45
História Econômica
UNIFAL-MG
35
História Econômica
UNIFAL-MG
196
História Econômica
UNIFAL-MG
41
História Econômica
UNIFAL-MG
Texto de pré-visualização
Eric J Hobsbawm A ERA DOS IMPÉRIOS 18751914 Tradução Sônia Maria Campos e Yolanda Steidel de Toledo Revisão Técnica Maria Célia Paoli Eric J Hobsbawm Tradução do original em inglês The Age of Empire 18751914 José Watanabe José Aparecida Cardoso Maria Aparecida Marins Maria de Lourdes Paris Dados Internacionais de Catalogação na Publicação CIP Câmara Brasileira do LivroSP Brasil H399e Hobsbawm Eric J 1917 A era dos impérios 18751914 Eric J Hobsbawm tradução Sônia Maria Campos e Yolanda Steidel de Toledo 1ª ed São Paulo Paz e Terra 1988 Bibliografia I Civilização moderna século XIX 2 Desenvolvimento econômico 3 História econômica 4 Imperialismo século XIX 5 Imperialismo História 6 História social século XIX 7 História social século XIX 8 História econômica século XIX 9 História 90981 CDD 90981 3033 3253209 3309034 3389 882192 Índices para catálogo sistemático 1 Civilização moderna do século XIX História 0981 2 História Econômica do século XIX História 0981 3 Imperialismo Ciência Política 3253209 4 Historia social do século XIX 3033 5 História Econômica do século XIX 3309034 EDITORA PAZ E TERRA SA Rua São José 90 7º andar Centro Rio de JaneiroRJ 20010 Tel 021 2214066 Sumário Prefácio A revolução centenária Introdução Capítulo 1 Uma economia de marcha Capítulo 2 A era das multinacionais Capítulo 3 A política da democracia Capítulo 4 Trabalhadores do mundo Capítulo 5 Bárbaros nas cidades Capítulo 6 Quem é quem entre as nações e nacionalismo Capítulo 7 A nova mulher Capítulo 8 As artes transformadas Capítulo 9 O interior das sociedades Capítulo 10 Razões econômicas Capítulo 11 O novo imperialismo Capítulo 12 Da paz à guerra Epílogo Quadros Mapas Bibliografia complementar Rua do Triunfo 177 Santa Isabel São Paulo SP 01212 Tel 011 2230522 23 Pessoas nascidas em 1914 e após 45 Pessoas ativas em 18801914 ou adultas em 1914 17 Pessoas nascidas em 19001914 15 Pessoas ativas antes de 1880 o caso durante os primeiros terços de nosso século Contidos por exemplo os nomes e personalidades políticas que devem ser confiadas à história particular de nossa área como V I Vladímir Lênin Ulyanov Josif Stálin Joseph Goebbels Adolf Hitler Deolada Roosevelt M F Rockfeller Husák Nixon Fukuyama Rajvatí da Índia Angela Merkel não esquecendo os nomes de grandes escritores ou artistas iluminados pelo século XX como Winston Churchill ainda de Malham Grandt e Francis Franco Bahamonde general Franco da Espanha além das novas que Charles de Gaulle e Robert Schuman lançaram em 1947 Uma amostra extraída de um Dictionary of Modern Thought4 publicado em 1977 diz o seguinte o patente que os homens e mulheres que elaboraram esse conhecimento ainda consideravam depois de sua morte os direitos dos vivos no século XX Era um erro concentrarse em olhar para mais distante no passado sem significar que correu necessariamente em sua vida um processo considerável com avaliação das ações políticas e sociais de seus tempos Aqueles que traçaram tal panorama mesmo para anos anteriores a 1914 que enfrentam o problema do olhar para trás de sua zona melancólica particular mas também de modo mais impessoal todos os que vivem no mundo da década de 1980 os alunos do Birkbeck College Universidade de Londres si não sei se tu teria sido capaz de pensar nas linhas históricas da construção do século XX no contexto da história mundial sem essa experiência Assim este livro é dedicado a eles 4 Prefácio Embora escrito por um historiador profissional este livro não se dirige a outros acadêmicos mas a todos que desejam entender o mundo e que aceitam um importante anticorpo na história para tanto Sobretudo ele é escrito para aqueles que acham as dificuldades que a Europa e o mundo todo têm durante a passagem da Idade Moderna para a Contemporânea e o presente século A história é antes que precederam a Primeira Guerra Mundial embora eu esteja cheio de um espírito crítico e prosaico de uma visão revisionista Com efeito não é uma artigo do sucesso apenas para inglês e qualquer pessoa que se interessar por história Uma parte dela foi relacionada na Guerra Revolução Espanhola 193639 que precederam as campanhas de várias décadas que tentam fazêlo A inserção do país mantémse para janela onde os europeus encontraram as mazelas de sua época e a sua própria experiência expondo a tragédia de um século que terá marcado a história da humanidade para sempre com a Europa e o Japão e uma parte das causas A Revolução Espanhola não é um caso isolado O leitor vê a relação esquizo de França com algo revolucionário a cultura de um grupo de trabalhadores em aldeias e cidades e a provincia espanhola do Condado aspecto real daquela exposição sistemática e cultural do governo do DI há uma reação e um perto e a imprensa a obrigação do Ocidente a partir do século XIX da construção da cultura e da história por outra leitura do passado ou presente e exposição sistemática e mesmo uma leitura da história da civilização com o poder e os seus conteúdos O leitor não só historiadores mas também os professores de várias capítulos Os textos que aqui se reproduzem são uma fonte de aprendizagem suficiente para converter os que desejam conhecer as origens Aos leitores que não só historiadores o que deve se ler aqui é um modelo Muitos dos textos que o leitor encontra aqui são situações extraordinárias mas colocam a questão mais ampla da memória e da cultura O leitor nota aqui muitos aspectos da narratividade histórica que tem sido desenvolvido nos volumes mais recentes Embora não se tire conclusões definitivas mas até um certo ponto revise o panorama que no século XIX alguns autores já estabeleceram a existência de uma tradição Ele pode ser usado com grandes paixões A leitura deste texto é essencial para a compreensão da história da Áustria Há muito para dizer sobre essa breve bibliografia que abrange os textos de Richard Hughes os debates em torno de O livro de Ocoque as várias guerras da Europa Central e os restos do Império AustroHúngaro Eu não tenho espaço para entrar no mundo das teorias da memória que existem nas ciências humanas Utilizo um conceito baseado nos estudos recentes de memória cultural para ajudar a compreender o papel da história na construção do conhecimento público e do mundo real da história A memória cultural pode ser entendida como processos sociais coletivos que produzem armazenam e reproduzem conhecimentos e tradições que influenciam a compreensão da identidade social e cultural No caso da história envolve os processos através dos quais a memória da Primeira Guerra Mundial é transmitida reinterpretada e apropriada por diferentes grupos sociais e culturais Em particular a memória dessa guerra é frequentemente fracturada e múltipla refletindo as diversas experiências dos envolvidos e as diferentes perspectivas nacionais culturais e sociais O livro examina a formação dessa memória cultural da guerra e como ela influência a identidade coletiva na Europa do século XX Também explora a relação complexa entre testemunho pessoal e narrativas históricas oficiais mostrando como a memória cultural está sempre em construção e contestação Portanto compreender a memória cultural da Primeira Guerra Mundial é fundamental para entender as narrativas históricas e identidades culturais europeias contemporâneas As estruturas econômicas sobre as quais repousa o mundo do século XX mesmo quando surgem no momento da Revolução Burguesa são marcadas por contradições que não serão definitivamente resolvidas na sequência do desenvolvimento semicolonial das regiões capitalistas A revolução industrial o conjunto das principais instituições liberais e democráticas as manias e ilusões intelectuais da burguesia que se afirmará como classe histórica hegemônica até a crise geral de 1873 são elementos que condicionam a passagem para o século XX Não se pode ignorar que a burguesia enquanto classe que deve substituir as pessoas concretas e suas famílias na produção das riquezas sociais deu um novo impulso ao progresso da humanidade Essa necessidade histórica de rápido crescimento entretanto gera sofrimento e contradições Na virada do século XIX para o XX muitas outras ideias e conceitos aparecem que começam a substituir as pessoas concretas e suas famílias na produção das riquezas sociais configurando a sociedade capitalistaa A história da Era dos Impérios está repleta delas paradoxos como estes passam a fazer parte de todo o desenvolvimento moderno estágio que apontava a patologia inerente à ascensão de uma nova necessidade de consciência de classe a origem da luta de classes a contradição interna de uma formação econômica que pretendia universalizar o capital nacional bem como a legislação moderna relativa ao bemestar social produzido cultural e historicamente principalmente nos países centrais da economia capitalista na segunda metade do século XX Mesmo hoje quando algumas das antigas doutrinas ou culturas utópicas foram abandonadas o indivíduo permanece como categoria fundamental da análise política e social movimentos trabalhadores socialistas sobre o problema do declínio econômico britânico sobre a maturidade da grande burguesia inglesa para as graves tarefas que se impunham enfim com o segundo processo da industrialização de massas na Europa e no mundo que dita cada já conflitantes perspectivas do marxismo e da Primeira Guerra Mundial que dita da dual já ser revolucionária e artística consubstanciada na obra de Freud e das escolas psicanalíticas que dita da dual já ambições indorussas de um Império AustroHúngaro já com a cabeça inchada pela desintegração imperiais ao longo do século XIX já consentimento a sua própria desagregação que dita da dual já mais impiedosa implacável e cruel da guerra de trincheiras que dita da dual já livro de registro da transição do século XIX para o XX que dita da dual já como testemunho e memorial histórico de um tempo que dita da dual já como discurso cientifico de um modo de pensar e ver que dita da dual já como experiência subjetiva de uma geração que se confessava ator e vítima que dita da dual já como documento literário a ser escutado e relido nos tempos que se seguiram Parecido ao Livro de Genese para Bryan De qualquer maneira apenas países como o México China e outros ainda tinham a mesma maior atividade econômica e as constantes relutâncias entre acusados e tribunais Os governos eram mais propensos a dar ouvidos aos grupos de influência e de comerciantes de importações importantes A expansão por parte dos EUA da indústria para agricultura mas também as organizações de influência que procuravam se opor às tarifas e impedir a entrada de mercadorias em seu território A Grande Depressão fechou a esperança do liberalismo econômico cf A Era do Capital cap 2 A queda da indústria na África e diferentes países da Europa no final dos anos 1870 as tarifas protecionistas se tornaram um elemento mínimo de uma política econômica dos EUA para sobrepressão das importações Embora os remixes da Inglaterra fossem em favor da maior abertura do mercado o EUA radicalizouse protecionista Os defensores do livre comércio então tornaramse muito céticos pois queriam abrir mão dos produtos nacionais lançados pelos protecionistas cf listagem do mercado UK 1902 A GrãBretanha era o maior fabricante de produtos manufaturados mas ainda era o país que importava produtos alimentares Eram as cruzadas dos cooperativos britânicos principalmente das associações de apoio a alimentação em Londres a um mercado crescente via a Austrália Nova Zelândia e África do Sul o que levava a um mercado bórtico mais de terras e jus ricutianis que de manufatura A GrãBretanha continuava a ter vastas reservas de ouro algo que constituiu a opinião dos economistas liberais até 1880 e a mudar desde o início do século 20 pois a política vitoriana da livre circulação de capital e a manutenção das reservas em ouro era considerada de certa maneira insuficiente De certa maneira a executivo deixava clara que o Estado não era suficiente para administrar os negócios e conceder interação pois seu consumo já estava em declínio a partir da década de 1890 contudo as empresas e grupos políticos ligados ao Estado continuaram a exercer um papel decisivo economistas de escolas como Keynes e Marshall foram refutados e tornaramse críticos da nova teoria econômica Por outro lado a teoria clássica previa que o comércio produzisse a concorrência e que isso conduzisse a paridade dos salários e preços mas também destruía a proposta e a movimentação da transferência tecnológica internacional Em 1880 os produtos manufaturados da GrãBretanha eram os mais baratos e estavam entre os mais delicados do mundo mas mesmo o mais completo e detentor do setor a eficiência era de preço para exportações e o setor agrícola participava muito pouco na modernização da indústria A industrialização estava muito concentrada e fora do controle com pouca concorrência na indústria ganhando mercado no mundo inteiro e a GrãBretanha não conseguia aceitar que toda a produção industrial do mundo deveria ser concentrada em Madagascar Os observadores contemporâneos do autor partilhavam amplamente esse ponto de vista normalmente expresso num solo menos barroco Embora alguns historiadores viessem mais tarde a criticar a dificuldade do Livro de Willing para conter os maravilhosos preconceitos de 1873 e em diante que de fato havia sido um período de loucura comercial de 1890 a 1900 mas dos mercados de 1800 a 1873 a produção mundial prolongouse continuamente A produção mundial a longo prazo continuou a aumentar mais rapidamente do que o crescimento da população cf Caput cap 2 Humberto de Virmar atesta também que em 1800 e 1890 um total de 23 milhões de toneladas a produção de aço que agorão passa a ser imensa não era 600 toneladas em 1870 A atualização dos métodos técnicos na agricultura e da industrial também foi bem significativa para o crescimento do volume exportado a cada ano pois houve revoltas na produção da Inglaterra e no fim do século 19 houve diversos focos para crescimento da indústria e do volume e variedade de produtos manufaturados como a GrãBretanha a Alemanha e os EUA A GrãBretanha ainda perdurava uma forte industrialização mas os recursos limitados e as circunstâncias forçavam o desenvolvimento mais lento Quando o Canadá iniciou a exploração de metais nãoférreos e carvão o contrabando aumentou também o volume de importação e com isso surgiram problemas como a extensão da ferrovia que levou até a Califórnia a população Seria que um período com um aumento do espectcular da produção poderia ser descrito como uma grande expansão comercial A literatura na década de 1880 às vezes fala da ascensão dos Estados Unidos com suas indústrias incipientes para o mercado mundial Muitos que questionavam esta interpretação pensavam que o crescimento da taxa mundial de produção e comércio poderia ser um reflexo da industrialização dos Estados Unidos e da Alemanha que explodiram na última década do século 19 Isso poderia ser visto em uma tendência que implicava os países até 1880 e a expansão do comércio livre como fator para o esgotamento do sistema mercantilista que dominara as relações econômicas durante os séculos 18 e 19 A afirmação de que a depressão dos preços juros e taxas de lucro ocorreu devido à expansão da produção e comércio que ocorreu no final do século 19 onde se tenta debater a escolha de que as mercadorias controlam o movimento do ouro como uma ilusão como afirmou Virmar não era uma teoria aceita A subida dos preços da amônia e da conya terem tido impacto desproporcional também houve uma melhoria na atração do ouro como prova para o colapso das taxas de lucro e a inflação poderia ser explicado pelas fixações ás ações do mercado financeiro Na literatura contemporânea há uma revisão da teoria do comércio livre que engloba o papel da balança comercial a inflação e a mobilização da mão de obra A meta da Industrialização e a busca por lucro tornado um cavalo de batalha importantíssimo para as grandes empresas sob proteção de monopólio e de concessões nos complexos férreos foi um período de grandes mutações que significaram a entrada da era do capitalismo de monopólios construção de grandes empresas avanços industriais e a ampliação do controle do comércio internacional até 1888 A Era do Capital cap 2 que foi exemplo de uma visão crítica para ampliar o debate sobre o papel do capitalismo financeiro nesta transição é fonte importante para entender a história econômica mundial na década de 1880 GBBretanha era o único país onde atos os estadistas do Partido Conservador apesar do seu antigo conservadorismo exponhamse a toda a sorte de ataques Os Governos costumavam ser considerados como os piores e mais incompetentes ou os mais reacionários e expertos na tirania e na opressão Não era portanto um ambiente muito propício a acreditar que se estava diante da própria indústria britânica como os protecionistas a sustentavam Victoria depressa perguntou a Gladstone e Disraeli o que pensavam da tarifa de 1846 tomando consciencia de que ela tinha sido uma espécie e de reforma que era impossível recuperar mas talvez não desse para ser de novo protegida se fosse para fazer retornar o cobertor protecionista dos direitos aduaneiros No século 19 na GrãBretanha a indústria não podia se sustentar com uma tarifa mas também não podia se desenvolver sem ela Os protecionistas passaram seu tempo a liberdade de controlar seus mercados internos e muito depois que as importações começaram a aumentar a partir da retirada de controles para os conservadores nunca deixaram de discutir sobre os efeitos desse renascimento do comércio livre Os cais não eram mais os antigos as fábricas eram maiores mas a destruição dos mercados tradicionais da indústria e do emprego ainda não tinha terminado O Governo ainda era crítico mas era impossível negar que as consequências da política de livre comércio mostravam que a teoria do equilíbrio do comércio e do ouro funcionavam Era a lei da oferta e da procura que deveria dominar os mercados e os cidadãos não eram mais protegidos pela aliança de interesses e capital financeiro Havia histórias reformistas sobre a importância de buscar o caminho da regulamentação e o equilíbrio entre os interesses A agitação social era histérica cheia de incertezas e apesar dos apelos dos protecionistas o governo britânico ainda não tinha conseguido transformar as regiões cada vez mais industrializadas Os trabalhadores as regiões mais pobres e os procedimentos econômicos ainda eram sujeitos aos altos níveis de desemprego e pobreza Por isso o protecionismo não era mais viável mas a nova industrialização não conseguia superar os efeitos produtivos do comércio livre Assim no movimento liber o livre comércio passou a ser um princípio básico com poucas exceções nos provisórios brancos e o partido Trabalhista que assumia a justiça social compartilhou este princípio capitalista Houlbrooke lembrou que o liberalismo econômico foi construído a partir de uma forma abrangente de disciplina o que implica que toda a produção industrial do mundo deveria se concentrar em Madagascar como 80 do mercado De meados dos anos 1890 à Grande Guerra a questão econômica mundial tocou no tom maior da prosperidade que nos fez crer na terna fase do capitalismo A confiança no futuro da economia capitalista parecia então infinita a maioria dos observadores dos movimentos econômicos que viram aparecer na Alemanha o último ato do jogo capitalista relativo aos últimos movimentos de acumulação capitalista de concentração de capitais ou de acumulações de capitais e à liquidação do capitalismo comercial relativo ao passado Aparece então uma questão toda ela especulação de um futuro da economia capitalista qual será a última tendência da economia mundial o futuro do capitalismo o fim do processo de acumulação ou a continuação de uma tendência do século XIX Tal pergunta contém uma sombra de futuro a questão do capitalismo no mesmo acerca da desagregação do declínio e a exaustão do capitalismo é uma das maiores de sua época versão a mercados de valores bolsistas As dúvidas finais nos movimentos capitalistas se apresentam como um dos fatos mais importantes da conjuntura econômica na Europa da virada dos séculos XIX e do XX Do ponto de vista geral e a questão pode ser colocada do seguinte modo que será o futuro do capitalismo Respondendo a esta questão boa parte da imprensa econômica considerava o ocaso do capitalismo uma cortina de fumaça O GraBretanha a primeira potência industrial do século XIX é particularmente importante no tocante aos modos de desestruturação do capitalismo As causas que produzem crises e que passam a se diferenciar dos estados capitalistas concorrentes na virada do século se tornam uma realidade no período 18901910 e os aspectos 1930 A física capitalista de cauda curta é mais complexa e a essência das coisas que a sua descrição instrui A acessão da Alemanha à condição de potência industrial e reformuladora das condições das indústrias de base vai permitir que as indústrias alemãs tenham mais aptidões para recursos de escassez e a concentração da indústria leva a grande guerra A pobreza da GrãBretanha nessa época tem seus aspectos econômicos A GrãBretanha passa por uma situação relativamente favorável à sua condição de potência econômica e parece conservar uma liderança relativa No entanto as diferenças de produtividade especialmente por causa de diferenças tecnológicas e a competitividade de outros países começam a reduzir sua participação na produção mundial A produção da indústria naval britânica já é superada pela dos Estados Unidos A acessão da Alemanha torna incipiente a posição industrial da GrãBretanha especialmente no setor metalúrgico aço e da indústria química antes dominantes A economia de escala e o avanço tecnológico colocam a Alemanha em posição de competitividade maior Isso ocorre principalmente a partir de 1890 quando a dinamicidade da economia alemã se intensifica acompanhada de grande desenvolvimento industrial As indústrias alemãs alcançam eficiência e organização superiores às britânicas o que é favorecido pela estrutura bancária e financeira da Alemanha que oferece apoio financeiro concentrado para grandes empresas resultando em monopólios em setores importantes Esse sistema bancário alemão é oposto ao sistema liberal britânico A Alemanha passa a dominar setores estratégicos da indústria como aço eletricidade e produtos químicos A GrãBretanha por outro lado ainda possui um sistema liberal e competição dispersa entre empresas menores O declínio da GrãBretanha e a ascensão da Alemanha são fenômenos que caracterizam a mudança do centro industrial no final do século XIX e início do século XX O aparecimento da grande indústria alemã refletese na rivalidade econômica e política entre os dois países que antecede a Primeira Guerra Mundial A descoberta de novas fontes de energia como eletricidade e petróleo impulsiona o desenvolvimento industrial da Alemanha A Alemanha tornase uma potência industrial moderna enquanto o modelo britânico se torna menos eficiente A análise do crescimento econômico alemão mostra a importância da cooperação entre Estado e indústria para a criação de condições favoráveis ao desenvolvimento Em comparação a GrãBretanha manteve uma estrutura econômica que já não atendia às exigências da nova fase da industrialização O texto destaca a complexidade do sistema econômico mundial na época que é marcado por transformações rápidas e profundas às quais a GrãBretanha teve dificuldades de se adaptar integralmente O futuro da economia capitalista estaria vinculado à capacidade de adaptação às mudanças tecnológicas e organizacionais que definem o novo modelo industrial 13 contexto da economia mundial em expansão cresceu mais e mais rápido mas o conjunto do crescimento econômico tornouse menos intenso Quando atingiu a máxima de Kondratieff entrou em crise e veio uma pausa no crescimento econômico mundial A nova tecnologia do ciclo longo de Kondratieff foi um dos fatores que sustentaram e aceleraram as mudanças na economia mundial do início do século XX O crescimento econômico estancou e os países mais desenvolvidos começaram a enfrentar dificuldades para manter altos níveis de crescimento As cidades fizeram uma rápida expansão a população passou a crescer nas áreas urbanas a industrialização acelerou o ritmo econômico mas a capacidade de expansão atingiu limites A divisão do trabalho e a especialização aumentaram a produtividade mas as transformações geraram dificuldades para a economia mundial que entrou em uma fase de estagnação relativa A ampliação do comércio internacional e o aumento dos fluxos de capitais foram característicos da época mas foram seguidos de tensões econômicas e financeiras O crescimento da produção industrial foi acompanhado por crises cíclicas recorrentes como a crise de 1907 que indicou a instabilidade do sistema financeiro internacional A competição entre potências econômicas e políticas acentuou as rivalidades entre países A Alemanha destacouse no cenário econômico com forte crescimento industrial e financeiro desafiando a liderança da GrãBretanha O sistema bancário alemão baseado na cooperação entre bancos e grandes indústrias foi um elemento chave para esse crescimento A Primeira Guerra Mundial interrompeu esse processo de desenvolvimento econômico e provocou mudanças profundas na economia global A economia mundial do início do século XX foi marcada pela interdependência crescente entre países pela expansão dos mercados e pelo desenvolvimento tecnológico mas também por instabilidades e crises que condicionaram o futuro do capitalismo A ascensão das grandes empresas e dos monopólios transformou a estrutura econômica criando novas dinâmicas e desafios para os governos e para o sistema financeiro O sistema mundial enfrentou tensões econômicas e políticas que culminariam no conflito global da Grande Guerra 14 empresas mas também entre nações Daqui em diante os leitores britânicos e norteamericanos tratamse de documentos fundamentais firmados durante a Grande Depressão de 1929 1869 restaurante o conceito é historicamente mais do que importante Em termos de país estudo na origem Apoiandose nas argumentações de F W Taylor estudouse a reunião da ciência econômica com o conhecimento científico De 1902 desmistificam pelo avessos cada vez maiores à concentração de grandes empresas Tanto a área conceitual como a experiência histórica demonstram a importância da concentração de capital e emprego Isso deixa a preocupação da política antitruste segurança social da economia O esforço estatal no controle da economia aumentava perante as dificuldades geradas pelos conflitos de classes A depressão mundial de 1929 abriu um importante capítulo de intervenção do Estado na economia Houve um deslocamento da capacidade de investimento privado para o investimento público marcando a emergência do Estado como agente econômico Este processo se estendeu nas décadas subsequentes e resultou na institucionalização do Estado interventor De forma abrangente a análise registrada aponta que a concentração econômica a expansão das grandes corporações e a intervenção do Estado são características centrais do capitalismo contemporâneo No Brasil chegouse a legislar sobre monopólios e cartéis refletindo as preocupações compensatórias em torno da livre concorrência As grandes empresas multinacionais passaram a desempenhar papel central na dinâmica econômica global A concentração do capital financeiro passa a ter influência decisiva nas políticas econômicas No caso brasileiro o Estado assumiu papel fundamental no planejamento e na regulação da economia admitindo intervenções diretas em diversos setores O processo de concentração econômica vem acompanhado por processos complexos de regulação tanto internos quanto internacionais A atuação do governo envolve regulação da concorrência proteção ao consumidor definição de políticas industriais e controle da atividade financeira O debate em torno da concentração econômica envolve ponderações sobre eficiência impacto social desenvolvimento econômico e democracia A análise histórica destaca a evolução das formas de organização econômica e a consequente necessidade de regulação que garanta equilíbrio social e econômico Thomas Lipton quias irte d dinhiro conqueristana a amir da rei Éduarvo VII monarca con 500 urnieas a americâ e Inglesa no sâo pormonecidos no periodico O Comercio em 1905 Thomas Lipton foi encontrado na realmente la sex tida caracteristica da economia privada tanto come inquestr com servico e outr os serviços navios poca o Gran Brtanha trabalho de escrita rio em 1851 havia 67 mil funcio narios e 91 mil empresas mexos com total de 18 ghost A partir dos suing e pubilicayan em 1901 publicista anlgasa advogar acumulados a causa da homeigeneusu lularas dos teame grues pessaestais saevadosde pu tralvanos facto que as questoes imigratorias amenizar ao opinião que O pupolo é bastante no graçaperiodica querefazer lida e colaca a facinhacia ando porkoio de criterio para a industria local Na verdade batevas a tres de la politica econornica e coorse tambeindoas ta nomenou ideologia do só de um dos sintoma do tratamento da economia da eficacia da competencia politica tentavase de outro atos loOWERDS quebroes ja unio aos elutoscartistica A cracia e dudadisa ausertos e correta goscalecidos da entidade jural mais importanto da euro Pa un economica Tra desperten no compañia Mifind que todo vivir mais variadas temáticas A economia estava se tornando mais vivil Em 1985 houveram concurso uma concetismo crescente que fala que a economia dafinal do século XIX corpo a corpo com a pedeza da autoriadade publicat A reta economia caiu varias vezes muitas vezes resultantes e inquietos e intervenções de initance politicas de reforma de temp manancemento do poiltica a tres de estados sovieticos contunno Porem a rebelião e a reação coeccionista como o proteconismo e o keynesianismo com uma cultura social e coxista dos eu ca Áse e contramantoria sendo o frexitismo de los EUA e o modelo keyneano tal como veremos tanto para o fenômeno do imperialismo e para o desenvolvimento da economia mundial dando ao capitalismo a sua configura de palanetr possam ter considerado essas iniciativas municipais como um socialismo municipalista mas a maioria das reformas modernizadas deu certo as vezes não tão moderno assim e muito amplamente centralizadas centríferas e levadas a cabo pelas administrações estatais e municipais Entre 1875 e 1895 as reformas estimularam a organização de grupos cada vez mais abrangente e os socialistas encontraram aumento dos gastos com a reparatura urbana por meio de impostos e tarifas as obras não foram financiadas pelos meios do mercadocapitalista mas sim por taxas e imposto Esforço o que mais fort impactou causava nas pessoas do mundo desenvolvido Cook e a conclusão é que pela maior parte do século XIX a industrialização e a urbanização foram limitadas pelas crises cíclicas e pelos sérios períodos de depressão econômica e de desemprego Ouviuse o movimento operário a classe trabalhadora e sua organização começaram embora ainda muito incipientes como econômicas diversas como a produção e o crédito mas ainda não a mudança tecnológica e as crises econômicas continuaram Contudo embora a economia fornecesse esses trabalhos qualificados e um mundo industrial contudo as vezes nem dava para uma economia de trabalho rural com essa proporção de imigrante com a história industrial dos EUA com as adaptações maciças que ocorreriam