Analise da Republica de Platao: Justica, Etica e Filosofia - Trabalho Academico

A avaliação consiste em um texto dissertativo de 23 páginas feito a partir de um trecho ou assunto selecionado no Livro I do diálogo A República levando em consideração o que foi trabalhado em sala de aula Duas traduções do diálogo estão em anexo aqui a portuguesa e a brasileira Martins Fontes a digitalização está ruim em alguns trechos Os textos de apresentação em cada uma das edições podem ser usados Também vou deixar em anexo o diálogo Hípias Maior onde fica claro o desentendimento entre Sócrates e o sofista a partir da p 6 o Fedro onde aparece a questão da escrita da p 120 a 123 A formatação a ser usada é fonte Georgia tamanho 12 espaçamento 115 margens de acordo com o padrão do Google Docs ou 25 cm Escrever um título é opcional assim como a indicação de bibliografia Não faça capa ou cabeçalho Seu nome deve estar no arquivo PDF enviado Tirando isso o resto da formatação é livre RESUMO Grande filósofo da antiguidade Platão foi responsável não só por exprimir muito de sua marcante filosofia em sua época como também se atribui a este escritos sobre muito do que seu mestre Sócrates deixou oralmente Em particular as obras A República Hípias Maior e Fedro se destacam por apresentar em seu corpo conteúdos de grande importância sobretudo como base conceitual filosófica para o que viria ser em parte formalmente o campo filosófico da ética e tudo que dela se deriva A República de Platão explora temas fundamentais como justiça educação natureza humana e política Seus diálogos buscam definir a justiça introduzindo seus conceitos e ideias dentro de um contexto onde a realidade está além do mundo sensível Ele propõe uma cidade ideal com três classes liderada por filósofosreis com ênfase na educação moldando a moral Platão também analisa a natureza humana destacando desejos e educação Ele discute a sucessão de formas de governo e enfatiza a importância da justiça na manutenção da estabilidade Embora não seja imediatamente evidente a relação entre Platão e os présocráticos do ponto de vista de tradição filosófica os présocráticos contribuíram em muito para o desenvolvimento da lógica e do pensamento crítico que foram elementos importantes e base da posterior filosofia de Platão De forma geral a tradição filosófica grega desde os pré socráticos até Sócrates Platão e Aristóteles consiste em uma progressão na qual ideias e preocupações filosóficas se constroem e evoluem ao longo do tempo contribuindo para a formação do pensamento filosófico clássico na Grécia Antiga O questionamento fortemente embasado logicamente a estruturação racional e concisa das respostas formais aos questionamentos o uso apropriado de alegorias e gêneros textuais de compreensão subjetiva e a busca por respostas na mais essencial natureza possível destas estão presentes não só na obra A República mas em diversas outras obras do autor Estas características acabam por evidenciar a presença de conceitos relacionados tanto ao mythos como ao logos na obra platônica e estes se estendem pela obra no sentido de permitir a expressão complexa rica e ao mesmo tempo tão objetiva da obra Estas características também encontramse presentes em Hípias Maior uma obra platônica que trata do belo como ponto central Esta obra é referenciada até os dias de hoje devido sua grande importância e desde sua publicação muito esforço no campo filosófico foi direcionado ao estudo do belo culminando na criação do termo estética por Baumgarden 1735 e o desenvolvimento do campo filosófico artístico Nesta obra Sócrates questiona Hipias sobre o que é considerado belo e se a beleza é constante ou varia de acordo com o contexto Hipias oferece várias definições de beleza mas Sócrates usando seu método de questionamento socrático rapidamente as refuta levando Hipias a uma série de respostas contraditórias O diálogo continua com Sócrates buscando uma definição precisa de beleza mas não chega a uma conclusão definitiva A conversa deixa a questão em aberto refletindo a dificuldade em definir um conceito tão subjetivo e complexo quanto a beleza Em última instância Hipias Maior é um exemplo do estilo socrático de investigação filosófica onde as questões são exploradas por meio do diálogo e do questionamento mas o diálogo específico não fornece uma definição conclusiva do belo Ele ilustra a complexidade e a ambiguidade inerentes ao conceito de beleza e à natureza da busca filosófica Embora as obras A República e Hipias Maior de Platão discutam questões diferentes a primeira tratando principalmente da justiça e a segunda do conceito do belo há de fato uma relação subjacente entre esses dois temas na filosofia de Platão Essa relação está enraizada na preocupação de Platão com a busca da verdade e da sabedoria Platão acreditava que a justiça e o belo eram expressões da verdade e da ordem Ele via a justiça como um princípio fundamental de equilíbrio e harmonia na sociedade e na alma individual Da mesma forma o belo segundo Platão não se limita apenas à estética mas também à harmonia e à simetria que podem ser encontradas na realidade Na A República Platão argumenta que a justiça ocorre quando cada classe social desempenha sua função apropriadamente alcançando assim um estado de equilíbrio e harmonia Isso se relaciona com sua visão do bem supremo como uma forma de conhecimento e verdade que deve orientar a sociedade Em Hipias Maior a discussão sobre o belo também está ligada à busca da verdade Platão questiona se a beleza é algo intrínseco e absoluto ou se depende do contexto e da utilidade Ele argumenta que a beleza está relacionada à verdade e à sabedoria e que a busca pelo belo é uma busca pela verdade Portanto a relação entre justiça e beleza nas obras de Platão está enraizada na ideia de que ambas são expressões da verdade e da ordem Ambos os conceitos refletem a busca pela harmonia equilíbrio e conhecimento que são valores fundamentais na filosofia de Platão Embora Sócrates não tenha deixado seus conhecimentos em sua forma escrita Platão foi capaz de transmitir não só suas ideias mas também as ideias de Sócrates de forma escrita Embora Platão seja sucessor direto de Sócrates o estilo de divulgação do conhecimento filosófico usado por ambos foi completamente diferente Platão deixou sua obra por escrito diferentemente de Sócrates Esta diferença de divulgação filosófica é expressa em Fedro um outro diálogo de Platão De forma geral Fedro é um diálogo filosófico de Platão que explora temas como retórica amor e escrita O diálogo se desenrola em uma conversa entre Sócrates e Fedro e inicia com uma discussão sobre a natureza da retórica e como ela pode ser usada para persuadir e influenciar as pessoas No entanto a conversa evolui para explorar a ideia de amor e a busca pelo conhecimento Platão também aborda a questão da escrita e como ela pode afetar a memória e a transmissão do conhecimento Ele argumenta que a escrita é uma forma de comunicação mas não pode substituir o diálogo e o ensino direto na busca pela verdade Além disso chega a comparar a escrita com a pintura dada a incapacidade do diálogo do expectador com a obra produzida o diálogo é restritamente interno No diálogo o personagem Sócrates defende fervorosamente o discurso conscientemente escrito dada a ausência de seletividade na recepção do mesmo escrito quando distribuído ao mundo