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Medicina Veterinária ·

Patologia Clínica Veterinária

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Trabalho Avaliação laboratorial do Pâncreas exócrino e endócrino Medicina veterinária noturno Patologia Clínica 5 período Prof Paulo Gabriel Pereira da Silva Junior Aluna Luciana Amaral Fontes Índice Pâncreas Possui função endócrina e exócrina É uma glândula acessória do trato digestivo posterior ao estômago e ao cólon transverso o órgão é alongado lobulado brancoamarelado envolto por pseudocapsula de tecido conjuntivo frouxo Dividido em cabeça corpo e cauda É composto por um componente exócrino e um componente endócrino A porção endócrina formada pelas ilhotas de Langerhans e a porte exócrina que ocupa mais de 80 do órgão é formada pelas células acinares que produzem e secretam proenzimas digestivas peças celulascentracinares e ductulares envolvidas no metabolismo do bicarbonato e pelas células ductuais produtoras de mucina que revestem todo o sistema de drenagem da secreção sede os ductos interlobulares até os ductos de Wirsung e Santorini O pâncreas é capaz de produzir a síntese proteica secretando cerca de 20 diferentes tipos de enzimas necessárias para a digestão de proteínas carboidratos e gorduras Sua secreção ocorre em resposta a estimulação vagal e a dois hormônios produzidos no duodeno e no jejuno a colecistocinina e a secretina responsáveis respectivamente pela produção de suco pancreático rico em enzimas e bicarbonato As enzimas pancreáticas têm atividades amilolítica amilase lipolítica lipase e fosfolipase e proteolítica tripsina quimiotripsina carboxipeptidase e aminopeptidases FILHO Geraldo Brasileiro Bogliolo Patologia Geral patologia geral 9 Ed Rio de Janeiro Guanabara 2016 p 12038 PORÇÃO ENDÓCRINA células Alfa correspondem a 25 de todas as células da ilhota produzem glucagon hormônio hiperglicemiante com ação contrária a da insulina Ele estimula a glicogenólise degradação do glicogênio em glicose no fígado a fim de aumentar a glicose sanguínea As células Beta correspondem a 60 do total e produzem a insulina hormônio hipoglicemiante responsável por colocar a glicose da corrente sanguínea para dentro da célula anabólico e de armazenamento do excesso de energia interferindo no metabolismo dos carboidratos das gorduras e proteínas As células Delta representam 10 do total e produzem a somatostatina inibidor universal das células secretoras A somatostatina age localmente nas próprias ilhotas de Langherans para deprimir a secreção de insulina e de glucagon Função exócrina do pâncreas A secreção pancreática exócrina contém múltiplas enzimas para digerir todos os três principais grupos de alimentos proteínas carboidratos e gorduras Contém ainda grande quantidade de íons bicarbonato e água que contribuem de modo muito importante para a neutralização da acidez do quimo transportado do estômago para o duodeno Essa secreção pancreática é controlada por mecanismos hormonais e neuronais Os principais hormônios reguladores são a secretina e a colecistoquinina CCK A secretina é liberada da mucosa duodenal em resposta a presença de ácido no duodeno e estimula principalmente a liberação de bicarbonato e água das células do ducto interlobular A CCK é liberada das células endócrinas do intestino em resposta a entrada de gordura e proteína no intestino proximal e atua diretamente e através dos aferentes vagais para estimular as células acinares do pâncreas a liberar proenzimas digestivas Aa enzimas pancreáticas mais importantes na digestão de proteínas são a tripsina a quimotripsina e a carboxipolipeptidase A tripsina é a mais abundante e a responsável por ativar as outras duas enzimas A enzima pancreática responsável pela digestão de carboidratos é a amilase pancreática que hidrolisa amidos glicogênio e outros carboidratos exceto celulose para formar