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PROFESSORES Me Bruno Ferrari Silva Me Cheila Aparecida Bevilaqua Me Giuliana Maria Ledesma Peixoto Quando identificar o ícone QRCODE utilize o aplicativo Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos online O download do aplicativo está disponível nas plataformas Acesse o seu livro também disponível na versão digital Google Play App Store NUTRIÇÃO APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 2 NEAD Núcleo de Educação a Distância Av Guedner 1610 Bloco 4 Jd Aclimação Cep 87050900 Maringá Paraná Brasil wwwunicesumaredubr 0800 600 6360 DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva ViceReitor Wilson de Matos Silva Filho PróReitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva PróReitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff James Prestes Tiago Stachon Diretoria de Graduação Kátia Coelho Diretoria de Cursos Híbridos Fabricio R Lazilha Diretoria de PósGraduação Bruno do Val Jorge Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria de Design Educacional Débora Leite Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie Fukushima Gerência de Processos Acadêmicos Taessa Penha Shiraishi Vieira Gerência de Curadoria Carolina Abdalla Normann de Freitas Gerência de Contratos e Operações Jislaine Cristina da Silva Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisora de Projetos Especiais Yasminn Talyta Tavares Zagonel Supervisora de Produção de Conteúdo Daniele C Correia Coordenadora de Conteúdo Mara Cecília Rafael Lopes Projeto Gráfico José Jhonny Coelho Editoração Piera Consalter Paoliello Designer Educacional Kaio Vinicius Cardoso Gomes Revisão Textual Carla Cristina Farinha Ilustração André Azevedo Fotos Shutterstock C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ Núcleo de Educação a Distância SILVA Bruno Ferrari BEVILAQUA Cheila Aparecida PEIXOTO Giuliana Maria Ledesma Nutrição Aplicada à Educação Física Bruno Ferrari Silva Cheila Apare cida Bevilaqua Giuliana Maria Ledesma Peixoto Maringá PRUnicesumar 2021 Reimpresso em 2023 252 p Graduação em Educação Física EaD 1Nutrição 2Educação Física EaD I Título ISBN 9786556153445 CDD 22ª Ed 6132 CIP NBR 12899 AACR2 Ficha Catalográfica Elaborada pelo Bibliotecário João Vivaldo de Souza CRB8 6828 Impresso por Em um mundo global e dinâmico nós trabalhamos com princípios éticos e profissionalismo não somente para oferecer uma educação de qualidade mas acima de tudo para gerar uma conversão integral das pessoas ao conhecimento Baseamonos em 4 pilares intelectual profissional emocional e espiritual Iniciamos a Unicesumar em 1990 com dois cursos de graduação e 180 alunos Hoje temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil nos quatro campi presenciais Maringá Curitiba Ponta Grossa e Londrina e em mais de 500 polos de educação a distância espalhados por todos os estados do Brasil e também no exterior com dezenas de cursos de graduação e pósgraduação Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares por ano Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de excelência com IGC 4 em 7 anos consecutivos Estamos entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil A rapidez do mundo moderno exige dos educadores soluções inteligentes para as necessidades de todos Para continuar relevante a instituição de educação precisa ter pelo menos três virtudes inovação coragem e compromisso com a qualidade Por isso desenvolvemos para os cursos de Engenharia metodologias ativas as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária Vamos juntos Wilson Matos da Silva Reitor da Unicesumar boasvindas Prezadoa Acadêmicoa bemvindoa à Comunidade do Conhecimento Essa é a característica principal pela qual a Unicesumar tem sido conhecida pelos nossos alunos professores e pela nossa sociedade Porém é importante destacar aqui que não estamos falando mais daquele conhecimento estático repetitivo local e elitizado mas de um conhecimento dinâmico renovável em minutos atemporal global democratizado transformado pelas tecnologias digitais e virtuais De fato as tecnologias de informação e comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas lugares informações da educação por meio da conectividade via internet do acesso wireless em diferentes lugares e da mobilidade dos celulares As redes sociais os sites blogs e os tablets aceleraram a informação e a produção do conhecimento que não reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em segundos A apropriação dessa nova forma de conhecer transformouse hoje em um dos principais fatores de agregação de valor de superação das desigualdades propagação de trabalho qualificado e de bemestar Logo como agente social convido você a saber cada vez mais a conhecer entender selecionar e usar a tecnologia que temos e que está disponível Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg modificou toda uma cultura e forma de conhecer as tecnologias atuais e suas novas ferramentas equipamentos e aplicações estão mudando a nossa cultura e transformando a todos nós Então priorizar o conhecimento hoje por meio da Educação a Distância EAD significa possibilitar o contato com ambientes cativantes ricos em informações e interatividade É um processo desafiador que ao mesmo tempo abrirá as portas para melhores oportunidades Como já disse Sócrates a vida sem desafios não vale a pena ser vivida É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer Willian V K de Matos Silva PróReitor da Unicesumar EaD Seja bemvindoa caroa acadêmicoa Você está iniciando um processo de transformação pois quando investimos em nossa formação seja ela pessoal ou profissional nos transformamos e consequentemente transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos De que forma o fazemos Criando oportunidades eou estabelecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no mundo contemporâneo O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância oa acompanhará durante todo este processo pois conforme Freire 1996 Os homens se educam juntos na transformação do mundo Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontramse integrados à proposta pedagógica contribuindo no processo educacional complementando sua formação profissional desenvolvendo competências e habilidades e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade de maneira a inserilo no mercado de trabalho Ou seja estes materiais têm como principal objetivo provocar uma aproximação entre você e o conteúdo desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessários para a sua formação pessoal e profissional Portanto nossa distância nesse processo de crescimento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita Ou seja acesse regularmente o Studeo que é o seu Ambiente Virtual de Aprendizagem interaja nos fóruns e enquetes assista às aulas ao vivo e participe das discussões Além disso lembrese que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliáloa em seu processo de aprendizagem possibilitandolhe trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória acadêmica boasvindas Débora do Nascimento Leite Diretoria de Design Educacional Janes Fidélis Tomelin PróReitor de Ensino de EAD Kátia Solange Coelho Diretoria de Graduação e Pósgraduação Leonardo Spaine Diretoria de Permanência autores Me Bruno Ferrari Silva Graduado em Educação Física Bacharelado 2010 e Licenciatura 2017 pela Universidade Estadual de Maringá UEM especialista em Fisiologia Humana no contexto interdiscipli nar 2013 mestre em Ciências Fisiológicas com ênfase em Fisiologia do Exercício 2017 ambas pela mesma universidade Atualmente realiza pesquisas sobre as modificações metabólicas provocadas pelo exercício físico em condições saudáveis e patológicas e atua como Professor Mediador do curso de Educação física EaD da Unicesumar httplattescnpqbr8923478103235489 Me Cheila Aparecida Bevilaqua Graduada e licenciada em Educação Física pela Universidade Estadual de Maringá UEM 2009 bolsista do Programa de Educação Tutorial PETSESu 20072009 Mestre em Ciências da Saúde 2012 por meio do Programa de PósGraduação em Ciências da Saú de UEM Concentração dos estudos nas áreas de atividade física e saúde obesidade tratamentos multiprofissionais promoção e prevenção em saúde Atua como Professora Mediadora do curso de Educação Física EaD da Unicesumar httplattescnpqbr5339668045400786 Me Giuliana Maria Ledesma Peixoto Graduada em Educação Física Bacharelado 2014 pela Universidade Estadual de Maringá UEM e graduanda de Nutrição pela Unicesumar 2020 especialista em Fisiologia Humana no contexto interdisciplinar 2016 mestre em Ciências Fisiológicas com ênfase em Fisio logia Integrativa 2018 ambas pela mesma universidade Atualmente realiza pesquisas sobre as modificações metabólicas causadas pela suplementação de alimentos in natura httplattescnpqbr4741053591509337 apresentação do material NUTRIÇÃO APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA Me Bruno Ferrari Silva Me Cheila Aparecida Bevilaqua Me Giuliana Maria Ledesma Peixoto Prezadoa alunoa Entender os conceitos da nutrição necessários para o funcionamento do organismo homeostático dos seres vivos é de severa importância para você futuroa profissional que desempenha seu papel de atuação voltado para a saúde do ser humano Para tanto o conhecimento prévio desses conceitos durante o curso de formação superior em Educação Física depende de algu mas disciplinas base como Bioquímica e Biologia celular Fisiologia geral e do movimento Atividade física e qualidade de vida Medidas e avaliação entre outras Sendo estas de extrema importância para o nivelamento de conteúdos que estruturarão o aprendizado desta disciplina e suas principais aplicações na grande área da Educação Física Profissionais de Educação Física não têm a necessidade de prescrever rotinas e cardápios para a construção dos hábitos alimentares de seus alunos para isso profissionais habilitados na área da nutrição condizem com esta missão No entanto o aprendizado pleno de conceitos relacionados à nutrição geral e esportiva maximiza as possibilidades de você alunoa em formação refletir e construir o conhecimento sobre orientações que dinamizam o potencial re sultado de seus alunosclientes sejam eles no esporte sejam para a saúde ou para a longevidade Desse modo cinco unidades foram construídas para auxiliar a formação de futuros professoresprofissionais de Educação Física Sendo assim na Unidade 1 abordaremos os princípios básicos da nutrição humana conceituando his toricamente a alimentação e nutrição o metabolismo geral dos nutrientes no corpo humano e as práticas alimentares saudáveis Na Unidade 2 apresentaremos as recomendações nacionais e internacionais de nutrição para a manutenção da saúde da população em geral na Unidade 3 descreveremos e caracterizaremos os principais métodos de avaliação nu tricional na Unidade 4 abordaremos as principais vertentes conceituais que englobam a nutrição aplicada ao exercício físico e por fim na Unidade 5 fa laremos dos direcionamentos nutricionais para populações específicas anos iniciais de vida adultos atletas e casos patológicos Vamos lá sumário UNIDADE I PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO 14 Conceitos Históricos de Alimentação e Nutrição 24 A nutrição e seus conceitos 30 Macronutrientes 39 Micronutrientes 42 Os princípios da alimentação saudável UNIDADE II POLÍTICAS PÚBLICAS E RECOMENDAÇÕES NUTRICIO NAIS E ALIMENTARES 58 História das Políticas de Alimentação e Nutrição no Brasil 64 Política Nacional de Alimentação e Nutrição PNAN 70 Recomendações Nutricionais para Indivíduos Saudáveis 74 Guia Alimentar para População Brasileira 86 Pirâmide Alimentar Brasileira UNIDADE III AVALIAÇÕES NUTRICIONAIS 106 Balanço Energético do Homem 111 Efeito Térmico dos Alimentos 114 Estimadores da Taxa Metabólica Basal TMB 114 e Gasto Energético Total GET 117 Avaliação do Estado Nutricional e Composição Corporal 128 Avaliação Bioquímica e Nutrigenômica UNIDADE IV NUTRIÇÃO APLICADA À ATIVIDADE FÍSICA NO EXERCÍCIO FÍSICO E NO DESPORTO 148 Recursos Energéticos Durante o Repouso e o Exercício 154 Dispêndio Energético em Diferentes Modalidades de Exercício Físico 160 Classificação da Atividade Física pelo Dispêndio de Energia 165 Aprimoramento das Capacidades de Transferência de Energia 171 Suplementação e Recursos Ergogênicos UNIDADE V DIRECIONAMENTOS NUTRICIONAIS APLICADOS 190 Aspectos Nutricionais da Gestação à Adolescência 199 Comportamento Alimentar no Envelhecer 205 Transtornos Alimentares Anorexia e Bulimia Nervosa 213 Nutrição e Exercício em Condições Patológicas Diabetes Mellitus 219 Nutrição e Exercício em Condições Patológicas Hipertensão Arterial 249 Conclusão Geral Me Bruno Ferrari Silva Me Cheila Aparecida Bevilaqua Plano de Estudo A seguir apresentamse os tópicos que você estudará nesta unidade Conceitos históricos de alimentação e nutrição A nutrição e seus conceitos Macronutrientes Micronutrientes Os princípios da alimentação saudável Objetivos de Aprendizagem Apresentar os principais conceitos históricos que envolvem a alimentação e a nutrição humana diferenciandoas Descrever os principais conceitos que abordam a nutrição e a produção de energia Caracterizar os carboidratos lipídeos proteínas e água e como eles são utilizados pelo organismo Abordar conceitos que determinam as particularidades do comportamento alimentar adequado para uma vida mais saudável PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO unidade I INTRODUÇÃO O lá seja bemvindoa caroa alunoa Nesta unidade abor daremos os conceitos que nortearam o desenvolvimento das ciências nutricionais ou em específico a nutrição e suas ver tentes que são aplicadas à educação física Este compilado de informações conteúdos e conceitos fazem parte de uma junção de in formações que estão relacionadas a outras disciplinas como Biologia e bioquímica humana Anatomia humana aplicada à educação física Ati vidade física e qualidade de vida Fisiologia geral e do movimento entre outras E todas essas matrizes adicionadas à nutrição seguem caminhos paralelos no mesmo sentido durante a formação em educação física Inicialmente apresentaremos de modo geral os princípios históricos da alimentação trazendo as heranças alimentares de nossos ancestrais desde a PréHistória até a Idade Antiga Com o crescimento populacional e o processo de saneamento básico muito se evoluiu para os conceitos alimentares desenvolvendo uma área de pesquisas relacionada com este campo denominado ciências nutricionais Este conceito trouxe avanços nas ciências alimentares principalmen te como a descoberta dos nutrientes necessários para a manutenção de nosso metabolismo que se diferenciam em macronutrientes moléculas responsáveis principalmente pela manutenção energética estrutural de fluidez do nosso corpo e micronutrientes menores e não menos impor tantes que se fracionam para auxiliar as demandas metabólicas e promo ver vários mecanismos em nosso organismo inclusive a síntese celular formulando um dos conceitos de alimentação saudável Todo este processo ocasionou mudanças comportamentais sociológi cas que fomentaram a necessidade de desenvolvimento de um conceito de alimentação saudável que promove em ordem sociológica o planeja mento alimentar na dimensão de seus conceitos gerais Com isso espe ramos que você alunoa compreenda os temas que serão apresentados adiante e aproveite ao máximo Vamos lá 14 Conceitos Históricos de Alimentação e Nutrição 15 EDUCAÇÃO FÍSICA Quando pensamos em alimentação qual seria a mais antiga memória que nos vem em mente Per gunta difícil de responder assim de antemão mas talvez seja a terceira coisa que você deve ter feito após ter nascido a primeira foi respirar e pos teriormente chorar não é Este princípio básico de sobrevivência possui um contexto histórico que avança junto com os primórdios da vida na Terra Pensando no contexto da alimentação como um dos principais campos de estudo que envol vem este procedimento natural da vida uma de suas áreas de investigação é o comportamento alimentar Destacando que o homem evoluiu ao longo das eras sobrevivendo e superando todas as mudanças climáticas que ocorreram na Terra toda esta evolução vem sendo armazenada em um retrospecto de diferentes adaptações e evoluções MENDONÇA 2010 Quando se fala em alimento podese destacar que além da função de nutrir o corpo também está relacionado a processos civilizatórios e cul turais que continuam sendo construídos e trans formados conforme as necessidades e os avan ços cronológicos E ao compreender o alimento além das suas fronteiras como produto cultural em constante transformação cabenos o discerni mento dos usos que dele faremos de modo que nossa relação com ele para além de saciar a fome seja de partilha de prazer e de melhores escolhas VINHA 2017 Considerando a evolução cronológica hu mana da sociedade e a infinidade de processos que a sociedade nômade viveu para aprimorar o comportamento alimentar analisaremos deta lhadamente o que estes povos nos trouxeram de experiências e heranças quanto à composição da alimentação humana PRÉHISTÓRIA E IDADE ANTIGA Na história da evolução da humanidade anterior mente à idade da pedra lascada a alimentação de Descrição da Imagem Imagem Ilustrativa do homem após deter o domínio do fogo no Período Paleolítico Utiliza tochas para encurralar um mamute à beira de um penhasco para abatêlo e conseguir alimento Figura 1 O domínio do fogo e a busca pela sobrevivência 16 nossos ancestrais era composta basicamente de to dos os tipos de alimentos que encontravam durante sua trajetória de vida nômade ou seja com a migra ção dos povos e suas mudanças comportamentais causadas pelo clima e pelas condições demográficas MACEDO 2013 MENDONÇA 2010 A conquista e a domesticação do fogo durante o Período Paleolítico 24 milhões de anos a 12 mil anos assinalaram um passo importante na traje tória da humanidade pois a posse e o controle do fogo permitiram o aquecimento do corpo contra o frio e a proteção contra animais perigosos Foi pre ciso milhares de anos para que este fogo domesti cado fosse utilizado para assar a carne dos animais estabelecendo uma distinção mais acentuada entre os alimentos naturais crus e os alimentos produ zidos assados mais moles e fáceis de serem geridos MACEDO 2013 Há 500 mil anos o homem diferenciase de for ma definitiva de seus ancestrais hominídeos que ainda viviam em estado de animalidade Os historia dores da PréHistória mostram que no início o fogo foi utilizado para a cocção dos alimentos a qual ini ciou com a busca por incêndios naturais causados por raios e vulcões com o objetivo de encontrar animais mortos pelo incidente para os homens se alimenta rem visto que o animal morto é mais fácil de capturar do que animais vivos PINHEIRO 2008 Com a adoção da agricultura e pecuária a na tureza se transformou e a produção de determina dos grupos alimentares e a criação e domesticação de certos animais puderam ser consumidos como fonte de alimento de energia e de transporte por conta disso as pequenas sociedades começaram a se fixar em territórios formar aldeias e estruturas so ciais Tais inovações técnicas abriram caminho para as transformações ligadas à fabricação de cerâmicas e à metalurgia 15 mil a 12 mil anos antes da nos sa era que fortaleceram a produtividade alimentar MACEDO 2013 Uma das principais heranças alimentares da PréHistória e Idade Antiga foi o legado filogenéti co ou seja relação evolutiva de experiências que fundamenta nosso cultivo de cereais e condimentos Assim como o homem primitivo trouxe consigo o desejo de alguma coisa além do alimento em si é a partir do sabor que se desenvolveu a arte de comer e beber ABREU et al 2001 ANTIGUIDADE CLÁSSICA E IDADE MÉDIA Ao longo da evolução humana este comportamento de se alimentar de tudo aquilo que se encontrava de forma indiscriminada começou a sofrer algu mas evoluções como por exemplo a observação do comportamento alimentar de animais os períodos sazonais do clima o domínio do fogo a produção de armas principalmente para a caça o domínio da agricultura do comércio entre outros que propor cionaram experiências diversas e o desenvolvimento de uma infinidade de culturas alimentares até che garmos aos dias de hoje MENDONÇA 2010 Esta evolução durante a Idade Clássica e Média séc V a XV trouxe consigo as composições socio lógicas e políticas mais complexas que começaram a surgir com a formação inicialmente dos povoados cidades e impérios dentre elas a preocupação cen tral com o cultivo o manejo e os cuidados com a alimentação SILVA 2017 As guerras e limitações geográficas alocaram im périos em regiões nem sempre mais favoráveis para a produtividade e o cultivo de alimentos exigindo 17 EDUCAÇÃO FÍSICA carne para fazer a guerra Aristóteles no Tratado da Política escreveu que a guerra é também por si pró pria um meio natural de aquisição a caça faz parte dela usase este meio não só contra os animais mas contra os homens que tendo nascido para obedecer recusamse a fazêlo CARNEIRO 2003 p 54 Os gregos trouxeram também consigo a impor tância do alimentar e cozinhar em textos platônicos onde a inclusão da culinária está entre o grande gru po das artes que cuidam do corpo Os gregos designa ram o alimento como o sétimo dos bens estabelece ram que este conjunto de funções pertence às artes do agricultor do caçador do mestre de educação física do médico e do cozinheiro e fizeram com que esta atribuição de competências seriam melhores do que a atribuição apenas à arte política SOARES 2011 adaptações Um exemplo é a Grécia Antiga cujo ter ritório que englobava a península balcânica e diver sas ilhas da região era de difícil cultivo uma vez que o local era repleto de montanhas calcárias SILVA 2017 Estimavase que o território grego possuía cerca de um quinto do solo propício para agricultu ra e ainda assim os gregos foram capazes de produ zir a base de sua alimentação composta por cereais mesmo nestas condições e sua economia era fo mentada em grande parte por fazendeiros e a terra influenciou profundamente a organização social ao longo do período SILVA 2017 Outra iguaria que se valorizou extremamente na alimentação europeia durante a Idade Clássica e Média foi a carnívora a qual promoveu a criação de rebanhos caprinos ovinos e bovinos Comiase Figura 2 Ruínas de um moinho grego localizado em Creta Descrição da Imagem A imagem representa um moinho grego construído durante o período da Grécia Antiga por fazendeiros que produziam alimentos na região 18 Figura 3 Sala de processamento de grãos e produção de pão Descrição da Imagem A imagem representa uma sala destinada à produção de alimentos da nobreza italiana denominada Domus com vários vasilhames antigos e instrumentos utilizados para a produção de pães e massas para consumo Neste período surgiram os primeiros escritores sobre a alimentação sendo eles Miteco Sicília conheci do por sua produção sobre a preparação de alimentos por volta do século V a C referenciado por Platão e um dos primeiros escritores a relatar a importância do enriquecimentotempero de alimentos Arquéstrato de Gela Sicília séc IV a C um poeta e gastrônomo com obras importantes sobre os cuidados alimentares e Ateneu de Naucrátes Egito séc II a III d C que reporta em sua obra enciclopédica importantes catá logos e autores presentes na biblioteca de Alexandria e referência a processos culinários SOARES 2011 Influenciados pelos gregos os romanos também apresentavam conceitos alimentares importantís simos historicamente e facilitados pelo acesso ma rítimo e poder econômico existia uma diversidade de alimentos que já caracterizavam a mesa italiana como vegetais frutas carnes e pão Além de haver o processo de dissociação econômica de alimentos ou seja os ricos tinham acesso aos alimentos de quali dade e os pobres alimentavamse com aquilo com que se poderia ter acesso como por exemplo o Pa nis Sordis pão de baixa qualidade SILVA 2017 19 EDUCAÇÃO FÍSICA Do histórico das plantas cultivadas a mais antiga reportada foi o trigo Triticum vulgare que jun tamente com a cevada surgiu na Ásia menor entre 6000 e 7000 a C Sua expansão ocorreu principal mente às margens do Rio Nilo na Mesopotâmia e nos planaltos iranianos Índia e China do norte tor nouse uma das principais fontes de alimento Sen do o comércio mais importante antes da Era Indus trial seu volume de troca nunca ultrapassou 1 de sua produção total Como ele se conserva por pouco tempo deveria ser consumido rapidamente Embo ra o pão branco tenha se tornado o alimento mais tí pico da cultura mediterrânea o trigo ou frumento produzido em grande parte vinha principalmente do Egito e da Síria para fomentar o império grego e romano CARNEIRO 2003 Outra característica importante da cultura ro mana antiga foi a destinação de espaços familiares para a recepção de convidados em suas casas Do mus onde serviam e produziam alimentos no caso dos mais ricos ou da nobreza Em comparação ao domicílio dos mais pobres denominado Insulae não haviam estes espaços obrigando estes mora dores a comprarem o pão base da alimentação ita liana em estabelecimentos que ficavam espalhados pela cidade SILVA 2017 Este planejamento alimentar observado durante os períodos da antiguidade clássica já nos remete aos princípios da organização alimentar além de carac terizar os processos de saneamento básico relacio nado com a alimentação em que haviam espaços es pecíficos para se alimentar processos de manuseio conservação dos alimentos e estruturas comerciais destinadas ao fornecimento de alimentos manufa turados Com os avanços marítimos e as trocas de especiarias principalmente da Índia China e Ásia África e Europa muito se evoluiu com relação ao desenvolvimento alimentar e sanitário promovendo uma grande troca de saberes entre as populações IDADE MODERNA E CONTEMPORÂNEA Com os avanços da Idade Moderna e a descober ta da América pelos europeus diferentes cultivos começaram a se disseminar principalmente o mi lho Zea mays que foi cultivado cerca de 3000 a 3500 a C nos planaltos mexicanos e a batata Solanum tuberosum os quais na segunda me tade do século XVIII espalharamse pela Europa aclimatandose com o velho mundo e difundindo os saberes agronômicos A alimentação envolve diferentes aspectos que manifestam os valores culturais sociais afetivos e sensoriais de cada população Diferentemente dos demais seres vivos as pessoas ao se alimenta rem não buscam apenas suprir as necessidades orgânicas de nutrientes mas também consumir alimentos palpáveis com aromas cores diferen tes texturas e sabores que agradem ao paladar e proporcionam saciedade mais do que componen tes nutricionais à dieta MENDONÇA 2010 No entanto com a chegada de Colombo na América cerca de 100 milhões de habitantes que viviam por aqui no período eram alimentados pelo cultivo de milho batata batatadoce e man dioca sendo esse cultivo a base alimentar da qual sofreu adaptação com as iguarias trazidas pelos europeus como os cultivos orientais e africanos a 20 bananeira a cana de açúcar e o inhame algumas folhas e legumes europeus assim como a vinha CARNEIRO 2003 Juntamente com o sal e a água componentes fun damentais da alimentação humana 18 plantas foram identificadas com alto percentual de base alimentar de todos os tempos na humanidade 75 a 80 Des tas nove enquadramse nos grupos dos cereais trigo arroz milho cevada centeio aveia trigosarraceno milhã sorgo quatro são classificadas como tubér culos batata mandioca batatadoce e inhame três são classificadas como arbustos tamareira oliveira vinha uma como árvore bananeira e uma como gramínea cana de açúcar CARNEIRO 2003 Outra revolução que ocorreu ao final do sé culo XV foi a conservação de carnes quando se ampliaram os métodos de salga para abastecer as tripulações em alto mar e para transportar gran de quantidade de peixe No entanto o século XIX foi marcado pela invenção dos navios frigoríficos conservação da carne em lata expansão do charque sulamericano e por Chicago se tornando o maior centro de abatimento e corte de carne do mundo CARNEIRO 2003 Este advento pósRevolução Industrial pro moveu desenvolvimento e mudanças significativas no processo de armazenamento e qualidade dos alimentos A industrialização passou a ser fun damental para a conservação dos alimentos para subsidiar regiões de baixa produção e para aprimo rar a qualidade dos alimentos Existem relatos históricos que mostram que na Europa ocidental com o aumento da população en tre o final do século XVIII e início XIX a produ ção de alimentos não acompanhou este desenvolvi mento necessitando a importação de produtos para a subsistência da população Assim as mortes por escassez aguda de comida reduziram a quase zero mas ainda assim ocorriam períodos de sofrimento e escassez quando as colheitas fracassavam e o preço dos alimentos aumentava levando a um retrospecto de violência social GRIGG 1995 Este período de transição dos alimentos prin cipalmente pelo acesso e fornecimento para os países mais desenvolvidos da Europa ocidental levou a população europeia a um crescente acesso e consumo de alimentos com o passar dos anos como mostra a tabela a seguir PaísesAnos 1800 1850 1860 1900 1910 Bélgica 2247 2238 2580 3300 Inglaterra 2349 3240 2760 Alemanha 2210 2120 Finlândia 1900 3000 Noruega 3300 Itália 2617 França 1846 2480 2854 3192 3323 Tabela 1 Total de calorias consumidas per capita por dia Kcaldia 18001910 em países da Europa ocidental Fonte adaptada de Grigg 1995 21 EDUCAÇÃO FÍSICA As dietas tradicionais foram revolucionadas pelas mu danças econômicas e sociais que tomaram lugar no final do século XIX e início do século XX todas es sas mudanças estavam diretamente associadas com o período atual de renovação Isso tudo iniciou com o condicionamento dos alimentos acarretado por fato res como a modernização do transporte terra e mar os avanços tecnológicos que melhoraram as superfí cies terrestres de transportes o domínio dos oceanos marés e correntes os motores a vapor posterior mente a invenção do motor à combustão e o avanço do comércio mundial que favoreceram este acesso em grande escala GRIGG 1995 VINHA 2017 Influenciado pelos crescimentos urbanos houve também o crescimento do processamento dos alimentos depois que eles saíam da fazenda do leite faziase o queijo e a manteiga das uvas o vinho a beterraba e a cana de açúcar tinham o açúcar extraído os cereais eram transformados em farinha os porcos em salsichas e presunto entre outros Em uma tendência mundial surgi ram também os produtos feitos em cozinhas como o chocolate 1816 macarrão 1839 mar garina 1889 e biscoitos 1899 GRIGG 1995 Segundo Abreu 2000 apud ABREU et al 2001 p 6 os processos técnicocientíficos que mais in fluenciaram o comportamento alimentar e padrão de consumo foram 1 O aparecimento de novos produtos 2 A renovação de técnicas agrícolas e in dustriais 3 As descobertas sobre fermentação 4 A produção do vinho da cerveja e do queijo em escala industrial e o beneficia mento do leite 5 Os avanços na genética permitiram sua aplicação no cultivo de plantas e criação de animais 6 A mecanização agrícola 7 E ainda o desenvolvimento dos processos técnicos para conservação de alimentos Outro importante advento do desenvolvimento ali mentar foi o planejamento do consumo alimentar que iniciou com a identificação de que a cultura de produtos vegetais era mais subsistente contra o combate à fome do que a produção pecuária quan do se refere ao número de calorias consumidas por área de produção GRIGG 1994 1995 Junto a estes conceitos surgiram também os sistemas de planejamentos alimentares principal mente na América do Norte em locais colonizados por ingleses que mantinham o método da agricul tura nos locais ocupados Estas colônias em gran de parte eram distribuídas em aldeias cultiváveis mercados urbanos cidade portuárias todas com parcelas residenciais para cultivo de animais Em grande parte esta distribuição era construída por mapas e sem um documento que estabelecesse como deveriam ser feitas as distribuições cultivá veis VITIELLO BRINKLEY 2013 Com o avanço na produção americana e o forta lecimento do sistema alimentar europeu houve um demasiado crescimento populacional na América 22 no entanto iniciouse um planejamento governa mental para a subsistência da população para não afetar a dinâmica de produção industrial de alimen tos para exportação O que em partes já havia se dis sociado com a relação social urbana Assim como houve uma grande variação nas formas de consumo nas diferentes civilizações e sociedades Conforme o processo de industriali zação áreas desenvolvidas consomem diferentes proporções alimentares em relação às regiões menos desenvolvidas Enquanto países desenvolvidos uti lizam maiores proporções de alimentos de origem animal variados tipos de vegetais frutos açúcares e bebidas os países menos desenvolvidos consomem grandes quantidades de cereais starchy foods ali mentos ricos em amido menor consumo de frutas e proteínas animais ABREU et al 2001 Segundo Vitiello e Brinkley 2013 com a cres cente exportação vários modelos de agricultura foram desenvolvidos nos Estados Unidos assim como o planejamento de agricultura sustentável que obrigava em casas de custódia asilos escolas e casas de acolhimento a realização do cultivo de ali mentos de subsistências por parte de seus usuários Ou seja a comunidade carente em geral tinha o ofício e espaço destinado à produção de seu próprio alimento que em partes era visto como uma forma de ocupar aqueles que não tinham ne nhum ofício sem fragilizar o ciclo produtivo dos alimentos e o abastecimento populacional Em meados do século XX os planos alimentares tomavam um curso de interesse entre produtores comércio e governo o que de certo modo distorceu a ideia do planejamento sustentável para a popula ção desfavorecida e criou um retrospecto de popu lação urbana aumentando o isolamento da nature za e da produção de alimentos o que promoveu os órgãos oficiais dos Estados Unidos à destinação de espaços públicos em praças e parques para cultivo de cereais e vegetais e o incentivo à cultura agrícola dentro das escolas VITIELLO BRINKLEY 2013 Na década de 70 os alimentos americanos eram de uma qualidade nutritiva inigualável e bastava consumir os bons alimentos para ter todas as subs tâncias e nutrientes indispensáveis para à saúde da qual garantiase ao povo americano como o mais bem alimentado do mundo em que a base da ali mentação se consistia de bifes batata frita ham búrgueres sopas prontas confeccionadas a partir de peixe ou carnes em conserva e caldo enlatado entre outras VINHA 2017 23 EDUCAÇÃO FÍSICA Em 1912 nos EUA o ministro Newell D Hillis criticou os planos de comida insuficiente e pobreza existentes na Europa e América Não se pode construir meninos e meninas sem ar fresco exercício e boa comida Reflitamos Domenic Vitiello e Catherine Brinkley REFLITA Adicionado a este panorama a partir dos anos 60 espalhamse pelo mundo os supermercados os carros a televisão o lazer a elevação do nível de vida e a educação A alimentação tornouse um produto para o mercado de consumo de massa e atualmente vemos uma sociedade compartimen tada individualizada em que a alimentação se transformou em uma espécie de mercadoria Este estilo alimentar oferece aos seus consumidores um novo gosto homogêneo e superficial dos ali mentos denominado fast food que adota prin cípios do Taylorismo ou seja divisão e racionali zação do trabalho VINHA 2017 Este comportamento multilocular que iniciou nos países mais desenvolvidos e de forma massi va e progressiva vem atingindo países em desen volvimento como o caso do Brasil e configuram mudanças que envolvem diretamente a qualidade de vida da população Pensando nos propósitos alimentares de sobrevivência e a alta produção in dustrial de alimentos que em grande parte apre sentam excessivas demandas calóricas contras tase o conceito de alimentação com o conceito construtivo de nutrição Todo esse processo dinâmico de desenvolvi mento social principalmente no que diz respeito às ações migratórias demográficas de tecnolo gia e de profissionalização modificou os planos de consumo e o estilo de vida da população em geral favorecendo o sedentarismo diminuindo a necessidade do gasto de energia tornando as demandas energéticas para as atividade diárias e para o trabalho reduzidas reduzindo o tempo para se alimentar facilitando o consumo de ali mentos prontos e de alta densidade energética e promovendo o aumento nos problemas de saúde como a hipertensão alguns tipos de cânceres e a obesidade ABREU et al 2001 24 A Nutrição ou Ciências Nutricionais pode ser de finida como uma área interprofissional multidisci plinar biológica e social abrangendo tanto em seus fundamentos quanto em sua aplicabilidade Em seu principal alvo de mecanismos de estudo é a inte ração que ocorre nos organismos vivos quando re cebem e utilizam as substâncias necessárias para o funcionamento orgânico normal Em sua multise torialidade os alimentos ocupam enorme e funda mental importância cujas características composi ção e funções têm sido objetos de estudo e pesquisas de numerosos especialistas COZZOLINO 2016 O termo nutrição é frequentemente definido como processo total de ingestão digestão absorção e metabolismo de alimentos e a subsequente assimi lação dos nutrientes no interior dos tecidos O ter mo nutriente pode ser definido como as substâncias encontradas nos alimentos que desempenham uma A nutrição e seus conceitos 25 EDUCAÇÃO FÍSICA ou mais funções específicas no corpo Ou seja nós comemos alimentos sendo parte de nossa nutrição e contendo nutrientes necessários para as demandas ideais JEUKENDRUP GLEESON 2019 Desse modo uma dieta ótima ideal supre os nutrientes necessários em quantidade suficientes para a manutenção o reparo e o crescimento dos tecidos sem uma ingestão energética excessiva A ingestão de líquidos nutrientes e energia aquém das ideais afeta profundamente a função termorregula dora a disponibilidade de substratos a capacidade de realizar exercícios a recuperação após o exercício e principalmente a homeostase corporal MCAR DLE 2011 Todo o processo de energia que deriva dos ali mentos diferentemente da energia mecânica não consegue utilizar a energia térmica produzida di ferentemente das máquinas Todo esse processo de produção de energia humana envolve a transferên cia de energia por intermédio das modificações bio químicas e esta energia potencial contida nos ma cronutrientes é liberada por etapas em pequenas quantidades graças à clivagem de ligações químicas presentes nesses compostos MCARDLE 2011 Assim como a síntese energética depende de alguns fatores ligados à biodisponibilidade este termo biodisponibilidade que começou a ser uti lizado na área da nutrição por volta de 1980 foi definido como a proporção do nutriente que é di gerido absorvido e metabolizado pelo organismo como substrato pronto para uso ou seja a parte totalmente pronta para a utilização COZZOLI NO 2016 p 3 Devido às grandes divergências entre os nu trientes e o modo como são absorvidos ou dige ridos teóricos da área a partir de 1997 descre veram que a biodisponibilidade se refere à parte ou fração do nutriente que realmente possui um potencial energético para a célula COZZOLI NO 2016 p 4 e os alimentos possuem nutrientes que contêm uma ou mais funções no corpo e são usualmente divididos em seis diferentes catego rias carboidratos gorduras proteínas água vita minas e minerais E a função dos nutrientes são frequentemente divididas dentro de três categorias JEUKENDRUP GLEESON 2019 1 Promoção do crescimento e desenvolvimen to esta função é proferida principalmente às proteínas que possuem o papel de cresci mento e reparo tecidual principalmente de músculos tecidos moles e órgãos 2 Provisão de energia esta função é predo minantemente de carboidratos e gordu ras e em casos extremos proferida pelas proteínas 3 Regulação do metabolismo os nutrientes utilizados nestas funções são vitaminas mi nerais e proteínas Enzimas são proteínas que possuem um papel como catalisadores que promovem reações metabólicas que ocorrem instantaneamente em altas taxas quanto e quando forem necessárias O principal caminho para a absorção dos nutrientes ocorre principalmente por uma via transcelular po dendo ocorrer sem gasto energético por difusão ou com gasto de energia celular denominado transporte ativo O mecanismo de difusão pode ser simples a fa vor do gradiente de concentração ou por difusão facili tada quando são utilizados canais de proteína para que a ação ocorra OLIVEIRA MARCHINI 2008 26 O grande responsável pela modulação e utilização destes substratos é o metabolismo Caracterizado pela soma de todas as transformações químicas que ocorrem em uma célula ou em um organismo acom panhadas de uma série de reações catalisadas por enzimas que constituem as vias metabólicas Cada etapa consecutiva de uma via metabólica constitui uma alteração química específica que em geral re metese a uma remoção transferência ou adição de um átomo em particular ou grupo funcional NEL SON COX 2014 O processo metabólico do nosso organismo pode ser constituído de duas fases específicas o cata bolismo e o anabolismo O catabolismo é a fase de degradação do metabolismo na qual moléculas nutrientes orgânicas carboidratos gorduras e prote ínas são convertidas em produtos finais menores e mais simples como ácido lático CO2 NH3 NEL SON COX 2014 p 28 Estas vias liberam energia e parte dela é armazenada na forma de ATP Ade nosina TriFosfato elétrons reduzidos NADH NADPH FADH e uma parte perdida em calor No anabolismo conhecido também como Biossíntese precursores pequenos transformamse em moléculas maiores e mais complexas incluindo lipídeos polissacarídeos proteínas e ácidos nuclei cos Para que essas reações ocorram existe a ne cessidade de demandas energéticas geralmente na forma de potencial de transferência do grupamento fosfato do ATP e do poder redutor dos elétrons de NADH NADPH e FADH NELSON COX 2014 Outro conceito diretamente relacionado à nu trição é a transferência de energia que pode ser definida como a capacidade de extrair energia dos macronutrientes contidos nos alimentos e trans ferila continuamente em alta velocidade para os elementos contráteis e de trabalho biológico os quais necessitam desta potência gerada pela transfe rência direta de energia química MCARDLE 2011 BIOENERGÉTICA No corpo humano as células executam na maior parte de suas atividades o trabalho químico e elétri co e em menor proporção o trabalho mecânico No entanto por ser possível permutar entre uma forma e outra de trabalho ou seja transferir um trabalho químico em elétrico ou mecânico todo o trabalho biológico é substancialmente referido em unidades mecânicas MCARDLE 2011 Os mecanismos químicos envolvidos nas tran sições biológicas de energia têm fascinado e desa fiado biólogos por séculos a fio O químico francês Antoine Lavoisier 17431794 reconheceu que de alguma forma os animais transformam os com bustíveis químicos alimentos em calor e que esse processo de respiração é essencial para a vida Sendo a respiração nada mais que a combustão lenta de carbono e hidrogênio semelhante à que ocorre em uma lâmpada ou vela acesa sendo os animais que respiram corpos combustíveis que consomem a si próprios NELSON COX 2014 p 495 27 EDUCAÇÃO FÍSICA Figura 4 Retrato de AntoineLaurent Lavoisier e sua esposa Descrição da Imagem Retrato do químico francês Antoine Lavoisier 17431794 considerado pela ciência como o pai da bioenergética pois por meio de seus estudos descobriu que animais transformam alimento em calor Desse modo a bioenergética desenvolvida a partir dos estudos de Lavoisier passa a referirse ao fluxo e à permuta de energia dentro de um sistema vivo O termo Bioenergética significa o estudo quantita tivo das transduções energéticas que ocorrem em células vivas mudança de uma forma de energia a outra bem como da natureza e da função dos processos químicos envolvidos nessas transduções NELSON COX 2014 Em essência a primeira lei da termodinâmi ca descreve o princípio da conservação de energia que se aplica aos sistemas vivos e inanimados Para qualquer mudança física ou química a quantidade total de energia no universo permanece constante a energia pode mudar de forma ou pode ser transporta da de uma região para outra mas não pode ser criada ou destruída MCARDLE 2011 p 110 A segunda lei da termodinâmica também confere informações pertinentes sobre a dinâmica da produção energética que pode ser definida como o universo sem pre tende para o aumento da desordem em todos os processos naturais a entropia agitação do universo aumenta NELSON COX 2014 p 496 Esta segunda lei remetese principalmente à organização das células vivas que em geral são sistemas abertos que jamais atingem equilíbrio causados principalmente pela interação na orga nização entre meio e sistema A energia total em um sistema isolado mantémse constante uma redução em uma forma de energia corresponde a um aumento equivalente em outra forma tor nando este processo um ciclo ativo MCARDLE 2011 Seguindo as leis termodinâmicas existem três parâmetros que descrevem quantitativamen te as trocas de energia que ocorrem em reações químicas NELSON COX 2014 28 Expressa a quantidade de ener gia capaz de realizar trabalho durante uma reação à tempera tura e pressão constantes É o conteúdo de calor do siste ma reagente Ela reflete o nú mero e o tipo de ligações quí micas nos reagentes e produtos É uma expressão quantitativa da aleatoriedade ou desordem de um sistema agitação do sistema ENERGIA LIVRE DE GIBBS ENTALPIA ENTROPIA G H S Todos estes fatores são quantificados e as unida des de medida de G ou variação da energia livre ΔG e H ou variação da entalpia ΔH são expres sas em joulesmol Jmol ou caloriasmol cal mol 1cal 4184J e a unidade de medida de S ou variação da entropia ΔS é Joulesmol x Kelvin Jmol K Sob condições existentes nos sistemas bio lógicos incluindo temperatura e pressão constantes as variações de energia livre entalpia e entropia são quantitativamente relacionadas pela equação ΔG ΔH TΔS Na qual ΔG é a variação da energia livre de Gibbs do sistema reagente ou seja o total de energia con sumida em calorias por mol ΔH é a variação da entalpia no sistema a quantidade de calor retirado da molécula em calorias por mol T é a temperatura absoluta ambiente em Kelvin e ΔS é a variação de entropia do sistema ou seja a desordem molecular ocorrida na reação NELSON COX 2014 A partir destes cálculos pode se ter uma estima tiva aproximada da quantidade de energia que está sendo consumida ou produzida pela equação e con sequentemente estimar demandas energéticas tanto de alimentos ou substratos quanto de reações quí micasmetabólicas que utilizam os substratos para a produção energética das demandas biológicas A ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO DOS NU TRIENTES Quando se fala em estrutura dos nutrientes base da alimentação humana o termo estrutura nos remete ao esqueleto ou arcabouço que compõe as mi cro e macromoléculas que constituem os alimentos Visto isso ao analisarmos por meio da bioquímica encontramos uma diversidade de compostos que so frem modificações constantemente durante a sín tese e produção do alimento consumido variando muito entre um e outro No entanto quem seriam as pessoas que des creveram o processo de composição dos alimen tos Eventos históricos nos mostram que no final do século XVIII e início do século XIX o médico e cientista inglês William Prout 17851850 des creveu uma série de experimentos envolvendo os sistemas respiratório gastrointestinal urinário e hematopoiético Dentre as grandes descobertas relatadas pelo médico uma foi o procedimento e equipamento para análises precisas de um compos to orgânico Da qual complementava as técnicas de Louis GayLussac 17781850 e Louis Jacques Thenard 17771857 WISNIAK 2015 29 EDUCAÇÃO FÍSICA A partir das descobertas de Prout muito se evo luiu na determinação dos elementos químicos cor porais compostos sanguíneos e alimentares prin cipalmente a partir da descrição de substâncias encontradas em nosso corpo como o ácido clorídri co HCl a ureia a cistina e o açúcar que por vez embasam os princípios alimentares digestivos des critos por Prout ou seja quando o alimento passa pelo duodeno é remarcado pelas mudanças na apa rência e propriedade dos alimentos das quais ocor rem mudanças induzidas pela ação da bile e dos sucos pancreáticos levando a produção de gases e extremas precipitações à uma mistura neutra da qual apresenta um princípio albuminoso WISNIAK 2015 Todo este processo digestivo conteúdo base da Fisiologia geral ou humana remetenos a enxergar o processo nutricional dos alimentos baseandose principalmente nos compostos que fazem parte des tas diferentes estruturas Assim como o corpo requer quantidade substancial de certos nutrientes todos os dias os nutrientes pelos quais a ingestão é maior ou seja algumas gramas por dia são usualmente referidos aos macronutrientes Estes são os carboidratos gordu ras ou lipídeos proteínas e a água Os micronutrientes por sua vez são aqueles nutrientes que são necessários em pequenas quantidades menos que 1gdia eles são constituídos de vitaminas minerais e elementos residu ais JEUKENDRUP GLEESON 2019 Para estimar seguramente quais devem ser as quantidades de ingestão diária de nutrientes re comendações dietéticas e avaliação da adequação nutricional de dietas longos trabalhos e pesquisas têm avançado séculos tendo em vista a complexi dade dos fatores envolvidos nas diversas etapas da nutrição COZZOLINO 2016 Ao utilizar os principais métodos para estimar o potencial energético dos alimentos os quais observa remos com mais detalhes na Unidade 3 deste livro podese observar que o valor nutritivo dos alimentos depende em parte de sua composição química e em outra dos processos tecnológicos aos quais são subme tidos preparação prévia métodos de cocção conser vação armazenamento transporte e distribuição CO ZZOLINO 2016 OLIVEIRA MARCHINI 2008 Estes princípios de análise que envolvem a com posição nutricional dos alimentos assim como os con ceitos da utilização destes nutrientes fisiologicamente com base na bioenergética predispõemnos a diferen tes pontos de interesse dentre eles como são compos tos estruturalmente os nutrientes e qual a caracterís tica de cada um com base nos preceitos nutricionais 30 Para entender melhor como são distribuídas as classes dos principais nutrientes base da alimentação humana e que compõem os alimentos consumidos serão classi ficados e descritos os conceitos sobre macronutrientes suas estruturas e classificações OS CARBOIDRATOS A classe de compostos orgânicos denominados carboi dratos tem importância secular na alimentação animal sobretudo para a sobrevivência da espécie humana so brevivência esta garantida tanto pela energia indispen sável contida em suas moléculas quanto pelo seu valor comercial que dominou a economia do mundo duran te várias gerações JEUKENDRUP GLEESON 2019 O carboidrato é a principal reserva de energia dos vegetais além de garantir a integridade das es truturas ou células na forma de fibras alimentares Os vegetais por meio de um processo denominado fotossíntese realizam na presença de luz a conver são de gás carbônico CO2 e da água H2O em car boidratos e oxigênio O2 Macronutrientes 31 EDUCAÇÃO FÍSICA Os átomos de carbono hidrogênio e oxigênio com binamse para formar uma molécula básica de car boidrato açúcar com a fórmula geral CH2 On onde n varia entre 3 a 7 átomos de carbono com átomos de hidrogênio e de oxigênio unidos por uma única ligação exceto a lactose e alguns glicogênios de origem animal MCARDLE 2011 Estes macronutrientes são importantes substratos durante o exercício e um crucial componente para dieta de atletas Os principais alimentos ricos em car boidratos são grãos em geral batatas massas e arroz os quais contêm consideráveis quantidades de amido e fibras porém os produtos que são base nos carboi dratos presentes na alimentação do oeste mundial Western diet são alimentos ricos em açúcares car boidratos simples os quais discutiremos a seguir Existem quatro classes principais de carboidra tos monossacarídeos dissacarídeos oligossaca rídeos e polissacarídeos A palavra sacarídeo é derivada do grego sakcharon que significa açúcar NELSON COX 2014 A partir disso descrevere mos a seguir cada uma de suas classes Os monossacarídeos Um monossacarídeo que pode ser um aldeído ou cetona representa a unidade básica dos carboidra tos A glicose conhecida também como dextrose ou açúcar do sangue consiste em um composto com 6 carbonos hexose que é formado naturalmente no alimento ou no corpo através da digestão de car boidratos mais complexos A glicose é composta de 6 átomos de carbono 12 de hidrogênio e 6 de oxigê nio C6H12O6 MCARDLE 2011 Além da glicose existem também mais dois tipos principais de monossacarídeos a frutose e a galactose A frutose açúcar das frutas ou levulose é o açúcar mais doce presente em grande quantida de em frutas e no mel A galactose não existe livre mente na natureza combinase com a glicose para formar o açúcar do leite nas glândulas mamárias dos animais que estão amamentando JEUKENDRUP GLEESON 2019 MCARDLE 2011 Os monossacarídeos glicose frutose e galacto se apresentam estruturas similares em números de carbonos hidrogênios e oxigênios porém possuem pequenas alterações nas ligações entre os átomos gerando diferentes características bioquímicas Figura 5 Visão tridimensional de uma molécula de glicose Descrição da Imagem A imagem ilustrativa demonstra uma molé cula de glicose em sua conformação tridimensional e sua disposição molecular de carbonos das hidroxilas e da ligação dupla de oxigênio Os dissacarídeos Os dissacarídeos são a combinação de dois mo nossacarídeos Os monossacarídeos e dissacarí deos podem ser denominados também açúcares simples estes açúcares são acondicionados co mercialmente sob uma ampla variedade de no mes e em sua base sempre haverá uma molécula de glicose MCARDLE 2011 32 Todos os dissacarídeos contêm glicose e a caracte rística dos três principais são MCARDLE 2011 Sacarose glicose frutose um dos car boidratos mais consumidos em todo o mundo encontrado comumente na maio ria dos alimentos que contêm carboidratos especialmente beterraba cana de açúcar e mel Lactose glicose galactose é um açúcar de origem animal especificamente encon trado em sua forma natural somente no leite Menos doce que os demais quando processada a lactose costuma tornarse ingrediente de refeições líquidas ricas em carboidratos Maltose glicose glicose denominado também açúcar do malte este açúcar é cli vado em duas moléculas de glicose porém contribui pouco para o conteúdo total de carboidratos da dieta Pode ser encontrado principalmente em cereais como a cevada e nas sementes em fase de germinação Os oligossacarídeos Os oligossacarídeos consistem em cadeias cur tas de unidades de monossacarídeos ou resíduos unidas por ligações características chamadas gli cosídicas Existem algumas divergências quanto aos oligossacarídeos na literatura pois alguns autores descrevem que essas moléculas são clas sificadas contendo de dois a dez monossaca rídeos as quais se enquadram os dissacarídeos MCARDLE 2011 e outros autores apresentam de três a nove moléculas como uma classe especí fica JEUKENDRUP GLEESON 2019 Dentre as principais estruturas que compõem esta categoria estão os maltooligossacarídeos e os outros oligossacarídeos Os maltooligossacarídeos são compostos por unidades de glicose geralmente obtidos da hidrólise de amido por exemplo a mal todextrina Os outros oligossacarídeos são aqueles cuja unidades elementares variam bastante como a rafinose e estaquiose presentes no feijão e na soja respectivamente PHILIPPI 2014 Com exceção da maltodextrina todos os demais são resistentes à hidrólise passam diretamente ao cólon e também são passíveis de fermentação A maltodextrina é hidrolisada e tem uma rápida res posta glicêmica sendo amplamente utilizada como suplemento alimentar de atletas durante o exercício