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Engenharia Civil ·
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COBRAE 2005 Vol 2 Investigação Geotécnica Para Quê Marinho F A M Universidade de São Paulo São Paulo São Paulo Brasil fmarinhouspbr Resumo O presente trabalho trata de um tema que tem se tornado áspero para a maioria dos geotécnicos Áspero pelo fato de ter se criado uma mentalidade de que o conhecimento geotécnico está apenas associado à chamada experiência No mundo todo a investigação geotécnica tem sido uma exigência associada com a Experiência Com o avanço tecnológico têm surgido tecnologias que facilitam a investigação e a instrumentação de obras geotécnicasTambém é objetivo deste trabalho apresentar algumas destas tecnologias que estão cada dia mais comuns no meio científico brasileiro mas que não têm recebido a devida atenção da indústria geotécnica Abstract The present work deals with a subject that has become rough for the majority of the geotechnical engineering Rough for the fact that it was created a mentality that the geotechnical knowledge is only associated to what is called experience Around the world geotechnical investigation has been a requirement associated to the Experience With the technological advance technologies have been developed in order to facilitate the investigation and the instrumentation of geotechnical works It is the objective of this work to present some of these technologies that are more and more common into the Brazilian scientific society but that has not yet received the deserved attention from the geotechnical industry 1 Introdução Pearl 2000 apresenta uma bem estruturada justificativa sobre a nossa capacidade de explicar as coisas Tomando emprestado o seu raciocínio podese criar a idéia da importância e da necessidade de justificar ações de engenharia geotécnica com base nas investigações que se pode e deve fazer Nos primórdios dos tempos a casualidade das coisas não era um problema Embora a necessidade de se saber o porquê das coisas tenha surgido muito cedo na história da humanidade A Bíblia informa que apenas algumas horas após Adão ter comido da árvore do conhecimento ele já era um grande conhecedor da argumentação causal Quando Deus perguntou você comeu desta árvore Adão respondeu A mulher que o senhor me trouxe como companheira me deu a fruta e eu a comi Eva habilmente diz A serpente me persuadiu e eu a comi Mais uma vez Pearl 2000 chama atenção para um aspecto interessante sobre esta história Deus não pediu explicações ele pediu apenas os fatos Adão achou por bem explicar Ou seja a explicação das causas é um conceito criado pelo homem Outro aspecto interessante desta passagem é o fato de que a explicação é usada apenas para transferir responsabilidade e foi assim por muito tempo e em muitos casos ainda é hoje No início apenas Deus pessoas e animais podiam ser agentes causadores dos eventos Objetos eventos ou processos físicos não eram responsabilizados por nada Todos os eventos naturais eram predeterminados por deuses enfurecidos e assim sendo não podiam eles próprios os eventos serem responsabilizados pelas causas Estas explicações eram até certo ponto ingênuas claras e não causavam nenhum mal em si É neste momento que a engenharia entra como elemento perturbador A necessidade de se construir máquinas para a execução de trabalhos além de outros usos levou a engenharia a buscar causas para os eventos em geral Esta busca só teve sucesso com investigações É curioso observar que um dos instrumentos mais usados na geotecnia o piezômetro tenha sido desenvolvido na área de saúde Em 1733 Stephen Hales mediu a pressão sangüínea de um cavalo A Figura 1 apresenta uma ilustração do experimento de Hales Forssmann 1956 O tubo visto na Figura 1 é na verdade um piezômetro Desde este desenvolvimento até os dias de hoje a medicina tem feito uso de instrumentação e investigação para salvar vidas A engenharia geotécnica não difere das demais ciências e teve o seu desenvolvimento ligado a COBRAE 2005 Vol 2 muita investigação No Brasil a construção de barragens estradas metrôs e fundações em geral geraram uma sólida base de conhecimento que teve a colaboração fundamental de recursos utilizados para realizar investigações Isto associado ao fato de que nas empresas públicas o papel do engenheiro geotécnico era fundamental para o desenvolvimento dos projetos e para a definição das ações investigativas Figura 1 O primeiro piezômetro A investigação na geotecnia mais especificamente voltada para taludes tem como objetivo avaliar as condições geológicas e dos solos que afetam a segurança o custo o projeto e a execução do mesmo ou remediações As preocupações com os aspectos ditos ambientais têm exigido investigações que em nada diferem do conceito de investigação para fins geotécnicos Sendo assim investigação geotécnica nada mais é do que fornecer subsídios para os aspectos ambientais dos projetos O Eurocode 7 que na sua parte 1 trata do projeto geotécnico faz uma distinção entre categorias de obras geotécnicas para fins de investigação As obras são divididas em três grupos sendo que apenas no primeiro grupo que apresenta risco desprezível em termos gerais não se exige investigação geotécnica Em muitos pontos o código europeu chama a atenção para a experiência e destaca a sua importância em muitos casos Sem no entanto querer descartar a possibilidade de investigações geotécnicas Nas outras duas categorias o código sugere que se deva ter dados geotécnicos quantitativos com ensaios laboratoriais e de campo No item 241 do Eurocode 7 parte 1 temse a seguinte observação Devese considerar que o conhecimento das condições do subsolo depende da extensão e da qualidade das investigações geotécnicas Tal conhecimento e o controle da mão de obra são em geral mais significativos para preencher os requerimentos fundamentais do que a precisão nos cálculos e em fatores de segurança parciais Os grandes riscos envolvidos com obras de engenharia estão associados a problemas com o subsolo Os problemas estão associados às incertezas que são resultados da ação da natureza e do homem Isto pode prejudicar substancialmente o projeto e o meio ambiente se o subsolo não é adequadamente conhecido Becker 2001 O principal objetivo deste artigo é abordar aspectos sobre a necessidade de se estimular a investigação geotécnica para evitar que soluções sejam dadas com base na falta de conhecimento sobre as características geotécnicas do local das obras 2 Antes de investigar Antes de tudo é necessário se definir o escopo e o propósito da investigação O escopo é determinado pelo estágio do projeto ou seja viabilidade básico ou executivo O propósito da investigação está associado às características do projeto ou seja estabilidade de taludes naturais remediação de rupturas etc A geotecnia é uma ciência que necessita de observação Antes e depois de programada a campanha de investigação é fundamental que a observação seja quase uma obsessão É sempre bom lembrar os ensinamentos contidos no método observacional proposto por Peck 1969 