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Engenharia Mecânica ·

Planejamento e Gestão da Manutenção

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O ÍNDICE DE RENDIMENTO OPERACIONAL GLOBAL E A TROCA RÁPIDA DE FERRAMENTAS ALIADAS À EFICIÊNCIA DE UMA APLICADORA DE ADESIVOS RUBEM JOSE ASSIS DA SILVEIRA JUNIOR Feevale rubemsilveirajuniorgmailcom Felipe Morais Menezes Feevale felipemmenezesgmailcom FABIANO DE LIMA NUNES Feevale fabianonunesfeevalebr A constante revolução das indústrias na busca pela excelência nos seus produtos processos e serviços fazem com que as empresas necessitem reduzir seus custos para sobreviver em um ambiente de alta competitividade Visando aperfeiçoar seus processos de fabricação utilizaramse os conceitos do IROG Índice de Rendimento Operacional Global dos Equipamentos e da TRF Troca Rápida de Ferramentas para o aumento da eficiência dos equipamentos e processos Deste modo o tema abordou os três principais índices do IROG e os estágios conceituais da TRF O objetivo deste estudo foi avaliar a eficiência global do equipamento e aumentála com a utilização dos conceitos da TRF Quanto à metodologia de pesquisa utilizouse o estudo de caso com uma abordagem tanto quantitativa como qualitativa O desenvolvimento do estudo consistiu em avaliar a eficiência da aplicadora de adesivos identificando as causas que afetaram a baixa disponibilidade e propondo melhorias gerando aumento de 674 na eficiência global do equipamento Palavraschave IROG TRF Componentes para Calçados XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza CE Brasil 13 a 16 de outubro de 2015 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza CE Brasil 13 a 16 de outubro de 2015 2 1 Introdução A concorrência acirrada tem forçado as indústrias a buscarem métodos mais eficazes para mensurar seus processos de fabricação visando aprimorar suas metodologias o Índice de Rendimento Operacional Global IROG é uma ferramenta necessária para auxiliar na busca pela melhoria contínua no chão de fábrica pois a mesma contribui para uma visão mais clara e objetiva dos desperdícios tais como a quantidade que poderia ser produzida de acordo com o desempenho da máquina a qualidade do produto o que realmente está afetando o tempo operacional de fabricação etc Este artigo visa fazer uma avaliação da eficiência global de uma máquina aplicadora de adesivos que fabrica contrafortes para o setor calçadista Após este levantamento apresentou se uma proposta de modificação na estrutura da máquina para reduzir o tempo de paradas baseandose nos conceitos da Troca Rápida de Ferramentas TRF O principal problema da pesquisa é como o IROG e a TRF podem auxiliar no aumento da eficiência e produtividade do equipamento Seu objetivo geral é avaliar a eficiência global do equipamento a fim de aumentála com a utilização das técnicas de TRF Os objetivos específicos são descrever o atual processo de fabricação e propor melhorias para o aumento do IROG Este artigo está dividido em seis capítulos o primeiro referese a introdução o segundo e o terceiro tratam da fundamentação teórica na qual aborda os temas do IROG e a TRF respectivamente O quarto capítulo aborda a metodologia aplicada o quinto apresenta o Estudo de Caso e as propostas de melhorias O sexto e último capítulo apresenta as considerações finais desta pesquisa 2 IROG O IROG Índice de Rendimento Operacional Global dos equipamentos consiste a partir de uma medição simplificada no monitoramento continuo de fatores que mais influenciam o desempenho do equipamento em geral indicando áreas onde podem ser feitas melhorias através da identificação dos índices de disponibilidade desempenho e qualidade ANTUNES et al 2008 Ainda para estes autores um monitoramento constante dos indicadores de eficiência gera um melhor uso das máquinas da empresa e assim tornase possível o aumento da produtividade O conceito do IROG pode ser baseado pelo Índice de Eficiência Global dos Equipamentos XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza CE Brasil 13 a 16 de outubro de 2015 3 OEE Overall Equipment Effectiveness quando a capacidade do equipamento analisado não é considerado crítico onde o mesmo possui uma capacidade de produção maior que a demanda ou pela Produtividade Efetiva total do Equipamento TEEP Total Effective Equipment Productivity quando o equipamento é considerado recurso com capacidade restrita CCRs ou seja sua capacidade de produção é igual a sua demanda pois para atender a demanda neste caso o equipamento não pode ter paradas nem as programadas ANTUNES