para a reposição glicêmica PHILIPPI 2016 Figura 6 Estrutura molecular dos dissacarídeos Descrição da Imagem A imagem representa a estrutura química dos dissacarídeos diferenciando a sacarose da lactose e da maltose A sacarose é composta de uma molécula de glicose mais uma frutose e é encontrada na cana de açúcar lactose é composta de uma glicose mais uma galactose e é encontrada no leite e a maltose é composta por duas glicoses e é encontrada na cevada 33 EDUCAÇÃO FÍSICA Polissacarídeos A maioria dos carboidratos encontrados na natureza ocorre como polissacarídeos polímeros de média a alta massa molecular 20000 r M Os polissacarí deos também chamados de glicanos diferemse uns dos outros na unidade de monossacarídeos repeti dos em sua cadeia no comprimento de suas cadeias nos tipos de ligações unindo as unidades e no grau de ramificação NELSON COX 2014 O termo polissacarídeos descreve a união de três a milhares de moléculas de açúcar porém a caracteri zação molecular desse tipo de açúcar iniciase com a junção de pelo menos dez moléculas de açúcar Esta classe de carboidratos é formada a partir do processo químico de síntese por desidratação uma reação com perda de água que forma uma molécula mais com plexa de carboidratos As fontes tanto vegetais quan to animais contribuem para a síntese dessas grandes cadeias de monossacarídeos acoplados JEUKEN DRUP GLEESON 2019 MCARDLE 2011 Amido glicogênio e fibras são as formas pre dominantes de polissacarídeos Essencialmente estes polissacarídeos são armazenados na forma de carboidratos Estes açúcares complexos formam se intracelularmente em grandes grupamentos e grânulos Ambas as moléculas são extremamen te hidratadas pois têm muitos grupamentos de hidroxila disponíveis para formar ligações com o hidrogênio da água JEUKENDRUP GLEESON 2019 Podese notar em suas particularidades que JEUKENDRUP GLEESON 2019 O amido está presente principalmente em se mentes arroz milho cereais e em grãos em geral É a forma de armazenamento de carboidratos nas plantas e aparentemente existem duas formas prin cipais de amido que são a amilopectina e amilose O glicogênio é a forma de armazenamento de carboidratos em animais incluindo os humanos Como a amilopectina o glicogênio é um políme ro de subunidades de glicose unidas por ligações α1 4 com ligações α1 6 nas ramificações com média maior de 8 a 12 resíduos ainda assim é mais compacto que o amido Sendo o glicogênio arma zenado principalmente no fígado 80 100gr e no músculo esquelético 300 900gr Descrição da Imagem A imagem ilustrativa representa a constituição tridimensional de uma molécula de glicogênio composta de centenas a milhares de glicoses compondo sua estrutura Figura 7 Imagem representativa de uma molécula de glicogênio As fibras consistem nos polissacarídeos estrutu rais das plantas como por exemplo a celulose O intestino humano não possui enzimas capazes de quebrar as moléculas deste tipo de polissacarídeo e por tal motivo as fibras não podem ser digeridas Apesar de não apresentar um aporte energético para os humanos o consumo de fibras na dieta é fisiolo gicamente benéfico para os humanos Absorção dos carboidratos Existem três carreadores potenciais na forma de proteína inseridos na membrana presente nas cé 34 lulas absortivas intestinais eles são responsáveis pela absorção de glicose e monossacarídeos como frutose e galactose O primeiro é o cotransporte com o íon sódio denominado Transportador de gli cose e sódio 1 SGLT 1 para qual competem o transporte da glicose e galactose Essa ação é car reada pelo gradiente de concentração do sódio que é mantido pelos canais de sódio e potássio ativados pela quebra do ATP NaK ATPase fornecendo a energia suficiente para que a glicose e a galactose atravessem os canais e sejam absorvidas pela célula Os dois outros carreadores da borda da escova são independentes de sódio e denominados Transportador de glicose 2 e 5 GLUT 2 e GLUT 5 e também são utilizados pela frutose transporte passivo ambos os carreadores são responsáveis também pelo transporte dos monossacarídeos do enteró citos para a corrente sanguínea OLIVEIRA MARCHINI 2008 Lipídios Uma molécula de lipídio do grego lipos que signi fica gordura possui os mesmos elementos estrutu rais de um carboidrato mas diferese na ligação e no número de átomos mais especificamente na relação entre o hidrogênio e oxigênio por exemplo esteari na C57H110O6 O lipídio é um termo geral para um grupo heterogêneo de compostos que incluem óleos gorduras ceras e compostos relacionados Aproxima damente 90 dos lipídios dietéticos residem na forma de triacilglicerol e cerca de 90 de toda a gordura ar mazenada no corpo humano se encontra nos depósi tos de tecido adiposo subcutâneo MCARDLE 2011 Os ácidos graxos têm um ácido carboxílico COOH ao final de uma molécula e um grupamento metil na outra ponta separados por cadeias de hidro carbonetos que podem variar de comprimento O áci do carboxílico pode se ligar a uma molécula de glicerol formando um mono di ou triacilglicerol JEUKEN DRUP GLEESON 2019 Descrição da Imagem A imagem ilustrativa apresenta a estrutura de uma triacilgliceróis ou seja uma molécula de glicerol ligado a três ácidos graxos livres compostos por suas cadeias hidrocarbonadas com comprimento variável Essa estrutura é a principal forma de armaze namento de gordura nas células adiposas Figura 8 Molécula de triacilglicerol Ester bonding Os ácidos graxos são ácidos carboxílicos com ca deias hidrocarbonadas de comprimento variando de 4 a 36 carbonos C4 C36 Em alguns ácidos graxos essa cadeia é totalmente saturada não con tém ligações duplas e não ramificada em outros pode ser monoinsaturada a cadeia contém uma li gação dupla ou poliinsaturada com mais de uma ligação dupla NELSON COX 2014 p 362 grifo dos autores Estes ácidos graxos podem ser classificados quanto ao tamanho de suas respectivas cadeias sendo os ácidos graxos de cadeia curta aqueles com 6 ou menos carbonos os ácidos graxos de cadeia média com 8 a 10 carbonos e os ácidos graxos de cadeia longa com 12 ou mais carbonos sendo os mais abundantes de cadeia longa o ácido palmíti co C16 e o ácido oleico C18 com uma instauração MCARDLE 2011 Todos esses também podem 35 EDUCAÇÃO FÍSICA ser classificados por suas ligações hidrocarbônicas como descrito a seguir MCARDLE 2011 Os ácidos graxos saturados podem ser clas sificados por suas ligações simples entre os átomos de carbonos todas as demais ligações se processam com o hidrogênio Eles podem ser encontrados principalmente em produ tos animais como a carne bovina laticínios e vegetais como o óleo de coco Os ácidos graxos monoinsaturados contêm uma única ligação dupla ao longo da principal cadeia de carbono são encontrados princi palmente em cereais frutas e vegetais Esses ácidos graxos presentes na dieta apresentam sua instauração ligação dupla localizada no carbono 7 n 7 ou 9 n 9 a partir do gru pamento metil terminal da cadeia Dentre os principais tipos estão ácido oleico 181n9 ácido palmítico 161n7 ácido eicosanoico 201n9 e ácido erúcico 221n9 Os ácidos graxos poliinsaturados contêm duas ou mais ligações duplas ao longo da principal cadeia de carbonos Os principais exemplos encontrados são os óleos de gi rassol milho e açafrão e estas insaturações dos ácidos graxos podem ser classificadas principalmente pela insaturação no carbono n6 e no carbono 3 n3 Dentre os mais importantes ácidos graxos poliinsaturados n 6 estão o ácido linoleico 182 e o linolê nicoC 183 e os n 3 são os ácidos graxos eicosapentaenóico EPA e docosahexaenoico DHA conhecidos também como ômega3 Ω3 importantes na prevenção de doenças coronárias Os triacilgliceróis ou triglicerídeos são os mais abundantes lipídios consumidos nas dietas dos hu manos Eles são compostos por um glicerol de três carbonos esterificados com três cadeias de ácidos graxos Este composto pode se diferir com base na composição das cadeias de ácidos graxos que o per tencem JEUKENDRUP GLEESON 2019 Além das classificações de lipídios mencionadas anteriormente podemos verificar outras como os ácidos graxos trans que derivam da hidrogenação de óleos insaturados ou seja da saída de um hidro gênio da posição cis na cadeia hidrocarbônica para uma posição trans Este tipo de gordura não deseja da pelo organismo é o principal modificador com efeitos deletérios principalmente no que se remete à concentração de lipoproteínas MCARDLE 2011 Existem também os lipídios compostos que utilizam componentes dos triacilgliceróis combina dos com substâncias químicas dentre as principais classes estão fosfolipídios glicolipídios e lipoproteí nas As mais importantes são as lipoproteínas que são sintetizadas no fígado nas quais moléculas pro teicas são unidas a triacilgliceróis ou a fosfolipídios tendo como principal papel o transporte de gor dura pelo sangue As principais lipoproteínas são classificadas pela sua densidade sendo elas lipo proteínas de alta densidade HDL lipoproteínas de baixa densidade LDL e lipoproteínas de muito baixa densidade VLDL MCARDLE 2011 Por fim os lipídios simples e compostos formam os lipídios derivados o colesterol é o lipídio deri vado mais conhecido e existe somente no tecido animal Dentre suas principais funções incluem a construção de membranas plasmáticas precursor na síntese de vitamina D e na produção de hormônios esteroides MCARDLE 2011 A absorção dos lipídios Primeiramente as gorduras ingeridas na alimenta ção começam a ser digeridas pelas lipases salivares e estomacais até chegarem ao intestino No intestino 36 a bile pela sua característica química de solubiliza ção desempenha um papel fundamental na digestão e absorção das gorduras A emulsificação favorece a ação das lipases e uma vez digeridas os sais biliares formam as micelas com os produtos da lipólise Nas micelas a parte hidrossolúvel fica voltada para a água e a parte hidrofóbica para o seu inte rior No interior situamse monoglicerídeos coles terol fosfolipídios e vitaminas lipossolúveis As mi celas então juntamse à membrana plasmática e a gordura passa para o interior da célula intestinal No enterócitos o colesterol é reesterificado a maior parte dos ácidos graxos livres e monoglicerídeos são transformados em triacilglicerol e juntamente com os fosfolipídios formam os quilomícrons uma lipoproteína que transportará as gorduras da dieta para o interior do organismo através da linfa e pos teriormente para a circulação OLIVEIRA MAR CHINI 2008 PROTEÍNAS As proteínas são moléculas grandes O esqueleto covalente de uma proteína clássica é formado por centenas de ligações simples Como é possível a livre rotação entre várias dessas ligações a proteína con segue em princípio assumir um número de confor mações praticamente incontáveis Entretanto cada proteína possui uma estrutura e composição quí mica específicas sugerindo que cada uma delas te nha uma estrutura tridimensional única NELSON COX 2014 Para entender um pouco melhor como são cons truídas estas estruturas complexas as quais apresen tamse em quase todos os processos que ocorrem nas células e uma quase infinita diversidade de fun ções abordaremos alguns conceitos básicos que en volvem o metabolismo das proteínas e sua constitui ção a partir da descrição das unidades responsáveis pela constituição da estrutura proteica As proteínas são polímeros de aminoácidos com cada resíduo de aminoácidos unido ao seu subse quente por um tipo específico de ligação covalente ligações peptídicas As proteínas podem ser hidro lisadas quebradas em seus aminoácidos consti tuintes por vários métodos NELSON COX 2014 Assim como no glicogênio a molécula de prote ína é polimerizada a partir de seus aminoácidos em numerosos agrupamentos complexos As ligações peptídicas unem os aminoácidos em cadeias que adotam formas e combinações químicas diversifi cadas dois aminoácidos unificados produzem um dipeptídio a ligação de três aminoácidos produz um tripeptídeo mais que isso são polipeptídeos e uma cadeia de polipeptídios é constituída por 50 ou mais aminoácidos MCARDLE 2011 Muitas proteínas são polipeptídios que combi nam 300 ou mais aminoácidos em sua cadeia Den tre os principais exemplos de proteínas podemos exaltar a actina miosina tropomiosina e troponina as quais são responsáveis pelo aparato da contração muscular além deste papel estrutural e contrátil as proteínas possuem um papel fundamental na regulação do metabolismo por meio de mediado res neurotransmissores hormônios DNA e RNA JEUKENDRUP GLEESON 2019 20 aminoácidos são comumente encontrados nas proteínas que compõem a dieta humana Des tes 20 aminoácidos apenas 11 podem ser sintetiza dos pelos humanos desse modo são caracterizados como aminoácidos não essenciais O corpo humano não pode manufaturar os outros nove aminoácidos 37 EDUCAÇÃO FÍSICA com isso a ingestão destes outros passa a ser fun damental na composição da dieta alimentar por tal motivo são intitulados aminoácidos essenciais JEUKENDRUP GLEESON 2019 NÃO ESSENCIAIS ESSENCIAIS Alanina Histidina Arginina Isoleucina Asparagina Leucina Aspartato Lisina Cisteína Metionina Glutamato Fenilalanina Glutamina Treonina Glicina Triptofano Prolina Valina Serina Tirosina As proteínas provêm estrutura para todas as células no corpo humano são partes integrais da membrana celular do citoplasma e de suas organelas Músculos pele e cabelos são compostos amplamente por prote ínas além de ossos e dentes que possuem seus mine rais embebedados em estruturas proteicas Quando há uma deficiente ingestão de proteínas estas estru turas diminuem em quantidade no corpo resultando na redução da massa muscular perda de elasticidade da pele e afinamento do cabelo Muitas proteínas são enzimas que aumentam a taxa de reações metabólicas JEUKENDRUP GLEESON 2019 Absorção de proteínas A absorção de proteínas se assemelha ao processo dos carboidratos Após sofrerem a ação da pepsina no estômago da tripsina quimotripsina e outras no quimo intestinal os oligopeptídeos cadeias polipep tídicas menores são digeridos pelas oligopeptidases da borda em escova Os aminoácidos são então absorvidos por mecanismo similar ao dos monos sacarídeos ou seja com um carreador acoplado ao sódio em transporte ativo secundário Existem dife rentes proteínas carreadoras para os diferentes ami noácidos OLIVEIRA MARCHINI 2008 A ÁGUA A água é a mais abundante molécula da superfície terrestre e é essencial para a sobrevivência de todas as conhecidas formas de vida na Terra Uma molé cula de água tem dois de átomos hidrogênios cova lentemente ligados em um único átomo de oxigênio JEUKENDRUP GLEESON 2019 A quantidade de água existente no organis mo humano é mantida constante com baixas alterações a longo prazo durante a vida Essa constância é fundamental para a homeosta sia e seu equilíbrio requer a disponi bilidade de água e nutrientes adequados na alimentação diária como participação de vá rios órgãos e sistemas como rins pulmões coração pele e anexos hormônios e sistema nervoso central e autônomo vasos proteínas e sangueOLIVEIRA MARCHINI 2008 p 133 Os seres humanos são capazes de sobreviver ape nas alguns dias sem uma fonte de água Esse nu triente essencial desempenha um papel importante na manutenção e na regulação dos processos ce lulares e metabólicos normais A maior parte da nossa ingestão de água provém tanto do consumo de líquidos como de frutas verduras legumes e é Tabela 2 Aminoácidos não essenciais e essenciais para o metabolismo humano Fonte adaptada de Jeukendrup e Gleeson 2019 38 transformada em quantidades mínimas a partir dos alimentos consumidos Desse modo a excreção de água ocorre pela urina que é responsável pela maior parte adicionada a perda por suor respiração e fe zes que também contribuem significativamente para a excreção diária ROSS et al 2016 O corpo de um adulto possui cerca de 60 do seu corpo composto de água desse modo uma pessoa que possui cerca de 70 kg consiste aproximadamen te 40 kg aproximadamente de sua massa corporal constituída de água O percentual de água em crian ças é maior e tende a reduzir com o passar dos anos O conteúdo de água também varia conforme os di ferentes tecidos do corpo no sangue apresenta cerca de 90 de seu conteúdo nos músculos 75 do con teúdo nos ossos cerca de 25 e no tecido adiposo em torno de 5 JEUKENDRUP GLEESON 2019 Figura 9 Água o bem da vida Você sabia que desde 2013 a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos TBCA está sendo desen volvida de forma integrada entre a Rede Brasileira de Dados de Composição de Alimentos Brasilfoods Uni versidade de São Paulo USP e Food Research Center FoRCCEPIDFAPESP desenvolvendo um amplo ban co de dados relacionado à descrição nutricional dos alimentos consumidos no Brasil Esses dados foram captados de análises realizadas no Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP e um compilado de dados analíticos brasileiros disponibilizados por pesquisas indústrias publicações e laudos Todas as informações e pesquisas sobre a composi ção de determinados tipos de alimentos podem ser visualizadas em detalhes no site da TBCA Fonte os autores SAIBA MAIS 39 EDUCAÇÃO FÍSICA nismo humano porém indispensáveis para o metabo lismo humano Desse modo as vitaminas necessitam ser consumidas dentro de uma dieta balanceada de vido à sua importância em quase todos os processos atuando de forma seletiva sobre determinados órgãos e funções RIZZO 2014 As vitaminas absorvidas no organismo são classi ficadas em dois tipos específicos as vitaminas hidros solúveis C e complexo B que são mantidas no meio líquido do corpo e eliminadas principalmente através do suor e da urina e as lipossolúveis A D E K que ficam nos tecidos gordurosos e fígado RIZZO 2014 Micronutrientes Os micronutrientes são estruturas menores que os macronutrientes porém possuem papel primordial na regulação da atividade metabólica e principal mente na síntese e composição de várias células do nosso corpo principalmente imunológicas e pri mordiais Para tanto observe a seguir as principais classificações e funções desses substratos VITAMINAS As vitaminas são compostos muito pequenos e simples comparados às demais substâncias presentes no orga 40 Vitaminas hidrossolúveis Dentre as principais vitaminas hidrossolúveis encon tradas no organismo humano estão COZZOLINO 2016 RIZZO 2014 Vitamina C conhecida como ácido ascórbico está presente na natureza principalmente em frutos e folhas Dentre suas principais funções está o aumento da resistência a infecções res friados e gripe cicatrização entre outros Vitaminas do complexo B este comple xo é composto pelas vitaminas B1 B2 B3 Ácido Pantotênico B6 B7 B9 e B12 Essas vitaminas podem atuar em conjunto ou iso ladamente promovendo a síntese de novas vitaminas compostos o funcionamento do metabolismo a divisão celular a produção de células sanguíneas entre outras funções Vitaminas lipossolúveis As vitaminas lipossolúveis diferentemente das hidros solúveis apresentam composição a partir de bases gordurosas em que as principais são COZZOLINO 2016 RIZZO 2014 Vitamina A conhecida também como reti nol produzido a partir do consumo de vege tais que possuem os carotenoides αβγ carotenos sua principal função é formar os pigmentos da retina manter os tecidos e re gular as glândulas Vitamina D conhecida também como calci ferol produzido a partir da radiação ultraviole ta presente no Sol provoca a fotólise da subs tância 7 Deidrocolesterol presente na pele Sua função está diretamente relacionada ao metabolismo do cálcio e fósforo auxiliando no crescimento e regeneração óssea Vitamina E conhecida também como tocofe rol está presente no germe de trigo gema de ovos vegetais folhosos e legumes além de fun ção fertilizante protege outras substâncias do processo de oxidação Vitamina K um complexo composto pelas vitaminas K1 filoquinona K2 menaquino na e K3 manadiona são encontradas em carne de porco fígado alface espinafre en tre outros e auxiliam essencialmente para a coagulação do sangue MINERAIS Os minerais correspondem de 4 a 5 do peso corpó reo sendo que cerca de 50 é de cálcio e 25 de fós foro Apresentamse no organismo em forma de íons e estão envolvidos na atividade enzimática do organis mo humano auxiliam na manutenção do equilíbrio ácidobase regulam a pressão osmótica facilitam a transferência de nutrientes na membrana participam efetivamente na transmissão de impulsos nervosos e musculares e fazem parte da constituição de alguns tecidos orgânicos MCARDLE 2011 RIZZO 2014 Os minerais podem ser subdivididos em três classes principais COZZOLINO 2016 RIZZO 2014 Macroninerais são compostos por cálcio fósforo magnésio enxofre sódio cloro e po tássio Sua recomendação de consumo diário é em torno de 100 mgd ou mais Microminerais fazem parte o zinco ferro cobre iodo cromo flúor cobalto selênio entre outros Recomendase a ingestão de menos que 100 mgd Oligominerais compõem esta subclasse o si lício vanádio estanho níquel e arsênio Sua ingestão diária não é bem definida 41 EDUCAÇÃO FÍSICA Os minerais presentes no organismo podem ser clas sificados de acordo com a proporção em que se en contram macronutrientes presente em grande quan tidade 0005 do peso corpóreo micronutrientes presentes em mínimas quantidades 0005 de peso corpóreo e oligoelementos registros baixos Ao total podem ser encontrados em nosso corpo a soma de 22 tipos de minerais diferentes RIZZO 2014 42 crônico que afeta grande parte da população em ge ral Apesar de haver uma grande contribuição genéti ca dois fatores apresentam mais influência no ganho de peso o excesso de ingestão de alimentos ricos em calorias e gorduras e o sedentarismo Apesar disso a intervenção com exercícios e alimentação pode repre sentar alterações positivas e duradouras neste cenário HERNANDES VALENTINI 2010 STRISSEL et al 2007 TAIANAH et al 2017 O conceito de alimenta ção saudável pode ser classificado segundo Mendonça 2010 por quatro grupos de alimentos básicos O termo alimentação saudável pode adquirir vários significados dependendo do local onde se vive do país ou região de um mesmo país das crendices popula res das religiões dos hábitos familiares da cultura e da época MENDONÇA 2010 Esse termo pode estar diretamente relacionado a duas vertentes A primeira dimensiona o consumo adequado de alimentos e nu trientes em condições e quantidades ideais prevale cendo sobre as condições de desnutrição a segunda se vale da mesma proposta da anterior no entanto preva lecendo sobre as condições da nutrição excessiva Existe uma série de fatores que podem acarre tar o desenvolvimento da obesidade um problema Os princípios da alimentação saudável 43 EDUCAÇÃO FÍSICA Energéticos alimentos com alta concentra ção de carboidratos como grãoscereais pães massas tubérculos raízes entre outros Lipídios óleos e gorduras em geral Reguladores frutas em geral hortaliças e le gumes Proteicos vegetais ricos em proteínas como cereais integrais leguminosas sementes e castanhas alimentos de base animal Desse modo essa classificação de grupos alimentares possibilita a identificação do tipo de alimento ideal para a ingestão nutricional que é necessária para atender às demandas metabólicas que envolvem o organismo homeostático e energéticas na rotina e no exercício A alimentação quando adequada e va riada previne deficiências nutricionais e protege de doenças infecciosas porque é rica em nutrientes que podem constituir um organismo saudável e auxiliar a função imunológica MENDONÇA 2010 Considerando a característica regional da Amé rica do Sul sua cultura e tipos de alimentos uma dieta ideal para descrever uma alimentação saudá vel prescreve a ingestão diária de 2000 kcal a qual harmoniza o Brasil com outros países do MERCO SUL ANVISA 2005 Sendo assim a porção ideal de alimentos é definida a partir desta recomendação e quantificada pela distribuição dos grupos de ali mentos básicos dispostos na resolução dos órgãos gestores ANVISA RDC 35903 a qual quantifica a porção ideal em quilocalorias kcal dimensionan do a quantidade em peso gramas de grupo alimen tar a ser ingerido diariamente ANVISA 2005 Devese observar também a distribuição recor rente de cada classe de nutrientes a serem ingeridos e o valor efetivo total VET ou seja toda a quanti dade em percentual dos alimentos consumidos diariamente deve seguir as recomendações e dire trizes que regem os padrões alimentares regionais MENDONÇA 2010 as quais serão discutidas em detalhes na próxima unidade deste livro Pensando na qualidade de alimentos oferecidos para a população em geral a Anvisa 2005 esta belece que as indústrias fabricantes de alimentos e bebidas embalados prontos para oferta ao consu midor devem conter em seus produtos a declara ção de informação nutricional obrigatória de valor energético carboidratos proteínas gorduras totais gorduras saturadas gorduras trans fibra alimentar e sódio nos rótulos de alimentos e bebidas embalados Figura 10 Composição do quadro nutricional dos alimentos seguindo as recomendações da ANVISA Fonte adaptada de ANVISA 2005 Essa identificação auxilia o processo de quantifi cação da qualidade e necessidade dos alimentos a serem ingeridos baseado sempre em uma dieta e porção padrão dos alimentos sugeridos a partir da ingestão diária Quando se fala em alimentação ideal sugerese pelo menos três preferencialmente quatro ideal mente cinco tipos diferentes de alimentos densos em nutrientes durante as refeições CLARK 2015 44 Uma atenção especial devese ter quanto à dissemi nação e valorização das dietas restritivas que estão intimamente ligadas ao atual conceito sociocultural de beleza pois a velocidade da proliferação das die tas na atualidade ocorre de modo instantâneo fator este que avança à frente do progresso científico nesse campo de forma que se observa uma grande varie dade de dietas sem nenhum embasamento científico ALVARENGA et al 2015 Sendo assim no campo de atuação da educação físi ca entender os termos conceitos e teorias que envolvem a alimentação saudável é fundamental para a orientação esportiva de atividade física e educação alimentar no entanto deve se distinguir que o limite de uma atuação termina onde inicia a atuação do outro e estas trocas de saberes devem acontecer sempre em sua totalidade na condição teórica e não prática A prática deve ocorrer apenas na atuação do profissional responsável Seguindo esta proposta a imagem a seguir de monstra como deve ser distribuído um prato com base nos grupos de alimentos ideais para uma ali mentação saudável Uma preocupação que se deve ter com o quadro alimentar e os acompanhamentos nutricionais sau dáveis referemse ao termo dieta também aparece relacionado às dietas terapêuticas que são modificações do padrão normal de dieta adequada seguindo as recomendações nutricionais vigentes para aten der necessidades específicas Em nosso contex to social aparecem as dietas de emagrecimento com privação parcial de alimentos ou até total de alguns grupos como os ricos em carboidra tos ALVARENGA et al 2015 p 70 Derivados do leite Grãos Proteínas Frutas Verduras Figura 11 Distribuição correta de grupos alimentares que compõem uma alimentação saudável Fonte adaptada de Clark 2015 Descrição da Imagem Imagem ilustrativa representando um prato com as divisões corretas em frutas verduras grãos e proteínas Ao lado a representação e um copo em que está escrito derivados do leite 45 considerações finais Estamos chegando ao final desta unidade caroa alunoa nela abordamos os concei tos alimentares adotados desde os primórdios da existência humana na Terra e a sua evolução até os dias de hoje em que a partir do domínio do fogo até a industrialização dos alimentos em uma sequência cronológica desenvolveramse as características comportamentais humanas do consumo alimentar Discutimos os conceitos da nutrição ou das ciências nutricionais que surgem em um período moderno com o intuito de desenvolver e descobrir os princípios nutricionais dos alimentos e dos humanos detalhando o conceito de nutrientes bioenergética teoria de determinação para o potencial energético dos alimentos e conceitos de metabolismo e dos nutrientes Abordamos as classificações dos nutrientes descrevendo os principais macronutrientes e micronutrientes suas principais funções e os métodos de absorção pelo sistema di gestório Além disso vimos também os principais substratos energéticos estruturais e metabólicos do organismo e os grupos alimentares que os contêm Apresentamos as principais particularidades da água e como esta é distribuída em nosso corpo bem como os compostos regulatórios do metabolismo que em grande parte são ingeridos dos alimentos introduzindo os parâmetros de determinação para uma alimentação saudável e adequada suprindo as demandas necessárias do orga nismo Foram também caraterizados a distribuição dos grupos alimentares a serem ingeridos com base no gasto energético diário médio da população e os padrões nutricionais adotados pelas agências regulamentadoras Por fim aprendemos que o alimento sempre fará parte da vida humana associando estes conceitos ao papel profissional da educação física em orientar com base na rea lidade histórica regional e conceitual a população a adotar os princípios que regem uma alimentação saudável evitando os maus alimentares contemporâneos instruindo ao desenvolvimento sustentável dos alimentos e promovendo a qualidade de vida 46 atividades de estudo 1 Com base no processo de utilização do fogo para o preparo dos alimentos as sinale a alternativa que melhor descreve o processo inicial de utilização deste recurso para o consumo alimentar na PréHistória a Com o advento do fogo a cocção dos alimentos passou a ser facilitada apri morando o sabor e facilitando a mastigação Contudo essa arte foi introduzida pelas crianças durante o ato de se alimentar b O fogo passou a ser utilizado pelo homem para se alimentar somente após o seu domínio por completo tendo apenas esta função c Na Idade da Pedra Lascada existiam apenas dois tipos comuns de alimentos consumidos os de base líquida e os alimentos cozidos a partir da utilização do fogo d O primeiro processo de utilização do fogo para se alimentar iniciou com a bus ca por incêndios naturais com o objetivo de encontrar animais mortos para se alimentar sendo dessa forma uma presa mais fácil e Na PréHistória após o domínio do fogo o homem passou a incendiar flores tas para coletar o alimento já cozido e de fácil acesso 2 A mudança causada pela produção alimentar principalmente pela fixação de locais próprios para cultivo e criação fez com que a humanidade evoluísse de diferentes maneiras Analisando os conceitos históricos da alimentação abor dados nesta unidade avalie as alternativas a seguir I Uma das principais heranças alimentares da PréHistória e Idade Antiga foi o legado filogenético ou seja relação evolutiva de experiências que fundamen tam nossos cultivos de cereais e condimentos II Uma iguaria que valorizou extremamente a alimentação europeia durante a Idade Clássica e Média foi a carnívora e o consumo promoveuse a partir da domesticação e da criação de rebanhos principalmente de caprinos ovinos e bovinos III Com os avanços da Idade Moderna e a descoberta da América pelos euro peus diferentes cultivos começaram a se disseminar principalmente a desco berta da pecuária indígena e cultivos como a cana de açúcar IV Com a variação nos padrões de vida da população e a alta demanda de pro dução agrícola de alimentos houve uma grande migração da população dos grandes centros urbanos para as zonas rurais estimulada pela mecanização 47 atividades de estudo Com base nas informações anteriores assinale a alternativa correta a Apenas I e II estão corretas b Apenas II e III estão corretas c Apenas I está correta d Apenas I II e III estão corretas e Apenas II III e IV estão corretas 3 Os alimentos possuem nutrientes que contêm uma ou mais funções no corpo e são usualmente divididos em seis categorias diferentes Considerando a impor tância dos nutrientes para o organismo humano avalie as alternativas a seguir e assinale Verdadeiro V ou Falso F para os conceitos relacionados aos nutrientes As categorias de nutrientes são macronutrientes micronutrientes água vita minas minerais e prótons As funções dos nutrientes estão relacionadas à promoção de crescimento e desenvolvimento provisão de energia e regulação do metabolismo A promoção do crescimento e desenvolvimento confere a função das proteínas no organismo visto que estas possuem papel fundamental no reparo e cresci mento tecidual principalmente em tecidos moles e órgãos Assinale a alternativa correta a F V V b F F V c V F V d F F F e V V V 4 Pensando na qualidade energética dos alimentos os três principais macronu trientes com potencial energético são os carboidratos lipídios e as proteínas Considerando as principais classificações dos carboidratos assinale a sequên cia correta da menor para a maior molécula a Oligossacarídeos monossacarídeos dissacarídeos polissacarídeos b Polissacarídeos monossacarídeos oligossacarídeos dissacarídeos c Monossacarídeos oligossacarídeos dissacarídeos polissacarídeos d Monossacarídeos polissacarídeos dissacarídeos oligossacarídeos e Monossacarídeos dissacarídeos oligossacarídeos polissacarídeos 48 atividades de estudo 5 Pensando no conceito de alimentação saudável as dietas não podem ser vis tas como a única forma de condicionamento da alimentação Existem diferen tes conceitos que podem ser considerados Nesse sentido avalie as afirma ções a seguir I Os quatro alimentos básicos da alimentação saudável podem ser classifica dos como energéticos lipídicos reguladores e proteicos II O termo alimentação saudável pode adquirir diferentes conceitos depen dendo da localidade e cultura da região em que é empregada III A alimentação saudável é válida para descrever apenas as modificações que ocorreram com a industrialização causadas pelo aumento de consumo de alimentos de alta demanda energética contextualizando as doenças crôni cas não transmissíveis como a obesidade Analisando as afirmações é correto afirmar que a Apenas I é correta b Apenas II é correta c Apenas I e II estão corretas d Apenas II e III estão corretas e Todas as alternativas estão corretas 49 LEITURA COMPLEMENTAR Com os avanços das políticas públicas voltadas para a alimentação e nutrição e para a segurança alimentar e nutricional foi identificado historicamente durante a transição para o século XXI que a alimentação deixou de ser adjetivada somente como saudá vel e passou também a ser referida como adequada Esta contextualização sócia his tórica perpassa por uma série de documentos e publicações nos quais o termo começa a ser gradativamente substituído constituindo então a instituição da terminologia alimentação saudável e adequada Epistemologicamente a trajetória de cada uma dessas expressões vinculase aos des dobramentos do campo científicopolítico de âmbito internacional que reporta por meio do Comentário Geral CG durante a Cúpula mundial da alimentação realizada em 1996 que o direito à alimentação adequada realizase quando cada homem mu lher e criança sozinho ou em companhia do outro tem acesso físico e econômico inin terruptamente à alimentação adequada ou aos meios para a sua obtenção O direi to à alimentação adequada terá que ser resolvido de maneira progressiva No entanto os estados têm a obrigação precípua de implementar as ações necessárias para mitigar e aliviar a fome Para o Comitê seu conteúdo essencial consiste nos seguintes tópicos 1 A disponibilidade do alimento em quantidade e qualidade suficiente para satisfa zer as necessidades dietéticas das pessoas livre de substâncias adversas e aceitá vel para uma dada cultura 2 A acessibilidade ao alimento de forma sustentável e que não interfira com a fruição de outros direitos humanos Pensando no surgimento do termo alimentação saudável é necessário resgatar a as sociação com a instituição das ciências da nutrição a partir da qual a centralidade dos nutrientes norteia a conduta das práticas alimentares Com os avanços nas pesquisas nu tricionais dietéticas e fisiológicas em meados do século XIX e a descoberta dos nutrientes 50 LEITURA COMPLEMENTAR necessários para subsistência do organismo muito se evoluiu a respeito Tal concepção foi ao longo do tempo influenciando orientações nutricionais engenharia de alimen tos além da compreensão dos indivíduos sobre a relação entre comida saúde e corpo Neste cenário surgem também as transições nutricionais causadas pela industrializa ção e transições demográficas que promoveram o desenvolvimento das doenças crô nicas não transmissíveis A expressão alimentação saudável no século XXI distante das carências nutricionais vem sendo amplamente relacionada a distúrbios alimenta res incrementando políticas públicas e o controle de um mal denominado obesidade No Brasil a construção dos conceitos de alimentação saudável e adequada passou a ser unificada nos últimos 10 a 15 anos e vem sendo definida como a prática alimentar apropriada aos aspectos biológicos e socioculturais do indivíduo bem como ao uso sustentável do ambiente Este conceito vem sendo apoiado pelo Ministério da Saúde pela Política Nacional de Alimentação e Nutrição PNAN e pelos Guias Alimentares da População Brasileira Desse modo a dada confluência dos termos alimentação adequada e alimentação sau dável tem implicações para a luta pelos direitos humanos junto a sociedade brasileira assim como tem impactos na formação e prática dos sujeitos envolvidos formalizando um processo sócio histórico etimológico que induz a uma ampla discussão com base nas implicações a campo Fonte adaptado de Paiva et al 2019 51 material complementar Lancheira Saudável receitas e dicas de como preparar lanches saborosos e nutritivos para o seu filho Tatiane de Vuono Editora Alto Astral Sinopse Imagine seu filho comendo de forma saudável e ficando muito feliz Dando preferência por escolhas naturais e nutritivas por vontade própria Parece um sonho não é Você acha que é possível Acredite porque é Neste livro além de aprender a preparar essas refeições você acompanhará dicas de como se or ganizar para a nova rotina e encontrará orientações para estimular a criança a comer bem e evitar problemas como obesidade diabetes e hipertensão Hungry for change your health is in your hands Fome de mudança sua saúde está em suas mãos Ano 2012 Sinopse um documentário sobre a criação de alternativas para perder peso para o alto consumo de energia e para a saúde Dos mesmos criadores de Food Matters Questões Alimentares este material vem para abalar o seu espírito e promover novas expectativas de vida Indicação para Assistir Indicação para Ler 52 gabarito 1 D 2 A 3 A 4 E 5 C UNIDADE II Professor Me Bruno Ferrari Silva Professora Me Cheila Aparecida Bevilaqua Plano de Estudo A seguir apresentamse os tópicos que você estudará nesta unidade História das políticas de alimentação e nutrição no Brasil Política Nacional de Alimentação e Nutrição PNAN Recomendações nutricionais para indivíduos saudáveis Guia Alimentar para a População Brasileira Pirâmide Alimentar Brasileira Objetivos de Aprendizagem Conhecer a história das políticas públicas voltadas à alimentação e à nutrição no Brasil Apresentar a Política Nacional de Alimentação e Nutrição PNAN Explicar como são organizadas as recomendações de nutrição para indivíduos saudáveis Apresentar o Guia Alimentar para a População Brasileira Retratar a organização da Pirâmide Alimentar Brasileira POLÍTICAS PÚBLICAS E RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS E ALIMENTARES unidade II INTRODUÇÃO O lá alunoa seja bemvindoa a mais uma unidade Nesta o objetivo é instrumentalizar você com conteúdos que reforçarão e sistematizarão seu jeito de ver a nutrição Muitas vezes quan do pensamos em nutrição automaticamente vemnos a ideia de composição dos alimentos dietas restrições e orientações Claro que todos esses assuntos são essenciais mas não são os únicos que precisamos conhecer Dentro da nutrição temos muitas temáticas que são primordiais para sua formação como professoraprofissional de educação física Afinal seja no âmbito escolar ou em outros espaços trabalhamos diretamente com o cor po e um corpo saudável bem alimentado e nutrido é essencial a todos Além de entender as estruturas alimentares e a composição de nutrientes é preci so compreender como a nutrição se incorpora às nossas vidas Assim você aprenderá um pouco sobre as políticas públicas que garantem nossos direitos à alimentação como essas políticas chegam até nós como são direcionadas às práticas e aos cuidados para a população em geral Além disso explicaremos sucintamente como funciona nosso Sistema Único de Saúde Após compreendermos as bases históricas e políticas comentaremos como são organizadas e estruturadas mundialmente as recomendações nu tricionais conhecidas como DRIs Dietary Reference Intake que servem como índices padronizados de consumo energético para atender às necessi dades básicas e nutricionais de cada indivíduo Para dar sequência ao entendimento de recomendação apresentaremos o Guia Alimentar para a População Brasileira destacando quais são os prin cípios de uma alimentação adequada e como podemos e devemos seguilos Sempre é claro com o objetivo de instrumentar você alunoa em como estruturar uma alimentação saudável dentro dos parâmetros adequados e que se enquadrem na realidade social Para finalizar falaremos sobre a Pirâmide Alimentar Brasileira Popu larmente conhecida a pirâmide é uma figura gráfica que se utiliza dessa es trutura para direcionar e facilitar o entendimento das porções e dos grupos alimentares que devem ser seguidos almejando uma alimentação ideal 58 História das Políticas de Alimentação e Nutrição no Brasil Para entendermos como são estruturadas todas as políticas nacionais voltadas à nutrição e à alimen tação é importante conhecermos e contextuali zarmos todos os momentos históricos pelos quais passamos para hoje termos assegurados nossos direitos à alimentação e nutrição adequada Como parte fundamental da história de políticas públicas voltadas à saúde no Brasil relataremos o Mo vimento da Reforma Sanitária Este movimento social surgiu no começo década de 70 com o objetivo de re pensar as ações de saúde e traçar novas propostas para os cuidados à população brasileira Anos depois em 1986 outro marco importante para a saúde foi a 8ª Conferência Nacional de Saúde que teve como des dobramento a realização da 1ª Conferência Nacional de Alimentação e Nutrição além de que as discussões produzidas nesse momento idealizaram o nosso Siste ma Único de Saúde SUS JAIME et al 2018 59 EDUCAÇÃO FÍSICA Alimentação e Nutrição PNAN Atualmente temos uma versão atual desta publicada em 2013 na qual são reforçadas as necessidades e proposto A melhoria das condições de alimentação nutrição e saúde da população brasileira me diante a promoção de práticas alimentares ade quadas e saudáveis a vigilância alimentar e nu tricional e a prevenção e o cuidado integral dos agravos relacionados à alimentação e nutrição contribuindo para a conformação de uma rede integrada resolutiva e humanizada de cuidados BRASIL 2013 p 21 O surgimento de uma política pública voltada aos assuntos alimentares e nutricionais proporciona ao setor um ganho de força como podemos observar na criação a partir da primeira edição da PNAN do Direito Humano à Alimentação Adequada DHAA e do plano de Segurança Alimentar e Nutricional SAN BRASIL 2000 Com a instauração desses princípios os cuida dos à alimentação tornamse mais evidentes e fazem parte integrante das discussões acerca das normati vas e diretrizes brasileiras Desse processo podemos evidenciar mais dois pontos cruciais a aprovação da Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional LOSAN e o Sistema Nacional de Segurança Ali mentar e Nutricional SISAN PINHEIRO 2008 Desde seu surgimento a PNAN se consolida em garantir à população segurança alimentar e nutricio nal Contudo para que possa continuar a sustentar uma política efetiva e compatível com a realidade surge a necessidade de uma reorganização e atuali zação Quando usamos o termo compatível busca mos retratar as mudanças alimentares que aconte ceram nos últimos anos e que produziram um novo cenário epidemiológico e isso é facilmente notado No entanto o SUS com a estrutura que conhecemos atualmente teve sua origem efetivada apenas em 1988 por meio da instituição da Constituição Fede ral Brasileira e sua regulamentação aconteceu so mente anos depois no dia 19 de setembro de 1990 por meio da Lei nº 808090 BRASIL1990 Embora esses sejam os marcos importantes pre cisamos reconhecer que antes mesmo da instituição do SUS já haviam políticas públicas voltadas à ali mentação e à nutrição Os primeiros registros são na década de 30 quando por meio do Governo Vargas nasceu o pensamento trabalhista que se apropriou das investigações acadêmicas de Josué de Castro para relatar que a fome a desnutrição e a carência de micronutrientes são provenientes das desigualda des sociais decorrentes de um modelo econômico injusto e excludente PINHEIRO 2008 ARRUDA ARRUDA 2007 Embora fossem levantados esses questionamen tos era necessário centralizar as ideias e organizá las nascendo então em 1945 a Comissão Nacio nal de Alimentação CNA A partir desse processo e muitas discussões a acerca dos direcionamentos foi criado o Instituto Nacional de Alimentação e Nu trição INAN em 1972 pelo comando do Ministé rio da Saúde Mas devido às relações políticas exa cerbadas e aos confrontos de posicionamento esse instituto foi extinto em 1997 ARRUDA ARRUDA 2007 Embora o INAN não fosse mais legítimo as experiências e construções políticassociais nele instituídas demarcaram a forma com que o tema da nutrição e alimentação é organizado dentro do SUS Visto a dimensão da problemática e a necessidade de estratégias específicas manifestase a necessidade de propor uma política exclusiva para tratar a temá tica surgindo assim em 1999 a Política Nacional de 60 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E SUAS PRIN CIPAIS AÇÕES NO CAMPO DA NUTRIÇÃO Para entendermos um pouco como os cuidados à alimentação e nutrição chegam até a população precisamos compreender um pouco da estrutura do Sistema Único de Saúde SUS brasileiro Amplian do o olhar sobre as políticas públicas e como estas quando pensamos que há menos de 20 anos o Bra sil enfrentava sérios problemas com a desnutrição principalmente a infantil e hoje temos como um problema de saúde pública a obesidade Nesse momento você pode estar se perguntan do como essas políticas públicas chegam até nós É importante que você tenha claro em sua mente que todas as ações de saúde incluindo as de alimenta ção e nutrição são direcionadas por meio do SUS e seus programas articuladores Ao longo dos anos as ações ligadas à alimentação e nutrição foram pautadas em temáticas pontuais com a intenção de solucionar um problema específico de uma popula ção específica Assim por muito tempo vimos uma fragmentação da assistência em saúde As novas articulações e necessidades expressas pelo perfil nutricional e alimentar da população contudo direcionam o sistema de saúde a promo ver um novo caminho que se deve concretizar por meio das ações de atenção básica à saúde Descrição da Imagem Imagem representativa da diversidade de alimentos que se pode encontrar nas diferentes regiões do Brasil variando entre frutas verduras legumes cereais e castanhas são desenvolvidas e chegam até a população é pos sível entender o nosso papel como profissionais da saúde seja atuando com a orientação de programas de exercícios ou como professora que trabalha na escola as temáticas relacionadas à saúde incorpo rando aos alunos comportamentos saudáveis É sempre válido deixar claro que nós como profissionais de educação física não nos envolvere Figura 1 Diversidade de alimentos de diferentes regiões do país 61 EDUCAÇÃO FÍSICA mos com a prescrição efetiva de dietas nutricio nais para isso temos o profissional da nutrição No entanto sabemos que nossas profissões estão atreladas e são interdependentes assim é requisi to mínimo termos as compreensões básicas sobre nutrição alimentação adequada e como essas po líticas são ofertadas à população No início desta aula fizemos uma breve contex tualização histórica dos principais momentos para a saúde pública e para o campo de nutrição Buscando esclarecer você sobre as ações de saúde brasileira fa laremos agora de uma forma bem sucinta de que forma se dá a organização do SUS A implementação do SUS é uma vitória conquis tada do Movimento Sanitário Brasileiro ocorreu por meio Constituição Federal de 1988 e tornou dever do Estado assegurar o direito à saúde a todos os ci dadãos Em termos gerais o SUS se sustenta em três princípios universalidade equidade e integralidade da atenção à saúde MENDES 2015 Veremos a se guir o trecho da Constituição Federal de 1988 que trata sobre a saúde em termos gerais Da Saúde Art 196 A saúde é direito de to dos e dever do Estado garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à re dução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção proteção e recu peração BRASIL 1988 online A partir das prerrogativas instauradas pela Consti tuição com o objetivo de garantir a saúde a todos é promulgada então a Lei nº 8080 de 19 de setem bro de 1990 Lei Orgânica da Saúde que Dis põe sobre as condições para a promoção proteção e recuperação da saúde a organização e o funcio namento dos serviços correspondentes e dá outras providências BRASIL 1990 online Assim o SUS se instaura como meio articu lador entre as ações políticas e atenção à saúde Não falaremos no decorrer desta aula de todas as dimensões do SUS contudo como profissionais pertencentes à área da saúde é importante conhe cermos os objetivos do SUS afinal por meio de les desencadeiamse todas as ações e políticas de atendimento à população Capítulo I Dos Objetivos e Atribuições Art 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS I A identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde II A formulação de política de saúde destinada a promover nos campos econômico e social a observância do disposto no 1º do art 2º desta lei III A assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção prote ção e recuperação da saúde com a realização integrada das ações assistenciais e das ativida des preventivas BRASIL 2003 p 23 Se observamos em linhas gerais tanto no Art 196 da Constituição quanto no objetivo III do SUS destacaremos que as principais ações dire cionadas à população são promoção proteção e recuperação em saúde Retratando essas atua ções podemos observar que são elas que direcio nam o atendimento e a prestação de serviços de saúde que consumimos no país Chegamos até aqui entendendo as determi nações das políticas de saúde agora precisamos entender como elas nos atendem na prática O atendimento pelo SUS ocorre em três diferentes formas segundo Brasil 2003 e estas se articu lam com os objetivos firmados sendo 62 O primeiro nível de atendimento engloba as Unidades Básicas de Saúde UBS conheci das popularmente como Postos de Saúde São as portas de entrada do paciente à assis tência nelas ocorrem as consultas e exames menos complexos e estão instaladas as equi pes de Atenção Básica O segundo nível referese aos atendimentos de média complexidade sendo as Clínicas Unidades de Pronto Atendimento UPA e os Hospitais Escolas neste espaço acontecem os procedimentos de intervenção tratamen tos de casos crônicos e agudos de doenças No terceiro nível temos os atendimentos de alta complexidade são os Hospitais de Gran de Porte onde são realizadas operações mais invasivas e de maior risco à vida Com isso podemos observar que os atendimentos são organizados de acordo com o grau de complexidade Nós profissionais de educação física atualmente te mos campo de atuação nos três diferentes espaços contudo é na Atenção Primária lá nas Unidades Bási cas que temos oportunidade de intervir e direcionar nossas ações em prol da promoção da saúde e quali dade de vida das pessoas que já foram acometidas por doenças principalmente as crônicas degenerativas como obesidade hipertensão arterial diabetes entre outras Para que você possa articular as ideias e com preendêlas de forma mais natural construímos um pequeno mapa mental confira a seguir Dentre os diferentes programas subjacentes da atenção primária o Estratégia Saúde da Famí lia ESF possui a maior abrangência desde seu surgimento em 1994 ele representa a busca por novas estratégias de reorganização do modelo assistencial em saúde MENDES 2012 Essa busca pela inovação é reforçada por meio da im plantação de equipes multidisciplinares dentro das UBS descentralizando os serviços de acordo com as necessidades da população buscando a representação e democratização dos atendimen tos e incluindo a família como ser ativo no pro cesso de saúdedoença BRASIL 2003 Descrição da Imagem Mapa mental com a organização do Sistema Único de Saúde SUS apresentando os principais objetivos do SUS sendo eles promoção proteção e recuperação sua forma de opera cionalização para atingir os objetivos na forma de atenção primária São 35 programas diferentes em que o profissional de educação física encontrase na estratégia da saúde da família Figura 2 Mapa mental organização do Sistema Único de Saúde Fonte os autores OBJETIVOS DO SUS PROMOÇÃO PROTEÇÃO RECUPERAÇÃO ATENÇÃO PRIMÁRIA 35 DIFERENTES PROGRAMAS ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA O P E R A C I O N A L I Z A Ç Ã O 63 EDUCAÇÃO FÍSICA Figura 3 Alimentação adequada no prato do brasileiro A partir da inclusão das equipes multiprofissio nais na atenção básica os profissionais de educa ção física passaram a ser incorporados efetiva mente nos processos de atendimento levando a prática orientada e supervisionada de exercícios físicos à população que necessita de cuidados 64 Política Nacional de Alimentação e Nutrição PNAN 65 EDUCAÇÃO FÍSICA A primeira edição da Política Nacional de Alimenta ção e Nutrição PNAN foi lançada em 1999 Os anos passaram e muitas foram as transformações sociais ocorridas com estas mudanças os padrões de saúde e consumo alimentar também mudaram Assim de pois de dez anos iniciase o processo de atualização e aprimoramento das bases e diretrizes consolidando novas práticas para enfrentar os novos desafios Faremos aqui um apanhado geral sobre os principais apontamentos e diretrizes articulados pela PNAN nosso objetivo é compreender de for ma geral como são estruturadas as políticas públi cas voltadas à alimentação e nutrição no nosso país e sua importância para o controle da saúde pública Antes de entendermos melhor as políticas é funda mental compreendermos os processos e transições que instauram as necessidades da população frente aos agravos de saúde pública O Brasil nos últimos 50 anos passou por grandes transformações em todos os setores econômicos po líticos e sociais e todas essas mudanças refletem di retamente nas necessidades e no perfil da população Esse processo de mudança é denominado transição Para entendermos melhor como se configuram essas transições citaremos alguns exemplos No que se refere à transição demográfica seu en tendimento é baseado na dinâmica do crescimento da população fato este ligado principalmente à ur banização ao avanço na medicina e às novas tecno logias Há 50 anos cerca de 66 da população vivia na zona rural atualmente a condição é de urbani zação com 844 da população residindo na região urbana IBGE 2013 Acompanhando esse processo de mudança podemos observar a diminuição das taxas de natalidade e mortalidade em decorrência da evolução dos cuidados e acesso à saúde De uma forma geral e informal ao falarmos que as pessoas estão morrendo mais velhas e es tão tendo poucos filhos estamos intuitivamente descrevendo o processo de transição demográfica que integra e caracteriza a transição epidemiológi ca PRATA1992 Assim de uma forma objetiva podemos entender que a transição epidemioló gica se caracteriza pelas mudanças ocorridas nos padrões de morte morbidade e invalidez de uma população específica sendo essas transformações decorrentes das alterações