Analise Estatistica da Qualidade do Peso em Bacias Sanitarias - UFPB

Universidade Federal da Paraíba CT Departamento de Engenharia de Produção Disciplina Controle Estatístico da Qualidade Atividade P3 Análise do Peso em Bacias Sanitárias Discentes ISABELLE DANTAS PESSOA BARBOSA 20190067491 JUCELIA DA CUNHA MARQUES 20170193604 MARIA EDUARDA GONÇALVES MOTA 20170108748 Novembro 2021 João Pessoa 1 Introdução O Controle Estatístico de Processo CEP pode ser descrito como um grupo que faz uso de ferramentas estatística aplicada a processos que podem monitorar online a qualidade Seu objetivo é reduzir sistematicamente a variabilidade de certas características do produto ajudando a melhorar a qualidade do processo produtivo e prevenindo os defeitos como consequência disto reduzindo custos WERKEMA 1995 Utiliza uma metodologia por amostragem realizada ao longo do processo monitorando a presença de causas especiais ou seja causas que não são intrínsecas ao processo e que podem prejudicar a qualidade do produto final Dado a identificação da causa especial devese atuar sobre ela melhorando o processo produtivo e consequentemente a qualidade do produto final LIMA et al 2006 Em consonância a isso temse a análise da capabilidade capacidade do processo produtivo sendo um procedimento para avaliar a condição de um processo em atender as especificações de determinada característica da qualidade do produto Em outras palavras isso implica na análise da estabilidade e variabilidade do processo bem como o exame de sua posição relativa aos limites e centro do campo de tolerância da característica de interesse Assim o estudo da capacidade do processo visa a determinar o comportamento existente ou desejável do processo de modo que as tolerâncias de projeto do produto possam ser satisfeitas com os recursos disponíveis ou de outra forma na especificação de características de novos equipamentos produtivos ou na comparação de processos com diferentes equipamentos Este projeto tem como objetivo analisar o peso de bacias sanitárias com caixa acoplada para a efetiva implantação de bacias sanitárias com o peso ideal para identificar se a peça foi produzida dentro dos padrões estabelecidos tornase necessário realizar testes laboratoriais que identifique o mais próximo possível as condições reais do peso desses aparelhos avaliando o componente propriamente dito considerandose as características das bacias sanitárias brasileiras Foi desenvolvido o presente projeto que consiste num estudo laboratorial para a definição do ensaio para avaliação do peso ideal estabelecido no padrão para bacias sanitárias e num estudo de campo para avaliação das referidas bacias quando submetidas ao uso real Para realização do projeto foram estipuladas etapas para análise das amostras coletadas Iniciouse com a definição dos limites estipulados para as análises necessárias realizadas no programa Minitab onde as peças coletadas para as amostras foram submetidas ao teste 2 Planejamento e coleta de dados Abaixo é apresentando através da folha de processo o procedimento de fabricação de um vaso sanitário com caixa acoplada Figura 01 Processos de fabricação de uma bacia sanitária Fonte Elaboração Própria 3 Materiais e Métodos Para garantia de uma melhor performance das bacias sanitárias diariamente é coletado de 2 3 lotes cada lote contém 24 peças no armazém para realização de testes de funcionalidade Dentre esses testes é realizado a medição do peso CTQ das bacias uma vez que o peso tem uma influência direta na eliminação de resíduos sólidos da bacia sanitária Analisando o cenário das auditorias dos últimos meses Gráfico 01 foi observado um aumento do peso das peças entre julho e outubro sendo então necessária uma análise de capabilidade e estabilidade do processo Gráfico 01 Acompanhamento do Peso Médio Fonte Elaboração própria Figura 02 Folha de Processo da Análise FP Fonte Elaboração própria Seguindo o passo a passo da folha de processo Tabela 1 foram coletados para o início da avaliação de capabilidade 100 amostras em 20 subgrupos ou seja 20 lotes de tamanho n 5 ou seja 5 peças aleatórias de cada lote O plano de coleta de dados foi gerado em planilha Excel consolidando os registros de mensuração das pesagens de cada bacia sanitária consecutiva A medição do peso por cada operação foi detalhada na Tabela 2 Tabela 01 Medição dos pesos de cada bacia sanitária Lote 1 Medição 2 Medição 3 Medição 4 Medição 5 Medição 1 1784 167 1672 1638 1514 2 1466 1618 1598 164 1586 3 1594 1644 1636 1722 1672 4 178 1558 153 148 178 5 1674 1644 1618 1632 152 6 162 1572 157 1458 1676 7 1614 1598 1664 1594 1544 8 1868 1744 1582 1672 1626 9 1598 1584 1738 1684 1722 10 172 1748 1696 1738 1642 11 1596 1732 1674 1724 166 12 1544 1722 1648 1656 1682 13 1598 1624 1668 1714 161 14 1646 1574 