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Introdução à Contabilidade

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INSTRUÇÕES: - Trabalho em grupo de 5 componentes; - Esse trabalho valerá até 10 pontos, adicionais na primeira, prova. Em nenhuma circunstância, o aluno poderá ficar com nota superior ao total, na primeira avaliação. OBJETIVO: A parte adicional deste trabalho é facultativa, tendo como finalidade, a construção do Método de Fleuriet para análise da empresa selecionada na parte obrigatória do Trabalho II, no triênio 2022-2020. ETAPA 1: Reclassificar as contas do balanço (em cada ano) e classifica-las em Ativo Circulante Financeiro, Passivo Circulante Financeiro, Ativo Circulante Operacional, Passivo Circulante Operacional, Ativo Permanente e Passivo Permanente (Figura 1). ETAPA 2: Calcular o ST, CDG e NCG (Quadro 1). ETAPA 3: Determinar o perfil da empresa, por ano (Quadro 2). ETAPA 4: Analisar os resultados, relacionando com os demais indicadores do trabalho. Incluir um a dois parágrafos no relatório contendo esta análise. MÉTODO DE FLEURIET: Michel Fleuriet desenvolveu em 1977 um estudo, conhecido como Modelo Fleuriet, com o objetivo de desenvolver técnicas de gerenciamento financeiro para as empresas, utilizando indicadores chaves. O modelo segundo Padoveze (2005), retoma o tema liquidez e sugere uma abordagem diferente da análise de balanço. O autor afirma ainda que, a abordagem, tem como objetivo oferecer um modelo de decisão mais completo para a tomada de decisão para a administração do capital de giro. RECLASSIFICAÇÃO DO BALANÇO: A reclassificação das contas de acordo com seu ciclo é essencial, a segregação em financeiro e operacional. Contas do grupo circulante, ativo e passivo, se subdividindo em ativo circulante financeiro (ACF), ativo circulante operacional (ACO), passivo circulante financeiro (PCF) e passivo circulante operacional (PCO). O ativo circulante financeiro, de natureza estática, é constituído por elementos essencialmente financeiros e o passivo circulante financeiro é formado por passivo de curto prazo, que provocam despesas financeiras. Já o ativo circulante operacional é composto pelas contas relacionadas às atividades operacionais da empresa, que giram rapidamente. Enquanto o passivo circulante operacional é constituído pelas obrigações de curto prazo (ALMEIDA; VALVERDE; HORTA, 2013. p.3). Assim de acordo com Fleuriet, Kehdy e Blanc (2003), para compreensão da atual realidade dinâmica das empresas as contas devem ser consideradas de acordo com o seu ciclo, o tempo necessário para rotação, considerando assim, o tempo em que as contas se movimentam, sendo que, estas são divididas em três grandes grupos: permanentes e não cíclicas, contínuo e cíclico e descontínuo e errático (Estática), como demonstra na figura 1. Desta forma, o modelo se apresenta simples e objetivo para análises de desempenho e capital de giro, com resultados satisfatórios, quando posto em paralelo a análise tradicional. Isto devido fato de o modelo está estruturado na análise de três variáveis apenas. Para tal, pressupõe-se uma reclassificação do balanço patrimonial, em função dos ciclos das diversas contas e subgrupos que o formam, obtendo-se um balanço funcional, onde a preocupação primária é relacionar as diversas contas, considerando seu relacionamento com as atividades da empresa além da dimensão temporal (ASSAF NETO e TIBURCIO SILVA, 2012). O objetivo do Modelo de Fleuriet está na distinção dos ativos e passivos circulantes ligados as operações da empresa, daqueles ligados as decisões financeiras, assim com a interação entre esses grupos é possível calcular as variáveis do modelo, conforme quadro 1. Após a reclassificação das contas do Balanço Patrimonial e de acordo com o modelo dinâmico, o quadro 2 mostra a estrutura financeira e a situação de liquidez e solvência da companhia em terminado período, baseado nos saldos obtidos e na união das três variáveis: CDG, NCG e ST. De acordo com Marques e Braga (1995, apud ALMEIDA; VALVERDE; HORTA, 2013), dentro do modelo dinâmico podem existir diferentes tipos de balanços patrimoniais resultante da combinação dos indicadores