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Engenharia Agronômica ·
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Causas e políticas de controle de inflação A âncora cambial instituiu o regime de “bandas” cambiais que, na prática, fixava o valor da moeda, e barateava o custo dos importados. A âncora monetária buscava controlar o volume de dinheiro em circulação, evitando a pressão sobre os preços. Para isso, foram elevadas a taxa de juros entre outras medidas Essas âncoras foram substituídas, em 1999, pelo regime de metas de inflação, em que as autoridades monetárias se comprometem a cumprir metas de inflação Causas e políticas de controle de inflação Para a equivalência, o valor da nova moeda foi fixado com a cotação da URV do dia anterior, que era de 2.750 cruzeiros reais. Dessa forma, CR$ 5.000 equivaliam a cerca de R$ 2 – o suficiente para comprar, na época, meio quilo de carne, três litros de leite ou duas latas de refrigerante, por exemplo. Entre as medidas para controlar os preços, o governo também promoveu uma abertura maior às importações, e adotou as chamadas “âncoras” cambial e monetária. Inflação A inflação é um processo persistente de aumento do Nível Geral de Preços, que resulta em perda do poder aquisitivo da moeda. O aumento persistente de preços deve se dar para toda a economia e não apenas para um conjunto de produtos ou para um setor específico. A inflação é medida por alguns índices. Por exemplo uma inflação de 10% significa que a media ponderada de preços de uma cesta de produtos cresceu 10% EFEITOS DA INFLAÇÃO ▯ SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DE RENDA: ▯ Redução do poder de compras do segmento que depende de rendimentos fixos, como os assalariados, pensionistas, aposentados e os segmentos de mais baixa renda que não dispõe de mecanismos para de proteger do aumentos de preços. Firmas e rentistas ganham com o processo inflacionário. ▯ SOBRE A ALOCAÇÃO DE RECURSOS: ▯ Projetos especulativos tendem a ser mais atraentes que projetos produtivos, pois é mais fácil se proteger da inflação com aplicações financeiras que investimentos produtivos ▯ SOBRE A BALANÇA DE PAGAMENTOS: ▯ Pode dificultar as exportações (os preços internos sobem mais que os externos) e dificulta a competitividade do país. Em geral, quando isto acontece o governo promove desvalorizações cambiais, o que pode encarecer os produtos importados e acelerar ainda mais a inflação Principais Índices de Inflação ▯ IPC – Índice de Preços ao Consumidor (medido pela FIPE) ▯ IGP-DI - Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna medido pela FGV ▯ IGP-M Índice Geral de Preços do Mercado medido pela FGV ▯ INPC - Índice Nacional de Preços ao Consumidor Restrito medido pelo IBGE ▯ INPC - Índice Nacional de Preços ao Consumidor Ampliado medido pelo IBGE ▯ ICV – Índice de Custos de Vida (medido pelo Dieese) Principais Índices de Inflação Cada um destes índices dá um maior peso a um tipo de setor, preços no atacado, da construção civil, da cesta básica, etc..., assim como períodos diferentes. Por isso os índices são diferentes quando são divulgados inflação Não existe um “número mágico” para a inflação. O que se sabe é que uma inflação muito alta ou muito baixa prejudica o funcionamento da economia. Se estiver acima de 10% ao ano, por exemplo, atrapalha a capacidade da moeda como unidade de conta – as pessoas começam a perder a noção do valor da moeda, já que os preços dos produtos mudam rapidamente. Inflação Mas se a inflação for negativa, ou muito próxima de zero, pode prejudicar a produção e desaquecera economia. A questão é controversa, mas há certo consenso de que uma inflação entre 2% e 3%, ou até 5% é um bom indicador de que a economia não tem desequilíbrios importantes. Metas de Inflação Inflação Basicamente a inflação destrói as funções da moeda e ela perde a efetividade para as suas funções como - Meio de troca - Medida de valor - Reserva de valor - Padrão diferido de pagamento Veja as imagens a seguir: Alemanha 1923 Hiperinflação na Alemanha - As imagens são da Alemanha após a Primeira Guerra Mundial. - Repare que a moeda como meio de troca fica muito difícil. - Como os preços aumentaram muito, a quantidade de moeda para transações é imensa - Veja a seguir a evolução