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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CAMPUS DO SERTÃODELMIRO GOUVEIA CURSO DE HISTÓRIA DISCIPLINA HSLS076N20222 DIDÁTICA Prof Dr Rodrigo Pereira Alunos Critérios Os textos devem ser escritos conforme a norma culta da língua portuguesa As repostas devem apresentar fundamentação teórica específica Ao fazer uso de citações as mesmas devem ser utilizadas dentro dos padrões da ABNT 03 questões devem ser respondid as A questão n04 sobre o Plano de Aula tem valor 50 pontos As duas outras questões podem ser escolhidas A prova pode ser realizada em duplas A consulta ao material de estudo está liberada Avaliação Bimestral 01 Ab1 Questão 01 Considerando os estudos sobre a Didática e seu lugar na formação pedagógica elabore um texto objetivo que analisa o significado da relação pesquisa ensino na formação de professores suas contradições e possibilidades Questão 02 No texto As forma s e práticas de interação entre professores e alunos da autora Pura lúcia Martins o Seminário Didática em Questão recebe especial destaque por dar visibilidade ao movimento que propôs um protagonismo maior dos professores no desenvolvimento de formas mais críticas de ensino articuladas ao interesse e necessidades práticas das camadas populares Em relação a esse tema a autora faz menção ao movimento pedagógico identificado como históricocrítico que tem em Demerval Saviani seu maior intelectual no Brasil A esse respeito e sobre a importância desse movimento no processo de renovação da Didática e na formação de professores no período dos anos 19802000 no Brasil elabore um texto analítico que interprete os fundamentos e demonstre as principais cons equências para o pensamento pedagógico do período e para a formação dos professoresas Questão 03 De forma objetiva responda como a obra de João Amós Comênio A Didática Magna influenciou a construção da Didática como área técnicocientífica e refe rência para a formação e prática para professores e professoras em todas as instituições de ensino Questão 04 Considere os textos de referência escolha uma deles e proceda a organização de uma plano de aula de acordo com a referência definida em sala de aula e dentro da estrutura proposta abaixo Ao final justifique sua proposta caso entenda como necessário Plano de Aula I Plano de Aula Carga horária II Dados de Identificação Professor a Disciplina III Tema IV Objetivos V Conteúdo VI Desenvolvimento do tema Metodologia VII Avaliação VIII Recursos didáticos IX Bibliografia Textos de referência 01 Diáspora africana Texto completo httpswwwgeledesorgbrdiasporaafricana A diáspora africana é o nome dado a um fenômeno histórico e social caracterizado pela imigração forçada de homens e mulheres do continente africano para outras regiões do mundo Esse process o foi marcado pelo fluxo de pessoas e culturas através do Oceano Atlântico e pelo encontro e pelas trocas de diversas sociedades e culturas seja nos navios negreiros ou nos novos contextos que os sujeitos escravizados encontraram fora da África Por An a Luíza Mello Santiago de Andrade Para pensar a diáspora africana é preciso destacar as regiões portuárias Tais regiões marcaram a entrada desses indivíduos em novos mundos e por serem locais de chegada eram também marcados pelo contato e pela mistura de diferentes realidades Os números são bastante relevantes nesse contexto Foram aproximadamente doze milhões de africanos trazidos às Américas e destes 40 desembarcaram no Brasil marcando a história do país pela diversidade cultural étnica e social A imigração forçada é exemplo da violência e da exploração sistemática de homens e mulheres para sustentação de um regime escravocrata do monopólio de cultivos como os do açúcar e da própria Coroa Portuguesa Mas não só de violência o cotidiano desses sujeitos era feito Um mundo de trocas e sociabilidade se construiu a partir da experiência num novo local Formas de ver o mundo domínio de diferentes tecnologias ideias e crenças são exemplos destas trocas Africanos de todas as partes do