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GABARITO AULA 10 1) Explique as funções da moeda e porque a perda destas funções desorganiza a economia de um país A)Meio de troca: A utilização da moeda propiciou a superação da necessidade de existência de dupla coincidência de desejos entre dois agentes econômicos, que era característica de uma situação de escambo e a moeda como meio de pagamento, ou seja, sendo um instrumento de troca facilitou a aquisição de produtos e serviços. É através dela que conseguimos fazer praticamente todas as transações financeiras e econômicas. B) Medida de valor: A função permite uma linguagem monetária comum em contratos, garantindo o conhecimento sobre o valor do que está sendo transacionado. Como unidade de conta ela pode medir o preço de todos os produtos existentes e compará-los.Ex.: Se um tênis custa R$100,00 e uma camisa custa R$50,00 e se fizermos a comparação, saberemos que um tênis equivale ao valor de duas camisas. C) Reserva de valor: A função de reserva de valor, significa que consegue preservar o poder de compra com o passar do tempo. Quando você vende alguma coisa, pode ser um produto ou serviço, você recebe em moeda (dinheiro) e não precisa sair gastando, pois, a moeda não perde valor, ou seja, ela reserva o valor, para consumo futuro. D) Função padrão de pagamento diferido faz referência aos produtos e serviços comercializados a crédito, ou seja, sem o uso necessário do dinheiro. Nesta lógica, o produto ou serviço é comercializado com o valor de moeda, mas não há um pagamento instantâneo, o que facilita as transações mesmo que o consumidor tenha os recursos de consumo no momento da transação. 2) Explique o conceito de juros e o seu mecanismo de formação Quando você quer morar num imóvel que não é seu, precisa pagar um aluguel todo mês. Os juros são mais ou menos isso: uma taxa que você paga para usar um dinheiro que, originalmente, não é seu. Ele pode ter vindo de um banco ou de uma financeira. Enquanto você não devolver todo o dinheiro emprestado, pagará esse “aluguel”. A definição clássica dos juros diz que eles representam o valor do dinheiro ao longo do tempo. Eles podem ser vistos também como a remuneração do credor (por exemplo, um banco) por emprestar dinheiro ao tomador ou devedor. O mesmo acontece quando você empresta dinheiro a uma empresa – comprando debêntures, por exemplo. A empresa devolve seu investimento com o acréscimo dos juros acumulados no período. Geralmente, o aluguel do dinheiro, ou juros, é um percentual do valor emprestado. Como é definido este percentual? Uma vez que as taxas de juros refletem o preço do dinheiro, e como qualquer preço este é formado a partir de agentes que ofertam e agentes que demandam o dinheiro. No ponto de equilíbrio entre a oferta e a demanda de dinheiro são definidas as taxas de juros da economia. No caso da oferta o estado detém o monopólio da oferta de dinheiro ou a oferta monetária e a decisão de alterar a oferta monetária independe relativamente de outros fatores. Para uma dada demanda dada, um aumento da oferta monetária tende a reduzir as taxas de juros. Da mesma forma uma redução da oferta monetária tende a elevar as taxas de juros. Pelo lado da demanda investidores e famílias demandam moeda por 3 razões: A primeira diz respeito às necessidades de realizar transações do dia a dia. A segunda razão é por precaução, pois mesmo que não se planeje realizar alguma transação ao longo do dia parte dos demandantes demandam moeda por precaução. A terceira razão é a demanda especulativa da moeda, ou seja, aquela ligada às taxas de juros. Neste sentido quando maiores as taxas de juros menos os agentes vão preferir reter moeda e vão preferir mais direcionar os recursos monetários disponíveis às instituições financeiras por meio de aplicações para se beneficiar dos ganhos em termos de juros. Da mesma forma quanto menores as taxas de juros os agentes tendem a demandar mais moeda pois os ganhos no mercado financeiros não são tão atrativos. Desta forma quanto maior as taxas de juros menor é a demanda por moeda e quanto menor a taxa de juros maior é a demanda por moeda, ou seja, uma relação inversa entre taxa de juros e demanda por moeda gerando uma curva de demanda monetária decrescente. 