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Biossegurança
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Texto de pré-visualização
Universidade Federal de Santa Catarina Programa de PósGraduação em Engenharia de Produção ANÁLISE DE RISCOS EM AMBIENTES LABORATORIAIS cLíNcosz Uma abordagem centrada em Biossegurança e Ergonomia Maria de Fátima Mendes de Azevedo Dissertaçao apresentada ao Programa de PósGraduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção Florianópolis A 2002 S ll Maria de Fátima Mendes de Azevedo ANÁLISE DE RISCOS EIVI AMBIENTES LABORATORIAIS CLINICOS Uma abordagem centrada em Biossegurança e Ergonomia Esta dissertação foi julgada e aprovada para a obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção no Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina Florianópolis 27 de março de 2002 C Prof Ricardo ir a z cia PhD Co denador do Curo BANCA ERA Prof Ricard randa ãz cia PhD Orient r Á I Q 1 Profa Silvana Pezzi M xl A5 Prof Fernando fgi de Azevedo DrEng l 1 Prof Eduardo Co ceción Batiz DrEng lll À Thays e Taty pelo amor que permitiu tanta paciência tanta compreensão e tanta cumplicidade Aos meios pais Celestino e Aida pela confiança e estímulo iv Agradecimentos À Universidade Federal de Santa Catarina e à Coordenação do Curso de i PósGraduação em Engenharia de Produção Ao orientador Prof Ricardo Miranda Barcia pela confiança depositada Ao meu irmão Fernando pelo primeiro incentivo e constante apoio À professora Silvana Pezzi pela dedicação e competência Ao professor Eduardo Concepción pela amizade e colaboração À Direção da Instituição e à Chefia do Seniço de Análises Clínicas pela oportunidade concedida À todos os profissionais envolvidos no serviço em especial às bioquímicas Rosemeri Laura e Elizabeth pelas sugestões e pela disponibilidade de sempre À todos que contribuiriam para a realização desta pesquisa suvÁRo Lista de Figuras pviii Lista de Quadros pix Lista de Reduções px Resumo pxii Abstract pxiii 1 NTnoDuçÃo p1 11 Contextualização do problema p1 1 2 Objetivos do trabalho p5 121 Objetivo geral p5 122 Objetivos específicos p5 13 Justificativa e relevância do trabalho p6 14 Limitações da pesquisa p8 15 Metodologia p9 16 Estrutura do trabalho p10 2 REVISAO BIBLIOGRAFICA p11 21 Considerações gerais sobre riscos profissionais p11 22 Categorização de riscos ambientais p13 221 Riscos físicos p13 0 Ruído p13 ø iluminação Cores p14 ø Temperatura Umidade p16 ø Ventilação p17 222 Riscos biológicos p18 223 Riscos químicos p19 Vl 23 Ergonomia p21 231 Uma abordagem centrada no conceito homem tarefa p21 24 Biossegurança p26 25 A área de abordagem o serviço laboratorial clínico p30 251 As organizações de saúde p31 252 O seniço de análises clínicas p32 0 Os profissionais de laboratório p36 253 Os riscos laboratoriais p39 254 A prevenção e o controle dos riscos laboratoriais p43 0 Os componentes relativos aos procedimentos p46 0 Os componentes arquitetônicos p50 3 PRocEDvENTos vEToDoÓccos p5ô 31 A técnica do checklist p57 32 O método da Análise Ergonômica do Trabalho AET p62 4 ESTUDO DE CASO p65 41 Procedimentos iniciais p65 42 Descrição do ambiente o serviço de análises clínicas do HU UFSC p66 43 Aplicação do checklist p69 44 Diagnóstico do checklist p79 45 Aplicação da Análise Ergonômica do Trabalho AET p81 451 Análise da demanda e levantamento da hipótese p81 452 Análise da tarefa p82 0 Reconhecimento do ambiente p82 453 Análise das atividades p86 0 Acompanhamento das atividades p86 46 Diagnóstico da Análise Ergonômica do Trabalho AET p91 47 Discussão dos resultados p93 48 Recomendações p94 vii 5 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS p97 51 Conclusão p97 52 Recomendaçoes para trabalhos futuros p99 6 nEERÊNcAs BBoGRÁcAs p1oo 7 ANEXOS p105 71 Descrição de tarefas bioquímicolfarmac biomédico e técnico p105 72 Substâncias químicas riscos e precauções p107 73 Substâncias químicas incompatibilidades p108 74 Classificação dos resíduos sólidos de saúde p108 75 Procedimentos de segurança estabelecidos pela Biossegurança p109 76 Soluções desinfetantes tipos e características p11O 77 Manipulação e tratamento de resíduos sólidos e líquidos p110 78 Equipamentos de Proteção Individual EPIs tipos e caract p112 79 Câmaras de Segurança Biológica Lab de Nível II classificação p1 13 710 Sinalização de segurança p113 711 Critérios construtivos p114 712 Critérios ambientais e ergonômicos p116 713 Símbolo Internacional de Biossegurança p1 18 714 Checklist p118 715 Questionário da AET p121 716 Planta baixa LAC I HU I UFSC p125 717 Layout atual Laboratório de Bioquímica Clínica I HU I UFSC p126 718 Layout proposto Laboratório de Bioquímica Clínica I HU I UFSC p127 viii Lista de Figuras Figura 1 Relação atividade carga de trabalho saúde acidentes p25 Figura 2 Elementos da Política de Biossegurança p29 Figura 3 Organização funcional de um laboratório p52 Figura 4 Organograma do SACL HU UFSC p67 Figura 5 Percepção de risco das atividades p90 Figura 6 Percepção da importância da atividade p91 Figura 7 Modelo de rótulo para coleta de resíduos químicos p111 ix Lista de Quadros Quadro 1 Grupos de risco p19 Quadro 2 Elementos condicionantes do estado de Biossegurança p28 Quadro 3 Aspectos relativos à competência da pessoa p39 Quadro 4 Laboratório básico de nível ll p45 Quadro 5 Procedimentos Operacionais Padronizados POPs p47 Quadro 6 Programa de um LAC p53 Quadro 7 Modelo proposto do checklist p60 Quadro 8 Elementos da análise da tarefa p63 Quadro 9 Dados dos profissionais LAC HU UFSC p69 Quadro 10 Quadro 11 Quadro 12 Quadro 13 Quadro 14 Quadro 15 Dados dos profissionais Iab bioq clínica HU UFSC p83 Dinâmica de trabalho Iab bioq clínica HU UFSC p83 Equipamentos tipos e número Iab bioq clínica HU UFSC p84 Freqüência de sintomas relacionados às atividades p89 Freqüência dos agentes de conforto e segurança p89 Proposta de capacitação p96 Siglas ABNT AET BPL BTM scnl CDC CFL CLT CONAMA Css DssH DNA DNssT EASs EPC Em FAPEU HEPA HW Hu LAC LPC Ms MT NBR Lista de Reduções Associação Brasileira de Normas Técnicas Análise Ergonômica do Trabalho Boas Práticas de Laboratório Boas Técnicas Microbiológicas Seniço de Controle de Infecção Hospitalar Center for Desease Control Cabina de Fluxo Laminar Consolidação das Leis do Trabalho Comissão Nacional de Meio Ambiente Cabina Câmara de Segurança Biológica Departamento de Saúde e Serviços Humanos Ácido Desoxirribonucléico Departamento Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador Estabelecimentos Assistenciais de Saúde u Equipamento de Proteção Coletiva Equipamento de Proteção Individual Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária High Efficiency Particuate Air Human Immunodeficiency vírus Hospital Universitário Laboratório de Análises Clínicas Laboratório de Patologia Clínica Ministério da Saúde Ministério do Trabalho Norma Brasileira NCCLS NIH NU NR OGM OMS PPRA PU RNA SAC SUS UFSC WOH National Commitee for Clinica Laaboratory Standards National Unstitutes of Health Normas Universais Norma Regulamentadora Organismos Geneticamente Modificado Organização Mundial de Saúde Programa de Prevenção de Riscos Ambientais Precauções Universais Ácido Ribonuciéico Serviço de Análises Clínicas Sistema Único de Saúde Universidade Federal de Santa Catarina World Health Organization xii Resumo DE AZEVEDO Maria de Fátima Mendes Análise de riscos em ambientes laboratoriais clínicos uma abordagem centrada em Biossegurança e Ergonomia Florianópolis 2001 127f Dissertação Mestrado em Engenharia de Produção Programa de Pósgraduação em Engenharia de Produção UFSC2001 Esta pesquisa aborda riscos em laboratórios clínicos principalmente os de origem biológica representados pela manipulação de materiais infecciosos coletados para análises e acentuados na presença de aspectos físicoambientais organizacionais e operacionais desfavoráveis Introduz um modelo de identificação destes fatores responsáveis por doenças ocupacionais incidentes e acidentes a partir da avaliação integrada dos critérios estabelecidos na legislação referente à Higiene e Segurança do Trabalho Qualidade de Sistemas Preservação Ambiental e Biossegurança Apresentao na forma de um check list e associa a este paralelamente a análise ergonômica do trabalho evidenciando elementos adicionais de risco ligados aos aspectos psicossociais fisiológicos e cognitivos do seniço em um contexto específico Através do estudo de caso centrado no Laboratório de Análises Clínicas do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina em Florianópolis SC define pontos críticos e disponibiliza meios para a adoção de medidas que minimizem eou eliminem efeitos sobre o homem eou sistema buscando a segurança e a saúde dos profissionais além da qualidade dos seniços prestados Palavraschave Risco Biossegurança Ergonomia Laboratório Clínico Abstract DE AZEVEDO Maria de Fátima Mendes Análise de riscos em ambientes laboratoriais clínicos uma abordagem centrada em Biossegurança e Ergonomia Florianópolis 2001 127f Dissertação Mestrado em Engenharia de Produção Programa de Pósgraduação em Engenharia de Produção UFSC This research project comprises the assessement of risks in the Clinical Laboratories mainly related to the biological ones represented by the manipulation of infectious material collected to examination and is focused on unfavorable physicalenvironmental organizational and operational aspects lt introduces a model that identifies adverse factors responsible for occupatíonal illnesses incidents and accidents departing from an integrated evaluction about the criteria that were established on the current Iegislation regarding the hygiene and safety of workers systems quality environmental presenation and biosafety lt is presented like a check list and associates in a parallel way the job ergonomic analysis putting in evidence the psicosocial and cognitive senice aspects in a specific context Through a case study carried out at the Hospital of the Federal University of Santa Catarina in Florianópolis SC the proposed methodology was able to identify critical points and to show ways to reduce andor eliminate those efects on man andor system looking after the professionals safety and health and also the quality of the provided senices Keywords Risks Biosafety Ergonomic Clinical Laboratories 1 1 NTRoDuçÃo 11 Contextualização do problema O crescimento das cidades nas últimas décadas gerou o aumento na produção de bens e serviços e a transformação do conhecimento em força de trabalho favorecendo a mudança do perfil do trabalhador Segundo Dela Coleta 1991 o homem se distancia de uma imagem de energizador do trabalho e voltase à função de planejamento processamento de informação e tomada de decisão dentro do processo produtivo Por outro lado com o aumento da demanda e do desemprego e o enfraquecimento do poder sindical formamse sistemas de extrema competitividade e flexibilidade forçando a modificação da estrutura do trabalho Castro e Waissmann apud Teixeira e Valle1996 Crescem também os comprometimentos com a saúde e a segurança dos trabalhadores evidenciados pelo grande número de incidentes acidentes e exposições a doenças caracterizando os riscos profissionais No setor de saúde mais especificamente em ambientes laboratoriais clínicos esta realidade se acentua na presença de agentes contaminantes Os laboratórios clínicos representam ambientes hostis ao agregarem no mesmo espaço equipamentos reagentes soluçoes microorganismos pessoas papéis livros amostras e outros Vendrame1997 2 Baseado em experiências vividas como profissional de arquitetura hospitalar com atuação na área e em constante contato com a rotina de estabelecimentos destinados a este fim presenciei a carência de postura profissional e gerencial nas questões relacionadas aos agentes de risco particularmente os biológicos Esta constatação sustentase na percepção dos insuficientes meios e recursos disponibilizados para o enfrentamento destes e pela acomodação profissional frente às adversidades do processo de trabalho Neste sentido alguns autores atribuem ao desconhecimento dos riscos inerentes aos agentes biológicos a responsabilidade pela negligência da maioria dos profissionais na prevenção e no controle desta espécie de risco Vendrame1997 Porém fatores relativos à organização aos meios operacionais e aos ambientes de trabalho devem ser considerados Vários estudos comprovam os efeitos destes elementos sobre o homem e o serviço e levantam a necessidade de ações voltadas à segurança profissional patrimonial e ambiental INSERME 1991 Costa 2000 Vendrame 1997 Zurita 1997 Dela Coleta 1991Teixeira e Valle 1996 Oliveira 1980 Com este objetivo pesquisas detêmse na identificação de aspectos afins entre as abordagens de Segurança e Higiene do Trabalho Qualidade de Sistemas e Presenação Ambiental visando à sua integração e permitindo a criação de um critério único de avaliação avaliação integrada direcionada aos estudos de Biossegurança Chávez 1994 De Fex 1993 MAPFRE Segurança 1993 Viña et al 1997 3 Na atualidade assistese a tendência universal de considerar estas abordagens estratégicas e fundamentais para qualquer organização representando inclusive instrumentos de competitividade na garantia do bom nível dos serviços prestados Concepción2001 A partir desta tendência e considerando a necessidade de maiores explorações sobre a interferência de fatores adicionais aspectos psicossociais fisiológicos e cognitivos inerentes às atividades na construção das situações de risco tornase essencial na análise destas a formulação de novas conexões entre disciplinas estudos multi disciplinares Com este propósito pode ser introduzida a Ergonomia que fundamentase na eficácia das organizaçoes e no conforto e saúde dos trabalhadores resultantes do estudo do homem em seu ambiente de trabalho da evolução da tecnologia e das próprias pessoas Falzon 1996 Santos et aI1997 E a Biossegurança centrada no avaliação do risco biológico reconhecendo fontes de perigo controlando situações desfavoráveis através de decisões técnicas eou administrativas e promovendo mudanças Costa 2000 A associação destas disciplinas na avaliação dos riscos presentes em laboratórios clínicos pode facilitar a percepção dos elementos anteriormente citados e permitir um melhor entendimento do processo de trabalho considerando dentre outras questoes Como os fatores fisiológicos e psicológicos dos profissionais envolvidos relativos à carga de trabalho satisfação e motivação dentre outros interferem na condução das atividades 4 Quais as principais deficiências físicas e funcionais do serviço Qual a percepção dos envolvidos sobre os riscos do processo de trabalho Contudo a evolução desta pesquisa e os resultados alcançados condicionarão a solução da questão maior deste estudo A elaboração de um modelo de análise integrada direcionada à Biossegurança na forma de um checklist e associada ao método da análise ergonômica do trabalho pode representar um instrumento eficiente na análise dos fatores favorecedores de riscos em ambientes laboratoriais clínicos 5 1 20bjetivos do trabalho 1 21 Objetivo geral Este trabalho tem como objetivo a construção de um modelo de avaliaçao que permita a identificação de agentes de risco em Laboratórios de Análises Clínicas LACs sustentado em conhecimentos métodos e técnicas da Ergonomia e da Biossegurança provendo meios para a adoção de medidas que os minimizem eou eiiminem A 1 22 Objetivos específicos Desenvolver um modelo de avaliaçao de riscos em ambientes laboratoriais clínicos partindo do levantamento análise e avaliação integrada dos critérios estabelecidos na legislação referente à Higiene e Segurança do Trabalho Qualidade de Sistemas e Presenação Ambiental direcionado à Biossegurança e apresentado na forma de um checklist Associar a este modelo uma Análise Ergonômica do Trabalho AET como ferramenta paralela de avaliação dos aspectos físicos e funcionais do seniço e dos fatores fisiológicos psicossociais e cognitivos inerentes às atividades favorecedores de sobrecarga física eou psíquica 6 o Testar a eficiência do modelo aplicandoo em um laboratório de análises clínicas 0 Provocar durante o desenvolvimento da pesquisa a reflexão de cada trabalhador sobre o seu ambiente de trabalho favorecendo a criação de uma imagem geral das condições de trabalho e dos riscos deste o Colaborar através de recomendações na estruturação análise e decisão das questoes relativas aos riscos principalmente de origem biológica para que possam se configurar em prioridade nestes estabelecimentos permitindo novas abordagens na sua gerência 13 Justificativa e relevância do trabalho O Seniço de Análises Clínicas SACL ou Seniço de Patologia Clínica SPCL representa um potencial de risco para seus funcionários pela exposição a agentes biológicos presentes Vendrame1997 Na literatura mundial alguns registros fazem referência ao risco ocupacional no trabalho laboratorial por infecções a agentes etiológicos e patogênicos e por lesões ao organismo Zurita1997 Uma pesquisa em especial realizada por Sulkin e Pike no período de 1930 a 1979 analisou 5000 laboratórios em todo o mundo e obsenou 4079 infecções na maioria bacterianas sendo 168 fatais Teixeira e Valle 1996 7 Recentemente percebese uma preocupação maior com o controle dos riscos nestes ambientes a partir do fortalecimento dos conhecimentos de Biossegurança Esta inicialmente voltada aos cuidados com a manipulação profissional hoje estendese à análise dos fatores periféricos físicos químicos e ergonômicos ao controle da qualidade e à preservação ambiental Costa 2000 Neste sentido estudos têm sido direcionados à Biossegurança em vários centros biotecnológicos sustentados na avaliação integrada de ambientes laboratoriais e farmacêuticos Concepción 1996 Viña et al 1994 Porém no Brasil ainda é discreta a aplicabilidade desta análise no serviço de análises clínicas Poucos são também os registros que se detêm nos efeitos sobre o serviço e os profissionais dos fatores subjetivos fisiológicos cognitivos e psicológicos envolvidos na condução das atividades laboratoriais j Partindo desta premissa decidiuse realizar uma investigação científica em um laboratório o laboratório de análises clínicas do HUUFSC através da aplicação de uma avaliação integrada na forma de um check list e da realizaçao de uma análise ergonômica Com este propósito buscase uma maior aplicabilidade da Biossegurança e da Ergonomia na melhoria dos serviços na garantia da saúde e da segurança ocupacional e na produção de material técnicocientífico a ser utilizado como referência para futuros trabalhos junto a estabelecimentos de saúde que se destinem a este fim 8 14 Limitações da pesquisa Embora considerando a complexidade e abrangência do tema este trabalho busca a avaliação de um novo modelo de identificação de agentes de risco em ambientes laboratoriais clínicos O modelo desenvolvido consiste em um check list aplicado em um Laboratório de Análises Clínicas LAC abordando aspectos relativos às condições físicoambientais organizacionais e operacionais do seniço e complementase com uma avaliaçao paralela realizada no setor de bioquímica clínica do referido laboratório Esta última sustentase na análise ergonômica do trabalho dos bioquímicos biomédicos e técnicos do setor consubstanciada nos dados coletados a partir da aplicação do check ist e nas informações sobre aspectos psicossociais fisiológicos e cognitivos do serviço A aplicação do modelo resulta em um diagnóstico sobre o laboratório analisado o laboratório de análises clínicas do HUUFSC e em algumas recomendações que possam minimizar situações desfavoráveis Contudo de forma mais específica e detalhada são apresentadas recomendações para o setor de bioquímica clínica da referida unidade Destaca se a falta de pretensão de esgotar as possibilidades de construçao deste modelo o que poderá ser alcançado em uma futura pesquisa mais 9 detalhada onde poderão ser analisados outros serviços de análises clínicas e confirmados o modelo proposto e os argumentos que lhe deram embasamento 15 Metodologia A metodologia adotada obedece à introdução de uma técnica de análise de riscos tradicional em estudos de Biossegurança o check list utilizada por profissionais de Engenharia de Segurança e Qualidade Esta apresentase como ferramenta de apoio em inspeções direcionadas ao reconhecimento do estado de cumprimento de certos dispositivos normas e recomendações normalmente relativas à segurança e higiene ocupacional eou como recurso em auditorias realizadas para avaliação sistemática de atividades e resultados A técnica desenvolvida nesta pesquisa encontrase associada ao método da análise ergonômica do trabalho onde as avaliações sustentamse na fundamentação teórica do tema escolhido consubstanciadas em conhecimentos e normas de Ergonomia A eficiência do modelo proposto é testada pela sua aplicação fazendose uso de obsenaçoes do serviço e do ambiente de entrevistas e questionários que subsidiam o diagnóstico da situação e as recomendações pertinentes 10 16 Estrutura do trabalho O trabalho está estruturado em cinco capítulos Capítulol Introduz o trabalho apresentando a problemática a ser abordada os objetivos a importância do trabalho e suas limitações e detalhada metodologia utilizada e sua organização Capítulo ll Contempla a revisão bibliográfica abordando os principais conceitos sobre riscos profissionais Ergonomia e Biossegurança e apresenta a área de abordagem o Seniço de Saúde mais especificamente o serviço de análises clínicas e de bioquímica clínica características profissionais e riscos Capítulo III Detalha o modelo proposto de identificação de agentes de risco em ambientes laboratoriais clínicos baseado na técnica do check list e na metodologia da análise ergonômica do trabalho Capítulo IV Apresenta o estudo de caso com os resultados coletados a partir da apicaçao do modelo subsidiando a elaboraçao do diagnóstico da situaçao analisada e as recomendações pertinentes Capítulo V Elabora a conclusão e as recomendações para trabalhos futuros 11 2 REvsÃo BBocRÁcA Este capítulo detémse nos conceitos sobre riscos profissionais e apresenta os segundo uma classificação que envolve fatores condicionantes de acidentes eou favorecedores de doenças ocupacionais na condução das atividades de trabalho São introduzidas também características do serviço de análises clínicas atribuições recursos e profissionais necessárias ao desenvolvimento do processo de trabalho os riscos deste bem como as medidas disponíveis para a sua prevençao e controle e são apresentadas noçoes sobre Ergonomia e Biossegurança como ferramentas de avaliação destes elementos 21 Considerações gerais sobre riscos profissionais No setor de prestação de serviços eou no processo produtivo a preservação da saúde e a manutenção da segurança dos envolvidos constituem fatores estratégicos determinantes também da eficiência do sistema e da qualidade dos resultados Neste contexto os riscos profissionais apresentamse como elementos comprometedores de tais objetivos o que justifica as iniciativas direcionadas à sua análise prevenção e solução como se propõe esta pesquisa 12 Neste contexto destacamse inicialmente os fatores presentes nos ambientes de trabalho de ordem física e funcional responsáveis por incidentes acidentes e exposições a doenças ocupacionais Um incidente representa qualquer alteração nos procedimentos de rotina que provoquem perdas materiais e de produtos quebras de equipamentos e instrumentos vazamentos contaminações e escapes de substâncias um acidente caracteriza a ocorrência de lesão ao trabalhador e uma exposição a possibilidade de alterar a saúde de pessoas levando a doenças ocupacionais Concepción 2001 Por esta razão a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA do Ministério do Trabalho ISEGNET 2001 entende os riscos de acidentes ergonômicos e ambientais como todos os fatores adversos do ambiente de trabalho ou do processo operacional das atividades Os riscos de acidentes estão relacionados a equipamentos matériasprimas e outros que se inadequados ao serviço podem ser responsáveis por alterações na rotina normal do trabalho CIPA apud lSEGNET2001 e os riscos ergonômicos referemse aos fatores de ordem fisiológica cognitiva e psicológica inerentes à execução das atividades ligados ao conforto às posturas de trabalho ao esforço físico ou à fadiga que possam provocar alteraçoes no organismo e no estado emocional dos trabalhadores Santos e Fialho 1997 Por outro lado os riscos ambientais são atribuídos aos agentes presentes no ambiente de trabalho que segundo sua natureza e a forma como atuam no 13 organismo humano classificamse em físicos químicos e biológicos NRO9 do Ministério do Trabalho De modo geral todos estes riscos onde quer que se encontrem devem e podem ser analisados apartir de medidas direcionadas ao seu reconhecimento avaliação e controle O Ministério da Saúde BrasiI1995 atribui Reconhecêlos seria identificálos avaliálos seria quantificálos ou analisálos segundo sua magnitude em comparação a alguns padrões e controlálos representaria a adoção de medidas diversas técnicas ou administrativas preventivas ou corretivas com o objetivo de eliminálos ou minimizálos 22 Categorizaçao de riscos ambientais A Norma do Ministério do Trabalho NRO9 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais PPRA define legalmente os riscos ambientais como todos os agentes físicos químicos e biológicos presentes nos ambientes de trabalho Estes são expostos no seguimento desta pesquisa precedidos pela apresentação daqueles responsáveis pelo conforto ambiental condições de ruído iluminação temperatura e ventilação 221 Riscos físicos 0 Ruído Em ambientes de trabalho sao identificáveis sons de diversas naturezas advindos dos equipamentos das comunicações e dos sistemas de informação 14 Alguns apresentamse incômodos indesejáveis ou até perigosos denominados ruídos e representados sob inúmeras caracterizações desnecessárias às atividades Concepción2001 Segundo lida 1992 o ouvido humano percebe uma faixa de amplitudes sonoras variáveis de valores aproximados de 0 zero a potências equivalentes à 130dBA Acima desta faixa de valores situase o limiar da percepção dolorosa que pode gerar danos ao aparelho auditivo Estes danos temporários ou permanentes variam em função do tempo de exposição do trabalhador aos ruídos e da freqüência e intensidade dos mesmos podendo ser responsáveis pela redução da sua capacidade auditiva ou se a exposição for intensa e prolongada pela alteração do seu estado emocional e comprometimento do equilíbrio psicossomático Os ruídos contínuos não devem exceder o nível de 85dBA estabelecido pela Portaria n 321478 do Ministério do Trabalho como Nível Máximo Admissível NMA para jornadas de 8hdia Esta Portaria alerta para conseqüências ao organismo humano como fadiga perda da atenção e retardamento da reação ante sinais audíveis e visíveis que desencadeiam afetações fisiológicas o IluminaçãoCores Em sua rotina de trabalho o homem está envolvido por luzes e cores naturais e artificiais que se bem adequadas podem lhe promover aumento de desempenho e de satisfação e redução de fadiga É importante sempre que possível o aproveitamento da luz natural luz do dia ao sistema de iluminação interior Esta apresenta uma qualidade muito 15 superior à artificial causando menor cansaço para a vista e permitindo melhor percepção das cores Contudo deve ser evitada a incidência direta do sol sobre o local de trabalho como forma de prevenir o ofuscamento representado pela perda de visibilidade devido ao processo de adaptação do observador a uma variação eou velocidade muito grande de iluminação incidindo sobre seus olhos Pereira 1993 Sistemas de iluminação artificiais procuram resguardar uma iluminação adequada sobre o plano de trabalho e fundamentamse na escolha criteriosa de lâmpadas e luminárias uma vez que fatores determinantes como o fluxo luminoso que chega ao posto de trabalho dependem do tipo de lâmpada selecionada Segundo Concepción 2001 podese prever um sistema de iluminação geral uniformemente distribuído localizado e suplementar evitando ofuscamentos sombras contrastes e reflexos inoômodos ou a combinação destes para o melhor atendimento das necessidades de trabalho visual Já o estudo das cores embora possa ser considerado um fator ambiental secundário na concepção dos espaços de trabalho tornase fundamental à medida que contribui com a adequação do seu uso não só para a segurança codificação de perigos pelo uso da cor para orientação organizacional princípio de organização pela aplicação da cor mas também para a saúde e bem estar dos trabalhadores devido a sua influência psicológica Neste aspecto a cor pode ser entendida como uma resposta subjetiva a um estímulo luminoso que penetra nos olhos e exerce uma influência sobre o trabalho e o comportamento humano atuando não só pelo canal perceptivo da visão 16 transmitindo mensagens às quais podemos atribuir significados aspecto psicodinâmico como predispondo determinados estados de humor desencadeando emoções modificando comportamentos e por vezes alterando o funcionamento do organismo Para Pereira 1993 a cor tem influência sobre a saúde o bom humor e o rendimento das tarefas possibilitando a obtenção de reaçoes psicológicas positivas o TemperaturaUmidade A temperatura e a umidade do ambiente são questões determinantes na manutenção do conforto ambiental Segundo lida 1992 o homem faz uso de mecanismos que favorecem o controle da temperatura corporal em torno de 37C já que o organismo humano tal uma máquina exotérmica gera calor pelo metabolismo e elimina calor por radiação convecção condução e evaporação A quantidade desta energia recebida ou entregue pode ser determinada pela variação de temperatura do corpo que cedeu ou que recebeu calor O grau de umidade do ar e a velocidade do vento são determinantes também da sensação termica pois influenciam na evaporação Assim a temperatura efetiva corresponde a todas as combinações de temperatura ambiental umidade relativa do ar e velocidade do vento que produzem a mesma sensação térmica Para lida 1992 Temperatura efetiva é aquela que produz sensação equivalente de calor a uma temperatura medida com o ar saturado 100 de umidade relativa e praticamente parado sem ventos onde as zonas de conforto térmico 17 correspondem à faixas estreitas de variação de temperatura de 20C a 24C de umidade relativa de 40 a 60 e de velocidade do ar aproximadamente 02 ms para organismos adaptados ao calor ç Um trabalhador ao suportar altas e baixas temperaturas terá seu rendimento alterado Em altas temperaturas acima de 30C pode apresentar decaimento no rendimento das atividades maiores pausas e menor concentração e em temperaturas muito baixas abaixo de 15C diminuição de concentração e redução de habilidades motoras 0 Ventilação Um sistema de ventilação pode ser natural pelo efeito do vento ou artificial mecânico pelo efeito de ventiladores Este último sistema pode classificarse em geral resguardando um efeito homogêneo no ambiente ou localizado direcionado a uma determinada zona por extração de dentro para fora ou por injeção de fora para dentro A conveniência de uso de qualquer destes sistemas deve variar em função do fluxo necessário ao cumprimento dos objetivos A presença de fatores desfavoráveis no clima de trabalho ou a presença de substâncias nocivas ao organismo humano pode ser minimizada com a adoção de sistemas de ventilação capazes de resguardar o ambiente de odores desagradáveis gases vapores e outros contaminantes ou de manter o intercâmbio térmico entre o homem e o meio ambiente Concepción 2001 Tornase importante destacar que a ventilação natural deve ser aproveitada pela adequada distribuiçao de aberturas de entrada e de saída de ar janelas 18 222 Riscos biológicos Os riscos biológicos no ambiente de trabalho resultam do contato do homem com agentes biológicos Hospital das Clínicas da FMUSP 1998 H Segundo Norma do Ministério do Trabalho NRO9 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais PPRA estes agentes bactérias vírus fungos bacilos parasitas e protozoários na forma de macro e microorganismos são normalmente encontrados nas amostras de pacientes e nos ambientes expondo os trabalhadores às mais diversas contaminações Algumas atividades estão vinculadas diretamente aos agentes biológicos e sujeitas a esta espécie de risco principalmente aquelas que envolvem a manipulação de materiais e resíduos infecciosos A Organização Mundial de Saúde OMS apud Geneva 1994 adverte que cada país deve reconhecer os microorganismos do seu território e classifica los em grupos de risco quadro 1 a seguir uma vez que os agentes biológicos a formação do pessoal envolvido e os meiosrecursos disponíveis para combatêlos são variáveis H Para tal é necessária a observação das características do hospedeiro da densidade e dos movimentos migratórios da população hospedeira e a avaliação dos modos de transmissão dos vetores apropriados para combatêlos e das normas de higiene ambiental disponíveis 19 Esta Organização considera igualmente importante as medidas de prevenção vacinas e soros de saneamento higiene de alimentos e água e de tratamento eficaz O H Quadro 1 Grupos de risco GRUPO DE RISCO I agentes que não apresentam risco individual nem coletivo ex bactérias E coli B subtilis GRUPO DE RISCO ll agentes que apresentam risco individual moderado e fraco para a comunidade Risco de propagação limitado permitindo tratamento preventivo ex bactérias Clostridium tetani Klebsiella pneumoniae Staphylococcus aureus vírus EBV herpes fungos Candida albicans parasitas Plasmodium Schistosoma GRUPO DE RISCO Ill agentes que apresentam risco individual grave e moderado para a comunidade podendo representar lesões ou sinais clínicos graves e nem sempre permitindo tratamento ex bactérias Bacillus anthracis Brucella Chlamydia psittaci Mycobacterium tuberculosis vírus hepatites B e C HTLV 1 e 2 HIV febre amarela dengue fungos Blastomyces dermatiolis Histoplasma parasitas Echinococcus Leishmania Toxoplasma gondii Trypanosoma cruzi GRUPO DE RISCO IV agentes que apresentam risco grave individual e para a comunidade com possibilidade de propagação não permitindo tratamento ex vírus de febres hemorrágicas Fonte Manual de Bioseguridad en el Laboratorio OMS 1994 adaptado 223 Riscos químicos Os agentes químicos representados por poluentes do ambiente de trabalho exercem ação sobre o organismo humano desencadeando muitas vezes doenças profissionais Grist 1995 Estes agentes estão presentes em diversas atividades na forma de produtos de limpeza desinfecção e esterilização ou no processamento de exames laboratoriais clínicos OMS apud Geneva1994 20 Hoje os processos e compostos desenvolvidos podem ser classificados em função de suas características e de seu estado físico na forma sólida líquida ou gasosa como define a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA ISEGNET 2001 Os agentes químicos apresentamse em suspensão ou dispersos no ar atmosférico contaminantes atmosféricos sob a forma de aerodispersóides poeira fumo fumaça e névoa gases dispersões de moléculas misturadas ao ar e vapores dispersões de moléculas no ar que condensamse para formar líquidos ou sólidos em condições normais de temperatura e pressão O risco destes produtos para o organismohumano segundo Concepción 2001 está associado ao fato de serem irritantes asfixiantes alérgicos inflamáveis tóxicos cáusticos carcinogênicos causadores de câncer ou mutagênicos favorecedores de anomalias congênitas O autor afirma que os níveis de toxicidade concentração e absorção destes produtos o tempo de exposição e as vias de ingresso no organismo determinam a forma como podem atuar no homem Outros fatores individuais idade sexo enfermidades e ciclos biológicos ou ambientais temperatura ventilação e ruído devem ser considerados A partir destas propriedades limites de tolerância são definidos em Norma do Ministério do Trabalho NR15 Atividades e Operações Insalubres determinando a concentração ou a intensidade de uso dos produtos relacionados com o tempo e a natureza da exposição ao agente dentre outros 21 Em geral todos os riscos aqui evidenciados ganham uma dimensão acentuada no serviço laboratorial clínico em função principalmente da manipulação de materiais infecciosos e contaminantes O estabelecimento de critérios voltados à avaliaçao controle eou eliminação destes riscos a partir dos conhecimentos da Ergonomia e da Biossegurança apresentados a seguir são pertinentes 23 Ergonomia Os conceitos da Ergonomia direcionamse ao entendimento das questões relativas ao homem em seu ambiente de trabalho visando à sua segurança e saúde bem como à qualidade do sistema A abordagem apresentada neste trabalho centrase nas características do sistema homemtarefa que melhor representa o serviço de análises clínicas 231 Uma abordagem centrada no conceito homem tarefa Pesquisas a respeito do homem no trabalho destacamno em seu desejo de dominar o ambiente profissional por conveniência ou limitação na busca de adaptações ou modificações que resultem em conforto e produtividade Assim ao criar dispositivos e meios para atingir seus objetivos pode ver comprometidos a saúde e a vida Dentro desta questão Cameron e Corkindale 1961 fazem uma análise histórica do trabalho baseada em três períodos 22 O primeiro período centrado na preocupação com a máquina como componente físico utilizado pelo homem enfatizando a importância do treinamento e da seleção profissional o segundo periodo voltado ao contexto econômico como determinante do controle das falhas humanas evidenciando o homem como centro das preocupações e buscando o aprimoramento do ambiente profissional adaptação da máquina ao homem e o terceiro período centrado na idéia de sistema em que homem e máquina devem ser entendidos de forma indissociável sistema homemmáquina visando à otimização das relações entre ambos Santos e Fialho 1997 consideram que a Ergonomia como ciência aplicada surge basicamente da necessidade de estudar o homem em seu ambiente de trabalho Contudo para os autores em um modelo homemmáquina pode ser negligenciado o caráter penoso do trabalho relativo à carga física e mental e aos riscos de acidentes O sistema homemtarefa apresentase mais adequado ao compreender não só as condições técnicas mas as organizacionais e ambientais do trabalho Com este propósito a Ergonomia atribui juízos de valor sobre o desempenho total destes sistemas a partir de análises parciais já que cada situação de trabalho apresentase complexa e dinâmica Neles as exigências sóciotécnicas e organizacionais da tarefa determinam os componentes do homem no trabalho caracterizando informaçoes e açoes necessárias às atividades e determinando os resultados de produção e saúde Santos e Fialho1997 23 Como definição a Ergonomics Research Society apud Santos et al1997 considera ser a Ergonomia um estudo do relacionamento entre homem ambiente ocupacional e equipamentos e particularmente a aplicação do conhecimento de Anatomia Fisiologia e Psicologia aos problemas daí decorrentes ç Pode ser entendida também comoza soma de conhecimentos científicos relativos ao homem e necessários à concepção de instrumentos máquinas e dispositivos que proporcionem maior conforto segurança e eficiência Wisner 1987 Considerando estes conceitos entendese como dois os objetivos da Ergonomia o primeiro voltado à eficácia das organizações na busca de produtividade e qualidade e o segundo direcionado ao conforto e à saúde dos trabalhadores envolvendo o controle dos riscos de acidentes e de doenças ocupacionais e a fadiga do trabalho de músculos e articulações Fazon1996 Advertese ainda que o segundo objetivo da Ergonomia deve agir sobre o favorecimento da saúde do trabalhador e não apenas sobre a sua degradação a partir de um trabalho conjunto envolvendo o homem a organização e o ambiente de trabalho acompanhando os avanços da tecnologia e as transformações pessoais ao longo do tempo Santos et al1997 Dentro desta abordagem Laviile Volkoff apud Falzon 1996 argumentam que uma ação permite a cada um construir sua própria saúde seu próprio envelhecimento dentro das melhores condições possíveis A Organização Mundial de Saúde OMS apud Costa 2000 por sua vez argumenta que a saúde pode representar não só a ausência de doença ou 24 enfermidade mas também a garantia de um estado de bem estar físico mental e social que para muitos assim como para a Ergonomia está ligado ao dinamismo de um processo de construção Falzon 1996 conclui Com o avanço da idade os processos biológicos favorecem a modificação das capacidades do homem de forma mais ou menos rápida em função das suas condições de vida e de trabalho que podem influenciar positivamente ou negativamente o processo natural de envelhecimento ou favorecer estratégias de compensação ou adaptação Assim uma análise ergonômica deve considerar a diversidade dos trabalhadores intraindividual eou interindividual os diferentes níveis de sensibilidade física e psicológica destes e as exigências cognitivas das tarefas Portanto os mesmos objetivos e meios de trabalho alocados a diferentes pessoas podem constituir diferentes situações de trabalho diferentes desempenhos e diferentes efeitos sobre o organismohumano Santos et al1997 A análise deve deterse também no estudo das características do ambiente de trabalho respeitando o dimensionamento das áreas a disposição dos espaços o arranjo físico das circulações e a prevenção de efeitos de barreira arquitetônica e deve prever fundações paredes especiais e sistemas de climatização ventilação e iluminação dentre outros elementos determinantes do conforto ambiental Santos e FiaIho1997 Atualmente a expansão do estudo da Ergonomia na avaliação de sistemas complexos e nos setores de prestação de seniços vem permitindo maiores avaliações dos efeitos das atividades de trabalho sobre o homem 25 De acordo com o Laboratoire de Neurophysiologie du Travail et DErgonomie CNAM apud Oliveira2001 o estudo do ambiente dos meios operacionais e da organização do trabalho deve adaptarse a cada caso específico o que justifica a análise paralela dos aspectos psicossociais dos profissionais dados biográficos nível de formação e vida fora do trabalho da sua interação com o ambiente assim como dos aspectos sociais do trabalho relações profissionais e estado motivacional figura 1 Estes elementos voltados à saúde e segurança ocupacional frente aos riscos profissionais vão ao encontro dos objetivos da Biossegurança melhor entendidos nos conceitos apresentados a seguir Figura 1 Relação atividade I carga de trabalho I saúde I acidentes ASPECTOS B1ooRÁF1cos Sexo Idade Altura ASPECTOS DA COMPETÊNCIA Formação Aprendizagem Experiência ASPECTOS SOCIAIS F amília Transporte Alimentação Lazer POSIÇÃO l SALARIO l ATIVIDADE DE TRABALHO L CARGA DE TRABALHO l SAÚDE Ac1DENTEs ASPECTOS FISICOAMBIENTAIS Organização espacial Instalações Elementos construtivos ASPECTOS ORGANIZACIONAIS Horário Ritmo de trabalho Instrucão Informação ASPECTOS OPERACIONAIS Modos operatóiios Equip Instrumentos Higiene Segurança ASPECTOS SOCIAIS Relações de trabalho Motivação Fonte Laboratoire de Neurophysiologie du Travail et DErgonomie CNAM apud Oliveira 2001 adaptado 26 24 Biossegurança No século XX em centros relacionados com a Biotecnologia a indústria farmacêutica e a Medicina a Biossegurança surge como ciência centrandose no controle e na minimização dos riscos biológicos através da aplicação de leis e procedimentos e visando ao avanço tecnológico e à proteção da saúde humana animal e ambiental Costa 1999 Inicialmente este conceito esteve voltado aos processos que envolvem Organismos Geneticamente Modificados OGMs tecnologia do DNA ou RNA recombinante particularmente aos aspectos relativos à manipulação destes Detinhase na aplicação de conhecimentos e medidas técnicas e no uso de equipamentos específicos para o combate eou controle de agentes infecciosos biológicos a partir da identificação dos riscos do processo Costa 1999 Dentro de um enfoque interdisciplinar de parceria com a Engenharia de Segurança Medicina do Trabalho Saúde do Trabalhador e Infecção Hospitalar surge no início dos anos 70 um entendimento mais abrangente sobre Biossegurança estendendoa aos ambientes ocupacionais e voltando seu foco para a saúde do trabalhador frente aos riscos biológicos no ambiente ocupacional Na década de 80 a OMS reconhece os riscos periféricos dos ambientes ocupacionais físicos químicos radioativos e ergonômicos e nos anos 90 destaca a proteçao ambiental e a qualidade dos serviços Neste contexto Teixeira Valle apud Costa1999 definem 27 A Biossegurança é um conjunto de ações voltadas para a prevenção minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa produção ensino desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços objetivando a saúde do homem e dos animais a preservação do meio ambiente e a qualidade dos resultados Um outro conceito epistemológico ancorado em abordagens voltadas para a sua interdisciplinalidade ação educativa e informativa vem permitir um entendimento sustentado na atuação e no desempenho profissional Assim para Costa apud Revista Proteção1999 a Biossegurança enquanto módulo representa a união e a diversidade pedagógica de várias disciplinas a Biossegurança enquanto processo a ação educativa que promove a aquisição de conteúdos e habilidades e a Biossegurança enquanto conduta os conhecimentos hábitos comportamentos e sentimentos assimilados pelo homem Esta abordagem levanta