continente precisaram construir novas formas de viver a vida em terras hoje brasileiras Assim a diáspora não é apenas sinônimo da imigração à força mas também uma redefinição identitária ou seja a construção de novas formas de ser agir e pensar no mundo Os castigos físicos e o sofrimento fizeram parte da vida de homens e mulheres escravizados Mas as lutas diárias os novos elos afetivos os vínculos familiares também O processo da diáspora consistiu em uma trama complexa que envolveu desde a captura de ho mens e mulheres em diversas sociedades africanas a travessia do oceano atlântico nos navios negreiros a inserção violenta e brutal no novo contexto até a construção de novas identidades O Brasil foi a região americana com o maior número de escraviz ados e por isso até hoje traz as marcas das diversas culturas do continente africano Os africanos que aqui chegaram vieram de diversos locais do continente A transformação desses homens e mulheres em escravos começava já na África nas feitorias ou n o porto logo ao chegar na nova terra Nesse processo foram modificados e suas referências culturais redefinidas Dessa forma diversos povos benguelas cabindas angolas minas entre tantos outros embarcaram nos navios e aqui chegaram Estes africano s passam a ser chamados não mais pelas suas formas próprias de identificação ou pelas suas formas de organização social mas sim pela ideia de nação Por nação os agentes do tráfico ou da Coroa referenciavam ou os portos de onde embarcaram ou as regiões de onde eram provenientes ou a identificação feita pelos próprios traficantes Dessa forma só é possível mapear as regiões de procedência mas não os grupos étnicos aos quais esses sujeitos pertenciam Por isso novas configurações de identidade vão surgindo no contexto da escravidão Essas novas nomenclaturas referências de nação foram assumidas e apropriadas pelos sujeitos escravizados pois auxiliavam no processo de reorientação Por exemplo nagô foi a terminologia escolhida pelos traficantes de escra vos para chamar os povos de língua Iorubá mas no continente africano esses grupos identificavamse de outra forma geralmente a partir de suas cidades de origem Mesmo aceitando e utilizando a denominação nagô mantiveram também seus nomes próprios Esse s exemplos mostram a necessidade de construir novas formas de ser e agir no novo mundo entre tensões negociações e redefinições Referência MORTARI Claudia Introdução aos estudos africanos e da diáspora Florianópolis DIOESC UDESC 2015 Texto 02 Mulheres e lutas urbanas movimentos populares e o direito à cidade no cotidiano Texto completo httpswwwgeledesorgbrmulheresel utasurbanasmovimentospopulareseodireitoacidadenocotidiano Maria das Graças de Jesus Xavier Foto Arquivo Pessoal INTRODUÇÃO Este artigo trata da experiência cotidiana das mulheres trabalhadoras de luta pela terra e moradia organizadas na União dos Movimentos de Moradia de São Paulo UMMSP e sua Secretaria de Mulheres de Luta por Moradia² Mulheres como eu em sua maioria negras e que historicamente sustentam em seu bairro e em sua cidade lutas p ara conquistar os direitos das trabalhadoras contra a violência de qualquer espécie e para a transformação social dentro e fora de casa do movimento social e disputando as políticas públicas estatais NEGAÇÃO DO DIREITO À TERRA DA SENZALA À FAVELA A luta por moradia no Brasil se deu historicamente a partir da abolição da escravatura quando as pessoas negras após o fim oficial da escravidão continuaram sem acesso aos direitos básicos como o direito ao trabalho remunerado e à terra No período imp erial foi criada a Lei de Terras Lei nº 601 de 1850 segundo a qual o acesso à terra no Brasil ficou restrito à classe burguesa que por sua vez se apropria da mão de obra escrava Segundo Holston A Lei de Terras de 1850 só foi bemsucedida se assi m podemos dizer em evitar a existência de pequenos proprietários de terra entre as massas de brasileiros os cidadãos e os imigrantes livres e libertos rurais e urbanos A maioria dos brasileiros continuou destituída de terras pelos cem anos seguintes