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Educação Física ·
Redação
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89 JOGOS ELETRÔNICOS UMA POSSIBILIDADE NA ABORDAGEM CRÍTICOEMANCIPATÓRIA GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA NATALRN MARçO2020 NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓREITORIA DE PÓSGRADUAÇÃO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO STRICTOSENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA OS JOGOS ELETRÔNICOS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória George Tawlinson Soares Gadêlha NATAL RN 2020 III GEORGE TAWLINSON SOARES GADÊLHA OS JOGOS ELETRÔNICOS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de PósGraduação StrictoSensu em Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para obtenção do título de mestre em Educação Física Área de concentração Movimento Humano Cultura e Educação Linha de pesquisa Estudos pedagógicos sobre o corpo e o movimento humano sob a orientação do Prof Dr Aguinaldo Cesar Surdi NATAL RN 2020 IV Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN Sistema de Bibliotecas SISBI Catalogação de Publicação na Fonte UFRN Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde CCS Gadelha George Tawlinson Soares Os jogos eletrônicos na educação física escolar uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória George Tawlinson Soares Gadelha 2020 139f il Dissertação Mestrado em Educação Física Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Ciências da Saúde Programa de PósGraduação em Educação Física Natal RN 2020 Orientador Prof Dr Aguinaldo Cesar Surdi 1 Educação Física Escolar Dissertação 2 Jogos Eletrônicos Dissertação 3 Abordagem críticoemancipatória Dissertação I Surdi Aguinaldo Cesar II Título RNUFBSCCS CDU 796012 Elaborado por Adriana Alves da Silva Alves Dias CRB15474 V GEORGE TAWLINSON SOARES GADÊLHA OS JOGOS ELETRÔNICOS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória Dissertação de mestrado apresentada na linha de pesquisa Estudos pedagógicos sobre o corpo e o movimento humano vinculada na área de concentração Movimento Humano Cultura e Educação do Programa de PósGraduação StrictoSensu em Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para obtenção do título de mestre em Educação Física sob a orientação do Prof Dr Aguinaldo Cesar Surdi BANCA EXAMINADORA Prof Dr Aguinaldo Cesar Surdi Universidade Federal do Rio Grande do Norte Presidente Prof Dr Elenor Kunz Universidade Federal de Santa Catarina Examinador Externo a Instituição Prof Dr José Pereira de Melo Universidade Federal do Rio Grande do Norte Examinador Interno Prof Dr Allyson Carvalho de Araújo Universidade Federal do Rio Grande do Norte Examinador Interno NATALRN 2020 VI DEDICATÓRIA Dedico este trabalho inicialmente a Deus por ser imprescindível em minha vida por guiar meus passos e confortar nas horas de angústia aos meus amados filhos Gabriel Bessa Gadêlha e Davi Bessa Gadêlha ao meu querido pai Martinho José Gadêlha e a minha querida mãe Raimunda Soares de Medeiros Gadêlha ao meu estimado irmão Basílio José Gadêlha e a minha dedicada irmã Rita de Cássia Soares Gadêlha pois sem vocês este trabalho e muitos dos meus sonhos não se realizariam VII AGRADECIMENTOS À minha família porque fui abençoado com um extraordinário conjunto de pessoas únicas com quem posso compartilhar a vida São essas pessoas através da sua presença seus sorrisos seus abraços suas palavras apoio compreensão amor e amizade que dão sentido à minha vida e a tornam mais fácil e prazerosa de viver Ao meu orientador Prof Dr Aguinaldo Cesar Surdi que desde 2017 vem me ensinado tanto ao longo desse período Um ser humano admirado por muitos de imensa sensibilidade pedagógica para orientar ouvir cobrar acalmar compartilhar unir sempre bemhumorado e com um sorriso característico estampado no rosto Tenho muito a agradecêlo Ao Grupo de Estudo em Ludomotricidade GEL que primeiro me acolheu na retomada desse sonho pelos momentos vivenciados pelos conhecimentos compartilhados Em especial ao Prof Me Patrick Ramon Stafin Coquerel por sua disponibilidade em partilhar seus saberes e orientações para que pudesse ingressar no Mestrado Enfim a todos do GEL por acreditarem que seria possível o meu muitíssimo obrigado Ao Grupo de Pesquisa Corpo e Cultura de Movimento GEPEC pelo acolhimento pelos ensinamentos pelas oportunidades e aprendizados A todos os seus integrantes que são verdadeiros gigantes da Educação Física não só no âmbito acadêmico mas na vida em si Ao Laboratório de Estudos em Educação Física Esportes e Mídia LEFEM por permitirem estar entre vocês durante essa jornada onde por inúmeras vezes contribuíram imensamente na realização dessa pesquisa À minha turma de Mestrado aos novos amigos verdadeiramente conquistados nesta caminhada que tantas vezes partilharam comigo momentos de angústias dúvidas e conhecimento pelas brincadeiras pelos conflitos pelos debates e pelo cotidiano acadêmico Cresci muito ao lado de cada um de vocês durante esse tempo A todos que estão na linha de frente do Programa de Pósgraduação em Educação Física PPGEF por toda presteza dedicação e compromisso com os discentes O amparo às nossas dúvidas e angústias foi fundamental nesses dois anos de caminhada acadêmica A toda comunidade educativa da Escola Estadual Enéas Cavalcanti de Ceará MirimRN que abraçou e abriu as portas para a realização da pesquisa Que apesar das adversidades presentes para atuação do magistério lutam por uma educação pública de qualidade A vocês todo o meu respeito e admiração VIII OS JOGOS ELETRÔNICOS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória RESUMO O presente trabalho nasceu de uma inquietação sobre o uso dos Jogos Eletrônicos JEs na escola tendo em vista que estes despertam um maior interesse nos alunos pela sua característica lúdica A Educação Física vem ampliando os estudos sobre o uso dessas tecnologias e suas possibilidades educativas visto que a Educação e o processo de ensino aprendizagem passam por uma constante atualização frente aos avanços tecnológicos de modo que se espera que haja uma melhora da qualidade do ensino Destacase o uso dos JEs devido ao fato das crianças adolescentes e adultos jovens estarem em contato permanente com essa tecnologia Nesse sentido surgi a como de questão de estudo de como utilizar os JEs na abordagem críticoemancipatória para o ensino dos conteúdos da Educação Física Escolar Tendo como objetivo geral o de investigar as possibilidades educativas dos JEs através da observação dos jogadores e da produção de métodos sobre o jogo e o jogar em situações escolares na abordagem críticoemancipatória Este estudo se caracteriza como sendo um relato de experiência com abordagem qualitativa descritiva Na qual teve como cenário do estudo a Escola Estadual Enéas Cavalcanti CearáMirimRN Envolvendo os alunos das turmas do 6º ano 2 turmas com 37 alunos por turma Nossa intervenção se deu no III bimestre do ano letivo de 2019 Tendo um total de aulas no bimestre de 20 aulas cada aula com duração de 50 minutos No âmbito da Educação Física Escolar caberá a nós professores nos apropriarmos dessas ferramentas para dialogarmos e refletirmos sobre os processos formativos na escola e seus conteúdos de forma integrada possibilitando uma prática pedagógica significativa Tudo nos leva a crer que motivados pelo reconhecimento dos processos pedagógicos pelos alunos e baseado na maioria dos comentários positivos deles ao longo do processo tanto pessoalmente no horário da aula ou fora dela os JEs podem e devem ser incorporados naturalmente ao fazer pedagógico como uma possibilidade de ampliação da cultura de movimento Não se tratando apenas de repetir ações mas facilitar avanços cognitivos implementando os espaços da Educação Física Escolar Utilizar as tecnologias por meio dos JEs com um planejamento adequado à realidade de cada escola e com um bom suporte teóricometodológico para uma atuação consciente no agir comunicativo realmente contribuiu para a mudança de cenário nas aulas de Educação Física daquela realidade Utilizamos uma narrativa dialogada como forma de expressão bem como para descrever problematizar e apreciar a experiência que propusemos apresentar nesta pesquisa visto que nos permite imergir na experiência dos saberes pessoais dos atores envolvidos Acreditamos que a formação não só docente mas de toda a instituição fazse necessária e deve ser encarada como uma tarefa infindável que almeja não apenas contemplar o final de uma determinada história mas uma síntese dela mesma a fim de que outras possam surgir dando continuidade a uma história que na realidade é sem fim Palavraschave Educação Física Escolar Jogos Eletrônicos Abordagem crítico emancipatória IX THE ELECTRONIC GAMES IN SCHOOL PHYSICAL EDUCATION A possibility in the criticalemancipatory approach ABSTRACT The present work was born from a consultation about the use of Electronic Games JEs in school considering that these alarm clocks were a greater interest in students of their musical characteristics Physical Education has been expanding studies on the use of these technologies and their educational possibilities since Education and the teachinglearning process undergoes a constant update in the face of technological advances so that it is expected that there will be an improvement in the quality of the teaching We highlight the use of JEs due to the fact that children adolescents and young adults are in permanent contact with this technology In this sense a question arises as to how to use JEs in the critical emancipatory approach for teaching Physical Education content in schools Having as a general or research objective as educational possibilities of JEs through the observation of players and the production of methods about the game and the game in school situations in the criticalemancipatory approach This study is characterized as an experience report with a descriptive qualitative approach How the study at the State School Enéas Cavalcanti Ceará Mirim RN took place Involving 6th grade students 2 classes with 37 students per class Our intervention took place in the III academic year of 2019 Having a total of 20 lessons in the twomonth period each class lasting 50 minutes Within the scope of School Physical Education it will be up to us teachers to appropriate these tools to dialogue and reflect on the processes formatted in the school and its contents in an integrated way enabling a strategic pedagogical practice Everything leads us to believe motivated by the recognition of pedagogical processes by students and based on the majority of positive comments during the long process both allowed without class time and in a forum JEs can and should be incorporated naturally into the do pedagogical as a possibility of expanding the culture of movement It is not just a matter of repeating actions but facilitating cognitive advances implementing the spaces of School Physical Education Using technologies through JEs with planning appropriate to the reality of each school and with good theoretical and methodological support for a conscious performance in communicative action really contributed to the change of scenery in Physical Education classes in that reality We used a dialogued narrative as a form of expression as well as to describe problematize and appreciate the experience that we proposed to present in this research since it allows us to immerse ourselves in the experience of the personal knowledge of the actors involved We believe that training not only for teachers but for the whole institution is necessary and should be seen as an endless task which aims not only to contemplate the end of a certain story but a synthesis of itself so that others may emerge giving continuity to a story that in reality is endless Keywords School Physical Education Electronic Games Criticalemancipatory Approach X LOS JUEGOS ELECTRÓNICOS EN LA EDUCACIÓN FÍSICA ESCOLAR Una posibilidadenel enfoque críticoemancipatorio RESÚMEN El presente trabajo nació de una consulta sobre el uso de los juegos electrónicos JE en la escuela considerando que estos despertadores tenían un mayor interés en los estudiantes por sus características musicales La Educación Física ha estado ampliando los estudios sobre el uso de estas tecnologías y sus posibilidades educativas ya que la Educación y el proceso de enseñanzaaprendizaje experimentan una actualización constante frente a los avances tecnológicos por lo que se espera que haya una mejora en la calidad de enseñanza Destacamos el uso de JEs debido al hecho de que los niños adolescentes y adultos jóvenes están en contacto permanente con esta tecnología En este sentido surge una pregunta sobre cómo utilizar las evaluaciones ambientales en el enfoque críticoemancipatorio para enseñar contenido de educación física en las escuelas Tener como objetivo general o de investigación como posibilidades educativas de los JEs a través de la observación de jugadores y la producción de métodos sobre el juego y el juego en situaciones escolares en el enfoque críticoemancipatorio Este estudio se caracteriza como un informe de experiencia con un enfoque cualitativo descriptivo Cómo se realizó el estudio en la Escuela Estatal Enéas Cavalcanti CearáMirim RN Participan estudiantes de 6to grado 2 clases con 37 estudiantes por clase Nuestra intervención tuvo lugar en el III año académico de 2019 Teniendo un total de 20 lecciones en el período de dos meses cada clase dura 50 minutos Dentro del alcance de la Educación Física Escolar dependerá de nosotros los maestros apropiarse de estas herramientas para dialogar y reflexionar sobre los procesos formateados en la escuela y sus contenidos de manera integrada permitiendo una práctica pedagógica estratégica Todo nos lleva a creer motivados por el reconocimiento de los procesos pedagógicos por parte de los estudiantes y basados en la mayoría de los comentarios positivos durante el largo proceso ambos permitidos sin tiempo de clase y en un foro los JE pueden y deben incorporarse naturalmente en el hacer pedagógico como una posibilidad de expandir la cultura del movimiento No se trata solo de repetir acciones sino de facilitar avances cognitivos implementando los espacios de Educación Física Escolar El uso de tecnologías a través de JEs con una planificación adecuada a la realidad de cada escuela y con un buen apoyo teórico y metodológico para un desempeño consciente en la acción comunicativa realmente contribuyó al cambio de escenario en las clases de Educación Física en esa realidad Utilizamos una narración dialogada como forma de expresión así como para describir problematizar y apreciar la experiencia que propusimos presentar en esta investigación ya que nos permite sumergirnos en la experiencia del conocimiento personal de los actores involucrados Creemos que la capacitación no solo para los maestros sino para toda la institución es necesaria y debe verse como una tarea interminable que tiene como objetivo no solo contemplar el final de una historia determinada sino una síntesis de sí misma de modo que otros pueden surgir dando continuidad a una historia que en realidad es interminable Palabras clave Educación Física Escolar Juegos Electrónicos Enfoque crítico emancipatorio XI LISTA DE IMAGENS E FIGURAS Imagem 1 Escola Estadual Enéas Cavalcanti EEEC 33 Imagem 2 Entrada e interior da EEEC 34 Imagem 3 Acesso as Salas de aulas e Pátio da EEEC 35 Imagem 4 Sala de aula Biblioteca e Sala de Informática da EEEC 35 Imagem 5 Espaços destinados para as Aulas de EF na EEEC 39 Imagem 6 Apresentação do Projeto de Pesquisa para os pais e comunidade educativa 42 Imagem 7 OXO 1952 criado por Alexander S Douglas para o computador Electronic Delay Storage Automatic Calculator EDSAC 56 Imagem 8 Tennis for Two 1958 criado por William Higinbotham na tela do osciloscópio 57 Imagem 9 Computer Space criado por Nolan Bushnell 1972 gabinete e tela sendo considerado a primeira máquina arcade 57 Imagem 10 Sega Mega Drive e o Jogo Eletrônico Sonic 58 Imagem 11 Super Famicom Super Nintendo e o Jogo Eletrônico Super Mario World 59 Imagem 12 Sony PlayStation e o JE campeão de vendas em 1994 Gran Turismo 59 Imagem 13 Microsoft XBox idealizado por Bill Gates 60 Imagem 14 Console da Microsoft XBox 360 Kinect e os Jogos Kinect Spots e Kinect Adventures 60 Imagem 15 Momento de impressões gráficas no relatório espontâneo 90 Imagem 16 Alguns relatórios espontâneos produzidos no primeiro encontro de aula 91 Imagem 17 Alunos registrando através do grafismo seus sentimentos e pensamentos 93 Imagem 18 Alguns relatórios espontâneos produzidos no segundo encontro94 Imagem 19 Cartaz e imagens do filme Jogador Nº 1 96 XII Imagem 20 Alunos assistindo o filme Jogador Nº 1 97 Imagem 21 Alunos vivenciando o jogo de dardos 102 Imagem 22 Alunos vivenciando o jogo de Tênis 103 Imagem 23 Alguns relatórios espontâneos logo após o jogo de Dardos 104 Imagem 24 Alguns relatórios espontâneos logo após o jogo de Tênis 105 Imagem 25 Alunos vivenciando a dança através do Just Dance 2015 107 Imagem 26 Alguns relatórios espontâneos logo após o JEs Just Dance 108 Imagem 27 Alguns relatórios espontâneos confeccionados ao final do encontro 07 112 Imagem 28 Alguns relatórios espontâneos confeccionados ao final do encontro 08 117 Imagem 29 Conjunto de relatórios espontâneos com suas respectivas transcrições com leituras críticas sobre os processos de ensinoaprendizagem sobre os JEs 120 FIGURAS Figura 1 Lógica cíclica dinâmica de investigação Planejar agir descrever e interpretar 43 Figura 2 Planejamento da Intervenção 45 Figura 3 Configuração da Sala de aula para o desenvolvimento da pesquisa 90 XIII LISTA DE QUADROS TABELAS E ORGANOGRAMA QUADROS Quadro 1 Estudos que investigaram os Jogos Eletrônicos e a Educação Física Escolar 30 Quadro 2 Detalhamento quanto ao tipo de estudo aos objetivos e principais resultados 31 Quadro 3 Ciclo básico da investigaçãoação da intervenção na escola 44 Quadro 4 Esquematização das competências objetiva social e comunicativa relacionandoas com as Categorias trabalho interação e linguagem 74 Quadro 5 Organização do Ensino Fundamental 77 Quadro 6 Configuração da BNCC para o Ensino Fundamental 81 Quadro 7 Organização dos objetos de conhecimento e suas respectivas unidades temáticas para o Ensino Fundamental Anos Finais 83 Quadro 8 Esquematização dos Encontros 01 02 e 03 98 Quadro 9 Esquematização dos Encontros 04 05 06 e 07 113 Quadro 10 Especificidades dos temas abordados sobre os JEs 118 Quadro 11 Esquematização dos Encontros 08 09 e 10 121 TABELAS Tabela 1 Quadro de situação dos servidores da EEEC no ano de 2019 36 Tabela 2 População do Estudo na EEEC 36 Tabela 3 Nº de alunos e de alunas por ano e turma 37 ORGANOGRAMA Organograma 1 Detalhamento das turmas participantes da interlocução 38 XIV LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS GEPEC Grupo de Pesquisa Corpo e Cultura de Movimento GTTs Grupos de Trabalho Temáticos IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística JEs Jogos Eletrônicos LDB Lei de Diretrizes e Bases MEC Ministério da Educação e Cultura Pnad Contínua Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua PNE Plano Nacional de Educação UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte SEEC Secretaria de Estado da Educação da Cultura do Esporte e do Lazer SIGEduc Sistema Intregrado de Gestão da Educação TICS Tecnologia da Informação e Comunicação XV SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 17 2 OBJETIVOS 25 21 Geral 25 22 Específicos 26 3 JUSTIFICATIVA 26 4 METODOLOGIA 33 Seção 1 História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar 49 11 O jogo e um pouco de sua história 50 12 história dos JEs e seus impactos na sociedade contemporânea 55 13 o jogo eletrônico na educação e na educação física escolar 61 Seção 2 A Concepção Críticoemancipatória e a Educação Física 67 21 a Educação Física no Ensino fundamental dos anos finais 74 Seção 3 O Jogo Eletrônico na Educação Física Escolar Relatos Reflexões e possibilidades de Transcendência de Limites 86 31 Jogos eletrônicos nas aulas de educação física transcendência de limites da experimentação à criaçãoinvenção Experimentação 86 311 Encontro 01 START 86 312 Encontro 02 Mostra de Jogos Eletrônicos 92 313 Encontro 03 Jogador Nº 1 95 32 Jogos eletrônicos nas aulas de educação física transcendência de limites da experimentação à criaçãoinvenção Encenação por aprendizagem 98 321 Encontro 04 Tecnologia e a sociedade contemporânea 98 322 Encontro 05 Esportes Tênis e Dardo 100 323 Encontro 06 Simplesmente Dançe 106 324 Encontro 07 Jogos de Aventura 109 33 Jogos eletrônicos nas aulas de educação física transcendência de limites da experimentação à criaçãoinvenção Criativainventiva 114 XVI 331 Encontro 08 Jogos Eletrônicos em debate 114 331 Encontro 09 e 10 Festival dos Jogos Eletrônicos e Apresentação dos trabalhos 118 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 123 6 BIBLIOGRAFIA 127 7 ANEXOS 131 Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 17 1 INTRODUÇÃO Os avanços tecnológicos vêm mudando a nossa forma de estarmos no mundo e de como nos relacionamos A tecnologia está entranhada na sociedade e ela se tornou algo normal no cotidiano para a maioria das pessoas Em um período de tempo relativamente curto essas tecnologias passaram por ampliações dos mais variados recursos técnicos popularmente chamados de atualizações ou evoluções tecnológicas cujo propósito foi ou pelo menos pretendia ser o de garantir dias e condições melhores para toda humanidade para que todos tivessem uma melhor qualidade de vida e consequentemente mais tempo para se dedicar a outras atividades Entretanto o desenvolvimento tecnológico está atrelado ao desenvolvimento econômico utilizado constantemente como ferramenta pelo poder político com o qual colabora para o surgimento de problemas sociais ainda maiores Ao observarmos o contexto sóciohistóricocultural que configura a sociedade moderna foi na Revolução Industrial1 que aconteceram as principais mudanças nas formas de regulação e planejamento econômico sustentado pela capacidade de produção em larga escala para o desenvolvimento das técnicas e o avanço comercial que deu sustentação ao Mercantilismo2 Se por um lado a Revolução Industrial possibilitou o surgimento do projeto políticoeconômico que se expandiria para algumas partes do planeta pautada no acúmulo de capital nas imposições liberais guiada pelo individualismo competitivo e pela conquista de mercados consumidores por outro provocou desigualdades sociais que afligem a maior parte da população mundial Em sua composição a tecnologia é junção de Técnica e Ciência A primeira se dá como meio de ação na natureza e a segunda como forma de domínio da mesma Ambas alicerçam a base da tecnologia Todavia ao se pôr a serviço do capital Morais 1988 salienta que os avanços tecnológicos não modificam apenas 1 A Revolução Industrial foi um conjunto de mudanças que aconteceram na Europa nos séculos XVIII e XIX A principal particularidade dessa revolução foi a substituição do trabalho artesanal pelo assalariado e com o uso das máquinas 2 O Mercantilismo foi o conjunto de práticas econômicas adotadas pelas nações europeias entre o século XV e o século XVIII Essas práticas econômicas são consideradas pelos historiadores como o estágio de transição do modo de produção feudal para o modo de produção capitalista Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 18 o ambiente exterior do homem mas produz significativas mudanças no seu interior Com isso os objetivos da tecnologia estão sobrepujando os limites da natureza Desse modo em decorrência das práticas predatórias do sistema capitalista agravaramse diversos problemas sociais destacandose o aumento da pobreza e a escassez de alimentos provenientes da má distribuição de renda Em uma publicação em 17102018 no site das Nações Unidas3 estimouse que 34 bilhões de pessoas no planeta lutam para satisfazer as suas necessidades básicas Os maiores afetados pela pobreza frequentemente são mulheres e crianças E dentro dessas necessidades básicas além da pobreza monetária está o acesso à educação O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua PNAD Contínua divulgada em 2017 acende um alerta na educação brasileira em relação ao Plano Nacional de Educação PNE estabelecido em 2014 que aponta diretrizes metas e estratégias para política educacional até 2024 De forma geral percebese que as crianças de 6 a 10 anos se mantêm adequadamente na idadeetapa correta nos anos iniciais do ensino fundamental porém ao passar para os anos finais começa a acentuar o atraso Logo uma parte desse grupo já chega atrasado ao Ensino Médio e as distorções só tendem a se intensificar nas etapas seguintes do ensino As discrepâncias de classes sociais se tornam ainda maior devido ao fato das classes burguesas dominantes terem o domínio das ciências e das tecnologias e ao mesmo tempo restringirem o acesso da classe trabalhadora fazendo com que haja uma defasagem na formação cultural JÚNIOR 2015 É com esse cenário regente da sociedade capitalista que as desigualdades sociais são cunhadas Uma pequena parte da população brasileira terá acesso a uma educação de qualidade para atender os anseios das classes dominantes e para a maioria da população restará o papel de assumir a força de trabalho assalariado Um dos pilares de uma sociedade desenvolvida é uma Educação de qualidade O Brasil um país com dimensões continentais lança na Constituição de 3 httpsnacoesunidasorgbancomundialquasemetadedapopulacaoglobalviveabaixodalinhadapobreza Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 19 1988 que a Educação está a serviço 1 do pleno desenvolvimento da pessoa 2 preparo para o exercício da cidadania e 3 qualificação para o trabalho Em 1996 a Lei de Diretrizes e Bases LDB determinava que a União4 firmasse um Pacto Interfederativo um acordo com vários níveis do governo onde foram estabelecidos competências e diretrizes capazes de orientar os currículos Em 2014 o Plano Nacional de Educação PNE reafirmava a necessidade de estabelecer diretrizes pedagógicas para uma educação básica e criar uma base nacional que orientasse os currículos de todas as unidades da federação Em dezembro de 2017 o Ministério da Educação e Cultura MEC homologou a Base Nacional Comum Curricular BNCC que tem como objetivos 1 a elaboração dos currículos e das propostas pedagogias 2 as políticas para formação de professores 3 a produção de material didático e 4 avaliação Na BNCC para o Ensino Fundamental a Educação Física encontrase na área de linguagens Foram incorporadas às práticas corporais das unidades temáticas escolhidas para a EF 1 Esportes 2 Brincadeiras e Jogos 3 Ginástica 4 Dança 5 Lutas e 6 Prática naturais de aventura Desse modo na elaboração do currículo escolar esse documento serve de orientação para a construção dos planos de aula da EF que deverá conter habilidades para cada objeto de conhecimento proposto pela BNCC Para isso uma característica desse documento é a união dos anos de ensino que propõe a divisão em quatro blocos Ensino Fundamental Anos Iniciais em dois blocos 1º e 2º anos e 3º 4º e 5º anos Ensino Fundamental Anos Finais mais dois blocos 6º e 7º anos e 8º e 9º anos Nesse contexto as aulas devem ser pensadas para aprendizagem das práticas corporais dentro da escola e a sua transposição para outros momentos no dia a dia dos alunos Neste trabalho enfatizamos o bloco dos 6º e 7º anos na unidade temática Brincadeiras e Jogos que tem como objetivo de conhecimento os Jogos Eletrônicos JEs Importante ressaltar que os JEs estão contemplados na BNCC enquanto conteúdo da EF no entanto a incorporação dos JEs neste trabalho parte da perspectiva de olhar o seu uso metodológico ou seja uma estratégia de ensino para 4 A União é pessoa jurídica de direito público interno entidade federativa autônoma em relação aos Estados membros Municípios e Distrito Federal possuindo competências administrativas e legislativas determinadas Constitucionalmente Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 20 esse ciclo A Educação Física vem ampliando os estudos sobre o uso dessas tecnologias por meio de Grupos de Trabalho Temáticos GTTs em congressos científicos seminários específicos na produção científica acadêmica em Bases de Pesquisas entre outros Uma das linhas de pesquisas da Área Pedagógica está voltada para o uso das chamadas novas tecnologias no âmbito escolar na qual vem facilitando o ensino dos conteúdos ministrado em sala de aula fazendo com que haja um maior interesse dos alunos pelo conteúdo Buckingham 2007 aponta que as novas tecnologias são consideradas capazes de possibilitar às crianças novas oportunidades para criatividade e auto realização O potencial das tecnologias como instrumento educacional no processo de ensinoaprendizagem é incalculável Sobre essa questão Wolf 2006 destaca que a partir do século XXI houve um aumento na produção científica dedicada ao estudo dos jogos eletrônicos Logo esse segmento tem ganhado espaço teóricocientífico abrangente Por sua vez Huizinga considera que os jogos são importantes elementos da cultura ao afirmar que o jogo é um traço essencial talvez o mais importante das sociedades humanas Diferentemente dos outros animais que brincam o homem é o único que faz conscientemente e durante toda a vida para obter prazer HUIZINGA 1993 p 47 Com relação aos estudos referentes à temática jogos eletrônicos e educação Azevedo 2008 e Azevedo e Silva 2009 se referem às possibilidades educativas dos JEs dialogando com a escola e seus conteúdos de forma integrada para em uma segunda ocasião associar essas possibilidades à prática pedagógica significativamente no âmbito da Educação Física Escolar Em consequência disso Azevedo 2008 chama a atenção para o fato das crianças e dos jovens estarem em constante contato com os jogos eletrônicos e o mundo virtual cabendo a nós professores apropriarmonos dos mesmos pois estes são envolventes e fogem do cotidiano escolar Devido a essas qualidades os jogos eletrônicos poderiam ser utilizados conscientemente em sala de aula Essa característica é um aspecto definidor da nossa própria essência Segundo esse mesmo autor as raízes dos jogos estão ligadas a aspectos como Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 21 religião trabalho mitos e rituais sempre envolvendo um aspecto lúdico O jogo por sua essência lúdica e atrativa chama a atenção dos mais variados profissionais por exemplo filósofos psicólogos pedagogos terapeutas e pesquisadores em geral Por essas características supracitadas é que se procura associar o uso dos jogos ao cotidiano da escola partindo do pressuposto de que eles facilitariam o processo ensinoaprendizagem Educadores como Surdi 2018 acredita que é no ato de brincar que o desenvolvimento cognitivo acontece As tecnologias nos permitiram agregar informação divertimento comunicação e educação em um só lugar criando um diálogo com o mundo real e o virtual Tapscott 1999 explica que o computador é um brinquedo para as crianças que o utilizam para estimulação da imaginação explorar novos lugares no mundo conhecer outras pessoas distantes geograficamente e ganhar experiências Para ele o computador criou um ambiente no qual as atividades da infância estão mudando de forma radical O autor considera ainda que as horas gastas com o mundo virtual não são passivas mas sim ativas uma parcela de tempo onde as crianças desenvolvem habilidades solucionam problemas e se divertem Nos JEs o aprendizado se dá através de uma exploração lúdica na qual o indivíduo usa o que tem à mão e constrói seus artefatos por erro e acerto TURKLE 1997 A partir dessa exploração o ser humano entra em diálogo com a máquina estabelecendo com a tecnologia uma interação semelhante a que entabula com outras pessoas TURKLE 1997 Com isso os JEs deixam de ser apenas comandados como ocorria com os brinquedos comuns e passa a responder aos estímulos vindos da criança ao mesmo tempo em que a motiva a agir Permitindo assim uma participação ativa do jogador Segundo Johnson 2005 o fascínio do jogo se deve mais ao desafio de decifrar as regras e menos no manuseio dos comandos O autor observou também que a maior parte do jogo é consumida em solucionar problemas menores de modo progressivo hierárquico e agrupado uma habilidade de concentrarse no que é urgente resolver e ao mesmo tempo manter a atenção naquilo que ainda estar por vir É por essas razões que o jogador aprende por tentativa e erro a partir de desafios vencidos paulatinamente Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 22 Com o avanço das tecnologias de simulação da realidade os JEs interativos que utilizam os sensores de movimento se constituem atrativos justamente por permitirem cada vez mais uma maior semelhança com o mundo real Tori 2005 cita como um exemplo do grande potencial educativo da simulação os chamados Mod Games que permitem que os jogadores modifiquem o jogo original desde a adição de novos cenários até a criação de um jogo totalmente diferente Com isso o potencial criativo de usar JEs pode ir desde a sua utilização pura e simples até a modificação de um game existente ou mesmo da criação de um novo O Brasil é um dos países no mundo onde mais se consomem games5 o que poderíamos chamar de cultura lúdica digital Brougère 1998 apresenta a importância da cultura lúdica contribuindo assim para adoção dos JEs nas redes de ensino o que poderá se constituir em indicadores preciosos de novos modos de aprender que por sua vez serão mobilizados na construção de novas possibilidades nos modos de ensinar contribuindo com a reflexão do pensamento crítico e com o desenvolvimento dos alunos bem como com a formação de professores e com a produção de materiais pedagógicos Os JEs estão presentes em nossa cultura desde o século passado e vem influenciando nossa forma de compreendermos e de nos expressarmos no mundo AZEVEDO 2012 Percebemse suas conexões com as demais áreas da sociedade capitalista moderna e as formas de expressão artística Podemos citar os filmes que são inspirados em JEs bem como as músicas a enorme quantidade de produtos a eles relacionados como roupas acessórios alimentos brinquedos dentre outros Os JEs são criados segundo a lógica do modo de produção capitalista em que estão inseridos como mercadorias da Indústria Cultural Adorno Horkheimer 1986 Os JEs também são considerados divertidos pelos jogadores que têm grande interesse e motivação pela sua prática Esses jogos podem ser considerados uma das formas preferidas de lazer entre os jovens público principal das escolas ficando ao lado ou à frente de práticas como assistir televisão ouvir música conversar em aplicativos de bate papo brincar em espaços abertos ou em clubes ir 5 Games são jogos eletrônicos em que o jogador interage com a tela e ainda pode usar a internet para jogar com pessoas a qualquer distância Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 23 a festas e praticar esportes Cruz Albuquerque Azevedo 2009 Como profissionais da área educacional devemos analisar e reconhecer os JEs como forma de fenômeno cultural da sociedade contemporânea que se relaciona com a educação não podendo esta ficar de fora da sua maior área de atuação institucionalizada Dessa forma a escola não poderá deixar os JEs que se encontram presentes no cotidiano dos alunos de fora das aulas Não para leválos às aulas simplesmente enquanto jogo recreativo mas para problematizar com os alunos os conteúdos presentes nos JEs como a violência os estereótipos de gênero a competitividade contra oponentes humanos eou de inteligência artificial as ideologias a eles veiculados por seus criadores dentre outras questões que precisam ser discutidas e problematizadas pelos educadores com os alunos relacionandoas com o cotidiano dos mesmos Amaral Paula 2007 Podemos admitir que a educação e o processo de ensinoaprendizagem passam por um aperfeiçoamento decorrente dos avanços tecnológicos em consequência disso há uma melhora da qualidade de ensino No entanto é preciso investigar as possíveis contribuições do uso das novas tecnologias nas aulas de EF utilizando os JEs como um instrumento pedagógico possibilitando aos alunos trazerem as suas vivências fora do ambiente escolar associando assim ao conteúdo específico da disciplina na qual professores e alunos possam arquitetar esse aprendizado Entretanto Fatin e Rivoltella 2010 expõem que frequentemente os professores não aproveitam as potencialidades que as tecnologias oferecem Acarretando assim o distanciamento em relação aos conhecimentos de seus alunos que podem ficar passos à frente deles usando os meios tecnológicos com grande habilidade Partindo dessas conjecturas há necessidade de refletimos nas ações pedagógicas por mais que se tenha contato com tantos instrumentos tecnológicos smartphones notebooks tablets e aparelhos multimídia em geral Por mais que haja diversos aparatos Pirozzi 2013 admite que há pouca inovação em sala de aula pois o professor mantém sua didática tradicional Portanto qualquer instrumento tecnológico que se pretende usar se não houver uma proposta Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 24 metodológica para ensinála inevitavelmente os professores retomarão aos métodos clássicos de ensino Por isso entendese que uma proposta sistematizada para o ensino dos conteúdos da Educação Física Escolar e o uso da tecnologia em especial os JEs é bemvinda Neste contexto esta pesquisa emergiu de uma inquietação pessoal sobre 1 Como sistematizar os JEs nas aulas de Educação Física Escolar 2 De que maneira eles podem contribuir com o processo ensinoaprendizagem Uma vez que os JEs preenchem grande parte do tempo no cotidiano das crianças dos adolescentes e das gerações de adultos chamados nativos digitais que cresceram em sua presença repercutindo em suas formas de perceberem e de agirem no mundo Prensky 2001 É pertinente destacar porém que essa afirmação está diretamente ligada à experiência do indivíduo com a tecnologia e não necessariamente com o período da sua geração Para tentar responder essas questões optouse pela abordagem crítico emancipatória KUNZ 2006 como proposta didática pedagógica na escola pois essa abordagem busca dialogar com as ideias da fenomenologia de MerleauPonty 1966 que afirma que o homem como um sernomundo é sempre um corpo fenomenológico6 Assim sendo essa abordagem deve materializar uma educação libertadora baseada no diálogo conhecendo e reconhecendo o mundo vivido do aluno e o compreendendo como sujeito de sua própria ação Kunz 2006 afirma ainda que uma teoria que se diga pedagógica no viés críticoemancipatória precisa na prática estar acompanhada de uma didática comunicativa pois ela deverá fundamentar a função do esclarecimento e da prevalência racional de todo agir educacional E uma racionalidade com sentido do esclarecimento implica sempre uma racionalidade comunicativa Devemos pressupor que a educação é sempre um processo onde se desenvolvem ações comunicativas O aluno enquanto sujeito do processo de ensino de ser capacitado para sua participação na vida social cultural e esportiva o que significa não somente a aquisição de uma capacidade de ação funcional mas a capacidade de conhecer reconhecer e problematizar sentidos e significados nesta vida através da reflexão crítica KUNZ 2006 p 31 6 Corpo fenomenológico pode ser compreendida como vivência humana que pretende fazer com que o mundo apareça para nós através de nossa consciência O corpo no dizer de MerleauPonty 1971 tornouse o sujeito da percepção Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 25 A abordagem críticoemancipatória KUNZ 2006 valoriza a compreensão crítica do mundo da sociedade e de suas relações O processo de ensino e aprendizagem está limitado pelas condicionantes capitalistas e classistas e se propõe a aumentar os graus de liberdade do pensamento crítico e autônomo dos alunos Nessa abordagem propõese que os conteúdos sejam ensinados por meio de uma sequência de estratégias denominada Transcendência de limites com as seguintes etapas encenação problematização ampliação e reconstrução coletiva do conhecimento KUNZ 2006 Os JEs portanto podem ser utilizados como uma ferramenta que irá contribuir para educar criticamente os alunos tendo como horizonte a construção de uma nova proposta de sociedade crítica e emancipada A escola pode e deve se utilizar dessa forma bastante popular de entretenimento e lazer legitimada por suas enormes vendas para a indústria desse setor como também importante mercadoria de consumo Com isso o encorajamento por parte da abordagem crítico emancipatória a uma autoreflexão possibilite aos educandos enxergar a opressão autoimposta que sofrem auferindo assim dissolver o poder ou a objetividade dessa coerção e assumindo um estado de maior liberdade e conhecimento de seus verdadeiros interesses ou seja esclarecimento e emancipação KUNZ 2006 p 36 Perante o que foi exposto sobre a abordagem críticoemancipatória podemos destacar algumas características 1 Cultura de Movimento 2 Diálogo 3 Educação libertadora 4 Emancipação do sujeito 5 Transcendência da aprendizagem 6 Agir comunicativo 7 Análise da realidade 8 Didática comunicativa e 9 Semovimentar humano Diante disso emerge a questão de estudo Como utilizar os JEs com base na abordagem críticoemancipatória para o ensino dos conteúdos da Educação Física Escolar 2 OBJETIVOS 21 GERAL Analisar e discutir as possibilidades educativas dos jogos eletrônicos Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 26 através da observação dos jogadores e da produção das narrativas sobre o jogo e o jogar nas aulas de Educação Física com base na abordagem críticoemancipatória 22 ESPECÍFICOS Identificar as percepções dos alunos diante do ato de jogar interagir e narrar sobre o que foi jogado Identificar as narrativas que compõem e formam os JEs e as narrativas criadas pelos alunos a partir da ação dentro dos jogos que podem ajudar no desenvolvimento crítico Relacionar os potenciais educativos dos JEs para o ensino dos conteúdos da Educação Física Escolar 3 JUSTIFICATIVA Esta pesquisa nasceu de uma inquietação sobre como utilizar os Jogos Eletrônicos na instituição escolar e de que forma eles podem corroborar no processo ensinoaprendizagem uma vez que os JEs estão presentes no cotidiano das crianças dos adolescentes e das gerações de adultos chamados nativos digitais que cresceram em sua presença repercutindo em suas formas de perceberem e de agirem no mundo com uma característica própria de personalidade fruto desse contexto sociocultural PRENSKY 2001 No cotidiano é comum ouvir alguns colegas de profissão afirmando que os alunos que passam muito tempo envolvidos com o uso dos jogos eletrônicos tem baixo interesse ou abandonam as atividades físicas Já outros atestam que o jogo eletrônico compromete as habilidades motoras e intelectuais e influencia o comportamento dos alunos Discursos como esses têm produzido debates gerado controvérsias e por vezes preocupações por parte dos pais professores e pesquisadores Não podemos negar que os avanços tecnológicos presentes na atualidade têm influenciado a nossa forma de sernomundo Professores e alunos devem estar em sintonia com essas inovações oportunizando aos sujeitos transferir para dentro da sala aula suas vivências fora do ambiente escolar Suscitando que juntos Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 27 possam arquitetar uma nova forma de ensinar e aprender uma forma em que também se perceba sentindo e significado no aprendizado A partir dessa temática recente e de grande relevância para a nossa sociedade em geral estudos sobre os jogos eletrônicos na área Educacional devem ser acompanhados de uma proposta metodológica que possa dar sustentação aos professores Dessa forma realizouse uma revisão sistemática pensando na indispensabilidade de se conhecer o que está sendo produzido sobre os JEs na educação física escolar Essa revisão que buscou tratar da relevância acadêmica do estudo procurou investigar os trabalhos científicos que estudaram os Jogos Eletrônicos JEs na Educação Física Escolar EFE e as suas potencialidades educacionais no processo de ensino e aprendizagem na escola Nos critérios de elegibilidade foram incluídos estudos publicados nos últimos cinco anos 2014 a 2018 com texto completo disponível livre acesso e com restrição de idioma em português Os artigos que investigaram os JEs em outro cenário os que não investigaram os JEs na Educação Física EF estudos em formato de Monografias Teses Dissertações Revisões Sistemáticas e os artigos em duplicata foram excluídos Essa revisão foi realizada no período entre janeiro e março de 2019 Os estudos foram buscados nas bases de dados BVS Brasil Biblioteca Virtual da Saúde Periódicos CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Sciverse Scopus MEDLINE Pubmed Medical Literature Analysis and Retrieval System online LILACS Literatura LatinoAmericana e do Caribe em Ciências da Saúde e na biblioteca digital SciELO Scientific Electronic Library Online Os descritores utilizados para a busca conforme os descritores em ciências da saúde DESCs foram Jogos de Vídeo e Educação Física As estratégias para avaliação metodológica incluíram uma etapa para análise dos dados e dos critérios de inclusão e exclusão uma vez que para essa etapa os artigos foram examinados de acordo com título e resumo Subsequentemente os artigos avaliados na primeira etapa e que se apresentavam na íntegra foram lidos para que se coletassem as informações Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 28 referentes à temática Por fim os estudos selecionados foram catalogados considerandose autores ano de publicação periódicos Qualis bases título do estudo objetivos instrumentos e principais resultados O processo de busca nas bases de dados eletrônicas e nas bibliotecas virtuais seleção dos estudos leitura dos artigos e compilação das informações foi realizado pelo autor principal deste trabalho Um segundo pesquisador replicou esse processo de busca e seleção dos artigos de maneira imparcial e autônoma Quando houve contradições um terceiro pesquisador foi chamado para fazer a leitura e auxiliar neste processo A figura 1 apresenta o fluxograma da estratégia utilizada para a seleção de inclusão e exclusão dos estudos desta revisão sistemática bem como os filtros utilizados para estes resultados Fluxograma 1 Estudos incluídos na revisão de literatura Fonte autoria própria A primeira etapa da pesquisa incluiu uma busca com a utilização dos termos Jogos de vídeo e Educação Física Dessa etapa resultou a seleção de 969 artigos Em um segundo levantamento foram verificadas as obras publicadas nos últimos cinco anos 2014 a 2018 com restrição de idioma em português que estavam disponíveis na íntegra e de livre acesso juntamente com estudos em formato de Monografias Teses Dissertações Revisões Sistemáticas resultando em 861 publicações rejeitadas Após leitura do título e resumo foram selecionados 10 artigos para leitura na integra Outras exclusões ocorreram em função dos artigos não Artigos coletados pela pesquisas nos Bancos de DadosBVS Brasil n95 Periódicos CAPES n483 Sciverse Scopus n1 MEDLINEPubmed n355 LILACS n26 e na biblioteca digital SciELO n9 Filtros utilizados Publicação nos últimos 5 anos Artigos Texto completo em língua portuguesa acesso livre Artigos selecionados para análise n108 Artigos excluídos com base na analise do Título e Resumo n98 Artigos excluídos por não atenderem os críterios de inclusão Arquivos duplicados n4 Os artigos que investigaram os JEs fora do âmbito escolar n1 Artigos selecionados para analise detalhada n5 Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 29 atenderem aos critérios de inclusão os artigos que pesquisaram os JEs em outro cenário fora do âmbito escolar n 1 e os artigos em duplicata n 4 Desta forma apenas cinco publicações atenderam aos critérios de inclusão desta revisão sistemática incidindo em quatro artigos na BVS Brasil sendo este encontrado em duplicata na base LILACS um na base SCOPUS e um na base SciELO não podendo ser incluído na amostra os quais foram lidos na íntegra pois apresentaram o texto completo disponível online O Quadro 1 apresenta os estudos selecionados nesta revisão sistemática Desses textos selecionados todos foram publicados a partir de 2015 indicando uma baixa produção referente a essa área nos últimos cinco anos observandose o período estipulado para as publicações incluídas nesta pesquisa de 2014 a 2018 Esses resultados sugerem que o interesse dos pesquisadores a respeito da temática Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar é reduzido Nos periódicos no que se refere à classificação dos artigos Qualis Capes houve pouca diversidade tendo sido encontrado apenas um artigo para a designação A2 dois artigos para B1 e dois artigos para B2 As bases de dados PubMed LILACS SCOPUS BVS Brasil e Periódicos Capes são bases de dados em ciências da saúde literatura biomédica e multidisciplinar respectivamente Entre os artigos selecionados quatro foram extraídos na base BVS Brasil ocorreu como referência cruzada com a base LILACS deixando esta base sem representação neste trabalho apenas um artigo na base SCOPUS Nenhum artigo encontrado nas bases de dados SciELO PubMed e Periódicos Capes O Quadro 2 referese ao detalhamento dos estudos selecionados quanto ao Tipo de Estudo aos objetivos e principais resultados Em relação ao delineamento dos estudos analisados dos cinco artigos dois eram relatos de experiência um estudo do tipo qualitativo um se tratava de uma pesquisa descritiva e um trabalho de intervenção terapêutica Quanto aos objetivos apresentados nos artigos analisados em relação às possibilidades pedagógicas do uso dos Jogos Eletrônicos nas aulas de Educação Física foram os mais diversos Um dos estudos tinha como Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 30 objetivo analisar o Jogo Eletrônico Kinect Sports Xbox 360 relacionando as semelhanças com o atletismo modalidade esportiva oficial e suas possibilidades pedagógicas nas aulas de Educação Física Um outro estudo buscou compreender de que maneira o uso dos JEs que se utilizam os sensores de movimento poderia contribuir com a prática de atividade física bem como com o desenvolvimento de habilidades sociais e analisou também se promoveu uma maior adesão às aulas de Educação Física Outro artigo analisado verificou a percepção dos alunos em relação aos valores presentes nestes JEs e sua relação com os valores desenvolvidos na prática da Educação Física Um dos estudos buscava se apropriar ressignificar e promover experiências a partir das mais diferentes linguagens a fim de ampliar o repertório de vivências e trazer implicações para a formação e atuação em Educação Física escolar de forma crítica Outro objetivo apresentado em um dos artigos analisados foi o de verificar o uso do vídeo game como estratégia na promoção da saúde com crianças que apresentava paralisia cerebral e a possibilidade do seu uso como recurso pedagógico nas aulas de Educação Física para crianças com esse tipo de necessidade educativa especial Quadro 1 Estudos que investigaram os Jogos Eletrônicos e a Educação Física Escolar Título do artigo Autores PeriódicosQualis Ano O jogo de videogame relacionado ao atletismo e suas possibilidades pedagógicas Guilherme Correa Camuci Sara Quenzer Matthiesen Guy Ginciene Motrivivência B2 2017 Laboratório de exergames um espaço complementar para as aulas de educação física Mateus David Finco Eliseo Berni Reategui Milton Antonio Zaro Movimento A2 2015 Perfil e percepção do uso de jogos eletrônicos por Alunos do ensino fundamental relações com a Educação física Marcio Turini Constantino Carlos Henrique Ribeiro Vasconcellos Lamartine Pereira Da Costa Leonardo José Mataruna dos Santos Pensar a Prática B2 2015 Jogando com as diferentes linguagens a Atualização dos jogos na educação física escolar Cristiane Oliveira Pisani Martinia Juliana de Alencar Viana Revista Brasileira de Ciência do Esporte B1 2016 Vídeo game na escola e na clínica Auxiliar da inclusão Lıgia Maria Presumido Braccialli Vanessa da Silva Almeida Fernanda Carolina Toledo da Silva Michelle Zampar Silva Journal of Research in Special Educational Needs B1 2016 Fonte autoria própria Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 31 Quadro 2 Detalhamento quanto ao tipo de estudo aos objetivos e principais resultados Tipo de estudo Objetivos Resultados Pesquisa Qualitativa Analisar o jogo de videogame Kinect Sports Xbox 360 relacionado ao atletismo verificando as proximidades e distanciamentos em relação à modalidade esportiva oficial e suas possibilidades pedagógicas Videogame pode ser um importante aliado do professor de Educação Física já que além de consistir em uma estratégia diferente poderá contribuir para a exploração do universo do atletismo Relato de experiência Compreender de que maneira o uso de exergames pode contribuir com a prática de atividade física e com o desenvolvimento de habilidades sociais Entender como a prática com esses jogos em pequenos grupos pode envolver crianças e adolescentes desmotivados em participar de aulas regulares de Educação Física Exergames pode ser uma ferramenta de apoio às aulas regulares Educação Física oferecendo uma alternativa para alunos desmotivados nas aulas da disciplina envolvendo esses alunos na prática de atividade física e trabalhando também suas habilidades sociais Pesquisa do tipo descritiva Identificar o perfil comportamental de alunos do ensino fundamental de uma escola pública da cidade do Rio de Janeiro quanto ao uso de TICs em especial ao uso dos JEs Verificar a percepção dos alunos em relação aos valores presentes nestes JEs e sua relação com os valores desenvolvidos na prática da Educação Física Os resultados indicaram a inserção do uso TICs na cultura dos alunos e os valores percebidos por esses alunos na prática dos JEs se coadunaram com os valores do esporte desenvolvidos na prática da Educação Física Os resultados parecem sugerir uma possibilidade de desenvolver valores do esporte integrando a prática da Educação Física com JEs constituintes da cultura desses alunos Relato de Experiência Buscouse incrementar uma formação crítica para apropriação ressignificação e promoção de Experiências a partir das mais diferentes linguagens a fim de ampliar o repertório de vivências e trazer implicações para a formação e atuação em educação física escolar A participação da turma foi significativamente maior do que durante as outras aulas com temas já bastante trabalhados pelos conteúdos da educação física A forma e conteúdo resinificaram não só as práticas da educação física escolar mas também as relações entre pessoas e a organização do grupo Ao trabalhar conteúdos escolares de formas distintas daquelas já viciadas podemos possibilitar novas organizações e a constituições de outras relações entre os grupos envolvidos Intervenção Terapêutica Verificar o uso do vídeo game como estratégia de prática de atividades motoras complexas em terapia convencional de fisioterapia com crianças com paralisia cerebral e como recurso pedagógico em aulas de Educação Física com criança com paralisia cerebral matriculada em escola de ensino regular em uma cidade do interior do estado de São Paulo Brasil Foi encontrado que o vídeo game estimulou a criança e tornou a terapia mais interessante Nas aulas de Educação Física o aluno participou das atividades e gostou da experiência com vídeo game Concluise que a intervenção com vídeo game dá a oportunidade do uso de estratégias que visam a melhora do paciente com paralisia cerebral além de que no ambiente escolar que motivou a participação dos alunos Fonte autoria própria Apesar de termos encontrado poucos estudos a respeito do tema JEs na Educação Física Escolar observamos a importância desse objeto de conhecimento Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 32 uma vez que os JEs estão presentes no documento da BNCC na Unidade Temática Brincadeiras e Jogos além de apresentar grande relevância para a população a quem se destinam por ser algo presente no seu diaadia fora do âmbito escolar Em relação aos resultados encontrados nos artigos analisados fica evidente que o JEs pode ser um importante