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FACULDADE DE AMERICANA FAM CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIOMEDICINA ISABELA DOS SANTOS ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANÁLISES CLÍNICAS Hematologia AMERICANA 2025 ISABELA DOS SANTOS ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANÁLISES CLÍNICAS Hematologia Relatório apresentado como requisito para aprovação no Curso de Graduação de Biomedicina da Faculdade de americana FAM Docente orientador Prof Thiago Cabral de Souza e Prof Luiz Antonio Aparecido AMERICANA 2025 ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1 Valores de referência dos índices hematimétricos8 Tabela 2 Resultados do hemograma caso clínico 111 Tabela 3 Resultados do hemograma caso clínico 217 Tabela 4 Laudo de contagem diferencial Caso Clínico 322 Tabela 5Laudo de contagem diferencial Caso Clínico 123 Tabela 6 Laudo de contagem Caso Clínico 223 Tabela 7 Hemograma automatizado caso clínico 324 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1 Procedimentos laboratoriais de confecção e coloração do esfregaço9 Figura 2 Esfregaço sanguíneo com hipocromia e poiquilocitose10 Figura 3 Lâminas em processo de coloração com corante Leishman15 Figura 4 Imagem microscópica da série vermelha com presença de linfócito pequeno16 Figura 5 Microscopia óptica com predomínio de leucócitos segmentados21 Figura 6 Análise morfológica com apoio visual de diferenciação celular21 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO5 2 SÉRIE PLAQUETÁRIA6 21 INTRODUÇÃO6 22 FUNÇÃO6 23 VALOR DE REFERÊNCIA E ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS8 24 ALTERAÇÕES8 25 IMAGENS9 26 CASO CLÍNICO10 261 Caso Clínico 1 Série Plaquetária10 3 SÉRIE VERMELHA12 31 INTRODUÇÃO12 32 FUNÇÃO12 33 VALOR DE REFERÊNCIA13 34 ALTERAÇÕES14 35 IMAGENS15 36 CASO CLÍNICO16 362 Caso Clínico 3Série Vermelha16 4 SÉRIE BRANCA18 41 INTRODUÇÃO18 42 FUNÇÃO18 43 VALOR DE REFERÊNCIA19 44 ALTERAÇÕES19 5 LAUDOS23 51 LAUDO CASO CLÍNICO 123 52 LAUDO CASO CLÍNICO 223 53 LAUDO CASO CLÍNICO 324 REFERÊNCIAS24 5 1 INTRODUÇÃO O estágio supervisionado representa uma etapa necessária na formação profissional de estudantes da área da saúde É nesse espaço de vivência prática que o conhecimento teórico que foi conseguido ao longo do curso encontra sua aplicação concreta em situações reais No contexto das análises clínicas o estágio permite ao aluno compreender os procedimentos laboratoriais mas também a importância da precisão da ética e da responsabilidade no cuidado à saúde do paciente SANTOS et al 2023 Dentre as diversas áreas que compõem as análises clínicas a Hematologia se destaca por sua relevância no diagnóstico de inúmeras patologias O sangue como tecido vivo carrega informações pertinentes sobre o funcionamento do organismo Por isso a análise de seus elementos hemácias leucócitos e plaquetas tornase um instrumento necessário no que diz respeito ao acompanhamento clínico de pacientes CIRO SILVA FILHO PELEGRINELI 2021 Durante o estágio em Hematologia foi possível vivenciar na prática atividades que envolvem desde a coleta de amostras até a análise microscópica de lâminas coradas Cada etapa do processo exigiu atenção aos detalhes conhecimento técnico e compreensão dos fundamentos fisiopatológicos por trás dos achados laboratoriais SANTOS et al 2023 Assim este relatório tem como objetivo geral descrever sobre as atividades desenvolvidas durante o estágio supervisionado em análises clínicas com ênfase na área de Hematologia destacando os procedimentos realizados os conhecimentos adquiridos e a importância da prática para a formação técnicocientífica e ética do futuro profissional 6 2 SÉRIE PLAQUETÁRIA As plaquetas ou trombócitos são fragmentos celulares considerado necessários e de grande relevância no processo de coagulação sanguínea Vale ressaltar que elas assumem importância inegável na hemostasia primária participando da formação do tampão plaquetário que interrompe hemorragias em vasos lesionados SANTOS et al 2024 A análise da série plaquetária portanto é importante para o diagnóstico de distúrbios hemorrágicos trombóticos ou condições que alterem quantitativa ou qualitativamente essas células Assim a avaliação pode ser realizada por contagem automatizada em hemograma e por análise morfológica em esfregaço sanguíneo corado permitindo observar alterações como macrotrombócitos agregados plaquetários ou plaquetas hipogranulares que indicam possíveis disfunções na produção ou consumo plaquetário SANTOS et al 2024 21 INTRODUÇÃO Este subcapítulo abordará os principais aspectos da série plaquetária destacando suas funções fisiológicas a metodologia empregada para análise e os achados observados durante a prática de estágio No estágio foram realizadas coletas de sangue preparação de lâminas com esfregaço sanguíneo e coloração com Leishman seguidas da análise microscópica com ênfase na morfologia e contagem das plaquetas As atividades permitiram identificar características como tamanho forma e distribuição das plaquetas além de avaliar possíveis alterações que pudessem indicar distúrbios hemostáticos 22 FUNÇÃO Por que nos preocupamos tanto com o número de plaquetas no sangue A resposta é simples mas importante as plaquetas são responsáveis por 7 impedir que o organismo perca sangue em excesso diante de qualquer lesão vascular Elas atuam como os primeiros socorros do sistema circulatório iniciando o processo de coagulação logo após a lesão BORELLI 2024 Segundo Borelli 2024 ao entrarem em contato com superfícies lesionadas as plaquetas aderem ao endotélio ativamse e liberam substâncias que promovem a agregação de outras plaquetas formando um tampão hemostático Mas será que sua função termina aí Definitivamente não Além da hemostasia primária as plaquetas têm papel relevante em processos inflamatórios e imunológicos Elas interagem com leucócitos e células endoteliais participando da modulação da resposta imune De acordo com Santos et al 2023 há evidências de que as plaquetas liberam citocinas e outras moléculas bioativas que influenciam a inflamação e até mesmo o processo de cicatrização tecidual Ou seja são protagonistas silenciosas em muitos mecanismos biológicos além da coagulação Entretanto o equilíbrio é tudo Um número abaixo do normal condição chamada trombocitopenia pode resultar em sangramentos espontâneos e graves Já uma concentração acima do esperado trombocitose pode favorecer a formação de trombos com risco de eventos como AVC ou trombose venosa profunda Segundo Borelli 2024 os valores normais situam se entre 150000 e 450000 plaquetas por microlitro de sangue mas é preciso avaliar além da quantidade como também a qualidade funcional dessas células É aí que entra a importância da análise laboratorial detalhada Durante o estágio pudemos não só observar a contagem automatizada de plaquetas mas também reconhecer aspectos morfológicos como forma tamanho e grau de granulação O que um número isolado não revela o microscópio pode mostrar E por que isso importa Porque distúrbios plaquetários muitas vezes não são numéricos mas funcionais Como destaca Santos et al 2024 alterações como a presença de macrotrombócitos ou plaquetas hipogranulares podem indicar doenças hereditárias ou adquiridas que comprometem a ação hemostática Por fim é preciso lembrar que o sangue é um sistema integrado As plaquetas não agem isoladamente sua função depende da interação com 8 proteínas plasmáticas vasos íntegros e fatores de coagulação Em outras palavras manter o número de plaquetas dentro dos valores normais é necessários mas compreendêlas em sua totalidade função forma interação é o que realmente contribui para uma avaliação clínica eficaz e segura 23 VALOR DE REFERÊNCIA E ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS A Tabela 1 apresenta os valores de referência utilizados como base para interpretação dos resultados obtidos nas análises hematológicas durante o estágio Tabela 1 Valores de referência dos índices hematimétricos Parâmetros Sexo masculino Sexo feminino Hemácias 40 a 54 mµL 46 a 60 mµL Hematócrito Ht 40 a 50 35 a 44 Hemoglobina Hb 135 a 18 gdL 115 a 16 gdL VCM 80 a 100ƒL 81 a 95 ƒL HCM 26 a 32 pg 26 a 34 pg CHCM 32 a 36 dL 32 a 36 dL RDW 113 a 15 113 a 15 Fonte adaptado de NAOUM 2013 e PNCQ 2017 24 ALTERAÇÕES Quando olhamos para um exame laboratorial e percebemos alterações na série plaquetária o que exatamente estamos observando Tratase apenas de um número fora do padrão A resposta vai além Alterações nas plaquetas indicam que algo pode estar desequilibrando o sistema hemostático Uma baixa contagem por exemplo pode refletir desde uma simples deficiência nutricional até doenças autoimunes ou síndromes graves da medula óssea Por outro lado o aumento da contagem plaquetária a trombocitose pode ser silencioso mas também perigoso O corpo estaria produzindo plaquetas em excesso por quê Em alguns casos é uma reação fisiológica a inflamações ou infecções mas também pode indicar doenças mieloproliferativas crônicas Conforme destaca Borelli 2024 o risco está justamente na possibilidade de formação de trombos que de maneira inesperada comprometem a circulação e a oxigenação dos tecidos 9 Durante a leitura microscópica da lâmina realizada no dia 20022025 foram identificadas as seguintes alterações hematológicas Hipocromia acentuada redução na coloração das hemácias indicando diminuição de hemoglobina Microcitose discreta hemácias com tamanho inferior ao normal Poquilocitose presença de hemácias com formatos variados Anisocitose discreta variação no tamanho das hemácias Equinócitos hemácias com bordas espiculadas Esferócitos células com forma esférica sem palidez central 25 IMAGENS Durante as aulas práticas realizadas nos dias 13 e 20 de fevereiro de 2025 foram feitos procedimentos laboratoriais de coleta preparo de lâminas coloração e análise microscópica O experimento teve como objetivo aplicar os conhecimentos teóricos da hematologia na prática laboratorial utilizando amostras dos próprios alunos A seguir apresentamse registros fotográficos Figura1 dos procedimentos e das análises realizadas Figura 1 Procedimentos laboratoriais de confecção e coloração do esfregaço Fonte Autoria Própria 2025 Da esquerda para a direita 1 lâminas preparadas para esfregaço sanguíneo 2 frascos com corantes utilizados na coloração do sangue Leishman modificado PROV I II III e H2O 3 lâminas após coloração e secagem A figura 2 foi obtida com microscópio óptico utilizando objetiva de imersão 100x evidenciando hemácias com hipocromia poiquilocitose e presença de leucócitos Coloração Leishman 10 Figura 2 Esfregaço sanguíneo com hipocromia e poiquilocitose Fonte Autoria Própria 2025 A observação microscópica da lâmina permitiu a identificação de importantes alterações morfológicas nas hemácias Destacamse a hipocromia acentuada visível pela palidez central aumentada das hemácias e a poiquilocitose caracterizada pela diversidade de formas celulares A presença de leucócitos com morfologia preservada também foi evidente 26 CASO CLÍNICO 261 Caso Clínico 1 Série Plaquetária Paciente do sexo masculino 22 anos apresentava cansaço frequente palidez e sangramentos gengivais leves sem histórico prévio de alterações hematológicas Assim esses sintomas aliados aos achados laboratoriais de plaquetopenia discreta e alterações morfológicas nas hemácias reforçam a importância da análise microscópica complementar ao hemograma automatizado Durante a atividade prática realizada em 13022025 foi feita a coleta de sangue com garrote agulha com canhão e tubos apropriados Utilizando o 11 próprio sangue cada aluno confeccionou seu esfregaço sanguíneo Com uma pipeta uma gota do sangue foi colocada sobre uma lâmina espalhada com outra lâmina a 45 As lâminas foram coradas com corante Leishman permanecendo imersas por 5 segundos em cada reagente e posteriormente secas ao ar Em 20022025 foi realizada a análise da lâmina no microscópio óptico objetiva de imersão 100x com foco na série plaquetária A observação revelou plaquetopenia discreta com macroplaquetas A tabela 2 apresenta os resultados do hemograma do caso clínico 1 Tabela 2 Resultados do hemograma caso clínico 1 Parâmetros Resultados Valores de Referência Plaquetas 55000mm³ 150000 a 450000mm³ VPM 112 fL 74 a 114 fL Observações Plaquetopenia discreta macroplaquetas Fonte Autoria Própria 2025 A Tabela 2 demonstra uma redução significativa na contagem de plaquetas caracterizando um quadro de plaquetopenia discreta O volume plaquetário médio VPM ligeiramente elevado pode indicar a presença de plaquetas jovens e maiores o que é compatível com a observação de macroplaquetas na lâmina Assim isso reforça a importância da análise morfológica como ferramenta complementar ao hemograma automatizado 12 3 SÉRIE VERMELHA A análise da série vermelha permite investigar as condições fisiológicas e patológicas relacionadas ao transporte de oxigênio e dióxido de carbono no organismo Por meio da contagem observação morfológica e análise de parâmetros como VCM HCM e hemoglobina é possível identificar distúrbios como anemias policitemias e alterações qualitativas nas hemácias Assim essa etapa do estágio teve como objetivo compreender essas alterações por meio de técnicas práticas em lâminas coradas e leitura microscópica fortalecendo a correlação entre teoria e realidade clínica ASSIS PEDROSA 2024 31 INTRODUÇÃO Este subcapítulo abordará os principais aspectos relacionados à série vermelha incluindo suas funções fisiológicas os parâmetros laboratoriais envolvidos e as alterações mais frequentes em diferentes contextos clínicos No estágio realizamos atividades práticas como a coleta de sangue confecção de esfregaço em lâminas e coloração com Leishman seguidas da análise morfológica das hemácias Essas práticas possibilitaram observar condições como hipocromia anisocitose microcitose e poiquilocitose fundamentais para a identificação de anemias e outras alterações hematológicas 32 FUNÇÃO Qual é a real importância das hemácias em nosso organismo Por serem tão numerosas e presentes em todas as análises laboratoriais às vezes passam despercebidas em sua complexidade No entanto as hemácias são as principais responsáveis pelo transporte de oxigênio dos pulmões para os tecidos e de dióxido de carbono no sentido inverso Esse transporte ocorre graças à presença da hemoglobina uma proteína rica em ferro que se liga aos gases respiratórios Segundo Freitas e Silveira 2021 a estrutura bicôncava da 13 hemácia aumenta sua área de superfície otimizando as trocas gasosas e contribuindo para a eficiência dessa função vital Mas será que todas as hemácias funcionam da mesma maneira A resposta é não O desempenho das hemácias está diretamente relacionado à sua morfologia quantidade e integridade Uma alteração em qualquer um desses aspectos pode comprometer a oxigenação dos tecidos e consequentemente o funcionamento de todo o organismo Por exemplo a presença de microcitose e hipocromia hemácias pequenas e com pouca coloração pode indicar deficiência de ferro como destaca Borelli 2024 evidenciando que mesmo pequenas mudanças estruturais podem gerar impactos sistêmicos Outro ponto importante é o equilíbrio da produção e destruição das hemácias O corpo humano tem mecanismos para regular essa balança A medula óssea produz milhões de hemácias por segundo e o baço juntamente com o fígado remove as células envelhecidas ou defeituosas Porém o que acontece quando essa renovação é afetada Segundo Freitas e Silveira 2021 tanto a produção inadequada quanto a destruição excessiva podem levar a anemias cujos sintomas como fadiga palidez e taquicardia são respostas do corpo à deficiência de oxigênio E o que dizer da avaliação laboratorial da série vermelha Ela vai muito além da simples contagem de hemácias Parâmetros como o volume corpuscular médio VCM a hemoglobina corpuscular média HCM e a concentração de hemoglobina corpuscular média CHCM fornecem informações sobre o tipo e a gravidade das alterações presentes Dito isto esses índices quando associados à análise morfológica no esfregaço sanguíneo possibilitam uma investigação mais completa e assertiva Como afirmam Otsuka et al 2021 a relação entre análise quantitativa e observação microscópica é o que sustenta a acurácia diagnóstica 33 VALOR DE REFERÊNCIA Os valores de referência adotados para a análise da série vermelha encontramse previamente apresentados na Tabela 1 deste relatório Eles 14 serviram como base comparativa para a identificação de alterações quantitativas e morfológicas das hemácias nas amostras avaliadas durante o estágio 34 ALTERAÇÕES Alterações na série vermelha dizem respeito tanto à quantidade quanto à qualidade das hemácias e podem demonstrar desde um distúrbio nutricional simples até uma doença hematológica grave Por exemplo quando encontramos microcitose e hipocromia em um esfregaço sanguíneo podemos estar diante de uma anemia ferropriva segundo Borelli 2024 que destaca a importância de analisar não só a contagem mas também a forma e o conteúdo das células vermelhas Por outro lado alterações como anisocitose poiquilocitose ou esferocitose podem demonstrar distúrbios morfológicos que nem sempre aparecem na contagem automatizada Assim essas anormalidades podem indicar patologias hereditárias ou adquiridas que comprometem a eficiência do transporte de oxigênio Como destaca Otsuka et al 2021 a presença de hemácias de tamanhos e formas variadas é um sinal de que a eritropoiese o processo de produção de hemácias está desorganizada ou sob estresse Nesse contexto o olhar atento do profissional ao microscópio se torna tão relevante quanto qualquer tecnologia laboratorial pois a interpretação correta dessas alterações pode ser decisiva na condução clínica do paciente Durante a leitura microscópica da lâmina realizada no dia 27022025 observouse um padrão morfológico característico de distúrbios na série vermelha Foram identificadas alterações relevantes como microcitose hipocromia anisocitose Tais alterações sugerem uma resposta eritrocitária compatível com quadros de anemia carencial especialmente a ferropriva em estágio evolutivo A análise morfológica aliada ao hemograma reforçou a importância do exame direto como ferramenta complementar na interpretação dos distúrbios hematológicos 15 35 IMAGENS A seguir apresentamse registros fotográficos das atividades práticas de coloração e análise da série vermelha de hemácias da aula do dia 27022025 Figura 3 Lâminas em processo de coloração com corante Leishman Fonte Autoria Própria 2025 Na figura 3 é possível observar lâminas posicionadas para coloração durante a prática laboratorial do dia 27022025 utilizando o corante Leishman Após o tempo de contato com os reagentes as lâminas foram secas ao ar para posterior análise microscópica Durante a prática laboratorial além da observação morfológica das hemácias foi realizada a contagem Poiquilocitose com o auxílio de um aplicativo específico Esse recurso digital facilita a classificação celular permitindo o registro automatizado da frequência de diferentes tipos de leucócitos como segmentados Seg bastonetes Stab linfócitos Lym monócitos Mono eosinófilos Eos e basófilos Baso Na contagem obtida observouse predomínio de neutrófilos segmentados 80 presença de eosinófilos 0 monócitos 13 linfócitos 7 e ausência de bastonetes basófilos ou outras células Assim essa abordagem contribui para a compreensão prática da contagem de 100 células procedimento importante na análise do leucograma manual 16 Figura 4 Imagem microscópica da série vermelha com presença de linfócito pequeno Fonte Autoria Própria 2025 Na figura 4 é possível visualizar hemácias com coloração central mais clara indicando hipocromia além de poiquilocitose discreta Também é possível visualizar um linfócito pequeno reforçando a aplicação prática da diferenciação celular no esfregaço sanguíneo 36 CASO CLÍNICO 362 Caso Clínico 3Série Vermelha Paciente do sexo feminino 34 anos relatava episódios frequentes de cansaço tontura palidez cutânea e cefaleia Apresentava histórico de menorragia e má alimentação A coleta de sangue foi realizada durante a aula prática do dia 27022025 seguida do preparo da lâmina e coloração com corante Leishman conforme protocolo técnico da instituição A análise microscópica apresentou alterações importantes nas hemácias como microcitose hipocromia anisocitose poiquilocitose e presença de esferócitos Essas observações somadas aos dados laboratoriais 17 indicam um quadro sugestivo de anemia ferropriva A tabela 3 apresenta os resultados do hemograma do caso clínico 2 Tabela 3 Resultados do hemograma caso clínico 2 Resultados Valores de Referência Observações Hemácias RBC 40 a 54 milhõesµL 579 milhõesµL Hemoglobina Hb 115 a 16 gdL 82 gdL Hematócrito Ht 35 a 44 355 VCM 80 a 100 fL 656 fL HCM 26 a 34 pg 213 pg CHCM 32 a 36 gdL 324 gdL RDW 113 a 15 206 Observações Microcitose anisocitose hipocromia poiquilocitose esferócitos Fonte Autoria Própria 2025 Os resultados da Tabela 3 reforçam o diagnóstico de anemia microcítica e hipocrômica com índices hematimétricos significativamente alterados como VCM e HCM reduzidos e RDW elevado indicando intensa variação no tamanho das hemácias A presença de poiquilocitose e esferócitos evidencia alterações morfológicas relevantes características de anemias carenciais como a ferropriva 18 4 SÉRIE BRANCA A série branca compreende os leucócitos células fundamentais na defesa do organismo São elas que participam ativamente de processos inflamatórios infecciosos e imunológicos cada uma com função específica no reconhecimento e combate a agentes patogênicos FREITAS SILVEIRA 2021 Neste subcapítulo serão abordados os principais aspectos dessa série incluindo sua composição função e interpretação laboratorial Durante o estágio foram realizadas atividades práticas de análise de esfregaço sanguíneo com coloração de Leishman identificação morfológica dos leucócitos e contagem diferencial experiências que permitiram aplicar os conhecimentos teóricos à prática diagnóstica 41 INTRODUÇÃO Durante o estágio os alunos foram realizadas atividades como a coleta de sangue preparo de esfregaço em lâminas coloração com Leishman e posterior leitura microscópica para a contagem diferencial dos