistadores europeus catalisou um processo que já estava em gestação a rejeição crescente ao domínio asteca por parte dos seus próprios tributários e vizinhos Portanto a análise da cosmovisão asteca revela que os sistemas ideológicos por mais coesos e complexos que sejam podem se tornar armadilhas quando deixam de dialogar com a diversidade e se voltam apenas para a autoafirmação A história do império mexica ensina que o poder simbólico quando desvinculado do consenso social transformase em instrumento de ruptura A derrocada dos astecas longe de ser apenas um episódio de conquista estrangeira foi o resultado de contradições internas que a própria cosmovisão ajudou a construir e perpetuar REFERÊNCIAS Bernal Díaz del Castillo A História da Conquista da Nova Espanha ed David Carrasco Albuquerque University of New Mexico Press 2008 BERNAND C GRUZINSKI S 1997 História do Novo Mundo da descoberta à conquista uma experiência europeia 14921550 São Paulo Edusp 704 p CARRASCO David Os astecas uma breve introdução Tradução de Denise Bottmann São Paulo WMF Martins Fonte s 2012 152 p Coleção Uma Breve Introdução DOS SANTOS Eduardo Natalino As conquistas de MéxicoTenochtitlan e da Nova Espanha guerras e alianças entre castelhanos mexicas e tlaxcaltecas História Unisinos São Leopoldo v 18 n 2 p 218232 maioago 2014 Universidade do Vale do Rio dos Sinos SOUSTELLE Jacques A civilização asteca Tradução de Maria Júlia Goldwasser Rio de Janeiro Jorge Zahar 2002 As civilizações précolombianas