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Inúmeras estratégias de ensino têm sido utilizadas para ajudar a desenvolver no estudante de enfermagem esta habilidade A Comunicação geralmente é enfocada desde o primeiro ano de graduação em enfermagem direta ou indiretamente em todas as disciplinas quando falamos da Comunicação como Instrumento Básico da orientação de pacientes portadores de qualquer patologia nas orientações à saúde no estabelecimento de relações interpessoais e de ajuda ou na administração da assistência de enfermagem Além do conhecimento teórico a respeito da Comunicação acreditamos que para que o aluno possa desenvolver uma habilidade é preciso experiênciala Assim à medida que os professores derem oportunidades aos alunos de se comunicarem seja entre eles entre aluno e professor entre aluno e paciente o aluno poderá vivenciar aprimorar e incorporar o que aprendeu na teoria sobre a Comunicação O ensino e desenvolvimento da habilidade de Comunicação não se esgota no contexto da escola Vários estudos sobre o ensino da Comunicação nãoverbal entre os enfermeiros foram conduzidos Estes estudos mostraram que a enfermagem possui pouco conhecimento da comunicação nãoverbal e paraverbal não os percebendo nas suas interações com o paciente Mas com esforço e estudos a enfermagem pode aprimorarse na habilidade de comunicarse com o paciente Assim podemos inferir que apesar de além mesmo antes de nascermos já estarmos nos comunicando esta habilidade pode e deve ser desenvolvida em toda a nossa vida inclusive na profissional CONSIDERAÇÕES FINAIS Constatamos que para ocorrer o processo comunicativo vários aspectos devem ser considerados Este processo pode e deve ser desenvolvido pelo enfermeiro como uma habilidade Quando isto ocorre a comunicação se torna uma poderosa ferramenta ou instrumento que garante a qualidade do processo de cuidar e de alguma forma sempre garante a eficácia no uso dos demais Instrumentos Básicos Pois como dissemos no início do capítulo se o existir no mundo só é possível quando nos comunicamos o enfermeiro existe na medida em que utiliza a Comunicação no saberfazer profissional BIBLIOGRAFIA 1 Blondis MN Jackson BE Nonverbal communication with patients 2ª ed California A Wiley Medical Publication 1982 2 Bordenave JD O que é Comunicação 14ª ed São Paulo Padiços 1964 3 Ferreira ABH Novo dicionário da língua portuguesa 2ª ed Rio de Janeiro Ed Nova Fronteira 1986 4 Goodvkoontz L Touch atitudes prática Nurs Forum v18 n 1 pp 535 1979 5 Jota W de A L Kayama Y Paula NS O ensino dos Instrumentos Básicos de Enfermagem Rev Esc Er USP v4 n12 pp 520 1970 6 Melo MRA Marziale MHP A anotação de enfermagem canal de comunicação In Simpósio Brasileiro de Comunicação em Enfermagem 3ª Anais Ribeirão Preto Escola de Enfermagem de Ribeirão PretoUSP 1992 7 Mesdes IAC Interação verbal em situações de enfermagem hospitalar e enfoque humanístico Ribeirão Preto 1985 Tese doutorado Esc Enf de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo 8 Ruesch J Comunicação Terapêutica Buenos Aires Padiços 1964 9 Sawada NQ Galvão CM Comunicação não verbal Análise proximidade em situações de préoperatório In Simpósio Brasileiro de Comunicação em Enfermagem 3ª Ribeirão Preto 1992 Anais Ribeirão Preto Escola de Enfermagem de Ribeirão PretoUSP 1992 10 Silva MJP Construção e validação de um programa sobre comunicação não verbal para enfermeiros São Paulo 1993 Tese Doutorado Esc Enf da Universidade de São Paulo 11 Stefanelli MIM Comunicação com o paciente teoria e ensino 2ª ed São Paulo Robe Editorial 1993 12 Weil P Tompakov RO O corpo fala a linguagem silenciosa da comunicação não verbal 31 ed Petrópolis Vozes Editora 1993 13 Watson Nursing human science and human care a theory of nursing Norwalk AppletonCentury Crofts 1985 14 Weiss SJ Touch An Nurs Res v 6 pp 329 1988 7 Trabalho em Equipe Instrumento Básico de Enfermagem Ana Aparecida Sanchés Bersusa Grazia Maria Guerra Riccio A etimologia da palavra trabalho vem do vocábulo latino tripaliare do substantivo tripalium aparelho de tortura formado por três paus ao qual eram atados os condenados ou que também servia para manter presos os animais difíceis de ferrar Daí a associação do trabalho com tortura sofrimento pena labuta Esta concepção negativa do trabalho foi se modificando através da história da humanidade e hoje o trabalho humano pode ser diferenciado do trabalho animal sendo que o animal não trabalha mesmo quando cria resultados materiais pois sua ação não é deliberada intencional O trabalho humano tem uma ação dirigida por finalidades conscientes e ao reproduzir técnicas que outros homens já usaram evolui inventar outras novas a ação humana se torna fonte de ideias e ao mesmo tempo uma experiência O acúmulo dessas experiências que o homem consegue realizar é discernido e é fixado aquele cujo resultado da ação for mais favorável isto então é convertido em ideia colocada a realidade e generalizada a este processo dáse o nome de cultura A enfermagem é um trabalho humano que tem a finalidade de cuidar enquanto que a questão cultural tem sido ponto de reflexão pois ainda não há uma generalização dos resultados favoráveis de sua ação ou seja exemplificando uma escara é hoje diagnosticada experiência discernida mas seu tratamento é diversificado não existindo uma coesão do cuidar cada um cuida de sua maneira e esses resultados não são apresentados ao grupo de enfermeiros generalização Hoje o enfermeiro percebe esta lacuna e tem se voltado ao estudo e à pesquisa procurando validar e testar diagnósticos e condutas de enfermagem na busca da qualidade da assistência prestada Etimologicamente a palavra equipe viria do francês antigo esquif que designava originalmente uma fila de barcos amarrados uns aos outros e puxados por homens ou cavalos enquanto não chegava a época dos rebocadores Seja por causa dos barqueiros puxando a mesma corda ou a imagem dos barcos amarrados juntos falouse um dia em equipe ou trabalhadores Há nessa palavra um vínculo um objetivo comum uma organização um resultado a ser alcançado O homem não consegue trabalhar só o trabalho em equipe é um requisito vital para a obtenção de resultados quando se considera o potencial sinérgico dos grupos um conjunto de pessoas tem propriedades e qualidades coletivas que elas separadamente não manifestam O trabalho em equipe então é um instrumento básico necessário para que o enfermeiro resgate a sua especificidade enquanto profissão A enfermagem tem sido uma profissão que se desenvolveu inserida num grupo de trabalho denominado equipe de saúde que é composta por mais de uma dezena de categorias profissionais que vem elaborando sua identidade profissional frente a uma classe dominante na área o médico Por outro lado com aDelegação de funções formouse uma equipe própria de enfermagem que tem uma divisão técnica e social caracterizandose em ações desenvolvidas pelos enfermeiros com escolaridade de nível superior os técnicos com curso regular e nível médio de 2º grau auxiliares com curso regular de 1º grau ou em curso supletivo a nível de 2º grau e os atendentes com um rápido ou às vezes nenhum preparo formal subcontratados ou não a programas de treinamento em serviço nas instituições A equipe de enfermagem deve estar orientada para a obtenção de uma única meta o cuidar mas existem fatores que podem influenciar na organização e no alcance dos objetivos se considerar que existem individuais técnica social e psicologicamente diferentes A busca do resultado do cuidar na assistência ao cliente pode sofrer interferências se não houver um espírito de equipe e união sendo assim os objetivos que deveriam ser comuns ficam comprometidos Os indivíduos nascem em família termo latino que indica conjunto de pessoas unidas por um vínculo de parentesco que pode ser considerado atualmente como uma célula primordial da sociedade a estrutura primária sociológica A sociedade portanto é formada por grupos de famílias interagindo socialmente que necessitam de meios de subsistência e de conforto a base necessária ao desempenho das funções Esta função se realiza normalmente pela divisão do trabalho entre os diversos componentes da família É também função familiar a educação que ensina a linguagem e hábitos indispensáveis para viver numa sociedade humana A vida social requer um longo aprendizado ministrando através de uma ação que ensina os indivíduos a assumir comportamentos e atitudes sem as quais seríamos desajustados e tornarnosíamos insuportável a vida social Desde cedo os indivíduos vivem em grupos e são ensinados a trabalhar em grupo mas na escola suas atividades na maioria das vezes são indivíduos preparando este indivíduo para uma profissão e não para desempenhála em regime de colaboração dentro de uma organização comprometendo assim o espírito de equipe DEFINIÇÃO DE GRUPOS ORGANIZAÇÃO É apenas uma das formas de se definir um grupo por exemplo grupo de enfermeiros de um determinado hospital Uma outra forma de definir grupo é a interação segundo esta definição um grupo é um conjunto de pessoas que interagem Por exemplo famílias dos pacientes no horário de visita fazem parte do grupo de pessoas que estão no hospital mas diferem no objetivo Não são alvo da assistência COOPERAÇÃO É a atuação de dois ou mais indivíduos em conjunto para alcançar um objetivo comum combinando suas atividades de maneira organizada Na enfermagem a cooperação pode ser exemplificada na distribuição diária de um número de pacientes para cada membro da equipe cuidar Tipos de Cooperação Temporária Ocorre quando os indivíduos se reúnem para realizar uma tarefa durante um curto período de tempo por exemplo a mudança de decúbito de um paciente Contínua Ocorre em detrimento da necessidade de fixação de pessoas num determinado local para a manutenção de um serviço por exemplo grupos de enfermeiros e auxiliares de uma unidade de internação Direta Pessoas ou grupos que realizam em conjunto atividades semelhantes exemplo grupo de auxiliares de enfermagem de determinado setor Indireta Realização de trabalho em colaboração voltado para o mesmo objetivo exemplo técnica de aspiração traqueal realizada pelo fisioterapeuta e enfermeiro Por haver diferenças de capacidade e desejos entre os componentes de uma sociedade estes competem entre si a fim de satisfazer suas necessidades e aspirações Competição É um tipo de luta universal que não só acontece na sociedade humana mas também no mundo animal e vegetal Além de ser universal a competição é impessoal contínua destituída de violência e geralmente os indivíduos por não terem consciência deste fato tornam esta competição por vezes violenta e agressiva O enfermeiro ou auxiliar de enfermagem que foi aprovado em um concurso público em uma instituição está impedindo inconsciente e deliberadamente a entrada de outro este pode ser um exemplo de competição A competição é um processo de evolução de um grupo resultando em maior desempenho dos seus membros CONFLITO É outra forma de luta entre indivíduos ou grupos Esta difere da competição porque envolve contato acontece em nível consciente é pessoal implica ameaça ou violência e é intermitente Se buscarmos novamente o exemplo dos enfermeiros e auxiliares de enfermagem que prestaram prova para o concurso público e constatarmos que estes profissionais estavam disputando o primeiro lugar teremos então um conflito pessoal consciente emocional e intermitente Pessoal porque é a ele que eu quero vencer emocional porque a disputa gera tensão e emoção e intermitente porque esta disputa ocorre em determinado momento e depois pode acabar O conflito pode apresentarse pela rivalidade debate discussão guerras Tipos de Conflito Conflito de Gerações Resultante da divergência de ideias valores filosofia de vida entre jovens e adultos Toda geração possui seus valores e ideias e vive num contexto histórico com problemas e necessidades específicas Não raro os membros mais velhos do grupo de enfermeiros que possuem valores ideias e filosofias de vida diferentes das dos jovens são chamados por estes de tias para refletirem uma imagem estereotipada de enfermagem velha Dificilmente o conflito das gerações se torna conflito aberto Ele se manifesta mais em antagonismo de ideias valores atitudes e preferências entre gerações Conflitos de Sexos O sexo embora determinado por fatores biológicos é valorizado por critérios sociais O conflito dos sexos surgiu com a Revolução Industrial século XIX quando a mulher até então submetida ao regime patriarcal começou a trabalhar fora de casa podendo reivindicar igualdade e oportunidades já que participava do processo produtivo e tinha poder aquisitivo próprio Conflito de Raças Entre os diversos grupos étnicos há muitas vezes preconceitos arraigados Muitas vezes esse preconceito não é público mas a observação nos faz crer que ele existe há instituições que não têm nenhum membro de seu grupo de raça negra ora com uma população brasileira rica em indivíduos que têm origem na raça negra é difícil acreditar que nenhum procurou emprego naquela organização Conflito entre Campo e Cidade É devido ao semiisolamento a que está ligado o homem do campo e em virtude dos fatores decorrentes desse isolamento Por exemplo o profissional enfermeiro formado em outra região região Norte com valores e realidades diferentes vindo para uma região urbanizada região Sudeste procurar emprego Conflito de Classes Toda a classe social possui certas semelhanças sociais e um modo de viver próprio de consciência de classe pelos proletários desenvolveuse a luta entre estes e os burgueses em todo o mundo No Brasil o acesso ao sistema educacional tornase difícil para os indivíduos com condições socioeconômicas menos favorecidas portanto os