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Texto de pré-visualização
ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DO ENGENHO PEQUENO E MORRO DO CASTRO CONSERVAÇÃO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL Marcelo Guerra Santos ORGANIZAÇÃO UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Reitor Ricardo Vieiralves de Castro ViceReitor Paulo Roberto Volpato Dias FACULDADE DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES Diretor Manoel Martins de Santana Filho ViceDiretor Rogério Carlos Novais ESTUDOS AMBIENTAIS NO LESTE METROPOLITANO DO RIO DE JANEIRO Líderes do grupo de pesquisa Marcelo Guerra Santos e Rosana SouzaLima CATALOGAÇÃO NA FONTE UERJREDE SIRIUSBIBLIOTECA CEHD A678 Área de proteção ambiental do Engenho Pequeno e Morro do Castro conservação e educação ambiental Marcelo Guerra Santos organizador 1 ed São Gonçalo FFPUERJ 2014 176 p ISBN 9788588707832 1 Áreas de conservação de recursos naturais São Gonçalo RJ 2 Educação ambiental São Gonçalo RJ I Santos Marcelo Guerra FICHA TÉCNICA Revisão de texto Marcia Barros Diagramação e capa Marina Hochman Foto capa Panorâmica da APA do Engenho Pequeno e Morro do Castro Fonte Marcelo Guerra Santos Fotos contracapa sentido horário Alunos do CIEP 411 conhecendo a nascente do rio Imboaçu Fonte Ana Luiza Gonçalves Dias Mello Oficina de observação de aves com alunos do CIEP 411 Fonte Ricardo Tadeu Santori Visita de alunos do curso de Ciências Biológicas da FFPUERJ à APAEP Fonte Luiz José Soares Pinto Alunos do CIEP 411 visitando a APAEP Fonte Luiz José Soares Pinto CDU 502504 DEDICATÓRIA Este livro é dedicado ao Sérgio dos Santos conhecido como Seu Sérgio experiente mateiro e grande conhecedor dos mistérios da APA do Engenho Pequeno e Morro do Castro Por compartilhar seus conhecimentos pelo seu companheirismo dedicação e visão ecológica Sua conexão com a APA é tão intensa que ele só caminha com os pés descalços APA DO ENGENHO PEQUENO DESAFIOS PARA A CONSERVAÇÃO E PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM ÁREAS URBANAS Fiquei muito honrado e satisfeito com o convite feito pelo organizador para pref aciar esse livro Primeiro por ser fruto de uma sequência de eventos promovidos pelo grupo de pesquisa Estudos Ambientais no Leste Metropolitano do Rio de Janeiro que cumpre assim com suas responsabilidades públicas em produzir e divulgar conhecimentos científicos oriundos de pesquisas bem estruturadas e teoricamente fundamentadas como o leitor poderá verificar nos capítulos que formam a publicação Realizar pesquisas publicar e socializar conhecimentos por meio de eventos como o Simpósio Ambiental do Leste Metropolitano do Rio de Janeiro já na sua quinta edição não pode ser olhado só como uma questão formal de instituições públicas de ensino superior no cumprimento de suas obrigações Deve ser enfatizado como expressão de compromisso social daqueles que aí desempenham suas atividades profissionais num momento histórico em que o conhecimento possui relevância estratégica na tomada de decisões que concernem ao conjunto da sociedade O ato de conhecer tem relação com o processo de transformação do mundo e das relações sociais com o trabalho metabolismo sociedadenatureza sendo que na 7 atualidade esse processo se vincula determinantemente às relações de poder e com a política configurando o Estado para atender interesses públicos ou privados Particularmente no caso em foco é preciso reforçar assim a função estratégica da UERJ FFP entre outras instituições e sua importância para a região e para a interiorização e enraizamento das universidades públicas federais e estaduais O outro motivo de minha satisfação se refere ao conjunto de ações explicitadas em alguns dos textos evidenciando o potencial de realização da educação ambiental EA mesmo diante de um contexto profundamente adverso que caminha no sentido da intensificação das formas de exploração da natureza e do trabalho humano portanto no sentido antagônico à promoção de novas relações não destrutivas com a natureza Como bem descrevem os autores os desafios para a atuação educativa e científica com os grupos sociais locais em uma unidade de conservação inserida integralmente dentro de uma área urbana em expansão qualificada pela rápida industrialização não é algo simples São Gonçalo se encontra em região diretamente afetada pela chegada do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro Comperj e por um complexo de empresas relacionadas direta ou indiretamente com este Empreendimentos desse tipo e porte quando compreendidos em sua totalidade geram inúmeros impactos que são inerentes ao processo produtivo em que se encontram urbanização sem planejamento adequado explosão demográfica originada pela mi gração de pessoas precarizadas e atraídas pelas promessas quase nunca cumpridas de emprego e estabilidade econômica especulação no preço da terra alteração da formas de uso do solo com inviabilização de práticas tradicionais mais compatíveis com os ciclos naturais e pressão sobre unidades de conservação entre outros A lógica de desenvolvimento hegemoinizada que se materializa nos empreen dimentos licenciados pelos órgãos ambientais contraditoriamente ao mesmo tempo em que consolida o discurso do progresso e de um futuro melhor intensifica desigualdades e preconceitos naturaliza o atual padrão de sociedade e amplia os riscos à conservação dos remanescentes de Mata Atlântica existentes no estado do Rio de Janeiro As promessas de prosperidade material e relações harmônicas com a natureza se esvaem Se pensarmos no cenário nacional a situação descrita em São Gonçalo se reproduc Várias unidades de conservação federais estaduais e municipais estão sob ameaça diante do avanço das atividades econômicas Não casualmente seus limites estão sendo alterados em inúmeras situações onde ocorre avanço de atividades portuárias de mineração agronegócio e produção de energia e no Congresso Nacional caminham propostas que visam reduzir o poder das instituições públicas voltadas para a conservação na condução e implementação de políticas específicas tratando os ecossistemas estritamente como estoques de recursos naturais O que fazer diante desse cenário que em nada entusiasma Certamente não é desanimar ou simplesmente aceitar o que está posto Pelo contrário o realismo da análise científica precisa estar acompanhado pelo otimismo da ação pela motivação em querer que todos e todas as pessoas tenham uma vida digna com justiça ambiental e relações sustentáveis com a natureza em sua totalidade Por vezes escuto em minhas constantes viagens pelo Brasil que admitir o que está acontecendo implica desmotivar pesquisadores e educadores Discordo pois ter consciência das profundas contradições da sociedade contemporânea implica sim posicionarse diante do outro até por respeito a esse outro seja humano ou não humano O mundo não será diferente só por desejarmos que seja diferente O que está posto exige repito ação com consciência da realidade que vivemos Nesse sentido os conhecimentos disponibilizados pelo livro sobre conservação e práticas de educação ambiental em uma APA com cerca de 10 km2 cravada no meio desse contexto comentado são instrumentos indispensáveis para a transformação de tal realidade Esta APA por sinal foi fruto de mobilização de pessoas em defesa do remanescente de Mata Atlântica diante da ameaça de uso da área para a criação de à época um lixão e que como grande parte das UCs brasileiras ao longo de sua efetivação acabaram criando formas de gestão distantes do diálogo com a comunidade que se encontra em seu interior ou no entorno A parte primeira do livro indica conhecimentos relevantes sobre o histórico da área seus problemas atuais e mais graves para os moradores mas também enfatiza a importância da APA para o município de São Gonçalo Com isso é traçado um panorama que ajuda a pensar e refletir sobre os rumos locais os cuidados necessários com a unidade de conservação pesquisada as possibilidades de uma gestão participativa e o que pode ser feito no que se refere à educação ambiental 8 A segunda parte trata diretamente de algumas experiências educativas ambientais Poderia apontar três dimensões tratadas que auxiliam a pensar planejar e agir em educação ambiental Na sequência do livro a percepção ambiental Esta durante muito tempo foi abordada em EA apenas como um momento inicial muito descolada das práticas cotidianas Aqui estas servem para compreender percepções variadas principalmente do público escolar e para estruturar ações indicadas nos próprios