HOLSTON 2013 p 184 De tal forma que depois de três séculos de colonização o Brasil é formado por um povo sem terra onde a ocupação ilegal é o único meio de acesso à terra para a maioria dos cidadãos A restrição do acesso à propriedade fundiária teve o efeito de forçar a maior parte dos brasileiros a morar ilegalmente tornando a ilegalidade se não uma norma ao menos a condição predominante de assentamento Holston 2013 pp 155156 Dessa forma esse povo se torna novamente prisioneiros do sistema sem ter onde mo rar e plantar para o próprio sustento e proteção Forçados a construir suas moradias de barracos de tábuas em áreas de risco como encostas de morro e beira de córregos Assim formaramse as primeiras favelas como o Morro da Providência da cidade do Rio de Janeiro em 1890 a população negra despejada dos cortiços em que viviam durante o processo de higienização da zona central da cidade realizado pela Prefeitura do Rio de Janeiro Na segunda metade do século XX o processo de urbanização no Brasil se in tensificou somado a um crescimento populacional significativo Após a década de 1930 o Brasil vivenciava o processo de industrialização da economia urbana e as regiões mais afastadas dos centros urbanos tornaramse as únicas áreas em que os trabalhadores conseguiam estabelecer residência As periferias urbanas se desenvolveram no Brasil como o lugar dos trabalhadores pobres e o lugar para os trabalhadores pobres Holston 2013 p197 A rápida expansão urbana aliada à falta de planejamento urbano fez c om que a população de baixa renda ocupasse as periferias das cidades comprando lotes em áreas de mananciais longe dos polos de trabalho transporte saúde e educação Com o passar das décadas o aumento significativo da população aumentou também a demanda por serviços públicos e a ocupação desordenada e a autoconstrução Com a globalização nos anos 1980 a questão da terra colocada como mercadoria agravase A velocidade da urbanização acrescida da falta de planejamento por parte do Estado contribuiu par a a segregação do espaço urbano com graves consequências Segundo Maricato 2010 p 14 produtos primários como minérios celulose grãos carne petróleo etanol commodities ganham importância estratégica nos mercados globais impactando na concentraç ão fundiária por monoculturas no campo e forçando a migração desterritorializando milhões de camponeses de suas terras Excluída do acesso à terra urbanizada essa população migrante ou em alguns casos imigrante amontoase em favelas já que a terra ur banizada é um bem precioso e escasso nas cidades Esse cenário demonstra que o direito à terra foi abolido literalmente da população negra e seus descendentes exclusão que perdura por séculos Em pleno século XXI as políticas públicas que beneficiam a população de baixa renda ainda continuam insuficientes principalmente pela falta de política habitacional de Estado nas três esferas de governo Recentemente o Estado brasileiro vem avançando nas privatizações das políticas habitacionais conquistadas du rante a democratização do país entregando a política pública nas mãos das grandes empresas construtoras que praticam a especulação imobiliária A omissão do Estado na política de habitação popular produz uma enorme desigualdade no Brasil há mais imóvei s vazios do que gente sem casa para morar O déficit habitacional é de 58 milhões FJP 2019 enquanto mais de 6 milhões de imóveis permanecem vagos ou sem utilização IBGE 2010 A luta deve ser por políticas públicas de Estado permanentes para garanti r os direitos conquistados independente do governo vigente priorizando a classe trabalhadora e não só a classe historicamente privilegiada Conforme artigo publicado pelo Coletivo Antirracista Esperança Garcia na Coluna Tecendo Democracias e Territórios do Instituto Brasileiro de Direito Urbanístico IBDU para além do questionamento da origem majoritariamente negra das favelas há que se discutir o motivo pelo qual esse grupo racial composto por pessoas pretas e pardas 1 segue sendo a maioria nas regiões Segundo o Ipea 2011 662 das casas em fa velas