• Home
  • Chat IA
  • Guru IA
  • Tutores
  • Central de ajuda
Home
Chat IA
Guru IA
Tutores

·

Economia ·

Macroeconomia 2

Envie sua pergunta para a IA e receba a resposta na hora

Recomendado para você

Recursive Macroeconomic Theory - Ljungqvist e Sargent - 4a Edição

1477

Recursive Macroeconomic Theory - Ljungqvist e Sargent - 4a Edição

Macroeconomia 2

UFPEL

Recursive Methods in Economic Dynamics - Stokey Lucas Prescott - Livro Completo

303

Recursive Methods in Economic Dynamics - Stokey Lucas Prescott - Livro Completo

Macroeconomia 2

UFPEL

Macroeconomia Avançada

12

Macroeconomia Avançada

Macroeconomia 2

UFPEL

Modelo de Crescimento Economico com Trajetoria de Transicao

1

Modelo de Crescimento Economico com Trajetoria de Transicao

Macroeconomia 2

UESC

Macroeconomia

3

Macroeconomia

Macroeconomia 2

UNICESUMAR

Modelo de Solow com Tecnologia - Anotações e Diagrama

1

Modelo de Solow com Tecnologia - Anotações e Diagrama

Macroeconomia 2

UESC

Modelo de Solow com Tecnologia - Analise e Solucao no Estado Estacionario

1

Modelo de Solow com Tecnologia - Analise e Solucao no Estado Estacionario

Macroeconomia 2

UESC

y fracmdIalpha

1

y fracmdIalpha

Macroeconomia 2

UESC

Exercícios Resolvidos de Economia - Função de Produção e Estado Estacionário

1

Exercícios Resolvidos de Economia - Função de Produção e Estado Estacionário

Macroeconomia 2

UFJF

Modelo Solow - Representacao Matematica da Economia via Oferta e Demanda

1

Modelo Solow - Representacao Matematica da Economia via Oferta e Demanda

Macroeconomia 2

UESC

Texto de pré-visualização

EXERCÍCIOS DE EXPECTATIVAS RACIONAIS E A CRÍTICA DE LUCAS ITENS 51 52 53 54 E 55 Exercícios de Acompanhamento de Leitura da Seção 51 1 Quando começou a revolução de expectativas racionais em macroeconomia 2 Em que circunstância a idéia de expectativas racionais atraiu atenção generalizada 3 O que dizia o resultado de irrelevância da política de Sargent e Wallace 4 Como qualificar o resultado de irrelevância da política 5 Como a introdução de expectativas racionais afetou o status das questões de política de estabilização 6 A que se refere a crítica de Lucas 7 Que tipo de disciplina é imposta pelas expectativas racionais quando consideramos a crítica de Lucas os problemas de nãounicidade a inconsistência temporal de políticas ótimas e os efeitos de políticas esperadas 8 Qual é a vantagem das expectativas racionais como esquema de previsão 9 Genericamente o que significa a hipótese de expectativas racionais 10 O que significa intuitivamente a hipótese de expectativas racionais 11 Expectativas racionais implicam que as pessoas não cometem erros de previsão 12 Quando é que a hipótese de expectativas racionais tornase questionável 13 Que suposições particulares em relação às restrições a hipótese de expectativas racionais incorpora 14 Interprete pte Et1pt 15 Exemplifique a metodologia como se 16 Explique por que a hipótese de expectativas racionais não passa de uma extensão da metodologia como se Exercícios de Acompanhamento de Leitura da Seção 52 1 Quais são as duas possíveis interpretações para a função de oferta agregada 51 2 Na interpretação keynesiana da função de oferta agregada 51 por que ocorrem desvios do produto de sua taxa natural 3 Caracterize as ilhas que estão por trás da interpretação clássica da função de oferta agregada 51 4 Como a função de oferta de Lucas justifica a inclusão do termo para o hiato do produto defasado 5 Por que é importante incluir o termo do produto defasado na função de oferta de Lucas 6 Explique o problema de extração do sinal 7 Em que circunstância o conhecimento do preço do produto de sua ilha ajuda no prognóstico do índice de preços de todas as ilhas por parte das famílias 8 De que forma o problema de extração do sinal modifica a função de oferta de Lucas 9 Por que a curva de oferta de Lucas que incorpora o problema de extração do sinal não pode ter sua declividade dada exogenamente 10 Explique o modelo de substituição intertemporal de mãodeobra 11 Por que razão a maioria dos economistas não simpatiza com o modelo de substituição intertemporal de mãodeobra 12 A que se refere o modelo de percepções monetárias incorretas Expliqueo 13 A respeito do resultado de irrelevância da política em que diferem o modelo de substituição intertemporal de mãodeobra e o modelo de percepções monetárias incorretas 14 Que hipótese a equação 52 incorpora para que a curva IS não influencie o preço e o produto 15 Ao não se considerar a curva IS que alterações do modelo são evitadas 16 Quais são as propriedades dos choques estocásticos u e v 17 O que indica o parâmetro γ O que significa γ 0 e γ 0 18 Qual é a influência da política monetária sobre a oferta agregada com a hipótese de expectativas estáticas e com a de expectativas racionais 19 No modelo de expectativas racionais o que significa na equação de solução para o produto o fato de não aparecerem os parâmetros ε e γ 20 Observando a equação 52b qual é a razão para o resultado de irrelevância da política 21 O que significa o resultado de irrelevância da política 22 Que boa notícia para a política antiinflacionária o modelo com expectativas racionais tem para dar 23 Como a experiência das economias ocidentais do começo dos anos oitenta pode ser interpretada a partir do modelo com expectativas racionais 24 É a hipótese de expectativas racionais que leva ao resultado de irrelevância da política Comente 25 O que Sargent e Wallace tinham em mente ao mostrar o resultado de irrelevância da política Exercícios de Acompanhamento de Leitura da Seção 53 1 O que a crítica de Lucas mostra 2 Sargent e Wallace consideram tanto expectativas estáticas como racionais e começam sua análise com a equação 511 em vez da equação 51 Acabamos de mostrar que a derivação da equação 511 supõe expectativas racionais O que o autor está sugerindo com este comentário 3 Como a prática econométrica convencional estima modelos 4 Quais são as características das constantes comportamentais em regressões do tipo y α0 α1y1 α2m 5 Por que o procedimento econométrico convencional de estimação não está incorreto quando supomos expectativas estáticas 6 Por que o procedimento econométrico convencional está incorreto quando supomos expectativas racionais 7 Explique detalhadamente como executar simulações contrafactuais logicamente consistentes Ou seja explique como contornar a crítica de Lucas 8 Por que a crítica de Lucas é mais fundamental do que a proposição de irrelevância da política 9 Por que o método de contornar a crítica de Lucas que você descreveu na questão 7 não é rigoroso do ponto de vista microeconômico 10 O que significa ignorar a aplicação mais ampla da crítica de Lucas 11 Qual é a única maneira de se evitar a crítica de Lucas na sua acepção mais ampla Exercícios de Acompanhamento de Leitura das Seções 54 e 55 1 Qual é a principal razão pela qual a política de demanda agregada não influencia o produto real no modelo de Sargent e Wallace 2 Qual é a especificação mais natural para preços viscosos 3 Explique por que a viscosidade de preço por si mesma não é suficiente para sobrepujar a proposição de irrelevância da política 4 O que falta acrescentar ao ambiente de viscosidade de preço para que a proposição de irrelevância da política não mais se sustente 5 Explique de modo intuitivo por que a política pode ter efeitos reais na situação de viscosidade de preço por mais de um período 6 Explique o modelo de Taylor de contratos salariais superpostos de dois períodos 7 Que hipótese justifica usar indiferenciadamente os termos para o salário e para o preço 8 Como Taylor resolve a indeterminação do resultado de seu modelo de contratos superpostos 9 Qual é o resultado do modelo de Taylor de contratos salariais de dois períodos 10 De que provém o resultado do modelo de Taylor 11 O que o problema de nãounicidade do modelo de Taylor sugere 12 O que fez este Capítulo 5 13 Por que um número crescente de analistas tem preferido utilizar expectativas racionais em seus modelos 14 Que suposições devemos excluir quando concluímos que determinada política de estabilização é boa 15 Qual é a contribuição fundamental da literatura de expectativas racionais 16 Por que keynesianos não precisam temer as expectativas racionais 17 Quais foram as principais simplificações utilizadas nos modelos deste capítulo 18 Qual foi o elemento desencorajador encontrado neste capítulo MACROECONOMICS An Introduction to Advanced Methods William M Scarth CAPÍTULO 5 EXPECTATIVAS RACIONAIS E A CRÍTICA DE LUCAS 51 INTRODUÇÃO Lucas 1972 começou a revolução de expectativas racionais em macroeconomia embora a idéia tenha atraído atenção generalizada somente depois que Sargent e Wallace 1975 1976 utilizaram a hipótese em um trabalho sobre política monetária ótima Começaremos o resumo dessa literatura descrevendo este modelo Infelizmente os artigos que se seguiram deram muita atenção ao resultado de irrelevância da política obtido por Sargent e Wallace a política de demanda agregada sistemática não afeta variáveis reais mesmo no curto prazo Nesta apresentação uma das finalidades é mostrar que este resultado não depende de modo algum da suposição de expectativas racionais de fato ele não é robusto Questões de política de estabilização continuam legítimas e apresentam respostas não triviais mesmo supondo que os agentes têm expectativas racionais A segunda e mais substantiva finalidade deste capítulo e do próximo é explicar tópicos centrais da análise macroeconômica a crítica de Lucas dos métodos convencionais de estimação e simulação discutida neste capítulo problemas de nãounicidade inconsistência temporal de políticas ótimas do governo e os efeitos correntes de políticas esperadas no futuro consideradas no Capítulo 6 Com expectativas racionais esses assuntos são considerados supondo que os agentes privados compreendem como uma política altera as regras de otimização privada O analista pode distinguir uma política antecipada de outra não antecipada sem precisar contar com um esquema de previsão mecânico como as expectativas adaptativas independente das forças que governam o valor corrente da variável sendo prognosticada Genericamente a hipótese de expectativas racionais significa que os agentes econômicos fazem previsões de modo a minimizar erros de previsão os quadrados dos desvios entre valores 2 corrente e esperado levando em conta custos de informação e de tomada de decisão restrições com que eles se confrontam Neste sentido a suposição de expectativas racionais é apenas a hipótese de que as pessoas fazem o melhor que podem diante das circunstâncias quando fazem previsões ou outra atividade qualquer Isto não significa que as pessoas não cometem erros de previsão significa simplesmente que estes erros não apresentam nenhuma correlação serial nenhum componente sistemático Para um economista parece impossível fazer qualquer objeção à proposição geral de expectativas racionais A hipótese tornase controversa contudo quando são feitas suposições fortes com relação às restrições Suposições particulares que têm sido feitas desconsideram custos de tomada de decisão e postulam que os agentes possuem conhecimento perfeito da estrutura da economia e adicionam termos de distúrbio Expectativas racionais são assim definidas como 1 t t te p E p onde e tp representa as expectativas dos agentes para o logaritmo do preço e 1 t t p E é a esperança matemática de tp O subíndice no termo de expectativas E significa que estas são condicionadas à informação disponível ao final do período t 1 Esta hipótese expectacional não passa de uma aplicação da metodologia como se convencional que por exemplo prediz as escolhas do consumidor com base na suposição de que as famílias se comportam como se elas tomassem um conjunto de curvas de indiferença e procurassem as tangências A hipótese significa que os agentes privados da economia possuem conhecimento suficiente a respeito de como o sistema funciona de forma que podemos pensar que eles fazem previsões como se formalmente derivassem a equação na forma reduzida de cada variável endógena e usassem estas equações para formar suas expectativas das variáveis endógenas 52 EXPECTATIVAS ESTÁTICAS E RACIONAIS COMPARADAS As implicações da adoção de expectativas racionais podem ser ilustradas por meio do seguinte modelo bastante similar ao de SargentWallace 1976 u p p y y e 1 β δ 51 v p m y θ 52 1 y m m γ 53 pe 0 54a E 1 p p e 54b Como antes letras minúsculas indicam os logaritmos e as unidades são escolhidas de tal forma que a taxa de produto natural y se iguala a zero O subíndice 1 denota o período de tempo anterior Antes de analisar o modelo discutimos uma equação de cada vez 3 A equação 51 é uma função de oferta agregada que estabelece que o desvio do produto de seu valor natural depende de inércia hiato do produto anterior 1 y da variação não antecipada do preço dos bens e de um termoerro estocástico u de média zero variância constante 2 u σ e sem correlação serial Esta função de oferta agregada pode ser interpretada como no Capítulo 1 como uma curva de Phillips expectacional invertida que é combinada com a identidade convencional entre receita marginal e custo marginal Por exemplo quando combinamos a curva de Phillips 1 1 p p n n f w w e com a função demanda por mãodeobra em primeira diferença n y p w ln1 α e a função de produção n K y 1 ln α α encontramos 1 1 1 1 1 p p y y y y f p p e α α α α que é precisamente a equação 51 com y 0 f α α δ 1 f α α β mais um termoerro Note que δ é uma fração o que é conveniente porque ela será a condição de estabilidade deste modelo Esta é uma interpretação keynesiana da função de oferta agregada já que os desvios do produto da taxa natural zero ocorrem porque as famílias se encontram temporariamente fora de seus planos de oferta de mãodeobra de longo prazo Há também uma interpretação clássica alternativa para a oferta que se deve a Lucas 1973 Supomos que os salários são determinados em cada período de forma que o mercado de trabalho se encontra sempre em equilíbrio Supomos que a produção ocorre em pontos isolados ilhas na terminologia de Lucas Firmas e famílias de cada ilha estão plenamente familiarizadas com a sua vida econômica em particular elas conhecem o preço de venda do bem que produzem conjuntamente Usando a notação anterior o salário é considerado igual a PiFN onde iP é o preço do bem i produzido nesta ilha Firmas e famílias não conhecem nada a respeito da atividade econômica das outras ilhas Contudo as famílias fazem prognósticos a respeito da situação das outras ilhas porque precisam conhecer o custo de vida geral a fim de calcular salários reais que lhes favoreçam Elas aceitam salários estipulados por P e SN onde e P é a expectativa da média dos preços de todas as ilhas formadas por agentes que residem em qualquer ilha Somando as condições de equilíbrio do mercado de trabalho de cada ilha supondo retornos constantes de escala para evitar problemas de agregação e definindo P como a média de todos os iP s encontramos P SN PF W e N ou N e F S N P P Esta equação pode ser simplificada utilizando as formas funcionais loglineares N α Kα F N K Y 1 α α α K N FN 1 e DN d S N onde 1 0 α e d 0 A condição básica de equilíbrio 4 fica α α α K DN P P d e 1 O leiloeiro walrasiano garante que os preços são determinados de modo a refletir esta relação Tomando os logaritmos temos d n K D p p e 1 ln α α α 55 Definimos como o valor do logaritmo do emprego para o qual os agentes não cometem erros expectacionais Fazendo p pe na equação 55 obtemos uma expressão para n Subtraímos a definição de n da equação 55 e utilizamos a simplificação 1 α n n y y que segue da função de produção para encontrar 1 y y d p p e α α Esta equação é semelhante à equação 51 exceto pelas ausências de um termoerro e de um termo para o hiato do produto defasado O termo y defasado pode ser explicado supondo custos de ajustamento de mãodeobra que fazem com que o seu produto marginal dependa tanto do nível de emprego corrente como do defasado A equação 51 possui assim uma interpretação de salário perfeitamente flexível Em vez de curva de Phillips aumentada pelas expectativas ela é chamada pelos clássicos de função de oferta de Lucas O termo do produto defasado da equação 51 é importante porque quando introduzimos expectativas racionais a equação 54b a equação 51 faz com que o hiato do produto seja uma variável aleatória sem nenhuma correlação serial quando δ é zero Isso ocorre porque com expectativas racionais não se comete nenhum erro de previsão sistemático o erro de previsão p pe não é serialmente correlacionado Os fatos indicam porém que séries temporais do hiato do produto apresentam alto grau de correlação serial precisamos então supor que δ é diferente de zero Na interpretação keynesiana da equação 51 esta suposição é feita automaticamente mas na interpretação clássica precisamos introduzir custos de ajustamento nãolineares para o emprego que não modelamos explicitamente aqui Antes de prosseguir com a análise do modelo voltamos a atenção para um refinamento da interpretação clássica da função de oferta agregada conhecido como problema da extração do sinal Famílias tentam prever o nível geral de preços mas elas apenas conhecem o preço de sua própria ilha ip Contudo elas podem utilizar a relação historicamente dada entre este e o índice de preços global para fazer uma previsão melhor do que aquela baseada apenas na informação passada de toda a economia que denotamos por e p Podemos pensar que as famílias rodam uma regressão utilizando dados passados e i e p j p p p Se a variância de ip for muito alta em relação àquela de p o conhecimento de ip não terá quase 5 nenhum valor para previsões o coeficiente de correlação j estaria próximo de zero Por outro lado se a variância de ip não for grande o conhecimento do preço da ilha individual será importante para previsões do índice global o parâmetro j estaria próximo da unidade Em geral os agentes prevêem o logaritmo do nível de preços global como uma média ponderada de ip que representa as expectativas baseadas apenas na informação prévia disponível para toda a economia e de ip ou seja i e jp j p 1 Assim uma versão mais sofisticada da função de oferta de Lucas para uma ilha individual é dada por 1 1 i i e i y y d jp j p p α α e para o agregado ela é dada por 1 1 y y j d p p e α α Nesta versão a declividade da curva de oferta de curto prazo não é exógena ela depende da variabilidade de preços entre os setores ilhas Lucas 1973 testou e encontrou suporte para esta hipótese Na nossa análise da política macroeconômica contudo continuamos com a equação 51 mais simples onde os coeficientes são constantes Há outra diferente função de oferta agregada atribuída a Lucas uma que todas as famílias possuem o mesmo conjunto de informação Os trabalhadores tentam prever salários reais futuros para comparar sua previsão com o salário real corrente As famílias escolhem trabalhar mais somente quando há ou se espera uma grande compensação para o lazer adiado Este modelo de substituição intertemporal de mãodeobra implica que recessões simplesmente refletem o afastamento voluntário e temporário da mãodeobra Recessões ocorrem porque os trabalhadores esperam salários reais mais altos no futuro e assim eles planejam trabalhar mais no futuro e menos no período presente A maioria dos economistas acha que as elasticidadessalário da oferta de mãodeobra estimadas são muito pequenas para que interpretemos ciclos econômicos dessa maneira Deslizandose para cima e para baixo de uma curva de oferta de mãodeobra íngreme não se gera grandes variações do emprego e as pequenas variações do salário real Discutiremos a validade empírica do modelo de substituição intertemporal de mãodeobra no Capítulo 11 Ele é aqui mencionado apenas para que o leitor entenda a diferença entre as duas funções de oferta atribuídas a Lucas na literatura Para distinguir as duas hipóteses usamos os seguintes termos modelo de substituição intertemporal de mãodeobra e modelo de percepções monetárias incorretas A última expressão se refere à discussão das ilhas separadas onde os agentes não são capazes de saber de imediato por que o preço de sua ilha aumenta Pode ser porque o preço relativo de seu produto aumenta e então eles devem aumentar a oferta ou porque ocorre uma inflação na economia como um todo e então eles não devem aumentar a oferta Sargent e Wallace examinam a hipótese de percepções monetárias incorretas Focalizamos aqui esta abordagem porque queremos discutir o problema da irrelevância da política De fato Minford e Peel 1983 mostram que não se chega ao resultado de irrelevância da política com a hipótese de substituição intertemporal de mãodeobra Isso finaliza a nossa digressão sobre funções de oferta agregada alternativas Vamos agora retornar ao exame do modelo definido pelas equações 51 a 54 6 A equação 52 é uma forma reduzida do modelo ISLM onde supomos uma curva LM vertical isto é Y1 θ M P Tomamos este caso especial para desprezar a curva IS Esta apenas determina a taxa de juros residualmente e é irrelevante para a determinação do preço e do produto Assim podemos ignorar investimento e taxas de juros Sem esta simplificação seríamos forçados a distinguir entre taxa de juros real e nominal e t te p p 1 teria que entrar no lado da demanda agregada Consideraremos esta complicação extra no Capítulo 6 Na equação 52 v é outro choque estocástico com as mesmas propriedades de u e nãocorrelacionado com u A equação 53 é a função de reação da política monetária O parâmetro γ indica o grau de remar contra a maré leaning against the wind das autoridades Friedman aconselha fazer γ igual a zero enquanto ativistas preferem que ele seja negativo O que o modelo diz a respeito do debate regras versus política discricionária sobre a melhor forma de fazer a política de estabilização Primeiramente vamos considerar o caso de expectativas estáticas Se os agentes esperam um nível de preços constante igual a um eles esperam que o logaritmo do preço seja zero equação 54a Para examinar os efeitos sobre o produto derivamos a forma reduzida de y substituindo a equação 53 na equação 52 para eliminar m e a equação 52 na equação 51 para eliminar p O resultado é β θ β θ β θ β β θ β δ 1 1 1 1 v u m y y y 56 Se a autoridade de política desejar fazer y 0 em todos os períodos de tempo ela precisa escolher δ β γ 0 e m Estas medidas minimizam a variância assintótica do produto em 2 2 2 2 2 1 β θ σ β θ σ σ v u y já que a variável dependente defasada é removida da operação através da política do governo Este modelo dá pleno suporte ao conselho de política dos ativistas já que ele é um modelo macro keynesiano de livrotexto com uma curva de oferta agregada de inclinação positiva igual a 1 β como mostrado na Figura 51 A posição da curva de oferta é independente da política monetária O valor médio da oferta de moeda é m A este valor particular a curva de demanda intercepta a de oferta no ponto da média y 0 Escolhendo δ β γ as autoridades ajustam continuamente a posição da curva de demanda de modo a minimizar a variância de y 7 Figura 51 Demanda e Oferta Agregadas com Expectativas Estáticas Vamos agora considerar expectativas racionais trocando a equação 54a pela equação 54b Substituindo esta última na equação 51 o sistema de três equações fica com quatro variáveis endógenas y p Ep e m Para derivar a forma reduzida de y precisamos de relações adicionais entre as variáveis Conseguimos isto tomando o operador de expectativas nas três equações Este operador possui implicitamente o subíndice 1 isso significando que os agentes estão plenamente informados até este período inclusive Eles conhecem γ δ β θ e com certeza Eles apenas não conhecem as observações correntes de u e v Substituindo a equação 54b na equação 51 e tomando o operador de expectativas nas equações de 51 a 53 encontramos 1 1 y E u E E p E p E y E y δ β δ 51a E p E m E y θ 52a 1 y m E m γ 53a Subtraindo a equação 52a da equação 52 ficamos com v E p p E m m E y y θ θ 52b A forma reduzida de y pode ser obtida encontrando valores para os termos do lado direito da equação 52b Utilizamos a equação 51a para eliminar E y tomamos a diferença entre as equações 53 e 53a para eliminar m Em e recorremos à equação 51 para eliminar p Ep O resultado é β θ θ β δ 1 1 v u y y 57 8 Como os parâmetros de política m ou γ não aparecem nesta equação de solução eles não afetam a variância assintótica do produto Os analistas que utilizam este modelo dizem que a política é irrelevante porque não existe valor ótimo para esses parâmetros A razão disso fica evidente observando a equação 52b o dinheiro faz diferença apenas quando os agentes não prognosticam o seu valor corretamente o dinheiro entra via m Em Assim o debate de regras versus política discricionária não faz sentido neste modelo A política ativista não tem efeito mesmo no curto prazo a menos que ela seja aleatória e isto apenas aumentaria a variância do produto Nem a sugestão de Friedman de fazer γ 0 nem a estratégia ativista de escolher γ 0 recebe suporte deste modelo Para esclarecer o resultado de irrelevância da política precisamos derivar a forma reduzida de e p Substituímos a equação 52 na equação 51 para eliminar y obtendo 1 1 u v p y m p e β δ θ θ β 58 Tomando o operador de expectativas da equação 58 utilizando p e Ep e reunindo os termos de e p obtemos 1 y E m p e θ δ 59 A equação 52 mostra que a curva de demanda agregada deslocase para cima com aumentos da oferta de moeda na proporção de um para um A posição da curva de oferta agregada de curto prazo depende de e p Pela equação 59 e p deslocase para cima na proporção de um para um com aumentos da oferta de moeda esperada mesmo no período de impacto Quando a moeda aumenta tanto a curva de demanda como a de oferta da Figura 52 se deslocam no mesmo montante e o ponto de observação vai direto de A para B sem virar para a direita da linha y 0 Figura 52 Demanda e Oferta Agregadas com Expectativas Racionais Como um fenômeno semelhante ocorre com um decréscimo da oferta de moeda este modelo prevê que