aliado do professor de Educação Física por ser mais uma possibilidade de aproximar os conteúdos da EF e a realidade dos alunos tornando se uma ferramenta de apoio às aulas de Educação Física nas quais promove um maior envolvimento por parte dos alunos no processo de ensinoaprendizagem Os estudos apontam que os valores sociais trabalhados no esporte também podem ser estimulados com a experiência com os JEs nas aulas de Educação Física Escolar Um outro aspecto importante encontrado foi a inserção das Tecnologia da Informação e Comunicação TICs na cultura dos alunos ressignificando a prática docente na cultura digital Diante dos poucos estudos encontrados sobre o tema em questão ratifica se a necessidade de aprofundar os estudos sobre os JEs e suas possibilidades na Educação Física Escolar visto que as crianças e os jovens estão em contato permanente com esses jogos Dessa forma ampliase o leque de possibilidades educativas as quais dialogam com os conteúdos da Educação Física Escolar de forma integrada e significativa como prática pedagógica Caberá aos professores apropriarse dessas ferramentas pois os JEs além de atrativos fogem do cotidiano tornando as aulas mais motivadoras para os alunos Para além de contribuir para o acervo de trabalhos relativos ao tema a necessidade de práticas inovadoras para o ensino da Educação Física utilizando as tecnologias como meio para despertar o senso crítico dos alunos nos mais diversos níveis de ensino básico médio e superior bem como a indispensabilidade de uma formação continuada para os atuais e futuros docentes ratifica a importância do presente trabalho Esta é portanto uma jornada que se inicia e diversos são os desafios pois há ainda muito a se investigar pesquisar e compreender Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 33 4 METODOLOGIA Optouse por um Relato de Experiência uma metodologia de características qualitativadescritiva alicerçada na pesquisa social na qual se pretendeu narrar o universo dos significados dos motivos das aspirações das crenças dos valores e das atitudes MINAYO 2016 p 20 Detalhando todos os processos que envolveram a pesquisa Almejandose que através desse relato surjam novas formas de ensinar na Educação Física possibilitando aos alunos um novo olhar sobre o objeto de conhecimento Nosso cenário de estudo foi a Escola Estadual Enéas Cavalcanti EEEC que fica localizada na Travessa Manoel Marques nº 427 Centro Ceará MirimRN CEP 59570000 email institucional eneascavalcantihotmailcom telefone 84 32745983 Na imagem 1 podemos observar a localização da EEEC Imagem 1 Escola Estadual Enéas Cavalcanti EEEC Fonte Arquivo pessoal do autor e do Google Maps Captura da imagem dez 2017 Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 34 A EEEC foi construída e inaugurada no ano de 1963 e nunca passou por uma reforma significativa apenas pequenos reparos Em sua estrutura possui oito salas de aulas uma sala de vídeo uma sala de informática uma biblioteca três salas destinadas à administração uma sala destinada aos professores uma cozinha três banheiros uma sala usada como depósito um auditório e um pátio relativamente amplo Podemos observar essas estruturas nas imagens 2 3 e 4 Imagem 2 Entrada e interior da EEEC Fonte Arquivo pessoal do Autor Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 35 Imagem 3 Acesso as Salas de aulas e Pátio da EEEC Fonte Arquivo pessoal do Autor Imagem 4 Sala de aula Biblioteca e Sala de Informática da EEEC Fonte Arquivo pessoal do Autor É importante ressaltar que no momento do registro dessas imagens tanto a Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 36 Biblioteca como a sala de informática estavam iniciando o processo de reestruturação A biblioteca foi reinaugurada durante o processo de pesquisa mas infelizmente a sala de informática continua indisponivel para utilização Atualmente a EEEC possui em seu quadro de servidores segundo a Secretaria de Estado da Educação da Cultura do Esporte e do Lazer SEEC um total de setenta e quatro profissionais divididos nas funções relacionadas na Tabela 1 Tabela 1 Quadro de situação dos servidores da EEEC no ano de 2019 SITUAÇÃO EFETIVO TEMPORÁRIO CONVENÍADO TOTAL Administrativo 28 1 0 29 Cessão 1 0 0 1 Cooperação técnica 1 0 0 1 Licença 6 0 0 6 Sala de aula 23 2 0 25 Sem lotação 8 1 3 12 TOTAL GERAL 67 4 3 74 Fonte SIGEduc Sistema Intregrado de Gestão da Educação 2019 A população do estudo é composta de um total de 841 alunos divididos entre o ensino fundamental nos anos iniciais anos finais e educação de jovens e adultos EJA 2º segmento Detalhamos esses quantitativos na tabela 2 abaixo Tabela 2 População do Estudo na EEEC MODALIDADE ANOSÉRIE TOTAL DE ESTUDANTES Ensino fundamental anos iniciais REGULAR 1º ano 46 REGULAR 2º ano 49 REGULAR 3º ano 28 REGULAR 4º ano 50 REGULAR 5º ano 64 Total da etapa de ensino 237 Ensino fundamental anos finais REGULAR 6º ano 74 REGULAR 7º ano 93 REGULAR 8º ano 64 REGULAR 9º ano 55 Total da etapa de ensino 286 EJA Ens fundamental 2º segmento anual JOVENS E ADULTOS 4º Período 173 JOVENS E ADULTOS 4º Período 145 Total da etapa de ensino 318 Total da escola 841 Fonte SIGEduc Sistema Intregrado de Gestão da Educação 2019 Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 37 Para a nossa amostra optamos pelo 3º Ciclo que engloba as turmas dos 6º e 7º Anos do Ensino Fundamental Anos Finais e se deu pelo fato da BNCC apresentar na unidade temática Brincadeiras e Jogos os Jogos Eletrônicos como objeto de conhecimento Assim para interlocução pedagógica foram selecionadas as duas turmas do 6º ano turno matutino comumente identificadas por 6º ano A 6ºAEF e 6º ano B 6ºBEF A amostragem se baseou no método não probabilístico intencional que de acordo com Marconi e Lakatos 2002 ao optar por esse método o pesquisador está interessado na opinião ação e intenção de determinados membros da população Visto ao exposto chegamos ao número de setenta e quatro alunos dos quais trinta e quatro alunos do sexo masculino e quarenta do sexo feminino A Tabela 3 demonstra detalhadamente o número de alunos e alunas por turma Tabela 3 Nº de alunos e de alunas por ano e turma TURMAS Nº DE ALUNOS DO SEXO MASCULINO Nº DE ALUNOS DO SEXO FEMININO TOTAL DE ALUNOS 6º ano A 14 23 37 6º ano B 20 17 37 Fonte SIGEduc Sistema Intregrado de Gestão da Educação 2019 Na leitura da Tabela percebese que apesar de ambas as turmas terem o mesmo total de alunos a turma do 6º ano A mostra uma maioria significativa no número de alunos do sexo feminino em relação aos alunos do sexo masculino Já na turma do 6º ano B existe uma pequena maioria de alunos do sexo masculino em relação às alunas do sexo feminino Utilizamos os seguintes instrumentos para a nossa intervenção de pesquisa ensino e coleta de dados Câmera Esportiva modelo AEE 330 Projetor multimídia Epson Caixa de som amplificada Console Xbox 360 com sensor Kinect Jogos Eletrônicos Kinect Sports Kinect Adventure e Just Dance Relatórios espontâneo impressos em folhas A4 ANEXOS Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 38 Lápis de cor e Giz de cera Smartphone S8 da Samsung Os procedimentos didáticos se apoiaram no aporte teórico da abordagem críticoemancipatória que pensamos planejamos e propusemos para a realização da intervenção pedagógica na EEEC envolvendo as turmas escolhidas O espaço de tempo para a interlocução de pesquisa é equivalente a um bimestre do ano letivo totalizando 20 aulas cada aula com 50 minutos de duração A soma dos discentes das duas turmas selecionadas totalizaram inicialmente setenta e quatro estudantes onde cada turma contava com trinta e sete alunos com os encontros sendo nas quartas e quintas feiras como demonstra o Organograma 1 a seguir Organograma 1 Detalhamento das turmas participantes da interlocução Fonte Autoria própria Os espaços destinados e disponibilizados para a prática das aulas de EF foram o pátio o auditório e os espaços abertos nas laterais das salas de aula Como podemos observar na imagem 5 os espaços disponibilizados não eram adequados para a nossa pesquisa uma vez que na utilização dos equipamentos eletrônicos com projeção necessitávamos de um espaço que facilitasse a observação dos participantes Um espaço que atenderia essa demanda seria a sala de vídeo mas esta foi adaptada para ser mais uma sala de aula para as turmas do 7º ano Conforme a Tabela 2 o número de alunos passou a ser noventa e três Então devido a esse número elevado de alunos foram formadas três turmas Por fim decidimos utilizar o espaço da própria sala de aula para a interlocução e coleta de dados 6º Ano do Ensino Fundamental Anos Finais 6º Ano A Matutino Nº de alunos 37 Meninos14 Meninas23 Educação Física Quintasfeiras 2º e 3º Horários 6º Ano B Matutino Nº de alunos 37 Meninos20 Meninas17 Educação Física Quartasfeiras 2º e 3º Horários Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 39 Imagem 5 Espaços destinados para as Aulas de EF na EEEC Fonte Arquivo pessoal do Autor A escolha por esse locus de intervenção se deu pelo fato dessa instituição representar uma realidade que se repete em várias outras localidades espalhadas pelo país Problemas estruturais como espaço adequado falta de manutenção da edificação poucos ou nenhum recurso de material para o ensino da EF alunos com carência nutricional entre outros aspectos de vulnerabilidade social da clientela Além disso o pesquisador atua na instituição como professor efetivo desde 2014 A pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética envolvendo Seres Humanos atendendo à Resolução CNS nº 46612 e com o CAAE 09901819300005537 ANEXO 01 Desse modo na intenção de legitimar todo o discurso realizado até o momento ou seja corroborar o pensamento de que é possível trabalhar o objeto de conhecimento JEs nas aulas de EF utilizando a abordagem críticoemancipatória como estratégia de ensino tentaremos expor como ocorreu o planejamento da interlocução pedagógica da referida pesquisa Importante ressaltar que foi na tentativa de superação das concepções tradicionais de ensino que esse trabalho se sustentou desde as primeiras Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 40 idealizações até sua real concretude pois propomos problematizar as possibilidades e os limites do objeto de conhecimento JEs alicerçado por uma experiência de um agir comunicativo experimentando uma possibilidade que venha contribuir no processo de ensinoaprendizagem da unidade temática Brincadeiras e Jogos nas aulas de maneira sistematizada sempre buscando no educando sua melhor forma de vivenciar e assimilar os temas propostos Para iniciar destacamos os momentos de préprojeto momentos esses de muito diálogo com a turma 20181 do Mestrado Acadêmico no Programa de Pós graduação em Educação Física PPGEF da Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN na disciplina Metodologia da Pesquisa em Educação Física cursada no primeiro semestre de 2018 bem como as contribuições do Grupo de Pesquisa Corpo e Cultura de Movimento GEPEC momentos de enriquecimento intelectual e acadêmico sobre os quais vale à pena ressaltar a atenção e sensibilidade dos professorespesquisadores em contribuir para o desenvolvimento do projeto de pesquisa Por diversas vezes aconteceram encontros de orientação sobre os passos da intervenção documentos planejamento etapas planos de aula espaços e outras possibilidades para que tudo ficasse organizado e devidamente oficializado Mesmo assim deparamonos com algumas adversidades nesse planejamento principalmente por ser a primeira vez que o autor desse escrito trabalhava com esse objeto de conhecimento na escola o que demandou uma atenção especial para não perder a essência da abordagem críticoemancipatória nas aulas Isto posto para o planejamento pedagógico foi considerado principalmente o tempo disponível à experiência no caso o 3º bimestre do ano letivo de 2019 como mencionado anteriormente sendo vinte aulas ao total por turma pois a cada semana havia um encontro de duas aulas em sequência Neste ponto destacamos três etapas do planejamento O primeiro é que todo esse planejamento foi construído antes do início do ano letivo em parceria com a direção e coordenações da EEEC em Ceará Mirim isto é o planejamento desta intervenção já fazia parte do seu planejamento escolar para o ano de 2019 inicialmente pensado para o segundo bimestre Isso só aconteceu porque o autor Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 41 dessa pesquisa integra o quadro de profissionais da escola bem como porque tradicionalmente a instituição abre as portas para novas práticas pedagógicas O segundo ponto foi que como na maioria dos planejamentos pedagógicos o referido neste escrito sofreu algumas alterações durante o processo sendo a principal delas a mudança do segundo para o terceiro bimestre em decorrência de uma greve estadual da classe dos professores que durou vinte e seis dias dificultando todo o processo proposto Assim optamos em só começar a pesquisa no retorno da paralização e consequentemente adiamos para o terceiro semestre do ano letivo Ficamos com dez semanas num total de vinte aulas para cada turma ou seja dez encontros de duas aulas em sequência com duração de cinquenta minutos por aula totalizando uma hora e quarenta minutos por encontro E o terceiro é que antes da intervenção pedagógica aconteceram reuniões com os pais eou responsáveis dos alunos bem como com os professores atuantes na instituição escolar para apresentar o projeto de pesquisa e coletar as assinaturas dos documentos necessários para o seu andamento Imagem 6 Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 42 Imagem 6 Apresentação do Projeto de Pesquisa para os pais e comunidade educativa Fonte Arquivo pessoal do Autor Para uma prática docente transformadora o planejamento é fundamental Planejar significa pensar sobre as possíveis ações que se pretende realizar SCARPATO 2017 p 37 Ao pensarmos planejamos nossas ações e quando estamos agindo continuamos a pensar e a planejar e replanejar Apresentamos na Figura 1 a organização da pesquisa seguindo uma lógica cíclica dinâmica de investigação Planejamento agir descrever e interpretar Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 43 Figura 1 Lógica cíclica dinâmica de investigação Planejar agir descrever e interpretar Fonte Adaptado de SCARPATO 2017 Logo podemos notar dois pólos Investigação observar identificar e analisar os dados coletados durante a intervenção Ação no qual ocorre o processo de intervenção Assim como percebemos também quatro fases Planejar estabelecemse os propósitos para a aula Agir momento em que as dinâmicas planejadas são realizadas Descrever acompanhar registrar as ações e posteriormente relatar detalhadamente a prática realizada Interpretar interpretar os dados coletados Dessa forma seguindo a lógica cíclica dinâmica de investigação Planejar agir descrever e interpretar apresentamos o Quadro 3 no qual evidenciamos a relação dos pólos e das fases com a interlocução postulada para a intervenção na escola Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 44 Quadro 3 Ciclo básico da investigaçãoação da intervenção na escola POLOS INVESTIGAÇÃO Identificação do problema Como utilizar os JEs na abordagem crítico emancipatória para o ensino dos conteúdos da Educação Física Escolar AÇÃO Processo de intervenção em si isto é o desenrolar da experiência Educação Física e os Jogos Eletrônicos proposta na pesquisa FASES PLANEJAR No planejamento de intervenção deverá optar por Trilhar por um caminho inovador fazendo o aluno experimentar uma nova forma de aprender os conteúdos da Educação Física Esporte dança e prática de aventura Utilizar os Jogos Eletrônicos como estratégias nessa nova forma de aprendizado Uso da abordagem críticoemancipatória enquanto intervenção pedagógica nas aulas de Educação Física AGIR Executar o planejamento das intervenções propostas fundamentada em 20 aulas dialogadas DESCREVER Descrição detalhada das possibilidades e limites das experiências vivenciadas com os jogos eletrônicos na educação física escolar como uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória tomando como instrumentos para essa descrição os relatórios espontâneos e reflexivos análise das imagens estáticas e dinâmicas capturadas dos alunos durantes as aulas Anexos o diário de campo e a observação sistemática das aulas INTERPRETAR Interpretação dos resultados obtidos assentados nos relatos dos alunos nos aprendizados e apropriações dos alunos sobre os conteúdos ministrados e materializados durante todo o terceiro bimestre letivo e na produção dos relatórios Após essa importante delimitação a relevância deste escrito consiste em trilhar por novas possibilidades ampliando o conhecimento com e sobre os JEs como uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória como estratégia de ensino nas aulas de Educação Física mostrando suas peculiaridades potencialidades e devida importância social Assim as aulas foram desenvolvidas de forma dialogada com os estudantes Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 45 sendo ouvidos enriquecidas por diversas problematizações do conteúdo dos JEs e suas temáticas sociais na cultura de movimento através de processos criativos de ação e reflexão que partiram dos preceitos do mundo vivido enquanto estratégia de ensino visando ao caráter crítico reflexivo transformador e emancipador a partir de uma nova forma de ensinar a EF Dito isso apresentamos o planejamento do 3º bimestre letivo da escola o qual foi estruturado da seguinte forma Figura 2 Figura 2 Planejamento da Intervenção Fonte Autoria própria Essa configuração do planejamento para os JEs foi pensada no conjunto de aulas na possibilidade do que Kunz 2006 intitulou como transcendência de AULAS PLANEJAMENTO DO III BIMESTRE ENCONTRO 01 START ENCONTRO 02 Mostra de Jogos Eletrônicos ENCONTRO 03 Jogador Nº1 ENCONTRO 04 Tecnologia e a sociedade contemporânea ENCONTRO 05 Esportes Tênis e Dardo KINECT SPORTS ENCONTRO 06 Simplismente Dance JUST DANCE ENCONTRO 07 Jogos de Aventura KINECT ADVENTURE ENCONTRO 08 Jogos Eletrônicos em Debate ENCONTRO 09 Apresentação dos Trabalhos ENCONTRO 10 Festival dos Jogos Eletrônicos Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 46 limites uma forma de ensinar os conteúdos da EF na qual há três fases distintas experimentação encenação por aprendizagem e criativoinventiva Essas fases serão detalhadas mais a frente Neste sentido as aulas foram concebidas da seguinte forma A nossa proposta de interpretação de dados de pesquisa qualitativa aqui denominada de Método de Interpretação dos Sentidos que segundo Minayo 2016 tratase de uma perspectiva das correntes compreensivas das ciências sociais que analisa a palavras b ações c conjunto de interrelações d grupos einstituições f conjunturas dentre outros corpos analíticos MINAYO 2016 p 87 A autora ainda aponta os caminhos para a interpretação que são 1 Leitura compreensiva do material selecionado que serve de base para a nossa interpretação como descrever o material a partir da perspectiva dos atores das informações e das ações coletadas 2 Exploração do material nessa etapa é fundamental ir além das falas e dos fatos em outras palavras caminharmos na direção do que está explícito para o que é implícito 3 Elaboração da síntese interpretativa para o êxito nessa etapa é necessário fazer uma articulação entre os objetos do estudo a base teórica adotada e os dados empíricos Para finalizar pretendese organizar o trabalho de pesquisa da seguinte maneira O Capítulo 1 intitulado História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar trazer para o debate a origem dos jogos eletrônicos e como influenciam a cultural da sociedade contemporânea e suas manifestações sua importância para a educação e em especial para a educação física Já o Capítulo 2 intitulado A Concepção Críticoemancipatória e a Educação Transcendência de limites Experimentação Encontros 01 02 e 03 Encenação por aprendizagem Encontros 04 05 06 e 07 Criativoinventiva Encontros 08 09 e 10 Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 47 Física abordará a construção dessa abordagem e sua relação histórica com a escola assim como os preceitos da cultura de movimento que é aquela que considera existir um currículo cultural dentro e fora da escola dentro e fora das salas de aula sinalizando uma interlocução com as estratégias de ensino nas aulas de Educação Física bem como as políticas curriculares brasileiras demonstrando suas principais características e sua relevância educativa E o Capítulo 3 intitulado O Jogo Eletrônico na Educação Física Escolar relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites no qual será narrado de forma descritiva como ocorreu todo processo de ensinoaprendizagem da experiência com os Jogos Eletrônicos tematizando os conteúdos da Educação Física e delineando possíveis caminhos e reflexões sobre as possibilidades de transcendência de limites dessa de limites dessa experimentação Xbox 360 Homologação da BNCC SP2 vs Xbox Recessão da Indústria dos JEs OXO Primeiro JE Tennis for Two Laboratório de Pesquisas Nucleares da América do Norte Nascimento da Indústria dos JEs Computer Space 1952 1958 1972 1982 e suas possibilidades na Educação Física Escolar Sony Playstation 1990 2000 2005 2017 História dos jogos eletrônicos Seção 1 História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar Os jogos eletrônicos JEs são utilizados por jogadores de todas as idades podendo ser um único jogador single player mais de um jogador na função multiplayer ou até mesmo em rede nos jogos online A internet eliminou a necessidade dos jogadores estarem no mesmo espaço físico sendo possível jogar com vários adversários localizados em qualquer lugar do planeta Os JEs ganharam popularidade e percebendo o crescente interesse do público como uma opção de lazer muitas empresas começaram a desenvolver consoles7 e JEs A indústria dos JEs melhorou não só a qualidade do som e das imagens mas também a tecnologia usada para rodar os jogos BATISTA QUINTÃO et al 2007 Há também dispositivos portáteis bem como os jogos de realidade virtual uma modalidade de JEs que cria simulações em três dimensões mais conhecido como 3D possibilitando ao jogador uma maior imersão no mundo virtual o qual busca aproximar as sensações àquelas do mundo real Quando nos referimos ao termo cultura e a ela associamos o termo digital notamos a pluralidade de espaços conectados destinados a cada faceta dessa nova era mundial onde o compartilhamento de informações e o consumo de bens culturais se materializam Foi nesse contexto que a manipulação o tratamento a socialização de produtos e informações adquiriram novas possibilidades pois para essas tarefas o uso de dispositivos tecnológicos está quase sempre presente especialmente os dispositivos móveis cujo crescimento tem se intensificado ao redor do mundo modificando não somente as formas de produção da informação mas também sua veiculação interpretação e distribuição Intitulamos de cultura digital essas novas formas culturais potencializadas pelas tecnologias conectadas em rede Foram muitos os visionários de intelecto criativo que juntamente com organizações em ascensão propiciaram o aperfeiçoamento tecnológico para o surgimento dos JEs e suas inovações para o mercado de entretenimento e lazer Nas próximas linhas objetivamos aproximar o leitor dessa pesquisa com os 7 Console é um microcomputador dedicado a executar o jogo eletrônico Seção 1 História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar P á g i n a 50 principais eventos históricos evidenciando o desenvolvimento tecnológico das plataformas de jogo que irão dar sustentação a essa pesquisa 11 O JOGO E UM POUCO DE SUA HISTÓRIA O substantivo Jogo vem do latim jocus cujo significando é gracejo graça pilhéria mofa escárnio zombaria Foi empregado no lugar de ludus brinquedo divertimento passatempo Geralmente a palavra jogo é a designação genérica de certas atividades cuja natureza ou finalidade é recreativa diversão entretenimento Para Huizinga 1993 a palavra e a noção de jogo fizeramse presentes por diferentes civilizações mas não tendo sido definida por nenhuma em particular numa mentalidade científica mas numa mentalidade criadora Nessa conjuntura a palavra e a ideia encontrada para exprimir a noção de jogo é diferente em algumas línguas Em todos os povos encontramos o jogo e sob formas extremamente semelhantes mas as línguas desses povos diferem muitíssimo em sua concepção de jogo sem o conceber de maneira tão distinta e ampla como a maior parte das línguas europeias HUIZINGA 1993 p 34 Os estudiosos dessa área do conhecimento que buscam estabelecer as características do jogo concordam em definilo como uma atividade que possui uma razão própria de ser e que contém em si mesmo um objetivo implícito Ou seja a finalidade estar no próprio jogo e no ato de jogar Os jogos são lembrados como uma solução educativa porque permitem que as crianças desenvolvam sua percepção e observem os resultados de sua ação ao jogar inventando e reinventando situações a fim de aprender com elas Neste sentido Piaget 1978 afirma que o processo de conhecer não consiste em olhar para o objeto e fazer uma cópia mental mas sim agir sobre ele modificandoo transformandoo e compreendendoo Nessa linha de raciocínio o benefício do jogo segundo Kishimoto 1994 consiste no fato de que este favorece o aprendizado pelo erro e por ser livre de pressões e avaliações cria um clima adequado para a investigação e a busca de soluções Os jogos representam atividades livres que induzem o jogador à ação livre de qualquer eventualidade Huizinga 1993 define o Jogo como um elemento da Seção 1 História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar P á g i n a 51 cultura relacionado com os aspectos sociais considerando que não é apenas uma perspectiva psicológica sociológica ou antropológica Segundo esse autor o jogo definese como Uma ação ou uma atividade voluntária realizada segundo uma regra livremente consentida mas imperativa desprovida de um fim em si acompanhada por um sentimento de alegria e tensão e por uma consciência de ser diferente do que se é na vida real HUIZINGA 1993 p 57 Em seus estudos Huizinga identificou algumas peculiaridades dos jogos que tentam estabelecer o que é o jogo é uma atividade voluntária Sujeito a ordens deixa de ser jogo podendo no máximo ser uma imitação forçada HUIZINGA 1993 p 10 Para o autor o jogo é uma atividade livre em que o sujeito participa de livre vontade Tanto a criança como o adulto têm autonomia em jogar cessar ou adiar a ação em qualquer momento Suas motivações são intrínsecas e não extrínsecas O jogo não é vida corrente nem vida real Tratase de uma evasão da vida real para uma esfera temporária de atividade com orientação própria HUIZINGA 1993 p 10 De acordo com o autor a fantasia é essencial nada podendo interferir ou alterar o seu estado de fantasia Assim sendo o jogo é real somente para o jogador no momento em que joga O jogo é desinteressado HUIZINGA 1993 p 11 O autor afirma ainda que o jogo é uma atividade isolada e restrita Precisará ser jogado até ao fim dentro de certos limites de espaço e tempo Durante o tempo em que se joga tudo é movimento mudança alternância sucessão associação separação Quando chega ao fim o jogo é concluído delimitado pelo tempo O jogo acabou Mas mesmo depois do jogo ter chegado ao fim ele permanece como uma criação nova do espírito um tesouro a ser conservado pela memória É transmitido tornase tradição HUIZINGA 1993 p 12 Observa também que é uma operação em que há regras de funcionamento essenciais para o seu andamento Reina dentro do domínio uma ordem específica e absoluta Ele cria ordem e é ordem HUIZINGA 1993 p 13 Para o autor o jogo exige uma ordem soberana e completa e qualquer desobediência Seção 1 História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar P á g i n a 52 será capaz de comprometêlo Todo o jogo tem regras HUIZINGA 1993 p 14 Se julgarmos a regra como uma limitação ao jogo e seu desenrolar poderemos indicar que não há jogos sem regras No entanto uma particularidade muito importante do jogo é a possibilidade de mudança de regras em comum acordo com os outros jogadores Ao jogar a criança está numa realidade lúdica onde a mesma consegue brincar pois vivencia uma realidade diferente do mundo real A infância portanto é uma etapa da vida do indivíduo em que o jogo assume um papel central É nessa fase que acontece uma série de aprendizados essenciais à infância É através do jogo e da ação do jogarbrincar que a criança simula e reproduz açõesatitudes presente em seu mundo Através deste mundo lúdico criado pela criança pela possibilidade do jogarbrincar ela encasulase em si mesmo onde se cria personagens fictícios baseados no mundo adulto A título de exemplo uma criança ao ver o pai ou a mãe realizar alguma atividade doméstica ela também quer fazêlo imitando a ação A criança vê a atividade como um jogo um desejo uma necessidade Assim sendo brincar é um tipo de atividade em que o motivo está no próprio processo no seu conteúdo motivando a criança para agir Dessa maneira o jogo é uma atividade lúdica com um carácter sério ou seja para a criança a brincadeira é algo sério Sendo esta diferente do que titulamos por vida séria A seriedade aqui atribuída ao jogo e ao ato de jogar remetese a uma fuga do mundo real em que a criança se concentra apenas na atividade e desdenha a realidade que a cerca Portanto o jogo permite à criança uma fuga para um mundo em que ela é a criadora Nesse mundo as regras do jogo têm um valor que não têm no mundo dos adultos A criança em seus primeiros anos de vida consegue brincar por horas sem se cansar Os jogos e as brincadeiras são para as crianças os principais motivadores de sua existência onde se esquecem de tudo o que as rodeia e se entregam ao deslumbramento do jogo Se atentarmos para conduta de uma criança enquanto ela joga perceberemos o quanto ela desenvolve a capacidade de indagar descobrir Seção 1 História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar P á g i n a 53 outras soluções para um problema avaliar as suas atitudes situar e reorganizar a sua relação com as outras crianças Vygotsky 1991 justifica que durante a idade escolar as habilidades das crianças são prestigiadas a partir do objeto com que se brinca no ato de jogar e principalmente pela liberdade da imaginação o que é inerente a elas Sendo assim quando a criança repete as ações dos mais velhos nas suas atividades culturalmente padronizadas ela cria possibilidades para o seu próprio desenvolvimento cultural Expandindo a ideia de jogo para além de suas peculiaridades citadas anteriormente vemos que este além de possibilitar a manifestação do indivíduo como um sernomundo é também uma forma de transmissão de cultura Cada criança está inserida em um determinando grupo social e nela há suas peculiaridades culturais Porém tendo ela a necessidade de se sentir fazendo parte integralmente desse grupo a criança irá adquirir seus valores formados a partir das relações com os outros O jogo então manifestase como um elemento altamente socializador e de grande importância no que se refere à transmissão de valores Os jogos são parte do patrimônio cultural e traduz costumes ensinamentos e formas de pensamentos Uma vez compreendida a importância do jogo como elemento essencial na infância dos indivíduos contribuindo para que estes se tornem adultos autônomos críticos criativos e atuantes na sociedade fazse necessário que o profissional da área de Educação Física possa assimilar qual é o alcance pedagógico do jogo já que este é um de seus conteúdos básicos de atuação Nos relatos atuais entretanto sobre as condições da infância contemporânea e sua cultura lúdica é relativamente comum ouvirmos as seguintes afirmações as crianças não brincam mais como antigamente as crianças não respeitam os adultos como deveriam essa criança passa o dia trancado no quarto em frente ao computador entre tantas outras Na tentativa de compreendermos as práticas lúdicas atuais é importante pensar na criança que as realiza e no contexto sociocultural em que tal relação ocorre Se tal contexto se modifica em função das transformações da sociedade mais ampla é impreterível que tais práticas também Seção 1 História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar P á g i n a 54 sofram modificações e nessa dinâmica constante entre continuidades e quebras a contradição entre o que permanece e o que se transforma interpelam o nosso pensar Refletir sobre a ação da educação contemporânea significa não apenas atualizar os desafios mas também recuperar certas práticas que a educação clássica ensina e tornar as crianças os principais atores que se apropriam e produzem cultura Por conseguinte o jogo é uma ação de grande criatividade que se revela bastante positiva para a criança e respectivamente para a sua aprendizagem Nesse contexto a escola assume um papel fundamental como espaço de relações em que as crianças constroem suas experiências e participam na vida dos que as rodeiam Abordada como um sistema de relações e práticas sociais mais amplas a escola é encarada como uma instituição complexa e nela a organização das práticas escolares por vezes apresentam inquietudes entre as demandas da instituição das crianças e jovens e dos novos aspectos da sociedade tecnológica e conectada em rede Pensar e refletir sobre o jogo e sobre a criança que joga aponta para o contexto sociocultural em que esta ação acontece Em consequência disso somos levados a ponderar que como toda atividade humana o jogo se constitui pela influência de diversos fatores presentes em determinados momentos históricos que são transformados pela própria ação dos indivíduos e por suas produções culturais e tecnológicas Ao examinar a emergência do campo teórico dos JEs e os dilemas narrativos da composição dessa linguagem no entendimento de Santaella e Feitosa 2009 destacamos a importância de esclarecer nossa compreensão sobre jogos e JEs Diante da diversidade de termos para definir os jogos em geral e os JEs em particular nesta pesquisa a especificidade dos jogos tradicionais será nomeada como jogos e a especificidade dos videogames jogos eletrônicos computacionais ou digitais será identificada como JEs Ou seja os JEs podem ser entendidos como artefatos que envolvem três grandes tipos conforme seu suporte jogos de consoles específicos de videogame jogos para computador desenvolvidos para processamento em computadores conectados à rede ou não e jogos para arcade máquinas integradas Seção 1 História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar P á g i n a 55 com consolemonitor dispostos em lugares públicos como esclarecem Santaella e Feitosa 2009 Desse modo embora algumas brincadeiras e jogos tradicionais que utilizam como artefatos bola arcos cones bonecos carrinhos bolinhas de gude pipa pião amarelinha e tantas outras continuem a fazer parte do repertório lúdico infantil muitas outras foram atualizadas com o repertório advindo das mídias Seria impossível que os jogos das crianças não se alimentasse das histórias ficções e imagens da televisão do cinema e do ciberespaço que também fornecem repertórios de linguagens conteúdos éticos e estéticos às brincadeiras FANTIN 2015 Ao examinar tal dinâmica em sua complexidade e ambivalência não podemos omitir que as crianças de hoje não são como as crianças que fomos visto que hoje elas são crianças leitoras telespectadoras produtoras de conteúdos postados e compartilhados em rede navegadoras do ciberespaço internautas etc e possuem competências construídas na cultura digital Fatin 2015 ressalta que tais práticas requerem mediações pedagógicas pois a construção de significações ocorre a partir dos JEs e de seus conteúdos O seu uso no contexto escolar deve ser mediado a fim de enriquecer a experiência na perspectiva da formação humana E nesse processo a ação docente assume papel primordial sobretudo na possibilidade interdisciplinar do conhecimento que os JEs possibilitam em suas aprendizagens cognitivas sociais e culturais na construção de suas competências e suas reflexões críticas Dessa forma consideramos que os jogos e em especial os JEs poderão se tornar um meio para atingir um fim ou seja poderá ser uma estratégia bastante válida para ser agregada ao currículo escolar uma vez ser praticamente impossível de pensar a infância sem seus jogos e a alegria iminente de simplesmente jogar um jogo o que o torna um direito de toda criança pois ao brincar esta poderá ser futuramente um adulto com potencial autônomo de reflexão criação e atuação 12 HISTÓRIA DOS JES E SEUS IMPACTOS NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA Durante a segunda guerra mundial com o intuito de decifrar os códigos de guerra do exército alemão surgem os primeiros computadores Tal avanço mudaria Seção 1 História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar P á g i n a 56 radicalmente a nossa forma de nos relacionarmos Entre os grandes avanços tecnológicos que emergiram em nossa sociedade podemos afirmar que o mais significativo foi a chegada do homem à superfície da lua no ano de 1969 Foi nesse período de grandes inovações tecnológicas que surgiram os primeiros jogos eletrônicos como fruto do intelecto criador do homem Tal inovação causaria um impacto sem precedentes na cultura das sociedades em todo o globo Um dos primeiros jogos eletrônicos de que se tem registro é o OXO que simulava um jogo da velha esse foi desenvolvido por Alexander S Douglas em 1952 como parte de sua tese sobre a interação humanocomputador na Universidade de Cambridge no Reino Unido LUZ 2010 Imagem 7 OXO 1952 criado por Alexander S Douglas para o computador Electronic Delay Storage Automatic Calculator EDSAC Fonte Imagem retirada da internet Já no ano de 1958 o Laboratório de Pesquisas Nucleares da América do Norte passa a abrir suas instalações ao público uma vez ao ano Foi nesse período que o físico William Higinbotham com o intuito de inovar a sua apresentação aos visitantes adapta um software de um osciloscópio que demonstraria a trajetória de uma bola em movimento e os visitantes teriam que interagir Higinbotham batizou sua invenção de Tennis for Two BATISTA QUINTÃO et al 2007 Seção 1 História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar P á g i n a 57 Imagem 8 Tennis for Two 1958 criado por William Higinbotham na tela do osciloscópio Fonte Imagem retirada da internet Segundo BATISTA QUINTÃO et al 2007 outros jogos foram desenvolvidos mas é somente no ano de 1972 que podemos considerar o nascimento de toda indústria dos JEs Nolan Bushnell um jovem engenheiro com forte espírito empreendedor dedicouse para criar uma máquina que servisse exclusivamente para jogar os JEs LUZ 2010 Bushnell criou um protótipo e o licenciou como Computer Space que seria a primeira máquina arcade8 Pouco tempo depois ele viria a fundar a própria empresa a Atari Imagem 9 Computer Space criado por Nolan Bushnell 1972 gabinete e tela sendo considerado a primeira máquina arcade Fonte Imagem retirada da internet Os próximos passos da indústria dos JEs foi desenvolver um aparelho em uma versão doméstica os chamados consoles Aparelhos esses que fossem 8 Arcade é um aparelho de jogo eletrônico profissional instalado em estabelecimentos de entretenimento Compõese de um gabinete caixa de madeira ou material plástico tubo de imagem CRT ou monitor de vídeo fonte de alimentação controles de jogo e sistema de jogo Seção 1 História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar P á g i n a 58 conectados ao televisor Com isso vários novos jogos surgiram no mercado de entretenimento destaque para o jogo PacMan Com o sucesso de vendas dos JEs o aumento do faturamento fez com que iniciassem um novo período de investimento e inovação tecnológica no processamento gráfico Agora um ambiente com imagem e cores em três dimensões leva o jogador a uma imersão cada vez maior BATISTA QUINTÃO et al 2007 Em meados de 1982 após subitamente parar de crescer a indústria dos JEs entra em recessão Mesmo com o declínio do mercado dos jogos estes já faziam parte da cultura norteamericana fazendose presente em programas de TV e na indústria cinematográfica Podemos citar o filme Tron lançado pela Walt Disney Pictures onde a trama se passa dentro de um computador no qual o protagonista enfrenta um programa maligno em uma sucessivas batalhas semelhantes aos JEs Com isso novas marcas emergiram no mercado mundial e todas disputavam para ter seu destaque na indústria dos JEs LUZ 2010 Duas empresas se destacaram das demais e dominaram o mercado dos JEs A Sega com console Mega Driver e com o jogo eletrônico campeão de vendas Sonic e a Nintendo com o console Super Famicom No Brasil a Nintendo ficou conhecida como Super Nintendo bem como seu jogo eletrônico campeão de vendas o Super Mario World BATISTA QUINTÃO et al 2007 Foi nesse período que alguns JEs de destaque surgiram e vem influenciando gerações desde então Imagem 10 Sega Mega Drive e o Jogo Eletrônico Sonic Fonte Imagem retirada da internet Seção 1 História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar P á g i n a 59 Imagem 11 Super Famicom Super Nintendo e o Jogo Eletrônico Super Mario World Fonte Imagem retirada da internet Já na década de 90 ocorreu uma nova onda de investimentos para o desenvolvimento de novos console com super processadores capazes de suportar jogos com design gráficos cada vez mais nítidos É nesse contexto que surge o console Sony PlayStation que passaria a dominar o mercado dos JEs Imagem 12 Sony PlayStation e o JE campeão de vendas em 1994 Gran Turismo Fonte Imagem retirada da internet No ano 2000 a Sony tinha lançado no mercado o Console Sony PlayStation 2 e foi nesse ano que a gingante da indústria de informática comandada por Bill Gates a Microsoft anunciou que estaria entrando no mercado dos JEs e o desenvolvimento de um console próprio era uma questão de tempo LUZ 2010 Assim com toda tecnologia que tinha desenvolvido dentro de sua empresa o console da Microsoft o Xbox superou os seus concorrentes Seção 1 História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar P á g i n a 60 Imagem 13 Microsoft XBox idealizado por Bill Gates Fonte Imagem retirada da internet Em novembro de 2005 a Microsoft inaugurou a nova geração de consoles ao lançar o XBox 360 com a capacidade de conexão em rede Se tornando o aparelho de entretenimento mais poderoso já existente naquele ano BATISTA QUINTÃO et al 2007 Apostando além da sua qualidade gráfica esse novo aparelho veio aproximar remotamente os seus jogadores e disponibilizou novos conteúdos exclusivos em rede os quais tornaram o XBox 360 uma plataforma de entretenimento integrada e em constate atualização Procurando revolucionar a experiência interativa dos jogadores com os JEs sensores de movimento são disponibilizados para permitir a jogabilidade sem a necessidade de joystick conhecido popularmente por Kinect LUZ 2010 Imagem 14 Console da Microsoft XBox 360 Kinect e os Jogos Kinect Spots e Kinect Adventures Fonte Imagem retirada da internet No mundo virtual a possibilidade de estar em qualquer lugar em um plano diferente do habitual no qual o jogador poderá ser um herói guerreiro um vilão um atleta de futebol tão popular na nossa cultura ou até mesmo um ser extraterrestre dentre outras inúmeras possibilidades já é uma realidade pelo menos dentro dos Seção 1 História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar P á g i n a 61 JEs seja em computadores ou nos consoles Com a chegada e popularidade dos JEs os hábitos sociais mudaram Surgiram locadoras especializadas em jogos vídeo games produzidos para serem comercializados abertamente de modo que qualquer pessoa que tivesse o capital disponível poderia ter o jogo em seu televisor LUZ 2010 13 O JOGO ELETRÔNICO NA EDUCAÇÃO E NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR Como já mencionado neste trabalho o século XXI é caracterizado pelos grandes avanços tecnológicos e o uso das tecnologias da informação e comunicação TICs passou a ser um instrumento metodológico para o ensino O uso dessas mídias eletrônicas vem ganhando espaço a cada dia no meio escolar principalmente no que diz respeito ao uso dos JEs Caberá portanto aos professores se apropriarem dessa ferramenta pois ela é envolvente e foge do cotidiano escolar Devido a essas qualidades os JEs devem ser utilizados conscientemente em sala de aula Tendo em vista que a educação e o processo de ensino aprendizagem passam por um aperfeiçoamento referente ao uso das mídias e de seus avanços tecnológicos Em consequência disso esperase que haja uma melhora da qualidade de ensino No entanto alguns estudos referentes a essa área do conhecimento AZEVEDO 2008 BARACHO GRIPP e LIMA 2012 AZEVEDO 2012 FANTIN 2015 JÚNIOR 2015 apontam que é preciso investigar quais as possíveis contribuições do uso das novas tecnologias nas aulas de Educação Física utilizando os jogos eletrônicos como uma opção pedagógica já que estes possibilitam aos alunos trazerem as suas vivências de fora do ambiente escolar e em um segundo momento associálos ao conteúdo específico da disciplina de modo que professores e alunos possam arquitetar esse aprendizado No final do ano de 2017 foi homologada a Base Nacional Comum Curricular que servirá como o próprio nome remete como base para nortear os conteúdos mínimos que os alunos em qualquer lugar do Brasil devem vivenciar no ambiente escolar Esse documento contém como unidade temática para os 6º e 7º anos a presença dos JEs Nesse contexto encontramse as crianças e adolescentes que são uma Seção 1 História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar P á g i n a 62 parcela significativa da nossa sociedade e estão mais familiarizados com essa realidade midiática entres elas os JEs Essa população já nasceu nessa conjuntura diferentes de seus pais e alguns professores que sentem certo receio e muitas vezes dificuldades em se adaptar a essa nova realidade Nessa narrativa midiática contemporânea em que a informática passou a ser um instrumento de trabalho bem como um meio para ensino dos tradicionais conteúdos a mídia eletrônica tem influenciado o comportamento das crianças e jovens que se encontram em idade escolar A internet se tornou um meio comum de trocas de informações e de acesso a conteúdo especializado onde crianças e jovens formam relações de amizade independentemente da distância geográfica Há portanto um rompimento das barreiras de tempo e espaço permitindo que as informações fluam em tempo real e esse novo cenário social tecnológico e cultural está cada vez mais familiar para todos nós A sociedade contemporânea vive conectada à mídia o que fomenta uma mudança considerável na velocidade da propagação da informação da mesma maneira que colabora para a formação de ambientes virtuais e de um novo espaço para comunicação onde podemos citar por exemplo o que acontece em muitas redes sociais onde crianças e jovens se comunicam através de certos aplicativos e interagem em rede LEVY 1999 No domínio da Educação Física Escolar os conhecimentos construídos devem possibilitar a reflexão crítica das crenças sociais como os padrões de beleza saúde desempenho competição exacerbada e cruel que se apoiam no falso discurso meritocrático dominante na atual sociedade tendo se tornado instrumento de exclusão e de segregação social Um dos propósitos da Educação é desenvolver a competência para a tomada de decisões conscientes preparar o cidadão para a sociedade tornandoo mais crítico sobre assuntos do cotidiano Segundo a Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos ABRAGAMES 2018 o Brasil é o maior consumidor de JEs na América Latina e passa por um período forte de expansão e conquista de novos mercados Expansão esta que é fortemente influenciada pelo crescimento acelerado dessa indústria dos JEs no mundo Os JEs estão cada vez mais próximos dos jovens na idade escolar pois a cada dia vem aumentando a quantidade desses jogos nas casas das famílias Seção 1 História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar P á g i n a 63 brasileiras No passado os JEs não solicitavam das crianças uma vivência motora mais ampla pois para jogar era necessário somente mexer o joystick com as mãos Atualmente os jogos modernos são mais dinâmicos Há sensores de movimentos que requerem do jogador um maior gasto energético e portanto mais ação corporal dos envolvidos ou seja para dar andamento ao jogo é necessário que a criança movimente partes corporais pertinentes ao jogo Quando a criança joga algum tipo de JEs ela precisa desenvolver algumas técnicas de raciocínio rápido existem jogos que demandam uma precisão de agilidade e coordenação motora já em outros há são abordados aspectos sociais características que a Educação Física Escolar trabalha nas escolas Os JEs modernos possibilitam aos jogadores uma movimentação constante a exemplo de jogos de avatares exibido em uma dimensão avançada onde os jogadores se movimentam dentro dos espaços abaixando subindo correndo deitando e tentando qualquer outra ação daquele universo específico Existem JEs nos quais os jogadores têm que acertar os tempos das músicas apertando botões numa simulação de guitarra além da coordenação de mãos e dedos presentes nesses jogos Em outros há sensores de movimento que captam a ação dos jogadores em jogos que envolvem a dança esportes e práticas de aventura na natureza Ao simular diversos ambientes esses jogos fazem com que o jogador acesse um mundo imaginário e para resolver problemas referentes ao posicionamento do seu avatar ou de um objeto possibilitando assim um pensamento rápido e eficiente Entretanto Fatin e Rivoltella 2010 expõem que frequentemente os professores não aproveitam as potencialidades que as novas tecnologias oferecem Acarretando assim o distanciamento em relação aos conhecimentos de seus alunos que podem ficar passos à frente deles utilizando os meios tecnológicos com grande habilidade Partindo desses prognósticos há necessidade de refletimos sobre as ações pedagógicas por mais que se tenha contato com tantos instrumentos tecnológicos smartphones notebooks tablets e aparelhos multimídia em geral Por mais que haja diversos aparatos Pirozzi 2013 admite que há pouca inovação em sala de Seção 1 História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar P á g i n a 64 aula pois o professor retoma a sua didática tradicional Portanto qualquer instrumento tecnológico que se pretende usar se não houver uma inovação didática para ensinála inevitavelmente os docentes resgatarão os métodos clássicos de ensino Sendo assim a presença dos JEs no cenário da cultura infantil e sua presença na escola assumem outros contornos Jogos considerados com potencial educativo e de ensino poderiam estar presentes na escola Para além do problema de infraestrutura de algumas escolas por não oferecerem condições para trabalhar os JEs pesquisas sobre essa temática de aprendizagem na escola Cruz Novoa Albuquerque 2012 Correa 2010 Fantin Correa 2011 demonstram significativas potencialidades para se articular os conteúdos numa proposta multidisciplinar O professor precisa buscar se apropriar do universo dos JEs relacionando o com o cotidiano de seus alunos e por sua vez aproveitar as potencialidades desses meios deixando que o aluno traga para sala de aula comentários sobre os JEs contextualizando ao máximo as situações de ensinoaprendizagem fazendo assim um aproveitamento da realidade do aluno do que está próximo a ele AZEVEDO 2012 O educador não pode ficar alheio à realidade dos alunos mas ao contrário necessita conhecer aquilo que lhes interessam Nesse sentido a escola necessita estar atenta ao meio em que o aluno vive o que se denomina contextualização A escola deve conseguir penetrar na realidade do aluno e oportunizar condições para que eles desenvolvam todas as competências e habilidades que dele se espera inclusive em relação ao uso dos aparatos midiáticos tornandoos uma ferramenta que irá contribuir para a sua aprendizagem Pelo exposto não há como omitir a presença dos JEs no cotidiano dos alunos e portanto fazse necessária uma abordagem adequada desses tipos de jogos na escola Esta é uma responsabilidade que deve emergir ao se inserir qualquer aparato tecnológico na Educação O profissional responsável e comprometido com a Educação deverá saber lidar com esse novo desafio principalmente o professor de Educação Física por trabalhar com o jogo que é fundamental para o desenvolvimento das crianças e adolescentes bem como em suas atividades de ensinoaprendizagem no âmbito escolar de ação humanizadora Seção 1 História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar P á g i n a 65 buscando fazer do ambiente escolar um local de eclosão e desenvolvimento de valores tais como autonomia colaboração cooperação solidariedade empatia e outros Por fim é a Educação que deve pautar comandar e direcionar toda atividade diferenciada dentro do ambiente escolar a fim de se alcançar as mais significativas aprendizagens por meios de ações didáticas inovadoras jamais se esquecendo de que sendo a tecnologia o meio e o dispositivo para o fazer pedagógico ela não pode ser o centro da ação Seção 2 A Concepção Críticoemancipatória e a Educação Física No ano de 1994 foi lançada a obra Transformação DidáticoPedagógica do Esporte de autoria do Prof Dr Elenor Kunz na qual anunciou a concepção crítico emancipatória objetivando encorajar mudanças significativas no ensino da Educação Física Escolar brasileira principalmente nas possibilidades da prática pedagógica ressignificando os seus conteúdos métodos e condições para tematizar o ensino do movimento humano em especial os esportes Apesar da convicção de que o esporte é apenas um dos temas da cultura de movimento Elenor Kunz realizou seu Doutorado 1987 e Pósdoutorado 1996 no Instituto de Ciências do Esporte na Gottfried Wilhelm Leibniz Universität em Hannover Alemanha É reconhecido por suas posições teóricas no campo da Fenomenologia e também como um autor que se vale da teoria da Escola de Frankfurt TAFFAREL e MORSCHBACHER 2013 O advento dessa concepção contribuiu significativamente para o progresso da Educação Física Escolar como prática pedagógica pois surge como uma bússola para os profissionais da área por ter sistematizado os conhecimentos científicos da Educação Física brasileira em um período em que a área refletia sobre os paradigmas no campo epistemológico De acordo com DARIDO 2001 a relevância das obras de Kunz é inquestionável considerando o cenário histórico brasileiro e as circunstâncias de vida do autor que ainda hoje é referência para a formação acadêmica e atuação dos profissionais envolvidos no processo educacional brasileiro e na Educação Física escolar Ainda segundo a autora Uma das principais obras já publicadas dentro da perspectiva crítico emancipatória no escopo da Educação Física é de autoria do Professor Elenor Kunz e intitulada Transformação didáticopedagógica do esporte inspirada especialmente nos pressupostos da teoria crítica da escola de Frankfurt Neste livro o autor busca apresentar uma reflexão sobre as possibilidades de ensinar os esportes pela sua transformação didático pedagógica de tal modo que a Educação contribua para a reflexão crítica e emancipatória das crianças e jovens DARIDO 2001 P 24 Nesta tentativa de reconstrução da EF brasileira o papel do professor é fundamental pois deverá considerar os processos vivenciados pelos atores no contexto histórico e sua produção cultural Ou seja o préconhecimento e as Seção 2 Abordagem críticoemancipatória e a Educação Física P á g i n a 68 influências do mundo vivido dos alunos devem ser considerados KUNZ 2006 A escolha dos conteúdos e ações metodológicas demandam competência e responsabilidade de todos os que se envolvem no processo de ensino sendo os docentes os principais efetores dessas práticas Um ponto importante nessa reflexão é a ampliação para o campo epistemológico da área a partir dessa concepção pedagógica juntamente com outras do mesmo período e do campo crítico foi a ideia da cultura corporal e cultura de movimento até então inexistentes como elementos das abordagens pedagógicas sistematizadas para a EF as quais reforçam o pensamento do homem como um sernomundo bem como a presença de um corpo fenomenológico MERLEAUPONTY 