3) Porque as políticas monetárias contracionistas tendem a reduzir o crescimento econômico e as políticas expansionistas podem acelerar o crescimento da economia? Os termos contracionistas ou expansionistas dizem respeito à decisão das autoridades monetárias em aumentar a oferta monetária. No caso de políticas contracionistas, a Autoridade Monetária utiliza instrumentos monetários para reduzir a oferta monetária. Ao reduzir a oferta monetária as taxas de juros tendem aumentar. Maiores taxas de juros tendem a reduzir os investimentos das empresas e o consumo das famílias o que tende a desacelerar o crescimento econômico, com impacto negativo na variação do PNB/PIB. No caso de políticas expansionistas, a Autoridade Monetária utiliza instrumentos monetários para aumentar a oferta monetária. Ao elevar a oferta monetária as taxas de juros tendem cair. Menores taxas de juros tendem a elevar os investimentos das empresas e o consumo das famílias o que tende a acelerar o crescimento econômico com impacto positivo na variação do PNB/PIB. 4) Explique os mecanismos que ligam a formação da taxa de juros ao volume de investimentos e ao consumo. Conforme visto as taxas de juros referem-se ao preço do dinheiro. O aumento da taxa de juros implicam em maiores ganhos em aplicações financeiras em relação à rentabilidade dos investimentos que competem entre si pela recursos poupados pela sociedade. Quanto maiores as taxas de juros mais atrativos ficam as aplicações financeiras que drenam recursos dos investimentos. Por exemplo se a taxa de juros de uma economia é de 13,75% que é a taxa de juros média da economia brasileira os investimentos que rendem menos que estas taxas ficam economicamente inviabilizados. Uma vez que são os investimentos que estimulam o crescimento econômico, uma redução dos investimentos tende a desacelerar o crescimento da economia. Em relação ao consumo, taxa de juros muito elevadas tendem a reduzir a demanda por bens e serviços, uma vez que grande parcela das compras em bens e serviços são adquiridas no crédito a prazos relativamente grandes. Uma taxa de juros muito elevada tende a deixar o crédito mais caro e reduz a demanda. Se a demanda por bens e serviços que se reflete no consumo das famílias se reduzir o PNB/PIB também se reduz. 5) Explique as diferenças entre as teorias monetarista e keynesiana em termos de efeitos das mudanças da oferta monetária nas variáveis de crescimento econômico e inflação. A teoria keynesiana é mais conhecida por estudar os efeitos fiscais na economia (gastos do governo) mas para os keynesianos a política monetária é considerada uma forma de alterar a taxa de juros modificando as despesas com investimentos. Nesta teoria se os Banco central aumentar a oferta de moeda, a taxa de juros sofre uma redução. Com a redução da taxa de juros as despesas com investimentos crescem induzindo a um aumento do consumo e elevando o nível de renda e de emprego. O efeito inverso também pode ocorrer ou seja uma redução da oferta monetária aumenta a taxa de juros, reduz o investimento e reduz os níveis de renda e emprego. Por outro lado os keynesianos acreditam que aumentar os gastos do governo é mais efetivo que aumentar a oferta monetária para aumentar os investimentos. A teoria keynesiana não considera os efeitos de uma política monetária expansiva nos níveis de preços, ao contrário da visão monetarista. Os monetarista valorizam mais a ligação da oferta monetária mais as despesas de consumo das firmas e das famílias, não dando tanta importancia à questão da taxa de juros. Para os monetaristas as famílias e as firmas e os consumo e investimento respectivamente respondem mais as variações na oferta de moeda que à taxa de juros. Outra diferença é que os monetaristas atribuem à oferta de moeda não apenas efeitos sobre o crescimento econômico mas também à inflação, ou seja, aumentos na oferta de moeda tem efeito sobre o crescimento econômico apenas até a economia se aproximar do pleno emprego dos fatores. Ao ultrapassar esta barreira aumentos adicionais na oferta de moeda tem efeito mais significativo sobre os preços do que sobre a produção. 