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Análise de Investimentos
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Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 1 INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE INVESTIMENTOS INTRODUÇÃO O principal objetivo de uma empresa é a maximização da riqueza de seus proprietários a longo prazo Para se alcançar este objetivo é necessária uma busca contínua do desenvolvimento de novos produtos construção de novas fábricas substituição de equipamentos obsoletos modernização de processos produtivos etc incorporando à empresa o investimento Investimento é definido como o ato de aplicação de recursos que irão resultar em benefícios futuros compensadores Como a capacidade de recursos é insuficiente para atender a todas as oportunidades a administração da empresa vêse obrigada a agir no sentido de decidir racionalmente quanto à alocação destes recursos As tomadas de decisões a partir de juízos de valor experiência anterior intuição têm colocado em risco o elevado aporte de capital exigido Os métodos quantitativos de análise surgiram no sentido de enfocar objetivamente estas decisões A EMPRESA A empresa sob o ponto de vista econômicofinanceiro pode ser visualizada em seus aspectos internos através de seu balanço Nele é possível demonstrar de onde provêm os recursos financeiros e onde eles foram aplicados O diagrama abaixo mostra de forma sintética o funcionamento de uma empresa BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Aplicação dos Recursos Ativo Circulante Passivo Circulante Origem dos Recursos Ativo Fixo Permanente Exigível a Longo Prazo Juros Lucro Operacional Patrimônio Líquido Dividendos Capital Próprio Capital de Terceiros Investimento Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 2 No PASSIVO estão registradas as fontes ou origem dos recursos captados pela empresa Estes recursos que provêm de diversas fontes são de dois tipos Financiamento e Empréstimos ou Capital de Terceiros Curto Prazo registrado no Passivo Circulante Longo Prazo registrado no Exigível a Longo Prazo Capital Próprio Patrimônio Líquido que corresponde aos recursos aplicados pelos acionistas através da aquisição no mercado primário O Capital Próprio da empresa é constituído do Capital Social Ações Ordinárias e Preferenciais Lucro Retido e Reservas No ATIVO é registrada a aplicação dos recursos Ativos de Curto Prazo Ativo Circulante Caixas e Bancos Contas a Receber Estoques etc Ativos de Longo Prazo Ativo Fixo ou Permanente Instalações Equipamentos Prédios Veículos Terrenos etc Podese então concluir que o capital é constituído de uma composição de diversas origens e representa a Estrutura de Capital da empresa Os agentes aplicadores de capital desejam receber em contrapartida uma remuneração pelo capital investido Os financiamentos e empréstimos são remunerados pelo pagamento de Juros os acionistas pelo pagamento de Dividendos Do outro lado o Ativo é a máquina impulsora que produz e gera recursos excedentes aos custos resultando no Lucro Operacional Este lucro deve ser suficiente para pagar o custo dos recursos aplicados Assim o objetivo básico da empresa é o de sempre procurar uma situação em que os Ativos consigam gerar excedentes superiores às demandas do Passivo ou seja que obedeçam às condições seguintes RENTABILIDADE DOS ATIVOS CUSTO DE CAPITAL DA EMPRESA LUCRO JUROS DIVIDENDOS Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 3 Quando a empresa está com a rentabilidade de seus ativos maior que o seu Custo de Capital ela passa a gerar excedentes são as Reservas que são alocadas no Patrimônio Líquido e que em última análise pertencem aos acionistas CUSTO DE CAPITAL Custo de Capital é de uma forma estática a ponderação do custo dos recursos aplicados ou seja é o custo do passivo da empresa Como exemplo se o passivo de uma empresa é composto de empréstimos e financiamento que custam 16 aa e os acionistas são remunerados a 12 aa sobre o Capital que aqui pode ser considerado igual ao Patrimônio Líquido temos Exigível 8000000 a 16 aa Patrimônio Líquido 4000000 a 12 aa Ponderação 8000000 x 016 4000000 x 012 1467 8000000 4000000 Custo de Capital da empresa 1467 aa CUSTO DE OPORTUNIDADE O Custo de Oportunidade corresponde à rentabilidade que a empresa estaria conseguindo obter por seus recursos se estes não tivessem sido deslocados para uma aplicação alternativa Exemplo Uma empresa resgata parte de seus recursos aplicados em CDBs com rendimento de 10 aa para investir na aquisição de uma nova máquina para sua unidade industrial Será necessário então que a empresa compare a rentabilidade dos CDBs resgatados com os ganhos oferecidos pela nova máquina A empresa tomará uma decisão correta se os ganhos oferecidos pelo investimento proposto forem maiores que o Custo de Oportunidade dos recursos alocados ao investimento que neste caso são de 10 aa TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE Uma empresa só deverá aplicar seus recursos se a rentabilidade oferecida por esta aplicação for superior a uma taxa determinada Esta taxa que chamamos de Taxa Mínima de Atratividade tem como base o Custo de Capital e o Custo de Oportunidade da empresa Quando uma empresa decide investir ela irá buscar recursos em três fontes Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 4 Capital de Terceiros através de empréstimos e financiamentos captados em bancos instituições financeiras ou no mercado de capitais através da emissão de títulos de curto prazo ex Commercial Paper ou de longo prazo ex Debêntures Capital Próprio através de aumento de capital pela emissão de novas ações a serem subscritas pelos acionistas Recursos Disponíveis internamente na empresa que estão aplicados no mercado de capitais aguardando oportunidade de investimento As duas primeiras fontes compõem o Custo de Capital e a terceira corresponde ao Custo de Oportunidade da empresa Esquematicamente temos Exemplo Uma empresa está planejando investir US 1000 MM em um novo projeto de exploração mineral Os recursos necessários terão como fonte Financiamentos Nacionais US 200 MM a 12 aa Financiamentos Estrangeiros US 300 MM a 8 aa Emissão de Debêntures US 100 MM a 14 aa Emissão de Ações US 150 MM a 10 aa expectativa mínima dos acionistas Recursos Disponíveis na empresa US 250 MM a 15 aa aplicados no Mercado Financeiro Custo do Capital de Terceiros 200 x 012 300 x 008 100 x 014 1033 200 300 100 Custo do Capital Próprio 10 aa Capital de Terceiros Capital Próprio Recursos Disponíveis Internamente TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE CUSTO DE CAPITAL CUSTO DE OPORTUNIDADE Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 5 Custo de Oportunidade 15 aa TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE 600 x 01033 150 x 010 250 x 015 1145 aa 600 150 250 Conclusão O projeto somente será atrativo se sua Rentabilidade for maior que 1145 aa CUSTO DE CAPITAL EMPRESA x CUSTO DE CAPITAL INVESTIMENTO Vamos considerar uma empresa que tem um Custo de Capital de 1467 aa e esteja querendo investir em um projeto que possui uma rentabilidade de 1250 aa O projeto pretendido pela empresa exige investimentos da ordem de R 6000000 cujos recursos serão provenientes das seguintes fontes Financiamentos R 4000000 a 10 aa Recursos Próprios R 2000000 a 12 aa Ponderação 4000000 x 010 2000000 x 012 1067 aa 4000000 2000000 Custos dos Recursos para o investimento 1067 aa Pergunta Deve a empresa realizar o investimento Se o custo de Capital da Empresa for considerado como a Taxa Mínima de Atratividade o Investimento é inviável economicamente ou seja a