do preço de um único item (o pão) em marcos alemães Preço da fatia de pão Período Valor em marcos 1918 0,63 1922 163,15 1923 (jan.) 250 1923 (jul.) 3.465 1923 (set.) 1,512 milhão 1923 (nov.) 201 bilhões Crédito D. Doreto Hungria 1946 A pior inflação da história Em 1946, após a Segunda Guerra, a Hungria enfrentou aquele que é considerado o pior caso de hiperinflação da história. Em julho daquele ano os preços aumentavam a uma taxa de 195% ao dia. Para escrever o número que representa a inflação mensal daquela época são necessários 16 zeros. De acordo com o estudo, durante esta fase, os preços no país dobravam a cada 15 horas. Zimbábue 2008 Na história moderna um dos piores casos se verificou no Zimbábue, um país da África, As imagens a seguir mostram uma única nota de dólar zimbabuano (100 trilhões de dólares zimbabuanos) e a quantidade de dinheiro para realizar uma única compra. Zimbábue 2008 dólares Zimbabuanos Compras em 2008 Zimbabue 2008 No ano anterior, a inflação anual havia chegado a 231.000.000% ao ano, salários e aposentadorias não valiam nada, a maior parte das escolas e hospitais fechou e ao menos oito em dez pessoas estavam desempregadas. A taxa de cambio em 2008 era 175 quadrilhões de dólares zimbabuanos (175.000.000.000.000.000) por US$ 5. Quantias mais altas seriam trocadas a uma cotação de 35 quadrilhões de dólares zimbabuanos para US$ 1. Venezuela 2017 Mais perto de nós temos a Venezuela. Não há dados disponíveis de inflação mas o gráfico mostra o valor do peso em relação ao dólar. Como os bens de consumo na Venezuela são em sua maioria importados, podemos ter uma ideia da evolução dos preços A outra figura mostra uma foto que mostra a irracionalidade das transações na inflação. Por exemplo, o preço do papel higiênico cresceu tanto que se usava mais papel para a quantidade de dinheiro para pagá-lo que o próprio produto. Dinheiro necessário para adquirir 1 rolo de papel higiênico Venezuela 2018. Credito: Carlos Garcia Rawlins, Agencia Reuters Brasil década de 90 Embora em níveis menores, no Brasil tivemos um período de aceleração de preços que foi contido apenas em 1994, com a implantação do Plano Real, como mostrado no gráfico. A foto mostra uma propaganda da época de margarina, que mostra o preço de 42.900 cruzeiros reais por uma unidade do produto na rede de supermercados Real. Brasil: Inflação (IGP-DI) (variação anual, em porcento) www.mercadopopular.org Inflação média 1965-1974: 24,7% Inflação média 1975-1984: 97,2% Inflação média 1985-1994: 1045,3% Inflação média 1995-2004: 11,9% Inflação média 2005-2013: 5,6% Plano Real Plano Collor Plano Cruzado Fonte: FGV. Publicidade de 1993 - Brasil 500 g 42.900, Real Doriana Especial Light VALIDO ATE 2º FEIRA 05/07 UOL TIPOS DE INFLAÇÃO Existem 4 tipos básicos de inflação: 🗯 Inflação de demanda 🗯 Inflação de custos 🗯 Inflação inercial 🗯 Inflação monetária Cada uma tem uma causa que mostraremos a seguir. Inflação de demanda 🗯 Na inflação de demanda, temos uma elevação contínua da demanda agregada (DA) representadas no gráfico de cima pelas linhas inclinadas DA0 até DA3. 🗯 Estas linhas representam a elevação da demanda agregada (DA), que representam a elevação dos gastos das famílias, do governo e do setor externo (via exportações). 🗯 A linha vermelha mostra a capacidade máxima de produção em uma economia (chamada de barreira do pleno emprego). À direita desta linha não é possível mais aumentar a produção para atender a demanda. Inflação de demanda 🗯 Assim quando a demanda cresce muito os preços começam a crescer configurando um processo inflacionário que é mostrado no gráfico de baixo. 🗯 Quando mais próxima a quantidade demandada (Ye) da capacidade máxima da economia (barreira do pleno emprego), maior é a taxa de crescimento dos preços. 🗯 Assim podemos dizer que os preços estão crescendo em razão de um aumento de demanda, ou seja, inflação de demanda Como controlar inflação de demanda? Deve-se reprimir a demanda por meio de política contracionista adotando: 1)Aumento da carga tributária, diminuindo a renda das famílias disponível para o consumo 2) Redução dos os gastos do governo, pplmente programas sociais e investimentos 3) Elevação as taxas de juros, para incentivar a poupança e reduzir o consumo. 