Peck 1969 destaca que a investigação é fundamental juntamente com o estabelecimento das condições mais prováveis e mais desfavoráveis a condição mais desfavorável é o que tem levado a análise sob a ótica dos solos saturados O clima tem papel fundamental neste aspecto O geotécnico deve escolher aqueles parâmetros que deverão ser monitorados durante a construção e vida útil da obra lembrandose que a variação sazonal dos parâmetros é de fundamental importância para a estabilidade de taludes A investigação deve servir de base para que se tenha sempre em mente uma alternativa que responda às observações feitas por meio da monitoração da obra Lembrando que projetos de taludes quase nunca podem ser feitos com o sistema design as you go COBRAE 2005 Vol 2 Diversos são os fatores que influenciam a escolha dos métodos de investigação são eles 1 Natureza dos materiais de subsuperfície 2 Condição do lençol de água 3 Tipo de obra a ser construída ou investigada 4 Complexidade da área 5 Topografia local 6 Grau de perturbação de cada método investigativo 7 Tempo 8 Aspectos geoambientais 9 Limitações de orçamento 10 Aspectos políticos Em geral os dois últimos itens são responsabilizados pela redução das investigações O código Europeu apresenta uma estrutura que vincula a obtenção de parâmetros ao seu uso nos projetos Na Figura 2 está apresentada a estrutura contida no prEN 19972 2003 Seleção cuidadosa C1 C2 L1 L2 1 2 3 4 CR1 CR2 Informações de outras fontes sobre a área o solo rochas e sobre o projeto EN 19972 Investigação EN 19971 Projeto Modelos geotécnicos e e parâmetros geotécnicos Parâmetros geotécnicos para projeto Aplicação de fatores parciais C Campo L Laboratório CR Correlações Resultados dos ensaios e valores derivados Seleção cuidadosa C1 C2 L1 L2 C1 C2 L1 L2 1 2 3 4 1 2 3 4 CR1 CR2 Informações de outras fontes sobre a área o solo rochas e sobre o projeto EN 19972 Investigação EN 19971 Projeto Modelos geotécnicos e e parâmetros geotécnicos Parâmetros geotécnicos para projeto Aplicação de fatores parciais C Campo L Laboratório CR Correlações Resultados dos ensaios e valores derivados Figura 2 Estrutura geral para seleção de parâmetros geotécnicos para projeto modificado da prEN 19972 2003 3 Por que investigar A falta de investigação geotécnica ou a má interpretação de dados resulta em projetos inadequados atrasos na obra aumento de custos por modificações de última hora e remediação problemas ambientais e até mesmo a ruptura da obra A investigação geotécnica além de minimizar os riscos e custos é uma forma de demonstrar responsabilidade para com a sociedade e respeito à natureza Devese saber que os resultados e análises das investigações geotécnicas são documentos de projeto 4 A quem interessa a investigação geotécnica Definir a quem interessa a investigação geotécnica é fundamental para podermos responder as seguintes perguntas O que é uma investigação geotécnica adequada Como saber qual a melhor investigação a ser feita Qual investigação nos fornecerá parâmetros para o projeto Projetar conhecendose os aspectos geológico geotécnicos é a melhor forma de fazer engenharia Devemos trabalhar para resolver os problemas previstos e evitar trabalhar para resolver os problemas ocorridos Investigar interessa a sociedade ao poder público e ao engenheiro geotécnico 5 Parâmetros A investigação geotécnica além de permitir a identificação de características geométricas e estruturais que podem condicionar determinadas soluções ela pode fornecer parâmetros para projeto e análises Estes parâmetros podem ser classificados em três grupos quais sejam resistência deformabilidade e fluxo Com a proliferação de programas computacionais a ferramenta da análise paramétrica tem se tornado muitas vezes um substituto de uma investigação adequada Muitas vezes o próprio programa apresenta sugestões de parâmetros Na grande maioria dos casos as particularidades dos solos das diversas regiões do Brasil não são consideradas 6 Geomorfologia e Estratigrafia A análise de estabilidade de taludes tem cada vez mais integrado os estudos geomorfológicos e estratigráficos com ferramentas de sistemas de informações geográficas GIS A incorporação a estes sistemas de modelos baseados em processos físicos tem contribuído para o aperfeiçoamento do GIS Guimarães et al 2003 destacam que um aspecto fundamental no uso de modelos que tomam como base os processos físicos eg hidrológico e de estabilidade de taludes é a parametrização das propriedades do solo obtidas em investigações COBRAE 2005 Vol 2 prévias Os autores chamam atenção de que o potencial da combinação GISmodelos está na possibilidade de incorporar a variabilidade espacial de parâmetros topográficos tais como declividade forma da encosta entre outros O fator escala é crucial nestes estudos Dietrich et al 1998 apresenta um estudo onde o GIS é usado associado à análise de estabilidade No Brasil estes recursos vêm sendo cada vez mais utilizados embora sempre restritos ao meio acadêmico eg Jesus et al 2005 Araújo 2005 Devese ter em mente que o uso de ferramentas como o GIS obriga a uma criteriosa análise dos parâmetros disponíveis e ao uso responsável dos mesmos na representação da geomorfologia da região estudada A estratigrafia é fundamental para definição dos estratos ou camadas que estão presentes na região a ser estudada A obtenção da estratigrafia é talvez a ferramenta mais comum que o geotécnico dispõe para programar maiores investigações As formas mais comuns no Brasil de se obter a estratigrafia é utilizando SPT ou CPT No entanto podese fazer uso de outras técnicas que em determinadas situações podem fornecer mais informações O GPR Ground Penetrating Radar é uma destas técnicas e pode ser usada tanto como de superfície como por procedimento de cross hole 7 Ensaios Geofísicos A geofísica permite estudar as propriedades físicas dos solos e rochas usando para isto os princípios básicos da física São vários os métodos usados para se obter informações importantes para a engenharia geotécnica tais como métodos elétricos magnéticos sísmicos dentre outros Destacase aqui o método que utiliza o radar O GPR determina as condições de subsuperfície por meio do envio de pulsos eletromagnéticos de alta freqüência O pulso é enviado por uma antena a estratigrafia do local faz com que parte da onda emitida seja refletida de volta enquanto o restante da onda prossegue A energia da onda refletida é então captada por uma antena receptora Estes sinais são plotados num gráfico que relaciona distância versus tempo Modificandose a posição das antenas temse uma imagem da subsuperfície A reflexão é causada pela existência de singularidades presentes nos materiais e que possuem diferentes propriedades elétricas Estas singularidades podem ser devidas aos seguintes aspectos Teor de umidade Teor de argila Mudança de densidades Fraturas Além de elementos como tubulações A profundidade de penetração depende das condições de cada local A absorção ou reflexão das ondas depende de determinadas propriedades do solo A mais importante delas é a condutividade elétrica do