1966 Corroborando com esse pensamento DAOLIO 2003 nos diz que Esta ampliação ocorre no sentido de considerar a EF como um fenômeno sociocultural cujo objeto de estudo é a cultura de movimento que considera além da eficiência a eficácia simbólica dos movimentos seus conteúdos constituem o patrimônio cultural corporal da humanidade DAOLIO 2003 p 13 O autor se contrapõe ao conceito de cultura corporal justificando que Embora esse conceito de cultura corporal esteja sendo utilizado por muitos teóricos da Educação Física e Esportes pareceme destinado apenas reforçar uma cultura desenvolvida pela via do movimento humano É de qualquer forma um conceito tautológico uma vez que não pode existir nenhuma atividade culturalmente produzida pelo homem que não seja corporal KUNZ 2006 p 20 Kunz 2006 defende o ensino crítico pois possibilitaria que os discentes passassem a compreender a estrutura autoritária dos processos regularizados da nossa sociedade os quais formam falsos valores interesses e anseios Um dos objetivos da pedagogia crítica é promover condições para que os alicerces opressivos sejam interrompidos e o ensino caminhe em direção à emancipação do sujeito por meio do uso da linguagem O agir comunicativo tem papel relevante funcionando como uma forma de representação dos entendimentos do mundo social o que irá possibilitar que todos Seção 2 Abordagem críticoemancipatória e a Educação Física P á g i n a 69 os atores sociais envolvidos no processo participem da tomada de decisão da definição de interesses e preferências as quais irão operar de acordo com as situações e condições do grupo em que estão inseridos Entendese como emancipação todo o processo que se utiliza da razão crítica para o seu agir social cultural e esportivo desenvolvidos pela educação Ao suscitar a autorreflexão esta possibilitará aos alunos um estado de maior liberdade e conhecimento de seus verdadeiros interesses A emancipação será alcançada quando os agentes sociais mediante o esclarecimento reconhecerem a origem e as determinantes da repressão e da alienação TAFFAREL e MORSCHBACHER 2013 Darido 2001 relata que para Kunz o ensino na concepção críticoemancipatória deve ser um ensino de libertação de falsas ilusões de falsos interesses e desejos criados e construídos nos alunos pela visão de mundo que apresentam a partir do conhecimento O ensino escolar necessita desta forma se basear numa concepção crítica pois é pelo questionamento crítico que chega a compreender a estrutura autoritária dos processos institucionalizados da sociedade que formam as convicções interesses e desejos DARIDO 2001 p 13 Kunz 2006 intitulou como transcendência de limites uma forma de ensinar os conteúdos da EF na qual há três fases distintas 1 Os alunos experimentam pela própria descoberta manipulativa as formas e meios para uma participação bemsucedida em vivências da cultura de movimento 2 Manifestação através da linguagem ou representação cênica o que vivenciaram e o que aprenderam numa forma de exposição 3 Por fim os alunos devem aprender a questionar sobre suas aprendizagens e descobertas a partir das duas formas anteriores da representação de um saber com a finalidade de compreender o sentido e significado da aprendizagem no seu contexto cultural de mundo Portanto para o autor essas três fases se diferem Na primeira a forma é Seção 2 Abordagem críticoemancipatória e a Educação Física P á g i n a 70 direta de modo que a transcendência de limites acontece na espontaneidade dos sujeitos como uma ação não pensada Ou seja as respostas de suas ações surgem livremente e são fornecidas ao mundo Como exemplo Kunz 1991 cita os primeiros contatos de uma criança com a bola quando já no primeiro contato ela sabe o que fazer chuta quica rebate entre outras e com isso dialoga com o mundo construindo significados em sua ação Na segunda a forma é a assimilação que se manifesta pela aprendizagem ou mesmo pela intencionalidade do sujeito que elabora a ideia da imagem do movimento Desse modo para que o problema seja resolvido é necessário fornecer pistas sobre a ideia do movimento baseado em poucas informações Já a terceira forma é a criativoinventiva que emerge da intencionalidade inventiva e criativa do sujeito onde a transcendência do mundo vivido é feita a partir da criação e invenção Nessa fase portanto o homem explora e retrata o mundo com novos significadossentidos que lhe oferecem uma maior compreensão de mundo Através dessa compreensão o indivíduo adquire capacidades para mudar o mundo situacional em que vive e consequentemente mudar a si próprio É nessa perspectiva firmada que se tenta explicar por meio da prática de uma didática comunicativa o saberfazer o saberpensar e o sabersentir A relevância pedagógica dessa subjetividade é fundamental no processo de emancipação dos atores sociais visto que essa manifestação é assumida e vivida por indivíduos em suas existências particulares é a forma de conhecer o mundo no qual se incluem objetos a natureza os outros e nós mesmos TAFFAREL e MORSCHBACHER 2013 Busca ponderar sobre o desenvolvimento do indivíduo no contexto social entre um ser social e um ser individual e neste amadurecimento é que os indivíduos se confrontam com mecanismos hegemônicos que desafiam e pressionam o cidadão para uma forma de desenvolvimento estereotipado Alcançar a emancipação só será possível no momento em que os agentes sociais por meio do esclarecimento identificarem a origem e os motivadores da submissão e do abandono Kunz 2006 salienta que na perspectiva emancipatória ao sugerir de forma direta a transcendência de limites sejam incorporadas as Seção 2 Abordagem críticoemancipatória e a Educação Física P á g i n a 71 formas culturalmente estruturadas das práticas corporais Nas quais o aluno seja capaz de definir uma situação criarinventar movimentos e jogos com sentido para a vivência experimentada Sobre o conteúdo esporte Kunz 2006 argumenta que em vez de ensinar os esportes na EF na concepção tecnicista que visa principalmente o simples desenvolvimento de habilidades e técnicas de uma modalidade especifica a esse ensino deverão ser incluídos conteúdos de caráter teóricoprático o que acarretará um fenômeno esportivo transparente possibilitando aos educandos uma melhor organização e reorganização da realidade do esporte considerando suas possibilidades e necessidades fazendose desse modo com que o aluno se expresse como um sernomundo um ser corporal dialogando com o mundo vivido O autor reafirma que entre a dimensão de determinada visão de mundo e uma correspondente visão de Homem existe uma relação muito tensa pela qual se pode chegar a interpretar a Educação como um processo real KUNZ 2006 p 135 Para compreendermos melhor a abordagem críticoemancipatória destacamos três pressupostos 1 O aluno é o ator principal no processo e este possui conhecimentos críticos suficientes para reconhecer as adversidades complexas que o mundo impõe 2 Essas adversidades que se apresentam no contexto na vida dos alunos de acordo com suas percepções deverão ser orientadas e mediadas pelo professor mas caberá aos sujeitos da ação refletirem sobre as mudanças da sociedade na qual deverão ser guiados por propósitos que evidenciem a justiça a igualdade e equidade entre os seus integrantes 3 Convicção do professor do potencial crítico dos alunos para que haja um desenvolvimento significativo no ato de educar A materialização desses pressupostos só é factível a partir do desenvolvimento de três níveis de competências a competência objetiva a social e a comunicativa Competência objetiva representa os conhecimentos específicos do saber humano e na Educação Física equiparase a aprender as habilidades práticas da cultura de movimento Seção 2 Abordagem críticoemancipatória e a Educação Física P á g i n a 72 Competência social se faz necessário perceber aspectos ligados às relações socioculturais e sobre os papéis aceitos pelos indivíduos na sociedade no tocante aos conhecimentos da Educação Física Competência comunicativa é preciso diversificar formas de linguagem podendo ser oral de movimento cênica artística entre outras Kunz 2005 nos alerta sobre a importância da competência comunicativa saber se comunicar e entender a comunicação dos outros é um processo reflexivo e desencadeia iniciativas do pensamento crítico KUNZ 2005 p318 Esse último nível de competência expande as possibilidades para que os educandos elaborem outras formas de linguagem nas aulas de EF que não só a corporal promovendo novas maneiras de discutir e problematizar os JEs e seu contexto sóciohistórico Para Kunz 2006 o desenvolvimento da competência comunicativa deve trazer ao educando a capacidade de leitura crítica do esporte que acreditamos ser aplicados também aos JEs Desse modo a forma de saber que leva à emancipação é então um saber crítico que tem origem no mundo vivido dos indivíduos passando pelo desenvolvimento de um saber elaborado pelo processo interativo e comunicativo num contexto livre de opressões ou falsas consciências O trabalho de dissertação de Tinôco 2017 corrobora com esse pensamento Ele nos diz que Deve prevalecer não apenas a linguagem dos movimentos como também outras formas de linguagem devem ser desenvolvidas na intenção de propiciar aos sujeitos o entendimento crítico do fenômeno esportivo assim como o próprio mundo TINÔCO 2017 p47 Por fim é fundamental que a cultura de movimento se desenvolva através da Educação Física preservando em suas práticas a capacidade crítica dos alunos e dessa forma cultivando um ambiente propício à emancipação KUNZ 2005 Na abordagem críticoemancipatória estabelecemse três categorias de organização didática Trabalho Interação e Linguagem as quais favorecem o Seção 2 Abordagem críticoemancipatória e a Educação Física P á g i n a 73 processo de ensinoaprendizagem Apesar de serem desassociadas elas convergem para o desenvolvimento das competências mencionas anteriormente Destacamos as principais características dessas três categorias Trabalho abrange as atividades de natureza prática vivenciadas pelos alunos a partir dos conhecimentos extraídos da cultura de movimento Interação observa a indispensabilidade de práticas que satisfaçam os atributos de uma ação participativa cooperativa e solidária de forma que as diferenças e os conflitos possam ser acordados por meio de uma relação dialógica entre os envolvidos na ação Linguagem manifestação das ações vivenciadas durante as práticas sistematizadas que busca ir além da linguagem corpórea tão frequentemente utilizada durante as aulas de Educação Física Outras linguagens podem e devem ser utilizadas conforme expressem obrigatoriamente o pensamento dos alunos quando submetidos às atividades práticas Assim abonase a essa categoria a contemplação do desenvolvimento da capacidade crítica e criadora dos alunos Por conseguinte verificase que as categorias organizadas por Kunz 2006 no plano didático para o ensino de Educação Física tornase viável e ao se orientar por elas estas possibilitam o desenvolvimento das competências necessárias que oportunizam aos alunos uma educação emancipatória O autor reforça a importância de uma didática comunicativa no agir educacional uma teoria no sentido críticoemancipatório precisa na prática estar acompanhada de uma didática comunicativa porque ela deverá fundamentar a função do esclarecimento e da prevalência racional de todo o agir educacional Assim uma racionalidade com o sentido do esclarecimento implica sempre numa racionalidade comunicativa Devemos pressupor que a educação é sempre um processo no qual se desenvolvem ações comunicativas A capacidade comunicativa não é algo dado simples produto da natureza mas deve ser desenvolvida KUNZ 2005 p317 Ou seja a ação comunicativa infere sobre o interlocutor o esforço de sistematizar o pensamento e ele o faz por meio da linguagem É a ação comunicativa que irá sustentar a possibilidade de se criar no contexto das aulas um Seção 2 Abordagem críticoemancipatória e a Educação Física P á g i n a 74 ambiente propício ao desenvolvimento emancipatório Logo quando se oportuniza ao aluno a sistematização por meio da linguagem seja ela de qualquer natureza temse a convicção de que a ele se oferece o desenvolvimento de sua capacidade rumo à criticidade Kunz 2006 apresenta um esquema que sintetiza e relaciona as competências objetiva social e comunicativa com as categorias trabalho interação e linguagem Podemos observar a seguir essa esquematização no Quadro 4 Quadro 4 Esquematização das competências objetiva social e comunicativa relacionando as com as Categorias trabalho interação e linguagem CATEGORIAS TRABALHO INTERAÇÃO LINGUAGEM ASPECTO DOS CONTEÚDOS Ter acesso aos conhecimentos e informações de relevância e sentido para a aquisição de habilidades ao esporte de acordo com o contexto Ter acesso às relações esportivoculturais vinculadas à cultura do movimento do contexto social Ter acesso aos conteúdos simbólicos e linguísticos que transcendem o contexto esportivo ASPECTO DO MÉTODO Possibilitar o acesso às estratégias de aprendizagem técnicas habilidades específicas e de capacidades físicas Capacitação para assumir conscientemente papéis sociais e a possibilidade de reconhecer a inerente necessidade de semovimentar Aperfeiçoamento das relações de entendimento de forma racional e organizada ASPECTO DOS OBJETIVOS Capacitar para o mundo dos esportes movimentos e jogos de forma efetiva e autônoma com vistas à vida futura relacionada ao lazer e ao tempo livre Capacitar para um agir solitário cooperativo e participativo Desenvolver capacidades criativas explorativas além da capacidade de discernir e julgar de forma crítica OBJETIVA SOCIAL COMUNICATIVA COMPETÊNCIA Fonte Kunz 2006 p 38 Por fim ao optar pela abordagem críticoemancipatória objetivase que os alunos consigam pensar de forma autônoma e se tornem sujeitos emancipados 21 A EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL DOS ANOS FINAIS Neste tópico analisamos as políticas curriculares para o Ensino Fundamental Brasileiro situando a Educação Física para esse nível de ensino Para isso inicialmente recorreremos à análise do art 205 da Constituição Federal de 1988 de acordo com o qual A educação direito de todos e dever do Estado e da família será promovida Seção 2 Abordagem críticoemancipatória e a Educação Física P á g i n a 75 e incentivada com a colaboração da sociedade visando ao pleno desenvolvimento da pessoa seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho BRASIL1988 Art 205 Pretendendo sua ampliação a toda a população na medida em que aumentou sua oferta nos anos seguintes deu indicativo de fomento à Educação Física ao asseverar no Art 217 que É Dever do estado fomentar práticas desportivas formais e não formais como direito de cada um BRASIL 2012 p125 No ano de 1996 Parâmetros Curriculares Nacionais PCNs sofreram uma reformulação na qual foi ressaltada a importância da articulação da Educação Física entre o aprender a fazer o saber do porquê de se estar fazendo e como se relacionar com esse saber Brasil 1997 Os PCNs buscavam a contextualização dos conteúdos da Educação Física com a sociedade brasileira devendo a EF ser trabalhada de forma interdisciplinar transdisciplinar e através de temas transversais favorecendo o desenvolvimento da ética cidadania e autonomia Em 1997 o Ministério da Educação publicou os Parâmetros Curriculares Nacionais PCNs analisando as principais premissas apontadas por esse documento para o Ensino Fundamental do 1º ao 5º ano apontados como referenciais de qualidade para a Educação brasileira Entre suas propostas os PCNs apontaram os conteúdos desenvolvidos nas esferas conceituais procedimentais e atitudinais a concretização de um currículo tratado de forma contextualizada e interdisciplinar a organização escolar em ciclos a avaliação tratada como processo formativo e a formação integral do aluno Já no ano de 1998 foram consolidados em dez 10 volumes os PCNs para o Ensino Fundamental do 6º ao 9º ano A intenção foi ampliar e aprofundar um debate educacional que envolvesse a escola os pais eou responsáveis pelo aluno governos nas esferas municipal estadual e federal bem como a sociedade civil Essa proposta apresentada pelos PCNs vem em consonância com uma visão de ensino que assista mais precisamente às necessidades do alunado em sua vida social Além de ter se preocupado com o trato dos conteúdos escolares também orientou a organização escolar em forma de ciclos em lugar do tradicional sistema seriado até então vigente no sistema educacional brasileiro Foi considerada uma Seção 2 Abordagem críticoemancipatória e a Educação Física P á g i n a 76 tentativa de superar a segmentação excessiva produzida pelo regime seriado e de buscar princípios de ordenação que possibilitem maior integração do conhecimento Brasil 1997 p 42 Segundo o mesmo documento as séries anuais devem dar lugar a ciclos de dois anos de duração9 Com essa medida se objetiva proporcionar a superação da reprovação desnecessária principalmente no primeiro ano do ensino fundamental bem como oportunizar uma alfabetização mais efetiva Um sistema educacional baseado em ciclos não visa apenas à alteração na organização escolar mas também na maneira de se pensar o desenvolvimento da aprendizagem a avaliação e a aprovaçãoreprovação Miranda 2005 Nessa perspectiva os professores de Educação Física precisam realizar um planejamento em sintonia com a escola e a equipe pedagógica fazendo uso de seus conhecimentos em busca dos interesses e necessidades dos alunos Desde 2006 a duração do Ensino Fundamental que até então era de 8 anos passou a ser de 9 anos A Lei de Diretrizes e Bases da Educação LDB 939596 foi alterada em seus artigos 29 30 32 e 87 através da Lei Ordinária nº 112742006 ampliando a duração do Ensino Fundamental para 9 anos e estabelecendo como prazo para implementação da Lei pelos sistemas de ensino o ano de 2010 O Ensino Fundamental passou então a ser dividido da seguinte forma Anos Iniciais compreende do 1º ao 5º ano sendo que a criança ingressa no 1º ano aos 6 anos de idade 1º e 2º Ciclos Anos Finais compreende do 6º ao 9º ano 3º e 4º Ciclos Os sistemas de ensino têm autonomia para desdobrar o Ensino Fundamental em ciclos desde que respeitem a carga horária mínima anual de 800 horas distribuídos em no mínimo 200 dias letivos efetivos Quanto a sua atual organização o ensino fundamental pode ser visualizado 9 Com o Decreto nº 1127406 que altera o Ensino Fundamental para nove anos de duração promoveu também mudança na organização da educação por ciclos Sendo assim o primeiro ciclo correspondente ao momento de alfabetização teria duração de três anos e os demais ciclos dois anos de duração Com isso os anos iniciais do ensino fundamental passam a conter cinco anos de escolarização Seção 2 Abordagem críticoemancipatória e a Educação Física P á g i n a 77 na sequência no Quadro 5 Quadro 5 Organização do Ensino Fundamental Ensino Fundamental Anos Iniciais Anos Finais 1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo 4º Ciclo 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º Fonte Brasil 2004 p 18 O currículo para o Ensino Fundamental Brasileiro tem uma base nacional comum que deve ser complementada por cada sistema de ensino de acordo com as características regionais e sociais desde que obedeçam às seguintes diretrizes I a difusão de valores fundamentais ao interesse social aos direitos e deveres dos cidadãos de respeito ao bem comum e à ordem democrática II consideração das condições de escolaridade dos alunos em cada estabelecimento III orientação para o trabalho IV promoção do desporto educacional e apoio às práticas desportivas não formais BRASIL Lei nº 939496 Art 276 A LDB de acordo com a redação dada pela Lei nº 11274 de 2006 Art 32 determina que O ensino fundamental obrigatório com duração de 9 nove anos gratuito na escola pública iniciandose aos 6 seis anos de idade terá por objetivo a formação básica do cidadão mediante I o desenvolvimento da capacidade de aprender tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura da escrita e do cálculo II a compreensão do ambiente natural e social do sistema político da tecnologia das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade III o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores IV o fortalecimento dos vínculos de família dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social BRASIL Lei nº 112742006 Art 32 A aprovação desse texto representou um avanço para Educação Física pois não havia reconhecimento dela enquanto área de conhecimento valoroso para o desenvolvimento das pessoas sendo na maioria das vezes usada como mecanismo político dos governos para sujeição da população Castellani Filho 2002 reconhece que foi a eliminação da camisa de força que aprisionava a Educação Física nos limites do afamado eixo paradigmático da aptidão física vinculada apenas ao desenvolvimento físico Seção 2 Abordagem críticoemancipatória e a Educação Física P á g i n a 78 O Conselho Nacional de Educação aprovou em 7 de abril de 1998 uma resolução que definiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental DCNEF a saber a Resolução CNECEB nº 02 de 1998 BRASIL 1998 Essas DCNEF além de trazerem um currículo focado na formação de competências e habilidades reforçaram a Educação Física como componente curricular obrigatório da Educação Básica conforme pode ser observado no Art 3º da referida Resolução I As escolas deverão estabelecer como norteadores de suas ações pedagógicas a os princípios éticos da autonomia da responsabilidade da solidariedade e do respeito ao bem comum b os princípios dos Direitos e Deveres da Cidadania do exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática c os princípios estéticos da sensibilidade da criatividade e da diversidade de manifestações artísticas e culturais BRASIL Resolução CNECEB nº 21998 Art 3º Entre 28 de março e 01 de abril de 2010 foi realizada a Conferência Nacional de Educação CONAE com a presença de especialistas para debater a Educação Básica A CONAE alertou para a necessidade de ser ter uma Base Nacional Comum Curricular como parte de um Plano Nacional de Educação Nesse mesmo ano foi lançada a Resolução CNECEB nº 7 de 14 de dezembro de 2010 onde foram fixadas as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 nove anos Essa Resolução reafirmou a EF na área de Linguagens Códigos e suas Tecnologias e tem se revelado importante na orientação à análise e a restruturação dos currículos da Educação Básica na intenção de superar o recorrente isolamento e fragmentação dos componentes curriculares Essas normativas concederam à EF a oportunidade e a consequente responsabilidade de proporcionar aos alunos diversas vivências com o objetivo de conhecer e apreciar diferentes práticas corporais sistematizadas entendendoas como produções culturais diversificadas e dinâmicas As DCNEF juntamente aos PCNEF determinam que as linguagens não sejam somente exigidas como modos de expressãocomunicação mas como geradora de significados conhecimentos e valores bem como apontam a Seção 2 Abordagem críticoemancipatória e a Educação Física P á g i n a 79 interdisciplinaridade como um dos princípios que baseiam a edificação do conhecimento A proposta da interdisciplinaridade direcionada à formação do aluno comunica a interpretação do saber como um só e não de forma fragmentada As orientações das DCNEF à Educação Física determinam a necessidade de compreender os aspectos históricos que transitam no imaginário cultural da escola perante à Educação Física no Ensino Fundamental além de compreender que a identidade desse componente curricular é alicerçada a partir das negociações e das disputas que acontecem entre seus profissionais além daquelas travadas pelos outros agentes da escola BRASIL 2006 Enfim as DCNEF em companhia dos PCNEF tentam aproximar a EF como um componente curricular integrado à formação cultural do aluno consolidado a partir da sistematização do conhecimento e da organização curricular integrada Já no ano de 2014 a Lei nº 13005 de 25 de junho de 2014 regulamentou o Plano Nacional de Educação PNE com vigência de 10 dez anos O Plano tem 20 metas voltadas à melhoria da qualidade da Educação Básica sendo que 4 quatro delas tratam da Base Nacional Comum Curricular BNCC Nesse mesmo ano entre 19 e 23 de novembro ocorreu a 2ª Conferência Nacional pela Educação CONAE organizada pelo Fórum Nacional de Educação FNE do qual resultou um documento sobre as propostas e reflexões para a Educação brasileira sendo um importante referencial para o processo de mobilização para a BNCC No ano de 2015 a primeira versão da BNCC é disponibilizada e neste mesmo ano aconteceu uma mobilização das escolas de todo o Brasil para a discussão do documento preliminar desse documento No ano seguinte a segunda versão foi disponibilizada e de 23 de junho a 10 de agosto de 2016 aconteceram 27 Seminários Estaduais com professores gestores e especialistas para debater a segunda versão da BNCC O Conselho Nacional de Secretários de Educação Consed e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação Undime promoveram esses seminários Em abril de 2017 o MEC apresentou a versão final da BNCC ao Conselho Nacional de Educação CNE O CNE elaborou o seu parecer sobre a BNCC bem como o seu projeto de Resolução que foram encaminhados ao MEC No dia de 20 Seção 2 Abordagem críticoemancipatória e a Educação Física P á g i n a 80 de dezembro de 2017 a BNCC foi homologada pelo então Ministro da Educação Mendonça Filho por meio da Portaria MEC nº 1570 de 20 de dezembro de 2017 conforme segue O MINISTRO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO no uso de suas atribuições tendo em vista o disposto no art 2º da Lei nº 9131 de 24 de novembro de 1995 e conforme consta do Processo nº 23001000201201414 resolve Art 1 Fica homologado o Parecer CNECP nº 152017 do Conselho Pleno do Conselho Nacional de Educação aprovado na Sessão Pública de 15 de dezembro de 2017 que junto ao Projeto de Resolução a ele anexo instituem e orientam a implantação da Base Nacional Comum Curricular BNCC explicitando os direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento a ser observada obrigatoriamente ao longo das etapas e respectivas modalidades no âmbito da Educação Básica Art 2 Após a publicação do Acórdão do Supremo Tribunal Federal no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4439 o Ministério da Educação poderá solicitar ao Conselho Nacional de Educação reavaliação do disposto para o ensino religioso na BNCC Art 3 Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação BRASIL Portaria MEC nº 15702017 Em 06 de março de 2018 educadores do Brasil inteiro se debruçaram sobre a Base Nacional Comum Curricular com foco na parte homologada do documento correspondente às etapas da Educação Infantil e Ensino Fundamental com o objetivo de compreender sua implementação e impactos na Educação Básica brasileira A BNCC é um documento que além de orientar a elaboração do currículo específico de cada escola considerando as peculiaridades metodológicas sociais e regionais de cada uma objetiva sistematizar o que é ensinado nelas abarcando todos os níveis da Educação Básica Apresentase com os objetivos de aprendizagem de cada etapa de sua formação nas áreas de Linguagens Matemática Ciências da Natureza e Ciências Humanas BRASIL 2016 Ela tem como base quatro políticas nacionais que devem ser implantadas e interligadas entre si no intuito de assegurar as necessárias condições para promoção de qualidade na Educação Básica BRASIL 2016 são elas 1 Política Nacional de Formação de Professores 2 Política Nacional de Materiais e Tecnologias Educacionais 3 Política Nacional de Avaliação da Educação Básica e 4 Política Nacional de Infraestrutura Escolar Há também quatros eixos de formação do Ensino Fundamental nos quais estão relacionados com os objetivos gerais de formação das áreas de conhecimento Seção 2 Abordagem críticoemancipatória e a Educação Física P á g i n a 81 para essa etapa são eles 1 Pensamento crítico e projeto de vida adoção pelos alunos de atitude questionadora perante os problemas sociais assumindo o protagonismo e projetando expectativas em relação à vida 2 Intervenção no mundo natural e social protagonismo dos alunos perante as questões sociais e ambientais contemporâneas 3 Letramentos e capacidade de aprender referese à ampliação da participação dos alunos no mundo letrado por sua inserção em esferas mais abrangentes da vida social 4 Solidariedade e sociabilidade esse eixo aborda os compromissos que o indivíduo assume em relação à coletividade e os processos de identidade que acontecem nos processos de reconhecimento e acolhimento das diferenças BRASIL 2016 Com esses escritos a BNCC vem propor um papel novo para os atores da Educação Básica alicerçada nos pilares de protagonismo independência autonomia significado trabalho e pesquisa Localizando a Educação Física a BNCC prega assim como a LDB um ensino voltado à formação básica cidadã pois ela orienta colocar em perspectiva as oportunidades de desenvolvimento doa estudante e os meios para garantirlhe a formação comum imprescindível ao exercício da cidadania BRASIL 2016 p33 No Quadro 6 está a configuração da BNCC para o Ensino Fundamental Quadro 6 Configuração da BNCC para o Ensino Fundamental Fonte Brasil 2018 p 27 Seção 2 Abordagem críticoemancipatória e a Educação Física P á g i n a 82 Portanto a Educação Física compreendida como linguagem na Educação Básica tem como finalidade contribuir com a formação da subjetividade humana conforme apontam os próprios objetivos da aprendizagem Desse modo eles partem do entendimento da origem da dinâmica das práticas sociais que formam a cultura de movimento e das vivências delas bem como na capacidade de utilizálas em momentos de lazer e cuidados com a saúde exigindo as condições necessárias às práticas BRASIL 2018 De acordo com a BNCC 2018 p213 as práticas corporais devem continuar sendo tema da Educação Física possibilitando com isso realçar os múltiplos sentidos da cultura de movimento superando sua simples reprodução projetando sua leitura e produção Na BNCC cada uma das práticas corporais tematizadas compõe uma das seis unidades temáticas abordadas ao longo do Ensino Fundamental São elas 1 Brincadeiras e jogos 2 Esportes 3 Ginásticas 4 Danças 5 Lutas e 6 Práticas corporais de aventura Cabe salientar que a categorização apresentada não tem anseios de universalidade pois se trata de uma compreensão possível entre outras sobre as denominações das manifestações culturais tematizadas na Educação Física escolar Portanto entendese que nas aulas de EF as práticas corporais deverão ser abordadas como fenômeno cultural dinâmico diversificado pluridimensional singular e contraditório visando com isso assegurar aos alunos a possibilidade da construção e ressignificação de um conjunto de saberes que proporcionem ampliar sua consciência a respeito de seus movimentos e dos recursos para o cuidado de si e dos outros almejando o desenvolvimento da autonomia para apropriação e emprego da cultura de movimento em diversas finalidades humanas auxiliando sua participação de forma confiante e autoral na sociedade BRASIL 2018 Nessa lógica devemos considerar que a cultura digital está promovendo mudanças significativas na sociedade Em decorrência do avanço e da multiplicação das tecnologias de informação e comunicação além do crescente acesso a elas pela maior disponibilidade de computadores telefones celulares tablets e afins os jovens estão dinamicamente inseridos nessa cultura não somente como consumidores Seção 2 Abordagem críticoemancipatória e a Educação Física P á g i n a 83 mas também engajados cada vez mais como protagonistas e se envolvendo diretamente em novas formas de interação multimidiática e de atuação social em rede que se realizam de modo bastante dinâmico Essa cultura também exibe fortemente um apelo emocional e estimula o imediatismo de respostas e a efemeridade das informações antepondo análises superficiais o uso de imagens e formas de expressão mais sintéticas diferentes dos procedimentos de expressar e argumentar característicos da vida escolar Nesse contexto com o intuído de conferir flexibilidade na delimitação dos currículos e propostas curriculares bem como promover a adequação às realidades locais as habilidades de Educação Física para o Ensino Fundamental Anos Finais estão sendo propostas na BNCC organizadas em dois blocos 6º e 7º anos 8º e 9º anos e se referem aos objetos de conhecimento em cada unidade temática representados abaixo no Quadro 7 Quadro 7 Organização dos objetos de conhecimento e suas respectivas unidades temáticas para o Ensino Fundamental Anos Finais Fonte Brasil 2018 p 27 Visto todo o exposto a instituição escolar está sendo desafiada para o cumprimento do seu papel em relação à formação das novas gerações É eminente que a escola preserve seu compromisso de estimular a reflexão e a análise aprofundada além de continuar contribuindo para o desenvolvimento dos alunos com uma atitude crítica em relação ao conteúdo e à multiplicidade de ofertas midiáticas e digitais Seção 2 Abordagem críticoemancipatória e a Educação Física P á g i n a 84 Contudo é necessário que a escola compreenda e assimile ainda mais as novas linguagens e seus modus operandi10 expondo as possibilidades de comunicação e manipulação que oriente para usos mais democráticos das tecnologias e para uma participação mais consciente na cultura digital Ao assimilar o potencial de comunicação do universo digital a escola pode instituir novos modos de promover a aprendizagem a interação e o compartilhamento de significados entre professores e estudantes Portanto é com essa viagem histórica pelas políticas curriculares do Ensino Fundamental que procuramos demonstrar a função desse nível de ensino situando a Educação Física nele que fechamos esse tópico para que no próximo possamos adentrar nas peculiaridades do Ensino Fundamental na Escola Estadual Enéas Cavalcanti de Ceará MirimRN e seus atores 10 Modus operandi é uma expressão em latim que significa modo de operação na tradução literal para a língua portuguesa Seção 3 O Jogo Eletrônico na Educação Física Escolar Relatos Reflexões e possibilidades de Transcendência de Limites Uma das dificuldades encontradas pelos professores da Educação Física Escolar está em desenvolver uma prática docente inovadora que contemple novas estratégias de ensino e que caminhem com os avanços tecnológicos e suas constantes atualizações Fazse necessário portanto uma nova forma de pensar a EF que desperte nos alunos o pensamento crítico a partir de um agir comunicativo Logo tornase indispensável desenvolver novas formas de ensinar os tradicionais conteúdos da EF Assim este capítulo atenta para todo o diálogo descrito nos capítulos anteriores nos quais a temática dos JEs foi abordada tendo como base a concepção críticoemancipatória enquanto estratégia de ensino para o Ensino Fundamental dos anos finais descrevendo desde a sua concepção até as reflexões sobre as possibilidades de ensino e suas limitações 31 Jogos eletrônicos nas aulas de educação física transcendência de limites da experimentação à criaçãoinvenção Experimentação Na tentativa de melhor clarificar o planejamento dos dez encontros e relatar as aulas e como ocorreu a interlocução os próximos tópicos detalharão todo o passoapasso desse processo aula por aula trazendo as devidas reflexões e limites da experiência EF e os JEs Por oportuno esclarecemos que a primeira etapa da transcendência de limites é a Experimentação já discutida na metodologia desse estudo Para isso utilizamos os três primeiros encontros cujo objetivo principal foi perceber o que os alunos conheciam sobre os JEs haja vista que para ensinar qualquer conteúdo aos alunos devese observar pelo menos as suas experiências anteriores KUNZ 2006 p 18 311 ENCONTRO 01 START No primeiro encontro intitulado Start vocábulo da língua Inglesa que significar começar ou iniciar e tão comum nos JEs é que começamos o nosso estudo Apresentamos a partir de uma aula expositiva dialogada em sala a compreensão pelos alunos do planejamento para o terceiro bimestre Explicamos a Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 87 proposta de intervenção as temáticas e os procedimentos didáticopedagógicos Nesse primeiro encontro com as turmas expomos o esbouço do planejamento com a possibilidade de ajuste caso fosse necessário Logo em seguida falamos dos critérios avaliativos para o bimestre os quais foram 1 participação nas aulas e 2 participação na construção e apresentação do trabalho colaborativo Nesse momento fazse necessário frisar que o detalhamento de notas não fará parte deste escrito pois além de fugir ao escopo do estudo também foi uma exigência da instituição escolar A forma de avaliar a participação dos alunos foi através de construção do relatório espontâneo ao final de cada encontro Na sequência buscamos sensibilizar os alunos quanto ao trabalho colaborativo a partir das vivências em sala e principalmente nos produtos que foram criados durante as aulas ao longo dos encontros Terminado esse primeiro momento explicamos e entregamos para assinatura os termos de autorização necessários para coleta bem como o seu uso para fins de pesquisa Esses documentos seguem nos Anexos do trabalho Destacamos que os dados coletados sem a devida autorização não foram publicados na pesquisa Os estudantes das duas turmas em sua maioria receberam bem a proposta dos JEs nas aulas de EF porém alguns dos alunos ficaram bastante curiosos em saber como se daria esse processo visto que as aulas de EF eram na maioria das vezes o momento de jogar bola Seguem alguns relatos dos alunos Aluno 34 do 6º ano A Será muito legal jogar vídeo game e poder mexer nos Tablets Aluno 14 do 6º ano B O melhor será poder acessar a internet e brincar com o vídeo game Já um pequeno grupo desejava jogar principalmente o futebol e por esse motivo não recebeu positivamente a notícia pois como era de costume os alunos 07 e 08 ambos do 6º ano B relataram Vamos jogar bola que é melhor professor Ficou notório nos relatos dos alunos que apesar da boa aceitação da proposta das aulas seria um grande desafio a mudança de realidade das suas aulas de EF pois muitos não tiveram a oportunidade de vivenciar algo parecido em níveis anteriores de ensino haja vista que a EF se baseava na linha procedimental do esporte Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 88 Na sequência pedimos que eles formassem grupos de quatro a seis componentes de modo que os que tinham mais afinidade entre si formaram rapidamente os grupos Notamos que se formaram algumas equipes compostas somente por meninos outras só por meninas e devido o número estabelecido no início da aula é que se formaram grupos mistos Ocorreram alguns questionamentos com relação à possibilidade de se formarem grupos com mais de seis componentes Aproveitamos para reforça a necessidade do trabalho cooperativo e participativo e que aquele momento seria de grande valor para estreitar os vínculos de amizades entre os alunos da sala Após a formação dos grupos pedimos que eles escolhessem um nome para a sua equipe baseado em JEs que eles conheciam Nesse momento os alunos e alunas começaram a conversar com todo o vigor da juventude Todos falando ao mesmo tempo Uma voz mais alta que a outra tentando impor a sua vontade para a escolha do nome Pouquíssimos alunos não puderam opinar Foi a oportunidade que esperávamos para propor que cada aluno teria um tempo para expor a sua proposta para a escolha do nome do grupo de modo que ao final eles deveriam eleger um nome que não fosse o que ele mesmo propôs Com isso os grupos foram definidos e ficaram assim para cada turma 6º ano A 1 Free Fire 2 Candy Crush 3 Clash Royale 4 Sonic Dash 5 Manecraft e 6 Pac man 6º ano B 1 Subway Surfers 2 Call of Duty 3 Arrow 4 Roblox 5 Mário Bros e 6 Pokémon Go O que chamou a atenção nessa escolha foi o fato de que esses JEs estão disponíveis para Smartphone o que nos levou a imaginar naquele momento que a principal forma de contato com os JEs fosse através desse meio Por esse motivo pedimos aos alunos para pegarem os Tablets disponibilizados e realizassem uma busca na internet por esses jogos e os instalassem para logo em seguida jogarem livremente Outro ponto que chamou bastante atenção foi que boa parte dos alunos utilizaram o seu próprio aparelho celular durante a realização da pesquisa Nesse Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 89 momento ficou evidente que o uso consciente desse instrumento tecnológico em prol da educação sendo por nós incentivada é de grande valor pedagógico mas ao contrário esse instrumento é comumente proibido nas instituições transformando essa ferramenta em um aparelho disfuncional às aulas Acreditamos que é possível superar esse engessamento na utilização desses aparelhos em sala quando os professores reconhecerem suas potencialidades para o aprendizado dos jovens para além dos muros da escola que é exatamente o que buscamos nesse trabalho Corroborando com esse pensamento Pretto 1999 afirma que estamos imersos numa sociedade chamada de comunicação generalizada ou rede Visto que a sociedade está produzindo sujeitos sedentos pela inclusão das mídias na escola que faça sentido e tenha significado em seu aprendizado Os assim chamados de nativos digitais já nasceram envoltos pelas tecnologias Contudo nascer envolto pelas tecnologias não significa que nasceram prontos para usálas de modo crítico eles precisam serem orientados para fazer isso de forma consciente em um processo que é necessariamente educativo Nesse sentido consideramos a experiência aqui proposta como uma possibilidade interessante enquanto estratégia de ensino ajudandoos nesse aprendizado e consequentemente apropriandose de conhecimento Com o objetivo de modificar a tão tradicional configuração de uma sala de aula realizamos um sorteio para definir uma cor para cada grupo e propomos um layout diferente para a sala de aula A nova configuração escolhida pelos alunos está representada na Figura 3 Ao final pedimos que eles registrassem no relatório espontâneo suas impressões e sensações ao longo da aula podendo ser um desenho um poema um pequeno texto ou outra forma de expressão relativa àquele primeiro encontro que podemos observar na Imagem 15 Por fim fizemos os encaminhamentos para o próximo encontro que seria trazer para a escola os JEs que eles utilizavam e apresentar para a turma Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 90 Figura 3 Configuração da Sala de aula para o desenvolvimento da pesquisa Fonte Arquivo pessoal do Autor Imagem 15 Momento de impressões gráficas no relatório espontâneo Fonte Arquivo pessoal do Autor QUADRO BRANCO Grupo 1 Grupo 6 Grupo 2 Grupo 5 Grupo 4 Grupo 3 Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 91 Na sequência apresentaremos alguns relatórios espontâneos produzidos nesse primeiro encontro Conforme podemos observar na Imagem 16 a manifestação que se sobressaiu foi o desejo da maioria das duas turmas de jogar bola apesar de toda a motivação e entusiasmo demostrado no decorrer da aula A nossa hipótese para explicar isso é que os alunos já estão condicionados a essa prática corporal nas aulas de EF quase que rotineiramente nas quais segundo relatos dos alunos os meninos jogam futebol e as meninas queimada O que ao nosso olhar empobrece e limita a percepção de mundo dos alunos no que se refere a prática corporal Outro ponto importante que se manifestou nos relatórios foi a possibilidade do uso dos Tablets pelos alunos Apesar desse material estar disponível para uso poucos foram utilizados Muitos ainda se encontravam dentro da caixa lacrada sendo deteriorado pelo tempo e falta de uso De um total de quarenta e dois Tablets disponíveis apenas vinte e sete estavam em condições para uso Imagem 16 Alguns relatórios espontâneos produzidos no primeiro encontro de aula Fonte Arquivo pessoal do Autor Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 92 312 ENCONTRO 02 MOSTRA DE JOGOS ELETRÔNICOS No segundo encontro intitulado Mostra de Jogos Eletrônicos tivemos como principal objetivo didáticopedagógico observar as vivências relacionadas aos JEs fora do ambiente escolar na vida cotidiana dos alunos Os grupos realizaram uma apresentação dos seus JEs favoritos Nesse momento pudemos observar que a maioria dos alunos estavam usando o aparelho celular do tipo Smartphone para apresentar o seu JEs favorito que eram basicamente os mesmos escolhidos para identificar os grupos o que reforça a hipótese da escolha dos nomes das equipes já citada no tópico anterior Tal constatação restringiu as possibilidades de gestos motores e limitou o sujeito a pequenos movimentos articulares manuais Na sequência oportunizamos que todos pudessem vivenciar os JEs por um determinando tempo Nesse momento cada integrante do grupo deveria se dirigir para um outro grupo no qual não se encontrasse outro membro do grupo original possibilitando apresentar o seu JEs para outros alunos Com isso todos puderam experimentar os diferentes aparelhos e algumas plataformas Após finalizado esse momento lançamos no quadro branco o seguinte questionamento para reflexão Os avanços tecnológicos no tocante aos JEs estão influenciando de alguma maneira a sua vida Com essa pergunta feita para os grupos eles deveriam primeiramente dialogar com os outros membros da sua equipe e posteriormente com os demais grupos da sala Após um breve tempo de confabulações os alunos relataram basicamente os pontos positivos referentes aos JEs como por exemplo é divertido aumenta a concentração é empolgante faz novas amizades entre outros pontos Aspectos considerados como pontos negativos entretanto não estavam claros para os alunos Pontos como a quantidade de horas destinadas ao JEs a auto exclusão do convívio social procrastinação das atividades escolares jogos violentos que possam estimular comportamentos antissociais se agregados ao tipo de jogador com tendência para tais comportamentos etc O vício em videogame é considerado pela Organização Mundial da Saúde OMS como transtorno mental Também se evidenciam diversos problemas articulares Problemas relacionados aos aspectos socioculturais relacionados aos JEs estavam obscurecidos para a maioria dos Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 93 alunos Seguindo adiante voltamos a indagar a turma com o seguinte questionamento Agora que já percebemos alguns pontos positivos e pontos negativos sobre os JEs volto a perguntar Os avanços tecnológicos no tocante aos JEs estão influenciando a sua vida para melhor ou não Alguns alunos começaram a reconhecer algumas atitudes de pessoas próximas e neles mesmos como sendo prejudicial O aluno 37 relatou Professor já passei a noite toda jogando e assistindo no celular No outro dia vim só dormir na sala A aluna 22 proferiu o seguinte À noite lá em casa cada um fica no seu canto olhando o celular O aluno 8 relatou que Prefiro jogar no celular do que brincar na rua Muitos outros relatos semelhantes a esses emergiram Na continuidade voltamos a utilizar os relatórios espontâneos com o propósito dos alunos registrarem através do grafismo os seus sentimentos e pensamentos referentes à vivência em sala como mostra a Imagem 17 Imagem 17 Alunos registrando através do grafismo seus sentimentos e pensamentos Fonte Arquivo pessoal do Autor Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 94 Como no tópico da aula anterior apresentaremos alguns relatórios espontâneo produzidos nesse segundo encontro Imagem 18 Alguns relatórios espontâneos produzidos no segundo encontro Kunz 2006 trata a encenação como etapa do processo pedagógico em que se exploram as possibilidades e propriedades dos recursos didáticos bem como proporciona ao educando a descoberta de variadas estratégias à realização das ações oportunizando fazer uso de suas vivências socioemocionais para a interpretação das atividades propostas Logo utilizar os JEs como estratégia de Estou muito ansiosa para a próxima aula gostei muito Aluno 1 A aula de hoje e muito legal Me ajudou a aprender mais sobre os jogos Os benefícios e os malefícios A aula de hoje foi muito legal Aluno 33 Eu gostei de conhecer mais o que o jogo pode fazer com a gente gostei de aprender mais com o professor Aluno 14 Eu aprendi o lado bom e o lado ruim dos jogos Aluno 21 Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 95 ensino na tematização de aspectos socioculturais de acordo com a percepção dos alunos sobre os JEs através do registro de uma forma de linguagem nesse caso escrito eou por desenho nas aulas de Educação Física pode contribuir para que os educandos desenvolvam processos críticosreflexivos Para finalizar percebemos os alunos como sujeitos de seu próprio processo de aprendizagem a partir da possibilidade de agirem autonomamente intencionando a criatividade a comunicação e a cooperação Admitindo o pensamento de Hildebrandt e Laging 1986 essa centralidade nos educandos tem papel fundamental nos processos de ensinoaprendizagem pois estes deixam de ser objetos da aula para se tornarem sujeitos da mesma No encerramento desse segundo encontro realizamos os encaminhamentos para o próximo Optamos pela exibição de uma produção cinematográfica que tinha os JEs como plano de fundo 313 ENCONTRO 03 JOGADOR Nº 1 11 No terceiro encontro intitulado Jogador nº 1 tivemos como principal objetivo didáticopedagógico a partir da exibição desse filme de ficçãocientifica que aborda um futuro não muito distante onde as pessoas passam mais tempo no mundo virtual que no mundo real estimular a percepção dos alunos para a sociedade contemporânea que se encontra conectada em rede onde ferramentas de relacionamentos e mídias sociais virtuais como WhatsApp Facebook Instagram e YouTube consolidaramse como uma necessidade básica de convívio o que verdadeiramente encurtou os referenciais de espaço e tempo ou seja temos acesso à informação no tempo em que ela está acontecendo Nesse contexto do ciberespaço onde se passa a nossa trama com diversas reflexões de ordem filosófica e psicológica bem como mudanças nas relações socioculturais onde o JEs é objeto e fenômeno de reflexão para compreendermos que o seu significado transcende a delimitação de um campo de saberes onde cada olhar ao pensar sobre os JEs terá interpretações singulares não há como esgotar 11 Link para assistir o Filme Jogador Nº 1 httpswwwyoutubecomwatchvEdghFaRIXbclistPLwho2BO0EdqPDCIjLGoH3k2gMx2bm7nX Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 96 as suas possibilidades de significação Imagem 19 Cartaz e imagens do filme Jogador Nº 1 Fonte Imagens retirada da Internet É importante ressaltar que se por um lado os avanços tecnológicos aproximaram as pessoas que estão fisicamente distantes por outro elas afastam quem realmente está próximo Hoje se vive online12 onde o mundo real e o virtual coexistem e interagem o que pode ocasionar uma percepção diferente da realidade Muitas vivências principalmente na infância a exemplo do contato pessoal do olho no olho da sensibilidade de perceber um abraço de toda a afetividade das relações interpessoais nos mais variados níveis de amizade e familiaridade do brincar espontâneo com outras crianças ou seja o Brincar e Semovimentar13 SURDI MELO e KUNZ 2016 recebem atualmente outros significados e sentidos Nesse sentido recorremos a Kunz 2000 que nos fala ser primordial interpretar o movimento humano como fenômeno fundamental da vida ou seja uma existência sem movimento é impensável Movimento esse que ultrapassa o sentido de deslocamento no espaço e tempo O entendimento do Semovimentar se orienta pela qualidade do movimento que está estreitamente associada às vivências às emoções e à sensibilidade das ações experimentadas Nesse feitio valorizase o sentir humano ao incorporar o ser que se movimenta ao seu 12 adv De modo a estar numa conexão ou na internet no exato momento em que acessa adj Que se pode acessar pelo computador Etm do inglês online 13 Elenor Kunz em vários de seus escritos apresentou esse conceito do Brincar e Semovimentar da criança por duas razões uma em função da teoria do semovimentar humano apresentado no Brasil desde 1991 e outra por achar que o brincar da criança na maior parte da literatura que trata desse assunto é um brincar didatizado por apresentar um brincar com finalidades orientadas para o melhor desenvolvimento do futuro adulto Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 97 movimento Possibilidade esta que se encontra essencialmente no mundo real Nessa compreensão Napolitano 2009 norteia para a utilização crítica das mídias audiovisuais evidenciando os filmes cinematográficos os quais podem e devem ser utilizados de diversas maneiras pelos professores como textogerador Corroborando com essa perspectiva Bévort e Belloni 2009 afirmam que a utilização das mídias no contexto escolar deve ser considerada como uma nova forma de pensar aprender produzir e divulgar conhecimentos e informações Desse modo esperase que os estudantes possam perceber algumas atitudes em seu mundo semelhantes aos envolvidos com a trama de ficção e que possam relacionar de forma crítica um pensamento sobre a percepção de corpo no que é real e o que é virtual Sobre isso a concepção CríticoEmancipatória KUNZ 2006 esclarece que devemos buscar a conscientização dos alunos com a intenção de formar sujeitos críticoreflexivos que procurem questionar não só as situações escolares mas principalmente a sua realidade social buscando a emancipação como forma de se libertar das condições que limitam suas capacidades racionais críticas e diante disso de todo seu agir no contexto sociocultural Imagem 20 Alunos assistindo o filme Jogador Nº 1 Fonte Arquivo pessoal do Autor Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 98 Finalizamos esse encontro sem poder realizar o relatório espontâneo pois a exibição do filme tomou todo o tempo da aula e um pouco do intervalo dos alunos O que nos deixou gratificados foi a maioria ter preferido sacrificar um pouco do intervalo para assistir o desfecho da trama Para o próximo encontro retomaremos o filme como plano de fundo para discutir questões importantes ao nosso ver de como nos relacionamos através das ferramentas midiáticas No Quadro 8 apresentamos a esquematização dos Encontros 0102 e 03 para o que se espera Quadro 8 Esquematização dos Encontros 01 02 e 03 CATEGORIAS TRABALHO INTERAÇÃO LINGUAGEM ASPECTO DOS CONTEÚDOS Temática dos JEs para as aulas de EF bem como o manuseio de aparelhos tecnológicos Apontamento para a tecnologia e sua presença em nossa sociedade contemporânea Uso da tecnologia para acessar a internet de forma espontânea para buscar e informações ASPECTO DO MÉTODO Possibilidade do trabalho em grupo para a germinação do pensamento crítico Oportunizar que cada sujeito do grupo possa se expressar para os demais Aceitação pela escolha do nome do grupo de trabalho de forma cooperada e participativa ASPECTO DOS OBJETIVOS Preparar para o uso consciente da tecnologia Preparar para convívio solidário participativo e responsável Capacidade expressar suas percepções através do registro em papel OBJETIVA SOCIAL COMUNICATIVA COMPETÊNCIA Fonte Autoria própria 32 Jogos eletrônicos nas aulas de educação física transcendência de limites da experimentação à criaçãoinvenção Encenação por aprendizagem A segunda etapa da transcendência de limites é a Encenação por aprendizagem apresentada na Metodologia desse estudo Para isso foram disponibilizados os encontros 04 05 06 e 07 cujo objetivo principal foi ampliar os olhares e saberes dos discentes através das vivências práticas para o fenômeno dos JEs Para tanto foi necessário desmitificálo no contexto escolar através de conhecimentos que permitissem aos alunos criticálo dentro de um determinando contexto sócioeconômicopolíticocultural KUNZ 2006 p 20 321 ENCONTRO 04 TECNOLOGIA E A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA No Encontro 4 intitulado Tecnologia e seu impacto na sociedade Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 99 contemporânea tivemos como principal objetivo didáticopedagógico a partir da exibição do Filme da aula anterior Jogador Nº1 debater como a tecnologia impacta a nossa sociedade o nosso comportamento e a forma