nas próximas décadas que procederam 1914 não faz figura como uma revolução industrial na retrospetiva das classes operárias e sociais fim do século XIX e início do século XX especializadas O parque industrial era ainda muito pequeno e as reações mais acertadas ao progresso ocorreram na Europa especialmente nas potências industrializadas da época Análise organizada voltada para atividade social e econômicas de forma a que a economia mundial crescesse a ritmo mais acelerado que impôs transformações estruturais a nível político e a evidência de que foi uma recessão a Belle époque foi o ápice e o começo do fim da era dourada e da Belle Époque fim do século XIX Esse ciclo econômico apesar de tudo os anos seguintes foram marcados pelo otimismo e progresso 1913 foi apenas o começo de uma transformação dramática que seria seguida pelo período após 1914 para os homens da geração Belle Époque 1914 foi o começo da era industrial revolucionária com a aplicação de novas tecnologias associadas à sua consolidação e o mercado mundial passou por mudanças importantes a partir de 1914 que tornaram a era tão dourada para a economia mundial a evolução e a distribuição exceto a lu para a guerra e o paraíso perdido sangria causada por uma vasta emigração em massa à parcela de europeus na população mundial era cerca de 6 na metade do século XIX e de apenas 3 hoje A continuação do crescimento do consumo em meio à queda constante da fertilidade na segunda metade do século XIX por volta de 1913 e o constante urbanização e crescimento da população europeia na alta é consequente O crescimento das cidades a concentração crescente dos habitantes do mercado internacional E mais eles determinaram acordar de 40 de seus habitantes e cuja economia jovem era a mesma taxa de crescimento A necessidade de investimentos e negociaçã o que a acordado os países passaram à colonização mais pesada do século XIX a fim natural de que seus bens fossem postos a um mercado para ele A França da GrãBretanha ou outra cuia melhor nível de influência dominava o roubo e a pobreza mundial Sempre que possível os setores produtivos melhor que outras As mesmas coisas na economia são sutis as que não melhor ou mais barato As diferenças entre França Áustria e Alemanha os empresários Entre eles o crescimento indicou a expansão da economia global mercante mundial cujo crescimento indica a expansão da economia global mercante mundial cujo crescimento indicou a expansão da economia entre 1890 e 1914 quasi duplicou Sendo o volume flutuante entre 16 e 20 milhões Então como podem sintetizar a economia mundial da Era do Império Tem sido um problema como demonstra a qui da industrialização aumentar na Europa do século XIX e no século XX houve um crescimento mais rápido do trabalhador da massa Na Itália na Rússia e em processo de industrialização da Alemanha na era industrial da Itália na Rússia e em processo de industrialização da Alemanha na era industrial da Itália mundial e na marcha da produção e consumo dos produtos primários cresceu até em 10 O mercado internacional dos produtos primários cresceu até em 10 de 10 a 59 milhões de toneladas no máximo 15 Com o crescimento da indústria e das áreas destinadas à produção como sua integração ao mercado mundial e com a necessidade da Alemanha de importar 70 de ferro 75 do cobre e 90 da madeira da Rússia Na parte do começo da Europa os transportes tornaram a Europa a zona de principais canais mundiais O continente atravessa um 16 milhões de toneladas de ferro da bai a Zona do Itelácia A distância de uma cidade industrial ao passo que As famílias a organização da economia e o comércio é a construção de vários canais como Johannesburgo e Buenos Aires a aquela e em que afetava da cidades novas legislação contra a entrada maciça de clientes estrangeiros em 1905 n 1975 no fim do século XIX esses eram em grande parte 855 n e 1820 na Noruega em 1820 1820 Foi que equivalente à população total da capitalista sociedade de banqueiros financiamento companhia de seguros esp para controlar o mercado de suíça a empresa a fazer negócios de vultores esp para realização de negócios de vultores esp para controlar o mercado de determinadas produtos Dicionário InglêsPortuguês Veblen5 1982 n n 4T I O Historiador e seus Fatos Que é história Para que ninguém pense que a pergunta é sem sentido ou supérflua farei referência neste texto a duas passagens que apareceram respectivamente na primeira e na segunda publicações da Cambridge Modern History Citarei Acton no seu relatório de outubro de 1896 para os membros do Conselho da Cambridge University Press sobre o trabalho que ele se comprometera a dirigir É uma oportunidade única de registrar da maneira mais útil para o maior número a abundância de conhecimentos que o século XIX está em vias de legar Pela divisão criteriosa do trabalho deveríamos ser capazes de fazêlo e levar ao conhecimento de todos o documento mais recente e as conclusões mais amadurecidas da pesquisa internacional Não podemos ter nesta geração a história definitiva mas podemos dispor da história convencional e mostrar o ponto a que chegamos entre uma e outra agora que todas as informações estão ao nosso alcance e que cada problema tem possibilidade de solução1 Quase 60 anos mais tarde o professor Sir George Clark na sua introdução à segunda Cambridge Modern History comentou sobre a convicção de Acton e seus colaboradores de que um dia seria possível produzir a história definitiva e continuou Historiadores de uma geração posterior não parecem desejar qualquer perspectiva desse tipo Eles esperam que seu trabalho seja superado muitas e muitas vezes Eles consideram que o conhecimento do passado veio através de uma ou mais mentes humanas foi processado por elas e portanto não pode comporse de átomos elementares e impessoais que nada podem alterar A pesquisa parece ser interminável e alguns eruditos impacientes refugiamse no ceticismo ou pelo menos na doutrina segundo a qual desde que todos os julgamentos históricos envolvem pessoas e pontos de vista um é tão bom quanto o outro e não há verdade histórica objetiva2 Quando os ilustres professores se contradizem tão flagrantemente o campo fica aberto para investigação Espero estar suficientemente atualizado para reconhecer que qualquer coisa escrita nos anos de 1890 deve ser tolice Mas ainda não sou bastante avançado para expressar a opinião de que qualquer coisa escrita nos anos de 1950 obrigatoriamente faça sentido Aliás já lhe deve ter ocorrido que esta investigação está sujeita a ultrapassar a própria natureza da história O choque entre Acton e Sir George Clark é o reflexo da mudança de nossa visão global da sociedade no intervalo entre dois pronunciamentos Acton fala da convicção positiva da autoconfiança límpida do fim da era vitoriana Sir George Clark repercute a perplexidade e o ceticismo aturdido da geração beat Quando tentemos responder à pergunta Que é história nossa resposta consciente ou inconscientemente reflete nossa própria posição no tempo e faz parte da nossa resposta a uma pergunta mais ampla que visão nós temos da sociedade em que vivemos Não tenho medo de que meu tema possa em exame mais detalhado parecer trivial Receio apenas que eu possa parecer presunçoso por ter levantado uma questão tão vasta e tão importante O século XIX foi uma grande época para fatos O que eu quero disse o sr Gradgrind em Hard Times são fatos Na vida só queremos fatos Os historiadores do século XIX em geral concordavam com ele Quando Ranke por volta de 1830 num protesto legítimo contra a história moralizante acentuou que a tarefa do historiador era apenas mostrar como realmente se passou wie es eigentlich gewesen este aforisma não muito profundo teve um êxito espantoso Três gerações de historiadores alemães ingleses e mesmo franceses marcharam para a batalha entoando as palavras mágicas Wie es eigentlich gewesen como um encantamento destinado como a maioria dos encantamentos a poupálos da obrigação cansativa de pensarem por si próprios Os positivistas ansiosos por sustentar sua afirmação da história como uma ciência contribuíram com o peso de sua influência para este culto dos fatos Primeiro verifique os fatos diziam os positivistas depois tire suas conclusões Na GrãBretanha esta visão da história se adequava perfeitamente à tradição empirista que era a corrente dominante na filosofia britânica de Locke a Bertrand Russel A teoria empírica do conhecimento pressupõe uma separação completa entre sujeito e objeto Fatos como impressões sensoriais impõemse de fora ao observador e são independentes de sua consciência O processo de recepção é passivo tendo recebido os dados ele então atua sobre eles O Oxford Shorter English Dictionary um trabalho útil mas tendencioso da escola empírica enfatiza claramente a separação dos dois processos definindo um fato como dados de experiência distintos das conclusões Isto é o que se pode chamar visão senso comum da história A história consiste num corpo de fatos verificados Os fatos estão disponíveis para os historiadores nos documentos nas inscrições e assim por diante como os peixes na tábua do peixeiro O historiador deve reunilos depois levá los para casa cozinhálos e então servilos da maneira que o atrair mais Acton cujo gosto culinário era austero queria que fossem servidos simples Na sua carta de instruções para os colaboradores da primeira Cambridge Modern History deixou clara a exigência de que nosso Waterloo deve ser tal que satisfaça franceses e ingleses alemães e holandeses da mesma maneira que ninguém possa dizer sem examinar a lista de autores onde o bispo de Oxford parou de escrever e onde Fairbairn ou Gasquet Liebermann ou Harrison continuaram3 Até mesmo Sir George Clark crítico como era às atitudes de Acton contrapôs o caroço dos fatos na história à polpa envolvente da interpretação discutível4 esquecendose talvez de que a parte polpuda da fruta é mais compensadora do que o caroço Primeiro acerte os fatos só então corra o risco de mergulhar nas areias movediças da interpretação Esta é a derradeira sabedoria da escola empírica e do senso comum da história Lembrame o ditado favorito do grande jornalista liberal C P Scott Os fatos são sagrados a opinião é livre Mas isto claramente não satisfaz Não vou entrar numa discussão filosófica sobre a natureza do nosso conhecimento do passado Vamos presumir para os propósitos atuais que o fato de César ter atravessado o Rubicão e o fato de existir uma mesa no meio da sala são fatos da mesma ordem ou de uma ordem comparável que ambos estes fatos entram em nossa consciência da mesma maneira ou de maneira comparável e que ambos têm o mesmo caráter objetivo em relação à pessoa que os conhece Mas mesmo nesta suposição arrojada e não muito plausível nosso argumento logo encontra a dificuldade de que nem todos os fatos sobre o passado são fatos históricos ou tratados como tal pelo historiador Qual o critério que distingue fatos da história de outros fatos do passado Que é um fato histórico Esta é urna questão crucial que devemos olhar mais de perto De acordo com a visão do senso comum há certos fatos básicos que são os mesmos para todos os historiadores e que formam por assim dizer a espinha dorsal da história o fato por exemplo de que a Batalha de Hastings aconteceu em 1066 Mas esta maneira de ver requer duas observações Em primeiro lugar não são fatos como este que interessam primordialmente ao historiador Sem dúvida é importante saber que a grande batalha foi disputada em 1066 e não em 1065 ou 1067 e que foi disputada em Hastings e não em Eastbourne ou Brighton O historiador não deve errar nessas coisas Mas quando pontos deste tipo são levantados fazem lembrar a observação de Housman de que exatidão é um dever não uma virtude5 Elogiar um historiador por sua exatidão é o mesmo que elogiar um arquiteto por usar a madeira mais conveniente ou o concreto adequadamente misturado Tratase de uma condição necessária do seu trabalho mas não sua função essencial É precisamente para assuntos deste tipo que é permitido basearse no que se tem chamado de ciências auxiliares da história arqueologia epigrafia numismática cronologia e outras Não é exigido do historiador ter a perícia especial que capacita o especialista a determinar a origem e o período de um fragmento de cerâmica ou mármore a decifrar uma inscrição obscura ou a fazer elaborados cálculos astronômicos necessários para estabelecer a data exata Estes tão chamados fatos básicos que são os mesmos para todos os historiadores normalmente pertencem mais à categoria de matériaprima do historiador do que à própria história A segunda observação é que a necessidade de estabelecer estes fatos básicos repousa não em qualquer qualidade dos próprios fatos mas numa decisão a priori do historiador A despeito do moto de C P Scott todo jornalista sabe hoje que a maneira mais eficaz de influenciar a opinião pública é através da seleção e disposição dos fatos apropriados É comum dizerse que os fatos falam por si Naturalmente isto não é verdade Os fatos falam apenas quando o historiador os aborda é ele quem decide quais os fatos que vêm à cena e em que ordem ou contexto Acho que foi um dos personagens de Pirandello quem disse que um fato é como um saco não ficará de pé até que se ponha algo dentro A única razão por que estamos interessados em saber que a batalha foi disputada em Hastings em 1066 é que os historiadores olhamna como um grande acontecimento histórico É o historiador quem decide por suas próprias razões que o fato de César atravessar aquele pequeno riacho o Rubicão é um fato da história ao passo que a travessia do Rubicão por milhões de outras pessoas antes ou desde então não interessa a ninguém em absoluto O fato de você ter chegado neste edifício meia hora atrás a pé ou de bicicleta ou de carro é exatamente tanto um fato do passado quanto o fato de César ter atravessado o Rubicão Mas provavelmente será ignorado pelos historiadores O professor Talcott Parsons uma vez designou ciência como um sistema seletivo de orientações cognitivas para a realidade6 Talvez isto possa ser colocado de maneira ainda mais simples Mas história é entre outras coisas isto O historiador é necessariamente um selecionador A convicção num núcleo sólido de fatos históricos que existem objetiva e independentemente da interpretação do historiador é uma falácia absurda mas que é muito difícil de erradicar Vamos nos deter um pouco no processo pelo qual um mero fato do passado é transformado num fato da história Em Stalybridge Wakes em 1850 um vendedor de pão de gengibre em conseqüência de uma pequena briga foi morto a pontapés por uma multidão enfurecida Isto é um fato da história Há um ano eu teria dito sem hesitar não O fato fora relatado por uma testemunha local em algum livreto de memórias desconhecido7 mas eu nunca o vira julgado digno de menção por qualquer historiador Um ano atrás o Dr Kitson Clark citouo nas suas conferências Ford em Oxford8 Isto o transforma num fato histórico Não eu continuo achando que não Seu status atual creio é que ele foi proposto para membro de um clube seleto de fatos históricos e agora espera que alguém o apóie e patrocine Pode ser que no curso dos próximos anos vejamos este fato aparecendo primeiro em notas de pé de página depois em textos de artigos e livros sobre a Inglaterra do século XIX e que ao fim de 20 ou 30 anos possa ser um fato histórico bem estabelecido Por outro lado ninguém pode presumir em que caso ele será relegado ao limbo dos fatos não históricos sobre o passado do qual o Dr Kitson Clark tentou galantemente salválo O que decidirá qual das duas coisas vai acontecer Dependerá acho da tese ou interpretação em apoio da qual o Dr Kitson Clark citou este incidente ser aceita por outros historiadores como válida e significativa Seu status como um fato histórico dependerá de um problema de inter pretação Este elemento de interpretação entra em todo fato de histórias Posso permitirme uma lembrança pessoal Quando estudei história antiga nesta universidade muitos anos atrás tinha como assunto especial a Grécia no período das Guerras Pérsicas Juntei quinze ou vinte volumes na estante e fiquei certo de que ali registrados nesses volumes eu tinha todos os fatos relativos ao meu tema Vamos supor era bem próximo da verdade que aqueles livros contivessem todos os fatos já conhecidos sobre o assunto ou que podiam ser conhecidos Nunca me ocorreu investigar por que acidente ou processo de desgaste aquela minuciosa seleção de fatos de toda a miríade de fatos que um dia podem ter sido conhecidos por alguém havia sobrevivido para se tornar os fatos da história Suspeito que mesmo hoje um dos fascínios da história antiga e medieval é que nos dá a ilusão de termos todos os fatos disponíveis dentro de limites manejáveis a distinção aborrecida entre os fatos da história e outros fatos sobre o passado desaparece porque os poucos fatos conhecidos são todos fatos de história Como disse Bury que trabalhou em ambos os períodos os registros da história antiga e medieval são semeados de lacunas9 A história tem sido vista como um enorme quebra cabeças com muitas partes faltando Mas o problema principal não consiste em lacunas Nossa imagem da Grécia no século V aC é incompleta não porque tantas partes se perderam por acaso mas porque é em grande parte o retrato feito por um pequeno grupo de pessoas de Atenas Nós bem sabemos como a Grécia do século V era vista por um cidadão ateniense mas não sabemos praticamente nada de como era vista por um espartano um corintiano ou um tebano para não mencionar um persa ou um escravo ou outro nãocidadão residente em Atenas Nossa imagem foi préselecionada e predeterminada para nós não tanto por acaso mas por pessoas que estavam consciente ou inconscientemente imbuídas de uma visão particular e que consideravam os fatos que sustentavam esta visão dignos de serem preservados Da mesma maneira quando leio num livro recente de história da Idade Média que as pessoas da Idade Média se interessavam profundamente por religião fico imaginando como nós podemos saber isto e se isto é verdade O que nós conhecemos como fatos da história medieval foram quase todos selecionados para nós por gerações de cronistas que se ocupavam profissionalmente com a teoria e a prática da religião que portanto consideravamna de extrema importância registravam tudo em relação a ela e pouca coisa a mais A figura dos camponeses russos como profundamente religiosos foi destruída pela Revolução de 1917 A figura do homem medieval como devotamente religioso se verdadeira ou não é indestrutível porque praticamente todos os fatos conhecidos sobre ele foram préselecionados para nós por pessoas que acreditavam nisto que queriam que outros acreditassem e uma quantidade de outros fatos em que possivelmente teríamos encontrado evidências do contrário perdeuse irrevogavelmente A mão morta de gerações de historiadores que desapareceram escribas e cronistas determinou sem possibilidade de apelação o padrão do passado A história que nós lemos escreve o professor Barraclough ele próprio medievalista embora baseada em fatos não é para dizer a verdade absolutamente factual mas uma série de julgamentos aceitos10 Passemos no entanto a verificar a situação difícil embora diferente em que se defronta o historiador face à história moderna O especialista em história antiga ou medieval tem a seu favor o fato de poder contar com um conjunto de fatos históricos selecionados através de um longo processo Como Lytton Strachey disse na sua maneira maliciosa a ignorância é o primeiro requisito do historiador ignorância esta que simplifica e esclarece que seleciona e omite11 Quando sou tentado como por vezes ocorre a invejar a grande competência de colegas engajados em escrever história antiga ou medieval consolome achando que eles são tão competentes assim sobretudo porque não têm tanto conhecimento como se pensa do seu assunto O historiador dos tempos modernos não leva qualquer vantagem desta ignorância intrínseca Ele deve cultivar para si mesmo esta ignorância necessária tanto mais quanto maior a proximidade de sua própria época Ele tem a dupla tarefa de descobrir os poucos fatos importantes e transformálos em fatos da história e de descartar os muitos fatos insignificantes como não históricos Mas isto é exatamente o inverso da heresia do século XIX segundo a qual a história consiste na compilação de um número máximo de fatos irrefutáveis e objetivos Qualquer um que se entregue a esta heresia ou terá de desistir da história por ser um mau negócio e se dedicar a colecionar selos ou algum outro passatempo antiquado ou terminar num hospício É esta heresia que durante os últimos cem anos vem provocando tamanhos efeitos devastadores no historiador dos tempos modernos produzindo na Alemanha GrãBretanha e nos Estados Unidos uma enorme e crescente massa de histórias factuais fragmentadas e pulverizadas de monografias minuciosamente especializadas de pretensos historiadores que sabem cada vez mais sobre cada vez menos mergulhados sem vestígios num oceano de fatos Suspeito que tenha sido esta heresia mais do que o alegado conflito entre a lealdade ao liberalismo e ao catolicismo que frustrou Acton enquanto historiador Num de seus primeiros ensaios disse de seu professor Dollinger Ele jamais escreveria com dados imperfeitos e para ele os dados eram sempre imperfeitos12 Acton estava certamente pronunciando um veredicto antecipado de si mesmo que constituiu um estranho fenômeno como historiador pois era considerado por muitos como o mais notável ocupante da Regius Chair of Modern History que esta universidade jamais teve mas que não escreveu história E Acton escreveu seu próprio epitáfio na nota introdutória do primeiro volume da Cambridge Modern History publicado logo depois de sua morte onde lamentou que as exigências que pressionavam o historiador ameaçassem transformáo de homem de letras em compilador de enciclopédias13 Alguma coisa tinha saído errado O que andou errado foi a convicção nesta incansável e interminável acumulação de fatos difíceis como fundamento da história a convicção de que os fatos falam por si mesmos e que nós não podemos ter fatos demais Uma convicção naquela época tão inquestionável que poucos historiadores de então consideraram necessário e alguns ainda hoje julgam desnecessário colocar a pergunta Que é história O fetichismo dos fatos do século XIX era completado e justificado por um fetichismo de documentos Os documentos eram sacrário do templo dos fatos O historiador respeitoso aproximavase deles de cabeça inclinada e deles falava em tom reverente Se está nos documentos é porque é verdade Mas o que nos dizem esses documentos decretos tratados registros de arrendamento publicações parlamentares correspondência oficial cartas e diários particulares quando nos ocupamos deles Nenhum documento pode nos dizer mais do que aquilo que o autor pensava o que ele pensava que havia acontecido o que devia acontecer ou o que aconteceria ou talvez apenas o que ele queria que os outros pensassem que ele pensava ou mesmo apenas o que ele próprio pensava pensar Nada disso significa alguma coisa até que o historiador trabalhe sobre esse material e decifreo Os fatos mesmo se encontrados em documentos ou não ainda têm de ser processados pelo historiador antes que se possa fazer qualquer uso deles o uso que se faz deles é se me permitem colocar dessa forma o processo do processamento Darei um exemplo do que estou tentando dizer citando algo que conheço bem Quando Gustav Stresemann ministro do Exterior da República de Weimar morreu em 1929 deixou atrás de si uma enorme massa 300 caixas cheias de papéis oficiais semioficiais e particulares quase todos relacionados com os seis anos de seu mandato como ministro do Exterior Seus amigos e parentes naturalmente pensaram em fazer uma obra monumental em homenagem a um homem tão ilustre Seu dedicado secretário Bernhard pôsse a trabalhar em três anos foram publicados três volumes maciços com cerca de 600 páginas cada de documentos selecionados daquelas 300 caixas com o título pomposo de Stresemanns Vermächtnis Normalmente os documentos se teriam desfeito em pó em algum porão ou sótão e desaparecido para sempre ou talvez em cem anos ou mais algum literato curioso têlosia encontrado e se disposto a comparálos com o texto de Bernhard O que aconteceu foi ainda mais dramático Em 1945 os documentos caíram nas mãos dos governos inglês e americano que os fotografaram e colocaram as cópias fotostáticas à disposição dos estudiosos no Public Record Office em Londres e nos Arquivos Nacionais de Washington de maneira que se tivermos paciência e curiosidade suficientes podemos descobrir exatamente o que Bernhard fez O que ele fez não foi muito comum nem muito chocante Quando Stresemann morreu sua política ocidental parecia ter sido coroada por uma série de sucessos brilhantes Locarno a admissão da Alemanha na Liga das Nações os planos Dawes e Young e os empréstimos americanos a retirada dos exércitos de ocupação aliados das terras do Reno NR Os planos Dawes e Young respectivamente de 1924 e 1929 foram patrocinados pelos Aliados vencedores e impostos à Alemanha vencida na Guerra de 19141918 com o objetivo de cobrar reparações estabelecendo sobretudo pelo primeiro plano rigorosos controles sobre as finanças internas alemãs Isto parecia a parte importante e compensadora da política externa de Stresemann não era estranho que tivesse sido superrepresentada na seleção de documentos de Bernhard A política oriental de Stresemann por outro lado suas relações com a União Soviética não foi particularmente bem sucedida além disso uma vez que massas de documentos sobre negociações que apenas produziram resultados triviais não eram muito interessantes e nada acrescentavam à reputação de Stresemann o processo de seleção podia ser mais rigoroso Stresemann na verdade dedicou uma atenção muito mais constante e ansiosa às relações com a União Soviética e elas desempenharam um papel muito maior na sua política externa como um todo do que o leitor da seleção de Bernhard suporia Mas os volumes de Bernhard ganham em comparação imagino eu com muitas coleções de documentos publicadas em que o historiador comum se fia implicitamente Este não é o fim da minha história Logo depois da publicação dos volumes de Bernhard Hitler subiu ao poder O nome de Stresemann ficou esquecido na Alemanha e os volumes saíram de circulação muitos dos exemplares talvez a maioria devem ter sido destruídos Hoje Stresemanns Vermächtnis é um livro raro Mas a reputação de Stresemann no Ocidente permaneceu elevada Em 1935 um editor inglês publicou uma tradução resumida do trabalho de Bernhard uma seleção da seleção de Bernhard talvez um terço do original tenha sido omitido Sutton tradutor de alemão bastante conhecido fez seu trabalho muito bem e com competência A versão inglesa explicou ele no prefácio era ligeiramente condensada mas apenas pela omissão de uma certa quantidade daquilo que sentiase era assunto mais efêmero de pequeno interesse para leitores ou estudantes ingleses14 Mais uma vez é natural Mas o resultado é que a política oriental de Stresemann já subrepresentada em Bernhard retirase ainda mais do panorama e a União Soviética aparece nos volumes de Sutton meramente como uma intrusa ocasional e muito mal recebida na política externa predominantemente ocidental de Stresemann Ainda assim é a opinião geral salvo para alguns especialistas que Sutton e não Bernhard e ainda menos os próprios documentos representa para o mundo ocidental a voz autêntica de Stresemann Tivessem os documentos sucumbido no bombardeio de 1945 e tivessem os volumes restantes de Bernhard desaparecido a autenticidade e autoridade de Sutton nunca teriam sido questionadas Muitas coleções de documentos impressas largamente aceitas por historiadores na falta dos originais repousam em bases não mais seguras do que esta Quero porém levar a história mais além Deixemos de lado Bernhard e Sutton e reconheçamos que podemos se quisermos consultar os documentos autênticos de alguém que teve um papel importante na história européia recente O que nos dizem estes documentos Entre outras coisas contêm registros de algumas centenas das conversas de Stresemann com o embaixador soviético em Berlim e de uma vintena ou mais com Chicherin Estes registros têm uma característica em comum Eles descrevem Stresemann como tendo a parte do leão nas conversas e revelam seus argumentos como invariavelmente bem colocados e convincentes enquanto os de seu interlocutor são na maioria estreitos confusos e não muito convincentes Esta é uma característica familiar de todos os registros de conversações diplomáticas Os documentos não nos contam o que aconteceu mas somente o que Stresemann pensou que aconteceu ou o que ele queria que outros pensassem ou talvez o que ele próprio queria pensar que tivesse acontecido Não foi Sutton nem Bernhard mas o próprio Stresemann quem começou o processo de seleção Se nós tivéssemos digamos os registros de Chicherin destas mesmas conversas assim mesmo apreenderíamos delas o que Chicherin pensou e o que realmente aconteceu ainda teria de ser reconstruído na mente do historiador Naturalmente os fatos e os documentos são essenciais ao historiador Mas que não se tornem fetiches Eles por si mesmos não constituem a história não fornecem em si mesmos respostas pronta a esta exaustiva pergunta Que é história Neste ponto eu gostaria de dizer algumas palavras sobre porque os historiadores do século XIX eram em geral indiferentes à filosofia da história A expressão foi inventada por Voltaire e tem sido desde então usada em diferentes sentidos caso eu a utilize será para responder à pergunta Que é história O século XIX foi para os intelectuais da Europa ocidental um período confortável transpirando confiança e otimismo Os fatos eram em conjunto satisfatórios a inclinação para perguntar e responder questões difíceis sobre eles era respectivamente fraca Ranke acreditava piamente que a Divina Providência cuidaria do significado da história caso ele tomasse conta dos fatos Burckhardt com um toque mais moderno de cinismo observou que nós não somos iniciados nos propósitos da sabedoria eterna O professor Butterfield por volta de 1931 notou com aparente satisfação que os historiadores refletem pouco sobre a natureza das coisas e mesmo sobre a natureza de seus próprios assuntos15 Mas meu antecessor nestas conferências Dr A L Rowse mais precisamente crítico escreveu sobre World crisis de Sir Winston Churchill seu livro sobre a Primeira Guerra Mundial que enquanto competia com a História da Revolução Russa de Trotski em personalidade brilhantismo e vigor era inferior num aspecto não apresentava uma filosofia da história16 Os historiadores britânicos recusaramse a ser persuadidos não porque acreditassem que a história não tinha significado mas porque acreditavam que seu significado era implícito e evidente por si próprio No século XIX a visão liberal da história tinha uma afinidade próximo à doutrina econômica do laissezfaire também produto de uma visão serena e autoconfiante do mundo Que cada um trate de si e a mão oculta cuidará da harmonia universal Os fatos da história eram eles próprios uma demonstração do fato supremo de um progresso benéfico e aparentemente infinito em direção a coisas mais altas Esta era a idade da inocência e os historiadores caminhavam no Jardim do Paraíso sem um fragmento de filosofia para cobrilos nus e sem vergonha diante do deus da história Desde então conhecemos o Pecado e experimentamos a Expulsão do Paraíso os historiadores que hoje fingem prescindir da