4) Controle o crédito, para reduzir o consumo das famílias 5) Impedir reajustes salariais para reduzir o consumo Inflação de Custos É uma inflação não monetária, ou seja, não tem a ver com a quantidade de moeda em relação à produção. A demanda permanece a mesma, mas o custo de certos fatores de produção importantes aumentam. Assim os custos de produção aumentam e este aumento de custos é repassado para os preços o que aumenta a inflação. Um exemplo é quando o preço do petróleo aumenta aumentando o nível geral de preços na economia Inflação de Custos Existem 4 fatores principais que geram este tipo de inflação: 📋 Queda de produção (greves, falta de matérias primas, quebras de safras). 📋 Aumento nos preços dos produtos importados (petróleo, maquinários, matérias primas) 📋 Aumentos excessivos de salários (aumentos do custo de produção das empresas) 📋 Atuação de mono/oligopólios (aumentos de preços para gerar maiores lucros) Como controlar inflação de CUSTOS? 📋 Pode-se controlar a inflação de custos por meio de algum destes instrumentos: 1)Políticas de controle sobre os lucros 2) Política de controle de preços 3) Política de reajuste salarial mais rígida. Inflação Inercial Na inflação inercial as empresas olham a inflação no período passado e tentam reajustar seus preços a uma taxa maior para "ganhar" da inflação passada Da mesma forma os trabalhadores pressionam por salários maiores para não perder seu poder de compra . Este pensamento incorporado aos agentes econômicos passa vigorar em acordos e contratos e pode persistir por muitos anos. Inflação Inercial O grande problema da inflação inercial é que ela facilmente foge ao controle, pois gera expectativas exageradas nos agentes quanto ao comportamento dos preços. Por exemplo, se os preços sobem a uma taxa de 10%, é possível que um setor acredite que deve reajustar seus preços acima de 10% para evitar possíveis perdas futuras. Este comportamento tem efeito epidêmico sobre os demais agentes, cada um querendo reajustar em níveis acima da média verificada nos períodos passados. Inflação Inercial Assim, se os preços vem aumentando a uma taxa de 10% durante algum tempo, os agentes econômicos formam uma expectativa em níveis superiores . E assim as taxas de inflação aumentam a cada período. Foi o tipo de inflação que ocorreu no início da década de 90 no Brasil e foi controlada pelo Plano real Brasil: Inflação (IGP-DI) (variação anual, em porcento) Inflação média 1965-1974: 24,7% Inflação média 1975-1984: 97,2% Inflação média 1985-1994: 1045,3% Plano Real Plano Collor Plano Cruzado Inflação média 1995-2004: 11,9% Inflação média 2005-2013: 5,6% Fonte: FGV. Inflação monetária Este tipo de inflação é causada por um excesso de moedas na economia em relação à quantidade de bens e serviços. Em 1991, a inflação foi diagnosticada como inflação monetária e o Plano Collor previa o sequestro dos meios de pagamento, reduzindo a quantidade de moeda em posse da sociedade, para reduzir a inflação, o que não funcionou, pois não era uma inflação monetária Causas e políticas de controle de inflação no Brasil Processos inflacionários foram comuns no Brasil Na década de 60, a política de substituição das importações (trocar as importações pela produção nacional) que vinha desde o governo Juscelino, fez crescer os gastos públicos, e a inflação No início da década de 1970 ocorreu "milagre econômico" quando a economia brasileira cresceu à média de 10% ao ano. Em ambos os casos estas políticas foram financiadas por empréstimos internacionais. Causas e políticas de controle de inflação no Brasil Em ambos os casos a inflação está relacionada ao aumento dos gastos públicos e pela elevação do endividamento externo, Na década de 70, a inflação foi agravada pela crise mundial derivada do aumento dos preços do petróleo e pela retração na taxa de expansão da economia. Causas e políticas de controle de inflação no Brasil A partir de 1973, quando a crise internacional do petróleo fez o custo do barril do petróleo subir 400% em três meses, de US$ 2,90 para US$ 11,65, a economia brasileira passou a apresentar taxas de inflação crescentes e o Brasil entrou na década de 1980 com o pé esquerdo: inflação, dívida externa elevada e indústria defasada. Causas e políticas de controle de inflação no Brasil O