a necessidade de se entender os ambientes biotecnológicos e nãobiotecnológicos como sistemas dependentes de alguns componentes cuja interrelação condiciona as situações de risco e as possibilidades de acidentes ver quadro 2 na página seguinte Assim um estado de Biossegurança deve resultar prioritariamente da harmonia entre o homem o processo de trabalho a instituição e a sociedade Costa 2000 28 Quadro 2 Elementos condicionantes do estado de Biossegurança COMPONENTE OCUPACIONAL condições de segurança aspectos construtivos e ambientais das áreas de trabalho manipulação armazenagem e descarte de substâncias químicas e materiais biológicos fatores ergonômicos COMPONENTE EDUCACIONAL política de valorização dos recursos humanos com agregação de valores éticos filosóficos e técnicos aos trabalhadores COMPONENTE SOCIAL ações voltadas à otimização e humanização dos processos de trabalho através da implantação de programas de qualidade de vida COMPONENTE INFORMACIONAL processo de comunicação interna trabalhadoreschefia e externa relações com sindicatos entidades de classe poder público e mídia COMPONENTE ORGANIZACIONAL cultura e clima organizacional da instituição COMPONENTE TECNOLÓGICO tecnologias em prática na instituição Fonte Costa 2000 adaptado O equilíbrio destes componentes favorece a integração das ações de higiene e segurança patrimonial e ocupacional a um novo conceito que considera os fatores físicos biológicos e químicos aos quais estão expostos os trabalhadores e os aspectos psicossociais e motivacionais destes favorecedores de autoestima e realização e determinantes de qualidade de vida Costa 2000 afirma que a ausência destes últimos elementos tem sido responsável por um número grande de acidentes propiciando a exposição aos fatores anteriores Fazse necessário então aliar decisões técnicas e administrativas a medidas educativas e informativas na formação de profissionais mais conscientes de sua atuação atuação responsável e participativos na gestão destas questões figura 2 a seguir COMPONENTE NORMATIVO ações reguladoras necessárias à condução das atividades 29 Figura 2 Elementos da Política de Biossegurança rorcA SEGURANÇA na E HIGIENE nlosseounmçn I L i I PATRIMONIAL DE VIDA I i CONDIÇÕES ATUAÇÃO ASPECTOS FIsIcAs RESPONSÁVEL socIAIs AMBIENTAIS IvIoTIvAcIoNAIs QUALIDADE POP S T PROCEDIIVIENTOS OPERACIONAIS T PADRONIZADOS NORMAS PROG coNsTRUT1vAs T EDUcAcIoNAIs TÉCNICAS INFORMATIVOS NORMAS OPERACIONAIS Para Nogueira apud Teixeira e Valle 1996 devem ser incluídas nesta interpretação todas as estratégias da gestão da qualidade motivação participação comunicação e solidariedade não sendo suficiente na prática de medidas de segurança o conhecimento ou a informação sobre os riscos No Brasil em particular vivese um momento de reflexão A formação de uma cultura ou estado de Biossegurança depende prioritariamente da reavaliação do conceito sobre o qual ainda está sustentada a sua legislação centrada nas questões que envolvem a manipulação de OGMs Lei de Biossegurança de n 89741995 apud Costa2000 A Biossegurança estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização no uso das técnicas de engenharia genética na construção 30 cultivo manipulação transporte comercialização consumo liberação e descarte de Organismo Geneticamente Modificado OGM visando à proteger a vida e a saúde do homem dos animais e das plantas bem como o meio ambiente Este conceito não alcança uma abordagem pública da Biossegurança que prevê a extensão de sua aplicabilidade à manutenção e à presenação da saúde e segurança profissional e ambiental em todos os estabelecimentos que prestam atendimento de saúde e afins como os laboratórios clínicos detalhados no seguimento desta pesquisa 25 A área de abordagem o serviço laboratorial clínico Nesta etapa da pesquisa o texto introdutório recai sobre as organizaçoes de saúde e posteriormente detémse nos Laboratórios de Análises Clínicas LACs Estes integram o quadro de estabelecimentos de saúde que praticam o atendimento de apoio ao diagnóstico e à terapia de pacientes tendo atribuições e características particulares procedimentos profissionais equipamentos e instrumentos citados a seguir De forma destacada são apresentados os riscos laboratoriais assim como os meios e os recursos disponíveis para a sua prevenção e solução 31 251 As organizações de saúde Acompanhando a idéia exposta na introdução da pesquisa enfatizase mais I uma vez a evo uçao das orgamzaçoes nas últimas décadas favorecendo a transformação da figura do trabalhador e da estrutura organizacional Como vimos o progresso científico e o aumento da demanda dentre outros contribuem para a evolução dos processos e para a mudança da organização do trabalho exigindo além da eficiência e segurança o atendimento das necessidades de competitividade e flexibilidade específicas de cada organização Segundo Moscovici 1993 a concepção holística que afirma seu propósito a partir da década de 90 surge desta necessidade baseandose no investimento do sistema humano em saúde e educação e não somente em tecnologia Esta realidade nao é diferente em Estabelecimentos Assistenciais de Saúde EASs que segundo o Ministério da Saúde Brasil 1995 atuam na atenção ao cliente e em atividades de administração ensino e pesquisa Dentro deste conceito incluemse todos os ambientes que praticam atendimento humano ou animal com fins de prevenção diagnóstico tratamento e reabilitação e aqueles que realizam pesquisas na área de saúde São Estabelecimentos Assistenciais de Saúde EASs hospitais sanatórios clínicas laboratórios centros clínicos centros médicos maternidades salas de primeiros socorros e outros OMS apud Brasil 1995 32 Para estes estabelecimentos são definidas funções que se constituem em atribuições fins ligadas à assistência à saúde e em atribuições meio de garantia das primeiras e de si próprias como a prestação de serviços laboratoriais clínicos O Brasil mantém suas ações de saúde de seus Municípios e Estados vinculadas ao Sistema Único de Saúde SUS através de prestadores deste tipo de seniço tanto privados como filantrópicos ou públicos 252 O seniço de análises clínicas Para Walters 1998 o Serviço de Análises Clínicas SACL ou Serviço de Patologia Clínica SPCL atua na análise ou avaliação microscópica ou macroscópica de amostras biológicas sangue líquidos corpóreos e outras no auxílio ao diagnóstico e à orientação terapêutica de pacientes O autor destaca que estes serviços manifestaramse ao longo de anos através de observações empíricas configurarandose em laboratórios clínicos somente no século XIX nos Estados Unidos Com o advento da Primeira Guerra Mundial pela necessidade de treinamento profissional desenvolveramse em número e tamanho e permitiram o estabelecimento de exigências educacionais básicas e de escolas de tecnologia médica A partir daí a tecnologia disponível para exames laboratoriais tornouse cada vez mais complexa e essencial no auxílio da Medicina Atualmente os Laboratórios de Análises Clínicas LACs são regulamentados por leis federais e estaduais e encontramse inseridos em várias 33 organizações públicas ou privadas hospitalares ou não hospitalares localizados em clínicas médicas centros médicos repartições do governo e instalações militares com aprovação do Departamento de Saúde e Serviços Humanos DHHS por atuarem na análise de material humano O Ministério da Saúde Brasil1995 destina a estes estabelecimentos as seguintes atribuiçoes receber ou proceder a coleta de material fazer triagem do material fazer análises e procedimentos laboratoriais de substâncias ou materiais biológicos com finalidade de diagnóstico fazer o preparo de reagentes fazer a desinfecção do material analisado a ser descartado fazer a lavagem e preparo do material utilizado emitir laudo das análises realizadas Estas atribuições desenvolvemse em departamentos setores ou seções responsáveis pela operacionalizaçao dos seniços abrangendo todas as etapas pelas quais podem passar os materiais analisados do setor de coleta e processamento de amostras aos setores de bioquímica hematologia microbiologia urinálise e parasitologia dentre outros A partir da classificação adotada por Walters 1998 alguns destes setores departamentos de análise laboratorial podem ser descritos 0 Coleta e Processamento de amostras processa a coleta registro e rotulagem das amostras que são encaminhadas para cada setor de exame 34 Hematologia realiza testes envolvendo o estudo dos componentes celulares do sangue através de técnicas qualitativas obsenando características dos componentes do sangue tamanho forma e maturidade ou utilizando análises quantitativas incluindo contagens dos componentes do sangue número de leucócitos eritrócitos e plaquetas Urinálise executa exames físicos químicos e microscópicos das amostra de urina Microbiologia identifica microorganismos usualmente bactérias de amostras de sangue urina escarro secreções e outros fluidos do corpo Integra a virologia o estudo dos vírus e a micologia o estudo dos fungos Imunologia testa amostras usando métodos antígenoanticorpo como os de gravidez artrite mononucleose infecciosa infecção por HIV hepatite e doenças sexualmente transmissíveis z Parasitologia realiza o estudo dos parasitas intestinais da pele eou do sangue das doenças parasitárias e dos métodos de diagnóstico e identificação de parasitas Bioquímica executa procedimentos habituais envolvendo dosagem de glicose colesterol enzimas hepáticas ou cardíacas e medidas dos eletrólitos do sangue sódio potássio cloretos e bicarbonato Em paralelo é importante entender que a condução das atividades desenvolvidas em cada um destes setoresdepartamentos exige muitas vezes o uso de equipamentos e instrumentos Estes segundo Grist 1995 e Lima e Silva 35 apud Teixeira e Valle 1996 apresentamse com características diversas dado o avanço tecnológico da Engenharia Biomédica Os autores discorrem sobre tipos e características de equipamentos e instrumentos laboratoriais abaixo exemplificados d 0 balanças de laboratório de duplo e triplo feixe e de prato único determinam valores que variam em função das quantidades pesadas e da sensibilidade da medida 0 phmetros processam a medição de pH expressão do grau de acidez ou alcalinidade de uma solução 0 câmaras de temperatura controlada armazenam testes de laboratório e reagentes à temperatura especial de incubação estufas fornos e banhos maria e à temperatura de resfriamento ou congelamento refrigeradores e freezers Í A o microscópios permitem avaliar estruturas coradas de sangue e secções de tecidos fazer contagem de células examinar o sedimento de urina observar reações celulares e observar e interpretar esfregaços o deionizador e destilador promovem a destilação e deionização da água para que se torne mais apropriada ao preparo de reagentes V 0 pipetas automáticas transferem volumes prefixados de materiais com acurácia e precisão evitando principalmente a ingestão a inalação de aerossóis e o gotejamento de líquidos 36 0 microincineradores com alças favorecem a dispersão de material infeccioso pelas alças de transparência centrífugas giram amostras em grande velocidade para separação dos componentes celulares do sangue soro e plasma o autoclaves esterilizam itens pelo calor sob pressão de vapor para desinfecção de material infeccioso destinado ao reaproveitamento ou à remoção definitiva vidraria de vários tamanhos e formas acondicionam materiais usados em testes específicos ou na preparação e armazenagem de reagentes e soluções Para Lima e Silva apud Teixeira e Valle 1996 muitos destes equipamentos e instrumentos sao significativos na garantia da eficiência das operaçoes no controle da qualidade dos resultados e na busca da segurança dos profissionais Levandose em conta este último aspecto relativo à proteção profissional cabe uma abordagem particular que remeta ao perfil de qualificação e comportamento dos profissionais de laboratórios clínicos em suas atividades 0 Os profissionais de laboratório As atividades exercidas por profissionais de laboratórios clínicos caracterizam uma diversidade de procedimentos realizados com rapidez precisão e exatidão obedecendo altos padrões de ética Walters1998 Dentre estas destacamse aquelas desenvolvidas por bioquímicosfarmacêuticos e laboratoristas sobre os quais incidem as principais 37 atribuições do seniço definidas pelo Plano de Cargos e Salários HU anexo 71 aqui apresentadas de forma resumida Cabe ao bioquímicofarmacêutico realizar análises clínicas de exudatos e transudatos humanos com sangue urina e outros valendose de técnicas e aparelhos especiais e baseandose em fórmulas estabelecidas Cabe ao laboratorista acompanhar atividades de laboratórios empregando os meios e os instrumentos recomendados realizar exames e outros trabalhos de natureza simples que nao exigem interpretaçao técnica dos resultados e colaborar nas análises e testes de sua área de atuação dentre outros Segundo dados da OMS considerando a especificidade destes procedimentos envolvendo agentes contaminantes os profissionais de laboratório representam o grupo de maior risco dentre todos os que trabalham na área de saúde Lima e Silva apud Teixeira e Valle 1996 A partir desta realidade é pertinente que apresentem boa saúde recebam qualificação adequada e mantenhamse estimulados e motivados para o trabalho Na promoção de autoestima e motivação são de importância os conceitos da Ergonomia que consideram algumas características do organismo humano influenciadoras do desempenho profissional como a tensão ou a fadiga A fadiga por exemplo caracteriza o efeito do trabalho continuado que condiciona uma redução reversível da capacidade do organismo e da qualidade do trabalho Pode estar ligada aos efeitos fisiológicos deste intensidade e duração da atividade física e intelectual aos elementos ambientais iluminação ruído e 38 outros aos efeitos sociais relaçoes de trabalho e aos fatores psicológicos como a monotonia e a falta de motivação lida 1992 A Muitos autores já associam os riscos profissionais à estas características sobre as quais discorre Castro apud Teixeira e Valle 1996 A sobrecarga psíquica de trabalho contrapõese à noção tradicional de risco empregada pela Saúde OcupacionalMedicina do Trabalho caracterizandose por ressaltar na análise do trabalho os elementos deste que interatuam dinamicamente entre si e com o corpo do trabalhador gerando processos de adaptação que se traduzem em desgaste entendido como perda de capacidade potencial eou efetiva biológica e psíquica Ainda dentro do enfoque ergonômico há de se considerar que o homem acumula experiências e estabelece valores em cima dos quais constrói atitudes e comportamentos que determinam sua competência Esta corresponde a estruturas hipotéticas que atuam sobre o trabalhador condicionando suas ações e criando situações de trabalho Montmollin apud Oliveira 2001 As estruturas hipotéticas por sua vez são elementos interdependentes que determinam neste trabalhador o conhecimento explícito as habilidades as experiências os julgamentos de valor e as redes sociais apresentadas mais detalhadamente no quadro 3 a seguir 39 Quadro 3 Aspectos relativos à competência da pessoa CONHECIMENTO EXPLÍCITO o conhecimento dos fatos educação formal e informação HABILIDADE a arte de saberfazer envolvendo uma proficiência prática física e mental adquirida pelo treinamento e pela prática regras de conhecimento e habilidades EXPERIÊNCIA a reflexão dos erros e acertos passados JULGAMENTOS DE VALOR as percepções que agem de forma consciente e inconsciente no processo de saber de cada pessoa REDE SOCIAL as relações de cada um com as outras pessoas dentro e um ambiente e de uma cultura transmitidos pela tradição Fonte Sveiby apud Oliveira 2001 modificado Como vimos a abordagem ergonômica apresenta elementos subjetivos que podem ser igualmente comprometedores da saúde e da segurança profissional Contudo no seguimento da pesquisa serão apresentados os agentes ambientais físicos químicos e biológicos tradicionalmente reconhecidos como determinantes de riscos 253 Os riscos laboratoriais Um Laboratório de Análises Clínicas LAC quando integrante do quadro de hospitais públicos ou privados enquadrase como área crítica onde pela realização de procedimentos de risco existe maior possibilidade de transmissão de infecçao Ministério da Saúde apud Brasil 1995 O risco de aquisição de infecções laboratoriais risco biológico advém fundamentalmente da manipulação profissional e da ocorrência de acidentes Zu rita1 997 40 Neste contexto as doenças ocupacionais infecciosas resultantes da exposição dos profissionais aos agentes biológicos podem apresentarse letais e não somente insalubres Vendrame1997 Cuidados especiais devem ser proferidos à estas doenças principalmente as contraídas pelo vírus da hepatite BHBV e CHCV e da AIDS HIV requerendo prevençao e controle através de vacinas HBV ou permitindo apenas procedimentos de segurança HCV e SIDAAIDS Oliveira 2001 São agentes infecciosos os materiais manipulados para exames material sorológico urina líquidos biológicos ascítico pleural cefalorraquidiano sinovial fluidos orgânicos secreções de drenos peritoneal e abdominal e outros Walters1998 Os acidentes como faz referência Zurita 1997 resultam da manipulação com agulhas ou do corte com vidraria quebrada e demais objetos cortantes eou advém da ocorrência de derramamentos respingos eou aspirações de materiais contaminados Dentre estes últimos destacamse alguns procedimentos que representam risco de acidentes pela formação de aerossóis como a pipetagem a centrifugação a maceração de tecidos a agitação a flambagem a abertura de ampolas a manipulação de fluidos orgânicos e a abertura de frascos com cultura de células infectadas Teixeira e Valle 1996 Nesta questão segundo Vendrame 1997 é importante entender os modos de transmissão dos agentes biológicos e as vias de contaminação no organismo 41 os meios de transmissão se fazem por contato direto ou indireto por vetor biológico por vetor mecânico ou pelo ar as vias de contaminação se fazem através da ingestão da inalação de aerossóis e do contato com mucosas dos olhos nariz e boca vias respiratória conjuntival e oral de contaminação resultam da penetração através da pele perfuração com agulhas incisão de objeto cortante e descontinuidade da pele via percutânea ou acontecem pelo ataque direto sobre a pele via cutânea Outra preocupação que extrapola os limites físicos dos LACs reside na transmissão cruzada ou seja na transmissão de vírus de uma pessoa infectada para outra susceptível ou hospedeiro que dependendo das diferentes fontes de contaminação pode se estender para fora do ambiente laboratorial e acarretar danos à comunidade e ao meio ambiente Normalmente estas fontes de contaminação são representadas por pessoas ou animais infectados pelo ambiente desfavorável de trabalho por fomites objetos contaminados e por fatores organizacionais ligados a procedimentos de limpeza e desinfecção tratamento de residuais e controle de vetores Concepción2001 Segundo a OMS Geneva1994 considerando estes elementos vias de transmissão dos agentes e contaminação cruzada são necessárias medidas de segurança na condução das atividades atuando sobre pessoas instalações equipamentos e instrumentos Costa 2000 recomenda ainda a gerência de programas de qualidade e de proteção ambiental 42 Dando continuidade à abordagem sobre riscos laboratoriais clínicos nao podem ser esquecidos os produtos químicos de larga utilidade em procedimentos de limpeza desinfecção e esterilização e na manipulação de amostras OMS apud Geneva 1 994 Muitas destas substâncias pela sua manipulação eou inalação apresentam características nocivas à saúde dos profissionais provocando desconforto e causando lesões cutâneas eou no sangue pulmões e rins Grist 1995 Estes e outros perigos inerentes ao uso destas substâncias estão exemplificados no anexo 72 destacando os efeitos tóxicos irritantes e inflamáveis dentre outros que vêm requerer cuidados especiais Concepción2001 Procedimentos adicionais devem ser proferidos no armazenamento destas uma vez que por critérios de incompatibilidades podem ocasionar reações perigosas ao entrarem em contato umas com as outras exemplos no anexo 73 O residual dos serviços laboratoriais clínicos líquido gasoso e sólido também pode gerar infecções pela presença de materiais biológicos e perfuro cortantes contaminados e pela exposição aos produtos químicos eou materiais radioativos manipulados Zurita1997 Ferreira apud Teixeira e Valle 1996 esclarece De acordo com a Norma Brasileira NBR 10004 resíduos sólidos são todos os resíduos em estado sólido e semisólido que resultam da atividade da comunidade e resíduos líquidos sao determinados líquidos cujas particularidades tornam inviável o seu lançamento na rede 43 pública de esgotos ou corpos dágua ou exigem para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis face a melhor tecnologia disponível Uma classificação especial é atribuída aos resíduos advindos de estabelecimentos de saúde pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente CONAMA em sua Resolução n 05 de agosto de 1993 anexo 74 254 A prevenção e o controle de riscos laboratoriais Em geral em função da especificidade de cada um dos agentes de risco acima descritos principalmente os de origem biológica são necessárias medidas intenencionistas voltadas à sua prevenção controle eou solução consubstanciadas nos critérios de Biossegurança e outros Dessa forma visando à redução de enfermidades ocupacionais o Ministério do Trabalho através da Portaria n321478 enfatiza a necessidade de programas de imunização ativa ou passiva destaca a importância da vigilância médica e recomenda o registro de enfermidades acidentes e incidentes de trabalho NRO7 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional PCMSO Sugere também a avaliação periódica dos procedimentos operacionais e do uso de equipamentos de proteção e o reconhecimento dos riscos associados ao trabalho NRO9 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais PPRA Quanto à qualificação dos profissionais é importante que seja compatível com as funções desempenhadas Com este objetivo a OMS Geneva1994 44 recomenda a realização de capacitação básica sobre contaminações controle de infecções e segurançahigiene do trabalho e ressalta a introdução de noções sobre prevenção de acidentes e conduta ética Tornase pertinente ainda a promoção da motivação e da autoestima destes profissionais com investimentos voltados à educação em serviço treinamento on the job e cursos e com a disponibilização de informações através de cartazes jornais e vídeos Costa 2000 À Por outro lado a Biossegurança estabelece condições para confinar perigos biológicos atribuindo níveis de contenção física e operacional abaixo dos quais tornase possível reduzir a exposição dos trabalhadores da comunidade e até do meio ambiente a agentes infecciosos Com este propósito e considerando a classificação estabelecida pela OMS os laboratórios clínicos integram o quadro dos Laboratórios Básicos de nível II envolvendo agentes dos grupos de risco l e ll OMS apud Geneva1994 A partir da categorização dos referidos laboratórios sao recomendadas práticas operacionais e equipamentos de segurança na condução das atividades evidenciados no quadro 4 na página seguinte Grist 1995 45 Quadro 4 Laboratório básico de nível II NÍVEL ll DE CONTENÇÃO aplicase aos Laboratórios Básicos representados por serviços de atenção primária à saúde hospitais de nível primário laboratórios de diagnóstico ensino universitário e saúde pública prevendo bom planejamento espacial e funcional boas práticas laboratoriais BPL boas técnicas microbiológicas BTM câmara de segurança biológica CSB classe I e ll para manipulação envolvendo agentes que possam criar aerossóis Fonte Concepción 2001 e Simas apud Teixeira e Valle 1996 adaptado Neste contexto o Ministério da Saúde Brasil 1994 entende a importância das condutas e dos equipamentos específicos Contudo admite que soluções arquitetônicas e ambientais podem auxiliar no controle de contaminações por agentes infecciosos definindo Sao critérios de controle de infecçoes o componente relativo aos procedimentos envolvendo pessoas utensílios roupas e resíduos e o componente arquitetônico referente a elementos construtivos espaciais e ambientais determinantes do fluxo de materiais pessoas equipamentos e resíduos do sistema de renovação e controle das correntes de ar e da facilidade de limpeza das áreas e artigos Estes argumentos são previstos pelas Precauções Universais PU ou Normas Universais de Biossegurança através da recomendaçao de procedimentos e equipamentos que viabilizem a operacionalização do seniço e da adoçao de barreiras físicas que segreguem o profissional da área contaminada imunizem a entrada de microorganismos externos ou inibam a sua saída Concepción 2001 46 Em concordância com as idéias pontuadas cabe um detalhamento dos respectivos componentes 0 Os componentes relativos aos procedimentos Os procedimentos de segurança ditados pela Biossegurança caracterizamse por recomendações de medidas envolvendo pessoas utensílios e equipamentos São estabelecidas em acordo com o NlH National institute of Health o CDC Centers for Desease Control o NCCLS National Committee for Clinical Laboratory Standards e o WHO Laboratory Safety Manual of World Health Organization e estão contidas em documento da OMS apud Geneva1994 apresentadas no anexo 75 Constituem também documentos de caráter normativo Procedimentos Operacionais Padronizados POPs a serem introduzidos na rotina de trabalho e sustentados pelo constante treinamento e aperfeiçoamento do pessoal envolvido As recomendações de segurança Boas Práticas de Laboratório BPL procuram aumentar o nível de consciência dos profissionais discorrendo sobre aspectos gerais relativos à higiene pessoal e aos modos operacionais dentre outros Atribuem cuidados quanto ao vestuário sugerindo o uso de roupas protetoras e calçados adequados ao serviço definem limites para a prática de procedimentos de higiene pessoal e para o acesso às áreas de trabalho e sugerem medidas de cautela para a manipulação profissional dentre outros anexo 75 47 Os POPs por sua vez formalizam critérios passo a passo para a realização de procedimentos específicos do serviço quadro 5 a seguir devendo ser proferidos aos diversos níveis hierárquicos das organizaçõesinstituições de saúde chefia equipe técnica e científica e equipe de apoio em programas de capacitação eou expostos nas áreas de trabalho Quadro 5 Procedimentos Operacionais Padronizados POPs Métodos e procedimentos envolvendo o risco de inalação pipetagem uso de alças abertura de culturas Procedimentos envolvendo riscos de ingestão MODOS manuseio de amostras esfregaços e cultura OPERACIONAIS Procedimentos envolvendo risco de injeção técnicas com seringas e agulhas Procedimentos envolvendo o manuseio de amostras de sangue e de materiais patológicos perigosos Descarte de resíduos CA si CENTF cHEF A Eou PE ErEcN cA E DE APo o PLANQS DE Primeiros socorros EMERGENCIA Descontaminação local Procedimentos específicos para cada acidente Cuidados na armazenagem de materiais perigosos LIMPEZA E Medidas para controle de vetores DESINFECÇÃO Cuidados na coleta armazanagem e tratamento de residuais Métodos antimicrobianos áreas e artigos EQU P MANUTENÇAO Cuidados na manutenção predial e de equipamentos Estes documentos detémse na adoção de métodos e procedimentos seguros para o manuseio de amostras e substâncias químicas recomendados pela OMS evitando os riscos de inalação ingestão injeção e outros No caso dos produtos químicos estendemse à boa elaboração de manuais de compras para reagentes com as devidas especificações à formação de cadastro com a composição química dos produtos utilizados no setor à rotulagem adequada de frascos com substâncias manipuladas prevendo identificação concentração 48 cuidados antídotos incompatibilidades prazos de validade e nome do manipulador e ao não acondicionamento de substâncias voláteis e corrosivas em freezres e geladeiras Geneva 1 994 Os POPs reportamse ainda ao uso e manutenção adequados de dispositivos de proteção Equipamentos de Proteção Individual EPIs e Equipamentos de Proteção Coletiva EPCs e à elaboração de planos de emergência para o enfrentamento de acidentes incêndios e outros A OMS Geneva1994 alerta para a importância de adoção destes planos em ambientes laboratoriais clínicos quando da quebra de recipientes com materiais em cultura da infecção acidental por injeção corte e escoriação da ingestão acidental de materiais contaminados da quebra de tubos no interior de centrífugas do fogo e do vandalismo Esta organização define medidas de contingência para cada um destes acidentes prevendo avaliação dos riscos do local tratamento médico de emergência para os envolvidos acompanhamento clínico do pessoal exposto investigaçao epidemiológica disponibilidade de equipamentos de emergência e facilidade de acesso aos contatos externos de pronto atendimento telefones da polícia bombeiros seniços de água gás e energia e outros É importante entender que um bom plano de emergência deve resultar do estudo de medidas específicas para cada caso agindo sempre no sentido de minimizar eou eliminar conseqüências maiores Seu êxito dependerá do nível de informação das pessoas envolvidas conhecimento dos riscos do processo e do treinamento sistemático destas com simulações 49 Quanto aos procedimentos antimicrobianos também integrantes dos POPs estabelecem passos relacionados à descontaminação de áreas e artigos e à seleção de tipos e concentrações de desinfetantes detergentes e equipamentos a empregar anexo 76 Estes caracterizam os seniços de limpeza processo de remoção de sujicidades e detritos para asseio de artigos e áreas realizado através da aplicação de água e sabão ou detergente em ação mecânica de desinfecção processo de destruição de agentes infecciosos em forma vegetativa mediante a aplicação de meios físicos e químicos e de esterilização processo de destruição ou eliminação de todos os microorganismos na forma vegetativa e esporulada através de agentes físicos ou químicos Ministério da Saúde apud Brasil1995 De forma complementar devem ser pontuados os procedimentos relativos ao tratamento de residuais infectantes e não infectantes observando as normas que determinam a sua identificação e separação os recipientes para sua coleta o uso de autoclaves e esterilizadores o tratamento prévio para efluentes e águas residuais e a utilização de incineradores anexo 77 e merecem atenção os cuidados com o controle de vetores no ambiente de trabalho e a segurança nos procedimentos de manutenção de equipamentos Finalizando a abordagem sobre procedimentos de segurança fazse pertinente o reconhecimento dos meios de proteção individual e coletiva barreiras individuais e coletivas as barreiras individuais correspondem aos meios ou Equipamentos de Proteçao Individual EPIs aventais guardapós Óculos luvas máscaras e outros resumidamente apresentados no anexo 78 e regulamentados pelo Ministério 50 do trabalho que especifica e define o seu uso considerando o conforto do profissional a qualidade do produto e o certificado de aprovação deste os Equipamentos de Proteção Coletiva EPCs são representados por dispositivos de uso comum pipetas microincineradores com alças autoclaves e CabinasCâmaras de Segurança Biológica CSBs dentre outros As CabinasCâmaras de Segurança Biológica CSBs em particular representam equipamentos de segurança para a proteção do profissional e do ambiente laboratorial dos aerossóis potencialmente infectantes Podem ser de classe I ll e Ill e têm sua eficácia relacionada ao fluxo de ar à capacidade de contenção à integridade dos filtros e à sua posição dentro da área de trabalho relativa às correntes de ar procedentes de portas e janelas e de sistemas de ventilação e à circulação de pessoas Concepción 2001 Para uso em Laboratórios Básicos de Nível Il apresentamse sob várias classificações ver anexo 79 Voltando à abordagem inicial é importante que os procedimentos de segurança e os meios de proteção individual e coletiva sejam introduzidos em paralelo ao incremento de elementos arquitetônicos de auxílio 0 Os componentes arquitetônicos O papel da arquitetura dos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde EASs na prevenção de infecções fundamentase na incorporação de barreiras e proteções físicas as areas de trabalho Ministério da Saúde 1994 Padrões e 51 normas que assegurem tais condições devem ser respeitados como forma de garantir a segurança ocupacional patrimonial e ambiental Para tal além das medidas definidas pela Biossegurança é prudente que se obsenem a legislação estabelecida pelo Ministério da Saúde e do Trabalho as leis estaduais e os códigos de obras locais Neste sentido segundo Simas apud Teixeira e VaIle1996 a concepção de um laboratório clínico prevê a elaboração de um programa arquitetônico com as relações entre espaçosatividades a definição de elementos construtivos estruturais e instalações e a listagem de revestimentos e acabamentos necessários O autor enfatiza os cuidados quanto à localização da edificação considerando condições topográficas do terreno possibilidades de inundações eou deslocamentos de terra fontes de ruído e vibrações poluições insolações acessos e infraestruturas e destaca a necessidade do adequado dimensionamento das áreas de trabalho considerando as exigências de automação e de expansão das mesmas Figueira apud Fundação Getúlio Vargas 1997 considera fundamental na análise da estrutura organizacional o estudo dos padrões de fluxos de trabalho envolvendo as interrelações das áreas de trabalho com o tráfego interno estabelecendo se possível rotas distintas de transporte de materiais amostras e resíduos evitando circulações cruzadas A localização dos acessos de pacientes externos eou público em geral deve ser independente dos acessos de insumos pessoal administrativotécnico e pacientes internos figura 3 a seguir 52 Figura 3 Organização funcional de um laboratório QÕ EJ Íl Q TR A415 àJfA Ô Ô COLETA AMOSTRA i f PAclENrE ESER RÉÊÊÍ 5oLv ETERNo 5 LABoRATÓRo SECRETARIA íig L RDM PESSOAL PESSOALPACIENTEINTERNOIINSUMO mí PACIENTE EXTERNO Fonte Figueira apud Fundaçao Getúlio Vargas adaptado Em ambientes hospitalares particularmente o Ministério da Saúde Brasil 1994 recomenda que o posicionamento da unidade laboratorial clinica longe das áreas de público escritórios e atendimento a pacientes Simas apud Tiexeira e Valle 1996 deve garantir uma relação físicofuncional com os outros serviços oferecidos principalmente com as unidades de UrgênciaEmergência e Terapia Intensiva Em continuidade este documento define o programa mínimo de espaços para um LAC quadro 6 a seguir e os critérios construtivos pertinentes a saber circulações com largura nunca inferior a 150m portas simples ou duplas dimensões de 100m ou 120m respectivamente com abertura para a circulação 53 e dotadas de visores janelas altas acima de 090m do piso com vão de abertura proporcional a área do piso relação de 15 no mínimo providas de telas contra insetos e de dispositivos contra vandalismo portas tecnológicas para acesso de equipamentos pesados indicadas para edificações com mais de um pavimento e portassaídas de emergência abrindose para o exterior ou para áreas de evacuação Quadro 6 Programa de um LAC Chefia Sala para depósito dematerial de limpezaDML Recepçao e espera Lab Bioquímica Secretariaarquivo Lab Urina Sala para coleta subdividida em boxes Lab Hematologia Sala para colheita de materiais com WC Lab Microscopia WC para pacientes Lab Parasitologia Sala para triagem Lab Bacteriologia Sala para limpeza e esterilização de material Quarto de plantão quando houver Sala para técnicos do laboratório Depósito de material Almoxarifado Vestiário Sanitário para pessoal Copa Sala de utilidades Câmaras frigoríficas opcional Fonte Normas e Padrões para Construção e Instalações de Serviços de Saúde1993 adaptado Neste contexto as áreas administrativas secretaria recepção e arquivo podem localizarse na unidade se posicionadas próximo ao acesso desta Simas apud Teixeira e Valle 1996 Porém deve ser independente fora das áreas de trabalho o espaço destinado à armazenagem a longo prazo e à manipulação de materiais radioativos solventes e gases comprimidos se necessários OMS apud Geneva1994 54 Em continuidade à observância do programa de áreas é pertinente a incorporaçao de áreas destinadas ao enfrentamento de situaçoes de emergência salas para primeirossocorros adequadamente equipadas e de fácil acesso às pausas e repouso de profissionais ao serviço de copa à triagem de amostras às utilidades destinada a receber material contaminado da unidade abrigar roupa suja e despejar resíduos líquidos contaminados e às instalações sanitárias vestiários com área proporcional ao número de profissionais e providos com armários para guarda de pertences pessoais Sao de importância também as barreiras arquitetônicas representadas por câmaras pressurizadas se necessário autoclaves tanques de imersao guichês e outros para regular as entradas e saídas de materiais antesalas vestiáriossanitários e câmaras pressurizadas se necessário para controlar o acesso de profissionais e de pessoas nas áreas de trabalho sistemas de refrigeração para realizar o condicionamento do meio ambiente dentro de padrões de filtragem recirculação e equilíbrio do ar exigidos Dentro de uma abordagem complementar deve ser destacado o uso de cores no ambiente de trabalho como forma de favorecer o clima de trabalho evitar a monotonia estimular as atividades facilitar a orientação dos usuários e advertir quanto aos riscos existentes inclusive biológicos Símbolo Internacional de Biossegurança anexo 713 Segundo Simas apud Teixeira e Valle 1996 as cores ajudam na prevenção de acidentes identificando equipamentos de segurança sinalizando informações 55 e instruções delimitando áreas de trabalho e diferenciando canalizações para condução de líquidos e gases NR26 Sinalização de Segurança anexo 710 Além dos aspectos espaciais citados o Ministério da Saúde e as Normas de Biossegurança estabelecem critérios especiais para instalações de linhas de serviço energia água gases e outras definem dispositivos de higiene e segurança e recomendam revestimentos e acabamentos específicos anexo 711 E ainda visando a garantia das condições ambientais orientam para a observância das Normas Regulamentadoras NRs do MT eou das Disposições da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT que alertam para a adequabilidade de sistemas de iluminação e de refrigeração para os níveis aceitáveis de ruído e outras parametrizações contidas no anexo 712 Algumas recomendações ergonômicas direcionadas ao uso de equipamentos instrumentos e mobiliário encontramse inseridas no mesmo anexo A partir do exposto podese entender a importância das medidas técnicas espaciais e ambientais na manutenção da saúde e segurança ocupacional em cima das quais sao definidas algumas ferramentas de apoio ao estudo de caso apresentado a seguir 56 3 PRocEDvEN1osvEToooÓecos A análise proposta visa à identificação de riscos em um ambiente laboratorial clínico seguindo um modelo metodológico desenvolvido em duas fases na primeira a aplicação do check list e na segunda a realização do processo de análise ergonômica do trabalho Este capítulo destaca os instrumentos de avaliação utilizados na pesquisa de campo a técnica do check ist e a análise ergonômica do trabalho apresenta o diagnóstico da aplicação das duas técnicas e discute os resultados A pesquisa está centrada inicialmente no laboratório de análises clínicas do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina HUSUFSC procurando deterse nas constatações resultantes do relato da chefia do serviço e dos profissionais na observação do ambiente de trabalho e na avaliação das rotinas operacionais envolvendo equipamentos instrumentos e mobiliário com o auxílio de um checklist método prospectivo de análise de riscos anexo 714 Esta fase sustentase na análise das parametrizações contidas na legislação nacional e internacional de Biossegurança Higiene e Segurança do Trabalho Qualidade de Sistemas e Preservação Ambiental Na segunda fase o estudo está voltado à execução da análise ergonômica do trabalho centrandose no trabalho dos bioquímicos biomédicos e laboratoristas de um setor do laboratório de análises clínicas do HU o setor de bioquímica clinica buscando uma amostragem que represente as condições de 57 trabalho de todos os demais envolvidos no processo através de observações entrevistas e questionário anexo 715 Esta fase baseiase na análise de elementos físicosfuncionais e de aspectos cognitivos fisiológicos e psicossociais determinantes de risco para o serviço Considera a experiência histórica dos envolvidos estimulando a sua participação na percepção do ambiente promovendo a reunião de dados e associando informações colhidas na etapa anterior check ist Em ambas as fases de avaliação os resultados são apresentados sob a forma de um diagnóstico da situação analisada que favorece a elaboração de recomendações para solução eou controle de irregularidades É importante esclarecer que as etapas de trabalho adotadas no levantamento dos riscos são definidas e integradas aos procedimentos e normas de operação da instituição uma vez que resultam em medidas preventivas Todos os envolvidos no processo são informados sobre as técnicas utilizadas e seu modo de representação 31 A técnica do checklist Esta técnica apresentase como ferramenta em inspeções direcionadas ao reconhecimento do estado de cumprimento de certos dispositivos normas e recomendações eou como recurso em auditorias voltadas à avaliação sistemática de atividades e resultados ConcepciÓn2001 Documentos do 58 CDCNIH US Department of Health and Human Service e do WHO World Health Organization Geneva 1983 e 1994 recomendam a sua aplicação no estudo de riscos em ambientes biotecnológicos e farmacêuticos Muitos profissionais de Segurança e Higiene do Trabalho Qualidade e Biossegurança como Concepción 1996 e Viña et al1997 fazem uso deste recurso pois representa uma listagem de aspectos orientados à identificação de fatores adversos favorecedores de situações perigosas com o intuito de facilitar a elaboração de um diagnóstico e favorecer a apresentação de recomendações para correção de tais situações Como tal pode direcionarse à avaliação de uma determinada área ou de algum equipamento detendose nos dados sobre deficiências eou sobre o estado de cumprimento de exigências técnicas nacionais e internacionais Concepción 2001 H O check list constitui um método rápido e econômico se aplicado por profissionais habilitados e apresentase normalmente segundo um modelo que contemple os principais aspectos da problemática a ser analisada algumas obsenações de esclarecimento e recomendações pertinentes O modelo desenvolvido nesta pesquisa representa uma nova formatação para o documento elaborado por Concepción 1996 o qual detevese na inspeção de áreas de nível ll de Biossegurança O autor em seu trabalho agrega critérios relativos a inspeções e auditorias de Segurança e Higiene do Trabalho Controle de Qualidade e Preservação Ambiental em um únicaabordagem na forma de um checklist por entender e 59 comprovar que as três abordagens têm afinidades que justificam o estabelecimento de um método comum de avaliação avaliação integrada voltada à Biossegurança e dirigida a centros biotecnológcos e farmacêuticos Adotou como procedimento a listagem independente dos aspectos integrantes das três abordagens a comparação destes e a identificação de suas afinidades Constatou que os elementos integrantes do controle de segurança e higiene coincidem com 85 e 100 dos relativos à qualidade e à preservação ambiental respectivamente Para tal centrouse na análise do pessoal dos equipamentos das instalações das emergências dos resíduos dos vetores e de todas as condições de higiene e segurança envolvidos nos seniços analisados Durante a realização da pesquisa o autor recorreu a documentos diversos principalmente Manuais e Regras de Biossegurança da Organização Mundial de Saúde e de outros centros desenvolvidos nesta área e incorporou as Normas ISO 9000 de qualidade ISO 14000 de meio ambiente e ISO 10011 de auditorias de qualidade O modelo desenvolvido nesta pesquisa busca também a obsenância dos critérios relativos ao nível ll de Biossegurança exigidos para laboratórios de análises clínicas objeto de estudo desta pesquisa Com este propósito elencase três tópicos de avaliação os equipamentos instrumentos e mobiliário utilizados o pessoal e as instalações de trabalho a partir dos quais definese outros ítens de interesse para a análise Estendese os critérios de segurança e higiene a todos os aspectos analisados e em campos independentes destacase as obsenações o diagnóstico e as recomendações 60 pertinentes conforme o esquema do quadro 7 apresentado na íntegra no anexo 71 4 Quadro 7 Modelo proposto do checklist CHECK LIST AVALIAÇÃO DE PROCEDIMENTOSRISCOS I II III ASPECTOS SIMNÃO Obs EQUIPAMENTOS MODOS DE OPERAÇAO INSTRUMENTOSMOBILIÁRIO HIGIENE SEGURANÇA SAUDE PESSOAL ouAiiicAçÃocAPAcTAçÂo iueENE sEeuiANçA LA YOUT INSTALAÇÕES ASPECTOS CONSTRUTIVOS HIGIENE SEGURANÇA DIAGNÓSTICO RECOMENDAÇÕES Em detalhe critérios relativos à operacionalização estado de conservação e adequabilidade de equipamentos instrumentos e mobiliário do seniço integram o primeiro