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Empreendedorismo

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1 Inovação e Desenvolvimento Econômico A correlação direta da taxa de crescimento de um país com sua di nâmica de inovação é consenso afirma o professor Abraham Sicsú 2015 p 8 ao explicar por que o Brasil precisa investir mais e melhor em inovação No passado outras referências como Schumpeter 2000 e Drucker 1986 como visto anteriormente já tinham citado a impor tância da inovação especialmente do empreendedorismo inovador no desenvolvimento econômico de países Pesquisa anual da consultoria 2ThinkNow 2020 que aponta as 50 cidades mais inovadoras também confirma a forte correlação entre capacidade de inovação de uma cida de e seu desenvolvimento econômico Em 2019 por exemplo as dez cidades mais inovadoras do mundo eram Nova Iorque Tóquio Londres Los Angeles Singapura Paris Chicago Boston Vale do Silício aqui como região São Francisco a São José e a décima colocada Toronto São Paulo ficou na 67ª colocação e Rio de Janeiro na 115ª posição O que chama a atenção nesta lista é há cidades em que a inovação ocorre muito mais na área de serviços como Nova Iorque Tóquio e Singapura mas também soluções de alta tecnologia Destaque também para Londres como veremos a seguir que tem sido pioneira no apoio de negócios típicos da Economia Criativa Neste contexto diversas lideranças nacionais e regionais ao redor do planeta têm levantado a questão sobre como incentivar o empre endedorismo inovador para promover o desenvolvimento econômico e também social já que isto também implica na geração de emprego renda e avanços em diversos indicadores sociais como educação saú de e qualidade de vida de uma cidade estado ou mesmo de um país como já ocorreu em países como Israel Coreia do Sul e mais recente mente a China Mas para rumar nesta direção é preciso desenvolver o que o Professor Daniel Isenberg 2011 da Babson College uma das mais im portantes faculdades de empreendedorismo dos Estados Unidos cha ma de Ecossistema de Empreendedorismo Inovador representado na figura a seguir Os estudos conduzidos pelo professor Isenberg apontam que é ne cessário a integração e sinergia de diversos domínios incluindo políti cas públicas de incentivo ao empreendedorismo inovador capital finan ceiro para investimento em novos negócios cultura empreendedora voltada para a inovação instituições de suporte que ofereçam serviços para empreendedores inovadores formação de recursos humanos in cluindo instituições de ensino que insiram empreendedorismo inovador na grade curricular e também mercados onde há pessoas e organiza ções que demandem continuamente soluções mais inovadoras Desta forma os Domínios do Ecossistema Empreendedor Inovador têm se tornado uma estrutura lógica cada vez mais utilizada por diversos elos do empreendedorismo inovador de uma região cidade estado ou país Importante Busque informações se sua cidade criou políticas de incentivo ao em preendedorismo inovador É importante que as esferas políticas discu tam e incluam na pauta temas associados à promoção do empreende dorismo da inovação e da Economia Criativa Figura 1 Domínios do Ecossistema Empreendedor Inovador EMPREENDEDORISMO POLÍTICAS PÚBLICAS Liderança Suporte inequívoco Legitimidade social Portas abertas para defensor Estratégia empreendedora Urgência crise e desafio Governo Instituições ex Investimento apoio Apoio financeiro ex para PD fundos iniciais Estrutura regulatória Incentivos ex incentivos fiscais Institutos de pesquisa Legislação facilitadora de investimentos ex Falência força dos contratos direitos de propriedade e mão de obra CAPITAL FINANCEIRO Capital Financeiro Micro empréstimos Investidores anjo amigos e família Venture capital estágio zero Fundos de venture capital Patrimônio privado Mercado de capital públicos Dívidas CULTURA Histórias de sucesso Sucessos visíveis Geração de riqueza para os fundadores Reputação internacional Normas da sociedade Tolerância aos riscos erros fracassos Inovação criatividade experimentação Status social de empreendedor Criação de riqueza Ambição vontade gana INSTITUIÇÕES DE SUPORTE Instituições nãogovernamentais Promoção do empreendedorismo em empresas sem fins lucrativos Competições de planos de negócios