6) Explique como funcionam os instrumentos de política monetária e como estes podem alterar a oferta monetária . a) Controle direto sobre a quantidade de dinheiro em circulação que se relaciona com a emissão de dinheiro e sua circulação por intermédio das Autoridades Monetárias. A emissão de moedas em geral se destina a financiar déficits orçamentários do governo, à concessão de empréstimos com liquidez às instituições financeiras e operações de compra e venda de moeda estrangeira . b) Operações de mercado aberto (open Market) que configuram compra e venda de títulos públicos por parte do Banco Central com o objetivo de regular a quantidade de meios de pagamento na economia. Quando há excesso de oferta monetária o Banco Central opera vendendo títulos, ou seja, coloca papéis da dívida pública no mercado e recolhe moeda ou os meios de pagamento. O contrário é verdadeiro caso a oferta monetária seja insuficiente, o Banco Central entra comprando títulos da dívida nas operações de mercado aberto, assim a venda de títulos contrai os meios de pagamento reduzindo a oferta monetária e a compra de títulos expande os meios de pagamento aumentado a oferta monetária. c) Taxa de reserva ou depósitos compulsórios é um instrumento que o governo tem para agir diretamente sobre os bancos. Toda instituição fianceira deve manter uma proporção dos depósitos a vista intocados. Esta proporção é a taxa de reserva que não pode ser emprestada a outros agente financeiros ou comerciais. Quanto maior a taxa de reserva menos os bancos dispõem para empréstimos e financiamentos e, portanto, atua diretamente sobre a quantidade de meios de pagamento na economia. Assim um aumento nas taxas de reserva implica em contração da oferta monetária e ao contrario uma redução das taxas de reserva implica em um aumento da oferta monetária. d) Taxa de redesconto é a taxa de juros que é cobrada do banco Central das instituições financeiras quando estas apresentam problemas de liquidez. Uma elevação desta taxa torna o custo do dinheiro do banco central maior e, portanto, os bancos preferem não recorrer ao banco central aumentando voluntariamente as taxas de reserva, tendo o efeito explicado no item anterior. Portanto uma elevação das taxas de redesconto aumenta as taxas de reserva e provoca contração da oferta monetária, de outro lado uma redução das taxas de redesconto permite que as instituições financeiras reduzam as taxas de reserva e provoca aumento da oferta monetária. e) Controles seletivos de crédito. Os Bancos Centrais utlizam sua autoridade para controlar o volume e a distribuição de linhas de crédito, impor tetos às taxas de juros, orientar a finalidade das concessões de crédito, determinar prazos limites e condições de financiamento e empréstimos na economia. Os bancos centrais também dispõem de autoridade para induzir os bancos comerciais adotarem um comportamento adequado às condições macroeconômicas. 7) A partir de 2011, foi adotada a NMM (Nova Matriz Macroeconômica). Quais as políticas fiscais e econômicas que caracterizaram esta matriz? Quais os efeitos sobre o crescimento econômico e sobre a inflação? A Nova Matriz Econômica (NME), ou nova matriz macroeconômica, caracterizou- se por uma série de medidas heterodoxas adotadas no Brasil no início de 2011, pendurando até o final de 2014. Dentre as principais características deste modelo estão a intervenção do governo na economia assim como o aumento dos gastos públicos em investimentos. Esse modelo econômico foi criado pelo governo da presidente Dilma Rousseff, sendo ele de caráter desenvolvimentista. Para a sua aplicação foi abandonado, dessa forma, o tripé macroeconômico adotado no ano de 1999. As principais ações da NME foram 1.Expansão do crédito ao consumidor para estimular o crescimento. 2.Congelamento da taxa de juros da política monetária mesmo com deterioração fiscal o que estimulou sobremaneira o consumo 3.Incerteza sobre o grau de abertura financeira da economia. Devido ao aumento da volatilidade cambial, decisões erráticas quanto à abertura da economia diminuíram a atratividade do país para investidores estrangeiros. 4.Aumento do risco fiscal decorrente da redução de impostos e aumento dos gastos correntes do governo. 5.Intervenção do Governo nos preços da energia e dos combustíveis. 