como nos relacionamos tendo como plano de fundo os JEs como fenômeno cultural explorado na obra cinematográfica Esse encontro foi o primeiro de quatro encontros destinados à encenação por aprendizagem para a Transcendência de Limites mencionada anteriormente no processo metodológico Nessa intenção no início da aula questionamos os educandos Quais foram os pontos mais significativos que vocês puderam perceber no filme da aula passada Na medida em que surgiam as respostas elas eram anotadas no quadro branco da sala Obtemos algumas respostas como O mundo real é uma porcaria por isso as pessoas preferem estar no jogo No jogo elas podem ser uma outra pessoa diferente do mundo real As pessoas podem ter o corpo que quiserem As pessoas estavam infelizes As pessoas viviam presas em suas casas No início do filme as pessoas não se conheciam pessoalmente somente no jogo A violência era liberada geral no jogo as pessoas podiam se matar à vontade Depois desse primeiro momento foi solicitado aos grupos que conversassem entre os componentes e escolhessem uma das afirmações que estavam no quadro branco para que logo em seguida eles pudessem debater sobre a afirmação escolhida Após algum tempo abrimos o debate para a sala com o seguinte questionamento De acordo como o que vocês discutiram em grupo pergunto Qual é a influência da tecnologia nessas questões anotadas no quadro e como isso afeta a nossa sociedade Muitos foram os braços levantados quase simultaneamente e tão ávidos para falar que inúmeras vozes surgiram o que tornou difícil compreender suas colocações Apesar da desordem de falas que se observava naquele momento essa situação de certa forma deixoume muito feliz Tive que rever uma nova estratégia para que todos pudessem se expressar Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 100 Três assuntos se destacaram entre os demais foram eles 1 Que as pessoas mentem fingindo ser uma outra pessoa 2 que a violência é aceitável 3 que o mundo virtual é uma mentira real No primeiro os alunos relataram uma parte do filme em que uma mulher usa um avatar de um homem para poder ser aceito no meio dos melhores jogares Com isso alguns alunos confessaram que conhecem alguém que já fingiu ser uma outra pessoa quando acessavam a internet em especial as redes sociais No segundo item a questão da violência surgiu pelo fato do filme apresentar inúmeras cenas de violência de modo que quando relacionaram com os JEs notaram que os melhores jogos eram os que tinham atos de violência com atitudes antissociais como roubar espancar e matar o que no olhar da turma são aceitáveis pela sociedade Já o terceiro ponto ocorreu em decorrência de uma cena já no final do filme onde a plataforma que rodava o jogo foi desligada em alguns dias da semana para que as pessoas pudessem aproveitar o mundo real e se relacionarem com outras pessoas fora do mundo virtual o que foi considerado uma atitude antipopular gerando protestos por parte da população O filme termina com uma frase dizendo A realidade é a única coisa real Durante o debate a aluna nº 18 chegou à conclusão de que o mundo virtual é uma mentira real devido ao fato dela estar em todo lugar e ao mesmo tempo em lugar nenhum pois não existe fisicamente Os diversos comentários uns mais elaborados e outros nem tanto deixou me bastante gratificado pois extravasaram mais uma vez o tempo de aula e adentraram na experiência de cada um Os relatos mostraram que os temas estão encorpados de sentidos e significados o que nos leva a crer que estamos traçando um caminho que virá a contribuir para a formação crítica dos alunos rumo a uma EF diferenciada e alinhada com as novas demandas da área Apesar de estarmos atentos ao tempo destinado à aula finalizamos esse encontro sem realizar o relatório espontâneo devido ao riquíssimo debate e por perceber a necessidade dos alunos em expor suas ideias isso levou a mais uma vez extrapolar o tempo da aula 322 ENCONTRO 05 ESPORTES TÊNIS E DARDO No encontro 5 intitulado Esportes Tênis e Dardo tivemos como principal Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 101 objetivo didáticopedagógico o de analisar a percepção dos alunos quanto à utilização dos JEs em duas práticas corporais pouco comuns em sua cultura de movimento Optamos pelas práticas corporais do Tênis e do Dardo Para isso optamos pelo Console Xbox 360 Kinect e o jogo escolhido para essa proposta pedagógica foi o JE intitulado Kinect Sports Há autores afirmando que com as invenções rápidas e constantes no mundo computacional a invenção dos sensores de movimento muda o conceito de atividade passiva sobre JEs para total atividade corpórea BARACHO GRIPP E LIMA 2012 Essa interatividade promove o movimento corporal tirando da ociosidade até mesmo o aluno que não gosta ou não é adepto do movimento físico através dos jogos tradicionais O encontro se deu em três momentos 1 Explicação de como funciona a plataforma e os cuidados para utilização correta e segura do equipamento 2 vivência dos JEs 3 preenchimento do relatório espontâneo No primeiro momento aconteceu a explicação de como utilizar a plataforma do console e os cuidados que se deviam tomar para a sua correta utilização Como por exemplo Devese estar a no mínimo três metros de distância do sensor de movimento para que se tenha uma boa leitura dos movimentos dos jogadores No jogo de Dardos poderá jogar até quatro jogadores por jogo e no Tênis dois por vez Manter uma distância segura do outro jogador enquanto joga Pedimos aos alunos que abrissem os braços e descem um giro de 360º sendo esse espaço a sua área de segurança e que mesmo havendo deslocamento orientamos que sempre tivesse atenção ao seu entorno Como optamos em usar apenas um aparelho muitos alunos ficaram parados Então sugerimos a turma que quem estivesse assistindo tomasse nota das ações dos colegas a fim de ajudálos podendo fazer orientações durante o jogo A imagem 21 mostra os alunos vivenciando o jogo de Dardos e a Imagem 22 o jogo Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 102 de Tênis Imagem 21 Alunos vivenciando o jogo de dardos Fonte Arquivo pessoal do Autor Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 103 Imagem 22 Alunos vivenciando o jogo de Tênis Fonte Arquivo pessoal do Autor Utilizamos quase todo o horário destinado à aula para essa vivência para que fosse possível que todos jogassem Os alunos se organizaram Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 104 espontaneamente não havendo a necessidade de mediação do professor nesse ponto Foram momento ricos e divertidos Mesmo os alunos mais tímidos se permitiram a encenar Na sequência pedimos que preenchessem os relatórios espontâneos com o propósito de que os alunos registrassem seus sentimentos e pensamentos referentes à vivência em sala como mostram as Imagens 23 e 24 através do grafismo Imagem 23 Alguns relatórios espontâneos logo após o jogo de Dardos Fonte Arquivo pessoal do Autor Alegria 1 Sentimento que faz as pessoas mais felizes durante o dia a dia Estou me sentindo muito feliz Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 105 Imagem 24 Alguns relatórios espontâneos logo após o jogo de Tênis Fonte Arquivo pessoal do Autor Quando observamos os relatórios espontâneos expostos acima há uma manifestação sobre as experiências e os entendimentos vivenciados pelos alunos Segundo Kunz 2006 para se chegar à emancipação é necessário um saber crítico cuja origem é no mundo vivido dos sujeitos o qual perpassa por um saber elaborado pelo processo interativo e comunicativo livre de coerção O autor ainda nos alerta no sentido de que devem haver sempre momentos na vida da pessoa seja adulto criança ou adolescente em que a expressão de sua natureza sensível comunicativa alegre e prazerosa seja possibilitada KUNZ 2006 p 121 Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 106 323 ENCONTRO 06 SIMPLESMENTE DANÇE No encontro 6 intitulado por Simplesmente Dance tivemos como principal objetivo didáticopedagógico o de analisar a percepção dos alunos quanto à utilização dos JEs para o ensino da dança Optamos pela versão do Just Dance 2015 para a vivência em sala de aula no Console Xbox 360 Kinect Esse encontro foi o segundo de quatro encontros destinados a encenação por aprendizagem para a Transcendência de Limites Da mesma forma que no encontro anterior a aula se deu em três momentos 1 Explicação de como funciona a plataforma e os cuidados para utilização correta e segura do equipamento 2 vivência dos JEs e 3 preenchimento do relatório espontâneo No primeiro momento relembramos a maneira para a melhor utilização da plataforma do JE e os cuidados que se deviam tomar para a integridade dos alunos a saber Manterse no mínimo três metros de distância do sensor de movimento Kinect para que se tenha uma boa leitura dos movimentos dos jogadores No Just Dance o equipamento comporta entre dois a seis jogadores dependendo da música escolhida Pedimos aos alunos que abrissem os braços e descem um giro de 360º sendo esse espaço a sua área de segurança e que mesmo havendo deslocamento orientamos que sempre tivesse atenção ao seu entorno Essa de longe foi a aula com a maior adesão durante a qual todos fizeram questão de vivenciar inúmeras vezes Mesmo havendo apenas um console muitos alunos ficaram dançando fora do alcance do sensor de movimento da mesma forma que os demais que estavam na zona de leitura A imagem 25 mostra os alunos vivenciando a Dança através do Just Dance 2015 Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 107 Imagem 25 Alunos vivenciando a dança através do Just Dance 2015 Fonte Arquivo pessoal do Autor Assim como na aula anterior utilizamos quase todo o horário destinado à aula para essa vivência para que fosse possível a participação de todos Os alunos Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 108 inicialmente se organizaram espontaneamente porém houve a necessidade da mediação do professor para esclarecer à turma a importância em permitir que todos os colegas pudessem experimentar mais de uma vez a vivência da dança por meio dos JEs Foi interessante observar que até os alunos mais introspectivos se dispuseram a encenar para além do momento à frente do sensor de movimento Na sequência pedimos aos alunos que preenchessem o relatório espontâneo com o propósito de que estes registrassem seus sentimentos e pensamentos referentes à vivência em sala como mostra a Imagem 26 através do grafismo Imagem 26 Alguns relatórios espontâneos logo após o JEs Just Dance Fonte Arquivo pessoal do Autor O que aconteceu Eu confesso que no comesso me deu nem pouco de vontade mas depois voi bem mais tranquilo amei dançar é bem divertido amei Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 109 324 ENCONTRO 07 JOGOS DE AVENTURA No encontro 7 intitulado como Jogos de Aventura tivemos como principal objetivo didáticopedagógico o de investigar a percepção dos alunos quanto à aplicação dos JEs para o ensino das práticas corporais de aventura Optamos pela versão do Kinect Adventure para a vivência em sala de aula no Console Xbox 360 Kinect Esse encontro foi o terceiro destinado à encenação por aprendizagem para a Transcendência de Limites Como em todos os encontros anteriores dividimos em três momentos 1 Explicação de como funciona a plataforma e os cuidados para utilização correta e segura do equipamento 2 vivência dos JEs e 3 preenchimento do relatório espontâneo Após as explicações iniciais iniciamos a vivência mas aconteceu umas oscilações no fornecimento de energia na cidade acarretando a falta de eletricidade na escola o que impossibilitou o andamento do plano de aula Com essa situação inesperada tivemos que reorganizar o plano para esse dia Passamos então a orientar os grupos para os próximos encontros nos quais eles teriam que criarinventar uma atividade ou um trabalho expositivo com a temática dos JEs baseados nas vivências anteriores em sala bem como fora dela Os alunos relataram as mais variadas dificuldades com inúmeros questionamentos sobre o que fazer pois segundo os depoimentos em sala até então era a primeira vez que pediam para eles criarem algo que fosse proposto por cada um deles e escolhido pelo grupo o que demostra a falta de autonomia e protagonismo no fazer pedagógico Com essa constatação reforçase a necessidade de se colocar como uma das tarefas fundamentais da educação a emancipação do sujeito através de um processo de esclarecimento racional baseado principalmente num agir comunicativo Portanto pretendo aqui chamar de emancipação esse processo de libertar o jovem das condições que limitam o uso da razão crítica e com isso todo o seu agir social cultural e esportivo que se desenvolve pela educação KUNZ 2006 p 33 Depois de rápida explanação e discussão pedimos aos grupos que conversassem entre os seus integrantes para a escolha da atividade e caso Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 110 houvesse impasses ou dúvidas eles poderiam chamar o professor para promover a mediação Desse modo no esforço de sanar todas as questões fomos pontuando e conversando com cada grupo Esse momento de diálogo foi muito importante para a definição dos temas que seriam trabalhados por eles A maioria dos grupos de cada turma conseguiu definir o seu tema Com o surgimento dessa oportunidade tentamos levar os alunos a uma autorreflexão sobre o agir pedagógico para que eles assumissem o protagonismo da sua ação o que está alinhado com a concepção crítico emancipatória Nesse sentido Kunz 2006 relata que Assim ao induzir a autorreflexão a pedagogia críticoemancipatória deverá oportunizar aos alunos perceberem coerção auto imposta de que padecem conseguindo com isto dissolver o poder ou a objetividade dessa coerção e assumindo um estado de maior liberdade e conhecimento de seus verdadeiros interesses ou seja esclarecimento e emancipação KUNZ 2006 p 36 Neste ponto retomamos a importância do saber se comunicar e compreender os outros como um processo reflexivo que desencadeia o pensamento crítico Kunz 2006 alerta para a competência comunicativa na EF que não deve apenas se atentar para a linguagem dos movimentos mas necessita ser compreendida pelos demais integrantes onde a linguagem verbal deverá ser desenvolvida não é apenas a linguagem que se expressa pelo semovimentar dos participantes mas o próprio falar sobre as experiências e os entendimentos do mundo dos esportes KUNZ 2006 p 42 Partindo para o final do encontro pedimos aos alunos para pesquisarem um pouco mais sobre o que eles pensaram como tema da atividade a ser desenvolvida e vivenciada em sala Na sequência lembramonos do nosso planejamento bem como de que na aula seguinte teríamos como tema norteador JEs em debate ocasião em que eles deveriam se posicionar sobre os impactos dos JEs na vida cotidiana e ao final do debate tentaríamos chegar a um denominador comum sobre a sua utilização pela sociedade contemporânea Vale aqui frisar que o próximo encontro foi uma sugestão da turma de modo Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 111 que este surgiu durante o processo de apresentação da pesquisa Inicialmente pensamos em fazer um julgamento dos JEs sendo um grupo de acusação e outro de defesa Entretanto mesmo sendo um trabalho instigante a sua realização demonstrou ser complexa demais para esse nível de ensino Na sequência pedimos que preenchessem os relatórios espontâneos como nos outros encontros com o propósito de que os alunos registrassem seus sentimentos e pensamentos referentes à vivência em sala como mostram as Imagens 27 através do grafismo Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 112 Imagem 27 Alguns relatórios espontâneos confeccionados ao final do encontro 07 Fonte Arquivo pessoal do Autor Foi muito legal a aula Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 113 No Quadro 9 apresentamos a esquematização dos Encontros 04 05 06 e 07 para o que se espera Quadro 9 Esquematização dos Encontros 04 05 06 e 07 CATEGORIAS TRABALHO INTERAÇÃO LINGUAGEM ASPECTO DOS CONTEÚDOS Possibilitar o acesso a conhecimentos e informações de relevância e sentido de como as pessoas vem utilizando a Internet Perceber a relação e as questões esportivo culturais vinculadas à cultura do movimento no contexto social atual Acesso aos conteúdos simbólicos e linguísticos por meio de exibição cinematográfica e digital ASPECTO DO MÉTODO Olhar crítico para os pontos chaves da trama cinematográfica Chamar para assumir conscientemente o protagonismo social e reconhecer a necessidade de Semovimentar Desenvolvimento das relações de entendimento de forma racional ASPECTO DOS OBJETIVOS Preparação para o contexto do mundo virtual dos JEs e movimentos de forma efetiva e autônoma e relacionada ao lazer e ao tempo livre Preparar para um agir participativo e cooperativo Capacitar para discernir e julgar de forma crítica OBJETIVA SOCIAL COMUNICATIVA COMPETÊNCIA Fonte Autoria própria Ao final dessa etapa queremos retomar que o ensino na concepção crítico emancipatória deve ser um ensino de libertação de falsas ilusões de falsos interesses e desejos criados e construídos nos alunos pela visão de mundo que apresentam a partir de conhecimentos colocados à disposição pelo contexto sociocultural onde vivem Kunz 2006 afirma que para o processo de libertação poder acontecer devese em princípio ser coercitivo pois existe uma coerção que é auto imposta que se origina das influências da indústria cultural e dos meios de comunicação em massa na formação de subjetividade Somente uma contrapressão por parte do sistema escolar possibilitará a superação dessa auto coersão Enfatizamos que essa coerção do sistema escolar para a libertação deverá ser pautada pelo esclarecimento a autorreflexão e o desenvolvimento de competências o que possibilitará que todos os membros da comunidade educativa participem contribuindo para um contexto livre de violência e de coação Isso significa que o professor é um agente que deverá promover o agir comunicativo entre os seus alunos a fim de expressar os entendimentos do mundo social subjetivo e objetivo da interação onde todos possam formular as ações a partir de seus interesses e preferências Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 114 33 Jogos eletrônicos nas aulas de educação física transcendência de limites da experimentação à criaçãoinvenção Criativainventiva A terceira etapa da Transcendência de Limites é a criativainventiva apresentada na metodologia desse estudo Para isso foram disponibilizados os dois últimos encontros com o objetivo principal de que os alunos pudessem criarinventar algo novo a partir das suas experiências com os JEs permitindo aos jovens naquele momento libertaremse das condições que limitam o uso da razão e consequentemente o seu agir social e cultural haja vista que alcançar a emancipação só será possível quando os agentes sociais pelo esclarecimento reconhecerem a origem e os determinantes da dominação e da alienação KUNZ 2006 p 35 331 ENCONTRO 08 JOGOS ELETRÔNICOS EM DEBATE No encontro 08 intitulado Jogos Eletrônicos em debate tivemos como principal objetivo didáticopedagógico compreender a partir das vivências realizadas em sala bem como das vivências extra sala dos alunos o seu entendimento sobre o uso consciente dos JEs pela sociedade contemporânea a partir de uma aula expositiva dialógica para apreciação e discussão pelos alunos Começamos a aula com uma apresentação de uma reportagem sobre o maior evento do Brasil de JEs14 e logo em seguida apresentamos uma reportagem15 em que a OMS passou a reconhecer e classificou o vício em JEs como transtorno mental Na sequência abrimos o espaço para o debate com o seguinte questionamento A partir das vivências em sala de aula e principalmente considerando o que vocês vivenciam fora da escola bem como de acordo com as reportagens que acabamos de assistir quais os pontos mais importantes que devemos destacar sobre os JEs Primeiramente o aluno 16 relatou que Os jogos eletrônicos são muito divertido e só olhar para as nossas aulas de Educação Física Foram as melhores aulas do ano A aluna 35 opinou contrapondo É verdade foi legal mas deixamos de jogar bola o que também é bom Em seguida a maioria dos alunos começou a 14 Link para a reportagem sobre Game XP httpswwwyoutubecomwatchvWohN0DPMwk 15 Link para a reportagem sobre o vício em JEs httpswwwyoutubecomwatchvNHpwmS9AL0E Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 115 opinar sobre as aulas de EF o que enriqueceu muito o debate Os principais pontos que podemos destacar foram O uso de aparelhos tecnológicos nas aulas Poder escolher o assunto que quer aprender Como as aulas foram diferentes e divertidas Todos os dias aprender algo novo Nesse aspecto podemos analisar os seguintes pontos 1 No que se refere ao uso de aparelhos tecnológicos nas aulas está relacionado ao manuseio dos tablets para realizarem as pesquisas e possibilitar o acesso à Internet 2 Já no tópico de poder escolher o assunto que quer aprender está relacionado com o diálogo e o exercício da escuta para saber os verdadeiros interesses dos alunos Interesses estes que apresentam sentido e significado para o estudante 3 No item seguinte de como as aulas foram diferentes e divertidas depois de analisar os relatórios espontâneos e a grande manifestação escrita e muitas vezes verbalizada para o sentimento de felicidade acreditamos que foi pelo fato do caráter lúdico e descontraído das aulas 4 Por fim o item todos dias aprender algo novo se dá pela variedade e criatividade de apresentar um conteúdo que na maioria das vezes já é de certa forma conhecido por eles Contrapondo as ideias acima apresentadas e reforçando o pensamento crítico da turma perguntamos a eles Vocês poderiam falar o que não foi legal E em que podemos melhorar Surgiram os seguintes relatos Que pudéssemos jogar mais é muita gente para pouco tempo Fazer um campeonato de JEs Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 116 Que os outros professores deixassem usar os tablets As outras disciplinas usassem jogos para ensinar é muito melhor Analisando esses relatos podemos ponderar a nossa prática pedagógica da seguinte forma 1 No item Que pudéssemos jogar mais é muita gente para pouco tempo seria resolvido com o acréscimo de mais um console ou seja dois aparelhos por turma Apesar da realidade estrutural da escola a qual é carente de espaços adequados e aparelhos tecnológicos que atendam a toda demanda da instituição é algo possível de ser atendido 2 Já no item Fazer um campeonato de JEs manifestase a herança do Esporte de Rendimento que sugere o confronto entre equipes cujo principal propósito é sobrepujar o adversário o que ao nosso ver não atenderia a nossa proposta pois o intuito aqui é jogar com o outro e não contra o outro 3 No item seguinte Que os outros professores deixassem usar os Tablets manifestase a realidade inerente a essa geração que nasceu dentro da cultura digital na qual está imersa a nossa sociedade O que nos leva a crer não fazer sentido algum a não utilização desses meios tecnológicos para facilitar o processo de ensino e aprendizagem os quais extrapolam os muros da instituição escolar 4 Por fim o item As outras disciplinas usassem jogos para ensinar é muito melhor faznos acreditar que a ludicidade é uma ferramenta importantíssima para facilitar o processo de ensino e aprendizagem porém requer criatividade por parte do corpo docente o que demanda um tempo e formação adequada para inovar em suas aulas Ao término do debate pedimos aos alunos que preenchessem os relatórios espontâneos com as seguintes orientações Que dividissem o espaço destinado ao relatório em duas partes na primeira colocassem na parte superior Eu gostei de e na segunda metade colocassem Eu não gostei de referente a todas as vivências ocorridas em sala até aquele momento Seguem abaixo alguns relatórios Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 117 Imagem 28 Alguns relatórios espontâneos confeccionados ao final do encontro 08 Fonte Arquivo pessoal do Autor Eu gosto muito dessa aula por que eu aprendo muito esta aula e muito bom Eu não gosto quando eu fico em casa Eu gostei de jogar no Xbox da dança dos jogos no Xbox das brincadeiras Dos tablet as aula também foi boa Eu não gostei no dia que o meu tablet estava descarregado Todas as aulas foram legais a que eu mais gostei foi a do filme e a da dança gostei da esperiencia Eu não gostei porque era pra ter ensinado a mexe no tablete e mais tempo para mexe no tablete Eu gostei do jogos e do filme gostei de tudo Eu amei essa aula Eu não gostei das meninas que não deixava agente joga Eu gostei muito por causa dos vídeo game tabletes e as aulas de ensinamento sobre os jogos virtuais etc Eu não gostei muito por que o Play store não era atualizado então não tinha muitos jogos novos como free fire Dream League soccer etc Eu não gostei tinha muita gente repetindo jogos Eu gostei dos jogos eletrônicos da raquet da dança do dardo foi muito legal mexe no tablet com a internet Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 118 331 ENCONTRO 09 E 10 FESTIVAL DOS JOGOS ELETRÔNICOS E APRESENTAÇÃO DOS TRABALHOS Nos encontros 09 e 10 tivemos como principal objetivo didáticopedagógico a partir de uma aula expositiva dialógica em sala a apreciação e discussão pelos alunos de seus trabalhos e suas produções sobre a temática dos JEs Começando a aula antes da apreciação dos trabalhos recebemos os textos impressos confeccionados pelos alunos Na sequência iniciamos as apresentações de modo que um integrante do grupo apresentava brevemente o seu texto para a sala Tivemos um total de 12 textos das mais variadas temáticas os quais seguem no Quadro 10 abaixo Quadro 10 Especificidades dos temas abordados sobre os JEs 6º ano A GRUPO TÍTULO DO TEXTO 1 Free Fire Jogos eletrônicos podem auxiliar nos estudos 2 Candy Crush Jogos eletrônicos interativos incentivam crianças a praticar atividade física 3 Clash Royale O que é vício em Jogos Eletrônicos 4 Sonic Dash Afinal o que é um Jogo Eletrônico 5 Manecraft 12 Jogos Eletrônicos de alfabetização para auxiliar no desenvolvimento infantil 6 Pac man Que tal trabalhar com criação de Jogos Eletrônicos 6º ano B 1 Subway Surfers Jogos eletrônicos uma boa alternativa nas salas de aula 2 Call of Duty Jogos eletrônicos são uma das opções de lazer para a garotada durante as férias 3 Arrow Quebrando o sedentarismo através dos Jogos Eletrônicos 4 Roblox 6 carreiras promissoras para quem é apaixonado por Jogos Eletrônicos 5 Mário Bros Realidade Virtual o que é como funciona e para que serve 6 Pokémon Go Jogos eletrônicos influenciam os jovens Fonte Autoria própria Fazendo uma apreciação do quadro percebemos a diversidade de temas Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 119 levantados sobre os JEs Isso só convalida o quão vasto é o leque desse objeto de conhecimento e como foi importante seu tratamento singularizado nos encontros utilizando os JEs enquanto estratégia de ensino Sendo assim os alunos aprenderam sobre essa mídia de um jeito diferente permitindo a aquisição de um novo olhar perante as possibilidades com esse conteúdo Para Kunz 2005 a capacidade comunicativa deve ser estimulada para o seu pleno desenvolvimento uma vez que é através dessa ação comunicativa que se sustenta a possibilidade da função do esclarecimento e da prevalência racional de todo o agir educacional propiciando um ambiente emancipatório Logo quando se possibilita ao aluno a estruturação por meio da linguagem estamos oferecendo a ele o desenvolvimento de sua capacidade rumo à criticidade Ao término das apresentações dos trabalhos falamos do nosso próximo encontro o Festival de Jogos Eletrônicos Como e onde seria que o mesmo aconteceria no dia 02102019 logo após o intervalo para toda a comunidade escolar ocupando portanto os dois últimos horários de aula Avisamos também que todos os trabalhos seriam apresentados bem como que disponibilizaríamos dois consoles para os alunos vivenciarem os JEs E por fim também pedimos para os alunos preencherem o Relatório Espontâneo sobre as experiências de ensinoaprendizagem ao longo do bimestre Ao todo 72 relatórios foram respondidos sendo 36 para cada turma Para o preenchimento dos relatórios espontâneos pedimos que eles opinassem sobre a atuação do professor e da turma e também sobre o que foi aprendido com essa nova experimentação Nesse sentido tivemos como um dos principais resultados a quase unanimidade entre as turmas a respeito da boa atuação do professor nos quesitos metodologia organização comunicação envolvimento proposição de aulas etc Alguns alunos realizaram uma leitura crítica negativa na elaboração de saberes mas a maioria das leituras foram de críticas positivas conforme podemos observar na imagem 29 Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 120 Imagem 29 Conjunto de relatórios espontâneos com suas respectivas transcrições com leituras críticas sobre os processos de ensinoaprendizagem sobre os JEs Obs Era para as aulas do dia a dia serem assim mas divertida com mais brincadeiras dinamicas Foi muito legal gostei muito teve muitos jogos brincadeiras dança a gente sacudio muito o esqueleto Obs os meninos bagunçavam muito mas de tudo isso foi muito legal Por mim eu voltava no tempo para voltar tudo de novo Obs Os Tablets no começo vinhera todos descarregados não deu para fazer nada Os jogos das aulas são muito legais os jogos em VR também e o mais legal nas aulas foi que tinha um jogo para se movimentar e o mais interessante nesse jogo e que ele ajuda as pessoas se movimentarem e ensina a fazer mais coisas legais e falando em jogo VR os jogos em VR são muitos legais porem tenho medo da tecnologia se espalha mais mas eu sei que um dia isso vai acontecer as pessoas que são viciadas em jogos em rede sociais elas deveriam aproveitar o mundo enquanto que ele existe e enquanto ele tem natureza Obs Foi a minha opinião dos jogos em VR e da tecnologia Eu percebi que os jogos são uma fonte de conhecimento que todos usam mas também podem se prejudicar muinto mas e legal fazer parte dos jogos eletrônicos e a educação física faz parte de uma aprendizagem melhor Eu gostei muito de todos eses encontros eu vou sentir saldades de conversar sobre eses temas superlegal e divertido que é os jogos eletrônicos Eu senti um pouco de vergonha mas quando olhava para todos que via meus amigos a vergonha passava Achei muito interessante o equipamento do professor gostei muito dos trabalhos mais interessante que já vi adorei Essa esperiencia eu nunca vou esquecer Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 121 Fonte Arquivo pessoal do Autor Para finalizar acreditamos que a utilização dos JEs na escola foram de uma riqueza pedagógica significativa visto que proporcionou um novo olhar para o objeto de conhecimento promovendo uma inovação no agir pedagógico e comunicativo bem como provocando uma mudança naquela realidade onde os alunos passaram a assumir o protagonismo da ação educativa tendo voz e sendo ouvidos mostrando um caminhar para emancipação com visões de mundo em que opera um sistema gerador de condições históricosociais muitas vezes contraditórios Apresentamos no Quadro 11 a esquematização dos Encontros 08 09 e 10 Quadro 11 Esquematização dos Encontros 08 09 e 10 CATEGORIAS TRABALHO INTERAÇÃO LINGUAGEM ASPECTO DOS CONTEÚDOS Produção de conhecimentos cuja relevância tenha sentido e significado no contexto da rotina dos alunos Relacionar o contexto cultural atual com a cultura de movimento Apresentação das produções dos grupos de trabalho com ampliação dos conteúdos simbólicos e linguísticos ASPECTO DO MÉTODO Possibilitar novas estratégias de aprendizagem Estimular o protagonismo do agir pedagógico e comunicativo de forma consciente Organização da produção de conhecimento de forma racional para o entendimento da mesma ASPECTO DOS OBJETIVOS Preparar de forma efetiva e autônoma para o mundo dos Jes relacionado ao lazer e ao tempo livre Percepção para si e para o outro no agir participativo solidário e cooperativo Fortalecer as capacidades criativas e discernir com criticidade o que lhe é apresentado OBJETIVA SOCIAL COMUNICATIVA COMPETÊNCIA Fonte Autoria própria Assim finalizamos os 10 encontros planejados onde procuramos utilizar de forma concreta estratégias didáticas que direcionassem para o ensino crítico emancipatório proposto por Kunz 2006 Oportunizamos que os educandos descobrissem pela própria experiência manipulativa as formas e os meios para uma vivência bem sucedida nas atividades de movimento através dos JEs Promovemos nas turmas a livre manifestação pelo uso da linguagem o que experimentaram e o que aprenderam numa forma de exposição onde todos puderam entender e registrar nos relatórios espontâneos E por último pudemos observar o amadurecimento dos sujeitos que aprenderam a perguntar e a questionar sobre suas descobertas e aprendizagem passando a ser protagonistas no agir pedagógico e comunicativo 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Aproximandose do desfecho desta pesquisa gostaríamos de reiterar o potencial dos JEs como um importante instrumento para a EFE bem como a produção cultural que dele provém podendo propiciar tanto aos educadores quanto aos seus educandos novas vivências Dito isso trazemos as contribuições e as conclusões as quais a pesquisa chegou e do mesmo modo as perspectivas futuras acionando os Jogos Eletrônicos e a abordagem críticoemancipatória como uma possibilidade entre muitas como estratégia de ensino na contextualização dos conteúdos nas aulas de Educação Física no sentido de propor novas interlocuções e investigações a partir desta Com tantas possibilidades no contexto escolar propor um diálogo ou como costumamos falar uma releitura de conteúdos tradicionais para trazer um novo olhar sensível com ressignificações que conduzam a uma nova forma de fazer é uma atitude pretenciosa Acreditamos porém que não poderia ser diferente pois a cada releitura emergem novos caminhos com novas histórias que no final poderão contribuir para a formação crítica dos nossos alunos Por assim ser buscamos descrever através de uma narrativa dialogada as vivências com os JEs que foram apresentadas pois a experiência dos sujeitos envolvidos nessa pesquisa nos possibilita analisar os saberes pessoais dos discentes como uma tarefa sem fim Não procuramos um ponto final para essa história mas um apanhado dela própria a fim de que novas histórias possam surgir dando continuidade à busca pelo conhecimento Com isso tivemos como objetivo geral desse trabalho o de analisar e discutir as possibilidades educativas dos jogos eletrônicos através da observação dos jogadores e da produção das narrativas sobre o jogo e o jogar nas aulas de Educação Física com base na abordagem críticoemancipatória De imediato já podemos destacar que uma proposta de ação pedagógica na Educação Física associada aos aparatos tecnológicos e midiáticos ainda é vista com estranheza e por assim dizer de forma inusitada não só pelos alunos mas também pelos outros profissionais escolares Considerações Finais P á g i n a 124 Seria insensato portanto pensar na emancipação dos sujeitos proposta na pesquisa excluindo os avanços tecnológicos que passaram a contribuir na articulação destes Parecenos contraditório que nos dias atuais com todo esse avanço tecnológico estratégias de ensino utilizando tais aparatos ainda causem estranheza Entendemos que não seria possível pensar nos ideais democráticos olhando ingenuamente para os processos comunicacionais principalmente no tocante às tecnologias que exercem influência direta sobre as pessoas Salientamos que não é nossa intenção superestimar os JEs e seu uso na escola como se estes fossem suprir os problemas desse espaço tampouco da Educação Física mas demonstrar sua relevância e fluência para as reflexões advindas do contexto sociocultural Contrapondose às tradicionais aulas tecnicistas e diretivas a experiência com esse tipo de linguagem possibilitou a reflexão sobre os JEs para além do saber fazer e portanto com trato pedagógico crítico fazendo o aluno refletir sobre o mundo que está a sua volta o que é fundamental para a emancipação do sujeito O relato de experiência narrado vivenciada na Escola Estadual Enéas Cavalcanti em Ceará MirimRN buscou durante o processo ampliar a forma de como aprender e ensinar os conteúdos das aulas de Educação Física inovando assim a prática pedagógica daquela realidade escolar norteadas pela concepção crítico emancipatória como estratégia de ensino A pesquisa foi desenvolvida na unidade temática Brincadeiras e Jogos presente na BNCC cujo objeto de conhecimento para os 6º e 7º anos ou 3º ciclo são os jogos eletrônicos valendo destacar que utilizamos os JEs como meio para o ensino dos conteúdos da EFE Esporte Dardo e Tênis dança e práticas de aventura Podemos destacar como pontos positivos Os JEs motivam os alunos a estarem presentes nas aulas de EF o que ficou nítido quando analisados os relatórios espontâneos A configuração proposta para a sala de aula durante os encontros vem contribuindo para o desenvolvimento das relações interpessoais bem como as atividades sendo realizadas em grupo de forma colaborativa e solidária Considerações Finais P á g i n a 125 Dando voz e ouvindo os alunos eles assumem o protagonismo da ação pedagógica no agir comunicativo o que tem possibilitado ao nosso ver um ensino emancipador transformador e autônomo Os JEs são uma forma interessante de ampliar o repertório da cultura de movimento dos alunos para práticas corporais poucos comuns a eles Também se faz necessário destacar algumas limitações que se apresentaram no processo Resistência inicial por parte de alguns alunos com relação às mudanças nas aulas de Educação Física bem como a desconfiança perante os JEs e sua utilização somente em sala Apesar de termos duas aulas em sequência o tempo muitas vezes foi insuficiente para o bom desenvolvimento da temática abordada Durante o jogo muitos alunos ficaram apenas observando por um tempo considerável pelo fato de dispormos de um único console o que limitou a experiência para os alunos Contudo procuramos superar esses entraves supracitados no decorrer dos encontros Ao final analisando os relatórios espontâneos dos alunos considerados como sínteses de aprendizagens privilegiadas dessa experiência pedagógica verificamos uma real ampliação do conhecimento sobre os JEs considerando o trato dos estudantes com as mais variadas temáticas sociais advindas deles tais como tempo e consumo de JEs questões de gênero violência ética relações interpessoais entre outros trazendo as mais diversas possibilidades com essas relações expressão desses saberes em uma linguagem para além da linguagem corporal que se ampliou para o grafismo e para a oralidade Tudo nos leva a crer que motivados pelo reconhecimento dos processos pedagógicos pelos alunos e baseado na maioria dos comentários positivos deles ao longo do processo tanto pessoalmente no horário da aula ou fora dela os JEs podem e devem ser incorporados naturalmente ao fazer pedagógico como uma possibilidade de ampliação da cultura de movimento Não se tratando apenas de Considerações Finais P á g i n a 126 repetir ações mas facilitar avanços cognitivos implementando os espaços da Educação Física Escolar Para o sucesso de qualquer proposta de intervenção pedagógica devese primeiramente levar em conta a realidade local bem como as experiências dos alunos e seus fatores contextuais no desenvolvimento do plano de ação para a Educação Física Escolar Nesse sentido a proposta inicial apresentada pelo pesquisador foi considerada inovadora para aquela realidade escolar pois a mesma surgia com atividades e estratégias nunca vivenciadas dentro da escola segundo depoimentos dos alunos pais e demais profissionais da instituição Os resultados encontrados através da percepção dos alunos demonstram que se utilizarmos as tecnologias por meio dos JEs com um planejamento para a realidade de cada escola além de um bom suporte teóricometodológico para uma atuação consciente no agir comunicativo realmente contribuiremos para a mudança de cenário nas aulas de Educação Física para cada realidade considerada emergindo uma nova forma de ensinar e aprender O que possibilitará uma educação humana e emancipadora Utilizando uma narrativa dialogada como forma de expressão bem como para descrever problematizar e apreciar a experiência que propulsemos apresentar nesta pesquisa visto que esta nos permitiu imergir na experiência dos saberes pessoais dos atores envolvidos acreditamos que a formação não só docente mas de toda instituição fazse necessária e deve ser encarada como uma tarefa infindável que almeja não contemplar o final de uma determinada história apenas mas uma síntese dela mesma a fim de que outras possam surgir dando continuidade a uma história sem fim Por fim entendemos que se fazem necessárias novas pesquisas sobre a temática dos JEs tanto como estratégia de ensino quanto como conteúdo da EF haja vista haver diversas realidades cada uma com suas particularidades o que possibilitará corroborar e ampliar o debate na área da EF Isto considerando que os alunos estão dominando com certa facilidade essas novas formas de linguagens e conhecimentos tecnológicos de modo que nós professores devemos estar atentos a essa realidade ressignificando nossa ação pedagógica 6 BIBLIOGRAFIA AZEVEDO V A SILVA A P S Press start possibilidades educativas dos jogos eletrônicos Salvador sn 2009 p 113 AZEVEDO V D A Press Start Possibilidades educativas dos jogos eletrônicos Florianópolis 28 Novembro 2008 51 Disponivel em httpwwwlabomidiaufscbrindexphpacessoabertopublicacoespublicacoes 2008docdownload266pressstartpossivilidadeseducativasdosjogos eletronicos Acesso em 04 Março 2019 AZEVEDO V D A Jogos Eletrônidos e Educação Construindo um roteiro para a sua análise pedagógica Florianópolis Universidade Federal de Santa Catarina 2012 228 p Disponivel em httpsrepositorioufscbrbitstreamhandle12345678996260300915pdfseque nce1 Acesso em 04 Março 2019 BARACHO A F D O GRIPP F J LIMA 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KUNZ E Didática da Educação Física 1 5ª ed Ijuí Unijuí 2013 160 p ISBN 9788541900300 KUNZ E Didática da Educação Física 3 Futebol 3ª ed Ijuí Unijuí 2013 216 p ISBN 9788541900348 KUNZ E Brincar e semovimentar Tempos e espaços da vida da criança Ijuí Unijuí 2015 136 p ISBN 9788541901543 KUNZ E Didática da Educação Física 4 Educação Física e Esportes na Escola Ijuí Unijuí 2016 200 p ISBN 9788541901987 LUZ A R D Vídeo Game História linguagem e expressão gráfica 1ª ed São Paulo Blucher 2010 Disponivel em fileCUsersgeorgDownloads338pdf Acesso em 05 Out 2019 MARCONI M A LAKATOS E M Técnicas de pesquisa 5 ed São Paulo Atlas 2002 Atlas 2002 MARQUES H R et al Metodologia da pesquisa e do trabalho científico 2 ed Campo Grande Rev 2006 MINAYO M C D S Pesquisa social teoria método e criatividade Petrópolis Vozes 2016 95 p ISBN 9788532652027 MOLINA NETO V TRIVIÑOS A N S A pesquisa qualitativa na educação física alternativas metodológicas In NEGRINE A Instrumentos metodológicos de coleta de 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escolar uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória Nome do alunoa Data RELATÓRIO REFLEXIVO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO STRICTOSENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLA ESTADUAL ENÉAS CAVALCANTI Plano de aula nº 00 Turma Nível de ensino Turno Carga horária Nº de alunos Conteúdo Tema da aula Estilo de ensino Objetivos Dimensões do conteúdo Procedimentos metodológicos Material necessário Avaliação Endereço Av Senador Salgado Filho 3000 Bairro Lagoa Nova CEP 59078970 UF RN Município NATAL Telefone 8432153135 Fax 84991936266 Email cepufrnreitoriaufrnbr UFRN UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE LAGOA NOVA PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP DADOS DO PROJETO DE PESQUISA Título da Pesquisa OS JOGOS ELETRÔNICOS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR UMA POSSIBILIDADE NA ABORDAGEM CRÍTICOEMANCIPATÓRIA Pesquisador GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Área Temática Versão 2 CAAE 09901819300005537 Instituição ProponenteDepartamento de Educação Física Patrocinador Principal Financiamento Próprio DADOS DO PARECER Número do Parecer 3378085 Apresentação do Projeto Este projeto de pesquisa está associado ao desenvolvimento de uma dissertação de mestrado pelo programa de educação física Serão arroladas 105 crianças e adolescentes do 6 ano da Escola Estadual Enéas Cavalcanti em CearáMirimRN O uso das novas tecnologias no âmbito escolar vem facilitando o ensino dos conteúdos ministrado em sala de aula fazendo que haja um maior interesse dos alunos pelo conteúdo O potencial das novas tecnologias como instrumento educacional no processo de ensino e aprendizagem é incalculável Nas últimas décadas a Educação Física têm intensificado os estudos sobre o uso dessas tecnologias seja por meio de grupos de trabalho temáticos GTTs em congressos científicos seminários específicos na produção científica acadêmica em Bases de Pesquisas linhas de estudos na Reabilitação e mais recentemente a Realidade Virtual As possibilidades educativas dos jogos eletrônicos dialogando com a escola e seus conteúdos de forma integrada para em uma segunda ocasião associasse essas possibilidades à prática pedagógica significativamente ao âmbito da Educação Física Escolar A amostra foi intencional e será utilizado uma abordagem quantitativa e qualitativa Objetivo da Pesquisa Investigar as possibilidades educativas dos jogos eletrônicos através da observação dos jogadores e da produção de métodos sobre o jogo e o jogar em situações escolares na abordagem crítico emancipatória Objetivos Secundários a Identificar a percepção dos alunos sobre o aprendizado dos conteúdos durante as aulas utilizando osjogos eletrônicos b Investigar as possibilidades educacionais dos jogos eletrônicos na realidade escolar Endereço Av Senador Salgado Filho 3000 Bairro Lagoa Nova CEP 59078970 UF RN Município NATAL Telefone 8432153135 Fax 84991936266 Email cepufrnreitoriaufrnbr UFRN UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE LAGOA NOVA Continuação do Parecer 3378085 c Analisar os níveis de adesão e participação dos alunos nas aulas d Estabelecer um relato de experiência detalhado sobre o uso dos jogos eletrônicos na prática daEducação Física Escola Avaliação dos Riscos e Benefícios Riscos Os riscos são considerados como mínimos pois correspondem a uma prática de atividade em sala de aula Benefícios Os benefícios serão indiretos pois poderão auxiliar a criar uma estratégia para aula Comentários e Considerações sobre a Pesquisa O projeto está bem estruturado traz novas tecnologias que serão testadas quanto à aplicabilidade em sala de aula para crianças e jovens Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória Foram apresentados o projeto PB carta de não início termo de confidencialidade termo de anuência cronograma formulário CEP folha de rosto TCLE TALE autorização de imagem e de voz Recomendações Enviar os relatórios da pesquisa Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações As pendências existentes no Parecer Consubstanciado 3246721 foram respondidas e atendidas assim o projeto está aprovado As dúvidas anteriores 1 Aonde será aplicado os jogos para cada participante será em lugar reservado para evitar oconstrangimento do participante Esta informação deverá ser contida no TALE e no TCLE respondido e modificado nos respectivos documentos 2 Na leitura do formulário CEP foi mencionado que os alunos serão do 6 e 7 anos e no projeto PB está 6 anos Afinal qual será o ano É importante corrigir explicado e modificado pendência atendida Endereço Av Senador Salgado Filho 3000 Bairro Lagoa Nova CEP 59078970 UF RN Município NATAL Telefone 8432153135 Fax 84991936266 Email cepufrnreitoriaufrnbr UFRN UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE LAGOA NOVA Continuação do Parecer 3378085 3 Foi mencionado que serão arrolados 105 participantes e que serão utilizadas 3 turmas do 6 ano com 35 alunos cada caso algum aluno não queira participar ou desista terá algum impacto para a pesquisa se o número amostral for menor que 105 Pergunta respondida sem pendência 4 A gravação de voz será utilizada em qual momento Será realizada alguma entrevista ou relato dasexperiências pergunta respondida 5 O TALE não apresenta o espaço para a impressão digital modificado pendência atendida 6 Algumas partes do TCLE estão confusas e seria interessante reescrever acrescentando mais informação modificado nos respectivos documentos pendência atendida Análise do CEP CentralUFRN protocolo aprovado Considerações Finais a critério do CEP Em conformidade com a Resolução 46612 do Conselho Nacional de Saúde CNS e Manual Operacional para Comitês de Ética CONEP é da responsabilidade do pesquisador responsável 1 elaborar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TCLE em duas vias rubricadas em todas assuas páginas e assinadas ao seu término pelo convidado a participar da pesquisa ou por seu representante legal assim como pelo pesquisador responsável ou pela s pessoa s por ele delegadas devendo as páginas de assinatura estar na mesma folha Res 46612 CNS item IV5d 2 desenvolver o projeto conforme o delineado Res 46612 CNS item XI2c 3 apresentar ao CEP eventuais emendas ou extensões com justificativa Manual Operacional para Comitêsde Ética CONEP Brasília 2007 p 41 4 descontinuar o estudo somente após análise e manifestação por parte do Sistema CEPCONEPCNSMSque o aprovou das razões dessa descontinuidade a não ser em casos de justificada urgência em benefício de seus participantes Res 44612 CNS item III2u 5 elaborar e apresentar os relatórios parciais e finais Res 44612 CNS item XI2d 6 manter os dados da pesquisa em arquivo físico ou digital sob sua guarda e responsabilidade por umperíodo de 5 anos após o término da pesquisa Res 44612 CNS item XI2f Endereço Av Senador Salgado Filho 3000 Bairro Lagoa Nova CEP 59078970 UF RN Município NATAL Telefone 8432153135 Fax 84991936266 Email cepufrnreitoriaufrnbr UFRN UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE LAGOA NOVA Continuação do Parecer 3378085 7 encaminhar os resultados da pesquisa para publicação com os devidos créditos aos pesquisadoresassociados e ao pessoal técnico integrante do projeto Res 44612 CNS item XI2g e 8 justificar fundamentadamente perante o CEP ou a CONEP interrupção do projeto ou não publicação dosresultados Res 44612 CNS item XI2h Este parecer foi elaborado baseado nos documentos abaixo relacionados Tipo Documento Arquivo Postagem Autor Situação Informações Básicas do Projeto PBINFORMAÇÕESBÁSICASDOP ROJETO1190669pdf 03052019 182627 Aceito Outros RespostaspendnciasGeorgeGadelh adocx 03052019 182459 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito Outros Respostapensenciaspdf 03052019 182436 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito Declaração de Pesquisadores FormularioModificadopdf 03052019 182336 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito Declaração de Pesquisadores FormulrioCEPCENTRALUFRNMO DIFICADOdocx 03052019 182213 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito TCLE Termos de Assentimento Justificativa de Ausência TALEMODIFICADOdocx 03052019 182131 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito TCLE Termos de Assentimento Justificativa de Ausência TCLEMODIFICADOdocx 03052019 182112 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito Declaração de Instituição e Infraestrutura 03Cartadeanunciadocx 13032019 115107 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito Declaração de Pesquisadores 02Declaraodenoincio2019docx 13032019 114933 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito Endereço Av Senador Salgado Filho 3000 Bairro Lagoa Nova CEP 59078970 UF RN Município NATAL Telefone 8432153135 Fax 84991936266 Email cepufrnreitoriaufrnbr UFRN UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE LAGOA NOVA Continuação do Parecer 3378085 Declaração de Pesquisadores 07Termodeconfidencialidade2019d ocx 13032019 114818 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito Declaração de Pesquisadores FormulrioCEPCENTRALUFRNdocx 13032019 114653 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito Outros Cartaaocomitedeeticadocx 13032019 114535 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito Projeto Detalhado Brochura Investigador PROJETOGEORGEpdf 07032019 170519 Aguinaldo Cesar Surdi Aceito Cronograma Cronogramapdf 22022019 170028 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito Outros Cartaaocomitedeeticapdf 22022019 164647 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito Outros Modelo05Termodeautorizaopara usedeimagensdocx 22022019 161247 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito Outros Modelo04Termodeautorizaopara gravaodevozdocx 22022019 161227 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito Declaração de Pesquisadores FormulrioCEPCENTRALUFRNpdf 22022019 161105 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito Declaração de Pesquisadores 07Termodeconfidencialidade2019p df 22022019 161043 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito Declaração de Pesquisadores 02Declaraodenoincio2019pdf 22022019 161025 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito Página 05 de Declaração de Instituição e 3Cartadeanunciapdf 22022019 161008 GEORGE TAWLINSON Aceito Endereço Av Senador Salgado Filho 3000 Bairro Lagoa Nova CEP 59078970 UF RN Município NATAL Telefone 8432153135 Fax 84991936266 Email cepufrnreitoriaufrnbr UFRN UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE LAGOA NOVA Continuação do Parecer 3378085 Infraestrutura SOARES GADELHA TCLE Termos de Assentimento Justificativa de Ausência TermodeAssentimentoLivreeEscla recidoTALEdocx 22022019 154734 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito TCLE Termos de Assentimento Justificativa de Ausência 01TermodeConsentimentoLivree Esclarecidodocx 22022019 154703 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito Folha de Rosto FolhaDeRosto1pdf 18022019 175059 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito Situação do Parecer Aprovado Necessita Apreciação da CONEP Não NATAL 07 de Junho de 2019 Assinado por LÉLIA MARIA GUEDES QUEIROZ Coordenadora