Conferências Associações de apoio a empreendedores Profissões de apoio Advocacia Contabilidade Banqueiros de investimentos Peritos técnicos conselheiros Infraestrutura Telecomunicações Transportes logística Energia Zonas industriais centros de incubação clusters RECURSOS HUMANOS Instituições educacionais Diplomas gerais profissionais e acadêmicos Treinamento específico para o empreendedorismo Mão de obra Treinada e não treinada Empreendedores seriais Famílias de gerações subsequentes MERCADOS Redes Redes de empreendedores Redes diáspora Corporações multinacionais Clientes iniciais Early adopters para provar o conceito Perícia em por rm marcha produzir Cliente referência Primeiros comentários Canais de distribuição Fonte ISENBERG 2011 p 7 2 Cidades criativas No Brasil quem vem utilizando a abordagem do Professor Isenberg tem sido a Endeavor uma entidade não governamental de apoio ao empreendedorismo Como bases nos critérios dos Domínios do Ecossistema Empreendedor Inovador a Endeavor 2017 elencou as principais cidades brasileiras A próxima figura apresenta as dez mais bem colocadas sua pontuação geral notas entre 0 e 10 e evolução na classificação considerando avaliação passada O estudo da Endeavor destaca por exemplo a cidade de Florianópolis por nos últimos anos começar a se destacar na criação de startups Destaque também para cidades menores como Joinville e Maringá que normalmente não chamam a atenção mas que tem investido for temente no desenvolvimento de novos negócios inovadores Algumas cidades como Campinas e São José dos Campos se beneficiam por contarem com algumas das principais universidades do Brasil como Unicamp e ITA respectivamente Gráfico 1 Cidades brasileiras mais empreendedoras Fonte Endeavor 2017 Recife a 20ª colocada é bastante citada sobre como utilizar o em preendedorismo inovador para reinventar uma região Neste caso é um exemplo sobre como um empreendedor pode criar um movimento para fundar um polo de desenvolvimento da Economia Criativa Em 1996 o professor Silvio Meira junto com outros colegas da universidade funda ram o CESAR Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife Na época a cidade tinha sua importância turística e também logística em função do porto Mas aproveitandose do que depois viria a ser conheci do pela Bolha da Internet período em que houve um intenso movimento de criação de startups em todo o mundo Meira criou um centro em que seus alunos pudessem criar seus negócios de software criando assim um movimento de empreendedorismo local que logo chamou a atenção de diversas empresas brasileiras que começaram a contratar serviços dos negócios recémlançados e posteriormente a também criarem unidades de desenvolvimento em Recife Quando o espaço se tornou pequeno dentro da universidade em um movimento ousado em parce ria com o governo da cidade e do estado o CESAR foi transferido para a antiga zona portuária muito degradada durantes os anos de circula ção de caminhões estivadores e marinheiros de diversos países que ali circulavam Com a transferência do porto para Suape a região portuária na verdade uma ilha se degradou mais ainda O trabalho de revitalização e modernização do espaço foi coroado com a transferência do CESAR para a região que passou a ser referenciado como Porto Digital Além do CESAR outras startups empresas de tecnologias startups prestadores de serviços foram atraídos para a região Este movimento também trou xe shoppings centers restaurantes centros de eventos culturais além de trazer muito mais turistas para a região que agora oferecia mais se gurança inclusive à noite O sucesso da iniciativa também trouxe im pacto positivo para outros tipos de negócio como o transporte aéreo hotelaria comércio e gastronomia já que além do turismo de passeio Recife também passou a ser um destino de negócios Atualmente o Porto Digital é citado como um dos principais exem plos de revitalização de espaços urbanos alavancados por negócios da Economia Criativa assim como aconteceu na região de Puerto Madeiro em Buenos Aires Argentina Boston Innovation District BID ou em 22 Project em Barcelona Justamente pelos negócios possibilitados pela Economia Criativa não dependerem exclusivamente de ativos físicos caros e em diversos casos poderem ser remunerados remotamente muitas cidades