et al 2008 Hansen 2006 estabelece uma classificação para os resultados do IROG conforme ilustra o Quadro 01 Quadro 01 Classificação dos resultados de IROG Fonte Adaptado de Hansen 2006 Com base nos dados informados a empresa que obtiver um IROG entre 75 e 85 está no caminho certo em direção ao nível mundial que é acima de 85 No entanto empresas japonesas que utilizam o IROG há bastante tempo avaliam que um índice de 85 significa que a empresa possui boa qualidade das peças bom aproveitamento do tempo disponível e desempenho aceitável de produção HANSEN 2006 21 Desdobramentos dos cálculos do IROG O cálculo do IROG é demonstrado na equação 1 porém para realizar um estudo mais detalhado utilizamse outros cálculos para descobrir a eficiência do equipamento sua produtividade e a qualidade de seus produtos estes são os desdobramentos do IROG Conforme Antunes et al 2008 p 131 refere que o IROG dos equipamentos representa a razão entre o tempo de valor agregado em termos de peças ou produtos numerador pelo tempo total para se realizar a produção no equipamento denominador pode ser calculado através da equação 1 1 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza CE Brasil 13 a 16 de outubro de 2015 4 onde tempo de ciclo quantidade do produto T tempo total disponível No mesmo contexto de Antunes et al 2008 o cálculo do IROG pode ser aprofundado através do desdobramento da equação 1 em índices parciais Esse desdobramento tem por finalidade facilitar o seu entendimento e identificar as principais causas das ineficiências observadas no posto de trabalho Deste modo o IROG pode ser calculado pela multiplicação dos índices de tempo operacional performance operacional e produtos aprovados conforme equação 2 2 Onde índice de tempo operacional ITO índice de performance operacional IPO índice de produtos aprovados IPA 211 Índice de tempo operacional ITO Este índice de disponibilidade representa o tempo total disponível do equipamento O período de análise pode ser feito diariamente semanalmente ou mensalmente Quanto menor for este valor maior será o potencial de aumento de utilização da máquina pois um baixo valor indica que o equipamento sofreu muitas paradas Tem como objetivo calcular o tempo disponível operacional descontando todas paradas não programadas ou seja aquelas paradas onde não estavam planejadas na produção O cálculo do índice de tempo operacional pode ser calculado de duas maneiras conforme equação 3 ou equação 4 ANTUNES et al 2008 3 ou XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza CE Brasil 13 a 16 de outubro de 2015 5 4 Um baixo valor do ITO indica que a máquina obteve muitas paradas gerando perda de eficiência Este índice varia da demanda que é sobreposta para a produção pois máquinas que produzem poucas variedades de peças possuem um ITO alto devido ao menos tempo de paradas para preparação de máquina De acordo com Hansen 2006 as paradas não programadas DT Dowtime podem se dar por falha no equipamento falha operacional problemas de qualidade preparação de máquina manutenção corretiva falta de abastecimento falta de pessoal aquecimento da máquina limpeza falta de energia etc 212 Índice de performance operacional IPO No IPO avaliase o desempenho da máquina e está ligado diretamente com a velocidade do equipamento Comparase a velocidade ideal com a velocidade real de produção e pode ser calculado através da equação 5 ou 6 5 ou 6 A velocidade de produção depende muito da capacitação do funcionário para manusear a máquina eis que o tempo de ciclo de um produto pode variar de acordo com o envolvimento de outros operadores com diferentes capacidades A falta de anotação no diário de bordo também pode afetar o desempenho da máquina pois pequenas paradas e quedas de velocidade não são informadas no diário de bordo impactando na precisão do cálculo ANTUNES et al 2008 213 Índice de produtos aprovados IPA XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza CE Brasil 13 a 16 de outubro de 2015 6 O IPA está relacionado com a qualidade das peças produzidas ou seja faz uma comparação entre a quantidade de peças boas e a quantidade de peças rejeitadas Entretanto o IPA é a relação entre peças produzidas subtraindo as peças rejeitadasretrabalhadas e divididas pelas peças produzidas conforme equação abaixo 7 Onde PB total de peças boas produzidas PRR total de peças refugadas eou retrabalhadas Segundo Ohno 1997 a eficiência nas indústrias modernas e nas empresas em geral significa a eliminação total dos desperdícios reduzindo seus custos Portanto o sistema de gestão da empresa