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Marina de Andrade Marconi Eva Maria Lakatos FUNDAMENTOS DE METODOLOGIA CIENTÍFICA 8ª EDIÇÃO ATUALIZAÇÃO João Bosco Medeiros FUNDAMENTOS DE METODOLOGIA CIENTÍFICA abdr no text O GEN Grupo Editorial Nacional a maior plataforma editorial no segmento CTP científico técnico e profissional publica nas áreas de saúde ciências exatas jurídicas sociais aplicadas humanas e de concursos além de prover serviços direcionados à educação capacitação médica continuada e preparação para concursos Conheça nosso catálogo composto por mais de cinco mil obras e três mil ebooks em wwwgrupogencombr As editoras que integram o GEN respeitadas no mercado editorial construíram catálogos inigualáveis com obras decisivas na formação acadêmica e no aperfeiçoamento de várias gerações de profissionais e de estudantes de Administração Direito Engenharia Enfermagem Fisioterapia Medicina Odontologia Educação Física e muitas outras ciências tendo se tornado sinônimo de seriedade e respeito Nossa missão é prover o melhor conteúdo científico e distribuílo de maneira flexível e conveniente a preços justos gerando benefícios e servindo a autores docentes livreiros funcionários colaboradores e acionistas Nosso comportamento ético incondicional e nossa responsabilidade social e ambiental são reforçados pela natureza educacional de nossa atividade sem comprometer o crescimento contínuo e a rentabilidade do grupo Marina de Andrade Marconi Eva Maria Lakatos FUNDAMENTOS DE METODOLOGIA CIENTÍFICA 8a EDIÇÃO ATUALIZAÇÃO João Bosco Medeiros gen atlas As autoras e a editora empenharamse para citar adequadamente e dar o devido crédito a todos os detentores dos direitos autorais de qualquer material utilizado neste livro dispondo se a possíveis acertos caso inadvertidamente a identificação de algum deles tenha sido omitida Não é responsabilidade da editora nem das autoras a ocorrência de eventuais perdas ou danos a pessoas ou bens que tenham origem no uso desta publicação Apesar dos melhores esforços das autoras do editor e dos revisores é inevitável que surjam erros no texto Assim são bemvindas as comunicações de usuários sobre correções ou sugestões referentes ao conteúdo ou ao nível pedagógico que auxiliem o aprimoramento de edições futuras Os comentários dos leitores podem ser encaminhados à Editora Atlas SA pelo e mail editorialcsagrupogencombr Direitos exclusivos para a língua portuguesa Copyright 2017 by Editora Atlas SA Uma editora integrante do GEN Grupo Editorial Nacional 1 ed 1985 2 ed 1990 3 ed 1991 4 ed 2001 5 ed 2003 6 ed 2005 7 ed 2010 8 ed 2017 Reservados todos os direitos É proibida a duplicação ou reprodução deste volume no todo ou em parte sob quaisquer formas ou por quaisquer meios eletrônico mecânico gravação fotocópia distribuição na internet ou outros sem permissão expressa da editora Rua Conselheiro Nébias 1384 Campos Elísios São Paulo SP CEP 01203904 Tels 21354307701150800770 editorialcsagrupogencombr wwwgrupogencombr Designer de capa Caio Cardoso Imagem shuoshu Istockphoto Produção Digital Equiretech Dados Internacionais de Catalogação na Publicação CIP Câmara Brasileira do Livro SP Brasil Lakatos Eva Maria Fundamentos de metodologia científica Marina de Andrade Marconi Eva Maria Lakatos 8 ed São Paulo Atlas 2017 Bibliografia ISBN 9788597010763 1 Ciência Metodologia 2 Pesquisa Metodologia I Marconi Marina de Andrade II Título CDD5018 911926 00142 Índices para catálogo sistemático 1 Método científico 5018 2 Metodologia científica 5018 3 Metodologia da pesquisa 00142 4 Pesquisa Metodologia 00142 A meu pai Tibor e minha madrasta Fátima EML A meu neto Fernando MAM Sumário Nota das autoras Prefácio da 8a edição 1 Procedimentos didáticos 1 Leitura 11 Elementos 12 Aspectos fundamentais 13 Objetivos 14 Fases da leitura informativa 15 Sucessivas fases da leitura informativa exemplificação 16 Sublinha e resumo 17 Esquema e resumo exemplo 2 Análise de texto 21 Fases 22 Objetivo e procedimento 23 Partes da análise de um texto 24 Tipos de análise de texto 25 Análise de texto exemplo 3 Seminário 31 Estrutura e funcionamento 32 Fontes 33 Componentes 34 Etapas 35 Procedimento em seminário exemplo 36 Roteiro de seminário exemplo Leitura recomendada 2 Pesquisa bibliográfica e resumos 1 O que é pesquisa bibliográfica e suas fases 11 Escolha do tema 12 Elaboração do plano de trabalho 13 Identificação 14 Localização 15 Compilação 16 Fichamento 17 Análise e interpretação 18 Redação 2 Fichas ou anotações eletrônicas 21 Aspecto físico 22 Composição das fichas 221 Cabeçalho 222 Referência bibliográfica 223 Corpo ou texto 224 Indicação da obra 225 Local 23 Conteúdo das fichas 231 Ficha bibliográfica 232 Ficha de citações 233 Fichas de resumo ou de conteúdo 234 Ficha de esboço 235 Ficha de comentário ou analítica 24 Exemplos de fichas 25 Tipos de fichas de Manzo 3 Resumos 31 Conceito finalidade e caráter 32 Como resumir 33 Tipos 34 Exemplos Leitura recomendada 3 Conhecimento científico e ciência 1 Conhecimento científico e outros tipos de conhecimento 11 Correlação entre conhecimento popular e conhecimento científico 12 Características do conhecimento popular 13 Quatro tipos de conhecimento 131 Conhecimento popular 132 Conhecimento filosófico 133 Conhecimento religioso 134 Conhecimento científico 2 Conceito de ciência 3 Classificação e divisão da ciência Leitura recomendada 4 Métodos científicos 1 Conceito de método 2 Desenvolvimento histórico do método 3 Método indutivo 31 Caracterização 32 Leis regras e fases do método indutivo 33 Formas de indução 4 Método dedutivo 41 Argumentos dedutivos e indutivos 42 Argumentos condicionais 5 Método hipotéticodedutivo 51 Etapas do método hipotéticodedutivo segundo Popper 511 Problema 512 Conjecturas 513 Tentativa de falseamento 52 Método hipotéticodedutivo segundo Bunge 6 Método dialético 61 Leis da dialética 611 Ação recíproca 612 Mudança dialética 613 Passagem da quantidade à qualidade 614 Interpenetração dos contrários 7 Métodos específicos das ciências sociais 71 Método de abordagem 72 Métodos de procedimento 721 Método histórico 722 Método comparativo 723 Método monográfico 724 Método estatístico 725 Método tipológico 726 Método funcionalista 727 Método estruturalista 728 Método etnográfico 729 Método clínico 73 Utilização de mais de um método de pesquisa 74 Quadro de referência Leitura recomendada 5 Fatos teoria e leis 1 Teoria e fatos 11 Papel da teoria em relação aos fatos 111 Orientação sobre os objetivos da ciência 112 Oferecimento de um sistema de conceitos 113 Resumo do conhecimento 114 Previsão de fatos 115 Indicação de lacunas no conhecimento 12 Papel dos fatos em relação à teoria 121 O fato inicia a teoria 122 O fato reformula e rejeita teorias 123 O fato redefine e esclarece teorias 124 O fato clarifica os conceitos contidos nas teorias 2 Teoria e leis Leitura recomendada 6 Hipóteses 1 Conceito 2 Tema problema e hipótese 21 Tema e problema 22 Problema e hipótese 23 Formulação de hipóteses 24 Importância das hipóteses 25 Função das hipóteses 3 Fontes de elaboração de hipóteses 31 Conhecimento familiar 32 Observação 33 Comparação com outros estudos 34 Dedução lógica de uma teoria 35 Cultura geral na qual a ciência se desenvolve 36 Analogias 37 Experiência pessoal idiossincrática 38 Casos discrepantes na própria teoria Leitura recomendada 7 Variáveis 1 Conceito 2 Variáveis no universo da ciência 3 Variáveis independentes e dependentes 31 Conceito e diferenciação 32 Fatores determinantes do sentido da relação causal entre variáveis independentes e dependentes 321 Ordem temporal 322 Fixidez ou alterabilidade das variáveis 4 Variáveis moderadoras e de controle 41 Variável moderadora conceito e identificação 42 Variável de controle conceito e aplicação 5 Variáveis extrínsecas e componentes 51 Variáveis extrínsecas e relações espúrias 52 Variáveis componentes e apresentação em bloco 6 Variáveis intervenientes e antecedentes 61 Variáveis intervenientes 62 Variáveis antecedentes Leitura recomendada 8 Pesquisa 1 Conceito 2 Planejamento da pesquisa 21 Preparação da pesquisa 211 Decisão 212 Especificação de objetivos 213 Elaboração de um plano de trabalho 214 Constituição da equipe de trabalho 215 Levantamento de recursos e cronograma 22 Fases da pesquisa 221 Escolha do tema 222 Levantamento de dados 223 Formulação do problema 224 Definição dos termos 225 Construção de hipóteses 226 Indicação de variáveis 227 Delimitação da pesquisa 228 Amostragem 229 Seleção de métodos e técnicas 2210 Organização do instrumental de pesquisa 2211 Teste de instrumentos e procedimentos 23 Execução da pesquisa 231 Coleta de dados 232 Elaboração dos dados 233 Análise e interpretação dos dados 234 Representação dos dados tabelas quadros e gráficos 235 Conclusão 24 Relatório Leitura recomendada 9 Técnicas de pesquisa 1 Documentação indireta 11 Pesquisa documental 111 Fontes de documentos 112 Tipos de documentos 12 Pesquisa bibliográfica 2 Documentação direta 21 Pesquisa de campo 22 Pesquisa de laboratório 3 Observação direta intensiva 31 Observação 311 Observação assistemática 312 Observação sistemática 313 Observação não participante 314 Observação participante 315 Observação individual 316 Observação em equipe 317 Observação na vida real 318 Observação em laboratório 32 Entrevista 321 Objetivos 322 Tipos de entrevistas 323 Vantagens e limitações 324 Preparação da entrevista 325 Diretrizes da entrevista 4 Observação direta extensiva 41 Questionário 411 Vantagens e desvantagens 412 Processo de elaboração 413 Préteste 414 Classificação das perguntas 415 Conteúdo vocabulário bateria 416 Ordem das perguntas 42 Formulário 421 Vantagens e desvantagens 422 Apresentação do formulário Leitura recomendada 10 Projeto e relatório de pesquisa 1 Noções preliminares 2 Estrutura do projeto 21 Apresentação 22 Objetivo 221 Tema 222 Delimitação do tema 223 Objetivo geral 224 Objetivos específicos 23 Justificativa 24 Objeto 241 Problema 242 Hipótese básica 243 Hipóteses secundárias 244 Variáveis 25 Metodologia 251 Método de abordagem 252 Métodos de procedimento 253 Técnicas 254 Delimitação do universo descrição da população 255 Tipo de amostragem 26 Embasamento teórico 261 Teoria de base 262 Revisão da bibliografia 263 Definição dos termos 27 Cronograma 28 Orçamento 29 Instrumentos de pesquisa 210 Bibliografia referências 3 Pesquisapiloto ou préteste 4 Estrutura do relatório 41 Apresentação 42 Sinopse abstract 43 Sumário 44 Introdução 45 Revisão bibliográfica 46 Metodologia 47 Embasamento teórico 48 Apresentação dos dados e sua análise 49 Interpretação dos resultados 410 Conclusões 411 Recomendações e sugestões 412 Apêndices 413 Anexos 414 Bibliografia referências Leitura recomendada 11 Trabalhos científicos 1 Trabalhos científicos 2 Monografia 21 Conceito 22 Características 23 Estrutura da monografia 24 Tipos de monografias 25 Escolha do tema 3 Dissertação 31 Conceitos 32 Tipos 33 Escolha do tema 34 Problemas hipóteses e variáveis 35 Esquema plano de trabalho 36 Avaliação metodológica do trabalho 37 Redação 4 Tese 41 Conceito 42 Objetivos 43 Eficiência do trabalho 44 Estrutura 441 Introdução 442 Desenvolvimento 443 Parte referencial 45 Construção de conceitos 46 Redação 461 Regras para redação 462 Estilo Leitura recomendada 12 Publicações científicas 1 Comunicação trabalhos de congressos 11 Comunicação científica 12 Aspectos da comunicação 121 Finalidade 122 Informações 123 Estrutura 124 Linguagem 125 Abordagem 13 Tipos de comunicação 14 Estrutura da comunicação 15 Elaboração da comunicação 16 Estágios da comunicação 17 Apresentação formal 18 Exemplo de comunicação 2 Artigos científicos 21 Estrutura do artigo científico 22 Conteúdo do artigo científico 23 Tipos de artigos científicos 231 Argumento teórico 232 Artigo de análise 233 Artigo classificatório 24 Motivação 25 Estilo 26 Avaliação 3 Informe científico 4 Resenha crítica 41 Conceito e finalidade 42 Requisitos básicos 43 Importância da resenha 44 Estrutura da resenha 45 Modelo de resenha 5 Conferência 51 Estrutura da conferência 52 Apresentação 53 Avaliação do tempo Leitura recomendada 13 Elaboração de referências bibliográficas e apresentação de citações 1 Prática de elaboração de referências bibliográficas 11 Livros 12 Material eletrônico 13 Capítulo de livro 14 Publicações periódicas como um todo 141 Partes de uma publicação periódica volume fascículo caderno etc 142 Artigo ou matéria de revista 143 Artigo eou matéria de jornal 144 Matéria de jornal assinada 145 Matéria de jornal não assinada 15 Eventos congressos seminários encontros simpósios semanas etc considerados no todo 16 Evento em meio eletrônico 17 Referências legislativas 18 Outras entradas para referências legislativas 19 Teses dissertação de mestrado e TCC 191 Apostilas programas de cursos 192 Apostilas 193 Resumos 194 Separatas 195 Folhetos 110 Filmes 1101 Microfilmes 1102 Diapositivos 1103 Fotografias e cartõespostais 111 Depoimentos e entrevistas 112 Mapas 113 Manuscritos 114 Material de arquivo não manuscrito telegramas recortes de jornais documentos datilografados etc 115 Notas especiais de edição do texto e traduções 2 Citações diretas e indiretas 21 Citações diretas 22 Citações indiretas 23 Citações de citações 24 Notas explicativas 25 Notas de rodapé 26 Repetição das referências Leitura recomendada Referências Índice remissivo Nota das autoras A Metodologia Científica mais do que uma disciplina significa introduzir o discente no mundo dos procedimentos sistemáticos e racionais base da formação tanto do estudioso quanto do profissional pois ambos atuam além da prática no mundo das ideias A prática nasce da concepção sobre o que deve ser realizado e qualquer tomada de decisão fundamentase naquilo que se afigura como o mais lógico racional eficiente e eficaz Desse modo a condensação da trilogia Metodologia científica Técnicas de pesquisa e Metodologia do trabalho científico nesta obra apresenta um trabalho que sintetiza ao mesmo tempo procedimentos didáticos fundamentos para trabalhos acadêmicos como tese dissertações de mestrado trabalhos de conclusão de curso TCC relatórios científicos Prefácio da 8ª edição Nesta edição estamos contando com atualizações realizadas pelo Prof João Bosco Medeiros especialista em metodologia científica bem como nas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT Além de professor da área ele é autor do livro Redação científica 12 ed 2012 e coautor de Monografia no curso de direito 7 ed 2010 Redação de artigos científicos 2016 Comunicação científica 2008 Redação Técnica 2010 Manual para elaboração de referências bibliográficas 2001 Como profissional de editoração o Prof João Bosco enquanto editor de texto cuidou da edição de nossos livros desde a primeira edição Com ele mantivemos diálogo para aprimoramento da obra durante décadas ele sugeria cortes acréscimos atualizações Agora assume nesta obra um trabalho ainda mais direto responsabilizandose por atualizações de conteúdo e bibliográficas Além de atualizações conteudísticas ele ocupouse nesta edição com Acertos ortográficos pontuação acentuação Acertos gramaticais concordância nominal e verbal regência verbal e nominal Supressão de textos Supressão de marcas de subjetividade eliminação de muitos adjetivos advérbios modalizadores aspas destaques Divisão de parágrafos Junção de parágrafos Acréscimo de textos Reformulações parafrásticas de alguns textos Atualização referencial bibliográfica Reformulação de título de capítulos e seções Reformulação da numeração das seções capitulares Todas as alterações realizadas foram feitas para atualizar a obra e oferecer aos leitores um livro que possa atender às suas necessidades de estudo e pesquisa para a elaboração de textos de qualidade científica Marina de Andrade Marconi 1 Procedimentos didáticos 1 LEITURA 11 Elementos Antes de abordarmos a leitura de modo prático alguns esclarecimentos conceituais são necessários como o de texto e o de leitura Guimarães 2013 p 11 alerta para o fato de que são muitas as possibilidades de resposta para a questão o que é texto Qualquer que seja ela depende da vertente teórica a que nos apoiamos se o consideramos do ponto de vista microestrutural é o conjunto articulado de frases resultante da conexão dos mecanismos léxicogramaticais que integram a superfície textual O texto assim visto manifestase como um produto que apresenta unidade temática cujo significado é resultado da relação entre seus constituintes Todavia nas abordagens mais modernas ele é visto como um processo em que se focaliza a textualidade e não um conjunto de propriedades do texto Interessamos então pela coesão coerência aceitabilidade informatividade situacionalidade e intertextualidade do texto Relativamente à coerência e coesão é de dizer que a coerência não está nem no leitor nem no texto ela resulta do encontro do leitor com o texto O leitor cooperativamente esforçase por encontrar algum sentido seja qual for o texto Já a coesão textual implica variados mecanismos como o uso de conectivo a repetição o paralelismo a utilização de palavras de sentido equivalente os hiperônimos e os hipônimos A aceitabilidade diz respeito ao receptor do texto à sua disposição de participar de um evento linguístico de compartilhar um propósito Nesse caso o texto atenderia às expectativas do interlocutor porque texto não se restringe ao texto escrito ou do leitor os quais esperam um texto coeso coerente útil relevante A intencionalidade focaliza os objetivos do produtor do texto de construir uma unidade de significação coerente e coesa capaz de alcançar o objetivo pretendido Já a intertextualidade pode ser de conteúdo ou de forma No primeiro caso quando lemos um texto relacionamolo a outro que trata do mesmo tema do mesmo assunto no segundo a forma de um texto nos faz lembrar de outro Importante reconhecer que o diálogo entre textos é um fenômeno constitutivo da linguagem Qualquer que seja o texto ele sempre se relaciona com outro referese a outro ou é resposta a outro texto Para Koch e Elias 2016 p 30 o sentido de um texto não está no texto mas se constrói a partir dele no curso de uma interação Metaforicamente um texto identificase com um iceberg a maior parte do sentido não se encontra na superfície do texto mas na profundidade de seus implícitos Por isso recorremos a vários sistemas de conhecimentos e ativamos processos cognitivos interacionais Cf KOCH ELIAS 2016 p 221 Em outro texto as mesmas autoras 2006 p 9 s salientam as variadas concepções de língua que interferem no conceito que temos de leitura Se vemos a língua como representação do pensamento temos um sujeito que constrói seu texto e deseja ser compreendido como foi mentalizado Nesse caso o texto é um produto do pensamento do autor e cabe ao leitor tão somente captar o que foi representado Se vemos a língua como código como estrutura como mero instrumento de comunicação ao leitor cabe apenas decodificar os signos Subjaz a essa concepção que conhecendo o código seria possível entender o texto Posicionamento extremamente ingênuo Agora não nos ocupamos de reconhecer as intenções do autor primeira posição vista acima mas em reconhecer o sentido das palavras e das estruturas do texto Nessas duas concepções de língua o leitor é visto passivamente a ele cabe apenas a atividade de reconhecimento Em uma terceira posição no entanto o sentido de um texto é construído em conjunto pelo sujeitoautor e pelo sujeitoleitor do texto Temos então uma concepção dialógica da língua Locutor e interlocutor autor e leitor são vistos como sujeitos que objetivam construir um texto que forme um sentido O texto passa então a ser o local de interação de sujeitos Para o conceito de texto valemonos do apresentado por Koch e Elias In BATISTA 2016 p 30 Texto é uma realização que envolve sujeitos seus objetivos e conhecimento com propósito interacional Considerando que esses sujeitos são situados sóciohistórica e culturalmente e que os conhecimentos que mobilizam são muitos e variados é fácil supor que o texto esconde muito mais do que revela a sua materialidade linguística Com base nessa definição podemos afirmar que vai longe o tempo em que bastava ter conhecimento linguístico do código verbal para entender um texto Por isso podemos acompanhar a lição de Santos Riche e Teixeira 2013 p 41 quando propõem Aprender a ler muito mais do que decodificar o código linguístico é trazer a experiência de mundo para o texto lido fazendo com que as palavras tenham um significado que vai além do que está sendo faladoescrito por passarem a fazer parte também da experiência do leitor Quando lemos acionamos uma multiplicidade de conhecimentos que fazem parte de nossa vida e que nos ajudam a construir o sentido do texto O leitor no dizer de Cabral 2011 p 142 não pode se permitir uma atitude ingênua é preciso ser curioso explorar o texto como um mapa que contém vários percursos possíveis para levar a um destino A leitura é um processo pelo qual o leitor busca de forma ativa compreender e interpretar um texto A profundidade de sua leitura varia conforme seus objetivos seu conhecimento sobre o assunto sobre o autor etc Leitor competente não se contenta em extrair informação do texto decodificando palavra por palavra Sua leitura consiste em uma atividade que implica estratégia de seleção antecipação construção de hipótese inferência e verificação sem as quais não é possível alcançar o nível de proficiência Nesse mesmo sentido afirmam Koch e Elias 2006 p 12 que a concepção sociocognitivainteracional de língua privilegia os sujeitos e seus conhecimentos em processos de interação O lugar mesmo da interação é o texto cujo sentido não está lá mas é construído considerandose para tanto as sinalizações textuais dadas pelo autor e os conhecimentos do leitor que durante todo o processo de leitura deve assumir uma atitude responsiva ativa Em outras palavras esperase que o leitor concorde ou não com as ideias do autor completeas adapteas etc A habilidade de leitura contempla conhecimento do contexto sociocognitivo de todos os participantes ela não é resultado apenas do conhecimento linguístico pois envolve capacidade de inferência de percepção do não dito de pressupostos de subentendidos de conhecimentos de mundo o chamado conhecimento enciclopédico Por isso não se pode afirmar categoricamente a existência de textos cuja compreensão seja difícil ou fácil eles serão fáceis ou difíceis conforme o tipo de leitor que encontrar Em Processos de leitura fator textual Mari e Mendes In MARI WALTY VERSIANI 2005 p 164 lembram que os textos não têm os mesmos padrões de estruturação de significados A natureza do léxico utilizado as formas linguísticas o gênero discursivo a estrutura narrativa o tipo de assunto podem ser todos componentes que facilitem a vida do leitor como também que a dificultem Assim podese dizer que o primeiro desafio que o leitor enfrenta diz respeito à forma como os textos se estruturam Propõem então os autores citados que diante de um texto o leitor estabelece uma hipótese de leitura que é algo aproximativo e representa uma primeira incursão do leitor sobre o texto e por essa razão pode diferir parcialmente de leitor para leitor Entendem ainda que todos os textos são passíveis de hipóteses de leitura entender o sentido de um texto implica dispor de ao menos uma hipótese sobre o seu sentido p 165 Essa hipótese pode ser ajustada conforme o andamento da leitura A leitura constituise em fator decisivo de estudo propicia a ampliação de conhecimentos a obtenção de informações básicas ou específicas a abertura de novos horizontes para a mente a sistematização do pensamento o enriquecimento do vocabulário e entendimento do conteúdo das obras A maior parte dos conhecimentos é obtida por intermédio da leitura ler significa conhecer interpretar distinguir os elementos mais importantes dos secundários Optando pelos mais representativos e sugestivos podese utilizálos como fonte de novas ideias e do saber através dos processos de busca assimilação retenção crítica comparação verificação e integração do conhecimento Por esse motivo havendo disponíveis muitas fontes para leitura e não sendo todas importantes impõese uma seleção Na busca de material adequado para a leitura identificase o texto observando a O título apresentase acompanhado ou não de subtítulo ele estabelece o assunto às vezes até a intenção do autor b A data da publicação fornece elementos para certificarse de sua atualização aceitação número de edições exceção feita para textos clássicos para os quais não a atualidade que importa c A orelha ou contracapa permite verificar credenciais ou qualificações do autor nel se encontra geralmente uma apreciação da obra assim como indicações do público que se destina d O sumário apresenta os tópicos abordados na obra bem como as divisões a que assunto está sujeito e A introdução o prefácio ou a nota do autor fornecem informações sobre os objetivos do autor e geralmente da metodologia por ele empregada f As referências de rodapé de final de capítulo ou do livro revelam as font consultadas e suas características gerais Os livros ou textos selecionados servem para leituras ou consultas podem ajudar nos estudos em face dos conhecimentos técnicos e atualizados que contêm ou oferecer subsídios para a elaboração de trabalhos científicos incluindo seminários trabalhos escolares e monografias Por esse motivo todo estudante na medida do possível deve preocuparse com a formação de uma biblioteca de obras selecionadas já que serão seu instrumento de trabalho Iniciase geralmente por obras clássicas que permitem obter fundamentação em qualquer campo da ciência a que se pretende dedicar passando depois para outras mais especializadas e atuais relacionadas com sua área de interesse profissional Somente a seleção de obras não é suficiente A leitura deve conduzir à obtenção