principalmente dissacarídeos e alguns trissacarídeos As principais enzimas para digestão das gorduras são a lipase pancreática colesterol esterase e a fosfolipase As enzimas responsáveis pela digestão das proteínas são liberadas no pâncreas em sua forma inativa tripsinogênio quimotripsinogênio procarboxipolipeptidas sendo ativadas apenas ao chegar ao duodeno pois caso contrário poderiam digerir o próprio pâncreas Como mecanismo de proteção o pâncreas secreta uma substância denominada inibidor de tripsina responsável por inativar a tripsina ainda nas células secretoras nos ácinos e nos seus ductos E já que a tripsina é a responsável por ativar as outras enzimas proteolíticas pancreáticas o inibidor da tripsina evita também a ativação destas SANAR GASTROENTEROLOGIA Entenda tudo sobre a avaliação Pancreática e Hepática Disponível em httpswwwsanarmedcomavaliacaopancreaticaehepatica Acesso em 11 MAI 2023 Descreveu se a análise laboratorial como forma de avaliação de pancreatite utilizandose exames relacionados a mensuração da uréia creatinina glicose enzimas hepáticas sódio potássio cloro e cálcio Como principais exames sugerese a dosagem de 2 enzimas identificadas no soro denominadas amilase e lipase Os achados clínicolaboratoriais são de suma importância na investigação da pancreatite devido à sua sintomatologia inespecífica Na patologia clínica evidenciase anemia leve ou eritrocitose com leucocitose ou leucopenia além de enzimas séricas hepáticas aumentadas e anormalidades eletrolíticas no exame bioquímico Os marcadores sorológicos alternativos de função pancreática também podem ser de grande valia no auxílio diagnóstico Dentre estes ressaltase a Imunorreatividade da Lipase Pancreática httpsrepositoriounespbrhandle11449216208 a causa da pancreatite não é clara mas existem alguns fatores predisponentes como hiperlipidemia medicações e endocrinopatias porém a maioria dos casos é idiopática em schnauzer miniatura existem evidências de predisposição genética e apesar da doença ser mais comum em cães e gatos também pode ocorrer esporadicamente em equinos geralmente por migração parasitária ou infecção bacteriana as manifestações clínicas clássicas da pancreatite é um quadro de abdome agudo ou seja dor abdominal e vômito a dor abdominal é na região epigástrica e faz com que alguns pacientes adotem a posição de prece mas nem todos os animais vão apresentar dor no exame físico isso não necessariamente significa que o animal não está sentindo dor muitas vezes significa que não podemos detectar a dor nesses pacientes na hora do exame mas os sinais clínicos podem variar muito dependendo da gravidade da doença são inespecíficos os pacientes podem cursar com desidratação taquicardia diarréia anorexia e prostração Os sinais podem ser semelhantes a de outras doenças gastrointestinais o diagnóstico da pancreatite é baseado em um conjunto de informações como histórico manifestações clínicas exames laboratoriais exames de imagem No hemograma podemos observar uma anemia de baixa magnitude por conta do processo inflamatório mas no quadro agudo se o animal tiver desidratado pode haver eritrocitose ao invés de anemia no leucograma geralmente o animal vai ter leucocitose por neutrofilia com desvio à esquerda e no trombograma vamos observar uma trombocitopenia discreta a trombocitopenia pode ser indicativo de CID então também é importante avaliar o TP E ttpa que ambos vão estar aumentados No exame bioquímico podemos observar algumas alterações lembrando que a doença reflete também em outros órgãos desses animais podem ter azotemia por dano renal e pela hidratação ou seja pode ser uma azotemia renal ou pré renal eles podem também ter aumento de enzimas hepáticas como ALT e FA pode ter aumento da bilirrubina e isso acontece pelo dano hepático Se o animal tiver fluido pancreático ou efusão peritoneal o líquido vai ter a característica de um