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ROJASIANA Vol 11 12 2012 3143 Manuscrito recibido 18 de junio de 2012 Manuscrito aceptado 2 de agosto de 2012 31 FITOQUÍMICA PRELIMINAR EM MONILÓFITAS CULTIVADAS NO DISTRITO FEDERAL BRASILa Preliminary phytochemical analysis in monilophyte grown in the Federal a District Brazil 1 TALITA REGINA PEREIRA DA SILVA JOSÉ GERALDO ANTUNES 23 DE PAIVA aParte do Trabalho de Conclusão de Curso em Ciências Farmacêuticas da primeira autora 1Farmacêutica Laboratório de Anatomia Vegetal Universidade de Brasília UnB 2Biólogo Laboratório de Anatomia Vegetal UnB paivajgaunbbr 3Professor orientador MSc em Botânica RESUMO O homem utiliza há muito seus conhecimentos em plantas medicinais para o tratamento de males relacionados à sua saúde A interação do conhecimento popular com as diversas técnicas de análises fitoquímicas torna possível a comprovação ou refutação do uso das plantas medicinais bem como a descoberta de moléculas biologicamente ativas Há muito as samambaias são utilizadas na cultura popular como remédio na forma de chás cataplasmas decoctos e pastas Foram analisados fitoquimicamente frondes férteis e estéreis de Nephrolepis pectinata Willd SchottThelypteris dentata Forssk EP St Johne Phymatodes scolopendria ChingTaninos catequinas e saponinas foram os metabólitos encontrados nos testes colorimétricos realizados Estes vegetais podem ser utilizados como fonte de novos indivíduos medicamentosos após novos e mais estudos farmacognósticos e clínicos Palavraschave plantas medicinais taninos catequinas saponinas testes colorimétricos etnomedicina RESUMEN El hombre utiliza su conocimiento en plantas medicinales para el tratamiento de enfermedades relacionadas con su salud La interacción de los conocimientos populares con muchas técnicas de análisis fitoquímico hace posible la confirmación o refutación de la utilización de plantas medicinales así como el descubrimiento de moléculas biológicamente activas Muchos helechos son ampliamente utilizados en la cultura popular como un remedio en forma de té cataplasmas infusiones y pastas El análisis fitoquímico se realizó en hojas fértiles y estériles de Nephrolepis pectinata Willd Schott Thelypteris dentataForssk E P St John y Phymatodes scolopendria Ching Taninos catequinas y saponinas fueron metabolitos encontrados en los ensayos colorimétricos realizados Estas plantas se pueden utilizar como fuentes de nuevos fármacos después de más estudios farmacognósticos y clínicos Palabras clave plantas medicinales taninos catequinas saponinas ensayos colorimétricos etnomedicina ROJASIANA Vol 11 12 2012 3143 32 SUMMARY Human has long used his knowledge of medicinal plants to treat illnesses related to their health The interaction of popular knowledge with the various techniques of phytochemical analysis makes it possible to prove or refute the use of medicinal plants and the discovery of biologically active molecules Pteridophyta are used in popular culture as medicine in the form of teas plasters decoctions and creams Phytochemical analysis was performed on fertile and sterile fronds of Nephrolepis pectinata Willd Schott Thelypteris dentata Forssk E P St John and Phymatodes scolopendria ChingTannins saponins and catechins were found in the colorimetric tests These plants cited above can be used as a source of new possible medicinal plants after further pharmacognostics and clinical studies Keywords medicinalplants tannins catechins saponins colorimetric tests ethnomedicine INTRODUÇÃO Na intenção de compreender a natureza o homem utiliza as plantas com o intuito de curar as suas moléstias Teske Trentini 2001 Alonso 2003 Borba Macedo 2006 Tavares 2007 As mais diversas civilizações desenvolveram pesquisas visando o conhecimento dos mecanismos das propriedades terapêuticas das plantas todo esse conhecimento foi aprimorado ao passar dos anos sem nunca cair em total esquecimento Carvalho 2004 Medeiros et al 2004 Com o passar dos anos e com a conquista das tecnologias os estudos químicos despertam cada vez mais o interesse na composição química das plantas de cunho medicinal Checinel Filho 2000 Lorenzi Matos 2002 Solons 2009 Silva et al 2010 GasparottoJúnior 2010 