de informações tanto básicas quanto específicas variando a maneira de ler segundo os propósitos em vista mas sem perder os seguintes aspectos a leitura com objetivo determinado mantendo as unidades de pensamento avaliando o que se lê b preocupação com o conhecimento do significado de todas as palavras utilizando para isso glossários dicionários especializados da disciplina ou mesmo dicionário geral c interrupção da leitura quer periódica quer definitivamente quando se percebe que as informações não são as esperadas ou não são mais importantes d discussão frequente do que foi lido com colegas professores e outras pessoas 12 Aspectos fundamentais Uma leitura proveitosa traz resultados satisfatórios Alguns aspectos fundamentais são a Atenção aplicação cuidadosa e profunda da mente ou do espírito em determina objeto buscando o entendimento a assimilação e a apreensão dos conteúdos básicos do texto b Intenção interesse ou propósito de conseguir algum proveito intelectual por meio d leitura c Reflexão consideração e ponderação sobre o que se lê observando todos os ângulc tentando descobrir novos pontos de vista novas perspectivas e relações desse mod favorecese a assimilação das ideias do autor assim como o esclarecimento e aperfeiçoamento delas o que ajuda a aprofundar o conhecimento d Espírito crítico avaliação do texto Implica julgamento comparação aprovação c não aceitação ou refutação das diferentes colocações e pontos de vista Ler co espírito crítico significa fazêlo com reflexão não admitindo ideias sem analisar c ponderar proposições sem discutir nem raciocínio sem examinar consiste em emit juízo de valor percebendo no texto consistências e inconsistência e Análise divisão do tema em partes determinação das relações existentes entre elas entendimento de sua organização f Síntese reconstituição das partes decompostas pela análise procedendose ao resum dos aspectos essenciais sem perder a sequência lógica do pensamento Resumindo uma leitura de estudo nunca é realizada sem se determinar de antemão um objetivo ou propósito para ela nenhuma parte é posta de lado por falta de entendimento mesmo que seja uma ou outra palavra sem avaliar discutir e aplicar o conhecimento emanado da análise e síntese do texto lido 13 Objetivos Entre as várias maneiras e objetivos de lidar com um texto ressaltamse possibilidades de leitura a Scanning procura de certo tópico no interior da obra utilizando o sumário ou índice remissivo ou a leitura de algumas linhas parágrafos visando encontrar fras ou palavraschave b Skimming captação da tendência geral sem entrar em minúcias valendose do títulos e subtítulos das seções e das ilustrações se houver leemse também trecho para localizar objeto objetivo e metodologia da obra c Do significado visão ampla do conteúdo principalmente do que interessa deixano de lado aspectos secundários e percorrendo tudo de uma vez sem voltar d De estudo ou informativa ocupase da absorção do conteúdo bem como de se significado esse tipo de leitura compreende ler reler utilizar o dicionário marcar c sublinhar palavras ou fraseschave e fazer resumos e Crítica estudo e formação de ponto de vista sobre o texto comparando s declarações do autor com o conhecimento anterior do leitor avaliação de dados informações no que se refere à fidedignidade atualização e da solidez c argumentação verificase também se as informações estão corretas e completas O que especificamente nos interessa é a leitura de estudo ou informativa que visa à coleta de informações para determinado propósito São seus objetivos a Certificarse do conteúdo do texto constatando o que o autor afirma os dados qt apresenta e as informações que oferece b Correlacionar os dados coletados a partir das informações do autor com o proble m em pauta c Verificar a validade das informações 14 Fases da leitura informativa A leitura informativa engloba várias fases ou etapas que podem ser assim sintetizadas a De reconhecimento ou prévia leitura rápida cuja finalidade é procurar um assunt de interesse ou verificar a existência de determinadas informações Fazse observac o sumário verificando os títulos dos capítulos e suas subdivisões seções b Exploratória ou préleitura leitura de sondagem tendo em vista localiza determinadas informações uma vez que já se tem conhecimento de sua existênci Partese do princípio de que um capítulo ou seção trata de assunto que pode s objeto de interesse mas pode omitir o aspecto relacionado diretamente com problema objeto da pesquisa Examinamse página de rosto introdução prefáci referências notas de rodapé orelhas e contracapa c Seletiva leitura que visa à seleção das informações relacionadas com o problema qu se tem em vista resolver A determinação prévia dos distintos propósitos específico importante para esta fase que se constitui no último passo de localização do materi para exame e no primeiro de uma leitura mais atenta e profunda A seleção consis na eliminação do supérfluo e concentração em informações pertinentes ao problem da pesquisa d Reflexiva mais profunda do que as anteriores referese ao reconhecimento e avaliação das informações das intenções e dos propósitos do autor Procedese identificação das fraseschave para saber o que o autor afirma e por que o faz e Crítica avalia as informações do autor Implica saber escolher e diferenciar ideia principais de secundárias hierarquizandoas O propósito é obter de um lado un visão global do texto e de outro examinar as intenções do autor No primeir momento da fase de crítica buscase entender o que o autor quis transmitir a análi e o julgamento das ideias são feitos em função dos propósitos do autor e não dos d pesquisador no segundo momento com base na compreensão de suas proposições do porquê delas retificamse ou ratificamse os próprios argumentos e conclusões f Interpretativa relaciona as afirmações do autor com os problemas para os quai através da leitura de textos estáse buscando uma solução Se de um lado o estud aprofundado das ideias principais de uma obra é realizado em função dos propósitc que nortearam seu autor de outro o aproveitamento integral ou parcial de ta proposições está subordinado às metas de quem estuda ou pesquisa tratase de un associação de ideias transferência de situações e comparação de propósitos median os quais se seleciona apenas o que é pertinente e útil o que contribui para resolver c problemas propostos por quem efetua a leitura Assim é pertinente e útil tudo o qu tem a função de provar retificar ou negar definir delimitar e dividir conceitc justificar ou desqualificar e auxiliar a interpretação de proposições questões métodc técnicas resultados ou conclusões g Explicativa leitura com o intuito de verificar os fundamentos de verdade enfocad pelo autor geralmente necessária para a redação de monografias ou teses 15 Sucessivas fases da leitura informativa exemplificação Considerando a questão A escola se configura sempre como um sistema social aberto selecionamos o livro Fundamentos de sociologia de Alfonso Trujillo Ferrari Verificamos no sumário a existência do capítulo Sistemas Sociais bem como da subdivisão seção Sistema Social Educacional leitura de reconhecimento a seguir examinamos as páginas 367 a 390 suas chamadas bibliográficas referências e principalmente o sumário do capítulo nas páginas 386387 Constatamos que o autor aborda a questão leitura exploratória e lendo mais detidamente os parágrafos observamos que a página 368 faz referência a sistemas abertos e fechados e as páginas 381382 a sistema social educacional Como parte desse material é pertinente sublinhamos diversos parágrafos leitura seletiva Examinamos então as afirmações do autor nas passagens destacadas procurando o cerne de suas afirmações e suas razões leitura reflexiva Na análise seguinte procuramos determinar se as ideias principais de sistema social aberto e as características do sistema social educacional são descritas sob o enfoque da tendência ao equilíbrio e à mudança simultaneamente mas não no que se refere à troca com o meio externo característica de um sistema aberto Apresenta pois apenas interesse indireto para o problema que pesquisamos leitura interpretativa Finalmente analisamos os fundamentos de sua proposição e o desenvolvimento do raciocínio leitura explicativa 16 Sublinha e resumo Embora as sucessivas etapas de leitura sejam um caminho a ser percorrido duas outras técnicas são necessárias na realização da leitura informativa também denominada leitura de estudo saber como sublinhar e como fazer resumo do texto lido Em primeiro lugar devemos compreender que cada texto capítulo seções subdivisão ou mesmo parágrafo tem uma ideia principal um conceito fundamental uma palavrachave que se apresenta como fio condutor do pensamento Como geralmente não se destaca do restante descobrilo é a base de toda a aprendizagem Na realidade em cada parágrafo devese captar essa ideia central bem como as ideias organizadas em hierarquia e a palavrachave Ao descobrir concretizar e formular as ideias diretrizes dos parágrafos encontrase o fio condutor que dá unidade ao texto que desenvolve o raciocínio que demonstra as proposições cf GARCIA 1986 p 206 s A ideiamestra não se apresenta desprovida de outras que revelam pormenores importantes gravitando ao seu redor como uma miniatura do sistema solar Nas proximidades dela aparecem argumentos que a justificam analogias que a esclarecem exemplos que a elucidam e fatos aos quais ela se aplica É necessário discernir esse sistema planetário ao redor do sol separandoo de fatores menos importantes caso contrário perdese a unidade de pensamento É por esse motivo que um leitor experiente utiliza o recurso de sublinhar de assinalar com traços verticais às margens de utilizar cores e marcas diferentes para cada parte importante do todo Constituem noções básicas para sublinhar a Nunca assinalar nada na primeira leitura cuja finalidade é apenas organizar o tex na mente de forma hierarquizada para depois destacar o mais importante b Sublinhar apenas as ideias principais e os detalhes importantes usando dois traç para as palavraschave e um para os pormenores mais significativos c Quando aparecem passagens que se configuram como um todo relevante para a ide desenvolvida no texto elas devem ser assinaladas com uma linha vertical à marger Da mesma forma passagens que despertam dúvidas que colidem com o temo exposto e as proposições que o apoiam devem ser assinaladas com um ponto c interrogação pois constituem material para a leitura explicativa em que su veracidade será testada interpretada e confrontada com outros textos O qu consideramos passível de crítica objeto de reparo ou insustentável dentro c raciocínio desenvolvido deve ser destacado mediante uma interrogação d Cada parágrafo deve ser reconstituído com base nas palavras sublinhadas e su leitura tem de apresentar a continuidade e a plenitude de um texto breve email com sentido fluente e concatenado e Cada palavra não compreendida deve ser entendida mediante consulta a dicionári e se necessário seu sentido anotado no espaço intermediário para facilitar a lectur O ideal é que seu significado seja compreendido e a palavra adicionada a vocabulário de quem lê Também é aconselhável que a leitura não seja interrompid diante de dúvida relativa a uma palavra pois o texto que segue muitas vezes esclarec qual dos sentidos apontados no dicionário mais convém no caso particular Assis durante a primeira leitura anotamse os termos e antes da segunda consultase fonte que esclarecerá o sentido deles Nunca é demais repetir que a leitura é um d meios para ampliar o vocabulário Depois de assinalar com marcas ou cores diferentes as várias partes constitutivas de um texto após sucessivas leituras passamos à elaboração de um esquema que respeite a hierarquia das ideias nele apresentadas Em cada frase a ideia expressa pode ser condensada em uma palavrachave em um parágrafo a ideia principal é geralmente expressa numa frasemestra e finalmente é possível identificar na sucessão das principais ideias parágrafoschave No esquema levamos em consideração que se as ideias secundárias têm de ser diferenciadas entre si depois de desprezar as menos importantes devemos procurar as ligações que unem as ideias sucessivas quer sejam paralelas opostas coordenadas ou subordinadas analisando sua sequência encadeamento lógico e raciocínio desenvolvido Dessa forma o esquema emerge naturalmente do trabalho de análise realizado Resumindo teríamos a elaboração de um esquema fundamentase na hierarquia de palavras frases e parágrafoschave que destacados após várias leituras devem apresentar relações com o raciocínio desenvolvido Dessa forma um resumo para fins de estudo consiste na capacidade de condensação de um texto parágrafo frase reduzindoo a seus elementos de maior importância Diferente de um esquema um resumo forma parágrafos com sentido completo não indica apenas os tópicos mas condensa sua apresentação Por último o resumo facilita o trabalho de captar analisar relacionar fixar e integrar o que se está estudando e serve para expor o assunto inclusive em uma prova 17 Esquema e resumo exemplo LAKATOS Eva Maria Relações sociais no processo de produção In O trabalho temporário nova forma de relações sociais no trabalho Tese LivreDocência Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo São Paulo 1979 p 1112 Para compreender as diversas fases da organização industrial é necessário distinguir os dois tipos de relações sociais que se encontram no processo de produção as relações sociais formais de produção mais duradouras e estáveis e as relações sociais no trabalho Ambas tendem a se desenvolver de forma independente e ao mesmo tempo correlata relações sociais formais que lhe são peculiares e que determinam os termos sob os quais as pessoas ingressam no processo produtivo e participam de seus resultados A segunda relações sociais no trabalho compreende aquelas relações que se originam da associação entre indivíduos no processo cooperativo de produção sendo portanto de caráter direto ou primário envolvendo contatos pessoais A tecnologia empregada no processo produtivo e a divisão de trabalho existente determinam as diferentes formas de relações sociais no trabalho A correlação entre os dois tipos de relações sociais verificase de várias formas 1 Dependendo da natureza do sistema produtivo as relações sociais no trabalho envolve os mesmos ou diferentes indivíduos Numa sociedade primitiva baseada na agricultu o indivíduo não é apenas obrigado a trabalhar para o chefe da família mas geralmen trabalha com ele no processo produtivo na sociedade industrial ao contrário é ra que os dois tipos de relações sociais se combinem o operário não conhece na ma parte das vezes as pessoas com quem trabalha para quem trabalha 2 Apesar de a tendência de determinado tipo de relação formal no processo de produç criar um conjunto específico de relações sociais no trabalho geralmente os dois tipos relações sociais variam independentemente como ocorre no sistema de produç industrial sob as relações formais do industrialismo os trabalhadores têm estabeleci com seus companheiros variadas formas de relações sociais 3 As relações sociais formais de produção têm variado mas com menos frequênc apresentandose mais estáveis e duradouras do que as relações sociais no trabalho Est baseandose nas condições tecnológicas do processo de produção e na forma e extens da divisão do trabalho apresentam constantes mudanças 4 As alterações nas relações sociais formais de produção são acompanhadas por profunç mudanças sociais globais ou são por elas determinadas ao passo que as alterações r relações sociais no trabalho só afetam o grupo restrito de trabalhadores Esquema 1 Processo de produção 11 Relações sociais formais de produção 12 Relações sociais no trabalho 2 Características 3 Correlação 31 Indivíduos envolvidos 32 Variações 33 Frequência das variações 34 Relação com a sociedade global Resumo O processo de produção origina 1º relações sociais formais de produção e 2º relações sociais no trabalho As primeiras resultam da participação definida nos resultados do processo de produção As segundas derivam da associação entre indivíduos no processo cooperativo de produção As duas formas de relações sociais correlacionamse de maneiras diferentes a Os indivíduos são os mesmos sociedades primitivas ou diferentes sociedade industriais b Os dois tipos geralmente variam de forma independente c As primeiras variam menos do que as segundas d As primeiras relacionamse geralmente com alterações na sociedade global e segundas não 2 ANÁLISE DE TEXTO 21 Fases Analisar significa estudar decompor dissecar dividir interpretar A análise de um texto referese ao processo de conhecimento de determinada realidade e implica o exame sistemático dos elementos portanto implica decompor um todo em suas partes a fim de a poder efetuar um estudo mais completo encontrando o elementochave do autor b determinar as relações que prevalecem nas partes constitutivas compreendendo a maneira pela qual estão organizadas c estruturar as ideias de maneira hierárquica É a análise que permite observar os componentes de um conjunto perceber suas possíveis relações ou seja passar de uma ideiachave para um conjunto de ideias mais específicas passar à generalização e finalmente à crítica Portanto a primeira parte de uma análise compreende a decomposição dos elementos essenciais e sua classificação isto é verificação dos componentes de um conjunto e suas possíveis relações Dito de outra forma passase de uma ideiachave geral para um conjunto de ideias mais precisas Exemplo As relações sociais no trabalho no sistema corporativo variam segundo as alterações da tecnologia e da divisão do trabalho Para detalhar a questão levantamos em relação ao texto as seguintes indagações 1 A tecnologia manual origina algum tipo de Trabalho padronizado Trabalho rotinizado Trabalho especializado 2 A divisão do trabalho ocorre Com base no produto final Na atuação individual no processo de produção 3 Se há alterações na tecnologia e na divisão do trabalho As relações baseiamse no processo produtivo Na estrutura e valores da organização Texto Relaçõessociais no trabalho no sistema corporativo Dessa forma podemse concretizar através de uma análise progressiva e cada vez mais concreta as ideias iniciais gerais e mais abstratas Como passar de uma ideia geral para outras ideias gerais depois de cada uma ter sido desmembrada em ideias progressivamente menos gerais Há várias possibilidades sendo as mais comuns por associação por oposição e por semelhança Exemplo Diante do uso e abuso da comunicação de massa invadindo o âmbito das atividades diárias do homem ainda somos livres Quais são as características que a publicidade deve ter para respeitar a liberdade da pessoa humana A veiculação pela TV de anúncios de diamantes em horários de maior audiência da classe de baixo poder aquisitivo não cria frustrações limitando as aspirações do ser humano Passouse da análise da comunicação de massa à análise da publicidade e à análise da utilização de um veículo de comunicação de massa pela publicidade Texto O uso abusivo da TV pela publicidade uma ameaça à liberdade A segunda fase de uma análise compreende a generalização Após a classificação fundamentada em traços comuns dos elementos constitutivos podemse formular afirmações aplicáveis ao conjunto A generalização a Permite a classificação uma vez que um elemento particular pode ser incluído r geral b Evidencia novas questões dado que uma vez percebido o caráter geral de un questão podese fragmentála em outras tantas particulares mais simples e concreta Dessas questões particulares por intermédio da associação semelhança e analogi obtémse uma geral que novamente permite sua divisão e assim por diante Exemplo A mecanização da produção A divisão do trabalho em tarefas simples e repetitivas A exigência da padronização da produção levam o homem a um processo de robotização Texto A produção em série homens trabalhando ou robôs A última fase exige uma análise crítica utilizando instrumental e processos sistemáticos e controláveis A objetividade a explicação e a justificativa são três elementos importantes para se chegar à sua validade 22 Objetivo e procedimento A análise de um texto tem como objetivo levar o estudante a a Aprender a ler a ver a escolher o mais importante dentro do texto b Reconhecer a organização e estrutura de uma obra ou texto c Interpretar o texto familiarizandose com ideias estilos vocabulários d Chegar a níveis mais profundos de compreensão e Reconhecer o valor do material separando o importante do secundário ou acessório f Desenvolver a capacidade de distinguir fatos hipóteses e problemas g Encontrar as ideias principais ou diretrizes e as secundárias h Perceber como as ideias se relacionam i Identificar as conclusões e as bases que as sustentam O procedimento por sua vez contém as seguintes etapas a Para alcançar um sentido completo proceder à leitura integral do texto com objetivo de obter uma visão do todo b Reler o texto assinalando ou anotando palavras e expressões desconhecidas valendo se de um dicionário para esclarecer seus significados c Dirimidas as dúvidas fazer nova leitura visando à compreensão do todo d Tornar a ler procurando a ideia principal ou palavrachave que tanto pode esta explícita quanto implícita no texto às vezes encontrase confundida com aspectos secundários ou acessórios e Localizar acontecimentos e ideias comparandoos entre si procurando semelhanças e diferenças existentes f Agrupálos pelo menos por uma semelhança importante e organizálos em ordem hierárquica de importância g Interpretar as ideias eou fenômenos tentando descobrir conclusões a que o autor chegou e depreender possíveis ilações h Proceder à crítica do material como um todo e principalmente das conclusões 23 Partes da análise de um texto A análise dividese em três partes A primeira é a análise dos elementos que consiste no levantamento dos elementos básicos constitutivos de um texto visando à sua compreensão Os elementos podem aparecer de modo explícito ou implícito dependendo de como o autor os apresenta Alguns são facilmente identificáveis outros exigem mais esforço uma leitura continuada análise mais profunda reflexão e em alguns casos pesquisas de outras fontes para melhor entender a mensagem do autor Análise das relações é a segunda parte Tem como objetivo encontrar as principais relações em estabelecer conexões com os diferentes elementos constitutivos do texto Uma análise mais completa exige não só a evidência das partes principais do texto mas também a indicação de quais delas se relacionam com o tema ou hipótese central Esse tipo de análise permite verificar se há ou não coerência em relação aos elementos entre as diferentes partes do texto e entre elas e a ideia central As relações podem ser encontradas entre a Ideias secundárias b Fatos específicos que conformam uma opinião c Pressupostos básicos de uma tese ou reflexão sobre a qual se apoia d Elementos de causa e efeito e Elementos de argumentação e afirmações pertinentes ou não A terceira parte é a análise da estrutura Nela verificamse as partes de um todo procurando evidenciar as relações existentes entre elas Esse tipo de análise pertence a um nível mais complexo que os anteriores As estruturas podem ser a Estática resultante de um processo de sucessão de fenômenos preestabelecidos como os textos de História A ordem estrutural estabelece o tipo de disposição enumeração dos elementos constitutivos básicos descrição das relações de todos os elementos como um todo e entre si e análise do processo que os originou b Dinâmica geradora de um processo O ordenamento consiste em enumerar as partes constitutivas básicas e descrever seu funcionamento e finalidade Nesse tipo estão enquadrados os textos de Ciências Sociais 24 Tipos de análise de texto Muitas vezes a análise de um texto extraído de uma obra maior é proposta como tarefa para uma classe de estudantes Podese decompor tal tarefa em partes individuais e grupais inclusive com participação do professor Apresentamos aqui uma sugestão para um trabalho conjunto Análise textual Iniciase com a atuação do professor dando algumas explicações sobre autor vocabulário específico e outros fatos que julgados importantes para a compreensão da parte examinada A seguir identificado o texto como uma unidade que apresenta um pensamento completo cada estudante individualmente deve fazer uma leitura rápida para ter uma visão de conjunto da unidade Leituras sucessivas vão permitir em primeiro lugar assinalar e esclarecer palavras desconhecidas e em segundo esquematizar o texto com a finalidade de evidenciar sua estrutura redacional Análise temática Individual Permite maior compreensão do texto fazendo emergir a ideia central e as secundárias as unidades e subunidades de pensamento sua correlação e a forma pela qual esta se dá Adentrando no mundo de ideias do autor podese esquematizar a sequência das várias ideias reconstituindo a linha de raciocínio do autor e fazendo emergir seu processo lógico de pensamento Análise interpretativa e crítica Individual Procurar associar as ideias expressas pelo autor com outras de conhecimento do estudante sobre o mesmo tema A partir daí fazer uma crítica do ponto de vista da coerência interna e validade dos argumentos empregados no texto e da profundidade e originalidade dada à análise do problema realizar uma apreciação pessoal e mesmo emissão de juízo sobre as ideias expostas e defendidas Elaborar um resumo para discussão Problematização Grupal Pode envolver pequenos grupos de estudo entre cinco e dez elementos ou toda a classe Nesse momento as questões explícitas ou mesmo implícitas no texto são levantadas e debatidas Da mesma forma de modo criativo debatemse questões