leucócitos A prática permitiu a identificação e diferenciação morfológica entre neutrófilos linfócitos monócitos eosinófilos e basófilos além da análise de alterações percentuais e absolutas que podem sugerir infecções inflamações ou distúrbios imunológicos 42 FUNÇÃO De acordo com Borelli 2024 essas células são de grande importância para o funcionamento do sistema imunológico participando de processos inflamatórios infecciosos e de defesa adaptativa com grande especificidade e coordenação Mas será que todos os leucócitos desempenham a mesma função De forma alguma Cada tipo celular da série branca possui um papel muito específico Os neutrófilos por exemplo são os primeiros a chegar em locais de infecção e têm como principal função fagocitar microrganismos Já os linfócitos 19 são os arquitetos da resposta imune adaptativa atuando com memória imunológica e produção de anticorpos SANTOS et al 2024 Monócitos eosinófilos e basófilos também têm papéis singulares relacionados a processos inflamatórios crônicos resposta a parasitas e reações alérgicas respectivamente Como destaca Santos et al 2023 essa divisão funcional é importante para que o sistema imunológico atue de forma eficaz e proporcional frente a cada desafio Então o que acontece quando essa série se altera A resposta está nos sinais do próprio corpo Um aumento expressivo de leucócitos a leucocitose pode indicar infecção bacteriana aguda como mostram os achados de Santos et al 2024 enquanto uma diminuição leucopenia pode deixar o organismo vulnerável a infecções Mais do que a quantidade a análise qualitativa é indispensável A presença de formas imaturas ou atípicas pode sugerir doenças hematológicas como leucemias ou reações infecciosas intensas sendo um alerta importante no diagnóstico laboratorial No estágio prático essa teoria se torna viva A partir da preparação de esfregaços sanguíneos e coloração com Leishman a observação ao microscópio permitiu reconhecer a morfologia específica de cada tipo de leucócito 43 VALOR DE REFERÊNCIA Os valores de referência utilizados para a análise da série branca já se encontram apresentados na Tabela 1 deste relatório 44 ALTERAÇÕES Alterações na série branca como uma elevação significativa dos leucócitos leucocitose podem sinalizar a resposta do organismo frente a infecções bacterianas inflamações agudas ou até processos malignos como as leucemias Segundo Borelli 2024 o aumento de leucócitos é um resultado direto da ativação do sistema imune que mobiliza suas tropas para lidar com o que reconhece como ameaça Por outro lado uma diminuição leucopenia 20 pode ser um sinal de imunossupressão seja por infecções virais uso de medicamentos ou disfunções medulares Contudo será que apenas o número importa Nem sempre A presença de formas jovens como bastonetes em grande quantidade pode indicar um desvio à esquerda expressão clássica usada para descrever a liberação precoce de células da medula óssea durante infecções intensas Já a visualização de leucócitos atípicos pode sugerir infecções virais ou doenças linfoproliferativas Como destacam Freitas e Silveira 2021 é importante não se limitar à contagem absoluta a interpretação cuidadosa do tipo da proporção e da morfologia dos leucócitos oferece pistas valiosas sobre o que está ocorrendo no organismo Assim entender as alterações na série branca é acima de tudo compreender as nuances da comunicação entre o sistema imunológico e o mundo ao redor e dentro do corpo humano Durante a análise do esfregaço sanguíneo corado com Leishman realizada nos dias 13 20 e 24 de março de 2025 foram observadas células da série branca leucócitos em boa quantidade com predominância de neutrófilos segmentados A contagem diferencial evidenciou 80 de segmentados 14 de linfócitos e 6 de monócitos dados que embora dentro da faixa de normalidade podem sugerir uma leve resposta inflamatória aguda ou presença de infecção leve Além da contagem celular direta na lâmina 1 outros exames foram realizados O hemograma demonstrou leucocitose WBC 213 x10³µL e desvio segmentar à esquerda com percentual elevado de neutrófilos segmentados NE 901 e linfócitos reduzidos LY 53 Os monócitos apresentaramse discretamente abaixo do limite normal Esses dados sugerem fortemente um quadro de infecção bacteriana aguda em curso Diferentemente da Lâmina 2 que apresentou alterações morfológicas nos eritrócitos a Lâmina 1 não teve registros de anormalidades na série vermelha A presença de número expressivo de neutrófilos segmentados e de monócitos foi compatível com os achados visuais observados ao microscópio óptico com objetiva de imersão 100x 21 45 IMAGENS A figura 5 apresenta três campos distintos da lâmina analisada na aula do dia 13032025 sob objetiva de imersão 100x corada com Leishman Figura 5 Microscopia óptica com predomínio de leucócitos segmentados Fonte Autoria Própria 2025 É possível observar a alta frequência de neutrófilos segmentados células com núcleo multilobulado e a presença de monócitos núcleo grande e irregular reforçando os achados do hemograma e da contagem diferencial Figura 6 Análise morfológica com apoio visual de diferenciação celular Fonte Autoria Própria 2025 A presença de neutrófilos segmentados monócitos e linfócitos foi confirmada por comparação direta com esquemas morfológicos previamente fornecidos em aula permitindo maior precisão na classificação celular 22 46 CASO CLÍNICO 463 Caso Clínico 3 Série Branca Paciente do sexo masculino 23 anos compareceu para avaliação hematológica apresentando febre fadiga e leve dor abdominal há três dias Foi realizada coleta sanguínea e confecção de esfregaço com coloração Leishman A análise microscópica da Lâmina 1 revelou predominância de neutrófilos segmentados 80 com discreta linfocitopenia 14 e presença de monócitos em 6 A série vermelha não apresentou alterações morfológicas O hemograma revelou leucocitose com contagem total de leucócitos em 213 x10³µL neutrofilia NE 901 e linfócitos baixos LY 53 Tais achados são compatíveis com infecção bacteriana em fase aguda justificando o predomínio de neutrófilos segmentados como resposta imunológica do organismo Tabela 4 Laudo de contagem diferencial Caso Clínico 3 Tipo Celular Contagem Absoluta Valores de Referência Neutrófilos Segmentados 80 40 a 75 Linfócitos 14 20 a 45 Monócitos 6 1 a 12 Outros Leucócitos 0 Fonte Autoria Própria 2025 O laudo confirma a predominância de neutrófilos segmentados na amostra avaliada o que aliado à leucocitose observada no hemograma automatizado indica um quadro inflamatório agudo provavelmente infeccioso A contagem diferencial realizada tanto de forma manual quanto digital validou os achados clínicos e laboratoriais e contribuiu para a compreensão da fisiopatologia envolvida no processo de resposta imune 23 5 LAUDOS 51 LAUDO CASO CLÍNICO 1 Tabela 5Laudo de contagem diferencial Caso Clínico 1 Parâmetros Resultado Valores de referência Hemácias 295 x10 µL ⁶ 40 a 54 milhõesµL F Hemoglobina Hb 80 gdL 115 a 16 gdL Hematócrito Ht 264 35 a 44 VCM 664 fL 81 a 95 fL HCM 204 pg 26 a 34 pg CHCM 308 gdL 32 a 36 gdL RDW 177 113 a 15 Leucócitos 178 x10³µL 4000 a 11500mm³ Neutrófilos NE 85 40 a 75 Linfócitos L 3 20 a 45 Monócitos M 3 1 a 12 Plaquetas PLT 501 x10³µL 150000 a 450000mm³ VPM 68 fL 74 a 114 fL Observações Anemia microcitose hipocromia anisocitose discreta poquilocitose resposta inflamatória Fonte Autoria Própria 2025 A análise dos dados apresentados na Tabela 5 demonstra um quadro hematológico compatível com anemia microcítica e hipocrômica associada à leucocitose com neutrofilia acentuada Os valores reduzidos de hemoglobina hematócrito VCM e HCM reforçam o diagnóstico de anemia enquanto a elevação dos leucócitos especialmente dos neutrófilos sugere uma possível resposta inflamatória ou infecciosa aguda 52 LAUDO CASO CLÍNICO 2 Tabela 6 Laudo de contagem Caso Clínico 2 Parâmetros Resultados Valores de referência Hemácias RBC 573 x10 µL ⁶ 46 a 60 milhõesµL M Hemoglobina Hb 122 gdL 135 a 18 gdL Hematócrito Ht 375 40 a 50 VCM 656 fL 81 a 95 fL HCM 213 pg 26 a 34 pg CHCM 324 gdL 32 a 36 gdL RDW 206 113 a 15 Leucócitos WBC 32 x10³µL 4000 a 11500mm³ Neutrófilos NE 479 40 a 75 Linfócitos LY 373 20 a 45 Monócitos MO 143 1 a 12 24 Eosinófilos EO 00 1 a 6 Basófilos BA 05 0 a 1 Plaquetas PLT 266000µL 150000 a 450000mm³ VPM MPV 94 fL 74 a 114 fL Observações Microcitose hipocromia poiquilocitose anisocitose Fonte Autoria Própria 2025 A análise do laudo hematológico confirma as alterações morfológicas observadas na lâmina Os índices hematimétricos reduzidos como VCM e HCM juntamente com o aumento do RDW reforçam a hipótese diagnóstica de anemia microcítica hipocrômica frequentemente relacionada à deficiência de ferro 53 LAUDO CASO CLÍNICO 3 Tabela 7 Hemograma automatizado caso clínico 3 Parâmetro Resultado Interpretação Leucócitos WBC 213 x10³µL Alto Neutrófilos NE 901 Alto Linfócitos LY 53 Baixo Monócitos MO 19 Normal Eosinófilos EO 19 Normal Basófilos BA 01 Normal Linfócitos LY 11 x10³µL Baixo Monócitos MO 05 x10³µL Normal Eosinófilos EO 04 x10³µL Normal Basófilos BA 00 x10³µL Normal Linfócitos LY 11 x10³µL Baixo Fonte Autoria Própria 2025 O hemograma automatizado complementa e fortalece a hipótese diagnóstica de um processo infeccioso agudo principalmente pela elevação acentuada de neutrófilos Assim esse exame mostrouse necessário para correlacionar os achados microscópicos com dados quantitativos oferecendo uma visão mais abrangente do quadro clínico do paciente REFERÊNCIAS 25 ASSIS Isabella Macedo PEDROSA João Pedro Marques Guia prático de hematologia clínica a série vermelha 2024 BORELLI Primavera Fundamentos de hematologia teoria prática Editora Blucher 2024 CIRO Eduardo Rodrigues SILVA FILHO Ms Wilson Seraine PELEGRINELI Ms Samuel Queiroz O Biomédico pode exercer as funções de um profissional das técnicas radiológicas Uma reflexão à luz dos currículos Can Biomedical exercise the functions of a radiological techniques professional A reflection in the light of curriculums Brazilian Journal of Development v 7 n 6 p 6267062680 2021 FREITAS Eduarda Correa SILVEIRA Zenaide Paulo Impacto da fase pré analítica dos exames realizados no Setor de Hematologia Clinical and biomedical research Porto Alegre 2021 OTSUKA L M S et al Aplasia pura de série vermelha características e desfechos de uma série de casos Hematology Transfusion and Cell Therapy v 43 p S35 2021 SANTOS A C F et al Estágio supervisionado em biomedicina relato de experiência no instituto de hematologia e hemoterapia do Amapá Hematology Transfusion and Cell Therapy v 45 p S843 2023 SANTOS Fernanda de Nazaré Cardoso et al Alterações hematológicas na pessoa que vive com HIV Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences v 6 n 9 p 25672592 2024 FACULDADE DE AMERICANA FAM CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIOMEDICINA ISABELA DOS SANTOS ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANÁLISES CLÍNICAS Hematologia AMERICANA 2025 ISABELA DOS SANTOS ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANÁLISES CLÍNICAS Hematologia Relatório apresentado como requisito para aprovação no Curso de Graduação de Biomedicina da Faculdade de americana FAM Docente orientador Prof Thiago Cabral de Souza e Prof Luiz Antonio Aparecido AMERICANA 2025 ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1 Valores de referência dos índices hematimétricos8 Tabela 2 Resultados do hemograma caso clínico 111 Tabela 3 Hemograma automatizado série vermelha da leitura 1 030412 Tabela 4 Hemograma automatizado série branca da leitura 1 030414 Tabela 5 Hemograma automatizado Plaquetas da leitura 1 030415 Tabela 6 Hemograma automatizado série vermelha da leitura 2 030416 Tabela 7 Hemograma automatizado série branca da leitura 2 030417 Tabela 8 Hemograma automatizado Plaquetas da leitura 2 030418 Tabela 9 Hemograma automatizado Leitura do dia 100418 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1 Procedimentos laboratoriais de confecção e coloração do esfregaço9 Figura 2 Esfregaço sanguíneo com hipocromia e poiquilocitose10 Figura 3 Coleta de série vermelha branca e plaquetas12 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO5 2 SÉRIE PLAQUETÁRIA6 21 INTRODUÇÃO6 22 FUNÇÃO6 23 VALOR DE REFERÊNCIA E ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS8 24 ALTERAÇÕES8 25 IMAGENS9 26 CASO CLÍNICO10 261 Caso Clínico 1 Série Plaquetária10 É possível observar uma trombocitopenia significativa ou seja uma redução no número de plaquetas circulantes apesar do volume plaquetário médio VPM permanecer dentro dos limites normais Em outras palavras há menos plaquetas mas elas mantêm seu tamanho habitual18 As causas da trombocitopenia são variadas Ela pode resultar de diminuição da produção plaquetária como ocorre em aplasia medular leucemias anemias megaloblásticas ou após radioterapia Também pode decorrer de aumento da destruição periférica das plaquetas como se observa na púrpura trombocitopênica imune PTI síndrome hemolíticourêmica dengue ou reações adversas a medicamentos Outra possibilidade é o sequestro esplênico comum em situações de esplenomegalia secundária à hipertensão portal cirrose hepática ou infecções como o vírus EpsteinBarr além de doenças hematológicas Outras causas incluem sepse infecções virais como HIV hepatites mononucleose e dengue e alcoolismo crônico18 O hemograma automatizado da aula prática do dia 1004 evidenciou nas séries vermelha branca e plaquetas18 Nesse hemograma as séries vermelhas e brancas estão dentro da normalidade ou seja quantitativamente estão dentro do valor de referência Há uma discreta monocitose que pode decorrer de um processo inflamatório ativo19 A alteração que chama atenção nesse caso é a significativa trombocitopenia Caracterizase por ser uma plaquetopenia grave já que o valor de referência é de 150000 trombócitos por mmm3 e há apenas 10000 mm3 Nesse caso já há um comprometimento grande na cascata da coagulação tão grande que gera comprometimento orgânico podendo gerar hemorragias importantes manifestadas clinicamente como epistaxe hipermenorreia e sangramento gengival por exemplo Configurase como um sinal de alarme sendo necessário a depender da clínica do paciente a transfusão de pool plaquetário19 Além dessa transfusão também fazse crucial tratar o fator base causador dessa plaquetopenia Eles podem variar desde doenças hematológicas como leucemia aplasia medular anemia megaloblástica até reações adversas a medicamentos sequestro esplênico e doenças virais como dengue hepatite HIV e mononucleose19 Figura 4 Aula do dia 1004 Contagem de linfócitos hemácias e plaquetas19 Fonte Autoria própria 202520 Ademais nessa aula também foi feita a análise microscópica do sangue Nessa análise foi identificada a presença de hemácias com espículas curtas e regulares ao redor da membrana denominadas equinócitos também chamadas de células em crenação O equinócito portanto é uma célula morfologicamente descrita como de membrana irregular como uma tampa de garrafa20 É uma das alterações morfológicas dos eritrócitos ou seja é uma poiquilocitose Elas podem ter causa artefatual equinócitos falsos ou causa patológica equinócitos verdadeiros destacandose dentre elas uremia doença renal crônica doenças hepáticas doenças eletrolíticas como hipomagnesemia e hipofosfatemia e transfusões e hemodiálises É preciso uma associação com o contexto clínico do paciente20 O hemograma automatizado da aula prática do dia 1704 evidenciou nas séries vermelha branca e plaquetas20 Nesse hemograma é possível encontrar alterações significativas nas três séries sanguíneas21 Na série vermelha notase uma anemia grave com redução drástica do número das hemácias causando consequente redução do hematócrito que é volume de hemácias volume sanguíneo total Percebese que essa anemia é normocítica devido ao Volume Corpuscular Médio Normal e normocrômica devido ao CHCM muito próximo ao normal essa discreta redução do CHCM seria muito pouco sensível para caracterizar uma hipocromia típica Além disso percebese que há uma anisocitose ou seja aumento do RDW indicando uma variabilidade no tamanho das hemácias produzidas que indicando que a medula está fazendo regeneração ativa dessas hemácias ou que está em curso um processo anêmico com várias causas que cursaram com a produção de hemácias de diferentes tamanhos21 As hemácias muito baixas associada à ausência de microcitose e hipocromia afastam a hipótese diagnóstica de anemia ferropriva clássica Nesse contexto é mais factível pensar tratarse de uma anemia de doença crônica ou seja aquela que se manifesta em um paciente com doença crônica de base e agora está mais descompensada como uma insuficiência renal crônica e doenças reumatológicas por exemplo Pode ser causada por uma hemorragia aguda em fase inicial ou também alguma condição hematológica como anemia aplásica ou mielodisplásica Por fim pode ocorrer também devido a uma anemia carencial mista deficiência de ferro que causaria microcitose juntamente à deficiência de B12 ou folato que causariam macrocitose ambas em conjunto mascarariam o processo tornando o VCM final normal21 Na série branca é possível notar uma leucocitose intensa às custas de uma grave neutrofilia aumento significativo no número de neutrófilos no sangue Também há uma diminuição do número de linfócitos Essa neutrofilia intensa sugere como principal hipótese diagnóstica uma infecção bacteriana severa como sepse Pode sugerir também reação inflamatória grave como pancreatite e infarto extenso ou uso recente de corticóide Outras hipóteses diagnósticas menos prováveis também são leucemia mieloide crônica e reação leucemóide 21 Já nas plaquetas notase uma intensa trombocitose ou seja um aumento muito significativo do número de plaquetas apesar de elas estarem com o volume normal22 Várias podem ser as causas desse processo como anemia grave que está perceptível na série vermelha do hemograma e a medula óssea pode tentar compensar essa anemia grave produzindo hemácias inflamações crônicas como infecção e doenças autoimunes hipótese essa que é reforçada pela severa neutrofilia na série branca sangramento recente como uma tentativa do corpo de coagulação e distúrbio mieloproliferativo22 Tal quantidade exacerbada de plaquetas foi confirmada na microscopia do sangue na qual foram vistas grande quantidade de plaquetas por campo em meio aos eritrócitos retratada na imagem abaixo22 Figura 5 Aula do dia 1704 Trombocitose intensa evidente na microscopia óptica22 Fonte Autoria própria 202523 3 SÉRIE VERMELHA23 31 INTRODUÇÃO23 32 FUNÇÃO23 33 VALOR DE REFERÊNCIA24 34 ALTERAÇÕES25 35 IMAGENS26 36 CASO CLÍNICO27 362 Caso Clínico 3Série Vermelha27 4 SÉRIE BRANCA29 41 INTRODUÇÃO29 42 FUNÇÃO29 43 VALOR DE REFERÊNCIA30 44 ALTERAÇÕES30 5 LAUDOS33 51 LAUDO CASO CLÍNICO 133 52 LAUDO CASO CLÍNICO 234 53 LAUDO CASO CLÍNICO 335 5 1 INTRODUÇÃO O estágio supervisionado representa uma etapa necessária na formação profissional de estudantes da área da saúde É nesse espaço de vivência prática que o conhecimento teórico que foi conseguido ao longo do curso encontra sua aplicação concreta em situações reais No contexto das análises clínicas o estágio permite ao aluno compreender os procedimentos laboratoriais mas também a importância da precisão da ética e da responsabilidade no cuidado à saúde do paciente SANTOS et al 2023 Dentre as diversas áreas que compõem as análises clínicas a Hematologia se destaca por sua relevância no diagnóstico de inúmeras patologias O sangue como tecido vivo carrega informações pertinentes sobre o funcionamento do organismo Por isso a análise de seus elementos hemácias leucócitos e plaquetas tornase um instrumento necessário no que diz respeito ao acompanhamento clínico de pacientes CIRO SILVA FILHO PELEGRINELI 2021 Durante o estágio em Hematologia foi possível vivenciar na prática atividades que envolvem desde a coleta de amostras até a análise microscópica de lâminas coradas Cada etapa do processo exigiu atenção aos detalhes conhecimento técnico e compreensão dos fundamentos fisiopatológicos por trás dos achados laboratoriais SANTOS et al 2023 Assim este relatório tem como objetivo geral descrever sobre as atividades desenvolvidas durante o estágio supervisionado em análises clínicas com ênfase na área de Hematologia destacando os procedimentos realizados os conhecimentos adquiridos e a importância da prática para a formação técnicocientífica e ética do futuro profissional 6 2 SÉRIE PLAQUETÁRIA As plaquetas ou trombócitos são fragmentos celulares considerado necessários e de grande relevância no processo de coagulação sanguínea Vale ressaltar que elas assumem importância inegável na hemostasia primária participando da formação do tampão plaquetário que interrompe hemorragias em vasos lesionados SANTOS et al 2024 A análise da série plaquetária portanto é importante para o diagnóstico de distúrbios hemorrágicos trombóticos ou condições que alterem quantitativa ou qualitativamente essas células Assim a avaliação pode ser realizada por contagem automatizada em hemograma e por análise morfológica em esfregaço sanguíneo corado permitindo observar alterações como macrotrombócitos agregados plaquetários ou plaquetas hipogranulares que indicam possíveis disfunções na produção ou consumo plaquetário SANTOS et al 2024 21 INTRODUÇÃO Este subcapítulo abordará os principais aspectos da série plaquetária destacando suas funções fisiológicas a metodologia empregada para análise e os achados observados durante a prática de estágio No estágio foram realizadas coletas de sangue preparação de lâminas com esfregaço sanguíneo e coloração com Leishman seguidas da análise microscópica com ênfase na morfologia e contagem das plaquetas As atividades permitiram identificar características como tamanho forma e distribuição das plaquetas além de avaliar possíveis alterações que pudessem indicar distúrbios hemostáticos 22 FUNÇÃO 7 Por que nos preocupamos tanto com o número de plaquetas no sangue A resposta é simples mas importante as plaquetas são responsáveis por impedir que o organismo perca sangue em excesso diante de qualquer lesão vascular Elas atuam como os primeiros socorros do sistema circulatório iniciando o processo de coagulação logo após a lesão BORELLI 2024 Segundo Borelli 