6.Redução da concorrência no mercado. A adoção de medidas que levam a falhas de mercado ao favorecer algumas empresas pode ser prejudicial à economia. Em particular, aumentar o poder de mercado de algumas empresas, além de impedir o surgimento e o crescimento de novas, pode promover uma diminuição da inovação devido à menor concorrência. 7.Falta de transparência fiscal. O uso de mecanismos para ocultar uma deterioração fiscal por meio da “contabilidade criativa” comprometeu a confiança do mercado nas ações governamentais Embora a NME tivesse o objetivo de estimular a economia ocorreu o inverso do pretendido. Tal plano tinha o objetivo de estimular a economia, mas fracassou. Um dos motivos é que os planos de investimento do governo atraíram pouco interesse, dada a incerteza gerada pelo governo e o medo de intervenção excessiva. Outra medida foi o uso do BNDES para fomentar o crescimento de empresas que ficaram conhecidas como “campeãs nacionais”. Essa linha de crédito barata começou ainda no governo do presidente Lula. O Tesouro Nacional emitia títulos da dívida pública e, em seguida, transferia o valor para o BNDES, que emprestava o dinheiro para essas empresas a taxas baixíssimas. Tal ação afetou consideravelmente as contas públicas do país, e a dívida bruta do governo começou a aumentar acentuadamente. As pressões políticas também foram direcionadas aos bancos estatais (Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) para forçar a redução das taxas de juros dos empréstimos, a fim de aumentar o consumo. O objetivo era que essa competição naturalmente reduzisse as taxas de juros dos bancos privados também. No entanto, a expansão do crédito causou pressão inflacionária e as taxas de inadimplência começaram a aumentar”. As tentativas do governo de influenciar decisões sobre a taxa de juros, de controlar artificialmente os preços através de intervenções nos setores de energia e petróleo ficaram insustentáveis gerando aumento da inflação com os prejuízos que as estatais apresentavam. A queda do PIB ocorreu pelo receio por parte dos investidores externos e internos do excessivo intervencionismo na economia gerou grandes incertezas aos investidores. Além disso a crise fiscal causada pela concessão desenfreada de benefícios e isenções fiscais a alguns setores e muitos estímulos ao consumo das famílias via flexibilização de crédito e desoneração de impostos esgotou a capacidade do governo de estimular a economia e o país entrou num forte recessão com queda de quase 5% do PIB. Também contribuiu o menor crescimento chinês no período o que reduziu a exportação das commodities brasileiras. A inflação ocorreu particularmente pela incapacidade das estatais de manter o congelamento de preços dos combustíveis e tarifas de energia elétrica. Estes preços tiveram que ser liberados o causou aumento de preços em toda economia. Além disso o estimulo ao consumo sem que as empresas tivessem capacidade de aumento da produção também contribuiu para a acelaração inflacionária Fonte: Adaptado de https://economiamainstream.com.br/artigo/a-nova-matriz- economica-e-seus-efeitos/
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GABARITO AULA 10 1) Explique as funções da moeda e porque a perda destas funções desorganiza a economia de um país A)Meio de troca: A utilização da moeda propiciou a superação da necessidade de existência de dupla coincidência de desejos entre dois agentes econômicos, que era característica de uma situação de escambo e a moeda como meio de pagamento, ou seja, sendo um instrumento de troca facilitou a aquisição de produtos e serviços. É através dela que conseguimos fazer praticamente todas as transações financeiras e econômicas. B) Medida de valor: A função permite uma linguagem monetária comum em contratos, garantindo o conhecimento sobre o valor do que está sendo transacionado. Como unidade de conta ela pode medir o preço de todos os produtos existentes e compará-los.Ex.: Se um tênis custa R$100,00 e uma camisa custa R$50,00 e se fizermos a comparação, saberemos que um tênis equivale ao valor de duas camisas. C) Reserva de valor: A função de reserva de valor, significa que consegue preservar o poder de compra com o passar do tempo. Quando você vende alguma coisa, pode ser um produto ou serviço, você recebe em moeda (dinheiro) e não precisa sair gastando, pois, a moeda não perde valor, ou seja, ela reserva o valor, para consumo futuro. D) Função padrão de pagamento diferido faz referência aos produtos e serviços comercializados a crédito, ou seja, sem o uso necessário do dinheiro. Nesta lógica, o produto ou serviço é comercializado com o valor de moeda, mas não há um pagamento instantâneo, o que facilita as transações mesmo que o consumidor tenha os recursos de consumo no momento da transação. 