afins que os estudantes podem associar ao texto Podem também ser colocadas opiniões pessoais dos estudantes e do professor sobre questões abordadas com base em outros textos obras e autores Conclusão pessoal Individual Tratase na realidade de uma verdadeira reelaboração pessoal da mensagem transmitida pelo texto sob a ótica de todas as contribuições dadas na discussão global Essa etapa finalizase com a elaboração de um texto uma espécie de resumo próprio que contém entretanto crítica e reflexão pessoais Esquematicamente teríamos Análise textual a Professor Referências do autor Esclarecimento do vocabulário específico Estabelecimento da unidade de leitura b Estudante Leitura rápida do texto todo para obter uma visão global assinalando desconhecidas e dúvidas Encontrar o significado das palavras e dirimir dúvidas Formar um esquema visando à estrutura redacional Análise temática Estudante Releitura para apreender o conteúdo Nova leitura para separar ideias centrais das secundárias Verificar a correlação entre elas seu modo e forma Procurar respostas para as questões sobre o que versa este texto O que indica uma unidade global Reconhecer o processo de raciocínio do autor Redigir um esquema que revele o pensamento lógico do autor Análise interpretativa e crítica Estudante Correlacionar as ideias do autor com outras sobre o mesmo tema Realizar uma crítica fundamentada em argumentos válidos lógicos e convincentes Fazer um resumo para discussão Problematização a Grupo ou classe Debater questões explícitas ou implícitas do texto Levantar novas questões pertinentes ao texto b Todos Professor Colocar opiniões pessoais sobre as questões do texto Externar colocações fundamentadas em outras obras e autores Conclusão pessoal Estudante Reelaboração do processo de compreensão da mensagem do autor com colocações gerais do item anterior Elaboração de novo resumo aduzindo reflexões pessoais e críticas 25 Análise de texto exemplo KERR Clark et al La élite industrial Buenos Aires Eudeba 1968 p 56 O industrialismo tem como imperativo máximo a conquista do velho pelo novo e está forçando a humanidade a marchar através da história a um ritmo cada vez mais rápido Porém fixa somente a direção geral dessa marcha Não fixa pelo menos nesta etapa de sua história o caminho específico nem o ritmo exato a seguir Com base em uma perspectiva de certa amplitude é necessário examinar quais são esses caminhos e quais suas ramificações na área das relações entre trabalhadores diretores e Estado a natureza geral do caminho define muitos caracteres específicos que de outra maneira aparecem como mistos e inclusive acidentais Outra questão por que um caminho ou outro é escolhido ou aceito pelos homens ou imposto a eles O industrialismo é introduzido por elites nativas ou estrangeiras grupos de homens que pretendem conquistar a sociedade através da superioridade dos novos meios de produção Ocorre uma guerra entre a sociedade velha e a nova entre as elites antigas e a nova seja ela uma conquista interna ou externa A nova ao longo do tempo e sob um ou outro auspício está sempre destinada a ganhar A grande questão dramática não é se o industrialismo haverá de obter a supremacia mas em torno de qual a elite tomará e manterá o controle do processo e qual será seu enfoque conceitual da organização da industrialização 1 Após uma leitura global colocar pontos de interrogação nas palavras cujo sentido tem ser esclarecido usar dicionário 2 Após a segunda leitura sublinhar com um traço as ideias principais e com dois palavraschave fazer um traço horizontal à margem para destacar as ideias centrais q se repetem 3 Esquema Industrialismo Conquista do velho pelo novo Fixação da direção geral da marcha Caminho Define muitos dos caracteres específicos Por que um ou outro é escolhido Elite Deseja conquistar a sociedade A nova é destinada a ganhar Como organizará a industrialização 4 O levantamento do processo de raciocínio do autor faz emergir um resumo O industrialismo tem como meta a conquista do velho pelo novo O industrialismo fixa um caminho geral Por que este ou aquele caminho é escolhido O industrialismo é introduzido por elites novas A luta entre a elite nova e a antiga é vencida pela primeira Que elite organizará a industrialização 5 Tema central a elite nova utiliza o industrialismo para conquistar a sociedade As ide secundárias são complementares O caminho a ser escolhido O enfoque dado à organização da industrialização 6 Há coerência e validade nos argumentos indo do aspecto geral industrialismo para particular elite que o impõe A forma do raciocínio adotado é a sequencial co levantamento de questões para discussão A contribuição principal do texto é mostrar A existência de vários caminhos que levam à industrialização Que a escolha de um caminho depende da elite que introduz o industrialism sociedade 7 Levantamento de novas questões Que elites têm força para melhor impor a industrialização Como cada elite organiza as relações entre trabalhadores direção e Estado Que caminho particular percorreu o industrialismo no Brasil e que tipo de e introduziu 3 SEMINÁRIO Seminário é uma técnica de estudo que inclui pesquisa discussão e debate Sua finalidade é pesquisar e ensinar a pesquisar Essa técnica desenvolve não só a capacidade de pesquisa de análise sistemática de fatos mas também o hábito do raciocínio da reflexão possibilitando ao estudante a elaboração objetiva de trabalhos científicos É pois o seminário uma técnica de estudo em grupo que se apoia na pesquisa e discussão de um tema para apresentação a uma plateia Sua organização e a execução dos trabalhos a serem realizados requerem a distribuição de tarefas por intermédio de um líder coordenador e a participação de todos os membros do grupo Para Santos 2016 p 169 seminário é uma técnica de pesquisa bem como um procedimento didático que consiste em levar o educando a pesquisar a respeito de um tema a fim de apresentálo e discutilo cientificamente Na preparação do seminário são formados grupos que variam entre 5 e 12 integrantes quando não é individual se o número de componentes for maior convém dividilo em subgrupos para maior facilidade de pesquisa e planejamento dos trabalhos A finalidade de um seminário é o aprofundamento de um tema de estudo e o debate entre os componentes do seminário em um primeiro momento e depois da apresentação dos seminaristas entre todos os que participam de uma classe ou de um evento Além do debate o seminário tem ainda como finalidade estimular a participação de todos os que dele participam quer como membros quer como ouvintes Embora a obrigação de apresentação seja delegada aos membros do grupo que expõe todos os que participam do evento deveriam participar ativamente apontando limites e alcance de tudo o que é objeto da discussão esclarecendo focalizações avaliando respeitosamente pontos de vista 31 Estrutura e funcionamento Em relação à estrutura e ao funcionamento o seminário pode ser individual ou em grupo No seminário individual estudos e pesquisas ficam a cargo de um só estudante que os apresenta a uma classe A extensão de um seminário depende do assunto ou de parte dele no último caso o tema subdividido em unidades menores será sucessivamente abordado por vários estudantes individualmente O debate abrangerá a classe toda incluindo o professor a quem cabe introduzir o assunto mais amplo e realizar a apreciação dos trabalhos parciais chegando juntamente com a classe às conclusões Dessa forma do fechamento do seminário participará não só o mestre mas também todos os participantes Alguns cuidados elementares para que o seminário não se torne cansativo nem provoque desentendimento são 1 evitar discussões subjetivas 2 estimular o uso da palavra por um participante de cada vez e no momento adequado 3 estimular a tomada de notas e o levantamento de dúvidas correções complementações sempre no momento oportuno sem interromper o fluxo da apresentação4 despertar nos participantes a necessidade de respeito pela opinião alheia bem como de cortesia e delicadeza para contestar pontos de vista cf SANTOS 2016 p 175 O seminário em grupo apresenta duas modalidades 1 A primeira fica a cargo de um grupo que fará a exposição através de um elemento escolhido para tal ou dando a palavra sucessivamente a vários ou a todos os integrantes As discussões devem abranger todos os componentes da classe Antes delas porém podem usar da palavra um comentador ou um grupo comentador Este prepara o seminário da mesma forma que o grupo expositor mas seu papel será o de questionador e crítico da apresentação dando maior profundidade ao seminário e propiciando uma crítica mais estruturada A existência dos comentadores não exclui a participação do professor 2 A segunda fica a cargo de toda a classe o tema geral é subdividido em subtítulos e formam na classe tantos grupos quantos os subtemas Em primeiro lugar o professor ou um dos grupos apresenta o tema geral para uma visão global depois cada grupo aprofunda a parte que lhe coube no final fazemse o debate e a discussão geral e chegamse às conclusões com o auxílio do mestre Quanto à duração do seminário como se realiza no horário normal das aulas dependendo da extensão profundidade dos estudos e disponibilidade do tempo ele pode prolongarse por vários dias Entretanto para um melhor aproveitamento cada sessão não deve ultrapassar três horas Não se pode esquecer que a própria preparação do seminário quando é realizado por um grupo requer várias reuniões prévias para distribuição das tarefas procura de fontes bibliográficas quando não há indicação de todas por parte do professor escolha dos relatores e integração dos trabalhos diferenciados atribuídos aos elementos do grupo 32 Fontes O seminário como técnica de estudo pode ser aplicado em qualquer setor do conhecimento Assim as fontes que originam um assunto para seminário são as mais variadas a Temas constantes de um programa disciplinar mas que necessitam de conhecimento mais aprofundados b Temas complementares a um programa disciplinar c Temas novos divulgados em periódicos especializados referentes à disciplina e questão d Temas atuais de interesse geral com ideias renovadoras e Temas específicos atualizados adequados a um programa de seminário 33 Componentes Os componentes de um seminário são a Coordenador geralmente o professor Cabe a ele propor os temas a serem estudados indicar uma bibliografia inicial em raros casos a global estabelecer um agenda de trabalhos e fixar a duração das sessões Pode eventualmente orientar a pesquisas mas em geral preside e coordena a apresentação dos seminários Antes de realizálos pode introduzir o assunto geral do qual é possível que derivem vários subtemas a final dos debates sozinho ou com a participação da classe e do grupo expositc sintetiza as conclusões globais Deve fazer uma apreciação geral dos resultadc complementando se necessário alguns itens b Organizador figura que surge apenas quando o seminário é grupal e as tarefas sê divididas entre seus integrantes Faz parte de suas atribuições marcar reunião prévias coordenar pesquisas e material e de preferência designar os trabalhos a cac componente c Relator ou relatores é aquele que expõe os resultados dos estudos pode ser um s elemento vários ou todos do grupo cada um apresentando uma parte Apesar d figura do relator se o seminário é grupal e não individual a responsabilidade por se êxito cabe a todos os que dele participam Em seminários individuais o relator é responsável único pela preparação pesquisa e apresentação d Secretário é o estudante designado pelo professor para anotar as conclusões parcia e finais do seminário após os debates Pode ser substituído pelo organizador c professor e Comentador pode ser um só estudante ou um grupo diferente do responsável pe seminário Só aparece quando se deseja um aprofundamento crítico dos trabalhos e escolhido pelo professor Deve estudar com antecedência o tema a ser apresentad com o intuito de fazer críticas adequadas à exposição antes da discussão e debate do demais participantes da classe f Debatedores correspondem a todos os alunos da classe Depois da exposição e d crítica do comentador se houver devem participar das discussões fazenco perguntas pedindo esclarecimentos colocando objeções reforçando argumentos c dando alguma contribuição 34 Etapas As etapas de um seminário são as seguintes a O coordenador professor propõe determinado estudo indica a bibliografia mínim forma os grupos de seminário escolhe o comentador e o secretário b Formado o grupo este escolhe o organizador decide se haverá um ou mais relatore divide as tarefas inicia o trabalho de pesquisa de procura de informações através d bibliografia documentos entrevistas com especialistas observações etc Depoi reúnese diversas vezes sob a coordenação do organizador para discutir o materi coletado confrontar pontos de vista formular conclusões e organizar os dado disponíveis Sob esse aspecto apresentamse as seguintes fases Determinação do tema central que como um fio condutor estabelece a ordenação material Divisão do tema central em tópicos Análise do material coletado procurando subsídios para os diferentes tópicos se perder de vista os objetivos derivados do tema central Síntese das ideias dos diferentes autores analisados resumo das contribuições visando exposição que deve apresentar Introdução breve exposição do tema central proposição dos objetivos e tópicos Desenvolvimento apresentação das partes numa sequência organizada envolvendo explicação discussão e demonstração Conclusão síntese de toda a reflexão com as contribuições do grupo para o tema Referências incluem obras e documentos utilizados além de especificação das qualidades dos especialistas consultados c Concluídos os estudos e pronto o seminário a classe se reúne sob a orientação d coordenado d Os relatores em plenário classe apresentam os resultados dos estudc obedecendo a uma sequência lógica determinada e O comentador após a exposição intervém com objeções subsídios e críticas f A classe a seguir participa das discussões e dos debates fazendo indagaçõe reforçando ou refutando afirmações dando enfim contribuições para o tema g Ao final o coordenador do seminário faz uma síntese e encaminha para as conclusõ finais que podem ficar a seu cargo ao do grupo expositor ou de toda a classe Faz avaliação final e se julgar que o assunto ficou incompleto ou faltam alguns ângulos serem apresentados pode recomendar novo seminário 35 Procedimento em seminário exemplo A PREPARAÇÃO As atividades discentes são desenvolvidas de acordo com os assuntos programados sob a forma de roteiros discutidos e autoavaliados por todos os participantes do grupo Sob a orientação ou não do professor nos termos das fontes consultadas deve ser preparado com antecedência de pelo menos uma semana um roteiro para o seminário as respectivas cópias dos roteiros devem ser distribuídas aos participantes bem como ao professor e se possível a todos os alunos da classe se não for possível deverá pelo menos ser entregue uma cópia ao comentador ou grupo comentador B ROTEIRO Não deve ser mero resumo ou síntese mas expressar o que foi apreendido o que se presta à aprendizagem ou se apresenta como apontamento didático para a consulta Sua estrutura abrange a Plano Deve expressar através das unidades com títulos subdivisões as palavrascha adequadamente escolhidas Precisa demonstrar que se leu com espírito crítico revelando habilidade intelectual e n confundindo o pensamento do autor com os fatos por ele trabalhados Necessita estabelecer correlações para os aspectos comuns ou para que os assunt interligados espacial e temporalmente sejam apresentados em uma unidade ou divisã Precisa dar preferência à indicação das circunstâncias que revelam mudanças evolução conjuntural do processo b Introdução Linguagem pessoal na apresentação da proposição central Objetividade e concisão c Conteúdo Deve ser apresentado dividido em unidades com linguagem objetiva e concisa não detém em pormenores A transcrição de trechos só deve ser feita quando necessário Devese evitar a reprodução dos títulos e subtítulos das obras consultadas d Conclusão Interpretação pessoal Linguagem objetiva e concisa e Elementos complementares Participantes do grupo com indicação do organizador Data da apresentação C AVALIAÇÃO A avaliação do professor deve abranger vários itens a Sobre o procedimento na elaboração do roteiro Exatidão da matéria Planejamento Unidade e equilíbrio do plano Sequência no desenvolvimento Adequação da matéria À classe Ao tempo disponível Seleção da matéria Qualidade Quantidade b Sobre a exposição oral Qualidade da exposição Controle de si Voz e vocabulário Relacionamento com a classe Seleção e uso do material didático Uso do quadro de giz Uso de ilustrações textos etc Outros recursos didáticos empregados Hoje com as possibilidades de uso de aparelhos eletrônicos tanto para a elaboração quanto para a apresentação de um seminário essa forma de estudo ganhou vitalidade A exposição realizada com datashow e aparelhos de multimídia proporciona aos estudos riqueza incalculável e constituise em grande estímulo para a aprendizagem Na elaboração de um seminário podese contar com recursos de Power Point cf ANDRADE 2016 36Roteiro de seminário exemplo TEMA Modos de produção e relações sociais UNIDADE Passagem do feudalismo ao capitalismo Introdução Sucessivas fases da organização industrial a partir da Idade Média apresentam uma ligação entre o modo de produção feudal e o capitalista As relações sociais formais de produção e as relações sociais no trabalho mostram variações nas diferentes fases Sistema familiar Características produção realizada pelos membros da família para seu próprio consumo e não para venda o trabalho não se efetua com o objetivo de atender a trocas Mercado praticamente inexistente Época princípio da Idade Média Características sociais da produção sistema produtivo baseado numa obrigação imposta ao produtor pela força e independentemente de sua própria vontade para que satisfaça a certas exigências de um senhor quer tais exigências tomem a forma de serviços a prestar quer tomem a forma de taxas a pagar em dinheiro ou artigos em trabalho ou presentes para a despesa do senhor relações que caracterizam a servidão Atividade econômica a atividade essencial é a agropastoril A produção a distribuição e as trocas efetuamse nos quadros do domínio rural consistindo a terra na única fonte de riqueza e poder O sistema de posse da terra caracteriza se pela existência do feudo As diferentes formas de relações econômicas originam uma mão de obra diferenciada desde o trabalho compulsório gratuito permanente servidão doméstica e intermitente corveias dos rendeiros até o trabalho contratual remunerado assalariado Relações sociais formais de produção entendidas como servidão feudal encontramse aliadas a um baixo nível de técnica com instrumentos de produção simples e de baixo custo em que o ato de produção possui caráter individual Relações sociais no trabalho a divisão do trabalho é rudimentar e a coordenação dos indivíduos na produção tem caráter familiar Sistema de corporações Sistema doméstico Sistema fabril Conclusões Foi o sistema fabril de produção que criou as condições para a utilização em grande escala da máquina e da energia e não o contrário A transformação do modo de produção feudal no modo de produção capitalista ocorre em etapas distintas surgindo a segunda com a figura do intermediário e firmandose com a do capitalista que se apropria da maisvalia produzida pelos trabalhadores assalariados As relações sociais formais de produção e as relações sociais no trabalho variam de etapa em etapa mas enquanto as primeiras sofrem total modificação com a passagem do feudalismo para o capitalismo as segundas divergem significativamente no seio do mesmo modo de produção LEITURA RECOMENDADA BATISTA Ronaldo de Oliveira O texto e seus conceitos São Paulo Parábola 2016 BARRASS Robert Os cientistas precisam escrever guia de redação para cientistas engenheiros e estudantes São Paulo T A Queiroz Edusp 1979 Caps 11 e 14 CABRAL Ana Lúcia Tino A força das palavras dizer e argumentar São Paulo Contexto 2011 Caps 1 Argumentação na língua 2 Pressuposição e argumentação 3 Articuladores e organizadores textuais e argumentação CAVALCANTE Mônica Magalhães Os sentidos do texto São Paulo Contexto 2016 Caps 1 Texto contexto e coerência 2 Gêneros discursivos 3 Sequências textuais 4 Tópico discursivo e 7 Intertextualidade CERVO Amado Luiz BERVIAN Pedro Alcino Metodologia científica 2 ed São Paulo MacGrawHill do Brasil 1978 Cap 4 GUIMARÃES Elisa Texto discurso e ensino São Paulo Contexto 2013 Caps 1 Texto definição e extensão 2 Discurso definição e extensão 3 Texto e discurso MEDEIROS João Bosco Redação científica a prática de fichamentos resumos resenhas 12 ed São Paulo Atlas 2014 Cap 4 e 5 MINICUCCI Agostinho Dinâmica de grupo manual de técnicas 3 ed São Paulo Atlas 1977 Cap 27 SANTOS Leonor Werneck RICHE Rosa Cuba TEIXEIRA Claudia Souza Análise e produção de textos São Paulo Contexto 2013 Cap 2 Prática de leitura de textos orais e escritos 2 Pesquisa bibliográfica e resumos 1 O QUE É PESQUISA BIBLIOGRÁFICA E SUAS FASES Pesquisa bibliográfica é um tipo específico de produção científica é feita com base em textos como livros artigos científicos ensaios críticos dicionários enciclopédias jornais revistas resenhas resumos Hoje predomina entendimento de que artigos científicos constituem o foco primeiro dos pesquisadores porque é neles que se pode encontrar conhecimento científico atualizado de ponta Entre os livros distinguemse os de leitura corrente e os de referência Os primeiros constituem objeto de leitura refletida realizada com detida preocupação de tomada de notas realização de resumos comentários discussão etc Os livros de referência são livros de consulta como dicionários enciclopédias relatórios de determinadas instituições como os do Banco Central e do IBGE A pesquisa bibliográfica compreende oito fases distintas a Escolha do tema b Elaboração do plano de trabalho c Identificação d Localização e Compilação f Fichamento g Análise e interpretação h Redação 11 Escolha do tema O tema é o assunto que se deseja provar ou desenvolver é uma dificuldade ainda sem solução que é mister determinar com precisão para intentar em seguida seu exame avaliação crítica e solução ASTI VERA 1976 p 97 Escolher um tema significa levar em consideração fatores internos e externos 1 Os internos consistem em a Selecionar um assunto de acordo com inclinações aptidões e tendências de qu propõe elaborar um trabalho científico b Optar por um assunto compatível com as qualificações pessoais em termos de back da formação universitária e pósgraduada c Encontrar um objeto que mereça ser investigado cientificamente e tenha condições formulado e delimitado em função da pesquisa 2 Os externos requerem a Disponibilidade do tempo para realizar uma pesquisa completa e aprofundada b Existência de obras pertinentes ao assunto em número suficiente para o estudo glo tema c Possibilidade de consultar especialistas da área para uma orientação relativa ta escolha quanto à análise e interpretação da documentação específica Devemse evitar assuntos sobre os quais recentemente foram feitos estudos o que torna difícil uma nova abordagem Além disso não há necessidade de duplicação de estudos uma vez que há uma vasta gama de temas a serem pesquisados Embora a escolha do tema possa ser determinada ou sugerida pelo professor ou orientador quando se trata de um principiante o mais frequente é a opção livre As fontes para a escolha do assunto podem originarse da experiência pessoal ou profissional de estudos e leituras da observação da descoberta de discrepâncias entre trabalhos ou da analogia com temas de estudo de outras disciplinas ou áreas científicas Após a escolha do assunto o passo seguinte é a sua delimitação É necessário evitar a eleição de temas muito amplos que ou são inviáveis como objeto de pesquisa aprofundada ou conduzem a divagações discussões intermináveis repetições de lugarescomuns ou descobertas já superadas Para Salvador 1980 p 4648 a delimitação do assunto implica a Distinguir o sujeito e o objeto da questão O sujeito é a realidade a respeito da qual deseja saber alguma coisa É o universo de referência Pode ser constituída de object fatos fenômenos ou pessoas a cujo respeito fazse o estudo com dois objetivos principa ou de melhor apreendêlos ou com a intenção de agir sobre eles O objeto de um assun é o tema propriamente dito Corresponde ao que se deseja saber ou realizar a respeito c sujeito O objeto é o conteúdo que se focaliza em torno dele gira toda a discussão e indagação Exemplo Organização do trabalho o sujeito é trabalho o objeto é organização b Especificar os limites da extensão tanto do sujeito quanto do objeto a especificação poc ser realizada através de Adjetivos explicativos ou restritivos adjetivos explicativos servem para designar qualidade condições ou estados essenciais ao sujeito ou objeto Os adjetivos restritivos indicq qualidades condições ou estados acidentais do sujeito ou objeto Enquanto o adjeti explicativo é um desdobramento das partes constituintes de um ser o adjetivo restritivo acidental é um acréscimo arbitrário Exemplo Adjetivo explicativo Organização social do trabalho Adjetivo restritivo Organização atual do trabalho Complementos nominais de especificação acrescentados a substantivos ou adjetiv especificam a ação ou sentimentos de pessoas ou coisas Exemplo Organização social do trabalho de produção artesanal Determinação das circunstâncias às vezes é necessário determinar as circunstâncias q limitam mais ainda a extensão do assunto especialmente as circunstâncias de tempo e espa o que se faz por meio de advérbios ou locuções