material A maior penetração ocorre em solos arenosos secos e as menores em solos argilosos com elevado teor de umidade A resolução do radar pode ser aumentada com o aumento da freqüência das ondas transmitidas Isto pode ser feito com o uso de antenas diferentes No entanto existe um comprometimento entre o aumento de resolução e profundidade de penetração eg Davis Annan 1989 Antenas de alta freqüência 900 e 500MHz permitem penetrações da ordem de 15 a 45m com uma resolução da ordem de 5cm Antenas de baixa freqüência atingem de 9 a 24m com resolução da ordem de 09m Além de possibilitar a determinação da estratigrafia o GPR pode ser usado como um meio de se obter o teor de umidade volumétrico do solo eg Machado et al 2004 Esta informação pode ser importante na avaliação do risco de escorregamentos de taludes Conforme salientado por Huisman et al 2003 existe uma demanda por um sistema de medição de teor de umidade que permita cobrir maiores áreas As técnicas que utilizam eletromagnetismo de alta freqüência são as mais promissoras para o monitoramento do teor de umidade Os métodos dentro desta categoria também medem a constante dielétrica do solo como o TDR Da mesma forma que no caso do TDR o GPR necessita de uma relação entre o teor de umidade volumétrico e a constante dielétrica do material Esta relação é a curva de calibração A mais conhecida curva de calibração é a apresentada por Topp et al1980 No entanto para solos residuais Vieira et al 2005 obtiveram uma relação entre θ e Ka que é dependente da densidade do material e difere da equação sugerida por Topp et al 1980 Huisman et al 2003 salientam que as correlações entre θ e Ka obtidas com o uso do TDR podem não ser adequadas para o GPR 8 Variação Sazonal de Parâmetros A estabilidade de taludes em geral está fortemente relacionada com as condições COBRAE 2005 Vol 2 ambientais às quais os mesmos estarão sujeitos Os parâmetros de resistência devem levar em conta a condição não saturada do solo e os aspectos relacionados com o fluxo de água em meio não saturado Os parâmetros estão sujeitos a variações sazonais e estas variações são particularmente importantes nos seguintes parâmetros sucção teor de umidade e condutividade hidráulica 81 Sucção A sucção é em muitos casos a responsável pela estabilidade dos taludes Além de contribuir para a resistência ao cisalhamento a sucção pode fornecer uma indicação da característica de fluxo a que o solo estará sujeito As trajetórias sazonais de sucção permitem a avaliação do grau de risco que determinado talude tem ao se aproximar a estação de chuvas Investigar a sazonalidade da sucção possui papel equivalente ao acompanhamento do tempo de recorrência de chuvas Infelizmente o monitoramento de sucção em taludes tem sido pouco adotado Vieira e Marinho 2001 apresentam perfis de sucção monitorados por um ano em um talude de solo residual de gnaisse Existem alguns métodos para se monitorar a sucção em taludes O mais conhecido deles é com o uso de tensiômetros Os tensiômetros em geral permitem a medição de sucção até um valor de aproximadamente 85kPa Este equipamento exige manutenção sistemática Os tensiômetros além de fornecerem medições precisas e acuradas possuem um tempo de resposta rápido e podem ter suas leituras automatizadas Para se minimizar o problema de manutenção que dificulta o seu uso em campo podese utilizar outros equipamentos tais como o GMS Granular Matrix Sensor O GMS não exige manutenção após a sua instalação e pode ter as leituras automatizadas O principal problema do GMS é o tempo de resposta que é significativamente maior que o do tensiômetro Estudos preliminares realizados na Escola Politécnica da USP indicaram que o retardo pode ser da ordem de duas a três horas Salientase no entanto que para o acompanhamento sazonal este sistema é perfeitamente adequado e pode ser uma ferramenta bastante útil no acompanhamento de risco em taludes 82 Teor de umidade O teor de umidade pode ser usado para se avaliar o comportamento sazonal ao qual o talude pode estar sujeito Conhecendose as características de retenção de água do solo podese fazer uso da variação sazonal do teor de umidade para avaliar riscos em determinadas situações Um dos métodos mais difundidos para medição do teor de umidade é o TDR Time Domain Reflectometer O método é descrito em detalhes por Vieira et al 2005 Após a instalação dos sensores não há necessidade de manutenção embora o sistema exija equipamentos sofisticados Outros métodos mais baratos podem ser utilizados tais como os métodos capacitivos A precisão destes métodos é da ordem de 3 teor de umidade volumétrico 83 Condutividade hidráulica A condutividade hidráulica não é um parâmetro único mas sim uma função que depende do grau de saturação A determinação da função de permeabilidade ainda é complexa e exige um tempo significativo para sua obtenção eg Benson Gribb 1997 A função de permeabilidade é fundamental para o estudo da estabilidade de taludes A forma mais comum de obtenção da função de permeabilidade tem sido por meio de modelos que fazem uso da curva de retenção de água eg van Genutchen 1980 A condutividade hidráulica não só varia por questões de capacidade de retenção de água do solo mas também por aspectos climáticos A associação do conhecimento da função de permeabilidade com a variabilidade sazonal do perfil de sucção são importantes para a compreensão dos riscos envolvidos com a estabilidade de taludes Um dos parâmetros para a determinação da função de permeabilidade é a condutividade hidráulica na condição do solo saturado Este parâmetro pode ser obtido em laboratório mas pode ser obtido em ensaios de campo de simples execução Uma das formas é utilizandose infiltrômetros O mais conhecido é o permeâmetro de Guelph Estes sistemas fazem uso do frasco de Mariotte para impor carga constante O ensaio pode ser feito em diversas profundidades dentro de furos feitos com trado apropriado 9 Ensaios de Laboratório 91 Amostragem Não há dúvida que o sucesso dos resultados de ensaios de laboratório começa no campo e depende fundamentalmente da amostragem A amostragem não somente no aspecto de cuidados físicos com a amostra mas também com relação à COBRAE 2005 Vol 2 representatividade das amostras obtidas Logo existe um vínculo entre esta fase da investigação e a fase anterior que deve identificar as características a serem avaliadas Amostras indeformadas devem ser obtidas prioritariamente por meio de blocos indeformados Quando do uso de amostradores devese ter em mente as limitações e as especificações de cada um deles 92 Variabilidade dos resultados A variabilidade das características dos solos é por si só um fator que deveria estimular a investigação Por não conhecermos completamente a natureza das coisas é que devemos investigar e observar É necessário ter em mente que a variabilidade dos parâmetros de resistência e condutividade hidráulica dependem de características bem estudadas pela mecânica dos solos Estas características sugerem que a variabilidade de resistência é menor do que a de condutividade hidráulica 93 Ensaios