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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CAMPUS SOROCABA CENTRO DE CIÊNCIAS EM GESTÃO E TECNOLOGIA CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS GUILHERME FERREIRA DA SILVA RENDA PER CAPITA UMA ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS ESTADOS BRASILEIROS NO PERÍODO PRÉ E PÓSPANDEMIA Sorocaba 2024 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CAMPUS SOROCABA CENTRO DE CIÊNCIAS EM GESTÃO E TECNOLOGIA CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS GUILHERME FERREIRA DA SILVA RENDA PER CAPITA UMA ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS ESTADOS BRASILEIROS NO PERÍODO PRÉ E PÓSPANDEMIA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro de Ciências em Gestão e Tecnologia da Universidade Federal de São Carlos campus Sorocaba para obtenção do títulograu de bacharel em Ciências Econômicas Orientação Prof Dr ADELSON Sorocaba 2024 RESUMO Este estudo investigou as disparidades de renda entre os estados brasileiros considerando os períodos pré e póspandemia A análise abrangeu os anos de 2019 a 2021 utilizando dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua PNAD Contínua fornecendo uma visão detalhada das dinâmicas econômicas regionais O Brasil devido à sua vasta extensão territorial e diversidade enfrenta desigualdades de desenvolvimento econômico significativas Fatores como distribuição desigual de recursos naturais infraestruturas precárias políticas públicas regionais e desequilíbrios históricos contribuem para essa disparidade O estudo destacou que setores específicos como o agronegócio em determinadas regiões também exercem impacto nas disparidades de renda As implicações das disparidades salariais não se limitam à economia estendendose para as esferas de serviços básicos desigualdades sociais e oportunidades limitadas de saúde e educação em áreas específicas O estudo destacou a necessidade de políticas públicas eficazes para eliminar essas discrepâncias e promover uma distribuição justa da riqueza Ao abordar os impactos econômicos da pandemia da COVID19 o estudo reconheceu que os desafios préexistentes foram agravados durante esse período exacerbando ainda mais as disparidades de renda entre os estados O objetivo principal foi comparar as variações da renda brasileira entre os estados nos períodos pré e póspandemia A metodologia adotada foi descritiva exploratória utilizando dados da PNAD Contínua de 2019 a 2021 A escolha dos estados analisados buscou garantir representatividade econômica geográfica e populacional considerando diferentes regiões do Brasil Os microdados da pesquisa que oferecem informações detalhadas sobre características socioeconômicas foram a base da análise As variáveis centrais foram relacionadas à renda per capita com foco especial na evolução dessa variável durante o período de 2019 a 2021 estrategicamente escolhido para analisar as mudanças decorrentes da pandemia A análise descritiva utilizou estatísticas resumidas como a média salarial para proporcionar uma visão geral da distribuição da renda per capita Os resultados indicaram uma resiliência econômica variada entre os estados destacando a necessidade de abordagens diferenciadas para promover um desenvolvimento equitativo A transparência ética foi mantida ao longo do processo respeitando os princípios éticos de pesquisa incluindo a preservação do anonimato dos respondentes Limitações potenciais do estudo foram reconhecidas incluindo possíveis vieses de amostragem e limitações inerentes aos dados da PNAD Contínua A análise econométrica mostrou que as probabilidades A pandemia amplificou desafios existentes exigindo uma abordagem equitativa para promover um desenvolvimento econômico inclusivo em todo o país Este estudo destaca a importância de compreender as nuances regionais e socioeconômicas para construir um futuro mais equitativo no Brasil Palavraschave Disparidades de renda Desenvolvimento econômico Brasil PNAD Contínua LISTA DE TABELAS Tabela 1 Rendimento médio per capita segundo UF 20192022 26 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 11 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 12 21 Desigualdades Regionais no Brasil 12 22 Renda Per Capita 13 23 Impactos Econômicos de Pandemias 14 24 Disparidades entre as regiões brasileiras 15 25 Variação Regional na Resposta Econômica à Pandemia 16 26 Políticas Econômicas e Sociais durante a Pandemia 17 27 Setores Impactados durante a Pandemia 19 28 Economia pré e póspandemia 20 3 METODOLOGIA 24 4 ANÁLISE DESCRITIVA DOS DADOS 26 5 ANÁLISE ECONOMÉTRICA 29 6 RESULTADO ANÁLISE DESCRITIVA 30 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 32 REFERÊNCIAS 34 11 1 INTRODUÇÃO Devido ao seu vasto território e diversidade regional o Brasil experimenta disparidades significativas de desenvolvimento econômico Compreender estes desequilíbrios e as suas causas subjacentes é essencial não só para medir as diferenças na distribuição do rendimento mas também para compreender os fatores que as moldam OLEIRO 2015 A capacidade de geração de riqueza dos estados brasileiros difere devido a uma série de fatores A distribuição desigual dos recursos naturais as deficientes infraestruturas econômicas e sociais as políticas públicas regionais e os desequilíbrios históricos contribuem para esta disparidade Setores específicos como o agronegócio em determinadas regiões também têm impacto na disparidade de rendimentos RIBEIRO BATISTA STADUTO 2019 As relações econômicas e sociais do Brasil são complexas como mostram as disparidades de renda per capita entre os estados Altas taxas de desenvolvimento econômico são encontradas no Sudeste que abriga importantes atividades industriais e financeiras Em contrapartida o Norte e o Nordeste enfrentam desafios estruturais e históricos significativos FERREIRA 2022 As implicações dos salários per capita desiguais vão muito além da economia Estas são observáveis nas disparidades nos serviços básicos nas desigualdades sociais nas oportunidades insuficientes de saúde e educação em áreas específicas bem como têm um impacto negativo na qualidade de vida geral As políticas públicas que erradiquem eficazmente estas discrepâncias e impulsionem a partilha justa da riqueza devem ter em conta estes resultados É vital avaliar a importância destas perdas para garantir o sucesso de tais iniciativas SABOIA HALLAK NETO 2018 O Brasil assim como o resto do mundo enfrentou impactos econômicos significativos devido à pandemia da COVID19 Os desafios econômicos pré existentes agravaramse durante este período conduzindo a um novo conjunto de dinâmicas Destacando a disparidade de rendimentos entre os estados a pandemia intensificou ainda mais o problema piorando a situação Dessa forma este estudo tem como objetivo comparar as variações da renda brasileira entre os estados nos períodos pré e póspandemia 12 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 21 Desigualdades Regionais no Brasil A desigualdade regional no Brasil tem sido objeto de intensa investigação refletindo não apenas as disparidades econômicas mas também as complexidades históricas e estruturais que caracterizam o país Estudos recentes desvendam diferentes