elementos que conseguem finalizar o terceiro grau são todos como um grupo de pessoas que compõem uma classe econômica privilegiada Essa divergência de classes sociais então é levada ao grupo onde a enfermagem reflete uma imagem estereotipada em relação a seu grupo de burguesa e os atendentes de proletários Conflito Econômico Este tem por base a concorrência que nos dias atuais é intensa Uma das consequências disso é o aparecimento dos monopólios capazes de fixar preços de alguns produtos ou serviços Empresas privadas atuando na área de saúde estabelecendo tabelas de preço por procedimento Conflitos Religiosos São provocados pela intolerância em matéria de religião Na enfermagem o conflito religioso não nos parece comum pois há um incalculável respeito religioso na formação de auxiliares e enfermeiros que evidentemente é incorporado para cada membro do grupo pondo em prática o seu trabalho Conflitos Interinstitucionais Estes conflitos jogam estados contra estados instituições contra instituições provocando uma guerra Consequência do Conflito Alívio de Tensão Todo conflito é precedido de uma tensão que vai aumentando gradativamente e com ele desabafa Batalhas de palavras são travadas e as tensões se descarregam Eficiência Pessoal Quando estamos em conflito para atingir uma posição almejada temos ao esforço máximo de que somos capazes esforço esse sempre maior do que o despendido em situação de segurança Pensamento Nós tendemos a raciocinar mais quando existem problemas para resolver ou melhor quando estamos diante de um conflito Essas consequências causadas pelo conflito tendem a ser adaptadas ADAPTAÇÃO Níveis de Adaptação do Indivíduo ao Meio Biológico e Psicomotor O corpo e as atitudes dos indivíduos sofrem uma socialização ao seu ambiente sociocultural A adaptação dos membros do grupo de enfermagem no trabalho noturno pode ser um exemplo Afetivo Verificase a modificação de sentimentos O cuidar continuamente de pessoas faz com que os sentimentos afetivos sejam mais exacerbados no grupo de enfermagem Pensamento Quando a intelectualidade se desenvolve através da incorporação de elementos culturais Ex os enfermeiros precisam incorporar os elementos culturais do sistema de assistência de enfermagem SAE para poderem executálo A ACOMODAÇÃO É o processo social com o objetivo de atenuar o conflito reduzindoo Só aparecem nos aspectos externos do comportamento sendo quase nula a mudança interna relativa a valores A acomodação pode ser duradora e até permanente como no caso das castas ou transitória só por um determinado tempo O exemplo do SAE também pode ser visto aqui quando se tem enfermeiros que a realizam só porque está implantado na instituição não porque acreditam nele Mas há também aqueles que ao entrarem em contato com esta metodologia o assimilam e não conseguem visualizar o cuidado sem esse processo ASSIMILAÇÃO Enquanto a acomodação só aparece externamente no indivíduo a assimilação é uma mudança cultural É um processo pelo qual pessoas e grupos adquirem as maneiras de outros grupos e compartilhando sua experiência e história se incorporam numa vida cultural comum Os fatores que podem influenciar o processo de assimilação são contatos primários ausências de caracteres físicos distintos número e concentração de indivíduos e prestígio da cultura Para melhor compreensão podemos representar a interação neste hexágono onde cada vértice corresponde às suas formas básicas Relembrando as formas de definir os grupos temos a organização interação e uma terceira forma motivação O grupo pode ser definido então como pessoas que se associam porque isto lhes traz alguma recompensa ou porque perseguem alguma espécie de objetivo comum A motivação é um fator muito poderoso de explicação de grupos já que a agregação de um conjunto de pessoas depende essencialmente de elas continuarem juntas A ideologia conjunto de ideias conceitos ou opiniões sobre algum ponto sujeito a discussão tornase o fator de coesão e atração dos indivíduos que procuram o grupo onde ela é cultivada Há grupos que se formam em torno de ideias ou então pela crença que os indivíduos têm nas ideias que o grupo abrange A quarta forma talvez a mais importante de se definir um grupo é a percepção Um grupo na verdade só é um grupo quando seus membros se percebem como tal Segundo Amaral não basta que um conjunto de pessoas conviva fisicamente estejam organizados ou tenham os mesmos objetivos para que se caracterizem como grupo É necessário ainda que elas se percebam como partes de um mesmo todo e que cada uma veja as demais da mesma forma Podese então dizer que um grupo começa a se caracterizar como equipe quando estão presentes a organização a interação a motivação e a percepção representadas na Fig 72 DIVISÃO DOS GRUPOS Os grupos ainda podem se dividir em formas e informais Nos informais há uma predominância da percepção e da motivação sem que sejam necessárias a interação ou a organização como por exemplo o time de vôlei dos funcionários da enfermagem do hospital X Já nos formais temse então a predominância da interação e organização mas a motivação e percepção não estão presentes são ótimos executores Este grupo é característico da enfermagem que na grande maioria das vezes é visto como tarefeiro executa prescrições de outros profissionais não tendo a ideia e crença própria motivação como prescrever suas próprias intervenções e nem se percebem como grupo quando temos visto um esvaziamento das associações de classe Um grupo pode ainda sofrer algumas influências São elas segundo Amaral O ambiente o tipo de organização na qual se encontra com as definições estratégicas e operacionais que recebe ou deixa de receber da administração a que está subordinado as facilidades ou dificuldades materiais ou psicológicas que tem para trabalhar O grupo as influências que podem receber de si próprio entre elas destacamse o tamanho quanto maior mais difícil coesão idade grupos recémformados tendem a ter comportamentos que diferem dos grupos já existentes há certo tempo tipo de missão efeito sinérgico e percepções Um indivíduo tem um conjunto de características como personalidade de treinamento valores interesses e experiências que contribuíram para a identidade e desempenho específico Essas três influências ao se combinarem resultam em dois tipos de comportamentos 1 Comportamento orientado à execução de tarefa 2 Comportamento orientado para a manutenção do grupo O equilíbrio desses comportamentos poderá levar a equipe ao desempenho satisfatório e a um grau de satisfação psicológica de seus membros como podemos ver na representação a seguir Fig 73 onde qualquer desequilíbrio poderá pender a balança para uma insatisfação psicológica ou desempenho satisfatório Para obtenção de um resultado eficaz de um grupo são necessários alguns requisitos segundo Amaral Missão definição vocacional compreende as metas que detalham a missão e especificam principalmente o que quando fluxos e outros detalhes semelhantes Na enfermagem o método científico utilizado como Fig 73 Modelo de equilíbrio de desempenho em um grupo Para proporcionar maior clareza dos três requisitos a equipe deve procurar as seguintes respostas levando em consideração a compreensão em que medidas os membros da equipe entendem os três requisitos a adesão como os membros da equipe aceitam e estão psicologicamente comprometidos com o destino da equipe com seus objetivos específicos e com a divisão de papéis As perguntas são Qual é nossa vocaçãomissão Onde queremos chegar Quais são os resultados específicos que devemos alcançar Qual o problema que devemos resolver Quais as responsabilidades de cada membro da equipe Quem vai fazer o quê Elas devem ser aceitas pelo grupo Elas devem ser uma força de atração para a manutenção das pessoas no grupo Elas devem exigir elevados padrões de ética e desempenho profissional dos membros da equipe Em todos os grupos existem indivíduos com uma capacidade de liderança que é exercitada desde que nasce nas atividades sociais ou escolares para que mais tarde possa utilizar na vida profissional Quanto mais experiência maior será a vantagem competitiva que esses indivíduos terão no mercado de trabalho Esses indivíduos têm ainda uma tendência de entender e manejar processos de dinâmica de grupo que lhes facilitam as funções de liderança perante outros indivíduos A grande responsabilidade destas lideranças consiste em criar instituições saudáveis dentro dos grupos de modo que estes possam subsistir independentemente de sua presença física Isto é válido para pequenos organizações e países1 Este papel é polivalente e difícil já que seus erros se traduzem não apenas em fracassos da equipe mas igualmente em conflitos internos Um grupo só pode ser produtivo na medida em que todos deem sua contribuição O papel principal do participante é o envolvimento e compromisso com o trabalho portanto um grupo onde não há participação em conjunto não existe mas sim um aglomerado de pessoas Os participantes adotam uma atitude passiva à espera de que alguém assuma responsabilidades que são suas ou que assume as tarefas de liderança na qual terão o direito de julgar o trabalho que tem uma grande probabilidade de ocorrer quando a maioria se omite O líder é estimado e reconhecido como o chefe não segundo o critério da popularidade mas sim da confiança que o grupo deposita nele Deve sempre utilizar atitudes diferentes e adaptativas segundo as situações ou as tarefas de sua equipe Pela influência direta o líder executa parte do trabalho e põe a mão na massa o que lhe exige aptidão e competência para a tarefa pela influência indireta ele fala organiza dirige informa ensina coordena tornandose administrador ou organizador dos esforços das iniciativas e do trabalho coletivo O líder portanto tem a função de contribuir para a tarefa na qual o grupo está empenhado na manutenção e no desenvolvimento do grupo Na enfermagem o enfermeiro chefia delegando funções a técnicos auxiliares e atendentes de enfermagem o que não o coloca em uma posição de líder mas frequentemente a de um cumpridor de funções meramente burocráticas enquanto que o cuidado ao paciente é decidido e executado pelos outros elementos da equipe seja de enfermagem ou multiprofissional Para que o enfermeiro resgate o seu papel de liderança é necessário estar apoiado numa filosofia cuja crença tenha a centralização na assistência tareafa Deve ainda conhecer princípios básicos de administração para gerenciar unidades de ensino promover educação em serviço e de assistência para responder pelo planejamento e execução dos cuidados de enfermagem mantendo boa comunicação e cultivando o espírito de equipe manutenção do grupo Todos os requisitos necessários para a função de liderança têm que ser aprimorados O enfermeiro não pode afastarse da assistência do ensino e da pesquisa Essa integração necessária só poderá ser firmada se houver um esforço na aquisição do conhecimento através de cursos especialização pósgraduação onde o enfermeiro adquirirá a competência necessária para cuidar ensinar e pesquisar O equilíbrio da liderança pode ser conquistado através da manutenção das suas funções tarefa e manutenção do grupo tendo um apoio centrado no triângulo filosófico da enfermagem assistência ensino e pesquisa representado a seguir na Fig 75 Enquanto o enfermeiro se afasta da assistência direta do paciente seu reconhecimento pela sociedade fica cada vez mais distante do desejado sendo o médico tradicionalmente considerado por esta como líder da equipe de saúde Os médicos ainda são considerados como detentores do saber e da autoridade o enfermeiro profissional submisso ao médico cumpridor de ordens que executa técnicas de forma caridosa e bondosa O papel indefinido do enfermeiro levao à submissão ao médico e quando a delimitação da área de ação do enfermeiro começa a tomar forma o conflito do poder quase sempre está presente pois na maioria das vezes o médico é diretor ou presidente das organizações Segundo Tagari1 existem forças que podem afetar o comportamento de uma liderança entre elas os padrões e normas rígidas das organizações o modelo de liderança muitas vezes imposta pela organização e não da escolha do enfermeiro discrepância entre o que o enfermeiro acredita ser correto e o que é requerido pela instituição tendo com isso falta de metodologia e sistematização da assistência centralização do poder abuso da comunicação oral e falta de politização do enfermeiro Costa4 indica um roteiro útil para o enfermeiro atuar na equipe multiprofissional no nível hospitalar fazer visita diária em conjunto para analisar e discutir a evolução do paciente determinar a assistência global ao paciente nas 24 horas sendo que cada membro da equipe faz sua prescrição evitando superposição fazer plano de alta em conjunto baseandose em estudos para definir as necessidades do paciente que serão atendidas a domicílio promover sessões de estudos com reuniões para apresentar resultados obtidos O espírito de trabalho em equipe tem que estar presente na equipe multiprofissional para a obtenção da assistência integral do paciente representando no sistema helicoidal a seguir Ver Fig 76 O trabalho em equipe deve ainda estar presente em cada fase do triângulo filosófico assistência ensino e pesquisa Na assistência quando o trabalho de enfermagem é sistematizado subentendese a realização de um trabalho em equipe na verdade o processo deve constar de informações básicas a respeito do paciente onde tanto a equipe de enfermagem como a equipe multiprofissional devem contribuir no levantamento dessa informações à medida que se interrelacionam com o paciente O levantamento sistemático dos dados do paciente dará ao enfermeiro o subsídio necessário para poder