textos sobre o tema ou nos capítulos seguintes em uma sequência muito bem ordenada Estes outros capítulos tratam de trilhas e da produção de vídeo Estes são instrumentos educativos de grande força e com resultados efetivos se articulados a um projeto pedagógico que trate a educação como um todo em que as atividades não sejam um fim em si mesmo mas meios para finalidades transformadoras maiores As trilhas são bastante conhecidas no meio da conservação e servem para muito mais do que práticas de lazer e turismo É possível atribuir a elas a função de auxiliar no processo educativo de integração das pessoas com áreas protegidas mobilizando grupos para a questão ambiental e para o conhecimento da realidade das UCs Os vídeos são instrumentos que servem para processos educativos variados que se expressam tanto no momento de sua produção quanto no momento de sua divulgação e utilização como elemento de reflexão e debate com diferentes grupos sociais nos diversos espaços educativos existentes Sem dúvida seu uso tem crescido em EA 9 em unidades de conservação e no âmbito do licenciamento ambiental e em projetos que usam a denominação educomunicação exatamente por sua dupla função Enfim é um livro que agrega conhecimentos e práticas em conservação e educação ambiental e que contribui para a atuação comunitária de educadores e pesquisadores na região da APA do Engenho Pequeno Que o leitor possa aproveitar ao máximo essa oportunidade de estudo e reflexão Carlos Frederico B Loureiro UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Capítulo 9 APA DO ENGENHO PEQUENO E MORRO DO CASTRO EM TELA UMA ILHA DE BIODIVERSIDADE EM SÃO GONÇALO Roberta Rodrigues da Motta Pedro de Almeida Cunha e Marcelo Guerra Santos USO DO VÍDEO COMO RECURSO DIDÁTICO Na escola o uso de diferentes recursos de apoio como vídeos e jogos educativos pode diversificar a rotina da sala de aula Arroio e Giordan 2006 despertar maior interesse e motivação aos alunos Ferrés 1996 e aproximar o assunto de suas relações cotidianas Moran 1994 Esse material pode complementar o livro didático que é o principal recurso utilizado para abordagem dos conteúdos em sala de aula pois é de fácil acesso para professores e alunos Silva e Trivelato 2000 O uso do vídeo não se restringe a uma disciplina específica podendo vários conteúdos ser trabalhados com base no audiovisual mas cabe alertar que o conteúdo não deve ser substituído plenamente por esse tipo de material Costa e Santana 2009 O vídeo carrega consigo a expectativa de trazer algo diferente ao cotidiano escolar mas frequentemente o que acontece é uma repetição da monotonia ou didatismo que se esperava que o vídeo superasse causando certa decepção ao expectador Essa tendência de reproduzir um modelo tradicional acaba por tornar o material meramente ornamental Rezende e Struchiner 2009 Utilizado de maneira oportuna o vídeo desenvolve seu papel como elemento contextualizador no ambiente escolar que em dado momento pode permitir que o assunto abordado na aula e as atividades cotidianas dos alunos se aproximem e estabeleçam relações Antunes et al 2010 PATRIMÔNIOS AMBIENTAIS DESCONHECIDOS EM SÃO GONÇALO A Área de Proteção Ambiental do Engenho Pequeno e Morro do Castro APAEP Figura 1 foi criada em 1991 e é um importante remanescente de Mata Atlântica do município de São Gonçalo Santos e Pinto 2006 Santos et al 2012 Com mais de 20 anos de existência a APAEP é um patrimônio natural praticamente desconhecido da maioria dos gonçalenses incluindo aqueles que moram nos seus limites Santos et al 2013 Figura 1 Panorâmica da APA do Engenho Pequeno e Morro do Castro Fonte Marcelo Guerra Santos 2006 A APAEP compartilha diversos problemas ambientais comumente enfrentados por diversas unidades de conservação da natureza UCs pelo Brasil tais como a introdução de espécies exóticas lixo e aterro depositados dentro e nas proximidades das áreas verdes e ocupação imobiliária irregular além do desconhecimento da população do município sobre a importância da conservação da riqueza biológica Santos et al 2005 Lignani et al 2001 apontam a importância de a sociedade ter conhecimento a respeito das UCs e do papel por elas desempenhado para a qualidade do ambiente tanto no interior quanto nos centros urbanos Como estratégia para difundir a APAEP e outros patrimônios naturais de São Gonçalo Santos et al 2005 apontam como ação prioritária o desenvolvimento de atividades de integração entre a comunidade as universidades e o poder público atuando conjuntamente em atividades de Educação Ambiental Segundo Coimbra e Cunha 2005 a Educação Ambiental Informal EAI pode ser entendida como aquela realizada fora dos recintos escolares podendo ocorrer por meio de campanhas populares que visem à formação de atos e atitudes que possibilitem a preservação dos recursos naturais e a correção dos processos degenerativos da qualidade de vida Esses mesmos autores salientam ainda que mesmo ocorrendo fora do ambiente escolar certos vínculos são mantidos com o sistema de ensino A APAEP NO YOUTUBE Realizando uma busca em uma das principais páginas de vídeos da internet o YouTube 39 resultados foram obtidos em 5 de agosto de 2013 quando pesquisamos o termo APA do Engenho Pequeno Esses resultados de forma geral apontam vídeos relacionados à prática de mountain bike nas trilhas da unidade de conservação problemas enfrentados no bairro tais como lixo e queimadas observação de pássaros e treinamentos realizados pela Cruz Vermelha Além da ocorrência dos temas citados anteriormente dois vídeos se destacam por sua temática o vídeo intitulado Campanha Carlos Sales e APA do Engenho Pequeno Expedição O primeiro é um vídeo de campanha eleitoral do Carlos Sales conhecido como Carlinhos Cabeleireiro que teve participação no movimento popular de criação da APAEP Apesar de seu caráter eleitoral o vídeo conta com diversas fotos e imagens de jornais a respeito do movimento contra a instalação de um aterro sanitário no Engenho Pequeno e do movimento ecológico no bairro utilizando o discurso de que o Engenho Pequeno é o pulmão de São Gonçalo O vídeo APA do Engenho Pequeno Expedição também conta com o depoimento do Carlos Sales sobre o movimento de criação da APA e problemas que eram enfrentados no bairro O vídeo foi gravado em uma das trilhas da APAEP que foi percorrida durante a filmagem por um grupo de 12 pessoas mobilizadas através do Facebook Ainda que apresentando diferentes abordagens fica claro que os vídeos encontrados no YouTube não se caracterizam como vídeos de divulgação científica que desempenham seu papel quando utilizados como forma de prestar contas à sociedade e preocupados com a democratização do conhecimento Bortoliero 2002 A PRODUÇÃO DE UM VÍDEO SOBRE A APAEP A proposta de produzir um vídeo sobre a APAEP vem da necessidade de disponibilizar materiais didáticos a serem utilizados em ações de educação ambiental em espaços formais e não formais prioritariamente em São Gonçalo visando à difusão desse importante remanescente de Mata Atlântica do município O roteiro e a escolha das cenas foram realizados em busca de privilegiar aspectos diversos da unidade de conservação como seu processo de criação sua relação com a comunidade interna e do entorno em especial a escolar sua biodiversidade e questões enfrentadas em sua conservação por vezes até abrindo mão de um maior apuro técnico em relação à captação de áudio e vídeo para que algumas informações importantes não se perdessem A captura de imagens foi realizada no período entre março de 2012 e julho de 2013 utilizando a câmera Sony Handycam modelo DCRSR45 Na fase de pósprodução utilizamos para a edição os equipamentos do Núcleo de Pesquisa e Ensino de Ciências NUPEC da Faculdade de Formação de Professores FFP da Universidade do Estado do Rio de Janeiro UERJ sendo utilizado o programa Adobe Premiere Pro CS3 160 A ESCOLHA DOS ATORES SOCIAIS A escolha dos atores envolvidos nesse vídeo foi feita na expectativa de privilegiar aspectos relevantes da história da APAEP abarcando diferentes vertentes Como afirma Antunes et al 2010 não apenas o conteúdo exibido no vídeo deve ser contextualizador como também a forma com que ele é trabalhado com o objetivo de gerar uma maior aproximação dos conhecimentos científicos com o cotidiano dos estudantes A escolha do senhor Sérgio dos Santos era óbvia uma vez que ele reside no bairro Engenho Pequeno há décadas e é grande conhecedor especialista das matas da região sendo interlocutor da história ambiental local que se confunde com a própria história de vida dele Entre