aspectos desse fenômeno fornecendo compreensões valiosas das dinâmicas socioeconômicas que moldam as regiões brasileiras Um estudo de Ferreira e Diniz 2023 examinou a convergência das rendas per capita estaduais no Brasil Os autores argumentam que as disparidades históricas persistem apesar de esforços para promover maior equidade A pesquisa destaca a necessidade de políticas mais abrangentes e eficazes para lidar com as diferenças regionais persistentes no país A proposta de um novo regime de política macroeconômica apresentada por Oreiro 2015 vai além do tradicional tripé econômico O autor destaca a importância de políticas que não apenas estabilizem a economia mas também impulsionem o desenvolvimento regional Sua abordagem sugere uma reavaliação das estratégias convencionais em favor de medidas mais inclusivas e voltadas para a redução das disparidades Ribeiro Batista e Staduto 2019 analisaram os determinantes do rendimento domiciliar per capita por Unidade da Federação UF brasileira em 2010 Seu estudo destaca a influência de fatores como educação ocupação e acesso a serviços públicos na determinação das disparidades de renda entre as regiões Essa abordagem mais detalhada contribui para uma compreensão mais holística das desigualdades regionais Hoffmann 2020 concentrouse na evolução da desigualdade de renda no Brasil entre 1995 e 2019 O autor destaca a complexidade do fenômeno apontando para diferentes distribuições de renda e o impacto do desemprego Seu estudo ressalta a necessidade de políticas que não apenas busquem a equidade de renda mas também enfrentem as variáveis econômicas que alimentam as disparidades regionais 13 Os autores destacam a persistência dessas disparidades ao longo do tempo mesmo diante de esforços para promover a convergência econômica Além disso ressaltam a importância de abordagens inovadoras que vão além das políticas macroeconômicas convencionais considerando a diversidade regional e os determinantes socioeconômicos que perpetuam as desigualdades Essas pesquisas fornecem uma base sólida para reflexão e formulação de políticas que buscam enfrentar de maneira mais efetiva as disparidades regionais no Brasil 22 Renda Per Capita Renda per capita referese ao valor médio da renda disponível em uma determinada região ou setor calculado dividindose a renda total pelo número de habitantes Este indicador é crucial para avaliar o padrão de vida médio de uma população fornecendo uma medida relativa do poder econômico individual Na prática a renda per capita é um indicadorchave para entender o nível de prosperidade e distribuição de recursos em uma determinada área geográfica ou setor econômico O estudo de Ferreira e Diniz 2023 destaca a convergência entre as rendas per capita estaduais no Brasil indicando uma possível redução das disparidades regionais ao longo do tempo No entanto a persistência dessas desigualdades revela a complexidade subjacente a este fenômeno e sugere que o mero crescimento econômico pode não ser suficiente para eliminar completamente as disparidades Nesse contexto políticas públicas que considerem as particularidades regionais e setoriais tornamse imperativas para promover uma convergência mais eficaz Hoffmann Jesus e Almeida 2018 ao abordarem a distribuição da renda no Brasil entre 1995 e 2017 destacam padrões persistentes de desigualdade ao longo de décadas Essa análise de longo prazo ressalta a necessidade de estratégias de políticas públicas consistentes e sustentáveis para lidar com desafios estruturais de desigualdade influenciando diretamente a dinâmica da renda per capita O estudo de Jesus e Hoffmann 2015 que se concentra na desigualdade de renda no Brasil com foco no setor agrícola demonstra a contribuição específica desse setor para a composição da renda total A compreensão dessas disparidades setoriais sublinha a importância de políticas específicas para diferentes segmentos da 14 economia considerando as particularidades de cada um e como elas impactam a renda per capita A renda per capita quando desagregada por regiões e setores não apenas fornece uma medida mais precisa das desigualdades mas também emerge como um guia valioso para a formulação de políticas públicas mais eficazes e adaptadas às características distintas do Brasil Sua análise aprofundada é essencial para compreender e abordar as disparidades socioeconômicas no país 23 Impactos Econômicos de Pandemias Os impactos econômicos de pandemias têm se revelado como desafios significativos ao longo da história suscitando reflexões e análises aprofundadas sobre como esses eventos extraordinários moldam o desenvolvimento econômico O estudo de Ferreira e Veloso 2015 oferece uma visão abrangente do desenvolvimento econômico brasileiro no pósguerra estabelecendo um contexto histórico fundamental para entender como o país lida com choques econômicos extraordinários Ao analisar o período pósguerra a pesquisa destaca a resiliência econômica e a capacidade de recuperação do Brasil diante de adversidades passadas fornecendo uma base valiosa para avaliar estratégias de enfrentamento durante a pandemia atual A pesquisa de Trovão 2020 se aprofunda na pandemia da COVID19 concentrandose na relação entre a disseminação do vírus e a desigualdade de renda no Brasil A abordagem macrorregional destaca como diferentes regiões podem ser afetadas de maneiras distintas ressaltando a importância de políticas sociais abrangentes e auxílios emergenciais como ferramentas essenciais para mitigar os impactos econômicos desproporcionais sobre as camadas mais vulneráveis da sociedade Silber 2020 amplia a análise ao explorar a fragilidade econômica e financeira durante a pandemia da SarsCovid19 A pesquisa destaca os desafios enfrentados por setores específicos da economia e destaca a necessidade de respostas rápidas e eficientes das autoridades para sustentar a estabilidade financeira em meio a perturbações abruptas Esse enfoque contribui para uma compreensão mais granular dos impactos setoriais permitindo estratégias mais direcionadas de intervenção 15 A crônica da crise até agosto de 2020 apresentada por Neri 2020 oferece uma visão detalhada das interações entre a pandemia as classes econômicas e as medidas de resposta adotadas O autor destaca a complexidade de encontrar um caminho do meio que concilie as necessidades de controle da emergência sanitária com a estabilização e recuperação econômica Essa perspectiva crítica contribui para a análise das complexas decisões de políticas em um ambiente de incertezas Além de respostas eficazes à saúde as estratégias devem incluir medidas coordenadas para mitigar os efeitos econômicos adversos preservando a estabilidade financeira promovendo a igualdade e garantindo a proteção social para todos os estratos da população 24 Disparidades entre as regiões brasileiras A compreensão das disparidades de renda entre as regiões do Brasil requer uma análise histórica abrangente considerando as complexidades socioeconômicas que moldaram o país ao longo do tempo No estudo de Barros Mendonça e Duarte 1997 a avaliação histórica destaca a influência de fatores estruturais e históricos na formação das disparidades regionais A herança da escravidão as políticas de concentração de