uma política antiinflacionária adequadamente anunciada em que os agentes acreditem não provoca nenhuma recessão prolongada y 0 Muitos analistas concluem que a recessão do começo dos anos oitenta fornece suficiente evidência do mundo real para rejeitar este 9 modelo Esta interpretação não é universal porém Por exemplo Sargent 1986 argumenta que embora a política monetária contracionista da maioria das economias ocidentais do começo dos anos oitenta tenha sido bem anunciada os agentes não acreditaram na sua persistência por causa da incapacidade ou falta de disposição dos governos na hora de cortar significativamente seus grandes déficits orçamentários Independentemente do fato de este modelo específico ser ou não aplicável explicaremos em seguida que o resultado de irrelevância da política é um tanto específico ao modelo Tomaremos diversos modelos com expectativas racionais mas funções de demanda e oferta agregadas levemente diferentesA política é eficaz em quase todos esses outros casosVendo o assunto retrospectivamente foi uma circunstância infeliz o trabalho de Sargent e Wallace ter despertado tanto interesse na questão da irrelevância da política Ainda mais porque esta não era a intenção deles como revelaram nas entrevistas apresentadas em Klamer 1984 Eles estavam simplesmente tentando ilustrar quão sensível pode ser a resposta a uma questão de política básica dependendo de qual seja a hipótese de expectativas adotada 53 A CRÍTICA DE LUCAS Parece ser óbvio que a hipótese de expectativas racionais por si mesma não seja ameaçada pela experiência da política de desinflação dos anos oitenta Como bem ilustrado no estudo de Sargent e Wallace o assunto de significado duradouro é a crítica de Lucas Ela mostra o defeito do método convencional que economistas aplicados de utilizar equações estimadas para gerar predições contrafactuais Para entender este problema subtraímos e p em ambos os lados da equação 58 e substituímos a equação 59 no lado direito do resultado para encontrar 1 u v E m m p p e θ β θ β θ 510 Substituindo a equação 510 na equação 51 encontramos u v m m y y e θ β θ θ β β φ δ 1 511 onde θ β βθ φ é função dos coeficientes de reação dos agentes privados β e θ mas não dos coeficientes de reação das autoridades de política m e γ Sargent e Wallace começam sua análise que considera tanto expectativas estáticas como racionais com a equação 511 em vez da equação 51 Acabamos de mostrar que a derivação da equação 511 requer a suposição de expectativas racionais A prática econométrica convencional estima modelos em que variáveis endógenas são relacionadas a seus próprios valores defasados e a valores de variáveis exógenas Em nosso exemplo esta prática significa rodar a seguinte regressão m y y 2 1 1 0 α α α 512 Os s α s estimados são interpretados como constantes comportamentais usadas para computar 10 multiplicadores dinâmicos para cada trajetória temporal da oferta de moeda Os s α não são modificados ao se considerar várias políticas monetárias possíveis Não há nada de errado com esta prática se o modelo de expectativas estáticas for verdadeiro Neste caso as equações 51 e 52 implicam m y y β θ β β θ δ 1 1 1 termo erro 513 Interpretando a regressão 512 em termos da equação 513 vemos que α0 0 1 1 β θ δ α e 1 2 β θ β α É bastante aceitável supor que os αs são invariantes à política já que eles não dependem de γ Mas há algo inerentemente inconsistente com a metodologia de simulação padrão se o modelo de expectativas racionais for verdadeiro Substituindo a equação 53a na equação 511 obtemos m y m y φ φγ δ φ 1 termo erro 514 Interpretando a regressão 512 em termos da equação 514 vemos que φm α 0 φγ δ α 1 e φ α 2 Neste caso claramente nem 0 α nem 1 α pode ser invariante à política uma vez que ambos são funções dos parâmetros de política m e γ que precisam se alterar quando consideramos políticas alternativas Para executar simulações contrafactuais logicamente consistentes precisamos de estimativas dos parâmetros invariantes à política δ e φ Porém o conhecimento dos s α não nos permite identificar δ separadamente dos parâmetros de política As três interpretações das relações apresentadas no parágrafo anterior representam três equaçõ com quatro incógnitas δ φ m e γ Para recuperar δ separadamente precisamos estimar ambas as equações 514 e 53 sujeitas às restrições de sobreidentificação cruzando as equações Isto porque existem cinco coeficientes estimados da forma reduzida para determinar quatro parâmetros estruturais Se esta abordagem de estimação simultânea não for adotada surgem mais de uma estimativa de alguns dos parâmetros estruturais Rodar a regressão 512 gera três coeficientes estimados uma constante e os coeficientes para os termos 1 y e m Pela interpretação destas relações dadas acima o coeficiente de m é uma estimativa de φ e a constante é uma estimativa de φm Usando a estimativa de φ do coeficiente de m podemos obter uma estimativa para m Mas quando a função de reação da política equação 53 for estimada o termo constante obtido fornece uma outra estimativa de m O precedimento de estimação simultânea com as restrições das equações cruzadas garante uma única estimativa para cada parâmetro estrutural por exemplo m porque as relações entre os coeficientes da forma reduzida que seguem da teoria são impostas durante a estimação Taylor 1979a fornece um exemplo específico desse procedimento de estimação no contexto de um modelo macro altamente agregativo Esta crítica dos métodos de estimaçãosimulação convencionais aplicase a todos os modelos de expectativas racionais Ela é portanto muito mais fundamental do que a predição de irrelevância da política específica ao modelo A discussão apresentada nos dois parágrafos anteriores indica como contornar a crítica Recapitulando os analistas precisam usar um método de estimação de sistemas um que possa impor restrições cruzando as equações presentes na teoria a fim de obter estimativas dos coeficientes de reação do setor privado em nosso modelo os 11 parâmetros δ β e θ Estes parâmetros podem ser considerados independentes da política Políticas alternativas podem então ser investigadas consistentemente adotando diferentes valores para os parâmetros de política em nosso modelo m e γ Para enfrentar a crítica precisamos reconhecer que os parâmetros da forma reduzida são funções tanto dos coeficientes de reação do setor privado como dos parâmetros de comportamento das autoridades Por isso os coeficientes da forma reduzida variam com as mudanças da política Precisamos então obter estimativas separadas dos parâmetros estruturais Esta resposta à crítica da análise de política padrão é adequada desde que os coeficientes de reação do setor privado não variem com a política Mas no Capítulo 1 enfatizamos que de uma perspectiva microeconômica estrita as únicas constantes comportamentais verdadeiras são os parâmetros de gosto e de tecnologia Equações estruturais em um modelo macro são condições de primeira ordem que seguem de maximização condicionada que incluem gostos tecnologia e restrições de mercado A política funciona alterando as restrições de mercado com que se defrontam os indivíduos Em princípio portanto muitos dos coeficientes de reação do setor privado podem variar com as políticas alternativas mesmo que gostos e tecnologia permaneçam constantes Os parágrafos anteriores ignoram esta aplicação mais ampla da crítica de Lucas A única maneira de evitála é começar cada análise macro com os suportes micro Como fizemos no final do Capítulo 1 por exemplo quando aceitamos que a declividade da curva de Phillips de curto prazo varia com o grau de interferência da autoridade nas variações da taxa de juros 54 SALÁRIOS E PREÇOS VISCOSOS A principal razão pela qual a política de demanda agregada não influencia o produto real no modelo de Sargent e Wallace é que este supõe flexibilidade de salário suficiente para isolar completamente o produto e o emprego de choques de demanda É verdade que o modelo deles incorpora salários que são estipulados antes que o nível de preços agregado seja completamente conhecido mas a autoridade monetária altera a oferta de moeda sob a mesma informação limitada O modelo de Sargent e Wallace também considera preços dos bens que não são fixos durante o período de impacto Consideramos agora preços completamente fixos em determinado ponto do tempo Podemos esperar que esta suposição acrescente suficiente sabor keynesiano à especificação da oferta agregada de modo a remover o resultado de irrelevância da política A especificação mais natural para preços viscosos é a versão em tempo discreto da curva de Phillips aumentada pelas expectativas considerada nos capítulos anteriores 1 1 1 1 p p E y y f p p Podemos simplificar esta relação para 1 1 1 p p fy E p p 515 Na equação 515 o nível de preços é completamente determinado pelas ocorrências do período de tempo anterior Para investigar a relevância da política trocamos a equação 51 pela equação 515 McCallum apresenta uma análise mais completa desse caso Usamos a equação 52 para definir p o logaritmo do nível de preços que torna o produto igual a seu valor na taxa natural zero v p m 0 θ 12 Recorremos ao valor defasado desta relação para eliminar 1 p da equação 515 Tomamos o operador de expectativas desta relação baseadas no conjunto de informação do período anterior para obter E p m Substituindo a equação 52 e E p m na equação 515 encontramos a equação de solução para o produto v f y y 1 1 θ 516 Como m e γ não aparecem nela a política ainda não tem efeito Concluímos que a viscosidade do preço por si mesma não é suficiente para sobrepujar a proposição de irrelevância da política O que parece ser necessário é a viscosidade do preço por mais de um período Isto porque a política pode fazer alguma coisa para os agentes privados somente se o intervalo de tempo das alterações do ambiente de política for menor do que o intervalo de tempo dos ajustamentos feitos pelos agentes privados em relação às variáveis nominais No modelo de Taylor 1979b existem contratos salariais de dois períodos Metade da população assinaos em cada período Em qualquer ponto do tempo metade dos agentes não pode alterar sua variável nominal enquanto a autoridade monetária não enfrenta esta restrição Mesmo com a suposição de expectativas racionais uma política monetária previsível apresenta efeitos reais nesse modelo Deixaremos para o Capítulo 10 a consideração das teorias que tratam dos motivos pelos quais agentes escolhem ficar presos a contratos nominais de longo termo Denotamos por tx o logaritmo do salário determinado no período t para os próximos dois períodos Supomos por simplicidade que o produto marginal da mãodeobra é constante há um markup constante dos preços sobre os salários W F P N 1 Por isso os termos que se referem a salários podem ser utilizados no lugar dos que se referem aos preços e viceversa O índice de preços global é dado por 50 1 t t t x x p 517 Como antes a determinação dos salários depende dos preços esperados e do hiato esperado entre o produto corrente e seu nível sustentável de longo prazo Isto requer duas observações para cada uma destas variáveis já que o salário está sendo determinado para dois períodos Vamos supor que t e t e t e t e t t u h y f hy p p x 1 50 1 1 518 Esta especificação é baseada na hipótese de que os trabalhadores se preocupam com o valor real de seus próprios salários Este tratamento difere levemente do de Taylor Este utiliza a hipótese de que os trabalhadores se preocupam com sua posição salarial relativa Assim tx 1 e txe 1 aparecem na equação 518 em lugar dos termos e t te p p 1 Esta diferença não é importante contudo porque nenhuma das conclusões depende desta variação de especificação do modelo As equações 517 e 518 representam a função de oferta agregada quando existem contratos superpostos em dois períodos De fato uma extensão literal para dois períodos de uma curva de Phillips aumentada pelas expectativas deveria incluir taxas de inflação esperada não níveis de preço esperados como na equação 518 Contudo nenhum dos resultados depende desta diferença Para evitar complicar a análise seguimos a especificação de Taylor que considera níveis As relações de demanda agregada são semelhantes àquelas de Sargent e Wallace 13 t t t v p m y θ 52 e t t p m γ 519 A relação de demanda do setor privado é exatamente a mesma que utilizamos antes A função de reação da política é diferente mas não forma substantiva Por simplicidade fazemos o m da função anterior igual a zero Antes a autoridade estava reagindo às variações do hiato do produto defasado agora ela está reagindo à expectativa do nível de preços Como as expectativas são baseadas na informação do período anterior não há diferença fundamental entre as especificações de Taylor e Sargent e Wallace para a reação da política Como estamos supondo expectativas racionais o índice e representa o operador de expectativas condicionadas à informação em t 1 isto é 1 t t te p E p e 1 1 1 t t te p E p O objetivo do exercício é mostrar que o parâmetro de política γ aparece na equação de solução para ty Podemos neste caso determinar se a autoridade deve remar contra a maré γ 0 acomodar γ 0 ou seguir a abordagem monetarista γ 0 Utilizando as equações 517 52 e 519 e o operador de expectativas derivamos um conjunto de expressões para ser substituído na equação 518 50 1 t e t te x x p 50 1 1 e t e t te x x p 1 50 1 t e t te x x y θ γ 1 50 1 1 e t e t te x x y θ γ Substituindo estas expressões na equação 518 e tomando o operador de expectativas obtemos a forma reduzida de ex 0 1 1 2 1 1 11 1 1 e t e t te x h f x f x h f θ γ θ γ θ γ 520 Se o modelo for linear todas as variáveis endógenas apresentam trajetórias temporais com as mesmas características Assim podemos mostrar apenas que o parâmetro de política γ entra na equação de solução para ex em vez da equação para y Para obter a solução explícita da equação 520 precisamos introduzir uma solução experimental No Capítulo 1 discutimos o fenômeno familiar do juro composto para justificar a forma apropriada de solução experimental de uma equação em diferença Aqui podemos usar t te A x λ Substituindo esta solução experimental na equação 520 obtemos a equação característica que determina λ 0 1 1 2 1 1 11 2 h f f h f θ γ λ θ γ λ θ γ 521 Como estamos lidando com uma equação em diferença de segunda ordem os dois valores da raiz 14 característica λ são possíveis A forma geral da solução é t t te A A x 2 2 1 1 λ λ Os valores de 1 λ e 2 λ são encontrados a partir da equação 521 e uma restrição para os As pode ser determinada a partir do fato de que a história determina o valor inicial e tx Fazendo t 0 na equação de solução temos 2 1 0 A A xe Porém esta restrição fica com uma infinidade de combinações de valores de A1 e A2 que satisfazem o modelo Para obter uma solução única de e tx e portanto de ty precisamos impor alguma restrição arbitrária adicional Taylor resolve o problema da indeterminação seguindo a tendência da profissão que é rejeitar os resultados instáveis Para fazer isto ele precisa restringir sua atenção a valores numéricos dos parâmetros f θ γ e h que fazem com que um dos valores de λ seja maior do que um em valor absoluto Considerar a influência de uma destas raízes características digamos 2 λ torna o modelo instável Para evitar isto Taylor faz a restrição adicional A2 0 Assim ele obtém uma solução única e estável t e te x x 0 λ1 Embora Taylor deseje limitar sua atenção a intervalos particulares dos valores dos parâmetros o seu procedimento não passa ainda da rejeição convencional dos resultados instáveis Discutiremos a fundo o problema de nãounicidade no próximo capítulo Não importando que restrição adicional seja imposta a equação 521 mostra que os dois valores para a raiz característica λ dependem do parâmetro de política γ Assim a política é eficaz nesse modelo a despeito da hipótese de expectativas racionais Isto é possível porque a autoridade monetária pode ajustar completamente seu instrumento nominal em cada período mas os agentes privados não podem ajustar seus salários monetários em cada período Os preços são mais viscosos do que a oferta de moeda O problema da nãounicidade que encontramos significa porém que é importante derivar um valor ótimo para γ que minimize a variância assintótica do produto 55 CONCLUSÕES A finalidade deste capítulo foi introduzir as técnicas de solução utilizadas em modelos macro que supõem que os agentes entendem a regra em curso por trás da política do governo Cada vez mais os analistas se sentem na obrigação de supor expectativas racionais porque qualquer outra abordagem supõe implicitamente que os agentes são continuamente surpreendidos pelas ações das autoridades de política Para provar que uma política de estabilização é boa para os agentes privados não podemos supor que os agentes não entendem a política Explicamos como derivar as soluções de expectativas racionais e enfatizamos dois pontos Um foi a crítica de Lucas da econometria padrão e dos métodos de simulação um desafio que é uma contribuição fundamental da literatura de expectativas racionais O outro foi o debate sobre a relevância da política Aqueles que preferem regras de reação de política não precisam temer a presença de expectativas racionais em seu modelo No Capítulo 6 mostraremos que forte suporte 15 para certas propostas de política keynesianas podem ser derivadas em uma análise de expectativas racionais Os modelos deste capítulo foram bastante simplificados Por exemplo a demanda agregada foi considerada independente da inflação esperada e a inflação foi a única variável endógena que incorporou expectativas racionais Um elemento arbitrário desencorajador apareceu no final do capítulo o problema da nãounicidade Por isso voltaremos a este assunto no próximo capítulo copyright 1993 2000 2003 Sergio Da Silva da tradução de William M Scarth Macroeconomics An Introduction to Advanced Methods Harcourt Brace Jovanovich Canada Inc 1988 Figuras por Gilmar Michelon e revisão por Martha Scherer MACROECONOMICS An Introduction to Advanced Methods William M Scarth CAPÍTULO 4 EXPECTATIVAS E DESEJABILIDADE DA FLEXIBILIDADE DE PREÇO E SALÁRIO 41 INTRODUÇÃO Deixando de lado as considerações a respeito do desequilíbrio generalizado nos mercados de trabalho e bens focalizamos agora o fato de que reduções de salário podem levar a uma expectativa geral de queda da demanda pelos produtos das firmas Este efeito expectacional é o mecanismo enfatizado por Keynes para argumentar que o aumento da flexibilidade de salário não é desejável 1936 Capítulo 19 Para tratar desse assunto precisamos levar em conta os determinantes da taxa de inflaçãodeflação e não apenas mudanças de uma vez por todas do nível de preços como fizemos no capítulo anterior Precisamos também substituir nossa regra simples de expectativas estáticas por uma hipótese explícita a respeito de como as expectativas são formadas Na maior parte deste capítulo vamos supor expectativas adaptativas Embora esta hipótese apresente algumas propriedades atraentes e seja usada em uma enorme quantidade de trabalhos da macroeconomia mainstream dos anos sessenta e setenta uma das suas implicações é que os agentes econômicos cometem erros de previsão sistemáticos A hipótese que representa o oposto é conhecida na literatura como previsão perfeita onde agentes não cometem erros de previsão sistemáticos ou não Apresentamos a análise de previsão perfeita ao final deste capítulo Concentraremos nosso interesse nas duas questões 1 Expectativas inflacionárias ou deflacionárias podem provocar uma instabilidade macroeconômica 2 Com expectativas aumentar a flexibilidade salarial é ruim para o ajustamento macroeconômico 2 42 EXPECTATIVAS ADAPTATIVAS Consideramos o seguinte modelo macro G I i k Y C Y 1 41 L Y i M P 42 π Y Y Y f P P 43 π λ π P P 44 A notação e as relações IS e LM são as mesmas que aquelas já usadas e π simboliza a taxa de inflação esperada Nos dois capítulos anteriores π foi considerado igual a zero e portanto ignorado expectativas estáticas agora π é usado para definir a taxa de juros real i π na função investimento Note que π é aqui a taxa que os agentes esperam para a inflação corrente No Capítulo 1 em nossa teoria da curva de Phillips aumentada pelas expectativas sugerimos que esta deveria incorporar a taxa de inflação esperada de equilíbrio não a taxa de inflação esperada corrente Todavia utilizamos aqui a última interpretação de π que foi a prática comum até 1980 É útil comparar a análise mais moderna apresentada abaixo com aquela que foi a da macroeconomia mainstream por longo tempo A equação 44 explicada em seguida estipula como as expectativas são revisadas Considere primeiro apenas as equações 41 43 Este sistema de três equações determina Y i e P para valores dados de G k M Y e π e o nível preexistente de P O P é exógeno no curto prazo e por isso o modelo é bastante keynesiano com uma curva de oferta agregada horizontal O Y é interpretado como demanda e oferta ao mesmo tempo e Y é o nível de produto sustentável no longo prazo taxa natural Contratos salariais fixam o nível de salário monetário e portanto o preço em dado ponto do tempo como explicado na seção 14 Estes contratos dão aos empregadores a liberdade de contratar qualquer que seja a quantidade de mãodeobra que desejam Quando esta quantidade ocorre em um ponto fora da curva de oferta de mãodeobra agregada salários e preços se ajustam ao longo do tempo O longo prazo ocorre quando inflação esperada e corrente são iguais Nesta situação Y Y a curva de oferta agregada é vertical ao valor da taxa natural e o modelo tornase completamente clássico no equilíbrio pleno Figura 41 Efeitos das Expectativas Inflacionárias Sobre as Taxas de Juros 3 A equação 44 torna as expectativas inflacionárias endógenas Antes de examinála explicitamente consideremos a distinção entre taxas de juros real e nominal e os efeitos de aumentos exógenos das expectativas O investimento depende da taxa de juros real mas as curvas IS e LM são geralmente desenhadas com a taxa de juros nominal em um dos eixos Assim deslocamos a curva IS sempre que π se altera Da equação 41 temos que di dπ 1 quando 0 dY dk dG portanto a curva IS deslocase para cima pelo exato aumento de π A Figura 41 mostra os efeitos de um aumento exógeno de π A IS1 é desenhada para π 0 Quando π aumenta para 005 a curva se desloca para cima até a IS2 e o ponto de observação se movimenta de A para B Porque a demanda agregada é dada pela interseção entre a IS e a LM este modelo supõe que o produto é determinado inteiramente pela demanda em determinado ponto do tempo Comparando os pontos A e B vemos que a taxa de juros nominal sobe mas não pelo montante total do aumento das expectativas inflacionárias A taxa de juros real cai como mostrado pela altura do ponto C No ponto B o produto é maior do que o seu nível sustentável de longo prazo assim dada a equação 43 o preço precisa aumentar Este aumento reduz a oferta real de moeda e a LM deslocase para a esquerda ao final o ponto de observação coincide com o ponto D Finalmente então a taxa de juros nominal sobe no montante total do aumento das expectativas inflacionárias Porém se o parâmetro f for razoavelmente pequeno isso ocorre com uma longa defasagem temporal Não deve ser surpreendente portante que embora a inflação tenha se acelerado no começo dos anos setenta as taxas de juros nominais não subiram dramaticamente até o final da década Agora consideramos uma política monetária contracionista com a economia começando no ponto D Presumese que esta política baixa as taxas de juros nominais recessionando a economia o bastante para reduzir as expectativas inflacionárias isso vai ocorrer neste modelo Mas até que π seja reduzido a IS2 é a curva relevante O deslocamento para a esquerda da LM leva a taxas de juros nominais até mais altas no início do período de ajustamento Um exemplo deste fenômeno ocorreu quando governos adotaram uma política monetária contracionista no começo dos anos oitenta Tanto a taxa de juros real como a nominal estiveram muito altas Parece que este modelo é rico o bastante para levar em conta flutuações observadas simultaneamente no produto inflação e taxas de juros real e nominal Por isso é particularmente instrutivo considerar a condição de convergência ou estabilidade do modelo Muito do debate entre Keynes e os clássicos se refere ao estabelecimento das condições sob as quais a condição de convergência é ou não é satisfeita Antes de considerar as propriedades de estabilidade automática do modelo precisamos formalmente endogeneizar π e fornecer uma racionalidade para a equação 44 A hipótese de expectativas adaptativas é frequentemente chamada de o modelo de aprender com o erro porque ela especifica que os agentes alteram sua previsão como uma fração do erro de previsão anterior No tempo discreto esta hipótese pode ser escrita como 1 1 1 π λ π π P P onde 1 0 λ os subíndices simbolizam períodos de tempo defasados Reescrevendo esta hipótese para diversos períodos de tempo podemos fornecer uma interpretação alternativa 4 1 1 1 P P λ λ π π 2 2 1 1 P P λ λ π π tal que a substituição sucessiva leva a 1 1 3 2 2 1 P P P P P P λ λ λ π 45 Esta última formulação estabelece que π é uma média ponderada de valores passados com um peso menor sendo atribuído ao passado mais distante Os pesos declinam geometricamente Ambas as interpretações do ajustamento levando em conta o erro e da média ponderada conferem uma certa plausibilidade à hipótese de expectativas adaptativas da mesma forma que a sua propriedade de consistência de longo prazo Quando a inflação corrente finalmente se acomoda em algum valor constante x o π se iguala a este x É animador perceber que π realmente se iguala a x quando substituímos x P P P P 2 1 na equação 45 Figura 42 Expectativas Adaptativas Porém a hipótese de expectativas adaptativas apresenta também algumas propriedades pouco atraentes Uma delas é a consistência de longo prazo não implicar a consistência de curto prazo Agentes com expectativas adaptativas cometem a erros de previsão