são ocupadas por pessoas negras sendo 394 chefiadas por homens negros e 268 chefiadas por mulheres negras o que reforça a conservação da maior vulnerabilidade social vivida por esse grupo SILVA etal 2022 MULHERES NEGRAS UM OLHAR DIFERE NCIADO PARA A QUESTÃO DE GÊNERO E RAÇA É esse meu lugar de fala é nesse contexto que estão as mulheres trabalhadoras de luta pela terra e moradia organizadas na União dos Movimentos de Moradia de São Paulo UMMSP e na Secretaria de Mulheres de Luta p or Moradia³ Em sua maioria mulheres negras que historicamente lutam para conquistas de direito das trabalhadoras contra a violência de qualquer espécie e para a transformação social Fotos 1 e 2 Atividades das lideranças mulheres na República Domini cana em 2018 Fonte acervo UMMSP Fotos 1 e 2 Atividades das lideranças mulheres na República Dominicana em 2018 Fonte acervo UMMSP As mulheres participantes da UMM SP sofrem com a cultura patriarcal e com a lógica da desigualdade com a violência de todas as formas sexual moral psicológica dentre outras Essa cultura ainda se repete no cotidiano da maioria das mulheres nas periferias que são mulheres chefes de f amília em busca de trabalho e sustento para manter os filhos ou parentes idosos levando na maioria das vezes de 3 a 4 horas no transporte público de péssima qualidade do trabalho para casa ocupando todo o seu tempo sem poder dedicar um tempo para cuidar de si própria Tem também mulheres que migraram de outros estados para as grandes metrópoles em busca de trabalho na cidade grande em casas de família que se depararam em situação de trabalho escravo em pleno século XXI em troca de um prato de comida e um local para dormir Desde 2020 até o momento no Brasil e no mundo vivenciamos o contexto de pandemia do Covid19 período em que foi escancarada a desigualdade social inclusive por parte do poder público despejando famílias com ações administrativas e não por ação judicial Tudo isso para liberar áreas que atendam aos interesses da especulação imobiliária comprando grandes terras com o aval do poder público construindo grandes arranhas céus nas grandes cidades Nós mulheres que somos a maioria da população brasileira na luta pelos direitos como creche transporte escola postos de saúde hospitais trabalho e renda ainda somos a minoria a ter igualdade nos direitos ocupando cargos com menores salários no setor público e privado como nos car gos do poder executivo legislativo e judiciário Em mais de 500 anos de Brasil uma única presidenta foi eleita e ainda assim sofreu um golpe sendo destituída do cargo injustamente pelo machismo enraizado nas estruturas do Estado e sociedade A cultu ra machista é tão presente no processo histórico de formação da sociedade brasileira que mesmo nos espaços de movimentos sociais há contradições presentes conforme destaquei ao relatar minha experiencia como militante da União dos Movimentos de Moradia de São Paulo UMMSP Se éramos maioria por que os cargos de direção eram sempre ocupados por homens isso foi algo que me incomodava muito XAVIER 2020 Foi preciso realizar enfrentamentos até conseguir criar a Secretaria de Mulheres da União dos Movimentos de Moradia de Estado de São Paulo UMMSP E com isso ocupar cargos de direção após longo processo interno em que criamos espaços de organização e formação política As mulheres da União Nacional por Moradia Popular também enfrentaram o machismo enraizado dentro do movimento que perdurou por 30 anos e só foi possível devido à nossa resistência Até que no ano de 2008 começaram a colher os frutos da luta elegendo representantes mulheres qualificadas Atualmente 60 da coordenação do mo vimento é composta por mulheres uma conquista histórica desde a fundação do movimento em 1989 Nos espaços de organização das mulheres que lutam por moradia pensamos e abordamos temas como i o protagonismo das mulheres na luta de classe que a part ir da formação política e cidadã gera conhecimento que permite entender e compreender as diferenças do capitalismo e do socialismo e como cada um impacta na vida dos cidadãos ii a formação de base a partir do território como a participação efetiva na elaboração e aprovação dos Planos Diretores em vários municípios do Brasil prevista no Estatuto das Cidades Lei 102572001 e o caso da formação em Plano de Bairro e o Direito à Cidade com Garantia dos Direitos Humanos no município de São Paulo Nós mulheres lideranças da UMMSP realizamos rodas de conversas seminários e cursos para fornecer elementos a reflexão crítica das mulheres que participam destes espaços mesmo no contexto de pandemia