terras e recursos em determinadas áreas bem como decisões econômicas ao longo do tempo têm sido peças fundamentais na perpetuação das desigualdades Regiões que foram historicamente marginalizadas ou exploradas enfrentam desafios mais acentuados na busca pelo desenvolvimento econômico Campello 2017 amplia essa análise ao explorar as faces contemporâneas da desigualdade no Brasil A autora destaca que as regiões que ficam para trás muitas vezes enfrentam obstáculos persistentes relacionados à falta de acesso a serviços essenciais limitações educacionais e deficiências infraestruturais Esses desafios contemporâneos intensificam e perpetuam as desigualdades históricas criando um ciclo difícil de ser rompido O estudo de Hoffmann Jesus e Almeida 2018 traz uma perspectiva mais recente ao analisar a distribuição da renda entre 1995 e 2017 Os resultados indicam que apesar de alguns progressos as disparidades regionais continuam apontando para a persistência de desafios estruturais e políticas insuficientes para promover uma redistribuição mais equitativa dos recursos 16 Entre os fatores contribuintes a falta de investimentos em educação e infraestrutura em regiões menos desenvolvidas emerge como uma questão crítica A educação é um elementochave para romper o ciclo da pobreza e promover o desenvolvimento econômico sustentável Regiões com acesso limitado a oportunidades educacionais enfrentam barreiras significativas para atrair investimentos e criar uma força de trabalho qualificada Além disso políticas públicas centralizadas muitas vezes não conseguiram considerar adequadamente as necessidades específicas de cada região A falta de descentralização e autonomia para adaptação de políticas de acordo com as realidades locais tem contribuído para a perpetuação das desigualdades regionais LIMA BUSS PAESSOUSA 2020 As disparidades de renda entre as regiões do Brasil são resultado de uma interseção complexa de fatores históricos políticos e econômicos Entender e abordar essas raízes profundas é fundamental para o desenvolvimento de políticas públicas eficazes que busquem não apenas mitigar as desigualdades atuais mas também promover um ambiente de equidade e oportunidades em todo o país 25 Variação Regional na Resposta Econômica à Pandemia A variação regional na resposta econômica à pandemia é um fenômeno complexo influenciado por uma série de fatores que moldam as dinâmicas socioeconômicas em diferentes partes do Brasil Esta análise se apoia em aspectos como saláriomínimo distribuição de renda propostas de desenvolvimento e determinantes do rendimento domiciliar per capita permitindo uma compreensão mais detalhada das disparidades regionais na resposta à crise pandêmica O estudo de Saboia e Hallak Neto 2018 ao investigar o saláriomínimo e a distribuição de renda a partir dos anos 2000 destaca a importância dessa variável na equação socioeconômica especialmente em um contexto pandêmico A variação regional na implementação de políticas salariais pode desempenhar um papel crucial na determinação das respostas econômicas impactando diretamente a capacidade das populações locais de enfrentar os desafios impostos pela pandemia BresserPereira 2019 ao propor um modelo de desenvolvimento para o Brasil enfatiza a necessidade de considerar as diversidades regionais A resposta 17 econômica eficaz à pandemia requer uma abordagem que leve em conta as peculiaridades de cada região considerando aspectos como estrutura econômica setores predominantes e infraestrutura local A aplicação uniforme de políticas pode não ser adequada diante de realidades tão diversas O estudo de Ribeiro Batista e Staduto 2019 explorando os determinantes do rendimento domiciliar per capita por unidade federativa em 2010 oferece uma visão detalhada de como fatores como educação emprego e infraestrutura podem variar regionalmente Essas disparidades nos determinantes socioeconômicos podem moldar a resiliência e a capacidade de recuperação econômica das diferentes regiões frente à pandemia Hoffmann 2020 ao analisar a desigualdade de renda no Brasil entre 1995 e 2019 destaca a dinâmica complexa das distribuições de renda e o impacto do desemprego Essa análise temporal revela padrões históricos de desigualdade que podem influenciar as respostas econômicas regionais à pandemia Regiões com históricos mais pronunciados de desigualdade podem enfrentar desafios adicionais na recuperação econômica póscrise A variação regional na resposta econômica à pandemia é uma realidade intrínseca à complexidade do Brasil Os estudos citados proporcionam uma base sólida para compreender como as políticas salariais propostas de desenvolvimento determinantes socioeconômicos e desigualdades históricas podem interagir de maneira distinta nas diferentes regiões do país Essa compreensão é crucial para orientar políticas públicas adaptadas às realidades locais promovendo uma recuperação econômica mais inclusiva e equitativa em todo o território nacional 26 Políticas Econômicas e Sociais durante a Pandemia A gestão de políticas econômicas durante a pandemia emergiu como um desafio crucial para governos em todo o mundo No caso do Brasil diversas medidas foram implementadas visando mitigar os impactos adversos da crise gerada pela COVID19 Neste contexto é fundamental examinar as políticas econômicas adotadas avaliando sua eficácia desafios e implicações para diferentes setores da sociedade ARRUDA SANTOS 2020 18 O governo brasileiro por meio do Ministério da Economia lançou uma série de iniciativas para enfrentar os efeitos econômicos da pandemia Dentre as principais medidas estão programas de auxílio emergencial flexibilização de normas trabalhistas concessão de crédito para empresas e ações voltadas para a preservação do emprego LIMA BUSS PAESSOUSA 2020 O Auxílio Emergencial por exemplo foi uma política de transferência direta de recursos para a população mais vulnerável Apesar de desempenhar um papel crucial na proteção social durante o período crítico da pandemia também suscitou debates sobre sua sustentabilidade fiscal e a necessidade de reformas estruturais para garantir a estabilidade econômica a longo prazo CONTI 2020 A flexibilização de normas trabalhistas por sua vez foi implementada para fornecer maior flexibilidade às empresas durante a crise No entanto gerou preocupações sobre a proteção dos direitos dos trabalhadores e a possível exploração em um cenário de fragilidade econômica BIRMAN 2020 A concessão de crédito para empresas especialmente pequenas e médias foi uma estratégia para manter a atividade econômica Contudo a eficácia dessa medida dependeu da agilidade na liberação desses recursos e da capacidade de as empresas absorverem a dívida gerada LIMA BUSS PAESSOUSA 2020 No entanto as políticas econômicas durante a pandemia enfrentaram desafios significativos A incerteza em relação à duração da crise a volatilidade nos mercados financeiros e as limitações fiscais impuseram restrições à capacidade de implementar medidas robustas e sustentáveis BIRMAN 2020 Além disso a distribuição desigual dos impactos da pandemia destacou a importância de políticas que atendam de maneira específica às necessidades das diferentes camadas da sociedade A desigualdade socioeconômica