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89 JOGOS ELETRÔNICOS UMA POSSIBILIDADE NA ABORDAGEM CRÍTICOEMANCIPATÓRIA GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA NATALRN MARçO2020 NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓREITORIA DE PÓSGRADUAÇÃO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO STRICTOSENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA OS JOGOS ELETRÔNICOS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória George Tawlinson Soares Gadêlha NATAL RN 2020 III GEORGE TAWLINSON SOARES GADÊLHA OS JOGOS ELETRÔNICOS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de PósGraduação StrictoSensu em Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para obtenção do título de mestre em Educação Física Área de concentração Movimento Humano Cultura e Educação Linha de pesquisa Estudos pedagógicos sobre o corpo e o movimento humano sob a orientação do Prof Dr Aguinaldo Cesar Surdi NATAL RN 2020 IV Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN Sistema de Bibliotecas SISBI Catalogação de Publicação na Fonte UFRN Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde CCS Gadelha George Tawlinson Soares Os jogos eletrônicos na educação física escolar uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória George Tawlinson Soares Gadelha 2020 139f il Dissertação Mestrado em Educação Física Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Ciências da Saúde Programa de PósGraduação em Educação Física Natal RN 2020 Orientador Prof Dr Aguinaldo Cesar Surdi 1 Educação Física Escolar Dissertação 2 Jogos Eletrônicos Dissertação 3 Abordagem críticoemancipatória Dissertação I Surdi Aguinaldo Cesar II Título RNUFBSCCS CDU 796012 Elaborado por Adriana Alves da Silva Alves Dias CRB15474 V GEORGE TAWLINSON SOARES GADÊLHA OS JOGOS ELETRÔNICOS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória Dissertação de mestrado apresentada na linha de pesquisa Estudos pedagógicos sobre o corpo e o movimento humano vinculada na área de concentração Movimento Humano Cultura e Educação do Programa de PósGraduação StrictoSensu em Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para obtenção do título de mestre em Educação Física sob a orientação do Prof Dr Aguinaldo Cesar Surdi BANCA EXAMINADORA Prof Dr Aguinaldo Cesar Surdi Universidade Federal do Rio Grande do Norte Presidente Prof Dr Elenor Kunz Universidade Federal de Santa Catarina Examinador Externo a Instituição Prof Dr José Pereira de Melo Universidade Federal do Rio Grande do Norte Examinador Interno Prof Dr Allyson Carvalho de Araújo Universidade Federal do Rio Grande do Norte Examinador Interno NATALRN 2020 VI DEDICATÓRIA Dedico este trabalho inicialmente a Deus por ser imprescindível em minha vida por guiar meus passos e confortar nas horas de angústia aos meus amados filhos Gabriel Bessa Gadêlha e Davi Bessa Gadêlha ao meu querido pai Martinho José Gadêlha e a minha querida mãe Raimunda Soares de Medeiros Gadêlha ao meu estimado irmão Basílio José Gadêlha e a minha dedicada irmã Rita de Cássia Soares Gadêlha pois sem vocês este trabalho e muitos dos meus sonhos não se realizariam VII AGRADECIMENTOS À minha família porque fui abençoado com um extraordinário conjunto de pessoas únicas com quem posso compartilhar a vida São essas pessoas através da sua presença seus sorrisos seus abraços suas palavras apoio compreensão amor e amizade que dão sentido à minha vida e a tornam mais fácil e prazerosa de viver Ao meu orientador Prof Dr Aguinaldo Cesar Surdi que desde 2017 vem me ensinado tanto ao longo desse período Um ser humano admirado por muitos de imensa sensibilidade pedagógica para orientar ouvir cobrar acalmar compartilhar unir sempre bemhumorado e com um sorriso característico estampado no rosto Tenho muito a agradecêlo Ao Grupo de Estudo em Ludomotricidade GEL que primeiro me acolheu na retomada desse sonho pelos momentos vivenciados pelos conhecimentos compartilhados Em especial ao Prof Me Patrick Ramon Stafin Coquerel por sua disponibilidade em partilhar seus saberes e orientações para que pudesse ingressar no Mestrado Enfim a todos do GEL por acreditarem que seria possível o meu muitíssimo obrigado Ao Grupo de Pesquisa Corpo e Cultura de Movimento GEPEC pelo acolhimento pelos ensinamentos pelas oportunidades e aprendizados A todos os seus integrantes que são verdadeiros gigantes da Educação Física não só no âmbito acadêmico mas na vida em si Ao Laboratório de Estudos em Educação Física Esportes e Mídia LEFEM por permitirem estar entre vocês durante essa jornada onde por inúmeras vezes contribuíram imensamente na realização dessa pesquisa À minha turma de Mestrado aos novos amigos verdadeiramente conquistados nesta caminhada que tantas vezes partilharam comigo momentos de angústias dúvidas e conhecimento pelas brincadeiras pelos conflitos pelos debates e pelo cotidiano acadêmico Cresci muito ao lado de cada um de vocês durante esse tempo A todos que estão na linha de frente do Programa de Pósgraduação em Educação Física PPGEF por toda presteza dedicação e compromisso com os discentes O amparo às nossas dúvidas e angústias foi fundamental nesses dois anos de caminhada acadêmica A toda comunidade educativa da Escola Estadual Enéas Cavalcanti de Ceará MirimRN que abraçou e abriu as portas para a realização da pesquisa Que apesar das adversidades presentes para atuação do magistério lutam por uma educação pública de qualidade A vocês todo o meu respeito e admiração VIII OS JOGOS ELETRÔNICOS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória RESUMO O presente trabalho nasceu de uma inquietação sobre o uso dos Jogos Eletrônicos JEs na escola tendo em vista que estes despertam um maior interesse nos alunos pela sua característica lúdica A Educação Física vem ampliando os estudos sobre o uso dessas tecnologias e suas possibilidades educativas visto que a Educação e o processo de ensino aprendizagem passam por uma constante atualização frente aos avanços tecnológicos de modo que se espera que haja uma melhora da qualidade do ensino Destacase o uso dos JEs devido ao fato das crianças adolescentes e adultos jovens estarem em contato permanente com essa tecnologia Nesse sentido surgi a como de questão de estudo de como utilizar os JEs na abordagem críticoemancipatória para o ensino dos conteúdos da Educação Física Escolar Tendo como objetivo geral o de investigar as possibilidades educativas dos JEs através da observação dos jogadores e da produção de métodos sobre o jogo e o jogar em situações escolares na abordagem críticoemancipatória Este estudo se caracteriza como sendo um relato de experiência com abordagem qualitativa descritiva Na qual teve como cenário do estudo a Escola Estadual Enéas Cavalcanti CearáMirimRN Envolvendo os alunos das turmas do 6º ano 2 turmas com 37 alunos por turma Nossa intervenção se deu no III bimestre do ano letivo de 2019 Tendo um total de aulas no bimestre de 20 aulas cada aula com duração de 50 minutos No âmbito da Educação Física Escolar caberá a nós professores nos apropriarmos dessas ferramentas para dialogarmos e refletirmos sobre os processos formativos na escola e seus conteúdos de forma integrada possibilitando uma prática pedagógica significativa Tudo nos leva a crer que motivados pelo reconhecimento dos processos pedagógicos pelos alunos e baseado na maioria dos comentários positivos deles ao longo do processo tanto pessoalmente no horário da aula ou fora dela os JEs podem e devem ser incorporados naturalmente ao fazer pedagógico como uma possibilidade de ampliação da cultura de movimento Não se tratando apenas de repetir ações mas facilitar avanços cognitivos implementando os espaços da Educação Física Escolar Utilizar as tecnologias por meio dos JEs com um planejamento adequado à realidade de cada escola e com um bom suporte teóricometodológico para uma atuação consciente no agir comunicativo realmente contribuiu para a mudança de cenário nas aulas de Educação Física daquela realidade Utilizamos uma narrativa dialogada como forma de expressão bem como para descrever problematizar e apreciar a experiência que propusemos apresentar nesta pesquisa visto que nos permite imergir na experiência dos saberes pessoais dos atores envolvidos Acreditamos que a formação não só docente mas de toda a instituição fazse necessária e deve ser encarada como uma tarefa infindável que almeja não apenas contemplar o final de uma determinada história mas uma síntese dela mesma a fim de que outras possam surgir dando continuidade a uma história que na realidade é sem fim Palavraschave Educação Física Escolar Jogos Eletrônicos Abordagem crítico emancipatória IX THE ELECTRONIC GAMES IN SCHOOL PHYSICAL EDUCATION A possibility in the criticalemancipatory approach ABSTRACT The present work was born from a consultation about the use of Electronic Games JEs in school considering that these alarm clocks were a greater interest in students of their musical characteristics Physical Education has been expanding studies on the use of these technologies and their educational possibilities since Education and the teachinglearning process undergoes a constant update in the face of technological advances so that it is expected that there will be an improvement in the quality of the teaching We highlight the use of JEs due to the fact that children adolescents and young adults are in permanent contact with this technology In this sense a question arises as to how to use JEs in the critical emancipatory approach for teaching Physical Education content in schools Having as a general or research objective as educational possibilities of JEs through the observation of players and the production of methods about the game and the game in school situations in the criticalemancipatory approach This study is characterized as an experience report with a descriptive qualitative approach How the study at the State School Enéas Cavalcanti Ceará Mirim RN took place Involving 6th grade students 2 classes with 37 students per class Our intervention took place in the III academic year of 2019 Having a total of 20 lessons in the twomonth period each class lasting 50 minutes Within the scope of School Physical Education it will be up to us teachers to appropriate these tools to dialogue and reflect on the processes formatted in the school and its contents in an integrated way enabling a strategic pedagogical practice Everything leads us to believe motivated by the recognition of pedagogical processes by students and based on the majority of positive comments during the long process both allowed without class time and in a forum JEs can and should be incorporated naturally into the do pedagogical as a possibility of expanding the culture of movement It is not just a matter of repeating actions but facilitating cognitive advances implementing the spaces of School Physical Education Using technologies through JEs with planning appropriate to the reality of each school and with good theoretical and methodological support for a conscious performance in communicative action really contributed to the change of scenery in Physical Education classes in that reality We used a dialogued narrative as a form of expression as well as to describe problematize and appreciate the experience that we proposed to present in this research since it allows us to immerse ourselves in the experience of the personal knowledge of the actors involved We believe that training not only for teachers but for the whole institution is necessary and should be seen as an endless task which aims not only to contemplate the end of a certain story but a synthesis of itself so that others may emerge giving continuity to a story that in reality is endless Keywords School Physical Education Electronic Games Criticalemancipatory Approach X LOS JUEGOS ELECTRÓNICOS EN LA EDUCACIÓN FÍSICA ESCOLAR Una posibilidadenel enfoque críticoemancipatorio RESÚMEN El presente trabajo nació de una consulta sobre el uso de los juegos electrónicos JE en la escuela considerando que estos despertadores tenían un mayor interés en los estudiantes por sus características musicales La Educación Física ha estado ampliando los estudios sobre el uso de estas tecnologías y sus posibilidades educativas ya que la Educación y el proceso de enseñanzaaprendizaje experimentan una actualización constante frente a los avances tecnológicos por lo que se espera que haya una mejora en la calidad de enseñanza Destacamos el uso de JEs debido al hecho de que los niños adolescentes y adultos jóvenes están en contacto permanente con esta tecnología En este sentido surge una pregunta sobre cómo utilizar las evaluaciones ambientales en el enfoque críticoemancipatorio para enseñar contenido de educación física en las escuelas Tener como objetivo general o de investigación como posibilidades educativas de los JEs a través de la observación de jugadores y la producción de métodos sobre el juego y el juego en situaciones escolares en el enfoque críticoemancipatorio Este estudio se caracteriza como un informe de experiencia con un enfoque cualitativo descriptivo Cómo se realizó el estudio en la Escuela Estatal Enéas Cavalcanti CearáMirim RN Participan estudiantes de 6to grado 2 clases con 37 estudiantes por clase Nuestra intervención tuvo lugar en el III año académico de 2019 Teniendo un total de 20 lecciones en el período de dos meses cada clase dura 50 minutos Dentro del alcance de la Educación Física Escolar dependerá de nosotros los maestros apropiarse de estas herramientas para dialogar y reflexionar sobre los procesos formateados en la escuela y sus contenidos de manera integrada permitiendo una práctica pedagógica estratégica Todo nos lleva a creer motivados por el reconocimiento de los procesos pedagógicos por parte de los estudiantes y basados en la mayoría de los comentarios positivos durante el largo proceso ambos permitidos sin tiempo de clase y en un foro los JE pueden y deben incorporarse naturalmente en el hacer pedagógico como una posibilidad de expandir la cultura del movimiento No se trata solo de repetir acciones sino de facilitar avances cognitivos implementando los espacios de Educación Física Escolar El uso de tecnologías a través de JEs con una planificación adecuada a la realidad de cada escuela y con un buen apoyo teórico y metodológico para un desempeño consciente en la acción comunicativa realmente contribuyó al cambio de escenario en las clases de Educación Física en esa realidad Utilizamos una narración dialogada como forma de expresión así como para describir problematizar y apreciar la experiencia que propusimos presentar en esta investigación ya que nos permite sumergirnos en la experiencia del conocimiento personal de los actores involucrados Creemos que la capacitación no solo para los maestros sino para toda la institución es necesaria y debe verse como una tarea interminable que tiene como objetivo no solo contemplar el final de una historia determinada sino una síntesis de sí misma de modo que otros pueden surgir dando continuidad a una historia que en realidad es interminable Palabras clave Educación Física Escolar Juegos Electrónicos Enfoque crítico emancipatorio XI LISTA DE IMAGENS E FIGURAS Imagem 1 Escola Estadual Enéas Cavalcanti EEEC 33 Imagem 2 Entrada e interior da EEEC 34 Imagem 3 Acesso as Salas de aulas e Pátio da EEEC 35 Imagem 4 Sala de aula Biblioteca e Sala de Informática da EEEC 35 Imagem 5 Espaços destinados para as Aulas de EF na EEEC 39 Imagem 6 Apresentação do Projeto de Pesquisa para os pais e comunidade educativa 42 Imagem 7 OXO 1952 criado por Alexander S Douglas para o computador Electronic Delay Storage Automatic Calculator EDSAC 56 Imagem 8 Tennis for Two 1958 criado por William Higinbotham na tela do osciloscópio 57 Imagem 9 Computer Space criado por Nolan Bushnell 1972 gabinete e tela sendo considerado a primeira máquina arcade 57 Imagem 10 Sega Mega Drive e o Jogo Eletrônico Sonic 58 Imagem 11 Super Famicom Super Nintendo e o Jogo Eletrônico Super Mario World 59 Imagem 12 Sony PlayStation e o JE campeão de vendas em 1994 Gran Turismo 59 Imagem 13 Microsoft XBox idealizado por Bill Gates 60 Imagem 14 Console da Microsoft XBox 360 Kinect e os Jogos Kinect Spots e Kinect Adventures 60 Imagem 15 Momento de impressões gráficas no relatório espontâneo 90 Imagem 16 Alguns relatórios espontâneos produzidos no primeiro encontro de aula 91 Imagem 17 Alunos registrando através do grafismo seus sentimentos e pensamentos 93 Imagem 18 Alguns relatórios espontâneos produzidos no segundo encontro94 Imagem 19 Cartaz e imagens do filme Jogador Nº 1 96 XII Imagem 20 Alunos assistindo o filme Jogador Nº 1 97 Imagem 21 Alunos vivenciando o jogo de dardos 102 Imagem 22 Alunos vivenciando o jogo de Tênis 103 Imagem 23 Alguns relatórios espontâneos logo após o jogo de Dardos 104 Imagem 24 Alguns relatórios espontâneos logo após o jogo de Tênis 105 Imagem 25 Alunos vivenciando a dança através do Just Dance 2015 107 Imagem 26 Alguns relatórios espontâneos logo após o JEs Just Dance 108 Imagem 27 Alguns relatórios espontâneos confeccionados ao final do encontro 07 112 Imagem 28 Alguns relatórios espontâneos confeccionados ao final do encontro 08 117 Imagem 29 Conjunto de relatórios espontâneos com suas respectivas transcrições com leituras críticas sobre os processos de ensinoaprendizagem sobre os JEs 120 FIGURAS Figura 1 Lógica cíclica dinâmica de investigação Planejar agir descrever e interpretar 43 Figura 2 Planejamento da Intervenção 45 Figura 3 Configuração da Sala de aula para o desenvolvimento da pesquisa 90 XIII LISTA DE QUADROS TABELAS E ORGANOGRAMA QUADROS Quadro 1 Estudos que investigaram os Jogos Eletrônicos e a Educação Física Escolar 30 Quadro 2 Detalhamento quanto ao tipo de estudo aos objetivos e principais resultados 31 Quadro 3 Ciclo básico da investigaçãoação da intervenção na escola 44 Quadro 4 Esquematização das competências objetiva social e comunicativa relacionandoas com as Categorias trabalho interação e linguagem 74 Quadro 5 Organização do Ensino Fundamental 77 Quadro 6 Configuração da BNCC para o Ensino Fundamental 81 Quadro 7 Organização dos objetos de conhecimento e suas respectivas unidades temáticas para o Ensino Fundamental Anos Finais 83 Quadro 8 Esquematização dos Encontros 01 02 e 03 98 Quadro 9 Esquematização dos Encontros 04 05 06 e 07 113 Quadro 10 Especificidades dos temas abordados sobre os JEs 118 Quadro 11 Esquematização dos Encontros 08 09 e 10 121 TABELAS Tabela 1 Quadro de situação dos servidores da EEEC no ano de 2019 36 Tabela 2 População do Estudo na EEEC 36 Tabela 3 Nº de alunos e de alunas por ano e turma 37 ORGANOGRAMA Organograma 1 Detalhamento das turmas participantes da interlocução 38 XIV LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS GEPEC Grupo de Pesquisa Corpo e Cultura de Movimento GTTs Grupos de Trabalho Temáticos IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística JEs Jogos Eletrônicos LDB Lei de Diretrizes e Bases MEC Ministério da Educação e Cultura Pnad Contínua Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua PNE Plano Nacional de Educação UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte SEEC Secretaria de Estado da Educação da Cultura do Esporte e do Lazer SIGEduc Sistema Intregrado de Gestão da Educação TICS Tecnologia da Informação e Comunicação XV SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 17 2 OBJETIVOS 25 21 Geral 25 22 Específicos 26 3 JUSTIFICATIVA 26 4 METODOLOGIA 33 Seção 1 História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar 49 11 O jogo e um pouco de sua história 50 12 história dos JEs e seus impactos na sociedade contemporânea 55 13 o jogo eletrônico na educação e na educação física escolar 61 Seção 2 A Concepção Críticoemancipatória e a Educação Física 67 21 a Educação Física no Ensino fundamental dos anos finais 74 Seção 3 O Jogo Eletrônico na Educação Física Escolar Relatos Reflexões e possibilidades de Transcendência de Limites 86 31 Jogos eletrônicos nas aulas de educação física transcendência de limites da experimentação à criaçãoinvenção Experimentação 86 311 Encontro 01 START 86 312 Encontro 02 Mostra de Jogos Eletrônicos 92 313 Encontro 03 Jogador Nº 1 95 32 Jogos eletrônicos nas aulas de educação física transcendência de limites da experimentação à criaçãoinvenção Encenação por aprendizagem 98 321 Encontro 04 Tecnologia e a sociedade contemporânea 98 322 Encontro 05 Esportes Tênis e Dardo 100 323 Encontro 06 Simplesmente Dançe 106 324 Encontro 07 Jogos de Aventura 109 33 Jogos eletrônicos nas aulas de educação física transcendência de limites da experimentação à criaçãoinvenção Criativainventiva 114 XVI 331 Encontro 08 Jogos Eletrônicos em debate 114 331 Encontro 09 e 10 Festival dos Jogos Eletrônicos e Apresentação dos trabalhos 118 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 123 6 BIBLIOGRAFIA 127 7 ANEXOS 131 Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 17 1 INTRODUÇÃO Os avanços tecnológicos vêm mudando a nossa forma de estarmos no mundo e de como nos relacionamos A tecnologia está entranhada na sociedade e ela se tornou algo normal no cotidiano para a maioria das pessoas Em um período de tempo relativamente curto essas tecnologias passaram por ampliações dos mais variados recursos técnicos popularmente chamados de atualizações ou evoluções tecnológicas cujo propósito foi ou pelo menos pretendia ser o de garantir dias e condições melhores para toda humanidade para que todos tivessem uma melhor qualidade de vida e consequentemente mais tempo para se dedicar a outras atividades Entretanto o desenvolvimento tecnológico está atrelado ao desenvolvimento econômico utilizado constantemente como ferramenta pelo poder político com o qual colabora para o surgimento de problemas sociais ainda maiores Ao observarmos o contexto sóciohistóricocultural que configura a sociedade moderna foi na Revolução Industrial1 que aconteceram as principais mudanças nas formas de regulação e planejamento econômico sustentado pela capacidade de produção em larga escala para o desenvolvimento das técnicas e o avanço comercial que deu sustentação ao Mercantilismo2 Se por um lado a Revolução Industrial possibilitou o surgimento do projeto políticoeconômico que se expandiria para algumas partes do planeta pautada no acúmulo de capital nas imposições liberais guiada pelo individualismo competitivo e pela conquista de mercados consumidores por outro provocou desigualdades sociais que afligem a maior parte da população mundial Em sua composição a tecnologia é junção de Técnica e Ciência A primeira se dá como meio de ação na natureza e a segunda como forma de domínio da mesma Ambas alicerçam a base da tecnologia Todavia ao se pôr a serviço do capital Morais 1988 salienta que os avanços tecnológicos não modificam apenas 1 A Revolução Industrial foi um conjunto de mudanças que aconteceram na Europa nos séculos XVIII e XIX A principal particularidade dessa revolução foi a substituição do trabalho artesanal pelo assalariado e com o uso das máquinas 2 O Mercantilismo foi o conjunto de práticas econômicas adotadas pelas nações europeias entre o século XV e o século XVIII Essas práticas econômicas são consideradas pelos historiadores como o estágio de transição do modo de produção feudal para o modo de produção capitalista Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 18 o ambiente exterior do homem mas produz significativas mudanças no seu interior Com isso os objetivos da tecnologia estão sobrepujando os limites da natureza Desse modo em decorrência das práticas predatórias do sistema capitalista agravaramse diversos problemas sociais destacandose o aumento da pobreza e a escassez de alimentos provenientes da má distribuição de renda Em uma publicação em 17102018 no site das Nações Unidas3 estimouse que 34 bilhões de pessoas no planeta lutam para satisfazer as suas necessidades básicas Os maiores afetados pela pobreza frequentemente são mulheres e crianças E dentro dessas necessidades básicas além da pobreza monetária está o acesso à educação O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua PNAD Contínua divulgada em 2017 acende um alerta na educação brasileira em relação ao Plano Nacional de Educação PNE estabelecido em 2014 que aponta diretrizes metas e estratégias para política educacional até 2024 De forma geral percebese que as crianças de 6 a 10 anos se mantêm adequadamente na idadeetapa correta nos anos iniciais do ensino fundamental porém ao passar para os anos finais começa a acentuar o atraso Logo uma parte desse grupo já chega atrasado ao Ensino Médio e as distorções só tendem a se intensificar nas etapas seguintes do ensino As discrepâncias de classes sociais se tornam ainda maior devido ao fato das classes burguesas dominantes terem o domínio das ciências e das tecnologias e ao mesmo tempo restringirem o acesso da classe trabalhadora fazendo com que haja uma defasagem na formação cultural JÚNIOR 2015 É com esse cenário regente da sociedade capitalista que as desigualdades sociais são cunhadas Uma pequena parte da população brasileira terá acesso a uma educação de qualidade para atender os anseios das classes dominantes e para a maioria da população restará o papel de assumir a força de trabalho assalariado Um dos pilares de uma sociedade desenvolvida é uma Educação de qualidade O Brasil um país com dimensões continentais lança na Constituição de 3 httpsnacoesunidasorgbancomundialquasemetadedapopulacaoglobalviveabaixodalinhadapobreza Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 19 1988 que a Educação está a serviço 1 do pleno desenvolvimento da pessoa 2 preparo para o exercício da cidadania e 3 qualificação para o trabalho Em 1996 a Lei de Diretrizes e Bases LDB determinava que a União4 firmasse um Pacto Interfederativo um acordo com vários níveis do governo onde foram estabelecidos competências e diretrizes capazes de orientar os currículos Em 2014 o Plano Nacional de Educação PNE reafirmava a necessidade de estabelecer diretrizes pedagógicas para uma educação básica e criar uma base nacional que orientasse os currículos de todas as unidades da federação Em dezembro de 2017 o Ministério da Educação e Cultura MEC homologou a Base Nacional Comum Curricular BNCC que tem como objetivos 1 a elaboração dos currículos e das propostas pedagogias 2 as políticas para formação de professores 3 a produção de material didático e 4 avaliação Na BNCC para o Ensino Fundamental a Educação Física encontrase na área de linguagens Foram incorporadas às práticas corporais das unidades temáticas escolhidas para a EF 1 Esportes 2 Brincadeiras e Jogos 3 Ginástica 4 Dança 5 Lutas e 6 Prática naturais de aventura Desse modo na elaboração do currículo escolar esse documento serve de orientação para a construção dos planos de aula da EF que deverá conter habilidades para cada objeto de conhecimento proposto pela BNCC Para isso uma característica desse documento é a união dos anos de ensino que propõe a divisão em quatro blocos Ensino Fundamental Anos Iniciais em dois blocos 1º e 2º anos e 3º 4º e 5º anos Ensino Fundamental Anos Finais mais dois blocos 6º e 7º anos e 8º e 9º anos Nesse contexto as aulas devem ser pensadas para aprendizagem das práticas corporais dentro da escola e a sua transposição para outros momentos no dia a dia dos alunos Neste trabalho enfatizamos o bloco dos 6º e 7º anos na unidade temática Brincadeiras e Jogos que tem como objetivo de conhecimento os Jogos Eletrônicos JEs Importante ressaltar que os JEs estão contemplados na BNCC enquanto conteúdo da EF no entanto a incorporação dos JEs neste trabalho parte da perspectiva de olhar o seu uso metodológico ou seja uma estratégia de ensino para 4 A União é pessoa jurídica de direito público interno entidade federativa autônoma em relação aos Estados membros Municípios e Distrito Federal possuindo competências administrativas e legislativas determinadas Constitucionalmente Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 20 esse ciclo A Educação Física vem ampliando os estudos sobre o uso dessas tecnologias por meio de Grupos de Trabalho Temáticos GTTs em congressos científicos seminários específicos na produção científica acadêmica em Bases de Pesquisas entre outros Uma das linhas de pesquisas da Área Pedagógica está voltada para o uso das chamadas novas tecnologias no âmbito escolar na qual vem facilitando o ensino dos conteúdos ministrado em sala de aula fazendo com que haja um maior interesse dos alunos pelo conteúdo Buckingham 2007 aponta que as novas tecnologias são consideradas capazes de possibilitar às crianças novas oportunidades para criatividade e auto realização O potencial das tecnologias como instrumento educacional no processo de ensinoaprendizagem é incalculável Sobre essa questão Wolf 2006 destaca que a partir do século XXI houve um aumento na produção científica dedicada ao estudo dos jogos eletrônicos Logo esse segmento tem ganhado espaço teóricocientífico abrangente Por sua vez Huizinga considera que os jogos são importantes elementos da cultura ao afirmar que o jogo é um traço essencial talvez o mais importante das sociedades humanas Diferentemente dos outros animais que brincam o homem é o único que faz conscientemente e durante toda a vida para obter prazer HUIZINGA 1993 p 47 Com relação aos estudos referentes à temática jogos eletrônicos e educação Azevedo 2008 e Azevedo e Silva 2009 se referem às possibilidades educativas dos JEs dialogando com a escola e seus conteúdos de forma integrada para em uma segunda ocasião associar essas possibilidades à prática pedagógica significativamente no âmbito da Educação Física Escolar Em consequência disso Azevedo 2008 chama a atenção para o fato das crianças e dos jovens estarem em constante contato com os jogos eletrônicos e o mundo virtual cabendo a nós professores apropriarmonos dos mesmos pois estes são envolventes e fogem do cotidiano escolar Devido a essas qualidades os jogos eletrônicos poderiam ser utilizados conscientemente em sala de aula Essa característica é um aspecto definidor da nossa própria essência Segundo esse mesmo autor as raízes dos jogos estão ligadas a aspectos como Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 21 religião trabalho mitos e rituais sempre envolvendo um aspecto lúdico O jogo por sua essência lúdica e atrativa chama a atenção dos mais variados profissionais por exemplo filósofos psicólogos pedagogos terapeutas e pesquisadores em geral Por essas características supracitadas é que se procura associar o uso dos jogos ao cotidiano da escola partindo do pressuposto de que eles facilitariam o processo ensinoaprendizagem Educadores como Surdi 2018 acredita que é no ato de brincar que o desenvolvimento cognitivo acontece As tecnologias nos permitiram agregar informação divertimento comunicação e educação em um só lugar criando um diálogo com o mundo real e o virtual Tapscott 1999 explica que o computador é um brinquedo para as crianças que o utilizam para estimulação da imaginação explorar novos lugares no mundo conhecer outras pessoas distantes geograficamente e ganhar experiências Para ele o computador criou um ambiente no qual as atividades da infância estão mudando de forma radical O autor considera ainda que as horas gastas com o mundo virtual não são passivas mas sim ativas uma parcela de tempo onde as crianças desenvolvem habilidades solucionam problemas e se divertem Nos JEs o aprendizado se dá através de uma exploração lúdica na qual o indivíduo usa o que tem à mão e constrói seus artefatos por erro e acerto TURKLE 1997 A partir dessa exploração o ser humano entra em diálogo com a máquina estabelecendo com a tecnologia uma interação semelhante a que entabula com outras pessoas TURKLE 1997 Com isso os JEs deixam de ser apenas comandados como ocorria com os brinquedos comuns e passa a responder aos estímulos vindos da criança ao mesmo tempo em que a motiva a agir Permitindo assim uma participação ativa do jogador Segundo Johnson 2005 o fascínio do jogo se deve mais ao desafio de decifrar as regras e menos no manuseio dos comandos O autor observou também que a maior parte do jogo é consumida em solucionar problemas menores de modo progressivo hierárquico e agrupado uma habilidade de concentrarse no que é urgente resolver e ao mesmo tempo manter a atenção naquilo que ainda estar por vir É por essas razões que o jogador aprende por tentativa e erro a partir de desafios vencidos paulatinamente Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 22 Com o avanço das tecnologias de simulação da realidade os JEs interativos que utilizam os sensores de movimento se constituem atrativos justamente por permitirem cada vez mais uma maior semelhança com o mundo real Tori 2005 cita como um exemplo do grande potencial educativo da simulação os chamados Mod Games que permitem que os jogadores modifiquem o jogo original desde a adição de novos cenários até a criação de um jogo totalmente diferente Com isso o potencial criativo de usar JEs pode ir desde a sua utilização pura e simples até a modificação de um game existente ou mesmo da criação de um novo O Brasil é um dos países no mundo onde mais se consomem games5 o que poderíamos chamar de cultura lúdica digital Brougère 1998 apresenta a importância da cultura lúdica contribuindo assim para adoção dos JEs nas redes de ensino o que poderá se constituir em indicadores preciosos de novos modos de aprender que por sua vez serão mobilizados na construção de novas possibilidades nos modos de ensinar contribuindo com a reflexão do pensamento crítico e com o desenvolvimento dos alunos bem como com a formação de professores e com a produção de materiais pedagógicos Os JEs estão presentes em nossa cultura desde o século passado e vem influenciando nossa forma de compreendermos e de nos expressarmos no mundo AZEVEDO 2012 Percebemse suas conexões com as demais áreas da sociedade capitalista moderna e as formas de expressão artística Podemos citar os filmes que são inspirados em JEs bem como as músicas a enorme quantidade de produtos a eles relacionados como roupas acessórios alimentos brinquedos dentre outros Os JEs são criados segundo a lógica do modo de produção capitalista em que estão inseridos como mercadorias da Indústria Cultural Adorno Horkheimer 1986 Os JEs também são considerados divertidos pelos jogadores que têm grande interesse e motivação pela sua prática Esses jogos podem ser considerados uma das formas preferidas de lazer entre os jovens público principal das escolas ficando ao lado ou à frente de práticas como assistir televisão ouvir música conversar em aplicativos de bate papo brincar em espaços abertos ou em clubes ir 5 Games são jogos eletrônicos em que o jogador interage com a tela e ainda pode usar a internet para jogar com pessoas a qualquer distância Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 23 a festas e praticar esportes Cruz Albuquerque Azevedo 2009 Como profissionais da área educacional devemos analisar e reconhecer os JEs como forma de fenômeno cultural da sociedade contemporânea que se relaciona com a educação não podendo esta ficar de fora da sua maior área de atuação institucionalizada Dessa forma a escola não poderá deixar os JEs que se encontram presentes no cotidiano dos alunos de fora das aulas Não para leválos às aulas simplesmente enquanto jogo recreativo mas para problematizar com os alunos os conteúdos presentes nos JEs como a violência os estereótipos de gênero a competitividade contra oponentes humanos eou de inteligência artificial as ideologias a eles veiculados por seus criadores dentre outras questões que precisam ser discutidas e problematizadas pelos educadores com os alunos relacionandoas com o cotidiano dos mesmos Amaral Paula 2007 Podemos admitir que a educação e o processo de ensinoaprendizagem passam por um aperfeiçoamento decorrente dos avanços tecnológicos em consequência disso há uma melhora da qualidade de ensino No entanto é preciso investigar as possíveis contribuições do uso das novas tecnologias nas aulas de EF utilizando os JEs como um instrumento pedagógico possibilitando aos alunos trazerem as suas vivências fora do ambiente escolar associando assim ao conteúdo específico da disciplina na qual professores e alunos possam arquitetar esse aprendizado Entretanto Fatin e Rivoltella 2010 expõem que frequentemente os professores não aproveitam as potencialidades que as tecnologias oferecem Acarretando assim o distanciamento em relação aos conhecimentos de seus alunos que podem ficar passos à frente deles usando os meios tecnológicos com grande habilidade Partindo dessas conjecturas há necessidade de refletimos nas ações pedagógicas por mais que se tenha contato com tantos instrumentos tecnológicos smartphones notebooks tablets e aparelhos multimídia em geral Por mais que haja diversos aparatos Pirozzi 2013 admite que há pouca inovação em sala de aula pois o professor mantém sua didática tradicional Portanto qualquer instrumento tecnológico que se pretende usar se não houver uma proposta Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 24 metodológica para ensinála inevitavelmente os professores retomarão aos métodos clássicos de ensino Por isso entendese que uma proposta sistematizada para o ensino dos conteúdos da Educação Física Escolar e o uso da tecnologia em especial os JEs é bemvinda Neste contexto esta pesquisa emergiu de uma inquietação pessoal sobre 1 Como sistematizar os JEs nas aulas de Educação Física Escolar 2 De que maneira eles podem contribuir com o processo ensinoaprendizagem Uma vez que os JEs preenchem grande parte do tempo no cotidiano das crianças dos adolescentes e das gerações de adultos chamados nativos digitais que cresceram em sua presença repercutindo em suas formas de perceberem e de agirem no mundo Prensky 2001 É pertinente destacar porém que essa afirmação está diretamente ligada à experiência do indivíduo com a tecnologia e não necessariamente com o período da sua geração Para tentar responder essas questões optouse pela abordagem crítico emancipatória KUNZ 2006 como proposta didática pedagógica na escola pois essa abordagem busca dialogar com as ideias da fenomenologia de MerleauPonty 1966 que afirma que o homem como um sernomundo é sempre um corpo fenomenológico6 Assim sendo essa abordagem deve materializar uma educação libertadora baseada no diálogo conhecendo e reconhecendo o mundo vivido do aluno e o compreendendo como sujeito de sua própria ação Kunz 2006 afirma ainda que uma teoria que se diga pedagógica no viés críticoemancipatória precisa na prática estar acompanhada de uma didática comunicativa pois ela deverá fundamentar a função do esclarecimento e da prevalência racional de todo agir educacional E uma racionalidade com sentido do esclarecimento implica sempre uma racionalidade comunicativa Devemos pressupor que a educação é sempre um processo onde se desenvolvem ações comunicativas O aluno enquanto sujeito do processo de ensino de ser capacitado para sua participação na vida social cultural e esportiva o que significa não somente a aquisição de uma capacidade de ação funcional mas a capacidade de conhecer reconhecer e problematizar sentidos e significados nesta vida através da reflexão crítica KUNZ 2006 p 31 6 Corpo fenomenológico pode ser compreendida como vivência humana que pretende fazer com que o mundo apareça para nós através de nossa consciência O corpo no dizer de MerleauPonty 1971 tornouse o sujeito da percepção Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 25 A abordagem críticoemancipatória KUNZ 2006 valoriza a compreensão crítica do mundo da sociedade e de suas relações O processo de ensino e aprendizagem está limitado pelas condicionantes capitalistas e classistas e se propõe a aumentar os graus de liberdade do pensamento crítico e autônomo dos alunos Nessa abordagem propõese que os conteúdos sejam ensinados por meio de uma sequência de estratégias denominada Transcendência de limites com as seguintes etapas encenação problematização ampliação e reconstrução coletiva do conhecimento KUNZ 2006 Os JEs portanto podem ser utilizados como uma ferramenta que irá contribuir para educar criticamente os alunos tendo como horizonte a construção de uma nova proposta de sociedade crítica e emancipada A escola pode e deve se utilizar dessa forma bastante popular de entretenimento e lazer legitimada por suas enormes vendas para a indústria desse setor como também importante mercadoria de consumo Com isso o encorajamento por parte da abordagem crítico emancipatória a uma autoreflexão possibilite aos educandos enxergar a opressão autoimposta que sofrem auferindo assim dissolver o poder ou a objetividade dessa coerção e assumindo um estado de maior liberdade e conhecimento de seus verdadeiros interesses ou seja esclarecimento e emancipação KUNZ 2006 p 36 Perante o que foi exposto sobre a abordagem críticoemancipatória podemos destacar algumas características 1 Cultura de Movimento 2 Diálogo 3 Educação libertadora 4 Emancipação do sujeito 5 Transcendência da aprendizagem 6 Agir comunicativo 7 Análise da realidade 8 Didática comunicativa e 9 Semovimentar humano Diante disso emerge a questão de estudo Como utilizar os JEs com base na abordagem críticoemancipatória para o ensino dos conteúdos da Educação Física Escolar 2 OBJETIVOS 21 GERAL Analisar e discutir as possibilidades educativas dos jogos eletrônicos Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 26 através da observação dos jogadores e da produção das narrativas sobre o jogo e o jogar nas aulas de Educação Física com base na abordagem críticoemancipatória 22 ESPECÍFICOS Identificar as percepções dos alunos diante do ato de jogar interagir e narrar sobre o que foi jogado Identificar as narrativas que compõem e formam os JEs e as narrativas criadas pelos alunos a partir da ação dentro dos jogos que podem ajudar no desenvolvimento crítico Relacionar os potenciais educativos dos JEs para o ensino dos conteúdos da Educação Física Escolar 3 JUSTIFICATIVA Esta pesquisa nasceu de uma inquietação sobre como utilizar os Jogos Eletrônicos na instituição escolar e de que forma eles podem corroborar no processo ensinoaprendizagem uma vez que os JEs estão presentes no cotidiano das crianças dos adolescentes e das gerações de adultos chamados nativos digitais que cresceram em sua presença repercutindo em suas formas de perceberem e de agirem no mundo com uma característica própria de personalidade fruto desse contexto sociocultural PRENSKY 2001 No cotidiano é comum ouvir alguns colegas de profissão afirmando que os alunos que passam muito tempo envolvidos com o uso dos jogos eletrônicos tem baixo interesse ou abandonam as atividades físicas Já outros atestam que o jogo eletrônico compromete as habilidades motoras e intelectuais e influencia o comportamento dos alunos Discursos como esses têm produzido debates gerado controvérsias e por vezes preocupações por parte dos pais professores e pesquisadores Não podemos negar que os avanços tecnológicos presentes na atualidade têm influenciado a nossa forma de sernomundo Professores e alunos devem estar em sintonia com essas inovações oportunizando aos sujeitos transferir para dentro da sala aula suas vivências fora do ambiente escolar Suscitando que juntos Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 27 possam arquitetar uma nova forma de ensinar e aprender uma forma em que também se perceba sentindo e significado no aprendizado A partir dessa temática recente e de grande relevância para a nossa sociedade em geral estudos sobre os jogos eletrônicos na área Educacional devem ser acompanhados de uma proposta metodológica que possa dar sustentação aos professores Dessa forma realizouse uma revisão sistemática pensando na indispensabilidade de se conhecer o que está sendo produzido sobre os JEs na educação física escolar Essa revisão que buscou tratar da relevância acadêmica do estudo procurou investigar os trabalhos científicos que estudaram os Jogos Eletrônicos JEs na Educação Física Escolar EFE e as suas potencialidades educacionais no processo de ensino e aprendizagem na escola Nos critérios de elegibilidade foram incluídos estudos publicados nos últimos cinco anos 2014 a 2018 com texto completo disponível livre acesso e com restrição de idioma em português Os artigos que investigaram os JEs em outro cenário os que não investigaram os JEs na Educação Física EF estudos em formato de Monografias Teses Dissertações Revisões Sistemáticas e os artigos em duplicata foram excluídos Essa revisão foi realizada no período entre janeiro e março de 2019 Os estudos foram buscados nas bases de dados BVS Brasil Biblioteca Virtual da Saúde Periódicos CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Sciverse Scopus MEDLINE Pubmed Medical Literature Analysis and Retrieval System online LILACS Literatura LatinoAmericana e do Caribe em Ciências da Saúde e na biblioteca digital SciELO Scientific Electronic Library Online Os descritores utilizados para a busca conforme os descritores em ciências da saúde DESCs foram Jogos de Vídeo e Educação Física As estratégias para avaliação metodológica incluíram uma etapa para análise dos dados e dos critérios de inclusão e exclusão uma vez que para essa etapa os artigos foram examinados de acordo com título e resumo Subsequentemente os artigos avaliados na primeira etapa e que se apresentavam na íntegra foram lidos para que se coletassem as informações Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 28 referentes à temática Por fim os estudos selecionados foram catalogados considerandose autores ano de publicação periódicos Qualis bases título do estudo objetivos instrumentos e principais resultados O processo de busca nas bases de dados eletrônicas e nas bibliotecas virtuais seleção dos estudos leitura dos artigos e compilação das informações foi realizado pelo autor principal deste trabalho Um segundo pesquisador replicou esse processo de busca e seleção dos artigos de maneira imparcial e autônoma Quando houve contradições um terceiro pesquisador foi chamado para fazer a leitura e auxiliar neste processo A figura 1 apresenta o fluxograma da estratégia utilizada para a seleção de inclusão e exclusão dos estudos desta revisão sistemática bem como os filtros utilizados para estes resultados Fluxograma 1 Estudos incluídos na revisão de literatura Fonte autoria própria A primeira etapa da pesquisa incluiu uma busca com a utilização dos termos Jogos de vídeo e Educação Física Dessa etapa resultou a seleção de 969 artigos Em um segundo levantamento foram verificadas as obras publicadas nos últimos cinco anos 2014 a 2018 com restrição de idioma em português que estavam disponíveis na íntegra e de livre acesso juntamente com estudos em formato de Monografias Teses Dissertações Revisões Sistemáticas resultando em 861 publicações rejeitadas Após leitura do título e resumo foram selecionados 10 artigos para leitura na integra Outras exclusões ocorreram em função dos artigos não Artigos coletados pela pesquisas nos Bancos de DadosBVS Brasil n95 Periódicos CAPES n483 Sciverse Scopus n1 MEDLINEPubmed n355 LILACS n26 e na biblioteca digital SciELO n9 Filtros utilizados Publicação nos últimos 5 anos Artigos Texto completo em língua portuguesa acesso livre Artigos selecionados para análise n108 Artigos excluídos com base na analise do Título e Resumo n98 Artigos excluídos por não atenderem os críterios de inclusão Arquivos duplicados n4 Os artigos que investigaram os JEs fora do âmbito escolar n1 Artigos selecionados para analise detalhada n5 Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 29 atenderem aos critérios de inclusão os artigos que pesquisaram os JEs em outro cenário fora do âmbito escolar n 1 e os artigos em duplicata n 4 Desta forma apenas cinco publicações atenderam aos critérios de inclusão desta revisão sistemática incidindo em quatro artigos na BVS Brasil sendo este encontrado em duplicata na base LILACS um na base SCOPUS e um na base SciELO não podendo ser incluído na amostra os quais foram lidos na íntegra pois apresentaram o texto completo disponível online O Quadro 1 apresenta os estudos selecionados nesta revisão sistemática Desses textos selecionados todos foram publicados a partir de 2015 indicando uma baixa produção referente a essa área nos últimos cinco anos observandose o período estipulado para as publicações incluídas nesta pesquisa de 2014 a 2018 Esses resultados sugerem que o interesse dos pesquisadores a respeito da temática Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar é reduzido Nos periódicos no que se refere à classificação dos artigos Qualis Capes houve pouca diversidade tendo sido encontrado apenas um artigo para a designação A2 dois artigos para B1 e dois artigos para B2 As bases de dados PubMed LILACS SCOPUS BVS Brasil e Periódicos Capes são bases de dados em ciências da saúde literatura biomédica e multidisciplinar respectivamente Entre os artigos selecionados quatro foram extraídos na base BVS Brasil ocorreu como referência cruzada com a base LILACS deixando esta base sem representação neste trabalho apenas um artigo na base SCOPUS Nenhum artigo encontrado nas bases de dados SciELO PubMed e Periódicos Capes O Quadro 2 referese ao detalhamento dos estudos selecionados quanto ao Tipo de Estudo aos objetivos e principais resultados Em relação ao delineamento dos estudos analisados dos cinco artigos dois eram relatos de experiência um estudo do tipo qualitativo um se tratava de uma pesquisa descritiva e um trabalho de intervenção terapêutica Quanto aos objetivos apresentados nos artigos analisados em relação às possibilidades pedagógicas do uso dos Jogos Eletrônicos nas aulas de Educação Física foram os mais diversos Um dos estudos tinha como Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 30 objetivo analisar o Jogo Eletrônico Kinect Sports Xbox 360 relacionando as semelhanças com o atletismo modalidade esportiva oficial e suas possibilidades pedagógicas nas aulas de Educação Física Um outro estudo buscou compreender de que maneira o uso dos JEs que se utilizam os sensores de movimento poderia contribuir com a prática de atividade física bem como com o desenvolvimento de habilidades sociais e analisou também se promoveu uma maior adesão às aulas de Educação Física Outro artigo analisado verificou a percepção dos alunos em relação aos valores presentes nestes JEs e sua relação com os valores desenvolvidos na prática da Educação Física Um dos estudos buscava se apropriar ressignificar e promover experiências a partir das mais diferentes linguagens a fim de ampliar o repertório de vivências e trazer implicações para a formação e atuação em Educação Física escolar de forma crítica Outro objetivo apresentado em um dos artigos analisados foi o de verificar o uso do vídeo game como estratégia na promoção da saúde com crianças que apresentava paralisia cerebral e a possibilidade do seu uso como recurso pedagógico nas aulas de Educação Física para crianças com esse tipo de necessidade educativa especial Quadro 1 Estudos que investigaram os Jogos Eletrônicos e a Educação Física Escolar Título do artigo Autores PeriódicosQualis Ano O jogo de videogame relacionado ao atletismo e suas possibilidades pedagógicas Guilherme Correa Camuci Sara Quenzer Matthiesen Guy Ginciene Motrivivência B2 2017 Laboratório de exergames um espaço complementar para as aulas de educação física Mateus David Finco Eliseo Berni Reategui Milton Antonio Zaro Movimento A2 2015 Perfil e percepção do uso de jogos eletrônicos por Alunos do ensino fundamental relações com a Educação física Marcio Turini Constantino Carlos Henrique Ribeiro Vasconcellos Lamartine Pereira Da Costa Leonardo José Mataruna dos Santos Pensar a Prática B2 2015 Jogando com as diferentes linguagens a Atualização dos jogos na educação física escolar Cristiane Oliveira Pisani Martinia Juliana de Alencar Viana Revista Brasileira de Ciência do Esporte B1 2016 Vídeo game na escola e na clínica Auxiliar da inclusão Lıgia Maria Presumido Braccialli Vanessa da Silva Almeida Fernanda Carolina Toledo da Silva Michelle Zampar Silva Journal of Research in Special Educational Needs B1 2016 Fonte autoria própria Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 31 Quadro 2 Detalhamento quanto ao tipo de estudo aos objetivos e principais resultados Tipo de estudo Objetivos Resultados Pesquisa Qualitativa Analisar o jogo de videogame Kinect Sports Xbox 360 relacionado ao atletismo verificando as proximidades e distanciamentos em relação à modalidade esportiva oficial e suas possibilidades pedagógicas Videogame pode ser um importante aliado do professor de Educação Física já que além de consistir em uma estratégia diferente poderá contribuir para a exploração do universo do atletismo Relato de experiência Compreender de que maneira o uso de exergames pode contribuir com a prática de atividade física e com o desenvolvimento de habilidades sociais Entender como a prática com esses jogos em pequenos grupos pode envolver crianças e adolescentes desmotivados em participar de aulas regulares de Educação Física Exergames pode ser uma ferramenta de apoio às aulas regulares Educação Física oferecendo uma alternativa para alunos desmotivados nas aulas da disciplina envolvendo esses alunos na prática de atividade física e trabalhando também suas habilidades sociais Pesquisa do tipo descritiva Identificar o perfil comportamental de alunos do ensino fundamental de uma escola pública da cidade do Rio de Janeiro quanto ao uso de TICs em especial ao uso dos JEs Verificar a percepção dos alunos em relação aos valores presentes nestes JEs e sua relação com os valores desenvolvidos na prática da Educação Física Os resultados indicaram a inserção do uso TICs na cultura dos alunos e os valores percebidos por esses alunos na prática dos JEs se coadunaram com os valores do esporte desenvolvidos na prática da Educação Física Os resultados parecem sugerir uma possibilidade de desenvolver valores do esporte integrando a prática da Educação Física com JEs constituintes da cultura desses alunos Relato de Experiência Buscouse incrementar uma formação crítica para apropriação ressignificação e promoção de Experiências a partir das mais diferentes linguagens a fim de ampliar o repertório de vivências e trazer implicações para a formação e atuação em educação física escolar A participação da turma foi significativamente maior do que durante as outras aulas com temas já bastante trabalhados pelos conteúdos da educação física A forma e conteúdo resinificaram não só as práticas da educação física escolar mas também as relações entre pessoas e a organização do grupo Ao trabalhar conteúdos escolares de formas distintas daquelas já viciadas podemos possibilitar novas organizações e a constituições de outras relações entre os grupos envolvidos Intervenção Terapêutica Verificar o uso do vídeo game como estratégia de prática de atividades motoras complexas em terapia convencional de fisioterapia com crianças com paralisia cerebral e como recurso pedagógico em aulas de Educação Física com criança com paralisia cerebral matriculada em escola de ensino regular em uma cidade do interior do estado de São Paulo Brasil Foi encontrado que o vídeo game estimulou a criança e tornou a terapia mais interessante Nas aulas de Educação Física o aluno participou das atividades e gostou da experiência com vídeo game Concluise que a intervenção com vídeo game dá a oportunidade do uso de estratégias que visam a melhora do paciente com paralisia cerebral além de que no ambiente escolar que motivou a participação dos alunos Fonte autoria própria Apesar de termos encontrado poucos estudos a respeito do tema JEs na Educação Física Escolar observamos a importância desse objeto de conhecimento Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 32 uma vez que os JEs estão presentes no documento da BNCC na Unidade Temática Brincadeiras e Jogos além de apresentar grande relevância para a população a quem se destinam por ser algo presente no seu diaadia fora do âmbito escolar Em relação aos resultados encontrados nos artigos analisados fica evidente que o JEs pode ser um importante aliado do professor de Educação Física por ser mais uma possibilidade de aproximar os conteúdos da EF e a realidade dos alunos tornando se uma ferramenta de apoio às aulas de Educação Física nas quais promove um maior envolvimento por parte dos alunos no processo de ensinoaprendizagem Os estudos apontam que os valores sociais trabalhados no esporte também podem ser estimulados com a experiência com os JEs nas aulas de Educação Física Escolar Um outro aspecto importante encontrado foi a inserção das Tecnologia da Informação e Comunicação TICs na cultura dos alunos ressignificando a prática docente na cultura digital Diante dos poucos estudos encontrados sobre o tema em questão ratifica se a necessidade de aprofundar os estudos sobre os JEs e suas possibilidades na Educação Física Escolar visto que as crianças e os jovens estão em contato permanente com esses jogos Dessa forma ampliase o leque de possibilidades educativas as quais dialogam com os conteúdos da Educação Física Escolar de forma integrada e significativa como prática pedagógica Caberá aos professores apropriarse dessas ferramentas pois os JEs além de atrativos fogem do cotidiano tornando as aulas mais motivadoras para os alunos Para além de contribuir para o acervo de trabalhos relativos ao tema a necessidade de práticas inovadoras para o ensino da Educação Física utilizando as tecnologias como meio para despertar o senso crítico dos alunos nos mais diversos níveis de ensino básico médio e superior bem como a indispensabilidade de uma formação continuada para os atuais e futuros docentes ratifica a importância do presente trabalho Esta é portanto uma jornada que se inicia e diversos são os desafios pois há ainda muito a se investigar pesquisar e compreender Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 33 4 METODOLOGIA Optouse por um Relato de Experiência uma metodologia de características qualitativadescritiva alicerçada na pesquisa social na qual se pretendeu narrar o universo dos significados dos motivos das aspirações das crenças dos valores e das atitudes MINAYO 