demográficas sociais e econômicas PRATA1992 Essas alterações do padrão epidemiológico são facilmente compreendidas quando retratamos as evi dências resultantes dos motivos de morte por exem plo passamos de uma sociedade que vivenciou gran des epidemias por doenças infectocontagiosas como varíola malária tuberculose poliomielite e febre amarela que ao passar dos anos têm sido substitu ídas por doenças degenerativas e agravos produzidos pelo próprio homem como alcoolismo tabagismo obesidade acidentes entre outros PRATA1992 Ao citarmos anteriormente as doenças degene rativas facilmente observaremos que são advindas de hábitos inadequados de vida principalmente no que se refere à qualidade da alimentação Então nesse mo mento entenderemos mais um processo de transição importante a transição nutricional FILHO 2003 Em termos gerais a transição nutricional pode ser facilmente entendida pois se caracteriza pela mudança nos padrões de nutrição e alimentação da população advindo das alterações na dieta e na composição corporal dos indivíduos Podemos desta car um exemplo quando comparamos o crescimento atual da obesidade e a diminuição da desnutrição ou seja passamos de uma população nutricionalmente 66 carente para uma população que sofre com os exces sos alimentares RECINE VASCONCELLOS 2011 Assim se observamos atentamente o processo de transição epidemiológica entenderemos que ele é resultante de um processo de transição demográfica juntamente com a manifestação da transição nutricio nal Todas as alterações advindas da urbanização e mo dernização efetivam um novo perfil de saúde mundial Agora que entendemos como se configuraram historicamente as necessidades nutricionais e de atenção à saúde voltaremos a focar nas principais normativas e políticas nutricionais Inicialmente precisamos centralizar as principais ideias que di recionam a Política Nacional de Alimentação e Nu trição PNAN essas que se baseiam no propósito de melhorar as condições de alimentação nutrição e saúde da população buscando promover práticas alimentares adequadas e saudáveis propondo vigi lância alimentar e nutricional para prevenir e dire cionar o cuidado integral dos agravos à saúde rela cionados à alimentação e nutrição BRASIL 2013 É importante destacar que os princípios da PNAN se articulam em conformidade com as orien tações doutrinárias e organizativas do SUS sendo estas universalidade integralidade equidade des centralização regionalização e hierarquização e par ticipação popular e a partir delas que se somam ou tros princípios diretamente ligados à alimentação e nutrição Veja quais são esses princípios a seguir segundo Brasil 2013 A alimentação como elemento de humani zação das práticas de saúde esse princípio direciona o indivíduo como ser potencial em seu processo de produção de saúde por meio da representatividade que o alimento oferece e como ele expressa suas condições sociais O respeito à diversidade e à cultura alimentar enfatiza a miscigenação cultural do nosso país a importância de conhecermos respeitar mos e difundirmos a diversidade alimentar buscando estabelecer uma identidade cul tural alimentar e a partir delas promover ações de envolvimento populacional O fortalecimento da autonomia dos indiví duos promover ações que despertem nos in divíduos independência alimentar compre endendo quais são as práticas adequadas de alimentação e nutrição a fim de que possam optar conscientemente por escolhas alimen tares adequadas A partir desse princípio surge a necessidade de instrumentalizar e informar a população propondo ações educacionais a fim de que tornem aptas para promover esco lhas de qualidade nutricional e alimentar A determinação social e a natureza inter disciplinar e intersetorial da alimentação e nutrição conhecer as determinações socioe conômicas e culturais da alimentação e nu trição permitindo acesso à alimentação ade quada e promovendo a mudança de consumo e produção dos alimentos que estruturam o perfil epidemiológico atual A integração e a articulação de diferentes setores trabalhando para estruturar conhecimento proporciona a realização de ações em resposta às condições alimentares e nutricionais da população A segurança alimentar e nutricional com so berania a Segurança Alimentar e Nutricio nal SAN visa garantir a todos o direito ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade em quantidade suficiente pautada em práticas alimentares promotoras de saúde e que respeitam a individualidade e a diversi dade pertencentes à população brasileira A soberania alimentar retrata o direito de todos optarem em consumir e produzir alimentos que sejam adequados de forma a respeitar as esferas econômicas e ecológicas colocando se acima dos interesses comerciais 67 EDUCAÇÃO FÍSICA A partir dos princípios descritos anteriormente po demos destacar que as políticas têm um foco dinâ mico pautado na consolidação de ações e estratégias que visam promover conhecimento e informação à população respeitando as individualidades socioe conômicas e culturais apresentadas no Brasil Além disso esse foco dinâmico preocupase sempre em garantir que a população em geral sintase atendida e informada sobre a importância de uma alimenta ção adequada e equilibrada e assegura por meio de práticas regulamentares a defesa dos direitos dos ci dadãos acima dos interesses comerciais Até o momento compreendemos os pontos fo cais que direcionam a Política Nacional de Alimen tação e Nutrição Contudo para nós profissionais e brasileiros cabe a compreensão de quais são as ações e como são estruturadas para que esses direi tos e princípios sejam garantidos Partindo desse pressuposto citaremos as diretrizes que gerem a PNAN e indicam as linhas de ações que são traça das para o alcance dos objetivos Essas diretrizes são compostas por nove tópicos que englobam to das as condutas direcionadas à garantia do direito à alimentação e nutrição adequada São elas 1 Organização da Atenção Nutricional 2 Promoção da Alimentação Adequada e Saudável 3 Vigilância Alimentar e Nutricional 4 Gestão das Ações de Alimentação e Nutrição 5 Participação e Controle social 6 Qualificação da Força de trabalho 7 Controle e Regulação dos Alimentos 8 Pesquisa Inovação e Conhecimentos em Ali mentação e Nutrição 9 Cooperação e articulação para a Segurança Alimentar e Nutricional BRASIL 2013 p 25 Embora todas as condutas apresentem relevância para a construção do conhecimento adquirido nesta disciplina procuramos sintetizar e trazer os principais pontos que se articulam diretamente com nossa prática Assim faremos uma abordagem geral dando ênfase às informações mais condizen tes com nossa formação em educação física A primeira diretriz da PNAN retrata como se dá a organização da Atenção Nutricional para nós é de grande valia compreendermos essa es trutura pois direciona nossos olhar e ações como profissionaisprofessores Como vimos anteriormente o processo de tran sição epidemiológica que passamos gerou e gera inú meras consequências à saúde Fato este enfatizado ao retratarmos os inúmeros casos de agravos à saúde causados pela incoerência alimentar seja relacionado à qualidade ou à quantidade dos alimentos ingeridos Partindo desse reconhecimento tornase neces sário organizar um sistema de serviços que venha atender a essas demandas e que incluam todo o pro cesso desde diagnóstico tratamento prevenção até políticas que visem à promoção de saúde nutricional No Brasil essas ações de atenção nutricional estão atreladas à Atenção Básica à Saúde resguardada pelo Sistema Único de Saúde Falamos no início desta aula como se estruturam as demandas no SUS então a partir daqui seu olhar será direcionado ao enten dimento dessas políticas sempre vinculadas ao SUS Seguindo as determinações do SUS a atenção nutricional é direcionada aos cuidados da popula ção em geral contudo ressaltase a importância de compreendermos o sujeito dentro de suas individu alidades e também como ser social pertencente a diferentes culturas e grupos Assim o entendimen to desse indivíduo é ampliado a sua individuali dade família e comunidade em que se insere pois 68 entendese que o sujeito é fruto de um conjunto de características advindas da sua interação com a família e sociedade e essa será sua principal fon te formadora de comportamentos Dessa forma compreender o indivíduo e suas especificidades será parte importante no processo de reconhecimento diagnóstico de seus compor tamentos e por consequência de quais ações serão mais relevantes e assertivas no processo de cuidado É importante ressaltar que o principal ponto de atenção nutricional é o diagnóstico pois a partir dele são identificadas as prioridades e assim direcionadas as ações de atendimento que serão efetivas para o su cesso Para a efetivação desse processo de reconheci mento e perfil nutricional são utilizados sistemas ar ticuladores no Brasil temos o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional SISVAN que em conjunto com outros sistemas de informação identifica indiví duos ou grupos que apresentam maiores vulnerabili dades nutricionais BRASIL 2008 Diante do perfil epidemiológico do país já são sina lizados os pontos que são focos de ações de prevenção e tratamento sendo eles obesidade desnutrição ca rências nutricionais específicas e doenças crônicas não transmissíveis relacionadas à alimentação e nutrição Para potenciar esses procedimentos de diag nósticos e atendimento à população junto ao SUS é determinante a presença das equipes multiprofissionais principalmente de um pro fissional de nutrição a fim de instrumentalizar e orientar os demais membros da equipe para que assim atuando em conjunto seja possível não apenas diagnosticar os agravos à saúde mas criar estratégias de tratamento Muitas outras especificidades e diretrizes são relatadas acerca do direcionamento das políticas nacionais de nutrição e alimentação sendo assim precisaríamos de um livro todo para apresentar e contextualizar todos esses pontos Como ainda temos muitas informações relevantes para focar mos nesta unidade apresentemos apenas um apanhado geral buscando destacar as principais ideias e diretrizes a fim de que você alunoa pos sa estar informadoa e ciente das principais polí ticas públicas no campo da alimentação e nutrição Diante do exposto frisamos que a inserção a regulamentação e a organização das condutas de nutrição em todos os níveis de atenção à saúde proporcionaram uma qualificação dos saberes nutricionais promovendo o direcionamento de ações efetivas de diagnóstico tratamento preven ção e promoção aos cuidados alimentares a fim de que a população tenha seus direitos à alimen tação adequada garantidos em todas suas esferas 69 EDUCAÇÃO FÍSICA Figura 4 Alimentos e preparos saudáveis para garantia de saúde 70 Falamos até aqui das determinações e políticas pú blicas brasileiras pensadas para garantir e direcionar ações de atenção à saúde que garantam à população em geral nutrição e alimentação adequada Afinal como sabemos esses fatores são determinantes para a qualidade de vida e promoção da saúde Nesta aula agora falaremos sobre as reco mendações que diferentemente das políticas de finem como são instituídas a quantidade de ener gia e nutrientes que atendem às necessidades da maioria das pessoas ou de um grupo específico De uma forma geral podemos entendêlas a partir de dois olhares o dietético e dietoterápico O primeiro relaciona a escolha feita tendo como objetivo a promoção da saúde e o segundo com finalidade de tratamento PHILIPPI 2008 En tendendo a importância de uma alimentação equi librada e adequada para a população em geral Recomendações Nutricionais para Indivíduos Saudáveis 71 EDUCAÇÃO FÍSICA surge a necessidade de se estabelecer padrões e di retrizes Assim a distribuição e o acesso às infor mações seriam mais facilmente disponibilizadas para a população e os benefícios dessas atitudes alimentares positivas seriam mais abrangentes Os Estados Unidos EUA foram o primeiro país a organizar um conselho para estudar e determinar essas recomendações surgindo então o Food and Nutrition Bord Alguns anos depois com mesmo propósito surgiu a Food and Agriculture Organiza tionWorld Health Organization FAOWHO nesta que em sua última reunião em 1998 ocorreu a ela boração das Recommended Nutrient Intakes RNIs Após seis anos é publicada então sua segunda edi ção OLIVEIRA TAVARES DAL BOSCO 2015 É importante salientar que as recomendações são instrumentos que visam a planejamento prescrição e avaliação de dietas Todos os valores apresentados são baseados em pesquisas científicas observações epidemiológicas avaliações bioquímicas dos alimen tos e nutrientes ou seja são dados fidedignos que são articulados aos comportamentos ambientais acres centando as diferenças biológicas individuais que re sultam em valores de consumo alimentar adequados para a manutenção da saúde PHILIPPI 2008 A partir da evolução desses estudos e as dife renças epidemiológicas percebidas no ano de 1997 foi publicada a Dietary Reference Intake DRI que atualmente é divulgada em todo mundo apresen tando as recomendações oficiais OLIVEIRA TA VARES DAL BOSCO 2015 Observe que a partir de agora citaremos muitas siglas em língua inglesa elas se referem ao conjunto de valores de referência que compõem a DRI Para que você possa consultar as siglas sempre que tiver dúvida e compreendêlas apresentamos um quadro de legenda SIGLA LÍNGUA INGLESA TRADUÇÃO PORTUGUÊS DRI Dietary Reference Intake Ingestão Diária Reco mendada EAR Estimated Average Requirement Necessidade Média Estimada RDA Recommended Dietary Allowance Recomendação Diária de Ingestão AL Adequate Intake Ingestão Adequada UL Tolerable Upper Intake Level Nível Máximo Tolerável de Ingestão Quadro 1 Apresentação das principais siglas utilizadas Fonte os autores Agora você poderá consultar o quadro anterior sem pre que tiver necessidade Entendemos até aqui que a DRI representa o conjunto de valores de referência utilizados como parâmetros para o planejamento e a avaliação de dietas para indivíduos saudáveis A DRI apresenta em geral quatro valores de referên cia para ingestão dietética para um mesmo nutrien te sendo que a utilização de determinado valor está relacionada às características do indivíduo ou gru po OLIVEIRA TAVARES DAL BOSCO 2015 Como citamos no quadro anterior explicaremos como são conduzidos esses referenciais ESTIMATED AVERAGE REQUIREMENT EAR compreendido como a necessi dade média estimada esse conceito apre sentase como um valor médio de ingestão diária alimentar estimada para atender às necessidades nutricionais Valor presumi do para 50 de indivíduos saudáveis de um grupo em determinado estágio de vida de gênero Em linhas gerais são valores de re ferência que possibilitam estimar quantita tivamente a ingestão de nutrientes que de vem ser consumidos por pessoas saudáveis Esses valores são determinados por meio de pesquisas e análises criteriosas da literatura 72 científica e são utilizados principalmente para avaliar eou planejar o consumo de nu trientes em grupos populacionais RECOMMENDED DIETARY ALLOWA NCE RDA representa o nível de inges tão diária ou seja referese ao consumo adequado suficiente para que as neces sidades energéticas dos indivíduos sejam compreendidas retratando grupos de pessoas saudáveis ou seja sem deman da de consumo nutricional específico A RDA derivase matematicamente da EAR e do desviopadrão da necessidade no nu triente considerando a normalidade da ne cessidade do nutriente ou seja a distribui ção é assimétrica em torno da média e tanto média quanto mediana são iguais MAR CHIONI VILLAR FISBERG 2004 p 209 Assim podese entender que a RDA é defi nida como o valor que corresponde a dois desviospadrão acima da necessidade mé dia estimada ADEQUATE INTAKE AI é o valor médio de ingestão diária de um nutriente quando não podemos estabelecer os valores de EAR e RDA pois não há estudos disponíveis Será recomendado a partir de observação de con sumo eou dados experimentais e usado tam bém para propor quantidades de nutrien tes que parecem reduzir o risco de doença Exemplo não existem valores predetermina dos para proteína em bebês de 0 a 6 meses carboidrato para crianças de 0 a 12 meses flúor vitaminas D e K manganês entre ou tros Assim adotamse valores desses nu trientes em uma margem em que o consumo não será prejudicial à saúde TOLERABLE UPPER INTAKE LEVEL UL referese ao nível máximo limite de ingestão diária de um determinado nu triente que pode ser consumido sem desen volver doenças e produzir efeitos adversos à saúde Valor amostral referente à maioria dos indivíduos em um determinado gênero e estágio da vida Importante ressaltar que à medida que a ingestão aumenta acima da UL aumenta o risco potencial à saúde Não pode ser entendido como um valor re comendado mas sim um nível de ingestão com alta probabilidade de ser tolerado bio logicamente ou seja não causar problemas Para explicar a distribuição das recomendações apresentaremos uma figura que representará os va lores anteriormente descritos Porcentagem de indivíduos Distribuição da necessidade média do nutriente EAR necessidade média estimada RDA ingestão dietética recomendada AI ingestão adequada UL nível máximo tolerável de ingestão EAR RDA AI UL 2 DP Descrição da Imagem Imagem ilustrativa que apresenta uma curva de normalidade para a necessidade média de nutrientes em relação ao percentual de indivíduos que as consome Na figura há um gráfico que possui uma linha de disposição média representando a Necessidade Média Estimada A dois desviospadrões da média há outra linha referindose à Recomendação Diária de Ingestão RDA na amplitude máxima há uma terceira linha remetendose à Ingestão Adequada e no extremo além da curva há o Nível Tolerável de Ingestão repre sentado por uma quarta linha Figura 5 Modelo para os valores de referência da dieta Fonte Marchioni Villar e Fisberg 2004 p 208 73 EDUCAÇÃO FÍSICA De uma forma geral de acordo com a explicação an terior podemos organizar as recomendações de acor do com as necessidades Por exemplo os valores de RDA e AI são considerados metas de ingestão já os valores de EAR e UL são utilizados para avaliação de dietas considerando nesse caso que uma ingestão alimentar abaixo da EAR e acima de UL apresenta alta possibilidade de inadequação e por consequên cia efeitos adversos FISBERG et al 2005 É necessário salientar que todas essas recomen dações são pautadas e diretamente ligadas às po pulações dos EUA e Canadá pois foram exploradas nesses países Não existem pesquisas especifica mente brasileiras que promovam esses resultados e o mundo inteiro acaba utilizando esses referenciais No entanto é necessário que toda vez que ouvir mos falar sobre essas recomendações no Brasil saber mos que adaptações devem ser feitas afinal nosso pa drão alimentar é diferente PADOVANI et al 2006 Lembrando que todos esses valores são refe ridos especificamente aos nutrientes ou seja uma abordagem bem profunda e complexa da nutrição É importante salientar que todos esses conceitos e recomendações de nutrição são ape nas apresentados para que você tenha conheci mento e entenda como funciona o processo No entanto nós da educação física não temos pro priedade intelectual e técnica para prescrever e orientar dietas alimentares isso fica sob respon sabilidade do profissional de nutrição Descrição da Imagem Imagem representativa de uma vasilha em formato de coração repleta de alimentos naturais e saudáveis e um estetoscópio representando a importância do que nos alimentamos para a saúde cardiovascular Figura 6 Recomendações alimentares adequadas que protegem o sistema cardiovascular 74 Guia Alimentar para População Brasileira 75 EDUCAÇÃO FÍSICA Até o presente momento vimos nesta unidade va riadas informações sobre recomendações alimenta res Iniciamos falando sobre como são estruturadas as políticas públicas relacionadas à nutrição e ali mentação no Brasil Falamos também sobre como são e se organizam as recomendações nutricionais no âmbito mundial por meio das DRIs Diante de todo esse contexto fica claro que estudar e aprender sobre nutrição vai muito além apenas de conhecermos os tipos de alimentos seus nutrientes e como estes atu am sobre o organismo humano Como podemos ob servar as recomendações compreendem os compo nentes nutricionais com suas particularidades e são desenvolvidas a fim de determinar a quantidade ideal para consumo seguindo padrões internacionais É necessário neste momento diferenciar as DRIs do Guia Alimentar As DRIs são recomendações ge rais de ingestão específica de nutrientes ou seja sa ber que determinado alimento é composto por tan tas gramas de vitamina C proteína gordura cálcio entre outros O Guia Alimentar é amplo e constituí do pelos grupos de alimentos genuinamente cons truídos entendendo as especificidades da população brasileira dentro dos seus variados contextos cultu rais geográficos sociais políticos e econômico por exemplo porção diária de carboidratos proteínas gorduras frutas etc OLIVEIRA TAVARES DAL BOSCO 2015 JÚNIOR et al 2013 Respeitando nossa cultura o Guia Alimentar é construído com objetivo de simplificar e otimi zar os conhecimentos de nutrição e alimentação de uma forma que a população possa acessálo conhecêlo e assim fazer suas escolhas alimen tares de forma segura colocando em primeiro lugar a promoção da saúde Além disso o Guia viabiliza o reconhecimento das diretrizes da Po lítica Nacional de Alimentação e Nutrição O primeiro Guia Alimentar a ser estruturado no Brasil é recente foi em 2006 e por consequ ência das constantes modificações e transições em 2014 foi lançada uma nova edição fazendo algumas reformulações pontuais BRASIL 2006a BRASIL 2014 Faremos uma abordagem geral de ambas as edições pois elas trazem recomendações pontuais e citam os princípios básicos para a cons trução de uma alimentação adequada O Guia Ali mentar de 2006 conduz suas orientações seguindo nove princípios os quais citaremos a seguir e seus principais pontos para que a partir deles você possa compreender como são pensadas e estrutu radas as recomendações alimentares no Brasil Princípio da Abordagem Integrada O ponto relevante nesse princípio relacionase ao fato de estruturar uma abordagem que não atue evidenciando apenas um determinado tipo ou grupo de pessoas que apresentam uma doença es pecífica relacionada à alimentação Nesse contexto apoiamse as orientações de acordo com o surgimento e as descobertas dos agravos à saúde ocasionados por deficiências nu tricionais ou por consequência do surgimento de doenças crônicas não transmissíveis estas que são totalmente relacionadas ao perfil alimentar Princípio do Referencial Científico e a cultura alimentar Para direcionar as práticas alimentares adequadas é necessário pautarse em estudos e pesquisas pois essas apresentam padrões alimentares que foram tradicionalmente construídos e consolidados 76 Seguindo os padrões estabelecidos o presente Guia retrata as características que devem determinar a construção das dietas alimentares A constituição da dieta deve ser rica em grãos pães massas tubérculos raízes e outros alimentos com alto teor de amido preferencialmente na sua forma integral Ri cas e variadas em frutas legumes e verduras e e leguminosas feijões e outros alimentos que fornecem proteínas de origem vegetal Incluem pequenas quantidades de carnes la ticínios e outros produtos de origem animal Em consequência contêm fibras alimenta res gorduras insaturadas vitaminas mine rais e outros componentes bioativos Contêm também baixos teores de gorduras açúcares e sal BRASIL 2006a p 31 Princípio do referencial positivo Quando falamos de positivo buscase eviden ciar a importância de promover uma abordagem que seja mais propositiva ou seja que apresente as vantagens de estabelecer escolhas alimentares saudáveis para estimular e promover um impulso favorável e benéfico para dieta e não apenas pre dizer o que não se deve fazer Isso reforça a ideia da busca por conhecimento e autonomia da popula ção como reflexo de diretrizes que conduzam o en tendimento e assim a promoção de uma alimen tação saudável e promotora de qualidade de vida Princípio da explicação de quantidades Baseiase na necessidade de predizer quais são as quantidades adequadas e limites que devem ser se guidos para considerar a alimentação segura Con tudo apenas citar em termos qualitativos é insu ficiente assim como forma de instrumentalizar e orientar é necessário propor quantidades e limites exatos ou seja numéricos Desse modo as ações e escolhas alimentares serão mais práticas e assertivas Princípio da variação de quantidades Toda diretriz quantitativa apresenta uma margem de variação de seus valores que representa em termos gerais uma margem de erro Normalmente esses valores variam entre 10 ou três ou mais porções sendo estas sempre apresentadas em forma de por centagem ou proporção Sabemos que o consumo de energia é variável e essa variabilidade depende de outros determinantes como por exemplo sexo idade nível de atividade física entre outros No entanto como citamos é necessário esti pularmos um valor básico considerando o indi víduo saudável Então seguindo esses critérios o Guia propõe uma ingestão média diária de 2000 quilocalorias Kcal Assim fica determi nada essa quantidade calórica base para todos os brasileiros em fase adulta e com condições de saúde equilibradas 77 EDUCAÇÃO FÍSICA Princípio do alimento como referência Quando falamos de alimentação nossa mente automaticamente já visualiza um alimento que nos desperta prazer dificilmente pensaremos o alimento em seu âmbito nutricional mas esses significados são facilitadores do nosso aprendiza do alimentar e norteiam nossas escolhas durante toda a vida Assim esse princípio destaca que a compreensão e a efetividade das escolhas alimen tares colocam o alimento como indicador atuan do como facilitador para a compreensão da popu lação sobre as adequações alimentares Princípio da Sustentabilidade Ambiental O foco desse princípio é promover e evidenciar o incentivo ao consumo de alimentos mais naturais possíveis isso significa não apenas o consumo do alimento mas sim toda a cadeia produtiva da qual ele participa até chegar em nossas mesas Preocupase então em apoiar e valorizar a cultu ra dos alimentos produzidos de forma sustentável dando reforço às pequenas culturas à agricultura familiar e assim à diminuição do uso de recursos agressores à natureza Afinal promover uma ali mentação adequada está totalmente relacionado ao modo de produção ao uso de fontes ecologica mente corretas e ao modo que essa produção im pacta social e ambientalmente nossas vidas Princípio Originalidade Guia Alimentar Esse princípio retrata a direcionalidade envolvida na construção dessas recomendações Embora o Brasil há anos já apresente políticas públicas que direcionam o direito à alimentação adequada ao brasileiro apenas por meio da publicação deste Guia Alimentar é que foram estabelecidas as pri meiras diretrizes oficiais para alimentação dos bra sileiros Com isso é importante ressaltar que todas as orientações os princípios e diretrizes foram pen sados e estruturados seguindo as particularidades culturais do país a fim de estruturar ações que de fato sejam representativas e diretivas à população Princípio Abordagem Multifocal Esse princípio referese ao direcionamento das di retrizes que são estruturadas Existem quatro cate gorias que são expressas a primeira é direcionada a todas as pessoas individualmente mesmo sendo em diferentes contextos a segunda relacionase às recomendações destinadas aos setores públicos e privados governo e indústria a terceira está vin culada aos profissionais da saúde que trabalham e se articulam diretamente com as escolhas alimen tares e as consequências delas sejam positivas ou negativas e a quarta e última categoria ajusta as recomendações para o grupo familiar É importante ressaltar que todas as recomenda ções e diretrizes serão articuladas e determinadas de acordo com a categoria por exemplo as recomenda ções de um alimento serão estabelecidas no âmbito individual diferentemente do grupo familiar Você acabou de ler um pouco sobre os princí pios articuladores do Guia Alimentar 2006 a par tir deles são estruturadas as recomendações e dire trizes bem como construídos os valores equivalentes de consumo para cada alimentogrupo alimentar 78 Dentro do Guia são apresentados os valores específicos de referência para diferentes grupos alimentares segundo recomendações calóricas porções diárias e valor energético médio por porção Kcal É importante destacar que esses valores envolvem uma dieta rica em diferentes alimentos alguns comuns e facilmente en contrados e outros nem tanto Outro fator a ser considerado é que essa recomendação é baseada na ingestão média padrão de 2000 Kcal Grupo de Alimentos Recomendação calórica média do grupo Kcal Número de porções diárias do grupo Valor energético mé dio por porção Kcal Cereais tubérculos raízes e derivados 900 6 150 Feijões 55 1 70 Frutas e sucos de frutas naturais 210 3 70 Legumes e verduras 45 3 15 Leite e derivados 360 3 120 Carnes e ovos 190 1 190 Óleos gorduras e sementes oleaginosas 73 1 73 Açúcares e doces 110 1 110 Quadro 2 Número de porções diárias e valor energético médio das porções segundo os grupos alimentares do Guia Alimentar para a População Brasileira Fonte adaptado de Brasil 2006a Figura 7 Diversidade de alimentos que compõe uma dieta equilibrada Descrição da Imagem Imagem ilustrativa composta por alimentos que possuem macronutrientes de boa qualidade como frutas verduras cereais ricos em carboidratos vitaminas e fibras peixes e carnes ricos em gorduras e proteínas entre outros 79 EDUCAÇÃO FÍSICA Apresentamos até aqui os principais pontos re lacionados ao Guia Alimentar para a População Brasileira de 2006 como já citado foi o primeiro documento oficial que explorou todas as particu laridades culturais e sociais do país Sua estrutura se articula com as determinações internacionais de nutrição e alimentação para criar um referen cial alimentar que atendesse à demanda da popu lação e assim promover e estimular a autonomia na escolha alimentar e por consequência promo ver hábitos de vida promoventes de saúde Além do Guia lançado no ano de 2006 uma nova edição foi disponibilizada a populações buscando acrescentar alguns pontos relevantes a fim de ins trumentalizar ainda mais a população sobre os refe renciais de alimentação Usando a mesma estratégia nesse momento apresentaremos um apanhado geral do Guia Alimentar versão atualizada de 2014 desta cando pontos que acreditamos ser os mais pondera dos para nós da área da educação física Para iniciarmos as especificidades do Guia Ali mentar também falaremos sobre seus princípios norteadores pois como vimos até aqui dentro das organizações e políticas os princípios são os res ponsáveis por direcionar e estruturar o desenvol vimento das ações Nesta nova edição o Guia se sustenta em cinco princípios sendo eles Alimentação é mais que ingestão de nu trientes esse princípio baseiase no en tendimento de que a alimentação é um ato muito mais complexo e cheio de significa dos do que o simples fato de comer uma fruta por exemplo e saber quais os valores nutricionais nela existentes Alimentarse é uma combinação entre os elementos nutri cionais a forma com que esses alimentos são preparados como eles serão consumi dos e além disso entender as representa ções sociais e culturais que determinado alimento pode apresentar Recomendações sobre alimentação devem estar em sintonia com seu tempo quando se retrata a importância do tempo não es tamos falando em horas cronológicas mas sim como retrato da atualidade Tendo esse pensamento como referência entendemos que estabelecer sintonia com o tempo é se reconhecer no agora como produtores das nossas escolhas Além disso é reconhecer que vivemos em constante mudança e tran Para elucidar como essas recomendações funcionam na prática foi realizada uma pesquisa na cidade de São Paulo com objetivo de investigar a adesão das recomendações do Guia Alimentar entre a popula ção Foram investigadas 1661 pessoas que por meio de um registro alimentar de 24 horas descreveram seus comportamentos alimentares diários Como resultado podese observar que 80 da população consome leite e derivados frutas e sucos de frutas cereais tubérculos e raízes abaixo dos valores reco mendados Para o consumo de legumes e verduras esse valor chegou a 60 30 feijão e 8 para carnes e ovos Assim concluise que o consumo dessa po pulação se encontra fora dos valores de referência e com isso está mais sujeita ao desenvolvimento de doenças crônicas JÚNIOR et al 2013 Estamos vivendo um paralelo muito grande sabe mos tudo que devemos ou não consumir somos bombardeados de informações o tempo todo Por que é tão difícil incorporar esses comportamentos alimentares adequados em nossa vida cotidiana REFLITA 80 sições e cada fase etapa que vivemos de terminará a forma como nos alimentamos Em outros momentos desta aula citamos o exemplo que mais representa essas mudanças Vivíamos em um país onde enfrentávamos a maior crise de desnu trição infantil para atualmente vivermos uma epi demia de obesidade Assim observamos a inversão de uma vida com escassez de alimentos para uma com abundância de alimentos ultraprocessados e com excesso de comportamentos sedentários Assim precisamos entender que embora haja oferta dos alimentos e das facilidades do nosso tempo é necessário utilizarmos de todo acesso à in formação e conhecimento para buscar uma alimen tação equilibrada como fonte de saúde Pois ao mes mo tempo que vemos o crescimento acelerado de alimentos fast food podemos observar um novo mercado em crescimento o de alimentos in natura Alimentação adequada e saudável deriva de sistema alimentar social e ambientalmente sustentável Neste ponto levantase a discussão sobre a produção dos alimentos Sabemos que a forma de produção dos alimentos se modificou muito nos últimos anos antes tínhamos muitas pessoas trabalhando na zona rural com a agricultura familiar atualmente temos uma descentralização da pequena agricultura e o surgimento de uma grande indústria alimentícia A forma de produção e distribuição dos ali mentos vem sofrendo forte influência do mer cado os agricultores perderam a autonomia e o espaço as formas de cultivo manejo e organiza ção da mão de obra já não são otimizadas estão acabando os cultivos conscientes e com isso os alimentos produzidos com qualidade estão cada vez mais escassos na mesa do brasileiro Para suprir as necessidades do mercado criamse então novos sistemas alimentares que possuem ca racterísticas bem distintas da agricultura tradicional O foco é em torno das monoculturas ou seja cultivo exclusivo de um determinado alimento que gera mui tos subprodutos no caso principalmente daqueles que são usados como matéria prima para produção de alimentos ultraprocessados ou para ração para animais um forte exemplo disso é o cultivo da soja Em geral esta aula busca ressaltar a necessidade de estarmos atentos não apenas ao consumo mas à origem dos alimentos buscando valorizar os siste mas de produção e distribuição que sejam social e ambientalmente sustentáveis Diferentes saberes geram o conhecimento para a formulação de guias alimentares Esse princípio busca nortear a aquisição do conheci mento para o desenvolvimento de orientações que se jam pertinentes às características da população Como estudantes sabemos que produzir conhecimento não é algo tão simples exige dedicação pesquisa leitura ou seja múltiplos saberes Assim a busca por produ zir um material que represente a população envolve dominar e compreender as descobertas científicas e as articular com as experiências construídas histori camente Ressaltase nesse momento que o conheci mento exposto no Guia Alimentar advém de estudos experimentais clínicos populacionais e antropológi cos somados aos padrões alimentares tradicionais 81 EDUCAÇÃO FÍSICA Guias alimentares ampliam a autonomia nas escolhas alimentares Desde o início desta aula apresentemos o princi pal objetivo da construção de um guia alimentar que é promover conhecimento e instrumentalizar a população com informações para que esta se sinta apta para buscar uma alimentação adequada equi librada e acima de tudo saudável Este princípio da autonomia vem enfatizar esse objetivo levantando a discussão sobre as escolhas alimentares e os reflexos destas na vida de cada um É certo afirmar que escolher um alimento sau dável muitas vezes não depende apenas de nós mas sim do ambiente em que vivemos do bairro em que moramos pois tudo isso influencia dire tamente a escolha dos alimentos Por exemplo se você mora na zona rural consumir alimentos de hortas frescos frutas diretamente do pé é um com portamento habitual no entanto para as pessoas de grandes cidades ter acesso a alimentos assim apresenta um custo muito maior que em muitos casos não condiz com as possibilidades reais O Guia Alimentar brasileiro retrata quais são os alimentos ideais como devem ser cultivados armaze nados e preparados sempre apresentando as condições perfeitas mas também enfatiza a realidade da nossa população e sabe que em muitos casos o perfeito fica muito distante do real O importante nesse senti do é absorvermos todo o conhecimento entendendo todas as especificidades e buscar nos tornarmos pesso as que tenham habilidades e autonomia para promover escolhas alimentares que sejam promotoras de saúde Como profissionaisprofessoresas embora nos so foco não seja a prescrição e orientação de dietas é importante que busquemos expandir e repassar essas informações a todos a nossa volta para que assim como seres sociais responsáveis e atuantes possamos contribuir para a melhoria da qualidade de vida e saúde de todos a nossa volta Finalizamos até aqui a apresentação dos princí pios que norteiam o Guia Alimentar para a População Brasileira podemos com base neles entender como são organizadas e pensadas essas diretrizes e o mais importante compreendemos que todo ele é estrutu rado e pensado seguindo as características do nosso país com todas suas diferenças e singularidades Dando sequência à apresentação dos princi pais tópicos do Guia Alimentar chegamos agora no momento em que consideramos o ponto alto Aprenderemos como efetivamente escolher os ali mentos seguindo critérios e classificações adequa das Anteriormente chegamos a citar os alimentos in natura processados pois bem agora explicare mos mais detalhadamente essas categorias alimen tares e salientaremos como elas são determinantes na busca por uma alimentação adequada e saudável A categorização dos alimentos dependerá dos ti pos de processos por quais o alimento passou Nós os separamos em quatro diferentes categorias Sugiro que fique bem atentoa a esses conceitos A primeira ca tegoria referese aos alimentos in natura ou minima mente processados Como você já pode imaginar os alimentos in natura são os alimentos livres de qualquer processo são aqueles que você adquiriu diretamente de plantas ou animais e que não sofreram alteração nenhuma Já os alimentos minimamente processados são os alimentos in natura que sofreram alguma al teração contudo alteração considerada mínima por exemplo raízes e tubérculos lavados corte de carne resfriados congelados e até o leite pasteurizado 82 Esses pequenos processamentos que os alimentos passam envolvem por exemplo processos de limpe za remoção de partes não comestíveis ou indesejá veis fracionamento moagem secagem fermentação refrigeração congelamentos entre outros É necessá rio ressaltar que nessa categoria os alimentos passam por esses processos no entanto para serem conside rados minimamente processados não deve ocorrer a adição de qualquer outro alimento Alimentos in na tura e minimamente processados Legumes verduras frutas batata mandioca e outras raízes e tubérculos in natura ou embala dos fracionados refrigerados ou congelados Arroz branco integral ou parboilizado a granel ou embalado Milho em grão ou na espiga grãos de trigo e de outros cereais Feijão de todas as cores lentilhas grão de bico e outras leguminosas cogume los frescos ou secos Frutas secas sucos de frutas e sucos de frutas pasteurizados e sem adição de açúcar ou outras substâncias Castanhas nozes amendoim e outras ole aginosas sem sal ou açúcar cravo canela especiarias em geral e ervas frescas ou secas Farinhas de mandioca de milho ou de trigo e macarrão ou massas frescas ou se cas feitas com essas farinhas e água Carnes de gado de porco e de aves e pes cados frescos resfriados ou congelados Leite pasteurizado ultrapasteurizado longa vida ou em pó iogurte sem adi ção de açúcar Ovos Chá café e água potável BRASIL 2014 p 29 A segunda categoria corresponde aos produtos ex traídos de alimentos in natura ou diretamente na natureza são usados habitualmente para temperar cozinhar e na criação de preparações culinárias são eles óleos gorduras sal e açúcar Embora a indústria alimentar domine o mercado fabricando alimentos ultraprocessados e extre mamente tóxicos de um outro lado é possível observar o desenvolvimento potencial da produção de orgânicos No Brasil dados recentes apontam crescimento no faturamento de 4 bilhões de reais colocando o país como o maior produtor de orgâni cos da América Latina Sabese também que 15 da população já consome esse tipo de alimento no entanto o perfil dos consumidores são pesso as acima de 55 anos ou seja pessoas com maior consciência sobre os benefícios de uma alimenta ção natural Fonte Brasil 2020 online SAIBA MAIS 83 EDUCAÇÃO FÍSICA O consumo desses alimentos deve sempre ser em moderação e equilibrado afinal nos óleos estão presentes a gordura saturada e no sal o sódio To dos eles consumidos em grande quantidade podem causar sérios danos à saúde principalmente o sur gimento de doenças crônicas degenerativas como hipertensão diabetes obesidade entre outras As sim é muito importante ficarmos atentos ao con sumo optando por alimentos que não contenham em seu processo de preparo a adição de grandes quantidades Exemplos Óleos de soja de milho de girassol ou de oliva Manteiga Banha de porco Gordura de coco Açúcar de mesa branco demerara ou mascavo Sal de cozinha refinado ou grosso BRASIL 2014 p 34 A terceira categoria corresponde àqueles alimen tos in natura ou minimamente processados que foram fabricados com adição de sal ou açúcar e ou que sofreram pequenas modificações Deno minamos esse grupo alimentos de processados Os alimentos que passam por esse processo pas sam por uma modificação provenientes de pro cessos que visam principalmente à conservação e durabilidade dos alimentos antes in natura ou minimamente processados Essas técnicas podem envolver cozimento secagem fermentação acondicionamento dos alimentos a latas ou vidros e uso de métodos de preservação como salga salmoura cura ou defu mação Esse grupo de alimento não é recomenda do pelo Guia visto a inserção de muitos processos e alterações do alimento que em muitos casos perdem seu potencial nutritivo e passam a ser pre judiciais à saúde Exemplos Cenoura pepino ervilhas palmito cebola cou veflor preservados em salmoura ou em solução de sal e vinagre Extrato ou concentrados de tomate com sal e ou açúcar Frutas em calda e frutas cristalizadas Carne seca e toucinho Sardinha e atum enlatados Queijos Pães feitos de farinha de trigo leveduras água e sal BRASIL 2014 p 38 A quarta categoria de alimentos referese ao pior grupo de alimentos são os ultraprocessados den tro das recomendações de saúde são os que co nhecemos como evitar ou consumir com mode ração Assim já percebemos que esses alimentos são extremamente maléficos para saúde e deve mos ficar atentos pois muitas vezes os consumi mos sem devida atenção Em geral eles apresentam uma quantidade mí nima de alimentos in natura ou minimamente pro cessados que passam por formulações industriais feitas pela inclusão de outras substâncias extraídas ou derivadas de diferentes alimentos ou até mes mo sintetizadas em laboratórios e que passam por processos químicos de manufatura Ou seja nessa categoria os alimentos são totalmente fabricados Já sabemos que esse tipo de alimento é o vilão da nossa alimentação e pode afetar drasticamente nossa saúde Contudo em muitos casos podemos ficar em dúvida se um alimento é ultraprocessado ou não para isso o Guia apresenta uma dica obser ve o rótulo dos alimentos no que diz respeito à com posição caso observe um grande número de ingre 84 dientes cinco ou mais nomes diferentes poucos conhecidos e muitos derivados de gordura pode ter certeza que esse alimento faz parte desse grupo então eviteo Exemplos Vários tipos de biscoitos sorvetes balas e gulo seimas em geral Cereais açucarados para o desjejum matinal Bolos e misturas para bolo Barras de cereal Sopas macarrão e temperos instantâneos Molhos salgadinhos de pacote Refrescos e refrigerantes Iogurtes e bebidas lácteas adoçados e aromati zados Bebidas energéticas Produtos congelados e prontos para aquecimento como pratos de massas pizzas hambúrgueres e extratos de carne de frango ou peixe empanados do tipo nuggets salsichas e outros embutidos Pães de forma pães para hambúrguer ou hot dog pães doces e produtos panificados cujos ingre dientes incluem substâncias como gordura vegetal hidrogenada açúcar amido soro de leite emulsi ficantes e outros aditivos BRASIL 2014 p 41 Compreender como são categorizados os grupos de alimentos e como eles se organizam é uma das pe çaschave desta aula afinal os conceitos e conteúdos sobre nutrição e alimentação são direcionados pelo entendimento anteriormente citado Então tenha claro em sua cabeça a diferença entre os alimentos in natura ou minimamente processados processa dos e ultraprocessados pois isso oa ajudará na es colha de alimentos para seu consumo e também na orientação educacional para seus alunos e clientes Dentro das especificidades apresentadas no final do Guia Alimentar os autores buscaram deixar evi dentes algumas dicas essenciais na busca por uma ali mentação equilibrada Vamos apresentálas e espera mos que a partir do que vimos até aqui e de tudo que ainda discutiremos neste livro você possa construir conhecimento suficiente para colocar em prática esses comportamentos e divulgar entre seus ciclos sociais Dez passos para uma alimentação adequada e saudável 1 Fazer de alimentos in natura ou minima mente processados a base da alimentação 2 Utilizar óleos gorduras sal e açúcar em pe quenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias 3 Limitar o consumo de alimentos processados 4 Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados 5 Comer com regularidade e atenção em am bientes apropriados e sempre que possível em companhia 6 Fazer compras em locais que ofertem varie dades de alimentos in natura ou minima mente processados 7 Desenvolver exercitar e partilhar habilidade culinárias 8 Planejar o uso de tempo para dar à alimenta ção o espaço que ela merece 9 Dar preferência quando fora de casa a locais que servem refeições feitas na hora 10 Ser crítico quanto a informações orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais BRASIL 2014 85 EDUCAÇÃO FÍSICA Acreditamos que com essas informações adquiridas acerca das recomendações sobre alimentação você se sinta aptoa e estimuladoa a promover escolhas alimentares mais saudáveis não apenas para você mas para todo seu círculo social E como profissional tenha capacidade de incorporar ao seu exercício de profissão esse conhecimento e tornarse uma profissional capacitadoa para orien tar e direcionar seus alunosclientes para uma vida com mais qualidade e saúde Figura 8 Alimentos in natura ou minimamente processados Descrição da Imagem Imagem que mostra uma série de alimentos in natura que podem melhorar nosso aporte nutricional e predispor o organismo a uma condição mais saudável como carnes magras legumes e verduras peixes fígado e cereais 86 Como vimos na aula anterior as recomendações nu tricionais e guias alimentares são utilizados para ins truir e estimular a população em geral repassando os principais conceitos e determinantes com o ob jetivo de promover a autonomia frente às escolhas alimentares No entanto em muitos casos não se tem interesse em ler por completo os guias até por que não é um hábito comum da sociedade pesqui sar e estudar essas recomendações Pensando nisso as organizações sistematizam essas recomendações utilizando elementos gráficos ou seja figuras repre sentativas Isso acontece por todo mundo cada país seguindo suas recomendações constrói figuras que simbolizam sua cultura popular É importante ressaltar que em cada figura devese atender a pelo menos três requisitos bá sicos mensagem de variedade e de proporciona lidade e serem culturalmente aceitos pela popu lação FISBERG et al 2005 Para que possamos compreender como são construídas e organiza das graficamente essas recomendações teremos o exemplo elaborado por Molina 2008 que pu blicou em um Guia Alimentar as representações gráficas de alguns países da América Latina Pirâmide Alimentar Brasileira 87 EDUCAÇÃO FÍSICA MÉXICO EVITAR PRODUTOS COMO Batatas fritas Nuguets Cachorro quentes Hambúrgueres e embutidos Refrigerantes Sucos artifciais e águas saboreadas Lanches Alfajors e biscoitos recheados Sorvetes e guloseimas Caldos Sopas instantâneas e acompanhamentos Se está longe desta meta inicie com pequenas trocas e irá desfrutar de efeitos positivos O que você irá fazer hoje para alcançar essa meta ATIVIDADE FÍSICA SAL E AÇÚCAR URUGUAI DESFRUTE DA COMIDA COMA SAUDÁVEL E SE MEXA Uma alimentação saudável compartilhada e agradável nos dá bemestar e se somada à ativi dade física de forma habitual nos sentiremos muito melhores Mostramoslhes os diferentes grupos de alimentos e em que proporção devem ser consumidos Tente consumilos ao longo do dia ÁGUA COSTA RICA VEGETAIS E FRUTAS PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL ÓLEOS E AÇÚCARES CEREAIS LEGUMINOSAS E VEGETAIS FARINHENTOS CÍRCULO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL Descrição da ImagemRepresentação das diferentes distribuições alimentares de três países da América Latina São três imagens representativas A primeira referese ao país México que apresenta duas distribuições alimentares em formato de círculo dispondo de três grupos alimentares divididos igualmente sendo essas leguminosas e alimentos de origem animal cereais e verduras e frutas A figura ao meio representa o país Uruguai utilizase do círculo para representar suas orientações alimentares Em um grande círculo os alimentos estão divididos em sete grupos sendo os maiores verduras e legumes e os das pães farinhas massas arroz e batatas depois o grupo das frutas e seguindo ordem proporcional o grupo dos leites e queijos carnes pescados e ovos sementes e azeites e por último os açúcares e doces Ao redor do centro há destaque para comportamentos adequados na parte superior do círculo a indicação da realização de atividades físicas e na parte inferior a orientação para uma alimentação consciente sem distrações Abaixo do círculo indicação de mais atividade e menos sal e de alimen tos que devem ser evitados como babatas fritas hambúrguer empanados de frango salgadinhos macarrão instantâneos e caldos refrigerantes e sucos artificiais sorvetes e doces A terceira figura representa o Círculo da alimentação saudável da Costa Rica nela são apresentados quatro grupos alimentares sendo o maior destinado a cereais verduras e legumes depois os grupos dos vegetais e frutas na sequência os alimentos de origem animal e por último em menor proporção os óleos e açúcares Ao redor do círculo imagens de um copo de água e prática esportivas 88 Observando a figura anterior é possível identi ficar facilmente as diferenças entre os países e assim compreender suas dimensões alimentares e culturais No Brasil a primeira pirâmide alimen tar foi adaptada e era baseada em três diferentes planejamentos de consumo energético sendo em 1600 Kcal 2200 Kcal e 2800 Kcal Contudo a publicação do Dietary Guidelines for Americans em 2005 juntamente com a legislação para rotu lagem dos alimentos e o Guia Alimentar para a População Brasileira sentiu a necessidade de rea lizar uma adaptação onde a dieta alimentar seria baseada em apenas 2000 Kcal PHILIPPI 2008 Após essa adaptação surgiu a necessidade de atu alizar a pirâmide e em 2013 então foi publicada a Pirâmide Alimentar Brasileira que utilizamos até hoje e que apresentaremos para você agora Como podemos observar a pirâmide é dividida em 8 grupos cada um apresenta os seus grupos alimentares juntamente com as porções e quanti dades recomendadas Grupo 1 representados pela base da pirâmi de pois são os alimentos que devem ser mais consumidos durante o dia Encontramse os pães cereais arroz e massas e devem ser con sumidos por seis porções ao dia Grupos 2 e 3 são os grupos das verduras legumes e frutas Devese consumir diaria mente três porções de verduras e legumes e três porções de frutas Grupo 4 é o grupo do leite iogurte e queijos Além das proteínas são as principais fontes de cálcio seu consumo deve ser de três por ções diariamente Grupos 5 e 6 são os grupos das carnes aves peixes ovos e dos feijões e oleaginosas O consumo deve ser administrado em uma porção de carnes e ovos e uma porção de fei jões e oleaginosas Grupos 7 e 8 são os grupos das gorduras e óleos e dos açúcares e doces Estão no topo da pirâmide e isso indica que deve ser o me nor consumo apenas uma porção por grupo GOMES SANTOS 2014 Para dar mais informações sobre esse perfil ali mentar do brasileiro foi realizada uma pesquisa de nível nacional em que 60202 pessoas de am bos os sexos participaram dela no ano de 2013 O objetivo era medir a magnitude das desigualda des sociais em relação ao perfil da qualidade ali mentar Foram feitas entrevistas que verificaram o consumo alimentar de acordo com sexo raça cor renda escolaridade e posse de plano de saúde Descrição da Imagem Pirâmide alimentar brasileira composta em sua base por alimentos ricos em carboidratos como cereais e raízes compondo 6 porções diárias acima há o grupo de legumes verdura e o de frutas porcionando 3 vezes diárias acima estão os derivados do leite 3 porções carnes e ovos 1 porção e feijão e oleaginosas 1 porção e no topo da pirâmide estão os óleos e gorduras 1 porção e açúcares e doces 1 porção Figura 10 Pirâmide Alimentar Brasileira Fonte Philippi 2008 p 19 89 EDUCAÇÃO FÍSICA Foram realizadas análises estatísticas cruzan do esses dados e como resultados tivemos o destaque para maior prevalência de consumo de alimentos saudáveis entre mulheres brancos e no grupo de melhor nível socioeconômico Esse mes mo grupo também apresentou mais consumo de alimentos não saudáveis como doces sanduíches salgados e pizzas Em geral os pesquisadores pu deram verificar uma desigualdade social no perfil alimentar MEDINA et al 2019 Conforme podemos observar a pirâmide ali mentar é constituída basicamente por alimentos simples e comuns da nossa cultura o que torna supostamente mais fácil seguir essas orientações e construir uma alimentação adequada e saudável Como é proposto no Guia Alimentar seguir essas orientações e construir autonomia por nos sas escolhas alimentares não é uma tarefa tão di fícil assim Por isso reforçamos a importância desse conhecimento para nossa profissão afinal estamos presentes tanto no campo educacional escolas como também em outros espaços Embora seja tão fácil e simples seguir essas re comendações vimos frequentemente pessoas se lamentando sobre as deficiências nutricionais ou desequilíbrios da composição corporal seja pelo consumo excessivo de determinados alimentos ou pelas carências deles Nossa missão aqui é absorver todo esse conhecimento e espalhálo para que além de bons profissionais sejamos bons cidadãos 90 considerações finais Chegamos ao final desta unidade acreditamos que depois de tudo que você leu as dúvidas só cresceram né Isso é ótimo afinal o conhecimento se constrói a partir da nossa inquietação e de sempre acharmos que não estamos entendendo nada Assim nossas buscas são maiores e