agrupar os problemas diagnosticar planejar o cuidado e avaliar os resultados Para que os resultados tenham êxito é necessário que a equipe esteja inteirada do porque de tais condutas e encorajada a prestar uma assistência eficaz ao paciente O estímulo para este encorajamento muitas vezes é dado pelo chefe ou por outro membro da equipe a qual o exemplo de profissionalismo é mirado O conceito de profissionalismo é difícil de ser definido mas uma avaliação dos termos técnicos e comportamentais poderá nos dar a identidade do profissional à medida que segundo Amaru possuam conhecimentos e habilidades específicas apropriadas para o desempenho de sua missão e de suas tarefas específicas possuam a capacidade de escolher e usar os métodos adequados para a execução de tarefas e de ações específicas planejam e preparam cuidadosamente cada uma de suas ações evitando as improvisações procuram acompanhar as evoluções dentro de seu campo de especialização buscando aprimoramento do conhecimento habilidades e atitudes procuram separar as relações pessoais da tarefa e participam na equipe de forma solidária preocupamse em não deixar compromissos inacabados e o cuidado com as consequências do serviço ou tarefa para usuários Diante destas colocações é importante que o enfermeiro tenha em mente as implicações do trabalho em equipe em sua prática principal mente quando utiliza o processo para isso é necessário promover reuniões com a equipe de enfermagem ou multiprofissional no sentido de discutir sobre os problemas do paciente e formas de melhor ajudálo ou mesmo para resolver problemas relacionados à própria equipe quanto a conflitos desempenho utilizandose da dinâmica de grupo dando espaço a desabafos e exteriorização de sentimentos e angústias dos próprios elementos e nunca perder de vista o propósito da visão holística não permitindo a fragmentação da assistência visto que existe uma tendência em decompor o conhecimento Segundo Kron7 a fragmentação da assistência sempre está presente quando a ênfase da designação de enfermagem é posta na função no trabalho ou nos procedimentos em vez de no paciente como indivíduo Assistência de enfermagem integral tem que ser cada vez mais exercitada pela equipe e reforçado o seu valor para o paciente objeto de nosso trabalho A distribuição de atividade diária deve sempre ser voltada ao indivíduo e não a procedimentos técnicos A distribuição de atividades pelo procedimento pode ter a vantagem de ser mais rápida na execução e a desvantagem do resultado do cuidado não ser avaliado de forma eficaz um exemplo clássico é a distribuição das tarefas de enfermagem no âmbito hospitalar ser realizada por verificação de sinais vitais para um auxiliar de enfermagem e administração de medicamentos por outro se este paciente estiver com frequência cardíaca abaixo de 50 bpm e tiver prescrição de digitalico este provavelmente será ministrado pela falta de conhecimento de todo pois o primeiro auxiliar permanecerá fixo atento à prescrição de drogas só se preocupando em cumprir sua tarefa verificar sinais vitais No ensino o trabalho em equipe é um conhecimento que deveria fazer parte da cultura do indivíduo e ser incluído no programa das escolas maternais do mesmo modo que o alfabeto evoluindo com a escolaridade até níveis mais altos de graduação atendendo a determinados pontos básicos12 Na enfermagem o trabalho em equipe faz parte do conteúdo programático da grande maioria das escolas porém este instrumento básico da enfermagem não tem tido uma consideração importante nem por alunos nem pelos professores além de ser referido como um dos menos empregados na prática segundo Ferraz5 A utilização do desenvolvimento de atividades grupais no ensino passou a ser adotada como uma estratégia para facilitar o aprendizado visto que segundo Carvalho3 promove a socialização do educando ajudando a estruturar atitudes de bom convívio social Ensinao a trabalhar em equipe combatendo o excesso de individualismo enriquece os pontos de vista tem grande poder motivador visto dar margem a autorealização dentro do grupo e solicitar vivamente a participação ativa Favorece a criatividade mediada e estimulação intensa decorrente da situação interativa libertandoo de preconceitos e de esterótipos uma vez que as opiniões são confrontadas e analisadas criticamente A experiência da vida na grande maioria das vezes tem sido a base que o enfermeiro tem do trabalho em equipe sendo este um fato a ser refletido pelo ensino nas escolas que necessitam formar profissionais preparados não só para a tarefa mas também para o comportamento da manutenção em grupo centrada em alguns pontos básicos9 Aprendizagem da comunicação para aperfeiçoamento da expressão pessoal da espontaneidade da capacidade de ouvir o outro Aprendizagem da cooperação para superar o egocentrismo poder pessoal a falta de confiança nos outros competição a não consideração do outro inibição ansiedade e sentimento de inferioridade Aprendizagem de dinâmica de grupo para aumentar a capacidade de perceber o que se passa num grupo participar antecipadamente de um grupo e conduzir um debate Aprendizagem de organização do trabalho para esclarecer os objetivos perceber a estrutura da tarefa prever a divisão de papéis utilizar meios disponíveis e criar outros mais adequados organizar seu trabalho administrar seu cargo e programar suas atividades Aprendizagem de gestão de equipe para compreender problemas de administração dos recursos da equipe estratégias planejamento etc Não só as escolas têm a responsabilidade deste trabalho mas as organizações também devem estar aprimorando o profissional que nela trabalha através da educação contínua dos funcionários com aulas cursos simpósios congressos ou estratégias do corpo a corpo com levantamento de problemas em visitas de enfermagem e discussão dos prováveis meios de solucionálos Desta vista devem fazer parte todos os membros da equipe de enfermagem envolvidos com o problema detectado e o enfermeiro da educação continuada para diagnosticar as dificuldades da equipe e planejar estratégias de orientação na busca de manter um grupo bem orientado quanto ao teor técnico e comportamental investigações O pesquisador que trabalhava sozinho poderá ter hoje uma grande probabilidade de esterilidade científica ou seja não passará para novas gerações de enfermeiros o gene da necessidade de pesquisar e acabará solitário nos seus pensamentos As pesquisas de enfermagem tiveram seu início em torno das décadas de 60 e 70 e passaram a ter maior destaque por influência dos cursos de pósgraduação Outro ponto relevante para a pesquisa de enfermagem no Brasil é que o conhecimento dos enfermeiros sobre as ciências básicas principalmente humanas e biológicas é muito superficial o que ainda se torna mais restrito no tocante à metodologia de pesquisa O intercâmbio entre profissionais que fazem pesquisa é inexistente e as pesquisas realizadas têm pouca divulgação As linhas prioritárias para a pesquisa em enfermagem não estão ainda bem definidas Algumas tentativas estão sendo feitas para contribuir com o trabalho de equipe na pesquisa A primeira tentativa é de formação de grupos de interesse quanto ao desenvolvimento de um campo de saber auxiliando de certa forma o intercâmbio de conhecimentos entre os pesquisadores Uma segunda forma de contribuição é a tentativa de projetos integrados de pesquisa onde cada elemento de um grupo de interesse a ser investigado irá desenvolver todo segmento do assunto formandose um todo interrelacionando os temas investigados podendose dar uma grande arrancada no entrecruzamento de pesquisadores e análise de temas várias óticas inclusive permitindose a execução do projeto de pesquisa pelo grupo Diante dessas reflexões pudemos verificar que o trabalho de equipe é indispensável para assistência ensino e pesquisa mas não só este instrumento básico da enfermagem trabalho de equipe é essencial para a filosofia da enfermagem outros instrumentos articulados também somam condições para fortalecer a tarefa básica do enfermeiro o cuidar O trabalho de equipe também está diretamente relacionado com a qualidade total Neste contexto este instrumento básico ganha poder de força para a implementação desta filosofia a qual pressupõe algumas ferramentas a serem adotadas para otimizar o alcance dos objetivos são elas as seguintes Votação múltipla é o modo de conduzir uma coleta de opiniões ou votos para selecionar os itens mais importantes de uma lista com discussão e dificuldade Esta ferramenta visa encontrar uma proposta aceitável de modo que todos os membros possam apoiála e nenhum oporse a ela Técnica de grupo nominal é uma abordagem mais estruturada que as outras estratégias citadas anteriormente com a finalidade de gerar uma lista de opções para posteriormente reduzilas Esta ferramenta é eficaz quando todos ou alguns membros do grupo são desconhecidos entre si devido ao baixo grau de interação Esta técnica é principalmente utilizada quando uma equipe não consegue encontrar um consenso Fluxogramas são figuras esquemáticas com indicação passo a passo usadas para planejar etapas de um projeto ou descrever um processo que está sendo estudado Podem também ser usados para descrever uma sequência desejada de um sistema novo e melhorado um exemplo a ser citado é o diagrama de trabalho representado pelo fluxo de pessoas materiais documentos ou informações em um processo criandose os movimentos em uma planta semelhante à área de trabalho Diagrama de causa e efeito diagrama de Ishikawa ou espinha de peixe devido à sua aparência semelhante à espinha do peixe permite mapear uma lista de fatores que julgamos afetar um problema ou um resultado desejado É uma ferramenta eficaz para o estudo de processo e situações de planejamento Frente às ferramentas aqui descritas observase que estas são imprescindíveis para que o enfermeiro solucione entraves situacionais na sua equipe que podem influenciar a qualidade da assistência prestada Para melhor compreensão dos conceitos citados neste capítulo vejamos a Fig 77 Paciente BIBLIOGRAFIA 1 Amar AC Gerência de trabalho de equipe São Paulo Livraria Pioneira Editora 1986 2 Aranha ML de A Martins MHP Filosofando Introdução à filosofia São Paulo Editora Moderna 1988 3 Carvalho IM O ensino socializado In O processo didático 4ª ed Rio de Janeiro FGV 1982 cap 11 pp 21351 4 Costa MJC Atuação do enfermeiro na equipe multiprofissional Rev Bras Enf 313 pp 31239 1978 5 Ferraz FAF et al Instrumentos básicos aspectos relacionados ao processo ensino aprendizagem no curso de graduação das escolas de enfermagem da Grande São Paulo São Paulo 1986 trabalho datilografado 6 Krevtz L O trabalho em equipe na enfermagem São Paulo 1993 90 p Tese de mestrado Escola de Enfermagem Universidade São Paulo 7 Kron T Manual de enfermagem 4ª edição Rio de Janeiro Interamericana 1978 8 Magalhães J de M Você conhece sociologia Rio de Janeiro Editora Rio 1979 9 Maria VLR Instrumentos básicos de enfermagem trabalho em equipe trabalho apresentado a disciplina de fundamentos de enfermagem III do programa de pósgraduação de mestrado na EEUSP São Paulo 1987 10 Scholtes PR et al Times de qualidade In Os elementos básicos da melhoria da qualidade Rio de Janeiro Qualitymark Ed Ltda cap 2 pp 21 246 11 Tagara NS Liderança e assistência de Enfermagem Rio de Janeiro Concordia 1983 12 Vidal F Problem solving metodologia geral da criatividade São Paulo Best seller Importadora de Livros SA 1973 8 O Planejamento como Instrumento Básico do Enfermeiro Rose Meire Imanichi Fugita Olga Guilhermina Dias Farah INTRODUÇÃO As idéias sobre planejamento são amplamente discutidas nos dias de hoje constituindose em uma ferramenta utilizada em atividades das mais diversas áreas de atuação profissional É de senso comum que o planejamento deve ser utilizado sempre que se quiser evitar ficar por conta do improviso pois através do planejamento se formula antecipadamente um esquema detalhado para se alcançar um objetivo O enfermeiro que não planeja e atua intuitivamente não tem possibilidade de avaliar o próprio desempenho da sua equipe de enfermagem não obtem parâmetros para avaliar se todas as ações esperadas foram executadas dificultando uma atuação competente A enfermagem tende a negligenciar o planejamento devido a fatores como grande demanda para soluções imediatas de crises diárias com consequente reeleição até de eventos futuros para o final de uma lista de prioridades e ausência de conhecimento e experiência na criação de um programa de planejamento 8 Entretanto devemos considerar que apenas propondonos a fazer um planejamento poderemos obter a experiência necessária e incluir eventos futuros no planejamento poderia até mesmo diminuir a grande demanda de intercorrências diárias submeteramse à análise É prescrever o futuro e traçar um programa de ação determinado nos objetivos que se pretende atingir buscando as melhores estratégias de ação para seu alcance e reformulando o plano em conformidade com as sugestões provindas da experiência e dos fatos 1516 O planejamento pode ser resumido em especificação de resultados desejados determinação das ações a serem tomadas e avaliação do grau de sucesso no alcance dos objetivos estabelecidos 8 Na enfermagem Horta 11 classifica o planejamento como um dos instrumentos básicos de enfermagem e o conceitua como um processo intelectual isto é a determinação consciente do curso de ação a tomada de decisões com base em objetivos fatos e estimativas submetida à análise Considerando estas abordagens entendemos que planejamento é uma ferramenta que auxilia o enfermeiro a organizar executar e avaliar as ações de enfermagem de forma a alcançar racionalmente seus objetivos e obter melhor desempenho e