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especial destaque por dar visibilidade ao movimento que propôs um protagonismo maior dos professores no desenvolvimento de formas mais críticas de ensino articuladas ao interesse e necessidades práticas das camadas populares Em relação a esse tema a autora faz menção ao movimento pedagógico identificado como históricocrítico que tem em Demerval Saviani seu maior intelectual no Brasil A esse respeito e sobre a importância desse movimento no processo de renovação da Didática e na formação de professores no período dos anos 19802000 no Brasil elabore um texto analítico que interprete os fundamentos e demonstre as principais cons equências para o pensamento pedagógico do período e para a formação dos professoresas Questão 03 De forma objetiva responda como a obra de João Amós Comênio A Didática Magna influenciou a construção da Didática como área técnicocientífica e refe rência para a formação e prática para professores e professoras em todas as instituições de ensino Questão 04 Considere os textos de referência escolha uma deles e proceda a organização de uma plano de aula de acordo com a referência definida em sala de aula e dentro da estrutura proposta abaixo Ao final justifique sua proposta caso entenda como necessário Plano de Aula I Plano de Aula Carga horária II Dados de Identificação Professor a Disciplina III Tema IV Objetivos V Conteúdo VI Desenvolvimento do tema Metodologia VII Avaliação VIII Recursos didáticos IX Bibliografia Textos de referência 01 Diáspora africana Texto completo httpswwwgeledesorgbrdiasporaafricana A diáspora africana é o nome dado a um fenômeno histórico e social caracterizado pela imigração forçada de homens e mulheres do continente africano para outras regiões do mundo Esse process o foi marcado pelo fluxo de pessoas e culturas através do Oceano Atlântico e pelo encontro e pelas trocas de diversas sociedades e culturas seja nos navios negreiros ou nos novos contextos que os sujeitos escravizados encontraram fora da África Por An a Luíza Mello Santiago de Andrade Para pensar a diáspora africana é preciso destacar as regiões portuárias Tais regiões marcaram a entrada desses indivíduos em novos mundos e por serem locais de chegada eram também marcados pelo contato e pela mistura de diferentes realidades Os números são bastante relevantes nesse contexto Foram aproximadamente doze milhões de africanos trazidos às Américas e destes 40 desembarcaram no Brasil marcando a história do país pela diversidade cultural étnica e social A imigração forçada é exemplo da violência e da exploração sistemática de homens e mulheres para sustentação de um regime escravocrata do monopólio de cultivos como os do açúcar e da própria Coroa Portuguesa Mas não só de violência o cotidiano desses sujeitos era feito Um mundo de trocas e sociabilidade se construiu a partir da experiência num novo local Formas de ver o mundo domínio de diferentes tecnologias ideias e crenças são exemplos destas trocas Africanos de todas as partes do continente precisaram construir novas formas de viver a vida em terras hoje brasileiras Assim a diáspora não é apenas sinônimo da imigração à força mas também uma redefinição identitária ou seja a construção de novas formas de ser agir e pensar no mundo Os castigos físicos e o sofrimento fizeram parte da vida de homens e mulheres escravizados Mas as lutas diárias os novos elos afetivos os vínculos familiares também O processo da diáspora consistiu em uma trama complexa que envolveu desde a captura de ho mens