a cada descoberta um novo horizonte aparece Iniciamos nossos estudos entendendo o quão é fundamental saber um pouco sobre a história do Brasil referente às políticas de nutrição e alimentação pois estas são os marcos iniciais da nossa luta ao direito à alimentação e nutrição e por meio de las que são direcionadas as ações de atenção à saúde Nesse seguimento também pudemos compreender como o nosso SUS é organizado para atender à população Na busca por contextualizar o perfil da população e o sistema social em que vivemos fa lamos sobre as transições demográficas e nutricionais e como elas são determinantes nas condições de saúde Apresentamos as DRIs que são as recomendações nutricionais mais importantes pois determinam como deve ser nossa ingestão de nutrientes de forma global Buscando instrumentalizar você alunoa para uma atuação profissional de qualida de falamos sobre o Guia Alimentar para a População Brasileira destacando os seus princípios norteados e a importância de conhecermos o tipo de alimento que estamos consumindo para assim praticarmos e orientarmos escolhas alimentares inteligentes preferencialmente consumindo alimentos in natura ou minimamente processados No final da unidade falamos sobre a Pirâmide Alimentar e sua atuação como agente facilitador na compreensão sobre as indicações nutricionais quantidades de consumo e valores energéticos Chegamos então ao final desta unidade e esperamos que você alunoa esteja se sentindo aptoa e competente para incorporar esses conhecimentos ao seu contexto diário compreendendo que nós da educação física temos a necessidade e o dever de auxiliar e orientar as pessoas em relação à busca por uma alimentação adequada e por consequência uma vida mais saudável e feliz 91 atividades de estudo 1 Uma alimentação adequada é um direito constitucional conquistado por meio da luta de classes e do reconhecimento da importância da nutrição para a saúde e o desenvolvimento das pessoas No Brasil a trajetória percorrida para termos esse direito atendido é longa e referese aos vários momentos cru ciais Diante disso analise as afirmativas a seguir I A 8ª Conferência Nacional de Saúde recebe destaque na história dos direitos à alimentação e nutrição pois a partir dela acontece a 1ª Conferência Nacional de Alimentação e Nutrição II O Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição INAN é o órgão responsável até os dias de hoje por organizar e centralizar as ações de saúde envolvendo nutrição e alimentação no Brasil III Com a publicação da Constituição Federal Brasileira em 1988 acontece no mesmo ano a regulamentação e criação do Sistema Único de Saúde SUS IV A Política Nacional de Alimentação e Nutrição PNAN publicada em 1999 foi determinante na criação do Direito Humano à Alimentação Adequada DHAA e do plano de Segurança Alimentar e Nutricional SAN É correto o que se afirma em a I e II apenas b II III e IV apenas c I e IV apenas d III e IV apenas e I II III e IV 2 O Sistema Único de Saúde SUS é reconhecido por ser uma das maiores po líticas públicas de saúde gratuitas do mundo Foi elaborado para atender à população brasileira garantindo o direito à saúde a todos os cidadãos Com base no exposto e nos conteúdos disponibilizados nessa unidade avalie as afirmativas a seguir I Por meio do SUS todas as políticas públicas de alimentação e nutrição são efetivadas II Os objetivos norteados do SUS são universalidade equidade e integralidade 92 atividades de estudo III As atribuições do SUS podem ser retratadas a partir do entendimento de três ações de centralização sendo elas promoção proteção e recuperação em saúde IV O atendimento à população via SUS acontece em três diferentes esferas que são determinadas principalmente pelo grau de complexidade apresentado V Dentre os principais programas do SUS o Estratégia Saúde da Família é o que possui maior abrangência e busca retratar um perfil de atendimento assisten cial diferente em que a família passa a ser ativa no processo saúdedoença É correto o que se afirma em a I II e III apenas b II III e IV apenas c II IV e V apenas d I III IV e V apenas e I II III IV e V 3 Ao estudarmos a elaboração das políticas públicas voltadas à alimentação e nutrição facilmente observamos que estas buscam diagnosticar a problemá tica e assim projetar ações que seriam resolutivas para a situação As gran des mudanças e transformações sociais geram novas necessidades e com es sas novas atitudes são articuladas Esses processos de mudanças sociais são conhecidos como transições Com base nessas informações e nos conteúdos do livro análise os exemplos a seguir e os associe ao conceito 1 A transição que ocorreu quando as doenças registradas não mais se referiam às doenças infectocontagiosas mas sim às crônicas degenerativas ou seja aque las que surgem por consequências de hábitos inadequados 2 Caracterizada pela mudança do perfil populacional A maioria das pessoas dei xaram de viver na zona rural e mudaramse para a zona urbana Deixando então o trabalho na lavoura para vender sua mão de obra em grandes fábricas 3 Facilmente observada principalmente em nosso país as mudanças no perfil alimentar e os índices de desnutrição passam a ser pequenos quando compara dos aos dados sobre obesidade e doenças crônicas não transmissíveis Transição Demográfica Transição Epidemiológica Transição Nutricional 93 atividades de estudo A sequência correta é a 1 2 e 3 b 2 3 e 1 c 2 1 e 3 d 3 1 e 2 e 3 2 e 1 4 De acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira de 2014 os ali mentos podem ser caracterizados de acordo com o nível de processamentos por quais passam até chegar nas nossas mesas Com isso saber escolher os alimentos corretamente e entender sua origem são fundamentais para a saú de nutricional de todos De acordo com o exposto observe as categorias de alimentos a seguir e as associe ao alimento 1 In natura ou minimamente processados 2 Processados 3 Ultraprocessados Carne Seca Iogurtes Café Farinha de Mandioca Barras de Cereal Queijo A sequência correta é a 2 3 1 1 3 2 b 1 2 3 1 2 3 c 3 1 2 2 1 3 d 1 2 3 3 2 1 e 2 3 1 2 3 2 94 atividades de estudo 5 Sabemos que as figuras gráficas são utilizadas para apresentar a organização dos grupos alimentares e a disposição dos alimentos indicam a proporção de consumo de acordo com as determinações nutricionais No Brasil o elemento Descrição da Imagem Grupo de alimentos que compõem a ali mentação da pirâmide alimentar brasileira apresentada em forma de pizza onde você alunoa pre cisa descrever a seguir quais são as porções diárias de cada grupo alimentar nas alternativas a seguir utilizado é uma pirâmide embora seja mais fácil identificar assim as porções é necessário conhecermos os grupos e suas porções mesmo que não possa mos visualizar em forma de pirâmide Assim visualize a figura a seguir De acordo com a organização das figuras identifique o grupo alimentar e quais são as porções diárias indicadas para consumo seguindo os critérios para uma dieta de 2000 Kcal a Pães cereais arroz e massas 6 porções verduras legumes e frutas 6 por ções açúcares e doces 1 porção b Verduras legumes e frutas 6 porções leite queijo iogurtes 3 porções carnes e ovos 2 porções c Pães cereais arroz e massas 6 porções leite queijo iogurtes 3 porções car nes e ovos 2 porções d Leite queijo iogurtes 3 porções carnes e ovos 2 porções açúcares e do ces 2 porções e Pães cereais arroz e massas 4 porções verduras legumes e frutas 3 por ções açúcares e doces 1 porção 95 LEITURA COMPLEMENTAR O comer intuitivo Embora tenhamos muitas recomendações que orientam nossa prática alimentar com o objetivo de garantir uma nutrição adequada muitas vezes com objetivo de perder peso melhorar a composição corporal ou simplesmente entrar em Pa drões buscamos uma alimentação restritiva Essa restrição alimentar sem orien tação profissional é facilmente praticada Nós profissionaisprofessoresas de educação física com certeza ouviremos em algum momento pessoas retratando privações alimentares o que é grave e merece atenção Os estudos vêm demonstrando que a restrição alimentar desordenada causa crise de compulsão alimentar problemas de saúde e em muitos casos desordens que podem afetar drasticamente a saúde Buscando orientar e entender um pouco mais sobre esse universo alimentar alguns estudiosos têm falado muito sobre a importância do comer intuitivo No Brasil alguns profissionais já estão estrutu rando seus atendimentos pautados nesse olhar que é um misto de abordagem nutricional adequada com controle dos fatores psicoemocionais Apresentaremos um resumo geral sobre o entendimento do comer intuitivamente base ado no livro Intuitive Eating das autoras americanas Evelyn Tribole e Elyse Resch 2012 Elas retratam a importância de se comer em resposta aos sinais de fome e saciedade de se permitir comer incondicionalmente qualquer alimento e de alimentarse principal mente por razões físicas ao invés de emocionais Elas propõem os seguintes princípios 1 Rejeitar a mentalidade de dieta jogue fora livros de dieta e artigos de revista que ofereçam a falsa esperança de perda de peso rápida fácil e permanente Fique irrita do com as mentiras que fazem você se sentir como se fosse um frustrado toda a vez que interrompe uma nova dieta e que recupera todo o peso perdido 2 Honrar a fome mantenha seu corpo alimentado com energia e carboidratos sufi 96 LEITURA COMPLEMENTAR cientes Ao contrário você poderá começar a comer em excesso Uma vez que você atinge o ponto máximo da fome todas as tentativas de moderar e comer conscien temente tornamse passageiras e improdutivas 3 Fazer as pazes com a comida dê uma trégua pare de brigar com a comida Con cedase comer incondicionalmente Se você disser que não pode ou que não deve comer determinado alimento isso poderá aumentar os seus sentimentos de privação e gerar vontades incontroláveis Frequentemente este tipo de comporta mento leva às compulsões alimentares Quando você finalmente livrarse da ideia de que existem alimentos proibidos o ato de comer pode ser vivenciado com maior intensidade e isso normalmente resulta no término dos exageros alimentares 4 Desafiar o policial alimentar diga NÃO aos pensamentos que falam que você é bom quando come o mínimo de calorias ou ruim porque você comeu um pedaço de torta de chocolate por exemplo Estarrecer o policial da comida é um importan te passo para se reconectar com o comer intuitivo 5 Sentir a saciedade escute quando os sinais do seu corpo disserem que você ainda não está satisfeito Perceba quando os sinais mostrarem que já está confor tavelmente satisfeito Pare na metade da refeição e se pergunte qual é o sabor da comida e como anda o seu nível de saciedade 6 Descobrir o fator de satisfação na nossa gana para sermos magros e saudáveis fre quentemente negligenciamos um dos mais básicos presentes da existência o prazer e a satisfação que podem ser encontrados na experiência do ato de se alimentar Quan do você come o que realmente quer em um ambiente envolvente a satisfação promo vida se tornará uma força poderosa na percepção da saciedade e do contentamento Provido desta experiência perceberá que precisa pegar muito menos comida quando você decidir racionalmente parar porque acha que já comeu o suficiente 7 Lidar com as emoções sem usar a comida encontre maneiras de conforto estímulo 97 LEITURA COMPLEMENTAR distração e resolva seus problemas sem usar a comida Ansiedade solidão tédio raiva são emoções que todos nós vivenciamos ao longo da vida Cada uma delas tem seu pró prio começo e fim A comida não preparará nenhum destes sentimentos Ela poderá o fortalecer por um curto período distrair a dor ou ainda causar um entorpecimento Mas a comida não resolverá o problema Comer por fome emocional só fará você se sentir pior 8 Respeitar seu corpo como uma pessoa que calça 37 não esperaria realmente entrar em um sapato de número 35 é igualmente nulo e desconfortável ter a mesma expec tativa com relação ao tamanho do seu corpo Respeiteo e então você poderá sentirse melhor consigo mesmo Fica muito difícil rejeitar a mentalidade de dieta se você tem expectativas fantasiosas e é excessivamente crítico com relação à sua forma corporal 9 Exercitarse sentindo a diferença Seja ativo e sinta a diferença Mude o foco para como você se sente movendo o seu corpo ao invés de o quanto gasta de calorias fazendo o exercício Se o seu foco estiver em como se sente durante a atividade irá se sentir entusias mado Isso pode fazer a diferença entre levantar da cama pela manhã para uma boa cami nhada ou odiar o barulho do seu despertador Se quando você acorda a sua única meta é perder peso esta não costuma ser motivação suficiente naquele determinado momento 10 Honrar sua saúde praticar uma nutrição gentil usar os conhecimentos nu tricionais de forma tolerante permitirá fazer escolhas alimentares que honrem sua saúde enquanto faz você se sentir bem Lembrese que não precisa seguir uma dieta ideal para ser saudável Não ficará subitamente com alguma deficiência nu tricional ou ganhará peso em um único lanche em uma única refeição É o que você come conscientemente a maioria das vezes que importa Sem dúvida essa é uma temática que ainda será muito retratada nós da área da educação física temos que ficar atentos e sempre atualizados buscando alternativas para orientar nossos alunosclientes para uma vida com mais qualidade e nutricionalmente adequada Fonte adaptado de Almeida e Carvalho 2018 98 material complementar Propostas didáticas para o ensino de nutrição e dietética de crianças e adolescentes Maria do Carmo Fontes de Oliveira Editora Appris Ltda Sinopse é um desafio para nutricionistas e outros profissionais da saúde assegu rar que crianças e adolescentes cresçam nutridos e permaneçam saudáveis du rante a vida adulta Tendo em vista a contínua avaliação de seus hábitos de vida e alimentares fundamental nesse processo este livro oferece a possibilidade de registrar avaliar e planejar alimentos e preparações consumidas no préescolar no escolar e pelo adolescente de forma ágil concisa e didática facilitando a atua ção de professores e alunos da área de nutrição e saúde Comentário principalmente para quem trabalhará nas escolas e com crianças é fundamental pensar em formas de identificar os hábitos alimentares para propor intervenções que atendam de fato às necessidades Food Choices Escolhas Alimentares Ano 2016 Sinopse o filme também documentário aborda questões importantes como os modismos alimentares que podem ser prejudiciais à saúde e o quanto a industria lização dos alimentos é capaz de afastar nossa percepção da origem do que co memos O diretor Michael Siewierski aponta a alimentação global como a principal culpada pelo declínio da saúde e pelos danos ao meio ambiente Indicação para Assistir Indicação para Ler 99 material complementar Apresentação nem sempre realizar um controle adequado de ingestão de carboidratos é fácil pensando nisto a Sociedade Brasileira de Diabetes lançou um aplicativo para celular que auxilia este processo O uso é fácil e tem demonstrado ser eficiente Acesso rápido e fácil aos mais de 1300 alimentos disponibilizados no Manual de Contagem de Carboidratos da instituição O link está disponível para iOS e Android é só baixar httpswwwdiabetesorgbrpublicobaixeagoraoappoficialdecontagemdecarboidratodasbd Indicação para Acessar 100 gabarito 1 C 2 D 3 C 4 A 5 A UNIDADE III Professor Me Bruno Ferrari Silva Professora Ma Cheila Aparecida Bevilaqua Plano de Estudo A seguir apresentamse os tópicos que você estudará nesta unidade Balanço energético do homem Efeito térmico dos alimentos Estimadores da Taxa Metabólica Basal TMB e Gasto Energético Total GET Avaliação do estado nutricional e da composição corporal Avaliações bioquímicas e nutrigenômica Objetivos de Aprendizagem Conceituar as leis termodinâmicas e de reações químicas exergônicas e endergônicas dentro do organismo nos processos biológicos Descrever os principais métodos para determinar o conteúdo energético dos macronutrientes do valor energético fisiológico global e asestimativas de composição alimentar Caracterizar os principais métodos de estimativa da Taxa Metabólica Basal e do Gasto Energético Total Classificar as principais técnicas de avaliação do estado nutricional e da composição corporal de indivíduos Classificar as principais técnicas de avaliação do estado bioquímico e da nutrigenômica de indivíduos AVALIAÇÕES NUTRICIONAIS unidade III INTRODUÇÃO O lá caroa alunoa iniciaremos nossas discussões nesta uni dade abordando um conteúdo diretamente voltado para as práticas nutricionais seus direcionamentos para as práticas saudáveis e do exercício físico Inicialmente abordaremos o balanço energético do homem contextualizando os centros controlado res do apetite que são muito importantes para o balanço energético o efeito térmico dos alimentos que contribuem diretamente para enten der quantas calorias são necessárias para uma alimentação saudável e complementaremos apresentando os conceitos de bioenergética que são fundamentais para contextualização da nutrição esportiva Outro tópico importante que não se destina diretamente ao me tabolismo humano mas a seus efeitos sobre o processo de digestão dos alimentos e seu potencial energético é o efeito térmico dos alimentos que conceitua o potencial energético contido em cada tipo de alimento e quantifica as demandas necessárias para a manutenção homeostática de nosso organismo assim como o gasto energético diário de nosso organis mo em condições de repouso e durante a atividade diária Na sequência apresentaremos as principais avaliações que com põem as diferentes classes de mensurações nutricionais iniciando com os inquéritos alimentares ou avaliações do estado nutricional os quais especificam exclusivamente a ingestão alimentar e os padrões alimen tares Posteriormente abordaremos as avaliações da composição cor poral que determinam os diferentes tipos de compartimentos que o nosso corpo pode ser estimados a partir do peso corporal Por fim abordaremos as avaliações clínicas bioquímicas e nutrige nômicas métodos individualizados importantes para o diagnóstico pre ventivo e um planejamento altamente especializado das capacidades vi tais e necessidades energéticas do organismo e dos alimentos Todo esse conteúdo foi planejado com extremo cuidado para enfatizar conceitos importantes que enriquecerão ainda mais sua formação esperamos que goste e bons estudos 106 Balanço Energético do Homem A ingestão de carboidratos gorduras e proteínas for nece energia que pode ser utilizada para realizar as diferentes funções corporais ou armazenamento para o uso posterior A estabilidade do peso e da compo sição corporal por períodos prolongados exige que a ingestão e o gasto energético estejam balanceados HALL 2011 E o corpo humano para manutenção de suas atividades diárias ou homeostase corporal precisa de um suprimento energético que possibilite o condicionamento das demandas metabólicas Toda esta energia disponibilizada pelos nutrientes é meta bolizada em diferentes vias para que quantidades ne cessárias de energia sejam fornecidas para essas ações Este processo de produção energética é coor denado pelo sistema nervoso central SNC que equilibra os processos anabólicos e catabólicos de nosso organismo e por vias de fato predispõe a necessidade ou não de nos alimentarmos Estas vias de controle são de extrema importância para determinar para que lado da gangorra entre a energia consumida e a energia gasta estão pre valecendo sob a ação metabólica do organismo 107 EDUCAÇÃO FÍSICA de alimentos e o núcleo arqueado comunicase com hormônios intestinais e do tecido adiposo para regu lar a ingestão e o gasto energético HALL 2011 APETITE E SACIEDADE O controle da ingestão alimentar é um processo complexo que não se relaciona apenas à regulação do sistema digestório para a absorção de energia dependendo deste modo de mecanismos compor tamentais como fome e saciedade Não existe uma compreensão completa sobre o que controla o quan to e quando comemos seguindo uma visão geral so bre este processo SILVERTHORN 2017 A sensação de fome está associada ao desejo por comida e assim como diversos outros efeitos fisio lógicos tais como contrações rítmicas do estômago e inquietude faz com que o indivíduo procure por suprimento alimentar adequado Se a busca por ali mento for bemsucedida sobrevém sentimento de saciedade Cada um desses sentimentos é influencia do por fatores ambientais e culturais bem como por controles fisiológicos específicos HALL 2011 A regulação do comportamento alimentar ba seiase em dois centros controladores do SNC em específico presentes no hipotálamo O primeiro é o centro da fome que é tonicamente ativo e o segun do é o centro da saciedade que interrompe a inges tão de alimentos inibindo o centro da fome Sinais eferentes do SNC para as zonasalvo provenientes destes centros causam mudanças comportamentais alimentares criando sensações de fome e plenitude saciedade SILVERTHORN 2017 Estes centros podem ser divididos em regiões que participam do controle e ingestão dos alimentos os núcleos laterais do hipotálamo funcionam como cen tro da fome os núcleos ventromediais do hipotálamo funcionam como centro da saciedade o núcleo pa raventricular regula a ingestão alimentar o núcleo dorsomedial quando lesionado deprime a ingestão Núcleo préóptico Núcleo paraventricular Núcleo anterior Núcleo lateral Núcleo dorsomedial Núcleo posterior Nervo óptico Núcleo supraquiasmático Núcleo supraóptico Núcleo arqueado Núcleo ventromedial Corpo mamilar Descrição da Imagem A imagem representa um corte sagital da cabe ça humana demonstrando o posicionamento anatômico dos centros neurais de regulação da fome e saciedade podendo ser visualizado em imagem de aproximação o hipotálamo com seus núcleos contro ladores da fome ingestão digestão e saciedade Segundo Silverthorn 2018 existem duas teorias clássicas para a regulação da ingestão alimentar 1 A teoria glicostática em que o metabolis mo da glicose pelos centros hipotalâmicos regula a ingestão alimentar Quando a con centração de glicose diminui no sangue o centro de saciedade é inibido e o centro da fome tornase dominante Quando o meta bolismo da glicose aumenta o centro da sa ciedade inibe o centro da fome 2 A teoria lipostática propõe que um sinal dos estoques de gordura do corpo para o encéfalo modula o comportamento alimentar de modo que o corpo mantém um determinado peso Se o armazenamento de gordura aumenta a ingestão diminui No jejum a ingestão au menta e a obesidade é a ruptura desta via Figura 1 Hipotálamo e os diferentes centros neurais de regulação da fome e saciedade 108 A ingestão de alimentos anorexígenos A ingestão de alimentos orexígenos Hormônio estimulante do alfa melanócito αMSH Neuropeptídeo Y NPY Leptina Proteína relacionada à agouti AGRP Serotonina Hormônio concentrador de Melanina MCH Norepinefrina Orexinas A e B Hormônio liberador de corticotropina Endorfinas Insulina Galanina GAL Colecistocinina Aminoácidos glutamato e ácidogamaaminobutírico Peptídeo semelhante ao glucagon GLP Cortisol Transcrito regulado pela cocaína e anfetamina CART Grelina Peptídeo YY PYY Endocanabinoides Tabela 1 Neurotransmissores e hormônios que influenciam os centros da fome e saciedade no hipotálamo Fonte adaptada de Hall 2011 Observando os principais neurotransmissores e hor mônios reguladores da ingestão alimentar podese notar que esta maquinaria complexa de sinalização está relacionada diretamente com fatores intrínse cos e extrínsecos por exemplo o jejum e o estresse ambiental respectivamente tornando assim esse controle de ingestão altamente mutável e de certo modo influenciável fazendo com que quando algu mas destas vias passam a sofrer alterações extremas como no acúmulo de gordura corporal ou consumo excessivo de açúcar o desenvolvimento de resistên cia dos centros controladores passe a ser maior Pensando no contexto da saúde humana o controle de ingestão alimentar não se faz apenas por agentes intrínsecos do nosso organismo mas também pelo controle ambiental da ingesta que deve ser composto de quantidade e qualidade ne cessárias como vimos anteriormente nas diretri zes de ingestão alimentar na Unidade 2 A relação entre ingesta alimentar e gasto energético com as atividades diárias e com atividades físicas é o principal fator de controle do peso corporal Os homens e as mulheres fisicamente ativos frequen temente consomem 50 a mais de energia presen te em diversos macronutrientes mas ainda assim eles têm um controle melhor de seu peso anual du rante o envelhecimento MCARDLE 2019 FATORES QUE PODEM AFETAR O BALAN ÇO ENERGÉTICO Pensando na ingesta adequada de nutrientes para a manutenção de nosso corpo de forma saudável deno ta um campo altamente complexo que pode ser in fluenciado desde o início da vida Esse processo com portamental entrelaça a cultura e a psicogênese parte da psicologia que estuda a origem e o desenvolvimen to dos processos e das funções psíquicas que podem alterar o comportamento Todo esse processo deter mina desde a sobrevivência da espécie até a constitui ção psíquica do homem ALVARENGA et al 2015 E o comportamento construído em cada indiví duo pode variar dependendo ou não apenas do que ele come mas também das características genéticas e epigenéticas que podem ser transmitidas de pais para filhos assim como a indução ambiental que pode A Universidade de Duke avaliou idosos que sofriam de problemas de memória mostrando que os proble mas cognitivos estavam associados ao IMC Índice de Massa Corporal e a resistência à Leptina Analisando o fato em que região do corpo começam essas mu danças metabólicas que alteraram a cognição REFLITA 109 EDUCAÇÃO FÍSICA ocorrer tanto em caráter positivo ou seja relaciona dos ao ganho de peso obesidade como os negati vos relacionados à perda excessiva de peso anorexia HENRY et al 2012 WANG et al 2019 Adiante nos parâmetros culturais alimentares hoje a dissociação entre saudável e estético de consumir e se alimentar vem transformando a for ma como a população tem se comportado diante das necessidades energéticas do organismo A mentalidade de dieta pode ser conside rada um fator importante nesse descompas so alimentar que a sociedade vive atualmente alienando a alimentação ao ponto de as pesso as não mais se guiarem aos sinais de comer A fobia à gordura restrições alimentos modifica dos pobres em nutrientes ou desproporcionais nutricionalmente modas alimentares alteram de forma drástica a relação entre o homem e a comida ALVARENGA et al 2015 O transtorno dismórfico do corpo é um dis túrbio que atinge diferentes populações desde atletas profissionais da mídia pessoas em geral que apresentam uma preocupação com algum defeito imaginado na aparência ou preocupa ção excessiva com leve alterações no padrão da forma física corporais estéticos Pessoas que possuem esse problema geralmente apresen tam quadros de ansiedade acreditam que as pessoas reparam em suas falhas julgamnas e não aceitam sua imagem corporal Muitos se veem como portadores de corpos estranhos e essa percepção pode levar ao desenvolvimento de distúrbios alimentares CLARK 2015 Todos esses fatores podem interferir direta ou indiretamente no balanço energético do ser hu mano e assim predispor a um ganho excessivo de peso também conhecido como balanço ener gético positivo ou predispor à perda de peso ex cessiva caracterizando o balanço energético ne gativo Ambas ações podem estar ligadas a um ou mais fatores mencionados anteriormente Descrição da ImagemImagem representativa de uma fita de DNA alongado e fatores que podem interferir na sequência do genoma como estresse alimentação comportamento sedentário entre outros Figura 2 Representação ilustrativa de uma fita de DNA alongado e fatores que podem interferir na sequência do genoma Genética de transmissão é o campo da ge nética que inclui os princípios básicos da he reditariedade e como as características são transmitidas de uma geração para a outra observando as relações entre os cromosso mos e a hereditariedade ou seja como um organismo herda suas características e trans miteas a seus progênies PIERCE 2017 Epigenética referese às manifestações am bientais comportamentais e à interação entre os dois manifestações fenotípicas herdadas das quais não apresentam inter venção da informação presente no DNA MENCK VAN SLUYS 2017 110 Figura 3 Mentalidade da dieta Descrição da Imagem A imagem representa a mentalidade da die ta em que uma série de garfos em crescimento piramidal espetam diferentes tipos de alimentos na base inferior da pirâmide há os tra dicionais fastfoods ou seja alimentos de baixo aporte nutricional e ricos em gorduras No ápice da pirâmide há as frutas e verduras representando os alimentos de alto aporte nutricional 111 EDUCAÇÃO FÍSICA Efeito Térmico dos Alimentos 112 A capacidade de utilização de energia livre química do alimento pelos seres humanos provém do desen volvimento de mecanismo bioquímico estrutural e fisiológico que permite a transformação desse tipo de energia em outras formas essenciais para a vida Parte da energia do alimento na ordem de 5 é termodi namicamente compelida à conversão em calor por que a entropia dos produtos terminais metabólicos é superior à das substâncias iniciais ou seja produzin do calor na forma de agitação ROSS et al 2016 Toda a conversão de energia bioquímica do alimento é muito improdutiva pois cerca de 50 de toda essa energia é dissipada na forma de calor E apenas cerca de 45 da energia disponível do alimento é transformada quimicamente em tri fosfato de adenosina ATP O restante é transfor mado em calor ou trabalho externo MCARDLE 2019 NELSON COX 2014 ROSS et al 2016 Todo esse processo de produção térmica alcança seus valores máximos cerca de 1 hora após a alimentação dependendo da quantidade e do tipo do alimento A magnitude da termogênese induzida pelo alimento ou também conhecida como o efeito térmico dos ali mentos ETA varia entre 10 e 35 da energia do ali mento ingerido Uma refeição formada por proteína pura por exemplo promove um efeito térmico que equivale frequentemente a 25 do teor energético total daquela refeição MCARDLE 2019 O efeito térmico dos alimentos pode ser caracteri zado de duas formas conceituais a termogênese obri gatória antes denominada ação dinâmica específica ou ADE resulta da energia necessária para digerir absorver e assimilar os nutrientes alimentares a ter mogênese facultativa relacionase com a ativação do sistema nervoso simpático e com sua influência esti mulante sobre a taxa metabólica MCARDLE 2018 A quantidade termogênica de cada macronutrien te pode ser mensurada por métodos calorimétricos dependendo em grande parte de sua composição química O calor expelido pelos carboidratos varia dependendo do tipo de carboidrato Para a glicose o calor de combustão é igual a 374 kcalg um valor cer ca de 12 menor do que o do glicogênio 419 kcal e do amido 420 kcal MCARDLE 2019 O calor de combustão dos lipídios varia de acordo com a composição estrutural dos ácidos graxos que participam da molécula de triglicerídeos Por exem plo 1g de gordura bovina ou de porco gera 95 kcal enquanto a oxidação de 1g de gordura proveniente da manteiga libera 927 kcal MCARDLE 2019 Descrição da Imagem A imagem representa por meio de um organo grama a transferência de energia na forma de calor e trabalho mecâni co produzido pelo nosso organismo Onde ao converter o alimento em fontes energéticas 5 é consumido na forma de calor 50 é transfor mado em calor pela ineficiência bioquímica do organismo o trabalho interno consome mais 20 a 45 e apenas 0 a 25 pode ser convertido em trabalho externo ou seja produção de movimento Figura 4 A distribuição de energia do alimento dentro do corpo e sua transferência ao ambiente sob a forma de calor ou trabalho externo Fonte adaptada de Ross et al 2016 Energia do alimento 100 Calor 5 Mudança de entropia Energia livre potencial 95 Calor 50 Calor 20 a 45 Trabalho externo 0 a 25 Ineficiência bioquímica Pool de energia livre p ex ATP 45 Integridade estrutural e química do corpo Trabalho interno Contração do músculo esquelético 113 EDUCAÇÃO FÍSICA Dois fatores afetam a liberação energética a partir da combustão das proteínas 1 O tipo de proteína no alimento 2 O conteúdo relativo de nitrogênio da proteína Proteínas comuns presentes em ovos carnes milhos e leguminosas feijãodeporco fei jãodelima e feijãobranco além da soja contêm aproximadamente 16 de nitrogênio e apresentam um calor de combustão correspondente a uma mé dia de 57 Kcalg MCARDLE 2019 Carboidratos 42 kcalg Lipídios 94 kcalg Proteínas 565 kcalg Tabela 2 Valores de combustão médio dos três macronutrientes Fonte adaptada de MCardle 2019 TÉCNICAS DE MENSURAÇÃO CALÓRICA DE NUTRIENTES Existem diferentes formas de estimar o aporte nu tricional presente em nosso organismo além disso antes de quantificar em números precisase saber o quanto cada alimento nutriente é capaz de produ zir energia na forma de calor bioquímica e mecâni ca Para isso existem diferentes formas de via du pla que envolvem tanto a mensuração do alimento in natura para estimativa termogênica como para o processo de digestão deste alimento no organismo humano e quanto isso fornece de energia Dentre os principais métodos utilizados para estimar a biodisponibilidade de nutrientes existem técnicas in vitro técnica de balanço químico técnica de depleção seguida de repleção do nutriente me didas do aparecimento do nutriente no plasma ou ainda da atividade de enzimas após a suplementa ção do nutriente uso de traçadores com radioisóto pos ou isótopos estáveis e as que utilizam técnicas de biologia molecular COZZOLINO 2016 Essas principais técnicas podem ser caracterizadas da se guinte forma COZZOLINO 2016 In vitro essa metodologia é capaz de quan tificar a capacidade solúvel ou dialisável do nutriente mas não sua biodisponibilidade propriamente dita uma vez que nem todo material solúvel ou dialisável é absorvido Re alizada por um método de cultura de células intestinais por exemplo Caco2 possibilita verificar quanto do material é absorvido Balanço químico é o método tradicional mente utilizado em estudos de absorção de nutrientes permitindo quantificar a diferença entre ingestão e excreção de nutrientes A suplementação de nutrientes apesar de apontar em algumas vertentes falhas em sua análise pela complexidade de ações tem por intuito determinar a quantidade ou a dose a ser suplementada de determinado composto para obter um resultado biológico Utilização de isótopos ativos e estáveis um isó topo possui mesmo número atômico e caracte rísticas químicas iguais um elemento quando enriquecido artificialmente em um determina do isótopo partícula deve interagir e compor tarse de maneira semelhante podendo assim ser utilizado como marcador ou traçador Alguns isótopos possuem propriedades físicas que tornam seus núcleos instáveis ativos con ferindolhes capacidade de emitir partículas su batômicas sendo denominados isótopos radio ativos enquanto os que possuem núcleo estável são chamados isótopos estáveis Nesse sentido podem ser medidos a retenção nos tecidos e o aparecimento nas fezes no plasma e na urina Medidas de aparecimento e rastreamento no plasma duas técnicas diferentes podem ser utilizadas o aparecimento ou o decaimento no plasma de compostos ingeridos natural mente ou propositalmente na alimentação 114 Existem diferentes formas de estimar a Taxa Me tabólica Basal TMB e o Gasto Energético Total GET e para isso algumas regras devem ser con dicionadas para esse tipo de análise O metabolismo pode variar entre indivíduos envolvendo diferentes reações químicas que abrangem a síntese ou o ana bolismo e a degradação ou o catabolismo Existem três fatores gerais que influenciam o GET Juntos es ses três componentes contribuem para as demandas energéticas dietéticas de indivíduos que não estão em crescimento conforme MCardle 2018 p 191 1 Efeito termogênico da alimentação 2 Efeito térmico da atividade física 3 Taxa metabólica basal Estimadores da Taxa Metabólica Basal TMB e Gasto Energético Total GET 115 EDUCAÇÃO FÍSICA Em indivíduos em repouso quando não há mu dança na composição corporal podese dizer que o Valor Calórico Total VCT ingerido deve ser igual ao Gasto Energético Total GET promovendo um balanço energético neutro Para uma estimativa do GET podese utilizar a equação descrita por Tho mas Erdman e Burke 2016 que considera a soma da taxa metabólica basal TMB do efeito térmico dos alimentos ETA e efeito térmico do exercício ETE como descrito a seguir WEDLING 2018 GET TBM ETA ETE Para a estimativa da TMB diferentes métodos podem ser empregados dentre eles a regra de bolso que é descrita por Oliveira e Marchini 2008 como uma forma rápida porém imprecisa utilizada para deter minar as necessidades energéticas considerando TMB 25 35kcalpesodia Outro recurso de fácil aplicação que se baseia em índices preditivos para o gasto energético mensura do em uma grande faixa da população é a equação descrita por Harris e Benedict apud OLIVEIRA MARCHINI 2008 para estimar o TBM Homem 665 137 x peso 5 x estatura 68 x idade Mulher 655 96 x peso 18 x estatura 47 x idade A TMB corresponde ao gasto energético mínimo necessário para sustentar a vida diferentemente da Taxa Metabólica de Repouso TMR que se refe re à soma da TMB com a energia utilizada para li geiras contrações musculares por exemplo piscar os olhos ou engolir Ou seja o corpo em repouso deitado por 30 min em jejum de quatro horas tem um gasto energético 10 maior do que o ne cessário para manter a vida TMB sendo a ativida de física e o estresse diário fatores que interferem diretamente nestes resultados WEDLING 2018 Para expressar o ETA é utilizado o caloríme tro um aparelho usado para medir a quantidade de calorias fornecida por uma matéria ao se quei mar Dessa forma podese avaliar a energia total ou bruta Ou seja se um alimento fornece 300 Kcal significa que a energia produzida pelas ligações químicas dos nutrientes que compõem esse ali mento seria suficiente para elevar a temperatura de 300 litros de água em em 1 grau celsius Esse valor pode ser estimado também na Tabela Brasileira de Composição dos Alimentos TBCA Unidade 1 O Efeito Térmico dos Exercícios ETE pode ser mensurado no exercício nas atividades físicas diárias e na termogênese das atividades da vida diária Esses valores podem ser elevados depen dendo do nível de condicionamento físico do in divíduo em atletas podem chegar a 50 O ETE pode ser estimado com base no consumo de oxi gênio ou seja por equivalentes de atividade ou equivalentes metabólicos Metabolic Equivalents MET descritos em diferentes tabelas represen tativas para as diferentes modalidades esportivas e práticas de atividade física WEDLING 2018 O MET em parâmetros gerais pode ser estima do a partir de uma proporção sobre o consumo de oxigênio em repouso ou seja cerca de 250 mlmin equivale a 1 MET para um homem de tamanho co mum e 200 mlmin para uma mulher de tamanho comum similarmente A atividade física realizada para 2 METs requer duas vezes o metabolismo de repouso cerca de 500 mlmin para um homem 3 116 METs são iguais a três vezes o valor de repouso e assim por diante O MET também pode ser enun ciado como o consumo de oxigênio por unidade de massa corporal 1 MET é igual a 35mlkgmin de O2 2 METs são iguais a 70 mlkgmin consecuti vamente MCARDLE 2018 MÉTODOS DE MENSURAÇÃO DIRETA E INDIRETA DA TMB A combustão completa do alimento em nosso or ganismo é um processo lento e envolve o ganho ou a perda de calor em um sistema biológico como descrito pelas leis da termodinâmica na Unidade 1 De forma simples esse procedimento pode ser determinado a partir da dinâmica calorimétrica de energia em qualquer processo químico No catabo lismo um calorímetro humano mede as mudanças de energia diretamente como calor kcal liberado pelas reações químicas no entanto este instrumento de alto custo ainda não é comumente visualizado em consultórios e laboratórios MCARDLE 2018 Além de produção de calor é consumido em suas reações exergônicas o oxigênio molecular de modo que estas reações podem ser inferidas prontamente a partir das mensurações do consu mo de oxigênio Essa mensuração constitui a base da calorimetria indireta para determinar a energia gasta pelos seres humanos durante o repouso e as diversas atividades físicas MCARDLE 2018 Outro método de aferição da TMB é a técnica da água duplamente marcada a qual é baseada na quantificação de isótopos estáveis para estimar o gasto energético diário total médio Devido à sua dificuldade de aplicação e necessidade de equipamentos de mensuração de alto custo assim como a aquisição de isótopos essa técnica não é comumente utilizada MCARDLE 2018 Nesse procedimento o indivíduo consome água com uma concentração conhecida de isótopos estáveis por exemplo ou deutério eou oxigênio 18 esses isó topos duplamente se distribuem pelos líquidos cor porais e são dissipados na forma de água ou marcados tanto na urina quanto no suor e respiração pulmonar além disso são produzidos a partir das reações de oxi dação dos macronutrientes no metabolismo energéti co A quantificação se dá a partir de espirometria de massa ou análises bioquímicas MCARDLE 2018 Essa técnica é recomendada para a mensuração em longo prazo de diferentes formas seja em um período de leito seja em atividades extremas como escaladas corridas de aventura período de recru tamento em guerras e viagens espaciais Possui uma baixa variação de 3 a 5 em relação à men suração da calorimetria direta porém necessita da aquisição da água produzida em laboratório o que demanda alto poder aquisitivo MCARDLE 2018 Vídeo representativo com a realização da calorime tria indireta Para acessar use o seu leitor de QR Code 117 EDUCAÇÃO FÍSICA Avaliação do Estado Nutricional e Composição Corporal 118 A avaliação nutricional ou inquéritos alimentares pode ser descrita como a abordagem realizada para diagnosticar o estado nutricional por meio do históri co médico alimentar e medicamentoso exame físico das medidas antropométricas e dos exames bioquí micos além da organização e análise dos dados ob tidos por um profissional RIBEIRO MELO TIRA PEGUI 2018 ROSSI CARUSO GALANTE 2017 Todo esse processo de definição é destinado a profissionais da área como no caso um nutricio nista mas também no contexto interdisciplinar é amplamente utilizado principalmente na edu cação física durante avaliações físicas No entanto entender a diferenciação teórica dos modelos de avaliação e assimilar com os métodos de avaliação física amplia os critérios para melhorar a prescri ção de exercícios físicos e identificar falhas A meta inicial do acompanhamento nutricio nal é intervir positivamente no padrão alimen tar Do mesmo modo é imprescindível que avalie ou identifique o consumo dietético pois somente dessa forma será possível propor modificações porém o método adotado depende exclusivamen te da memória alfabetização e motivação para o preenchimento do instrumento PHILIPPI 2014 Com o aumento das doenças crônicas não transmissíveis DCNTs e os estudos que associam a dieta com essas doenças a alimentação é consi derada nos dias atuais como um fator modificável para a prevenção e controle das DCNTs PHILLI PI 2014 Dentre as principais vertentes da avalia ção do consumo alimentar é descrito na literatura que esse método objetiva PHILIPPI 2016 Obter o consumo atual ou habitual de alimen tos e bebidas para avaliar a qualidade da dieta Monitorar o padrão de consumo individual e coletivo Identificar a relação entre a dieta e as DCNTs Fornecer elementos para o planejamento e a avaliação de políticas públicas RECORDATÓRIO DE 24 HORAS REC24H Esse instrumento é uma entrevista padronizada que descreve o consumo de alimentos e bebidas nas últimas 24 horas ou do dia anterior As me didas de análise são unidades usuais ou porções alimentares transformadas em gramas consumi das objetivando quantificar a energia consumida FISBERG 2005 O instrumento é composto por 5 colunas RIBEIRO MELO TIRAPEGUI 2018 Horário de consumo Local de consumo Tipo de preparação Detalhamento do alimento ou preparação Quantidade consumida Descrição da Imagem A imagem representa o modelo de recordatório alimentar é uma ficha de preenchimento manual onde são adicionadas in formações pessoais do entrevistado como o horário da alimentação o local onde foi feita o alimento consumido o detalhamento dos ingredientes presentes no alimento e a quantidade consumida 119 EDUCAÇÃO FÍSICA São instrumentos para a avaliação do consumo alimentar utilizando formulários específicos para reportar alimentos e bebidas consumidos durante o dia O DA é indicado em pesquisas e estudos que avaliam o consumo atual ou usual de indivíduos ou grupos populacionais sendo rea lizados em dias alternados e preferencialmente um dia do final de semana FISBERG 2005 RI BEIRO MELO TIRAPEGUI 2018 O DA pode ser feito de duas formas 1 Pela estimativa do tamanho da porção usual unidades e porções 2 Pela pesagem dos alimentos e bebidas em balança apropriada O DA possui vantagens e desvantagens a vantagem é que não depende da memória do entrevistado pois os alimentos são anotados na hora do consumo e a desvantagem contextualizase por conta da complexi dade da mensuração podendo ter uma subestimação no consumo RIBEIRO MELO TIRAPEGUI 2018 Figura 5 Modelo de recordatório de 24 horas Rec24h Fonte Ribeiro Melo e Tirapegui 2018 Nome do entrevistado Nome do entrevistador Data Dia da semana Endereço Telefone email Horário Local Alimentopreparação Detalhamento tipo marca comecial sabor ingredientes Quantidade consumida medida usual peso em gramas 6h 9h 10h30 13h 18h Casa Escola Escola Casa Casa Leite com café Pão com margarina Pão de queijo Suco de uva Barra de cereal Macarronada Arroz Carne moída com batata Leite integral Café com açúcar Pão francês Margarina light sem sal Comprado pronto Caixinha marca nome da marca Banana e chocolate marca nome da marca Macarrão tipo espaguete com molho de tomate Branco cozido 12 copo requeijão 12 copo requeijão 1 unidade média 4 pontas de faca 1 unidade grande 1 unidade 1 unidade Código 6X 2 colheres de servir Código 26G REGISTRO ALIMENTARDIÁRIO ALIMENTAR DA 120 O Questionário de Frequência Alimentar QFA é composto de uma lista de alimentospreparações preestabelecidos de modo que o entrevistado deve indicar a frequência de consumo em um determi nado período de tempo Não se mensura a quanti dade mas sim a frequência com que o alimento em específico é consumido PHILIPPI 2016 Os alimentos demarcados no questionário de vem representar o objetivo do entrevistador no que se refere aos alimentos investigados igualitariamente deve ser uma amostra representativa dos alimentos consumidos pelos entrevistados Levando em con sideração o tamanho a listagem de alimentos não pode ser muito grande para suprir a fidedignidade de informações 50 itens pois o contrário pode oca sionar cansaço e prejudicar a qualidade de informa ções ROSSI CARUSO GALANTE 2017 Todas as informações ou observações coletadas pelo QFA po dem ser classificadas de três diferentes formas princi pais RIBEIRO MELO TAPERIGUI 2018 Descrição da Imagem A imagem apresenta o diário alimentar onde são adicionadas informações do consumo alimentar durante o dia recorrente adicionando informações similares às do recordatório de 24 horas mas relacionadas apenas ao dia de análise Figura 6 Modelo de diário alimentar DA Fonte Ribeiro Melo e Taperigui 2018 Horário Local Preparações Detalhamento Quantidade Nome Data Dia da semana 7h Casa Café com leite 12h Casa Leite desnatado Café sem açúcar Açúcar refnado Pão com requeijão Banana Arroz com feijão Salada de alface com tomate Frango assado Maçã Chocolate Pizza de muçarela Pão francês Requeijão cremoso Nanica Arroz branco Feijão carioca com caldo 12 Alface romana Tomate Azeite p tempero Sal Sobrecoxa Gala Sufair Molho de tomate e muçarela 16h 19h30 Rua Pizzaria 23 copo de requeijão 13 copo de requeijão 1 colher sobremesa 1 unidade 1 colher sobremesa 1 unidade média 1 colher arroz cheia 1 concha pequena cheia 3 folhas grandes 3 rodelas médias 1 colher de chá 1 pitada 1 unidade média 1 unidade média 1 barra 2 fatias fnas QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR QFA 121 EDUCAÇÃO FÍSICA Qualitativa analisando apenas a frequência de consumo sem observar a quantidade ou o tamanho das porções Semiquantitativa quando observa o número Descrição da Imagem A imagem representa um modelo de questionário de frequência alimentar que mensura o número de vezes que determinado alimento é consumido em que se determina por exemplo a frequência com que o entrevistado consome leite diariamente semanalmente e mensal mente e a porção usual de consumo Figura 7 Modelo de Questionário da Frequência Alimentar QFA Fonte Ribeiro Melo e Taperigui 2018 de porções de um determinado alimento Quantitativo quando se observa a frequência e a porção unitária consumida HISTÓRICO ALIMENTAR HA Esse instrumento parte do princípio de análise do comportamento alimentar objetivando es timar o consumo habitual por longos períodos de tempos de meses a anos Essa avaliação re trospectiva criada por Burke 1947 consiste na utilização de diferentes instrumentos Rec24h Registro Alimentar de 3 dias entre outros para a determinação do consumo alimentar no últi mo mês RIBEIRO MELO TAPERIGUI 2018 Após sua adaptação o HA é um questionário composto pelos seguintes tópicos RIBEIRO MELO TAPERIGUI 2018 Número de refeições por dia Avaliação do apetite Levantamento de preferência e restrições alimentares Presença ou ausência de náuseas ou vômitos Uso de suplementos alimentares Hábitos relacionados a sono descanso tra balho atividade física e tabagismo AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL Podese considerar que os métodos para avaliação da composição corporal são aplicados em diferentes áreas como saúde pública nutrição educação física ciências do esporte fisiologia medicina entre ou tros E essa grande demanda de avaliações tem de senvolvido diferentes técnicas para essa estimativa in vitro RIBEIRO MELO TIRAPEGUI 2018 Quando se fala em composição corporal várias Alimento Frequência de consumo Porção referência Tamanho de porções Diário Semanal Mensal Nunca Porção consumida P M G Leite Iogurte Queijo 1 copo 200 ml 1 pote 100g 2 fatias médias 30g O tamanho médio referese à porção de referência medida usualmente consumida pela população Porções inferiores ao padrão adotado são consideradas pequenas enquanto as superiores são consideradas de tamanho grande 122 Dependendo do método ou da técnica escolhida para análise os resultados podem ser considera dos a partir de um dois ou vários compartimentos porém o modelo de dois compartimentos é comu mente mais aceito por sua simplicidade e objetivi dade de aplicação em comparação a outros mode los RIBEIRO MELO TIRAPEGUI 2018 A utilização de compartimentos seja em ape nas um ou mais pode ocorrer em diferentes ní veis de organização da composição corporal O quadro a seguir representa de forma simplifi cada como um ou mais componentes podem ser utilizados para estimar a composição corporal patologias estão associadas ao conteúdo e proporção de tecidos presentes em nosso corpo Um exemplo clássico é a quantidade de gordura corporal presente no nosso organismo que está positivamente asso ciada ao desenvolvimento de hipertensão diabetes e problemas no aparelho reprodutor masculino e femi nino assim como no desempenho esportivo e no au mento do desempenho associado a menor concentra ção de gordura uma vez que se altera a relação entre peso e potência JÚNIOR LANCHA 2016 Dentre os principais componentes que podem ser a causa de variações na composição corporal es tão a água os ossos os músculos e a gordura Nos indivíduos adultos jovens as modificações no te cido ósseo são insignificantes para contribuir com alterações na massa corporal total porém os outros dois componentes são representativos de alterações morfológicas ROSSI CARUSO GALANTE 2017 Alguns autores reportam na literatura que os princípios da composição corporal são advindos da antropometria termo este de origem grega an thropo que significa homem e metron que significa medida contextualizando seu conceito que pode ser definido como medidas físicas de um indivíduo que dimensionam o seu crescimento e desenvolvimento ROSSI CARUSO GALANTE 2017 Esse conteúdo contextualiza os parâmetros evolutivos das mensurações antropométricas e de composição corporal a qual no livro que aqui es tamos apresentará os mais importantes métodos e técnicas de avaliação da composição corporal com ênfase na nutrição aplicada à educação físi ca focando nos diferentes níveis de mensuração corporal e associandoos com as características nutricionais do indivíduo Segundo Wang et al 1992 o compreensivo modelo de composição corporal humano consis Descrição da Imagem A imagem demonstra os cinco níveis de compo sição corporal do organismo Nível 1 anatômico nível 2 molecular nível 3 celular nível 4 sistemas e tecidos e nível 5 partes do corpo Cada nível mensura a partir de suas características a composição de nosso corpo sendo o nível atômico o mais fidedigno e com exatidão NÍVEL I ATÔMICO OXIGÊNIO CARBONO HIDROGÊNIO OUTROS NÍVEL II MOLECULAR ÁGUA LIPÍDIOS PROTEÍNAS OUTROS NÍVEL III CELULAR MASSA CELULAR FLUIDOS EXTRA CELULARES ECF SÓLIDOS EXTRACELULARES ECS NÍVEL IV TECIDOS SISTEMAS MUSCULO ESQUELÉTICO TECIDO ADIPOSO OSSOS SANGUE OUTROS NÍVEL V PARTES DO CORPO Figura 8 Os cinco níveis da composição do corpo humano Fonte adaptada de Wang et al 1992 te de cinco níveis distintos que aumentam a com plexidade em que cada nível tem componentes claramente definidos para estimar o peso corpo ral total Esses níveis de avaliação são anatômi co molecular celular tecidossistemas e o corpo todo como mostra a imagem a seguir 123 EDUCAÇÃO FÍSICA Nível Número de componentes Componentes do modelo Técnica utilizada Atômico 11 MCOCaKHMg Ressonância magnética Molecular 3 MC massa gorda minerais ósseos residual DEXA Celular 3 MC Massa celular Líquido extracelu lar Sólido extracelular Bioimpedância Tecidos e órgãos 5 MC gordura músculo osso vísce ras outros tecidos Tomografia Corpo inteiro 3 MC cabeça tronco membros Antropometria Quadro 1 Utilização de diferentes níveis de componentes compartimentos para estimativa da composição corporal Fonte adaptado de Ribeiro Melo e Tirapegui 2018 Os métodos empregados para se determinar a com posição corporal são diretos ou indiretos As men surações diretas são realizadas por técnicas que quantificam os elementos que compõem o corpo sem o auxílio de intermediários Os métodos indire tos são aqueles que quando validados apresentam uma estimativa por meio de intermediários que são diretamente associados a quantificações reais de de terminada estrutura de interesse Os duplamente in diretos são parâmetros de análise validados a partir de mensurações obtidas de dados indiretos quantifi cados RIBEIRO MELO TIRAPEGUI 2018 AVALIAÇÕES ANTROPOMÉTRICAS ASSO CIADAS À COMPOSIÇÃO CORPORAL O peso e a composição corporal são importantes de terminantes do desempenho em diferentes esportes Essas mensurações são importantes para determinar os aspectos de saúde e principalmente para monitorar a eficácia do treinamento ou tratamento realizado Mui tos indivíduos sejam atletas ou não têm por objetivo ganhar ou perder peso com programas de treinamen to e esse acompanhamento pode indicar os resultados encontrados JEUKENDRUP GLEESON 2019 Uma das principais formas de acompanhamento que pode ser utilizada para análise da composição cor poral de indivíduos em geral é a antropometria Essa técnica pode ser definida como medidas externas das dimensões corporais que em grande parte realizam a análise da composição corporal baseada em dois com partimentos gordura corporal e massa isenta de gor dura RIBEIRO MELO TIRAPEGUI 2018 A antropometria envolve a mensuração siste mática de propriedades físicas do corpo humano primariamente descrevendo dimensões do tama nho do corpo e a estrutura JEUKENDRUP GLE ESON 2019 Isso caracteriza o