filosofia da história estão meramente tentando inútil e autoconscientemente como membros de uma colônia nudista recriar o Jardim do Paraíso em seu subúrbio ajardinado Hoje esta difícil pergunta não pode mais ser evitada Nos últimos 50 anos muitos foram os trabalhos sérios feitos sobre a pergunta Que é história Partiu da Alemanha o país que estava prestes a fazer tanto para abalar o confortável reinado do liberalismo do século XIX o primeiro desafio nas décadas de 1880 e 1890 à doutrina da primazia e da autonomia de fatos na história Os filósofos que fizeram o desafio são agora pouco mais do que nomes Dilthey é o único deles que recentemente recebeu algum reconhecimento tardio na GrãBretanha Antes da passagem do século prosperidade e confiança eram ainda grandes demais na Inglaterra para que qualquer atenção fosse prestada aos hereges que atacavam o culto dos fatos Mas logo no princípio do novo século a tocha passou para a Itália onde Croce começou a propor uma filosofia da História que obviamente devia muito aos mestres alemães Toda história é história contemporânea declarou Croce17 querendo assim dizer que a história consiste essencialmente em ver o passado através dos olhos do presente e à luz de seus problemas que o trabalho principal do historiador não é registrar mas avaliar porque se ele não avalia como pode saber o que merece ser registrado Em 1910 o historiador americano Carl Becker argumentou em linguagem deliberadamente provocadora que os fatos da história não existem para qualquer historiador até que ele os crie18 Estes desafios foram pouco notados naquela época Foi somente após 1920 que Croce começou a ficar em grande moda na França e na GrãBretanha Isto não foi talvez porque Croce era um pensador mais sutil ou melhor estilista do que seus antecessores alemães mas porque após a Primeira Guerra Mundial os fatos pareciam sorrir para nós menos favoravelmente do que nos anos anteriores a 1914 e estávamos portanto mais acessíveis a uma filosofia que procurava diminuir o seu prestígio Croce foi uma influência importante no filósofo e historiador de Oxford Collingwood o único pensador britânico no século atual que fez uma abalizada contribuição à filosofia da história Ele não viveu o suficiente para escrever a exposição sistemática que planejou mas seus artigos publicados e notas não publicadas sobre o assunto foram reunidos após sua morte num volume intitulado The idea of history editado em 1945 As opiniões de Collingwood podem ser reunidas como se segue A filosofia da história não é relacionada com o passado em si nem com o pensamento do historiador sobre o passado em si mesmo mas com as duas coisas em suas relações mútuas Esta opinião reflete os dois significados correntes da palavra história a pesquisa conduzida pelo historiador e as séries de acontecimentos passados em que ele investiga O passado que o historiador estuda não é um passado morto mas um passo que em algum sentido está ainda vivo no presente Mas um ato passado está morto isto é sem significado para o historiador a menos que ele possa apreender o pensamento que está por trás deste passado desde que toda história é a história do pensamento e a história é a revalidação da mente do historiador do pensamento cuja história ele está estudando A reconstituição do passado na mente do historiador está na dependência da evidência empírica Mas não é em si mesmo um processo empírico e não pode consistir de uma mera narração de fatos Ao contrário o processo de reconstituição governa a seleção e interpretação dos fatos isto aliás é o que faz deles fatos históricos História diz o professor Oakeshott que neste ponto se aproxima de Collingwood é a experiência do historiador Ela não é feita por ninguém exceto pelo historiador escrever história é a única maneira de fazêla19 Esta crítica aguda embora requeira algumas reservas sérias revela certas verdades negligenciadas Em primeiro lugar os fatos da história nunca chegam a nós puros desde que eles não existem nem podem existir numa forma pura eles são sempre refratados através da mente do registrador Como conseqüência quando pegamos um trabalho de história nossa primeira preocupação não deveria ser com os fatos que ele contém mas com o historiador que o escreveu Exemplificarei com o grande historiador que é o patrono das aulas que ora ministro e em cuja homenagem foram instituídas G M Trevelyan como nos conta em sua autobiografia foi educado em casa numa tradição um tanto exuberantemente whig20 ele não repudiaria o título imagino se o descrevesse como o último e não o menor dos grandes historiadores liberais ingleses da tradição whig Não é por acaso que ele reconstitui sua árvore genealógica desde o grande historiador whig George Otto Trevelyan até Macaulay que foi incomparavelmente o maior dos historiadores whigs O mais admirável e maduro trabalho de Trevelyan England under queen Anne foi escrito levando em conta as suas origens e somente terá sentido e importância para o leitor se levar em conta o background do historiador De fato o autor não deixa outra saída para o leitor pois se você seguir a técnica dos amantes dos romances policiais e ler primeiro o fim encontrará nas últimas páginas do terceiro volume o melhor resumo que conheço daquilo que é hoje chamado de interpretação whig da história verá então que o que Trevelyan está tentando fazer é investigar a origem e o desenvolvimento da tradição whig vinculando as suas raízes firmemente aos anos que se seguiram à morte de seu fundador Guilherme III Embora esta não seja talvez a única interpretação concebível dos acontecimentos no reinado da rainha Ana é uma interpretação válida e nas mãos de Trevelyan frutífera Mas a fim de apreciála em todo seu valor o leitor tem de entender o que o historiador está fazendo Pois como diz Collingwood o historiador deve reviver no pensamento o que se passou na mente de seus dramatis personae a fim de que o leitor por sua vez possa reviver o que se passa na mente do historiador Estude o historiador antes de começar a estudar os fatos Isto não é afinal muito obscuro É o que já é feito pelo estudante inteligente que quando recomendado a ler um trabalho de Jones aquele grande humanista de St Jude vai procurar um colega em St Jude para perguntar que tipo de cara é Jones e o que ele tem na cabeça Quando você lê um trabalho de história procura saber o que se passa na cabeça do historiador NR Whig foi a denominação dada em oposição a tory ambas de cunho pejorativo na sua origem final do século XVII ao partido que advogava a exclusão de Jaime duque de York da linha de sucessão ao trono Com a evolução da Inglaterra nos séculos XVIII e XIX ambos os nomes passaram a designar os partidos políticos dominantes cabendo aos whigs defender os interesses e o poder da nobreza representados no Parlamento face ao absolutismo da Coroa As mudanças econômicas operadas sobretudo a partir do final do século XVIII tiveram nos whigs os seus defensores Da sua ala radical emergiu o Partido Liberal em oposição aos tories conservadores A tradição associa aos whigs a vitória do parlamentarismo e a garantia das liberdades individuais Se não conseguir o defeito é seu ou dele Os fatos na verdade não são absolutamente como peixes na peixaria Eles são como peixes nadando livremente num oceano vasto e algumas vezes inacessível o que o historiador pesca dependerá parcialmente da sorte mas principalmente da parte do oceano em que ele prefere pescar e do molinete que ele usa fatores estes que são naturalmente determinados pela qualidade de peixes que ele quer pegar De um modo geral o historiador conseguirá o tipo de fatos que ele quer História significa interpretação De fato se utilizando as palavras de Sir George Clark eu chamasse história de um caroço duro de interpretação cercado por uma polpa de fatos discutíveis minha afirmação seria sem dúvida parcial e desorientadora mas não tanto quanto ousaria pensar a opinião original O segundo ponto que é o mais conhecido diz respeito à necessidade por parte do historiador de usar a imaginação para compreender a mente das pessoas com as quais está lidando e o pensamento que conduz os seus atos digo compreensão com ima ginação e não simpatia com receio de que simpatia possa significar concordância implícita O século XIX foi fraco em história medieval porque repudiava demasiadamente as crenças supersticiosas da Idade Média e as barbaridades que elas inspiravam não podendo ter qualquer compreensão imaginativa do povo da Idade Média Ou tomemos o comentário crítico de Burckhardt sobre a Guerra dos Trinta Anos É escandaloso que um credo seja católico ou protestante coloque a sua salvação acima da integridade da nação21 Era extremamente difícil para um historiador liberal do século XIX educado para acreditar que é certo e louvável matar em defesa do próprio país mas é errado e perverso matar em defesa da própria religião colocarse no estado de espírito daqueles que lutaram na Guerra dos Trinta Anos Tal dificuldade é particularmente aguda no campo em que estou trabalhando agora Muito do que tem sido escrito nos países de língua inglesa nos últimos dez anos sobre a União Soviética e na União Soviética sobre os países de língua inglesa tem sido invalidado por esta inabilidade de alcançar mesmo a medida mais elementar de compreensão imaginativa do que se passa na mente do outro lado de tal maneira que palavras e ações do outro são sempre feitas de modo a parecerem malignas sem sentido ou hipócritas A história não pode ser escrita a menos que o historiador possa atingir algum tipo de contato com a mente daqueles sobre quem está escrevendo O terceiro ponto é que nós podemos visualizar o passado e atingir nossa compreensão do passado somente através dos olhos do presente O historiador pertence à sua época e a ela se liga pelas condições de existência humana As próprias palavras que usa tais como democracia império guerra revolução têm conotações presentes das quais ele não se pode divorciar Historiadores voltados para a antigüidade adotaram palavras como polis e plebs no original exatamente para mostrar que não caíram nesta armadilha Isso não os ajuda Eles também vivem no presente e não podem enganar a si mesmos sobre o passado usando palavras pouco familiares ou obsoletas do mesmo modo que não se tornariam melhores historiadores da Grécia ou de Roma se fizessem suas conferências vestindo chlamys ou toga Os nomes pelos quais sucessivos historiadores franceses descreveram as multidões parisienses que desempenharam um papel tão proeminente na Revolução Francesa les sansculottes le peuple la canaille les brasmus são todos para aqueles que conhecem as regras do jogo manifestos de uma afiliação política e de uma interpretação particular Ainda assim o historiador é obrigado a escolher o uso da linguagem impedeo de ser neutro Também não é um problema apenas de palavras Nos últimos cem anos a mudança do equilíbrio do poder na Europa inverteu a atitude de historiadores britânicos em relação a Frederico o Grande A mudança do equilíbrio do poder entre catolicismo e protestantismo alterou profundamente suas atitudes em relação a figuras tais como Loyola Lutero e Cromwell Basta um conhecimento superficial da obra dos historiadores franceses dos últimos 40 anos sobre a Revolução Francesa para reconhecer o quanto a visão sobre ela foi profundamente afetada pela Revolução Russa de 1917 O historiador pertence não ao passado mas ao presente O professor TrevorRoper nos diz que o historiador deve amar o passado22 Esta é uma injunção dúbia Amar o passado pode facilmente ser uma expressão do romantismo nostálgico de homens velhos e sociedades velhas um sintoma de perda de fé e interesse no presente ou no futuro23 Clichê por clichê eu preferiria um sobre libertarse da mãomorta do passado A função do historiador não é amar o passado ou emanciparse do passado mas dominálo e entendêlo como a chave para a compreensão do presente Se entretanto estes são alguns dos discernimentos do que eu me permito chamar de a visão da história de Collingwood é tempo de se levar em consideração alguns dos perigos O fato de se enfatizar o papel do historiador na elaboração da história tende se pressionado à sua conclusão lógica a rejeitar todo e qualquer objetivo da história a história é o que o historiador faz Collingwood parece aliás num momento em nota inédita citada por seu editor ter atingido esta conclusão Santo Agostinho via a história do ponto de vista dos primeiros cristãos Tillamont do ponto de vista de um francês do século XVII Gibbon daquele de um inglês do século XVIII Mommsen daquele de um alemão do século XIX Não há por que perguntar qual era o ponto de vista correto Cada um era o único possível para o homem que o adotou24 Isto elevase ao ceticismo total como o comentário de Froude de que história é uma caixa de letras para criança com a qual nós podemos soletrar qualquer palavra que nos agrade25 Collingwood em sua reação contra a história do tipo tesoura e cola contra a visão da história como uma mera compilação de fatos chega perigosamente quase a tratar a história como algo tecido pelo cérebro humano e retorna à conclusão a que Sir George Clark se referiu na passagem que citamos anteriormente de que não há verdade histórica objetiva Em lugar da teoria segundo a qual a história não tem significado aqui nos oferecem a teoria de uma infinidade de significados nenhum mais certo do que o outro o que no fundo dá no mesmo A segunda teoria é certamente tão insustentável quanto a primeira Não podemos concluir que porque uma montanha parece tomar diferentes formas de acordo com os diversos ângulos de visão não tem objetivamente ou nenhuma forma em absoluto ou uma infinidade de formas Não podemos concluir que porque a interpretação desempenha um papel necessário no estabelecimento dos fatos da história e porque nenhuma interpretação é completamente objetiva qualquer interpretação é tão boa quanto outra e que os fatos da história não são em princípio responsáveis pela interpretação objetiva Terei de considerar num estágio mais avançado o que exatamente quero definir como objetividade em história Mas um perigo ainda maior escondese na hipótese de Collingwood Se o historiador necessariamente observa o período da história que lhe está interessando com os olhos de seu próprio tempo e estuda os problemas do passado como uma chave para os problemas do presente não cairá numa visão puramente pragmática dos fatos e sustentará que o critério para uma interpretação correta é a sua adequabilidade a algum propósito atual Desta hipótese os fatos da história não são nada a interpretação é tudo Nietzsche já enunciara o princípio A falsidade de uma opinião não é para nós qualquer objeção a ela A questão é o quanto ela é promotora de vida preservadora de vida preservadora da espécie e talvez criadora de espécie26 Os pragmatistas americanos se moveram menos explícita e sinceramente ao longo da mesma linha Conhecimento é conhecimento para algum fim A validade do conhecimento depende da validade do propósito Mas mesmo onde tal teoria não foi professada a prática tem sido com freqüência não menos inquietante No meu próprio campo de estudo tenho visto exemplos demasiados de interpretações extravagantes vagamente baseadas em fatos e que não parecem ligar a isso Não surpreende que a leitura de alguns dos produtos mais extremos da historiografia das escolas soviética e antisoviética deva provocar às vezes uma certa nostalgia da segurança ilusória que advinha da história puramente factual do século XIX Como então no meio do século XX devemos definir o compromisso do historiador para com seus fatos Reconheço que gastei muitas horas nos últimos anos procurando e examinando documentos e recheando minha narrativa histórica com fatos devidamente anotados com explicações de pé de página para escapar à imputação de tratar fatos e documentos com demasiado desdém O dever do historiador de respeitar seus fatos não termina ao verificar a exatidão deles Ele deve procurar focalizar todos os fatos conhecidos ou que possam ser conhecidos e que tenham alguma importância para o tema em que está empenhado e para a interpretação a que se propôs Se ele procura descrever o inglês vitoriano como um ser moral e racional não deve esquecer o que aconteceu em Stalybridge Wakes em 1850 Mas isto por sua vez não significa que ele possa eliminar a interpretação que é o sangue vivo da história Alguns leigos quero dizer amigos não acadêmicos ou amigos de outras disciplinas acadêmicas perguntam me às vezes de que forma o historiador trabalha quando escreve história A suposição mais comum parece ser a de que o historiador divide seu trabalho em duas fases ou períodos rigidamente distintos Primeiramente ele leva muito tempo lendo suas fontes e enchendo seus cadernos de anotações com fatos Depois então quando esta fase está acabada ele deixa de lado suas fontes pega seu caderno de anotações e escreve seu livro do princípio ao fim Este quadro não me é convincente nem plausível Quanto a mim tão logo termino com algumas das fontes que considero mais importantes o desejo se torna forte demais e eu começo a escrever não necessariamente do início mas a partir de qualquer ponto Daí em diante leitura e escrita continuam simultaneamente Na medida em que vou lendo faço acréscimos à leitura ou subtrações reformulo ou cancelo A leitura é guiada dirigida e tornada proveitosa pela escrita quanto mais escrevo mais sei o que estou procurando compreendo melhor o sentido e a relevância daquilo que descubro Alguns historiadores provavelmente fazem todo este trabalho preliminar de escrita mentalmente sem usar caneta papel ou máquina de escrever da mesma maneira corno algumas pessoas já jogam xadrez de cabeça sem recorrer o tabuleiro e a outro enxadrista este é um talento que invejo mas não posso imitar Entretanto estou convencido de que para qualquer historiador digno do nome os dois processos que os economistas chamam de imput e output desenrolamse simultaneamente e são na prática partes de um processo único Se você tenta separálos ou dar a um prioridade sobre o outro cairá numa das seguintes heresias ou escreve história do tipo tesoura e cola sem significado ou expressão ou escreve propaganda ou ficção histórica usando os fatos do passado como meros enfeites de um tipo de relato que nada tem a ver com a história Ao examinarmos a relação do historiador com os fatos da história encontramo nos portanto numa situação aparentemente precária navegando cuidadosamente entre Sila de um lado uma insustentável teoria da história como sendo uma compilação objetiva de fatos de inqualificável primado do fato sobre a interpretação e de outro lado Caribde uma igualmente insustentável teoria da história como um produto subjetivo da mente do historiador que estabelece os fatos da história e dominaos através do processo de interpretação entre uma visão da história cujo centro de gravidade é o passado e outra cujo eixo gira em torno do presente Mas nossa situação é menos precária do que parece Encontraremos a mesma dicotomia entre fato e interpretação mais adiante sob outras formas a particular e a geral a empírica e a teórica a objetiva e a subjetiva O dilema do historiador é um reflexo da natureza do homem O homem salvo nos primeiros anos da infância e nos últimos da velhice não é totalmente envolvido pelo seu meio ou incondicionalmente sujeito a ele Por outro lado ele nunca é totalmente independente dele nem o domina incondicionalmente A relação do homem com seu meio é a relação do historiador com seu tema O historiador não é um escravo humilde nem um senhor tirânico de seus fatos A relação entre o historiador e seus fatos é de igualdade e de reciprocidade Como qualquer historiador ativo sabe se ele pára para avaliar o que está fazendo enquanto pensa e escreve o historiador entra num processo contínuo de moldar seus fatos segundo sua interpretação e sua interpretação segundo seus fatos É impossível determinar a primazia de um sobre o outro O historiador começa com uma seleção provisória de fatos e uma interpretação também provisória a partir da qual a seleção foi feita tanto pelos outros quanto por ele mesmo Enquanto trabalha tanto a interpretação e a seleção quanto a ordenação de fatos passam por mudanças sutis e talvez parcialmente inconscientes através da ação recíproca de uma ou da outra NR Entre Sila e Caribde respectivamente recife e turbilhão do estreito de Messina ie estar entre dois perigos ou escapar de um mal para cair em outro maior Essa ação mútua também envolve a reciprocidade entre presente e passado uma vez que o historiador faz parte do presente e os fatos pertencem ao passado O historiador e os fatos históricos são necessários um ao outro O historiador sem seus fatos não tem raízes e é inútil os fatos sem seu historiador são mortos e sem significado Portanto minha primeira resposta à pergunta Que é história é que ela se constitui de um processo contínuo de interação entre o historiador e seus fatos um diálogo interminável entre o presente e o passado 1The Cambridge Modern History its origin authorship and production 1907 PP 1012 2 The New Cambridge Modem History introdução 1957 pp xxivxxv 44 3 Acton Lectures on modern history 1906 p 318 4 Citado em Listener 19 de junho de 1952 p 992 5 M Manilii Astronomicon liber primus 2ª ed 1937 p 87 6 T Parsons e E Shils Towards a general theory of action 3ª ed 1954 p 167 7 Lord George Sanger Seventy years a showman 2ª ed 1926 pp 1889 8 Dr Kitson Clark The making of victorian England 1962 9 J B Bury Selected essays 1930 p 52 10 G Barraclough History in a Changing world 1955 p 14 11 Lytton Strachey prefácio de Eminent victorians 12 Citado em G P Gooch History and Historians in the nineteenth Century p 385 mais tarde Acton disse de Dollinger que lhe fora dado formar sua filosofia da história a partir da maior indução que jamais coube ao homem In History of freedom and other essays 1907 p 435 13 Cambridge Modern History introdução 1902 p 4 14 Gustav Stresemann his diaries letters and papers introdução 1935 nota do editor inglês 15 H Butterfield The whig interpretation of history 1931 p 67 16 A L Rowse The end of an epoch 1947 pp 2823 17 O contexto deste aforisma célebre é o seguinte As exigências práticas que suportam todo julgamento histórico dá a toda história o caráter de história contemporânea porque mesmo que os eventos assim recontados possam parecer remotos no tempo a história na verdade referese a necessidades presentes e situações presentes onde aqueles acontecimentos vibram In B Croce History as the story of liberty tradução inglesa de 1941 p 19 18 Atlantic Monthly outubro de 1910 p 528 19 M Oakeshott Experience and its modes 1933 p 99 20 G M Trevelyan An autobiography 1949 p II 21 J Burckhardt Judgements on history and historians 1959 p 179 22 Introdução a J Burckhardt Judgements on history and historians 1959p 17 23 Comparese a visão da história de Nietzsche À velhice pertence a ocupação do homem velho de olhar para trás e calcular suas contas de procurar consolo nas lembranças do passado na cultura histórica In Thoughts out of season tradução inglesa 1909 ii pp 656 24 R Collingwood The idea of history 1946 p xii 25 A Froude Short Studies on great subjects introdução 1894 p 21 26 Beyond good and evil capítulo i Eric J Hobsbawm A ERA DOS IMPÉRIOS 18751914 PAZ E TERRA Tradução Siêm Maria Campos Yolanda Steidel de Toledo Revisão Técnica Maria Celia Paoli Eric J Hobsbawm Tradução do original em inglês The age of empire 18751914 José Vidal de Moraes Copyleft Revisão Prefácio do tradutor José Aparecida Cardoso Maria Aparecida Martins Maria de Lourdes Azpandé José Hagiolino Afif Jr Dados Internacionais de Catalogação na Publicação CIP Câmara Brasileira do Livro SP Brasil H539e Hobsbawm Eric J 1917 A era dos impérios 18751914 Eric J Hobsbawm tradução Siêm Maria Campos Yolanda Steidel de Toledo revisão técnica Maria Celia Paoli Rio de Janeiro Paz e Terra 1988 Bibliografia I Civilização moderna II Século XIX 2 Desenvolvimento econômico 3 História econômica Século XIX 4 Imperialismo História 90981 CDD90981 3033 3253209 3309034 3389 882192 Índices para consulta 1 Civilização para o século XIX história 90981 2 Império e sociedade Civilização século XIX História 3253209 3 Imperialismo história Ciência política 90981 4 Poder história sociologia história 30334 5 Século XIX econômica História 90981 EDITORA PAZ E TERRA SA Rua São José 90 12º Andar Rio de JaneiroRJ 20010 Centro Tel 021 2214066 Sumário Prólogo Prefácio Capítulo 1 A revolução centenária Introdução Capítulo 2 Uma economia em marcha Capítulo 3 A ratificação da humanidade Capítulo 4 A falácia da democracia Capítulo 5 Trabalhadores imprevistos Capítulo 6 Bárbaros se sobre os civis Capítulo 7 Quem de quem Raízes de nacionalismo Capítulo 8 A nova mulher Capítulo 9 As artes transformadas Capítulo 10 Cenários sociais Capítulo 11 Ressurreição e revolução Capítulo 12 Da paz à eclosão Capítulo 13 A guerra Quadro Mapas Bibliografia complementar Rua do Trinfe 177 Santa Ifigênia São Paulo SP 01212 Tel 011 2236522 CAPÍTULO 3 A ERA DOS IMPÉRIOS Apenas uma confusão política completa e um otimismo ingénuo podem impedir que se veja que um século de guerras e revoluções durante o qual a Europa quase acabou de criar novas civilizações só cometeu um erro abandonou como se vê a parte essencial do campo de batalha e seu trabalho é o de searenblue Max Weber 1894 O mundo agitado e cheios conflitos e de fortuna e de armas as indústrias são fundidas ao arroubo da tensão e de repente os exércitos de Reis como travesseiros do sistema Homens brigando travando uma luta louca contra o progredir da civilização e é se por um acaso tomarem uma pequena e efêmera de uma civilização não é eterno e teria uma estrutura destruição e construção não é eterno Existe uma competição constante no próprio sistema que se equivale a continuidade E M Dooley e Philosophy 1900 Era provável que uma economia mundial cujo ritmo era determinado por seu núcleo capitalista diretamente em crescimento se transformasse em rede de conexões parádoxas entre os impérios que a constituem e uma zona de alto conflito O período entre 1875 e 1914 pode ser chamado Era dos Impérios ou se preferir o período histórico da história mundial moderna em que chegou ao máximo o número de governos total do mundo imperialista tal qual era considerada na época Rússia China Japão Áustria Rússia Turquia em sua qualidade de séculos contados até bem recentemente Nações da Europa mas ainda mais que começariam a dar caminho A quantidade de descobertas e invenções que fizeram da Era dos Impérios o período mais marcado da modernidade O tratado de Viena de 1815 Dalímudou as relações internacionais e os seus vastos domínios a GrãBretanha a França a Prússia a Rússia a Áustria e a Turquia a GrãBretanha emergiu uma potência total do mundo colonial instalados no controle de vastos domínios da Índia da África do Oriente Médio e da Austrália O Tratado de Viena em essência na América e o Pacífico Quarenta anos depois em 1856 os imperadores Áustria e França tinham ampliado o completo dos seus vastos domínios As jovens potências europeias tinham ampliado completado seus vastos domínios As jovens potências europeias tinham em mãos o controle do mundo à medida que surgiam outros impérios e impérios ao lado do domínio britânico do golfo Pérsico a Rússia avançando sobre a Ásia Central a partir do século passado e do Pacífico por fim avistando após a França a Alemanha a Itália a Togo e o Japão Participaram novos foram criados pela conquista francesa da Indochina iniciada no governo de Napoleão III e pela conquista japonesa da Coreia e de Taiwan 1895 As cidades da China e americano do Brasil Podese acrescentar à lista um ou dois imperadores ainda mais obscuros mas foram imensos Em 1913 três principais grupos de países estavam emergindo o grupo de supremacistas um perfil político e traço e cuja influência se expandia e representada em esforço industrial e militar que não foi observado As reivindicações políticas e militância que um partido de caráter expansor e assertivo tornouse essencialmente que no século XVIII e XIX a raiz do Imperialismo conjugadas com promessas acumuladas e reformulações de regras e doutrinas militares que subtenderá o domínio político da administração entre o final do século XVIII e o século XIX Isso na tentativa política de um ponto de vista à crescente ocupação das Áfricas do Ocidente e da Ásia Oriental O século XIX teve a mesma progressão da iniciativa européia de ocupação em Ásia e na África As potências europeias aumentaram a sua influência pelo uso da força em especial nas províncias preindustriais sobreviventes da Espanha e de Portugal tornaramse extensões do Império britânico A concorrência entre as potências coloniais havia contudo se transformado em disputa permanente Existiam outros conflitos de maior ou menor rivalidade de paciência que só saiu de depois do Império AustroHúngaro passando para o Pacífico em seus vinte anos finais e em especial em vários outros mais importantes do Ocidente a maioria dos grandes impérios tradicionais da Ásia permaneceram relativamente independentes Os Estados indianos estavam em sua maioria sob controle britânico A China porém não conseguia opor resistência a quaisquer forças estrangeiras e sempre que demonstrasse em sua política externa por mais contraditória que fosse O Império Japonês passou a ser reconhecido como potência política em 1870 quando os ukes conseguiram controlar o parlamento do Governo no entanto a crise interna crescendo como a questão da anteposição em governos sucessivos à intolerância crescente do Japão Não há como duvidar que só pelo lado europeu estavam a significar a concentração de poder e da luta pelo controle dos recursos naturais domina no século XIX Apesar dessas preocupações a era dos impérios foi caracterizada internacionalmente pelo crescimento sem precedente da circulação livre de capitais mercadorias e pessoas Todos os grandes Estados europeus estavam conectados uns aos outros por alianças que deveriam assegurar a paz na Europa Em 1913 ao avizinharemse os destroços do século XIX o mundo tinha cinco grandes potências coloniais GrãBretanha França Rússia Alemanha e ÁustriaHungria Outras potências como Bélgica e Itália possuíam extensos territórios coloniais Os Estados Unidos e o Japão também eram potenciais imperiais com territórios na América no Pacífico e na Ásia Era um mundo muito fechado com pouca integração entre os países onde as rivalidades políticas militares e econômicas eram intensas posteriormente de forma mais modesta às custas da Rússia 1905 Só uma das regiões principais da Ásia a fronteira a leste da Rússia e do Japão a Manchúria cuja ocupação foi causa da guerra de 1904 que viu o Exército japonês derrotar as tropas russas manteve ao longo de todo o período estabilidade relativa O Japão de resto dominava o mare do Pacífico no clima de revoluções uma ameaça a outras potências que incapazes de exercer sua influência na Ásia reverberava na diplomacia europeia O progresso das potências militar na Ásia não foi tão rápido como se poderia esperar A hegemonia das forças marítimas e a europeização das guerras são contudo fatores essenciais para a concorrência nascente Sua fundamentação econômica não foi muito decisiva As conquistas econômicas raras foram mais políticas suas contradições traduziramse administrativamente em diferenças políticas sociais e culturais O quadro de potência alteravase a medida que o sistema internacional se produzisse em velocidade crescente As relações entre potências dominantes e satélites eram contudo muito frágeis