deve desenvolver as habilidades humanas a fim de melhorar a produtividade e inovação para fazer um melhor uso das instalações e máquinas Assim sendo podese dizer que a redução ou eliminação dos desperdícios contribuem para um aumento da eficiência da empresa Outra forma de aumentar o IROG é a TRF 3 TRF O sistema de Troca Rápida de Ferramentas TRF ou Single Minute Exchange of Die SMED foi criado pelo japonês Shigeo Shingo na década de 50 O principal objetivo desta ferramenta é efetuar a preparação de máquina em um tempo inferior a 10 minutos eliminando desperdícios no setup em uma linha de produção ou num posto de trabalho Conforme Shingo 2000 a redução nos tempos de setup possibilita uma produção mais eficiente pois seu foco é eliminar perdas relacionadas a movimentações simplificando as tarefas necessárias e eliminando procedimentos que possam gerar erros nos ajustes no momento de preparação da máquina sendo possível atender as demandas do mercado pois o tempo disponível do equipamento impacta diretamente na flexibilidade do mix de produção A utilização da TRF auxilia na redução do tempo de atravessamento ou seja no lead time pois quanto menor for este tempo mais produtivo e eficiente será o processo de fabricação em geral FOGLIATTO 2000 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza CE Brasil 13 a 16 de outubro de 2015 7 Segundo Ohno 1997 a eliminação dos desperdícios é feita através da análise detalhada dos recursos disponíveis layout das máquinas otimizando os processos de fabricação e aprimorando as ferramentas e os métodos de transporte para que haja uma melhor qualidade e quantidade de materiais disponíveis para processamento Conforme SHINGO 2000 se os procedimentos de preparação de máquina forem analisados sob outro ponto de vista podese perceber que todas as etapas de setup compreendem uma sequência de passos como na Tabela 1 Tabela 1 Passos no processo de Setup Fonte Shingo 2000 Em relação à tabela 1 o que mais impacta é no momento de efetuar testes e alguns ajustes para diagnosticar se foram realizados corretamente representando 50 pois este tempo depende muito da habilidade do funcionário em realizar a preparação de máquina de maneira eficaz visto que para reduzir este tempo o foco principal será aumentar a precisão das medidas e calibrações antecedentes Portanto a eliminação de tarefas que não agregam valor ao produto pode ser diagnosticada através da separação das atividades em preparação interna e externa O Setup interno TPI tempo de preparação interno são todas operações que devem ser feitas apenas com a máquina desligada como por exemplo montagem ou remoção de matrizes Já o setup externo TPE Tempo de preparação externo são todas as atividades que podem ser feitas com a máquina em andamento SHINGO 1996 Segundo MOURA 1996 para auxiliar a reduzir o tempo de setup é necessário contar o tempo que o funcionário leva para verificar os seguintes itens problemas relativos a manutenção transporte ajustes na montagem posição das ferramentas e dispositivos prendedores ferramentas nãopadronizadas corridas experimentais alimentação de dados e automação Figura 1 Estágios da Troca rápida de ferramentas XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza CE Brasil 13 a 16 de outubro de 2015 8 Fonte Shingo 2000 Segundo Shingo 2000 conforme a figura 1 a TRF possui uma metodologia de aplicação através de estágios conceituais onde é possível reduzir os tempos de preparação de máquina e outras paradas que interfiram na disponibilidade do maquinário podendo alcançar melhorias expressivas de produtividade e eficiência Os estágios conceituais são a separação de setup interno e externo consiste em separar as operações de setup interno e externo e recomendase fazer uma lista de verificação que incluí todas as atividades condições de operação e medidas que são feitas com a máquina em andamento setup externo e com a máquina parada setup interno b conversão de setup interno em setup externo analisase a operação atual de setup e verificase a possibilidade de realizar as atividades que antes eram feitas com a máquina parada para serem realizadas com a máquina em andamento padronizando as funções e fazendo os ajustes antecipadamente e c racionalização dos aspectos da operação de setup após efetuar a separação do setup interno e externo no estágio um e a conversão das atividades internas em atividades externas no estágio dois chegase no momento de examinar detalhadamente cada atividade no estágio três Portanto as melhorias de equipamentos e dispositivo devem ser realizadas antes