desenvolvimento de diferentes técnicas de mensuração dentre as prin cipais mencionaremos algumas que possuem papel 124 primordial na avaliação nutricional da composição corporal Vejamos Índice de Massa Corporal IMC Os índices mais comuns e lógicos para a mensu ração da massa corporal são o peso e a altura Por meio desses índices podemos aprimorar diferen tes formas de categorização do perfil corporal da população em geral classificando por gênero ida de localização condições patológicas entre outras AMER SANCHES MORAES 2008 BACELO et al 2015 JEUKENDRUP GLEESON 2019 A técnica é a mais rude de mensuração po rém uma das melhores relacionadas à amplitude de informação que pode obter o IMC é também conhecida como índice Quetelet que é derivada da massa corporal e altura calculada da seguinte maneira JEUKENDRUP GLEESON 2019 IMC PesokgEstatura² Esse índice é utilizado amplamente por sua pratici dade porém caracterizado como uma técnica de um componente mensura apenas massa corporal contu do sua categorização pode ser assimilada a diferentes condições corporais como mostra o quadro a seguir Classificação Faixa do IMC Abaixo do peso 185 Peso normal 186 249 Sobrepeso 250 299 Obesidade classe I 300 349 Obesidade classe II 350 399 Obesidade classe III 400 Quadro 2 Classificação do Índice de Massa Corporal IMC Fonte adaptado de Jeukendrup e Gleeson 2019 Medidas de Perímetro Uma técnica alternativa para definição da compo sição corporal consiste nas medidas de perímetros de determinadas regiões do corpo humano Suas principais vantagens são a simplicidade facilidade e aceitabilidade das dobras cutâneas porém apresen ta fragilidade como variável preditora por mensurar outros tecidos além do tecido adiposo em suas mé tricas RIBEIRO MELO TIRAPEGUI 2018 Dentre as principais equações utilizadas para mensurar a composição corporal estão a razão cin turaquadril razão entre a medida do perímetro da circunferência da cintura em centímetros pelo perímetro da circunferência do quadril em centí metros e o índice de conicidade relação entre cir cunferência da cintura em metros peso corporal e estatura A primeira é empregada principalmente para caracterizar a gordura corporal predominan temente reunida na região visceral A segunda tem como principal característica verificar a distribuição da gordura corporal com base no perfil morfológi co do corpo humano JEUKENDRUP GLEESON 2019 RIBEIRO MELO TIRAPEGUI 2018 Medidas de espessura das dobras cutâneas As informações sobre as medidas de espessura das dobras cutâneas direcionadas à composição corpo ral estão destinadas principalmente à observação da proporção da gordura corporal subcutânea por meio de dimensões de sua espessura que são utiliza das como indicador da quantidade de gordura pre sente naquela região do corpo RIBEIRO MELO TIRAPEGUI 2018 As coletas de dobras cutâneas possuem localizações de dobras de gordura subcutâ nea anatomicamente projetadas para expressar com 125 EDUCAÇÃO FÍSICA A análise das medidas de dobras cutâneas subdi vide o corpo em dois três ou quatro componentes sendo o mais amplamente utilizado o de dois com ponentes massa gorda e massa isenta de gordura em que os principais pontos anatômicos são utilizados em diferentes protocolos de mensuração por dobras cutâneas sendo esses subescapular tríceps bíceps peitoral axilar média suprailíaca abdome coxa pan turrilha medial entre outros MACHADO 2008 Existem alguns cuidados que devem ser adota dos para melhorar a qualidade das coletas quando se usa essa técnica Cada dobra cutânea deve ser men surada em regiões corporais ou seja com padrão de localização georreferenciado As coletas devem ser realizadas sempre em 3 tentativas consecutivas na mesma região e não devem ter discrepâncias maio mais fidedignidade a mensuração da gordura cor poral O QRCode a seguir projeta os procedimen tos de coleta descritos na literatura res que 5 e caso ocorra a sequência de três coletas devem ser realizadas novamente RIBEIRO MELO TIRAPEGUI 2018 Pensando em uma análise de dois componentes em que avaliará apenas o per centual de gordura corporal e massa magra temse que gordura relativa GR é estimada por RIBEI RO MELO TIRAPEGUI 2018 GR 495DC 450 x 100 E o cálculo para a densidade corporal DC para adultos brasileiros é estabelecido pela fórmula GUEDES BARBANTI 1994 mulheres DC1166500706log10 TrícepsSuprailíacaCoxa homens DC11171400671log10 TrícepsSuprailíacaAbdominal Onde estimando a densidade corporal pela equa ção anterior estabelecese o percentual de gordura relativa e podese ter também os valores absolu tos e de massa magra por Gordura absoluta Kg Peso corporal gordura relativa 100 Massa Magra peso corporal gordura absoluta Esse é apenas um exemplo da infinidade de tes tes que podem ser aplicados utilizando essa técnica no entanto existem também algumas variações destina das às populações específicas como crianças idosos e atletas MCARDLE 2019 RIBEIRO MELO TIRA PEGUI 2018 ROSSI CARUSO GALANTE 2017 TÉCNICAS DENSITOMÉTRICAS A física descreve que a densidade de um material é equivalente à relação entre sua massa M e seu vo lume V RIBEIRO MELO TIRAPEGUI 2018 Vídeo demonstrando pon tos de mensuração das dobras cutâneasl Para acessar use o seu leitor de QR Code 126 D M V Tomando por intenção o modelo de dois comparti mentos a estimativa de densidade corporal huma na o peso corporal pode ser dividido em gordura e massa magra seguindo a proposta D g dg Mm dMm D densidade g gordura dg densidade da gordura Mm massa magra dMm densidade da massa magra A massa magra é bastante heterogênea e pode ser dividida em seus constituintes Água A Mine rais Mi e Proteínas P Desse modo podemos estimar utilizando a seguinte fórmula D g dg A da P dp Mi dmi dg densidade da gordura da densidade da água dp densidade da proteína dmi densida de dos minerais Onde água proteínas e minerais são divididos por sua respectiva densidade Componente Densidade g ml da massa magra Referên cia corpo ral Água A 09937 738 624 Proteínas P 134 194 164 Minerais Mi 3038 68 59 Ósseos 2982 56 48 Não ósseos 3317 12 11 Gordura G 09007 153 Massa magra Mm 1100 100 847 Referência corporal 1064 100 Densidade a 36 graus celsius Quadro 3 Composição densidade dos tecidos e referência corporal Fonte adaptado de Ribeiro Melo e Tirapegui 2018 Existem algumas equações que estimam a quantida de de gordura corporal a partir da densidade dentre as principais podemos citar duas Gord 495 D 450x 100 SIRI 1960 Gord 457 D 4142x 100 BROZEK 1961 Sabese que a medida da massa corporal é relati vamente fácil de se obter utilizando uma balança calibrada Contudo conhecendo o volume corporal V podese obter por meio das equações descritas anteriormente estimando a densidade corporal D e posteriormente o percentual de gordura corporal RIBEIRO MELO TIRAPEGUI 2018 Dentre as principais técnicas que estimam o volu me corporal duas principais podem ser destaca das a pesagem hidrostática e a pletismografia por deslocamento de ar Bioimpedância elétrica A análise de bioimpedância elétrica é uma técnica de avaliação da composição corporal que foi desenvolvida a partir dos fenômenos bioelétricos encontrados em tecidos animais e humanos que vêm sendo estudados desde o século XIX Essa técnica pode ser considerada uma forma relativamente barata não invasiva e rá 127 EDUCAÇÃO FÍSICA pida para avaliar a composição corporal em situações de campo e clínica Por meio da corrente elétrica que passa por toda a superfície corporal ela pode ser de baixa amplitude 50800 mA e alta amplitude 50 Hz ou mais ROSSI CARUSO GALANTE 2017 ca ocorre no meio aquoso do corpo humano e permite mensurar a concentração de íons dissolvidos na solução desse modo a resistência da reação pode ser estimada por meio desta concentração de íons BUCHHOLZ BARTOK SCHOELLER 2004 Alguns autores repor tam que os principais componentes analisados desta técnica são BAUMGARTNER CHUMLEA ROCHE 1990 ROSSI CARUSO GALANTE 2017 Impedância Z Referese à oposição a um condutor e é composta por dois vetores O primeiro é a resistência R oposição pura de um condutor para a passagem de corrente e o segundo é a Reactância Xc que é recíproca ao estoque de voltagem quantidade de energia disposta no local de um condensador por um breve período Está relacionada com integridade função e composi ção da membrana celular Existe também o Ângulo de fase que nada mais é que o ângulo entre R e Xc condicionando o estado de saúde do indivíduo Descrição da Imagem A imagem apresenta ilustrativamente uma pesagem hidrostática à direita em que uma pessoa é pesada por uma balança suspensa dentro de uma piscina estando totalmente submer sa na água E à esquerda uma representação de uma pletismografia onde um jovem está dentro de uma câmara de pressão ligada a um computador de mensuração para verificação da composição corporal Figura 9 Imagens representativas de pesagem hidrostática e pletismo grafia Fonte adaptada de Branco Matsuo e Follmer 2019 Descrição da Imagem A imagem apresenta um aparelho de bioim pedância octapolar ou seja o qual possui 8 polos e condução elétrica similar a uma balança de farmácia com hastes laterais para que as mãos conduzam a corrente elétrica até os pés e a mensuração trans corra todas as partes corporais Figura 10 Aparelho de avaliação da Bioimpedância elétrica Esse procedimento pode seccionar o corpo em três ou quatro compartimentos líquido extracelular líquido intracelular massa isenta de gordura e peso corporal total Em um modelo simplificado a condução elétri 128 As avaliações bioquímicas assim como nutrigenô micas são métodos avaliativos que atualmente fa zem parte de muitos tratamentos multidisciplinares nutricionais os quais são realizados rotineiramen te com o intuito de prevenir mapear ou diagnos ticar possíveis alterações de ordem hereditária ou comportamental relacionadas à alimentação Em grande parte utilizam amostras biológi cas que podem ser compostas por sangue veno so soro e plasma arterial e capilar saliva uri na fezes aspirações cálculos renais líquido do cérebro espinhal tecidos e células corporais que são analisados de diferentes formas a partir de sua constituição para determinar concentrações de compostos ROSSI CARUSO GALANTE 2017 Hemograma O sangue humano é composto basicamente por eritrócitos ou hemácias células vermelhas leucó Avaliação Bioquímica e Nutrigenômica 129 EDUCAÇÃO FÍSICA citos células brancas e plaquetas A análise desse exame compreende um conjunto de informações sobre anemias infecções leucemias e distúrbios de coagulação ROSSI CARUSO GALANTE 2017 O hemograma é um dos exames mais utiliza dos nas clínicas em geral e sua avaliação é automa tizada feitas em contadores eletrônicos podendo ser contados o número de células sanguíneas e seus compostos sendo os principais métodos eri trograma leucograma e lipidograma Os glóbulos são contados em sua totalidade a hemoglobina dosada por colorimetria é sempre realizada com exatidão e precisão FAILACE 2015 Eritrograma É a seção do hemograma que avalia o eritrônio órgão difuso que engloba cerca de 30 milhões de eritrócitos circulantes além de seu tecido originá rio eritroblástico medula óssea É o responsável principal do transporte de oxigênio para os tecidos e a redução crônica funcional do eritrônio é carac terizado pela redução da hemoglobina sanguínea configurando quadro de anemia FAILACE 2015 Leucograma A contagem de leucócitos é uma técnica que estima o número de células leucocitárias ou imunológicas por contagem eletrônica a qual apresenta um coeficiente de variação significativo de 2 a 30 dependendo da concentração e do aparelho em que o aumento ex tremo no número de células é denominado leucoci toses e a redução drástica na quantidade de células é considerada leucopenia FAILACE 2015 Lipidograma Os métodos enzimáticos colorimétricos são os mais utilizados atualmente e determinam o colesterol to tal as lipoproteínas de alta densidade HDL c e os triglicerídeos TG Para as lipoproteínas de baixa densidade LDL c a forma mais aplicada é a fór mula de Friedwald 1972 em que LDLC CT HDLC TG 5 sendo valor de TG 5 uma estimativa para a concentração de lipoprote ínas de muito baixa densidade VLDL c expressas em ml dL diretrizes brasileiras de dislipidemia Lípides Referência ml dL Colesterol total 190 HDLc 40 Triglicerídeos 150 LDLc 50 130 não HDLc 80 160 Quadro 4 Tabelas de referência para a concentração dos lípides em jejum de 12 horas Fonte adaptada de Faludi 2017 Proteínas totais O plasma contém muitos tipos de proteínas em que o teste denominado proteínas totais soma todas es sas proteínas presentes pela técnica do biureto sen do a porção de albumina o principal conteúdo que se soma às globulinas O aumento consideravelmente superior na quantidade de proteínas no sangue pode caracterizar um quadro de paraproteína contudo quando os valores estão consideravelmente inferio res caracterizase hipoproteinemia que pode ser causada por hepatopatia ou desnutrição e quadros de hipoalbuminemia As proteínas do soro são separa 130 das nas seguintes frações globulinas γ β α 1 α 2 e albumina ROSSI CARUSO GALANTE 2017 Exames hormonais enzimáticos Muitos exames podem ser configurados para men surar vias metabólicas e modificações hormonais em diferentes condições clínicas principalmente para a identificação de características nutricionais que envol vem o avaliado Um exemplo patológico específico que necessita diretamente examinar os quadros nutricio nais e a modificação no ciclo hormonal e enzimático do paciente é o diabetes mellitus tipo I ou seja insuli nodependente Nesse tipo de patologia o paciente não produz o hormônio e o acompanhamento frequente de variantes como glicemia insulina hemoglobina glicada entre outros sendo estes de extrema impor tância para controle da doença e aprimoramento do consumo nutricional BRANCO MATSUO FOLL MER 2019 RIBEIRO MELO TIRAPEGUI 2018 ROSSI CARUSO GALANTE 2017 Os testes hormonais e enzimáticos fazem parte de uma alta gama de alterações metabólicas que podem ser oriundas ou não da alimentação As principais amos tras biológicas para a detecção hormonal e enzimática são sangue plasma ou soro saliva e urina sendo os mais comuns RIBEIRO MELO TIRAPEGUI 2018 AVALIAÇÃO NUTRIGENÔMICA A nutrigenômica é uma recente área da nutrição que surgiu no pós advento do genoma humano ela tem como principal foco de investigação a intera ção nutrição e gene que ocorre predominantemen te de duas formas os nutrientes podem influenciar a resposta individual do genoma e as variações no genoma podem influenciar a resposta individual à alimentação COZZOLINO 2016 A literatura tem apresentado dois caminhos es pecíficos em relação à terminologia utilizada para conceituação da biologia humana para as inferên cias alimentares na genética A nutrigenômica faz referência à análise prospectiva das diferenças entre os nutrientes consumidos e a regulação de expressão de genes Em contrapartida a nutrigenética pode ser referida como o caminho inverso ou seja engloba as análises retrospectivas das variantes genéticas de indivíduos que condicionam a resposta clínica dos nutrientes MARTI et al 2005 Dentre os princi pais pontos que podem ser abordados neste campo da pesquisa na área da nutrigenômica como um todo estão COZZOLINO 2016 Efeito de dietas inadequadas Interação gênica de nutrientes e compostos bioativos O genoma individual e a dieta adequadain dividualizada O controle do genótipo para a prescrição e minimização de doenças crônicas Em um contexto geral as principais vertentes dos conceitos de nutrigenômica e nutrigenética compre endem que a interação entre genoma e alimentação contribuirá muito para a prevenção e promoção da saúde Por meio principalmente de dietas perso nalizadas buscase a redução dos riscos de desen volvimento de doenças crônicas não transmissíveis ANETE VALENTE 2014 Pensando nos compo nentes da dieta e sua influência na genética esses compostos bioativos podem alterar a expressão ge 131 EDUCAÇÃO FÍSICA nômica direta e indiretamente a nível celular Atuam como ligantes para a ativação de fato res de transcrição que favorecem a síntese de proteínas receptoras de membrana São metabolizados por rotas metabólicas pri márias ou secundárias alterando a concen tração de substratos intermediários Intervêm positivamente ou negativamente sobre as rotas de sensibilização MARTI et al 2005 No entanto quando se remete à regulação dos genes e das enfermidades relacionadas a dietas dentre os principais conceitos que podem ser observados estão Determinar as causas das expressões de cada gene em específico Quais subgrupos são res ponsáveis pelo fenótipo concreto Se existe um padrão único de expressão de genes para esse genótipo em específico Ou seja os sujeitos apresentam padrões de expres são únicos em função da dieta e do genótipo indivi dual MARTI et al 2005 Outro parâmetro observado é a intervenção dietética na condição requerida nutricionalmente e no genótipo do indivíduo por exemplo nutrição individualizada descrita como uma das principais formas para prevenir minimizar e curar algumas doenças crônicas Porém atualmente esse método ainda é muito difícil de ser empregado com fre quência visto que muitos genes interagem entre si adicionados às variáveis ambientais que con tribuem para a etiologia da doença Desse modo entender os genes que contribuem efetivamente para o desenvolvimento da doença e acondicionar alimentos que inibem ou contrapõem este ciclo patológico demanda investigação intensa e de re levância extrema MARTI et al 2005 Fenótipo de doenças crônicas nãotransmissíveis Diferentes técnicas de biologia molecular e celular têm sido desenvolvidas nas últimas décadas que revolucionaram as ciências da nutrição e a sua rela ção com as doenças crônicas e envolvem genômica epigenômica modificações póstranslacionais pro teômica metabolômica e biologia sistêmica dos pro cessos patológicos OLGUIN 2018 Obesidade A obesidade é uma doença multifatorial resultante de um descompasso entre a ingestão e o gasto energético cronicamente E o consumo de nutrientes em especí fico pode modular a expressão de fatores imunológi John C Mathers em seu estudo intitulado Nutrigenô mica na Era Moderna apresenta que a ciência tem voltado seus olhos para o impacto dos micróbios à saúde do corpo humano As aparentes interações en tre o microbioma bactérias anaeróbicas presentes na flora intestinal o sistema imune e o metabolismo têm demonstrado que fatores dietéticos podem estar modulando muitas dessas interações Despidas de surpresas a composição e a atividade metabólica do microbioma são influenciadas pela ingestão alimentar e conduzem ao estabelecimento de relações causais entre a microflora intestinal humana e o estado de saúde como a obesidade e o câncer Além disso sabese que a má nutrição tem apresentado impacto na constituição do microbioma infantil além de o leite materno rico em oligossacarídeos induzir a respostas transcricionais para espécies de bactérias em parti cular por exemplo Bacteroides fragilis que afetam outros membros do microbioma Fonte os autores SAIBA MAIS 132 cos lipogênicos metabólicos e reguladores neurais Todos esses processos estão diretamente ligados ao genoma humano e seu potencial de síntese de novas estruturas ANETE VALENTE 2014 As principais modificações na obesidade quanto ao fenótipo da doença são o desenvolvimento de pro cessos inflamatórios de baixo grau IL6 TNFa NFKB entre outros causando um desbalanço entre os cen tros de controle da ingestão alimentar regulados me tabolicamente por hormônios e neurotransmissores leptina adiponectina e neuropeptídeo Y no sistema nervoso central e redução na síntese de enzimas e pro teínas responsáveis pela condução e respostas metabó licas receptores de membrana entre outros em que todas essas ações ocorrem em conjunto BUECHLER KRAUTBAUER EISINGER 2015 HERNANDES VALENTINI 2010 TAIANAH et al 2017 Doenças cardiovasculares As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em todo o mundo Com isso existe uma alta associação entre o perfil lipídico e o conteúdo de gordura plasmática com o desenvolvimento dessas doenças Nesse sentido alguns nutrientes e bioati vos têm sido estudados para combater esse mal mo dulando a expressão de alguns genes específicos da síntese lipídica como o caso dos polifenóis e ácidos graxos essenciais ANETE VALENTE 2014 Existe uma relação direta entre a proteína apoli poproteína A1 ApoA1 primordial no controle do metabolismo lipídico quando sofre polimorfismo no promotor do gene ApoA1 com os aumentos na concentração de HDL sanguíneo colesterol bom Essa modificação quantificase quando há um au mento no consumo de ácidos graxos poliinsatura dos presentes principalmente em algumas semen tes e peixes MARTI et al 2005 Foi identificada também em algumas pessoas a presença de um polimorfismo de nucleotídeo sim ples denominado AA na posição 6 do nucleotídeo 6 da angiotensina Os indivíduos que possuem esse po limorfismo apresentam condições metabólicas para os desenvolvimentos da hipertensão arterial Nesse caso sendo indicada a introdução dietética para pre venir a hipertensão arterial MARTI et al 2005 A presença de ácidos graxos essenciais e do áci do linoleico O3 parece contribuir para o controle nutrigenômico na expressão de algumas proteínas como a família dos receptores ativados de proli ferador de peroxissoma PPAR que controlam o metabolismo glicêmico e lipídico assim como a translocase de ácidos graxos FATCD36 contro ladora da produção de triglicerídeos e desenvolvi mento aterogênico ANETE VALENTE 2014 Diabetes Mellitus O diabetes Mellitus DM tipo 2 mais comum e me nos severo quadro da doença é caracterizado como uma patologia que apresenta a glicemia de jejum acima dos 126 mgdL em mais de uma análise e gli cemia aleatória mais que 200 mgdL A partir disso uma verificação da tolerância à glicose é realizada para confirmar o quadro KAPUT et al 2007 Agravado por esse quadro ou por meio de desenvolvimento hereditário o DM tipo 1 carac terizase pela destruição das células beta pancre áticas responsáveis pela produção do hormônio insulina que possui ação na ativação da captação da glicose na corrente sanguínea e no transporte para dentro das células por meio de proteínas de 133 EDUCAÇÃO FÍSICA membrana denominadas transportadores de gli cose GLUT SILVERTHORN 2017 O controle nutrigenômico desta doença con tudo não está diretamente relacionado a um gene em específico mas a centenas que podem estar diretamente ao desenvolvimento da doença que envolvem as cascatas responsáveis pela síntese de glicose transporte degradação e estimulação endócrina de glândulas e agentes inflamatórios ANETE VALENTE 2014 KAPUT et al 2007 Importantes componentes bioativos têm sidos estudados para compor a dieta de pessoas acome tidas por DM dentre as principais que têm apre sentado resultados eficientes em controlar ou até mesmo prevenir estão as dietas mediterrâneas ricas em cereais proteínas e gorduras dos peixes ricas em ácidos graxos poliinsaturados que promovem modificações fenotípicas importantes no quadro da patologia assim como a inserção do ácido fólico que pode contribuir para redução na resistência à insulina ANETE VALENTE 2014 Nutrigenômica no exercício e esporte de de sempenho Para entendermos um pouco sobre a nutrigenômi ca no exercício e no esporte devese salientar que a literatura tem apresentado que o mapa genético hu mano apresenta cerca de 170 sequências variantes de genes e marcadores genéticos que estão relacionados com o fenótipo de performance física e condições da saúde E que o desempenho depende de fatores múltiplos que variam entre biológico e ambiental ou seja olhar apenas para alguns genes não carac teriza o desempenho de atletas DIAS et al 2007 Pensando na aplicabilidade na área da nutri ção a nutrição funcional é uma área que utiliza o embasamento científico como as abordagens nu trigenômicas para construção de uma abordagem individualizada No entanto sabese que para a obtenção destes resultados os exames e instru mentalização possuem um custo efetivo demasia damente elevado SOUZA MARTINEZ 2017 Essa aplicabilidade indireta baseada muitas vezes em ensaios clínicos e estudos in vitro em grande parte acaba dimensionando o desenvolvi mento de diferentes tipos de dietas e orientações que englobam a saúde e qualidade de vida da popu lação principalmente nos casos citados anterior mente em relação ao fenótipo de doenças crônicas nãotransmissíveis Quando se fala em polimorfis mos relacionados à performance física podemos citar alguns mais importantes DIAS et al 2007 α Actinina 3 ACTN3 em adultos esse gene está diretamente relacionado ao fenóti po de três genes distintos que quando trans critos sintetizam isoformas de cadeia pesada da miosina MHC aprimorando a distribui ção dos tipos de fibras musculares AMP Deaminase AMPD1 este gene co difica mioadenilato deaminase que au menta a demanda catalisando ADP em ATP novamente durante a atividade me tabólica intensa do músculo esquelético e aumentando o potencial de entrega ID da Enzima Conversora de Angioten sina ECA o polimorfismo I e D da ECA tem apresentado extrema atenção em rela ção à performance humana ou seja o alelo I está associado ao predomínio de atletas de resistência e o alelo D é preferencial mente encontrado em atletas de força e explosão Ambos alelos estão diretamente relacionados à proliferação de miócitos no coração e potencial cardiovascular 134 Receptor β2 de Bradicinina BDKRB2 assim como a ECA o gene receptor β2 da bradicinina pode modular a resposta hi pertrófica do ventrículo esquerdo e os ge nótipos do BDKRB2 possuem potencial de alterar a magnitude desse crescimento Enzima Creatina Quinase M CKM o gene da CKM M músculo é um legítimo candi dato a mediador da performance humana com potencial de influenciar o tamponamento dos fosfatos de alta energia para manutenção da via glicolítica durante atividade física intensa Contudo os testes genéticos são bem estabelecidos para serem utilizados como identificação clínica iden tificar potencialidades para melhorar a saúde bemes tar e desempenho de esportes por meio da nutrição baseada nos testes genéticos GUEST et al 2019 Desse modo alguns nutrientes são determinan tes e estabelecem condições para o desenvolvimento do desempenho quando se fala em condicionamen to físico Todos esses procedimentos abordados pela comunidade científica visam apenas ao ganho no desempenho para a saúde de forma estritamente segura efetiva legal e ética GUEST et al 2019 E o biótipo individual de cada um possibilita que muitas vezes esses nutrientes relacionados ao biótipo melho rem mantenham e não alterem ou reduzam as deter minantes fisiológicas durante a atividade intensa De modo geral o esquema a seguir reporta a importân cia do mapeamento individual para o desempenho EXPOSIÇÃO RESPOSTA À SAÚDE OU AO DESEMPENHO NUTRIENTES POLIMORFISMO DE NUCLEOTÍDEO SIMPLES SNP GENÓTIPO 1 GENÓTIPO 2 GENÓTIPO 3 MELHORA SEM EFEITO PREJUDICIAL Descrição da Imagem A imagem apresentada a partir de uma linha do tempo mostra como os alimentos consumidos podem impactar geneticamente a saúde e o desempenho do organismo Onde os nutrientes consumidos em excesso podem promover polimorfismos de nucleotídeo único causando modificações em nosso organismo como melhora no desempenho neutralidade e piora como o caso da obesidade Figura 11 Respostas nutrigenômicas de alguns nutrientes com base na individualidade genética Fonte adaptada de Guest et al 2019 135 EDUCAÇÃO FÍSICA Sendo a identificação ou mapeamento genético a melhor forma de se potencializar o real efeito de uma terapia nutricional ou de tratamento em con dições patológicas proporciona em muitos casos ainda em mecanismos pouco esclarecidos a me lhor forma de aprimoramento nutricional 136 considerações finais Caroa alunoa nesta unidade abordamos como tema central os princípios das avaliações que envolvem a nutrição em um âmbito generalizado relacionado à realidade da educação física Introduzimos conceitos teóricos que descrevem as estimativas do balanço energético do homem e os princípios do consumo energético basal humano Sabese que estes valores de dispêndio energético são fundamentais para o controle do peso e composição corporal a partir de uma ingesta adequada assim como o potencial energético de cada tipo de alimento em específico ajustando essas duas relações dispêndio versus consumo Com isso nesta unidade contemplamos os principais instrumentos para a avaliação do metabolismo basal e consumo alimentar para se obter um balanço energético individual Foram estabelecidos os conceitos e métodos de avaliação da composição corporal como forma de acompanhamento dos resultados sejam eles aplicados nas terapias nutricionais utilizadas por nutricionistas para identificar possibilidades dentro do treinamento e prescrição seja no acompanhamento nutricional do aluno e no conhecimento das características populacionais de uma turma ou população utilizadas pelo profissionalprofessor de educação física com base na teoria da compartimentalização das estruturas corporais Por fim apresentamos os exames bioquímicos e nutrigenômicos que avaliam diretamente a condição biológica do indivíduo e como essas análises podem ser um fator diagnóstico para o controle da saúde e do desempenho físico individua lizado Além disso a partir do conhecimento adquirido eles podem diagnosticar no campo da nutrição esportiva os resultados sobre a funcionalidade corporal e ajudar na aplicação para melhores resultados Esperamos que após conhecer um pouco desta abordagem das avaliações nutri cionais você alunoa possa utilizar esses conhecimentos para aprimorar sua futura e próxima realidade profissional 137 atividades de estudo 1 Como vimos nessa unidade a regulação do comportamento alimentar baseiase em dois centros controladores do SNC presentes em específico no hipotálamo Com base nos conteúdos apresentados até aqui assinale quais são os centros controladores da fome e saciedade respectivamente a Núcleo anterior e dorsomedial b Núcleo anterior e posterior c Núcleo lateral e ventromedial d Núcleo óptico e arqueado e Núcleo paraventricular e óptico 2 Pensando na ingesta adequada de alimentos e nos diferentes processos que interferem diretamente no controle do peso corporal sabese que as manifes tações ambientais comportamentais e a interação entre eles podem ser conside radas heranças fenotípicas Desse modo qual fator relacionado a mudanças no balanço energético está sendo mencionado a Transmissão genética b Mentalidade da dieta c Transtorno dismórfico do corpo d Compulsividade alimentar e Epigenética 3 A energia livre química dos alimentos produzida pela digestão dos seres huma nos provém do desenvolvimento de mecanismos bioquímicos estruturais e fisio lógicos no organismo que produzem energia para as necessidades vitais Anali sando essa breve introdução assinale Verdadeiro V ou Falso F sobre o assunto 138 atividades de estudo Dependendo do alimento consumido o processo de produção térmica alcança seus valores máximos em cerca de 1 hora após a alimentação O efeito térmico dos alimentos pode ser caracterizado de duas formas termo gênese obrigatória e termogênese facultativa O calor expelido pelos lipídios em sua digestão é geralmente fixo em 94 independentemente da composição O principal método de mensuração do efeito térmico dos alimentos é o crio métrico de frequência Os dois principais fatores que afetam a liberação de energia pelas proteínas são o tipo e a quantidade de nitrogênio Assinale a alternativa correta a V V V V e V b V V F F e V c F V F V e F d V V F V e V e F F V V e F 4 A literatura descreve que o modelo de composição corporal humano consiste em cinco níveis distintos que aumentam a complexidade Cada nível é estrita mente definido para estimar o peso corporal total Com base nas informações descritas nesta unidade associe os prospectivos níveis com alguns de seus com ponentes 139 atividades de estudo Níveis Componentes 1 Atômico Água proteínas e gorduras 2 Molecular Líquido intracelular e massa celular 3 Celular Ossos tecido adiposo e muscular 4 Tecidual Membros e tronco 5 Corpo todo Oxigênio carbono hidrogênio A sequência correta é a 3 2 4 5 e 1 b 3 5 2 1 e 4 c 5 4 2 3 e 1 d 2 3 4 5 e 1 e 1 2 4 5 e 3 5 Sabese que duas importantes e atuais áreas da nutrição vêm ganhando cada vez mais espaço na realidade do profissional da saúde denominadas nutrigené tica e nutrigenômica Com base nessas informações e nos assuntos abordados nesta unidade descreva o conceito de abordagem dessas duas áreas 140 LEITURA COMPLEMENTAR Indicadores antropométricos de adiposidade associados ao peso corporal e forma to corporal como preditor do risco cardiometabólico em jovens adultos ingleses superioridade de razão entre estatura e circunferência da cintura Foi realizado um estudo pela Escola de saúde pública da Universidade de Liverpool Hope localizada em Liverpool UK em parceria com a Escola de Nutrição e Ciências Alimenta res da Universidade de Ciência Médicas de Isfahan no Irã para analisar quais os fatores preditivos das diferentes medidas antropométricas conhecidas para medir a adiposida de comparando e associando com os fatores de risco de desenvolvimento de doenças cardiometabólicas Esse estudo contou com a participação de 550 participantes com ida des entre 18 e 25 anos sendo avaliados os seguintes dados antropométricos Variáveis antropométricas avaliadas no estudo Índice de Massa Corporal IMC IMC Peso Estatura² Gysel 1974 Novo IMC NIMC 13 x Peso Estatura ² Van Vugt et al 2015 Estimador da adiposidade corporal AC 44988 0503xIdade 10689xSexo 3172xIMCxSexo 002xIMCxIdade 0005xIM C²xSexo 000021xIMC²xIdade homem0 mulher 1 GomezAmbrozi et al 2012 Circunferência do quadril Perímetro do quadril em centímetros WHO 2008 Relação cinturaquadril RCQ Cinturacm Quadrilcm WHO 2008 Relação cinturaaltura RCE Cinturacm Estaturacm Ashwell 1995 141 LEITURA COMPLEMENTAR Variáveis antropométricas avaliadas no estudo Índice de Adiposidade Corporal IAC Circquadril Estatura¹⁵ 18 Bergman et al 2011 Índice de Forma Corporal IFC Circquadril IMCº⁶⁶ x Estatu raº⁵ Krakauer e Krakauer 2012 Ao analisar os resultados coletados de todos os participantes os autores puderam ob servar que os métodos utilizados por GomesAmbrozi et al e Van Vught et al demons traram forte associação com a adiposidade mensurada porém não apresentaram po der discriminatório adequado para identificar o risco de doenças cardiometabólicas Foi encontrado contudo uma estatística significativa para os resultados do método des crito por Ashwell em relação à gordura corporal mensurada e forte relação com os riscos de desenvolvimento cardiometabólicos apresentando superioridade para a mensuração da adiposidade em populações jovens Concluindo o método Novo IMC e Estimador de Adiposidade Corporal recomendado pelos autores para uso por ser simples efetivo e replicável pode monitorar o risco de doenças cardiometabólicas em adultos jovens Fonte adaptado de Amirabdollahian e Haghighatdoost 2018 142 material complementar O Poder dos Nutrientes William J Walsh Editora Versal Editores Sinopse o livro apresenta os avanços científicos descritos por Dr Walsh particu larmente na biologia molecular do cérebro com tratamentos naturais eficazes e sem efeitos colaterais sérios tratamentos nutricionais para biótipos específicos e inovação decisiva para a saúde psiquiátrica ROTTEN Estragado Ano 2019 Sinopse esta série que apresenta diferentes documentários apresenta a cadeia de produção dos alimentos revelando verdades amargas e expondo forças ocul tas sobre o que comemos Indicação para Assistir Indicação para Ler 143 gabarito 1 C 2 E 3 B 4 D 5 A nutrigenômica faz referência à análise pros pectiva das diferenças entre os nutrientes consumidos e a regulação de expressão de genes Em contrapartida a nutrigenética pode ser referida como o caminho inverso ou seja engloba as análises retrospectivas das varian tes genéticas de indivíduos que condicionam a resposta clínica dos nutrientes Professora Me Bruno Ferrari Silva Professora Ma Cheila Aparecida Bevilaqua Professora Ma Giuliana Maria Ledesma Peixoto Plano de Estudo A seguir apresentamse os tópicos que você estudará nesta unidade Recursos energéticos durante o repouso e o exercício Dispêndio energético em diferentes modalidades Classificação da atividade física pelo dispêndio de energia Aprimoramento das capacidades de transferência de energia Suplementação e recursos ergogênicos Objetivos de Aprendizagem Compreender como o organismo humano utiliza os recursos energéticos durante o repouso e o exercício Diferenciar as principais vias metabólicas utilizadas em diferentes modalidades de exercício físico Classificar os dispêndios energéticos dos mais diferentes tipos de atividade física Determinar os principais modelos de aprimoramento das capacidades de transferência de energia pelo corpo humano Analisar em uma visão clínica como devem ser a suplementação e utilização de recursos ergogênicos em atletas NUTRIÇÃO APLICADA À ATIVIDADE FÍSICA NO EXERCÍCIO FÍSICO E NO DESPORTO unidade IV INTRODUÇÃO O lá caroa alunoa chegamos à unidade mais esperada de nosso material Aqui abordaremos os principais pontos re lacionados à nutrição aplicada à saúde e suas vertentes rela cionadas à nutrição esportiva destacando a importância de todos os assuntos que abordamos até agora ou seja aqueles aplicados à realidade de atuação da educação física em específico à atividade física no exercício físico e no desporto Inicialmente esta unidade foi dividida didaticamente para que você possa compreender de forma clara os conteúdos apresentados ante riormente nas unidades 1 2 e 3 e a aplicabilidade destes na esfera do movimento Nessa primeira parte abordaremos como são disponibili zados os recursos energéticos durante o repouso para manutenção das necessidades vitais do organismo e durante o exercício físico com suas principais especificidades de realização Em seguida apresentaremos a partir de um conhecimento prévio de me tabolismo energético como o exercício físico em suas diferentes modalida des consome energia substancialmente por meio de seus princípioschave categorizaremos as diferentes modalidades em consonância com as possibi lidades energéticas disponíveis para uso É por meio desses conceitos que se tem a classificação da atividade física pela quantidade de energia e a fonte energética que a atividade pode consumir durante sua execução Dessa forma você verá que por meio do treinamento sistematizado podese modificar a capacidade de metabolização dos substratos apri morando o potencial de produção energética durante o repouso e movi mento E isso tudo pode ser melhorado ainda mais quando se tem uma alimentação adequada Visto isso traremos uma aula especial que apre sentará conceitualmente o que é a suplementação alimentar e os recur sos ergogênicos e como essas duas fontes de substratos podem auxiliar você futuroa profissional da área e seus respectivos alunos e atletas a melhorar a saúde e consequentemente o desempenho esportivo unidade V 148 Recursos Energéticos Durante o Repouso e o Exercício Como já apresentado os alimentos não podem ser absorvidos em sua forma natural ou seja através da mucosa gastrointestinal E por tal motivo não há utilização dos nutrientes sem antes haver uma digestão preliminar destes alimentos ingeridos Além disso carboidratos lipídios e proteínas são digeridos pelo trato gastrointestinal em estrutu ras que podem ser absorvidas pela mucosa assim como água eletrólitos vitaminas e outros que ali mentam todo o metabolismo HALL 2011 Para entender um pouco mais sobre como são produzidos e armazenados os recursos energéti cos presentes no organismo humano precisase compreender como ocorre o funcionamento do sistema digestório a eficiência do processo absor tivo o aproveitamento desses nutrientes e como podem ser utilizados pelos tecidos para que pos síveis estratégias metabólicas sejam moldadas para otimizar a saúde ou o desempenho esportivo 149 EDUCAÇÃO FÍSICA regulador da passagem para o duodeno No intestino delgado a bile secretada pelo fí gado e armazenada na vesícula biliar é libera da no intestino delgado por estímulos e com isso a lipase ataca as gorduras emulsificadas pelos sais biliares e digere até as formas ácidos graxos e monoglicerídeos Os precursores de enzimas tripsinogênio e quimotripsinogê nio são ativados por enzimas intestinais até a tripsina e quimotripsina Ocorre digestão de proteínas até aminoácidos di e tripeptídeos A amilase pancreática assim como enzimas da parede intestinal digere os carboidratos até monossacarídeos di e trissacarídeos ESTRUTURA E FUNCIONALIDADE ANA TÔMICA DO SISTEMA DIGESTÓRIO O sistema digestório é constituído de dois grupos de órgãos o trato gastrointestinal GI e os órgãos aces sórios da digestão O GI também conhecido como canal alimentar é um tubo contínuo que se inicia na boca e termina na região anal através da cavidade torácica e pélvica Os principais órgãos que compre endem o GI são boca faringe esôfago estômago intestino delgado e intestino grosso E toda sua es trutura pode variar em comprimento total de 5 a 7 metros TORTORA DERRICKSON 2019 Os órgãos acessório da digestão nunca entram em contato direto com o alimento com exceção de dentes e língua e em grande parte eles produzem ou arma zenam secreções que fluem para o trato GI por meio de ductos que auxiliam no processo digestivo e decom posição química dos alimentos dentre os principais estão fígado vesícula biliar pâncreas baço e alguns ductos hepáticos TORTORA DERRICKSON 2019 Analisando em uma visão global do processo de digestão que envolve todas as estruturas que com põem o sistema digestório podese especificar a di nâmica da produção de nutrientes por localização OLIVEIRA MARCHINI 2008 Na cavidade oral as glândulas salivares secretam amilase salivar que inicia a digestão do amido Há também uma lipase com função enzimá tica pequena porém efetiva na lubrificação da saliva assim como a trituração pela mastigação No estômago secreção de ácido hidroclorí drico glândulas parietais de pepsinogênio de gastrina fator intrínseco muco e lipase gástrica Processo esse que inicia digestão proteica mistura homogeneização e emulsi ficação do bolo alimentar Sendo o piloro um Glândula parótida glândula salivar Glândula submandibular glândula salivar Esôfago Fígado Duodeno Vesícula biliar Jejuno Íleo Colo ascendente Ceco Apêndice Boca cavidade oral contém dentes e língua Glândula sublingual glândula salivar Faringe Estômago Pâncreas Colo transverso Colo descendente Colo sigmoide Reto Canal anal Ânus Descrição da Imagem Imagem representativa do trato gastrointesti nal onde são apresentadas as principais estruturas do trato gastrointes tinal longo canal alimentar que inicia na boca e vai até o ânus por onde os alimentos são consumidos e digeridos para que os nutrientes sejam absorvidos pelo intestino e armazenadosmetabolizados E os órgãos acessórios que são responsáveis pela liberação de sucos digestivos hormônios e armazenamentos de nutrientes Figura 1 Descrição das estruturas do trato gastrointestinal GI de hu manos Fonte adaptada de Tortora e Derrickson 2019 150 No intestino grosso a intensa ação da flora bac teriana faz com que carboidratos não digeridos e fibras presentes no quimo em parte sejam fermentados pelo microbioma do intestino li berando gases e ácidos graxos de cadeia curta Água e sais são absorvidos e as fezes são libera das com restos epiteliais bactérias mortas água e resíduos da digestão não absorvidos Os ácidos graxos quando absorvidos pelas células epiteliais apresentam um processo longo de trans porte até que atinjam a corrente sanguínea para serem metabolizados Os ácidos graxos de cadeia longa são reorganizados em triglicerídeos e com binados com uma pequena quantidade de fosfo lipídios proteínas e colesterol formando o que se denomina quilomícrons Estas são estruturas que se movem lentamente pelo sistema linfático para atin gir a circulação venosa cervical por intermédio do ducto torácico A enzima lipase lipoproteica conti da na parede do capilar hidrolisa os quilomícrons fornecendo ácidos graxos livres e glicerol para os tecidos periféricos MCARDLE 2019 A absorção dos aminoácidos livres ocorre por transporte ativo e pelo acoplamento de transpor te de sódio esses aminoácidos são entregues ao fígado por meio da veia porta hepática e os di e tripeptídeos movemse para dentro das células por um carreador que utiliza o gradiente do H para transporte ativo sendo hidrolisado e fluído para a corrente sanguínea MCARDLE 2019 Os aminoácidos quando chegam ao fígado po dem ser convertidos em glicose lipídios ou libera dos na corrente sanguínea como proteínas plasmá ticas albumina ou aminoácidos livres Além disso podem ser utilizados para sintetizar proteínas pep tídeos hormônios ou até mesmo derivados como a fosfocreatina ou colina componentes de neuro transmissores HALL 2011 MCARDLE 2019 Entendendo basicamente as estruturas anatômi cas do sistema digestório e os aspectos da absorção e processamento dos macronutrientes como esses com postos podem fornecer energia para o organismo du rante o exercício Pensando na estrutura bioquímica desses compostos veja como eles são armazenados e disponibilizados durante essas demandas energéticas Você sabia que a microbiota regula fatores neurogênicos que controlam toda a motilidade intestinal Muitas bactérias que vivem em nossa flora intestinal possuem fatores estimulatórios e endócrinos que controlam a peristalse intestinal e elas têm papel primordial na fisiologia digestiva do organismo e defesa contra patógenos REFLITA Quando falamos em absorção de nutrientes a taxa máxima de absorção de glicose pelo intestino pode variar entre 50 e 80 ghora para um indivíduo de 70 kg e isso pode variar muito dependendo do poten cial energético do alimento consumido e das necessi dades orgânicas energéticas Ou seja se considerar mos um exercício aeróbico intenso 20 Kcalmin derivando 80 de sua energia a partir da degradação de carboidratos então até 4 g de carboidratos serão catabolizados por minuto 240 ghora MCARD LE 2019 Porém durante o exercício intenso pro longado o organismo não consegue equilibrar a taxa de utilização de modo que a frutose não consegue ser absorvida por transporte ativo pois todo o ATP está sendo consumido sendo necessária a combina ção com uma proteína carreadora o que leva mais tempo para o transporte ocorrer MCARDLE 2019 151 EDUCAÇÃO FÍSICA SÍNTESE ENERGÉTICA PARA O REPOUSO E EXERCÍCIO Quando se fala em energia para as demandas ener géticas do organismo no exercício físico do ponto de vista da nutrição observase que repor os estoques com o combustível necessário para a demanda que está por vir é de fundamental importância para que se obtenha um grande sucesso dentro do objetivo tra çado Mas quando se fala em estoque os elementos que devem estar contidos neste repositório para que a atividade seja realmente bemsucedida são Adenosina trifosfato ATP Este composto formado a partir de uma molécu la de adenina unida a uma ribose que se une a três fosfatos inorgânicos forma a principal fon te pronta para consumo do organismo humano e serve como uma moeda internacional para todas as células vivas Essa estrutura produz energia a partir da hidrólise das ligações fosfato a qual for nece energia livre térmica ou seja quando há li gação covalente do ATP a alguma proteína e ocor re a hidrólise da molécula em ADP Pi a energia liberada promove a alternância da proteína entre duas conformações produzindo movimento me cânico como no caso da contração muscular NELSON COX 2014 Figura 2 Ciclo de degradação e síntese do ATP O ATP contudo pode ser produzido de diferentes formas no organismo e está envolvido em prati camente todas as reações químicas relacionadas à síntese energética E para que isso ocorra o orga nismo precisa recrutar a adenosina difosfato e o fos fato inorgânico liberados pela reação de produção de energia unificando ou sintetizando a partir da utilização dos nutrientes absorvidos na alimentação HALL 2011 NELSON COX 2014 Glicose Como se sabe a molécula de glicose pode ser redu zida a 4 moléculas de ATP 2 moléculas de NADH e 2 moléculas de piruvato que poderão ser utilizadas na cadeia transportadora de elétrons e ciclo de Krebs respectivamente para gerar mais ATP MCARD LE 2018 Após sua absorção e liberação na corren te sanguínea porém ela é encaminhada ao fígado que pode armazenála na forma de glicogênio ou é Descrição da Imagem Imagem representativa do trato gastrointesti nal onde são apresentadas as principais estruturas do trato gastrointes tinal longo canal alimentar que inicia na boca e vai até o ânus por onde os alimentos são consumidos e digeridos para que os nutrientes sejam absorvidos pelo intestino e armazenadosmetabolizados E os órgãos acessórios que são responsáveis pela liberação de sucos digestivos hormônios e armazenamentos de nutrientes Ciclo ATPADP Adenina Ribose Ribose Trifosfato Fosfato Energia liberada para a célula Difosfato Adenina Fosfato Absorção de energia da comida 152 transformada em gordura O processo de glicogêne se ocorre quando a glicose é transformada em gli cose1fosfato e convertida em uridinafosfatoglicose e posteriormente em glicogênio que pode ser ar mazenado no músculo ou no próprio fígado HALL 2011 MCARDLE 2018 O glicogênio muscular e a glicose sanguínea podem disponibilizar mais de 130 kJmin 32 Kcalmin durante o exercício extremo A glicose pode ser armazenada em pequenas quantidades no músculo e fígado e em muitos casos utilizada em sua totalidade após um exercício extenuante de longa duração HALL 2011 Triacilglicerol Uma grande parte dos ácidos graxos sintetizados ou ingeridos por um organismo podem ter dois destinos principais a incorporação em triacilgliceróis para o armazenamento de energia metabólica ou a incorpo ração nos componentes de membrana celular O des tino da incorporação depende muito da necessidade de demandas orgânicas NELSON COX 2014 Todos os substratos advindos de carboidratos gorduras e proteínas consumidos em excesso em uma alimentação podem ser convertidos na forma de triacilglicerol e serem mobilizados para o forne cimento de energia capacitando o organismo a su portar períodos de jejum NELSON COX 2014 Os ácidos graxos quando liberados na corren te sanguínea advindo a partir da quebra deste triacilglicerol em grande parte são oxidados no fígado para gerar acetil coenzima A acetilCoa e NADH O acetilCoa será oxidado no ciclo do ácido cítrico ou ciclo de Krebs produzindo ATP para manter as necessidades vitais do organis mo e o NADH irá ressintetizar mais ATP pela cadeia transportadora de elétrons E o excesso de acetilCoa desnecessário para o fígado é con vertido em acetoacetato e Bhidroxibutirato que podem ser utilizados como propulsores do ciclo do ácido cítrico NELSON COX 2014 p 922 A Boxidação utiliza o oxigênio e gera muitos mais ATPs se comparado à via glicolítica por meio da fos forilação do substrato em diferentes níveis A com pleta oxidação dos ácidos graxos na mitocôndria depende de diversos fatores incluindo a atividade de diversas enzimas da B oxidação a concentração de intermediários da reação a atividade de enzimas que podem estar em um estado inativo e a presença do oxigênio JEUKENDRUP GLEESON 2019 Aminoácidos Em geral existem duas linhas distintas de pesquisa que avaliam a necessidade proteica durante o exer cício A primeira acredita que a realização de exercí cios físicos e esportes aumenta a demanda metabóli ca de proteínas no organismo E a segunda acredita que as necessidades proteicas de atletas e esportistas não é diferente de indivíduos sedentários JEUKEN DRUP GLEESON 2019 A primeira linha descreve que as necessidades proteicas do exercício físico são maiores porque JEUKENDRUP GLEESON 2019 153 EDUCAÇÃO FÍSICA 1 Os aminoácidos podem ser oxidados duran te o exercício 2 O aumento da síntese proteica é necessário para reparar o dano e formar as bases da adaptação ao treinamento A segunda linha no entanto traz que o corpo hu mano se adapta ao treinamento e tornase mais efi ciente com o conteúdo proteico do organismo ten do o ciclo proteico reduzido no organismo após o treinamento inibindo o ciclo de degradação protei ca para que as demandas de ressíntese de proteínas sejam estabelecidas com melhor eficiência JEUKE NDRUP GLEESON 2019 NELSON COX 2014 Despindose de ambas as investigações observa se a partir de um olhar bioquímico que os aminoá cidos possuem uma importância maior na construção estrutural e metabólica do organismo e não necessa riamente uma fonte energética Os aminoácidos che gam ao fígado e seguem diferentes vias metabólicas sendo precursores de síntese proteica principalmente de proteínas plasmáticas eles podem atingir a corrente sanguínea e sintetizar tecidos e órgãos biossíntese de nucleotídeos hormônios e componentes nitrogenados no fígado e em outros tecidos NELSON COX 2014 Os aminoácidos podem contudo alimentar através da transaminação ou também desamina ção os ciclos energéticos pelo processo de oxidação na mitocôndria para ressintetizar ATP alimentando o ciclo de Krebs ou ressintetizando gordura lipo gênese Podem formar também cetonas pelo pro cesso de cetogênese assim como formar moléculas de glicose gliconeogênese Porém esses procedi mentos são requeridos apenas quando em alguns casos as reservas de carboidratos forem totalmente depredadas necessitando uma ressíntese energética ou em casos que o conteúdo proteico está presente em excesso no organismo e é convertido em gordura JEUKENDRUP GLEESON 2019 Descrição da Imagem A imagem representa a utilização dos macro nutrientes no organismo para a produção de energia As gorduras com postas na forma de triacilgliceróis convertidas de glicerol e ácidos graxos são metabolizadas pela beta oxidação Os carboidratos compostos por glicose ou glicogênio são metabolizados pela glicólise formando o ATP piruvato que pode ser incorporado à beta oxidação para produzir mais ATP E os aminoácidos que são desaminados e dependendo de sua constituição podem ser convertidos em piruvato como o caso da alani na convertidos em citrato como o caso do glutamato e convertidos em acetilCoA como o caso da glicina liberando ureia e amônia pela urina Piruvirato Lactato Alanina Amônia Glicina Ureia Urina Citrato Glutamato AcetilCoA Corpos cetônicos Oxaloacetato INTERCONVERSÕES PREDOMINANTES Gorduras e aminoácidos não essenciais Aminoácidos não essenciais Carboidratos ou gorduras Gorduras Glicerol ácidos graxos Carboidratos Glicoseglicogênio Proteínas Aminoácidos Desaminação Betaoxidação Ciclo do ácido cítrico Carboidratos Gorduras Proteínas Figura 3 Utilização metabólica dos macronutrientes durante o exercício Fonte adaptada de Mcardle 2018 154 Sabese que os recursos energéticos são necessários quando se fala em exercício físico e foi apresentado anteriormente como os substratos absorvidos pela digestão fornecem energia para as demandas ener géticas durante o esforço No entanto os exercícios físicos em suas diferentes modalidades apresentam requerimentos energéticos diferentes E abordare mos essas particularidades em detalhes a seguir Quando se fala em dispêndio energético no exer cício o primeiro ponto a ser abordado durante a reali zação é a intensidade com que o exercício é realizado e o segundo ponto muito importante para determinar o gasto energético é a duração do exercício Portan to ambos os fatores impactam a dificuldade relativa de uma determinada tarefa física sendo necessárias diferentes demandas energéticas para percorrer uma distância em diferentes intensidades assim como em diferentes distâncias para consumir a mesma quan tidade de energia dependendo do condicionamento individual de cada atleta MCARDLE 2018 Alguns exercícios porém apresentam de modo geral apesar de o esporte não ser imutável caracte Dispêndio Energético em Diferentes Modalidades de Exercício Físico 155 EDUCAÇÃO FÍSICA rísticas muito semelhantes de dispêndio energético comparando os mais diferentes praticantes às suas respectivas modalidades Para iniciar essa discussão abordaremos