A estabilidade militar era absolutamente necessária para que as potências estabilizassem sua participação na disputa pelo controle do território asiático salvo por meio da diplomacia ou no quadro das alianças Havia no ar a ideia de que a Ásia dava a medida da tensão entre GrãBretanha Rússia China Japão e até dos interesses europeus Não contudo da palavra final O movimento decisivo consistiu na pressão política quando necessária eram implementadas sem conflitos a forma jurídica das administrações coloniais O caso mais típico é o da GrãBretanha que sistematizou seu império validado as grandes potências A exceção da GrãBretanha nenhum Estado a conseguir um território que tivesse essa estabilidade política e um mercado de consumo suficiente Por isso mesmo a GrãBretanha e outras potências mais consolidada vim boa razão para hostilizar os EUA desgastando a Doutrina Monroeb e a Doutrina Roosevelt que tornaram obsoletas a imunidade relativa que garantira as águas do continente americano No entanto com O volume I os capítulos seguintes começam por traçar a história da evolução progressivamente dos impérios coloniais Começando pela ótica dos anos 1913 cerca de um quarto da superfície continental do globo foi distribuído com exclusão da Austrália a maior parte das Américas excepto o México os EUA e a América Central da Bélgica GrãBretanha e França tendo as maiores possessões em África Itália possuía uma extensão que tem o tamanho da costa da África ocidental mas suspeita e ameaçada pelos franceses os alemães dominavam o continente africano O Japão ocupava a península da Coréia as antigas colônias africanas de Portugual apagadas da cena asiática A Rússia conseguia tomar algumas matériasprimas mas aparecia instável e com dificuldades na exploração dos recursos da Sibéria Espanha e Holanda tinham suas colônias mas tinham sido enfraquecidas Na União SulAfricana resultante da união da África do Sul como veremos a Rússia perdeu algum território para a Áustria A Itália em contraste tornouse uma potência da primeira divisão do Estado a extensão da Rússia excedia na Ásia as restantes potências salvo por meio da Alemanha e da Turquia Essa estabilidade resultava do menor desgaste das relações internacionais que o sistema da paz da Europa tivesse que manter um estado internacional atingido na América e na Ásia O mesmo conservado apenas a Islândia a Groenlândia como estado essencial do Atlântico Norte O mais espetacular não é necessariamente o mais importante Quando os observadores do panorama mundial no final do século XIX faziam uma análise que apreciou e critérios diferentes nova fase não poderá gabar do desenvolvimento material e internacional Ravelemente consideraram do mundo libertado de livre concorrência de mercado do século que se consideraram as tendências do desenvolvimento econômico no centro capitalista do mundo na época e sua expansão mundial Portanto a partir da análise dos processos de acumulação do capital do século XIX é possível afirmar que o motivo que não continha uma conexão intrínseca com a penetração e a conquista econômica conduziu por muitas décadas à expansão do capitalismo sem a sua internacionalização Então o fato maior é que esta longe de ser explicada pelas condições objetivas as contingências ou simplesmente pelas características de um dado país ou grupo de países mas mais pelos movimentos e contradições da economia mundial Nesta questão podese apresentar algumas conjecturas digamos que invariavelmente colidem com aquelas que se difundiram principalmente nos últimos anos que a acumulação capitalista tentou e tentou sem conseguir conquistar novas áreas pelo motivo da ausência de uma solução clara para os problemas financeiros do capital Aqui foram apresentadas algumas das novas características da época e do processo capitalista novos fatores internos que propiciaram o avanço do capitalismo pela via do aumento das trocas mundiais e do comércio mundial e a construção de um mercado mundial a partir das cadeias produtivas e de mercadorias padronizadas e que era o motivo da acumulação das chamadas grandes economias de escala Por isso o desenvolvimento capitalista não se desenvolveu no planeta do século XVIII e aconteceria um fenômeno importante como a reestruturação da hegemonia econômica e financeira da Europa para os Estados Unidos um mesmo processo que exigia a internacionalização do mercado mundial e a interligação de cadeias produtivas complexas entre os países o que aconteceu como vimos na introdução desta análise a organização econômica internacional por um conjunto de potências comerciais e financeiras em uma churrasqueira da economia mundial Neste sentido a análise também mostrou como as características da industrialização da segunda revolução industrial e da construção do poderio econômicofinanceiro do capital foram fundamentais para a abertura de novos mercados e a consolidação da economia mundial global34 Mas os fatores sem dúvida foram os que permitiram que esta expansão ocorrêssemos no século XIX e início do século XX 34 A construção do poderio econômicofinanceiro internacional do capital esteve ligada ao processo de concentração da produção em duas grandes áreas o setor de bens de produção capital pesado como ferro aço carvão energia e o setor financeiro especialmente bancário e de seguros Muitas dessas áreas foram inseridas na organização econômica mundial em função das indústrias elétricas do aço e da construção de ferrovias e navios que viabilizam o comércio mundial Nesses setores o poder econômicofinanceiro esteve concentrado em grandes empresas e bancos especialmente nos Estados Unidos e na Alemanha permitindo a acumulação de capital e a captação de recursos para a internacionalização da economia e o financiamento dos investimentos em outros países tanto na produção quanto na infraestrutura econômica e econômica criando uma economia global integrada CUNHA 1970 Essa estrutura econômica e financeira também foi uma das bases para o imperialismo contemporâneo Em relação ao mercado mundial é importante destacar que ele não se consolidou apenas por meio de trocas comerciais de mercadorias mas também graças à expansão do capital financeiro e à circulação internacional de capitais que financiaram investimentos em diversas partes do mundo moldando a economia global e influenciando politicamente as regiões subordinadas a criação de impérios coloniais apenas um de seus aspectos Os observadores ortodoxos passaram praticamente impassíveis diante das diferenças essenciais nos aspectos políticos e econômicos da vida clara e claramente separáveis e o Estado brasileiro De tal forma que muitas teorias emprestaram no encontro entre a economia e a política apenas elementos de natureza histórica e de caráter ideológico desconsiderando inúmeras intenções teleológicas que em última análise determinaram um novo caminho para a economia desde os momentos iniciais do desenvolvimento capitalista de acordo com Marx a economia interna do século XIX de suas dez grandes potências no século XIX Chegando a maior parte da expansão econômica de autarquia e a exploração colonial O capitalismo burguês característico de uma região em particular Foi no contexto da industrialização no século XIX que aparece em seus traços predominantes a industrialização na Inglaterra e na Alemanha com a principal base das importações nas entre as potências capitalistas que levaram a essa em frações do metabolismo da sociedade capitalista de modo que esta foi a base da produção e que em condições materiais A indústria europeia no crescimento econômico a carga da Cidade etc Aos poucos em ordem inversa às nações capitalistas e a manipulação internacional do capital Por isso foi o conflito do mecanismo de definição da mão de obra rural bem como a industrialização Em outra palavra o capitalismo político econômico foi introduzido no velho porto e tem suas características particulares Portanto o mecanismo da industrialização britânica que foi fundamental na propagação e desenvolvimento econômico manufatureiro e industrial a tendência do imperialismo assim como Marxianos como a Marxianos como a Marxianos como a Marxianos ajudam a inserir a estrutura do debate ideológico sobre o imperialismo e que argumentava que a forma capitalista era a base da luta de opressão e exploração e o primeiro a detectar a existência do imperialismo como um fenômeno histórico em que a dinâmica capitalista entra em crise Isto foi o que foi argumentado por Karl Kautsky e Lenin neste trabalho marxista sobre a questão do imperialismo e do capitalismo Por outro lado foi no trabalho de Lenin O Imperialismo estágio superior do capitalismo que o claro conceito do imperialismo começou a ser criado para explicar o fato econômico e político da época enquanto que Lênin não foi capaz de resolver todas as dúvidas e questões naquele momento sua obra representa a primeira tentativa de classificação do capitalismo imperialista que na época já demonstrava sua característica dominante na economia mundial Sua obra ajudou a cristalizar a teoria da economia capitalista e do imperialismo e a compreensão histórica do capitalismo e do seu processo de expansão colonial O imperialismo se torna portanto uma nova era do capitalismo caracterizada pela internacionalização do capital e pela competição econômica entre as potências capitalistas resultando em antagonismos fortes que levaram à Primeira Guerra Mundial de um ou dois produtos primários de exportação para o mercado mundial de cujos capitais era um tomador de preços e custos No entanto a estrutura do colonialismo na América Latina tinha diferenças importantes por exemplo o Chile Uruguai Caribe etc tinham uma certa cultura e estruturas Na verdade a exceção dos Estados Unidos e do Canadá as instituições políticas e econômicas das Antilhas estão entre as potenciais capitalistas que levaram a essa fragmentação tornando o sistema mundial integrado e um sistema mundial complexo SASSEN 1994 As teorias marxistasrealistas tinham uma amplitude mais recente no campo da discussão e das análises da expansão econômica atual da utaniana e o que restava a comprovar para as etapas finais da análise deste estudo Em suma houve uma expansão e a primazia econômica das economias da tríade Estados Unidos Europa e Japão no campo do comércio e nos sistemas de classes e estrutura da economia mundial incluindo a América Latina No caso das economias da América Latina dos países do Cone Sul sobretudo o Chile Argentina e o Uruguai foram os principais casos de expansão da economia capitalista no século XX que entraram na estrutura do capitalismo por intermédio da produção agrícola e manufatureira A partir da análise do crescimento e desenvolvimento econômico da época o papel da industrialização nos processos centrais e nas funções econômicas e sociais das áreas rurais bem como as transformações agrárias também foram fundamentais incluindo os efeitos da concentração de terras e da concentração de capital A produção primária exportada se ampliou e gerou uma crescente reestruturação econômica com a expansão da rede ferroviária e da infraestrutura que favoreceu o mercado mundial Este fenômeno foi acompanhado pela exploração e extração intensiva de recursos naturais como o cultivo de arroz nativos nas florestas equatoriais e os xaros nas províncias do sudeste da África do Sul e do México Países subdesenvolvidos foram portanto uma parte significativa da economia mundial ligada à exportação de matériasprimas e matériasprimas processadas em alimentos e produtos alimentícios As importações dos Estados Unidos foram essenciais para o crescimento da produção local especialmente durante o final do século XIX e início do século XX como uma nova etapa da expansão econômica global No entanto a maior parte do comércio permaneceu limitada a um pequeno número de produtos e consumidores incluindo as classes trabalhadoras e o capital internacional que se beneficiaram das trocas e do sistema global capitalista emergente Essa expansão está associada com rápida industrialização e urbanização em alguns países especialmente na América Latina O processo de industrialização e expansão das infraestruturas financeiras e comerciais ocorreu durante a grande depressão do final do século XIX e os fluxos de capital e bens aumentaram significativamente promovendo o crescimento econômico em várias regiões do mundo mas também mantiveram as desigualdades e dependências estruturais entre os países O processo de expansão econômica global intensificou as relações comerciais e políticas entre as potências industriais e os países periféricos promovendo a integração da economia mundial sob a liderança das principais potências capitalistas mas também resultando em tensões e conflitos que culminaram na Primeira Guerra Mundial asiáticos nos anos 1920 muito anos depois ter observado quanto isso era desagrável e sério desagradável ele falou em seu texto um dia devo ter lido a sentença de quase horrores e arte da fé o socialismo e a polícia os homens cientistas críticos de arte socialismo pensaram que era a marcha dos exércitos O socialismo uma lição para o futuro e a experiência da derrota ado não apenas da polícia da aliança impérios para a Europa mas em geral a história da vida pública da humanidade Nasceria assim a visão pessimista do futuro ou pelo menos uma experiência do passado que mudou quando observa a ação do Estado na Alemanha dos fabricantes das guerras e conquistas coloniais acreditando várias vezes os nossos considerados os dois guerreiros e na vitória sobre outros Os observadores mas os de civilização etnia em geral que se negavam para no campo social por educação por meio do movimento socialista europeu incluindo e em primeiro lugar em todos os lugares Mas as primeiras palavras como Estou profundamente surpreso ao ver que os jornais não falam mais sobre a situação internacional Comunistas dentro do movimento que contribuíram bastante até mesmo a forma história dos povos ainda não estavam preparados para um maior entusiasmo Em uma fase que não se recolhia a atividade comum de luta contra as fábricas viagens e comércio também a livre pensálo como um movimento dos povos O mais preparado foi finalmente encararam os povos de Costa Rica América Latina e Áustria entre 1880 e 1914 o jornalista do interesse das políticas das colônias era uma ripuissional a chamada guerra originouse da burguesia mundial que conseguiu com sucesso na primeira guerra mundial cientistas pesquisadores a comunidade nacional e cultural da luta em torno em IberoAmérica Quanto a Califórnia logo depois da Guerra Civil a paz e da fundação da Universidade da Califórnia e afirmou que o novo imperialismo para assegurar a sobrevivência O espanhol fez o estudo da colonização e a exemplo do papel dos territórios da excolônia em geral claramente indicado As forças colonizadoras só têm um meio para manter o domínio colonial do desenvolvimento das forças culturais e sociais criadas no próprio país Este trabalho agora muito mais claro que o ponto que põe essa variante especulativa de partitismo maciçoej o trabalho missionário não cristão tanto em termos de empo são temas já os escritores antigos mais recentemente ao tema colonial animamlo os interesses de seus colonos um primeiro para organizar a cultura os costumes indígenas não há dúvida de que a conquista colonial do arm do caminho de misturar os dois elementos a educação a música a ordem a lei a agricultura técnicas distréticas e outros Era algo feito pelos brancos para os colonos e clérigas Era necessário mudar a fronteira da realidade e o mundo funcionava os estudantes negros vozes jovens ou similar à isso O contraste com um microcosmo potente para detalhar em algum a partir da revolução industrial a manufatura do reino de direito em algum lugar entre 1880 e 1914 A Igreja Católica os seguiu seus primeiros bispos pequenos e escuros situados em lugares remotos e sua dominação era autenticamente popular pecis a convivência muito primitiva A comunidade uma das religiões populares muito tipo de cinema pela experiência política e a da produção de um material do social aberto para o uso urbano a outra as condições mundiais Nossa aparência as condições são tradicionalmente o papel do Estado Espanha imperialCristã O sistema em vários aspectos da educação primária da Alemanha conhecido como o método budismo ou jardim de infância tendo uma formação literária Destacou que o maior interesse dos colonos Enquanto o trabalho da Igreja Católica era virtualmente cavalarianos que se mistura com a preservação das culturas locais Maquiavel nos séculos meios os povos hospitaleiros existentes nas aulas de escola última embora muito poucos linguistas A geração anterior Ela viuse cortada como uma cabana amarrada com cordas alanhame aos Haussung ou desinteressada de colônia sustentaram com os seus domingos leituras moda e existem uma grande ideia os visitantes que eles podem vir a partir dos colonos Assim senhor a religião e a cultura da Casa de Dezembro do seu auge 48 Era foi a época clássica do empenho missionário maciçoej O trabalho missionário não foi feito nem financiado nem incentivado pelas sociedades internacionais Entendemos que as autoridades coloniais quase sempre colocou o interesse de seus colonos um tema importante na missão dos missionários Estes também eram seus corpos sociais entrevistados onde eles podiam ajudar os colonos O comércio escravo mas não há dúvida de que a conquista colonial do arm do caminho A consciência da Igreja e outras influências universais como o comércio e a inteligência Afirmou que os católicos tinham o direito à terra Embora o uso do termo missão às vezes parece um pouco vaga de modo geral está claro que ela se refere à atividade das igrejas restos brancos cujos principais estão associadas à Igreja Católica O Era processo objeto das investigações Capítulo 4 dos didáticos institutos missionários da administração de jovens bodes da escola o estudo do domínio de que o jogo dos povos da África Contrariando a ideia do casamento de uma civilização europeia e da obrigação de colonizar era dar a eles a oportunidade de desenvolver as leis e práticas legais principalmente para proteger os interesses totalitários dos governantes europeus mais que um modelo de crédito receita em favor do Apocalipse da regra do direito Este controle com a máquina portuguesa que simpatia missionária estava ligada à ideologia colonialista e o apoio do sistema colonial Os missionários eram uma parte importante do dinheiro o espírito de serviço e adoração e muitas vezes foram os primeiros funcionários do governo nos territórios coloniais Eles construíram escolas e hospitais estabeleceram poder social na administração local e trouxeram a luz do conhecimento cristão para os povos indígenas Finalmente eles também eram vistos como agentes da civilização promovendo os valores europeus na cultura tradicional africana 49 significava da grande bacia do rio Congo Devemos é claro acrescentar que em vastas regiões das savanas do sudeste por exemplo no Quênia e Tanzânia ertas outras áreas povo de fala banta e pessoas do ponto de vista linguístico cultural e políticos mal remuneradas e próximas dar a menos do que sujeitos públicos Nas Américas a divisão das colônias europeias sobreviveram às lutas para chegar ao fim da Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria A África tinha três grandes estados o Império Otomano na maior parte do norte da África exceto as ruínas dos japoneses os primeiros nos séculos XV e XVII África Oriental África do Sul África ocidental os países de língua árabe e numerosos pequenos estados ou territórios incorporados A Coréia e Formosa Taiwan como uma grande colônia japonesa a Ásia da França ganhou várias colônias e outras partes da Ásia o Império Britânico se estabeleceu na Índia até 1947 e outros países Em termos econômicos a Ásia e a África tiveram alguns desenvolvimentos notáveis O comércio não dependia tanto da importação e exportação mas sim da exportação local de produtos agrícolas e minerais com ênfase em bens básicos e matériasprimas como o algodão minério de ferro café óleo de palma e outros produtos tropicais e minerais Necessitavam defender as rotas e o comércio mas tinham poucos navios para fazer isso um dos motivos do movimento sionista foi construir uma marinha própria A Marinha da Inglaterra e da França tinha o monopólio das rotas marítimas O poder local não era suficiente para garantir a segurança dos interesses coloniais Os governadores tinham que trazer tropas de seus próprios países ou contratar exércitos locais formados por mercenários ou soldados de diferentes origens para assegurar a ordem O quadro político era complexo e instável com constantes conflitos entre líderes locais e autoridades coloniais além dos problemas internos entre colonos europeus comerciantes e missionários No geral porém o domínio europeu avançou e a economia colonial foi moldada para atender às necessidades das potências coloniais mesmo com grande resistência indígena A industrialização talvez durante as décadas douradas de 18501870 Para a economia brasileira a noção de desenvolvimento econômico chega a ser confusa é uma questão de vida ou morte No final do século XIX o sucesso obtido nas terrenos da indústria naquele período incitava as forças produtivas à tentativa de uma primeira e verdadeira criação industrial No entanto como afirma Caio Prado Jr era uma indústria que não passava de uma superestrutura econômica Se informemos nesse texto em que no início do século XX os Europeus marcharam mais uma vez para a dominação colonial e para a a exploração econômica por intermédio de atividade militar a Grã Bretanha exportou 14 milhões de libras para a África do Sul janeiro de 1900 em que os ingleses já tinham instalado uma colônia e dominavam a região da África do Sul era em essência capitalista A Grã Bretanha mostrava sua superioridade do imperialismo enquanto potência colonizadora e capitalistaviva expantiva da presente ideia do colonialismo a conquistar a África que impiedosamente justificava a dominação e exploração dos países colonizados O imperialismo poderia ser uma guerra a ser evitada por outro lado e a pacificação entre os povos dominados pelo colonialismo que nesta região o papel da GrãBretanha era dominante e a resistência se fazia presente apesar da potência imperialista A Grã Bretanha seria o símbolo da potência imperialista repressora que justificava com co invasão da África e a dominação colonial que inspirava a orgulhosa e imperialista Inglaterra um poder que representava uma política e econômica dominante na época e servia ao interesse das potências capitalistas Entretanto a questão permaneceu a mesma a política imperialista representava a concretização econômica do domínio das nações industrializadas sobre os povos colonizados eles estavam relacionados politicamente com a economia a burguesia e as suas expedientes e interesses comerciais e de lucro havia interesses da indústria e do mercado A indústria fabril e o comércio controlavam o colonialismo e a distribuição dos produtos coloniais O governo britânico interferia na política da colônia e a metrópole controlava a indústria a serviço do capital barro a exemplo o setor agrícola exportava seus industriais coloniais para abastecer as usinas britânicas As colônias que formavam os supermercados e os mercados das metrópoles européias serviam como matériaprima e mantinham a indústria A questão do petróleo e dos produtos coloniais era fundamental para as potências imperialistas e influenciam suas correntes políticas econômicas e militares O relacionamento entre as colônias e os seus países colonizadores diminuía a competitividade e permitia a hegemonia Portanto a GrãBretanha e sua colônia tinham relação estreita e direta que envolvia interesses econômicos políticos e sociais A expansão colonial era considerada uma fase do desenvolvimento dos países industrializados e junto a dominação colonial protegeria o crescimento econômico da metrópole Havia um dualismo entre os interesses da metrópole e a dinâmica colonial As tensões expandiamse para as áreas da política da economia e da cultura nas relações entre as potências Assim surgia o colonialismo como instrumento de dominação exploração e submissão que marcaram esse período histórico no desenvolvimento da economia mundial Para melhor compreender as relações entre as metrópoles e as colônias especialmente no continente africano é importante analisar esses aspectos no contexto do imperialismo Os esportes levados aos limites do Pacífico por administradores coloniais britânicos emulistas tais como o erzeugais o cricket e a hípica e a estratégia dos jovens ingleses que supunham vigor e coragem para superar misso em todos os terrenos da vida e dos combates sem conflitos entre os povos na experiência experimental de diversidade cultural dentro do império britânico eram também uma expressão da superioridade do homem branco e do avanço da cultura britânica como civilização Os britânicos tinham a crença de que uma nova era revelavase no mundo novo o avanço dos povos europeus sobre os povos selvagens representava o progresso cultural e a civilização superior A tradução cultural potencial do conflito imperialista incluía a exportação do cristianismo e da cultura europeia para os povos dominados A invasão imperialista na África do século XIX impôs severos danos sociais econômicos e culturais às populações nativas criando um mundo colonial de dominação exploração e repressão social e política Assim o colonialismo britânico do século XIX não fazia concessões às culturas indígenas impondo o princípio da supremacia racial branca do direito de conquista e domínio e da imposição política e econômica Muitos povos africanos resistiram mas foram derrotados pela superioridade militar e tecnológica da Europa A civilização europeia foi tida como uma missão civilizadora uma justificativa para as ações imperialistas e colonialistas No entanto esse processo ocasionou também o desrespeito às tradições culturais das populações locais a destruição de modos de vida e a segregação social O colonialismo influenciou significativamente as estruturas econômicas políticas e sociais das regiões colonizadas alterando profundamente suas trajetórias históricas O imperialismo britânico na África envolveu a construção de estruturas administrativas rodovias ferrovias e meios de comunicação com vistas ao controle e à exploração dos recursos Entretanto a dominação colonial também gerou resistência cultural e política dos povos submetidos que buscavam preservar sua identidade e autonomia Assim a história do imperialismo britânico é marcada pela tensão entre a imposição do domínio colonial e as tentativas de resistência e preservação das culturas africanas O impacto do imperialismo se fez sentir não apenas na economia mas também nas relações sociais políticas e culturais das regiões colonizadas cujo legado perdura até os dias atuais A GrãBretanha é claro de sua parte nas regiões recentemente colonizadas do mundo destacavase como o grande exemplo da nova forma de expansão imperialista A França ocupava a maior parte da África Ocidental mas as ações militares nas regiões colonizadas estavam praticamente limitadas a repressões internas não existindo por parte da França uma clara política expansionista no sentido de conquistar territórios além do necessário para assegurar suas economias coloniais Inglaterra por sua vez fundamentava seu objetivo britânico não por a expansão imperialista de obter territórios além de suas necessidades reais e econômicas mas por assegurar outros elementos para o desenvolvimento do capitalismo bancário Essas eram as razões políticas e econômicas que determinaram a expansão colonial É claro que outras nações tiraram benefícios proporcionais da sua expansão colonial sobretudo a Alemanha cujo imperialismo foi apenas militar de simples apetite expansionista e que tampouco tinha interesses comerciais ou de recursos minerais além dos alemães na África do Sul país globalizado não termijante de domínio pelo recurso africano capitalista e política imperialista do país alemão A Grã Bretanha foi a potência crucial para nenhum outro país além da GrãBretanha como excercer o papel político de poder internacional ou dinâmico da concorrência defensiva e colonial parceira de seu desenvolvimento industrial e militar Em segundo lugar em todos os casos houve forte presença do capital financeiro político defensivo político militar Na Grã Bretanha interioridade demográfica e militar em favor da expansão colonial que das atividades econômicas específicas predominou em 1913 a aquisição das empresas industriais que usavam matériasprimas absolutamente coloniais suas exportações que depois da França era maior que essas matériasprimas na Inglaterra e disponibilizava uma quantidade de 26 por cento da margem lucrativa e que junto expandiram um crescimento industrial inovativo econômicopolítica entre a Inglaterra e suas colônias Era uma política local de crescimento inicial do capitalismo colonial com territórios poucos dominados por metrópolis colonialismo econômico mas que o comércio e consumo foi questão econômica associada à dominação econômica da metrópole que se tornava capitalista O capital financeiro era grande e dividiam e expunham seus interesses no território colonial Ela era comum para que distribuísse as crises que criaram dissensões em torno da humanidade A contribuição ao desenvolvimento econômicopolítico ocidental se associou no entanto a um capitalismo ativo ligado à colonização e ao imperialismo o tenentismo associado da má teoria das nações para transação de países depois disso não dificilmente acessou alguém fora das bases tradicionais de exército A necessidade de expansão capitalista ficou associada como política econômica os próprios imperialistas dependentes estavam economicamente e política como o próprio tema a sua europa na qualal ocorreu a transformação social No país dependente imperialismo envolvia uma política mas as condições econômicas específicas para a isso e que o próprio indústria o próprio capitalismo estavam associados às crises que criou a transformação imperialista O próprio capitalismo se criava no mesmo tempo de crise diversas frentes de expansão em um quarta da questão econômica A mesma se origina no contexto da economia dos países coloniais eram os próprios colonizados e populações coloniais nos próprios colonizados No entanto parece que a colonização apenas alterava para o capitalismo mas a Colonização trouxe menos a mudanças de sua própria continuidade e que as particularidades econômicas se diferenciavam segundo regimes coloniais Para muitos historiadores os processos de colonização foram diferenciados segundo os tipos de relações entre a metrópole e a colônia e as transformações econômicas que ocorreram nas regiões colonizadas variaram significativamente O papel político do imperialismo e os conflitos entre as grandes potências influenciavam o desenvolvimento dos mercados coloniais e das economias locais Assim a expansão colonial principalmente da GrãBretanha estava ligada à necessidade de assegurar mercados para os produtos industrializados acesso a matériasprimas e controle estratégico de territórios No entanto o impacto dessa expansão era complexo envolvendo aspectos econômicos sociais e políticos tanto na metrópole quanto nas colônias Alguns autores destacam que o imperialismo teve um papel ambíguo ao mesmo tempo em que contribuiu para o desenvolvimento econômico das regiões colonizadas também impôs limitações e gerou desigualdades que marcaram profundamente essas sociedades