2016 p 20 Detalhando todos os processos que envolveram a pesquisa Almejandose que através desse relato surjam novas formas de ensinar na Educação Física possibilitando aos alunos um novo olhar sobre o objeto de conhecimento Nosso cenário de estudo foi a Escola Estadual Enéas Cavalcanti EEEC que fica localizada na Travessa Manoel Marques nº 427 Centro Ceará MirimRN CEP 59570000 email institucional eneascavalcantihotmailcom telefone 84 32745983 Na imagem 1 podemos observar a localização da EEEC Imagem 1 Escola Estadual Enéas Cavalcanti EEEC Fonte Arquivo pessoal do autor e do Google Maps Captura da imagem dez 2017 Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 34 A EEEC foi construída e inaugurada no ano de 1963 e nunca passou por uma reforma significativa apenas pequenos reparos Em sua estrutura possui oito salas de aulas uma sala de vídeo uma sala de informática uma biblioteca três salas destinadas à administração uma sala destinada aos professores uma cozinha três banheiros uma sala usada como depósito um auditório e um pátio relativamente amplo Podemos observar essas estruturas nas imagens 2 3 e 4 Imagem 2 Entrada e interior da EEEC Fonte Arquivo pessoal do Autor Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 35 Imagem 3 Acesso as Salas de aulas e Pátio da EEEC Fonte Arquivo pessoal do Autor Imagem 4 Sala de aula Biblioteca e Sala de Informática da EEEC Fonte Arquivo pessoal do Autor É importante ressaltar que no momento do registro dessas imagens tanto a Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 36 Biblioteca como a sala de informática estavam iniciando o processo de reestruturação A biblioteca foi reinaugurada durante o processo de pesquisa mas infelizmente a sala de informática continua indisponivel para utilização Atualmente a EEEC possui em seu quadro de servidores segundo a Secretaria de Estado da Educação da Cultura do Esporte e do Lazer SEEC um total de setenta e quatro profissionais divididos nas funções relacionadas na Tabela 1 Tabela 1 Quadro de situação dos servidores da EEEC no ano de 2019 SITUAÇÃO EFETIVO TEMPORÁRIO CONVENÍADO TOTAL Administrativo 28 1 0 29 Cessão 1 0 0 1 Cooperação técnica 1 0 0 1 Licença 6 0 0 6 Sala de aula 23 2 0 25 Sem lotação 8 1 3 12 TOTAL GERAL 67 4 3 74 Fonte SIGEduc Sistema Intregrado de Gestão da Educação 2019 A população do estudo é composta de um total de 841 alunos divididos entre o ensino fundamental nos anos iniciais anos finais e educação de jovens e adultos EJA 2º segmento Detalhamos esses quantitativos na tabela 2 abaixo Tabela 2 População do Estudo na EEEC MODALIDADE ANOSÉRIE TOTAL DE ESTUDANTES Ensino fundamental anos iniciais REGULAR 1º ano 46 REGULAR 2º ano 49 REGULAR 3º ano 28 REGULAR 4º ano 50 REGULAR 5º ano 64 Total da etapa de ensino 237 Ensino fundamental anos finais REGULAR 6º ano 74 REGULAR 7º ano 93 REGULAR 8º ano 64 REGULAR 9º ano 55 Total da etapa de ensino 286 EJA Ens fundamental 2º segmento anual JOVENS E ADULTOS 4º Período 173 JOVENS E ADULTOS 4º Período 145 Total da etapa de ensino 318 Total da escola 841 Fonte SIGEduc Sistema Intregrado de Gestão da Educação 2019 Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 37 Para a nossa amostra optamos pelo 3º Ciclo que engloba as turmas dos 6º e 7º Anos do Ensino Fundamental Anos Finais e se deu pelo fato da BNCC apresentar na unidade temática Brincadeiras e Jogos os Jogos Eletrônicos como objeto de conhecimento Assim para interlocução pedagógica foram selecionadas as duas turmas do 6º ano turno matutino comumente identificadas por 6º ano A 6ºAEF e 6º ano B 6ºBEF A amostragem se baseou no método não probabilístico intencional que de acordo com Marconi e Lakatos 2002 ao optar por esse método o pesquisador está interessado na opinião ação e intenção de determinados membros da população Visto ao exposto chegamos ao número de setenta e quatro alunos dos quais trinta e quatro alunos do sexo masculino e quarenta do sexo feminino A Tabela 3 demonstra detalhadamente o número de alunos e alunas por turma Tabela 3 Nº de alunos e de alunas por ano e turma TURMAS Nº DE ALUNOS DO SEXO MASCULINO Nº DE ALUNOS DO SEXO FEMININO TOTAL DE ALUNOS 6º ano A 14 23 37 6º ano B 20 17 37 Fonte SIGEduc Sistema Intregrado de Gestão da Educação 2019 Na leitura da Tabela percebese que apesar de ambas as turmas terem o mesmo total de alunos a turma do 6º ano A mostra uma maioria significativa no número de alunos do sexo feminino em relação aos alunos do sexo masculino Já na turma do 6º ano B existe uma pequena maioria de alunos do sexo masculino em relação às alunas do sexo feminino Utilizamos os seguintes instrumentos para a nossa intervenção de pesquisa ensino e coleta de dados Câmera Esportiva modelo AEE 330 Projetor multimídia Epson Caixa de som amplificada Console Xbox 360 com sensor Kinect Jogos Eletrônicos Kinect Sports Kinect Adventure e Just Dance Relatórios espontâneo impressos em folhas A4 ANEXOS Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 38 Lápis de cor e Giz de cera Smartphone S8 da Samsung Os procedimentos didáticos se apoiaram no aporte teórico da abordagem críticoemancipatória que pensamos planejamos e propusemos para a realização da intervenção pedagógica na EEEC envolvendo as turmas escolhidas O espaço de tempo para a interlocução de pesquisa é equivalente a um bimestre do ano letivo totalizando 20 aulas cada aula com 50 minutos de duração A soma dos discentes das duas turmas selecionadas totalizaram inicialmente setenta e quatro estudantes onde cada turma contava com trinta e sete alunos com os encontros sendo nas quartas e quintas feiras como demonstra o Organograma 1 a seguir Organograma 1 Detalhamento das turmas participantes da interlocução Fonte Autoria própria Os espaços destinados e disponibilizados para a prática das aulas de EF foram o pátio o auditório e os espaços abertos nas laterais das salas de aula Como podemos observar na imagem 5 os espaços disponibilizados não eram adequados para a nossa pesquisa uma vez que na utilização dos equipamentos eletrônicos com projeção necessitávamos de um espaço que facilitasse a observação dos participantes Um espaço que atenderia essa demanda seria a sala de vídeo mas esta foi adaptada para ser mais uma sala de aula para as turmas do 7º ano Conforme a Tabela 2 o número de alunos passou a ser noventa e três Então devido a esse número elevado de alunos foram formadas três turmas Por fim decidimos utilizar o espaço da própria sala de aula para a interlocução e coleta de dados 6º Ano do Ensino Fundamental Anos Finais 6º Ano A Matutino Nº de alunos 37 Meninos14 Meninas23 Educação Física Quintasfeiras 2º e 3º Horários 6º Ano B Matutino Nº de alunos 37 Meninos20 Meninas17 Educação Física Quartasfeiras 2º e 3º Horários Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 39 Imagem 5 Espaços destinados para as Aulas de EF na EEEC Fonte Arquivo pessoal do Autor A escolha por esse locus de intervenção se deu pelo fato dessa instituição representar uma realidade que se repete em várias outras localidades espalhadas pelo país Problemas estruturais como espaço adequado falta de manutenção da edificação poucos ou nenhum recurso de material para o ensino da EF alunos com carência nutricional entre outros aspectos de vulnerabilidade social da clientela Além disso o pesquisador atua na instituição como professor efetivo desde 2014 A pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética envolvendo Seres Humanos atendendo à Resolução CNS nº 46612 e com o CAAE 09901819300005537 ANEXO 01 Desse modo na intenção de legitimar todo o discurso realizado até o momento ou seja corroborar o pensamento de que é possível trabalhar o objeto de conhecimento JEs nas aulas de EF utilizando a abordagem críticoemancipatória como estratégia de ensino tentaremos expor como ocorreu o planejamento da interlocução pedagógica da referida pesquisa Importante ressaltar que foi na tentativa de superação das concepções tradicionais de ensino que esse trabalho se sustentou desde as primeiras Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 40 idealizações até sua real concretude pois propomos problematizar as possibilidades e os limites do objeto de conhecimento JEs alicerçado por uma experiência de um agir comunicativo experimentando uma possibilidade que venha contribuir no processo de ensinoaprendizagem da unidade temática Brincadeiras e Jogos nas aulas de maneira sistematizada sempre buscando no educando sua melhor forma de vivenciar e assimilar os temas propostos Para iniciar destacamos os momentos de préprojeto momentos esses de muito diálogo com a turma 20181 do Mestrado Acadêmico no Programa de Pós graduação em Educação Física PPGEF da Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN na disciplina Metodologia da Pesquisa em Educação Física cursada no primeiro semestre de 2018 bem como as contribuições do Grupo de Pesquisa Corpo e Cultura de Movimento GEPEC momentos de enriquecimento intelectual e acadêmico sobre os quais vale à pena ressaltar a atenção e sensibilidade dos professorespesquisadores em contribuir para o desenvolvimento do projeto de pesquisa Por diversas vezes aconteceram encontros de orientação sobre os passos da intervenção documentos planejamento etapas planos de aula espaços e outras possibilidades para que tudo ficasse organizado e devidamente oficializado Mesmo assim deparamonos com algumas adversidades nesse planejamento principalmente por ser a primeira vez que o autor desse escrito trabalhava com esse objeto de conhecimento na escola o que demandou uma atenção especial para não perder a essência da abordagem críticoemancipatória nas aulas Isto posto para o planejamento pedagógico foi considerado principalmente o tempo disponível à experiência no caso o 3º bimestre do ano letivo de 2019 como mencionado anteriormente sendo vinte aulas ao total por turma pois a cada semana havia um encontro de duas aulas em sequência Neste ponto destacamos três etapas do planejamento O primeiro é que todo esse planejamento foi construído antes do início do ano letivo em parceria com a direção e coordenações da EEEC em Ceará Mirim isto é o planejamento desta intervenção já fazia parte do seu planejamento escolar para o ano de 2019 inicialmente pensado para o segundo bimestre Isso só aconteceu porque o autor Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 41 dessa pesquisa integra o quadro de profissionais da escola bem como porque tradicionalmente a instituição abre as portas para novas práticas pedagógicas O segundo ponto foi que como na maioria dos planejamentos pedagógicos o referido neste escrito sofreu algumas alterações durante o processo sendo a principal delas a mudança do segundo para o terceiro bimestre em decorrência de uma greve estadual da classe dos professores que durou vinte e seis dias dificultando todo o processo proposto Assim optamos em só começar a pesquisa no retorno da paralização e consequentemente adiamos para o terceiro semestre do ano letivo Ficamos com dez semanas num total de vinte aulas para cada turma ou seja dez encontros de duas aulas em sequência com duração de cinquenta minutos por aula totalizando uma hora e quarenta minutos por encontro E o terceiro é que antes da intervenção pedagógica aconteceram reuniões com os pais eou responsáveis dos alunos bem como com os professores atuantes na instituição escolar para apresentar o projeto de pesquisa e coletar as assinaturas dos documentos necessários para o seu andamento Imagem 6 Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 42 Imagem 6 Apresentação do Projeto de Pesquisa para os pais e comunidade educativa Fonte Arquivo pessoal do Autor Para uma prática docente transformadora o planejamento é fundamental Planejar significa pensar sobre as possíveis ações que se pretende realizar SCARPATO 2017 p 37 Ao pensarmos planejamos nossas ações e quando estamos agindo continuamos a pensar e a planejar e replanejar Apresentamos na Figura 1 a organização da pesquisa seguindo uma lógica cíclica dinâmica de investigação Planejamento agir descrever e interpretar Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 43 Figura 1 Lógica cíclica dinâmica de investigação Planejar agir descrever e interpretar Fonte Adaptado de SCARPATO 2017 Logo podemos notar dois pólos Investigação observar identificar e analisar os dados coletados durante a intervenção Ação no qual ocorre o processo de intervenção Assim como percebemos também quatro fases Planejar estabelecemse os propósitos para a aula Agir momento em que as dinâmicas planejadas são realizadas Descrever acompanhar registrar as ações e posteriormente relatar detalhadamente a prática realizada Interpretar interpretar os dados coletados Dessa forma seguindo a lógica cíclica dinâmica de investigação Planejar agir descrever e interpretar apresentamos o Quadro 3 no qual evidenciamos a relação dos pólos e das fases com a interlocução postulada para a intervenção na escola Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 44 Quadro 3 Ciclo básico da investigaçãoação da intervenção na escola POLOS INVESTIGAÇÃO Identificação do problema Como utilizar os JEs na abordagem crítico emancipatória para o ensino dos conteúdos da Educação Física Escolar AÇÃO Processo de intervenção em si isto é o desenrolar da experiência Educação Física e os Jogos Eletrônicos proposta na pesquisa FASES PLANEJAR No planejamento de intervenção deverá optar por Trilhar por um caminho inovador fazendo o aluno experimentar uma nova forma de aprender os conteúdos da Educação Física Esporte dança e prática de aventura Utilizar os Jogos Eletrônicos como estratégias nessa nova forma de aprendizado Uso da abordagem críticoemancipatória enquanto intervenção pedagógica nas aulas de Educação Física AGIR Executar o planejamento das intervenções propostas fundamentada em 20 aulas dialogadas DESCREVER Descrição detalhada das possibilidades e limites das experiências vivenciadas com os jogos eletrônicos na educação física escolar como uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória tomando como instrumentos para essa descrição os relatórios espontâneos e reflexivos análise das imagens estáticas e dinâmicas capturadas dos alunos durantes as aulas Anexos o diário de campo e a observação sistemática das aulas INTERPRETAR Interpretação dos resultados obtidos assentados nos relatos dos alunos nos aprendizados e apropriações dos alunos sobre os conteúdos ministrados e materializados durante todo o terceiro bimestre letivo e na produção dos relatórios Após essa importante delimitação a relevância deste escrito consiste em trilhar por novas possibilidades ampliando o conhecimento com e sobre os JEs como uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória como estratégia de ensino nas aulas de Educação Física mostrando suas peculiaridades potencialidades e devida importância social Assim as aulas foram desenvolvidas de forma dialogada com os estudantes Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 45 sendo ouvidos enriquecidas por diversas problematizações do conteúdo dos JEs e suas temáticas sociais na cultura de movimento através de processos criativos de ação e reflexão que partiram dos preceitos do mundo vivido enquanto estratégia de ensino visando ao caráter crítico reflexivo transformador e emancipador a partir de uma nova forma de ensinar a EF Dito isso apresentamos o planejamento do 3º bimestre letivo da escola o qual foi estruturado da seguinte forma Figura 2 Figura 2 Planejamento da Intervenção Fonte Autoria própria Essa configuração do planejamento para os JEs foi pensada no conjunto de aulas na possibilidade do que Kunz 2006 intitulou como transcendência de AULAS PLANEJAMENTO DO III BIMESTRE ENCONTRO 01 START ENCONTRO 02 Mostra de Jogos Eletrônicos ENCONTRO 03 Jogador Nº1 ENCONTRO 04 Tecnologia e a sociedade contemporânea ENCONTRO 05 Esportes Tênis e Dardo KINECT SPORTS ENCONTRO 06 Simplismente Dance JUST DANCE ENCONTRO 07 Jogos de Aventura KINECT ADVENTURE ENCONTRO 08 Jogos Eletrônicos em Debate ENCONTRO 09 Apresentação dos Trabalhos ENCONTRO 10 Festival dos Jogos Eletrônicos Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 46 limites uma forma de ensinar os conteúdos da EF na qual há três fases distintas experimentação encenação por aprendizagem e criativoinventiva Essas fases serão detalhadas mais a frente Neste sentido as aulas foram concebidas da seguinte forma A nossa proposta de interpretação de dados de pesquisa qualitativa aqui denominada de Método de Interpretação dos Sentidos que segundo Minayo 2016 tratase de uma perspectiva das correntes compreensivas das ciências sociais que analisa a palavras b ações c conjunto de interrelações d grupos einstituições f conjunturas dentre outros corpos analíticos MINAYO 2016 p 87 A autora ainda aponta os caminhos para a interpretação que são 1 Leitura compreensiva do material selecionado que serve de base para a nossa interpretação como descrever o material a partir da perspectiva dos atores das informações e das ações coletadas 2 Exploração do material nessa etapa é fundamental ir além das falas e dos fatos em outras palavras caminharmos na direção do que está explícito para o que é implícito 3 Elaboração da síntese interpretativa para o êxito nessa etapa é necessário fazer uma articulação entre os objetos do estudo a base teórica adotada e os dados empíricos Para finalizar pretendese organizar o trabalho de pesquisa da seguinte maneira O Capítulo 1 intitulado História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar trazer para o debate a origem dos jogos eletrônicos e como influenciam a cultural da sociedade contemporânea e suas manifestações sua importância para a educação e em especial para a educação física Já o Capítulo 2 intitulado A Concepção Críticoemancipatória e a Educação Transcendência de limites Experimentação Encontros 01 02 e 03 Encenação por aprendizagem Encontros 04 05 06 e 07 Criativoinventiva Encontros 08 09 e 10 Os Jogos Eletrônicos na Educação Física Escolar Uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória P á g i n a 47 Física abordará a construção dessa abordagem e sua relação histórica com a escola assim como os preceitos da cultura de movimento que é aquela que considera existir um currículo cultural dentro e fora da escola dentro e fora das salas de aula sinalizando uma interlocução com as estratégias de ensino nas aulas de Educação Física bem como as políticas curriculares brasileiras demonstrando suas principais características e sua relevância educativa E o Capítulo 3 intitulado O Jogo Eletrônico na Educação Física Escolar relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites no qual será narrado de forma descritiva como ocorreu todo processo de ensinoaprendizagem da experiência com os Jogos Eletrônicos tematizando os conteúdos da Educação Física e delineando possíveis caminhos e reflexões sobre as possibilidades de transcendência de limites dessa de limites dessa experimentação Xbox 360 Homologação da BNCC SP2 vs Xbox Recessão da Indústria dos JEs OXO Primeiro JE Tennis for Two Laboratório de Pesquisas Nucleares da América do Norte Nascimento da Indústria dos JEs Computer Space 1952 1958 1972 1982 e suas possibilidades na Educação Física Escolar Sony Playstation 1990 2000 2005 2017 História dos jogos eletrônicos Seção 1 História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar Os jogos eletrônicos JEs são utilizados por jogadores de todas as idades podendo ser um único jogador single player mais de um jogador na função multiplayer ou até mesmo em rede nos jogos online A internet eliminou a necessidade dos jogadores estarem no mesmo espaço físico sendo possível jogar com vários adversários localizados em qualquer lugar do planeta Os JEs ganharam popularidade e percebendo o crescente interesse do público como uma opção de lazer muitas empresas começaram a desenvolver consoles7 e JEs A indústria dos JEs melhorou não só a qualidade do som e das imagens mas também a tecnologia usada para rodar os jogos BATISTA QUINTÃO et al 2007 Há também dispositivos portáteis bem como os jogos de realidade virtual uma modalidade de JEs que cria simulações em três dimensões mais conhecido como 3D possibilitando ao jogador uma maior imersão no mundo virtual o qual busca aproximar as sensações àquelas do mundo real Quando nos referimos ao termo cultura e a ela associamos o termo digital notamos a pluralidade de espaços conectados destinados a cada faceta dessa nova era mundial onde o compartilhamento de informações e o consumo de bens culturais se materializam Foi nesse contexto que a manipulação o tratamento a socialização de produtos e informações adquiriram novas possibilidades pois para essas tarefas o uso de dispositivos tecnológicos está quase sempre presente especialmente os dispositivos móveis cujo crescimento tem se intensificado ao redor do mundo modificando não somente as formas de produção da informação mas também sua veiculação interpretação e distribuição Intitulamos de cultura digital essas novas formas culturais potencializadas pelas tecnologias conectadas em rede Foram muitos os visionários de intelecto criativo que juntamente com organizações em ascensão propiciaram o aperfeiçoamento tecnológico para o surgimento dos JEs e suas inovações para o mercado de entretenimento e lazer Nas próximas linhas objetivamos aproximar o leitor dessa pesquisa com os 7 Console é um microcomputador dedicado a executar o jogo eletrônico Seção 1 História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar P á g i n a 50 principais eventos históricos evidenciando o desenvolvimento tecnológico das plataformas de jogo que irão dar sustentação a essa pesquisa 11 O JOGO E UM POUCO DE SUA HISTÓRIA O substantivo Jogo vem do latim jocus cujo significando é gracejo graça pilhéria mofa escárnio zombaria Foi empregado no lugar de ludus brinquedo divertimento passatempo Geralmente a palavra jogo é a designação genérica de certas atividades cuja natureza ou finalidade é recreativa diversão entretenimento Para Huizinga 1993 a palavra e a noção de jogo fizeramse presentes por diferentes civilizações mas não tendo sido definida por nenhuma em particular numa mentalidade científica mas numa mentalidade criadora Nessa conjuntura a palavra e a ideia encontrada para exprimir a noção de jogo é diferente em algumas línguas Em todos os povos encontramos o jogo e sob formas extremamente semelhantes mas as línguas desses povos diferem muitíssimo em sua concepção de jogo sem o conceber de maneira tão distinta e ampla como a maior parte das línguas europeias HUIZINGA 1993 p 34 Os estudiosos dessa área do conhecimento que buscam estabelecer as características do jogo concordam em definilo como uma atividade que possui uma razão própria de ser e que contém em si mesmo um objetivo implícito Ou seja a finalidade estar no próprio jogo e no ato de jogar Os jogos são lembrados como uma solução educativa porque permitem que as crianças desenvolvam sua percepção e observem os resultados de sua ação ao jogar inventando e reinventando situações a fim de aprender com elas Neste sentido Piaget 1978 afirma que o processo de conhecer não consiste em olhar para o objeto e fazer uma cópia mental mas sim agir sobre ele modificandoo transformandoo e compreendendoo Nessa linha de raciocínio o benefício do jogo segundo Kishimoto 1994 consiste no fato de que este favorece o aprendizado pelo erro e por ser livre de pressões e avaliações cria um clima adequado para a investigação e a busca de soluções Os jogos representam atividades livres que induzem o jogador à ação livre de qualquer eventualidade Huizinga 1993 define o Jogo como um elemento da Seção 1 História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar P á g i n a 51 cultura relacionado com os aspectos sociais considerando que não é apenas uma perspectiva psicológica sociológica ou antropológica Segundo esse autor o jogo definese como Uma ação ou uma atividade voluntária realizada segundo uma regra livremente consentida mas imperativa desprovida de um fim em si acompanhada por um sentimento de alegria e tensão e por uma consciência de ser diferente do que se é na vida real HUIZINGA 1993 p 57 Em seus estudos Huizinga identificou algumas peculiaridades dos jogos que tentam estabelecer o que é o jogo é uma atividade voluntária Sujeito a ordens deixa de ser jogo podendo no máximo ser uma imitação forçada HUIZINGA 1993 p 10 Para o autor o jogo é uma atividade livre em que o sujeito participa de livre vontade Tanto a criança como o adulto têm autonomia em jogar cessar ou adiar a ação em qualquer momento Suas motivações são intrínsecas e não extrínsecas O jogo não é vida corrente nem vida real Tratase de uma evasão da vida real para uma esfera temporária de atividade com orientação própria HUIZINGA 1993 p 10 De acordo com o autor a fantasia é essencial nada podendo interferir ou alterar o seu estado de fantasia Assim sendo o jogo é real somente para o jogador no momento em que joga O jogo é desinteressado HUIZINGA 1993 p 11 O autor afirma ainda que o jogo é uma atividade isolada e restrita Precisará ser jogado até ao fim dentro de certos limites de espaço e tempo Durante o tempo em que se joga tudo é movimento mudança alternância sucessão associação separação Quando chega ao fim o jogo é concluído delimitado pelo tempo O jogo acabou Mas mesmo depois do jogo ter chegado ao fim ele permanece como uma criação nova do espírito um tesouro a ser conservado pela memória É transmitido tornase tradição HUIZINGA 1993 p 12 Observa também que é uma operação em que há regras de funcionamento essenciais para o seu andamento Reina dentro do domínio uma ordem específica e absoluta Ele cria ordem e é ordem HUIZINGA 1993 p 13 Para o autor o jogo exige uma ordem soberana e completa e qualquer desobediência Seção 1 História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar P á g i n a 52 será capaz de comprometêlo Todo o jogo tem regras HUIZINGA 1993 p 14 Se julgarmos a regra como uma limitação ao jogo e seu desenrolar poderemos indicar que não há jogos sem regras No entanto uma particularidade muito importante do jogo é a possibilidade de mudança de regras em comum acordo com os outros jogadores Ao jogar a criança está numa realidade lúdica onde a mesma consegue brincar pois vivencia uma realidade diferente do mundo real A infância portanto é uma etapa da vida do indivíduo em que o jogo assume um papel central É nessa fase que acontece uma série de aprendizados essenciais à infância É através do jogo e da ação do jogarbrincar que a criança simula e reproduz açõesatitudes presente em seu mundo Através deste mundo lúdico criado pela criança pela possibilidade do jogarbrincar ela encasulase em si mesmo onde se cria personagens fictícios baseados no mundo adulto A título de exemplo uma criança ao ver o pai ou a mãe realizar alguma atividade doméstica ela também quer fazêlo imitando a ação A criança vê a atividade como um jogo um desejo uma necessidade Assim sendo brincar é um tipo de atividade em que o motivo está no próprio processo no seu conteúdo motivando a criança para agir Dessa maneira o jogo é uma atividade lúdica com um carácter sério ou seja para a criança a brincadeira é algo sério Sendo esta diferente do que titulamos por vida séria A seriedade aqui atribuída ao jogo e ao ato de jogar remetese a uma fuga do mundo real em que a criança se concentra apenas na atividade e desdenha a realidade que a cerca Portanto o jogo permite à criança uma fuga para um mundo em que ela é a criadora Nesse mundo as regras do jogo têm um valor que não têm no mundo dos adultos A criança em seus primeiros anos de vida consegue brincar por horas sem se cansar Os jogos e as brincadeiras são para as crianças os principais motivadores de sua existência onde se esquecem de tudo o que as rodeia e se entregam ao deslumbramento do jogo Se atentarmos para conduta de uma criança enquanto ela joga perceberemos o quanto ela desenvolve a capacidade de indagar descobrir Seção 1 História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar P á g i n a 53 outras soluções para um problema avaliar as suas atitudes situar e reorganizar a sua relação com as outras crianças Vygotsky 1991 justifica que durante a idade escolar as habilidades das crianças são prestigiadas a partir do objeto com que se brinca no ato de jogar e principalmente pela liberdade da imaginação o que é inerente a elas Sendo assim quando a criança repete as ações dos mais velhos nas suas atividades culturalmente padronizadas ela cria possibilidades para o seu próprio desenvolvimento cultural Expandindo a ideia de jogo para além de suas peculiaridades citadas anteriormente vemos que este além de possibilitar a manifestação do indivíduo como um sernomundo é também uma forma de transmissão de cultura Cada criança está inserida em um determinando grupo social e nela há suas peculiaridades culturais Porém tendo ela a necessidade de se sentir fazendo parte integralmente desse grupo a criança irá adquirir seus valores formados a partir das relações com os outros O jogo então manifestase como um elemento altamente socializador e de grande importância no que se refere à transmissão de valores Os jogos são parte do patrimônio cultural e traduz costumes ensinamentos e formas de pensamentos Uma vez compreendida a importância do jogo como elemento essencial na infância dos indivíduos contribuindo para que estes se tornem adultos autônomos críticos criativos e atuantes na sociedade fazse necessário que o profissional da área de Educação Física possa assimilar qual é o alcance pedagógico do jogo já que este é um de seus conteúdos básicos de atuação Nos relatos atuais entretanto sobre as condições da infância contemporânea e sua cultura lúdica é relativamente comum ouvirmos as seguintes afirmações as crianças não brincam mais como antigamente as crianças não respeitam os adultos como deveriam essa criança passa o dia trancado no quarto em frente ao computador entre tantas outras Na tentativa de compreendermos as práticas lúdicas atuais é importante pensar na criança que as realiza e no contexto sociocultural em que tal relação ocorre Se tal contexto se modifica em função das transformações da sociedade mais ampla é impreterível que tais práticas também Seção 1 História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar P á g i n a 54 sofram modificações e nessa dinâmica constante entre continuidades e quebras a contradição entre o que permanece e o que se transforma interpelam o nosso pensar Refletir sobre a ação da educação contemporânea significa não apenas atualizar os desafios mas também recuperar certas práticas que a educação clássica ensina e tornar as crianças os principais atores que se apropriam e produzem cultura Por conseguinte o jogo é uma ação de grande criatividade que se revela bastante positiva para a criança e respectivamente para a sua aprendizagem Nesse contexto a escola assume um papel fundamental como espaço de relações em que as crianças constroem suas experiências e participam na vida dos que as rodeiam Abordada como um sistema de relações e práticas sociais mais amplas a escola é encarada como uma instituição complexa e nela a organização das práticas escolares por vezes apresentam inquietudes entre as demandas da instituição das crianças e jovens e dos novos aspectos da sociedade tecnológica e conectada em rede Pensar e refletir sobre o jogo e sobre a criança que joga aponta para o contexto sociocultural em que esta ação acontece Em consequência disso somos levados a ponderar que como toda atividade humana o jogo se constitui pela influência de diversos fatores presentes em determinados momentos históricos que são transformados pela própria ação dos indivíduos e por suas produções culturais e tecnológicas Ao examinar a emergência do campo teórico dos JEs e os dilemas narrativos da composição dessa linguagem no entendimento de Santaella e Feitosa 2009 destacamos a importância de esclarecer nossa compreensão sobre jogos e JEs Diante da diversidade de termos para definir os jogos em geral e os JEs em particular nesta pesquisa a especificidade dos jogos tradicionais será nomeada como jogos e a especificidade dos videogames jogos eletrônicos computacionais ou digitais será identificada como JEs Ou seja os JEs podem ser entendidos como artefatos que envolvem três grandes tipos conforme seu suporte jogos de consoles específicos de videogame jogos para computador desenvolvidos para processamento em computadores conectados à rede ou não e jogos para arcade máquinas integradas Seção 1 História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar P á g i n a 55 com consolemonitor dispostos em lugares públicos como esclarecem Santaella e Feitosa 2009 Desse modo embora algumas brincadeiras e jogos tradicionais que utilizam como artefatos bola arcos cones bonecos carrinhos bolinhas de gude pipa pião amarelinha e tantas outras continuem a fazer parte do repertório lúdico infantil muitas outras foram atualizadas com o repertório advindo das mídias Seria impossível que os jogos das crianças não se alimentasse das histórias ficções e imagens da televisão do cinema e do ciberespaço que também fornecem repertórios de linguagens conteúdos éticos e estéticos às brincadeiras FANTIN 2015 Ao examinar tal dinâmica em sua complexidade e ambivalência não podemos omitir que as crianças de hoje não são como as crianças que fomos visto que hoje elas são crianças leitoras telespectadoras produtoras de conteúdos postados e compartilhados em rede navegadoras do ciberespaço internautas etc e possuem competências construídas na cultura digital Fatin 2015 ressalta que tais práticas requerem mediações pedagógicas pois a construção de significações ocorre a partir dos JEs e de seus conteúdos O seu uso no contexto escolar deve ser mediado a fim de enriquecer a experiência na perspectiva da formação humana E nesse processo a ação docente assume papel primordial sobretudo na possibilidade interdisciplinar do conhecimento que os JEs possibilitam em suas aprendizagens cognitivas sociais e culturais na construção de suas competências e suas reflexões críticas Dessa forma consideramos que os jogos e em especial os JEs poderão se tornar um meio para atingir um fim ou seja poderá ser uma estratégia bastante válida para ser agregada ao currículo escolar uma vez ser praticamente impossível de pensar a infância sem seus jogos e a alegria iminente de simplesmente jogar um jogo o que o torna um direito de toda criança pois ao brincar esta poderá ser futuramente um adulto com potencial autônomo de reflexão criação e atuação 12 HISTÓRIA DOS JES E SEUS IMPACTOS NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA Durante a segunda guerra mundial com o intuito de decifrar os códigos de guerra do exército alemão surgem os primeiros computadores Tal avanço mudaria Seção 1 História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar P á g i n a 56 radicalmente a nossa forma de nos relacionarmos Entre os grandes avanços tecnológicos que emergiram em nossa sociedade podemos afirmar que o mais significativo foi a chegada do homem à superfície da lua no ano de 1969 Foi nesse período de grandes inovações tecnológicas que surgiram os primeiros jogos eletrônicos como fruto do intelecto criador do homem Tal inovação causaria um impacto sem precedentes na cultura das sociedades em todo o globo Um dos primeiros jogos eletrônicos de que se tem registro é o OXO que simulava um jogo da velha esse foi desenvolvido por Alexander S Douglas em 1952 como parte de sua tese sobre a interação humanocomputador na Universidade de Cambridge no Reino Unido LUZ 2010 Imagem 7 OXO 1952 criado por Alexander S Douglas para o computador Electronic Delay Storage Automatic Calculator EDSAC Fonte Imagem retirada da internet Já no ano de 1958 o Laboratório de Pesquisas Nucleares da América do Norte passa a abrir suas instalações ao público uma vez ao ano Foi nesse período que o físico William Higinbotham com o intuito de inovar a sua apresentação aos visitantes adapta um software de um osciloscópio que demonstraria a trajetória de uma bola em movimento e os visitantes teriam que interagir Higinbotham batizou sua invenção de Tennis for Two BATISTA QUINTÃO et al 2007 Seção 1 História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar P á g i n a 57 Imagem 8 Tennis for Two 1958 criado por William Higinbotham na tela do osciloscópio Fonte Imagem retirada da internet Segundo BATISTA QUINTÃO et al 2007 outros jogos foram desenvolvidos mas é somente no ano de 1972 que podemos considerar o nascimento de toda indústria dos JEs Nolan Bushnell um jovem engenheiro com forte espírito empreendedor dedicouse para criar uma máquina que servisse exclusivamente para jogar os JEs LUZ 2010 Bushnell criou um protótipo e o licenciou como Computer Space que seria a primeira máquina arcade8 Pouco tempo depois ele viria a fundar a própria empresa a Atari Imagem 9 Computer Space criado por Nolan Bushnell 1972 gabinete e tela sendo considerado a primeira máquina arcade Fonte Imagem retirada da internet Os próximos passos da indústria dos JEs foi desenvolver um aparelho em uma versão doméstica os chamados consoles Aparelhos esses que fossem 8 Arcade é um aparelho de jogo eletrônico profissional instalado em estabelecimentos de entretenimento Compõese de um gabinete caixa de madeira ou material plástico tubo de imagem CRT ou monitor de vídeo fonte de alimentação controles de jogo e sistema de jogo Seção 1 História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar P á g i n a 58 conectados ao televisor Com isso vários novos jogos surgiram no mercado de entretenimento destaque para o jogo PacMan Com o sucesso de vendas dos JEs o aumento do faturamento fez com que iniciassem um novo período de investimento e inovação tecnológica no processamento gráfico Agora um ambiente com imagem e cores em três dimensões leva o jogador a uma imersão cada vez maior BATISTA QUINTÃO et al 2007 Em meados de 1982 após subitamente parar de crescer a indústria dos JEs entra em recessão Mesmo com o declínio do mercado dos jogos estes já faziam parte da cultura norteamericana fazendose presente em programas de TV e na indústria cinematográfica Podemos citar o filme Tron lançado pela Walt Disney Pictures onde a trama se passa dentro de um computador no qual o protagonista enfrenta um programa maligno em uma sucessivas batalhas semelhantes aos JEs Com isso novas marcas emergiram no mercado mundial e todas disputavam para ter seu destaque na indústria dos JEs LUZ 2010 Duas empresas se destacaram das demais e dominaram o mercado dos JEs A Sega com console Mega Driver e com o jogo eletrônico campeão de vendas Sonic e a Nintendo com o console Super Famicom No Brasil a Nintendo ficou conhecida como Super Nintendo bem como seu jogo eletrônico campeão de vendas o Super Mario World BATISTA QUINTÃO et al 2007 Foi nesse período que alguns JEs de destaque surgiram e vem influenciando gerações desde então Imagem 10 Sega Mega Drive e o Jogo Eletrônico Sonic Fonte Imagem retirada da internet Seção 1 História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar P á g i n a 59 Imagem 11 Super Famicom Super Nintendo e o Jogo Eletrônico Super Mario World Fonte Imagem retirada da internet Já na década de 90 ocorreu uma nova onda de investimentos para o desenvolvimento de novos console com super processadores capazes de suportar jogos com design gráficos cada vez mais nítidos É nesse contexto que surge o console Sony PlayStation que passaria a dominar o mercado dos JEs Imagem 12 Sony PlayStation e o JE campeão de vendas em 1994 Gran Turismo Fonte Imagem retirada da internet No ano 2000 a Sony tinha lançado no mercado o Console Sony PlayStation 2 e foi nesse ano que a gingante da indústria de informática comandada por Bill Gates a Microsoft anunciou que estaria entrando no mercado dos JEs e o desenvolvimento de um console próprio era uma questão de tempo LUZ 2010 Assim com toda tecnologia que tinha desenvolvido dentro de sua empresa o console da Microsoft o Xbox superou os seus concorrentes Seção 1 História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar P á g i n a 60 Imagem 13 Microsoft XBox idealizado por Bill Gates Fonte Imagem retirada da internet Em novembro de 2005 a Microsoft inaugurou a nova geração de consoles ao lançar o XBox 360 com a capacidade de conexão em rede Se tornando o aparelho de entretenimento mais poderoso já existente naquele ano BATISTA QUINTÃO et al 2007 Apostando além da sua qualidade gráfica esse novo aparelho veio aproximar remotamente os seus jogadores e disponibilizou novos conteúdos exclusivos em rede os quais tornaram o XBox 360 uma plataforma de entretenimento integrada e em constate atualização Procurando revolucionar a experiência interativa dos jogadores com os JEs sensores de movimento são disponibilizados para permitir a jogabilidade sem a necessidade de joystick conhecido popularmente por Kinect LUZ 2010 Imagem 14 Console da Microsoft XBox 360 Kinect e os Jogos Kinect Spots e Kinect Adventures Fonte Imagem retirada da internet No mundo virtual a possibilidade de estar em qualquer lugar em um plano diferente do habitual no qual o jogador poderá ser um herói guerreiro um vilão um atleta de futebol tão popular na nossa cultura ou até mesmo um ser extraterrestre dentre outras inúmeras possibilidades já é uma realidade pelo menos dentro dos Seção 1 História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar P á g i n a 61 JEs seja em computadores ou nos consoles Com a chegada e popularidade dos JEs os hábitos sociais mudaram Surgiram locadoras especializadas em jogos vídeo games produzidos para serem comercializados abertamente de modo que qualquer pessoa que tivesse o capital disponível poderia ter o jogo em seu televisor LUZ 2010 13 O JOGO ELETRÔNICO NA EDUCAÇÃO E NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR Como já mencionado neste trabalho o século XXI é caracterizado pelos grandes avanços tecnológicos e o uso das tecnologias da informação e comunicação TICs passou a ser um instrumento metodológico para o ensino O uso dessas mídias eletrônicas vem ganhando espaço a cada dia no meio escolar principalmente no que diz respeito ao uso dos JEs Caberá portanto aos professores se apropriarem dessa ferramenta pois ela é envolvente e foge do cotidiano escolar Devido a essas qualidades os JEs devem ser utilizados conscientemente em sala de aula Tendo em vista que a educação e o processo de ensino aprendizagem passam por um aperfeiçoamento referente ao uso das mídias e de seus avanços tecnológicos Em consequência disso esperase que haja uma melhora da qualidade de ensino No entanto alguns estudos referentes a essa área do conhecimento AZEVEDO 2008 BARACHO GRIPP e LIMA 2012 AZEVEDO 2012 FANTIN 2015 JÚNIOR 2015 apontam que é preciso investigar quais as possíveis contribuições do uso das novas tecnologias nas aulas de Educação Física utilizando os jogos eletrônicos como uma opção pedagógica já que estes possibilitam aos alunos trazerem as suas vivências de fora do ambiente escolar e em um segundo momento associálos ao conteúdo específico da disciplina de modo que professores e alunos possam arquitetar esse aprendizado No final do ano de 2017 foi homologada a Base Nacional Comum Curricular que servirá como o próprio nome remete como base para nortear os conteúdos mínimos que os alunos em qualquer lugar do Brasil devem vivenciar no ambiente escolar Esse documento contém como unidade temática para os 6º e 7º anos a presença dos JEs Nesse contexto encontramse as crianças e adolescentes que são uma Seção 1 História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar P á g i n a 62 parcela significativa da nossa sociedade e estão mais familiarizados com essa realidade midiática entres elas os JEs Essa população já nasceu nessa conjuntura diferentes de seus pais e alguns professores que sentem certo receio e muitas vezes dificuldades em se adaptar a essa nova realidade Nessa narrativa midiática contemporânea em que a informática passou a ser um instrumento de trabalho bem como um meio para ensino dos tradicionais conteúdos a mídia eletrônica tem influenciado o comportamento das crianças e jovens que se encontram em idade escolar A internet se tornou um meio comum de trocas de informações e de acesso a conteúdo especializado onde crianças e jovens formam relações de amizade independentemente da distância geográfica Há portanto um rompimento das barreiras de tempo e espaço permitindo que as informações fluam em tempo real e esse novo cenário social tecnológico e cultural está cada vez mais familiar para todos nós A sociedade contemporânea vive conectada à mídia o que fomenta uma mudança considerável na velocidade da propagação da informação da mesma maneira que colabora para a formação de ambientes virtuais e de um novo espaço para comunicação onde podemos citar por exemplo o que acontece em muitas redes sociais onde crianças e jovens se comunicam através de certos aplicativos e interagem em rede LEVY 1999 No domínio da Educação Física Escolar os conhecimentos construídos devem possibilitar a reflexão crítica das crenças sociais como os padrões de beleza saúde desempenho competição exacerbada e cruel que se apoiam no falso discurso meritocrático dominante na atual sociedade tendo se tornado instrumento de exclusão e de segregação social Um dos propósitos da Educação é desenvolver a competência para a tomada de decisões conscientes preparar o cidadão para a sociedade tornandoo mais crítico sobre assuntos do cotidiano Segundo a Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos ABRAGAMES 2018 o Brasil é o maior consumidor de JEs na América Latina e passa por um período forte de expansão e conquista de novos mercados Expansão esta que é fortemente influenciada pelo crescimento acelerado dessa indústria dos JEs no mundo Os JEs estão cada vez mais próximos dos jovens na idade escolar pois a cada dia vem aumentando a quantidade desses jogos nas casas das famílias Seção 1 História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar P á g i n a 63 brasileiras No passado os JEs não solicitavam das crianças uma vivência motora mais ampla pois para jogar era necessário somente mexer o joystick com as mãos Atualmente os jogos modernos são mais dinâmicos Há sensores de movimentos que requerem do jogador um maior gasto energético e portanto mais ação corporal dos envolvidos ou seja para dar andamento ao jogo é necessário que a criança movimente partes corporais pertinentes ao jogo Quando a criança joga algum tipo de JEs ela precisa desenvolver algumas técnicas de raciocínio rápido existem jogos que demandam uma precisão de agilidade e coordenação motora já em outros há são abordados aspectos sociais características que a Educação Física Escolar trabalha nas escolas Os JEs modernos possibilitam aos jogadores uma movimentação constante a exemplo de jogos de avatares exibido em uma dimensão avançada onde os jogadores se movimentam dentro dos espaços abaixando subindo correndo deitando e tentando qualquer outra ação daquele universo específico Existem JEs nos quais os jogadores têm que acertar os tempos das músicas apertando botões numa simulação de guitarra além da coordenação de mãos e dedos presentes nesses jogos Em outros há sensores de movimento que captam a ação dos jogadores em jogos que envolvem a dança esportes e práticas de aventura na natureza Ao simular diversos ambientes esses jogos fazem com que o jogador acesse um mundo imaginário e para resolver problemas referentes ao posicionamento do seu avatar ou de um objeto possibilitando assim um pensamento rápido e eficiente Entretanto Fatin e Rivoltella 2010 expõem que frequentemente os professores não aproveitam as potencialidades que as novas tecnologias oferecem Acarretando assim o distanciamento em relação aos conhecimentos de seus alunos que podem ficar passos à frente deles utilizando os meios tecnológicos com grande habilidade Partindo desses prognósticos há necessidade de refletimos sobre as ações pedagógicas por mais que se tenha contato com tantos instrumentos tecnológicos smartphones notebooks tablets e aparelhos multimídia em geral Por mais que haja diversos aparatos Pirozzi 2013 admite que há pouca inovação em sala de Seção 1 História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar P á g i n a 64 aula pois o professor retoma a sua didática tradicional Portanto qualquer instrumento tecnológico que se pretende usar se não houver uma inovação didática para ensinála inevitavelmente os docentes resgatarão os métodos clássicos de ensino Sendo assim a presença dos JEs no cenário da cultura infantil e sua presença na escola assumem outros contornos Jogos considerados com potencial educativo e de ensino poderiam estar presentes na escola Para além do problema de infraestrutura de algumas escolas por não oferecerem condições para trabalhar os JEs pesquisas sobre essa temática de aprendizagem na escola Cruz Novoa Albuquerque 2012 Correa 2010 Fantin Correa 2011 demonstram significativas potencialidades para se articular os conteúdos numa proposta multidisciplinar O professor precisa buscar se apropriar do universo dos JEs relacionando o com o cotidiano de seus alunos e por sua vez aproveitar as potencialidades desses meios deixando que o aluno traga para sala de aula comentários sobre os JEs contextualizando ao máximo as situações de ensinoaprendizagem fazendo assim um aproveitamento da realidade do aluno do que está próximo a ele AZEVEDO 2012 O educador não pode ficar alheio à realidade dos alunos mas ao contrário necessita conhecer aquilo que lhes interessam Nesse sentido a escola necessita estar atenta ao meio em que o aluno vive o que se denomina contextualização A escola deve conseguir penetrar na realidade do aluno e oportunizar condições para que eles desenvolvam todas as competências e habilidades que dele se espera inclusive em relação ao uso dos aparatos midiáticos tornandoos uma ferramenta que irá contribuir para a sua aprendizagem Pelo exposto não há como omitir a presença dos JEs no cotidiano dos alunos e portanto fazse necessária uma abordagem adequada desses tipos de jogos na escola Esta é uma responsabilidade que deve emergir ao se inserir qualquer aparato tecnológico na Educação O profissional responsável e comprometido com a Educação deverá saber lidar com esse novo desafio principalmente o professor de Educação Física por trabalhar com o jogo que é fundamental para o desenvolvimento das crianças e adolescentes bem como em suas atividades de ensinoaprendizagem no âmbito escolar de ação humanizadora Seção 1 História dos jogos eletrônicos e suas possibilidades na Educação Física Escolar P á g i n a 65 buscando fazer do ambiente escolar um local de eclosão e desenvolvimento de valores tais como autonomia colaboração cooperação solidariedade empatia e outros Por fim é a Educação que deve pautar comandar e direcionar toda atividade diferenciada dentro do ambiente escolar a fim de se alcançar as mais significativas aprendizagens por meios de ações didáticas inovadoras jamais se esquecendo de que sendo a tecnologia o meio e o dispositivo para o fazer pedagógico ela não pode ser o centro da ação Seção 2 A Concepção Críticoemancipatória e a Educação Física No ano de 1994 foi lançada a obra Transformação DidáticoPedagógica do Esporte de autoria do Prof Dr Elenor Kunz na qual anunciou a concepção crítico emancipatória objetivando encorajar mudanças significativas no ensino da Educação Física Escolar brasileira principalmente nas possibilidades da prática pedagógica ressignificando os seus conteúdos métodos e condições para tematizar o ensino do movimento humano em especial os esportes Apesar da convicção de que o esporte é apenas um dos temas da cultura de movimento Elenor Kunz realizou seu Doutorado 1987 e Pósdoutorado 1996 no Instituto de Ciências do Esporte na Gottfried Wilhelm Leibniz Universität em Hannover Alemanha É reconhecido por suas posições teóricas no campo da Fenomenologia e também como um autor que se vale da teoria da Escola de Frankfurt TAFFAREL e MORSCHBACHER 2013 O advento dessa concepção contribuiu significativamente para o progresso da Educação Física Escolar como prática pedagógica pois surge como uma bússola para os profissionais da área por ter sistematizado os conhecimentos científicos da Educação Física brasileira em um período em que a área refletia sobre os paradigmas no campo epistemológico De acordo com DARIDO 2001 a relevância das obras de Kunz é inquestionável considerando o cenário histórico brasileiro e as circunstâncias de vida do autor que ainda hoje é referência para a formação acadêmica e atuação dos profissionais envolvidos no processo educacional brasileiro e na Educação Física escolar Ainda segundo a autora Uma das principais obras já publicadas dentro da perspectiva crítico emancipatória no escopo da Educação Física é de autoria do Professor Elenor Kunz e intitulada Transformação didáticopedagógica do esporte inspirada especialmente nos pressupostos da teoria crítica da escola de Frankfurt Neste livro o autor busca apresentar uma reflexão sobre as possibilidades de ensinar os esportes pela sua transformação didático pedagógica de tal modo que a Educação contribua para a reflexão crítica e emancipatória das crianças e jovens DARIDO 2001 P 24 Nesta tentativa de reconstrução da EF brasileira o papel do professor é fundamental pois deverá considerar os processos vivenciados pelos atores no contexto histórico e sua produção cultural Ou seja o préconhecimento e as Seção 2 Abordagem críticoemancipatória e a Educação Física P á g i n a 68 influências do mundo vivido dos alunos devem ser considerados KUNZ 2006 A escolha dos conteúdos e ações metodológicas demandam competência e responsabilidade de todos os que se envolvem no processo de ensino sendo os docentes os principais efetores dessas práticas Um ponto importante nessa reflexão é a ampliação para o campo epistemológico da área a partir dessa concepção pedagógica juntamente com outras do mesmo período e do campo crítico foi a ideia da cultura corporal e cultura de movimento até então inexistentes como elementos das abordagens pedagógicas sistematizadas para a EF as quais reforçam o pensamento do homem como um sernomundo bem como a presença de um corpo fenomenológico MERLEAUPONTY 1966 Corroborando com esse pensamento DAOLIO 2003 nos diz que Esta ampliação ocorre no sentido de considerar a EF como um fenômeno sociocultural cujo objeto de estudo é a cultura de movimento que considera além da eficiência a eficácia simbólica dos movimentos seus conteúdos constituem o patrimônio cultural corporal da humanidade DAOLIO 2003 p 13 O autor se contrapõe ao conceito de cultura corporal justificando que Embora esse conceito de cultura corporal esteja sendo utilizado por muitos teóricos da Educação Física e Esportes pareceme destinado apenas reforçar uma cultura desenvolvida pela via do movimento humano É de qualquer forma um conceito tautológico uma vez que não pode existir nenhuma atividade culturalmente produzida pelo homem que não seja corporal KUNZ 2006 p 20 Kunz 2006 defende o ensino crítico pois possibilitaria que os discentes passassem a compreender a estrutura autoritária dos processos regularizados da nossa sociedade os quais formam falsos valores interesses e anseios Um dos objetivos da pedagogia crítica é promover condições para que os alicerces opressivos sejam interrompidos e o ensino caminhe em direção à emancipação do sujeito por meio do uso da linguagem O agir comunicativo tem papel relevante funcionando como uma forma de representação dos entendimentos do mundo social o que irá possibilitar que todos Seção 2 Abordagem críticoemancipatória e a Educação Física P á g i n a 69 os atores sociais envolvidos no processo participem da tomada de decisão da definição de interesses e preferências as quais irão operar de acordo com as situações e condições do grupo em que estão inseridos Entendese como emancipação todo o processo que se utiliza da razão crítica para o seu agir social cultural e esportivo desenvolvidos pela educação Ao suscitar a autorreflexão esta possibilitará aos alunos um estado de maior liberdade e conhecimento de seus verdadeiros interesses A emancipação será alcançada quando os agentes sociais mediante o