2024 ao entrarem em contato com superfícies lesionadas as plaquetas aderem ao endotélio ativamse e liberam substâncias que promovem a agregação de outras plaquetas formando um tampão hemostático Mas será que sua função termina aí Definitivamente não Além da hemostasia primária as plaquetas têm papel relevante em processos inflamatórios e imunológicos Elas interagem com leucócitos e células endoteliais participando da modulação da resposta imune De acordo com Santos et al 2023 há evidências de que as plaquetas liberam citocinas e outras moléculas bioativas que influenciam a inflamação e até mesmo o processo de cicatrização tecidual Ou seja são protagonistas silenciosas em muitos mecanismos biológicos além da coagulação Entretanto o equilíbrio é tudo Um número abaixo do normal condição chamada trombocitopenia pode resultar em sangramentos espontâneos e graves Já uma concentração acima do esperado trombocitose pode favorecer a formação de trombos com risco de eventos como AVC ou trombose venosa profunda Segundo Borelli 2024 os valores normais situam se entre 150000 e 450000 plaquetas por microlitro de sangue mas é preciso avaliar além da quantidade como também a qualidade funcional dessas células É aí que entra a importância da análise laboratorial detalhada Durante o estágio pudemos não só observar a contagem automatizada de plaquetas mas também reconhecer aspectos morfológicos como forma tamanho e grau de granulação O que um número isolado não revela o microscópio pode mostrar E por que isso importa Porque distúrbios plaquetários muitas vezes não são numéricos mas funcionais Como destaca Santos et al 2024 alterações como a presença de macrotrombócitos ou plaquetas hipogranulares 8 podem indicar doenças hereditárias ou adquiridas que comprometem a ação hemostática Por fim é preciso lembrar que o sangue é um sistema integrado As plaquetas não agem isoladamente sua função depende da interação com proteínas plasmáticas vasos íntegros e fatores de coagulação Em outras palavras manter o número de plaquetas dentro dos valores normais é necessários mas compreendêlas em sua totalidade função forma interação é o que realmente contribui para uma avaliação clínica eficaz e segura 23 VALOR DE REFERÊNCIA E ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS A Tabela 1 apresenta os valores de referência utilizados como base para interpretação dos resultados obtidos nas análises hematológicas durante o estágio Tabela 1 Valores de referência dos índices hematimétricos Parâmetros Sexo masculino Sexo feminino Hemácias 40 a 54 mµL 46 a 60 mµL Hematócrito Ht 40 a 50 35 a 44 Hemoglobina Hb 135 a 18 gdL 115 a 16 gdL VCM 80 a 100ƒL 81 a 95 ƒL HCM 26 a 32 pg 26 a 34 pg CHCM 32 a 36 dL 32 a 36 dL RDW 113 a 15 113 a 15 Fonte adaptado de NAOUM 2013 e PNCQ 2017 24 ALTERAÇÕES Quando olhamos para um exame laboratorial e percebemos alterações na série plaquetária o que exatamente estamos observando Tratase apenas de um número fora do padrão A resposta vai além Alterações nas plaquetas indicam que algo pode estar desequilibrando o sistema hemostático Uma baixa contagem por exemplo pode refletir desde uma simples deficiência nutricional até doenças autoimunes ou síndromes graves da medula óssea Por outro lado o aumento da contagem plaquetária a trombocitose pode ser silencioso mas também perigoso O corpo estaria produzindo plaquetas em excesso por quê Em alguns casos é uma reação fisiológica a 9 inflamações ou infecções mas também pode indicar doenças mieloproliferativas crônicas Conforme destaca Borelli 2024 o risco está justamente na possibilidade de formação de trombos que de maneira inesperada comprometem a circulação e a oxigenação dos tecidos Durante a leitura microscópica da lâmina realizada no dia 20022025 foram identificadas as seguintes alterações hematológicas Hipocromia acentuada redução na coloração das hemácias indicando diminuição de hemoglobina Microcitose discreta hemácias com tamanho inferior ao normal Poquilocitose presença de hemácias com formatos variados Anisocitose discreta variação no tamanho das hemácias Equinócitos hemácias com bordas espiculadas Esferócitos células com forma esférica sem palidez central 25 IMAGENS Durante as aulas práticas realizadas nos dias 13 e 20 de fevereiro de 2025 foram feitos procedimentos laboratoriais de coleta preparo de lâminas coloração e análise microscópica O experimento teve como objetivo aplicar os conhecimentos teóricos da hematologia na prática laboratorial utilizando amostras dos próprios alunos A seguir apresentamse registros fotográficos Figura1 dos procedimentos e das análises realizadas Figura 1 Procedimentos laboratoriais de confecção e coloração do esfregaço Fonte Autoria Própria 2025 Da esquerda para a direita 1 lâminas preparadas para esfregaço sanguíneo 2 frascos com corantes utilizados na coloração do sangue 10 Leishman modificado PROV I II III e H2O 3 lâminas após coloração e secagem A figura 2 foi obtida com microscópio óptico utilizando objetiva de imersão 100x evidenciando hemácias com hipocromia poiquilocitose e presença de leucócitos Coloração Leishman Figura 2 Esfregaço sanguíneo com hipocromia e poiquilocitose Fonte Autoria Própria 2025 A observação microscópica da lâmina permitiu a identificação de importantes alterações morfológicas nas hemácias Destacamse a hipocromia acentuada visível pela palidez central aumentada das hemácias e a poiquilocitose caracterizada pela diversidade de formas celulares A presença de leucócitos com morfologia preservada também foi evidente 26 CASO CLÍNICO 261 Caso Clínico 1 Série Plaquetária Paciente do sexo masculino 22 anos apresentava cansaço frequente palidez e sangramentos gengivais leves sem histórico prévio de alterações hematológicas Assim esses sintomas aliados aos achados laboratoriais de plaquetopenia discreta e alterações morfológicas nas hemácias reforçam a 11 importância da análise microscópica complementar ao hemograma automatizado Durante a atividade prática realizada em 13022025 foi feita a coleta de sangue com garrote agulha com canhão e tubos apropriados Utilizando o próprio sangue cada aluno confeccionou seu esfregaço sanguíneo Com uma pipeta uma gota do sangue foi colocada sobre uma lâmina espalhada com outra lâmina a 45 As lâminas foram coradas com corante Leishman permanecendo imersas por 5 segundos em cada reagente e posteriormente secas ao ar Em 20022025 foi realizada a análise da lâmina no microscópio óptico objetiva de imersão 100x com foco na série plaquetária A observação revelou plaquetopenia discreta com macroplaquetas A tabela 2 apresenta os resultados do hemograma do caso clínico 1 Tabela 2 Resultados do hemograma caso clínico 1 Parâmetros Resultados Valores de Referência Plaquetas 55000mm³ 150000 a 450000mm³ VPM 112 fL 74 a 114 fL Observações Plaquetopenia discreta macroplaquetas Fonte Autoria Própria 2025 A Tabela 2 demonstra uma redução significativa na contagem de plaquetas caracterizando um quadro de plaquetopenia discreta O volume plaquetário médio VPM ligeiramente elevado pode indicar a presença de plaquetas jovens e maiores o que é compatível com a observação de macroplaquetas na lâmina Assim isso reforça a importância da análise morfológica como ferramenta complementar ao hemograma automatizado 12 27 LEITURA DA PRIMEIRA LÂMINA NA AULA PRÁTICA DO DIA 0304 271 SÉRIE VERMELHA Na aula do dia 03042025 foram realizados esfregaço e preparação da lâmina a partir de amostra de sangue e posteriormente realizada a análise das séries vermelha branca e plaquetária Nessa ocasião foram feitas duas leituras das lâminas O hemograma automatizado evidenciou na amostra de sangue 1 Tabela 3 Hemograma automatizado série vermelha da leitura 1 0304 Resultados Valores de Referência Observações Hemácias RBC 40 a 54 milhõesµL 458 milhõesµL Hemoglobina Hb 115 a 16 gdL 132 gdL Hematócrito Ht 35 a 44 389 VCM 80 a 100 fL 85 fL HCM 26 a 34 pg 289 pg CHCM 32 a 36 gdL 34 gdL RDW 113 a 15 138 Observações Hemácias com formato normal Ausência de alterações no número tamanho forma cor e composição Fonte Autoria Própria 2025 Figura 3 Coleta de série vermelha branca e plaquetas Fonte Autoria Própria 2025 13 Assim ficou evidente que não houve quaisquer alterações na série vermelha A quantidade de hemácias e hemoglobina estão normais afastando as hipóteses de anemia Essas hemácias também estão em concentração normal em relação ao plasma sanguíneo o que pode ser constatado pelo hematócrito o que afasta uma hipótese de hemoconcentração por desidratação grave por exemplo As hemácias estão de tamanho normal ou seja normocíticas pois o Volume Corpuscular Médio VCM está dentro da normalidade e com a concentração normal de hemoglobina ou seja normocrômicas pois o HCM Hemoglobina Corpuscular Média e CHCM Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média estão normais Ademais não há anisocitose ou seja um índice clinicamente significativo de discrepância no tamanho das hemácias pois o RDW Amplitude de Distribuição dos Glóbulos Vermelhos está dentro dos valores de referência Apesar disso o hemograma automatizado também apontou a suspeita de hemácias nucleadas do inglês NRBC Nucleated Red Blood Cells Células vermelhas nucleadas NRBC da sigla em inglês são as células precursoras das hemácias que ao perderem os seus núcleos dão origem aos reticulócitos Na circulação os reticulócitos finalizam o seu amadurecimento tornandose hemácias adultas e prontas para exercerem suas funções de transporte e fornecimento de oxigênio ao organismo Hoffbrand Moss 2011 Grotto HZW 2009 É normal encontrar essas células no RecémNascido prematuro e em condições de hipóxia neonatal ou doença hemolítica assim como na pré eclampsia e na sífilis congênita Hermansen 2001 Entretanto no contexto de um paciente adulto a presença dessas células nucleadas no sangue periférico se adequadamente relacionada à clínica do paciente pode ser indicativa de que a atividade hematopoiética está aumentada por exemplo por infiltração por células neoplásicas mielofibrose leucemias doenças mieloproliferativas hemólise hipoxemia ou somente um estresse medular ou processo reativo a uma situação atípica como uma infecção 14 Seria necessário fazer a contagem dos eritroblastos circulantes no sangue para dimensionar a magnitude dessa alteração e relacionálo à clínica do paciente 272 SÉRIE BRANCA Nessa mesma leitura o hemograma automatizado evidenciou quanto à série branca Tabela 4 Hemograma automatizado série branca da leitura 1 0304 Parâmetro Resultado Interpretação Leucócitos WBC 10 x10³µL Normal Neutrófilos NE 375 Baixo Linfócitos LY 47 Alto Monócitos MO 137 Alto Eosinófilos EO 11 Normal Basófilos BA 07 Normal Neutrófilos NE 38 x10³µL Normal Linfócitos LY 47 x10³µL Alto Monócitos MO 14 x10³µL Alto Eosinófilos EO 01 x10³µL Normal Basófilos BA 01 x10³µL Normal Fonte Autoria Própria 2025 Nesse contexto percebese que estão dentro da normalidade os leucócitos totais eosinófilos e eosinófilos absolutos basófilos e basófilos absolutos e neutrófilos absolutos Acreditase que a de neutrófilos esteja um pouco abaixo do valor de referência esperado 40 mas sem relevância clínica Essa diminuição em termos percentuais em contraste com um valor absoluto de neutrófilos normal pode indicar que a porcentagem que eles representam dos leucócitos está diminuída pelo aumento proporcional de outros leucócitos como os linfócitos As alterações encontradas foram linfocitose alta quantidade de linfócitos tanto em quanto em valor absoluto considerando o valor de referência com limite superior de 40 x10³µL e 40 A quantidade de monócitos também está alta tanto em termos absolutos quanto ou seja há uma monocitose considerando o valor de referência com limite superior de 10 e 02 08 x10³µL A principal hipótese diagnóstica que é reforçada diante de linfocitose e monocitose é infecção viral já que na infecção bacteriana ativa há um aumento de neutrófilos neutrofilia Outros diagnósticos diferenciais que devem ser 15 descartados é recuperação pósinfecção bacteriana pois combatida a infecção bacteriana há uma diminuição dos neutrófilos e aumento dos linfócitos e outras condições hematológicas que são diagnósticos menos frequentes É necessário ressaltar que isso deve estar relacionado ao contexto clínico do paciente Por se tratarem de linfocitose e monocitose não tão exuberantes com valores um pouco acima do intervalo do valor de referência o qual pode variar conforme o laboratório a idade e o sexo do indivíduo esses achados devem ser interpretados juntamente ao contexto clínico para terem relevância Em caso de um indivíduo com sinais e sintomas de via aérea superior como tosse congestão nasal e coriza esses achados podem indicar um resfriado causado por vírus por exemplo 273 SÉRIE PLAQUETÁRIA Tabela 5 Hemograma automatizado Plaquetas da leitura 1 0304 Plaquetas PLT 71000µL 150000 a 450000mm³ VPM MPV 83 fL 74 a 114 fL Fica evidente então que há uma considerável plaquetopenia ou trombocitopenia redução do número de plaquetas entretanto com volume plaquetário médio normal Em outras palavras a hemácia estão reduzidas em quantidade mas não em tamanho Há várias causas para a plaquetopenia Ela pode ocorrer por diminuição na produção de plaquetas como em um caso de aplasia medular radioterapia leucemia ou anemia megaloblástica aumento da destruição periférica por Púrpura Trombocitopênica Imune Síndrome Hemolítico Urêmica Dengue e Medicamentos sequestro esplênico já que o aumento do tamanho do baço diminui a contagem de plaquetas em casos como hipertensão portal cirrose hepática e esplenomegalia por doenças infecciosas como EpsteinBar Vírus doenças hematológicas etc Há outas causas também como sepse alcoolismo crônico e infecções virais como dengue HIV hepatites mononucleose Seria necessário relacionar à clínica do paciente para elucidar o motivo dessa plaquetopenia Entretanto no contexto desse hemograma ela pode reforçar a possibilidade de infecção viral que cursa com plaquetopenia como dengue HIV hepatites mononucleose já que ela está associada a uma 16 linfocitose e também a eritroblastos circulantes no sangue que indicam estresse medular 28 LEITURA DA SEGUNDA LÂMINA NA AULA PRÁTICA DO DIA 0304 281 SÉRIE VERMELHA Na aula do dia 03042025 foram realizados esfregaço e preparação da lâmina a partir de amostra de sangue e posteriormente realizada a análise das séries vermelha branca e plaquetária Nessa ocasião foram feitas duas leituras das lâminas Nesse tópico serão tratados os achados relativos à segunda leitura Tabela 6 Hemograma automatizado série vermelha da leitura 2 0304 Resultados Valores de Referência Observações Hemácias RBC 40 a 54 milhõesµL 432 milhõesµL Hemoglobina Hb 115 a 16 gdL 139 gdL Hematócrito Ht 35 a 44 414 VCM 80 a 100 fL 958 fL HCM 26 a 34 pg 322 pg CHCM 32 a 36 gdL 336 gdL RDW 113 a 15 115 Observações Hemácias com formato normal Ausência de alterações no número tamanho forma cor e composição Fonte Autoria Própria 2025 Assim ficou evidente que não houve quaisquer alterações na série vermelha A quantidade de hemácias e hemoglobina estão normais afastando as hipóteses de anemia Essas hemácias também estão em concentração normal em relação ao plasma sanguíneo o que pode ser constatado pelo hematócrito o que afasta uma hipótese de hemoconcentração por desidratação grave por exemplo As hemácias estão de tamanho normal ou seja normocíticas pois o Volume Corpuscular Médio VCM está dentro da normalidade e com a concentração normal de hemoglobina ou seja normocrômicas pois o HCM Hemoglobina Corpuscular Média e CHCM Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média estão normais Ademais não há anisocitose ou seja um índice clinicamente significativo de discrepância no tamanho das hemácias pois o RDW Amplitude de Distribuição dos Glóbulos Vermelhos está dentro dos valores de referência 17 282 SÉRIE BRANCA Nessa mesma leitura o hemograma automatizado evidenciou quanto à série branca Tabela 7 Hemograma automatizado série branca da leitura 2 0304 Parâmetro Resultado Interpretação Leucócitos 183 x10³µL Baixo Promielócitos 0 Normal Mielócitos 0 Normal Metamielócitos 0 Normal Bastonetes 0 Normal Segmentados 400 absoluto 732mm3 Baixo Eosinófilos 3 absoluto 55mm3 Normal Basófilos 0 Normal Linfócitos típicos 47 absoluto 860mm3 alto valor absoluto baixo Linfócitos atípicos 0 Normal Monócitos 10 absoluto 183mm3 alto valor absoluto normal Fonte Autoria Própria 2025 Assim na série branca desse hemograma as principais alterações observadas foram leucopenia importante dado que o valor de referência é 4 a 11 x 103mm3 neutropenia moderada já que os segmentados estavam em 40 com valor absoluto de 732 e o intervalo de referência é 47 a 63 com 1500 a 6900 de valor absoluto além de linfopenia e monocitose relativas a está alterada mas o valor absoluto está normal Além disso fica explicitada também a ausência de formas jovens promielócitos mielócitos e metamielócitos o que é um importante sinal pois reduz a suspeita de leucemia aguda Ademais também não há linfócitos atípicos o que reduz a suspeita de infecção viral embora não descarte essa hipótese É preciso relacionar com a clínica do paciente Para poder interpretar esses achados na série branca principalmente os relacionados à diminuição do número de células diminuição de leucócitos neutrófilos e linfócitos é preciso associar ao contexto clínico do paciente Entretanto possíveis causas sugeridas são infecções virais com supressão medular leve pósuso de quimioterapia ou medicamentos mielossupressores doença autoimune com comprometimento medular leve quadro transitório pós viral e se persistente aplasia ou hipoplasia medular 18 283 SÉRIE PLAQUETÁRIA Tabela 8 Hemograma automatizado Plaquetas da leitura 2 0304 Plaquetas PLT 63000µL 150000 a 450000mm³ É possível observar uma trombocitopenia significativa ou seja uma redução no número de plaquetas circulantes apesar do volume plaquetário médio VPM permanecer dentro dos limites normais Em outras palavras há menos plaquetas mas elas mantêm seu tamanho habitual As causas da trombocitopenia são variadas Ela pode resultar de diminuição da produção plaquetária como ocorre em aplasia medular leucemias anemias megaloblásticas ou após radioterapia Também pode decorrer de aumento da destruição periférica das plaquetas como se observa na púrpura trombocitopênica imune PTI síndrome hemolíticourêmica dengue ou reações adversas a medicamentos Outra possibilidade é o sequestro esplênico comum em situações de esplenomegalia secundária à hipertensão portal cirrose hepática ou infecções como o vírus EpsteinBarr além de doenças hematológicas Outras causas incluem sepse infecções virais como HIV hepatites mononucleose e dengue e alcoolismo crônico 29 LEITURA DA LÂMINA NA AULA PRÁTICA DO DIA 1004 O hemograma automatizado da aula prática do dia 1004 evidenciou nas séries vermelha branca e plaquetas Tabela 9 Hemograma automatizado Leitura do dia 1004 Resultados Valores de Referência Observações Hemácias RBC 40 a 54 milhõesµL 449 milhõesµL Hemoglobina Hb 115 a 16 gdL 124 gdL Hematócrito Ht 35 a 44 37 VCM 80 a 100 fL 824 fL HCM 26 a 34 pg 276 pg CHCM 32 a 36 gdL 335 gdL RDW 113 a 15 139 Observações Identificação de equinócitos no sangue Parâmetro Resultado Interpretação 19 Leucócitos WBC 92 x10³µL Normal Neutrófilos NE 374 Normal Linfócitos LY 381 Normal Monócitos MO 190 Normal Eosinófilos EO 30 Normal Basófilos BA 25 Normal Neutrófilos NE 34 x10³µL Normal Linfócitos LY 35 x10³µL Normal Monócitos MO 18 x10³µL Discretamente alto Eosinófilos EO 03 x10³µL Normal Basófilos BA 02 x10³µL Normal Plaquetas PLT 10000µL 150000 a 450000mm³ VPM MPV 87 fL 74 a 114 fL Nesse hemograma as séries vermelhas e brancas estão dentro da normalidade ou seja quantitativamente estão dentro do valor de referência Há uma discreta monocitose que pode decorrer de um processo inflamatório ativo A alteração que chama atenção nesse caso é a significativa trombocitopenia Caracterizase por ser uma plaquetopenia grave já que o valor de referência é de 150000 trombócitos por mmm3 e há apenas 10000 mm3 Nesse caso já há um comprometimento grande na cascata da coagulação tão grande que gera comprometimento orgânico podendo gerar hemorragias importantes manifestadas clinicamente como epistaxe hipermenorreia e sangramento gengival por exemplo Configurase como um sinal de alarme sendo necessário a depender da clínica do paciente a transfusão de pool plaquetário Além dessa transfusão também fazse crucial tratar o fator base causador dessa plaquetopenia Eles podem variar desde doenças hematológicas como leucemia aplasia medular anemia megaloblástica até reações adversas a medicamentos sequestro esplênico e doenças virais como dengue hepatite HIV e mononucleose Figura 4 Aula do dia 1004 Contagem de linfócitos hemácias e plaquetas 20 Fonte Autoria própria 2025 Ademais nessa aula também foi feita a análise microscópica do sangue Nessa análise foi identificada a presença de hemácias com espículas curtas e regulares ao redor da membrana denominadas equinócitos também chamadas de células em crenação O equinócito portanto é uma célula morfologicamente descrita como de membrana irregular como uma tampa de garrafa É uma das alterações morfológicas dos eritrócitos ou seja é uma poiquilocitose Elas podem ter causa artefatual equinócitos falsos ou causa patológica equinócitos verdadeiros destacandose dentre elas uremia doença renal crônica doenças hepáticas doenças eletrolíticas como hipomagnesemia e hipofosfatemia e transfusões e hemodiálises É preciso uma associação com o contexto clínico do paciente 210 LEITURA DA LÂMINA NA AULA PRÁTICA DO DIA 1704 O hemograma automatizado da aula prática do dia 1704 evidenciou nas séries vermelha branca e plaquetas Tabela 10 Hemograma automatizado Leitura do dia 1704 Resultados Valores de Referência Observações Hemácias RBC 40 a 54 milhõesµL 205 milhõesµL Hemoglobina Hb 115 a 16 gdL 62 gdL Hematócrito Ht 35 a 44 196 VCM 80 a 100 fL 954 fL HCM 26 a 34 pg 300 pg CHCM 32 a 36 gdL 315 gdL RDW 113 a 15 165 Observações Anemia normocítica e normocrômica Redução grave do número de hemácias Anisocitose Parâmetro Resultado Interpretação Leucócitos WBC 346 x10³µL Muito alto Neutrófilos NE 958 Muito alto Linfócitos LY 19 Baixo Monócitos MO 18 Normal Eosinófilos