empresa não deverá realizar o investimento pois Rentabilidade do Investimento Custo de Capital da Empresa TMA 1250 aa 1467 aa Entretanto se a Taxa Mínima de Atratividade considerada for o Custo Ponderado dos Recursos Alocados ao Investimento o investimento passa a ser viável economicamente Rentabilidade do Investimento Custo dos Recursos do Investimento TMA 1250 aa 1067 aa Cabe a cada empresa decidir que critério utilizar na tomada de decisão ou seja que taxa a empresa deve adotar com Taxa Mínima de Atratividade Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 6 MOTIVOS PARA O DISPÊNDIO DE CAPITAL INVESTIMENTO Aquisição de Ativos geralmente para ampliação da capacidade de produção ou diversificação da linha de produtos Substituição de Ativos Modernização que poderá incluir a reconstrução o reparo ou a inclusão de uma nova máquina ou ainda instalações novas O conceito de modernização de equipamentos e instalações também é chamado de Revamping Outras finalidades que embora resultem em dispêndios de capital não resultam em aquisição ou transformação de ativos tangíveis Estes dispêndios incluem propaganda pesquisa e desenvolvimento serviços de consultoria aquisição de softwares desenvolvimento de novos produtos etc Todos estes dispêndios visam de uma forma ou de outra benefícios futuros para a empresa INFLAÇÃO Nos estudos de Análise de Investimento normalmente não se trabalha com inflação e se utiliza uma moeda de poder aquisitivo constante O impacto inflacionário se previsto deve ser aplicado a estes valores referidos a moeda constante Assim efeitos tais como defasagem de preços variações de custos oscilações cambiais ganhos financeiros provocados pela inflação e outros efeitos caso sejam previstos ficam refletidos no estudo TIPOS DE ALTERNATIVAS DE INVESTIMENTO Alternativa Mutuamente Excludente são aquelas que possuem a mesma função ou seja são concorrentes entre si A aceitação de uma alternativa exclui a possibilidade de aceitação das outras Exemplo Uma empresa deseja comprar um computador para informatizar o processo de desenvolvimento de novos produtos Existem três propostas de três fabricantes concorrentes A empresa após análise criteriosa irá escolher um dos fabricantes para fornecer o equipamento Alternativas Independentes são aquelas que se distinguem entre si de tal modo que a aceitação de uma delas não elimina a aceitação das outras Exemplo Uma empresa está cogitando em investir US 1 MM e se depara com três alternativas de investimento Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 7 Investir na compra de novos equipamentos Fazer propaganda institucional da empresa Construir um novo refeitório para os empregados A escolha de uma das alternativas não impede a empresa de implementar também as outras alternativas RACIONAMENTO DE CAPITAL Se uma empresa possui recursos ilimitados para investimento é bastante simples tomar decisões Todas as alternativas que forneçam retornos maiores do que um nível predeterminado TMA podem ser aceitas Entretanto as empresas só dispõem de uma quantia preestabelecida para investimento Inúmeros projetos poderão disputar essa quantia limitada A essa disputa pelos recursos escassos chamamos de Racionamento de capital Exemplo Suponhamos que uma empresa disponha de R 8000000 para investir no ano corrente e que existam cinco alternativas disputando esta verba No quadro abaixo estão as alternativas o volume de investimento necessário e um indicador de rentabilidade a TIR Taxa Interna de Retorno que será estudada mais adiante ALTERNATIVAS INVESTIMENTO R TIR AA A 2000000 38 B 4000000 35 C 5000000 30 D 1000000 26 E 3000000 25 15000000 A Taxa Mínima de Atratividade da empresa é de 20 AA que neste exemplo é a taxa que a empresa obtém no Mercado Financeiro A solução desta questão de Racionamento de Capital será determinar o conjunto de alternativas que resultem na maximização da Taxa Interna de Retorno do Investimento de R 8000000 No exemplo proposto existem várias possibilidades de utilização da verba de R 8000000 1 Rentabilidade Média 3275 aa ALTERNATIVAS INVESTIMENTO R TIR AA A 2000000 38 B 4000000 35 D 1000000 26 Merc Fin 1000000 20 8000000 Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 8 2 Rentabilidade Média 3150 aa ALTERNATIVAS INVESTIMENTO R TIR AA A 2000000 38 C 5000000 30 D 1000000 26 8000000 3 Rentabilidade Média 30125 aa ALTERNATIVAS INVESTIMENTO R TIR AA A 2000000 38 D 1000000 26 E 3000000 25 8000000 Outros conjuntos de alternativas poderão ser formados mas provavelmente nenhum deles terá uma Rentabilidade Média maior que 3275 aa TIPOS DE DECISÃO SOBRE INVESTIMENTOS Existem dois tipos de decisão sobre investimentos a saber Aceitar Rejeitar exige simplesmente a aplicação de critérios de avaliação e a compara cão do retorno calculado com um padrão mínimo aceitável pela empresa como por exemplo a TMA Uma decisão Aceitar Rejeitar é também utilizada na avaliação de projetos mutuamente exclusivos Classificação as alternativas são avaliadas segundo um critério predeterminado como por exemplo a TIR Taxa Interna de Retorno A alternativa com TIR mais alta será classificada em primeiro lugar e assim sucessivamente Apenas as alternativas aceitáveis devem ser classificadas Esta classificação é útil para avaliar as alternativas dentro de um esquema de Racionamento de Capital DESENVOLVIMENTO DE DADOS PARA ANÁLISE DE INVESTIMENTO Para se avaliar alternativas de investimento é necessário determinar as saídas e entradas de caixa após a dedução do Imposto de Renda Usase para isso Fluxos de Caixa ao invés de valores contábeis já que esses fluxos é que afetam a capacidade da empresa em liquidar seus compromissos ou comprar ativos Os valores contábeis que aparecem no Demonstrativo de Resultado não implicam necessariamente em desembolso efetivo na Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 9 época em que eles são registrados Existem também outros registros contábeis que não envolvem qualquer pagamento tais como as depreciações provisões exaustões etc COMPONENTES PRINCIPAIS DE UM PROJETO DE INVESTIMENTO Para o desenvolvimento de uma Análise Econômica e Financeira de um Projeto é necessário levantar as seguintes informações Informações sobre o Investimento Orçamento de Investimento Investimento Líquido Substituição de Equipamentos Cronograma de Desembolso do investimento Valor Residual Vida Útil Informações sobre o capital de Giro Informações sobre as Receitas ou Benefícios gerados pelo Projeto Informações sobre os Custos Operacionais Informações sobre o regime Fiscal incidente sobre o Projeto para que possam ser calculados Depreciação e Exaustão Tributos incidentes sobre as receitas e o Resultado do Projeto ORÇAMENTO DE INVESTIMENTO A atividade de execução de um orçamento de Investimento envolve equipes interdisciplinares de engenheiros economistas e administradores Este pessoal pesquisa delineia especifica e orça o projeto de investimento a partir de fontes disponíveis de dados COMPONENTES DE UM ORÇAMENTO DE INVESTIMENTO O Orçamento de Investimento compõese de Custo Básico corresponde principalmente ao valor de aquisição do equipamento instalações etc Custos de Instalação são os custos necessários para fazer com que o bem adquirido ou o serviço contratado funcione Exemplo gastos com transporte montagem gastos com parada de produção assistência técnica etc Despesas PréOperacionais referemse às despesas com testes e startup Engloba matériasprimas para testes energia treinamento de pessoal etc Este item de investimento Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 10 é relevante nos casos de implantação de grandes