sistemáticos Por exemplo se a inflação corrente pula de x para 2x ficando em 2x indefinidamente da forma como é definido pela equação 45 o π vai subestimar a previsão da inflação corrente durante todo o período de ajustamento como mostrado na Figura 42 Outra característica pouco atraente desta regra de previsão é que somente observações passadas importam Anúncios dizendo respeito a valores futuros de variáveischave como a oferta de moeda não exercem nenhum efeito sobre as expectativas O que é atraente na hipótese de expectativas racionais é ela não apresentar esses defeitos Contudo muitos economistas especialmente aqueles envolvidos com o trabalho empírico continuam confiando no esquema adaptativo por isso vale a pena explorar suas implicações macroeconômicas Faremos isso adicionando a equação 44 ao modelo porque esta fornece a versão em tempo contínuo da hipótese de ajustamento pelo erro A suposição de expectativas racionais será explicada no próximo capítulo Aqui explicamos por que o uso da hipótese adaptativa em estudos empíricos aumenta as chances de um modelo se ajustar aos fatos 5 43 EXPECTATIVAS INFLACIONÁRIAS E INSTRUMENTO DE POLÍTICA MONETÁRIA Para compreender o modelo é útil comparar a estabilidade macroeconômica sob as políticas monetárias alternativas de controlar a taxa de juros nominal ou a oferta de moeda Consideramos primeiro a Figura 43 onde o banco central controla a taxa de juros em i a sua taxa natural A taxa de juros natural é o valor determinado pela produtividade e poupança a interseção da linha Y com a curva IS desenhada para π 0 Suponhamos que o banco central não percebe que a propensão marginal a consumir aumenta deslocando a curva IS para IS2 Há pressão para a economia se movimentar do ponto A para o ponto B mas o banco central impede que isso ocorra comprando títulos Isto eleva os preços dos títulos movimenta a curva LM para LM2 e mantém as taxas de juros baixas em i O novo ponto de observação é C Mas Y Y em C logo este não pode ser um equilíbrio de longo prazo Pela equação 43 ocorre uma inflação e pela equação 44 a inflação esperada sobe O aumento de π desloca a curva IS para IS3 Há pressão para a economia se movimentar até o ponto D mas o banco central novamente aumenta a oferta de moeda visando controlar a taxa de juros o ponto de observação fica em E Portanto a inflação se acelera sem parar e o sistema fica instável Friedman 1968 utiliza este tipo de análise para argumentar contra a política de controle da taxa de juros Figura 43 Instabilidade Decorrente do Controle das Taxas de Juros Agora consideramos a Figura 44 para observar as implicações de se fixar o estoque de moeda nominal Como antes a economia se encontra originalmente no ponto A a propensão marginal a consumir aumenta e a curva IS deslocase até IS2 Sem qualquer reação da parte do banco central o ponto de observação se movimenta até B porém esta posição não pode perdurar uma vez que Y Y Tendo em vista as equações 43 e 44 tanto a taxa de inflação corrente como a esperada sobem Aumentos dos preços correntes deslocam a curva LM para a esquerda e reduzem o hiato entre Y e Y Contudo aumentos esperados de preço deslocam a curva IS para a direita o que aumenta o hiato entre Y e Y O ponto de observação movimentase até um ponto como C que pode ser mais próximo ou mais distante da linha Y do que era o ponto B O novo ponto de equilíbrio pleno é E onde tanto o produto como a taxa de juros encontramse em seus níveis naturais Ele é dado pela interseção da linha Y com a agora relevante curva IS para π 0 As três setas do diagrama indicam que a economia pode ou não convergir para esse equilíbrio e a trajetória de ajustamento pode ou não ocorrer com ciclos Como a estabilidade pode ser possível 6 neste caso Friedman conclui que controlar a oferta de dinheiro é melhor do que controlar a taxa de juros A maioria dos bancos centrais ocidentais reagiram à inflação acelerante do começo dos anos setenta abandonando de fato a política de controle da taxa de juros Figura 44 A Questão da Estabilidade com uma Política Monetarista 44 A CONDIÇÃO DE CONVERGÊNCIA DE CAGAN Para conjecturar a respeito da necessidade da política de estabilização intervencionista é útil derivar a condição de estabilidade formal na situação da política de controle do dinheiro Do diferencial total das equações 41 e 42 temos rI d M P dY Ir Li d dY π onde i r Y i I L k C L d 1 1 Estes resultados significam que a variação percentual do produto dy dY Y se iguala a PY I r M vezes a variação percentual da oferta de moeda p d m mais Y L I r i vezes a variação em π Assim para valores dados das variáveis exógenas G e k as equações 41 e 42 implicam ψ π θ d dp dm dy onde PY I r M θ e Y L I r i ψ Por simplicidade adotamos uma demanda agregada linear nos logaritmos do produto oferta de moeda e nível da inflação esperada Este é essencialmente o mesmo resumo loglinear da IS e da LM que usamos na seção 14 ψπ θ p m y 46 7 Para simplificar abandonamos as variáveis exógenas que não se encontram envolvidas na análise de convergência A equação 46 compacta a parte do equilíbrio temporário do modelo ISLM Em termos logarítmicos as equações dinâmicas 43 e 44 são dadas por π y f y p 47 π λ π p 48 Este sistema pode ser resumido em duas equações diferenciais em π e y Substituindo a equação 47 na equação 48 eliminamos p e encontramos a primeira linha da matriz Diferenciando a equação 46 em relação ao tempo obtemos y y f m y θ ψλ π θ 49 que fornece a segunda linha da matriz y f f y π θ ψλ θ λ π 0 termos exógemos O equilíbrio pleno é definido por π y 0 pontos A e E da Figura 44 Quando π 0 a equação 48 implica que a inflação corrente e a esperada são iguais Quando p π a equação 47 implica que as taxas do produto corrente e natural são iguais Quando y 0 e y y a equação 49 implica que m p π no equilíbrio pleno a inflação é um fenômeno puramente monetário Como o modelo comporta flutuações simultâneas do produto e da inflação durante o período de ajustamento de curto prazo a inflação não é sempre e em toda parte um fenômeno monetário As frases citadas se devem a Friedman As condições necessária e suficiente para estabilidade são o determinante da matriz 2 2 ser positivo e o seu traço ser negativo Estas condições são dadas por θλf 0 sempre satisfeita e 0 f ψλ θ que pode ou não ser satisfeita A última condição representa a contrapartida algébrica das diversas setas possíveis mostradas na Figura 44 No gráfico existe convergência se o efeito estabilizador da inflação corrente for mais poderoso do que o efeito desestabilizador da inflação esperada O efeito da inflação corrente ocorre através da oferta de moeda real por isso um alto valor para o coeficiente θ o multiplicador monetário sobre a demanda agregada aumenta as chances de estabilidade Por outro lado quanto maiores forem λ o coeficiente de revisão das expectativas e ψ o efeito da inflação esperada sobre a demanda agregada menor será a possibilidade de convergência Assim faz sentido intuitivo que a condição de convergência seja dada por θ λψ Existem outras formas de explicar por que esta é a condição de convergência Uma inflação dos preços monetários requer um excesso de oferta de moeda Como preços mais altos fazem com que o excesso de oferta aumente cada vez mais acelerando a inflação Isto é possível se o aumento de preços reduzir a oferta de moeda real mais lentamente do que a redução da demanda por moeda esta última possibilitada pelo aumento da inflação esperada que eleva a taxa de juros nominal Há ainda outra forma de explicar a condição de estabilidade pelo mercado de bens Um aumento de preços contrai a oferta de moeda real eleva os custos de se tomar emprestado e um excesso de demanda é eliminado Preços mais altos levam porém a 8 expectativas inflacionárias mais altas que reduzem os encargos reais de pagamentos na taxa de juros nominal Se a inflação esperada subir mais rapidamente do que a taxa de juros nominal o excesso de demanda aumentará cada vez mais Todos esses fenômenos podem ser considerados na direção deflacionária o que fornece uma racionalidade para as preocupações keynesianas de que uma autoridade não intervencionista pode deixar a economia em depressão e deflação prolongadas que aumentam cada vez mais Podemos expressar a condição de estabilidade de uma forma mais particular utilizando as definições de θ e ψ e a definição de elasticidadejuros da demanda por moeda L i M P e i A condição de estabilidade vem a ser 1 eλ i 410 Esta condição é às vezes chamada de condição de convergência de Cagan porque Cagan 1956 foi o primeiro a derivála em um modelo de hiperinflação Antes de considerar a possibilidade de esta condição ser satisfeita observe que a estabilidade não é afetada pelo tamanho de r Y Y I k L C d ou f Estes parâmetros alteram o tamanho dos multiplicadores M P e π no mesmo montante portanto eles não afetam o seu tamanho relativo Considerams agora a condição 410 em duas situações distintas 1 uma inflação como a dos anos setenta e 2 uma depressão profunda como a dos anos trinta Em um período de inflação a taxa de juros nominal de equilíbrio i é alta o que contribui para satisfazer a condição 410 Inversamente taxas de juros extremamente baixas que acompanham uma depressão profunda fazem com que a satisfação da condição 410 seja muito difícil Yarrow 1977 discute como formas funcionais alternativas para a demanda por moeda afetam este argumento A elasticidadejuros da demanda por moeda também parece depender do nível das taxas de juros Quando a inflação e as taxas de juros são altas os agentes tendem a economizar nos ativos monetários tanto quanto possível e a elasticidadejuros resultante e é muito baixa o que contribui para satisfazer a condição 410 como Johnson 1977 nota Em depressões profundas por outro lado os agentes estão tão temerosos pelo calote em ativos nãomonetários que a elasticidadejuros da demanda por moeda é muito mais alta No limite chegase à armadilha da liquidez e Com e aumentando desta maneira a condição 410 não pode ser satisfeita Assim o modelo replica a preocupação de Keynes de que reduções de preço e salário podem apenas piorar a Depressão através dos efeitos expectacionais Ao mesmo tempo contudo o modelo não sugere que a instabilidade precisa ocorrer sempre Macroeconomistas podem recorrer a um modelo simplificado deste tipo para consistentemente argumentar que a intervenção do governo foi justificada nos anos trinta para evitar a instabilidade ou pelo menos problemas de ajustamento prolongado mas que não foi necessária nos anos setenta para evitar a hiperinflação Como todo cientista deseja um modelo simples e único para explicar uma plêiade de situações diversas é fácil perceber por que este modelo representou a macroeconomia mainstream antes da revolução de expectativas racionais Antes de concluir vale a pena enfatizar que o modelo não dá suporte à proposição keynesiana de que aumentar o grau de flexibilidade salarial pode piorar o ajustamento macroeconômico O aumento da flexibilidade salarial pode ser considerado examinando as implicações de uma curva de Phillips de curto prazo mais íngreme tomando um valor mais alto para o parâmetro f Acontece que a probabilidade de instabilidade independe do valor de f Também pode ser facilmente mostrado que a probabilidade de uma aproximação cíclica em vez de um ajustamento assintótico ao equilíbrio pleno também independe de f Um f mais alto significa apenas que o ajustamento será mais rápido por meio de uma trajetória estável ou instável Para aqueles com preferências keynesianas o modelo apenas serve para mostrar que instabilidade 9 é um assunto sério especialmente em situações deflacionárias 45 PREVISÃO PERFEITA Tomamos agora o mesmo modelo e apenas substituímos a hipótese de expectativas inflacionárias adaptativas pela suposição de previsão perfeita Alguns keynesianos consideram pouco atraente esta hipótese alternativa talvez pelo fato de ela parecer tão irrealista Por isso fica mais intrigante o resultado de que com previsão perfeita um aumento do grau de flexibilidade salarial pode piorar as propriedades de ajustamento da economia agregada A pressuposição de política keynesiana encontra seu suporte analítico mais forte dentro de um modelo que incorpora uma hipótese expectacional considerada nãokeynesiana Agora a taxa de inflação corrente faz parte da especificação da taxa de juros real na função investimento P P I i I O resumo loglinear da parte ISLM do modelo passa a ser p p m g y ψ θ φ 411 em lugar da equação 46 Tomamos o resumo do lado da oferta agregada diretamente do Capítulo 1 equação 14 já que estamos supondo que os agentes prognosticam a taxa de inflação de equilíbrio p de forma perfeita como m y y f p 412 É importante que a teoria por trás da função de oferta agregada apresentada no Capítulo 1 dê suporte à proposição de que o que pertence à equação da curva de Phillips é o p esperado não o esperado p Se fosse este último a função de oferta se reduziria a y y com previsão perfeita e isso excluiria a possibilidade de hiatos temporários do produto Tal modelo teria que ser rejeitado Na análise abaixo confiamos na maneira pela qual f se relacionada aos parâmetros subjacentes de demanda e oferta derivados no Capítulo 1 Repetimos a equação 16 aqui por conveniência 1 a f ψ θ 413 Calculamos o efeito de uma alteração da despesa autônoma sobre o produto substituindo a equação 412 na equação 411 para eliminar p yf m p m g f y ψ ψ θ φ ψ 1 1 414 1 f dy dg ψ φ 415 O leitor pode verificar que a taxa de inflação de equilíbrio p é m Podemos usar a equação 414 abaixo para definir p como o valor de p para o qual y y yf m p m g f y ψ ψ θ φ ψ 1 Supondo 0 m y g a derivada em relação ao tempo dessa equação gera m p 10 Avaliamos a estabilidade da economia tomando a derivada em relação ao tempo da equação 414 e utilizando a equação 412 para eliminar p Supondo que 0 m y g o resultado é dado por y y f f y ψ θ 1 416 O sistema é estável somente se 0 1 f ψ que é uma restrição suficiente para garantir que o multiplicador da despesa apresente o seu sinal convencional dy dg 0 A restrição que estamos supondo é a condição familiar de que a sensibilidaderenda do investimento não é muito grande Nesta situação a sensibilidaderenda ocorre indiretamente através da dependência do investimento à taxa de inflação esperada igual à corrente e através da dependência da inflação ao hiato do produto Podemos agora avaliar se o aumento da flexibilidade salarial leva a respostas mais desejáveis a choques de demanda agregada Estabelecemos no Capítulo 1 que a flexibilidade dos salários aumenta com aumentos no tamanho de a Da equação 413 temos que 0 a f e portanto o aumento da flexibilidade salarial torna a inclinação da curva de Phillips de curto prazo mais íngreme como estivemos supondo anteriormente neste capítulo Da equação 415 obtemos 0 1 2 f f dy dg ψ φψ o que significa que uma dada queda da demanda agregada provoca uma recessão temporária maior com salários mais flexíveis A lógica deste resultado é a seguinte Como a demanda agregada depende tanto da despesa autônoma como de expectativas inflacionárias perfeitamente antecipadas uma redução da despesa autônoma apresenta um efeito direto e outro indireto O efeito direto leva a um produto mais baixo O efeito indireto segue do fato de que os agentes percebem que a diminuição do produto reduzirá a inflação Tudo o mais constante esta redução elevará a taxa de juros real As firmas reduzirão então o componente investimento da demanda agregada Aumentando a flexibilidade de preço e salário o efeito secundário fica maior do que ele seria de outra forma Assim a proposição keynesiana de aumentar a flexibilidade salarial é ruim no sentido de aumentar o desvio temporário do produto ganha suporte utilizando a hipótese de previsão perfeita Todavia aumentar a flexibilidade salarial não é de todo ruim neste modelo A velocidade com a qual a recessão temporária é eliminada é proporcional ao valor absoluto do coeficiente da equação 416 Como 0 1 1 2 f f f f ψ θ ψ θ o aumento da flexibilidade salarial acelera a eliminação dos distúrbios do produto Em suma aumento a flexibilidade salarial torna o multiplicador de impacto menos atraente mas torna a velocidade de ajustamento mais favorável Estes resultados fornecem suporte analítico parcial para a proposição keynesiana de que aumentar a flexibilidade salarial pode não contribuir para as propriedades de estabilidade automática da economia Suporte analítico semelhante é encontrado em DeLong e Summers 1986 Howitt 1986c e Fleming 1987 Este resultado é particularmente importante quando analistas de política resolvem considerar formas de estimular a adoção de esquemas do tipo partilha do lucro e contratos salariais mais curtos Um dos motivos encorajadores dessas mudanças institucionais é o desejo de aumentar a flexibilidade salarial que é considerada uma boa medida 11 46 CONCLUSÕES Neste capítulo examinamos os efeitos das expectativas inflacionárias sobre as propriedades de convergência da economia considerando duas hipóteses expectacionais Estas hipóteses representam casos polares porque expectativas adaptativas implicam que os agentes cometem erros de previsão sistemáticos enquanto eles não cometem erros com previsão perfeita sistemáticos ou não Talvez uma suposição intermediária seja mais atraente Uma que modele a incerteza de modo que os agentes cometam erros de previsão mas não de forma sistemática Este é o caso de expectativas racionais que examinaremos nos próximos dois capítulos Veremos que os resultados em grande parte reproduzem aqueles da análise que incorpora previsão perfeita Nos próximos capítulos sobre expectativas estenderemos a análise para considerar também expectativas nãoestáticas para outras variáveis endógenas Afinal não é razoável supor que os agentes não cometem erros sistemáticos na previsão de taxas de inflação mas que cometem este tipo de erro quando prognosticam taxas de juros e níveis do produto copyright 1993 2000 2003 Sergio Da Silva da tradução de Macroeconomics An Introduction to Advanced Methods William M Scarth Harcourt Brace Jovanovich Canada Inc 1988 Revisão por Martha Scherer e figuras por Gilmar Michelon Exercícios de Acompanhamento de Leitura da Seção 51 1 Quando começou a revolução de expectativas racionais em macroeconomia A revolução das expectativas racionais na macroeconomia começou com Lucas em 1972 que argumentou que os agentes formam expectativas de maneira eficiente usando todas as informações disponíveis 2 Em que circunstância a idéia de expectativas racionais atraiu atenção generalizada A ideia de expectativas racionais atraiu atenção generalizada quando Sargent e Wallace 1975 1976 aplicaram essa hipótese ao estudo da política monetária ótima Eles demonstraram que se os agentes formam expectativas de maneira racional políticas monetárias previsíveis não têm efeitos reais sobre a economia no longo prazo Essa conclusão desafiou a eficácia das políticas discricionárias defendidas pela macroeconomia keynesiana tornando a hipótese de expectativas racionais central no desenvolvimento da Nova Macroeconomia Clássica 3 O que dizia o resultado de irrelevância da política de Sargent e Wallacе O resultado de irrelevância da política conforme formulado por Sargent e Wallace 1975 1976 afirma que uma política de demanda agregada sistemática não afeta variáveis reais mesmo no curto prazo sob a hipótese de expectativas racionais No entanto conforme destacado no capítulo 5 do livro An Introduction to Advanced Methods de William M Scarth esse resultado não é robusto e não depende exclusivamente da suposição de expectativas racionais 4 Como qualificar o resultado de irrelevância da política O resultado de irrelevância da política conforme formulado por Sargent e Wallace pode ser qualificado como não robusto Embora esse resultado indique que a política de demanda agregada sistemática não afeta variáveis reais mesmo no curto prazo quando os agentes formam expectativas racionais o estudo de Scarth argumenta que esse resultado não depende exclusivamente da suposição de expectativas racionais Ou seja a irrelevância da política não é uma conclusão inevitável e pode ser desafiada por outros fatores 5 Como a introdução de expectativas racionais afetou o status das questões de política de estabilização A introdução de expectativas racionais desafiou a eficácia das políticas sistemáticas de demanda agregada pois os agentes econômicos antecipam as ações do governo anulando seus efeitos esperados Contudo o estudo de Scarth argumenta que as questões de política de estabilização continuam legítimas pois o resultado de irrelevância não é robusto e não depende exclusivamente das expectativas racionais permitindo que políticas bem formuladas ainda possam ter efeitos significativos especialmente se forem inesperadas ou focadas em choques não antecipados 6 A que se refere a crítica de Lucas A crítica de Lucas se refere ao uso de métodos convencionais de estimação e simulação em macroeconomia particularmente a abordagem de políticas econômicas que ignoram as mudanças nas expectativas dos agentes diante de mudanças nas políticas Ele argumentou que os modelos tradicionais que não consideram adequadamente as expectativas racionais levam a resultados errados pois os agentes econômicos ajustam suas expectativas com base nas políticas implementadas Assim políticas que antes poderiam ser eficazes no contexto das expectativas racionais perdem seu poder de ação já que os agentes antecipam as mudanças e ajustam seu comportamento invalidando previsões baseadas em modelos que não incorporam adequadamente essas expectativas 7 Que tipo de disciplina é imposta pelas expectativas racionais quando consideramos a crítica de Lucas os problemas de nãounicidade a inconsistência temporal de políticas ótimas e os efeitos de políticas esperadas A crítica de Lucas impõe uma disciplina rigorosa nos modelos econômicos exigindo que as expectativas racionais dos agentes sejam incorporadas de forma explícita Isso resolve problemas de nãounicidade evitando múltiplos equilíbrios e proporcionando previsões mais confiáveis Também destaca a inconsistência temporal das políticas pois estratégias ótimas podem ser ineficazes no futuro se os agentes anteciparem mudanças Além disso impõe a necessidade de avaliar os efeitos das políticas considerando como os agentes as esperam e respondem a elas forçando uma análise mais realista e dinâmica das políticas econômicas 8 Qual é a vantagem das expectativas racionais como esquema de previsão A principal vantagem das expectativas racionais como esquema de previsão é que elas levam em consideração todas as informações disponíveis de forma eficiente minimizando erros sistemáticos nas previsões Ao assumir que os agentes econômicos utilizam o melhor conhecimento possível sobre o sistema e as regras econômicas para formar suas expectativas as expectativas racionais permitem previsões mais realistas e consistentes Isso elimina erros previsíveis como os gerados por expectativas adaptativas e fornece uma base mais sólida para a análise e formulação de políticas econômicas 9 Genericamente o que significa a hipótese de expectativas racionais A hipótese de expectativas racionais significa que os agentes econômicos formam previsões de maneira informada e racional minimizando erros com base nas informações disponíveis sem padrões sistemáticos nos erros de previsão 10 O que significa intuitivamente a hipótese de expectativas racionais Intuitivamente a hipótese de expectativas racionais significa que os agentes econômicos fazem previsões sobre o futuro de forma lógica e beminformada utilizando todo o conhecimento disponível Eles não cometem erros sistemáticos nas suas previsões ou seja suas previsões são tão precisas quanto possível dadas as informações e as condições do momento 11 Expectativas racionais implicam que as pessoas não cometem erros de previsão Não expectativas racionais não implicam que as pessoas não cometem erros de previsão Elas significam que embora as previsões possam estar erradas esses erros não são sistemáticos ou previsíveis Ou seja os agentes econômicos fazem o melhor possível com as informações disponíveis mas se houver erros eles são aleatórios e não seguem um padrão consistente 12 Quando é que a hipótese de expectativas racionais tornase questionável A hipótese de expectativas racionais tornase questionável quando se assume que os agentes têm conhecimento perfeito e não enfrentam custos de tomada de decisão o que nem sempre reflete a realidade 13 Que suposições particulares em relação às restrições a hipótese de expectativas racionais incorpora A hipótese de expectativas racionais incorpora suposições particulares de que os agentes têm conhecimento perfeito da estrutura econômica e que não enfrentam custos de tomada de decisão permitindo previsões ótimas e sem erros sistemáticos 14 Interprete 𝑝𝑡 𝑒 𝐸𝑡1𝑝𝑡 Os agentes formam suas expectativas sobre o preço futuro com base nas informações disponíveis do período anterior assumindo que as expectativas são racionais e dependem apenas do que foi observado até o momento 15 Exemplifique a metodologia como se Assume que os agentes econômicos com base no conhecimento disponível sobre o funcionamento da economia fazem previsões como se estivessem derivando formalmente as equações que descrevem as variáveis endógenas Ou seja eles utilizam essas equações teóricas para formar suas expectativas sobre as variáveis futuras mesmo que na prática eles não conheçam completamente o sistema econômico ou não possam derivar as equações exatas 16 Explique por que a hipótese de expectativas racionais não passa de uma extensão da metodologia como se A hipótese de expectativas racionais é uma extensão da metodologia como se porque assim como essa metodologia assume que os agentes se comportam de forma otimizada com base em um modelo teórico a hipótese de expectativas racionais assume que os agentes formam suas previsões como se soubessem exatamente como a economia funciona usando as informações disponíveis para fazer previsões ótimas Exercícios de