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Cursos Gerais ·

Linguística

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Libras 2 créditos 40 horas Autor Nayara da Silva Cesario Martins Universidade Católica Dom Bosco Virtual wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 2 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 Missão Salesiana de Mato Grosso Universidade Católica Dom Bosco Instituição Salesiana de Educação Superior Chanceler Pe Ricardo Carlos Reitor Pe José Marinoni PróReitora de Graduação e Extensão Profa Rúbia Renata Marques Diretor da UCDB Virtual Prof Jeferson Pistori Coordenadora Pedagógica Profa Blanca Martín Salvago Direitos desta edição reservados à Editora UCDB Diretoria de Educação a Distância 67 33123335 wwwvirtualucdbbr UCDB Universidade Católica Dom Bosco Av Tamandaré 6000 Jardim Seminário Fone 67 33123800 Fax 67 33123302 CEP 79117900 Campo Grande MS MARTINS Nayara da Silva Cesario Libras Nayara da Silva Cesario Martins Campo Grande UCDB 2018 62 p Palavraschave 1 Surdez 2 Educação do surdo 3 Métodos 4 Uso da LIBRAS 0222 3 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 APRESENTAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO Este material foi elaborado pelo professor conteudista sob a orientação da equipe multidisciplinar da UCDB Virtual com o objetivo de lhe fornecer um subsídio didático que norteie os conteúdos trabalhados nesta disciplina e que compõe o Projeto Pedagógico do seu curso Elementos que integram o material Critérios de avaliação são as informações referentes aos critérios adotados para a avaliação formativa e somativa e composição da média da disciplina Quadro de Controle de Atividades tratase de um quadro para você organizar a realização e envio das atividades virtuais Você pode fazer seu ritmo de estudo sem ul trapassar o prazo máximo indicado pelo professor Conteúdo Desenvolvido é o conteúdo da disciplina com a explanação do pro fessor sobre os diferentes temas objeto de estudo Indicações de Leituras de Aprofundamento são sugestões para que você possa aprofundar no conteúdo A maioria das leituras sugeridas são links da Internet para facilitar seu acesso aos materiais Atividades Virtuais atividades propostas que marcarão um ritmo no seu estudo As datas de envio encontramse no calendário do Ambiente Virtual de Aprendizagem Como tirar o máximo de proveito Este material didático é mais um subsídio para seus estudos Consulte outros conteúdos e interaja com os outros participantes Portanto não se esqueça de Interagir com frequência com os colegas e com o professor usando as ferramentas de comunicação e informação do Ambiente Virtual de Aprendizagem AVA Usar além do material em mãos os outros recursos disponíveis no AVA aulas audiovisuais vídeoaulas fórum de discussão fórum permanente de cada unidade etc Recorrer à equipe de tutoria sempre que precisar orientação sobre dúvidas quanto a calendário atividades ferramentas do AVA e outros Ter uma rotina que lhe permita estabelecer o ritmo de estudo adequado a suas necessidades como estudante organize o seu tempo Ter consciência de que você deve ser sujeito ativo no processo de sua aprendiza gem contando com a ajuda e colaboração de todos 4 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 Objetivo Geral Levar o aluno a conhecer a surdez e suas consequências em termos linguísticos e cognitivos Possibilitar o contato com a Língua Brasileira de Sinais LIBRAS visando a inclusão social iniciando a comunicação com a pessoa surda SUMÁRIO UNIDADE 1 ANATOMOFISIOLOGIA DO OUVIDO 10 11 Sistema auditivo 10 12 Etiologia da deficiência auditiva 12 13 Mecanismo de som 13 14 Classificação das perdas auditivas 13 15 Cuidado com a audição 15 UNIDADE 2 ASPECTOS HISTÓRICOS E SOCIAIS DA SURDEZ 18 21 História da surdez 18 22 Surdos no Brasil 20 23 Oralismo 22 24 Comunicação total 23 25 Bilinguismo 25 UNIDADE 3 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS LIBRAS 28 31 Língua Brasileira de Sinais primeira língua da pessoa surda 28 32 Como ocorre a aquisição da Linguagem em crianças surdas 29 33 Aquisição da Segunda Língua L2 Língua Portuguesa 32 UNIDADE 4 INCLUSÃO DA PESSOA SURDA 35 41 Inclusão da pessoa surda no Brasil 35 42 Intérprete de Libras 36 43 Legislação do surdo 36 44 Orientações para o trabalho com alunos surdos 37 UNIDADE 5 RECURSOS PEDAGÓGICOS PARA O ALUNO SURDO 40 51 A educação inclusiva para alunos surdos na proposta bilíngue 40 52 Recurso para o ensino de Língua Portuguesa como segunda língua 43 53 Recursos pedagógicos para o ensino da Matemática 45 5 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 UNIDADE 6 TECNOLOGIA UTILIZADA PELAS PESSOAS SURDAS 46 61 Telefone 46 62 Tecnologia que auxilia o surdo no seu dia a dia 47 UNIDADE 7 PRÁTICA DA LÍNGUA DE SINAIS AVA 49 O conteúdo desta unidade está à disposição no AVA REFERÊNCIAS 50 EXERCÍCIOS E ATIVIDADES 52 Avaliação A UCDB Virtual acredita que avaliar é sinônimo de melhorar isto é a finalidade da avaliação é propiciar oportunidades de açãoreflexão que façam com que você possa aprofundar refletir criticamente relacionar ideias etc A UCDB Virtual adota um sistema de avaliação continuada além das provas no final de cada módulo avaliação somativa será considerado também o desempenho do aluno ao longo de cada disciplina avaliação formativa mediante a realização das atividades Todo o processo será avaliado pois a aprendizagem é processual Para que se possa atingir o objetivo da avaliação formativa é necessário que as atividades sejam realizadas criteriosamente atendendo ao que se pede e tentando sempre exemplificar e argumentar procurando relacionar a teoria estudada com a prática As atividades devem ser enviadas dentro do prazo estabelecido no calendário de cada disciplina Critérios para composição da Média Semestral Para compor a Média Semestral da disciplina levase em conta o desempenho atingido na avaliação formativa e na avaliação somativa isto é as notas alcançadas nas diferentes atividades virtuais e nas provas da seguinte forma Somatória das notas recebidas nas atividades virtuais somada à nota da prova dividido por 2 Caso a disciplina possua mais de uma prova será considerada a média entre as provas Média Semestral Somatória Atividades Virtuais Média Provas 2 Assim se um aluno tirar 7 nas atividades e 5 na prova MS 7 5 2 6 Antes do lançamento desta nota final será divulgada a média de cada aluno dando a oportunidade de que os alunos que não tenham atingido média igual ou superior a 70 possam fazer a Recuperação das Atividades Virtuais 6 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 Se a Média Semestral for igual ou superior a 40 e inferior a 70 o aluno ainda poderá fazer o Exame Final A média entre a nota do Exame Final e a Média Semestral deverá ser igual ou superior a 50 para considerar o aluno aprovado na disciplina Assim se um aluno tirar 6 na Média Semestral e tiver 5 no Exame Final MF 6 5 2 55 Aprovado FAÇA O ACOMPANHAMENTO DE SUAS ATIVIDADES O quadro abaixo visa ajudálo a se organizar na realização das atividades Faça seu cronograma e tenha um controle de suas atividades Coloque na segunda coluna o prazo em que deve ser enviada a atividade consulte o calendário disponível no ambiente virtual de aprendizagem Coloque na terceira coluna o dia em que você enviou a atividade AVALIAÇÃO PRAZO DATA DE ENVIO Atividade 21 Ferramenta Tarefa Atividade 31 Ferramenta Tarefa Atividade 41 Ferramenta Tarefa 7 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 BOAS VINDAS Caroa Acadêmicoa É com alegria que oa recebemos na disciplina de Língua Brasileira de Sinais LIBRAS Certamente será de grande auxílio saber se comunicar com as pessoas surdas usuárias de LIBRAS Língua Brasileira de Sinais conhecer sua história dificuldade e luta para se incluir na sociedade Para começarmos o nosso trabalho você deve estar se perguntando por que estudar LIBRAS Onde vou usar essa Língua A Língua Brasileira de Sinais é uma língua difícil Fique tranquilo hoje precisamos ter um diferencial no mercado de trabalho não há nada melhor do que sabermos a LIBRAS seja qual for a sua escolha profissional pois a pessoa surda vive na sociedade se comunica com a Língua de Sinais e está em todo lugar trabalhando estudando e se divertindo Pensa comigo você é professor e tem um aluno surdo Como professor não vai deixar o seu aluno apenas para o intérprete de Libras afinal ele vai querer sua atenção assim como os demais alunos Sem contar que os pais de um de seus alunos podem ser surdos Isso mesmo surdos A maioria dos casais surdos tem filhos ouvintes Neste caso como você vai fazer para se comunicar com esses pais afinal eles sempre querem falar com o professor Se a sua escolha for a área da saúde é muito importante saber Libras para poder fazer uma boa anamnese avaliação e se comunicar com seu paciente sem medo Caso você não seja docente e nem trabalhe na saúde mas atua na área administrativa vai precisar se comunicar com surdo seja para dar uma informação ou para orientálo no trabalho e ou para se comunicar no dia a dia com seu colega de trabalho A pessoa surda deseja que você interaja com ele isso é muito importante para que se sinta incluído na sociedade A Língua Brasileira de Sinais necessita de estudo como qualquer outra disciplina porém você pode praticar com acadêmicos surdos colaboradores surdos da Instituição e com seu próprio colega LIBRAS não é uma Língua difícil mas é preciso que você reserve um tempo para estudar Não tenha medo aprenda LIBRAS e converse com as pessoas surdas Desejo sucesso no seu aprendizado de uma nova Língua Língua Brasileira de Sinais Intérprete de Libras é um profissional que faz a tradução e interpretação de Libras para o português e de português para Libras mediando a comunicação da pessoa surda com o ouvinte 8 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 Sabemos que atualmente cursando na universidade você escolheu um novo caminho Assim nós professores nos colocamos à sua disposição auxiliando a transformar esta jornada que se inicia em um caminho agradável e promissor Estrutura do material O material didático desta disciplina está dividido em duas partes Em primeiro lugar tem cinco unidades que apresentam a parte teórica do estudo de Libras Anatomia do ouvido aspectos teóricos e sociais da surdez algumas considerações a respeito da Libras como primeira língua e sobre a aquisição de uma segunda língua inclusão da pessoa surda e tecnologias que podem ser utilizadas pelas pessoas surdas Após esta primeira parte teórica haverá uma unidade que aborda a parte prática da Língua Brasileira de Sinais onde se apresenta o vocabulário básico da língua classificado por áreas dias da semana hora higiene vestuário identificação pessoal etc Tanto na parte teórica quanto na prática você terá que realizar uma série de atividades que o ajudarão a estudar aos poucos e ir assimilando o conteúdo de maneira processual Pode verificar que dentre as atividades têm algumas que são livres isto é não serão pontuadas mas é muito importante para a sua aprendizagem que você as realize e entre em contato com seu professor caso encontre alguma dificuldade na realização de qualquer atividade Não deixe de assistir aos vídeos 9 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 Préteste A finalidade deste préteste é fazer um diagnóstico quanto aos conhecimentos prévios que você já tem sobre os assuntos que serão desenvolvidos nesta disciplina Não fique preocupado com a nota pois não será pontuado 1 São características das línguas de sinais EXCETO a Possuem vocabulário e gramática próprios b Língua de recepção visual c Língua de produção manuomotora d Maternanatural de uma comunidade surda e Língua de produção oralgestual 2 Qual é a área de atuação do Profissional Tradutor Intérprete de LIBRAS I Nos processos seletivos para cursos nas instituições de ensino II Nas salas de aulas III No apoio a acessibilidade aos serviços e as atividades da instituição de ensino IV Em todas as atividades pedagógicas a Apenas os enunciados I II e III estão corretos b Apenas os enunciados I e IV estão corretos c Apenas os enunciados I II e IV estão corretos d Todos os enunciados estão corretos 3 São características das comunidades surdas EXCETO a Experiência visual que determina formas de comportamento cultura língua etc b Carregam consigo as línguas de sinais c A escrita obedece a estrutura das línguas de sinais ou da língua portuguesa com reservas d A escrita obedece a estrutura da língua portuguesa sem reservas 4 Em LIBRAS a expressão facial eou corporal é a Apenas um artifício b Fator de suma importância na compreensão da língua c Enfeita a comunicação d Importante apenas na datilologia Submeta o préteste por meio da ferramenta Questionário 10 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 UNIDADE 1 ANATOMOFISIOLOGIA DO OUVIDO OBJETIVO DA UNIDADE Apresentar e discutir com o aluno a anatomofisiologia do ouvido 11 Sistema auditivo Para entendermos sobre a surdez é necessário realizar um rápido estudo sobre a audição O sistema auditivo nos humanos como também nos animais permite monitorar os acontecimentos ambientais pois o som pode se propagar em vários meios como sólido líquido e gasoso ar ou na luz Isso mesmo até na luz como por exemplo o relâmpago e o trovão Primeiro vemos o relâmpago e em seguida ouvimos o trovão embora ambos se formem ao mesmo tempo mas o relâmpago tem velocidade superior ao trovão lembrando que a propagação do som não é instantânea A audição humana é complexa e importante para a comunicação oral entre os homens pois é pela audição que se originam o processo e mecanismo da formação e desenvolvimento da linguagem A audição é essencial para o desenvolvimento intelectual e para a integração social dos humanos De acordo com Munhoz 2000 a nossa audição é dividida em três partes ou seja a Orelha externa média e interna cada uma desempenha uma função específica Na orelha externa temos a orelha que é o pavilhão auricular e o conduto auditivo que é a porta de entrada do som que amplifica a pressão sonora e favorece a localização do som Ele é capaz de amplificar os sons com frequência de aproximadamente 3000 Hz Ainda neste canal tem certas glândulas que produzem cera Essas ceras servem para proteger o ouvido 11 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 Figura 1 Orelha externa Fonte httpwwwafhbiobrsentidosimgSentid42jpg A orelha média compreende a caixa do tímpano sua parede interna e nela encontramse a janela