instalações ou nos projetos com tecnologia mais sofisticada TIPOS DE ORÇAMENTO DE INVESTIMENTO Dependendo de sua finalidade um Orçamento de Investimento pode ser enquadrado em um dos seguintes tipos Orçamento Preliminar é o orçamento feito na fase inicial de estudo de um projeto como base para verificação de sua potencialidade São obtidos pela correlação com projetos similares já realizados Sua margem de erro varia na faixa de 25 40 Orçamento para Estudo de Viabilidade Engloba os casos em que as informações disponíveis permitem desenvolver orçamentos com precisão aceitável para execução de estudos de viabilidade Os dados gerais do projeto são definidos tais como capacidade da instalação layout preliminar especificação dos equipamentos principais etc Sua margem de erro varia na faixa de 15 25 Orçamento Detalhado é o orçamento feito após o desdobramento do projeto em subunidades e o conseqüente desenvolvimento do projeto detalhado de cada unidade Esse orçamento serve de base para realizar quando da implementação do projeto o seu acompanhamento e controle Sua margem de erro não deve ser superior a 5 10 SUBSTITUIÇÃO DE EQUIPAMENTOS INVESTIMENTO LÍQUIDO Investimentos em substituição de equipamento incorporam fatos adicionais ao Orçamento de Investimento Estes fatos envolvem remoção do equipamento existente e a sua venda pelo valor de mercado Neste caso o Orçamento de Investimento deve deduzir do valor desembolsado com o equipamento novo a quantia líquida que for apurada com a venda do equipamento que está sendo substituído acrescido do feito da tributação incidente sobre a venda caso ocorra Quando a venda deste equipamento é realizada por uma quantia diferente do valor contábil constante nos livros é necessário calcular o Imposto de Renda sobre a diferença Esta diferença é chamada de Lucro ou Prejuízo nãooperacional O valor contábil de um bem é o custo original corrigido monetariamente não aplicável quando se trabalha com moeda constante subtraído da sua depreciação acumulada Lucro ou Prejuízo operacional é entendido pela Legislação Tributária Brasileira como a diferença entre o preço de venda de um bem e o seu valor contábil Assim temos Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 11 Exemplo de Venda com apuração de Lucro nãooperacional O equipamento antigo com valor contábil de R 120000 é vendido por R 200000 Haverá então um lucro não operacional de R 80000 sobre o qual deverá incidir o Imposto de Renda Considerando o IR com uma alíquota de 40 temos 80000 x 040 32000 Exemplo de venda com apuração de Prejuízo nãooperacional O mesmo equipamento é vendido por R 100000 Haverá um prejuízo não operacional de R 20000 Este prejuízo deverá gerar um crédito de IR que reduzirá o valor do investimento líquido em 20000 x 040 8000 Se o equipamento novo custa R 500000 o investimento líquido será Com a venda do equipamento antigo por R 200000 Inv Líq 500000 200000 32000 332000 Com a venda do equipamento antigo por R 100000 Inv Líq 500000 100000 8000 392000 Resumo Equipamento Novo Valor de Aquisição R 500000 Equipamento antigo Valor Contábil R 120000 Hipóteses Preço de Venda Lucro Prejuízo IR 40 Inv Líquido Com Lucro R 200000 R 80000 R 32000 R 332000 Sem Lucro R 120000 R 000 R 000 R 380000 Com Prejuízo R 100000 R 20000 R 8000 R 392000 Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 12 CRONOGRAMA DE DESEMBOLSO DO INVESTIMENTO Desenvolvido o orçamento de investimento é feito o seu cronograma de desembolso que corresponde a uma distribuição escalonada dos valores de custo do investimento nos respectivos períodos de realização A distribuição é feita com base em uma programação que pode ser representada por um diagrama de barras ou uma rede PERT Para elaboração do Cronograma de Desembolso é necessário ainda definir a periodicidade mensal trimestral anual etc e as condições especiais de pagamento vinculadas a algum equipamento específico Caso a empresa não conheça com precisão as datas dos desembolsos mas conheça o cronograma físico da implantação do projeto é possível estabelecer uma curva teórica de desembolso que corresponde em média ao que ocorre na prática Esta curva teórica tem o perfil de uma parábola invertida cuja área totaliza 100 do desembolso da obra O quadro seguinte exibe um trecho da tabela Valores em Percentuais Períodos 1 2 3 4 5 6 Total 1 10000 10000 2 5000 5000 10000 3 3000 4000 3000 10000 4 2000 3000 3000 2000 10000 5 1429 2286 2570 2286 1429 10000 6 1071 1786 2143 2143 1786 1071 10000 Estas tabelas que representam curvas normais aproximadas podem ter diversos perfis Cabe a cada empresa estabelecer o perfil ideal em função do tipo de projeto equipamentos envolvidos etc Veja ANEXO I ao final da apostila Exemplo Um investimento de R 10000000 é composto de três atividades principais Atividade Custo A Terraplanagem R 2000000 B Construção do Prédio R 3000000 C Instalação dos Equipamentos R 5000000 Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 13 Cronograma Físico da Construção QUADRIMESTRES Atividade 1 2 3 4 5 6 7 8 9 A Terraplanagem xxx xxx xxx xxx xxx B Construção do Prédio xxx xxx xxx xxx C Inst Equipamentos xxx xxx xxx Aplicando os percentuais sobre os valores de cada atividade temos QUADRIMESTRES Atividade Custo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 A 200 28 46 52 46 28 B 300 60 90 90 60 C 500 150 200 150 Total 10000 28 46 52 46 88 90 240 260 150 2018 2019 2020 Se a periodicidade do Fluxo de Caixa for anual teremos o seguinte cronograma CAPITAL DE GIRO Para o propósito de elaboração e avaliação de investimentos conceituase Capital de Giro como a soma total dos recursos que a empresa necessita investir em bases permanentes na manutenção de estoques e de uma carteira de títulos a fim de que possa funcionar normalmente sem crises e interrupções O Capital de Giro está representado pelos seguintes itens Estoque de matériasprimas produtos semiacabados e produtos acabados Crédito a clientes sob a forma de títulos a receber adiantamento a fornecedores etc Recursos líquidos ou reserva de caixa e depósitos em bancos para pagamentos de despesas mensais Ano Desembolso R M 2018 126 2019 224 2020 650 Total 1000 Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 14 Estes recursos adicionais são necessários no início do empreendimento e crescem ou diminuem conforme o volume das operações Sob o ponto de vista financeiro o Capital de Giro tem a mesma natureza do Capital Fixo uma vez que cria uma necessidade financeira de longo prazo Normalmente a estimativa do CG acompanha o orçamento dos custos do investimento É importante notar que no final da vida útil do empreendimento todo o Capital de Giro é recuperado retornando ao Caixa da empresa Para se estimar o volume de Capital de Giro é necessário estabelecer principalmente Política de vendas à vista a prazo etc Volume de estoques Necessidades mínimas de caixa RECEITAS As receitas do empreendimento são as entradas de caixa resultantes das vendas dos produtos ou serviços geradas pelo investimento A Receita deve ser líquida ou seja após o pagamento dos impostos incidentes sobre as vendas principalmente o IPI ICMS ISS PIS Cofins e outros Convém salientar que para a Análise de Investimento o importante é o recebimento ou a entrada efetiva dos recursos no caixa da empresa Assim se o empreendimento prevê vendas a prazo devese converter este faturamento em valores monetários na data do efetivo recebimento desta fatura ECONOMIA GERADA PELO INVESTIMENTO Alternativas que têm somente custo e que não geram receita são analisadas de forma comparativa A análise é feita sob a seguinte perspectiva o