exsudato existem testes como amilase e lipase que antigamente eram usados para o diagnóstico mas são testes com baixa sensibilidade e especificidade e não são bons para o diagnóstico de pancreatite principalmente em gatos porque essas enzimas também estão presentes em outros órgãos o método mais específico foi desenvolvido por diagnóstico de pancreatite que é a lipase pancreática específica esse teste avalia a lipase produzida especificamente pelo tecido pancreático a sensibilidade desse teste chega a 93 e especificidade até 83 então esse teste se torna mais específico para o diagnóstico de pancreatite httpswwwyoutubecomwatchvSUj9AFiHMY O hemograma normal pode estar presente no cão ou um gato com pancreatite Quando esta alterado vemos no eritrograma na fase mais aguda intensa da pancreatite podemos observar uma discreta eritrocitose por desidratação como o animal vomita não bebe água pode ter alguma concentração tem uma discreta eritrocitose se a doença persistir por alguns dias e principalmente se ela tende a cronicidade pode sobrepor então uma anemia da doença crônica e essa anemia é de baixa magnitude não espere por hematócrito substancialmente diminuído em pancreatite se espera normalmente uma anemia discreta no limite do discreto para moderad então entre 3037 operando o limite do 3029 Muito abaixo pode não estar relacionado apenas à pancreatite Leucograma é a mesma primícia pode ter leucopenia e leucocitose deve prestar atenção em leucocitose desviada se você tem uma neutrofilia com desvio à esquerda e o animal com sinais clínicos consistentes de dor epigástrica vômitos pancreatite é um bom diagnóstico Mas não esqueçam que se houver leucopenia ou se houver a normalidade de leucócitos isso não descarta o diagnóstico de pancreatite As plaquetas a trombocitopenia é o sinal mais constante no animal com pancreatite podendo acontecer em até 60 dos pacientes provavelmente pela circulação de algumas substâncias que acabam causando destruição plaquetária Não é totalmente elucidado são hipóteses e são trombocitopenia que não trazem risco de sangramento não se tornando uma preocupação muito grande em relação à magnitude da trombocitopenia É um achado que pode ser observado frequentemente em pacientes com pancreatite O que podemos observar em termos de bioquímica sérica aumento de LT fosfatase alcalina que chamamos de hepatopatia reativa a colestase já é mais comum é o aumento da fosfatase alcalina pode ser observado em pancreatite inclusive com o desenvolvimento de icterícia porque pode ocorrer a obstrução do fluxo biliar em função do processo inflamatório pancreático sendo póshepática Segunda alteração que pode ser observada no bioquímico é azotemia o animal desidrata contração de volume perfusão renal inapropriada causando azotemia prérenal Podendo desenvolver insuficiência renal aguda que é uma complicação da pancreatite grave Hipovolemia pode ser observado sem grande relevância Na avaliação do líquido cavitário um exsudato asséptico sem bactérias e sem neutrófilos degenerados Amilase e lipase embora possam ser utilizados os testes catalíticos tem baixa sensibilidade especificidade A ultrassonografia é um apoio diagnóstico nunca de forma isolada httpswwwyoutubecomwatchvp1qpH7oWSro Avaliação laboratorial do pâncreas exócrino e endócrino em animais domésticos 1 Introdução O pâncreas desempenha um papel essencial na regulação do metabolismo e na digestão de nutrientes em animais domésticos tanto no aspecto exócrino quanto endócrino O exame laboratorial do pâncreas é de grande importância na avaliação da saúde e no diagnóstico de distúrbios pancreáticos em animais permitindo uma abordagem precisa e eficiente para o tratamento dessas condições Neste contexto o presente trabalho visa explorar os métodos laboratoriais utilizados para avaliar a função do pâncreas exócrino e endócrino em animais domésticos 2 Discussão a