seus relatos está a degradação ambiental da APAEP que compreende a mudança na qualidade e nos trajetos dos rios da região assim como o desaparecimento de várias espécies como peixes e pitus Ele destaca o avistamento de espécies vegetais e animais e o uso de vegetais como medicamento e alimento Há alguns anos ele atua como funcionário da Prefeitura no Centro de Estudos da APAEP na função de mateiro conduzindo visitantes e acompanhando os trabalhos de pesquisa ensino e extensão desenvolvidos na unidade de conservação O senhor Antônio Marcos representa o Grupo Ecológico do Engenho Pequeno GREEP que se mobilizou junto com a população local para impedir a instalação do aterro sanitário no bairro Engenho Pequeno O relato de um representante desse movimento é considerado de fundamental importância já que foram ações desenvolvidas por esse grupo que culminaram com a criação da APAEP Diversas escolas públicas e particulares subutilizam as unidades de conservação que estão próximas a elas como ferramenta no ensinoaprendizagem dos alunos Costa et al 2005 Dessa forma buscamos o depoimento de um professor que tivesse desenvolvido sua prática docente na UC em questão O professor entrevistado foi Anderson dos Santos Portugal que em seu relato apontou as dificuldades que encontrou levando seus alunos até a APAEP mas também enfatizou que o resultado obtido através da saída de campo contribuiu para a sensibilização dos estudantes quanto às questões ambientais do município É importante ressaltar que o Professor Anderson foi estagiário da Faculdade de Formação de Professores FFP da UERJ na APAEP e continuou o seu vínculo com a UC na sua prática docente Segundo o Sistema Nacional de Unidade de Conservação SNUC uma Área de Proteção Ambiental deve oferecer condições para a realização de pesquisa científica Brasil 2000 O biólogo e professor Luiz José Soares Pinto personifica um importante elo que une a APAEP às atividades de pesquisa ensino e extensão desenvolvidas pela FFPUERJ nesta UC desde 2004 Seus anos de atuação na APAEP permitiram ao biólogo estabelecer uma relação equilibrada entre o poder público gestor a universidade e a população local Em sua entrevista ele relata os resultados das pesquisas desenvolvidas e revela a rica biodiversidade da APAEP Em um grupo de entrevistados que contém indivíduos que desempenhamdesempenharam um papel na história da APAEP sendo parte deles moradores da região por que incluir o relato de mais um morador do Engenho Pequeno Entre nossos entrevistados a Nátali Maciel foi inesperada mas também uma escolha natural pois ela representa a atual geração de moradores do Engenho Pequeno e se reconhece como tal Em sua entrevista apontou o incômodo que o descaso da população traz a ela mas como cidadã reconhece seu pouco envolvimento em ações participativas Tece críticas à omissão de diversos segmentos do poder público no tocante a ações e conservação ambiental da APAEP A captura dos depoimentos que se confundem com a história de vida dos entrevistados carrega de sentimentos e emoção o vídeo Desse modo esperase que o material produzido seja capaz de transmitir uma sensibilização aos espectadores e que esta possa se refletir em ações para a conservação da APAEP 161 O VÍDEO DE DIVULGAÇÃO DA APAEP O processo de criação teve início com a elaboração dos roteiros sendo alterado diversas vezes ao longo da captura das imagens na tentativa de tornar o material mais completo Tínhamos em mente que alguns aspectos eram fundamentais em sua construção Um vídeo que se propõe a divulgar a UC deve promover um diálogo entre esta e a cidade onde ela está inserida Nessa perspectiva procuramos situar a APAEP no município de São Gonçalo ressaltando como o processo de crescimento da cidade influenciou nos remanescentes de Mata Atlântica do município Esse processo de expansão urbana acabou por interferir no movimento que culminaria na criação da APAEP A partir de sua criação outros entraves permeiam a manutenção de uma Área de Proteção Ambiental Essas questões são evidenciadas quando ouvimos os relatos de levantamentos de flora e fauna da região onde algumas espécies são visadas na prática da caça predatória e outras principalmente aquáticas foram extintas localmente devido aos desmatamentos poluição e ocupação imobiliária irregular Por outro lado importantes registros da biodiversidade têm sido relatados para a APAEP As UCs representam espaços com características naturais relevantes que podem e devem ser utilizados como complementação das atividades escolares Costa et al 2005 Esse potencial ainda é pouco trabalhado nas escolas de nossa cidade como apontou o professor Anderson Portugal Com duração de 26 minutos o vídeo pode ser considerado por alguns como extenso demais para um vídeo de divulgação científica a ser utilizado como recurso didático Franco 1997 discute que a sugestão de segmentar a cada 1520 minutos o material com o objetivo de desfazer o mito de que esses passam a ser cansativos e induzem ao sono não é válido pois o ambiente no qual ocorre a exibição oferece outras reações de sua audiência que podem variar em decorrência dos costumes locais de sala de aula O vídeo pode ser acessado no canal do Núcleo de Pesquisa e Ensino de Ciências da Faculdade de Formação de Professores da UERJ no endereço httpwwwyoutubecomuserCanalNupec RECEPTIVIDADE DO VÍDEO NO GRUPO DE CONHECEDORES DA APAEP Com o objetivo de avaliar a abrangência e a receptividade do material produzido após a finalização do vídeo este foi exibido a um grupo de 11 pessoas que Nesse grupo quando perguntados quanto à representatividade da APAEP através do vídeo 10 concordam que em muito a unidade é representada Apenas uma pessoa respondeu que Às vezes a APAEP é representada no vídeo Essa última re menos de 2 anos Quando perguntados Quais são os aspectos melhor abordados no vídeo ex bidol onde mais de uma alternativa poderia ser marcada as opções mais frequen temente assinaladas em ordem decrescente foram Problemas ambientais Rela ção CidadeAPAEP Processo de criação da APAEP Relação comunidadeAPAEP Biodiversidade Relação escolaAPAEP e Outros Figura 2 Na opção Outros foram incluídos pelos respondentes aspectos como Divulgação da APAEP História do lugar narração do Sr Sérgio valorização da importância do Sr Sérgio na APA Mesmo os assuntos sendo estreitamente ligados percebemos que a abordagem dos problemas ambientais sobressaiu A inclusão do item Divulgação da APAEP na categoria outros nos sugere que o objetivo da produção do vídeo mostrouse claro Outro fator evidenciado nessa resposta é o que diz respeito à participação do Sr Sérgio na APAEP destacado por duas pessoas Seguindo a mesma estratégia da pergunta anterior quando indagados sobre Que aspectos foram insuficientes e poderiam ser mais bem abordados no vídeo em bido a opção Biodiversidade foi a mais destacada recebendo cinco indicações Esse resultado provavelmente está relacionado à baixa inclusão de imagens de veg tais e animais durante as falas em decorrência da opção por utilizar imagens própri captadas para esse trabalho As opções Processo de criação da APAEP Problemas ambientais e Outros foram assinalados duas vezes cada uma As opções Rela ção CidadeAPAEP Relação escolaAPAEP e Relação comunidadeAPAEP foram as menos frequentes sendo assinaladas uma vez cada Figura 3 Na opção Outros foram incluídos aspectos como Questões administrativas os prédios caindo falta de funcionário E a parte do Morro do Castro poderia ter pelo menos uma imagem e al guém daquele bairro Podemos nesse relato identificar uma evidente deficiência do material em pouco abordar o outro bairro que dá nome à unidade de conservação o Morro do Castro Outro item apontado foi a maior contextualização histórica e mos trar as possíveis trilhas para a visitação Não podemos precisar o que o entrevistado quis dizer com contextualização histórica ainda assim a ideia de tornar mais claro as trilhas disponíveis para a visitação merece ser observada para futuras alterações que tornem o material mais completo e informativo Essa pergunta não foi respondi da por dois conhecedores da APAEP sugerindo que eles consideraram a abordagem do vídeo suficientemente informativa Quando questionados sobre a possibilidade de usar o vídeo para divulgar a APAEP as respostas foram unânimes em dizer que usariam ratificando a percep ção que um dos entrevistados teve em dizer que um dos aspectos melhor abordados foi a divulgação da APAEP Sobre a recomendação do vídeo para ser utilizado por profes sores durante suas aulas apenas três