maior produtividade no seu trabalho AMPLITUDE DO PLANEJAMENTO Os níveis de atuação do planejamento são 1413 Planejamento Estratégico É o planejamento no nível global institucional São planos de longo alcance logo seu grau de incerteza é maior já que um grande período de tempo permite maior oportunidade para que ocorram eventos não previstos e por consequência devem ser mais flexíveis É o mais amplo e abrange os demais Na enfermagem corresponde a decisões tomadas por enfermeiras que atuam ao nível administrativo na determinação do método de assistência de enfermagem a ser implementado pelo serviço Planejamento Tático É um planejamento de médio alcance e é intermediário dentro dos níveis de organização Possui detalhamento maior que o anterior Na enfermagem corresponde a decisões relativas à adaptação do método de assistência escolhido para cada unidade de serviço de acordo com suas características próprias Planejamento Operacional É um planejamento de curto alcance e diz respeito às operações atuais O grau de incerteza das decisões é menor porque este é o que tem menor abrangência em comparação com os demais Este último corresponde ao planejamento da assistência de enfermagem individualizada Constituise na aplicação do processo de enfermagem coerente com a filosofia instituída pelos níveis de planejamento mais abrangentes O processo de enfermagem é definido por Horta como a dinâmica das ações sistematizadas e interrelacionadas visando à assistência do ser humano Todo planejamento resulta em um plano de ação ou seja um roteiro que orienta as atividades de um grupo ou de um indivíduo na direção de finalidades O plano caracterizado em relação ao tempo pode ser de curto médio e longo alcances sendo que o período de tempo coberto pelo planejamento depende da natureza dos objetivos e do tempo que tomará para completálos Stoner caracteriza quanto ao tipo que pode ser de aplicação única sendo elaborado para atingir objetivos específicos e eliminado quando atingidos ou permanentes com orientação padronizada para lidar com situações que se repetem ou imprevisíveis CARACTERÍSTICAS DO PLANEJAMENTO O planejamento engloba certas características que irão determinar o seu sucesso Unidade implica a existência de um objetivo a alcançar que torne todos os passos do plano interligados Um planejamento não pode ser dividido em fases independentes pois corre o risco de ser um conjunto de planos contraditórios Continuidade o planejamento deve ser dividido em fases sequenciais coerentes e ininterruptas obedecendo prioridades para que evolua Caso contrário pode tornarse teórico e inacabado sendo impossível analisar e avaliar as atividades envolvidas Flexibilidade permite um ajustamento às situações corretivas necessárias para se retificar o problema ou redirecionar o curso planejado Clareza e precisão o planejamento deve ser baseado em objetivos definidos e claros incluindo os resultados esperados e os métodos de avaliação Devese evitar a ambiguidade de interpretação para que todos que estiverem envolvidos saibam o que se espera de sua participação e sejam evitados esforços desnecessários assim como custos adicionais Executabilidade um planejamento deve ser realista em termos de recursos necessários e viabilidade técnica e econômica Relações lógicas com a realidade da instituição evitam a implementação de planos utópicos e não operacionais Estas características devem ser contempladas em todos os momentos da aplicação do processo de enfermagem Desta forma as fases do processo devem ser interrelacionadas visando ao mesmo objetivo de prestar uma assistência individualizada ao paciente sequenciais evitando a interrupções da assistência de enfermagem prestada flexíveis pois as prescrições devem ser adaptadas às condições e modificações apresentadas pelo paciente e serem alteradas quando necessário claras e precisas para que haja uniformidade em sua interpretação visto que a assistência não é conduzida por um único profissional e exequível pois para serem executados devem estar coerentes com a realidade do serviço A comparação dos resultados atuais versus resultados desejados ocorre em cada um dos estágios de implementação do plano e não apenas no seu final A avaliação pode ser dividida em duas categorias gerais avaliação formativa realizada periodicamente enquanto o plano está se desenvolvendo e cuja feedback permite uma modificação do plano e a avaliação somativa feita após a finalização da execução do plano e cujo propósito é identificar e medir os resultados finais do planejamento em relação aos objetivos esperados O planejamento é a primeira etapa de qualquer atividade assistencial de enfermagem Castilho e Gaidzinsky consideram que determinar ações de enfermagem utilizandose de um método de trabalho visando atender às necessidades do cliente é planejar a assistência de enfermagem Este planejamento implica estabelecer os objetivos da assistência analisar as consequências que poderiam advir de diferentes atuações optar entre alternativas determinar metas específicas a serem atingidas e desenvolver estratégias adequadas à execução da terapêutica esperada A sistematização da assistência de enfermagem é um passo importante na enfermagem atual pois organiza o trabalho de enfermagem através da operacionalização de todas as fases da metodologia de planejamento Por outro lado a negligência da sistematização da assistência é uma das principais razões da desorganização e falta de confiança nas atividades de enfermagem audiovisuals a serem utilizados nas aulas e outros Kemp afirma que o professor deve conhecer as características dos alunos aos quais se destina o plano de ensino e ter conhecimento da área da matéria de modo a especificar os objetivos de aprendizagem necessários e selecionar os métodos didáticos Podemos perceber então que estas necessidades levantadas pelo autor só poderiam ser atendidas pelo professor se este utilizasse o planejamento enquanto ferramenta de trabalho Logicamente todos os passos do planejamento citado são necessários para se realizar qualquer tipo de planejamento dito As fases de reconhecimento do sistema a determinação de objetivos a implementação e avaliação do processo devem ser adaptadas à realidade educacional A responsabilidade do professor é imensa pois grande parte de seu ensino depende da organicidade coerência e flexibilidade de seu planejamento O planejamento requer que se pense no futuro Pela reflexão e educar do desenvolvimento níveis cada vez mais aprimorados de discernimento compreensão e julgamento da realidade tornando a formação de novos profissionais compatível com o que se espera na enfermagem de hoje e do futuro Descrevemos anteriormente como deve ocorrer o planejamento do ensino Por outro lado devemos ensinar o aluno como planejar O enfermeiro deve aprender a planejar e desenvolver esta habilidade desde aluno Desta forma deve ser ensinado ao aluno de maneira contínua Desde o primeiro estágio hospitalar os alunos devem planejar as atividades a serem desenvolvidas e elaborar planos de cuidados aos pacientes por eles assistidos Na disciplina de administração em enfermagem este tópico é também extensamente abordado pelos professores Durante todo o curso de graduação fazse necessário um reforço por parte dos docentes dando ênfase à necessidade de se planejar as atividades de enfermagem O PLANEJAMENTO NA PESQUISA EM ENFERMAGEM Para o pesquisador em particular o planejamento tornase fundamental O pesquisador deve garantir que todos os passos de sua pesquisa permaneçam o mais claro possíveis permitindo assim a obtenção de um resultado passível de comprovação e replicação A pesquisa é uma atividade racional sistematizada e portanto exige que as ações sejam planejadas Desta maneira podese conferir maior eficiência à investigação para que em um prazo determinado possase alcançar os objetivos estabelecidos O planejamento é a primeira fase da pesquisa e concretizase com a elaboração de um projeto que pode ser chamado também de plano de pesquisa A estrutura do projeto pode ser determinada pelo tipo de problema a ser pesquisado e pelo estilo de seus autores Para Gil a elaboração do projeto não segue normas rígidas porém este deve deixar claro quanto às etapas a serem desenvolvidas e quais recursos humanos materiais financeiros serão necessários para se efetivar a pesquisa A pesquisa não se desenvolve por acaso e se não houver planejamento os resultados ficarão sujeitos apenas aos cálculos de probabilidades CONSIDERAÇÕES FINAIS O planejamento é um instrumento essencial para a prática de enfermagem Ao mesmo tempo que temos esta certeza acreditamos que a questão principal é como o enfermeiro deve planejar de modo eficiente O enfermeiro deve conhecer este instrumento utilizandoo com pro resultado final produtivo em sua atuação BIBLIOGRAFIA Castilho V Gaidiznsky RR Planejamento da assistência de enfermagem In Kurcgant P et al Administração em enfermagem São Paulo EPU 1991 cap 16 pp 20714 Chaccour MIB Análise da implementação do planejamento da assistência de enfermagem em unidades de internação de um hospital de ensino Rev Bras Enf v 37 n 34 pp 21827 1984 Chaccour MIB Um estudo sobre a metodologia do planejamento da assistência de enfermagem em 14 hospitais do município de São Paulo São Paulo 1981 Dissertação de Mestrado apresentada à Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo Clampone MHT Metodologia do planejamento na enfermagem In Kurgcant P et al Administração em enfermagem São Paulo EPU 1991 cap 4 pp 4157 Enricone D et al Planejamento de ensino e avaliação 10 ed Porto Alegre Sagra 1986 Farias JN et al Diagnóstico de enfermagem uma abordagem conceitual e prática João Pessoa Departamento de Enfermagem CCSUFPB 1990 Ferreira FW Planejamento sim e não Rio de Janeiro Paz e Terra 1983 Fox DH Fox KT Strategic planning for nursing J Nurs Adm v n pp 117 1983 Giger JN Davidhizar R Strategic planning implications for nursing practice and education Hosp Topics v 65 n 4 pp 113 1987 Gil AC Projetos de pesquisa São Paulo Editora Atlas SA 1989 Horta W de A O ensino dos instrumentos básicos de enfermagem Rev Esc Enf USP v 4 n 1 e 2 pp 520 1977 Horta W de A Processo de enfermagem São Paulo EPUEDUSP 1979 Kawasnicka EL Planejamento introdução à administração 3 ed São Paulo Atlas 1988 cap10 pp 15267 Kemp JE Planejamento de ensino Rio de Janeiro Livros Técnicos e Científicos Editora SA 1977 cap 10 pp 808 Capacidade do pessoal e relações de trabalho Koontz H ODonnell C Princípios de administração uma análise das funções administrativas 4 ed São Paulo Pioneira 1969 cap 5 pp 89118 Natureza e propósito do planejamento Koontz H ODonnell C Weihrich H Administração organização planejamento e controle 2v 14 ed São Paulo Pioneira 1977 cap 6 pp 439 Natureza e finalidades do planejamento Koontz H ODonnell C Weihrich H Administração organização planejamento e controle 2 v 14 ed São Paulo Pioneira 1977 cap 7 pp 4069 Objetivos Kron T Gray A Administração dos cuidados de enfermagem ao paciente 6 ed Rio de Janeiro Interlivros 1989 cap 105119 Processo de planejamento e preparação para liderança e administração Stoner JAF Administração Rio de Janeiro Prentice Hall do Brasil 1985 cap 4 pp 7293 The planning function Avaliação Um Instrumento Básico de Enfermagem INTRODUÇÃO A palavra avaliar pode ter vários significados dentre os quais destacamse fazer ideia de determinar valia ou valor fazer apreciação e ajuizar CONCEITUAÇÃO A avaliação é utilizada pelos indivíduos de forma constante e em várias situações da vida diária Segundo Gomes o homem para desenvolverse em sua forma de sentir pensar e agir necessita avaliar suas experiências a avaliar deve considerar a existência desses fatores e sua interferência no resultado da avaliação Gomes16 reforça o aspecto de julgamento moral quando define que o uso do processo de avaliação permite ao indivíduo julgar e determinar valores para suas decisões Vasquez36 afirma que é possível atribuir valor moral a um ato somente o mesmo tiver consequências que afetam outros indivíduos grupo social ou sociedade como um todo Em seu aspecto técnico a avaliação envolve a enfermagem no âmbito da assistência ensino e pesquisa o que será discutido posteriormente Uma outra forma de caracterizar a avaliação é interpretála como parte integrante de um sistema de maior complexidade e abrangência A avaliação é uma atividade que integra o processo de planejamento cujo uso permite melhoria dos efeitos qualitativos e quantitativos através de modificações introduzidas Por sua própria estrutura e comportamento a avaliação constituiuse em um sistema menor dentro de um maior16 Diversos autores consideram a avaliação como processo O processo de avaliação inclui passos distintos21 a determinar e estabelecer objetivos b especificar para cada objetivo itens comportamento padrão a serem considerados na avaliação c anotar dados condições e eventos d selecionar instrumento eficiente de avaliação medida desejada aplicável ao estudo e a cada item considerado e usar instrumento de avaliação para medir resultados e registro de achados f interpretar achados e anotar conclusões e g usar as informações obtidas na melhoria dos programas de educação A avaliação é um processo contínuo espontâneo e considerado intuitivo mas também deve ser planejado e científico16 Na sua aplicação na enfermagem a OMS28 enumera duas formas do processo de avaliação a avaliação do programa de enfermagem em relação ao público que atende e ao programa sanitário em geral e a atuação individual do enfermeiro como membro da equipe de saúde Assim delineiase as seguintes fases a definição das finalidades e limites da avaliação b relação da avaliação com a finalidade do serviço c estabele cimento de padrão 114