Pâncreas Exócrino O pâncreas exócrino é uma parte do pâncreas responsável pela produção e liberação de enzimas digestivas que auxiliam na digestão dos alimentos Brobst 1997 Ele desempenha um papel crucial na quebra dos nutrientes como carboidratos proteínas e gorduras para que possam ser absorvidos pelo organismo As células acinares do pâncreas são responsáveis pela síntese e secreção dessas enzimas Westermarck E e Wiberg M 2012 As enzimas produzidas pelo pâncreas exócrino incluem amilase pancreática lipase pancreática tripsina quimotripsina elastase entre outras Brobst 1997 Cada uma dessas enzimas atua sobre um tipo específico de nutriente quebrandoo em moléculas menores que podem ser absorvidas pelo intestino delgado Após a produção as enzimas são liberadas no duodeno a primeira porção do intestino delgado onde ocorre a maior parte da digestão dos alimentos A liberação das enzimas é regulada por hormônios como a colecistocinina e o secretina que são liberados em resposta à presença de alimentos no trato digestivo Brobst 1997 Qualquer disfunção no pâncreas exócrino como a insuficiência pancreática exócrina pode levar a problemas na digestão e absorção de nutrientes resultando em sintomas como diarreia perda de peso e deficiências nutricionais Westermarck E e Wiberg M 2003 1 b Pâncreas Endócrino O pâncreas endócrino é uma parte do pâncreas responsável pela produção e secreção de hormônios que desempenham papéis essenciais na regulação do metabolismo e dos níveis de glicose no sangue Brobst 1997 As células endócrinas do pâncreas conhecidas como ilhotas de Langerhans são responsáveis pela síntese e liberação desses hormônios Brobst 1997 Zini et al 2016 Disfunções no pâncreas endócrino como a deficiência de insulina diabetes mellitus ou a produção excessiva de insulina hiperinsulinismo podem levar a distúrbios metabólicos e afetar a saúde do animal Zini et al 2016 c Avaliação laboratorial Avaliar a função do pâncreas exócrino em animais domésticos envolve o uso de diversos métodos laboratoriais que ajudam a detectar alterações nas enzimas pancreáticas e na atividade digestiva De acordo com Nelson e Couto 2015 os principais métodos utilizados nessa avaliação são 1 Dosagem de amilase sérica A amilase é uma enzima produzida pelo pâncreas que auxilia na digestão de carboidratos logo a dosagem de amilase sérica é um teste comum realizado para avaliar a função exócrina do pâncreas De uma maneira geral valores elevados podem indicar pancreatite ou outras condições pancreáticas 2 Dosagem de lipase sérica A lipase é uma enzima produzida pelo pâncreas responsável pela digestão de gorduras Assim como a dosagem de amilase a dosagem de lipase sérica também é utilizada para avaliar a função exócrina do pâncreas 3 Teste de atividade enzimática fecal Além das dosagens séricas a avaliação da função pancreática exócrina pode envolver a medição da atividade enzimática fecal Um exemplo comum é a medição da elastase fecal uma enzima produzida pelo pâncreas A amostra de fezes do animal é coletada e analisada em laboratório para determinar os níveis de elastase Baixos níveis dessa enzima podem indicar insuficiência pancreática exócrina na qual o pâncreas não produz quantidade suficiente de enzimas digestivas 4 Testes de estimulação da secreção pancreática Esses testes são realizados para avaliar a resposta do pâncreas à estimulação Um exemplo comum é o teste de secretina pancreozimina em que o animal recebe uma injeção desses hormônios que 2 estimulam a produção e liberação de enzimas pancreáticas Em seguida são coletadas amostras de suco pancreático para análise laboratorial permitindo a avaliação da resposta pancreática à estimulação 5 Imagem por ultrassom e tomografia computadorizada Embora não sejam métodos laboratoriais em si a realização de exames de imagem podem auxiliar na avaliação do pâncreas exócrino Esses exames permitem