disseram que não indicariam A explicação para tal fato pode estar relacionada ao que foi relatado em uma das sugestões dadas ao final do questionário onde foi dito que apesar de interessante para alunos de ensino fundamental pode não chamar tanta atenção Realizando uma avaliação dos quesitos propostos nossos entrevistados res ponderam que a linguagem utilizada foi em sua maioria ótima variando entre boa e excelente Quanto à qualidade da imagem a variação foi entre ótima e regular A qualidade das informações foi classificada em sua maioria como excelente e ótima com um relato para boa e outro regular A coerência foi avaliada entre excelente e boa O item que recebeu avaliações menos positivas necessitando de maior atenção foi o áudio que variou entre ótimo e muito ruim justificado por algumas sugestões como por exemplo percebi muitos ruídos que prejudicavam a minha audição Então seria interessante uma edição que limpasse o áudio do vídeo Devido aos poucos recursos de produção e equipe reduzida alguns aspectos como captação do áudio ambiente não pode ser melhor trabalhado optandose por vezes privilegiar mais a informação documentada do que aspectos estéticos ou tec nicamente melhores Certamente há possibilidades de conseguir melhorias no áudio em uma versão futura mas dificilmente em relação aos ruídos reclamados Ressaltando que não é uma coisa simples e em certos casos praticamente im possível eliminar todas as interferências gravadas em áudio na edição do material Esta é uma das razões por que quando necessário em produções com maior estrutu ra se dedica um profissional exclusivo na hora das gravações para cuidar da melhor forma de capturar o som o mais puro possível CONSIDERAÇÕES FINAIS A leitura crítica de vídeos ou teledocumentários depende exclusivamente da percepção e do entendimento do fator qualitativo que lhes seja atribuído Franco 1997 O vídeo produzido constitui uma ferramenta interdisciplinar de construção de uma identidade ambiental no município de São Gonçalo Nele a abordagem de dife rentes percepções a respeito da APAEP constitui um todo a ser discutido e revisitado Avaliação 1 Estudo Dirigido 100 pontos 1 Diferencia conceitualmente o que é justiça ambiental de injustiça ambiental 10 ponto 2 Conceitue o que são zonas de sacrifício 10 ponto 3 Conceitue o que é racismo ambiental 10 ponto 4 Defina o que é um problema socioambiental na atualidade 10 ponto 5 Qual a função social do ensino de ecologia e biodiversidade em tempos de mudança climática 10 ponto 6 Indique três impactos das mudanças climáticas para os ecossistemas aquáticos e terrestres respectivamente 10 ponto 7 Diferencie os objetivos educacionais da educação ambiental do ensino de ciências 10 ponto 8 Diferencie as três principais vertentes de educação ambiental conservacionista pragmática e crítica em relação a visão estabelecida entre sociedade e natureza 10 ponto 9 Leia o texto em anexo e elabore um roteiro de saída de campo hipotético para a APA do Engenho Pequeno de acordo com os critérios que elaboramos em sala de aula a saber segmento EF EM EJA Faixa etária 1014 anos 15 18 anos e a partir de 18 anos objetivo pedagógico da saída de campo tempo de execução conteúdo s disciplinar abordado tema relação estabelecida com as mudanças climáticas Dimensão prática da atividade de campo dimensão avaliativa 20 pontos Universidade do Estado do Rio de Janeiro Faculdade de Formação de Professores Departamento de Ciências Disciplina Laboratório de Ensino IIII Email lab3ffpgmailcom ESTUDO DIRIGIDO 1 Diferencia conceitualmente o que é justiça ambiental de injustiça ambiental Justiça ambiental é o princípio que assegura que todos os grupos sociais tenham o mesmo direito ao acesso a um ambiente saudável bem como à participação nas decisões ambientais independentemente de classe raça ou localização Já a injustiça ambiental ocorre quando comunidades vulneráveis são desproporcionalmente afetadas por danos ambientais como a poluição ou a falta de saneamento sem participação nas decisões que os afetam 2 Conceitue o que são zonas de sacrifício Zonas de sacrifício são áreas geográficas onde comunidades geralmente pobres e marginalizadas são expostas a altos níveis de degradação ambiental devido à instalação de atividades poluentes ou exploratórias como indústrias mineradoras ou lixões sendo sacrificadas em prol de interesses econômicos maiores 3 Conceitue o que é racismo ambiental Racismo ambiental é a prática discriminatória que faz com que comunidades racializadas sobretudo negras indígenas e pobres sejam as mais atingidas por impactos ambientais negativos como poluição falta de saneamento e ausência de políticas públicas ambientais eficazes 4 Defina o que é um problema socioambiental na atualidade Um problema socioambiental atual é uma situação em que as questões sociais e ambientais estão interligadas como a escassez de água potável o desmatamento associado ao deslocamento de populações ou as mudanças climáticas que afetam a segurança alimentar e agravam desigualdades sociais 5 Qual a função social do ensino de ecologia e biodiversidade em tempos de mudança climática A função social do ensino de ecologia e biodiversidade é promover a conscientização crítica sobre a interdependência entre seres vivos e o ambiente capacitando os indivíduos a compreenderem os efeitos das mudanças climáticas e a agirem de forma sustentável defendendo a preservação dos ecossistemas e o bem comum 6 Indique três impactos das mudanças climáticas para os ecossistemas aquáticos e terrestres respectivamente Nos ecossistemas aquáticos aumento da temperatura da água acidificação dos oceanos e perda de biodiversidade marinha Nos ecossistemas terrestres desertificação migração de espécies e desequilíbrio na cadeia alimentar 7 Diferencie os objetivos educacionais da educação ambiental do ensino de ciências A educação ambiental tem como objetivo formar cidadãos críticos conscientes e engajados com a sustentabilidade e a justiça socioambiental Já o ensino de ciências busca transmitir conhecimentos científicos sobre o mundo natural enfatizando a compreensão de fenômenos físicos químicos e biológicos 8 Diferencie as três principais vertentes de educação ambiental conservacionista pragmática e crítica em relação à visão estabelecida entre sociedade e natureza A vertente conservacionista vê a natureza como algo separado da sociedade a ser protegida principalmente por meio da preservação A vertente pragmática enxerga a relação sociedadenatureza com foco na gestão racional dos recursos naturais para garantir o desenvolvimento sustentável Já a vertente crítica entende que sociedade e natureza são interdependentes enfatizando a transformação social e a superação das desigualdades ambientais por meio da participação política e da conscientização cidadã 9 Leia o texto em anexo e elabore um roteiro de saída de campo hipotético para a APA do Engenho Pequeno de acordo com os critérios que elaboramos em sala de aula a saber segmento EF EM EJA Faixa etária 1014 anos 15 18 anos e a partir de 18 anos objetivo pedagógico da saída de campo tempo de execução conteúdo s disciplinar abordado tema relação estabelecida com as mudanças climáticas Dimensão prática da atividade de campo dimensão avaliativa Critério Descrição Segmento Ensino Fundamental Anos Finais EF Faixa etária 10 a 14 anos Objetivo pedagógico Compreender a importância dos ecossistemas de manguezal na regulação do clima local e global Identificar relações entre biodiversidade e serviços ambientais Desenvolver atitudes de cuidado e conservação Tempo de execução 4 horas manhã Conteúdos disciplinares Ciências ecologia ciclos biogeoquímicos Geografia uso e ocupação do solo Língua Portuguesa registro e comunicação científica Tem a Manguezais como barreira natural e sumidouros de carbono Relação com mudanças climáticas Observação de como os manguezais capturam CO₂ e protegem as áreas interiores de eventos extremos inundações erosão costeira relacionando isso ao aumento do nível do mar e à frequência de tempestades intensas Dimensão prática 1 Caminhada interpretativa pelos trilhos da APA 2 Coleta de parâmetros ambientais temperatura da água salinidade pH em pontos prédefinidos 3 Identificação de espécieschave mangue vermelho mangue branco caranguejos usando guias de campo Dimensão avaliativa Registro individual em fichas de campo desenho de habitats tabelas com dados coletados e anotações de hipóteses Em sala produção de um breve relatório ilustrado em grupos relacionando resultados com o papel dos manguezais no clima local e global