estão criando políticas para se tornarem cidades criativas como vem acontecendo em São Carlos SP Blumenau SC Campina Grande PB ou Vitória ES Quando consideramos o conceito de cidade criativa Reis 2008 p 240 explica que na base das cidades criativas está a singularidade de seu território ou seja suas identidades culturais suas vocações econô micas seu histórico seu contexto as dinâmicas que se estabelecem en tre os agentes e setores enfim seu DNA Por esta razão tornase com plexo comparar cidades De qualquer forma a UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação a Ciência e a Cultura criou em 2004 a Rede de Cidades Criativas em que lista uma série de cidades ao redor do mundo que considera criativas No Brasil a entidade cita por ordem alfabética Belém Gastronomia Belo Horizonte Gastronomia Curitiba Design Florianópolis Gastronomia Fortaleza Design João Pessoa Artesanato e Arte Folclórica e Paraty Gastronomia Para saber mais Entre no site da Rede de Cidades Criativas através do portal da UNES CO e descubra cidades criativas ao redor do mundo A lista é interes sante pois traz diversas cidades desconhecidas aqui no Brasil como Norrkoping Música Graz Design Chordeleg Artesanato e Arte Fol clórica Sokodé Artesanato e Arte Folclórica Quem sabe não surge uma ideia que você ser interessante para a cidade em que reside agora 3 Colaboração no Desenvolvimento de Projetos Os Domínios do Ecossistema Empreendedor Inovador proposto pelo Professor Isenberg é um exemplo da importância da colaboração e sinergia entre diferentes elos e atores de uma região cidade ou país Sem este comportamento sistêmico e colaborativo não se promove o desenvolvimento sustentável e duradouro Casos isolados de sucesso podem até ocorrer mas muitas vezes não conseguem se sustentar ao longo do tempo Esta dinâmica colaborativa é complexa e desafiadora pois sempre há pessoas que tentam se pautar por interesses pessoais em relação ao coletivo Além deste contexto mais amplo a colaboração no desenvolvimen to de projetos de empreendedorismo e inovação também avança no âmbito das comunidades um determinado bairro por exemplo de causas sóciosambientais inclusão social equidade geração de resí duo por exemplo ou mesmo no desenvolvimento de um produto ou serviço de uma empresa Considerando as perspectivas das comunidades e das causas so cioambientais Schmidt e Dreher 2008 p 2 contextualizam que o em preendedorismo coletivo também conhecido como compartilhado pode ser representado por formas de associativismo que vão desde a criação de entidades de representação política e sindical até ações como compra em comum serviços pósvenda prospecção e venda nos mercados exter nos controle de qualidade e aval solidário Aqui as autoras citam p3 Dolabela 2003 que os objetivos do empreendedorismo coletivo são a sensibilizar as diversas forças da comunidade para a necessidade da cooperação b incentivar a conectividade entre os setores da comuni dade c estimular foros de discussão para discutir democraticamente os principais problemas da comunidade d estimular a construção de uma agenda local com as prioridades definidas pela comunidade e criar meios para a elaboração de projetos e estratégias para a solução dos problemas f construir processos de cooperação dentro e fora da comunidade para a realização do sonho coletivo Diversas organizações não governamentais e negócios sociais discu tidos no Capítulo 1 nascem de iniciativas de empreendedorismo coletivo Além desta dinâmica de colaboração de muitos para muitos tam bém ganha força métodos de desenvolvimento colaborativo de solu ções de muitos para um Empresas e empreendedores por exemplo utilizam recursos de cocriação em diversas ocasiões chamada de crowdsourcing Há métodos de cocriação como hackathons eventos que ocorrem em geral em finais de semana em que os participantes se comprometem a codesenvolver soluções dado o objetivo indicado pelo organizador design thinking método de interação com clientes e usu ários para o desenvolvimento de uma nova solução e até plataforma digitais em que centenas ou até milhares de pessoas contribuem para o desenvolvimento de uma inovação Na prática Crowdsourcing na prática Conheça e estude como o site Quirky funcio na e entenda como centenas de pessoas colaboram no desenvolvimen