EO 05 Normal Basófilos BA 00 Normal Neutrófilos NE 331 x10³µL Muito alto Linfócitos LY 06 x10³µL Baixo Monócitos MO 06 x10³µL Normal 21 Eosinófilos EO 02 x10³µL Normal Basófilos BA 00 x10³µL Normal Plaquetas PLT 647000µL 150000 a 450000mm³ VPM MPV 101 fL 74 a 114 fL Nesse hemograma é possível encontrar alterações significativas nas três séries sanguíneas Na série vermelha notase uma anemia grave com redução drástica do número das hemácias causando consequente redução do hematócrito que é volume de hemácias volume sanguíneo total Percebese que essa anemia é normocítica devido ao Volume Corpuscular Médio Normal e normocrômica devido ao CHCM muito próximo ao normal essa discreta redução do CHCM seria muito pouco sensível para caracterizar uma hipocromia típica Além disso percebese que há uma anisocitose ou seja aumento do RDW indicando uma variabilidade no tamanho das hemácias produzidas que indicando que a medula está fazendo regeneração ativa dessas hemácias ou que está em curso um processo anêmico com várias causas que cursaram com a produção de hemácias de diferentes tamanhos As hemácias muito baixas associada à ausência de microcitose e hipocromia afastam a hipótese diagnóstica de anemia ferropriva clássica Nesse contexto é mais factível pensar tratarse de uma anemia de doença crônica ou seja aquela que se manifesta em um paciente com doença crônica de base e agora está mais descompensada como uma insuficiência renal crônica e doenças reumatológicas por exemplo Pode ser causada por uma hemorragia aguda em fase inicial ou também alguma condição hematológica como anemia aplásica ou mielodisplásica Por fim pode ocorrer também devido a uma anemia carencial mista deficiência de ferro que causaria microcitose juntamente à deficiência de B12 ou folato que causariam macrocitose ambas em conjunto mascarariam o processo tornando o VCM final normal Na série branca é possível notar uma leucocitose intensa às custas de uma grave neutrofilia aumento significativo no número de neutrófilos no sangue Também há uma diminuição do número de linfócitos Essa neutrofilia intensa sugere como principal hipótese diagnóstica uma infecção bacteriana severa como sepse Pode sugerir também reação inflamatória grave como 22 pancreatite e infarto extenso ou uso recente de corticóide Outras hipóteses diagnósticas menos prováveis também são leucemia mieloide crônica e reação leucemóide Já nas plaquetas notase uma intensa trombocitose ou seja um aumento muito significativo do número de plaquetas apesar de elas estarem com o volume normal Várias podem ser as causas desse processo como anemia grave que está perceptível na série vermelha do hemograma e a medula óssea pode tentar compensar essa anemia grave produzindo hemácias inflamações crônicas como infecção e doenças autoimunes hipótese essa que é reforçada pela severa neutrofilia na série branca sangramento recente como uma tentativa do corpo de coagulação e distúrbio mieloproliferativo Tal quantidade exacerbada de plaquetas foi confirmada na microscopia do sangue na qual foram vistas grande quantidade de plaquetas por campo em meio aos eritrócitos retratada na imagem abaixo Figura 5 Aula do dia 1704 Trombocitose intensa evidente na microscopia óptica 23 Fonte Autoria própria 2025 3 SÉRIE VERMELHA A análise da série vermelha permite investigar as condições fisiológicas e patológicas relacionadas ao transporte de oxigênio e dióxido de carbono no organismo Por meio da contagem observação morfológica e análise de parâmetros como VCM HCM e hemoglobina é possível identificar distúrbios como anemias policitemias e alterações qualitativas nas hemácias Assim essa etapa do estágio teve como objetivo compreender essas alterações por meio de técnicas práticas em lâminas coradas e leitura microscópica fortalecendo a correlação entre teoria e realidade clínica ASSIS PEDROSA 2024 31 INTRODUÇÃO Este subcapítulo abordará os principais aspectos relacionados à série vermelha incluindo suas funções fisiológicas os parâmetros laboratoriais envolvidos e as alterações mais frequentes em diferentes contextos clínicos No estágio realizamos atividades práticas como a coleta de sangue confecção de esfregaço em lâminas e coloração com Leishman seguidas da análise morfológica das hemácias Essas práticas possibilitaram observar condições como hipocromia anisocitose microcitose e poiquilocitose fundamentais para a identificação de anemias e outras alterações hematológicas 32 FUNÇÃO Qual é a real importância das hemácias em nosso organismo Por serem tão numerosas e presentes em todas as análises laboratoriais às vezes passam despercebidas em sua complexidade No entanto as hemácias são as principais responsáveis pelo transporte de oxigênio dos pulmões para os tecidos e de dióxido de carbono no sentido inverso Esse transporte ocorre graças à presença da hemoglobina uma proteína rica em ferro que se liga aos 24 gases respiratórios Segundo Freitas e Silveira 2021 a estrutura bicôncava da hemácia aumenta sua área de superfície otimizando as trocas gasosas e contribuindo para a eficiência dessa função vital Mas será que todas as hemácias funcionam da mesma maneira A resposta é não O desempenho das hemácias está diretamente relacionado à sua morfologia quantidade e integridade Uma alteração em qualquer um desses aspectos pode comprometer a oxigenação dos tecidos e consequentemente o funcionamento de todo o organismo Por exemplo a presença de microcitose e hipocromia hemácias pequenas e com pouca coloração pode indicar deficiência de ferro como destaca Borelli 2024 evidenciando que mesmo pequenas mudanças estruturais podem gerar impactos sistêmicos Outro ponto importante é o equilíbrio da produção e destruição das hemácias O corpo humano tem mecanismos para regular essa balança A medula óssea produz milhões de hemácias por segundo e o baço juntamente com o fígado remove as células envelhecidas ou defeituosas Porém o que acontece quando essa renovação é afetada Segundo Freitas e Silveira 2021 tanto a produção inadequada quanto a destruição excessiva podem levar a anemias cujos sintomas como fadiga palidez e taquicardia são respostas do corpo à deficiência de oxigênio E o que dizer da avaliação laboratorial da série vermelha Ela vai muito além da simples contagem de hemácias Parâmetros como o volume corpuscular médio VCM a hemoglobina corpuscular média HCM e a concentração de hemoglobina corpuscular média CHCM fornecem informações sobre o tipo e a gravidade das alterações presentes Dito isto esses índices quando associados à análise morfológica no esfregaço sanguíneo possibilitam uma investigação mais completa e assertiva Como afirmam Otsuka et al 2021 a relação entre análise quantitativa e observação microscópica é o que sustenta a acurácia diagnóstica 33 VALOR DE REFERÊNCIA 25 Os valores de referência adotados para a análise da série vermelha encontramse previamente apresentados na Tabela 1 deste relatório Eles serviram como base comparativa para a identificação de alterações quantitativas e morfológicas das hemácias nas amostras avaliadas durante o estágio 34 ALTERAÇÕES Alterações na série vermelha dizem respeito tanto à quantidade quanto à qualidade das hemácias e podem demonstrar desde um distúrbio nutricional simples até uma doença hematológica grave Por exemplo quando encontramos microcitose e hipocromia em um esfregaço sanguíneo podemos estar diante de uma anemia ferropriva segundo Borelli 2024 que destaca a importância de analisar não só a contagem mas também a forma e o conteúdo das células vermelhas Por outro lado alterações como anisocitose poiquilocitose ou esferocitose podem demonstrar distúrbios morfológicos que nem sempre aparecem na contagem automatizada Assim essas anormalidades podem indicar patologias hereditárias ou adquiridas que comprometem a eficiência do transporte de oxigênio Como destaca Otsuka et al 2021 a presença de hemácias de tamanhos e formas variadas é um sinal de que a eritropoiese o processo de produção de hemácias está desorganizada ou sob estresse Nesse contexto o olhar atento do profissional ao microscópio se torna tão relevante quanto qualquer tecnologia laboratorial pois a interpretação correta dessas alterações pode ser decisiva na condução clínica do paciente Durante a leitura microscópica da lâmina realizada no dia 27022025 observouse um padrão morfológico característico de distúrbios na série vermelha Foram identificadas alterações relevantes como microcitose hipocromia anisocitose Tais alterações sugerem uma resposta eritrocitária compatível com quadros de anemia carencial especialmente a ferropriva em estágio evolutivo A análise morfológica aliada ao hemograma reforçou a importância do exame direto como ferramenta complementar na interpretação dos distúrbios hematológicos 26 35 IMAGENS A seguir apresentamse registros fotográficos das atividades práticas de coloração e análise da série vermelha de hemácias da aula do dia 27022025 Figura 6 Lâminas em processo de coloração com corante Leishman Fonte Autoria Própria 2025 Na figura 3 é possível observar lâminas posicionadas para coloração durante a prática laboratorial do dia 27022025 utilizando o corante Leishman Após o tempo de contato com os reagentes as lâminas foram secas ao ar para posterior análise microscópica Durante a prática laboratorial além da observação morfológica das hemácias foi realizada a contagem Poiquilocitose com o auxílio de um aplicativo específico Esse recurso digital facilita a classificação celular permitindo o registro automatizado da frequência de diferentes tipos de leucócitos como segmentados Seg bastonetes Stab linfócitos Lym monócitos Mono eosinófilos Eos e basófilos Baso Na contagem obtida observouse predomínio de neutrófilos segmentados 80 presença de eosinófilos 0 monócitos 13 linfócitos 7 e ausência de bastonetes basófilos ou outras células Assim essa abordagem contribui para a 27 compreensão prática da contagem de 100 células procedimento importante na análise do leucograma manual Figura 7 Imagem microscópica da série vermelha com presença de linfócito pequeno Fonte Autoria Própria 2025 Na figura 4 é possível visualizar hemácias com coloração central mais clara indicando hipocromia além de poiquilocitose discreta Também é possível visualizar um linfócito pequeno reforçando a aplicação prática da diferenciação celular no esfregaço sanguíneo 36 CASO CLÍNICO 362 Caso Clínico 3Série Vermelha Paciente do sexo feminino 34 anos relatava episódios frequentes de cansaço tontura palidez cutânea e cefaleia Apresentava histórico de menorragia e má alimentação A coleta de sangue foi realizada durante a aula prática do dia 27022025 seguida do preparo da lâmina e coloração com corante Leishman conforme protocolo técnico da instituição 28 A análise microscópica apresentou alterações importantes nas hemácias como microcitose hipocromia anisocitose poiquilocitose e presença de esferócitos Essas observações somadas aos dados laboratoriais indicam um quadro sugestivo de anemia ferropriva A tabela 3 apresenta os resultados do hemograma do caso clínico 2 Tabela 11 Resultados do hemograma caso clínico 2 Resultados Valores de Referência Observações Hemácias RBC 40 a 54 milhõesµL 579 milhõesµL Hemoglobina Hb 115 a 16 gdL 82 gdL Hematócrito Ht 35 a 44 355 VCM 80 a 100 fL 656 fL HCM 26 a 34 pg 213 pg CHCM 32 a 36 gdL 324 gdL RDW 113 a 15 206 Observações Microcitose anisocitose hipocromia poiquilocitose esferócitos Fonte Autoria Própria 2025 Os resultados da Tabela 3 reforçam o diagnóstico de anemia microcítica e hipocrômica com índices hematimétricos significativamente alterados como VCM e HCM reduzidos e RDW elevado indicando intensa variação no tamanho das hemácias A presença de poiquilocitose e esferócitos evidencia alterações morfológicas relevantes características de anemias carenciais como a ferropriva 29 4 SÉRIE BRANCA A série branca compreende os leucócitos células fundamentais na defesa do organismo São elas que participam ativamente de processos inflamatórios infecciosos e imunológicos cada uma com função específica no reconhecimento e combate a agentes patogênicos FREITAS SILVEIRA 2021 Neste subcapítulo serão abordados os principais aspectos dessa série incluindo sua composição função e interpretação laboratorial Durante o estágio foram realizadas atividades práticas de análise de esfregaço sanguíneo com coloração de Leishman identificação morfológica dos leucócitos e contagem diferencial experiências que permitiram aplicar os conhecimentos teóricos à prática diagnóstica 41 INTRODUÇÃO Durante o estágio os alunos foram realizadas atividades como a coleta de sangue preparo de esfregaço em lâminas coloração com Leishman e posterior leitura microscópica para a contagem diferencial dos leucócitos A prática permitiu a identificação e diferenciação morfológica entre neutrófilos linfócitos monócitos eosinófilos e basófilos além da análise de alterações percentuais e absolutas que podem sugerir infecções inflamações ou distúrbios imunológicos 42 FUNÇÃO De acordo com Borelli 2024 essas células são de grande importância para o funcionamento do sistema imunológico participando de processos inflamatórios infecciosos e de defesa adaptativa com grande especificidade e coordenação 30 Mas será que todos os leucócitos desempenham a mesma função De forma alguma Cada tipo celular da série branca possui um papel muito específico Os neutrófilos por exemplo são os primeiros a chegar em locais de infecção e têm como principal função fagocitar microrganismos Já os linfócitos são os arquitetos da resposta imune adaptativa atuando com memória imunológica e produção de anticorpos SANTOS et al 2024 Monócitos eosinófilos e basófilos também têm papéis singulares relacionados a processos inflamatórios crônicos resposta a parasitas e reações alérgicas respectivamente Como destaca Santos et al 2023 essa divisão funcional é importante para que o sistema imunológico atue de forma eficaz e proporcional frente a cada desafio Então o que acontece quando essa série se altera A resposta está nos sinais do próprio corpo Um aumento expressivo de leucócitos a leucocitose pode indicar infecção bacteriana aguda como mostram os achados de Santos et al 2024 enquanto uma diminuição leucopenia pode deixar o organismo vulnerável a infecções Mais do que a quantidade a análise qualitativa é indispensável A presença de formas imaturas ou atípicas pode sugerir doenças hematológicas como leucemias ou reações infecciosas intensas sendo um alerta importante no diagnóstico laboratorial No estágio prático essa teoria se torna viva A partir da preparação de esfregaços sanguíneos e coloração com Leishman a observação ao microscópio permitiu reconhecer a morfologia específica de cada tipo de leucócito 43 VALOR DE REFERÊNCIA Os valores de referência utilizados para a análise da série branca já se encontram apresentados na Tabela 1 deste relatório 44 ALTERAÇÕES Alterações na série branca como uma elevação significativa dos leucócitos leucocitose podem sinalizar a resposta do organismo frente a 31 infecções bacterianas inflamações agudas ou até processos malignos como as leucemias Segundo Borelli 2024 o aumento de leucócitos é um resultado direto da ativação do sistema imune que mobiliza suas tropas para lidar com o que reconhece como ameaça Por outro lado uma diminuição leucopenia pode ser um sinal de imunossupressão seja por infecções virais uso de medicamentos ou disfunções medulares Contudo será que apenas o número importa Nem sempre A presença de formas jovens como bastonetes em grande quantidade pode indicar um desvio à esquerda expressão clássica usada para descrever a liberação precoce de células da medula óssea durante infecções intensas Já a visualização de leucócitos atípicos pode sugerir infecções virais ou doenças linfoproliferativas Como destacam Freitas e Silveira 2021 é importante não se limitar à contagem absoluta a interpretação cuidadosa do tipo da proporção e da morfologia dos leucócitos oferece pistas valiosas sobre o que está ocorrendo no organismo Assim entender as alterações na série branca é acima de tudo compreender as nuances da comunicação entre o sistema imunológico e o mundo ao redor e dentro do corpo humano Durante a análise do esfregaço sanguíneo corado com Leishman realizada nos dias 13 20 e 24 de março de 2025 foram observadas células da série branca leucócitos em boa quantidade com predominância de neutrófilos segmentados A contagem diferencial evidenciou 80 de segmentados 14 de linfócitos e 6 de monócitos dados que embora dentro da faixa de normalidade podem sugerir uma leve resposta inflamatória aguda ou presença de infecção leve Além da contagem celular direta na lâmina 1 outros exames foram realizados O hemograma demonstrou leucocitose WBC 213 x10³µL e desvio segmentar à esquerda com percentual elevado de neutrófilos segmentados NE 901 e linfócitos reduzidos LY 53 Os monócitos apresentaramse discretamente abaixo do limite normal Esses dados sugerem fortemente um quadro de infecção bacteriana aguda em curso Diferentemente da Lâmina 2 que apresentou alterações morfológicas nos eritrócitos a Lâmina 1 não teve registros de anormalidades na série 32 vermelha A presença de número expressivo de neutrófilos segmentados e de monócitos foi compatível com os achados visuais observados ao microscópio óptico com objetiva de imersão 100x 45 IMAGENS A figura 5 apresenta três campos distintos da lâmina analisada na aula do dia 13032025 sob objetiva de imersão 100x corada com Leishman Figura 8 Microscopia óptica com predomínio de leucócitos segmentados Fonte Autoria Própria 2025 É possível observar a alta frequência de neutrófilos segmentados células com núcleo multilobulado e a presença de monócitos núcleo grande e irregular reforçando os achados do hemograma e da contagem diferencial Figura 9 Análise morfológica com apoio visual de diferenciação celular Fonte Autoria Própria 2025 A presença de neutrófilos segmentados monócitos e linfócitos foi confirmada por comparação direta com esquemas morfológicos previamente fornecidos em aula permitindo maior precisão na classificação celular 33 46 CASO CLÍNICO 463 Caso Clínico 3 Série Branca Paciente do sexo masculino 23 anos compareceu para avaliação hematológica apresentando febre fadiga e leve dor abdominal há três dias Foi realizada coleta sanguínea e confecção de esfregaço com coloração Leishman A análise microscópica da Lâmina 1 revelou predominância de neutrófilos segmentados 80 com discreta linfocitopenia 14 e presença de monócitos em 6 A série vermelha não apresentou alterações morfológicas O hemograma revelou leucocitose com contagem total de leucócitos em 213 x10³µL neutrofilia NE 901 e linfócitos baixos LY 53 Tais achados são compatíveis com infecção bacteriana em fase aguda justificando o predomínio de neutrófilos segmentados como resposta imunológica do organismo Tabela 12 Laudo de contagem diferencial Caso Clínico 3 Tipo Celular Contagem Absoluta Valores de Referência Neutrófilos Segmentados 80 40 a 75 Linfócitos 14 20 a 45 Monócitos 6 1 a 12 Outros Leucócitos 0 Fonte Autoria Própria 2025 O laudo confirma a predominância de neutrófilos segmentados na amostra avaliada o que aliado à leucocitose observada no hemograma automatizado indica um quadro inflamatório agudo provavelmente infeccioso A contagem diferencial realizada tanto de forma manual quanto digital validou os achados clínicos e laboratoriais e contribuiu para a compreensão da fisiopatologia envolvida no processo de resposta imune 5 LAUDOS 51 LAUDO CASO CLÍNICO 1 Tabela 13Laudo de contagem diferencial Caso Clínico 1 34 Parâmetros Resultado Valores de referência Hemácias 295 x10 µL ⁶ 40 a 54 milhõesµL F Hemoglobina Hb 80 gdL 115 a 16 gdL Hematócrito Ht 264 35 a 44 VCM 664 fL 81 a 95 fL HCM 204 pg 26 a 34 pg CHCM 308 gdL 32 a 36 gdL RDW 177 113 a 15 Leucócitos 178 x10³µL 4000 a 11500mm³ Neutrófilos NE 85 40 a 75 Linfócitos L 3 20 a 45 Monócitos M 3 1 a 12 Plaquetas PLT 501 x10³µL 150000 a 450000mm³ VPM 68 fL 74 a 114 fL Observações Anemia microcitose hipocromia anisocitose discreta poquilocitose resposta inflamatória Fonte Autoria Própria 2025 A análise dos dados apresentados na Tabela 5 demonstra um quadro hematológico compatível com anemia microcítica e hipocrômica associada à leucocitose com neutrofilia acentuada Os valores reduzidos de hemoglobina hematócrito VCM e HCM reforçam o diagnóstico de anemia enquanto a elevação dos leucócitos especialmente dos neutrófilos sugere uma possível resposta inflamatória ou infecciosa aguda 52 LAUDO CASO CLÍNICO 2 Tabela 14 Laudo de contagem Caso Clínico 2 Parâmetros Resultados Valores de referência Hemácias RBC 573 x10 µL ⁶ 46 a 60 milhõesµL M Hemoglobina Hb 122 gdL 135 a 18 gdL Hematócrito Ht 375 40 a 50 VCM 656 fL 81 a 95 fL HCM 213 pg 26 a 34 pg CHCM 324 gdL 32 a 36 gdL RDW 206 113 a 15 Leucócitos WBC 32 x10³µL 4000 a 11500mm³ Neutrófilos NE 479 40 a 75 Linfócitos LY 373 20 a 45 Monócitos MO 143 1 a 12 Eosinófilos EO 00 1 a 6 Basófilos BA 05 0 a 1 Plaquetas PLT 266000µL 150000 a 450000mm³ VPM MPV 94 fL 74 a 114 fL Observações Microcitose hipocromia poiquilocitose anisocitose Fonte Autoria Própria 2025 35 A análise do laudo hematológico confirma as alterações morfológicas observadas na lâmina Os índices hematimétricos reduzidos como VCM e HCM juntamente com o aumento do RDW reforçam a hipótese diagnóstica de anemia microcítica hipocrômica frequentemente relacionada à deficiência de ferro 53 LAUDO CASO CLÍNICO 3 Tabela 15 Hemograma automatizado caso clínico 3 Parâmetro Resultado Interpretação Leucócitos WBC 213 x10³µL Alto Neutrófilos NE 901 Alto Linfócitos LY 53 Baixo Monócitos MO 19 Normal Eosinófilos EO 19 Normal Basófilos BA 01 Normal Linfócitos LY 11 x10³µL Baixo Monócitos MO 05 x10³µL Normal Eosinófilos EO 04 x10³µL Normal Basófilos BA 00 x10³µL Normal Linfócitos LY 11 x10³µL Baixo Fonte Autoria Própria 2025 O hemograma automatizado complementa e fortalece a hipótese diagnóstica de um processo infeccioso agudo principalmente pela elevação acentuada de neutrófilos Assim esse exame mostrouse necessário para correlacionar os achados microscópicos com dados quantitativos oferecendo uma visão mais abrangente do quadro clínico do paciente