adverbiais Exemplo Organização social do trabalho de produção artesanal durante a Idade Média na Europa Ocidental união das ideias e ainda a síntese de toda a reflexão A fase da elaboração do plano de trabalho engloba ainda a formulação do problema o enunciado de hipóteses e a determinação das variáveis Uma descrição detalhada e exaustiva com exemplos pode ser encontrada na obra Metodologia científica das mesmas autoras AtlasGrupo GEN 2017 Capítulos 4 e 5 13 Identificação É a fase de reconhecimento do assunto pertinente ao tema em estudo O primeiro passo seria a procura de catálogos onde se encontram as relações das obras Esses catálogos são publicados pelas editoras ou pertencem a bibliotecas públicas com a listagem por título das obras de seu acervo Há ainda catálogos específicos de periódicos com o rol dos artigos publicados Hoje com a Internet o levantamento de obras livros e artigos que tratam de um tema de pesquisa pode ser feito de casa sem necessidade de deslocamento Podemse anotar dezenas de artigos científicos pesquisando diretamente base de dados de agências de pesquisa FAPESP CAPES CNPq ou procurando nos servidores tomando por base um tema uma palavrachave o nome de um autor etc O segundo passo tendo em mãos o livro ou periódico seria o levantamento pelo Sumário dos assuntos nele abordados Outra fonte de informações referese aos abstracts contidos em algumas obras que além de oferecerem elementos para identificar o trabalho apresentam um resumo analítico de seu texto O último passo teria em vista a verificação das referências ao final de um livro ou artigo que em geral traz a indexação de artigos livros teses periódicos que podem servir para a pesquisa que se empreende Enquanto se lê um artigo científico ou um livro também se pode ir em busca das fontes citadas Assim tendose localizado uma fonte dezenas de outras são localizadas 14 Localização Tendo realizado o levantamento bibliográfico com a identificação das obras que interessam passase à localização das fichas bibliográficas nos arquivos das bibliotecas públicas nos de faculdades oficiais ou particulares e outras instituições Hoje esse levantamento já não exige ida à biblioteca e a consulta de arquivos de fichas de papel podese fazêlo de casa consultando acervos de bibliotecas públicas como é o caso do DEDALUS da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo Outra fonte é o catálogo on line da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro Teses e dissertações podem ser consultadas diretamente nas bibliotecas de universidades públicas ou por meio da Internet Muitas teses e dissertações dos últimos anos já se encontram disponíveis na Internet 15 Compilação É a reunião sistemática do material contido em livros revistas publicações avulsas Esse material pode ser obtido por meio de cópias xerox ou microfilmes 16 Fichamento À medida que o pesquisador tem em mãos as fontes de referência deve transcrever os dados em fichas de papel ou em arquivos eletrônicos com o máximo de exatidão e cuidado A ficha de papel como é de fácil manipulação permite a ordenação do assunto ocupa pouco espaço e pode ser transportada de um lugar para outro Com os computadores e sobretudo a difusão dos notebook o trabalho de anotação tornouse ainda mais prático A qualquer momento e em qualquer lugar podese ter acesso a informações coletadas Esse trabalho possibilita uma seleção constante da documentação e de seu ordenamento Em face do exposto o estudante pode verificar a importância necessidade e utilidade das anotações eletrônicas ou em fichas de papel principalmente por facilitar o desenvolvimento das atividades acadêmicas e profissionais 17 Análise e interpretação A primeira fase da análise e da interpretação é a crítica do material selecionado das referências É considerado um juízo de valor sobre determinado material científico Dividese em crítica externa e interna A crítica externa é feita sobre o significado a importância e o valor histórico de um documento considerado em si mesmo e em função do trabalho que está sendo elaborado SALOMON 1972 p 256 Abrange a Crítica do texto verifica se o texto sofreu ou não alterações interpolações e falsificações ao longo do tempo Investiga principalmente se o texto é autógrafo escrito pela mão do auto ou não em caso negativo se foi ou não revisto pelo autor se foi publicado pelo autor o outra pessoa o fez que modificações ocorreram de edição para edição b Crítica da autenticidade determina o autor o tempo o lugar e as circunstâncias composição c Crítica da proveniência investiga a proveniência do texto Varia conforme a ciência que utiliza Em História tem particular importância o estudo de onde provieram o documentos em Filosofia interessa muito mais discernir até que ponto uma obra foi ma ou menos decalcada sobre outra Quando se trata de traduções o importante é verificar a fidelidade do texto examinado em relação ao original A crítica interna aprecia o sentido e o valor do conteúdo Compreende a Crítica de interpretação ou hermenêutica Verifica o sentido exato que o autor qu exprimir Facilita esse tipo de crítica o conhecimento do vocabulário e da linguagem o autor das circunstâncias históricas ambientais e de pensamento que influenciaram a obr da formação mentalidade caráter preconceitos e educação do autor Compreender u texto equivale a haver entendido o que o autor quis dizer os problemas que postulou e soluções que propôs para os mesmos ASTI VERA 1979 p 127 b Crítica do valor interno do conteúdo Aprecia a obra e forma um juízo sobre a autoridad do autor e o valor que representa o trabalho e as ideias nele contidas A segunda terceira e quarta fases respectivamente decomposição dos elementos essenciais e sua classificação generalização e análise crítica correspondem às três fases da análise de texto Finalmente a interpretação exige a comprovação ou refutação das hipóteses Ambas só podem ocorrer com base nos dados coletados Devese levar em consideração que os dados por si só nada dizem é preciso que o cientista os interprete isto é seja capaz de expor seu verdadeiro significado e compreender as ilações mais amplas que podem conter 18 Redação A redação da pesquisa bibliográfica varia de acordo com o tipo de trabalho científico que se deseja apresentar Pode ser uma monografia uma dissertação ou uma tese 2 FICHAS OU ANOTAÇÕES ELETRÔNICAS Para o pesquisador a ficha de papel ou as anotações eletrônicas constituem um instrumento de trabalho imprescindível Como o investigador manipula o material das referências que em sua maior parte não lhe pertence elas permitem a Identificar as obras b Conhecer seu conteúdo c Fazer citações d Analisar o material e Elaborar críticas Criado no século XVII pelo Abade Rozier da Academia Francesa de Ciências o sistema de ficha é utilizado nas mais diversas instituições para serviços administrativos As bibliotecas hoje substituíram os arquivos de fichas de autores de títulos de obras séries periódicos artigos científicos assuntos por arquivos eletrônicos de todas essas informações O DEDALUS da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas é um banco de dados do acervo das bibliotecas da Universidade de São Paulo Biblioteca Florestan Fernandes Uma consulta ao Tutorial do DEDALUS pode esclarecer o estudioso sobre como manipular esse banco de dados A título de ilustração apresentamos uma ficha de busca simples pesquisa por um campo específico por meio de uma única caixa de busca Fonte Disponível em httpbibliotecafflchuspbrsitesbibliotecafflchuspbrfilesDedalus0pdf Acesso em 5 jul 2016 21 Aspecto físico Se o pesquisador utilizar fichas de papel é desejável que se dê uma atenção especial ao aspecto físico das fichas uma vez que todo o trabalho científico requer a utilização de um grande número delas e sua preparação pode estenderse por muitos anos Dado o seu contínuo emprego é mais viável ao estudioso a opção por um tamanho único de fichas mesmo que utilize vários fichários Os tamanhos mais comuns de fichas são Tipo grande 125 cm 205 cm Tipo médio 105 cm 155 cm Tipo pequeno internacional 75 cm 125 cm Hoje com o uso de anotações eletrônicas os procedimentos são outros O estudioso pode abrir uma pasta com o nome adequado à sua pesquisa e em seguida abrir para cada tema um arquivo ou um arquivo geral com variados temas fichas diversas Quando precisar de alguma informação poderá procurála mediante a abertura do ícone Localização As restrições que as fichas de papel impunham particularmente com relação à extensão das anotações no arquivo eletrônico não há essas limitações o pesquisador pode fazer anotações breves longas de uma página ou de várias No fichamento com a utilização de fichas de papel às vezes era necessário comprimir a letra para caber uma informação também havia o problema da rasura Se fosse necessário utilizar o reverso das fichas para continuar as anotações recomendavase fazer coincidir a última linha do anverso com a primeira do reverso de forma que a ficha pudesse ser girada sobre si mesma Essa prática tinha a vantagem de permitir a leitura do verso sem retirar a ficha do seu lugar Quando as anotações de uma ficha precisavam continuar em uma segunda ou mais fichas era imprescindível que se repetisse o cabeçalho com a indicação em letras maiúsculas da sequência Hoje todo esse processo tornouse antiquado e desnecessário 22 Composição das fichas A estrutura das fichas de qualquer tipo compreende três partes principais cabeçalho referência bibliográfica e corpo ou texto As outras optativas são em ordem de sequência principalmente nas fichas de referência a indicação da obra e o local em que ela pode ser encontrada qual biblioteca 221 Cabeçalho O cabeçalho compreende o título genérico remoto o título genérico próximo o título específico o número de classificação da ficha SALVADOR 1980 p 113117 e a letra indicativa da sequência quando se utiliza mais de uma ficha em continuação Esses elementos são escritos na parte superior da ficha em duas linhas na primeira consta apenas à esquerda o título genérico remoto na segunda em quatro quadrinhos da esquerda para a direita o título genérico próximo o título específico o número de classificação e o código indicativo da sequência que permanece em branco quando se utiliza uma só ficha frente e frente e verso O uso de fichamento eletrônico pode dispensar algumas dessas informações número de classificação código indicativo de sequência etc Quando o título das fichas acompanha o título das seções projetadas plano do trabalho que será desenvolvido a redação da tese dissertação de mestrado TCC etc pode ser facilitada Suponhamos Ocupações Marginais no Nordeste Paulista 1 Introdução 2 Ocupações marginais 21 Conceito de ocupação marginal 22 Características das ocupações marginais 221 Características econômicas 222 Características socioculturais 3 Ocupações marginais e mobilidade social 31 Desigualdade social 32 Mobilidade social 321 Modelos explicativos da mobilidade social 322 Metodologia da mobilidade 323 Mobilidade e distância social 4 Ocupações marginais na área urbana 41 Setor artesanal 42 Setor de comércio 43 Setor de serviços 5 Ocupações marginais na área rural 51 Setor da agricultura 52 Setor da pecuária 53 Setor de mineração 6 Conclusões Como auxílio do plano podemse compor os cabeçalhos como se segue 1 OCUPAÇÕES MARGINAIS NO NORDESTE PAULISTA Introdução 1 2 OCUPAÇÕES MARGINAIS NO NORDESTE PAULISTA Ocupações Marginais Conceito de 21 3 OCUPAÇÕES MARGINAIS NO NORDESTE PAULISTA Ocupações Marginais Características das 22 4 OCUPAÇÕES MARGINAIS NO NORDESTE PAULISTA Características das Características Econômicas 221 5 OCUPAÇÕES MARGINAIS NO NORDESTE PAULISTA Características das Carac Socioculturais 222 A 6 OCUPAÇÕES MARGINAIS NO NORDESTE PAULISTA Características das Carac Socioculturais 222 B No exemplo 1 Ocupações Marginais no Nordeste Paulista como tema geral é o título genérico remoto que permanece constante em todas as fichas Introdução é o título genérico próximo não há título específico pois essa parte não se subdivide finalmente o algarismo 1 é o número de classificação da ficha Os exemplos 2 e 3 apresentam como todas as fichas feitas para o mesmo estudo igual título genérico remoto Ocupações Marginais no Nordeste Paulista Ambas apresentam o mesmo título genérico próximo Ocupações Marginais diferenciandose pelo título específico Conceito de e Características das que correspondem à segunda parte do trabalho Ocupações Marginais os algarismos 1 e 2 que se seguem ao ponto 21 e 22 indicam as subdivisões dessa segunda parte respectivamente Conceito de e Características das No exemplo 4 verificase uma alteração se o título genérico remoto permanece o mesmo Ocupações Marginais no Nordeste Paulista o título genérico próximo se modifica passando a ser a segunda seção da segunda parte Características das O título específico é agora Características Econômicas A primeira subdivisão da segunda seção da segunda parte portanto tem o seguinte número de classificação 221 Cada autor consultado para cada parte seção e subseção do trabalho terá uma ficha separada conservandose o mesmo cabeçalho com o mesmo título genérico remoto o mesmo título genérico próximo o mesmo título específico e o mesmo número de classificação Assim as fichas distinguemse uma das outras pelas referências bibliográficas que se seguem ao cabeçalho Se forem utilizadas fichas de papel e o corpo ou o texto não couber em uma só ficha e forem necessárias duas ou mais para que as seguintes não se percam devemse colocar letras maiúsculas indicativas da sequência logo após o número de classificação da ficha como o ilustram os exemplos 5 e 6 Evidentemente esses procedimentos caducaram com o uso do fichamento eletrônico Quando não se tem de antemão um plano elaborado ou se deseja fazêlo depois das consultas às referências bibliográficas a única coisa que é preenchida no cabeçalho é o título genérico remoto deixandose em branco o restante que será completado depois do planejamento do trabalho Exemplo ARTESANATO 222 Referência bibliográfica A referência bibliográfica segue a NBR 6023 da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT como consta no último capítulo deste livro Para proceder segundo a norma consultase a ficha catalográfica da obra que traz os elementos necessários na ausência dela recorrese à folha de rosto e a outras partes do livro como data que às vezes aparece em prefácios e apresentações ou no colofão Quando se trata de revistas e outros periódicos muitas vezes os elementos identificadores da referência localizamse na lombada na capa ou pé da página edição número data No expediente do periódico localizase o local da publicação Jornais apresentam informações referenciais no alto da primeira página título local data página 223 Corpo ou texto O conteúdo das fichas varia segundo o tipo delas como se verá a seguir 224 Indicação da obra As fichas depois de utilizadas para a realização de um trabalho poderão ser novamente empregadas na vida acadêmica ou profissional Dessa forma a indicação de uma obra serve tanto para estudos e pesquisas em disciplinas específicas quanto para futuras pesquisas 225 Local É possível que depois de fichada uma obra haja necessidade de voltar a consultála Assim é também importante a indicação do local em que se acha disponível o material Exemplo cabeçalho Ocupações Marginais no Nordeste Paulista e O M e Mobilidade Social 3 referência bibliográfica PASTORE José Desigualdade e mobilidade social São Paulo T A Queiroz 1979 218 p corpo ou texto indicação da obra Indicado para estudantes de Ciências Sociais e para a disciplina de Sociologia local Biblioteca da Faculdade de Ciências Sociais da USP Pelo título da obra que serviu de exemplo notase que o livro de Pastore é utilizável em mais de uma parte ou seção do trabalho planejado Quando ocorre caso semelhante fichase todo o livro para a parte indicada e temos a ficha principal Outras apresentarão o fichamento de parte da obra devem ser tantas fichas quantos forem os capítulos do livro que dizem respeito a outras tantas seções e subseções do trabalho São as fichas secundárias Exemplo OCUPAÇÕES MARGINAIS NO NORDESTE PAULISTA Mobilidade Social Modelos Explicativos da 321 PASTORE José Modelos explicativos da mobilidade social In Desigualdade e mobilidade social São Paulo T A Queiroz 1979 p 1527 OCUPAÇÕES MARGINAIS NO NORDESTE PAULISTA Mobilidade Social Modelos Explicativos da 321 SOROKIN Pitirim A Espaço social distância social e posição social In CARDOSO Fernando Henrique IANNI Octávio Homem e sociedade 3 ed São Paulo Nacional 1966 p 223230 23 Conteúdo das fichas O conteúdo que constitui o corpo ou texto das fichas varia segundo sua finalidade Pode ser a De referência que se subdivide em De referência de obra inteira De referência de parte de uma obra b Citações c Resumo ou de conteúdo d Esboço e Comentário ou analítica 231 Ficha bibliográfica Segundo Salvador 1980 p 118 a ficha bibliográfica de obra inteira ou parte dela pode referirse a alguns ou a todos os seguintes aspectos a Campo do saber que é abordado b Problemas significativos tratados c Conclusões alcançadas d Contribuições especiais em relação ao assunto do trabalho e Fontes dos dados que podem ser documentos literatura existente estatístic documentação indireta de fontes primárias ou secundárias documentação direta com o dados colhidos pelo autor observação entrevista questionário formulário etc f Métodos de abordagem e de procedimento utilizados pelo autor MÉTODO DE ABORDAGEM PROCEDIMENTO Indutivo Dedutivo Hipotéticodedutivo Dialético Histórico Comparativo Monográfico Estatístico Tipológico Funcionalista Estruturalista Etnográfico etc g Modalidade empregada pelo autor geral específica intensiva extensiva exaus tiva técnica não técnica descritiva analítica etc h Utilização de recursos ilustrativos tais como tabelas quadros gráficos mapas desenhe etc Salvador ainda recomenda a Ser breve Quando maiores detalhes sobre a obra são desejáveis o ideal é a ficha d resumo ou conteúdo ou melhor ainda a de esboço Na ficha de referências algum frases são suficientes b Utilizar verbos ativos Para se caracterizar a forma pela qual o autor escreve as ideia principais devem ser precedidas por verbos tais como analisa compara contém critic define descreve examina apresenta registra revisa sugere e outros que devem s utilizados conforme o sentido que se queira produzir c Evitar repetições desnecessárias Não há nenhuma necessidade de colocar expressõ como esse livro essa obra esse artigo o autor etc 232 Ficha de citações Consiste na reprodução fiel de frases ou sentenças consideradas relevantes ao estudo em pauta Devemse observar os seguintes cuidados a Toda citação direta deve vir entre aspas É através desse sinal que se distingue uma fich de citação transcrição das de outro tipo como a de comentário por exemplo Além diss o uso de aspas evita que mais tarde ao utilizar a ficha se transcreva como se fosse texto d quem fichou os textos nela contidos b Após a citação deve constar o número da página de onde foi extraída Isso permiti posterior utilização no trabalho com a correta indicação da referência c A transcrição tem de ser textual o que inclui erros de grafia se houver Após eles coloc se o termo sic em minúsculas e entre colchetes Exemplo hipotético Chegouse conclusão de que o garimpeiro é antes de tudo um homem do campo deslocado sic pa a cidade mas conservador da cultura rural embora venha assimilando gradativamen estabelecer as homologias estruturais da narrativa e a visão do mundo humanista do autor b Ficha de informação geral GUARDIANO Paschoa Baldassari Uma leitura de São Bernardo a exortação litótica Franca UNESP 1977 200 p A obra é resultado de pesquisas que visam à elaboração de tese de doutoramento em Letras na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras e Ciências Humanas da USP Obra didática erudita destinase aos interessados em Literatura e Teoria Literária Valese como apoio metodológico e fundamentação teórica do Estruturalismo Genérico de L Goldmann e do Estruturalismo Linguístico A obra visa à descrição e à interpretação de S Bernardo romance de Graciliano Ramos podendo servir como modelo a análises similares Foi editada pela UNESP Campus de Franca em 1977 na série Teses e Monografias c Ficha de glosa GUARDIANO Paschoa Baldassari Uma leitura de São Bernardo a exortação litótica Franca UNESP 1977 200 p Leitura termo utilizado no título da obra não é o ato de ler é termo específico de Teoria da Literatura significa descrever um texto particular uma obra existente utilizando os instrumentos elaborados pela Poética teoria interna da Literatura para evidenciar sua significação Assim a leitura de S Bernardo significa a descrição da estrutura de S Bernardo d Ficha de resumo GUARDIANO Paschoa Baldassari Uma leitura de São Bernardo a exortação litótica Franca UNESP 1977 200 p eleito Da mesma forma se um vestibulando necessita de 70 pontos para ser aprovado com 69 será apenas um indivíduo que prestou exame vestibular mas com 70 passará a universitário Denominamos mudança quantitativa o simples aumento ou diminuição de quantidade Por sua vez a mudança qualitativa seria a passagem de uma qualidade ou de um estado para outro O importante é lembrar que a mudança qualitativa não é obra do acaso pois decorre necessariamente da mudança quantitativa voltando ao exemplo da água do aumento progressivo do calor ocorre a transformação em vapor a 100º supondose normal a pressão atmosférica Se ela mudar então como tudo se relaciona primeira lei da dialética mudará também o ponto de ebulição Mas para dado corpo e certa pressão atmosférica o ponto de ebulição será sempre o mesmo demonstrando que a mudança de qualidade não é uma ilusão é um fato objetivo material cuja ocorrência obedece a uma lei natural Em consequência é previsível a ciência pesquisa e estabelece quais são as mudanças de quantidade necessárias para que se produza dada mudança de qualidade Segundo Stalin In POLITZER et al 197 p 58 em oposição à metafísica a dialética considera o processo de desenvolvimento não como um simples processo de crescimento em que as mudanças quantitativas não chegam a se tornar mudanças qualitativas mas como um desenvolvimento que passa das mudanças quantitativas insignificantes e latentes para as mudanças aparentes e radicais as mudanças qualitativas Por vezes as mudanças qualitativas não são graduais mas rápidas súbitas e se operam por saltos de um estado a outro essas mudanças não são contingentes mas necessárias são o resultado da acumulação de mudanças quantitativas insensíveis e graduais Essa colocação de Stalin não quer dizer que todas as mudanças qualitativas se operam em forma de crises explosões súbitas Há casos em que a passagem para a qualidade nova é realizada através de mudanças qualitativas graduais como ocorre com as transformações de uma língua 614Interpenetração dos contrários Considerando que toda realidade é movimento e que o movimento sendo universal assume as formas quantitativas e qualitativas necessariamente ligadas entre si e que se transformam uma na outra a pergunta que surge é qual o motor da mudança e em particular da transformação da quantidade em qualidade ou de uma qualidade para outra nova Politzer et al 197 p 7071 citando Stalin indicam que em oposição à metafísica a dialética parte do ponto de vista de que os objetos e os fenômenos da natureza supõem contradições internas porque todos têm um lado negativo e um lado positivo um passado e um futuro todos têm elementos que desaparecem e elementos que se desenvolvem a luta desses contrários a luta entre o velho e o novo entre o que morre e o que nasce entre o que perece e o que evolui é o conteúdo interno do Epistemologia e metodologia da sociologia Campinas sn 1977 Cap 4 seção 42 expressão Disponível em e informando a data da consulta depois da expressão Acesso em Exemplo CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA da UFPE 1996 Recife Anais eletrônicos Recife UFPE 1996 Disponível em httpwwwpropesqufpebranaisanaishtm Acesso em 21 jan 1997 17Referências legislativas Para a NBR 60232002 parágrafo 791 as referências legislativas compreendem Constituição textos legais infraconstitucionais como lei complementar e ordinária medida provisória decreto resolução do Senado bem como normas emanadas de entidades públicas como atos normativos portaria resolução ordem de serviço instrução normativa comunicado aviso circular decisão administrativa etc Elementos essenciais Jurisdição ou cabeçalho da entidade no caso de se tratar de normas Título Numeração Data Dados da publicação Exemplos SÃO PAULO Estado Decreto nº 33161 2 abr 1991 São Paulo Legislação coletânea de leis e decretos São Paulo v 27 n 4 p 42 abr 1991 BRASIL Código civil Organização dos textos notas remissivas e índices por Juarez de Oliveira 46 ed São Paulo Saraiva 1995 Para a referência a acórdãos decisões e sentenças das Cortes ou Tribunais a ordem dos elementos é a seguinte Local país estado ou cidade Nome da Corte ou Tribunal Ementa ou acórdão Biblioteconomia e Documentação ECA USP 1971 8 p 192Apostilas Exemplo SODRÉ Nélson Werneck Formação histórica do Brasil São Paulo Brasiliense 1962 Resenhado por GARBUGLIO José Carlos Revista de Letras Assis nº 89 p 319325 1966 193Resumos Exemplo AGGIO Alberto República e revolução In SEMANA DA HISTÓRIA 8 ed Franca 1989 Resumos Unesp 1989 68 p 194Separatas Periódicos Exemplo FRANÇA R Limongi A questão das garagens no condomínio de apartamentos Separata da Revista dos Tribunais São Paulo v 228 p 5160 out 1959 Livros Exemplo MUÑOZ AMATO P Planejamento Rio de Janeiro FGV 1955 55 p Separata de Introducción a la administración pública México Fondo de Cultura Económica 1955 Cap 3 195Folhetos Geralmente são publicações com o número de páginas reduzido mais ou menos até 40 páginas