aumento dos preços do petróleo pode ter dado início à crise hiperinflacionária, mas ela foi intensificada por desvalorizações da moeda, para manter o Brasil competitivo (com uma maxidesvalorização em 1979); e pelo aumento do dinheiro em circulação para pagar a dívida externa. Causas e políticas de controle de inflação no Brasil Foram cerca de 15 anos de inflação acima de dois dígitos e de correção monetária recorrente. Comerciante remarcavam diariamente os preços dos produtos, que sumiam rapidamente das prateleiras, já que a população estocava alimentos por temer as sucessivas altas. Causas e políticas de controle de inflação no Brasil Preços e salários eram reajustados automaticamente assim que era divulgada a inflação do mês anterior, criando o efeito 'bola de neve', em que a inflação de um mês era imediatamente repassada para o mês seguinte. Quem mais perdia com isso eram os mais pobres, que não podiam se defender das perdas colocando o dinheiro em aplicações que rendessem juros diários e acompanhassem a desvalorização da moeda. Causas e políticas de controle de inflação Após quase uma dezena de planos econômicos fracassados, o Plano Real marcou o final do período de instabilidade monetária e altas taxas de inflação, que chegaram a atingir 5.000% ao ano, de julho de 1993 a junho de 1994. Junto com o plano, veio a nova moeda, o real – a quinta em uma década. Lançado no início de 1994, durante o governo Itamar Franco, o plano baseou-se, num primeiro momento, no equilíbrio das contas do governo, iniciado ainda no ano anterior, com redução de gastos, aumento de impostos e privatizações. O governo também promoveu a desindexação da economia – isto é, a inflação passada deixou de corrigir automaticamente preços e salários. Causas e políticas de controle de inflação A medida mais visível foi a nova troca de moeda. Antes do real, a moeda que circulava no país era o cruzeiro real (CR$), vigente de 1º de agosto de 1993 até 30 de junho de 1994. Em fevereiro de 1994, foi criada a Unidade Real de Valor (URV), uma moeda fictícia, cujo valor, em cruzeiros reais, era estabelecido diariamente. Assim, a hiperinflação seguia em cruzeiros reais, mas não em URVs. Em 1º de julho de 1994, uma URV passou a ser igual a R$ 1, o novo dinheiro entrou em circulação no país. Distribuir as notas e moedas do real pelo país foi uma das maiores operações de logística já vistas. Políticas de controle de inflação De uma forma geral as políticas de contenção da inflação devem conter a demanda por meio de: 1) Política monetária contracionista: reduzir a quantidade de moeda na economia, elevar as taxas de juros e reduzir o credito 2) Política fiscal contracionista: elevar os impostos, reduzir os gastos do governo, reduzir os investimentos, não reajustar salários (mínimo e dos servidores públicos) Conceito de desemprego População desocupada até 30 dias antes da pesquisa que estava procurando trabalho População ocupada população que exerceu trabalho (com ou sem remuneração) durante pelo menos 1 hora completa na semana da referencia da pesquisa
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Entre as medidas para controlar os preços, o governo também promoveu uma abertura maior às importações, e adotou as chamadas “âncoras” cambial e monetária. Inflação A inflação é um processo persistente de aumento do Nível Geral de Preços, que resulta em perda do poder aquisitivo da moeda. O aumento persistente de preços deve se dar para toda a economia e não apenas para um conjunto de produtos ou para um setor específico. A inflação é medida por alguns índices. Por exemplo uma inflação de 10% significa que a media ponderada de preços de uma cesta de produtos cresceu 10% EFEITOS DA INFLAÇÃO ▯ SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DE RENDA: ▯ Redução do poder de compras do segmento que depende de rendimentos fixos, como os assalariados, pensionistas, aposentados e os segmentos de mais baixa renda que não dispõe de mecanismos para de proteger do aumentos de preços. Firmas e rentistas ganham com o processo inflacionário. ▯ SOBRE A ALOCAÇÃO DE RECURSOS: ▯ Projetos especulativos tendem a ser mais atraentes que projetos produtivos, pois é mais fácil se proteger da inflação com aplicações financeiras que investimentos produtivos ▯ SOBRE A BALANÇA DE PAGAMENTOS: ▯ Pode dificultar as exportações (os preços internos sobem mais que os externos) e dificulta a competitividade do país. Em geral, quando isto acontece o governo promove desvalorizações cambiais, o que pode encarecer os produtos importados e acelerar ainda mais a inflação Principais Índices de Inflação ▯ IPC – Índice de Preços ao Consumidor (medido pela FIPE) ▯ IGP-DI - Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna medido pela FGV ▯ IGP-M Índice Geral de Preços do Mercado medido pela FGV ▯ INPC - Índice Nacional de Preços ao Consumidor Restrito medido pelo IBGE ▯ INPC - Índice Nacional de Preços ao Consumidor Ampliado medido pelo IBGE ▯ ICV – Índice de Custos de Vida (medido pelo Dieese) Principais Índices de Inflação Cada um destes índices dá um maior peso a um tipo de setor, preços no atacado, da construção civil, da cesta básica, etc..., assim como períodos diferentes. Por isso os índices são diferentes quando são divulgados inflação Não existe um “número mágico” para a inflação. O que se sabe é que uma inflação muito alta ou muito baixa prejudica o funcionamento da economia. Se estiver acima de 10% ao ano, por exemplo, atrapalha a capacidade da moeda como unidade de conta – as pessoas começam a perder a noção do valor da moeda, já que os preços dos produtos mudam rapidamente. Inflação Mas se a inflação for negativa, ou muito próxima de zero, pode prejudicar a produção e desaquecera economia. A questão é controversa, mas há certo consenso de que uma inflação entre 2% e 3%, ou até 5% é um bom indicador de que a economia não tem desequilíbrios importantes. Metas de Inflação Inflação Basicamente a inflação destrói as funções da moeda e ela perde a efetividade para as suas funções como - Meio de troca - Medida de valor - Reserva de valor - Padrão diferido de pagamento Veja as imagens a seguir: Alemanha 1923 Hiperinflação na Alemanha - As imagens são da Alemanha após a Primeira Guerra Mundial. - Repare que a moeda como meio de troca fica muito difícil. - Como os preços aumentaram muito, a quantidade de moeda para transações é imensa - Veja a seguir a evolução do preço de um único item (o pão) em marcos alemães Preço da fatia de pão Período Valor em marcos 1918 0,63 1922 163,15 1923 (jan.) 250 1923 (jul.) 3.465 1923 (set.) 1,512 milhão 1923 (nov.) 201 bilhões Crédito D. Doreto Hungria 1946 A pior inflação da história Em 1946, após a Segunda Guerra, a Hungria enfrentou aquele que é considerado o pior caso de hiperinflação da história. Em julho daquele ano os preços aumentavam a uma taxa de 195% ao dia. 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Não há dados disponíveis de inflação mas o gráfico mostra o valor do peso em relação ao dólar. Como os bens de consumo na Venezuela são em sua maioria importados, podemos ter uma ideia da evolução dos preços A outra figura mostra uma foto que mostra a irracionalidade das transações na inflação. Por exemplo, o preço do papel higiênico cresceu tanto que se usava mais papel para a quantidade de dinheiro para pagá-lo que o próprio produto. Dinheiro necessário para adquirir 1 rolo de papel higiênico Venezuela 2018. Credito: Carlos Garcia Rawlins, Agencia Reuters Brasil década de 90 Embora em níveis menores, no Brasil tivemos um período de aceleração de preços que foi contido apenas em 1994, com a implantação do Plano Real, como mostrado no gráfico. A foto mostra uma propaganda da época de margarina, que mostra o preço de 42.900 cruzeiros reais por uma unidade do produto na rede de supermercados Real. Brasil: Inflação (IGP-DI) (variação anual, em porcento) www.mercadopopular.org Inflação média 1965-1974: 24,7% Inflação média 1975-1984: 97,2% Inflação média 1985-1994: 1045,3% Inflação média 1995-2004: 11,9% Inflação média 2005-2013: 5,6% Plano Real Plano Collor Plano Cruzado Fonte: FGV. Publicidade de 1993 - Brasil 500 g 42.900, Real Doriana Especial Light VALIDO ATE 2º FEIRA 05/07 UOL TIPOS DE INFLAÇÃO Existem 4 tipos básicos de inflação: 🗯 Inflação de demanda 🗯 Inflação de custos 🗯 Inflação inercial 🗯 Inflação monetária Cada uma tem uma causa que mostraremos a seguir. Inflação de demanda 🗯 Na inflação de demanda, temos uma elevação contínua da demanda agregada (DA) representadas no gráfico de cima pelas linhas inclinadas DA0 até DA3. 