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Inúmeras estratégias de ensino têm sido utilizadas para ajudar a desenvolver no estudante de enfermagem esta habilidade A Comunicação geralmente é enfocada desde o primeiro ano de graduação em enfermagem direta ou indiretamente em todas as disciplinas quando falamos da Comunicação como Instrumento Básico da orientação de pacientes portadores de qualquer patologia nas orientações à saúde no estabelecimento de relações interpessoais e de ajuda ou na administração da assistência de enfermagem Além do conhecimento teórico a respeito da Comunicação acreditamos que para que o aluno possa desenvolver uma habilidade é preciso experiênciala Assim à medida que os professores derem oportunidades aos alunos de se comunicarem seja entre eles entre aluno e professor entre aluno e paciente o aluno poderá vivenciar aprimorar e incorporar o que aprendeu na teoria sobre a Comunicação O ensino e desenvolvimento da habilidade de Comunicação não se esgota no contexto da escola Vários estudos sobre o ensino da Comunicação nãoverbal entre os enfermeiros foram conduzidos Estes estudos mostraram que a enfermagem possui pouco conhecimento da comunicação nãoverbal e paraverbal não os percebendo nas suas interações com o paciente Mas com esforço e estudos a enfermagem pode aprimorarse na habilidade de comunicarse com o paciente Assim podemos inferir que apesar de além mesmo antes de nascermos já estarmos nos comunicando esta habilidade pode e deve ser desenvolvida em toda a nossa vida inclusive na profissional CONSIDERAÇÕES FINAIS Constatamos que para ocorrer o processo comunicativo vários aspectos devem ser considerados Este processo pode e deve ser desenvolvido pelo enfermeiro como uma habilidade Quando isto ocorre a comunicação se torna uma poderosa ferramenta ou instrumento que garante a qualidade do processo de cuidar e de alguma forma sempre garante a eficácia no uso dos demais Instrumentos Básicos Pois como dissemos no início do capítulo se o existir no mundo só é possível quando nos comunicamos o enfermeiro existe na medida em que utiliza a Comunicação no saberfazer profissional BIBLIOGRAFIA 1 Blondis MN Jackson BE Nonverbal communication with patients 2ª ed California A Wiley Medical Publication 1982 2 Bordenave JD O que é Comunicação 14ª ed São Paulo Padiços 1964 3 Ferreira ABH Novo dicionário da língua portuguesa 2ª ed Rio de Janeiro Ed Nova Fronteira 1986 4 Goodvkoontz L Touch atitudes prática Nurs Forum v18 n 1 pp 535 1979 5 Jota W de A L Kayama Y Paula NS O ensino dos Instrumentos Básicos de Enfermagem Rev Esc Er USP v4 n12 pp 520 1970 6 Melo MRA Marziale MHP A anotação de enfermagem canal de comunicação In Simpósio Brasileiro de Comunicação em Enfermagem 3ª Anais Ribeirão Preto Escola de Enfermagem de Ribeirão PretoUSP 1992 7 Mesdes IAC Interação verbal em situações de enfermagem hospitalar e enfoque humanístico Ribeirão Preto 1985 Tese doutorado Esc Enf de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo 8 Ruesch J Comunicação Terapêutica Buenos Aires Padiços 1964 9 Sawada NQ Galvão CM Comunicação não verbal Análise proximidade em situações de préoperatório In Simpósio Brasileiro de Comunicação em Enfermagem 3ª Ribeirão Preto 1992 Anais Ribeirão Preto Escola de Enfermagem de Ribeirão PretoUSP 1992 10 Silva MJP Construção e validação de um programa sobre comunicação não verbal para enfermeiros São Paulo 1993 Tese Doutorado Esc Enf da Universidade de São Paulo 11 Stefanelli MIM Comunicação com o paciente teoria e ensino 2ª ed São Paulo Robe Editorial 1993 12 Weil P Tompakov RO O corpo fala a linguagem silenciosa da comunicação não verbal 31 ed Petrópolis Vozes Editora 1993 13 Watson Nursing human science and human care a theory of nursing Norwalk AppletonCentury Crofts 1985 14 Weiss SJ Touch An Nurs Res v 6 pp 329 1988 7 Trabalho em Equipe Instrumento Básico de Enfermagem Ana Aparecida Sanchés Bersusa Grazia Maria Guerra Riccio A etimologia da palavra trabalho vem do vocábulo latino tripaliare do substantivo tripalium aparelho de tortura formado por três paus ao qual eram atados os condenados ou que também servia para manter presos os animais difíceis de ferrar Daí a associação do trabalho com tortura sofrimento pena labuta Esta concepção negativa do trabalho foi se modificando através da história da humanidade e hoje o trabalho humano pode ser diferenciado do trabalho animal sendo que o animal não trabalha mesmo quando cria resultados materiais pois sua ação não é deliberada intencional O trabalho humano tem uma ação dirigida por finalidades conscientes e ao reproduzir técnicas que outros homens já usaram evolui inventar outras novas a ação humana se torna fonte de ideias e ao mesmo tempo uma experiência O acúmulo dessas experiências que o homem consegue realizar é discernido e é fixado aquele cujo resultado da ação for mais favorável isto então é convertido em ideia colocada a realidade e generalizada a este processo dáse o nome de cultura A enfermagem é um trabalho humano que tem a finalidade de cuidar enquanto que a questão cultural tem sido ponto de reflexão pois ainda não há uma generalização dos resultados favoráveis de sua ação ou seja exemplificando uma escara é hoje diagnosticada experiência discernida mas seu tratamento é diversificado não existindo uma coesão do cuidar cada um cuida de sua maneira e esses resultados não são apresentados ao grupo de enfermeiros generalização Hoje o enfermeiro percebe esta lacuna e tem se voltado ao estudo e à pesquisa procurando validar e testar diagnósticos e condutas de enfermagem na busca da qualidade da assistência prestada Etimologicamente a palavra equipe viria do francês antigo esquif que designava originalmente uma fila de barcos amarrados uns aos outros e puxados por homens ou cavalos enquanto não chegava a época dos rebocadores Seja por causa dos barqueiros puxando a mesma corda ou a imagem dos barcos amarrados juntos falouse um dia em equipe ou trabalhadores Há nessa palavra um vínculo um objetivo comum uma organização um resultado a ser alcançado O homem não consegue trabalhar só o trabalho em equipe é um requisito vital para a obtenção de resultados quando se considera o potencial sinérgico dos grupos um conjunto de pessoas tem propriedades e qualidades coletivas que elas separadamente não manifestam O trabalho em equipe então é um instrumento básico necessário para que o enfermeiro resgate a sua especificidade enquanto profissão A enfermagem tem sido uma profissão que se desenvolveu inserida num grupo de trabalho denominado equipe de saúde que é composta por mais de uma dezena de categorias profissionais que vem elaborando sua identidade profissional frente a uma classe dominante na área o médico Por outro lado com aDelegação de funções formouse uma equipe própria de enfermagem que tem uma divisão técnica e social caracterizandose em ações desenvolvidas pelos enfermeiros com escolaridade de nível superior os técnicos com curso regular e nível médio de 2º grau auxiliares com curso regular de 1º grau ou em curso supletivo a nível de 2º grau e os atendentes com um rápido ou às vezes nenhum preparo formal subcontratados ou não a programas de treinamento em serviço nas instituições A equipe de enfermagem deve estar orientada para a obtenção de uma única meta o cuidar mas existem fatores que podem influenciar na organização e no alcance dos objetivos se considerar que existem individuais técnica social e psicologicamente diferentes A busca do resultado do cuidar na assistência ao cliente pode sofrer interferências se não houver um espírito de equipe e união sendo assim os objetivos que deveriam ser comuns ficam comprometidos Os indivíduos nascem em família termo latino que indica conjunto de pessoas unidas por um vínculo de parentesco que pode ser considerado atualmente como uma célula primordial da sociedade a estrutura primária sociológica A sociedade portanto é formada por grupos de famílias interagindo socialmente que necessitam de meios de subsistência e de conforto a base necessária ao desempenho das funções Esta função se realiza normalmente pela divisão do trabalho entre os diversos componentes da família É também função familiar a educação que ensina a linguagem e hábitos indispensáveis para viver numa sociedade humana A vida social requer um longo aprendizado ministrando através de uma ação que ensina os indivíduos a assumir comportamentos e atitudes sem as quais seríamos desajustados e tornarnosíamos insuportável a vida social Desde cedo os indivíduos vivem em grupos e são ensinados a trabalhar em grupo mas na escola suas atividades na maioria das vezes são indivíduos preparando este indivíduo para uma profissão e não para desempenhála em regime de colaboração dentro de uma organização comprometendo assim o espírito de equipe DEFINIÇÃO DE GRUPOS ORGANIZAÇÃO É apenas uma das formas de se definir um grupo por exemplo grupo de enfermeiros de um determinado hospital Uma outra forma de definir grupo é a interação segundo esta definição um grupo é um conjunto de pessoas que interagem Por exemplo famílias dos pacientes no horário de visita fazem parte do grupo de pessoas que estão no hospital mas diferem no objetivo Não são alvo da assistência COOPERAÇÃO É a atuação de dois ou mais indivíduos em conjunto para alcançar um objetivo comum combinando suas atividades de maneira organizada Na enfermagem a cooperação pode ser exemplificada na distribuição diária de um número de pacientes para cada membro da equipe cuidar Tipos de Cooperação Temporária Ocorre quando os indivíduos se reúnem para realizar uma tarefa durante um curto período de tempo por exemplo a mudança de decúbito de um paciente Contínua Ocorre em detrimento da necessidade de fixação de pessoas num determinado local para a manutenção de um serviço por exemplo grupos de enfermeiros e auxiliares de uma unidade de internação Direta Pessoas ou grupos que realizam em conjunto atividades semelhantes exemplo grupo de auxiliares de enfermagem de determinado setor Indireta Realização de trabalho em colaboração voltado para o mesmo objetivo exemplo técnica de aspiração traqueal realizada pelo fisioterapeuta e enfermeiro Por haver diferenças de capacidade e desejos entre os componentes de uma sociedade estes competem entre si a fim de satisfazer suas necessidades e aspirações Competição É um tipo de luta universal que não só acontece na sociedade humana mas também no mundo animal e vegetal Além de ser universal a competição é impessoal contínua destituída de violência e geralmente os indivíduos por não terem consciência deste fato tornam esta competição por vezes violenta e agressiva O enfermeiro ou auxiliar de enfermagem que foi aprovado em um concurso público em uma instituição está impedindo inconsciente e deliberadamente a entrada de outro este pode ser um exemplo de competição A competição é um processo de evolução de um grupo resultando em maior desempenho dos seus membros CONFLITO É outra forma de luta entre indivíduos ou grupos Esta difere da competição porque envolve contato acontece em nível consciente é pessoal implica ameaça ou violência e é intermitente Se buscarmos novamente o exemplo dos enfermeiros e auxiliares de enfermagem que prestaram prova para o concurso público e constatarmos que estes profissionais estavam disputando o primeiro lugar teremos então um conflito pessoal consciente emocional e intermitente Pessoal porque é a ele que eu quero vencer emocional porque a disputa gera tensão e emoção e intermitente porque esta disputa ocorre em determinado momento e depois pode acabar O conflito pode apresentarse pela rivalidade debate discussão guerras Tipos de Conflito Conflito de Gerações Resultante da divergência de ideias valores filosofia de vida entre jovens e adultos Toda geração possui seus valores e ideias e vive num contexto histórico com problemas e necessidades específicas Não raro os membros mais velhos do grupo de enfermeiros que possuem valores ideias e filosofias de vida diferentes das dos jovens são chamados por estes de tias para refletirem uma imagem estereotipada de enfermagem velha Dificilmente o conflito das gerações se torna conflito aberto Ele se manifesta mais em antagonismo de ideias valores atitudes e preferências entre gerações Conflitos de Sexos O sexo embora determinado por fatores biológicos é valorizado por critérios sociais O conflito dos sexos surgiu com a Revolução Industrial século XIX quando a mulher até então submetida ao regime patriarcal começou a trabalhar fora de casa podendo reivindicar igualdade e oportunidades já que participava do processo produtivo e tinha poder aquisitivo próprio Conflito de Raças Entre os diversos grupos étnicos há muitas vezes preconceitos arraigados Muitas vezes esse preconceito não é público mas a observação nos faz crer que ele existe há instituições que não têm nenhum membro de seu grupo de raça negra ora com uma população brasileira rica em indivíduos que têm origem na raça negra é difícil acreditar que nenhum procurou emprego naquela organização Conflito entre Campo e Cidade É devido ao semiisolamento a que está ligado o homem do campo e em virtude dos fatores decorrentes desse isolamento Por exemplo o profissional enfermeiro formado em outra região região Norte com valores e realidades diferentes vindo para uma região urbanizada região Sudeste procurar emprego Conflito de Classes Toda a classe social possui certas semelhanças sociais e um modo de viver próprio de consciência de classe pelos proletários desenvolveuse a luta entre estes e os burgueses em todo o mundo No Brasil o acesso ao sistema educacional tornase difícil para os indivíduos com condições socioeconômicas menos favorecidas portanto os