préexistente foi exacerbada exigindo uma abordagem mais cuidadosa e inclusiva nas políticas públicas BIRMAN 2020 A experiência da pandemia no Brasil também ressaltou a necessidade de um planejamento a longo prazo investimentos em infraestrutura fortalecimento do sistema de saúde e medidas que promovam a resiliência econômica em face de futuras crises BIRMAN 2020 As políticas econômicas adotadas durante a pandemia no Brasil foram marcadas por uma combinação de medidas emergenciais e estratégias de médio e longo prazo A busca pelo equilíbrio entre a sustentabilidade fiscal e a proteção social 19 a agilidade na implementação e a capacidade de adaptação a um cenário em constante mudança têm sido fundamentais para enfrentar os desafios econômicos gerados pela COVID19 O debate contínuo sobre os impactos e a eficácia dessas políticas é essencial para informar futuras abordagens em situações semelhantes 27 Setores Impactados durante a Pandemia A pandemia de COVID19 não se limita a uma crise de saúde ela se estende por diversas dimensões impactando profundamente aspectos políticos sociais econômicos ecológicos culturais éticos e científicos Como destacado por um autor essa emergência transcende as barreiras tradicionais demandando uma compreensão abrangente das interconexões entre essas esferas BIRMAN 2020 Na saúde reconhecese a dualidade da crise como uma questão sanitária e humanitária Autores discutem como respostas eficazes devem ir além dos paradigmas convencionais da saúde pública integrando abordagens humanitárias para lidar com as complexidades sociais e econômicas exacerbadas pelo vírus LIMA et al 2020 No contexto educacional a pandemia de COVID19 impôs desafios extraordinários forçando uma rápida transformação nas práticas de ensino e aprendizagem A mudança para o ensino remoto tornouse uma necessidade para garantir a continuidade do processo educacional Essa transição no entanto revelou disparidades no acesso à educação destacando questões de desigualdade e exclusão LIMA BUSS PAESSOUSA 2020 A educação presencial foi abruptamente interrompida afetando milhões de alunos em todos os níveis desde a educação básica até o ensino superior A adaptação a modelos de ensino à distância exigiu esforços significativos por parte de educadores alunos e suas famílias Os desafios do ensino remoto foram agravados pela falta de infraestrutura tecnológica adequada e pela disparidade no acesso à internet Estudantes de comunidades mais vulneráveis enfrentaram dificuldades em participar efetivamente das atividades educacionais online expondo as desigualdades existentes CONTI 2020 No âmbito econômico uma perspectiva destaca a complexidade das crises entrelaçadas argumentando que a crise do COVID19 vai além de uma questão de 20 saúde para abranger dimensões sanitárias econômicas e sociais Essa análise ressalta a necessidade de políticas públicas abrangentes e coordenadas para lidar eficazmente com os desafios emergentes CONTI 2020 Esses estudos sublinham a importância de abordagens holísticas e multidisciplinares para compreender e enfrentar os impactos da pandemia As dimensões políticas sociais econômicas e humanitárias da crise estão entrelaçadas requerendo respostas coordenadas e integradas para além dos limites disciplinares A compreensão profunda dessas complexidades é crucial para desenvolver estratégias eficazes e sustentáveis para lidar com os desafios persistentes e emergentes que a pandemia de COVID19 continua a apresentar à sociedade global 28 Economia pré e póspandemia O período prépandemia no Brasil marcado pelos anos que antecederam a disseminação global da COVID19 revelou uma dinâmica econômica complexa e multifacetada As características distintas das diferentes regiões do país se refletiam em disparidades significativas em termos de renda desenvolvimento socioeconômico e estrutura produtiva RIBEIRO BATISTA STADUTO 2019 A economia brasileira durante o período prépandemia mostrava uma mistura de avanços e desafios O Sudeste com destaque para estados como São Paulo e Rio de Janeiro consolidava sua posição como o epicentro econômico do país impulsionado por uma diversificada base industrial setor de serviços desenvolvido e forte presença no mercado financeiro Nessa região a urbanização avançada e a presença de centros tecnológicos contribuíram para um dinamismo econômico notável No entanto ao se estender para outras partes do país como o Nordeste e o Norte observavamse realidades distintas Essas regiões enfrentavam desafios estruturais com uma maior dependência de setores como agricultura e extrativismo muitas vezes suscetíveis a variabilidades climáticas e flutuações nos preços de commodities A infraestrutura nessas áreas embora em constante melhoria muitas vezes não acompanhava o ritmo do desenvolvimento observado no Sudeste 21 As diferenças na distribuição de renda entre os estados eram evidentes O fosso entre a elite econômica e as camadas mais vulneráveis persistia contribuindo para uma polarização social que se manifestava em diversos indicadores como acesso à educação de qualidade serviços de saúde e oportunidades de emprego A mobilidade social embora presente era frequentemente desafiadora particularmente para aqueles em regiões com menor dinamismo econômico A distribuição setorial da economia brasileira também desempenhava um papel crucial no período prépandemia Enquanto alguns estados se destacavam na produção industrial e tecnológica outros ainda dependiam fortemente de atividades agrícolas ou extrativas Essa heterogeneidade setorial contribuía para diferentes níveis de resiliência econômica diante de choques externos como flutuações nos mercados internacionais A estabilidade macroeconômica geral do país durante o período apesar de desafios ocasionais contribuía para uma percepção de crescimento sustentável No entanto as raízes profundas das desigualdades persistiam desafiando o país a encontrar um equilíbrio entre promover o desenvolvimento econômico e social de maneira ampla LIMA et al 2020 Assim o período prépandemia foi caracterizado por uma complexa tapeçaria de realidades regionais marcada por contrastes nas condições socioeconômicas Essa diversidade embora refletisse a riqueza cultural e geográfica do Brasil também sublinhava a necessidade de políticas públicas que abordassem as desigualdades estruturais e promovessem um desenvolvimento mais equitativo e sustentável em todo o território nacional O período da pandemia e o subsequente póspandemia no Brasil representam capítulos cruciais na trajetória econômica e social do país moldando de maneira profunda as dinâmicas que antes eram consideradas estáveis A COVID19 emergiu como um catalisador de mudanças estruturais amplificando desafios preexistentes e introduzindo novas complexidades no cenário nacional OLEIRO 2015 Durante a pandemia o Brasil enfrentou desafios sem precedentes que abalaram os alicerces de sua economia Restrições de mobilidade lockdowns e as incertezas associadas à crise de saúde global resultaram em impactos econômicos severos Setores como turismo comércio local e serviços foram particularmente afetados gerando uma onda de desemprego e redução de renda em diversas regiões do país SABOIA HALLAK NETO 2018 22 O