que acontecerá com os custos se a empresa adotar a alternativa em estudo Se esta alternativa for mais eficiente e tiver melhor rendimento do que a situação atual ela irá ter custos menores e portanto irá gerar uma Economia Esta Economia pode ser considerada como uma receita já deduzida dos custos operacionais CUSTOS OPERACIONAIS Os Custos Operacionais empreendimento são as saídas de caixa resultantes do processo de produção tais como pagamento de mãodeobra gastos com aquisição de matérias primas combustível etc Estes custos podem ser classificados em dois tipos Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 15 Custos Fixos são custos que não dependem do volume de produção ou de vendas são geralmente função do tempo e possuem características contratuais Como exemplo típico temos os aluguéis Custos Variáveis estes custos variam diretamente com o volume de produção ou de vendas Como exemplo temos as matériasprimas a mãodeobra direta as comissões sobre vendas etc DEPRECIAÇÃO VIDA ÚTIL TAXA DE DEPRECIAÇÃO Os elementos que integram o ativo imobilizado com exceção de terrenos e alguns outros itens têm um período limitado de vida útil Desta forma o custo de tais ativos deve ser alocado aos exercícios beneficiados pelo uso no decorrer de sua vida útil A diminuição de valores dos elementos do ativo imobilizado será registrada periodicamente nas contas de Depreciação quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgastes ou perda de utilidade por uso ação da natureza ou obsolescência Exaustão quando corresponder à perda do valor decorrente de sua exploração de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais ou bens aplicados nesta exploração Embora existam várias fórmulas conhecidas de cálculo a Legislação Brasileira permite que a depreciação seja calculada utilizando somente o Método Linear Fórmula para cálculo Valor Residual O Valor Residual referese ao que poderá ser apurado com a venda do Investimento Inicial após o término de sua vida útil Vida Útil Uma dificuldade associada ao cálculo da depreciação é a determinação do período de vida útil do ativo imobilizado A vida útil é afetada por fatores funcionais como a inadequação e o obsoletismo resultantes do surgimento de substitutos mais aperfeiçoados No Brasil a depreciação dos bens do ativo imobilizado é facultativa A Secretaria da Receita Federal determina taxas máximas e períodos de depreciação embora não proíba o contribuinte de apropriar cotas inferiores às fixadas e nem proíba de deixar de depreciar Depreciação Invest Inicial Valor Residual Vida Útil Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 16 Na prática prevalecem as taxas anuais de depreciação consagradas pela jurisprudência administrativa dentre as quais se destacam Tipos de Ativo Alíquota anual Vida Útil Prédio e Construções 4 25 anos Móveis e Utensílios 10 10 anos Máquinas e Equipamentos 10 10 anos Veículos Ferramentas 20 5 anos Ônibus 25 4 anos Para alguns tipos de bens a lei permite coeficientes de depreciação acelerados Tomando o coeficiente 10 como base para um turno de 8 horas temos 2 turnos de 8 horas 15 3 turnos de 8 horas 20 Estes coeficientes devem ser multiplicados pelas alíquotas de depreciação Em caso de dúvida a empresa deve solicitar uma perícia ao Instituto Nacional de Tecnologia ou outra entidade regional de tecnologia Não se deve confundir a aceleração da depreciação por uso para o qual não há necessidade de autorização especial e a aceleração por estímulo fiscal cuja autorização depende de aprovação prévia Este incentivo fiscal pode resultar na elevação da alíquota de depreciação em até três vezes TRIBUTAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA IMPOSTO DE RENDA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL Para fins de cálculo do imposto devido a legislação brasileira não distingue entre lucro operacional e ganhos de capital lucro não operacional da mesma forma não faz distinção entre o prejuízo operacional e a perda de capital prejuízo não operacional para fins de compensação de exercícios futuros Abaixo estão relacionados os vários tributos que incidem sobre o Resultado do Exercício Contribuição Social sobre o Lucro CSSL Base de cálculo Resultado do Exercício Contribuição Social 9 sobre a Base de Cálculo Imposto de Renda IR Base de cálculo Resultado do Exercício Imposto de Renda 15 sobre Base de Cálculo Adicional de 10 sobre a parcela da Base de Cálculo que exceder a R 24000000 Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 17 O Anexo II apresenta um estudo mais detalhado sobre os percentuais de impostos que incidem sobre o Resultado do Exercício COMPENSAÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL A Legislação brasileira a partir de 1995 permite que o prejuízo apurado de um exercício fiscal seja compensado por prazo indeterminado Existe entretanto a limitação de se poder compensar somente 30 do lucro do exercício de cada vez até que seja completado o total do Prejuízo a Compensar Na prática cabe a cada empresa decidir se deve ou não compensar o prejuízo de um exercício nos exercícios futuros nos estudos de avaliação de Projetos de Investimentos Caso a empresa não faça a compensação ela estará subestimando os Índices de Avaliação do Projeto O exemplo comparativo será apresentado após o tópico Estrutura do Fluxo de Caixa Operacional DESEMBOLSO DO IMPOSTO DE RENDA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL O desembolso dos tributos incidentes sobre o Resultado do Exercício deve estar adequadamente representado no Fluxo de Caixa A legislação tributária estabelece que a partir de 1993 19994 as empresas deverão pagar os tributos sobre o resultado no próprio exercício Até então os tributos eram desembolsados no exercício seguinte em quotas ou em pagamento único Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 18 ANEXO I CRONOGRAMA DE DESEMBOLSOS UNITÁRIOS CURVA NORMAL 12 Períodos Valores em Per 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Total 1 10000 10000 2 5000 5000 10000 3 3000 4000 3000 10000 4 2000 3000 3000 2000 10000 5 1429 2286 2570 2286 1429 10000 6 1071 1786 2143 2143 1786 1071 10000 7 833 1429 1786 1904 1786 1429 833 10000 8 667 1167 1500 1666 1666 1500 1167 667 10000 9 545 970 1273 1455 1514 1455 1273 970 545 10000 10 455 818 1091 1273 1363 1363 1273 1091 818 455 10000 11 385 699 944 1119 1224 1258 1224 1119 944 699 385 10000 12 330 604 824 989 1099 1154 1154 1099 989 824 604 330 10000 ANEXO II ALÍQUOTA DO IR E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL EM FUNÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO A PARTIR DE 1999 Resultado Exercício Valores em R Imposto de Renda Contribuição Social Até 100000 2400 300000 2600 500000 2920 1000000 3160 10000000 3376 100000000 3398 Acima de 500000000 3400 Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 19 BIBLIOGRAFIA BERTUCCI Luiz Alberto Administração Financeira Apostila Belo Horizonte PUC Minas 2001 CAMPOS Breno de Finanças I e Análise de Investimentos Belo Horizonte Apostila FDC 2003 101 pg MENEZES Guilherme Monteiro de SANTOS Raquel Maria Gherard dos ANTÔNIO Vânia Barroso de Matemática Financeira para cursos em EAD Belo Horizonte Apostila PUC Minas 2014 212 pg SAMANEZ Carlos Patrício Matemática Financeira Aplicações à Análise de Investimentos 2 ed São Paulo Makron Books 1999 VIEIRA SOBRINHO José Dutra Matemática Financeira 7 ed São Paulo Atlas 2000 WESTON JF e BRIGHAM E F Fundamentos da Administração Financeira 10ª Edição São Paulo Makron Books 2000 ZDANOWICZ José Eduardo Fluxo de Caixa uma decisão de planejamento e controle financeiro Rio Grande do Sul D C Luzzatto 1986