tópico que se estende do cumprimento de procedimentos de manutenção higiene e segurança à obsenância do conforto e do design As condições de saúde do pessoal envolvido consideram a elaboração e o cumprimento de programas de saúde ocupacional envolvendo exames médicos admissionais e periódicos a disponibilidade de medidas de imunização e o registro de incidentes acidentes exposiçoes e todas as condiçoes anormais de saúde inclusive doenças O aspecto relativo à qualificação profissional identifica a presença no serviço eou instituição de pessoal com habilitação básica em Biossegurança Qualidade 61 HigieneSegurança do Trabalho e Técnicas Assépticas constata a elaboração e efetivação de planos de capacitação e verifica o cumprimento de alguns aspectos organizacionais responsáveis pela ordem do seniço Os critérios de segurança e higiene ocupacional analisam os modos operacionais e o uso de EPIs e EPCs dentre outros As instalações áreas de trabalho merecem um enfoque particular no que se refere à organização espacial cumprimento do programa de espaços localização da unidade dimensionamento e organização de áreas e destacam os critérios técnicos construtivos e as condições ambientais exigidos Todos os componentes selecionados representam uma tentativa de harmonização da legislação pertinente fundamentalmente sobre Biossegurança uma vez que se direcionam a ambientes laboratoriais clínicos com destacados riscos biológicos Neste contexto igualmente ao modelo de origem consubstanciamse nos Manuais Regras e Normativas da OMS e de outros centros ou países com pesquisas desenvolvidas na área e de forma complementar nos critérios estabelecidos pela legislação brasileira do Ministério da Saúde sobre controle de infecção hospitalar e concepçãoconstrução de EASs Baseiase também nas parametrizações contidas nas Normas Ftegulamentadoras NRs do Ministério do Trabalho e nas Disposições da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT 62 Tornase importante destacar que os dados colhidos por ocasião da aplicação do modelo desenvolvido check list estão associados à análise ergonômica do trabalho cuja metodologia é apresentada no seguimento desta 32 O método da Análise Ergonômica do Trabalho AET A AET obedece à três fases de desenvolvimento seguindo uma coerência metodológica análise da demanda análise da tarefa e análise da atividade O processo de estudo iniciase pela análise de uma demanda para o sistema considerado Esta fase visa dentre outros objetivos a solução de disfunção do sistema relativa ao comportamento do homem da máquina ou da organização que possa representar sofrimento físico e mental doença profissional acidente incidente baixa de produtividade e de qualidade Segundo Santos e Fialho 1997 a análise da demanda permite compreender a natureza e a dimensão dos problemas apresentados assim como elaborar um plano de intervenção para abordálos A segunda fase da análise da tarefa vem caracterizar os condicionantes de trabalho da empresa detendose no que o trabalhador deve realizar tarefas e nas condições ambientais técnicas e organizacionais que envolvem o sistema Sustentase na análise de documentos e nos contatos com os envolvidos avaliando objetivos de trabalho procedimentos meios técnicos humanos ambientais e condições temporais e sociais quadro 8 na página seguinte 63 Quadro 8 Elementos da análise da tarefa OBJETIVOS resultados esperados perfomances normas de produção PROCEDIMENTOS modos operacionais meios para atingir o objetivo š MEIOS TÉCNICOS máquinas ferramentas meios de proteção informação e comunicação l MEIOS HUMANOS relações de trabalho hierarquizaçâo e repartição de tarefas MEIO AMBIENTE FÍSICO condições ambientais e características antropométricas CONDIÇÕES TEMPORAIS duração horários ritmo de trabalho pausas e outros CONDIÇÕES SOCIAIS formação experiência profissional qualificação ascensão promoção Fonte Noulin apud Oliveira 2001adaptado A análise da atividade representa a última fase de análise Segundo Santos et al 1997 corresponde à mobilização total fisiológica e psicológica do indivíduo para realizar a tarefa onde são melhor entendidos os efeitos do trabalho sobre a sua saúde e as características do desempenho do sistema Considera as informações percebidas por profissionais sobre fatores ambientais e organizacionais processamento de informações tomadas de decisão e todas as atividades musculares estáticas e dinâmicas solicitadas Segundo Guerin apud Oliveira 2001 a atividade corresponde à maneira pela qual o homem dispõe de seu corpo sistema nervoso e órgãos sensoriais sua personalidade caráter e história particular e suas competências formação aprendizagem e experiência para realizar o trabalho Uma vez concluída a fase de análise é realizada a síntese dos resultados o diagnóstico sustentada na análise e no tratamento dos dados e são elaboradas as recomendações ergonômicas o caderno de encargos com sugestões para o controle e a correção de irregularidades 64 A seguir na apresentação do estudo de caso serão evidenciados os dados coletados a partir da aplicação do check ist apresentados os resultados da análise ergonômica do trabalho e elaborados os diagnóstico das duas avaliações seguidos das recomendações pertinentes 65 4 ESTUDO DE CASO Neste capítulo fazse pertinente introduzir os procedimentos necessários à regulamentação da pesquisa para em seguida apresentar o ambiente da análise e finalmente os dados coletados pelo check list 41 Procedimentos iniciais O modelo proposto cuja metodologia envolve respectivamente a aplicação do check list no laboratório de análises clínicas do HUUFSC e a análise ergonômica do trabalho dos bioquímicos biomédicos e laboratoristas do setor de bioquímica clínica da referida unidade obedeceu aos seguintes procedimentos iniciais que permitiram a realização da pesquisa o acesso à área analisada e favoreceram o levantamento dos dados o contato com a instituição e apresentação de Projeto de Pesquisa à Direção Geral do hospital e à Chefia do serviço 0 envio de requerimentos à Comissão de Ética em Pesquisas envolvendo Seres Humanos para devida aprovação Proj 118O1 aprovado em 27082001 atendendo à resolução n 196 do Conselho Nacional de Saúde de 10 de outubro de 1996 0 visita ao local de estudo ø entrevista com a Chefia do serviço 66 0 análise documental de plantas arquitetônicas normas técnicas nacionais e internacionais regulamentos internos estatutos e outros 0 contato com o Departamento de Recursos Humanos DRHHU e com o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar SCIHHU 42 Descrição do ambiente o serviço de análises clínicas do HUUFSC O Hospital Universitário de Santa Catarina HU localizado no município de Florianópolis e inaugurado em 1980 é um hospital público federal vinculado à UFSC Tem o objetivo voltado à saúde e afins em atividades de ensino pesquisa e extensão e na assistência à comunidade única e exclusivamente pelo SUS obedecendo aos critérios de universalidade integralidade e gratuidade O HUUFSC contempla uma área física construída de aproximadamente 28000 m2 distribuídos em uma edificação com quatro pavimentos oferecendo 276 leitos entre internações e emergências além de seniços de diagnósticos Atende 95 especialidades contando com a colaboração de 1822 funcionários sendo 289 bolsistas 140 contratados para seniços diversos terceirizados 285 contratados pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária FAPEU e 1108 efetivos admitidos através de concurso público Departamento de Recursos HumanosHU Segundo estatísticas próprias foram realizados cerca de 400000 atendimentos neste hospital no ano de 2000 incluindo serviços de análises clínicas DepContas MédicasHU 67 A estrutura hierárquica do HU a partir de sua Diretoria Geral DG e Vice Diretoria VD dividise em outras Diretorias Diretoria Administrativa DA Diretoria Médica DM Diretoria de Enfermagem DE e Diretoria de Apoio Assistencial DAA A Divisão de Diagnóstico Complementar DVDC e o Serviço de Análises Clínicas SACL subordinamse à última diretoria Os serviços de bioquímica clínica imunologia microbiologia parasitologia urinálise hematologia biologia molecular coleta plantão lavagem e esterilização secretaria e chefia integram o serviço laboratorial clínico conforme figura 4 Figura 4 Organograma do SACL l HU UFSC éfløøy scH í f DAA É zz2 Úø DVDC Ê SÃM š 7 V V1 4 7A 7 fÚ I 7 É BicoHIMUNHMcRoB PARis HuRNH HEMAT áH3o MoigcoLETAÊHPLANT A0 WAG QHCHEFJ hmwwí ømmwá mwmmm wmmmø ámmwí äwwwø mmmmm wmmmw wwmww ÊÊÍBÊ Êgššlf Fonte DiretoriaHUUFSC 2001 68 O SACL introduzido por ocasião da inauguração do hospital localizase atualmente no primeiro pavimento da edificação ocupando uma área de aproximadamente 680 m2 distribuída em setores diversos planta baixa no anexo 716 Este seniço detémse na realização de análises ou avaliações microscópicas ou macroscópicas de sangue líquidos corpóreos e outras amostras biológicas necessárias ao diagnóstico e à orientação terapêutica de pacientes Nos turnos regulares e de plantão do seniço são atendidos cerca de 300 pacientes por dia advindos principalmente da internação e do ambulatório De acordo com informações da Chefia da unidade com base nesta freqüência o número de exames atinge 40 mil procedimentos por mês tendo como referência os 434109 exames realizados no ano de 2000 Integram o SACL 36 profissionais permanentes entre farmacêuticos bioquímicos biomédicos técnicos de laboratório auxiliares de laboratório e assistentes em administração quadro 9 a seguir Segundo o Seniço de Controle de Infecção Hospitalar SClHHU foram registrados 24 acidentes com perfuro cortantes envolvendo profissionais do serviço 04 bioquímicos 08 técnicos e 12 estudantes de julho97 a julho2001 representando 128 do total de acidentes ocorridos no hospital Estes profissionais atuam em turnos regulares de trabalho 72001300 horas e 13001900 horas de segunda à sextafeira e no atendimento de plantão à noite e aos finais de semana 69 Quadro 9 Dados dos profissionais LAC l HU UFSC N DE PnossoNAs es sexo Femininozss Maâuin0z 31 ESCOLARIDADE Superior 26 bioquímicos e biomédico Nível secundário 30 téc de laboratório e assist administrativo Nível auxiliar 13 auxiliar de laboratório TEMPO DE SERVIÇO 0 5anos 5 10 anos 10 20 anos de 20 anos média 12 17 24 16 Fonte Departamento de Recursos Humanos DRHHU 2001 Uma vez conhecidas as informações sobre o serviço procedese a apresentação dos dados resultantes da aplicação do checklist 43 Aplicaçao do checklist A aplicação da técnica do check ist anexo 714 realizouse no período de agosto novembro de 2001 centrandose na observação do ambiente de trabalho e rotinas operacionais e no relato da Chefia da unidade e de alguns profissionais Baseouse também na pesquisa em documentos internos estatutos e regulamentos e externos ao serviço manuais e normas A seqüência de apresentação dos resultados obedece o estabelecido pelo modelo desenvolvido pag60 instrumentos equipamentos e mobiliário pessoal e instalações introduzindo de forma complementar algumas observações de aspectos relevantes para a análise Seguese a exposição dos dados 70 431 Equipamentos instrumentos e mobiliário Este item do check list avalia os aspectos referentes aos modos operacionais dos equipamentos instrumentos e mobiliário do laboratório particularmente às suas condições de uso de conservação e de adequabilidade às atividades condicionantes de eficiência segurança e conforto para os profissionais Os critérios de segurança e higiene detémse na avaliação dos serviços de manutenção limpeza e desinfecção dos mesmos Modos de operação Dificuldade de consulta a manuais técnicos instruções de operação normalmente em outra lingua Comprometimento da mobilização profissional grande concentração de equipamentos instrumentos e outros materiais sobre as bancadas de trabalho Favorecimento de acidentes presença de equipamentos com cabos elétricos flexíveis e longos sobre os balcões não acondicionamento de partes móveis de equipamentos Deficiência na consenação de instrumentos e mobiliário constatação de armários e mesas com laminado plástico parcialmente trincado eou pintura removida e de bancos e cadeiras danificados artigos com ferrugem grades para pipetas lnadequabilidade do mobiliário inespecificidade de acabamentos cadeiras em madeira aparente e armários pintados inobsenância de critérios ergonómicos mesas e bancadas com dimensionamento irregular altura e bancos e cadeiras sem dispositivos de conforto proteção para as costas regulagem de altura apoio para braços e rodízios ausência de unidades móveis e intercambiáveis prateleiras muito altas e armários fixos com base sobre o chão 71 Higiene e Segurança Deficiência na manutenção de alguns equipamentos constatação de aparelhos sem operação ou com sobrecarga de operação estufa e centrfugas pelo não pronto atendimento dos serviços eou não observância do intenao de tempo entre procedimentos de rotina Deficiência nos procedimentos de limpeza e desinfecção do mobiliário dificuldade de acesso Inespecifícidade de acabamentos acúmulo de materiais sobre armários e prateleiras Observações Abaixo são destacados alguns cuidados na operacionalização e na manutençao de equipamentos evidenciados na rotina do seniço e adotados como forma de minimizar problemas uso restrito ao pessoal das áreas de trabalho ajustes e calibragens diárias semanais e mensais proferidos por profissionais das áreas de trabalho adequabilidade às atividades modelo intervalo de medição e nível de precisão compatíveis comas atividades não operacionalização de equipamentos defeituosos incorporação de equipamentos novos pelo sistema de comodato em que a empresa fornecedora responde pela manutençao dos mesmos 432 Pessoal O segundo item do check list reporta aos aspectos de saúde qualificação e capacitação dos profissionais ligados à disponibilidade de programas de saúde e de imunização à realização de cursos de aprimoramento treinamentos e reciclagens bem como ao cumprimento de rotinas de trabalho 72 Destaca também aspectos de higiene e segurança ocupacional relativos ao uso adequabilidade e tratamento de equipamentos de proteção ao cumprimento de recomendações de segurança e ao nivel de informação e percepção de riscos dos envolvidos Saúde Não realização de exames médicos periódicos somente realização de exames admissionais e de controle de profissionais acidentados Adoção de programas de imunização não regulares o último em 2000 na indisponibilidade de vacinas os profissionais são orientados a procurálas em postos de saúde Não avaliação periódica de procedimentos operacionais e uso de EPIs Nao registro de exposições em geral apenas registro daquelas resultantes de acidentes proferido pelo SCIH 1 Qualificaçao I Capacitaçao Ausência de pessoal qualificado em Biossegurança presença de profissionais qualificados em técnicas assépticas e apoio do seniço de Segurança e Higiene do Trabalho da UFSC Pouca renovação do quadro de profissionais indisponibilidade de novas contratações condicionando um número desequilibrado de profissionais menor número de técnicos de laboratório Não substituição de profissionais em férias eou ausentes realização de acordos entre profissionais Insuficiência de programas para capacitação de profissionais em Biossegurança existência de apenas um projeto anual na Semana do Servidor 73 Não realização de treinamento específico para recém admitidos eou estudantes adaptação às rotinas normas e procedimentos mediante observação das atividades desenvolvidas pelos demais profissionais Insuficiência de programas de capacitação voltados à prevenção de acidentes reconhecimento de riscos e enfrentamento de emergências Organização informal de tarefas predomínio da prática cotidiana na condução das atividades com elaboração de registro de produção mapa diário de cada setor Higiene e segurança Insuficiência de EPCs ausência de CSBs em algumas áreas de trabalho lnadequabilidade de EPIs disponibilidade de protetores individuais nem sempre confortáveis ao uso protetores faciais e Óculos nao reguláveis Deficiência na guarda de EPs acondicionamento de roupas protetoras guardapó e avental junto a utensílios de uso particular de protetores faciais em cabides sem proteção de outros EPIs em lugares impróprios irregularidade no uso de EPIs presença de profissionais com luvas e roupas protetoras em atividades que não se referem ao serviço atendimento ao telefone abertura de portas trânsito nas demais dependências do hospital uso não regular de uvas por profissionais com reação ao látex inadequação no tratamento de roupas protetoras lavagem realizada pelos próprios profissionais semanalmente apenas lençóis e fronhas do plantão e coleta são tratados na instituiçao Insuficiência de meios informativoseducativos sobre os riscos do serviço inexistência de mapa de riscos nas áreas de trabalho Negigência com os riscos presentes acomodação profissional diante das adversidades das atividades resultante do sentimento de confiança excessiva nos conhecimentos e experiência adquiridos não fornecimento de roupa estéril ao pessoa externo ao serviço 74 lnsuficiência de dispositivos de higiene pessoal deficiente número de portapapeis toalha e indisponibilidade de saboneteiras de pedal Deficiência no controle do acesso às áreas de trabalho trânsito de pessoas estranhas ao serviço Insuficiência de meios para minimização de aerossóis e gotas ausência de CSBs em algumas áreas de trabalho não apoio de manuais de procedimentos POPs não elaborados irregularidade na manipulação e rotulagem de substância químicas indisponibilidade de alguns EPIs e EPCs necessários máscaras e CSBs e de dispositivos de emergência em caso de acidentes chuveiro de emergência e lavaolhos presença de rótulos incompletos em alguns recipientes com substâncias manipuladas sem referências a cuidados antidotos incompatibilidades prazos de validade e nome do manipulador e de rótulos de dificil identificação e entendimento com informações em outra lingua nos frascos para recolhimento e neutralização dos residuos de equipamentos Negligência na manipulação de residuos negligência no uso de roupas apropriadas e de equipamentos de proteção especificos por profissionais terceirizados responsáveis pelo recolhimento Insuficiência de medidas voltadas às situações de emergência não realização de treinamentos especificos direcionados ao enfrentamento de acidentes simulações ausência de dispositivos de segurança chuveiro e lavaolhos não elaboração de projetos planos de emergência e cartilhas educativas com procedimentos emergenciais Insuficiência de meios para o combate a vetores ausência de dispositivos de proteção raios de proteção nos pisos e teas nas janelas 75 Observações Além dos critérios desfavoráveis apresentados são adotadas medidas para controle de irregularidades V descarte de alguns resíduos químicos diretamente no esgoto seguidos de grande quantidade de água para diluílos descarte eventual de substâncias quirnicas em recipientes especiais fechados para posterior remanejamento determinado pelo Departamento de Química da UFSC 433 Instalações áreas de trabalho O terceiro item do check list detémse nas áreas de trabalho avaliandoas segundo o layout localização da unidade cumprimento do programa de áreas dimensionamento e organização de espaços e segundo os aspectos construtivos técnicos e ambientais exigidos Os critérios de higiene e segurança retratam mais especificamente a rotina de procedimentos de limpeza e desinfecção de áreas e a adoção de sinalização de alerta Layout inadequação da localização da unidade disponibilidade de um único acesso para pacientes externos internos funcionários e insumos cruzamento de fluxos inexistência de saídas de emergência Não observância do programa minimo de áreas ausência de sala de utilidades com permanência de lixo e roupas sujas lençóis e fronhas nas áreas de trabalho ou na circulação interna de Depósito de Materia de Limpeza DML de área específica para triagem 76 de amostras ocorrendo a separação de soro urina e secreções nas áreas de trabalho de sala para a chefia da unidade de local apropriado para armazenagem de materiais de vestiários para funcionários masculino e feminino Subdimensionamento de ambientes insuficiente área para coleta e espera reduzido espaço para repouso de plantonistas e para serviços de micologia imunologia e biologia molecular Desorganização espacial presença de equipamentos diversos no corredor da unidade ma posicionamento de equipamentos e mobiliário nas áreas de trabalho não remanejamento de equipamentos defeituosos inexistência de barreiras fisicas para acesso seletivo de pessoas e materiais antesalas e guichês Aspectos construtivos físicos e ambientais Ausência de dispositivos de segurança inexistência de telas protetoras e componentes contra vandalismo nas portas e janelas de equipamentos avaolhos e chuveiros de emergência de piasla vatórios em número suficiente inobservância das especificações para revestimentos de paredes tetos e pisos presença de rachaduras e trincas em azulejos de pintura danificada em paredes de painéis porosos em fibra de vidro nos tetos de placas vinicas danificadas e sem conservação nos pisos de rodapés inadequados sem o formato de meia cana linha hospitalar inobservância das especificações para acabamentos de balcões cubas e acessórios presença de balcões com acabamento em pintura epóxi deteriorada de cubas e tanques com pontos de ferrugem de volantes de pias lavatórios e tanques com inadequado acionamento manual de raios sem dispositivos de vedação irregularidade em instalações de linhas de serviço presença de tubulações de água e gases embutidas nas paredes não aparentes de incorporação de pontos elétricos tomadas à rede atual sem o devido redimensionamento de parcial identificação de tomadas interruptores e disjuntores 77 lnsuficiência de meios para detecção e extinção de incêndios ausência de extintores portáteis nas áreas de trabalho tipo água para papéis e tipo CO2 para substâncias inflamáveis e acidentes elétricos havendo somente na circulação interna de sinalização de acessos de identificação de materiais inflamáveis de área para primeiros socorros de portas contra fogo Deficiência do nivel de iluminação presença de lâmpadas e luminárias danificadas e sem manutenção de sombreamento sobre as V bancadas de trabalho pela inexistência de iluminação complementar de insolação poente e nascente em algumas áreas com elevação da temperatura e incidência de sol sobre equipamentos de papéis e cortinas nas janelas dificultando a limpeza e a iluminação natural de número insuficiente de luminárias em algumas áreas Concentração de ruído presença de equipamentos ligados continuamente de equipamentos ruidosos centrífugas de acentuada conversação de pessoas Insuficiência na renovação de ar ausência de sistema de ventilação mecânica com dispositivos para remoção de gases e odores em áreas onde este desconforto é acentuado parasitologia presença de áreas sem janeas sala de micologia e coeta Deficiência no sistema de refrigeração inadequação dos aparelhos de ar condicionado antigos e sem controle de temperatura eou filtragem Concentração de umidade acúmulo de água na área de lavagem e esterilização próximo aos tanques e às tubulações de esgoto infiltrações em paredes e teto Higiene e segurança inadequação dos procedimentos de limpeza e desinfecção de áreas irregular rotina de limpeza de paredes tetos e superfcies uso inadequado de panos e baldes comuns para todas as áreas não regular limpeza de canos válvulas juntas conexões e terminais livres uso de sabão neutro 78 inadequação no acondicionamento e guarda de materiais diversos presença de caixas de papelão equipamentos danificados papéis pastas de trabalho frascos de substâncias e outros sob e sobre os balcões e no chão Deficiência na sinalização de segurança não identificação de tubulações de linhas de seniço com cores diferentes Insuficiência na sinalização de risco biológico ausência do Símbolo Internacional de Biossegurança anexo 72 em algumas áreas onde há presença deste risco Deficiência na sinalização dos ambientes identificação parcial das áreas de trabalho 79 44 Diagnóstico do checklist Pela análise dos dados coletados é possível detectar elementos favorecedores de risco ocupacional no serviço laboratorial analisado Estes seguindo a seqüência de tópicos de análise adotada pelo check list equipamentos instrumentos e mobiliário pessoal e instalações caracterizam aspectos físicos organizacionais e operacionais desfavoráveis No que se refere ao primeiro tópico destacamse os problemas relativos ao pronto atendimento dos serviços de manutenção de equipamentos acarretando sobrecarga em alguns aparelhos e à ausência de conservação e conforto do mobiliário As questões que envolvem a saúde e a qualificação profissional definem problemas organizacionais que sugerem preocupação Por outro lado a insuficiente capacitação profissional fundamentalmente sobre reconhecimento de riscos enfrentamento de emergências e Biossegurança favorece a acomodaçao do pessoal diante das adversidades do processo de trabalho As deficiências das instalações de trabalho recaem sobre a ausência de áreas de trabalho essenciais ao desenvolvimento das atividades o subdimensionamento de ambientes e a inadequação na distribuição de equipamentos e mobiliário Sao irregulares também as condiçoes de segurança e de conforto ambiental resultantes do comprometimento de algumas instalações especiais 80 elétrica e de incêndio e de níveis impróprios de iluminação refrigeração e ruído particularmente Estes fatores acentuamse na presença de uma planta arquitetônica com um partido deficiente ao longo de um corredor central e com um único acesso dificultando o fluxo de trabalho É importante entender que os argumentos citados de ordem física e organizacional refletemse sobre os modos operacionais de alguns profissionais que aliado ao excesso de confiança que depositam em seus conhecimentos e experiência apresentam condutas inadequadas pondo em risco a própria segurança e saúde Os resultados da análise ergonômica do trabalho apresentados a seguir vêm permitir uma melhor percepção dos fatores acima citados bem como de elementos adicionais na condução das atividades A 81 45 Aplicação da Análise Ergonômica do Trabalho AET A análise ergonômica originouse da necessidade de evidenciar fatores de risco adicionais no serviço analisado como ferramenta complementar para o modelo desenvolvido Os procedimentos de avaliação estao centrados nas atividades de bioquímicos biomédicos e laboratoristas do setor de bioquímica clínica do laboratório do HUUFSC sustentados em observações entrevistas e pesquisas Q documentais e na aplicação de questionário anexo 715 A metodologia segue o estabelecido pela Ergonomia a saber 0 análise da demanda 0 levantamento da hipótese com base na demanda formulada 0 análise das tarefas e atividades desenvolvidas 0 avaliação dos dados coletados e elaboração do diagnóstico da situação de trabalho seguido de recomendações de correção 451 Análise da demanda e levantamento da hipótese O objetivo da demanda reside em constatar além de aspectos físicos operacionais e organizacionais do serviço fatores psicossociais fisiológicos e cognitivos envolvidos nas atividades levandose em conta a percepção dos profissionais sobre o seu ambiente de trabalho 82 Considerando este objetivo formulase uma hipótese a aplicação da AET associada à aplicação de uma técnica de análise de riscos o check list vem colaborar na identificação de fatorescausa de riscos em ambientes laboratoriais clínicos condicionantes de desconforto físico tensão irritação e desconcentração profissional e determinantes de prejuízos para estes e para o serviço 452 Análise da tarefa Nesta fase da avaliação é proferido um reconhecimento específico do setor de bioquímica clínica atribuições profissionais e área de trabalho buscando unicamente a identificação de variáveis ambientais operacionais e organizacionais a partir da obsenação do pesquisador e da pesquisa documental 0 Reconhecimento do ambiente O ambiente analisado corresponde a um dos serviços oferecidos pelo laboratório de análises clínicas do HUUFSC o serviço de bioquímica clínica Este seniço utilizase de análises químicas para estudar os nível de vários componentes do corpo humano no controle da saúde e no diagnóstico e monitoramento de doenças através de testes em amostras de sangue urina e outros líquidos do organismo Representa cerca de 50 do total de exames realizados pelo LACHU envolvendo as atividades de recebimento de material centrifugaçao triagem dosagem bioquímica eou hormonal e digitação de resultados 83 0 Os profissionais O serviço em questão concentra bioquímicosfarmacêuticos biomédicos e técnicos de laboratório em número de 8 entre os turnos regulares de trabalho e obedece como dinâmica de organização do trabalho aos critérios legais do Regime Jurídico Único e às normas do Hospital quadro 10 e 11 a seguir Quadro 10 Dados dos profissionais Iab bioq clínicaHUUFSC NÚMERO ESCOLARIDADE FAIXA ETÁRIA SEXO TEMPÔ DE TRABALHÓ 5 BIOQUÍMICOS Superior 40 3F 4M 20 anos 1 BIOMEDICO 2 TÉCNICOS Nível médio 30 M 5 anos FOnte I DRHHUUFSC 2001 Quadro 11 Dinâmica de trabalho Iab bioq cIínicaIHUUFSC JORNADA 6hs diárias de segunda à sexta das 0700 1300h e 1300 1900h SUBORDINAÇÃO Chefia da unidade MODELO DE CONTRATO Efetivos da instituição 875 7 funcionários Contrato FAPEU 125 1 funcionário ABSENTEÍSMO índice de faltas ao serviço Nenhum registro significativo Fonte DRHHUUFSC 2001 As tarefas destes profissionais são definidas pelo Plano de Cargos e Salários do HU anexo 71 caracterizando procedimentos que envolvem o uso de equipamentos instrumentos e mobiliário diversos quadro 12 na próxima página Os critérios de consenação segurança e conforto destes componentes 84 correspondem à avaliação proferida pelo check list em seu primeiro tópico pg70 l Neste contexto a manipulação profissional de agentes contaminantes é significativa e está representada fundamentalmente pelo contato com agentes biológicos das amostras de pacientes pelo manuseio e armazenagem de substâncias químicas como ácidos para preparação de alguns reagentes e conservantes ácido nítrico ácido clorídrico ácido sulfúrico e ácido acético e reagentes álcool amílico acetato de etila álcool etílico álcool metílico acetona hidróxido de amônia hidróxido de sódio anidrico acético clorofórmio cloreto de potássio ácido tricloroacético ácido cítrico borato de sódio carbonato de sódio ponceau S e tiosemicarbazida dentre outros Quadro 12 Equipamentos tipos e número Iab bioq clínicaHUUFSC Aparelho de dosagem de hormônios 3 Computador com impressora 2 Cronômetro com alarme 1 Geladeira 2 Aparelho de dosagem bioquímica 2 Estufa 1 Espectrofotômetros 2 V Balança analítica 1 Bico de bunsen 1 Cuba fonte p eletroforese 1 Agitador de tubo 1 Banhos maria 2 Centrífuga 5 Vidraria específica Freezers 2 Mesas bancadas bancos Fonte Lab Bioquímica Clínica HUUFSC 2001 No que se refere às questões organizacionais destacase a indisponibilidade de contratação de novos profissionais principalmente técnicos de laboratório 85 forçando a distribuição igualitária de tarefas onde atribuições específicas de alguns profissionais são extrapoladas bioquímicos e biomédico 0 A área de trabalho As atividades do setor são desenvolvidas em uma área de 767 m2 590m 1300m cujas deficiências enquadramse nas das demais áreas do laboratório evidenciadas no terceiro tópico do check ist pg75 destacando em particular a distribuição inadequada de equipamentos e mobiliário exigindo a descentralização das atividades anexo 717 As questões ambientais envolvem a constatação de altos níveis de ruído e de insuficientes níveis de iluminação responsáveis pelo desconforto dos profissionais a saber 0 níveis de ruído contínuo na faixa de 89 dBA valores de medições locais realizadas no centro e nas extremidades do ambiente à O80m do piso com um decibelímetro digital lnstrutherm ref DEC 5000 calibrado e equipado com filtro de valorização A níveis de iluminação variando de 322 a 485lux valores obtidos com um luxímetro digital Minipa ref MLM1332 localizado no centro e nas extremidades do ambiente à O80m do piso 86 453 Análise das atividades A fase da análise das atividades relata a rotina de trabalho dos profissionais detendose no que efetivamente realizam no ambiente de trabalho identificando solicitações gestuais psíquicas e cognitivas e considerando as interferências de ordem física ambiental e organizacional Baseiase fundamentalmente na percepção do próprio pesquisador e nas respostas dos trabalhadores ao questionário aplicado no mês de setembro de 2001 dos 8 profissionais do setor apenas 7 responderam ao questionário 88 do total o Acompanhamento das atividades A observação das jornadas regulares de trabalho do setor evidenciou o cumprimento de uma rotina de procedimentos adotada pelos próprios profissionais que iniciouse pela realização de ajustes diários em todos os aparelhos Estes procedimentos de calibração controle dequalidade e de temperatura são executados de forma complementar mensal e semanalmente Em seguida constatouse recebimento de material biológico encaminhado pela coleta centrifugação e preparação dos materiais para a realização das dosagens pré tratamento do soro para dosagem de HDLColesterol preparação das urinas paradosagem pesagem de reagentes na balança analítica preparação de reagentes leitura das reações nos espectrofotômetros de chama 87 leitura do aspecto do soro após refrigeração por 18h para complementação do resultado do exame de triglicerídeos confecção dos diversos soros para controle realização de Eletroforese de proteínas digitação dos dados nos aparelhos para realização dos exames comandos digitação liberação e impressão de todos os resultados A entrega dos laudos na secretaria do LACL confecção do mapa diário no setor considerando o relatório dos exames executados no dia e dos pendentes para dar baixa lavagem secagem e guarda de materiais usados no setor Outras intercorrências acompanharam a realização destes procedimentos como orientação aos bolsistas e estagiários solicitação externa ao telefone gerenciamento de questões administrativas estoque de material e outros e auxílio no acondicionamento e controle de materiais diversos Percebeuse ainda durante as jornadas agitação e desconforto de alguns profissionais em horários de intenso movimento em função da distribuição desigual das jornadas de trabalho Estas apresentam um ritmo mais acelerado no turno de 700 1300 horas quando são realizadas as coletas ambulatoriais e a rotina dos pacientes internados Várias posições e movimentos foram adotados pelos profissionais no desenvolvimento das atividades numa alternância de trabalhos estáticos e dinâmicos Alguns profissionais associaram manifestações de mal estar dor tensão e irritação à constante solicitação das posturas abaixo citadas 88 posição sentada em bancos sem proteção para as costas com projeção do tronco tanto na região lombar quanto dorsal e da cabeça para frente numa inclinação de aproximadamente 20 adotada nas manipulações em mesas e bancadasfi posição de pé com a cabeça inclinada para frente i30 representando um trabalho muscular estático adotada principalmente na operação com aparelhos solicitação freqüente dos membros superiores em movimentosfde precisão realizados com os dedos e punhos sem a exigência do emprego de esforço muscular ou de brusca movimentação deslocamentos desnecessários dos profissionais em função do layout confuso e da descentralização das atividades Em alguns momentos ocorreu a necessidade de atendimento de uma demanda maior de exames e a urgência na liberação de alguns resultados de pacientes críticos da Emergência e da Unidade de Tratamento Intensivo UTI Nestas situações a eficácia exigida condicionou uma maior atenção dos profissionais na manipulação dos materiais nos procedimentos com equipamentos e na digitação de resultados Esta constatação juntamente com a análise dos questionários aplicados permitiu evidenciar aspectos de ordem psicossocial e cognitiva a saber expectativa quanto à qualidade dos resultados dos exames recuperação de conhecimentos formalizados explícitos a conhecimentos tácitos práticos adquiridos com a rotina das tarefas 89 exigência de atenção na seqüência de comandos dos equipamentos evitando supressao de operações eventualmente os equipamentos deixam de apresentar o desempenho esperado causando irritação e impaciência necessidadeide precisão nos procedimentos exigindo atenção constante no campo de trabalho e manutenção de postura rígida tornando a atividade cansativa e estressante ocorrem manifestações de tensão fadiga e dores musculares durante o desempenho das atividades quadro 13 Quadro 13 Freqüência de sintomas relacionados às atividades Tensão permanente 1 3 2 1 Angústia 1 5 1 O Fadiga 1 5 1 O SINTOMA Nunca Às Vezes Sempre Sem registro Dores musculares 2 4 I 1 O preocupação com situações desfavoráveis e desconfortáveis relacionadas às inadequadas condições físicoambientais da área de trabalho iluminação ruído mobiliário e layout quadro 14 Quadro 14 Freqüência dos agentes de conforto e segurança AGENTES Favorável Desfavorável Sem registro Interferência de agentes físicos Temperatura 6 1 O 1 Ventilação 4 3 O Iluminação 3 4 O Ruído 1 6 O Interferência de agentes químicos 2 4 1 Interferência de agentes biológicos 2 3 2 Outros Layout Fluxo 1 4 2 Mobiliário O 7 O 90 preocupação com as condições penosas e perigosas envolvendo os agentes químicos e biológicos manipulados evidentes na percepção dos profissionais sobre o risco das atividades figura 5 Figura 5 Percepção de risco das atividades Percepção de risco 20 0 80 muito risco pouco risco sem risco l insatisfação com serviços realizados manutenção de equipamentos limpeza e desinfecção de áreas e com dificuldades na realização de aprimoramento profissional alguns relatos fazem referência à incorporação de cursos de mestrado e doutorado às atividades de trabalho desejo por maiores esclarecimentos e discussões sobre a legislação de Biossegurança sentimento de importância do trabalho na percepção da maioria 80 ao relacionarem suas atividades à saúde humana e ao sentirem a plena utilização de seus conhecimentos na realização destas figura 6 a seguir Contudo aspectos interferem no sentimento de realização profissional como os baixos salários recebidos e os altos custos com a saúde e a segurança 91 Figura 6 Percepção da importância da atividade Percepção do trabalho 20 0 80 Efmuilo significativopouío significativioñsigniflcativo 46 Diagnóstico da Análise Ergonômica do Trabalho AET O presente estudo procurou abordar através do trabalho dos profissionais do setor de bioquímica clínica do HUUFSC situações adicionais de risco profissional no serviço analisado A demanda inicial direcionada fundamentalmente aos comprometimentos de ordem psicológica fisiológica e cognitiva das atividades representa dentre outras situações favorecedoras de desconcentração fadiga e irritação profissional determinantes na construção das situações de risco Dentro destas considerações o arranjo espacial layout guarda significativa importância ao apresentarse confuso com cruzamento de fluxos de materiais e pessoas favorecendo a falta de sigilo e de segurança Estes sintomas acentuamse na ausência de conforto ambiental representado pela deficiente iluminação pelos altos níveis de ruído e insuficiente sistema de exaustãorefrigeração 92 A falta de critérios na distribuição dos equipamentos descentralizando as atividades e exigindo maiores deslocamentos dos profissionais assim como as condições irregulares do mobiliário em desacordo com os critérios estabelecidos em Norma NR17 Ergonomia levam os profissionais à adoção de posturas de trabalho inadequadas e à maior solicitação física que contribuem para o estresse e o cansaço Quanto às questões operacionais relativas às normas de conduta e procedimentos do seniço percebese o predomínio da prática cotidiana sustentada no excesso de confiança que os profissionais depositam no seu conhecimento e experiência Estes apresentam padrões de atitudes e comportamentos bem definidos adquiridos com o tempo e agregados àquilo que acreditam ser o certo influenciando na realização da tarefa de forma consciente e até mesmo inconsciente Neste aspecto a negligência ainda é forte aliada dos riscos que fazem do profissional presa fácil desta ameaça As normas relativas às posturas dentro do setor não estão perfeitamente definidas e não são perfeitamente obedecidas As tarefas desenvolvemse numa organização informal onde uns procuram auxiliar os outros O número desequilibrado de profissionais menor número de técnicos e maior número de bioquímicosbiomédicos e a não substituição de profissionais em falta ou em férias dentre outros geram acúmulo de atividades e desvio de funções acarretando situações constrangedoras para os profissionais e para o seniço 93 Estes fatores associados às condições sociais que envolvem cada profissional alimentação salários desencadeiam fatores negativos no desempenho das atividades L A interpretação destes dados estendese na discussão dos resultados obtidos pela aplicação das duas metodologias 47 Discussão dos resultados O emprego das duas técnicas de avaliação check ist e AET permitiu a constatação de irregularidades no laboratório clínico analisado relativas aos equipamentos instrumentos e mobiliário utilizados ao pessoal e às instalaçoes de trabalho e favoreceu a evidência de fatores desfavoráveis de ordem psicossocial fisiológica e cognitiva envolvidos na condução das atividades Estes elementos caracterizam problemas físicofuncionais essenciais ao serviço que interagindo entre si e interferindo uns nos outros representam um custo de saúde e segurança para os envolvidos instituição funcionários usuários e sociedade De forma condensada apresentamse sobre cinco categorizações ø o ambiente físico pelo inadequado espaço de trabalho localização imprópria da unidade ausência de áreas de trabalho irregular dimensionamento e organização de ambientes deficiente conforto ambiental desfavoráveis condições térmicas lumínicas e acústicas e não observância dos critérios construtivos exigidos 94 0 os equipamentos instrumentos e mobiliário envolvendo deficiências de conservaçaomanutenção e conforto 0 o processo de trabalho por todas as suas características de risco e insalubridade 0 os recursos humanos em seus direitos de segurança saúde e capacitaçao nem sempre garantidos eou conhecidos e em suas responsabilidades com atos resultados e conseqüências para consigo e para com outros nem sempre atingidos 0 os aspectos organizacionais pela insuficiente postura nas questões que envolvem Biossegurança Tornase pertinente destacar que a prática de medidas voltadas à segurança higiene qualidade e preservação ambiental atuando sobre os aspectos citados sustentase na importância de implantação de Políticas de Biossegurança 48 Recomendações São recomendações para solução eou controle das situações de risco evidenciadas 1 redefiniçao do layout prevendo melhor organizaçao dos espaços introduçao de áreas necessárias ao seniço e adoção de barreiras físicas antesalas e guichês com o propósito de isolar fontes de ruído criar privacidade otimizar o fluxo e o desempenho do processo produtivo e facilitar os procedimentos de 95 limpezadesinfecção dentre outros Em particular um novo Iayouté proposto para o setor de bioquímica clínica inserido no anexo 718 cujo memorial descritivo é apresentado a seguir V O layout desenvolvido para o setor de bioquímica clínica do HUUFSC apresentase mais adequado às atividades ali realizadas através das seguintes sugestões Setorização das atividades dosagem bioquímica dosagem hormonal triagem de amostras e eletroforese prevendo espaço para equipamentos e mobiliário específicos e todos os demais elementos construtivos necessários balcões pias e tanques independência da área de reuniões e aulas buscando maior privacidade destas atividades e a não interferência nos demais procedimentos do setor controle do acesso de pessoas eou profissionais à área de trabalho através do bloqueio com porta dupla introdução de antesala para a troca da roupas protetoras e guarda de pertences pessoais dos profissionais em armários apropriados controle do acesso de materiais à área de trabalho pela incorporação de balcão com guichê para recebimento de amostras e outros materiais e para a liberação de resultados e informações abertura de porta para a área externa do setor representando uma alternativa para a evacuaçao de pessoas em caso de acidentes previsão de instalação de uma capelacâmara de segurança biológica com exaustão para o exterior na área reservada ás atividades de eletroforese enclausuramento das centrífugas em ambiente resenado inibindo o ruído 2 revisão eou modificação de aspectos construtivos e de conforto ambiental relativos preferencialmente aos sistemas de ventilaçãoclimatização e de energia ao mobiliário e aos revestimentos e acabamentos 3 discussão de questões organizacionais prioritárias em parceria com os profissionais visando à adoção de medidas de otimização dos procedimentos de manutenção de equipamentos buscando alternativas junto às empresas já estabelecidas comodato e junto ao seniço de 96 apoio do HU e do serviço de limpeza e desinfecção de áreas em parceria com o SCIHHU e a empresa contratada de elaboração de planos de trabalho prevendo substituição de profissionais 4 implantação de uma Política de Biossegurança nainstituição