Com a sistemática falta de atividades investigativas muitos laboratórios comerciais deixaram de existir Aqueles que permanecem em atividade o fazem quase por diletantismo No entanto os laboratórios das instituições de pesquisa são hoje muito bem equipados e possuem técnicos de alto nível Os ensaios de laboratório não podem ser vistos apenas como uma maneira de se obter os tradicionais parâmetros para projeto e análise Os experimentos de laboratório são antes de tudo ferramentas investigativas para os problemas específicos de cada obra A sistematização da obtenção do chamado ângulo de atrito e coesão usados nos programas de análise de estabilidade tem uma parcela de culpa na falta de cuidado com que muitas vezes se programa e realiza ensaios Ainda é comum se realizar ensaios UU quando é sabido que é um ensaio pouco representativo È incomum se solicitar superfícies de resistência para que se possa avaliar o comportamento do solo em função de variações sazonais de sucção É cada vez mais comum o uso da curva de retenção para se avaliar o comportamento dos solos Neste sentido a indústria tem lentamente absorvido este ensaio que dentre outras coisas permite obter a maioria dos parâmetros usados em programas de análise de estabilidade e de risco 10 Inclinômetros Não se pretende aqui detalhar o uso de inclinômetros mas sim apresentar um exemplo de variações tecnológicas que podem e em muitos casos devem ser introduzidas nas obras de monitoramento de taludes Em geral o acompanhamento de movimentações de taludes é feito por meio de marcos superficiais ou de inclinômetros tipo torpedo Os marcos superficiais são ferramentas importantes e freqüentemente utilizadas Com o aprimoramento do sensoriamento remoto este procedimento fica cada vez mais ágil e preciso Os inclinômetros tradicionais possuem algumas desvantagens que podem ser supridas por outro tipo de inclinômetro As desvantagens principais são A aquisição de dados é trabalhosa e exige a presença de um operador O torpedo deve ser introduzido em cada furo posicionado em cada profundidade e direção O custo dos tubos é elevado O processamento dos dados demanda muito tempo e em geral é feito no escritório Um outro tipo de inclinômetro que faz uso da técnica TDR possui algumas vantagens em relação ao inclinômetro tradicional O sistema utiliza um cabo coaxial único e permite a determinação da reflexão ao longo do cabo identificando assim o tipo e local de deformidade que o cabo tenha sofrido O sistema é ideal para determinação de zonas de rupturas A zona de deformação é detectada pelo cabo do TDR que emite um pulso de voltagem Este pulso sofre uma deflexão onde a deformação do cabo ocorre A posição da zona de ruptura é feita computandose o tempo para a reflexão do pulso eg OConnor and Dowding 1999 As vantagens do inclinômetro TDR são Baixo custo de instalação Não há limites para o comprimento do cabo Todo o equipamento de monitoração foca fora do furo As medições são rápidas tomando apenas alguns minutos As leituras podem ser feitas longe do talude COBRAE 2005 Vol 2 Podese ter vários cabos e um único local de monitoramento 11 Retroanálises Olhar para o que aconteceu é a melhor forma de se investigar as causas dos eventos Retroanálises têm sido uma ferramenta importante na análise de estabilidade Bjerrum 1972 1973 retroanalisou rupturas bem documentadas para obter fatores de correção usados nos resultados de ensaios de palheta Retroanálises de rupturas de taludes podem fornecer informações importantes Muitas vezes tais análises geram inúmeras dúvidas quanto à fixação dos parâmetros a serem adotados Um procedimento bastante interessante é apresentado por Gomes e Barros 2005 Outra técnica que vem sendo usada é a chamada análise inversa eg Trujillo Busby 1997 Durner et al Esta técnica pode ser aplicada não só a problemas de estabilidade eg Kojima e Obayashi 2003 mas de fluxo eg Durner et al 1997 Velloso 2000 e também aos métodos geofísicos eg Zhdanov 2002 Além de ser de grande utilidade nas análises de ensaios de laboratório 12 Considerações Finais Tendo em vista a necessidade e a obrigação que temos de definir causas evitar as conseqüências de rupturas e documentar os projetos fazemse necessárias investigações geotécnicas É óbvio que o grau de investigação está associado com o tipo de obra e os riscos envolvidos Ao observarmos o desenvolvimento tecnológico tanto em outras áreas como na geotecnia percebe se que existe uma busca permanente pela simplicidade dos procedimentos e acurácia dos resultados Salientase mais uma vez que o grau de sofisticação e acurácia dependem também do tipo de obra e riscos envolvidos 13 Agradecimentos O autor agradece as sugestões e informações fornecidadas pelo Prof Nelson F Fernandes Prof Eurípides Vargas Jr e pelo Prof António J P Viana da Fonseca 14 Referências Araújo W T 2005 Uso da modelagem numérica de terreno para a construção de um mapa de riscos em encostas em SalvadorBA IV COBRAE Salvador vol 1 pp 2732 Benson C H e Gribb M M 1997 Measuring Unsaturated Hydraulic Conductivity in Laboratory and Field Unsaturated Soil Engineering Practice Geotechnical Special Publication nº 68 ASCE pp 113168 Bjerrum L 1972 Embankments on Soft Ground Proc Specialty Conf of Earth and Earth Supported Structures ASCE Vol II 154 Bjerrum L 1973 Problems of soil mechanics and construction on soft clays and structurally unstable soils collapsible expansive and others StateoftheArt Report Proc 8th Intl Conf Soil Mech Found Eng Moscow v3 111160 Dietrich W E Asua R RCoyle J Orr B Trso M 1998 A validation study of the shallow slope stability model SHALSTAB in forested lands of Northern California Stillwater Ecosystem Watershed Riverine Sciences 59p Dowding C H e OConnor K M 2000 Comparison of TDR and Inclinometers for Slope Monitoring GeoDenver 2000 GeoInstitute of ASCE Denver Colorado pp Durner W Schultze B and Zurmühl T 1997 Stateoftheart in inverse modeling of inflowoutflow experiments Proc Int Workshop on Characterization and Measurement of the Hydraulic Properties of Unsaturated Porous Media ed M Th van Genuchten F J Leij and L Wu Riverside CA University of California Press pp 661681 Forssmann W Nobel Lectures Physiology or Medicine 19421962 Elsevier Publishing Company Amsterdam 1964 Gomes C L R Barros P L A 2005 Metodologia para obtenção dos parâmetros de resistência ao cisalhamento do solo através de retroanálise de escorregamentos ocorridos IV COBRAE Salvador Vol 1 pp213226 Guimarães R F Montgomery D R Greenbergb H M Fernandes N F Gomes R A T Carvalho Júnior O A 2003 Parameterization of soil properties for a model of topographic controls on COBRAE 2005 Vol 2 shallow landsliding application to Rio de Janeiro Engineering Geology 69 2003 99108 Jesus A C Miranda S B Dias LS Brito Júnior J A Burgos P C Campos L E P 2005 Contribuição para o zoneamento das áreas com características geotécnicas semelhantes da cidade de Salvador visando aplicação em mapeamento de risco IV COBRAE Salvador vol 1 pp 1725 Kojima H and Obayashi S 2003 Sensitivity analysis of slope failure trigger factors based on