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Medicina Veterinária ·

Patologia Clínica Veterinária

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Trabalho no estilo de artigo não precisa ser um artigo nas normas da ABNT Tema Avaliação laboratorial do pâncreas endócrino e exócrino Faculdade Arnaldo colocar seu curso aqui Seu nome aqui Avaliação laboratorial do pâncreas endócrino e exócrino Sua cidade 2023 Sumário 1Introdução 3 2Patologias relacionadas ao pâncreas exócrino4 21Insuficiência pancreática exócrina IPE4 211Sintomas da IPE4 212Análise laboratorial para o diagnóstico de IPE4 213Tratamento da IPE5 22Pancreatite aguda PA6 221Sintomas da pancreatite aguda6 222Análise laboratorial para diagnóstico da PA6 223Tratamento da PA6 3Comparação entre os exames de identificação de PA e IPE7 4Patologias relacionadas ao pâncreas endócrino7 41Diabetes7 42Sintomas da diabetes8 43Análise laboratorial para diagnóstico de diabetes8 44Tratamento da diabetes8 5Conclusão8 6Referências9 1Introdução O pâncreas é uma glândula mista isso porque apresenta funções endócrinas e exócrinas ele é considerado uma glândula anexa e faz parte do sistema digestivo Ele está localizado no abdome dos animais atrás do estômago o pâncreas é dividido em cabeça corpo e calda O pâncreas exócrino constitui a maior parte da glândula e é formado por glândulas serosas acinares que recebem o nome de ácinos pancreáticos esses ácinos secretam as enzimas digestivas que compõem o suco pancreático que será lançado no duodeno através do ducto pancreático para continuar a digestão além dessas enzimas no suco pancreático também é encontrado bicarbonato que tem a função de neutralizar o quimo vindo do estômago As principais enzimas secretadas por essa estrutura são tripsinogênio quimiotripsina e procarboxipeptidase que são secretadas em forma de proenzimas inativas e sua ativação ocorre na luz intestinal e também a lipase pancreática que é secretada na forma ativa mais sua função é aumentada pelos sais biliares A porção endócrina do pâncreas constitui a menor parte da glândula as células que formam a região secretora de hormônios estão localizadas no parênquima em forma de pequenos agrupamentos isoladas que formam as Ilhotas Langherans As células que formam esses agrupamentos são as células do tipo beta β que sintetizam a insulina e constituem cerca de 60 do total de células endócrina as células do tipo alfa α que sintetizam o glucagon e constituem cerca de 15 das células as células delta δ que secretam somatostatina e constituem cerca de 10 da porção endócrina do pâncreas e por fim as células do tipo pp que hormônio polipeptídio pancreático e constituem cerca de menos de 2 de células endócrinas A insulina tem o papel de facilitar o transporte do açúcar presente no sangue para as células do corpo para que essas possam gerar energia elas agem nas membranas celulares permitindo a entrada da glicose A secreção da insulina é estimulada pela glicose e por aminoácidos e homônimos e sua inibição acontece pela hipoglicemia ou seja baixa do açúcar no sangue e também pelo hormônio somatostatina O glucagon tem papel antagonista a insulina ou seja ele aumenta o açúcar no sangue Para aumentar a glicose sanguíneo o glucagon age de três principais formas sendo elas a quebra de glicogênio no fígado em moléculas de glicose ativa a conversão de aminoácidos em glicose e quebra a gordura armazenada em forma de triglicerídeos em ácidos graxos Como ele tem papel antagonista a insulina sua ativação é estimulada pela condição que inibe a insulina a hipoglicemia 2Patologias relacionadas ao pâncreas exócrino 21Insuficiência pancreática exócrina IPE A IPE é uma síndrome causada por uma disfunção na síntese e secreção das enzimas digestivas produzidas no pâncreas nessa condição os processos metabólicos de digestão e absorção ficam comprometidos A atrofia acinar é a causa mais comum da PEP que possivelmente ocorre devido ao processo imuno mediado de destruição das células pancreáticas A segunda causa mais comum é a pancreatite crônica pois a inflamação prolongada pode gerar a atrofia e fibrose do órgão e comprometer suas funções Entre os animais domésticos essa síndrome é comumente vista em cães da raça Pastor Alemão e sugerese que se trate de um fator genético recessivo também foram relatadas uma predisposição genética para a doença em cães da raça Collie