Acompanhamento de Leitura da Seção 52 1 Quais são as duas possíveis interpretações para a função de oferta agregada 51 As duas interpretações para a função de oferta agregada na introdução são uma interpretação em que a oferta agregada depende de um nível de preços fixo no curto prazo com uma relação positiva entre a produção e o nível de preços e uma interpretação baseada em expectativas racionais onde os agentes ajustam suas expectativas em relação ao preço futuro e isso influencia o comportamento da oferta agregada Ambas as interpretações refletem diferentes visões sobre como as expectativas e o comportamento de ajuste dos agentes afetam a produção e o nível de preços na economia 2 Na interpretação keynesiana da função de oferta agregada 51 por que ocorrem desvios do produto de sua taxa natural Na interpretação keynesiana da função de oferta agregada da introdução do capítulo 5 os desvios do produto de sua taxa natural ocorrem devido a flutuações na demanda agregada Quando a demanda agregada é insuficiente o produto real fica abaixo da sua taxa natural resultando em desemprego elevado Por outro lado quando a demanda agregada é excessiva o produto pode superar sua taxa natural causando pressões inflacionárias Assim a economia pode desviarse da taxa natural de produto devido a choques de demanda o que justifica a intervenção do governo por meio de políticas fiscais ou monetárias para estabilizar a economia 3 Caracterize as ilhas que estão por trás da interpretação clássica da função de oferta agregada 51 As ilhas representam unidades isoladas de produção e consumo onde os agentes econômicos empresas e famílias têm informações locais e limitadas sobre a economia geral Eles baseiam suas decisões no preço local e fazem previsões sobre o preço global sem um conhecimento completo sobre os outros mercados Isso justifica a variabilidade da produção nas ilhas isoladas 4 Como a função de oferta de Lucas justifica a inclusão do termo para o hiato do produto defasado Lucas justifica a inclusão do termo do produto defasado por meio da existência de custos de ajuste no mercado de trabalho A produção não é apenas determinada pelo emprego atual mas também pelo nível de emprego anterior pois existem atrasos nos ajustes de mãodeobra e na percepção de preços 5 Por que é importante incluir o termo do produto defasado na função de oferta de Lucas Incluir o termo do produto defasado é crucial porque com expectativas racionais não se cometem erros sistemáticos de previsão Isso implica que o hiato do produto deve ser modelado como uma variável aleatória sem correlação serial e o produto defasado ajuda a capturar a dinâmica observada no mercado de trabalho e nos preços 6 Explique o problema de extração do sinal O problema de extração do sinal ocorre porque as famílias que possuem informações limitadas sobre os preços em suas ilhas tentam prever o nível geral de preços com base no preço local Se a variância dos preços locais for muito alta em relação aos preços globais o conhecimento local não será útil para prever os preços gerais Isso resulta em previsões imprecisas sobre a inflação global O modelo de Lucas aborda essa dificuldade por meio da combinação das expectativas locais e globais para melhorar a precisão das previsões econômicas 7 Em que circunstância o conhecimento do preço do produto de sua ilha ajuda no prognóstico do índice de preços de todas as ilhas por parte das famílias O conhecimento do preço do produto de sua ilha ajuda no prognóstico do índice de preços de todas as ilhas quando as famílias têm expectativas racionais ou seja quando elas utilizam todas as informações disponíveis para prever os preços futuros Nesse caso o preço de um produto em uma ilha pode ser um indicativo das tendências gerais de preços permitindo que as famílias ajustem suas expectativas sobre a inflação nas demais ilhas 8 De que forma o problema de extração do sinal modifica a função de oferta de Lucas O problema de extração do sinal ocorre quando os agentes não conseguem distinguir entre choques reais e monetários resultando em erros de previsão Isso modifica a função de oferta de Lucas porque sem informações perfeitas a relação entre o produto e o nível de preços se torna menos previsível e sujeita a distúrbios 9 Por que a curva de oferta de Lucas que incorpora o problema de extração do sinal não pode ter sua declividade dada exogenamente Porque a declividade da curva de oferta depende da capacidade dos agentes econômicos de extrair sinais corretos sobre a natureza dos choques econômicos Se os agentes não conseguem fazer isso perfeitamente a relação entre preço e produto não pode ser predeterminada exogenamente 10 Explique o modelo de substituição intertemporal de mãodeobra Este modelo sugere que os indivíduos tomam decisões sobre quanto trabalhar em função das recompensas intertemporais Ou seja os trabalhadores esperam salários reais mais altos no futuro e assim eles planejam trabalhar mais no futuro e menos no período presente 11 Por que razão a maioria dos economistas não simpatiza com o modelo de substituição intertemporal de mãodeobra A maioria dos economistas não simpatiza com o modelo de substituição intertemporal de mãodeobra porque as elasticidadessalário da oferta de trabalho são consideradas muito pequenas Isso significa que mudanças nos salários reais não geram grandes variações no emprego ou nas horas trabalhadas o que limita a capacidade do modelo de explicar os ciclos econômicos de maneira eficaz 12 A que se refere o modelo de percepções monetárias incorretas Expliqueo O modelo de percepções monetárias incorretas sugere que os agentes confundem mudanças nos preços relativos com mudanças no nível geral de preços Eles podem interpretar um aumento nos preços de um produto específico como uma mudança geral na economia afetando suas decisões de consumo e trabalho 13 A respeito do resultado de irrelevância da política em que diferem o modelo de substituição intertemporal de mãodeobra e o modelo de percepções monetárias incorretas O modelo de substituição intertemporal de mãodeobra sugere que as decisões sobre trabalho são tomadas com base nas expectativas sobre os salários futuros enquanto o modelo de percepções monetárias incorretas destaca que os agentes não conseguem distinguir totalmente entre choques monetários e reais influenciando suas percepções sobre a política econômica 14 Que hipótese a equação 52 incorpora para que a curva IS não influencie o e o preço e o produto A equação 52 incorpora a hipótese de uma curva LM vertical ou seja 𝑀𝑃 𝑌1𝜃 o que implica que a taxa de juros é determinada de forma exógena e a curva IS não influencia o preço e o produto Isso permite desprezar os efeitos do investimento e das taxas de juros na determinação do produto e do preço simplificando o modelo ao não precisar distinguir entre taxas de juros reais e nominais 15 Ao não se considerar a curva IS que alterações do modelo são evitadas São evitadas as complicações relacionadas à distinção entre taxa de juros real e nominal além da necessidade de incorporar o impacto do investimento e das variações nas taxas de juros sobre a demanda agregada Isso simplifica o modelo ao focar apenas na oferta agregada e na determinação do produto e do preço sem a influência direta da curva IS 16 Quais são as propriedades dos choques estocásticos u e v Os choques estocásticos 𝑢 e 𝑣 possuem três propriedades principais são não correlacionados o que significa que o valor de um não afeta o do outro têm média zero ou seja não geram efeitos sistemáticos no produto ou no preço ao longo do tempo e possuem variância constante indicando que sua magnitude não muda ao longo do tempo Essas características permitem modelar choques imprevisíveis e aleatórios na economia 17 O que indica o parâmetro 𝛾 O que significa 𝛾 0 e 𝛾 0 O parâmetro 𝛾 na equação 53 indica o grau de remar contra a maré da política monetária ou seja o esforço das autoridades monetárias para combater choques e estabilizar a economia Quando 𝛾 0 a política monetária não interfere nas flutuações do mercado adotando uma abordagem passiva o que é defendido por Friedman Quando 𝛾 0 as autoridades tomam uma postura mais ativa intervindo de maneira agressiva contra as flutuações como sugerido por ativistas O modelo ao contrastar essas abordagens contribui para o debate regras versus política discricionária mostrando que uma política de estabilização eficiente depende da capacidade das autoridades de tomar decisões bem fundamentadas sem excessiva intervenção e que regras mais rígidas podem ser vantajosas em contextos de incerteza 18 Qual é a influência da política monetária sobre a oferta agregada com a hipótese de expectativas estáticas e com a de expectativas racionais A política monetária tem efeitos distintos sobre a oferta agregada dependendo das expectativas dos agentes Com expectativas estáticas os agentes não ajustam suas previsões futuras o que torna a política monetária mais eficaz no curto prazo podendo aumentar a demanda agregada e afetar o produto e os preços Já com expectativas racionais os agentes antecipam os efeitos da política ajustando suas expectativas e comportamento de forma a neutralizar os impactos da política monetária limitando sua eficácia no curto prazo Assim as expectativas racionais reduzem a capacidade da política monetária de influenciar a economia de maneira duradoura 19 No modelo de expectativas racionais o que significa na equação de solução para о produto o fato de não aparecerem os parâmetros e 𝛾 No modelo de expectativas racionais o fato de os parâmetros 𝑒 choques estocásticos e 𝛾 parâmetro de reação da política monetária não aparecerem na equação de solução para o produto significa que com expectativas racionais os agentes já antecipam o impacto de choques e políticas futuras Assim a política monetária e os choques não têm efeitos diretos sobre o produto no curto prazo porque os agentes ajustam suas expectativas de acordo com a informação disponível Ou seja as variáveis de política e choques não influenciam o produto de forma não antecipada uma vez que as expectativas já refletem essas influências tornando o impacto da política e dos choques estocásticos irrelevantes no modelo 20 Observando a equação 52b qual é a razão para o resultado de irrelevância da política A equação 𝑝𝑒 𝐸1𝑝 reflete que as expectativas dos agentes sobre os preços são formadas com base nas informações passadas No modelo de expectativas racionais isso leva à irrelevância da política pois os agentes já antecipam e ajustam suas decisões de acordo com as políticas esperadas tornando os efeitos dessas políticas inexistentes no produto ou nos preços 21 O que significa o resultado de irrelevância da política O resultado de irrelevância da política significa que sob expectativas racionais políticas monetárias ou fiscais sistemáticas não têm impacto sobre as variáveis reais da economia como o produto ou o emprego mesmo no curto prazo Isso ocorre porque os agentes econômicos antecipam essas políticas e ajustam seu comportamento de forma que a política não altera os resultados econômicos esperados 22 Que boa notícia para a política antiinflacionária o modelo com expectativas racionais tem para dar A boa notícia para a política antiinflacionária no modelo com expectativas racionais é que se a política for adequadamente anunciada e os agentes acreditarem nela uma política antiinflacionária como a redução da oferta de moeda não provocará uma recessão prolongada Isso ocorre porque os agentes antecipam a política e ajustam suas expectativas minimizando os efeitos negativos sobre a produção e o emprego 23 Como a experiência das economias ocidentais do começo dos anos oitenta pode ser interpretada a partir do modelo com expectativas racionais Como um exemplo em que a política monetária contracionista foi bem anunciada mas não gerou os resultados esperados como uma recessão prolongada Isso ocorreu porque apesar de a política ser claramente comunicada os agentes econômicos não acreditaram na sua persistência devido à falta de comprometimento dos governos em reduzir significativamente seus déficits orçamentários Essa falta de credibilidade na continuidade das políticas levou a um ajuste inadequado das expectativas o que acabou impactando os resultados econômicos 24 É a hipótese de expectativas racionais que leva ao resultado de irrelevância da política Comente A frase significa que no modelo de expectativas racionais os agentes econômicos antecipam corretamente os efeitos das políticas tornandoas ineficazes Ou seja políticas previsíveis e bem anunciadas não alteram o produto ou o emprego pois os indivíduos ajustam seu comportamento com base nas expectativas sobre essas políticas resultando em irrelevância da política 25 O que Sargent e Wallace tinham em mente ao mostrar o resultado de irrelevância dapolítica Sargent e Wallace argumentaram que sob expectativas racionais políticas monetárias previsíveis e sistemáticas não afetam variáveis reais como produto ou emprego no curto prazo Isso ocorre porque os agentes econômicos ajustam seu comportamento antecipando as políticas de modo que estas se tornam ineficazes O resultado de irrelevância da política implica que políticas monetárias ou fiscais bem anunciadas não têm impacto real já que os agentes já incorporam essas expectativas em suas decisões Exercícios de Acompanhamento de Leitura da Seção 53 1 O que a crítica de Lucas mostra A crítica de Lucas mostra que os métodos convencionais de estimativa e simulação de modelos macroeconômicos são falhos pois não levam em conta a adaptação das expectativas dos agentes econômicos às políticas econômicas Ele argumenta que ao usar dados históricos para prever os efeitos de políticas os modelos ignoram a mudança nas expectativas que ocorre quando as políticas se tornam previsíveis Com isso ele defende que as políticas econômicas devem ser analisadas levandose em conta como os agentes antecipam e reagem a essas políticas o que implica que resultados anteriores não podem ser usados para prever os efeitos de políticas futuras 2 Sargent e Wallace consideram tanto expectativas estáticas como racionais e começam sua análise com a equação 511 em vez da equação 51 Acabamos de mostrar que a derivação da equação 511 supõe expectativas racionais O que o autor está sugerindo com este comentário O autor sugere que Sargent e Wallace ao adotarem expectativas racionais iniciam a análise com a equação 511 que reflete como os agentes formam expectativas baseadas em informações disponíveis Isso difere da abordagem com expectativas estáticas onde as expectativas não são ajustadas de acordo com a política econômica futura 3 Como a prática econométrica convencional estima modelos A prática econométrica convencional estima modelos utilizando regressões em que as variáveis endógenas são relacionadas a seus próprios valores defasados e a valores de variáveis exógenas como demonstrado na regressão 𝑦𝑡 𝛼0 𝛼1 𝑦𝑡1 𝛼2 𝑚 4 Quais são as características das constantes comportamentais em regressões do tipo 𝑦 𝛼0 𝛼1 𝑦1 𝛼2 𝑚 As constantes comportamentais representadas pelos parâmetros 𝛼0 𝛼1 e 𝛼3 são interpretadas como coeficientes que determinam a dinâmica do modelo como o efeito de uma variável exógena como 𝑚 sobre a variável dependente 𝑦 e o efeito dos valores passados da variável dependente 5 Por que o procedimento econométrico convencional de estimação não está incorreto quando supomos expectativas estáticas O procedimento econométrico convencional não está incorreto com expectativas estáticas porque nesse caso os parâmetros estimados como 𝛼0 𝛼1 e 𝛼3 são constantes e independem de mudanças nas políticas econômicas mantendose válidos durante a simulação de políticas 6 Por que o procedimento econométrico convencional está incorreto quando supomos expectativas racionais Com expectativas racionais o procedimento econométrico convencional é incorreto porque os coeficientes da regressão se tornam dependentes das políticas como 𝑚 e 𝛾 o que significa que os parâmetros estimados não são mais invariantes à política exigindo uma análise mais complexa para simulações contrafactuais 7 Explique detalhadamente como executar simulações contrafactuais logicamente consistentes Ou seja explique como contornar a crítica de Lucas Para realizar simulações contrafactuais logicamente consistentes é necessário usar métodos de estimação simultânea que cruzem as equações estruturais e reduzidas impondo restrições sobre identificação para estimar parâmetros como 𝛿 e 𝜙 separadamente de 𝑚 e 𝛾 Isso evita a inconsistência dos resultados quando se consideram políticas alternativas 8 Por que a crítica de Lucas é mais fundamental do que a proposição de irrelevância da política A crítica de Lucas é fundamental porque questiona a validade dos métodos convencionais de estimação e simulação de políticas ao apontar que os parâmetros da forma reduzida dependem das mudanças de política o que torna a análise de políticas futuras inconsistente sem considerar como os agentes econômicos alteram seu comportamento 9 Por que o método de contornar a crítica de Lucas que você descreveu na questão 7 não é rigoroso do ponto de vista microeconômico O método não é rigoroso do ponto de vista microeconômico porque ele ignora a possibilidade de que os coeficientes de reação do setor privado possam variar com as políticas mesmo que os gostos e a tecnologia permaneçam constantes o que não é garantido na realidade microeconômica 10 O que significa ignorar a aplicação mais ampla da crítica de Lucas Ignorar a aplicação mais ampla da crítica de Lucas significa assumir que os coeficientes de um modelo econômico são fixos mesmo quando a política muda Isso desconsidera que agentes ajustam seu comportamento a novas regras tornando previsões baseadas em estimativas passadas potencialmente inválidas 11 Qual é a única maneira de se evitar a crítica de Lucas na sua acepção mais ampla A única maneira de evitar a crítica de Lucas em sua acepção mais ampla é fundamentar a análise macroeconômica em microfundamentos ou seja modelar o comportamento dos agentes a partir de preferências tecnologia e restrições de mercado permitindo que os coeficientes de reação do setor privado se ajustem a mudanças na política Exercícios de Acompanhamento de Leitura das Seções 54 e 55 1 Qual é a principal razão pela qual a política de demanda agregada não influencia o produto real no modelo de Sargent e Wallace É que há flexibilidade suficiente nos salários para neutralizar completamente os choques de demanda Mesmo que os salários sejam estipulados antes da completa observação do nível de preços a autoridade monetária não tem vantagem informacional e ajusta a oferta de moeda com a mesma informação limitada Além disso os preços não são fixos durante o período de impacto 2 Qual é a especificação mais natural para preços viscosos É a versão em tempo discreto da curva de Phillips aumentada pelas expectativas expressa como 𝑝 𝑝1 𝑓 𝑦1 𝑦 𝐸1𝑝 𝑝1 Essa equação mostra que o nível de preços é determinado pelo período anterior tornando a política monetária irrelevante na ausência de outros fatores 3 Explique por que a viscosidade de preço por si mesma não é suficiente para sobrepujar a proposição de irrelevância da política A viscosidade de preços por si só não refuta a irrelevância da política porque agentes com expectativas racionais antecipam políticas futuras neutralizando seus efeitos reais Além disso se salários e mercados de fatores forem flexíveis ajustes ocorrem sem impacto prolongado no emprego e na produção No longo prazo os preços acabam se ajustando tornando a política ineficaz Assim para que a política tenha efeitos duradouros é necessário considerar outras fricções como rigidez de salários e imperfeições no mercado de crédito 4 O que falta acrescentar ao ambiente de viscosidade de preço para que a proposição de irrelevância da política não mais se sustente Para que a irrelevância da política não se sustente no ambiente de preços viscosos é necessário que a rigidez de preços se prolongue por mais de um período Se os ajustes dos agentes forem mais lentos do que as mudanças de política a política monetária pode influenciar variáveis reais 5 Explique de modo intuitivo por que a política pode ter efeitos reais na situação de viscosidade de preço por mais de um período A política pode ter efeitos reais na presença de viscosidade de preços por mais de um período porque se os contratos salariais e os preços forem fixados para múltiplos períodos as empresas e trabalhadores não conseguem ajustar imediatamente seus preços e salários às novas condições monetárias Isso gera um efeito transitório no produto real 6 Explique o modelo de Taylor de contratos salariais superpostos de dois períodos O modelo de Taylor de contratos salariais superpostos de dois períodos supõe que metade dos trabalhadores firma contratos salariais a cada período Como resultado em qualquer momento do tempo metade dos salários não pode ser alterada enquanto a autoridade monetária pode modificar a oferta de moeda livremente Isso implica que mesmo sob expectativas racionais políticas monetárias previsíveis podem ter efeitos reais 7 Que hipótese justifica usar indiferenciadamente os termos para o salário e para o preço É a suposição de que há um markup constante dos preços sobre os salários Assim as variações nos salários refletem diretamente nas variações nos preços 8 Como Taylor resolve a indeterminação do resultado de seu modelo de contratos superpostos Introduzindo uma estrutura de contratos superpostos e fixando um mecanismo de formação de expectativas que permite a determinação dos salários e preços ao longo do tempo 9 Qual é o resultado do modelo de Taylor de contratos salariais de dois períodos É que a política monetária previsível pode ter efeitos reais pois a rigidez salarial parcial impede um ajuste instantâneo do mercado de trabalho e dos preços 10 De que provém o resultado do modelo de Taylor O resultado do modelo de Taylor decorre da interação entre rigidez de contratos salariais expectativas racionais e a resposta da política monetária às condições econômicas passadas 11 O que o problema de nãounicidade do modelo de Taylor sugere O problema de nãounicidade do modelo de Taylor sugere que pode haver múltiplos equilíbrios dependendo de como as expectativas são formadas e de como a política monetária é conduzida 12 O que fez este Capítulo 5 O capítulo 5 analisou o impacto da rigidez de preços e salários na eficácia da política monetária mostrando que ao contrário da irrelevância da política em Sargent e Wallace a presença de contratos salariais superpostos pode permitir que a política monetária tenha efeitos reais 13 Por que um número crescente de analistas tem preferido utilizar expectativas racionais em seus modelos Analistas têm preferido usar expectativas racionais em seus modelos porque essa abordagem elimina inconsistências nos comportamentos dos agentes econômicos e fornece previsões mais robustas sobre os efeitos da política econômica 14 Que suposições devemos excluir quando concluímos que determinada política de estabilização é boa Para concluir que uma política de estabilização é boa devemos excluir suposições como expectativas racionais perfeitas mercados completos e sem fricções flexibilidade total de preços e salários ausência de restrições financeiras e neutralidade da moeda no curto prazo Sem essas premissas choques podem gerar distorções significativas tornando a estabilização eficaz para suavizar flutuações e melhorar o bemestar econômico 15 Qual é a contribuição fundamental da literatura de expectativas racionais A contribuição fundamental da literatura de expectativas racionais é a ideia de que agentes econômicos utilizam todas as informações disponíveis de forma eficiente ao formar expectativas sobre variáveis futuras tornando previsões sistematicamente corretas em média Isso implica que políticas econômicas previsíveis podem ser ineficazes pois os agentes ajustam seu comportamento antecipadamente como destacado na crítica de Lucas que questiona a eficácia de modelos baseados em expectativas adaptativas e políticas discricionárias 16 Por que keynesianos não precisam temer as expectativas racionais Os keynesianos não precisam temer as expectativas racionais porque mesmo que os agentes formem expectativas de maneira eficiente ainda podem existir rigidezes nominais falhas de mercado e choques inesperados que impedem ajustes instantâneos da economia Além disso a presença de incerteza coordenação imperfeita e restrições financeiras pode justificar a intervenção de políticas econômicas para suavizar flutuações e melhorar o bemestar social alinhandose com a visão keynesiana de que mercados não são sempre autorreguladores 17 Quais foram as principais simplificações utilizadas nos modelos deste capítulo Nos modelos de expectativas racionais as principais simplificações incluem a suposição de que os agentes econômicos formam expectativas perfeitas utilizando todas as informações disponíveis de maneira eficiente Além disso assumese a eficiência dos mercados com rápida adaptação às novas informações e a ausência de imperfeições como custos de transação e incerteza incompleta Por fim presumese que todos os agentes tenham expectativas homogêneas sobre o futuro ou seja utilizam a mesma informação para suas previsões Essas simplificações tornam a análise mais clara mas podem não capturar toda a complexidade da realidade econômica 18 Qual foi o elemento desencorajador encontrado neste capítulo O elemento desencorajador encontrado neste capítulo é a constatação de que as políticas econômicas discricionárias podem ser ineficazes ou até prejudiciais devido à antecipação das ações dos agentes econômicos Com as expectativas racionais os agentes ajustam seu comportamento com base na previsão de políticas futuras tornando essas políticas menos eficazes Ou seja se as políticas não forem completamente previsíveis ou credíveis elas podem gerar incerteza e não alcançar os resultados desejados o que desencoraja a implementação de algumas intervenções econômicas