oval redonda que são membranosas e na parede externa está a cadeia de ossículos martelo bigorna e estribo com seus músculos A tuba auditiva que liga a caixa timpânica anasofaringe A orelha média encontrase no meio entre a orelha externa e a orelha interna ela recebe o som da orelha externa e conduz as vibrações sonoras até o ouvido interno líquidos labirínticos Você sabia que o ouvido médio é uma cavidade cheia de ar que conecta a tuba auditiva à boca Esta conexão permite a equalização da pressão das cavidades cheias de ar do ouvido Quando esta passagem fica congestionada devido a uma gripe a cavidade do ouvido é impossibilitada de equalizar sua pressão por esta razão frequentemente leva a dores de ouvido e outros incômodos A orelha interna é composta de vestíbulo três canais semicirculares cóclea ou caracol A orelha interna está localizada na porção petrosa do osso temporal que contém os órgãos sensoriais da audição e do equilíbrio corporal A cóclea é um órgão que pode medir até 3 cm e possui cerca de 20000 células nervosas que possuem minúsculas diferenças no comprimento e graus diferentes de elasticidade no fluido que passa sobre eles O som recebido na cóclea é transformado em impulsos elétricos que caminham até o cérebro onde são compreendidos pelas pessoas 12 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 Figura 2 Anatomia do ouvido Fonte wwwinesorgbrines livros1IMAGE100GIF Figura 3 Ouvido humano Fonte httpwwwproaudicombrimagensaudicao02jpg 12 Etiologia da deficiência auditiva A deficiência auditiva pode ser congênita ou adquirida conforme tenha o indivíduo nascido com a deficiência ou a tenha adquirido por causas patológicas ou traumáticas A deficiência congênita é aquela que ocorre antes do nascimento e pode ser endógena de herança genética no momento da concepção ou exógena por condicionamentos que provocaram a alteração do meio intrauterino principalmente nos três 13 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 primeiros meses da gravidez Destacamse como principais embriopatias viroses rubéola sífilis cintomegalovírus toxoplasmose e herpes embriopatias e fetopatias tóxicas álcool estreptomicina anestesias prolongadas causas endócrinas como bócio debilidade mental e eritroblastose fetal fator de Rh incompatibilidade sanguínea dos pais sífilis congênita em suas manifestações precoces Destacamse como deficiências adquiridas aquelas que ocorrem durante ou após o nascimento tais como prematuridade fórceps infecção hospitalar meningite remédio ototóxico em excesso sarampo caxumba traumatismo craniano icterícia anoxia neonatal febres eruptivas viroses e neuroviroses e otites FERNANDES 1990 13 Mecanismo do som De acordo com Fernandes 1990 o som é produzido por ondas de compressão e descompressão alternadas do ar As ondas sonoras propagamse através do ar exatamente da mesma forma que as ondas se propagam na superfície da água Assim a compressão do ar adjacente de uma corda de violino cria uma pressão extra nessa região e isso por sua vez faz com que o ar um pouco mais afastado se torne pressionado também A pressão nessa segunda região comprime o ar ainda mais distante e esse processo repetese continuamente até que a onda finalmente alcança a orelha A captação do som até sua percepção e interpretação é uma sequência de transformações de energia iniciando pela sonora passando pela mecânica hidráulica e finalizando com a energia elétrica dos impulsos nervosos que chegam ao cérebro 14 Classificação das perdas auditivas De acordo com Fernandes 1990 a deficiência auditiva pode ser congênita ou adquirida e são classificadas em Deficiência de condução é alteração no ouvido externo ou médio ou seja ocorre algum tipo de impedimento das vibrações sonoras para a orelha interna Deficiência sensório neural tem origem na orelha interna mais precisamente no órgão de corti e no nervo auditivo é causada por doenças ou malformação ou de origem hereditária Pode ser provocada por fatores tóxicos traumas ou exposições do ouvido à poluição sonora 14 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 Deficiência mista é quando apresenta lesões ou alterações na orelha média e interna Deficiência central a sua causa é por disfunção ou mau desenvolvimento das vias auditivas do sistema nervoso central A classificação das perdas auditivas de acordo com International Standards Organization ISSO 1964 adota a seguinte escala de níveis médios nas frequências de 500 1000 e 2000 Hz Tabela 1 Escala de perda auditiva CLASSIFICAÇÃO MÉDIA DA PERDA AUDITIVA EM 500 1000 E 2000HZ Normal 1025 dB Leve 2640 dB Moderada 4155 dB Moderadamente Severa 5670 dB Severa 7190dB Profunda 91dB Fonte SÃO PAULO Estado Secretaria da Educação Departamento de Assistência ao Escolar 1982 Na tabela acima vimos a classificação da perda auditiva e a partir de agora vamos conhecer suas características para melhor entendêlas A perda auditiva quanto à classificação de grau pode variar de leve a profunda conforme o Bureau Internacional daudiophonologie 1978 apud NICOLISI HERRYMAN KRESHECK 1996 1625 dB mínimo nenhum atraso significativo na fala eou linguagem 2640 dB leve não percebe igualmente todos os fonemas da palavra além disso a voz fraca ou distante não é ouvida Em geral é solicitada a repetição daquilo que lhe falam 15 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 4155 dB moderada 50 das conversas podem ser perdidas se as vozes forem fracas ou não se encontram na linha da visão necessitando de uma voz com mais intensidade um pouco mais elevada o vocabulário pode ser limitado mas as articulações podem estar presentes podem apresentar um atraso de linguagem com prejuízos das habilidades de leitura e escrita 5670 dB moderadamente severa discussão em grupo será difícil de seguir a fala pode ser entendida apenas em alta intensidade a fala e a linguagem são atrasadas 7190 dB severa identifica apenas alguns ruídos familiares e poderá perceber a voz em identicidade forte A compreensão verbal vai depender em grande parte da aptidão para utilizar a percepção visual sua fala e linguagem serão distorcidas e podem não desenvolver espontaneamente se a perda estiver presente antes de um ano de idade 91 dB profunda tal a sua gravidade sofre privações das informações auditivas necessárias para perceber e identificar a voz humana impedindoo de adquirir naturalmente a linguagem oral 15 Cuidado com a audição A prevenção dos distúrbios auditivos é importante para evitar sofrimento perdas auditivas e até mesmo a surdez O primeiro alerta é sobre o cerúmen Você sabe o que cerúmen Cerúmen é secreção de cera proveniente das glândulas sebáceas produzidas em pequenas quantidades e localizadas no canal auditivo externo Sua função é eliminar as bactérias Falando em cerúmen você costuma limpar seu ouvido Então qualis destes objetos você utiliza para limpar seus ouvidos Atenção Fique atentoa crianças com problemas de fala podem ter déficit de audição 16 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 Grampo Palitofósforo Tampa de caneta Chave Cotonete Álcool Óleo Se você utiliza alguns destes objetos acima vou orientálo a não usar mais O cerúmen é uma proteção e o conduto auditivo é pequeno para o tamanho desses objetos Quando você usa alguns destes objetos acima você pode limpar apenas os lados logo na entrada do ouvido mas a ponta do objeto que você utiliza empurra para dentro o cerúmen em direção da membrana timpânica Essa prática pode causar trauma no canal eou pode também causar algum tipo de infecção na orelha média através de perfuração da membrana timpânica A primeira orientação para você cuidar bem dos seus ouvidos é apenas enxugálos com a ponta do dedo envolvida na toalha Se sentir alguma dor no ouvido procure o médico NÃO use nenhum medicamento caseiro pois tratamento é de competência médica Não introduza nenhum objeto estranho no ouvido como feijão milho etc e cuide das crianças pois essa prática é comum entre elas Lembrese que todo medicamento precisa de prescrição médica pois tem alguns antibióticos que podem afetar a audição Cuidado com os tampões de algodão que você coloca no ouvido não deve ser pequeno e nem afundado no conduto auditivo Para as mamães futuras mamães papai professoras ou seja todas as pessoas que têm contato com crianças que mamam no peito ou na mamadeira evitem deixar a criança em posição horizontal Mantenha a cabeça da criança um pouco elevada para que o leite ou vômito não escorram para o conduto auditivo Para finalizar as mulheres devem ser vacinadas contra a rubéola que é uma das causas de surdez congênitas 17 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 Antes de continuar seu estudo realize o Exercício 1 18 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 UNIDADE 2 ASPECTOS HISTÓRICOS E SOCIAIS DA SURDEZ OBJETIVO DA UNIDADE Possibilitar ao aluno conhecer os aspectos históricos sociais e as abordagens sobre a surdez 21 História da surdez Nesta unidade você conhecerá o histórico da pessoa surda o início da língua de sinais sua cultura e identidade e sua construção ao longo do tempo Nos séculos X a IX aC as leis daquela época na Grécia antiga permitiam que os bebês que tinham sinais de deficiência visível fossem lançados do monte Taigeto monte alto da Grécia ou eram abandonadas nas estradas para morrerem No caso da deficiência auditiva não acontecia os fatos acima citados devido à deficiência auditiva não ser visível aos nossos olhos só era percebido mais tarde Figura 4 Monte Taigeto Grécia Fonte httpmigremeviQcp As crianças que não desenvolviam a linguagem devido à falta da audição quando os adultos descobriam sua deficiência passavam a ser consideradas irracionais e eram obrigadas a fazer os trabalhos desprezíveis viviam sozinhos e abandonados na miséria Eram considerados pela lei da época como imbecis Os Gregos consideravam crianças que nasciam surdas como não competentes Eles acreditavam que as pessoas que não ouviam não falavam então não tinham capacidade 19 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 de pensar e aprender pois não podiam receber ensinamentos Já aqueles que perdiam a audição mas adquiriram a linguagem antes de perder a audição não entravam nesta categoria Já os Romanos privavam de tudo os surdos que não tinham competência para falar a lei não os amparava As pessoas surdas naquela época não podiam fazer testamentos e precisavam de um curador para seus negócios Os surdos eram tidos como incapazes de gerenciar seus atos perdiam suas condições como seres humanos e eram confundidos com os retardados Claro que eles não podiam se casar pelo menos até o século XII dC A Igreja católica até a Idade média acreditava que as suas almas não poderiam ser consideradas imortais sabe por quê Apenas porque não podiam falar os sacramentos No século XVI surge a primeira referência diferenciando surdez e mudez de acordo com o livro de De inventione Dialetica de Rodolfo Agrícola de 1528 Ele afirmou ter conhecido um surdo congênito que se comunicava pela escrita que compreendia tudo que estava ao seu redor como se tivesse o dom da palavra Neste mesmo século tinha um médico italiano que se chamava Girolma Cardamo 1501 1576 que se interessou pelos estudos de nariz ouvido e cérebro e declarou que os surdos podiam e deveriam receber instrução pois acreditava que os surdos eram capazes de ler e escrever sem fala até mesmo aqueles que eram nascidos sem audição Tem indícios que Girolma elaborou uma forma de ensino mas não chegou a aplicála O verdadeiro início da educação do surdo se deu com Pedro Ponce de León 1520 1584 primeiro professor de surdos na história e serviu de base para outros educadores de surdos León era monge beneditino viveu num Monastério Beneditino em San Salvador em Oña na Espanha Parte de sua vida foi dedicada para os surdos que eram claro os filhos dos nobres que receberiam o título e a herança lembrando que os nobres não podiam colocar em risco toda sua fortuna já que as pessoas surdas não tinham direitos legais e aprendendo a falar tinham seu reconhecimento como cidadão títulos e a fortuna familiar León ensinava apenas os filhos dos nobres a ler escrever falar rezar e conhecer as doutrinas do cristianismo e provou que os surdos eram capazes de aprender e demonstrou a falsidade de todas as crenças religiosas filosóficas ou médicas existentes naquele tempo sobre os surdos O primeiro a se aproveitar do trabalho de León foi Juan Pablo Bonet 15791629 filósofo e soldado a serviço do rei Bonet se interessou pela educação de surdo da família Velasco que tinha casos de surdez na família de origem genética Ele foi educado por León já morto nesta ocasião aprendeu com a família ou alguma testemunha viva as técnicas que León usava inclusive o alfabeto digital do qual se apropriou 20 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 Em 1620 Bonet se apresentou como inventor da arte de ensinar surdo a falar Seu livro chamavase Reducción de las Letras y Arte de Ensinar a hablar a los Mudos O alfabeto digital era utilizado para ensinar os surdos a ler e a gramática era ensinada através da Língua de Sinais A leitura labial dependia da habilidade de cada surdo mas a fala foi ensinada pela manipulação dos órgãos fonoarticulatórios e também pelas diferentes posições para a emissão das letras reduzidas do alfabeto A base oralista foi bem recebida pela sociedade daquela época Após Bonet Pereire usou o mesmo alfabeto digital assim como também o Abeé de LEpeé ensinou a Sicard e se espalhou pela Europa O alfabeto digital que Bonet se apropriou era de um monge franciscano cujo nome era Melchior Yebra 15241586 Os Estados Unidos se destacaram na educação dos surdos com a Língua de Sinais Americana ASL trazida por um professor surdo francês que se chamava Laurent Cler discípulo do Abad Sicardo seguidor de LEpée Foi fundador da primeira escola americana para surdos e em 1864 junto com Thomas Gallandet a transformou na única Universidade para surdos no mundo 22 Surdos no Brasil Em 1855 D Pedro II trouxe ao Brasil um professor surdo francês chamado Huet iniciando a educação dos surdos O currículo apresentado em 1856 tinha como disciplinas o português aritmética história geografia e linguagem articulada e a leitura sobre os lábios para os que tivessem aptidão No ano seguinte foi fundado o Instituto Nacional de SurdosMudos hoje chamado de Instituto Nacional de Educação de Surdos INES que se utiliza da Língua de Sinais e só aceitavam surdo do sexo masculino Em 1861 Huet deixou o Instituto por problemas