Setter inglês e Chow Chow 211Sintomas da IPE Os sintomas mais comuns da IPE relacionados às fezes do animal são diarreias volumosas semiformadas amareladas ou cinzentas e também podem apresentar polifagia perda de peso ruídos intestinais flatulência e problemas na pele Alguns autores também sugerem que pode surgir apetite depravado e coprofagia 212Análise laboratorial para o diagnóstico de IPE Em animais que apresentam a síndrome os exames laboratoriais de rotina como hemograma bioquímica sérica e urinálise na maioria dos casos se encontram dentro dos padrões normais não sendo recomendados para o diagnóstico Porém em casos mais avançados onde podese observar danos hepáticos secundários é possível observar leves alterações na alanina aminotransferase ALT e na fosfatase alcalina FA O teste mais sensível para identificação da IPE é o de imunorreatividade semelhante à tripsina sérica TLI pois ele permite diferenciar o diagnóstico entre IPE e outras doenças do intestino delgado Estudos comprovaram que baixos níveis séricos de TLI já se apresentam mesmo antes da manifestação dos sintomas e por isso fornece um diagnóstico precoce da doença A análise da atividade proteolítica fecal com o emprego do teste de digestão do filme raioX também pode ser realizada para detecção da doença porém por poder apresentar resultados falso positivos devido a alterações fisiológicas o exame deve ser feito em mais de uma amostra de fezes Como supracitado a pancreatite pode ser uma das causas da IPE e uma forma de identificála como etologia são os testes rápidos chamados de SNAP um teste espécieespecífico que determina a concentração sérica de lipase pancreática canina cPLI originada nos ácinos pancreáticos A biópsia também pode ser empregada para detectar fibrose atrofia falta de tecido acinar ou grânulos de zimogênio dentro das células acinares Na ultrassonografia também podese observar o tamanho do pâncreas para identificar se houve diminuição grau de ecogenicidade do parênquima pancreático ecotextura nodular sombra acústica gerada pela mineralização e fibrose e também pode ser observada a dilatação irregular dos ductos pancreáticos que definem a pancreatite crônica como etiologia além disso a ultrassonografia também pode mostrar a presença de nódulo ou massa pancreática ou peripancreática 213Tratamento da IPE Quando o animal não apresenta sinais clínicos da doença mas ela foi comprovada após exames mais sensíveis não se recomenda nenhum tratamento porém quando há sintomas o tratamento é baseado na suplementação de enzimas pancreáticas antes da refeição por toda a vida além da modificação da dieta para melhora da digestão e diminuição do consumo de fibras e gorduras Também pode ser indicada a suplementação de vitaminas devido a diminuição da absorção das mesmas 22Pancreatite aguda PA A pancreatite é uma inflamação do pâncreas que ainda não tem uma causa definida mas acreditase que sua manifestação tenha relação com alguns fatores como obesidade alimentação rica em gordura isquemia tecidual refluxo biliar traumas abdominais hipercalcemia e cálculos pancreáticos hiperlipemia obstrutiva e agentes infecciosos Na pancreatite aguda observase a liberação de enzimas proteolíticas glicolíticas e lipolíticas ativadas que deveriam ser ativadas somem no lúmen intestinal essa ativação ainda dentro do pâncreas ocasionada a digestão da estrutura por essas enzimas ou seja gera uma autodigestão que pode gerar complicações sistêmicas levando o animal ao óbito A PA pode se apresentar de duas maneiras a PA necrosante e a PA supurativa Na primeira observase a mineralização hemorragia e fibrose do tecido pancreático mas não necessariamente observa se uma inflamação sendo a necrose o fator dominante Já a PA supurativa é caracterizada pelo predomínio da inflamação e isso acontece porque a presença de enzimas ativas faz a ativação das vias inflamatórias como a via complemento cininas coagulação e sistema fibrinolítico 221Sintomas da pancreatite aguda Os sinais clínicos da doença são incertos sedo muitas vezes só diagnosticada após a morte do animal quando é feita a necropsia Os cães podem apresentar dor abdominal anorexia abdômen agudo e insuficiência de órgão já os felinos podem apresentar letargia anorexia vômitos diarreia icterícia desidratação e mucosas pálidas Os sintomas podem ser confundidos com outras disfunções do trato gastrointestinal 