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Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 1 INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE INVESTIMENTOS INTRODUÇÃO O principal objetivo de uma empresa é a maximização da riqueza de seus proprietários a longo prazo Para se alcançar este objetivo é necessária uma busca contínua do desenvolvimento de novos produtos construção de novas fábricas substituição de equipamentos obsoletos modernização de processos produtivos etc incorporando à empresa o investimento Investimento é definido como o ato de aplicação de recursos que irão resultar em benefícios futuros compensadores Como a capacidade de recursos é insuficiente para atender a todas as oportunidades a administração da empresa vêse obrigada a agir no sentido de decidir racionalmente quanto à alocação destes recursos As tomadas de decisões a partir de juízos de valor experiência anterior intuição têm colocado em risco o elevado aporte de capital exigido Os métodos quantitativos de análise surgiram no sentido de enfocar objetivamente estas decisões A EMPRESA A empresa sob o ponto de vista econômicofinanceiro pode ser visualizada em seus aspectos internos através de seu balanço Nele é possível demonstrar de onde provêm os recursos financeiros e onde eles foram aplicados O diagrama abaixo mostra de forma sintética o funcionamento de uma empresa BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Aplicação dos Recursos Ativo Circulante Passivo Circulante Origem dos Recursos Ativo Fixo Permanente Exigível a Longo Prazo Juros Lucro Operacional Patrimônio Líquido Dividendos Capital Próprio Capital de Terceiros Investimento Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 2 No PASSIVO estão registradas as fontes ou origem dos recursos captados pela empresa Estes recursos que provêm de diversas fontes são de dois tipos Financiamento e Empréstimos ou Capital de Terceiros Curto Prazo registrado no Passivo Circulante Longo Prazo registrado no Exigível a Longo Prazo Capital Próprio Patrimônio Líquido que corresponde aos recursos aplicados pelos acionistas através da aquisição no mercado primário O Capital Próprio da empresa é constituído do Capital Social Ações Ordinárias e Preferenciais Lucro Retido e Reservas No ATIVO é registrada a aplicação dos recursos Ativos de Curto Prazo Ativo Circulante Caixas e Bancos Contas a Receber Estoques etc Ativos de Longo Prazo Ativo Fixo ou Permanente Instalações Equipamentos Prédios Veículos Terrenos etc Podese então concluir que o capital é constituído de uma composição de diversas origens e representa a Estrutura de Capital da empresa Os agentes aplicadores de capital desejam receber em contrapartida uma remuneração pelo capital investido Os financiamentos e empréstimos são remunerados pelo pagamento de Juros os acionistas pelo pagamento de Dividendos Do outro lado o Ativo é a máquina impulsora que produz e gera recursos excedentes aos custos resultando no Lucro Operacional Este lucro deve ser suficiente para pagar o custo dos recursos aplicados Assim o objetivo básico da empresa é o de sempre procurar uma situação em que os Ativos consigam gerar excedentes superiores às demandas do Passivo ou seja que obedeçam às condições seguintes RENTABILIDADE DOS ATIVOS CUSTO DE CAPITAL DA EMPRESA LUCRO JUROS DIVIDENDOS Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 3 Quando a empresa está com a rentabilidade de seus ativos maior que o seu Custo de Capital ela passa a gerar excedentes são as Reservas que são alocadas no Patrimônio Líquido e que em última análise pertencem aos acionistas CUSTO DE CAPITAL Custo de Capital é de uma forma estática a ponderação do custo dos recursos aplicados ou seja é o custo do passivo da empresa Como exemplo se o passivo de uma empresa é composto de empréstimos e financiamento que custam 16 aa e os acionistas são remunerados a 12 aa sobre o Capital que aqui pode ser considerado igual ao Patrimônio Líquido temos Exigível 8000000 a 16 aa Patrimônio Líquido 4000000 a 12 aa Ponderação 8000000 x 016 4000000 x 012 1467 8000000 4000000 Custo de Capital da empresa 1467 aa CUSTO DE OPORTUNIDADE O Custo de Oportunidade corresponde à rentabilidade que a empresa estaria conseguindo obter por seus recursos se estes não tivessem sido deslocados para uma aplicação alternativa Exemplo Uma empresa resgata parte de seus recursos aplicados em CDBs com rendimento de 10 aa para investir na aquisição de uma nova máquina para sua unidade industrial Será necessário então que a empresa compare a rentabilidade dos CDBs resgatados com os ganhos oferecidos pela nova máquina A empresa tomará uma decisão correta se os ganhos oferecidos pelo investimento proposto forem maiores que o Custo de Oportunidade dos recursos alocados ao investimento que neste caso são de 10 aa TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE Uma empresa só deverá aplicar seus recursos se a rentabilidade oferecida por esta aplicação for superior a uma taxa determinada Esta taxa que chamamos de Taxa Mínima de Atratividade tem como base o Custo de Capital e o Custo de Oportunidade da empresa Quando uma empresa decide investir ela irá buscar recursos em três fontes Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 4 Capital de Terceiros através de empréstimos e financiamentos captados em bancos instituições financeiras ou no mercado de capitais através da emissão de títulos de curto prazo ex Commercial Paper ou de longo prazo ex Debêntures Capital Próprio através de aumento de capital pela emissão de novas ações a serem subscritas pelos acionistas Recursos Disponíveis internamente na empresa que estão aplicados no mercado de capitais aguardando oportunidade de investimento As duas primeiras fontes compõem o Custo de Capital e a terceira corresponde ao Custo de Oportunidade da empresa Esquematicamente temos Exemplo Uma empresa está planejando investir US 1000 MM em um novo projeto de exploração mineral Os recursos necessários terão como fonte Financiamentos Nacionais US 200 MM a 12 aa Financiamentos Estrangeiros US 300 MM a 8 aa Emissão de Debêntures US 100 MM a 14 aa Emissão de Ações US 150 MM a 10 aa expectativa mínima dos acionistas Recursos Disponíveis na empresa US 250 MM a 15 aa aplicados no Mercado Financeiro Custo do Capital de Terceiros 200 x 012 300 x 008 100 x 014 1033 200 300 100 Custo do Capital Próprio 10 aa Capital de Terceiros Capital Próprio Recursos Disponíveis Internamente TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE CUSTO DE CAPITAL CUSTO DE OPORTUNIDADE Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 5 Custo de Oportunidade 15 aa TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE 600 x 01033 150 x 010 250 x 015 1145 aa 600 150 250 Conclusão O projeto somente será atrativo se sua Rentabilidade for maior que 1145 aa CUSTO DE CAPITAL EMPRESA x CUSTO DE CAPITAL INVESTIMENTO Vamos considerar uma empresa que tem um Custo de Capital de 1467 aa e esteja querendo investir em um projeto que possui uma rentabilidade de 1250 aa O projeto pretendido pela empresa exige investimentos da ordem de R 6000000 cujos recursos serão provenientes das seguintes fontes Financiamentos R 4000000 a 10 aa Recursos Próprios R 2000000 a 12 aa Ponderação 4000000 x 010 2000000 x 012 1067 aa 4000000 2000000 Custos dos Recursos para o investimento 1067 aa Pergunta Deve a empresa realizar o investimento Se o custo de Capital da Empresa for considerado como a Taxa Mínima de Atratividade o Investimento é inviável economicamente ou seja a empresa não deverá realizar o investimento pois Rentabilidade do