pessoais sendo que seu cargo de diretor foi assumido um ano depois pelo Dr Manoel de Magalhães Couto que não era especialista em surdez e consequentemente deixou de realizar o treino de fala e de leitura de lábios no Instituto Por este motivo após uma inspeção governamental em 1868 o Instituto foi considerado um asilo de surdos Com isso o cargo de diretor foi passado a Tobias Leite e foi estabelecida a obrigatoriedade do ensino da linguagem articulada e da leitura dos lábios GOLDFELD 1997 Em 1889 o governo determinou que por não estar apresentando resultados favoráveis a linguagem articulada e a leitura de lábios deveriam ser ensinadas apenas àqueles alunos que mostravam um bom aproveitamento sem prejudicar a escrita 21 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 Com a morte do Dr Tobias Leite e com a nomeação do Dr João Paulo de Carvalho em 1897 reiniciouse o ensino da linguagem articulada porém esta só veio mostrar resultados favoráveis na administração do Dr João Brasil Silvado 19031907 O caráter educacional desta época se deveu à forte influência do modelo europeu além dos resultados do Congresso de Milão Então em 1911 o INES seguindo todas as tendências mundiais estabeleceu o oralismo puro dentro das classes porém o uso de sinais ainda permaneceu até 1957 momento em que houve proibição oficial No entanto entre os surdos os sinais continuaram a ser utilizados pelos corredores das escolas Durante muitos anos o Instituto teve um caráter educacional oralista visando à integração do surdo à sociedade ouvinte que desde então estigmatiza o indivíduo surdo não falantecomo incapaz sendo imposto a ele o caráter de alguém que necessita da ajuda da caridade e da assistência da pessoa ouvinte Foi na década de 70 que chegou ao Brasil a Comunicação Total após a visita de uma professora de surdos à Gallaudet University Em São Paulo a Instituição preocupada com educação dos surdos era o Instituto Santa Terezinha que na década de 80 deixou de utilizar a abordagem oral e passou a ter um enfoque bimodal para aquelas crianças que não se beneficiavam do oralismo e hoje trabalha com o bilinguismo O objetivo da abordagem era o desenvolvimento pedagógico e também a oralidade como é até os dias atuais Não posso deixar de falar para você que foi nesta instituição Santa Terezinha que os surdos obtiveram seu primeiro espaço de encontro para se socializarem Conheça a página da INES disponível em wwwinesgovbr É muito interessante para se obter mais informações sobre nosso tema Vale a pena Recomendamos também uma visita à página do Instituto Santa Terezinha disponível em wwwinstitutosantateresinhaorgbr 22 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 Assim como o Instituto Santa Terezinha outros órgãos educacionais foram mudando seus enfoques de trabalho com o passar do tempo deixaram de ser exclusivamente oralistas passando a aceitar a abordagem bimodal colocando em sala de aula professores conhecedores da Língua de Sinais como é o caso do Instituto Educacional São Paulo e das escolas das prefeituras Porém a Língua de Sinais ainda tinha um caráter auxiliador na passagem dos conteúdos pedagógicos e o objetivo continuava sendo a oralidade De acordo com Moura 2000 ainda na década de 80 iniciaram as discussões a respeito do Bilinguismo no Brasil O Bilinguismo como será relatado a seguir exigiu uma mudança não só de trabalho mas da maneira de se enxergar o surdo frente à sociedade ou seja um enfoque Bilíngue requer não apenas uma mudança educacional mas também uma mudança ideológica social e política a respeito do indivíduo surdo Podemos concluir portanto que as abordagens educacionais para o surdo no Brasil assim como no restante do mundo foram fortemente dominadas pelo Oralismo que veio perdendo sua força nos últimos 30 anos em virtude do baixo aproveitamento do surdo em geral e por questões sociais Outras abordagens foram surgindo como o Bimodalismo e atualmente o Bilinguismo Comentaremos a seguir as principais formas de trabalho com o surdo e alguns conceitos que poderão localizar melhor e entender cada abordagem que foi utilizada com os surdos 23 Oralismo No século XVIII havia dois métodos de ensino para pessoas surdas o método francês de LEpée em Paris que se baseava num sistema artificial de sinais e o método alemão de Heinicke em Hamburgo e Leipzig que enfatizava o desenvolvimento da oralização Para Moura 2000 o método oralista tornouse dominante a partir do Congresso de Milão realizado em 1880 quando trouxe consequência para a educação dos surdos Uma das consequências foi a demissão dos professores surdos para evitar organizações contra o oralismo bem como a desvalorização do sujeito surdo como capaz de educar e decidir tanto na sua própria vida como com relação à vida daqueles sob sua tutela Porém o método oralista continuou a ser usado quando os professores surdos foram expulsos Isso mesmo Foram expulsos e a língua de sinais foi banida A comunidade surda foi excluída da política das instituições de ensino considerada um perigo para o desenvolvimento da linguagem oral e o processo educacional dos surdos ficou defasado em 23 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 relação ao dos ouvintes Foi em 1980 que se iniciou uma mudança no método oralista devido às resistências e avanço da língua de sinais na educação Rodrigues Tomch 2004 em seus estudos relataram que a cultura dos surdos era diferente e arriscada e por isso passaram a esconderse e a isolarse Como consequência de sua falta de participação e representação política seus interesses e sua cultura foram desconsiderados e sua imagem social foi sendo progressivamente prejudicada Os surdos passaram a ser vistos unicamente como pessoas com a característica diferencial negativa da deficiência auditiva com privações e não como suas características positivas do domínio de uma língua adicional a língua de sinais nem mesmo diante da perspectiva de enriquecimento cultural que ela possui Os surdos passaram a ser tratados como deficientes surdosmudos Era necessário reconhecer a importância da linguagem para o desenvolvimento humano esta nunca foi negada por nenhuma abordagem seja oralista ou de língua de sinais O ensino intensivo da língua oral pelos oralistas era consequência direta de sua consciência da importância da linguagem e da competência linguística O método oralista tinha como objetivo levar o surdo a falar e a desenvolver competência linguística oral o que lhe permitiria desenvolverse emocional social e cognitivamente do modo mais normal possível integrandoo ao mundo dos ouvintes Além disso de modo coerente o método oralista destacava a importância da aquisição da oralização como fundamento para a aquisição da leitura e escrita alfabéticas que para a sociedade era importante Nas décadas de 1960 e de 1990 surgiu grande expectativa no desenvolvimento dos aparelhos auditivos nos projetos de intervenção precoce e no desenvolvimento de novos modelos de gramática Surgiram novas tecnologias na década de 1980 na acústica dos aparelhos auditivos e em programas de computador para auxiliar a percepção da fala como o Phonator e o Visible Speech Na década de 1990 foram os implantes cocleares e os programas de treino auditivo intensivo nos primeiros anos de vida que se destacaram 24 Comunicação total O objetivo maior da educação oralista era permitir o desenvolvimento da linguagem mas não chegou a se realizar satisfatoriamente Na década de 1970 passou a tornarse cada vez mais atraente a ideia de que aquele mesmo objetivo de permitir ao surdo a aquisição e o desenvolvimento normal da linguagem poderia vir a ser alcançado por outra filosofia educacional enfatizando qualquer meio possível incluindo os próprios sinais 24 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 A comunicação total não era apenas uma abordagem a ser desenvolvida com os surdos mas uma filosofia pois de início não excluíam a língua de sinais embora ficou esquecida desde o Congresso de Milão em 1880 Essa filosofia apresentou aspecto positivo como também aspecto negativo Ela foi positiva porque ampliou a visão do surdo não ficou apenas na oralização que para alguns era muito difícil e também auxiliou no processo da utilização dos códigos espaçosvisuais O ponto negativo é que no decorrer do processo ocorreu a desvalorização da língua de sinais a cultura surda e foram criados vários códigos diferentes da língua de sinais O importante era se comunicar não importando qual o método utilizado pois a criança surda era exposta desde cedo na linguagem oral gestos naturais língua de sinais tudo era realizado para que a criança surda tivesse uma comunicação eficiente de surdos com surdo e de surdo com ouvintes Com a proteção dessa nova filosofia educacional começaram a surgir diversos sistemas de sinais com o objetivo central de aumentar a visibilidade da língua falada para além da mera leitura labial Com o objetivo de tornar a língua falada mais conhecida do surdo os sistemas procuravam auxiliar a compreensão da língua falada e melhorar o desempenho do surdo na leitura e na escrita Tinha alguns estudiosos como Hansen 1990 apud Goldfeld 1997 que acreditavam que com a filosofia da comunicação total e a consequente adoção da língua falada sinalizada nas escolas e nos lares as crianças iriam começar a participar das conversas com seus professores e familiares de um modo que jamais se havia visto desde a adoção do oralismo estrito Sem dúvida a comunicação total ajudou a melhorar o desempenho acadêmico das crianças surdas pois esse sistema de sinais podia basearse no vocabulário da língua de sinais adicionando a ele aspectos da língua falada ou então podia adotar um vocabulário artificial Sua característica mais importante era a produção dos sinais em ordem assim como na ordem da produção das palavras da língua falada produzida simultaneamente Moura 2000 relatou que a comunicação total começou a perder a sua forma original que era observar a criança surda com a sua especificidade e passou a ser utilizada como um método Nesta fase surgiram outras técnicas e a necessidade de cada criança não era mais levada em conta tinham que se adaptar aos métodos Os adeptos do bimodal estavam preocupados com os aspectos de formação da própria identidade surda pela integração da comunidade adaptação nos trabalhos educacionais e mais a verdadeira integração na sociedade ouvinte e poder receber um lugar como cidadão serem vistos como seres competentes O desenvolvimento das crianças surdas melhorou com o bimodalismo sua comunicação ficou mais fluente e não prejudicou a comunicação oral como vários 25 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 acreditavam O desempenho acadêmico melhorou porém nem todos os problemas foram resolvidos As escolas brasileiras utilizavam o método bimodal para a oralização porém as escolas estavam mais voltadas para a oralização do que para os conteúdos programáticos Os surdos eram vistos como casos médicos e os velhos modelos de leitura e escrita ainda eram da abordagem oralista Enquanto a abordagem bimodal era utilizada em vários países preocupados com o desenvolvimento dos surdos os Estados Unidos começaram um movimento social que teve forte influência na educação dos surdos Esse movimento marcou o início do bilinguismo 25 Bilinguismo A influência do movimento que teve início nos Estados Unidos na educação do surdo e que se chamava MOVIMENTO MULTICULTURAL foi de grande amplitude pois reivindicavam o direito da cultura própria de ser diferente e denunciavam a discriminação a que eram submetidas as pessoas surdas Estas minorias eram os negros latinos índios e se estenderam às pessoas com necessidades especiais que não queriam ser consideradas cidadãs de segunda classe Foi neste embalo que os surdos encontraram um caminho para serem ouvidos em suas reivindicações Num primeiro momento o movimento recebeu o nome de multiculturalismo Os surdos reivindicavam seus direitos como sujeitos e entre esses direitos que a sua língua fosse utilizada na sua educação queriam que fossem reconhecidos como seres diferentes e que sua cultura fosse respeitada pois não queriam ser rotulados como deficientes Os surdos passaram a reivindicar o direito de uma cultura própria que era composta de comportamentos diversos da cultura ouvinte queriam ser respeitados e ter um lugar dentro de outras culturas em particular a dos ouvintes Hoje é importante saber que não se usa mais a palavra surdomudo deficiente auditivo nem mudinho e nem surdinho o correto é se falar de surdo não vai esquecer heim O movimento de reconhecimento da cultura comunidade e identidade dos surdos conseguiu mobilizar alguns responsáveis pela educação dos surdos e a reformulação da proposta educacional do surdo Essa proposta recebeu o nome de bilinguismo Segundo Quadros 1997 o bilinguismo é uma proposta de ensino usada por escolas que se propõem tornar acessível à criança duas línguas no contexto escolar Estudos têm mostrado ser essa proposta a mais adequada para o ensino das crianças surdas 26 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 considerando a língua de sinais como natural e parte desse pressuposto para o ensino da língua escrita A preocupação atual é respeitar a anatomia das línguas de sinais e estruturar um plano educacional que não afete a experiência psicossocial e linguística da criança surda A língua de sinais é uma língua natural adquirida de forma espontânea pela criança surda em contato com outras pessoas que usam essa língua se a língua oral é adquirida de forma sistematizada as pessoas surdas têm o direito de ser ensinadas em língua de sinais A proposta do bilinguismo busca esse direito A língua portuguesa não será a língua que acionará naturalmente o dispositivo devido à falta de audição da criança Essa criança até poderá vir a aprender essa língua mas nunca de forma natural e espontânea como ocorre em LIBRAS A língua de sinais permite à criança ter um desenvolvimento da linguagem similar ao da criança que ouve Essas crianças podem ver sentir tocar e descobrir o mundo a sua volta sem problemas Devese garantir às famílias a oportunidade de aprender sobre a comunidade surda e a língua de sinais para entender a pessoa surda com quem convive O ensino da língua portuguesa na proposta bilíngue para surdos concebe o seu desenvolvimento baseado em técnicas de ensino de segunda língua Tais técnicas partem das habilidades interativas e cognitivas já adquiridas pelas crianças surdas diante das suas