auxílio emergencial implementado pelo governo para mitigar os efeitos socioeconômicos da pandemia teve impactos variados em diferentes estados Embora tenha proporcionado alívio temporário evidenciou a necessidade de políticas públicas mais robustas e sustentáveis para enfrentar crises de grande escala SILBER 2020 Além disso a pandemia acentuou disparidades regionais destacando a vulnerabilidade de áreas dependentes de setores mais afetados pela crise Estados com uma base econômica mais diversificada e com maior resiliência ao trabalho remoto conseguiram enfrentar melhor os desafios enquanto aqueles mais dependentes de atividades presenciais enfrentaram dificuldades mais significativas NERI 2020 À medida que o Brasil transitou para o póspandemia novos paradigmas econômicos e sociais começaram a se desenhar A retomada gradual das atividades econômicas trouxe consigo transformações significativas na forma como as empresas operam e as pessoas se engajam no mercado de trabalho O trabalho remoto acelerado pela pandemia tornouse uma realidade persistente influenciando a dinâmica dos centros urbanos e a distribuição regional da força de trabalho LIMA et al 2020 A recuperação econômica foi heterogênea com alguns estados experimentando uma retomada mais rápida devido à diversificação de suas economias enquanto outros continuaram a enfrentar desafios persistentes A eficácia das políticas de estímulo e investimentos em infraestrutura desempenhou um papel crucial nesse processo impactando diretamente na capacidade de diferentes regiões de se recuperarem e prosperarem HOFFMANN 2017 Além disso o póspandemia trouxe à tona a necessidade de resiliência e sustentabilidade Estados que investiram em setores emergentes como tecnologia e energia renovável encontraram novas oportunidades de crescimento enquanto aqueles que permaneceram dependentes de setores tradicionais precisaram se reinventar para se adaptar a uma economia em transformação TROVÃO 2020 O período póspandemia no Brasil portanto representa um momento de reflexão e redefinição A necessidade de enfrentar desafios históricos de desigualdade regional e promover um desenvolvimento mais inclusivo tornouse ainda mais premente Políticas que buscam equilibrar o crescimento econômico 23 com a equidade social e regional emergem como pilares fundamentais para construir um futuro mais resiliente e sustentável para o Brasil 24 3 METODOLOGIA Tratase de um estudo exploratório que visa analisar as probabilidades de elevação na renda per capita nos estados brasileiros com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua PNAD Contínua de 2019 a 2021 Foram incluídos na análise todos os estados brasileiros essa seleção baseia se em critérios que visam garantir representatividade econômica geográfica e populacional Estados de diferentes regiões do Brasil são incluídos para permitir uma análise abrangente das disparidades regionais A fonte de dados para esta análise é a PNAD Contínua uma pesquisa estatística realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE Os microdados dessa pesquisa que fornecem informações detalhadas sobre características socioeconômicas dos domicílios e indivíduos são a base da análise O acesso aos dados é obtido seguindo todos os procedimentos éticos e diretrizes de pesquisa estabelecidas pelo IBGE As variáveis de interesse centrais para este estudo são relacionadas à renda per capita com especial atenção para a evolução dessa variável ao longo do período de 2019 a 2021 O período escolhido é estrategicamente definido para analisar as mudanças decorrentes da pandemia da COVID19 que atingiu seu auge em 2020 A análise deste período permite identificar tendências padrões e pontos de inflexão na renda per capita dos estados brasileiros A análise utiliza estatísticas como a média salarial para fornecer uma visão geral da distribuição da renda per capita nos estados selecionados A análise comparativa entre os períodos pré e póspandemia é realizada identificando não apenas as mudanças gerais na renda per capita mas também as nuances regionais e setoriais A segmentação dos resultados por região geográfica e setores econômicos adiciona complexidade à análise permitindo informações mais precisos sobre os impactos diferenciados da pandemia Ao longo de todo o processo são consideradas questões éticas garantindo a conformidade com os princípios éticos de pesquisa incluindo a preservação do anonimato dos respondentes e o respeito às diretrizes éticas estabelecidas pelo IBGE As limitações potenciais do estudo são reconhecidas e discutidas de maneira transparente incluindo possíveis vieses de amostragem e limitações inerentes aos dados da PNAD Contínua 25 26 4 ANÁLISE DESCRITIVA DOS DADOS A análise dos dados sobre o rendimento nominal mensal domiciliar per capita da população residente nos estados brasileiros no período compreendido entre 2019 e 2022 oferece uma visão abrangente das dinâmicas econômicas regionais e das tendências de renda em território nacional A tabela 1 apresenta uma análise abrangente do rendimento nominal mensal domiciliar per capita da população residente nos estados brasileiros abarcando o período de 2019 a 2022 Estes dados provenientes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua PNAD Contínua oferecem uma visão detalhada das dinâmicas econômicas regionais e das tendências de renda em um contexto que abrange desde o prépandemia até os primeiros anos de recuperação póscrise sanitária Ao explorar esta tabela é possível identificar padrões mudanças significativas e disparidades regionais proporcionando informações essenciais para a compreensão das nuances socioeconômicas que caracterizam o panorama brasileiro durante esse período crítico Tabela 1 Rendimento médio per capita segundo UF 20192022 Rendimento nominal mensal domiciliar per capita da população residente segundo as Unidades da Federação 2019 2022 Unidades da Federação Rendimento nominal mensal domiciliar per capita da população residente R 2019 2020 2021 2022 Brasil R 143867 R 138000 R 136700 R 162500 Rondônia R 113648 R 116900 R 102300 R 136500 Acre R 88995 R 91700 R 88800 R 103800 Amazonas R 84208 R 85200 R 80000 R 96500 Roraima R 104394 R 98300 R 104600 R 124200 Pará R 80676 R 88300 R 84700 R 106100 Amapá R 87967 R 89300 R 85500 R 117700 Tocantins R 105560 R 106000 R 102800 R 137900 Maranhão R 63559 R 67600 R 63500 R 81400 Piauí R 82681 R 85900 R 83700 R 1110 Ceará R 94236 R 102800 R 88100 R 105000 27 Rio Grande do Norte R 105659 R 107700 R 110900 R 126700 Paraíba R 92886 R 89200 R 87600 R 109600 Pernambuco R 97011 R 89700 R 82900 R 101000 Alagoas R 73086 R 79600 R 77700 R 93500 Sergipe R 97978 R 102800 R 92900 R 118700 Bahia R 91281 R 96500 R 84300 R 101000 Minas Gerais R 135759 R 131400 R 132500 R 152900 Espírito Santo R 147655 R 134700 R 129500 R 172300 Rio de Janeiro R 188157 R 172300 R 172400 R 197100 São Paulo R 194573 R 181400 R 183600 R 214800 Paraná R 162088 R 150800 R 154100 R 184600 Santa Catarina R 176945 R 163200 R 171800 R 201800 Rio Grande do Sul R 184298 R 175900 R 178700 R 208700 Mato Grosso do Sul R 151431 R 148800 R 147100 R 183900 Mato Grosso R 140287 R 140100 R 136200 R 167400 Goiás R 130631 R 125800 R 127600 R 161900 Distrito Federal