Almeida 2011 Diante da imensa diversidade da flora brasileira somente 15 a 17 Almeida et al 2009 das espécies vegetais foram cientificamente estudadas quanto a sua segurança eficácia e qualidade Carvalho et al 2006 É sabido que a população em especial as mais carentes são as grandes detentoras do conhecimento em plantas medicinais Alves 2007 boa parte desse conhecimento foi transmitido oralmente Medeiros et al 2004 Calábria et al 2008 e entre gerações Oliveira 2008 Pereira 2008 Isso se deve a falta de recursos para a obtenção de outras terapias ou até mesmo pela falta de acesso aos serviços públicos de saúde o que leva a comercialização de plantas medicinais em feiras livres e ao cultivo doméstico Pilla et al 2006 Kffuri 2008 A cultura popular chama a atenção de pesquisadores das mais diversas áreas de atuação pois o conhecimento popular contribui para a elaboração de novos estudos científicos estudos que têm como objetivo a avaliação do possível potencial terapêutico das espécies utilizadas no tratamento de diversas patologias Amorozo 2002 Dantas Guimarães 2007 Oliveira et al 2009 Com o intermédio da interação do conhecimento popular com as mais diversas técnicas de análises fitoquímicas é que se torna possível a descoberta de moléculas biologicamente ativas para a produção de novos fármacos Carvalho 2004 Nascimento 2008 Oliveira 2008 As moléculas biologicamente ativas fazem parte dos compostos secundários que são T Pereira J Antunes Fitoquímica preliminar em monilófitas cultivadas no distrito Federal Brasil 33 divididos em três principais grupos a saber os alcalóides os fenóis e os terpenos Di Stasi 1996 Freire 2004 Bezerra 2008 As maiores e mais representativas classes de compostos do metabolismo secundário em vegetais são os triterpenos e esteróides alcaloides flavonoides saponinas heterósidos cianogênicos cumarinas óleos essenciais taninos e antracenosídeos Simões et al 2003 Há muito tempo as pteridófitas são utilizadas na cultura popular como remédio na forma de chás cataplasmas decoctos e pastas Barros Andrade 1997 Suffredini et al 2008 Neste sentido o presente trabalho visa a elucidação de metabólitos secundários provenientes de distintos clados pteridofíticos Assim possibilita inferir e comprovar possíveis efeitos terapêuticos provenientes dos espécimes estudados Ainda a comprovação da segurança no uso medicinal das plantas comumente utilizadas MATERIAL E MÉTODOS O material vegetal utilizado na pesquisa fitoquímica consistiu em frondes adultas e expandidas estéreis de Phymatodes scolopendria Ching Polypodiaceae J Presl C Presl e férteis e estéreis de Nephrolepis pectinata Willd Schott Davalliaceae MR Schomb ex AB Frank eThelypteris dentata Forssk EP St John Thelypteridaceae Ching ex Pic Serm Os binômios bem como a autoria destes seguem nomenclatura atualizada pelo sítio virtual wwwipniorg NYBGUSA A autoria das famílias está em consonância com o aplicado pelo sítio virtual do Missouri Botanical Garden wwwmobotorgtropicos MoBotUSA Todas as espécies foram coletadas no campus Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília UnB Asa Norte DF Após a identificação o material vegetal foi coletado em triplicata acondicionado em sacos plásticos umedecidos e encaminhado ao Laboratório de Anatomia Vegetal UnB onde foi lavado fragmentado com ajuda de lâmina de corte e parte do material foi o estabilizado em estufa DeLeo com ciclagem de ar à temperatura de 45 C por 72h Os testes fitoquímicos foram realizados em drogas frescas e desidratadas para todas as espécies supracitadas sob metodologia de Matos 1988 RESULTADOS E DISCUSSÃO De acordo como os testes realizados os metabólitos mais frequentes encontrados nos extratos hidroalcoólicos tanto da droga fresca quanto da droga seca foram os taninos condensados catequinas e saponinas A presença de taninos condensados foi detectada no extrato hidroalcoólico da droga fresca e seca Tabelas 1 e 2 de todas as espécies estudadas após a reação com cloreto férrico formando precipitado de fenatos insolúveis de cor verde escura Porém não foi detectada a presença de fenóis simples nas espécies estudadas devido a ausência de precipitado de tonalidade variante entre o azul e o vermelho também não