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Engenharia de Produção ·

Ciências do Ambiente

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Ciências do Ambiente Esp João Marcos Pardo Me Gustavo Affonso Pisano Mateus Me Renata Cristina de Souza Chatalov C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ Núcleo de Educação a Distância MATEUS Gustavo Affonso Pisano CHATALOV Rena ta Cristina de Souza PARDO João Marcos Ciências do Ambiente Gustavo Affonso Pisano Mateus Rena ta Cristina de Souza Chatalov e João Marcos Pardo MaringáPR Unicesumar 2019 240 p Graduação EAD 1 Ciências 2 Ambiente 3 EaD I Título ISBN CDD 22 ed 577 CIP NBR 12899 AACR2 NEAD Núcleo de Educação a Distância Av Guedner 1610 Bloco 4 Jardim Aclimação CEP 87050900 Maringá Paraná unicesumaredubr 0800 600 6360 Impresso por Coordenador de Conteúdo Crislaine Rodrigues Galan e Fabio Augusto Gentilin Designer Educacional Janaína de Souza Pontes e Yasminn Talyta Tavares Zagonel Revisão Textual Érica Fernanda Ortega e Cíntia Prezoto Ferreira Editoração Isabela Mezzaroba Belido Ilustração Natália de Souza Scalassara Realidade Aumentada Kleber Ribeiro Leandro Naldei e Thiago Surmani DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva ViceReitor e PróReitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho PróReitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva PróReitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff James Prestes e Tiago Stachon Diretoria de Graduação e Pósgraduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria de Design Educacional Débora Leite Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Head de Metodologias Ativas Thuinie Daros Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie Fukushima Gerência de Projetos Especiais Daniel F Hey Gerência de Produção de Conteúdos Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Curadoria Carolina Abdalla Normann de Freitas Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Projeto Gráfico José Jhonny Coelho e Thayla Guimarães Cripaldi Fotos Shutterstock PALAVRA DO REITOR Em um mundo global e dinâmico nós trabalha mos com princípios éticos e profissionalismo não somente para oferecer uma educação de qualida de mas acima de tudo para gerar uma conversão integral das pessoas ao conhecimento Baseamo nos em 4 pilares intelectual profissional emo cional e espiritual Iniciamos a Unicesumar em 1990 com dois cursos de graduação e 180 alunos Hoje temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil nos quatro campi presenciais Maringá Curitiba Ponta Grossa e Londrina e em mais de 300 polos EAD no país com dezenas de cursos de graduação e pósgraduação Produzimos e revi samos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares por ano Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de excelência com IGC 4 em 7 anos consecutivos Estamos entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil A rapidez do mundo moderno exige dos educadores soluções inteligentes para as ne cessidades de todos Para continuar relevante a instituição de educação precisa ter pelo menos três virtudes inovação coragem e compromisso com a qualidade Por isso desenvolvemos para os cursos de Engenharia metodologias ativas as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária Vamos juntos BOASVINDAS Prezadoa Acadêmicoa bemvindoa à Co munidade do Conhecimento Essa é a característica principal pela qual a Unicesumar tem sido conhecida pelos nossos alu nos professores e pela nossa sociedade Porém é importante destacar aqui que não estamos falando mais daquele conhecimento estático repetitivo local e elitizado mas de um conhecimento dinâ mico renovável em minutos atemporal global democratizado transformado pelas tecnologias digitais e virtuais De fato as tecnologias de informação e comu nicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas lugares informações da educação por meio da conectividade via internet do acesso wireless em diferentes lugares e da mobilidade dos celulares As redes sociais os sites blogs e os tablets ace leraram a informação e a produção do conheci mento que não reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em segundos A apropriação dessa nova forma de conhecer transformouse hoje em um dos principais fatores de agregação de valor de superação das desigualdades propagação de trabalho qualificado e de bemestar Logo como agente social convido você a saber cada vez mais a conhecer entender selecionar e usar a tecnologia que temos e que está disponível Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg modificou toda uma cultura e forma de conhecer as tecnologias atuais e suas novas ferramentas equipamentos e aplicações estão mudando a nossa cultura e transformando a todos nós Então prio rizar o conhecimento hoje por meio da Educação a Distância EAD significa possibilitar o contato com ambientes cativantes ricos em informações e interatividade É um processo desafiador que ao mesmo tempo abrirá as portas para melhores oportunidades Como já disse Sócrates a vida sem desafios não vale a pena ser vivida É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer Seja bemvindoa caroa acadêmicoa Você está iniciando um processo de transformação pois quando investimos em nossa formação seja ela pessoal ou profissional nos transformamos e consequentemente transformamos também a so ciedade na qual estamos inseridos De que forma o fazemos Criando oportunidades eou estabe lecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no mundo contemporâneo O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância oa acompa nhará durante todo este processo pois conforme Freire 1996 Os homens se educam juntos na transformação do mundo Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontramse integrados à proposta pedagógica contribuindo no processo educa cional complementando sua formação profis sional desenvolvendo competências e habilida des e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade de maneira a inserilo no mercado de trabalho Ou seja estes materiais têm como principal objetivo provocar uma aproximação entre você e o conteúdo desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessários para a sua formação pessoal e profissional Portanto nossa distância nesse processo de crescimento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita Ou seja acesse regularmente o Stu deo que é o seu Ambiente Virtual de Aprendiza gem interaja nos fóruns e enquetes assista às aulas ao vivo e participe das discussões Além disso lembrese que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliáloa em seu processo de apren dizagem possibilitandolhe trilhar com tranquili dade e segurança sua trajetória acadêmica APRESENTAÇÃO Seja bemvindoa Estimase que a vida na Terra existe há cerca de 35 bilhões de anos no entanto apenas há duzentos anos que a vida humana se tornou mais confortável devido aos grandes avanços na área tecnológica Nesses duzentos anos a população mundial aumentou significativamente a sociedade tornouse cada vez mais consumista e com isso houve um aumento no consumo de recursos naturais que estão tornandose cada vez mais escassos A história do homem no planeta é diferente se compararmos com os demais animais pois o homem se apropria da natureza para satisfazer suas neces sidades criando sistemas mais elaborados embasados em tecnologias que nem sempre são sustentáveis que podem ocorrer de forma tão acelerada que os sistemas naturais não conseguem repor tudo com a mesma agilidade em que são consumidos Nosso planeta a água o ar e o solo estão deteriorando qualitativamente colocando em evidência o prejuízo biológico de muitas espécies das quais o homem está incluído Como exemplos de degradação ambiental podemos citar as queimadas o consumo de combustíveis fósseis o desflorestamento a poluição das águas do ar do solo entre outros que na maioria das vezes têm origem antrópica Dessa forma quando estudamos as questões ambientais nós estudamos temas muito importantes para a formação acadêmica tanto que a inter disciplinaridade é essencial para compreensão do tema e exige esforços de profissionais nas mais diversas áreas do conhecimento Nesse sentido procuramos contribuir na disciplina de Ciências do Ambiente Diante desse contexto trataremos dos nossos estudos de Ciências do Am biente que foram divididos em nove unidades Nas Unidades 1 e 2 estudaremos o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável Veremos os conceitos de meio ambiente e desenvolvimento sustentável apresentando seu histórico bem como as questões do meio ambiente no meio econômico com bens e serviços ambientais Nas Unidades 3 e 4 estudaremos sobre o gerenciamento e tratamento de águas e efluentes Abordaremos os conceitos de águas subterrâneas as questões da qualidade da água e as formas de tratamento de efluentes Nas Unidades 5 e 6 abordaremos a questão de resíduos sólidos desde a geração a coleta o acondicionamento o transporte o tratamento e a destinação final Na Unidade 7 analisaremos o controle e qualidade de emissões atmosféricas e conceituaremos a poluição atmosférica bem como suas formas de controle Finalmente nas Unidades 8 e 9 estudaremos as questões da Política Am biental no Brasil apresentando as legislações ambientais vigentes e a im plementação de Sistemas de Gestão Ambiental Desejamos a você ótimos estudos CURRÍCULO DOS PROFESSORES Esp João Marcos Pardo Especialização em Educação à Distância pelo Instituto Eficaz 20172018 Graduação em Engenharia Civil pelo Centro de Ensino Superior de Maringá 20122016 Especialização em andamento em Gestão de Projetos e Docência no Ensino Superior pela Unicesumar Atual mente é Professor Mediador I do Centro de Ensino Superior de Maringá Tem experiência na área de Engenharia Civil com ênfase em gestão de resíduos sólidos na construção civil projeto arquitetônico e licitação em obras públicas Currículo Lattes disponível em httplattescnpqbr7568262155594348 Me Gustavo Affonso Pisano Mateus Mestrado em Biotecnologia Ambiental pela Universidade Estadual de Maringá UEM Espe cialização em Docência no Ensino Superior e Análise Ambiental pela Unicesumar e Graduação em Ciências Biológicas pelo Centro Universitário de Maringá Unicesumar Possui experiência nas áreas de Fitossanidade com ênfase em fungos fitopatogênicos e Tratamentos Alternativos de Água e Efluentes em especial com os temas processos de separação por membranas e coagulantes naturais Atualmente é aluno do Programa de PósGraduação em Biotecnologia Ambiental da Universidade Estadual de Maringá em nível de Doutorado Currículo Lattes disponível em httplattescnpqbr1379816809384173 Me Renata Cristina de Souza Chatalov Possui Mestrado em Engenharia Urbana pela Universidade Estadual de Maringá UEM Es pecialização em Gestão Ambiental pela Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão FECILCAM Graduação em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Universi tário de Maringá Unicesumar Graduação em Tecnologia Ambiental pelo Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná Tem experiência em pesquisa na área de Sistema de Gestão de Qualidade e na Área Ambiental com ênfase em Tecnologias Avançadas de Tratamento de Efluentes Gestão e Tratamento de Resíduos Sólidos Trabalha como Professora Formadora no curso de Gestão Ambiental Gestão de Recursos Humanos Gestão de Negócios Imobiliários Segurança do Trabalho no EAD no Centro Universitário Maringá Unicesumar Trabalhou como professora no curso de graduação em Administração na Faculdade Metropolitana de Maringá Professora da disciplina de Indústria e Meio Ambiente na Pósgraduação em Gestão Ambiental na Faculdade Metropolitana de Maringá Professora da pósgraduação EAD Unicesumar Currículo Lattes disponível em httpbuscatextualcnpqbrbuscatextualvisualizacv doidK4400997J9 Busque Conhecimento Atenção Quando você encontrar esse ícone no seu material de estudo fique atento pois ele trará pontos de atenção de fatos referentes ao conteúdo que está sendo discutido Conceituando Quando você encontrar esse ícone no seu material de estudo fique atento pois ele trará explicações de termos técnicos aplicação do conteúdo estudado na prática ou de um conceito relacionado ao assunto Saiba Mais Quando você encontrar esse ícone no seu material de estudo fique atento pois ele trará curiosidades ou assuntos que estão ligados ao tema discutido RECURSOS INTERATIVOS Pílula de Aprendizagem Quando você encontrar esse ícone no seu material de estudo esteja conectado e início o aplicativo Uniscemar Experience Selecione o código QRCode e aproxime seu dispositivo do elemento com o código pois ele trará vídeos que complementam o assunto discutido Realidade Aumentada Quando você encontrar esse ícone no seu material de estudo esteja conectado e início o aplicativo Uniscemar Experience Aproximo seu dispositivo móvel da página indicada e veja os recursos em Realidade Aumentada Explore as ferramentas do app para saber das possibilidades de interação de cada objeto Meio Ambiente e Sustentabilidade 13 Dinâmicas Ambientais 43 Gerenciamento de Recursos Hídricos Captação e Tratamento de Água 71 Gerenciamento de Recursos Hídricos Tratamento de Águas Residuárias Resíduos Sólidos Geração Classificação Coleta e Transporte 91 115 Resíduos Sólidos Tratamento e Disposição Final 135 Poluição Atmosférica Controle e Qualidade das Emissões A Política Ambiental no Brasil 193 Gestão Ambiental Certificação e Auditoria Ambiental 215 157 53 Ciclo da água 142 Aterro sanitário Utilize o aplicativo Unicesumar Experience para visualizar a Realidade Aumentada PLANO DE ESTUDOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Esp João Marcos Pardo Me Gustavo Affonso Pisano Mateus Definir meio ambiente de acordo com as mudanças que o conceito sofre com o passar do tempo Entender como a ação humana interfere nos ambientes naturais Descrever como a questão do meio ambiente evoluiu junto aos meios de produção ao longo das revoluções industriais Definir desenvolvimento sustentável a partir de seu en tendimento em âmbito internacional Definir sustentabilidade e sua relação com sistemas du ráveis O que é Meio Ambiente Alterações de Origem Antrópica O que é Desenvolvimento Sustentável De que se trata a Sustentabilidade A Questão Ambiental nas Empresas Meio Ambiente e Sustentabilidade O Que é Meio Ambiente Olá alunoa Seja bemvindoa à primeira uni dade do livro de Ciências do Ambiente Meio Ambiente e Sustentabilidade Esta unidade tem como objetivo ajudarte a compreender o contex to histórico acerca das modificações ambientais de origem antrópica ou seja a capacidade e a ne cessidade do homem em modificar o ambiente a sua volta Mediante uma breve retrospectiva his tórica iremos discutir sobre alguns marcos his tóricos que influenciaram os modelos sociais e que foram em parte responsáveis pelos processos produtivos como nós os conhecemos Em seguida iremos conhecer algumas espe cificidades acerca dos conceitos de sustentabi lidade e desenvolvimento sustentável e discutir os motivos pelos quais ambos conceitos são tão relevantes na atualidade e também em suas jor nadas acadêmicas e profissionais Iremos ainda conhecer algumas de suas aplicações em ambien tes empresariaiscoorporativos representadas por algumas normas de certificação socioambiental Sendo assim convido você a uma leitura acerca dos conceitos apresentados Bons estudos 15 UNIDADE 1 Inicialmente realizaremos uma retrospectiva histó rica para compreender e conhecer as definições de meio ambiente existentes bem como a intensidade e origem das alterações e impactos ambientais É fato que as definições atuais de meio ambien te são resultado de uma série de estudos reflexões e eventos históricos acerca desse tema que foram fundamentais para a compreensão desse conceito em sua totalidade As preocupações com o am biente tomaram proporções internacionais em 1960 atingindo seu ápice na década seguinte com o relatório e marco histórico intitulado Os limites do crescimento The limits to Growth divulgado pelos intelectuais e empresários que faziam parte do Clube de Roma Conforme Salheb et al 2009 o relatório bus cava a limitação do desenvolvimento econômico baseado na extração de recursos naturais porém para os países em desenvolvimento como o Brasil as sugestões do relatório não foram convenientes uma vez que limitava a exploração de recursos restringindo consequentemente seu desenvol vimento econômico Uma das principais contribuições desse relató rio consistiu no despertar da consciência ambien tal coletiva uma vez que em sua conclusão foram apresentados indícios de que em uma projeção fictícia caso fossem mantidos os níveis de indus trialização poluição e exploração de recursos o limite de desenvolvimento do planeta seria atin gido em até 100 anos Entretanto apesar das discussões e controvér sias envolvendo o conceito de meio ambiente este somente foi disposto em nosso país no art 3º I As ciências do ambiente compreendem um campo acadêmico multidisciplinar que integra as ciências físicas e biológicas e sua ampla gama de recursos para a compreensão dos fenômenos ambientais existentes visando o desenvolvimento de soluções para as problemáticas ambientais atuais da Lei nº 693881 que discorre acerca da Política Nacional do Meio Ambiente que definiu meio ambiente como o conjunto de condições leis influências e interações de ordem física química e bioló gica que permitem abrigam e regem a vida em todas as suas formas BRASIL 1981 Entretanto analisando esse conceito é comum nos remetermos apenas a ambientes naturais pai sagens ecossistemas e outros meios de obtenção de recursos naturais que sejam possíveis Apesar de correto o conceito apresentado de veria ser mais abrangente englobando ambien tes naturais oriundos da intervenção antrópica conforme postulado por Silva 2004 p 20 o qual compreende que a natureza o artificial e o original bem como os bens culturais correlatos com preendendo portanto o solo a água o ar a flora as belezas naturais o patrimônio histórico artístico turístico paisagístico e arquitetônico Logo passamos a considerar as alterações estrutu rais realizadas no meio ambiente como parte de sua composição Contudo a Constituição Federal de 5 de outubro de 1988 alterou o conceito até então utilizado conforme pode ser observado na Tabela 1 passando a incluir uma vertente relacionada à prá tica laboral como reflexo ao advento dos direitos trabalhistas expressivos naquele período histórico 16 Meio Ambiente e Sustentabilidade Tabela 1 Tipos de Ambiente definido pela Constituição Federal de 1988 NATURAL ARTIFICIAL CULTURAL PATRIMÔNIO TRABALHO Fauna Flora Ecos sistemas Solo Água e Atmosfera Conjunto de edifi cações particulares ou públicas princi palmente urbanas Cultural Artístico Arqueoló gico Paisagístico Manifesta ções culturais e populares Conjunto de condições existentes no local de trabalho relacionadas à qualidade de vida do tra balhador Art 225 1 I e VII Art 5 XXIII art 21 XX e art182 Art 225 1 e 2º Art 7 XXXIII e art 200 Fonte adaptada de Alencastro 2012 Podemos concluir que Meio Ambiente é o termo utilizado para designar quaisquer espaços físicos naturais artificiais culturais e até mesmo de trabalho que se relacionem com a vida no planeta Terra Meio Ambiente não somente se refere a florestas rios lagos e outros ambientes naturais Essa nova definição de meio ambiente que apre senta caráter amplo e generalista levanos a uma reflexão sobre nosso próprio posicionamento en quanto seres humanos e como parte constituinte do meio ambiente Em um contexto histórico a vertente teórica do homem enquanto centro do universo surgiu e foi evidenciada com o antropocentrismo concepção criada em resposta ao posicionamento teocentrista da Idade Média Na concepção antropocentrista o homem passa a considerar a humanidade como ponto central do universo pressupondo que o meio ambiente e as demais espécies existem para servir e satisfazer suas necessidades PIRES et al 2014 Essa vertente em um contexto moderno está inti mamente associada à desvalorização e degradação do meio ambiente e das outras espécies uma vez que dentro de seu contexto e momento histórico o antropocentrismo considera a natureza e todos os seus componentes subordinados à espécie humana Assim observase que a destruição intrínseca à presença humana no ambiente está atrelada a um comportamento patológico prejudicial à so brevivência humana e de outras formas de vida Portanto os impactos causados ao meio ambiente não serão solucionados apenas com o advento do cenário tecnológico mas por uma ação conjunta de avanços no paradigma científico e mudanças comportamentais PIRES et al 2014 Nesse sentido dentre as várias contribuições voltadas a essa perspectiva crítica destacamse os valores ambientais sugeridos pelo ecocentrismo que se refere ao grau de conscientização interesse esforços e engajamento sobre os problemas am bientais DUNLAP 2008 Nesse entendimento caroa alunoa po demos inferir que dependemos diretamente do meio ambiente uma vez que tudo o que nos cerca é considerado parte fundamental e componente do meio ambiente Assim toda e qualquer forma do ambiente está diretamente relacionada com o bemestar da população e com o desenvolvimen to social especialmente pelos recursos biológicos químicos e físicos que o meio ambiente em sua totalidade proporciona para a manutenção da vida em nosso planeta Logo um colapso ambiental re sultaria em sérias consequências para a saúde da população Alguns exemplos de consequências das alterações antrópicas serão abordados ao longo deste material didático 17 UNIDADE 1 Cabe ressaltar que dentre as espécies que habitam nosso planeta os seres humanos Homo sapiens sapiens destacaramse em função de sua ca pacidade de transformação do am biente Tal fato não significa que as demais espécies aqui presentes não sejam providas de intelecto porém o ser humano em uma perspectiva evolutiva apresentou características e habilidades que favoreceram seu pleno desenvolvimento e sua capa cidade de adaptação 18 Meio Ambiente e Sustentabilidade Segundo Ninis e Bilibio 2012 a separação da condição animal do homem ocorreu em função de uma série de fatores como o domínio do fogo aquisição da linguagem a formação de sociedades o advento da agricultura dentre outros Entretan to independentemente da razão ainda de acordo com os autores o ser humano apresenta certas ca racterísticas que os tornam únicos em um sistema natural sendo elas crenças consciência da própria morte razão moral domínio tecnológico apura do capacidade de aprendizagem adaptabilidade cultura e sociedade e em especial a capacidade de alteração ou modificação do meio em que vive Seria de grande pretensão listar todos os fatos acontecimentos e passos evolutivos que garanti ram ou possibilitaram o sucesso do ser humano até os dias atuais entretanto minha intenção aqui é ressaltar que independente do acontecimento ou passo evolutivo a capacidade de análise do am biente a sua volta sua capacidade de modificálo e sua dinâmica com ele é que promoveu tal passo Em face dessa capacidade a dinâmica do ho mem com o ambiente foi sendo constantemente alterada os meios naturais que já possuíam dinâ micas próprias inerentes à influência do homem e caracterizadas principalmente pela presença Alterações de Origem Antrópica 19 UNIDADE 1 de um fluxo de energia e matéria entre seus ele mentos constituintes passaram a ser substituídos por ambientes artificiais voltados à produção em ampla escala de bens e serviços CORTEZ OR TIGOZA 2009 Findada uma explicação inicial e não extensiva sobre a capacidade do ser humano de alterar o meio ambiente tornase essencial discorrer sobre os impactos e modificações sobre uma perspecti va ambiental É fato que historicamente as ações antrópicas foram responsáveis por inúmeras mo dificações ambientais e tais alterações apresenta ram diversas vertentes positivas e negativas Um exemplo notório dessa afirmação é representa do pela Revolução Industrial período no qual houve intensa e extensiva exploração de recursos naturais e consequentemente elevada geração de resíduos persistentes em contrapartida esse período proporcionou amplo desenvolvimento de novas tecnologias e vasto conhecimento so bre processos produtivos bens e serviços que influenciaram na melhoria da qualidade de vida da população no período tal avanço tecnológico se estende até os dias atuais e são responsáveis de certa forma pelo modelo social e econômico como nós o conhecemos Incontáveis estudos atuais apontam que as mo dificações ambientais de origem antrópica vêm alterando significativamente os ecossistemas na turais consumindo recursos desenfreadamente e causando alterações aos meios naturais tornando a associação desses fatores responsáveis pela dimi nuição da qualidade de vida da população Aliás caroa alunoa arriscariame a inferir que gran de parte da produção científica de nosso país nas mais diversas áreas do conhecimento são voltadas ao desenvolvimento de tecnologias eou técnicas relacionadas à diminuição de impactos prevenção e recuperação ambiental Tal afirmação nos remete à necessidade de dis tinguir tais conceitos Para Verazsto et al 2008 existe certa dificuldade em estabelecer uma defi nição concreta para o termo tecnologia uma vez que historicamente diferentes interpretações ou considerações podem ser realizadas ou atreladas a esse conceito Entretanto tais autores postulam tornase notório conhecer que as pa lavras técnica e tecnologia tem origem co mum na palavra grega techné que consistia muito mais em se alterar o mundo de forma prática do que compreendêlo Na técni ca a questão principal é do como transfor mar como modificar O significado original do termo techné tem sua origem a partir de uma das variáveis de um verbo que signifi ca fabricar produzir construir dar à luz o verbo teuchô ou tictein cujo sentido vem de Homero e teuchos que significa ferramen ta instrumento A palavra tecnologia provém de uma junção do termo tecno do grego techné que é saber fazer e logia do grego logus razão Portanto tecnologia é a razão do saber fazer Em outras palavras o estudo da técnica O estudo da própria atividade de modificar do transformar do agir VERAZSTO et al 2008 p 62 Logo o desenvolvimento de técnicas e tecnologias para otimização de quaisquer processos produ tivos apesar de necessários para o atendimento das demandas populacionais cada vez mais cres centes tomaram vias contrárias ao equilíbrio e manutenção ambiental Diversos autores indicam que a crise ambiental da modernidade é oriunda de um modelo societário pautado em metodolo gias desenvolvimentistas e com visão exclusiva ao progresso científico e tecnológico resultando assim em uma sociedade extremamente consu mista e utilitarista que atrela a degradação am biental apenas a uma mínima consequência de seus processos LEFF 2010 20 Meio Ambiente e Sustentabilidade Ainda nessa linha de raciocínio para Sampaio et al 2013 o estabelecimento do sistema capitalista no qual vivemos consoli dase por meio da degradação ambiental e é baseado em teorias neoclássicas que buscam legitimar cientificamente a convicção de que o crescimento econômico e tecnológico é capaz de solucionar problemas de degradação ambiental com o passar do tempo A teoria econômica que melhor embasa esse pensamento é a chamada Curva Ambiental de Kuznets que estabelece uma relação direta entre a distribuição individual de renda e a degradação am biental Mediante informações referentes ao crescimento e distri buição de renda dos Estados Unidos Inglaterra e Alemanha o autor Kuznets formulou uma curva em U invertido que teoricamente indica que a distribuição individual da renda tende a ser pior nos primeiros estágios do desenvolvimento econômico entretanto fa tores como alterações na composição da produção e do consumo aumento do nível educacional e da conscientização relacionada às questões ambientais bem como sistemas políticos mais abertos em teoria a partir de determinado ponto resultam em tendências am bientais favoráveis proporcionando um crescimento da renda per capita ou seja melhor distribuição de renda e consequentemente um consumo mais racional dos recursos naturais Degradação Ambiental Renda per capta em função da Educação Figura 1 Curva de Kuznets Fonte o autor Em outras palavras segun do Carvalho e Almeida 2008 o conceito descreve a trajetória em tempo pela qual a poluição de um país seguirá como resul tado do desenvolvimento eco nômico Quando o crescimento ocorre em um país extremamen te pobre a poluição inicialmente cresce drasticamente especial mente em função do aumento na produção que geram emis sões dos mais variados poluentes e porque o país dado sua pobre za coloca uma baixa prioridade sobre o controle da degradação ambiental Logo uma vez que o país atinge determinado grau de desenvolvimento sua prioridade muda e voltase para a proteção da qualidade ambiental Em relação ao compor tamento da curva conforme Carvalho e Almeida 2008 vários fatores podem ser indi cados como responsáveis por seu formato dentre eles 1 Favorecimento e aprecia ção da qualidade ambien tal ou seja mediante o aumento de renda a po pulação tende a requerer maior qualidade ambiental 2 Alterações na composição da produção e do consumo 3 Aumento dos níveis de educação ambiental e conscientização das con sequências das atividades econômicas sobre o meio ambiente 21 UNIDADE 1 4 Desenvolvimento de sistemas políticos mais abertos Dentre outros fatores como aumento na rigidez da regulação ambiental impulsionada pelo au mento da pressão social melhorias tecnológicas e uma amplitude comercial também podem estar atrelados a esse fenômeno Existem ainda autores que desacreditam ou descredibilizam a teoria Kuznets especialmente em função de outras teorias ou hipóteses como por exemplo a hipótese de poluição de portos Esta gira em torno da relação entre o comércio desenvolvimento e o meio ambiente e basica mente segundo Feijó 2001 e Azevedo 2009 sugerem que a utilização de políticas ambientais aumenta os custos de produção reduzindo a pos sibilidade de especialização de alguns países na produção de bens que exigem atividades polui doras Em outras palavras países com políticas ambientais menos rígidas apresentam vantagem comparativa aumentada em relação à produção de bens ambientalmente sensíveis produzidos por indústrias sujas ou altamente poluidoras SIEBERT 1977 Historicamente e pautadas nos princípios des sa hipótese as indústrias consideradas poluidoras ou sujas deslocaramse do norte para o sul ou em uma analogia plausível dos países desenvol vidos para os em desenvolvimento Porém evi dências empíricas não sustentam essa hipótese especialmente em relação à competitividade entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento e a vantagens comparativas AZEVEDO 2009 Dentre os fatores que desqualificam essa van tagem competitivacomparativa em termos de mercado econômico internacional figuram não somente os custos de controle ambiental mas também a estabilidade política acesso ao merca do qualificação e especialização de mão de obra custos com logística e transporte e incentivos fis cais ANDERSON 1996 Independentemente do modelo teórico utilizado para a compreensão do desenvolvimento é fato que deve haver uma harmonização entre o desenvolvimentocrescimento econômico e a exploração de recursos naturais ou em outras palavras sustentabilidade 22 Meio Ambiente e Sustentabilidade Em sua essência o principal objetivo das ativida des de uma empresa é o lucro Essa problemática de todas as empresas traz com ela várias preocu pações inerentes a qualquer processo produtivo há tempos longínquos mas principalmente esta Como gastar menos recursos e produzir mais maximizando meus lucros Após as duas Revoluções Industriais a pri meira na metade do século XVIII e a segunda a partir da metade final do século XX a indústria existente sofreu drásticas modificações princi palmente relacionadas à organização do trabalho A mecanização do trabalho com a evolução das máquinas trouxe uma nova realidade às empre sas Agora é necessário preocuparse com no vas legislações relacionadas à saúde e segurança do trabalhador e normas de vigilância sanitária além das limitações financeiras que começaram a existir afinal era preciso recursos financeiros para adquirir os meios de produção Quem não conseguiu seguir o ritmo acelerado das transfor mações foi engolido pelo mercado e basicamente deixou de existir A Questão Ambiental nas Empresas 23 UNIDADE 1 Em termos de utilização de recursos houve um crescimento e evolução exponencial Trabalhos que antes eram realizados manualmente e que levavam muito tempo a serem concluídos e que consequentemente significam uma produção me nor agora passam a ser realizados por maquiná rios avançados em um tempo muito muito menor Se minha empresa passa a produzir mais isso quer dizer que eu gasto mais recursos e gero mais resíduos ao final do meu processo produtivo Então o que antes limitavase a apenas algumas centenas de quilos por semana agora passa a ser toneladas de resíduos todos os dias Você conse gue a partir daí entender qual outra preocupação começa a surgir no contexto empresarial além das mencionadas anteriormente A questão do meio ambiente Segundo Xavier et al 2015 a necessidade do aumento da produção possibilitou o surgi mento de diversos modelos de produção inicial mente aplicados à indústria automobilística e que posteriormente foram adotados e adapta dos por indústrias dos mais variados segmentos revolucionando o pensamento administrativo e em especial o mundo industrial Dentre eles a teoria da administração científica de Frederick W Taylor que se baseia em métodos de ciência positiva racional e metódica em relação aos pro blemas administrativos objetivando maximizar a produtividade Taylor propôs métodos e sistemas racionais e disciplinados voltados ao operário colocandoo sob comando da gerência Segundo Matos e Pires 2006 p 509 promovendo a seleção rigorosa dos mais aptos para realizar as tarefas a fragmentação e hierarquização do trabalho Investiu nos estudos de tempos e movimentos para me lhorar a eficiência do trabalhador e propôs que as atividades complexas fossem dividi das em partes mais simples facilitando a ra cionalização e padronização Propõe incen tivos salariais e prêmios pressupondo que as pessoas são motivadas exclusivamente por interesses salariais e materiais de onde surge o termo homo economicus Outra corrente teórica relevante foi desenvolvida por Henry Ford por volta de 1913 pautada nos mesmos princípios de Taylor entretanto com uma abordagem abrangente de organização da produ ção contemplando extensa mecanização como o uso de máquinas e ferramentas especializadas em uma linha de montagem e formato de esteira rolante e crescente divisão do trabalho LARAN JEIRA 1999 A título de comparação antes de Ford surgir com o sistema de produção por esteiras a fabrica ção de um veículo Ford T levava em média 125 horas Após a revolução na indústria trazida por meio da linha de montagem de Ford em que cada trabalhador realizava uma função específica esse tempo foi reduzido para pasmem 93 minutos SZEZERBICKI PILATTI KOVALESKI 2004 A partir do momento em que se aumenta o passivo ambiental gerado com os resíduos de correntes dos meus processos produtivos even tualmente passase a ter problemas relacionados ao impacto das atividades principalmente in dustriais no meio ambiente em que estou inse rido seja ele natural ou artificial A população passa a ter problemas de saúde relacionados a potenciais agentes poluidores aumentase o custo com limpeza pública além de é claro os danos causados à fauna e flora nativas Surgem políticas públicas leiase multas que abordarão esses problemas Logo as indústrias não teriam mais que se adaptar aos modelos sugeridos pelos gestores mas sim os gestores passaram a se adap tar às necessidades dos processos e das empresas buscando tornálas competitivas e sobretudo lucrativas XAVIER et al 2015 24 Meio Ambiente e Sustentabilidade Em face dos desafios existentes os profissionais desse segmento passaram a depararse não somente às necessidades de cada empresa mas também com as preocupações com o meio ambiente que con sistem em alinhar as questões ambientais legislações ambientais pertinentes de forma a interferir minimamente nos lucros da empresa buscando a sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável Qual a diferença entre esses dois termos A partir de agora iremos juntos conhecer as mais diversas definições variáveis e aplicações relacionadas a esse conceito 25 UNIDADE 1 Em 1987 surge o conceito de desenvolvimen to sustentável como resultado das reflexões da Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desen volvimento patrocinada pela Organização das Nações Unidas ONU O relatório publicado pela comissão ficou conhecido como o Relatório de Brundtland em homenagem à coordenadora da comissão Gro Harlem Brundtland O relatório in titulado Nosso futuro comum ou Our commom future versava sobre a desigualdade econômica entre os países e apontava a pobreza como uma das grandes causas dos problemas ambientais como solução o relatório apontou detalhadamen te as medidas esforços e desafios que deveriam ser superados para que fosse possível alcançar o de senvolvimento sustentável XAVIER et al 2015 Nesse instante é que foi introduzida a ideia de que o desenvolvimento econômico atual deve ocorrer sem comprometer as necessidades das gerações vindouras SEIFFERT 2009 Sendo considerado um marco inovador em raciocínio ambiental da época o relatório discorreu sobre O Que é Desenvolvimento Sustentável 26 Meio Ambiente e Sustentabilidade estratégias ambientais de longo prazo para obter um desenvolvimento sustentável por volta do ano 2000 e daí em diante reco mendar maneiras para que a preocupação com o meio ambiente se traduza em maior cooperação entre os países em desenvolvi mento e entre países em estágios diferentes de desenvolvimento econômico e social e leve à consecução de objetivos comuns e in terligados que considerem as interrelações de pessoas recursos meio ambiente e desen volvimento DRUMMOND 2019online Para alcançar esses objetivos Souza Filho 2008 sugere que os países em desenvolvimento priori zem políticas que fomentem a reciclagem o uso eficiente de energia a conservação a recuperação de áreas degradadas a busca pela equidade justi ça redistribuição e geração de riquezas Ao seguir tais recomendações o desenvolvimento alcan çado será diferente do crescimento econômico indo além da riqueza material alcançando me tas e reparando desigualdades passadas Segundo Barbieri e Cajazeira 2009 o desenvolvimento sustentável se ampara nos pilares Sustentabilidade social que representa a equidade na distribuição dos bens e da renda para melhorar os direitos e condições da população e reduzir as distâncias entre os padrões de vida das pessoas Sustentabilidade econômica representa a distribuição e gestão eficiente dos recursos pro dutivos bem como fluxo regular de investimentos público e privado Sustentabilidade ecológica busca pela dimi nuição de carga de impactos ou pressão exercida sobre o planeta para evitar danos ao meio ambien te principalmente os causados pelos processos do crescimento econômico Sustentabilidade espacial que se refere ao equilíbrio do assentamento humano ruralurbano Sustentabilidade cultural diz respeito à pluralidade de soluções particulares específicas a cada ecossistema cada cultura e cada local Considerando essas vertentes estruturantes do desenvolvimento sustentável será comum ao longo de sua jornada acadêmica e profissio nal encontrar bibliografias que os apresentem divididos em três dimensões básicas conforme a Figura 2 a seguir DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ECONOMICAMENTE VIÁVEL AMBIENTALMENTE CORRETO SOCIALMENTE JUSTO Figura 2 Pilares do Desenvolvimento Sustentável Fonte o autor 27 UNIDADE 1 Em primeira instância a sustentabilidade é um conceito antigo que vem sendo discutido e apri morado por décadas sendo alguns eventos encon tros manifestos e a própria realidade social econô mica e ambiental responsáveis pela definição atual como a conhecemos Segundo Almeida 1997 a noção de sustentabilidade deve ser tomada como ponto de partida para a compreensão e interpre tação de processos sociais e econômicos e de suas relações com o equilíbrio dos ecossistemas As discussões iniciais sobre sustentabilidade foram de responsabilidade do Clube de Roma em 1968 Segundo Kruger 2001 o Clube de Roma correspondia a uma organização formada por cientistas pedagogos economistas representan tes da indústria e colaboradores reunidos com o objetivo de debater a crise da humanidade Antes de surgirem as discussões acerca de sus tentabilidade e sobre o desenvolvimento susten tável veio à tona o termo ecodesenvolvimento idealizado por Ignach Sachs por volta de 1970 que antecipou a formalização dos ideais promo vidos pela sustentabilidade porém na época o autor discutia o papel do homem no processo de desenvolvimento como protagonista ou vítima CACHON 2007 De que se Trata a Sustentabilidade 28 Meio Ambiente e Sustentabilidade Ainda segundo Cachon 2007 o ecodesen volvimento significa um desenvolvimento socioe conômico equitativo e implica na escolha de um processo de desenvolvimento ou crescimento que também contemple a dimensão ambiental e reco nheça sua importância a problemática relaciona da a esse conceito ocorreu em função da dicotomia entre os termos crescimento e desenvolvimento uma vez que o crescimento ocorre em termos eco nômicos em determinado tempo em dado espaço territorial enquanto o desenvolvimento se dá em função da distribuição equitativa dos resultados do crescimento para a população Logo somente o crescimento não induz es pontaneamente à equidade social e tampouco à eficiência alocativa de recursos naturais seria necessária a coordenação pública presença da sociedade civil em um processo cooperativo para alcançar o desenvolvimento equitativo que não degrade ambiente MENEGETTI 2004 Já a sustentabilidade segundo a World Comission on Environment and Development propõe estar diretamente ligada ao desenvolvimento econômi co sem a agressão do meio ambiente utilizando recursos de forma inteligente garantindo assim o desenvolvimento sustentável WCED 1987 As mais diversas reflexões sobre desenvolvi mento sustentável e sustentabilidade buscam em geral possibilitar a construção de processos eco nômicos e sustentáveis dentro dos mais variados segmentos como a agricultura sustentável in dústria sustentável sociedade sustentável dentre outros Em uma analogia simples Merico 2002 sugere que ser sustentável é tornar as coisas per manentes ou duráveis Portanto caroa alunoa a transição de uma simples consciência susten tável social para o desenvolvimento sustentável propriamente dito caracterizase como um pro cesso bastante lento que requer paciência tempo e sobretudo participação ativa da sociedade na construção de projetos leis e políticas públicas Exato A cidadania e a ética se fazem mais que relevantes quando se discute essas temáticas Desde a revolução industrial tais temas têm sido enfoque de eventos conferências e debates em especial por tratarse de um desafio coletivo e de escala global Tal afirmação se faz relevante pois a coletividade mencionada anteriormente con templa os mais variados setores da sociedade em especial o coorporativo XAVIER et al 2015 Na Tabela 2 estão sumarizados diversos marcos histó ricos relevantes para a definição desses conceitos 29 UNIDADE 1 Tabela 2 Marcos históricos que contribuíram para o desenvolvimento dos conceitos sustentabilidade e desenvolvimento sustentável MARCO HISTÓRICO ANO DESCRIÇÃO Clube de Roma 1968 Dentre outras funções citadas anteriormente o clube de Roma possuía por finalidade discutir sobre temáticas ou complexo de problemas re levantes para o período como a degradação ambiental a crescente pobreza em meio a riqueza o crescimento urbano descontrolado a insegurança econômica e outras questões monetárias O clube de Roma ainda pregava pela visão sistêmica de compreensão global em outras palavras defendiam que era possível compreender o mundo com um sistema único Conferência de Estocol mo 1972 Essa conferência foi considerada um marco ambiental internacional contemporâneo pois foi a primeira reunião mundial a tratar da temáti ca em escala global As temáticas lá debatidas continuam a influenciar a importantes discussões e principalmente a formulação de políticas ambientais por todo o mundo A conferência produziu a Declaração sobre o Meio Ambiente Humano que corresponde a uma declaração dos princípios e responsabilidades que deveriam nortear as decisões concernentes ao meio ambiente Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente PNUMA 19721973 Criada como uma agência da ONU voltada para as temáticas ambientais e considerada uma consequência à conferência de Estocolmo a agência atua apoiando instituições em seus processos de governança ambien tal estando relacionada a uma ampla gama de instituições dos setores governamentais não governamentais acadêmico e privado A agência internacional avalia as condições e tendências ambientais globais o de senvolvimento de instrumentos ambientais nacionais e internacionais Dentre seus objetivos figuram o monitoramento do meio ambiente em escala global alertar as nações sobre os problemas ambientais existen tes e a recomendação de medidas que auxiliem na qualidade de vida da população buscando o não comprometimento dos recursos naturais e serviços ambientais para as futuras gerações Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desen