buscando a harmonia entre os profissionais os processos de trabalho a instituição e a sociedade tornando pertinente a otimização de programas de registro e notificação de incidentes e doenças profissionais de programas de alerta e prevenção informativos e educativos e de programas de valorização profissional a implantação de programas de capacitação direcionados às diferentes estruturas funcionais atendose às medidas específicasde Biossegurança da OMS e outros Organismos podendo seguir o modelo proposto no quadro 15 Quadro 15 Proposta de capacitação EQUIPE TECNICACIENTÍFICA E ESTUDANTES capacitação inicial geral conteúdo sobre medidas de Biossegurança reconhecimento de riscos legislação sobre ética direitos e deveres capacitação inicial específica modos operacionais medidas de segurança métodos de proteção individual e coletiva planos de emergência e outros capacitação periódica atualização sobre novos métodos e técnicas de Biossegurança planejamento e organização da segurança aperfeiçoamento dos conhecimentos anteriores EQUIPE DE APOIO capacitação inicial geral idem item anterior capacitaçao periódica técnicas de limpeza e desinfecçao de áreas remoçao de resíduos segurança em seniços de manutenção de equipamentos uso de EPIs cHEFAsz capacitação periódica gerenciamento de problemas e administração das exigências do setor 97 5 coNcLusÃo E REcovENDAçöEs P TRABAHos uTuRos 51 Conclusão No setor de saúde são fundamentais os investimentos em pessoal em meios de trabalho equipamentos instrumentos e mobiliário e nas instalações de trabalho visando à minimização dos comprometimentos com a prestação destes serviços principalmente no que se aos riscos de incidentes acidentes e exposições ocupacionais Neste contexto são necessárias iniciativas voltadas ao controle eou solução de todos os fatores desfavoráveis à condução das atividades principalmente em estabelecimentos laboratoriais clínicos como o analisado que primam pela qualidade e responsabilidade dos resultados e pela garantia da segurança e da saúde de todos os envolvidos no serviço Esta constatação apresentase coerente com os dados coletados pelo modelo desenvolvido na pesquisa o qual tornou possível a identificação de irregularidades favorecedoras de risco em um laboratório de análises clínicas Mostrouse eficiente também ao possibilitar a adoção de recomendações para a correção eou controle de tais elementos Em paralelo acreditase que a pesquisa tenha despertado em grande parte dos envolvidos no seniço a formação de uma imagem mais clara do processo em que atuam permitindo uma reavaliação de suas posturas e atitudes 98 Esperase também a partir dos resultados mudanças mais profundas na gerência dos riscos neste ambiente despertando nos responsáveis a necessidade de medidas mais severas para a prevenção e solução destes A Ergonomia e a Biossegurança através de recomendações técnicas e operacionais e fundamentalmente do treinamento bem estruturado da informação atualizada e dos programas de motivação eou estimulação profissional inclusive de residentes e estagiários apresentamse como recursos neste objetivo Para tal devem se configurar em prioridade em ambientes laboratoriais clínicos essenciais num mercado que tende a se confirmar e a se estender face à necessidade de novas análises exploratórias e ao desenvolvimento de novas tecnologias 99 52 Recomendações para trabalhos futuros O apoio e a contribuição de profissionais das mais variadas formações possibilitou a realização deste trabalho o que favorece o fortalecimento da idéia de interdisciplinaridade na busca de soluções envolvendo riscos profissionais A partir do estudo realizado sugerese ø que o modelo desenvolvido possa ser aplicado em outras áreas ligadas ao serviço laboratorial dentro da instituição como o laboratório sorológico de hemoterapia e o laboratório de anatomia patológica ø que os resultados possam auxiliar na condução das questões relativas aos riscos profissionais dentro de um enfoque mais amplo 0 que a pesquisa possa se estender a outros estabelecimentos afins tanto da rede pública quanto da privada como forma de promover uma mudança de postura nas gerências dos serviços e nos profissionais envolvidos ø que as recomendações possam auxiliar na melhoria das condições de trabalho e na capacitação dos profissionais inclusive estudantes favorecendo a criação de uma imagem real do serviço e estimulando a formação de uma postura crítica diante das questões que envolvem riscos saúdesegurança 100 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT Disponível em http vvwwIbictbr tib abnthtm Acesso em 19 de julho de 2001 BELEI Renata TAVARES Marcelo PAIVA Neuza Lixo e serviços de saúde uma revisão Disponível em http www GoogIecom Acesso em 18 julho 2001 BRASIL Secretaria de Assistência à Saúde Departamento de Normas Técnicas Normas para projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde Ministério da Saúde Brasília 1995 BRASIL Secretaria de Assistência à Saúde Departamento de Normas Técnicas Manual de Segurança no Ambiente Hospitalar Ministério da Saúde Brasília 1995 BRASIL Secretaria de Assistência à Saúde Departamento de Normas Técnicas Normas e Padrões de Construção e Instalações de Serviços de Saúde Ministério da Saúde Brasília1993 BRASIL Segurança e medicina do trabalho Lei n 6514 de 22 de dezembro de 199732 Ed São Paulo Atlas 1996 CAMERON CORKINDALE K H The psychoIogists role in the development of man machine systems Occupational Psychology 1961 CHÁVEZ S D Calidad y seguridad qué tienen en común Revista Seguridad Instituto Argentino de Seguridad Año LII n 342 pp 47 Argentina 1994 COMISSAO INTERNA DE PREVENÇAO DE ACIDENTES CIPA Curso na ISEGNET Disponível em http www GoogIecom Acesso em 22 julho 2001 101 COMISSAO TECNICA NACIONAL DE BIOSSEGURANÇA CTNBio Instrução Normativa n 1 Lei de Biossegurança n 8974 de 5 de janeiro de 1995 Disponível em http wwwmctgovbr ctnbio ctnbiohtm Acesso em 21 de julho de 2001 CONCEPCIÓN Eduardo Biossegurança do trabalho programa de pós graduação em engenharia de produção 1 e 2 trimestres de 2001 notas de aula Mimeo 2001 CONCEPCIÓN E Modelo de gestión de Ia seguridad y Ia bioseguridad en centros de Ia biotecnologia Tesis para optar por el grado científico de Doctor en Ciencias Técnicas La Habana 1996 COSTA Marco A F Qualidade em 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fatorhumano Rio de Janeiro Fundação Getúlio vargas 1997 FALZON Pierre Os Objetivos da Ergonomia LErgonomie en quête de ses princípes Debats épistémologiques Editions octarés Marseille 1996 FIALHO Francisco SANTOS Neri Manual de análise ergonômica no trabalho 2aed Curitiba Genesis 1997 FIGUEIRA Daisy Instalações hidráulicas e especiais Escola de Administração de Empresas de São Paulo EAESP Fundação Getúlio Vargas FGV notas de aula 1997 Mimeo FUNDAÇAO OSWALDO CRUZ FIOCRUZ Disponível em httpwwWfiocruzbr Acesso em 21 de julho de 2001 GRANDJEAN Etienne Manual de Ergonomia Adaptando o trabalho ao homem 4aed Porto Alegre Artes médicas 1998 GRIST N R Manual de biossegurança para o laboratório São Paulo Livraria Santos Editora 1995 HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FMUSP Jornal da criança editorial Publicação Mensal do Instituto da Criança Prof Pedro de Alcântara São Paulo dez 1998 IIDA ltiro Ergonomia Projeto e produção São Paulo Editora Edgard Blucher Ltda 1992 INTERNATIONAL ORGANIZATION 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químicos São Paulo SESI 63p 1980 ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD Reglas de bioseguridad para el personal ocupado en Ia producción de vacunas y productos biologicos para uso medico 1995 SANTOS Neri et al Antropotecnologiaz a ergonomia dos sistemas de produção Curitiba Genesis 1997 TEIXEIRA Pedro VALLE Silvio Biossegurança uma abordagem multidisciplinar Rio de Janeiro Fiocruz 1996 104 VERDUSSEN R Ergonomia a racionalização humanizado do trabalho Rio de Janeiro Livros Técnicos e Científicos 1978 WALTERS Norma ESTRIDGE Barbara REYNOLDS Anna Laboratório clínico técnicas básicas 3ed Porto Alegre Artes Médicas 1998 WISNER Alain Por dentro do trabalho métodos e técnica São Paulo FTDOboré 1987 A inteligência no trabalho 1aed São Paulo UNESPFUNDACENTRO 1994 WORLD HEALTH ORGANIZATION WHO Manual de bioseguridad en el laboratorio 2 Geneva 1994 WORLD HEALTH ORGANIZATION WHO Laboratory biosafety manual 2 Geneva 1983 VENDRAME Antônio Carlos A insalubridade por agentes biológicos Revista CIPA Säo Paulo ed n 241 1997 Viña S Concepción E Montero R En busca de la sinergia integrando calidad y seguridad en la gestión Revista MAPFRE España 1997 ZURITA Ivan EO Segurança do trabalho em ambientes hospitalares Revista CIPA São Paulo 1997 1o5 7 ANEXOS 71 Descrição detarefas bioquímicolfarmacêutico biomédico e técnico 0 Farmacêuticobioquímico Executar tarefas relacionadas à composição e ao fornecimento de medicamentos e outros agregados semelhantes e relativas à análise de toxinas substâncias de origem animal e vegetal matérias primas e produtos acabados valendose de técnicas e aparelhos especiais e baseando se em fórmulas estabelecidas para atender a receitas médicas biológicas e veterinárias a dispositivos legais a finalidades industriais e a outros propósitos prevendo a manipulação de insumos farmacêuticos com medicações pesagens e misturas utilizando instrumentos especiais e fórmulas químicas i o controle de entorpecentes e produtos equiparados anotando sua venda em mapas guias e protocolos segundo os receituários devidamente preenchidos a análise de produtos farmacêuticos acabados e em fase de elaboração de insumos valendo se de métodos químicos a análise de soro antiofídico pirogênio e outras substâncias valendose de meios biológicos as análises clínicas de exudatos e transudatos humanos com sangue urina e outros valendo se de diversas técnicas específicas outras tarefas de mesma natureza e nível de dificuldade 0 Biomédico Realizar atividades em laboratórios médicos desenvolvendo pesquisas para analisar a ligação entre a medicina clínica e a científica procurando investigar e procurar resolver problemas biológicos do homem através de atendimentos observações exames e testes feitos nos organismos 106 realizar análises clínicas de sangue urina e fezes realizar exames e interpretar resultados para outros membros da equipe médica executar outras atividades da mesma natureza e mesmo nível de dificuldade 0 Laboratorista Acompanhar atividades de laboratórios de acordo com sua área de atuação a saber proceder a coleta de material empregando os meios e os instrumentos recomendados executar exames e outros trabalhos de natureza simples que não exigem interpretação técnica dos resultados colaborar nas análises e testes de sua área de atuação organizar e arquivar cópias de resultados de exames testes e análises utilizando formulários comuns ou padronizados e possibilitando consultas posteriores zelar pela assepsia conservação e recolhimento do material utilizado zelar pela conservação da aparelhagem e dos instrumentos e do laboratório em geral Fonte Plano de cargos e salários HUUFSC 72 Substâncias químicas riscos e precauções SUBSTÂNCIAS RISCOS PnEcAuçöEs EPIs I EPCS Fenol tóxica queimaduras na pele mal estar geral evitar contato com a pele evitar ingestão Á EPIs luva e avental máscara ou protetor facial com filtros específicos EPCs chuveiro de segurança lavaolhos Ácido sulfúrico Acido nítrico Hidróxido de sódio cáusticos queimaduras na pele queimaduras das membranas mucosas do trato respiratório evitar respingos e derramamentos evitar inalação de vapores EPIs óculos luva e avental máscara ou protetor facial com filtros específicos EPCs chuveiro de segurança lavaolhos Álcool metílico tóxicoinflamável lesões no sangue ç pulmões e rins lesões cutâneas Explosões Incêndios evitar inalação de vapores evitar contato com a pele evitar ingestão manter recipiente bem fechado evitar contato com eletricidade EPIs luva protetora de vinil ou de borracha máscara ou protetor facial com filtros específicos EPCs câmara de segurança biológica tipo llB Ácido acético lnfIamáveI Corrosivo queimaduras explosões incêndios evitar inalação de vapores evitar contato com a pele e olhos evitar contato com eletricidade EPIs luva protetora de vinil ou de borracha máscara ou protetor facial com filtros específicos EPCs câmara de segurança biológica tipo llB Fonte Costa 2000 adaptado 108 73 Substâncias químicas incompatibilidades REAGENTE QUÍMICO INCOMPATIBILIDADE Acido Sulfúrico Cloratos Percloratos Permanganatos e água Acido Acético Hidróxidos Ácido Nítrico Líquidos inflamáveis Acido Crômico Ácido Nítrico Peróxido de Hidrogênio Acetona Ácidos Nítricos e Ácidos Sulfúricos concentrados Fonte Walters1998 adaptado 74 Classificação dos resíduos sólidos de saúde Resíduos que representam riscos potenciais à saúde pública e ao meio ambiente devido a presença de agentes biológicos sangue e hemoderivados animais usados em experimentos ou materiais que tenham entrado em contato com os mesmos excreçöes secreções e líquidos orgânicos meios de cultura tecidos órgãos fetos e peças anatômicas filtros de gases aspirados de áreas contaminadas resíduos advindos de área de isolamento restos alimentares de unidades de isolamento resíduos de Laboratórios de Análises Clínicas resíduos de unidades de atendimento ambulatorial resíduos de sanitários de unidades de internação e de enfermarias animais mortos a bordo dos meios de transporte GRUPO A Obs Neste grupo incluemse dentre outros os objetos perlurantes ou cortantes capazes de causar punctura ou corte lâminas de barbear bisturi agulhas escalpes vidros quebrados e outros provenientes de estabelecimentos prestadores de serviços de saúde Resíduos que apresentam riscos potenciais à saúde pública e ao meio ambiente devido às características químicas V drogas quimioterápicas e produtos por elas contaminados resíduos farmacêuticos medicamentos vencidos contaminados interditados ou não utilizados demais produtos considerados perigosos conforme classificação da NBR 10001 da ABNT tóxicos corrosivos inflamáveis e reativos GRUPO B Rejeitos radioativos materiais radioativos ou contaminados com radionuclídeos proveniente de LAC serviços de Medicina Nuclear e Radioterapia Resolução da Comissão Nacional de Energia Nuclear CNEN 605 GRUPO C Resíduos comuns todos os que não se enquadram nos grupos descritos anteriormente GRUPO D Fonte CONAMA apud Belei 2001adaptado 109 75 Procedimentos de segurança estabelecidos pela Biossegurança A Usar luvas quando as atividades a serem desenvolvidas exigirem contato com fluidos corpóreos soro plasma urina ou sangue total Não permitir o acesso indiscriminado de pessoas estranhas nas áreas de trabalho somente se avisadas e autorizadas Usar protetor facial ou óculos de segurança na possibilidade de espirros de fluidos Usar roupa protetora guardapó e avental quando o risco biológico for reconhecido a serem guardadas em local apropriado e não levadas para áreas externas ao laboratório Desinfetar roupas protetoras contaminadas com técnicas adequadas Não usar sapatos abertos Lavar as mãos antes de retirar as luvas e antes de sair da área contaminada Minimizar a formação de aerossóis e gotas durante as manipulações laboratoriais exigência de uso de CSB classe l ou ll para manipulação de agentes que possam criar aerossóis Evitar o contato das mãos com a face Não comer beber ou aplicar cosméticos nas áreas de laboratório Não pipetar qualquer líquido incluindo água através da boca Não permitir o contato de ferramentas ou qualquer peça de laboratório com a boca Não usar os tanques de laboratórios para lavar as mãos ou outras atividades de higiene pessoal Cobrir todos os cortes superficiais e ferimentos antes de iniciar os trabalhos no laboratório Usar soluções desinfetantes adequadamente preparadas sempre que necessário principalmente após derramamento de material perigoso e no final do expediente P Manter fechados os frascos que contêm material infectante se não estiverem em uso Q Tomar cuidado especial durante a abertura de ampolas contendo material seco e resfriado devendo ser abertas em cabina apropriada ç Desinfetar materiais amostras contaminadas e culturas antes de serem descartadas ou limpas para uso posterior Dar atenção especial ao uso de centrífugas que manuseadas erroneamente produzem partículas respiráveis que podem ser ejetadas durante o uso do equipamento devendo ser operadas de acordo com as instruções do fabricante Dar preferência aos homogeinizadores de teflon devendo ser abertos em CSBs após a operação Não permitir a presença de animais que não sejam necessários às atividades ou de crianças nas áreas de trabalho Ter cuidado com o manuseio de geladeiras e freezers devendo ser limpos e degelados regularmente Disponibilizar uma autoclave na unidade ou outro dispositivo adequado para descontaminação de dejetos infecciosos B C D IG1 rsss N O Fl S T U V W Fonte NH CDC NCCLS WHO apud Geneva 1994 Grist 1995 adaptados 110 76 Soluções desinfetantes tipos e características SOLUÇÕES CONCENTRAÇÃO AÇÃO APLICAÇÃO DESVANTAGENS desinfecção de objetos e tóxico HcRT superfícies corrosivo DE sóoio 1 1 bactericida desinfecção de cromadosferro virucida recipientes de descarte rápida de materiais decomposição T desinfecção de ÁLc 70 germicida superfícies e toxico ETÍUCO equipamentos antisepsia das mãos desinfecção de GUTARMDE bactericida recipientes de descarte tóxico ÍD 2 fungicida de material rápida virucida desinfecção de decomposição equipamentos e artigos Fonte Romão apud Teixeira e Vaie1996 adaptado 77 Manipulação e tratamento de resíduos sólidos e líquidos Procedimentos de segregação armazenagem e transporte de resíduos sólidos A A segregação deve obedecer uma classificação por material não infectante infectante e pérfurocortante Resíduo não infectante todo aquele que não oferece risco à saúde pública que não entram em contato com pacientes resíduos de atividades administrativas dos seniços de varrição limpeza de jardins e restos alimentares Resíduo infectante apresenta risco adicional à saúde pública Resíduo pérfurocortante todo material cortante e perfurante ABNT NBR 12808 B O acondicionamento deve ser em recipiente fechado não excedendo 23 de sua capacidade de forma a preservar um espaço que comporte possíveis vazamentos Resíduo não infectante saco plástico de qualquer cor exceto na cor branca ABNT NBR 9191 Resíduo infectante saco plástico na cor branca leitosa contendo identificação do fabricante e símbolo de resíduo infectante ABNT NBR 9191 Resíduo pérfurocortante recipiente rígido ABNT NBR 12809 111 O manuseio exige o uso de Equipamentos de Proteção Individual EPIs Resíduo infectante gorro óculos máscara uniforme luvas e botas Resíduo não infectante uniforme luvas e botas ABNT NBR 12809 O armazenamento por períodos não superiores a 8oito horas deve acontecer em local específico dentro do estabelecimento expurgo ou shaft equipado com contêineres identificados infectantenão infectante fechados e sem provisão de empilhamento O remanejamento de resíduos infectantes para fora do estabelecimento em horários programados e de pouco movimento deve ocorrer em carrinhos com características especiais identificados e isolados dos demais resíduos sofrendo limpeza e desinfecção simultânea após o recolhimento Rotulagem e acondicionamento de substâncias químicas solventes e não clorados segundo o Departamento de Química da UFSC Para recolhimento de rejeitos químicos devem ser utilizados recipientes de vidro ou de plástico resistente preferencialmente frascos de um litro na cor âmbar com vedação perfeita Os rejeitos químicos não devem ultrapassar 23 da capacidade do recipiente Antes do recolhimento de rejeitos químicos ativos devese proceder a desativação dos mesmos Os frascos deverão ser identificados e rotulados com informações sobre os componentes das misturas existentes tanto os solutos como os solventes a indicação de possíveis riscos e a identificação do laboratório do responsável pelo mesmo e a data de recolhimento Os rótulos devem obedecer a padronização estabelecida pelo Dep de Química da UFSC figura 7 a serem preenchidos com caneta esferográfica e fixados com cola plástica Deve ser evitada a mistura de substâncias que possam reagir entre si como de solventes orgânicos clorados com nao clorados solventes orgânicos com ácidos e material orgânico com inorgânico FIGURA 7 Modelo de rótulo para coleta de reieitos químicos DEPARTAMENTO DE QUÍMICA UESC SISTEMA DE COLETA DE REJEITOS QUIMICOS ABoRATÓRoz MATERAz REsPoNsAvEz DATA Observações Fonte Departamento de Química UFSC1997 112 0 Procedimentos recomendados para o tratamento de resíduos sólidos A Resíduos não contaminantes podem ser eliminados com lavagem B Obietos perfurocortantes agulhas hipodérmicas e seringas devem ser esterilizados em auto claves e incinerados juntamente com outros materiais contaminados C Materiais contaminados para reutilização vidraria instrumental e roupas devem passar por autoclavagem uso de produtos químicos ou outros métodos de descontaminação D Materiais contaminados para eliminação devem ser previamente autoclavados para serem transportados ao incinerador ou à outro local de elíminaçao Fonte Manual de Bioseguridad en el Laboratorio1994 adaptado 78 Equipamentos de Proteção Individual EPIs tipos e características PROTEÇAO EPIs CARACTERÍSTICAS AGENTES DOS MEMBROS descartáveis materiais escoriantes abrasivos SUPERIORES luvas látex e vinil descartáveis após cortantes e perlurantes mangas protetoras desinfecção substâncias químicas materiais biológicos reutilizáveis após respingos protetores faciais desinfecção vapores de produtos químicos FACIAL A respingos nos olhos óculos protetores reutilizáveis após líquidos agressivos desinfecção poeiras e Radiações máscaras RESPIRATÓRIA semimáscaras filtros especiais substâncias químicas respiradores descartáveis umidade DOS MEMBROS calçados reutilizáveis após substâncias químicas agressivas INFERIORES impermeáveis desinfecção protet auriculares reutilizáveis ruídos acentuados AU DITIVA guardapó reutilizáveis após substâncias químicas DO TRONCO avental desinfecção materiais biológicos Umidade Fonte NR06 Equipamentos de Proteção Individual apud Brasil 1996 adaptado 79 Câmaras de Segurança Biológica Laboratórios de Nível Il classificação 113 FLUXO DE AR CARACTERÍSTICAS iNoicAçÃo PRorEçÃo CLASSE 150 pésmin sem recirculação Entrada de ar frontal Saída p exterior filtro HEPA Microorganismos do grupo de risco Il e III Do operador Do meio ambiente CLASSE A 75 pésmin 70 recirculação Entrada de ar frontal H pela área de trabalho Saída direta no ambiente Filtro HEPA 30 filtração Microorganismos do grupo de risco II e lll com substâncias químicas e radionucleotídeos Do operador Do meio ambiente Do experimento produto CLASSE 1 m 100 pésmin 30 recirculação Entrada de ar frontal abaixo da área de trabalho Saída p exterior do edifício Filtro HEPA70 filtração Microorganismos do grupo de risco l ll e Ill com substâncias químicas e radionucleotídeos Do operador Do meio ambiente Do experimento produto CLASSE NÉ 100 pésmin 0 recirculação Entrada de ar frontal no topo da cabine Saída p exterior do edifício Filtro HEPA 70 filtração Microorganismos do grupo de risco I ll e Ill com radionucleotídeos e substâncias químicas Do operador Do meio ambiente Do experimento produto CLASSE Mm 100 pésmin 70 recirculação Entrada de ar frontal Saída p exterior do edifício Filtro HEPA 70 filtração Microorganismos do grupo de risco l ll e lll Do operador Do meio ambiente Do experimento produto Fonte Silva apud Teixeira e VaIle1996 adaptado f 710 Sinalizaçao de segurança VERMELHO distinguir e identificar equipamentosaparelhos de proteção e combate a incêndios AMARELO indicar CUIDADO identificar gases Iiqüefeitos BRANCO delimitar áreas indicar coletores de resíduos bebedouros e áreas de armazenagem PRETO identificar coletores de esgoto ou lixo em substituição ao branco ou combinado à este LARANJA identificar partes móveis de máquinas e equipamentos indicar ALEFlTA VERDE d ff di t d i en i icar sposi ivos e segurança identificar canalizaçoes de água localizar EPIs PÚRPURA identificar perigos provenientes de radiações eletromagnéticas AZUL indicar CUIDADO identificar canalizações de ar comprimido Fonte Simas apud Teixeira e Valle1996 Brasi 1996 adaptado 114 711 Critérios construtivos Dispositivos de higiene e segurança A instalação de páraraios B instalação de piaslavatórios nas áreas de trabalho no mínimo uma em local próximo da saída ou na extremidade das bancadas de trabalho constituídos de material resistente alimentados com água potável e providos com volantes de acionamento com os pés cotovelos ou de forma automática C instalação de chuveiro de emergência de preferência nas áreas de circulação sem obstruir a passagem ou em áreas adjacentes à porta de acesso com sinalização D instalação de dispositivo para lavagem de olhos em bancadas junto às pias ou acoplado ao chuveiro de emergência com sinalização H E instalação de meios para prevenção controle e extinção de acidentes elétricos e incêndios considerando critérios da edificação incrementados durante a sua construção materiais não combustíveis paredes mais espessas e vidros entelados e prevendo elementos de alerta e auxílio componentes especiais nos acessos portas permitindo a sua abertura ou quebra em situações de emergência extintores portáteis nas áreas de trabalho sistemas de alarme e sinalização e portas cortafogo adequados à NFl23 Proteção contra Incêndios o Linhas de Serviço A previsão de suprimento de energia água gás combustível e ar comprimido assim como de drenagem sanitária para cada área de trabalho Obs os demais suprimentos gases e líquidos especiais oxigênio hidrogênio nitrogênio vácuo e outros são opcionais em função da necessidade B previsão de acessibilidade para realização de reparos e manutenção prevendo se possível tubulações aparentes não embutidas acima das bancadas de trabalho resguardando afastamento das paredes recebendo tratamento com pintura em cores diferentes NR26 Sinalização de Segurança e evitando superfícies horizontais Obs no caso de tubulações localizadas abaixo das bancadas fixas prever espaço técnico de aproximadamente 020 m na parte posterior destas C sistema de abastecimento de água fria ou quente prevendo um ponto para cada cuba ou lavatório alimentação independente para a produção e para o consumo dos profissionais sem ligações cuzadas e dispositivo contra refluxo D sistema de abastecimento de energia seguro e suficiente previsão de 25 a 30 da capacidade do quadro para possíveis expansões prevendo suprimento de emergência e sinalização interruptores tomadas disjuntores painéis e comandos 115 Obs as tomadas com capacidade de 110 220 volts devem ser instaladas em intervalos de 120m a 150m ao longo das paredes acima das bancadas e com aterrramento E sistema de abastecimento adequado de gás natural de rua ou engarrafado obedecendo às recomendações necessárias para o seu perfeito funcionamento Obs os cilindros de gases acorrentados e em posição vertical devem localizarse em área externa à edificação bem ventilada e com acesso restrito F instalação de linhas de vácuo quando necessárias para trabalhos com agentes infecciosos protegidas com filtro Hepa ou equipamento equivalente G instalação de linhas de ar comprimido quando necessárias com filtração Hepa ou equipamento equivalente para proteção de inversão do fluxo de ar A H instalação de linhas de esgotamento especiais drenagem de resíduos líquidos biológicos e químicos quando necessárias com neutralização adequada e uso apropriado de tubulações e caixas de descontaminaçao I limpeza sistemática de canos válvulas juntas conexões e terminais livres sendo inconveniente a presença de raios nas áreas de trabalho Obs os ralos podem ser usados em áreas não laboratoriais devendo ser equipados com tampas herméticas a serem removidas nas operações de limpeza e escoamento de água Revestimentos e acabamentos A acabamento de paredes e tetos com vedaçao contínua de material lavável durável e de fácil conservaçãolimpeza prevendo superfícies claras para garantir melhor difusão da luz Obs painéis removíveis só poderão ser adotados para os tetos de circulações e áreas não laboratoriais e divisórias removíveis do tipo préfabricadas se vedáveis e revestidas com materiais de fácil limpeza B acabamento de pisos com o menor número de juntas possível laváveis com boa durabilidade de fácil conservaçãolimpeza e não escorregadios Obs os rodapés devem obedecer o formato de meiacana linha hospitalar com cantos arredondados evitando reentrâncias C acabamento de válvulas equipamentos dispositivos de medição e tampas de acesso a equipamentos impermeáveis a líquidos e resistentes a gases e substâncias químicas D acabamento de pias eou tanques em material impermeável a líquidos e resistente a gases e substâncias químicas de referência em aço inoxidável ou material equivalente sem cantos ou reentrâncias como forma de garantir os requisitos de higienização e lavabilidade Obs os requisitos de lavabilidade e higienização estão contidos em Norma do Ministério da Saúde Coordenação de Controle de Infecções Hospitalares Fonte OMS Geneva1994 Simas apud Teixeira e Valle 1996 Ministério da Saúde Brasil 1995 Grist 1995 Segurança e Medicina do Trabalho Brasil 1996 adaptados 116 7 12 Critérios ambientais e ergonômicos A A iluminância dos ambientes deve obedecer aos parâmetros estabelecidos pelas Normas do MT NR17Ergonomia e pelas Disposições da ABNT NBR5413 Iluminância de Interiores que recomendam níveis de iluminação admissíveis para atividades desenvolvidas em laboratórios entre 300Ix 750 lx execução de adequado sistema de iluminação geral e localizado controle sobre deslumbramentos e reflexões aproveitamento da luz natural sem a incidência do sol em equipamentos ou mesas de trabalho consenação do sistema de iluminação através de perfeito funcionamento de lâmpadas e regular limpeza de luminárias escolha criteriosa de cores para paredes tetos pisos e mobiliário como forma de garantir adequada relação de brilho das superfícies e adequado contraste entre objeto visual e fundo B O sistema de ventilação mecânica deve considerar a necessidade de renovação do ar requerido total ou parcial assim como os níveis adequados de temperatura umidade relativa e filtragem do ar estabelecidos pelas Disposições da ABNT NBR6401 Instalações de Centrais de Ar Condicionado para fins de Conforto Térmico e NBR7256 Tratamento de Ar em Unidades MédicoAssistenciais prevendo renovação natural de ar em áreas críticas através de entradas de ar externas janelas localizadas o mais alto possível em relação ao nível do piso no mínimo 090m afastadas das saídas de ar dos incineradores e das chaminés das caldeiras da edificação laboratorial eou de outras podendo abrirse se equipadas com telas de proteção contra vetores adoção de ventilação mecânica que promova a entrada de ar para o ambiente sem recirculação renovação de 100 do ar externo one pass system para laboratórios onde os agentes infeciosos tendem a se converter em aerossóis com o objetivo de impedir contaminações cruzadas Obs exceção para as áreas nãolaboratoriais de secretaria e outras onde pode ser admitido um sistema com recirculação ou para outros ambientes que possam exigir uma taxa inferior de renovação do ar externo de if 20 extração de gases de equipamentos de contenção primária CSBs ou de exaustores sem reciclagem sofrendo descontaminação através do uso de filtros de grande eficiência do tipo HEPA antes de sua liberação a serem exauridos a uma altura superior a da edificação sem a possibilidade de retorno pala ação do vento Obs o conduto exaustor deve estar sobre pressão negativa evitando vazamentos para outras áreas 117 manutenção de níveis aceitáveis de temperatura 24C 02C bulbo seco e de taxas adequadas de umidade 50 05 nunca inferior a 40 nos ambientes de trabalho Obs devido a variações climáticas deve ser mantida uma taxa de até 55 de umidificação do ar garantindo o funcionamento de equipamentos e evitando efeitos de eletricidade estática uso não ininterrupto de aparelhos de ar condicionado como forma de submeter os ambientes a uma ventilação natural À manutenção de níveis de calor moderados em meios e substâncias temperaturas extremas devem ser evitadas assim como superfícies frias ou quentes sem proteção manutenção do equilíbrio do ar quando necessário proporcionando padrões de fluxo quantidade e direção de deslocamentos desejados objetivando criar pressão mais baixa não somente nas áreas de grande risco biológico como naquelas onde se produz calor excessivo odores ou humores químicos Obs o deslocamento do ar deve ser das áreas de baixo risco para as de maior ou das áreas limpas para as menos limpas obedecendo diferenças de pressão admissíveis de 20 e 28 pascals C Os níveis de ruído devem obedecer os parâmetros estabelecidos em Norma do MT Portaria n 321478 e em Disposições da ABNT NBR10152 Níveis de Ruído para Conforto Acústico definindo como aceitáveis para ambientes laboratoriais os níveis entre 40dBA e 50 dBA Obs acima destes valores devem ser introduzidas medidas de redução de ruído com o auxílio de soluções arquitetônicas divisão de ambientes introdução de barreiras acústicas e de bases antivibratórias para redução das superfícies vibrantes ou com a substituição manutenção e reparo de equipamentos D Os equipamentos devem apresentarse adequados e seguros às atividades providos de dispositivos de funcionamento temporizadores termômetros visores campainhas e de segurança travas E O mobiliário de trabalho constituído de bancos eou cadeiras mesas bancadas e armários unidades fixas eou modularesintercambiáveis com maior flexibilidade dentro do espaço deve prever adaptação às características psicofisiológicas dos trabalhadores altura de mesas de trabalho não superior a 075m do piso e de bancadas não superior a 090m do piso profundidade de bancadas fixas de i 075m incluindo espaço para linhas de serviço 020m regulagem para assentos entre 47 e 57 cm revestimento em material impermeável e resistente a desinfetantes ácidos solventes umidade e calor moderado evitando acabamentos em tecido ou similar para cadeiras e bancos Fonte Normas Regulamentadoras do MT apud Brasil1996 Disposições da ABNT Simas apud teixeira e Valle 1996 adaptados 713 Símbolo Internacional de Biossegurança 714 Checklist ASPECTOS 118 CHECK LIST AVALIAÇÃO DE PROCEDIMENTOS RISCOS I LÁR O NSTRUMENTOS EQU PAMENTOS I MOB GERAIS ESPECÍFICOS SimNão Obs MODOS DE OPERAÇÃO Disponibilidade de instruções de operação para equipamentos Garantia de mobilização profissional Garantia de uso restrito ao pessoal autorizado Observância de seqüência de operações Rotina de ajustes e calibragens Sinalização de comandos Processamento de um tipo de produto por vez Proteção de meios de trabalho cortantes perfurocortantes ou abrasivos Acondicionamento de partes móveis de máquinas e equipamentos Não operação de equipamentos defeituosos Adequabilidade de mobiliário critérios de conforto e segurança Adequabilidade de equipamentos critérios de desenho interv de medição e nível de precisão alo H G ENE SEGURANÇA Adoção de programa de manutenção preventiva Adoção de programa de higiene e desinfecção com definição de produtos e procedimentos Esterilização de ferramentas eou instrumentos utilizados na reparação e manutenção de equipamentos Remoção eou identificação de equipamentos defeituosos 119 CHECK LIST AVALIAÇÃO DE PROCEDIMENTOS RISCOS u II ASPECTOS U A PESSOAL GERAIS ESPECÍFICOS SimNão Obs sAúDE Adoçao de programa de controle médico e de saúde ocupacional Adoção de programa de imunização O Adoção de programa de registro de incidentes acidentes e exposições cAÇÃo QUAL F Presença de pessoal qualificado em Qualidade Segurança Higiene Técnicas assépticas Biossegurança Elaboração e cumprimento de programas de capacitação Organização do trabalho Elaboração de organograma e planos de trabalho Definição de substitutos para profissionais Conhecimento do curriculum vitae de profissionais H G ENE SEGURANÇA Adequabilidade de dispositivos de proteção Presença de EPCs número suficiente Disponibilidade de EPIs Guarda adequada de EPIs Uso apropriado de EPIs Tratamento adequado de EPIs descontaminação e substituição Tratamento apropriado de EPCs aa Conhecimento de riscos presentes Elaboração de mapa de riscos Elaboração e cumprimento de POPs Elaboração e cumprimento de planos de emergência Observância de medidas de Biossegurança recomendações gerais de práticas pessoais e operacionais Não realização de prática antihigiênicas comer beber usar cosméticos e outras Fornecimento de roupa estéril ao pessoal externo Fechamento de portas de áreas de trabalho durante a execução de trabalhos A Uso de dispositivos de higiene pessoal saboneteira e porta papel Controle de acesso às áreas de trabalho exigência de lista de pessoas autorizadas Controle de número de pessoas estudantes e profissionais nas áreas de trabalho Adoção de procedimentos técnicos para minimização de aerossóis e gotas Adoção de procedimentos específicos para a manipulação das substâncias químicas Adoção de procedimentos específicos para a manipulação de resíduos Adoção de procedimentos específicos para a preparação esterilização consenação e armazenagem de meios de cultura z íS 1íií Caí aiii íaí Cai ííííí Caia Caia CHECK LIST AVALIAÇÃO DE PROCEDIMENTOS RISCOS ASPECTOS GERAIS ESPECÍFICOS SimNão Obs Localizaçao adequada da unidade TU Cumprimento do programa de áreas de trabalho O Dimensionamento adequado de áreas YA Organização de ambientes L Distribuição criteriosa de equipamentos Presença de barreiras físicas Estrutura para evacuação de pessoal e materiais Adequabilidade de elementos construtivos M COS Presença de portas tecnológicas Presença de portas e janelas com dimensionamento e acabamentos adequados prevendo dispositivos de proteção í Presença de pias lavatórios apropriados e em número suficiente Presença de páraraios Presença de dispositivo para lavagem de olhos Presença de chuveiro de emergência instalação de meios de detecção e de extinção de incêndio Adequabilidade de revestimentos e acabamentos s E ERGONÓ ÕES Revestimento adequado para paredes tetos e pisos Acabamento específico para balcões raios válvulas equipamentos dispositivos de medição e tampas de acesso a equipamentos V Ç Adequabilidade de linhas de serviço Previsão de tubulações aparentes eou espaços técnicos nas NSTALA STRUT VOS AMB ENTA bancadas fixas para reparos Sistema de abastecimento de água suficiente seguro com dispositivo contra refluxo e sem ligações cruzadas Sistema de abastecimento de energia seguro e suficiente com suprimento de emergência e sinalização Sistema de abastecimento de gases combustível e especiais compatível e seguro Sistema de drenagem de resíduos líquidos biológicos e quím seguro e com adequada neutralização N Adequabilidade do conforto ambiental ASPECTOS CO Perfeito funcionamento de lâmpadas Regular limpeza de luminárias Adequado sistema de iluminação geral e localizada í Aproveitamento da luz natural Não incidência direta do sol Adequado nível de ruído Adequada ventilação e aeração Adequada temperatura Adequada taxa de umidade do ar Programa de controle de pragas Programa de higiene e desinfecçao de áreas Limpeza de canos válvulas juntas conexões e terminais livres Sinalização de risco biológico Sinalização de tubulações água ar energia gases Sinalização de substâncias inflamáveis e explosivas 121 715 Questionário AET UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA Programa de Pósgraduação em Engenharia de Produção Esta é uma pesquisa que subsidiará a dissertação de mestrado do Programa de Pósgraduação em Engenharia de Produção que tem como objetivo identificar riscos em ambientes Iaboratoriais clínicos utilizandose da observação e análise do laboratório de análises clínicas deste Hospital Universitário Através do presente questionário serão abordados aspectos físicoambientais organizacionais e sociais relacionados ao serviço e aos profissionais Os dados coletados deverão ser mantidos em sigilo e sua colaboração é importante tendo em vista que os resultados deste trabalho poderão reverterse em medidas de solução eou controle de riscos em favor da preservação da sua saúde e da manutenção de sua segurança DADOS PESSOAIS Idade Sexo Escolaridade Tempo de serviço 3 1ttttt3 I5ÍÍTÍ777ÍÍfE515ÍšäÉÉ3215F3332355ÉtiëíEííí5ííííí55t íãf155SIIItttZišš21Íf352Eii1í3EI35214i52ÊEf5iÍ5IfÍ55Ê7É2tš ih 9 Y M 9 f FAToREs FísicoAMBIENTAIS 1 Como você percebe seu ambiente de trabalho no que diz respeita à Interferência de agentes físicos Temperatura Ventilação Iluminação Ruído Interferência de agentes químicos Interferência de agentes biológicos Outros Layout Fluxo Mobiliário Favorável Desfavorável 2 Dos fatores acima relacionados quais os que você considera mais agravantes para o exercício da sua atividade Por quê FATORES SOCIAIS zz I z Quantas vezes ao dia você costuma alimentarse ma Duas Três Mais de três 122 2 Em suas refeições você costuma alimentarse de Obs Marque quantas alternativas desejar Sanduiches Vegetais Carnes Carboidratos Gorduras água Befrigerante Alcool Doces fÍ I Qfí ÍÍí šflëo o 3 8 Você realiza a maior parte de suas alimentações No ambiente de trabalho No lar Outros Quais é fumante 5 Você já sentiu algumuns dos sintomas abaixo relacionados durante o desempenho de sua atividade Obs Pode marcar mais de uma alternativa SINTOMA NUNCA ÀS VEZES SEMPRE Estresse i Tensão permanente Angústia Tristeza acentuada Pânico Depressão Fadiga Dores musculares Cefaléa Falta de concentração Edemas Varizes Afecções nas articulações zz zxo Lê Qual o meio de transporte que você utiliza para chegar ao local de trabalho Carro próprio Onibus Carona Outros Qual Você pratica exercícios físicos ou atividades esportivas fora do ambiente de trabalho Nunca Ás vezes Sempre lo f z O3 10 Você tem tempo para realizar atividades sociais e de lazer fora do ambiente de trabalho Com que freqüência Uma vez por semana Duas vezes por semana Mais vezes Você está fazendo uso de algum medicamento atualmente Sim Não Quais acha que o seu trabalho influencia ou prejudica sua vida familiar Como Sim Não FATORES ORGANIZACIONAIS m ÉL I I z Como você entrou na instituição Através de concurso Por indicação Outros Qual a sua condição atual dentro da instituição Funcionário permanente Funcionário temporário Outros 3 A instituição incentiva a capacitação de seus funcionários Sim Não Como 4 Você participa com sugestões na organização do serviço Sim Não Como ASPECTOS PESSOAIS 1 Você acha que seu tempo de trabalho é suficiente para a realização de suas atividades 2 3 Você acha que o trabalho que desenvolve permite a utilização do seu conhecimento sm Sim Não Por quê Você acha que sua forma de trabalhar é cansativa ou estressante Nao Por que experiência e habilidade Sim Não Por quê 4 Você acha bom o seu relacionamento com colegas de trabalho 7 Sim zz O J f 7 Você acha que as normas técnicas eou a legislação específica relacionada a Biossegurança em ambientes laboratoriais clínicos são bem conhecidos e discutidos por todos 7 3 z Q zz Q 9 10O que você melhoraria na sua atividade de trabalho no aspecto fisicoambiental e Não Por quê Você se sente motivado para o desenvolvimento de suas atividades 7 Sim Não Por quê Sim Não Por quê Você acha justo o seu salário se comparado às atividades que desenvolve Sim Não Por quê Como você percebe sua atividade No que se refere à sua realização pouco significativa significativa muito significativa No que se refere à exposição ao risco De pouco risco De alto risco Sem nenhum risco No que se refere à insalubridade da atividade como um todo Pouco insalubre Muito insalubre Sem insalubridade Nos últimos seis meses você teve FALTAS NÂO Por atestado médico Éš Sem justificativa Licenças p tratamento de saúde de familiares Licenças de saúde pessoais organizacional 716 Plania baixa LAC I HU I UFSC úú BoQuíMcA JW Í ä II UE â r uuNooeAC Êfi ÚV HHlIUIA fi wi Il M5 P 2Ew LAVAGEM URINÁLISE L Í GIEFIl Auúoxmrmo J REPOUSO uNmN8rAs A ií HG aG Ilfi mm 4 Í WOFUNGFEM in uÍcc V 1 W se u 2 il if sscnsrmu Wifi I mau 1 I cRcuAÇÃo H u Fonte Divisão de Serviços GeraisIHUUFSC 2001 FSC U U I H 3 mIm G UImE d3 Bmq O mtÓ fl 3DO L 3 LWWt w 7 1 7 I k v M LW JI rm 1 Išk O t1 no E0 m2 al t VI am 90 ln 9 w WW í W W Xš O É Q E HU íAbGG EEE ÊEÊ WA Ê bi š Êwíš ii gta É E M Xilii Y Y II M U U m A W Q É Ú m E G Ê Ê U WFSC H MM C M BMUum O um fl Rmm 8 WWt pmpOsm 1 7 lr É XÉ aã W R HhHw ävššxàw Ê Ú E v A mMšNššàšà Q Ú ÉÊÉ U 8 G NOvE8mU Q š í ãë Ga8Éã D D U E J Ú I A L W É D E O Ju B Ê E mo m É ëmfl É ší íšššššš U U ä
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Texto de pré-visualização