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ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DO ENGENHO PEQUENO E MORRO DO CASTRO CONSERVAÇÃO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL Marcelo Guerra Santos ORGANIZAÇÃO UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Reitor Ricardo Vieiralves de Castro ViceReitor Paulo Roberto Volpato Dias FACULDADE DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES Diretor Manoel Martins de Santana Filho ViceDiretor Rogério Carlos Novais ESTUDOS AMBIENTAIS NO LESTE METROPOLITANO DO RIO DE JANEIRO Líderes do grupo de pesquisa Marcelo Guerra Santos e Rosana SouzaLima CATALOGAÇÃO NA FONTE UERJREDE SIRIUSBIBLIOTECA CEHD A678 Área de proteção ambiental do Engenho Pequeno e Morro do Castro conservação e educação ambiental Marcelo Guerra Santos organizador 1 ed São Gonçalo FFPUERJ 2014 176 p ISBN 9788588707832 1 Áreas de conservação de recursos naturais São Gonçalo RJ 2 Educação ambiental São Gonçalo RJ I Santos Marcelo Guerra FICHA TÉCNICA Revisão de texto Marcia Barros Diagramação e capa Marina Hochman Foto capa Panorâmica da APA do Engenho Pequeno e Morro do Castro Fonte Marcelo Guerra Santos Fotos contracapa sentido horário Alunos do CIEP 411 conhecendo a nascente do rio Imboaçu Fonte Ana Luiza Gonçalves Dias Mello Oficina de observação de aves com alunos do CIEP 411 Fonte Ricardo Tadeu Santori Visita de alunos do curso de Ciências Biológicas da FFPUERJ à APAEP Fonte Luiz José Soares Pinto Alunos do CIEP 411 visitando a APAEP Fonte Luiz José Soares Pinto CDU 502504 DEDICATÓRIA Este livro é dedicado ao Sérgio dos Santos conhecido como Seu Sérgio experiente mateiro e grande conhecedor dos mistérios da APA do Engenho Pequeno e Morro do Castro Por compartilhar seus conhecimentos pelo seu companheirismo dedicação e visão ecológica Sua conexão com a APA é tão intensa que ele só caminha com os pés descalços APA DO ENGENHO PEQUENO DESAFIOS PARA A CONSERVAÇÃO E PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM ÁREAS URBANAS Fiquei muito honrado e satisfeito com o convite feito pelo organizador para pref aciar esse livro Primeiro por ser fruto de uma sequência de eventos promovidos pelo grupo de pesquisa Estudos Ambientais no Leste Metropolitano do Rio de Janeiro que cumpre assim com suas responsabilidades públicas em produzir e divulgar conhecimentos científicos oriundos de pesquisas bem estruturadas e teoricamente fundamentadas como o leitor poderá verificar nos capítulos que formam a publicação Realizar pesquisas publicar e socializar conhecimentos por meio de eventos como o Simpósio Ambiental do Leste Metropolitano do Rio de Janeiro já na sua quinta edição não pode ser olhado só como uma questão formal de instituições públicas de ensino superior no cumprimento de suas obrigações Deve ser enfatizado como expressão de compromisso social daqueles que aí desempenham suas atividades profissionais num momento histórico em que o conhecimento possui relevância estratégica na tomada de decisões que concernem ao conjunto da sociedade O ato de conhecer tem relação com o processo de transformação do mundo e das relações sociais com o trabalho metabolismo sociedadenatureza sendo que na 7 atualidade esse processo se vincula determinantemente às relações de poder e com a política configurando o Estado para atender interesses públicos ou privados Particularmente no caso em foco é preciso reforçar assim a função estratégica da UERJ FFP entre outras instituições e sua importância para a região e para a interiorização e enraizamento das universidades públicas federais e estaduais O outro motivo de minha satisfação se refere ao conjunto de ações explicitadas em alguns dos textos evidenciando o potencial de realização da educação ambiental EA mesmo diante de um contexto profundamente adverso que caminha no sentido da intensificação das formas de exploração da natureza e do trabalho humano portanto no sentido antagônico à promoção de novas relações não destrutivas com a natureza Como bem descrevem os autores os desafios para a atuação educativa e científica com os grupos sociais locais em uma unidade de conservação inserida integralmente dentro de uma área urbana em expansão qualificada pela rápida industrialização não é algo simples São Gonçalo se encontra em região diretamente afetada pela chegada do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro Comperj e por um complexo de empresas relacionadas direta ou indiretamente com este Empreendimentos desse tipo e porte quando compreendidos em sua totalidade geram inúmeros impactos que são inerentes ao processo produtivo em que se encontram urbanização sem planejamento adequado explosão demográfica originada pela mi gração de pessoas precarizadas e atraídas pelas promessas quase nunca cumpridas de emprego e estabilidade econômica especulação no preço da terra alteração da formas de uso do solo com inviabilização de práticas tradicionais mais compatíveis com os ciclos naturais e pressão sobre unidades de conservação entre outros A lógica de desenvolvimento hegemoinizada que se materializa nos empreen dimentos licenciados pelos órgãos ambientais contraditoriamente ao mesmo tempo em que consolida o discurso do progresso e de um futuro melhor intensifica desigualdades e preconceitos naturaliza o atual padrão de sociedade e amplia os riscos à conservação dos remanescentes de Mata Atlântica existentes no estado do Rio de Janeiro As promessas de prosperidade material e relações harmônicas com a natureza se esvaem Se pensarmos no cenário nacional a situação descrita em São Gonçalo se reproduc Várias unidades de conservação federais estaduais e municipais estão sob ameaça diante do avanço das atividades econômicas Não casualmente seus limites estão sendo alterados em inúmeras situações onde ocorre avanço de atividades portuárias de mineração agronegócio e produção de energia e no Congresso Nacional caminham propostas que visam reduzir o poder das instituições públicas voltadas para a conservação na condução e implementação de políticas específicas tratando os ecossistemas estritamente como estoques de recursos naturais O que fazer diante desse cenário que em nada entusiasma Certamente não é desanimar ou simplesmente aceitar o que está posto Pelo contrário o realismo da análise científica precisa estar acompanhado pelo otimismo da ação pela motivação em querer que todos e todas as pessoas tenham uma vida digna com justiça ambiental e relações sustentáveis com a natureza em sua totalidade Por vezes escuto em minhas constantes viagens pelo Brasil que admitir o que está acontecendo implica desmotivar pesquisadores e educadores Discordo pois ter consciência das profundas contradições da sociedade contemporânea implica sim posicionarse diante do outro até por respeito a esse outro seja humano ou não humano O mundo não será diferente só por desejarmos que seja diferente O que está posto exige repito ação com consciência da realidade que vivemos Nesse sentido os conhecimentos disponibilizados pelo livro sobre conservação e práticas de educação ambiental em uma APA com cerca de 10 km2 cravada no meio desse contexto comentado são instrumentos indispensáveis para a transformação de tal realidade Esta APA por sinal foi fruto de mobilização de pessoas em defesa do remanescente de Mata Atlântica diante da ameaça de uso da área para a criação de à época um lixão e que como grande parte das UCs brasileiras ao longo de sua efetivação acabaram criando formas de gestão distantes do diálogo com a comunidade que se encontra em seu interior ou no entorno A parte primeira do livro indica conhecimentos relevantes sobre o histórico da área seus problemas atuais e mais graves para os moradores mas também enfatiza a importância da APA para o município de São Gonçalo Com isso é traçado um panorama que ajuda a pensar e refletir sobre os rumos locais os cuidados necessários com a unidade de conservação pesquisada as possibilidades de uma gestão participativa e o que pode ser feito no que se refere à educação ambiental 8 A segunda parte trata diretamente de algumas experiências educativas ambientais Poderia apontar três dimensões tratadas que auxiliam a pensar planejar e agir em educação ambiental Na sequência do livro a percepção ambiental Esta durante muito tempo foi abordada em EA apenas como um momento inicial muito descolada das práticas cotidianas Aqui estas servem para compreender percepções variadas principalmente do público escolar e para estruturar ações indicadas nos próprios textos sobre o