volvimento CNUMAD 1992 Aprovada pela Assembleia das Nações Unidas em 1989 a Cnumad é também conhecida como Rio92 Dentre os efeitos mais efetivos da Rio 92 destacamse a criação da Convenção da Biodiversidade e das Mu danças Climáticas que posteriormente resultou no Protocolo de Kyoto a Declaração do Rio e a Agenda 21 A Declaração do Rio relaciona meio ambiente e desenvolvimento mediante uma boa gestão dos recursos naturais e sem comprometer o modelo econômico expansionista da épo ca Já a agenda 21 caracterizase como um instrumento de planejamento para a construção de sociedades sustentáveis em diferentes localidades geográficas a agenda concilia métodos de eficiência econômica proteção ambiental e justiça social Protocolo de Kyoto 1997 Também considerado um grande marco o protocolo estabeleceu metas para a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa e propôs mecanismos adicionais de implementação para que esse objetivo fosse alcançado Dentre os mecanismos propostos encontravase o mecanis mo de desenvolvimento limpo MDL que possibilitava a participação de países em desenvolvimento em cooperação com países desenvolvidos O objetivo desse mecanismo consistia na redução das emissões mediante os investimentos em tecnologias eficientes a substituição de fontes tra dicionais de energia fósseis por renováveis a racionalização do uso de energia o reflorestamento entre outros 30 Meio Ambiente e Sustentabilidade A Cúpula Mundial so bre Desen volvimento Sustentável CMDS ou Rio10 2002 O propósito dessa conferência foi obter um plano de ação factível Dentre os desafios citados no documento persistiam diversos problemas am bientais globais Entretanto foram pela primeira vez mencionados os problemas relacionados à globalização uma vez que os benefícios e os custos a ela atrelados estão distribuídos desigualmente Foi apontado também o risco das condições extremas de pobreza gerar a desconfiança nos sistemas democráticos resultando no surgimento de sistemas dita toriais Como medidas detalhadas foram sugeridos aumentar a proteção da biodiversidade e o acesso à água potável ao saneamento ao abrigo à energia à saúde e à segurança alimentar bem como priorizar o combate a diversas situações adversas fome crônica desnutrição ocupação es trangeira conflitos armados narcotráfico crime organizado corrupção desastres naturais tráfico ilícito de armas tráfico de pessoas terrorismo xenofobia doenças crônicas transmissíveis aids malária tuberculose e outras intolerância e incitação a ódios raciais étnicos e religiosos Para atingir os objetivos o documento ressalta a importância de instituições multilaterais e internacionais mais efetivas democráticas e responsáveis Rio 20 2012 Realizada no Rio de Janeiro a conferência teve por objetivo renovar o comprometimento dos líderes mundiais com o desenvolvimento sus tentável O documento confeccionando após o evento foi intitulado O Futuro que Nós Queremos e retrata as principais ameaças ao planeta sendo alguns exemplos a desertificação o esgotamento dos recursos pesqueiros contaminação desmatamento extinção de espécies e aque cimento global Fonte adaptada de Kruger 2001 Alencastro 2012 Brasil 2004 Lopes 2002 Paschoaleto et al 2014 CDMAALC 1991 Viana Silva e Diniz 2001 Tornase interessante observar como se deu a tra jetória histórica desses conceitos e como diversas dificuldades foram superadas Lembrando que não foram apenas estes os eventos que influen ciaram a temática ambiental em escala global como a conhecemos inúmeros outros tiveram grande relevância assim como inúmeros outros serão responsáveis por alterar o cenário atual das condições ambientais Neste ponto de sua leitura você deve estar se perguntando afinal o que di ferencia a sustentabilidade do desenvolvimento sustentável Iremos elucidar Segundo Dovers e Handmer 1992 a sustentabilidade se caracteriza como a capacidade de um sistema seja ele humano natural ou misto de adaptarse à mudança interna ou externa por tempo indeterminado já o desenvolvimento sustentável é uma via de melhoria e mudança intencional que responde às necessidades populacionais atuais Tenha sua dose extra de conhecimento assistindo ao vídeo Para acessar use seu leitor de QR Code 31 UNIDADE 1 Na primeira visão o desenvolvimento susten tável trata do caminho para alcançar a sustenta bilidade sendo ela considerada o objetivo final a ser alcançado a longo prazo Entretanto é válido destacar que pautado em algumas das discussões ambientais da época em 1994 Elkington criou o termo Triple Bottom Line ou Tripé da Sustentabilidade definindo sustentabilidade como o equilíbrio dos pilares ambiental social e econômico dando origem à famosa imagem da sustentabilidade amplamente utilizada no segmento empresarial No contexto empresarial esperase que as empresas contribuam de forma progressiva com a sustentabilidade sobretudo quando precisam de mercados estáveis e para tanto elas devem possuir habilidades tecnológicas financeiras e de gerenciamento que possibilitem a transição rumo ao desenvolvimento sustentável ELKINGTON 2001 Temos aqui caroa alunoa uma segunda visão diferente da primeira em que o desenvol vimento sustentável é o objetivo a ser alcançado e a sustentabilidade é o processo para se atingir o desenvolvimento sustentável Para fins didáticos a menos que indiquemos o contrário utilizaremos durante o livro a primeira definição de sustentabilidade e desenvolvimento sustentável Iremos explorar as ferramentas da sustentabilidade no contexto empresarial em um segundo momento O relevante aqui é compreender que ambas as abordagens estão corretas e que o amplo in teresse e busca por esses conceitos fez com que diversas abordagens ambientais surgissem nos mais variados segmentos como economia engenharia ecologia administração e outros sendo as estratégias listadas a seguir segundo Glavic e Lukman 2007 derivadas desses conceitos Produção mais limpa Controle de poluição Ecoeficiência Gestão Ambiental Responsabilidade Social Ecologia Industrial Investimentos éticos Economia Verde Ecodesign Reúso Consumo sustentável Resíduos zero e outros 32 Meio Ambiente e Sustentabilidade Todos esses conceitos citados serão muito relevantes e se farão presentes ao longo de sua carreira como futuro profissional desse segmento seja como um desafio ou requisito de implementação ou como um objetivo a ser alcançado As ferramentas de susten tabilidade empresarial serão apresentadas nas próximas unidades Os diferentes selos ambientais existentes possuem como fina lidade informar aos consumidores que determinados produtos passaram por auditorias internas ou autorreguladoras e externas ou independentes de qualidade Saiba mais sobre os diferentes selos de qualidade acessando httpssustentarquicombruma brevehistoriasobreosselosverdes Nesta unidade inicialmente foi apresentada uma breve introdução pautada em eventos históricos que discorreu sobre a capacidade do ser humano de alterar o ambiente a sua volta Tal discussão teve por finalidade não apenas apresentar as características evolutivas que fizeram do homem o ser vivo capaz de modificar o ambiente em que vive de forma favorável ao seu desenvolvimento mas também explicitar que tais alterações ambientais foram necessárias para separar o homem da condição animal e foram ainda responsáveis pela história como nós a conhecemos Vimos como o advento da produção fomentada pela revolução industrial e as conquistas sociais influenciadas por esse período afetam positivamente nosso modelo social até os dias atuais Finalmente conceituamos sustentabilidade e desenvolvimento sustentável e conhecemos alguns marcos históricos na definição desses termos que ressoam na realidade das empresas até hoje Os conceitos aprendidos e as discussões apresentadas objetivam incitáloa a ter uma visão crítica acerca dos impactos ambientais decorrentes da ação humana e dessa forma buscar soluções pau tadas na Engenharia que poderão sanar boa parte dos problemas encontrados na produção de bens e serviços atualmente Na próxima unidade abordaremos alguns conceitos relacio nados a como o planeta Terra se comporta frente aos diferentes elementos químicos presentes em sua constituição atmosférica terrestre e aquática bem como a relação que esses elementos pos suem com os demais seres vivos Até já 33 Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução 1 O termo Meio Ambiente sofre alterações de acordo com o contexto histórico e evolui com o passar do tempo à medida que instituições e governos em nível internacional se reúnem para discutir as questões ambientais É um erro pensar que Meio Ambiente inclui apenas a fauna e a flora locais como as florestas rios e lagos Assim descreva em suas palavras o que entendemos atualmente por Meio Ambiente 2 A Curva Ambiental de Kuznets CAK tem a mesma forma do U invertido mas é aplicada para a área ambiental A CAK tem sido usada pelas pessoas que defendem o desenvolvimento econômico como uma prioridade em relação ao meio ambiente A ideia básica é que o desenvolvimento só causa grandes pro blemas ambientais em suas etapas iniciais Porém a partir de um certo ponto o desenvolvimento econômico e o tecnológico levariam a uma menor degradação ambiental Portanto segundo o otimismo kuznetiano altas doses de desenvol vimento seriam úteis também para salvar a natureza ALVES 2012 online1 A respeito da degradação ambiental sob a ótica capitalista podemos afirmar que a degradação ambiental diminui à medida que I A população passa a exigir mais qualidade ambiental com o aumento de sua renda II Os hábitos de consumo e produção são alterados com a evolução das tec nologias III Aumentase o nível de conscientização e educação ambiental da população IV Surgem sistemas políticos mais voltados às questões ambientais Está correto o que se afirma em a II apenas b I e III apenas c I II III e IV d III e IV apenas e II e III apenas 34 3 Foram concluídas em agosto de 2015 as negociações que culminaram na ado ção em setembro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ODS por ocasião da Cúpula das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável Processo iniciado em 2013 seguindo mandato emanado da Conferência Rio20 os ODS deverão orientar as políticas nacionais e as atividades de cooperação internacional nos próximos quinze anos sucedendo e atualizando os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio ODM BRASIL 2019 online2 A questão do Desenvolvimento Sustentável ganha bastante relevância no con texto empresarial atual e baseiase nos seguintes pilares I Socialmente justo II Humanamente possível III Economicamente viável IV Politicamente correto V Ambientalmente correto É correto o que se afirma em a I somente b II e V somente c II e IV somente d I II III IV e V e I III e V somente 35 Introdução à Engenharia Ambiental o desafio do desenvolvimento sustentável Autor Benedito Braga Ivanildo Hespanhol João G L Conejo José C Mierzwa Mario T L de Barros Mailton Spencer Monica Porto Nelson Nucci Nelsa Juliano e Sérgio Elger Editora Pearson Sinopse escrito por um grupo de professores pioneiros no estudo e no ensino do tema esse livro procura relacionar a engenharia com outras áreas do conhe cimento já que transmite a visão da engenharia em relação ao meio ambiente além de apresentar a questão do conflito entre os aspectos socioeconômicos e os ambientais como um dos grandes desafios da engenharia no futuro Essa nova edição leva em conta o dinamismo dos temas e dos próprios sistemas abordados atualizando dados e conceitos e incluindo um novo capítulo sobre métodos de gestão corporativa para o meio ambiente e prevenção da poluição Destinado aos cursos de engenharia esse livro também atende às necessidades de profis sionais de outras áreas interessados no presente e no futuro do meio ambiente LIVRO Uma Verdade Inconveniente Ano 2006 Sinopse o cineasta Davis Guggenheim acompanha Al Gore o excandidato à presidência dos EUA no circuito de palestras para conscientizar o público sobre os perigos do aquecimento global e pede uma ação imediata para conter seus efeitos destrutivos ao meio ambiente FILME 36 ALENCASTRO M S C Empresas ambiente e sociedade introdução à gestão socioambiental corporativa Curitiba InterSaberes 2012 ALMEIDA J A problemática do desenvolvimento sustentável In BECKER F D orgs Desenvolvimento sustentável necessidade eou possibilidade Santa Cruz do Sul EDUNISC 1997 ANDERSON K Environmental standards and international trade In BRUNO M PLESKIVIC B ed Annual World Bank Conference on Development Economics Washington World Bank 1996 AZEVEDO P R Consumo sustentável possibilidade de equilíbrio entre teoria neoclássica e psicologia econômica 2009 86 f Dissertação Mestrado em Economia do desenvolvimento PUC Porto Alegre 2009 Disponível em httprepositoriopucrsbrdspacebitstream1092326481000418272Texto2bCompleto0 pdf Acesso em 26 mar 2019 BARBIERI J C CAJAZEIRA J E R Responsabilidade social empresarial e empresa sustentável da teoria à prática São Paulo Saraiva 2009 BRASIL Lei nº 6938 de 31 de agosto de 1981 Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente seus fins e 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termo utilizado para designar quaisquer espaços físicos naturais artificiais culturais e até mesmo de trabalho que se relacionem com a vida no planeta Terra Meio Ambiente não somente se refere a florestas rios lagos e outros ambientes naturais 2 C 3 E Diário de Bordo Diário de Bordo PLANO DE ESTUDOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Classificar os seres vivos de acordo com sua complexidade e influência no planeta Terra Explicar como as dinâmicas ambientais influenciam o de senvolvimento de todos os seres vivos Introduzir o conceito de ciclos biogeoquímicos e dos com portamentos dos elementos no planeta Hierarquia e Organização Ecológica Fatores Limitantes ao Desenvolvimento dos Seres Vivos Ciclos Biogeoquímicos Esp João Marcos Pardo Me Gustavo Affonso Pisano Mateus Dinâmicas Ambientais Hierarquia e Organização Ecológica Prezadoa alunoa nesta segunda unidade ire mos explorar alguns conceitos relacionados à bio logia e à ecologia conservacionista a fim de conhe cer e conceituar corretamente os diferentes níveis ou hierarquias de organização ecológica existentes Iremos conhecer algumas das dinâmicas am bientais naturais que serão apresentadas a fim de elucidar suas finalidades e subsidiar a compreen são das mais amplas dimensões que os impactos ambientais podem afetar sendo estes relacionados à distribuição de recursos eou às alterações das condições ambientais favoráveis ao desenvolvi mento dos indivíduos ou ainda relacionadas às alterações nos ciclos biogeoquímicos existentes e observados na biosfera terrestre Ciclos biogeoquímicos envolvem os diversos ele mentos presentes na atmosfera solo e águas do pla neta Terra Cada um desses ciclos é importante para a sobrevivência dos diferentes tipos de organismos vivos Sua utilização e reposição no meio ambiente dentro de um período de tempo é fundamental A partir de agora daremos atenção ao co nhecimento de alguns conceitos básicos acerca das dinâmicas ambientais existentes Tornase importante conhecer as dinâmicas ambientais naturais para que seja possível compreender efe tivamente a extensão dos impactos ambientais 45 UNIDADE 2 causados pelas ações antrópicas e também pelos processos produ tivos Inicialmente iremos relembrar acerca da hierarquia dos ní veis ecológicos ou hierarquia dos níveis de organização ecológica A hierarquia dos níveis ecológicos é representada pela seguinte cadeia inicial Assim temos uma breve re tomada evolutiva da formação dos indivíduos e com diferen tes indivíduos passamos à se guinte cadeia ORGANISMO POPULAÇÕES COMUNIDADES OU BIOCENOSE ECOSSISTEMAS BIOMAS BIOSFERA ÁTOMO MOLÉCULA ORGANELAS CELULARES CÉLULA TECIDO ÓRGÃOS SISTEMAS ORGANISMOS 46 Dinâmicas Ambientais Lembrando que cada subconjunto apresentado é menor do que o próximo sendo a biosfera considerada o maior nível A Figura 1 representa todo o sistema de hierarquização ecológico Figura 1 Sistema de Hierarquização Ecológico Fonte adaptada de Quizlet online1 Conhecer esses níveis hierárquicos se torna relevante pois nos auxilia a compreender a dimensão dos impactos causados e sua extensão biológica Sendo assim vamos às definições com enfoque nos níveis superiores iniciando nos organismos 47 UNIDADE 2 Organismo uma forma de vida indivi dual e livre composta pela associação de sistemas órgãos e tecidos que operam e realizam suas funções de forma conjunta para proporcionar as condições favoráveis à vida Para a ecologia tratase de uma uni dade fundamental de estudos Populações populações podem ser de finidas como grupos de indivíduos per tencentes a uma mesma espécie presente e ocupante de uma determinada área por um período de tempo Além disso uma população apresenta como característica uma ampla probabilidade de realizar cru zamento entre si quando consideramos fatores como localização geográfica e ou tros fatores favoráveis Comunidades consistem de populações que coexistem e habitam o mesmo am biente interagindo de forma organizada é denominada comunidade sendo cada indivíduo associado a seu respectivo nicho ecológico existente Ecossistemas tratase de um meio no qual os organismos interagem com o meio ambiente realizando trocas de matéria e energia pelas vias existentes Em outras palavras é a interação dos seres bióticos seres vivos com os abióticos solo água recursos minerais dentre outros Biomas segundo Colinvaux 1993 um bioma é composto por um conjunto de ecos sistemas em uma larga escala geográfica no qual as plantas ou as formações vegetais se destacam como características assim como suas especificidades climáticas São exem plos de biomas brasileiros a Caatinga o Cerrado a floresta amazônica a mata atlân tica o Pantanal os pampas dentre outros Biosfera a biosfera se caracteriza como a junção das interações que ocorrem entre a atmosfera hidrosfera e a litosfera Sendo cada uma delas segundo Rosa Messias e Ambrozini 2003 correspondente às se guintes porções Atmosfera porção gasosa da Terra e seus componentes Hidrosfera porção aquosa da Terra e seus componentes Litosfera porção mineral da Terra e seus componentes O conhecimento apropriado sobre esses conceitos nos faz refletir sobre a proporção dos impactos causados não só em uma escala empresarial industrial mas também como nossas atitudes cotidianas podem desencadear impactos mais amplos e significativos do que o imaginado Para realizar um manejo adequado de uma atividade impactante segundo Peroni e Hernandéz 2011 é essencial considerar todas as características e di nâmicas das populações comunidades e ecossis temas envolvidos especialmente quando as ações humanas podem favorecer o desenvolvimento de uma população enquanto outras podem aumen tar o número de mortes 48 Dinâmicas Ambientais Quando pensamos em fatores limitantes ao de senvolvimento dos seres vivos somos imediata mente direcionados aos recursos disponíveis Cla ro que existe uma relação entre disponibilidade de recursos e o desenvolvimento de uma população assim como a retirada de recursos pode levar à extinção de determinada população Segundo Santos 2006 a variação na densidade populacio nal está relacionada aos fatores que influenciam nas taxas de natalidade mortalidade imigração e emigração Como mencionado anteriormente os fatores ecológicos podem ser classificados em bióticos e abióticos porém devemos levar em consideração que sua importância varia de acordo com o am biente ou área estudadaimpactada e de acordo com a pressão exercida sobre os recursos renová veis e não renováveis Para facilitar a compreensão vamos conhecer um pouco mais sobre os fatores ecológicos que são limitantes ao crescimento dos seres vivos Fatores Limitantes ao Desenvolvimento dos Seres Vivos 49 UNIDADE 2 Conforme Lovato 1993 a intensidade da luz solar incidente afeta a fotossíntese dos vegetais cresci mento da parte aérea distribuição da matéria seca e consequentemente o rendimento fotossintetizante exercendo efeitos sobre outros fatores ambientais principalmente a temperatura Sobre ambientes aquáticos continentais e costeiros o grau de intensidade luminosa está relacionado à atividade de algas flutuantes e sésseis e da diversidade de seres planctônicos A intensidade da luz ainda serve como parâmetro indicativo da quantidade de partículas em suspensão turbidez Em relação aos animais a luminosidade está diretamente relacionada a hábitos de repouso ou ativi dade uma vez que haverá atividade animal nos mais variados nichos ecológicos diurnos noturnos e crepusculares A variação desse fator se relaciona com a hibernação de mamíferos o metabolismo de seres exotérmicos e com a migração em aves SANTOS 2006 O fator temperatura se destaca como um dos mais relevantes pois afeta diretamente na distribuição de espécies animais e vegetais influenciando todas as fases do ciclo vital dos seres vivos Atualmente existe grande discussão acerca dos efeitos que são observados e que serão observados no futuro de vido às mudanças climáticas geradas pela liberação excessivas de gases relacionados ao efeito estufa na atmosfera Para os vegetais a temperatura influi grandemente o rendimento de tubérculos uma vez que afeta a fotossíntese e a respiração A magnitude do seu efeito depende de quanto influencia no desenvolvi mento da parte aérea na distribuição da matéria seca produzida e consequentemente na qualidade de suporte do solo LOVATO 1993 No caso dos animais para a temperatura ambiente são definidas zonas de conforto térmico e de termo neutralidade específicas para as diferentes espécies de animais PORTUGAL PIRES DURAES 2000 É fato que a umidade e o acesso à água são dois fatores primordiais para a distribuição da fauna e da flora global Entretanto a umidade é diretamente influenciada pela disponibilidade de recursos hídri cos pela temperatura e pela intensidade luminosa Quando associado o fator temperatura tornase responsável pelo conforto térmico de animais e pelo fator determinante na respiração e transpiração vegetal Na agricultura de precisão por exemplo a umidade do solo se torna um fator limitante e imprescindível especialmente quando se tem por objetivo um manejo adequado do solo visando ao aumento na produção Luz ou intensidade luminosa Temperatura Umidade 50 Dinâmicas Ambientais A salinidade e o potencial de hidrogênio iônico pH são fatores primordiais para a abundância dos seres vivos especialmente em ambientes aquáticos continentais e costeiros Com exceção de algumas bactérias que toleram condições ex tremas os demais seres vivos não toleram pHs extremamente ácidos abaixo de 3 ou extrema mente alcalinos acima de 9 Esses parâmetros costumam sofrer alterações imediatas após o despejo de efluentes ou substân cias sem o devido tratamento em corpos hídricos A disponibilidade de recursos pode ser considerada o fator mais relevante para a sobrevivência e de senvolvimento de espécies especialmente quando associada à capacidade de adaptação ou tolerância às condições locais Os organismos ou indivíduos podem tolerar alterações bruscas no ambiente por um curto período de tempo ou seja as condições para o desenvolvimento de cada espécie são sempre espécieespecíficas Entretanto os indivíduos e suas atividades não irão esgotar os recursos disponíveis via de regra isso acontece sob condições de estresse populacional quando por alguma razão não natural eles são forçados a consumir outra fonte de alimento ou quando há a introdução de uma espécie exótica no ambiente em questão e quando o ser humano esgota esses recursos ou passa a utilizálos de forma não racional Um exemplo de estresse populacional pode ser competição intra e interespecífica devido à diminuição de espaço ou território útil Recursos alterando drasticamente as condições favoráveis ao desenvolvimento da fauna e da flora aquática e consequentes dos demais seres vivos que se uti lizam da água disponível para sua sobrevivência atividades Sobre os vegetais esses parâmetros influenciam na absorção dos nutrientes pelas raízes limitam o desenvolvimento de fungos benéficos às plantas nos ambientes aquáticos No solo também levam à limitação da produção vegetal dificultando o desenvolvimento de culturas ou espécies vegetais Tenha sua dose extra de conhecimento assistindo ao vídeo Para acessar use seu leitor de QR Code 51 UNIDADE 2 Neste tópico caroa alunoa iremos conhecer as dinâmicas elementares existentes na biosfera mencionadas logo no início desta unidade Des considerando os eventos catastróficos isolados e específicos que acontecem de maneira esporádica na história da humanidade é possível afirmar de forma grosseira que nosso planeta é constituí do por um sistema químicobiológicogeológico fechado cujas reações responsáveis pela manu tenção da vida aqui existente são influenciadas e regidas pela energia solar Entretanto historicamente inúmeras altera ções aconteceram na superfície terrestre modi ficando a biosfera e impulsionando o desenvol vimento da vida como nós a conhecemos Dentre essas alterações podemos destacar a interação en tre o oxigênio presente na atmosfera com a litos fera e a hidrosfera e o adventodesenvolvimento dos seres fotossintetizantes Neste contexto e em face dessas alterações a complexidade das reações e interações bioquímicas ou ciclos biogeoquími cos que acontecem na biosfera terrestre passaram a ser diferentes ao passo que pouquíssimas rea ções do nosso planeta ocorrem sem influência direta ou indireta da biosfera Ciclos Biogeoquímicos 52 Dinâmicas Ambientais Portanto podemos definir ciclo biogeoquímico segundo Rosa Messias e Ambrozini 2003 p 9 Os ciclos biogeoquímicos são processos que por diversos meios reciclam vários ele mentos em diferentes formas químicas do meio ambiente para os organismos e depois fazem o processo contrário ou seja trazem esses elementos dos organismos para o ambiente Desta forma a água o carbono o oxigênio o nitrogênio o fósforo o cálcio e outros elementos percorrem esses ciclos unindo todos os componentes vivos e não vivos da Terra No contexto anteriormente apresentado um ci clo biogeoquímico pode ser entendido como o movimento ou a ciclagem de elementos químicos específicos pela biosfera que podem ou não sofrer influência antrópica Ainda em uma perspectiva histórica as al terações químicas e biológicas que acontecem na biosfera e que têm origem natural passaram a acontecer de forma lenta sendo as alterações e reações que acontecem de forma acelerada fo mentadas por uma pressão externa destacando se principalmente a intervenção antrópica Devemos compreender e reconhecer que as reações bioquímicas que ocorrem atualmente na superfície terrestre agora sofrem alguma influência direta ou indireta do homem e dos processos de senvolvidos sendo necessário que a humanidade passe a contribuir com soluções para as diferentes problemáticas ambientais existentes Para tanto inicialmente tornase necessário conceituar e compreender os diferentes ciclos biogeoquímicos que devido sua relevância irão nos orientar a uma compreensão sistemática da dinâmica na biosfera O Ciclo da Água A água é de fundamental importância para a ma nutenção da vida na Terra portanto discutir sua relevância nas mais diversas dimensões implica em discutir a sobrevivência da espécie humana o equi líbrio e a conservação da biodiversidade e as relações de dependência dos seres vivos para com os ambien tes naturais LA CORTE BACCI PATACA 2008 Um ciclo biogeoquímico está intimamente relacionado aos diferentes processos biológicos hidrológicos e geológicos sendo estes referentes à disponibilização e redisponibilização de um ele mento específico no presente caso a água 53 UNIDADE 2 O ciclo da água ganha destaque uma vez que é responsável pela maior movimentação de uma substância química pela superfície terrestre No ciclo da água inúmeros processos ocorrem para a re disponibilização da água que podem incluir os diferentes estados físicos dessa matéria líquido sólido e gasoso Os processos envol vidos no referido ciclo estão expressos no quadro a seguir Quadro 1 Fenômenos envolvidos no Ciclo da Água PROCESSO FENÔMENOS QUE OCORREM NO PROCESSO Liquefação Também chamado de condensação marca a transição do estado gasoso para o estado líquido decorrente do resfriamento arrefecimento Por exemplo o orvalho das plantas Fusão Transição do estado sólido para o líquido induzida por diferentes fontes de energia sendo a principal a energia solar em forma de calor Esse processo ocorre quando a energia na forma de calor é su perior ao ponto de fusão 0 ºC da água em estado sólido Solidificação Transição do estado líquido para o estado sólido mediante a temperaturas iguais ou inferiores a 0 ºC Sublimação Transição do estado sólido para o estado gasoso via aquecimento Também denomina a mudança do estado gasoso para o estado sólido ressubli mação por arrefecimento Vaporização Transição do estado líquido para o gasoso no qual o ponto de ebulição da água é alcançado em 100 ºC Dentro desse processo destacamse a ebulição e a evaporação que relacionamse à velocidade de aquecimento sendo rápida ou lenta respec tivamente Fonte adaptado de Peruzzo e Canto 2003 Os diferentes processos desse ciclo em ambientes naturais podem ser observados no elemento de Realidade Aumentada a seguir A água pode ser representada quimicamente pela molécula H2O na qual os elementos hidrogênio e oxigênio se combinaram para dar origem ao elemento fundamental para a existência da vida Ciclo da água 54 Dinâmicas Ambientais Apesar da redisponibilização desse recurso mediante um ciclo sua utilização e disponi bilidade deve ser considerada uma vez que nosso planeta pos sui dois terços de sua superfície cobertos por água 360mi km² de um total de 510mi km² GOMES BARBIERI 2004 Entretanto cerca de 98 da água disponível é salgada im própria para consumo direto sem tratamento adequado que apresenta alto custo sendo so mente os 2 restantes corres pondentes à água doce dessa porção 2 valores superiores a 689 estão dispostos em ge leiras 299 em reservatórios subterrâneos de difícil acesso e apenas 12 está disponível em rios e lagos SENRA 2001 No que tange a sua utilização segundo Garrido 2000 p 58 A água doce é um recurso material limitado e com múltiplas funções portanto com diferentes tipos de usos Para o abas tecimento humano a água é matériaprima para a atividade industrial e de irrigação a água pode ser insumo e matériapri ma para a navegação a água é leito navegável para atividades de recreação e lazer a água é parte da beleza cênica para as atividades de pesca a água é o meio onde vivem as espécies para o esgotamento de efluentes urbanos e industriais a água é corpo diluidor e para a produção de energia é necessário ex plorar os movimentos da água transformando energia cinética em elétrica Ainda em relação às reservas de água algumas estimativas de vo lumes armazenados nos diferentes reservatórios estão dispostos na Tabela 1 Tabela 1 Diferentes reservatórios de água e seus volumes estimados RESERVATÓRIO VOLUME ESTIMADO Oceanos 1350000000 km³ Geleiras 33000000 km³ Águas subterrâneas 15300000 km³ Solos 121800 km³ Atmosfera 13000 km³ Fonte adaptado de Aduan Vilela e Reis Júnior 2004 A transição dentre os volumes presentes nos reservatórios citados também se faz relevante sendo os principais reguladores desses fluxos os índices de precipitação e a vegetação Nesse sentido a preser vação da vegetação responsável pelo fenômeno evapotranspiração e sobretudo a manutenção das extensões territoriais recobertas de vegetação nativa remanescente se faz de extrema importância Além desse fator a poluição atmosférica também é preocupante visto que a qualidade atmosférica pode resultar em alterações na qualidade das águas pluviais Historicamente a presença ou ausência desse recurso foi e será responsável pela tramitação histórica da humanidade pelo desenvolvimento de costumes e hábitos sociais pela determinação da ocupação de territórios pela extinção de espécies e por fim pelo futuro de gerações O planeta Terra não seria propício à vida caso não houvesse a disponibilidade desse recurso e apesar de se caracterizar como um recurso abundante sua ausência ou um déficit hídrico representaria uma limitação na produti vidade primária do planeta SAUTCHÚCK 2004 impactando também em sistemas agronômicos BERNARDO 2002 pecuários e nos mais variados processos de beneficiamento 55 UNIDADE 2 Por fim fazse relevante considerar a utiliza ção e a reutilização que se dá a esse recurso aliás caroa alunoa essa preocupação ganhou espa ço considerável no cenário mundial nas últimas décadas unificando diversas áreas do conheci mento na buscadesenvolvimento de soluções interdisciplinares para a recuperaçãotratamento e soluções de problemáticas voltadas a esse recur so Outras informações acerca das técnicas de tra tamento de água serão exploradas nas próximas unidades deste livro O Ciclo do Carbono O carbono é o elemento mais essencial para a vida na Terra em específico por ampla disponibilida de e capacidade de associaçãoformação de até 4 ligações covalentes Essa capacidade possibilitou a esse elemento constituir ou estar presente em uma ampla variedade de moléculas inorgânicas orgânicas e compostos essenciais como proteí nas lipídios carboidratos e pigmentos SOUZA et al 2012 Além das moléculas o carbono está presente na atmosfera terrestre em uma de suas associações mais simples na forma CO2 O que se faz muito relevante em relação ao ciclo do carbono é que ele está presente nos inú meros processos naturais que realizam interações com a atmosfera bem como nas interações dos processos do continente com os oceanos ou seja relacionamse aos seres vivos quando os seres fo tossintetizantes utilizam o CO2 atmosférico ou os carbonatos e bicarbonatos dissolvidos na água na síntese de compostos orgânicos que irão suprir suas necessidades ROSA MESSIAS AMBRO ZINI 2003 Ainda segundo os autores da mesma maneira as bactérias que realizam a quimiossínte se produzem compostos essenciais normalmente carboidratos a partir do CO2 livre na atmosfera Outros processos naturais que estão envolvi dos na ciclagemmovimentação do carbono são a fotossíntese realizada pelos organismos planc tônicos a respiração celular realizada pelos seres vivos o processo de decomposição da matéria e a dissolução oceânica tal movimentação cícli ca também pode ser definida como ciclo global do carbono ADUAN VILELA REIS JÚNIOR 2004 Portanto alunoa é fato que a vida na biosfera só foi possível graças a presença e a atividade dos seres clorofilados Tal fato evidencia a necessida de de preservação desses organismos uma vez que um déficit na produção primária implicaria também na dificuldade de manutenção dos níveis de CO2 atmosféricos e na ausência de um dos principais subprodutos da fotossíntese o oxigênio Segundo Aduan Vilela Reis Júnior 2004 ao contrário do que acontece com o ciclo da água em que as atividades antrópicas influenciam no fluxo ou índices de ciclos já existentes para o ciclo do carbono a influência humana cria novos fluxos antes desconhecidos como exemplo a queima de combustíveis fósseis como o carvão mineral e o petróleo responsáveis por um excessivo aporte de dióxido de carbono CO2 na atmosfera Esse ex cessivo aporte se faz preocupante especialmente pelos efeitos negativos à manutenção da qualidade de vida na Terra pois conforme Pacheco e Helene 1990 p 215 56 Dinâmicas Ambientais as moléculas de nitrogênio oxigênio e argônio que constituem quase a totalidade do ar são transparentes tanto às radiações infravermelhas como à radiação solar visível tendo um poder de absorção praticamente nulo Ao contrário um certo número de mo léculas presentes no ar que não representam mais que uma pequena parte dos compo nentes da atmosfera em maior proporção vapor dágua H2O e dióxido de carbono CO2 e em menor proporção metano CH4 e outros compostos têm a propriedade de serem opacos aos raios infravermelhos do solo quando dissipados para o espaço e com isto aquecer as baixas camadas da atmosfera Graças a este processo a temperatura do ar que nos envolve é favorável às formas de vida existentes este processo natural é chamado de efeito estufa por analogia às instalações que protegem culturas vegetais frágeis do frio onde meios de vidro que deixam passar a radiação solar visível impedem a fuga dos raios infravermelhos Ao analisarmos de maneira isolada o fluxo de energia em diferentes níveis tróficos como no caso de uma cadeia alimentar pode ser utilizado para exemplificar o fluxo de carbono em uma escala minimalista conforme ilustrado no fluxo grama da Figura 2 Figura 2 Fluxo de Carbono Fonte adaptada de Rosa Messias e Ambrozini 2003 Estimativas globais sugerem que a poluição ambiental externa outdoors cause 115 mi lhões de óbitos em todo o mundo correspon dendo a cerca de 2 do total de óbitos e seja responsável por 875 milhões de anos vividos a menos ou com incapacidade enquanto a po luição no interior dos domicílios cause aproxi madamente 2 milhões de óbitos prematuros e 41 milhões de anos vividos a menos ou com incapacidade Fonte adaptado Öberg et al 2011 De forma generalista o fluxograma apresentado ilustra a produção de compostos orgânicos pelos produtores que são consumidos pelos herbívoros ou consumidores primários e na sequência por carnívoros de primeira ou segunda ordem até atingirem os seres decompositores A Figura 3 repre senta o ciclo do carbono em uma perspectiva globalizada e complexa e que compreende a ciclagem do carbono orgânico e inorgânico Nesse sentido tornase necessário enfatizar a presença de processos antrópicos antes desconhecidos à biosfera terrestre e que graças ao advento das modificações am bientais humanas passam a ser mais efetivas e impactantes na qualidade ambiental A Figura 3 ilustra o ciclo do carbono de forma simplificada 57 UNIDADE 2 Em relação à quantidade de carbono existente em diferentes reservas algumas estimativas estão ex pressas no Quadro 2 Quadro 2 Reservas de Carbono INFORMAÇÕESFONTES QUANTIDADE Incremento de Carbono de ori gem antrópica anual 55 Pg dos quais 35 Pg permanecem na atmosfera e passam a contribuir efetivamente para o efeito estufa sendo o restante dissolvido no oceano ou sequestrado pela atividade fotossintética ficando retido como biomassa viva ou matéria orgânica do solo Carbono presente na superfície terrestre Cem quatrilhões ou 10²³ toneladas Conteúdo fóssil disponível para captação humana 4000 Pg Carbono dissolvido nos oceanos 38000 Pg Carbono disponível no solo 40000 Pg Carbono estocado na cobertura vegetal 120 Pg sendo 60 Pg redisponibilizado para a atmosfera em fun ção da decomposição da matéria e 60 Pg redisponibilizado para a atmosfera pela respiração dos seres vivos Respiração das Plantas Respiração das raízes Captação dos oceanos Fósseis e Combusíveis fósseis Carbono orgânico Respiração dos Animais Fotossíntese Decomposição de organismos Organismos mortos e resíduos orgânicos Ciclo do CO2 Luz do Sol Emissão das fábricas Figura 3 Ciclo do Carbono Fonte adaptada de Ucar 2019 online2 58 Dinâmicas Ambientais Quantidade de Carbono na forma de CO2 retirado da atmosfera pela fotossíntese 560 Pg Fluxo de Carbono entre oceano e atmosfera anualmente 120 Pg sendo 60 Pg redisponibilizado para a atmosfera em fun ção da decomposição da matéria e 60 Pg redisponibilizado para a atmosfera pela respiração dos seres vivos 1 Pg peta grama 1 bilhão de toneladas Fonte adaptado de Schlesinger 1991 Aduan Vilela e Reis Júnior 2004 O Ciclo do Nitrogênio Apesar da atmosfera da Terra ser composta por cerca de 76 de gás nitrogênio ADUAN VI LELA REIS JÚNIOR 2004 esse gás não está disponível para a maioria das espécies vivas pois o N2 é pouco reativo A baixa disponibili dade de nitrogênio como nutriente faz com que esse elemento tenha um importante papel nos processos de crescimento e reprodução de or ganismos especialmente vegetais responsáveis pela produção primária terrestre ou marinha UGUCIONE et al 2002 além de ser um dos principais componentes das proteínas das en zimas e do DNA Ácido desoxirribonucleico Tal fato faz com que o ciclo biogeoquímico desse elemento ganhe enfoque especialmente se considerarmos que de todo o nitrogênio pre sente na Terra conforme Ugucione et al 2002 uma quantidade inferior a 2 está disponível em associações com o Carbono Hidrogênio e Oxigênio componentes fundamentais da ma téria orgânica Essa escassez ou dificuldade de obtenção de nitrogênio apesar de sua ampla disponibilidade em forma gasosa na atmosfera pode ser atribuí da à complexidade da ligação covalente apolar portanto o desafio dos seres vivos que necessi tam desse macro nutriente consiste em romper essa ligação covalente vias diferentes mecanismos o que requer consumo energético para então utilizálo em suas formas mais reativas amônia NH3 amônio NH4 e nitrato NHO3 As taxas de nitrogênio são direta e indireta mente influenciadas por esses mecanismos que podem atuar disponibilizando nitrogênio por diferentes formas ao passo que também podem indisponibilizar esse elemento Os diferentes mecanismos relacionados à disponibilização de nitrogênio estão expressos no Quadro 3 59 UNIDADE 2 Quadro 3 Mecanismos ações e descrições de diferentes processos de disponibilização e indisponibilização de nitrogênio MECANISMO AÇÃO DESCRIÇÃOOBSERVAÇÕES Fixação Transformação de N2 em amônia NH3 Disponibilização de amônia NH3 A principal via de fixação natural ocorre pela ação de microrganismos do gêne ro Rhizobium algas azuis do gênero Anabaena e Nostoc e fungos algumas espécies associados em relação de mu tualismo a leguminosas Existe a fixação física que ocorre em função de eventos atmosféricos físicos como descargas elétricas Por fim a fixação antrópica como nos processos realizados em in dústrias de fertilizantes Decomposição Disponibilização de amônia NH3 O processo de decomposição da matéria orgânica nitrogenada por microrganismos libera NH3 em conjunto com outros com postos ao meio ambiente Amonização NH3 H2O NH4OH NH4 OH Indisponibilização de amônia NH3 Disponibilização de amônio NH4 A associação da amônia livre no solo proveniente da ação dos microrganismos com a água presente no solo seguida de ionização resulta no íon amônio NH4 e uma hidroxila Os processos oxidativos sobre os íons amônio NH4 resultam em nitritos NO2 que ficam dis poníveis no ambiente ou são novamente oxidados em nitratos NO3 Nitrificação Conversão de íons amô nio NH4 em nitrito NO2 e posteriormente nitrato NO3 Ocorre pela ação de bactérias nitrificantes Nitrosomas Nitrosococus Nitrobacter O processo de Nitrificação pode ser dividido em duas etapas Nitração e Nitrosação Nitração 2HNO2 2O2 2HNO3 Energia Transformação da amônia em nitrito Nitrosação 2NH3 O2 2HNO2 2H2O Energia Transformação do íon nitrito em íon ni trato que podem ser absorvidos e meta bolizados pelas plantas Denitrificação Transformação de amônia NH3 em N2 Indisponibilização de amônia NH3 Disponibilização de N2 Devolução de nitrogênio já metabolizado para a atmosfera na forma N2 normal mente realizado por bactérias ditas des nitrificantes Pseudomonas desnitrificans tornase necessária para não saturar o solo com íons nitrogenados A queima de matéria orgânica pelo fogo é responsável pela indisponibilização de nitrogênio Amonificação Disponibilização de amônia NH3 Degradação de produtos metabólicos como ureia ácido úrico proteínas e ou tros compostos por microrganismos de compositores para formação de amônia Fonte adaptado de Hamilton 1976 Rosa Messias e Ambrozini 2003 Aduan Vilela e Reis Júnior 2004 60 Dinâmicas Ambientais A Figura 4 a seguir contém uma representação do ciclo global do nitrogênio explicitando os diferentes mecanismos relacionados à disponibilização e indisponibilização de nitrogênio em um ambiente natural Nitrogênio livre CICLO DO NITROGÊNIO N2 Fixação biológica do Nitrogênio N2 Fixação do Nitrogênio relâmpago NO2 NO escoamento fertilizadores bactéria de fxação do Nitrogênio NO2 NO3 NH4 bactérias desnitrifcantes bactérias nitrifcantes Figura 4 Representação do Ciclo Global do Nitrogênio Como é possível observar o ciclo do nitrogênio é extremamente complexo e conta com diversos mecanismos de ação para que esse elemento essencial à vida possa ser disponibilizadorea proveitado em outras formas Vale destacar conforme mencionado anterior mente que as ações antrópicas atuam sobre esse ciclo biogeoquímico influenciando na disponi bilidade de nitrogênio passível de utilização para os seres vivos que necessitam desse elemento O despejo de efluentes sanitários e industriais sem o devido tratamento são uma das atividades an trópicas mais impactantes relacionadas à alteração dos níveis de nitrogênio e fósforo no ambiente 61 UNIDADE 2 O Ciclo do Fósforo O fósforo P é um nutriente essencial com fontes finitas e não renováveis Ainda assim a exploração desse elemento atualmente é muito superior às taxas de reposição em seu ciclo natural especial mente se considerarmos que o ciclo desse elemen to é muito lento Portanto a exploração desenfrea da e a escassez das reservas de fósforo podem nos direcionar a um colapso resultando em impactos econômicos sociais e ambientais imensuráveis pois segundo Cordell 2008 as reservas de rocha fosfática conhecidas e exploráveis estejam extintas no período de 50 a 100 anos A alteração da di nâmica desse nutriente no meio ambiente ocorre especialmente em face da ocupação desordenada do solo do desmatamento e do incremento das atividades industriais e agrícolas Esse elemento se caracteriza como compo nente essencial dos fosfolipídios das