foi possível ROJASIANA Vol 11 12 2012 3143 34 detectar a presença de taninos hidrolisáveis devido a não formação de precipitado de tom azul Matos 1988 Entendese por compostos fenólicos as substâncias que possuem um ou mais anéis aromáticos e que pelo menos um hidrogênio presente em sua molécula seja substituído por um grupo hidroxila OH Angelo Jorge 2007 Toss 2010 Np F Np Est Td F Td Est Ps Est Taninos Fenóis Antocianinas e Antocianidinas Flavonas flavonóis e Xantonas Chalconas e Auronas Flavanonóis Leucoantocianidinas Catequinas Flavanonas Esteróides eou Triterpenos Saponinas Quinonas Tabela 1 Resultados dos testes colorimétricos em extrato hidroalcoólico de droga fresca Np Nephrolepis pectinata Willd SchottTd Thelypteris dentata Forssk EP St John Ps Phymatodes scolopendria Ching Presença e ausência de classes metabólicas secundárias em frondes férteis F e estéreis Est de Monilophyta cultivadas no DF Tabela 2 Resultados dos testes colorimétricos em extrato hidroalcoólico de droga seca Np F Np Est Td F Td Est Ps Est Taninos Fenóis Antocianinas e Antocianidinas Flavonas flavonóis e Xantonas Chalconas e Auronas Flavanonóis Leucoantocianidinas Catequinas Flavanonas Esteróides eou Triterpenos Saponinas Quinonas Np Nephrolepis pectinata Willd SchottTd Thelypteris dentata Forssk EP St John Ps Phymatodes scolopendria Ching Presença e ausência de classes metabólicas secundárias em frondes férteis F e estéreis Est de Monilophyta cultivadas no DF T Pereira J Antunes Fitoquímica preliminar em monilófitas cultivadas no distrito Federal Brasil 35 Têmse como principais compostos fenólicos os flavonóides os taninos e as cumarinas Leite 2009 Compostos tânicos são polifenóis de alto peso molecular que formam complexos insolúveis com proteínas em meio aquoso tal característica confere sabor adstringente a plantas e frutos com a finalidade de lhes garantir proteção contra possíveis predadores Nozella 2001 Pansera et al 2003 Monteiro et al 2005 Carneiro 2006 Carvalho 2007 É possível classificar os compostos tânicos em dois grupos distintos taninos hidrolisáveis e taninos condensados ou proantocianidinas considerando a sua estrutura e rota biossintética Soares 2002 Gonçalves Lelis 2001 Verza 2006 Makkar et al 2007 Os taninos hidrolisáveis são assim chamados por sofrerem hidrólise enzimática ou química em sua estrutura eles são representados por dois polímeros derivados dos ácidos elágico e gálico os galitaninos e elagitaninos Degáspari Waszczynskyj 2004 Quanto aos taninos condensados estes são polímeros de flavonóides em que os monômeros são unidos por ligação CC AgostiniCosta et al 2000 AgostiniCosta et al 2003 eou substratos diretos de flavonóis Simões et al 2003 O potencial terapêutico dos taninos condensados e hidrolisados devese a três características principais a capacidade de formar complexos com as proteínas a sua ação antioxidante e capacidade de formar complexos com íons metálicos Fresno 1999 Simões et al 2003 Verza 2006 Vieira et al 2001 As plantas que possuem esses metabólitos são empregadas nos tratamentos de diarréias hemorragias feridas colesterol alto é empregado como antídotos quando há envenenamento por metais pesados e alcalóides Kuklinski 2000 problemas renais e do sistema urinário hipertensão arterial problemas estomacais reumatismo queimaduras processos inflamatórios e possui também ação bactericida e fungicida antioxidante antitumoral e vasoconstritora Costa 1968 Fresno 1999 Pansera et al 2003 Simões et al 2003 Monteiro et al 2005 A presença de taninos em Nephrolepis pectinata Willd Schott tanto em frondes férteis quanto em estéreis está em concordância com o apresentado por Barros Andrade 1997 que afirmam que Nephrolepis biserrata Sw Schott apresenta atividade hemostática Em decorrência da frequência de taninos no gênero supracitado podese inferir que ambas as espécies apresentam a mesma propriedade terapêutica A ocorrência de taninos nas frondes estéreis de Phymatodes scolopendria Ching também é validada por Barros Andrade 1997 ao alegarem que Polypodium angustifolium Sw Polypodium aureum L e Polypodium polypodioides L Watt apresentam propriedades adstringente sendo que Polypodium angustifolium Sw ainda apresenta propriedade