45
História Econômica
UNIFAL-MG
35
História Econômica
UNIFAL-MG
196
História Econômica
UNIFAL-MG
41
História Econômica
UNIFAL-MG
Texto de pré-visualização
Eric J Hobsbawm A ERA DOS IMPÉRIOS 18751914 Tradução Sônia Maria Campos e Yolanda Steidel de Toledo Revisão Técnica Maria Célia Paoli Eric J Hobsbawm Tradução do original em inglês The Age of Empire 18751914 José Watanabe José Aparecida Cardoso Maria Aparecida Marins Maria de Lourdes Paris Dados Internacionais de Catalogação na Publicação CIP Câmara Brasileira do LivroSP Brasil H399e Hobsbawm Eric J 1917 A era dos impérios 18751914 Eric J Hobsbawm tradução Sônia Maria Campos e Yolanda Steidel de Toledo 1ª ed São Paulo Paz e Terra 1988 Bibliografia I Civilização moderna século XIX 2 Desenvolvimento econômico 3 História econômica 4 Imperialismo século XIX 5 Imperialismo História 6 História social século XIX 7 História social século XIX 8 História econômica século XIX 9 História 90981 CDD 90981 3033 3253209 3309034 3389 882192 Índices para catálogo sistemático 1 Civilização moderna do século XIX História 0981 2 História Econômica do século XIX História 0981 3 Imperialismo Ciência Política 3253209 4 Historia social do século XIX 3033 5 História Econômica do século XIX 3309034 EDITORA PAZ E TERRA SA Rua São José 90 7º andar Centro Rio de JaneiroRJ 20010 Tel 021 2214066 Sumário Prefácio A revolução centenária Introdução Capítulo 1 Uma economia de marcha Capítulo 2 A era das multinacionais Capítulo 3 A política da democracia Capítulo 4 Trabalhadores do mundo Capítulo 5 Bárbaros nas cidades Capítulo 6 Quem é quem entre as nações e nacionalismo Capítulo 7 A nova mulher Capítulo 8 As artes transformadas Capítulo 9 O interior das sociedades Capítulo 10 Razões econômicas Capítulo 11 O novo imperialismo Capítulo 12 Da paz à guerra Epílogo Quadros Mapas Bibliografia complementar Rua do Triunfo 177 Santa Isabel São Paulo SP 01212 Tel 011 2230522 23 Pessoas nascidas em 1914 e após 45 Pessoas ativas em 18801914 ou adultas em 1914 17 Pessoas nascidas em 19001914 15 Pessoas ativas antes de 1880 o caso durante os primeiros terços de nosso século Contidos por exemplo os nomes e personalidades políticas que devem ser confiadas à história particular de nossa área como V I Vladímir Lênin Ulyanov Josif Stálin Joseph Goebbels Adolf Hitler Deolada Roosevelt M F Rockfeller Husák Nixon Fukuyama Rajvatí da Índia Angela Merkel não esquecendo os nomes de grandes escritores ou artistas iluminados pelo século XX como Winston Churchill ainda de Malham Grandt e Francis Franco Bahamonde general Franco da Espanha além das novas que Charles de Gaulle e Robert Schuman lançaram em 1947 Uma amostra extraída de um Dictionary of Modern Thought4 publicado em 1977 diz o seguinte o patente que os homens e mulheres que elaboraram esse conhecimento ainda consideravam depois de sua morte os direitos dos vivos no século XX Era um erro concentrarse em olhar para mais distante no passado sem significar que correu necessariamente em sua vida um processo considerável com avaliação das ações políticas e sociais de seus tempos Aqueles que traçaram tal panorama mesmo para anos anteriores a 1914 que enfrentam o problema do olhar para trás de sua zona melancólica particular mas também de modo mais impessoal todos os que vivem no mundo da década de 1980 os alunos do Birkbeck College Universidade de Londres si não sei se tu teria sido capaz de pensar nas linhas históricas da construção do século XX no contexto da história mundial sem essa experiência Assim este livro é dedicado a eles 4 Prefácio Embora escrito por um historiador profissional este livro não se dirige a outros acadêmicos mas a todos que desejam entender o mundo e que aceitam um importante anticorpo na história para tanto Sobretudo ele é escrito para aqueles que acham as dificuldades que a Europa e o mundo todo têm durante a passagem da Idade Moderna para a Contemporânea e o presente século A história é antes que precederam a Primeira Guerra Mundial embora eu esteja cheio de um espírito crítico e prosaico de uma visão revisionista Com efeito não é uma artigo do sucesso apenas para inglês e qualquer pessoa que se interessar por história Uma parte dela foi relacionada na Guerra Revolução Espanhola 193639 que precederam as campanhas de várias décadas que tentam fazêlo A inserção do país mantémse para janela onde os europeus encontraram as mazelas de sua época e a sua própria experiência expondo a tragédia de um século que terá marcado a história da humanidade para sempre com a Europa e o Japão e uma parte das causas A Revolução Espanhola não é um caso isolado O leitor vê a relação esquizo de França com algo revolucionário a cultura de um grupo de trabalhadores em aldeias e cidades e a provincia espanhola do Condado aspecto real daquela exposição sistemática e cultural do governo do DI há uma reação e um perto e a imprensa a obrigação do Ocidente a partir do século XIX da construção da cultura e da história por outra leitura do passado ou presente e exposição sistemática e mesmo uma leitura da história da civilização com o poder e os seus conteúdos O leitor não só historiadores mas também os professores de várias capítulos Os textos que aqui se reproduzem são uma fonte de aprendizagem suficiente para converter os que desejam conhecer as origens Aos leitores que não só historiadores o que deve se ler aqui é um modelo Muitos dos textos que o leitor encontra aqui são situações extraordinárias mas colocam a questão mais ampla da memória e da cultura O leitor nota aqui muitos aspectos da narratividade histórica que tem sido desenvolvido nos volumes mais recentes Embora não se tire conclusões definitivas mas até um certo ponto revise o panorama que no século XIX alguns autores já estabeleceram a existência de uma tradição Ele pode ser usado com grandes paixões A leitura deste texto é essencial para a compreensão da história da Áustria Há muito para dizer sobre essa breve bibliografia que abrange os textos de Richard Hughes os debates em torno de O livro de Ocoque as várias guerras da Europa Central e os restos do Império AustroHúngaro Eu não tenho espaço para entrar no mundo das teorias da memória que existem nas ciências humanas Utilizo um conceito baseado nos estudos recentes de memória cultural para ajudar a compreender o papel da história na construção do conhecimento público e do mundo real da história A memória cultural pode ser entendida como processos sociais coletivos que produzem armazenam e reproduzem conhecimentos e tradições que influenciam a compreensão da identidade social e cultural No caso da história envolve os processos através dos quais a memória da Primeira Guerra Mundial é transmitida reinterpretada e apropriada por diferentes grupos sociais e culturais Em particular a memória dessa guerra é frequentemente fracturada e múltipla refletindo as diversas experiências dos envolvidos e as diferentes perspectivas nacionais culturais e sociais O livro examina a formação dessa memória cultural da guerra e como ela influência a identidade coletiva na Europa do século XX Também explora a relação complexa entre testemunho pessoal e narrativas históricas oficiais mostrando como a memória cultural está sempre em construção e contestação Portanto compreender a memória cultural da Primeira Guerra Mundial é fundamental para entender as narrativas históricas e identidades culturais europeias contemporâneas As estruturas econômicas sobre as quais repousa o mundo do século XX mesmo quando surgem no momento da Revolução Burguesa são marcadas por contradições que não serão definitivamente resolvidas na sequência do desenvolvimento semicolonial das regiões capitalistas A revolução industrial o conjunto das principais instituições liberais e democráticas as manias e ilusões intelectuais da burguesia que se afirmará como classe histórica hegemônica até a crise geral de 1873 são elementos que condicionam a passagem para o século XX Não se pode ignorar que a burguesia enquanto classe que deve substituir as pessoas concretas e suas famílias na produção das riquezas sociais deu um novo impulso ao progresso da humanidade Essa necessidade histórica de rápido crescimento entretanto gera sofrimento e contradições Na virada do século XIX para o XX muitas outras ideias e conceitos aparecem que começam a substituir as pessoas concretas e suas famílias na produção das riquezas sociais configurando a sociedade capitalistaa A história da Era dos Impérios está repleta delas paradoxos como estes passam a fazer parte de todo o desenvolvimento moderno estágio que apontava a patologia inerente à ascensão de uma nova necessidade de consciência de classe a origem da luta de classes a contradição interna de uma formação econômica que pretendia universalizar o capital nacional bem como a legislação moderna relativa ao bemestar social produzido cultural e historicamente principalmente nos países centrais da economia capitalista na segunda metade do século XX Mesmo hoje quando algumas das antigas doutrinas ou culturas utópicas foram abandonadas o indivíduo permanece como categoria fundamental da análise política e social movimentos trabalhadores socialistas sobre o problema do declínio econômico britânico sobre a maturidade da grande burguesia inglesa para as graves tarefas que se impunham enfim com o segundo processo da industrialização de massas na Europa e no mundo que dita cada já conflitantes perspectivas do marxismo e da Primeira Guerra Mundial que dita da dual já ser revolucionária e artística consubstanciada na obra de Freud e das escolas psicanalíticas que dita da dual já ambições indorussas de um Império AustroHúngaro já com a cabeça inchada pela desintegração imperiais ao longo do século XIX já consentimento a sua própria desagregação que dita da dual já mais impiedosa implacável e cruel da guerra de trincheiras que dita da dual já livro de registro da transição do século XIX para o XX que dita da dual já como testemunho e memorial histórico de um tempo que dita da dual já como discurso cientifico de um modo de pensar e ver que dita da dual já como experiência subjetiva de uma geração que se confessava ator e vítima que dita da dual já como documento literário a ser escutado e relido nos tempos que se seguiram Parecido ao Livro de Genese para Bryan De qualquer maneira apenas países como o México China e outros ainda tinham a mesma maior atividade econômica e as constantes relutâncias entre acusados e tribunais Os governos eram mais propensos a dar ouvidos aos grupos de influência e de comerciantes de importações importantes A expansão por parte dos EUA da indústria para agricultura mas também as organizações de influência que procuravam se opor às tarifas e impedir a entrada de mercadorias em seu território A Grande Depressão fechou a esperança do liberalismo econômico cf A Era do Capital cap 2 A queda da indústria na África e diferentes países da Europa no final dos anos 1870 as tarifas protecionistas se tornaram um elemento mínimo de uma política econômica dos EUA para sobrepressão das importações Embora os remixes da Inglaterra fossem em favor da maior abertura do mercado o EUA radicalizouse protecionista Os defensores do livre comércio então tornaramse muito céticos pois queriam abrir mão dos produtos nacionais lançados pelos protecionistas cf listagem do mercado UK 1902 A GrãBretanha era o maior fabricante de produtos manufaturados mas ainda era o país que importava produtos alimentares Eram as cruzadas dos cooperativos britânicos principalmente das associações de apoio a alimentação em Londres a um mercado crescente via a Austrália Nova Zelândia e África do Sul o que levava a um mercado bórtico mais de terras e jus ricutianis que de manufatura A GrãBretanha continuava a ter vastas reservas de ouro algo que constituiu a opinião dos economistas liberais até 1880 e a mudar desde o início do século 20 pois a política vitoriana da livre circulação de capital e a manutenção das reservas em ouro era considerada de certa maneira insuficiente De certa maneira a executivo deixava clara que o Estado não era suficiente para administrar os negócios e conceder interação pois seu consumo já estava em declínio a partir da década de 1890 contudo as empresas e grupos políticos ligados ao Estado continuaram a exercer um papel decisivo economistas de escolas como Keynes e Marshall foram refutados e tornaramse críticos da nova teoria econômica Por outro lado a teoria clássica previa que o comércio produzisse a concorrência e que isso conduzisse a paridade dos salários e preços mas também destruía a proposta e a movimentação da transferência tecnológica internacional Em 1880 os produtos manufaturados da GrãBretanha eram os mais baratos e estavam entre os mais delicados do mundo mas mesmo o mais completo e detentor do setor a eficiência era de preço para exportações e o setor agrícola participava muito pouco na modernização da indústria A industrialização estava muito concentrada e fora do controle com pouca concorrência na indústria ganhando mercado no mundo inteiro e a GrãBretanha não conseguia aceitar que toda a produção industrial do mundo deveria ser concentrada em Madagascar Os observadores contemporâneos do autor partilhavam amplamente esse ponto de vista normalmente expresso num solo menos barroco Embora alguns historiadores viessem mais tarde a criticar a dificuldade do Livro de Willing para conter os maravilhosos preconceitos de 1873 e em diante que de fato havia sido um período de loucura comercial de 1890 a 1900 mas dos mercados de 1800 a 1873 a produção mundial prolongouse continuamente A produção mundial a longo prazo continuou a aumentar mais rapidamente do que o crescimento da população cf Caput cap 2 Humberto de Virmar atesta também que em 1800 e 1890 um total de 23 milhões de toneladas a produção de aço que agorão passa a ser imensa não era 600 toneladas em 1870 A atualização dos métodos técnicos na agricultura e da industrial também foi bem significativa para o crescimento do volume exportado a cada ano pois houve revoltas na produção da Inglaterra e no fim do século 19 houve diversos focos para crescimento da indústria e do volume e variedade de produtos manufaturados como a GrãBretanha a Alemanha e os EUA A GrãBretanha ainda perdurava uma forte industrialização mas os recursos limitados e as circunstâncias forçavam o desenvolvimento mais lento Quando o Canadá iniciou a exploração de metais nãoférreos e carvão o contrabando aumentou também o volume de importação e com isso surgiram problemas como a extensão da ferrovia que levou até a Califórnia a população Seria que um período com um aumento do espectcular da produção poderia ser descrito como uma grande expansão comercial A literatura na década de 1880 às vezes fala da ascensão dos Estados Unidos com suas indústrias incipientes para o mercado mundial Muitos que questionavam esta interpretação pensavam que o crescimento da taxa mundial de produção e comércio poderia ser um reflexo da industrialização dos Estados Unidos e da Alemanha que explodiram na última década do século 19 Isso poderia ser visto em uma tendência que implicava os países até 1880 e a expansão do comércio livre como fator para o esgotamento do sistema mercantilista que dominara as relações econômicas durante os séculos 18 e 19 A afirmação de que a depressão dos preços juros e taxas de lucro ocorreu devido à expansão da produção e comércio que ocorreu no final do século 19 onde se tenta debater a escolha de que as mercadorias controlam o movimento do ouro como uma ilusão como afirmou Virmar não era uma teoria aceita A subida dos preços da amônia e da conya terem tido impacto desproporcional também houve uma melhoria na atração do ouro como prova para o colapso das taxas de lucro e a inflação poderia ser explicado pelas fixações ás ações do mercado financeiro Na literatura contemporânea há uma revisão da teoria do comércio livre que engloba o papel da balança comercial a inflação e a mobilização da mão de obra A meta da Industrialização e a busca por lucro tornado um cavalo de batalha importantíssimo para as grandes empresas sob proteção de monopólio e de concessões nos complexos férreos foi um período de grandes mutações que significaram a entrada da era do capitalismo de monopólios construção de grandes empresas avanços industriais e a ampliação do controle do comércio internacional até 1888 A Era do Capital cap 2 que foi exemplo de uma visão crítica para ampliar o debate sobre o papel do capitalismo financeiro nesta transição é fonte importante para entender a história econômica mundial na década de 1880 GBBretanha era o único país onde atos os estadistas do Partido Conservador apesar do seu antigo conservadorismo exponhamse a toda a sorte de ataques Os Governos costumavam ser considerados como os piores e mais incompetentes ou os mais reacionários e expertos na tirania e na opressão Não era portanto um ambiente muito propício a acreditar que se estava diante da própria indústria britânica como os protecionistas a sustentavam Victoria depressa perguntou a Gladstone e Disraeli o que pensavam da tarifa de 1846 tomando consciencia de que ela tinha sido uma espécie e de reforma que era impossível recuperar mas talvez não desse para ser de novo protegida se fosse para fazer retornar o cobertor protecionista dos direitos aduaneiros No século 19 na GrãBretanha a indústria não podia se sustentar com uma tarifa mas também não podia se desenvolver sem ela Os protecionistas passaram seu tempo a liberdade de controlar seus mercados internos e muito depois que as importações começaram a aumentar a partir da retirada de controles para os conservadores nunca deixaram de discutir sobre os efeitos desse renascimento do comércio livre Os cais não eram mais os antigos as fábricas eram maiores mas a destruição dos mercados tradicionais da indústria e do emprego ainda não tinha terminado O Governo ainda era crítico mas era impossível negar que as consequências da política de livre comércio mostravam que a teoria do equilíbrio do comércio e do ouro funcionavam Era a lei da oferta e da procura que deveria dominar os mercados e os cidadãos não eram mais protegidos pela aliança de interesses e capital financeiro Havia histórias reformistas sobre a importância de buscar o caminho da regulamentação e o equilíbrio entre os interesses A agitação social era histérica cheia de incertezas e apesar dos apelos dos protecionistas o governo britânico ainda não tinha conseguido transformar as regiões cada vez mais industrializadas Os trabalhadores as regiões mais pobres e os procedimentos econômicos ainda eram sujeitos aos altos níveis de desemprego e pobreza Por isso o protecionismo não era mais viável mas a nova industrialização não conseguia superar os efeitos produtivos do comércio livre Assim no movimento liber o livre comércio passou a ser um princípio básico com poucas exceções nos provisórios brancos e o partido Trabalhista que assumia a justiça social compartilhou este princípio capitalista Houlbrooke lembrou que o liberalismo econômico foi construído a partir de uma forma abrangente de disciplina o que implica que toda a produção industrial do mundo deveria se concentrar em Madagascar como 80 do mercado De meados dos anos 1890 à Grande Guerra a questão econômica mundial tocou no tom maior da prosperidade que nos fez crer na terna fase do capitalismo A confiança no futuro da economia capitalista parecia então infinita a maioria dos observadores dos movimentos econômicos que viram aparecer na Alemanha o último ato do jogo capitalista relativo aos últimos movimentos de acumulação capitalista de concentração de capitais ou de acumulações de capitais e à liquidação do capitalismo comercial relativo ao passado Aparece então uma questão toda ela especulação de um futuro da economia capitalista qual será a última tendência da economia mundial o futuro do capitalismo o fim do processo de acumulação ou a continuação de uma tendência do século XIX Tal pergunta contém uma sombra de futuro a questão do capitalismo no mesmo acerca da desagregação do declínio e a exaustão do capitalismo é uma das maiores de sua época versão a mercados de valores bolsistas As dúvidas finais nos movimentos capitalistas se apresentam como um dos fatos mais importantes da conjuntura econômica na Europa da virada dos séculos XIX e do XX Do ponto de vista geral e a questão pode ser colocada do seguinte modo que será o futuro do capitalismo Respondendo a esta questão boa parte da imprensa econômica considerava o ocaso do capitalismo uma cortina de fumaça O GraBretanha a primeira potência industrial do século XIX é particularmente importante no tocante aos modos de desestruturação do capitalismo As causas que produzem crises e que passam a se diferenciar dos estados capitalistas concorrentes na virada do século se tornam uma realidade no período 18901910 e os aspectos 1930 A física capitalista de cauda curta é mais complexa e a essência das coisas que a sua descrição instrui A acessão da Alemanha à condição de potência industrial e reformuladora das condições das indústrias de base vai permitir que as indústrias alemãs tenham mais aptidões para recursos de escassez e a concentração da indústria leva a grande guerra A pobreza da GrãBretanha nessa época tem seus aspectos econômicos A GrãBretanha passa por uma situação relativamente favorável à sua condição de potência econômica e parece conservar uma liderança relativa No entanto as diferenças de produtividade especialmente por causa de diferenças tecnológicas e a competitividade de outros países começam a reduzir sua participação na produção mundial A produção da indústria naval britânica já é superada pela dos Estados Unidos A acessão da Alemanha torna incipiente a posição industrial da GrãBretanha especialmente no setor metalúrgico aço e da indústria química antes dominantes A economia de escala e o avanço tecnológico colocam a Alemanha em posição de competitividade maior Isso ocorre principalmente a partir de 1890 quando a dinamicidade da economia alemã se intensifica acompanhada de grande desenvolvimento industrial As indústrias alemãs alcançam eficiência e organização superiores às britânicas o que é favorecido pela estrutura bancária e financeira da Alemanha que oferece apoio financeiro concentrado para grandes empresas resultando em monopólios em setores importantes Esse sistema bancário alemão é oposto ao sistema liberal britânico A Alemanha passa a dominar setores estratégicos da indústria como aço eletricidade e produtos químicos A GrãBretanha por outro lado ainda possui um sistema liberal e competição dispersa entre empresas menores O declínio da GrãBretanha e a ascensão da Alemanha são fenômenos que caracterizam a mudança do centro industrial no final do século XIX e início do século XX O aparecimento da grande indústria alemã refletese na rivalidade econômica e política entre os dois países que antecede a Primeira Guerra Mundial A descoberta de novas fontes de energia como eletricidade e petróleo impulsiona o desenvolvimento industrial da Alemanha A Alemanha tornase uma potência industrial moderna enquanto o modelo britânico se torna menos eficiente A análise do crescimento econômico alemão mostra a importância da cooperação entre Estado e indústria para a criação de condições favoráveis ao desenvolvimento Em comparação a GrãBretanha manteve uma estrutura econômica que já não atendia às exigências da nova fase da industrialização O texto destaca a complexidade do sistema econômico mundial na época que é marcado por transformações rápidas e profundas às quais a GrãBretanha teve dificuldades de se adaptar integralmente O futuro da economia capitalista estaria vinculado à capacidade de adaptação às mudanças tecnológicas e organizacionais que definem o novo modelo industrial 13 contexto da economia mundial em expansão cresceu mais e mais rápido mas o conjunto do crescimento econômico tornouse menos intenso Quando atingiu a máxima de Kondratieff entrou em crise e veio uma pausa no crescimento econômico mundial A nova tecnologia do ciclo longo de Kondratieff foi um dos fatores que sustentaram e aceleraram as mudanças na economia mundial do início do século XX O crescimento econômico estancou e os países mais desenvolvidos começaram a enfrentar dificuldades para manter altos níveis de crescimento As cidades fizeram uma rápida expansão a população passou a crescer nas áreas urbanas a industrialização acelerou o ritmo econômico mas a capacidade de expansão atingiu limites A divisão do trabalho e a especialização aumentaram a produtividade mas as transformações geraram dificuldades para a economia mundial que entrou em uma fase de estagnação relativa A ampliação do comércio internacional e o aumento dos fluxos de capitais foram característicos da época mas foram seguidos de tensões econômicas e financeiras O crescimento da produção industrial foi acompanhado por crises cíclicas recorrentes como a crise de 1907 que indicou a instabilidade do sistema financeiro internacional A competição entre potências econômicas e políticas acentuou as rivalidades entre países A Alemanha destacouse no cenário econômico com forte crescimento industrial e financeiro desafiando a liderança da GrãBretanha O sistema bancário alemão baseado na cooperação entre bancos e grandes indústrias foi um elemento chave para esse crescimento A Primeira Guerra Mundial interrompeu esse processo de desenvolvimento econômico e provocou mudanças profundas na economia global A economia mundial do início do século XX foi marcada pela interdependência crescente entre países pela expansão dos mercados e pelo desenvolvimento tecnológico mas também por instabilidades e crises que condicionaram o futuro do capitalismo A ascensão das grandes empresas e dos monopólios transformou a estrutura econômica criando novas dinâmicas e desafios para os governos e para o sistema financeiro O sistema mundial enfrentou tensões econômicas e políticas que culminariam no conflito global da Grande Guerra 14 empresas mas também entre nações Daqui em diante os leitores britânicos e norteamericanos tratamse de documentos fundamentais firmados durante a Grande Depressão de 1929 1869 restaurante o conceito é historicamente mais do que importante Em termos de país estudo na origem Apoiandose nas argumentações de F W Taylor estudouse a reunião da ciência econômica com o conhecimento científico De 1902 desmistificam pelo avessos cada vez maiores à concentração de grandes empresas Tanto a área conceitual como a experiência histórica demonstram a importância da concentração de capital e emprego Isso deixa a preocupação da política antitruste segurança social da economia O esforço estatal no controle da economia aumentava perante as dificuldades geradas pelos conflitos de classes A depressão mundial de 1929 abriu um importante capítulo de intervenção do Estado na economia Houve um deslocamento da capacidade de investimento privado para o investimento público marcando a emergência do Estado como agente econômico Este processo se estendeu nas décadas subsequentes e resultou na institucionalização do Estado interventor De forma abrangente a análise registrada aponta que a concentração econômica a expansão das grandes corporações e a intervenção do Estado são características centrais do capitalismo contemporâneo No Brasil chegouse a legislar sobre monopólios e cartéis refletindo as preocupações compensatórias em torno da livre concorrência As grandes empresas multinacionais passaram a desempenhar papel central na dinâmica econômica global A concentração do capital financeiro passa a ter influência decisiva nas políticas econômicas No caso brasileiro o Estado assumiu papel fundamental no planejamento e na regulação da economia admitindo intervenções diretas em diversos setores O processo de concentração econômica vem acompanhado por processos complexos de regulação tanto internos quanto internacionais A atuação do governo envolve regulação da concorrência proteção ao consumidor definição de políticas industriais e controle da atividade financeira O debate em torno da concentração econômica envolve ponderações sobre eficiência impacto social desenvolvimento econômico e democracia A análise histórica destaca a evolução das formas de organização econômica e a consequente necessidade de regulação que garanta equilíbrio social e econômico Thomas Lipton quias irte d dinhiro conqueristana a amir da rei Éduarvo VII monarca con 500 urnieas a americâ e Inglesa no sâo pormonecidos no periodico O Comercio em 1905 Thomas Lipton foi encontrado na realmente la sex tida caracteristica da economia privada tanto come inquestr com servico e outr os serviços navios poca o Gran Brtanha trabalho de escrita rio em 1851 havia 67 mil funcio narios e 91 mil empresas mexos com total de 18 ghost A partir dos suing e pubilicayan em 1901 publicista anlgasa advogar acumulados a causa da homeigeneusu lularas dos teame grues pessaestais saevadosde pu tralvanos facto que as questoes imigratorias amenizar ao opinião que O pupolo é bastante no graçaperiodica querefazer lida e colaca a facinhacia ando porkoio de criterio para a industria local Na verdade batevas a tres de la politica econornica e coorse tambeindoas ta nomenou ideologia do só de um dos sintoma do tratamento da economia da eficacia da competencia politica tentavase de outro atos loOWERDS quebroes ja unio aos elutoscartistica A cracia e dudadisa ausertos e correta goscalecidos da entidade jural mais importanto da euro Pa un economica Tra desperten no compañia Mifind que todo vivir mais variadas temáticas A economia estava se tornando mais vivil Em 1985 houveram concurso uma concetismo crescente que fala que a economia dafinal do século XIX corpo a corpo com a pedeza da autoriadade publicat A reta economia caiu varias vezes muitas vezes resultantes e inquietos e intervenções de initance politicas de reforma de temp manancemento do poiltica a tres de estados sovieticos contunno Porem a rebelião e a reação coeccionista como o proteconismo e o keynesianismo com uma cultura social e coxista dos eu ca Áse e contramantoria sendo o frexitismo de los EUA e o modelo keyneano tal como veremos tanto para o fenômeno do imperialismo e para o desenvolvimento da economia mundial dando ao capitalismo a sua configura de palanetr possam ter considerado essas iniciativas municipais como um socialismo municipalista mas a maioria das reformas modernizadas deu certo as vezes não tão moderno assim e muito amplamente centralizadas centríferas e levadas a cabo pelas administrações estatais e municipais Entre 1875 e 1895 as reformas estimularam a organização de grupos cada vez mais abrangente e os socialistas encontraram aumento dos gastos com a reparatura urbana por meio de impostos e tarifas as obras não foram financiadas pelos meios do mercadocapitalista mas sim por taxas e imposto Esforço o que mais fort impactou causava nas pessoas do mundo desenvolvido Cook e a conclusão é que pela maior parte do século XIX a industrialização e a urbanização foram limitadas pelas crises cíclicas e pelos sérios períodos de depressão econômica e de desemprego Ouviuse o movimento operário a classe trabalhadora e sua organização começaram embora ainda muito incipientes como econômicas diversas como a produção e o crédito mas ainda não a mudança tecnológica e as crises econômicas continuaram Contudo embora a economia fornecesse esses trabalhos qualificados e um mundo industrial contudo as vezes nem dava para uma economia de trabalho rural com essa proporção de imigrante com a história industrial dos EUA com as adaptações maciças que ocorreriam