Envie sua pergunta para a IA e receba a resposta na hora

Recomendado para você

Recursive Macroeconomic Theory - Ljungqvist e Sargent - 4a Edição

1477

Recursive Macroeconomic Theory - Ljungqvist e Sargent - 4a Edição

Macroeconomia 2

UFPEL

Recursive Methods in Economic Dynamics - Stokey Lucas Prescott - Livro Completo

303

Recursive Methods in Economic Dynamics - Stokey Lucas Prescott - Livro Completo

Macroeconomia 2

UFPEL

Macroeconomia Avançada

12

Macroeconomia Avançada

Macroeconomia 2

UFPEL

Modelo de Crescimento Economico com Trajetoria de Transicao

1

Modelo de Crescimento Economico com Trajetoria de Transicao

Macroeconomia 2

UESC

Macroeconomia

3

Macroeconomia

Macroeconomia 2

UNICESUMAR

Modelo de Solow com Tecnologia - Anotações e Diagrama

1

Modelo de Solow com Tecnologia - Anotações e Diagrama

Macroeconomia 2

UESC

Modelo de Solow com Tecnologia - Analise e Solucao no Estado Estacionario

1

Modelo de Solow com Tecnologia - Analise e Solucao no Estado Estacionario

Macroeconomia 2

UESC

y fracmdIalpha

1

y fracmdIalpha

Macroeconomia 2

UESC

Exercícios Resolvidos de Economia - Função de Produção e Estado Estacionário

1

Exercícios Resolvidos de Economia - Função de Produção e Estado Estacionário

Macroeconomia 2

UFJF

Modelo Solow - Representacao Matematica da Economia via Oferta e Demanda

1

Modelo Solow - Representacao Matematica da Economia via Oferta e Demanda

Macroeconomia 2

UESC

Texto de pré-visualização

EXERCÍCIOS DE EXPECTATIVAS RACIONAIS E A CRÍTICA DE LUCAS ITENS 51 52 53 54 E 55 Exercícios de Acompanhamento de Leitura da Seção 51 1 Quando começou a revolução de expectativas racionais em macroeconomia 2 Em que circunstância a idéia de expectativas racionais atraiu atenção generalizada 3 O que dizia o resultado de irrelevância da política de Sargent e Wallace 4 Como qualificar o resultado de irrelevância da política 5 Como a introdução de expectativas racionais afetou o status das questões de política de estabilização 6 A que se refere a crítica de Lucas 7 Que tipo de disciplina é imposta pelas expectativas racionais quando consideramos a crítica de Lucas os problemas de nãounicidade a inconsistência temporal de políticas ótimas e os efeitos de políticas esperadas 8 Qual é a vantagem das expectativas racionais como esquema de previsão 9 Genericamente o que significa a hipótese de expectativas racionais 10 O que significa intuitivamente a hipótese de expectativas racionais 11 Expectativas racionais implicam que as pessoas não cometem erros de previsão 12 Quando é que a hipótese de expectativas racionais tornase questionável 13 Que suposições particulares em relação às restrições a hipótese de expectativas racionais incorpora 14 Interprete pte Et1pt 15 Exemplifique a metodologia como se 16 Explique por que a hipótese de expectativas racionais não passa de uma extensão da metodologia como se Exercícios de Acompanhamento de Leitura da Seção 52 1 Quais são as duas possíveis interpretações para a função de oferta agregada 51 2 Na interpretação keynesiana da função de oferta agregada 51 por que ocorrem desvios do produto de sua taxa natural 3 Caracterize as ilhas que estão por trás da interpretação clássica da função de oferta agregada 51 4 Como a função de oferta de Lucas justifica a inclusão do termo para o hiato do produto defasado 5 Por que é importante incluir o termo do produto defasado na função de oferta de Lucas 6 Explique o problema de extração do sinal 7 Em que circunstância o conhecimento do preço do produto de sua ilha ajuda no prognóstico do índice de preços de todas as ilhas por parte das famílias 8 De que forma o problema de extração do sinal modifica a função de oferta de Lucas 9 Por que a curva de oferta de Lucas que incorpora o problema de extração do sinal não pode ter sua declividade dada exogenamente 10 Explique o modelo de substituição intertemporal de mãodeobra 11 Por que razão a maioria dos economistas não simpatiza com o modelo de substituição intertemporal de mãodeobra 12 A que se refere o modelo de percepções monetárias incorretas Expliqueo 13 A respeito do resultado de irrelevância da política em que diferem o modelo de substituição intertemporal de mãodeobra e o modelo de percepções monetárias incorretas 14 Que hipótese a equação 52 incorpora para que a curva IS não influencie o preço e o produto 15 Ao não se considerar a curva IS que alterações do modelo são evitadas 16 Quais são as propriedades dos choques estocásticos u e v 17 O que indica o parâmetro γ O que significa γ 0 e γ 0 18 Qual é a influência da política monetária sobre a oferta agregada com a hipótese de expectativas estáticas e com a de expectativas racionais 19 No modelo de expectativas racionais o que significa na equação de solução para o produto o fato de não aparecerem os parâmetros ε e γ 20 Observando a equação 52b qual é a razão para o resultado de irrelevância da política 21 O que significa o resultado de irrelevância da política 22 Que boa notícia para a política antiinflacionária o modelo com expectativas racionais tem para dar 23 Como a experiência das economias ocidentais do começo dos anos oitenta pode ser interpretada a partir do modelo com expectativas racionais 24 É a hipótese de expectativas racionais que leva ao resultado de irrelevância da política Comente 25 O que Sargent e Wallace tinham em mente ao mostrar o resultado de irrelevância da política Exercícios de Acompanhamento de Leitura da Seção 53 1 O que a crítica de Lucas mostra 2 Sargent e Wallace consideram tanto expectativas estáticas como racionais e começam sua análise com a equação 511 em vez da equação 51 Acabamos de mostrar que a derivação da equação 511 supõe expectativas racionais O que o autor está sugerindo com este comentário 3 Como a prática econométrica convencional estima modelos 4 Quais são as características das constantes comportamentais em regressões do tipo y α0 α1y1 α2m 5 Por que o procedimento econométrico convencional de estimação não está incorreto quando supomos expectativas estáticas 6 Por que o procedimento econométrico convencional está incorreto quando supomos expectativas racionais 7 Explique detalhadamente como executar simulações contrafactuais logicamente consistentes Ou seja explique como contornar a crítica de Lucas 8 Por que a crítica de Lucas é mais fundamental do que a proposição de irrelevância da política 9 Por que o método de contornar a crítica de Lucas que você descreveu na questão 7 não é rigoroso do ponto de vista microeconômico 10 O que significa ignorar a aplicação mais ampla da crítica de Lucas 11 Qual é a única maneira de se evitar a crítica de Lucas na sua acepção mais ampla Exercícios de Acompanhamento de Leitura das Seções 54 e 55 1 Qual é a principal razão pela qual a política de demanda agregada não influencia o produto real no modelo de Sargent e Wallace 2 Qual é a especificação mais natural para preços viscosos 3 Explique por que a viscosidade de preço por si mesma não é suficiente para sobrepujar a proposição de irrelevância da política 4 O que falta acrescentar ao ambiente de viscosidade de preço para que a proposição de irrelevância da política não mais se sustente 5 Explique de modo intuitivo por que a política pode ter efeitos reais na situação de viscosidade de preço por mais de um período 6 Explique o modelo de Taylor de contratos salariais superpostos de dois períodos 7 Que hipótese justifica usar indiferenciadamente os termos para o salário e para o preço 8 Como Taylor resolve a indeterminação do resultado de seu modelo de contratos superpostos 9 Qual é o resultado do modelo de Taylor de contratos salariais de dois períodos 10 De que provém o resultado do modelo de Taylor 11 O que o problema de nãounicidade do modelo de Taylor sugere 12 O que fez este Capítulo 5 13 Por que um número crescente de analistas tem preferido utilizar expectativas racionais em seus modelos 14 Que suposições devemos excluir quando concluímos que determinada política de estabilização é boa 15 Qual é a contribuição fundamental da literatura de expectativas racionais 16 Por que keynesianos não precisam temer as expectativas racionais 17 Quais foram as principais simplificações utilizadas nos modelos deste capítulo 18 Qual foi o elemento desencorajador encontrado neste capítulo MACROECONOMICS An Introduction to Advanced Methods William M Scarth CAPÍTULO 5 EXPECTATIVAS RACIONAIS E A CRÍTICA DE LUCAS 51 INTRODUÇÃO Lucas 1972 começou a revolução de expectativas racionais em macroeconomia embora a idéia tenha atraído atenção generalizada somente depois que Sargent e Wallace 1975 1976 utilizaram a hipótese em um trabalho sobre política monetária ótima Começaremos o resumo dessa literatura descrevendo este modelo Infelizmente os artigos que se seguiram deram muita atenção ao resultado de irrelevância da política obtido por Sargent e Wallace a política de demanda agregada sistemática não afeta variáveis reais mesmo no curto prazo Nesta apresentação uma das finalidades é mostrar que este resultado não depende de modo algum da suposição de expectativas racionais de fato ele não é robusto Questões de política de estabilização continuam legítimas e apresentam respostas não triviais mesmo supondo que os agentes têm expectativas racionais A segunda e mais substantiva finalidade deste capítulo e do próximo é explicar tópicos centrais da análise macroeconômica a crítica de Lucas dos métodos convencionais de estimação e simulação discutida neste capítulo problemas de nãounicidade inconsistência temporal de políticas ótimas do governo e os efeitos correntes de políticas esperadas no futuro consideradas no Capítulo 6 Com expectativas racionais esses assuntos são considerados supondo que os agentes privados compreendem como uma política altera as regras de otimização privada O analista pode distinguir uma política antecipada de outra não antecipada sem precisar contar com um esquema de previsão mecânico como as expectativas adaptativas independente das forças que governam o valor corrente da variável sendo prognosticada Genericamente a hipótese de expectativas racionais significa que os agentes econômicos fazem previsões de modo a minimizar erros de previsão os quadrados dos desvios entre valores 2 corrente e esperado levando em conta custos de informação e de tomada de decisão restrições com que eles se confrontam Neste sentido a suposição de expectativas racionais é apenas a hipótese de que as pessoas fazem o melhor que podem diante das circunstâncias quando fazem previsões ou outra atividade qualquer Isto não significa que as pessoas não cometem erros de previsão significa simplesmente que estes erros não apresentam nenhuma correlação serial nenhum componente sistemático Para um economista parece impossível fazer qualquer objeção à proposição geral de expectativas racionais A hipótese tornase controversa contudo quando são feitas suposições fortes com relação às restrições Suposições particulares que têm sido feitas desconsideram custos de tomada de decisão e postulam que os agentes possuem conhecimento perfeito da estrutura da economia e adicionam termos de distúrbio Expectativas racionais são assim definidas como 1 t t te p E p onde e tp representa as expectativas dos agentes para o logaritmo do preço e 1 t t p E é a esperança matemática de tp O subíndice no termo de expectativas E significa que estas são condicionadas à informação disponível ao final do período t 1 Esta hipótese expectacional não passa de uma aplicação da metodologia como se convencional que por exemplo prediz as escolhas do consumidor com base na suposição de que as famílias se comportam como se elas tomassem um conjunto de curvas de indiferença e procurassem as tangências A hipótese significa que os agentes privados da economia possuem conhecimento suficiente a respeito de como o sistema funciona de forma que podemos pensar que eles fazem previsões como se formalmente derivassem a equação na forma reduzida de cada variável endógena e usassem estas equações para formar suas expectativas das variáveis endógenas 52 EXPECTATIVAS ESTÁTICAS E RACIONAIS COMPARADAS As implicações da adoção de expectativas racionais podem ser ilustradas por meio do seguinte modelo bastante similar ao de SargentWallace 1976 u p p y y e 1 β δ 51 v p m y θ 52 1 y m m γ 53 pe 0 54a E 1 p p e 54b Como antes letras minúsculas indicam os logaritmos e as unidades são escolhidas de tal forma que a taxa de produto natural y se iguala a zero O subíndice 1 denota o período de tempo anterior Antes de analisar o modelo discutimos uma equação de cada vez 3 A equação 51 é uma função de oferta agregada que estabelece que o desvio do produto de seu valor natural depende de inércia hiato do produto anterior 1 y da variação não antecipada do preço dos bens e de um termoerro estocástico u de média zero variância constante 2 u σ e sem correlação serial Esta função de oferta agregada pode ser interpretada como no Capítulo 1 como uma curva de Phillips expectacional invertida que é combinada com a identidade convencional entre receita marginal e custo marginal Por exemplo quando combinamos a curva de Phillips 1 1 p p n n f w w e com a função demanda por mãodeobra em primeira diferença n y p w ln1 α e a função de produção n K y 1 ln α α encontramos 1 1 1 1 1 p p y y y y f p p e α α α α que é precisamente a equação 51 com y 0 f α α δ 1 f α α β mais um termoerro Note que δ é uma fração o que é conveniente porque ela será a condição de estabilidade deste modelo Esta é uma interpretação keynesiana da função de oferta agregada já que os desvios do produto da taxa natural zero ocorrem porque as famílias se encontram temporariamente fora de seus planos de oferta de mãodeobra de longo prazo Há também uma interpretação clássica alternativa para a oferta que se deve a Lucas 1973 Supomos que os salários são determinados em cada período de forma que o mercado de trabalho se encontra sempre em equilíbrio Supomos que a produção ocorre em pontos isolados ilhas na terminologia de Lucas Firmas e famílias de cada ilha estão plenamente familiarizadas com a sua vida econômica em particular elas conhecem o preço de venda do bem que produzem conjuntamente Usando a notação anterior o salário é considerado igual a PiFN onde iP é o preço do bem i produzido nesta ilha Firmas e famílias não conhecem nada a respeito da atividade econômica das outras ilhas Contudo as famílias fazem prognósticos a respeito da situação das outras ilhas porque precisam conhecer o custo de vida geral a fim de calcular salários reais que lhes favoreçam Elas aceitam salários estipulados por P e SN onde e P é a expectativa da média dos preços de todas as ilhas formadas por agentes que residem em qualquer ilha Somando as condições de equilíbrio do mercado de trabalho de cada ilha supondo retornos constantes de escala para evitar problemas de agregação e definindo P como a média de todos os iP s encontramos P SN PF W e N ou N e F S N P P Esta equação pode ser simplificada utilizando as formas funcionais loglineares N α Kα F N K Y 1 α α α K N FN 1 e DN d S N onde 1 0 α e d 0 A condição básica de equilíbrio 4 fica α α α K DN P P d e 1 O leiloeiro walrasiano garante que os preços são determinados de modo a refletir esta relação Tomando os logaritmos temos d n K D p p e 1 ln α α α 55 Definimos como o valor do logaritmo do emprego para o qual os agentes não cometem erros expectacionais Fazendo p pe na equação 55 obtemos uma expressão para n Subtraímos a definição de n da equação 55 e utilizamos a simplificação 1 α n n y y que segue da função de produção para encontrar 1 y y d p p e α α Esta equação é semelhante à equação 51 exceto pelas ausências de um termoerro e de um termo para o hiato do produto defasado O termo y defasado pode ser explicado supondo custos de ajustamento de mãodeobra que fazem com que o seu produto marginal dependa tanto do nível de emprego corrente como do defasado A equação 51 possui assim uma interpretação de salário perfeitamente flexível Em vez de curva de Phillips aumentada pelas expectativas ela é chamada pelos clássicos de função de oferta de Lucas O termo do produto defasado da equação 51 é importante porque quando introduzimos expectativas racionais a equação 54b a equação 51 faz com que o hiato do produto seja uma variável aleatória sem nenhuma correlação serial quando δ é zero Isso ocorre porque com expectativas racionais não se comete nenhum erro de previsão sistemático o erro de previsão p pe não é serialmente correlacionado Os fatos indicam porém que séries temporais do hiato do produto apresentam alto grau de correlação serial precisamos então supor que δ é diferente de zero Na interpretação keynesiana da equação 51 esta suposição é feita automaticamente mas na interpretação clássica precisamos introduzir custos de ajustamento nãolineares para o emprego que não modelamos explicitamente aqui Antes de prosseguir com a análise do modelo voltamos a atenção para um refinamento da interpretação clássica da função de oferta agregada conhecido como problema da extração do sinal Famílias tentam prever o nível geral de preços mas elas apenas conhecem o preço de sua própria ilha ip Contudo elas podem utilizar a relação historicamente dada entre este e o índice de preços global para fazer uma previsão melhor do que aquela baseada apenas na informação passada de toda a economia que denotamos por e p Podemos pensar que as famílias rodam uma regressão utilizando dados passados e i e p j p p p Se a variância de ip for muito alta em relação àquela de p o conhecimento de ip não terá quase 5 nenhum valor para previsões o coeficiente de correlação j estaria próximo de zero Por outro lado se a variância de ip não for grande o conhecimento do preço da ilha individual será importante para previsões do índice global o parâmetro j estaria próximo da unidade Em geral os agentes prevêem o logaritmo do nível de preços global como uma média ponderada de ip que representa as expectativas baseadas apenas na informação prévia disponível para toda a economia e de ip ou seja i e jp j p 1 Assim uma versão mais sofisticada da função de oferta de Lucas para uma ilha individual é dada por 1 1 i i e i y y d jp j p p α α e para o agregado ela é dada por 1 1 y y j d p p e α α Nesta versão a declividade da curva de oferta de curto prazo não é exógena ela depende da variabilidade de preços entre os setores ilhas Lucas 1973 testou e encontrou suporte para esta hipótese Na nossa análise da política macroeconômica contudo continuamos com a equação 51 mais simples onde os coeficientes são constantes Há outra diferente função de oferta agregada atribuída a Lucas uma que todas as famílias possuem o mesmo conjunto de informação Os trabalhadores tentam prever salários reais futuros para comparar sua previsão com o salário real corrente As famílias escolhem trabalhar mais somente quando há ou se espera uma grande compensação para o lazer adiado Este modelo de substituição intertemporal de mãodeobra implica que recessões simplesmente refletem o afastamento voluntário e temporário da mãodeobra Recessões ocorrem porque os trabalhadores esperam salários reais mais altos no futuro e assim eles planejam trabalhar mais no futuro e menos no período presente A maioria dos economistas acha que as elasticidadessalário da oferta de mãodeobra estimadas são muito pequenas para que interpretemos ciclos econômicos dessa maneira Deslizandose para cima e para baixo de uma curva de oferta de mãodeobra íngreme não se gera grandes variações do emprego e as pequenas variações do salário real Discutiremos a validade empírica do modelo de substituição intertemporal de mãodeobra no Capítulo 11 Ele é aqui mencionado apenas para que o leitor entenda a diferença entre as duas funções de oferta atribuídas a Lucas na literatura Para distinguir as duas hipóteses usamos os seguintes termos modelo de substituição intertemporal de mãodeobra e modelo de percepções monetárias incorretas A última expressão se refere à discussão das ilhas separadas onde os agentes não são capazes de saber de imediato por que o preço de sua ilha aumenta Pode ser porque o preço relativo de seu produto aumenta e então eles devem aumentar a oferta ou porque ocorre uma inflação na economia como um todo e então eles não devem aumentar a oferta Sargent e Wallace examinam a hipótese de percepções monetárias incorretas Focalizamos aqui esta abordagem porque queremos discutir o problema da irrelevância da política De fato Minford e Peel 1983 mostram que não se chega ao resultado de irrelevância da política com a hipótese de substituição intertemporal de mãodeobra Isso finaliza a nossa digressão sobre funções de oferta agregada alternativas Vamos agora retornar ao exame do modelo definido pelas equações 51 a 54 6 A equação 52 é uma forma reduzida do modelo ISLM onde supomos uma curva LM vertical isto é Y1 θ M P Tomamos este caso especial para desprezar a curva IS Esta apenas determina a taxa de juros residualmente e é irrelevante para a determinação do preço e do produto Assim podemos ignorar investimento e taxas de juros Sem esta simplificação seríamos forçados a distinguir entre taxa de juros real e nominal e t te p p 1 teria que entrar no lado da demanda agregada Consideraremos esta complicação extra no Capítulo 6 Na equação 52 v é outro choque estocástico com as mesmas propriedades de u e nãocorrelacionado com u A equação 53 é a função de reação da política monetária O parâmetro γ indica o grau de remar contra a maré leaning against the wind das autoridades Friedman aconselha fazer γ igual a zero enquanto ativistas preferem que ele seja negativo O que o modelo diz a respeito do debate regras versus política discricionária sobre a melhor forma de fazer a política de estabilização Primeiramente vamos considerar o caso de expectativas estáticas Se os agentes esperam um nível de preços constante igual a um eles esperam que o logaritmo do preço seja zero equação 54a Para examinar os efeitos sobre o produto derivamos a forma reduzida de y substituindo a equação 53 na equação 52 para eliminar m e a equação 52 na equação 51 para eliminar p O resultado é β θ β θ β θ β β θ β δ 1 1 1 1 v u m y y y 56 Se a autoridade de política desejar fazer y 0 em todos os períodos de tempo ela precisa escolher δ β γ 0 e m Estas medidas minimizam a variância assintótica do produto em 2 2 2 2 2 1 β θ σ β θ σ σ v u y já que a variável dependente defasada é removida da operação através da política do governo Este modelo dá pleno suporte ao conselho de política dos ativistas já que ele é um modelo macro keynesiano de livrotexto com uma curva de oferta agregada de inclinação positiva igual a 1 β como mostrado na Figura 51 A posição da curva de oferta é independente da política monetária O valor médio da oferta de moeda é m A este valor particular a curva de demanda intercepta a de oferta no ponto da média y 0 Escolhendo δ β γ as autoridades ajustam continuamente a posição da curva de demanda de modo a minimizar a variância de y 7 Figura 51 Demanda e Oferta Agregadas com Expectativas Estáticas Vamos agora considerar expectativas racionais trocando a equação 54a pela equação 54b Substituindo esta última na equação 51 o sistema de três equações fica com quatro variáveis endógenas y p Ep e m Para derivar a forma reduzida de y precisamos de relações adicionais entre as variáveis Conseguimos isto tomando o operador de expectativas nas três equações Este operador possui implicitamente o subíndice 1 isso significando que os agentes estão plenamente informados até este período inclusive Eles conhecem γ δ β θ e com certeza Eles apenas não conhecem as observações correntes de u e v Substituindo a equação 54b na equação 51 e tomando o operador de expectativas nas equações de 51 a 53 encontramos 1 1 y E u E E p E p E y E y δ β δ 51a E p E m E y θ 52a 1 y m E m γ 53a Subtraindo a equação 52a da equação 52 ficamos com v E p p E m m E y y θ θ 52b A forma reduzida de y pode ser obtida encontrando valores para os termos do lado direito da equação 52b Utilizamos a equação 51a para eliminar E y tomamos a diferença entre as equações 53 e 53a para eliminar m Em e recorremos à equação 51 para eliminar p Ep O resultado é β θ θ β δ 1 1 v u y y 57 8 Como os parâmetros de política m ou γ não aparecem nesta equação de solução eles não afetam a variância assintótica do produto Os analistas que utilizam este modelo dizem que a política é irrelevante porque não existe valor ótimo para esses parâmetros A razão disso fica evidente observando a equação 52b o dinheiro faz diferença apenas quando os agentes não prognosticam o seu valor corretamente o dinheiro entra via m Em Assim o debate de regras versus política discricionária não faz sentido neste modelo A política ativista não tem efeito mesmo no curto prazo a menos que ela seja aleatória e isto apenas aumentaria a variância do produto Nem a sugestão de Friedman de fazer γ 0 nem a estratégia ativista de escolher γ 0 recebe suporte deste modelo Para esclarecer o resultado de irrelevância da política precisamos derivar a forma reduzida de e p Substituímos a equação 52 na equação 51 para eliminar y obtendo 1 1 u v p y m p e β δ θ θ β 58 Tomando o operador de expectativas da equação 58 utilizando p e Ep e reunindo os termos de e p obtemos 1 y E m p e θ δ 59 A equação 52 mostra que a curva de demanda agregada deslocase para cima com aumentos da oferta de moeda na proporção de um para um A posição da curva de oferta agregada de curto prazo depende de e p Pela equação 59 e p deslocase para cima na proporção de um para um com aumentos da oferta de moeda esperada mesmo no período de impacto Quando a moeda aumenta tanto a curva de demanda como a de oferta da Figura 52 se deslocam no mesmo montante e o ponto de observação vai direto de A para B sem virar para a direita da linha y 0 Figura 52 Demanda e Oferta Agregadas com Expectativas Racionais Como um fenômeno semelhante ocorre com um decréscimo da oferta de moeda este modelo prevê que uma política antiinflacionária adequadamente anunciada em que os agentes acreditem não provoca nenhuma recessão prolongada y 0 Muitos analistas concluem