structural equation modeling International Association for Mathematical Geology IAMG Portsmouth UK Machado S L Botelho M A B Amparo N Se Dourado T C 2004 Utilização do radar de penetração do solo GPR para medidas de teores de água no solo 5o Simpósio Brasileiro de Solos Não Saturados Vol 1 pp6168 Pearl J 2000 Causality Models Reasoning and Inference New York Cambridge University Press 2000 384 pp prEN 19971 2004 Eurocode 7 Geotechnical design Part 1 General rules Final draft prEN 19972 2003 Geotechnical design Part 1 General rule Trujillo D M and Busby H R 1997 Practical Inverse Analysis in Engineering July 1997 256 pp ISBN 084939659 van Genutchen M Th 1980 A Closed Form Equation for Predicting the Hydraulic Conductivity of Unsaturated Soils Soil Science of America Journal 44 pp 892898 Velloso R Q 2000 Estudo numérico de estimativa de parâmetros hidráulicos em solos parcialmente saturados Dissertação de mestrado 80p PUCRJ Vieira A M e Marinho F A M 2001 Variação Sazonal de Sucção em um Talude de Solo Residual em São Paulo In III Congresso Brasileiro de Estabilidade de Encostas III Congresso Brasileiro de Estabilidade de Encostas Rio de Janeiro 1287295 Zhdanov M S 2002 Geophysical Inverse Theory and Regularization Problems ISBN 0444510893 628 pages ELSEVIER
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called experience Around the world geotechnical investigation has been a requirement associated to the Experience With the technological advance technologies have been developed in order to facilitate the investigation and the instrumentation of geotechnical works It is the objective of this work to present some of these technologies that are more and more common into the Brazilian scientific society but that has not yet received the deserved attention from the geotechnical industry 1 Introdução Pearl 2000 apresenta uma bem estruturada justificativa sobre a nossa capacidade de explicar as coisas Tomando emprestado o seu raciocínio podese criar a idéia da importância e da necessidade de justificar ações de engenharia geotécnica com base nas investigações que se pode e deve fazer Nos primórdios dos tempos a casualidade das coisas não era um problema Embora a necessidade de se saber o porquê das coisas tenha surgido muito cedo na história da humanidade A Bíblia informa que apenas algumas horas após Adão ter comido da árvore do conhecimento ele já era um grande conhecedor da argumentação causal Quando Deus perguntou você comeu desta árvore Adão respondeu A mulher que o senhor me trouxe como companheira me deu a fruta e eu a comi Eva habilmente diz A serpente me persuadiu e eu a comi Mais uma vez Pearl 2000 chama atenção para um aspecto interessante sobre esta história Deus não pediu explicações ele pediu apenas os fatos Adão achou por bem explicar Ou seja a explicação das causas é um conceito criado pelo homem Outro aspecto interessante desta passagem é o fato de que a explicação é usada apenas para transferir responsabilidade e foi assim por muito tempo e em muitos casos ainda é hoje No início apenas Deus pessoas e animais podiam ser agentes causadores dos eventos Objetos eventos ou processos físicos não eram responsabilizados por nada Todos os eventos naturais eram predeterminados por deuses enfurecidos e assim sendo não podiam eles próprios os eventos serem responsabilizados pelas causas Estas explicações eram até certo ponto ingênuas claras e não causavam nenhum mal em si É neste momento que a engenharia entra como elemento perturbador A necessidade de se construir máquinas para a execução de trabalhos além de outros usos levou a engenharia a buscar causas para os eventos em geral Esta busca só teve sucesso com investigações É curioso observar que um dos instrumentos mais usados na geotecnia o piezômetro tenha sido desenvolvido na área de saúde Em 1733 Stephen Hales mediu a pressão sangüínea de um cavalo A Figura 1 apresenta uma ilustração do experimento de Hales Forssmann 1956 O tubo visto na Figura 1 é na verdade um piezômetro Desde este desenvolvimento até os dias de hoje a medicina tem feito uso de instrumentação e investigação para salvar vidas A engenharia geotécnica não difere das demais ciências e teve o seu desenvolvimento ligado a COBRAE 2005 Vol 2 muita investigação No Brasil a construção de barragens estradas metrôs e fundações em geral geraram uma sólida base de conhecimento que teve a colaboração fundamental de recursos utilizados para realizar investigações Isto associado ao fato de que nas empresas públicas o papel do engenheiro geotécnico era fundamental para o desenvolvimento dos projetos e para a definição das ações investigativas Figura 1 O primeiro piezômetro A investigação na geotecnia mais especificamente voltada para taludes tem como objetivo avaliar as condições geológicas e dos solos que afetam a segurança o custo o projeto e a execução do mesmo ou remediações As preocupações com os aspectos ditos ambientais têm exigido investigações que em nada diferem do conceito de investigação para fins geotécnicos Sendo assim investigação geotécnica nada mais é do que fornecer subsídios para os aspectos ambientais dos projetos O Eurocode 7 que na sua parte 1 trata do projeto geotécnico faz uma distinção entre categorias de obras geotécnicas para fins de investigação As obras são divididas em três grupos sendo que apenas no primeiro grupo que apresenta risco desprezível em termos gerais não se exige investigação geotécnica Em muitos pontos o código europeu chama a atenção para a experiência e destaca a sua importância em muitos casos Sem no entanto querer descartar a possibilidade de investigações geotécnicas Nas outras duas categorias o código sugere que se deva ter dados geotécnicos quantitativos com ensaios laboratoriais e de campo No item 241 do Eurocode 7 parte 1 temse a seguinte observação Devese considerar que o conhecimento das condições do subsolo depende da extensão e da qualidade das investigações geotécnicas Tal conhecimento e o controle da mão de obra são em geral mais significativos para preencher os requerimentos fundamentais do que a precisão nos cálculos e em fatores de segurança parciais Os grandes riscos envolvidos com obras de engenharia estão associados a problemas com o subsolo Os problemas estão associados às incertezas que são resultados da ação da natureza e do homem Isto pode prejudicar substancialmente o projeto e o meio ambiente se o subsolo não é adequadamente conhecido Becker 2001 O principal objetivo deste artigo é abordar aspectos sobre a necessidade de se estimular a investigação geotécnica para evitar que soluções sejam dadas com base na falta de conhecimento sobre as características geotécnicas do local das obras 2 Antes de investigar Antes de tudo é necessário se definir o escopo e o propósito da investigação O escopo é determinado pelo estágio do projeto ou seja viabilidade básico ou executivo O propósito da investigação está associado às características do projeto ou seja estabilidade de taludes naturais remediação de rupturas etc A geotecnia é uma ciência que necessita de observação