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Marina de Andrade Marconi Eva Maria Lakatos FUNDAMENTOS DE METODOLOGIA CIENTÍFICA 8ª EDIÇÃO ATUALIZAÇÃO João Bosco Medeiros FUNDAMENTOS DE METODOLOGIA CIENTÍFICA abdr no text O GEN Grupo Editorial Nacional a maior plataforma editorial no segmento CTP científico técnico e profissional publica nas áreas de saúde ciências exatas jurídicas sociais aplicadas humanas e de concursos além de prover serviços direcionados à educação capacitação médica continuada e preparação para concursos Conheça nosso catálogo composto por mais de cinco mil obras e três mil ebooks em wwwgrupogencombr As editoras que integram o GEN respeitadas no mercado editorial construíram catálogos inigualáveis com obras decisivas na formação acadêmica e no aperfeiçoamento de várias gerações de profissionais e de estudantes de Administração Direito Engenharia Enfermagem Fisioterapia Medicina Odontologia Educação Física e muitas outras ciências tendo se tornado sinônimo de seriedade e respeito Nossa missão é prover o melhor conteúdo científico e distribuílo de maneira flexível e conveniente a preços justos gerando benefícios e servindo a autores docentes livreiros funcionários colaboradores e acionistas Nosso comportamento ético incondicional e nossa responsabilidade social e ambiental são reforçados pela natureza educacional de nossa atividade sem comprometer o crescimento contínuo e a rentabilidade do grupo Marina de Andrade Marconi Eva Maria Lakatos FUNDAMENTOS DE METODOLOGIA CIENTÍFICA 8a EDIÇÃO ATUALIZAÇÃO João Bosco Medeiros gen atlas As autoras e a editora empenharamse para citar adequadamente e dar o devido crédito a todos os detentores dos direitos autorais de qualquer material utilizado neste livro dispondo se a possíveis acertos caso inadvertidamente a identificação de algum deles tenha sido omitida Não é responsabilidade da editora nem das autoras a ocorrência de eventuais perdas ou danos a pessoas ou bens que tenham origem no uso desta publicação Apesar dos melhores esforços das autoras do editor e dos revisores é inevitável que surjam erros no texto Assim são bemvindas as comunicações de usuários sobre correções ou sugestões referentes ao conteúdo ou ao nível pedagógico que auxiliem o aprimoramento de edições futuras Os comentários dos leitores podem ser encaminhados à Editora Atlas SA pelo e mail editorialcsagrupogencombr Direitos exclusivos para a língua portuguesa Copyright 2017 by Editora Atlas SA Uma editora integrante do GEN Grupo Editorial Nacional 1 ed 1985 2 ed 1990 3 ed 1991 4 ed 2001 5 ed 2003 6 ed 2005 7 ed 2010 8 ed 2017 Reservados todos os direitos É proibida a duplicação ou reprodução deste volume no todo ou em parte sob quaisquer formas ou por quaisquer meios eletrônico mecânico gravação fotocópia distribuição na internet ou outros sem permissão expressa da editora Rua Conselheiro Nébias 1384 Campos Elísios São Paulo SP CEP 01203904 Tels 21354307701150800770 editorialcsagrupogencombr wwwgrupogencombr Designer de capa Caio Cardoso Imagem shuoshu Istockphoto Produção Digital Equiretech Dados Internacionais de Catalogação na Publicação CIP Câmara Brasileira do Livro SP Brasil Lakatos Eva Maria Fundamentos de metodologia científica Marina de Andrade Marconi Eva Maria Lakatos 8 ed São Paulo Atlas 2017 Bibliografia ISBN 9788597010763 1 Ciência Metodologia 2 Pesquisa Metodologia I Marconi Marina de Andrade II Título CDD5018 911926 00142 Índices para catálogo sistemático 1 Método científico 5018 2 Metodologia científica 5018 3 Metodologia da pesquisa 00142 4 Pesquisa Metodologia 00142 A meu pai Tibor e minha madrasta Fátima EML A meu neto Fernando MAM Sumário Nota das autoras Prefácio da 8a edição 1 Procedimentos didáticos 1 Leitura 11 Elementos 12 Aspectos fundamentais 13 Objetivos 14 Fases da leitura informativa 15 Sucessivas fases da leitura informativa exemplificação 16 Sublinha e resumo 17 Esquema e resumo exemplo 2 Análise de texto 21 Fases 22 Objetivo e procedimento 23 Partes da análise de um texto 24 Tipos de análise de texto 25 Análise de texto exemplo 3 Seminário 31 Estrutura e funcionamento 32 Fontes 33 Componentes 34 Etapas 35 Procedimento em seminário exemplo 36 Roteiro de seminário exemplo Leitura recomendada 2 Pesquisa bibliográfica e resumos 1 O que é pesquisa bibliográfica e suas fases 11 Escolha do tema 12 Elaboração do plano de trabalho 13 Identificação 14 Localização 15 Compilação 16 Fichamento 17 Análise e interpretação 18 Redação 2 Fichas ou anotações eletrônicas 21 Aspecto físico 22 Composição das fichas 221 Cabeçalho 222 Referência bibliográfica 223 Corpo ou texto 224 Indicação da obra 225 Local 23 Conteúdo das fichas 231 Ficha bibliográfica 232 Ficha de citações 233 Fichas de resumo ou de conteúdo 234 Ficha de esboço 235 Ficha de comentário ou analítica 24 Exemplos de fichas 25 Tipos de fichas de Manzo 3 Resumos 31 Conceito finalidade e caráter 32 Como resumir 33 Tipos 34 Exemplos Leitura recomendada 3 Conhecimento científico e ciência 1 Conhecimento científico e outros tipos de conhecimento 11 Correlação entre conhecimento popular e conhecimento científico 12 Características do conhecimento popular 13 Quatro tipos de conhecimento 131 Conhecimento popular 132 Conhecimento filosófico 133 Conhecimento religioso 134 Conhecimento científico 2 Conceito de ciência 3 Classificação e divisão da ciência Leitura recomendada 4 Métodos científicos 1 Conceito de método 2 Desenvolvimento histórico do método 3 Método indutivo 31 Caracterização 32 Leis regras e fases do método indutivo 33 Formas de indução 4 Método dedutivo 41 Argumentos dedutivos e indutivos 42 Argumentos condicionais 5 Método hipotéticodedutivo 51 Etapas do método hipotéticodedutivo segundo Popper 511 Problema 512 Conjecturas 513 Tentativa de falseamento 52 Método hipotéticodedutivo segundo Bunge 6 Método dialético 61 Leis da dialética 611 Ação recíproca 612 Mudança dialética 613 Passagem da quantidade à qualidade 614 Interpenetração dos contrários 7 Métodos específicos das ciências sociais 71 Método de abordagem 72 Métodos de procedimento 721 Método histórico 722 Método comparativo 723 Método monográfico 724 Método estatístico 725 Método tipológico 726 Método funcionalista 727 Método estruturalista 728 Método etnográfico 729 Método clínico 73 Utilização de mais de um método de pesquisa 74 Quadro de referência Leitura recomendada 5 Fatos teoria e leis 1 Teoria e fatos 11 Papel da teoria em relação aos fatos 111 Orientação sobre os objetivos da ciência 112 Oferecimento de um sistema de conceitos 113 Resumo do conhecimento 114 Previsão de fatos 115 Indicação de lacunas no conhecimento 12 Papel dos fatos em relação à teoria 121 O fato inicia a teoria 122 O fato reformula e rejeita teorias 123 O fato redefine e esclarece teorias 124 O fato clarifica os conceitos contidos nas teorias 2 Teoria e leis Leitura recomendada 6 Hipóteses 1 Conceito 2 Tema problema e hipótese 21 Tema e problema 22 Problema e hipótese 23 Formulação de hipóteses 24 Importância das hipóteses 25 Função das hipóteses 3 Fontes de elaboração de hipóteses 31 Conhecimento familiar 32 Observação 33 Comparação com outros estudos 34 Dedução lógica de uma teoria 35 Cultura geral na qual a ciência se desenvolve 36 Analogias 37 Experiência pessoal idiossincrática 38 Casos discrepantes na própria teoria Leitura recomendada 7 Variáveis 1 Conceito 2 Variáveis no universo da ciência 3 Variáveis independentes e dependentes 31 Conceito e diferenciação 32 Fatores determinantes do sentido da relação causal entre variáveis independentes e dependentes 321 Ordem temporal 322 Fixidez ou alterabilidade das variáveis 4 Variáveis moderadoras e de controle 41 Variável moderadora conceito e identificação 42 Variável de controle conceito e aplicação 5 Variáveis extrínsecas e componentes 51 Variáveis extrínsecas e relações espúrias 52 Variáveis componentes e apresentação em bloco 6 Variáveis intervenientes e antecedentes 61 Variáveis intervenientes 62 Variáveis antecedentes Leitura recomendada 8 Pesquisa 1 Conceito 2 Planejamento da pesquisa 21 Preparação da pesquisa 211 Decisão 212 Especificação de objetivos 213 Elaboração de um plano de trabalho 214 Constituição da equipe de trabalho 215 Levantamento de recursos e cronograma 22 Fases da pesquisa 221 Escolha do tema 222 Levantamento de dados 223 Formulação do problema 224 Definição dos termos 225 Construção de hipóteses 226 Indicação de variáveis 227 Delimitação da pesquisa 228 Amostragem 229 Seleção de métodos e técnicas 2210 Organização do instrumental de pesquisa 2211 Teste de instrumentos e procedimentos 23 Execução da pesquisa 231 Coleta de dados 232 Elaboração dos dados 233 Análise e interpretação dos dados 234 Representação dos dados tabelas quadros e gráficos 235 Conclusão 24 Relatório Leitura recomendada 9 Técnicas de pesquisa 1 Documentação indireta 11 Pesquisa documental 111 Fontes de documentos 112 Tipos de documentos 12 Pesquisa bibliográfica 2 Documentação direta 21 Pesquisa de campo 22 Pesquisa de laboratório 3 Observação direta intensiva 31 Observação 311 Observação assistemática 312 Observação sistemática 313 Observação não participante 314 Observação participante 315 Observação individual 316 Observação em equipe 317 Observação na vida real 318 Observação em laboratório 32 Entrevista 321 Objetivos 322 Tipos de entrevistas 323 Vantagens e limitações 324 Preparação da entrevista 325 Diretrizes da entrevista 4 Observação direta extensiva 41 Questionário 411 Vantagens e desvantagens 412 Processo de elaboração 413 Préteste 414 Classificação das perguntas 415 Conteúdo vocabulário bateria 416 Ordem das perguntas 42 Formulário 421 Vantagens e desvantagens 422 Apresentação do formulário Leitura recomendada 10 Projeto e relatório de pesquisa 1 Noções preliminares 2 Estrutura do projeto 21 Apresentação 22 Objetivo 221 Tema 222 Delimitação do tema 223 Objetivo geral 224 Objetivos específicos 23 Justificativa 24 Objeto 241 Problema 242 Hipótese básica 243 Hipóteses secundárias 244 Variáveis 25 Metodologia 251 Método de abordagem 252 Métodos de procedimento 253 Técnicas 254 Delimitação do universo descrição da população 255 Tipo de amostragem 26 Embasamento teórico 261 Teoria de base 262 Revisão da bibliografia 263 Definição dos termos 27 Cronograma 28 Orçamento 29 Instrumentos de pesquisa 210 Bibliografia referências 3 Pesquisapiloto ou préteste 4 Estrutura do relatório 41 Apresentação 42 Sinopse abstract 43 Sumário 44 Introdução 45 Revisão bibliográfica 46 Metodologia 47 Embasamento teórico 48 Apresentação dos dados e sua análise 49 Interpretação dos resultados 410 Conclusões 411 Recomendações e sugestões 412 Apêndices 413 Anexos 414 Bibliografia referências Leitura recomendada 11 Trabalhos científicos 1 Trabalhos científicos 2 Monografia 21 Conceito 22 Características 23 Estrutura da monografia 24 Tipos de monografias 25 Escolha do tema 3 Dissertação 31 Conceitos 32 Tipos 33 Escolha do tema 34 Problemas hipóteses e variáveis 35 Esquema plano de trabalho 36 Avaliação metodológica do trabalho 37 Redação 4 Tese 41 Conceito 42 Objetivos 43 Eficiência do trabalho 44 Estrutura 441 Introdução 442 Desenvolvimento 443 Parte referencial 45 Construção de conceitos 46 Redação 461 Regras para redação 462 Estilo Leitura recomendada 12 Publicações científicas 1 Comunicação trabalhos de congressos 11 Comunicação científica 12 Aspectos da comunicação 121 Finalidade 122 Informações 123 Estrutura 124 Linguagem 125 Abordagem 13 Tipos de comunicação 14 Estrutura da comunicação 15 Elaboração da comunicação 16 Estágios da comunicação 17 Apresentação formal 18 Exemplo de comunicação 2 Artigos científicos 21 Estrutura do artigo científico 22 Conteúdo do artigo científico 23 Tipos de artigos científicos 231 Argumento teórico 232 Artigo de análise 233 Artigo classificatório 24 Motivação 25 Estilo 26 Avaliação 3 Informe científico 4 Resenha crítica 41 Conceito e finalidade 42 Requisitos básicos 43 Importância da resenha 44 Estrutura da resenha 45 Modelo de resenha 5 Conferência 51 Estrutura da conferência 52 Apresentação 53 Avaliação do tempo Leitura recomendada 13 Elaboração de referências bibliográficas e apresentação de citações 1 Prática de elaboração de referências bibliográficas 11 Livros 12 Material eletrônico 13 Capítulo de livro 14 Publicações periódicas como um todo 141 Partes de uma publicação periódica volume fascículo caderno etc 142 Artigo ou matéria de revista 143 Artigo eou matéria de jornal 144 Matéria de jornal assinada 145 Matéria de jornal não assinada 15 Eventos congressos seminários encontros simpósios semanas etc considerados no todo 16 Evento em meio eletrônico 17 Referências legislativas 18 Outras entradas para referências legislativas 19 Teses dissertação de mestrado e TCC 191 Apostilas programas de cursos 192 Apostilas 193 Resumos 194 Separatas 195 Folhetos 110 Filmes 1101 Microfilmes 1102 Diapositivos 1103 Fotografias e cartõespostais 111 Depoimentos e entrevistas 112 Mapas 113 Manuscritos 114 Material de arquivo não manuscrito telegramas recortes de jornais documentos datilografados etc 115 Notas especiais de edição do texto e traduções 2 Citações diretas e indiretas 21 Citações diretas 22 Citações indiretas 23 Citações de citações 24 Notas explicativas 25 Notas de rodapé 26 Repetição das referências Leitura recomendada Referências Índice remissivo Nota das autoras A Metodologia Científica mais do que uma disciplina significa introduzir o discente no mundo dos procedimentos sistemáticos e racionais base da formação tanto do estudioso quanto do profissional pois ambos atuam além da prática no mundo das ideias A prática nasce da concepção sobre o que deve ser realizado e qualquer tomada de decisão fundamentase naquilo que se afigura como o mais lógico racional eficiente e eficaz Desse modo a condensação da trilogia Metodologia científica Técnicas de pesquisa e Metodologia do trabalho científico nesta obra apresenta um trabalho que sintetiza ao mesmo tempo procedimentos didáticos fundamentos para trabalhos acadêmicos como tese dissertações de mestrado trabalhos de conclusão de curso TCC relatórios científicos Prefácio da 8ª edição Nesta edição estamos contando com atualizações realizadas pelo Prof João Bosco Medeiros especialista em metodologia científica bem como nas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT Além de professor da área ele é autor do livro Redação científica 12 ed 2012 e coautor de Monografia no curso de direito 7 ed 2010 Redação de artigos científicos 2016 Comunicação científica 2008 Redação Técnica 2010 Manual para elaboração de referências bibliográficas 2001 Como profissional de editoração o Prof João Bosco enquanto editor de texto cuidou da edição de nossos livros desde a primeira edição Com ele mantivemos diálogo para aprimoramento da obra durante décadas ele sugeria cortes acréscimos atualizações Agora assume nesta obra um trabalho ainda mais direto responsabilizandose por atualizações de conteúdo e bibliográficas Além de atualizações conteudísticas ele ocupouse nesta edição com Acertos ortográficos pontuação acentuação Acertos gramaticais concordância nominal e verbal regência verbal e nominal Supressão de textos Supressão de marcas de subjetividade eliminação de muitos adjetivos advérbios modalizadores aspas destaques Divisão de parágrafos Junção de parágrafos Acréscimo de textos Reformulações parafrásticas de alguns textos Atualização referencial bibliográfica Reformulação de título de capítulos e seções Reformulação da numeração das seções capitulares Todas as alterações realizadas foram feitas para atualizar a obra e oferecer aos leitores um livro que possa atender às suas necessidades de estudo e pesquisa para a elaboração de textos de qualidade científica Marina de Andrade Marconi 1 Procedimentos didáticos 1 LEITURA 11 Elementos Antes de abordarmos a leitura de modo prático alguns esclarecimentos conceituais são necessários como o de texto e o de leitura Guimarães 2013 p 11 alerta para o fato de que são muitas as possibilidades de resposta para a questão o que é texto Qualquer que seja ela depende da vertente teórica a que nos apoiamos se o consideramos do ponto de vista microestrutural é o conjunto articulado de frases resultante da conexão dos mecanismos léxicogramaticais que integram a superfície textual O texto assim visto manifestase como um produto que apresenta unidade temática cujo significado é resultado da relação entre seus constituintes Todavia nas abordagens mais modernas ele é visto como um processo em que se focaliza a textualidade e não um conjunto de propriedades do texto Interessamos então pela coesão coerência aceitabilidade informatividade situacionalidade e intertextualidade do texto Relativamente à coerência e coesão é de dizer que a coerência não está nem no leitor nem no texto ela resulta do encontro do leitor com o texto O leitor cooperativamente esforçase por encontrar algum sentido seja qual for o texto Já a coesão textual implica variados mecanismos como o uso de conectivo a repetição o paralelismo a utilização de palavras de sentido equivalente os hiperônimos e os hipônimos A aceitabilidade diz respeito ao receptor do texto à sua disposição de participar de um evento linguístico de compartilhar um propósito Nesse caso o texto atenderia às expectativas do interlocutor porque texto não se restringe ao texto escrito ou do leitor os quais esperam um texto coeso coerente útil relevante A intencionalidade focaliza os objetivos do produtor do texto de construir uma unidade de significação coerente e coesa capaz de alcançar o objetivo pretendido Já a intertextualidade pode ser de conteúdo ou de forma No primeiro caso quando lemos um texto relacionamolo a outro que trata do mesmo tema do mesmo assunto no segundo a forma de um texto nos faz lembrar de outro Importante reconhecer que o diálogo entre textos é um fenômeno constitutivo da linguagem Qualquer que seja o texto ele sempre se relaciona com outro referese a outro ou é resposta a outro texto Para Koch e Elias 2016 p 30 o sentido de um texto não está no texto mas se constrói a partir dele no curso de uma interação Metaforicamente um texto identificase com um iceberg a maior parte do sentido não se encontra na superfície do texto mas na profundidade de seus implícitos Por isso recorremos a vários sistemas de conhecimentos e ativamos processos cognitivos interacionais Cf KOCH ELIAS 2016 p 221 Em outro texto as mesmas autoras 2006 p 9 s salientam as variadas concepções de língua que interferem no conceito que temos de leitura Se vemos a língua como representação do pensamento temos um sujeito que constrói seu texto e deseja ser compreendido como foi mentalizado Nesse caso o texto é um produto do pensamento do autor e cabe ao leitor tão somente captar o que foi representado Se vemos a língua como código como estrutura como mero instrumento de comunicação ao leitor cabe apenas decodificar os signos Subjaz a essa concepção que conhecendo o código seria possível entender o texto Posicionamento extremamente ingênuo Agora não nos ocupamos de reconhecer as intenções do autor primeira posição vista acima mas em reconhecer o sentido das palavras e das estruturas do texto Nessas duas concepções de língua o leitor é visto passivamente a ele cabe apenas a atividade de reconhecimento Em uma terceira posição no entanto o sentido de um texto é construído em conjunto pelo sujeitoautor e pelo sujeitoleitor do texto Temos então uma concepção dialógica da língua Locutor e interlocutor autor e leitor são vistos como sujeitos que objetivam construir um texto que forme um sentido O texto passa então a ser o local de interação de sujeitos Para o conceito de texto valemonos do apresentado por Koch e Elias In BATISTA 2016 p 30 Texto é uma realização que envolve sujeitos seus objetivos e conhecimento com propósito interacional Considerando que esses sujeitos são situados sóciohistórica e culturalmente e que os conhecimentos que mobilizam são muitos e variados é fácil supor que o texto esconde muito mais do que revela a sua materialidade linguística Com base nessa definição podemos afirmar que vai longe o tempo em que bastava ter conhecimento linguístico do código verbal para entender um texto Por isso podemos acompanhar a lição de Santos Riche e Teixeira 2013 p 41 quando propõem Aprender a ler muito mais do que decodificar o código linguístico é trazer a experiência de mundo para o texto lido fazendo com que as palavras tenham um significado que vai além do que está sendo faladoescrito por passarem a fazer parte também da experiência do leitor Quando lemos acionamos uma multiplicidade de conhecimentos que fazem parte de nossa vida e que nos ajudam a construir o sentido do texto O leitor no dizer de Cabral 2011 p 142 não pode se permitir uma atitude ingênua é preciso ser curioso explorar o texto como um mapa que contém vários percursos possíveis para levar a um destino A leitura é um processo pelo qual o leitor busca de forma ativa compreender e interpretar um texto A profundidade de sua leitura varia conforme seus objetivos seu conhecimento sobre o assunto sobre o autor etc Leitor competente não se contenta em extrair informação do texto decodificando palavra por palavra Sua leitura consiste em uma atividade que implica estratégia de seleção antecipação construção de hipótese inferência e verificação sem as quais não é possível alcançar o nível de proficiência Nesse mesmo sentido afirmam Koch e Elias 2006 p 12 que a concepção sociocognitivainteracional de língua privilegia os sujeitos e seus conhecimentos em processos de interação O lugar mesmo da interação é o texto cujo sentido não está lá mas é construído considerandose para tanto as sinalizações textuais dadas pelo autor e os conhecimentos do leitor que durante todo o processo de leitura deve assumir uma atitude responsiva ativa Em outras palavras esperase que o leitor concorde ou não com as ideias do autor completeas adapteas etc A habilidade de leitura contempla conhecimento do contexto sociocognitivo de todos os participantes ela não é resultado apenas do conhecimento linguístico pois envolve capacidade de inferência de percepção do não dito de pressupostos de subentendidos de conhecimentos de mundo o chamado conhecimento enciclopédico Por isso não se pode afirmar categoricamente a existência de textos cuja compreensão seja difícil ou fácil eles serão fáceis ou difíceis conforme o tipo de leitor que encontrar Em Processos de leitura fator textual Mari e Mendes In MARI WALTY VERSIANI 2005 p 164 lembram que os textos não têm os mesmos padrões de estruturação de significados A natureza do léxico utilizado as formas linguísticas o gênero discursivo a estrutura narrativa o tipo de assunto podem ser todos componentes que facilitem a vida do leitor como também que a dificultem Assim podese dizer que o primeiro desafio que o leitor enfrenta diz respeito à forma como os textos se estruturam Propõem então os autores citados que diante de um texto o leitor estabelece uma hipótese de leitura que é algo aproximativo e representa uma primeira incursão do leitor sobre o texto e por essa razão pode diferir parcialmente de leitor para leitor Entendem ainda que todos os textos são passíveis de hipóteses de leitura entender o sentido de um texto implica dispor de ao menos uma hipótese sobre o seu sentido p 165 Essa hipótese pode ser ajustada conforme o andamento da leitura A leitura constituise em fator decisivo de estudo propicia a ampliação de conhecimentos a obtenção de informações básicas ou específicas a abertura de novos horizontes para a mente a sistematização do pensamento o enriquecimento do vocabulário e entendimento do conteúdo das obras A maior parte dos conhecimentos é obtida por intermédio da leitura ler significa conhecer interpretar distinguir os elementos mais importantes dos secundários Optando pelos mais representativos e sugestivos podese utilizálos como fonte de novas ideias e do saber através dos processos de busca assimilação retenção crítica comparação verificação e integração do conhecimento Por esse motivo havendo disponíveis muitas fontes para leitura e não sendo todas importantes impõese uma seleção Na busca de material adequado para a leitura identificase o texto observando a O título apresentase acompanhado ou não de subtítulo ele estabelece o assunto às vezes até a intenção do autor b A data da publicação fornece elementos para certificarse de sua atualização aceitação número de edições exceção feita para textos clássicos para os quais não a atualidade que importa c A orelha ou contracapa permite verificar credenciais ou qualificações do autor nel se encontra geralmente uma apreciação da obra assim como indicações do público que se destina d O sumário apresenta os tópicos abordados na obra bem como as divisões a que assunto está sujeito e A introdução o prefácio ou a nota do autor fornecem informações sobre os objetivos do autor e geralmente da metodologia por ele empregada f As referências de rodapé de final de capítulo ou do livro revelam as font consultadas e suas características gerais Os livros ou textos selecionados servem para leituras ou consultas podem ajudar nos estudos em face dos conhecimentos técnicos e atualizados que contêm ou oferecer subsídios para a elaboração de trabalhos científicos incluindo seminários trabalhos escolares e monografias Por esse motivo todo estudante na medida do possível deve preocuparse com a formação de uma biblioteca de obras selecionadas já que serão seu instrumento de trabalho Iniciase geralmente por obras clássicas que permitem obter fundamentação em qualquer campo da ciência a que se pretende dedicar passando depois para outras mais especializadas e atuais relacionadas com sua área de interesse profissional Somente a seleção de obras não é suficiente A leitura deve conduzir à obtenção