NCG, CCL e SD. Assim, Marques e Braga (1995, apud Almeida; Valverde; Horta, 2013) destacam principalmente seis possíveis tipos de balanços patrimoniais, a saber: Tipo I: companhias que apresentam a NCG negativa, ou seja, possui fonte de recursos onde o passivo cíclico é superior ao ativo cíclico, a empresa recebe antes de pagar seus fornecedores, nessa estrutura a empresa também apresenta um SD positivo, mostrando recursos do ativo errático aplicados a curto prazo e apresentando uma excelente situação financeira, devido a elevada liquidez; Tipo II: companhias com situação financeira sólida, mostram as três variáveis positivas, significa que o CDG é suficiente para cobrir a NCG e demonstra alguma folga financeira; Tipo III: empresas com essa estrutura apresentam o saldo ST negativo, mostrando que o CDG não é suficiente para cobrir a NCG e ocasionando procura por financiamento de curto prazo (passivo errático) para garantir a cobertura da NCG, assim essa situação financeira se apresenta insatisfatória; Tipo IV: nesta estrutura, estão companhias com saldos negativos do CDG e ST, demonstrando aplicação de recursos erráticos para cobrir a NCG e ativos de longo prazo, nesse caso a situação financeira é péssima e de difícil recuperação em tempo para saldas as dívidas; Tipo V: companhias nesta estrutura podem ser definidas como situação muito ruim, pois mesmo com a NCG negativa podendo dispor de recursos cíclicos a situação financeira apresentada é o limite, visto que o CDG negativo demonstra a utilização de fundos de curto prazo para financiar ativos de longo prazo, pode se concluir que os financiamentos de curto prazo são alocados em investimentos de longo prazo; Tipo VI: por fim nesta estrutura estão companhia que utilizam fundos de terceiros para financiar ativos de longo prazo ao mesmo tempo em que mantém recursos erráticos investidos, situação está de alto risco, demonstrada por CDG e NCG negativos, porém com o valor da NCG inferior ao CDG em uma circunstância onde o ST permanece positivo. CAPITAL DE GIRO (CDG): O capital de giro representa normalmente fonte de recursos de fundos permanente da companhia, com o objetivo de financiar a necessidade de capital de giro, significa a parcela dos recursos próprios da companhia que se encontram disponíveis para investimentos e é definido pela expressão: CDG = PASSIVO PERMANENTE – ATIVO PERMANENTE De acordo com Fleuriet, Kehdy e Blanc (2003), o CDG cai quando a companhia realiza novos investimentos em ativo imobilizado ou qualquer outro bem não circulante, mas investimentos realizados por autofinanciamento gerando aumento do capital de giro, o que compensa a diminuição proporcionada pelos novos investimentos. O CDG positivo mostra que os recursos de longo prazo financiam o ativo não circulante e também o ativo circulante. Assaf Neto e Tibúrcio Silva (2012), a necessidade de investimentos em capital de giro não se apresenta diferente do conceito de capital circulante de giro líquido (CDG), onde o CDG é mais diretamente obtido pela diferença entre o ativo circulante e passivo circulante. O CDG apresenta a folga financeira da companhia e também representa o volume de recursos de longo prazo, ou seja, as exigibilidades e patrimônio líquido que se encontram financiando os ativos correntes de curto prazo (ASSAF NETO e TIBURCIO SILVA, 2012). O CDG constitui-se importante fonte de financiamento de longo prazo do investimento necessário em giro de uma companhia, enquanto os elementos ativos e passivos circulantes, na conceituação apresentada da necessidade de capital de giro, somente itens circulantes operacionais é que são considerados, ou seja, o CDG como a soma do investimento necessário em giro (NCG) e o saldo disponível mantido por uma companhia, como apresentado a seguir (ASSAF NETO e TIBÚRCIO SILVA, 2012): CDG = NCG + ST NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO (NCG): Segundo Santi Filho (1993, p. 114) a NCG-Necessidade de Capital de Giro, obtido com a reclassificação das contas do circulante, ativas e passivas, quando positiva, expressa a necessidade que a companhia tem de recursos para manter os seus negócios e quando negativa, a fonte de recursos