Antes e depois de programada a campanha de investigação é fundamental que a observação seja quase uma obsessão É sempre bom lembrar os ensinamentos contidos no método observacional proposto por Peck 1969 Peck 1969 destaca que a investigação é fundamental juntamente com o estabelecimento das condições mais prováveis e mais desfavoráveis a condição mais desfavorável é o que tem levado a análise sob a ótica dos solos saturados O clima tem papel fundamental neste aspecto O geotécnico deve escolher aqueles parâmetros que deverão ser monitorados durante a construção e vida útil da obra lembrandose que a variação sazonal dos parâmetros é de fundamental importância para a estabilidade de taludes A investigação deve servir de base para que se tenha sempre em mente uma alternativa que responda às observações feitas por meio da monitoração da obra Lembrando que projetos de taludes quase nunca podem ser feitos com o sistema design as you go COBRAE 2005 Vol 2 Diversos são os fatores que influenciam a escolha dos métodos de investigação são eles 1 Natureza dos materiais de subsuperfície 2 Condição do lençol de água 3 Tipo de obra a ser construída ou investigada 4 Complexidade da área 5 Topografia local 6 Grau de perturbação de cada método investigativo 7 Tempo 8 Aspectos geoambientais 9 Limitações de orçamento 10 Aspectos políticos Em geral os dois últimos itens são responsabilizados pela redução das investigações O código Europeu apresenta uma estrutura que vincula a obtenção de parâmetros ao seu uso nos projetos Na Figura 2 está apresentada a estrutura contida no prEN 19972 2003 Seleção cuidadosa C1 C2 L1 L2 1 2 3 4 CR1 CR2 Informações de outras fontes sobre a área o solo rochas e sobre o projeto EN 19972 Investigação EN 19971 Projeto Modelos geotécnicos e e parâmetros geotécnicos Parâmetros geotécnicos para projeto Aplicação de fatores parciais C Campo L Laboratório CR Correlações Resultados dos ensaios e valores derivados Seleção cuidadosa C1 C2 L1 L2 C1 C2 L1 L2 1 2 3 4 1 2 3 4 CR1 CR2 Informações de outras fontes sobre a área o solo rochas e sobre o projeto EN 19972 Investigação EN 19971 Projeto Modelos geotécnicos e e parâmetros geotécnicos Parâmetros geotécnicos para projeto Aplicação de fatores parciais C Campo L Laboratório CR Correlações Resultados dos ensaios e valores derivados Figura 2 Estrutura geral para seleção de parâmetros geotécnicos para projeto modificado da prEN 19972 2003 3 Por que investigar A falta de investigação geotécnica ou a má interpretação de dados resulta em projetos inadequados atrasos na obra aumento de custos por modificações de última hora e remediação problemas ambientais e até mesmo a ruptura da obra A investigação geotécnica além de minimizar os riscos e custos é uma forma de demonstrar responsabilidade para com a sociedade e respeito à natureza Devese saber que os resultados e análises das investigações geotécnicas são documentos de projeto 4 A quem interessa a investigação geotécnica Definir a quem interessa a investigação geotécnica é fundamental para podermos responder as seguintes perguntas O que é uma investigação geotécnica adequada Como saber qual a melhor investigação a ser feita Qual investigação nos fornecerá parâmetros para o projeto Projetar conhecendose os aspectos geológico geotécnicos é a melhor forma de fazer engenharia Devemos trabalhar para resolver os problemas previstos e evitar trabalhar para resolver os problemas ocorridos Investigar interessa a sociedade ao poder público e ao engenheiro geotécnico 5 Parâmetros A investigação geotécnica além de permitir a identificação de características geométricas e estruturais que podem condicionar determinadas soluções ela pode fornecer parâmetros para projeto e análises Estes parâmetros podem ser classificados em três grupos quais sejam resistência deformabilidade e fluxo Com a proliferação de programas computacionais a ferramenta da análise paramétrica tem se tornado muitas vezes um substituto de uma investigação adequada Muitas vezes o próprio programa apresenta sugestões de parâmetros Na grande maioria dos casos as particularidades dos solos das diversas regiões do Brasil não são consideradas 6 Geomorfologia e Estratigrafia A análise de estabilidade de taludes tem cada vez mais integrado os estudos geomorfológicos e estratigráficos com ferramentas de sistemas de informações geográficas GIS A incorporação a estes sistemas de modelos baseados em processos físicos tem contribuído para o aperfeiçoamento do GIS Guimarães et al 2003 destacam que um aspecto fundamental no uso de modelos que tomam como base os processos físicos eg hidrológico e de estabilidade de taludes é a parametrização das propriedades do solo obtidas em investigações COBRAE 2005 Vol 2 prévias Os autores chamam atenção de que o potencial da combinação GISmodelos está na possibilidade de incorporar a variabilidade espacial de parâmetros topográficos tais como declividade forma da encosta entre outros O fator escala é crucial nestes estudos Dietrich et al 1998 apresenta um estudo onde o GIS é usado associado à análise de estabilidade No Brasil estes recursos vêm sendo cada vez mais utilizados embora sempre restritos ao meio acadêmico eg Jesus et al 2005 Araújo 2005 Devese ter em mente que o uso de ferramentas como o GIS obriga a uma criteriosa análise dos parâmetros disponíveis e ao uso responsável dos mesmos na representação da geomorfologia da região estudada A estratigrafia é fundamental para definição dos estratos ou camadas que estão presentes na região a ser estudada A obtenção da estratigrafia é talvez a ferramenta mais comum que o geotécnico dispõe para programar maiores investigações As formas mais comuns no Brasil de se obter a estratigrafia é utilizando SPT ou CPT No entanto podese fazer uso de outras técnicas que em determinadas situações podem fornecer mais informações O GPR Ground Penetrating Radar é uma destas técnicas e pode ser usada tanto como de superfície como por procedimento de cross hole 7 Ensaios Geofísicos A geofísica permite estudar as propriedades físicas dos solos e rochas usando para isto os princípios básicos da física São vários os métodos usados para se obter informações importantes para a engenharia geotécnica tais como métodos elétricos magnéticos sísmicos dentre outros Destacase aqui o método que utiliza o radar O GPR determina as condições de subsuperfície por meio do envio de pulsos eletromagnéticos de alta freqüência O pulso é enviado por uma antena a estratigrafia do local faz com que parte da onda emitida seja refletida de volta enquanto o restante da onda prossegue A energia da onda refletida é então captada por uma antena receptora Estes sinais são plotados num gráfico que relaciona distância versus tempo Modificandose a posição das antenas temse uma imagem da subsuperfície A reflexão é causada pela existência de singularidades presentes nos materiais e que possuem diferentes propriedades elétricas Estas singularidades podem ser devidas aos seguintes aspectos Teor de umidade Teor de argila Mudança de densidades Fraturas Além de elementos como