coenzimas dos ácidos nucleicos e dos elementos de transição energética Adenosina Tri Fosfato ATP que são indispensáveis para o funcionamento e manu tenção dos sistemas biológicos dos organismos vivos Esse elemento também é utilizado como base para síntese de diversos produtos industria lizados como fertilizantes e detergentes QUE VEDO PAGANINI 2011 Os reservatórios atuais existentes de fósforo litosfera foram formados ao longo de eras geoló gicas e diferente de outros ciclos Em nenhum mo mento o ciclo desse elemento resulta na formação de gás para manutenção de reservas atmosféricas sendo suas fontes naturais oriundas de processos erosivos da bacia de contribuição da decomposi ção dos organismos aquáticos e dos vegetais que compõem as matas ciliares do assoreamento do corpo dágua do intemperismo das rochas e da intensidade das trocas ocorridas entre o sedimento e a coluna dágua QUEVEDO PAGANINI 2011 Para Aduan Vilela e Reis Júnior 2004 a maior parte do fósforo presente nos ecossistemas é proveniente do intemperismo dos minerais esse processo pode ser acelerado pela ação de substâncias provenientes das raízes de plantas associadas a microrganismos entretanto no ci clo do fósforo nenhuma ação biológica como as observadas no ciclo do hidrogênio pode aumentar significativamente a disponibilidade desse elemento em ambientes em que ele se en contra em baixas quantidades Em face da escassez desse recurso os or ganismos presentes na biota terrestre contam com um eficiente ciclo de fósforo a partir de suas formas orgânicas O fósforo é liberado por meio de processos erosivos e intempéries sendo esse elemento e suas formas fosfatadas PO4 3 limitantes em sistemas agronômicos A Figura 5 a seguir representa as etapas do ciclo natural e de influência antrópica do fósforo O ciclo de influência sobre influência an trópica representado na figura supracitada explicita a utilização do fósforo na síntese de fertilizantes amplamente utilizados em sistemas agrícolas Tal utilização apesar de impactante e de estar associada à eutrofização tornase neces sária uma vez que os sistemas agrícolas que con tam somente com o fósforo presente no solo na produção de cultivares não conseguiria obter a eficiência necessária para atender a demanda populacional emergente Ainda os microrganismos exercem papel fundamental no ciclo biogeoquímico do fós foro e na disponibilização desse elemento para as plantas realizando a solubilização do fósforo inorgânico a mineralização do fósforo orgânico e a associação entre plantas e fungos micorrízi cos PAUL CLARK 1996 62 Dinâmicas Ambientais Por fim é válido ressaltar que existem outros ele mentos essenciais que também passam por ciclos biogeoquímicos porém os ciclos supracitados destacamse por estarem diretamente relacio nados e interligados a problemáticas ambientais atuais coerentes e de interesse para os diferentes processos de produção Nesta unidade exploramos alguns conceitos voltados à ecologia iniciando com a classifica ção dos seres vivos em ordem hierárquica Essa classificação nos proporcionou uma noção mais realista da amplitude de níveis hierárquicos que as ações antrópicas podem alcançar sejam elas associadas à alteração das condições ambientais próximas ou à diminuição da capacidade de su porte de ambientes específicos ecossistemas eou biomas uma vez que cada ser vivo tem impacto sobre o ambiente em que está inserido Partimos então para os ciclos biogeoquímicos presentes no planeta Terra Vimos que os elemen tos que compõem o globo possuem especifici dades com relação ao seu tempo de reposição no ambiente de forma que possamos extrailo novamente Sendo assim precisamos sopesar o uso que fazemos de cada um desses recursos de modo a garantir sua disponibilidade no futuro Encerramos as duas primeiras unidades com definições básicas mas fundamentais para emba sar nossas discussões sobre as questões ambientais que virão Figura 5 Ciclo do Fósforo Fonte Cola da Web 2018 online3 Intemperismo das rochas Assimiliação por células vegetais Fosfato no solo Perda por lixiviação Precipitação Fosfatos em solução Tecidos vegetais Tecidos animais e fezes Decomposição por fungos e bactérias Incorporação em rochas sedimentares os seguimentos geológicos levam essas rochas para o ambiente da superfície terrestre 63 Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução 1 A vida na superfície terrestre só foi possível em função da presença de determi nados elementos dispersos nas mais variadas esferas componentes da biosfera Cada uma dessas esferas comporta e é responsável pelas interações naturais e de origem antrópica que nela ocorrem Em face do exposto assinale a alternativa que contempla as três esferas componentes da biosfera a Litosfera Biosfera e Atmosfera b Superfície terrestres Litosfera e Atmosfera c Núcleo Manto e Atmosfera d Litosfera Hidrosfera e Atmosfera e Litosfera Hidrosfera e Hemisfera 2 Os diferentes ciclos biogeoquímicos apresentam especificidades relativas aos elementos em questão Em relação aos elementos Carbono Fósforo e Nitro gênio avalie as assertivas I O carbono apresenta capacidade de formar até 4 ligações covalentes II As reservas de fósforo possuem capacidade de renovação extremamente ágil III O ciclo natural do fósforo passa pelas etapas Rocha Indústria e Sistema agrícola IV O processo que transforma amônia em nitrito é denominado nitrofilação Assinale a alternativa correta a I somente b III somente c IV somente d II III e IV somente e I II III e IV 64 3 Os níveis de organização ecológica ou níveis de hierarquia ecológica classificam corretamente as diferentes organizações populacionais quanto às suas caracte rísticas densidade ocupacional distribuição e espaço Cientes de sua relevância avalie as assertivas e classifiqueas em Verdadeiras V ou Falsas F Uma população corresponde a um grupo de indivíduos pertencentes a uma mesma espécie presentes e ocupantes de uma determinada área por um período de tempo Um ecossistema corresponde a meio no qual os organismos interagem com o meio ambiente realizando trocas de matéria e energia pelas vias existentes A biosfera corresponde às populações que coexistem e habitam o mesmo ambiente interagindo de forma organizada Uma organela celular pode ser conceituada como partícula única ou unidade fundamental em função de sua característica de indivisibilidade por processos químicos Um bioma é composto por um conjunto de ecossistemas em uma larga escala geográfica no qual as plantas ou as formações vegetais se destacam como características assim como suas especificidades climáticas 4 A vida na superfície terrestre sempre foi regida por um conjunto de caracte rísticas favoráveis ao seu pleno desenvolvimento Dentre os motivos conside rados favoráveis figuram os ciclos biogeoquímicos devido à sua relevância e amplitude Considerando o exposto assinale a alternativa que contém a correta definição de ciclos biogeoquímicos a Correspondem a grupos de indivíduos pertencentes a uma mesma espécie presentes e ocupantes de uma determinada área por um período de tempo b Correspondem à associação da superfície terrestre com a Litosfera e Atmosfera c São processos que por diversos meios reciclam vários elementos em diferen tes formas químicas do meio ambiente para os organismos e depois fazem o processo contrário ou seja trazem esses elementos dos organismos para o ambiente d São ferramentas de gestão que devem ser utilizadas visando alcançar a efeti vidade socioambiental de uma organização e Compreendem uma partícula única ou unidade fundamental em função de sua característica de indivisibilidade por processos químicos 65 5 Quando pensamos em fatores limitantes ao desenvolvimento dos seres vivos somos imediatamente direcionados aos recursos disponíveis Claro que existe uma relação entre disponibilidade de recursos e o desenvolvimento de uma po pulação assim como a retirada de recursos pode levar à extinção de determinada população Neste contexto cite os demais fatores que podem ser considerados limitantes ao desenvolvimento dos seres vivo 66 Geoquímica Uma Introdução Autor Francis Albarede Editora Oficina de Textos Sinopse o livro explica de forma didática os fundamentos da geoquímica moderna que atua desde a medição do tempo geológico passando pela ori gem dos magmas pela evolução dos continentes dos oceanos e do manto até a compreensão das mudanças ambientais Com exemplos e exercícios a obra enfatiza os princípios gerais da geoquímica e traz informações essenciais para estudantes de ciências da Terra e ciências ambientais São apresentados os princípios e os métodos da física e da química utilizados em geoquímica além de conceitos de isótopos fracionamento e mistura isótopos estáveis biogeoquímica geoquímica ambiental conservação da massa fracionamento elemental geocronologia traçadores radiogênicos transporte de elementos e Sistemas geoquímicos Pela abrangência e profundidade dos temas tratados e pela excelência do trabalho de tradução esse livro certamente será bastante útil não apenas aos estudantes da disciplina mas a todos os interessados nos conceitos e aplicações da Geoquímica nas diversas áreas das ciências da Terra LIVRO 67 ADUAN R E VILELA M F REIS JÚNIOR F B Os grandes ciclos biogeoquímicos do Planeta Documentos Embrapa Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento Distrito Federal v 119 2004 BERNARDO S Manual de irrigação 6 ed Viçosa Imprensa universitária 2002 COLINVAUX P Ecology 2 New York John Wiley Sons Inc 1993 CORDELL D The story of phosphorous missing global governance of a critical resource Suécia 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Estadual de Maringá 2006 SAUTCHÚCK C A Formulação de diretrizes para implementação de programa de conservação de água em edificações 308 fDissertação de Mestrado Mestrado em Engenharia Escola Politécnica Universidade de São Paulo São Paulo 2004 SCHLESINGER W H Biogeochemistry An Analysis of Global Change 25 ed EUA Elsevier 1991 SENRA J B Água o desafio do terceiro milênio In VIANA G SILVA M DINIZ N orgs O Desafio da Sustentabilidade um debate socioambiental do Brasil São Paulo Fundação Perseu Abramo 2001 SOUZA M F et al Ciclo do Carbono Processos Biogeoquímicos Físicos e Interações entre Compartimentos na Baía de Todos os Santos Rev Virtual Quim v 4 n 5 p 566582 2012 UGUCIONE C et al Processos diurnos e noturnos de remoção de NO2 e NH3 atmosféricos na região de Ara raquaraSP Eclet Quím São Paulo v 27 n spe p 103 112 2002 REFERÊNCIAS ONLINE 1Em httpsquizletcom219486257ecologicalhierarchydiagram Acesso em 3 maio 2019 2Em httpseoucaredukidsgreenimagescarboncyclejpg Acesso em 3 maio 2019 3Em httpswwwcoladawebcomwpcontentuploads20180220180227ciclofosforojpg Acesso em 3 maio 2019 69 1 D 2 A 3 V V F F V 4 C 5 O segundo tópico da unidade trata dos fatores limitantes ao desenvolvimento dos seres vivos Recursos disponíveis é um deles mas não o único Sabese que qualquer alteração em algum desses fatores pode afetar sistemas vivos inteiros Esses fatores como destacados no segundo tópico são pH e salinidade umidade temperatura luz e recursos Diário de Bordo PLANO DE ESTUDOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Entender a relevância da água no planeta Visualizar a relação do homem com os recursos hídricos ao longo da história Relacionar os fatores que influenciam a escolha dos cor pos hídricos para abastecimento Abordar os parâmetros e indicadores utilizados na capta ção e tratamento de água de abastecimento Entender o funcionamento de uma ETA convencional Papel da Água no Planeta Terra O Homem e a Utilização da Água Fundamentos de Tratamento e Qualidade da Água Estação de Tratamento de Água ETA Princípios de Captação da Água Esp João Marcos Pardo Me Gustavo Affonso Pisano Mateus Gerenciamento de Recursos Hídricos Captação e Tratamento de Água Papel da Água no Planeta Terra Seja bemvindoa caroa alunoa à terceira unidade do nosso material didático intitulada gerenciamento de recursos hídricos captação e tratamento de água Esta unidade tem por obje tivo apresentar algumas informações pertinentes sobre o tratamento de água Serão apresentados inicialmente alguns prin cípios básicos sobre a coleta tratamento e distri buição de água que se fazem aqui relevantes em função da utilização desse recurso Portanto co nhecer os inúmeros processos envolvidos em sua utilização poderá auxiliar na busca por formas de reduzir o consumo ou até mesmo reutilizálo na própria indústria Por fim iremos conhecer as diferentes etapas de tratamentos que podem ser aplicadas para a água considerando a necessidade identificadas antes do tratamento e também as legislações per tinentes envolvidas Sendo assim caroa alunoa convido você a descobrir novas informações e curiosidades sobre esses assuntos tão relevantes Vamos lá 73 UNIDADE 3 Após uma breve introdução a alguns dos conceitos que se fazem relevantes sobre meio ambiente e de conhecermos um pouco acer ca de sua dinâmica nas unidades anteriores este material didático em suas unidades seguintes irá apresentar efetivamente as ações que devem ser realizadas no con texto empresarialindustrial para que ocorra a redução dos impac tos causados Introduzindo as sim as ferramentas sejam elas de gestão manejo ou de tratamento pertinentes e condizentes com as questões ambientais É de nosso conhecimen to que água é uma substância insípida incolor e inodora composta por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio que pode ser encontrada de pendendo das condições em estado líquido sólido ou gasoso Sa bemos que a água recobre aproximadamente 70 da superfície do planeta Terra e devido ao seu ciclo hidrológico pode ser conside rada um recurso renovável Conforme Barros et al 1995 a água pode ser classificada conforme sua utilização Elemento de composição da natureza meio de navegação relativa à regulação da umidade do ar e do clima na Terra fon te de geração energética e transporte de despejos sanitários e industriais líquidos Ambiente para a vida aquática habitat para organismos aquáticos Fator indispensável à vida terrestre irrigação do solo abas tecimento público e industrial e dessedentação de animal Ape sar de facilmente associarmos a geração de resíduos a material sólido com os líquidos recursos hídricos acontece o mesmo A utilização que se faz desses recursos é que determina as carac terísticas finais nesse caso das águas residuárias ou efluentes O mesmo acontece para o atendimento das necessidades básicas humanas como no caso do esgoto sanitário Fica evidente portanto que a água é um recurso indispensável à vida Apesar disso tratase de um recurso muito mal utilizado Historicamente o homem viu nos recursos hídricos formas de fomentar seu desenvolvimento além de atender suas necessidades voltadas à potabilidade Os corpos hídricos ainda promovem desenvolvimento econômico desde a idade média quando povoados eram formados em regiões próximas à orla marítima ou a planícies de rios possibilitando o surgimento das primeiras rotas comerciais Além do desenvol vimento econômico o homem ao longo de sua evo lução concluiu que o consumo ou a proximidade de águas impróprias poderia resultar na transmissão de doenças RESENDE HELLER 2002 Entretanto por que devemos discutir sobre a água e o seu uso Essa substância é indispensável para a manutenção da vida na Terra e para a sobre vivência dos organismos sendo portanto conside rada um recurso primordial para a vida logo pode mos estabelecer uma relação na qual a quantidade de água disponível em uma região é diretamente proporcional ao conjunto de seres vivos presentes nessa mesma região Além disso discutir acerca da utilização consciente dos recursos naturais dispo níveis e da necessidade de um manejogestão ade quados objetivam garantir o direito das gerações vindouras de acesso a um ambiente equilibrado O Homem e a Utilização da Água 75 UNIDADE 3 É fato que a dimensão ambiental segundo San tos e Miguel 2002 vem sendo incorporada aos diferentes processos produtivos das indústrias e à gestão empresarial inclusive como ferramenta para redução de custos e aumentos de lucrativi dade por meio de diferentes medidas para mi nimização reuso e reciclo dos efluentes líquidos gerados pelos diversos processos industriais Entretanto apesar desse eminente despertar da consciência ambiental que se observa nas últimas décadas algumas atividades antrópicas figuram como grandes consumidoras de elevado volume de água potável uma vez que lamentavelmente tornase quase utópico afirmar que exista algum processo produtivo ou de beneficiamento que não requer um grande volume de água em sua cadeia produtiva Para Pena 2019 online1 conforme da dos da Organização Mundial das Nações Uni das para a Alimentação FAO a pecuária e as atividades relacionadas a ela consome cerca de 70 da água do mundo em uma perspectiva nacional esse número alcança 72 do volume consumido pelo nosso país que se destaca nes se setor da economia Voltando à escala global ainda segundo o autor depois do setor agrícola a atividade das indústrias são responsáveis por 22 do volume seguido de 8 atribuído à uti lização doméstica Tenha sua dose extra de conhecimento assistindo ao vídeo Para acessar use seu leitor de QR Code Podemos dizer que no Brasil há um esforço por parte das indústrias em diminuir o consumo de água nos processos produtivos O panorama da utilização da água é positivo no setor mas ainda há campo para melhoras Na Tabela 1 apresenta mos uma perspectiva do volume de água consu mida nas indústrias brasileiras Tabela 1 Consumo de água nas indústrias do Brasil TIPO DE INDÚSTRIA CONSUMO Extração de minerais não metálicos 757 m³t de pedra areia ou argila Refinamento de petróleo 0226 m³ por barril refinado Indústria têxtil 139 m³t de tecido Couro curtumes 164 m³t de couro Papel 3325 m³t de papel Usina de açúcar 5 m³t de cana processada Laticínios 2 m³ por m³ de leite Cervejaria 39 m³ por m³ de cerveja Matadouros 12 m³t de carne bovina Fonte CNI 2013 online Visando a diminuição do uso de água na fabricação de seus refrigerantes a CocaCola modificou sua postura e tecnologias Veja como a empresa fez isso no vídeo disponível em https youtubesvTkThQCeec A meta à curto prazo é de que seja necessário 1 litro de água para produzir 1 litro de refrigerante Apesar da vasta capacidade hídrica de nosso país evidenciada pela gama de corpos hídricos aquífe ros mananciais e rios flutuantes dados do institu to Trata Brasil ROSA 2016 online2 indicaram que em 2015 35 milhões de brasileiros ainda so friam com a falta de abastecimento de água Con tudo como em um país cuja a extensão territorial é privilegiada com um grande potencial hídrico a população em sua totalidade ainda não possui acesso a água de qualidade As respostas para esse questionamento giram em torno da gestão desse recurso e das políticas que regulamentam o desenvolvimento de tecnologias e investimentos para assegurar o direito a água com elevado grau de potabilidade a todos 77 UNIDADE 3 Em um primeiro momento podemos pensar que o abastecimento de água poderá ser interminável mediante a quantidade de água que recobre a su perfície terrestre porém se considerarmos que dessa superfície a maior parte da água é salgada e portanto não pode ser utilizada para a agricultura processos industriais e consumo humano esse panorama se inverte Historicamente a captação e obtenção de água doce com qualidade aceitável para aten dimento das necessidades humanas sempre foi uma preocupação Embora o conhecimen to científico só tenha esclarecidodiferenciado padrões de qualidade da água mediante ao ad vento da tecnologia o homem nos primórdios da história já era capaz de distinguir a água de qualidade sem cor odor ou sabor daquela que apresentava características opostas O aporte pontual ou difuso de substâncias xe nobióticas organismos ou de matéria orgânica em excesso na água podem resultar em uma série de agravos ao meio ambiente como por exemplo a poluição contaminação e a eutrofização Princípios de Captação da Água 78 Gerenciamento de Recursos Hídricos Captação e Tratamento de Água Como reflexo da evolução do conhecimento acerca da salubridade ambiental o abastecimento de água de fontes seguras e o despejo do esgoto passaram a ocorrer em localidades diferentes dos corpos hídricos manancial próximo à cidade Essa mudança teve como principal objetivo evitar doenças relacionadas a condições impróprias de saneamento caracterizando um período histórico denominado higienista TUCCI 2008 Substâncias xenobióticas se referem a substân cias químicas recalcitrantes estranhas ao corpo humano aos organismos e ao meio ambiente Referemse a compostos sintéticos sintetizados via técnicas de engenharia química ou genética como por exemplo pela transformação de mi crorganismos como fungos e bactérias Alguns exemplos são fármacos agentes saneantes ou tensoativos e defensivos agrícolas Entretanto qual fonte de água é utilizada para atender nossas necessidades atuais Os ma nanciais das águas urbanas são as fontes de água para abastecimento que visam atender as necessidades humanas animais e industriais Essas fontes podem ser superficiais redes de rios da bacia hidrográfica da região e subterrâ neas aquíferos cuja disponibilidade de água especialmente das fontes superficiais podem variar conforme sazonalidade uma vez que a disponibilidade hídrica depende da capacida de do rio de regularizarse ao longo do tempo COSTA et al 2012 Outro questionamento que se faz relevante consiste em como determinar se um corpo hí drico é apto para a captação de água Além dos padrões de qualidade a disponibilidade hídrica é mensurada mediante uma série de fatores ou condicionantes naturais tais como vazão caracte rísticas da precipitação evapotranspiração total variabilidade temporal e espacial e da superfície do solo fatores considerados para uma distribui ção estatística temporal 79 UNIDADE 3 A hidrologia e a mecânica de fluidos são áreas fundamentais para os estudos de preservação dos recursos Com o intuito de de mocratizar o acesso à informação nestes segmentos a Agência Nacional de Água ANA disponibiliza em seu endereço eletrônico inúmeros materiais que podem ser consultados acerca dessas temáticas Confira Disponível em httpscapacitacaoeadunespbrconhecerh handleana240 As fontes subterrâneas compõem a maior reserva de água doce do globo MINAYOGOMEZ 2011 Tais reservas se dividem entre aquíferos confinados e não confinados de acordo com a formação geológica que fazem referência à pressão exercida sobre eles ou seja os confinados estão sobre influência de pressão superior à atmos férica ao passo que os não confinados não estão sobre pressão e podem ser repostos por fluxos naturais de escoamento RIBEIRO 2008 Ainda segundo o autor normalmente a água subterrânea é utilizada no abastecimento de cidades de pequeno e médio porte pois depende da vazão de bombeamento que o aquífero permite retirar sem comprometer seu balanço de entrada e saída de água A captação em aquíferos merece uma atenção especial em função do risco de contaminação por substâncias xenobióticas e recalcitrantes que podem se infiltrarpercolar no lençol freático e contaminar reservas de água Segundo Libânio 2010 as tecnologias envolvidas no tratamento de água têm por objetivo adequar os parâmetros da água bruta aos limites estabelecidos pela Portaria 2914 do Ministério da Saúde considerando os custos de implementação manutenção e operação mais viáveis possíveis Além disso para o autor a escolha da tecno logia deve ser permeada por algumas premissas sendo elas a As características da água bruta disponível para captação b Os custos envolvidos c Manuseio e confiabilidade dos equipamentos d Flexibilidade operacional e Localização geográfica e características da população Em face de tais problemáticas e da necessidade de garantia de fornecimento de água de qualidade à população o Ministério da Saúde elaborou a Por taria 2914 de 2011 que dispõe sobre os parâme tros de qualidade da água potável sendo alguns deles expressos na Tabela 2 Fundamentos de Tratamento e Qualidade da Água 81 UNIDADE 3 Tabela 2 Parâmetros de potabilidade estabelecidos pela Portaria 291411 do Ministério da Saúde PARÂMETRO SIGNIFICADO VALOR MÁXIMO PERMITIDO VMP Presença de Coliformes Grupo de bactérias que são indica dores de contaminação ambiental Ausência em 100 mL Teor de Cloro Agente desinfetante utilizado para eliminar microrganismos que pos sam estar presentes nas águas e provocar doenças por via hídrica 02 mgL Turbidez É a medida da quantidade de par tículas em suspensão material in solúvel presentes na água e que impedem a passagem de luz 5 UT unidades de turbidez ou NTU Unidade nefelométrica de turbidez pH Indica a natureza ácida ou básica da água É monitorado durante as etapas de tratamento e na rede de distribuição evitando os processos de corrosão nas canalizações 60 a 95 Cor Parâmetro de aspecto estético de aceitação ou rejeição do produto A cor indica a presença de substâncias dissolvidas ou finamente divididas que conferem coloração específica à água 15 Unidade Hazen mg PtCoL Teor de Flúor Composto químico que é adiciona do à água tratada para prevenção da proliferação de microrganismos indesejados 15 mgL Fonte Brasil 2011 online Cabe ressaltar que existem outros parâmetros relacionados à potabilidade que são expressos pela portaria Tal portaria ainda discorre acerca das responsabilidades de fiscalização e monitoramento nas esferas federal estadual e municipal Após o tratamento de água potável a qualidade desta pode sofrer uma série de alterações após tratamento fazendo com que a qualidade da água destinada à po pulação seja diferente da qualidade da água que deixa a estação de tratamento Tais alterações podem ser causadas por variações químicas e biológicas DEININGER et al 1992 Conforme Clark e Coyle 1989 dentre os possíveis fatores que influenciam tais mudanças estão a Qualidade química e biológica da fonte hídrica b Eficácia do processo de tratamento condições de armazenagem e sistema de distribuição c Idade tipo projeto e manutenção da rede d Qualidade da água tratada Estação de tratamento de água é o conjunto de ins talações e equipamentos destinados ao tratamen to de água Para que a água se torne adequada ao consumo deve passar por um processo de trata mento que utiliza elementos físicos e químicos Projeto Água para o Futuro Após sua captação a água é transportada até a ETA e posteriormente distribuída à população por uma rede Esse sistema implica elevados in vestimentos geralmente públicos para garantir água em quantidade e qualidade adequada Normalmente os municípios adotam o mode lo de ETA convencional conforme proposto pela resolução CONAMA 3572005 e pela NBR 12216 de 1992 O modelo de tratamento convencional ou de ciclo completo compreende as seguintes etapas coagulação floculação decantação fil tração rápida descendente ajustes finais que en volvem desinfecção fluoretação ajuste de pH dentre outros processos necessários Figura 1 Estação de Tratamento de Água ETA 83 UNIDADE 3 Cada uma das etapas possui uma finalidade no pro cesso de tratamento de água sendo elas Coagulação a adição de Sais de Alumínio Cal e Cloro promove a coagulação de impu rezas presentes na água como matéria orgâ nica e sólidos dissolvidos ou em suspensão que alteram o pH com o intuito de aumentar a eficiência dos agentes coagulantes e atuam como agente saneante respectivamente Floculação a ação dos agentes coagulantes da etapa anterior provoca uma desestabili zação das cargas superficiais das impurezas presentes desta forma ao serem submetidas ao processo de agitação intensa as impurezas irão agregarse formando flocos de maior densidade que serão removidas na etapa se guinte Decantação os flocos formados irão de cantar em função das forças gravitacionais gerando uma separação do líquido menos denso das impurezas de maior peso e agre gadas em função das etapas anteriores Filtração o processo de filtração granular descendente é relevante para a remoção dos parâmetros turbidez cor aparente sólidos totais e densidade de microrganismos como algas e coliformes Cloração o cloro e o flúor adicionados nesta etapa atuam visando a eliminação de micror ganismos patogênicos associados a doenças transmitidas pela água enquanto o Cal rea liza o ajuste do pH em faixa condizente com as legislações estabelecidas Entretanto atualmente métodos de tratamento de água vêm sendo repensados em especial em função da utilização dos sais de alumínio como agentes coa gulantes Quantidades de alumínio residual na água são mais aptas à absorção biológica do que as oriun das de outras fontes o que pode resultar em deposi ções de alumínio em vias neuroquímicas causando efeitos adversos indesejáveis dentre eles destacamse os efeitos desproporcionais sobre o mal de Alzheimer REIBER KUKULL STANDISHLEE 1995 Assim é importante reavaliar constantemente as metodologias empregadas no tratamento de água com o objetivo de aumentar a eficiência e qualidade dos processos Conforme abordamos na unidade anterior o ci clo de reposição da água é de suma importância para que tenhamos esse recurso disponível para utilização O panorama da indústria brasileira no que tange aos processos produtivos que dependem da água é positivo mas ainda há campo para melhora princi palmente quando falamos de agricultura e pecuária Nossa reflexão deve ser relacionada a como diminuir o consumo desse bem tão precioso Vimos também nesta unidade os parâmetros básicos de qualidade da água conforme as nor mas e legislações a partir dos quais poderemos projetar e implementar uma estação de captação e tratamento de água para então usála no abas tecimento público Estes são apenas alguns dos temas principais associados ao tratamento de água Esgotar essa te mática em apenas um material didático seria muita pretensão em função de sua especificidade e da gama de assuntos relacionados que podem ser abordados Discutir tantos assuntos voltados ao tratamento de água quando o objetivo é abordar o tratamento de efluentes é relevante especialmente quando mui tos dos princípios aqui apresentados também são válidos para o tratamento de efluentes que serão tratados na próxima unidade Coagulação Floculação Decantação Filtração Cloração Figura 1 Etapas de uma ETA convencional Fonte o autor 84 Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução 1 Os eventos e peculiaridades acerca do processo de tratamento de água são diversos e apresentamse necessários pois visam a garantia da qualidade da água enquanto produto final de um processo de tratamento A Portaria 2914 de 2011 elaborada pelo Ministério da Saúde dispõe sobre os parâmetros de quali dade de água necessários para consumo humano denominado de parâmetros de potabilidade Em relação a esses parâmetros apresentados associe as duas colunas relacionando os parâmetros com a sua correta definiçãofinalidade 1 Cloro 2 Turbidez 3 pH 4 Cor aparente Parâmetro relacionado à quantidade de partículas em suspensão material insolúvel presentes na água e que impedem a passagem de luz Indica a natureza ácida ou básica da água Parâmetro utilizado na eliminação de microrganismos que possam estar pre sentes nas águas e que possam provocar doenças relacionadas a vias hídrica Indica a presença de substâncias dissolvidas ou finamente divididas que con ferem coloração específica à água Assinale a sequência correta a 2 3 1 e 4 b 1 2 3 e 4 c 2 4 1 e 3 d 2 3 4 e 1 e 3 1 4 e 3 2 Uma ETA convencional de acordo com a resolução CONAMA 3572005 e a NBR 12216 de 1992 possui algumas etapas básicas para realizar o tratamento de água São elas Coagulação Floculação Decantação Filtração e Cloração Expli que com suas palavras ao menos três dessas etapas 85 3 A Portaria 2914 do Ministério da Saúde estabelece os parâmetros da água tratada utilizada para abastecimento Naturalmente os corpos hídricos e aquí feros não apresentam características dentro desses parâmetros cabendo ao responsável pela implantação da ETA analisar a viabilidade do empreendimento de acordo com alguns fatores A escolha das tecnologias utilizadas numa ETA deve levar em conta I As características da água bruta disponível para captação II Os custos envolvidos III Manuseio e confiabilidade dos equipamentos IV Flexibilidade operacional V Hábitos de consumo da população É correto o que se afirma em a I II III e IV b II somente c III somente d IV somente e II III e IV somente 86 Ilha das Flores Ano 1989 Sinopse esse filme retrata a sociedade atual tendo como enfoque seus pro blemas de ordem sociais econômicas e culturais na medida em que contrasta a força do apelo consumista os desvios culturais retratados no desperdício e o preço da liberdade do homem enquanto um ser individual e responsável pela própria sobrevivência Por meio da demonstração do consumo e desperdício diários de materiais lixo o autor aborda toda a questão da evolução social de indivíduo em todos os sentidos Torna evidente todos os excessos decorrentes do poder exercido pelo dinheiro numa sociedade onde a relação opressão e oprimido é alimentada pela falsa ideia de liberdade de uns em contraposição à sobrevivência monitorada de outros FILME 87 ABNT NBR 12216 Projeto de estação de tratamento de água para abastecimento público Rio de Janeiro 1992 BARROS R T V et al Saneamento Belo Horizonte Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais 1995 BRASIL Ministério da Saúde Portaria nº 2914 de 12 de dezembro de 2011 Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade Ministério da Saúde 2011 Disponível em httpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt291412122011html Acesso em 27 mar 2019 BRASIL Resolução CONAMA nº 357 de 17 de março de 2005 Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes e dá outras providências Ministério do Meio Ambiente 2005 Disponível em http www2mmagovbrportconamaresres05res35705pdf Acesso em 27 mar 2019 CLARK R M COYLE J A Measuring and modeling variations in distributions systems water quality Journal of the American Water Works Association 82 p 46 52 1989 CNI Confederação Nacional da Indústria Uso da Água no Setor Industrial Brasileiro matriz de coefi cientes técnicos Brasília CNI 2013 Disponível em httpsbucketgwcnistaticcmssis3amazonawscom mediafilerpublic3eb43eb4b4e1fce44323bdf22462c636979420140313113650962172epdf Acesso em 27 mar 2019 COSTA A S et al Regionalização de curvas de permanência de vazão de regiões hidrográficas do estado do Pará Rev bras meteorol São Paulo v 27 n 4 p 413 422 2012 DEININGER R A et al Animation and 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Politécnica da UFBA Salvador 2002 TUCCI C E M Águas urbanas Estud av São Paulo v 22 n 63 p 97112 2008 REFERÊNCIAS ONLINE 1Em httpsbrasilescolauolcombrgeografiaatividadesquemaisconsomemaguahtm Acesso em 27 mar 2019 2Em httpsmarilianoticiacombrocenarioatualdosaneamentoambientalnobrasil Acesso em 27 mar 2019 89 1 A 2 Coagulação a adição de Sais de Alumínio Cal e Cloro promove a coagulação de impurezas presentes na água como matéria orgânica e sólidos dissolvidos ou em suspensão que alteram o pH com o intuito de aumentar a eficiência dos agentes coagulantes e atuam como agente saneante respectivamente Floculação a ação dos agentes coagulantes da etapa anterior provoca uma desestabilização das cargas superficiais das impurezas presentes desta forma ao serem submetidas ao processo de agitação intensa as impurezas irão agregarse formando flocos de maior densidade que serão removidas na etapa seguinte Decantação os flocos formados irão decantar em função das forças gravitacionais gerando uma separa ção do líquido menos denso das impurezas de maior peso e agregadas em função das etapas anteriores Filtração o processo de filtração granular descendente é relevante para a remoção dos parâmetros tur bidez cor aparente sólidos totais e densidade de microrganismos como algas e coliformes Cloração o cloro e o flúor adicionados nesta etapa atuam visando a eliminação de microrganismos patogênicos associados a doenças transmitidas pela água enquanto o Cal realiza o ajuste do pH em faixa condizente com as legislações estabelecidas 3 A Diário de Bordo PLANO DE ESTUDOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Definir as características de águas residuárias decorrentes da utilização doméstica Conhecer as características de águas residuárias decor rentes da utilização industrial Explicar as primeiras fases de tratamento de esgoto em uma ETE Apresentar as fases finais de tratamento de esgoto em uma ETE dando ênfase ao tratamento de lodo residual Efluentes Sanitários ou Domésticos Efluentes Industriais ETE Tratamento Secundário e Tratamento Terciário Estação de Tratamento de Esgoto ETE Prétratamento e Tratamento Primário Esp João Marcos Pardo Me Gustavo Affonso Pisano Mateus Gerenciamento de Recursos Hídricos Tratamento de Águas Residuárias Efluentes Sanitários ou Domésticos Olá caroa alunoa Em nossa quarta unidade continuaremos a abordagem de gerenciamento de recursos hídricos mas tomaremos outro foco o tratamento de águas residuárias também conhe cidas como efluentes A água como um recurso renovável pode ser utilizada nos mais diversos processos e o produto da utilização desse recurso precisa de tratamento e disposição final adequados para que não haja nenhum problema ambiental sejam estes reali zados mediante um serviço de terceirização ou ainda destinada a uma estação de tratamento de efluente própria da indústria Iremos conhecer as características mais ge neralistas dos efluentes sanitários e industriais Os efluentes sanitários se fazem relevantes pois muitas vezes você poderá depararse com es tações de tratamento industriais que destinam seus efluentes sanitários no mesmo local que seus efluentes industriais conferindo assim caracte rísticas diferentes ao efluente final a ser tratado Portanto conhecer suas especificidades assim como a legislação envolvida em seu despejo final é muito importante 93 UNIDADE 4 Segundo a Resolução 4302011 do Conama efluente é o termo utilizado para caracterizar os des pejos líquidos provenientes de diversas atividades ou processos sejam domésticas comerciais ou industriais sendo uma composição um reflexo de seu processo ou destinação Na sequência abordaremos as etapas de tratamen to dos efluentes industriais e sanitários com base nas normas e legislações pertinentes Finalmente trataremos de algumas tendências no Brasil e ao redor do mundo no que se refere ao tratamento de efluentes trabalho este que possibilita que até mesmo efluentes sanitários possam ser tratados e utilizados para abastecimento de água potável Podemos começar Segundo Von Sperling 2005 os efluentes do mésticos são compostos de aproximadamente 99 de água enquanto a fração restante corres ponde a uma associação de sólidos orgânicos e inorgânicos suspensos ou dissolvidos nos quais são encontrados uma série de organismos e mi crorganismos patogênicos como vírus bactérias protozoários e helmintos A associação desses compostos aos dejetos humanos faz com que esse tipo de efluente apresente características próprias como odor característico e temperatura levemen te elevada devido à atividade microbiológica O quadro a seguir apresenta as principais ca racterísticas físicoquímicas comumente obser vadas nos efluentes domésticossanitários Quadro 1 Características físicoquímicas dos efluentes domésticossanitários PARÂMETRO DESCRIÇÃO Temperatura Normalmente possuem temperatura superior à da água de abastecimento e está relacionada com a atividade dos microrganismos solubilidade de gases velocidade das reações químicas e viscosidade dos líquidos Cor A coloração dos efluentes domésticos normalmente é cinza cinza escuro ou preta em função do material dissolvido A cor desse tipo de efluente é diretamente influen ciada pela decomposição da matéria orgânica Odor O odor dos esgotos domésticos é desagradável em função dos gases sulfídricos liberados em função do processo de decomposição da matéria orgânica Turbidez Influenciada pelos sólidos em suspensão areia argila material orgânico e inorgânico e microrganismos faz referência à dificuldade de difração da luz na água Portanto efluentes mais concentrados possuem maior turbidez Sólidos totais Referemse ao balanço de todos os sólidos presentes nos esgotos domésticos Sólidos em suspensão Fração dos sólidos orgânicos e inorgânicos suspensos no esgoto que possuem di mensões específicas superiores variando de 045 a 20 μm Sólidos fixos Representam os componentes minerais não incineráveis e inertes dos sólidos em suspensão Sólidos voláteis Correspondem aos componentes orgânicos dos sólidos em suspensão Sólidos Dissolvidos Fração dos sólidos orgânicos e inorgânicos suspensos no esgoto que possuem di mensões específicas inferiores variando de 045 a 20 μm Sólidos sedimentáveis Fração de sólidos orgânicos e inorgânicos que possuem peso molecular suficiente para sedimentar em um período de 1 hora É analisado em cone Imhoff 94 Gerenciamento de Recursos Hídricos Tratamento de Águas Residuárias Matéria orgânica Referese aos compostos orgânicos sendo os principais componentes proteínas carboidratos e lipídios Para sua determinação normalmente são analisadas as de mandas químicas e bioquímicas de oxigênio ou via carbono orgânico total Nitrogênio total Inclui as formas de nitrogênio orgânico amônia nitrito e nitrato Componentes orgâni cos da matéria orgânica sua presença em efluentes está relacionada à decomposição Fósforo É um nutriente essencial presente na composição de várias substâncias orgânicas e inorgânicas Sua presença em esgoto doméstico está relacionada à decomposição dessas substâncias e a sua disponibilidade no meio é preocupante pois esses nu trientes são essenciais para o desenvolvimento de microrganismos algas e plantas pH Indica se a característica do esgoto é ácida ou básica A variação nesse parâmetro pode influenciar a eficiência dos tratamentos para esse tipo de efluente Valores ácidos de pH tornam o efluente corrosivo ao passo que valores básicos aceleram a incrustação desses efluentes pela tubulação do sistema de esgotamento sanitário Alcalinidade Representa a capacidade de um sistema aquoso de neutralizar ácidos sem que haja a perturbação de forma extrema das atividades biológicas que nele decorrem Está relacionada à presença de carbonatos bicarbonatos e hidroxilas sódio e cálcio Cloretos Provenientes da água de abastecimento e dos dejetos humanos Óleos e Graxas Fração de matéria orgânica solúvel em hexano no caso dos esgotos domésticos estão relacionados aos óleos e gorduras utilizados no preparo ou na composição de alimentos Presença de microrganismos A presença dos microrganismos neste tipo de efluente é predominantemente em função dos dejetos humanos São comuns a esse tipo de efluente os coliformes fecais sendo estes um grupo de bactérias comuns ao trato intestinal humano e de animais Esse grupo compreende os gêneros Escherichia e em menor grau espécies de Klebsiella Enterobacter e Citrobacter WHO 1993 Fonte adaptado de Von Sperling 2005 e Who 1993 A legislação que dispõe especificamente sobre os padrões que devem ser atingidos para o lançamento de efluentes é a Resolução do CONAMA 4302011 Essa legislação rege parâmetros diretrizes e padrões para o despejo de efluentes domésticossanitários e industriais em corpos receptores O artigo 21º dessa legislação preconiza que o lançamento direto de efluentes oriundos de sistemas de tratamento de esgotos sanitários deve atender os padrões expressos no quadro a seguir Quadro 2 Parâmetros físicoquímicos e valores máximos permitidos para o lançamento de efluentes sanitários em corpos hídricos PARÂMETRO VALOR MÁXIMO PERMITIDO VMP ph Entre 5 e 9 Temperatura Inferior a 40 C Sólidos sedimentáveis Até 1 mLL Teste em cone Inmhoff Caso a disposição ocorra em lagoslagoa os sólidos sedimentáveis deverão ser ausentes Óleos e Graxas Até 100 mgL Materiais flutuantes Ausentes Demanda Bioquímica de Oxigênio DBO5 Máximo de 120 mgL sendo que esse valor poderá ser ultrapassado no caso de efluente de sistema de tratamento com eficiência de remoção mínima de 60 de DBO ou mediante estudo de autodepuração do corpo hídrico que comprove atendimento às metas do enquadramento do corpo receptor Fonte Brasil 2011 95 UNIDADE 4 Lembrando que existem ressalvas para os efluentes sanitários que recebem lixiviados de aterros sani tários neste caso o órgão ambiental competente deverá indicar quais os parâmetros da Tabela I do art 16 inciso II da Resolução 4302011 do Co nama que deverão ser atendidos e monitorados Os cuidados específicos com esse tipo de efluente se dá em função dos possíveis impactos causados ao meio ambiente além do aporte de matéria orgânica que pode acelerar o processo de eutrofização A presença de microrganismos patogênicos oriundos do trato digestivo dos se res humanos tornase a principal preocupação A presença desses microrganismos faz com que esse tipo de efluente na ausência de tratamento ade quado tornese agente de transmissão de doenças relacionadas à falta de saneamento básico como a cólera disenterias febres tifoides leptospirose amebíase dentre outras No Quadro 2 fomos apresentados ao pa râmetro demanda bioquímica de oxigênio ou DBO esse parâmetro determina de forma in direta a quantidade concentração de matéria orgânica degradável pela ação microbiológica presente em um efluente Ele indica a taxa de degradação do efluente em questão estabele cendo uma relação sobre a taxa de consumo de oxigênio em função do tempo Em relação à demanda bioquímica de oxigênio fazse relevante apresentar a demanda química de oxigênio ou DQO Esse parâmetro indicativo assim como a DBO avalia o consumo