elementos que conseguem finalizar o terceiro grau são todos como um grupo de pessoas que compõem uma classe econômica privilegiada Essa divergência de classes sociais então é levada ao grupo onde a enfermagem reflete uma imagem estereotipada em relação a seu grupo de burguesa e os atendentes de proletários Conflito Econômico Este tem por base a concorrência que nos dias atuais é intensa Uma das consequências disso é o aparecimento dos monopólios capazes de fixar preços de alguns produtos ou serviços Empresas privadas atuando na área de saúde estabelecendo tabelas de preço por procedimento Conflitos Religiosos São provocados pela intolerância em matéria de religião Na enfermagem o conflito religioso não nos parece comum pois há um incalculável respeito religioso na formação de auxiliares e enfermeiros que evidentemente é incorporado para cada membro do grupo pondo em prática o seu trabalho Conflitos Interinstitucionais Estes conflitos jogam estados contra estados instituições contra instituições provocando uma guerra Consequência do Conflito Alívio de Tensão Todo conflito é precedido de uma tensão que vai aumentando gradativamente e com ele desabafa Batalhas de palavras são travadas e as tensões se descarregam Eficiência Pessoal Quando estamos em conflito para atingir uma posição almejada temos ao esforço máximo de que somos capazes esforço esse sempre maior do que o despendido em situação de segurança Pensamento Nós tendemos a raciocinar mais quando existem problemas para resolver ou melhor quando estamos diante de um conflito Essas consequências causadas pelo conflito tendem a ser adaptadas ADAPTAÇÃO Níveis de Adaptação do Indivíduo ao Meio Biológico e Psicomotor O corpo e as atitudes dos indivíduos sofrem uma socialização ao seu ambiente sociocultural A adaptação dos membros do grupo de enfermagem no trabalho noturno pode ser um exemplo Afetivo Verificase a modificação de sentimentos O cuidar continuamente de pessoas faz com que os sentimentos afetivos sejam mais exacerbados no grupo de enfermagem Pensamento Quando a intelectualidade se desenvolve através da incorporação de elementos culturais Ex os enfermeiros precisam incorporar os elementos culturais do sistema de assistência de enfermagem SAE para poderem executálo A ACOMODAÇÃO É o processo social com o objetivo de atenuar o conflito reduzindoo Só aparecem nos aspectos externos do comportamento sendo quase nula a mudança interna relativa a valores A acomodação pode ser duradora e até permanente como no caso das castas ou transitória só por um determinado tempo O exemplo do SAE também pode ser visto aqui quando se tem enfermeiros que a realizam só porque está implantado na instituição não porque acreditam nele Mas há também aqueles que ao entrarem em contato com esta metodologia o assimilam e não conseguem visualizar o cuidado sem esse processo ASSIMILAÇÃO Enquanto a acomodação só aparece externamente no indivíduo a assimilação é uma mudança cultural É um processo pelo qual pessoas e grupos adquirem as maneiras de outros grupos e compartilhando sua experiência e história se incorporam numa vida cultural comum Os fatores que podem influenciar o processo de assimilação são contatos primários ausências de caracteres físicos distintos número e concentração de indivíduos e prestígio da cultura Para melhor compreensão podemos representar a interação neste hexágono onde cada vértice corresponde às suas formas básicas Relembrando as formas de definir os grupos temos a organização interação e uma terceira forma motivação O grupo pode ser definido então como pessoas que se associam porque isto lhes traz alguma recompensa ou porque perseguem alguma espécie de objetivo comum A motivação é um fator muito poderoso de explicação de grupos já que a agregação de um conjunto de pessoas depende essencialmente de elas continuarem juntas A ideologia conjunto de ideias conceitos ou opiniões sobre algum ponto sujeito a discussão tornase o fator de coesão e atração dos indivíduos que procuram o grupo onde ela é cultivada Há grupos que se formam em torno de ideias ou então pela crença que os indivíduos têm nas ideias que o grupo abrange A quarta forma talvez a mais importante de se definir um grupo é a percepção Um grupo na verdade só é um grupo quando seus membros se percebem como tal Segundo Amaral não basta que um conjunto de pessoas conviva fisicamente estejam organizados ou tenham os mesmos objetivos para que se caracterizem como grupo É necessário ainda que elas se percebam como partes de um mesmo todo e que cada uma veja as demais da mesma forma Podese então dizer que um grupo começa a se caracterizar como equipe quando estão presentes a organização a interação a motivação e a percepção representadas na Fig 72 DIVISÃO DOS GRUPOS Os grupos ainda podem se dividir em formas e informais Nos informais há uma predominância da percepção e da motivação sem que sejam necessárias a interação ou a organização como por exemplo o time de vôlei dos funcionários da enfermagem do hospital X Já nos formais temse então a predominância da interação e organização mas a motivação e percepção não estão presentes são ótimos executores Este grupo é característico da enfermagem que na grande maioria das vezes é visto como tarefeiro executa prescrições de outros profissionais não tendo a ideia e crença própria motivação como prescrever suas próprias intervenções e nem se percebem como grupo quando temos visto um esvaziamento das associações de classe Um grupo pode ainda sofrer algumas influências São elas segundo Amaral O ambiente o tipo de organização na qual se encontra com as definições estratégicas e operacionais que recebe ou deixa de receber da administração a que está subordinado as facilidades ou dificuldades materiais ou psicológicas que tem para trabalhar O grupo as influências que podem receber de si próprio entre elas destacamse o tamanho quanto maior mais difícil coesão idade grupos recémformados tendem a ter comportamentos que diferem dos grupos já existentes há certo tempo tipo de missão efeito sinérgico e percepções Um indivíduo tem um conjunto de características como personalidade de treinamento valores interesses e experiências que contribuíram para a identidade e desempenho específico Essas três influências ao se combinarem resultam em dois tipos de comportamentos 1 Comportamento orientado à execução de tarefa 2 Comportamento orientado para a manutenção do grupo O equilíbrio desses comportamentos poderá levar a equipe ao desempenho satisfatório e a um grau de satisfação psicológica de seus membros como podemos ver na representação a seguir Fig 73 onde qualquer desequilíbrio poderá pender a balança para uma insatisfação psicológica ou desempenho satisfatório Para obtenção de um resultado eficaz de um grupo são necessários alguns requisitos segundo Amaral Missão definição vocacional compreende as metas que detalham a missão e especificam principalmente o que quando fluxos e outros detalhes semelhantes Na enfermagem o método científico utilizado como Fig 73 Modelo de equilíbrio de desempenho em um grupo Para proporcionar maior clareza dos três requisitos a equipe deve procurar as seguintes respostas levando em consideração a compreensão em que medidas os membros da equipe entendem os três requisitos a adesão como os membros da equipe aceitam e estão psicologicamente comprometidos com o destino da equipe com seus objetivos específicos e com a divisão de papéis As perguntas são Qual é nossa vocaçãomissão Onde queremos chegar Quais são os resultados específicos que devemos alcançar Qual o problema que devemos resolver Quais as responsabilidades de cada membro da equipe Quem vai fazer o quê Elas devem ser aceitas pelo grupo Elas devem ser uma força de atração para a manutenção das pessoas no grupo Elas devem exigir elevados padrões de ética e desempenho profissional dos membros da equipe Em todos os grupos existem indivíduos com uma capacidade de liderança que é exercitada desde que nasce nas atividades sociais ou escolares para que mais tarde possa utilizar na vida profissional Quanto mais experiência maior será a vantagem competitiva que esses indivíduos terão no mercado de trabalho Esses indivíduos têm ainda uma tendência de entender e manejar processos de dinâmica de grupo que lhes facilitam as funções de liderança perante outros indivíduos A grande responsabilidade destas lideranças consiste em criar instituições saudáveis dentro dos grupos de modo que estes possam subsistir independentemente de sua presença física Isto é válido para pequenos organizações e países1 Este papel é polivalente e difícil já que seus erros se traduzem não apenas em fracassos da equipe mas igualmente em conflitos internos Um grupo só pode ser produtivo na medida em que todos deem sua contribuição O papel principal do participante é o envolvimento e compromisso com o trabalho portanto um grupo onde não há participação em conjunto não existe mas sim um aglomerado de pessoas Os participantes adotam uma atitude passiva à espera de que alguém assuma responsabilidades que são suas ou que assume as tarefas de liderança na qual terão o direito de julgar o trabalho que tem uma grande probabilidade de ocorrer quando a maioria se omite O líder é estimado e reconhecido como o chefe não segundo o critério da popularidade mas sim da confiança que o grupo deposita nele Deve sempre utilizar atitudes diferentes e adaptativas segundo as situações ou as tarefas de sua equipe Pela influência direta o líder executa parte do trabalho e põe a mão na massa o que lhe exige aptidão e competência para a tarefa pela influência indireta ele fala organiza dirige informa ensina coordena tornandose administrador ou organizador dos esforços das iniciativas e do trabalho coletivo O líder portanto tem a função de contribuir para a tarefa na qual o grupo está empenhado na manutenção e no desenvolvimento do grupo Na enfermagem o enfermeiro chefia delegando funções a técnicos auxiliares e atendentes de enfermagem o que não o coloca em uma posição de líder mas frequentemente a de um cumpridor de funções meramente burocráticas enquanto que o cuidado ao paciente é decidido e executado pelos outros elementos da equipe seja de enfermagem ou multiprofissional Para que o enfermeiro resgate o seu papel de liderança é necessário estar apoiado numa filosofia cuja crença tenha a centralização na assistência tareafa Deve ainda conhecer princípios básicos de administração para gerenciar unidades de ensino promover educação em serviço e de assistência para responder pelo planejamento e execução dos cuidados de enfermagem mantendo boa comunicação e cultivando o espírito de equipe manutenção do grupo Todos os requisitos necessários para a função de liderança têm que ser aprimorados O enfermeiro não pode afastarse da assistência do ensino e da pesquisa Essa integração necessária só poderá ser firmada se houver um esforço na aquisição do conhecimento através de cursos especialização pósgraduação onde o enfermeiro adquirirá a competência necessária para cuidar ensinar e pesquisar O equilíbrio da liderança pode ser conquistado através da manutenção das suas funções tarefa e manutenção do grupo tendo um apoio centrado no triângulo filosófico da enfermagem assistência ensino e pesquisa representado a seguir na Fig 75 Enquanto o enfermeiro se afasta da assistência direta do paciente seu reconhecimento pela sociedade fica cada vez mais distante do desejado sendo o médico tradicionalmente considerado por esta como líder da equipe de saúde Os médicos ainda são considerados como detentores do saber e da autoridade o enfermeiro profissional submisso ao médico cumpridor de ordens que executa técnicas de forma caridosa e bondosa O papel indefinido do enfermeiro levao à submissão ao médico e quando a delimitação da área de ação do enfermeiro começa a tomar forma o conflito do poder quase sempre está presente pois na maioria das vezes o médico é diretor ou presidente das organizações Segundo Tagari1 existem forças que podem afetar o comportamento de uma liderança entre elas os padrões e normas rígidas das organizações o modelo de liderança muitas vezes imposta pela organização e não da escolha do enfermeiro discrepância entre o que o enfermeiro acredita ser correto e o que é requerido pela instituição tendo com isso falta de metodologia e sistematização da assistência centralização do poder abuso da comunicação oral e falta de politização do enfermeiro Costa4 indica um roteiro útil para o enfermeiro atuar na equipe multiprofissional no nível hospitalar fazer visita diária em conjunto para analisar e discutir a evolução do paciente determinar a assistência global ao paciente nas 24 horas sendo que cada membro da equipe faz sua prescrição evitando superposição fazer plano de alta em conjunto baseandose em estudos para definir as necessidades do paciente que serão atendidas a domicílio promover sessões de estudos com reuniões para apresentar resultados obtidos O espírito de trabalho em equipe tem que estar presente na equipe multiprofissional para a obtenção da assistência integral do paciente representando no sistema helicoidal a seguir Ver Fig 76 O trabalho em equipe deve ainda estar presente em cada fase do triângulo filosófico assistência ensino e pesquisa Na assistência quando o trabalho de enfermagem é sistematizado subentendese a realização de um trabalho em equipe na verdade o processo deve constar de informações básicas a respeito do paciente onde tanto a equipe de enfermagem como a equipe multiprofissional devem contribuir no levantamento dessa informações à medida que se interrelacionam com o paciente O levantamento sistemático dos dados do paciente dará ao enfermeiro o subsídio necessário para poder