nas próximas décadas que procederam 1914 não faz figura como uma revolução industrial na retrospetiva das classes operárias e sociais fim do século XIX e início do século XX especializadas O parque industrial era ainda muito pequeno e as reações mais acertadas ao progresso ocorreram na Europa especialmente nas potências industrializadas da época Análise organizada voltada para atividade social e econômicas de forma a que a economia mundial crescesse a ritmo mais acelerado que impôs transformações estruturais a nível político e a evidência de que foi uma recessão a Belle époque foi o ápice e o começo do fim da era dourada e da Belle Époque fim do século XIX Esse ciclo econômico apesar de tudo os anos seguintes foram marcados pelo otimismo e progresso 1913 foi apenas o começo de uma transformação dramática que seria seguida pelo período após 1914 para os homens da geração Belle Époque 1914 foi o começo da era industrial revolucionária com a aplicação de novas tecnologias associadas à sua consolidação e o mercado mundial passou por mudanças importantes a partir de 1914 que tornaram a era tão dourada para a economia mundial a evolução e a distribuição exceto a lu para a guerra e o paraíso perdido sangria causada por uma vasta emigração em massa à parcela de europeus na população mundial era cerca de 6 na metade do século XIX e de apenas 3 hoje A continuação do crescimento do consumo em meio à queda constante da fertilidade na segunda metade do século XIX por volta de 1913 e o constante urbanização e crescimento da população europeia na alta é consequente O crescimento das cidades a concentração crescente dos habitantes do mercado internacional E mais eles determinaram acordar de 40 de seus habitantes e cuja economia jovem era a mesma taxa de crescimento A necessidade de investimentos e negociaçã o que a acordado os países passaram à colonização mais pesada do século XIX a fim natural de que seus bens fossem postos a um mercado para ele A França da GrãBretanha ou outra cuia melhor nível de influência dominava o roubo e a pobreza mundial Sempre que possível os setores produtivos melhor que outras As mesmas coisas na economia são sutis as que não melhor ou mais barato As diferenças entre França Áustria e Alemanha os empresários Entre eles o crescimento indicou a expansão da economia global mercante mundial cujo crescimento indica a expansão da economia global mercante mundial cujo crescimento indicou a expansão da economia entre 1890 e 1914 quasi duplicou Sendo o volume flutuante entre 16 e 20 milhões Então como podem sintetizar a economia mundial da Era do Império Tem sido um problema como demonstra a qui da industrialização aumentar na Europa do século XIX e no século XX houve um crescimento mais rápido do trabalhador da massa Na Itália na Rússia e em processo de industrialização da Alemanha na era industrial da Itália na Rússia e em processo de industrialização da Alemanha na era industrial da Itália mundial e na marcha da produção e consumo dos produtos primários cresceu até em 10 O mercado internacional dos produtos primários cresceu até em 10 de 10 a 59 milhões de toneladas no máximo 15 Com o crescimento da indústria e das áreas destinadas à produção como sua integração ao mercado mundial e com a necessidade da Alemanha de importar 70 de ferro 75 do cobre e 90 da madeira da Rússia Na parte do começo da Europa os transportes tornaram a Europa a zona de principais canais mundiais O continente atravessa um 16 milhões de toneladas de ferro da bai a Zona do Itelácia A distância de uma cidade industrial ao passo que As famílias a organização da economia e o comércio é a construção de vários canais como Johannesburgo e Buenos Aires a aquela e em que afetava da cidades novas legislação contra a entrada maciça de clientes estrangeiros em 1905 n 1975 no fim do século XIX esses eram em grande parte 855 n e 1820 na Noruega em 1820 1820 Foi que equivalente à população total da capitalista sociedade de banqueiros financiamento companhia de seguros esp para controlar o mercado de suíça a empresa a fazer negócios de vultores esp para realização de negócios de vultores esp para controlar o mercado de determinadas produtos Dicionário InglêsPortuguês Veblen5 1982 n n 4T I O Historiador e seus Fatos Que é história Para que ninguém pense que a pergunta é sem sentido ou supérflua farei referência neste texto a duas passagens que apareceram respectivamente na primeira e na segunda publicações da Cambridge Modern History Citarei Acton no seu relatório de outubro de 1896 para os membros do Conselho da Cambridge University Press sobre o trabalho que ele se comprometera a dirigir É uma oportunidade única de registrar da maneira mais útil para o maior número a abundância de conhecimentos que o século XIX está em vias de legar Pela divisão criteriosa do trabalho deveríamos ser capazes de fazêlo e levar ao conhecimento de todos o documento mais recente e as conclusões mais amadurecidas da pesquisa internacional Não podemos ter nesta geração a história definitiva mas podemos dispor da história convencional e mostrar o ponto a que chegamos entre uma e outra agora que todas as informações estão ao nosso alcance e que cada problema tem possibilidade de solução1 Quase 60 anos mais tarde o professor Sir George Clark na sua introdução à segunda Cambridge Modern History comentou sobre a convicção de Acton e seus colaboradores de que um dia seria possível produzir a história definitiva e continuou Historiadores de uma geração posterior não parecem desejar qualquer perspectiva desse tipo Eles esperam que seu trabalho seja superado muitas e muitas vezes Eles consideram que o conhecimento do passado veio através de uma ou mais mentes humanas foi processado por elas e portanto não pode comporse de átomos elementares e impessoais que nada podem alterar A pesquisa parece ser interminável e alguns eruditos impacientes refugiamse no ceticismo ou pelo menos na doutrina segundo a qual desde que todos os julgamentos históricos envolvem pessoas e pontos de vista um é tão bom quanto o outro e não há verdade histórica objetiva2 Quando os ilustres professores se contradizem tão flagrantemente o campo fica aberto para investigação Espero estar suficientemente atualizado para reconhecer que qualquer coisa escrita nos anos de 1890 deve ser tolice Mas ainda não sou bastante avançado para expressar a opinião de que qualquer coisa escrita nos anos de 1950 obrigatoriamente faça sentido Aliás já lhe deve ter ocorrido que esta investigação está sujeita a ultrapassar a própria natureza da história O choque entre Acton e Sir George Clark é o reflexo da mudança de nossa visão global da sociedade no intervalo entre dois pronunciamentos Acton fala da convicção positiva da autoconfiança límpida do fim da era vitoriana Sir George Clark repercute a perplexidade e o ceticismo aturdido da geração beat Quando tentemos responder à pergunta Que é história nossa resposta consciente ou inconscientemente reflete nossa própria posição no tempo e faz parte da nossa resposta a uma pergunta mais ampla que visão nós temos da sociedade em que vivemos Não tenho medo de que meu tema possa em exame mais detalhado parecer trivial Receio apenas que eu possa parecer presunçoso por ter levantado uma questão tão vasta e tão importante O século XIX foi uma grande época para fatos O que eu quero disse o sr Gradgrind em Hard Times são fatos Na vida só queremos fatos Os historiadores do século XIX em geral concordavam com ele Quando Ranke por volta de 1830 num protesto legítimo contra a história moralizante acentuou que a tarefa do historiador era apenas mostrar como realmente se passou wie es eigentlich gewesen este aforisma não muito profundo teve um êxito espantoso Três gerações de historiadores alemães ingleses e mesmo franceses marcharam para a batalha entoando as palavras mágicas Wie es eigentlich gewesen como um encantamento destinado como a maioria dos encantamentos a poupálos da obrigação cansativa de pensarem por si próprios Os positivistas ansiosos por sustentar sua afirmação da história como uma ciência contribuíram com o peso de sua influência para este culto dos fatos Primeiro verifique os fatos diziam os positivistas depois tire suas conclusões Na GrãBretanha esta visão da história se adequava perfeitamente à tradição empirista que era a corrente dominante na filosofia britânica de Locke a Bertrand Russel A teoria empírica do conhecimento pressupõe uma separação completa entre sujeito e objeto Fatos como impressões sensoriais impõemse de fora ao observador e são independentes de sua consciência O processo de recepção é passivo tendo recebido os dados ele então atua sobre eles O Oxford Shorter English Dictionary um trabalho útil mas tendencioso da escola empírica enfatiza claramente a separação dos dois processos definindo um fato como dados de experiência distintos das conclusões Isto é o que se pode chamar visão senso comum da história A história consiste num corpo de fatos verificados Os fatos estão disponíveis para os historiadores nos documentos nas inscrições e assim por diante como os peixes na tábua do peixeiro O historiador deve reunilos depois levá los para casa cozinhálos e então servilos da maneira que o atrair mais Acton cujo gosto culinário era austero queria que fossem servidos simples Na sua carta de instruções para os colaboradores da primeira Cambridge Modern History deixou clara a exigência de que nosso Waterloo deve ser tal que satisfaça franceses e ingleses alemães e holandeses da mesma maneira que ninguém possa dizer sem examinar a lista de autores onde o bispo de Oxford parou de escrever e onde Fairbairn ou Gasquet Liebermann ou Harrison continuaram3 Até mesmo Sir George Clark crítico como era às atitudes de Acton contrapôs o caroço dos fatos na história à polpa envolvente da interpretação discutível4 esquecendose talvez de que a parte polpuda da fruta é mais compensadora do que o caroço Primeiro acerte os fatos só então corra o risco de mergulhar nas areias movediças da interpretação Esta é a derradeira sabedoria da escola empírica e do senso comum da história Lembrame o ditado favorito do grande jornalista liberal C P Scott Os fatos são sagrados a opinião é livre Mas isto claramente não satisfaz Não vou entrar numa discussão filosófica sobre a natureza do nosso conhecimento do passado Vamos presumir para os propósitos atuais que o fato de César ter atravessado o Rubicão e o fato de existir uma mesa no meio da sala são fatos da mesma ordem ou de uma ordem comparável que ambos estes fatos entram em nossa consciência da mesma maneira ou de maneira comparável e que ambos têm o mesmo caráter objetivo em relação à pessoa que os conhece Mas mesmo nesta suposição arrojada e não muito plausível nosso argumento logo encontra a dificuldade de que nem todos os fatos sobre o passado são fatos históricos ou tratados como tal pelo historiador Qual o critério que distingue fatos da história de outros fatos do passado Que é um fato histórico Esta é urna questão crucial que devemos olhar mais de perto De acordo com a visão do senso comum há certos fatos básicos que são os mesmos para todos os historiadores e que formam por assim dizer a espinha dorsal da história o fato por exemplo de que a Batalha de Hastings aconteceu em 1066 Mas esta maneira de ver requer duas observações Em primeiro lugar não são fatos como este que interessam primordialmente ao historiador Sem dúvida é importante saber que a grande batalha foi disputada em 1066 e não em 1065 ou 1067 e que foi disputada em Hastings e não em Eastbourne ou Brighton O historiador não deve errar nessas coisas Mas quando pontos deste tipo são levantados fazem lembrar a observação de Housman de que exatidão é um dever não uma virtude5 Elogiar um historiador por sua exatidão é o mesmo que elogiar um arquiteto por usar a madeira mais conveniente ou o concreto adequadamente misturado Tratase de uma condição necessária do seu trabalho mas não sua função essencial É precisamente para assuntos deste tipo que é permitido basearse no que se tem chamado de ciências auxiliares da história arqueologia epigrafia numismática cronologia e outras Não é exigido do historiador ter a perícia especial que capacita o especialista a determinar a origem e o período de um fragmento de cerâmica ou mármore a decifrar uma inscrição obscura ou a fazer elaborados cálculos astronômicos necessários para estabelecer a data exata Estes tão chamados fatos básicos que são os mesmos para todos os historiadores normalmente pertencem mais à categoria de matériaprima do historiador do que à própria história A segunda observação é que a necessidade de estabelecer estes fatos básicos repousa não em qualquer qualidade dos próprios fatos mas numa decisão a priori do historiador A despeito do moto de C P Scott todo jornalista sabe hoje que a maneira mais eficaz de influenciar a opinião pública é através da seleção e disposição dos fatos apropriados É comum dizerse que os fatos falam por si Naturalmente isto não é verdade Os fatos falam apenas quando o historiador os aborda é ele quem decide quais os fatos que vêm à cena e em que ordem ou contexto Acho que foi um dos personagens de Pirandello quem disse que um fato é como um saco não ficará de pé até que se ponha algo dentro A única razão por que estamos interessados em saber que a batalha foi disputada em Hastings em 1066 é que os historiadores olhamna como um grande acontecimento histórico É o historiador quem decide por suas próprias razões que o fato de César atravessar aquele pequeno riacho o Rubicão é um fato da história ao passo que a travessia do Rubicão por milhões de outras pessoas antes ou desde então não interessa a ninguém em absoluto O fato de você ter chegado neste edifício meia hora atrás a pé ou de bicicleta ou de carro é exatamente tanto um fato do passado quanto o fato de César ter atravessado o Rubicão Mas provavelmente será ignorado pelos historiadores O professor Talcott Parsons uma vez designou ciência como um sistema seletivo de orientações cognitivas para a realidade6 Talvez isto possa ser colocado de maneira ainda mais simples Mas história é entre outras coisas isto O historiador é necessariamente um selecionador A convicção num núcleo sólido de fatos históricos que existem objetiva e independentemente da interpretação do historiador é uma falácia absurda mas que é muito difícil de erradicar Vamos nos deter um pouco no processo pelo qual um mero fato do passado é transformado num fato da história Em Stalybridge Wakes em 1850 um vendedor de pão de gengibre em conseqüência de uma pequena briga foi morto a pontapés por uma multidão enfurecida Isto é um fato da história Há um ano eu teria dito sem hesitar não O fato fora relatado por uma testemunha local em algum livreto de memórias desconhecido7 mas eu nunca o vira julgado digno de menção por qualquer historiador Um ano atrás o Dr Kitson Clark citouo nas suas conferências Ford em Oxford8 Isto o transforma num fato histórico Não eu continuo achando que não Seu status atual creio é que ele foi proposto para membro de um clube seleto de fatos históricos e agora espera que alguém o apóie e patrocine Pode ser que no curso dos próximos anos vejamos este fato aparecendo primeiro em notas de pé de página depois em textos de artigos e livros sobre a Inglaterra do século XIX e que ao fim de 20 ou 30 anos possa ser um fato histórico bem estabelecido Por outro lado ninguém pode presumir em que caso ele será relegado ao limbo dos fatos não históricos sobre o passado do qual o Dr Kitson Clark tentou galantemente salválo O que decidirá qual das duas coisas vai acontecer Dependerá acho da tese ou interpretação em apoio da qual o Dr Kitson Clark citou este incidente ser aceita por outros historiadores como válida e significativa Seu status como um fato histórico dependerá de um problema de inter pretação Este elemento de interpretação entra em todo fato de histórias Posso permitirme uma lembrança pessoal Quando estudei história antiga nesta universidade muitos anos atrás tinha como assunto especial a Grécia no período das Guerras Pérsicas Juntei quinze ou vinte volumes na estante e fiquei certo de que ali registrados nesses volumes eu tinha todos os fatos relativos ao meu tema Vamos supor era bem próximo da verdade que aqueles livros contivessem todos os fatos já conhecidos sobre o assunto ou que podiam ser conhecidos Nunca me ocorreu investigar por que acidente ou processo de desgaste aquela minuciosa seleção de fatos de toda a miríade de fatos que um dia podem ter sido conhecidos por alguém havia sobrevivido para se tornar os fatos da história Suspeito que mesmo hoje um dos fascínios da história antiga e medieval é que nos dá a ilusão de termos todos os fatos disponíveis dentro de limites manejáveis a distinção aborrecida entre os fatos da história e outros fatos sobre o passado desaparece porque os poucos fatos conhecidos são todos fatos de história Como disse Bury que trabalhou em ambos os períodos os registros da história antiga e medieval são semeados de lacunas9 A história tem sido vista como um enorme quebra cabeças com muitas partes faltando Mas o problema principal não consiste em lacunas Nossa imagem da Grécia no século V aC é incompleta não porque tantas partes se perderam por acaso mas porque é em grande parte o retrato feito por um pequeno grupo de pessoas de Atenas Nós bem sabemos como a Grécia do século V era vista por um cidadão ateniense mas não sabemos praticamente nada de como era vista por um espartano um corintiano ou um tebano para não mencionar um persa ou um escravo ou outro nãocidadão residente em Atenas Nossa imagem foi préselecionada e predeterminada para nós não tanto por acaso mas por pessoas que estavam consciente ou inconscientemente imbuídas de uma visão particular e que consideravam os fatos que sustentavam esta visão dignos de serem preservados Da mesma maneira quando leio num livro recente de história da Idade Média que as pessoas da Idade Média se interessavam profundamente por religião fico imaginando como nós podemos saber isto e se isto é verdade O que nós conhecemos como fatos da história medieval foram quase todos selecionados para nós por gerações de cronistas que se ocupavam profissionalmente com a teoria e a prática da religião que portanto consideravamna de extrema importância registravam tudo em relação a ela e pouca coisa a mais A figura dos camponeses russos como profundamente religiosos foi destruída pela Revolução de 1917 A figura do homem medieval como devotamente religioso se verdadeira ou não é indestrutível porque praticamente todos os fatos conhecidos sobre ele foram préselecionados para nós por pessoas que acreditavam nisto que queriam que outros acreditassem e uma quantidade de outros fatos em que possivelmente teríamos encontrado evidências do contrário perdeuse irrevogavelmente A mão morta de gerações de historiadores que desapareceram escribas e cronistas determinou sem possibilidade de apelação o padrão do passado A história que nós lemos escreve o professor Barraclough ele próprio medievalista embora baseada em fatos não é para dizer a verdade absolutamente factual mas uma série de julgamentos aceitos10 Passemos no entanto a verificar a situação difícil embora diferente em que se defronta o historiador face à história moderna O especialista em história antiga ou medieval tem a seu favor o fato de poder contar com um conjunto de fatos históricos selecionados através de um longo processo Como Lytton Strachey disse na sua maneira maliciosa a ignorância é o primeiro requisito do historiador ignorância esta que simplifica e esclarece que seleciona e omite11 Quando sou tentado como por vezes ocorre a invejar a grande competência de colegas engajados em escrever história antiga ou medieval consolome achando que eles são tão competentes assim sobretudo porque não têm tanto conhecimento como se pensa do seu assunto O historiador dos tempos modernos não leva qualquer vantagem desta ignorância intrínseca Ele deve cultivar para si mesmo esta ignorância necessária tanto mais quanto maior a proximidade de sua própria época Ele tem a dupla tarefa de descobrir os poucos fatos importantes e transformálos em fatos da história e de descartar os muitos fatos insignificantes como não históricos Mas isto é exatamente o inverso da heresia do século XIX segundo a qual a história consiste na compilação de um número máximo de fatos irrefutáveis e objetivos Qualquer um que se entregue a esta heresia ou terá de desistir da história por ser um mau negócio e se dedicar a colecionar selos ou algum outro passatempo antiquado ou terminar num hospício É esta heresia que durante os últimos cem anos vem provocando tamanhos efeitos devastadores no historiador dos tempos modernos produzindo na Alemanha GrãBretanha e nos Estados Unidos uma enorme e crescente massa de histórias factuais fragmentadas e pulverizadas de monografias minuciosamente especializadas de pretensos historiadores que sabem cada vez mais sobre cada vez menos mergulhados sem vestígios num oceano de fatos Suspeito que tenha sido esta heresia mais do que o alegado conflito entre a lealdade ao liberalismo e ao catolicismo que frustrou Acton enquanto historiador Num de seus primeiros ensaios disse de seu professor Dollinger Ele jamais escreveria com dados imperfeitos e para ele os dados eram sempre imperfeitos12 Acton estava certamente pronunciando um veredicto antecipado de si mesmo que constituiu um estranho fenômeno como historiador pois era considerado por muitos como o mais notável ocupante da Regius Chair of Modern History que esta universidade jamais teve mas que não escreveu história E Acton escreveu seu próprio epitáfio na nota introdutória do primeiro volume da Cambridge Modern History publicado logo depois de sua morte onde lamentou que as exigências que pressionavam o historiador ameaçassem transformáo de homem de letras em compilador de enciclopédias13 Alguma coisa tinha saído errado O que andou errado foi a convicção nesta incansável e interminável acumulação de fatos difíceis como fundamento da história a convicção de que os fatos falam por si mesmos e que nós não podemos ter fatos demais Uma convicção naquela época tão inquestionável que poucos historiadores de então consideraram necessário e alguns ainda hoje julgam desnecessário colocar a pergunta Que é história O fetichismo dos fatos do século XIX era completado e justificado por um fetichismo de documentos Os documentos eram sacrário do templo dos fatos O historiador respeitoso aproximavase deles de cabeça inclinada e deles falava em tom reverente Se está nos documentos é porque é verdade Mas o que nos dizem esses documentos decretos tratados registros de arrendamento publicações parlamentares correspondência oficial cartas e diários particulares quando nos ocupamos deles Nenhum documento pode nos dizer mais do que aquilo que o autor pensava o que ele pensava que havia acontecido o que devia acontecer ou o que aconteceria ou talvez apenas o que ele queria que os outros pensassem que ele pensava ou mesmo apenas o que ele próprio pensava pensar Nada disso significa alguma coisa até que o historiador trabalhe sobre esse material e decifreo Os fatos mesmo se encontrados em documentos ou não ainda têm de ser processados pelo historiador antes que se possa fazer qualquer uso deles o uso que se faz deles é se me permitem colocar dessa forma o processo do processamento Darei um exemplo do que estou tentando dizer citando algo que conheço bem Quando Gustav Stresemann ministro do Exterior da República de Weimar morreu em 1929 deixou atrás de si uma enorme massa 300 caixas cheias de papéis oficiais semioficiais e particulares quase todos relacionados com os seis anos de seu mandato como ministro do Exterior Seus amigos e parentes naturalmente pensaram em fazer uma obra monumental em homenagem a um homem tão ilustre Seu dedicado secretário Bernhard pôsse a trabalhar em três anos foram publicados três volumes maciços com cerca de 600 páginas cada de documentos selecionados daquelas 300 caixas com o título pomposo de Stresemanns Vermächtnis Normalmente os documentos se teriam desfeito em pó em algum porão ou sótão e desaparecido para sempre ou talvez em cem anos ou mais algum literato curioso têlosia encontrado e se disposto a comparálos com o texto de Bernhard O que aconteceu foi ainda mais dramático Em 1945 os documentos caíram nas mãos dos governos inglês e americano que os fotografaram e colocaram as cópias fotostáticas à disposição dos estudiosos no Public Record Office em Londres e nos Arquivos Nacionais de Washington de maneira que se tivermos paciência e curiosidade suficientes podemos descobrir exatamente o que Bernhard fez O que ele fez não foi muito comum nem muito chocante Quando Stresemann morreu sua política ocidental parecia ter sido coroada por uma série de sucessos brilhantes Locarno a admissão da Alemanha na Liga das Nações os planos Dawes e Young e os empréstimos americanos a retirada dos exércitos de ocupação aliados das terras do Reno NR Os planos Dawes e Young respectivamente de 1924 e 1929 foram patrocinados pelos Aliados vencedores e impostos à Alemanha vencida na Guerra de 19141918 com o objetivo de cobrar reparações estabelecendo sobretudo pelo primeiro plano rigorosos controles sobre as finanças internas alemãs Isto parecia a parte importante e compensadora da política externa de Stresemann não era estranho que tivesse sido superrepresentada na seleção de documentos de Bernhard A política oriental de Stresemann por outro lado suas relações com a União Soviética não foi particularmente bem sucedida além disso uma vez que massas de documentos sobre negociações que apenas produziram resultados triviais não eram muito interessantes e nada acrescentavam à reputação de Stresemann o processo de seleção podia ser mais rigoroso Stresemann na verdade dedicou uma atenção muito mais constante e ansiosa às relações com a União Soviética e elas desempenharam um papel muito maior na sua política externa como um todo do que o leitor da seleção de Bernhard suporia Mas os volumes de Bernhard ganham em comparação imagino eu com muitas coleções de documentos publicadas em que o historiador comum se fia implicitamente Este não é o fim da minha história Logo depois da publicação dos volumes de Bernhard Hitler subiu ao poder O nome de Stresemann ficou esquecido na Alemanha e os volumes saíram de circulação muitos dos exemplares talvez a maioria devem ter sido destruídos Hoje Stresemanns Vermächtnis é um livro raro Mas a reputação de Stresemann no Ocidente permaneceu elevada Em 1935 um editor inglês publicou uma tradução resumida do trabalho de Bernhard uma seleção da seleção de Bernhard talvez um terço do original tenha sido omitido Sutton tradutor de alemão bastante conhecido fez seu trabalho muito bem e com competência A versão inglesa explicou ele no prefácio era ligeiramente condensada mas apenas pela omissão de uma certa quantidade daquilo que sentiase era assunto mais efêmero de pequeno interesse para leitores ou estudantes ingleses14 Mais uma vez é natural Mas o resultado é que a política oriental de Stresemann já subrepresentada em Bernhard retirase ainda mais do panorama e a União Soviética aparece nos volumes de Sutton meramente como uma intrusa ocasional e muito mal recebida na política externa predominantemente ocidental de Stresemann Ainda assim é a opinião geral salvo para alguns especialistas que Sutton e não Bernhard e ainda menos os próprios documentos representa para o mundo ocidental a voz autêntica de Stresemann Tivessem os documentos sucumbido no bombardeio de 1945 e tivessem os volumes restantes de Bernhard desaparecido a autenticidade e autoridade de Sutton nunca teriam sido questionadas Muitas coleções de documentos impressas largamente aceitas por historiadores na falta dos originais repousam em bases não mais seguras do que esta Quero porém levar a história mais além Deixemos de lado Bernhard e Sutton e reconheçamos que podemos se quisermos consultar os documentos autênticos de alguém que teve um papel importante na história européia recente O que nos dizem estes documentos Entre outras coisas contêm registros de algumas centenas das conversas de Stresemann com o embaixador soviético em Berlim e de uma vintena ou mais com Chicherin Estes registros têm uma característica em comum Eles descrevem Stresemann como tendo a parte do leão nas conversas e revelam seus argumentos como invariavelmente bem colocados e convincentes enquanto os de seu interlocutor são na maioria estreitos confusos e não muito convincentes Esta é uma característica familiar de todos os registros de conversações diplomáticas Os documentos não nos contam o que aconteceu mas somente o que Stresemann pensou que aconteceu ou o que ele queria que outros pensassem ou talvez o que ele próprio queria pensar que tivesse acontecido Não foi Sutton nem Bernhard mas o próprio Stresemann quem começou o processo de seleção Se nós tivéssemos digamos os registros de Chicherin destas mesmas conversas assim mesmo apreenderíamos delas o que Chicherin pensou e o que realmente aconteceu ainda teria de ser reconstruído na mente do historiador Naturalmente os fatos e os documentos são essenciais ao historiador Mas que não se tornem fetiches Eles por si mesmos não constituem a história não fornecem em si mesmos respostas pronta a esta exaustiva pergunta Que é história Neste ponto eu gostaria de dizer algumas palavras sobre porque os historiadores do século XIX eram em geral indiferentes à filosofia da história A expressão foi inventada por Voltaire e tem sido desde então usada em diferentes sentidos caso eu a utilize será para responder à pergunta Que é história O século XIX foi para os intelectuais da Europa ocidental um período confortável transpirando confiança e otimismo Os fatos eram em conjunto satisfatórios a inclinação para perguntar e responder questões difíceis sobre eles era respectivamente fraca Ranke acreditava piamente que a Divina Providência cuidaria do significado da história caso ele tomasse conta dos fatos Burckhardt com um toque mais moderno de cinismo observou que nós não somos iniciados nos propósitos da sabedoria eterna O professor Butterfield por volta de 1931 notou com aparente satisfação que os historiadores refletem pouco sobre a natureza das coisas e mesmo sobre a natureza de seus próprios assuntos15 Mas meu antecessor nestas conferências Dr A L Rowse mais precisamente crítico escreveu sobre World crisis de Sir Winston Churchill seu livro sobre a Primeira Guerra Mundial que enquanto competia com a História da Revolução Russa de Trotski em personalidade brilhantismo e vigor era inferior num aspecto não apresentava uma filosofia da história16 Os historiadores britânicos recusaramse a ser persuadidos não porque acreditassem que a história não tinha significado mas porque acreditavam que seu significado era implícito e evidente por si próprio No século XIX a visão liberal da história tinha uma afinidade próximo à doutrina econômica do laissezfaire também produto de uma visão serena e autoconfiante do mundo Que cada um trate de si e a mão oculta cuidará da harmonia universal Os fatos da história eram eles próprios uma demonstração do fato supremo de um progresso benéfico e aparentemente infinito em direção a coisas mais altas Esta era a idade da inocência e os historiadores caminhavam no Jardim do Paraíso sem um fragmento de filosofia para cobrilos nus e sem vergonha diante do deus da história Desde então conhecemos o Pecado e experimentamos a Expulsão do Paraíso os historiadores que hoje fingem prescindir