experiências naturais com LIBRAS Porém o domínio da língua nativa apesar de ser essencial não garante o acesso a uma segunda língua O desenvolvimento da linguagem e as condições que impõem ao processo da aquisição de uma segunda língua deveriam ser o ponto de partida para qualquer profissional que objetiva trabalhar com o ensino da língua portuguesa para os surdos Hoje encontramos intérpretes de Libras em sala de aula os surdos estão chegando à Universidade outros já são mestres Nós professores acreditamos na proposta do bilinguismo pois este método facilita os surdos se comunicarem entre si têm acesso à educação Porém é preciso melhorar os professores precisam saber Libras para estimular seu aluno surdo desde a educação infantil até a universidade Outra triste realidade é que as famílias dos surdos a grande maioria não conhece a língua de sinais muitas crianças surdas e adolescentes surdos não têm domínio da língua de sinais nem da língua oral o que dificulta o seu desenvolvimento pessoal e acadêmico Agora que você conheceu a história dos surdos suas dificuldades luta em busca de um espaço e reconhecimento na sociedade é interessante saber o histórico dos surdos Você conhecia toda essa trajetória É importante para você compreender as pessoas surdas 27 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 Antes de continuar seu estudo realize os Exercícios 2 e 3 e a Atividade 21 28 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 31 Língua Brasileira de Sinais primeira língua da pessoa surda Muitos acreditam que a Língua de Sinais é um conjunto de gestos que interpretam as línguas orais A Língua Brasileira de Sinais LIBRAS possui suas próprias regras gramaticais e igualmente a complexidade de uma língua oral A língua de sinais é natural você sabe por quê Porque como as línguas orais manifestase espontaneamente da integração entre pessoas permite a comunicação entre seus usuários e a discussão sobre qualquer assunto ou necessidade A Língua de sinais se distingue das línguas orais porque utiliza de um canal visual espacial e não auditivo Não pense que existe apenas uma língua de sinais no mundo porque ela não é universal cada país tem a sua língua de sinais pois é resultante da cultura e do grupo social que a utiliza Por esta razão assim como existem várias línguas orais há também diferentes línguas de sinais A LIBRAS como toda língua de sinais possui uma modalidade gestualvisual como canal ou meio de comunicação movimentos gestuais expressões corporais e faciais que são percebidos pela visão Diferente da língua portuguesa em que a modalidade é oral auditiva é percebida pela audição Entretanto as diferenças não estão apenas no uso de canais diferentes também há diferenças nas estruturas gramaticais de cada língua Depois de muita luta a LIBRAS foi reconhecida oficialmente por meio da Lei nº 10436 de 24 de abril de 2002 que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais Assim a LIBRAS é reconhecida como meio legal de comunicação e expressão em que o sistema linguístico de natureza visomotora com gramática própria constitui um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos oriundos de comunidades surdas do Brasil Temos observado a movimentação e a divulgação no sentido de a Língua Brasileira de Sinais ser considerada essencial para o desenvolvimento cognitivo linguístico e psicossocial do sujeito surdo Atualmente existe um Programa de Educação de surdo que proporciona a formação para os professoresinstrutores surdos para ministrarem curso de UNIDADE 3 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS LIBRAS OBJETIVO DA UNIDADE Levar o aluno a conhecer o processo de aquisição e o uso da Primeira Língua Língua Brasileira de Sinais e a Segunda Língua Língua Portuguesa Escrita pelas pessoas surdas 29 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 LIBRAS que está sendo desenvolvido em âmbito nacional Acreditamos que a partir da conscientização podemos sim vislumbrar a mudança do paradigma 32 Como ocorre a aquisição da Linguagem em crianças Surdas Para que a criança surda se desenvolva sem atrasos na linguagem é necessário em primeiro lugar respeitar a diferença entre surdos e ouvintes aceitar e entender a sua língua LIBRAS Sendo assim devemos nos conscientizar de que o caminho gratificante é a utilização da Língua Brasileira de Sinais essa é a língua única que o surdo pode dominar totalmente e através dela podem perceber a cultura a linguagem e muitos outros conhecimentos contribuindo para o desenvolvimento social político físico cultural e emocional De acordo com Quadros 1995 o processo de aquisição das línguas de sinais é análogo ao processo de aquisição das línguas faladas e as seções estão subdivididas em período prélinguístico estágio de um sinal estágio das primeiras combinações e estágios das múltiplas combinações O estabelecimento nominal o sistema pronominal e a concordância verbal são fundamentais para o estabelecimento de relação no espaço 321 Período prélinguístico O balbucio é um fenômeno que ocorre em todos os bebês sejam surdos ou ouvintes como fruto da capacidade inata da linguagem Os bebês surdos apresentam duas formas de balbucios manuais o balbucio silábico e a gesticulação O balbucio silábico apresenta combinações que fazem parte do sistema fonético das línguas de sinais e a gesticulação não apresenta organização interna Os bebês surdos e os bebês ouvintes apresentam os dois tipos de balbucio até um determinado estágio e desenvolvem o balbucio de sua modalidade As crianças surdas balbuciam oralmente até um determinado período As vocalizações são interrompidas nos bebês surdos como as produções manuais são interrompidas nos bebês ouvintes As semelhanças encontradas na sistematização das duas formas de balbuciar sugerem que no ser humano há uma capacidade linguística que sustenta a aquisição da linguagem independente da língua oralauditiva ou espaçovisual 322 Estágio ou enunciado de um sinal De acordo com Quadros 1994 o estágio de um sinal inicia por volta dos doze meses na criança surda e percorre um período até por volta dos dois anos Quadros 1994 30 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 afirma que Estudos mostram que a criança surda filha de pais surdos inicia o estágio de um sinal por volta de 6 meses enquanto que uma criança ouvinte iniciaria a linguagem oral em torno dos 12 meses porém se sabe que essa produção gestual inicial é relativa ao balbucio de crianças sem deficiência auditiva As crianças surdas com menos de um ano assim como as crianças ouvintes apontam frequentemente para indicar objetos e pessoas Você já observou esse comportamento em crianças Quando a criança surda entra no estágio de um sinal o uso de apontação desaparece Porque nesse período parece ocorrer uma reorganização básica em que a criança muda o conceito da apontação inicialmente gestual prélinguística para visualizála como elemento do sistema gramatical da língua de sinais linguístico Goldfeld 1997 justificou que o desenvolvimento cognitivo e a aquisição da linguagem de uma criança surda em interações na família na escola e na clínica fonológica tem influência determinante das relações interpessoais bem como das línguas a que a criança está exposta no seu desenvolvimento cognitivo ou seja o valor das informações linguísticas em sua constituição Para a autora não somente a qualidade das interações é importante mas também a quantidade de participações da criança surda nos momentos interativos o que significa que as dificuldades cognitivas observadas na criança surda também decorrem da pouca estimulação linguística recebida 323 Estágio das primeiras combinações Neste estágio as crianças começam a usar o sistema pronominal mas de forma inconsciente As crianças surdas neste caso estão bem próximas das crianças ouvintes Os pronomes EU e TU são identificados através da indicação propriamente dita a si mesmo e aos outros As semelhanças na aquisição do sistema pronominal entre as crianças surdas e ouvintes surgem como um processo universal de aquisição de pronomes apesar da diferença radical nas modalidades Quadros 1997 relatou que por volta dos dois anos de idade surgem as primeiras combinações Há verbos em LIBRAS que não estão flexionados como os articulados no corpo para exemplos temos os sinais GOSTAR e PENSAR Algumas combinações de sinais normalmente envolvendo dois a três sinais Exemplo a aula ir eu vou à aula b três brincar aqui eles eles três brincam aqui 31 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 A necessidade de adquirir novas palavras como também qualidades ações relações neste período se deve ao fato de que agora ocorre o desenvolvimento do vocabulário e passagem da sinalização simpráxica à sinsemântica 324 Estágio das múltiplas combinações Em torno dos dois anos e meio a três anos as crianças surdas apresentam a chamada explosão de vocabulário O domínio completo dos recursos morfológicos da língua é adquirido por volta dos cinco anos de idade A Língua de Sinais tem característica espaçovisual e os componentes da estrutura da enunciação são organizados e localizados em espaços diferentes frente ao corpo da pessoa que está sinalizando a altura do tórax Observe o exemplo Fonte Battison 1978 apud Quadros e Karnopp 2004 A criança surda ainda não usa o sistema pronominal indicativo especialmente para referirse às pessoas e aos objetos que não estejam fisicamente presentes Mesmo quando a criança apresenta alguma tentativa de identificação de ponto e espaço ela apresenta falha de correspondência entre a pessoa e o ponto espacial Para Quadros 1994 dos três anos em diante as crianças começam a usar o sistema pronominal com referentes não presentes no contexto do discurso mas ainda apresentam erros Algumas crianças empilham os referentes não presentes em um único ponto de espaço e identificaram essa flexão generalizada dos verbos nesse período com supergeneralizações considerando esse fenômeno análogo às generalizações verbais como fazi gosti e sabo na língua oral Por volta dos quatro anos as crianças ainda não utilizam o verbo corretamente Quando a criança deixa de empilhar os referentes em um único ponto elas estabelecem mais um ponto no espaço mas de forma inconsistente pois estabelecem 32 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 associações entre o local e a referência dificultando a concordância verbal Entre os cinco e seis anos as crianças utilizam os verbos flexionados de forma adequada O uso do sujeito e objeto nulo tornase comum neste período Este estágio aprimorase até que a criança sinalize como o adulto internalizando todas as regras gramaticais da língua construa os conceitos científicos 33 Aquisição da Segunda Língua L2 Língua Portuguesa A influência da surdez sobre o indivíduo mostra características particulares desde seu desenvolvimento físico e mental até seu comportamento como ser social Os fundamentos da aquisição da linguagem exercem sua influência muito antes do começo propriamente dito do processo de aquisição como por exemplo a especialização das funções cerebrais e lateralização da fala e não fala e as dificuldades para os processos de educação FERNANDES 1990 O surdo tem pouco conhecimento dos recursos da língua portuguesa e considerável limitação no que se refere ao domínio de suas estruturas Isto pode ser retratado a pela dificuldade com o léxico b pela falta de consciência de processos de formação de palavras de contrações em geral c pelo uso inadequado dos verbos em suas conjugações tempos e modos d pelo uso inadequado das preposições e pela omissão de conectivos em geral f pela omissão de verbos de ligação g pelo uso do verbo ser por estar h pelo uso indevido dos verbos estar e ter usados por vezes indistintamente i pela colocação inadequada do advérbio na frase j pela falta de domínio e uso restrito de certas estruturas de coordenação e subordinação k pelo uso inadequado de acentos e pela dificuldade da tonicidade de palavras que é percebida através da audição e muito pouco através da leitura labial Eles confundem mesmo os surdos que apresentam melhor desempenho As crianças surdas levam um período bem mais longo do que as ouvintes para alcançar um domínio da linguagem porém esse período é suficientemente satisfatório para que ela possa atingir níveis de compreensão e produção da linguagem escrita e assim alcançar graus mais complexos de escolaridade 33 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 A aquisição da aprendizagem supõe de planejamento esforço e intervenção educativa Ensinar a linguagem escrita para a criança surda se constitui em uma meta para grande parte dos professores 331 A escola e a educação para os surdos Os surdos brasileiros têm grande dificuldade de ler e entender a língua escrita Não só em decorrência da quase inexistência de projetos ligados à capacitação do surdo mas também de dificuldades na aquisição de uma segunda língua pois sua primeira é a Língua Brasileira de Sinais LIBRAS Esse reduzido domínio da língua portuguesa por parte da comunidade surda é derivado de implicações linguísticas e de cunho estrutural da escola brasileira A primeira implicação linguística está relacionada com a maioria dos alunos surdos serem filhos de pais ouvintes que não dominam a LIBRAS A aquisição de uma língua de forma natural e espontânea é a chave para a aquisição da linguagem As políticas educativas deverão levar em conta as diferenças individuais e as diversas situações Deve ser levada em consideração por exemplo a importância dos sinais como meio de comunicação para os surdos e ser assegurado a todos os surdos o acesso ao ensino da linguagem dos sinais de seu país DECLARAÇÃO DE SALAMANCA 1994 De acordo com o Ministério da Educação do Brasil as garantias individuais do surdo e o pleno exercício da cidadania alcançaram respaldo institucional decisivo com a Lei Federal nº 10436 de 24 de abril de 2002 em que foi reconhecido o estatuto da Língua Brasileira de Sinais como língua oficial da comunidade surda com implicações para sua divulgação e ensino para o acesso bilíngue à informação em ambientes institucionais e para a capacitação dos profissionais que trabalham com os surdos BRASIL 2002 A língua de sinais é o canal que os surdos dispõem para receber a herança cultural e a Língua Brasileira de Sinais LIBRAS é utilizada pela comunidade surda brasileira que se torna diferente das línguas orais pois utiliza o canal visualespacial É adquirida como língua materna pelas crianças surdas e o