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FACULDADE DE AMERICANA FAM CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIOMEDICINA ISABELA DOS SANTOS ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANÁLISES CLÍNICAS Hematologia AMERICANA 2025 ISABELA DOS SANTOS ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANÁLISES CLÍNICAS Hematologia Relatório apresentado como requisito para aprovação no Curso de Graduação de Biomedicina da Faculdade de americana FAM Docente orientador Prof Thiago Cabral de Souza e Prof Luiz Antonio Aparecido AMERICANA 2025 ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1 Valores de referência dos índices hematimétricos8 Tabela 2 Resultados do hemograma caso clínico 111 Tabela 3 Resultados do hemograma caso clínico 217 Tabela 4 Laudo de contagem diferencial Caso Clínico 322 Tabela 5Laudo de contagem diferencial Caso Clínico 123 Tabela 6 Laudo de contagem Caso Clínico 223 Tabela 7 Hemograma automatizado caso clínico 324 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1 Procedimentos laboratoriais de confecção e coloração do esfregaço9 Figura 2 Esfregaço sanguíneo com hipocromia e poiquilocitose10 Figura 3 Lâminas em processo de coloração com corante Leishman15 Figura 4 Imagem microscópica da série vermelha com presença de linfócito pequeno16 Figura 5 Microscopia óptica com predomínio de leucócitos segmentados21 Figura 6 Análise morfológica com apoio visual de diferenciação celular21 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO5 2 SÉRIE PLAQUETÁRIA6 21 INTRODUÇÃO6 22 FUNÇÃO6 23 VALOR DE REFERÊNCIA E ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS8 24 ALTERAÇÕES8 25 IMAGENS9 26 CASO CLÍNICO10 261 Caso Clínico 1 Série Plaquetária10 3 SÉRIE VERMELHA12 31 INTRODUÇÃO12 32 FUNÇÃO12 33 VALOR DE REFERÊNCIA13 34 ALTERAÇÕES14 35 IMAGENS15 36 CASO CLÍNICO16 362 Caso Clínico 3Série Vermelha16 4 SÉRIE BRANCA18 41 INTRODUÇÃO18 42 FUNÇÃO18 43 VALOR DE REFERÊNCIA19 44 ALTERAÇÕES19 5 LAUDOS23 51 LAUDO CASO CLÍNICO 123 52 LAUDO CASO CLÍNICO 223 53 LAUDO CASO CLÍNICO 324 REFERÊNCIAS24 5 1 INTRODUÇÃO O estágio supervisionado representa uma etapa necessária na formação profissional de estudantes da área da saúde É nesse espaço de vivência prática que o conhecimento teórico que foi conseguido ao longo do curso encontra sua aplicação concreta em situações reais No contexto das análises clínicas o estágio permite ao aluno compreender os procedimentos laboratoriais mas também a importância da precisão da ética e da responsabilidade no cuidado à saúde do paciente SANTOS et al 2023 Dentre as diversas áreas que compõem as análises clínicas a Hematologia se destaca por sua relevância no diagnóstico de inúmeras patologias O sangue como tecido vivo carrega informações pertinentes sobre o funcionamento do organismo Por isso a análise de seus elementos hemácias leucócitos e plaquetas tornase um instrumento necessário no que diz respeito ao acompanhamento clínico de pacientes CIRO SILVA FILHO PELEGRINELI 2021 Durante o estágio em Hematologia foi possível vivenciar na prática atividades que envolvem desde a coleta de amostras até a análise microscópica de lâminas coradas Cada etapa do processo exigiu atenção aos detalhes conhecimento técnico e compreensão dos fundamentos fisiopatológicos por trás dos achados laboratoriais SANTOS et al 2023 Assim este relatório tem como objetivo geral descrever sobre as atividades desenvolvidas durante o estágio supervisionado em análises clínicas com ênfase na área de Hematologia destacando os procedimentos realizados os conhecimentos adquiridos e a importância da prática para a formação técnicocientífica e ética do futuro profissional 6 2 SÉRIE PLAQUETÁRIA As plaquetas ou trombócitos são fragmentos celulares considerado necessários e de grande relevância no processo de coagulação sanguínea Vale ressaltar que elas assumem importância inegável na hemostasia primária participando da formação do tampão plaquetário que interrompe hemorragias em vasos lesionados SANTOS et al 2024 A análise da série plaquetária portanto é importante para o diagnóstico de distúrbios hemorrágicos trombóticos ou condições que alterem quantitativa ou qualitativamente essas células Assim a avaliação pode ser realizada por contagem automatizada em hemograma e por análise morfológica em esfregaço sanguíneo corado permitindo observar alterações como macrotrombócitos agregados plaquetários ou plaquetas hipogranulares que indicam possíveis disfunções na produção ou consumo plaquetário SANTOS et al 2024 21 INTRODUÇÃO Este subcapítulo abordará os principais aspectos da série plaquetária destacando suas funções fisiológicas a metodologia empregada para análise e os achados observados durante a prática de estágio No estágio foram realizadas coletas de sangue preparação de lâminas com esfregaço sanguíneo e coloração com Leishman seguidas da análise microscópica com ênfase na morfologia e contagem das plaquetas As atividades permitiram identificar características como tamanho forma e distribuição das plaquetas além de avaliar possíveis alterações que pudessem indicar distúrbios hemostáticos 22 FUNÇÃO Por que nos preocupamos tanto com o número de plaquetas no sangue A resposta é simples mas importante as plaquetas são responsáveis por 7 impedir que o organismo perca sangue em excesso diante de qualquer lesão vascular Elas atuam como os primeiros socorros do sistema circulatório iniciando o processo de coagulação logo após a lesão BORELLI 2024 Segundo Borelli 2024 ao entrarem em contato com superfícies lesionadas as plaquetas aderem ao endotélio ativamse e liberam substâncias que promovem a agregação de outras plaquetas formando um tampão hemostático Mas será que sua função termina aí Definitivamente não Além da hemostasia primária as plaquetas têm papel relevante em processos inflamatórios e imunológicos Elas interagem com leucócitos e células endoteliais participando da modulação da resposta imune De acordo com Santos et al 2023 há evidências de que as plaquetas liberam citocinas e outras moléculas bioativas que influenciam a inflamação e até mesmo o processo de cicatrização tecidual Ou seja são protagonistas silenciosas em muitos mecanismos biológicos além da coagulação Entretanto o equilíbrio é tudo Um número abaixo do normal condição chamada trombocitopenia pode resultar em sangramentos espontâneos e graves Já uma concentração acima do esperado trombocitose pode favorecer a formação de trombos com risco de eventos como AVC ou trombose venosa profunda Segundo Borelli 2024 os valores normais situam se entre 150000 e 450000 plaquetas por microlitro de sangue mas é preciso avaliar além da quantidade como também a qualidade funcional dessas células É aí que entra a importância da análise laboratorial detalhada Durante o estágio pudemos não só observar a contagem automatizada de plaquetas mas também reconhecer aspectos morfológicos como forma tamanho e grau de granulação O que um número isolado não revela o microscópio pode mostrar E por que isso importa Porque distúrbios plaquetários muitas vezes não são numéricos mas funcionais Como destaca Santos et al 2024 alterações como a presença de macrotrombócitos ou plaquetas hipogranulares podem indicar doenças hereditárias ou adquiridas que comprometem a ação hemostática Por fim é preciso lembrar que o sangue é um sistema integrado As plaquetas não agem isoladamente sua função depende da interação com 8 proteínas plasmáticas vasos íntegros e fatores de coagulação Em outras palavras manter o número de plaquetas dentro dos valores normais é necessários mas compreendêlas em sua totalidade função forma interação é o que realmente contribui para uma avaliação clínica eficaz e segura 23 VALOR DE REFERÊNCIA E ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS A Tabela 1 apresenta os valores de referência utilizados como base para interpretação dos resultados obtidos nas análises hematológicas durante o estágio Tabela 1 Valores de referência dos índices hematimétricos Parâmetros Sexo masculino Sexo feminino Hemácias 40 a 54 mµL 46 a 60 mµL Hematócrito Ht 40 a 50 35 a 44 Hemoglobina Hb 135 a 18 gdL 115 a 16 gdL VCM 80 a 100ƒL 81 a 95 ƒL HCM 26 a 32 pg 26 a 34 pg CHCM 32 a 36 dL 32 a 36 dL RDW 113 a 15 113 a 15 Fonte adaptado de NAOUM 2013 e PNCQ 2017 24 ALTERAÇÕES Quando olhamos para um exame laboratorial e percebemos alterações na série plaquetária o que exatamente estamos observando Tratase apenas de um número fora do padrão A resposta vai além Alterações nas plaquetas indicam que algo pode estar desequilibrando o sistema hemostático Uma baixa contagem por exemplo pode refletir desde uma simples deficiência nutricional até doenças autoimunes ou síndromes graves da medula óssea Por outro lado o aumento da contagem plaquetária a trombocitose pode ser silencioso mas também perigoso O corpo estaria produzindo plaquetas em excesso por quê Em alguns casos é uma reação fisiológica a inflamações ou infecções mas também pode indicar doenças mieloproliferativas crônicas Conforme destaca Borelli 2024 o risco está justamente na possibilidade de formação de trombos que de maneira inesperada comprometem a circulação e a oxigenação dos tecidos 9 Durante a leitura microscópica da lâmina realizada no dia 20022025 foram identificadas as seguintes alterações hematológicas Hipocromia acentuada redução na coloração das hemácias indicando diminuição de hemoglobina Microcitose discreta hemácias com tamanho inferior ao normal Poquilocitose presença de hemácias com formatos variados Anisocitose discreta variação no tamanho das hemácias Equinócitos hemácias com bordas espiculadas Esferócitos células com forma esférica sem palidez central 25 IMAGENS Durante as aulas práticas realizadas nos dias 13 e 20 de fevereiro de 2025 foram feitos procedimentos laboratoriais de coleta preparo de lâminas coloração e análise microscópica O experimento teve como objetivo aplicar os conhecimentos teóricos da hematologia na prática laboratorial utilizando amostras dos próprios alunos A seguir apresentamse registros fotográficos Figura1 dos procedimentos e das análises realizadas Figura 1 Procedimentos laboratoriais de confecção e coloração do esfregaço Fonte Autoria Própria 2025 Da esquerda para a direita 1 lâminas preparadas para esfregaço sanguíneo 2 frascos com corantes utilizados na coloração do sangue Leishman modificado PROV I II III e H2O 3 lâminas após coloração e secagem A figura 2 foi obtida com microscópio óptico utilizando objetiva de imersão 100x evidenciando hemácias com hipocromia poiquilocitose e presença de leucócitos Coloração Leishman 10 Figura 2 Esfregaço sanguíneo com hipocromia e poiquilocitose Fonte Autoria Própria 2025 A observação microscópica da lâmina permitiu a identificação de importantes alterações morfológicas nas hemácias Destacamse a hipocromia acentuada visível pela palidez central aumentada das hemácias e a poiquilocitose caracterizada pela diversidade de formas celulares A presença de leucócitos com morfologia preservada também foi evidente 26 CASO CLÍNICO 261 Caso Clínico 1 Série Plaquetária Paciente do sexo masculino 22 anos apresentava cansaço frequente palidez e sangramentos gengivais leves sem histórico prévio de alterações hematológicas Assim esses sintomas aliados aos achados laboratoriais de plaquetopenia discreta e alterações morfológicas nas hemácias reforçam a importância da análise microscópica complementar ao hemograma automatizado Durante a atividade prática realizada em 13022025 foi feita a coleta de sangue com garrote agulha com canhão e tubos apropriados Utilizando o 11 próprio sangue cada aluno confeccionou seu esfregaço sanguíneo Com uma pipeta uma gota do sangue foi colocada sobre uma lâmina espalhada com outra lâmina a 45 As lâminas foram coradas com corante Leishman permanecendo imersas por 5 segundos em cada reagente e posteriormente secas ao ar Em 20022025 foi realizada a análise da lâmina no microscópio óptico objetiva de imersão 100x com foco na série plaquetária A observação revelou plaquetopenia discreta com macroplaquetas A tabela 2 apresenta os resultados do hemograma do caso clínico 1 Tabela 2 Resultados do hemograma caso clínico 1 Parâmetros Resultados Valores de Referência Plaquetas 55000mm³ 150000 a 450000mm³ VPM 112 fL 74 a 114 fL Observações Plaquetopenia discreta macroplaquetas Fonte Autoria Própria 2025 A Tabela 2 demonstra uma redução significativa na contagem de plaquetas caracterizando um quadro de plaquetopenia discreta O volume plaquetário médio VPM ligeiramente elevado pode indicar a presença de plaquetas jovens e maiores o que é compatível com a observação de macroplaquetas na lâmina Assim isso reforça a importância da análise morfológica como ferramenta complementar ao hemograma automatizado 12 3 SÉRIE VERMELHA A análise da série vermelha permite investigar as condições fisiológicas e patológicas relacionadas ao transporte de oxigênio e dióxido de carbono no organismo Por meio da contagem observação morfológica e análise de parâmetros como VCM HCM e hemoglobina é possível identificar distúrbios como anemias policitemias e alterações qualitativas nas hemácias Assim essa etapa do estágio teve como objetivo compreender essas alterações por meio de técnicas práticas em lâminas coradas e leitura microscópica fortalecendo a correlação entre teoria e realidade clínica ASSIS PEDROSA 2024 31 INTRODUÇÃO Este subcapítulo abordará os principais aspectos relacionados à série vermelha incluindo suas funções fisiológicas os parâmetros laboratoriais envolvidos e as alterações mais frequentes em diferentes contextos clínicos No estágio realizamos atividades práticas como a coleta de sangue confecção de esfregaço em lâminas e coloração com Leishman seguidas da análise morfológica das hemácias Essas práticas possibilitaram observar condições como hipocromia anisocitose microcitose e poiquilocitose fundamentais para a identificação de anemias e outras alterações hematológicas 32 FUNÇÃO Qual é a real importância das hemácias em nosso organismo Por serem tão numerosas e presentes em todas as análises laboratoriais às vezes passam despercebidas em sua complexidade No entanto as hemácias são as principais responsáveis pelo transporte de oxigênio dos pulmões para os tecidos e de dióxido de carbono no sentido inverso Esse transporte ocorre graças à presença da hemoglobina uma proteína rica em ferro que se liga aos gases respiratórios Segundo Freitas e Silveira 2021 a estrutura bicôncava da 13 hemácia aumenta sua área de superfície otimizando as trocas gasosas e contribuindo para a eficiência dessa função vital Mas será que todas as hemácias funcionam da mesma maneira A resposta é não O desempenho das hemácias está diretamente relacionado à sua morfologia quantidade e integridade Uma alteração em qualquer um desses aspectos pode comprometer a oxigenação dos tecidos e consequentemente o funcionamento de todo o organismo Por exemplo a presença de microcitose e hipocromia hemácias pequenas e com pouca coloração pode indicar deficiência de ferro como destaca Borelli 2024 evidenciando que mesmo pequenas mudanças estruturais podem gerar impactos sistêmicos Outro ponto importante é o equilíbrio da produção e destruição das hemácias O corpo humano tem mecanismos para regular essa balança A medula óssea produz milhões de hemácias por segundo e o baço juntamente com o fígado remove as células envelhecidas ou defeituosas Porém o que acontece quando essa renovação é afetada Segundo Freitas e Silveira 2021 tanto a produção inadequada quanto a destruição excessiva podem levar a anemias cujos sintomas como fadiga palidez e taquicardia são respostas do corpo à deficiência de oxigênio E o que dizer da avaliação laboratorial da série vermelha Ela vai muito além da simples contagem de hemácias Parâmetros como o volume corpuscular médio VCM a hemoglobina corpuscular média HCM e a concentração de hemoglobina corpuscular média CHCM fornecem informações sobre o tipo e a gravidade das alterações presentes Dito isto esses índices quando associados à análise morfológica no esfregaço sanguíneo possibilitam uma investigação mais completa e assertiva Como afirmam Otsuka et al 2021 a relação entre análise quantitativa e observação microscópica é o que sustenta a acurácia diagnóstica 33 VALOR DE REFERÊNCIA Os valores de referência adotados para a análise da série vermelha encontramse previamente apresentados na Tabela 1 deste relatório Eles 14 serviram como base comparativa para a identificação de alterações quantitativas e morfológicas das hemácias nas amostras avaliadas durante o estágio 34 ALTERAÇÕES Alterações na série vermelha dizem respeito tanto à quantidade quanto à qualidade das hemácias e podem demonstrar desde um distúrbio nutricional simples até uma doença hematológica grave Por exemplo quando encontramos microcitose e hipocromia em um esfregaço sanguíneo podemos estar diante de uma anemia ferropriva segundo Borelli 2024 que destaca a importância de analisar não só a contagem mas também a forma e o conteúdo das células vermelhas Por outro lado alterações como anisocitose poiquilocitose ou esferocitose podem demonstrar distúrbios morfológicos que nem sempre aparecem na contagem automatizada Assim essas anormalidades podem indicar patologias hereditárias ou adquiridas que comprometem a eficiência do transporte de oxigênio Como destaca Otsuka et al 2021 a presença de hemácias de tamanhos e formas variadas é um sinal de que a eritropoiese o processo de produção de hemácias está desorganizada ou sob estresse Nesse contexto o olhar atento do profissional ao microscópio se torna tão relevante quanto qualquer tecnologia laboratorial pois a interpretação correta dessas alterações pode ser decisiva na condução clínica do paciente Durante a leitura microscópica da lâmina realizada no dia 27022025 observouse um padrão morfológico característico de distúrbios na série vermelha Foram identificadas alterações relevantes como microcitose hipocromia anisocitose Tais alterações sugerem uma resposta eritrocitária compatível com quadros de anemia carencial especialmente a ferropriva em estágio evolutivo A análise morfológica aliada ao hemograma reforçou a importância do exame direto como ferramenta complementar na interpretação dos distúrbios hematológicos 15 35 IMAGENS A seguir apresentamse registros fotográficos das atividades práticas de coloração e análise da série vermelha de hemácias da aula do dia 27022025 Figura 3 Lâminas em processo de coloração com corante Leishman Fonte Autoria Própria 2025 Na figura 3 é possível observar lâminas posicionadas para coloração durante a prática laboratorial do dia 27022025 utilizando o corante Leishman Após o tempo de contato com os reagentes as lâminas foram secas ao ar para posterior análise microscópica Durante a prática laboratorial além da observação morfológica das hemácias foi realizada a contagem Poiquilocitose com o auxílio de um aplicativo específico Esse recurso digital facilita a classificação celular permitindo o registro automatizado da frequência de diferentes tipos de leucócitos como segmentados Seg bastonetes Stab linfócitos Lym monócitos Mono eosinófilos Eos e basófilos Baso Na contagem obtida observouse predomínio de neutrófilos segmentados 80 presença de eosinófilos 0 monócitos 13 linfócitos 7 e ausência de bastonetes basófilos ou outras células Assim essa abordagem contribui para a compreensão prática da contagem de 100 células procedimento importante na análise do leucograma manual 16 Figura 4 Imagem microscópica da série vermelha com presença de linfócito pequeno Fonte Autoria Própria 2025 Na figura 4 é possível visualizar hemácias com coloração central mais clara indicando hipocromia além de poiquilocitose discreta Também é possível visualizar um linfócito pequeno reforçando a aplicação prática da diferenciação celular no esfregaço sanguíneo 36 CASO CLÍNICO 362 Caso Clínico 3Série Vermelha Paciente do sexo feminino 34 anos relatava episódios frequentes de cansaço tontura palidez cutânea e cefaleia Apresentava histórico de menorragia e má alimentação A coleta de sangue foi realizada durante a aula prática do dia 27022025 seguida do preparo da lâmina e coloração com corante Leishman conforme protocolo técnico da instituição A análise microscópica apresentou alterações importantes nas hemácias como microcitose hipocromia anisocitose poiquilocitose e presença de esferócitos Essas observações somadas aos dados laboratoriais 17 indicam um quadro sugestivo de anemia ferropriva A tabela 3 apresenta os resultados do hemograma do caso clínico 2 Tabela 3 Resultados do hemograma caso clínico 2 Resultados Valores de Referência Observações Hemácias RBC 40 a 54 milhõesµL 579 milhõesµL Hemoglobina Hb 115 a 16 gdL 82 gdL Hematócrito Ht 35 a 44 355 VCM 80 a 100 fL 656 fL HCM 26 a 34 pg 213 pg CHCM 32 a 36 gdL 324 gdL RDW 113 a 15 206 Observações Microcitose anisocitose hipocromia poiquilocitose esferócitos Fonte Autoria Própria 2025 Os resultados da Tabela 3 reforçam o diagnóstico de anemia microcítica e hipocrômica com índices hematimétricos significativamente alterados como VCM e HCM reduzidos e RDW elevado indicando intensa variação no tamanho das hemácias A presença de poiquilocitose e esferócitos evidencia alterações morfológicas relevantes características de anemias carenciais como a ferropriva 18 4 SÉRIE BRANCA A série branca compreende os leucócitos células fundamentais na defesa do organismo São elas que participam ativamente de processos inflamatórios infecciosos e imunológicos cada uma com função específica no reconhecimento e combate a agentes patogênicos FREITAS SILVEIRA 2021 Neste subcapítulo serão abordados os principais aspectos dessa série incluindo sua composição função e interpretação laboratorial Durante o estágio foram realizadas atividades práticas de análise de esfregaço sanguíneo com coloração de Leishman identificação morfológica dos leucócitos e contagem diferencial experiências que permitiram aplicar os conhecimentos teóricos à prática diagnóstica 41 INTRODUÇÃO Durante o estágio os alunos foram realizadas atividades como a coleta de sangue preparo de esfregaço em lâminas coloração com Leishman e posterior leitura microscópica para a contagem diferencial dos leucócitos A prática