que a recessão do começo dos anos oitenta fornece suficiente evidência do mundo real para rejeitar este 9 modelo Esta interpretação não é universal porém Por exemplo Sargent 1986 argumenta que embora a política monetária contracionista da maioria das economias ocidentais do começo dos anos oitenta tenha sido bem anunciada os agentes não acreditaram na sua persistência por causa da incapacidade ou falta de disposição dos governos na hora de cortar significativamente seus grandes déficits orçamentários Independentemente do fato de este modelo específico ser ou não aplicável explicaremos em seguida que o resultado de irrelevância da política é um tanto específico ao modelo Tomaremos diversos modelos com expectativas racionais mas funções de demanda e oferta agregadas levemente diferentesA política é eficaz em quase todos esses outros casosVendo o assunto retrospectivamente foi uma circunstância infeliz o trabalho de Sargent e Wallace ter despertado tanto interesse na questão da irrelevância da política Ainda mais porque esta não era a intenção deles como revelaram nas entrevistas apresentadas em Klamer 1984 Eles estavam simplesmente tentando ilustrar quão sensível pode ser a resposta a uma questão de política básica dependendo de qual seja a hipótese de expectativas adotada 53 A CRÍTICA DE LUCAS Parece ser óbvio que a hipótese de expectativas racionais por si mesma não seja ameaçada pela experiência da política de desinflação dos anos oitenta Como bem ilustrado no estudo de Sargent e Wallace o assunto de significado duradouro é a crítica de Lucas Ela mostra o defeito do método convencional que economistas aplicados de utilizar equações estimadas para gerar predições contrafactuais Para entender este problema subtraímos e p em ambos os lados da equação 58 e substituímos a equação 59 no lado direito do resultado para encontrar 1 u v E m m p p e θ β θ β θ 510 Substituindo a equação 510 na equação 51 encontramos u v m m y y e θ β θ θ β β φ δ 1 511 onde θ β βθ φ é função dos coeficientes de reação dos agentes privados β e θ mas não dos coeficientes de reação das autoridades de política m e γ Sargent e Wallace começam sua análise que considera tanto expectativas estáticas como racionais com a equação 511 em vez da equação 51 Acabamos de mostrar que a derivação da equação 511 requer a suposição de expectativas racionais A prática econométrica convencional estima modelos em que variáveis endógenas são relacionadas a seus próprios valores defasados e a valores de variáveis exógenas Em nosso exemplo esta prática significa rodar a seguinte regressão m y y 2 1 1 0 α α α 512 Os s α s estimados são interpretados como constantes comportamentais usadas para computar 10 multiplicadores dinâmicos para cada trajetória temporal da oferta de moeda Os s α não são modificados ao se considerar várias políticas monetárias possíveis Não há nada de errado com esta prática se o modelo de expectativas estáticas for verdadeiro Neste caso as equações 51 e 52 implicam m y y β θ β β θ δ 1 1 1 termo erro 513 Interpretando a regressão 512 em termos da equação 513 vemos que α0 0 1 1 β θ δ α e 1 2 β θ β α É bastante aceitável supor que os αs são invariantes à política já que eles não dependem de γ Mas há algo inerentemente inconsistente com a metodologia de simulação padrão se o modelo de expectativas racionais for verdadeiro Substituindo a equação 53a na equação 511 obtemos m y m y φ φγ δ φ 1 termo erro 514 Interpretando a regressão 512 em termos da equação 514 vemos que φm α 0 φγ δ α 1 e φ α 2 Neste caso claramente nem 0 α nem 1 α pode ser invariante à política uma vez que ambos são funções dos parâmetros de política m e γ que precisam se alterar quando consideramos políticas alternativas Para executar simulações contrafactuais logicamente consistentes precisamos de estimativas dos parâmetros invariantes à política δ e φ Porém o conhecimento dos s α não nos permite identificar δ separadamente dos parâmetros de política As três interpretações das relações apresentadas no parágrafo anterior representam três equaçõ com quatro incógnitas δ φ m e γ Para recuperar δ separadamente precisamos estimar ambas as equações 514 e 53 sujeitas às restrições de sobreidentificação cruzando as equações Isto porque existem cinco coeficientes estimados da forma reduzida para determinar quatro parâmetros estruturais Se esta abordagem de estimação simultânea não for adotada surgem mais de uma estimativa de alguns dos parâmetros estruturais Rodar a regressão 512 gera três coeficientes estimados uma constante e os coeficientes para os termos 1 y e m Pela interpretação destas relações dadas acima o coeficiente de m é uma estimativa de φ e a constante é uma estimativa de φm Usando a estimativa de φ do coeficiente de m podemos obter uma estimativa para m Mas quando a função de reação da política equação 53 for estimada o termo constante obtido fornece uma outra estimativa de m O precedimento de estimação simultânea com as restrições das equações cruzadas garante uma única estimativa para cada parâmetro estrutural por exemplo m porque as relações entre os coeficientes da forma reduzida que seguem da teoria são impostas durante a estimação Taylor 1979a fornece um exemplo específico desse procedimento de estimação no contexto de um modelo macro altamente agregativo Esta crítica dos métodos de estimaçãosimulação convencionais aplicase a todos os modelos de expectativas racionais Ela é portanto muito mais fundamental do que a predição de irrelevância da política específica ao modelo A discussão apresentada nos dois parágrafos anteriores indica como contornar a crítica Recapitulando os analistas precisam usar um método de estimação de sistemas um que possa impor restrições cruzando as equações presentes na teoria a fim de obter estimativas dos coeficientes de reação do setor privado em nosso modelo os 11 parâmetros δ β e θ Estes parâmetros podem ser considerados independentes da política Políticas alternativas podem então ser investigadas consistentemente adotando diferentes valores para os parâmetros de política em nosso modelo m e γ Para enfrentar a crítica precisamos reconhecer que os parâmetros da forma reduzida são funções tanto dos coeficientes de reação do setor privado como dos parâmetros de comportamento das autoridades Por isso os coeficientes da forma reduzida variam com as mudanças da política Precisamos então obter estimativas separadas dos parâmetros estruturais Esta resposta à crítica da análise de política padrão é adequada desde que os coeficientes de reação do setor privado não variem com a política Mas no Capítulo 1 enfatizamos que de uma perspectiva microeconômica estrita as únicas constantes comportamentais verdadeiras são os parâmetros de gosto e de tecnologia Equações estruturais em um modelo macro são condições de primeira ordem que seguem de maximização condicionada que incluem gostos tecnologia e restrições de mercado A política funciona alterando as restrições de mercado com que se defrontam os indivíduos Em princípio portanto muitos dos coeficientes de reação do setor privado podem variar com as políticas alternativas mesmo que gostos e tecnologia permaneçam constantes Os parágrafos anteriores ignoram esta aplicação mais ampla da crítica de Lucas A única maneira de evitála é começar cada análise macro com os suportes micro Como fizemos no final do Capítulo 1 por exemplo quando aceitamos que a declividade da curva de Phillips de curto prazo varia com o grau de interferência da autoridade nas variações da taxa de juros 54 SALÁRIOS E PREÇOS VISCOSOS A principal razão pela qual a política de demanda agregada não influencia o produto real no modelo de Sargent e Wallace é que este supõe flexibilidade de salário suficiente para isolar completamente o produto e o emprego de choques de demanda É verdade que o modelo deles incorpora salários que são estipulados antes que o nível de preços agregado seja completamente conhecido mas a autoridade monetária altera a oferta de moeda sob a mesma informação limitada O modelo de Sargent e Wallace também considera preços dos bens que não são fixos durante o período de impacto Consideramos agora preços completamente fixos em determinado ponto do tempo Podemos esperar que esta suposição acrescente suficiente sabor keynesiano à especificação da oferta agregada de modo a remover o resultado de irrelevância da política A especificação mais natural para preços viscosos é a versão em tempo discreto da curva de Phillips aumentada pelas expectativas considerada nos capítulos anteriores 1 1 1 1 p p E y y f p p Podemos simplificar esta relação para 1 1 1 p p fy E p p 515 Na equação 515 o nível de preços é completamente determinado pelas ocorrências do período de tempo anterior Para investigar a relevância da política trocamos a equação 51 pela equação 515 McCallum apresenta uma análise mais completa desse caso Usamos a equação 52 para definir p o logaritmo do nível de preços que torna o produto igual a seu valor na taxa natural zero v p m 0 θ 12 Recorremos ao valor defasado desta relação para eliminar 1 p da equação 515 Tomamos o operador de expectativas desta relação baseadas no conjunto de informação do período anterior para obter E p m Substituindo a equação 52 e E p m na equação 515 encontramos a equação de solução para o produto v f y y 1 1 θ 516 Como m e γ não aparecem nela a política ainda não tem efeito Concluímos que a viscosidade do preço por si mesma não é suficiente para sobrepujar a proposição de irrelevância da política O que parece ser necessário é a viscosidade do preço por mais de um período Isto porque a política pode fazer alguma coisa para os agentes privados somente se o intervalo de tempo das alterações do ambiente de política for menor do que o intervalo de tempo dos ajustamentos feitos pelos agentes privados em relação às variáveis nominais No modelo de Taylor 1979b existem contratos salariais de dois períodos Metade da população assinaos em cada período Em qualquer ponto do tempo metade dos agentes não pode alterar sua variável nominal enquanto a autoridade monetária não enfrenta esta restrição Mesmo com a suposição de expectativas racionais uma política monetária previsível apresenta efeitos reais nesse modelo Deixaremos para o Capítulo 10 a consideração das teorias que tratam dos motivos pelos quais agentes escolhem ficar presos a contratos nominais de longo termo Denotamos por tx o logaritmo do salário determinado no período t para os próximos dois períodos Supomos por simplicidade que o produto marginal da mãodeobra é constante há um markup constante dos preços sobre os salários W F P N 1 Por isso os termos que se referem a salários podem ser utilizados no lugar dos que se referem aos preços e viceversa O índice de preços global é dado por 50 1 t t t x x p 517 Como antes a determinação dos salários depende dos preços esperados e do hiato esperado entre o produto corrente e seu nível sustentável de longo prazo Isto requer duas observações para cada uma destas variáveis já que o salário está sendo determinado para dois períodos Vamos supor que t e t e t e t e t t u h y f hy p p x 1 50 1 1 518 Esta especificação é baseada na hipótese de que os trabalhadores se preocupam com o valor real de seus próprios salários Este tratamento difere levemente do de Taylor Este utiliza a hipótese de que os trabalhadores se preocupam com sua posição salarial relativa Assim tx 1 e txe 1 aparecem na equação 518 em lugar dos termos e t te p p 1 Esta diferença não é importante contudo porque nenhuma das conclusões depende desta variação de especificação do modelo As equações 517 e 518 representam a função de oferta agregada quando existem contratos superpostos em dois períodos De fato uma extensão literal para dois períodos de uma curva de Phillips aumentada pelas expectativas deveria incluir taxas de inflação esperada não níveis de preço esperados como na equação 518 Contudo nenhum dos resultados depende desta diferença Para evitar complicar a análise seguimos a especificação de Taylor que considera níveis As relações de demanda agregada são semelhantes àquelas de Sargent e Wallace 13 t t t v p m y θ 52 e t t p m γ 519 A relação de demanda do setor privado é exatamente a mesma que utilizamos antes A função de reação da política é diferente mas não forma substantiva Por simplicidade fazemos o m da função anterior igual a zero Antes a autoridade estava reagindo às variações do hiato do produto defasado agora ela está reagindo à expectativa do nível de preços Como as expectativas são baseadas na informação do período anterior não há diferença fundamental entre as especificações de Taylor e Sargent e Wallace para a reação da política Como estamos supondo expectativas racionais o índice e representa o operador de expectativas condicionadas à informação em t 1 isto é 1 t t te p E p e 1 1 1 t t te p E p O objetivo do exercício é mostrar que o parâmetro de política γ aparece na equação de solução para ty Podemos neste caso determinar se a autoridade deve remar contra a maré γ 0 acomodar γ 0 ou seguir a abordagem monetarista γ 0 Utilizando as equações 517 52 e 519 e o operador de expectativas derivamos um conjunto de expressões para ser substituído na equação 518 50 1 t e t te x x p 50 1 1 e t e t te x x p 1 50 1 t e t te x x y θ γ 1 50 1 1 e t e t te x x y θ γ Substituindo estas expressões na equação 518 e tomando o operador de expectativas obtemos a forma reduzida de ex 0 1 1 2 1 1 11 1 1 e t e t te x h f x f x h f θ γ θ γ θ γ 520 Se o modelo for linear todas as variáveis endógenas apresentam trajetórias temporais com as mesmas características Assim podemos mostrar apenas que o parâmetro de política γ entra na equação de solução para ex em vez da equação para y Para obter a solução explícita da equação 520 precisamos introduzir uma solução experimental No Capítulo 1 discutimos o fenômeno familiar do juro composto para justificar a forma apropriada de solução experimental de uma equação em diferença Aqui podemos usar t te A x λ Substituindo esta solução experimental na equação 520 obtemos a equação característica que determina λ 0 1 1 2 1 1 11 2 h f f h f θ γ λ θ γ λ θ γ 521 Como estamos lidando com uma equação em diferença de segunda ordem os dois valores da raiz 14 característica λ são possíveis A forma geral da solução é t t te A A x 2 2 1 1 λ λ Os valores de 1 λ e 2 λ são encontrados a partir da equação 521 e uma restrição para os As pode ser determinada a partir do fato de que a história determina o valor inicial e tx Fazendo t 0 na equação de solução temos 2 1 0 A A xe Porém esta restrição fica com uma infinidade de combinações de valores de A1 e A2 que satisfazem o modelo Para obter uma solução única de e tx e portanto de ty precisamos impor alguma restrição arbitrária adicional Taylor resolve o problema da indeterminação seguindo a tendência da profissão que é rejeitar os resultados instáveis Para fazer isto ele precisa restringir sua atenção a valores numéricos dos parâmetros f θ γ e h que fazem com que um dos valores de λ seja maior do que um em valor absoluto Considerar a influência de uma destas raízes características digamos 2 λ torna o modelo instável Para evitar isto Taylor faz a restrição adicional A2 0 Assim ele obtém uma solução única e estável t e te x x 0 λ1 Embora Taylor deseje limitar sua atenção a intervalos particulares dos valores dos parâmetros o seu procedimento não passa ainda da rejeição convencional dos resultados instáveis Discutiremos a fundo o problema de nãounicidade no próximo capítulo Não importando que restrição adicional seja imposta a equação 521 mostra que os dois valores para a raiz característica λ dependem do parâmetro de política γ Assim a política é eficaz nesse modelo a despeito da hipótese de expectativas racionais Isto é possível porque a autoridade monetária pode ajustar completamente seu instrumento nominal em cada período mas os agentes privados não podem ajustar seus salários monetários em cada período Os preços são mais viscosos do que a oferta de moeda O problema da nãounicidade que encontramos significa porém que é importante derivar um valor ótimo para γ que minimize a variância assintótica do produto 55 CONCLUSÕES A finalidade deste capítulo foi introduzir as técnicas de solução utilizadas em modelos macro que supõem que os agentes entendem a regra em curso por trás da política do governo Cada vez mais os analistas se sentem na obrigação de supor expectativas racionais porque qualquer outra abordagem supõe implicitamente que os agentes são continuamente surpreendidos pelas ações das autoridades de política Para provar que uma política de estabilização é boa para os agentes privados não podemos supor que os agentes não entendem a política Explicamos como derivar as soluções de expectativas racionais e enfatizamos dois pontos Um foi a crítica de Lucas da econometria padrão e dos métodos de simulação um desafio que é uma contribuição fundamental da literatura de expectativas racionais O outro foi o debate sobre a relevância da política Aqueles que preferem regras de reação de política não precisam temer a presença de expectativas racionais em seu modelo No Capítulo 6 mostraremos que forte suporte 15 para certas propostas de política keynesianas podem ser derivadas em uma análise de expectativas racionais Os modelos deste capítulo foram bastante simplificados Por exemplo a demanda agregada foi considerada independente da inflação esperada e a inflação foi a única variável endógena que incorporou expectativas racionais Um elemento arbitrário desencorajador apareceu no final do capítulo o problema da nãounicidade Por isso voltaremos a este assunto no próximo capítulo copyright 1993 2000 2003 Sergio Da Silva da tradução de William M Scarth Macroeconomics An Introduction to Advanced Methods Harcourt Brace Jovanovich Canada Inc 1988 Figuras por Gilmar Michelon e revisão por Martha Scherer MACROECONOMICS An Introduction to Advanced Methods William M Scarth CAPÍTULO 4 EXPECTATIVAS E DESEJABILIDADE DA FLEXIBILIDADE DE PREÇO E SALÁRIO 41 INTRODUÇÃO Deixando de lado as considerações a respeito do desequilíbrio generalizado nos mercados de trabalho e bens focalizamos agora o fato de que reduções de salário podem levar a uma expectativa geral de queda da demanda pelos produtos das firmas Este efeito expectacional é o mecanismo enfatizado por Keynes para argumentar que o aumento da flexibilidade de salário não é desejável 1936 Capítulo 19 Para tratar desse assunto precisamos levar em conta os determinantes da taxa de inflaçãodeflação e não apenas mudanças de uma vez por todas do nível de preços como fizemos no capítulo anterior Precisamos também substituir nossa regra simples de expectativas estáticas por uma hipótese explícita a respeito de como as expectativas são formadas Na maior parte deste capítulo vamos supor expectativas adaptativas Embora esta hipótese apresente algumas propriedades atraentes e seja usada em uma enorme quantidade de trabalhos da macroeconomia mainstream dos anos sessenta e setenta uma das suas implicações é que os agentes econômicos cometem erros de previsão sistemáticos A hipótese que representa o oposto é conhecida na literatura como previsão perfeita onde agentes não cometem erros de previsão sistemáticos ou não Apresentamos a análise de previsão perfeita ao final deste capítulo Concentraremos nosso interesse nas duas questões 1 Expectativas inflacionárias ou deflacionárias podem provocar uma instabilidade macroeconômica 2 Com expectativas aumentar a flexibilidade salarial é ruim para o ajustamento macroeconômico 2 42 EXPECTATIVAS ADAPTATIVAS Consideramos o seguinte modelo macro G I i k Y C Y 1 41 L Y i M P 42 π Y Y Y f P P 43 π λ π P P 44 A notação e as relações IS e LM são as mesmas que aquelas já usadas e π simboliza a taxa de inflação esperada Nos dois capítulos anteriores π foi considerado igual a zero e portanto ignorado expectativas estáticas agora π é usado para definir a taxa de juros real i π na função investimento Note que π é aqui a taxa que os agentes esperam para a inflação corrente No Capítulo 1 em nossa teoria da curva de Phillips aumentada pelas expectativas sugerimos que esta deveria incorporar a taxa de inflação esperada de equilíbrio não a taxa de inflação esperada corrente Todavia utilizamos aqui a última interpretação de π que foi a prática comum até 1980 É útil comparar a análise mais moderna apresentada abaixo com aquela que foi a da macroeconomia mainstream por longo tempo A equação 44 explicada em seguida estipula como as expectativas são revisadas Considere primeiro apenas as equações 41 43 Este sistema de três equações determina Y i e P para valores dados de G k M Y e π e o nível preexistente de P O P é exógeno no curto prazo e por isso o modelo é bastante keynesiano com uma curva de oferta agregada horizontal O Y é interpretado como demanda e oferta ao mesmo tempo e Y é o nível de produto sustentável no longo prazo taxa natural Contratos salariais fixam o nível de salário monetário e portanto o preço em dado ponto do tempo como explicado na seção 14 Estes contratos dão aos empregadores a liberdade de contratar qualquer que seja a quantidade de mãodeobra que desejam Quando esta quantidade ocorre em um ponto fora da curva de oferta de mãodeobra agregada salários e preços se ajustam ao longo do tempo O longo prazo ocorre quando inflação esperada e corrente são iguais Nesta situação Y Y a curva de oferta agregada é vertical ao valor da taxa natural e o modelo tornase completamente clássico no equilíbrio pleno Figura 41 Efeitos das Expectativas Inflacionárias Sobre as Taxas de Juros 3 A equação 44 torna as expectativas inflacionárias endógenas Antes de examinála explicitamente consideremos a distinção entre taxas de juros real e nominal e os efeitos de aumentos exógenos das expectativas O investimento depende da taxa de juros real mas as curvas IS e LM são geralmente desenhadas com a taxa de juros nominal em um dos eixos Assim deslocamos a curva IS sempre que π se altera Da equação 41 temos que di dπ 1 quando 0 dY dk dG portanto a curva IS deslocase para cima pelo exato aumento de π A Figura 41 mostra os efeitos de um aumento exógeno de π A IS1 é desenhada para π 0 Quando π aumenta para 005 a curva se desloca para cima até a IS2 e o ponto de observação se movimenta de A para B Porque a demanda agregada é dada pela interseção entre a IS e a LM este modelo supõe que o produto é determinado inteiramente pela demanda em determinado ponto do tempo Comparando os pontos A e B vemos que a taxa de juros nominal sobe mas não pelo montante total do aumento das expectativas inflacionárias A taxa de juros real cai como mostrado pela altura do ponto C No ponto B o produto é maior do que o seu nível sustentável de longo prazo assim dada a equação 43 o preço precisa aumentar Este aumento reduz a oferta real de moeda e a LM deslocase para a esquerda ao final o ponto de observação coincide com o ponto D Finalmente então a taxa de juros nominal sobe no montante total do aumento das expectativas inflacionárias Porém se o parâmetro f for razoavelmente pequeno isso ocorre com uma longa defasagem temporal Não deve ser surpreendente portante que embora a inflação tenha se acelerado no começo dos anos setenta as taxas de juros nominais não subiram dramaticamente até o final da década Agora consideramos uma política monetária contracionista com a economia começando no ponto D Presumese que esta política baixa as taxas de juros nominais recessionando a economia o bastante para reduzir as expectativas inflacionárias isso vai ocorrer neste modelo Mas até que π seja reduzido a IS2 é a curva relevante O deslocamento para a esquerda da LM leva a taxas de juros nominais até mais altas no início do período de ajustamento Um exemplo deste fenômeno ocorreu quando governos adotaram uma política monetária contracionista no começo dos anos oitenta Tanto a taxa de juros real como a nominal estiveram muito altas Parece que este modelo é rico o bastante para levar em conta flutuações observadas simultaneamente no produto inflação e taxas de juros real e nominal Por isso é particularmente instrutivo considerar a condição de convergência ou estabilidade do modelo Muito do debate entre Keynes e os clássicos se refere ao estabelecimento das condições sob as quais a condição de convergência é ou não é satisfeita Antes de considerar as propriedades de estabilidade automática do modelo precisamos formalmente endogeneizar π e fornecer uma racionalidade para a equação 44 A hipótese de expectativas adaptativas é frequentemente chamada de o modelo de aprender com o erro porque ela especifica que os agentes alteram sua previsão como uma fração do erro de previsão anterior No tempo discreto esta hipótese pode ser escrita como 1 1 1 π λ π π P P onde 1 0 λ os subíndices simbolizam períodos de tempo defasados Reescrevendo esta hipótese para diversos períodos de tempo podemos fornecer uma interpretação alternativa 4 1 1 1 P P λ λ π π 2 2 1 1 P P λ λ π π tal que a substituição sucessiva leva a 1 1 3 2 2 1 P P P P P P λ λ λ π 45 Esta última formulação estabelece que π é uma média ponderada de valores passados com um peso menor sendo atribuído ao passado mais distante Os pesos declinam geometricamente Ambas as interpretações do ajustamento levando em conta o erro e da média ponderada conferem uma certa plausibilidade à hipótese de expectativas adaptativas da mesma forma que a sua propriedade de consistência de longo prazo Quando a inflação corrente finalmente se acomoda em algum valor constante x o π se iguala a este x É animador perceber que π realmente se iguala a x quando substituímos x P P P P 2 1 na equação 45 Figura 42 Expectativas Adaptativas Porém a hipótese de expectativas adaptativas apresenta também algumas propriedades pouco atraentes Uma delas é a consistência de longo prazo não implicar a consistência de curto prazo Agentes com expectativas adaptativas cometem a erros de previsão sistemáticos Por exemplo se a inflação corrente pula de x para 2x ficando em 2x indefinidamente da forma como é definido pela equação 45 o π vai subestimar a previsão da inflação