simples contato com a comunidade de surdos adultos propicia a sua aquisição naturalmente A ineficácia do sistema escolar produz e reflete entre outras coisas o desânimo da família como a criança após várias repetências não consegue aprimorar seus conhecimentos tornase um peso econômico para os pais que frustrados e com dificuldade até para subsistência acabam por decidir que o filho vá para a escola São poucos professores que estão preparados para alfabetizarem o aluno surdo A escola busca uma correspondência estreita entre a língua portuguesa e a língua brasileira de sinais subordinando os sinais à estrutura sintática da língua portuguesa 34 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 consequentemente os sinais são inventados A língua de sinais é artificializada e a escrita do português é imposta aos surdos sem considerar a diferença linguística e cultural dos mesmos As produções de alunos surdos muitas vezes são consideradas erradas ou nem sequer são consideradas como textos Porém têm uma explicação lógica científica linguística histórica psicológica que é frequentemente negada pelos seus educadores As condições de aprendizagem da escrita no processo de alfabetização do aluno surdo dependem das regras pelas quais são encaradas suas dificuldades e as diferenças ocorridas no processo educacional pelas instituições O surdo antes de ter dificuldades na escola apresenta dificuldades de aquisição da língua instalandose a grande diferença de escolarização entre surdos e ouvintes Na realidade suas dificuldades em qualquer disciplina estão relacionadas às estruturas linguísticas pouco desenvolvidas pela dificuldade ao acesso à língua oral ou língua de sinais repercutindo na sua educação de modo geral As instituições escolares para recuperar essas dificuldades trabalhavam de forma estratégica a escrita como meio de repetição esta situação gera uma das grandes dificuldades nos indivíduos surdos A Lei de Diretrizes e Bases da Educação do Brasil LDB Lei 93941996 em seu capítulo V define a educação especial como a modalidade escolar para educandos portadores de necessidades especiais preferencialmente na rede regular de ensino artigo 58 Prevê serviços de apoio especializado na escola regular para atender às peculiaridades desses alunos Estabelece que os sistemas de ensino devem assegurar entre outras coisas professores especializados ou devidamente capacitados para atuar com qualquer pessoa especial em sala de aula Por outro lado admite que nos casos de necessidades específicas do aluno impeçam que se desenvolva satisfatoriamente nas classes existentes este teria o direito de ser educado em classe ou serviço especializado Antes de continuar seu estudo realize o Exercício 4 e a Atividade 31 35 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 UNIDADE 4 INCLUSÃO DA PESSOA SURDA OBJETIVO DA UNIDADE Analisar o processo e as políticas de inclusão do surdo no Brasil 41 Inclusão da pessoa surda no Brasil O termo inclusão está sendo divulgado atualmente Pretendese compartilhar com os diversos segmentos da sociedade inúmeros serviços tais como saúde educação trabalho e bem como outros benefícios sociais e culturais Em 1990 foi realizada em Joentiem na Tailândia a Conferência Mundial de Educação Para todos esse movimento destacou a necessidade de adotar medidas para promover educação para todos sem diferença de espécie Participaram 155 países de todo o mundo além de agências internacionais e organismos não governamentais No Brasil as políticas públicas posicionaramse favoráveis à inclusão permitindo o ingresso de todos à escola regular e instituindo critérios para que isso acontecesse como reza na própria LDB Lei 93941996 em seu capítulo V artigo 58 que prevê serviço de apoio especializado e professores especializados ou capacitados para atender aos portadores de necessidades especiais preferencialmente na rede regular de ensino Na prática já se encontram iniciativas para atender a um dos critérios pedagógicos adequados para as pessoas surdas ou seja o uso da língua de sinais como meio de minimizar o problema comunicativo surgido no ambiente escolar onde se encontram alunos ouvintes e surdos e professores ouvintes o intérprete de LIBRAS Língua Brasileira de Sinais Os procedimentos que envolvem o planejamento e as estratégias de ensino e de aprendizagem precisam ser levados em conta tendo em vista um ensino de qualidade Nessa perspectiva podemos considerar que a inclusão é uma temática complexa porque envolve mais do que o ingresso e a garantia de critérios para o ensino dos diferentes em especial a de surdos foco de estudo O processo pedagógico como um todo possui particularidades diferentes como as das pessoas surdas que desenvolvem formas de organização em torno das capacidades visogestuais o que constitui a chamada cultura surda 36 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 42 Intérprete de Libras O intérprete da Língua Brasileira de Sinais é aquele que tomando a posição do sinalizador ou do falante transmite os pensamentos palavras e emoções do sinalizadorcomunicadorfalante servindo de elo entre duas modalidades de comunicação A habilidade requerida num profissional intérprete é a competência da Língua Portuguesa e na Língua Brasileira de Sinais O ato de interpretar é cognitivolinguístico ou seja o intérprete processa a informação dada na língua fonte e faz escolhas lexicais estruturais semânticas e pragmáticas na línguaalvo que devem se aproximar o mais apropriadamente possível da informação dada na língua fonte Desta forma o intérprete também precisa ter conhecimento técnico para que suas escolhas sejam apropriadas tecnicamente Portanto o ato de interpretar envolve processos altamente complexos De acordo com Quadros 2007 para realizar a interpretação da língua falada para a língua sinalizada e viceversa é necessário observar os seguintes preceitos éticos a confiabilidade sigilo profissional b imparcialidade o intérprete deve ser neutro e não interferir com opiniões próprias c discrição o intérprete deve estabelecer limites no seu envolvimento durante a atuação d distância profissional o profissional intérprete e sua vida pessoal são separados e fidelidade a interpretação deve ser fiel o intérprete não pode alterar a informação por querer ajudar ou ter opiniões a respeito de algum assunto o objetivo da interpretação é passar o que realmente foi dito Atualmente o intérprete atua em várias áreas tais como religiosa saúde e educação sendo esta a mais requisitada 43 Legislação do surdo Depois de muita luta em busca de reconhecimento das pessoas surdas a LIBRAS foi reconhecida pela Nação brasileira como língua oficial com a publicação da Lei 10436 de 24 de abril de 2002 Segue abaixo o que a lei dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais LIBRAS LEI N 10436 DE 24 DE ABRIL DE 2002 Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais LIBRAS e dá outras providências 37 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 O Presidente da República Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei Art 1º É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua brasileira de Sinais LIBRAS e outros recursos de expressão a ela associados Parágrafo único Entendese como Língua Brasileira de Sinais LIBRAS a forma de comunicação e expressão em que o sistema linguístico de natureza visualmotora com estrutura gramatical própria constitui um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil Art 2º Deve ser garantido por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais LIBRAS como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil Art 3º As instituições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos de assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado aos portadores de deficiência auditiva de acordo com as normas legais em vigor Art 4º O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial de Fonoaudiologia e de Magistério em seus níveis médio e superior do ensino da Língua Brasileira de Sinais LIBRAS como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais PCN conforme legislação vigente Parágrafo único A Língua Brasileira de Sinais LIBRAS não poderá substituir a modalidade escrita da língua portuguesa Art 5º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação Brasília 24 de abril de 2002 181º da Independência e 114ºº da República Podemos observar que a Lei reconhece a língua Brasileira de Sinais como língua oficial do país para que a comunicação aconteça e garante que as empresas e escolas públicas e privadas reconheçam como meio de comunicação das pessoas surdas Porém é necessário que os ouvintes também aprendam para que a comunicação possa acontecer Vale lembrar que o surdo também deve ser alfabetizado entretanto respeitando seus direitos de cultura e identidade 44 Orientações para o trabalho com alunos surdos Aqui você encontrará algumas orientações de acordo com Instituto Nacional de Educação de Surdos INES para o trabalho com alunos surdos em sala de aula Lembrese que a falta de audição no aluno proporciona alterações na linguagem oral e escrita as quais deverão ser consideradas As estratégias ou alternativas utilizadas serão diferenciadas dos demais alunos 38 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 O professor deve averiguar quais os tipos de linguagem que o aluno surdo utiliza oral escrita língua de sinais gestos padronizados leitura labial entre outros para facilitar a comunicação entre docente e aluno Durante as aulas o professor deverá fazer suas explanações sempre de frente para o surdo falando nem muito rápido nem muito devagar com movimentos labiais adequados articulando corretamente os fonemas Nunca dar explicações de costas e escrevendo na lousa bem como não caminhar na sala enquanto realiza explicações mesmo que o intérprete esteja presente O conteúdo e materiais referentes à disciplina deverão ser entregues ao acadêmico e intérprete de Libras pelo professor no início de cada bimestre semestre ou com antecedência para que possa se organizar antecipadamente e receber o apoio necessário Realizar antecipadamente as anotações importantes na lousa incluindo comunicação externa e interna datas das provas entrega de trabalhos cursos outros cronogramas etc Explanar as aulas de forma expositiva utilizando recursos gráficos e visuais como cartazes com imagens slides com fotos e outros A visão é considerada a principal via de aprendizado e informação do aluno surdo e o uso de materiais concretos facilitarão o aprendizado uma vez que conteúdos abstratos dificultam o processo Procurar incluílo sempre que houver trabalhos em grupos pois ele se sente muitas vezes envergonhado e rejeitado perante os demais Elaborar provas diferenciadas dos demais alunos utilizando perguntas sucintas e objetivas com vocabulário claro e com sinônimo de palavras ou dicionário que facilitem a compreensão porém sem alterar o conteúdo No processo de avaliação respeitar a forma de escrita do aluno surdo levando em consideração a não adequação dos verbos artigos pronomes concordância entre outros e considerando o conteúdo existente Criar estratégias diferenciadas para avaliar proporcionando ao aluno surdo se expressar por meio de LIBRAS Língua Brasileira de Sinais A avaliação pode ser diferenciada dos demais alunos ouvintes sendo necessário reduzir o número de questões dissertativas e diferenciando o peso das questões sem contudo alterar o conteúdo buscando adequar necessidade do aluno surdo 39 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 Ao utilizar recursos audiovisuais TV Vídeo DVD apresentar somente legendado pois o aluno surdo não apresenta percepção auditiva necessitando exclusivamente de apoio visual Caso não seja legendado deverá ser feito um resumo escrito do filme e ou documentário para ser entregue ao aluno mesmo que o mesmo tenha um intérprete em sala de aula Caso o aluno surdo usuário de língua de sinais utilize prótese auditiva é aconselhável não realizar sons drásticos batidas na mesa e na lousa para evitar fadiga auditiva sendo que a aparelho auditivo tem como objetivo amplificar o som causando assim um desconforto auditivo para o aluno surdo Assim se precisar falar com um surdo chame a atenção dele tocando levemente o seu ombro Procurar demonstrar interesse pela sua dificuldade porém jamais facilitar dispensar das atividades ou não cobrar suas obrigações O intérprete ou tradutor atuará como mediador entre o docente e o aluno tanto na comunicação oral quanto na escrita O intérprete é importante para o acompanhamento do aluno surdo porém a comunicação entre o docente e o aluno surdo sempre deverá ocorrer Quando não entender o que um surdo está falando solicitar repetição e se for preciso escrever desenhar eou mostrar gravuras e objetos concretos O mais importante é que haja comunicação Na presença de um surdo nunca fale dele pois não podendo escutar prestará muita atenção aos gestos e poderá tirar conclusões errôneas Estimular que todos os alunos falem com o surdo objetivando sua maior integração com os colegas Integrálo nas atividades acadêmicas juntamente com os demais alunos Observar se o aluno surdo está atento antes de iniciar uma comunicação oral com ele caso contrário chame sua atenção tocandoo levemente Antes de continuar seu estudo realize o Exercício 5 e a Atividade 41 40 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 UNIDADE 5 RECURSOS PEDAGÓGICOS PARA O ALUNO SURDO OBJETIVO DA UNIDADE Levar o aluno a conhecer a importância do recurso para o ensino e aprendizagem do aluno surdo Os recursos pedagógicos são importantes para o ensino e aprendizagem para o aluno Porém como já estudamos que os alunos surdos são visuais ou seja aprendem através da visão é fundamental que o professor prepare sua aula pensando também em apresentar o recurso visual para facilitar a aprendizagem do aluno surdo É claro que todos os alunos surdos e ouvintes irão se beneficiar desse material Nesta unidade vamos conversar sobre o uso deste material a forma como deve ser preparado esse recurso e a importância desta estratégia para o ensino e aprendizado do aluno surdo 51 A educação inclusiva para alunos surdos na proposta bilíngue A educação inclusiva precisa oferecer um ensino de qualidade a todos os alunos independentemente de seus atributos pessoais inteligências jeitos de aprender e necessidades comuns ou especiais A educação bilíngue visa que o aluno surdo possa ter um desenvolvimento cognitivo linguístico com igualdade ao