permitiu a identificação e diferenciação morfológica entre neutrófilos linfócitos monócitos eosinófilos e basófilos além da análise de alterações percentuais e absolutas que podem sugerir infecções inflamações ou distúrbios imunológicos 42 FUNÇÃO De acordo com Borelli 2024 essas células são de grande importância para o funcionamento do sistema imunológico participando de processos inflamatórios infecciosos e de defesa adaptativa com grande especificidade e coordenação Mas será que todos os leucócitos desempenham a mesma função De forma alguma Cada tipo celular da série branca possui um papel muito específico Os neutrófilos por exemplo são os primeiros a chegar em locais de infecção e têm como principal função fagocitar microrganismos Já os linfócitos 19 são os arquitetos da resposta imune adaptativa atuando com memória imunológica e produção de anticorpos SANTOS et al 2024 Monócitos eosinófilos e basófilos também têm papéis singulares relacionados a processos inflamatórios crônicos resposta a parasitas e reações alérgicas respectivamente Como destaca Santos et al 2023 essa divisão funcional é importante para que o sistema imunológico atue de forma eficaz e proporcional frente a cada desafio Então o que acontece quando essa série se altera A resposta está nos sinais do próprio corpo Um aumento expressivo de leucócitos a leucocitose pode indicar infecção bacteriana aguda como mostram os achados de Santos et al 2024 enquanto uma diminuição leucopenia pode deixar o organismo vulnerável a infecções Mais do que a quantidade a análise qualitativa é indispensável A presença de formas imaturas ou atípicas pode sugerir doenças hematológicas como leucemias ou reações infecciosas intensas sendo um alerta importante no diagnóstico laboratorial No estágio prático essa teoria se torna viva A partir da preparação de esfregaços sanguíneos e coloração com Leishman a observação ao microscópio permitiu reconhecer a morfologia específica de cada tipo de leucócito 43 VALOR DE REFERÊNCIA Os valores de referência utilizados para a análise da série branca já se encontram apresentados na Tabela 1 deste relatório 44 ALTERAÇÕES Alterações na série branca como uma elevação significativa dos leucócitos leucocitose podem sinalizar a resposta do organismo frente a infecções bacterianas inflamações agudas ou até processos malignos como as leucemias Segundo Borelli 2024 o aumento de leucócitos é um resultado direto da ativação do sistema imune que mobiliza suas tropas para lidar com o que reconhece como ameaça Por outro lado uma diminuição leucopenia 20 pode ser um sinal de imunossupressão seja por infecções virais uso de medicamentos ou disfunções medulares Contudo será que apenas o número importa Nem sempre A presença de formas jovens como bastonetes em grande quantidade pode indicar um desvio à esquerda expressão clássica usada para descrever a liberação precoce de células da medula óssea durante infecções intensas Já a visualização de leucócitos atípicos pode sugerir infecções virais ou doenças linfoproliferativas Como destacam Freitas e Silveira 2021 é importante não se limitar à contagem absoluta a interpretação cuidadosa do tipo da proporção e da morfologia dos leucócitos oferece pistas valiosas sobre o que está ocorrendo no organismo Assim entender as alterações na série branca é acima de tudo compreender as nuances da comunicação entre o sistema imunológico e o mundo ao redor e dentro do corpo humano Durante a análise do esfregaço sanguíneo corado com Leishman realizada nos dias 13 20 e 24 de março de 2025 foram observadas células da série branca leucócitos em boa quantidade com predominância de neutrófilos segmentados A contagem diferencial evidenciou 80 de segmentados 14 de linfócitos e 6 de monócitos dados que embora dentro da faixa de normalidade podem sugerir uma leve resposta inflamatória aguda ou presença de infecção leve Além da contagem celular direta na lâmina 1 outros exames foram realizados O hemograma demonstrou leucocitose WBC 213 x10³µL e desvio segmentar à esquerda com percentual elevado de neutrófilos segmentados NE 901 e linfócitos reduzidos LY 53 Os monócitos apresentaramse discretamente abaixo do limite normal Esses dados sugerem fortemente um quadro de infecção bacteriana aguda em curso Diferentemente da Lâmina 2 que apresentou alterações morfológicas nos eritrócitos a Lâmina 1 não teve registros de anormalidades na série vermelha A presença de número expressivo de neutrófilos segmentados e de monócitos foi compatível com os achados visuais observados ao microscópio óptico com objetiva de imersão 100x 21 45 IMAGENS A figura 5 apresenta três campos distintos da lâmina analisada na aula do dia 13032025 sob objetiva de imersão 100x corada com Leishman Figura 5 Microscopia óptica com predomínio de leucócitos segmentados Fonte Autoria Própria 2025 É possível observar a alta frequência de neutrófilos segmentados células com núcleo multilobulado e a presença de monócitos núcleo grande e irregular reforçando os achados do hemograma e da contagem diferencial Figura 6 Análise morfológica com apoio visual de diferenciação celular Fonte Autoria Própria 2025 A presença de neutrófilos segmentados monócitos e linfócitos foi confirmada por comparação direta com esquemas morfológicos previamente fornecidos em aula permitindo maior precisão na classificação celular 22 46 CASO CLÍNICO 463 Caso Clínico 3 Série Branca Paciente do sexo masculino 23 anos compareceu para avaliação hematológica apresentando febre fadiga e leve dor abdominal há três dias Foi realizada coleta sanguínea e confecção de esfregaço com coloração Leishman A análise microscópica da Lâmina 1 revelou predominância de neutrófilos segmentados 80 com discreta linfocitopenia 14 e presença de monócitos em 6 A série vermelha não apresentou alterações morfológicas O hemograma revelou leucocitose com contagem total de leucócitos em 213 x10³µL neutrofilia NE 901 e linfócitos baixos LY 53 Tais achados são compatíveis com infecção bacteriana em fase aguda justificando o predomínio de neutrófilos segmentados como resposta imunológica do organismo Tabela 4 Laudo de contagem diferencial Caso Clínico 3 Tipo Celular Contagem Absoluta Valores de Referência Neutrófilos Segmentados 80 40 a 75 Linfócitos 14 20 a 45 Monócitos 6 1 a 12 Outros Leucócitos 0 Fonte Autoria Própria 2025 O laudo confirma a predominância de neutrófilos segmentados na amostra avaliada o que aliado à leucocitose observada no hemograma automatizado indica um quadro inflamatório agudo provavelmente infeccioso A contagem diferencial realizada tanto de forma manual quanto digital validou os achados clínicos e laboratoriais e contribuiu para a compreensão da fisiopatologia envolvida no processo de resposta imune 23 5 LAUDOS 51 LAUDO CASO CLÍNICO 1 Tabela 5Laudo de contagem diferencial Caso Clínico 1 Parâmetros Resultado Valores de referência Hemácias 295 x10 µL ⁶ 40 a 54 milhõesµL F Hemoglobina Hb 80 gdL 115 a 16 gdL Hematócrito Ht 264 35 a 44 VCM 664 fL 81 a 95 fL HCM 204 pg 26 a 34 pg CHCM 308 gdL 32 a 36 gdL RDW 177 113 a 15 Leucócitos 178 x10³µL 4000 a 11500mm³ Neutrófilos NE 85 40 a 75 Linfócitos L 3 20 a 45 Monócitos M 3 1 a 12 Plaquetas PLT 501 x10³µL 150000 a 450000mm³ VPM 68 fL 74 a 114 fL Observações Anemia microcitose hipocromia anisocitose discreta poquilocitose resposta inflamatória Fonte Autoria Própria 2025 A análise dos dados apresentados na Tabela 5 demonstra um quadro hematológico compatível com anemia microcítica e hipocrômica associada à leucocitose com neutrofilia acentuada Os valores reduzidos de hemoglobina hematócrito VCM e HCM reforçam o diagnóstico de anemia enquanto a elevação dos leucócitos especialmente dos neutrófilos sugere uma possível resposta inflamatória ou infecciosa aguda 52 LAUDO CASO CLÍNICO 2 Tabela 6 Laudo de contagem Caso Clínico 2 Parâmetros Resultados Valores de referência Hemácias RBC 573 x10 µL ⁶ 46 a 60 milhõesµL M Hemoglobina Hb 122 gdL 135 a 18 gdL Hematócrito Ht 375 40 a 50 VCM 656 fL 81 a 95 fL HCM 213 pg 26 a 34 pg CHCM 324 gdL 32 a 36 gdL RDW 206 113 a 15 Leucócitos WBC 32 x10³µL 4000 a 11500mm³ Neutrófilos NE 479 40 a 75 Linfócitos LY 373 20 a 45 Monócitos MO 143 1 a 12 24 Eosinófilos EO 00 1 a 6 Basófilos BA 05 0 a 1 Plaquetas PLT 266000µL 150000 a 450000mm³ VPM MPV 94 fL 74 a 114 fL Observações Microcitose hipocromia poiquilocitose anisocitose Fonte Autoria Própria 2025 A análise do laudo hematológico confirma as alterações morfológicas observadas na lâmina Os índices hematimétricos reduzidos como VCM e HCM juntamente com o aumento do RDW reforçam a hipótese diagnóstica de anemia microcítica hipocrômica frequentemente relacionada à deficiência de ferro 53 LAUDO CASO CLÍNICO 3 Tabela 7 Hemograma automatizado caso clínico 3 Parâmetro Resultado Interpretação Leucócitos WBC 213 x10³µL Alto Neutrófilos NE 901 Alto Linfócitos LY 53 Baixo Monócitos MO 19 Normal Eosinófilos EO 19 Normal Basófilos BA 01 Normal Linfócitos LY 11 x10³µL Baixo Monócitos MO 05 x10³µL Normal Eosinófilos EO 04 x10³µL Normal Basófilos BA 00 x10³µL Normal Linfócitos LY 11 x10³µL Baixo Fonte Autoria Própria 2025 O hemograma automatizado complementa e fortalece a hipótese diagnóstica de um processo infeccioso agudo principalmente pela elevação acentuada de neutrófilos Assim esse exame mostrouse necessário para correlacionar os achados microscópicos com dados quantitativos oferecendo uma visão mais abrangente do quadro clínico do paciente REFERÊNCIAS 25 ASSIS Isabella Macedo PEDROSA João Pedro Marques Guia prático de hematologia clínica a série vermelha 2024 BORELLI Primavera Fundamentos de hematologia teoria prática Editora Blucher 2024 CIRO Eduardo Rodrigues SILVA FILHO Ms Wilson Seraine PELEGRINELI Ms Samuel Queiroz O Biomédico pode exercer as funções de um profissional das técnicas radiológicas Uma reflexão à luz dos currículos Can Biomedical exercise the functions of a radiological techniques professional A reflection in the light of curriculums Brazilian Journal of Development v 7 n 6 p 6267062680 2021 FREITAS Eduarda Correa SILVEIRA Zenaide Paulo Impacto da fase pré analítica dos exames realizados no Setor de Hematologia Clinical and biomedical research Porto Alegre 2021 OTSUKA L M S et al Aplasia pura de série vermelha características e desfechos de uma série de casos Hematology Transfusion and Cell Therapy v 43 p S35 2021 SANTOS A C F et al Estágio supervisionado em biomedicina relato de experiência no instituto de hematologia e hemoterapia do Amapá Hematology Transfusion and Cell Therapy v 45 p S843 2023 SANTOS Fernanda de Nazaré Cardoso et al Alterações hematológicas na pessoa que vive com HIV Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences v 6 n 9 p 25672592 2024 FACULDADE DE AMERICANA FAM CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIOMEDICINA ISABELA DOS SANTOS ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANÁLISES CLÍNICAS Hematologia AMERICANA 2025 ISABELA DOS SANTOS ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANÁLISES CLÍNICAS Hematologia Relatório apresentado como requisito para aprovação no Curso de Graduação de Biomedicina da Faculdade de americana FAM Docente orientador Prof Thiago Cabral de Souza e Prof Luiz Antonio Aparecido AMERICANA 2025 ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1 Valores de referência dos índices hematimétricos8 Tabela 2 Resultados do hemograma caso clínico 111 Tabela 3 Hemograma automatizado série vermelha da leitura 1 030412 Tabela 4 Hemograma automatizado série branca da leitura 1 030414 Tabela 5 Hemograma automatizado Plaquetas da leitura 1 030415 Tabela 6 Hemograma automatizado série vermelha da leitura 2 030416 Tabela 7 Hemograma automatizado série branca da leitura 2 030417 Tabela 8 Hemograma automatizado Plaquetas da leitura 2 030418 Tabela 9 Hemograma automatizado Leitura do dia 100418 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1 Procedimentos laboratoriais de confecção e coloração do esfregaço9 Figura 2 Esfregaço sanguíneo com hipocromia e poiquilocitose10 Figura 3 Coleta de série vermelha branca e plaquetas12 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO5 2 SÉRIE PLAQUETÁRIA6 21 INTRODUÇÃO6 22 FUNÇÃO6 23 VALOR DE REFERÊNCIA E ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS8 24 ALTERAÇÕES8 25 IMAGENS9 26 CASO CLÍNICO10 261 Caso Clínico 1 Série Plaquetária10 É possível observar uma trombocitopenia significativa ou seja uma redução no número de plaquetas circulantes apesar do volume plaquetário médio VPM permanecer dentro dos limites normais Em outras palavras há menos plaquetas mas elas mantêm seu tamanho habitual18 As causas da trombocitopenia são variadas Ela pode resultar de diminuição da produção plaquetária como ocorre em aplasia medular leucemias anemias megaloblásticas ou após radioterapia Também pode decorrer de aumento da destruição periférica das plaquetas como se observa na púrpura trombocitopênica imune PTI síndrome hemolíticourêmica dengue ou reações adversas a medicamentos Outra possibilidade é o sequestro esplênico comum em situações de esplenomegalia secundária à hipertensão portal cirrose hepática ou infecções como o vírus EpsteinBarr além de doenças hematológicas Outras causas incluem sepse infecções virais como HIV hepatites mononucleose e dengue e alcoolismo crônico18 O hemograma automatizado da aula prática do dia 1004 evidenciou nas séries vermelha branca e plaquetas18 Nesse hemograma as séries vermelhas e brancas estão dentro da normalidade ou seja quantitativamente estão dentro do valor de referência Há uma discreta monocitose que pode decorrer de um processo inflamatório ativo19 A alteração que chama atenção nesse caso é a significativa trombocitopenia Caracterizase por ser uma plaquetopenia grave já que o valor de referência é de 150000 trombócitos por mmm3 e há apenas 10000 mm3 Nesse caso já há um comprometimento grande na cascata da coagulação tão grande que gera comprometimento orgânico podendo gerar hemorragias importantes manifestadas clinicamente como epistaxe hipermenorreia e sangramento gengival por exemplo Configurase como um sinal de alarme sendo necessário a depender da clínica do paciente a transfusão de pool plaquetário19 Além dessa transfusão também fazse crucial tratar o fator base causador dessa plaquetopenia Eles podem variar desde doenças hematológicas como leucemia aplasia medular anemia megaloblástica até reações adversas a medicamentos sequestro esplênico e doenças virais como dengue hepatite HIV e mononucleose19 Figura 4 Aula do dia 1004 Contagem de linfócitos hemácias e plaquetas19 Fonte Autoria própria 202520 Ademais nessa aula também foi feita a análise microscópica do sangue Nessa análise foi identificada a presença de hemácias com espículas curtas e regulares ao redor da membrana denominadas equinócitos também chamadas de células em crenação O equinócito portanto é uma célula morfologicamente descrita como de membrana irregular como uma tampa de garrafa20 É uma das alterações morfológicas dos eritrócitos ou seja é uma poiquilocitose Elas podem ter causa artefatual equinócitos falsos ou causa patológica equinócitos verdadeiros destacandose dentre elas uremia doença renal crônica doenças hepáticas doenças eletrolíticas como hipomagnesemia e hipofosfatemia e transfusões e hemodiálises É preciso uma associação com o contexto clínico do paciente20 O hemograma automatizado da aula prática do dia 1704 evidenciou nas séries vermelha branca e plaquetas20 Nesse hemograma é possível encontrar alterações significativas nas três séries sanguíneas21 Na série vermelha notase uma anemia grave com redução drástica do número das hemácias causando consequente redução do hematócrito que é volume de hemácias volume sanguíneo total Percebese que essa anemia é normocítica devido ao Volume Corpuscular Médio Normal e normocrômica devido ao CHCM muito próximo ao normal essa discreta redução do CHCM seria muito pouco sensível para caracterizar uma hipocromia típica Além disso percebese que há uma anisocitose ou seja aumento do RDW indicando uma variabilidade no tamanho das hemácias produzidas que indicando que a medula está fazendo regeneração ativa dessas hemácias ou que está em curso um processo anêmico com várias causas que cursaram com a produção de hemácias de diferentes tamanhos21 As hemácias muito baixas associada à ausência de microcitose e hipocromia afastam a hipótese diagnóstica de anemia ferropriva clássica Nesse contexto é mais factível pensar tratarse de uma anemia de doença crônica ou seja aquela que se manifesta em um paciente com doença crônica de base e agora está mais descompensada como uma insuficiência renal crônica e doenças reumatológicas por exemplo Pode ser causada por uma hemorragia aguda em fase inicial ou também alguma condição hematológica como anemia aplásica ou mielodisplásica Por fim pode ocorrer também devido a uma anemia carencial mista deficiência de ferro que causaria microcitose juntamente à deficiência de B12 ou folato que causariam macrocitose ambas em conjunto mascarariam o processo tornando o VCM final normal21 Na série branca é possível notar uma leucocitose intensa às custas de uma grave neutrofilia aumento significativo no número de neutrófilos no sangue Também há uma diminuição do número de linfócitos Essa neutrofilia intensa sugere como principal hipótese diagnóstica uma infecção bacteriana severa como sepse Pode sugerir também reação inflamatória grave como pancreatite e infarto extenso ou uso recente de corticóide Outras hipóteses diagnósticas menos prováveis também são leucemia mieloide crônica e reação leucemóide 21 Já nas plaquetas notase uma intensa trombocitose ou seja um aumento muito significativo do número de plaquetas apesar de elas estarem com o volume normal22 Várias podem ser as causas desse processo como anemia grave que está perceptível na série vermelha do hemograma e a medula óssea pode tentar compensar essa anemia grave produzindo hemácias inflamações crônicas como infecção e doenças autoimunes hipótese essa que é reforçada pela severa neutrofilia na série branca sangramento recente como uma tentativa do corpo de coagulação e distúrbio mieloproliferativo22 Tal quantidade exacerbada de plaquetas foi confirmada na microscopia do sangue na qual foram vistas grande quantidade de plaquetas por campo em meio aos eritrócitos retratada na imagem abaixo22 Figura 5 Aula do dia 1704 Trombocitose intensa evidente na microscopia óptica22 Fonte Autoria própria 202523 3 SÉRIE VERMELHA23 31 INTRODUÇÃO23 32 FUNÇÃO23 33 VALOR DE REFERÊNCIA24 34 ALTERAÇÕES25 35 IMAGENS26 36 CASO CLÍNICO27 362 Caso Clínico 3Série Vermelha27 4 SÉRIE BRANCA29 41 INTRODUÇÃO29 42 FUNÇÃO29 43 VALOR DE REFERÊNCIA30 44 ALTERAÇÕES30 5 LAUDOS33 51 LAUDO CASO CLÍNICO 133 52 LAUDO CASO CLÍNICO 234 53 LAUDO CASO CLÍNICO 335 5 1 INTRODUÇÃO O estágio supervisionado representa uma etapa necessária na formação profissional de estudantes da área da saúde É nesse espaço de vivência prática que o conhecimento teórico que foi conseguido ao longo do curso encontra sua aplicação concreta em situações reais No contexto das análises clínicas o estágio permite ao aluno compreender os procedimentos laboratoriais mas também a importância da precisão da ética e da responsabilidade no cuidado à saúde do paciente SANTOS et al 2023 Dentre as diversas áreas que compõem as análises clínicas a Hematologia se destaca por sua relevância no diagnóstico de inúmeras patologias O sangue como tecido vivo carrega informações pertinentes sobre o funcionamento do organismo Por isso a análise de seus elementos hemácias leucócitos e plaquetas tornase um instrumento necessário no que diz respeito ao acompanhamento clínico de pacientes CIRO SILVA FILHO PELEGRINELI 2021 Durante o estágio em Hematologia foi possível vivenciar na prática atividades que envolvem desde a coleta de amostras até a análise microscópica de lâminas coradas Cada etapa do processo exigiu atenção aos detalhes conhecimento técnico e compreensão dos fundamentos fisiopatológicos por trás dos achados laboratoriais SANTOS et al 2023 Assim este relatório tem como objetivo geral descrever sobre as atividades desenvolvidas durante o estágio supervisionado em análises clínicas com ênfase na área de Hematologia destacando os procedimentos realizados os conhecimentos adquiridos e a importância da prática para a formação técnicocientífica e ética do futuro profissional 6 2 SÉRIE PLAQUETÁRIA As plaquetas ou trombócitos são fragmentos celulares considerado necessários e de grande relevância no processo de coagulação sanguínea Vale ressaltar que elas assumem importância inegável na hemostasia primária participando da formação do tampão plaquetário que interrompe hemorragias em vasos lesionados SANTOS et al 2024 A análise da série plaquetária portanto é importante para o diagnóstico de distúrbios hemorrágicos trombóticos ou condições que alterem quantitativa ou qualitativamente essas células Assim a avaliação pode ser realizada por contagem automatizada em hemograma e por análise morfológica em esfregaço sanguíneo corado permitindo observar alterações como macrotrombócitos agregados plaquetários ou plaquetas hipogranulares que indicam possíveis disfunções na produção ou consumo plaquetário SANTOS et al 2024 21 INTRODUÇÃO Este subcapítulo abordará os principais aspectos da série plaquetária destacando suas funções fisiológicas a metodologia empregada para análise e os achados observados durante a prática de estágio No estágio foram realizadas coletas de sangue preparação de lâminas com esfregaço sanguíneo e coloração com Leishman seguidas da análise microscópica com ênfase na morfologia e contagem das plaquetas As atividades permitiram identificar características como tamanho forma e distribuição das plaquetas além de avaliar possíveis alterações que pudessem indicar distúrbios hemostáticos 22 FUNÇÃO 7 Por que nos preocupamos tanto com o número de plaquetas no sangue A resposta é simples mas importante as plaquetas são responsáveis por impedir que o organismo perca sangue em excesso diante de qualquer lesão vascular Elas atuam como os primeiros socorros do sistema circulatório iniciando o processo de coagulação logo após a lesão BORELLI 2024 Segundo Borelli 2024 ao entrarem em contato