🗯 Estas linhas representam a elevação da demanda agregada (DA), que representam a elevação dos gastos das famílias, do governo e do setor externo (via exportações). 🗯 A linha vermelha mostra a capacidade máxima de produção em uma economia (chamada de barreira do pleno emprego). À direita desta linha não é possível mais aumentar a produção para atender a demanda. Inflação de demanda 🗯 Assim quando a demanda cresce muito os preços começam a crescer configurando um processo inflacionário que é mostrado no gráfico de baixo. 🗯 Quando mais próxima a quantidade demandada (Ye) da capacidade máxima da economia (barreira do pleno emprego), maior é a taxa de crescimento dos preços. 🗯 Assim podemos dizer que os preços estão crescendo em razão de um aumento de demanda, ou seja, inflação de demanda Como controlar inflação de demanda? Deve-se reprimir a demanda por meio de política contracionista adotando: 1)Aumento da carga tributária, diminuindo a renda das famílias disponível para o consumo 2) Redução dos os gastos do governo, pplmente programas sociais e investimentos 3) Elevação as taxas de juros, para incentivar a poupança e reduzir o consumo. 4) Controle o crédito, para reduzir o consumo das famílias 5) Impedir reajustes salariais para reduzir o consumo Inflação de Custos É uma inflação não monetária, ou seja, não tem a ver com a quantidade de moeda em relação à produção. A demanda permanece a mesma, mas o custo de certos fatores de produção importantes aumentam. Assim os custos de produção aumentam e este aumento de custos é repassado para os preços o que aumenta a inflação. Um exemplo é quando o preço do petróleo aumenta aumentando o nível geral de preços na economia Inflação de Custos Existem 4 fatores principais que geram este tipo de inflação: 📋 Queda de produção (greves, falta de matérias primas, quebras de safras). 📋 Aumento nos preços dos produtos importados (petróleo, maquinários, matérias primas) 📋 Aumentos excessivos de salários (aumentos do custo de produção das empresas) 📋 Atuação de mono/oligopólios (aumentos de preços para gerar maiores lucros) Como controlar inflação de CUSTOS? 📋 Pode-se controlar a inflação de custos por meio de algum destes instrumentos: 1)Políticas de controle sobre os lucros 2) Política de controle de preços 3) Política de reajuste salarial mais rígida. Inflação Inercial Na inflação inercial as empresas olham a inflação no período passado e tentam reajustar seus preços a uma taxa maior para "ganhar" da inflação passada Da mesma forma os trabalhadores pressionam por salários maiores para não perder seu poder de compra . Este pensamento incorporado aos agentes econômicos passa vigorar em acordos e contratos e pode persistir por muitos anos. Inflação Inercial O grande problema da inflação inercial é que ela facilmente foge ao controle, pois gera expectativas exageradas nos agentes quanto ao comportamento dos preços. Por exemplo, se os preços sobem a uma taxa de 10%, é possível que um setor acredite que deve reajustar seus preços acima de 10% para evitar possíveis perdas futuras. Este comportamento tem efeito epidêmico sobre os demais agentes, cada um querendo reajustar em níveis acima da média verificada nos períodos passados. Inflação Inercial Assim, se os preços vem aumentando a uma taxa de 10% durante algum tempo, os agentes econômicos formam uma expectativa em níveis superiores . E assim as taxas de inflação aumentam a cada período. Foi o tipo de inflação que ocorreu no início da década de 90 no Brasil e foi controlada pelo Plano real Brasil: Inflação (IGP-DI) (variação anual, em porcento) Inflação média 1965-1974: 24,7% Inflação média 1975-1984: 97,2% Inflação média 1985-1994: 1045,3% Plano Real Plano Collor Plano Cruzado Inflação média 1995-2004: 11,9% Inflação média 2005-2013: 5,6% Fonte: FGV. Inflação monetária Este tipo de inflação é causada por um excesso de moedas na economia em relação à quantidade de bens e serviços. Em 1991, a inflação foi diagnosticada como inflação monetária e o Plano Collor previa o sequestro dos meios de pagamento, reduzindo a quantidade de moeda em posse da sociedade, para reduzir a inflação, o que não funcionou, pois não era uma inflação monetária Causas e políticas de controle de inflação no