diurética e depurativa e Polypodium aureum L propriedade antitumoral e Polypodium polypodioides L Watt cicatrizante A detecção de taninos nas frondes férteis e estéreis de Thelypteris dentata Forssk EP St John pode ser corroborada por Navarrete e colaboradores 2006 ao admitirem que Thelypteris francoana Fourn C F Reed é utilizada para dores de estômago ROJASIANA Vol 11 12 2012 31 43 36 Em decorrências dos estudos fitoquímicos serem incipientes nas Pteridophyta lato sensu podese inferir a utilização da fronde de Nephrolepis pectinata Willd Schott para atividades hemostáticas e o uso de Thelypteris dentata Forssk EP St John para problemas estomacais Em relação à fronde estéril de Phymatodes scolopendria Ching podese fazer referências a eliminação ou diminuição de secreções para a limpeza do sangue eou do organismo facilitar a micção e também presumir impedimento do desenvolvimento de tumores Barros Andrade 1997 Tais ações favorecem e ampliam a utilização de samambaias antes exclusivamente ornamentais eou invasoras e diminuem o extrativismo das espécies utilizadas de forma isolada podendo ampliar o número de espécies utilizadas como planta medicinal e possíveis fitoterápicos Vale ressaltar que as suposições aqui apresentadas devem ser mais aprofundadas sob vista de estudos farmacognósticos e farmacológicos As frondes de Nephrolepis pectinata WilldSchottfértil Thelypteris dentata Forssk EP St John estéril e Phymatodes scolopendria Ching extrato hidroalcoólico da droga fresca apresentaram catequinas como demonstrado na tabela 1 Quanto à droga seca há presença de catequinas nas frondes férteis de Nephrolepis pectinata Willd Schott e estéreis de Thelypteris dentata Forssk EP St John ePhymatodes scolopendria Ching conforme apresentado na tabela 2 Catequinas são derivados flavônicos que pertencem à classe dos flavanóis Araújo et al 2005 Os mesmos autores afirmam que flavonóides são encontrados distribuídos em grandes quantidades por todo o reino vegetal Esses metabólitos são responsáveis pela pigmentação natural dos tecidos vegetais Schleier 2004 Volp et al 2008 e conferem às plantas proteção contra os danos oxidativos originados pelos raios ultravioletas poluição ferimentos e infecções Rockenbach 2008 Kuklinski 2000 Quimicamente a estrutura flavônica é representada por dois anéis aromáticos o anel A derivado da via do acetato e o B derivado da via do ácido chiquímico Ambos os anéis são unidos por três carbonos formando anel heterocíclico formando um terceiro anel o anel C As diversas variações na estrutura do anel C são as grandes responsáveis pelas substâncias que compreendem as subclasses dos flavonoides que são elas as antocianinas as flavanonas flavonóis flavonas flavanóis catequinas e isoflavonas Geissman Crout 1969 Ugaz 1994 Schleier 2004 Malacrida Motta 2005 Volp et al 2008 Angelo Jorge 2007 Rockenbach 2008 Dutra 2009 Esses compostos apresentam uma ampla variedade de atividades farmacológicas que agem nos diferentes sistemas biológicos entre elas destacamse as atividades antioxidante antiinflamatória Araújo et al 2005 Martim et al 2007 Sobrinho et al 2008 antiulcerogênica sedativa antimicrobiana antiespasmódica Tavano et al 2009 cicatrizante regenarativa de ossos e cartilagens analségica moduladora do sistema imune vasodilatadora Vieira et al 2008 antimalárica Pires et al 2011 protetor ocular Kuklinski 2000 hipoglicemiante Silva Checinel Filho 2002 antiviral antitumoral Coutinho et al 2009 Todas as atividades terapêuticas dos compostos flavônicos se devem à presença de radicais ligados aos seus anéis Jardini 2005 Volp et al 2008 T Pereira J Antunes Fitoquímica preliminar em monilófitas cultivadas no distrito Federal Brasil 37 A existência de catequinas em frondes de Nephrolepis pectinata Willd Schott fértil corrobora com o apresentado por Barros Andrade 1997 que afirmam que Nephrolepis biserrata Sw Schott é um poderoso agente hemostático amplamente utilizado no tratamento de úlceras hemorrágicas A presença de catequinas nas frondes estéreis de Phymatodes scolopendria Ching também é legitimada por Barros Anadrade 1997 ao afirmarem que Polypodium angustifolium Sw e Polypodium decumanum Willd possuem atividade antireumática Já a