com superfícies lesionadas as plaquetas aderem ao endotélio ativamse e liberam substâncias que promovem a agregação de outras plaquetas formando um tampão hemostático Mas será que sua função termina aí Definitivamente não Além da hemostasia primária as plaquetas têm papel relevante em processos inflamatórios e imunológicos Elas interagem com leucócitos e células endoteliais participando da modulação da resposta imune De acordo com Santos et al 2023 há evidências de que as plaquetas liberam citocinas e outras moléculas bioativas que influenciam a inflamação e até mesmo o processo de cicatrização tecidual Ou seja são protagonistas silenciosas em muitos mecanismos biológicos além da coagulação Entretanto o equilíbrio é tudo Um número abaixo do normal condição chamada trombocitopenia pode resultar em sangramentos espontâneos e graves Já uma concentração acima do esperado trombocitose pode favorecer a formação de trombos com risco de eventos como AVC ou trombose venosa profunda Segundo Borelli 2024 os valores normais situam se entre 150000 e 450000 plaquetas por microlitro de sangue mas é preciso avaliar além da quantidade como também a qualidade funcional dessas células É aí que entra a importância da análise laboratorial detalhada Durante o estágio pudemos não só observar a contagem automatizada de plaquetas mas também reconhecer aspectos morfológicos como forma tamanho e grau de granulação O que um número isolado não revela o microscópio pode mostrar E por que isso importa Porque distúrbios plaquetários muitas vezes não são numéricos mas funcionais Como destaca Santos et al 2024 alterações como a presença de macrotrombócitos ou plaquetas hipogranulares 8 podem indicar doenças hereditárias ou adquiridas que comprometem a ação hemostática Por fim é preciso lembrar que o sangue é um sistema integrado As plaquetas não agem isoladamente sua função depende da interação com proteínas plasmáticas vasos íntegros e fatores de coagulação Em outras palavras manter o número de plaquetas dentro dos valores normais é necessários mas compreendêlas em sua totalidade função forma interação é o que realmente contribui para uma avaliação clínica eficaz e segura 23 VALOR DE REFERÊNCIA E ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS A Tabela 1 apresenta os valores de referência utilizados como base para interpretação dos resultados obtidos nas análises hematológicas durante o estágio Tabela 1 Valores de referência dos índices hematimétricos Parâmetros Sexo masculino Sexo feminino Hemácias 40 a 54 mµL 46 a 60 mµL Hematócrito Ht 40 a 50 35 a 44 Hemoglobina Hb 135 a 18 gdL 115 a 16 gdL VCM 80 a 100ƒL 81 a 95 ƒL HCM 26 a 32 pg 26 a 34 pg CHCM 32 a 36 dL 32 a 36 dL RDW 113 a 15 113 a 15 Fonte adaptado de NAOUM 2013 e PNCQ 2017 24 ALTERAÇÕES Quando olhamos para um exame laboratorial e percebemos alterações na série plaquetária o que exatamente estamos observando Tratase apenas de um número fora do padrão A resposta vai além Alterações nas plaquetas indicam que algo pode estar desequilibrando o sistema hemostático Uma baixa contagem por exemplo pode refletir desde uma simples deficiência nutricional até doenças autoimunes ou síndromes graves da medula óssea Por outro lado o aumento da contagem plaquetária a trombocitose pode ser silencioso mas também perigoso O corpo estaria produzindo plaquetas em excesso por quê Em alguns casos é uma reação fisiológica a 9 inflamações ou infecções mas também pode indicar doenças mieloproliferativas crônicas Conforme destaca Borelli 2024 o risco está justamente na possibilidade de formação de trombos que de maneira inesperada comprometem a circulação e a oxigenação dos tecidos Durante a leitura microscópica da lâmina realizada no dia 20022025 foram identificadas as seguintes alterações hematológicas Hipocromia acentuada redução na coloração das hemácias indicando diminuição de hemoglobina Microcitose discreta hemácias com tamanho inferior ao normal Poquilocitose presença de hemácias com formatos variados Anisocitose discreta variação no tamanho das hemácias Equinócitos hemácias com bordas espiculadas Esferócitos células com forma esférica sem palidez central 25 IMAGENS Durante as aulas práticas realizadas nos dias 13 e 20 de fevereiro de 2025 foram feitos procedimentos laboratoriais de coleta preparo de lâminas coloração e análise microscópica O experimento teve como objetivo aplicar os conhecimentos teóricos da hematologia na prática laboratorial utilizando amostras dos próprios alunos A seguir apresentamse registros fotográficos Figura1 dos procedimentos e das análises realizadas Figura 1 Procedimentos laboratoriais de confecção e coloração do esfregaço Fonte Autoria Própria 2025 Da esquerda para a direita 1 lâminas preparadas para esfregaço sanguíneo 2 frascos com corantes utilizados na coloração do sangue 10 Leishman modificado PROV I II III e H2O 3 lâminas após coloração e secagem A figura 2 foi obtida com microscópio óptico utilizando objetiva de imersão 100x evidenciando hemácias com hipocromia poiquilocitose e presença de leucócitos Coloração Leishman Figura 2 Esfregaço sanguíneo com hipocromia e poiquilocitose Fonte Autoria Própria 2025 A observação microscópica da lâmina permitiu a identificação de importantes alterações morfológicas nas hemácias Destacamse a hipocromia acentuada visível pela palidez central aumentada das hemácias e a poiquilocitose caracterizada pela diversidade de formas celulares A presença de leucócitos com morfologia preservada também foi evidente 26 CASO CLÍNICO 261 Caso Clínico 1 Série Plaquetária Paciente do sexo masculino 22 anos apresentava cansaço frequente palidez e sangramentos gengivais leves sem histórico prévio de alterações hematológicas Assim esses sintomas aliados aos achados laboratoriais de plaquetopenia discreta e alterações morfológicas nas hemácias reforçam a 11 importância da análise microscópica complementar ao hemograma automatizado Durante a atividade prática realizada em 13022025 foi feita a coleta de sangue com garrote agulha com canhão e tubos apropriados Utilizando o próprio sangue cada aluno confeccionou seu esfregaço sanguíneo Com uma pipeta uma gota do sangue foi colocada sobre uma lâmina espalhada com outra lâmina a 45 As lâminas foram coradas com corante Leishman permanecendo imersas por 5 segundos em cada reagente e posteriormente secas ao ar Em 20022025 foi realizada a análise da lâmina no microscópio óptico objetiva de imersão 100x com foco na série plaquetária A observação revelou plaquetopenia discreta com macroplaquetas A tabela 2 apresenta os resultados do hemograma do caso clínico 1 Tabela 2 Resultados do hemograma caso clínico 1 Parâmetros Resultados Valores de Referência Plaquetas 55000mm³ 150000 a 450000mm³ VPM 112 fL 74 a 114 fL Observações Plaquetopenia discreta macroplaquetas Fonte Autoria Própria 2025 A Tabela 2 demonstra uma redução significativa na contagem de plaquetas caracterizando um quadro de plaquetopenia discreta O volume plaquetário médio VPM ligeiramente elevado pode indicar a presença de plaquetas jovens e maiores o que é compatível com a observação de macroplaquetas na lâmina Assim isso reforça a importância da análise morfológica como ferramenta complementar ao hemograma automatizado 12 27 LEITURA DA PRIMEIRA LÂMINA NA AULA PRÁTICA DO DIA 0304 271 SÉRIE VERMELHA Na aula do dia 03042025 foram realizados esfregaço e preparação da lâmina a partir de amostra de sangue e posteriormente realizada a análise das séries vermelha branca e plaquetária Nessa ocasião foram feitas duas leituras das lâminas O hemograma automatizado evidenciou na amostra de sangue 1 Tabela 3 Hemograma automatizado série vermelha da leitura 1 0304 Resultados Valores de Referência Observações Hemácias RBC 40 a 54 milhõesµL 458 milhõesµL Hemoglobina Hb 115 a 16 gdL 132 gdL Hematócrito Ht 35 a 44 389 VCM 80 a 100 fL 85 fL HCM 26 a 34 pg 289 pg CHCM 32 a 36 gdL 34 gdL RDW 113 a 15 138 Observações Hemácias com formato normal Ausência de alterações no número tamanho forma cor e composição Fonte Autoria Própria 2025 Figura 3 Coleta de série vermelha branca e plaquetas Fonte Autoria Própria 2025 13 Assim ficou evidente que não houve quaisquer alterações na série vermelha A quantidade de hemácias e hemoglobina estão normais afastando as hipóteses de anemia Essas hemácias também estão em concentração normal em relação ao plasma sanguíneo o que pode ser constatado pelo hematócrito o que afasta uma hipótese de hemoconcentração por desidratação grave por exemplo As hemácias estão de tamanho normal ou seja normocíticas pois o Volume Corpuscular Médio VCM está dentro da normalidade e com a concentração normal de hemoglobina ou seja normocrômicas pois o HCM Hemoglobina Corpuscular Média e CHCM Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média estão normais Ademais não há anisocitose ou seja um índice clinicamente significativo de discrepância no tamanho das hemácias pois o RDW Amplitude de Distribuição dos Glóbulos Vermelhos está dentro dos valores de referência Apesar disso o hemograma automatizado também apontou a suspeita de hemácias nucleadas do inglês NRBC Nucleated Red Blood Cells Células vermelhas nucleadas NRBC da sigla em inglês são as células precursoras das hemácias que ao perderem os seus núcleos dão origem aos reticulócitos Na circulação os reticulócitos finalizam o seu amadurecimento tornandose hemácias adultas e prontas para exercerem suas funções de transporte e fornecimento de oxigênio ao organismo Hoffbrand Moss 2011 Grotto HZW 2009 É normal encontrar essas células no RecémNascido prematuro e em condições de hipóxia neonatal ou doença hemolítica assim como na pré eclampsia e na sífilis congênita Hermansen 2001 Entretanto no contexto de um paciente adulto a presença dessas células nucleadas no sangue periférico se adequadamente relacionada à clínica do paciente pode ser indicativa de que a atividade hematopoiética está aumentada por exemplo por infiltração por células neoplásicas mielofibrose leucemias doenças mieloproliferativas hemólise hipoxemia ou somente um estresse medular ou processo reativo a uma situação atípica como uma infecção 14 Seria necessário fazer a contagem dos eritroblastos circulantes no sangue para dimensionar a magnitude dessa alteração e relacionálo à clínica do paciente 272 SÉRIE BRANCA Nessa mesma leitura o hemograma automatizado evidenciou quanto à série branca Tabela 4 Hemograma automatizado série branca da leitura 1 0304 Parâmetro Resultado Interpretação Leucócitos WBC 10 x10³µL Normal Neutrófilos NE 375 Baixo Linfócitos LY 47 Alto Monócitos MO 137 Alto Eosinófilos EO 11 Normal Basófilos BA 07 Normal Neutrófilos NE 38 x10³µL Normal Linfócitos LY 47 x10³µL Alto Monócitos MO 14 x10³µL Alto Eosinófilos EO 01 x10³µL Normal Basófilos BA 01 x10³µL Normal Fonte Autoria Própria 2025 Nesse contexto percebese que estão dentro da normalidade os leucócitos totais eosinófilos e eosinófilos absolutos basófilos e basófilos absolutos e neutrófilos absolutos Acreditase que a de neutrófilos esteja um pouco abaixo do valor de referência esperado 40 mas sem relevância clínica Essa diminuição em termos percentuais em contraste com um valor absoluto de neutrófilos normal pode indicar que a porcentagem que eles representam dos leucócitos está diminuída pelo aumento proporcional de outros leucócitos como os linfócitos As alterações encontradas foram linfocitose alta quantidade de linfócitos tanto em quanto em valor absoluto considerando o valor de referência com limite superior de 40 x10³µL e 40 A quantidade de monócitos também está alta tanto em termos absolutos quanto ou seja há uma monocitose considerando o valor de referência com limite superior de 10 e 02 08 x10³µL A principal hipótese diagnóstica que é reforçada diante de linfocitose e monocitose é infecção viral já que na infecção bacteriana ativa há um aumento de neutrófilos neutrofilia Outros diagnósticos diferenciais que devem ser 15 descartados é recuperação pósinfecção bacteriana pois combatida a infecção bacteriana há uma diminuição dos neutrófilos e aumento dos linfócitos e outras condições hematológicas que são diagnósticos menos frequentes É necessário ressaltar que isso deve estar relacionado ao contexto clínico do paciente Por se tratarem de linfocitose e monocitose não tão exuberantes com valores um pouco acima do intervalo do valor de referência o qual pode variar conforme o laboratório a idade e o sexo do indivíduo esses achados devem ser interpretados juntamente ao contexto clínico para terem relevância Em caso de um indivíduo com sinais e sintomas de via aérea superior como tosse congestão nasal e coriza esses achados podem indicar um resfriado causado por vírus por exemplo 273 SÉRIE PLAQUETÁRIA Tabela 5 Hemograma automatizado Plaquetas da leitura 1 0304 Plaquetas PLT 71000µL 150000 a 450000mm³ VPM MPV 83 fL 74 a 114 fL Fica evidente então que há uma considerável plaquetopenia ou trombocitopenia redução do número de plaquetas entretanto com volume plaquetário médio normal Em outras palavras a hemácia estão reduzidas em quantidade mas não em tamanho Há várias causas para a plaquetopenia Ela pode ocorrer por diminuição na produção de plaquetas como em um caso de aplasia medular radioterapia leucemia ou anemia megaloblástica aumento da destruição periférica por Púrpura Trombocitopênica Imune Síndrome Hemolítico Urêmica Dengue e Medicamentos sequestro esplênico já que o aumento do tamanho do baço diminui a contagem de plaquetas em casos como hipertensão portal cirrose hepática e esplenomegalia por doenças infecciosas como EpsteinBar Vírus doenças hematológicas etc Há outas causas também como sepse alcoolismo crônico e infecções virais como dengue HIV hepatites mononucleose Seria necessário relacionar à clínica do paciente para elucidar o motivo dessa plaquetopenia Entretanto no contexto desse hemograma ela pode reforçar a possibilidade de infecção viral que cursa com plaquetopenia como dengue HIV hepatites mononucleose já que ela está associada a uma 16 linfocitose e também a eritroblastos circulantes no sangue que indicam estresse medular 28 LEITURA DA SEGUNDA LÂMINA NA AULA PRÁTICA DO DIA 0304 281 SÉRIE VERMELHA Na aula do dia 03042025 foram realizados esfregaço e preparação da lâmina a partir de amostra de sangue e posteriormente realizada a análise das séries vermelha branca e plaquetária Nessa ocasião foram feitas duas leituras das lâminas Nesse tópico serão tratados os achados relativos à segunda leitura Tabela 6 Hemograma automatizado série vermelha da leitura 2 0304 Resultados Valores de Referência Observações Hemácias RBC 40 a 54 milhõesµL 432 milhõesµL Hemoglobina Hb 115 a 16 gdL 139 gdL Hematócrito Ht 35 a 44 414 VCM 80 a 100 fL 958 fL HCM 26 a 34 pg 322 pg CHCM 32 a 36 gdL 336 gdL RDW 113 a 15 115 Observações Hemácias com formato normal Ausência de alterações no número tamanho forma cor e composição Fonte Autoria Própria 2025 Assim ficou evidente que não houve quaisquer alterações na série vermelha A quantidade de hemácias e hemoglobina estão normais afastando as hipóteses de anemia Essas hemácias também estão em concentração normal em relação ao plasma sanguíneo o que pode ser constatado pelo hematócrito o que afasta uma hipótese de hemoconcentração por desidratação grave por exemplo As hemácias estão de tamanho normal ou seja normocíticas pois o Volume Corpuscular Médio VCM está dentro da normalidade e com a concentração normal de hemoglobina ou seja normocrômicas pois o HCM Hemoglobina Corpuscular Média e CHCM Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média estão normais Ademais não há anisocitose ou seja um índice clinicamente significativo de discrepância no tamanho das hemácias pois o RDW Amplitude de Distribuição dos Glóbulos Vermelhos está dentro dos valores de referência 17 282 SÉRIE BRANCA Nessa mesma leitura o hemograma automatizado evidenciou quanto à série branca Tabela 7 Hemograma automatizado série branca da leitura 2 0304 Parâmetro Resultado Interpretação Leucócitos 183 x10³µL Baixo Promielócitos 0 Normal Mielócitos 0 Normal Metamielócitos 0 Normal Bastonetes 0 Normal Segmentados 400 absoluto 732mm3 Baixo Eosinófilos 3 absoluto 55mm3 Normal Basófilos 0 Normal Linfócitos típicos 47 absoluto 860mm3 alto valor absoluto baixo Linfócitos atípicos 0 Normal Monócitos 10 absoluto 183mm3 alto valor absoluto normal Fonte Autoria Própria 2025 Assim na série branca desse hemograma as principais alterações observadas foram leucopenia importante dado que o valor de referência é 4 a 11 x 103mm3 neutropenia moderada já que os segmentados estavam em 40 com valor absoluto de 732 e o intervalo de referência é 47 a 63 com 1500 a 6900 de valor absoluto além de linfopenia e monocitose relativas a está alterada mas o valor absoluto está normal Além disso fica explicitada também a ausência de formas jovens promielócitos mielócitos e metamielócitos o que é um importante sinal pois reduz a suspeita de leucemia aguda Ademais também não há linfócitos atípicos o que reduz a suspeita de infecção viral embora não descarte essa hipótese É preciso relacionar com a clínica do paciente Para poder interpretar esses achados na série branca principalmente os relacionados à diminuição do número de células diminuição de leucócitos neutrófilos e linfócitos é preciso associar ao contexto clínico do paciente Entretanto possíveis causas sugeridas são infecções virais com supressão medular leve pósuso de quimioterapia ou medicamentos mielossupressores doença autoimune com comprometimento medular leve quadro transitório pós viral e se persistente aplasia ou hipoplasia medular 18 283 SÉRIE PLAQUETÁRIA Tabela 8 Hemograma automatizado Plaquetas da leitura 2 0304 Plaquetas PLT 63000µL 150000 a 450000mm³ É possível observar uma trombocitopenia significativa ou seja uma redução no número de plaquetas circulantes apesar do volume plaquetário médio VPM permanecer dentro dos limites normais Em outras palavras há menos plaquetas mas elas mantêm seu tamanho habitual As causas da trombocitopenia são variadas Ela pode resultar de diminuição da produção plaquetária como ocorre em aplasia medular leucemias anemias megaloblásticas ou após radioterapia Também pode decorrer de aumento da destruição periférica das plaquetas como se observa na púrpura trombocitopênica imune PTI síndrome hemolíticourêmica dengue ou reações adversas a medicamentos Outra possibilidade é o sequestro esplênico comum em situações de esplenomegalia secundária à hipertensão portal cirrose hepática ou infecções como o vírus EpsteinBarr além de doenças hematológicas Outras causas incluem sepse infecções virais como HIV hepatites mononucleose e dengue e alcoolismo crônico 29 LEITURA DA LÂMINA NA AULA PRÁTICA DO DIA 1004 O hemograma automatizado da aula prática do dia 1004 evidenciou nas séries vermelha branca e plaquetas Tabela 9 Hemograma automatizado Leitura do dia 1004 Resultados Valores de Referência Observações Hemácias RBC 40 a 54 milhõesµL 449 milhõesµL Hemoglobina Hb 115 a 16 gdL 124 gdL Hematócrito Ht 35 a 44 37 VCM 80 a 100 fL 824 fL HCM 26 a 34 pg 276 pg CHCM 32 a 36 gdL 335 gdL RDW 113 a 15 139 Observações Identificação de equinócitos no sangue Parâmetro Resultado Interpretação 19 Leucócitos WBC 92 x10³µL Normal Neutrófilos NE 374 Normal Linfócitos LY 381 Normal Monócitos MO 190 Normal Eosinófilos EO 30 Normal Basófilos BA 25 Normal Neutrófilos NE 34 x10³µL Normal Linfócitos LY 35 x10³µL Normal Monócitos MO 18 x10³µL Discretamente alto Eosinófilos EO 03 x10³µL Normal Basófilos BA 02 x10³µL Normal Plaquetas PLT 10000µL 150000 a 450000mm³ VPM MPV 87 fL 74 a 114 fL Nesse hemograma as séries vermelhas e brancas estão dentro da normalidade ou seja quantitativamente estão dentro do valor de referência Há uma discreta monocitose que pode decorrer de um processo inflamatório ativo A alteração que chama atenção nesse caso é a significativa trombocitopenia Caracterizase por ser uma plaquetopenia grave já que o valor de referência é de 150000 trombócitos por mmm3 e há apenas 10000 mm3 Nesse caso já há um comprometimento grande na cascata da coagulação tão grande que gera comprometimento orgânico podendo gerar hemorragias importantes manifestadas clinicamente como epistaxe hipermenorreia e sangramento gengival por exemplo Configurase como um sinal de alarme sendo necessário a depender da clínica do paciente a transfusão de pool plaquetário Além dessa transfusão também fazse crucial tratar o fator base causador dessa plaquetopenia Eles podem variar desde doenças hematológicas como leucemia aplasia medular anemia megaloblástica até reações adversas a medicamentos sequestro esplênico e doenças virais como dengue hepatite HIV e mononucleose Figura 4 Aula do dia 1004 Contagem de linfócitos hemácias e plaquetas 20 Fonte Autoria própria 2025 Ademais nessa aula também foi feita a análise microscópica do sangue Nessa análise foi identificada a presença de hemácias com espículas curtas e regulares ao redor da membrana denominadas equinócitos também chamadas de células em crenação O equinócito portanto é uma célula morfologicamente descrita como de membrana irregular como uma tampa de garrafa É uma das alterações morfológicas dos eritrócitos ou seja é uma poiquilocitose Elas podem ter causa artefatual equinócitos falsos ou causa patológica equinócitos verdadeiros destacandose dentre elas uremia doença renal crônica doenças hepáticas doenças eletrolíticas como hipomagnesemia e hipofosfatemia e transfusões e hemodiálises É preciso uma associação com o contexto clínico do paciente 210 LEITURA DA LÂMINA NA AULA PRÁTICA DO DIA 1704 O hemograma automatizado da aula prática do dia 1704 evidenciou nas séries vermelha branca e plaquetas Tabela 10 Hemograma automatizado Leitura do dia 1704 Resultados Valores de Referência Observações Hemácias RBC 40 a 54 milhõesµL 205 milhõesµL Hemoglobina Hb 115 a 16 gdL 62 gdL Hematócrito Ht 35 a 44 196 VCM 80 a 100 fL 954 fL HCM 26 a 34 pg 300 pg CHCM 32 a 36 gdL 315 gdL RDW 113 a 15 165 Observações Anemia normocítica e normocrômica Redução grave do número de hemácias Anisocitose Parâmetro Resultado Interpretação Leucócitos WBC 346 x10³µL Muito alto Neutrófilos NE 958 Muito alto Linfócitos LY 19 Baixo Monócitos MO 18 Normal Eosinófilos EO 05 Normal Basófilos