to de soluções inovadoras De forma geral a colaboração tem sido uma tendência cada vez mais presente na vida dos empreendedores no que diz respeito à cria ção planejamento e desenvolvimento de projetos Desta forma a inte ligência coletiva tem gerado oportunidades mais abrangentes inclusi vas e diversas na resolução de problemas Colaboração no Desenvolvimento de Projetos Os Domínios do Ecossistema Empreendedor Inovador proposto pelo Professor Isenberg é um exemplo da importância da colaboração e sinergia entre diferentes elos e atores de uma região cidade ou país Sem este comportamento sistêmico e colaborativo não se promove o desenvolvimento sustentável e duradouro Casos isolados de sucesso podem até ocorrer mas muitas vezes não conseguem se sustentar ao longo do tempo Esta dinâmica colaborativa é complexa e desafiadora pois sempre há pessoas que tentam se pautar por interesses pessoais em relação ao coletivo Além deste contexto mais amplo a colaboração no desenvolvimen to de projetos de empreendedorismo e inovação também avança no âmbito das comunidades um determinado bairro por exemplo de causas sóciosambientais inclusão social equidade geração de resí duo por exemplo ou mesmo no desenvolvimento de um produto ou serviço de uma empresa Considerando as perspectivas das comunidades e das causas so cioambientais Schmidt e Dreher 2008 p 2 contextualizam que o em preendedorismo coletivo também conhecido como compartilhado pode ser representado por formas de associativismo que vão desde a criação de entidades de representação política e sindical até ações como compra em comum serviços pósvenda prospecção e venda nos mercados exter nos controle de qualidade e aval solidário Aqui as autoras citam p3 Dolabela 2003 que os objetivos do empreendedorismo coletivo são a sensibilizar as diversas forças da comunidade para a necessidade da cooperação b incentivar a conectividade entre os setores da comuni dade c estimular foros de discussão para discutir democraticamente os principais problemas da comunidade d estimular a construção de uma agenda local com as prioridades definidas pela comunidade e criar meios para a elaboração de projetos e estratégias para a solução dos problemas f construir processos de cooperação dentro e fora da comunidade para a realização do sonho coletivo Diversas organizações não governamentais e negócios sociais discu tidos no Capítulo 1 nascem de iniciativas de empreendedorismo coletivo Além desta dinâmica de colaboração de muitos para muitos tam bém ganha força métodos de desenvolvimento colaborativo de solu ções de muitos para um Empresas e empreendedores por exemplo utilizam recursos de cocriação em diversas ocasiões chamada de crowdsourcing Há métodos de cocriação como hackathons eventos que ocorrem em geral em finais de semana em que os participantes se comprometem a codesenvolver soluções dado o objetivo indicado pelo organizador design thinking método de interação com clientes e usu ários para o desenvolvimento de uma nova solução e até plataforma digitais em que centenas ou até milhares de pessoas contribuem para o desenvolvimento de uma inovação Na prática Crowdsourcing na prática Conheça e estude como o site Quirky funcio na e entenda como centenas de pessoas colaboram no desenvolvimen to de soluções inovadoras De forma geral a colaboração tem sido uma tendência cada vez mais presente na vida dos empreendedores no que diz respeito à cria ção planejamento e desenvolvimento de projetos Desta forma a inte ligência coletiva tem gerado oportunidades mais abrangentes inclusi vas e diversas na resolução de problemas 4 Economia Criativa e Bem Comum Para compreender a Economia Criativa antes é preciso ter uma no ção da economia chamada de tradicional A economia tradicional é movimentada pela posse do capital financeiro que permite a posse do capital imobilizado termo da contabilidade que inclui máquinas equi pamentos imóveis etc Tendo recursos financeiros e ativos imobiliza dos é possível comprar matérias primas e contratar empregados para fazer o negócio funcionar Neste tipo de economia o capital financeiro representa uma grande barreira para a entrada de novos empreendedo res Esta lógica servia se alguém pensasse em criar uma simples loja de roupas ou mesmo algo muito maior como um hotel