presença de catequinas em frondes estéreis de Thelypteris dentata Forssk EP St John é proporcional ao apresentado por Navarrete e colaboradores 2006 que admitem que Thelypteris francoana Fourn C F Reed Possui atividade contra dores estomacais Em face à presença de catequinas principalmente nas frondes férteis das espécies analisadas pode estar relacionada ao fato de os compostos fenólicos desempenharem ação protetora às plantas contra possíveis predadores uma vez que estando expostas principalmente a predação de herbívoros seria impossível a propagação de esporos para a sua germinação e perpetuação de sua espécie Como as catequinas são derivados flavônicos Simões et al 2003 e estes derivados de taninos condensados Soares 2002 podemos fazer alusão ao uso de folhas estéreis de Phymatodes scolopendria Ching para o tratamento eou prevenção de reumatismos e regeneradora de ossos e cartilagens Quanto aos metabólitos sapônicos demostrados na tabela 1 os extratos hidroalcólicos da droga fresca de frondes férteis de Nephrolepis pectinata Willd Schott Thelypteris dentata Forssk E P St John e de frondes estéreis de Phymatodes scolopendria Ching apresentaram reação positiva Quanto à droga seca podese constatar a presença de saponinas apenas nas frondes estéreis de Phymatodes scolopendria Ching Tabela 2 Saponinas são moléculas de alto peso molecular e caráter anfipático pois possuem uma porção polar representada por açúcares que são unidos a uma porção apolar que corresponde a aglicona ou sapogenina Fleck 2007 Peixoto 2009 Barlette 2011 Essa diferença de polaridades confere às saponinas a capacidade de prenderse a superfície reduzindo assim a tensão superficial de sistemas aquosos e consequentemente levando a formação de espumas Wagner Wisenauer 2006 Canto 2007 Além de serem altamente solúveis em água algumas saponinas apresentam outras propriedades físicoquímicas e biológicas como a capacidade de formarem complexos com os esteróides e a de serem poderosos agentes hemolíticos onde os seus glicosídeos interagem com o colesterol das células sanguíneas e provocam a desorganização de suas membranas resultando em sua ruptura devido ao extravasamento celular Simões et al 2003 Diniz 2006 Provensi 2007 As saponinas estão relacionadas com o sistema de defesa das plantas devido a sua ação antimicrobiana que as protegem contra fungos bactérias ou ataques predatórios Diniz 2006 ROJASIANA Vol 11 12 2012 31 43 38 Destacamse como propriedades terapêuticas das saponinas as ações expectorante sudorífica antiespasmódico estimulante digestivo protetor vascular Kuklinski 2000 antiulcerosa antihepatotóxica antioxidante antiexsudativa Fresno 1999 imunomoduladora corticomimética Wagner Wisenauer 2006 esternutatória emético Costa 1967 sedativa hipoglicemiante Diniz 2006 antiviral antiprotozoário Peixoto 2009 antimicrobiana antifúngica Canto 2007 antitumoral antiinflamatória Barlette 2011 diurética depurativa Teske Trentini 2001 imunoadjuvante estimula a absorção de antibióticos via nasal e ocular Fleck 2007 hipocolesterolemiante Francis et al 2002 Segundo Barros Andrade 1997 Nephrolepis cordifolia L possui atividade expectorante A presença de saponinas em Nephrolepis pectinata Willd Schott fronde fértil explica as ações expectorantes do vegetal Os mesmos autores afirmam que Polypodium angustifolium Sw apresenta propriedades sudorífera diurética depurativa peitoral e Polypodium aureum L atividade expectorante sudorífico anti hemorrágico e antitumoral o que está em comum acordo com a presença de saponinas em frondes estéreis de Phymatodes scolopendria Ching Neste sentido podemos inferir que Phymatodes scolopendria Ching pode ser utilizada no tratamento de tumores in vivo inibindo o seu crescimento Barros Andrade 1997 pode ser utilizada também com o intuito de eliminar secreções das vias pulmonares para facilitar a eliminação da urina promover a transpiração e limpeza do organismo em decorrência das Polypodiaceae citadas anteriormente possuírem tais propriedades medicamentosas Os demais grupos de metabólitos a saber 1 Antocianinas e antocianidinas 2 flavonas flavonóis e xantonas 3 chalconas auronas 4 Flavanonóis 5 Leucoantocianidinas 6 Flavanonas 7 Esteróis e Triterpenos 