e mulheres em diversas sociedades africanas a travessia do oceano atlântico nos navios negreiros a inserção violenta e brutal no novo contexto até a construção de novas identidades O Brasil foi a região americana com o maior número de escraviz ados e por isso até hoje traz as marcas das diversas culturas do continente africano Os africanos que aqui chegaram vieram de diversos locais do continente A transformação desses homens e mulheres em escravos começava já na África nas feitorias ou n o porto logo ao chegar na nova terra Nesse processo foram modificados e suas referências culturais redefinidas Dessa forma diversos povos benguelas cabindas angolas minas entre tantos outros embarcaram nos navios e aqui chegaram Estes africano s passam a ser chamados não mais pelas suas formas próprias de identificação ou pelas suas formas de organização social mas sim pela ideia de nação Por nação os agentes do tráfico ou da Coroa referenciavam ou os portos de onde embarcaram ou as regiões de onde eram provenientes ou a identificação feita pelos próprios traficantes Dessa forma só é possível mapear as regiões de procedência mas não os grupos étnicos aos quais esses sujeitos pertenciam Por isso novas configurações de identidade vão surgindo no contexto da escravidão Essas novas nomenclaturas referências de nação foram assumidas e apropriadas pelos sujeitos escravizados pois auxiliavam no processo de reorientação Por exemplo nagô foi a terminologia escolhida pelos traficantes de escra vos para chamar os povos de língua Iorubá mas no continente africano esses grupos identificavamse de outra forma geralmente a partir de suas cidades de origem Mesmo aceitando e utilizando a denominação nagô mantiveram também seus nomes próprios Esse s exemplos mostram a necessidade de construir novas formas de ser e agir no novo mundo entre tensões negociações e redefinições Referência MORTARI Claudia Introdução aos estudos africanos e da diáspora Florianópolis DIOESC UDESC 2015 Texto 02 Mulheres e lutas urbanas movimentos populares e o direito à cidade no cotidiano Texto completo httpswwwgeledesorgbrmulheresel utasurbanasmovimentospopulareseodireitoacidadenocotidiano Maria das Graças de Jesus Xavier Foto Arquivo Pessoal INTRODUÇÃO Este artigo trata da experiência cotidiana das mulheres trabalhadoras de luta pela terra e moradia organizadas na União dos Movimentos de Moradia de São Paulo UMMSP e sua Secretaria de Mulheres de Luta por Moradia² Mulheres como eu em sua maioria negras e que historicamente sustentam em seu bairro e em sua cidade lutas p ara conquistar os direitos das trabalhadoras contra a violência de qualquer espécie e para a transformação social dentro e fora de casa do movimento social e disputando as políticas públicas estatais NEGAÇÃO DO DIREITO À TERRA DA SENZALA À FAVELA A luta por moradia no Brasil se deu historicamente a partir da abolição da escravatura quando as pessoas negras após o fim oficial da escravidão continuaram sem acesso aos direitos básicos como o direito ao trabalho remunerado e à terra No período imp erial foi criada a Lei de Terras Lei nº 601 de 1850 segundo a qual o acesso à terra no Brasil ficou restrito à classe burguesa que por sua vez se apropria da mão de obra escrava Segundo Holston A Lei de Terras de 1850 só foi bemsucedida se assi m podemos dizer em evitar a existência de pequenos proprietários de terra entre as massas de brasileiros os cidadãos e os imigrantes livres e libertos rurais e urbanos A maioria dos brasileiros continuou destituída de terras pelos cem anos seguintes HOLSTON 2013 p 184 De tal forma que depois de três séculos de colonização o Brasil é formado por um povo sem terra onde a ocupação ilegal é o único meio de acesso à terra para a maioria dos cidadãos A restrição do acesso à propriedade fundiária teve o efeito de forçar a maior parte dos brasileiros a morar ilegalmente tornando a ilegalidade se não uma norma ao menos a condição predominante de assentamento Holston 2013 pp 155156 Dessa forma esse povo se torna novamente prisioneiros do sistema sem ter onde mo