agrupar os problemas diagnosticar planejar o cuidado e avaliar os resultados Para que os resultados tenham êxito é necessário que a equipe esteja inteirada do porque de tais condutas e encorajada a prestar uma assistência eficaz ao paciente O estímulo para este encorajamento muitas vezes é dado pelo chefe ou por outro membro da equipe a qual o exemplo de profissionalismo é mirado O conceito de profissionalismo é difícil de ser definido mas uma avaliação dos termos técnicos e comportamentais poderá nos dar a identidade do profissional à medida que segundo Amaru possuam conhecimentos e habilidades específicas apropriadas para o desempenho de sua missão e de suas tarefas específicas possuam a capacidade de escolher e usar os métodos adequados para a execução de tarefas e de ações específicas planejam e preparam cuidadosamente cada uma de suas ações evitando as improvisações procuram acompanhar as evoluções dentro de seu campo de especialização buscando aprimoramento do conhecimento habilidades e atitudes procuram separar as relações pessoais da tarefa e participam na equipe de forma solidária preocupamse em não deixar compromissos inacabados e o cuidado com as consequências do serviço ou tarefa para usuários Diante destas colocações é importante que o enfermeiro tenha em mente as implicações do trabalho em equipe em sua prática principal mente quando utiliza o processo para isso é necessário promover reuniões com a equipe de enfermagem ou multiprofissional no sentido de discutir sobre os problemas do paciente e formas de melhor ajudálo ou mesmo para resolver problemas relacionados à própria equipe quanto a conflitos desempenho utilizandose da dinâmica de grupo dando espaço a desabafos e exteriorização de sentimentos e angústias dos próprios elementos e nunca perder de vista o propósito da visão holística não permitindo a fragmentação da assistência visto que existe uma tendência em decompor o conhecimento Segundo Kron7 a fragmentação da assistência sempre está presente quando a ênfase da designação de enfermagem é posta na função no trabalho ou nos procedimentos em vez de no paciente como indivíduo Assistência de enfermagem integral tem que ser cada vez mais exercitada pela equipe e reforçado o seu valor para o paciente objeto de nosso trabalho A distribuição de atividade diária deve sempre ser voltada ao indivíduo e não a procedimentos técnicos A distribuição de atividades pelo procedimento pode ter a vantagem de ser mais rápida na execução e a desvantagem do resultado do cuidado não ser avaliado de forma eficaz um exemplo clássico é a distribuição das tarefas de enfermagem no âmbito hospitalar ser realizada por verificação de sinais vitais para um auxiliar de enfermagem e administração de medicamentos por outro se este paciente estiver com frequência cardíaca abaixo de 50 bpm e tiver prescrição de digitalico este provavelmente será ministrado pela falta de conhecimento de todo pois o primeiro auxiliar permanecerá fixo atento à prescrição de drogas só se preocupando em cumprir sua tarefa verificar sinais vitais No ensino o trabalho em equipe é um conhecimento que deveria fazer parte da cultura do indivíduo e ser incluído no programa das escolas maternais do mesmo modo que o alfabeto evoluindo com a escolaridade até níveis mais altos de graduação atendendo a determinados pontos básicos12 Na enfermagem o trabalho em equipe faz parte do conteúdo programático da grande maioria das escolas porém este instrumento básico da enfermagem não tem tido uma consideração importante nem por alunos nem pelos professores além de ser referido como um dos menos empregados na prática segundo Ferraz5 A utilização do desenvolvimento de atividades grupais no ensino passou a ser adotada como uma estratégia para facilitar o aprendizado visto que segundo Carvalho3 promove a socialização do educando ajudando a estruturar atitudes de bom convívio social Ensinao a trabalhar em equipe combatendo o excesso de individualismo enriquece os pontos de vista tem grande poder motivador visto dar margem a autorealização dentro do grupo e solicitar vivamente a participação ativa Favorece a criatividade mediada e estimulação intensa decorrente da situação interativa libertandoo de preconceitos e de esterótipos uma vez que as opiniões são confrontadas e analisadas criticamente A experiência da vida na grande maioria das vezes tem sido a base que o enfermeiro tem do trabalho em equipe sendo este um fato a ser refletido pelo ensino nas escolas que necessitam formar profissionais preparados não só para a tarefa mas também para o comportamento da manutenção em grupo centrada em alguns pontos básicos9 Aprendizagem da comunicação para aperfeiçoamento da expressão pessoal da espontaneidade da capacidade de ouvir o outro Aprendizagem da cooperação para superar o egocentrismo poder pessoal a falta de confiança nos outros competição a não consideração do outro inibição ansiedade e sentimento de inferioridade Aprendizagem de dinâmica de grupo para aumentar a capacidade de perceber o que se passa num grupo participar antecipadamente de um grupo e conduzir um debate Aprendizagem de organização do trabalho para esclarecer os objetivos perceber a estrutura da tarefa prever a divisão de papéis utilizar meios disponíveis e criar outros mais adequados organizar seu trabalho administrar seu cargo e programar suas atividades Aprendizagem de gestão de equipe para compreender problemas de administração dos recursos da equipe estratégias planejamento etc Não só as escolas têm a responsabilidade deste trabalho mas as organizações também devem estar aprimorando o profissional que nela trabalha através da educação contínua dos funcionários com aulas cursos simpósios congressos ou estratégias do corpo a corpo com levantamento de problemas em visitas de enfermagem e discussão dos prováveis meios de solucionálos Desta vista devem fazer parte todos os membros da equipe de enfermagem envolvidos com o problema detectado e o enfermeiro da educação continuada para diagnosticar as dificuldades da equipe e planejar estratégias de orientação na busca de manter um grupo bem orientado quanto ao teor técnico e comportamental investigações O pesquisador que trabalhava sozinho poderá ter hoje uma grande probabilidade de esterilidade científica ou seja não passará para novas gerações de enfermeiros o gene da necessidade de pesquisar e acabará solitário nos seus pensamentos As pesquisas de enfermagem tiveram seu início em torno das décadas de 60 e 70 e passaram a ter maior destaque por influência dos cursos de pósgraduação Outro ponto relevante para a pesquisa de enfermagem no Brasil é que o conhecimento dos enfermeiros sobre as ciências básicas principalmente humanas e biológicas é muito superficial o que ainda se torna mais restrito no tocante à metodologia de pesquisa O intercâmbio entre profissionais que fazem pesquisa é inexistente e as pesquisas realizadas têm pouca divulgação As linhas prioritárias para a pesquisa em enfermagem não estão ainda bem definidas Algumas tentativas estão sendo feitas para contribuir com o trabalho de equipe na pesquisa A primeira tentativa é de formação de grupos de interesse quanto ao desenvolvimento de um campo de saber auxiliando de certa forma o intercâmbio de conhecimentos entre os pesquisadores Uma segunda forma de contribuição é a tentativa de projetos integrados de pesquisa onde cada elemento de um grupo de interesse a ser investigado irá desenvolver todo segmento do assunto formandose um todo interrelacionando os temas investigados podendose dar uma grande arrancada no entrecruzamento de pesquisadores e análise de temas várias óticas inclusive permitindose a execução do projeto de pesquisa pelo grupo Diante dessas reflexões pudemos verificar que o trabalho de equipe é indispensável para assistência ensino e pesquisa mas não só este instrumento básico da enfermagem trabalho de equipe é essencial para a filosofia da enfermagem outros instrumentos articulados também somam condições para fortalecer a tarefa básica do enfermeiro o cuidar O trabalho de equipe também está diretamente relacionado com a qualidade total Neste contexto este instrumento básico ganha poder de força para a implementação desta filosofia a qual pressupõe algumas ferramentas a serem adotadas para otimizar o alcance dos objetivos são elas as seguintes Votação múltipla é o modo de conduzir uma coleta de opiniões ou votos para selecionar os itens mais importantes de uma lista com discussão e dificuldade Esta ferramenta visa encontrar uma proposta aceitável de modo que todos os membros possam apoiála e nenhum oporse a ela Técnica de grupo nominal é uma abordagem mais estruturada que as outras estratégias citadas anteriormente com a finalidade de gerar uma lista de opções para posteriormente reduzilas Esta ferramenta é eficaz quando todos ou alguns membros do grupo são desconhecidos entre si devido ao baixo grau de interação Esta técnica é principalmente utilizada quando uma equipe não consegue encontrar um consenso Fluxogramas são figuras esquemáticas com indicação passo a passo usadas para planejar etapas de um projeto ou descrever um processo que está sendo estudado Podem também ser usados para descrever uma sequência desejada de um sistema novo e melhorado um exemplo a ser citado é o diagrama de trabalho representado pelo fluxo de pessoas materiais documentos ou informações em um processo criandose os movimentos em uma planta semelhante à área de trabalho Diagrama de causa e efeito diagrama de Ishikawa ou espinha de peixe devido à sua aparência semelhante à espinha do peixe permite mapear uma lista de fatores que julgamos afetar um problema ou um resultado desejado É uma ferramenta eficaz para o estudo de processo e situações de planejamento Frente às ferramentas aqui descritas observase que estas são imprescindíveis para que o enfermeiro solucione entraves situacionais na sua equipe que podem influenciar a qualidade da assistência prestada Para melhor compreensão dos conceitos citados neste capítulo vejamos a Fig 77 Paciente BIBLIOGRAFIA 1 Amar AC Gerência de trabalho de equipe São Paulo Livraria Pioneira Editora 1986 2 Aranha ML de A Martins MHP Filosofando Introdução à filosofia São Paulo Editora Moderna 1988 3 Carvalho IM O ensino socializado In O processo didático 4ª ed Rio de Janeiro FGV 1982 cap 11 pp 21351 4 Costa MJC Atuação do enfermeiro na equipe multiprofissional Rev Bras Enf 313 pp 31239 1978 5 Ferraz FAF et al Instrumentos básicos aspectos relacionados ao processo ensino aprendizagem no curso de graduação das escolas de enfermagem da Grande São Paulo São Paulo 1986 trabalho datilografado 6 Krevtz L O trabalho em equipe na enfermagem São Paulo 1993 90 p Tese de mestrado Escola de Enfermagem Universidade São Paulo 7 Kron T Manual de enfermagem 4ª edição Rio de Janeiro Interamericana 1978 8 Magalhães J de M Você conhece sociologia Rio de Janeiro Editora Rio 1979 9 Maria VLR Instrumentos básicos de enfermagem trabalho em equipe trabalho apresentado a disciplina de fundamentos de enfermagem III do programa de pósgraduação de mestrado na EEUSP São Paulo 1987 10 Scholtes PR et al Times de qualidade In Os elementos básicos da melhoria da qualidade Rio de Janeiro Qualitymark Ed Ltda cap 2 pp 21 246 11 Tagara NS Liderança e assistência de Enfermagem Rio de Janeiro Concordia 1983 12 Vidal F Problem solving metodologia geral da criatividade São Paulo Best seller Importadora de Livros SA 1973 8 O Planejamento como Instrumento Básico do Enfermeiro Rose Meire Imanichi Fugita Olga Guilhermina Dias Farah INTRODUÇÃO As idéias sobre planejamento são amplamente discutidas nos dias de hoje constituindose em uma ferramenta utilizada em atividades das mais diversas áreas de atuação profissional É de senso comum que o planejamento deve ser utilizado sempre que se quiser evitar ficar por conta do improviso pois através do planejamento se formula antecipadamente um esquema detalhado para se alcançar um objetivo O enfermeiro que não planeja e atua intuitivamente não tem possibilidade de avaliar o próprio desempenho da sua equipe de enfermagem não obtem parâmetros para avaliar se todas as ações esperadas foram executadas dificultando uma atuação competente A enfermagem tende a negligenciar o planejamento devido a fatores como grande demanda para soluções imediatas de crises diárias com consequente reeleição até de eventos futuros para o final de uma lista de prioridades e ausência de conhecimento e experiência na criação de um programa de planejamento 8 Entretanto devemos considerar que apenas propondonos a fazer um planejamento poderemos obter a experiência necessária e incluir eventos futuros no planejamento poderia até mesmo diminuir a grande demanda de intercorrências diárias submeteramse à análise É prescrever o futuro e traçar um programa de ação determinado nos objetivos que se pretende atingir buscando as melhores estratégias de ação para seu alcance e reformulando o plano em conformidade com as sugestões provindas da experiência e dos fatos 1516 O planejamento pode ser resumido em especificação de resultados desejados determinação das ações a serem tomadas e avaliação do grau de sucesso no alcance dos objetivos estabelecidos 8 Na enfermagem Horta 11 classifica o planejamento como um dos instrumentos básicos de enfermagem e o conceitua como um processo intelectual isto é a determinação consciente do curso de ação a tomada de decisões com base em objetivos fatos e estimativas submetida à análise Considerando estas abordagens entendemos que planejamento é uma ferramenta que auxilia o enfermeiro a organizar executar e avaliar as ações de enfermagem de forma a alcançar racionalmente seus objetivos e obter melhor desempenho e