Investimento Custo de Capital da Empresa TMA 1250 aa 1467 aa Entretanto se a Taxa Mínima de Atratividade considerada for o Custo Ponderado dos Recursos Alocados ao Investimento o investimento passa a ser viável economicamente Rentabilidade do Investimento Custo dos Recursos do Investimento TMA 1250 aa 1067 aa Cabe a cada empresa decidir que critério utilizar na tomada de decisão ou seja que taxa a empresa deve adotar com Taxa Mínima de Atratividade Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 6 MOTIVOS PARA O DISPÊNDIO DE CAPITAL INVESTIMENTO Aquisição de Ativos geralmente para ampliação da capacidade de produção ou diversificação da linha de produtos Substituição de Ativos Modernização que poderá incluir a reconstrução o reparo ou a inclusão de uma nova máquina ou ainda instalações novas O conceito de modernização de equipamentos e instalações também é chamado de Revamping Outras finalidades que embora resultem em dispêndios de capital não resultam em aquisição ou transformação de ativos tangíveis Estes dispêndios incluem propaganda pesquisa e desenvolvimento serviços de consultoria aquisição de softwares desenvolvimento de novos produtos etc Todos estes dispêndios visam de uma forma ou de outra benefícios futuros para a empresa INFLAÇÃO Nos estudos de Análise de Investimento normalmente não se trabalha com inflação e se utiliza uma moeda de poder aquisitivo constante O impacto inflacionário se previsto deve ser aplicado a estes valores referidos a moeda constante Assim efeitos tais como defasagem de preços variações de custos oscilações cambiais ganhos financeiros provocados pela inflação e outros efeitos caso sejam previstos ficam refletidos no estudo TIPOS DE ALTERNATIVAS DE INVESTIMENTO Alternativa Mutuamente Excludente são aquelas que possuem a mesma função ou seja são concorrentes entre si A aceitação de uma alternativa exclui a possibilidade de aceitação das outras Exemplo Uma empresa deseja comprar um computador para informatizar o processo de desenvolvimento de novos produtos Existem três propostas de três fabricantes concorrentes A empresa após análise criteriosa irá escolher um dos fabricantes para fornecer o equipamento Alternativas Independentes são aquelas que se distinguem entre si de tal modo que a aceitação de uma delas não elimina a aceitação das outras Exemplo Uma empresa está cogitando em investir US 1 MM e se depara com três alternativas de investimento Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 7 Investir na compra de novos equipamentos Fazer propaganda institucional da empresa Construir um novo refeitório para os empregados A escolha de uma das alternativas não impede a empresa de implementar também as outras alternativas RACIONAMENTO DE CAPITAL Se uma empresa possui recursos ilimitados para investimento é bastante simples tomar decisões Todas as alternativas que forneçam retornos maiores do que um nível predeterminado TMA podem ser aceitas Entretanto as empresas só dispõem de uma quantia preestabelecida para investimento Inúmeros projetos poderão disputar essa quantia limitada A essa disputa pelos recursos escassos chamamos de Racionamento de capital Exemplo Suponhamos que uma empresa disponha de R 8000000 para investir no ano corrente e que existam cinco alternativas disputando esta verba No quadro abaixo estão as alternativas o volume de investimento necessário e um indicador de rentabilidade a TIR Taxa Interna de Retorno que será estudada mais adiante ALTERNATIVAS INVESTIMENTO R TIR AA A 2000000 38 B 4000000 35 C 5000000 30 D 1000000 26 E 3000000 25 15000000 A Taxa Mínima de Atratividade da empresa é de 20 AA que neste exemplo é a taxa que a empresa obtém no Mercado Financeiro A solução desta questão de Racionamento de Capital será determinar o conjunto de alternativas que resultem na maximização da Taxa Interna de Retorno do Investimento de R 8000000 No exemplo proposto existem várias possibilidades de utilização da verba de R 8000000 1 Rentabilidade Média 3275 aa ALTERNATIVAS INVESTIMENTO R TIR AA A 2000000 38 B 4000000 35 D 1000000 26 Merc Fin 1000000 20 8000000 Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 8 2 Rentabilidade Média 3150 aa ALTERNATIVAS INVESTIMENTO R TIR AA A 2000000 38 C 5000000 30 D 1000000 26 8000000 3 Rentabilidade Média 30125 aa ALTERNATIVAS INVESTIMENTO R TIR AA A 2000000 38 D 1000000 26 E 3000000 25 8000000 Outros conjuntos de alternativas poderão ser formados mas provavelmente nenhum deles terá uma Rentabilidade Média maior que 3275 aa TIPOS DE DECISÃO SOBRE INVESTIMENTOS Existem dois tipos de decisão sobre investimentos a saber Aceitar Rejeitar exige simplesmente a aplicação de critérios de avaliação e a compara cão do retorno calculado com um padrão mínimo aceitável pela empresa como por exemplo a TMA Uma decisão Aceitar Rejeitar é também utilizada na avaliação de projetos mutuamente exclusivos Classificação as alternativas são avaliadas segundo um critério predeterminado como por exemplo a TIR Taxa Interna de Retorno A alternativa com TIR mais alta será classificada em primeiro lugar e assim sucessivamente Apenas as alternativas aceitáveis devem ser classificadas Esta classificação é útil para avaliar as alternativas dentro de um esquema de Racionamento de Capital DESENVOLVIMENTO DE DADOS PARA ANÁLISE DE INVESTIMENTO Para se avaliar alternativas de investimento é necessário determinar as saídas e entradas de caixa após a dedução do Imposto de Renda Usase para isso Fluxos de Caixa ao invés de valores contábeis já que esses fluxos é que afetam a capacidade da empresa em liquidar seus compromissos ou comprar ativos Os valores contábeis que aparecem no Demonstrativo de Resultado não implicam necessariamente em desembolso efetivo na Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 9 época em que eles são registrados Existem também outros registros contábeis que não envolvem qualquer pagamento tais como as depreciações provisões exaustões etc COMPONENTES PRINCIPAIS DE UM PROJETO DE INVESTIMENTO Para o desenvolvimento de uma Análise Econômica e Financeira de um Projeto é necessário levantar as seguintes informações Informações sobre o Investimento Orçamento de Investimento Investimento Líquido Substituição de Equipamentos Cronograma de Desembolso do investimento Valor Residual Vida Útil Informações sobre o capital de Giro Informações sobre as Receitas ou Benefícios gerados pelo Projeto Informações sobre os Custos Operacionais Informações sobre o regime Fiscal incidente sobre o Projeto para que possam ser calculados Depreciação e Exaustão Tributos incidentes sobre as receitas e o Resultado do Projeto ORÇAMENTO DE INVESTIMENTO A atividade de execução de um orçamento de Investimento envolve equipes interdisciplinares de engenheiros economistas e administradores Este pessoal pesquisa delineia especifica e orça o projeto de investimento a partir de fontes disponíveis de dados COMPONENTES DE UM ORÇAMENTO DE INVESTIMENTO O Orçamento de Investimento compõese de Custo Básico corresponde principalmente ao valor de aquisição do equipamento instalações etc Custos de Instalação são os custos necessários para fazer com que o bem adquirido ou o serviço contratado funcione Exemplo gastos com transporte montagem gastos com parada de produção assistência técnica etc Despesas PréOperacionais referemse às despesas com testes e startup Engloba matériasprimas para testes energia treinamento de pessoal etc Este item de investimento Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 10 é relevante nos casos de implantação de grandes instalações ou nos projetos com tecnologia mais sofisticada