primeiramente as características de modalidades predominantes aeróbicas e anaeróbicas EXERCÍCIOS ANAERÓBICOS E AERÓBICOS Foi visto anteriormente que o organismo humano possui dois sistemas de produção de energia que são influenciados pela presença ou não do oxigênio para a produção de ATP O sistema anaeróbico compreen dese por aquele que produz energia sem a utilização de oxigênio utilizando principalmente as vias ATP PC e Glicólise para sintetizar ATP para a produção de movimento E o sistema aeróbico que consome oxigênio para a síntese energética utiliza principal mente o ciclo de Krebs ou do ácido cítrico e a cadeia transportadora de elétrons HALL 2011 JEUKEN DRUP GLEESON 2019 NELSON COX 2014 Dentro desses parâmetros sabese que duran te o esforço a via anaeróbica possui suas reservas energéticas limitadas e isso impede que essa fonte de produção energética se mantenha predominan te por longos períodos alimentando a musculatu ra esquelética sem gerar o que se denomina fadi ga Isso porque o acúmulo de piruvato ou ácido pirúvico um subproduto da glicólise anaeróbica acumulase na corrente sanguínea durante o esfor ço intenso que passa a ser convertido pela enzima desidrogenase lática em lactato ou ácido lático Essa molécula produzida é um importante marcador do metabolismo energético durante o exercício que quando se acumula na corrente sanguínea aumenta drasticamente a sensação de dor gerada pelo exercício até que ocorra a inter rupção do mesmo pelo esgotamento Ao analisarmos um teste de esforço em esteira ro lante que é realizado em intensidade gradativa até que se determine a exaustão de uma pessoa o comporta mento de algumas variáveis é muito importante para direcionarmos qual o predomínio desses dois siste mas energéticos durante as diferentes intensidades que perduram durante o teste dentre as principais estão o ácido lático para determinar o predomínio do metabolismo anaeróbico e o volume de oxigênio consumido durante o teste para determinar o predo mínio do metabolismo aeróbio utilizando um anali sador de gases visto que o O2 passa a ser consumido para sintetizar ATP HALL 2011 HALSON 2014 MACHADO et al 2011 MCARDLE 2018 Descrição da Imagem A imagem apresenta o potencial energético de cada uma das fontes de energia disponíveis para consumo durante o exercício O sistema de energia imediato composto por todo ATP pronto para consumo fornece energia nos primeiros 30 segundos de exercício extenuante Assim quando os níveis de ATP diminuem o organismo aumenta o predomínio de atividade metabólica dos siste mas de energia de curto prazo compostos pelas reservas de glicose e glicogênio disponível para consumo por meio da glicólise e glicogenó lise que perduram até aproximadamente 2 minutos e meio Quando essas duas vias perdem seu potencial de produção energética aumen ta o predomínio dos sistemas de energia de longo prazo potentes produtores de energia que necessitam da utilização de oxigênio para essa produção caracterizados pela beta oxidação e cadeia transpor tadora de elétrons perdurando até que a fadiga ocorra DURAÇÃO DO EXERCÍCIO CAPACIDADE PERCENTUAL DOS SISTEMAS DE ENERGIA 10s 30s 2 min 10 min 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Sistema de energia em curto prazo Sistema de energia em longo prazo Sistema de energia imediato Sistema de curto prazo e energia em g energia imediato Figura 4 Consumo energético durante o exercício em relação à dura ção da atividade Fonte adaptada de Mcardle 2018 156 A imagem anterior demonstra como os substratos energéticos são consumidos com base na duração da atividade Podese notar que os sistemas de energia imediata possuem um predomínio mui to curto de aproximadamente 30 segundos que equivalem às demandas energéticas referentes ao ATP disponível na célula e às demandas converti das pela ATPPC durante o esforço À medida que essas fontes vão se esgotando os sistemas de energia de curto prazo alimentados principalmente pela glicólise vão proporcionando subsistência para a contração muscular contudo ao atingir seu ápice na curva entre 30 segundos e 2 a 5 minutos seu potencial produtor de energia passa a diminuir em função da depredação do gli cogênio hepático e muscular que estimula o cres cimento dos sistemas energéticos de longo prazo denominados vias aeróbicas que sustentam o orga nismo até que a atividade se encerre HALL 2011 MCARDLE 2018 NELSON COX 2014 Esse oxigênio consumido durante o teste incre mental de esforço passa a crescer gradualmente du rante o percurso até que se atinja a fadiga quando a interrupção é estabelecida pela exaustão o consumo de oxigênio durante o esforço atinge seus maiores níveis denominando VO2máx o volume máximo de oxigênio consumido por minuto Nesse momento os níveis de ácido lático na corrente sanguínea tam bém encontramse positivamente associados com os de VO2máx ou seja em sua maior concentração MANOEL et al 2017 MCARDLE 2018 Isso ocorre porque no início do teste em inten sidade leve para moderada a taxa de produção do lactato é superada pela taxa de remoção do lactato graças à ativação do metabolismo aeróbico que con some o piruvato na corrente sanguínea e consecuti vamente a concentração de lactato diminui Com o aumento da intensidade porém atingindo o que se denomina limiar anaeróbico ou limiar de lactato essa taxa de trocas é superada pela massiva demanda energética causada pelo exercício o que estimula a produção anaeróbica do lactato subsi diada pela gliconeogênese e limita o potencial de produção aeróbia que é lento e necessita de O2 para que o ciclo esteja ativo MCARDLE 2018 NELSON COX 2014 POWERS 2017 A partir disso temse os conceitoschave para de terminar os exercícios de potencial anaeróbico e os exercícios de potencial aeróbico em que os exercícios anaeróbicos por necessidades energéticas não atin gem o predomínio da utilização de oxigênio para a produção energética e podem ser considerados aláticos sem produção de ácido lático ou láticos produtores de ácido lático MCARDLE 2018 POWERS 2017 Descrição da Imagem A imagem reporta um gráfico com a respostas do lactato sanguíneo e consumo de oxigênio durante um teste de es forço máximo sendo possível observar com o aumento da intensidade a modificação no metabolismo energético durante o esforço Podese observar ainda no gráfico o ponto do limiar ventilatório e sua associa ção com o limiar de lactato que promove um aumento na curva ventila tória e de consumo do oxigênio e na concentração do lactato sanguíneo denominado limiar aeróbico onde o consumo de oxigênio passa a ser necessário para a metabolização de energia E o segundo ponto é onde há o segundo incremento na inclinação da curva denominado OBLA Onset of Blood Lactate Acumulation ou também limiar anaeróbico que por sua vez faz com que o oxigênio consumido passe a não se capaz de metabolizar a energia suficiente para suprir as demandas 170 150 130 110 90 70 50 30 10 0 Ventilação minuto Lactato sanguíneo Compensação respiratória Ponto do limiar ventilatório Ponto de OBLA Ponto do limiar do lactato 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 05 10 15 20 25 30 35 40 45 Ventilação minuto o sanguí Compensação r o m ventilatório d OBLA do limia l E min BTPS V Lactato sanguíneo mM Consumo de oxigênio min Figura 5 Respostas do lactato sanguíneo e consumo de oxigênio du rante um teste de esforço máximo Fonte adaptada de Mcardle 2018 157 EDUCAÇÃO FÍSICA Exercícios anaeróbicos São os exercícios realizados em alta intensidade ou seja acima do limiar anaeróbico e de curta duração Essas modalidades necessitam principalmente de afinidade metabólica das reservas energéticas ime diatas e de curta duração que podem ser realizadas continuamente como na Figura 6 ou de forma in tervalada como no caso de exercícios resistidos Em geral o sistema ATPPC pode fornecer ener gia para quase todas as demandas de ATP do orga nismo para a realização de trabalho em eventos com duração de 15 segundos alático de forma que a mudança para uma maior dependência da glicólise durante o exercício não constitui uma modificação abrupta nos sistemas e sim uma mudança gradual Em exercícios com duração superior a 5 segundos as necessidades glicolíticas passam a ser mais requeridas e quando a estimulação em alta intensidade sobrepõe 45 segundos passa a ser utilizada uma combinação dos três sistemas energéticos orgânicos ATPPC gli cólise e sistema aeróbico POWERS 2017 No caso do exercício intenso com duração apro ximada de 60 segundos a utilização proporcional de energia anaeróbicaaeróbica ocorre em uma razão de 7030 ou seja 70 de utilização das vias anaeró bica para produção de energia e 30 de utilização de vias aeróbicas para a produção de energia Quando a duração deste exercício intenso aumenta para 2 a 3 mi nutos as demandas bioenergéticas anaeróbicas e aeró bicas passam a ter a mesma proporção para suprir as demandas de ATP necessárias POWERS 2017 Exercícios aeróbicos Quando se fala em exercício aeróbico prolongado realizado em intensidade moderada em que o in divíduo realiza o estímulo por mais de 10 minutos a energia necessária para esse tipo de atividade gra dativamente assume um predomínio do metabo lismo aeróbico O consumo de oxigênio em estado Figura 6 Exercícios anaeróbicos Descrição da Imagem Imagem representativa de um exercício anaeróbico os 100 metros rasos do atletismo para mulheres em um campeonato mundial o momento reporta a partida da prova 158 estável consegue suprir as demandas energéticas de ATP porém sabese que quando o mesmo exercício é realizado em um local quente e úmido a tendência de um aumento gradativo no consumo de oxigênio ocorre para esse tipo de situação POWERS 2017 para determinadas intensidades e principalmente ao aprimoramento bioenergético para demandas no esforço prolongado JEUKENDRUP GLEESON 2019 MCARDLE 2018 POWERS 2017 Em suma os exercícios aeróbicos são caracte rizados por sua realização em intensidade abaixo ou muito próxima do limiar anaeróbico em que o consumo do oxigênio durante o exercício supre as demandas energéticas Esses exercícios ocorrem em grande parte de forma contínua e podem apresentar funcionalidade distinta promovendo o aumento da resistência muscular ou tolerância ao exercício pro longado e melhora da capacidade cardiorrespirató ria principal modelo de consumo de reservas ener géticas lipídicas e consequentemente perda de peso FERRARI et al 2018 FRANKLIN 1989 Dentre as principais modalidades envolvendo as atividades aeróbicas podemos mencionar as corri das de longa distância o ciclismo a natação as ca minhadas as ginásticas aeróbicas entre outras Cada modalidade em específico apresenta uma especifi cidade que envolve tanto as demandas energéticas para a modalidade como as particularidades indivi duais de cada atleta ou praticante para o exercício Modalidades mistas Existem algumas modalidades esportivas princi palmente as modalidades coletivas e algumas in dividuais que adotam demandas metabólicas de caráter misto Essas atividades utilizam predomi nantemente durante sua realização sprints curtos de alta intensidade e curta duração e estímulos de baixa intensidade em períodos alternados Esse tipo de estímulo ocorre em função das características da modalidade como o caso do futebol em que o jo Descrição da Imagem Imagem representativa da chegada de uma prova de maratona representada pelo atual recordista mundial da prova Eliud Kipchoge rompendo a marca de 2 horas para percorrer a distância de 425 quilômetros em um evento teste Essa imagem representa os exercícios aeróbicos Figura 7 Exercícios aeróbicos O aumento da temperatura corporal e das elevações nas concentrações de adrenalina e noradrenalina durante o esforço prolongado também promove um aumento no consumo de O2 em que quando se atinge o limiar anaeróbico a taxa de utilização do piruvato passa a ser menor as trocas gasosas não suportam o consumo excessivo de O2 e consequen temente o acúmulo de ácido lático aumenta dras ticamente chegando à exaustão POWERS 2017 Todos esses fatores passam a ser mais toleráveis e moduláveis quando se relacionam com o condi cionamento físico e a estimulação causada pelo treinamento tornando o indivíduo mais resistente às mudanças térmicas às necessidades de consumo 159 EDUCAÇÃO FÍSICA gador percorre distâncias entre 8 e 12 quilômetros em uma partida intercalando deslocamentos de alta intensidade e baixa intensidade durante o jogo de pendendo de onde ocorre a jogada no campo contínuo propõe ao atleta um aprimoramento das capacidades de potência anaeróbica ou seja além de uma resistência para suportar o desgaste da partida viabiliza a velocidade para as demandas de disputas durante uma jogada em específico BILLAT et al 1996 FOSTER et al 2001 PUGH et al 2018 Isso ocorre porque após os estímulos de alta inten sidade durante a recuperação aumentam as demandas do metabolismo aeróbico para que sejam ressintetiza dos os níveis de fosfocreatina e principalmente para a metabolização do ácido lático produzido durante o es tímulo intenso efeito EPOC Esses tipos de estímulo proporcionam além de um aprimoramento na capaci dade glicolítica do músculo uma melhor eficiência do metabolismo aeróbio na produção energética assim como o consumo de gordura para que a ressíntese gli cogênica ocorra LAURSEN JENKINS 2002 Dentre as principais adaptações centrais ao trei namento intervalado de alta intensidade está o au mento do volume ventricular e do débito cardíaco o que faz com que haja maior fluxo sanguíneo nos tecidos E perifericamente a utilização destes tipos de estímulo proporciona o aprimoramento do mús culo para produzir e utilizar ATP além de integrar eficientemente vias metabólicas para ressintetizar ATP e velocidade nos processos de excitação e con tração muscular LAURSEN JENKINS 2002 Além do futebol como já mencionado uma série de modalidades cíclicas e não cíclicas vem adotando este tipo de aperfeiçoamento metabólico para melhorar a eficiência de atletas Dentre as principais modalidades que utilizam este tipo de modelo estão as modalida des esportivas individuais e coletivas voleibol basque tebol handebol tênis entre outras e modalidades de treinamento físico como o treinamento funcional e o treinamento intervalado de alta intensidade HIIT Descrição da Imagem Imagem representativa de modalidades mista de consumo energético demonstrada pelo futebol com uma atleta realizando um lançamento de uma bola por meio de um chute Mo dalidades esportivas como o futebol possuem momentos de sprints intensos e deslocamentos andando ou trotando dependendo do momento da partida Figura 8 Modalidades mistas Por ter um predomínio aeróbio durante a atividade algumas referências tradicionais descrevem estas ativi dades com tal classificação contudo com a evolução e modernização do treinamento e o interesse em otimi zar as cargas de treinamento pensando na alta inten sidade das partidas e no desgaste dos jogadores com as sequências de jogos a utilização do treinamento in tervalado passou a ser fundamental como um recurso para isso FERRARI et al 2018 PIRAS et al 2017 O treinamento intervalado envolve estímulos de curta a longa duração com intensidade extrema mente alta igual ou superior a máxima fase estável ou limiar de lactato em que o predomínio meta bólico nesse caso é anaeróbico Esse tipo de estí mulo adicionado a sessões de treinamento aeróbico 160 Classificação da Atividade Física pelo Dispêndio de Energia 161 EDUCAÇÃO FÍSICA A atividade física caracterizada pela mobilização física sem uma sistematização ou seja sem uma programação de aperfeiçoamento físico tem sido amplamente estudada no cenário da saúde para complementar e auxiliar no ajuste das demandas metabólicas energéticas do organismo durante as atividades diárias ACSM 2011 2018 Para entender um pouco melhor este conceito diante da realidade da nutrição sabese que o orga nismo necessita de energia mesmo quando estamos dormindo para a manutenção das necessidades vi tais Porém em estado de vigília determinadas ações cotidianas autônomas são fundamentais para a sobre vivência como por exemplo caminhar trabalhar su bir escadas alimentarse e se preciso correr para não perder a condução E todos esses estímulos necessi tam de um aporte maior energético em contrapar tida às demandas basais de repouso A partir disso dimensionar o quanto cada atividade gasta de energia auxilia muito na determinação de quantas calorias fo ram gastas durante um dia auxiliando a determinar qual o aporte energético de um indivíduo Nos últimos anos houve um aumento dema siado nas investigações relacionadas à realização da atividade física e seu impacto sobre as doenças crô nicas como obesidade cardiovasculares e diabete mellitus principalmente na população da primeira idade ou seja crianças e adolescentes Dentre os principais benefícios encontrados relacionados à re alização de atividade física recomendada para crian ças e adolescentes estão a melhora da aptidão física da função cardiorrespiratória da força muscular da flexibilidade e composição corporal contribuindo exponencialmente para aprimorar a realização das atividades da vida diária JÚNIOR 2009 Desvendando o potencial metabólico da ativida de física no campo da nutrição aplicada temse um modelo de investigação que dimensiona as necessi dades energéticas desses tipos de estímulo a partir do potencial metabólico de repouso de um indivíduo variando a partir de suas capacidades biológicas den tre os principais modelos de quantificação estão al guns métodos que melhor descrevem as demandas Os principais métodos de quantificação da ampla variação de intensidades associadas à atividade física incluem a especificação da porcentagem do consumo de oxigênio de reserva VO2R frequên cia cardíaca de reserva FCR consumo de oxigê nio VO2 frequência cardíaca FC ou equivalen tes metabólicos MET ACSM 2018 p 25 Intensidade Relativa Variações da intensidade absoluta MET por meio do nível de aptidão Intensidade VO2R ou FCR FC 12 MET 10 MET 8 MET 6 MET Leve 2040 5064 3254 2846 2438 2031 Moderada 4160 6577 5576 4764 3952 3241 Vigorosa 6195 7899 77119 6599 5379 4259 Máxima 96100 100 12 10 8 6 FC frequência cardíaca MET equivalente metabólico 1 MET 35 mlkgmin VO2R volume de oxigênio de reserva FCR frequência cardíaca de reserva Quadro 1 Classificação da intensidade da atividade física pelo dispêndio energético Fonte adaptada de Mcardle 2019 162 A utilização do MET é um método primordialmen te útil conveniente e padronizado para a descrição da intensidade da atividade física A partir deste mé todo muitas atividades são classificadas e podem ser apresentadas de forma indireta como uma represen tação da intensidade absoluta para as mais diversas atividades físicas A atividade física leve é definida como aquela que requer 3 MET a moderada como 3 a 6 MET e a vigorosa como 6 MET A seguir temos uma adaptação da especificação de algumas atividades físicas e a associação com suas respectivas intensidades de realização ACSM 2018 Leve 3 MET Moderada 3 a 6 MET Vigorosa 6 MET Caminhada trote ou corrida Caminhada devagar ao redor da casa 20 MET Caminhada 48 kmh 30 MET CaminhadaMarcha em ritmo bas tante ativo 72 kmh 63 MET Trabalho e cuidado de casa Passar roupa 25 MET Aparar a grama com cortador 55 MET Levantar cargas pesadas 75 MET Lazer e esportes Pilotar um jet ski 25 MET Tênis de mesa 40 Natação sistematizada 80 a 11 MET Quadro 2 Valores de equivalentes metabólicos para atividades comuns cujas intensidades são classificadas como leve moderada e vigorosa Fonte adaptada de ACSM 2018 Esse padrão de visualização na área da nutrição esportiva é fundamental para se quantificar a car ga energética individualizada para prescrição pois com essa determinação de intensidade e o tempo utilizado em cada atividade pode se ter uma esti mativa de desgaste atingido durante as atividades diárias Junto a isso quando se observa o meta bolismo basal de um ser humano e suas modifi cações que ocorrem durante o exercício o padrão de utilização energético de macronutrientes pode ser traçado observando que a partir das diferentes vias metabólicas obtémse em indivíduos adequa damente nutridos a contribuição relativa de cada um dos substratos disponíveis Podemos observar na figura a seguir que o aumento da intensidade do exercício físico modifica o padrão de consumo comparado aos momentos de repouso Figura 9 Gráfico ilustrativo da contribuição de macronutrientes car boidratos verde gorduras laranja e proteínas amarelo para o me tabolismo de energia no repouso e durante exercícios de intensidades variadas Fonte adaptada de Mcardle 2019 163 EDUCAÇÃO FÍSICA CONSUMO ENERGÉTICO DIÁRIO Como foi apresentado anteriormente um MET repre senta o consumo médio de oxigênio ou o gasto energé tico de um adulto em repouso na posição sentada cer ca de 250 ml O2min ou 35 ml O2kgmin Porém o consumo diário de energia considerando o tempo em repouso somado às atividades físicas diárias propor ciona um parâmetro global de análise para dimen sionar padrões de consumo alimentar necessidades energéticas gerais o potencial efeito do exercício entre outros parâmetros clínicos que podem ser mensurados para reduzir problemas patológicos como a obesidade Desse modo o governo dos Estados Unidos pu blicou dados de sua população representando estima tivas do gasto energético diário de homens e mulhe res Esses dados compilam informações clinicamente comprovadas que mostram que pessoas que possuem cerca de 75 de suas atividades sedentárias ou que par ticipam de alguma atividade recreativa por exemplo natação golfe tênis entre outras nos finais de sema na possuem um padrão de consumo energético basal geral da população representados ironicamente pela classificação Homus sedentarius MCARDLE 2019 Analisando a importância dessa classificação ge ral estimase que o padrão médio de consumo ener gético pode variar para homens entre 2900 e 3000 Kcal e para mulheres de 19002200 Kcal com idade entre 15 a 50 anos veja em detalhes na tabela a seguir E isso possibilita que intervenções possam ser quanti ficadas a partir destes valores MCARDLE 2019 Descrição da Imagem A imagem reporta um gráfico ilustrativo da contri buição de macronutrientes durante as variadas intensidades de exercício Os carboidratos contribuem aproximadamente com 35 da produção de energia total durante o repouso 2 a 5 as proteínas e 60 as gordu ras Em atividades leves a moderadas os carboidratos aumentam para 40 proteínas mantêm de 2 a 5 e gorduras diminuem para 55 Em atividade de velocidade em alta intensidade os carboidratos correspon dem a 95 da energia consumida as proteínas 2 e gorduras 3 Em atividade de endurance de alta intensidade os carboidratos fornecem 70 da energia consumida as proteínas 5 a 8 e as gorduras cerca de 15 IDADE anos MASSA CORPORAL kg ESTATURA M GASTO ENERGÉTICO Kcal Homens 1518 66 176 3000 1924 72 177 2900 2550 79 176 2900 51 77 173 2300 Mulheres 1518 55 163 2200 1924 58 164 2200 2550 63 163 2200 51 65 160 1900 Tempo gasto durante o dia dormindo 8h sentado 6h em pé 6h caminhando 2h atividades recreativas 2h Considerando o ser humano individualizado em suas características genéticas e biológicas os valores gerais de estimativa podem apresentar variações distintas de in divíduo para indivíduo Porém além dos aspectos his tóricoculturais demonstrados na Unidade 1 deste livro existem também alguns fatores intrínsecos que inter ferem diretamente na necessidade energética do orga nismo humano BIEZEK ALVES GUERRA 2015 Quadro 3 Taxa média de consumo energético para homens e mulheres que vivem nos EUA Fonte adaptada de Mcardle 2019 164 Os dados gerais contudo apresentam uma característica da população que se refere a valores basais e quan do se fala em intervenção essas informações representam apenas parâmetros ou seja valores de referência Para análises detalhadas do indivíduo a avaliação nutricional deve ser verificada tanto para comparação com a tabela de valores como para diagnóstico prévio do dispêndio energético diário O nível de hormônios esteroides e o ciclo menstrual da mulher são condições que proporcionam alterações no dispêndio de energia ou seja ativam ou inibem o metabolismo IDADE O gasto energético diário varia conforme a quantidade de tecido metabolicamente ativo do corpo e essas variações são constantes durante todas as fases da vida GÊNERO Existe uma baixa diferença entre meninos e meninas até os nove anos de idade contudo após isso o consumo energético passa a ser muito maior nos meninos e isso prevalece até o final da vida COMPOSIÇÃO CORPORAL Indivíduos com dimensões e proporções corporais diferentes apresentam um padrão de consumo energético para atividades cotidianas diferente isso tudo proporcionalmente positivo à quantidade de massa corporal CLIMA Condições climáticas como a mudança de temperatura afetam a necessidade energética Climas frios necessitam de mais energia para manter o corpo aquecido comparados a temperaturas amenas contudo temperaturas muito quentes também aumentam o consumo energético em função do aumento do consumo de oxigênio causado pela atividade do metabolismo em dissipar calor ESTRESSE Responsável por aumentar a atividade do sistema nervoso simpático e consequentemente por consumir energia HORMÔNIOS 165 EDUCAÇÃO FÍSICA A realização de atividade física regular pode resultar em eventuais modificações que casualmente pro porcionam melhoras nas funções fisiológicas Essas variações em grande parte quando acompanhadas de um planejamento de treinamento e principal mente nutricional podem melhorar a aptidão física relacionada ao desempenho esportivo e à saúde Segundo Medeiros e Souza 2009 o treina mento físico e o exercício físico caracterizamse por adaptações neurofisiológicas morfológicas e meta bólicas que ocorrem de forma imediata e em longo prazo no músculo esquelético E esse tecido huma no é altamente responsivo por meio de alterações estruturais e funcionais que aprimoram o desempe nho do músculo na realização de tarefas Existem duas possibilidades de aprimoramen to dos sistemas energéticos que potencializam o desempenho humano causados pelo treinamen to físico A primeira delas é o aprimoramento do metabolismo anaeróbico com o treinamento físi Aprimoramento das Capacidades de Transferência de Energia 166 co e a segunda é o aprimoramento do metabo lismo aeróbico com o treinamento físico Ambas estão diretamente relacionadas com a caracte rística e especificidade do treinamento utilizado As atividades que exigem um alto nível de me tabolismo anaeróbico que conduzem ao aprimo ramento do metabolismo anaeróbico produzem modificações nos sistemas de produção de ener gia imediata ou de curto prazo com pequenos aumentos nas funções aeróbicas Já os treinamentos com especificidade para aprimoramento do metabolismo aeróbico otimi zam fatores fisiológicos e metabólicos relacionados com o transporte e o uso de oxigênio sejam eles na ventilaçãoaeração fluxo sanguíneo central sejam metabolismo dos músculos ativos e fluxo sanguí neo periférico JEUKENDRUP GLEESON 2019 MCARDLE 2018 POWERS 2017 As principais adaptações do metabolismo anaeróbico e aeróbico com a realização do treinamento físico podem ser analisadas a seguir MCARDLE 2018 Essa especificidade do treinamento predispõe ao prati cante uma melhor eficiência nas respostas metabólicas e a partir disso as respostas de desempenho esportivo começam a surgir com a continuidade do treinamen to Pensando nas diferentes modalidades esportivas e possibilidades de treinamento essas adaptações po dem ser moldadas com o objetivo traçado e com o pla nejamento Contudo podese observar de forma clara no quadro a seguir como se diferenciam as adaptações com a especificidade do treinamento Modificações Treinamento de Resistência Muscular Treinamento de Força Muscular Densidade capilar Glicogênio muscular Número de mitocôndrias Densidade mitocondrial ATP de repouso PCr de repouso Enzimas glicolíticas Enzimas oxidativas Máximo débito cardíaco VO2 máximo FC máxima Volume plasmático Tamanho da fibra muscular Oxidação de gordura Grande aumento Aumento considerável Sem alterações Redução considerável METABOLISMO ANAERÓBICO METABOLISMO AERÓBICO MAIORES NÍVEIS DE SUBSTRATOS ANAERÓBICOS ATP CREATINA FOSFATO CREATINA LIVRE E GLICOGÊNIO MAIOR QUANTIDADE E ATIVIDADE DAS ENZIMASCHAVE QUE CONTROLAM A FASE ANAERÓBICA GLICOLÍTICA DO CATABOLISMO DA GLICOSE MAIOR CAPACIDADE DE GERAR E TOLERAR ALTOS NÍVEIS DE LACTATO SANGUÍNEO DURANTE O ESFORÇO EXPLOSIVO MAIOR FLUXO SANGUÍNEO NO MÚSCULO TREINADO MAIS ENZIMAS PARA A MOBILIZAÇÃO E O METABOLISMO DAS GORDURAS CAPACIDADE RESPIRATÓRIA APRIMORADA DAS MITOCÔNDRIAS MUSCULARES MENOR LIBERAÇÃO DE CATECOLAMINAS PARA A MESMA PRODUÇÃO ABSOLUTA DE POTÊNCIA Descrição da Imagem O infográfico representa as adaptações or gânicas do metabolismo anaeróbico e aeróbico que podem fornecer ao corpo sendo que o metabolismo anaeróbico mobiliza uma maior quantidade de substratos para consumo maior quantidade e ativida de das enzimaschave para o metabolismo e maior tolerância ao lac tato E o metabolismo aeróbicos proporciona maior fluxo sanguíneo maior mobilidade de enzimas do metabolismo lipídico capacidade respiratória das mitocôndrias musculares e menor produção de cate colaminas para produção de potência muscular Figura 10 Metabolismos anaeróbico e aeróbico Fonte adaptada de Mcardle 2018 Quadro 4 Diferença das adaptações ao treinamento em relação à espe cificidade Fonte adaptada de Jeukendrup e Gleeson 2019 167 EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTAÇÕES PERIFÉRICAS DO TREINA MENTO ANAERÓBICO E AERÓBICO As respostas adaptativas periféricas que ocorrem com o treinamento atingem todos os tecidos e ór gãos que fazem parte do metabolismo energético Os principais sistemas envolvidos hierarquica mente são sistema nervoso sistema cardiorrespi ratório sistema ósseomuscular e sistema endócri no que possuem atividades modulares para que as demandas energéticas no exercício sejam mantidas Não despidos de importância o sistema gas trointestinal e límbico também possuem impor tância no cotidiano das atividades regulatórias e adaptativas do exercício porém não integram di retamente o desenvolvimento das atividades mo toras em primeira instância HALL 2011 MCAR DLE 2018 SILVERTHORN 2017 Observando as adaptações periféricas da pla ca motora ou seja na interação entre neurônios e fibras musculares onde os estímulos são gerados para a realização de contração muscular como mostra a imagem a seguir podese notar algumas particularidades principalmente nas esferas neu rofisiológicas morfológicas e metabólicas O treinamento anaeróbico por sua vez possui ca racterística por atividades de curta duração e alta intensidade que em grande parte são realizadas sequencialmente de forma intervalada Esse trei namento pode ser realizado utilizando a execução de movimentos localizados com alta especificidade muscular ou também de forma global com recruta mento de grandes grupos musculares HALL 2011 MCARDLE 2018 MEDEIROS SOUSA 2009 Para os treinamentos com especificidades anaeróbicas as principais adaptações neurofisio lógicas são velocidade sensibilidade aos estímulos nervosos e amplificação das regiões de sinalização o que impacta diretamente em duas condicionan tes principais morfológicas e metabólicas indireta mente MEDEIROS SOUSA 2009 Descrição da Imagem Imagem ilustrativa da placa motora junção neuromuscular do lado direito e uma fotomicrografia do lado esquer do de uma junção neuromuscular pela Técnica de Imunohistoquímica com a marcação de catecolaminas marrom representando os locais na fibra muscular onde ocorre a junção com o neurônio A B Dendritos Recebem o estímulo Axônio Conduz o estímulo Mielina Fibra muscular Junção neuromuscular A B Dendritos Recebem o estímulo Axônio Conduz o estímulo Mielina Fibra muscular Junção neuromuscular Figura 11 Imagem ilustrativa da placa motora junção neuromuscular A e uma fotomicrografia B de uma junção neuromuscular pela Téc nica de Imunohistoquímica com a marcação de catecolaminas mar rom representando os locais na fibra muscular onde ocorre a junção com o neurônio 168 O treinamento aeróbico é característico de atividade contrátil de longa duração dos músculos envolvidos em determinados tipos de movimento como tam bém pela leve eou moderada intensidade exigida para a realização destes visto isso suas principais adaptações englobam principalmente o potencial da junção neuromotora de se manter ativa sem a ocorrência de fadiga sendo as principais modifica ções neurofisiológicas morfológicas e metabólicas MEDEIROS SOUSA 2009 Figura 13 Adaptações neurofisiológicas morfológicas e metabólicas no músculo esquelético causadas pelo treinamento aeróbico Fonte adaptada de Medeiros e Sousa 2009 Adaptações moleculares do treinamento Os principais moduladores das adaptações mole culares do treinamento físico são as vias de sín tese proteica que ocorrem no organismo celular como forma de regulação de várias atividades da funcionalidade celular E o crescimento a modi ficação metabólica a proliferação das fibras mus culares e funcionalidade das células dependem de alguns sinais locais como a disponibilidade de nutrientes o pH a pressão parcial do oxigênio as espécies reativas de oxigênio ROS e o estímulo mecânico JEUKENDRUP GLEESON 2019 A partir disso o sistema nervoso e o sistema endócrino identificam essas sinalizações por meio NEUROFISIOLÓGICAS MORFOLÓGICAS METABÓLICAS FORÇA MUSCULAR POTÊNCIA MUSCULAR CONVERSÃO DE FIBRAS MUSCULARES DO SUBTIPO IIB PARA IIA RETÍCULO SARCOPLASMÁTICO E LIBERAÇÃO E REMOÇÃO DO CÁLCIO NO SARCOPLASMA MASSA MUSCULAR TAMANHO E NÚMERO DE FIBRAS E DIFERENCIAÇÃO DE CÉLULAS SATÉLITES RESERVAS ENERGÉTICAS NA FIBRA ATP ATPPC E GLICOGÊNIO DENSIDADE DO TECIDO CONJUNTIVO ATIVIDADE ENZIMÁTICA AÇÃO DA INSULINA Descrição da Imagem Infográfico sobre as adaptações neurofisioló gicas morfológicas e metabólicas no músculo esquelético causadas pelo treinamento anaeróbico Neurofisiológicas aumentos na força e potência muscular Morfológicas aumento na conversão de fibras subtipo IIB e IIA no retículo sarcoplasmático liberação e remoção do cálcio tamanho e número de fibras e diferenciação de células satélites Metabólicas aumento das reservas energéticas na fibra na densidade do tecido conjuntivo da atividade enzimática e ação da insulina Figura 12 Adaptações neurofisiológicas morfológicas e metabólicas no músculo esquelético causadas pelo treinamento anaeróbico Fonte adaptada de Medeiros e Sousa 2009 Descrição da Imagem Infográfico sobre as adaptações neurofisioló gicas morfológicas e metabólicas no músculo esquelético causadas pelo treinamento aeróbico Neurofisiológicas aumento na coordena ção intramuscular e economia de esforço Morfológicas aumento no número e calibre das fibras de contração lenta tipo I e tamanho e número de mitocôndrias Metabólicas aumento das enzimas da via oxidativa da capacidade de captação de oxigênio e ação da insulina NEUROFISIOLÓGICAS COORDENAÇÃO INTRAMUSCULAR ECONOMIA DE ESFORÇO NÚMERO E CALIBRE DAS FIBRAS DE CONTRAÇÃO LENTA TIPO I NÚMERO E TAMANHO DE MITOCÔNDRIAS MORFOLÓGICAS METABÓLICAS ENZIMAS DA VIA OXIDATIVA CAPACIDADE DE CAPTAÇÃO DO OXIGÊNIO AÇÃO DA INSULINA 169 EDUCAÇÃO FÍSICA de sensores locais mecanorreceptores ou qui miorreceptores que ativam uma série de cascatas de reações que estimulam outras sinalizações in tracelulares da célula alvo e modificam a fun ção celular por meio de receptores de membrana Quando ativados esses receptores um primeiro mensageiro dentro da célula muscular pode ati var uma série de eventos moleculares secundários que aumentam ou diminuem a transcrição ou tra dução dos sinais que realizam essa modificação Diferenciação muscular causada pelo exercí cio a miogênese ocorre pela especialização de células germinativas pluripotentes CGP e é exclusivamente ativada pela sinalização co ordenada diretamente e indiretamente pelos genes WNT FGF e o receptor inibidor NOTCH adicionados aos fatores reguladores miogê nicos MRFs MYOG1 MYOD MRF4 e MYF5 promovem a síntese de células musculares esqueléticas em todo organismo Fatores de transcrição PAX3 controlam a migração de CGP que as modificam para as linhagens de células precursoras os miofibroblastos Essas estruturas promovem a ativação dos fatores MYF5 MYOD1 e MRFs que controlam a especialização dos músculos localizados A segunda cascata de ativadores ocorre por meio de MRFs MYOG e MRF4 induzindo a di ferenciação de miofibroblastos para miócitos células musculares que expressam genes dos músculos específicos como os responsá veis pela síntese de miosina actina e creatina quinase muscular Fonte Mukund e Subramaniam 2020 SAIBA MAIS Após essa sinalização ocorrer entram em ação os segundos mensageiros que envolvem a fosforilação adição de um fosfato inorgânico geralmente pela quebra de um ATP de algumas quinases enzimas de alta atividade celular Essas quinases ativadas ativarão ou inibirão outras quinases que possuem efeito direto na funcionalidade de algumas proteínas para estimular ou inibir a expressão gênica JEUKE NDRUP GLEESON 2019 Dentre as principais quinases envolvidas no processo de adaptação ao treinamento físico que modificam positivamente a fibra muscular estão JEUKENDRUP GLEESON 2019 MUKUND SUBRAMANIAN 2020 AMPK Proteína quinase ativada por ade nosina monofosfato possui um papel pri mordial na regulação do metabolismo de energia da célula e a sinalização intrace lular é ligada especificamente à captação de glicose à Boxidação de ácidos graxos e à biogênese de GLUT4 e mitocôndrias além de ser estimulada mais em iniciantes de treinamentos de resistência e resistidos Akt Proteína quinase B ou específicas de serinatreonina possui várias funções dentre elas a síntese e degradação protéica síntese de glicogênio e transporte de glicose ainda é estimulada preferencialmente para o treinamento de hipertrofia muscular mTOR Proteína alvo de mamíferos da rapamicina proteínas nucleares respon sáveis pelo crescimento celular que promo vem a regulação da tradução de sinais de mRNA síntese proteica e regulação do ci toesqueleto possuem ainda papel central na adaptação ao treinamento de resistência 170 Todas essas adaptações não são mútuas ou seja não ocorrem apenas em um ou outro tipo específico de treinamento Podem variar em detrimento das especificidades porém quando somadas os resul tados são semelhantes entre as duas variações de treinamento anaeróbico e aeróbico Um exemplo são os atletas de provas de meio fundo em que pre cisam de potência e força muscular adicionados a resistência e tolerância por períodos médios para que o desempenho seja aprimorado Isso de certo modo modula a adaptação ao treinamento com ca racterísticas anaeróbicas e aeróbicas realçando ne cessidades energéticas que podem ser adotadas para auxiliar essas adaptações e o aprimoramento físico Descrição da Imagem Linha do tempo das adaptações orgânicas relacionadas à ação do treinamento Minutos após o treinamento essas adapta ções proporcionam aumento na sinalização intramuscular transcrição de genes e tradução para síntese proteica Após horas aumentam biogênese mitocondrial síntese proteica e angiogênese crescimento vascular Após dias aumentam a densidade mitocondrial e a densidade dos capilares sanguíneos Após semanas ocorre uma redução da frequência cardíaca e lactato sanguíneo aumentam a oxidação de gorduras e o fluxo sanguíneo E em semanas a meses ocorre a melhora de desempenho no treinamento Treinamento Sinalização Transcrição Tradução Biogênese mitocondrial Síntese proteica Angiogênese Densidade mitocondrial Densidade capilar FC e Lactato Oxidação de gorduras Fluxo sanguíneo Desempenho Minutoshoras Horasdias Diassemanas Semanas Semanasmeses Figura 14 Descrição da adaptação ao treinamento em uma perspectiva longitudinal Fonte adaptada de Jeukendrup e Gleeson 2019 Família das PGCs Família de proteínas reguladores transcriptional importantes proteínas direcionadas para dirigir a bio gênese mitocondrial e angiogênese for mação de vasos que são estimuladas por ambos os treinamentos Todo esse processo adaptativo das sinalizações celulares envolve muitos caminhos que variam dependendo do ponto de vista em como se analisa os processos metabó licos E muitas ações celulares complexas ainda não são totalmente esclarecidas na literatura contudo em con dições normais o organismo apresenta uma cronologia de adaptações que podem ocorrer dentro de minutos até meses como podese observar na figura a seguir 171 EDUCAÇÃO FÍSICA Suplementação e Recursos Ergogênicos 172 Atualmente a sociedade vem inserindo hábitos no seu estilo de vida para obter uma melhor qua lidade de vida prevenção de doenças e mudanças estéticas por meio da prática de exercícios físicos e alimentação adequada Quando se pensa tam bém no âmbito esportivo alguns fatores como a genética o treinamento e a alimentação equi librada são fundamentais para o desempenho esportivo Entretanto a falta de informação os recursos financeiros a melhora no rendimento e a busca por resultados rápidos levam os indivídu os e atletas a buscarem os recursos ergogênicos como estratégia de performance RECURSOS ERGOGÊNICOS Os recursos ergogênicos são substâncias ou ar tifícios utilizados com o objetivo de melhorar o desempenho esportivo e a recuperação após o exercício Por meio deles essa melhora ocorre de diferentes formas e esses benefícios podem ser classificados de acordo com a intensificação da potência física da força mental ou do limite me cânico e dessa forma podem prevenir ou retardar o início da fadiga BIEZEK ALVES GUERRA 2015 JEUKENDRUP GLEESON 2019 Os er gogênicos podem ser classificados em cinco cate gorias BIEZEK ALVES GUERRA 2015 Os ergogênicos nutricionais auxiliam principal mente no aumento do tecido muscular da oferta de energia para o músculo e da taxa de produção de ener gia no músculo Esses nutrientes estão relacionados com os processos formadores de energia por meio de três funções atuar como fonte energética regular os processos por meio dos quais a energia é produzida no corpo e promover o crescimento e desenvolvimento dos tecidos corporais A necessidade de suplementa ção quando existente deve ser diagnosticada apenas com uma avaliação nutricional de qualidade como vimos na Unidade 2 e consequentemente com uma intervenção de um profissional da área Mecânicos Equipamentos esportivos mais leves por exemplo equipamen tos ciclísticos com design aerodinâmico depilação pré compe tição e tênis mais leves a fim de gastar menos energia para movimentar as pernas e aumentar a economia de corrida etc Psicológicos Controle de estresse e ansiedade com o objetivo de aumentar a concentração e força mental principalmente para esportes de precisão Farmacológicos Comumente utilizados para o aumento do vigor físico podem ser esteroides anabólicos androgênicos como eritropoietina entre outros muitas vezes considerados doping pelo Comitê Olímpico Internacional Fisiológicos Bicarbonato de sódio citrato de sódio infusão de sangue em um atleta aumenta a capacidade de transporte de oxigênio que dependendo da abordagem também são considerados doping Nutricionais Incluem carboidratos cafeína glutamina vitaminas e minerais an tioxidantes ou micronutrientes em geral aminoácidos de cadeia ramificada BCAA creatina carnitina etc que tem como objetivo aumentar a quantidade de substratos energéticos prontos para uso e dinamizar os metabolismos Descrição da Imagem O infográfico representa a classificação dos tipos de recursos ergogênicos sendo eles mecânicos equipamentos esportivos psicológicos controle do estresse e ansiedade farmacoló gicos esteroides fisiológicos infusão de sangue no atleta para aumen tar o transporte de oxigênio e nutricionais suplementação de cafeína Figura 15 Classificação dos recursos ergogênicos Fonte adaptada de Biezek Alves e Guerra 2015 A Agência Nacional de Vigilância Sanitária AN VISA em 2010 publicou uma Resolução nº 18 aprovando o regulamento técnico sobre alimentos para atletas que classifica como recursos ergogê nicos os suplementos alimentares utilizados para atender às exigências nutricionais específicas e me lhora no desempenho esportivo Esses suplementos alimentares foram classificados em seis categorias suplementos hidroeletrolíticos suplemento energé tico suplemento proteico suplemento para substi tuição parcial de refeições de atletas suplemento de creatina e suplemento de cafeína ANVISA 2010 173 EDUCAÇÃO FÍSICA Suplementos hidroeletrolíticos produtos destinados a auxiliar a hidratação com a utilização de sais inorgânicos para fins ali mentícios como fonte de sódio Suplementos energéticos produtos desti nados a complementar a necessidade ener gética compostos basicamente por car boidratos vitaminas e minerais Suplementos proteicos produtos destinados a complementar necessidades proteicas devem conter quantidade mínima exigida de proteína e teor de 50 do volume total Suplementos para substituição parcial de refei ções produtos destinados a complementar re feições de atletas em situações nas quais o aces so a alimentos que compõem a alimentação habitual seja restrito contendo as quantidades mínimas de cada macronutriente Suplemento de creatina produto destinado a complementar os estoques endógenos de crea tina com grau de pureza mínima estabelecida Suplemento de cafeína produto destinado a aumentar a resistência aeróbica em exer cícios não podendo ser adicionados outros nutrientes na composição Dessa forma podese entender que os recursos ergogênicos associados a uma dieta balanceada e à prática esportiva podem apresentar tanto resul tados positivos quanto resultados negativos isso tudo é descrito de forma conflitante na literatura visto que muitos dos recursos utilizados para o aprimoramento do desempenho podem contrariar as regras e condutas esportivas estabelecidas SUPLEMENTOS ALIMENTARES Olhando de um ponto de vista conceitual os su plementos nutricionais podem ser classificados como subgrupo dos recursos ergogênicos quan do se tem um princípio de desempenho Contudo podem também ser caracterizados como suple mentos alimentares que têm como objetivo suprir deficiências relacionadas à má ingestão alimentar BIEZEK ALVES GUERRA 2015 Segundo a regulamentação do Conselho Federal de Nutrição os suplementos nutricionais são formula dos de vitaminas minerais proteínas e aminoácidos lipídios e ácidos graxos carboidratos e fibras isolados ou associados entre si A prescrição de suplementos nutricionais poderá ser realizada nos seguintes casos estados fisiológicos específicos estados patológicos e alterações metabólicas BRASIL 2006b Diferentemente das recomendações dispos tas sobre suplementação nutricional destinado 174 apenas a atletas porém a Resolução da Diretoria Colegiada nº 2432018 revoga a ideia isolada para estes fins e traz em sua nova versão que o termo deve ser designado como suplemento alimentar e passa a incorporar além de alimentos para atletas alimentos para gestantes e suplementos vitamíni cos e minerais ANVISA 2018 Os suplementos alimentares podem ser definidos como produto para ingestão oral apresentado em formas farmacêuticas destinado a suplementar a alimentação de indivíduos saudáveis com nu trientes substâncias bioativas enzimas ou probi óticos isolados ou combinados ANVISA 2018 BIEZEK ALVES GUERRA 2015 Carboidratos Maltodextrina É um oligossacarídeo de alto índice glicêmico combus tível durante um exercício e reposição de glicogênio muscular Dextrose É um monossacarídeo de alto índice glicêmico que auxilia na ressíntese de glicogênio Palatinose É uma sacarose de baixo índice glicêmico e ajuda a retardar a sensação de fadiga Lipídeos Triglicerídeos de cadeia média TCM Pertence a uma classe de óleos bons para o metabo lismo possui um bom fornecimento de energia em forma rápida para o organismo apresenta efeito ter mogênico auxilia na regulação hematopoiética além de outros benefícios ainda pouco esclarecidos Carnitina Aumenta a oxidação de ácidos graxos diminui as taxas de depleção dos estoques de glicogênio e da síntese de ácido lático retarda a fadiga e age como vasodilata dor nos tecidos periféricos Proteínasaminoácidos de cadeia ramificada Aminoácidos de cadeia ramificada BCAA Auxilia na hipertrofia muscular ação anticatabólica re tardo da fadiga central melhora do desempenho físico e poupança dos estoques de glicogênio Glutamina Ação anticatabólica fonte de energia em situações de elevada demanda energética auxilia na remoção dos metabólitos da atividade física por exemplo amônia e fortalece o sistema imunológico Whey Protein Hipertrofia muscular prevenção do catabolismo auxí lio ao sistema imunológico interferência no percentual de gordura corporal manutenção da força e promoção de saciedade 175 EDUCAÇÃO FÍSICA Ácido βhidroxiβmetilbutirato HMB Auxilia na hipertrofia muscular e melhora na capacida de aeróbica e possui ação anticatabólica Alanina A alanina pode aumentar a síntese de carnosina que contribui para o tamponamento muscular diminuindo a fadiga Arginina Aumento no rendimento físico e efeito anabólico de reconstrução muscular Outros Bicarbonato de sódio Auxilia como tampão sanguíneo na acidez causada pelo músculo Nitrato Aumento da biodisponibilidade de NO diminuição do consumo de oxigênio melhora da função das fibras musculares do tipo II Aumento da biogênese mitocon drial e eficiência da respiração mitocondrial aumento do fluxo sanguíneo para o músculo aumenta o tempo de exercício até a exaustão Creatina Aumento da força recuperação entre exercícios de alta intensidade e curta duração e atenuação da perda de força e de massa corporal magra durante a imobili zação Cafeína Melhora vigilância alerta e memória aumenta a oxi dação lipídica reduz a percepção do esforço durante o exercício e auxilia na melhora do desempenho físico na sustentação do exercício de resistência máxima até a exaustão e também em esportes intermitentes de longa duração por exemplo futebol Quadro 5 Classificação dos principais suplementos alimentares Fonte os autores 176 Mitos sobre a suplementação Os suplementos alimentares para muitos atletas modernos têm se tornado um sinônimo de bemestar e nu trição esportiva E essa ideia tem sido amplamente influenciada por indústrias e vendedores de suplementos demonstrando que os consumos desses produtos estão diretamente relacionados com o aumento da massa muscular com a melhora do desempenho esportivo entre outros JEUKENDRUP GLEESON 2019 Sabese porém que isso não está diretamente relacionado ao consumo do produto e sim às neces sidades metabólicas utilizadas durante a atividade Por meio disso alguns ditados de suplementação fazem parte de todos os níveis de esportistas desde os recreacionais de final de semana até os atletas profissionais sendo eles JEUKENDRUP GLEESON 2019 NAVARRO et al 2011 1 Suplementos são mais efetivos que dieta saudável 2 Podem proporcionar resultados rápidos diferentemente dos efeitos positivos da dieta balanceada por um longo tempo 3 Se a dieta está realmente balanceada e saudável o próximo passo é o uso de suplementos 4 Se a dieta está desbalanceada a principal forma de compensar essas deficiências ou prevenilas é por meio do uso dos suplementos como uma forma de segurança 5 Outros atletas estão usando suplementos se eu não os usar estarei em desvantagem A partir disso retomassese o conceito de suplemento alimentar que deve ser incorporado à dieta como o próprio nome já diz de forma complementar e não fazendo parte de um componente central da ali mentação Ganhos na composição corporal e desempenho esportivo estão diretamente relacionados a longos períodos de dedicação e esforços para atingir os objetivos traçados na temporada E esse conceito deve ser adotado também para a nutrição esportiva 177 considerações finais Chegamos ao fim de nossa unidade caroa alunoa e por meio dos objetivos traçados no início esperamos que você tenha compreendido como o nosso orga nismo faz a digestão dos alimentos e os transforma em substratos que são meta bolizados para formar energia para as demandas vitais durante o esforço assim como o tempo de duração que cada substrato pode desempenhar em relação à produção energética e a suas vias de metabolização Entendendo esses princípios descrevemos como as principais modalidades de exercício físico consomem energia para suprir as necessidades do movimento e a interferência direta no metabolismo Em paralelo falamos como a atividade física é classificada utilizando as avaliações do dispêndio energético que foram apresentadas previamente e qual a importância de se identificar esses parâmetros na rotina diária assim como as estimativas populacionais de consumo energético diário Avançando para as adaptações do treinamento vimos que o exercício realizado de forma aguda e crônica promove modificações no organismo que podem ser tanto estruturais quanto metabólicas e ambas aprimoram o condicionamento e consequentemente o desempenho esportivo adaptando positivamente as vias de utilização dos substratos Seguindo essa visão pudemos observar que os dife rentes tipos de treinamento possuem características específicas de modificação do metabolismo que vão desde o armazenamento e utilização dos substratos até os estímulos propostos em nossa cadeia genética Por fim apresentamos uma pequena introdução sobre os recursos ergogênicos e a suplementação alimentar bem como o impacto dessas duas terminologias para o fornecimento de energia necessária para o exercício e para a saúde Além disso reportarmos alguns mitos sobre a suplementação alimentar que devem ser evitados na realidade profissional da educação física e a classificação dos principais suple mentos encontrados no mercado atualmente Tudo isso foi feito com o propósito de enriquecer ainda mais o seu conhecimento como futuroa profissional da área para que o aplique de forma consciente e rentável 178 atividades de estudo 1 Verificando as diferentes estruturas do sistema digestório podese observar que ele é constituído de duas porções o trato gastrointestinal e os órgãos acessórios Analisando os diferentes órgãos que compõem cada uma dessas porções assina le a alternativa correta sobre quais correspondem aos órgãos acessórios a Boca faringe esôfago b Estômago intestino delgado e intestino grosso c Rins ureter e traqueia d Fígado vesícula biliar e pâncreas e Baço alguns ductos hepáticos e intestino grosso 2 Nesta unidade descrevemos que os exercícios aeróbicos apresentam algumas ca racterísticas quanto à metabolização de substratos necessários para a manuten ção do movimento A partir disso avalie as alternativas a seguir sobre o assunto e assinale a alternativa correta I O principal fator de metabolização energética no exercício aeróbico é a utili zação de oxigênio em suas reações independentemente do substrato meta bolizado II Dois principais fatores que modificam o consumo de oxigênio durante uma atividade aeróbica são a temperatura corporal e as modificações nos níveis hormonais como adrenalina e noradrenalina III Durante um teste de esforço máximo podese observar a partir do incremen to de intensidade quando a taxa de metabolização do oxigênio não supre a metabolização do piruvato que é convertido em ácido lático sendo esse pon to caracterizado como limiar de intensidade IV A utilização energética em um exercício aeróbico prolongado é composta principalmente pela via glicolítica concentrando grande parte de seus subs tratos degradados apenas na forma de glicogênio 179 atividades de estudo Assinale a alternativa correta a Apenas I e II estão corretas b Apenas II e III estão corretas c Apenas I está correta d Apenas II III e IV estão corretas e Nenhuma das alternativas está correta 3 Analisando as características que o ser humano apresenta por meio de suas he ranças genéticas e biológicas observase que o gasto energético total de repouso pode variar de indivíduo para indivíduo Analisando as afirmações a seguir assina le Verdadeiro V ou Falso F quanto aos fatores que interferem diretamente na necessidade energética do organismo humano Idade Nível de estresse Hormônios Composição corporal Hidratação A alternativa