8 Quinonas não foram detectados em nenhuma das espécies estudadas BIBLIOGRAFIA AgostiniCosta T S et al Bol CEPPA 18 129 2000 AgostiniCosta T S Lima A E Lima M V Determinação de tanino em pedúnculo de cajú método da vanilina versus método do butanol ácido Quim Nova São Paulo Vol 26 No 5 p 763765 2003 Almeida N F L et al Levantamento etnobotânico de plantas medicinais na cidade de ViçosaMG Rev Bras Farm v 90 n4 p 316320 2009 Almeida E E Caracterização farmacológica das folhas de Erythrina speciosa Andrews BioFar Paraíba vol5 n1 p3447 2011 Alonso J Tratado de fitofármacos y nutracéuticos 1ed Argentina EdCorpus 2004 p 11 Alves N M Estudo farmacognóstico e da toxicidade experimental aguda e subaguda do extrato etanólico da casca do guatambu Aspidosperma subicanum Mart 2007 111f Dissertação mestrado em ciências da saúde Universidade de Brasília Brasília 2007 T Pereira J Antunes Fitoquímica preliminar em monilófitas cultivadas no distrito Federal Brasil 39 Amorozo M C M Uso e diversidade de plantas medicinais em Santo Antônio do Leverger MT Brasil Acta Bot BrasSão Paulo vol16 n2 p 189203 2002 Angelo P M Jorge N Compostos fenólicos em alimentos Uma breve revisão Rev Inst Adolfo Lutz São Paulo v66 n1 p 232240 2007 Araújo W B A et al Flavonóides e Hipertensão Revista Brasileira de Hipertensão São Paulo v12 n3 p 188189 2005 Barlette A G Avaliação química e biológica do extrato hidroetanólico de ervamate Ilex paraguariensis A St Hil 2011 61f Dissertação mestrado em ciências farmacêuticas Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 2011 Barros I C L Andrade L H C Pteridófitas Medicinais samambaias avencas e plantas afins Recife Ed Universitária da UFPE 1997 P7377 101104113 122 Bezerra D A C Estudo fitoquimico bromatologico e microbiológico de Mimosa tenuiflora Wild Poiret e Piptadenia stipulacea Benth Ducke 2008 63f Dissertação mestrado em zootecnia Universidade Federal de Campina Grande Paraíba 2008 Borba A M Macedo M Plantas medicinais usadas para a saúde bucal pela comunidade do bairro Santa Cruz Chapada dos Guimarães MT Brasil Acta Bot Bras São Paulo vol20 n4 p 771782 2006 Calábria L et al Levantamento etnobotânico e etnofarmacológico de plantas medicinais em Indianópolis Minas Gerais Brasil Rev Bras Pl Med Botucatu v10 n1 p4963 2008 Canto G S Avaliação físicoquímica e tecnológica da fração saponosídica dos frutos de Ilex paraguariensis A St Hil potencialidade como adjuvante espumógeno 2007 92f Tese doutorado em ciências farmacêuticas Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 2007 Carneiro A C O Efeito da hidrólise ácida e sulfitação de taninos de Eucalyptus grandis W Hill ex Maiden e Anadenanthera peregrina Speg nas propriedades dos adesivos 2006 182f Tese doutorado em ciência florestal Universidade Federal de Viçosa Minas Gerais 2006 Carvalho E B Estudos da interação entre proteínas e taninos Influência da presença de polissacarídeos 2007 193f Tese doutorado em química Universidade do Porto Porto Portugal 2007 Carvalho J C T Fitoterápicos antiinflamatórios aspectos químicos farmacológicos e aplicações terapêuticas São Paulo Ed Tecmed 2004 p 1316 Carvalho J L S et al Screening fitoquímico do Nasturtium officinale R Br controle de qualidade Rev Visão Acadêmica Curitiba v7 n2 p2531 2006 Cechinel Filho V Principais avanços e perspectivas na área de produtos naturais ativos estudos desenvolvidos no NIQFARUNIVALI Quím Nova São Paulo v 23 n 5 2000 Costa A F Farmacognosia I 1ed Lisboa Fundação Calouste Gulbenkian 1967 p311325 Costa A F Farmacognosia II 2ed Lisboa Fundação Calouste Gulbenkian 1968 p 807837 ROJASIANA Vol 11 12 2012 31 43 40 Coutinho M A S Muzitano M F Costa S S Flavonóides potenciais agentes terapêuticos para o processo inflamatório Rev Virtual de Quím Rio de Janeiro vol1 n3 p 241256 2009 Dantas IC Guimarães F R Plantas medicinais comercializadas na cidade de Campina Grande PB BioFar Paraíba vol1 n1 2007 Degáspari C H Waszczynskyj N Propriedades antioxidantes de compostos fenólicos Visão Acadêmica Curitiba v5 n1 p 3340 2004 Di Stasi L C Plantas Medicinais Arte e Ciência Um guia de estudo interdisciplinar São Paulo Ed Unesp 1996 p111 Diniz L R L Efeito das saponinas triterpênicas isoladas das raízes da