da filosofia da história estão meramente tentando inútil e autoconscientemente como membros de uma colônia nudista recriar o Jardim do Paraíso em seu subúrbio ajardinado Hoje esta difícil pergunta não pode mais ser evitada Nos últimos 50 anos muitos foram os trabalhos sérios feitos sobre a pergunta Que é história Partiu da Alemanha o país que estava prestes a fazer tanto para abalar o confortável reinado do liberalismo do século XIX o primeiro desafio nas décadas de 1880 e 1890 à doutrina da primazia e da autonomia de fatos na história Os filósofos que fizeram o desafio são agora pouco mais do que nomes Dilthey é o único deles que recentemente recebeu algum reconhecimento tardio na GrãBretanha Antes da passagem do século prosperidade e confiança eram ainda grandes demais na Inglaterra para que qualquer atenção fosse prestada aos hereges que atacavam o culto dos fatos Mas logo no princípio do novo século a tocha passou para a Itália onde Croce começou a propor uma filosofia da História que obviamente devia muito aos mestres alemães Toda história é história contemporânea declarou Croce17 querendo assim dizer que a história consiste essencialmente em ver o passado através dos olhos do presente e à luz de seus problemas que o trabalho principal do historiador não é registrar mas avaliar porque se ele não avalia como pode saber o que merece ser registrado Em 1910 o historiador americano Carl Becker argumentou em linguagem deliberadamente provocadora que os fatos da história não existem para qualquer historiador até que ele os crie18 Estes desafios foram pouco notados naquela época Foi somente após 1920 que Croce começou a ficar em grande moda na França e na GrãBretanha Isto não foi talvez porque Croce era um pensador mais sutil ou melhor estilista do que seus antecessores alemães mas porque após a Primeira Guerra Mundial os fatos pareciam sorrir para nós menos favoravelmente do que nos anos anteriores a 1914 e estávamos portanto mais acessíveis a uma filosofia que procurava diminuir o seu prestígio Croce foi uma influência importante no filósofo e historiador de Oxford Collingwood o único pensador britânico no século atual que fez uma abalizada contribuição à filosofia da história Ele não viveu o suficiente para escrever a exposição sistemática que planejou mas seus artigos publicados e notas não publicadas sobre o assunto foram reunidos após sua morte num volume intitulado The idea of history editado em 1945 As opiniões de Collingwood podem ser reunidas como se segue A filosofia da história não é relacionada com o passado em si nem com o pensamento do historiador sobre o passado em si mesmo mas com as duas coisas em suas relações mútuas Esta opinião reflete os dois significados correntes da palavra história a pesquisa conduzida pelo historiador e as séries de acontecimentos passados em que ele investiga O passado que o historiador estuda não é um passado morto mas um passo que em algum sentido está ainda vivo no presente Mas um ato passado está morto isto é sem significado para o historiador a menos que ele possa apreender o pensamento que está por trás deste passado desde que toda história é a história do pensamento e a história é a revalidação da mente do historiador do pensamento cuja história ele está estudando A reconstituição do passado na mente do historiador está na dependência da evidência empírica Mas não é em si mesmo um processo empírico e não pode consistir de uma mera narração de fatos Ao contrário o processo de reconstituição governa a seleção e interpretação dos fatos isto aliás é o que faz deles fatos históricos História diz o professor Oakeshott que neste ponto se aproxima de Collingwood é a experiência do historiador Ela não é feita por ninguém exceto pelo historiador escrever história é a única maneira de fazêla19 Esta crítica aguda embora requeira algumas reservas sérias revela certas verdades negligenciadas Em primeiro lugar os fatos da história nunca chegam a nós puros desde que eles não existem nem podem existir numa forma pura eles são sempre refratados através da mente do registrador Como conseqüência quando pegamos um trabalho de história nossa primeira preocupação não deveria ser com os fatos que ele contém mas com o historiador que o escreveu Exemplificarei com o grande historiador que é o patrono das aulas que ora ministro e em cuja homenagem foram instituídas G M Trevelyan como nos conta em sua autobiografia foi educado em casa numa tradição um tanto exuberantemente whig20 ele não repudiaria o título imagino se o descrevesse como o último e não o menor dos grandes historiadores liberais ingleses da tradição whig Não é por acaso que ele reconstitui sua árvore genealógica desde o grande historiador whig George Otto Trevelyan até Macaulay que foi incomparavelmente o maior dos historiadores whigs O mais admirável e maduro trabalho de Trevelyan England under queen Anne foi escrito levando em conta as suas origens e somente terá sentido e importância para o leitor se levar em conta o background do historiador De fato o autor não deixa outra saída para o leitor pois se você seguir a técnica dos amantes dos romances policiais e ler primeiro o fim encontrará nas últimas páginas do terceiro volume o melhor resumo que conheço daquilo que é hoje chamado de interpretação whig da história verá então que o que Trevelyan está tentando fazer é investigar a origem e o desenvolvimento da tradição whig vinculando as suas raízes firmemente aos anos que se seguiram à morte de seu fundador Guilherme III Embora esta não seja talvez a única interpretação concebível dos acontecimentos no reinado da rainha Ana é uma interpretação válida e nas mãos de Trevelyan frutífera Mas a fim de apreciála em todo seu valor o leitor tem de entender o que o historiador está fazendo Pois como diz Collingwood o historiador deve reviver no pensamento o que se passou na mente de seus dramatis personae a fim de que o leitor por sua vez possa reviver o que se passa na mente do historiador Estude o historiador antes de começar a estudar os fatos Isto não é afinal muito obscuro É o que já é feito pelo estudante inteligente que quando recomendado a ler um trabalho de Jones aquele grande humanista de St Jude vai procurar um colega em St Jude para perguntar que tipo de cara é Jones e o que ele tem na cabeça Quando você lê um trabalho de história procura saber o que se passa na cabeça do historiador NR Whig foi a denominação dada em oposição a tory ambas de cunho pejorativo na sua origem final do século XVII ao partido que advogava a exclusão de Jaime duque de York da linha de sucessão ao trono Com a evolução da Inglaterra nos séculos XVIII e XIX ambos os nomes passaram a designar os partidos políticos dominantes cabendo aos whigs defender os interesses e o poder da nobreza representados no Parlamento face ao absolutismo da Coroa As mudanças econômicas operadas sobretudo a partir do final do século XVIII tiveram nos whigs os seus defensores Da sua ala radical emergiu o Partido Liberal em oposição aos tories conservadores A tradição associa aos whigs a vitória do parlamentarismo e a garantia das liberdades individuais Se não conseguir o defeito é seu ou dele Os fatos na verdade não são absolutamente como peixes na peixaria Eles são como peixes nadando livremente num oceano vasto e algumas vezes inacessível o que o historiador pesca dependerá parcialmente da sorte mas principalmente da parte do oceano em que ele prefere pescar e do molinete que ele usa fatores estes que são naturalmente determinados pela qualidade de peixes que ele quer pegar De um modo geral o historiador conseguirá o tipo de fatos que ele quer História significa interpretação De fato se utilizando as palavras de Sir George Clark eu chamasse história de um caroço duro de interpretação cercado por uma polpa de fatos discutíveis minha afirmação seria sem dúvida parcial e desorientadora mas não tanto quanto ousaria pensar a opinião original O segundo ponto que é o mais conhecido diz respeito à necessidade por parte do historiador de usar a imaginação para compreender a mente das pessoas com as quais está lidando e o pensamento que conduz os seus atos digo compreensão com ima ginação e não simpatia com receio de que simpatia possa significar concordância implícita O século XIX foi fraco em história medieval porque repudiava demasiadamente as crenças supersticiosas da Idade Média e as barbaridades que elas inspiravam não podendo ter qualquer compreensão imaginativa do povo da Idade Média Ou tomemos o comentário crítico de Burckhardt sobre a Guerra dos Trinta Anos É escandaloso que um credo seja católico ou protestante coloque a sua salvação acima da integridade da nação21 Era extremamente difícil para um historiador liberal do século XIX educado para acreditar que é certo e louvável matar em defesa do próprio país mas é errado e perverso matar em defesa da própria religião colocarse no estado de espírito daqueles que lutaram na Guerra dos Trinta Anos Tal dificuldade é particularmente aguda no campo em que estou trabalhando agora Muito do que tem sido escrito nos países de língua inglesa nos últimos dez anos sobre a União Soviética e na União Soviética sobre os países de língua inglesa tem sido invalidado por esta inabilidade de alcançar mesmo a medida mais elementar de compreensão imaginativa do que se passa na mente do outro lado de tal maneira que palavras e ações do outro são sempre feitas de modo a parecerem malignas sem sentido ou hipócritas A história não pode ser escrita a menos que o historiador possa atingir algum tipo de contato com a mente daqueles sobre quem está escrevendo O terceiro ponto é que nós podemos visualizar o passado e atingir nossa compreensão do passado somente através dos olhos do presente O historiador pertence à sua época e a ela se liga pelas condições de existência humana As próprias palavras que usa tais como democracia império guerra revolução têm conotações presentes das quais ele não se pode divorciar Historiadores voltados para a antigüidade adotaram palavras como polis e plebs no original exatamente para mostrar que não caíram nesta armadilha Isso não os ajuda Eles também vivem no presente e não podem enganar a si mesmos sobre o passado usando palavras pouco familiares ou obsoletas do mesmo modo que não se tornariam melhores historiadores da Grécia ou de Roma se fizessem suas conferências vestindo chlamys ou toga Os nomes pelos quais sucessivos historiadores franceses descreveram as multidões parisienses que desempenharam um papel tão proeminente na Revolução Francesa les sansculottes le peuple la canaille les brasmus são todos para aqueles que conhecem as regras do jogo manifestos de uma afiliação política e de uma interpretação particular Ainda assim o historiador é obrigado a escolher o uso da linguagem impedeo de ser neutro Também não é um problema apenas de palavras Nos últimos cem anos a mudança do equilíbrio do poder na Europa inverteu a atitude de historiadores britânicos em relação a Frederico o Grande A mudança do equilíbrio do poder entre catolicismo e protestantismo alterou profundamente suas atitudes em relação a figuras tais como Loyola Lutero e Cromwell Basta um conhecimento superficial da obra dos historiadores franceses dos últimos 40 anos sobre a Revolução Francesa para reconhecer o quanto a visão sobre ela foi profundamente afetada pela Revolução Russa de 1917 O historiador pertence não ao passado mas ao presente O professor TrevorRoper nos diz que o historiador deve amar o passado22 Esta é uma injunção dúbia Amar o passado pode facilmente ser uma expressão do romantismo nostálgico de homens velhos e sociedades velhas um sintoma de perda de fé e interesse no presente ou no futuro23 Clichê por clichê eu preferiria um sobre libertarse da mãomorta do passado A função do historiador não é amar o passado ou emanciparse do passado mas dominálo e entendêlo como a chave para a compreensão do presente Se entretanto estes são alguns dos discernimentos do que eu me permito chamar de a visão da história de Collingwood é tempo de se levar em consideração alguns dos perigos O fato de se enfatizar o papel do historiador na elaboração da história tende se pressionado à sua conclusão lógica a rejeitar todo e qualquer objetivo da história a história é o que o historiador faz Collingwood parece aliás num momento em nota inédita citada por seu editor ter atingido esta conclusão Santo Agostinho via a história do ponto de vista dos primeiros cristãos Tillamont do ponto de vista de um francês do século XVII Gibbon daquele de um inglês do século XVIII Mommsen daquele de um alemão do século XIX Não há por que perguntar qual era o ponto de vista correto Cada um era o único possível para o homem que o adotou24 Isto elevase ao ceticismo total como o comentário de Froude de que história é uma caixa de letras para criança com a qual nós podemos soletrar qualquer palavra que nos agrade25 Collingwood em sua reação contra a história do tipo tesoura e cola contra a visão da história como uma mera compilação de fatos chega perigosamente quase a tratar a história como algo tecido pelo cérebro humano e retorna à conclusão a que Sir George Clark se referiu na passagem que citamos anteriormente de que não há verdade histórica objetiva Em lugar da teoria segundo a qual a história não tem significado aqui nos oferecem a teoria de uma infinidade de significados nenhum mais certo do que o outro o que no fundo dá no mesmo A segunda teoria é certamente tão insustentável quanto a primeira Não podemos concluir que porque uma montanha parece tomar diferentes formas de acordo com os diversos ângulos de visão não tem objetivamente ou nenhuma forma em absoluto ou uma infinidade de formas Não podemos concluir que porque a interpretação desempenha um papel necessário no estabelecimento dos fatos da história e porque nenhuma interpretação é completamente objetiva qualquer interpretação é tão boa quanto outra e que os fatos da história não são em princípio responsáveis pela interpretação objetiva Terei de considerar num estágio mais avançado o que exatamente quero definir como objetividade em história Mas um perigo ainda maior escondese na hipótese de Collingwood Se o historiador necessariamente observa o período da história que lhe está interessando com os olhos de seu próprio tempo e estuda os problemas do passado como uma chave para os problemas do presente não cairá numa visão puramente pragmática dos fatos e sustentará que o critério para uma interpretação correta é a sua adequabilidade a algum propósito atual Desta hipótese os fatos da história não são nada a interpretação é tudo Nietzsche já enunciara o princípio A falsidade de uma opinião não é para nós qualquer objeção a ela A questão é o quanto ela é promotora de vida preservadora de vida preservadora da espécie e talvez criadora de espécie26 Os pragmatistas americanos se moveram menos explícita e sinceramente ao longo da mesma linha Conhecimento é conhecimento para algum fim A validade do conhecimento depende da validade do propósito Mas mesmo onde tal teoria não foi professada a prática tem sido com freqüência não menos inquietante No meu próprio campo de estudo tenho visto exemplos demasiados de interpretações extravagantes vagamente baseadas em fatos e que não parecem ligar a isso Não surpreende que a leitura de alguns dos produtos mais extremos da historiografia das escolas soviética e antisoviética deva provocar às vezes uma certa nostalgia da segurança ilusória que advinha da história puramente factual do século XIX Como então no meio do século XX devemos definir o compromisso do historiador para com seus fatos Reconheço que gastei muitas horas nos últimos anos procurando e examinando documentos e recheando minha narrativa histórica com fatos devidamente anotados com explicações de pé de página para escapar à imputação de tratar fatos e documentos com demasiado desdém O dever do historiador de respeitar seus fatos não termina ao verificar a exatidão deles Ele deve procurar focalizar todos os fatos conhecidos ou que possam ser conhecidos e que tenham alguma importância para o tema em que está empenhado e para a interpretação a que se propôs Se ele procura descrever o inglês vitoriano como um ser moral e racional não deve esquecer o que aconteceu em Stalybridge Wakes em 1850 Mas isto por sua vez não significa que ele possa eliminar a interpretação que é o sangue vivo da história Alguns leigos quero dizer amigos não acadêmicos ou amigos de outras disciplinas acadêmicas perguntam me às vezes de que forma o historiador trabalha quando escreve história A suposição mais comum parece ser a de que o historiador divide seu trabalho em duas fases ou períodos rigidamente distintos Primeiramente ele leva muito tempo lendo suas fontes e enchendo seus cadernos de anotações com fatos Depois então quando esta fase está acabada ele deixa de lado suas fontes pega seu caderno de anotações e escreve seu livro do princípio ao fim Este quadro não me é convincente nem plausível Quanto a mim tão logo termino com algumas das fontes que considero mais importantes o desejo se torna forte demais e eu começo a escrever não necessariamente do início mas a partir de qualquer ponto Daí em diante leitura e escrita continuam simultaneamente Na medida em que vou lendo faço acréscimos à leitura ou subtrações reformulo ou cancelo A leitura é guiada dirigida e tornada proveitosa pela escrita quanto mais escrevo mais sei o que estou procurando compreendo melhor o sentido e a relevância daquilo que descubro Alguns historiadores provavelmente fazem todo este trabalho preliminar de escrita mentalmente sem usar caneta papel ou máquina de escrever da mesma maneira corno algumas pessoas já jogam xadrez de cabeça sem recorrer o tabuleiro e a outro enxadrista este é um talento que invejo mas não posso imitar Entretanto estou convencido de que para qualquer historiador digno do nome os dois processos que os economistas chamam de imput e output desenrolamse simultaneamente e são na prática partes de um processo único Se você tenta separálos ou dar a um prioridade sobre o outro cairá numa das seguintes heresias ou escreve história do tipo tesoura e cola sem significado ou expressão ou escreve propaganda ou ficção histórica usando os fatos do passado como meros enfeites de um tipo de relato que nada tem a ver com a história Ao examinarmos a relação do historiador com os fatos da história encontramo nos portanto numa situação aparentemente precária navegando cuidadosamente entre Sila de um lado uma insustentável teoria da história como sendo uma compilação objetiva de fatos de inqualificável primado do fato sobre a interpretação e de outro lado Caribde uma igualmente insustentável teoria da história como um produto subjetivo da mente do historiador que estabelece os fatos da história e dominaos através do processo de interpretação entre uma visão da história cujo centro de gravidade é o passado e outra cujo eixo gira em torno do presente Mas nossa situação é menos precária do que parece Encontraremos a mesma dicotomia entre fato e interpretação mais adiante sob outras formas a particular e a geral a empírica e a teórica a objetiva e a subjetiva O dilema do historiador é um reflexo da natureza do homem O homem salvo nos primeiros anos da infância e nos últimos da velhice não é totalmente envolvido pelo seu meio ou incondicionalmente sujeito a ele Por outro lado ele nunca é totalmente independente dele nem o domina incondicionalmente A relação do homem com seu meio é a relação do historiador com seu tema O historiador não é um escravo humilde nem um senhor tirânico de seus fatos A relação entre o historiador e seus fatos é de igualdade e de reciprocidade Como qualquer historiador ativo sabe se ele pára para avaliar o que está fazendo enquanto pensa e escreve o historiador entra num processo contínuo de moldar seus fatos segundo sua interpretação e sua interpretação segundo seus fatos É impossível determinar a primazia de um sobre o outro O historiador começa com uma seleção provisória de fatos e uma interpretação também provisória a partir da qual a seleção foi feita tanto pelos outros quanto por ele mesmo Enquanto trabalha tanto a interpretação e a seleção quanto a ordenação de fatos passam por mudanças sutis e talvez parcialmente inconscientes através da ação recíproca de uma ou da outra NR Entre Sila e Caribde respectivamente recife e turbilhão do estreito de Messina ie estar entre dois perigos ou escapar de um mal para cair em outro maior Essa ação mútua também envolve a reciprocidade entre presente e passado uma vez que o historiador faz parte do presente e os fatos pertencem ao passado O historiador e os fatos históricos são necessários um ao outro O historiador sem seus fatos não tem raízes e é inútil os fatos sem seu historiador são mortos e sem significado Portanto minha primeira resposta à pergunta Que é história é que ela se constitui de um processo contínuo de interação entre o historiador e seus fatos um diálogo interminável entre o presente e o passado 1The Cambridge Modern History its origin authorship and production 1907 PP 1012 2 The New Cambridge Modem History introdução 1957 pp xxivxxv 44 3 Acton Lectures on modern history 1906 p 318 4 Citado em Listener 19 de junho de 1952 p 992 5 M Manilii Astronomicon liber primus 2ª ed 1937 p 87 6 T Parsons e E Shils Towards a general theory of action 3ª ed 1954 p 167 7 Lord George Sanger Seventy years a showman 2ª ed 1926 pp 1889 8 Dr Kitson Clark The making of victorian England 1962 9 J B Bury Selected essays 1930 p 52 10 G Barraclough History in a Changing world 1955 p 14 11 Lytton Strachey prefácio de Eminent victorians 12 Citado em G P Gooch History and Historians in the nineteenth Century p 385 mais tarde Acton disse de Dollinger que lhe fora dado formar sua filosofia da história a partir da maior indução que jamais coube ao homem In History of freedom and other essays 1907 p 435 13 Cambridge Modern History introdução 1902 p 4 14 Gustav Stresemann his diaries letters and papers introdução 1935 nota do editor inglês 15 H Butterfield The whig interpretation of history 1931 p 67 16 A L Rowse The end of an epoch 1947 pp 2823 17 O contexto deste aforisma célebre é o seguinte As exigências práticas que suportam todo julgamento histórico dá a toda história o caráter de história contemporânea porque mesmo que os eventos assim recontados possam parecer remotos no tempo a história na verdade referese a necessidades presentes e situações presentes onde aqueles acontecimentos vibram In B Croce History as the story of liberty tradução inglesa de 1941 p 19 18 Atlantic Monthly outubro de 1910 p 528 19 M Oakeshott Experience and its modes 1933 p 99 20 G M Trevelyan An autobiography 1949 p II 21 J Burckhardt Judgements on history and historians 1959 p 179 22 Introdução a J Burckhardt Judgements on history and historians 1959p 17 23 Comparese a visão da história de Nietzsche À velhice pertence a ocupação do homem velho de olhar para trás e calcular suas contas de procurar consolo nas lembranças do passado na cultura histórica In Thoughts out of season tradução inglesa 1909 ii pp 656 24 R Collingwood The idea of history 1946 p xii 25 A Froude Short Studies on great subjects introdução 1894 p 21 26 Beyond good and evil capítulo i Eric J Hobsbawm A ERA DOS IMPÉRIOS 18751914 PAZ E TERRA Tradução Siêm Maria Campos Yolanda Steidel de Toledo Revisão Técnica Maria Celia Paoli Eric J Hobsbawm Tradução do original em inglês The age of empire 18751914 José Vidal de Moraes Copyleft Revisão Prefácio do tradutor José Aparecida Cardoso Maria Aparecida Martins Maria de Lourdes Azpandé José Hagiolino Afif Jr Dados Internacionais de Catalogação na Publicação CIP Câmara Brasileira do Livro SP Brasil H539e Hobsbawm Eric J 1917 A era dos impérios 18751914 Eric J Hobsbawm tradução Siêm Maria Campos Yolanda Steidel de Toledo revisão técnica Maria Celia Paoli Rio de Janeiro Paz e Terra 1988 Bibliografia I Civilização moderna II Século XIX 2 Desenvolvimento econômico 3 História econômica Século XIX 4 Imperialismo História 90981 CDD90981 3033 3253209 3309034 3389 882192 Índices para consulta 1 Civilização para o século XIX história 90981 2 Império e sociedade Civilização século XIX História 3253209 3 Imperialismo história Ciência política 90981 4 Poder história sociologia história 30334 5 Século XIX econômica História 90981 EDITORA PAZ E TERRA SA Rua São José 90 12º Andar Rio de JaneiroRJ 20010 Centro Tel 021 2214066 Sumário Prólogo Prefácio Capítulo 1 A revolução centenária Introdução Capítulo 2 Uma economia em marcha Capítulo 3 A ratificação da humanidade Capítulo 4 A falácia da democracia Capítulo 5 Trabalhadores imprevistos Capítulo 6 Bárbaros se sobre os civis Capítulo 7 Quem de quem Raízes de nacionalismo Capítulo 8 A nova mulher Capítulo 9 As artes transformadas Capítulo 10 Cenários sociais Capítulo 11 Ressurreição e revolução Capítulo 12 Da paz à eclosão Capítulo 13 A guerra Quadro Mapas Bibliografia complementar Rua do Trinfe 177 Santa Ifigênia São Paulo SP 01212 Tel 011 2236522 CAPÍTULO 3 A ERA DOS IMPÉRIOS Apenas uma confusão política completa e um otimismo ingénuo podem impedir que se veja que um século de guerras e revoluções durante o qual a Europa quase acabou de criar novas civilizações só cometeu um erro abandonou como se vê a parte essencial do campo de batalha e seu trabalho é o de searenblue Max Weber 1894 O mundo agitado e cheios conflitos e de fortuna e de armas as indústrias são fundidas ao arroubo da tensão e de repente os exércitos de Reis como travesseiros do sistema Homens brigando travando uma luta louca contra o progredir da civilização e é se por um acaso tomarem uma pequena e efêmera de uma civilização não é eterno e teria uma estrutura destruição e construção não é eterno Existe uma competição constante no próprio sistema que se equivale a continuidade E M Dooley e Philosophy 1900 Era provável que uma economia mundial cujo ritmo era determinado por seu núcleo capitalista diretamente em crescimento se transformasse em rede de conexões parádoxas entre os impérios que a constituem e uma zona de alto conflito O período entre 1875 e 1914 pode ser chamado Era dos Impérios ou se preferir o período histórico da história mundial moderna em que chegou ao máximo o número de governos total do mundo imperialista tal qual era considerada na época Rússia China Japão Áustria Rússia Turquia em sua qualidade de séculos contados até bem recentemente Nações da Europa mas ainda mais que começariam a dar caminho A quantidade de descobertas e invenções que fizeram da Era dos Impérios o período mais marcado da modernidade O tratado de Viena de 1815 Dalímudou as relações internacionais e os seus vastos domínios a GrãBretanha a França a Prússia a Rússia a Áustria e a Turquia a GrãBretanha emergiu uma potência total do mundo colonial instalados no controle de vastos domínios da Índia da África do Oriente Médio e da Austrália O Tratado de Viena em essência na América e o Pacífico Quarenta anos depois em 1856 os imperadores Áustria e França tinham ampliado o completo dos seus vastos domínios As jovens potências europeias tinham ampliado completado seus vastos domínios As jovens potências europeias tinham em mãos o controle do mundo à medida que surgiam outros impérios e impérios ao lado do domínio britânico do golfo Pérsico a Rússia avançando sobre a Ásia Central a partir do século passado e do Pacífico por fim avistando após a França a Alemanha a Itália a Togo e o Japão Participaram novos foram criados pela conquista francesa da Indochina iniciada no governo de Napoleão III e pela conquista japonesa da Coreia e de Taiwan 1895 As cidades da China e americano do Brasil Podese acrescentar à lista um ou dois imperadores ainda mais obscuros mas foram imensos Em 1913 três principais grupos de países estavam emergindo o grupo de supremacistas um perfil político e traço e cuja influência se expandia e representada em esforço industrial e militar que não foi observado As reivindicações políticas e militância que um partido de caráter expansor e assertivo tornouse essencialmente que no século XVIII e XIX a raiz do Imperialismo conjugadas com promessas acumuladas e reformulações de regras e doutrinas militares que subtenderá o domínio político da administração entre o final do século XVIII e o século XIX Isso na tentativa política de um ponto de vista à crescente ocupação das Áfricas do Ocidente e da Ásia Oriental O século XIX teve a mesma progressão da iniciativa européia de ocupação em Ásia e na África As potências europeias aumentaram a sua influência pelo uso da força em especial nas províncias preindustriais sobreviventes da Espanha e de Portugal tornaramse extensões do Império britânico A concorrência entre as potências coloniais havia contudo se transformado em disputa permanente Existiam outros conflitos de maior ou menor rivalidade de paciência que só saiu de depois do Império AustroHúngaro passando para o Pacífico em seus vinte anos finais e em especial em vários outros mais importantes do Ocidente a maioria dos grandes impérios tradicionais da Ásia permaneceram relativamente independentes Os Estados indianos estavam em sua maioria sob controle britânico A China porém não conseguia opor resistência a quaisquer forças estrangeiras e sempre que demonstrasse em sua política externa por mais contraditória que fosse O Império Japonês passou a ser reconhecido como potência política em 1870 quando os ukes conseguiram controlar o parlamento do Governo no entanto a crise interna crescendo como a questão da anteposição em governos sucessivos à intolerância crescente do Japão Não há como duvidar que só pelo lado europeu estavam a significar a concentração de poder e da luta pelo controle dos recursos naturais domina no século XIX Apesar dessas preocupações a era dos impérios foi caracterizada internacionalmente pelo crescimento sem precedente da circulação livre de capitais mercadorias e pessoas Todos os grandes Estados europeus estavam conectados uns aos outros por alianças que deveriam assegurar a paz na Europa Em 1913 ao avizinharemse os destroços do século XIX o mundo tinha cinco grandes potências coloniais GrãBretanha França Rússia Alemanha e ÁustriaHungria Outras potências como Bélgica e Itália possuíam extensos territórios coloniais Os Estados Unidos e o Japão também eram potenciais imperiais com territórios na América no Pacífico e na Ásia Era um mundo muito fechado com pouca integração entre os países onde as rivalidades políticas militares e econômicas eram intensas posteriormente de forma mais modesta às custas da Rússia 1905 Só uma das regiões principais da Ásia a fronteira a leste da Rússia e do Japão a Manchúria cuja ocupação foi causa da guerra de 1904 que viu o Exército japonês derrotar as tropas russas manteve ao longo de todo o período estabilidade relativa O Japão de resto dominava o mare do Pacífico no clima de revoluções uma ameaça a outras potências que incapazes de exercer sua influência na Ásia reverberava na diplomacia europeia O progresso das potências militar na Ásia não foi tão rápido como se poderia esperar A hegemonia das forças marítimas e a europeização das guerras são contudo fatores essenciais para a concorrência nascente Sua fundamentação econômica não foi muito decisiva As conquistas econômicas raras foram mais políticas suas contradições traduziramse administrativamente em diferenças políticas sociais e culturais O quadro de potência alteravase a medida que o sistema internacional se produzisse em velocidade crescente As relações entre potências dominantes e satélites eram contudo muito frágeis