esclarecimento reconhecerem a origem e as determinantes da repressão e da alienação TAFFAREL e MORSCHBACHER 2013 Darido 2001 relata que para Kunz o ensino na concepção críticoemancipatória deve ser um ensino de libertação de falsas ilusões de falsos interesses e desejos criados e construídos nos alunos pela visão de mundo que apresentam a partir do conhecimento O ensino escolar necessita desta forma se basear numa concepção crítica pois é pelo questionamento crítico que chega a compreender a estrutura autoritária dos processos institucionalizados da sociedade que formam as convicções interesses e desejos DARIDO 2001 p 13 Kunz 2006 intitulou como transcendência de limites uma forma de ensinar os conteúdos da EF na qual há três fases distintas 1 Os alunos experimentam pela própria descoberta manipulativa as formas e meios para uma participação bemsucedida em vivências da cultura de movimento 2 Manifestação através da linguagem ou representação cênica o que vivenciaram e o que aprenderam numa forma de exposição 3 Por fim os alunos devem aprender a questionar sobre suas aprendizagens e descobertas a partir das duas formas anteriores da representação de um saber com a finalidade de compreender o sentido e significado da aprendizagem no seu contexto cultural de mundo Portanto para o autor essas três fases se diferem Na primeira a forma é Seção 2 Abordagem críticoemancipatória e a Educação Física P á g i n a 70 direta de modo que a transcendência de limites acontece na espontaneidade dos sujeitos como uma ação não pensada Ou seja as respostas de suas ações surgem livremente e são fornecidas ao mundo Como exemplo Kunz 1991 cita os primeiros contatos de uma criança com a bola quando já no primeiro contato ela sabe o que fazer chuta quica rebate entre outras e com isso dialoga com o mundo construindo significados em sua ação Na segunda a forma é a assimilação que se manifesta pela aprendizagem ou mesmo pela intencionalidade do sujeito que elabora a ideia da imagem do movimento Desse modo para que o problema seja resolvido é necessário fornecer pistas sobre a ideia do movimento baseado em poucas informações Já a terceira forma é a criativoinventiva que emerge da intencionalidade inventiva e criativa do sujeito onde a transcendência do mundo vivido é feita a partir da criação e invenção Nessa fase portanto o homem explora e retrata o mundo com novos significadossentidos que lhe oferecem uma maior compreensão de mundo Através dessa compreensão o indivíduo adquire capacidades para mudar o mundo situacional em que vive e consequentemente mudar a si próprio É nessa perspectiva firmada que se tenta explicar por meio da prática de uma didática comunicativa o saberfazer o saberpensar e o sabersentir A relevância pedagógica dessa subjetividade é fundamental no processo de emancipação dos atores sociais visto que essa manifestação é assumida e vivida por indivíduos em suas existências particulares é a forma de conhecer o mundo no qual se incluem objetos a natureza os outros e nós mesmos TAFFAREL e MORSCHBACHER 2013 Busca ponderar sobre o desenvolvimento do indivíduo no contexto social entre um ser social e um ser individual e neste amadurecimento é que os indivíduos se confrontam com mecanismos hegemônicos que desafiam e pressionam o cidadão para uma forma de desenvolvimento estereotipado Alcançar a emancipação só será possível no momento em que os agentes sociais por meio do esclarecimento identificarem a origem e os motivadores da submissão e do abandono Kunz 2006 salienta que na perspectiva emancipatória ao sugerir de forma direta a transcendência de limites sejam incorporadas as Seção 2 Abordagem críticoemancipatória e a Educação Física P á g i n a 71 formas culturalmente estruturadas das práticas corporais Nas quais o aluno seja capaz de definir uma situação criarinventar movimentos e jogos com sentido para a vivência experimentada Sobre o conteúdo esporte Kunz 2006 argumenta que em vez de ensinar os esportes na EF na concepção tecnicista que visa principalmente o simples desenvolvimento de habilidades e técnicas de uma modalidade especifica a esse ensino deverão ser incluídos conteúdos de caráter teóricoprático o que acarretará um fenômeno esportivo transparente possibilitando aos educandos uma melhor organização e reorganização da realidade do esporte considerando suas possibilidades e necessidades fazendose desse modo com que o aluno se expresse como um sernomundo um ser corporal dialogando com o mundo vivido O autor reafirma que entre a dimensão de determinada visão de mundo e uma correspondente visão de Homem existe uma relação muito tensa pela qual se pode chegar a interpretar a Educação como um processo real KUNZ 2006 p 135 Para compreendermos melhor a abordagem críticoemancipatória destacamos três pressupostos 1 O aluno é o ator principal no processo e este possui conhecimentos críticos suficientes para reconhecer as adversidades complexas que o mundo impõe 2 Essas adversidades que se apresentam no contexto na vida dos alunos de acordo com suas percepções deverão ser orientadas e mediadas pelo professor mas caberá aos sujeitos da ação refletirem sobre as mudanças da sociedade na qual deverão ser guiados por propósitos que evidenciem a justiça a igualdade e equidade entre os seus integrantes 3 Convicção do professor do potencial crítico dos alunos para que haja um desenvolvimento significativo no ato de educar A materialização desses pressupostos só é factível a partir do desenvolvimento de três níveis de competências a competência objetiva a social e a comunicativa Competência objetiva representa os conhecimentos específicos do saber humano e na Educação Física equiparase a aprender as habilidades práticas da cultura de movimento Seção 2 Abordagem críticoemancipatória e a Educação Física P á g i n a 72 Competência social se faz necessário perceber aspectos ligados às relações socioculturais e sobre os papéis aceitos pelos indivíduos na sociedade no tocante aos conhecimentos da Educação Física Competência comunicativa é preciso diversificar formas de linguagem podendo ser oral de movimento cênica artística entre outras Kunz 2005 nos alerta sobre a importância da competência comunicativa saber se comunicar e entender a comunicação dos outros é um processo reflexivo e desencadeia iniciativas do pensamento crítico KUNZ 2005 p318 Esse último nível de competência expande as possibilidades para que os educandos elaborem outras formas de linguagem nas aulas de EF que não só a corporal promovendo novas maneiras de discutir e problematizar os JEs e seu contexto sóciohistórico Para Kunz 2006 o desenvolvimento da competência comunicativa deve trazer ao educando a capacidade de leitura crítica do esporte que acreditamos ser aplicados também aos JEs Desse modo a forma de saber que leva à emancipação é então um saber crítico que tem origem no mundo vivido dos indivíduos passando pelo desenvolvimento de um saber elaborado pelo processo interativo e comunicativo num contexto livre de opressões ou falsas consciências O trabalho de dissertação de Tinôco 2017 corrobora com esse pensamento Ele nos diz que Deve prevalecer não apenas a linguagem dos movimentos como também outras formas de linguagem devem ser desenvolvidas na intenção de propiciar aos sujeitos o entendimento crítico do fenômeno esportivo assim como o próprio mundo TINÔCO 2017 p47 Por fim é fundamental que a cultura de movimento se desenvolva através da Educação Física preservando em suas práticas a capacidade crítica dos alunos e dessa forma cultivando um ambiente propício à emancipação KUNZ 2005 Na abordagem críticoemancipatória estabelecemse três categorias de organização didática Trabalho Interação e Linguagem as quais favorecem o Seção 2 Abordagem críticoemancipatória e a Educação Física P á g i n a 73 processo de ensinoaprendizagem Apesar de serem desassociadas elas convergem para o desenvolvimento das competências mencionas anteriormente Destacamos as principais características dessas três categorias Trabalho abrange as atividades de natureza prática vivenciadas pelos alunos a partir dos conhecimentos extraídos da cultura de movimento Interação observa a indispensabilidade de práticas que satisfaçam os atributos de uma ação participativa cooperativa e solidária de forma que as diferenças e os conflitos possam ser acordados por meio de uma relação dialógica entre os envolvidos na ação Linguagem manifestação das ações vivenciadas durante as práticas sistematizadas que busca ir além da linguagem corpórea tão frequentemente utilizada durante as aulas de Educação Física Outras linguagens podem e devem ser utilizadas conforme expressem obrigatoriamente o pensamento dos alunos quando submetidos às atividades práticas Assim abonase a essa categoria a contemplação do desenvolvimento da capacidade crítica e criadora dos alunos Por conseguinte verificase que as categorias organizadas por Kunz 2006 no plano didático para o ensino de Educação Física tornase viável e ao se orientar por elas estas possibilitam o desenvolvimento das competências necessárias que oportunizam aos alunos uma educação emancipatória O autor reforça a importância de uma didática comunicativa no agir educacional uma teoria no sentido críticoemancipatório precisa na prática estar acompanhada de uma didática comunicativa porque ela deverá fundamentar a função do esclarecimento e da prevalência racional de todo o agir educacional Assim uma racionalidade com o sentido do esclarecimento implica sempre numa racionalidade comunicativa Devemos pressupor que a educação é sempre um processo no qual se desenvolvem ações comunicativas A capacidade comunicativa não é algo dado simples produto da natureza mas deve ser desenvolvida KUNZ 2005 p317 Ou seja a ação comunicativa infere sobre o interlocutor o esforço de sistematizar o pensamento e ele o faz por meio da linguagem É a ação comunicativa que irá sustentar a possibilidade de se criar no contexto das aulas um Seção 2 Abordagem críticoemancipatória e a Educação Física P á g i n a 74 ambiente propício ao desenvolvimento emancipatório Logo quando se oportuniza ao aluno a sistematização por meio da linguagem seja ela de qualquer natureza temse a convicção de que a ele se oferece o desenvolvimento de sua capacidade rumo à criticidade Kunz 2006 apresenta um esquema que sintetiza e relaciona as competências objetiva social e comunicativa com as categorias trabalho interação e linguagem Podemos observar a seguir essa esquematização no Quadro 4 Quadro 4 Esquematização das competências objetiva social e comunicativa relacionando as com as Categorias trabalho interação e linguagem CATEGORIAS TRABALHO INTERAÇÃO LINGUAGEM ASPECTO DOS CONTEÚDOS Ter acesso aos conhecimentos e informações de relevância e sentido para a aquisição de habilidades ao esporte de acordo com o contexto Ter acesso às relações esportivoculturais vinculadas à cultura do movimento do contexto social Ter acesso aos conteúdos simbólicos e linguísticos que transcendem o contexto esportivo ASPECTO DO MÉTODO Possibilitar o acesso às estratégias de aprendizagem técnicas habilidades específicas e de capacidades físicas Capacitação para assumir conscientemente papéis sociais e a possibilidade de reconhecer a inerente necessidade de semovimentar Aperfeiçoamento das relações de entendimento de forma racional e organizada ASPECTO DOS OBJETIVOS Capacitar para o mundo dos esportes movimentos e jogos de forma efetiva e autônoma com vistas à vida futura relacionada ao lazer e ao tempo livre Capacitar para um agir solitário cooperativo e participativo Desenvolver capacidades criativas explorativas além da capacidade de discernir e julgar de forma crítica OBJETIVA SOCIAL COMUNICATIVA COMPETÊNCIA Fonte Kunz 2006 p 38 Por fim ao optar pela abordagem críticoemancipatória objetivase que os alunos consigam pensar de forma autônoma e se tornem sujeitos emancipados 21 A EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL DOS ANOS FINAIS Neste tópico analisamos as políticas curriculares para o Ensino Fundamental Brasileiro situando a Educação Física para esse nível de ensino Para isso inicialmente recorreremos à análise do art 205 da Constituição Federal de 1988 de acordo com o qual A educação direito de todos e dever do Estado e da família será promovida Seção 2 Abordagem críticoemancipatória e a Educação Física P á g i n a 75 e incentivada com a colaboração da sociedade visando ao pleno desenvolvimento da pessoa seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho BRASIL1988 Art 205 Pretendendo sua ampliação a toda a população na medida em que aumentou sua oferta nos anos seguintes deu indicativo de fomento à Educação Física ao asseverar no Art 217 que É Dever do estado fomentar práticas desportivas formais e não formais como direito de cada um BRASIL 2012 p125 No ano de 1996 Parâmetros Curriculares Nacionais PCNs sofreram uma reformulação na qual foi ressaltada a importância da articulação da Educação Física entre o aprender a fazer o saber do porquê de se estar fazendo e como se relacionar com esse saber Brasil 1997 Os PCNs buscavam a contextualização dos conteúdos da Educação Física com a sociedade brasileira devendo a EF ser trabalhada de forma interdisciplinar transdisciplinar e através de temas transversais favorecendo o desenvolvimento da ética cidadania e autonomia Em 1997 o Ministério da Educação publicou os Parâmetros Curriculares Nacionais PCNs analisando as principais premissas apontadas por esse documento para o Ensino Fundamental do 1º ao 5º ano apontados como referenciais de qualidade para a Educação brasileira Entre suas propostas os PCNs apontaram os conteúdos desenvolvidos nas esferas conceituais procedimentais e atitudinais a concretização de um currículo tratado de forma contextualizada e interdisciplinar a organização escolar em ciclos a avaliação tratada como processo formativo e a formação integral do aluno Já no ano de 1998 foram consolidados em dez 10 volumes os PCNs para o Ensino Fundamental do 6º ao 9º ano A intenção foi ampliar e aprofundar um debate educacional que envolvesse a escola os pais eou responsáveis pelo aluno governos nas esferas municipal estadual e federal bem como a sociedade civil Essa proposta apresentada pelos PCNs vem em consonância com uma visão de ensino que assista mais precisamente às necessidades do alunado em sua vida social Além de ter se preocupado com o trato dos conteúdos escolares também orientou a organização escolar em forma de ciclos em lugar do tradicional sistema seriado até então vigente no sistema educacional brasileiro Foi considerada uma Seção 2 Abordagem críticoemancipatória e a Educação Física P á g i n a 76 tentativa de superar a segmentação excessiva produzida pelo regime seriado e de buscar princípios de ordenação que possibilitem maior integração do conhecimento Brasil 1997 p 42 Segundo o mesmo documento as séries anuais devem dar lugar a ciclos de dois anos de duração9 Com essa medida se objetiva proporcionar a superação da reprovação desnecessária principalmente no primeiro ano do ensino fundamental bem como oportunizar uma alfabetização mais efetiva Um sistema educacional baseado em ciclos não visa apenas à alteração na organização escolar mas também na maneira de se pensar o desenvolvimento da aprendizagem a avaliação e a aprovaçãoreprovação Miranda 2005 Nessa perspectiva os professores de Educação Física precisam realizar um planejamento em sintonia com a escola e a equipe pedagógica fazendo uso de seus conhecimentos em busca dos interesses e necessidades dos alunos Desde 2006 a duração do Ensino Fundamental que até então era de 8 anos passou a ser de 9 anos A Lei de Diretrizes e Bases da Educação LDB 939596 foi alterada em seus artigos 29 30 32 e 87 através da Lei Ordinária nº 112742006 ampliando a duração do Ensino Fundamental para 9 anos e estabelecendo como prazo para implementação da Lei pelos sistemas de ensino o ano de 2010 O Ensino Fundamental passou então a ser dividido da seguinte forma Anos Iniciais compreende do 1º ao 5º ano sendo que a criança ingressa no 1º ano aos 6 anos de idade 1º e 2º Ciclos Anos Finais compreende do 6º ao 9º ano 3º e 4º Ciclos Os sistemas de ensino têm autonomia para desdobrar o Ensino Fundamental em ciclos desde que respeitem a carga horária mínima anual de 800 horas distribuídos em no mínimo 200 dias letivos efetivos Quanto a sua atual organização o ensino fundamental pode ser visualizado 9 Com o Decreto nº 1127406 que altera o Ensino Fundamental para nove anos de duração promoveu também mudança na organização da educação por ciclos Sendo assim o primeiro ciclo correspondente ao momento de alfabetização teria duração de três anos e os demais ciclos dois anos de duração Com isso os anos iniciais do ensino fundamental passam a conter cinco anos de escolarização Seção 2 Abordagem críticoemancipatória e a Educação Física P á g i n a 77 na sequência no Quadro 5 Quadro 5 Organização do Ensino Fundamental Ensino Fundamental Anos Iniciais Anos Finais 1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo 4º Ciclo 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º Fonte Brasil 2004 p 18 O currículo para o Ensino Fundamental Brasileiro tem uma base nacional comum que deve ser complementada por cada sistema de ensino de acordo com as características regionais e sociais desde que obedeçam às seguintes diretrizes I a difusão de valores fundamentais ao interesse social aos direitos e deveres dos cidadãos de respeito ao bem comum e à ordem democrática II consideração das condições de escolaridade dos alunos em cada estabelecimento III orientação para o trabalho IV promoção do desporto educacional e apoio às práticas desportivas não formais BRASIL Lei nº 939496 Art 276 A LDB de acordo com a redação dada pela Lei nº 11274 de 2006 Art 32 determina que O ensino fundamental obrigatório com duração de 9 nove anos gratuito na escola pública iniciandose aos 6 seis anos de idade terá por objetivo a formação básica do cidadão mediante I o desenvolvimento da capacidade de aprender tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura da escrita e do cálculo II a compreensão do ambiente natural e social do sistema político da tecnologia das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade III o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores IV o fortalecimento dos vínculos de família dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social BRASIL Lei nº 112742006 Art 32 A aprovação desse texto representou um avanço para Educação Física pois não havia reconhecimento dela enquanto área de conhecimento valoroso para o desenvolvimento das pessoas sendo na maioria das vezes usada como mecanismo político dos governos para sujeição da população Castellani Filho 2002 reconhece que foi a eliminação da camisa de força que aprisionava a Educação Física nos limites do afamado eixo paradigmático da aptidão física vinculada apenas ao desenvolvimento físico Seção 2 Abordagem críticoemancipatória e a Educação Física P á g i n a 78 O Conselho Nacional de Educação aprovou em 7 de abril de 1998 uma resolução que definiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental DCNEF a saber a Resolução CNECEB nº 02 de 1998 BRASIL 1998 Essas DCNEF além de trazerem um currículo focado na formação de competências e habilidades reforçaram a Educação Física como componente curricular obrigatório da Educação Básica conforme pode ser observado no Art 3º da referida Resolução I As escolas deverão estabelecer como norteadores de suas ações pedagógicas a os princípios éticos da autonomia da responsabilidade da solidariedade e do respeito ao bem comum b os princípios dos Direitos e Deveres da Cidadania do exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática c os princípios estéticos da sensibilidade da criatividade e da diversidade de manifestações artísticas e culturais BRASIL Resolução CNECEB nº 21998 Art 3º Entre 28 de março e 01 de abril de 2010 foi realizada a Conferência Nacional de Educação CONAE com a presença de especialistas para debater a Educação Básica A CONAE alertou para a necessidade de ser ter uma Base Nacional Comum Curricular como parte de um Plano Nacional de Educação Nesse mesmo ano foi lançada a Resolução CNECEB nº 7 de 14 de dezembro de 2010 onde foram fixadas as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 nove anos Essa Resolução reafirmou a EF na área de Linguagens Códigos e suas Tecnologias e tem se revelado importante na orientação à análise e a restruturação dos currículos da Educação Básica na intenção de superar o recorrente isolamento e fragmentação dos componentes curriculares Essas normativas concederam à EF a oportunidade e a consequente responsabilidade de proporcionar aos alunos diversas vivências com o objetivo de conhecer e apreciar diferentes práticas corporais sistematizadas entendendoas como produções culturais diversificadas e dinâmicas As DCNEF juntamente aos PCNEF determinam que as linguagens não sejam somente exigidas como modos de expressãocomunicação mas como geradora de significados conhecimentos e valores bem como apontam a Seção 2 Abordagem críticoemancipatória e a Educação Física P á g i n a 79 interdisciplinaridade como um dos princípios que baseiam a edificação do conhecimento A proposta da interdisciplinaridade direcionada à formação do aluno comunica a interpretação do saber como um só e não de forma fragmentada As orientações das DCNEF à Educação Física determinam a necessidade de compreender os aspectos históricos que transitam no imaginário cultural da escola perante à Educação Física no Ensino Fundamental além de compreender que a identidade desse componente curricular é alicerçada a partir das negociações e das disputas que acontecem entre seus profissionais além daquelas travadas pelos outros agentes da escola BRASIL 2006 Enfim as DCNEF em companhia dos PCNEF tentam aproximar a EF como um componente curricular integrado à formação cultural do aluno consolidado a partir da sistematização do conhecimento e da organização curricular integrada Já no ano de 2014 a Lei nº 13005 de 25 de junho de 2014 regulamentou o Plano Nacional de Educação PNE com vigência de 10 dez anos O Plano tem 20 metas voltadas à melhoria da qualidade da Educação Básica sendo que 4 quatro delas tratam da Base Nacional Comum Curricular BNCC Nesse mesmo ano entre 19 e 23 de novembro ocorreu a 2ª Conferência Nacional pela Educação CONAE organizada pelo Fórum Nacional de Educação FNE do qual resultou um documento sobre as propostas e reflexões para a Educação brasileira sendo um importante referencial para o processo de mobilização para a BNCC No ano de 2015 a primeira versão da BNCC é disponibilizada e neste mesmo ano aconteceu uma mobilização das escolas de todo o Brasil para a discussão do documento preliminar desse documento No ano seguinte a segunda versão foi disponibilizada e de 23 de junho a 10 de agosto de 2016 aconteceram 27 Seminários Estaduais com professores gestores e especialistas para debater a segunda versão da BNCC O Conselho Nacional de Secretários de Educação Consed e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação Undime promoveram esses seminários Em abril de 2017 o MEC apresentou a versão final da BNCC ao Conselho Nacional de Educação CNE O CNE elaborou o seu parecer sobre a BNCC bem como o seu projeto de Resolução que foram encaminhados ao MEC No dia de 20 Seção 2 Abordagem críticoemancipatória e a Educação Física P á g i n a 80 de dezembro de 2017 a BNCC foi homologada pelo então Ministro da Educação Mendonça Filho por meio da Portaria MEC nº 1570 de 20 de dezembro de 2017 conforme segue O MINISTRO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO no uso de suas atribuições tendo em vista o disposto no art 2º da Lei nº 9131 de 24 de novembro de 1995 e conforme consta do Processo nº 23001000201201414 resolve Art 1 Fica homologado o Parecer CNECP nº 152017 do Conselho Pleno do Conselho Nacional de Educação aprovado na Sessão Pública de 15 de dezembro de 2017 que junto ao Projeto de Resolução a ele anexo instituem e orientam a implantação da Base Nacional Comum Curricular BNCC explicitando os direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento a ser observada obrigatoriamente ao longo das etapas e respectivas modalidades no âmbito da Educação Básica Art 2 Após a publicação do Acórdão do Supremo Tribunal Federal no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4439 o Ministério da Educação poderá solicitar ao Conselho Nacional de Educação reavaliação do disposto para o ensino religioso na BNCC Art 3 Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação BRASIL Portaria MEC nº 15702017 Em 06 de março de 2018 educadores do Brasil inteiro se debruçaram sobre a Base Nacional Comum Curricular com foco na parte homologada do documento correspondente às etapas da Educação Infantil e Ensino Fundamental com o objetivo de compreender sua implementação e impactos na Educação Básica brasileira A BNCC é um documento que além de orientar a elaboração do currículo específico de cada escola considerando as peculiaridades metodológicas sociais e regionais de cada uma objetiva sistematizar o que é ensinado nelas abarcando todos os níveis da Educação Básica Apresentase com os objetivos de aprendizagem de cada etapa de sua formação nas áreas de Linguagens Matemática Ciências da Natureza e Ciências Humanas BRASIL 2016 Ela tem como base quatro políticas nacionais que devem ser implantadas e interligadas entre si no intuito de assegurar as necessárias condições para promoção de qualidade na Educação Básica BRASIL 2016 são elas 1 Política Nacional de Formação de Professores 2 Política Nacional de Materiais e Tecnologias Educacionais 3 Política Nacional de Avaliação da Educação Básica e 4 Política Nacional de Infraestrutura Escolar Há também quatros eixos de formação do Ensino Fundamental nos quais estão relacionados com os objetivos gerais de formação das áreas de conhecimento Seção 2 Abordagem críticoemancipatória e a Educação Física P á g i n a 81 para essa etapa são eles 1 Pensamento crítico e projeto de vida adoção pelos alunos de atitude questionadora perante os problemas sociais assumindo o protagonismo e projetando expectativas em relação à vida 2 Intervenção no mundo natural e social protagonismo dos alunos perante as questões sociais e ambientais contemporâneas 3 Letramentos e capacidade de aprender referese à ampliação da participação dos alunos no mundo letrado por sua inserção em esferas mais abrangentes da vida social 4 Solidariedade e sociabilidade esse eixo aborda os compromissos que o indivíduo assume em relação à coletividade e os processos de identidade que acontecem nos processos de reconhecimento e acolhimento das diferenças BRASIL 2016 Com esses escritos a BNCC vem propor um papel novo para os atores da Educação Básica alicerçada nos pilares de protagonismo independência autonomia significado trabalho e pesquisa Localizando a Educação Física a BNCC prega assim como a LDB um ensino voltado à formação básica cidadã pois ela orienta colocar em perspectiva as oportunidades de desenvolvimento doa estudante e os meios para garantirlhe a formação comum imprescindível ao exercício da cidadania BRASIL 2016 p33 No Quadro 6 está a configuração da BNCC para o Ensino Fundamental Quadro 6 Configuração da BNCC para o Ensino Fundamental Fonte Brasil 2018 p 27 Seção 2 Abordagem críticoemancipatória e a Educação Física P á g i n a 82 Portanto a Educação Física compreendida como linguagem na Educação Básica tem como finalidade contribuir com a formação da subjetividade humana conforme apontam os próprios objetivos da aprendizagem Desse modo eles partem do entendimento da origem da dinâmica das práticas sociais que formam a cultura de movimento e das vivências delas bem como na capacidade de utilizálas em momentos de lazer e cuidados com a saúde exigindo as condições necessárias às práticas BRASIL 2018 De acordo com a BNCC 2018 p213 as práticas corporais devem continuar sendo tema da Educação Física possibilitando com isso realçar os múltiplos sentidos da cultura de movimento superando sua simples reprodução projetando sua leitura e produção Na BNCC cada uma das práticas corporais tematizadas compõe uma das seis unidades temáticas abordadas ao longo do Ensino Fundamental São elas 1 Brincadeiras e jogos 2 Esportes 3 Ginásticas 4 Danças 5 Lutas e 6 Práticas corporais de aventura Cabe salientar que a categorização apresentada não tem anseios de universalidade pois se trata de uma compreensão possível entre outras sobre as denominações das manifestações culturais tematizadas na Educação Física escolar Portanto entendese que nas aulas de EF as práticas corporais deverão ser abordadas como fenômeno cultural dinâmico diversificado pluridimensional singular e contraditório visando com isso assegurar aos alunos a possibilidade da construção e ressignificação de um conjunto de saberes que proporcionem ampliar sua consciência a respeito de seus movimentos e dos recursos para o cuidado de si e dos outros almejando o desenvolvimento da autonomia para apropriação e emprego da cultura de movimento em diversas finalidades humanas auxiliando sua participação de forma confiante e autoral na sociedade BRASIL 2018 Nessa lógica devemos considerar que a cultura digital está promovendo mudanças significativas na sociedade Em decorrência do avanço e da multiplicação das tecnologias de informação e comunicação além do crescente acesso a elas pela maior disponibilidade de computadores telefones celulares tablets e afins os jovens estão dinamicamente inseridos nessa cultura não somente como consumidores Seção 2 Abordagem críticoemancipatória e a Educação Física P á g i n a 83 mas também engajados cada vez mais como protagonistas e se envolvendo diretamente em novas formas de interação multimidiática e de atuação social em rede que se realizam de modo bastante dinâmico Essa cultura também exibe fortemente um apelo emocional e estimula o imediatismo de respostas e a efemeridade das informações antepondo análises superficiais o uso de imagens e formas de expressão mais sintéticas diferentes dos procedimentos de expressar e argumentar característicos da vida escolar Nesse contexto com o intuído de conferir flexibilidade na delimitação dos currículos e propostas curriculares bem como promover a adequação às realidades locais as habilidades de Educação Física para o Ensino Fundamental Anos Finais estão sendo propostas na BNCC organizadas em dois blocos 6º e 7º anos 8º e 9º anos e se referem aos objetos de conhecimento em cada unidade temática representados abaixo no Quadro 7 Quadro 7 Organização dos objetos de conhecimento e suas respectivas unidades temáticas para o Ensino Fundamental Anos Finais Fonte Brasil 2018 p 27 Visto todo o exposto a instituição escolar está sendo desafiada para o cumprimento do seu papel em relação à formação das novas gerações É eminente que a escola preserve seu compromisso de estimular a reflexão e a análise aprofundada além de continuar contribuindo para o desenvolvimento dos alunos com uma atitude crítica em relação ao conteúdo e à multiplicidade de ofertas midiáticas e digitais Seção 2 Abordagem críticoemancipatória e a Educação Física P á g i n a 84 Contudo é necessário que a escola compreenda e assimile ainda mais as novas linguagens e seus modus operandi10 expondo as possibilidades de comunicação e manipulação que oriente para usos mais democráticos das tecnologias e para uma participação mais consciente na cultura digital Ao assimilar o potencial de comunicação do universo digital a escola pode instituir novos modos de promover a aprendizagem a interação e o compartilhamento de significados entre professores e estudantes Portanto é com essa viagem histórica pelas políticas curriculares do Ensino Fundamental que procuramos demonstrar a função desse nível de ensino situando a Educação Física nele que fechamos esse tópico para que no próximo possamos adentrar nas peculiaridades do Ensino Fundamental na Escola Estadual Enéas Cavalcanti de Ceará MirimRN e seus atores 10 Modus operandi é uma expressão em latim que significa modo de operação na tradução literal para a língua portuguesa Seção 3 O Jogo Eletrônico na Educação Física Escolar Relatos Reflexões e possibilidades de Transcendência de Limites Uma das dificuldades encontradas pelos professores da Educação Física Escolar está em desenvolver uma prática docente inovadora que contemple novas estratégias de ensino e que caminhem com os avanços tecnológicos e suas constantes atualizações Fazse necessário portanto uma nova forma de pensar a EF que desperte nos alunos o pensamento crítico a partir de um agir comunicativo Logo tornase indispensável desenvolver novas formas de ensinar os tradicionais conteúdos da EF Assim este capítulo atenta para todo o diálogo descrito nos capítulos anteriores nos quais a temática dos JEs foi abordada tendo como base a concepção críticoemancipatória enquanto estratégia de ensino para o Ensino Fundamental dos anos finais descrevendo desde a sua concepção até as reflexões sobre as possibilidades de ensino e suas limitações 31 Jogos eletrônicos nas aulas de educação física transcendência de limites da experimentação à criaçãoinvenção Experimentação Na tentativa de melhor clarificar o planejamento dos dez encontros e relatar as aulas e como ocorreu a interlocução os próximos tópicos detalharão todo o passoapasso desse processo aula por aula trazendo as devidas reflexões e limites da experiência EF e os JEs Por oportuno esclarecemos que a primeira etapa da transcendência de limites é a Experimentação já discutida na metodologia desse estudo Para isso utilizamos os três primeiros encontros cujo objetivo principal foi perceber o que os alunos conheciam sobre os JEs haja vista que para ensinar qualquer conteúdo aos alunos devese observar pelo menos as suas experiências anteriores KUNZ 2006 p 18 311 ENCONTRO 01 START No primeiro encontro intitulado Start vocábulo da língua Inglesa que significar começar ou iniciar e tão comum nos JEs é que começamos o nosso estudo Apresentamos a partir de uma aula expositiva dialogada em sala a compreensão pelos alunos do planejamento para o terceiro bimestre Explicamos a Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 87 proposta de intervenção as temáticas e os procedimentos didáticopedagógicos Nesse primeiro encontro com as turmas expomos o esbouço do planejamento com a possibilidade de ajuste caso fosse necessário Logo em seguida falamos dos critérios avaliativos para o bimestre os quais foram 1 participação nas aulas e 2 participação na construção e apresentação do trabalho colaborativo Nesse momento fazse necessário frisar que o detalhamento de notas não fará parte deste escrito pois além de fugir ao escopo do estudo também foi uma exigência da instituição escolar A forma de avaliar a participação dos alunos foi através de construção do relatório espontâneo ao final de cada encontro Na sequência buscamos sensibilizar os alunos quanto ao trabalho colaborativo a partir das vivências em sala e principalmente nos produtos que foram criados durante as aulas ao longo dos encontros Terminado esse primeiro momento explicamos e entregamos para assinatura os termos de autorização necessários para coleta bem como o seu uso para fins de pesquisa Esses documentos seguem nos Anexos do trabalho Destacamos que os dados coletados sem a devida autorização não foram publicados na pesquisa Os estudantes das duas turmas em sua maioria receberam bem a proposta dos JEs nas aulas de EF porém alguns dos alunos ficaram bastante curiosos em saber como se daria esse processo visto que as aulas de EF eram na maioria das vezes o momento de jogar bola Seguem alguns relatos dos alunos Aluno 34 do 6º ano A Será muito legal jogar vídeo game e poder mexer nos Tablets Aluno 14 do 6º ano B O melhor será poder acessar a internet e brincar com o vídeo game Já um pequeno grupo desejava jogar principalmente o futebol e por esse motivo não recebeu positivamente a notícia pois como era de costume os alunos 07 e 08 ambos do 6º ano B relataram Vamos jogar bola que é melhor professor Ficou notório nos relatos dos alunos que apesar da boa aceitação da proposta das aulas seria um grande desafio a mudança de realidade das suas aulas de EF pois muitos não tiveram a oportunidade de vivenciar algo parecido em níveis anteriores de ensino haja vista que a EF se baseava na linha procedimental do esporte Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 88 Na sequência pedimos que eles formassem grupos de quatro a seis componentes de modo que os que tinham mais afinidade entre si formaram rapidamente os grupos Notamos que se formaram algumas equipes compostas somente por meninos outras só por meninas e devido o número estabelecido no início da aula é que se formaram grupos mistos Ocorreram alguns questionamentos com relação à possibilidade de se formarem grupos com mais de seis componentes Aproveitamos para reforça a necessidade do trabalho cooperativo e participativo e que aquele momento seria de grande valor para estreitar os vínculos de amizades entre os alunos da sala Após a formação dos grupos pedimos que eles escolhessem um nome para a sua equipe baseado em JEs que eles conheciam Nesse momento os alunos e alunas começaram a conversar com todo o vigor da juventude Todos falando ao mesmo tempo Uma voz mais alta que a outra tentando impor a sua vontade para a escolha do nome Pouquíssimos alunos não puderam opinar Foi a oportunidade que esperávamos para propor que cada aluno teria um tempo para expor a sua proposta para a escolha do nome do grupo de modo que ao final eles deveriam eleger um nome que não fosse o que ele mesmo propôs Com isso os grupos foram definidos e ficaram assim para cada turma 6º ano A 1 Free Fire 2 Candy Crush 3 Clash Royale 4 Sonic Dash 5 Manecraft e 6 Pac man 6º ano B 1 Subway Surfers 2 Call of Duty 3 Arrow 4 Roblox 5 Mário Bros e 6 Pokémon Go O que chamou a atenção nessa escolha foi o fato de que esses JEs estão disponíveis para Smartphone o que nos levou a imaginar naquele momento que a principal forma de contato com os JEs fosse através desse meio Por esse motivo pedimos aos alunos para pegarem os Tablets disponibilizados e realizassem uma busca na internet por esses jogos e os instalassem para logo em seguida jogarem livremente Outro ponto que chamou bastante atenção foi que boa parte dos alunos utilizaram o seu próprio aparelho celular durante a realização da pesquisa Nesse Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 89 momento ficou evidente que o uso consciente desse instrumento tecnológico em prol da educação sendo por nós incentivada é de grande valor pedagógico mas ao contrário esse instrumento é comumente proibido nas instituições transformando essa ferramenta em um aparelho disfuncional às aulas Acreditamos que é possível superar esse engessamento na utilização desses aparelhos em sala quando os professores reconhecerem suas potencialidades para o aprendizado dos jovens para além dos muros da escola que é exatamente o que buscamos nesse trabalho Corroborando com esse pensamento Pretto 1999 afirma que estamos imersos numa sociedade chamada de comunicação generalizada ou rede Visto que a sociedade está produzindo sujeitos sedentos pela inclusão das mídias na escola que faça sentido e tenha significado em seu aprendizado Os assim chamados de nativos digitais já nasceram envoltos pelas tecnologias Contudo nascer envolto pelas tecnologias não significa que nasceram prontos para usálas de modo crítico eles precisam serem orientados para fazer isso de forma consciente em um processo que é necessariamente educativo Nesse sentido consideramos a experiência aqui proposta como uma possibilidade interessante enquanto estratégia de ensino ajudandoos nesse aprendizado e consequentemente apropriandose de conhecimento Com o objetivo de modificar a tão tradicional configuração de uma sala de aula realizamos um sorteio para definir uma cor para cada grupo e propomos um layout diferente para a sala de aula A nova configuração escolhida pelos alunos está representada na Figura 3 Ao final pedimos que eles registrassem no relatório espontâneo suas impressões e sensações ao longo da aula podendo ser um desenho um poema um pequeno texto ou outra forma de expressão relativa àquele primeiro encontro que podemos observar na Imagem 15 Por fim fizemos os encaminhamentos para o próximo encontro que seria trazer para a escola os JEs que eles utilizavam e apresentar para a turma Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 90 Figura 3 Configuração da Sala de aula para o desenvolvimento da pesquisa Fonte Arquivo pessoal do Autor Imagem 15 Momento de impressões gráficas no relatório espontâneo Fonte Arquivo pessoal do Autor QUADRO BRANCO Grupo 1 Grupo 6 Grupo 2 Grupo 5 Grupo 4 Grupo 3 Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 91 Na sequência apresentaremos alguns relatórios espontâneos produzidos nesse primeiro encontro Conforme podemos observar na Imagem 16 a manifestação que se sobressaiu foi o desejo da maioria das duas turmas de jogar bola apesar de toda a motivação e entusiasmo demostrado no decorrer da aula A nossa hipótese para explicar isso é que os alunos já estão condicionados a essa prática corporal nas aulas de EF quase que rotineiramente nas quais segundo relatos dos alunos os meninos jogam futebol e as meninas queimada O que ao nosso olhar empobrece e limita a percepção de mundo dos alunos no que se refere a prática corporal Outro ponto importante que se manifestou nos relatórios foi a possibilidade do uso dos Tablets pelos alunos Apesar desse material estar disponível para uso poucos foram utilizados Muitos ainda se encontravam dentro da caixa lacrada sendo deteriorado pelo tempo e falta de uso De um total de quarenta e dois Tablets disponíveis apenas vinte e sete estavam em condições para uso Imagem 16 Alguns relatórios espontâneos produzidos no primeiro encontro de aula Fonte Arquivo pessoal do Autor Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 92 312 ENCONTRO 02 MOSTRA DE JOGOS ELETRÔNICOS No segundo encontro intitulado Mostra de Jogos Eletrônicos tivemos como principal objetivo didáticopedagógico observar as vivências relacionadas aos JEs fora do ambiente escolar na vida cotidiana dos alunos Os grupos realizaram uma apresentação dos seus JEs favoritos Nesse momento pudemos observar que a maioria dos alunos estavam usando o aparelho celular do tipo Smartphone para apresentar o seu JEs favorito que eram basicamente os mesmos escolhidos para identificar os grupos o que reforça a hipótese da escolha dos nomes das equipes já citada no tópico anterior Tal constatação restringiu as possibilidades de gestos motores e limitou o sujeito a pequenos movimentos articulares manuais Na sequência oportunizamos que todos pudessem vivenciar os JEs por um determinando tempo Nesse momento cada integrante do grupo deveria se dirigir para um outro grupo no qual não se encontrasse outro membro do grupo original possibilitando apresentar o seu JEs para outros alunos Com isso todos puderam experimentar os diferentes aparelhos e algumas plataformas Após finalizado esse momento lançamos no quadro branco o seguinte questionamento para reflexão Os avanços tecnológicos no tocante aos JEs estão influenciando de alguma maneira a sua vida Com essa pergunta feita para os grupos eles deveriam primeiramente dialogar com os outros membros da sua equipe e posteriormente com os demais grupos da sala Após um breve tempo de confabulações os alunos relataram basicamente os pontos positivos referentes aos JEs como por exemplo é divertido aumenta a concentração é empolgante faz novas amizades entre outros pontos Aspectos considerados como pontos negativos entretanto não estavam claros para os alunos Pontos como a quantidade de horas destinadas ao JEs a auto exclusão do convívio social procrastinação das atividades escolares jogos violentos que possam estimular comportamentos antissociais se agregados ao tipo de jogador com tendência para tais comportamentos etc O vício em videogame é considerado pela Organização Mundial da Saúde OMS como transtorno mental Também se evidenciam diversos problemas articulares Problemas relacionados aos aspectos socioculturais relacionados aos JEs estavam obscurecidos para a maioria dos Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 93 alunos Seguindo adiante voltamos a indagar a turma com o seguinte questionamento Agora que já percebemos alguns pontos positivos e pontos negativos sobre os JEs volto a perguntar Os avanços tecnológicos no tocante aos JEs estão influenciando a sua vida para melhor ou não Alguns alunos começaram a reconhecer algumas atitudes de pessoas próximas e neles mesmos como sendo prejudicial O aluno 37 relatou Professor já passei a noite toda jogando e assistindo no celular No outro dia vim só dormir na sala A aluna 22 proferiu o seguinte À noite lá em casa cada um fica no seu canto olhando o celular O aluno 8 relatou que Prefiro jogar no celular do que brincar na rua Muitos outros relatos semelhantes a esses emergiram Na continuidade voltamos a utilizar os relatórios espontâneos com o propósito dos alunos registrarem através do grafismo os seus sentimentos e pensamentos referentes à vivência em sala como mostra a Imagem 17 Imagem 17 Alunos registrando através do grafismo seus sentimentos e pensamentos Fonte Arquivo pessoal do Autor Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 94 Como no tópico da aula anterior apresentaremos alguns relatórios espontâneo produzidos nesse segundo encontro Imagem 18 Alguns relatórios espontâneos produzidos no segundo encontro Kunz 2006 trata a encenação como etapa do processo pedagógico em que se exploram as possibilidades e propriedades dos recursos didáticos bem como proporciona ao educando a descoberta de variadas estratégias à realização das ações oportunizando fazer uso de suas vivências socioemocionais para a interpretação das atividades propostas Logo utilizar os JEs como estratégia de Estou muito ansiosa para a próxima aula gostei muito Aluno 1 A aula de hoje e muito legal Me ajudou a aprender mais sobre os jogos Os benefícios e os malefícios A aula de hoje foi muito legal Aluno 33 Eu gostei de conhecer mais o que o jogo pode fazer com a gente gostei de aprender mais com o professor Aluno 14 Eu aprendi o lado bom e o lado ruim dos jogos Aluno 21 Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 95 ensino na tematização de aspectos socioculturais de acordo com a percepção dos alunos sobre os JEs através do registro de uma forma de linguagem nesse caso escrito eou por desenho nas aulas de Educação Física pode contribuir para que os educandos desenvolvam processos críticosreflexivos Para finalizar percebemos os alunos como sujeitos de seu próprio processo de aprendizagem a partir da possibilidade de agirem autonomamente intencionando a criatividade a comunicação e a cooperação Admitindo o pensamento de Hildebrandt e Laging 1986 essa centralidade nos educandos tem papel fundamental nos processos de ensinoaprendizagem pois estes deixam de ser objetos da aula para se tornarem sujeitos da mesma No encerramento desse segundo encontro realizamos os encaminhamentos para o próximo Optamos pela exibição de uma produção cinematográfica que tinha os JEs como plano de fundo 313 ENCONTRO 03 JOGADOR Nº 1 11 No terceiro encontro intitulado Jogador nº 1 tivemos como principal objetivo didáticopedagógico a partir da exibição desse filme de ficçãocientifica que aborda um futuro não muito distante onde as pessoas passam mais tempo no mundo virtual que no mundo real estimular a percepção dos alunos para a sociedade contemporânea que se encontra conectada em rede onde ferramentas de relacionamentos e mídias sociais virtuais como WhatsApp Facebook Instagram e YouTube consolidaramse como uma necessidade básica de convívio o que verdadeiramente encurtou os referenciais de espaço e tempo ou seja temos acesso à informação no tempo em que ela está acontecendo Nesse contexto do ciberespaço onde se passa a nossa trama com diversas reflexões de ordem filosófica e psicológica bem como mudanças nas relações socioculturais onde o JEs é objeto e fenômeno de reflexão para compreendermos que o seu significado transcende a delimitação de um campo de saberes onde cada olhar ao pensar sobre os JEs terá interpretações singulares não há como esgotar 11 Link para assistir o Filme Jogador Nº 1 httpswwwyoutubecomwatchvEdghFaRIXbclistPLwho2BO0EdqPDCIjLGoH3k2gMx2bm7nX Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 96 as suas possibilidades de significação Imagem 19 Cartaz e imagens do filme Jogador Nº 1 Fonte Imagens retirada da Internet É importante ressaltar que se por um lado os avanços tecnológicos aproximaram as pessoas que estão fisicamente distantes por outro elas afastam quem realmente está próximo Hoje se vive online12 onde o mundo real e o virtual coexistem e interagem o que pode ocasionar uma percepção diferente da realidade Muitas vivências principalmente na infância a exemplo do contato pessoal do olho no olho da sensibilidade de perceber um abraço de toda a afetividade das relações interpessoais nos mais variados níveis de amizade e familiaridade do brincar espontâneo com outras crianças ou seja o Brincar e Semovimentar13 SURDI MELO e KUNZ 2016 recebem atualmente outros significados e sentidos Nesse sentido recorremos a Kunz 2000 que nos fala ser primordial interpretar o movimento humano como fenômeno fundamental da vida ou seja uma existência sem movimento é impensável Movimento esse que ultrapassa o sentido de deslocamento no espaço e tempo O entendimento do Semovimentar se orienta pela qualidade do movimento que está estreitamente associada às vivências às emoções e à sensibilidade das ações experimentadas Nesse feitio valorizase o sentir humano ao incorporar o ser que se movimenta ao seu 12 adv De modo a estar numa conexão ou na internet no exato momento em que acessa adj Que se pode acessar pelo computador Etm do inglês online 13 Elenor Kunz em vários de seus escritos apresentou esse conceito do Brincar e Semovimentar da criança por duas razões uma em função da teoria do semovimentar humano apresentado no Brasil desde 1991 e outra por achar que o brincar da criança na maior parte da literatura que trata desse assunto é um brincar didatizado por apresentar um brincar com finalidades orientadas para o melhor desenvolvimento do futuro adulto Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 97 movimento Possibilidade esta que se encontra essencialmente no mundo real Nessa compreensão Napolitano 2009 norteia para a utilização crítica das mídias audiovisuais evidenciando os filmes cinematográficos os quais podem e devem ser utilizados de diversas maneiras pelos professores como textogerador Corroborando com essa perspectiva Bévort e Belloni 2009 afirmam que a utilização das mídias no contexto escolar deve ser considerada como uma nova forma de pensar aprender produzir e divulgar conhecimentos e informações Desse modo esperase que os estudantes possam perceber algumas atitudes em seu mundo semelhantes aos envolvidos com a trama de ficção e que possam relacionar de forma crítica um pensamento sobre a percepção de corpo no que é real e o que é virtual Sobre isso a concepção CríticoEmancipatória KUNZ 2006 esclarece que devemos buscar a conscientização dos alunos com a intenção de formar sujeitos críticoreflexivos que procurem questionar não só as situações escolares mas principalmente a sua realidade social buscando a emancipação como forma de se libertar das condições que limitam suas capacidades racionais críticas e diante disso de todo seu agir no contexto sociocultural Imagem 20 Alunos assistindo o filme Jogador Nº 1 Fonte Arquivo pessoal do Autor Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 98 Finalizamos esse encontro sem poder realizar o relatório espontâneo pois a exibição do filme tomou todo o tempo da aula e um pouco do intervalo dos alunos O que nos deixou gratificados foi a maioria ter preferido sacrificar um pouco do intervalo para assistir o desfecho da trama Para o próximo encontro retomaremos o filme como plano de fundo para discutir questões importantes ao nosso ver de como nos relacionamos através das ferramentas midiáticas No Quadro 8 apresentamos a esquematização dos Encontros 0102 e 03 para o que se espera Quadro 8 Esquematização dos Encontros 01 02 e 03 CATEGORIAS TRABALHO INTERAÇÃO LINGUAGEM ASPECTO DOS CONTEÚDOS Temática dos JEs para as aulas de EF bem como o manuseio de aparelhos tecnológicos Apontamento para a tecnologia e sua presença em nossa sociedade contemporânea Uso da tecnologia para acessar a internet de forma espontânea para buscar e informações ASPECTO DO MÉTODO Possibilidade do trabalho em grupo para a germinação do pensamento crítico Oportunizar que cada sujeito do grupo possa se expressar para os demais Aceitação pela escolha do nome do grupo de trabalho de forma cooperada e participativa ASPECTO DOS OBJETIVOS Preparar para o uso consciente da tecnologia Preparar para convívio solidário participativo e responsável Capacidade expressar suas percepções através do registro em papel OBJETIVA SOCIAL COMUNICATIVA COMPETÊNCIA Fonte Autoria própria 32 Jogos eletrônicos nas aulas de educação física transcendência de limites da experimentação à criaçãoinvenção Encenação por aprendizagem A segunda etapa da transcendência de limites é a Encenação por aprendizagem apresentada na Metodologia desse estudo Para isso foram disponibilizados os encontros 04 05 06 e 07 cujo objetivo principal foi ampliar os olhares e saberes dos discentes através das vivências práticas para o fenômeno dos JEs Para tanto foi necessário desmitificálo no contexto escolar através de conhecimentos que permitissem aos alunos criticálo dentro de um determinando contexto sócioeconômicopolíticocultural KUNZ 2006 p 20 321 ENCONTRO 04 TECNOLOGIA E A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA No Encontro 4 intitulado Tecnologia e seu impacto na sociedade Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 99 contemporânea tivemos como principal objetivo didáticopedagógico a partir da exibição do Filme da aula anterior Jogador Nº1 debater como a tecnologia impacta a nossa sociedade o nosso comportamento e a forma como nos relacionamos tendo como plano de fundo os JEs como fenômeno cultural explorado na obra cinematográfica Esse encontro foi o primeiro de quatro encontros destinados à encenação por aprendizagem para a Transcendência de Limites mencionada anteriormente no processo metodológico Nessa intenção no início da aula questionamos os educandos Quais foram os pontos mais significativos que vocês puderam perceber no filme da aula passada Na medida em que surgiam as respostas elas eram anotadas no quadro branco da sala Obtemos algumas respostas como O mundo real é uma porcaria por isso as pessoas preferem estar no jogo No jogo elas podem ser uma outra pessoa diferente do mundo real As pessoas podem ter o corpo que quiserem As pessoas estavam infelizes As pessoas viviam presas em suas casas No início do filme as pessoas não se conheciam pessoalmente somente no jogo A violência era liberada geral no jogo as pessoas podiam se matar à vontade Depois desse primeiro momento foi solicitado aos grupos que conversassem entre os componentes e escolhessem uma das afirmações que estavam no quadro branco para que logo em seguida eles pudessem debater sobre a afirmação escolhida Após algum tempo abrimos o debate para a sala com o seguinte questionamento De acordo como o que vocês discutiram em grupo pergunto Qual é a influência da tecnologia nessas questões anotadas no quadro e como isso afeta a nossa sociedade Muitos foram os braços levantados quase simultaneamente e tão ávidos para falar que inúmeras vozes surgiram o que tornou difícil compreender suas colocações Apesar da desordem de falas que se observava naquele momento essa situação de certa forma deixoume muito feliz Tive que rever uma nova estratégia para que todos pudessem se expressar Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 100 Três assuntos se destacaram entre os demais foram eles 1 Que as pessoas mentem fingindo ser uma outra pessoa 2 que a violência é aceitável 3 que o mundo virtual é uma mentira