de informações tanto básicas quanto específicas variando a maneira de ler segundo os propósitos em vista mas sem perder os seguintes aspectos a leitura com objetivo determinado mantendo as unidades de pensamento avaliando o que se lê b preocupação com o conhecimento do significado de todas as palavras utilizando para isso glossários dicionários especializados da disciplina ou mesmo dicionário geral c interrupção da leitura quer periódica quer definitivamente quando se percebe que as informações não são as esperadas ou não são mais importantes d discussão frequente do que foi lido com colegas professores e outras pessoas 12 Aspectos fundamentais Uma leitura proveitosa traz resultados satisfatórios Alguns aspectos fundamentais são a Atenção aplicação cuidadosa e profunda da mente ou do espírito em determina objeto buscando o entendimento a assimilação e a apreensão dos conteúdos básicos do texto b Intenção interesse ou propósito de conseguir algum proveito intelectual por meio d leitura c Reflexão consideração e ponderação sobre o que se lê observando todos os ângulc tentando descobrir novos pontos de vista novas perspectivas e relações desse mod favorecese a assimilação das ideias do autor assim como o esclarecimento e aperfeiçoamento delas o que ajuda a aprofundar o conhecimento d Espírito crítico avaliação do texto Implica julgamento comparação aprovação c não aceitação ou refutação das diferentes colocações e pontos de vista Ler co espírito crítico significa fazêlo com reflexão não admitindo ideias sem analisar c ponderar proposições sem discutir nem raciocínio sem examinar consiste em emit juízo de valor percebendo no texto consistências e inconsistência e Análise divisão do tema em partes determinação das relações existentes entre elas entendimento de sua organização f Síntese reconstituição das partes decompostas pela análise procedendose ao resum dos aspectos essenciais sem perder a sequência lógica do pensamento Resumindo uma leitura de estudo nunca é realizada sem se determinar de antemão um objetivo ou propósito para ela nenhuma parte é posta de lado por falta de entendimento mesmo que seja uma ou outra palavra sem avaliar discutir e aplicar o conhecimento emanado da análise e síntese do texto lido 13 Objetivos Entre as várias maneiras e objetivos de lidar com um texto ressaltamse possibilidades de leitura a Scanning procura de certo tópico no interior da obra utilizando o sumário ou índice remissivo ou a leitura de algumas linhas parágrafos visando encontrar fras ou palavraschave b Skimming captação da tendência geral sem entrar em minúcias valendose do títulos e subtítulos das seções e das ilustrações se houver leemse também trecho para localizar objeto objetivo e metodologia da obra c Do significado visão ampla do conteúdo principalmente do que interessa deixano de lado aspectos secundários e percorrendo tudo de uma vez sem voltar d De estudo ou informativa ocupase da absorção do conteúdo bem como de se significado esse tipo de leitura compreende ler reler utilizar o dicionário marcar c sublinhar palavras ou fraseschave e fazer resumos e Crítica estudo e formação de ponto de vista sobre o texto comparando s declarações do autor com o conhecimento anterior do leitor avaliação de dados informações no que se refere à fidedignidade atualização e da solidez c argumentação verificase também se as informações estão corretas e completas O que especificamente nos interessa é a leitura de estudo ou informativa que visa à coleta de informações para determinado propósito São seus objetivos a Certificarse do conteúdo do texto constatando o que o autor afirma os dados qt apresenta e as informações que oferece b Correlacionar os dados coletados a partir das informações do autor com o proble m em pauta c Verificar a validade das informações 14 Fases da leitura informativa A leitura informativa engloba várias fases ou etapas que podem ser assim sintetizadas a De reconhecimento ou prévia leitura rápida cuja finalidade é procurar um assunt de interesse ou verificar a existência de determinadas informações Fazse observac o sumário verificando os títulos dos capítulos e suas subdivisões seções b Exploratória ou préleitura leitura de sondagem tendo em vista localiza determinadas informações uma vez que já se tem conhecimento de sua existênci Partese do princípio de que um capítulo ou seção trata de assunto que pode s objeto de interesse mas pode omitir o aspecto relacionado diretamente com problema objeto da pesquisa Examinamse página de rosto introdução prefáci referências notas de rodapé orelhas e contracapa c Seletiva leitura que visa à seleção das informações relacionadas com o problema qu se tem em vista resolver A determinação prévia dos distintos propósitos específico importante para esta fase que se constitui no último passo de localização do materi para exame e no primeiro de uma leitura mais atenta e profunda A seleção consis na eliminação do supérfluo e concentração em informações pertinentes ao problem da pesquisa d Reflexiva mais profunda do que as anteriores referese ao reconhecimento e avaliação das informações das intenções e dos propósitos do autor Procedese identificação das fraseschave para saber o que o autor afirma e por que o faz e Crítica avalia as informações do autor Implica saber escolher e diferenciar ideia principais de secundárias hierarquizandoas O propósito é obter de um lado un visão global do texto e de outro examinar as intenções do autor No primeir momento da fase de crítica buscase entender o que o autor quis transmitir a análi e o julgamento das ideias são feitos em função dos propósitos do autor e não dos d pesquisador no segundo momento com base na compreensão de suas proposições do porquê delas retificamse ou ratificamse os próprios argumentos e conclusões f Interpretativa relaciona as afirmações do autor com os problemas para os quai através da leitura de textos estáse buscando uma solução Se de um lado o estud aprofundado das ideias principais de uma obra é realizado em função dos propósitc que nortearam seu autor de outro o aproveitamento integral ou parcial de ta proposições está subordinado às metas de quem estuda ou pesquisa tratase de un associação de ideias transferência de situações e comparação de propósitos median os quais se seleciona apenas o que é pertinente e útil o que contribui para resolver c problemas propostos por quem efetua a leitura Assim é pertinente e útil tudo o qu tem a função de provar retificar ou negar definir delimitar e dividir conceitc justificar ou desqualificar e auxiliar a interpretação de proposições questões métodc técnicas resultados ou conclusões g Explicativa leitura com o intuito de verificar os fundamentos de verdade enfocad pelo autor geralmente necessária para a redação de monografias ou teses 15 Sucessivas fases da leitura informativa exemplificação Considerando a questão A escola se configura sempre como um sistema social aberto selecionamos o livro Fundamentos de sociologia de Alfonso Trujillo Ferrari Verificamos no sumário a existência do capítulo Sistemas Sociais bem como da subdivisão seção Sistema Social Educacional leitura de reconhecimento a seguir examinamos as páginas 367 a 390 suas chamadas bibliográficas referências e principalmente o sumário do capítulo nas páginas 386387 Constatamos que o autor aborda a questão leitura exploratória e lendo mais detidamente os parágrafos observamos que a página 368 faz referência a sistemas abertos e fechados e as páginas 381382 a sistema social educacional Como parte desse material é pertinente sublinhamos diversos parágrafos leitura seletiva Examinamos então as afirmações do autor nas passagens destacadas procurando o cerne de suas afirmações e suas razões leitura reflexiva Na análise seguinte procuramos determinar se as ideias principais de sistema social aberto e as características do sistema social educacional são descritas sob o enfoque da tendência ao equilíbrio e à mudança simultaneamente mas não no que se refere à troca com o meio externo característica de um sistema aberto Apresenta pois apenas interesse indireto para o problema que pesquisamos leitura interpretativa Finalmente analisamos os fundamentos de sua proposição e o desenvolvimento do raciocínio leitura explicativa 16 Sublinha e resumo Embora as sucessivas etapas de leitura sejam um caminho a ser percorrido duas outras técnicas são necessárias na realização da leitura informativa também denominada leitura de estudo saber como sublinhar e como fazer resumo do texto lido Em primeiro lugar devemos compreender que cada texto capítulo seções subdivisão ou mesmo parágrafo tem uma ideia principal um conceito fundamental uma palavrachave que se apresenta como fio condutor do pensamento Como geralmente não se destaca do restante descobrilo é a base de toda a aprendizagem Na realidade em cada parágrafo devese captar essa ideia central bem como as ideias organizadas em hierarquia e a palavrachave Ao descobrir concretizar e formular as ideias diretrizes dos parágrafos encontrase o fio condutor que dá unidade ao texto que desenvolve o raciocínio que demonstra as proposições cf GARCIA 1986 p 206 s A ideiamestra não se apresenta desprovida de outras que revelam pormenores importantes gravitando ao seu redor como uma miniatura do sistema solar Nas proximidades dela aparecem argumentos que a justificam analogias que a esclarecem exemplos que a elucidam e fatos aos quais ela se aplica É necessário discernir esse sistema planetário ao redor do sol separandoo de fatores menos importantes caso contrário perdese a unidade de pensamento É por esse motivo que um leitor experiente utiliza o recurso de sublinhar de assinalar com traços verticais às margens de utilizar cores e marcas diferentes para cada parte importante do todo Constituem noções básicas para sublinhar a Nunca assinalar nada na primeira leitura cuja finalidade é apenas organizar o tex na mente de forma hierarquizada para depois destacar o mais importante b Sublinhar apenas as ideias principais e os detalhes importantes usando dois traç para as palavraschave e um para os pormenores mais significativos c Quando aparecem passagens que se configuram como um todo relevante para a ide desenvolvida no texto elas devem ser assinaladas com uma linha vertical à marger Da mesma forma passagens que despertam dúvidas que colidem com o temo exposto e as proposições que o apoiam devem ser assinaladas com um ponto c interrogação pois constituem material para a leitura explicativa em que su veracidade será testada interpretada e confrontada com outros textos O qu consideramos passível de crítica objeto de reparo ou insustentável dentro c raciocínio desenvolvido deve ser destacado mediante uma interrogação d Cada parágrafo deve ser reconstituído com base nas palavras sublinhadas e su leitura tem de apresentar a continuidade e a plenitude de um texto breve email com sentido fluente e concatenado e Cada palavra não compreendida deve ser entendida mediante consulta a dicionári e se necessário seu sentido anotado no espaço intermediário para facilitar a lectur O ideal é que seu significado seja compreendido e a palavra adicionada a vocabulário de quem lê Também é aconselhável que a leitura não seja interrompid diante de dúvida relativa a uma palavra pois o texto que segue muitas vezes esclarec qual dos sentidos apontados no dicionário mais convém no caso particular Assis durante a primeira leitura anotamse os termos e antes da segunda consultase fonte que esclarecerá o sentido deles Nunca é demais repetir que a leitura é um d meios para ampliar o vocabulário Depois de assinalar com marcas ou cores diferentes as várias partes constitutivas de um texto após sucessivas leituras passamos à elaboração de um esquema que respeite a hierarquia das ideias nele apresentadas Em cada frase a ideia expressa pode ser condensada em uma palavrachave em um parágrafo a ideia principal é geralmente expressa numa frasemestra e finalmente é possível identificar na sucessão das principais ideias parágrafoschave No esquema levamos em consideração que se as ideias secundárias têm de ser diferenciadas entre si depois de desprezar as menos importantes devemos procurar as ligações que unem as ideias sucessivas quer sejam paralelas opostas coordenadas ou subordinadas analisando sua sequência encadeamento lógico e raciocínio desenvolvido Dessa forma o esquema emerge naturalmente do trabalho de análise realizado Resumindo teríamos a elaboração de um esquema fundamentase na hierarquia de palavras frases e parágrafoschave que destacados após várias leituras devem apresentar relações com o raciocínio desenvolvido Dessa forma um resumo para fins de estudo consiste na capacidade de condensação de um texto parágrafo frase reduzindoo a seus elementos de maior importância Diferente de um esquema um resumo forma parágrafos com sentido completo não indica apenas os tópicos mas condensa sua apresentação Por último o resumo facilita o trabalho de captar analisar relacionar fixar e integrar o que se está estudando e serve para expor o assunto inclusive em uma prova 17 Esquema e resumo exemplo LAKATOS Eva Maria Relações sociais no processo de produção In O trabalho temporário nova forma de relações sociais no trabalho Tese LivreDocência Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo São Paulo 1979 p 1112 Para compreender as diversas fases da organização industrial é necessário distinguir os dois tipos de relações sociais que se encontram no processo de produção as relações sociais formais de produção mais duradouras e estáveis e as relações sociais no trabalho Ambas tendem a se desenvolver de forma independente e ao mesmo tempo correlata relações sociais formais que lhe são peculiares e que determinam os termos sob os quais as pessoas ingressam no processo produtivo e participam de seus resultados A segunda relações sociais no trabalho compreende aquelas relações que se originam da associação entre indivíduos no processo cooperativo de produção sendo portanto de caráter direto ou primário envolvendo contatos pessoais A tecnologia empregada no processo produtivo e a divisão de trabalho existente determinam as diferentes formas de relações sociais no trabalho A correlação entre os dois tipos de relações sociais verificase de várias formas 1 Dependendo da natureza do sistema produtivo as relações sociais no trabalho envolve os mesmos ou diferentes indivíduos Numa sociedade primitiva baseada na agricultu o indivíduo não é apenas obrigado a trabalhar para o chefe da família mas geralmen trabalha com ele no processo produtivo na sociedade industrial ao contrário é ra que os dois tipos de relações sociais se combinem o operário não conhece na ma parte das vezes as pessoas com quem trabalha para quem trabalha 2 Apesar de a tendência de determinado tipo de relação formal no processo de produç criar um conjunto específico de relações sociais no trabalho geralmente os dois tipos relações sociais variam independentemente como ocorre no sistema de produç industrial sob as relações formais do industrialismo os trabalhadores têm estabeleci com seus companheiros variadas formas de relações sociais 3 As relações sociais formais de produção têm variado mas com menos frequênc apresentandose mais estáveis e duradouras do que as relações sociais no trabalho Est baseandose nas condições tecnológicas do processo de produção e na forma e extens da divisão do trabalho apresentam constantes mudanças 4 As alterações nas relações sociais formais de produção são acompanhadas por profunç mudanças sociais globais ou são por elas determinadas ao passo que as alterações r relações sociais no trabalho só afetam o grupo restrito de trabalhadores Esquema 1 Processo de produção 11 Relações sociais formais de produção 12 Relações sociais no trabalho 2 Características 3 Correlação 31 Indivíduos envolvidos 32 Variações 33 Frequência das variações 34 Relação com a sociedade global Resumo O processo de produção origina 1º relações sociais formais de produção e 2º relações sociais no trabalho As primeiras resultam da participação definida nos resultados do processo de produção As segundas derivam da associação entre indivíduos no processo cooperativo de produção As duas formas de relações sociais correlacionamse de maneiras diferentes a Os indivíduos são os mesmos sociedades primitivas ou diferentes sociedade industriais b Os dois tipos geralmente variam de forma independente c As primeiras variam menos do que as segundas d As primeiras relacionamse geralmente com alterações na sociedade global e segundas não 2 ANÁLISE DE TEXTO 21 Fases Analisar significa estudar decompor dissecar dividir interpretar A análise de um texto referese ao processo de conhecimento de determinada realidade e implica o exame sistemático dos elementos portanto implica decompor um todo em suas partes a fim de a poder efetuar um estudo mais completo encontrando o elementochave do autor b determinar as relações que prevalecem nas partes constitutivas compreendendo a maneira pela qual estão organizadas c estruturar as ideias de maneira hierárquica É a análise que permite observar os componentes de um conjunto perceber suas possíveis relações ou seja passar de uma ideiachave para um conjunto de ideias mais específicas passar à generalização e finalmente à crítica Portanto a primeira parte de uma análise compreende a decomposição dos elementos essenciais e sua classificação isto é verificação dos componentes de um conjunto e suas possíveis relações Dito de outra forma passase de uma ideiachave geral para um conjunto de ideias mais precisas Exemplo As relações sociais no trabalho no sistema corporativo variam segundo as alterações da tecnologia e da divisão do trabalho Para detalhar a questão levantamos em relação ao texto as seguintes indagações 1 A tecnologia manual origina algum tipo de Trabalho padronizado Trabalho rotinizado Trabalho especializado 2 A divisão do trabalho ocorre Com base no produto final Na atuação individual no processo de produção 3 Se há alterações na tecnologia e na divisão do trabalho As relações baseiamse no processo produtivo Na estrutura e valores da organização Texto Relaçõessociais no trabalho no sistema corporativo Dessa forma podemse concretizar através de uma análise progressiva e cada vez mais concreta as ideias iniciais gerais e mais abstratas Como passar de uma ideia geral para outras ideias gerais depois de cada uma ter sido desmembrada em ideias progressivamente menos gerais Há várias possibilidades sendo as mais comuns por associação por oposição e por semelhança Exemplo Diante do uso e abuso da comunicação de massa invadindo o âmbito das atividades diárias do homem ainda somos livres Quais são as características que a publicidade deve ter para respeitar a liberdade da pessoa humana A veiculação pela TV de anúncios de diamantes em horários de maior audiência da classe de baixo poder aquisitivo não cria frustrações limitando as aspirações do ser humano Passouse da análise da comunicação de massa à análise da publicidade e à análise da utilização de um veículo de comunicação de massa pela publicidade Texto O uso abusivo da TV pela publicidade uma ameaça à liberdade A segunda fase de uma análise compreende a generalização Após a classificação fundamentada em traços comuns dos elementos constitutivos podemse formular afirmações aplicáveis ao conjunto A generalização a Permite a classificação uma vez que um elemento particular pode ser incluído r geral b Evidencia novas questões dado que uma vez percebido o caráter geral de un questão podese fragmentála em outras tantas particulares mais simples e concreta Dessas questões particulares por intermédio da associação semelhança e analogi obtémse uma geral que novamente permite sua divisão e assim por diante Exemplo A mecanização da produção A divisão do trabalho em tarefas simples e repetitivas A exigência da padronização da produção levam o homem a um processo de robotização Texto A produção em série homens trabalhando ou robôs A última fase exige uma análise crítica utilizando instrumental e processos sistemáticos e controláveis A objetividade a explicação e a justificativa são três elementos importantes para se chegar à sua validade 22 Objetivo e procedimento A análise de um texto tem como objetivo levar o estudante a a Aprender a ler a ver a escolher o mais importante dentro do texto b Reconhecer a organização e estrutura de uma obra ou texto c Interpretar o texto familiarizandose com ideias estilos vocabulários d Chegar a níveis mais profundos de compreensão e Reconhecer o valor do material separando o importante do secundário ou acessório f Desenvolver a capacidade de distinguir fatos hipóteses e problemas g Encontrar as ideias principais ou diretrizes e as secundárias h Perceber como as ideias se relacionam i Identificar as conclusões e as bases que as sustentam O procedimento por sua vez contém as seguintes etapas a Para alcançar um sentido completo proceder à leitura integral do texto com objetivo de obter uma visão do todo b Reler o texto assinalando ou anotando palavras e expressões desconhecidas valendo se de um dicionário para esclarecer seus significados c Dirimidas as dúvidas fazer nova leitura visando à compreensão do todo d Tornar a ler procurando a ideia principal ou palavrachave que tanto pode esta explícita quanto implícita no texto às vezes encontrase confundida com aspectos secundários ou acessórios e Localizar acontecimentos e ideias comparandoos entre si procurando semelhanças e diferenças existentes f Agrupálos pelo menos por uma semelhança importante e organizálos em ordem hierárquica de importância g Interpretar as ideias eou fenômenos tentando descobrir conclusões a que o autor chegou e depreender possíveis ilações h Proceder à crítica do material como um todo e principalmente das conclusões 23 Partes da análise de um texto A análise dividese em três partes A primeira é a análise dos elementos que consiste no levantamento dos elementos básicos constitutivos de um texto visando à sua compreensão Os elementos podem aparecer de modo explícito ou implícito dependendo de como o autor os apresenta Alguns são facilmente identificáveis outros exigem mais esforço uma leitura continuada análise mais profunda reflexão e em alguns casos pesquisas de outras fontes para melhor entender a mensagem do autor Análise das relações é a segunda parte Tem como objetivo encontrar as principais relações em estabelecer conexões com os diferentes elementos constitutivos do texto Uma análise mais completa exige não só a evidência das partes principais do texto mas também a indicação de quais delas se relacionam com o tema ou hipótese central Esse tipo de análise permite verificar se há ou não coerência em relação aos elementos entre as diferentes partes do texto e entre elas e a ideia central As relações podem ser encontradas entre a Ideias secundárias b Fatos específicos que conformam uma opinião c Pressupostos básicos de uma tese ou reflexão sobre a qual se apoia d Elementos de causa e efeito e Elementos de argumentação e afirmações pertinentes ou não A terceira parte é a análise da estrutura Nela verificamse as partes de um todo procurando evidenciar as relações existentes entre elas Esse tipo de análise pertence a um nível mais complexo que os anteriores As estruturas podem ser a Estática resultante de um processo de sucessão de fenômenos preestabelecidos como os textos de História A ordem estrutural estabelece o tipo de disposição enumeração dos elementos constitutivos básicos descrição das relações de todos os elementos como um todo e entre si e análise do processo que os originou b Dinâmica geradora de um processo O ordenamento consiste em enumerar as partes constitutivas básicas e descrever seu funcionamento e finalidade Nesse tipo estão enquadrados os textos de Ciências Sociais 24 Tipos de análise de texto Muitas vezes a análise de um texto extraído de uma obra maior é proposta como tarefa para uma classe de estudantes Podese decompor tal tarefa em partes individuais e grupais inclusive com participação do professor Apresentamos aqui uma sugestão para um trabalho conjunto Análise textual Iniciase com a atuação do professor dando algumas explicações sobre autor vocabulário específico e outros fatos que julgados importantes para a compreensão da parte examinada A seguir identificado o texto como uma unidade que apresenta um pensamento completo cada estudante individualmente deve fazer uma leitura rápida para ter uma visão de conjunto da unidade Leituras sucessivas vão permitir em primeiro lugar assinalar e esclarecer palavras desconhecidas e em segundo esquematizar o texto com a finalidade de evidenciar sua estrutura redacional Análise temática Individual Permite maior compreensão do texto fazendo emergir a ideia central e as secundárias as unidades e subunidades de pensamento sua correlação e a forma pela qual esta se dá Adentrando no mundo de ideias do autor podese esquematizar a sequência das várias ideias reconstituindo a linha de raciocínio do autor e fazendo emergir seu processo lógico de pensamento Análise interpretativa e crítica Individual Procurar associar as ideias expressas pelo autor com outras de conhecimento do estudante sobre o mesmo tema A partir daí fazer uma crítica do ponto de vista da coerência interna e validade dos argumentos empregados no texto e da profundidade e originalidade dada à análise do problema realizar uma apreciação pessoal e mesmo emissão de juízo sobre as ideias expostas e defendidas Elaborar um resumo para discussão Problematização Grupal Pode envolver pequenos grupos de estudo entre cinco e dez elementos ou toda a classe Nesse momento as questões explícitas ou mesmo implícitas no texto são levantadas e debatidas Da mesma forma de modo criativo debatemse questões