visualizar o tamanho a forma e a estrutura do pâncreas bem como identificar possíveis lesões ou inflamações Já em relação a avaliação da função do pâncreas endócrino em animais domésticos Nelson e Couto 2015 destacam os seguintes principais métodos 1 Dosagem de glicose sérica A glicose é o principal substrato metabólico regulado pelos hormônios pancreáticos como a insulina e o glucagon A dosagem de glicose sérica é um teste comum realizado para avaliar a regulação da glicemia A amostra de sangue é coletada e analisada em laboratório para medir os níveis de glicose Valores elevados podem indicar diabetes mellitus uma condição em que há deficiência de insulina ou resistência à sua ação 2 Dosagem de insulina sérica A insulina é o principal hormônio produzido pelas células beta das ilhotas de Langerhans responsável pela regulação dos níveis de glicose no sangue A dosagem de insulina sérica é realizada para avaliar a função das células beta pancreáticas A amostra de sangue é coletada e analisada em laboratório para medir os níveis de insulina Valores baixos podem indicar diabetes mellitus tipo 1 em que há destruição das células beta ou diabetes mellitus tipo 2 em que há resistência à ação da insulina 3 Dosagem de glucagon sérico O glucagon é outro hormônio produzido pelo pâncreas pelas células alfa das ilhotas de Langerhans e desempenha um papel importante no controle da glicemia aumentando os níveis de glicose quando necessário A dosagem de glucagon sérico pode ser realizada para avaliar a função das células alfa pancreáticas 4 Testes de tolerância à glicose Esses testes são realizados para avaliar a resposta do pâncreas à glicose O teste de tolerância à glicose oral é um exemplo comum no qual o animal recebe uma dose padronizada de glicose por via oral e são feitas medidas repetidas de glicemia ao longo do tempo Esse teste permite avaliar a capacidade do pâncreas em liberar insulina e regular a glicemia em resposta a uma carga de glicose 3 5 Outros hormônios relacionados Além da insulina o pâncreas endócrino também produz outros hormônios como somatostatina e polipeptídeo pancreático A dosagem desses hormônios pode ser realizada em casos específicos dependendo das suspeitas clínicas e da avaliação do médico veterinário 3 Conclusão A avaliação laboratorial do pâncreas exócrino e endócrino desempenha um papel fundamental na detecção e no diagnóstico de distúrbios pancreáticos em animais domésticos Os testes utilizados permitem uma avaliação precisa da função pancreática tanto do ponto de vista digestivo quanto metabólico 4 4 Referências Bibliográficas Batt R M Exocrine Pancreatic Insufficiency Veterinary Clinics of North America Small Animal Practice n 233 p595608 1993 doi101016s019556169350308x Brobst D F Pancreatic Function Clinical biochemistry of domestic animals n 5 p 353 366 1997 Matsuno S Miyashita E Sasaki K Sato T Effects of intravenous fat emulsion administration on exocrine and endocrine pancreatic function The Japanese Journal of Surgery n 115 p 323329 1981 doi101007bf02468955 Nelson R W Couto C G Medicina interna de pequenos animais 5 ed Rio de Janeiro Elsevier 2015 Westermarck E Wiberg M Exocrine pancreatic insufficiency in dogs Veterinary Clinics of North America Small Animal Practice 335 116511792003 doi101016s0195561603000573 Westermarck E Wiberg M Exocrine Pancreatic Insufficiency in the Dog Historical Background Diagnosis and Treatment Topics in Companion An Med n 27 p96103 2012 Zini E et al Endocrine Pancreas in Cats With Diabetes Mellitus Veterinary Pathology n 53 p 136 144 2016 5 Avaliação laboratorial do pâncreas exócrino e endócrino em animais domésticos 1 Introdução O pâncreas desempenha um papel essencial na regulação do metabolismo e na digestão de nutrientes em animais domésticos tanto no aspecto exócrino quanto endócrino O exame laboratorial do pâncreas é de grande importância na avaliação