R 268576 R 247500 R 251300 R 291300 Fonte IBGE Diretoria de Pesquisas Coordenação de Pesquisas por Amostra de Domicílios Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua PNAD Contínua 2022 No âmbito nacional observase uma oscilação nos rendimentos per capita ao longo dos anos em questão Em 2019 o rendimento nominal mensal domiciliar per capita atingiu R 143867 sofrendo uma leve retração em 2020 período crítico da pandemia quando registrou R 138000 Entretanto a partir de 2021 emerge uma recuperação significativa culminando em R 162500 em 2022 Essa retomada pode sinalizar um processo de recuperação econômica póspandemia As disparidades regionais continuam notáveis evidenciando que estados como São Paulo Rio de Janeiro e o Distrito Federal consistentemente mantêm rendimentos per capita superiores à média nacional Em contrapartida estados do Norte e Nordeste como Maranhão e Alagoas frequentemente apresentam rendimentos inferiores O ano de 2020 marcado pela disseminação da COVID19 reflete uma redução generalizada nos rendimentos per capita em vários estados Contudo a recuperação observada em 2021 e 2022 sugere uma resiliência gradual da economia brasileira diante dos desafios impostos pela pandemia 28 Durante a pandemia alguns estados como Rondônia Roraima e Tocantins exibiram uma queda menos acentuada em 2020 e uma recuperação mais célere nos anos subsequentes indicando uma resistência econômica durante o período crítico Mesmo em estados com rendimentos médios elevados como São Paulo destacase a variação significativa entre municípios destacando a importância de análises mais granulares para compreender as desigualdades intraestaduais Setores fortemente dependentes do setor de serviços como Rio de Janeiro e São Paulo podem ter experimentado impactos mais significativos em 2020 refletindo a natureza presencial dessas atividades O Distrito Federal destacase como uma unidade federativa com rendimentos substancialmente superiores indicando a concentração de atividades econômicas de alto valor agregado e uma dinâmica única A tendência de recuperação observada em 2021 e 2022 sugere um otimismo relativo mas é essencial monitorar de perto as dinâmicas econômicas e os possíveis desafios que podem surgir É importante ressaltar que esta análise não considera ajustes para a inflação o que pode impactar a interpretação dos dados ao longo do tempo As diferenças regionais refletem complexidades socioeconômicas e estruturais que exigem consideração em políticas públicas para promover uma distribuição mais equitativa de renda A análise desses dados fornece uma visão robusta das variações na renda per capita nos estados brasileiros destacando a necessidade de abordagens diferenciadas para lidar com as disparidades regionais e setoriais especialmente considerando o contexto desafiador da pandemia Esses dados são fundamentais para orientar políticas públicas que visam promover o desenvolvimento econômico inclusivo em todo o país 29 5 ANÁLISE ECONOMÉTRICA 30 6 RESULTADOS A análise dos dados sobre o rendimento nominal mensal domiciliar per capita da população residente nos estados brasileiros entre 2019 e 2022 revela padrões e nuances significativas proporcionando uma visão abrangente das dinâmicas econômicas regionais e das tendências de renda no país Esses resultados provenientes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua PNAD Contínua permitem uma avaliação crítica das disparidades regionais especialmente no contexto do período prépandemia impacto imediato e recuperação póscrise sanitária A tabela 1 destaca a variabilidade nos rendimentos per capita ao longo desses anos Em 2019 o Brasil registrou um rendimento médio de R 143867 apresentando uma queda em 2020 R 138000 durante o ápice da pandemia seguida por uma recuperação notável em 2021 R 136700 e 2022 R 162500 Essa trajetória sugere uma resiliência econômica após o impacto inicial da crise sanitária O Brasil como um todo experimentou uma leve retração em 2020 marcado pelo impacto inicial da pandemia de COVID19 seguida por uma recuperação significativa em 2021 e 2022 Esta tendência pode indicar uma resiliência gradual da economia nacional frente aos desafios impostos pela crise sanitária conforme também observado por Ferreira 2022 Entretanto as disparidades regionais persistem como uma característica marcante do panorama socioeconômico brasileiro Estados do Sudeste como São Paulo e Rio de Janeiro continuam mantendo rendimentos per capita superiores à média nacional enquanto estados do Norte e Nordeste como Maranhão e Alagoas frequentemente enfrentam desafios mais acentuados Essa observação corrobora com as conclusões de estudos anteriores como o de Ferreira e Diniz 2023 que destacam a existência de desigualdades persistentes entre as rendas per capita estaduais A pandemia de COVID19 teve um impacto diferenciado nos estados como indicado por Conti 2020 Em 2020 muitas regiões enfrentaram uma redução generalizada nos rendimentos per capita refletindo os desafios econômicos e sociais desencadeados pela crise sanitária No entanto a recuperação observada 31 em 2021 e 2022 sugere que alguns estados como Rondônia Roraima e Tocantins foram capazes de enfrentar os desafios de maneira mais resiliente A compreensão dessas disparidades é crucial para a formulação de políticas públicas eficazes como ressaltado por Ferreira e Diniz 2023 A busca pela convergência entre as rendas per capita estaduais exige estratégias que levem em consideração as especificidades regionais promovendo um desenvolvimento mais equitativo Em um contexto póspandemia as políticas públicas desempenham um papel fundamental na mitigação das disparidades e na promoção de uma recuperação econômica inclusiva Ao comparar esses dados com estudos relevantes como o trabalho de Conti 2020 sobre a Crise Tripla do Covid19 observamos uma dinâmica complexa A queda em 2020 alinhase com as dificuldades econômicas globais durante a pandemia evidenciando a interconexão entre os fatores de saúde econômicos e sociais A influência das políticas públicas também se destaca refletindo a análise de Arruda de Oliveira e Santos 2020 sobre as políticas públicas e os corpos subalternizados em tempos de pandemia A implementação de medidas como o auxílio emergencial pode ter contribuído para a recuperação econômica observada nos anos subsequentes impactando os rendimentos per capita Além disso ao considerar estudos que discutem convergência e evolução de rendas per capita estaduais como os de Ferreira e Diniz 2023 e Ferreira 2022 percebemos que as disparidades regionais persistem sendo evidenciadas na tabela pelos contrastes entre estados de diferentes regiões A análise comparativa também ressalta a importância das propostas de políticas macroeconômicas conforme discutido por Oreiro 2015 na busca por um novo regime que visa dobrar a renda per capita em duas décadas As variações regionais apresentadas na tabela indicam que estados como São Paulo Rio de Janeiro e o Distrito Federal mantêm rendimentos per capita superiores enquanto estados do Norte e Nordeste frequentemente apresentam rendimentos inferiores Isso reforça a necessidade de políticas públicas específicas para abordar as disparidades regionais e