Universidade Federal de Santa Catarina Programa de PósGraduação em Engenharia de Produção ANÁLISE DE RISCOS EM AMBIENTES LABORATORIAIS cLíNcosz Uma abordagem centrada em Biossegurança e Ergonomia Maria de Fátima Mendes de Azevedo Dissertaçao apresentada ao Programa de PósGraduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção Florianópolis A 2002 S ll Maria de Fátima Mendes de Azevedo ANÁLISE DE RISCOS EIVI AMBIENTES LABORATORIAIS CLINICOS Uma abordagem centrada em Biossegurança e Ergonomia Esta dissertação foi julgada e aprovada para a obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção no Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina Florianópolis 27 de março de 2002 C Prof Ricardo ir a z cia PhD Co denador do Curo BANCA ERA Prof Ricard randa ãz cia PhD Orient r Á I Q 1 Profa Silvana Pezzi M xl A5 Prof Fernando fgi de Azevedo DrEng l 1 Prof Eduardo Co ceción Batiz DrEng lll À Thays e Taty pelo amor que permitiu tanta paciência tanta compreensão e tanta cumplicidade Aos meios pais Celestino e Aida pela confiança e estímulo iv Agradecimentos À Universidade Federal de Santa Catarina e à Coordenação do Curso de i PósGraduação em Engenharia de Produção Ao orientador Prof Ricardo Miranda Barcia pela confiança depositada Ao meu irmão Fernando pelo primeiro incentivo e constante apoio À professora Silvana Pezzi pela dedicação e competência Ao professor Eduardo Concepción pela amizade e colaboração À Direção da Instituição e à Chefia do Seniço de Análises Clínicas pela oportunidade concedida À todos os profissionais envolvidos no serviço em especial às bioquímicas Rosemeri Laura e Elizabeth pelas sugestões e pela disponibilidade de sempre À todos que contribuiriam para a realização desta pesquisa suvÁRo Lista de Figuras pviii Lista de Quadros pix Lista de Reduções px Resumo pxii Abstract pxiii 1 NTnoDuçÃo p1 11 Contextualização do problema p1 1 2 Objetivos do trabalho p5 121 Objetivo geral p5 122 Objetivos específicos p5 13 Justificativa e relevância do trabalho p6 14 Limitações da pesquisa p8 15 Metodologia p9 16 Estrutura do trabalho p10 2 REVISAO BIBLIOGRAFICA p11 21 Considerações gerais sobre riscos profissionais p11 22 Categorização de riscos ambientais p13 221 Riscos físicos p13 0 Ruído p13 ø iluminação Cores p14 ø Temperatura Umidade p16 ø Ventilação p17 222 Riscos biológicos p18 223 Riscos químicos p19 Vl 23 Ergonomia p21 231 Uma abordagem centrada no conceito homem tarefa p21 24 Biossegurança p26 25 A área de abordagem o serviço laboratorial clínico p30 251 As organizações de saúde p31 252 O seniço de análises clínicas p32 0 Os profissionais de laboratório p36 253 Os riscos laboratoriais p39 254 A prevenção e o controle dos riscos laboratoriais p43 0 Os componentes relativos aos procedimentos p46 0 Os componentes arquitetônicos p50 3 PRocEDvENTos vEToDoÓccos p5ô 31 A técnica do checklist p57 32 O método da Análise Ergonômica do Trabalho AET p62 4 ESTUDO DE CASO p65 41 Procedimentos iniciais p65 42 Descrição do ambiente o serviço de análises clínicas do HU UFSC p66 43 Aplicação do checklist p69 44 Diagnóstico do checklist p79 45 Aplicação da Análise Ergonômica do Trabalho AET p81 451 Análise da demanda e levantamento da hipótese p81 452 Análise da tarefa p82 0 Reconhecimento do ambiente p82 453 Análise das atividades p86 0 Acompanhamento das atividades p86 46 Diagnóstico da Análise Ergonômica do Trabalho AET p91 47 Discussão dos resultados p93 48 Recomendações p94 vii 5 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS p97 51 Conclusão p97 52 Recomendaçoes para trabalhos futuros p99 6 nEERÊNcAs BBoGRÁcAs p1oo 7 ANEXOS p105 71 Descrição de tarefas bioquímicolfarmac biomédico e técnico p105 72 Substâncias químicas riscos e precauções p107 73 Substâncias químicas incompatibilidades p108 74 Classificação dos resíduos sólidos de saúde p108 75 Procedimentos de segurança estabelecidos pela Biossegurança p109 76 Soluções desinfetantes tipos e características p11O 77 Manipulação e tratamento de resíduos sólidos e líquidos p110 78 Equipamentos de Proteção Individual EPIs tipos e caract p112 79 Câmaras de Segurança Biológica Lab de Nível II classificação p1 13 710 Sinalização de segurança p113 711 Critérios construtivos p114 712 Critérios ambientais e ergonômicos p116 713 Símbolo Internacional de Biossegurança p1 18 714 Checklist p118 715 Questionário da AET p121 716 Planta baixa LAC I HU I UFSC p125 717 Layout atual Laboratório de Bioquímica Clínica I HU I UFSC p126 718 Layout proposto Laboratório de Bioquímica Clínica I HU I UFSC p127 viii Lista de Figuras Figura 1 Relação atividade carga de trabalho saúde acidentes p25 Figura 2 Elementos da Política de Biossegurança p29 Figura 3 Organização funcional de um laboratório p52 Figura 4 Organograma do SACL HU UFSC p67 Figura 5 Percepção de risco das atividades p90 Figura 6 Percepção da importância da atividade p91 Figura 7 Modelo de rótulo para coleta de resíduos químicos p111 ix Lista de Quadros Quadro 1 Grupos de risco p19 Quadro 2 Elementos condicionantes do estado de Biossegurança p28 Quadro 3 Aspectos relativos à competência da pessoa p39 Quadro 4 Laboratório básico de nível ll p45 Quadro 5 Procedimentos Operacionais Padronizados POPs p47 Quadro 6 Programa de um LAC p53 Quadro 7 Modelo proposto do checklist p60 Quadro 8 Elementos da análise da tarefa p63 Quadro 9 Dados dos profissionais LAC HU UFSC p69 Quadro 10 Quadro 11 Quadro 12 Quadro 13 Quadro 14 Quadro 15 Dados dos profissionais Iab bioq clínica HU UFSC p83 Dinâmica de trabalho Iab bioq clínica HU UFSC p83 Equipamentos tipos e número Iab bioq clínica HU UFSC p84 Freqüência de sintomas relacionados às atividades p89 Freqüência dos agentes de conforto e segurança p89 Proposta de capacitação p96 Siglas ABNT AET BPL BTM scnl CDC CFL CLT CONAMA Css DssH DNA DNssT EASs EPC Em FAPEU HEPA HW Hu LAC LPC Ms MT NBR Lista de Reduções Associação Brasileira de Normas Técnicas Análise Ergonômica do Trabalho Boas Práticas de Laboratório Boas Técnicas Microbiológicas Seniço de Controle de Infecção Hospitalar Center for Desease Control Cabina de Fluxo Laminar Consolidação das Leis do Trabalho Comissão Nacional de Meio Ambiente Cabina Câmara de Segurança Biológica Departamento de Saúde e Serviços Humanos Ácido Desoxirribonucléico Departamento Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador Estabelecimentos Assistenciais de Saúde u Equipamento de Proteção Coletiva Equipamento de Proteção Individual Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária High Efficiency Particuate Air Human Immunodeficiency vírus Hospital Universitário Laboratório de Análises Clínicas Laboratório de Patologia Clínica Ministério da Saúde Ministério do Trabalho Norma Brasileira NCCLS NIH NU NR OGM OMS PPRA PU RNA SAC SUS UFSC WOH National Commitee for Clinica Laaboratory Standards National Unstitutes of Health Normas Universais Norma Regulamentadora Organismos Geneticamente Modificado Organização Mundial de Saúde Programa de Prevenção de Riscos Ambientais Precauções Universais Ácido Ribonuciéico Serviço de Análises Clínicas Sistema Único de Saúde Universidade Federal de Santa Catarina World Health Organization xii Resumo DE AZEVEDO Maria de Fátima Mendes Análise de riscos em ambientes laboratoriais clínicos uma abordagem centrada em Biossegurança e Ergonomia Florianópolis 2001 127f Dissertação Mestrado em Engenharia de Produção Programa de Pósgraduação em Engenharia de Produção UFSC2001 Esta pesquisa aborda riscos em laboratórios clínicos principalmente os de origem biológica representados pela manipulação de materiais infecciosos coletados para análises e acentuados na presença de aspectos físicoambientais organizacionais e operacionais desfavoráveis Introduz um modelo de identificação destes fatores responsáveis por doenças ocupacionais incidentes e acidentes a partir da avaliação integrada dos critérios estabelecidos na legislação referente à Higiene e Segurança do Trabalho Qualidade de Sistemas Preservação Ambiental e Biossegurança Apresentao na forma de um check list e associa a este paralelamente a análise ergonômica do trabalho evidenciando elementos adicionais de risco ligados aos aspectos psicossociais fisiológicos e cognitivos do seniço em um contexto específico Através do estudo de caso centrado no Laboratório de Análises Clínicas do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina em Florianópolis SC define pontos críticos e disponibiliza meios para a adoção de medidas que minimizem eou eliminem efeitos sobre o homem eou sistema buscando a segurança e a saúde dos profissionais além da qualidade dos seniços prestados Palavraschave Risco Biossegurança Ergonomia Laboratório Clínico Abstract DE AZEVEDO Maria de Fátima Mendes Análise de riscos em ambientes laboratoriais clínicos uma abordagem centrada em Biossegurança e Ergonomia Florianópolis 2001 127f Dissertação Mestrado em Engenharia de Produção Programa de Pósgraduação em Engenharia de Produção UFSC This research project comprises the assessement of risks in the Clinical Laboratories mainly related to the biological ones represented by the manipulation of infectious material collected to examination and is focused on unfavorable physicalenvironmental organizational and operational aspects lt introduces a model that identifies adverse factors responsible for occupatíonal illnesses incidents and accidents departing from an integrated evaluction about the criteria that were established on the current Iegislation regarding the hygiene and safety of workers systems quality environmental presenation and biosafety lt is presented like a check list and associates in a parallel way the job ergonomic analysis putting in evidence the psicosocial and cognitive senice aspects in a specific context Through a case study carried out at the Hospital of the Federal University of Santa Catarina in Florianópolis SC the proposed methodology was able to identify critical points and to show ways to reduce andor eliminate those efects on man andor system looking after the professionals safety and health and also the quality of the provided senices Keywords Risks Biosafety Ergonomic Clinical Laboratories 1 1 NTRoDuçÃo 11 Contextualização do problema O crescimento das cidades nas últimas décadas gerou o aumento na produção de bens e serviços e a transformação do conhecimento em força de trabalho favorecendo a mudança do perfil do trabalhador Segundo Dela Coleta 1991 o homem se distancia de uma imagem de energizador do trabalho e voltase à função de planejamento processamento de informação e tomada de decisão dentro do processo produtivo Por outro lado com o aumento da demanda e do desemprego e o enfraquecimento do poder sindical formamse sistemas de extrema competitividade e flexibilidade forçando a modificação da estrutura do trabalho Castro e Waissmann apud Teixeira e Valle1996 Crescem também os comprometimentos com a saúde e a segurança dos trabalhadores evidenciados pelo grande número de incidentes acidentes e exposições a doenças caracterizando os riscos profissionais No setor de saúde mais especificamente em ambientes laboratoriais clínicos esta realidade se acentua na presença de agentes contaminantes Os laboratórios clínicos representam ambientes hostis ao agregarem no mesmo espaço equipamentos reagentes soluçoes microorganismos pessoas papéis livros amostras e outros Vendrame1997 2 Baseado em experiências vividas como profissional de arquitetura hospitalar com atuação na área e em constante contato com a rotina de estabelecimentos destinados a este fim presenciei a carência de postura profissional e gerencial nas questões relacionadas aos agentes de risco particularmente os biológicos Esta constatação sustentase na percepção dos insuficientes meios e recursos disponibilizados para o enfrentamento destes e pela acomodação profissional frente às adversidades do processo de trabalho Neste sentido alguns autores atribuem ao desconhecimento dos riscos inerentes aos agentes biológicos a responsabilidade pela negligência da maioria dos profissionais na prevenção e no controle desta espécie de risco Vendrame1997 Porém fatores relativos à organização aos meios operacionais e aos ambientes de trabalho devem ser considerados Vários estudos comprovam os efeitos destes elementos sobre o homem e o serviço e levantam a necessidade de ações voltadas à segurança profissional patrimonial e ambiental INSERME 1991 Costa 2000 Vendrame 1997 Zurita 1997 Dela Coleta 1991Teixeira e Valle 1996 Oliveira 1980 Com este objetivo pesquisas detêmse na identificação de aspectos afins entre as abordagens de Segurança e Higiene do Trabalho Qualidade de Sistemas e Presenação Ambiental visando à sua integração e permitindo a criação de um critério único de avaliação avaliação integrada direcionada aos estudos de Biossegurança Chávez 1994 De Fex 1993 MAPFRE Segurança 1993 Viña et al 1997 3 Na atualidade assistese a tendência universal de considerar estas abordagens estratégicas e fundamentais para qualquer organização representando inclusive instrumentos de competitividade na garantia do bom nível dos serviços prestados Concepción2001 A partir desta tendência e considerando a necessidade de maiores explorações sobre a interferência de fatores adicionais aspectos psicossociais fisiológicos e cognitivos inerentes às atividades na construção das situações de risco tornase essencial na análise destas a formulação de novas conexões entre disciplinas estudos multi disciplinares Com este propósito pode ser introduzida a Ergonomia que fundamentase na eficácia das organizaçoes e no conforto e saúde dos trabalhadores resultantes do estudo do homem em seu ambiente de trabalho da evolução da tecnologia e das próprias pessoas Falzon 1996 Santos et aI1997 E a Biossegurança centrada no avaliação do risco biológico reconhecendo fontes de perigo controlando situações desfavoráveis através de decisões técnicas eou administrativas e promovendo mudanças Costa 2000 A associação destas disciplinas na avaliação dos riscos presentes em laboratórios clínicos pode facilitar a percepção dos elementos anteriormente citados e permitir um melhor entendimento do processo de trabalho considerando dentre outras questoes Como os fatores fisiológicos e psicológicos dos profissionais envolvidos relativos à carga de trabalho satisfação e motivação dentre outros interferem na condução das atividades 4 Quais as principais deficiências físicas e funcionais do serviço Qual a percepção dos envolvidos sobre os riscos do processo de trabalho Contudo a evolução desta pesquisa e os resultados alcançados condicionarão a solução da questão maior deste estudo A elaboração de um modelo de análise integrada direcionada à Biossegurança na forma de um checklist e associada ao método da análise ergonômica do trabalho pode representar um instrumento eficiente na análise dos fatores favorecedores de riscos em ambientes laboratoriais clínicos 5 1 20bjetivos do trabalho 1 21 Objetivo geral Este trabalho tem como objetivo a construção de um modelo de avaliaçao que permita a identificação de agentes de risco em Laboratórios de Análises Clínicas LACs sustentado em conhecimentos métodos e técnicas da Ergonomia e da Biossegurança provendo meios para a adoção de medidas que os minimizem eou eiiminem A 1 22 Objetivos específicos Desenvolver um modelo de avaliaçao de riscos em ambientes laboratoriais clínicos partindo do levantamento análise e avaliação integrada dos critérios estabelecidos na legislação referente à Higiene e Segurança do Trabalho Qualidade de Sistemas e Presenação Ambiental direcionado à Biossegurança e apresentado na forma de um checklist Associar a este modelo uma Análise Ergonômica do Trabalho AET como ferramenta paralela de avaliação dos aspectos físicos e funcionais do seniço e dos fatores fisiológicos psicossociais e cognitivos inerentes às atividades favorecedores de sobrecarga física eou psíquica 6 o Testar a eficiência do modelo aplicandoo em um laboratório de análises clínicas 0 Provocar durante o desenvolvimento da pesquisa a reflexão de cada trabalhador sobre o seu ambiente de trabalho favorecendo a criação de uma imagem geral das condições de trabalho e dos riscos deste o Colaborar através de recomendações na estruturação análise e decisão das questoes relativas aos riscos principalmente de origem biológica para que possam se configurar em prioridade nestes estabelecimentos permitindo novas abordagens na sua gerência 13 Justificativa e relevância do trabalho O Seniço de Análises Clínicas SACL ou Seniço de Patologia Clínica SPCL representa um potencial de risco para seus funcionários pela exposição a agentes biológicos presentes Vendrame1997 Na literatura mundial alguns registros fazem referência ao risco ocupacional no trabalho laboratorial por infecções a agentes etiológicos e patogênicos e por lesões ao organismo Zurita1997 Uma pesquisa em especial realizada por Sulkin e Pike no período de 1930 a 1979 analisou 5000 laboratórios em todo o mundo e obsenou 4079 infecções na maioria bacterianas sendo 168 fatais Teixeira e Valle 1996 7 Recentemente percebese uma preocupação maior com o controle dos riscos nestes ambientes a partir do fortalecimento dos conhecimentos de Biossegurança Esta inicialmente voltada aos cuidados com a manipulação profissional hoje estendese à análise dos fatores periféricos físicos químicos e ergonômicos ao controle da qualidade e à preservação ambiental Costa 2000 Neste sentido estudos têm sido direcionados à Biossegurança em vários centros biotecnológicos sustentados na avaliação integrada de ambientes laboratoriais e farmacêuticos Concepción 1996 Viña et al 1994 Porém no Brasil ainda é discreta a aplicabilidade desta análise no serviço de análises clínicas Poucos são também os registros que se detêm nos efeitos sobre o serviço e os profissionais dos fatores subjetivos fisiológicos cognitivos e psicológicos envolvidos na condução das atividades laboratoriais j Partindo desta premissa decidiuse realizar uma investigação científica em um laboratório o laboratório de análises clínicas do HUUFSC através da aplicação de uma avaliação integrada na forma de um check list e da realizaçao de uma análise ergonômica Com este propósito buscase uma maior aplicabilidade da Biossegurança e da Ergonomia na melhoria dos serviços na garantia da saúde e da segurança ocupacional e na produção de material técnicocientífico a ser utilizado como referência para futuros trabalhos junto a estabelecimentos de saúde que se destinem a este fim 8 14 Limitações da pesquisa Embora considerando a complexidade e abrangência do tema este trabalho busca a avaliação de um novo modelo de identificação de agentes de risco em ambientes laboratoriais clínicos O modelo desenvolvido consiste em um check list aplicado em um Laboratório de Análises Clínicas LAC abordando aspectos relativos às condições físicoambientais organizacionais e operacionais do seniço e complementase com uma avaliaçao paralela realizada no setor de bioquímica clínica do referido laboratório Esta última sustentase na análise ergonômica do trabalho dos bioquímicos biomédicos e técnicos do setor consubstanciada nos dados coletados a partir da aplicação do check ist e nas informações sobre aspectos psicossociais fisiológicos e cognitivos do serviço A aplicação do modelo resulta em um diagnóstico sobre o laboratório analisado o laboratório de análises clínicas do HUUFSC e em algumas recomendações que possam minimizar situações desfavoráveis Contudo de forma mais específica e detalhada são apresentadas recomendações para o setor de bioquímica clínica da referida unidade Destaca se a falta de pretensão de esgotar as possibilidades de construçao deste modelo o que poderá ser alcançado em uma futura pesquisa mais 9 detalhada onde poderão ser analisados outros serviços de análises clínicas e confirmados o modelo proposto e os argumentos que lhe deram embasamento 15 Metodologia A metodologia adotada obedece à introdução de uma técnica de análise de riscos tradicional em estudos de Biossegurança o check list utilizada por profissionais de Engenharia de Segurança e Qualidade Esta apresentase como ferramenta de apoio em inspeções direcionadas ao reconhecimento do estado de cumprimento de certos dispositivos normas e recomendações normalmente relativas à segurança e higiene ocupacional eou como recurso em auditorias realizadas para avaliação sistemática de atividades e resultados A técnica desenvolvida nesta pesquisa encontrase associada ao método da análise ergonômica do trabalho onde as avaliações sustentamse na fundamentação teórica do tema escolhido consubstanciadas em conhecimentos e normas de Ergonomia A eficiência do modelo proposto é testada pela sua aplicação fazendose uso de obsenaçoes do serviço e do ambiente de entrevistas e questionários que subsidiam o diagnóstico da situação e as recomendações pertinentes 10 16 Estrutura do trabalho O trabalho está estruturado em cinco capítulos Capítulol Introduz o trabalho apresentando a problemática a ser abordada os objetivos a importância do trabalho e suas limitações e detalhada metodologia utilizada e sua organização Capítulo ll Contempla a revisão bibliográfica abordando os principais conceitos sobre riscos profissionais Ergonomia e Biossegurança e apresenta a área de abordagem o Seniço de Saúde mais especificamente o serviço de análises clínicas e de bioquímica clínica características profissionais e riscos Capítulo III Detalha o modelo proposto de identificação de agentes de risco em ambientes laboratoriais clínicos baseado na técnica do check list e na metodologia da análise ergonômica do trabalho Capítulo IV Apresenta o estudo de caso com os resultados coletados a partir da apicaçao do modelo subsidiando a elaboraçao do diagnóstico da situaçao analisada e as recomendações pertinentes Capítulo V Elabora a conclusão e as recomendações para trabalhos futuros 11 2 REvsÃo BBocRÁcA Este capítulo detémse nos conceitos sobre riscos profissionais e apresenta os segundo uma classificação que envolve fatores condicionantes de acidentes eou favorecedores de doenças ocupacionais na condução das atividades de trabalho São introduzidas também características do serviço de análises clínicas atribuições recursos e profissionais necessárias ao desenvolvimento do processo de trabalho os riscos deste bem como as medidas disponíveis para a sua prevençao e controle e são apresentadas noçoes sobre Ergonomia e Biossegurança como ferramentas de avaliação destes elementos 21 Considerações gerais sobre riscos profissionais No setor de prestação de serviços eou no processo produtivo a preservação da saúde e a manutenção da segurança dos envolvidos constituem fatores estratégicos determinantes também da eficiência do sistema e da qualidade dos resultados Neste contexto os riscos profissionais apresentamse como elementos comprometedores de tais objetivos o que justifica as iniciativas direcionadas à sua análise prevenção e solução como se propõe esta pesquisa 12 Neste contexto destacamse inicialmente os fatores presentes nos ambientes de trabalho de ordem física e funcional responsáveis por incidentes acidentes e exposições a doenças ocupacionais Um incidente representa qualquer alteração nos procedimentos de rotina que provoquem perdas materiais e de produtos quebras de equipamentos e instrumentos vazamentos contaminações e escapes de substâncias um acidente caracteriza a ocorrência de lesão ao trabalhador e uma exposição a possibilidade de alterar a saúde de pessoas levando a doenças ocupacionais Concepción 2001 Por esta razão a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA do Ministério do Trabalho ISEGNET 2001 entende os riscos de acidentes ergonômicos e ambientais como todos os fatores adversos do ambiente de trabalho ou do processo operacional das atividades Os riscos de acidentes estão relacionados a equipamentos matériasprimas e outros que se inadequados ao serviço podem ser responsáveis por alterações na rotina normal do trabalho CIPA apud lSEGNET2001 e os riscos ergonômicos referemse aos fatores de ordem fisiológica cognitiva e psicológica inerentes à execução das atividades ligados ao conforto às posturas de trabalho ao esforço físico ou à fadiga que possam provocar alteraçoes no organismo e no estado emocional dos trabalhadores Santos e Fialho 1997 Por outro lado os riscos ambientais são atribuídos aos agentes presentes no ambiente de trabalho que segundo sua natureza e a forma como atuam no 13 organismo humano classificamse em físicos químicos e biológicos NRO9 do Ministério do Trabalho De modo geral todos estes riscos onde quer que se encontrem devem e podem ser analisados apartir de medidas direcionadas ao seu reconhecimento avaliação e controle O Ministério da Saúde BrasiI1995 atribui Reconhecêlos seria identificálos avaliálos seria quantificálos ou analisálos segundo sua magnitude em comparação a alguns padrões e controlálos representaria a adoção de medidas diversas técnicas ou administrativas preventivas ou corretivas com o objetivo de eliminálos ou minimizálos 22 Categorizaçao de riscos ambientais A Norma do Ministério do Trabalho NRO9 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais PPRA define legalmente os riscos ambientais como todos os agentes físicos químicos e biológicos presentes nos ambientes de trabalho Estes são expostos no seguimento desta pesquisa precedidos pela apresentação daqueles responsáveis pelo conforto ambiental condições de ruído iluminação temperatura e ventilação 221 Riscos físicos 0 Ruído Em ambientes de trabalho sao identificáveis sons de diversas naturezas advindos dos equipamentos das comunicações e dos sistemas de informação 14 Alguns apresentamse incômodos indesejáveis ou até perigosos denominados ruídos e representados sob inúmeras caracterizações desnecessárias às atividades Concepción2001 Segundo lida 1992 o ouvido humano percebe uma faixa de amplitudes sonoras variáveis de valores aproximados de 0 zero a potências equivalentes à 130dBA Acima desta faixa de valores situase o limiar da percepção dolorosa que pode gerar danos ao aparelho auditivo Estes danos temporários ou permanentes variam em função do tempo de exposição do trabalhador aos ruídos e da freqüência e intensidade dos mesmos podendo ser responsáveis pela redução da sua capacidade auditiva ou se a exposição for intensa e prolongada pela alteração do seu estado emocional e comprometimento do equilíbrio psicossomático Os ruídos contínuos não devem exceder o nível de 85dBA estabelecido pela Portaria n 321478 do Ministério do Trabalho como Nível Máximo Admissível NMA para jornadas de 8hdia Esta Portaria alerta para conseqüências ao organismo humano como fadiga perda da atenção e retardamento da reação ante sinais audíveis e visíveis que desencadeiam afetações fisiológicas o IluminaçãoCores Em sua rotina de trabalho o homem está envolvido por luzes e cores naturais e artificiais que se bem adequadas podem lhe promover aumento de desempenho e de satisfação e redução de fadiga É importante sempre que possível o aproveitamento da luz natural luz do dia ao sistema de iluminação interior Esta apresenta uma qualidade muito 15 superior à artificial causando menor cansaço para a vista e permitindo melhor percepção das cores Contudo deve ser evitada a incidência direta do sol sobre o local de trabalho como forma de prevenir o ofuscamento representado pela perda de visibilidade devido ao processo de adaptação do observador a uma variação eou velocidade muito grande de iluminação incidindo sobre seus olhos Pereira 1993 Sistemas de iluminação artificiais procuram resguardar uma iluminação adequada sobre o plano de trabalho e fundamentamse na escolha criteriosa de lâmpadas e luminárias uma vez que fatores determinantes como o fluxo luminoso que chega ao posto de trabalho dependem do tipo de lâmpada selecionada Segundo Concepción 2001 podese prever um sistema de iluminação geral uniformemente distribuído localizado e suplementar evitando ofuscamentos sombras contrastes e reflexos inoômodos ou a combinação destes para o melhor atendimento das necessidades de trabalho visual Já o estudo das cores embora possa ser considerado um fator ambiental secundário na concepção dos espaços de trabalho tornase fundamental à medida que contribui com a adequação do seu uso não só para a segurança codificação de perigos pelo uso da cor para orientação organizacional princípio de organização pela aplicação da cor mas também para a saúde e bem estar dos trabalhadores devido a sua influência psicológica Neste aspecto a cor pode ser entendida como uma resposta subjetiva a um estímulo luminoso que penetra nos olhos e exerce uma influência sobre o trabalho e o comportamento humano atuando não só pelo canal perceptivo da visão 16 transmitindo mensagens às quais podemos atribuir significados aspecto psicodinâmico como predispondo determinados estados de humor desencadeando emoções modificando comportamentos e por vezes alterando o funcionamento do organismo Para Pereira 1993 a cor tem influência sobre a saúde o bom humor e o rendimento das tarefas possibilitando a obtenção de reaçoes psicológicas positivas o TemperaturaUmidade A temperatura e a umidade do ambiente são questões determinantes na manutenção do conforto ambiental Segundo lida 1992 o homem faz uso de mecanismos que favorecem o controle da temperatura corporal em torno de 37C já que o organismo humano tal uma máquina exotérmica gera calor pelo metabolismo e elimina calor por radiação convecção condução e evaporação A quantidade desta energia recebida ou entregue pode ser determinada pela variação de temperatura do corpo que cedeu ou que recebeu calor O grau de umidade do ar e a velocidade do vento são determinantes também da sensação termica pois influenciam na evaporação Assim a temperatura efetiva corresponde a todas as combinações de temperatura ambiental umidade relativa do ar e velocidade do vento que produzem a mesma sensação térmica Para lida 1992 Temperatura efetiva é aquela que produz sensação equivalente de calor a uma temperatura medida com o ar saturado 100 de umidade relativa e praticamente parado sem ventos onde as zonas de conforto térmico 17 correspondem à faixas estreitas de variação de temperatura de 20C a 24C de umidade relativa de 40 a 60 e de velocidade do ar aproximadamente 02 ms para organismos adaptados ao calor ç Um trabalhador ao suportar altas e baixas temperaturas terá seu rendimento alterado Em altas temperaturas acima de 30C pode apresentar decaimento no rendimento das atividades maiores pausas e menor concentração e em temperaturas muito baixas abaixo de 15C diminuição de concentração e redução de habilidades motoras 0 Ventilação Um sistema de ventilação pode ser natural pelo efeito do vento ou artificial mecânico pelo efeito de ventiladores Este último sistema pode classificarse em geral resguardando um efeito homogêneo no ambiente ou localizado direcionado a uma determinada zona por extração de dentro para fora ou por injeção de fora para dentro A conveniência de uso de qualquer destes sistemas deve variar em função do fluxo necessário ao cumprimento dos objetivos A presença de fatores desfavoráveis no clima de trabalho ou a presença de substâncias nocivas ao organismo humano pode ser minimizada com a adoção de sistemas de ventilação capazes de resguardar o ambiente de odores desagradáveis gases vapores e outros contaminantes ou de manter o intercâmbio térmico entre o homem e o meio ambiente Concepción 2001 Tornase importante destacar que a ventilação natural deve ser aproveitada pela adequada distribuiçao de aberturas de entrada e de saída de ar janelas 18 222 Riscos biológicos Os riscos biológicos no ambiente de trabalho resultam do contato do homem com agentes biológicos Hospital das Clínicas da FMUSP 1998 H Segundo Norma do Ministério do Trabalho NRO9 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais PPRA estes agentes bactérias vírus fungos bacilos parasitas e protozoários na forma de macro e microorganismos são normalmente encontrados nas amostras de pacientes e nos ambientes expondo os trabalhadores às mais diversas contaminações Algumas atividades estão vinculadas diretamente aos agentes biológicos e sujeitas a esta espécie de risco principalmente aquelas que envolvem a manipulação de materiais e resíduos infecciosos A Organização Mundial de Saúde OMS apud Geneva 1994 adverte que cada país deve reconhecer os microorganismos do seu território e classifica los em grupos de risco quadro 1 a seguir uma vez que os agentes biológicos a formação do pessoal envolvido e os meiosrecursos disponíveis para combatêlos são variáveis H Para tal é necessária a observação das características do hospedeiro da densidade e dos movimentos migratórios da população hospedeira e a avaliação dos modos de transmissão dos vetores apropriados para combatêlos e das normas de higiene ambiental disponíveis 19 Esta Organização considera igualmente importante as medidas de prevenção vacinas e soros de saneamento higiene de alimentos e água e de tratamento eficaz O H Quadro 1 Grupos de risco GRUPO DE RISCO I agentes que não apresentam risco individual nem coletivo ex bactérias E coli B subtilis GRUPO DE RISCO ll agentes que apresentam risco individual moderado e fraco para a comunidade Risco de propagação limitado permitindo tratamento preventivo ex bactérias Clostridium tetani Klebsiella pneumoniae Staphylococcus aureus vírus EBV herpes fungos Candida albicans parasitas Plasmodium Schistosoma GRUPO DE RISCO Ill agentes que apresentam risco individual grave e moderado para a comunidade podendo representar lesões ou sinais clínicos graves e nem sempre permitindo tratamento ex bactérias Bacillus anthracis Brucella Chlamydia psittaci Mycobacterium tuberculosis vírus hepatites B e C HTLV 1 e 2 HIV febre amarela dengue fungos Blastomyces dermatiolis Histoplasma parasitas Echinococcus Leishmania Toxoplasma gondii Trypanosoma cruzi GRUPO DE RISCO IV agentes que apresentam risco grave individual e para a comunidade com possibilidade de propagação não permitindo tratamento ex vírus de febres hemorrágicas Fonte Manual de Bioseguridad en el Laboratorio OMS 1994 adaptado 223 Riscos químicos Os agentes químicos representados por poluentes do ambiente de trabalho exercem ação sobre o organismo humano desencadeando muitas vezes doenças profissionais Grist 1995 Estes agentes estão presentes em diversas atividades na forma de produtos de limpeza desinfecção e esterilização ou no processamento de exames laboratoriais clínicos OMS apud Geneva1994 20 Hoje os processos e compostos desenvolvidos podem ser classificados em função de suas características e de seu estado físico na forma sólida líquida ou gasosa como define a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA ISEGNET 2001 Os agentes químicos apresentamse em suspensão ou dispersos no ar atmosférico contaminantes atmosféricos sob a forma de aerodispersóides poeira fumo fumaça e névoa gases dispersões de moléculas misturadas ao ar e vapores dispersões de moléculas no ar que condensamse para formar líquidos ou sólidos em condições normais de temperatura e pressão O risco destes produtos para o organismohumano segundo Concepción 2001 está associado ao fato de serem irritantes asfixiantes alérgicos inflamáveis tóxicos cáusticos carcinogênicos causadores de câncer ou mutagênicos favorecedores de anomalias congênitas O autor afirma que os níveis de toxicidade concentração e absorção destes produtos o tempo de exposição e as vias de ingresso no organismo determinam a forma como podem atuar no homem Outros fatores individuais idade sexo enfermidades e ciclos biológicos ou ambientais temperatura ventilação e ruído devem ser considerados A partir destas propriedades limites de tolerância são definidos em Norma do Ministério do Trabalho NR15 Atividades e Operações Insalubres determinando a concentração ou a intensidade de uso dos produtos relacionados com o tempo e a natureza da exposição ao agente dentre outros 21 Em geral todos os riscos aqui evidenciados ganham uma dimensão acentuada no serviço laboratorial clínico em função principalmente da manipulação de materiais infecciosos e contaminantes O estabelecimento de critérios voltados à avaliaçao controle eou eliminação destes riscos a partir dos conhecimentos da Ergonomia e da Biossegurança apresentados a seguir são pertinentes 23 Ergonomia Os conceitos da Ergonomia direcionamse ao entendimento das questões relativas ao homem em seu ambiente de trabalho visando à sua segurança e saúde bem como à qualidade do sistema A abordagem apresentada neste trabalho centrase nas características do sistema homemtarefa que melhor representa o serviço de análises clínicas 231 Uma abordagem centrada no conceito homem tarefa Pesquisas a respeito do homem no trabalho destacamno em seu desejo de dominar o ambiente profissional por conveniência ou limitação na busca de adaptações ou modificações que resultem em conforto e produtividade Assim ao criar dispositivos e meios para atingir seus objetivos pode ver comprometidos a saúde e a vida Dentro desta questão Cameron e Corkindale 1961 fazem uma análise histórica do trabalho baseada em três períodos 22 O primeiro período centrado na preocupação com a máquina como componente físico utilizado pelo homem enfatizando a importância do treinamento e da seleção profissional o segundo periodo voltado ao contexto econômico como determinante do controle das falhas humanas evidenciando o homem como centro das preocupações e buscando o aprimoramento do ambiente profissional adaptação da máquina ao homem e o terceiro período centrado na idéia de sistema em que homem e máquina devem ser entendidos de forma indissociável sistema homemmáquina visando à otimização das relações entre ambos Santos e Fialho 1997 consideram que a Ergonomia como ciência aplicada surge basicamente da necessidade de estudar o homem em seu ambiente de trabalho Contudo para os autores em um modelo homemmáquina pode ser negligenciado o caráter penoso do trabalho relativo à carga física e mental e aos riscos de acidentes O sistema homemtarefa apresentase mais adequado ao compreender não só as condições técnicas mas as organizacionais e ambientais do trabalho Com este propósito a Ergonomia atribui juízos de valor sobre o desempenho total destes sistemas a partir de análises parciais já que cada situação de trabalho apresentase complexa e dinâmica Neles as exigências sóciotécnicas e organizacionais da tarefa determinam os componentes do homem no trabalho caracterizando informaçoes e açoes necessárias às atividades e determinando os resultados de produção e saúde Santos e Fialho1997 23 Como definição a Ergonomics Research Society apud Santos et al1997 considera ser a Ergonomia um estudo do relacionamento entre homem ambiente ocupacional e equipamentos e particularmente a aplicação do conhecimento de Anatomia Fisiologia e Psicologia aos problemas daí decorrentes ç Pode ser entendida também comoza soma de conhecimentos científicos relativos ao homem e necessários à concepção de instrumentos máquinas e dispositivos que proporcionem maior conforto segurança e eficiência Wisner 1987 Considerando estes conceitos entendese como dois os objetivos da Ergonomia o primeiro voltado à eficácia das organizações na busca de produtividade e qualidade e o segundo direcionado ao conforto e à saúde dos trabalhadores envolvendo o controle dos riscos de acidentes e de doenças ocupacionais e a fadiga do trabalho de músculos e articulações Fazon1996 Advertese ainda que o segundo objetivo da Ergonomia deve agir sobre o favorecimento da saúde do trabalhador e não apenas sobre a sua degradação a partir de um trabalho conjunto envolvendo o homem a organização e o ambiente de trabalho acompanhando os avanços da tecnologia e as transformações pessoais ao longo do tempo Santos et al1997 Dentro desta abordagem Laviile Volkoff apud Falzon 1996 argumentam que uma ação permite a cada um construir sua própria saúde seu próprio envelhecimento dentro das melhores condições possíveis A Organização Mundial de Saúde OMS apud Costa 2000 por sua vez argumenta que a saúde pode representar não só a ausência de doença ou 24 enfermidade mas também a garantia de um estado de bem estar físico mental e social que para muitos assim como para a Ergonomia está ligado ao dinamismo de um processo de construção Falzon 1996 conclui Com o avanço da idade os processos biológicos favorecem a modificação das capacidades do homem de forma mais ou menos rápida em função das suas condições de vida e de trabalho que podem influenciar positivamente ou negativamente o processo natural de envelhecimento ou favorecer estratégias de compensação ou adaptação Assim uma análise ergonômica deve considerar a diversidade dos trabalhadores intraindividual eou interindividual os diferentes níveis de sensibilidade física e psicológica destes e as exigências cognitivas das tarefas Portanto os mesmos objetivos e meios de trabalho alocados a diferentes pessoas podem constituir diferentes situações de trabalho diferentes desempenhos e diferentes efeitos sobre o organismohumano Santos et al1997 A análise deve deterse também no estudo das características do ambiente de trabalho respeitando o dimensionamento das áreas a disposição dos espaços o arranjo físico das circulações e a prevenção de efeitos de barreira arquitetônica e deve prever fundações paredes especiais e sistemas de climatização ventilação e iluminação dentre outros elementos determinantes do conforto ambiental Santos e FiaIho1997 Atualmente a expansão do estudo da Ergonomia na avaliação de sistemas complexos e nos setores de prestação de seniços vem permitindo maiores avaliações dos efeitos das atividades de trabalho sobre o homem 25 De acordo com o Laboratoire de Neurophysiologie du Travail et DErgonomie CNAM apud Oliveira2001 o estudo do ambiente dos meios operacionais e da organização do trabalho deve adaptarse a cada caso específico o que justifica a análise paralela dos aspectos psicossociais dos profissionais dados biográficos nível de formação e vida fora do trabalho da sua interação com o ambiente assim como dos aspectos sociais do trabalho relações profissionais e estado motivacional figura 1 Estes elementos voltados à saúde e segurança ocupacional frente aos riscos profissionais vão ao encontro dos objetivos da Biossegurança melhor entendidos nos conceitos apresentados a seguir Figura 1 Relação atividade I carga de trabalho I saúde I acidentes ASPECTOS B1ooRÁF1cos Sexo Idade Altura ASPECTOS DA COMPETÊNCIA Formação Aprendizagem Experiência ASPECTOS SOCIAIS F amília Transporte Alimentação Lazer POSIÇÃO l SALARIO l ATIVIDADE DE TRABALHO L CARGA DE TRABALHO l SAÚDE Ac1DENTEs ASPECTOS FISICOAMBIENTAIS Organização espacial Instalações Elementos construtivos ASPECTOS ORGANIZACIONAIS Horário Ritmo de trabalho Instrucão Informação ASPECTOS OPERACIONAIS Modos operatóiios Equip Instrumentos Higiene Segurança ASPECTOS SOCIAIS Relações de trabalho Motivação Fonte Laboratoire de Neurophysiologie du Travail et DErgonomie CNAM apud Oliveira 2001 adaptado 26 24 Biossegurança No século XX em centros relacionados com a Biotecnologia a indústria farmacêutica e a Medicina a Biossegurança surge como ciência centrandose no controle e na minimização dos riscos biológicos através da aplicação de leis e procedimentos e visando ao avanço tecnológico e à proteção da saúde humana animal e ambiental Costa 1999 Inicialmente este conceito esteve voltado aos processos que envolvem Organismos Geneticamente Modificados OGMs tecnologia do DNA ou RNA recombinante particularmente aos aspectos relativos à manipulação destes Detinhase na aplicação de conhecimentos e medidas técnicas e no uso de equipamentos específicos para o combate eou controle de agentes infecciosos biológicos a partir da identificação dos riscos do processo Costa 1999 Dentro de um enfoque interdisciplinar de parceria com a Engenharia de Segurança Medicina do Trabalho Saúde do Trabalhador e Infecção Hospitalar surge no início dos anos 70 um entendimento mais abrangente sobre Biossegurança estendendoa aos ambientes ocupacionais e voltando seu foco para a saúde do trabalhador frente aos riscos biológicos no ambiente ocupacional Na década de 80 a OMS reconhece os riscos periféricos dos ambientes ocupacionais físicos químicos radioativos e ergonômicos e nos anos 90 destaca a proteçao ambiental e a qualidade dos serviços Neste contexto Teixeira Valle apud Costa1999 definem 27 A Biossegurança é um conjunto de ações voltadas para a prevenção minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa produção ensino desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços objetivando a saúde do homem e dos animais a preservação do meio ambiente e a qualidade dos resultados Um outro conceito epistemológico ancorado em abordagens voltadas para a sua interdisciplinalidade ação educativa e informativa vem permitir um entendimento sustentado na atuação e no desempenho profissional Assim para Costa apud Revista Proteção1999 a Biossegurança enquanto módulo representa a união e a diversidade pedagógica de várias disciplinas a Biossegurança enquanto processo a ação educativa que promove a aquisição de conteúdos e habilidades e a Biossegurança enquanto conduta os conhecimentos hábitos comportamentos e sentimentos assimilados pelo homem Esta abordagem levanta a necessidade de se entender os ambientes biotecnológicos e nãobiotecnológicos como sistemas dependentes de alguns componentes cuja interrelação condiciona as situações de risco e as possibilidades de acidentes ver quadro 2 na página seguinte Assim um estado de Biossegurança deve resultar prioritariamente da harmonia entre o homem o processo de trabalho a instituição e a sociedade Costa 2000 28 Quadro 2 Elementos condicionantes do estado de Biossegurança COMPONENTE OCUPACIONAL condições de segurança aspectos construtivos e ambientais das áreas de trabalho manipulação armazenagem e descarte de substâncias químicas e materiais biológicos fatores ergonômicos COMPONENTE EDUCACIONAL política de valorização dos recursos humanos com agregação de valores éticos filosóficos e técnicos aos trabalhadores COMPONENTE SOCIAL ações voltadas à otimização e humanização dos processos de trabalho através da implantação de programas de qualidade de vida COMPONENTE INFORMACIONAL