corrente durante todo o período de ajustamento como mostrado na Figura 42 Outra característica pouco atraente desta regra de previsão é que somente observações passadas importam Anúncios dizendo respeito a valores futuros de variáveischave como a oferta de moeda não exercem nenhum efeito sobre as expectativas O que é atraente na hipótese de expectativas racionais é ela não apresentar esses defeitos Contudo muitos economistas especialmente aqueles envolvidos com o trabalho empírico continuam confiando no esquema adaptativo por isso vale a pena explorar suas implicações macroeconômicas Faremos isso adicionando a equação 44 ao modelo porque esta fornece a versão em tempo contínuo da hipótese de ajustamento pelo erro A suposição de expectativas racionais será explicada no próximo capítulo Aqui explicamos por que o uso da hipótese adaptativa em estudos empíricos aumenta as chances de um modelo se ajustar aos fatos 5 43 EXPECTATIVAS INFLACIONÁRIAS E INSTRUMENTO DE POLÍTICA MONETÁRIA Para compreender o modelo é útil comparar a estabilidade macroeconômica sob as políticas monetárias alternativas de controlar a taxa de juros nominal ou a oferta de moeda Consideramos primeiro a Figura 43 onde o banco central controla a taxa de juros em i a sua taxa natural A taxa de juros natural é o valor determinado pela produtividade e poupança a interseção da linha Y com a curva IS desenhada para π 0 Suponhamos que o banco central não percebe que a propensão marginal a consumir aumenta deslocando a curva IS para IS2 Há pressão para a economia se movimentar do ponto A para o ponto B mas o banco central impede que isso ocorra comprando títulos Isto eleva os preços dos títulos movimenta a curva LM para LM2 e mantém as taxas de juros baixas em i O novo ponto de observação é C Mas Y Y em C logo este não pode ser um equilíbrio de longo prazo Pela equação 43 ocorre uma inflação e pela equação 44 a inflação esperada sobe O aumento de π desloca a curva IS para IS3 Há pressão para a economia se movimentar até o ponto D mas o banco central novamente aumenta a oferta de moeda visando controlar a taxa de juros o ponto de observação fica em E Portanto a inflação se acelera sem parar e o sistema fica instável Friedman 1968 utiliza este tipo de análise para argumentar contra a política de controle da taxa de juros Figura 43 Instabilidade Decorrente do Controle das Taxas de Juros Agora consideramos a Figura 44 para observar as implicações de se fixar o estoque de moeda nominal Como antes a economia se encontra originalmente no ponto A a propensão marginal a consumir aumenta e a curva IS deslocase até IS2 Sem qualquer reação da parte do banco central o ponto de observação se movimenta até B porém esta posição não pode perdurar uma vez que Y Y Tendo em vista as equações 43 e 44 tanto a taxa de inflação corrente como a esperada sobem Aumentos dos preços correntes deslocam a curva LM para a esquerda e reduzem o hiato entre Y e Y Contudo aumentos esperados de preço deslocam a curva IS para a direita o que aumenta o hiato entre Y e Y O ponto de observação movimentase até um ponto como C que pode ser mais próximo ou mais distante da linha Y do que era o ponto B O novo ponto de equilíbrio pleno é E onde tanto o produto como a taxa de juros encontramse em seus níveis naturais Ele é dado pela interseção da linha Y com a agora relevante curva IS para π 0 As três setas do diagrama indicam que a economia pode ou não convergir para esse equilíbrio e a trajetória de ajustamento pode ou não ocorrer com ciclos Como a estabilidade pode ser possível 6 neste caso Friedman conclui que controlar a oferta de dinheiro é melhor do que controlar a taxa de juros A maioria dos bancos centrais ocidentais reagiram à inflação acelerante do começo dos anos setenta abandonando de fato a política de controle da taxa de juros Figura 44 A Questão da Estabilidade com uma Política Monetarista 44 A CONDIÇÃO DE CONVERGÊNCIA DE CAGAN Para conjecturar a respeito da necessidade da política de estabilização intervencionista é útil derivar a condição de estabilidade formal na situação da política de controle do dinheiro Do diferencial total das equações 41 e 42 temos rI d M P dY Ir Li d dY π onde i r Y i I L k C L d 1 1 Estes resultados significam que a variação percentual do produto dy dY Y se iguala a PY I r M vezes a variação percentual da oferta de moeda p d m mais Y L I r i vezes a variação em π Assim para valores dados das variáveis exógenas G e k as equações 41 e 42 implicam ψ π θ d dp dm dy onde PY I r M θ e Y L I r i ψ Por simplicidade adotamos uma demanda agregada linear nos logaritmos do produto oferta de moeda e nível da inflação esperada Este é essencialmente o mesmo resumo loglinear da IS e da LM que usamos na seção 14 ψπ θ p m y 46 7 Para simplificar abandonamos as variáveis exógenas que não se encontram envolvidas na análise de convergência A equação 46 compacta a parte do equilíbrio temporário do modelo ISLM Em termos logarítmicos as equações dinâmicas 43 e 44 são dadas por π y f y p 47 π λ π p 48 Este sistema pode ser resumido em duas equações diferenciais em π e y Substituindo a equação 47 na equação 48 eliminamos p e encontramos a primeira linha da matriz Diferenciando a equação 46 em relação ao tempo obtemos y y f m y θ ψλ π θ 49 que fornece a segunda linha da matriz y f f y π θ ψλ θ λ π 0 termos exógemos O equilíbrio pleno é definido por π y 0 pontos A e E da Figura 44 Quando π 0 a equação 48 implica que a inflação corrente e a esperada são iguais Quando p π a equação 47 implica que as taxas do produto corrente e natural são iguais Quando y 0 e y y a equação 49 implica que m p π no equilíbrio pleno a inflação é um fenômeno puramente monetário Como o modelo comporta flutuações simultâneas do produto e da inflação durante o período de ajustamento de curto prazo a inflação não é sempre e em toda parte um fenômeno monetário As frases citadas se devem a Friedman As condições necessária e suficiente para estabilidade são o determinante da matriz 2 2 ser positivo e o seu traço ser negativo Estas condições são dadas por θλf 0 sempre satisfeita e 0 f ψλ θ que pode ou não ser satisfeita A última condição representa a contrapartida algébrica das diversas setas possíveis mostradas na Figura 44 No gráfico existe convergência se o efeito estabilizador da inflação corrente for mais poderoso do que o efeito desestabilizador da inflação esperada O efeito da inflação corrente ocorre através da oferta de moeda real por isso um alto valor para o coeficiente θ o multiplicador monetário sobre a demanda agregada aumenta as chances de estabilidade Por outro lado quanto maiores forem λ o coeficiente de revisão das expectativas e ψ o efeito da inflação esperada sobre a demanda agregada menor será a possibilidade de convergência Assim faz sentido intuitivo que a condição de convergência seja dada por θ λψ Existem outras formas de explicar por que esta é a condição de convergência Uma inflação dos preços monetários requer um excesso de oferta de moeda Como preços mais altos fazem com que o excesso de oferta aumente cada vez mais acelerando a inflação Isto é possível se o aumento de preços reduzir a oferta de moeda real mais lentamente do que a redução da demanda por moeda esta última possibilitada pelo aumento da inflação esperada que eleva a taxa de juros nominal Há ainda outra forma de explicar a condição de estabilidade pelo mercado de bens Um aumento de preços contrai a oferta de moeda real eleva os custos de se tomar emprestado e um excesso de demanda é eliminado Preços mais altos levam porém a 8 expectativas inflacionárias mais altas que reduzem os encargos reais de pagamentos na taxa de juros nominal Se a inflação esperada subir mais rapidamente do que a taxa de juros nominal o excesso de demanda aumentará cada vez mais Todos esses fenômenos podem ser considerados na direção deflacionária o que fornece uma racionalidade para as preocupações keynesianas de que uma autoridade não intervencionista pode deixar a economia em depressão e deflação prolongadas que aumentam cada vez mais Podemos expressar a condição de estabilidade de uma forma mais particular utilizando as definições de θ e ψ e a definição de elasticidadejuros da demanda por moeda L i M P e i A condição de estabilidade vem a ser 1 eλ i 410 Esta condição é às vezes chamada de condição de convergência de Cagan porque Cagan 1956 foi o primeiro a derivála em um modelo de hiperinflação Antes de considerar a possibilidade de esta condição ser satisfeita observe que a estabilidade não é afetada pelo tamanho de r Y Y I k L C d ou f Estes parâmetros alteram o tamanho dos multiplicadores M P e π no mesmo montante portanto eles não afetam o seu tamanho relativo Considerams agora a condição 410 em duas situações distintas 1 uma inflação como a dos anos setenta e 2 uma depressão profunda como a dos anos trinta Em um período de inflação a taxa de juros nominal de equilíbrio i é alta o que contribui para satisfazer a condição 410 Inversamente taxas de juros extremamente baixas que acompanham uma depressão profunda fazem com que a satisfação da condição 410 seja muito difícil Yarrow 1977 discute como formas funcionais alternativas para a demanda por moeda afetam este argumento A elasticidadejuros da demanda por moeda também parece depender do nível das taxas de juros Quando a inflação e as taxas de juros são altas os agentes tendem a economizar nos ativos monetários tanto quanto possível e a elasticidadejuros resultante e é muito baixa o que contribui para satisfazer a condição 410 como Johnson 1977 nota Em depressões profundas por outro lado os agentes estão tão temerosos pelo calote em ativos nãomonetários que a elasticidadejuros da demanda por moeda é muito mais alta No limite chegase à armadilha da liquidez e Com e aumentando desta maneira a condição 410 não pode ser satisfeita Assim o modelo replica a preocupação de Keynes de que reduções de preço e salário podem apenas piorar a Depressão através dos efeitos expectacionais Ao mesmo tempo contudo o modelo não sugere que a instabilidade precisa ocorrer sempre Macroeconomistas podem recorrer a um modelo simplificado deste tipo para consistentemente argumentar que a intervenção do governo foi justificada nos anos trinta para evitar a instabilidade ou pelo menos problemas de ajustamento prolongado mas que não foi necessária nos anos setenta para evitar a hiperinflação Como todo cientista deseja um modelo simples e único para explicar uma plêiade de situações diversas é fácil perceber por que este modelo representou a macroeconomia mainstream antes da revolução de expectativas racionais Antes de concluir vale a pena enfatizar que o modelo não dá suporte à proposição keynesiana de que aumentar o grau de flexibilidade salarial pode piorar o ajustamento macroeconômico O aumento da flexibilidade salarial pode ser considerado examinando as implicações de uma curva de Phillips de curto prazo mais íngreme tomando um valor mais alto para o parâmetro f Acontece que a probabilidade de instabilidade independe do valor de f Também pode ser facilmente mostrado que a probabilidade de uma aproximação cíclica em vez de um ajustamento assintótico ao equilíbrio pleno também independe de f Um f mais alto significa apenas que o ajustamento será mais rápido por meio de uma trajetória estável ou instável Para aqueles com preferências keynesianas o modelo apenas serve para mostrar que instabilidade 9 é um assunto sério especialmente em situações deflacionárias 45 PREVISÃO PERFEITA Tomamos agora o mesmo modelo e apenas substituímos a hipótese de expectativas inflacionárias adaptativas pela suposição de previsão perfeita Alguns keynesianos consideram pouco atraente esta hipótese alternativa talvez pelo fato de ela parecer tão irrealista Por isso fica mais intrigante o resultado de que com previsão perfeita um aumento do grau de flexibilidade salarial pode piorar as propriedades de ajustamento da economia agregada A pressuposição de política keynesiana encontra seu suporte analítico mais forte dentro de um modelo que incorpora uma hipótese expectacional considerada nãokeynesiana Agora a taxa de inflação corrente faz parte da especificação da taxa de juros real na função investimento P P I i I O resumo loglinear da parte ISLM do modelo passa a ser p p m g y ψ θ φ 411 em lugar da equação 46 Tomamos o resumo do lado da oferta agregada diretamente do Capítulo 1 equação 14 já que estamos supondo que os agentes prognosticam a taxa de inflação de equilíbrio p de forma perfeita como m y y f p 412 É importante que a teoria por trás da função de oferta agregada apresentada no Capítulo 1 dê suporte à proposição de que o que pertence à equação da curva de Phillips é o p esperado não o esperado p Se fosse este último a função de oferta se reduziria a y y com previsão perfeita e isso excluiria a possibilidade de hiatos temporários do produto Tal modelo teria que ser rejeitado Na análise abaixo confiamos na maneira pela qual f se relacionada aos parâmetros subjacentes de demanda e oferta derivados no Capítulo 1 Repetimos a equação 16 aqui por conveniência 1 a f ψ θ 413 Calculamos o efeito de uma alteração da despesa autônoma sobre o produto substituindo a equação 412 na equação 411 para eliminar p yf m p m g f y ψ ψ θ φ ψ 1 1 414 1 f dy dg ψ φ 415 O leitor pode verificar que a taxa de inflação de equilíbrio p é m Podemos usar a equação 414 abaixo para definir p como o valor de p para o qual y y yf m p m g f y ψ ψ θ φ ψ 1 Supondo 0 m y g a derivada em relação ao tempo dessa equação gera m p 10 Avaliamos a estabilidade da economia tomando a derivada em relação ao tempo da equação 414 e utilizando a equação 412 para eliminar p Supondo que 0 m y g o resultado é dado por y y f f y ψ θ 1 416 O sistema é estável somente se 0 1 f ψ que é uma restrição suficiente para garantir que o multiplicador da despesa apresente o seu sinal convencional dy dg 0 A restrição que estamos supondo é a condição familiar de que a sensibilidaderenda do investimento não é muito grande Nesta situação a sensibilidaderenda ocorre indiretamente através da dependência do investimento à taxa de inflação esperada igual à corrente e através da dependência da inflação ao hiato do produto Podemos agora avaliar se o aumento da flexibilidade salarial leva a respostas mais desejáveis a choques de demanda agregada Estabelecemos no Capítulo 1 que a flexibilidade dos salários aumenta com aumentos no tamanho de a Da equação 413 temos que 0 a f e portanto o aumento da flexibilidade salarial torna a inclinação da curva de Phillips de curto prazo mais íngreme como estivemos supondo anteriormente neste capítulo Da equação 415 obtemos 0 1 2 f f dy dg ψ φψ o que significa que uma dada queda da demanda agregada provoca uma recessão temporária maior com salários mais flexíveis A lógica deste resultado é a seguinte Como a demanda agregada depende tanto da despesa autônoma como de expectativas inflacionárias perfeitamente antecipadas uma redução da despesa autônoma apresenta um efeito direto e outro indireto O efeito direto leva a um produto mais baixo O efeito indireto segue do fato de que os agentes percebem que a diminuição do produto reduzirá a inflação Tudo o mais constante esta redução elevará a taxa de juros real As firmas reduzirão então o componente investimento da demanda agregada Aumentando a flexibilidade de preço e salário o efeito secundário fica maior do que ele seria de outra forma Assim a proposição keynesiana de aumentar a flexibilidade salarial é ruim no sentido de aumentar o desvio temporário do produto ganha suporte utilizando a hipótese de previsão perfeita Todavia aumentar a flexibilidade salarial não é de todo ruim neste modelo A velocidade com a qual a recessão temporária é eliminada é proporcional ao valor absoluto do coeficiente da equação 416 Como 0 1 1 2 f f f f ψ θ ψ θ o aumento da flexibilidade salarial acelera a eliminação dos distúrbios do produto Em suma aumento a flexibilidade salarial torna o multiplicador de impacto menos atraente mas torna a velocidade de ajustamento mais favorável Estes resultados fornecem suporte analítico parcial para a proposição keynesiana de que aumentar a flexibilidade salarial pode não contribuir para as propriedades de estabilidade automática da economia Suporte analítico semelhante é encontrado em DeLong e Summers 1986 Howitt 1986c e Fleming 1987 Este resultado é particularmente importante quando analistas de política resolvem considerar formas de estimular a adoção de esquemas do tipo partilha do lucro e contratos salariais mais curtos Um dos motivos encorajadores dessas mudanças institucionais é o desejo de aumentar a flexibilidade salarial que é considerada uma boa medida 11 46 CONCLUSÕES Neste capítulo examinamos os efeitos das expectativas inflacionárias sobre as propriedades de convergência da economia considerando duas hipóteses expectacionais Estas hipóteses representam casos polares porque expectativas adaptativas implicam que os agentes cometem erros de previsão sistemáticos enquanto eles não cometem erros com previsão perfeita sistemáticos ou não Talvez uma suposição intermediária seja mais atraente Uma que modele a incerteza de modo que os agentes cometam erros de previsão mas não de forma sistemática Este é o caso de expectativas racionais que examinaremos nos próximos dois capítulos Veremos que os resultados em grande parte reproduzem aqueles da análise que incorpora previsão perfeita Nos próximos capítulos sobre expectativas estenderemos a análise para considerar também expectativas nãoestáticas para outras variáveis endógenas Afinal não é razoável supor que os agentes não cometem erros sistemáticos na previsão de taxas de inflação mas que cometem este tipo de erro quando prognosticam taxas de juros e níveis do produto copyright 1993 2000 2003 Sergio Da Silva da tradução de Macroeconomics An Introduction to Advanced Methods William M Scarth Harcourt Brace Jovanovich Canada Inc 1988 Revisão por Martha Scherer e figuras por Gilmar Michelon Exercícios de Acompanhamento de Leitura da Seção 51 1 Quando começou a revolução de expectativas racionais em macroeconomia A revolução das expectativas racionais na macroeconomia começou com Lucas em 1972 que argumentou que os agentes formam expectativas de maneira eficiente usando todas as informações disponíveis 2 Em que circunstância a idéia de expectativas racionais atraiu atenção generalizada A ideia de expectativas racionais atraiu atenção generalizada quando Sargent e Wallace 1975 1976 aplicaram essa hipótese ao estudo da política monetária ótima Eles demonstraram que se os agentes formam expectativas de maneira racional políticas monetárias previsíveis não têm efeitos reais sobre a economia no longo prazo Essa conclusão desafiou a eficácia das políticas discricionárias defendidas pela macroeconomia keynesiana tornando a hipótese de expectativas racionais central no desenvolvimento da Nova Macroeconomia Clássica 3 O que dizia o resultado de irrelevância da política de Sargent e Wallacе O resultado de irrelevância da política conforme formulado por Sargent e Wallace 1975 1976 afirma que uma política de demanda agregada sistemática não afeta variáveis reais mesmo no curto prazo sob a hipótese de expectativas racionais No entanto conforme destacado no capítulo 5 do livro An Introduction to Advanced Methods de William M Scarth esse resultado não é robusto e não depende exclusivamente da suposição de expectativas racionais 4 Como qualificar o resultado de irrelevância da política O resultado de irrelevância da política conforme formulado por Sargent e Wallace pode ser qualificado como não robusto Embora esse resultado indique que a política de demanda agregada sistemática não afeta variáveis reais mesmo no curto prazo quando os agentes formam expectativas racionais o estudo de Scarth argumenta que esse resultado não depende exclusivamente da suposição de expectativas racionais Ou seja a irrelevância da política não é uma conclusão inevitável e pode ser desafiada por outros fatores 5 Como a introdução de expectativas racionais afetou o status das questões de política de estabilização A introdução de expectativas racionais desafiou a eficácia das políticas sistemáticas de demanda agregada pois os agentes econômicos antecipam as ações do governo anulando seus efeitos esperados Contudo o estudo de Scarth argumenta que as questões de política de estabilização continuam legítimas pois o resultado de irrelevância não é robusto e não depende exclusivamente das expectativas racionais permitindo que políticas bem formuladas ainda possam ter efeitos significativos especialmente se forem inesperadas ou focadas em choques não antecipados 6 A que se refere a crítica de Lucas A crítica de Lucas se refere ao uso de métodos convencionais de estimação e simulação em macroeconomia particularmente a abordagem de políticas econômicas que ignoram as mudanças nas expectativas dos agentes diante de mudanças nas políticas Ele argumentou que os modelos tradicionais que não consideram adequadamente as expectativas racionais levam a resultados errados pois os agentes econômicos ajustam suas expectativas com base nas políticas implementadas Assim políticas que antes poderiam ser eficazes no contexto das expectativas racionais perdem seu poder de ação já que os agentes antecipam as mudanças e ajustam seu comportamento invalidando previsões baseadas em modelos que não incorporam adequadamente essas expectativas 7 Que tipo de disciplina é imposta pelas expectativas racionais quando consideramos a crítica de Lucas os problemas de nãounicidade a inconsistência temporal de políticas ótimas e os efeitos de políticas esperadas A crítica de Lucas impõe uma disciplina rigorosa nos modelos econômicos exigindo que as expectativas racionais dos agentes sejam incorporadas de forma explícita Isso resolve problemas de nãounicidade evitando múltiplos equilíbrios e proporcionando previsões mais confiáveis Também destaca a inconsistência temporal das políticas pois estratégias ótimas podem ser ineficazes no futuro se os agentes anteciparem mudanças Além disso impõe a necessidade de avaliar os efeitos das políticas considerando como os agentes as esperam e respondem a elas forçando uma análise mais realista e dinâmica das políticas econômicas 8 Qual é a vantagem das expectativas racionais como esquema de previsão A principal vantagem das expectativas racionais como esquema de previsão é que elas levam em consideração todas as informações disponíveis de forma eficiente minimizando erros sistemáticos nas previsões Ao assumir que os agentes econômicos utilizam o melhor conhecimento possível sobre o sistema e as regras econômicas para formar suas expectativas as expectativas racionais permitem previsões mais realistas e consistentes Isso elimina erros previsíveis como os gerados por expectativas adaptativas e fornece uma base mais sólida para a análise e formulação de políticas econômicas 9 Genericamente o que significa a hipótese de expectativas racionais A hipótese de expectativas racionais significa que os agentes econômicos formam previsões de maneira informada e racional minimizando erros com base nas informações disponíveis sem padrões sistemáticos nos erros de previsão 10 O que significa intuitivamente a hipótese de expectativas racionais Intuitivamente a hipótese de expectativas racionais significa que os agentes econômicos fazem previsões sobre o futuro de forma lógica e beminformada utilizando todo o conhecimento disponível Eles não cometem erros sistemáticos nas suas previsões ou seja suas previsões são tão precisas quanto possível dadas as informações e as condições do momento 11 Expectativas racionais implicam que as pessoas não cometem erros de previsão Não expectativas racionais não implicam que as pessoas não cometem erros de previsão Elas significam que embora as previsões possam estar erradas esses erros não são sistemáticos ou previsíveis Ou seja os agentes econômicos fazem o melhor possível com as informações disponíveis mas se houver erros eles são aleatórios e não seguem um padrão consistente 12 Quando é que a hipótese de expectativas racionais tornase questionável A hipótese de expectativas racionais tornase questionável quando se assume que os agentes têm conhecimento perfeito e não enfrentam custos de tomada de decisão o que nem sempre reflete a realidade 13 Que suposições particulares em relação às restrições a hipótese de expectativas racionais incorpora A hipótese de expectativas racionais incorpora suposições particulares de que os agentes têm conhecimento perfeito da estrutura econômica e que não enfrentam custos de tomada de decisão permitindo previsões ótimas e sem erros sistemáticos 14 Interprete 𝑝𝑡 𝑒 𝐸𝑡1𝑝𝑡 Os agentes formam suas expectativas sobre o preço futuro com base nas informações disponíveis do período anterior assumindo que as expectativas são racionais e dependem apenas do que foi observado até o momento 15 Exemplifique a metodologia como se Assume que os agentes econômicos com base no conhecimento disponível sobre o funcionamento da economia fazem previsões como se estivessem derivando formalmente as equações que descrevem as variáveis endógenas Ou seja eles utilizam essas equações teóricas para formar suas expectativas sobre as variáveis futuras mesmo que na prática eles não conheçam completamente o sistema econômico ou não possam derivar as equações exatas 16 Explique por que a hipótese de expectativas racionais não passa de uma extensão da metodologia como se A hipótese de expectativas racionais é uma extensão da metodologia como se porque assim como essa metodologia assume que os agentes se comportam de forma otimizada com base em um modelo teórico a hipótese de expectativas racionais assume que os agentes formam suas previsões como se soubessem exatamente como a economia funciona usando as informações disponíveis para fazer previsões ótimas Exercícios de Acompanhamento de Leitura da Seção 52 1 Quais são as duas possíveis interpretações para a função de oferta agregada 51 As duas interpretações para a função de oferta agregada na introdução são uma