2) Explique o conceito de juros e o seu mecanismo de formação Quando você quer morar num imóvel que não é seu, precisa pagar um aluguel todo mês. Os juros são mais ou menos isso: uma taxa que você paga para usar um dinheiro que, originalmente, não é seu. Ele pode ter vindo de um banco ou de uma financeira. Enquanto você não devolver todo o dinheiro emprestado, pagará esse “aluguel”. A definição clássica dos juros diz que eles representam o valor do dinheiro ao longo do tempo. Eles podem ser vistos também como a remuneração do credor (por exemplo, um banco) por emprestar dinheiro ao tomador ou devedor. O mesmo acontece quando você empresta dinheiro a uma empresa – comprando debêntures, por exemplo. A empresa devolve seu investimento com o acréscimo dos juros acumulados no período. Geralmente, o aluguel do dinheiro, ou juros, é um percentual do valor emprestado. Como é definido este percentual? Uma vez que as taxas de juros refletem o preço do dinheiro, e como qualquer preço este é formado a partir de agentes que ofertam e agentes que demandam o dinheiro. No ponto de equilíbrio entre a oferta e a demanda de dinheiro são definidas as taxas de juros da economia. No caso da oferta o estado detém o monopólio da oferta de dinheiro ou a oferta monetária e a decisão de alterar a oferta monetária independe relativamente de outros fatores. Para uma dada demanda dada, um aumento da oferta monetária tende a reduzir as taxas de juros. Da mesma forma uma redução da oferta monetária tende a elevar as taxas de juros. Pelo lado da demanda investidores e famílias demandam moeda por 3 razões: A primeira diz respeito às necessidades de realizar transações do dia a dia. A segunda razão é por precaução, pois mesmo que não se planeje realizar alguma transação ao longo do dia parte dos demandantes demandam moeda por precaução. A terceira razão é a demanda especulativa da moeda, ou seja, aquela ligada às taxas de juros. Neste sentido quando maiores as taxas de juros menos os agentes vão preferir reter moeda e vão preferir mais direcionar os recursos monetários disponíveis às instituições financeiras por meio de aplicações para se beneficiar dos ganhos em termos de juros. Da mesma forma quanto menores as taxas de juros os agentes tendem a demandar mais moeda pois os ganhos no mercado financeiros não são tão atrativos. Desta forma quanto maior as taxas de juros menor é a demanda por moeda e quanto menor a taxa de juros maior é a demanda por moeda, ou seja, uma relação inversa entre taxa de juros e demanda por moeda gerando uma curva de demanda monetária decrescente. 3) Porque as políticas monetárias contracionistas tendem a reduzir o crescimento econômico e as políticas expansionistas podem acelerar o crescimento da economia? Os termos contracionistas ou expansionistas dizem respeito à decisão das autoridades monetárias em aumentar a oferta monetária. No caso de políticas contracionistas, a Autoridade Monetária utiliza instrumentos monetários para reduzir a oferta monetária. Ao reduzir a oferta monetária as taxas de juros tendem aumentar. Maiores taxas de juros tendem a reduzir os investimentos das empresas e o consumo das famílias o que tende a desacelerar o crescimento econômico, com impacto negativo na variação do PNB/PIB. No caso de políticas expansionistas, a Autoridade Monetária utiliza instrumentos monetários para aumentar a oferta monetária. Ao elevar a oferta monetária as taxas de juros tendem cair. Menores taxas de juros tendem a elevar os investimentos das empresas e o consumo das famílias o que tende a acelerar o crescimento econômico com impacto positivo na variação do PNB/PIB. 4) Explique os mecanismos que ligam a formação da taxa de juros ao volume de investimentos e ao consumo. Conforme visto as taxas de juros