promover um desenvolvimento mais equitativo em todo o país O estudo de Ferreira e Veloso 2015 sobre o desenvolvimento econômico brasileiro no pósguerra oferece um contexto histórico fundamental As assimetrias 32 regionais observadas atualmente têm raízes em processos históricos de desenvolvimento desigual Essa perspectiva histórica destaca a importância de políticas que considerem não apenas as condições presentes mas também o legado de disparidades que moldaram as realidades econômicas regionais No contexto da pandemia Trovão 2020 analisa a desigualdade de renda no Brasil proporcionando um olhar macrorregional sobre a proteção social e os auxílios emergenciais A crise da COVID19 acentuou desigualdades pré existentes e as respostas governamentais tiveram impactos variados nas diferentes regiões do país Esse estudo destaca a importância de políticas sociais específicas para lidar com os efeitos socioeconômicos da pandemia Silber 2020 contribui ao discutir a fragilidade econômica e financeira durante a pandemia do Covid19 A análise da vulnerabilidade financeira das diferentes regiões pode oferecer informações sobre a capacidade de resistência e recuperação diante de choques econômicos A fragilidade econômica prévia pode ter influenciado a forma como as diferentes localidades enfrentaram os desafios trazidos pela pandemia Adicionalmente a crônica de Marcelo Neri 2020 sobre a crise até agosto de 2020 fornece uma perspectiva valiosa sobre as classes econômicas no Brasil Compreender como diferentes estratos sociais foram impactados pela crise sanitária é crucial para uma análise abrangente das disparidades regionais As classes econômicas também desempenham um papel na compreensão das dinâmicas de renda uma vez que as camadas mais vulneráveis muitas vezes enfrentam desafios mais acentuados Ao integrar esses estudos à análise anterior percebemos que as disparidades regionais não são apenas econômicas mas também históricas sociais e relacionadas a políticas específicas de resposta a crises como a pandemia da COVID19 A abordagem multifacetada desses estudos é essencial para uma compreensão completa das complexidades que moldam as diferenças de renda entre os estados brasileiros Quanto à parte econométrica 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 33 A análise do rendimento per capita domiciliar no Brasil entre 2019 e 2022 revela uma complexa interação entre fatores econômicos sociais e políticos A trajetória de queda em 2020 seguida por uma recuperação nos anos subsequentes indica a resiliência da economia diante da crise sanitária No entanto as disparidades regionais persistem destacando a necessidade de abordagens diferenciadas para promover desenvolvimento equitativo A pandemia de COVID19 teve impactos heterogêneos nos estados evidenciando a importância das respostas governamentais e políticas sociais na mitigação dos efeitos socioeconômicos Estados como Rondônia Roraima e Tocantins demonstraram resistência econômica enquanto a recuperação mais lenta em outros destaca a complexidade das dinâmicas regionais A convergência entre as rendas estaduais é um desafio persistente exigindo estratégias que considerem as particularidades de cada região O otimismo relativo na recuperação econômica em 2021 e 2022 deve ser equilibrado com uma monitorização constante das dinâmicas para enfrentar possíveis desafios futuros Apesar de não considerar ajustes inflacionários a análise oferece uma visão das variações na renda per capita fundamentando a necessidade de políticas públicas que abordem as disparidades regionais e promovam um desenvolvimento mais inclusivo em todo o país Essa abordagem multifacetada é crucial para entender as complexidades que moldam as diferenças de renda entre os estados brasileiros 34 REFERÊNCIAS ARRUDA de Oliveira Dyego SANTOS Caroline Oliveira As políticas públicas e os corpos subalternizados em tempos de pandemia reflexões a partir da implementação do auxílio emergencial no Brasil Ciências Sociais Unisinos v 56 n 2 p 143154 2020 BARROS Ricardo Paes de MENDONÇA Rosane Silva Pinto de DUARTE Renata Pacheco Nogueira Bemestar pobreza e desigualdade de renda uma avaliação da evolução histórica e das disparidades regionais 1997 BIRMAN Joel O trauma na pandemia do coronavírus suas dimensões políticas sociais econômicas ecológicas culturais éticas e científicas Editora José Olympio 2020 BRESSERPEREIRA Luiz Carlos Proposta de desenvolvimento para o Brasil Brazilian Journal of Political Economy v 24 p 638646 2019 CAMPELLO Tereza Faces da desigualdade no Brasil um olhar sobre os que ficam para trás Faces da desigualdade no brasil p 178 2017 CONTI Thomas V Crise Tripla do Covid19 um olhar econômico sobre políticas públicas de combate à pandemia Recuperado de httpbit lycovid19crisetripla 2020 FERREIRA Afonso Henriques Borges Evolução recente das rendas per capita estaduais no Brasil Brazilian Journal of Political Economy v 18 p 9198 2022 FERREIRA Afonso Henriques Borges DINIZ Clélio Campolina Convergência entre as rendas per capita estaduais no Brasil Brazilian Journal of Political Economy v 15 p 497516 2023 FERREIRA Pedro Cavalcanti VELOSO Fernando A O desenvolvimento econômico brasileiro no pósguerra 2015 35 HOFFMANN Rodolfo Desigualdade de renda no Brasil 19952019 diversas distribuições e o impacto do desemprego RBEST Revista Brasileira de Economia Social e do Trabalho v 2 p e020007e020007 2020 HOFFMANN Rodolfo Distribuição da renda Brasil 2017 Texto para Discussão IEPECasa das Garças v 46 2019 HOFFMANN Rodolfo JESUS J G ALMEIDA S S P A distribuição da renda no Brasil conforme a PNAD 19952017 Texto para Discussão n 45 2018 JESUS Josimar Gonçalves de HOFFMANN Rodolfo Desigualdade de renda no Brasil a contribuição de parcelas do rendimento domiciliar per capita destacando o setor agrícola Revista de Economia Agrícola v 62 n 1 p 2540 2015 LIMA Nísia Trindade BUSS Paulo Marchiori PAESSOUSA Rômulo A pandemia de COVID19 uma crise sanitária e humanitária Cadernos de Saúde Pública v 36 p e00177020 2020 NERI Marcelo Covid classes econômicas e o caminho do meio crônica da crise até agosto de 2020 2020 OREIRO José Luis Muito além do tripé proposta de um novo regime de política macroeconômica para dobrar a renda per capita em 20 anos Indústria e Desenvolvimento Produtivo no Brasil Elsevier Rio de Janeiro 2015 RIBEIRO Márcio Luiz BATISTA Alberth Martins STADUTO Jefferson Andronio Ramundo Determinantes do rendimento domiciliar per capita por UF brasileira 2010 Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional v 15 n 6 2019 SABOIA João HALLAK NETO João Saláriomínimo e distribuição de renda no Brasil a partir dos anos 2000 Economia e Sociedade v 27 p 265285 2018 SILBER Simão Davi A fragilidade econômica e financeira na pandemia do Sars Covid19 Estudos avançados v 34 p 107115 2020 36 TROVÃO C J B M A pandemia da covid19 e a desigualdade de renda no Brasil um olhar macrorregional para a proteção social e os auxílios emergenciais Natal Universidade Federal do Rio Grande do Norte 2020 Resumo Este trabalho investiga os impactos da pandemia de COVID19 na renda dos brasileiros com ênfase nas variações observadas entre diferentes grupos raciais e de gênero Utilizando dados de 2014 a 2023 foram