dos estágios um e dois pois o fato de ter equipamentos ou dispositivos ineficientes podem acarretar um resultado insatisfatório 4 Metodologia de pesquisa Este artigo caracterizase como pesquisa aplicada com base na pesquisa bibliográfica e um Estudo de Caso baseado em coletas de dados através da analise documental e a observação XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza CE Brasil 13 a 16 de outubro de 2015 9 direta na unidade de estudo A unidade de análise estudada foi em uma máquina aplicadora de adesivos de uma empresa fabricante de componentes para calçados no Vale dos Sinos RS Avaliouse o IROG deste maquinário e através dos resultados obtidos apresentouse uma proposta para o aumento deste IROG aplicando técnicas da TRF 5 Descrição da empresa e processo A empresa estudada foi fundada em 1989 na cidade de Novo Hamburgo RS Inicialmente centrouse na produção de componentes para calçados executando dublagens industriais de tecidos e espumas Atualmente trabalha na produção de componentes para calçados tais como couraças contrafortes e palmilhas de montagem atendendo a demanda do setor calçadista Imagem 1 Aplicadora de adesivos Fonte Empresa O processo de fabricação na aplicadora de adesivos imagem 1 consiste em receber o rolo de material impregnado e aplicar adesivos no mesmo originando o contraforte impregnado No início da produção o operador recebe uma ordem de fabricação onde consta a quantidade a ser produzida data de entrega cliente e outras informações bem como as listas de controle de espessura e gramatura do material que devem ser feitas a cada troca de lote Todas as informações referentes à produção e paradas de máquina são alimentadas pelo XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza CE Brasil 13 a 16 de outubro de 2015 10 operador via sistema interno da empresa através de um computador localizado ao lado da máquina Posteriormente a conferência da OF o operador deve alinhar o cavalete na entrada da máquina após esta etapa devese passar o material entre os rolos e calandras e por fim prender o material com fitas adesivas no cavalete de saída vazio Após estes ajustes o operador liga as calandras libera o freio dos cavaletes e regula as laterais do cocho local onde fica armazenado o adesivo derretido para espatular o adesivo no material Durante o processo o material passa pelas calandras refrigeradas que dão acabamento final ao contraforte sendo armazenado no cavalete de saída Estes cavaletes são os principais meios de transporte de material de um processo para outro visto que o material é produzido em grandes quantidades que variam de 1000 a 15000 metros lineares 52 Resultados do IROG Foi feito uma análise de janeiro a abril de 2014 levantando todos os dados necessários para a obtenção dos cálculos do índice de rendimento operacional global A aplicadora de adesivos trabalha numa velocidade ideal de 16 mmin em três turnos conforme tabela 2 Tabela 2 Turnos da empresa Fonte Autores A máquina estudada não é considerada um recurso com capacidade restrita ou seja a mesma não leva em consideração às 24 horas do calendário segundo Antunes 2008 ela baseiase pela OEE onde possui paradas programadas que não afetam a eficiência global do equipamento Como exemplo demonstrase a realização dos cálculos do IROG referentes a janeiro de 2014 Conforme equação 1 Tempo de ciclo 00625 minm Quantidade produzida 13868501 mlin Tempo total disponível 15677 min XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza CE Brasil 13 a 16 de outubro de 2015 11 Portanto o IROG mensal referente ao mês de janeiro foi de 5529 Deste modo os desdobramentos do IROG também foram calculados para identificar qual índice está impactando no baixo valor de eficiência global Calculase o Índice de tempo operacional ITO conforme equação 3 Tempo total de paradas não programadas 6145 minutos Tempo total disponível 15677 minutos Calculase o Índice de Produtos aprovados IPA conforme equação 7 Total produzido 13868501 metros lineares Total refugado 671235 metros lineares Calculase o Índice de Performance Operacional IPO conforme equação 6 IROG 05529 ITO 06080 IPA 09516 Através da multiplicação dos três índices chegase ao valor do Índice global 06080 x 09556 x 09516 05529 x 100 5529 Portanto o valor acima é o mesmo informado na equação 1 Podese perceber que o problema está no índice de tempo operacional ou seja a máquina não está aproveitando suficientemente seu tempo total disponível Figura 2 Gráfico de Pareto dos desdobramentos do IROG Janeiro a Abril de 2014 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza CE Brasil 13 a 16 de outubro de 2015 12 Fonte Autores Além de janeiro outros meses foram avaliados como fevereiro março e abril de 2014 conforme figura 3 Dentre estes quatros meses avaliados o IROG foi de 5921 bem abaixo do índice ideal de 85 O índice de tempo operacional foi o que mais afetou a eficiência global do equipamento ou seja o tempo total disponível neste período foi de 57575 minutos ou 9629 horas mas o tempo trabalhado foi de apenas 36907 minutos ou 61511 horas Antunes 2008 comenta que um baixo valor de ITO significa que a máquina teve muitas paradas não programadas ou seja todas as paradas que realmente afetam o índice de tempo operacional No período avaliado o total foi de 20688 minutos ou 34446 horas Para aumentar este índice devese eliminar ou reduzir qualquer tipo de paradas não programadas através da troca rápida de ferramentas 53 Análises dos tempos de paradas Conforme comentado anteriormente a aplicadora de adesivos possui paradas programadas por não ser um recurso com a capacidade restrita As paradas programadas são faltas de vendas e encerramento de turno A falta de vendas é colocada quando a máquina não possui programação portanto não há necessidade de considerar este tempo na eficiência da XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza CE Brasil 13 a 16 de outubro de 2015 13 máquina Já o encerramento de turno é quando o operador termina a produção antes do fim da sua jornada de trabalho Tabela 3 Relatório de paradas Fonte Empresa Na Tabela 3 estão todas as paradas programadas e não programadas no período de janeiro a abril de 2014 Para uma melhor visualização apresentase um Gráfico de Pareto somente com as paradas não programadas conforme figura 5 Figura 5 Gráfico de Pareto das paradas não programadas de JAN a ABR14 Fonte Autores XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza CE Brasil 13 a 16 de outubro de 2015 14 Através da análise do gráfico de Pareto da figura 5 identificouse que a principal parada que afeta o índice de tempo operacional foi a movimentação de cavaletes com um percentual de 37 seguida da preparação de máquina com 35 As duas paradas representam 71 de todas as paradas na aplicadora de adesivos De Janeiro a Abril a movimentação de cavaletes obteve um total de 604 ocorrências tendo 7651 minutos de parada com uma média de 126 minutos por parada 54 Proposta de melhorias Conforme analisado nas paradas de máquina o principal problema estava na movimentação de cavaletes Foram averiguadas todas as atividades que o operador realizava para a realização deste setup Segundo Moura 2008 é necessário contar o tempo que o funcionário leva para realizar estas atividades Baseandose nisto foi feito um levantamento das atividades internas com a utilização de um cronômetro para calcular o tempo de cada atividade na parada de máquina para a movimentação de cavaletes antes da proposta de melhoria conforme tabela 4 Tabela 4 Análise das atividades antes da melhoria Fonte Autores De acordo com o estágio dois da TRF SHINGO 2000 analisaramse todas as atividades internas para este reabastecimento e constatouse quais atividades poderiam ser convertidas em externas ou seja com a máquina em andamento Através disto surgiu a ideia de implantar um dispositivo que auxiliasse na redução deste tempo de parada Shingo 2000 comenta no estágio três que qualquer melhoria nos equipamentos e dispositivos pode ser feito antes da conversão de setup interno em externo ou seja os estágios não precisam ser feitos sequencialmente Portanto foi efetuada uma melhoria no XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza CE Brasil 13 a 16 de outubro de 2015 15 equipamento para que fosse possível colocar dois cavaletes cheios na entrada e dois cavaletes vazios na saída da máquina Esta modificação foi considerada de baixo investimento visto que o setor de manutenção possuía todos os componentes necessários para a adaptação do dispositivo na máquina aplicadora de adesivos Imagem 2 Melhoria no equipamento Fonte Empresa Na imagem 2 as setas indicam os locais onde foram feitos os ajustes na saída da máquina Na parte superior foi instalado um rolo para a passagem do material por cima do cavalete da frente possibilitando a fixação do material no cavalete atrás retirar o cavalete da frente Na parte inferior foi instalado um apoio para o cavalete e fixado correntes no chão para segurálo e evitar que o mesmo tombe causando acidentes Com a implantação do dispositivo foi possível converter as atividades 3 4 9 e 10 em externas Conforme tabela 5 Tabela 