processo de comunicação interna trabalhadoreschefia e externa relações com sindicatos entidades de classe poder público e mídia COMPONENTE ORGANIZACIONAL cultura e clima organizacional da instituição COMPONENTE TECNOLÓGICO tecnologias em prática na instituição Fonte Costa 2000 adaptado O equilíbrio destes componentes favorece a integração das ações de higiene e segurança patrimonial e ocupacional a um novo conceito que considera os fatores físicos biológicos e químicos aos quais estão expostos os trabalhadores e os aspectos psicossociais e motivacionais destes favorecedores de autoestima e realização e determinantes de qualidade de vida Costa 2000 afirma que a ausência destes últimos elementos tem sido responsável por um número grande de acidentes propiciando a exposição aos fatores anteriores Fazse necessário então aliar decisões técnicas e administrativas a medidas educativas e informativas na formação de profissionais mais conscientes de sua atuação atuação responsável e participativos na gestão destas questões figura 2 a seguir COMPONENTE NORMATIVO ações reguladoras necessárias à condução das atividades 29 Figura 2 Elementos da Política de Biossegurança rorcA SEGURANÇA na E HIGIENE nlosseounmçn I L i I PATRIMONIAL DE VIDA I i CONDIÇÕES ATUAÇÃO ASPECTOS FIsIcAs RESPONSÁVEL socIAIs AMBIENTAIS IvIoTIvAcIoNAIs QUALIDADE POP S T PROCEDIIVIENTOS OPERACIONAIS T PADRONIZADOS NORMAS PROG coNsTRUT1vAs T EDUcAcIoNAIs TÉCNICAS INFORMATIVOS NORMAS OPERACIONAIS Para Nogueira apud Teixeira e Valle 1996 devem ser incluídas nesta interpretação todas as estratégias da gestão da qualidade motivação participação comunicação e solidariedade não sendo suficiente na prática de medidas de segurança o conhecimento ou a informação sobre os riscos No Brasil em particular vivese um momento de reflexão A formação de uma cultura ou estado de Biossegurança depende prioritariamente da reavaliação do conceito sobre o qual ainda está sustentada a sua legislação centrada nas questões que envolvem a manipulação de OGMs Lei de Biossegurança de n 89741995 apud Costa2000 A Biossegurança estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização no uso das técnicas de engenharia genética na construção 30 cultivo manipulação transporte comercialização consumo liberação e descarte de Organismo Geneticamente Modificado OGM visando à proteger a vida e a saúde do homem dos animais e das plantas bem como o meio ambiente Este conceito não alcança uma abordagem pública da Biossegurança que prevê a extensão de sua aplicabilidade à manutenção e à presenação da saúde e segurança profissional e ambiental em todos os estabelecimentos que prestam atendimento de saúde e afins como os laboratórios clínicos detalhados no seguimento desta pesquisa 25 A área de abordagem o serviço laboratorial clínico Nesta etapa da pesquisa o texto introdutório recai sobre as organizaçoes de saúde e posteriormente detémse nos Laboratórios de Análises Clínicas LACs Estes integram o quadro de estabelecimentos de saúde que praticam o atendimento de apoio ao diagnóstico e à terapia de pacientes tendo atribuições e características particulares procedimentos profissionais equipamentos e instrumentos citados a seguir De forma destacada são apresentados os riscos laboratoriais assim como os meios e os recursos disponíveis para a sua prevenção e solução 31 251 As organizações de saúde Acompanhando a idéia exposta na introdução da pesquisa enfatizase mais I uma vez a evo uçao das orgamzaçoes nas últimas décadas favorecendo a transformação da figura do trabalhador e da estrutura organizacional Como vimos o progresso científico e o aumento da demanda dentre outros contribuem para a evolução dos processos e para a mudança da organização do trabalho exigindo além da eficiência e segurança o atendimento das necessidades de competitividade e flexibilidade específicas de cada organização Segundo Moscovici 1993 a concepção holística que afirma seu propósito a partir da década de 90 surge desta necessidade baseandose no investimento do sistema humano em saúde e educação e não somente em tecnologia Esta realidade nao é diferente em Estabelecimentos Assistenciais de Saúde EASs que segundo o Ministério da Saúde Brasil 1995 atuam na atenção ao cliente e em atividades de administração ensino e pesquisa Dentro deste conceito incluemse todos os ambientes que praticam atendimento humano ou animal com fins de prevenção diagnóstico tratamento e reabilitação e aqueles que realizam pesquisas na área de saúde São Estabelecimentos Assistenciais de Saúde EASs hospitais sanatórios clínicas laboratórios centros clínicos centros médicos maternidades salas de primeiros socorros e outros OMS apud Brasil 1995 32 Para estes estabelecimentos são definidas funções que se constituem em atribuições fins ligadas à assistência à saúde e em atribuições meio de garantia das primeiras e de si próprias como a prestação de serviços laboratoriais clínicos O Brasil mantém suas ações de saúde de seus Municípios e Estados vinculadas ao Sistema Único de Saúde SUS através de prestadores deste tipo de seniço tanto privados como filantrópicos ou públicos 252 O seniço de análises clínicas Para Walters 1998 o Serviço de Análises Clínicas SACL ou Serviço de Patologia Clínica SPCL atua na análise ou avaliação microscópica ou macroscópica de amostras biológicas sangue líquidos corpóreos e outras no auxílio ao diagnóstico e à orientação terapêutica de pacientes O autor destaca que estes serviços manifestaramse ao longo de anos através de observações empíricas configurarandose em laboratórios clínicos somente no século XIX nos Estados Unidos Com o advento da Primeira Guerra Mundial pela necessidade de treinamento profissional desenvolveramse em número e tamanho e permitiram o estabelecimento de exigências educacionais básicas e de escolas de tecnologia médica A partir daí a tecnologia disponível para exames laboratoriais tornouse cada vez mais complexa e essencial no auxílio da Medicina Atualmente os Laboratórios de Análises Clínicas LACs são regulamentados por leis federais e estaduais e encontramse inseridos em várias 33 organizações públicas ou privadas hospitalares ou não hospitalares localizados em clínicas médicas centros médicos repartições do governo e instalações militares com aprovação do Departamento de Saúde e Serviços Humanos DHHS por atuarem na análise de material humano O Ministério da Saúde Brasil1995 destina a estes estabelecimentos as seguintes atribuiçoes receber ou proceder a coleta de material fazer triagem do material fazer análises e procedimentos laboratoriais de substâncias ou materiais biológicos com finalidade de diagnóstico fazer o preparo de reagentes fazer a desinfecção do material analisado a ser descartado fazer a lavagem e preparo do material utilizado emitir laudo das análises realizadas Estas atribuições desenvolvemse em departamentos setores ou seções responsáveis pela operacionalizaçao dos seniços abrangendo todas as etapas pelas quais podem passar os materiais analisados do setor de coleta e processamento de amostras aos setores de bioquímica hematologia microbiologia urinálise e parasitologia dentre outros A partir da classificação adotada por Walters 1998 alguns destes setores departamentos de análise laboratorial podem ser descritos 0 Coleta e Processamento de amostras processa a coleta registro e rotulagem das amostras que são encaminhadas para cada setor de exame 34 Hematologia realiza testes envolvendo o estudo dos componentes celulares do sangue através de técnicas qualitativas obsenando características dos componentes do sangue tamanho forma e maturidade ou utilizando análises quantitativas incluindo contagens dos componentes do sangue número de leucócitos eritrócitos e plaquetas Urinálise executa exames físicos químicos e microscópicos das amostra de urina Microbiologia identifica microorganismos usualmente bactérias de amostras de sangue urina escarro secreções e outros fluidos do corpo Integra a virologia o estudo dos vírus e a micologia o estudo dos fungos Imunologia testa amostras usando métodos antígenoanticorpo como os de gravidez artrite mononucleose infecciosa infecção por HIV hepatite e doenças sexualmente transmissíveis z Parasitologia realiza o estudo dos parasitas intestinais da pele eou do sangue das doenças parasitárias e dos métodos de diagnóstico e identificação de parasitas Bioquímica executa procedimentos habituais envolvendo dosagem de glicose colesterol enzimas hepáticas ou cardíacas e medidas dos eletrólitos do sangue sódio potássio cloretos e bicarbonato Em paralelo é importante entender que a condução das atividades desenvolvidas em cada um destes setoresdepartamentos exige muitas vezes o uso de equipamentos e instrumentos Estes segundo Grist 1995 e Lima e Silva 35 apud Teixeira e Valle 1996 apresentamse com características diversas dado o avanço tecnológico da Engenharia Biomédica Os autores discorrem sobre tipos e características de equipamentos e instrumentos laboratoriais abaixo exemplificados d 0 balanças de laboratório de duplo e triplo feixe e de prato único determinam valores que variam em função das quantidades pesadas e da sensibilidade da medida 0 phmetros processam a medição de pH expressão do grau de acidez ou alcalinidade de uma solução 0 câmaras de temperatura controlada armazenam testes de laboratório e reagentes à temperatura especial de incubação estufas fornos e banhos maria e à temperatura de resfriamento ou congelamento refrigeradores e freezers Í A o microscópios permitem avaliar estruturas coradas de sangue e secções de tecidos fazer contagem de células examinar o sedimento de urina observar reações celulares e observar e interpretar esfregaços o deionizador e destilador promovem a destilação e deionização da água para que se torne mais apropriada ao preparo de reagentes V 0 pipetas automáticas transferem volumes prefixados de materiais com acurácia e precisão evitando principalmente a ingestão a inalação de aerossóis e o gotejamento de líquidos 36 0 microincineradores com alças favorecem a dispersão de material infeccioso pelas alças de transparência centrífugas giram amostras em grande velocidade para separação dos componentes celulares do sangue soro e plasma o autoclaves esterilizam itens pelo calor sob pressão de vapor para desinfecção de material infeccioso destinado ao reaproveitamento ou à remoção definitiva vidraria de vários tamanhos e formas acondicionam materiais usados em testes específicos ou na preparação e armazenagem de reagentes e soluções Para Lima e Silva apud Teixeira e Valle 1996 muitos destes equipamentos e instrumentos sao significativos na garantia da eficiência das operaçoes no controle da qualidade dos resultados e na busca da segurança dos profissionais Levandose em conta este último aspecto relativo à proteção profissional cabe uma abordagem particular que remeta ao perfil de qualificação e comportamento dos profissionais de laboratórios clínicos em suas atividades 0 Os profissionais de laboratório As atividades exercidas por profissionais de laboratórios clínicos caracterizam uma diversidade de procedimentos realizados com rapidez precisão e exatidão obedecendo altos padrões de ética Walters1998 Dentre estas destacamse aquelas desenvolvidas por bioquímicosfarmacêuticos e laboratoristas sobre os quais incidem as principais 37 atribuições do seniço definidas pelo Plano de Cargos e Salários HU anexo 71 aqui apresentadas de forma resumida Cabe ao bioquímicofarmacêutico realizar análises clínicas de exudatos e transudatos humanos com sangue urina e outros valendose de técnicas e aparelhos especiais e baseandose em fórmulas estabelecidas Cabe ao laboratorista acompanhar atividades de laboratórios empregando os meios e os instrumentos recomendados realizar exames e outros trabalhos de natureza simples que nao exigem interpretaçao técnica dos resultados e colaborar nas análises e testes de sua área de atuação dentre outros Segundo dados da OMS considerando a especificidade destes procedimentos envolvendo agentes contaminantes os profissionais de laboratório representam o grupo de maior risco dentre todos os que trabalham na área de saúde Lima e Silva apud Teixeira e Valle 1996 A partir desta realidade é pertinente que apresentem boa saúde recebam qualificação adequada e mantenhamse estimulados e motivados para o trabalho Na promoção de autoestima e motivação são de importância os conceitos da Ergonomia que consideram algumas características do organismo humano influenciadoras do desempenho profissional como a tensão ou a fadiga A fadiga por exemplo caracteriza o efeito do trabalho continuado que condiciona uma redução reversível da capacidade do organismo e da qualidade do trabalho Pode estar ligada aos efeitos fisiológicos deste intensidade e duração da atividade física e intelectual aos elementos ambientais iluminação ruído e 38 outros aos efeitos sociais relaçoes de trabalho e aos fatores psicológicos como a monotonia e a falta de motivação lida 1992 A Muitos autores já associam os riscos profissionais à estas características sobre as quais discorre Castro apud Teixeira e Valle 1996 A sobrecarga psíquica de trabalho contrapõese à noção tradicional de risco empregada pela Saúde OcupacionalMedicina do Trabalho caracterizandose por ressaltar na análise do trabalho os elementos deste que interatuam dinamicamente entre si e com o corpo do trabalhador gerando processos de adaptação que se traduzem em desgaste entendido como perda de capacidade potencial eou efetiva biológica e psíquica Ainda dentro do enfoque ergonômico há de se considerar que o homem acumula experiências e estabelece valores em cima dos quais constrói atitudes e comportamentos que determinam sua competência Esta corresponde a estruturas hipotéticas que atuam sobre o trabalhador condicionando suas ações e criando situações de trabalho Montmollin apud Oliveira 2001 As estruturas hipotéticas por sua vez são elementos interdependentes que determinam neste trabalhador o conhecimento explícito as habilidades as experiências os julgamentos de valor e as redes sociais apresentadas mais detalhadamente no quadro 3 a seguir 39 Quadro 3 Aspectos relativos à competência da pessoa CONHECIMENTO EXPLÍCITO o conhecimento dos fatos educação formal e informação HABILIDADE a arte de saberfazer envolvendo uma proficiência prática física e mental adquirida pelo treinamento e pela prática regras de conhecimento e habilidades EXPERIÊNCIA a reflexão dos erros e acertos passados JULGAMENTOS DE VALOR as percepções que agem de forma consciente e inconsciente no processo de saber de cada pessoa REDE SOCIAL as relações de cada um com as outras pessoas dentro e um ambiente e de uma cultura transmitidos pela tradição Fonte Sveiby apud Oliveira 2001 modificado Como vimos a abordagem ergonômica apresenta elementos subjetivos que podem ser igualmente comprometedores da saúde e da segurança profissional Contudo no seguimento da pesquisa serão apresentados os agentes ambientais físicos químicos e biológicos tradicionalmente reconhecidos como determinantes de riscos 253 Os riscos laboratoriais Um Laboratório de Análises Clínicas LAC quando integrante do quadro de hospitais públicos ou privados enquadrase como área crítica onde pela realização de procedimentos de risco existe maior possibilidade de transmissão de infecçao Ministério da Saúde apud Brasil 1995 O risco de aquisição de infecções laboratoriais risco biológico advém fundamentalmente da manipulação profissional e da ocorrência de acidentes Zu rita1 997 40 Neste contexto as doenças ocupacionais infecciosas resultantes da exposição dos profissionais aos agentes biológicos podem apresentarse letais e não somente insalubres Vendrame1997 Cuidados especiais devem ser proferidos à estas doenças principalmente as contraídas pelo vírus da hepatite BHBV e CHCV e da AIDS HIV requerendo prevençao e controle através de vacinas HBV ou permitindo apenas procedimentos de segurança HCV e SIDAAIDS Oliveira 2001 São agentes infecciosos os materiais manipulados para exames material sorológico urina líquidos biológicos ascítico pleural cefalorraquidiano sinovial fluidos orgânicos secreções de drenos peritoneal e abdominal e outros Walters1998 Os acidentes como faz referência Zurita 1997 resultam da manipulação com agulhas ou do corte com vidraria quebrada e demais objetos cortantes eou advém da ocorrência de derramamentos respingos eou aspirações de materiais contaminados Dentre estes últimos destacamse alguns procedimentos que representam risco de acidentes pela formação de aerossóis como a pipetagem a centrifugação a maceração de tecidos a agitação a flambagem a abertura de ampolas a manipulação de fluidos orgânicos e a abertura de frascos com cultura de células infectadas Teixeira e Valle 1996 Nesta questão segundo Vendrame 1997 é importante entender os modos de transmissão dos agentes biológicos e as vias de contaminação no organismo 41 os meios de transmissão se fazem por contato direto ou indireto por vetor biológico por vetor mecânico ou pelo ar as vias de contaminação se fazem através da ingestão da inalação de aerossóis e do contato com mucosas dos olhos nariz e boca vias respiratória conjuntival e oral de contaminação resultam da penetração através da pele perfuração com agulhas incisão de objeto cortante e descontinuidade da pele via percutânea ou acontecem pelo ataque direto sobre a pele via cutânea Outra preocupação que extrapola os limites físicos dos LACs reside na transmissão cruzada ou seja na transmissão de vírus de uma pessoa infectada para outra susceptível ou hospedeiro que dependendo das diferentes fontes de contaminação pode se estender para fora do ambiente laboratorial e acarretar danos à comunidade e ao meio ambiente Normalmente estas fontes de contaminação são representadas por pessoas ou animais infectados pelo ambiente desfavorável de trabalho por fomites objetos contaminados e por fatores organizacionais ligados a procedimentos de limpeza e desinfecção tratamento de residuais e controle de vetores Concepción2001 Segundo a OMS Geneva1994 considerando estes elementos vias de transmissão dos agentes e contaminação cruzada são necessárias medidas de segurança na condução das atividades atuando sobre pessoas instalações equipamentos e instrumentos Costa 2000 recomenda ainda a gerência de programas de qualidade e de proteção ambiental 42 Dando continuidade à abordagem sobre riscos laboratoriais clínicos nao podem ser esquecidos os produtos químicos de larga utilidade em procedimentos de limpeza desinfecção e esterilização e na manipulação de amostras OMS apud Geneva 1 994 Muitas destas substâncias pela sua manipulação eou inalação apresentam características nocivas à saúde dos profissionais provocando desconforto e causando lesões cutâneas eou no sangue pulmões e rins Grist 1995 Estes e outros perigos inerentes ao uso destas substâncias estão exemplificados no anexo 72 destacando os efeitos tóxicos irritantes e inflamáveis dentre outros que vêm requerer cuidados especiais Concepción2001 Procedimentos adicionais devem ser proferidos no armazenamento destas uma vez que por critérios de incompatibilidades podem ocasionar reações perigosas ao entrarem em contato umas com as outras exemplos no anexo 73 O residual dos serviços laboratoriais clínicos líquido gasoso e sólido também pode gerar infecções pela presença de materiais biológicos e perfuro cortantes contaminados e pela exposição aos produtos químicos eou materiais radioativos manipulados Zurita1997 Ferreira apud Teixeira e Valle 1996 esclarece De acordo com a Norma Brasileira NBR 10004 resíduos sólidos são todos os resíduos em estado sólido e semisólido que resultam da atividade da comunidade e resíduos líquidos sao determinados líquidos cujas particularidades tornam inviável o seu lançamento na rede 43 pública de esgotos ou corpos dágua ou exigem para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis face a melhor tecnologia disponível Uma classificação especial é atribuída aos resíduos advindos de estabelecimentos de saúde pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente CONAMA em sua Resolução n 05 de agosto de 1993 anexo 74 254 A prevenção e o controle de riscos laboratoriais Em geral em função da especificidade de cada um dos agentes de risco acima descritos principalmente os de origem biológica são necessárias medidas intenencionistas voltadas à sua prevenção controle eou solução consubstanciadas nos critérios de Biossegurança e outros Dessa forma visando à redução de enfermidades ocupacionais o Ministério do Trabalho através da Portaria n321478 enfatiza a necessidade de programas de imunização ativa ou passiva destaca a importância da vigilância médica e recomenda o registro de enfermidades acidentes e incidentes de trabalho NRO7 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional PCMSO Sugere também a avaliação periódica dos procedimentos operacionais e do uso de equipamentos de proteção e o reconhecimento dos riscos associados ao trabalho NRO9 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais PPRA Quanto à qualificação dos profissionais é importante que seja compatível com as funções desempenhadas Com este objetivo a OMS Geneva1994 44 recomenda a realização de capacitação básica sobre contaminações controle de infecções e segurançahigiene do trabalho e ressalta a introdução de noções sobre prevenção de acidentes e conduta ética Tornase pertinente ainda a promoção da motivação e da autoestima destes profissionais com investimentos voltados à educação em serviço treinamento on the job e cursos e com a disponibilização de informações através de cartazes jornais e vídeos Costa 2000 À Por outro lado a Biossegurança estabelece condições para confinar perigos biológicos atribuindo níveis de contenção física e operacional abaixo dos quais tornase possível reduzir a exposição dos trabalhadores da comunidade e até do meio ambiente a agentes infecciosos Com este propósito e considerando a classificação estabelecida pela OMS os laboratórios clínicos integram o quadro dos Laboratórios Básicos de nível II envolvendo agentes dos grupos de risco l e ll OMS apud Geneva1994 A partir da categorização dos referidos laboratórios sao recomendadas práticas operacionais e equipamentos de segurança na condução das atividades evidenciados no quadro 4 na página seguinte Grist 1995 45 Quadro 4 Laboratório básico de nível II NÍVEL ll DE CONTENÇÃO aplicase aos Laboratórios Básicos representados por serviços de atenção primária à saúde hospitais de nível primário laboratórios de diagnóstico ensino universitário e saúde pública prevendo bom planejamento espacial e funcional boas práticas laboratoriais BPL boas técnicas microbiológicas BTM câmara de segurança biológica CSB classe I e ll para manipulação envolvendo agentes que possam criar aerossóis Fonte Concepción 2001 e Simas apud Teixeira e Valle 1996 adaptado Neste contexto o Ministério da Saúde Brasil 1994 entende a importância das condutas e dos equipamentos específicos Contudo admite que soluções arquitetônicas e ambientais podem auxiliar no controle de contaminações por agentes infecciosos definindo Sao critérios de controle de infecçoes o componente relativo aos procedimentos envolvendo pessoas utensílios roupas e resíduos e o componente arquitetônico referente a elementos construtivos espaciais e ambientais determinantes do fluxo de materiais pessoas equipamentos e resíduos do sistema de renovação e controle das correntes de ar e da facilidade de limpeza das áreas e artigos Estes argumentos são previstos pelas Precauções Universais PU ou Normas Universais de Biossegurança através da recomendaçao de procedimentos e equipamentos que viabilizem a operacionalização do seniço e da adoçao de barreiras físicas que segreguem o profissional da área contaminada imunizem a entrada de microorganismos externos ou inibam a sua saída Concepción 2001 46 Em concordância com as idéias pontuadas cabe um detalhamento dos respectivos componentes 0 Os componentes relativos aos procedimentos Os procedimentos de segurança ditados pela Biossegurança caracterizamse por recomendações de medidas envolvendo pessoas utensílios e equipamentos São estabelecidas em acordo com o NlH National institute of Health o CDC Centers for Desease Control o NCCLS National Committee for Clinical Laboratory Standards e o WHO Laboratory Safety Manual of World Health Organization e estão contidas em documento da OMS apud Geneva1994 apresentadas no anexo 75 Constituem também documentos de caráter normativo Procedimentos Operacionais Padronizados POPs a serem introduzidos na rotina de trabalho e sustentados pelo constante treinamento e aperfeiçoamento do pessoal envolvido As recomendações de segurança Boas Práticas de Laboratório BPL procuram aumentar o nível de consciência dos profissionais discorrendo sobre aspectos gerais relativos à higiene pessoal e aos modos operacionais dentre outros Atribuem cuidados quanto ao vestuário sugerindo o uso de roupas protetoras e calçados adequados ao serviço definem limites para a prática de procedimentos de higiene pessoal e para o acesso às áreas de trabalho e sugerem medidas de cautela para a manipulação profissional dentre outros anexo 75 47 Os POPs por sua vez formalizam critérios passo a passo para a realização de procedimentos específicos do serviço quadro 5 a seguir devendo ser proferidos aos diversos níveis hierárquicos das organizaçõesinstituições de saúde chefia equipe técnica e científica e equipe de apoio em programas de capacitação eou expostos nas áreas de trabalho Quadro 5 Procedimentos Operacionais Padronizados POPs Métodos e procedimentos envolvendo o risco de inalação pipetagem uso de alças abertura de culturas Procedimentos envolvendo riscos de ingestão MODOS manuseio de amostras esfregaços e cultura OPERACIONAIS Procedimentos envolvendo risco de injeção técnicas com seringas e agulhas Procedimentos envolvendo o manuseio de amostras de sangue e de materiais patológicos perigosos Descarte de resíduos CA si CENTF cHEF A Eou PE ErEcN cA E DE APo o PLANQS DE Primeiros socorros EMERGENCIA Descontaminação local Procedimentos específicos para cada acidente Cuidados na armazenagem de materiais perigosos LIMPEZA E Medidas para controle de vetores DESINFECÇÃO Cuidados na coleta armazanagem e tratamento de residuais Métodos antimicrobianos áreas e artigos EQU P MANUTENÇAO Cuidados na manutenção predial e de equipamentos Estes documentos detémse na adoção de métodos e procedimentos seguros para o manuseio de amostras e substâncias químicas recomendados pela OMS evitando os riscos de inalação ingestão injeção e outros No caso dos produtos químicos estendemse à boa elaboração de manuais de compras para reagentes com as devidas especificações à formação de cadastro com a composição química dos produtos utilizados no setor à rotulagem adequada de frascos com substâncias manipuladas prevendo identificação concentração 48 cuidados antídotos incompatibilidades prazos de validade e nome do manipulador e ao não acondicionamento de substâncias voláteis e corrosivas em freezres e geladeiras Geneva 1 994 Os POPs reportamse ainda ao uso e manutenção adequados de dispositivos de proteção Equipamentos de Proteção Individual EPIs e Equipamentos de Proteção Coletiva EPCs e à elaboração de planos de emergência para o enfrentamento de acidentes incêndios e outros A OMS Geneva1994 alerta para a importância de adoção destes planos em ambientes laboratoriais clínicos quando da quebra de recipientes com materiais em cultura da infecção acidental por injeção corte e escoriação da ingestão acidental de materiais contaminados da quebra de tubos no interior de centrífugas do fogo e do vandalismo Esta organização define medidas de contingência para cada um destes acidentes prevendo avaliação dos riscos do local tratamento médico de emergência para os envolvidos acompanhamento clínico do pessoal exposto investigaçao epidemiológica disponibilidade de equipamentos de emergência e facilidade de acesso aos contatos externos de pronto atendimento telefones da polícia bombeiros seniços de água gás e energia e outros É importante entender que um bom plano de emergência deve resultar do estudo de medidas específicas para cada caso agindo sempre no sentido de minimizar eou eliminar conseqüências maiores Seu êxito dependerá do nível de informação das pessoas envolvidas conhecimento dos riscos do processo e do treinamento sistemático destas com simulações 49 Quanto aos procedimentos antimicrobianos também integrantes dos POPs estabelecem passos relacionados à descontaminação de áreas e artigos e à seleção de tipos e concentrações de desinfetantes detergentes e equipamentos a empregar anexo 76 Estes caracterizam os seniços de limpeza processo de remoção de sujicidades e detritos para asseio de artigos e áreas realizado através da aplicação de água e sabão ou detergente em ação mecânica de desinfecção processo de destruição de agentes infecciosos em forma vegetativa mediante a aplicação de meios físicos e químicos e de esterilização processo de destruição ou eliminação de todos os microorganismos na forma vegetativa e esporulada através de agentes físicos ou químicos Ministério da Saúde apud Brasil1995 De forma complementar devem ser pontuados os procedimentos relativos ao tratamento de residuais infectantes e não infectantes observando as normas que determinam a sua identificação e separação os recipientes para sua coleta o uso de autoclaves e esterilizadores o tratamento prévio para efluentes e águas residuais e a utilização de incineradores anexo 77 e merecem atenção os cuidados com o controle de vetores no ambiente de trabalho e a segurança nos procedimentos de manutenção de equipamentos Finalizando a abordagem sobre procedimentos de segurança fazse pertinente o reconhecimento dos meios de proteção individual e coletiva barreiras individuais e coletivas as barreiras individuais correspondem aos meios ou Equipamentos de Proteçao Individual EPIs aventais guardapós Óculos luvas máscaras e outros resumidamente apresentados no anexo 78 e regulamentados pelo Ministério 50 do trabalho que especifica e define o seu uso considerando o conforto do profissional a qualidade do produto e o certificado de aprovação deste os Equipamentos de Proteção Coletiva EPCs são representados por dispositivos de uso comum pipetas microincineradores com alças autoclaves e CabinasCâmaras de Segurança Biológica CSBs dentre outros As CabinasCâmaras de Segurança Biológica CSBs em particular representam equipamentos de segurança para a proteção do profissional e do ambiente laboratorial dos aerossóis potencialmente infectantes Podem ser de classe I ll e Ill e têm sua eficácia relacionada ao fluxo de ar à capacidade de contenção à integridade dos filtros e à sua posição dentro da área de trabalho relativa às correntes de ar procedentes de portas e janelas e de sistemas de ventilação e à circulação de pessoas Concepción 2001 Para uso em Laboratórios Básicos de Nível Il apresentamse sob várias classificações ver anexo 79 Voltando à abordagem inicial é importante que os procedimentos de segurança e os meios de proteção individual e coletiva sejam introduzidos em paralelo ao incremento de elementos arquitetônicos de auxílio 0 Os componentes arquitetônicos O papel da arquitetura dos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde EASs na prevenção de infecções fundamentase na incorporação de barreiras e proteções físicas as areas de trabalho Ministério da Saúde 1994 Padrões e 51 normas que assegurem tais condições devem ser respeitados como forma de garantir a segurança ocupacional patrimonial e ambiental Para tal além das medidas definidas pela Biossegurança é prudente que se obsenem a legislação estabelecida pelo Ministério da Saúde e do Trabalho as leis estaduais e os códigos de obras locais Neste sentido segundo Simas apud Teixeira e VaIle1996 a concepção de um laboratório clínico prevê a elaboração de um programa arquitetônico com as relações entre espaçosatividades a definição de elementos construtivos estruturais e instalações e a listagem de revestimentos e acabamentos necessários O autor enfatiza os cuidados quanto à localização da edificação considerando condições topográficas do terreno possibilidades de inundações eou deslocamentos de terra fontes de ruído e vibrações poluições insolações acessos e infraestruturas e destaca a necessidade do adequado dimensionamento das áreas de trabalho considerando as exigências de automação e de expansão das mesmas Figueira apud Fundação Getúlio Vargas 1997 considera fundamental na análise da estrutura organizacional o estudo dos padrões de fluxos de trabalho envolvendo as interrelações das áreas de trabalho com o tráfego interno estabelecendo se possível rotas distintas de transporte de materiais amostras e resíduos evitando circulações cruzadas A localização dos acessos de pacientes externos eou público em geral deve ser independente dos acessos de insumos pessoal administrativotécnico e pacientes internos figura 3 a seguir 52 Figura 3 Organização funcional de um laboratório QÕ EJ Íl Q TR A415 àJfA Ô Ô COLETA AMOSTRA i f PAclENrE ESER RÉÊÊÍ 5oLv ETERNo 5 LABoRATÓRo SECRETARIA íig L RDM PESSOAL PESSOALPACIENTEINTERNOIINSUMO mí PACIENTE EXTERNO Fonte Figueira apud Fundaçao Getúlio Vargas adaptado Em ambientes hospitalares particularmente o Ministério da Saúde Brasil 1994 recomenda que o posicionamento da unidade laboratorial clinica longe das áreas de público escritórios e atendimento a pacientes Simas apud Tiexeira e Valle 1996 deve garantir uma relação físicofuncional com os outros serviços oferecidos principalmente com as unidades de UrgênciaEmergência e Terapia Intensiva Em continuidade este documento define o programa mínimo de espaços para um LAC quadro 6 a seguir e os critérios construtivos pertinentes a saber circulações com largura nunca inferior a 150m portas simples ou duplas dimensões de 100m ou 120m respectivamente com abertura para a circulação 53 e dotadas de visores janelas altas acima de 090m do piso com vão de abertura proporcional a área do piso relação de 15 no mínimo providas de telas contra insetos e de dispositivos contra vandalismo portas tecnológicas para acesso de equipamentos pesados indicadas para edificações com mais de um pavimento e portassaídas de emergência abrindose para o exterior ou para áreas de evacuação Quadro 6 Programa de um LAC Chefia Sala para depósito dematerial de limpezaDML Recepçao e espera Lab Bioquímica Secretariaarquivo Lab Urina Sala para coleta subdividida em boxes Lab Hematologia Sala para colheita de materiais com WC Lab Microscopia WC para pacientes Lab Parasitologia Sala para triagem Lab Bacteriologia Sala para limpeza e esterilização de material Quarto de plantão quando houver Sala para técnicos do laboratório Depósito de material Almoxarifado Vestiário Sanitário para pessoal Copa Sala de utilidades Câmaras frigoríficas opcional Fonte Normas e Padrões para Construção e Instalações de Serviços de Saúde1993 adaptado Neste contexto as áreas administrativas secretaria recepção e arquivo podem localizarse na unidade se posicionadas próximo ao acesso desta Simas apud Teixeira e Valle 1996 Porém deve ser independente fora das áreas de trabalho o espaço destinado à armazenagem a longo prazo e à manipulação de materiais radioativos solventes e gases comprimidos se necessários OMS apud Geneva1994 54 Em continuidade à observância do programa de áreas é pertinente a incorporaçao de áreas destinadas ao enfrentamento de situaçoes de emergência salas para primeirossocorros adequadamente equipadas e de fácil acesso às pausas e repouso de profissionais ao serviço de copa à triagem de amostras às utilidades destinada a receber material contaminado da unidade abrigar roupa suja e despejar resíduos líquidos contaminados e às instalações sanitárias vestiários com área proporcional ao número de profissionais e providos com armários para guarda de pertences pessoais Sao de importância também as barreiras arquitetônicas representadas por câmaras pressurizadas se necessário autoclaves tanques de imersao guichês e outros para regular as entradas e saídas de materiais antesalas vestiáriossanitários e câmaras pressurizadas se necessário para controlar o acesso de profissionais e de pessoas nas áreas de trabalho sistemas de refrigeração para realizar o condicionamento do meio ambiente dentro de padrões de filtragem recirculação e equilíbrio do ar exigidos Dentro de uma abordagem complementar deve ser destacado o uso de cores no ambiente de trabalho como forma de favorecer o clima de trabalho evitar a monotonia estimular as atividades facilitar a orientação dos usuários e advertir quanto aos riscos existentes inclusive biológicos Símbolo Internacional de Biossegurança anexo 713 Segundo Simas apud Teixeira e Valle 1996 as cores ajudam na prevenção de acidentes identificando equipamentos de segurança sinalizando informações 55 e instruções delimitando áreas de trabalho e diferenciando canalizações para condução de líquidos e gases NR26 Sinalização de Segurança anexo 710 Além dos aspectos espaciais citados o Ministério da Saúde e as Normas de Biossegurança estabelecem critérios especiais para instalações de linhas de serviço energia água gases e outras definem dispositivos de higiene e segurança e recomendam revestimentos e acabamentos específicos anexo 711 E ainda visando a garantia das condições ambientais orientam para a observância das Normas Regulamentadoras NRs do MT eou das Disposições da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT que alertam para a adequabilidade de sistemas de iluminação e de refrigeração para os níveis aceitáveis de ruído e outras parametrizações contidas no anexo 712 Algumas recomendações ergonômicas direcionadas ao uso de equipamentos instrumentos e mobiliário encontramse inseridas no mesmo anexo A partir do exposto podese entender a importância das medidas técnicas espaciais e ambientais na manutenção da saúde e segurança ocupacional em cima das quais sao definidas algumas ferramentas de apoio ao estudo de caso apresentado a seguir 56 3 PRocEDvEN1osvEToooÓecos A análise proposta visa à identificação de riscos em um ambiente laboratorial clínico seguindo um modelo metodológico desenvolvido em duas fases na primeira a aplicação do check list e na segunda a realização do processo de análise ergonômica do trabalho Este capítulo destaca os instrumentos de avaliação utilizados na pesquisa de campo a técnica do check ist e a análise ergonômica do trabalho apresenta o diagnóstico da aplicação das duas técnicas e discute os resultados A pesquisa está centrada inicialmente no laboratório de análises clínicas do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina HUSUFSC procurando deterse nas constatações resultantes do relato da chefia do serviço e dos profissionais na observação do ambiente de trabalho e na avaliação das rotinas operacionais envolvendo equipamentos instrumentos e mobiliário com o auxílio de um checklist método prospectivo de análise de riscos anexo 714 Esta fase sustentase na análise das parametrizações contidas na legislação nacional e internacional de Biossegurança Higiene e Segurança do Trabalho Qualidade de Sistemas e Preservação Ambiental Na segunda fase o estudo está voltado à execução da análise ergonômica do trabalho centrandose no trabalho dos bioquímicos biomédicos e laboratoristas de um setor do laboratório de análises clínicas do HU o setor de bioquímica clinica buscando uma amostragem que represente as condições de 57 trabalho de todos os demais envolvidos no processo através de observações entrevistas e questionário anexo 715 Esta fase baseiase na análise de elementos físicosfuncionais e de aspectos cognitivos fisiológicos e psicossociais determinantes de risco para o serviço Considera a experiência histórica dos envolvidos estimulando a sua participação na percepção do ambiente promovendo a reunião de dados e associando informações colhidas na etapa anterior check ist Em ambas as fases de avaliação os resultados são apresentados sob a forma de um diagnóstico da situação analisada que favorece a elaboração de recomendações para solução eou controle de irregularidades É importante esclarecer que as etapas de trabalho adotadas no levantamento dos riscos são definidas e integradas aos procedimentos e normas de operação da instituição uma vez que resultam em medidas preventivas Todos os envolvidos no processo são informados sobre as técnicas utilizadas e seu modo de representação 31 A técnica do checklist Esta técnica apresentase como ferramenta em inspeções direcionadas ao reconhecimento do estado de cumprimento de certos dispositivos normas e recomendações eou como recurso em auditorias voltadas à avaliação sistemática de atividades e resultados ConcepciÓn2001 Documentos do 58 CDCNIH US Department of Health and Human Service e do WHO World Health Organization Geneva 1983 e 1994 recomendam a sua aplicação no estudo de riscos em ambientes biotecnológicos e farmacêuticos Muitos profissionais de Segurança e Higiene do Trabalho Qualidade e Biossegurança como Concepción 1996 e Viña et al1997 fazem uso deste recurso pois representa uma listagem de aspectos orientados à identificação de fatores adversos favorecedores de situações perigosas com o intuito de facilitar a elaboração de um diagnóstico e favorecer a apresentação de recomendações para correção de tais situações Como tal pode direcionarse à avaliação de uma determinada área ou de algum equipamento detendose nos dados sobre deficiências eou sobre o estado de cumprimento de exigências técnicas nacionais e internacionais Concepción 2001 H O check list constitui um método rápido e econômico se aplicado por profissionais habilitados e apresentase normalmente segundo um modelo que contemple os principais aspectos da problemática a ser analisada algumas obsenações de esclarecimento e recomendações pertinentes O modelo desenvolvido nesta pesquisa representa uma nova formatação para o documento elaborado por Concepción 1996 o qual detevese na inspeção de áreas de nível ll de Biossegurança O autor em seu trabalho agrega critérios relativos a inspeções e auditorias de Segurança e Higiene do Trabalho Controle de Qualidade e Preservação Ambiental em um únicaabordagem na forma de um checklist por entender e 59 comprovar que as três abordagens têm afinidades que justificam o estabelecimento de um método comum de avaliação avaliação integrada voltada à Biossegurança e dirigida a centros biotecnológcos e farmacêuticos Adotou como procedimento a listagem independente dos aspectos integrantes das três abordagens a comparação destes e a identificação de suas afinidades Constatou que os elementos integrantes do controle de segurança e higiene coincidem com 85 e 100 dos relativos à qualidade e à preservação ambiental respectivamente Para tal centrouse na análise do pessoal dos equipamentos das instalações das emergências dos resíduos dos vetores e de todas as condições de higiene e segurança envolvidos nos seniços analisados Durante a realização da pesquisa o autor recorreu a documentos diversos principalmente Manuais e Regras de Biossegurança da Organização Mundial de Saúde e de outros centros desenvolvidos nesta área e incorporou as Normas ISO 9000 de qualidade ISO 14000 de meio ambiente e ISO 10011 de auditorias de qualidade O modelo desenvolvido nesta pesquisa busca também a obsenância dos critérios relativos ao nível ll de Biossegurança exigidos para laboratórios de análises clínicas objeto de estudo desta pesquisa Com este propósito elencase três tópicos de avaliação os equipamentos instrumentos e mobiliário utilizados o pessoal e as instalações de trabalho a partir dos quais definese outros ítens de interesse para a análise Estendese os critérios de segurança e higiene a todos os aspectos analisados e em campos independentes destacase as obsenações o diagnóstico e as recomendações 60 pertinentes conforme o esquema do quadro 7 apresentado na íntegra no anexo 71 4 Quadro 7 Modelo proposto do checklist CHECK LIST AVALIAÇÃO DE PROCEDIMENTOSRISCOS I II III ASPECTOS SIMNÃO Obs EQUIPAMENTOS MODOS DE OPERAÇAO INSTRUMENTOSMOBILIÁRIO HIGIENE SEGURANÇA SAUDE PESSOAL ouAiiicAçÃocAPAcTAçÂo iueENE sEeuiANçA LA YOUT INSTALAÇÕES ASPECTOS CONSTRUTIVOS HIGIENE SEGURANÇA DIAGNÓSTICO RECOMENDAÇÕES Em detalhe critérios relativos à operacionalização estado de conservação e adequabilidade de equipamentos instrumentos e mobiliário do seniço integram o primeiro tópico que se estende do cumprimento de procedimentos de manutenção higiene e segurança à obsenância do conforto e do design As condições de saúde do pessoal envolvido consideram a elaboração e o cumprimento de programas de saúde ocupacional envolvendo exames médicos admissionais e periódicos a disponibilidade de medidas de imunização e o registro de incidentes acidentes exposiçoes e todas as condiçoes anormais de saúde inclusive doenças O aspecto relativo à qualificação profissional identifica a presença no serviço eou instituição de pessoal com habilitação básica em Biossegurança Qualidade 61 HigieneSegurança do Trabalho e Técnicas Assépticas constata a elaboração e efetivação de planos de capacitação e verifica o cumprimento de alguns aspectos organizacionais responsáveis pela ordem do seniço Os critérios de segurança e higiene ocupacional analisam os modos operacionais e o uso de EPIs e EPCs dentre outros As instalações áreas de trabalho merecem um enfoque