1638 1612 161 15 154 1564 171 1664 1562 16 1542 1742 1696 1636 164 17 1532 1526 1646 1602 1608 18 1676 171 1504 17 1672 19 1588 1736 1534 1624 168 20 1622 1656 1618 1688 1604 Fonte Elaboração própria 4 Análise de Resultados 41 Cálculo de limites de controles iniciais A partir da planilha da medição dos pesos das bacias sanitárias Tabela 2 foi realizado a FASE I com o auxílio do Minitab ferramenta que possibilita o processamento estatístico do caso estudado O software auxilia também na identificação de processos que estão fora de controle indicando os limites da carta de controle No estudo em questão os limites foram de UCL 358 e LCL 0 para a carta de dispersão e UCL 1734 e LCL 1534 para dispersão 42 Análise de estabilidade Para a análise de capabilidade do processo foi utilizado os XbarR dado a amostragem de subgrupos com 5 elementos Gráfico 02 Análise Carta de Dispersão Fonte Minitab Gráfico 03 Análise Carta de Centralização Fonte Minitab Na análise de dispersão do processo foi observado que não há indícios de causas especiais de variação confirmando a estabilidade do processo Ao avaliar a carta de centralização observase também a não incidência de causas especiais de variação logo o processo está sob controle 43 Análise de Capabilidade Com a análise de estabilidade realizada notouse que todos os dados seriam utilizados uma vez que não ocorreram causas especiais de variação Tendo estes dados analisados é necessário verificar se o processo é capaz de atender as especificações do cliente para tanto é preciso que a probabilidade de ser obtidos produtos defeituosos seja extremamente baixa Desse modo para realização desta avaliação utilizamos o Minitab para testar a normalidade da distribuição dos dados como é exibido na Figura 2 Gráfico 04 Análise de Normalidade da Amostra Fonte Minitab Para verificação da normalidade do processo é feito o teste Anderson Darling onde o Pvalue precisa ser menor que 5 para que os dados sejam considerados bem modelados pela distribuição normal Portanto para os dados do peso das bacias pvalue foi de 93 passando então no teste de normalidade sendo passíveis a análises de capabilidade Analisando então a Figura 3 temos que apesar do processo ser estável ele não é capaz de atender a especificação de 155kg uma vez que o Cpk é menor que 133 Gráfico 05 Análise de Capabilidade Fonte Minitab 44 Monitoramento Online do Processo Analisando os dados observados no gráfico de capabilidade podese perceber que embora o processo seja estável ainda não é capaz Portanto é necessário analisar os possíveis motivos pelos quais o processo não é capaz Neste estudo foi usado um diagrama de Ishikawa que identificou cinco possíveis causas para as diferenças de peso A equipe elencou as causas mais prováveis e por unanimidade selecionou a redução do tempo de drenagem como a causa mais provável e posteriormente formulou um plano de ação para corrigir esse desvio do processo Figura 03 Diagrama de causa e efeito ISHIKAWA Fonte Elaboração própria Figura 04 Plano de Ação Fonte Elaboração própria Para a realização da nova etapa de medição demandouse de um período de uma semana e meia após isso foi realizado o aumento no tempo de drenagem para o qual foi necessário pegar mais 20 lotes para realizar novas medições esse era dividido em 5 unidades de bacias sanitárias por lote Tabela 02 Nova medição dos pesos de cada bacia sanitária Fonte Elaboração própria Foi realizada uma segunda análise e o cpk resultante foi de 140 comprovando que o processo é capaz pois o cpk é superior a 133 Gráfico 06 Nova análise da capabilidade Fonte Minitab 5 Conclusões De acordo com os resultados constatamos que na análise da FASE I a variação do processo caracterizouse por pontos dentro dos limites de controle evidenciando conformidades nos processos operacionais da empresa e traduzindo a eficiência no SETUP no início do processo de fabricação Na etapa de avaliação de capabilidade foi diagnosticado que o processo não era capaz devido o valor do Cpk ser menor que 133 Desta forma ao estabelecer limites de controle confiáveis realizar o plano de correção e estruturar um novo procedimento operacional padrão iniciouse o monitoramento online análise da FASE II resultando no atingimento do estado de controle do processo boa estabilidade e capabilidade Os resultados dos estudos deste experimento concluem a importância de ter um procedimento padronizado facilitando a investigação de possíveis causas de defeitos nas peças 6 Referências WERKEMA M C C Ferramentas estatísticas básicas para o gerenciamento de processos 2 ed Belo Horizonte Minas Gerais Fundação Christiano Ottoni Escola de Engenharia da UFMG 1995 BAYEUX Carlos et al Análise da capabilidade de processos Parte 1 Disponível em httpswwwqsporgbrbibliotecapdfanalisepdf Acesso em 21 nov 2021