tubulações A profundidade de penetração depende das condições de cada local A absorção ou reflexão das ondas depende de determinadas propriedades do solo A mais importante delas é a condutividade elétrica do material A maior penetração ocorre em solos arenosos secos e as menores em solos argilosos com elevado teor de umidade A resolução do radar pode ser aumentada com o aumento da freqüência das ondas transmitidas Isto pode ser feito com o uso de antenas diferentes No entanto existe um comprometimento entre o aumento de resolução e profundidade de penetração eg Davis Annan 1989 Antenas de alta freqüência 900 e 500MHz permitem penetrações da ordem de 15 a 45m com uma resolução da ordem de 5cm Antenas de baixa freqüência atingem de 9 a 24m com resolução da ordem de 09m Além de possibilitar a determinação da estratigrafia o GPR pode ser usado como um meio de se obter o teor de umidade volumétrico do solo eg Machado et al 2004 Esta informação pode ser importante na avaliação do risco de escorregamentos de taludes Conforme salientado por Huisman et al 2003 existe uma demanda por um sistema de medição de teor de umidade que permita cobrir maiores áreas As técnicas que utilizam eletromagnetismo de alta freqüência são as mais promissoras para o monitoramento do teor de umidade Os métodos dentro desta categoria também medem a constante dielétrica do solo como o TDR Da mesma forma que no caso do TDR o GPR necessita de uma relação entre o teor de umidade volumétrico e a constante dielétrica do material Esta relação é a curva de calibração A mais conhecida curva de calibração é a apresentada por Topp et al1980 No entanto para solos residuais Vieira et al 2005 obtiveram uma relação entre θ e Ka que é dependente da densidade do material e difere da equação sugerida por Topp et al 1980 Huisman et al 2003 salientam que as correlações entre θ e Ka obtidas com o uso do TDR podem não ser adequadas para o GPR 8 Variação Sazonal de Parâmetros A estabilidade de taludes em geral está fortemente relacionada com as condições COBRAE 2005 Vol 2 ambientais às quais os mesmos estarão sujeitos Os parâmetros de resistência devem levar em conta a condição não saturada do solo e os aspectos relacionados com o fluxo de água em meio não saturado Os parâmetros estão sujeitos a variações sazonais e estas variações são particularmente importantes nos seguintes parâmetros sucção teor de umidade e condutividade hidráulica 81 Sucção A sucção é em muitos casos a responsável pela estabilidade dos taludes Além de contribuir para a resistência ao cisalhamento a sucção pode fornecer uma indicação da característica de fluxo a que o solo estará sujeito As trajetórias sazonais de sucção permitem a avaliação do grau de risco que determinado talude tem ao se aproximar a estação de chuvas Investigar a sazonalidade da sucção possui papel equivalente ao acompanhamento do tempo de recorrência de chuvas Infelizmente o monitoramento de sucção em taludes tem sido pouco adotado Vieira e Marinho 2001 apresentam perfis de sucção monitorados por um ano em um talude de solo residual de gnaisse Existem alguns métodos para se monitorar a sucção em taludes O mais conhecido deles é com o uso de tensiômetros Os tensiômetros em geral permitem a medição de sucção até um valor de aproximadamente 85kPa Este equipamento exige manutenção sistemática Os tensiômetros além de fornecerem medições precisas e acuradas possuem um tempo de resposta rápido e podem ter suas leituras automatizadas Para se minimizar o problema de manutenção que dificulta o seu uso em campo podese utilizar outros equipamentos tais como o GMS Granular Matrix Sensor O GMS não exige manutenção após a sua instalação e pode ter as leituras automatizadas O principal problema do GMS é o tempo de resposta que é significativamente maior que o do tensiômetro Estudos preliminares realizados na Escola Politécnica da USP indicaram que o retardo pode ser da ordem de duas a três horas Salientase no entanto que para o acompanhamento sazonal este sistema é perfeitamente adequado e pode ser uma ferramenta bastante útil no acompanhamento de risco em taludes 82 Teor de umidade O teor de umidade pode ser usado para se avaliar o comportamento sazonal ao qual o talude pode estar sujeito Conhecendose as características de retenção de água do solo podese fazer uso da variação sazonal do teor de umidade para avaliar riscos em determinadas situações Um dos métodos mais difundidos para medição do teor de umidade é o TDR Time Domain Reflectometer O método é descrito em detalhes por Vieira et al 2005 Após a instalação dos sensores não há necessidade de manutenção embora o sistema exija equipamentos sofisticados Outros métodos mais baratos podem ser utilizados tais como os métodos capacitivos A precisão destes métodos é da ordem de 3 teor de umidade volumétrico 83 Condutividade hidráulica A condutividade hidráulica não é um parâmetro único mas sim uma função que depende do grau de saturação A determinação da função de permeabilidade ainda é complexa e exige um tempo significativo para sua obtenção eg Benson Gribb 1997 A função de permeabilidade é fundamental para o estudo da estabilidade de taludes A forma mais comum de obtenção da função de permeabilidade tem sido por meio de modelos que fazem uso da curva de retenção de água eg van Genutchen 1980 A condutividade hidráulica não só varia por questões de capacidade de retenção de água do solo mas também por aspectos climáticos A associação do conhecimento da função de permeabilidade com a variabilidade sazonal do perfil de sucção são importantes para a compreensão dos riscos envolvidos com a estabilidade de taludes Um dos parâmetros para a determinação da função de permeabilidade é a condutividade hidráulica na condição do solo saturado Este parâmetro pode ser obtido em laboratório mas pode ser obtido em ensaios de campo de simples execução Uma das formas é utilizandose infiltrômetros O mais conhecido é o permeâmetro de Guelph Estes sistemas fazem uso do frasco de Mariotte para impor carga constante O ensaio pode ser feito em diversas profundidades dentro de furos feitos com trado apropriado 9 Ensaios de Laboratório 91 Amostragem Não há dúvida que o sucesso dos resultados de ensaios de laboratório começa no campo e depende fundamentalmente da amostragem A amostragem não somente no aspecto de cuidados físicos com a amostra mas também com relação à COBRAE 2005 Vol 2 representatividade das amostras obtidas Logo existe um vínculo entre esta fase da investigação e a fase anterior que deve identificar as características a serem avaliadas Amostras indeformadas devem ser obtidas prioritariamente por meio de blocos indeformados Quando do uso de amostradores devese ter em mente as limitações e as especificações de cada um deles 92 Variabilidade dos resultados A variabilidade das características dos solos é por si só um fator que deveria estimular a investigação Por não conhecermos completamente a natureza das coisas é que devemos investigar e observar É necessário ter em mente que a variabilidade dos parâmetros de resistência e