particular no que se refere à organização espacial cumprimento do programa de espaços localização da unidade dimensionamento e organização de áreas e destacam os critérios técnicos construtivos e as condições ambientais exigidos Todos os componentes selecionados representam uma tentativa de harmonização da legislação pertinente fundamentalmente sobre Biossegurança uma vez que se direcionam a ambientes laboratoriais clínicos com destacados riscos biológicos Neste contexto igualmente ao modelo de origem consubstanciamse nos Manuais Regras e Normativas da OMS e de outros centros ou países com pesquisas desenvolvidas na área e de forma complementar nos critérios estabelecidos pela legislação brasileira do Ministério da Saúde sobre controle de infecção hospitalar e concepçãoconstrução de EASs Baseiase também nas parametrizações contidas nas Normas Ftegulamentadoras NRs do Ministério do Trabalho e nas Disposições da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT 62 Tornase importante destacar que os dados colhidos por ocasião da aplicação do modelo desenvolvido check list estão associados à análise ergonômica do trabalho cuja metodologia é apresentada no seguimento desta 32 O método da Análise Ergonômica do Trabalho AET A AET obedece à três fases de desenvolvimento seguindo uma coerência metodológica análise da demanda análise da tarefa e análise da atividade O processo de estudo iniciase pela análise de uma demanda para o sistema considerado Esta fase visa dentre outros objetivos a solução de disfunção do sistema relativa ao comportamento do homem da máquina ou da organização que possa representar sofrimento físico e mental doença profissional acidente incidente baixa de produtividade e de qualidade Segundo Santos e Fialho 1997 a análise da demanda permite compreender a natureza e a dimensão dos problemas apresentados assim como elaborar um plano de intervenção para abordálos A segunda fase da análise da tarefa vem caracterizar os condicionantes de trabalho da empresa detendose no que o trabalhador deve realizar tarefas e nas condições ambientais técnicas e organizacionais que envolvem o sistema Sustentase na análise de documentos e nos contatos com os envolvidos avaliando objetivos de trabalho procedimentos meios técnicos humanos ambientais e condições temporais e sociais quadro 8 na página seguinte 63 Quadro 8 Elementos da análise da tarefa OBJETIVOS resultados esperados perfomances normas de produção PROCEDIMENTOS modos operacionais meios para atingir o objetivo š MEIOS TÉCNICOS máquinas ferramentas meios de proteção informação e comunicação l MEIOS HUMANOS relações de trabalho hierarquizaçâo e repartição de tarefas MEIO AMBIENTE FÍSICO condições ambientais e características antropométricas CONDIÇÕES TEMPORAIS duração horários ritmo de trabalho pausas e outros CONDIÇÕES SOCIAIS formação experiência profissional qualificação ascensão promoção Fonte Noulin apud Oliveira 2001adaptado A análise da atividade representa a última fase de análise Segundo Santos et al 1997 corresponde à mobilização total fisiológica e psicológica do indivíduo para realizar a tarefa onde são melhor entendidos os efeitos do trabalho sobre a sua saúde e as características do desempenho do sistema Considera as informações percebidas por profissionais sobre fatores ambientais e organizacionais processamento de informações tomadas de decisão e todas as atividades musculares estáticas e dinâmicas solicitadas Segundo Guerin apud Oliveira 2001 a atividade corresponde à maneira pela qual o homem dispõe de seu corpo sistema nervoso e órgãos sensoriais sua personalidade caráter e história particular e suas competências formação aprendizagem e experiência para realizar o trabalho Uma vez concluída a fase de análise é realizada a síntese dos resultados o diagnóstico sustentada na análise e no tratamento dos dados e são elaboradas as recomendações ergonômicas o caderno de encargos com sugestões para o controle e a correção de irregularidades 64 A seguir na apresentação do estudo de caso serão evidenciados os dados coletados a partir da aplicação do check ist apresentados os resultados da análise ergonômica do trabalho e elaborados os diagnóstico das duas avaliações seguidos das recomendações pertinentes 65 4 ESTUDO DE CASO Neste capítulo fazse pertinente introduzir os procedimentos necessários à regulamentação da pesquisa para em seguida apresentar o ambiente da análise e finalmente os dados coletados pelo check list 41 Procedimentos iniciais O modelo proposto cuja metodologia envolve respectivamente a aplicação do check list no laboratório de análises clínicas do HUUFSC e a análise ergonômica do trabalho dos bioquímicos biomédicos e laboratoristas do setor de bioquímica clínica da referida unidade obedeceu aos seguintes procedimentos iniciais que permitiram a realização da pesquisa o acesso à área analisada e favoreceram o levantamento dos dados o contato com a instituição e apresentação de Projeto de Pesquisa à Direção Geral do hospital e à Chefia do serviço 0 envio de requerimentos à Comissão de Ética em Pesquisas envolvendo Seres Humanos para devida aprovação Proj 118O1 aprovado em 27082001 atendendo à resolução n 196 do Conselho Nacional de Saúde de 10 de outubro de 1996 0 visita ao local de estudo ø entrevista com a Chefia do serviço 66 0 análise documental de plantas arquitetônicas normas técnicas nacionais e internacionais regulamentos internos estatutos e outros 0 contato com o Departamento de Recursos Humanos DRHHU e com o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar SCIHHU 42 Descrição do ambiente o serviço de análises clínicas do HUUFSC O Hospital Universitário de Santa Catarina HU localizado no município de Florianópolis e inaugurado em 1980 é um hospital público federal vinculado à UFSC Tem o objetivo voltado à saúde e afins em atividades de ensino pesquisa e extensão e na assistência à comunidade única e exclusivamente pelo SUS obedecendo aos critérios de universalidade integralidade e gratuidade O HUUFSC contempla uma área física construída de aproximadamente 28000 m2 distribuídos em uma edificação com quatro pavimentos oferecendo 276 leitos entre internações e emergências além de seniços de diagnósticos Atende 95 especialidades contando com a colaboração de 1822 funcionários sendo 289 bolsistas 140 contratados para seniços diversos terceirizados 285 contratados pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária FAPEU e 1108 efetivos admitidos através de concurso público Departamento de Recursos HumanosHU Segundo estatísticas próprias foram realizados cerca de 400000 atendimentos neste hospital no ano de 2000 incluindo serviços de análises clínicas DepContas MédicasHU 67 A estrutura hierárquica do HU a partir de sua Diretoria Geral DG e Vice Diretoria VD dividise em outras Diretorias Diretoria Administrativa DA Diretoria Médica DM Diretoria de Enfermagem DE e Diretoria de Apoio Assistencial DAA A Divisão de Diagnóstico Complementar DVDC e o Serviço de Análises Clínicas SACL subordinamse à última diretoria Os serviços de bioquímica clínica imunologia microbiologia parasitologia urinálise hematologia biologia molecular coleta plantão lavagem e esterilização secretaria e chefia integram o serviço laboratorial clínico conforme figura 4 Figura 4 Organograma do SACL l HU UFSC éfløøy scH í f DAA É zz2 Úø DVDC Ê SÃM š 7 V V1 4 7A 7 fÚ I 7 É BicoHIMUNHMcRoB PARis HuRNH HEMAT áH3o MoigcoLETAÊHPLANT A0 WAG QHCHEFJ hmwwí ømmwá mwmmm wmmmø ámmwí äwwwø mmmmm wmmmw wwmww ÊÊÍBÊ Êgššlf Fonte DiretoriaHUUFSC 2001 68 O SACL introduzido por ocasião da inauguração do hospital localizase atualmente no primeiro pavimento da edificação ocupando uma área de aproximadamente 680 m2 distribuída em setores diversos planta baixa no anexo 716 Este seniço detémse na realização de análises ou avaliações microscópicas ou macroscópicas de sangue líquidos corpóreos e outras amostras biológicas necessárias ao diagnóstico e à orientação terapêutica de pacientes Nos turnos regulares e de plantão do seniço são atendidos cerca de 300 pacientes por dia advindos principalmente da internação e do ambulatório De acordo com informações da Chefia da unidade com base nesta freqüência o número de exames atinge 40 mil procedimentos por mês tendo como referência os 434109 exames realizados no ano de 2000 Integram o SACL 36 profissionais permanentes entre farmacêuticos bioquímicos biomédicos técnicos de laboratório auxiliares de laboratório e assistentes em administração quadro 9 a seguir Segundo o Seniço de Controle de Infecção Hospitalar SClHHU foram registrados 24 acidentes com perfuro cortantes envolvendo profissionais do serviço 04 bioquímicos 08 técnicos e 12 estudantes de julho97 a julho2001 representando 128 do total de acidentes ocorridos no hospital Estes profissionais atuam em turnos regulares de trabalho 72001300 horas e 13001900 horas de segunda à sextafeira e no atendimento de plantão à noite e aos finais de semana 69 Quadro 9 Dados dos profissionais LAC l HU UFSC N DE PnossoNAs es sexo Femininozss Maâuin0z 31 ESCOLARIDADE Superior 26 bioquímicos e biomédico Nível secundário 30 téc de laboratório e assist administrativo Nível auxiliar 13 auxiliar de laboratório TEMPO DE SERVIÇO 0 5anos 5 10 anos 10 20 anos de 20 anos média 12 17 24 16 Fonte Departamento de Recursos Humanos DRHHU 2001 Uma vez conhecidas as informações sobre o serviço procedese a apresentação dos dados resultantes da aplicação do checklist 43 Aplicaçao do checklist A aplicação da técnica do check ist anexo 714 realizouse no período de agosto novembro de 2001 centrandose na observação do ambiente de trabalho e rotinas operacionais e no relato da Chefia da unidade e de alguns profissionais Baseouse também na pesquisa em documentos internos estatutos e regulamentos e externos ao serviço manuais e normas A seqüência de apresentação dos resultados obedece o estabelecido pelo modelo desenvolvido pag60 instrumentos equipamentos e mobiliário pessoal e instalações introduzindo de forma complementar algumas observações de aspectos relevantes para a análise Seguese a exposição dos dados 70 431 Equipamentos instrumentos e mobiliário Este item do check list avalia os aspectos referentes aos modos operacionais dos equipamentos instrumentos e mobiliário do laboratório particularmente às suas condições de uso de conservação e de adequabilidade às atividades condicionantes de eficiência segurança e conforto para os profissionais Os critérios de segurança e higiene detémse na avaliação dos serviços de manutenção limpeza e desinfecção dos mesmos Modos de operação Dificuldade de consulta a manuais técnicos instruções de operação normalmente em outra lingua Comprometimento da mobilização profissional grande concentração de equipamentos instrumentos e outros materiais sobre as bancadas de trabalho Favorecimento de acidentes presença de equipamentos com cabos elétricos flexíveis e longos sobre os balcões não acondicionamento de partes móveis de equipamentos Deficiência na consenação de instrumentos e mobiliário constatação de armários e mesas com laminado plástico parcialmente trincado eou pintura removida e de bancos e cadeiras danificados artigos com ferrugem grades para pipetas lnadequabilidade do mobiliário inespecificidade de acabamentos cadeiras em madeira aparente e armários pintados inobsenância de critérios ergonómicos mesas e bancadas com dimensionamento irregular altura e bancos e cadeiras sem dispositivos de conforto proteção para as costas regulagem de altura apoio para braços e rodízios ausência de unidades móveis e intercambiáveis prateleiras muito altas e armários fixos com base sobre o chão 71 Higiene e Segurança Deficiência na manutenção de alguns equipamentos constatação de aparelhos sem operação ou com sobrecarga de operação estufa e centrfugas pelo não pronto atendimento dos serviços eou não observância do intenao de tempo entre procedimentos de rotina Deficiência nos procedimentos de limpeza e desinfecção do mobiliário dificuldade de acesso Inespecifícidade de acabamentos acúmulo de materiais sobre armários e prateleiras Observações Abaixo são destacados alguns cuidados na operacionalização e na manutençao de equipamentos evidenciados na rotina do seniço e adotados como forma de minimizar problemas uso restrito ao pessoal das áreas de trabalho ajustes e calibragens diárias semanais e mensais proferidos por profissionais das áreas de trabalho adequabilidade às atividades modelo intervalo de medição e nível de precisão compatíveis comas atividades não operacionalização de equipamentos defeituosos incorporação de equipamentos novos pelo sistema de comodato em que a empresa fornecedora responde pela manutençao dos mesmos 432 Pessoal O segundo item do check list reporta aos aspectos de saúde qualificação e capacitação dos profissionais ligados à disponibilidade de programas de saúde e de imunização à realização de cursos de aprimoramento treinamentos e reciclagens bem como ao cumprimento de rotinas de trabalho 72 Destaca também aspectos de higiene e segurança ocupacional relativos ao uso adequabilidade e tratamento de equipamentos de proteção ao cumprimento de recomendações de segurança e ao nivel de informação e percepção de riscos dos envolvidos Saúde Não realização de exames médicos periódicos somente realização de exames admissionais e de controle de profissionais acidentados Adoção de programas de imunização não regulares o último em 2000 na indisponibilidade de vacinas os profissionais são orientados a procurálas em postos de saúde Não avaliação periódica de procedimentos operacionais e uso de EPIs Nao registro de exposições em geral apenas registro daquelas resultantes de acidentes proferido pelo SCIH 1 Qualificaçao I Capacitaçao Ausência de pessoal qualificado em Biossegurança presença de profissionais qualificados em técnicas assépticas e apoio do seniço de Segurança e Higiene do Trabalho da UFSC Pouca renovação do quadro de profissionais indisponibilidade de novas contratações condicionando um número desequilibrado de profissionais menor número de técnicos de laboratório Não substituição de profissionais em férias eou ausentes realização de acordos entre profissionais Insuficiência de programas para capacitação de profissionais em Biossegurança existência de apenas um projeto anual na Semana do Servidor 73 Não realização de treinamento específico para recém admitidos eou estudantes adaptação às rotinas normas e procedimentos mediante observação das atividades desenvolvidas pelos demais profissionais Insuficiência de programas de capacitação voltados à prevenção de acidentes reconhecimento de riscos e enfrentamento de emergências Organização informal de tarefas predomínio da prática cotidiana na condução das atividades com elaboração de registro de produção mapa diário de cada setor Higiene e segurança Insuficiência de EPCs ausência de CSBs em algumas áreas de trabalho lnadequabilidade de EPIs disponibilidade de protetores individuais nem sempre confortáveis ao uso protetores faciais e Óculos nao reguláveis Deficiência na guarda de EPs acondicionamento de roupas protetoras guardapó e avental junto a utensílios de uso particular de protetores faciais em cabides sem proteção de outros EPIs em lugares impróprios irregularidade no uso de EPIs presença de profissionais com luvas e roupas protetoras em atividades que não se referem ao serviço atendimento ao telefone abertura de portas trânsito nas demais dependências do hospital uso não regular de uvas por profissionais com reação ao látex inadequação no tratamento de roupas protetoras lavagem realizada pelos próprios profissionais semanalmente apenas lençóis e fronhas do plantão e coleta são tratados na instituiçao Insuficiência de meios informativoseducativos sobre os riscos do serviço inexistência de mapa de riscos nas áreas de trabalho Negigência com os riscos presentes acomodação profissional diante das adversidades das atividades resultante do sentimento de confiança excessiva nos conhecimentos e experiência adquiridos não fornecimento de roupa estéril ao pessoa externo ao serviço 74 lnsuficiência de dispositivos de higiene pessoal deficiente número de portapapeis toalha e indisponibilidade de saboneteiras de pedal Deficiência no controle do acesso às áreas de trabalho trânsito de pessoas estranhas ao serviço Insuficiência de meios para minimização de aerossóis e gotas ausência de CSBs em algumas áreas de trabalho não apoio de manuais de procedimentos POPs não elaborados irregularidade na manipulação e rotulagem de substância químicas indisponibilidade de alguns EPIs e EPCs necessários máscaras e CSBs e de dispositivos de emergência em caso de acidentes chuveiro de emergência e lavaolhos presença de rótulos incompletos em alguns recipientes com substâncias manipuladas sem referências a cuidados antidotos incompatibilidades prazos de validade e nome do manipulador e de rótulos de dificil identificação e entendimento com informações em outra lingua nos frascos para recolhimento e neutralização dos residuos de equipamentos Negligência na manipulação de residuos negligência no uso de roupas apropriadas e de equipamentos de proteção especificos por profissionais terceirizados responsáveis pelo recolhimento Insuficiência de medidas voltadas às situações de emergência não realização de treinamentos especificos direcionados ao enfrentamento de acidentes simulações ausência de dispositivos de segurança chuveiro e lavaolhos não elaboração de projetos planos de emergência e cartilhas educativas com procedimentos emergenciais Insuficiência de meios para o combate a vetores ausência de dispositivos de proteção raios de proteção nos pisos e teas nas janelas 75 Observações Além dos critérios desfavoráveis apresentados são adotadas medidas para controle de irregularidades V descarte de alguns resíduos químicos diretamente no esgoto seguidos de grande quantidade de água para diluílos descarte eventual de substâncias quirnicas em recipientes especiais fechados para posterior remanejamento determinado pelo Departamento de Química da UFSC 433 Instalações áreas de trabalho O terceiro item do check list detémse nas áreas de trabalho avaliandoas segundo o layout localização da unidade cumprimento do programa de áreas dimensionamento e organização de espaços e segundo os aspectos construtivos técnicos e ambientais exigidos Os critérios de higiene e segurança retratam mais especificamente a rotina de procedimentos de limpeza e desinfecção de áreas e a adoção de sinalização de alerta Layout inadequação da localização da unidade disponibilidade de um único acesso para pacientes externos internos funcionários e insumos cruzamento de fluxos inexistência de saídas de emergência Não observância do programa minimo de áreas ausência de sala de utilidades com permanência de lixo e roupas sujas lençóis e fronhas nas áreas de trabalho ou na circulação interna de Depósito de Materia de Limpeza DML de área específica para triagem 76 de amostras ocorrendo a separação de soro urina e secreções nas áreas de trabalho de sala para a chefia da unidade de local apropriado para armazenagem de materiais de vestiários para funcionários masculino e feminino Subdimensionamento de ambientes insuficiente área para coleta e espera reduzido espaço para repouso de plantonistas e para serviços de micologia imunologia e biologia molecular Desorganização espacial presença de equipamentos diversos no corredor da unidade ma posicionamento de equipamentos e mobiliário nas áreas de trabalho não remanejamento de equipamentos defeituosos inexistência de barreiras fisicas para acesso seletivo de pessoas e materiais antesalas e guichês Aspectos construtivos físicos e ambientais Ausência de dispositivos de segurança inexistência de telas protetoras e componentes contra vandalismo nas portas e janelas de equipamentos avaolhos e chuveiros de emergência de piasla vatórios em número suficiente inobservância das especificações para revestimentos de paredes tetos e pisos presença de rachaduras e trincas em azulejos de pintura danificada em paredes de painéis porosos em fibra de vidro nos tetos de placas vinicas danificadas e sem conservação nos pisos de rodapés inadequados sem o formato de meia cana linha hospitalar inobservância das especificações para acabamentos de balcões cubas e acessórios presença de balcões com acabamento em pintura epóxi deteriorada de cubas e tanques com pontos de ferrugem de volantes de pias lavatórios e tanques com inadequado acionamento manual de raios sem dispositivos de vedação irregularidade em instalações de linhas de serviço presença de tubulações de água e gases embutidas nas paredes não aparentes de incorporação de pontos elétricos tomadas à rede atual sem o devido redimensionamento de parcial identificação de tomadas interruptores e disjuntores 77 lnsuficiência de meios para detecção e extinção de incêndios ausência de extintores portáteis nas áreas de trabalho tipo água para papéis e tipo CO2 para substâncias inflamáveis e acidentes elétricos havendo somente na circulação interna de sinalização de acessos de identificação de materiais inflamáveis de área para primeiros socorros de portas contra fogo Deficiência do nivel de iluminação presença de lâmpadas e luminárias danificadas e sem manutenção de sombreamento sobre as V bancadas de trabalho pela inexistência de iluminação complementar de insolação poente e nascente em algumas áreas com elevação da temperatura e incidência de sol sobre equipamentos de papéis e cortinas nas janelas dificultando a limpeza e a iluminação natural de número insuficiente de luminárias em algumas áreas Concentração de ruído presença de equipamentos ligados continuamente de equipamentos ruidosos centrífugas de acentuada conversação de pessoas Insuficiência na renovação de ar ausência de sistema de ventilação mecânica com dispositivos para remoção de gases e odores em áreas onde este desconforto é acentuado parasitologia presença de áreas sem janeas sala de micologia e coeta Deficiência no sistema de refrigeração inadequação dos aparelhos de ar condicionado antigos e sem controle de temperatura eou filtragem Concentração de umidade acúmulo de água na área de lavagem e esterilização próximo aos tanques e às tubulações de esgoto infiltrações em paredes e teto Higiene e segurança inadequação dos procedimentos de limpeza e desinfecção de áreas irregular rotina de limpeza de paredes tetos e superfcies uso inadequado de panos e baldes comuns para todas as áreas não regular limpeza de canos válvulas juntas conexões e terminais livres uso de sabão neutro 78 inadequação no acondicionamento e guarda de materiais diversos presença de caixas de papelão equipamentos danificados papéis pastas de trabalho frascos de substâncias e outros sob e sobre os balcões e no chão Deficiência na sinalização de segurança não identificação de tubulações de linhas de seniço com cores diferentes Insuficiência na sinalização de risco biológico ausência do Símbolo Internacional de Biossegurança anexo 72 em algumas áreas onde há presença deste risco Deficiência na sinalização dos ambientes identificação parcial das áreas de trabalho 79 44 Diagnóstico do checklist Pela análise dos dados coletados é possível detectar elementos favorecedores de risco ocupacional no serviço laboratorial analisado Estes seguindo a seqüência de tópicos de análise adotada pelo check list equipamentos instrumentos e mobiliário pessoal e instalações caracterizam aspectos físicos organizacionais e operacionais desfavoráveis No que se refere ao primeiro tópico destacamse os problemas relativos ao pronto atendimento dos serviços de manutenção de equipamentos acarretando sobrecarga em alguns aparelhos e à ausência de conservação e conforto do mobiliário As questões que envolvem a saúde e a qualificação profissional definem problemas organizacionais que sugerem preocupação Por outro lado a insuficiente capacitação profissional fundamentalmente sobre reconhecimento de riscos enfrentamento de emergências e Biossegurança favorece a acomodaçao do pessoal diante das adversidades do processo de trabalho As deficiências das instalações de trabalho recaem sobre a ausência de áreas de trabalho essenciais ao desenvolvimento das atividades o subdimensionamento de ambientes e a inadequação na distribuição de equipamentos e mobiliário Sao irregulares também as condiçoes de segurança e de conforto ambiental resultantes do comprometimento de algumas instalações especiais 80 elétrica e de incêndio e de níveis impróprios de iluminação refrigeração e ruído particularmente Estes fatores acentuamse na presença de uma planta arquitetônica com um partido deficiente ao longo de um corredor central e com um único acesso dificultando o fluxo de trabalho É importante entender que os argumentos citados de ordem física e organizacional refletemse sobre os modos operacionais de alguns profissionais que aliado ao excesso de confiança que depositam em seus conhecimentos e experiência apresentam condutas inadequadas pondo em risco a própria segurança e saúde Os resultados da análise ergonômica do trabalho apresentados a seguir vêm permitir uma melhor percepção dos fatores acima citados bem como de elementos adicionais na condução das atividades A 81 45 Aplicação da Análise Ergonômica do Trabalho AET A análise ergonômica originouse da necessidade de evidenciar fatores de risco adicionais no serviço analisado como ferramenta complementar para o modelo desenvolvido Os procedimentos de avaliação estao centrados nas atividades de bioquímicos biomédicos e laboratoristas do setor de bioquímica clínica do laboratório do HUUFSC sustentados em observações entrevistas e pesquisas Q documentais e na aplicação de questionário anexo 715 A metodologia segue o estabelecido pela Ergonomia a saber 0 análise da demanda 0 levantamento da hipótese com base na demanda formulada 0 análise das tarefas e atividades desenvolvidas 0 avaliação dos dados coletados e elaboração do diagnóstico da situação de trabalho seguido de recomendações de correção 451 Análise da demanda e levantamento da hipótese O objetivo da demanda reside em constatar além de aspectos físicos operacionais e organizacionais do serviço fatores psicossociais fisiológicos e cognitivos envolvidos nas atividades levandose em conta a percepção dos profissionais sobre o seu ambiente de trabalho 82 Considerando este objetivo formulase uma hipótese a aplicação da AET associada à aplicação de uma técnica de análise de riscos o check list vem colaborar na identificação de fatorescausa de riscos em ambientes laboratoriais clínicos condicionantes de desconforto físico tensão irritação e desconcentração profissional e determinantes de prejuízos para estes e para o serviço 452 Análise da tarefa Nesta fase da avaliação é proferido um reconhecimento específico do setor de bioquímica clínica atribuições profissionais e área de trabalho buscando unicamente a identificação de variáveis ambientais operacionais e organizacionais a partir da obsenação do pesquisador e da pesquisa documental 0 Reconhecimento do ambiente O ambiente analisado corresponde a um dos serviços oferecidos pelo laboratório de análises clínicas do HUUFSC o serviço de bioquímica clínica Este seniço utilizase de análises químicas para estudar os nível de vários componentes do corpo humano no controle da saúde e no diagnóstico e monitoramento de doenças através de testes em amostras de sangue urina e outros líquidos do organismo Representa cerca de 50 do total de exames realizados pelo LACHU envolvendo as atividades de recebimento de material centrifugaçao triagem dosagem bioquímica eou hormonal e digitação de resultados 83 0 Os profissionais O serviço em questão concentra bioquímicosfarmacêuticos biomédicos e técnicos de laboratório em número de 8 entre os turnos regulares de trabalho e obedece como dinâmica de organização do trabalho aos critérios legais do Regime Jurídico Único e às normas do Hospital quadro 10 e 11 a seguir Quadro 10 Dados dos profissionais Iab bioq clínicaHUUFSC NÚMERO ESCOLARIDADE FAIXA ETÁRIA SEXO TEMPÔ DE TRABALHÓ 5 BIOQUÍMICOS Superior 40 3F 4M 20 anos 1 BIOMEDICO 2 TÉCNICOS Nível médio 30 M 5 anos FOnte I DRHHUUFSC 2001 Quadro 11 Dinâmica de trabalho Iab bioq cIínicaIHUUFSC JORNADA 6hs diárias de segunda à sexta das 0700 1300h e 1300 1900h SUBORDINAÇÃO Chefia da unidade MODELO DE CONTRATO Efetivos da instituição 875 7 funcionários Contrato FAPEU 125 1 funcionário ABSENTEÍSMO índice de faltas ao serviço Nenhum registro significativo Fonte DRHHUUFSC 2001 As tarefas destes profissionais são definidas pelo Plano de Cargos e Salários do HU anexo 71 caracterizando procedimentos que envolvem o uso de equipamentos instrumentos e mobiliário diversos quadro 12 na próxima página Os critérios de consenação segurança e conforto destes componentes 84 correspondem à avaliação proferida pelo check list em seu primeiro tópico pg70 l Neste contexto a manipulação profissional de agentes contaminantes é significativa e está representada fundamentalmente pelo contato com agentes biológicos das amostras de pacientes pelo manuseio e armazenagem de substâncias químicas como ácidos para preparação de alguns reagentes e conservantes ácido nítrico ácido clorídrico ácido sulfúrico e ácido acético e reagentes álcool amílico acetato de etila álcool etílico álcool metílico acetona hidróxido de amônia hidróxido de sódio anidrico acético clorofórmio cloreto de potássio ácido tricloroacético ácido cítrico borato de sódio carbonato de sódio ponceau S e tiosemicarbazida dentre outros Quadro 12 Equipamentos tipos e número Iab bioq clínicaHUUFSC Aparelho de dosagem de hormônios 3 Computador com impressora 2 Cronômetro com alarme 1 Geladeira 2 Aparelho de dosagem bioquímica 2 Estufa 1 Espectrofotômetros 2 V Balança analítica 1 Bico de bunsen 1 Cuba fonte p eletroforese 1 Agitador de tubo 1 Banhos maria 2 Centrífuga 5 Vidraria específica Freezers 2 Mesas bancadas bancos Fonte Lab Bioquímica Clínica HUUFSC 2001 No que se refere às questões organizacionais destacase a indisponibilidade de contratação de novos profissionais principalmente técnicos de laboratório 85 forçando a distribuição igualitária de tarefas onde atribuições específicas de alguns profissionais são extrapoladas bioquímicos e biomédico 0 A área de trabalho As atividades do setor são desenvolvidas em uma área de 767 m2 590m 1300m cujas deficiências enquadramse nas das demais áreas do laboratório evidenciadas no terceiro tópico do check ist pg75 destacando em particular a distribuição inadequada de equipamentos e mobiliário exigindo a descentralização das atividades anexo 717 As questões ambientais envolvem a constatação de altos níveis de ruído e de insuficientes níveis de iluminação responsáveis pelo desconforto dos profissionais a saber 0 níveis de ruído contínuo na faixa de 89 dBA valores de medições locais realizadas no centro e nas extremidades do ambiente à O80m do piso com um decibelímetro digital lnstrutherm ref DEC 5000 calibrado e equipado com filtro de valorização A níveis de iluminação variando de 322 a 485lux valores obtidos com um luxímetro digital Minipa ref MLM1332 localizado no centro e nas extremidades do ambiente à O80m do piso 86 453 Análise das atividades A fase da análise das atividades relata a rotina de trabalho dos profissionais detendose no que efetivamente realizam no ambiente de trabalho identificando solicitações gestuais psíquicas e cognitivas e considerando as interferências de ordem física ambiental e organizacional Baseiase fundamentalmente na percepção do próprio pesquisador e nas respostas dos trabalhadores ao questionário aplicado no mês de setembro de 2001 dos 8 profissionais do setor apenas 7 responderam ao questionário 88 do total o Acompanhamento das atividades A observação das jornadas regulares de trabalho do setor evidenciou o cumprimento de uma rotina de procedimentos adotada pelos próprios profissionais que iniciouse pela realização de ajustes diários em todos os aparelhos Estes procedimentos de calibração controle dequalidade e de temperatura são executados de forma complementar mensal e semanalmente Em seguida constatouse recebimento de material biológico encaminhado pela coleta centrifugação e preparação dos materiais para a realização das dosagens pré tratamento do soro para dosagem de HDLColesterol preparação das urinas paradosagem pesagem de reagentes na balança analítica preparação de reagentes leitura das reações nos espectrofotômetros de chama 87 leitura do aspecto do soro após refrigeração por 18h para complementação do resultado do exame de triglicerídeos confecção dos diversos soros para controle realização de Eletroforese de proteínas digitação dos dados nos aparelhos para realização dos exames comandos digitação liberação e impressão de todos os resultados A entrega dos laudos na secretaria do LACL confecção do mapa diário no setor considerando o relatório dos exames executados no dia e dos pendentes para dar baixa lavagem secagem e guarda de materiais usados no setor Outras intercorrências acompanharam a realização destes procedimentos como orientação aos bolsistas e estagiários solicitação externa ao telefone gerenciamento de questões administrativas estoque de material e outros e auxílio no acondicionamento e controle de materiais diversos Percebeuse ainda durante as jornadas agitação e desconforto de alguns profissionais em horários de intenso movimento em função da distribuição desigual das jornadas de trabalho Estas apresentam um ritmo mais acelerado no turno de 700 1300 horas quando são realizadas as coletas ambulatoriais e a rotina dos pacientes internados Várias posições e movimentos foram adotados pelos profissionais no desenvolvimento das atividades numa alternância de trabalhos estáticos e dinâmicos Alguns profissionais associaram manifestações de mal estar dor tensão e irritação à constante solicitação das posturas abaixo citadas 88 posição sentada em bancos sem proteção para as costas com projeção do tronco tanto na região lombar quanto dorsal e da cabeça para frente numa inclinação de aproximadamente 20 adotada nas manipulações em mesas e bancadasfi posição de pé com a cabeça inclinada para frente i30 representando um trabalho muscular estático adotada principalmente na operação com aparelhos solicitação freqüente dos membros superiores em movimentosfde precisão realizados com os dedos e punhos sem a exigência do emprego de esforço muscular ou de brusca movimentação deslocamentos desnecessários dos profissionais em função do layout confuso e da descentralização das atividades Em alguns momentos ocorreu a necessidade de atendimento de uma demanda maior de exames e a urgência na liberação de alguns resultados de pacientes críticos da Emergência e da Unidade de Tratamento Intensivo UTI Nestas situações a eficácia exigida condicionou uma maior atenção dos profissionais na manipulação dos materiais nos procedimentos com equipamentos e na digitação de resultados Esta constatação juntamente com a análise dos questionários aplicados permitiu evidenciar aspectos de ordem psicossocial e cognitiva a saber expectativa quanto à qualidade dos resultados dos exames recuperação de conhecimentos formalizados explícitos a conhecimentos tácitos práticos adquiridos com a rotina das tarefas 89 exigência de atenção na seqüência de comandos dos equipamentos evitando supressao de operações eventualmente os equipamentos deixam de apresentar o desempenho esperado causando irritação e impaciência necessidadeide precisão nos procedimentos exigindo atenção constante no campo de trabalho e manutenção de postura rígida tornando a atividade cansativa e estressante ocorrem manifestações de tensão fadiga e dores musculares durante o desempenho das atividades quadro 13 Quadro 13 Freqüência de sintomas relacionados às atividades Tensão permanente 1 3 2 1 Angústia 1 5 1 O Fadiga 1 5 1 O SINTOMA Nunca Às Vezes Sempre Sem registro Dores musculares 2 4 I 1 O preocupação com situações desfavoráveis e desconfortáveis relacionadas às inadequadas condições físicoambientais da área de trabalho iluminação ruído mobiliário e layout quadro 14 Quadro 14 Freqüência dos agentes de conforto e segurança AGENTES Favorável Desfavorável Sem registro Interferência de agentes físicos Temperatura 6 1 O 1 Ventilação 4 3 O Iluminação 3 4 O Ruído 1 6 O Interferência de agentes químicos 2 4 1 Interferência de agentes biológicos 2 3 2 Outros Layout Fluxo 1 4 2 Mobiliário O 7 O 90 preocupação com as condições penosas e perigosas envolvendo os agentes químicos e biológicos manipulados evidentes na percepção dos profissionais sobre o risco das atividades figura 5 Figura 5 Percepção de risco das atividades Percepção de risco 20 0 80 muito risco pouco risco sem risco l insatisfação com serviços realizados manutenção de equipamentos limpeza e desinfecção de áreas e com dificuldades na realização de aprimoramento profissional alguns relatos fazem referência à incorporação de cursos de mestrado e doutorado às atividades de trabalho desejo por maiores esclarecimentos e discussões sobre a legislação de Biossegurança sentimento de importância do trabalho na percepção da maioria 80 ao relacionarem suas atividades à saúde humana e ao sentirem a plena utilização de seus conhecimentos na realização destas figura 6 a seguir Contudo aspectos interferem no sentimento de realização profissional como os baixos salários recebidos e os altos custos com a saúde e a segurança 91 Figura 6 Percepção da importância da atividade Percepção do trabalho 20 0 80 Efmuilo significativopouío significativioñsigniflcativo 46 Diagnóstico da Análise Ergonômica do Trabalho AET O presente estudo procurou abordar através do trabalho dos profissionais do setor de bioquímica clínica do HUUFSC situações adicionais de risco profissional no serviço analisado A demanda inicial direcionada fundamentalmente aos comprometimentos de ordem psicológica fisiológica e cognitiva das atividades representa dentre outras situações favorecedoras de desconcentração fadiga e irritação profissional determinantes na construção das situações de risco Dentro destas considerações o arranjo espacial layout guarda significativa importância ao apresentarse confuso com cruzamento de fluxos de materiais e pessoas favorecendo a falta de sigilo e de segurança Estes sintomas acentuamse na ausência de conforto ambiental representado pela deficiente iluminação pelos altos níveis de ruído e insuficiente sistema de exaustãorefrigeração 92 A falta de critérios na distribuição dos equipamentos descentralizando as atividades e exigindo maiores deslocamentos dos profissionais assim como as condições irregulares do mobiliário em desacordo com os critérios estabelecidos em Norma NR17 Ergonomia levam os profissionais à adoção de posturas de trabalho inadequadas e à maior solicitação física que contribuem para o estresse e o cansaço Quanto às questões operacionais relativas às normas de conduta e procedimentos do seniço percebese o predomínio da prática cotidiana sustentada no excesso de confiança que os profissionais depositam no seu conhecimento e experiência Estes apresentam padrões de atitudes e comportamentos bem definidos adquiridos com o tempo e agregados àquilo que acreditam ser o certo influenciando na realização da tarefa de forma consciente e até mesmo inconsciente Neste aspecto a negligência ainda é forte aliada dos riscos que fazem do profissional presa fácil desta ameaça As normas relativas às posturas dentro do setor não estão perfeitamente definidas e não são perfeitamente obedecidas As tarefas desenvolvemse numa organização informal onde uns procuram auxiliar os outros O número desequilibrado de profissionais menor número de técnicos e maior número de bioquímicosbiomédicos e a não substituição de profissionais em falta ou em férias dentre outros geram acúmulo de atividades e desvio de funções acarretando situações constrangedoras para os profissionais e para o seniço 93 Estes fatores associados às condições sociais que envolvem cada profissional alimentação salários desencadeiam fatores negativos no desempenho das atividades L A interpretação destes dados estendese na discussão dos resultados obtidos pela aplicação das duas metodologias 47 Discussão dos resultados O emprego das duas técnicas de avaliação check ist e AET permitiu a constatação de irregularidades no laboratório clínico analisado relativas aos equipamentos instrumentos e mobiliário utilizados ao pessoal e às instalaçoes de trabalho e favoreceu a evidência de fatores desfavoráveis de ordem psicossocial fisiológica e cognitiva envolvidos na condução das atividades Estes elementos caracterizam problemas físicofuncionais essenciais ao serviço que interagindo entre si e interferindo uns nos outros representam um custo de saúde e segurança para os envolvidos instituição funcionários usuários e sociedade De forma condensada apresentamse sobre cinco categorizações ø o ambiente físico pelo inadequado espaço de trabalho localização imprópria da unidade ausência de áreas de trabalho irregular dimensionamento e organização de ambientes deficiente conforto ambiental desfavoráveis condições térmicas lumínicas e acústicas e não observância dos critérios construtivos exigidos 94 0 os equipamentos instrumentos e mobiliário envolvendo deficiências de conservaçaomanutenção e conforto 0 o processo de trabalho por todas as suas características de risco e insalubridade 0 os recursos humanos em seus direitos de segurança saúde e capacitaçao nem sempre garantidos eou conhecidos e em suas responsabilidades com atos resultados e conseqüências para consigo e para com outros nem sempre atingidos 0 os aspectos organizacionais pela insuficiente postura nas questões que envolvem Biossegurança Tornase pertinente destacar que a prática de medidas voltadas à segurança higiene qualidade e preservação ambiental atuando sobre os aspectos citados sustentase na importância de implantação de Políticas de Biossegurança 48 Recomendações São recomendações para solução eou controle das situações de risco evidenciadas 1 redefiniçao do layout prevendo melhor organizaçao dos espaços introduçao de áreas necessárias ao seniço e adoção de barreiras físicas antesalas e guichês com o propósito de isolar fontes de ruído criar privacidade otimizar o fluxo e o desempenho do processo produtivo e facilitar os procedimentos de 95 limpezadesinfecção dentre outros Em particular um novo Iayouté proposto para o setor de bioquímica clínica inserido no anexo 718 cujo memorial descritivo é apresentado a seguir V O layout desenvolvido para o setor de bioquímica clínica do HUUFSC apresentase mais adequado às atividades ali realizadas através das seguintes sugestões Setorização das atividades dosagem bioquímica dosagem hormonal triagem de amostras e eletroforese prevendo espaço para equipamentos e mobiliário específicos e todos os demais elementos construtivos necessários balcões pias e tanques independência da área de reuniões e aulas buscando maior privacidade destas atividades e a não interferência nos demais procedimentos do setor controle do acesso de pessoas eou profissionais à área de trabalho através do bloqueio com porta dupla introdução de antesala para a troca da roupas protetoras e guarda de pertences pessoais dos profissionais em armários apropriados controle do acesso de materiais à área de trabalho pela incorporação de balcão com guichê para recebimento de amostras e outros materiais e para a liberação de resultados e informações abertura de porta para a área externa do setor representando uma alternativa para a evacuaçao de pessoas em caso de acidentes previsão de instalação de uma capelacâmara de segurança biológica com exaustão para o exterior na área reservada ás atividades de eletroforese enclausuramento das centrífugas em ambiente resenado inibindo o ruído 2 revisão eou modificação de aspectos construtivos e de conforto ambiental relativos preferencialmente aos sistemas de ventilaçãoclimatização e de energia ao mobiliário e aos revestimentos e acabamentos 3 discussão de questões organizacionais prioritárias em parceria com os profissionais visando à adoção de medidas de otimização dos procedimentos de manutenção de equipamentos buscando alternativas junto às empresas já estabelecidas comodato e junto ao seniço de 96 apoio do HU e do serviço de limpeza e desinfecção de áreas em parceria com o SCIHHU e a empresa contratada de elaboração de planos de trabalho prevendo substituição de profissionais 4 implantação de uma Política de Biossegurança nainstituição buscando a harmonia entre os profissionais os processos de trabalho a instituição e a sociedade tornando pertinente a otimização de programas de registro e notificação de incidentes e doenças profissionais de programas de alerta e prevenção informativos e educativos e de programas de valorização profissional a implantação de programas de capacitação direcionados às diferentes estruturas funcionais atendose às medidas específicasde Biossegurança da OMS e outros Organismos podendo seguir o modelo proposto no quadro 15 Quadro 15 Proposta de capacitação EQUIPE TECNICACIENTÍFICA E ESTUDANTES capacitação inicial geral conteúdo sobre medidas de Biossegurança reconhecimento de riscos legislação sobre ética direitos e deveres capacitação inicial específica modos operacionais medidas de segurança métodos de proteção individual e coletiva planos de emergência e outros capacitação periódica atualização sobre novos métodos e técnicas de Biossegurança planejamento e organização