BA 00 Normal Neutrófilos NE 331 x10³µL Muito alto Linfócitos LY 06 x10³µL Baixo Monócitos MO 06 x10³µL Normal 21 Eosinófilos EO 02 x10³µL Normal Basófilos BA 00 x10³µL Normal Plaquetas PLT 647000µL 150000 a 450000mm³ VPM MPV 101 fL 74 a 114 fL Nesse hemograma é possível encontrar alterações significativas nas três séries sanguíneas Na série vermelha notase uma anemia grave com redução drástica do número das hemácias causando consequente redução do hematócrito que é volume de hemácias volume sanguíneo total Percebese que essa anemia é normocítica devido ao Volume Corpuscular Médio Normal e normocrômica devido ao CHCM muito próximo ao normal essa discreta redução do CHCM seria muito pouco sensível para caracterizar uma hipocromia típica Além disso percebese que há uma anisocitose ou seja aumento do RDW indicando uma variabilidade no tamanho das hemácias produzidas que indicando que a medula está fazendo regeneração ativa dessas hemácias ou que está em curso um processo anêmico com várias causas que cursaram com a produção de hemácias de diferentes tamanhos As hemácias muito baixas associada à ausência de microcitose e hipocromia afastam a hipótese diagnóstica de anemia ferropriva clássica Nesse contexto é mais factível pensar tratarse de uma anemia de doença crônica ou seja aquela que se manifesta em um paciente com doença crônica de base e agora está mais descompensada como uma insuficiência renal crônica e doenças reumatológicas por exemplo Pode ser causada por uma hemorragia aguda em fase inicial ou também alguma condição hematológica como anemia aplásica ou mielodisplásica Por fim pode ocorrer também devido a uma anemia carencial mista deficiência de ferro que causaria microcitose juntamente à deficiência de B12 ou folato que causariam macrocitose ambas em conjunto mascarariam o processo tornando o VCM final normal Na série branca é possível notar uma leucocitose intensa às custas de uma grave neutrofilia aumento significativo no número de neutrófilos no sangue Também há uma diminuição do número de linfócitos Essa neutrofilia intensa sugere como principal hipótese diagnóstica uma infecção bacteriana severa como sepse Pode sugerir também reação inflamatória grave como 22 pancreatite e infarto extenso ou uso recente de corticóide Outras hipóteses diagnósticas menos prováveis também são leucemia mieloide crônica e reação leucemóide Já nas plaquetas notase uma intensa trombocitose ou seja um aumento muito significativo do número de plaquetas apesar de elas estarem com o volume normal Várias podem ser as causas desse processo como anemia grave que está perceptível na série vermelha do hemograma e a medula óssea pode tentar compensar essa anemia grave produzindo hemácias inflamações crônicas como infecção e doenças autoimunes hipótese essa que é reforçada pela severa neutrofilia na série branca sangramento recente como uma tentativa do corpo de coagulação e distúrbio mieloproliferativo Tal quantidade exacerbada de plaquetas foi confirmada na microscopia do sangue na qual foram vistas grande quantidade de plaquetas por campo em meio aos eritrócitos retratada na imagem abaixo Figura 5 Aula do dia 1704 Trombocitose intensa evidente na microscopia óptica 23 Fonte Autoria própria 2025 3 SÉRIE VERMELHA A análise da série vermelha permite investigar as condições fisiológicas e patológicas relacionadas ao transporte de oxigênio e dióxido de carbono no organismo Por meio da contagem observação morfológica e análise de parâmetros como VCM HCM e hemoglobina é possível identificar distúrbios como anemias policitemias e alterações qualitativas nas hemácias Assim essa etapa do estágio teve como objetivo compreender essas alterações por meio de técnicas práticas em lâminas coradas e leitura microscópica fortalecendo a correlação entre teoria e realidade clínica ASSIS PEDROSA 2024 31 INTRODUÇÃO Este subcapítulo abordará os principais aspectos relacionados à série vermelha incluindo suas funções fisiológicas os parâmetros laboratoriais envolvidos e as alterações mais frequentes em diferentes contextos clínicos No estágio realizamos atividades práticas como a coleta de sangue confecção de esfregaço em lâminas e coloração com Leishman seguidas da análise morfológica das hemácias Essas práticas possibilitaram observar condições como hipocromia anisocitose microcitose e poiquilocitose fundamentais para a identificação de anemias e outras alterações hematológicas 32 FUNÇÃO Qual é a real importância das hemácias em nosso organismo Por serem tão numerosas e presentes em todas as análises laboratoriais às vezes passam despercebidas em sua complexidade No entanto as hemácias são as principais responsáveis pelo transporte de oxigênio dos pulmões para os tecidos e de dióxido de carbono no sentido inverso Esse transporte ocorre graças à presença da hemoglobina uma proteína rica em ferro que se liga aos 24 gases respiratórios Segundo Freitas e Silveira 2021 a estrutura bicôncava da hemácia aumenta sua área de superfície otimizando as trocas gasosas e contribuindo para a eficiência dessa função vital Mas será que todas as hemácias funcionam da mesma maneira A resposta é não O desempenho das hemácias está diretamente relacionado à sua morfologia quantidade e integridade Uma alteração em qualquer um desses aspectos pode comprometer a oxigenação dos tecidos e consequentemente o funcionamento de todo o organismo Por exemplo a presença de microcitose e hipocromia hemácias pequenas e com pouca coloração pode indicar deficiência de ferro como destaca Borelli 2024 evidenciando que mesmo pequenas mudanças estruturais podem gerar impactos sistêmicos Outro ponto importante é o equilíbrio da produção e destruição das hemácias O corpo humano tem mecanismos para regular essa balança A medula óssea produz milhões de hemácias por segundo e o baço juntamente com o fígado remove as células envelhecidas ou defeituosas Porém o que acontece quando essa renovação é afetada Segundo Freitas e Silveira 2021 tanto a produção inadequada quanto a destruição excessiva podem levar a anemias cujos sintomas como fadiga palidez e taquicardia são respostas do corpo à deficiência de oxigênio E o que dizer da avaliação laboratorial da série vermelha Ela vai muito além da simples contagem de hemácias Parâmetros como o volume corpuscular médio VCM a hemoglobina corpuscular média HCM e a concentração de hemoglobina corpuscular média CHCM fornecem informações sobre o tipo e a gravidade das alterações presentes Dito isto esses índices quando associados à análise morfológica no esfregaço sanguíneo possibilitam uma investigação mais completa e assertiva Como afirmam Otsuka et al 2021 a relação entre análise quantitativa e observação microscópica é o que sustenta a acurácia diagnóstica 33 VALOR DE REFERÊNCIA 25 Os valores de referência adotados para a análise da série vermelha encontramse previamente apresentados na Tabela 1 deste relatório Eles serviram como base comparativa para a identificação de alterações quantitativas e morfológicas das hemácias nas amostras avaliadas durante o estágio 34 ALTERAÇÕES Alterações na série vermelha dizem respeito tanto à quantidade quanto à qualidade das hemácias e podem demonstrar desde um distúrbio nutricional simples até uma doença hematológica grave Por exemplo quando encontramos microcitose e hipocromia em um esfregaço sanguíneo podemos estar diante de uma anemia ferropriva segundo Borelli 2024 que destaca a importância de analisar não só a contagem mas também a forma e o conteúdo das células vermelhas Por outro lado alterações como anisocitose poiquilocitose ou esferocitose podem demonstrar distúrbios morfológicos que nem sempre aparecem na contagem automatizada Assim essas anormalidades podem indicar patologias hereditárias ou adquiridas que comprometem a eficiência do transporte de oxigênio Como destaca Otsuka et al 2021 a presença de hemácias de tamanhos e formas variadas é um sinal de que a eritropoiese o processo de produção de hemácias está desorganizada ou sob estresse Nesse contexto o olhar atento do profissional ao microscópio se torna tão relevante quanto qualquer tecnologia laboratorial pois a interpretação correta dessas alterações pode ser decisiva na condução clínica do paciente Durante a leitura microscópica da lâmina realizada no dia 27022025 observouse um padrão morfológico característico de distúrbios na série vermelha Foram identificadas alterações relevantes como microcitose hipocromia anisocitose Tais alterações sugerem uma resposta eritrocitária compatível com quadros de anemia carencial especialmente a ferropriva em estágio evolutivo A análise morfológica aliada ao hemograma reforçou a importância do exame direto como ferramenta complementar na interpretação dos distúrbios hematológicos 26 35 IMAGENS A seguir apresentamse registros fotográficos das atividades práticas de coloração e análise da série vermelha de hemácias da aula do dia 27022025 Figura 6 Lâminas em processo de coloração com corante Leishman Fonte Autoria Própria 2025 Na figura 3 é possível observar lâminas posicionadas para coloração durante a prática laboratorial do dia 27022025 utilizando o corante Leishman Após o tempo de contato com os reagentes as lâminas foram secas ao ar para posterior análise microscópica Durante a prática laboratorial além da observação morfológica das hemácias foi realizada a contagem Poiquilocitose com o auxílio de um aplicativo específico Esse recurso digital facilita a classificação celular permitindo o registro automatizado da frequência de diferentes tipos de leucócitos como segmentados Seg bastonetes Stab linfócitos Lym monócitos Mono eosinófilos Eos e basófilos Baso Na contagem obtida observouse predomínio de neutrófilos segmentados 80 presença de eosinófilos 0 monócitos 13 linfócitos 7 e ausência de bastonetes basófilos ou outras células Assim essa abordagem contribui para a 27 compreensão prática da contagem de 100 células procedimento importante na análise do leucograma manual Figura 7 Imagem microscópica da série vermelha com presença de linfócito pequeno Fonte Autoria Própria 2025 Na figura 4 é possível visualizar hemácias com coloração central mais clara indicando hipocromia além de poiquilocitose discreta Também é possível visualizar um linfócito pequeno reforçando a aplicação prática da diferenciação celular no esfregaço sanguíneo 36 CASO CLÍNICO 362 Caso Clínico 3Série Vermelha Paciente do sexo feminino 34 anos relatava episódios frequentes de cansaço tontura palidez cutânea e cefaleia Apresentava histórico de menorragia e má alimentação A coleta de sangue foi realizada durante a aula prática do dia 27022025 seguida do preparo da lâmina e coloração com corante Leishman conforme protocolo técnico da instituição 28 A análise microscópica apresentou alterações importantes nas hemácias como microcitose hipocromia anisocitose poiquilocitose e presença de esferócitos Essas observações somadas aos dados laboratoriais indicam um quadro sugestivo de anemia ferropriva A tabela 3 apresenta os resultados do hemograma do caso clínico 2 Tabela 11 Resultados do hemograma caso clínico 2 Resultados Valores de Referência Observações Hemácias RBC 40 a 54 milhõesµL 579 milhõesµL Hemoglobina Hb 115 a 16 gdL 82 gdL Hematócrito Ht 35 a 44 355 VCM 80 a 100 fL 656 fL HCM 26 a 34 pg 213 pg CHCM 32 a 36 gdL 324 gdL RDW 113 a 15 206 Observações Microcitose anisocitose hipocromia poiquilocitose esferócitos Fonte Autoria Própria 2025 Os resultados da Tabela 3 reforçam o diagnóstico de anemia microcítica e hipocrômica com índices hematimétricos significativamente alterados como VCM e HCM reduzidos e RDW elevado indicando intensa variação no tamanho das hemácias A presença de poiquilocitose e esferócitos evidencia alterações morfológicas relevantes características de anemias carenciais como a ferropriva 29 4 SÉRIE BRANCA A série branca compreende os leucócitos células fundamentais na defesa do organismo São elas que participam ativamente de processos inflamatórios infecciosos e imunológicos cada uma com função específica no reconhecimento e combate a agentes patogênicos FREITAS SILVEIRA 2021 Neste subcapítulo serão abordados os principais aspectos dessa série incluindo sua composição função e interpretação laboratorial Durante o estágio foram realizadas atividades práticas de análise de esfregaço sanguíneo com coloração de Leishman identificação morfológica dos leucócitos e contagem diferencial experiências que permitiram aplicar os conhecimentos teóricos à prática diagnóstica 41 INTRODUÇÃO Durante o estágio os alunos foram realizadas atividades como a coleta de sangue preparo de esfregaço em lâminas coloração com Leishman e posterior leitura microscópica para a contagem diferencial dos leucócitos A prática permitiu a identificação e diferenciação morfológica entre neutrófilos linfócitos monócitos eosinófilos e basófilos além da análise de alterações percentuais e absolutas que podem sugerir infecções inflamações ou distúrbios imunológicos 42 FUNÇÃO De acordo com Borelli 2024 essas células são de grande importância para o funcionamento do sistema imunológico participando de processos inflamatórios infecciosos e de defesa adaptativa com grande especificidade e coordenação 30 Mas será que todos os leucócitos desempenham a mesma função De forma alguma Cada tipo celular da série branca possui um papel muito específico Os neutrófilos por exemplo são os primeiros a chegar em locais de infecção e têm como principal função fagocitar microrganismos Já os linfócitos são os arquitetos da resposta imune adaptativa atuando com memória imunológica e produção de anticorpos SANTOS et al 2024 Monócitos eosinófilos e basófilos também têm papéis singulares relacionados a processos inflamatórios crônicos resposta a parasitas e reações alérgicas respectivamente Como destaca Santos et al 2023 essa divisão funcional é importante para que o sistema imunológico atue de forma eficaz e proporcional frente a cada desafio Então o que acontece quando essa série se altera A resposta está nos sinais do próprio corpo Um aumento expressivo de leucócitos a leucocitose pode indicar infecção bacteriana aguda como mostram os achados de Santos et al 2024 enquanto uma diminuição leucopenia pode deixar o organismo vulnerável a infecções Mais do que a quantidade a análise qualitativa é indispensável A presença de formas imaturas ou atípicas pode sugerir doenças hematológicas como leucemias ou reações infecciosas intensas sendo um alerta importante no diagnóstico laboratorial No estágio prático essa teoria se torna viva A partir da preparação de esfregaços sanguíneos e coloração com Leishman a observação ao microscópio permitiu reconhecer a morfologia específica de cada tipo de leucócito 43 VALOR DE REFERÊNCIA Os valores de referência utilizados para a análise da série branca já se encontram apresentados na Tabela 1 deste relatório 44 ALTERAÇÕES Alterações na série branca como uma elevação significativa dos leucócitos leucocitose podem sinalizar a resposta do organismo frente a 31 infecções bacterianas inflamações agudas ou até processos malignos como as leucemias Segundo Borelli 2024 o aumento de leucócitos é um resultado direto da ativação do sistema imune que mobiliza suas tropas para lidar com o que reconhece como ameaça Por outro lado uma diminuição leucopenia pode ser um sinal de imunossupressão seja por infecções virais uso de medicamentos ou disfunções medulares Contudo será que apenas o número importa Nem sempre A presença de formas jovens como bastonetes em grande quantidade pode indicar um desvio à esquerda expressão clássica usada para descrever a liberação precoce de células da medula óssea durante infecções intensas Já a visualização de leucócitos atípicos pode sugerir infecções virais ou doenças linfoproliferativas Como destacam Freitas e Silveira 2021 é importante não se limitar à contagem absoluta a interpretação cuidadosa do tipo da proporção e da morfologia dos leucócitos oferece pistas valiosas sobre o que está ocorrendo no organismo Assim entender as alterações na série branca é acima de tudo compreender as nuances da comunicação entre o sistema imunológico e o mundo ao redor e dentro do corpo humano Durante a análise do esfregaço sanguíneo corado com Leishman realizada nos dias 13 20 e 24 de março de 2025 foram observadas células da série branca leucócitos em boa quantidade com predominância de neutrófilos segmentados A contagem diferencial evidenciou 80 de segmentados 14 de linfócitos e 6 de monócitos dados que embora dentro da faixa de normalidade podem sugerir uma leve resposta inflamatória aguda ou presença de infecção leve Além da contagem celular direta na lâmina 1 outros exames foram realizados O hemograma demonstrou leucocitose WBC 213 x10³µL e desvio segmentar à esquerda com percentual elevado de neutrófilos segmentados NE 901 e linfócitos reduzidos LY 53 Os monócitos apresentaramse discretamente abaixo do limite normal Esses dados sugerem fortemente um quadro de infecção bacteriana aguda em curso Diferentemente da Lâmina 2 que apresentou alterações morfológicas nos eritrócitos a Lâmina 1 não teve registros de anormalidades na série 32 vermelha A presença de número expressivo de neutrófilos segmentados e de monócitos foi compatível com os achados visuais observados ao microscópio óptico com objetiva de imersão 100x 45 IMAGENS A figura 5 apresenta três campos distintos da lâmina analisada na aula do dia 13032025 sob objetiva de imersão 100x corada com Leishman Figura 8 Microscopia óptica com predomínio de leucócitos segmentados Fonte Autoria Própria 2025 É possível observar a alta frequência de neutrófilos segmentados células com núcleo multilobulado e a presença de monócitos núcleo grande e irregular reforçando os achados do hemograma e da contagem diferencial Figura 9 Análise morfológica com apoio visual de diferenciação celular Fonte Autoria Própria 2025 A presença de neutrófilos segmentados monócitos e linfócitos foi confirmada por comparação direta com esquemas morfológicos previamente fornecidos em aula permitindo maior precisão na classificação celular 33 46 CASO CLÍNICO 463 Caso Clínico 3 Série Branca Paciente do sexo masculino 23 anos compareceu para avaliação hematológica apresentando febre fadiga e leve dor abdominal há três dias Foi realizada coleta sanguínea e confecção de esfregaço com coloração Leishman A análise microscópica da Lâmina 1 revelou predominância de neutrófilos segmentados 80 com discreta linfocitopenia 14 e presença de monócitos em 6 A série vermelha não apresentou alterações morfológicas O hemograma revelou leucocitose com contagem total de leucócitos em 213 x10³µL neutrofilia NE 901 e linfócitos baixos LY 53 Tais achados são compatíveis com infecção bacteriana em fase aguda justificando o predomínio de neutrófilos segmentados como resposta imunológica do organismo Tabela 12 Laudo de contagem diferencial Caso Clínico 3 Tipo Celular Contagem Absoluta Valores de Referência Neutrófilos Segmentados 80 40 a 75 Linfócitos 14 20 a 45 Monócitos 6 1 a 12 Outros Leucócitos 0 Fonte Autoria Própria 2025 O laudo confirma a predominância de neutrófilos segmentados na amostra avaliada o que aliado à leucocitose observada no hemograma automatizado indica um quadro inflamatório agudo provavelmente infeccioso A contagem diferencial realizada tanto de forma manual quanto digital validou os achados clínicos e laboratoriais e contribuiu para a compreensão da fisiopatologia envolvida no processo de resposta imune 5 LAUDOS 51 LAUDO CASO CLÍNICO 1 Tabela 13Laudo de contagem diferencial Caso Clínico 1 34 Parâmetros Resultado Valores de referência Hemácias 295 x10 µL ⁶ 40 a 54 milhõesµL F Hemoglobina Hb 80 gdL 115 a 16 gdL Hematócrito Ht 264 35 a 44 VCM 664 fL 81 a 95 fL HCM 204 pg 26 a 34 pg CHCM 308 gdL 32 a 36 gdL RDW 177 113 a 15 Leucócitos 178 x10³µL 4000 a 11500mm³ Neutrófilos NE 85 40 a 75 Linfócitos L 3 20 a 45 Monócitos M 3 1 a 12 Plaquetas PLT 501 x10³µL 150000 a 450000mm³ VPM 68 fL 74 a 114 fL Observações Anemia microcitose hipocromia anisocitose discreta poquilocitose resposta inflamatória Fonte Autoria Própria 2025 A análise dos dados apresentados na Tabela 5 demonstra um quadro hematológico compatível com anemia microcítica e hipocrômica associada à leucocitose com neutrofilia acentuada Os valores reduzidos de hemoglobina hematócrito VCM e HCM reforçam o diagnóstico de anemia enquanto a elevação dos leucócitos especialmente dos neutrófilos sugere uma possível resposta inflamatória ou infecciosa aguda 52 LAUDO CASO CLÍNICO 2 Tabela 14 Laudo de contagem Caso Clínico 2 Parâmetros Resultados Valores de referência Hemácias RBC 573 x10 µL ⁶ 46 a 60 milhõesµL M Hemoglobina Hb 122 gdL 135 a 18 gdL Hematócrito Ht 375 40 a 50 VCM 656 fL 81 a 95 fL HCM 213 pg 26 a 34 pg CHCM 324 gdL 32 a 36 gdL RDW 206 113 a 15 Leucócitos WBC 32 x10³µL 4000 a 11500mm³ Neutrófilos NE 479 40 a 75 Linfócitos LY 373 20 a 45 Monócitos MO 143 1 a 12 Eosinófilos EO 00 1 a 6 Basófilos BA 05 0 a 1 Plaquetas PLT 266000µL 150000 a 450000mm³ VPM MPV 94 fL 74 a 114 fL Observações Microcitose hipocromia poiquilocitose anisocitose Fonte Autoria Própria 2025 35 A análise do laudo hematológico confirma as alterações morfológicas observadas na lâmina Os índices hematimétricos reduzidos como VCM e HCM juntamente com o aumento do RDW reforçam a hipótese diagnóstica de anemia microcítica hipocrômica frequentemente relacionada à deficiência de ferro 53 LAUDO CASO CLÍNICO 3 Tabela 15 Hemograma automatizado caso clínico 3 Parâmetro Resultado Interpretação Leucócitos WBC 213 x10³µL Alto Neutrófilos NE 901 Alto Linfócitos LY 53 Baixo Monócitos MO 19 Normal Eosinófilos EO 19 Normal Basófilos BA 01 Normal Linfócitos LY 11 x10³µL Baixo Monócitos MO 05 x10³µL Normal Eosinófilos EO 04 x10³µL Normal Basófilos BA 00 x10³µL Normal Linfócitos LY 11 x10³µL Baixo Fonte Autoria Própria 2025 O hemograma automatizado complementa e fortalece a hipótese diagnóstica de um processo infeccioso agudo principalmente pela elevação acentuada de neutrófilos Assim esse exame mostrouse necessário para correlacionar os achados microscópicos com dados quantitativos oferecendo uma visão mais abrangente do quadro clínico do paciente

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