afins que os estudantes podem associar ao texto Podem também ser colocadas opiniões pessoais dos estudantes e do professor sobre questões abordadas com base em outros textos obras e autores Conclusão pessoal Individual Tratase na realidade de uma verdadeira reelaboração pessoal da mensagem transmitida pelo texto sob a ótica de todas as contribuições dadas na discussão global Essa etapa finalizase com a elaboração de um texto uma espécie de resumo próprio que contém entretanto crítica e reflexão pessoais Esquematicamente teríamos Análise textual a Professor Referências do autor Esclarecimento do vocabulário específico Estabelecimento da unidade de leitura b Estudante Leitura rápida do texto todo para obter uma visão global assinalando desconhecidas e dúvidas Encontrar o significado das palavras e dirimir dúvidas Formar um esquema visando à estrutura redacional Análise temática Estudante Releitura para apreender o conteúdo Nova leitura para separar ideias centrais das secundárias Verificar a correlação entre elas seu modo e forma Procurar respostas para as questões sobre o que versa este texto O que indica uma unidade global Reconhecer o processo de raciocínio do autor Redigir um esquema que revele o pensamento lógico do autor Análise interpretativa e crítica Estudante Correlacionar as ideias do autor com outras sobre o mesmo tema Realizar uma crítica fundamentada em argumentos válidos lógicos e convincentes Fazer um resumo para discussão Problematização a Grupo ou classe Debater questões explícitas ou implícitas do texto Levantar novas questões pertinentes ao texto b Todos Professor Colocar opiniões pessoais sobre as questões do texto Externar colocações fundamentadas em outras obras e autores Conclusão pessoal Estudante Reelaboração do processo de compreensão da mensagem do autor com colocações gerais do item anterior Elaboração de novo resumo aduzindo reflexões pessoais e críticas 25 Análise de texto exemplo KERR Clark et al La élite industrial Buenos Aires Eudeba 1968 p 56 O industrialismo tem como imperativo máximo a conquista do velho pelo novo e está forçando a humanidade a marchar através da história a um ritmo cada vez mais rápido Porém fixa somente a direção geral dessa marcha Não fixa pelo menos nesta etapa de sua história o caminho específico nem o ritmo exato a seguir Com base em uma perspectiva de certa amplitude é necessário examinar quais são esses caminhos e quais suas ramificações na área das relações entre trabalhadores diretores e Estado a natureza geral do caminho define muitos caracteres específicos que de outra maneira aparecem como mistos e inclusive acidentais Outra questão por que um caminho ou outro é escolhido ou aceito pelos homens ou imposto a eles O industrialismo é introduzido por elites nativas ou estrangeiras grupos de homens que pretendem conquistar a sociedade através da superioridade dos novos meios de produção Ocorre uma guerra entre a sociedade velha e a nova entre as elites antigas e a nova seja ela uma conquista interna ou externa A nova ao longo do tempo e sob um ou outro auspício está sempre destinada a ganhar A grande questão dramática não é se o industrialismo haverá de obter a supremacia mas em torno de qual a elite tomará e manterá o controle do processo e qual será seu enfoque conceitual da organização da industrialização 1 Após uma leitura global colocar pontos de interrogação nas palavras cujo sentido tem ser esclarecido usar dicionário 2 Após a segunda leitura sublinhar com um traço as ideias principais e com dois palavraschave fazer um traço horizontal à margem para destacar as ideias centrais q se repetem 3 Esquema Industrialismo Conquista do velho pelo novo Fixação da direção geral da marcha Caminho Define muitos dos caracteres específicos Por que um ou outro é escolhido Elite Deseja conquistar a sociedade A nova é destinada a ganhar Como organizará a industrialização 4 O levantamento do processo de raciocínio do autor faz emergir um resumo O industrialismo tem como meta a conquista do velho pelo novo O industrialismo fixa um caminho geral Por que este ou aquele caminho é escolhido O industrialismo é introduzido por elites novas A luta entre a elite nova e a antiga é vencida pela primeira Que elite organizará a industrialização 5 Tema central a elite nova utiliza o industrialismo para conquistar a sociedade As ide secundárias são complementares O caminho a ser escolhido O enfoque dado à organização da industrialização 6 Há coerência e validade nos argumentos indo do aspecto geral industrialismo para particular elite que o impõe A forma do raciocínio adotado é a sequencial co levantamento de questões para discussão A contribuição principal do texto é mostrar A existência de vários caminhos que levam à industrialização Que a escolha de um caminho depende da elite que introduz o industrialism sociedade 7 Levantamento de novas questões Que elites têm força para melhor impor a industrialização Como cada elite organiza as relações entre trabalhadores direção e Estado Que caminho particular percorreu o industrialismo no Brasil e que tipo de e introduziu 3 SEMINÁRIO Seminário é uma técnica de estudo que inclui pesquisa discussão e debate Sua finalidade é pesquisar e ensinar a pesquisar Essa técnica desenvolve não só a capacidade de pesquisa de análise sistemática de fatos mas também o hábito do raciocínio da reflexão possibilitando ao estudante a elaboração objetiva de trabalhos científicos É pois o seminário uma técnica de estudo em grupo que se apoia na pesquisa e discussão de um tema para apresentação a uma plateia Sua organização e a execução dos trabalhos a serem realizados requerem a distribuição de tarefas por intermédio de um líder coordenador e a participação de todos os membros do grupo Para Santos 2016 p 169 seminário é uma técnica de pesquisa bem como um procedimento didático que consiste em levar o educando a pesquisar a respeito de um tema a fim de apresentálo e discutilo cientificamente Na preparação do seminário são formados grupos que variam entre 5 e 12 integrantes quando não é individual se o número de componentes for maior convém dividilo em subgrupos para maior facilidade de pesquisa e planejamento dos trabalhos A finalidade de um seminário é o aprofundamento de um tema de estudo e o debate entre os componentes do seminário em um primeiro momento e depois da apresentação dos seminaristas entre todos os que participam de uma classe ou de um evento Além do debate o seminário tem ainda como finalidade estimular a participação de todos os que dele participam quer como membros quer como ouvintes Embora a obrigação de apresentação seja delegada aos membros do grupo que expõe todos os que participam do evento deveriam participar ativamente apontando limites e alcance de tudo o que é objeto da discussão esclarecendo focalizações avaliando respeitosamente pontos de vista 31 Estrutura e funcionamento Em relação à estrutura e ao funcionamento o seminário pode ser individual ou em grupo No seminário individual estudos e pesquisas ficam a cargo de um só estudante que os apresenta a uma classe A extensão de um seminário depende do assunto ou de parte dele no último caso o tema subdividido em unidades menores será sucessivamente abordado por vários estudantes individualmente O debate abrangerá a classe toda incluindo o professor a quem cabe introduzir o assunto mais amplo e realizar a apreciação dos trabalhos parciais chegando juntamente com a classe às conclusões Dessa forma do fechamento do seminário participará não só o mestre mas também todos os participantes Alguns cuidados elementares para que o seminário não se torne cansativo nem provoque desentendimento são 1 evitar discussões subjetivas 2 estimular o uso da palavra por um participante de cada vez e no momento adequado 3 estimular a tomada de notas e o levantamento de dúvidas correções complementações sempre no momento oportuno sem interromper o fluxo da apresentação4 despertar nos participantes a necessidade de respeito pela opinião alheia bem como de cortesia e delicadeza para contestar pontos de vista cf SANTOS 2016 p 175 O seminário em grupo apresenta duas modalidades 1 A primeira fica a cargo de um grupo que fará a exposição através de um elemento escolhido para tal ou dando a palavra sucessivamente a vários ou a todos os integrantes As discussões devem abranger todos os componentes da classe Antes delas porém podem usar da palavra um comentador ou um grupo comentador Este prepara o seminário da mesma forma que o grupo expositor mas seu papel será o de questionador e crítico da apresentação dando maior profundidade ao seminário e propiciando uma crítica mais estruturada A existência dos comentadores não exclui a participação do professor 2 A segunda fica a cargo de toda a classe o tema geral é subdividido em subtítulos e formam na classe tantos grupos quantos os subtemas Em primeiro lugar o professor ou um dos grupos apresenta o tema geral para uma visão global depois cada grupo aprofunda a parte que lhe coube no final fazemse o debate e a discussão geral e chegamse às conclusões com o auxílio do mestre Quanto à duração do seminário como se realiza no horário normal das aulas dependendo da extensão profundidade dos estudos e disponibilidade do tempo ele pode prolongarse por vários dias Entretanto para um melhor aproveitamento cada sessão não deve ultrapassar três horas Não se pode esquecer que a própria preparação do seminário quando é realizado por um grupo requer várias reuniões prévias para distribuição das tarefas procura de fontes bibliográficas quando não há indicação de todas por parte do professor escolha dos relatores e integração dos trabalhos diferenciados atribuídos aos elementos do grupo 32 Fontes O seminário como técnica de estudo pode ser aplicado em qualquer setor do conhecimento Assim as fontes que originam um assunto para seminário são as mais variadas a Temas constantes de um programa disciplinar mas que necessitam de conhecimento mais aprofundados b Temas complementares a um programa disciplinar c Temas novos divulgados em periódicos especializados referentes à disciplina e questão d Temas atuais de interesse geral com ideias renovadoras e Temas específicos atualizados adequados a um programa de seminário 33 Componentes Os componentes de um seminário são a Coordenador geralmente o professor Cabe a ele propor os temas a serem estudados indicar uma bibliografia inicial em raros casos a global estabelecer um agenda de trabalhos e fixar a duração das sessões Pode eventualmente orientar a pesquisas mas em geral preside e coordena a apresentação dos seminários Antes de realizálos pode introduzir o assunto geral do qual é possível que derivem vários subtemas a final dos debates sozinho ou com a participação da classe e do grupo expositc sintetiza as conclusões globais Deve fazer uma apreciação geral dos resultadc complementando se necessário alguns itens b Organizador figura que surge apenas quando o seminário é grupal e as tarefas sê divididas entre seus integrantes Faz parte de suas atribuições marcar reunião prévias coordenar pesquisas e material e de preferência designar os trabalhos a cac componente c Relator ou relatores é aquele que expõe os resultados dos estudos pode ser um s elemento vários ou todos do grupo cada um apresentando uma parte Apesar d figura do relator se o seminário é grupal e não individual a responsabilidade por se êxito cabe a todos os que dele participam Em seminários individuais o relator é responsável único pela preparação pesquisa e apresentação d Secretário é o estudante designado pelo professor para anotar as conclusões parcia e finais do seminário após os debates Pode ser substituído pelo organizador c professor e Comentador pode ser um só estudante ou um grupo diferente do responsável pe seminário Só aparece quando se deseja um aprofundamento crítico dos trabalhos e escolhido pelo professor Deve estudar com antecedência o tema a ser apresentad com o intuito de fazer críticas adequadas à exposição antes da discussão e debate do demais participantes da classe f Debatedores correspondem a todos os alunos da classe Depois da exposição e d crítica do comentador se houver devem participar das discussões fazenco perguntas pedindo esclarecimentos colocando objeções reforçando argumentos c dando alguma contribuição 34 Etapas As etapas de um seminário são as seguintes a O coordenador professor propõe determinado estudo indica a bibliografia mínim forma os grupos de seminário escolhe o comentador e o secretário b Formado o grupo este escolhe o organizador decide se haverá um ou mais relatore divide as tarefas inicia o trabalho de pesquisa de procura de informações através d bibliografia documentos entrevistas com especialistas observações etc Depoi reúnese diversas vezes sob a coordenação do organizador para discutir o materi coletado confrontar pontos de vista formular conclusões e organizar os dado disponíveis Sob esse aspecto apresentamse as seguintes fases Determinação do tema central que como um fio condutor estabelece a ordenação material Divisão do tema central em tópicos Análise do material coletado procurando subsídios para os diferentes tópicos se perder de vista os objetivos derivados do tema central Síntese das ideias dos diferentes autores analisados resumo das contribuições visando exposição que deve apresentar Introdução breve exposição do tema central proposição dos objetivos e tópicos Desenvolvimento apresentação das partes numa sequência organizada envolvendo explicação discussão e demonstração Conclusão síntese de toda a reflexão com as contribuições do grupo para o tema Referências incluem obras e documentos utilizados além de especificação das qualidades dos especialistas consultados c Concluídos os estudos e pronto o seminário a classe se reúne sob a orientação d coordenado d Os relatores em plenário classe apresentam os resultados dos estudc obedecendo a uma sequência lógica determinada e O comentador após a exposição intervém com objeções subsídios e críticas f A classe a seguir participa das discussões e dos debates fazendo indagaçõe reforçando ou refutando afirmações dando enfim contribuições para o tema g Ao final o coordenador do seminário faz uma síntese e encaminha para as conclusõ finais que podem ficar a seu cargo ao do grupo expositor ou de toda a classe Faz avaliação final e se julgar que o assunto ficou incompleto ou faltam alguns ângulos serem apresentados pode recomendar novo seminário 35 Procedimento em seminário exemplo A PREPARAÇÃO As atividades discentes são desenvolvidas de acordo com os assuntos programados sob a forma de roteiros discutidos e autoavaliados por todos os participantes do grupo Sob a orientação ou não do professor nos termos das fontes consultadas deve ser preparado com antecedência de pelo menos uma semana um roteiro para o seminário as respectivas cópias dos roteiros devem ser distribuídas aos participantes bem como ao professor e se possível a todos os alunos da classe se não for possível deverá pelo menos ser entregue uma cópia ao comentador ou grupo comentador B ROTEIRO Não deve ser mero resumo ou síntese mas expressar o que foi apreendido o que se presta à aprendizagem ou se apresenta como apontamento didático para a consulta Sua estrutura abrange a Plano Deve expressar através das unidades com títulos subdivisões as palavrascha adequadamente escolhidas Precisa demonstrar que se leu com espírito crítico revelando habilidade intelectual e n confundindo o pensamento do autor com os fatos por ele trabalhados Necessita estabelecer correlações para os aspectos comuns ou para que os assunt interligados espacial e temporalmente sejam apresentados em uma unidade ou divisã Precisa dar preferência à indicação das circunstâncias que revelam mudanças evolução conjuntural do processo b Introdução Linguagem pessoal na apresentação da proposição central Objetividade e concisão c Conteúdo Deve ser apresentado dividido em unidades com linguagem objetiva e concisa não detém em pormenores A transcrição de trechos só deve ser feita quando necessário Devese evitar a reprodução dos títulos e subtítulos das obras consultadas d Conclusão Interpretação pessoal Linguagem objetiva e concisa e Elementos complementares Participantes do grupo com indicação do organizador Data da apresentação C AVALIAÇÃO A avaliação do professor deve abranger vários itens a Sobre o procedimento na elaboração do roteiro Exatidão da matéria Planejamento Unidade e equilíbrio do plano Sequência no desenvolvimento Adequação da matéria À classe Ao tempo disponível Seleção da matéria Qualidade Quantidade b Sobre a exposição oral Qualidade da exposição Controle de si Voz e vocabulário Relacionamento com a classe Seleção e uso do material didático Uso do quadro de giz Uso de ilustrações textos etc Outros recursos didáticos empregados Hoje com as possibilidades de uso de aparelhos eletrônicos tanto para a elaboração quanto para a apresentação de um seminário essa forma de estudo ganhou vitalidade A exposição realizada com datashow e aparelhos de multimídia proporciona aos estudos riqueza incalculável e constituise em grande estímulo para a aprendizagem Na elaboração de um seminário podese contar com recursos de Power Point cf ANDRADE 2016 36Roteiro de seminário exemplo TEMA Modos de produção e relações sociais UNIDADE Passagem do feudalismo ao capitalismo Introdução Sucessivas fases da organização industrial a partir da Idade Média apresentam uma ligação entre o modo de produção feudal e o capitalista As relações sociais formais de produção e as relações sociais no trabalho mostram variações nas diferentes fases Sistema familiar Características produção realizada pelos membros da família para seu próprio consumo e não para venda o trabalho não se efetua com o objetivo de atender a trocas Mercado praticamente inexistente Época princípio da Idade Média Características sociais da produção sistema produtivo baseado numa obrigação imposta ao produtor pela força e independentemente de sua própria vontade para que satisfaça a certas exigências de um senhor quer tais exigências tomem a forma de serviços a prestar quer tomem a forma de taxas a pagar em dinheiro ou artigos em trabalho ou presentes para a despesa do senhor relações que caracterizam a servidão Atividade econômica a atividade essencial é a agropastoril A produção a distribuição e as trocas efetuamse nos quadros do domínio rural consistindo a terra na única fonte de riqueza e poder O sistema de posse da terra caracteriza se pela existência do feudo As diferentes formas de relações econômicas originam uma mão de obra diferenciada desde o trabalho compulsório gratuito permanente servidão doméstica e intermitente corveias dos rendeiros até o trabalho contratual remunerado assalariado Relações sociais formais de produção entendidas como servidão feudal encontramse aliadas a um baixo nível de técnica com instrumentos de produção simples e de baixo custo em que o ato de produção possui caráter individual Relações sociais no trabalho a divisão do trabalho é rudimentar e a coordenação dos indivíduos na produção tem caráter familiar Sistema de corporações Sistema doméstico Sistema fabril Conclusões Foi o sistema fabril de produção que criou as condições para a utilização em grande escala da máquina e da energia e não o contrário A transformação do modo de produção feudal no modo de produção capitalista ocorre em etapas distintas surgindo a segunda com a figura do intermediário e firmandose com a do capitalista que se apropria da maisvalia produzida pelos trabalhadores assalariados As relações sociais formais de produção e as relações sociais no trabalho variam de etapa em etapa mas enquanto as primeiras sofrem total modificação com a passagem do feudalismo para o capitalismo as segundas divergem significativamente no seio do mesmo modo de produção LEITURA RECOMENDADA BATISTA Ronaldo de Oliveira O texto e seus conceitos São Paulo Parábola 2016 BARRASS Robert Os cientistas precisam escrever guia de redação para cientistas engenheiros e estudantes São Paulo T A Queiroz Edusp 1979 Caps 11 e 14 CABRAL Ana Lúcia Tino A força das palavras dizer e argumentar São Paulo Contexto 2011 Caps 1 Argumentação na língua 2 Pressuposição e argumentação 3 Articuladores e organizadores textuais e argumentação CAVALCANTE Mônica Magalhães Os sentidos do texto São Paulo Contexto 2016 Caps 1 Texto contexto e coerência 2 Gêneros discursivos 3 Sequências textuais 4 Tópico discursivo e 7 Intertextualidade CERVO Amado Luiz BERVIAN Pedro Alcino Metodologia científica 2 ed São Paulo MacGrawHill do Brasil 1978 Cap 4 GUIMARÃES Elisa Texto discurso e ensino São Paulo Contexto 2013 Caps 1 Texto definição e extensão 2 Discurso definição e extensão 3 Texto e discurso MEDEIROS João Bosco Redação científica a prática de fichamentos resumos resenhas 12 ed São Paulo Atlas 2014 Cap 4 e 5 MINICUCCI Agostinho Dinâmica de grupo manual de técnicas 3 ed São Paulo Atlas 1977 Cap 27 SANTOS Leonor Werneck RICHE Rosa Cuba TEIXEIRA Claudia Souza Análise e produção de textos São Paulo Contexto 2013 Cap 2 Prática de leitura de textos orais e escritos 2 Pesquisa bibliográfica e resumos 1 O QUE É PESQUISA BIBLIOGRÁFICA E SUAS FASES Pesquisa bibliográfica é um tipo específico de produção científica é feita com base em textos como livros artigos científicos ensaios críticos dicionários enciclopédias jornais revistas resenhas resumos Hoje predomina entendimento de que artigos científicos constituem o foco primeiro dos pesquisadores porque é neles que se pode encontrar conhecimento científico atualizado de ponta Entre os livros distinguemse os de leitura corrente e os de referência Os primeiros constituem objeto de leitura refletida realizada com detida preocupação de tomada de notas realização de resumos comentários discussão etc Os livros de referência são livros de consulta como dicionários enciclopédias relatórios de determinadas instituições como os do Banco Central e do IBGE A pesquisa bibliográfica compreende oito fases distintas a Escolha do tema b Elaboração do plano de trabalho c Identificação d Localização e Compilação f Fichamento g Análise e interpretação h Redação 11 Escolha do tema O tema é o assunto que se deseja provar ou desenvolver é uma dificuldade ainda sem solução que é mister determinar com precisão para intentar em seguida seu exame avaliação crítica e solução ASTI VERA 1976 p 97 Escolher um tema significa levar em consideração fatores internos e externos 1 Os internos consistem em a Selecionar um assunto de acordo com inclinações aptidões e tendências de qu propõe elaborar um trabalho científico b Optar por um assunto compatível com as qualificações pessoais em termos de back da formação universitária e pósgraduada c Encontrar um objeto que mereça ser investigado cientificamente e tenha condições formulado e delimitado em função da pesquisa 2 Os externos requerem a Disponibilidade do tempo para realizar uma pesquisa completa e aprofundada b Existência de obras pertinentes ao assunto em número suficiente para o estudo glo tema c Possibilidade de consultar especialistas da área para uma orientação relativa ta escolha quanto à análise e interpretação da documentação específica Devemse evitar assuntos sobre os quais recentemente foram feitos estudos o que torna difícil uma nova abordagem Além disso não há necessidade de duplicação de estudos uma vez que há uma vasta gama de temas a serem pesquisados Embora a escolha do tema possa ser determinada ou sugerida pelo professor ou orientador quando se trata de um principiante o mais frequente é a opção livre As fontes para a escolha do assunto podem originarse da experiência pessoal ou profissional de estudos e leituras da observação da descoberta de discrepâncias entre trabalhos ou da analogia com temas de estudo de outras disciplinas ou áreas científicas Após a escolha do assunto o passo seguinte é a sua delimitação É necessário evitar a eleição de temas muito amplos que ou são inviáveis como objeto de pesquisa aprofundada ou conduzem a divagações discussões intermináveis repetições de lugarescomuns ou descobertas já superadas Para Salvador 1980 p 4648 a delimitação do assunto implica a Distinguir o sujeito e o objeto da questão O sujeito é a realidade a respeito da qual deseja saber alguma coisa É o universo de referência Pode ser constituída de object fatos fenômenos ou pessoas a cujo respeito fazse o estudo com dois objetivos principa ou de melhor apreendêlos ou com a intenção de agir sobre eles O objeto de um assun é o tema propriamente dito Corresponde ao que se deseja saber ou realizar a respeito c sujeito O objeto é o conteúdo que se focaliza em torno dele gira toda a discussão e indagação Exemplo Organização do trabalho o sujeito é trabalho o objeto é organização b Especificar os limites da extensão tanto do sujeito quanto do objeto a especificação poc ser realizada através de Adjetivos explicativos ou restritivos adjetivos explicativos servem para designar qualidade condições ou estados essenciais ao sujeito ou objeto Os adjetivos restritivos indicq qualidades condições ou estados acidentais do sujeito ou objeto Enquanto o adjeti explicativo é um desdobramento das partes constituintes de um ser o adjetivo restritivo acidental é um acréscimo arbitrário Exemplo Adjetivo explicativo Organização social do trabalho Adjetivo restritivo Organização atual do trabalho Complementos nominais de especificação acrescentados a substantivos ou adjetiv especificam a ação ou sentimentos de pessoas ou coisas Exemplo Organização social do trabalho de produção artesanal Determinação das circunstâncias às vezes é necessário determinar as circunstâncias q limitam mais ainda a extensão do assunto especialmente as circunstâncias de tempo e espa o que se faz por meio de advérbios ou locuções