rar e plantar para o próprio sustento e proteção Forçados a construir suas moradias de barracos de tábuas em áreas de risco como encostas de morro e beira de córregos Assim formaramse as primeiras favelas como o Morro da Providência da cidade do Rio de Janeiro em 1890 a população negra despejada dos cortiços em que viviam durante o processo de higienização da zona central da cidade realizado pela Prefeitura do Rio de Janeiro Na segunda metade do século XX o processo de urbanização no Brasil se in tensificou somado a um crescimento populacional significativo Após a década de 1930 o Brasil vivenciava o processo de industrialização da economia urbana e as regiões mais afastadas dos centros urbanos tornaramse as únicas áreas em que os trabalhadores conseguiam estabelecer residência As periferias urbanas se desenvolveram no Brasil como o lugar dos trabalhadores pobres e o lugar para os trabalhadores pobres Holston 2013 p197 A rápida expansão urbana aliada à falta de planejamento urbano fez c om que a população de baixa renda ocupasse as periferias das cidades comprando lotes em áreas de mananciais longe dos polos de trabalho transporte saúde e educação Com o passar das décadas o aumento significativo da população aumentou também a demanda por serviços públicos e a ocupação desordenada e a autoconstrução Com a globalização nos anos 1980 a questão da terra colocada como mercadoria agravase A velocidade da urbanização acrescida da falta de planejamento por parte do Estado contribuiu par a a segregação do espaço urbano com graves consequências Segundo Maricato 2010 p 14 produtos primários como minérios celulose grãos carne petróleo etanol commodities ganham importância estratégica nos mercados globais impactando na concentraç ão fundiária por monoculturas no campo e forçando a migração desterritorializando milhões de camponeses de suas terras Excluída do acesso à terra urbanizada essa população migrante ou em alguns casos imigrante amontoase em favelas já que a terra ur banizada é um bem precioso e escasso nas cidades Esse cenário demonstra que o direito à terra foi abolido literalmente da população negra e seus descendentes exclusão que perdura por séculos Em pleno século XXI as políticas públicas que beneficiam a população de baixa renda ainda continuam insuficientes principalmente pela falta de política habitacional de Estado nas três esferas de governo Recentemente o Estado brasileiro vem avançando nas privatizações das políticas habitacionais conquistadas du rante a democratização do país entregando a política pública nas mãos das grandes empresas construtoras que praticam a especulação imobiliária A omissão do Estado na política de habitação popular produz uma enorme desigualdade no Brasil há mais imóvei s vazios do que gente sem casa para morar O déficit habitacional é de 58 milhões FJP 2019 enquanto mais de 6 milhões de imóveis permanecem vagos ou sem utilização IBGE 2010 A luta deve ser por políticas públicas de Estado permanentes para garanti r os direitos conquistados independente do governo vigente priorizando a classe trabalhadora e não só a classe historicamente privilegiada Conforme artigo publicado pelo Coletivo Antirracista Esperança Garcia na Coluna Tecendo Democracias e Territórios do Instituto Brasileiro de Direito Urbanístico IBDU para além do questionamento da origem majoritariamente negra das favelas há que se discutir o motivo pelo qual esse grupo racial composto por pessoas pretas e pardas 1 segue sendo a maioria nas regiões Segundo o Ipea 2011 662 das casas em fa velas são ocupadas por pessoas negras sendo 394 chefiadas por homens negros e 268 chefiadas por mulheres negras o que reforça a conservação da maior vulnerabilidade social vivida por esse grupo SILVA etal 2022 MULHERES NEGRAS UM OLHAR DIFERE NCIADO PARA A QUESTÃO DE GÊNERO E RAÇA É esse meu lugar de fala é nesse contexto que estão as mulheres trabalhadoras de luta pela terra e moradia organizadas na União dos Movimentos de Moradia de São Paulo UMMSP e na Secretaria de Mulheres de Luta p or Moradia³ Em sua maioria