Ampelozizyphus amazonicus Ducke sobre a função renal 2006 116f Dissertação mestrado em ciências biológicas Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2006 Dutra F L G D Compostos fenólicos e metilxantinas em ervamate armazenada em sistemas de estacionamento natural e acelerado 2009 77f Dissertação mestrado tecnologia de alimentos Setor de tecnologia Universidade Federal do Paraná Curitiba 2009 Fleck J D Constituição química avaliação da atividade imunoadjuvante e estudos de propagação de Quillaja brasiliensis 2007 137f Tese Doutorado em ciências farmacêuticas Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 2007 Freire M F I Plantas medicinais a importância do saber cultivar Revista científica Eletrônica Agronomia São Paulo n5 2004 Fresno A M V Farmacognosia General Madrid Ed Sintesis S A 1999 p 177239 GasparottoJúnior A Avaliação fitoquímica e farmacológica dos efeitos cardiovasculares e renais de Tropaeolum majus L Tropaeolaceae em ratos 2010 140f Tese doutorado em farmacologia Universidade Federal do Paraná Curitiba 2010 Geissman T A Crout D H G Organic Chemistry of Secondary Plant MetabolimUSD Freeman Cooper e company 1969 p 183229 Gonçalves C A Lelis R C C Teores de taninos da cascas e da madeira de cinco leguminosas arbóreas Floresta e Ambiente Rio de Janeiro v 08 n 1 p167173 2001 Jardini F A Avaliação da atividade antioxidante da romã Punica granatum L Participação das frações de ácidos fenólicos no processo de inibição da oxidação 2005 129f Dissertação mestrado em ciências dos alimentos Universidade de São Paulo São Paulo 2005 Kffuri C W Etnobotânica de plantas medicinais no Municípios de Senador Firmino Minas Gerais 2008 88f Dissertação Magister Scientiae em fitotecnia Universidade Federal de Viçosa Minas Gerais 2008 Kuklinski C Farmacognosia Barcelona Ed Ômega 2000p106116 Leite J P V Fitoterapia Bases científicas e tecnológicas São Paulo Ed Atheneu 2009 p 47100 Francis G et al The biological action of saponins in animal systems a review Br J Nutr 88 p 587605 2002 T Pereira J Antunes Fitoquímica preliminar em monilófitas cultivadas no distrito Federal Brasil 41 Lima A K et al Estudo farmacognóstico de Indigofera microcarpa Desv Fabaceae RBCF São Paulo v39 n4 p373379 2003 Lorenzi H Matos F J A Plantas Medicinais no Brasil Nativas e Exóticas Ed Nova OdessaSP Intituto Plantarum 2002 p3335 Makkar HPS SiddhurajuP Becker K Plant Secondary Metabolites Neu Jersey Humamana Press 2007 p 6779 Malacrida C R Motta S Ciência e Tecnologia de Alimentos Campinas vol25 n4 p 659664 2005 Martim ECO et al Lesão renal aguda por glicerol efeito antioxidante da Vitis vinifera L Rev bras ter intensiva São Paulo v 19 n 3 2007 Matos F J A Introdução à Fitoquímica Experimental Fortaleza Ed UFC 1988p11 53 Medeiros M F T Fonseca V S Andreata R H P Plantas medicinais e seus usos pelos sitiantes da Reserva Rio das Pedras Mangaratiba RJ Brasil Acta Bot Bras São Paulovol18 n2 p 391399 2004 Monteiro J M et al Taninos uma abordagem da química à ecologia Quím Nova São Paulo vol28 n5 p 892896 2005 Nascimento G C Estudo fitoquímico e avaliação da atividade antitumoral e citotoxicidade in vitro de erythroxylum deciduum Erythroxylaceae 2008 86f Dissertação mestrado em ciências moleculares Universidade Estadual de Goiás Anápolis 2008 Navarrete H et al Helechos In Moraes M et al Botánica Económica de los Andes Centrales Universidad Mayor de San Andrés La Paz 2006 pp 385411 Nozella E F Determinação de taninos em plantas com potencial forrageiro para ruminantes 2001 72f Dissertação mestrado em ciências Universidade Federal de São Paulo São Paulo 2001 Oliveira C F et al Avanços nas pesquisas etnobotânicas no Brasil Acta Bot Bras São Paulo vol23 n2 p 590605 2009 Oliveira H B Estudo etnofarmacológico de plantas medicinais em Rosário da Limeira MG 2008 84f Dissertação Magister Scientiae em fitotecnia Universidade Federal de Viçosa Minas Gerais 2008 Pansera MR et al Análise de taninos totais em plantas aromáticas e medicinais cultivadas no Nordeste do Rio Grande do Sul Rev bras farmacogn Maringá v 13 n 1 p 1722 2003 Peixoto M P G Saponinas dos frutos de ilex paraguariensis A St Hil mate desenvolvimento de metodologia analítica estudos físicoquímico e biológico 