de oxigê nio só que neste caso a DQO avalia o consumo de oxigênio para a oxidação química da matéria orgânica comumente analisada utilizando um agente oxidante forte como o dicromato de po tássio em uma alíquota da amostra com pH ácido Esses dois parâmetros quando comparados de forma conjunta proporcionam informações sobre a biodegradabilidade do efluente e conse quentemente auxilia na escolha do método mais adequado para o seu tratamento Para estabelecer essa relação utilizase o seguinte cálculo sendo r a relação entre DQODBO o resultado des sa equação indica qual das frações envolvidas a inerte ou a biodegradável do efluente está elevada ou não A Tabela 1 contém informações sobre a relação entre esses parâmetros que segundo Von Sperling 2005 são imprescindíveis para a esco lha do tratamento adequado DBO tratase da quantidade de oxigênio consumida pelos microrganismos aeróbios facultativos eou aeróbios presentes no efluente para que ocorra a degradação metabólica de toda a matéria biodegradável carbonácea presente Fonte adaptado de Brookman 1996 96 Gerenciamento de Recursos Hídricos Tratamento de Águas Residuárias Tabela 1 Relação Demanda química de oxigênioDemanda bioquímica de oxigênio em efluentes RELAÇÃO DQODBO INDICAÇÃO DE TRATAMENTO Baixa 25 A fração biodegradável do efluente é elevada podendo ser indicado tratamento biológico Intermediária Entre 25 e 35 A fração biodegradável não é elevada sendo necessário realizar alguns estudos de tratabilidade para verificar a viabilidade do tratamento biológico Elevada 35 A fração inerte não biodegradável é elevada possível indicação para tratamento físicoquímico Fonte adaptada de Von Sperling 2005 Ainda sobre o Quadro 2 também foram apresentados valores máximos permitidos VMP para alguns parâmetros pautados em legislação entretanto como mensurar se o tratamento proposto está sendo efetivo e se está de acordo com os valores previstos em legislação Por meio do cálculo de eficiência de remoção representado pela fórmula Em que E eficiência de remoção Ce Concentração na entrada Cs Concentração na saída Para tanto utilizase o valor mensurado do parâmetro em questão antes do tratamento e o valor obtido após o tratamento aplicado Algumas das técnicas de quantificação de alguns parâmetros físicoquí micos que podem ser aplicadas tanto para água como para efluentes serão apresentados na leitura complementar desta unidade Já os diferentes tipos de tratamento existentes serão explorados mais adiante nesta unidade 97 UNIDADE 4 Efluentes industriais são provenientes das ativida des industriais diversas e além de representarem um reflexo de sua utilização industrial processos de beneficiamento compreendem esgotos sani tários como dejetos humanos sólidos e líquidos agentes saneantes como produtos de limpeza dentre outros tipos de resíduos A fração de es goto sanitário gerado nas indústrias pode ser tratada juntamente com os resíduos industriais ou de forma segregada As características são variadas em efluentes industriais e estão relacionadas aos processos produtivos realizados à matériaprima e aos insumos utilizados durante o processo à inten sidade das operações realizadas ou ainda ao período de operação da indústria e ao consumo e reutilização de água Efluentes Industriais 98 Gerenciamento de Recursos Hídricos Tratamento de Águas Residuárias Alguns efluentes industriais podem apresentar características tóxicas podendo causar efeitos danosos aos organismos que tiverem contato ou mesmo ao corpo receptor Alguns ramos industriais ainda devem controlar as emissões em corpos receptores em função do potencial toxicológico como indústrias químicas petrolíferas de galvanoplastia dentre outras DEZZOTI 2008 Para saber se haverá a necessidade de realizar um tratamento prévio dos efluentes industriais e a fim de caracterizar a carga poluidora bem como propor o tratamento mais adequado é necessário ter um conhecimento de todo o processo para definir as condições de amostragem Para Giordano 2004 conhecer as características da produção e todo o fluxograma do processo industrial é fundamental para lidar com os efluentes gerados Ainda se destacam como fatores relevantes para as características dos efluentes os produtos de limpeza utilizados na indústria a rotina de higienização dos equipamentos e instalações horários de manutenção e número de funcionários por turno Para a caracterização inicial do efluente efluente bruto devem ser considerados parâmetros rela cionados à carga poluidora e que sejam relevantes para a compreensão das características do efluente devendo ser consideradas a frequência de amostragem a forma de coleta o acondicionamento o armazenamento a sazonalidade produtiva e as condições climáticas Alguns exemplos de efluentes industriais das mais variadas atividades e suas composições estão expressos no Quadro 3 Quadro 3 Composição de alguns efluentes industriais ATIVIDADE COMPOSIÇÃO DO EFLUENTE Agropecuária intensiva Oriundos da bovinocultura e da suinocultura estão relacionados à quantida de de água utilizada nos processos como limpeza de estabelecimentos ou equipamentos Apresentam elevados índices de matéria orgânica nitrogênio fósforo potássio cálcio sódio magnésio ferro zinco e cobre dentre outros elementos incluídos na dieta SILVA 2007 Serviços de Saúde Podem ser classificados em duas categorias uma relacionada aos usos ro tineiros de higiene e sanitários enquanto a outra classificação referese a pesquisas e utilização de formulações química e de fármacos Normalmente possuem pH diferentes em relação aos esgotos sanitários comuns devi do à presença de excretas contaminadas líquidos biológicos resíduos de medicamentos solventes corantes dentre outros BOILLOT et al 2008 O tratamento dos efluentes dos serviços de saúde estão sujeitos a exigências especiais previstas por legislação Lixiviado chorume Em geral em sua composição encontramse matéria orgânica dissolvida e solubilizada produtos intermediários da digestão anaeróbia de microrganis mos substâncias químicas persistentes oriundas dos agrotóxicos ou demais xenobióticos BASSANI 2010 A concentração dos metais nos lixiviados está relacionada à composição dos materiais destinados aos aterros ou aos lixões Indústria Têxtil Grandes consumidores de água e de corantes sintéticos geradores de efluen tes volumosos e complexos com elevada carga orgânica aliada ao elevado teor de sais inorgânicos KAMIDA et al 2005 Fonte adaptado de Silva 2007 Boillot et al 2008 Bassani 2010 e Kamida et al 2005 Quanto ao seu descarte o artigo 16º da Resolução Conama 4302011 preconiza que os efluentes de qualquer fonte poluidora poderão ser lançados em corpos hídricos desde que atendam os parâmetros do Quadro 4 99 UNIDADE 4 Quadro 4 Parâmetros físicoquímicos e valores máximo per mitido de efluentes em corpos hídricos segundo a resolução Conama PARÂMETRO VALOR MÁXIMO PERMITIDO VMP pH Entre 5 e 9 Temperatura Inferior a 40 C Sólidos sedimentáveis Até 1 mLL Teste em cone Inmhoff caso a disposição ocorra em lagoslagoa os só lidos sedimentáveis deverão ser ausentes Regime de lançamento Vazão máxima de até 15 da vazão média do agente polui dor podendo ser superior em casos permitidos por autorida des competentes Óleos e graxas Óleos Minerais até 20 mgL e Óleos Vegetais e Gordura Ani mal até 50 mgL Materiais flutuantes Ausentes DBO5 Remoção mínima de 60 po dendo ser alterado somente mediante a estudo de autode puração Fonte Brasil 2011 Reparem que esses padrões são muito próximos aos padrões estabelecidos pela mesma resolução para o despejo de efluentes sanitários em corpos receptores Entretanto cabe destacar que tanto para os efluentes industriais como para os do mésticos as legislações estaduais ou municipais podem apresentar variações em relação aos valo res impostos pelo Conama devendo ser atendida sempre aquela legislação que se apresentar mais restritiva Ainda sobre a resolução 4302011 do Conama em um segundo momento ainda no artigo 16 são apresentados os padrões de lançamento de efluentes em relação aos parâmetros inorgânicos e orgânicos expresso na Tabela 2 100 Gerenciamento de Recursos Hídricos Tratamento de Águas Residuárias Tabela 2 Padrões de lançamento de efluentes parâmetros orgânicos e inorgânicos PARÂMETROS INORGÂNICOS VALOR MÁXIMO PERMITIDO VMP Arsênio total 05 mgL As Bário total 50 mgL Ba Boro total não se aplica a águas salinas 50 mgL B Cádmio total 02 mgL Cd Chumbo total 05 mgL Pb Cianeto total 10 mgL CN Cianeto livre 02 mgL CN Cobre dissolvido 10 mgL Cu Cromo hexavalente 01 mgL Cr6 Cromo trivalente 10 mgL Cr3 Estanho total 40 mgL Sn Ferro dissolvido 150 mgL Fe Fluoreto total 100 mgL F Manganês dissolvido 10 mgL Mn Mercúrio total 001 mgL Hg Níquel total 20 mgL Ni Nitrogênio amoniacal total 200 mgL N Prata total 01 mgL Ag Selênio total 030 mgL Se Sulfeto 10 mgL S Zinco total 50 mgL Zn PARÂMETROS ORGÂNICOS VALOR MÁXIMO PERMITIDO VMP Benzeno 12 mgL Clorofórmio 10 mgL Dicloroeteno somatório de 11 12cis 12 trans 10 mgL Estireno 007 mgL Etilbenzeno 084 mgL Fenóis totais substâncias que reagem com 4ami noantipirina 05 mgL C6H5OH Tetracloreto de carbono 10 mgL Tricloroeteno 10 mgL Tolueno 12 mgL Xileno 16 mgL Fonte Brasil 2011 101 UNIDADE 4 Anteriormente foi dito que os tratamentos de água e de efluentes possuem algumas caracterís ticas em comum Pois bem nos próximos dois tópicos destinados ao tratamento de efluentes iremos novamente comentar sobre algumas dessas técnicas O tratamento de efluentes des tinase à aplicação de técnicas e procedimentos necessários para adequar as águas residuárias à legislação pertinente A eficiência do tratamento está associada ao nívelcomplexidade de trata mentos aos quais os efluentes estão submetidos As etapas do tratamento de efluentes podem ser classificadas em Tratamento Preliminar ou Prétratamento Tratamento Primário Tratamento Secundário Tratamento Terciário Estação de Tratamento de Esgoto ETE PréTratamento e Tratamento Primário 102 Gerenciamento de Recursos Hídricos Tratamento de Águas Residuárias Cada uma dessas etapas é caracterizada por uma série de processos especificados a seguir Porém inicial mente vamos apresentar uma planta modelo de uma estação de tratamento de efluentes Lembrando que a estação de tratamento de uma indústria pode variar quando a produção não ficar localizada no mesmo espaço físico que a indústria podendo ocorrer o armazenamento e transporte para posterior tratamento ou ainda a terceirização desse serviço para empresas especializadas A Figura 1 esquematiza uma ETE industrial ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO Clarifcadores primários Biorreatores de Oxigênio Clarifcadores secundários Desinfecção por UV Descarga no corpo hídrico Caixa de areia e remoção de lodo Lagoas digestoras Boilers Geradores Efuente Industrial Energia elétrica gerada e revertida para a indústria Nesse modelo de planta de estação de tratamento industrial ocorrem basicamente os mesmos pro cessos descritos na estação de tratamento de água porém com algumas variações Note que nesse mo delo ainda ocorre a captação dos gases gerados nos digestores e sua conversão em energia elétrica Infe lizmente tal modelo ideal não se aplica com tanta frequência em nosso país visto que a geração de efluentes de alta carga poluidora ocorre em geral em instalações improvisadas de pequeno a médio porte muitas delas conduzidas por recicladores informais sem licenciamento para seu funciona mento e sem qualquer compromisso com a legisla ção ambiental BORDONALLI MENDES 2009 O que se observa normalmente são peque nas estações de tratamento compostas por um sistema de gradeamento prévio ao espaço ou tanque destinado à equalização e correção de pH seguido de um tanque de coagulaçãoflo culaçãosedimentação e uma única lagoa de estabilização biológica onde ocorrerá a degra dação biológica da carga poluidora A realidade ambiental das indústrias muitas vezes é bem diferente do que a identidade transmitida por ela fique atentoa Nesse sentido vamos dar sequência à descri ção das etapas do tratamento de efluentes Figura 1 ETE industrial 103 UNIDADE 4 Tratamento Preliminar O Tratamento Preliminar tem por objetivo a remoção de sólidos e materiais que são des cartados nas vias fluviais como por exemplo plástico madeiras ou qualquer outro tipo de re síduo sólido estranho à composição do efluente industrial O princípio do aplicado na remoção desses materiais é física e pode ser realizado via gradeamento eou peneiramento Ambas me todologias consistem em barreiras físicas com grades ou peneiras com espessuras variadas que retém materiais inapropriados e que devem ser retirados manualmente Figura 2 Nesta etapa do tratamento ainda ocorre a se paração de materiais flutuantes como espumas com densidade menor que a da água nas chama das caixas de gordura e também a equalização que visa minimizar o fluxo impossibilitando o aporte excessivo no sistema de tratamento e por fim a correção do pH ou neutralização pela adição de ácido ou base ao volume armazenado objetivando potencializar as etapas sequenciais Figura 2 Gradeamento para remoção de sólidos grosseiros numa ETE Tratamento Primário Após o tratamento preliminar o efluente ainda apresenta grande parte de sólidos em suspensão e elevada carga de matéria orgânica que podem ser separados do efluente pelo processo de separação de sólidolíquido baseado na diferença de densi dade das substâncias presentes na água que sofrem influência da força gravitacional denominada sedimentaçãodecantação Essa etapa ocorre em decantadores ou sedimentadores clarificadores que são reservatórios circulares ou retangulares O processo mais comum e mais utilizado é o de coagulaçãofloculaçãosedimentação Figura 3 especialmente pelos países em desenvolvimento nesta etapa do tratamento primário reagentes quí micos coagulantes são adicionados e possibilitam a formação de flocos de carga positiva e com alto peso molecular Desta forma os flocos formados ficam sujeitos à ação gravitacional durante a sedi mentação Esse processo é comumente aplicado no tratamento de água e os coagulantes mais utilizados são os sais férricos e o policloreto de alumínio Ou tro tratamento primário que pode ser utilizado é a flotação que consiste na injeção de ar comprimido na parte inferior do tanque o que faz com que as impurezas sejam impulsionadas para a parte supe rior do tanque após a coagulação possibilitando a retirada mecânica por pás ou sistema automatizado Figura 3 Ensaio de Floculação Após a clarificação da água por meio do tratamen to primário ainda é necessário tratar os microrga nismos presentes na água bem como conferir a ela qualidades almejadas para sua distribuição É esse o objetivo do Tratamento Secundário e Terciário Tratamento Secundário O Tratamento Secundário possui como essência a atividade biológica visando a remoção de matéria orgânica Nesta etapa em reservatórios destina dos exclusivamente a esse tratamento micror ganismos como bactérias e fungos consomem degradam a matéria orgânica gerando subprodu tos não tóxicos água e gás carbônico Entretanto para o sucesso desse tratamento alguns fatores devem ser controlados para otimizar a ação dos microrganismos como temperatura pH e pre sença ou ausência de oxigênio Os tratamentos mais comuns são lagoas de estabilização reatores anaeróbios formação de biofilmes e lodo ativado ETE Tratamento Secundário e Tratamento Terciário 105 UNIDADE 4 Para esse processo dependendo da aplicação tratamentos preliminares são dispensados pois os sólidos são necessários para o acúmulo e a manutenção do sistema biológico Tratamentos secundários são constituídos por uma gama de metodologias que apresentam vantagens específicas relacionadas às aplicações e aos resultados desejados Para auxiliar na comparação dos diversos tratamentos secun dários existentes o Quadro 5 expressa algumas informações Quadro 5 Tratamentos Secundários TRATAMENTO VANTAGENS DESVANTAGENS Lagoas Facultativas e Anaeróbias Facultativas Remoção da demanda bioquí mica de oxigênio Fácil construção e Manutenção Necessita de grandes extensões territoriais Dificuldade em atender os padrões de lan çamento Proliferação de insetos Sujeito à interferência climática Lagoa Aerada Facultativa Fácil construção operação e manutenção Não requer tanta extensão de território Eficiente na remoção da de manda bioquímica de oxigênio Elevado consumo energético Necessidade de equipamento e maquinário Baixa remoção de coliformes Manutenção para remoção de lodo periódica Tanque Séptico Resistência à variação de carga Não requer extensão territorial elevada Eficiente remoção da demanda bioquímica de oxigênio Baixa eficiência aos nutrientes relacionados à eutrofização Gera odores fortes e desagradáveis Necessita de póstratamento Reator UASB Baixos requisitos de área e energia Eficiente para a remoção da de manda bioquímica de oxigênio Possibilita reuso do Biogás Necessita de póstratamento Baixa eficiência aos nutrientes relacionados à eutrofização Lodos Ativados Baixos requisitos de área Eficiente para remoção de fós foro nitrogênio e demanda bioquímica de oxigênio Elevados consumos de energia para opera ção Problemática com ruídos Pouca eficiência para remoção de coliformes Fonte adaptado de Andreoli Von Sperling e Fernandes 2001 Em todos os tipos de tratamento secundário citados é necessário fazer a gestão adequada do lodo gerado sendo que o lodo resultante da atividade biológica eventualmente e conforme a necessi dade deverá ser retirado da lagoa em que estiver sendo aplicado preferencialmente quando sua atividade biológica for reduzida devido à intensa utilização Antes de seu descarte todo esse lodo residual deverá ser tratado antes de receber uma destinação final adequada 106 Gerenciamento de Recursos Hídricos Tratamento de Águas Residuárias Tratamento Terciário A adsorção consiste em um processo físico ou químico que in duz aglomeração das substâncias de interesse em uma superfície como exemplo é possível citar o carvão ativado que apresenta sua superfície modificada para atrair substâncias específicas A adsor ção pode ser realizada utilizando resíduos da produção que sirvam como suporte ou superfície para a adesão de moléculas elaboradas específicas como pesticidas corantes hormônios dentre outras Já os processos oxidativos avançados POA consistem em pro cessos que visam a eliminação de substâncias mediante a quantidade de radicais hidroxilos OH disponíveis para oxidação da substância de interesse Alguns exemplos de POA são a fotocatálise Figura 4 ozonização e fotólise Para acelerar esses processos utilizamse ra dicais oxidantes e pouco seletivos que podem ser obtidos por meio de diferentes combinações entre a radiação ultravioleta peróxido de oxigênio ozônio e fotocatalisadores Fotocatálise Poluente orgânico lente TiO2 CO2 H20 CO2 H20 Poluente orgânico Figura 4 Fotocatálise Tenha sua dose extra de conhecimento assistindo ao vídeo Para acessar use seu leitor de QR Code A última etapa do tratamento de efluentes consiste na última ten tativa de adequar os parâmetros que ainda não se enquadraram nos valores estabelecidos pela legislação Dentre as opções an teriores o tratamento terciário se torna o mais variável de acordo com a necessidade logo pode mos relacionar essa etapa com a composição inicial do efluente e suas necessidades específicas Alguns exemplos desse trata mento são a desinfecção adsor ção em carvão ativado processos oxidativos avançados dentre outros processos que visam a re moção de poluentes específicos como o nitrogênio e o fósforo que aceleram o processo de eu trofização em corpos hídricos A desinfecção é realizada pela ação de agentes saneantes ou energia na forma de radiação ultraviole ta com o intuito de eliminar mi crorganismos característicos do tratamento de esgotos e estranhos ao meio ambiente Esses micror ganismos normalmente estão atrelados a doenças de veiculação hídrica e serão abordadas em um encontro específico 107 UNIDADE 4 Outro tratamento terciário relevante é o trata mento por meio de membranas filtrantes que são capazes de realizar a separação de partículas só lidas da água por meio de pequenas membranas porosas ou semipermeáveis planas ou tubulares As membranas são capazes de remover moléculas e compostos iônicos dissolvidos atuando como barreira seletiva retendo determinadas substân cias A filtração por meio de membranas atual mente tem sido objeto de grande atenção nos processos de tratamento de água potável Dentre os motivos para tal atenção destacamse as legis lações cada vez mais rígidas e a pressão social para melhoria do padrão de saúde Dentre os diferentes tipos de membranas uti lizadas no tratamento de água destacamse as membranas de microfiltração ultrafiltração na nofiltração e a de osmose reversa Tais membranas podem ser diferenciadas pelo diâmetro dos poros e resistência à pressão que promove a separação dos contaminantes As membranas de osmose reversa são mais seletivas e as de microfiltração são as menos seletivas A deposição de material em suspensão sobre a superfície da membrana ocasiona a formação da torta podendo ocorrer o acúmulo da solução na região contribuindo com a resistência devido à formação de um gel Uma problemática relaciona da ao uso de membranas no tratamento de efluen tes está relacionada ao acúmulo de substâncias na superfície da membrana ocasionando o fouling ou entupimento da membrana Para solucionar tal problema limpezas devem ser incorporadas ao sistema de operação como forma de prevenir o fouling LAUTENSCHLAGER DERREIRA FILHO PEREIRA 2009 Para László et al 2009 a filtração por mem branas é um método eficiente para redução de DQO entretanto amostras com elevado teor de matéria orgânica ocasionam o fouling da mem brana e reduzem drasticamente o fluxo de per meado Tal fato dificulta a utilização de membra nas em escala industrial Porém países desenvolvidos já vêm aplican do com sucesso o tratamento com membranas em amostras com menor teor de sólidos e menor carga orgânica as membranas filtrantes ainda são encontradas nas indústrias alimentícias como fer ramenta para recuperação de insumos proteicos demonstrando que essa tecnologia emergente apresenta tendências de adaptabilidade e em um futuro próximo poderão ser empregadas com sucesso no tratamento de efluentes MATEUS et al 2017a MATEUS et al 2017b Ouça o Podcast da CBN Cidadania e Sustentabilidade e entenda como Cingapura tem combatido a falta de água cada vez maior Utilizando tecnologias de ponta o país é capaz de até mesmo reciclar esgoto doméstico e potabilizálo Disponível em httpwwwcbnmaringacombrnoticiacingapurapossuiestrategiashidricaspara combaterfaltadeagua 108 Gerenciamento de Recursos Hídricos Tratamento de Águas Residuárias Vale ressaltar que dependendo do objetivo a ser alcançado para o efluente a ser tratado nem todas essas etapas precisam ser realiza das por exemplo caso você busque apenas alcançar os padrões es pecificados para o descarte de efluentes normalmente a associação de tratamentos preliminares primário e secundário proporcionarão os resultados esperados agora caso você almeje a reutilização de água dentro da indústria alguns cuidados devem ser tomados A reutilização de água dentro da indústria tem recebido grande atenção nos últimos anos e se tornado foco de inúmeras pesquisas entretanto a maior realização que se faz de água dentro das indús trias após o tratamento é a reutilização secundária destinada a processos que não requerem elevada qualidade e que não prejudique a qualidade final do produto como a irrigação higiene de áreas de lazer pátios e caminhões Para que seja possível uma reutilização primária de água pela indústria ou seja como parte ou insumo no processo a água deve atender elevados padrões de qualidade incluindo do ponto de vista microbiológico sendo os processos terciários de nanofiltração ou osmose reversa recomendados para tal ação Nesta unidade observamos inúmeras informações sobre os efluentes industriais e sanitários desde limites para a disposição em corpo hídrico até a sua legislação específica e podemos com preender que ambos os efluentes são um reflexo expresso de sua utilização assim aprendemos que um efluente nunca apresentará composição diferente daquela que está relacionada ao seu processo produtivo ou de beneficiamento Podemos por fim conhecer os diferentes tipos de tratamento utilizados sendo eles o tratamento preliminar primário secundário e terciário este que se faz tão relevante para indústria especialmente por ser a última etapa para adequar os efluentes aos padrões dese jados e esperados para seu despejo possibilitando ainda condições de reutilização do efluente tratado dentro da própria indústria Sendo assim conhecer todos os processos da indústria nunca foi tão importante pois desta forma é possível conhecer a composi ção do efluente final e buscar dentre as alternativas de tratamento disponívelexistentes aquela que melhor se adequa à realidade financeira e operacional da indústria 109 Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução 1 Os processos oxidativos avançados têm obtido grande atenção em função do aumento da complexidade e dificuldade no tratamento de águas residuárias Tal fato resultou na intensificação da busca por novas metodologias visando a remediação desses re jeitos Em relação aos processos oxidativos avançados assinale a alternativa correta a Os processos oxidativos avançados são componentes do tratamento primário b Possuem como principal objetivo a eliminação de sólidos dissolvidos e em suspensão c São exemplos de processos oxidativos avançados o gradeamento e a coagulação d Processos oxidativos avançados são componentes do tratamento preliminar e Visam eliminação de substâncias mediante a quantidade de radicais hidroxilos OH disponíveis para oxidação 2 As técnicas de tratamento terciário são responsáveis pela remoção de substâncias específicas como hormônios ou fármacos que não puderam ser removidas nas eta pas anteriores de tratamento Dentre as técnicas destinadas ao tratamento terciário figuram a adsorção os processos oxidativos avançados e a filtração por membranas Dentre os processos citados a filtração em membranas se destaca como uma técnica emergente que garante excelentes resultados para a recuperação de insumo trata mento de água e efluentes Em face do exposto discorra sobre o processo de filtração em membranas abordando suas características e especificidades 3 O tratamento secundário possui como essência a atividade biológica visando a remo ção de matéria orgânica Nessa etapa em reservatórios destinados exclusivamente a esse tratamento microrganismos como bactérias e fungos consomemdegradam a matéria orgânica gerando subprodutos não tóxicos água e gás carbônico Entre tanto para o sucesso desse tratamento alguns fatores devem ser controlados para otimizar a ação dos microrganismos como temperatura pH e presença ou ausência de oxigênio Entretanto todo tratamento secundário resultará em um lodo residual da atividade microbiológica que deve receber uma atenção especial Considerando o exposto discorra brevemente sobre as medidas que devem ser tomadas em relação a esse novo resíduo 110 Manual de Tratamento de Efluentes Industriais Autor José Eduardo W Cavalcanti Editora Engenho Sinopse esse manual visa proporcionar aos profissionais conhecer as nuances que envolvem o tratamento de efluentes industriais Prioritariamente dirigido à indústria é constituído por 18 capítulos abordando temas especialmente se lecionados em função das necessidades na condução do processo de controle de poluição no que tange a tratamento de efluentes e reuso de água LIVRO 111 ANDREOLI C V VON SPERLING M FERNANDES F Lodo de Esgotos tratamento e disposição final Belo Horizonte Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental UFMG 2001 BASSANI F Monitoramento do lixiviado do aterro controlado de Maringá Paraná e avaliação da tratabilidade com coagulantes naturais radiação ultravioleta UV e ozônio 2010 127 f Dissertação Mestrado em Engenharia Urbana UEM Maringá 2010 BOILLOT C et al Daily physicochemical microbiological and ecotoxicological floculations of a hospital effluent according technical and care activities Science of the Total environment n 403 p 113129 2008 BORDONALLI A C O MENDES C G N Reuso de água em indústria de reciclagem de plástico tipo PEAD Eng Sanit Ambient v 14 n 2 p 235244 2009 BRASIL Resolução CONAMA nº 4302011 Dispõe sobre condições e padrões de lançamento de efluentes e altera a Resolução 357 de 17 de Março de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA 2011 BROOKMAN S K E Estimation of biochemical oxygen demand in slurry and effluents using ultra violet spectrophotometry Water Research sl v 31 n 2 p 372374 fev 1997 Elsevier BV httpdxdoi org101016s0043135496002503 DEZZOTI M coord Processos e técnicas para o controle ambiental de efluentes líquidos Rio de Janeiro Epapers 2008 GIORDANO G Tratamento e controle de efluentes industriais Revista ABES Rio de Janeiro n 76 v 4 p 81 2004 KAMIDA H M et al Biodegradação de efluente têxtil por Pleurotus sajorcaju Quím Nova São Paulo v 28 n 4 p 629632 ago 2005 LÁSZLÓ Z et al Effect of preozonation on the filterability of model dairy waste water in nanofiltration De salination v 240 p 170177 2009 LAUTENSCHLAGER S R FERREIRA FILHO S S PEREIRA O Modelação matemática e otimização ope racional de processos de membrana de ultrafiltração Revista Engenharia Sanitária Ambiental v 14 n 2 p 215222 abrjun 2009 112 MATEUS G A P et al Evaluation of natural coagulant Moringa oleifera Lam in the treatment of dairy was tewater in different pH Acta Hortic v 1158 p 357364 2017a MATEUS G A P et al CoagulationFlocculation with Moringa oleifera and Membrane Filtration for Dairy Wastewater Treatment Water Air Soil Pollut p 228342 2017b SILVA E M Avaliação de um sistema piloto para tratamento de efluentes de sala de ordenha de bovi nocultura Campinas 2007 130 f Dissertação Mestrado em Engenharia Agrícola Universidade Estadual de Campinas UNICAMP 2007 VON SPERLING M Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos 3 ed Belo Horizonte Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental UFMG 2005 WHO World Health Organization Guidelines for drinkingwater quality 2 ed Geneva WHO 1993 113 1 E 2 Dentre os diferentes tipos de membranas utilizadas no tratamento de água destacamse as membranas de microfiltração ultrafiltração nanofiltração e a de osmose reversa Tais membranas podem ser diferen ciadas pelo diâmetro dos poros e resistência à pressão que promove a separação dos contaminantes As membranas de osmose reversa são mais seletivas e as de microfiltração são as menos seletivas A depo sição de material em suspensão sobre a superfície da membrana ocasiona a formação da torta podendo ocorrer o acúmulo da solução na região contribuindo com a resistência devido à formação de um gel Uma problemática relacionada ao uso de membranas no tratamento de efluentes está relacionada ao acúmulo de substâncias na superfície da membrana ocasionando o fouling ou entupimento da membrana Para solucionar tal problema limpezas devem ser incorporadas ao sistema de operação como forma de prevenir o fouling A filtração por membranas é um método eficiente para redução de DQO entretanto amostras com elevado teor de matéria orgânica ocasionam o fouling da membrana e reduzem drasticamente o fluxo de permeado Tal fato dificulta a utilização de membranas em escala industrial 3 Em todos os tipos de tratamento secundário citados é necessário fazer a gestão adequada do lodo gerado sendo que o lodo resultante da atividade biológica eventualmente e conforme a necessidade deverá ser retirado da lagoa em que estiver sendo aplicado preferencialmente quando sua atividade biológica for reduzida devido à intensa utilização Antes de seu descarte todo esse lodo residual deverá ser tratado antes de receber uma destinação final adequada Diário de Bordo PLANO DE ESTUDOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Apresentar os fatores influenciadores da geração de re síduos sólidos Classificar os tipos de resíduos de acordo com normas e legislações vigentes Entender o papel da coleta e transporte na gestão ade quada dos resíduos sólidos De onde vêm os Resíduos Sólidos Classificação dos Resíduos Sólidos Coleta e Transporte de Resíduos Sólidos Esp João Marcos Pardo Me Gustavo Affonso Pisano Mateus Me Renata Cristina de Souza Chatalov Resíduos Sólidos Geração Classificação Coleta e Transporte De onde vêm os Resíduos Sólidos Caroa alunoa nesta unidade abordaremos a questão dos resíduos sólidos gerados por quase todas as atividades humanas e compreendidos por uma grande diversidade de materiais em que es tão incluídos orgânicos papéis plásticos garrafas lâmpadas bagaço de cana entulho de construção civil pneus pilhas baterias medicamentos ven cidos entre outros Se não bastasse a grande variedade na com posição dos resíduos sólidos sua quantidade e qualidade mudaram no decorrer dos anos acom panhando as mudanças culturais tecnológicas e comportamentais da sociedade pois quanto mais a população e a economia crescem mais quanti dades de resíduos são geradas Veremos também a definição de resíduos só lidos de acordo com a NBR ABNT 100042004 a classificação dos resíduos sólidos bem como a sua tipologia Essa norma classifica os resíduos sólidos em I perigosos IIA não inertes e IIB inertes e é importante para se pensar na gestão de resíduos dentro de uma organização Finalmente estudaremos aspectos importantes e iniciais do gerenciamento de resíduos sólidos a geração a coleta o acondicionamento a coleta externa e o transporte 117 UNIDADE 5 A palavra lixo é derivada do latim lix que signi fica cinza No dicionário ela é definida como sujeira imundície coisa ou coisas inúteis velhas sem valor De acordo com Rocha Rosa e Cardoso 2009 lixo é considerado como sendo restos das atividades hu manas consideradas pelos geradores como inúteis descartáveis ou indesejáveis Para Philippi Jr e Aguiar 2005 os resíduos constituem os subprodutos da atividade humana com características específicas definidas geralmente pelo processo que os gerou Já os rejeitos são todos os resíduos que não têm apro veitamento econômico por nenhum processo tecno lógico disponível e acessível A Associação Brasileira de Normas e Técnicas ABNT por meio da Norma Regulamentadora NBR 100042004 define resíduos sólidos como sendo aqueles que resultam de atividades de origem industrial doméstica hospitalar comercial agrícola de serviços e varrição Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição bem como determinados líquidos cujas particu laridades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos dágua ou exijam para isso soluções técnicas e eco nomicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível ABNT 2004 p 1 Os resíduos sólidos Figura 1 são gerados por quase todas as atividades humanas compreendem uma grande diversidade de materiais nos quais incluem restos de alimentos computadores gar rafas plástico papelão bagaço de cana lâmpadas queimadas palha de milho baterias pilhas lodos de estação de tratamento de esgoto ETE pneus peças anatômicas remédios vencidos materiais radioativos sucata de metal produtos químicos perigosos trapos velhos e outros Figura 1 Resíduos Sólidos Outros fatores que influenciam a geração dos re síduos sólidos no meio urbano são Variações sazonais Condições climáticas Nível educacional Poder aquisitivo Área relativa de produção Sistematização na origem Número de habitantes do local Segregação na origem Leis e regulamentações específicas Tipo de equipamentos de coleta Hábitos e costumes da população Naturalmente a gestão adequada dos resíduos sólidos depende da análise de tais fatores com o fim de otimizar recursos 118 Resíduos Sólidos Geração Classificação Coleta e Transporte As classificações mais utilizadas dos resíduos só lidos são quanto aos riscos potenciais de conta minação do meio ambiente e quanto à natureza ou origem Classificação quanto aos Riscos Potenciais de Contaminação do Meio Ambiente A ABNT NBR 100042004 estabelece que a clas sificação dos resíduos pode ser feita com base nos critérios de periculosidade Podemos observar essa classificação na Figura 2 Classificação dos Resíduos Sólidos 119 UNIDADE 5 Resíduos Sólidos Perigosos Não Perigosos Classe l Classe ll Classe ll A Classe ll B Não Inertes Inertes Figura 2 Classificação dos Resíduos Sólidos de acordo com a NBR 100042004 Fonte adaptada de ABNT 2004 Resíduos Classe I Perigosos são provenientes principalmente de processos produtivos em uni dades industriais e fontes específicas No entanto podem estar presentes também em domicílios e comércios ABNT 2004 São resíduos ou mis tura de resíduos que por sua natureza inflama bilidade corrosividade reatividade toxicidade e patogenicidade e por suas propriedades físicas químicas ou infectocontagiosas podem apresen tar riscos à saúde pública provocando ou acen tuando aumento da mortalidade por incidências de doenças e dos riscos ao meio ambiente quando o resíduo for gerenciado de maneira inadequada DERÍSIO 2012 Como exemplos de resíduos classe I temos pilhas baterias lâmpadas fluorescentes compo nentes eletrônicos de alta tecnologia chips fibra ótica semicondutores tubos de raios catódicos embalagens de agrotóxicos resíduos de tintas e solventes BRASIL 2006 Resíduos Classe IIA Não Inertes podem ter como propriedades a biodegradabilidade a combustibilidade ou a solubilidade em água ABNT 2004 Como exemplos desses resíduos temos resíduos orgânicos papéis plásticos po das de árvores e outros Resíduos da Classe IIB Inertes não apre sentam nenhum de seus constituintes solubili zados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade em água com exceção dos aspectos cor turbidez dureza e sabor Ocorrendo a impos sibilidade do enquadramento dos resíduos em pelo menos um dos critérios tóxico corrosivo inflamável reativo e patogênico a mesma norma estabelece a necessidade de que amostras deles sejam submetidas a ensaios tecnológicos Classificação quanto à Origem ou Natureza No que diz respeito em função de sua origem ou natureza a classificação dos resíduos sólidos pode ser domiciliar ou doméstico comercial pú blico serviços de saúde agrícola industrial e de construção civil Os resíduos domiciliares são provenientes de atividades residenciais como res tos de alimentos jornais revistas garrafas emba lagens papel higiênico e uma variedade de outros itens Os resíduos comerciais são originados a partir de atividades comerciais e de serviços por exemplo papel plásticos embalagens e outros Os resíduos públicos são oriundos de limpeza pública urbana logradouros públicos feiras livres e outros Como exemplos podemos citar terra areia folhas galhadas e também aqueles descar tados de forma inadequada pela população como entulho papéis restos de alimentos e embalagens Os resíduos de serviços de saúde são aqueles comuns e especiais produzidos em serviços de saúde tais como hospitais laboratórios farmácias clínicas veterinárias etc Podemos observar essa classificação de acordo com a RDC ANVISA nº 30604 e a Resolução do CONAMA 35805 no Quadro 1 a seguir 120 Resíduos Sólidos Geração Classificação Coleta e Transporte Quadro 1 Classificação dos Resíduos de Serviços de Saúde CLASSE DEFINIÇÃO EXEMPLO A Biológicos Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que por suas caracte rísticas de maior virulência ou concentra ção podem apresentar risco de infecção Culturas e estoques de microrga nismos bolsas contendo sangue peças anatômicas e outros B Químicos Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pú blica ou ao meio ambiente dependendo de suas características de inflamabilidade corrosividade reatividade e toxicidade Resíduos de saneantes desinfec tantes efluentes de processadores de imagem reagentes para labora tório e outros C Radioativos Quaisquer materiais resultantes de ativi dades humanas que contenham radionu clídeos em quantidades superiores aos limites de eliminação especificados nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear CNEN e para os quais a reutili zação é imprópria ou não prevista Materiais resultantes de laborató rios de pesquisa e ensino na área de saúde laboratórios de análises clínicas e serviços de medicina nuclear e radioterapia que conte nham radionuclídeos em quanti dade superior aos limites de elimi nação D Comuns Resíduos que não apresentem risco bio lógico químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente podendo ser equipa rados aos resíduos domiciliares Papéis plásticos resíduos orgâni cos papelão e outros E Perfurocortantes Materiais perfurocortantes ou escarifi cantes Lâminas de barbear agulhas es calpes ampolas de vidro brocas limas endodônticas e outros Fonte adaptado de Conama 2005 e Anvisa 2004 O manejo dos resíduos de saúde é entendido como a ação de gerenciar os resíduos em seus aspec tos dentro e fora do estabelecimento desde a geração até a disposição final DUARTE 2010 O seu manuseio está regulamentado pela norma NBR 1280993 da ABNT e compreende os cuidados que se deve ter para segregar os resíduos na fonte e para lidar com os resíduos perigosos Monteiro et al 2001 afirma que o procedimento mais importante para manusear os resíduos dos serviços de saúde é a hora de separar na própria origem o lixo infectante dos resíduos comuns uma vez que o primeiro representa apenas 10 a 15 do total de resíduos e o lixo comum não necessita de muitos cuidados Além disso para manusear os resíduos infectantes devem ser utilizados os seguintes equipamentos de proteção individual EPI avental plástico luvas bota ou sapato fechado óculos e máscara Os resí duos de serviços de saúde devem ser acondicionados diretamente nos sacos plásticos regulamentados pela norma NBR 91912000 da ABNT sustentados por suportes metálicos para que não haja contato direto dos funcionários com os resíduos e os suportes são operados por pedais No gerenciamento dos resíduos de saúde devem estar previstos além do manejo a segregação o tratamento o acondicionamento a identificação coleta e transporte interno o armazenamento tem porário a coleta externa e a disposição final DUARTE 2010 121 UNIDADE 5 Os resíduos de portos aeroportos e ter minais rodoviários são gerados em termi nais dentro de navios aviões e veículos de transporte Resíduos de aeroportos e portos podem ser decorrentes do consumo dos pas sageiros e sua periculosidade está no risco de transmissão de doenças que já foram erra dicadas no país A transmissão pode ocorrer também por meio de cargas que podem es tar contaminadas tais como animais plantas e carnes MONTEIRO et al 2001 Os resíduos agrícolas são compostos por embalagens de fertilizantes e defensivos agrí colas rações resíduos de colheita e outros Assim o manuseio deles deve seguir as mes mas rotinas e utilizar os mesmos recipientes empregados para resíduos classe I Perigo sos no caso de embalagens de agrotóxicos Os resíduos industriais são aqueles gera dos pelas atividades industriais são muito variados e apresentam características di versificadas pois estas dependem do tipo de produto manufaturado Portanto devem ser estudados caso a caso e é imprescindível o conhecimento prévio do processo indus trial para classificação do resíduo Para isto é adotada a NBR 1000404 da ABNT para se classificarem os resíduos industriais Classe I Perigosos Classe IIA Não Inertes e Classe IIB Inertes que abordamos no início deste tópico No caso dos resíduos industriais quando a sua origem é desconhecida o trabalho para classificá lo se torna mais complexo Nesse caso a experiên cia e o bom senso do técnico serão fundamentais Muitas vezes mesmo para resíduos com origem conhecida tornase impossível conseguir uma res posta conclusiva e para estes casos será necessário analisar parâmetros indiretos ou realizar bioen saios A NBR 1000404 apresenta um fluxograma simples com etapas necessárias para classificação de um resíduo que podemos visualizar na Figura 3 RESÍDUO O resíduo tem origem conhecida Consta nos anexos A ou B Tem catacterísticas de Infamabilidadecorrosividade reatividadetoxicidade ou patogenicidade RESÍDUO PERIGOSO classe l Resíduo não perigoso classe ll Possui constituintes que são solubilizados em concentrações superiores ao anexo G RESÍDUO NÃOINERTE classe ll A RESÍDUO INERTE classe ll B SIM SIM SIM SIM NÃO NÃO NÃO NÃO Figura 3 Fluxograma NBR 100042004 Fonte adaptada de Brasil 2004 122 Resíduos Sólidos Geração Classificação Coleta e Transporte A caracterização de um resíduo iniciase du rante o processo industrial que originou o resí duo É importante que se obtenha informações suficientes do processo que possa permitir a caracterização correta do resíduo por exem plo revisando fluxogramas balanços de mas sa localizando entradas e saídas Além disso é importante observar as características físicas do resíduo volume produzido bem como sua composição Baseado nestas informações po dese definir se o resíduo é ou não conhecido e verificar se ele é encontrado no Anexo A ou B da NBR 10004 ABNT 2004 Caso seja encontrado o resíduo em uma des sas listagens ele é automaticamente classificado como perigoso classe I Se não for encontrado Quadro 2 Classificação dos Resíduos de Construção Civil CLASSE DEFINIÇÃO EXEMPLOS A Resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados Tijolos blocos telhas placas de revestimento argamassa concreto B Resíduos recicláveis para outras des tinações Plástico papel papelão metais vidros e ma deiras C Resíduos para os quais não foram de senvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permi tam a sua reciclagemrecuperação Gesso D Resíduos