mulheres negras que historicamente lutam para conquistas de direito das trabalhadoras contra a violência de qualquer espécie e para a transformação social Fotos 1 e 2 Atividades das lideranças mulheres na República Domini cana em 2018 Fonte acervo UMMSP Fotos 1 e 2 Atividades das lideranças mulheres na República Dominicana em 2018 Fonte acervo UMMSP As mulheres participantes da UMM SP sofrem com a cultura patriarcal e com a lógica da desigualdade com a violência de todas as formas sexual moral psicológica dentre outras Essa cultura ainda se repete no cotidiano da maioria das mulheres nas periferias que são mulheres chefes de f amília em busca de trabalho e sustento para manter os filhos ou parentes idosos levando na maioria das vezes de 3 a 4 horas no transporte público de péssima qualidade do trabalho para casa ocupando todo o seu tempo sem poder dedicar um tempo para cuidar de si própria Tem também mulheres que migraram de outros estados para as grandes metrópoles em busca de trabalho na cidade grande em casas de família que se depararam em situação de trabalho escravo em pleno século XXI em troca de um prato de comida e um local para dormir Desde 2020 até o momento no Brasil e no mundo vivenciamos o contexto de pandemia do Covid19 período em que foi escancarada a desigualdade social inclusive por parte do poder público despejando famílias com ações administrativas e não por ação judicial Tudo isso para liberar áreas que atendam aos interesses da especulação imobiliária comprando grandes terras com o aval do poder público construindo grandes arranhas céus nas grandes cidades Nós mulheres que somos a maioria da população brasileira na luta pelos direitos como creche transporte escola postos de saúde hospitais trabalho e renda ainda somos a minoria a ter igualdade nos direitos ocupando cargos com menores salários no setor público e privado como nos car gos do poder executivo legislativo e judiciário Em mais de 500 anos de Brasil uma única presidenta foi eleita e ainda assim sofreu um golpe sendo destituída do cargo injustamente pelo machismo enraizado nas estruturas do Estado e sociedade A cultu ra machista é tão presente no processo histórico de formação da sociedade brasileira que mesmo nos espaços de movimentos sociais há contradições presentes conforme destaquei ao relatar minha experiencia como militante da União dos Movimentos de Moradia de São Paulo UMMSP Se éramos maioria por que os cargos de direção eram sempre ocupados por homens isso foi algo que me incomodava muito XAVIER 2020 Foi preciso realizar enfrentamentos até conseguir criar a Secretaria de Mulheres da União dos Movimentos de Moradia de Estado de São Paulo UMMSP E com isso ocupar cargos de direção após longo processo interno em que criamos espaços de organização e formação política As mulheres da União Nacional por Moradia Popular também enfrentaram o machismo enraizado dentro do movimento que perdurou por 30 anos e só foi possível devido à nossa resistência Até que no ano de 2008 começaram a colher os frutos da luta elegendo representantes mulheres qualificadas Atualmente 60 da coordenação do mo vimento é composta por mulheres uma conquista histórica desde a fundação do movimento em 1989 Nos espaços de organização das mulheres que lutam por moradia pensamos e abordamos temas como i o protagonismo das mulheres na luta de classe que a part ir da formação política e cidadã gera conhecimento que permite entender e compreender as diferenças do capitalismo e do socialismo e como cada um impacta na vida dos cidadãos ii a formação de base a partir do território como a participação efetiva na elaboração e aprovação dos Planos Diretores em vários municípios do Brasil prevista no Estatuto das Cidades Lei 102572001 e o caso da formação em Plano de Bairro e o Direito à Cidade com Garantia dos Direitos Humanos no município de São Paulo Nós mulheres lideranças da UMMSP realizamos rodas de conversas seminários e cursos para fornecer elementos a reflexão crítica das mulheres que participam destes espaços mesmo no contexto de pandemia