correta é a V V V V e V b F V V V e V c V V F V e V d V V V V e F e V V V F e F 180 atividades de estudo 4 O treinamento anaeróbico quando realizado cronicamente possibilita a adapta ção da placa motora ao estímulo Com base nos conteúdos apresentados nesta unidade descreva quais são as principais modificações morfológicas que ocorrem na fibra muscular esquelética miócitos com esse tipo de treinamento 5 Compreendendo a importância da suplementação alimentar para a saúde e o de sempenho esportivo analise o quadro a seguir e associe os suplementos alimen tares ao seu respectivo efeito orgânico 1 Maltodextrina Aumento da oxidação de ácidos graxos diminui ção das taxas de depleção dos estoques de glicogê nio diminuição da síntese de ácido lático e retardo da fadiga e age como vasodilatador nos tecidos periféri cos 2 Carnitina Hipertrofia muscular prevenção do catabolismo auxílio ao sistema imunológico interferência no per centual de gordura corporal manutenção da força e promoção de saciedade 3 Whey Protein Aumento da força recuperação entre exercícios de alta intensidade e curta duração e atenuação da perda de força e de massa corporal magra durante a imobilização 4 Creatina É um monossacarídeo de alto índice glicêmico que auxilia na ressíntese de glicogênio A sequência correta é a 1 2 3 e 4 b 2 3 4 e 1 c 3 4 1 e 2 d 4 1 2 e 3 e 4 3 2 e 1 181 LEITURA COMPLEMENTAR Dietas à base de plantas e o desempenho no exercício Em um estudo conduzido por Lynch e colaboradores 2018 verificou por meio de um levantamento bibliográfico robusto qual a resposta do nosso organismo frente a algu mas restrições alimentares em específico grupos alimentares de base animal E dados apontam que a dieta vegetariana apresenta melhor resultado comparado a dietas oní voras em relação ao risco de mortalidade por problemas cardiovasculares o índice de desenvolvimento de câncer de desenvolvimento de diabetes tipo II entre outros Qualidade das proteínas ingeridas Ao comparar o consumo de proteínas animais provenientes do leite e proteína advin dos da soja Glycine max demonstram que ambos compostos alimentares dispõem ao organismo em torno de 10g de aminoácidos essenciais por cada porção nutricional mente eficiente 100g Contudo as proteínas disponíveis na soja podem ser menos ab sorvidas causadas principalmente pela presença de inibidores glicosilados de Tripsina que inibem o processo digestivo dos aminoácidos Contudo o consumo balanceado de diferentes fontes de vegetais incluindo plantas proteicas têm sido apresentados como nutricionalmente adequados para proporcionar as quantidades suficientes de amino ácidos essenciais Desempenho esportivo Atletas de esportes de resistência comparado a esportes de força apresentam carac terísticas de treinamento diferentes assim como as necessidades energéticas Muitos estudos têm acessado o impacto da dieta nos resultados de desempenho indiretamen te mensurando máximo consumo de oxigênio força muscular ácido lático acumulado síntese proteica muscular aguda e crônica e sua relação com a modalidade avaliada E 182 LEITURA COMPLEMENTAR essas diferentes análises demonstram que não há diferença significativas na força no desempenho anaeróbico ou aeróbico fazendo com que muitos concluíram que a dieta vegetariana não impacta positivamente na melhora do desempenho porém também não o reduz Outros aspectos importantes Ao analisar a qualidade de vida de veganos vegetarianos e onívoros foi observado que to dos os grupos apresentaram altos níveis de qualidade de vida o que mostra que modelos alimentares de base vegetal parecem condizer com níveis saudáveis relacionados ao estilo de vida e qualidade da mesma A realização de exercícios aumenta a produção de radicais livres em nosso organismo Con tudo antioxidantes encontrados em vegetais e frutas ajuda a neutralizar esses elementos E como tem sido hipotetizado uma dieta baseada em plantas são compostas por altas quantidades de frutas e vegetais que podem combater essas produções durante o exercí cio e em consequência reduzir os riscos de desenvolvimentos de doenças a longo prazo Desfecho A alimentação saudável é fundamental para a elevação da saúde e principalmente para a melhora do desempenho esportivo Contudo a adoção indiscriminada de me didas dietéticas deve ser evitada Seguir as recomendações de um profissional da área é fundamental para que essas modificações positivas ocorram O nosso organismo se adapta constantemente e sua vasta riqueza metabólica proporciona essa mobilidade Desse modo alterações nos hábitos alimentares quando realizado de forma correta não só potencializa o aporte de nutrientes como também a biodisponibilidade e supre as necessidades vitais do organismo Fonte Lych Johnston Wharton 2018 183 material complementar Dieta Gracie o segredo dos campeões Rorion Gracie Editora Benvirá Sinopse enquanto os regimes da moda vêm e vão a Dieta Gracie resiste ao tem po Consagrada como ingrediente fundamental da formação de quatro gerações de campeões em artes marciais a Dieta Gracie pode ajudáloa a atingir seu ob jetivo não importa se este é alcançar ou manter a boa forma perder peso ou aumentar a energia Dieta de gladiadores Ano 2018 Sinopse um lutador de UFC conversa com cientistas visionários e grandes atletas na tentativa de descobrir a dieta ideal para melhorar o desempenho e a saúde Comentário documentário exclusivo Netflix é uma ótima opção para compreen der por onde andam as pesquisas em suplementação e desempenho esportivo Indicação para Assistir Indicação para Ler 184 gabarito 1 D 2 A 3 D 4 Maior conversão de fibras musculares do tipo IIa e diferenciação de células satélite aumen to da massa muscular do retículo sarcoplas mático e da liberaçãoremoção do cálcio 5 B Professor Me Bruno Ferrari Silva Professora Me Cheila Aparecida Bevilaqua Plano de Estudo A seguir apresentamse os tópicos que você estudará nesta unidade Reconhecer os principais aspectos nutricionais e recomendações da gestação à adolescência Compreender as principais orientações e cuidados alimentares durante o envelhecimento Identificar as condições etiológicas e características dos transtornos alimentares anorexia e bulimia Conhecer os fatores patológicos as recomendações nutricionais e possibilidade de intervenção em pessoas com diabetes mellitus Identificar os fatores de risco para desenvolvimento da hipertensão arterial e direcionar as estratégias de tratamento não medicamentoso Objetivos de Aprendizagem Aspectos nutricionais da gestação à adolescência Comportamento alimentar no envelhecer Transtornos alimentares anorexia nervosa e bulimia nervosa Nutrição e exercícios em condições patológicas diabetes mellitus Nutrição e exercícios em condições patológicas hipertensão arterial DIRECIONAMENTOS NUTRICIONAIS APLICADOS unidade V INTRODUÇÃO C hegamos à última unidade do nosso livro didático acreditamos que até aqui você já reconheça a importância da nutrição adequada e como esta se organiza Para iniciar apresentaremos os aspectos prin cipais sobre a importância da nutrição desde o nascimento até a vida adulta passando pela gestação pelo período pósnatal pela infância e adoles cência Falaremos também sobre a nutrição no envelhecimento Sabese que a população está vivendo mais e com isso o número de pessoas idosas tem cres cido exponencialmente Assim é necessário identificar as características gerais desta faixa etária e compreender suas necessidades energéticas e nutricionais Para além da compreensão nutricional em condições saudáveis é impor tante sabermos como podemos direcionar práticas a grupos de pessoas que possuem alguma patologia ou agravos à saúde causados principalmente pela nutrição incorreta O surgimento dos transtornos alimentares principal mente anorexia e bulimia nervosa tem sido identificado como problema de saúde pública Compreender os fatores predisponentes precipitantes e man tenedores auxilia no entendimento na identificação e por consequência na promoção de ações de tratamento dos acometidos por esses transtornos Dentre os descontroles alimentares e hábitos inadequados da população algumas doenças se manifestam e acabam gerando necessidade de atenção especial Dentre essas patologias as de maior prevalência na população bra sileira são o diabete mellitus e a hipertensão arterial sendo assim cabe a necessidade de apresentar como estas se desenvolvem as principais orienta ções nutricionais e como nós da educação física podemos direcionar nos sas práticas a fim de promovermos um atendimento adequado e de quali dade Nesta unidade nosso objetivo é apresentar um parâmetro geral das recomendações nutricionais e do papel da educação física dentro da atenção alimentar a fim de preparar você alunoa para que se sinta aptoa para atender às diferentes populações reconhecendo suas necessidades e assim intervir de forma pontual e efetiva Temos certeza que após ler esta unidade você se sentirá mais confiante para atuar e intervir nessas diferentes popula ções Tenha uma ótima leitura e bons estudos unidade 190 Aspectos Nutricionais da Gestação à Adolescência Nesta primeira aula o objetivo é fazer uma contextualização geral sobre os aspectos relacionados à nutrição desde a gestação à adolescência passando pelas principais fases do desenvolvimento infantil Afinal é impor tante que tenhamos conhecimento para que possamos dar assistência correta a essa população FASES DO CRESCIMENTO FÍSICO DA CRIANÇA E AS PRINCIPAIS RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS Nesse momento apresentaremos como acontece o crescimento físico de uma criança e você pode até achar que não precisará desse conteúdo como profissional afinal nem todos querem trabalhar com criança e isso é opção pessoal Mas de alguma forma não podemos ignorar que sempre teremos contato com esses serzinhos tão pequenos então saber como se desenvolvem e como se organiza a nutrição 191 EDUCAÇÃO FÍSICA Saúde publicou o Guia Alimentar para Crianças Menores de 2 Anos esse documento traz as reco mendações e informações sobre a alimentação nesse período de vida tanto para as famílias como para os profissionais de saúde Esse guia surgiu como um instrumento orientador de políticas programas e ações relacionadas à promoção e segurança alimen tar das crianças BRASIL 2019 Algo fundamental nesta fase é o aleitamen to materno Durante muitos anos a sociedade foi atingida por uma fofoca popular ou seja uma notícia sem precedentes teóricos e técnicos que fa lava que o leite materno não era importante e que muitas vezes ele era fraco e poderia até fazer mal para criança Atualmente é inaceitável essa afirma tiva pois o leite materno é essencial ao desenvolvi mento saudável do bebê assim como a qualidade da alimentação nos primeiros anos de vida A recomendação ideal de alimentação materna é que ela seja exclusiva até os seis meses de idade do bebê ou seja nada de água suco chás apenas o leite materno em livre demanda e sem horários determinados isso quer dizer dar a mama sempre que o bebê quiser e na hora que quiser Pode pare cer estranho para você mas essa estratégia de alei tamento tem sido apoiada por todos os órgãos de saúde e inúmeros são os benefícios à criança e para a relação afetiva entre bebê e mamãe Você pode até estar se perguntando mas e se a mulher não conseguir amamentar ou tiver algum impedimento Nesse caso será necessário usar as fórmulas infantis no entanto apenas o médico é responsável por recomendar e prescrever jamais de vemos incluir fórmulas ou outros leites vaca cabra em pó entre outros sem recomendação médica Após esse período de amamentação exclusiva ainda é extremamente válida a continuidade do alei nessa fase além de ser um atributo profissional pode também auxiliar muito na vida pessoal Partindo da compreensão da importância do assunto é preciso deixar claro que o crescimento é complexo e envolve múltiplos fatores pois engloba a composição genética do indivíduo fatores hor monais nutricionais e psicossociais No entanto de uma forma geral ele é previsível e o organiza mos em cinco diferentes fases 1ª Fase Fase Intrauterina Esta fase de desenvolvimento referese ao cresci mento do feto no ventre da mãe e sabemos que dura aproximadamente 40 semanas A velocidade do crescimento varia entre 12 a 15 centímetros por semana sabendo que no meio da gestação ocorre uma aceleração nesse processo e que ao final essa velocidade diminui A nutrição do bebê nessa fase acontece exclusivamente por meio da mãe assim nesse momento a mamãe precisa se preocupar ain da mais em ingerir alimentos saudáveis diminuir o consumo de alimentos ultraprocessados e sempre pedir orientações ao médico pois em alguns casos é necessário fazer uma suplementação alimentar 2ª Fase Fase de Lactente Nessa fase o crescimento do bebê ocorre de forma acelerada principalmente nos seis primeiros meses de vida e permanece assim em todo o primeiro ano a partir do segundo ano a velocidade de crescimento tem uma redução Durante esse momento o cresci mento é atrelado principalmente aos fatores nutri cionais e ambientais e não aos genéticos e hormonais Entendendo a importância da nutrição ade quada nessa fase de vida no Brasil o Ministério da 192 tamento que pode seguir até os dois anos ou mais No entanto a partir dos seis meses o corpo do bebê come ça a sentir a necessidade de outras demandas energéti cas ocorre então o período de introdução alimentar O processo de introdução alimentar demanda da família do bebê muito apoio e dedicação pois é len to e gradativo Outro fator fundamental ao iniciar esse processo é observar o bebê isto é ele deve apre sentar maturidade neurológica como sustentação do tronco conseguir ficar sentado corretamente e deglutir adequadamente Atenção Esses comporta mentos motores são essenciais para indicar se o bebê está preparado para iniciar ou não a alimentação Apresentaremos agora um resumo do pro cesso de introdução no entanto se você estiver vivenciando essa fase ou quiser ter conhecimento aprofundado aconselhamos que procure os docu mentos referenciados nesta unidade Até 6 meses leite materno exclusivo 6 meses completos papa de frutas e 1ª refeição almoço 7º ao 8º mês 2ª refeição jantar 9º ao 11º mês gradativamente passar para a refeição da família adaptando a consistência 12º mês alimentação da família orientar práti cas saudáveis FERNANDES et al 2013 Durante este processo é necessário incluir uma ali mentação equilibrada e evitar alimentos processa dos açúcares e gorduras utilizar alimentos in na tura e sempre construir pratos que contenham uma variedade de classes de alimentos incluindo sempre porções de cerealtubérculo arroz milho cará ba tata mandioca inhame e batata doce leguminosas feijão soja ervilha lentilha e grão de bico pro teína animal carne bovina vísceras frango ovos peixe e carne suína hortaliçasverduras alface espinafre couve almeirão taioba e brócolis e hor taliçaslegumes cenoura chuchu abóbora vagem berinjela e beterraba BRASIL 2009a O Ministério da Saúde lançou um documento oficial retratando especificamente esse momento da amamentação e o processo de introdução ali mentar nele constam todas as informações ne cessárias para auxiliar profissionais de saúde no direcionamento das ações de forma correta Os principais benefícios da amamentação são 1 Evita mortes infantis 2 Evita diarreia 3 Evita infecção respiratória 4 Diminui o risco de alergias 5 Diminui o risco de hipertensão colesterol alto e diabetes Figura 1 O ato de amamentar 193 EDUCAÇÃO FÍSICA 6 Reduz a chance de obesidade 7 Melhor nutrição 8 Efeito positivo na inteligência 9 Melhor desenvolvimento da cavidade bucal 10 Proteção contra câncer de mama 11 Evita nova gravidez 12 Menores custos financeiros 13 Promoção do vínculo afetivo entre mãe e filho 14 Melhor qualidade de vida BRASIL 2009 Até o momento esperamos que tenha ficado cla ra a importância da amamentação e da qualidade da alimentação do bebê No entanto para fina lizarmos esse tópico gostaríamos de frisar a ali mentação da nutriz ou seja a mãe pois como profissional você atuará em contato direto com essas mulheres e precisará ter conhecimento para orientar e conduzir melhor seu trabalho Sabese que durante a gravidez as mulheres chegam a ganhar 2 a 4 quilos como reserva de ener gia para lactação sabedoria do corpo humano justificando aumento de apetite e sede da mulher Estimase que um consumo extra de 500 calorias dia seja suficiente para suprir as necessidades En tão se você trabalhar com mulheres que estão ama mentando oriente que dietas alimentares restritivas nesta fase podem gerar escassez na produção de lei te Não necessariamente ela precisa fazer uma dieta específica mas há algumas recomendações segundo Brasil 2009 que devem ser seguidas sendo elas Ter uma dieta variada incluir nas refeições pães e cereais carboidratos frutas legumes verduras derivados de leite e carnes Consumir três ou mais porções de derivados de leite por dia Buscar consumir frutas e vegetais ricos em vitamina A Beber água suficientemente não sentir sede Evitar dietas e medicamentos para redução de peso Moderação ao consumir café e produtos ca feinados É importante ressaltar que mesmo que a mãe não tenha uma alimentação perfeita seu leite nunca será ruim ou fraco e nunca se deve deixar de amamentar por isso Alguns cuidados específicos são necessários por exemplo quando a nutriz é vegetariana nesse caso é necessário observar atentamente o consumo de proteína averiguando se este é suficiente Outro cuidado é observar com atenção os alimentos que ela ingere pois alguns podem causar desconforto para o bebê provocando cólicas e alergias então ao identificar esses alimentos o ideal é restringir tem porariamente da dieta BRASIL 2009a Em geral nesta fase é importante que tenha com preendido três pontos principais a necessidade do alei tamento materno para garantia do pleno crescimento e desenvolvimento do bebê a importância da introdu ção alimentar adequada em suas respectivas fases e fi nalmente os cuidados com alimentação da mãe 3ª Fase Prépúbere Este período compreende o terceiro ano de vida até o início da puberdade maturação sexual A velo cidade de crescimento acontece de forma mais es tável variando de cinco a sete centímetros por ano Diferentemente da fase do lactente o crescimento é afetado principalmente pelos fatores genéticos e hormonais hormônio do crescimento SOCIEDA DE BRASILEIRA DE PEDIATRIA 2009 A alimentação nesta fase é sempre um momento complexo aos responsáveis pois começam as esco 194 lhas alimentares ou seja a criança agora já determi na seus alimentos preferidos O importante é pensar mos que as escolhas alimentares da criança se darão muito pelas influências da família e de outras pessoas que convive por isso é importante ressaltar o valor da qualidade da alimentação da família toda Se você é responsável por alimentação de uma criança com certeza já observou que nesta fase as crianças tendem a querer sempre os mesmos alimen tos e relutam muito para provar outros chamamos isso de neofobia medo do novo da novidade A ciência descreve que para que a criança ve nha a incorporar um novo alimento ela precisa proválo em torno de oito a dez vezes e ele deve ser preparado de diferentes modos e em momentos di versificados ou seja é necessário dedicação e paci ência para incorporar novos alimentos Mas sempre vale a pena pois essa fase é única e determinante para a nutrição adequada e por consequência uma vida mais equilibrada e saudável Quando for trabalhar com crianças nessa fase é fundamental buscar sempre incentivar e orientar a procura e descoberta de novos alimentos pois quanto maiores forem os estímulos sobre isso mais as chances da incorporação desses comportamentos Você pode fazer isso incluindo brincadeiras lúdicas sobre o tema até mesmo propor tarefas que envol vam a alimentação e é claro sempre propor ativida des que promovam relações positivas com o alimento Entendendo a importância da alimentação nesta fase o Ministério da Saúde descreveu os 10 passos a se rem seguidos para garantir uma alimentação adequa da e saudável sendo eles BRASIL 2019 1 Propor diversidade oferecer alimentos de di ferentes grupos em pelo menos três refeições e dois lanches ao dia café da manhã lanche da manhã almoço lanche da tarde e jantar 2 Incluir cereais tubérculos raízes pães e mas sas diariamente dividindo entre as refeições 3 Legumes e verduras devem compor sempre as refeições Frutas podem ser incluídas como lanches e sobremesas 4 Oferecer arroz e feijão todos os dias ou no mínimo cinco vezes na semana 5 Oferecer diariamente leite e derivados nos lanches queijos e iogurtes e nas refeições principais carnes aves peixes ou ovos 6 Evitar alimentos com preparadas de frituras ou gordurosos prefira alimentos assados grelhados ou cozidos 7 No dia a dia evitar ao máximo o consumo de refrigerantes e sucos industrializados do ces chocolates biscoito recheados salgadi nhos e guloseimas em geral 8 Controlar a quantidade de sal na comida co locando o mínimo possível 9 Estimular o consumo de água e sucos naturais com frequência principalmente no interva lo das refeições buscando manter a criança sempre hidratada 10 Incentivar uma vida ativa sem muitas ho ras na televisão jogos eletrônicos compu tadores e celulares Gostaríamos de ressaltar o último passo anterior mente descrito incentivar uma vida ativa sem dú vida nenhuma nesse momento é fundamental como profissionais do movimento humano buscarmos des pertar na criança o interesse por práticas corporais pois os comportamentos estimulados e incorporados nesta fase serão determinantes durante toda a vida Se você trabalha na escola seu papel é ainda mais sério pois como professora de educação física não cabe apenas direcionar as práticas mas também 195 EDUCAÇÃO FÍSICA é fundamental fazer com que as crianças sintam o prazer e o benefício de uma vida ativa pois infeliz mente em muitos casos será o único espaço em que ela terá acesso ao movimento Outra coisa muito im portante é que dentro da escola ou não ao trabalhar com crianças você também precisa observar se há algum desvio de nutrição seja pela falta de alimento ou excesso é fundamental se posicionar e falar com os responsáveis lembrando sempre que é nosso dever orientar e promover ações de cuidados à saúde 4ª Fase Puberal Esta fase compreende a idade entre nove a 14 anos no entanto pode haver variações até um ou dois anos para mais ou para menos A principal carac terística é o crescimento puberal ou seja o desen volvimento e maturação sexual Normalmente os sinais da puberdade ocorrem antes nas meninas do que nos meninos porém o estirão de crescimento dos meninos é maior A aceleração do crescimento está atrelada aos esteroides sexuais e ao hormônio do crescimento Popularmente essa fase é conheci da como préadolescência 5ª Fase Puberal Final Neste período a maturação sexual já aconteceu e a aceleração do crescimento é mais lenta cerca de 1 a 15 centímetrosano e acontece principalmen te na região do tronco com duração em média de três anos Ou seja aproximadamente até os 18 anos acontece o processo de crescimento e a partir daí ocorre a estabilização do crescimento A fase da ado lescência acaba e temos então um indivíduo adulto Você deve ter percebido que não falamos sobre a nutriçãoalimentação da fase puberal mas foi pro posital pois como a quarta e quinta fases compre endem em geral a adolescência as recomendações nutricionais são representativas para ambas as fases desse modo apresentaremos estas juntas a partir de agora FERNANDES et al 2013 ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS E ENER GÉTICAS NA ADOLESCÊNCIA A adolescência configurase por um período mar cado por grandes transformações biológicas sociais e emocionais não se é nem criança nem adulto e toda essa mudança pode gerar muitas dúvidas e conflitos É consenso na literatura principalmente quando falamos de comportamentos a necessidade de o adolescente ser acompanhado e direcionado pois as escolhas e hábitos vivenciados neste mo mento serão determinantes por toda a vida adulta Com certeza você deve estar pensando que fase chata realmente é uma fase cheia de conflitos mas todos passam por isso como profissionais é impor tante entender que todas essas chatices são nor mais e biológicas também Quando nos referimos ao contexto nutricional esse grupo merece ainda mais atenção pois é considerado um grupo de risco nutri cional Esse risco referese ao aumento das necessida des nutricionais frente ao crescimento e também aos hábitos alimentares irregulares Toda a preocupação com a alimentação neste pe ríodo relacionase ao fato principalmente de que o reflexo destas escolhas e padrões alimentares poderá determinar a qualidade de vida durante a fase adulta ENES LUCCHINI 2016 O primeiro passo para guiar o entendimento sobre as recomendações nutricionais nessa fase é entender que a ingesta alimentar do adolescente é específica Para estimar o consumo energético ali 196 mentar existem inúmeras equações entendendo a peculiaridade das nossas ações frente a essa orien tação e o que já aprendemos nas unidades deste livro usaremos as recomendações sugeridas pelas DRIs Dietary Reference Intakes Antes de apresentar esse cálculo é importante destacar que essas equações são feitas para presumir um consumo mas cada indivíduo apresenta sua par ticularidade e esta deve ser respeitada Além disso o profissional mais indicado para fazer toda essa ava liação é um nutricionista Contudo entendemos que compreender esses cálculos pode colaborar mesmo que de uma forma simplista a propor uma ingestão mais adequada a esse adolescente que estamos assis tindo e com isso evitar problemas de saúde futuros Observe que os cálculos serão apresentados como estimativa da necessidade energética EER conside rando o sexo meninas e meninos eutróficos peso normal e a idade entre 9 e 18 anos segundo Institute of Medicine et al 2005 Então vamos lá Estimativa da necessidade energética ERR para meninos eutróficos de 9 a 18 anos ERR 885 619 x idade anos PA x 267 x peso kg 903 x altura me tros 25 Kcal para crescimento Considerando PA e coeficiente de atividade física temos PA 1 se for sedentário PA 113 se atividade leve PA 126 se atividade moderada PA 149 se atividade intensa Estimativa da necessidade energética ERR para meninas eutróficas de 9 a 18 anos ERR 1353 308 x idade anos PA x 10 x peso kg 934 x altura metros 25 Kcal para crescimento Figura 2 Escolha alimentar na adolescência conflitos e dúvidas Descrição da Imagem Uma adolescente sentada em uma lanchonete segurando dois pratos diferentes um prato com uma refeição saudável com verduras e carne branca e outro com um xBurger Sua fisionomia destaca a dúvida de qual escolher 197 EDUCAÇÃO FÍSICA Considerando PA e coeficiente de atividade física temos PA 1 se for sedentário PA 116 se atividade leve PA 131 se atividade moderada PA 1 56 se atividade intensa Com esses cálculos você chegará a uma necessidade energética diária ou seja à quantidade de calorias que esse adolescente deve ingerir durante o dia En tretanto como você já sabe essas calorias precisam ser bem distribuídas e equilibradas entre os diferen tes grupos alimentares macro e micronutrientes De uma forma geral este valor energético de con sumo é útil pois permite juntamente com a avaliação do gasto energético diário e a TMB Taxa Metabólica Basal determinar o equilíbrio energético Este equilí brio é o que garante que o peso composição corporal esteja dentro da normalidade ou seja nem em exces so consumo energético maior que gasto nem em de ficiência gasto energético maior que consumo Apresentamos anteriormente os cálculos de consumo alimentar diário e com eles entendemos a quantidade diária total em calorias que o adolescen te deve consumir em condições normais no entanto nem sempre conseguiremos fazer esses cálculos para todos nossos alunosclientes Neste caso é importan te gerar informações gerais para instrumentálos a fim de que sigam recomendações adequadas Dentre elas destacaremos as principais de acordo com Fer nandes et al 2013 Consumir alimentos de formas variadas ou seja não seguir apenas um padrão alimen tar todo dia a mesma alimentação Fazer entre 5 a 6 refeições diariamente café da manhã lanche da manhã almoço lanche da tarde jantar e lanche noturno Dar preferências a proteínas de alto valor bio lógico e pouca gordura carnes ovos leites e derivados Procurar consumir peixes duas vezes na se mana Evitar açúcares simples preferir os ricos em fibras Evitar alimentos com gorduras saturadas e colesterol menos de 2 de gordura trans Ter atenção na ingestão de sal menos de 6 g dia Evitar refrigerantes Consumir frutas verduras e legumes mais de 5 porções ao dia Não trocar refeições por lanches rápidos Sempre praticar atividade física regular Como falamos anteriormente sabemos que essa fase é turbulenta então o ideal é elaborar estratégias para que o adolescente compreenda a importância da alimentação adequada e crie bons hábitos de vida entendendo que essa época será determinante para sua vida futura Como educadores e profissionais é importante sempre estarmos atentos e propor ações que sejam efetivas instruindo com direcionamento e práticas propondo atitudes e claro influenciando positivamente a busca pela consciência alimentar MAIA et al 2018 É relevante lembrar que nessas fases desde o nas cimento até a adolescência as vivências são responsa bilidade nossas muitas vezes a criança a quem você dará aula na escola ouvirá pela primeira vez sobre a importância do comer frutas e legumes será a primei ra vez que fará uma atividade física regular um alon gamento Entende a importância da nossa participação nesse processo É preciso ter atenção e observar as ne cessidades e assim propor oportunidades de aprendi zado A educação física além de toda a compreensão sociocultural do movimento humano tem o papel de influenciar a adoção de hábitos de vida adequados e saudáveis principalmente nos primeiros anos de vida 198 Assim encerramos esta aula chamando você para a responsabilidade de compreender todos esses apontamentos técnicos e intelectuais sobre ali mentaçãonutrição e colocálos em prática sem pre que tiver oportunidade Você pode ser deter minante na vida de muitas pessoas 199 EDUCAÇÃO FÍSICA Nesta aula falaremos sobre os comportamentos dos idosos em relação à nutrição e atividade física Gostaríamos de dar destaque a esses pontos pois a população idosa cresce aceleradamente e como profissionais da área da saúde e educação além de entender o processo de envelhecimento é necessário compreendermos de que forma podemos auxiliar e intervir para garantir que essa parte da população tenha uma vida com qualidade O nosso país é considerado o quinto mais popu loso do mundo com mais de 200 milhões de habi tantes e encontrase entre os que apresentam o en velhecimento demográfico mais rápido do mundo tendência essa que só crescerá durante o século XXI De acordo com os dados publicados pelo IBGE nos anos 2000 o crescimento de pessoas com mais de 60 anos foi de 353 chegando a 145 atualmente os números ultrapassam 30 milhões de pessoas e a expectativa é que até 2060 tenhamos 73 milhões de brasileiros nessa faixa etária IBGE 2001 2010 Comportamento Alimentar no Envelhecer 200 Um estudo recente publicado avaliou 7819 pesso as com 50 anos ou mais com objetivo de verificar a as sociação entre os fatores de estilo de vida pouco sau dáveis e a multimorbidade presença de duas ou mais das 19 doenças crônicas Os resultados apontaram que 758 das mulheres dessa faixa etária e 587 dos homens apresentam multimorbidades Nas análises estatísticas pôde ser observado que a presença de três ou quatro fatores prejudiciais ao estilo de vida con sumo de álcool em risco tabagismo atual ou passado atividade física insuficiente e consumo abaixo do re comendado de frutas e legumes foi associada a maio res chances de desenvolver multimorbidades entre os homens ALMEIDA et al 2020 Como você pode observar a grande maioria da população desta faixa etária apresenta comorbida des associadas e isso reflete ainda mais a importân cia de promover ações que influenciam a mudança de comportamentos não saudáveis com o objetivo de reduzir o risco de complicações futuras Uma forma potencial de ajudar nesse processo é incluir uma alimentação equilibrada desde cedo e a prática de atividade física regular O envelhecimento é um processo fisiológico na tural do ser humano compreendido pelo reflexo das suas características genéticas somado à exposição dos hábitos e estilo de vida escolhidos durante toda a vida Durante essa fase da vida surgem as principais alterações físicas fisiológicas psicológicas e sociais e essas mudanças muitas vezes refletem na redução da capacidade de realização das atividades diárias e debilidade na saúde Para que você possa entender um pouco melhor sobre esse processo apresentaremos algumas das inúmeras alterações fisiológicas existentes deste pe ríodo segundo Oliveira Tavares e Dal Bosco 2015 Gerais alteração anatômica na coluna vertebral po dendo ocasionar redução na estatura 1 a 3 cm por década incontinência urinária refluxo gastroesofá gico diminuição da sensação gustativa da sensibili dade tátil da acuidade visual e do equilíbrio corporal 1 Sistema musculoesquelético diminuição da densidade óssea da força muscular da habi lidade de manter força estática maior índice de fadiga muscular redução da elasticidade e aumento da rigidez articular diminuição da mobilidade e capacidade funcional 2 Sistema cardiovascular diminuição da frequ ência cardíaca e do Volume Máximo de Oxi gênio aumento da espessura da parede vas cular e da pressão arterial menor capacidade de adaptação e recuperação ao exercício 3 Sistema respiratório diminuição da capaci dade vital da frequência e do volume respi ratório diminuição da força muscular respi ratória menos mobilidade da parede torácica e intolerância ao esforço 4 Sistema nervoso diminuição no número e do volume médio de neurônios menor quanti dade de substâncias neurotransmissoras e fluxo sanguíneo cerebral atrofia cerebral lentidão do tempo de reação e do planeja mento para o movimento Como você pôde ter notado são inúmeras as alte rações que acontecem com nosso corpo ao longo do tempo e devemos entender que é um processo normal e natural da nossa vida sendo assim ter cui dado com nosso estilo de vida pode auxiliar muito nessa fase fazendo com que muitos desses efeitos possam ser menos sentidos ou até mesmo poster gados Como exemplo a perda de massa muscular pode muito bem ser bem preservada com a adoção de um estilo de vida ativo durante toda a vida O primeiro passo para conseguirmos auxiliar uma pessoa idosa na construção de uma vida com 201 EDUCAÇÃO FÍSICA mais qualidade é identificar seu perfil nutricional ou seja aferir para diagnosticar qual é a verdadei ra necessidade dessa pessoa para assim direcionar práticas corretamente É consenso na literatura que avaliação nutri cional de idosos requer uma atenção especial não podemos simplesmente usar os mesmos procedi mentos de medida que usamos em adultos jovens justamente por termos características físicas que so freram as alterações do tempo e dos hábitos Para re alizar uma avaliação nutricional completa exigese atenção a vários pontos que precisam ser checados cuidadosamente Para que possa entender melhor citaremos e faremos os principais apontamentos SAMPAIO 2004 1 Exames bioquímicos exames feitos por meio da coleta de sangue e analisados em la boratórios são prescritos por médicos para identificar alterações nutricionais mais com plexas Os exames mais comuns são albumi na transferrina hematócrito hemoglobina contagem total de linfócitos colesterol total e frações Reforço que as interpretações dos resultados devem ser realizadas sempre por médicos 2 Sinais clínicos nutricionais são os sinais ob servados pela avaliação clínica do idoso no entanto essa avaliação não apresenta grande fidedignidade pois muitas alterações clínicas podem decorrer no processo natural de enve lhecimento assim a orientação é que devem sempre se correlacionar com a história clíni ca do idosos e demais exames e avaliações 3 Antropometria esta é a principal avaliação para indicar o perfil nutricional no entanto conforme já vimos anteriormente as altera ções fisiológicas e físicas por quais passam os idosos podem comprometer a qualidade das medidas como o caso da estatura que se alte ra devido às alterações musculoesqueléticas A orientação para fazer avaliação em idosos com muita debilidade é que se busque ava liações específicas pois existem muitas equa ções preditivas que podem ser realizadas a fim de possibilitar uma verificação confiável De forma geral as avaliações antropométri cas são feitas com as mesmas determinações e padrões de medidas para o adulto jovem as mais utilizadas neste propósito são peso corporal e estatura 4 Composição corporal sabese que em vir tude das modificações fisiológicas nesta fase ocorre aumento da gordura corporal e dimi nuição da massa muscular Para aferir essas medidas no entanto existem recomendações específicas As principais medidas utilizadas são circunferência do braço e panturrilha para verificar a reserva de tecido muscular e a prega cutânea triciptal para avaliar o tecido adipo so Distribuição de gordura corporal além da perda da massa muscular acontece também uma redistribuição de gordura normalmente predominase o acúmulo na região abdomi nal o que aumenta ainda mais a preocupa ção visto a relação significativa desse acúmulo às alterações metabólicas Até o momento na literatura não existem medidas antropométri cas específicas para esse grupo então ainda usamse as avaliações e valores de referência de circunferência da cintura e relação cintura quadril iguais aos adultos jovens 5 Massa corporal a medida mais comum para avaliar é o Índice de Massa Corporal IMC calculado a partir do peso em kg dividido pelo quadrado da altura em metros PesoAl tura2 kgm2 Até o presente momento uti lizase o mesmo referencial para jovens adul tos no entanto buscando preservar o idoso da desnutrição na clínica geriátrica o IMC 20kgm2 é o ponto de corte adotado para clas 202 sificar o idoso com magreza PERISSINOTO et al 2002 Utilizase deste critério para que idosos em risco nutricional sejam reconheci dos precocemente No entanto para diagnos ticar obesidade sugerese o uso do ponto de corte determinado pela WHO 2000 asso ciando a prega cutânea triciptal no entanto Lipschitza 1994 sugere que idosos acima de 65 anos apresentem IMC entre 22 e 27 kgm2 Esses são os principais pontos de uma avaliação nu tricional no entanto ainda é indicado que outros fatores também sejam avaliados principalmente os relacionados ao desenvolvimento de problemas psiquiátricos às atividades sociais e ao estilo de vida pois todos esses fatores influenciam direta mente o hábito alimentar da pessoa idosa Em geral visto as modificações fisiológicas que refletem na diminuição da Taxa Metabólica Basal TMB os idosos apresentam necessidades energéticas inferiores aos adultos jovens Tomase como base uma ingestão de 30 Kcalkgdia como suficiente para a manutenção dos gastos calóricos de um idoso com atividade regular MARCHINI FERRIOLI MARIGUTI 1998 Contudo em casos de fragilidade como complicações de saúde proce dimentos cirúrgicos traumas entre outros devese observar uma necessidade energética maior sendo necessária uma avaliação criteriosa caso a caso Em relação à nutrição para idosos é impor tante ressaltar que pesquisas têm sido desenvolvi das buscando propor recomendações específicas a esta faixa etária Estudos americanos propuseram valores específicos e até mesmo desenvolveram uma pirâmide alimentar americana para idosos Contudo um estudo nacional de revisão que bus Figura 3 A importância das refeições saudáveis para qualidade de vida em idosos Descrição da Imagem Casal de idosos sorridentes preparando uma refeição Podese observar também o preparo de alimentos saudáveis 203 EDUCAÇÃO FÍSICA cou avaliar essa pirâmide para o contexto brasi leiro apresentou em seus resultados que fazer a adaptação da pirâmide americana para o Brasil não é adequado pois os hábitos e comportamen tos alimentares dos Estados Unidos não apresen tam relação significativa com os padrões alimen tares dos brasileiros DEON et al 2015 Assim em nosso país a comunidade científica in dica o uso das recomendações nutricionais apresenta das no Guia Alimentar para a População Brasileira também para a população idosa Pensando no atendi mento mais adequado para essa população o Minis tério da Saúde elaborou um manual indicado prin cipalmente aos profissionais da saúde que orientam as práticas alimentares aos idosos familiares e cuida dores nele citam os 10 passos para uma alimentação equilibrada e de qualidade BRASIL 2009b A partir da prática desses passos é possível ga rantir que o idoso esteja com a manutenção míni ma de sua qualidade alimentar Ressaltamos aqui a importância de nós profissionaisprofessores reconhecermos esses passos a fim de auxiliar na construção desses comportamentos alimentares e nutricionais adequados Dez passos para uma alimentação saudável 1º PASSO Fazer pelo menos três refeições café da manhã almoço e jantar e dois lan ches saudáveis por dia Não se deve pular as refeições 2º PASSO Incluir diariamente seis porções do grupo dos cereais arroz milho trigo pães e massas tubérculos como a batata ra ízes como a mandiocamacaxeiraaipim nas refeições Dê preferência aos grãos integrais e aos alimentos na sua forma mais natural evitando ao máximo consumir alimentos ultraprocessados 3º PASSO Consumir todos os dias pelo me nos três porções de legumes e verduras como parte das refeições e três porções ou mais de frutas nas sobremesas e lanches 4º PASSO Consumir feijão com arroz todos os dias ou pelo menos cinco vezes por sema na Esse prato brasileiro é uma combinação completa de proteínas e é bom para a saúde 5º PASSO Ingerir diariamente três porções de leite e derivados e uma porção de carnes aves peixes ou ovos Retirar a gordura apa rente das carnes e a pele das aves antes da preparação pois torna esses alimentos mais saudáveis além de ajudar no processo de mastigação e digestão 6º PASSO Consumir no máximo uma por ção por dia de óleos vegetais azeite mantei ga ou margarina 7º PASSO Evitar beber refrigerantes e sucos industrializados comer bolos biscoitos do ces e recheados sobremesas doces e outras guloseimas Quando optar por consumir es ses alimentos que seja no máximo duas ve zes por semana 8º PASSO Diminuir a quantidade de sal na comida e não acrescentar sal aos alimentos prontos e dar preferência a temperos naturais para temperar saladas e legumes 9º PASSO Beber em média dois litros seis a oito copos de água por dia Dar preferência ao consumo de água nos intervalos das refeições 10º PASSO Tenha uma vida mais saudável Praticar pelo menos 30 minutos de ativi dade física diariamente e evitar as bebidas alcoólicas e o fumo De uma forma geral a atenção à terceira idade deve ser sempre cautelosa com um olhar global é pre 204 ciso ver todos os componentes que envolvem sua vida pois são pessoas que já vivenciaram muitas ex periências então é fundamental termos um olhar fraterno a isso Observar suas necessidades gerais entender como funcionam o acesso à saúde e ao cui dado conhecer o espaço em que vivem suas patolo gias sua história de vida são fatores determinantes no atendimento a uma pessoa idosa pois apenas em posse desses conhecimentos será possível traçar um plano de ação que seja efetivo na promoção da me lhoria da qualidade de vida 205 EDUCAÇÃO FÍSICA Falar sobre transtorno alimentar é algo que exi ge muito cuidado e atenção embora não se discuta muito esse assunto é algo muito relevante a ser estu dado principalmente por estar relacionado à saúde nutricional e psicológica das pessoas O transtorno alimentar TA é considerado uma doença psiquiátri ca de causa multifatorial caracterizada por alterações extremas no comportamento alimentar e no contro le de peso e forma corporal marcada por um medo profundo de engordar Causa prejuízos significativos nas funções cognitivas na percepção corporal estabi lidade emocional autoestima vida social ou seja na qualidade de vida global da pessoa que apresenta esse transtorno OLIVEIRA TAVARES DAL BOSCO 2015 MORGAN VECCHIATTI NEGRÃO 2002 Para que ocorra o diagnóstico correto é necessá ria a avaliação de um médico psiquiatra Os critérios para diagnosticar são descritos no Manual Diag nóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM 5 Em geral podem ser categorizados em anorexia nervosa AN subtipo restritivo ou compulsivopur gativo bulimia nervosa BN e transtorno da com pulsão alimentar periódica TCA Transtornos Alimentares Anorexia e Bulimia Nervosa 206 Outros transtornos são subdivididos em 1 ano rexia nervosa atípica 2 bulimia nervosa de baixa frequência eou frequência limitada 3 transtorno da compulsão alimentar periódica de baixa frequência eou duração limitada 4 transtorno da purgação e 5 síndrome da alimentação noturna SAN ALVA RENGA SCAGLIUSE PHILIPPI 2011 Ao falar sobre anorexia nervosa AN e bulimia nervosa BN é importante destacar que em geral as características são similares ambas envolvem die tas restritivas aleatórias uso de métodos inadequa dos para perda ou controle do peso corporal insatis fação e distorção da autoimagem corporal correto e abusivo de exercícios físicos dietas total mente restritivas jejuns e exclusão de determinados grupos alimentares Mas qual é a principal diferença entre esses dois transtornos Basicamente o peso corporal As pessoas que apresentam AN estão com o peso abaixo do ideal esperado para altura IMC já as pessoas com a BN em geral podem apresentar diferentes pesos desde baixo até obesidade Outro transtorno alimentar que merece nos sa atenção é o transtorno da compulsão alimentar TCA infelizmente mais comum do que imagina mos e não acomete apenas pessoas com AN ou BN Identificado pela ingestão alimentar descontrolada e exagerada em um determinado período de tempo por exemplo 2 horas e acompanhada por uma sen sação de falta de controle Em pessoas com BN esse período compulsório vem acompanhado com a pur gação seja por meio de vômitos ou laxantes Mas em geral o que percebemos é que acomete pessoas com excesso de peso não por efeito mas por consequên cia OLIVEIRA TAVARES DAL BOSCO 2015 Além de conhecer os transtornos alimentares é necessário entender suas causas mais profundamen te como já citado anteriormente eles possuem uma etiologia multifatorial composta por predisposições genéticas socioculturais e vulnerabilidades biológicas e psicológicas Para elucidar estes fatores os dividimo em predisponentes precipitantes e mantenedores São respectivamente fatores que aumentam a chance de aparecimento os que marcam o aparecimento de sintomas e os que determinam a continuidade ou não do TA MORGAN VECCHIATTI NEGRÃO 2002 Apresentaremos de uma forma global como esses fa tores são gerados e de que forma podemos identificá los Para ficar mais fácil a compreensão apresentare mos estes em formatos de figuras Figura 4 Distorção da imagem corporal Descrição da Imagem Uma mulher de aparência magra se olha no espelho e o reflexo é a imagem de uma mulher com sobrepeso Para controlar esse medo insuportável de engordar ou a insatisfação com o corpo ocorre a utilização de métodos como purgação por indução de vômito abuso de laxantes uso de diuréticos drogas medi camentos controladores de apetite além de uso in 207 EDUCAÇÃO FÍSICA Podese observar que os fatores que predispõem ao surgimento desses transtornos se dividem em três categorias individuais familiares e socioculturais Pesquisas realizadas buscando traçar perfil indivi dual do surgimento destes transtornos evidencia ram características comuns No que se refere aos traços de personalidade foi possível verificar que comportamentos de baixa autoestima traços obses sivos e perfeccionistas estão ligados principalmente à AN e a impulsividade e instabilidade afetiva à BN contudo todos são considerados fatores de risco Em relação aos transtornos psiquiátricos a depressão tem sido atrelada fortemente ao risco de desenvol ver TA para a NA o risco é maior em pessoas com transtornos de ansiedade e para BN em pessoas que possuem dependência de substâncias químicas A tendência obesidade é um fator que tem sido apresentado como altamente correlacionado aos surgimentos de TA em grande parte à decorrên cia de crises de compulsão alimentar insatisfação corporal vergonha social e desenvolvimento de ansiedade e depressão É importante ressaltar que a maioria dos casos identificados de transtornos ali mentares por consequência do excesso de peso estão relacionados às condições sócio emocionais e não fi siológicas ou seja as preocupações com imagem e peso predispõem a pessoa a buscar alternativas rá pidas de perda de peso com isso surgem as dietas altamente restritivas comportamentos purgativos e até mesmo ausência completa de alimentação por determinado período Outros fatores adversos também são encon trados na literatura como fatores de risco para o surgimento de TA como é o caso do abuso sexu al ou experiências sexuais negativas Esses eventos causam traumas e aumentam a vulnerabilidade a transtornos psiquiátricos em geral e por consequ ência tendem a afetar fortemente a forma com que o indivíduo se relaciona com o corpo sua imagem corporal e seu envolvimento social Além dos comportamentos individuais predis ponentes à TA temos ainda a influência da he reditariedade e dos hábitos familiares Sabese que ter parentes de primeiro grau com AN aumenta a chance em 11 vezes ao desenvolvimento desse transtorno para BN a proporção de risco é quatro vezes maior Um grande estudo realizado por Bulik et al 2000 buscou investigar as relações genéticas com os TAs Após uma longa e estruturada revisão pude ram identificar que a BN pode apresentar contribui ção genética com valores variáveis entre 31 e 83 ou seja um elevado fator etiológico do surgimento de BN são os pais apresentarem esse transtorno Embora os fatores genéticos e hereditários pos sam determinar o surgimento dos TAs quando fala INDIVIDUAIS Traços de personalidade História de Transtornos Psiquiátricos Têndencia à Obesidade Eventos adversos FAMILIARES Agregação Família Hereditariedade Padrões de Interação Familiar SÓCIO CULTURAIS Ideal Cultural de Magreza Figura 5 Fatores predisponentes Fonte os autores Descrição da Imagem Figura em formato de quadro apresentando as características específicas relacionadas aos fatores que predispõem aos transtornos alimentares 208 mos de relações familiares e suas influências outros pontos devem ser analisados principalmente os li gados aos comportamentos e hábitos Isso justifica se facilmente ao pensarmos que se uma criança cresce e se desenvolve na convivência diária com fa miliares que apresentam distorção da imagem cor poral o tempo todo falando mal do seu corpo bai xa autoestima alimentações restritivas proibições de alimentos alto ideal de beleza toda a percepção que a criança tem desse ambiente será internalizada e acabará por absorver esses comportamentos para si assim ela crescerá com esse olhar e para não sofrer como seus familiares principalmente mãe e pai buscará inconscientemente alternativas para resolver o problema surgindo assim comporta mentos bulímicos e anoréxicos Até aqui falamos sobre fatores individuais e fami liares que influenciam o surgimento do TA no entan to acreditamos que o fator sociocultural é de grande expressão Não podemos negar que vivemos em uma sociedade em que as influências sociais são cada vez maiores e mesmo que não possamos perceber esta mos imersos nela Nossa cultura ocidental é perme ada por um ideal de beleza cultuado pela magreza para as mulheres e massa e definição muscular aos homens Ter essa aparência significa ter competência sucesso autocontrole e ser atraente sexualmente já o contrário representa desleixo falta de cuidado pre guiça infelicidade ou seja estar no padrão é ser feliz e fora dele é viver sofrendo sem perspectivas Pensa mento esse totalmente distorcido Sem dúvida é preciso tomarmos cuidado não es tamos falando aqui que pessoas com excesso de peso gordura corporal são totalmente saudáveis e preci samos aceitar essas condições nosso entendimento precisa ir além De fato apresentar alto percentual de gordura não é bom para nosso corpo fisiológico embora possamos até ver alguns obesos saudáveis mas como profissionais não podemos reproduzir esse entendimento A ciência prova constantemente que estar acima do peso é estar sim mais suscetível ao surgimento de doenças principalmente doenças crônica não transmissíveis DCNT É uma linha muito tênue nesse entendimento mas o que precisamos compreender é que hoje temos uma grande parte da população desenvol vendo transtornos alimentares por influência des se padrão estereotipado de magreza e que isso é grave e merece nossa atenção Em tempos de tanta influência digital é pre ciso pensar qual minha relação com os ali mentos Como eu percebo meu corpo minha imagem Será que estou apenas reprodu zindo padrões sociais ou estou cuidando da minha saúde mesmo REFLITA Mídias sociais cada vez mais consumidas alta ur banização moda tudo isso são reconhecidamen te fatores influentes no desenvolvimento de TA principalmente no surgimento de BN Ou seja as pessoas consomem um referencial muitas ve zes incansável e na tentativa de fazer parte des se grupo utilizam de estratégias nada saudáveis para se sentirem pertencentes e aceitáveis Você consegue perceber o quanto grave pode ser isso Você ver uma adolescente tomando remédios com frequência para conseguir eliminar os alimen tos com medo de não ser aceita na sociedade De fato em nossa profissão iremos nos deparar constantemente com essas discussões e como profis sionaisprofessores é nosso dever termos uma com 209 EDUCAÇÃO FÍSICA preensão para além do senso comum entendendo principalmente quais são os fatores que influenciam o surgimento desses transtornos e como eles podem ser abordados Independentemente do espaço em que atuaremos conseguir identificar esses fatores predis ponentes nos auxilia no processo de identificação desses comportamentos e assim é possível pensar mos em estratégias para acolhimento dessas pessoas Até aqui descrevemos os fatores que podem in fluenciar o surgimento dos TAs no entanto é neces sário falar também sobre os fatores predisponentes ou seja os que determinam efetivamente o surgi mento dos transtornos Eles são basicamente divi didos em dois comportamentos Figura 6 Após compreender o clico da bulimia nervosa é pos sível compreender que a anorexia também desenvol vese de forma cíclica conforme a figura a seguir Figura 6 Fatores precipitantes Fonte os autores Descrição da Imagem Figura de duas flechas apontadas uma a outra apresentando a relação entre a dieta e os eventos estressores DIETA EVENTOS ESTRESSORES A literatura aponta que fazer dieta com frequência aumenta o risco 18 vezes no desenvolvimento de um TA Claro que apenas a dieta em si não marca rá o desenvolvimento do transtorno mas combi nada com outros fatores predisponentes como os apresentados anteriormente ela se torna um fator de alta relevância Na relação dieta e TA pode mos observar seu potencial quando analisamos os comportamentos cíclicos que desenvolvem tanto a AN quanto a BN Para ficar mais evidente apre sentaremos em forma de figuras RESTRIÇÃO ALIMENTAR COMPULSÃO ALIMENTAR PURGAÇÃO Figura 7 Ciclo Bulimia Nervosa Fonte os autores Descrição da Imagem Figura em formato de ciclo destacando três tó picos que se relacionam o ciclo se inicia com a restrição alimentar que gera a compulsão alimentar que tem como consequência a busca pela purgação e que por consequência influencia o retorno ao ciclo Figura 8 Ciclo Anorexia Nervosa Fonte os autores Descrição da Imagem Figura em formato de ciclo destacando quatro tópicos que se relacionam entre si sendo eles no início do ciclo apa rece a restrição alimentar que gera a desnutrição que interfere na distorção da imagem corporal e influencia por consequência o medo de engordar resultando em um