tema ou nos capítulos seguintes em uma sequência muito bem ordenada Estes outros capítulos tratam de trilhas e da produção de vídeo Estes são instrumentos educativos de grande força e com resultados efetivos se articulados a um projeto pedagógico que trate a educação como um todo em que as atividades não sejam um fim em si mesmo mas meios para finalidades transformadoras maiores As trilhas são bastante conhecidas no meio da conservação e servem para muito mais do que práticas de lazer e turismo É possível atribuir a elas a função de auxiliar no processo educativo de integração das pessoas com áreas protegidas mobilizando grupos para a questão ambiental e para o conhecimento da realidade das UCs Os vídeos são instrumentos que servem para processos educativos variados que se expressam tanto no momento de sua produção quanto no momento de sua divulgação e utilização como elemento de reflexão e debate com diferentes grupos sociais nos diversos espaços educativos existentes Sem dúvida seu uso tem crescido em EA 9 em unidades de conservação e no âmbito do licenciamento ambiental e em projetos que usam a denominação educomunicação exatamente por sua dupla função Enfim é um livro que agrega conhecimentos e práticas em conservação e educação ambiental e que contribui para a atuação comunitária de educadores e pesquisadores na região da APA do Engenho Pequeno Que o leitor possa aproveitar ao máximo essa oportunidade de estudo e reflexão Carlos Frederico B Loureiro UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Capítulo 9 APA DO ENGENHO PEQUENO E MORRO DO CASTRO EM TELA UMA ILHA DE BIODIVERSIDADE EM SÃO GONÇALO Roberta Rodrigues da Motta Pedro de Almeida Cunha e Marcelo Guerra Santos USO DO VÍDEO COMO RECURSO DIDÁTICO Na escola o uso de diferentes recursos de apoio como vídeos e jogos educativos pode diversificar a rotina da sala de aula Arroio e Giordan 2006 despertar maior interesse e motivação aos alunos Ferrés 1996 e aproximar o assunto de suas relações cotidianas Moran 1994 Esse material pode complementar o livro didático que é o principal recurso utilizado para abordagem dos conteúdos em sala de aula pois é de fácil acesso para professores e alunos Silva e Trivelato 2000 O uso do vídeo não se restringe a uma disciplina específica podendo vários conteúdos ser trabalhados com base no audiovisual mas cabe alertar que o conteúdo não deve ser substituído plenamente por esse tipo de material Costa e Santana 2009 O vídeo carrega consigo a expectativa de trazer algo diferente ao cotidiano escolar mas frequentemente o que acontece é uma repetição da monotonia ou didatismo que se esperava que o vídeo superasse causando certa decepção ao expectador Essa tendência de reproduzir um modelo tradicional acaba por tornar o material meramente ornamental Rezende e Struchiner 2009 Utilizado de maneira oportuna o vídeo desenvolve seu papel como elemento contextualizador no ambiente escolar que em dado momento pode permitir que o assunto abordado na aula e as atividades cotidianas dos alunos se aproximem e estabeleçam relações Antunes et al 2010 PATRIMÔNIOS AMBIENTAIS DESCONHECIDOS EM SÃO GONÇALO A Área de Proteção Ambiental do Engenho Pequeno e Morro do Castro APAEP Figura 1 foi criada em 1991 e é um importante remanescente de Mata Atlântica do município de São Gonçalo Santos e Pinto 2006 Santos et al 2012 Com mais de 20 anos de existência a APAEP é um patrimônio natural praticamente desconhecido da maioria dos gonçalenses incluindo aqueles que moram nos seus limites Santos et al 2013 Figura 1 Panorâmica da APA do Engenho Pequeno e Morro do Castro Fonte Marcelo Guerra Santos 2006 A APAEP compartilha diversos problemas ambientais comumente enfrentados por diversas unidades de conservação da natureza UCs pelo Brasil tais como a introdução de espécies exóticas lixo e aterro depositados dentro e nas proximidades das áreas verdes e ocupação imobiliária irregular além do desconhecimento da população do município sobre a importância da conservação da riqueza biológica Santos et al 2005 Lignani et al 2001 apontam a importância de a sociedade ter conhecimento a respeito das UCs e do papel por elas desempenhado para a qualidade do ambiente tanto no interior quanto nos centros urbanos Como estratégia para difundir a APAEP e outros patrimônios naturais de São Gonçalo Santos et al 2005 apontam como ação prioritária o desenvolvimento de atividades de integração entre a comunidade as universidades e o poder público atuando conjuntamente em atividades de Educação Ambiental Segundo Coimbra e Cunha 2005 a Educação Ambiental Informal EAI pode ser entendida como aquela realizada fora dos recintos escolares podendo ocorrer por meio de campanhas populares que visem à formação de atos e atitudes que possibilitem a preservação dos recursos naturais e a correção dos processos degenerativos da qualidade de vida Esses mesmos autores salientam ainda que mesmo ocorrendo fora do ambiente escolar certos vínculos são mantidos com o sistema de ensino A APAEP NO YOUTUBE Realizando uma busca em uma das principais páginas de vídeos da internet o YouTube 39 resultados foram obtidos em 5 de agosto de 2013 quando pesquisamos o termo APA do Engenho Pequeno Esses resultados de forma geral apontam vídeos relacionados à prática de mountain bike nas trilhas da unidade de conservação problemas enfrentados no bairro tais como lixo e queimadas observação de pássaros e treinamentos realizados pela Cruz Vermelha Além da ocorrência dos temas citados anteriormente dois vídeos se destacam por sua temática o vídeo intitulado Campanha Carlos Sales e APA do Engenho Pequeno Expedição O primeiro é um vídeo de campanha eleitoral do Carlos Sales conhecido como Carlinhos Cabeleireiro que teve participação no movimento popular de criação da APAEP Apesar de seu caráter eleitoral o vídeo conta com diversas fotos e imagens de jornais a respeito do movimento contra a instalação de um aterro sanitário no Engenho Pequeno e do movimento ecológico no bairro utilizando o discurso de que o Engenho Pequeno é o pulmão de São Gonçalo O vídeo APA do Engenho Pequeno Expedição também conta com o depoimento do Carlos Sales sobre o movimento de criação da APA e problemas que eram enfrentados no bairro O vídeo foi gravado em uma das trilhas da APAEP que foi percorrida durante a filmagem por um grupo de 12 pessoas mobilizadas através do Facebook Ainda que apresentando diferentes abordagens fica claro que os vídeos encontrados no YouTube não se caracterizam como vídeos de divulgação científica que desempenham seu papel quando utilizados como forma de prestar contas à sociedade e preocupados com a democratização do conhecimento Bortoliero 2002 A PRODUÇÃO DE UM VÍDEO SOBRE A APAEP A proposta de produzir um vídeo sobre a APAEP vem da necessidade de disponibilizar materiais didáticos a serem utilizados em ações de educação ambiental em espaços formais e não formais prioritariamente em São Gonçalo visando à difusão desse importante remanescente de Mata Atlântica do município O roteiro e a escolha das cenas foram realizados em busca de privilegiar aspectos diversos da unidade de conservação como seu processo de criação sua relação com a comunidade interna e do entorno em especial a escolar sua biodiversidade e questões enfrentadas em sua conservação por vezes até abrindo mão de um maior apuro técnico em relação à captação de áudio e vídeo para que algumas informações importantes não se perdessem A captura de imagens foi realizada no período entre março de 2012 e julho de 2013 utilizando a câmera Sony Handycam modelo DCRSR45 Na fase de pósprodução utilizamos para a edição os equipamentos do Núcleo de Pesquisa e Ensino de Ciências NUPEC da Faculdade de Formação de Professores FFP da Universidade do Estado do Rio de Janeiro UERJ sendo utilizado o programa Adobe Premiere Pro CS3 160 A ESCOLHA DOS ATORES SOCIAIS A escolha dos atores envolvidos nesse vídeo foi feita na expectativa de privilegiar aspectos relevantes da história da APAEP abarcando diferentes vertentes Como afirma Antunes et al 2010 não apenas o conteúdo exibido no vídeo deve ser contextualizador como também a forma com que ele é trabalhado com o objetivo de gerar uma maior aproximação dos conhecimentos científicos com o cotidiano dos estudantes A escolha do senhor Sérgio dos Santos era óbvia uma vez que ele reside no bairro Engenho Pequeno há décadas e é grande conhecedor especialista das matas da região sendo interlocutor da história ambiental local que se confunde com a própria história de vida dele Entre seus relatos