da saúde e no diagnóstico de distúrbios pancreáticos em animais permitindo uma abordagem precisa e eficiente para o tratamento dessas condições Neste contexto o presente trabalho visa explorar os métodos laboratoriais utilizados para avaliar a função do pâncreas exócrino e endócrino em animais domésticos 2 Discussão a Pâncreas Exócrino O pâncreas exócrino é uma parte do pâncreas responsável pela produção e liberação de enzimas digestivas que auxiliam na digestão dos alimentos Brobst 1997 Ele desempenha um papel crucial na quebra dos nutrientes como carboidratos proteínas e gorduras para que possam ser absorvidos pelo organismo As células acinares do pâncreas são responsáveis pela síntese e secreção dessas enzimas Westermarck E e Wiberg M 2012 As enzimas produzidas pelo pâncreas exócrino incluem amilase pancreática lipase pancreática tripsina quimotripsina elastase entre outras Brobst 1997 Cada uma dessas enzimas atua sobre um tipo específico de nutriente quebrandoo em moléculas menores que podem ser absorvidas pelo intestino delgado Após a produção as enzimas são liberadas no duodeno a primeira porção do intestino delgado onde ocorre a maior parte da digestão dos alimentos A liberação das enzimas é regulada por hormônios como a colecistocinina e o secretina que são liberados em resposta à presença de alimentos no trato digestivo Brobst 1997 Qualquer disfunção no pâncreas exócrino como a insuficiência pancreática exócrina pode levar a problemas na digestão e absorção de nutrientes resultando em sintomas como diarreia perda de peso e deficiências nutricionais Westermarck E e Wiberg M 2003 1 b Pâncreas Endócrino O pâncreas endócrino é uma parte do pâncreas responsável pela produção e secreção de hormônios que desempenham papéis essenciais na regulação do metabolismo e dos níveis de glicose no sangue Brobst 1997 As células endócrinas do pâncreas conhecidas como ilhotas de Langerhans são responsáveis pela síntese e liberação desses hormônios Brobst 1997 Zini et al 2016 Disfunções no pâncreas endócrino como a deficiência de insulina diabetes mellitus ou a produção excessiva de insulina hiperinsulinismo podem levar a distúrbios metabólicos e afetar a saúde do animal Zini et al 2016 c Avaliação laboratorial Avaliar a função do pâncreas exócrino em animais domésticos envolve o uso de diversos métodos laboratoriais que ajudam a detectar alterações nas enzimas pancreáticas e na atividade digestiva De acordo com Nelson e Couto 2015 os principais métodos utilizados nessa avaliação são 1 Dosagem de amilase sérica A amilase é uma enzima produzida pelo pâncreas que auxilia na digestão de carboidratos logo a dosagem de amilase sérica é um teste comum realizado para avaliar a função exócrina do pâncreas De uma maneira geral valores elevados podem indicar pancreatite ou outras condições pancreáticas 2 Dosagem de lipase sérica A lipase é uma enzima produzida pelo pâncreas responsável pela digestão de gorduras Assim como a dosagem de amilase a dosagem de lipase sérica também é utilizada para avaliar a função exócrina do pâncreas 3 Teste de atividade enzimática fecal Além das dosagens séricas a avaliação da função pancreática exócrina pode envolver a medição da atividade enzimática fecal Um exemplo comum é a medição da elastase fecal uma enzima produzida pelo pâncreas A amostra de fezes do animal é coletada e analisada em laboratório para determinar os níveis de elastase Baixos níveis dessa enzima podem indicar insuficiência pancreática exócrina na qual o pâncreas não produz quantidade suficiente de enzimas digestivas 4 Testes de estimulação da secreção pancreática Esses testes são realizados para avaliar a resposta do pâncreas à estimulação Um exemplo comum é o teste de secretinapancreozimina em que o animal recebe uma injeção desses hormônios que 2 estimulam a produção e liberação de enzimas pancreáticas Em seguida são coletadas