ou mesmo um banco Servia Bem vindos à Era da Economia Criativa Aqui o capital mais importante não é o dinheiro mas o capital intelectual cultura co nhecimento criatividade Na Economia Criativa pessoas quase sem nenhum recurso financeiro pode abrir sua loja de roupas mesmo que usadas e vendêlas em todo o mundo se quiser Pode transformar sua casa em um local de hospedagem E talvez até abrir um banco como fez Alessandra França fundadora do Banco Pérola Filha de pequenos produtores rurais ela fundou seu banco aos 23 anos Apesar do conceito já existir antes o termo Economia Criativa pas sou a ser mais conhecido a partir de 2001 quando o pesquisador inglês John Howkins 1 publica o livro Economia Criativa Como ganhar dinhei ro com ideias criativas Antes disso países como Austrália e Inglaterra já tinham criado políticas públicas específicas para apoiar o desenvolvi mento de indústrias criativas Carla Reis 2008 p24 uma das pesquisadoras brasileiras no estu do do assunto explica que a economia criativa compreende setores e processos que têm como insumo a criatividade em especial a cultura para gerar localmente e distribuir globalmente bens e serviços com va lor simbólico e econômico Ou seja neste contexto você pode utilizar sua criatividade sua cultura e conhecimento para iniciar por exemplo uma produção de biquinis ou escrever textos para conteúdo de empre sas marketing de conteúdo em qualquer local do Brasil e distribuílos em todo o país ou mesmo no mundo O limite é até aonde sua criativi dade consegue chegar 1 HOWKINS John Economia Criativa como ganhar dinheiro com ideias criativas São Paulo M Books do Brasil 2013 Figura 2 Economia Tradicional x Economia Criativa Setores criativos movimentam a economia e alavancam atividades tradicionais criando novos modelos de desenvolvimento ECONOMIA TRADICIONAL ECONOMIA CRIATIVA Manufatura Agricultura Serviços Construção civil Comércio Mineração Cinema Gastronomia Software Artes Visuais TV e Vídeo Música Conteúdo digital Moda Artes Cênicas Arquitetura Design Setores consolidados em que o valor dos produtos ou serviços estão ligados à ativos físicos como máquinas construções e veículos A inovação quando existe não é o foco principal Exemplo Indústria têxtil Setores em que a criatividade muitas vezes associada à tecnologia é o ativo econômico mais importante são as ideias que dão valor ao produto ou serviço oferecido Exemplo Plataforma digital de Moda A partir dos anos 2000 sinais apontam para a crise da economia tradicional A partir dos anos 1990 diversos fatores impulsionam o crescimento da economia criativa Modelos convencionais esgotados Desemprego em alta Crescimento das economias asiáticas Esgotamento dos recursos naturais Globalização dos meios de produção Disseminação da tecnologia digital Aumento da competitividade global Criatividade vira recurso inesgotável Países em que a economia criativa está em segundo plano passam a ter menos competitividade Setores tradicionais perdem espaço internamente para as importações e internacionalmente para outros países exportadores Setores criativos movimentam a economia com maior capacidade de geração de empregos e mais qualificados e ambiente propício para a inovação Nos Estados Unidos Europa e Ásia os governos adotam estratégias de crescimento baseadas na economia criativa Os setores criativos passam a alavancar os tradicionais tornandoos mais inovadores dinâmicos e competitivos A indústria é forçada a se modernizar com foco em tecnologia marca qualidade e design Por exemplo uma moda arrojada pede uma indústria têxtil moderna com novos processos e materiais Iniciase uma cadeia criativa que aumenta a capacidade competitiva do país Fonte GOLDENSTEINPEGN 2012 p 59 Atentos a esta tendência diversos governantes e formuladores de políticas públicas estão criando incentivos para o desenvolvimento da Economia Criativa em seus países ou regiões Além da Austrália e Reino Unido outros países da Europa e especialmente a China tem apostado fortemente na Economia Criativa Um aspecto interessante dos empreendedores que desenvolvem negócios atrelados à Economia Criativa é também sua preocupação com contribuir para um mundo melhor considerando diversos aspectos como insumos mais sustentáveis inclusão social promoção da equi dade Uma análise rápida