está a degradação ambiental da APAEP que compreende a mudança na qualidade e nos trajetos dos rios da região assim como o desaparecimento de várias espécies como peixes e pitus Ele destaca o avistamento de espécies vegetais e animais e o uso de vegetais como medicamento e alimento Há alguns anos ele atua como funcionário da Prefeitura no Centro de Estudos da APAEP na função de mateiro conduzindo visitantes e acompanhando os trabalhos de pesquisa ensino e extensão desenvolvidos na unidade de conservação O senhor Antônio Marcos representa o Grupo Ecológico do Engenho Pequeno GREEP que se mobilizou junto com a população local para impedir a instalação do aterro sanitário no bairro Engenho Pequeno O relato de um representante desse movimento é considerado de fundamental importância já que foram ações desenvolvidas por esse grupo que culminaram com a criação da APAEP Diversas escolas públicas e particulares subutilizam as unidades de conservação que estão próximas a elas como ferramenta no ensinoaprendizagem dos alunos Costa et al 2005 Dessa forma buscamos o depoimento de um professor que tivesse desenvolvido sua prática docente na UC em questão O professor entrevistado foi Anderson dos Santos Portugal que em seu relato apontou as dificuldades que encontrou levando seus alunos até a APAEP mas também enfatizou que o resultado obtido através da saída de campo contribuiu para a sensibilização dos estudantes quanto às questões ambientais do município É importante ressaltar que o Professor Anderson foi estagiário da Faculdade de Formação de Professores FFP da UERJ na APAEP e continuou o seu vínculo com a UC na sua prática docente Segundo o Sistema Nacional de Unidade de Conservação SNUC uma Área de Proteção Ambiental deve oferecer condições para a realização de pesquisa científica Brasil 2000 O biólogo e professor Luiz José Soares Pinto personifica um importante elo que une a APAEP às atividades de pesquisa ensino e extensão desenvolvidas pela FFPUERJ nesta UC desde 2004 Seus anos de atuação na APAEP permitiram ao biólogo estabelecer uma relação equilibrada entre o poder público gestor a universidade e a população local Em sua entrevista ele relata os resultados das pesquisas desenvolvidas e revela a rica biodiversidade da APAEP Em um grupo de entrevistados que contém indivíduos que desempenhamdesempenharam um papel na história da APAEP sendo parte deles moradores da região por que incluir o relato de mais um morador do Engenho Pequeno Entre nossos entrevistados a Nátali Maciel foi inesperada mas também uma escolha natural pois ela representa a atual geração de moradores do Engenho Pequeno e se reconhece como tal Em sua entrevista apontou o incômodo que o descaso da população traz a ela mas como cidadã reconhece seu pouco envolvimento em ações participativas Tece críticas à omissão de diversos segmentos do poder público no tocante a ações e conservação ambiental da APAEP A captura dos depoimentos que se confundem com a história de vida dos entrevistados carrega de sentimentos e emoção o vídeo Desse modo esperase que o material produzido seja capaz de transmitir uma sensibilização aos espectadores e que esta possa se refletir em ações para a conservação da APAEP 161 O VÍDEO DE DIVULGAÇÃO DA APAEP O processo de criação teve início com a elaboração dos roteiros sendo alterado diversas vezes ao longo da captura das imagens na tentativa de tornar o material mais completo Tínhamos em mente que alguns aspectos eram fundamentais em sua construção Um vídeo que se propõe a divulgar a UC deve promover um diálogo entre esta e a cidade onde ela está inserida Nessa perspectiva procuramos situar a APAEP no município de São Gonçalo ressaltando como o processo de crescimento da cidade influenciou nos remanescentes de Mata Atlântica do município Esse processo de expansão urbana acabou por interferir no movimento que culminaria na criação da APAEP A partir de sua criação outros entraves permeiam a manutenção de uma Área de Proteção Ambiental Essas questões são evidenciadas quando ouvimos os relatos de levantamentos de flora e fauna da região onde algumas espécies são visadas na prática da caça predatória e outras principalmente aquáticas foram extintas localmente devido aos desmatamentos poluição e ocupação imobiliária irregular Por outro lado importantes registros da biodiversidade têm sido relatados para a APAEP As UCs representam espaços com características naturais relevantes que podem e devem ser utilizados como complementação das atividades escolares Costa et al 2005 Esse potencial ainda é pouco trabalhado nas escolas de nossa cidade como apontou o professor Anderson Portugal Com duração de 26 minutos o vídeo pode ser considerado por alguns como extenso demais para um vídeo de divulgação científica a ser utilizado como recurso didático Franco 1997 discute que a sugestão de segmentar a cada 1520 minutos o material com o objetivo de desfazer o mito de que esses passam a ser cansativos e induzem ao sono não é válido pois o ambiente no qual ocorre a exibição oferece outras reações de sua audiência que podem variar em decorrência dos costumes locais de sala de aula O vídeo pode ser acessado no canal do Núcleo de Pesquisa e Ensino de Ciências da Faculdade de Formação de Professores da UERJ no endereço httpwwwyoutubecomuserCanalNupec RECEPTIVIDADE DO VÍDEO NO GRUPO DE CONHECEDORES DA APAEP Com o objetivo de avaliar a abrangência e a receptividade do material produzido após a finalização do vídeo este foi exibido a um grupo de 11 pessoas que Nesse grupo quando perguntados quanto à representatividade da APAEP através do vídeo 10 concordam que em muito a unidade é representada Apenas uma pessoa respondeu que Às vezes a APAEP é representada no vídeo Essa última re menos de 2 anos Quando perguntados Quais são os aspectos melhor abordados no vídeo ex bidol onde mais de uma alternativa poderia ser marcada as opções mais frequen temente assinaladas em ordem decrescente foram Problemas ambientais Rela ção CidadeAPAEP Processo de criação da APAEP Relação comunidadeAPAEP Biodiversidade Relação escolaAPAEP e Outros Figura 2 Na opção Outros foram incluídos pelos respondentes aspectos como Divulgação da APAEP História do lugar narração do Sr Sérgio valorização da importância do Sr Sérgio na APA Mesmo os assuntos sendo estreitamente ligados percebemos que a abordagem dos problemas ambientais sobressaiu A inclusão do item Divulgação da APAEP na categoria outros nos sugere que o objetivo da produção do vídeo mostrouse claro Outro fator evidenciado nessa resposta é o que diz respeito à participação do Sr Sérgio na APAEP destacado por duas pessoas Seguindo a mesma estratégia da pergunta anterior quando indagados sobre Que aspectos foram insuficientes e poderiam ser mais bem abordados no vídeo em bido a opção Biodiversidade foi a mais destacada recebendo cinco indicações Esse resultado provavelmente está relacionado à baixa inclusão de imagens de veg tais e animais durante as falas em decorrência da opção por utilizar imagens própri captadas para esse trabalho As opções Processo de criação da APAEP Problemas ambientais e Outros foram assinalados duas vezes cada uma As opções Rela ção CidadeAPAEP Relação escolaAPAEP e Relação comunidadeAPAEP foram as menos frequentes sendo assinaladas uma vez cada Figura 3 Na opção Outros foram incluídos aspectos como Questões administrativas os prédios caindo falta de funcionário E a parte do Morro do Castro poderia ter pelo menos uma imagem e al guém daquele bairro Podemos nesse relato identificar uma evidente deficiência do material em pouco abordar o outro bairro que dá nome à unidade de conservação o Morro do Castro Outro item apontado foi a maior contextualização histórica e mos trar as possíveis trilhas para a visitação Não podemos precisar o que o entrevistado quis dizer com contextualização histórica ainda assim a ideia de tornar mais claro as trilhas disponíveis para a visitação merece ser observada para futuras alterações que tornem o material mais completo e informativo Essa pergunta não foi respondi da por dois conhecedores da APAEP sugerindo que eles consideraram a abordagem do vídeo suficientemente informativa Quando questionados sobre a possibilidade de usar o vídeo para divulgar a APAEP as respostas foram unânimes em dizer que usariam ratificando a percep ção que um dos entrevistados teve em dizer que um dos aspectos melhor abordados foi a divulgação da APAEP Sobre a recomendação do vídeo para ser utilizado por profes sores durante suas aulas apenas três disseram que não