amostras de suco pancreático para análise laboratorial permitindo a avaliação da resposta pancreática à estimulação 5 Imagem por ultrassom e tomografia computadorizada Embora não sejam métodos laboratoriais em si a realização de exames de imagem podem auxiliar na avaliação do pâncreas exócrino Esses exames permitem visualizar o tamanho a forma e a estrutura do pâncreas bem como identificar possíveis lesões ou inflamações Já em relação a avaliação da função do pâncreas endócrino em animais domésticos Nelson e Couto 2015 destacam os seguintes principais métodos 1 Dosagem de glicose sérica A glicose é o principal substrato metabólico regulado pelos hormônios pancreáticos como a insulina e o glucagon A dosagem de glicose sérica é um teste comum realizado para avaliar a regulação da glicemia A amostra de sangue é coletada e analisada em laboratório para medir os níveis de glicose Valores elevados podem indicar diabetes mellitus uma condição em que há deficiência de insulina ou resistência à sua ação 2 Dosagem de insulina sérica A insulina é o principal hormônio produzido pelas células beta das ilhotas de Langerhans responsável pela regulação dos níveis de glicose no sangue A dosagem de insulina sérica é realizada para avaliar a função das células beta pancreáticas A amostra de sangue é coletada e analisada em laboratório para medir os níveis de insulina Valores baixos podem indicar diabetes mellitus tipo 1 em que há destruição das células beta ou diabetes mellitus tipo 2 em que há resistência à ação da insulina 3 Dosagem de glucagon sérico O glucagon é outro hormônio produzido pelo pâncreas pelas células alfa das ilhotas de Langerhans e desempenha um papel importante no controle da glicemia aumentando os níveis de glicose quando necessário A dosagem de glucagon sérico pode ser realizada para avaliar a função das células alfa pancreáticas 4 Testes de tolerância à glicose Esses testes são realizados para avaliar a resposta do pâncreas à glicose O teste de tolerância à glicose oral é um exemplo comum no qual o animal recebe uma dose padronizada de glicose por via oral e são feitas medidas repetidas de glicemia ao longo do tempo Esse teste permite avaliar a capacidade do pâncreas em liberar insulina e regular a glicemia em resposta a uma carga de glicose 3 5 Outros hormônios relacionados Além da insulina o pâncreas endócrino também produz outros hormônios como somatostatina e polipeptídeo pancreático A dosagem desses hormônios pode ser realizada em casos específicos dependendo das suspeitas clínicas e da avaliação do médico veterinário 3 Conclusão A avaliação laboratorial do pâncreas exócrino e endócrino desempenha um papel fundamental na detecção e no diagnóstico de distúrbios pancreáticos em animais domésticos Os testes utilizados permitem uma avaliação precisa da função pancreática tanto do ponto de vista digestivo quanto metabólico 4 4 Referências Bibliográficas Batt R M Exocrine Pancreatic Insufficiency Veterinary Clinics of North America Small Animal Practice n 233 p595608 1993 doi101016s019556169350308x Brobst D F Pancreatic Function Clinical biochemistry of domestic animals n 5 p 353 366 1997 Matsuno S Miyashita E Sasaki K Sato T Effects of intravenous fat emulsion administration on exocrine and endocrine pancreatic function The Japanese Journal of Surgery n 115 p 323329 1981 doi101007bf02468955 Nelson R W Couto C G Medicina interna de pequenos animais 5 ed Rio de Janeiro Elsevier 2015 Westermarck E Wiberg M Exocrine pancreatic insufficiency in dogs Veterinary Clinics of North America Small Animal Practice 335 116511792003 doi101016s0195561603000573 Westermarck E Wiberg M Exocrine Pancreatic Insufficiency in the Dog Historical Background Diagnosis and Treatment Topics in Companion An Med n 27 p96103 2012 Zini E et al Endocrine Pancreas in Cats With Diabetes Mellitus Veterinary Pathology n 53 p 136 144 2016 5