na lista de empresas consideradas B Corp negócios sustentáveis certificados por exemplo indica que parcela majoritária estaria atrelada à Economia Criativa e também a tornar o mundo melhor Conceitos de Economia Criativa e Desenvolvimento Empreendedor Um dos aspectos curiosos dos negócios da Economia Criativa diz respeito a dúvida sobre até onde vai o limite da criatividade e como isto impacta nas incertezas de empreender Pode ser algo tão simples quan to um brigadeiro Qualquer um se tiver boa vontade consegue produzir um brigadeiro com uma qualidade até razoável Afinal precisa ser mui to desligado para não conseguir misturar leite condensado manteiga e chocolate em pó e não sair algo pelo menos bom Mas brigadeiro era brigadeiro até 2007 quando a então jornalista Juliana Motter começa a produzir brigadeiros de pistache avelã chocolate belga chocolate amar go entre seus 40 sabores e funda a Maria Brigadeiro Os negócios da Economia Criativa têm este aspecto São surpreendentes pela sua origi nalidade e muitas vezes até simplicidade Este é o início do seu desen volvimento como empreendedor integrado a esta nova visão de negócio Ao criar o Manual do Mundo o Iberê Thenorio inspirouse no Manual do Escoteiro Mirim lendário guia de invenções para crianças criado pela Disney por meio dos seus personagens escoteiros Huguinho Luizinho e Zezinho Da mesma forma que a Maria Brigadeiro muitos poderiam ter feito vídeos reproduzindo as traquitanas do Manual do Escoteiro Mirim Para pensar A Economia Criativa usa um dos recursos mais baratos e disponíveis nas pessoas Criatividade O desafio que muitos não acreditam que possam ser mais criativos Mas quando deixam o preconceito de lado e se tornam mais livres para criar a criatividade começa a acontecer de forma crescente A vantagem para quem tem interesse em empreender em negó cios da Economia Criativa é a absoluta presença da internet e todas as suas formas site portal comércio eletrônico rede social serviços de mensagens etc na vida das pessoas Você pode começar a vender suas coisas em plataformas como Enjoei ou OLX prestar serviços no GetNinjas produzir artesanatos e comercializar via Elo7 criar um co mércio por meio do MercadoLivre vender cursos na Hotmart A lista é enorme para você treinar como vender um produto ou prestar um ser viço antes de decidir se realmente irá criar um negócio próprio depois Diante de tantas opções e incertezas para começar um negócio da Economia Criativa algumas pessoas podem ficar perdidas Se este for o seu caso algumas ferramentas podem ajudar Exercício 1 Por que não pensei nisso antes Encontre três ideias de negócios muito criativos que você gostaria de ter tido A primeira ideia deve ser obrigatoriamente relatada por um amigo ou conhecido Fale com todo mundo que conheça até encontrar uma ideia de negócio que achar muito criativa Se encontrar dificuldade está mais do que na hora de conhecer mais pessoas antenadas com o que está acontecendo no mundo Como sugestão a segunda ideia deve vir do Springwise wwwspringwisecom Este site traz vários con ceitos criativos de negócios E a terceira das suas buscas na internet Se tiver dificuldades de encontrar algo por meio do Google muito pro vavelmente você precisa melhorar seus conhecimentos de busca na internet Para cada uma das ideias selecionadas anote porque achou a ideia de negócio criativa As ideias devem ser tão legais a ponto de você se questionar Por que não pensei nisso antes IDEIA DE NEGÓCIO O QUE É A IDEIA DE NEGÓCIO POR QUE ELA É FOI MUITO CRIATIVA Dos seus amigos e conhecidos Negócio Paísregião Site Do Springwise Negócio Paísregião Site Da sua busca na internet Negócio Paísregião Site O objetivo deste exercício é criar a percepção de que você poderia ter tido estas ideias antes se tivesse tido os incentivos corretos O exercício busca criar estes tais incentivos Exercício 2 Ideias a partir de você Faça listas das suas paixões o que você realmente gosta de fazer seus interesses pessoais seus passatempos suas competências coisas que você faz bem e habilidades pergunte para as pessoas quais são A partir desta lista comece a pensar sobre o que poderia fazer para ser remunerado mesmo que seja como autônomo Se tiver paixão por games ou livros será que não poderia produzir conteúdo a respeito Se tiver