222Análise laboratorial para o diagnóstico de PA A análise mais eficaz para diagnosticar a pancreatite aguda seria a biopsia do tecido pancreático porém o pâncreas é uma estrutura que não apresenta um fácil acesso e por isso optase por fazer a análise de marcadores bioquímicos e técnicas de imagem Comumente a análise de pancreatite em animais domésticos é feita por meio da análise da dosagem sérica de amilase e lipase exame clínico e radiológicos mas que são considerados de baixa especificidade e sensibilidade Os marcadores normalmente utilizados para realização e teste laboratoriais para doença são as enzimas amilase e lipase porém as atividades séricas dessas enzimas podem ser originadas de muitos locais como nos cães que existe uma fonte secretara na região do duodeno e na região gástrica e dessa forma a lipase e amilase sérica não têm relação específica com a disfunção do pâncreas sendo somente considerados níveis de 3 a 4 vezes maior que o normal para diagnóstico da PA Outro marcado bioquímico que pode ser usado para identificação da PA é o tripsinogênio ou TLI os níveis baixos de TLI são sensíveis e específicos para os testes de IPE e como uma das causas do IPE pode ser a pancreatite aguda a análise de TLI também pode contribuir para o diagnóstico da PA A PA também pode causar peritonite fecal devido sua proximidade anatômica dessa forma pode ser feito uma radiografia simples para diagnóstico da peritonite fecal porém como os outros testes laboratoriais não é específico 223Tratamento da PA A PA é uma doença que demanda internação por ser considerada letal na internação podese administrar medicamentos como dipirona ou baixas doses de cetamina associada com opioides para diminuição da dor causada pela doença Também deve ser feita a suspensão da alimentação oral e realização da alimentação parenteral reposição volêmica e também uso de alcalinizantes para impedir a ativação da tripsina dentro do pâncreas Animais com hipoproteinemia devem receber plasma fresco para restabelecer a pressão oncótica Também é recomendado o uso de antibióticos para casos moderados e severos pois estão mais propensos a sofrer sepse pneumonia e abscesso pancreático e também pode ser feita a administração de insulina caso os níveis de glicose no sangue sejam altos 3Comparação entre os exames de identificação de PA e IPE As análises laboratoriais são utilizadas para diagnosticar as duas patologias sendo assim é necessário saber identificar as diferenças dos resultados como é demonstrado no quadro abaixo Exames PA IPE Fezes Aspecto normalizado Má digestão de gorduras e proteínas Presença de tripsina Fétida pálida mole e volumosa Má digestão de gorduras e proteínas Ausência de tripsina Lipídeos Absorção normal ou reduzida Absorção reduzida Enzima séricas Lipase e Amilase aumentadas Lipase e Amilase podem estar aumentadas Glicose Normal ou aumentada Aumentada Lipemia em jejum Positiva Negativa Outros Amilase urinária ureia e creatinina aumentadas Colesterol aumentado Glicosúria Curva glicêmica anormal Colesterol aumentado Fonte Junior PGPS et al 2021 baseado em Santos IF et al 2014 Rosa DBS 2019 Souza FG et al 2021 4Patologias relacionadas ao pâncreas endócrino 41Diabetes A principal patologia relacionada ao pâncreas endócrino é a diabetes Ela pode se apresentar de duas formas diabetes do tipo I e diabetes do tipo II A diabetes do tipo I apresentase quando há uma insuficiência da secreção de insulina estando diretamente ligada a deficiência na função pancreática em produzir insulina na quantidade necessária Alguns fatores são predominantes para manifestação dessa síndrome como genética gestação pancreatites alterações hormonais obesidade e medicamentos Já a diabetes do tipo II se manifesta quando há uma redução dos receptores periféricos de insulina causando resistência ao hormônio mesmo que seja produzido na quantidade adequada para o organismo A diabetes do tipo II acomete principalmente animais idosos e obesos podendo estar relacionada com o aumento do tecido adiposo 42Sintomas da diabetes Os Sintomas mais comuns nos dois tipos de diabetes são excesso de urina sede excessiva avidez por comida perda de peso de forma excessiva e sem causa aparente aumento de infecções como urinária alteração da pressão arterial inflamação nos olhos doenças renais e aterosclerose 43Análise laboratorial para diagnóstico da diabetes A primeira