do aluno ouvinte porém mais do que ter o aluno surdo inserido em sala com o aluno ouvinte e mais do que ter a presença de um intérprete é fundamental que os envolvidos nesta educação respeitem a língua de sinais e a cultura surda fomentem o encontro desta com as demais culturas O apoio pedagógico diversificado para o aluno surdo é fundamental e precisa ser um compromisso da escola com o aprendizado do aluno Encontrar a metodologia de ensino adequando sempre será o grande desafio para o professor uma tarefa importante para atingir os objetivos curriculares O educando surdo precisa receber a mesma formação que os demais alunos quando falo a mesma estou me referindo aos mesmos conteúdos às mesmas atividades que os 41 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 demais colegas de sala O aluno com surdez independentemente de ser deficiente auditivo1 ou pessoa surda2 necessita de recursos visuais no processo de ensinoaprendizagem Conforme já estudamos nas unidades 2 e 3 a proposta para a ensino do surdo no Brasil é a educação bilíngue Esta proposta mostra que a visualidade é apontada como o meio mais eficaz de atingir os surdos e favorecer o seu aprendizado Campello 2007 propõe que se use intensamente a visualidade na educação dos surdos e defende uma pedagogia visual explicada como aquela que faz uso da língua de sinais e elementos da cultura surda como contação de história ou estória jogos educativos envolvimento da cultura artística cultura visual desenvolvimento da criatividade plástica visual e infantil das artes visuais utilização da linguagem de Sign Writing escrita de sinais na informática recursos visuais sua pedagogia crítica e suas ferramentas e práticas concepção do mundo através da subjetividade e objetividade com as experiências visuais CAMPELLO 2007 p 129 A Libras é a língua de acesso à instrução ou seja à explicação do professor para o aluno surdo sendo esse um dos trabalhos realizados pelo intérprete educacional Os recursos deverão facilitar o aprendizado do aluno surdo por ser visual e facilitar a aprendizagem do mesmo Esse é o modelo bilíngue essa é a proposta que vem proporcionar uma identidade bicultural pois permite ao surdo ampliar as suas potencialidades dentro de sua cultura surda e as comunidades interagem surdos e ouvintes e criam na aula papéis pedagógicos diferentes através desta inclusão de duas línguas e duas culturas diferentes Neste sentido a sua formação e a formação de outros professores é fundamental só assim poderá ter uma educação de qualidade para todos Conforme Glat Pletsch 2004 que aponta O grande desafio posto para as universidades é formar educadores que não sejam apenas instrumentos de transmissão de conhecimentos mas sobretudo de novas atitudes frente à diversidade humana Além disso devem ser preparados para construir estratégias de ensino e adaptar atividades e conteúdos não só para os alunos considerados especiais mas para todos os integrantes de sua classe GLAT PLETSCH 2004 p4 É importante pensar na reorganização do trabalho pedagógico e dos recursos utilizados pelos educadores na mediação para a construção do conhecimento pelos alunos surdos no espaço escolar Incentivar a reflexão das práticas pedagógicas realizadas para o 1 Deficiente auditivo aquele que utiliza aparelho auditivo ou implante coclear em que a comunicação acontece através da leitura labial oralismo 2 Pessoa surda aquele que utilizar a Língua de Sinais como meio de comunicação 42 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 ensino e a aprendizagem dos alunos surdos estabelece o caminho para a ampliação dos recursos educacionais e seus benefícios favorecendo a educação para todos Vários aspectos precisam ser considerados para haver planejamento pedagógico e linguístico dessa educação bilíngue A questão da língua implica mudanças na arquitetura nos espaços nas formas de interação na formação dos professores das escolas de professores bilíngues de professores surdos e de intérpretes de língua de sinais SKLIAR QUADROS 2004 apud QUADROS 2008 p1617 Quando o professor prepara o planejamento de sua aula precisa lembrar que possui um aluno surdo que utiliza outra língua para comunicarse Libras É verdade que na sala de aula temos uma diversidade porém em termos de língua oficial na grande maioria das vezes o aluno surdo é o único que possui outra língua diferentemente dos demais colegas em sala de aula e na escola Quando o professor trabalha em parceria com o professor surdo professor bilíngue e o intérprete educacional esse professor terá mais apoio para realizar essa mudança em sua aula em seu planejamento e favorecer a comunicação e interação entre os colegas de sala e com o próprio professor Para que o professor enfrente os desafios na educação dos surdos será preciso que Procuramos nos capacitar para trabalhar com a língua de sinais LIBRAS o que nos permitiu maior aproximação e maior entendimento em relação à cognição dos alunos surdos Além disso utilizamos recursos que contam basicamente com o visual e o concreto esquemas desenhos fotos moldes espécimes in vivo e conservados vídeos microscópio enfim todo material disponível que vise facilitar a apropriação do conhecimento pelo aluno surdo Trabalhamos também selecionando os conteúdos que consideramos pertinentes ao desenvolvimento e às possibilidades cognitivas dos alunos surdos adaptandoos num vocabulário mais acessível aos alunos CASTRO PEDROSA 2010 p9 O professor tem que se capacitar para trabalhar com os alunos surdos É interessante que o professor aprenda a Libras para se comunicar diretamente com o aluno surdo Os recursos que as autoras citaram como recurso visual pode ser utilizado também para todos os alunos Então o professor não irá preparar dois planos de aula não irá ministrar uma aula para ouvintes e outra para o surdo A aula é a mesma o planejamento é o mesmo e os recursos também são os mesmos mas sempre incluindo o aluno surdo na proposta pedagógica Quando o professor não é fluente na Língua de Sinais tem como parceiro de trabalho o intérprete de Libras educacional o qual auxilia o professor neste processo também é possível criar possibilidades de ensino para todos 43 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 É fundamental que os colegas também possam aprender a Língua de Sinais em sala de aula Por exemplo quando o professor traz sinais em um slide ou em qualquer outro recurso e apresenta para toda a sala também pode facilitar a comunicação do surdo com os colegas e os mesmos também têm a oportunidade de aprender outra língua no ambiente escolar 52 Recurso para o ensino da Língua Portuguesa como segunda língua Segundo Quadros e Schmiedt 2006 existem vários recursos para ser utilizados no ensino da Língua Portuguesa para o surdo como segunda Língua L2 seu uso depende da criatividade e da experiência do professor Sendo assim o desafio do professor será confeccionar o material para utilizar em sala de aula As autoras citadas escreveram um livro que recebeu o título de Ideias para ensinar português para alunos surdos com propostas de várias atividades que podem facilitar a prática docente do professor de aluno surdo Entre as sugestões para trabalhar com o ensino de português L2 estão o fichário dicionário de configuração de mãoportuguês caixas de gravuras de verbos de alfabeto Libras e Português e uma de histórias em sequência Vamos conhecer um pouco de cada atividade Conforme Quadros Schmiedt 2006 o fichário consiste em uma caixa que não deverá ser pequena As fichas precisam ser padronizadas com figura e palavra correspondente o objetivo desse material é mostrar o nome das coisas as fichas devem ser confeccionadas com figuras nítidas que se aproximem ao máximo da realidade do aluno além de serem limpas ou seja que não haja outros elementos diferentes ao da palavra chave Outra sugestão interessante é o dicionário configuração de mãosportuguês Tratase de um caderno no qual as configurações de mãos estarão coladas na borda das folhas Diferentemente da lógica do dicionário em português neste a sequência lexical se dá pela configuração da mão e não pela ordem alfabética cujo objetivo é incentivar o aluno Recomendamos uma visita à página para conhecer o livro e as propostas na íntegra Disponível em httpportalmecgovbrseesparquivospdfportsurdospdf Acesso em 21 out 2021 44 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 a buscar sozinho as palavras desejadas à construção textual em português Os sinais ou as figuras correspondentes às determinadas configurações de mão serão agrupados colados e identificados pela palavra que o nomeia Quadros e Schmiedt 2006 recomendam para as caixas de gravuras selecionar imagens ricas em informações com as quais se estimule o aluno a produzir textos sobre a informação da gravura Com relação aos verbos a orientação é para que apenas um verbo esteja destacado na imagem por exemplo se o verbo é pular não deve ter na gravura uma pessoa pulando ao mesmo tempo em que realiza outra ação O alfabeto Libras e Português tanto em Libras como em Português devem ser confeccionados em cartelas a fim de propiciar a construção de palavras Com relação às Histórias em sequência as autoras recomendam fichas com diferentes números de cenas sequenciais para as quais os alunos deverão escrever seu enredo estimulando dessa forma a produção de frases ou texto do pensamento e da criatividade Na proposta destas autoras citadas acima o material didático tem o papel de facilitar o contato direto do aprendiz surdo com a língua Grannier e Silva 2007 ressaltam que os textos devem ser criteriosamente selecionados assim como no ensino a ouvintes A principal característica dos materiais utilizados é o gênero textual pois de acordo com as autoras ele permite o desencadeamento de um conjunto de atividades servindo de instrumento para o desenvolvimento de capacidades de linguagem de ação discursivas e linguístico discursivas Para o ensino da L2 para surdos as autoras orientaram a confecção de fichas e tiras contendo os diálogos do texto as expressões as estruturas com preposições vocabulários e itens gramaticais com base no texto selecionado As fichas e tiras comporão o material didático permitindo atividades variadas em que aproximará o aprendiz da língua de acordo com a dinâmica adotada As sugestões de Quadros e Schmiedt 2006 como na de Grannier e Silva 2007 a condição visual do aluno surdo foi considerada para a elaboração de material didático no ensino do português escrito mostrando dessa forma que essa característica não pode ser menosprezada na preparação dos recursos didáticos para a educação de surdos principalmente no tocante ao ensino de L2 uma vez que as palavras frases textos estruturas gramaticais etc serão para eles mais algumas imagens 45 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 53 Recursos pedagógicos para o ensino da Matemática No ensino de matemática para surdos é preciso atender às diferenças produzindo materiais didáticos específicos com recursos visuais e explicações em Libras com o intérprete educacional A exploração de materiais manipuláveis por exemplo é bem vista no ensino de Matemática não como um momento de lazer mas sobretudo de aprendizagem BORGES NOGUEIRA 2013 p 52 Os recursos e as estratégias utilizadas no ensino de Matemática para surdos precisam contemplar a experiência visual Libras e os recursos ilustrativos como figuras desenhos e sinais irão oportunizar condições para o desenvolvimento das atividades de Matemática Produzindo a matemática de forma visual para os sujeitos surdos o aluno terá facilidade de se apropriar dos conteúdos Outros recursos que podem ser explorados nos recursos educacionais são atividades em jogos laboratório de informática biblioteca e livros entre outros recursos com base na cultura visual do sujeito surdo O recurso tecnológico vem facilitar o atendimento às necessidades dos alunos surdos essas ferramentas auxiliam e despertam a curiosidade sobretudo por serem em sua maioria visuais O primeiro artefato da cultura surda é a experiência visual em que os sujeitos surdos percebem o mundo de maneira diferente Os sujeitos surdos com a sua ausência de audição e do som percebem o mundo através de seus olhos STROBEL 2009 p 40 Aqui no material didático foram apresentadas algumas estratégias para o ensino de português e matemática para alunos surdos Esta estratégia é indicada para todos os níveis de educação educação infantil fundamental e superior e utilizada em todas as disciplinas do currículo escolar Antes de continuar seu estudo realize o Exercício 6 46 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 UNIDADE 6 TECNOLOGIA UTILIZADA PELAS PESSOAS SURDAS OBJETIVO DA UNIDADE Identificar as tecnologias desenvolvidas para auxiliar a pessoa surda As tecnologias são incorporadas na vida diária de todos nós inclusive das pessoas surdas Estão beneficiando amplamente o cotidiano da Pessoa Surda principalmente no que diz respeito à comunicação Nesta unidade vamos conhecer sobre o telefone surdo TS como também outros recursos tecnológicos que facilitam a vida da pessoa surda em seu dia a dia 61 Telefone De acordo com a Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos FENEIS a história da origem dos telefones para Surdos é bastante interessante Um dentista surdo cidadão norteamericano tinha muitos problemas para marcar e desmarcar as consultas dos seus clientes pois não dispunha de um telefone Um amigo dele também surdo técnico em eletrônica era bastante habilidoso e muito curioso Naquela época uma das companhias telefônicas doou para a Associação de Surdos as máquinas de telex velhas Essas máquinas provaram sua utilidade foram diminuindo de tamanho e se modernizando dando origem aos aparelhos hoje utilizados pelos surdos do mundo inteiro As necessidades das pessoas surdas em se comunicar a distância são as mesmas das pessoas com audição normal O surdo também precisa marcar médico eou ligar para o médico para polícia para o bombeiro ligar para a escola dos filhos informarse a respeito do seu saldo bancário comprar uma pizza reservar uma passagem ou apenas conversar com alguém que se encontra distante Sem o telefone a pessoa surda precisa resolver as coisas pessoalmente o que acarreta perda de tempo e dinheiro além de correr o risco de não encontrar a pessoa com a qual precisa falar Os telefones para surdos TS são instalados em residências entidades privadas ou associados a telefones públicos Funciona da seguinte forma o surdo liga do