interesse por cozinhar será não poderia pensar em algo tão simples como um brigadeiro Se mandar bem em matemática ou inglês não poderia atuar como tutor ou professor particular Se as pessoas disserem que você tem muita habilidade com animais será não poderia começar a cuidar dos pets de outras pessoas Se refletir com cuidado perceberá uma grande quantidade de op ções para empreender Neste momento não se preocupe se as ideias são boas ou não ou se são muito simples A quantidade é mais impor tante para que entenda que não faltam opções Mas como ser mais inovador nestas ideias principalmente as ideias mais simples Em situações assim o exemplo da Adriana Lotaif pode ajudar Depois de uma carreira bem sucedida na área de marketing de grandes empresas ela decidiu empreender e inovar no mercado de pi pocas criando sabores iniciais como Lemon Pepper ou Caramelo e Flor de Sal Mas foi por meio de parceria com marcas consagradas que criou produtos exclusivos como o sabor Manteiga Aviação Paçoca Amor ou Ovomaltine Mais do que sabores exclusivos suas pipocas vêm em emba lagens prontas para serem presenteadas aumentando o valor percebido Neste contexto se no exercício 2 chegar a ideias digamos simples tradicionais ou sem nenhuma inovação a ferramenta SCAMPER pode ser útil para inovar ou pelo menos diferenciar seu produto ou serviço SCAMPER SCAMPER é uma técnica de brainstorming guiado criada por Bob Eberle ainda na década de 1970 A ideia gerar ideias de inovação ou di ferenciação para um produto ou serviço a partir de contextos definidos pelo método Para usar a ferramenta primeiro defina um produto ou serviço que poderia vender Não pense no negócio como um todo ainda Defina apenas um produto ou um serviço que tenha aparecido no exercício 2 Comece pelo produto ou serviço que acredita que faça mais sentido para você Depois pode aplicar o SCAMPER para outras ideias Para o produto ou serviço em si comece a pensar o que poderia substituir combinar adaptar aumentar arrumar modificar colocar outros usos eliminar características ou arranjar de outra forma Vá ano tando todas as suas ideias Para treinar a técnica pense que irá criar uma bala inovadora ETAPAS IDEIAS Substituição Material papel da bala por material de propaganda o saco da bala por um pote colecionável etc Ingrediente açúcar por adoçantes naturais açúcar por sal bala salgada etc Nome Chamar um pacote de balas de pacote de desejos etc Processo bala líquida bala em fita bala em spray etc Combinação Materiais Combinar materiais que recobrem a bala para tornalo fluorescentes etc Interesses Uma bala Gatorade uma bala Red Bull Conceitos Uma bala remédio Adaptação Aumento ou Arrumação Tamanho Balas com tamanhos diferenciados em um mesmo pacote Qualidade Seria possível criar balas premium como chocolates premium ou cervejas premium Balas de edição limitada Balas assinadas por chefs famosos Modificação Balas com cor inusitadas sabores muito exóticos sabor mortadela cheiros de perfumes famosos formas ou texturas muito diferentes Colocar outros usos Nova situação remédio vitamina energético etc Novo tipo de cliente para idosos Bebês Novo mercado Bala para canhotos Novos benefícios Status Nutracêuticos Para escovar os dentes Eliminação Eliminar características bala sem sabor Eliminar tamanho novas mini balas Arranjo Novas disposições Embalagens colecionáveis Conectáveis como um Lego Novos serviços Uma assinatura de balas de edição limitada Fonte Nakagawa 2012 p 1 Agora é com você Para a sua ideia ETAPAS APRESENTAÇÃO DE IDÉIAS CONSIDERANDO OS PARÂMETROS Substituição O material ingredientes nomes ou processos utilizados atualmente poderiam ser substituídos por outro Por qual ou quais Combinação Os materiais interesses ou conceitos poderiam ser combinados de forma diferente Adaptação Aumento ou Arrumação O tamanho ajuste ou qualidade poderia ser adaptado aumentado ou arrumado de forma diferente Modificação A cor sabor cheiro forma ou textura do produto poderia ser modificado de alguma forma Colocar outros usos Seria possível pensar em outros usos para o produtoserviço uma nova situação um novo tipo de cliente um novo mercado novos benefícios Quais especificamente Eliminação Seria possível eliminar características tamanho ou peso e criar um novo produtoserviço Arranjo É possível reorganizar