interpretação em que a oferta agregada depende de um nível de preços fixo no curto prazo com uma relação positiva entre a produção e o nível de preços e uma interpretação baseada em expectativas racionais onde os agentes ajustam suas expectativas em relação ao preço futuro e isso influencia o comportamento da oferta agregada Ambas as interpretações refletem diferentes visões sobre como as expectativas e o comportamento de ajuste dos agentes afetam a produção e o nível de preços na economia 2 Na interpretação keynesiana da função de oferta agregada 51 por que ocorrem desvios do produto de sua taxa natural Na interpretação keynesiana da função de oferta agregada da introdução do capítulo 5 os desvios do produto de sua taxa natural ocorrem devido a flutuações na demanda agregada Quando a demanda agregada é insuficiente o produto real fica abaixo da sua taxa natural resultando em desemprego elevado Por outro lado quando a demanda agregada é excessiva o produto pode superar sua taxa natural causando pressões inflacionárias Assim a economia pode desviarse da taxa natural de produto devido a choques de demanda o que justifica a intervenção do governo por meio de políticas fiscais ou monetárias para estabilizar a economia 3 Caracterize as ilhas que estão por trás da interpretação clássica da função de oferta agregada 51 As ilhas representam unidades isoladas de produção e consumo onde os agentes econômicos empresas e famílias têm informações locais e limitadas sobre a economia geral Eles baseiam suas decisões no preço local e fazem previsões sobre o preço global sem um conhecimento completo sobre os outros mercados Isso justifica a variabilidade da produção nas ilhas isoladas 4 Como a função de oferta de Lucas justifica a inclusão do termo para o hiato do produto defasado Lucas justifica a inclusão do termo do produto defasado por meio da existência de custos de ajuste no mercado de trabalho A produção não é apenas determinada pelo emprego atual mas também pelo nível de emprego anterior pois existem atrasos nos ajustes de mãodeobra e na percepção de preços 5 Por que é importante incluir o termo do produto defasado na função de oferta de Lucas Incluir o termo do produto defasado é crucial porque com expectativas racionais não se cometem erros sistemáticos de previsão Isso implica que o hiato do produto deve ser modelado como uma variável aleatória sem correlação serial e o produto defasado ajuda a capturar a dinâmica observada no mercado de trabalho e nos preços 6 Explique o problema de extração do sinal O problema de extração do sinal ocorre porque as famílias que possuem informações limitadas sobre os preços em suas ilhas tentam prever o nível geral de preços com base no preço local Se a variância dos preços locais for muito alta em relação aos preços globais o conhecimento local não será útil para prever os preços gerais Isso resulta em previsões imprecisas sobre a inflação global O modelo de Lucas aborda essa dificuldade por meio da combinação das expectativas locais e globais para melhorar a precisão das previsões econômicas 7 Em que circunstância o conhecimento do preço do produto de sua ilha ajuda no prognóstico do índice de preços de todas as ilhas por parte das famílias O conhecimento do preço do produto de sua ilha ajuda no prognóstico do índice de preços de todas as ilhas quando as famílias têm expectativas racionais ou seja quando elas utilizam todas as informações disponíveis para prever os preços futuros Nesse caso o preço de um produto em uma ilha pode ser um indicativo das tendências gerais de preços permitindo que as famílias ajustem suas expectativas sobre a inflação nas demais ilhas 8 De que forma o problema de extração do sinal modifica a função de oferta de Lucas O problema de extração do sinal ocorre quando os agentes não conseguem distinguir entre choques reais e monetários resultando em erros de previsão Isso modifica a função de oferta de Lucas porque sem informações perfeitas a relação entre o produto e o nível de preços se torna menos previsível e sujeita a distúrbios 9 Por que a curva de oferta de Lucas que incorpora o problema de extração do sinal não pode ter sua declividade dada exogenamente Porque a declividade da curva de oferta depende da capacidade dos agentes econômicos de extrair sinais corretos sobre a natureza dos choques econômicos Se os agentes não conseguem fazer isso perfeitamente a relação entre preço e produto não pode ser predeterminada exogenamente 10 Explique o modelo de substituição intertemporal de mãodeobra Este modelo sugere que os indivíduos tomam decisões sobre quanto trabalhar em função das recompensas intertemporais Ou seja os trabalhadores esperam salários reais mais altos no futuro e assim eles planejam trabalhar mais no futuro e menos no período presente 11 Por que razão a maioria dos economistas não simpatiza com o modelo de substituição intertemporal de mãodeobra A maioria dos economistas não simpatiza com o modelo de substituição intertemporal de mãodeobra porque as elasticidadessalário da oferta de trabalho são consideradas muito pequenas Isso significa que mudanças nos salários reais não geram grandes variações no emprego ou nas horas trabalhadas o que limita a capacidade do modelo de explicar os ciclos econômicos de maneira eficaz 12 A que se refere o modelo de percepções monetárias incorretas Expliqueo O modelo de percepções monetárias incorretas sugere que os agentes confundem mudanças nos preços relativos com mudanças no nível geral de preços Eles podem interpretar um aumento nos preços de um produto específico como uma mudança geral na economia afetando suas decisões de consumo e trabalho 13 A respeito do resultado de irrelevância da política em que diferem o modelo de substituição intertemporal de mãodeobra e o modelo de percepções monetárias incorretas O modelo de substituição intertemporal de mãodeobra sugere que as decisões sobre trabalho são tomadas com base nas expectativas sobre os salários futuros enquanto o modelo de percepções monetárias incorretas destaca que os agentes não conseguem distinguir totalmente entre choques monetários e reais influenciando suas percepções sobre a política econômica 14 Que hipótese a equação 52 incorpora para que a curva IS não influencie o e o preço e o produto A equação 52 incorpora a hipótese de uma curva LM vertical ou seja 𝑀𝑃 𝑌1𝜃 o que implica que a taxa de juros é determinada de forma exógena e a curva IS não influencia o preço e o produto Isso permite desprezar os efeitos do investimento e das taxas de juros na determinação do produto e do preço simplificando o modelo ao não precisar distinguir entre taxas de juros reais e nominais 15 Ao não se considerar a curva IS que alterações do modelo são evitadas São evitadas as complicações relacionadas à distinção entre taxa de juros real e nominal além da necessidade de incorporar o impacto do investimento e das variações nas taxas de juros sobre a demanda agregada Isso simplifica o modelo ao focar apenas na oferta agregada e na determinação do produto e do preço sem a influência direta da curva IS 16 Quais são as propriedades dos choques estocásticos u e v Os choques estocásticos 𝑢 e 𝑣 possuem três propriedades principais são não correlacionados o que significa que o valor de um não afeta o do outro têm média zero ou seja não geram efeitos sistemáticos no produto ou no preço ao longo do tempo e possuem variância constante indicando que sua magnitude não muda ao longo do tempo Essas características permitem modelar choques imprevisíveis e aleatórios na economia 17 O que indica o parâmetro 𝛾 O que significa 𝛾 0 e 𝛾 0 O parâmetro 𝛾 na equação 53 indica o grau de remar contra a maré da política monetária ou seja o esforço das autoridades monetárias para combater choques e estabilizar a economia Quando 𝛾 0 a política monetária não interfere nas flutuações do mercado adotando uma abordagem passiva o que é defendido por Friedman Quando 𝛾 0 as autoridades tomam uma postura mais ativa intervindo de maneira agressiva contra as flutuações como sugerido por ativistas O modelo ao contrastar essas abordagens contribui para o debate regras versus política discricionária mostrando que uma política de estabilização eficiente depende da capacidade das autoridades de tomar decisões bem fundamentadas sem excessiva intervenção e que regras mais rígidas podem ser vantajosas em contextos de incerteza 18 Qual é a influência da política monetária sobre a oferta agregada com a hipótese de expectativas estáticas e com a de expectativas racionais A política monetária tem efeitos distintos sobre a oferta agregada dependendo das expectativas dos agentes Com expectativas estáticas os agentes não ajustam suas previsões futuras o que torna a política monetária mais eficaz no curto prazo podendo aumentar a demanda agregada e afetar o produto e os preços Já com expectativas racionais os agentes antecipam os efeitos da política ajustando suas expectativas e comportamento de forma a neutralizar os impactos da política monetária limitando sua eficácia no curto prazo Assim as expectativas racionais reduzem a capacidade da política monetária de influenciar a economia de maneira duradoura 19 No modelo de expectativas racionais o que significa na equação de solução para о produto o fato de não aparecerem os parâmetros e 𝛾 No modelo de expectativas racionais o fato de os parâmetros 𝑒 choques estocásticos e 𝛾 parâmetro de reação da política monetária não aparecerem na equação de solução para o produto significa que com expectativas racionais os agentes já antecipam o impacto de choques e políticas futuras Assim a política monetária e os choques não têm efeitos diretos sobre o produto no curto prazo porque os agentes ajustam suas expectativas de acordo com a informação disponível Ou seja as variáveis de política e choques não influenciam o produto de forma não antecipada uma vez que as expectativas já refletem essas influências tornando o impacto da política e dos choques estocásticos irrelevantes no modelo 20 Observando a equação 52b qual é a razão para o resultado de irrelevância da política A equação 𝑝𝑒 𝐸1𝑝 reflete que as expectativas dos agentes sobre os preços são formadas com base nas informações passadas No modelo de expectativas racionais isso leva à irrelevância da política pois os agentes já antecipam e ajustam suas decisões de acordo com as políticas esperadas tornando os efeitos dessas políticas inexistentes no produto ou nos preços 21 O que significa o resultado de irrelevância da política O resultado de irrelevância da política significa que sob expectativas racionais políticas monetárias ou fiscais sistemáticas não têm impacto sobre as variáveis reais da economia como o produto ou o emprego mesmo no curto prazo Isso ocorre porque os agentes econômicos antecipam essas políticas e ajustam seu comportamento de forma que a política não altera os resultados econômicos esperados 22 Que boa notícia para a política antiinflacionária o modelo com expectativas racionais tem para dar A boa notícia para a política antiinflacionária no modelo com expectativas racionais é que se a política for adequadamente anunciada e os agentes acreditarem nela uma política antiinflacionária como a redução da oferta de moeda não provocará uma recessão prolongada Isso ocorre porque os agentes antecipam a política e ajustam suas expectativas minimizando os efeitos negativos sobre a produção e o emprego 23 Como a experiência das economias ocidentais do começo dos anos oitenta pode ser interpretada a partir do modelo com expectativas racionais Como um exemplo em que a política monetária contracionista foi bem anunciada mas não gerou os resultados esperados como uma recessão prolongada Isso ocorreu porque apesar de a política ser claramente comunicada os agentes econômicos não acreditaram na sua persistência devido à falta de comprometimento dos governos em reduzir significativamente seus déficits orçamentários Essa falta de credibilidade na continuidade das políticas levou a um ajuste inadequado das expectativas o que acabou impactando os resultados econômicos 24 É a hipótese de expectativas racionais que leva ao resultado de irrelevância da política Comente A frase significa que no modelo de expectativas racionais os agentes econômicos antecipam corretamente os efeitos das políticas tornandoas ineficazes Ou seja políticas previsíveis e bem anunciadas não alteram o produto ou o emprego pois os indivíduos ajustam seu comportamento com base nas expectativas sobre essas políticas resultando em irrelevância da política 25 O que Sargent e Wallace tinham em mente ao mostrar o resultado de irrelevância dapolítica Sargent e Wallace argumentaram que sob expectativas racionais políticas monetárias previsíveis e sistemáticas não afetam variáveis reais como produto ou emprego no curto prazo Isso ocorre porque os agentes econômicos ajustam seu comportamento antecipando as políticas de modo que estas se tornam ineficazes O resultado de irrelevância da política implica que políticas monetárias ou fiscais bem anunciadas não têm impacto real já que os agentes já incorporam essas expectativas em suas decisões Exercícios de Acompanhamento de Leitura da Seção 53 1 O que a crítica de Lucas mostra A crítica de Lucas mostra que os métodos convencionais de estimativa e simulação de modelos macroeconômicos são falhos pois não levam em conta a adaptação das expectativas dos agentes econômicos às políticas econômicas Ele argumenta que ao usar dados históricos para prever os efeitos de políticas os modelos ignoram a mudança nas expectativas que ocorre quando as políticas se tornam previsíveis Com isso ele defende que as políticas econômicas devem ser analisadas levandose em conta como os agentes antecipam e reagem a essas políticas o que implica que resultados anteriores não podem ser usados para prever os efeitos de políticas futuras 2 Sargent e Wallace consideram tanto expectativas estáticas como racionais e começam sua análise com a equação 511 em vez da equação 51 Acabamos de mostrar que a derivação da equação 511 supõe expectativas racionais O que o autor está sugerindo com este comentário O autor sugere que Sargent e Wallace ao adotarem expectativas racionais iniciam a análise com a equação 511 que reflete como os agentes formam expectativas baseadas em informações disponíveis Isso difere da abordagem com expectativas estáticas onde as expectativas não são ajustadas de acordo com a política econômica futura 3 Como a prática econométrica convencional estima modelos A prática econométrica convencional estima modelos utilizando regressões em que as variáveis endógenas são relacionadas a seus próprios valores defasados e a valores de variáveis exógenas como demonstrado na regressão 𝑦𝑡 𝛼0 𝛼1 𝑦𝑡1 𝛼2 𝑚 4 Quais são as características das constantes comportamentais em regressões do tipo 𝑦 𝛼0 𝛼1 𝑦1 𝛼2 𝑚 As constantes comportamentais representadas pelos parâmetros 𝛼0 𝛼1 e 𝛼3 são interpretadas como coeficientes que determinam a dinâmica do modelo como o efeito de uma variável exógena como 𝑚 sobre a variável dependente 𝑦 e o efeito dos valores passados da variável dependente 5 Por que o procedimento econométrico convencional de estimação não está incorreto quando supomos expectativas estáticas O procedimento econométrico convencional não está incorreto com expectativas estáticas porque nesse caso os parâmetros estimados como 𝛼0 𝛼1 e 𝛼3 são constantes e independem de mudanças nas políticas econômicas mantendose válidos durante a simulação de políticas 6 Por que o procedimento econométrico convencional está incorreto quando supomos expectativas racionais Com expectativas racionais o procedimento econométrico convencional é incorreto porque os coeficientes da regressão se tornam dependentes das políticas como 𝑚 e 𝛾 o que significa que os parâmetros estimados não são mais invariantes à política exigindo uma análise mais complexa para simulações contrafactuais 7 Explique detalhadamente como executar simulações contrafactuais logicamente consistentes Ou seja explique como contornar a crítica de Lucas Para realizar simulações contrafactuais logicamente consistentes é necessário usar métodos de estimação simultânea que cruzem as equações estruturais e reduzidas impondo restrições sobre identificação para estimar parâmetros como 𝛿 e 𝜙 separadamente de 𝑚 e 𝛾 Isso evita a inconsistência dos resultados quando se consideram políticas alternativas 8 Por que a crítica de Lucas é mais fundamental do que a proposição de irrelevância da política A crítica de Lucas é fundamental porque questiona a validade dos métodos convencionais de estimação e simulação de políticas ao apontar que os parâmetros da forma reduzida dependem das mudanças de política o que torna a análise de políticas futuras inconsistente sem considerar como os agentes econômicos alteram seu comportamento 9 Por que o método de contornar a crítica de Lucas que você descreveu na questão 7 não é rigoroso do ponto de vista microeconômico O método não é rigoroso do ponto de vista microeconômico porque ele ignora a possibilidade de que os coeficientes de reação do setor privado possam variar com as políticas mesmo que os gostos e a tecnologia permaneçam constantes o que não é garantido na realidade microeconômica 10 O que significa ignorar a aplicação mais ampla da crítica de Lucas Ignorar a aplicação mais ampla da crítica de Lucas significa assumir que os coeficientes de um modelo econômico são fixos mesmo quando a política muda Isso desconsidera que agentes ajustam seu comportamento a novas regras tornando previsões baseadas em estimativas passadas potencialmente inválidas 11 Qual é a única maneira de se evitar a crítica de Lucas na sua acepção mais ampla A única maneira de evitar a crítica de Lucas em sua acepção mais ampla é fundamentar a análise macroeconômica em microfundamentos ou seja modelar o comportamento dos agentes a partir de preferências tecnologia e restrições de mercado permitindo que os coeficientes de reação do setor privado se ajustem a mudanças na política Exercícios de Acompanhamento de Leitura das Seções 54 e 55 1 Qual é a principal razão pela qual a política de demanda agregada não influencia o produto real no modelo de Sargent e Wallace É que há flexibilidade suficiente nos salários para neutralizar completamente os choques de demanda Mesmo que os salários sejam estipulados antes da completa observação do nível de preços a autoridade monetária não tem vantagem informacional e ajusta a oferta de moeda com a mesma informação limitada Além disso os preços não são fixos durante o período de impacto 2 Qual é a especificação mais natural para preços viscosos É a versão em tempo discreto da curva de Phillips aumentada pelas expectativas expressa como 𝑝 𝑝1 𝑓 𝑦1 𝑦 𝐸1𝑝 𝑝1 Essa equação mostra que o nível de preços é determinado pelo período anterior tornando a política monetária irrelevante na ausência de outros fatores 3 Explique por que a viscosidade de preço por si mesma não é suficiente para sobrepujar a proposição de irrelevância da política A viscosidade de preços por si só não refuta a irrelevância da política porque agentes com expectativas racionais antecipam políticas futuras neutralizando seus efeitos reais Além disso se salários e mercados de fatores forem flexíveis ajustes ocorrem sem impacto prolongado no emprego e na produção No longo prazo os preços acabam se ajustando tornando a política ineficaz Assim para que a política tenha efeitos duradouros é necessário considerar outras fricções como rigidez de salários e imperfeições no mercado de crédito 4 O que falta acrescentar ao ambiente de viscosidade de preço para que a proposição de irrelevância da política não mais se sustente Para que a irrelevância da política não se sustente no ambiente de preços viscosos é necessário que a rigidez de preços se prolongue por mais de um período Se os ajustes dos agentes forem mais lentos do que as mudanças de política a política monetária pode influenciar variáveis reais 5 Explique de modo intuitivo por que a política pode ter efeitos reais na situação de viscosidade de preço por mais de um período A política pode ter efeitos reais na presença de viscosidade de preços por mais de um período porque se os contratos salariais e os preços forem fixados para múltiplos períodos as empresas e trabalhadores não conseguem ajustar imediatamente seus preços e salários às novas condições monetárias Isso gera um efeito transitório no produto real 6 Explique o modelo de Taylor de contratos salariais superpostos de dois períodos O modelo de Taylor de contratos salariais superpostos de dois períodos supõe que metade dos trabalhadores firma contratos salariais a cada período Como resultado em qualquer momento do tempo metade dos salários não pode ser alterada enquanto a autoridade monetária pode modificar a oferta de moeda livremente Isso implica que mesmo sob expectativas racionais políticas monetárias previsíveis podem ter efeitos reais 7 Que hipótese justifica usar indiferenciadamente os termos para o salário e para o preço É a suposição de que há um markup constante dos preços sobre os salários Assim as variações nos salários refletem diretamente nas variações nos preços 8 Como Taylor resolve a indeterminação do resultado de seu modelo de contratos superpostos Introduzindo uma estrutura de contratos superpostos e fixando um mecanismo de formação de expectativas que permite a determinação dos salários e preços ao longo do tempo 9 Qual é o resultado do modelo de Taylor de contratos salariais de dois períodos É que a política monetária previsível pode ter efeitos reais pois a rigidez salarial parcial impede um ajuste instantâneo do mercado de trabalho e dos preços 10 De que provém o resultado do modelo de Taylor O resultado do modelo de Taylor decorre da interação entre rigidez de contratos salariais expectativas racionais e a resposta da política monetária às condições econômicas passadas 11 O que o problema de nãounicidade do modelo de Taylor sugere O problema de nãounicidade do modelo de Taylor sugere que pode haver múltiplos equilíbrios dependendo de como as expectativas são formadas e de como a política monetária é conduzida 12 O que fez este Capítulo 5 O capítulo 5 analisou o impacto da rigidez de preços e salários na eficácia da política monetária mostrando que ao contrário da irrelevância da política em Sargent e Wallace a presença de contratos salariais superpostos pode permitir que a política monetária tenha efeitos reais 13 Por que um número crescente de analistas tem preferido utilizar expectativas racionais em seus modelos Analistas têm preferido usar expectativas racionais em seus modelos porque essa abordagem elimina inconsistências nos comportamentos dos agentes econômicos e fornece previsões mais robustas sobre os efeitos da política econômica 14 Que suposições devemos excluir quando concluímos que determinada política de estabilização é boa Para concluir que uma política de estabilização é boa devemos excluir suposições como expectativas racionais perfeitas mercados completos e sem fricções flexibilidade total de preços e salários ausência de restrições financeiras e neutralidade da moeda no curto prazo Sem essas premissas choques podem gerar distorções significativas tornando a estabilização eficaz para suavizar flutuações e melhorar o bemestar econômico 15 Qual é a contribuição fundamental da literatura de expectativas racionais A contribuição fundamental da literatura de expectativas racionais é a ideia de que agentes econômicos utilizam todas as informações disponíveis de forma eficiente ao formar expectativas sobre variáveis futuras tornando previsões sistematicamente corretas em média Isso implica que políticas econômicas previsíveis podem ser ineficazes pois os agentes ajustam seu comportamento antecipadamente como destacado na crítica de Lucas que questiona a eficácia de modelos baseados em expectativas adaptativas e políticas discricionárias 16 Por que keynesianos não precisam temer as expectativas racionais Os keynesianos não precisam temer as expectativas racionais porque mesmo que os agentes formem expectativas de maneira eficiente ainda podem existir rigidezes nominais falhas de mercado e choques inesperados que impedem ajustes instantâneos da economia Além disso a presença de incerteza coordenação imperfeita e restrições financeiras pode justificar a intervenção de políticas econômicas para suavizar flutuações e melhorar o bemestar social alinhandose com a visão keynesiana de que mercados não são sempre autorreguladores 17 Quais foram as principais simplificações utilizadas nos modelos deste capítulo Nos modelos de expectativas racionais as principais simplificações incluem a suposição de que os agentes econômicos formam expectativas perfeitas utilizando todas as informações disponíveis de maneira eficiente Além disso assumese a eficiência dos mercados com rápida adaptação às novas informações e a ausência de imperfeições como custos de transação e incerteza incompleta Por fim presumese que todos os agentes tenham expectativas homogêneas sobre o futuro ou seja utilizam a mesma informação para suas previsões Essas simplificações tornam a análise mais clara mas podem não capturar toda a complexidade da realidade econômica 18 Qual foi o elemento desencorajador encontrado neste capítulo O elemento desencorajador encontrado neste capítulo é a constatação de que as políticas econômicas discricionárias podem ser ineficazes ou até prejudiciais devido à antecipação das ações dos agentes econômicos Com as expectativas racionais os agentes ajustam seu comportamento com base na previsão de políticas futuras tornando essas políticas menos eficazes Ou seja se as políticas não forem completamente previsíveis ou credíveis elas podem gerar incerteza e não alcançar os resultados desejados o que desencoraja a implementação de algumas intervenções econômicas

Sua Nova Sala de Aula

Sua Nova Sala de Aula

Empresa

Central de ajuda Contato Blog

Legal

Termos de uso Política de privacidade Política de cookies Código de honra

Baixe o app

4,8
(35.000 avaliações)
© 2025 Meu Guru®