real No primeiro os alunos relataram uma parte do filme em que uma mulher usa um avatar de um homem para poder ser aceito no meio dos melhores jogares Com isso alguns alunos confessaram que conhecem alguém que já fingiu ser uma outra pessoa quando acessavam a internet em especial as redes sociais No segundo item a questão da violência surgiu pelo fato do filme apresentar inúmeras cenas de violência de modo que quando relacionaram com os JEs notaram que os melhores jogos eram os que tinham atos de violência com atitudes antissociais como roubar espancar e matar o que no olhar da turma são aceitáveis pela sociedade Já o terceiro ponto ocorreu em decorrência de uma cena já no final do filme onde a plataforma que rodava o jogo foi desligada em alguns dias da semana para que as pessoas pudessem aproveitar o mundo real e se relacionarem com outras pessoas fora do mundo virtual o que foi considerado uma atitude antipopular gerando protestos por parte da população O filme termina com uma frase dizendo A realidade é a única coisa real Durante o debate a aluna nº 18 chegou à conclusão de que o mundo virtual é uma mentira real devido ao fato dela estar em todo lugar e ao mesmo tempo em lugar nenhum pois não existe fisicamente Os diversos comentários uns mais elaborados e outros nem tanto deixou me bastante gratificado pois extravasaram mais uma vez o tempo de aula e adentraram na experiência de cada um Os relatos mostraram que os temas estão encorpados de sentidos e significados o que nos leva a crer que estamos traçando um caminho que virá a contribuir para a formação crítica dos alunos rumo a uma EF diferenciada e alinhada com as novas demandas da área Apesar de estarmos atentos ao tempo destinado à aula finalizamos esse encontro sem realizar o relatório espontâneo devido ao riquíssimo debate e por perceber a necessidade dos alunos em expor suas ideias isso levou a mais uma vez extrapolar o tempo da aula 322 ENCONTRO 05 ESPORTES TÊNIS E DARDO No encontro 5 intitulado Esportes Tênis e Dardo tivemos como principal Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 101 objetivo didáticopedagógico o de analisar a percepção dos alunos quanto à utilização dos JEs em duas práticas corporais pouco comuns em sua cultura de movimento Optamos pelas práticas corporais do Tênis e do Dardo Para isso optamos pelo Console Xbox 360 Kinect e o jogo escolhido para essa proposta pedagógica foi o JE intitulado Kinect Sports Há autores afirmando que com as invenções rápidas e constantes no mundo computacional a invenção dos sensores de movimento muda o conceito de atividade passiva sobre JEs para total atividade corpórea BARACHO GRIPP E LIMA 2012 Essa interatividade promove o movimento corporal tirando da ociosidade até mesmo o aluno que não gosta ou não é adepto do movimento físico através dos jogos tradicionais O encontro se deu em três momentos 1 Explicação de como funciona a plataforma e os cuidados para utilização correta e segura do equipamento 2 vivência dos JEs 3 preenchimento do relatório espontâneo No primeiro momento aconteceu a explicação de como utilizar a plataforma do console e os cuidados que se deviam tomar para a sua correta utilização Como por exemplo Devese estar a no mínimo três metros de distância do sensor de movimento para que se tenha uma boa leitura dos movimentos dos jogadores No jogo de Dardos poderá jogar até quatro jogadores por jogo e no Tênis dois por vez Manter uma distância segura do outro jogador enquanto joga Pedimos aos alunos que abrissem os braços e descem um giro de 360º sendo esse espaço a sua área de segurança e que mesmo havendo deslocamento orientamos que sempre tivesse atenção ao seu entorno Como optamos em usar apenas um aparelho muitos alunos ficaram parados Então sugerimos a turma que quem estivesse assistindo tomasse nota das ações dos colegas a fim de ajudálos podendo fazer orientações durante o jogo A imagem 21 mostra os alunos vivenciando o jogo de Dardos e a Imagem 22 o jogo Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 102 de Tênis Imagem 21 Alunos vivenciando o jogo de dardos Fonte Arquivo pessoal do Autor Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 103 Imagem 22 Alunos vivenciando o jogo de Tênis Fonte Arquivo pessoal do Autor Utilizamos quase todo o horário destinado à aula para essa vivência para que fosse possível que todos jogassem Os alunos se organizaram Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 104 espontaneamente não havendo a necessidade de mediação do professor nesse ponto Foram momento ricos e divertidos Mesmo os alunos mais tímidos se permitiram a encenar Na sequência pedimos que preenchessem os relatórios espontâneos com o propósito de que os alunos registrassem seus sentimentos e pensamentos referentes à vivência em sala como mostram as Imagens 23 e 24 através do grafismo Imagem 23 Alguns relatórios espontâneos logo após o jogo de Dardos Fonte Arquivo pessoal do Autor Alegria 1 Sentimento que faz as pessoas mais felizes durante o dia a dia Estou me sentindo muito feliz Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 105 Imagem 24 Alguns relatórios espontâneos logo após o jogo de Tênis Fonte Arquivo pessoal do Autor Quando observamos os relatórios espontâneos expostos acima há uma manifestação sobre as experiências e os entendimentos vivenciados pelos alunos Segundo Kunz 2006 para se chegar à emancipação é necessário um saber crítico cuja origem é no mundo vivido dos sujeitos o qual perpassa por um saber elaborado pelo processo interativo e comunicativo livre de coerção O autor ainda nos alerta no sentido de que devem haver sempre momentos na vida da pessoa seja adulto criança ou adolescente em que a expressão de sua natureza sensível comunicativa alegre e prazerosa seja possibilitada KUNZ 2006 p 121 Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 106 323 ENCONTRO 06 SIMPLESMENTE DANÇE No encontro 6 intitulado por Simplesmente Dance tivemos como principal objetivo didáticopedagógico o de analisar a percepção dos alunos quanto à utilização dos JEs para o ensino da dança Optamos pela versão do Just Dance 2015 para a vivência em sala de aula no Console Xbox 360 Kinect Esse encontro foi o segundo de quatro encontros destinados a encenação por aprendizagem para a Transcendência de Limites Da mesma forma que no encontro anterior a aula se deu em três momentos 1 Explicação de como funciona a plataforma e os cuidados para utilização correta e segura do equipamento 2 vivência dos JEs e 3 preenchimento do relatório espontâneo No primeiro momento relembramos a maneira para a melhor utilização da plataforma do JE e os cuidados que se deviam tomar para a integridade dos alunos a saber Manterse no mínimo três metros de distância do sensor de movimento Kinect para que se tenha uma boa leitura dos movimentos dos jogadores No Just Dance o equipamento comporta entre dois a seis jogadores dependendo da música escolhida Pedimos aos alunos que abrissem os braços e descem um giro de 360º sendo esse espaço a sua área de segurança e que mesmo havendo deslocamento orientamos que sempre tivesse atenção ao seu entorno Essa de longe foi a aula com a maior adesão durante a qual todos fizeram questão de vivenciar inúmeras vezes Mesmo havendo apenas um console muitos alunos ficaram dançando fora do alcance do sensor de movimento da mesma forma que os demais que estavam na zona de leitura A imagem 25 mostra os alunos vivenciando a Dança através do Just Dance 2015 Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 107 Imagem 25 Alunos vivenciando a dança através do Just Dance 2015 Fonte Arquivo pessoal do Autor Assim como na aula anterior utilizamos quase todo o horário destinado à aula para essa vivência para que fosse possível a participação de todos Os alunos Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 108 inicialmente se organizaram espontaneamente porém houve a necessidade da mediação do professor para esclarecer à turma a importância em permitir que todos os colegas pudessem experimentar mais de uma vez a vivência da dança por meio dos JEs Foi interessante observar que até os alunos mais introspectivos se dispuseram a encenar para além do momento à frente do sensor de movimento Na sequência pedimos aos alunos que preenchessem o relatório espontâneo com o propósito de que estes registrassem seus sentimentos e pensamentos referentes à vivência em sala como mostra a Imagem 26 através do grafismo Imagem 26 Alguns relatórios espontâneos logo após o JEs Just Dance Fonte Arquivo pessoal do Autor O que aconteceu Eu confesso que no comesso me deu nem pouco de vontade mas depois voi bem mais tranquilo amei dançar é bem divertido amei Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 109 324 ENCONTRO 07 JOGOS DE AVENTURA No encontro 7 intitulado como Jogos de Aventura tivemos como principal objetivo didáticopedagógico o de investigar a percepção dos alunos quanto à aplicação dos JEs para o ensino das práticas corporais de aventura Optamos pela versão do Kinect Adventure para a vivência em sala de aula no Console Xbox 360 Kinect Esse encontro foi o terceiro destinado à encenação por aprendizagem para a Transcendência de Limites Como em todos os encontros anteriores dividimos em três momentos 1 Explicação de como funciona a plataforma e os cuidados para utilização correta e segura do equipamento 2 vivência dos JEs e 3 preenchimento do relatório espontâneo Após as explicações iniciais iniciamos a vivência mas aconteceu umas oscilações no fornecimento de energia na cidade acarretando a falta de eletricidade na escola o que impossibilitou o andamento do plano de aula Com essa situação inesperada tivemos que reorganizar o plano para esse dia Passamos então a orientar os grupos para os próximos encontros nos quais eles teriam que criarinventar uma atividade ou um trabalho expositivo com a temática dos JEs baseados nas vivências anteriores em sala bem como fora dela Os alunos relataram as mais variadas dificuldades com inúmeros questionamentos sobre o que fazer pois segundo os depoimentos em sala até então era a primeira vez que pediam para eles criarem algo que fosse proposto por cada um deles e escolhido pelo grupo o que demostra a falta de autonomia e protagonismo no fazer pedagógico Com essa constatação reforçase a necessidade de se colocar como uma das tarefas fundamentais da educação a emancipação do sujeito através de um processo de esclarecimento racional baseado principalmente num agir comunicativo Portanto pretendo aqui chamar de emancipação esse processo de libertar o jovem das condições que limitam o uso da razão crítica e com isso todo o seu agir social cultural e esportivo que se desenvolve pela educação KUNZ 2006 p 33 Depois de rápida explanação e discussão pedimos aos grupos que conversassem entre os seus integrantes para a escolha da atividade e caso Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 110 houvesse impasses ou dúvidas eles poderiam chamar o professor para promover a mediação Desse modo no esforço de sanar todas as questões fomos pontuando e conversando com cada grupo Esse momento de diálogo foi muito importante para a definição dos temas que seriam trabalhados por eles A maioria dos grupos de cada turma conseguiu definir o seu tema Com o surgimento dessa oportunidade tentamos levar os alunos a uma autorreflexão sobre o agir pedagógico para que eles assumissem o protagonismo da sua ação o que está alinhado com a concepção crítico emancipatória Nesse sentido Kunz 2006 relata que Assim ao induzir a autorreflexão a pedagogia críticoemancipatória deverá oportunizar aos alunos perceberem coerção auto imposta de que padecem conseguindo com isto dissolver o poder ou a objetividade dessa coerção e assumindo um estado de maior liberdade e conhecimento de seus verdadeiros interesses ou seja esclarecimento e emancipação KUNZ 2006 p 36 Neste ponto retomamos a importância do saber se comunicar e compreender os outros como um processo reflexivo que desencadeia o pensamento crítico Kunz 2006 alerta para a competência comunicativa na EF que não deve apenas se atentar para a linguagem dos movimentos mas necessita ser compreendida pelos demais integrantes onde a linguagem verbal deverá ser desenvolvida não é apenas a linguagem que se expressa pelo semovimentar dos participantes mas o próprio falar sobre as experiências e os entendimentos do mundo dos esportes KUNZ 2006 p 42 Partindo para o final do encontro pedimos aos alunos para pesquisarem um pouco mais sobre o que eles pensaram como tema da atividade a ser desenvolvida e vivenciada em sala Na sequência lembramonos do nosso planejamento bem como de que na aula seguinte teríamos como tema norteador JEs em debate ocasião em que eles deveriam se posicionar sobre os impactos dos JEs na vida cotidiana e ao final do debate tentaríamos chegar a um denominador comum sobre a sua utilização pela sociedade contemporânea Vale aqui frisar que o próximo encontro foi uma sugestão da turma de modo Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 111 que este surgiu durante o processo de apresentação da pesquisa Inicialmente pensamos em fazer um julgamento dos JEs sendo um grupo de acusação e outro de defesa Entretanto mesmo sendo um trabalho instigante a sua realização demonstrou ser complexa demais para esse nível de ensino Na sequência pedimos que preenchessem os relatórios espontâneos como nos outros encontros com o propósito de que os alunos registrassem seus sentimentos e pensamentos referentes à vivência em sala como mostram as Imagens 27 através do grafismo Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 112 Imagem 27 Alguns relatórios espontâneos confeccionados ao final do encontro 07 Fonte Arquivo pessoal do Autor Foi muito legal a aula Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 113 No Quadro 9 apresentamos a esquematização dos Encontros 04 05 06 e 07 para o que se espera Quadro 9 Esquematização dos Encontros 04 05 06 e 07 CATEGORIAS TRABALHO INTERAÇÃO LINGUAGEM ASPECTO DOS CONTEÚDOS Possibilitar o acesso a conhecimentos e informações de relevância e sentido de como as pessoas vem utilizando a Internet Perceber a relação e as questões esportivo culturais vinculadas à cultura do movimento no contexto social atual Acesso aos conteúdos simbólicos e linguísticos por meio de exibição cinematográfica e digital ASPECTO DO MÉTODO Olhar crítico para os pontos chaves da trama cinematográfica Chamar para assumir conscientemente o protagonismo social e reconhecer a necessidade de Semovimentar Desenvolvimento das relações de entendimento de forma racional ASPECTO DOS OBJETIVOS Preparação para o contexto do mundo virtual dos JEs e movimentos de forma efetiva e autônoma e relacionada ao lazer e ao tempo livre Preparar para um agir participativo e cooperativo Capacitar para discernir e julgar de forma crítica OBJETIVA SOCIAL COMUNICATIVA COMPETÊNCIA Fonte Autoria própria Ao final dessa etapa queremos retomar que o ensino na concepção crítico emancipatória deve ser um ensino de libertação de falsas ilusões de falsos interesses e desejos criados e construídos nos alunos pela visão de mundo que apresentam a partir de conhecimentos colocados à disposição pelo contexto sociocultural onde vivem Kunz 2006 afirma que para o processo de libertação poder acontecer devese em princípio ser coercitivo pois existe uma coerção que é auto imposta que se origina das influências da indústria cultural e dos meios de comunicação em massa na formação de subjetividade Somente uma contrapressão por parte do sistema escolar possibilitará a superação dessa auto coersão Enfatizamos que essa coerção do sistema escolar para a libertação deverá ser pautada pelo esclarecimento a autorreflexão e o desenvolvimento de competências o que possibilitará que todos os membros da comunidade educativa participem contribuindo para um contexto livre de violência e de coação Isso significa que o professor é um agente que deverá promover o agir comunicativo entre os seus alunos a fim de expressar os entendimentos do mundo social subjetivo e objetivo da interação onde todos possam formular as ações a partir de seus interesses e preferências Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 114 33 Jogos eletrônicos nas aulas de educação física transcendência de limites da experimentação à criaçãoinvenção Criativainventiva A terceira etapa da Transcendência de Limites é a criativainventiva apresentada na metodologia desse estudo Para isso foram disponibilizados os dois últimos encontros com o objetivo principal de que os alunos pudessem criarinventar algo novo a partir das suas experiências com os JEs permitindo aos jovens naquele momento libertaremse das condições que limitam o uso da razão e consequentemente o seu agir social e cultural haja vista que alcançar a emancipação só será possível quando os agentes sociais pelo esclarecimento reconhecerem a origem e os determinantes da dominação e da alienação KUNZ 2006 p 35 331 ENCONTRO 08 JOGOS ELETRÔNICOS EM DEBATE No encontro 08 intitulado Jogos Eletrônicos em debate tivemos como principal objetivo didáticopedagógico compreender a partir das vivências realizadas em sala bem como das vivências extra sala dos alunos o seu entendimento sobre o uso consciente dos JEs pela sociedade contemporânea a partir de uma aula expositiva dialógica para apreciação e discussão pelos alunos Começamos a aula com uma apresentação de uma reportagem sobre o maior evento do Brasil de JEs14 e logo em seguida apresentamos uma reportagem15 em que a OMS passou a reconhecer e classificou o vício em JEs como transtorno mental Na sequência abrimos o espaço para o debate com o seguinte questionamento A partir das vivências em sala de aula e principalmente considerando o que vocês vivenciam fora da escola bem como de acordo com as reportagens que acabamos de assistir quais os pontos mais importantes que devemos destacar sobre os JEs Primeiramente o aluno 16 relatou que Os jogos eletrônicos são muito divertido e só olhar para as nossas aulas de Educação Física Foram as melhores aulas do ano A aluna 35 opinou contrapondo É verdade foi legal mas deixamos de jogar bola o que também é bom Em seguida a maioria dos alunos começou a 14 Link para a reportagem sobre Game XP httpswwwyoutubecomwatchvWohN0DPMwk 15 Link para a reportagem sobre o vício em JEs httpswwwyoutubecomwatchvNHpwmS9AL0E Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 115 opinar sobre as aulas de EF o que enriqueceu muito o debate Os principais pontos que podemos destacar foram O uso de aparelhos tecnológicos nas aulas Poder escolher o assunto que quer aprender Como as aulas foram diferentes e divertidas Todos os dias aprender algo novo Nesse aspecto podemos analisar os seguintes pontos 1 No que se refere ao uso de aparelhos tecnológicos nas aulas está relacionado ao manuseio dos tablets para realizarem as pesquisas e possibilitar o acesso à Internet 2 Já no tópico de poder escolher o assunto que quer aprender está relacionado com o diálogo e o exercício da escuta para saber os verdadeiros interesses dos alunos Interesses estes que apresentam sentido e significado para o estudante 3 No item seguinte de como as aulas foram diferentes e divertidas depois de analisar os relatórios espontâneos e a grande manifestação escrita e muitas vezes verbalizada para o sentimento de felicidade acreditamos que foi pelo fato do caráter lúdico e descontraído das aulas 4 Por fim o item todos dias aprender algo novo se dá pela variedade e criatividade de apresentar um conteúdo que na maioria das vezes já é de certa forma conhecido por eles Contrapondo as ideias acima apresentadas e reforçando o pensamento crítico da turma perguntamos a eles Vocês poderiam falar o que não foi legal E em que podemos melhorar Surgiram os seguintes relatos Que pudéssemos jogar mais é muita gente para pouco tempo Fazer um campeonato de JEs Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 116 Que os outros professores deixassem usar os tablets As outras disciplinas usassem jogos para ensinar é muito melhor Analisando esses relatos podemos ponderar a nossa prática pedagógica da seguinte forma 1 No item Que pudéssemos jogar mais é muita gente para pouco tempo seria resolvido com o acréscimo de mais um console ou seja dois aparelhos por turma Apesar da realidade estrutural da escola a qual é carente de espaços adequados e aparelhos tecnológicos que atendam a toda demanda da instituição é algo possível de ser atendido 2 Já no item Fazer um campeonato de JEs manifestase a herança do Esporte de Rendimento que sugere o confronto entre equipes cujo principal propósito é sobrepujar o adversário o que ao nosso ver não atenderia a nossa proposta pois o intuito aqui é jogar com o outro e não contra o outro 3 No item seguinte Que os outros professores deixassem usar os Tablets manifestase a realidade inerente a essa geração que nasceu dentro da cultura digital na qual está imersa a nossa sociedade O que nos leva a crer não fazer sentido algum a não utilização desses meios tecnológicos para facilitar o processo de ensino e aprendizagem os quais extrapolam os muros da instituição escolar 4 Por fim o item As outras disciplinas usassem jogos para ensinar é muito melhor faznos acreditar que a ludicidade é uma ferramenta importantíssima para facilitar o processo de ensino e aprendizagem porém requer criatividade por parte do corpo docente o que demanda um tempo e formação adequada para inovar em suas aulas Ao término do debate pedimos aos alunos que preenchessem os relatórios espontâneos com as seguintes orientações Que dividissem o espaço destinado ao relatório em duas partes na primeira colocassem na parte superior Eu gostei de e na segunda metade colocassem Eu não gostei de referente a todas as vivências ocorridas em sala até aquele momento Seguem abaixo alguns relatórios Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 117 Imagem 28 Alguns relatórios espontâneos confeccionados ao final do encontro 08 Fonte Arquivo pessoal do Autor Eu gosto muito dessa aula por que eu aprendo muito esta aula e muito bom Eu não gosto quando eu fico em casa Eu gostei de jogar no Xbox da dança dos jogos no Xbox das brincadeiras Dos tablet as aula também foi boa Eu não gostei no dia que o meu tablet estava descarregado Todas as aulas foram legais a que eu mais gostei foi a do filme e a da dança gostei da esperiencia Eu não gostei porque era pra ter ensinado a mexe no tablete e mais tempo para mexe no tablete Eu gostei do jogos e do filme gostei de tudo Eu amei essa aula Eu não gostei das meninas que não deixava agente joga Eu gostei muito por causa dos vídeo game tabletes e as aulas de ensinamento sobre os jogos virtuais etc Eu não gostei muito por que o Play store não era atualizado então não tinha muitos jogos novos como free fire Dream League soccer etc Eu não gostei tinha muita gente repetindo jogos Eu gostei dos jogos eletrônicos da raquet da dança do dardo foi muito legal mexe no tablet com a internet Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 118 331 ENCONTRO 09 E 10 FESTIVAL DOS JOGOS ELETRÔNICOS E APRESENTAÇÃO DOS TRABALHOS Nos encontros 09 e 10 tivemos como principal objetivo didáticopedagógico a partir de uma aula expositiva dialógica em sala a apreciação e discussão pelos alunos de seus trabalhos e suas produções sobre a temática dos JEs Começando a aula antes da apreciação dos trabalhos recebemos os textos impressos confeccionados pelos alunos Na sequência iniciamos as apresentações de modo que um integrante do grupo apresentava brevemente o seu texto para a sala Tivemos um total de 12 textos das mais variadas temáticas os quais seguem no Quadro 10 abaixo Quadro 10 Especificidades dos temas abordados sobre os JEs 6º ano A GRUPO TÍTULO DO TEXTO 1 Free Fire Jogos eletrônicos podem auxiliar nos estudos 2 Candy Crush Jogos eletrônicos interativos incentivam crianças a praticar atividade física 3 Clash Royale O que é vício em Jogos Eletrônicos 4 Sonic Dash Afinal o que é um Jogo Eletrônico 5 Manecraft 12 Jogos Eletrônicos de alfabetização para auxiliar no desenvolvimento infantil 6 Pac man Que tal trabalhar com criação de Jogos Eletrônicos 6º ano B 1 Subway Surfers Jogos eletrônicos uma boa alternativa nas salas de aula 2 Call of Duty Jogos eletrônicos são uma das opções de lazer para a garotada durante as férias 3 Arrow Quebrando o sedentarismo através dos Jogos Eletrônicos 4 Roblox 6 carreiras promissoras para quem é apaixonado por Jogos Eletrônicos 5 Mário Bros Realidade Virtual o que é como funciona e para que serve 6 Pokémon Go Jogos eletrônicos influenciam os jovens Fonte Autoria própria Fazendo uma apreciação do quadro percebemos a diversidade de temas Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 119 levantados sobre os JEs Isso só convalida o quão vasto é o leque desse objeto de conhecimento e como foi importante seu tratamento singularizado nos encontros utilizando os JEs enquanto estratégia de ensino Sendo assim os alunos aprenderam sobre essa mídia de um jeito diferente permitindo a aquisição de um novo olhar perante as possibilidades com esse conteúdo Para Kunz 2005 a capacidade comunicativa deve ser estimulada para o seu pleno desenvolvimento uma vez que é através dessa ação comunicativa que se sustenta a possibilidade da função do esclarecimento e da prevalência racional de todo o agir educacional propiciando um ambiente emancipatório Logo quando se possibilita ao aluno a estruturação por meio da linguagem estamos oferecendo a ele o desenvolvimento de sua capacidade rumo à criticidade Ao término das apresentações dos trabalhos falamos do nosso próximo encontro o Festival de Jogos Eletrônicos Como e onde seria que o mesmo aconteceria no dia 02102019 logo após o intervalo para toda a comunidade escolar ocupando portanto os dois últimos horários de aula Avisamos também que todos os trabalhos seriam apresentados bem como que disponibilizaríamos dois consoles para os alunos vivenciarem os JEs E por fim também pedimos para os alunos preencherem o Relatório Espontâneo sobre as experiências de ensinoaprendizagem ao longo do bimestre Ao todo 72 relatórios foram respondidos sendo 36 para cada turma Para o preenchimento dos relatórios espontâneos pedimos que eles opinassem sobre a atuação do professor e da turma e também sobre o que foi aprendido com essa nova experimentação Nesse sentido tivemos como um dos principais resultados a quase unanimidade entre as turmas a respeito da boa atuação do professor nos quesitos metodologia organização comunicação envolvimento proposição de aulas etc Alguns alunos realizaram uma leitura crítica negativa na elaboração de saberes mas a maioria das leituras foram de críticas positivas conforme podemos observar na imagem 29 Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 120 Imagem 29 Conjunto de relatórios espontâneos com suas respectivas transcrições com leituras críticas sobre os processos de ensinoaprendizagem sobre os JEs Obs Era para as aulas do dia a dia serem assim mas divertida com mais brincadeiras dinamicas Foi muito legal gostei muito teve muitos jogos brincadeiras dança a gente sacudio muito o esqueleto Obs os meninos bagunçavam muito mas de tudo isso foi muito legal Por mim eu voltava no tempo para voltar tudo de novo Obs Os Tablets no começo vinhera todos descarregados não deu para fazer nada Os jogos das aulas são muito legais os jogos em VR também e o mais legal nas aulas foi que tinha um jogo para se movimentar e o mais interessante nesse jogo e que ele ajuda as pessoas se movimentarem e ensina a fazer mais coisas legais e falando em jogo VR os jogos em VR são muitos legais porem tenho medo da tecnologia se espalha mais mas eu sei que um dia isso vai acontecer as pessoas que são viciadas em jogos em rede sociais elas deveriam aproveitar o mundo enquanto que ele existe e enquanto ele tem natureza Obs Foi a minha opinião dos jogos em VR e da tecnologia Eu percebi que os jogos são uma fonte de conhecimento que todos usam mas também podem se prejudicar muinto mas e legal fazer parte dos jogos eletrônicos e a educação física faz parte de uma aprendizagem melhor Eu gostei muito de todos eses encontros eu vou sentir saldades de conversar sobre eses temas superlegal e divertido que é os jogos eletrônicos Eu senti um pouco de vergonha mas quando olhava para todos que via meus amigos a vergonha passava Achei muito interessante o equipamento do professor gostei muito dos trabalhos mais interessante que já vi adorei Essa esperiencia eu nunca vou esquecer Seção 3 O JE na EFE relato e reflexões com as possibilidades de transcendência de limites P á g i n a 121 Fonte Arquivo pessoal do Autor Para finalizar acreditamos que a utilização dos JEs na escola foram de uma riqueza pedagógica significativa visto que proporcionou um novo olhar para o objeto de conhecimento promovendo uma inovação no agir pedagógico e comunicativo bem como provocando uma mudança naquela realidade onde os alunos passaram a assumir o protagonismo da ação educativa tendo voz e sendo ouvidos mostrando um caminhar para emancipação com visões de mundo em que opera um sistema gerador de condições históricosociais muitas vezes contraditórios Apresentamos no Quadro 11 a esquematização dos Encontros 08 09 e 10 Quadro 11 Esquematização dos Encontros 08 09 e 10 CATEGORIAS TRABALHO INTERAÇÃO LINGUAGEM ASPECTO DOS CONTEÚDOS Produção de conhecimentos cuja relevância tenha sentido e significado no contexto da rotina dos alunos Relacionar o contexto cultural atual com a cultura de movimento Apresentação das produções dos grupos de trabalho com ampliação dos conteúdos simbólicos e linguísticos ASPECTO DO MÉTODO Possibilitar novas estratégias de aprendizagem Estimular o protagonismo do agir pedagógico e comunicativo de forma consciente Organização da produção de conhecimento de forma racional para o entendimento da mesma ASPECTO DOS OBJETIVOS Preparar de forma efetiva e autônoma para o mundo dos Jes relacionado ao lazer e ao tempo livre Percepção para si e para o outro no agir participativo solidário e cooperativo Fortalecer as capacidades criativas e discernir com criticidade o que lhe é apresentado OBJETIVA SOCIAL COMUNICATIVA COMPETÊNCIA Fonte Autoria própria Assim finalizamos os 10 encontros planejados onde procuramos utilizar de forma concreta estratégias didáticas que direcionassem para o ensino crítico emancipatório proposto por Kunz 2006 Oportunizamos que os educandos descobrissem pela própria experiência manipulativa as formas e os meios para uma vivência bem sucedida nas atividades de movimento através dos JEs Promovemos nas turmas a livre manifestação pelo uso da linguagem o que experimentaram e o que aprenderam numa forma de exposição onde todos puderam entender e registrar nos relatórios espontâneos E por último pudemos observar o amadurecimento dos sujeitos que aprenderam a perguntar e a questionar sobre suas descobertas e aprendizagem passando a ser protagonistas no agir pedagógico e comunicativo 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Aproximandose do desfecho desta pesquisa gostaríamos de reiterar o potencial dos JEs como um importante instrumento para a EFE bem como a produção cultural que dele provém podendo propiciar tanto aos educadores quanto aos seus educandos novas vivências Dito isso trazemos as contribuições e as conclusões as quais a pesquisa chegou e do mesmo modo as perspectivas futuras acionando os Jogos Eletrônicos e a abordagem críticoemancipatória como uma possibilidade entre muitas como estratégia de ensino na contextualização dos conteúdos nas aulas de Educação Física no sentido de propor novas interlocuções e investigações a partir desta Com tantas possibilidades no contexto escolar propor um diálogo ou como costumamos falar uma releitura de conteúdos tradicionais para trazer um novo olhar sensível com ressignificações que conduzam a uma nova forma de fazer é uma atitude pretenciosa Acreditamos porém que não poderia ser diferente pois a cada releitura emergem novos caminhos com novas histórias que no final poderão contribuir para a formação crítica dos nossos alunos Por assim ser buscamos descrever através de uma narrativa dialogada as vivências com os JEs que foram apresentadas pois a experiência dos sujeitos envolvidos nessa pesquisa nos possibilita analisar os saberes pessoais dos discentes como uma tarefa sem fim Não procuramos um ponto final para essa história mas um apanhado dela própria a fim de que novas histórias possam surgir dando continuidade à busca pelo conhecimento Com isso tivemos como objetivo geral desse trabalho o de analisar e discutir as possibilidades educativas dos jogos eletrônicos através da observação dos jogadores e da produção das narrativas sobre o jogo e o jogar nas aulas de Educação Física com base na abordagem críticoemancipatória De imediato já podemos destacar que uma proposta de ação pedagógica na Educação Física associada aos aparatos tecnológicos e midiáticos ainda é vista com estranheza e por assim dizer de forma inusitada não só pelos alunos mas também pelos outros profissionais escolares Considerações Finais P á g i n a 124 Seria insensato portanto pensar na emancipação dos sujeitos proposta na pesquisa excluindo os avanços tecnológicos que passaram a contribuir na articulação destes Parecenos contraditório que nos dias atuais com todo esse avanço tecnológico estratégias de ensino utilizando tais aparatos ainda causem estranheza Entendemos que não seria possível pensar nos ideais democráticos olhando ingenuamente para os processos comunicacionais principalmente no tocante às tecnologias que exercem influência direta sobre as pessoas Salientamos que não é nossa intenção superestimar os JEs e seu uso na escola como se estes fossem suprir os problemas desse espaço tampouco da Educação Física mas demonstrar sua relevância e fluência para as reflexões advindas do contexto sociocultural Contrapondose às tradicionais aulas tecnicistas e diretivas a experiência com esse tipo de linguagem possibilitou a reflexão sobre os JEs para além do saber fazer e portanto com trato pedagógico crítico fazendo o aluno refletir sobre o mundo que está a sua volta o que é fundamental para a emancipação do sujeito O relato de experiência narrado vivenciada na Escola Estadual Enéas Cavalcanti em Ceará MirimRN buscou durante o processo ampliar a forma de como aprender e ensinar os conteúdos das aulas de Educação Física inovando assim a prática pedagógica daquela realidade escolar norteadas pela concepção crítico emancipatória como estratégia de ensino A pesquisa foi desenvolvida na unidade temática Brincadeiras e Jogos presente na BNCC cujo objeto de conhecimento para os 6º e 7º anos ou 3º ciclo são os jogos eletrônicos valendo destacar que utilizamos os JEs como meio para o ensino dos conteúdos da EFE Esporte Dardo e Tênis dança e práticas de aventura Podemos destacar como pontos positivos Os JEs motivam os alunos a estarem presentes nas aulas de EF o que ficou nítido quando analisados os relatórios espontâneos A configuração proposta para a sala de aula durante os encontros vem contribuindo para o desenvolvimento das relações interpessoais bem como as atividades sendo realizadas em grupo de forma colaborativa e solidária Considerações Finais P á g i n a 125 Dando voz e ouvindo os alunos eles assumem o protagonismo da ação pedagógica no agir comunicativo o que tem possibilitado ao nosso ver um ensino emancipador transformador e autônomo Os JEs são uma forma interessante de ampliar o repertório da cultura de movimento dos alunos para práticas corporais poucos comuns a eles Também se faz necessário destacar algumas limitações que se apresentaram no processo Resistência inicial por parte de alguns alunos com relação às mudanças nas aulas de Educação Física bem como a desconfiança perante os JEs e sua utilização somente em sala Apesar de termos duas aulas em sequência o tempo muitas vezes foi insuficiente para o bom desenvolvimento da temática abordada Durante o jogo muitos alunos ficaram apenas observando por um tempo considerável pelo fato de dispormos de um único console o que limitou a experiência para os alunos Contudo procuramos superar esses entraves supracitados no decorrer dos encontros Ao final analisando os relatórios espontâneos dos alunos considerados como sínteses de aprendizagens privilegiadas dessa experiência pedagógica verificamos uma real ampliação do conhecimento sobre os JEs considerando o trato dos estudantes com as mais variadas temáticas sociais advindas deles tais como tempo e consumo de JEs questões de gênero violência ética relações interpessoais entre outros trazendo as mais diversas possibilidades com essas relações expressão desses saberes em uma linguagem para além da linguagem corporal que se ampliou para o grafismo e para a oralidade Tudo nos leva a crer que motivados pelo reconhecimento dos processos pedagógicos pelos alunos e baseado na maioria dos comentários positivos deles ao longo do processo tanto pessoalmente no horário da aula ou fora dela os JEs podem e devem ser incorporados naturalmente ao fazer pedagógico como uma possibilidade de ampliação da cultura de movimento Não se tratando apenas de Considerações Finais P á g i n a 126 repetir ações mas facilitar avanços cognitivos implementando os espaços da Educação Física Escolar Para o sucesso de qualquer proposta de intervenção pedagógica devese primeiramente levar em conta a realidade local bem como as experiências dos alunos e seus fatores contextuais no desenvolvimento do plano de ação para a Educação Física Escolar Nesse sentido a proposta inicial apresentada pelo pesquisador foi considerada inovadora para aquela realidade escolar pois a mesma surgia com atividades e estratégias nunca vivenciadas dentro da escola segundo depoimentos dos alunos pais e demais profissionais da instituição Os resultados encontrados através da percepção dos alunos demonstram que se utilizarmos as tecnologias por meio dos JEs com um planejamento para a realidade de cada escola além de um bom suporte teóricometodológico para uma atuação consciente no agir comunicativo realmente contribuiremos para a mudança de cenário nas aulas de Educação Física para cada realidade considerada emergindo uma nova forma de ensinar e aprender O que possibilitará uma educação humana e emancipadora Utilizando uma narrativa dialogada como forma de expressão bem como para descrever problematizar e apreciar a experiência que propulsemos apresentar nesta pesquisa visto que esta nos permitiu imergir na experiência dos saberes pessoais dos atores envolvidos acreditamos que a formação não só docente mas de toda instituição fazse necessária e deve ser encarada como uma tarefa infindável que almeja não contemplar o final de uma determinada história apenas mas uma síntese dela mesma a fim de que outras possam surgir dando continuidade a uma história sem fim Por fim entendemos que se fazem necessárias novas pesquisas sobre a temática dos JEs tanto como estratégia de ensino quanto como conteúdo da EF haja vista haver diversas realidades cada uma com suas particularidades o que possibilitará corroborar e ampliar o debate na área da EF Isto considerando que os alunos estão dominando com certa facilidade essas novas formas de linguagens e conhecimentos tecnológicos de modo que nós professores devemos estar atentos a essa realidade ressignificando nossa ação pedagógica 6 BIBLIOGRAFIA AZEVEDO V A SILVA A P S Press start possibilidades educativas dos jogos eletrônicos Salvador sn 2009 p 113 AZEVEDO V D A Press Start Possibilidades educativas dos jogos eletrônicos Florianópolis 28 Novembro 2008 51 Disponivel em httpwwwlabomidiaufscbrindexphpacessoabertopublicacoespublicacoes 2008docdownload266pressstartpossivilidadeseducativasdosjogos eletronicos Acesso em 04 Março 2019 AZEVEDO V D A Jogos Eletrônidos e Educação Construindo um roteiro para a sua análise pedagógica Florianópolis Universidade Federal de Santa Catarina 2012 228 p Disponivel em httpsrepositorioufscbrbitstreamhandle12345678996260300915pdfseque nce1 Acesso em 04 Março 2019 BARACHO A F D O GRIPP F J LIMA 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Crianças e games na escola entre paisagens e práticas Revista Latinoamericana de Ciencias Sociales Niñez y Juventud 1 n 13 2015 195 208 Disponivel em httprevistalatinoamericanaumanizalescindeorgco Acesso em 20 Mar 2019 FANTIN M RIVOLTELLA P C Interfaces da docência desconectada usos das mídias e consumos culturais de professores REUNIÃO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓSGRADUAÇÃO E PESQUISA EM EDUCAÇÃO ANPED Caxambu MG v 33 p 116 2010 Disponivel em http33reuniaoanpedorgbr33encontroappwebrootfilesfileTrabalhos20em 20PDFGT166512Intpdf Acesso em 6 Jan 2017 FREITAS K T D et al Preferência de escolha entre conteúdos tradicionais de educação física escolar e exergames de escolares do ensino fundamental II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE JOGOS E ENTRETENIMENTO DIGITAL SBGAMES Porto Alegre RS v 13 p 272275 2014 Disponivel em httpwwwsbgamesorgsbgames2014filespapersartdesignshortADShort Preferencia20de20Escolha20entre20Conteudospdf Acesso em 12 Out 2017 GIL A C Métodos e técnicas de pesquisa social 2 ed 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KUNZ E Didática da Educação Física 1 5ª ed Ijuí Unijuí 2013 160 p ISBN 9788541900300 KUNZ E Didática da Educação Física 3 Futebol 3ª ed Ijuí Unijuí 2013 216 p ISBN 9788541900348 KUNZ E Brincar e semovimentar Tempos e espaços da vida da criança Ijuí Unijuí 2015 136 p ISBN 9788541901543 KUNZ E Didática da Educação Física 4 Educação Física e Esportes na Escola Ijuí Unijuí 2016 200 p ISBN 9788541901987 LUZ A R D Vídeo Game História linguagem e expressão gráfica 1ª ed São Paulo Blucher 2010 Disponivel em fileCUsersgeorgDownloads338pdf Acesso em 05 Out 2019 MARCONI M A LAKATOS E M Técnicas de pesquisa 5 ed São Paulo Atlas 2002 Atlas 2002 MARQUES H R et al Metodologia da pesquisa e do trabalho científico 2 ed Campo Grande Rev 2006 MINAYO M C D S Pesquisa social teoria método e criatividade Petrópolis Vozes 2016 95 p ISBN 9788532652027 MOLINA NETO V TRIVIÑOS A N S A pesquisa qualitativa na educação física alternativas metodológicas In NEGRINE A Instrumentos metodológicos de coleta de informações na pesquisa qualitativa 2 ed Porto Alegre UFGRSSulina 2004 MORAIS R D Filosofia da ciência e da tecnologia Campinas Papirus 1988 MORAN J M MASSETO M T BEHRENS M A Novas tecnologias e mediação pedagógica CampinasSP Papirus 2000 PIAGET J A Formação do Símbolo na Criança imitação jogo e sonho 3ª ed Rio de Janeiro Zahar 1978 PIROZZI G P Tecnologia ou metodologia o grande desafio do século XXI Revista Pitágoras Nova Andradina v 4 n 4 p 119 DezMar 2013 POSSEBON M O Estudo de caso na investigação em educação física na perspectiva qualitativa In CAUDURO M T C Investigação em educação física e esportes um novo olhar pela pesquisa qualitativa Novo HamburgoRS FEEVALE 2004 RAMIREZ F et al Educação Física Como planejar as aulas de educação física 2ª ed São Paulo Avercamp 2017 208 p ISBN 9788589311809 SCARPATO M O planejamento numa prática docente transformadora In SCARPATO M CAMPOS M Z D Didática na prática Educação Física como planejar as aulas na educação básica 2ª ed São Paulo Avercamp 2017 Cap 1 p 208 SURDI A C Educação e Sensibilidade O bincar eo semovimenar da criança na escola Natal EDUFRN 2018 246 p ISBN 9788542505887 SURDI A C MELO J P D KUNZ E O Brincar e o Semovimentar nas aulas de Educação Física Infantil Realidades e possibilidades Movimento Porto Alegre v 22 n 2 p 459470 AbrJun 2016 ISSN 0104754X Disponivel em httpwwwredalycorgarticulooaid115345745008 Acesso em 5 Mar 2018 TAFFAREL C Z MORSCHBACHER M Crítica a teoria críticoemancipatória um diálogo com Elenor Kunz a partir do conceito de emancipação humana Corpus et Scientia Rio de Janeiro 9 n 1 jan 2013 4564 Disponivel em httpaplunisuamedubrrevistasindexphpcorpusetscientiaarticleviewFile253 200 Acesso em 2 Ago 2019 TAPSCOTT D Geração Digital a crescente e irreversível ascensão da geração Net São Paulo Makron Books 1999 TORI R Game e treinamento profissional Game Cultura Festival de Jogos Eletrônicos São Paulo 2005 TRIVIÑOS A N S Introdução à pesquisa em ciências sociais a pesquisa qualitativa em educação São PauloSP Atlas 1987 TURKLE S A vida no Ecrã a identidadde na era da internet 1º ed Lisboa Relogio DAgua 1997 483 p ISBN 9789727083657 WINNICOT D W O Brincar e a realidade Rio de Janeiro sn 1975 WOLF M J P Game studies and beyond Games and Culture New York v I n 1 p 116118 Jan 2006 Disponivel em httpsjournalssagepubcomdoi1011771555412005281787 Acesso em 12 Out 2017 7 ANEXOS UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO STRICTOSENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLA ESTADUAL ENÉAS CAVALCANTI Projeto de pesquisa Os jogos eletrônicos na educação física escolar uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória Nome do alunoa Data RELATÓRIO ESPONTÂNEO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO STRICTOSENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLA ESTADUAL ENÉAS CAVALCANTI Projeto de pesquisa Os jogos eletrônicos na educação física escolar uma possibilidade na abordagem críticoemancipatória Nome do alunoa Data RELATÓRIO REFLEXIVO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO STRICTOSENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLA ESTADUAL ENÉAS CAVALCANTI Plano de aula nº 00 Turma Nível de ensino Turno Carga horária Nº de alunos Conteúdo Tema da aula Estilo de ensino Objetivos Dimensões do conteúdo Procedimentos metodológicos Material necessário Avaliação Endereço Av Senador Salgado Filho 3000 Bairro Lagoa Nova CEP 59078970 UF RN Município NATAL Telefone 8432153135 Fax 84991936266 Email cepufrnreitoriaufrnbr UFRN UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE LAGOA NOVA PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP DADOS DO PROJETO DE PESQUISA Título da Pesquisa OS JOGOS ELETRÔNICOS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR UMA POSSIBILIDADE NA ABORDAGEM CRÍTICOEMANCIPATÓRIA Pesquisador GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Área Temática Versão 2 CAAE 09901819300005537 Instituição ProponenteDepartamento de Educação Física Patrocinador Principal Financiamento Próprio DADOS DO PARECER Número do Parecer 3378085 Apresentação do Projeto Este projeto de pesquisa está associado ao desenvolvimento de uma dissertação de mestrado pelo programa de educação física Serão arroladas 105 crianças e adolescentes do 6 ano da Escola Estadual Enéas Cavalcanti em CearáMirimRN O uso das novas tecnologias no âmbito escolar vem facilitando o ensino dos conteúdos ministrado em sala de aula fazendo que haja um maior interesse dos alunos pelo conteúdo O potencial das novas tecnologias como instrumento educacional no processo de ensino e aprendizagem é incalculável Nas últimas décadas a Educação Física têm intensificado os estudos sobre o uso dessas tecnologias seja por meio de grupos de trabalho temáticos GTTs em congressos científicos seminários específicos na produção científica acadêmica em Bases de Pesquisas linhas de estudos na Reabilitação e mais recentemente a Realidade Virtual As possibilidades educativas dos jogos eletrônicos dialogando com a escola e seus conteúdos de forma integrada para em uma segunda ocasião associasse essas possibilidades à prática pedagógica significativamente ao âmbito da Educação Física Escolar A amostra foi intencional e será utilizado uma abordagem quantitativa e qualitativa Objetivo da Pesquisa Investigar as possibilidades educativas dos jogos eletrônicos através da observação dos jogadores e da produção de métodos sobre o jogo e o jogar em situações escolares na abordagem crítico emancipatória Objetivos Secundários a Identificar a percepção dos alunos sobre o aprendizado dos conteúdos durante as aulas utilizando osjogos eletrônicos b Investigar as possibilidades educacionais dos jogos eletrônicos na realidade escolar Endereço Av Senador Salgado Filho 3000 Bairro Lagoa Nova CEP 59078970 UF RN Município NATAL Telefone 8432153135 Fax 84991936266 Email cepufrnreitoriaufrnbr UFRN UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE LAGOA NOVA Continuação do Parecer 3378085 c Analisar os níveis de adesão e participação dos alunos nas aulas d Estabelecer um relato de experiência detalhado sobre o uso dos jogos eletrônicos na prática daEducação Física Escola Avaliação dos Riscos e Benefícios Riscos Os riscos são considerados como mínimos pois correspondem a uma prática de atividade em sala de aula Benefícios Os benefícios serão indiretos pois poderão auxiliar a criar uma estratégia para aula Comentários e Considerações sobre a Pesquisa O projeto está bem estruturado traz novas tecnologias que serão testadas quanto à aplicabilidade em sala de aula para crianças e jovens Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória Foram apresentados o projeto PB carta de não início termo de confidencialidade termo de anuência cronograma formulário CEP folha de rosto TCLE TALE autorização de imagem e de voz Recomendações Enviar os relatórios da pesquisa Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações As pendências existentes no Parecer Consubstanciado 3246721 foram respondidas e atendidas assim o projeto está aprovado As dúvidas anteriores 1 Aonde será aplicado os jogos para cada participante será em lugar reservado para evitar oconstrangimento do participante Esta informação deverá ser contida no TALE e no TCLE respondido e modificado nos respectivos documentos 2 Na leitura do formulário CEP foi mencionado que os alunos serão do 6 e 7 anos e no projeto PB está 6 anos Afinal qual será o ano É importante corrigir explicado e modificado pendência atendida Endereço Av Senador Salgado Filho 3000 Bairro Lagoa Nova CEP 59078970 UF RN Município NATAL Telefone 8432153135 Fax 84991936266 Email cepufrnreitoriaufrnbr UFRN UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE LAGOA NOVA Continuação do Parecer 3378085 3 Foi mencionado que serão arrolados 105 participantes e que serão utilizadas 3 turmas do 6 ano com 35 alunos cada caso algum aluno não queira participar ou desista terá algum impacto para a pesquisa se o número amostral for menor que 105 Pergunta respondida sem pendência 4 A gravação de voz será utilizada em qual momento Será realizada alguma entrevista ou relato dasexperiências pergunta respondida 5 O TALE não apresenta o espaço para a impressão digital modificado pendência atendida 6 Algumas partes do TCLE estão confusas e seria interessante reescrever acrescentando mais informação modificado nos respectivos documentos pendência atendida Análise do CEP CentralUFRN protocolo aprovado Considerações Finais a critério do CEP Em conformidade com a Resolução 46612 do Conselho Nacional de Saúde CNS e Manual Operacional para Comitês de Ética CONEP é da responsabilidade do pesquisador responsável 1 elaborar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TCLE em duas vias rubricadas em todas assuas páginas e assinadas ao seu término pelo convidado a participar da pesquisa ou por seu representante legal assim como pelo pesquisador responsável ou pela s pessoa s por ele delegadas devendo as páginas de assinatura estar na mesma folha Res 46612 CNS item IV5d 2 desenvolver o projeto conforme o delineado Res 46612 CNS item XI2c 3 apresentar ao CEP eventuais emendas ou extensões com justificativa Manual Operacional para Comitêsde Ética CONEP Brasília 2007 p 41 4 descontinuar o estudo somente após análise e manifestação por parte do Sistema CEPCONEPCNSMSque o aprovou das razões dessa descontinuidade a não ser em casos de justificada urgência em benefício de seus participantes Res 44612 CNS item III2u 5 elaborar e apresentar os relatórios parciais e finais Res 44612 CNS item XI2d 6 manter os dados da pesquisa em arquivo físico ou digital sob sua guarda e responsabilidade por umperíodo de 5 anos após o término da pesquisa Res 44612 CNS item XI2f Endereço Av Senador Salgado Filho 3000 Bairro Lagoa Nova CEP 59078970 UF RN Município NATAL Telefone 8432153135 Fax 84991936266 Email cepufrnreitoriaufrnbr UFRN UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE LAGOA NOVA Continuação do Parecer 3378085 7 encaminhar os resultados da pesquisa para publicação com os devidos créditos aos pesquisadoresassociados e ao pessoal técnico integrante do projeto Res 44612 CNS item XI2g e 8 justificar fundamentadamente perante o CEP ou a CONEP interrupção do projeto ou não publicação dosresultados Res 44612 CNS item XI2h Este parecer foi elaborado baseado nos documentos abaixo relacionados Tipo Documento Arquivo Postagem Autor Situação Informações Básicas do Projeto PBINFORMAÇÕESBÁSICASDOP ROJETO1190669pdf 03052019 182627 Aceito Outros RespostaspendnciasGeorgeGadelh adocx 03052019 182459 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito Outros Respostapensenciaspdf 03052019 182436 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito Declaração de Pesquisadores FormularioModificadopdf 03052019 182336 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito Declaração de Pesquisadores FormulrioCEPCENTRALUFRNMO DIFICADOdocx 03052019 182213 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito TCLE Termos de Assentimento Justificativa de Ausência TALEMODIFICADOdocx 03052019 182131 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito TCLE Termos de Assentimento Justificativa de Ausência TCLEMODIFICADOdocx 03052019 182112 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito Declaração de Instituição e Infraestrutura 03Cartadeanunciadocx 13032019 115107 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito Declaração de Pesquisadores 02Declaraodenoincio2019docx 13032019 114933 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito Endereço Av Senador Salgado Filho 3000 Bairro Lagoa Nova CEP 59078970 UF RN Município NATAL Telefone 8432153135 Fax 84991936266 Email cepufrnreitoriaufrnbr UFRN UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE LAGOA NOVA Continuação do Parecer 3378085 Declaração de Pesquisadores 07Termodeconfidencialidade2019d ocx 13032019 114818 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito Declaração de Pesquisadores FormulrioCEPCENTRALUFRNdocx 13032019 114653 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito Outros Cartaaocomitedeeticadocx 13032019 114535 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito Projeto Detalhado Brochura Investigador PROJETOGEORGEpdf 07032019 170519 Aguinaldo Cesar Surdi Aceito Cronograma Cronogramapdf 22022019 170028 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito Outros Cartaaocomitedeeticapdf 22022019 164647 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito Outros Modelo05Termodeautorizaopara usedeimagensdocx 22022019 161247 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito Outros Modelo04Termodeautorizaopara gravaodevozdocx 22022019 161227 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito Declaração de Pesquisadores FormulrioCEPCENTRALUFRNpdf 22022019 161105 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito Declaração de Pesquisadores 07Termodeconfidencialidade2019p df 22022019 161043 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito Declaração de Pesquisadores 02Declaraodenoincio2019pdf 22022019 161025 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito Página 05 de Declaração de Instituição e 3Cartadeanunciapdf 22022019 161008 GEORGE TAWLINSON Aceito Endereço Av Senador Salgado Filho 3000 Bairro Lagoa Nova CEP 59078970 UF RN Município NATAL Telefone 8432153135 Fax 84991936266 Email cepufrnreitoriaufrnbr UFRN UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE LAGOA NOVA Continuação do Parecer 3378085 Infraestrutura SOARES GADELHA TCLE Termos de Assentimento Justificativa de Ausência TermodeAssentimentoLivreeEscla recidoTALEdocx 22022019 154734 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito TCLE Termos de Assentimento Justificativa de Ausência 01TermodeConsentimentoLivree Esclarecidodocx 22022019 154703 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito Folha de Rosto FolhaDeRosto1pdf 18022019 175059 GEORGE TAWLINSON SOARES GADELHA Aceito Situação do Parecer Aprovado Necessita Apreciação da CONEP Não NATAL 07 de Junho de 2019 Assinado por LÉLIA MARIA GUEDES QUEIROZ Coordenadora