dispor de maneira diferente ou mesmo pensar em diferentes números de itens e criar um novo produto ou serviço Fonte Nakagawa 2012 p 1 Anote todas as suas ideias de novos negócios que possa criar mes mo as que exijam mais conhecimento dinheiro recursos que você tem Elas serão utilizadas no próximo capítulo quando você poderá pensar em qual representa a melhor oportunidade e como reduzir as incerte zas para empreender um novo negócio Voltando lá na economia tradicional havia os criativos que muitas vezes se concentravam em setores como propaganda moda ou artes Quase sempre estes profissionais eram estereotipados ou caricaturiza dos como profissionais egocêntricos Se pesquisar irá encontrar diver sas reportagens sobre publicitários estilistas e artistas que ficavam em pedestais tentando brilhar por meio de premiações reconhecimento público ou com manias excêntricas Na Economia Criativa estes profis sionais são até mais importantes mas tendem a ser mais conscientes inclusivos ativistas diversos e participativos Em boa parte os profis sionais ou empreendedores que mais se destacam nesta nova dinâmi ca de negócios têm propósitos que vão muito além do seu próprio ego Iberê Thenório do Manual do Mundo por exemplo cita que seu grande propósito o que o faz continuar produzindo conteúdo de alto conteúdo criativo é perceber que muitas pessoas não só aprendem ciências mas se tornam mais criativas e passam a ter mais prazer em aprender Mark Twain um dos principais escritores dos Estados Unidos cos tumava dizer que há dois dias importantes na sua vida O dia em que nasceu e o dia em que descobriu por quê Descobrir e depois vivenciar por quê você acorda todas as manhãs para fazer algo melhor do que ontem é fundamental para quem pensa em empreender Algumas pes soas já têm certeza de qual é o seu propósito na vida Outras acham que sabem mas no fundo ainda não descobriram o que verdadeiramente faz seus olhos brilharem Há um número crescente que busca este pro pósito para empreender não apenas um negócio mas empreender sua vida Mas infelizmente há uma parcela gigantesca de pessoas que es tão à toa na vida não se lembrando direito nem do dia em que nasceu A criatividade pela criatividade muitas vezes só o tornará uma pes soa mais narcisista apaixonada pelas suas próprias criações Mas a criatividade com propósito pode impactar positivamente milhões quem sabe bilhões de pessoas Mas para isso você teria que empre ender e inovar o seu próprio manual do mundo Referencias THINKNOW Innovation Cities Program Disponível em httpswwwinnova tioncitiescom Acesso em 29 out 2020 DOLABELA F Empreendedorismo uma forma de ser saiba o que são empre endedores individuais e empreendedores coletivos Brasília Aed 2003 DRUCKER Peter F Inovação e espírito empreendedor entrepreneurship Pioneira 1986 ENDEAVOR Índice de Cidades EmpreendedorasBrasil 2017 Relatório de pes quisa Endeavor Brasil201702 São Paulo 2017 GIL Marisa Criatividade dá dinheiro Pequenas Empresas Grandes Negócios Outubro 2012 P 5259 HOWKINS John Economia Criativa como ganhar dinheiro com ideias criati vas São Paulo M Books do Brasil 2013 ISENBERG Daniel The entrepreneurship ecosystem strategy as a new paradigm for economy policy principles for cultivating entrepreneurship Babson entrepre neurship ecosystem project Babson college Babson Park MA 2011 NAKAGAWA Marcelo Técnica de Geração de Ideias Movimento Empreenda São Paulo Editora Globo 2012 REIS Ana Carla Fonseca Economia Criativa como Estratégia de Desenvolvimento Org São Paulo Garimpo de Soluções e Itaú Cultural 2008 SCHMIDT Carla Maria DREHER Marialva Tomio Cultura empreendedora em preendedorismo coletivo e perfil empreendedor REGE Revista de Gestão v 15 n 1 p 114 2008 SCHUMPETER Joseph Entrepreneurship as Innovation In SWEDBERG Richard Entrepreneurship The Social Science View Oxford University Press USA 2000 p 51 SEBRAE Guia para inovação Instrumento de orientação de ações para melho ria das dimensões da inovação Curitiba SEBRAEPR 2010 SICSÚ Abraham Benzaquen Desenvolvimento e padrões de financiamento da inovação no Brasil Mudanças Necessárias In PROENÇA Adriano et al Gestão da inovação e competitividade no Brasil da teoria para a prática Bookman Editora 2015 WESCHLER S M Criatividade descobrindo e encorajando Campinas Psy 1993