perigosos oriundos do pro cesso de construção Tintas solventes óleos e outros ou aqueles conta minados oriundos de demolições reformas e repa ros de clínicas radiológicas e instalações industriais Fonte adaptado de Conama 2002 Sobre a disposição dos resíduos de construção civil a Resolução CONAMA n 3072002 afirma que eles não poderão ser dispostos em aterros de resíduos do miciliares em áreas de bota fora em encostas corpos dágua lotes vazios e em áreas protegidas por Lei mas infelizmente em grande parte dos municípios esses resíduos são depositados clandestinamente em margens de rios ou terrenos baldios A deposição irregular de entulho pode ocasionar proliferação de vetores de doenças entupimento de galerias e bueiros assoreamento de córregos e rios contaminação de águas superficiais e poluição visual Resíduos sólidos com características especiais como os vistos anteriormente saúde agríco las construção civil entre outros possuem regulamentações específicas com relação à sua geração classificação coleta transpor te tratamento e destinação final Consultar as normas de cada um deles é essencial para realizar sua gestão adequada é importante verificar informações sobre esse re síduo com o intuito de verificar se ele possui ou não características de inflamabilidade corrosivi dade reatividade toxicidade ou patogenicidade Caso não consiga verificar essas características é recomendado que se faça coleta de amostras desse resíduo e encaminhe para um laboratório especializado para que façam testes que permitam verificar essas especificações SILVA 2008 Os Resíduos da Construção Civil são com postos por materiais de demolições entulhos e solos de escavações além disso podem conter componentes tóxicos tais como resíduos de tin tas solventes e peças de Amiantos São classifi cados de acordo com a Resolução do CONAMA 30702 que podemos visualizar no Quadro 2 123 UNIDADE 5 Para Souto e Povinelli 2013 a coleta é o ponto chave no gerenciamento de resíduos sólidos é a etapa em que os resíduos são recolhidos junto ao gerador e encaminhados para a destinação final A coleta dos resíduos sólidos urbanos feita pelo município ou empresa concessionária recebe o nome de coleta regular A coleta de outros tipos de resíduos recebe o nome de coleta especial Quan do existe uma segregação prévia de acordo com a composição ou na constituição dos resíduos temos a coleta seletiva A segregação na fonte permitenos otimizar os sistemas de tratamento e disposição final dos resíduos Quando se permite que um resíduo pe rigoso seja misturado a resíduos não perigosos o resultado é que a massa total de resíduo acaba sen do classificada como perigosa tratada e disposta como tal Dessa maneira nunca devemos misturar resíduos perigosos com resíduos comuns Coleta e Transporte de Resíduos Sólidos 124 Resíduos Sólidos Geração Classificação Coleta e Transporte Coleta Regular Geralmente essa coleta é feita de porta em porta com caminhões compactadores Os Resíduos Sólidos Urbanos RSU podem ser acondicionados em sacos plásticos Figura 4 como é feita aqui no Brasil ou contêineres Figura 4 Sacos plásticos para acondicionamento de resíduos Logística reversa é o conjunto de ações procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial para reaproveitamento em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos ou outra destinação final ambientalmente adequada BRASIL Lei 1230510 Coleta Especial Existem vários tipos de resíduos que não devem ser misturados aos RSU como Resíduos de Ser viços de Saúde RSS e Resíduos da Construção Civil RCC Para alguns resíduos como é o caso dos RCC pode ser aplicada a lo gística reversa que consiste no processo de retornar um mate rial do consumidor ao fabricante Outros exemplos de mate riais que estão sujeitos à logís tica reversa são os agrotóxicos pilhas baterias lâmpadas fluo rescentes e outros Coleta Seletiva A coleta seletiva é muito impor tante para o sucesso de inicia tivas como a reciclagem pois tende a aumentar a quantidade de matériaprima disponível Em um programa de coleta seletiva o acondicionamento dos resíduos recicláveis pode ser feito de forma diferencia da A Resolução CONAMA n 2752001 estabelece um código de cores para os diferentes tipos de resíduos na coleta seletiva de acordo com o Quadro 3 125 UNIDADE 5 Quadro 3 Código de Cores para resíduos sólidos COR MATERIAL Azul Papel e papelão Vermelho Plástico Verde Vidro Amarelo Metal Preto Madeira Laranja Resíduos perigosos Branco Resíduos ambulatoriais e de saúde Roxo Resíduos radioativos Marrom Resíduos orgânicos Cinza Resíduo geral não reciclável misturado ou contaminado não passível de segregação Fonte adaptado da Conama 2001 A coleta seletiva de lixo pode apresentar inúmeras vantagens tais como Aumento da vida útil no aterro sanitário Redução no consumo de energia Redução dos gastos com limpeza urbana Diminuição na poluição da água e do solo Geração de empregos Renda para comercializa ção dos recicláveis Além disso os resíduos recicláveis retornam ao ciclo de produção como matériaprima reduzindo o consumo de energia e de recur sos naturais e a matéria orgânica após sua transformação em com postos orgânicos é reintroduzida no ciclo ecológico como condi cionador de solos rico em húmus DUARTE 2010 Transporte de Resíduos Sólidos Os resíduos quando coletados devem ser transportados até os pontos de destinação final sejam eles as indústrias de reciclagem centrais de tratamento ou aterros Quando as distâncias e volumes são pequenos o transporte pode ser feito pelos próprios veículos de coleta Figura 5 Figura 5 Caminhão de coleta de lixo automatizado 126 Resíduos Sólidos Geração Classificação Coleta e Transporte Nesta unidade abordamos a problemática dos resíduos só lidos bem como suas formas de gerenciamento Vimos as pectos pertinentes à geração estudamos que a mudança de comportamento da população a economia a sazonalidade há bitos de consumo mudanças tecnológicas e mudanças cul turais influenciam diretamente na geração de resíduos pois à medida que há crescimento e mudança consequentemente há um aumento na quantida de de resíduos Estudamos que uma das formas de minimizar a quantidade de resíduos sólidos é a redução na geração coleta seletiva reciclagem e outros programas para diminuir a quantidade de resíduos Para melhor entendermos a gestão de resíduos estudamos a classificação dos resíduos sólidos de acordo com a NBR 140012004 como Classe I pe rigosos Classe IIA não inertes e classe IIB inertes Além disso vimos que os resíduos sólidos são classificados de acordo com sua origem em domésticos industriais serviços de saúde construção civil radioativos públicos comerciais agrícolas e outros O processo que os ori ginou é fundamental para seu manejo e gerenciamento Bons estudos 127 Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução 1 Assinale a alternativa correta quanto à norma brasileira que define e classifica os resíduos sólidos a NBR 122161992 b NBR 100042004 c NBR 100062004 d NBR 100072004 e NBR 101202007 2 Os resíduos são constituídos por subprodutos da atividade humana com ca racterísticas específicas definidas geralmente pelo processo que os gerou Sobre os fatores que influenciam a geração dos resíduos sólidos analise as afirmativas a seguir I A urbanização bem como o aumento populacional acompanha a série de mudanças no estilo de vida e consumo da população e consequentemente aumentam a geração de resíduos II Os resíduos produzidos passaram a abrigar compostos sintéticos e prejudi ciais aos ecossistemas e à saúde humana decorrente das novas tecnologias incorporadas ao cotidiano III No Brasil temos uma estimativa exata da quantidade de resíduos sólidos gerados por habitantedia IV A maior parte dos resíduos sólidos gerados no Brasil é composta por resíduos hospitalares É correto o que se afirma em a I e II apenas b I e III apenas c II e III apenas d I II e III apenas e II III e IV apenas 128 3 A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos tratase do conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes impor tadores distribuidores e comerciantes dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos para mi nimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados bem como para reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos BRASIL 2019 Fonte BRASIL Ministério do Meio Ambiente Logística Reversa Disponível em http wwwmmagovbrcidadessustentaveisresiduosperigososlogisticareversa Acesso em 28 mar 2019 Assim os fabricantes e comerciantes precisam criar ferramentas ou instrumen tos que permitam o retorno do produto ao início do ciclo produtivo quando possível Um dos instrumentos utilizados para fazer com que isso aconteça é a O ecodesign b A logística reversa c A gestão da cadeia de suprimentos d O gerenciamento da qualidade dos produtos e O gerenciamento dos canais de distribuição 129 Engenharia Ambiental Autor Maria do Carmo Calijuri Davi Gasparini Fernandes Cunha Editora Campus Sinopse livro pioneiro na área Engenharia Ambiental Conceitos Tecnologia e Gestão reúne material didático proveniente de diversos campos de conhe cimento para oferecer uma boa base aos alunos de cursos de graduação em Engenharia Ambiental O livro busca uma transição das engenharias hard para uma engenharia que leva explicitamente em conta a vida no planeta e repre senta um acordar para a Engenharia Ambiental de maneira fluida reforçando a responsabilidade da engenharia para com o meio ambiente Dividido em cinco eixos temáticos desde fundamentos até gestão ambiental varrendo os ecos sistemas impactos ambientais e ações mitigadoras o livro apresenta de forma didática os conceitos modernos como os da microbiologia e as suas técnicas São ressaltados os serviços proporcionados por diversos ecossistemas e as estratégias sustentáveis para os usos humanos LIVRO 130 ABNT NBR 8419 Apresentação de projetos de aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos Brasília 1992 ABNT NBR 9191 Sacos plásticos para acondicionamento de lixo Requisitos e métodos de ensaio Brasília 2000 ABNT NBR 10004 Resíduos sólidos Classificação Brasília 2004 ABNT NBR 12809 Manuseio de resíduos de serviços de saúde Procedimento Brasília 1993 ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária Resolução RDC nº 306 de 07 de dezembro de 2004 Dispõe sobre o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde Ministério da Saúde 2004 Disponível em httpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisanvisa2004res030607122004html Acesso em 28 mar 2019 BRASIL Lei nº 12305 de 02 de agosto de 2010 Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos altera a Lei nº 9605 de 12 de fevereiro de 1998 e dá outras providências Presidência da República 2010 Disponível em httpwwwplanaltogovbrccivil03Ato200720102010LeiL12305htm Acesso em 28 mar 2019 BRASIL Ministério da Saúde Agência Nacional de Vigilância Sanitária Manual de gerenciamento de resí duos de serviços de saúde Ministério da Saúde Agência Nacional de Vigilância Sanitária Brasília Ministério da Saúde 2006 CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resolução nº 275 de 25 de abril de 2001 Estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduos a ser adotado na identificação de coletores e transportadores bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva Diário Oficial da União 2001 CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resolução nº 307 de 5 de julho de 2002 Ministério das Cidades Secretaria Nacional de Habitação Diário Oficial da União 2002 CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resolução nº 358 de 29 de abril de 2005 Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos de serviços de saúde e dá outras providências Diário Oficial da União 2005 DERÍSIO J C Introdução ao controle de poluição ambiental 4 ed São Paulo Oficina de Textos 2012 DUARTE M C Avaliação do Gerenciamento dos Resíduos Sólidos Urbanos do Município de Floresta PR Dissertação Mestrado em Engenharia Urbana Universidade Estadual de Maringá Maringá 2010 131 MONTEIRO J H P et al Manual de Gerenciamento Integrado de resíduos sólidos Rio de Janeiro IBAM 2001 PHILIPPI JR A AGUIAR A O Resíduos sólidos características e gerenciamento In PHILIPPI JR A Sanea mento Saúde e Ambiente Fundamentos para um desenvolvimento sustentável Barueri Manole 2005 ROCHA J C ROSA A H CARDOSO A A Introdução à Química Ambiental 2 ed Porto Alegre Bookman 2009 SILVA F R Gestão de Resíduos Industriais 2 ed São Paulo Via Spaipa 2008 SOUTO G D B POVINELLI J Resíduos Sólidos In CALIJURI M C CUNHA D G F ed Engenharia Ambiental Conceitos Tecnologia e Gestão Rio de Janeiro Elsevier 2013 Gabarito Diário de Bordo Diário de Bordo PLANO DE ESTUDOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Descrever as técnicas utilizadas no tratamento de resíduos sólidos Abordar a importância da disposição final adequada de resíduos sólidos Indicar as principais tratativas relacionadas a resíduos perigosos Apresentar as principais tratativas relacionadas a resíduos Radioativos Técnicas e Tratamentos de Resíduos Sólidos Disposição Final de Resíduos Sólidos Gestão de Resíduos Radioativos Gestão de Resíduos Perigosos Esp João Marcos Pardo Me Gustavo Affonso Pisano Mateus Me Renata Cristina de Souza Chatalov Resíduos Sólidos Trata mento e Disposição Final Técnicas e Tratamentos de Resíduos Sólidos Olá caroa alunoa Nesta unidade daremos sequência aos conteúdos relacionados aos resí duos sólidos Após termos uma visão geral dos fatores envolvidos na geração de resíduos abordare mos algumas técnicas de tratamento tais como compostagem vermicompostagem incineração além do aproveitamento energético de resíduos sólidos Além disso trataremos de fatoreschave no gerenciamento de resíduos sendo a coleta o acondicionamento a coleta externa o transpor te o tratamento e disposição final adequada de resíduos sólidos Apesar de a legislação brasileira proibir a exis tência de lixões a céu aberto desde 2014 preci samos enfrentar a realidade destes que são uma ofensa ao meio ambiente uma forma totalmente inadequada de disposição final de resíduos Ao mesmo tempo daremos atenção aos aterros con trolados e sanitários definindoos e os diferen ciando Veremos também as particularidades de aterros industriais 137 UNIDADE 6 Finalizaremos esta unidade abordando os cuidados necessários para gestão de resíduos perigosos e radioativos que também estão presentes nas indústrias em geral Quando pensamos em uma técnica de tratamento para resíduos sólidos a alternativa a ser adotada deve abordar os aspectos Custo de implantação e operação Disponibilidade financeira dos agentes envolvidos Capacidade de atender às exigências legais Quantidade e capacitação técnica de recursos humanos Para Calijuri e Cunha 2013 o fato de uma alternativa apresentar um custo alto em termos absolutos como um incinerador não é ra zão suficiente para que seja descartada pois talvez seja a mais barata e eficaz para tratar um determinado resíduo industrial ou de servi ços de saúde quando comparadas a outras tecnologias existentes Figura 1 Pá carregadeira removendo húmus Compostagem Para Bidone e Povinelli 2010 a compostagem é um processo de tratamento biológico que transforma resíduos orgânicos em um material estabilizado de nominado húmus ou composto Essa técnica pode ser utilizada para tratar a parcela orgânica dos resíduos sólidos urbanos A compostagem pode ser feita pelo método convencional em que os resíduos são dispostos em leiras de forma cônica ou prismática Nesse processo as leiras pilhas são removidas e umedecidas pe riodicamente por pás carrega deiras ou escavadeiras para se obter a aeração necessária no processo Figura 1 Já no processo de leiras ae radas não há revolvimento por meio de pás ou escavadeiras A aeração é obtida insuflandose ar pela base da leira Para Bidone e Povinelli 2010 isso acelera o processo de compostagem mas exige um maior controle das condições da massa de resíduos 138 Resíduos Sólidos Tratamento e Disposição Final A compostagem ocorre em quatro fases sendo CALIJURI CUNHA 2013 1 A primeira fase ocorre com a decomposi ção da matéria orgânica pelas bactérias e fungos gerando um excedente de calor e isso faz com que a temperatura da leira de compostagem suba rapidamente e atinja a faixa ótima do processo entre 55 ºC e 60 ºC Caso seja deixado ao natural a temperatura pode atingir 70 ºC e assim os microrganismos podem morrer en tão é preciso introduzir um fator externo de controle por isso há a necessidade de fazer um revolvimento da leira de com postagem e adição de umidade 2 A segunda fase com a temperatura ótima a decomposição leva entre 60 a 90 dias pelo método tradicional e 30 dias pelo método de leiras aeradas a manutenção de temperaturas elevadas por um tempo suficientemente longo garante a elimina ção dos patógenos BIDONE POVINEL LI 2010 3 Após a fase mais ativa a temperatura da leira começa a diminuir retornando à temperatura ambiente e esse processo dura de 3 a 5 dias 4 Na quarta etapa ocorre a fase de matura ção ou cura do composto com a formação de ácidos húmicos que leva de 30 a 60 dias A Figura 2 apresenta o composto final húmus Figura 2 Composto ao término do processo de compostagem 139 UNIDADE 6 Vermicompostagem De acordo com Calijuri e Cunha 2013 a ver micompostagem é um processo complementar à compostagem em que há a adição de minhocas que dependem de determinadas condições para sobrevivência Assim o composto não pode ser encharcado pois afogaria as minhocas e também não pode ser ressecado As leiras não podem ser tão profundas pois há a necessidade de ar e a temperatura deve estar entre 12 e 25 ºC A Figura 3 apresenta um processo de vermi compostagem Figura 3 Vermicompostagem Incineração A incineração consiste na combustão dos resíduos em temperaturas elevadas acima de 800 ºC com injeção de ar para garantir a queima completa conversão total da matéria orgânica em CO2 e água Praticamente toda matéria orgânica e umi dade são eliminados CALIJURI CUNHA 2013 Os resíduos são convertidos em cinzas e devem ser classificados com a NBR 100042004 ABNT 2004 e encaminhados para destinação final cor respondente Na incineração os gases gerados no processo devem ser tratados Aproveitamento Energético Alguns resíduos podem ser utilizados para ob tenção de energia O reaproveitamento pode ser direto ou indireto No reaproveitamento direto os resíduos são usados diretamente como fonte de energia podendo passar antes por alguns proces sos simples de tratamento como fragmentação ou moagem No reaproveitamento indireto os resíduos são convertidos por via química ou biológica em outros materiais os quais são empregados como fonte de energia CALIJURI CUNHA 2013 140 Resíduos Sólidos Tratamento e Disposição Final Dentre as técnicas para disposição final de resí duos sólidos temos a forma inadequada que são os lixões e as formas apropriadas e recomendadas que são os aterros sanitários e industriais Veremos cada um deles a seguir Lixões Os lixões Figura 4 apresentamse como o meio mais barato e o pior ambientalmente para dis posição final de resíduos sólidos pois não impli cam custos de tratamento e controle Em outras palavras é apenas a disposição do resíduo a céu aberto em terrenos baldios que fica exposto sem nenhum tratamento provocando intensa prolife ração de moscas baratas e ratos vetores de doenças por meio de organismos patogênicos poluindo o solo e os corpos dágua com o chorume líquido que além de exalar mau cheiro pelos gases produ zidos é um detrimento visual das cidades Phili ppi Jr e Aguiar 2005 afirmam que os lixões são Disposição Final de Resíduos Sólidos 141 UNIDADE 6 considerados locais ou formas de disposição final e de tratamento totalmente inadequados do ponto de vista social sanitário e ecológico pois no conjunto propiciam a proliferação de vetores e o aparecimen to de doenças em animais e em seres humanos além da poluição atmosférica e das contaminações do solo e dos recursos naturais Além de todos os problemas ambientais que os resíduos podem causar ao meio ambiente ou tra questão deve ser levada em consideração a questão social É um aspecto social degradante nos serviços de limpeza pública os catadores de recicláveis misturados ao lixo entre animais e má quinas em condições insalubres Figura 4 Lixão a céu aberto Aterros Controlados Para Rocha Rosa e Cardoso 2009 a disposição final de resíduos sólidos em aterros sanitários é semelhante a dos lixões cujos resíduos são coloca dos direto no solo antes impermeabilizado Diaria mente é feita uma cobertura com terra no resíduo depositado para minimizar os efeitos ambientais como os dos lixões O lixiviado chorume gerado da decomposição do resíduo pode ser drenado de forma controlada podendo ou não ser tratado Dessa forma podemos afirmar que o aterro con trolado é uma fase intermediária entre lixão e aterro sanitário Neste caso após a cobertura dos resíduos verificase que o impacto visual e o odor são muito menores se comparados ao lixão graças à cobertura que é feita Além disso essa cobertura contribui para impedir a proliferação de insetos e outros animais que visitam o local em busca de alimentos Aterros O aterro é uma forma de disposição de resíduos no solo que fundamentada em critérios de enge nharia operacionais específicos garante um confi namento seguro em termos de poluição ambiental e proteção à saúde pública Como vimos anterior mente são inúmeros os problemas oriundos da disposição final inadequada de resíduos sólidos como odores gases tóxicos poluição da água do solo e outros Esses problemas são eliminados em um aterro pela adoção das seguintes medidas SILVA 2008 Localização adequada Elaboração de projeto criterioso Implantação de infraestrutura de apoio Implantação de obras de controle de po luição Regras operacionais específicas 142 Resíduos Sólidos Tratamento e Disposição Final Os aterros podem ser chamados de aterros sanitários quando são projetados e implantados especialmente para disposição de resí duos sólidos urbanos ou aterros industriais quando são projetados para disposição de resíduos sólidos industriais Aterro Sanitário Os aterros sanitários consistem em um sistema de impermeabiliza ção de base e laterais normalmente um filme plástico de polietileno de alta densidade com sistema de recobrimento diário do resíduo depositado e com cobertura final da área quando saturada É defi nido pela NBR 841992 como sendo uma técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo sem causar danos à saúde pública e à segurança mi nimizando os impactos ambientais método este que utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos à menor área possível e reduzilos ao menor volume permissível cobrindoos com uma camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho ou a intervalos menores se necessário O projeto deve ser elaborado para a implantação de um aterro sanitário que deve contemplar todas as instalações fundamen tais ao bom funcionamento e ao necessário controle sanitário e ambiental durante o período de operação e fechamento do aterro ABNT 1992 p 1 Para o IBGE 2007 o aterro sanitário consiste em uma técnica de disposição do lixo fundamentada em critérios de engenharia e normas operacionais específicas que permite a confinação segura em termos de controle da poluição ambiental e proteção à saúde pública Figura 5 É uma forma adequada de disposição dos resí duos no solo logo o aterro sanitário dispõe de impermeabilização de base de sistemas de tratamento de chorume e de sistemas de dispersão dos gases gerados Aterro sanitário 143 UNIDADE 6 De acordo com Donha 2002 aterro sanitário é um método de disposição final do lixo sob o solo sem que se crie no meio ambiente incômodos ou perigos à segurança e à saúde públicas em que se utilizam princípios da engenharia para confinar o lixo à menor área possível reduzindoo ao me nor volume verificável na prática e o cobrindo com uma camada de terra ao fim de cada dia de operação ou a menores intervalos Os aterros sanitários são construídos seguin do o que exige a legislação ou seja distante das cidades Essa exigência legal a ser respeitada serve para distanciar os moradores dos diversos tipos de odores da contaminação do solo e do lençol freático provenientes da degradação dos materiais orgânicos PHILIPPI JR AGUIAR 2005 O resíduo enterrado sofre decomposição anaeróbia gerando o produto líquido o chorume grande quantidade de gases o metano além de dióxido de carbono e sulfeto de hidrogênio e amô nia que são responsáveis pelo odor característico desses locais ROCHA ROSA CARDOSO 2009 O lixiviado conhecido como chorume é um líquido resultante do processo de putrefação de matérias orgânicas Como característica é visco so escuro possui odor muito forte e desagradá vel Em função da grande quantidade de matéria orgânica presente no chorume costuma atrair vetores e microrganismos que podem contribuir com a proliferação de doenças aos seres humanos BRAGA et al 2005 Quando não tratado ele pode atingir lençóis freáticos rios e córregos levando a contamina ção para esses recursos hídricos e interferindo na vida da fauna e da flora Nessa situação os peixes podem ser contaminados e caso a água seja usada na irrigação agrícola a contaminação pode chegar aos alimentos A escolha de um local para a im plantação de um aterro sanitário não é tão simples pois devido ao alto grau de urbanização das cida des a ocupação intensiva do solo pode restringir a disponibilidade de áreas próximas aos locais de geração de lixo e com as dimensões requeridas para se implantar um aterro sanitário que atenda às necessidades dos municípios MONTEIRO et al 2001 Também é preciso pensar no aspecto de vida útil do aterro visto que é difícil encontrar novos locais para disposição de resíduos sólidos urbanos Figura 5 Aterro sanitário 144 Resíduos Sólidos Tratamento e Disposição Final Existem diferenças entre lixões aterros controlados e aterros industriais Lixões causam poluição no solo na água pois não oferece nenhum tipo de tratamento aos resíduos enquanto os aterros possuem critérios de engenharia para sua projeção e operação Acesse o link a seguir e saiba mais sobre a diferença entre lixões aterro controlado e aterro industrial httpmundoeducacaoboluolcombrquimica diferencaentrelixaoaterrocontroladoaterro sanitariohtm Tratamento do Lixiviado O lixiviado pode conter matéria orgânica dissol vida ou solubilizada nutrientes produtos inter mediários da digestão anaeróbia dos resíduos ácidos orgânicos voláteis e substâncias químicas provenientes do descarte de inseticidas e agrotóxi cos além de microrganismos patógenos Também podem ter compostos xenobióticos presentes em baixas concentrações como hidrocarbonetos aro máticos fenóis e compostos alifáticos clorados metais como boro mercúrio selênio e cobalto e substâncias húmicas CHRISTENSEN et al 2001 Visto a recalcitrância desses efluentes é preciso fazer um tratamento prévio de remoção da carga poluidora e esses componentes são específicos Dependendo das características têm de ser empre gadas técnicas acopladas de tratabilidade para que o efluente se adeque aos padrões de lançamento de efluentes determinados pela legislação vigente Em aterro sanitário o lixiviado é drenado para o tratamento que pode ser uma lagoa de estabili zação aeróbia ou anaeróbia para em seguida ser lançado em um corpo receptor desde que atenda à legislação ambiental vigente Biogás Os gases gerados em aterro sanitário se gerencia dos de forma adequada podem gerar energia para o próprio aterro ou serem vendidos para com panhias elétricas Esses gases são compostos por metano dióxido de carbono e outros em quanti dades em traços Os gases presentes nos aterros de resíduos incluem o metano CH4 dióxido de carbono CO2 amônia NH3 hidrogênio H2 gás sulfídrico H2S nitrogênio N2 e oxigênio O2 O metano e o dióxido de carbono são os principais gases provenientes da decomposição anaeróbia dos compostos biodegradáveis dos re síduos orgânicos PHILIPPI JR AGUIAR 2005 Diante disso a captação e a utilização do gás pro duzido em aterros é uma boa opção para a redução de gases do efeito estufa Além disso o metano pos sui grande energia contida nos seus átomos que faz com que o gás possa ser usado para a produção de energia elétrica por meio de sua combustão den tro de motogeradores que movem turbinas SILVA CAMPOS 2008 Projetos desse tipo são importantes pois dife rentes fontes de energia alternativa podem diversi ficar ou incrementar a matriz energética atualmente existente tais como a eólica a solar a biomassa e também a proveniente do biogás Nesse sentido as vantagens da transformação do lixo em energia são muitas tais como 145 UNIDADE 6 Diminuição do volume de resíduos em ater ros sanitários e em lixões Menor produção de gases poluentes Menores riscos ao meio ambiente e à saúde pública Mais economia e geração de empregos Aterros Industriais Os aterros industriais Figura 6 podem ser classi ficados nas classes I IIA ou IIB de acordo com a periculosidade dos resíduos a serem dispostos isto é aterros Classe I podem receber resíduos industriais Classe IIA resíduos não inertes enquanto aterro Classe IIB resíduos inertes Essa classificação dos resíduos sólidos quanto à periculosidade foi abor dada na unidade anterior No Aterro Classe I são destinados os resíduos considerados perigosos de alta periculosidade como resíduos inflamáveis cinzas de incineradores tóxicos e outros Esse tipo de aterro precisa ser operado com cobertura total com o intuito de evitar a formação de percolado devido à ocorrência de águas pluviais Para isso possui sistema de dupla impermeabilização com manta polietileno de alta densidade PEAD protegendo o solo e as águas subterrâneas O aterro Classe I deve estar de acordo com o estabelecido pela NBR 10157 que define as exigências quanto aos critérios de projeto construção e operação de aterros industriais Classe I SILVA 2008 O Aterro Classe IIA compreende a destina ção final de resíduos não perigosos e não inertes e tem as seguintes características impermeabi lização com argila e geomembrana de PEAD sistema de drenagem e tratamento de efluentes líquidos e gasosos e completo programa de mo nitoramento ambiental O Aterro Classe IIB compreende a destinação fi nal de resíduos inertes Devido à característica inerte dos resíduos dispostos esse tipo de aterro dispensa a impermeabilização do solo no entanto possui sis tema de drenagem de águas pluviais e um programa de monitoramento ambiental Figura 6 Aterro industrial 146 Resíduos Sólidos Tratamento e Disposição Final Uma substância perigosa é definida como qual quer substância que em razão de sua quantidade concen tração características físicas químicas ou infecciosas pode causar ou contribuir con sideravelmente para um aumento na morta lidade provocar um aumento no número de casos de doenças graves irreversíveis ou in capacitantes reversíveis ou representar um risco substancial atual ou potencial à saúde humana e ao meio ambiente quando trata da armazenada transportada descartada ou gerenciada inadequada VESILIND MORGAN 2011 p 351 Resíduo perigoso é o nome dado ao material que quando deve ser descartado atende a um ou dois critérios a saber 1 Contém um ou mais dos critérios de po luentes ou de substâncias químicas que foram listadas como perigosas 2 O resíduo pode ser assim definido por testes de laboratório como tendo pelo menos uma das seguintes características Gestão de Resíduos Perigosos 147 UNIDADE 6 a Inflamabilidade b Reatividade c Corrosividade d Toxicidade Segundo Vesilind e Morgan 2011 materiais in flamáveis são líquidos com ponto de fusão abaixo de 60 ºC ou materiais que são facilmente incen diados e queimam de forma vigorosa e persisten te Materiais corrosivos são aqueles que em uma solução aquosa têm valores de pH fora da faixa de 20 a 125 ou qualquer líquido que mostre corro sividade ao aço a uma taxa superior a 65 mm por ano Resíduos reativos são classificados como ins táveis e podem formar vapores tóxicos ou explodir A maior dificuldade em definir resíduos perigosos vem do estabelecimento do que é ou não tóxico Para Davis e Masten 2016 a escala de priori dades na gestão de resíduos sólidos consiste em 1 Priorizar a redução da quantidade de re síduos perigosos gerados 2 Estimular a criação de bolsas resíduos os resíduos perigosos de uma indústria po dem ser utilizados como matériaprima de outra indústria 3 Reciclar materiais aproveitar o conteúdo energético ou outros recursos úteis con tidos como resíduos perigosos 4 Descontaminação e a neutralização de resíduos perigosos líquidos mediante tratamento químico e biológico 5 Redução do volume com a desidratação de lodos 6 Destruição de resíduos perigosos com bustíveis em incineradores especiais capazes de propiciar temperaturas de combustão elevadas e equipamentos com dispositivos de controle e monito ramento de emissões atmosféricas ade quadas 7 Estabilizar lodos solidificados e de cin zas no sentido de reduzir os índices de lixiviação de metais 8 Descarte de resíduos tratados remanes centes em aterros especiais Outro aspecto importante na gestão de resí duos perigosos é a minimização na geração de resíduos para isso esse tipo de programa deve incluir O compromisso dos níveis hierárquicos mais altos da organização Os recursos financeiros Os recursos técnicos A organização as metas e as estratégias adequadas 148 Resíduos Sólidos Tratamento e Disposição Final Os Resíduos Radioativos são definidos como qualquer material resultante de atividades huma nas que contém radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de isenção especificados nas Instruções Normativas da Comissão Nacional de Energia Nuclear Norma CNENNE602 Licenciamento de Instalações Radioativas e para o qual a reutilização é imprópria ou não prevista Existem vários tipos de resíduos radioativos tais como a Líquidos apresentamse como solvente aquoso e solvente orgânico b Gasosos constituemse de radionuclí deos gasosos ou subprodutos de outros resíduos c Sólidos constituemse de lixo radioati vo em geral como frascos ponteiras para pipeta microplacas luvas papel toalha membrana de nitrocelulose géis radioa tivos animais e sangue Gestão de Resíduos Radioativos 149 UNIDADE 6 A separação desses resíduos deve ser feita no mes mo local em que foram produzidos levando em conta as seguintes características se são sólidos líquidos e gasosos meia vida curta ou longa se são ou não compatíveis orgânicos ou inorgâni cos putrescíveis ou patogênicos e outras carac terísticas como explosividade combustibilidade inflamabilidade piroforicidade corrosividade e toxicidade química DUARTE 2010 Tenha sua dose extra de conhecimento assistindo ao vídeo Para acessar use seu leitor de QR Code Encerramos o assunto Resíduos Sólidos nesta unidade Após estas duas unidades certamente fica cla ra a necessidade de gerenciar adequadamente os resíduos sólidos uma vez que dadas as suas ca racterísticas poderemos gerar danos ambientais permanentes na fauna e flora locais bem como prejuízos à saúde humana Diminuir a geração de resíduos segregálos adequadamente de acordo com suas classifi cações e transportálos em segurança até uma destinação final dentro dos parâmetros técnicos deve ser a régua de ação no gerenciamento dos resíduos sólidos Esperamos que você tenha compreendido to dos esses aspectos desde a geração até a disposi ção final pois são fundamentais para sua gestão Na próxima unidade trataremos de outro tó pico também interessante na gestão ambiental Poluição Atmosférica Até lá 150 Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução 1 Consiste em uma área licenciada por órgãos ambientais que é destinada a re ceber os resíduos sólidos urbanos de forma planejada em que os resíduos são compactados e cobertos por terra formando diversas camadas Essa técnica tratase de a Lixões b Aterro sanitário c Aterro industrial d Compostagem e Reciclagem 2 A incineração é um processo de queima na presença de excesso de oxigênio em que os materiais à base de carbono são decompostos desprendendo calor e gerando um resíduo de cinzas gases e escória Diante do exposto leia as afirmativas a seguir I A incineração de resíduos sólidos é um tratamento eficaz para aumentar o seu volume tornando o resíduo absolutamente inerte em pouco tempo se realizada de forma adequada II Na incineração ocorre a decomposição térmica via oxidação à alta tempera tura da parcela orgânica dos resíduos em que é transformada na fase gasosa e outra sólida na qual é reduzido o volume o peso e as características de periculosidade dos resíduos III A incineração é um processo que se não operado em condições adequadas pode liberar gases nocivos à saúde humana IV A incineração é uma alternativa que resolveria integralmente todos os pro blemas da destinação final de resíduos sólidos 151 É correto o que se afirma em a I e II apenas b I e III apenas c II e III apenas d I II e III apenas e II III e IV apenas 3 O aterro sanitário consiste em uma técnica de disposição do lixo fundamentada em critérios de engenharia e em normas operacionais específicas Sobre o aterro sanitário analise as afirmativas a seguir I O projeto de um aterro sanitário deve incluir todas as instalações fundamen tais ao bom funcionamento e ao necessário controle sanitário e ambiental durante o período de operação e fechamento II O aterro sanitário é um método de disposição final do lixo sob o solo que minimiza a geração de incômodos ou perigos à segurança e saúde públicas III Em um aterro são utilizadas técnicas da engenharia para confinar o lixo à menor área possível reduzindoo ao menor volume IV Aterro sanitário é indicado para disposição final de resíduos coletados apenas em pequenas comunidades É correto o que se afirma em a I e II apenas b I e III apenas c II e III apenas d I II e III apenas e II III e IV apenas 152 Reaproveitamento de Energia A Politécnica da USP patenteou em 2015 uma invenção que aproveita o aqueci mento da geladeira para também aquecer a água de torneiras e chuveiros A dis posição final dos resíduos sólidos também pode gerar calor e consequentemente energia Quais serão as próximas invenções utilizandose do mesmo conceito Para acessar use seu leitor de QR Code WEB Lixo Extraordinário Ano 2010 Sinopse Lixo Extraordinário mostra a produção de obras de arte com material coletado no aterro do Jardim Gramacho Ao longo da produção dessas obras entre 2007 e 2008 transformações se produzem na vida e nas visões de mundo dos sete catadores participantes do projeto entre eles Tião Santos presidente da Associação dos Catadores do Aterro Metropolitano do Jardim Gramacho FILME 153 ABNT NBR 8419 Apresentação de projetos de aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos Brasília 1992 ABNT NBR 10004 Resíduos sólidos Classificação Brasília 2004 ABNT NBR 10157 Aterro de resíduo perigoso Critérios para projetos construção e operação Brasília 1987 BIDONE F R A POVINELLI J Conceitos básicos de resíduos sólidos São Carlos Escola de Engenharia de São Carlos USP 2010 BRAGA B et al Introdução a Engenharia Ambiental 2 ed São Paulo Prentice Hall 2005 CALIJURI M C CUNHA D G F Engenharia Ambiental Rio de Janeiro Elsevier 2013 CHRISTENSEN T H et al Biochemistry of landfil leachate plumes Applied Geochemistry v 16 p 659718 2001 DAVIS M L MASTEN S J Princípios de Engenharia Ambiental 3 ed Porto Alegre AMGH 2016 DONHA M S Conhecimento e participação da comunidade no sistema de gerenciamento de resíduos sólidos urbanos o caso de Marechal Cândido Rondon PR 2002 113 f Dissertação Mestrado em Engenharia de Produção Universidade Estadual de Santa Catarina Florianópolis 2002 DUARTE M C Avaliação do Gerenciamento dos Resíduos Sólidos Urbanos do Município de Floresta PR Dissertação Mestrado em Engenharia Urbana Universidade Estadual de Maringá Maringá 2010 IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Pesquisa Nacional de Saneamento Básico PNSB Contagem Populacional Rio de Janeiro 2007 MONTEIRO J H P et al Manual de Gerenciamento Integrado de resíduos sólidos Rio de Janeiro IBAM 2001 PHILIPPI JR A AGUIAR A O Resíduos sólidos características e gerenciamento In PHILIPPI JR A Sa neamento Saúde e Ambiente Fundamentos para um desenvolvimento sustentável Barueri Manole 2005 ROCHA J C ROSA A H CARDOSO A A Introdução à Química Ambiental 2 ed Porto Alegre Bookman 2009 SILVA F R Gestão de Resíduos Industriais 2 ed São Paulo Via Spaipa 2008 SILVA T N CAMPOS L M Avaliação da produção e qualidade do gás de aterro para energia no aterro sanitário dos Bandeirantes SP Revista de Engenharia Sanitária e Ambiental v 13 n 1 janmar 2008 VESILIND P A MORGAN S M Introdução à Engenharia Ambiental São Paulo Cengage Learning 2011 Gabarito Diário de Bordo Diário de Bordo PLANO DE ESTUDOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Definir poluição do ar bem como apresentar quais as fontes de emissão Apresentar os principais métodos de controle de quali dade do ar Estudar os padrões de qualidade do ar de acordo com as legislações pertinentes Conceituar poluição sonora suas fontes e efeitos Apresentar metodologias para controle e redução de ruídos Poluição do Ar e Fontes de Emissão Métodos de Controle Poluição Sonora Redução e Controle de Ruídos Padrões de Qualidade Esp João Marcos Pardo Me Gustavo Affonso Pisano Mateus Me Renata Cristina de Souza Chatalov Poluição Atmosférica Controle e Qualidade das Emissões Poluição do Ar e Fontes de Emissão Caroa alunoa nesta unidade abordaremos a questão da poluição atmosférica e da poluição sonora Veremos que ao tratarmos de poluição do ar temos as fontes naturais e as fontes antrópicas As fontes naturais são aquelas cuja origem está ligada diretamente à natureza em que não há in terferência humana como o vulcanismo as fontes antrópicas ou antropogênicas têm a origem rela cionada a atividades humanas como indústrias automóveis e outras cujos impactos ambientais das atividades tornaramse mais significativos quanto à poluição do ar A maior parte dos problemas relacionados à poluição atmosférica está relacionada com a exploração e a utilização de energia em vários processos produtivos Poluição atmosférica chu va ácida destruição da camada de ozônio efeito estufa destruição da fauna e da flora são alguns exemplos que podemos citar causados por pro cessos produtivos 159 UNIDADE 7 Podemos classificar os agentes poluidores do ar em dois grupos principais os primários e os secundários Os poluentes primários são os que saem diretamente da fonte emissora enquanto os poluentes formados pela interação entre com ponentes naturais e poluentes primários são cha mados de secundários Os principais poluentes atmosféricos são monóxido de carbono dióxido de enxofre dióxido de carbono chumbo ozônio clorofluorcarbonetos e materiais particulados Também apresentaremos alguns métodos de con trole da poluição do ar e dividimos em controle de particulados e controle de poluentes Em se guida estudaremos sobre os padrões de qualidade do ar bem como as legislações aplicáveis Além disso abordaremos o conceito de polui ção sonora suas principais fontes e seus efeitos sobre a saúde humana além de métodos de con trole de ruídos O ar que respiramos é essencial à vida Dessa maneira esperamos respirar um ar limpo contu do em que consiste esse ar limpo Ele é uma mis tura de gases e de acordo com Vesilind e Morgan 2011 é composto por 780 de nitrogênio 201 de oxigênio 09 de argônio 003 de dióxido de carbono 0002 de neônio 00005 de hélio No entanto esse ar não é encontrado na natureza e nos serve como referência Se isso é ar puro en tão é importante definir como poluentes aqueles materiais líquidos gases ou sólidos que quando são adicionados ao ar puro em uma concentração suficientemente alta causarão efeitos adversos como compostos de enxofre emitidos na atmos fera que reduzem o pH da chuva e resultam em acidez de rios e lagos ocasionando danos Para Derisio 2012 o uso básico do recurso na tural ar é para manter a vida Todos os usos devem estar sujeitos à manutenção da qualidade de ar que não degrada aguda ou cronicamente a saúde ou o bemestar humano Além disso é preciso levar em consideração os aspectos estéticos e os impac tos econômicos decorrentes da poluição do ar O conceito de poluição atmosférica envolve uma série de atividades fenômenos e substâncias que contribuem para o desequilíbrio e a deterio ração da qualidade natural da atmosfera A Lei nº 693881 que estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente PNMA por meio do seu art 3º define poluição como a degradação da qualidade ambiental resultante de atividade que direta ou indiretamente BRASIL 1981 Prejudique a saúde a segurança e o bem estar da população Crie condições adversas às atividades so ciais e econômicas Afete desfavoravelmente a biota Afete as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente A poluição atmosférica é abordada como um fenômeno decorrente devido principalmente à ação humana em vários aspectos citandose o rápido crescimento populacional industrial e econômico a concentração populacional e in dustrial bem como dos hábitos da população e as medidas adotadas para o controle da poluição DALLAROSA 2005 p 5 160 Poluição Atmosférica Controle e Qualidade das Emissões A atmosfera apresenta naturalmente certa con centração típica de compostos químicos em sua composição o que de uma forma geral não afeta as condições normais de existência dos seres vivos e dos materiais Assim a poluição atmosférica con siste na adição desses elementos capazes de atin gir concentrações que são nocivas ao ambiente Principais Poluentes do Ar Os principais poluentes atmosféricos podem ser classificados de maneira genérica