seu TS para uma central de atendimento das empresas de telecomunicações que faz intermediação do contato com outra que não o utiliza o serviço contempla chamadas tanto de TS para o 47 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 aparelho convencional como do aparelho convencional para TS cujo número na maioria das capitais brasileiras é 1402 A outra possibilidade é se comunicar diretamente sem intermediação desde que nas duas pontas haja um telefone para surdos TS A comunicação acontece pela mensagem digitada Tratase de um aparelho que se comunica com outro igual através de linha telefônica Possui teclas para envio de mensagens que serão recebidas por outro aparelho idêntico Possui visor que possibilita a leitura da mensagem Hoje algumas operadoras disponibilizam a Central de Atendimento ao Surdo para facilitar a comunicação dos Surdos com os demais aparelhos Fonte httpmigremeviRIo Os surdos usam também a comunicação por celular via torpedo e via internet por meio de emails e chats 62 Tecnologia que auxilia o surdo no seu dia a dia Vamos conhecer os recursos utilizados pela pessoa surda no dia a dia Alertas luminosos os Surdos utilizam dispositivos luminosos em campainhas telefones como TS e em babás eletrônicas Ex Quando apertar a campainha da casa de uma pessoa Surda o dispositivo acenderá dessa forma o Surdo sabe que tem alguém em sua porta Fonte httpmigremeviRJK Telefone para surdo ligado ao computador TSPC o TSPC tratase de um dispositivo que ligado ao computador efetua ligações destinadas às pessoas surdas e com dificuldades da fala Este produto é pioneiro no Brasil tendo tecnologia 100 nacional Tratase de um aparelho que ligado ao computador e a uma linha telefônica analógica efetua e recebe ligações Fonte httpmigremeviRLG Para conhecer as novidades nessa área acesse o site da Fenies wwwfeneiscombr 48 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 O software TSPC poderá ser instalado somente em computadores com os seguintes sistemas operacionais Windows 98 Second Edition Windows ME Windows 2000 e Windows XP O TSPC possui secretária eletrônica histórico de ligações discagem rápida para 10 números telefônicos mensagens personalizadas agenda telefônica com limite máximo de 999 contatos gravados e pode efetuar ligações para outros modelos TSPC Surtel CISO Central de Intermediação Surdo Ouvinte e Telefone Público para Surdo Relógio com despertador vibratório Muito utilizado pelos Surdos principalmente embaixo do travesseiro pois ele vibra no horário escolhido para despertar Fonte httpmigremeviRN0 ALERT LUZ Baby é instalado até 3 metros do bebê e regula se a sensibilidade do som ambiente no botão frontal Enquanto o bebê estiver chorando o ALERT LUZ receptor piscará continuamente Fonte httpmigremeviROA CELULARES se tornaram o aparelho mais popular entre os surdos devido à facilidade de envio de mensagens de texto e também possibilita videoconferência mas nem todas as operadoras dispõem do serviço Todos os aplicativos anteriormente criados transformavam texto em Libras mas recentemente foi lançado o ProDeaf um aplicativo traduz áudio e texto para Libras em tempo real Fonte httpmigremeviRT9 Antes de continuar seu estudo realize o Exercício 7 49 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 UNIDADE 7 PRÁTICA DA LÍNGUA DE SINAIS OBJETIVO DA UNIDADE Conhecer os sinais principais para a comunicação do dia a dia Nesta unidade serão apresentados os principais sinais para o uso no dia a dia Acompanhe os vídeos à sua disposição no Ambiente Virtual de Aprendizagem 50 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 REFERÊNCIAS BORGES Fábio Alexandre NOGUEIRA Clélia Maria Ignatius Um panorama da inclusão de estudantes surdos nas aulas de matemática In NOGUEIRA Clélia Maria Ignatius Org Surdez inclusão e matemática Curitiba CRV 2013 p 4370 CAMPELLO Ana R e Souza Pedagogia VisualSinal na Educação dos Surdos In Estudos Surdos IIRonice Müller de Quadros e Gladis Perlin org Petrópolis RJ Arara Azul 2007 CAPOVILLA Fernando César RAPHAEL Walkiria Duarte Dicionário enciclopédico ilustrado trilíngue da língua de sinais brasileira 2 ed São Paulo Imprensa Oficial do Estado 2001 CASTRO RP PEDROSA M DE P Encarando a diversidade o ensino de ciências e a formação de alunos surdos on line Visitado em 18 de fevereiro de 2011 Disponível em httpwwwufjfbrvirtufiles201004artigo2a31pdf Acesso em 01 set 2021 FERNANDES Eulalia Problemas linguísticos e cognitivos do surdo Rio de Janeiro Livraria Agir 1990 GLAT R PLETSCH M D Papel da Universidade Frente às Políticas Públicas para Educação Inclusiva Revista Benjamim Constant Ano 10 n 29 p 38 2004 Disponível em httpwwwibcgovbrcatid4itemid409 Acesso em 22 ago 2021 GRANNIER M D SILVA R M F F da Um projeto de material didático flexível para o ensino de português a surdos In CONGRESSO INTERNACIONAL DE HUMANIDADES 10 1719 out 2007 Brasília DF Simpósio Brasília Revista Intercâmbio do Congresso de Humanidades 2007 Disponível em httpunbrevistaintercambionetbr24hpessoatempanexo17180pdf Acesso em 22 ago 2021 LIMA Rita de Cássia Pereira GONÇALVES Marlene Fagundes Carvalho Sujeito escola representações Florianópolis Insular 2006 MOREIRA Antonio Flavio Currículo e estudos culturais tensões e desafios em torno das identidades In SILVEIRA Rosa Maria Hessel Org Cultura poder e educação um debate sobre estudos culturais e educação 2 ed Canoas Editora da ULBRA 2011 p 123144 PEREIRA Maria Cristina da Cunha Org Libras Conhecimento além dos sinais São Paulo Pearson Prentice Hall 2011 QUADROS Ronice Muller de Educação de surdos a aquisição da linguagem Porto Alegre Artes Médicas 1994 O tradutor e intérprete de língua brasileira de sinais e língua portuguesa Brasília MEC 2007 A educação de surdos na perspectiva da educação inclusiva no Brasil Informativo TécnicoCientífico Espaço INES Rio de Janeiro n 30 p 1217 juldez 2008 51 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 QUADROS Ronice Müller de CRUZ Carina Rebello Língua de Sinais instrumentos de avaliação Porto Alegre Artmed 2011 SILVA Marília da Piedade Marinho A construção de sentidos na escrita do aluno surdo São Paulo Plexus 2001 SKLIAR C org A surdez um olhar sobre as diferenças 3 ed Porto Alegre Mediação 2005 52 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 EXERCÍCIOS E ATIVIDADES EXERCÍCIO 1 1 De que maneira o ouvinte NÃO deve se comunicar com o surdo a De frente para ele b Falando pausadamente c Falando o mais alto possível d Se não compreender perguntar novamente 2 O que caracteriza uma ideia MAL concebida sobre a pessoa surda a É um ser com compreensão limitada do mundo b É ser capaz de transformar a realidade c É um ser dinâmico e consciente d É um ser que se comunica em LIBRAS 3 Segundo o Decreto n 5296 de 021204 considerase deficiência auditiva a A perda bilateral total de quarenta e um decibéis ou mais aferida por audiograma nas frequências de 250 Hz b A perda auditiva bilateral ou parcial de trinta e nove decibéis aferida por audiograma nas frequências de 4000Hz 5000Hz e 6000 Hz c A perda bilateral parcial ou total de quarenta e um decibéis ou mais aferida por audiograma nas frequências de 500 Hz 1000 Hz 2000Hz e 3000 Hz d A perda bilateral parcial ou total de trinta e um decibéis ou mais aferida por audiograma nas frequências de 500 Hz 1000 Hz 2000Hz e 3000 Hz e A perda bilateral parcial ou total de quarenta decibéis ou mais aferida por audiograma nas frequências de 500 Hz 1000 Hz 2000Hz e 3000 Hz 4 Nos termos do Decreto 562605 considerase pessoa surda a Aquela com perda bilateral parcial ou total de quarenta e um decibéis db ou mais aferida por audiograma nas frequências 500Hz 1000Hz 2000Hz e 3000Hz b Pessoa que estuda em escola bilíngue c Aquela que por ter perda auditiva realiza implante coclear d Aquela que por ter perda auditiva é oralizada e realiza leitura labial como canais de comunicação e Aquela que por ter perda auditiva compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais 5 A audição é essencial para o desenvolvimento da fala da linguagem da 53 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 socialização e de outras formas de comportamento I Sem a audição a criança tende a se afastar do seu meio ambiente II Sem audição a criança pode ter aparência de criança retardada com distúrbios emocionais e de aprendizagem III A audição deve ser testada em qualquer criança que venha para avaliação de distúrbios do desenvolvimento IV A audição não interfere na aquisição da fala a Apenas os enunciados I II e IV estão corretos b Apenas os enunciados I II e III estão corretos c Apenas os enunciados II III e IV estão corretos d Apenas os enunciados I e II estão corretos e Apenas os enunciados I III e IV estão corretos Verifique seu aprendizado realizando o Exercício no Ambiente Virtual de Aprendizagem EXERCÍCIO 2 1 No decorrer da história da educação de surdos observamos a utilização de diferentes abordagens educacionais usadas pelos professores que se ocuparam dessa tarefa de ensino aos surdos Assinale a alternativa que contempla essas abordagens a Empirismo Racionalismo e Apriorismo b Oralismo Bilinguismo e Comunicação Total c Oralismo Gestualismo e Construtivismo d Bilinguismo Gestualismo e Expresionismo e Oralismo Racionalismo e Comunicação Total 2 Sobre o Congresso de Milão é correto afirmar que a Promoveu e defendeu o uso da língua sinais nas escolas b Os professores Surdos foram ouvidos e tiveram direito a voto c Foi organizado patrocinado e conduzido por especialistas Surdos d Os únicos países a favor da língua de sinais foram EUA e a GrãBretanha e Houve melhoras na qualidade da educação dos Surdos após esse evento 3 O surdo constrói sua cultura e identidade surda de forma própria através da a oralidade b libras 54 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 c escrita d protetização e mímica 4 Em 1857 na cidade do Rio de Janeiro foi fundada a primeira escola para surdos no Brasil o Imperial Instituto dos SurdosMudos hoje Instituto Nacional de Educação de Surdos INES A fundação do INES contou com a participação de um professor surdo francês que se chamava a Ponce de León b Abade LEpée c Lauret Clerc d Flausino José da Gama e Ernest Huet 5 O debate sobre a história da Educação para Surdos apresenta marcos das abordagens educacionais Considerando a temporalidade dos fatos analise os seguintes enunciados I Um período predominantemente gestualista com formação de vários professores surdos e outro essencialmente oralista com predomínio da proibição do uso das línguas de sinais II A partir da metade do século XX a preocupação com a comunicação valoriza novamente a gestualidade e estratégias que facilitem a comunicação entre surdos e ouvintes III No Brasil a década de 1980 representa o grande avanço dos debates sobre a Língua de Sinais Brasileira e consequentemente o início do debate sobre a educação bilíngue IV A partir da Lei 56262005 cabe ao intérprete de Língua de Sinais a formação de vários professores surdos a preocupação com a comunicação e estratégias que facilitem a comunicação entre surdos e ouvintes a Apenas os enunciados I e III estão corretos b Apenas os enunciados III e IV estão corretos c Apenas os enunciados I II e III estão corretos d Apenas os enunciados I II e IV estão corretos e Apenas os enunciados II e IV estão corretos Verifique seu aprendizado realizando o Exercício no Ambiente Virtual de Aprendizagem EXERCÍCIO 3 1 Sobre o bilinguismo é correto afirmar que a Para os estudiosos que defendem o bilinguismo os surdos devem aceitar e assumir sua surdez mas precisam buscar uma vida semelhante à do ouvinte b O conceito mais importante que a filosofia bilíngue traz é de que os surdos formam uma 55 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 comunidade com cultura e língua próprias c Para profissionais bilinguistas é unânime que as teorias psicológicas e linguísticas adotadas sejam baseadas no gerativismo Chomsky d O bilinguismo mesmo ocupando um grande espaço no cenário científico mundial não despertou interesse de pesquisadores sobre surdez e língua de sinais sob a ótica da filosofia bilíngue e Para que a criança tenha sucesso na aquisição da língua de sinais é necessário que a família delegue essa função a uma instituição especializada sem que seja necessária a participação da família nesse processo 2 Desde a antiguidade até meados da Idade Média os surdos foram excluídos dos processos educacionais pois acreditavase que se não pudessem falar não poderiam adaptarse à sociedade dessa forma não poderiam exercer seus direitos civis e sociais Pedro Ponce de Leon 15201584 foi o primeiro professor de surdos utilizava o alfabeto manual para a leitura escrita e aprendizado da língua oral Muitos teóricos opunhamse ao uso dos sinais justificando que o mesmo atrapalhava o desenvolvimento do surdo Este pensamento está ancorado na filosofia a Oralista b Gestualista c Comunicativa d Antropológica e Bilinguista 3 O decreto 562605 trouxe muitas conquistas para a comunidade surda e para a educação bilíngue A presença de tradutoresintérpretes de Libras e novas formas de avaliação têm por objetivo a Prover vagas de concurso para o intérprete de libras e acesso ao ensino superior apenas b Garantir o acesso ao currículo e aos processos seletivos levando em consideração sua especificidade linguística c Garantir a formação do professor em Libras e auxílio ao aluno surdo devido à sua inferioridade linguística d Prover as escolas com profissionais capacitados para o atendimento em braile e acesso à prova do Enem e Garantir a formação do intérprete em serviço e acesso do professor para a correção das avaliações Verifique seu aprendizado realizando o Exercício no Ambiente Virtual de Aprendizagem ATIVIDADE 21 Após estudar os três métodos de ensino para pessoas Surdas o oralismo a comunicação total e o bilinguismo apresente no mínimo três características de cada uma das três filosofias Submeta a atividade por meio da ferramenta Tarefa 56 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 EXERCÍCIO 4 1 Várias são as categorias que representam as competências de um profissional tradutor intérprete e que demonstram a complexidade do processo em que este profissional está envolvido Assinale a alternativa que apresenta a competência que NÃO é exigida para o exercício dessa profissão a Competência linguística b Competência para transferência c Competência metodológica d Competência técnica e Competência na estatura 2 Entendese como Língua Brasileira de Sinais Libras a