referem-se ao preço do dinheiro. O aumento da taxa de juros implicam em maiores ganhos em aplicações financeiras em relação à rentabilidade dos investimentos que competem entre si pela recursos poupados pela sociedade. Quanto maiores as taxas de juros mais atrativos ficam as aplicações financeiras que drenam recursos dos investimentos. Por exemplo se a taxa de juros de uma economia é de 13,75% que é a taxa de juros média da economia brasileira os investimentos que rendem menos que estas taxas ficam economicamente inviabilizados. Uma vez que são os investimentos que estimulam o crescimento econômico, uma redução dos investimentos tende a desacelerar o crescimento da economia. Em relação ao consumo, taxa de juros muito elevadas tendem a reduzir a demanda por bens e serviços, uma vez que grande parcela das compras em bens e serviços são adquiridas no crédito a prazos relativamente grandes. Uma taxa de juros muito elevada tende a deixar o crédito mais caro e reduz a demanda. Se a demanda por bens e serviços que se reflete no consumo das famílias se reduzir o PNB/PIB também se reduz. 5) Explique as diferenças entre as teorias monetarista e keynesiana em termos de efeitos das mudanças da oferta monetária nas variáveis de crescimento econômico e inflação. A teoria keynesiana é mais conhecida por estudar os efeitos fiscais na economia (gastos do governo) mas para os keynesianos a política monetária é considerada uma forma de alterar a taxa de juros modificando as despesas com investimentos. Nesta teoria se os Banco central aumentar a oferta de moeda, a taxa de juros sofre uma redução. Com a redução da taxa de juros as despesas com investimentos crescem induzindo a um aumento do consumo e elevando o nível de renda e de emprego. O efeito inverso também pode ocorrer ou seja uma redução da oferta monetária aumenta a taxa de juros, reduz o investimento e reduz os níveis de renda e emprego. Por outro lado os keynesianos acreditam que aumentar os gastos do governo é mais efetivo que aumentar a oferta monetária para aumentar os investimentos. A teoria keynesiana não considera os efeitos de uma política monetária expansiva nos níveis de preços, ao contrário da visão monetarista. Os monetarista valorizam mais a ligação da oferta monetária mais as despesas de consumo das firmas e das famílias, não dando tanta importancia à questão da taxa de juros. Para os monetaristas as famílias e as firmas e os consumo e investimento respectivamente respondem mais as variações na oferta de moeda que à taxa de juros. Outra diferença é que os monetaristas atribuem à oferta de moeda não apenas efeitos sobre o crescimento econômico mas também à inflação, ou seja, aumentos na oferta de moeda tem efeito sobre o crescimento econômico apenas até a economia se aproximar do pleno emprego dos fatores. Ao ultrapassar esta barreira aumentos adicionais na oferta de moeda tem efeito mais significativo sobre os preços do que sobre a produção. 6) Explique como funcionam os instrumentos de política monetária e como estes podem alterar a oferta monetária . a) Controle direto sobre a quantidade de dinheiro em circulação que se relaciona com a emissão de dinheiro e sua circulação por intermédio das Autoridades Monetárias. A emissão de moedas em geral se destina a financiar déficits orçamentários do governo, à concessão de empréstimos com liquidez às instituições financeiras e operações de compra e venda de moeda estrangeira . b) Operações de mercado aberto (open Market) que configuram compra e venda de títulos públicos por parte do Banco Central com o objetivo de regular a quantidade de meios de pagamento na economia. Quando há excesso de oferta monetária o Banco Central opera vendendo títulos, ou seja, coloca papéis da dívida pública no mercado e recolhe moeda ou os meios de pagamento. O contrário é verdadeiro caso a oferta monetária seja insuficiente, o Banco Central entra comprando títulos da dívida nas operações de mercado aberto, assim a venda de títulos contrai os meios de pagamento reduzindo a oferta monetária e a compra de títulos expande os meios de pagamento aumentado a oferta monetária. c) Taxa de reserva ou depósitos compulsórios é um instrumento que o governo tem para agir diretamente sobre os bancos. Toda