análise a ser feita é da urina para identificar a presença de glicose caso o resultado seja positivo algumas outras análises bioquímicas podem ser feitas como dosagem sérica de glicose e de colesterol e teste de tolerância à glicose A hipoglicemia pode estar relacionada a diabetes porém também pode aparecer em animais anestesiados em choque e animais com pancreatite A análise do colesterol sérico é feita pois como a principal via de obtenção de energia está comprometida o corpo procurará rotas alternativas como utilização de lipídeos como fonte de energia O aumento do colesterol também pode estar associado com dieta rica em gordura hipotireoidismo a icterícia obstrutiva e pancreatites 44Tratamento da diabetes A diabetes é uma doença que não tem cura porém assim como nos seres humanas em animais é possível fazer o controle para diminuir seus efeitos e dessa forma melhorar a qualidade de vida Deve ser feito dieta para controlar a ingestão de carboidratos injeções regulares de insulina para controlar os níveis glicêmicos do sangue essas injeções devem ser combinadas com análise frequente nos níveis de açúcar sanguíneo para determinar a dosagem correta de insulina para não causar uma hipoglicemia isso tudo combinado a práticas de exercícios para manter o peso ideal do animal Em fêmeas também pode ser recomendado pelo veterinário a castração para evitar que a progesterona influencie na ação da insulina 5 Conclusão O pâncreas é um órgão muito importante pois ele atua em diversas frentes do corpo animal sem importante para a digestão ao e para manter os níveis adequados de açúcar no sangue Patologias nessa estrutura são consideradas graves pois seus efeitos podem acometer todo o corpo pois estão diretamente relacionadas com a nutrição do mesmo As análises laboratoriais dessa glândula são de extrema importância para diagnosticar e prevenir doenças relacionadas a estrutura Também muitas vezes é necessário a necessidade de realização de mais uma análise diferente para diagnosticar uma patologia na estrutura pois muitas vezes os sintomas e até mesmo as análises laboratoriais são semelhantes a outras doenças do trato gastrointestinal 6Referências 1 CARVALHO Milena de Souza Diagnóstico e tratamento da pancreatite em cães Orientado Guilherme Kanciukaitis Tognoli 2019 24f Trabalho de Conclusão de Curso Bacharel em Medicina Veterinária Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos 2019 2 FLAVIA MARIA ESTEVES MACHADO MORAIS L K MACHADO F M E ALBERTO H COELHO H E Estudo macro e microscópico de pâncreas em cães Pubvet S l v 8 n 02 2015 DOI 1022256pubvetv8n21661 Disponível em httpsojspubvetcombrindexphprevistaarticleview1744 Acesso em 13 jun 2023 3 Lopes Sonia Terezinha dos Anjos et al Manual de Patologia Clínica Veterinária 3 ed Santa Maria UFSMDepartamento de Clínica de Pequenos Animais 2007 107 p il 4 MORAIS LK et al Estudo macro e microscópico de pâncreas em cães PUBVET Londrina V 8 N 2 Ed 251 Art 1661 Janeiro 2014 5 NÓBREGA Rayla Gonçalves da Aspectos Fundamentais da Pancreatite Felina 2015 50 f Artigo Bacharelado em Medicina Veterinária Universidade de Brasilía S l 2015 6 OLIVEIRA Vanessa Silvério de Insuficiência pancreática exócrina em cães revisão de literatura 2017 43 f il Trabalho de Conclusão de Curso Bacharelado em Medicina VeterináriaUniversidade de Brasília Brasília 2017 7 SANTANA A D et al Insuficiência pancreática exócrina em um cão SRD relato de caso Enciclopédia Biosfera Goiânia v 10 n 18 p 20462053 2014 8 SHOP VETERINÁRIO Blog do Mundo Veterinário Pequenos Animais In Especificidades da ultrassonografia de pâncreas em cães e gatos Brasil 7 dez 2021 Disponível em httpswwwshopveterinariocombrblogultrassonografiadepancreasem caesegatos Acesso em 12 jun 2023 9 PORTA VET Brasil Saúde e Nutrição Trato Gastrointestinal In Principais aspectos da Insuficiência Pancreática Exócrina em cães e gatos Brasil 21 Disponível em httpsportalvetroyalcanincombrsaudeenutricaotratogastrointestinalinsuficiencia pancreaticaemcaesegatosh20 Acesso em 11 jun 2023 10 VALENTIM K M ALBERTO M L V LAGO E R P ALVES J D S VARZIM F L S B Insuficiência pancreática exócrina relato de caso Exocrine pancreatic insufficiency case report Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMVSP Journal of Continuing Education in Animal Science of CRMVSP São Paulo Conselho Regional de Medicina Veterinária v 14 n 3 p 4248 2016