maior produtividade no seu trabalho AMPLITUDE DO PLANEJAMENTO Os níveis de atuação do planejamento são 1413 Planejamento Estratégico É o planejamento no nível global institucional São planos de longo alcance logo seu grau de incerteza é maior já que um grande período de tempo permite maior oportunidade para que ocorram eventos não previstos e por consequência devem ser mais flexíveis É o mais amplo e abrange os demais Na enfermagem corresponde a decisões tomadas por enfermeiras que atuam ao nível administrativo na determinação do método de assistência de enfermagem a ser implementado pelo serviço Planejamento Tático É um planejamento de médio alcance e é intermediário dentro dos níveis de organização Possui detalhamento maior que o anterior Na enfermagem corresponde a decisões relativas à adaptação do método de assistência escolhido para cada unidade de serviço de acordo com suas características próprias Planejamento Operacional É um planejamento de curto alcance e diz respeito às operações atuais O grau de incerteza das decisões é menor porque este é o que tem menor abrangência em comparação com os demais Este último corresponde ao planejamento da assistência de enfermagem individualizada Constituise na aplicação do processo de enfermagem coerente com a filosofia instituída pelos níveis de planejamento mais abrangentes O processo de enfermagem é definido por Horta como a dinâmica das ações sistematizadas e interrelacionadas visando à assistência do ser humano Todo planejamento resulta em um plano de ação ou seja um roteiro que orienta as atividades de um grupo ou de um indivíduo na direção de finalidades O plano caracterizado em relação ao tempo pode ser de curto médio e longo alcances sendo que o período de tempo coberto pelo planejamento depende da natureza dos objetivos e do tempo que tomará para completálos Stoner caracteriza quanto ao tipo que pode ser de aplicação única sendo elaborado para atingir objetivos específicos e eliminado quando atingidos ou permanentes com orientação padronizada para lidar com situações que se repetem ou imprevisíveis CARACTERÍSTICAS DO PLANEJAMENTO O planejamento engloba certas características que irão determinar o seu sucesso Unidade implica a existência de um objetivo a alcançar que torne todos os passos do plano interligados Um planejamento não pode ser dividido em fases independentes pois corre o risco de ser um conjunto de planos contraditórios Continuidade o planejamento deve ser dividido em fases sequenciais coerentes e ininterruptas obedecendo prioridades para que evolua Caso contrário pode tornarse teórico e inacabado sendo impossível analisar e avaliar as atividades envolvidas Flexibilidade permite um ajustamento às situações corretivas necessárias para se retificar o problema ou redirecionar o curso planejado Clareza e precisão o planejamento deve ser baseado em objetivos definidos e claros incluindo os resultados esperados e os métodos de avaliação Devese evitar a ambiguidade de interpretação para que todos que estiverem envolvidos saibam o que se espera de sua participação e sejam evitados esforços desnecessários assim como custos adicionais Executabilidade um planejamento deve ser realista em termos de recursos necessários e viabilidade técnica e econômica Relações lógicas com a realidade da instituição evitam a implementação de planos utópicos e não operacionais Estas características devem ser contempladas em todos os momentos da aplicação do processo de enfermagem Desta forma as fases do processo devem ser interrelacionadas visando ao mesmo objetivo de prestar uma assistência individualizada ao paciente sequenciais evitando a interrupções da assistência de enfermagem prestada flexíveis pois as prescrições devem ser adaptadas às condições e modificações apresentadas pelo paciente e serem alteradas quando necessário claras e precisas para que haja uniformidade em sua interpretação visto que a assistência não é conduzida por um único profissional e exequível pois para serem executados devem estar coerentes com a realidade do serviço A comparação dos resultados atuais versus resultados desejados ocorre em cada um dos estágios de implementação do plano e não apenas no seu final A avaliação pode ser dividida em duas categorias gerais avaliação formativa realizada periodicamente enquanto o plano está se desenvolvendo e cuja feedback permite uma modificação do plano e a avaliação somativa feita após a finalização da execução do plano e cujo propósito é identificar e medir os resultados finais do planejamento em relação aos objetivos esperados O planejamento é a primeira etapa de qualquer atividade assistencial de enfermagem Castilho e Gaidzinsky consideram que determinar ações de enfermagem utilizandose de um método de trabalho visando atender às necessidades do cliente é planejar a assistência de enfermagem Este planejamento implica estabelecer os objetivos da assistência analisar as consequências que poderiam advir de diferentes atuações optar entre alternativas determinar metas específicas a serem atingidas e desenvolver estratégias adequadas à execução da terapêutica esperada A sistematização da assistência de enfermagem é um passo importante na enfermagem atual pois organiza o trabalho de enfermagem através da operacionalização de todas as fases da metodologia de planejamento Por outro lado a negligência da sistematização da assistência é uma das principais razões da desorganização e falta de confiança nas atividades de enfermagem audiovisuals a serem utilizados nas aulas e outros Kemp afirma que o professor deve conhecer as características dos alunos aos quais se destina o plano de ensino e ter conhecimento da área da matéria de modo a especificar os objetivos de aprendizagem necessários e selecionar os métodos didáticos Podemos perceber então que estas necessidades levantadas pelo autor só poderiam ser atendidas pelo professor se este utilizasse o planejamento enquanto ferramenta de trabalho Logicamente todos os passos do planejamento citado são necessários para se realizar qualquer tipo de planejamento dito As fases de reconhecimento do sistema a determinação de objetivos a implementação e avaliação do processo devem ser adaptadas à realidade educacional A responsabilidade do professor é imensa pois grande parte de seu ensino depende da organicidade coerência e flexibilidade de seu planejamento O planejamento requer que se pense no futuro Pela reflexão e educar do desenvolvimento níveis cada vez mais aprimorados de discernimento compreensão e julgamento da realidade tornando a formação de novos profissionais compatível com o que se espera na enfermagem de hoje e do futuro Descrevemos anteriormente como deve ocorrer o planejamento do ensino Por outro lado devemos ensinar o aluno como planejar O enfermeiro deve aprender a planejar e desenvolver esta habilidade desde aluno Desta forma deve ser ensinado ao aluno de maneira contínua Desde o primeiro estágio hospitalar os alunos devem planejar as atividades a serem desenvolvidas e elaborar planos de cuidados aos pacientes por eles assistidos Na disciplina de administração em enfermagem este tópico é também extensamente abordado pelos professores Durante todo o curso de graduação fazse necessário um reforço por parte dos docentes dando ênfase à necessidade de se planejar as atividades de enfermagem O PLANEJAMENTO NA PESQUISA EM ENFERMAGEM Para o pesquisador em particular o planejamento tornase fundamental O pesquisador deve garantir que todos os passos de sua pesquisa permaneçam o mais claro possíveis permitindo assim a obtenção de um resultado passível de comprovação e replicação A pesquisa é uma atividade racional sistematizada e portanto exige que as ações sejam planejadas Desta maneira podese conferir maior eficiência à investigação para que em um prazo determinado possase alcançar os objetivos estabelecidos O planejamento é a primeira fase da pesquisa e concretizase com a elaboração de um projeto que pode ser chamado também de plano de pesquisa A estrutura do projeto pode ser determinada pelo tipo de problema a ser pesquisado e pelo estilo de seus autores Para Gil a elaboração do projeto não segue normas rígidas porém este deve deixar claro quanto às etapas a serem desenvolvidas e quais recursos humanos materiais financeiros serão necessários para se efetivar a pesquisa A pesquisa não se desenvolve por acaso e se não houver planejamento os resultados ficarão sujeitos apenas aos cálculos de probabilidades CONSIDERAÇÕES FINAIS O planejamento é um instrumento essencial para a prática de enfermagem Ao mesmo tempo que temos esta certeza acreditamos que a questão principal é como o enfermeiro deve planejar de modo eficiente O enfermeiro deve conhecer este instrumento utilizandoo com pro resultado final produtivo em sua atuação BIBLIOGRAFIA Castilho V Gaidiznsky RR Planejamento da assistência de enfermagem In Kurcgant P et al Administração em enfermagem São Paulo EPU 1991 cap 16 pp 20714 Chaccour MIB Análise da implementação do planejamento da assistência de enfermagem em unidades de internação de um hospital de ensino Rev Bras Enf v 37 n 34 pp 21827 1984 Chaccour MIB Um estudo sobre a metodologia do planejamento da assistência de enfermagem em 14 hospitais do município de São Paulo São Paulo 1981 Dissertação de Mestrado apresentada à Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo Clampone MHT Metodologia do planejamento na enfermagem In Kurgcant P et al Administração em enfermagem São Paulo EPU 1991 cap 4 pp 4157 Enricone D et al Planejamento de ensino e avaliação 10 ed Porto Alegre Sagra 1986 Farias JN et al Diagnóstico de enfermagem uma abordagem conceitual e prática João Pessoa Departamento de Enfermagem CCSUFPB 1990 Ferreira FW Planejamento sim e não Rio de Janeiro Paz e Terra 1983 Fox DH Fox KT Strategic planning for nursing J Nurs Adm v n pp 117 1983 Giger JN Davidhizar R Strategic planning implications for nursing practice and education Hosp Topics v 65 n 4 pp 113 1987 Gil AC Projetos de pesquisa São Paulo Editora Atlas SA 1989 Horta W de A O ensino dos instrumentos básicos de enfermagem Rev Esc Enf USP v 4 n 1 e 2 pp 520 1977 Horta W de A Processo de enfermagem São Paulo EPUEDUSP 1979 Kawasnicka EL Planejamento introdução à administração 3 ed São Paulo Atlas 1988 cap10 pp 15267 Kemp JE Planejamento de ensino Rio de Janeiro Livros Técnicos e Científicos Editora SA 1977 cap 10 pp 808 Capacidade do pessoal e relações de trabalho Koontz H ODonnell C Princípios de administração uma análise das funções administrativas 4 ed São Paulo Pioneira 1969 cap 5 pp 89118 Natureza e propósito do planejamento Koontz H ODonnell C Weihrich H Administração organização planejamento e controle 2v 14 ed São Paulo Pioneira 1977 cap 6 pp 439 Natureza e finalidades do planejamento Koontz H ODonnell C Weihrich H Administração organização planejamento e controle 2 v 14 ed São Paulo Pioneira 1977 cap 7 pp 4069 Objetivos Kron T Gray A Administração dos cuidados de enfermagem ao paciente 6 ed Rio de Janeiro Interlivros 1989 cap 105119 Processo de planejamento e preparação para liderança e administração Stoner JAF Administração Rio de Janeiro Prentice Hall do Brasil 1985 cap 4 pp 7293 The planning function Avaliação Um Instrumento Básico de Enfermagem INTRODUÇÃO A palavra avaliar pode ter vários significados dentre os quais destacamse fazer ideia de determinar valia ou valor fazer apreciação e ajuizar CONCEITUAÇÃO A avaliação é utilizada pelos indivíduos de forma constante e em várias situações da vida diária Segundo Gomes o homem para desenvolverse em sua forma de sentir pensar e agir necessita avaliar suas experiências a avaliar deve considerar a existência desses fatores e sua interferência no resultado da avaliação Gomes16 reforça o aspecto de julgamento moral quando define que o uso do processo de avaliação permite ao indivíduo julgar e determinar valores para suas decisões Vasquez36 afirma que é possível atribuir valor moral a um ato somente o mesmo tiver consequências que afetam outros indivíduos grupo social ou sociedade como um todo Em seu aspecto técnico a avaliação envolve a enfermagem no âmbito da assistência ensino e pesquisa o que será discutido posteriormente Uma outra forma de caracterizar a avaliação é interpretála como parte integrante de um sistema de maior complexidade e abrangência A avaliação é uma atividade que integra o processo de planejamento cujo uso permite melhoria dos efeitos qualitativos e quantitativos através de modificações introduzidas Por sua própria estrutura e comportamento a avaliação constituiuse em um sistema menor dentro de um maior16 Diversos autores consideram a avaliação como processo O processo de avaliação inclui passos distintos21 a determinar e estabelecer objetivos b especificar para cada objetivo itens comportamento padrão a serem considerados na avaliação c anotar dados condições e eventos d selecionar instrumento eficiente de avaliação medida desejada aplicável ao estudo e a cada item considerado e usar instrumento de avaliação para medir resultados e registro de achados f interpretar achados e anotar conclusões e g usar as informações obtidas na melhoria dos programas de educação A avaliação é um processo contínuo espontâneo e considerado intuitivo mas também deve ser planejado e científico16 Na sua aplicação na enfermagem a OMS28 enumera duas formas do processo de avaliação a avaliação do programa de enfermagem em relação ao público que atende e ao programa sanitário em geral e a atuação individual do enfermeiro como membro da equipe de saúde Assim delineiase as seguintes fases a definição das finalidades e limites da avaliação b relação da avaliação com a finalidade do serviço c estabele cimento de padrão 114