5 Análise das atividades depois da melhoria XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza CE Brasil 13 a 16 de outubro de 2015 16 Fonte Autores Estas atividades eram demoradas porque na maioria das vezes o operador precisava de auxílio de um funcionário do setor da embalagem para movimentar os cavaletes pois esta movimentação exigia muito esforço físico devido aos cavaletes pesarem em média 12 toneladas A partir da implantação desta melhoria houve uma redução de 69 minutos no tempo de setup representando uma diminuição de 5487 Totalizando uma redução de 4197 minutos ou 699 horas entre janeiro e abril de 2014 Com isto houve um aumento na disponibilidade da máquina pois segundo Ohno 1997 a eficiência nas indústrias significa a eliminação total dos desperdícios melhorando a produtividade com o melhor uso dos recursos disponíveis Com base na melhoria implantada através da TRF projetouse o IROG no mesmo período de janeiro a abril de 2014 conforme figura 9 Figura 4 Comparação do IROG Fonte Autores Houve um significativo aumento de 674 no índice de rendimento operacional global Em relação ao índice de tempo operacional foi de 727 Isto contribuiu para uma maior disponibilidade bem como uma melhor produtividade da aplicadora de adesivos gerando lucros e reduzindo os custos da empresa A proposta de melhoria foi reduzir o tempo da parada de movimentação de cavaletes através das técnicas da troca rápida de ferramentas XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza CE Brasil 13 a 16 de outubro de 2015 17 modificando a estrutura da máquina para que fosse possível colocar dois cavaletes na entrada e dois cavaletes na saída da máquina 6 Considerações finais O objetivo geral deste artigo foi avaliar a eficiência global do equipamento a fim de aumentá la com a utilização das técnicas de TRF Após esta identificação utilizouse os conceitos da Troca Rápida de Ferramentas visando à redução do tempo de paradas de máquina Assim mediante a TRF obtevese a redução das paradas não programadas aumentando a eficiência do equipamento Os efeitos em relação à aplicação dos conceitos da TRF diante da possibilidade de o setup ser feito em menos de 10 minutos foram satisfatórios pois através do método da TRF foi possível reduzir o tempo de movimentação de cavaletes de 127 minutos para 57 minutos ou seja uma melhora de 55 no tempo de movimentação de cavaletes A utilização do IROG juntamente com a TRF permitiu um aumento de 674 na eficiência global do equipamento passando de 5921 para 6595 entre janeiro e abril de 2014 mas ainda bem abaixo do índice ideal de 85 Os resultados para a empresa foram significativos pois foi possível melhorar a eficiência e produtividade do equipamento analisado utilizando o IROG e a TRF como ferramentas de apoio na gestão da produção uma vez que a melhoria contínua nos índices de disponibilidade desempenho e qualidade contribuíram para a utilização de métodos mais eficazes que agregaram a tomada de ações mais assertivas na solução de problemas possuindo um melhor aproveitamento do tempo disponível uma excelente produtividade e qualidade em seus produtos e processos eliminando os desperdícios para que assim tanto a empresa como os clientes internos e externos fiquem satisfeitos com os resultados obtidos Em busca do aprimoramento contínuo dos processos produtivos sugerese para futuros trabalhos a aplicação da TRF nas máquinas extrusoras da empresa visto que 50 das paradas são relacionadas à preparação de máquinas REFERÊNCIAS ANTUNES J et al Sistemas de produção conceitos e práticas para projeto e gestão da produção enxuta Porto Alegre Bookman 2008 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza CE Brasil 13 a 16 de outubro de 2015 18 FOGLIATTO F FAGUNDES P Troca rápida de ferramenta propostas metodológicas e estudo de caso Porto Alegre 2002 Disponível em httpwwwscielobrpdfgpv10n2a04v10n2pdf Acessado em 06 de maio de 2014 HANSEN R Eficiência global dos equipamentos uma poderosa ferramenta de produçãomanutenção para o aumento dos lucros Porto Alegre Bookman 2006 MOURA R Redução do tempo de setup troca rápida de ferramentas e ajustes de máquinas São Paulo IMAM 1996 OHNO T O Sistema Toyota de Produção além da produção em larga escala Porto Alegre Bookman 1997 SHINGO S O Sistema Toyota de Produção do ponto de vista da Engenharia de Produção 2 ed Porto Alegre Bookman1996 SHINGO S Sistema de troca rápida de ferramenta uma revolução nos sistemas produtivos Porto Alegre Bookman 2000 RESENHA O índice de rendimento operacional global e a troca rápida de ferramentas