em três gru pos de substâncias líquidas sólidas e gasosas No entanto na prática eles podem ser apresentados de forma combinada entre si de tal maneira que conseguimos restringilos em dois grupos os ga ses e os materiais particulados Ao observarmos a origem dos poluentes eles podem ser classifi cados como primários ou secundários Segundo Dallarosa 2005 são Poluentes primários aqueles emitidos diretamente na atmosfera Constituem essa classe dióxido de enxofre SO2 monóxi do de carbono CO óxidos de nitrogênio NOx e hidrocarbonetos HC Poluentes secundários formados pela reação química entre poluentes primários ou destes com constituintes naturais da atmosfera Como exemplos pertencentes dessa classe podemos citar ozônio O3 peróxido de hidrogênio H2O2 aldeídos RCHO e peroxiacetilnitrato PAN Materiais particulados O material particulado é uma mistura de partículas líquidas e sólidas em suspensão na atmosfera Pode ser classificado como névoa poeira vapor fumaça ou spray Sua composição e o tamanho das partículas vão depender de sua fonte de emissão SALDIVA COELHO 2013 As faixas de tamanho dos poluentes são apresen tadas a seguir VESILIND MORGAN 2011 Poeira são partículas relativamente gran des sendo definida como partículas sóli das que são Carregadas por gases de processo prove nientes de materiais sendo manipulados ou processados como carvão cinzas e cimento Produtos diretos de um material básico passando por operações mecânicas como serragem de um trabalho com madeira Materiais carregados após a utilização em operações mecânicas como a areia utili zada no processo de jateamento Vapor consiste em uma partícula sólida fre quentemente um óxido metálico formado pela condensação de vapores por sublimação destilação calcinação ou processos de reações químicas como óxidos de zinco e chumbo oriundos da condensação e oxidação de me tal volatilizado em um processo a uma alta temperatura São partículas bem pequenas com diâmetros entre 003 a 03 µ Névoa consiste em partículas líquidas formadas pela condensação de um vapor e uma reação química Seu diâmetro varia de 05 a 30 µ Fumaça partículas sólidas formadas pela combustão incompleta de metais carbo 161 UNIDADE 7 náceos Embora hidrocarbonetos ácidos orgânicos óxidos de enxofre e óxidos de nitrogênio sejam também produzidos por processos de combustão apenas as par tículas sólidas resultantes da combustão incompleta de materiais carbonáceos são chamados de fumaça Possuem diâmetros de 005 até aproximadamente 1 µ Sprays consiste em partículas líquidas for madas pela atomização de um líquido base e sedimentam sob o efeito da gravidade Poluentes gasosos Os poluentes gasosos incluem substâncias que são gases a uma temperatura e pressão normais assim como vapores de substâncias líquidas ou sólidas sob condições normais Dentre esses poluentes os que apresentam maior relevância são monóxido de carbono hidrocarbonetos ácido sulfúrico óxidos de nitrogênio ozônio e outros O Quadro 1 apresenta alguns poluentes gasosos presentes no ar Quadro 1 Poluentes gasosos presentes no ar NOME FÓRMULA PROPRIEDADES RELEVANTES SIGNIFICÂNCIA COMO POLUENTE DO AR Dióxido de enxofre SO2 Gás incolor provoca asfixia intensa forte odor altamente solúvel em água formando áci do sulfurosos H2SO3 Perigo para propriedade saú de e vegetação Trióxido de enxofre SO3 Solúvel em água formando o ácido sulfúrico H2SO4 Altamente corrosivo Ácido sulfídrico H2S Odor de ovo estragado em bai xas concentrações inodoro a altas concentrações Altamente venenoso Óxido nitroso N2O Gás incolor utilizado como gás de transporte em produtos com aerossol Relativamente inerte não pro duzido na combustão Óxido nítrico NO Gás incolor Produzido em combustão a altas temperaturas e pressão oxida para NO2 Dióxido de nitrogênio NO2 Gás de cor marrom a alaran jada Principal componente na for mação de névoa fotoquímica Monóxido de carbono CO Incolor e inodoro Produtos de combustões in completas venenoso Dióxido de carbono CO2 Incolor e inodoro Formado durante combustões completas gás do efeito estu fa Ozônio O3 Altamente reativo Perigo para vegetações e pro priedades produzido princi palmente durante a formação de névoa fotoquímica Hidrocarboneto CXHY ou HC Diversas Emitido por automóveis e in dústrias formado na atmos fera Metano CH4 Combustível inodoro Gás do efeito estufa Clorofluorcarbonetos CFC Não reativo excelentes pro priedades térmicas Decompõe o ozônio na cama da superior da atmosfera Fonte adaptado de Vesilind e Morgan 2011 p 279 162 Poluição Atmosférica Controle e Qualidade das Emissões Fontes de Poluição Quando discutimos a origem da poluição atmosfé rica devemos distinguir os processos envolvidos na formação dos poluentes atmosféricos que resultam de processos naturais ou processos antropogênicos As fontes de poluição consistem em qualquer pro cesso natural ou antropogênico que possa liberar ou emitir matéria ou energia para atmosfera deixandoa contaminada ou poluída DALLAROSA 2005 As fontes naturais de poluentes consistem em emissões que ocorrem na natureza sem a interfe rência humana como a emissão de gases provocada por erupções vulcânicas vulcanismo Figura 1 a decomposição de vegetais e animais a ressuspensão de poeira do solo pela ação do vento os aerossóis marinhos a formação de ozônio devido a descargas elétricas na atmosfera os incêndios naturais em flo restas e os pólens de plantas DALLAROSA 2005 As fontes antropogênicas ou antrópicas são aquelas que emitem poluentes a partir de ativida des humanas provenientes de transportes ativi dades industriais e fontes de descargas de resíduos sólidos No que diz respeito a processos industriais que podem ocasionar a poluição do ar podemos destacar a queima de combustível por meio de veículos a álcool à gasolina ou a outro combustí vel combustão industrial e à geração de energia Quadro 2 Tipos de indústrias e tipos de poluentes TIPOLOGIA DA INDÚSTRIA NATUREZA DA ATIVIDADE TIPOS DE POLUENTES Indústria de minerais não metálicos incluem indús trias que fabricam produ tos de material cerâmico e refratário cimento vidro concreto produtos de gesso e abrasivos Os principais processos e opera ções poluidores são constituídos pelas operações de redução de tamanho pela manipulação e pelo transporte de matériapri ma por processos de desidra tação calcinação oxidação da matéria orgânica e íon ferroso e formação de silicatos em estufas e fornos por operações e acaba mento como de esmaltação Poeiras principalmente provenien tes de operações de redução de tamanho Fumaça e fumos principalmente provenientes dos processos de combustão e de secagem e cozi mento em fornos Fontes Fixas ou Estacionárias As fontes fixas de poluição atmosféricas são aquelas que ocupam uma área relativamente limitada que permitem uma análise direta na fonte As fontes classificadas como fixas são referentes às atividades industriais de trans formação mineração e produção de energia por meio de usinas termelétricas BRASIL 2019 Cada fonte industrial de poluição do ar apresenta problemas específicos de poluição pois as emissões são decorrentes de caracte rísticas inerentes do processo de produção das quais podemos citar matériasprimas e combustíveis processos e operações adotados produtos fabricados eficiência do processo in dustrial e medidas de controle utilizadas pela indústria De acordo com Derisio 2012 as indústrias normalmente são classificadas em categorias metalúrgicas mecânicas têxteis bebidas ali mentícias químicas e outras por meio das quais se pode calcular o potencial de poluição atmosférica por categoria O Quadro 2 apresen ta os tipos de indústrias bem como os tipos de poluentes emitidos por elas 163 UNIDADE 7 Indústrias metalúrgicas fundições Fundições primárias que se re ferem àquelas que produzem o metal do minério e as fundições secundárias que incluem aque las que recuperam o metal de sucatas e refugos e produzem ligas e lingotes Fumos de óxidos metálicos poeira e produtos de combustão da opera ção de fusão dependendo da volati lidade e das impurezas dos metais sucata ou minério Dióxido de enxofre dependendo do enxofre no minério no carvão e no combustível utilizado Indústrias metalúrgicas produtos Envolvem indústrias que produ zem peças forjadas laminadas trefiladas e extrudadas Fumos metálicos poeiras das fundi ções névoas e vapores de solventes provenientes da aplicação do reves timento de proteção nos departa mentos de acabamento Indústria de madeira e mobiliário Indústrias de desdobramento compensação e produção de chapas de madeira prensada de fabricação de peças e estruturas de madeira aparelhada fabrica ção de artigos de tancara e de cortiça fabricação de artigos di versos de madeiras e produtos afins Material particulado gotícula de tinta solventes e fumaça de equi pamentos que queimam resíduos Indústrias químicas e farmacêuticas Incluem uma variedade de pro dutos elementos químicos e produtos químicos inorgânicos e orgânicos matérias plásticas básicas e fios artificiais pólvora e explosivos óleos brutos essên cias vegetais e matérias graxas animais preparados para limpe za e polimento desinfetantes inseticidas germicidas tintas esmaltes vernizes sabões velas produtos farmacêuticos e outros Fabricação do ácido nítrico por meio do processo de oxidação da amônia são emitidos cerca de 26 kg de óxidos de nitrogênio ex pressos em NO2 por tonelada de ácido produzida Fabricação de ácido sulfúrico por meio do processo de conta to estimase uma emissão de 9 a 32 kg de SO2 e de 014 a 340 kg de névoas ácidas por tonelada de ácido produzida Fabricação de ácido fosfórico por meio do processo unido esti mase uma emissão de compostos de flúor de 9 a 27 kg por tonelada de P2O5 produzida Indústria de produtos alimentares e bebidas Incluem beneficiamento torre fação e moagem de produtos alimentares preparação de con servas de frutas legumes espe ciarias pasteurização de leite e fabricação de laticínios fabrica ção e refino de açúcar fabricação de balas produtos de padaria e outros produtos Diferentes poluentes e odores po dem ocorrer nas fases do proces samento dos produtos Poeiras são emitidas das operações de benefi ciamento e moagem Indústrias de papel e papelão Fabricação de papel e papelão Material particulado e substâncias odoríferas mercaptanas e sulfeto de hidrogênio Fonte adaptado de Derisio 2012 164 Poluição Atmosférica Controle e Qualidade das Emissões Fontes móveis São constituídos por veículos automotores trens aviões embarcações marinhas denominadas de fontes móveis Para Derisio 2012 os veículos são divididos em leves que utilizam gasolina álcool e gás natural e pesados que utilizam óleo diesel Independentemente do tipo do veículo ele produz gases vapores e materiais particulados Os prin cipais gases tóxicos são o monóxido de carbono CO compostos orgânicos chamados de hidro carbonetos HC óxidos de nitrogênio NOx aldeídos e material particulado que é constituído por partículas de dimensões diminutas da ordem milésimos de milímetros identificados como fu ligem ou poeira Efeitos da Poluição Atmosférica Os efeitos da poluição atmosférica são caracteri zados de acordo com a alteração das condições normais da atmosfera ou pelo aumento de proble mas já existentes Esses efeitos podem ser globais locais ou regionais No que diz respeito à escala global podemos citar a alteração da acidez das águas da chuva chuva ácida aumento da temperatura do pla neta e modificação da intensidade da radiação solar DALLAROSA 2005 De uma maneira geral os efeitos causados pela poluição do ar são manifestados por danos à saú de humana às propriedades da atmosfera à ve getação à economia bem como danos materiais Danos à saúde Poluentes atmosféricos podem causar um impacto negativo na saúde humana De acordo com Deri sio 2012 os efeitos da poluição atmosférica sobre o que pode provocar na saúde são doenças agudas ou morte doenças crônicas encurtamento da vida ou dano ao crescimento alteração de importantes funções fisiológicas tais como ventilação do pul mão asma bronquite transporte de oxigênio pela hemoglobina irritação sensorial fadiga e outros É importante salientar que no decorrer dos anos a poluição atmosférica provocou uma série de episódios agudos O Quadro 3 apresenta alguns episódios ocasionados pela poluição do ar Tenha sua dose extra de conhecimento assistindo ao vídeo Para acessar use seu leitor de QR Code Em 5 de dezembro de 1952 um grande nevoeiro tomou conta da cidade de Londres era o começo do desastre de poluição atmosférica mais letal da história britânica Mais de 60 anos depois uma equipe internacional de químicos descobriu por que a névoa era fatal Saiba mais acessando o link httpsgizmodouolcombrformacaonevoeirolondres 165 UNIDADE 7 Quadro 3 Episódios provocados pela poluição do ar ANO LOCAL HISTÓRICO Nº DE MORTES 1930 Bélgica Vale do Rio Meuse Região que tinha muitas indústrias na qual ocorreu uma inversão de temperatura pro vocando congestão das vias respiratórias es pecialmente em crianças e pessoas idosas 60 1948 Estados Unidos Donnora Região de indústrias metalúrgicas onde ocorreu inversão de temperatura provo cando congestão das vias respiratórias 17 1950 México Poza Rica Compostos de enxofre emitidos por uma indústria provocaram a internação de 320 pessoas acometidas de problemas respira tórios e nervosos durante uma inversão de temperatura 32 1952 Brasil Bauru Doenças respiratórias agudas em 150 pes soas provocadas por alergia ao pó de se mente de mamona utilizada na fabricação de óleo 9 1957 Inglaterra Smog mistura de fumaça com neblina 1000 1960 Inglaterra Smog 800 1962 Inglaterra Smog 700 Fonte adaptado de Derisio 2012 Danos aos materiais A poluição atmosférica também pode causar da nos aos materiais tais como a deposição sobre materiais abrasão remoção ataques químicos diretos e indiretos e a corrosão eletroquímica Danos às propriedades da atmosfera A falta de visibilidade é um dos principais problemas ocasionados pela poluição atmosférica Para Deri sio 2012 a visibilidade urbana pode ser afetada principalmente por fatores meteorológicos a saber Altura de inversão e velocidade dos ventos Elevadas condições de umidade A diminuição da visibilidade ocorre em função das partículas líquidas e sólidas que estão suspen sas na atmosfera que dispersam e absorvem a luz Danos à vegetação As plantas podem ser afetadas por poluentes atmosféricos tais como necrose de tecidos de folhas redução da penetração de luz isso reduz a capacidade da fotossíntese penetração de po luentes pelos estômatos das plantas redução da taxa de crescimento aumento na suscetibilidade de doenças e interrupções do processo reprodu tivo da planta DALLAROSA 2005 Danos à economia Para controlar eou remover a poluição atmosféri ca os efeitos adversos são extremamente onerosos para os habitantes de áreas urbanas industrializa das DERISIO 2012 O custo é complexo entre tanto podemos fazer certas estimativas Vimos que as fontes de poluição do ar podem emi tir poluentes gasosos ou partículas monóxido de carbono hidrocarbonetos dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio que são exemplos de poluen tes gasosos Já como exemplos de emissões de par tículas temos fumaça emissões de poeira e outros Segundo Marra Junior 2013 os poluentes existentes na atmosfera lançados pelas fontes de emissão são denominados poluentes primários por exemplo monóxido de carbono dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio Enquanto os po luentes secundários são aqueles formados na at mosfera como resultados de reações tais como hidrólise oxidação e oxidação fotoquímica como névoas ácidas e oxidantes fotoquímicos No que diz respeito à gestão da qualidade do ar as prin cipais estratégias estão voltadas ao controle da origem dos poluentes primários pois o meio mais eficaz de controlar os poluentes secundários é minimizar os poluentes primários Quando ava liamos os níveis de qualidade do ar em uma região devemos saber algumas informações importantes como conhecer a quantidade bem como as carac terísticas das emissões Métodos de Controle 167 UNIDADE 7 Dessa maneira podemos dividir os métodos de controle da po luição do ar em duas categorias aquelas que realizam a remoção de material particulado em suspensão e aquelas que buscam a remoção de poluentes gasosos das correntes gasosas Controle de Particulados Primeiramente começaremos nossos estudos com o controle de métodos para remoção do material particulado suspenso são eles câmara gravitacional ciclone filtros de saco precipitador eletros tático e Lavador Venturi Veremos com detalhes o funcionamento desses equipamentos a seguir Câmara gravitacional É um modelo simples e um dos mais antigos para controle da polui ção do ar que consiste basicamente em uma câmara de expansão na qual ocorre a redução da velocidade do gás até um ponto em que as partículas nele em suspensão são capturadas pela ação da gravidade sedimentação MARRA JUNIOR 2013 Quanto maior for a partícula maior será a taxa de sedimentação Em uma dada corrente gasosa as partículas maiores sedimentam mais rápido do que as maiores Ciclone Conhecidos como separadores centrífugos Figura 1 os ciclones são bem utilizados no controle de particulados em especial quando partículas relativamente grandes precisam ser coletadas MARRA JUNIOR 2013 Figura 1 Modelo de um ciclone Apresentam baixo custo de insta lação e manutenção não possuem partes móveis podem ser confec cionados em vários materiais e ocupam espaço reduzido Podem apresentarse em muitas formas e tamanhos mas o princípio básico da separação consiste na atuação da força centrífuga sobre as par tículas Para Vesilind e Morgan 2011 o esquema consiste no ar sujo que é forçado para dentro do cone como em uma centrífuga Os sólidos pesados migram para a parede do cilindro onde reduzem a velocidade em função do atrito deslizam pelo cone e saem pelo fundo O ar limpo fica no meio do cilindro e sai pelo topo 168 Poluição Atmosférica Controle e Qualidade das Emissões Filtros de saco Também conhecidos como filtros de tecido utili zados para coletar a poeira que deve ser retirada do saco periodicamente Segundo Marra Junior 2013 em aplicações industriais o meio material poroso é geralmente um tecido pano com que se confecciona uma estrutura de formato tubular semelhante a uma manga de camisa Precipitador eletrostático O material particulado é removido após ser ele tricamente carregado por elétrons passando de um eletrodo de alta tensão para outro e então migra para o eletrodo de coleta com carga positiva VESILIND MORGAN 2011 Existem vários mecanismos pelos quais partículas sólidas ou lí quidas podem adquirir cargas elétricas e os mais comuns são eletrificação por contato ou atrito triboeletrificação por indução por corrente co rona e por ionização MARRA JUNIOR 2013 Para Marra Junior 2013 p 549 uma corrente ou descarga corona é pro duzida quando uma alta voltagem é aplicada entre dois eletrodos sendo um deles nor malmente um fio ou uma barra de diâmetro pequeno e outro uma placa plana gerando assim um campo elétrico não uniforme Como resultado o campo elétrico nas pro ximidades do eletrodo fino é intensificado Lavador Venturi Consiste em colocar em contato íntimo a corrente gasosa e um líquido atomizado geralmente água O termo lavadores de certa forma é utilizado para remover ou coletar materiais particulados MARRA JUNIOR 2013 Um dos lavadores que são bem utilizados em indústrias para tratamento de efluentes gasosos é o lavador tipo Venturi um equipamento industrial que tem como principal objetivo limpar a corrente gasosa dos contaminan tes antes de sua emissão externa assim trabalha com um aumento da velocidade da corrente de ar em sua garganta a fim de aumentar sua eficiência na coleta COSTA 2002 O lavador Venturi é exigido em casos em que a eficiência precisa ultrapassar 90 para partículas finas É composto por um duto transversal circu lar ou retangular sendo distinto em três partes seção convergente a garganta e a seção divergente ou difusor Podemos observar o esquema do lavador Venturi na Figura 2 Garganta Líquido Seção divergente Saída do ar limpo Gás sujo contaminado por particulados Seção convergente Figura 2 Lavador Venturi e suas partes principais Fonte adaptada de Marra Junior 2013 169 UNIDADE 7 O seu funcionamento ocorre da seguinte maneira o líquido de lavagem é introduzido com pressão na garganta vena contracta por meio de bicos atomizadores em que são geradas pequenas gotas O gás sujo contaminado por materiais particula dos atravessa essa região em alta velocidade em torno de 30 ms a 120 ms MARRA JUNIOR 2013 o que ajuda na dispersão das gotas de líqui do e na captura do material particulado Nesse equipamento temse a necessidade de introduzir uma corrente gasosa que é a que será tratada e uma corrente líquida corrente de tratamento Podem ser empregadas no controle de emissão de partículas oriundas de indústrias químicas de produtos minerais polpa e papel alu mínio ferro e outros tipos de resíduos sólidos de origem tóxica abrasiva corrosiva e até mesmo ex plosiva COSTA 2002 Em aplicações industriais há muitas vantagens a saber COSTA 2002 Alta eficiência na coleta de partículas finas e ultrafinas respiráveis É compacto exige pouco espaço físico nas indústrias Capacidade de trabalhar com particulados explosivos inflamáveis pegajosos e ade rentes pelo fato de operar como coletores úmidos Podese trabalhar com a limpeza simultâ nea de gases tóxicos e particulados Reaproveitamento do efluente líquido ge rado por trabalhar em um sistema fechado Pode trabalhar no tratamento de gases a altas temperaturas e altas umidades Costa 2002 também elenca algumas desvanta gens na sua utilização tais como Pode necessitar de um sistema de trata mento de efluentes líquidos O material é coletado a úmido dificultan do a sua reutilização Mais suscetível a problemas de corrosão Perda de carga alta para altas eficiências de coleta Pode apresentar problemas de incrustação Controle de Poluentes Gasosos Agora estudaremos os métodos de controle de métodos para remoção de poluentes gasosos como condensador absorvedor incinerador e separador por membranas Condensador Segundo Marra Junior 2013 a condensação consiste em um processo de conversão de um gás ou de um vapor líquido ocorre a mudança de fase Assim os condensadores normalmente utilizam água ou ar para resfriar e condensar uma corrente gasosa ou um de seus componentes São dispositivos que não atingem temperaturas muito baixas aproximadamente 30 ºC portanto não têm muita eficiência de remoção da maioria dos gases apenas em casos que o vapor se conden se em altas temperaturas A condensação pode ocorrer quando a pressão parcial do poluente na corrente mistura gasosa é igual à sua pressão de vapor como substância pura na temperatura considerada 170 Poluição Atmosférica Controle e Qualidade das Emissões As condições nas quais um determinado gás pode se condensar dependerá de suas proprieda des físicas e químicas que podem ocorrer quando a pressão parcial do poluente na corrente mis tura gasosa é igual à sua pressão de vapor como substância pura na temperatura considerada Em situações práticas os condensadores operam com remoção de calor da corrente gasosa abaixamen to de temperatura Os tipos mais comuns são condensadores de contato fluido resfriador ou fluido é colocado em contato direto com a corren te gasosa misturado com o gás e os de superfície fluido do resfriador está confinado em um com partimento distinto da corrente gasosa Absorvedor Segundo Marra Junior 2013 p 555 absorção envolve a remoção de poluentes ga sosos chamados de absorvados ou solutos de uma corrente de processos pela dissolu ção em um líquido chamado de absorvente ou solvente A condição necessária para a aplicação da absorção para o controle da poluição é a solubilidade dos poluentes no líquido Em um processo de absorção colo camos em contato íntimo a corrente gasosa e o líquido mais favorável é a condição para a absorção pois sendo este um processo de transferência de massa a elevada área infer facial líquidogás colabora com o fenômeno O mecanismo principal de transferência de massa é a difusão entre os constituintes das fases gasosa e líquida Consequentemente a taxa de absorção é determinada pelas taxas de difusão nas fases O processo de transfe rência de massa ocorre até que o equilíbrio seja atingido equilíbrio de fases Para utilizar a absorção em seu dimensionamento é preciso conhecer as características do solvente que precisa ter as seguintes características a saber VESILIND MORGAN 2011 Alta solubilidade no gás Baixa volatilidade Baixa viscosidade e toxicidade Alta estabilidade química e baixo ponto de congelamento Baixo custo Segundo Marra Junior 2013 temos configurações de equipamentos diferentes sendo as mais utiliza das as colunas de recheio ou empacotadas packed beds ou colunas de aspersão spray towers Adsorvedor De acordo com Vesilind e Morgan 2011 a adsorção é um método importante quando conseguimos colocar o poluente em contato com um adsorvente como o carvão ativado A quantidade de moléculas ou massa que um adsorvente é capaz de reter chamamos de ad sorção e é expressa pela razão entre a massa de adsorvato e a massa de adsorvente como por exemplo g de adsorvato g de adsorvente MARRA JUNIOR 2013 Os adsorventes podem ter formas e tama nhos diferentes e seu processo normalmen te se dá por meio de um sistema cíclico no qual o adsorvente é submetido a uma etapa de adsorção em que os componentes adsorvidos são removidos e o adsorvente é regenerado esse tipo de operação chamamos de batelada cíclica Além disso temos configurações de equipamentos recheio ou empacotadas ou de leitos fixos 171 UNIDADE 7 Incinerador De acordo com Marra Junior 2013 a combustão é um processo químico que ocorre com a combi nação do oxigênio com vários compostos quími cos que liberam calor O processo de combustão oxidação térmica é mais frequente no controle de emissões de compostos orgânicos Além disso esse processo pode ser empre gado quando for necessário anular de forma mais eficiente alguns poluentes como é o caso de gases tóxicos ou perigosos Os sistemas de combustão são relativamente caros utilizam um sistema adicional para queima dos poluentes e geralmente possuem algum dispositivo para recuperação do calor gerado Um processo ideal é aquele que a combustão é completa ou seja os produtos da reação são apenas H2O e CO2 Se outros produtos são gerados como o CO ou óxidos de nitrogênio a combustão é incompleta Se a combustão é incompleta pode gerar pro blemas adicionais resultando na formação de aldeídos ou ácidos orgânicos A oxidação de compostos contendo enxofre ou halogênios produz compostos indesejáveis como dióxido de enxofre ácido clorídrico ou fosgênio COCl2 Sendo assim um processo de absorção deve ser utilizado para tratamento das emissões Para que seja alcançada a combustão completa devemos colocar em contato íntimo os poluentes o combustível e o ar oxigênio proporcionando as seguintes condições tempe ratura elevada para ignição da mistura poluente combustível mistura turbulenta dos reagentes e tempo de residência suficiente para a reação ocorrer MARRA JUNIOR 2013 Incineradores operam com temperaturas entre 600 e 650 ºC quando oxidam a maioria dos com postos orgânicos mas em alguns casos podem variar entre 1800 e 2200 ºC para poluentes mais perigosos Podem ser utilizados gás natural ou propano como combustíveis para manutenção das temperaturas adequadas A Figura 3 apresenta a forma simplificada de um incinerador O oxigênio é necessário para a combustão ocor rer e para combustão completa de um composto uma quantidade de oxigênio deve estar presente para a conversão de todo carbono a gás carbônico Calor Gás limpo Recuperação de calor Combustível Ar Gás sujo Queimador Câmara de combustão Figura 3 Esquema simplificado de um incinerador Fonte adaptada de Marra Junior 2013 172 Poluição Atmosférica Controle e Qualidade das Emissões Separador de membranas Esse processo tem como característica a passa gem da mistura gasosa por meio de uma mem brana permeável ocorrendo separação seletiva dos componentes esse processo também pode ser utilizado no tratamento de efluentes líquidos tratamento de águas As membranas comerciais são normalmente sintetizadas a partir de materiais polimétricos O polipropileno a poliamida e o poliacrilonitrilo MARRA JUNIOR 2013 são utilizados na fa bricação de membranas Também são utilizados materiais inorgânicos como alumina e sílica Na limpeza dos gases as membranas são mais fre quentemente utilizadas para o tratamento de cor rentes gasosas que contém compostos orgânicos voláteis com concentrações acima de 1000 ppm e vazões moderadas No processo de incineração se não houver oxi gênio suficiente a combustão será incompleta Quando trabalhamos a incineração no trata mento de gases é preciso que haja a quantida de de oxigênio adequada se não a combustão será incompleta 173 UNIDADE 7 Para conhecer os padrões de qualidade é preciso conhecer alguns conceitos importantes que se gundo Derisio 2012 são Meteorologia ciência que estuda os fe nômenos atmosféricos que se manifestam e ocorrem na natureza É de suma impor tância pois esses fenômenos são funda mentais em relação à poluição do ar As condições meteorológicas possibilitam estabelecer uma forma de ligação entre a fonte de poluição e o receptor tendo como referência o transporte e dispersão dos po luentes Estabilidade atmosférica relacionada com os movimentos ascendentes e descen dentes de volumes de ar depende da velo cidade do vento turbulência atmosférica insolação chuva neve e outras condições climáticas Padrões de Qualidade 174 Poluição Atmosférica Controle e Qualidade das Emissões Inversões térmicas temos duas formas por radiação e subsidiência Por radiação acontece quando o solo esfria por radiação durante a noite isso impede a dispersão das emissões de poluentes na cidade à noite Térmica ocorre quando da existência do processo de afundamento e compres são de massa de ar quanto maior for a convergência em altitude maior o movi mento descendente havendo maior grau de compressão da atmosfera com isso há o aumento de temperatura A inversão térmica é um fenômeno que dificulta a dispersão dos poluentes gerados nos centros urbanos Ela é consequência do rápido aqueci mento e resfriamento da superfície Esse fenô meno pode ocorrer naturalmente ou ser causado pela maneira como a cidade está estruturada Qualidade do Ar Além das condições meteorológicas a aná lise da concentração de poluentes presentes na atmosfera é fundamental para um programa de controle da poluição do ar por parte da agência governamental responsável por esse controle Se gundo Derisio 2012 os propósitos em avaliar são inúmeros a saber Ter conhecimento e fazer comparação da atual qualidade do ar na área de jurisdição Analisar tendências com o intuito de fixar padrões de qualidade do ar Ativar ações de emergência com o objeti vo de evitar episódios agudos referentes à poluição atmosférica Prover dados para o planejamento de uso e ocupação do solo Estudar a viabilidade de modelos matemá ticos utilizados na dispersão atmosférica Indicadores de Qualidade Os indicadores de qualidade do ar são medidos pela quantificação de suas substâncias poluentes Para Derisio 2012 a variedade de substâncias presentes na atmosfera é muito grande o que torna difícil a tarefa de estabelecer uma classificação no entanto podemos dividir em duas categorias a saber Poluentes primários emitidos direta mente pelas fontes de emissão Poluentes secundários formados por meio da reação química entre poluentes primários e constituintes naturais da at mosfera Padrões de Qualidade do Ar Os principais objetivos da avaliação da qualidade por monitoramento são Avaliar a qualidade do ar com o intuito de proteger a saúde e o bemestar das pessoas Fornecer dados para ativar ações de emer gência durante períodos de estagnação at mosférica quando os níveis de poluentes na atmosfera possam representar risco à saúde pública Acompanhar as tendências e mudanças na qualidade do ar Com o intuito de atender a esses objetivos fazse necessária a fixação de padrões de qualidade do ar que para Derisio 2012 p 133 175 UNIDADE 7 define legalmente um limite máximo para a concentração de um componente at mosférico que garanta a proteção da saúde e do bemestar das pessoas Os padrões de qualidade do ar são baseados em estudos científicos dos efeitos produzidos por po luentes específicos e são fixados em níveis que possam propiciar uma margem de se gurança adequada Os padrões de qualidade do ar PQAr podem variar de acordo com a abordagem adotada para balancear riscos à saúde viabilidade técnica con siderações econômicas e vários outros fatores po líticos e sociais que por sua vez dependem entre outras coisas do nível de desenvolvimento e da capacidade nacional de gerenciar a qualidade do ar BRASIL 2017 Aqui no Brasil os padrões de qualidade do ar foram estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 0031990 sendo de acordo com esta resolu ção divididos em padrões primários e secundá rios a saber São padrões primários de qualidade do ar as concentrações de poluentes que ultrapassadas poderão afetar a saúde da população Podem ser entendidos como níveis máximos toleráveis de concentra ção de poluentes atmosféricos constituin dose em metas de curto e médio prazo BRASIL 1990c São padrões secundários de qualida de do ar as concentrações de poluentes atmosféricos abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o bemestar da população assim como o mínimo dano à fauna e à flora aos materiais e ao meio ambiente em geral Podem ser entendidos como níveis desejados de concentração de poluentes constituindose em meta de longo prazo BRASIL 1990c PRONAR Programa Nacional de Controle da Poluição do Ar A Resolução CONAMA nº 003 de 1990 ins tituiu o PRONAR como um dos instrumentos básicos da gestão ambiental para proteção da saúde e bemestar das populações e melhoria da qualidade de vida que tem por objetivo permitir o desenvolvimento econômico e social do país de forma ambientalmente segura pela limitação dos níveis de emissão de poluentes por fontes de poluição atmosférica com vistas BRASIL 1990c À melhoria na qualidade do ar Ao atendimento aos padrões estabelecidos Ao não comprometimento da qualidade do ar em áreas consideradas não degra dadas A estratégia era limitar em nível nacional as emis sões por tipologia de fontes e poluentes prioritários reservando o uso dos padrões de qualidade do ar como ação complementar de controle conceituan do e propondose a estabelecer BRASIL 1990c Limites Máximos de Emissão a quanti dade de poluentes permissível de ser lan çada por fontes poluidoras para a atmos fera que serão diferenciados em função da classificação de usos pretendidos para as diversas áreas e serão mais rígidos para as fontes novas de poluição aqueles em preendimentos que não tenham obtido a licença prévia do órgão ambiental na data da publicação da Resolução Adoção de Padrões Nacionais de Quali dade do Ar para uma avaliação permanen te das ações de controle estabelecidas são adotados padrões de qualidade do ar como ação complementar e referencial aos limites máximos de emissão estabelecidos Foram estabelecidos dois tipos de padrões de qua lidade do ar os primários e os secundários 176 Poluição Atmosférica Controle e Qualidade das Emissões Prevenção de Deterioração Significati va da Qualidade do Ar para implemen tar a política de não deterioração significa tiva da qualidade do ar em todo o território nacional previa que as áreas deveriam ser enquadradas de acordo com a seguinte classificação de usos pretendidos Classe I áreas de preservação lazer e turismo tais como Parques Nacio nais e Estaduais Reservas e Estações Ecológicas Estâncias Hidrominerais e Hidrotermais Nessas áreas deverá ser mantida a qualidade do ar em nível o mais próximo possível do verificado sem a intervenção antropogênica Classe II áreas onde o nível de deterio ração da qualidade do ar seja limitado pelo padrão secundário de qualidade Classe III áreas de desenvolvimento onde o nível de deterioração da qua lidade do ar seja limitado pelo padrão primário de qualidade por meio de Re solução específica do CONAMA serão definidas as áreas Classe I e Classe III sendo as demais consideradas Classe II Monitoramento da Qualidade do Ar com base na necessidade de conhecer e acompanhar os níveis de qualidade do ar como forma de avaliação das ações de con trole estabelecidas estabeleceu a criação de uma Rede Nacional de Monitoramento da Qualidade do Ar que deveria permitir o acompanhamento e a comparação com os respectivos padrões estabelecidos Gerenciamento do Licenciamento de Fontes de Poluição do Ar estabeleceu um sistema de disciplinamento da ocu pação do solo baseado no licenciamento prévio das fontes de poluição por meio do qual o impacto de atividades poluido ras deve ser analisado previamente pre venindo a deterioração descontrolada da qualidade do ar Inventário Nacional de Fontes e Poluen tes do Ar estabeleceu a criação objetivan do desenvolver metodologias que permitam o cadastramento e a estimativa das emissões bem como o devido processamento dos da dos referentes às fontes de poluição do ar Gestões Políticas estabeleceu que o IBA MA coordene gestões junto aos órgãos da Administração Pública Direta ou Indireta Federais Estaduais ou Municipais e Enti dades Privadas no intuito de se manter permanente canal de comunicação vi sando viabilizar a solução de aplicação de medidas de controle da poluição do ar nos diferentes setores da sociedade Desenvolvimento Nacional na Área de Poluição do Ar promover junto aos ór gãos ambientais meios de estruturação de recursos humanos e laboratoriais a fim de se desenvolver programas regionais que viabilizarão o atendimento dos objetivos estabelecidos no PRONAR Ações de Curto Médio e Longo Prazo definiu metas de curto médio e longo pra zo para as ações considerando Curto Prazo definição dos limites de emissão para fontes poluidoras priori tárias definição dos padrões de quali dade do ar enquadramento das áreas na classificação de usos pretendidos apoio à formulação dos Programas Es taduais de Controle de Poluição do Ar capacitação laboratorial e capacitação de recursos humanos Médio Prazo definição dos demais li mites de emissão para fontes poluido ras implementação da Rede Nacional de Monitoramento da Qualidade do Ar criação do Inventário Nacional de 177 UNIDADE 7 Fontes e Emissões capacitação labora torial continuidade e capacitação de recursos humanos continuidade Longo Prazo capacitação laboratorial continuidade capacitação de recursos humanos continuidade e avaliação e retroavaliação do PRONAR Para que as ações de controle definidas pudessem ser concretizadas e como meio de instrumentali zar tais medidas foram estabelecidos alguns ins trumentos de apoio e operacionalização limites máximos de emissão padrões de qualidade do ar o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores PROCONVE o Progra ma Nacional de Controle da Poluição Industrial PRONACOP o Programa Nacional de Avalia ção da Qualidade do Ar o Programa Nacional de Inventário de Fontes Poluidoras do Ar e os Programas Estaduais de Controle da Poluição do Ar que sob uma perspectiva conceitual dá ao PRONAR uma ótica de gestão PNQA Plano Nacional de Qualidade do Ar No ano de 2009 o Ministério das Cidades o Mi nistério da Saúde e o Ministério do Meio Am biente lançaram em conjunto o Plano Nacional de Qualidade do Ar De acordo com o documento BRASIL 2009 p 1 Ações de gestão são necessárias para pre venir ou reduzir as emissões de poluentes e os efeitos da degradação do meio aéreo o que já foi demonstrado ser compatível com o desenvolvimento econômico e social A gestão da qualidade do ar envolve portan to medidas mitigadoras que tenham como base a definição de limites permissíveis de concentração dos poluentes na atmosfera a restrição de emissão dos mesmos bem como um melhor desempenho na aplicação dos instrumentos de comando e controle entre eles o licenciamento ambiental e o monitoramento Os objetivos estratégicos do PNQA são BRA SIL 2009 Reduzir as concentrações de contaminan tes na atmosfera de modo a assegurar a melhoria da qualidade ambiental e a pro teção à saúde compatibilizando o alcance de metas de qualidade do ar com desen volvimento econômico Integrar políticas públicas e instrumentos que se complementam nas ações de plane jamento territorial setorial e de fomento e na aplicação de mecanismos de coman do e controle necessários ao alcance de metas de qualidade do ar temporalmente definidas Contribuir para a diminuição da emissão de gases do efeito estufa Observase que apesar da abordagem mais mo derna sobre o tema ainda persiste a ênfase no comando e controle Complementarmente à legis lação federal vigente os Estados também possuem uma série de instrumentos legais destinados a medidas de controle da poluição e prevenção da degradação da qualidade do ar O som puro é descrito como ondas de pressão que se propagam em um meio ar VESILIND MORGAN 2011 e nos permite comunicar faz nos alertas ou previne em muitas circunstâncias O som é qualquer vibração ou conjunto de vibra ções ou ondas mecânicas que podem ser ouvidas Tuffi Messias Saliba Essas ondas são transmitidas por meio de várias fontes veículos televisão conversa entre pessoas eletrodomésticos etc e produzem no meio em que se propagam uma variação de pressão no ar no caso pressão das ondas sonoras ou simples mente pressão sonora Dessa maneira as fontes sonoras são os meios pelos quais as ondas de pressão são formadas no ar podendo ser um equipamento em vibração uma música o chiado de uma chaleira etc Para Vesilind e Morgan 2011 os ouvidos humanos saudáveis captam sons cuja frequência variam de aproximadamente 15 Hz a 20000 Hz uma Poluição Sonora 179 UNIDADE 7 ampla faixa Os sons de baixa frequência são graves enquanto de alta frequência são mais agudos De acordo com Rosa 2007 as ondas sonoras são as que pos suem frequência de vibração entre 20 Hz e 20000 Hz sendo recebi das e processadas por nosso sistema auditivo e originamse a partir de vibrações do ar que são captadas pelo tímpano com frequência e amplitudes predefinidas Pessoas jovens e saudáveis podem ouvir frequências muito altas que geralmente incluem os sinais de portas automáticas Com a idade infelizmente com os danos causados a habilidade de detectar uma ampla faixa de frequências diminui A amplitude A representa a intensidade do som que perce bemos A sua variação é proporcionalmente relativa à variação da pressão atmosférica causada pela onda pressão sonora represen tada pela diferença de seus valores máximo e médio no tempo e num determinado ponto do espaço ou também ao longo do espaço num determinado instante de tempo SALIBA 2009 Frequência f é o número de oscilações vibrações completas por segundo de uma determinada onda sendo que a unidade de medida da frequência no Sistema Internacional SI é o hertz Hz que corresponde à frequência de um som que executa vibração completa ou um ciclo por segundo Para uma onda sonora em propagação a frequência é o número de ondas que passam por um determinado referencial em um intervalo de tempo SALIBA 2009 Medição do Som O som é medido com um instrumento que converte a energia das ondas de pressão em um sinal elétrico Um microfone capta as ondas de pressão e um medidor lê o nível de pressão sonora diretamente calibrado para decibéis Os dados obtidos dessa forma com um medidor de nível de pressão sonora representam uma medição precisa do nível de energia do ar VESILIND MORGAN 2011 Contudo esse nível de pressão não é necessariamente o que os ouvidos humanos escutam conforme já mencionado em tópi co anterior que o ouvido humano detecta frequências entre 20 e 20000 Hz A escala decibel dB usa o limiar da audição µPa como seu ponto de partida ou pressão de referência Isso é definido como ser igual a 0dB Cada vez que se multiplica por 10 a pressão sonora em Pa adicionase 20 dB assim 200 µPa corresponde a 20 dB 2000 µPa corresponde a 40 dB e assim sucessivamente DERISIO 2012 180 Poluição Atmosférica Controle e Qualidade das Emissões Efeitos de Ruídos na Saúde Humana Os efeitos do ruído no homem podem ser físicos psicológicos e sociais O ruído prejudica a audição interfere em comunicações provoca fadiga incômodo aumenta produção de adrenalina rea ções musculares e outros DERISIO 2012 Os efeitos quanto à saúde e bemestar do homem são Redução da capacidade auditiva Resposta vegetativa quer seja involuntária quer seja cons ciente Cardiovascular Incômodo Alterações fisiológicas como perturbação ao sono aumento de riscos de acidentes e outros Medo ansiedade Fontes de Ruído As fontes de ruído para Derisio 2012 podem ser classificadas em es tacionárias ou móveis a saber Estacionárias encontramse fixas em certos locais como indústrias construções casas noturnas e outros Móveis movimentam de um lugar para outro como exem plos veículos aeronaves e trens Definição de Poluição Sonora A poluição sonora é um dos grandes problemas ambientais dos centros urbanos Para Saliba 2009 ela consiste na emissão de barulhos ruídos e sons em limites perturbadores da comodidade auditiva Todo ruído que causa incômodo pode ser considerado poluição sonora A noção do que é barulho ruído pode variar de pessoa para pessoa mas o organismo tem limites físicos para su portálo Barulho em excesso pode provocar surdez e desencadear outras doenças como pressão alta e disfunções 181 UNIDADE 7 As técnicas de controle de ruídos podem ser reali zadas na própria fonte no percurso entre a fonte e o receptor podem ser