instituição fianceira deve manter uma proporção dos depósitos a vista intocados. Esta proporção é a taxa de reserva que não pode ser emprestada a outros agente financeiros ou comerciais. Quanto maior a taxa de reserva menos os bancos dispõem para empréstimos e financiamentos e, portanto, atua diretamente sobre a quantidade de meios de pagamento na economia. Assim um aumento nas taxas de reserva implica em contração da oferta monetária e ao contrario uma redução das taxas de reserva implica em um aumento da oferta monetária. d) Taxa de redesconto é a taxa de juros que é cobrada do banco Central das instituições financeiras quando estas apresentam problemas de liquidez. Uma elevação desta taxa torna o custo do dinheiro do banco central maior e, portanto, os bancos preferem não recorrer ao banco central aumentando voluntariamente as taxas de reserva, tendo o efeito explicado no item anterior. Portanto uma elevação das taxas de redesconto aumenta as taxas de reserva e provoca contração da oferta monetária, de outro lado uma redução das taxas de redesconto permite que as instituições financeiras reduzam as taxas de reserva e provoca aumento da oferta monetária. e) Controles seletivos de crédito. Os Bancos Centrais utlizam sua autoridade para controlar o volume e a distribuição de linhas de crédito, impor tetos às taxas de juros, orientar a finalidade das concessões de crédito, determinar prazos limites e condições de financiamento e empréstimos na economia. Os bancos centrais também dispõem de autoridade para induzir os bancos comerciais adotarem um comportamento adequado às condições macroeconômicas. 7) A partir de 2011, foi adotada a NMM (Nova Matriz Macroeconômica). Quais as políticas fiscais e econômicas que caracterizaram esta matriz? Quais os efeitos sobre o crescimento econômico e sobre a inflação? A Nova Matriz Econômica (NME), ou nova matriz macroeconômica, caracterizou- se por uma série de medidas heterodoxas adotadas no Brasil no início de 2011, pendurando até o final de 2014. Dentre as principais características deste modelo estão a intervenção do governo na economia assim como o aumento dos gastos públicos em investimentos. 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Em particular, aumentar o poder de mercado de algumas empresas, além de impedir o surgimento e o crescimento de novas, pode promover uma diminuição da inovação devido à menor concorrência. 7.Falta de transparência fiscal. O uso de mecanismos para ocultar uma deterioração fiscal por meio da “contabilidade criativa” comprometeu a confiança do mercado nas ações governamentais Embora a NME tivesse o objetivo de estimular a economia ocorreu o inverso do pretendido. Tal plano tinha o objetivo de estimular a economia, mas fracassou. Um dos motivos é que os planos de investimento do governo atraíram pouco interesse, dada a incerteza gerada pelo governo e o medo de intervenção excessiva. Outra medida foi o uso do BNDES para fomentar o crescimento de empresas que ficaram conhecidas como “campeãs nacionais”. Essa linha de crédito barata começou ainda no governo do presidente Lula. 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A queda do PIB ocorreu pelo receio por parte dos investidores externos e internos do excessivo intervencionismo na economia gerou grandes incertezas aos investidores. Além disso a crise fiscal causada pela concessão desenfreada de benefícios e isenções fiscais a alguns setores e muitos estímulos ao consumo das famílias via flexibilização de crédito e desoneração de impostos esgotou a capacidade do governo de estimular a economia e o país entrou num forte recessão com queda de quase 5% do PIB. Também contribuiu o menor crescimento chinês no período o que reduziu a exportação das commodities brasileiras. A inflação ocorreu particularmente pela incapacidade das estatais de manter o congelamento de preços dos combustíveis e tarifas de energia elétrica. Estes preços tiveram que ser liberados o causou aumento de preços em toda economia. Além disso o estimulo ao consumo sem que as empresas tivessem capacidade de aumento da produção também contribuiu para a acelaração inflacionária Fonte: Adaptado de https://economiamainstream.com.br/artigo/a-nova-matriz- economica-e-seus-efeitos/