aliadas à eficiência de uma aplicadora de adesivos Rubem Jose Assis da Silveira Junior Felipe Morais Menezes Fabiano de Lima Nunes O mercado está cada vez mais competitivo levando diversas empresas a aprimorar seus métodos de produção e transporte de produtos Sendo assim a ferramenta Índice de Rendimento Operacional Global IROG tem sido muito utilizada para fins de produção Sua aplicação é direcionada ao monitoramento de desempenho qualidade e demanda de tempo dentro da dinâmica da empresa em relação às máquinas Para tanto o objetivo do artigo foi avaliar a eficiência de uma máquina responsável por aplicar adesivos relacionados ao setor calçadista O foco da avaliação foi compreender a dinâmica do funcionamento de tal máquina a partir da teoria de Troca Rápida de Ferramentas TRF e assim atenuar o tempo de intervalo a partir da IROG Para compreender melhor o que é o IROG é preciso analisar algumas de suas informações Basicamente sua atuação compreende determinada medição cujo objetivo é compreender o desempenho do equipamento de forma global e assim identificar possíveis problemáticas Após o avaliador compreender o que está impossibilitando a melhora de rendimento pode realizar o ajuste necessário e assim obter mais produtividade logo rentabilidade O IROG avalia em cinco índices as informações coletadas Os itens remetem aos itens inaceitável acessível somente se as tendências trimestrais estiverem melhorando muito bom no entanto não fique parado para processos em lotes e para processos discretos e contínuos Após isso a classificação é inserida em um programa específico e a partir de cálculos é fornecido a informação necessária Os cálculos em específico fornecem informações acerca do índice do tempo operacional índice de performance operacional e índice de produtos aprovados O TRF por sua vez programa a máquina para atuar sem desperdícios em um determinado tempo A partir desse tempo já alocado desperdícios são evitados afim de priorizar o tempo de trabalho necessário e essencial Esse tempo é incrementado a partir de algumas informações prévias do operador bem como os ajustes para o processamento específico do trabalho que se almeja realizar e quais matérias primas serão necessárias para processo incremento e remoção de produtosinformações testes e ajustes finais Sendo assim esse formato demanda um pouco mais de ação do operador uma vez que o tempo que o mesmo irá demandar para analisar o necessário e incluir as informações dependerá de cada profissional e sua respectiva habilidade Sendo assim o método utilizado para compor o estudo foi pesquisa aplicada a partir de uma busca por levantamento bibliográfico Foi realizado estudo de caso e coleta de dados a partir de análise documental e observação de dinâmica dentro da própria empresa Empresa localizada em Vale dos Sino Rio Grande do Sul Em suma buscouse melhorar os resultados fornecidos pelo processo TRF a partir da ferramenta IROG A coleta de dados foi feita de janeiro a abril de 2014 A máquina para coleta de dados trabalhava em uma velocidade de 16mmin a partir de três turnos Sendo assim cada parada intervalo remetia a ausência de vendas ou encerramento de turno dinâmica Os resultados apontaram problemáticas eou falhas na região dos cavaletes Ainda analisouse o tempo que o operador demandava para realizar o processo citado ao longo desse resumo a partir disso constatouse que todo processo realizado pelo operador poderia ser realizado com a máquina em atividade e não necessariamente em pausa o que auxiliaria bastante em todo o processo bem como na produtividade Tal adaptação gerou baixo investimento e foi bem vista após implementada A partir disso houve diminuição de sete minutos de intervalo o que representou diminuição significativa de tempo sem atividade A partir do exposto uma análise crítica acerca do conteúdo confere sobre analisar todos os fatores que influenciam em um processo sejam eles internos ou externos isto é a dinâmica da máquina influência na produção e desempenho mas a habilidade do operador também é de grande importância durante toda a dinâmica Por isso foi fundamental analisar o método já incorporado pela empresa e somar a uma análise mais específica com feito no estudo afim de explorar de diversas formas a dinâmica e aprimorar a produção e desempenho REFERÊNCIA JUNIOR R J A S MENEZES F M NUNES F L O índice de rendimento operacional global e a troca rápida de ferramentas aliadas à eficiência de uma aplicadora de adesivos Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza FortalezaCE13 a 16 de outubro de 2015