utilizadas isolada ou simul taneamente e devem contemplar medidas a saber DERISIO 2012 Substituição do equipamento por outro mais silencioso Redução ou minimização das forças envol vidas as quais podem compreender uma correta lubrificação alinhamento equilíbrio das partes móveis e ancoragem do equipa mento em suportes antivibratórios Alteração de processos produtivos com a substituição de equipamentos em períodos preestabelecidos eliminação ou redução de atividades em períodos noturnos Para Vesilind e Morgan 2011 podemos ter Proteção do receptor medidas que en volvem o uso de protetores auriculares ou outros tipos de proteção Redução nas fontes do ruído mudanças em motores utilizados trocas de equipamentos Controle do caminho dos ruídos au mento das paredes antirruídos ou barreiras ao longo das estradas Redução e Controle de Ruídos 182 Poluição Atmosférica Controle e Qualidade das Emissões Os problemas relativos aos níveis excessivos de ruí dos estão incluídos entre os sujeitos ao controle da poluição ambiental em que a normatização e o es tabelecimento de padrões compatíveis com o meio ambiente equilibrado e necessário à sadia qualidade de vida são atribuídos ao CONAMA segundo o que está disposto no inciso II do artigo 6º da Lei 6938 BRASIL 1981 Vimos anteriormente que a identi ficação entre som e ruído é feita por meio da utiliza ção de unidades de medição do nível de ruído Com isso também são definidos os padrões de emissão aceitáveis e inaceitáveis criandose e permitindose a verificação do ponto limítrofe com o ruído O nível de intensidade sonora é apresentado geralmente em decibéis dB e é apurada com a utilização de um aparelho chamado decibelí metro No que diz respeito ao ruído é regulado pela Resolução do CONAMA 0011990 BRASIL 1990a a qual considera um problema os níveis excessivos de ruídos bem como a deterioração da qualidade de vida causada pela poluição Essa Resolução adota os padrões estabelecidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas e pela Norma Brasileira Regulamentar NBR 10151 ABNT 2000 A Resolução 001 do CONAMA 1990a p 1 determina que I A emissão de ruídos em decorrência de quaisquer atividades industriais comerciais sociais ou recreativas inclusive as de propa ganda política obedecerá no interesse da saú de do sossego público aos padrões critérios e diretrizes estabelecidos nesta Resolução II São prejudiciais à saúde e ao sossego pú blico para os fins do item anterior aos ruí dos com níveis superiores aos considerados aceitáveis pela norma NBR 10152 Avalia ção do Ruído em Áreas Habitadas visando ao conforto da comunidade da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT III Na execução dos projetos de construção ou de reformas de edificações para ativida des heterogêneas o nível de som produzido por uma delas não poderá ultrapassar os níveis estabelecidos pela NBR 10152 Ava liação do Ruído em Áreas Habitadas visando ao conforto da comunidade da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT IV A emissão de ruídos produzidos por veículos automotores e os produzidos no interior dos ambientes de trabalho obedece rão às normas expedidas respectivamente pelo Conselho Nacional de Trânsito CON TRAN e pelo órgão competente do Minis tério do Trabalho V As entidades e órgãos públicos federais estaduais e municipais competentes no uso do respectivo poder de política disporão de acordo com o estabelecido nesta Resolução sobre a emissão ou proibição da emissão de ruídos produzidos por quaisquer meios ou de qualquer espécie considerando sempre os locais os horários e a natureza das ativi dades emissoras com vistas a compatibilizar o exercício das atividades com a preservação da saúde e do sossego público A NBR 10151 ABNT 2000 dispõe sobre a avaliação do ruído em áreas habitadas visan do ao conforto da comunidade Essa Norma fixa as condições exigíveis para a avaliação da aceitabilidade do ruído em comunidades inde pendentemente da existência de reclamações Além da NBR 10151 temse a NBR 10152 ABNT 1987 que trata dos níveis de ruídos para conforto acústico estabelecendo os limi tes máximos em decibéis a serem adotados em determinados locais Exemplificando em um restaurante o nível de ruído não deve ultra passar os 50 decibéis estabelecidos pela NBR 10152 Vale lembrar que a NBR 10152 referente à acústica de edificações sofreu alterações no ano de 2017 183 UNIDADE 7 O Conselho Nacional do Meio Ambiente CO NAMA considerando que o crescimento de mográfico descontrolado ocorrido nos centros urbanos acarreta uma concentração de diversos tipos de fontes de poluição sonora sendo funda mental o estabelecimento de normas métodos e ações para controlar o ruído excessivo que pos sa interferir na saúde e bemestar da população estabeleceu a Resolução 2 BRASIL 1990b que veio a instituir o Programa Nacional de Educação e Controle da Poluição Sonora Silêncio 12 com o seguinte objetivo BRASIL 1990b p 01 a Promover cursos técnicos para capacitar pessoal e controlar os problemas de polui ção sonora nos órgãos de meio ambiente estaduais e municipais em todo o país b Divulgar junto à população através dos meios de comunicação disponíveis maté ria educativa e conscientizadora dos efeitos prejudiciais causados pelo excesso de ruído c Introduzir o tema poluição sonora nos cursos secundários da rede oficial e privada de ensino através de um Programa de Edu cação Nacional d Incentivar a fabricação e uso de máquinas motores equipamentos e dispositivos com menor intensidade de ruído quando de sua utilização na indústria veículos em geral construção civil utilidades domésticas etc e Incentivar a capacitação de recursos hu manos e apoio técnico e logístico dentro da política civil e militar para receber de núncias e tomar providências de combate à poluição sonora urbana em todo o Terri tório Nacional f Estabelecer convênios contratos e ati vidades afins com órgãos e entidades que direta ou indiretamente possam contri buir para o desenvolvimento do Programa SILÊNCIO Em relação a níveis de ruído em ambientes inter nos a competência é exclusiva do âmbito federal a cargo do Ministério do Trabalho Estudamos nesta unidade as principais fon tes de poluição atmosférica além de classificar os poluentes em primários e secundários Vimos que os materiais particulados consistem em uma mistura de partículas líquidas e sólidas que es tão em suspensão na atmosfera e classificamos de acordo com seu tamanho em poeira vapor névoa fumaça e sprays Enquanto poluentes ga sosos estão incluídas as substâncias que são gases a uma temperatura e pressão normais e vapores de substâncias líquidas ou sólidas sob condições normais por exemplo monóxido de carbono hidrocarbonetos ácido sulfúrico óxidos de ni trogênio ozônio e outros A norma NBR 10152 Acústica Níveis de Pressão Sonora em Ambientes Internos a Edificações foi revisada desde 2014 pelo Comitê Brasileiro da Construção Civil CB002 da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT Esse texto substituirá a NBR 10152 Níveis de Ruído para Conforto Acústico que está em vigor desde 1987 Saiba mais sobre as mudanças na NBR 10152 acessando o link a seguir httptechnepinicombr201712nbr10152deacusticaemedificacoesepublicadaaposrevisao 184 Poluição Atmosférica Controle e Qualidade das Emissões Vimos que as fontes fixas de poluição do ar são aquelas que ocupam uma área relativamente limitada e que podem ser avaliadas diretamente na fonte como indústrias mineração e produ ção de energia por meio de usinas termelétricas Enquanto as fontes móveis são aquelas que não podem ser avaliadas diretamente na fonte como veículos aviões trens e outros Além disso estu damos que os efeitos da poluição do ar podem ser caracterizados de acordo com a alteração das condições normais da atmosfera ou por au mento de problemas já existentes e que de uma forma geral os efeitos causados pela poluição do ar são manifestados por muitos danos à saúde humana materiais propriedades da atmosfera vegetação e economia Também vimos as formas de controlar as emissões atmosféricas e os aspectos legais es tudamos os indicadores de qualidade do ar os padrões de qualidade do ar e os programas de prevenção da qualidade do ar Definimos por fim poluição sonora como a emissão de baru lhos ruídos e sons em limites perturbadores da comodidade auditiva as suas consequências para a saúde humana e algumas técnicas para o con trole de ruídos que podem ser feitas na própria fonte percurso e receptor Na próxima unidade trataremos da evolução das leis ambientais no Brasil Encontro você lá 185 Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução 1 São chamados de poluentes originados diretamente na atmosfera Estamos falando de a Poluentes primários b Poluentes secundários c Poluentes terciários d Poluição atmosférica e Poluição por atividades industriais 2 Consiste em um tratamento para remoção de particulados que também é de nominado de separador centrífugo Tratase de a Câmara gravitacional b Ciclone c Filtros de saco d Precipitador eletrostático e Lavador Venturi 3 Os padrões de qualidade do ar aqui no Brasil foram estabelecidos pela Reso lução CONAMA nº 0031990 Diante disso as concentrações de poluentes que sejam excedidas e que podem afetar a saúde da população são chamadas de a Padrões primários b Padrões secundários c Padrões terciários d Monitoramento de qualidade do ar e Inventário Nacional de Fontes e Poluentes do Ar 186 4 Consiste no número de vibrações completas por segundo de uma determinada onda Tratase de a Ondas sonoras b Amplitude c Frequência d Som e Pressão 5 É a norma que dispõe sobre a avaliação do ruído em áreas habitadas visando ao conforto da comunidade Estamos falando de qual Norma a NBR 10151 b NBR 10152 c NBR 10155 d NBR 10044 e NBR 10066 187 Introdução à Engenharia Ambiental Autor P Aarne Vesilind e Susan M Morgan Editora Cengage Learning Sinopse Introdução à Engenharia Ambiental traz discussões principalmente sobre dois temas o balanço de materiais e a ética ambiental A obra é dividida em três partes a primeira parte oferece exemplos de questões complexas que circundam a identificação e a solução dos problemas ambientais A segunda parte introduz os conceitos fundamentais do balanço de materiais e reações que ocorrem em reatores Na terceira parte esses princípios são aplicados à engenharia ambiental e à ciência LIVRO 188 ABNT NBR 10151 Acústica Avaliação do ruído em áreas habitadas visando o conforto da comunidade Procedimento Rio de Janeiro 2000 ABNT NBR 10152 Níveis de ruído para conforto acústico Rio de Janeiro 1987 BRASIL Conama Resolução nº 001 de 08 de junho de 1990 Dispõe sobre critérios de padrões de emissão de ruídos decorrentes de quaisquer atividades industriais comerciais sociais ou recreativas inclusive as de propaganda política Diário Oficial da União 1990a BRASIL Conama Resolução nº 002 de 08 de junho de 1990 Dispõe sobre o Programa Nacional de Educação e Controle da Poluição Sonora Diário Oficial da União 1990b BRASIL Conama Resolução nº 003 de 28 de junho de 1990 Dispõe sobre padrões de qualidade do ar previstos no PRONAR Diário Oficial da União 1990c Disponível em httpwwwmmagovbrportconama legiabrecfmcodlegi100 Acesso em 1 abr 2019 BRASIL Fontes Fixas Brasília Ministério do Meio Ambiente 2019 Disponível em httpwwwmmagov brcidadessustentaveisqualidadedoarfontesfixas Acesso em 1 abr 2019 BRASIL Lei nº 6938 de 31 de agosto de 1981 Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente seus fins e mecanismos de formulação e aplicação e dá outras providências Presidência da Republica 1981 Disponível em httpwwwplanaltogovbrccivil03LeisL6938htm Acesso em 1 abr 2019 BRASIL Ministério do Meio Ambiente Compromisso pela Qualidade do Ar e Saúde Ambiental Brasília Ministério da Saúde 2009 Disponível em httpwwwmmagovbrimagesarquivo80060Compromisso20 pela20Qualidade20do20Ar20e20Saude20Ambientalpdf Acesso em 1 abr 2019 BRASIL Padrões de Qualidade do Ar Brasília Ministério do Meio Ambiente 2017 Disponível em http wwwmmagovbrcidadessustentaveisqualidadedoarpadroesdequalidadedoar Acesso em 1 abr 2019 COSTA M A M Eficiência de coleta de partículas em lavadores Venturi 2002 220 f Tese Doutorado em Engenharia Química Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia Universidade Federal de São Carlos São Carlos 2002 DALLAROSA J B Estudo da formação e dispersão de Ozônio Troposférico em áreas de atividade de processamento de carvão aplicando modelos numéricos Programa de Pósgraduação em Sensoriamento remoto Dissertação de Mestrado Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 2005 DERISIO J C Introdução ao controle de poluição ambiental 4 ed São Paulo Oficina de Textos 2012 MARRA JUNIOR W D Tratamento de efluentes gasosos In CALIJURI M C CUNHA D G F coord Engenharia Ambiental Rio de Janeiro Elsevier 2013 189 ROSA R S Ruído Urbano Estudo de Caso da Cidade de Sapucaia do Sul RS 2007 Disponível em http wwwprojetosunijuiedubrpetegcwpcontentuploads201003TCCRodrigoSilvadaRosapdf Acesso em 19 mar 2018 SALDIVA P H N COELHO M S Z S Poluição Atmosférica e Saúde Humana In CALIJURI M C CUNHA D G F Engenharia Ambiental Rio de Janeiro Elsevier 2013 SALIBA T M Manual prático de higiene ocupacional e PPRA avaliação e controle dos riscos ambientais 2 ed Belo Horizonte Astec 2009 VESILIND P A MORGAN S M Introdução à Engenharia Ambiental 2 ed São Paulo Cengage Learning 2011 190 1 A 2 B 3 A 4 C 5 A Diário de Bordo Diário de Bordo PLANO DE ESTUDOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Sintetizar os principais marcos da política ambiental no Brasil Detalhar a Política Nacional do Meio Ambiente e destacar sua relevância nas questões ambientais do país Detalhar a Política Nacional de Resíduos Sólidos e desta car sua relevância na gestão de resíduos sólidos do país Definir Licenciamento Ambiental e classificar as licenças existentes Marcos da Política Ambiental Brasileira Política Nacional do Meio Ambiente Licenciamento Ambiental Política Nacional de Resíduos Sólidos Esp João Marcos Pardo Me Gustavo Affonso Pisano Mateus Me Renata Cristina de Souza Chatalov A Política Ambiental no Brasil Marcos da Política Ambiental Brasileira Caroa alunoa nesta unidade vamos estudar a evolução das políticas ambientais no Brasil Trata remos de leis importantes que gestores precisam que são aplicáveis a organizações eou indústrias Definiremos o que é Legislação Ambiental e em seguida falaremos sobre os principais marcos da política ambiental brasileira abrangendo as leis código das águas código florestal Política Na cional de Meio Ambiente Lei 693881 lei da política agrícola lei das águas lei de crimes am bientais e Política Nacional de Resíduos Sólidos Também vamos abordar uma questão impor tante referente à legislação ambiental que deve ser cumprida pelas organizações o licenciamento ambiental definiremos a licença prévia licença de instalação e licença de operação cada uma com suas particularidades Diferentes tipos de empreendimento apresen tam diferentes requisitos para sua implantação e operação assim é necessário que você enquanto profissional possua um conhecimento básico acer ca das legislações a que sua empresa está sujeita Vamos lá 195 UNIDADE 8 As atitudes relacionadas com a gestão ambiental só começaram a manifestarse por meio dos governos estaduais ao passo que os problemas iam surgindo isto é eram medidas isoladas de caráter remediador ou reparador As resoluções iniciais no que diz respeito à gestão ambiental eram apenas corretivas e não preventivas a partir da década de 70 tiveram início algumas medidas preventivas por meio de políticas governamentais O Poder Público no Brasil começou a se preocupar com o meio ambiente na década de 30 Não que antes não houvesse nada a esse respeito mas eram poucas iniciativas e não eram tão eficazes Para Barbieri 2016 antes do século XX o campo político e institucional brasileiro não se sensibilizava com os problemas ambientais embora não faltassem problemas que os apontassem A abundância de terras férteis além de outros recursos naturais enaltecida desde a carta de Pero Vaz de Caminha ao rei de Por tugal tornouse uma espécie de dogma que impedia enxergar a destruição que vinha ocorrendo desde o período da colonização A degradação de uma área não era considerada um problema ambiental pela classe política As denúncias sobre a má gestão e uso de recursos naturais não encontravam eco na esfera política dessa época Somente quando o Brasil começa a dar passos firmes em direção à industrialização iniciase o esboço de uma política ambiental Tomando como critério a eficácia da ação pública e não apenas a geração de leis podese apontar a década de 30 como início de uma política ambiental mais efetiva A partir de agora estudaremos os principais marcos da Política Ambiental Brasileira Legislação Ambiental consiste em um conjunto de leis normas regras e padrões criados para proteger o meio ambiente buscando planejar e controlar os impactos ambientais Marcelo Testa Código das Águas Decreto nº 246431934 Norma legal que disciplina o aproveitamento industrial das águas e o aproveitamento e a exploração da energia elétrica sendo dividida em duas partes A primeira é reservada às águas em geral e ao seu domínio já a segunda parte estabelece uma disciplina legal para geração transmissão e distribuição de energia elétrica Código Florestal Decreto nº 237931934 O Decreto n 237931934 es tabeleceu o Código Florestal que tratava de regras acerca de onde e de que forma a vegeta ção nativa do território bra sileiro poderia ser explorada Determinava também as áreas que devem ser preservadas e quais regiões podem receber diferentes tipos de produção rural O Código Florestal so freu modificações importantes e em 1965 tornouse mais exi gente Teve sua última altera ção em maio de 2012 por meio da Lei n 125212012 196 A Política Ambiental no Brasil Política Agrícola Lei nº 81711991 Essa lei tem como principal objetivo proteger o meio ambiente define que o poder público deve disciplinar e fiscalizar o uso racional do solo da água da fauna e da flora O Estado também deve realizar zoneamentos agroecológicos buscando ordenar a ocupação de atividades produtivas de senvolver programas de educação ambiental e in centivar a produção de mudas de espécies nativas Lei dos Recursos Hídricos Lei nº 94331997 Também conhecida como a Lei dos Recursos Hídricos ou Lei das Águas instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos SINGREH Segundo a Lei das Águas a Política Nacional de Recursos Hídricos tem seis funda mentos A água é considerada um bem de domí nio público e um recurso natural limitado dotado de valor econômico sendo sua gestão baseada em usos múltiplos abastecimento energia irrigação indústria etc BRASIL 1997 O instrumento legal prevê que a gestão dos recursos hídricos deve proporcionar os usos múltiplos das águas de forma descentralizada e participativa contando com a participação do Poder Público dos usuários e das comunidades O consumo humano e de animais é prioritário em situações de escassez BRASIL 1997 Lei de Crimes Ambientais Lei nº 960598 Condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente passaram a ser punidas de forma civil administrativa e criminal A lei não trata ape nas de punições severas pois incorpora métodos e possibilidades de não aplicação das penas desde que o infrator recupere o dano ou de outra forma pague sua dívida à sociedade BRASIL 1998 Tenha sua dose extra de conhecimento assistindo ao vídeo Para acessar use seu leitor de QR Code O Código Florestal brasileiro institui as regras gerais acerca de onde e de que forma o território bra sileiro pode ser explorado ao determinar as áreas de vegetação nativa que devem ser preservadas e quais regiões são legalmente autorizadas a receber os diferentes tipos de produção rural Você já ouviu falar no novo Código Florestal Pesquise sobre ele para saber mais 197 UNIDADE 8 A Lei nº 69381981 estabeleceu a Política Nacio nal do Meio Ambiente PNMA A PNMA repre sentou uma mudança importante no tratamento das questões ambientais na medida em que pro cura integrar as ações governamentais dentro de uma abordagem sistemática Tem por objetivo a preservação a melhoria e a recuperação da qualidade ambiental propícia à vida visando assegurar as condições de desenvol vimento socioeconômico os interesses da segu rança nacional e a proteção da dignidade humana O meio ambiente como um todo é considerado patrimônio público que deve ser protegido tendo em vista o uso coletivo BRASIL 1981 Com essa Lei foi instituído o Sistema Nacio nal do Meio Ambiente SISNAMA responsável pela proteção e melhoria do meio ambiente e constituído por órgãos e entidades da União dos Estados do Distrito Federal e dos Municípios Podemos observar os componentes do SISNAMA no Quadro 1 Política Nacional do Meio Ambiente 198 A Política Ambiental no Brasil Quadro 1 Componentes do SISNAMA ÓRGÃO COMPONENTE Órgão superior Conselho de Governo que auxilia o presidente da República na formulação de políticas públicas Órgão consultivo e deliberativo Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA presidido pelo ministro do meio ambiente Esse órgão analisa delibera e propõe diretrizes e normas acerca da política ambiental Órgão central Ministério do Meio Ambiente dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal MMA Órgão responsável por planejamento coordenação supervisão e controle da Política Nacional do Meio Ambiente Órgãos executores Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais IBA MA e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade Autarquias vinculadas ao Ministério do Meio Ambiente que executam e fiscalizam a política ambiental no âmbito federal Órgãos seccionais Órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas e projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental Órgãos locais Órgãos ou entidades municipais responsáveis pelo controle e pela fiscalização dessas atividades nas suas respectivas jurisdições Fonte adaptado de Brasil 1981 Ao se espelharem no SISNAMA os estados criaram seus Sistemas Estaduais do Meio Ambiente para integrar as ações ambientais de diferentes entidades públicas nesse âmbito de abrangência Outra ino vação importante foi o conceito de responsabilidade objetiva do poluidor O poluidor fica obrigado independentemente de existência de culpa a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros afetados por suas atividades BARBIERI 2016 De acordo com Dias 2017 o princípio do poluidorpagador é uma das principais normas do direito ambiental e um importante instrumento de políticas governamentais O princípio torna a organiza ção que contamina responsável pelo pagamento do prejuízo que causou dessa maneira os custos de tratamentos dos danos ou de recuperação de áreas poluídas não reincidem no governo 199 UNIDADE 8 O Art 9º da Lei nº 693881 aborda os instru mentos da Política Nacional do Meio Ambiente I o estabelecimento de padrões de quali dade ambiental II o zoneamento ambiental III a avaliação de impactos ambientais IV o licenciamento e a revisão de ativida des efetiva ou potencialmente poluidoras V os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia voltados para a melhoria da qualidade ambiental VI a criação de espaços territoriais espe cialmente protegidos pelo Poder Público federal estadual e municipal tais como áreas de proteção ambiental de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas VII o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente VIII o Cadastro Técnico Federal de Ativi dades e Instrumentos de Defesa Ambiental IX as penalidades disciplinares ou com pensatórias ao não cumprimento das me didas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental X a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente a ser divulgado anual mente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis IBAMA XI a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente obrigandose o Poder Público a produzilas quando ine xistentes XII o Cadastro Técnico Federal de ativi dades potencialmente poluidoras eou uti lizadoras dos recursos ambientais XIII instrumentos econômicos como con cessão florestal servidão ambiental seguro ambiental e outros BRASIL 1981 p 3 A Constituição Federal CF de 1988 estabelece que a construção a instalação a ampliação e o funcionamento de estabelecimentos e de ati vidades utilizadoras dos recursos ambientais considerados efetivos ou potencialmente po luidores dependeriam de prévio licenciamento por órgão estadual integrante do SISNAMA sem prejuízo de outras licenças exigíveis BRA SIL 1988 Assim também se torna importante conhe cermos o capítulo VI do art 225 da Constituição Federal de 1998 o qual afirma que Todos têm direito ao meio ambiente ecolo gicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida impondose ao Poder Público e à co letividade o dever de defendêlo e preser válo para as presentes e futuras gerações BRASIL 1988 200 A Política Ambiental no Brasil A Política Nacional de Resíduos Sólidos PNRS foi um marco regulatório na área de Resíduos Sólidos A PNRS faz a distinção entre resíduo lixo que pode ser reaproveitado ou reciclado e rejeito o que não é passível de reaproveitamento além de se referir a todo tipo de resíduo doméstico industrial da construção civil eletroeletrônico lâmpadas de vapores mercuriais agrosilvopastoril da área de saúde e perigosos BRASIL 2010 A PNRS instituiu o princípio de responsabi lidade compartilhada pelo ciclo de vida dos pro dutos incluiu a chamada logística reversa que se refere ao conjunto de ações para facilitar o retorno dos resíduos aos seus geradores a fim de que se jam tratados ou reaproveitados em novos produ tos e estabeleceu princípios para a elaboração dos Planos Nacional Estadual Regional e Municipal de Resíduos Sólidos Ainda propiciou oportunida des de cooperação entre o poder público federal estadual e municipal o setor produtivo e a socie dade em geral BRASIL 2010 Política Nacional de Resíduos Sólidos 201 UNIDADE 8 Dentre os principais instrumentos instituídos pela PNRS BRA SIL 2010 p 3 destacamse I os planos de resíduos sólidos II os inventários e o sistema declaratório anual de resíduos sólidos III a coleta seletiva os sistemas de logística reversa e outras ferramentas relacionadas à implementação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos IV o incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis V o monitoramento e a fiscalização ambiental sanitária e agropecuária VI a cooperação técnica e financeira entre os setores público e privado para o desenvolvimento de pesquisas de novos pro dutos métodos processos e tecnologias de gestão reciclagem reutilização tratamento de resíduos e disposição final ambien talmente adequada de rejeitos VII a pesquisa científica e tecnológica VIII a educação ambiental IX os incentivos fiscais financeiros e creditícios X o Fundo Nacional do Meio Ambiente e o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico XI o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos Sinir XII o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Bá sico Sinisa XIII os conselhos de meio ambiente e no que couber os de saúde XIV os órgãos colegiados municipais destinados ao controle social dos serviços de resíduos sólidos urbanos XV o Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos Peri gosos XVI os acordos setoriais XVII no que couber os instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente entre eles a os padrões de qualidade am biental Os principais objetivos da PNRS são BRASIL 2010 Não geração redução reutilização e tratamento de resíduos sólidos Destinação final am bientalmente adequada dos rejeitos Diminuição do uso de recursos naturais no processo de produção de novos produtos Intensificação de ações de educação ambiental Aumento da reciclagem no país Promoção da inclusão social Geração de emprego e renda para catadores de materiais recicláveis 202 A Política Ambiental no Brasil O licenciamento é um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente PNMA que tem como objetivo agir preventivamente sobre a proteção do bem comum do povo o meio ambiente além de compatibilizar sua preservação com o desenvolvi mento econômicosocial essencial para a sociedade TCU 2007 O Licenciamento Ambiental pode ser definido como Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a lo calização instalação ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utiliza doras de recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que sob qualquer forma possam causar degradação ambiental considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso CONA MA 1997 p 1 Licenciamento Ambiental 203 UNIDADE 8 Dessa maneira a Licença Ambiental pode ser en tendida como Ato administrativo pelo qual o órgão am biental competente estabelece as condições restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreen dedor pessoa física ou jurídica para loca lizar instalar ampliar e operar empreen dimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que sob qualquer forma possam causar de gradação ambiental CONAMA 1997 p 1 De acordo com TCU 2007 p 10 a licença ambiental é uma autorização emitida pelo órgão público competente que é concedida ao empreendedor para que possa exercer seu direito à livre iniciativa desde que sejam atendidas às precauções requeridas com o intuito de resguardar o direito coletivo ao meio ambiente ecologicamente equilibrado O licenciamento ambiental é composto por três tipos de licença a licença prévia a licença de ins talação e a licença de operação Cada uma das licenças referese a uma fase distinta do empreen dimento e segue uma sequência lógica Veremos a seguir os tipos de licenciamento am biental licença prévia licença de instalação e li cença de operação Licença Prévia É a licença que precisa ser solicitada na fase preli minar de planejamento da atividade deve conter os requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização instalação e operação observa dos os planos municipais estaduais e federais de uso do solo CONAMA 1997 Seu objetivo é definir as condições a partir das quais o projeto se torne compatível com a preservação do meio que afetará Consiste no compromisso que o em preendedor assume de que irá seguir o projeto de acordo com os requisitos determinados pelo órgão ambiental TCU 2007 É importante salientar que as atividades que são consideradas efetivas ou potencialmente cau sadoras de significativa degradação ambiental a concessão da licença prévia irá depender da aprovação de estudo prévio de impacto ambiental e do respectivo relatório de impacto sobre o meio ambiente EIARIMA CONAMA 1997 Além disso esses instrumentos também são essenciais para a solicitação de financiamentos e obtenção de incentivos fiscais A licença prévia tem extrema importância no atendimento ao princípio da prevenção TCU 2007 É importante compreendermos que essas licenças não dispensam o empreendedor da obtenção de outras autorizações ambientais específicas junto aos órgãos competentes a depender da natureza do empreendimento e dos recursos ambientais envolvidos Por exemplo se temos uma indústria que for utilizar algum recurso hídrico em sua atividade também é necessária a outorga de direito de uso do recurso hídrico de acordo com os preceitos da Lei 943397 que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos 204 A Política Ambiental no Brasil Licença de Instalação A licença de instalação é a autorização para o início da implantação de acordo com as especifi cações constantes no projeto executivo aprovado O início da instalação do empreendimento ou da atividade só deve acontecer depois da expedição da licença de instalação em que são verificadas especificações constantes nos planos progra mas e projetos aprovados bem como medidas de controle ambiental de compensação e outras consideradas importantes na fase anterior CO NAMA 1997 Ao conceder a licença de instalação o órgão gestor de meio ambiente terá TCU 2007 Autorizado o empreendedor a começar as obras Concordado com as especificações cons tantes dos planos programas e projetos ambientais seus detalhamentos e respec tivos cronogramas de implementação Verificado o atendimento das condicio nantes determinadas na licença prévia Estabelecido medidas de controle ambien tal com vistas a garantir que a fase de im plantação do empreendimento obedecerá aos padrões de qualidade ambiental esta belecidos em lei ou regulamentos Licença de Operação A licença de operação autoriza após as verifica ções necessárias o início da atividade licenciada e o funcionamento de seus equipamentos de contro le da poluição de acordo com o previsto na licença prévia e de instalação CONAMA 1997 A licença de operação é aquela que autorizará o início das operações do empreendimento ou da atividade objeto do projeto sua expedição depende da ve rificação e do cumprimento das etapas anteriores e tem três características básicas TCU 2007 1 É concedida após a verificação pelo ór gão ambiental do efetivo cumprimento das condicionantes estabelecidas nas li cenças anteriores prévia e de instalação 2 Contém as medidas de controle ambien tal padrões ambientais que servirão de limite para o funcionamento do empreen dimento ou da atividade 3 Especifica as condicionantes determina das para a operação do empreendimen to cujo cumprimento é obrigatório sob pena de suspensão ou cancelamento da operação Cada uma das licenças ambientais tem prazos de validade que estão apresentadas no Quadro 2 Quadro 2 Prazos de validade das Licenças ambientais TIPO DE LICENÇA PRAZO MÁXIMO PRAZO MÍNIMO Licença Prévia 5 anos Prazo estabelecido pelo cronograma de planos progra mas e projetos relativos à atividade ou ao empreendi mento Esse prazo poderá ser prorrogado desde que não ultrapasse o prazo máximo da licença Licença de Instalação 6 anos Licença de Operação 10 anos Mínimo de 4 anos ou o prazo considerado nos planos de controle ambiental Prazos específicos para empreendi mentos ou atividades sujeitos a encerramentos ou mo dificações em prazos inferiores Fonte Barbieri 2016 p 267 205 UNIDADE 8 Além disso é importante entendermos que nem toda a atividade ou empreendimento está sujeita ao licenciamento ambiental Para saber qual ati vidade deve passar por todo processo de licen ciamento a Resolução 237 CONAMA 1997 no seu anexo 1 apresenta as atividades sujeitas ao licenciamento No entanto caso você tenha dúvida de alguma atividade deve ser feita uma consulta ao órgão ambiental competente pois a lista do anexo 1 não se trata de uma lista exaustiva São exemplos do anexo 1 da Resolução 237 de 1997 de atividades sujeitas ao licenciamento ambiental CONAMA 1997 Extração e tratamento de minerais Indústria de produtos minerais não me tálicos Indústria metalúrgica Indústria mecânica Indústria de material elétrico eletrônico e comunicações Indústria de material de transporte Indústria de madeira Indústria de papel e celulose Indústria de borracha Indústria de couros e peles Indústria química Indústria de produtos de matéria plástica Indústria têxtil de vestuário calçados e artefatos de tecidos Indústria de produtos alimentares e bebidas Indústria de fumo Indústrias diversas Obras civis rodovias hidrovias ferrovias barragens e outros Serviços de utilidade produção de ener gia termoelétrica transmissão de energia elétrica estações de tratamento de água in terceptores emissários estação elevatória e tratamento de esgoto sanitário tratamento e destinação de resíduos industriais líqui dos e sólidos e outros Transporte terminais e depósitos Turismo complexos turísticos e de lazer inclusive parques temáticos e autódromos Atividades diversas Atividades agropecuárias Uso de recursos naturais silvicultura ex ploração econômica da madeira ou lenha e subprodutos florestais atividade de ma nejo de fauna exótica e criadouro de fauna silvestre e outros A Resolução CONAMA nº 00186 define que o Es tudo de Impacto Ambiental EIA é o conjunto de estudos realizados por especialistas de diversas áreas com dados técnicos detalhados O acesso a ele é restrito em respeito ao sigilo industrial O relatório de impacto ambiental RIMA refletirá as conclusões do estudo de impacto ambiental EIA O RIMA deve ser apresentado de forma objetiva e adequada à sua compreensão as informações devem ser traduzidas em linguagem acessível ilustradas por mapas cartas quadros gráficos e demais técnicas de comunicação visual de modo que se possam entender as vantagens e des vantagens do projeto bem como todas as con sequências ambientais de sua implementação Nesta unidade estudamos as principais legisla ções ambientais que são aplicáveis às organizações cujo conhecimento é de suma importância para gestores Empresas que utilizam recursos naturais em seus processos e geram resíduos como efluen tes resíduos sólidos e emissões atmosféricas de vem estar atentos à legislação ambiental pois elas definem padrões máximos aceitáveis e também recomendações para as organizações 206 A Política Ambiental no Brasil Podemos dizer que a política ambiental no Brasil principal mente sob a forma da Política Nacional do Meio Ambiente e da PNRS são exemplos em nível mundial no que se refere à ges tão ambiental adequada Se as leis são cumpridas no entanto isso é um outro assunto Outro aspecto importante que também abordamos é o licenciamento ambiental a que empresas que estão no anexo 1 da Resolução 23797 do CO NAMA tais como indústrias têxteis de fumo alimentícias e outras estão sujeitas É impor tante que enquanto profissio nal da Engenharia e gestor de uma empresa conheçase os órgãos ambientais específicos para lidar com cada aspecto da implantação e operação de um empreendimento Esperamos que a partir des ses conteúdos apresentados você tenha uma base para agir de forma ética e cidadã no exercício de sua atividade seja qual for Na próxima e última unida de trataremos especificamen te das ferramentas de Gestão Ambiental nas empresas Cer tamente esses conteúdos soma rão muito ao seu arcabouço de conhecimentos e competências Até lá 207 Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução 1 A Política Nacional de Resíduos Sólidos PNRS é uma lei Lei nº 1230510 que procura organizar a forma com que o país lida com o lixo e exigir dos setores públicos e priva dos transparência no gerenciamento de seus resíduos A PNRS foi um marco no setor por tratar de todos os resíduos sólidos e rejeitos de forma compartilhada ao integrar poder público iniciativa privada e cidadão ECYCLE 2019 online1 A principal diferença entre resíduo sólido e rejeito é a Resíduo sólido tratase de matériaprima utilizada em residências e comércios en quanto rejeito está relacionado a atividades industriais e da construção civil b Resíduo sólido é tudo aquilo que pode ser reciclado ou reaproveitado de alguma maneira e rejeitos são itens que não podem ser reaproveitados c Resíduo sólido é tudo aquilo encontrado em estado natural e rejeito é decorrente da atividade humana d Tanto os resíduos sólidos quanto os rejeitos devem ser dispostos em aterro sanitário com a diferença de que o último deve receber tratamento específico para emissão de gases poluentes e Os resíduos sólidos representam riscos à saúde humana e dos animais enquanto rejeitos são inertes e não representam perigo ao homem 208 2 A logística reversa é um instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial para reaproveitamento em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos ou outra destinação final ambientalmente adequada BRASIL 2019 Dentre os vários conceitos introduzidos em nossa legislação ambiental pela Política Nacional de Resíduos Sólidos PNRS e que encontra na logística reversa uma solução podemos destacar principalmente a O princípio do poluidor pagador b A separação entre resíduo e rejeito c A classificação dos resíduos sólidos em diferentes tipos d A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto e As sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente 3 O Licenciamento ambiental é uma exigência legal e uma ferramenta do poder público para o controle ambiental E em muitos casos apresentase como um desafio para o setor empresarial Tratase do procedimento no qual o poder público representado por órgãos ambientais autoriza e acompanha a implan tação e a operação de atividades que utilizam recursos naturais ou que sejam consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras FIRJAN 2004 Sobre esse assunto descreva os tipos de Licença Ambiental destacando a di ferença entre eles 209 Política Nacional Gestão e Gerenciamento de Resíduos Sólidos Autor Jardim Arnaldo Yoshida Consuelo Machado Filho José Valverde Editora Manole Sinopse a Coleção Ambiental coordenada por Arlindo Philippi Jr reúne resul tados de estudos pesquisas e experiências de professores pesquisadores e profissionais com reconhecida e expressiva atuação na área ambiental oriun dos de conceituadas instituições de ensino e pesquisa caracterizandose pelo tratamento multi e interdisciplinar que essa área do conhecimento requer As obras contribuem tanto para a disseminação do conhecimento em bases cienti ficamente sólidas e conectadas às intervenções reais da sociedade quando para a ampliação das reflexões e dos debates sobre questões sociais econômicas políticas e ambientais fundamentais para a formação qualificação e capacitação de profissionais Este livro Política Nacional Gestão e Gerenciamento de Resíduos Sólidos busca retratar o processo de formulação da Lei que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos bem como trazer a lume seus principais conceitos e os contornos estabelecidos por seu decreto regulamentador Considerando sobretudo um contexto no qual são lançadas as bases para um novo parâmetro de construção legislativa que contemplam a gestão ambiental a participação e a organização social o crescimento econômico e a articulação de políticas públicas calcadas no princípio do desenvolvimento sustentável Ousadamente talvez até pretensiosamente essa obra pretende ser um referencial de formu lação de políticas públicas que tenham a marca da perenidade demonstrando que é possível superar vícios ajustar as ousadias que as tornariam apenas uma utopia Assim tornase indispensável não apenas aos especialistas da área do direito mas também a profissionais como engenheiros arquitetos administra dores economistas sociólogos biólogos entre outros além de todo o público interessado nessa questão ampla atual e importante LIVRO 210 BARBIERI J C Gestão Ambiental Empresarial 4 ed São Paulo Saraiva 2016 BRASIL Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 Diário Oficial da União 1988 Disponível em httpwwwplanaltogovbrccivil03constituicaoconstituicaocompiladohtm Acesso em 2 abr 2019 BRASIL Decreto nº 23793 de 23 de janeiro de 1934 Aprova o código florestal que com este baixa Presidência da República 1934 Disponível em httpwwwplanaltogovbrccivil03decreto19301949d23793htm Acesso em 2 abr 2019 BRASIL Decreto nº 24643 de 10 de julho de 1934 Decreta o Código das Águas Presidência da República 1934 Disponível em httpwwwplanaltogovbrccivil03decretod24643compiladohtm Acesso em 2 abr 2019 BRASIL Lei nº 6938 de 31 de agosto de 1981 Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente seus fins e mecanismos de formulação e aplicação e dá outras providências Presidência da República 1981 Disponível em httpwwwplanaltogovbrccivil03leisL6938htm Acesso em 2 abr 2019 BRASIL Lei nº 8171 de 17 de janeiro de 1991 Dispõe sobre a política agrícola Presidência da República 1991 Disponível em httpwwwplanaltogovbrccivil03leisL8171htm Acesso em 2 abr 2019 BRASIL Lei nº 9433 de 8 de janeiro de 1997 Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos regulamenta o inciso XIX do art 21 da Constituição Federal e altera o art 1º da Lei nº 8001 de 13 de março de 1990 que modificou a Lei nº 7990 de 28 de dezembro de 1989 Presidência da República 1997 Disponível em httpwwwmmagovbrportconamalegiabrecfmcodlegi370 Acesso em 2 abr 2019 BRASIL Lei nº 9605 de 12 de fevereiro de 1998 Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente e dá outras providências Presidência da República 1998 Disponível em httpwwwplanaltogovbrccivil03leisL9605htm Acesso em 2 abr 2019 BRASIL Senir Ministério do Meio Ambiente Disponível em httpsinirgovbrwebguestlogisticareversa Acesso em 2 abr 2019 211 BRASIL Lei nº 12305 de 2 de agosto de 2010 Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos altera a Lei no 9605 de 12 de fevereiro de 1998 e dá outras providências Presidência da República 2010 Disponível em httpwwwplanaltogovbrccivil03ato200720102010leil12305htm Acesso em 2 abr 2019 CONAMA Resolução nº 001 de 23 de janeiro de 1986 Ministério do Meio Ambiente 1986 Disponível em httpwww2mmagovbrportconamaresres86res0186html Acesso em 02 abr 2019 CONAMA Resolução nº 237 de 19 de dezembro de 1997 Ministério do Meio Ambiente 1997 Disponível em httpwwwmmagovbrportconamaresres97res23797html Acesso em 2 abr 2019 DIAS R Gestão Ambiental 3 ed São Paulo Atlas 2017 FIRJAN Manual de Licenciamento ambiental guia de procedimentos passo a passo Rio de Janeiro GMA 2004 Disponível em httpwwwmmagovbrestruturassqapnlaarquivoscartsebraepdf Acesso em 2 abr 2019 TCU Cartilha de Licenciamento Ambiental 2 ed Brasília TCU 4ª Secretaria de Controle Externo 2007 TESTA M org Legislação ambiental e do trabalhador São Paulo Pearson 2015 REFERÊNCIA ONLINE 1Em httpswwwecyclecombrcomponentcontentarticle67diaadia3705oqueepoliticanacionalde residuossolidospnrsurbanosdescartesdanossaudemeioambientequalidadevidareciclagemconsumo instrumentoresponsabilidadeprodutometaslixoeshtml Acesso em 2 abr 2019 212 1 B 2 D 3 