indicariam A explicação para tal fato pode estar relacionada ao que foi relatado em uma das sugestões dadas ao final do questionário onde foi dito que apesar de interessante para alunos de ensino fundamental pode não chamar tanta atenção Realizando uma avaliação dos quesitos propostos nossos entrevistados res ponderam que a linguagem utilizada foi em sua maioria ótima variando entre boa e excelente Quanto à qualidade da imagem a variação foi entre ótima e regular A qualidade das informações foi classificada em sua maioria como excelente e ótima com um relato para boa e outro regular A coerência foi avaliada entre excelente e boa O item que recebeu avaliações menos positivas necessitando de maior atenção foi o áudio que variou entre ótimo e muito ruim justificado por algumas sugestões como por exemplo percebi muitos ruídos que prejudicavam a minha audição Então seria interessante uma edição que limpasse o áudio do vídeo Devido aos poucos recursos de produção e equipe reduzida alguns aspectos como captação do áudio ambiente não pode ser melhor trabalhado optandose por vezes privilegiar mais a informação documentada do que aspectos estéticos ou tec nicamente melhores Certamente há possibilidades de conseguir melhorias no áudio em uma versão futura mas dificilmente em relação aos ruídos reclamados Ressaltando que não é uma coisa simples e em certos casos praticamente im possível eliminar todas as interferências gravadas em áudio na edição do material Esta é uma das razões por que quando necessário em produções com maior estrutu ra se dedica um profissional exclusivo na hora das gravações para cuidar da melhor forma de capturar o som o mais puro possível CONSIDERAÇÕES FINAIS A leitura crítica de vídeos ou teledocumentários depende exclusivamente da percepção e do entendimento do fator qualitativo que lhes seja atribuído Franco 1997 O vídeo produzido constitui uma ferramenta interdisciplinar de construção de uma identidade ambiental no município de São Gonçalo Nele a abordagem de dife rentes percepções a respeito da APAEP constitui um todo a ser discutido e revisitado Avaliação 1 Estudo Dirigido 100 pontos 1 Diferencia conceitualmente o que é justiça ambiental de injustiça ambiental 10 ponto 2 Conceitue o que são zonas de sacrifício 10 ponto 3 Conceitue o que é racismo ambiental 10 ponto 4 Defina o que é um problema socioambiental na atualidade 10 ponto 5 Qual a função social do ensino de ecologia e biodiversidade em tempos de mudança climática 10 ponto 6 Indique três impactos das mudanças climáticas para os ecossistemas aquáticos e terrestres respectivamente 10 ponto 7 Diferencie os objetivos educacionais da educação ambiental do ensino de ciências 10 ponto 8 Diferencie as três principais vertentes de educação ambiental conservacionista pragmática e crítica em relação a visão estabelecida entre sociedade e natureza 10 ponto 9 Leia o texto em anexo e elabore um roteiro de saída de campo hipotético para a APA do Engenho Pequeno de acordo com os critérios que elaboramos em sala de aula a saber segmento EF EM EJA Faixa etária 1014 anos 15 18 anos e a partir de 18 anos objetivo pedagógico da saída de campo tempo de execução conteúdo s disciplinar abordado tema relação estabelecida com as mudanças climáticas Dimensão prática da atividade de campo dimensão avaliativa 20 pontos Universidade do Estado do Rio de Janeiro Faculdade de Formação de Professores Departamento de Ciências Disciplina Laboratório de Ensino IIII Email lab3ffpgmailcom ESTUDO DIRIGIDO 1 Diferencia conceitualmente o que é justiça ambiental de injustiça ambiental Justiça ambiental é o princípio que assegura que todos os grupos sociais tenham o mesmo direito ao acesso a um ambiente saudável bem como à participação nas decisões ambientais independentemente de classe raça ou localização Já a injustiça ambiental ocorre quando comunidades vulneráveis são desproporcionalmente afetadas por danos ambientais como a poluição ou a falta de saneamento sem participação nas decisões que os afetam 2 Conceitue o que são zonas de sacrifício Zonas de sacrifício são áreas geográficas onde comunidades geralmente pobres e marginalizadas são expostas a altos níveis de degradação ambiental devido à instalação de atividades poluentes ou exploratórias como indústrias mineradoras ou lixões sendo sacrificadas em prol de interesses econômicos maiores 3 Conceitue o que é racismo ambiental Racismo ambiental é a prática discriminatória que faz com que comunidades racializadas sobretudo negras indígenas e pobres sejam as mais atingidas por impactos ambientais negativos como poluição falta de saneamento e ausência de políticas públicas ambientais eficazes 4 Defina o que é um problema socioambiental na atualidade Um problema socioambiental atual é uma situação em que as questões sociais e ambientais estão interligadas como a escassez de água potável o desmatamento associado ao deslocamento de populações ou as mudanças climáticas que afetam a segurança alimentar e agravam desigualdades sociais 5 Qual a função social do ensino de ecologia e biodiversidade em tempos de mudança climática A função social do ensino de ecologia e biodiversidade é promover a conscientização crítica sobre a interdependência entre seres vivos e o ambiente capacitando os indivíduos a compreenderem os efeitos das mudanças climáticas e a agirem de forma sustentável defendendo a preservação dos ecossistemas e o bem comum 6 Indique três impactos das mudanças climáticas para os ecossistemas aquáticos e terrestres respectivamente Nos ecossistemas aquáticos aumento da temperatura da água acidificação dos oceanos e perda de biodiversidade marinha Nos ecossistemas terrestres desertificação migração de espécies e desequilíbrio na cadeia alimentar 7 Diferencie os objetivos educacionais da educação ambiental do ensino de ciências A educação ambiental tem como objetivo formar cidadãos críticos conscientes e engajados com a sustentabilidade e a justiça socioambiental Já o ensino de ciências busca transmitir conhecimentos científicos sobre o mundo natural enfatizando a compreensão de fenômenos físicos químicos e biológicos 8 Diferencie as três principais vertentes de educação ambiental conservacionista pragmática e crítica em relação à visão estabelecida entre sociedade e natureza A vertente conservacionista vê a natureza como algo separado da sociedade a ser protegida principalmente por meio da preservação A vertente pragmática enxerga a relação sociedadenatureza com foco na gestão racional dos recursos naturais para garantir o desenvolvimento sustentável Já a vertente crítica entende que sociedade e natureza são interdependentes enfatizando a transformação social e a superação das desigualdades ambientais por meio da participação política e da conscientização cidadã 9 Leia o texto em anexo e elabore um roteiro de saída de campo hipotético para a APA do Engenho Pequeno de acordo com os critérios que elaboramos em sala de aula a saber segmento EF EM EJA Faixa etária 1014 anos 15 18 anos e a partir de 18 anos objetivo pedagógico da saída de campo tempo de execução conteúdo s disciplinar abordado tema relação estabelecida com as mudanças climáticas Dimensão prática da atividade de campo dimensão avaliativa Critério Descrição Segmento Ensino Fundamental Anos Finais EF Faixa etária 10 a 14 anos Objetivo pedagógico Compreender a importância dos ecossistemas de manguezal na regulação do clima local e global Identificar relações entre biodiversidade e serviços ambientais Desenvolver atitudes de cuidado e conservação Tempo de execução 4 horas manhã Conteúdos disciplinares Ciências ecologia ciclos biogeoquímicos Geografia uso e ocupação do solo Língua Portuguesa registro e comunicação científica Tem a Manguezais como barreira natural e sumidouros de carbono Relação com mudanças climáticas Observação de como os manguezais capturam CO₂ e protegem as áreas interiores de eventos extremos inundações erosão costeira relacionando isso ao aumento do nível do mar e à frequência de tempestades intensas Dimensão prática 1 Caminhada interpretativa pelos trilhos da APA 2 Coleta de parâmetros ambientais temperatura da água salinidade pH em pontos prédefinidos 3 Identificação de espécieschave mangue vermelho mangue branco caranguejos usando guias de campo Dimensão avaliativa Registro individual em fichas de campo desenho de habitats tabelas com dados coletados e anotações de hipóteses Em sala produção de um breve relatório ilustrado em grupos relacionando resultados com o papel dos manguezais no clima local e global