forma de comunicação e expressão de natureza visualmotora com estrutura gramatical própria constituindose num sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil Entretanto ela apresenta algumas características que a distinguem das línguas de natureza oral auditiva Sobre essas distinções analise os enunciados a seguir I Distinguemse das línguas orais por ocuparem apenas a dimensão temporal apresentando apenas um léxico a cada instante da sinalização II Distinguemse das línguas orais porque se utilizam de canal visualespacial e não oral auditivo Assim articulamse espacialmente e são percebidas visualmente III Usam o espaço e as dimensões que ele oferece na constituição de seus mecanismos fonológicos morfológicos sintáticos e semânticos para veicular significados os quais são percebidos pelos seus usuários através das mesmas dimensões espaciais IV Usam o tempo e as dimensões que ele oferece na constituição de seus mecanismos fonológicos morfológicos sintáticos e semânticos para veicular significados os quais são percebidos pelos seus usuários através das mesmas dimensões temporais a Apenas o enunciado I está correto b Apenas o enunciado IV está correto c Apenas os enunciados II e III estão corretos d Apenas os enunciados I e II estão corretos e Apenas os enunciados I e IV estão corretos 3 A Língua Brasileira de Sinais Libras estrutura suas sentenças a partir dos mesmos tipos de constituintes e categorias linguísticas de qualquer outra língua oral ou visual Qual das afirmações a seguir corresponde àquilo que de fato ela é a É uma forma de comunicação usada pelos surdos do mundo todo b Não é uma língua mas um conjunto de gestos que os surdos brasileiros usam para trocarem informações c É a língua oficial dos surdos brasileiros reconhecida pela lei 10436 de 24042002 d Embora seja usada pelos surdos brasileiros a Libras é uma língua ainda não reconhecida 57 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 oficialmente no Brasil e É uma língua que pode ser usada não somente pelos surdos mas também pelos cegos facilitando assim a comunicação entre ambos 4 Sobre as diferenças entre a Língua Brasileira de Sinais e a língua portuguesa analise os enunciados a seguir I Diferente das línguas orais as línguas de sinais exibem dupla articulação ou seja unidades significativas ou morfemas constituídas a partir de unidades arbitrárias e sem significado ou fonemas II Nas línguas orais os fonemas são produzidos pela passagem de ar pela laringe nariz e boca e nas línguas de sinais a estrutura fonológica se organiza a partir de parâmetros visuais III Sobre as características da organização fonológica a linearidade é mais explorada nas línguas de sinais e a simultaneidade é sua característica básica IV Os elementos configuração de mãos locação e movimento podem corresponder aos movimentos articulatórios e acústicos nas línguas orais V A diferença básica entre a língua de sinais e a língua oral está no uso das mãos no espaço e do uso do aparelho fonador a Todos os enunciados estão corretos b Apenas os enunciados II III e IV estão corretos c Apenas os enunciados IV e V estão corretos d Apenas os enunciados I e V estão corretos e Apenas os enunciados I II e III estão corretos 5 Libras é composta por elementos das línguas orais Isso quer dizer que a O surdo tem acesso à cultura b É por meio da Libras que a linguagem das crianças surdas evolui c A Libras possui organização gramatical semântica pragmática e sintática d Ela é uma língua que usa mímica e Libras não é uma Língua Verifique seu aprendizado realizando o Exercício no Ambiente Virtual de Aprendizagem ATIVIDADE 31 Nos estudos vimos que as discussões até então formuladas sobre o processo de aquisição de linguagem em crianças surdas advogam que ele é o mesmo que em crianças ouvintes mudando unicamente a modalidade Quais são elas Explique cada fase Submeta a atividade por meio da ferramenta Tarefa 58 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 EXERCÍCIO 5 1 Em relação ao papel do intérprete em sala de aula verificase que ele assume uma série de funções que o aproxima muito de um educador LACERDA 2009 Qual das alternativas é de exclusiva competência do intérprete a Atender a demandas pessoais do aluno b Atuar frente ao comportamento do aluno c Interpretar aquilo que está sendo veiculado oralmente em sala de aula d Estabelecer uma posição adequada em sala de aula e Atuar como educador frente a dificuldades de aprendizagem do aluno 2 Em dezembro de 2005 o governo brasileiro baixou o Decreto nº 5626 que regulamenta a lei nº 10436 de 24 de abril de 2002 Esse decreto dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais Libras e em seu capítulo II discorre sobre a inclusão dessa língua como disciplina curricular Marque a alternativa correta a A Libras deve ser inserida como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério em nível médio e superior todos os cursos de licenciatura e nos cursos de fonoaudiologia b A Libras constituirseá em disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério em nível médio e superior todos os cursos de licenciatura e em todos os demais cursos superiores c A Libras constituirseá em disciplina curricular optativa nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério em nível médio e superior todos os cursos de licenciatura e nos cursos de fonoaudiologia d A Libras constituirseá em disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério em nível médio e superior todos os cursos de licenciatura além dos cursos da área da saúde medicina odontologia psicologia etc 3 Segundo Quadros 2002 para realizar a interpretação da língua falada para a língua sinalizada e viceversa é necessário observar alguns preceitos éticos Referentes aos preceitos éticos apresentados por Quadros é INCORRETO afirmar que o interprete deve a Ser imparcial ou seja deve ser neutro e não interferir no discurso com opiniões próprias b Ter discrição ou seja deve ser discreto sem estabelecer limites durante a sinalização c Manter a distância profissional ou seja o profissional intérprete e sua vida pessoal são separados d Manter a confiabilidade ou seja não repassar informações confidenciais da sua atuação a terceiros e Ter fidelidade durante a interpretação ou seja não pode alterar a informação independente da situação 4 São atribuições do Tradutor e Intérprete de LIBRAS no contexto de uma escola 59 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 inclusiva a Atenuar sempre que oportuno falas equivocadas do aluno surdo principalmente as de teor ofensivo visto que a maioria das crianças surdas são filhas de pais ouvintes sem domínio da LIBRAS b Avisar sempre que possível o aluno surdo sobre datas de atividades avaliações prazos considerando que poucas informações circulam na língua de sinais em sala de aula c Ensinar sempre que possível LIBRAS para os alunos ouvintes da turma pois isso proporcionará maior interação entre surdos e ouvintes d Orientar sempre que oportuno os professores e demais integrantes da equipe escolar sobre as especificidades linguísticoculturais dos alunos surdos e Participar sempre que possível das reuniões do conselho de classe dando parecer sobre o processo de ensinoaprendizagem de seu aluno surdo bem como seu rendimento em sala 5 Para garantir o direito dos surdos à educação as redes de educação devem ofertar a Escolas de educação especial onde o português oral e escrito são a Língua de instrução b Escola ou classes de educação bilíngue onde a LIBRAS e o português escrito são a Língua de instrução c Escolas regulares com surdos e ouvintes em uma pedagogia oralista d Escolas comuns com atendimento fonoaudiólogo e intérprete de língua de sinais e Escolas bilíngues onde as línguas usadas são o português o inglês e o espanhol Verifique seu aprendizado realizando o Exercício no Ambiente Virtual de Aprendizagem ATIVIDADE 41 Explique a importância do aprendizado da Língua de Sinais na construção da identidade da pessoa surda e seu desenvolvimento cognitivo Submeta a atividade por meio da ferramenta Tarefa EXERCÍCIO 6 1 Assinale a alternativa que contém as palavras que completam corretamente as lacunas Aos intérpretes de língua de sinais da área da é recomendado redirecionar os questionamentos dos alunos ao pois desta forma o intérprete caracteriza o seu papel na intermediação mesmo quando este papel é alargado Neste sentido o professor também precisa passar pelo processo de aprendizagem de ter no grupo um contexto diferenciado com a presença de alunos e de intérpretes de língua de sinais A adequação da estrutura física da sala de aula a disposição das pessoas em sala de aula a adequação da forma de exposição por parte do são exemplos de aspectos a 60 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 serem reconsiderados em sala de aula a Saúde professor cegos professor b Saúde terapeuta surdos intérprete c Educação professor surdos professor d Educação terapeuta cegos intérprete e Saúde professor surdos ledor 2 Daniele é aluna surda de uma escola pública no 5º ano do ensino fundamental A professora pede ao intérprete que permaneça perto de Daniele enquanto ela realiza a prova escrita do primeiro bimestre Nesse caso o intérprete tem o dever de a Sinalizar para professora que sua atuação se restringe aos momentos de aula b Realizar tradução da Língua Portuguesa escrita para LIBRAS e viceversa c Interpretar as instruções orais e as questões escritas da prova d Acompanhar a elaboração das questões da prova para facilitar a interpretação e Participar dos momentos de aplicação provas para apoiar a professora 3 Durante uma reunião de professores Magaly e Flora fizeram o seguinte comentário Quando vamos conseguir realizar um projeto para tratarmos das dificuldades que temos em relação à interação dos surdos dentro da escola e da classe A escola em questão tem 16 turmas de ensino fundamental do 1º ao 5º ano de escolaridade Tem 523 alunos em turno de 7 horas Deste universo de alunos 16 são surdos e estão matriculados nos dois primeiros anos de escolaridade Avalie a partir desse contexto as orientações para atendimento educacional especializado numa perspectiva de Educação Inclusiva para alunos surdos I As escolas e classes especiais devem ser organizadas a partir das atividades que garantam aprendizagem da LIBRAS e da Língua Portuguesa II As atividades pedagógicas devem ser realizadas por professores bilíngues uma vez que a dinâmica de interação é muito peculiar e exige uma organização que vai além da opção por uma interpretação simultânea ou consecutiva III Os intérpretes educacionais são indispensáveis para o planejamento e a execução dos projetos bilíngues dentro das escolas nos primeiros anos de escolaridade IV Os alunos devem ser matriculados preferencialmente em instituições especializadas As afirmativas corretas são a Apenas os enunciados I e II estão corretos b Apenas os enunciados II III e IV estão corretos c Apenas os enunciados II e III estão corretos d Apenas os enunciados I II e III estão corretos e Apenas os enunciados I II e IV estão corretos 4 O Planejamento de Ensino na Educação de Surdos desenvolvese nas seguintes propostas 61 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 I Planejar o ensino didático sob a didática do surdo é produzir educação na visão cultural II A forma de planejar o ensino sob a didática dos surdos diz respeito à escolha de temas onde o elemento da valoração cultural surda predomina III Na educação de surdos podemos usar o planejamento de ensino como uma estratégia e contestação para as lutas pela cultura surda a Apenas os enunciados I e II estão corretos b Apenas os enunciados I e III estão corretos c Apenas os enunciados II e III estão corretos d Todos os enunciados estão corretos e Nenhum enunciado está correto 5 O acesso das pessoas surdas à educação exige que as instituições federais de ensino I Promovam cursos de formação de professores bilíngues instrutores e intérpretes LIBRAS Língua Portuguesa II Organizem escolas e classes de educação bilíngue abertas a alunos surdos e ouvintes com professores bilíngues na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental III Garantam escolas com docentes das diferentes áreas do conhecimento cientes da singularidade linguística dos alunos surdos IV Apoiem na comunidade escolar o uso e a difusão de Libras entre professores alunos funcionários direção da escola e familiares inclusive por meio da oferta de cursos a Todos os enunciados estão corretos b Apenas os enunciados II III e IV estão corretos c Apenas os enunciados I II e III estão corretos d Apenas os enunciados I II e IV estão corretos e Apenas os enunciados I III e IV estão corretos Verifique seu aprendizado realizando o Exercício no Ambiente Virtual de Aprendizagem EXERCÍCIO 7 1 Quais são as tecnologias que podem ser utilizadas na educação do surdo a Aparelhos de amplificação sonora Aparelhos de amplificação sonora b Implante coclear c Leitura labial d Adaptação do meio ambiente e Softwares para reabilitação de fala 2 A Pedagogia Surda valoriza a experiência visual dos surdos em suas práticas 62 wwwvirtualucdbbr 0800 647 3335 nos mais diversos contextos de aprendizagem e para isso se vale de várias ferramentas de comunicação e interação dos sujeitos envolvidos dentre os quais se podem citar como ferramentas mais adequadas a Cadernos textos e fotografias b Vídeos DVD webcan e escrita de sinais c Audiolivro reglete e punção e soroban d Banner folder e cartilhas e Desenhos esquemas e diagramas 3 O termo pedagogia visual está relacionado a uma prática que a utiliza jogos visuais para aprendizagem do aluno surdo b utiliza tecnologias visuais para aprendizagem do aluno surdo c utiliza jogos visuais e tecnologias visuais para a aprendizagem do aluno surdo d utiliza vídeos tecnologias assistivas e mídias para aprendizagem do aluno surdo e utiliza recursos visuais em geral como por exemplo jogos visuais tecnologias visuais vídeos tecnologias assistivas e mídias para aprendizagem do aluno surdo 4 No que diz respeito ao conjunto de hábitos específicos das comunidades onde se forma a dita cultura surda temse os que seguem abaixo EXCETO a Utilização de campainha luminosa b Utilização da tecnologia para o desenvolvimento da comunidade surda c Utilização de celulares para envio de mensagens d Utilização de buzina luminosa nos carros e Utilização de despertadores com sistema de vibração Verifique seu aprendizado realizando o Exercício no Ambiente Virtual de Aprendizagem