condutividade hidráulica dependem de características bem estudadas pela mecânica dos solos Estas características sugerem que a variabilidade de resistência é menor do que a de condutividade hidráulica 93 Ensaios Com a sistemática falta de atividades investigativas muitos laboratórios comerciais deixaram de existir Aqueles que permanecem em atividade o fazem quase por diletantismo No entanto os laboratórios das instituições de pesquisa são hoje muito bem equipados e possuem técnicos de alto nível Os ensaios de laboratório não podem ser vistos apenas como uma maneira de se obter os tradicionais parâmetros para projeto e análise Os experimentos de laboratório são antes de tudo ferramentas investigativas para os problemas específicos de cada obra A sistematização da obtenção do chamado ângulo de atrito e coesão usados nos programas de análise de estabilidade tem uma parcela de culpa na falta de cuidado com que muitas vezes se programa e realiza ensaios Ainda é comum se realizar ensaios UU quando é sabido que é um ensaio pouco representativo È incomum se solicitar superfícies de resistência para que se possa avaliar o comportamento do solo em função de variações sazonais de sucção É cada vez mais comum o uso da curva de retenção para se avaliar o comportamento dos solos Neste sentido a indústria tem lentamente absorvido este ensaio que dentre outras coisas permite obter a maioria dos parâmetros usados em programas de análise de estabilidade e de risco 10 Inclinômetros Não se pretende aqui detalhar o uso de inclinômetros mas sim apresentar um exemplo de variações tecnológicas que podem e em muitos casos devem ser introduzidas nas obras de monitoramento de taludes Em geral o acompanhamento de movimentações de taludes é feito por meio de marcos superficiais ou de inclinômetros tipo torpedo Os marcos superficiais são ferramentas importantes e freqüentemente utilizadas Com o aprimoramento do sensoriamento remoto este procedimento fica cada vez mais ágil e preciso Os inclinômetros tradicionais possuem algumas desvantagens que podem ser supridas por outro tipo de inclinômetro As desvantagens principais são A aquisição de dados é trabalhosa e exige a presença de um operador O torpedo deve ser introduzido em cada furo posicionado em cada profundidade e direção O custo dos tubos é elevado O processamento dos dados demanda muito tempo e em geral é feito no escritório Um outro tipo de inclinômetro que faz uso da técnica TDR possui algumas vantagens em relação ao inclinômetro tradicional O sistema utiliza um cabo coaxial único e permite a determinação da reflexão ao longo do cabo identificando assim o tipo e local de deformidade que o cabo tenha sofrido O sistema é ideal para determinação de zonas de rupturas A zona de deformação é detectada pelo cabo do TDR que emite um pulso de voltagem Este pulso sofre uma deflexão onde a deformação do cabo ocorre A posição da zona de ruptura é feita computandose o tempo para a reflexão do pulso eg OConnor and Dowding 1999 As vantagens do inclinômetro TDR são Baixo custo de instalação Não há limites para o comprimento do cabo Todo o equipamento de monitoração foca fora do furo As medições são rápidas tomando apenas alguns minutos As leituras podem ser feitas longe do talude COBRAE 2005 Vol 2 Podese ter vários cabos e um único local de monitoramento 11 Retroanálises Olhar para o que aconteceu é a melhor forma de se investigar as causas dos eventos Retroanálises têm sido uma ferramenta importante na análise de estabilidade Bjerrum 1972 1973 retroanalisou rupturas bem documentadas para obter fatores de correção usados nos resultados de ensaios de palheta Retroanálises de rupturas de taludes podem fornecer informações importantes Muitas vezes tais análises geram inúmeras dúvidas quanto à fixação dos parâmetros a serem adotados Um procedimento bastante interessante é apresentado por Gomes e Barros 2005 Outra técnica que vem sendo usada é a chamada análise inversa eg Trujillo Busby 1997 Durner et al Esta técnica pode ser aplicada não só a problemas de estabilidade eg Kojima e Obayashi 2003 mas de fluxo eg Durner et al 1997 Velloso 2000 e também aos métodos geofísicos eg Zhdanov 2002 Além de ser de grande utilidade nas análises de ensaios de laboratório 12 Considerações Finais Tendo em vista a necessidade e a obrigação que temos de definir causas evitar as conseqüências de rupturas e documentar os projetos fazemse necessárias investigações geotécnicas É óbvio que o grau de investigação está associado com o tipo de obra e os riscos envolvidos Ao observarmos o desenvolvimento tecnológico tanto em outras áreas como na geotecnia percebe se que existe uma busca permanente pela simplicidade dos procedimentos e acurácia dos resultados Salientase mais uma vez que o grau de sofisticação e acurácia dependem também do tipo de obra e riscos envolvidos 13 Agradecimentos O autor agradece as sugestões e informações fornecidadas pelo Prof Nelson F Fernandes Prof Eurípides Vargas Jr e pelo Prof António J P Viana da Fonseca 14 Referências Araújo W T 2005 Uso da modelagem numérica de terreno para a construção de um mapa de riscos em encostas em SalvadorBA IV COBRAE Salvador vol 1 pp 2732 Benson C H e Gribb M M 1997 Measuring Unsaturated Hydraulic Conductivity in Laboratory and Field Unsaturated Soil Engineering Practice Geotechnical Special Publication nº 68 ASCE pp 113168 Bjerrum L 1972 Embankments on Soft Ground Proc Specialty Conf of Earth and Earth Supported Structures ASCE Vol II 154 Bjerrum L 1973 Problems of soil mechanics and construction on soft clays and structurally unstable soils collapsible expansive and others StateoftheArt Report Proc 8th Intl Conf Soil Mech Found Eng Moscow v3 111160 Dietrich W E Asua R RCoyle J Orr B Trso M 1998 A validation study of the shallow slope stability model SHALSTAB in forested lands of Northern California Stillwater Ecosystem Watershed Riverine Sciences 59p Dowding C H e OConnor K M 2000 Comparison of TDR and Inclinometers for Slope Monitoring GeoDenver 2000 GeoInstitute of ASCE Denver Colorado pp Durner W Schultze B and Zurmühl T 1997 Stateoftheart in inverse modeling of inflowoutflow experiments Proc Int Workshop on Characterization and Measurement of the Hydraulic Properties of Unsaturated Porous Media ed M Th van Genuchten F J Leij and L Wu Riverside CA University of California Press pp 661681 Forssmann W Nobel Lectures Physiology or Medicine 19421962 Elsevier Publishing Company Amsterdam 1964 Gomes C L R Barros P L A 2005 Metodologia para obtenção dos parâmetros de resistência ao cisalhamento do solo através de retroanálise de escorregamentos ocorridos IV COBRAE Salvador Vol 1 pp213226 Guimarães R F Montgomery D R Greenbergb H M Fernandes N F Gomes R A T Carvalho Júnior O A 2003 Parameterization of soil properties for a model of topographic controls on COBRAE 2005 Vol 2 shallow landsliding application to Rio de Janeiro Engineering Geology 69 2003 99108 Jesus A C Miranda S B Dias LS Brito Júnior J A Burgos P C Campos L E P 2005 Contribuição para o 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