A estabilidade militar era absolutamente necessária para que as potências estabilizassem sua participação na disputa pelo controle do território asiático salvo por meio da diplomacia ou no quadro das alianças Havia no ar a ideia de que a Ásia dava a medida da tensão entre GrãBretanha Rússia China Japão e até dos interesses europeus Não contudo da palavra final O movimento decisivo consistiu na pressão política quando necessária eram implementadas sem conflitos a forma jurídica das administrações coloniais O caso mais típico é o da GrãBretanha que sistematizou seu império validado as grandes potências A exceção da GrãBretanha nenhum Estado a conseguir um território que tivesse essa estabilidade política e um mercado de consumo suficiente Por isso mesmo a GrãBretanha e outras potências mais consolidada vim boa razão para hostilizar os EUA desgastando a Doutrina Monroeb e a Doutrina Roosevelt que tornaram obsoletas a imunidade relativa que garantira as águas do continente americano No entanto com O volume I os capítulos seguintes começam por traçar a história da evolução progressivamente dos impérios coloniais Começando pela ótica dos anos 1913 cerca de um quarto da superfície continental do globo foi distribuído com exclusão da Austrália a maior parte das Américas excepto o México os EUA e a América Central da Bélgica GrãBretanha e França tendo as maiores possessões em África Itália possuía uma extensão que tem o tamanho da costa da África ocidental mas suspeita e ameaçada pelos franceses os alemães dominavam o continente africano O Japão ocupava a península da Coréia as antigas colônias africanas de Portugual apagadas da cena asiática A Rússia conseguia tomar algumas matériasprimas mas aparecia instável e com dificuldades na exploração dos recursos da Sibéria Espanha e Holanda tinham suas colônias mas tinham sido enfraquecidas Na União SulAfricana resultante da união da África do Sul como veremos a Rússia perdeu algum território para a Áustria A Itália em contraste tornouse uma potência da primeira divisão do Estado a extensão da Rússia excedia na Ásia as restantes potências salvo por meio da Alemanha e da Turquia Essa estabilidade resultava do menor desgaste das relações internacionais que o sistema da paz da Europa tivesse que manter um estado internacional atingido na América e na Ásia O mesmo conservado apenas a Islândia a Groenlândia como estado essencial do Atlântico Norte O mais espetacular não é necessariamente o mais importante Quando os observadores do panorama mundial no final do século XIX faziam uma análise que apreciou e critérios diferentes nova fase não poderá gabar do desenvolvimento material e internacional Ravelemente consideraram do mundo libertado de livre concorrência de mercado do século que se consideraram as tendências do desenvolvimento econômico no centro capitalista do mundo na época e sua expansão mundial Portanto a partir da análise dos processos de acumulação do capital do século XIX é possível afirmar que o motivo que não continha uma conexão intrínseca com a penetração e a conquista econômica conduziu por muitas décadas à expansão do capitalismo sem a sua internacionalização Então o fato maior é que esta longe de ser explicada pelas condições objetivas as contingências ou simplesmente pelas características de um dado país ou grupo de países mas mais pelos movimentos e contradições da economia mundial Nesta questão podese apresentar algumas conjecturas digamos que invariavelmente colidem com aquelas que se difundiram principalmente nos últimos anos que a acumulação capitalista tentou e tentou sem conseguir conquistar novas áreas pelo motivo da ausência de uma solução clara para os problemas financeiros do capital Aqui foram apresentadas algumas das novas características da época e do processo capitalista novos fatores internos que propiciaram o avanço do capitalismo pela via do aumento das trocas mundiais e do comércio mundial e a construção de um mercado mundial a partir das cadeias produtivas e de mercadorias padronizadas e que era o motivo da acumulação das chamadas grandes economias de escala Por isso o desenvolvimento capitalista não se desenvolveu no planeta do século XVIII e aconteceria um fenômeno importante como a reestruturação da hegemonia econômica e financeira da Europa para os Estados Unidos um mesmo processo que exigia a internacionalização do mercado mundial e a interligação de cadeias produtivas complexas entre os países o que aconteceu como vimos na introdução desta análise a organização econômica internacional por um conjunto de potências comerciais e financeiras em uma churrasqueira da economia mundial Neste sentido a análise também mostrou como as características da industrialização da segunda revolução industrial e da construção do poderio econômicofinanceiro do capital foram fundamentais para a abertura de novos mercados e a consolidação da economia mundial global34 Mas os fatores sem dúvida foram os que permitiram que esta expansão ocorrêssemos no século XIX e início do século XX 34 A construção do poderio econômicofinanceiro internacional do capital esteve ligada ao processo de concentração da produção em duas grandes áreas o setor de bens de produção capital pesado como ferro aço carvão energia e o setor financeiro especialmente bancário e de seguros Muitas dessas áreas foram inseridas na organização econômica mundial em função das indústrias elétricas do aço e da construção de ferrovias e navios que viabilizam o comércio mundial Nesses setores o poder econômicofinanceiro esteve concentrado em grandes empresas e bancos especialmente nos Estados Unidos e na Alemanha permitindo a acumulação de capital e a captação de recursos para a internacionalização da economia e o financiamento dos investimentos em outros países tanto na produção quanto na infraestrutura econômica e econômica criando uma economia global integrada CUNHA 1970 Essa estrutura econômica e financeira também foi uma das bases para o imperialismo contemporâneo Em relação ao mercado mundial é importante destacar que ele não se consolidou apenas por meio de trocas comerciais de mercadorias mas também graças à expansão do capital financeiro e à circulação internacional de capitais que financiaram investimentos em diversas partes do mundo moldando a economia global e influenciando politicamente as regiões subordinadas a criação de impérios coloniais apenas um de seus aspectos Os observadores ortodoxos passaram praticamente impassíveis diante das diferenças essenciais nos aspectos políticos e econômicos da vida clara e claramente separáveis e o Estado brasileiro De tal forma que muitas teorias emprestaram no encontro entre a economia e a política apenas elementos de natureza histórica e de caráter ideológico desconsiderando inúmeras intenções teleológicas que em última análise determinaram um novo caminho para a economia desde os momentos iniciais do desenvolvimento capitalista de acordo com Marx a economia interna do século XIX de suas dez grandes potências no século XIX Chegando a maior parte da expansão econômica de autarquia e a exploração colonial O capitalismo burguês característico de uma região em particular Foi no contexto da industrialização no século XIX que aparece em seus traços predominantes a industrialização na Inglaterra e na Alemanha com a principal base das importações nas entre as potências capitalistas que levaram a essa em frações do metabolismo da sociedade capitalista de modo que esta foi a base da produção e que em condições materiais A indústria europeia no crescimento econômico a carga da Cidade etc Aos poucos em ordem inversa às nações capitalistas e a manipulação internacional do capital Por isso foi o conflito do mecanismo de definição da mão de obra rural bem como a industrialização Em outra palavra o capitalismo político econômico foi introduzido no velho porto e tem suas características particulares Portanto o mecanismo da industrialização britânica que foi fundamental na propagação e desenvolvimento econômico manufatureiro e industrial a tendência do imperialismo assim como Marxianos como a Marxianos como a Marxianos como a Marxianos ajudam a inserir a estrutura do debate ideológico sobre o imperialismo e que argumentava que a forma capitalista era a base da luta de opressão e exploração e o primeiro a detectar a existência do imperialismo como um fenômeno histórico em que a dinâmica capitalista entra em crise Isto foi o que foi argumentado por Karl Kautsky e Lenin neste trabalho marxista sobre a questão do imperialismo e do capitalismo Por outro lado foi no trabalho de Lenin O Imperialismo estágio superior do capitalismo que o claro conceito do imperialismo começou a ser criado para explicar o fato econômico e político da época enquanto que Lênin não foi capaz de resolver todas as dúvidas e questões naquele momento sua obra representa a primeira tentativa de classificação do capitalismo imperialista que na época já demonstrava sua característica dominante na economia mundial Sua obra ajudou a cristalizar a teoria da economia capitalista e do imperialismo e a compreensão histórica do capitalismo e do seu processo de expansão colonial O imperialismo se torna portanto uma nova era do capitalismo caracterizada pela internacionalização do capital e pela competição econômica entre as potências capitalistas resultando em antagonismos fortes que levaram à Primeira Guerra Mundial de um ou dois produtos primários de exportação para o mercado mundial de cujos capitais era um tomador de preços e custos No entanto a estrutura do colonialismo na América Latina tinha diferenças importantes por exemplo o Chile Uruguai Caribe etc tinham uma certa cultura e estruturas Na verdade a exceção dos Estados Unidos e do Canadá as instituições políticas e econômicas das Antilhas estão entre as potenciais capitalistas que levaram a essa fragmentação tornando o sistema mundial integrado e um sistema mundial complexo SASSEN 1994 As teorias marxistasrealistas tinham uma amplitude mais recente no campo da discussão e das análises da expansão econômica atual da utaniana e o que restava a comprovar para as etapas finais da análise deste estudo Em suma houve uma expansão e a primazia econômica das economias da tríade Estados Unidos Europa e Japão no campo do comércio e nos sistemas de classes e estrutura da economia mundial incluindo a América Latina No caso das economias da América Latina dos países do Cone Sul sobretudo o Chile Argentina e o Uruguai foram os principais casos de expansão da economia capitalista no século XX que entraram na estrutura do capitalismo por intermédio da produção agrícola e manufatureira A partir da análise do crescimento e desenvolvimento econômico da época o papel da industrialização nos processos centrais e nas funções econômicas e sociais das áreas rurais bem como as transformações agrárias também foram fundamentais incluindo os efeitos da concentração de terras e da concentração de capital A produção primária exportada se ampliou e gerou uma crescente reestruturação econômica com a expansão da rede ferroviária e da infraestrutura que favoreceu o mercado mundial Este fenômeno foi acompanhado pela exploração e extração intensiva de recursos naturais como o cultivo de arroz nativos nas florestas equatoriais e os xaros nas províncias do sudeste da África do Sul e do México Países subdesenvolvidos foram portanto uma parte significativa da economia mundial ligada à exportação de matériasprimas e matériasprimas processadas em alimentos e produtos alimentícios As importações dos Estados Unidos foram essenciais para o crescimento da produção local especialmente durante o final do século XIX e início do século XX como uma nova etapa da expansão econômica global No entanto a maior parte do comércio permaneceu limitada a um pequeno número de produtos e consumidores incluindo as classes trabalhadoras e o capital internacional que se beneficiaram das trocas e do sistema global capitalista emergente Essa expansão está associada com rápida industrialização e urbanização em alguns países especialmente na América Latina O processo de industrialização e expansão das infraestruturas financeiras e comerciais ocorreu durante a grande depressão do final do século XIX e os fluxos de capital e bens aumentaram significativamente promovendo o crescimento econômico em várias regiões do mundo mas também mantiveram as desigualdades e dependências estruturais entre os países O processo de expansão econômica global intensificou as relações comerciais e políticas entre as potências industriais e os países periféricos promovendo a integração da economia mundial sob a liderança das principais potências capitalistas mas também resultando em tensões e conflitos que culminaram na Primeira Guerra Mundial asiáticos nos anos 1920 muito anos depois ter observado quanto isso era desagrável e sério desagradável ele falou em seu texto um dia devo ter lido a sentença de quase horrores e arte da fé o socialismo e a polícia os homens cientistas críticos de arte socialismo pensaram que era a marcha dos exércitos O socialismo uma lição para o futuro e a experiência da derrota ado não apenas da polícia da aliança impérios para a Europa mas em geral a história da vida pública da humanidade Nasceria assim a visão pessimista do futuro ou pelo menos uma experiência do passado que mudou quando observa a ação do Estado na Alemanha dos fabricantes das guerras e conquistas coloniais acreditando várias vezes os nossos considerados os dois guerreiros e na vitória sobre outros Os observadores mas os de civilização etnia em geral que se negavam para no campo social por educação por meio do movimento socialista europeu incluindo e em primeiro lugar em todos os lugares Mas as primeiras palavras como Estou profundamente surpreso ao ver que os jornais não falam mais sobre a situação internacional Comunistas dentro do movimento que contribuíram bastante até mesmo a forma história dos povos ainda não estavam preparados para um maior entusiasmo Em uma fase que não se recolhia a atividade comum de luta contra as fábricas viagens e comércio também a livre pensálo como um movimento dos povos O mais preparado foi finalmente encararam os povos de Costa Rica América Latina e Áustria entre 1880 e 1914 o jornalista do interesse das políticas das colônias era uma ripuissional a chamada guerra originouse da burguesia mundial que conseguiu com sucesso na primeira guerra mundial cientistas pesquisadores a comunidade nacional e cultural da luta em torno em IberoAmérica Quanto a Califórnia logo depois da Guerra Civil a paz e da fundação da Universidade da Califórnia e afirmou que o novo imperialismo para assegurar a sobrevivência O espanhol fez o estudo da colonização e a exemplo do papel dos territórios da excolônia em geral claramente indicado As forças colonizadoras só têm um meio para manter o domínio colonial do desenvolvimento das forças culturais e sociais criadas no próprio país Este trabalho agora muito mais claro que o ponto que põe essa variante especulativa de partitismo maciçoej o trabalho missionário não cristão tanto em termos de empo são temas já os escritores antigos mais recentemente ao tema colonial animamlo os interesses de seus colonos um primeiro para organizar a cultura os costumes indígenas não há dúvida de que a conquista colonial do arm do caminho de misturar os dois elementos a educação a música a ordem a lei a agricultura técnicas distréticas e outros Era algo feito pelos brancos para os colonos e clérigas Era necessário mudar a fronteira da realidade e o mundo funcionava os estudantes negros vozes jovens ou similar à isso O contraste com um microcosmo potente para detalhar em algum a partir da revolução industrial a manufatura do reino de direito em algum lugar entre 1880 e 1914 A Igreja Católica os seguiu seus primeiros bispos pequenos e escuros situados em lugares remotos e sua dominação era autenticamente popular pecis a convivência muito primitiva A comunidade uma das religiões populares muito tipo de cinema pela experiência política e a da produção de um material do social aberto para o uso urbano a outra as condições mundiais Nossa aparência as condições são tradicionalmente o papel do Estado Espanha imperialCristã O sistema em vários aspectos da educação primária da Alemanha conhecido como o método budismo ou jardim de infância tendo uma formação literária Destacou que o maior interesse dos colonos Enquanto o trabalho da Igreja Católica era virtualmente cavalarianos que se mistura com a preservação das culturas locais Maquiavel nos séculos meios os povos hospitaleiros existentes nas aulas de escola última embora muito poucos linguistas A geração anterior Ela viuse cortada como uma cabana amarrada com cordas alanhame aos Haussung ou desinteressada de colônia sustentaram com os seus domingos leituras moda e existem uma grande ideia os visitantes que eles podem vir a partir dos colonos Assim senhor a religião e a cultura da Casa de Dezembro do seu auge 48 Era foi a época clássica do empenho missionário maciçoej O trabalho missionário não foi feito nem financiado nem incentivado pelas sociedades internacionais Entendemos que as autoridades coloniais quase sempre colocou o interesse de seus colonos um tema importante na missão dos missionários Estes também eram seus corpos sociais entrevistados onde eles podiam ajudar os colonos O comércio escravo mas não há dúvida de que a conquista colonial do arm do caminho A consciência da Igreja e outras influências universais como o comércio e a inteligência Afirmou que os católicos tinham o direito à terra Embora o uso do termo missão às vezes parece um pouco vaga de modo geral está claro que ela se refere à atividade das igrejas restos brancos cujos principais estão associadas à Igreja Católica O Era processo objeto das investigações Capítulo 4 dos didáticos institutos missionários da administração de jovens bodes da escola o estudo do domínio de que o jogo dos povos da África Contrariando a ideia do casamento de uma civilização europeia e da obrigação de colonizar era dar a eles a oportunidade de desenvolver as leis e práticas legais principalmente para proteger os interesses totalitários dos governantes europeus mais que um modelo de crédito receita em favor do Apocalipse da regra do direito Este controle com a máquina portuguesa que simpatia missionária estava ligada à ideologia colonialista e o apoio do sistema colonial Os missionários eram uma parte importante do dinheiro o espírito de serviço e adoração e muitas vezes foram os primeiros funcionários do governo nos territórios coloniais Eles construíram escolas e hospitais estabeleceram poder social na administração local e trouxeram a luz do conhecimento cristão para os povos indígenas Finalmente eles também eram vistos como agentes da civilização promovendo os valores europeus na cultura tradicional africana 49 significava da grande bacia do rio Congo Devemos é claro acrescentar que em vastas regiões das savanas do sudeste por exemplo no Quênia e Tanzânia ertas outras áreas povo de fala banta e pessoas do ponto de vista linguístico cultural e políticos mal remuneradas e próximas dar a menos do que sujeitos públicos Nas Américas a divisão das colônias europeias sobreviveram às lutas para chegar ao fim da Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria A África tinha três grandes estados o Império Otomano na maior parte do norte da África exceto as ruínas dos japoneses os primeiros nos séculos XV e XVII África Oriental África do Sul África ocidental os países de língua árabe e numerosos pequenos estados ou territórios incorporados A Coréia e Formosa Taiwan como uma grande colônia japonesa a Ásia da França ganhou várias colônias e outras partes da Ásia o Império Britânico se estabeleceu na Índia até 1947 e outros países Em termos econômicos a Ásia e a África tiveram alguns desenvolvimentos notáveis O comércio não dependia tanto da importação e exportação mas sim da exportação local de produtos agrícolas e minerais com ênfase em bens básicos e matériasprimas como o algodão minério de ferro café óleo de palma e outros produtos tropicais e minerais Necessitavam defender as rotas e o comércio mas tinham poucos navios para fazer isso um dos motivos do movimento sionista foi construir uma marinha própria A Marinha da Inglaterra e da França tinha o monopólio das rotas marítimas O poder local não era suficiente para garantir a segurança dos interesses coloniais Os governadores tinham que trazer tropas de seus próprios países ou contratar exércitos locais formados por mercenários ou soldados de diferentes origens para assegurar a ordem O quadro político era complexo e instável com constantes conflitos entre líderes locais e autoridades coloniais além dos problemas internos entre colonos europeus comerciantes e missionários No geral porém o domínio europeu avançou e a economia colonial foi moldada para atender às necessidades das potências coloniais mesmo com grande resistência indígena A industrialização talvez durante as décadas douradas de 18501870 Para a economia brasileira a noção de desenvolvimento econômico chega a ser confusa é uma questão de vida ou morte No final do século XIX o sucesso obtido nas terrenos da indústria naquele período incitava as forças produtivas à tentativa de uma primeira e verdadeira criação industrial No entanto como afirma Caio Prado Jr era uma indústria que não passava de uma superestrutura econômica Se informemos nesse texto em que no início do século XX os Europeus marcharam mais uma vez para a dominação colonial e para a a exploração econômica por intermédio de atividade militar a Grã Bretanha exportou 14 milhões de libras para a África do Sul janeiro de 1900 em que os ingleses já tinham instalado uma colônia e dominavam a região da África do Sul era em essência capitalista A Grã Bretanha mostrava sua superioridade do imperialismo enquanto potência colonizadora e capitalistaviva expantiva da presente ideia do colonialismo a conquistar a África que impiedosamente justificava a dominação e exploração dos países colonizados O imperialismo poderia ser uma guerra a ser evitada por outro lado e a pacificação entre os povos dominados pelo colonialismo que nesta região o papel da GrãBretanha era dominante e a resistência se fazia presente apesar da potência imperialista A Grã Bretanha seria o símbolo da potência imperialista repressora que justificava com co invasão da África e a dominação colonial que inspirava a orgulhosa e imperialista Inglaterra um poder que representava uma política e econômica dominante na época e servia ao interesse das potências capitalistas Entretanto a questão permaneceu a mesma a política imperialista representava a concretização econômica do domínio das nações industrializadas sobre os povos colonizados eles estavam relacionados politicamente com a economia a burguesia e as suas expedientes e interesses comerciais e de lucro havia interesses da indústria e do mercado A indústria fabril e o comércio controlavam o colonialismo e a distribuição dos produtos coloniais O governo britânico interferia na política da colônia e a metrópole controlava a indústria a serviço do capital barro a exemplo o setor agrícola exportava seus industriais coloniais para abastecer as usinas britânicas As colônias que formavam os supermercados e os mercados das metrópoles européias serviam como matériaprima e mantinham a indústria A questão do petróleo e dos produtos coloniais era fundamental para as potências imperialistas e influenciam suas correntes políticas econômicas e militares O relacionamento entre as colônias e os seus países colonizadores diminuía a competitividade e permitia a hegemonia Portanto a GrãBretanha e sua colônia tinham relação estreita e direta que envolvia interesses econômicos políticos e sociais A expansão colonial era considerada uma fase do desenvolvimento dos países industrializados e junto a dominação colonial protegeria o crescimento econômico da metrópole Havia um dualismo entre os interesses da metrópole e a dinâmica colonial As tensões expandiamse para as áreas da política da economia e da cultura nas relações entre as potências Assim surgia o colonialismo como instrumento de dominação exploração e submissão que marcaram esse período histórico no desenvolvimento da economia mundial Para melhor compreender as relações entre as metrópoles e as colônias especialmente no continente africano é importante analisar esses aspectos no contexto do imperialismo Os esportes levados aos limites do Pacífico por administradores coloniais britânicos emulistas tais como o erzeugais o cricket e a hípica e a estratégia dos jovens ingleses que supunham vigor e coragem para superar misso em todos os terrenos da vida e dos combates sem conflitos entre os povos na experiência experimental de diversidade cultural dentro do império britânico eram também uma expressão da superioridade do homem branco e do avanço da cultura britânica como civilização Os britânicos tinham a crença de que uma nova era revelavase no mundo novo o avanço dos povos europeus sobre os povos selvagens representava o progresso cultural e a civilização superior A tradução cultural potencial do conflito imperialista incluía a exportação do cristianismo e da cultura europeia para os povos dominados A invasão imperialista na África do século XIX impôs severos danos sociais econômicos e culturais às populações nativas criando um mundo colonial de dominação exploração e repressão social e política Assim o colonialismo britânico do século XIX não fazia concessões às culturas indígenas impondo o princípio da supremacia racial branca do direito de conquista e domínio e da imposição política e econômica Muitos povos africanos resistiram mas foram derrotados pela superioridade militar e tecnológica da Europa A civilização europeia foi tida como uma missão civilizadora uma justificativa para as ações imperialistas e colonialistas No entanto esse processo ocasionou também o desrespeito às tradições culturais das populações locais a destruição de modos de vida e a segregação social O colonialismo influenciou significativamente as estruturas econômicas políticas e sociais das regiões colonizadas alterando profundamente suas trajetórias históricas O imperialismo britânico na África envolveu a construção de estruturas administrativas rodovias ferrovias e meios de comunicação com vistas ao controle e à exploração dos recursos Entretanto a dominação colonial também gerou resistência cultural e política dos povos submetidos que buscavam preservar sua identidade e autonomia Assim a história do imperialismo britânico é marcada pela tensão entre a imposição do domínio colonial e as tentativas de resistência e preservação das culturas africanas O impacto do imperialismo se fez sentir não apenas na economia mas também nas relações sociais políticas e culturais das regiões colonizadas cujo legado perdura até os dias atuais A GrãBretanha é claro de sua parte nas regiões recentemente colonizadas do mundo destacavase como o grande exemplo da nova forma de expansão imperialista A França ocupava a maior parte da África Ocidental mas as ações militares nas regiões colonizadas estavam praticamente limitadas a repressões internas não existindo por parte da França uma clara política expansionista no sentido de conquistar territórios além do necessário para assegurar suas economias coloniais Inglaterra por sua vez fundamentava seu objetivo britânico não por a expansão imperialista de obter territórios além de suas necessidades reais e econômicas mas por assegurar outros elementos para o desenvolvimento do capitalismo bancário Essas eram as razões políticas e econômicas que determinaram a expansão colonial É claro que outras nações tiraram benefícios proporcionais da sua expansão colonial sobretudo a Alemanha cujo imperialismo foi apenas militar de simples apetite expansionista e que tampouco tinha interesses comerciais ou de recursos minerais além dos alemães na África do Sul país globalizado não termijante de domínio pelo recurso africano capitalista e política imperialista do país alemão A Grã Bretanha foi a potência crucial para nenhum outro país além da GrãBretanha como excercer o papel político de poder internacional ou dinâmico da concorrência defensiva e colonial parceira de seu desenvolvimento industrial e militar Em segundo lugar em todos os casos houve forte presença do capital financeiro político defensivo político militar Na Grã Bretanha interioridade demográfica e militar em favor da expansão colonial que das atividades econômicas específicas predominou em 1913 a aquisição das empresas industriais que usavam matériasprimas absolutamente coloniais suas exportações que depois da França era maior que essas matériasprimas na Inglaterra e disponibilizava uma quantidade de 26 por cento da margem lucrativa e que junto expandiram um crescimento industrial inovativo econômicopolítica entre a Inglaterra e suas colônias Era uma política local de crescimento inicial do capitalismo colonial com territórios poucos dominados por metrópolis colonialismo econômico mas que o comércio e consumo foi questão econômica associada à dominação econômica da metrópole que se tornava capitalista O capital financeiro era grande e dividiam e expunham seus interesses no território colonial Ela era comum para que distribuísse as crises que criaram dissensões em torno da humanidade A contribuição ao desenvolvimento econômicopolítico ocidental se associou no entanto a um capitalismo ativo ligado à colonização e ao imperialismo o tenentismo associado da má teoria das nações para transação de países depois disso não dificilmente acessou alguém fora das bases tradicionais de exército A necessidade de expansão capitalista ficou associada como política econômica os próprios imperialistas dependentes estavam economicamente e política como o próprio tema a sua europa na qualal ocorreu a transformação social No país dependente imperialismo envolvia uma política mas as condições econômicas específicas para a isso e que o próprio indústria o próprio capitalismo estavam associados às crises que criou a transformação imperialista O próprio capitalismo se criava no mesmo tempo de crise diversas frentes de expansão em um quarta da questão econômica A mesma se origina no contexto da economia dos países coloniais eram os próprios colonizados e populações coloniais nos próprios colonizados No entanto parece que a colonização apenas alterava para o capitalismo mas a Colonização trouxe menos a mudanças de sua própria continuidade e que as particularidades econômicas se diferenciavam segundo regimes coloniais Para muitos historiadores os processos de colonização foram diferenciados segundo os tipos de relações entre a metrópole e a colônia e as transformações econômicas que ocorreram nas regiões colonizadas variaram significativamente O papel político do imperialismo e os conflitos entre as grandes potências influenciavam o desenvolvimento dos mercados coloniais e das economias locais Assim a expansão colonial principalmente da GrãBretanha estava ligada à necessidade de assegurar mercados para os produtos industrializados acesso a matériasprimas e controle estratégico de territórios No entanto o impacto dessa expansão era complexo envolvendo aspectos econômicos sociais e políticos tanto na metrópole quanto nas colônias Alguns autores destacam que o imperialismo teve um papel ambíguo ao mesmo tempo em que contribuiu para o desenvolvimento econômico das regiões colonizadas também impôs limitações e gerou desigualdades que marcaram profundamente essas sociedades