adverbiais Exemplo Organização social do trabalho de produção artesanal durante a Idade Média na Europa Ocidental união das ideias e ainda a síntese de toda a reflexão A fase da elaboração do plano de trabalho engloba ainda a formulação do problema o enunciado de hipóteses e a determinação das variáveis Uma descrição detalhada e exaustiva com exemplos pode ser encontrada na obra Metodologia científica das mesmas autoras AtlasGrupo GEN 2017 Capítulos 4 e 5 13 Identificação É a fase de reconhecimento do assunto pertinente ao tema em estudo O primeiro passo seria a procura de catálogos onde se encontram as relações das obras Esses catálogos são publicados pelas editoras ou pertencem a bibliotecas públicas com a listagem por título das obras de seu acervo Há ainda catálogos específicos de periódicos com o rol dos artigos publicados Hoje com a Internet o levantamento de obras livros e artigos que tratam de um tema de pesquisa pode ser feito de casa sem necessidade de deslocamento Podemse anotar dezenas de artigos científicos pesquisando diretamente base de dados de agências de pesquisa FAPESP CAPES CNPq ou procurando nos servidores tomando por base um tema uma palavrachave o nome de um autor etc O segundo passo tendo em mãos o livro ou periódico seria o levantamento pelo Sumário dos assuntos nele abordados Outra fonte de informações referese aos abstracts contidos em algumas obras que além de oferecerem elementos para identificar o trabalho apresentam um resumo analítico de seu texto O último passo teria em vista a verificação das referências ao final de um livro ou artigo que em geral traz a indexação de artigos livros teses periódicos que podem servir para a pesquisa que se empreende Enquanto se lê um artigo científico ou um livro também se pode ir em busca das fontes citadas Assim tendose localizado uma fonte dezenas de outras são localizadas 14 Localização Tendo realizado o levantamento bibliográfico com a identificação das obras que interessam passase à localização das fichas bibliográficas nos arquivos das bibliotecas públicas nos de faculdades oficiais ou particulares e outras instituições Hoje esse levantamento já não exige ida à biblioteca e a consulta de arquivos de fichas de papel podese fazêlo de casa consultando acervos de bibliotecas públicas como é o caso do DEDALUS da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo Outra fonte é o catálogo on line da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro Teses e dissertações podem ser consultadas diretamente nas bibliotecas de universidades públicas ou por meio da Internet Muitas teses e dissertações dos últimos anos já se encontram disponíveis na Internet 15 Compilação É a reunião sistemática do material contido em livros revistas publicações avulsas Esse material pode ser obtido por meio de cópias xerox ou microfilmes 16 Fichamento À medida que o pesquisador tem em mãos as fontes de referência deve transcrever os dados em fichas de papel ou em arquivos eletrônicos com o máximo de exatidão e cuidado A ficha de papel como é de fácil manipulação permite a ordenação do assunto ocupa pouco espaço e pode ser transportada de um lugar para outro Com os computadores e sobretudo a difusão dos notebook o trabalho de anotação tornouse ainda mais prático A qualquer momento e em qualquer lugar podese ter acesso a informações coletadas Esse trabalho possibilita uma seleção constante da documentação e de seu ordenamento Em face do exposto o estudante pode verificar a importância necessidade e utilidade das anotações eletrônicas ou em fichas de papel principalmente por facilitar o desenvolvimento das atividades acadêmicas e profissionais 17 Análise e interpretação A primeira fase da análise e da interpretação é a crítica do material selecionado das referências É considerado um juízo de valor sobre determinado material científico Dividese em crítica externa e interna A crítica externa é feita sobre o significado a importância e o valor histórico de um documento considerado em si mesmo e em função do trabalho que está sendo elaborado SALOMON 1972 p 256 Abrange a Crítica do texto verifica se o texto sofreu ou não alterações interpolações e falsificações ao longo do tempo Investiga principalmente se o texto é autógrafo escrito pela mão do auto ou não em caso negativo se foi ou não revisto pelo autor se foi publicado pelo autor o outra pessoa o fez que modificações ocorreram de edição para edição b Crítica da autenticidade determina o autor o tempo o lugar e as circunstâncias composição c Crítica da proveniência investiga a proveniência do texto Varia conforme a ciência que utiliza Em História tem particular importância o estudo de onde provieram o documentos em Filosofia interessa muito mais discernir até que ponto uma obra foi ma ou menos decalcada sobre outra Quando se trata de traduções o importante é verificar a fidelidade do texto examinado em relação ao original A crítica interna aprecia o sentido e o valor do conteúdo Compreende a Crítica de interpretação ou hermenêutica Verifica o sentido exato que o autor qu exprimir Facilita esse tipo de crítica o conhecimento do vocabulário e da linguagem o autor das circunstâncias históricas ambientais e de pensamento que influenciaram a obr da formação mentalidade caráter preconceitos e educação do autor Compreender u texto equivale a haver entendido o que o autor quis dizer os problemas que postulou e soluções que propôs para os mesmos ASTI VERA 1979 p 127 b Crítica do valor interno do conteúdo Aprecia a obra e forma um juízo sobre a autoridad do autor e o valor que representa o trabalho e as ideias nele contidas A segunda terceira e quarta fases respectivamente decomposição dos elementos essenciais e sua classificação generalização e análise crítica correspondem às três fases da análise de texto Finalmente a interpretação exige a comprovação ou refutação das hipóteses Ambas só podem ocorrer com base nos dados coletados Devese levar em consideração que os dados por si só nada dizem é preciso que o cientista os interprete isto é seja capaz de expor seu verdadeiro significado e compreender as ilações mais amplas que podem conter 18 Redação A redação da pesquisa bibliográfica varia de acordo com o tipo de trabalho científico que se deseja apresentar Pode ser uma monografia uma dissertação ou uma tese 2 FICHAS OU ANOTAÇÕES ELETRÔNICAS Para o pesquisador a ficha de papel ou as anotações eletrônicas constituem um instrumento de trabalho imprescindível Como o investigador manipula o material das referências que em sua maior parte não lhe pertence elas permitem a Identificar as obras b Conhecer seu conteúdo c Fazer citações d Analisar o material e Elaborar críticas Criado no século XVII pelo Abade Rozier da Academia Francesa de Ciências o sistema de ficha é utilizado nas mais diversas instituições para serviços administrativos As bibliotecas hoje substituíram os arquivos de fichas de autores de títulos de obras séries periódicos artigos científicos assuntos por arquivos eletrônicos de todas essas informações O DEDALUS da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas é um banco de dados do acervo das bibliotecas da Universidade de São Paulo Biblioteca Florestan Fernandes Uma consulta ao Tutorial do DEDALUS pode esclarecer o estudioso sobre como manipular esse banco de dados A título de ilustração apresentamos uma ficha de busca simples pesquisa por um campo específico por meio de uma única caixa de busca Fonte Disponível em httpbibliotecafflchuspbrsitesbibliotecafflchuspbrfilesDedalus0pdf Acesso em 5 jul 2016 21 Aspecto físico Se o pesquisador utilizar fichas de papel é desejável que se dê uma atenção especial ao aspecto físico das fichas uma vez que todo o trabalho científico requer a utilização de um grande número delas e sua preparação pode estenderse por muitos anos Dado o seu contínuo emprego é mais viável ao estudioso a opção por um tamanho único de fichas mesmo que utilize vários fichários Os tamanhos mais comuns de fichas são Tipo grande 125 cm 205 cm Tipo médio 105 cm 155 cm Tipo pequeno internacional 75 cm 125 cm Hoje com o uso de anotações eletrônicas os procedimentos são outros O estudioso pode abrir uma pasta com o nome adequado à sua pesquisa e em seguida abrir para cada tema um arquivo ou um arquivo geral com variados temas fichas diversas Quando precisar de alguma informação poderá procurála mediante a abertura do ícone Localização As restrições que as fichas de papel impunham particularmente com relação à extensão das anotações no arquivo eletrônico não há essas limitações o pesquisador pode fazer anotações breves longas de uma página ou de várias No fichamento com a utilização de fichas de papel às vezes era necessário comprimir a letra para caber uma informação também havia o problema da rasura Se fosse necessário utilizar o reverso das fichas para continuar as anotações recomendavase fazer coincidir a última linha do anverso com a primeira do reverso de forma que a ficha pudesse ser girada sobre si mesma Essa prática tinha a vantagem de permitir a leitura do verso sem retirar a ficha do seu lugar Quando as anotações de uma ficha precisavam continuar em uma segunda ou mais fichas era imprescindível que se repetisse o cabeçalho com a indicação em letras maiúsculas da sequência Hoje todo esse processo tornouse antiquado e desnecessário 22 Composição das fichas A estrutura das fichas de qualquer tipo compreende três partes principais cabeçalho referência bibliográfica e corpo ou texto As outras optativas são em ordem de sequência principalmente nas fichas de referência a indicação da obra e o local em que ela pode ser encontrada qual biblioteca 221 Cabeçalho O cabeçalho compreende o título genérico remoto o título genérico próximo o título específico o número de classificação da ficha SALVADOR 1980 p 113117 e a letra indicativa da sequência quando se utiliza mais de uma ficha em continuação Esses elementos são escritos na parte superior da ficha em duas linhas na primeira consta apenas à esquerda o título genérico remoto na segunda em quatro quadrinhos da esquerda para a direita o título genérico próximo o título específico o número de classificação e o código indicativo da sequência que permanece em branco quando se utiliza uma só ficha frente e frente e verso O uso de fichamento eletrônico pode dispensar algumas dessas informações número de classificação código indicativo de sequência etc Quando o título das fichas acompanha o título das seções projetadas plano do trabalho que será desenvolvido a redação da tese dissertação de mestrado TCC etc pode ser facilitada Suponhamos Ocupações Marginais no Nordeste Paulista 1 Introdução 2 Ocupações marginais 21 Conceito de ocupação marginal 22 Características das ocupações marginais 221 Características econômicas 222 Características socioculturais 3 Ocupações marginais e mobilidade social 31 Desigualdade social 32 Mobilidade social 321 Modelos explicativos da mobilidade social 322 Metodologia da mobilidade 323 Mobilidade e distância social 4 Ocupações marginais na área urbana 41 Setor artesanal 42 Setor de comércio 43 Setor de serviços 5 Ocupações marginais na área rural 51 Setor da agricultura 52 Setor da pecuária 53 Setor de mineração 6 Conclusões Como auxílio do plano podemse compor os cabeçalhos como se segue 1 OCUPAÇÕES MARGINAIS NO NORDESTE PAULISTA Introdução 1 2 OCUPAÇÕES MARGINAIS NO NORDESTE PAULISTA Ocupações Marginais Conceito de 21 3 OCUPAÇÕES MARGINAIS NO NORDESTE PAULISTA Ocupações Marginais Características das 22 4 OCUPAÇÕES MARGINAIS NO NORDESTE PAULISTA Características das Características Econômicas 221 5 OCUPAÇÕES MARGINAIS NO NORDESTE PAULISTA Características das Carac Socioculturais 222 A 6 OCUPAÇÕES MARGINAIS NO NORDESTE PAULISTA Características das Carac Socioculturais 222 B No exemplo 1 Ocupações Marginais no Nordeste Paulista como tema geral é o título genérico remoto que permanece constante em todas as fichas Introdução é o título genérico próximo não há título específico pois essa parte não se subdivide finalmente o algarismo 1 é o número de classificação da ficha Os exemplos 2 e 3 apresentam como todas as fichas feitas para o mesmo estudo igual título genérico remoto Ocupações Marginais no Nordeste Paulista Ambas apresentam o mesmo título genérico próximo Ocupações Marginais diferenciandose pelo título específico Conceito de e Características das que correspondem à segunda parte do trabalho Ocupações Marginais os algarismos 1 e 2 que se seguem ao ponto 21 e 22 indicam as subdivisões dessa segunda parte respectivamente Conceito de e Características das No exemplo 4 verificase uma alteração se o título genérico remoto permanece o mesmo Ocupações Marginais no Nordeste Paulista o título genérico próximo se modifica passando a ser a segunda seção da segunda parte Características das O título específico é agora Características Econômicas A primeira subdivisão da segunda seção da segunda parte portanto tem o seguinte número de classificação 221 Cada autor consultado para cada parte seção e subseção do trabalho terá uma ficha separada conservandose o mesmo cabeçalho com o mesmo título genérico remoto o mesmo título genérico próximo o mesmo título específico e o mesmo número de classificação Assim as fichas distinguemse uma das outras pelas referências bibliográficas que se seguem ao cabeçalho Se forem utilizadas fichas de papel e o corpo ou o texto não couber em uma só ficha e forem necessárias duas ou mais para que as seguintes não se percam devemse colocar letras maiúsculas indicativas da sequência logo após o número de classificação da ficha como o ilustram os exemplos 5 e 6 Evidentemente esses procedimentos caducaram com o uso do fichamento eletrônico Quando não se tem de antemão um plano elaborado ou se deseja fazêlo depois das consultas às referências bibliográficas a única coisa que é preenchida no cabeçalho é o título genérico remoto deixandose em branco o restante que será completado depois do planejamento do trabalho Exemplo ARTESANATO 222 Referência bibliográfica A referência bibliográfica segue a NBR 6023 da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT como consta no último capítulo deste livro Para proceder segundo a norma consultase a ficha catalográfica da obra que traz os elementos necessários na ausência dela recorrese à folha de rosto e a outras partes do livro como data que às vezes aparece em prefácios e apresentações ou no colofão Quando se trata de revistas e outros periódicos muitas vezes os elementos identificadores da referência localizamse na lombada na capa ou pé da página edição número data No expediente do periódico localizase o local da publicação Jornais apresentam informações referenciais no alto da primeira página título local data página 223 Corpo ou texto O conteúdo das fichas varia segundo o tipo delas como se verá a seguir 224 Indicação da obra As fichas depois de utilizadas para a realização de um trabalho poderão ser novamente empregadas na vida acadêmica ou profissional Dessa forma a indicação de uma obra serve tanto para estudos e pesquisas em disciplinas específicas quanto para futuras pesquisas 225 Local É possível que depois de fichada uma obra haja necessidade de voltar a consultála Assim é também importante a indicação do local em que se acha disponível o material Exemplo cabeçalho Ocupações Marginais no Nordeste Paulista e O M e Mobilidade Social 3 referência bibliográfica PASTORE José Desigualdade e mobilidade social São Paulo T A Queiroz 1979 218 p corpo ou texto indicação da obra Indicado para estudantes de Ciências Sociais e para a disciplina de Sociologia local Biblioteca da Faculdade de Ciências Sociais da USP Pelo título da obra que serviu de exemplo notase que o livro de Pastore é utilizável em mais de uma parte ou seção do trabalho planejado Quando ocorre caso semelhante fichase todo o livro para a parte indicada e temos a ficha principal Outras apresentarão o fichamento de parte da obra devem ser tantas fichas quantos forem os capítulos do livro que dizem respeito a outras tantas seções e subseções do trabalho São as fichas secundárias Exemplo OCUPAÇÕES MARGINAIS NO NORDESTE PAULISTA Mobilidade Social Modelos Explicativos da 321 PASTORE José Modelos explicativos da mobilidade social In Desigualdade e mobilidade social São Paulo T A Queiroz 1979 p 1527 OCUPAÇÕES MARGINAIS NO NORDESTE PAULISTA Mobilidade Social Modelos Explicativos da 321 SOROKIN Pitirim A Espaço social distância social e posição social In CARDOSO Fernando Henrique IANNI Octávio Homem e sociedade 3 ed São Paulo Nacional 1966 p 223230 23 Conteúdo das fichas O conteúdo que constitui o corpo ou texto das fichas varia segundo sua finalidade Pode ser a De referência que se subdivide em De referência de obra inteira De referência de parte de uma obra b Citações c Resumo ou de conteúdo d Esboço e Comentário ou analítica 231 Ficha bibliográfica Segundo Salvador 1980 p 118 a ficha bibliográfica de obra inteira ou parte dela pode referirse a alguns ou a todos os seguintes aspectos a Campo do saber que é abordado b Problemas significativos tratados c Conclusões alcançadas d Contribuições especiais em relação ao assunto do trabalho e Fontes dos dados que podem ser documentos literatura existente estatístic documentação indireta de fontes primárias ou secundárias documentação direta com o dados colhidos pelo autor observação entrevista questionário formulário etc f Métodos de abordagem e de procedimento utilizados pelo autor MÉTODO DE ABORDAGEM PROCEDIMENTO Indutivo Dedutivo Hipotéticodedutivo Dialético Histórico Comparativo Monográfico Estatístico Tipológico Funcionalista Estruturalista Etnográfico etc g Modalidade empregada pelo autor geral específica intensiva extensiva exaus tiva técnica não técnica descritiva analítica etc h Utilização de recursos ilustrativos tais como tabelas quadros gráficos mapas desenhe etc Salvador ainda recomenda a Ser breve Quando maiores detalhes sobre a obra são desejáveis o ideal é a ficha d resumo ou conteúdo ou melhor ainda a de esboço Na ficha de referências algum frases são suficientes b Utilizar verbos ativos Para se caracterizar a forma pela qual o autor escreve as ideia principais devem ser precedidas por verbos tais como analisa compara contém critic define descreve examina apresenta registra revisa sugere e outros que devem s utilizados conforme o sentido que se queira produzir c Evitar repetições desnecessárias Não há nenhuma necessidade de colocar expressõ como esse livro essa obra esse artigo o autor etc 232 Ficha de citações Consiste na reprodução fiel de frases ou sentenças consideradas relevantes ao estudo em pauta Devemse observar os seguintes cuidados a Toda citação direta deve vir entre aspas É através desse sinal que se distingue uma fich de citação transcrição das de outro tipo como a de comentário por exemplo Além diss o uso de aspas evita que mais tarde ao utilizar a ficha se transcreva como se fosse texto d quem fichou os textos nela contidos b Após a citação deve constar o número da página de onde foi extraída Isso permiti posterior utilização no trabalho com a correta indicação da referência c A transcrição tem de ser textual o que inclui erros de grafia se houver Após eles coloc se o termo sic em minúsculas e entre colchetes Exemplo hipotético Chegouse conclusão de que o garimpeiro é antes de tudo um homem do campo deslocado sic pa a cidade mas conservador da cultura rural embora venha assimilando gradativamen estabelecer as homologias estruturais da narrativa e a visão do mundo humanista do autor b Ficha de informação geral GUARDIANO Paschoa Baldassari Uma leitura de São Bernardo a exortação litótica Franca UNESP 1977 200 p A obra é resultado de pesquisas que visam à elaboração de tese de doutoramento em Letras na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras e Ciências Humanas da USP Obra didática erudita destinase aos interessados em Literatura e Teoria Literária Valese como apoio metodológico e fundamentação teórica do Estruturalismo Genérico de L Goldmann e do Estruturalismo Linguístico A obra visa à descrição e à interpretação de S Bernardo romance de Graciliano Ramos podendo servir como modelo a análises similares Foi editada pela UNESP Campus de Franca em 1977 na série Teses e Monografias c Ficha de glosa GUARDIANO Paschoa Baldassari Uma leitura de São Bernardo a exortação litótica Franca UNESP 1977 200 p Leitura termo utilizado no título da obra não é o ato de ler é termo específico de Teoria da Literatura significa descrever um texto particular uma obra existente utilizando os instrumentos elaborados pela Poética teoria interna da Literatura para evidenciar sua significação Assim a leitura de S Bernardo significa a descrição da estrutura de S Bernardo d Ficha de resumo GUARDIANO Paschoa Baldassari Uma leitura de São Bernardo a exortação litótica Franca UNESP 1977 200 p eleito Da mesma forma se um vestibulando necessita de 70 pontos para ser aprovado com 69 será apenas um indivíduo que prestou exame vestibular mas com 70 passará a universitário Denominamos mudança quantitativa o simples aumento ou diminuição de quantidade Por sua vez a mudança qualitativa seria a passagem de uma qualidade ou de um estado para outro O importante é lembrar que a mudança qualitativa não é obra do acaso pois decorre necessariamente da mudança quantitativa voltando ao exemplo da água do aumento progressivo do calor ocorre a transformação em vapor a 100º supondose normal a pressão atmosférica Se ela mudar então como tudo se relaciona primeira lei da dialética mudará também o ponto de ebulição Mas para dado corpo e certa pressão atmosférica o ponto de ebulição será sempre o mesmo demonstrando que a mudança de qualidade não é uma ilusão é um fato objetivo material cuja ocorrência obedece a uma lei natural Em consequência é previsível a ciência pesquisa e estabelece quais são as mudanças de quantidade necessárias para que se produza dada mudança de qualidade Segundo Stalin In POLITZER et al 197 p 58 em oposição à metafísica a dialética considera o processo de desenvolvimento não como um simples processo de crescimento em que as mudanças quantitativas não chegam a se tornar mudanças qualitativas mas como um desenvolvimento que passa das mudanças quantitativas insignificantes e latentes para as mudanças aparentes e radicais as mudanças qualitativas Por vezes as mudanças qualitativas não são graduais mas rápidas súbitas e se operam por saltos de um estado a outro essas mudanças não são contingentes mas necessárias são o resultado da acumulação de mudanças quantitativas insensíveis e graduais Essa colocação de Stalin não quer dizer que todas as mudanças qualitativas se operam em forma de crises explosões súbitas Há casos em que a passagem para a qualidade nova é realizada através de mudanças qualitativas graduais como ocorre com as transformações de uma língua 614Interpenetração dos contrários Considerando que toda realidade é movimento e que o movimento sendo universal assume as formas quantitativas e qualitativas necessariamente ligadas entre si e que se transformam uma na outra a pergunta que surge é qual o motor da mudança e em particular da transformação da quantidade em qualidade ou de uma qualidade para outra nova Politzer et al 197 p 7071 citando Stalin indicam que em oposição à metafísica a dialética parte do ponto de vista de que os objetos e os fenômenos da natureza supõem contradições internas porque todos têm um lado negativo e um lado positivo um passado e um futuro todos têm elementos que desaparecem e elementos que se desenvolvem a luta desses contrários a luta entre o velho e o novo entre o que morre e o que nasce entre o que perece e o que evolui é o conteúdo interno do Epistemologia e metodologia da sociologia Campinas sn 1977 Cap 4 seção 42 expressão Disponível em e informando a data da consulta depois da expressão Acesso em Exemplo CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA da UFPE 1996 Recife Anais eletrônicos Recife UFPE 1996 Disponível em httpwwwpropesqufpebranaisanaishtm Acesso em 21 jan 1997 17Referências legislativas Para a NBR 60232002 parágrafo 791 as referências legislativas compreendem Constituição textos legais infraconstitucionais como lei complementar e ordinária medida provisória decreto resolução do Senado bem como normas emanadas de entidades públicas como atos normativos portaria resolução ordem de serviço instrução normativa comunicado aviso circular decisão administrativa etc Elementos essenciais Jurisdição ou cabeçalho da entidade no caso de se tratar de normas Título Numeração Data Dados da publicação Exemplos SÃO PAULO Estado Decreto nº 33161 2 abr 1991 São Paulo Legislação coletânea de leis e decretos São Paulo v 27 n 4 p 42 abr 1991 BRASIL Código civil Organização dos textos notas remissivas e índices por Juarez de Oliveira 46 ed São Paulo Saraiva 1995 Para a referência a acórdãos decisões e sentenças das Cortes ou Tribunais a ordem dos elementos é a seguinte Local país estado ou cidade Nome da Corte ou Tribunal Ementa ou acórdão Biblioteconomia e Documentação ECA USP 1971 8 p 192Apostilas Exemplo SODRÉ Nélson Werneck Formação histórica do Brasil São Paulo Brasiliense 1962 Resenhado por GARBUGLIO José Carlos Revista de Letras Assis nº 89 p 319325 1966 193Resumos Exemplo AGGIO Alberto República e revolução In SEMANA DA HISTÓRIA 8 ed Franca 1989 Resumos Unesp 1989 68 p 194Separatas Periódicos Exemplo FRANÇA R Limongi A questão das garagens no condomínio de apartamentos Separata da Revista dos Tribunais São Paulo v 228 p 5160 out 1959 Livros Exemplo MUÑOZ AMATO P Planejamento Rio de Janeiro FGV 1955 55 p Separata de Introducción a la administración pública México Fondo de Cultura Económica 1955 Cap 3 195Folhetos Geralmente são publicações com o número de páginas reduzido mais ou menos até 40 páginas