da segurança aperfeiçoamento dos conhecimentos anteriores EQUIPE DE APOIO capacitação inicial geral idem item anterior capacitaçao periódica técnicas de limpeza e desinfecçao de áreas remoçao de resíduos segurança em seniços de manutenção de equipamentos uso de EPIs cHEFAsz capacitação periódica gerenciamento de problemas e administração das exigências do setor 97 5 coNcLusÃo E REcovENDAçöEs P TRABAHos uTuRos 51 Conclusão No setor de saúde são fundamentais os investimentos em pessoal em meios de trabalho equipamentos instrumentos e mobiliário e nas instalações de trabalho visando à minimização dos comprometimentos com a prestação destes serviços principalmente no que se aos riscos de incidentes acidentes e exposições ocupacionais Neste contexto são necessárias iniciativas voltadas ao controle eou solução de todos os fatores desfavoráveis à condução das atividades principalmente em estabelecimentos laboratoriais clínicos como o analisado que primam pela qualidade e responsabilidade dos resultados e pela garantia da segurança e da saúde de todos os envolvidos no serviço Esta constatação apresentase coerente com os dados coletados pelo modelo desenvolvido na pesquisa o qual tornou possível a identificação de irregularidades favorecedoras de risco em um laboratório de análises clínicas Mostrouse eficiente também ao possibilitar a adoção de recomendações para a correção eou controle de tais elementos Em paralelo acreditase que a pesquisa tenha despertado em grande parte dos envolvidos no seniço a formação de uma imagem mais clara do processo em que atuam permitindo uma reavaliação de suas posturas e atitudes 98 Esperase também a partir dos resultados mudanças mais profundas na gerência dos riscos neste ambiente despertando nos responsáveis a necessidade de medidas mais severas para a prevenção e solução destes A Ergonomia e a Biossegurança através de recomendações técnicas e operacionais e fundamentalmente do treinamento bem estruturado da informação atualizada e dos programas de motivação eou estimulação profissional inclusive de residentes e estagiários apresentamse como recursos neste objetivo Para tal devem se configurar em prioridade em ambientes laboratoriais clínicos essenciais num mercado que tende a se confirmar e a se estender face à necessidade de novas análises exploratórias e ao desenvolvimento de novas tecnologias 99 52 Recomendações para trabalhos futuros O apoio e a contribuição de profissionais das mais variadas formações possibilitou a realização deste trabalho o que favorece o fortalecimento da idéia de interdisciplinaridade na busca de soluções envolvendo riscos profissionais A partir do estudo realizado sugerese ø que o modelo desenvolvido possa ser aplicado em outras áreas ligadas ao serviço laboratorial dentro da instituição como o laboratório sorológico de hemoterapia e o laboratório de anatomia patológica ø que os resultados possam auxiliar na condução das questões relativas aos riscos profissionais dentro de um enfoque mais amplo 0 que a pesquisa possa se estender a outros estabelecimentos afins tanto da rede pública quanto da privada como forma de promover uma mudança de postura nas gerências dos serviços e nos profissionais envolvidos ø que as recomendações possam auxiliar na melhoria das condições de trabalho e na capacitação dos profissionais inclusive estudantes favorecendo a criação de uma imagem real do serviço e estimulando a formação de uma postura crítica diante das questões que envolvem riscos saúdesegurança 100 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT Disponível em http vvwwIbictbr tib abnthtm Acesso em 19 de julho de 2001 BELEI Renata TAVARES Marcelo PAIVA Neuza Lixo e serviços de saúde uma revisão Disponível em http www GoogIecom Acesso em 18 julho 2001 BRASIL Secretaria de Assistência à Saúde Departamento de Normas Técnicas Normas para projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde Ministério da Saúde Brasília 1995 BRASIL Secretaria de Assistência à Saúde Departamento de Normas Técnicas Manual de Segurança no Ambiente Hospitalar Ministério da Saúde Brasília 1995 BRASIL Secretaria de Assistência à Saúde Departamento de Normas Técnicas Normas e Padrões de Construção e Instalações de Serviços de Saúde Ministério da Saúde Brasília1993 BRASIL Segurança e medicina do trabalho Lei n 6514 de 22 de dezembro de 199732 Ed São Paulo Atlas 1996 CAMERON CORKINDALE K H The psychoIogists role in the development of man machine systems Occupational Psychology 1961 CHÁVEZ S D Calidad y seguridad qué tienen en común Revista Seguridad Instituto Argentino de Seguridad Año LII n 342 pp 47 Argentina 1994 COMISSAO INTERNA DE PREVENÇAO DE ACIDENTES CIPA Curso na ISEGNET Disponível em http www GoogIecom Acesso em 22 julho 2001 101 COMISSAO TECNICA NACIONAL DE BIOSSEGURANÇA CTNBio Instrução Normativa n 1 Lei de Biossegurança n 8974 de 5 de janeiro de 1995 Disponível em http wwwmctgovbr ctnbio ctnbiohtm Acesso em 21 de julho de 2001 CONCEPCIÓN Eduardo Biossegurança do trabalho programa de pós graduação em engenharia de produção 1 e 2 trimestres de 2001 notas de aula Mimeo 2001 CONCEPCIÓN E Modelo de gestión de Ia seguridad y Ia bioseguridad en centros de Ia biotecnologia Tesis para optar por el grado científico de Doctor en Ciencias Técnicas La Habana 1996 COSTA Marco A F Qualidade em biossegurança Rio de Janeiro Editora Qualitymark 2000 Protegendo a Vida Revista Proteção Novo Hamburgo v12 n86 p 4647 fev 1999 Biossegurança segurança química básica para ambientes hospitalares e biotecnológicos São Paulo Editora Santos 1996 DANIELLOU François et al Ficção e Realidade do Trabalho Operário Revista Brasileira de Saúde Ocupacional São Paulo outdez 1989 DE CICCO F FANTAZZINI M L Introdução à engenharia de segurança de sistemas 3 Ed São Paulo FUNDACENTRO 1994 DE FEX R Comparación entre calidad total y seguridad Revista Seguridad Instituto Argentino de Seguridad Año Llll n 343 pp 1820 Argentina 1994 DELA COLETA José Augusto Acidentes de trabalho fator humano contribuições da psicologia do trabalho e atividades de prevenção 2 ed São Paulo Atlas SA 1991 102 DEPARTMENT OF HEALTH AND HUMAN SERVICE CDCNIH Biosafety in microbiological and biomedical laboratories Washington DC Centers for Disease Control and National Institute of Health 3ra ed Washington 1993 DEJOURS C O fatorhumano Rio de Janeiro Fundação Getúlio vargas 1997 FALZON Pierre Os Objetivos da Ergonomia LErgonomie en quête de ses princípes Debats épistémologiques Editions octarés Marseille 1996 FIALHO Francisco SANTOS Neri Manual de análise ergonômica no trabalho 2aed Curitiba Genesis 1997 FIGUEIRA Daisy Instalações hidráulicas e especiais Escola de Administração de Empresas de São Paulo EAESP Fundação Getúlio Vargas FGV notas de aula 1997 Mimeo FUNDAÇAO OSWALDO CRUZ FIOCRUZ Disponível em httpwwWfiocruzbr Acesso em 21 de julho de 2001 GRANDJEAN Etienne Manual de Ergonomia Adaptando o trabalho ao homem 4aed Porto Alegre Artes médicas 1998 GRIST N R Manual de biossegurança para o laboratório São Paulo Livraria Santos Editora 1995 HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FMUSP Jornal da criança editorial Publicação Mensal do Instituto da Criança Prof Pedro de Alcântara São Paulo dez 1998 IIDA ltiro Ergonomia Projeto e produção São Paulo Editora Edgard Blucher Ltda 1992 INTERNATIONAL ORGANIZATION STANDARDIZATION ISO Disponível em http wwwisoch Acesso em 19 de julho de 2001 INSERME Les risques biologiques en Iaboratoire de Recherche Paris Institut Pasteur 1991 103 MAPFRE Seguridad Calidad y seguridad Revista de Ia fundación MAPFRE Editorial Año 13 n 52 España 1993 MEDEIROS J E Formação e motivação de recursos humanos para a qualidade um modelo objetivo de avaliação Florianópolis 1994 151 f Dissertação Mestrado em Engenharia de Produção Universidade Federal de Santa Catarina UFSC MONTMOLLIN M Vocabulaire de Lergonomie Toulosez Octares 1995 MOROSINO JJG Lixo hospitalar Disponível em http www Googlecom Acesso em 22 julho 2001 MOSCOVICI Fela Renascença Organizacional Rio de Janeiro José OIympio1993 OLIVEIRA Rosemeri Análise dos riscos na terapêutica transfuncionalz uma abordagem ergonômica baseada na técnica dos incidentes críticos Florianópolis 2001 133f Dissertação Mestrado em Engenharia de Produção Universidade Federal de Santa Catarina UFSC OLIVEIRA W P Segurança em laboratórios químicos São Paulo SESI 63p 1980 ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD Reglas de bioseguridad para el personal ocupado en Ia producción de vacunas y productos biologicos para uso medico 1995 SANTOS Neri et al Antropotecnologiaz a ergonomia dos sistemas de produção Curitiba Genesis 1997 TEIXEIRA Pedro VALLE Silvio Biossegurança uma abordagem multidisciplinar Rio de Janeiro Fiocruz 1996 104 VERDUSSEN R Ergonomia a racionalização humanizado do trabalho Rio de Janeiro Livros Técnicos e Científicos 1978 WALTERS Norma ESTRIDGE Barbara REYNOLDS Anna Laboratório clínico técnicas básicas 3ed Porto Alegre Artes Médicas 1998 WISNER Alain Por dentro do trabalho métodos e técnica São Paulo FTDOboré 1987 A inteligência no trabalho 1aed São Paulo UNESPFUNDACENTRO 1994 WORLD HEALTH ORGANIZATION WHO Manual de bioseguridad en el laboratorio 2 Geneva 1994 WORLD HEALTH ORGANIZATION WHO Laboratory biosafety manual 2 Geneva 1983 VENDRAME Antônio Carlos A insalubridade por agentes biológicos Revista CIPA Säo Paulo ed n 241 1997 Viña S Concepción E Montero R En busca de la sinergia integrando calidad y seguridad en la gestión Revista MAPFRE España 1997 ZURITA Ivan EO Segurança do trabalho em ambientes hospitalares Revista CIPA São Paulo 1997 1o5 7 ANEXOS 71 Descrição detarefas bioquímicolfarmacêutico biomédico e técnico 0 Farmacêuticobioquímico Executar tarefas relacionadas à composição e ao fornecimento de medicamentos e outros agregados semelhantes e relativas à análise de toxinas substâncias de origem animal e vegetal matérias primas e produtos acabados valendose de técnicas e aparelhos especiais e baseando se em fórmulas estabelecidas para atender a receitas médicas biológicas e veterinárias a dispositivos legais a finalidades industriais e a outros propósitos prevendo a manipulação de insumos farmacêuticos com medicações pesagens e misturas utilizando instrumentos especiais e fórmulas químicas i o controle de entorpecentes e produtos equiparados anotando sua venda em mapas guias e protocolos segundo os receituários devidamente preenchidos a análise de produtos farmacêuticos acabados e em fase de elaboração de insumos valendo se de métodos químicos a análise de soro antiofídico pirogênio e outras substâncias valendose de meios biológicos as análises clínicas de exudatos e transudatos humanos com sangue urina e outros valendo se de diversas técnicas específicas outras tarefas de mesma natureza e nível de dificuldade 0 Biomédico Realizar atividades em laboratórios médicos desenvolvendo pesquisas para analisar a ligação entre a medicina clínica e a científica procurando investigar e procurar resolver problemas biológicos do homem através de atendimentos observações exames e testes feitos nos organismos 106 realizar análises clínicas de sangue urina e fezes realizar exames e interpretar resultados para outros membros da equipe médica executar outras atividades da mesma natureza e mesmo nível de dificuldade 0 Laboratorista Acompanhar atividades de laboratórios de acordo com sua área de atuação a saber proceder a coleta de material empregando os meios e os instrumentos recomendados executar exames e outros trabalhos de natureza simples que não exigem interpretação técnica dos resultados colaborar nas análises e testes de sua área de atuação organizar e arquivar cópias de resultados de exames testes e análises utilizando formulários comuns ou padronizados e possibilitando consultas posteriores zelar pela assepsia conservação e recolhimento do material utilizado zelar pela conservação da aparelhagem e dos instrumentos e do laboratório em geral Fonte Plano de cargos e salários HUUFSC 72 Substâncias químicas riscos e precauções SUBSTÂNCIAS RISCOS PnEcAuçöEs EPIs I EPCS Fenol tóxica queimaduras na pele mal estar geral evitar contato com a pele evitar ingestão Á EPIs luva e avental máscara ou protetor facial com filtros específicos EPCs chuveiro de segurança lavaolhos Ácido sulfúrico Acido nítrico Hidróxido de sódio cáusticos queimaduras na pele queimaduras das membranas mucosas do trato respiratório evitar respingos e derramamentos evitar inalação de vapores EPIs óculos luva e avental máscara ou protetor facial com filtros específicos EPCs chuveiro de segurança lavaolhos Álcool metílico tóxicoinflamável lesões no sangue ç pulmões e rins lesões cutâneas Explosões Incêndios evitar inalação de vapores evitar contato com a pele evitar ingestão manter recipiente bem fechado evitar contato com eletricidade EPIs luva protetora de vinil ou de borracha máscara ou protetor facial com filtros específicos EPCs câmara de segurança biológica tipo llB Ácido acético lnfIamáveI Corrosivo queimaduras explosões incêndios evitar inalação de vapores evitar contato com a pele e olhos evitar contato com eletricidade EPIs luva protetora de vinil ou de borracha máscara ou protetor facial com filtros específicos EPCs câmara de segurança biológica tipo llB Fonte Costa 2000 adaptado 108 73 Substâncias químicas incompatibilidades REAGENTE QUÍMICO INCOMPATIBILIDADE Acido Sulfúrico Cloratos Percloratos Permanganatos e água Acido Acético Hidróxidos Ácido Nítrico Líquidos inflamáveis Acido Crômico Ácido Nítrico Peróxido de Hidrogênio Acetona Ácidos Nítricos e Ácidos Sulfúricos concentrados Fonte Walters1998 adaptado 74 Classificação dos resíduos sólidos de saúde Resíduos que representam riscos potenciais à saúde pública e ao meio ambiente devido a presença de agentes biológicos sangue e hemoderivados animais usados em experimentos ou materiais que tenham entrado em contato com os mesmos excreçöes secreções e líquidos orgânicos meios de cultura tecidos órgãos fetos e peças anatômicas filtros de gases aspirados de áreas contaminadas resíduos advindos de área de isolamento restos alimentares de unidades de isolamento resíduos de Laboratórios de Análises Clínicas resíduos de unidades de atendimento ambulatorial resíduos de sanitários de unidades de internação e de enfermarias animais mortos a bordo dos meios de transporte GRUPO A Obs Neste grupo incluemse dentre outros os objetos perlurantes ou cortantes capazes de causar punctura ou corte lâminas de barbear bisturi agulhas escalpes vidros quebrados e outros provenientes de estabelecimentos prestadores de serviços de saúde Resíduos que apresentam riscos potenciais à saúde pública e ao meio ambiente devido às características químicas V drogas quimioterápicas e produtos por elas contaminados resíduos farmacêuticos medicamentos vencidos contaminados interditados ou não utilizados demais produtos considerados perigosos conforme classificação da NBR 10001 da ABNT tóxicos corrosivos inflamáveis e reativos GRUPO B Rejeitos radioativos materiais radioativos ou contaminados com radionuclídeos proveniente de LAC serviços de Medicina Nuclear e Radioterapia Resolução da Comissão Nacional de Energia Nuclear CNEN 605 GRUPO C Resíduos comuns todos os que não se enquadram nos grupos descritos anteriormente GRUPO D Fonte CONAMA apud Belei 2001adaptado 109 75 Procedimentos de segurança estabelecidos pela Biossegurança A Usar luvas quando as atividades a serem desenvolvidas exigirem contato com fluidos corpóreos soro plasma urina ou sangue total Não permitir o acesso indiscriminado de pessoas estranhas nas áreas de trabalho somente se avisadas e autorizadas Usar protetor facial ou óculos de segurança na possibilidade de espirros de fluidos Usar roupa protetora guardapó e avental quando o risco biológico for reconhecido a serem guardadas em local apropriado e não levadas para áreas externas ao laboratório Desinfetar roupas protetoras contaminadas com técnicas adequadas Não usar sapatos abertos Lavar as mãos antes de retirar as luvas e antes de sair da área contaminada Minimizar a formação de aerossóis e gotas durante as manipulações laboratoriais exigência de uso de CSB classe l ou ll para manipulação de agentes que possam criar aerossóis Evitar o contato das mãos com a face Não comer beber ou aplicar cosméticos nas áreas de laboratório Não pipetar qualquer líquido incluindo água através da boca Não permitir o contato de ferramentas ou qualquer peça de laboratório com a boca Não usar os tanques de laboratórios para lavar as mãos ou outras atividades de higiene pessoal Cobrir todos os cortes superficiais e ferimentos antes de iniciar os trabalhos no laboratório Usar soluções desinfetantes adequadamente preparadas sempre que necessário principalmente após derramamento de material perigoso e no final do expediente P Manter fechados os frascos que contêm material infectante se não estiverem em uso Q Tomar cuidado especial durante a abertura de ampolas contendo material seco e resfriado devendo ser abertas em cabina apropriada ç Desinfetar materiais amostras contaminadas e culturas antes de serem descartadas ou limpas para uso posterior Dar atenção especial ao uso de centrífugas que manuseadas erroneamente produzem partículas respiráveis que podem ser ejetadas durante o uso do equipamento devendo ser operadas de acordo com as instruções do fabricante Dar preferência aos homogeinizadores de teflon devendo ser abertos em CSBs após a operação Não permitir a presença de animais que não sejam necessários às atividades ou de crianças nas áreas de trabalho Ter cuidado com o manuseio de geladeiras e freezers devendo ser limpos e degelados regularmente Disponibilizar uma autoclave na unidade ou outro dispositivo adequado para descontaminação de dejetos infecciosos B C D IG1 rsss N O Fl S T U V W Fonte NH CDC NCCLS WHO apud Geneva 1994 Grist 1995 adaptados 110 76 Soluções desinfetantes tipos e características SOLUÇÕES CONCENTRAÇÃO AÇÃO APLICAÇÃO DESVANTAGENS desinfecção de objetos e tóxico HcRT superfícies corrosivo DE sóoio 1 1 bactericida desinfecção de cromadosferro virucida recipientes de descarte rápida de materiais decomposição T desinfecção de ÁLc 70 germicida superfícies e toxico ETÍUCO equipamentos antisepsia das mãos desinfecção de GUTARMDE bactericida recipientes de descarte tóxico ÍD 2 fungicida de material rápida virucida desinfecção de decomposição equipamentos e artigos Fonte Romão apud Teixeira e Vaie1996 adaptado 77 Manipulação e tratamento de resíduos sólidos e líquidos Procedimentos de segregação armazenagem e transporte de resíduos sólidos A A segregação deve obedecer uma classificação por material não infectante infectante e pérfurocortante Resíduo não infectante todo aquele que não oferece risco à saúde pública que não entram em contato com pacientes resíduos de atividades administrativas dos seniços de varrição limpeza de jardins e restos alimentares Resíduo infectante apresenta risco adicional à saúde pública Resíduo pérfurocortante todo material cortante e perfurante ABNT NBR 12808 B O acondicionamento deve ser em recipiente fechado não excedendo 23 de sua capacidade de forma a preservar um espaço que comporte possíveis vazamentos Resíduo não infectante saco plástico de qualquer cor exceto na cor branca ABNT NBR 9191 Resíduo infectante saco plástico na cor branca leitosa contendo identificação do fabricante e símbolo de resíduo infectante ABNT NBR 9191 Resíduo pérfurocortante recipiente rígido ABNT NBR 12809 111 O manuseio exige o uso de Equipamentos de Proteção Individual EPIs Resíduo infectante gorro óculos máscara uniforme luvas e botas Resíduo não infectante uniforme luvas e botas ABNT NBR 12809 O armazenamento por períodos não superiores a 8oito horas deve acontecer em local específico dentro do estabelecimento expurgo ou shaft equipado com contêineres identificados infectantenão infectante fechados e sem provisão de empilhamento O remanejamento de resíduos infectantes para fora do estabelecimento em horários programados e de pouco movimento deve ocorrer em carrinhos com características especiais identificados e isolados dos demais resíduos sofrendo limpeza e desinfecção simultânea após o recolhimento Rotulagem e acondicionamento de substâncias químicas solventes e não clorados segundo o Departamento de Química da UFSC Para recolhimento de rejeitos químicos devem ser utilizados recipientes de vidro ou de plástico resistente preferencialmente frascos de um litro na cor âmbar com vedação perfeita Os rejeitos químicos não devem ultrapassar 23 da capacidade do recipiente Antes do recolhimento de rejeitos químicos ativos devese proceder a desativação dos mesmos Os frascos deverão ser identificados e rotulados com informações sobre os componentes das misturas existentes tanto os solutos como os solventes a indicação de possíveis riscos e a identificação do laboratório do responsável pelo mesmo e a data de recolhimento Os rótulos devem obedecer a padronização estabelecida pelo Dep de Química da UFSC figura 7 a serem preenchidos com caneta esferográfica e fixados com cola plástica Deve ser evitada a mistura de substâncias que possam reagir entre si como de solventes orgânicos clorados com nao clorados solventes orgânicos com ácidos e material orgânico com inorgânico FIGURA 7 Modelo de rótulo para coleta de reieitos químicos DEPARTAMENTO DE QUÍMICA UESC SISTEMA DE COLETA DE REJEITOS QUIMICOS ABoRATÓRoz MATERAz REsPoNsAvEz DATA Observações Fonte Departamento de Química UFSC1997 112 0 Procedimentos recomendados para o tratamento de resíduos sólidos A Resíduos não contaminantes podem ser eliminados com lavagem B Obietos perfurocortantes agulhas hipodérmicas e seringas devem ser esterilizados em auto claves e incinerados juntamente com outros materiais contaminados C Materiais contaminados para reutilização vidraria instrumental e roupas devem passar por autoclavagem uso de produtos químicos ou outros métodos de descontaminação D Materiais contaminados para eliminação devem ser previamente autoclavados para serem transportados ao incinerador ou à outro local de elíminaçao Fonte Manual de Bioseguridad en el Laboratorio1994 adaptado 78 Equipamentos de Proteção Individual EPIs tipos e características PROTEÇAO EPIs CARACTERÍSTICAS AGENTES DOS MEMBROS descartáveis materiais escoriantes abrasivos SUPERIORES luvas látex e vinil descartáveis após cortantes e perlurantes mangas protetoras desinfecção substâncias químicas materiais biológicos reutilizáveis após respingos protetores faciais desinfecção vapores de produtos químicos FACIAL A respingos nos olhos óculos protetores reutilizáveis após líquidos agressivos desinfecção poeiras e Radiações máscaras RESPIRATÓRIA semimáscaras filtros especiais substâncias químicas respiradores descartáveis umidade DOS MEMBROS calçados reutilizáveis após substâncias químicas agressivas INFERIORES impermeáveis desinfecção protet auriculares reutilizáveis ruídos acentuados AU DITIVA guardapó reutilizáveis após substâncias químicas DO TRONCO avental desinfecção materiais biológicos Umidade Fonte NR06 Equipamentos de Proteção Individual apud Brasil 1996 adaptado 79 Câmaras de Segurança Biológica Laboratórios de Nível Il classificação 113 FLUXO DE AR CARACTERÍSTICAS iNoicAçÃo PRorEçÃo CLASSE 150 pésmin sem recirculação Entrada de ar frontal Saída p exterior filtro HEPA Microorganismos do grupo de risco Il e III Do operador Do meio ambiente CLASSE A 75 pésmin 70 recirculação Entrada de ar frontal H pela área de trabalho Saída direta no ambiente Filtro HEPA 30 filtração Microorganismos do grupo de risco II e lll com substâncias químicas e radionucleotídeos Do operador Do meio ambiente Do experimento produto CLASSE 1 m 100 pésmin 30 recirculação Entrada de ar frontal abaixo da área de trabalho Saída p exterior do edifício Filtro HEPA70 filtração Microorganismos do grupo de risco l ll e Ill com substâncias químicas e radionucleotídeos Do operador Do meio ambiente Do experimento produto CLASSE NÉ 100 pésmin 0 recirculação Entrada de ar frontal no topo da cabine Saída p exterior do edifício Filtro HEPA 70 filtração Microorganismos do grupo de risco I ll e Ill com radionucleotídeos e substâncias químicas Do operador Do meio ambiente Do experimento produto CLASSE Mm 100 pésmin 70 recirculação Entrada de ar frontal Saída p exterior do edifício Filtro HEPA 70 filtração Microorganismos do grupo de risco l ll e lll Do operador Do meio ambiente Do experimento produto Fonte Silva apud Teixeira e VaIle1996 adaptado f 710 Sinalizaçao de segurança VERMELHO distinguir e identificar equipamentosaparelhos de proteção e combate a incêndios AMARELO indicar CUIDADO identificar gases Iiqüefeitos BRANCO delimitar áreas indicar coletores de resíduos bebedouros e áreas de armazenagem PRETO identificar coletores de esgoto ou lixo em substituição ao branco ou combinado à este LARANJA identificar partes móveis de máquinas e equipamentos indicar ALEFlTA VERDE d ff di t d i en i icar sposi ivos e segurança identificar canalizaçoes de água localizar EPIs PÚRPURA identificar perigos provenientes de radiações eletromagnéticas AZUL indicar CUIDADO identificar canalizações de ar comprimido Fonte Simas apud Teixeira e Valle1996 Brasi 1996 adaptado 114 711 Critérios construtivos Dispositivos de higiene e segurança A instalação de páraraios B instalação de piaslavatórios nas áreas de trabalho no mínimo uma em local próximo da saída ou na extremidade das bancadas de trabalho constituídos de material resistente alimentados com água potável e providos com volantes de acionamento com os pés cotovelos ou de forma automática C instalação de chuveiro de emergência de preferência nas áreas de circulação sem obstruir a passagem ou em áreas adjacentes à porta de acesso com sinalização D instalação de dispositivo para lavagem de olhos em bancadas junto às pias ou acoplado ao chuveiro de emergência com sinalização H E instalação de meios para prevenção controle e extinção de acidentes elétricos e incêndios considerando critérios da edificação incrementados durante a sua construção materiais não combustíveis paredes mais espessas e vidros entelados e prevendo elementos de alerta e auxílio componentes especiais nos acessos portas permitindo a sua abertura ou quebra em situações de emergência extintores portáteis nas áreas de trabalho sistemas de alarme e sinalização e portas cortafogo adequados à NFl23 Proteção contra Incêndios o Linhas de Serviço A previsão de suprimento de energia água gás combustível e ar comprimido assim como de drenagem sanitária para cada área de trabalho Obs os demais suprimentos gases e líquidos especiais oxigênio hidrogênio nitrogênio vácuo e outros são opcionais em função da necessidade B previsão de acessibilidade para realização de reparos e manutenção prevendo se possível tubulações aparentes não embutidas acima das bancadas de trabalho resguardando afastamento das paredes recebendo tratamento com pintura em cores diferentes NR26 Sinalização de Segurança e evitando superfícies horizontais Obs no caso de tubulações localizadas abaixo das bancadas fixas prever espaço técnico de aproximadamente 020 m na parte posterior destas C sistema de abastecimento de água fria ou quente prevendo um ponto para cada cuba ou lavatório alimentação independente para a produção e para o consumo dos profissionais sem ligações cuzadas e dispositivo contra refluxo D sistema de abastecimento de energia seguro e suficiente previsão de 25 a 30 da capacidade do quadro para possíveis expansões prevendo suprimento de emergência e sinalização interruptores tomadas disjuntores painéis e comandos 115 Obs as tomadas com capacidade de 110 220 volts devem ser instaladas em intervalos de 120m a 150m ao longo das paredes acima das bancadas e com aterrramento E sistema de abastecimento adequado de gás natural de rua ou engarrafado obedecendo às recomendações necessárias para o seu perfeito funcionamento Obs os cilindros de gases acorrentados e em posição vertical devem localizarse em área externa à edificação bem ventilada e com acesso restrito F instalação de linhas de vácuo quando necessárias para trabalhos com agentes infecciosos protegidas com filtro Hepa ou equipamento equivalente G instalação de linhas de ar comprimido quando necessárias com filtração Hepa ou equipamento equivalente para proteção de inversão do fluxo de ar A H instalação de linhas de esgotamento especiais drenagem de resíduos líquidos biológicos e químicos quando necessárias com neutralização adequada e uso apropriado de tubulações e caixas de descontaminaçao I limpeza sistemática de canos válvulas juntas conexões e terminais livres sendo inconveniente a presença de raios nas áreas de trabalho Obs os ralos podem ser usados em áreas não laboratoriais devendo ser equipados com tampas herméticas a serem removidas nas operações de limpeza e escoamento de água Revestimentos e acabamentos A acabamento de paredes e tetos com vedaçao contínua de material lavável durável e de fácil conservaçãolimpeza prevendo superfícies claras para garantir melhor difusão da luz Obs painéis removíveis só poderão ser adotados para os tetos de circulações e áreas não laboratoriais e divisórias removíveis do tipo préfabricadas se vedáveis e revestidas com materiais de fácil limpeza B acabamento de pisos com o menor número de juntas possível laváveis com boa durabilidade de fácil conservaçãolimpeza e não escorregadios Obs os rodapés devem obedecer o formato de meiacana linha hospitalar com cantos arredondados evitando reentrâncias C acabamento de válvulas equipamentos dispositivos de medição e tampas de acesso a equipamentos impermeáveis a líquidos e resistentes a gases e substâncias químicas D acabamento de pias eou tanques em material impermeável a líquidos e resistente a gases e substâncias químicas de referência em aço inoxidável ou material equivalente sem cantos ou reentrâncias como forma de garantir os requisitos de higienização e lavabilidade Obs os requisitos de lavabilidade e higienização estão contidos em Norma do Ministério da Saúde Coordenação de Controle de Infecções Hospitalares Fonte OMS Geneva1994 Simas apud Teixeira e Valle 1996 Ministério da Saúde Brasil 1995 Grist 1995 Segurança e Medicina do Trabalho Brasil 1996 adaptados 116 7 12 Critérios ambientais e ergonômicos A A iluminância dos ambientes deve obedecer aos parâmetros estabelecidos pelas Normas do MT NR17Ergonomia e pelas Disposições da ABNT NBR5413 Iluminância de Interiores que recomendam níveis de iluminação admissíveis para atividades desenvolvidas em laboratórios entre 300Ix 750 lx execução de adequado sistema de iluminação geral e localizado controle sobre deslumbramentos e reflexões aproveitamento da luz natural sem a incidência do sol em equipamentos ou mesas de trabalho consenação do sistema de iluminação através de perfeito funcionamento de lâmpadas e regular limpeza de luminárias escolha criteriosa de cores para paredes tetos pisos e mobiliário como forma de garantir adequada relação de brilho das superfícies e adequado contraste entre objeto visual e fundo B O sistema de ventilação mecânica deve considerar a necessidade de renovação do ar requerido total ou parcial assim como os níveis adequados de temperatura umidade relativa e filtragem do ar estabelecidos pelas Disposições da ABNT NBR6401 Instalações de Centrais de Ar Condicionado para fins de Conforto Térmico e NBR7256 Tratamento de Ar em Unidades MédicoAssistenciais prevendo renovação natural de ar em áreas críticas através de entradas de ar externas janelas localizadas o mais alto possível em relação ao nível do piso no mínimo 090m afastadas das saídas de ar dos incineradores e das chaminés das caldeiras da edificação laboratorial eou de outras podendo abrirse se equipadas com telas de proteção contra vetores adoção de ventilação mecânica que promova a entrada de ar para o ambiente sem recirculação renovação de 100 do ar externo one pass system para laboratórios onde os agentes infeciosos tendem a se converter em aerossóis com o objetivo de impedir contaminações cruzadas Obs exceção para as áreas nãolaboratoriais de secretaria e outras onde pode ser admitido um sistema com recirculação ou para outros ambientes que possam exigir uma taxa inferior de renovação do ar externo de if 20 extração de gases de equipamentos de contenção primária CSBs ou de exaustores sem reciclagem sofrendo descontaminação através do uso de filtros de grande eficiência do tipo HEPA antes de sua liberação a serem exauridos a uma altura superior a da edificação sem a possibilidade de retorno pala ação do vento Obs o conduto exaustor deve estar sobre pressão negativa evitando vazamentos para outras áreas 117 manutenção de níveis aceitáveis de temperatura 24C 02C bulbo seco e de taxas adequadas de umidade 50 05 nunca inferior a 40 nos ambientes de trabalho Obs devido a variações climáticas deve ser mantida uma taxa de até 55 de umidificação do ar garantindo o funcionamento de equipamentos e evitando efeitos de eletricidade estática uso não ininterrupto de aparelhos de ar condicionado como forma de submeter os ambientes a uma ventilação natural À manutenção de níveis de calor moderados em meios e substâncias temperaturas extremas devem ser evitadas assim como superfícies frias ou quentes sem proteção manutenção do equilíbrio do ar quando necessário proporcionando padrões de fluxo quantidade e direção de deslocamentos desejados objetivando criar pressão mais baixa não somente nas áreas de grande risco biológico como naquelas onde se produz calor excessivo odores ou humores químicos Obs o deslocamento do ar deve ser das áreas de baixo risco para as de maior ou das áreas limpas para as menos limpas obedecendo diferenças de pressão admissíveis de 20 e 28 pascals C Os níveis de ruído devem obedecer os parâmetros estabelecidos em Norma do MT Portaria n 321478 e em Disposições da ABNT NBR10152 Níveis de Ruído para Conforto Acústico definindo como aceitáveis para ambientes laboratoriais os níveis entre 40dBA e 50 dBA Obs acima destes valores devem ser introduzidas medidas de redução de ruído com o auxílio de soluções arquitetônicas divisão de ambientes introdução de barreiras acústicas e de bases antivibratórias para redução das superfícies vibrantes ou com a substituição manutenção e reparo de equipamentos D Os equipamentos devem apresentarse adequados e seguros às atividades providos de dispositivos de funcionamento temporizadores termômetros visores campainhas e de segurança travas E O mobiliário de trabalho constituído de bancos eou cadeiras mesas bancadas e armários unidades fixas eou modularesintercambiáveis com maior flexibilidade dentro do espaço deve prever adaptação às características psicofisiológicas dos trabalhadores altura de mesas de trabalho não superior a 075m do piso e de bancadas não superior a 090m do piso profundidade de bancadas fixas de i 075m incluindo espaço para linhas de serviço 020m regulagem para assentos entre 47 e 57 cm revestimento em material impermeável e resistente a desinfetantes ácidos solventes umidade e calor moderado evitando acabamentos em tecido ou similar para cadeiras e bancos Fonte Normas Regulamentadoras do MT apud Brasil1996 Disposições da ABNT Simas apud teixeira e Valle 1996 adaptados 713 Símbolo Internacional de Biossegurança 714 Checklist ASPECTOS 118 CHECK LIST AVALIAÇÃO DE PROCEDIMENTOS RISCOS I LÁR O NSTRUMENTOS EQU PAMENTOS I MOB GERAIS ESPECÍFICOS SimNão Obs MODOS DE OPERAÇÃO Disponibilidade de instruções de operação para equipamentos Garantia de mobilização profissional Garantia de uso restrito ao pessoal autorizado Observância de seqüência de operações Rotina de ajustes e calibragens Sinalização de comandos Processamento de um tipo de produto por vez Proteção de meios de trabalho cortantes perfurocortantes ou abrasivos Acondicionamento de partes móveis de máquinas e equipamentos Não operação de equipamentos defeituosos Adequabilidade de mobiliário critérios de conforto e segurança Adequabilidade de equipamentos critérios de desenho interv de medição e nível de precisão alo H G ENE SEGURANÇA Adoção de programa de manutenção preventiva Adoção de programa de higiene e desinfecção com definição de produtos e procedimentos Esterilização de ferramentas eou instrumentos utilizados na reparação e manutenção de equipamentos Remoção eou identificação de equipamentos defeituosos 119 CHECK LIST AVALIAÇÃO DE PROCEDIMENTOS RISCOS u II ASPECTOS U A PESSOAL GERAIS ESPECÍFICOS SimNão Obs sAúDE Adoçao de programa de controle médico e de saúde ocupacional Adoção de programa de imunização O Adoção de programa de registro de incidentes acidentes e exposições cAÇÃo QUAL F Presença de pessoal qualificado em Qualidade Segurança Higiene Técnicas assépticas Biossegurança Elaboração e cumprimento de programas de capacitação Organização do trabalho Elaboração de organograma e planos de trabalho Definição de substitutos para profissionais Conhecimento do curriculum vitae de profissionais H G ENE SEGURANÇA Adequabilidade de dispositivos de proteção Presença de EPCs número suficiente Disponibilidade de EPIs Guarda adequada de EPIs Uso apropriado de EPIs Tratamento adequado de EPIs descontaminação e substituição Tratamento apropriado de EPCs aa Conhecimento de riscos presentes Elaboração de mapa de riscos Elaboração e cumprimento de POPs Elaboração e cumprimento de planos de emergência Observância de medidas de Biossegurança recomendações gerais de práticas pessoais e operacionais Não realização de prática antihigiênicas comer beber usar cosméticos e outras Fornecimento de roupa estéril ao pessoal externo Fechamento de portas de áreas de trabalho durante a execução de trabalhos A Uso de dispositivos de higiene pessoal saboneteira e porta papel Controle de acesso às áreas de trabalho exigência de lista de pessoas autorizadas Controle de número de pessoas estudantes e profissionais nas áreas de trabalho Adoção de procedimentos técnicos para minimização de aerossóis e gotas Adoção de procedimentos específicos para a manipulação das substâncias químicas Adoção de procedimentos específicos para a manipulação de resíduos Adoção de procedimentos específicos para a preparação esterilização consenação e armazenagem de meios de cultura z íS 1íií Caí aiii íaí Cai ííííí Caia Caia CHECK LIST AVALIAÇÃO DE PROCEDIMENTOS RISCOS ASPECTOS GERAIS ESPECÍFICOS SimNão Obs Localizaçao adequada da unidade TU Cumprimento do programa de áreas de trabalho O Dimensionamento adequado de áreas YA Organização de ambientes L Distribuição criteriosa de equipamentos Presença de barreiras físicas Estrutura para evacuação de pessoal e materiais Adequabilidade de elementos construtivos M COS Presença de portas tecnológicas Presença de portas e janelas com dimensionamento e acabamentos adequados prevendo dispositivos de proteção í Presença de pias lavatórios apropriados e em número suficiente Presença de páraraios Presença de dispositivo para lavagem de olhos Presença de chuveiro de emergência instalação de meios de detecção e de extinção de incêndio Adequabilidade de revestimentos e acabamentos s E ERGONÓ ÕES Revestimento adequado para paredes tetos e pisos Acabamento específico para balcões raios válvulas equipamentos dispositivos de medição e tampas de acesso a equipamentos V Ç Adequabilidade de linhas de serviço Previsão de tubulações aparentes eou espaços técnicos nas NSTALA STRUT VOS AMB ENTA bancadas fixas para reparos Sistema de abastecimento de água suficiente seguro com dispositivo contra refluxo e sem ligações cruzadas Sistema de abastecimento de energia seguro e suficiente com suprimento de emergência e sinalização Sistema de abastecimento de gases combustível e especiais compatível e seguro Sistema de drenagem de resíduos líquidos biológicos e quím seguro e com adequada neutralização N Adequabilidade do conforto ambiental ASPECTOS CO Perfeito funcionamento de lâmpadas Regular limpeza de luminárias Adequado sistema de iluminação geral e localizada í Aproveitamento da luz natural Não incidência direta do sol Adequado nível de ruído Adequada ventilação e aeração Adequada temperatura Adequada taxa de umidade do ar Programa de controle de pragas Programa de higiene e desinfecçao de áreas Limpeza de canos válvulas juntas conexões e terminais livres Sinalização de risco biológico Sinalização de tubulações água ar energia gases Sinalização de substâncias inflamáveis e explosivas 121 715 Questionário AET UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA Programa de Pósgraduação em Engenharia de Produção Esta é uma pesquisa que subsidiará a dissertação de mestrado do Programa de Pósgraduação em Engenharia de Produção que tem como objetivo identificar riscos em ambientes Iaboratoriais clínicos utilizandose da observação e análise do laboratório de análises clínicas deste Hospital Universitário Através do presente questionário serão abordados aspectos físicoambientais organizacionais e sociais relacionados ao serviço e aos profissionais Os dados coletados deverão ser mantidos em sigilo e sua colaboração é importante tendo em vista que os resultados deste trabalho poderão reverterse em medidas de solução eou controle de riscos em favor da preservação da sua saúde e da manutenção de sua segurança DADOS PESSOAIS Idade Sexo Escolaridade Tempo de serviço 3 1ttttt3 I5ÍÍTÍ777ÍÍfE515ÍšäÉÉ3215F3332355ÉtiëíEííí5ííííí55t íãf155SIIItttZišš21Íf352Eii1í3EI35214i52ÊEf5iÍ5IfÍ55Ê7É2tš ih 9 Y M 9 f FAToREs FísicoAMBIENTAIS 1 Como você percebe seu ambiente de trabalho no que diz respeita à Interferência de agentes físicos Temperatura Ventilação Iluminação Ruído Interferência de agentes químicos Interferência de agentes biológicos Outros Layout Fluxo Mobiliário Favorável Desfavorável 2 Dos fatores acima relacionados quais os que você considera mais agravantes para o exercício da sua atividade Por quê FATORES SOCIAIS zz I z Quantas vezes ao dia você costuma alimentarse ma Duas Três Mais de três 122 2 Em suas refeições você costuma alimentarse de Obs Marque quantas alternativas desejar Sanduiches Vegetais Carnes Carboidratos Gorduras água Befrigerante Alcool Doces fÍ I Qfí ÍÍí šflëo o 3 8 Você realiza a maior parte de suas alimentações No ambiente de trabalho No lar Outros Quais é fumante 5 Você já sentiu algumuns dos sintomas abaixo relacionados durante o desempenho de sua atividade Obs Pode marcar mais de uma alternativa SINTOMA NUNCA ÀS VEZES SEMPRE Estresse i Tensão permanente Angústia Tristeza acentuada Pânico Depressão Fadiga Dores musculares Cefaléa Falta de concentração Edemas Varizes Afecções nas articulações zz zxo Lê Qual o meio de transporte que você utiliza para chegar ao local de trabalho Carro próprio Onibus Carona Outros Qual Você pratica exercícios físicos ou atividades esportivas fora do ambiente de trabalho Nunca Ás vezes Sempre lo f z O3 10 Você tem tempo para realizar atividades sociais e de lazer fora do ambiente de trabalho Com que freqüência Uma vez por semana Duas vezes por semana Mais vezes Você está fazendo uso de algum medicamento atualmente Sim Não Quais acha que o seu trabalho influencia ou prejudica sua vida familiar Como Sim Não FATORES ORGANIZACIONAIS m ÉL I I z Como você entrou na instituição Através de concurso Por indicação Outros Qual a sua condição atual dentro da instituição Funcionário permanente Funcionário temporário Outros 3 A instituição incentiva a capacitação de seus funcionários Sim Não Como 4 Você participa com sugestões na organização do serviço Sim Não Como ASPECTOS PESSOAIS 1 Você acha que seu tempo de trabalho é suficiente para a realização de suas atividades 2 3 Você acha que o trabalho que desenvolve permite a utilização do seu conhecimento sm Sim Não Por quê Você acha que sua forma de trabalhar é cansativa ou estressante Nao Por que experiência e habilidade Sim Não Por quê 4 Você acha bom o seu relacionamento com colegas de trabalho 7 Sim zz O J f 7 Você acha que as normas técnicas eou a legislação específica relacionada a Biossegurança em ambientes laboratoriais clínicos são bem conhecidos e discutidos por todos 7 3 z Q zz Q 9 10O que você melhoraria na sua atividade de trabalho no aspecto fisicoambiental e Não Por quê Você se sente motivado para o desenvolvimento de suas atividades 7 Sim Não Por quê Sim Não Por quê Você acha justo o seu salário se comparado às atividades que desenvolve Sim Não Por quê Como você percebe sua atividade No que se refere à sua realização pouco significativa significativa muito significativa No que se refere à exposição ao risco De pouco risco De alto risco Sem nenhum risco No que se refere à insalubridade da atividade como um todo Pouco insalubre Muito insalubre Sem insalubridade Nos últimos seis meses você teve FALTAS NÂO Por atestado médico Éš Sem justificativa Licenças p tratamento de saúde de familiares Licenças de saúde pessoais organizacional 716 Plania baixa LAC I HU I UFSC úú BoQuíMcA JW Í ä II UE â r uuNooeAC Êfi ÚV HHlIUIA fi wi Il M5 P 2Ew LAVAGEM URINÁLISE L Í GIEFIl Auúoxmrmo J REPOUSO uNmN8rAs A ií HG aG Ilfi mm 4 Í WOFUNGFEM in uÍcc V 1 W se u 2 il if sscnsrmu Wifi I mau 1 I cRcuAÇÃo H u Fonte Divisão de Serviços GeraisIHUUFSC 2001 FSC U U I H 3 mIm G UImE d3 Bmq O mtÓ fl 3DO L 3 LWWt w 7 1 7 I k v M LW JI rm 1 Išk O t1 no E0 m2 al t VI am 90 ln 9 w WW í W W Xš O É Q E HU íAbGG EEE ÊEÊ WA Ê bi š Êwíš ii gta É E M Xilii Y Y II M U U m A W Q É Ú m E G Ê Ê U WFSC H MM C M BMUum O um fl Rmm 8 WWt pmpOsm 1 7 lr É XÉ aã W R HhHw ävššxàw Ê Ú E v A mMšNššàšà Q Ú ÉÊÉ U 8 G NOvE8mU Q š í ãë Ga8Éã D D U E J Ú I A L W É D E O Ju B Ê E mo m É ëmfl É ší íšššššš U U ä