TIPOS DE ORÇAMENTO DE INVESTIMENTO Dependendo de sua finalidade um Orçamento de Investimento pode ser enquadrado em um dos seguintes tipos Orçamento Preliminar é o orçamento feito na fase inicial de estudo de um projeto como base para verificação de sua potencialidade São obtidos pela correlação com projetos similares já realizados Sua margem de erro varia na faixa de 25 40 Orçamento para Estudo de Viabilidade Engloba os casos em que as informações disponíveis permitem desenvolver orçamentos com precisão aceitável para execução de estudos de viabilidade Os dados gerais do projeto são definidos tais como capacidade da instalação layout preliminar especificação dos equipamentos principais etc Sua margem de erro varia na faixa de 15 25 Orçamento Detalhado é o orçamento feito após o desdobramento do projeto em subunidades e o conseqüente desenvolvimento do projeto detalhado de cada unidade Esse orçamento serve de base para realizar quando da implementação do projeto o seu acompanhamento e controle Sua margem de erro não deve ser superior a 5 10 SUBSTITUIÇÃO DE EQUIPAMENTOS INVESTIMENTO LÍQUIDO Investimentos em substituição de equipamento incorporam fatos adicionais ao Orçamento de Investimento Estes fatos envolvem remoção do equipamento existente e a sua venda pelo valor de mercado Neste caso o Orçamento de Investimento deve deduzir do valor desembolsado com o equipamento novo a quantia líquida que for apurada com a venda do equipamento que está sendo substituído acrescido do feito da tributação incidente sobre a venda caso ocorra Quando a venda deste equipamento é realizada por uma quantia diferente do valor contábil constante nos livros é necessário calcular o Imposto de Renda sobre a diferença Esta diferença é chamada de Lucro ou Prejuízo nãooperacional O valor contábil de um bem é o custo original corrigido monetariamente não aplicável quando se trabalha com moeda constante subtraído da sua depreciação acumulada Lucro ou Prejuízo operacional é entendido pela Legislação Tributária Brasileira como a diferença entre o preço de venda de um bem e o seu valor contábil Assim temos Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 11 Exemplo de Venda com apuração de Lucro nãooperacional O equipamento antigo com valor contábil de R 120000 é vendido por R 200000 Haverá então um lucro não operacional de R 80000 sobre o qual deverá incidir o Imposto de Renda Considerando o IR com uma alíquota de 40 temos 80000 x 040 32000 Exemplo de venda com apuração de Prejuízo nãooperacional O mesmo equipamento é vendido por R 100000 Haverá um prejuízo não operacional de R 20000 Este prejuízo deverá gerar um crédito de IR que reduzirá o valor do investimento líquido em 20000 x 040 8000 Se o equipamento novo custa R 500000 o investimento líquido será Com a venda do equipamento antigo por R 200000 Inv Líq 500000 200000 32000 332000 Com a venda do equipamento antigo por R 100000 Inv Líq 500000 100000 8000 392000 Resumo Equipamento Novo Valor de Aquisição R 500000 Equipamento antigo Valor Contábil R 120000 Hipóteses Preço de Venda Lucro Prejuízo IR 40 Inv Líquido Com Lucro R 200000 R 80000 R 32000 R 332000 Sem Lucro R 120000 R 000 R 000 R 380000 Com Prejuízo R 100000 R 20000 R 8000 R 392000 Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 12 CRONOGRAMA DE DESEMBOLSO DO INVESTIMENTO Desenvolvido o orçamento de investimento é feito o seu cronograma de desembolso que corresponde a uma distribuição escalonada dos valores de custo do investimento nos respectivos períodos de realização A distribuição é feita com base em uma programação que pode ser representada por um diagrama de barras ou uma rede PERT Para elaboração do Cronograma de Desembolso é necessário ainda definir a periodicidade mensal trimestral anual etc e as condições especiais de pagamento vinculadas a algum equipamento específico Caso a empresa não conheça com precisão as datas dos desembolsos mas conheça o cronograma físico da implantação do projeto é possível estabelecer uma curva teórica de desembolso que corresponde em média ao que ocorre na prática Esta curva teórica tem o perfil de uma parábola invertida cuja área totaliza 100 do desembolso da obra O quadro seguinte exibe um trecho da tabela Valores em Percentuais Períodos 1 2 3 4 5 6 Total 1 10000 10000 2 5000 5000 10000 3 3000 4000 3000 10000 4 2000 3000 3000 2000 10000 5 1429 2286 2570 2286 1429 10000 6 1071 1786 2143 2143 1786 1071 10000 Estas tabelas que representam curvas normais aproximadas podem ter diversos perfis Cabe a cada empresa estabelecer o perfil ideal em função do tipo de projeto equipamentos envolvidos etc Veja ANEXO I ao final da apostila Exemplo Um investimento de R 10000000 é composto de três atividades principais Atividade Custo A Terraplanagem R 2000000 B Construção do Prédio R 3000000 C Instalação dos Equipamentos R 5000000 Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 13 Cronograma Físico da Construção QUADRIMESTRES Atividade 1 2 3 4 5 6 7 8 9 A Terraplanagem xxx xxx xxx xxx xxx B Construção do Prédio xxx xxx xxx xxx C Inst Equipamentos xxx xxx xxx Aplicando os percentuais sobre os valores de cada atividade temos QUADRIMESTRES Atividade Custo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 A 200 28 46 52 46 28 B 300 60 90 90 60 C 500 150 200 150 Total 10000 28 46 52 46 88 90 240 260 150 2018 2019 2020 Se a periodicidade do Fluxo de Caixa for anual teremos o seguinte cronograma CAPITAL DE GIRO Para o propósito de elaboração e avaliação de investimentos conceituase Capital de Giro como a soma total dos recursos que a empresa necessita investir em bases permanentes na manutenção de estoques e de uma carteira de títulos a fim de que possa funcionar normalmente sem crises e interrupções O Capital de Giro está representado pelos seguintes itens Estoque de matériasprimas produtos semiacabados e produtos acabados Crédito a clientes sob a forma de títulos a receber adiantamento a fornecedores etc Recursos líquidos ou reserva de caixa e depósitos em bancos para pagamentos de despesas mensais Ano Desembolso R M 2018 126 2019 224 2020 650 Total 1000 Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 14 Estes recursos adicionais são necessários no início do empreendimento e crescem ou diminuem conforme o volume das operações Sob o ponto de vista financeiro o Capital de Giro tem a mesma natureza do Capital Fixo uma vez que cria uma necessidade financeira de longo prazo Normalmente a estimativa do CG acompanha o orçamento dos custos do investimento É importante notar que no final da vida útil do empreendimento todo o Capital de Giro é recuperado retornando ao Caixa da empresa Para se estimar o volume de Capital de Giro é necessário estabelecer principalmente Política de vendas à vista a prazo etc Volume de estoques Necessidades mínimas de caixa RECEITAS As receitas do empreendimento são as entradas de caixa resultantes das vendas dos produtos ou serviços geradas pelo investimento A Receita deve ser líquida ou seja após o pagamento dos impostos incidentes sobre as vendas principalmente o IPI ICMS ISS PIS Cofins e outros Convém salientar que para a Análise de Investimento o importante é o recebimento ou a entrada efetiva dos recursos no caixa da empresa Assim se o empreendimento prevê vendas a prazo devese converter este faturamento em valores monetários na data do efetivo recebimento desta fatura ECONOMIA GERADA PELO INVESTIMENTO Alternativas que têm somente custo e que não geram receita são analisadas de forma comparativa A análise é feita sob a seguinte perspectiva o que acontecerá com os custos se a empresa adotar a alternativa em