Brasil Processos inflacionários foram comuns no Brasil Na década de 60, a política de substituição das importações (trocar as importações pela produção nacional) que vinha desde o governo Juscelino, fez crescer os gastos públicos, e a inflação No início da década de 1970 ocorreu "milagre econômico" quando a economia brasileira cresceu à média de 10% ao ano. Em ambos os casos estas políticas foram financiadas por empréstimos internacionais. Causas e políticas de controle de inflação no Brasil Em ambos os casos a inflação está relacionada ao aumento dos gastos públicos e pela elevação do endividamento externo, Na década de 70, a inflação foi agravada pela crise mundial derivada do aumento dos preços do petróleo e pela retração na taxa de expansão da economia. Causas e políticas de controle de inflação no Brasil A partir de 1973, quando a crise internacional do petróleo fez o custo do barril do petróleo subir 400% em três meses, de US$ 2,90 para US$ 11,65, a economia brasileira passou a apresentar taxas de inflação crescentes e o Brasil entrou na década de 1980 com o pé esquerdo: inflação, dívida externa elevada e indústria defasada. Causas e políticas de controle de inflação no Brasil O aumento dos preços do petróleo pode ter dado início à crise hiperinflacionária, mas ela foi intensificada por desvalorizações da moeda, para manter o Brasil competitivo (com uma maxidesvalorização em 1979); e pelo aumento do dinheiro em circulação para pagar a dívida externa. Causas e políticas de controle de inflação no Brasil Foram cerca de 15 anos de inflação acima de dois dígitos e de correção monetária recorrente. Comerciante remarcavam diariamente os preços dos produtos, que sumiam rapidamente das prateleiras, já que a população estocava alimentos por temer as sucessivas altas. Causas e políticas de controle de inflação no Brasil Preços e salários eram reajustados automaticamente assim que era divulgada a inflação do mês anterior, criando o efeito 'bola de neve', em que a inflação de um mês era imediatamente repassada para o mês seguinte. Quem mais perdia com isso eram os mais pobres, que não podiam se defender das perdas colocando o dinheiro em aplicações que rendessem juros diários e acompanhassem a desvalorização da moeda. Causas e políticas de controle de inflação Após quase uma dezena de planos econômicos fracassados, o Plano Real marcou o final do período de instabilidade monetária e altas taxas de inflação, que chegaram a atingir 5.000% ao ano, de julho de 1993 a junho de 1994. Junto com o plano, veio a nova moeda, o real – a quinta em uma década. Lançado no início de 1994, durante o governo Itamar Franco, o plano baseou-se, num primeiro momento, no equilíbrio das contas do governo, iniciado ainda no ano anterior, com redução de gastos, aumento de impostos e privatizações. O governo também promoveu a desindexação da economia – isto é, a inflação passada deixou de corrigir automaticamente preços e salários. Causas e políticas de controle de inflação A medida mais visível foi a nova troca de moeda. Antes do real, a moeda que circulava no país era o cruzeiro real (CR$), vigente de 1º de agosto de 1993 até 30 de junho de 1994. Em fevereiro de 1994, foi criada a Unidade Real de Valor (URV), uma moeda fictícia, cujo valor, em cruzeiros reais, era estabelecido diariamente. Assim, a hiperinflação seguia em cruzeiros reais, mas não em URVs. Em 1º de julho de 1994, uma URV passou a ser igual a R$ 1, o novo dinheiro entrou em circulação no país. Distribuir as notas e moedas do real pelo país foi uma das maiores operações de logística já vistas. Políticas de controle de inflação De uma forma geral as políticas de contenção da inflação devem conter a demanda por meio de: 1) Política monetária contracionista: reduzir a quantidade de moeda na economia, elevar as taxas de juros e reduzir o credito 2) Política fiscal contracionista: elevar os impostos, reduzir os gastos do governo, reduzir os investimentos, não reajustar salários (mínimo e dos servidores públicos) Conceito de desemprego População desocupada até 30 dias antes da pesquisa que estava procurando trabalho População ocupada população que exerceu trabalho (com ou sem remuneração) durante pelo menos 1 hora completa na semana da referencia da pesquisa