ciclo interminável RESTRIÇÃO ALIMENTAR DESNUTRIÇÃO MEDO DE ENGORDAR DISTORÇÃO DA IMAGEM COMPORAL 210 Como podemos verificar por meio das figuras ante riores 3 e 4 a dieta entendida aqui como restrição alimentar é a causa inicial dos ciclos dos transtor nos Assim podemos compreender que em decor rência da alimentação inadequada e insuficiente ocorre a disseminação de comportamentos de ris cos por isso é tão importante compreendermos a nutrição adequada a cada faixa etária e como manter o consumo saudável dos alimentos Além da dieta devem ser considerados os fa tores estressores como já vimos anteriormente os comportamentos e as situações por quais passamos podem determinar a forma com que nos sentimos e interferir diretamente na qualidade da nossa ali mentação e principalmente na forma com que nos sentimentos emocional e socialmente Alguns sen timentos têm maior relação com os TAs que outros por exemplo pessoas mais inseguras e que sentem uma desorganização em suas vidas tendem a de senvolver BN já pessoas com AN apresentam nor malmente comportamentos introspectivos evitam crises e são mais rígidos consigo mesmas Como já citamos aqui o importante é compre ender que não existe uma causa única que promove o surgimento de um transtorno mas sim um con junto de fatores que se relacionam e que atuam sobre os diversos aspectos da mente e do corpo humano Assim como é importante identificarmos os fatores que condicionam a predisposição e o surgimento dos transtornos alimentares é eficiente saber quais os man têm chamamos então de Fatores Mantenedores Assim como todos os comportamentos que são prati cados a longo prazo os que envolvem os TAs também promovem alterações fisiológicas e psicológicas nos in divíduos condições essas que acabam por determinar ainda mais a perpetuação desses transtornos Em indivíduos com NA as alterações fisiológi cas são ponderadas ao sistema de controle hormo nal após longos períodos de privação alimentar e até mesmo a desnutrição Um desequilíbrio re corrente referese à secreção do cortisol Este é um hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais que tem como função controlar estresse reduzir inflamações ajudar no funcionamento do sistema imunológico manter os níveis de glicose no sangue e também controlar a pressão arterial Funciona de forma que toda vez que o corpo passa por uma situação estressora acontece sua liberação para que o corpo promova mais energia e assim não sofra com as alterações metabólicas estressantes Durante os quadros de desnutrição e privação Figura 9 Fatores mantenedores Fonte os autores Descrição da Imagem Figura demonstrativa em formato de quadro que apresenta os principais fatores mantenedores sendo eles fisioló gicos psicológicos e culturais FATORES MANTENEDORES FISIOLÓGICOS PSICOLÓGICOS CULTURAIS 211 EDUCAÇÃO FÍSICA esse descontrole é contínuo e acaba fazendo com que o corpo se adapte e em muitos casos quando há a tentativa de restabelecer o peso corporal isso pode colaborar negativamente Outro controle hormonal influenciado pelo es tado de desnutrição referese à Leptina responsável pelo controle da saciedade e relacionada à quanti dade de massa de gordura Sua interferência é ainda mais prejudicada quando há o processo de recupe ração de peso essencial a quem está em desnutrição pois o cérebro designa como satisfeito mesmo com baixa ingestão alimentar Isso acaba por influenciar negativamente o equilíbrio energético do corpo Os mesmos fatores psicológicos e culturais apon tados como predisponentes para o desenvolvimen to dos transtornos também são determinantes no processo de manutenção da problemática É muito complexo sair dos ciclos que envolvem os transtor nos quando ainda conservamse os mesmos com portamentos frente às situações de vida e o mesmo olhar de estigma do padrão de beleza e magreza Em geral podemos observar o quanto nossa cul tura e nosso meio social interferem na forma com que percebemos nosso corpo e agimos sobre ele Nos ca sos dos transtornos alimentares entender a dimensão multifatorial é importante não só como identificação mas também como uso de estratégias de tratamento O tratamento indicado para pessoas diagnos ticadas com transtornos alimentares envolve uma equipe multiprofissional formada principalmente por médicos psiquiatras nutricionistas psicólogos e profissionais de educação física As orientações nutricionais devem ser bem guiadas e trabalhadas de forma pontual de acordo com cada paciente lembrando sempre que a atenção deve ser prefe rencialmente educacional ou seja é preciso ensi nar esse indivíduo a se alimentar adequadamente compreender o potencial nutricional dos alimentos e a importância do consumo diário energético fazer que uma nova relação com o alimento se estabeleça Prescrever dietas e controle do consumo em calorias deve ser totalmente desencorajado Figura 10 O medo de engordar que escraviza Descrição da Imagem Foto das mãos de uma mulher magra enroladas como algemas por uma fita métrica representando o aprisionamento da busca pelas medidas padronizadas Outro fator relevante é o fato de que pessoas em estado nutricional de desnutrição severa não devem realizar atividades de gasto energético assim exer cícios são desaconselhados Para todos os indivídu os o exercício físico deve ser visto como comporta mento habitual para melhoria da qualidade de vida e saúde desse modo independentemente dos be nefícios estéticos alcançados por eles as melhorias fisiológicas devem ser o objetivo principal Sabemos que em nossa sociedade não é essa realidade é pos sível observar um grande número de pessoas que 212 praticam exercício de forma compensatória e com pulsória apenas com o objetivo de controle de peso corporal e melhoria da forma física Dessa forma estimular a prática de exercícios fí sicos nesse grupo de pessoas deve seguir estratégi cas pontuais promovendo práticas de atividades que sejam divertidas trabalhem o corpo de forma global que envolvam exercícios respiratórios e de consciência corporal e de baixo impacto físico São exemplos dan ças yoga pilates taichi entre outras modalidades que possam despertar uma prática consciente e prazerosa Queremos finalizar essa aula destacando a rele vância deste assunto pontuando a importância de conhecer e entender como se desenvolvem esses transtornos como as pessoas são afetadas descons truindo barreiras para que possamos identificar pes soas que sofrem com isso ao nosso redor Falar discutir e compartilhar esse assunto também são formas estratégicas de tratamento pois em muitos casos as pessoas não percebem o quanto os compor tamentos alimentares estão transtornados e afetados gerando com isso sofrimento e baixa qualidade de vida Assim sempre que tivermos a oportunidade fa laremos e exporemos nosso conhecimento para que dessa forma possamos honrar nosso compromisso em promover saúde e qualidade de vida a todos ao nosso redor Transtorno alimentar é algo muito sério as pes soas precisam de ajuda e de orientação 213 EDUCAÇÃO FÍSICA Para entender tudo o que falaremos nesta aula é muito importante que fique bem claro o que é Diabetes Mellitus para isso explicaremos com detalhes Diabetes Mellitus DM é um grupo de doenças metabólicas caracterizado pela presença de alta quantidade de glicose açúcar no sangue hiperglicemia resultante de um defeito na se creção eou ação da insulina hormônio respon sável por controlar a taxa de glicose no sangue Esse desequilíbrio ocasionado pela quantida de excessiva de açúcar no sangue eou pela falta de controle ou carênciainsuficiência do hormô nio insulínico pode gerar a longo prazo danos devastadores no organismo humano afetando a função dos órgãos especialmente olhos rins ner vos coração e vasos sanguíneos ADA 2014 Nutrição e Exercício em Condições Patológicas Diabetes Mellitus 214 Dentro desse quadro clínico temos ainda a divi são em duas categorias principais o diabetes tipo 1 e o tipo 2 O diabetes tipo 1 é causado pela deficiência absoluta da secreção de insulina decorrente de um processo patológico autoimune que ocorre nas ilhotas pancreáticas com a destruição das células beta respon sáveis por sintetizar e secretar o hormônio insulina em geral apresentam causas genéticas hereditárias Essa categoria é a menos frequente e é conhecida popular mente por ser diagnosticada em crianças e adolescen tes ou seja a que independe de fatores ambientais O diabetes tipo 2 a categoria mais prevalente na população e a que geralmente está acompanhada de outros fatores como a obesidade tem como causa a relação entre resistência à ação da insulina e uma resposta inadequada da secreção de insulina compen satória ou seja o organismo não consegue secretar a insulina de forma satisfatória e suficiente para sinte tizar toda a glicose presente na corrente sanguínea Essa categoria de diabetes em geral pode demorar a ser diagnosticada pela ausência de sintomas clínicos embora sua disfunção gere alterações patológicas e funcionais em vários tecidosalvo ADA 2014 A Sociedade Brasileira de Diabetes publicou em 2019 dados alarmantes sobre a prevalência de dia betes Sabese que no mundo 1 a cada 11 pessoas entre 20 a 79 anos tenha diabetes ou seja em torno de 463 milhões de pessoas Estimase ainda que em 2045 esse número alcance 700 milhões No Brasil os dados são tão assustadores quanto hoje nosso país é considerado o com maior número de diabéticos da América Latina e o quinto no ranking mundial apre sentando cerca de 168 milhões de pessoas com diabe tes 20 a 79 anos chegando então à proporção de 1 em cada 9 pessoas DIABETES 2019 online Sabemos que o diagnóstico bem como a pres crição do tratamento deve ser feito apenas por um médico endocrinologista pois ele sim é responsável por estudar todo o histórico do paciente observar os exames bioquímicos e assim diagnosticar com exati dão a presença ou não de diabetes No entanto é im portante termos conhecimento dos principais proto colos de diagnóstico e seus valores de referência Existem basicamente três critérios aceitos pela Organização Mundial da Saúde um referese ao exa me clínico e dois deles são exames bioquímicos labo ratoriais O exame clínico casual como é conheci do referese à identificação do diabetes por meio do reconhecimento de alguns sintomas como a poliúria grande volume de urina polidipsia alta ingestão de água sede e perda de peso não explicada Os exames laboratoriais envolvem glicemia em jejum falta de ingestão calórica por no mínimo 8 horas e glicose de 2 horas pós sobrecarga consu mo de 75 gramas de glicose Para o jejum o valor que pode indicar diabetes é maior do que 126 mg dl e para o de sobrecarga maior que 200 mgdl É necessário salientar que caso o exame apresente va lores superiores aos indicados ele seja repetido e assim juntamente com a avaliação do médico será possível diagnosticar ou não o diabetes É sempre válido porém compreender que esses valores servem como referência e como tal devem nortear nossas escolhas alimentares e hábitos de vida viver constantemente com a glicemia muito próxima desse limiar pode predispor ao surgimento de um dia betes tipo 2 a qualquer momento sendo assim é fun damental a vigilância e o acompanhamento médico Até esse momento entendemos o que é o dia betes o quanto ele é presente em nossa sociedade e como diagnosticar agora falaremos um pouco sobre os cuidados nutricionais necessários e como o exercício físico bem direcionado pode auxiliar no tratamento desta patologia 215 EDUCAÇÃO FÍSICA Assim quanto às demais patologias como hi pertensão arterial obesidade doenças cardiovas culares entre outras é essencial que a prescrição alimentar seja orientada por um profissional quali ficado que estude o caso em particular e descreva as recomendações específicas pois apenas assim há a garantia da qualidade da dieta nutricional Con tudo a Sociedade Brasileira de Diabetes seguindo as orientações da Organização Mundial da Saúde prescreve algumas recomendações gerais que devem ser adotadas enfatizando principalmente a aquisi ção de um estilo de vida equilibrado e ativo No caso de diabetes tipo 2 em que o indivíduo apresenta excesso de peso a recomendação princi pal é a diminuição da gordura corporal por meio de restrição alimentar orientada por profissional mas que ocorra de forma gradual e contínua a fim de que o consumo calórico e o peso corporal se jam equilibrados Como citamos anteriormente as orientações alimentares devem ser estruturadas caso a caso por profissionais da área no entanto é neces sário ressaltar que toda intervenção nutricional deve seguir determinados objetivos porque apenas assim constatase o sucesso do processo Dentre esses ob jetivos apresentados pela ADA 2004 destacamse 1 Deve buscar alcançar e manter ótimos resul tados metabólicos que incluam Controle dos níveis de glicose no sangue mantendo a faixa normal ou o mais próximo possível do normal buscando prevenir ou re duzir o risco de complicações associadas Manter um perfil lipídico e lipoproteico con trolado a fim de reduzir o risco de doença macrovascular Administrar os níveis de pressão arterial a fim de diminuir o risco do desenvolvimento de uma doença vascular 2 Buscar prevenir e tratar as complicações crô nicas do diabetes Provocar modificações na ingestão de nutrientes e no estilo de vida conforme apropriado para a prevenção e o tratamento de obesidade dislipidemia doen ça cardiovascular hipertensão e nefropatia 3 Optar por alimentos mais saudáveis e realiza ção de atividade física regular 4 Respeitar as necessidades nutricionais indi viduais considerando as escolhas pessoais e culturais e o estilo de vida buscando influen ciar positivamente as escolhas contudo sempre respeitando os desejos e a vontade de mudar de cada paciente Embora as recomendações nutricionais devam seguir critérios individualizados de acordo com o perfil de cada paciente existem recomendações gerais que po dem auxiliar no reconhecimento de um padrão geral alimentar saudável para pessoas diabéticas Como já citamos manter o peso corporal equi librado é um fator de proteção para todos princi palmente para diabéticos para isso recomendase o uso dos cálculos de estimativa diária de consumo calórico proposto pelas DRIs recomendações di árias de ingestão que levem em consideração as características individuais e o estilo de vida Con tudo para pacientes diabéticos e com excesso de peso a indicação é uma dieta com déficit calórico ponderal a fim de promover a perda de peso e as sim o controle dos níveis glicêmicos Não existe na literatura um padrão preestabe lecido de consumo de carboidratos lipídeos e pro teínas para esse grupo de pessoas no entanto é evi dente a necessidade de um equilíbrio na distribuição desses macronutrientes na dieta Para isso sugerese que 4560 das calorias ingeridas sejam oriundas dos carboidratos 1020 das proteínas e 2535 das gorduras ADA 2014 MILECH et al 2016 AJALA ENGLISH PINKNEY 2013 São esses ma cronutrientes os principais influenciadores do con 216 trole glicêmico principalmente o carboidrato pois este é constituído quase em sua totalidade por gli cose Por isso vemos na literatura muitos recursos de controle do perfil glicêmico advindos da admi nistração e limitação do consumo de carboidratos É importante ressaltar que esse controle da glicose sanguínea é de extrema importância não só para evitar os problemas oriundos do descontrole mas para prin cipalmente orientar a administração dos medicamen tos principalmente em casos em que há necessidade da administração direta de insulina Assim controlar o consumo alimentar os níveis basais e pósprandial pósrefeição de glicemia sanguínea são determinan tes no processo de tratamento desses pacientes Para nós da educação física conhecermos essas recomendações tornase necessário pois em algum momento iremos nos deparar com pessoas com essa sensibilidade patológica seja na escola ou em outros espaços Assim nossa atitude e conhecimento fren te a isso é de extrema importância para garantirmos segurança em nossa atuação profissional A primeira coisa que precisamos ter em mente quando prescrevermos um programa de exercício fí sico para uma pessoa diabética é a necessidade de co nhecer detalhadamente todo seu histórico clínico e comportamento diário Para isso você deverá elaborar uma avaliação detalhada de préintervenção e fazer um acompanhamento em todas as sessões de treinamento A avaliação deve ser composta por 1 Histórico clínico e situação atual do paciente 2 Avaliação antropomé trica e 3 Avaliação da capacidade funcional No histórico clínico é importante conter as mais variadas informações questione o tipo de diabetes tipo I ou II tempo de instauração da patologia con gênita ou adquirida histórico familiar presença da doença em outros membros da família presença de outras comorbidades hipertensão arterial retinopatia neuropatia central ou periférica sintomas depressivos eou dores músculo articulares uso de medicamentos e aplicação de insulina recomendações médicas espe cíficas complicações médicas advindas do descontrole glicêmico internações eou cirurgias ocorrência de desmaio experiência com programas de exercício físi co uso de métodos de controle glicêmico breve relato do consumo alimentar diário acompanhamento por quais profissionais frequência da realização de exames e qualidade do sono É importante nesse momento que você ouça seu aluno entenda sua história reconheça qual o nível de compreensão dele da doença pois o máxi mo de informações que coletar nesse momento será determinante no sucesso de sua ação Não deixe de anexar a esse histórico a cópia de exames frequentes e um atestado médico declarando que o aluno está apto para realizar exercícios físicos O segundo ponto referese à Avaliação antro pométrica nesse momento você deverá checar to dos os parâmetros possíveis Faça medidas de altura peso circunferências cintura abdômen quadril pescoço composição corporal uso de métodos di retos e indiretos identificando principalmente o percentual de gordura e massa magra e se possível verifique também os parâmetros clínicos de pres são arterial e frequência cardíaca em repouso O último ponto da nossa avaliação se relaciona à Capacidade funcional do aluno diabético Este momento é determinante para a elaboração do seu programa de exercício porque por meio dos resul tados obtidos ele colaborará para a melhor estraté gia de atendimento Para fazer essa análise é preciso avaliar os componentes da Aptidão física relacio nada à saúde sendo eles resistência aeróbica flexi bilidade resistência e força muscular e composição corporal analisada anteriormente NAHAS 2013 217 EDUCAÇÃO FÍSICA Para fazer essa avaliação você deverá procurar os testes e protocolos mais indicados para seu aluno lembrando a importância de considerar a individua lidade e os limites de cada um 2 Propor ingestão de carboidratos prétreino se os níveis de glicemia estiverem 100mgdl1 Nem sempre é possível ter acesso a esses equipa mentos de controle glicêmico por isso é necessário que você converse e entenda seu aluno pois nor malmente os que são dependentes de insulina pos suem essas fitas de teste e você pode solicitar que façam o uso delas antes do treino O que importa é não se omitir dessas informações e pensar sempre na saúde do seu aluno Neste momento você pode estar se perguntan do mas e na escola Como farei com os alunos dia béticos Neste caso é sabido que é muito difícil fazer esses testes antes das aulas no entanto o primeiro ponto a deixar claro é que na escola as aulas de edu cação física curriculares não devem ser treinos de aptidão física esse não é o objetivo assim dificil mente as aulas exigiram grande demanda energéti ca e com isso mesmo os alunos diabéticos poderão fazer a aula sem medo É fundamental no entanto que o professor co nheça seus alunos identifique os que apresentam esse quadro clínico e sempre antes de qualquer atividade de demanda física converse com o aluno pergunte como ele se sente e principalmente fique atento du rante a prática Geralmente os paisresponsáveis sem pre informam a escola sobre as crianças com diabetes e as principais recomendações e indicações médicas O maior benefício da prática de atividade física em diabéticos está relacionado com as mudanças da ação da insulina sobre o metabolismo dos carboidratos Para direcionar as ações e práticas de atividade física AF a Associação Americana de Diabetes e o Colégio Americano de Medicina do Esporte descre vem recomendações gerais estas também são ado tadas pelo Ministério da Saúde brasileiro em que Figura 11 Teste de glicemia Descrição da Imagem As mãos de uma pessoa segurando o aparelho de teste glicêmico realizando aferição dos níveis de glicose por meio de uma gotícula de sangue extraída do paciente diabético No teste aparece a marcação do valor glicêmico de 98 mgdl1 Como observamos muitos cuidados devem ser to mados no entanto quando falamos de um aluno insulino dependente ou seja aquele que precisa de aplicação de insulina que em maioria são os dia béticos tipo 1 a recomendação é mensurar a glice mia capilar usando glicosímetros portáteis sempre imediatamente antes do exercício físico e se neces sário pós treino também Ao verificar o nível glicê mico do aluno seguem as recomendações 1 Evitar o exercício se os níveis de glicemia em jejum estiverem 250mgdl1 e houver pre sença de cetose ou se os níveis de glicemia estiverem 300mgdl1 independentemente de haver cetose efeito patológico à falta de in sulina pode ser identificado por meio de fitas reagentes em amostra de urina ou identifica ção do seus sintomas como hálito com sabor metálico ou mau hálito halitose aumento da vontade de urinar aumento da sede diminui ção da fome dor de cabeça náusea fraqueza 218 se estipula a prática de AF aeróbica de intensidade moderada a vigorosa de no mínimo 30 minutos em cinco dias semanais ou um total de 150 minutos por semana distribuída em três vezes na semana evi tando dias consecutivos COLBERG et al 2016 Além das atividades aeróbicas é necessário incluir também exercícios de resistência musculação com intensidade moderada a vigorosa no mínimo duas vezes na semana em dias não consecutivos É necessário sempre avaliar as individualidades e assim pensar em ações estratégicas de atendimen to que além de seguir as recomendações promova também prazer à prática assim aumentando a chan ce de o aluno permanecer na prática Um estudo re cente realizado no Brasil buscou avaliar se os brasi leiros diabéticos estavam seguindo as orientações de atividade física aconselhada pelo Ministério da Saúde Dentre as 54000 pessoas entrevistadas via inquérito telefônico 79 autorrelataram diabetes dentre esses foi possível averiguar o perfil de praticantes Foi identificado que as atividades como cami nhada hidroginástica e ginástica em geral foram as modalidades mais populares No entanto apenas 15 alcançavam as recomendações em que a maio ria dos ativos 90 sinalizou praticar atividade físi ca por 30 minutos ou mais entretanto destes 87 com frequência semanal inferior às recomendações Assim podemos compreender que embora muitos brasileiros diabéticos busquem realizar atividade fí sica a grande maioria não está compatível com as recomendações LIMA et al 2019 O referido estudo demonstra que os diabéticos em geral são cientes sobre a necessidade da prática regular de exercício físicos no entanto não as realizam de acor do com as recomendações Neste espaço nós da edu cação física entramos com a proposta de uma prática regular e sistematizada que de fato gerará benefícios Com isso reforçamos a importância do conhecimento específico e de estarmos atentos a essa parcela da popu lação que precisa tanto de intervenção 219 EDUCAÇÃO FÍSICA Esta é a última aula da nossa unidade sem dúvida até aqui você aprendeu muita coisa mas o assunto que apresentaremos agora merece de você muita atenção Já foi possível entendermos o quanto uma alimentação equilibrada e bons níveis de atividade física são de terminantes para nossa saúde e o quanto a falta deles pode interferir negativamente na qualidade de vida Dentre as maiores causas de morte no mundo as doenças crônicas não transmissíveis DCNT são as grandes responsáveis dentre elas as doenças do aparelho circulatório são responsáveis por cerca de 17 milhões de óbitos ao ano em todo mundo segun do dados da WHO 2013 No Brasil dados recentes que estimam a frequência de pessoas com diagnóstico médico de hipertensão arterial sistêmica HAS demonstraram uma prevalência de 247 para população brasileira sendo maior entre as mulheres 27 do que nos Nutrição e Exercício em Condições Patológicas Hipertensão Arterial 220 homens 221 BRASIL 2018 Também é possível verificar a distribuição desses dados por cada capital de cada estado brasileiro para que você visualize melhor observe a imagem a seguir a população de uma forma geral e infelizmente bem representativa afinal 321 das pessoas de uma cida de têm hipertensão doença que pode levar à morte Isso nos faz refletir de fato sobre os comportamentos e cuidados que estamos tendo com a nossa saúde Entender a dimensão da problemática é o primeiro passo para despertar a atenção e a partir disso é pre ciso aprender melhor o que é esta doença como ela se manifesta o que ela causa como podemos tratála e o mais importante como podemos evitála A hipertensão arterial sistêmica HAS popular mente conhecida como pressão alta é uma patolo gia comum embora muitos não entendam sua gravi dade Em termos conceituais a HAS é uma condição clínica de origem multifatorial caracterizada por ní veis altos e sustentados de pressão arterial PA Está associada na maioria das vezes a alterações funcio nais eou estruturais em órgãos essenciais como co ração encéfalo rins e vasos sanguíneos e também alteração das funções metabólicas aumentando o ris co de acidentes cardiovasculares Explicando de uma forma simplória a PA é a pressão que o sangue exerce sobre as paredes das artérias Para que a PA seja caracterizada como hipertensão arterial seus valores devem ser pressão arterial sistóli ca PAS maior ou igual a 140 mmHg milímetros de mercúrio ou pressão arterial diastólica PAD maior ou igual a 90 mmHg milímetros de mercúrio esses padrões são estabelecidos pelas organizações interna cionais e no Brasil em concordância com a Sociedade Brasileira de Cardiologia PÓVOA et al 2016 Apenas após uma consulta com o médico especia lista e a realização de aferições contínuas e intervala das usando métodos clínicos é possível diagnosticar corretamente a presença ou não de hipertensão arte rial Por meio das Diretrizes Brasileiras de Hiperten Figura 12 Mapa do Brasil estados e capitais e valores percentuais de prevalência de hipertensão arterial em cada capital Fonte os autores Descrição da Imagem Imagem do mapa geográfico do Brasil apresen tando os valores percentuais de prevalência de hipertensão em cada capital de cada estado São Paulo Paraná Goiás Brasília DF Espírito Santo Ceará Paraíba Piauí Maranhão Pará Amapá Rondônia Rio Branco 224 Manaus 233 186 Boa Vista 221 221 Macapá 209 Belém 159 São Luiz 229 229 Teresina 22 Fortaleza 232 232 Natal João Pessoa João Pessoa 266 266 265 265 Recife Recife 271 271 Maceió Maceió 236 236 Aracaju Aracaju 245 Salvador 186 Palmas 222 Goiânia 217 237 Cuiabá 18 Porto Velho 26 Campo Grande 265 Belo Horizonte 252 252 Vitória Vitória 312Rio de Janeiro 312 Rio de Janeiro Rio de Janeiro 249 São Paulo 216 Curitiba 208 208 Florianópolis Florianópolis 251 Porto Alegre Porto Alegre Região Norte Região Nordeste Região CentroOeste Região Sudeste Região Sul Ao observamos o mapa é fácil diagnosticar os estados que apresentam os menores valores como o caso de São Luís no Maranhão e também a capital que tem os maiores valores autorreferidos como é o caso do Rio de Janeiro com 312 Quando fazemos uma compa ração por região é observável que a maior prevalência na região sul é de Porto Alegre com 251 e na re gião sudeste o Rio de Janeiro inclusive como maior valor do país Na região centrooeste Campo Grande se destaca com 26 no Nordeste temos Maceió com 271 e na região Norte a capital com maiores índi ces é Manaus com 233 BRASIL 2018 Olhar esses dados nos permite fazer uma avaliação territorial e fica muito claro que essa doença acomete 221 EDUCAÇÃO FÍSICA são são estabelecidas as principais orientações desde prevenção identificação e tratamento Esses documen tos médicos passam por constante atualização e devem sempre ser consultados por profissionais da saúde que trabalham diretamente com esta patologia Você pode estar se perguntando mas como pode surgir a HAS Existem diversos fatores de risco que potenciali zam a chance do seu aparecimento segundo Nobre et al 2010 eles são 1 Idade relação direta e linear com a idade ou seja maior a idade maior a chance de desen volver a HA 2 Gênero e etnia não há diferença significativa entre homens e mulheres No que se refere a cor dados apontam que a chance é duas vezes maior em pessoas nãobrancas 3 Excesso de peso e obesidade maior prevalên cia da HA desde idades jovens quando há ex cesso de peso A obesidade central acúmulo de gordura na região abdominal também apresenta forte associação 4 Ingestão de sal excesso na ingestão de sódio está correlacionada ao surgimento de HA 5 Ingestão de álcool consumo constante e por tempo prolongado tem demonstrado as sociação não apenas à HA mas também à mortalidade cardiovascular em geral 6 Sedentarismo a atividade física reduz a inci dência de HA assim como a mortalidade e o risco de outras doenças do sistema cardio vascular 7 Fatores socioeconômicos relação difícil de ser estabelecida na variável direta no entanto os níveis de escolaridade influenciam direta mente 8 Genética fator de predisposição direto no en tanto não há variantes genéticas que indicam o risco individual do desenvolvimento da HA 9 Outros fatores de risco cardiovascular com binação entre predisposição genética fatores ambientais e estilo de vida pouco saudáveis A literatura científica identifica esses fatores de risco como sendo os predisponentes ao surgimento da HAS e a união de dois ou mais destes fatores tende a aumen tar potencialmente as chances do seu desenvolvimen to Assim como sugestão primária para prevenção é a adoção de um estilo de vida saudável e equilibrado Entendemos como estilo de vida um conjunto de ações habituais que refletem atitudes valores e opor tunidades na vida das pessoas Dentre os elementos que compõem os cuidados temos cinco principais que são alimentação atividade física comporta mento preventivo relacionamentos e controle de estresse NAHAS 2013 Manter um estilo de vida saudável é fundamental não só para a prevenção mas principalmente para o controle da HAS Pessoas que já desencadearam a alteração de pressão devem se comprometer ainda mais com modificação do estilo de vida buscando adotar hábitos que ajudem na redução dos níveis pressóricos e por consequência na diminuição do risco de agravos ao sistema cardiovascular As diretrizes responsáveis pela orientação de tra tamento são descritas em duas vertentes tratamento medicamentoso e tratamento não medicamentoso Como já citamos tanto o diagnóstico como o uso de medicamentos só podem ser prescritos por mé dicos especialistas Assim para nós da educação fí sica fica a responsabilidade de conhecer e adequar as orientações não medicamentosas Apresentaremos as recomendações descritas re centemente pela 7ª Diretriz Brasileira de Hiperten são Arterial em que são apontados como tratamen to não medicamentoso TNM controle ponderal 222 do peso corporal medidas nutricionais prática de atividades físicas cessação do tabagismo controle de estresse entre outros PLAVNIK et al 2016 Dentre os principais elementos para o controle da HAS está a perda do excesso de peso e estudos apon tam que a relação entre excesso de peso e alteração de PA pode ser identificada ainda em idade infantil VANECKOVA et al 2014 dessa forma a perda de peso principalmente a diminuição da circunferência da cintura gordura visceral está diretamente relacio nada com a melhora nos níveis pressóricos No que se refere à parte nutricional as diretrizes demonstram aspectos específicos principalmente o consumo de determinados grupos alimentares Contudo devese reforçar que dietas prescritas de intensa restrição alimentar não devem ser encora jadas pois como já pudemos observar esse tipo de prescrição acaba gerando outros distúrbios e prin cipalmente afetando a continuidade do tratamento Quando falamos de dieta para hipertensos a primeira referência que encontramos na literatura é a dieta DASH Dietary Approches to Stop Hyper tensionAbordagens Dietéticas para Parar a Hiper tensão Esta dieta é decorrente do estudo DASH realizado do tipo ensaio randomizado multicêntri co quatro centros de saúde onde foram testados padrões alimentares em diferentes grupos de hiper tensos com o objetivo de encontrar a dieta que tem maior impacto sobre a melhoria dos índices pressó ricos SACKS et al 2001 Após a testagem a análise dos resultados e a veri ficação pontual dos padrões alimentares este mode lo de dieta passa a ser parte recorrente na prescrição de dietas para hipertensos Em geral o perfil nutri cional da dieta DASH ressalta o consumo de frutas hortaliças e alimentos laticínios com baixo teor de gordura inclusão de alimentos integrais proteínas magras como frango e peixe e redução da ingestão da carne vermelha doces e bebidas com alta concen tração de açúcar Estas adequações alimentares pro movem uma dieta rica em potássio cálcio magnésio e fibras VANECKOVA et al 2014 Figura 13 Seleção de alimentos indicados para controle da hipertensão arterial Descrição da Imagem Imagem onde aparecem alguns alimentos como leite banana farelo de aveia ervas medicinais e um aparelho utilizado para aferir pressão arterial Como já citamos aqui em outros momentos mas sempre é válido reforçar toda prescrição dietética deve ser realizada por um nutricionista e em caso de pacientes com hipertensão essa orientação específica deve ser ainda mais cuidadosa Além das orientações específicas nutricionais outros três pontos específicos devem ser altamente recomendados aos hipertensos diminuição da ingestão de alimentos com alto teor de sódio principalmente os processados e ultraproces sados cessação do tabagismo e controle pontual do consumo de bebidas alcoólicas Esses três elementos como vimos anteriormente são fatores de risco para o surgimento da HAS e também são fatores determi nantes do processo de tratamento Outro fator de alta relevância no tratamento não medicamentoso é a prática regular de atividade física e sistemática de exercício físico As diretrizes apon 223 EDUCAÇÃO FÍSICA tam que bons resultados podem ser encontrados na adoção de pequenos comportamentos ativos duran te o dia como ir ao trabalho caminhando optar por escadas no lugar de elevadores levar os animais de estimação para passeios fazer tarefas como jardina gem entre outros Embora essas atividades diárias sejam essenciais é um programa de exercício físico estruturado e realizado regularmente que apresen tará melhora efetiva dos níveis de pressão arterial Muitos estudos são sistematizados e organizados com o objetivo de encontrar o perfil de exercício mais eficaz costumamos dizer que para pacientes com es sas patologias e que são sedentários ao longo da vida o melhor exercício é o que eles fazem Brincadeiras à parte de fato é muito importante estarmos atentos ao perfil do nosso aluno e buscar atividades que o es timulem e tragam prazer afinal para que os efeitos sejam positivos e duradouros é necessário também que a prática de exercícios seja contínua A literatura científica aplicada à área contudo tem orientado os profissionais da educação física a organizar os atendimentos seguindo um determina do perfil de treinamento tendo como base é claro resultados positivos nesta população As Diretrizes de Hipertensão descrevem a neces sidade da inclusão de exercícios físicos estruturados e preferencialmente prescritos individualmente justamente na busca por atender às especificidades de cada aluno promovendo todo cuidado necessá rio O documento estabelece padrões de treinamen to com a prática preferencial de exercícios aeróbicos como potencial redutor da PA durante o tratamento para diminuição assim como forma de prevenir al terações pressóricas MALACHIAS et al 2016 Além da prática principal dos exercícios aeróbi cos sugerese incluir exercícios resistidos dinâmicos e estáticos embora necessitem de mais aprofunda mento científico quando realizados em complemen to aos aeróbicos apresentam resultados satisfatórios Assim seguindo as diretrizes a prática de exer cícios físicos para pacientes hipertensos recomenda ção populacional deve ser realizada no mínimo 30 mindia em nível moderado de forma contínua 30 minutos ou intervalada 2 x 15 minutos ou 3 x 10 minutos de 5 a 7 vezes na semana Essas são as indi cações mínimas que conforme podemos identificar corroboram as determinações gerais de saúde Como citado anteriormente o treinamento prefe rencial deve ser o aeróbico pois este compreende di versas modalidades como andar correr dançar nadar entre outras com realização de no mínimo 3 vezes na semana mas sendo ideal 5 vezes O tempo mínimo é de 30 minutos mas pode chegar a 50 minutos como ideal A intensidade deve ser administrada nos níveis de moderada ou seja entre 50 e 70 da frequência cardíaca máxima MALACHIAS et al 2016 Lembrese da necessidade de realizar testes e equações para aferir ou estimar a aptidão cardiorres piratória máxima e assim predizer corretamente o nível adequado e seguro para prática Com o propó sito de potencializar os resultados incluise também os treinos resistidos musculação As recomenda ções prescrevem que devem ser compostos por uma quantidade entre 8 e 10 exercícios dos principais gru pos musculares ocorrendo entre 1 e 2 séries com 10 a 15 repetições até fadiga moderada e que tenham in tervalos passivos entre 90 e 120 segundos Lembrese que este é um padrão geral que serve para direcionar as intervenções contudo é necessário enfatizar que em pacientes hipertensos a prática deve ser supervi sionada e sempre que necessário fazer adaptações ao treino MALACHIAS et al 2016 É muito importante independentemente de o treino ser apenas aeróbico ou combinado com re 224 sistido ter atenção à intensidade fazer o aluno man ter níveis moderados é fundamental afinal treinos de baixa intensidade não serão suficientes para a me lhora esperada e treinos de alta intensidade podem ser perigosos pelo aumento dos níveis pressóricos O tratamento não medicamentoso da hipertensão como vimos é composto pela associação de vários fa tores que envolvem principalmente a adoção de no vos comportamentos e estilo de vida Sabemos que esse processo nem sempre é fácil para muitas pessoas são anos tendo comportamentos de risco e mudálos de um dia para o outro não é uma tarefa fácil Assim nas ce a importância de um acompanhamento multipro fissional em que este indivíduo possa ser assistido em todas as esferas da sua vida tendo suporte total não apenas para uma melhoria dos níveis de pressão arte rial mas sim adoção de uma vida mais saudável Observamos que de fato a hipertensão é uma do ença grave e precisa ser tratada como tal e cabe a nós da educação física buscar conhecimento e dirigir práti cas que possam promover prevenir e tratar esta doença Você sabia que muitas crianças já apresentam coles terol alto Não apenas o colesterol mas também outras dislipidemias e isso pode afetar negativa mente a qualidade de vida delas Entendese por dislipidemia o quadro clínico assinalado por con centrações anormais de lipídios ou lipoproteínas no sangue determinadas por fatores genéticos e ou ambientais o que acaba gerando aumento do colesterol dos triglicerídeos e redução de HDLco lesterol bom colesterol Dentre os principais fatores de risco o excesso de pesoobesidade tem sido cor relacionado fortemente com o surgimento destes agravos Assim nasce a necessidade do controle de peso principalmente por meio de comportamentos saudáveis como ter uma dieta equilibrada e nutritiva evitar o consumo de alimentos ultraprocessados e manterse ativo sempre É nosso dever ficarmos atentos à saúde das crianças e assim promovermos ações que possam de fato contribuir para uma vida mais saudável Fonte Andrade et al 2018 SAIBA MAIS 225 considerações finais Caroa alunoa aqui encerramos a quinta unidade e sinceramente esperamos que esteja se sentindo feliz com o conhecimento adquirido Iniciamos fazendo uma abordagem sistemática sobre várias fases do desenvolvimento humano descrevendo de forma geral todas as fases desde o nascimento até a chegada da adolescência Evidenciamos propositalmente a fase de amamentação para reforçar o quanto este momento é crucial para o desenvolvimento nutricional e global da saúde da criança Outro conteúdo em destaque foi a fase da adolescência afinal este período é deter minante para instauração dos comportamentos alimentares Passando a fase da adolescência falamos sobre o envelhecimento Neste item descre vemos as peculiaridades desta fase entendendo as principais modificações fisiológicas e como a nutrição pode auxiliar neste momento Apresentamos também como os profissionaisprofessores de educação física podem intervir diretamente nesta po pulação de uma forma segura e eficaz A partir da Aula 3 voltamos o olhar a alguns transtornos e patologias tão presentes na população e que se relacionam diretamente com a qualidade da alimentação Ao falar sobre os transtornos alimentares destacamos os fatores que estão associados à predisposição ao surgimento e à manutenção desses comportamentos doentios Ao falarmos sobre Diabetes Mellitus e Hipertensão Arterial nas aulas 4 e 5 buscamos não apenas transcrever informações mas sim propor uma instrumentalização para que você alunoa sintase confiante entendendo as limitações a importância de avaliações criteriosas para então intervir nessas populações É importante ressaltar que todo conteúdo aqui produzido se baseia em referenciais teóricos cartilhas diretrizes documentos oficiais nacionais e internacionais de rele vância científica Embora não seja possível abordar tudo detalhadamente esperamos ter despertado a sua necessidade de buscar mais conhecimento de ler outros materiais e assim apreender mais Assim podemos ter certeza que nosso objetivo foi alcançado 226 atividades de estudo 1 Observamos a importância do equilíbrio energético para o desenvolvimento de uma vida saudável principalmente na adolescência Conhecer o valor estimado de consumo energético diário de um adolescente ajuda a direcionar as orienta ções gerais e a estruturar as práticas de atividade física regular que atendam às suas necessidades Com base nessas informações e nos cálculos apresentados na unidade calcule a estimativa da necessidade energética ERR de uma menina de 12 anos que pesa 48 quilos altura de 151 metros e apresenta um coeficiente de atividade física PA moderado É correto o que se afirma em a 189910 b 226701 c 236801 d 250131 e 266031 2 O envelhecimento acontece de forma multifatorial ou seja ocorrem mudan ças em todos os aspectos da vida tanto biológicas quanto fisiológicas sociais e ambientais Reconhecer as principais mudanças é importante pois determina a forma com que promoveremos ações de atenção a essa população Tendo como base todas as mudanças que ocorrem durante esse período analise as afirmati vas a seguir I O sistema musculoesquelético sofre inúmeras alterações destacamse den tre elas diminuição da densidade óssea e força muscular enrijecimento arti cular e redução da capacidade funcional II No que se refere ao funcionamento do sistema cardiovascular pode ser ob servado um aumento do ritmo cardíaco em repouso e uma melhor adaptação ao exercício visto o aumento da pressão arterial III Embora haja perda muscular cardiopulmonar as adaptações ocorridas no corpo promovem um aumento da frequência e do volume respiratório IV O sistema nervoso é afetado pela redução do número e volume médio de neurônios também pela diminuição do fluxo de sangue no cérebro ocorren do em geral uma diminuição no tempo de reação e execução de movimento 227 atividades de estudo É correto o que se afirma em a I II e III apenas b II e III apenas c III e IV apenas d I e IV apenas e I II III e IV 3 O transtorno alimentar apresenta uma etiologia multifatorial que envolve desde predisposições genéticas socioculturais até vulnerabilidades biológicas e psico lógicas Entendendo a dimensão desta doença é necessário identificamos quais são os principais fatores de risco tanto para seu desenvolvimento quanto para a manutenção da problemática De acordo com essas informações e o estudo sobre o assunto assinale Verdadeiro V ou Falso F Fatores predisponentes são determinados exclusivamente por fatores here ditários e genéticos Apresentar excesso de peso durante a infância ou adolescência pode ser um alto fator de risco para o desenvolvimento de transtorno alimentar Hábitos familiares alimentares padrões de interação entre pais e filhos insatis fação corporal observada em família podem ser fatores gatilhos para surgimento de transtornos alimentares Os descontroles hormonais em decorrência de restrições alimentares severas são facilmente normalizados quando ocorre o controle alimentar O alto referencial de beleza e padrão social de magreza podem ser conside rados fatores que predispõem ao surgimento dos transtornos e também favore cem a manutenção desses comportamentos A sequência correta é a F V V F V b V V F F V c F F V V F d V F V V F e F V F V F 228 atividades de estudo 4 Para garantir uma atuação profissional adequada e de qualidade é necessário que o profissionalprofessor de educação física construa suas estratégias de acor do com o perfil individual de cada aluno Sendo assim é necessário construir uma avaliação criteriosa e específica Seguindo essas informações analise as afirmati vas a seguir e assinale Verdadeiro V ou Falso F É preciso fazer uma anamnese que contenha todos os dados do aluno necessa riamente incluindo o tipo de diabetes e as comorbidades associadas Não é necessário solicitar ao aluno um atestado médico se ele garantir que tem condições de realizar a prática de forma segura A avaliação antropométrica pode ser dispensada caso seja visível que o aluno esteja com o peso normal O ideal é ter uma avaliação da composição corporal do aluno para isso pode se usar métodos de avaliação direto ou indiretos A avaliação da aptidão física relacionada à saúde deve ser realizada sempre de acordo com testes e protocolos adequados ao aluno e seus resultados guiarão as intervenções práticas A sequência correta é a V F F V V b V V V F V c F F V V F d V F V V V e F V F V F 229 atividades de estudo 5 Você trabalha com atendimento personalizado e um novo aluno oa procura para contratar seus serviços Apenas com uma conversa rápida ele descreve al guns pontos principais de atenção sendo eles homem de 55 anos com pressão arterial alterada pelo uso de medicamento constante nunca praticou exercícios físicos trabalha como gerente bancário e tem vida social ativa Com base nesta breve descrição assinale as afirmações corretas I É possível afirmar que este aluno apresenta fatores de risco relacionados a ida de sedentarismo e fatores socioeconômicos II A primeira coisa a fazer é prescrever uma dieta de baixo valor calórico com in gestão restritiva de sal antes mesmo de iniciar os treinamentos III É necessário solicitar ao aluno que traga uma declaração médica atestando sua condição para a prática de exercícios IV Em posse da declaração do médico tornase desnecessário fazer testes e ava liações para verificar o nível de aptidão física do aluno V Propor um treino combinado em que o aluno realize 2 vezes na semana 40 minutos de exercícios aeróbicos e 1x na semana 60 minutos e combinar com treinos de musculação nos outros dias da semana entre 30 e 40 minutos É correto o que se afirma em a I III e V apenas b I II e III apenas c II III e IV apenas d III e V apenas e I II III IV e V 230 LEITURA COMPLEMENTAR AÇÕES E METAS PARA SUPERAR A EPIDEMIA DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS Vimos durante a unidade que muitas doenças são geradas por comportamentos de vida inadequados Quando estudamos as doenças crônicas não transmissíveis DCNT como diabetes obesidade hipertensão arterial dislipidemias câncer entre outros pu demos observar que em geral elas estão associadas a uma vida de baixa qualidade com alto consumo de alimentos ultraprocessados ricos em açúcar e sal consumo de álcool e tabaco sedentarismo entre outros Não apenas no Brasil mas no mundo pesquisas são feitas fazendo levantamentos sobre as condições de saúde e os dados são cada vez mais alarmantes A Organiza ção Mundial da Saúde OMS estima que em torno de 36 milhões de pessoas morrem todos os anos em decorrência destas doenças e ainda destaca que as maiores taxas são entre os países de baixa e média renda afetando principalmente as pessoas com menor renda e escolaridade A problemática é grave e tem sido chamada de Epidemia de DCNT Pensando em estratégias de controle a Organização Mundial da Saúde traça metas glo bais para o enfrentamento da doença As últimas publicações são referentes às metas até o ano de 2025 Para buscar elucidar como o problema tem sido encarado em nosso país um trabalho de grande relevância buscou apresentar e comparar essas metas glo bais com o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil até o mesmo período O quadro a seguir mostra uma comparação da mortalidade prematura e dos fatores de risco entre as metas globais da Organização Mundial da Saúde e as Metas do Plano de DCNT do Brasil 20112025 231 LEITURA COMPLEMENTAR Metas Globais da Organização Mundial Da Saúde Apoio do Brasil à meta Metas do Plano do DCNT do Brasil Mortalidade prematura por doenças não transmissíveis Redução relativa de 25 na proba bilidade incondicional de mortalida de global de doenças crônicas entre as idades de 3070 Sim Redução da taxa de mortalidade prema tura 70 anos por DNCT em 2 ao ano Fatores de risco Álcool Redução de 10 conforme apro priado dentro do contexto nacional Opções de meta Consumo de álcool total per capita 15 anos ou Prevalência padronizada por idade do consumo abusivo entre adoles centes e adultos ou Morbidade e mortalidade por do enças relacionadas ao álcool entre adolescentes e adultos Sim Redução das preva lências de consumo nocivo de álcool de 18 2011 para 12 2022 Inatividade física 10 de redução relativa de preva lência de atividade insuficiente em adolescentes e adultos Sim Aumento da preva lência de atividade física no lazer de 149 2011 para 22 2022 Uso do tabaco 30 de redução relativa da prevalên cia do consumo de tabaco atual em adultos e adolescentes Sim Redução da prevalên cia de tabagismo em adultos de 151 2011 para 91 2022 Ingestão de salsódio 30 de redução relativa do consumo médio de salsódio na população Sim Redução do consumo médio de sal de 12 gramas 2010 para 5 gramas em 2022 Aumento do consumo de frutas e hortaliças de 182 2010 para 243 2022 232 LEITURA COMPLEMENTAR Assim é possível observar que o Brasil possui metas bem estabelecidas e que se relacio nam às destacadas pela Organização Mundial da Saúde salientando a importância e rele vância com que esta problemática é vista em nosso país Fonte adaptado de Malta e Júnior 2013 p 155 233 material complementar Nutrição da gestação ao envelhecimento Márcia Regina Vitolo Editora Rubio Sinopse apresenta a prática da abordagem nutricional em todos os estágios da vida sem deixar de fornecer as bases teóricas e científicas e as políticas públicas que alicerçam o dia a dia do profissional dessa área O conteúdo apresentado deixa evidente a enorme distinção entre as ações relacionadas à prevenção e ao tratamento dos problemas nutricionais A obra é bem organizada com fundamen tação científica crítica e aplicada assim como exemplos práticos e estudos de ca sos clínicos To the bone Mínimo para viver Ano 2017 Sinopse uma jovem está lidando com um problema que afeta muitos outros no mundo a anorexia Sem perspectivas de se livrar da doença e ter uma vida feliz e saudável a moça passa os dias sem esperança Porém quando ela encontra um médico não convencional que a desafia a enfrentar sua condição e abraçar a vida tudo pode mudar Indicação para Assistir Indicação para Ler 234 material complementar Todas as determinações de saúde do nosso país são estabelecidas pelo Ministério da Saúde Por meio desse órgão que é público é possível consultar materiais e pesquisas de alta representatividade social Todas as cartilhas citadas documentos oficiais recomendações nutricionais e programas de apoio e pro moção da saúde estão a nosso alcance usando esse site Se você nunca entrou vale a pena conferir você encontrará muito material de estudo e dados para poder aprender e ensinar sobre saúde de forma geral httpswwwsaudegovbr Indicação para Acessar 235 gabarito 1 B ERR 1353 308 x idade anos PA x 10 x peso kg 934 x altura metros 25 Kcal para cres cimento Dados do cálculo Sexo Menina Idade 12 anos Peso 48 quilos Altura 151 metros PA moderado 131 ERR 1353 308 x 12 anos 131 x 10 x 48 kg 934 x 151 metros 25 Kcal para cresci mento EER 1353 3966 131 x 480 141034 25 EER 1353 3966 131 x 189034 25 ERR 1353 3966 247631 25 ERR 2343 250131 ERR 226701 2 D 3 A 4 A 5 A 236 referências ABREU E S de et al Alimentação mundial uma reflexão sobre a história Saúde e Sociedade v 10 n 2 p 314 2001 ACSM Diretrizes do ACSM para testes de esforço e sua prescrição 9 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2018 ADA Diagnosis and Classification of Diabetes Mellitus Diabetes Care v 37 p 81 90 jan 2014 Disponível em httpscarediabetesjournalsorgcontent37Supple ment1S81fulltextpdf Acesso em 21 set 2020 ADA Nutrition Principles and Recommendations in Diabetes Diabetes Care v 27 p 3636 jan 2004 Disponível em httpscarediabetesjournalsorgcontent27su ppl1s36fulltextpdf Acesso em 21 set 2020 AJALA O ENGLISH P PINKNEY J Systematic review and metaanalysis of dif ferent 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nessa construção conjunta foi elaborado o que existe de mais atual na grande área da nutri ção aplicada à educação física Todo esse massivo processo de construção pedagógica teve como principal intuito apresentar as vertentes nutricionais suas terminologias e metodologias a você futuroa profissional para que entenda como tudo isso pode ser utilizado no dia a dia profissional Esse desafio concluise com uma proposta inovadora utilizando metodologias imersivas para que ao desfrutar de todos as aulas apresentadas você passe a se entusiasmar com essa importante área do conhecimento investigando as vertentes apresentadas para que no futuro quando estiver atuando possa desenvolver suas próprias teorias Cabe salientar que todo o processo de aprendizagem inovador não surge apenas com métodos contemporâneos visto isso o embasamento histórico representa o caminho necessário para que se tenha fundamentação intelectual no processo de transformação Desse modo essa densa gama de informações é muito importante para que na proposta inicial de ensino que o material traz a você possa trazer o enfático resultado Construímos um modelo único que pode ser representado na estratégia metodológi ca de conhecimento seguindo os passos história legalidade avaliação aplicabilidade complementação e adaptabilidade Essa estratégia adotada traz ponto a ponto o que de melhor a literatura oferece sobre nutrição e nutrição esportiva representada em cada assunto abordado Por fim com o coração aberto desejamos a você futuroa profissional que se encontra próximo de seu objetivo todo o sucesso que desejar Enfatizamos que todo esse conhe cimento ficará disponível para quando for necessário utilizar e que esse livro pedagógi co seja fundamental em sua atividade profissional utilizando como referência sempre que necessário Esperamos que este material seja somente o início por uma busca de conhecimentos que venham a tornáloa um profissional de muito sucesso afinal é o conhecimento que move o mundo Um grande abraço