obtida pelo giro. Os circulantes operacionais ativos são os investimentos que a companhia precisa efetuar em valores a receber, despesas operacionais e estoque do exercício subsequente, ou seja, os itens de giro operacionais. Ao retirar deste total os financiamentos operacionais (fornecedores, salários, encargos sociais, impostos e taxas...) obteremos o valor do ativo circulante operacional líquido. Tal valor representa a necessidade de capital de giro – NCG – da companhia. Segundo Blatt Adriano (2001, p. 100), a NCG apresenta o excesso ou a falta de ativos circulantes operacionais em relação aos passivos circulantes operacionais. A análise tem como enfoque o ciclo operacional da companhia, dando destaque aos financiamentos dados e recebidos (respectivamente ativo e passivo) de forma natural, ou seja, sobre os quais não há incidência explicita de encargos financeiros. Para Assaf Neto (1997, p. 56), a necessidade de investimento em Capital de Giro depende principalmente do volume da atividade (produção e vendas) da companhia e de seu ciclo financeiro, definido pelas peculiaridades da natureza de seus negócios e sazonalidades, que determinam, de acordo com os giros (rotações) das fases operacionais e os valores das contas cíclicas. É uma necessidade operacional permanente de recursos, devendo, em condição de equilíbrio, ser financiada com fundos também de longo prazo. Em situação de elevação do investimento necessário em giro é importante que a companhia gere recursos de caixa por meio de suas operações de maneira a poder financiar esta maior demanda por recursos operacionais permanentes. Caso os recursos gerados internamente não forem suficientes para cobrir estas demandas adicionais, a empresa deve recorrer a empréstimos de longo ou aportes de capital acionário de forma a manter o equilíbrio financeiro. A necessidade de capital de giro é a diferença entre as contas cíclicas do ativo e as contas cíclicas do passivo, que medem a defasagem do tempo e valor das operações que as contas apresentam. No ciclo financeiro as saídas ocorrem antes das entradas de caixa, a operação da companhia cria uma necessidade de aplicação permanente de fundos, apurando um saldo positivo pela diferença entre as contas mencionadas, se identifica uma necessidade permanente de investimentos em seu giro, que se denomina necessidade de capital de giro (FLEURIET; KEHDY; BLANC, 2003). Os resultados que se mostram negativos, apesar de raros na prática, demonstram a existência de excesso de recursos em determinado ciclo financeiro. A necessidade de capital de giro é definida pela equação: NCG = ATIVO CÍCLICO – PASSIVO CÍCLICO SALDO EM TESOURARIA (ST): O saldo de disponível é a diferença entre o CDG e a NCG ou pela diferença entre o ativo e o passivo erráticos, os dois representam contas dos circulantes que não estão diretamente ligadas a operação da companhia e cujos valores não possuem constância de circulação. Segundo Assaf Neto e Silva (2012, p. 70): “O saldo disponível funciona como uma reserva financeira da empresa para fazer frente a eventuais expansões da necessidade de investimento operacional em giro, principalmente aquelas de natureza sazonal. Assim, necessidades transitórias de investimentos em giro podem ser cobertas até o limite do saldo disponível existente. Essa situação, no entanto, deve ser interpretada como de caráter temporário, prevendo-se o restabelecimento rápido do saldo disponível”. O saldo de disponível positivo e elevado não significa necessariamente uma condição satisfatória para a companhia, pode significar que a companhia. não aproveita as oportunidades de investimento (FLEURIET; KEHDY; BLANC, 2003). Quando o saldo disponível é negativo, significa que o capital de giro é insuficiente para financiar a necessidade de capital de giro, indicando utilização de recursos de terceiros para financiar operações. É por meio do ST que se identificam as necessidades de financiamentos a curto prazo. Gimenes, Pegorini e Campos (2005 p.83) enfatizam que, “esta variável identifica o grau de utilização de recursos de terceiros de curto prazo para financiar as necessidades líquidas de capital de giro da organização.”