estudo Se esta alternativa for mais eficiente e tiver melhor rendimento do que a situação atual ela irá ter custos menores e portanto irá gerar uma Economia Esta Economia pode ser considerada como uma receita já deduzida dos custos operacionais CUSTOS OPERACIONAIS Os Custos Operacionais empreendimento são as saídas de caixa resultantes do processo de produção tais como pagamento de mãodeobra gastos com aquisição de matérias primas combustível etc Estes custos podem ser classificados em dois tipos Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 15 Custos Fixos são custos que não dependem do volume de produção ou de vendas são geralmente função do tempo e possuem características contratuais Como exemplo típico temos os aluguéis Custos Variáveis estes custos variam diretamente com o volume de produção ou de vendas Como exemplo temos as matériasprimas a mãodeobra direta as comissões sobre vendas etc DEPRECIAÇÃO VIDA ÚTIL TAXA DE DEPRECIAÇÃO Os elementos que integram o ativo imobilizado com exceção de terrenos e alguns outros itens têm um período limitado de vida útil Desta forma o custo de tais ativos deve ser alocado aos exercícios beneficiados pelo uso no decorrer de sua vida útil A diminuição de valores dos elementos do ativo imobilizado será registrada periodicamente nas contas de Depreciação quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgastes ou perda de utilidade por uso ação da natureza ou obsolescência Exaustão quando corresponder à perda do valor decorrente de sua exploração de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais ou bens aplicados nesta exploração Embora existam várias fórmulas conhecidas de cálculo a Legislação Brasileira permite que a depreciação seja calculada utilizando somente o Método Linear Fórmula para cálculo Valor Residual O Valor Residual referese ao que poderá ser apurado com a venda do Investimento Inicial após o término de sua vida útil Vida Útil Uma dificuldade associada ao cálculo da depreciação é a determinação do período de vida útil do ativo imobilizado A vida útil é afetada por fatores funcionais como a inadequação e o obsoletismo resultantes do surgimento de substitutos mais aperfeiçoados No Brasil a depreciação dos bens do ativo imobilizado é facultativa A Secretaria da Receita Federal determina taxas máximas e períodos de depreciação embora não proíba o contribuinte de apropriar cotas inferiores às fixadas e nem proíba de deixar de depreciar Depreciação Invest Inicial Valor Residual Vida Útil Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 16 Na prática prevalecem as taxas anuais de depreciação consagradas pela jurisprudência administrativa dentre as quais se destacam Tipos de Ativo Alíquota anual Vida Útil Prédio e Construções 4 25 anos Móveis e Utensílios 10 10 anos Máquinas e Equipamentos 10 10 anos Veículos Ferramentas 20 5 anos Ônibus 25 4 anos Para alguns tipos de bens a lei permite coeficientes de depreciação acelerados Tomando o coeficiente 10 como base para um turno de 8 horas temos 2 turnos de 8 horas 15 3 turnos de 8 horas 20 Estes coeficientes devem ser multiplicados pelas alíquotas de depreciação Em caso de dúvida a empresa deve solicitar uma perícia ao Instituto Nacional de Tecnologia ou outra entidade regional de tecnologia Não se deve confundir a aceleração da depreciação por uso para o qual não há necessidade de autorização especial e a aceleração por estímulo fiscal cuja autorização depende de aprovação prévia Este incentivo fiscal pode resultar na elevação da alíquota de depreciação em até três vezes TRIBUTAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA IMPOSTO DE RENDA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL Para fins de cálculo do imposto devido a legislação brasileira não distingue entre lucro operacional e ganhos de capital lucro não operacional da mesma forma não faz distinção entre o prejuízo operacional e a perda de capital prejuízo não operacional para fins de compensação de exercícios futuros Abaixo estão relacionados os vários tributos que incidem sobre o Resultado do Exercício Contribuição Social sobre o Lucro CSSL Base de cálculo Resultado do Exercício Contribuição Social 9 sobre a Base de Cálculo Imposto de Renda IR Base de cálculo Resultado do Exercício Imposto de Renda 15 sobre Base de Cálculo Adicional de 10 sobre a parcela da Base de Cálculo que exceder a R 24000000 Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 17 O Anexo II apresenta um estudo mais detalhado sobre os percentuais de impostos que incidem sobre o Resultado do Exercício COMPENSAÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL A Legislação brasileira a partir de 1995 permite que o prejuízo apurado de um exercício fiscal seja compensado por prazo indeterminado Existe entretanto a limitação de se poder compensar somente 30 do lucro do exercício de cada vez até que seja completado o total do Prejuízo a Compensar Na prática cabe a cada empresa decidir se deve ou não compensar o prejuízo de um exercício nos exercícios futuros nos estudos de avaliação de Projetos de Investimentos Caso a empresa não faça a compensação ela estará subestimando os Índices de Avaliação do Projeto O exemplo comparativo será apresentado após o tópico Estrutura do Fluxo de Caixa Operacional DESEMBOLSO DO IMPOSTO DE RENDA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL O desembolso dos tributos incidentes sobre o Resultado do Exercício deve estar adequadamente representado no Fluxo de Caixa A legislação tributária estabelece que a partir de 1993 19994 as empresas deverão pagar os tributos sobre o resultado no próprio exercício Até então os tributos eram desembolsados no exercício seguinte em quotas ou em pagamento único Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 18 ANEXO I CRONOGRAMA DE DESEMBOLSOS UNITÁRIOS CURVA NORMAL 12 Períodos Valores em Per 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Total 1 10000 10000 2 5000 5000 10000 3 3000 4000 3000 10000 4 2000 3000 3000 2000 10000 5 1429 2286 2570 2286 1429 10000 6 1071 1786 2143 2143 1786 1071 10000 7 833 1429 1786 1904 1786 1429 833 10000 8 667 1167 1500 1666 1666 1500 1167 667 10000 9 545 970 1273 1455 1514 1455 1273 970 545 10000 10 455 818 1091 1273 1363 1363 1273 1091 818 455 10000 11 385 699 944 1119 1224 1258 1224 1119 944 699 385 10000 12 330 604 824 989 1099 1154 1154 1099 989 824 604 330 10000 ANEXO II ALÍQUOTA DO IR E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL EM FUNÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO A PARTIR DE 1999 Resultado Exercício Valores em R Imposto de Renda Contribuição Social Até 100000 2400 300000 2600 500000 2920 1000000 3160 10000000 3376 100000000 3398 Acima de 500000000 3400 Estratégia de Investimentos Unidade 01 Introdução à Análise de Investimentos Prof Bruno Moreno de Menezes 19 BIBLIOGRAFIA BERTUCCI Luiz Alberto Administração Financeira Apostila Belo Horizonte PUC Minas 2001 CAMPOS Breno de Finanças I e Análise de Investimentos Belo Horizonte Apostila FDC 2003 101 pg MENEZES Guilherme Monteiro de SANTOS Raquel Maria Gherard dos ANTÔNIO Vânia Barroso de Matemática Financeira para cursos em EAD Belo Horizonte Apostila PUC Minas 2014 212 pg SAMANEZ Carlos Patrício Matemática Financeira Aplicações à Análise de Investimentos 2 ed São Paulo Makron Books 1999 VIEIRA SOBRINHO José Dutra Matemática Financeira 7 ed São Paulo Atlas 2000 WESTON JF e BRIGHAM E F Fundamentos da Administração Financeira 10ª Edição São Paulo Makron Books 2000 ZDANOWICZ José Eduardo Fluxo de Caixa uma decisão de planejamento e controle financeiro Rio Grande do Sul D C Luzzatto 1986