2009 153f Tese doutorado em ciências farmacêuticas Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 2009 Pereira IGR Prevalência do uso de fitoterapia em pacientes do programa de geriatria do hospital veterinárioHUB 2008 130f Dissertação mestrado em ciências da saúde Universidade de Brasília Brasília 2008 Pilla M A C Amorozo M C M Furlan A Obtenção e uso das plantas medicinais no distrito de Martim Francisco Município de MogiMirim SP Brasil Acta Bot Bras São Paulo vol20 n4 p 789802 2006 ROJASIANA Vol 11 12 2012 3143 42 Pires A M L Silveira E R Pessoa O D L Flavonoides de Lonchocarpus campestris Leguminosae Quím Nova São Paulo vol34 n2 p 26827 2011 Provensi G Investigação da atividade ansiolítica de Passiflora alata Curtis passifloraceae 2007 153f Dissertação mestrado em ciências farmacêuticas Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 2007 Rockenbach II Compostos fenólicos ácidos graxos e capacidade antioxidante do bagaço da vinificação de uvas tintas Vitis vinifera L e Vitis labrusca L 2008 113f Dissertação mestrado em ciência dos alimentos Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos Universidade Federal de Santa Catarina Florianópolis 2008 Schleier R Constituintes químicos de Vitis vinifera L UVA 2004 46f Monografia Especialista em fitoterapia Instituto Brasileiro de Estudos Homeopáticos Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo São Paulo 2004 Silva K L Cechinel Filho V Plantas do gênero Bauhinia composição química e potencial farmacológico Quím Nova São Paulo vol25 n3 p 449454 2002 Silva N L A Miranda F A A Conceição G M Triagem fitoquímica de plantas de cerrado da área de proteção ambiental Municipal do Inhamum Caxias Maranhão Revista Scientia Plena Sergipe vol6 n2 p0117 2010 Simoes C M O et al Farmacognosia da Planta ao Medicamento 5ed Porto alegre Ed da UFRGS 2003 P 403711 Soares S E Ácidos fenólicos como antioxidantes Rev Nutr Campinas vol15 n1 p 7181 2002 Sobrinho T J S P et al Validação de metodologia espectrofotométrica para quantificação dos flavonóides de Bauhinia cheilantha Bongard Steudel RBCFSão Paulo v44 n4 p683689 2008 Suffredini I B et al Estudo farmacognóstico do caule e raízes de Microgramma squamulosa Kaulf Sota Polypodiaceae Rev Bras Farm Maringá v18 n2 p279286 2008 Tavano E C R et al Conteúdos de compostos fenólicos e flavonóides em plantas de camomila Matricaria recutita L Asteraceae cultivadas in vivo e in vitro Naturalia Rio Claro vol32 p 6777 2009 Tavares J F Estudo fitoquímico de Xylopia langsdorffiana StHil Tul e Fusaea longifólia Aubl Saff isolamento caracterização estrutural e atividade biológica 2007 215f Tese doutorado em produtos naturais e sintéticos bioativos Centro de Ciências da Saúde Universidade Federal da Paraíba João Pessoa 2007 Toss D Extração de compostos fenólicos de Butia capitata utilizando dióxido de carbono supercrítico 2010 90p Dissertação mestrado em engenharia química Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 2010 Teske M Trentini A M M Herbarium Compêndio de Fitoterapia 4ed Curitiba Herbarium LabBot Ltda 2001p 47 Ugaz O L Investigación Fitoquímica 2ed Lima Peru Ed Fondo 1994 p114117 T Pereira J Antunes Fitoquímica preliminar em monilófitas cultivadas no distrito Federal Brasil 43 Verza S G Avaliação das variáveis analíticas dos métodos de determinação do teor de taninos totais baseados na formação de complexos com substâncias protéicas e derivados da polivinilpirrolidona 2006 164f Dissertação mestrado em ciências farmacêuticas Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 2006 Vieira A P et al Ação dos flavonóides na cicatrização por segunda intenção em feridas limpas induzidas cirúrgicamente em ratos Wistar Semina Ciências Biológicas e da Saúde Londrina v 29 n 1 p 6574 2008 Vieira M E Q et al Porcentagens de saponinas e taninos em vinte e oito cultivares de alfafa Medicago sativa L em duas épocas de corte Botucatu SP Rev Bras Zootec Viçosa vol30 n5 p14321438 2001 Volp A C P et al Flavonóides antocianinas características e propriedades na nutrição e saúde Rev Bras Nutr Clin Porto Alegre v23 n2 p141149 2008 Wagner H Wisenauer M Fitoterapia Fitofármacos farmacologia e aplicações clínicas 2ed São Paulo Ed Pharmabooks 2006 p1417