A licença prévia é a licença que precisa ser solicitada na fase preliminar de planejamento da atividade deve conter os requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização instalação e operação observados os planos municipais estaduais e federais de uso do solo CONAMA 1997 Seu objetivo é definir as con dições a partir das quais o projeto se torne compatível com a preservação do meio que afetará Consiste no compromisso que o empreendedor assume de que irá seguir o projeto de acordo com os requisitos determinados pelo órgão ambiental TCU 2007 A licença de instalação é a autorização para o início da implantação de acordo com as especificações constantes no projeto executivo aprovado O início da instalação do empreendimento ou da atividade só deve acontecer depois da expedição da licença de instalação A licença de operação autoriza após as verificações necessárias o início da atividade licenciada e o fun cionamento de seus equipamentos de controle da poluição de acordo com o previsto na licença prévia e de instalação CONAMA 1997 Diário de Bordo Diário de Bordo PLANO DE ESTUDOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Esp João Marcos Pardo Me Gustavo Affonso Pisano Mateus Me Renata Cristina de Souza Chatalov Conceituar Gestão Ambiental Empresarial e suas diferen tes abordagens Definir Auditoria Ambiental e conceituar as normas vigentes Conceituar PL como ferramenta de Gestão Ambiental e apresentar os modelos TQM Ecoeficiência e Ecodesign A Gestão Ambiental de Empresas Auditoria Ambiental Produção Mais Limpa PL e outros Modelos de Gestão Ambiental Gestão Ambiental Certificação e Auditoria Ambiental A Gestão Ambiental de Empresas Olá alunoa Em nossa última unidade vamos falar sobre a importância da gestão ambiental para as organizações Trabalharemos com as abordagens da questão ambiental sendo a primeira o controle da polui ção que consiste apenas em impedir os efeitos da poluição ocasionados por determinado proces so produtivo A segunda abordagem tratase da prevenção da poluição que envolve ações orga nizacionais buscando evitar reduzir e modificar a geração da poluição A terceira abordagem é a abordagem estratégica na qual os problemas am bientais são vistos como uma questão estratégica pela organização Nesta unidade definiremos auditoria ambien tal apresentando os diferentes tipos de auditorias ambientais e a auditoria ambiental mediante a norma ISO 190112012 Abordaremos também as vantagens competitivas que uma empresa am bientalmente certificada obtém no mercado e ao mesmo tempo as dificuldades em se conseguir uma certificação Finalizaremos falando sobre a produção mais limpa seus aspectos aplicações e importância para as organizações bem como outros modelos de gestão ambiental 217 UNIDADE 9 Gestão Ambiental Agora que já estudamos as legislações ambientais pertinentes co nheceremos um pouco sobre a gestão ambiental e suas formas de gestão dentro de uma empresa Segundo Campos 2001 p 116 a gestão ambiental é definida como sendo a administração do uso dos recursos ambientais por meio de ações ou medidas econômicas investimentos e potenciais institucionais e jurídicos com a finalidade de manter ou recu perar a qualidade de recursos e desenvolvimento social Dessa maneira temos uma sociedade e empresas mais preocupadas e conscientes de suas responsabilidades frente à exploração dos re cursos naturais assim surgiu a necessidade de uma gestão mais especializada com uma visão estratégica no que diz respeito à exploração dos recursos de maneira mais racional Dessa forma podemos afirmar que a gestão ambiental iniciou a partir da necessidade de o homem organizar sua maneira de rela cionarse com o meio ambiente De acordo com Valle 2002 p 39 a gestão ambiental consiste em um conjunto de medidas e procedimentos definidos e adequadamente aplicados que visam reduzir e controlar os impactos introduzidos por um empreendimento sobre o meio ambiente Para Barbieri 2016 p 18 a gestão ambiental compreende as diretrizes e as atividades administrativas realizadas por uma organização para alcançar efeitos positivos sobre o meio ambiente ou seja para reduzir eliminar ou com pensar os problemas ambientais decorrentes da sua atuação e evitar que outros ocorram no futuro As ações para combater a poluição começaram a ser efetivadas somente a partir da Revolução Industrial De acordo com Barbieri 2016 desde a Antiguidade diversas experiências já foram tenta das com o intuito de retirar o lixo urbano que se alastrava ruas e cidades prejudicando o meio ambiente e a saúde dos habitantes Na segunda metade do século XIX começou também um in tenso debate entre os membros da comunidade científica e ar tística para delimitar as áreas do ambiente natural a serem protegidas e foram criados san tuários onde a vida selvagem pudesse ser preservada Assim a questão ambiental era restrita a pequenos grupos de políticos e cientistas e foi se espalhando devido ao grau de deterioração que o meio am biente estava sofrendo Apre sentamos alguns marcos das questões ambientais em âmbi to mundial na Unidade 1 deste livro Esses marcos indicam a crescente preocupação com o meio ambiente e exigiu das or ganizações uma postura mais proativa nesse assunto Abordagens da Gestão Ambiental Existem três diferentes aborda gens de que as empresas podem se valer para lidarem com pro blemas ambientais de controle da poluição de prevenção da poluição e estratégica O Con trole da poluição para Barbie ri 2016 é caracterizado por práticas administrativas e ope racionais que têm por intuito impedir os efeitos da poluição gerada por certo processo pro dutivo Aqui as ações ambien tais são resultantes de uma pos tura reativa da organização 218 Gestão Ambiental Certificação e Auditoria Ambiental As soluções tecnológicas buscam controlar a po luição gerada sem alterar seus processos produ tivos tendo dois tipos tecnologia de remediação e controle no final do processo endofpipe A tecnologia de remediação procura resolver pro blemas que já ocorreram como tecnologia para remediação de um solo contaminado enquan to as tecnologias endofpipe ou fim de tubo procuram captar e tratar a poluição resultante de seus processos produtivos como por exemplo uma chaminé ou uma planta de tratamento de efluentes Figura 1 A prevenção da poluição envolve ações em presariais que buscam atuar sobre os produtos e processos produtivos com o intuito de evitar reduzir e modificar a geração da poluição isso requer mudanças em processos produtivos a fim de reduzir ou eliminar os rejeitos na fonte isto é antes que eles sejam produzidos e lançados ao ambiente Suas prioridades são reduzir na fonte reciclagem ou reuso recuperação energética Figura 1 Planta de tratamento de efluentes tratamento e disposição final Na abordagem es tratégica os problemas ambientais são tratados como uma das questões estratégicas da empresa relacionadas com a busca de uma situação vanta josa no futuro tais como lucratividade melhoria na imagem no mercado entre outros Para Bar bieri 2016 a gestão ambiental traz os benefícios estratégicos a melhoria da imagem institucional b renovação do portfólio de produtos c aumento da produtividade d maior comprometimento dos funcioná rios e melhores relações do trabalho e criatividade e abertura para novos desa fios f melhores relações com autoridades pú blicas comunidade e grupos ambientais ativistas g acesso assegurado aos mercados externos h mais facilidade para cumprir os padrões ambientais BARBIERI 2016 p 90 219 UNIDADE 9 O Quadro 1 resume as abordagens da gestão ambiental empresarial Quadro 1 Abordagens da gestão ambiental empresarial CARACTERÍSTICAS ABORDAGEM DO CONTROLE DA POLUIÇÃO ABORDAGEM DA POLUIÇÃO ABORDAGEM ESTRATÉGICA Preocupação Básica Cumprir legislação e respostas às pressões da comunidade Uso eficiente dos insumos Competitividade Postura Reativa Reativa e proativa Reativa e proativa Ações Típicas Corretivas uso de tecno logias de remediação e fim de tubo aplicações de nor mas de saúde e segurança do trabalho Corretivas e preven tivas conservação e substituição de insumos tecnologias limpas Corretivas preventi vas e antecipatórias Percepção dos Empresários Custo adicional Redução do custo aumento de produti vidade Vantagens competi tivas Envolvimento da alta administração Esporádico Periódico Permanente e siste mático Áreas envolvidas Áreas geradoras da poluição Crescente envol vimento de outras áreas como pro dução compras desenvolvimento de produto e marketing Atividades ambientais disseminadas pela or ganização ampliação das ações ambientais para a cadeia de suprimentos Fonte Barbieri 2016 p 86 Tenha sua dose extra de conhecimento assistindo ao vídeo Para acessar use seu leitor de QR Code Auditoria ambiental tratase de uma atividade administrativa e documentada que compreende uma sistemática avaliação de como a organiza ção se encontra em relação à questão ambiental e visa facilitar a atuação e o controle da gestão ambiental da empresa Clauciana Schimidt Bueno de Moraes Os critérios para realização de auditoria ambien tal devem ser realizados com base na ISO NBR 14001 e também na resolução do CONAMA 3062002 que estabelecem os requisitos míni mos e o termo de referência para realização de auditorias ambientais Normas da Família ISO 14000 Agora que vimos as formas de gestão ambiental veremos como funciona a certificação e a auditoria ambiental especialmente a partir da ISO 14000 Auditoria Ambiental 221 UNIDADE 9 O Quadro 2 apresenta as normas da família ISO 14000 Quadro 2 Família ISO 14000 NORMA ISO DESCRIÇÃO 14001 Sistema de Gestão Ambiental SGA Requisitos com orientações para uso 14004 Sistema de Gestão Ambiental Diretrizes Gerais para a implementação 14010 Guias para Auditoria Ambiental Diretrizes Gerais 14011 Diretrizes para Auditoria Ambiental e Procedimentos para Auditorias 14012 Diretrizes para Auditoria Ambiental Critérios de Qualificação 14020 Rotulagem Ambiental Princípios Básicos 14021 Rotulagem Ambiental Termos e Definições 14022 Rotulagem Ambiental Simbologia para Rótulos 14023 Rotulagem Ambiental Testes e Metodologias de Verificação 14024 Rotulagem Ambiental Guia para Certificação com Base em Análise Multicriterial 14031 Avaliação da Performance Ambiental 14032 Avaliação da Performance Ambiental dos Sistemas de Operações 14040 Análise do Ciclo de Vida Princípios Gerais 14041 Análise do Ciclo de Vida Inventário 14042 Análise do Ciclo de Vida Análise dos Impactos 14043 Análise do Ciclo de Vida Migração dos Impactos Fonte ABNT 2015 A principal norma da família ISO 14000 é a ISO 14001 que estabelece os requisitos necessários para implementação do Sistema de Gestão Ambiental SGA Ela tem por objetivo gerir a organização den tro de um SGA certificável estruturado e integrado à atividade geral de gestão buscando apresentar requisitos que sejam aplicáveis a qualquer tipo e tamanho de organização SEIFFERT 2011 Segundo Barbieri 2016 de forma sucinta o SGA proposto deve cumprir estes requisitos Política Ambiental Planejamento Implementação e Operação Verificação e Ação Corretiva As normas ISO 14000 são uma família de normas que procuram estabelecer ferramentas e sistemas para gestão ambiental de uma organização buscam a padronização de algumas ferramentaschave de análise tais como a auditoria ambiental e a análise do ciclo de vida 222 Gestão Ambiental Certificação e Auditoria Ambiental No que diz respeito à Política Ambiental é pre ciso que a alta administração defina sua política ambiental e assegure que ela ABNT 2015 p 8 seja apropriada à natureza à escala e aos im pactos ambientais de suas atividades produtos ou serviços inclua o comprometimento com a melhoria contínua e com a prevenção da poluição inclua o comprometimento com o atendi mento à legislação às normas ambientais apli cáveis e aos demais requisitos da organização forneça estrutura para o estabelecimento e a revisão dos objetivos e das metas ambientais seja documentada implementada mantida e comunicada a todos os colaboradores esteja disponível para o público O Sistema de Gestão Ambiental SGA pode ser criado e implementado para alcançar diversos objetivos A norma ISO 14001 pode ser aplicada a qualquer organização que deseja DIAS 2017 Estabelecer implementar e aprimorar um SGA Assegurar sua conformidade com a Polí tica Ambiental Demonstrar conformidade com essa norma ao fazer uma autodeclaração ou autoafirmação buscar confirmação da sua conformidade por partes interessa das na organização buscar confirmação de sua autodeclaração por meio de uma organização externa buscar certificação ou registro de seu SGA por uma organi zação externa A ISO 14001 pode ser implementada e aplica da por qualquer tipo de organização de todos os portes e segmentos É uma norma aplicável para empresas que desejam Implantar manter e aprimorar um sistema de gestão ambiental Assegurarse do atendimento à sua política ambiental Demonstrar tal conformidade a terceiros Buscar certificaçãoregistro de seu SGA por uma organização externa Realizar autoavaliação e emitir declaração de conformidade à norma ROBLES JR 2003 p 136 A primeira edição da ISO 14001 foi no ano de 1996 a segunda edição em 2004 quando se bus cou esclarecer a edição de 1996 e alinhála me lhor com a norma ISO 90012000 Com isso al gumas seções não modificadas em seu conteúdo foram reescritas para alinhar à ISO 140012004 com o formato os termos e a diagramação da ISO 90012000 e para aumentar a compatibi lidade entre as duas normas SEIFFERT 2011 ISO 140012015 Após onze anos da publicação da última revisão da norma ISO 14001 em 2004 no segundo semestre de 2015 ocorreu o lançamento oficial da ISO 140012015 que estabelece os requisitos para implementação e certificação do Sistema de Gestão Ambiental SGA Essa nova versão teve várias modificações que ocorreram para adaptar a norma de acordo com a estrutura do Anexo SL que tem por intuito criar uma estrutura padrão para todas as normas que orientam a implanta ção e a certificação dos sistemas de gestão 223 UNIDADE 9 Dessa maneira de acordo com a ABNT 2015 a nova estrutura da ISO 14001 também propos ta no anexo SL é Introdução Escopo Referência normativa Termos e definições Contexto da organização Liderança Planejamento Apoio Operação Avaliação de desempe nho Melhoria Essa estrutura da nova versão é a mesma ISO 9001 que aborda o Sistema de Gestão de Qua lidade SGQ A estrutura que sustenta um SGA é baseada no ciclo PDCA PlanDoCheck Act O ciclo PDCA fornece um processo interativo utili zado pelas organizações para alcançar a melhoria contínua Esse ciclo pode ser aplicado a um sistema de gestão ambiental e a cada um dos seus elemen tos individuais ABNT 2015 A Estrutura de Alto Nível distribui as cláusulas em 10 seções ou seja em 10 itens alinhadas com a abordagem PDCA Figura 2 de modo a dar sequência lógica aos requisitos dos sistemas de gestão e propõe texto comum para requisitos muito estáveis dos sistemas de gestão tais como a informação documentada as ações corretivas as auditorias internas a revisão pela gestão dentre outros Assim a nova versão da ISO 14001 tem a estrutura apresentada no Quadro 3 Figura 2 Modelo do Sistema de Gestão Ambiental Fonte Carpinetti e Gerolamo 2016 p 159 O prazo final para transição das empresas que têm a certificação ISO 140012004 foi até o final de 2018 As empresas certificadas pela versão de 2004 da ISO 14001 precisaram fazer a transição em 2018 A Figura 2 apresenta a estrutura da norma ISO 140012015 inte grada ao ciclo PDCA 224 Gestão Ambiental Certificação e Auditoria Ambiental Quadro 3 Estrutura da Norma ISO 140012015 0 Introdução 1 Escopo 2 Referências normativas 3 Termos e definições PLANEJAR 4 Contexto da organização 41 Entendendo a organização e seu contexto 42 Entendendo as necessidades e as expectativas de partes interessadas 43 Determinando o escopo do sistema de gestão ambiental SGA 44 Sistema de Gestão Ambiental 5 Liderança 51 Liderança e comprometimento 52 Política ambiental 53 Papéis responsabilidades e autoridades organizacionais 6 Planejamento 61 Ações para abordar riscos e oportunidades 611 Generalidades 612 Aspectos ambientais 613 Requisitos legais e outros requisitos 614 Planejamento das ações 62 Objetivos ambientais e planejamento para alcançálos 621 Objetivos ambientais 622 Planejamento de ações para alcançar os objetivos ambientais 7 Apoio 71 Recursos 72 Competência 73 Conscientização 74 Comunicação 741 Generalidades 742 Comunicação interna 743 Comunicação externa 75 Informação documentada 751 Generalidades 752 Criando e atualizando 753 Controle de informação documentada 225 UNIDADE 9 EXECUTAR 8 Operação 81 Planejamento e controle operacionais 82 Preparação e resposta a emergências AVALIAR 9 Avaliação de desempenho 91 Monitoramento medição análise e avaliação 911 Generalidades 912 Avaliação do atendimento aos requisitos legais e outros requisitos 92 Auditoria Interna 921 Generalidades 922 Programa de auditoria interna 93 Análise crítica pela direção AGIR 10 Melhoria 101 Generalidades 102 Não conformidade e ação corretiva 103 Melhoria contínua Fonte adaptado de ABNT 2015 Tipos de Auditorias Ambientais A auditoria Sistema de Gestão Ambiental SGA é aquela auditoria realizada em orga nizações que possuem ou estejam implemen tando um SGA de acordo com a ISO 14001 Ela é utilizada para determinar se as atividades de gestão ambiental da organização estão em conformidade com a documentação do sistema e se as práticas são implementadas de acordo com o planejamento ambiental e com a políti ca ambiental da organização Essas auditorias podem ser de quatro tipos segundo Pugliesi e Moraes 2014 Auditoria précertificação ou auditoria inicial tem por objetivo ajustar o sistema antes da auditoria de certificação e não é obrigatória Auditoria de certificação obrigatória em processos de certificação do SGA o resultado é a recomendação ou não da certificação do sistema Quanto aos tipos as auditorias ambientais po dem ser de conformidade legal due diligence auditoria pósacidente auditoria de fornecedor e auditoria focada em questões específicas que serão especificadas a seguir A auditoria de conformidade legal tem por intuito verificar o cumprimento da legislação am biental e correlata aplicável à organização É pos sível que incluam avaliações de diferentes origens tais como exigências legais atuais ou futuras nor mas e diretrizes dos setores industriais políticas ambientais e normas internas melhores práticas ambientais e outros PUGLIESI MORAES 2014 A auditoria due diligence devido cuidado tem um caráter reativo uma vez que as primeiras normas legais quase sempre eram do tipo coman do e controle BARBIEIRI 2016 Seu principal intuito é evitar assumir responsabilidades por ris cos ambientais em potencial ou por algum tipo de passivo ambiental PUGLIESI MORAES 2014 226 Gestão Ambiental Certificação e Auditoria Ambiental Auditoria de manutenção é realizada semestral ou anualmente entre a auditoria de certificação e a recertificação Auditoria de recertificação ocorre três anos após a auditoria de certificação para renovação do certificado apresenta maior nível de exigência pois busca a consolida ção do SGA no período avaliado A auditoria pósacidente tem por objetivo verificar se os procedimentos para evitar emer gências ou acidentes ambientais foram seguidos de acordo com normas e manuais apropriados BARBIERI 2016 A auditoria de fornecedor é utilizada em processos de seleção e avaliação de fornecedores As auditorias focadas em questões ambien tais para Barbieri 2016 são específicas e utili zadas para detectar problemas e oportunidades em áreas ou atividades a saber Fontes de controle de poluição Uso de energia Pesquisas e desenvolvimento Uso armazenagem manuseio transporte de produtos controlados Subprodutos e desperdícios Sítios contaminados Estações de tratamento de águas residuárias Reformas e manutenções de prédios e ins talações Panes acidentes e medidas de emergência Saúde ocupacional e segurança do trabalho O Quadro 4 apresenta os tipos de auditorias ambientais bem como exemplos Quadro 4 Tipos de auditorias ambientais TIPO DA AUDITORIA OBJETIVO PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DE REFERÊNCIA Conformidade Legal Verificar o grau de conformi dade com a legislação am biental Legislação ambiental licenças e processos de licenciamento termos de ajustamento Due diligence Verificar a responsabilidade de uma empresa perante acionistas credores forne cedores clientes governos e outras partes interessadas Legislação ambiental trabalhista civil e ou tras contrato social títulos de propriedade e certidões negativas Pósacidente Verificar as causas do aci dente identificar as res ponsabilidades e avaliar os danos Legislação ambiental e trabalhista normas técnicas plano de emergência normas da organização programas de treinamento Fornecedor Avaliar o desempenho do fornecedor atual e também para seleção de novos for necedores Legislação ambiental acordos voluntários subscritos normas técnicas normas da própria empresa licenças certificações e premiações Questões específicas Verificar a ocorrência de pro blemas ambientais específi cos e localizados Legislação ambiental acordos voluntários subscritos normas técnicas especificações dos fabricantes SGA Avaliar o SGA seu grau de conformidade com os requi sitos e a política da empresa Normas que especificam SGA ISO 14001 legislação aplicável requisitos de partes inte ressadas informação documentada do SGA critérios de auditoria do SGA Fonte Barbieri 2016 p 171 227 UNIDADE 9 Auditoria Ambiental de Acordo com a NBR 19011 A Norma Técnica 19011 ABNT 2012 consis te nas Diretrizes para Auditorias de Sistemas de Gestão Essa norma tem como escopo fornecer as orientações acerca das auditorias de sistemas de gestão Nela estão incluídos os princípios de auditoria a gestão de um programa de auditoria a realização de auditorias de sistema de gestão assim como orientação acerca da avaliação da competência de pessoas envolvidas no processo de auditoria incluindo a pessoa que gerencia o programa os auditores e a equipe de auditoria A ISO 190112012 não estabelece requisitos entretanto oferece as diretrizes a respeito da gestão de um programa de auditoria do planejamento e da realização de uma auditoria de sistema de gestão bem como da competência e da avaliação de um auditor e de uma equipe auditora ABNT 2012 Essa norma pode ser aplicável a qualquer tipo de organização que necessita realizar audito rias internas eou externas de sistemas de gestão ou gerenciar um programa de auditoria A ABNT 2012 define auditoria como sendo processo sistemático documentado e inde pendente para obter evidência de auditoria e avaliálas objetivamente para determinar a extensão na qual os critérios da auditoria são atendidos ABNT 2012 p 6 De acordo com a norma ABNT NBR ISO 190112012 temos Evidência de auditoria registros apre sentação de fatos ou outras informações pertinentes aos critérios de auditoria e verificáveis Critério de auditoria conjunto de polí ticas procedimentos ou requisitos usados como uma referência na qual a evidência de auditoria é comparada É importante entendermos que as auditorias in ternas também denominadas de primeira parte podem ser feitas pela própria organização com o objetivo de analisar como está o sistema de ges tão ou com o intuito de obter informações para melhorálo De acordo com a ABNT 2012 as auditorias internas podem formar a base para uma autodeclaração de conformidade da orga nização A norma também nos apresenta concei tos de auditorias externas em que estão incluídas auditorias de segunda e terceira parte Auditorias de segunda parte são realizadas por partes que apresentam algum interesse na orga nização por exemplo clientes ou outras pessoas em seu nome As auditorias de terceira parte são realizadas por organizações de auditoria indepen dentes tais como organismos de regulamentação ou organismos de certificação ABNT 2012 Existe ainda a auditoria combinada que se forma quando dois ou mais sistemas de gestão de disciplinas diferentes por exemplo qualidade meio ambiente segurança e saúde ocupacional são auditados juntos e quando duas ou mais or ganizações de auditoria cooperam para auditar um único auditado isso é chamado de auditoria conjunta ABNT 2012 Certificação A autodeclaração de conformidade é realizada por meio de avaliações que são conduzidas pela própria organização que criou o SGA ou por uma organi zação externa em seu nome BARBIERI 2016 A certificação é o procedimento em que uma terceira parte garante por escrito que o SGA está em conformidade com os requisitos especificados a terceira parte é a pessoa ou o organismo reconhecida como independente das partes envolvidas no que se refere a um dado assunto O registro é o procedimento pelo qual 228 Gestão Ambiental Certificação e Auditoria Ambiental um organismo indica as características perti nentes de um produto processo ou serviço ou as características particulares de um organismo ou pessoa em lista apropriada e disponível ao público ABNT 2015 O SGA pode ser certificado por organizações que estão relacionadas com ele em seu ambiente de negócio por exemplo bancos clientes e outros agentes financeiros Também é possível que a orga nização cliente avalie o SGA dos seus fornecedores DIAS 2017 Barbieri 2016 analisa que em situa ções práticas a preferência das organizações são cer tificações de terceira parte por empresas acreditadas O Organismo de Certificação Credenciado OCC tem que atender a critérios previamente estabelecidos em documentos normativos esta belecidos pelo órgão governamental competente Cada país tem esquemas próprios para acreditar e controlar as atividades de certificação de terceira parte embora haja amplo esforço internacional para harmonizar critérios e procedimentos tendo à frente a ISO a International Electrotechnical Commision IEC e o International Accreditation Forum IAF DIAS 2017 A acreditação consiste no reconhecimento for mal por parte do órgão governamental competente de um organismo pessoa ou organização que aten de aos requisitos previamente definidos por leis e regulamentos para realizar atividades específicas de modo confiável Um desses requisitos é a indepen dência dos organismos acreditados o que impede que eles sejam contratados para auxiliar a organiza ção em relação ao objeto da certificação com vistas a facilitar a avaliação da conformidade ONA 2017 online1 Os principais objetivos de certificar um SGA pela ISO 14001 são DIAS 2017 Uma organização que tem um SGA imple mentado e certificado poderá equilibrar e integrar interesses econômicos e ambien tais e alcançar vantagens competitivas sig nificativas Contribuir para eliminar as barreiras técnicas Papel importante nos processos de pro dução e distribuição podendo facilitar o comércio internacional Aumentar a visibilidade no mercado na cional e internacional Facilitar o acompanhamento da legislação e busca da conformidade legal Simplificar e uniformizar procedimentos administrativos e operacionais Consolidar a credibilidade junto a clientes fornecedores e colaboradores No que diz respeito às dificuldades que as orga nizações têm para a certificação pela ISO 14001 Barbieri 2016 apresenta as seguintes Alto custo que representa para micro e pe quenas empresas Desprendimento de capital para a área am biental Relacionamento com os órgãos ambientais Estruturação do setor ambiental na em presa Veja a reportagem do portal GoingGreen sobre Savona na Itália Essa cidade recebeu recentemente o selo LEED para cidades sustentáveis tornandose a terceira cidade no mundo a possuir essa certificação Uma cidade inteira pode receber um selo de certificação ambiental O que foi feito em termos de gestão ambiental para alcançar esse importante alvo Disponível em httpgoinggreencom br20180524leedforcitiessavonanaitalia conquistacertificacao 229 UNIDADE 9 PL Durante o ano de 1989 o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente PNUMA intro duziu o conceito de produção mais limpa para definir a aplicação contínua de uma estratégia ambiental preventiva e integral que envolve pro cessos produtos e serviços de maneira que se previnam ou reduzam os riscos de curto ou lon go prazo para o ser humano e o meio ambiente DIAS 2017 A produção mais limpa PL adota os seguintes procedimentos Processos de produção conservando as matériasprimas e energia eliminando aquelas que são tóxicas bem como redu zindo a quantidade e a toxicidade de todas as emissões e resíduos Produtos buscando reduzir os impactos ambientais negativos ao longo do ciclo de vida do produto desde a extração da ma tériaprima até a disposição final Serviços incorporando as preocupações ambientais no projeto e fornecimento de serviços Produção Mais Limpa PL e Outros Modelos de Gestão Ambiental 230 Gestão Ambiental Certificação e Auditoria Ambiental Além disso podemos definir como sendo uma estratégia ambiental de caráter preventivo que é aplicada a processos produtos e serviços empresariais com o intuito de utilizar eficientemente os recursos e diminuir o impacto no meio ambiente DIAS 2017 Para o CNTL 1999 a produção mais limpa é uma aplicação contínua de uma estratégia ambiental econômica e tecnológica que está integrada aos processos e produtos com o intuito de aumentar a eficiência no uso de matériasprimas energia e água por meio da não geração minimização ou reciclagem de resíduos gerados A Figura 3 apresenta os níveis de PL Redução na fonte Minimização de resíduos e emissões Reúso de resíduos e emissões Modifcação do produto Modifcação do processo Housekeeping boas práticas Ciclo biogênicos Nível 3 Nível 2 Nível 1 Reciclagem externa Substituição de materiais Materiais Estruturas Reciclagem interna Mudanças de tecnologia Figura 3 PL Níveis de intervenção Fonte adaptada de Barbieri 2016 Podemos observar na Figura 4 que as alternativas do nível 1 que constituem a prioridade máxima envolvem modificações em pro cessos e produtos com o intuito de reduzir emissões e resíduos na fonte bem como para eliminar e reduzir sua toxicidade Para Barbieri 2016 essas modificações ocorrem mediante revisões de suas espe cificações para reduzir geração de resíduos realizadas por meio de Boas práticas operacionais housekeeping procedimen tos administrativos e operacionais usuais como planeja mento e programação da produção gestão de estoques organização do local de trabalho limpeza manu tenção de equipamentos providências para evitar acidentes nos desloca mentos de materiais coleta e separação de re síduos padronização de atividades elaboração e atualização de manuais fichas técnicas treina mento e outros Substituição de mate riais avaliação e seleção de materiais para redu zir ou eliminar materiais perigosos nos processos produtivos ou na gera ção de resíduos perigo sos por exemplo subs tituir solventes químicos por solventes à base de água selecionar maté riasprimas e materiais auxiliares que gerem menos resíduos Mudanças na tecnologia inovações nos processos produtivos para redu zir emissões e perdas podendo ser inovações incrementais como mu danças nas especificações do processo ou no layout ou radicais como novos equipamentos instala ções e outros componen tes do processo BAR BIERI 2016 p 100 231 UNIDADE 9 Emissões e ruídos que continuam sendo gerados nos processos de vem ser reutilizados internamen te como apresentado no nível 2 Já no nível 3 quando não existe a possibilidade do resíduo ou da emissão ser utilizado na própria unidade produtiva que o gerou pode ser feita a reciclagem exter na por meio de doações ou venda Caso isso ainda não seja possível podem ser tratados para serem assimilados no meio ambiente como a compostagem ciclos biogênicos BARBIERI 2016 Administração da Qualidade Total TQM No ano de 1990 21 empresas multinacionais formaram a Global Environmental Management Initiative Gemi que criou o con ceito de Total Quality Environmental Management TQEM uma extensão dos conceitos da Administração da Qualidade Total TQM A Administração da Qualidade Total TQM tem como meta o defeito zero e a Administração da Qualidade Ambiental Total tem como meta a poluição zero Para alcançar seus objetivos ambientais a TQEM utiliza ferramentas típicas da qualidade como diagrama de causa e efeito benchmarking diagramas de fluxos de processos gráfico de Pareto e ciclo PDCA BARBIERI 2016 Veja no Quadro 5 Quadro 5 Ferramentas da qualidade FERRAMENTA DESCRIÇÃO Ciclo PDCA Do inglês plan do check act propõe a análise dos processos com vistas à sua melhoria Diagrama de causa e efeito Sua representação é comparada a uma espinha de peixe em que na coluna do meio sinalizada por uma seta é representado o efeito ou a consequência e na parte lateral acima e abaixo da seta estão as causas que interferem no processo Gráfico de Pareto Pode ser utilizado para classificar causas que atuam em um pro cesso com maior ou menor intensidade ou ainda com diferentes níveis de importância Lista de verificação checklist É um método pelo qual se faz a constatação de quantas vezes algo ocorre e mostra a frequência de sua ocorrência Também é conhecida como folha de checagem É uma das ferramentas mais simples e mais eficientes para analisar o desenvolvimento de ati vidades ao longo de um processo Gráficos de controle Buscam trabalhar com as variações de um processo e estão res tritos a áreas determinadas do processo Como regra geral os gráficos de controle são instrumentos para separar causas alea tórias das causas assinaláveis verificam se o processo é estável se o processo está sob controle e se permanecem assim e ainda permitem a análise das tendências do processo Fonte Carvalho e Paladini 2012 p 358 Os custos de prevenção estão associados a ações para evitar problemas ambientais futuros Os custos de avaliação consistem nas ações para verificar como a organização está em relação aos cumprimentos das normas legais Os custos de falhas internas estão relacionados às ações para controle de impactos ambientais já os custos de falhas externas relacionamse às ações para controlar reparar e mitigar impactos produzidos fora da empresa DIAS 2017 232 Gestão Ambiental Certificação e Auditoria Ambiental Ecoeficiência A ecoeficiência tem por intuito o uso mais eficien te de matériasprimas e energia com o objetivo de reduzir os custos econômicos os impactos ambientais e os riscos de acidente melhorando a relação da organização com as partes interessa das DIAS 2017 Assim uma empresa tornase ecoeficiente para Barbieri 2016 quando Reduz o consumo de materiais com bens e serviços Reduz o consumo de energia com bens e serviços Reduz a dispersão de substâncias tóxicas Intensifica a reciclagem de materiais Maximiza o uso sustentável dos recursos naturais Prolonga a durabilidade dos produtos Agrega valor aos bens e serviços A ecoeficiência é baseada na ideia de que a redução de materiais e energia ao longo do sistema pro dutivo aumenta a competitividade da empresa ao mesmo tempo que reduz as pressões sobre o meio ambiente DIAS 2017 A ecoeficiência está rela cionada a três importantes objetivos DIAS 2017 Redução do consumo de recursos Redução no impacto na natureza Aumento de produtividade ou do valor do produto Os princípios para a definição e para a utilização dos indicadores de ecoeficiência estão apresen tados a seguir Serem relevantes e significativos na prote ção do meio ambiente e da saúde humana eou na melhoria da qualidade de vida Fornecerem informação aos tomadores de decisão com o objetivo de melhorar o desempenho da organização Reconhecerem a diversidade inerente a cada negócio Apoiarem o benchmarking e monitorarem a evolução do desempenho Serem claramente definidos mensuráveis transparentes e verificáveis Serem compreensíveis e significativos para as várias partes interessadas Basearemse em uma avaliação geral da atividade da empresa dos produtos e dos serviços concentrandose principalmen te nas áreas controladas diretamente pela gestão Levarem em consideração questões rele vantes e significativas relacionadas com as atividades da empresa a montante ex fornecedores e a jusante ex utilização do produto BARBIERI 2016 A PL e a Ecoeficiência são modelos de gestão que têm muitas semelhanças entre si Contudo a reciclagem interna e externa é muito valoriza da pela ecoeficiência diferentemente da PL na qual essa reciclagem é uma opção de segundo e terceiro nível Projeto para o Meio Ambiente É um modelo de gestão focado na fase de con cepção dos produtos e em seus respectivos pro cessos de produção distribuição e utilização também denominado ecodesign que busca in tegrar um conjunto de atividades e disciplinas que historicamente sempre foi tratado separa damente tanto em termos operacionais quan to estratégicos como saúde e segurança dos trabalhadores e consumidores conservação de recursos prevenção de acidentes e gestão de resíduos DIAS 2017 233 UNIDADE 9 Barbieri 2016 explica que o ecodesign baseiase em inovações de produtos e processos que reduzam a poluição em todas as fases do ciclo de vida e exige a participação de todos os segmentos da empresa bem como de fornecedores e outros membros do canal de distribuição podendo por isso ser considerado um modelo de gestão pois não se trata da realização de atividades isoladas nem episódicas Para organizar as atividades diante de várias possibilidades de atuação em projeto temos quatro estratégias BARBIERI 2016 Projeto para desmaterialização busca a redução da quan tidade necessária de materiais para um produto assim como a energia correspondente considerando seu ciclo de vida Projeto para desintoxicação busca reduzir ou eliminar a toxicidade a periculosidade ou outras características preju diciais ao produto Projeto para revalorização busca recuperar reciclar e reu tilizar resíduos materiais e energia gerados em cada fase do ciclo de vida do produto Projeto para a renovação e a proteção do capital busca garantir a segurança a vitalidade a integridade a produti vidade e a continuidade de recursos naturais humanos e econômicos para manter o ciclo de vida do produto Prezadoa alunoa nesta última unidade abordamos aspectos de gestão ambiental que consiste na gestão de recursos naturais por parte das organizações e que qualquer empresa de qualquer tamanho ou porte pode implementar um sistema de gestão am biental que posteriormente pode ser certificado por meio da ISO 14001 norma certificável e voluntária que traz muitas vantagens competitivas para as organizações Vimos que a ISO 14001 passou por atualização no ano de 2015 e que sua estrutura está de acordo com o proposto no Anexo SL cujo objetivo é facilitar a integração entre as normas e que um SGA segue os princípios do ciclo PDCA Trabalhamos com a produção mais limpa que busca adotar procedimentos em processos de produção produtos e serviços visando ao aproveitamento de recursos naturais e resíduos no processo produtivo É uma ferramenta importante de gestão ambiental Também trabalhamos com outras ferramentas importantes administração da qualidade total ecoeficiência e projeto para o meio ambiente Assim finalizamos nosso estudo sobre o processo de certificação e os tipos de auditoria ambiental 234 Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução 1 A Política Ambiental pode ser considerada um conjunto de ações que é orde nado e praticado por organizações ou governos com o intuito de preservar o meio ambiente Sobre a política ambiental proposta pela ISO 14001 leia as afirmativas a seguir I A Política Ambiental deve ser implementada pelo setor de Compra e Vendas de uma organização II A Política Ambiental deve ser documentada III A Política Ambiental pode incluir aspectos como inclusão de uso sustentável dos recursos naturais mitigação e adaptação às mudanças climáticas prote ção à biodiversidade e ecossistemas IV Uma vez implementada não existe a necessidade de atualização da Política Ambiental É correto o que se afirma em a I e II apenas b I e III apenas c II e III apenas d I II e III apenas e I II e IV apenas 2 Existem certificações ambientais para todos os gostos Escritórios construções e mesmo cidades podem receber certificações por realizar mudanças em sua estrutura e processos produtivos No entanto as empresas no Brasil encontram algumas dificuldades para obter uma certificação ambiental Entre as dificuldades para obter uma das certificações mais comuns a ISO 14001 podemos destacar I Custos de implementação altos para micro e pequenas empresas II Desprendimento de recursos para a área ambiental vista como gasto III Relacionamento com orgãos ambientais e sua burocracia IV IV Dificuldades para estruturar a empresa para as mudanças visando sus tentabilidade 235 É correto o que se afirma em a I II III e IV b I somente c II e IV somente d I III e IV somente e III somente 3 Na abordagem estratégica os problemas ambientais são tratados como uma das questões estratégicas da empresa Sobre os benefícios que uma organiza ção tem por meio dessa abordagem assinale V para afirmativas verdadeiras e F para falsas Melhoria da imagem da organização Renovação dos produtos Conquista de mercados externos Crescimento da produtividade Assinale a sequência correta a V V V V b F F F F c V F F F d V F F V e V V V F 236 Gestão Ambiental Empresarial conceitos modelos e instrumentos Autor José Carlos Barbieri Editora Saraiva Sinopse a obra apresenta ampla discussão sobre os problemas ambientais contempla o conceito de gestão ambiental e suas diferentes dimensões discute as iniciativas de gestão ambiental global e regional com base no enfrentamento do aquecimento global da destruição da camada de ozônio e da proteção à biodiversidade nas experiências da União Europeia Mercosul e Nafta e discu te os principais instrumentos de política pública ambiental e as polêmicas em torno deles quanto à sua eficácia na resolução dos problemas ambientais e seus efeitos sobre a competitividade das empresas Também apresenta diver sos modelos de gestão ambiental como Produção Mais Limpa Ecoeficiência Ecologia Industrial entre outros LIVRO 237 ABNT NBR ISO 14001 Diretrizes para auditorias de sistema de gestão de qualidade eou ambiental Brasília 2015 ABNT NBR ISO 140012015 Sistemas de Gestão Ambiental Requisitos com Orientações para Uso ABNT 2015 Disponível em httpabntorgbrPAGINAMPEnoticias218abntnbriso140012015sistemasdegest C3A3oambientalE28094requisitoscomorientaC3A7C3B5esparauso Acesso em 3 abr 2019 ABNT NBR ISO 19011 Diretrizes para auditorias de sistema de gestão de qualidade eou ambiental Brasília 2012 BARBIERI J C Gestão Ambiental Empresarial 4 ed São Paulo Saraiva 2016 CAMPOS L M S SGADA Sistema de Gestão e Avaliação de Desempenho Ambiental uma proposta de implementação 2000 Tese Doutorado em Engenharia da Produção Universidade Federal de Santa Catarina Florianópolis 2001 CARPINETTI L C R GEROLAMO M C Gestão da Qualidade ISO 9001 2015 Requisitos e Integração com a ISO 140012015 São Paulo Atlas 2016 CARVALHO M M PALADINI E P Gestão da Qualidade 2 ed Rio de Janeiro Elsevier ABEPRO 2012 CNTL Manual Metodologia de Implantação do Programa de Produção Mais Limpa Porto Alegre 1999 DIAS R Gestão Ambiental 3 ed São Paulo Atlas 2017 MORAES C S B Gestão Ambiental Empresarial análise da contribuição dos indicadores ambientais In Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 2011 Porto Alegre Anais Porto Alegre CBESAABES 2012 PUGLIESI É MORAES C S B org Auditoria e certificação ambiental Curitiba InterSaberes 2014 ROBLES JR A Custos da qualidade aspectos econômicos da gestão da qualidade e da gestão ambiental 2 ed São Paulo Atlas 2003 SEIFFERT M E B ISO 14001 Sistemas de gestão ambiental implantação objetiva e econômica 4 ed São Paulo Atlas 2011 VALLE C E Qualidade Ambiental ISO 14000 São Paulo SENAC 2002 REFERÊNCIA ONLINE 1Em httpswwwonaorgbrPagina33Acreditacao Acesso em 3 abr 2019 1 C 2 A 3 A Diário de Bordo CONCLUSÃO Chegamos ao final do livro Ciências do Ambiente Compreendemos a importância desse assunto na atuação do Engenheiro a partir de conceitos e fundamentos da gestão ambiental Para isso a partir da Unidade 1 Meio Ambiente e Sustentabilidade apresenta mos as principais definições de meio ambiente e desenvolvimento sustentável Na Unidade 2 Dinâmicas Ambientais descrevemos os processos que estão envolvidos nos ciclos biogeoquímicos e demonstramos a hierarquia ecológica enfatizando a importância destes tópicos dentro das questões ambientais Nas Unidades 3 e 4 trabalhamos temas importantes relacionados ao Gerencia mento de Recursos Hídricos Mostramos a você a importância da água para os seres vivos além de apresentar os padrões de potabilidade para consumo humano bem como os tratamentos existentes Discorremos também sobre Tratamento de Efluentes e a questão de reuso de águas uma alternativa razoável visto a falta desse recurso em grandes centros Ao longo das Unidades 5 e 6 onde tratamos dos Resíduos Sólidos apresentamos todas as etapas de sua gestão geração classificação coleta transporte de resíduos tratamentos e formas de destinação final de resíduos sólidos Na Unidade 7 sobre Controle e Qualidade de Emissões Atmosféricas desta camos os principais poluentes atmosféricos bem como suas fontes métodos de controle de emissão e padrões de qualidade Conceituamos a poluição sonora bem como sua redução e o controle de ruídos Finalizando com as Unidades 8 e 9 desenvolvemos os conhecimentos necessá rios para aplicação das legislações ambientais e ferramentas de gestão nas empresas bem como as formas de certificação e auditoria ambiental Esperamos ter contribuído com sua formação e que você veja que realmente a questão ambiental está presente em todas as formações em especial na área de Engenharia Um forte abraço