aplicados modelos de regressão linear para analisar a influência da pandemia na renda normalizada e na renda em valores reais com interações entre as variáveis indicativas de pandemia e raça Os resultados mostram que embora a pandemia tenha aumentado a renda média devido a políticas de auxílio emergencial as disparidades raciais persistem com indivíduos das categorias Preta Parda Indígena e Ignorado apresentando menores ganhos de renda comparados aos indivíduos das categorias Branca e Amarela A análise destaca a importância de políticas públicas focadas na redução das desigualdades socioeconômicas exacerbadas pela crise pandêmica 3 METODOLOGIA O objetivo deste estudo é analisar o impacto da pandemia de COVID19 na renda per capita nos estados brasileiros utilizando dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua PNAD Contínua de 2016 a 2023 A análise visa identificar como diferentes faixas de renda foram afetadas pela pandemia e explorar disparidades regionais e socioeconômicas Os dados utilizados neste estudo são provenientes da PNAD Contínua conduzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE A PNAD Contínua fornece informações detalhadas sobre características socioeconômicas dos domicílios e indivíduos no Brasil Todos os estados brasileiros foram incluídos na análise para garantir representatividade econômica geográfica e populacional permitindo uma análise abrangente das disparidades regionais Para garantir uma análise robusta e precisa os períodos de análise foram divididos em Prépandemia 2016 a 2019 Pandemia 2020 a 2022 Póspandemia 2023 Os dados de renda foram normalizados pelo salário mínimo SM de cada ano possibilitando a comparação entre anos diferentes A normalização foi realizada dividindo a renda anual de cada indivíduo pelo valor do salário mínimo vigente naquele ano Este procedimento permite a análise da renda em termos reais ajustando para a inflação e variações no poder de compra Inicialmente foram realizadas análises descritivas das rendas estratificadas por escolaridade gênero e raça As variáveis de interesse incluem Renda normalizada Variável dependente Pandemia Variável dummy 0 para 20162019 e 2023 1 para 20202022 Escolaridade Gênero e Raça Variáveis de segmentação Outras variáveis socioeconômicas Nível de escolaridade ocupação etc Para analisar o impacto da pandemia na renda per capita utilizamos modelos de regressão linear Os modelos de regressão foram aplicados de forma incremental primeiro foram realizadas regressões simples com a renda absoluta seguidas pela análise da renda normalizada e por fim consideramos interações da pandemia com a raça para perceber se o impacto foi maior para um grupo social específico 4 ANÁLISES DOS RESULTADOS 41 ANÁLISES QUANTITATIVAS DOS DADOS DO PNAD Antes das análises de regressão que realizaremos passamos brevemente sobre uma visão panorâmica geral dos dados disponíveis no PNADIBGE Estes dados darão uma visão geral sobre fatores que influenciam na renda dos domicílios Optamos por analisar diferenças entre escolaridade raça e gênero 411 ESCOLARIDADE E RAÇA VERSUS RENDA A análise da renda é um tema crucial para entender as desigualdades sociais em uma sociedade Dois fatores importantes que influenciam a renda individual são a escolaridade e a raça Este capítulo visa analisar qualitativamente como esses fatores afetam a renda das pessoas utilizando um conjunto de dados específico que relaciona diferentes níveis de escolaridade e categorias raciais Os dados utilizados nesta análise foram agrupados por diferentes níveis de escolaridade e categorizados por raça As categorias de escolaridade incluem desde a alfabetização de jovens e adultos até o doutorado As categorias raciais analisadas são Branca Preta Amarela Parda Indígena e Ignorado A média da renda normalizada foi calculada para cada combinação de escolaridade e raça A tabela abaixo apresenta a média da renda normalizada dividimos o valor da renda pelo Salário Mínimo vigente no ano para cada combinação de escolaridade e raça Nível Educacional Raça Média da Renda Normalizada Alfabetização de jovens e adultos Branca 09582781 Alfabetização de jovens e adultos Preta 06213085 Alfabetização de jovens e adultos Amarela 05775578 Alfabetização de jovens e adultos Parda 06420993 Alfabetização de jovens e adultos Indígena 06845067 Regular do ensino fundamental Branca 08212598 Regular do ensino fundamental Preta 06354180 Regular do ensino fundamental Amarela 06212524 Regular do ensino fundamental Parda 05529845 Regular do ensino fundamental Indígena 05943359 Regular do ensino fundamental Ignorado 10020040 Educação de jovens e adultos EJA do ensino fundamental Branca 09577178 Educação de jovens e adultos EJA do ensino fundamental Preta 07933166 Educação de jovens e adultos EJA do ensino fundamental Amarela 06571091 Educação de jovens e adultos EJA do ensino fundamental Parda 07673788 Educação de jovens e adultos EJA do ensino fundamental Indígena 06315837 Regular do ensino médio Branca 08888865 Regular do ensino médio Preta 07600753 Regular do ensino médio Amarela 09051601 Regular do ensino médio Parda 07018795 Regular do ensino médio Indígena 07108825 Regular do ensino médio Ignorado 08888114 Educação de jovens e adultos EJA do ensino Branca 12432720 médio Educação de jovens e adultos EJA do ensino médio Preta 10806769 Educação de jovens e adultos EJA do ensino médio Amarela 12858247 Educação de jovens e adultos EJA do ensino médio Parda 10087679 Educação de jovens e adultos EJA do ensino médio Indígena 08817393 Superior graduação Branca 19674525 Superior graduação Preta 17170056 Superior graduação Amarela 21806635 Superior graduação Parda 16802964 Superior graduação Indígena 17801604 Superior graduação Ignorado 34353915 Especialização de nível superior Branca 43685293 Especialização de nível superior Preta 33594621 Especialização de nível superior Amarela 50880975 Especialização de nível superior Parda 34183055 Especialização de nível superior Indígena 32046522 Mestrado Branca 53981418 Mestrado Preta 39508238 Mestrado Amarela 50118141 Mestrado Parda 44276922 Mestrado Indígena 45983509 Mestrado Ignorado 38563180 Doutorado Branca 70846350 Doutorado Preta 54600451 Doutorado Amarela 86792324 Doutorado Parda 64170477 Doutorado Indígena 66256158 NA Branca 26801305 NA Preta 15712156 NA Amarela 31134186 NA Parda 15898304 NA Indígena 15388808 NA Ignorado 29524892 Tabela 1 Relação de renda média normalizada pelo saláriomínimo SM considerando nível educacional e raça Os dados descritivos mostram uma variação significativa na renda média normalizada em função do nível de escolaridade e da raça De maneira geral observase que 1 Nível Educacional A renda média tende a aumentar com o nível de escolaridade Por exemplo a média da renda normalizada é mais alta entre indivíduos com doutorado em comparação com aqueles com apenas alfabetização de jovens e adultos Indivíduos com especialização de nível superior e doutorado têm as maiores rendas médias normalizadas 2 Raça Dentro de cada nível de escolaridade as médias de renda variam significativamente entre as diferentes raças Em geral as pessoas identificadas como brancas tendem a ter rendas médias mais altas em comparação com pessoas identificadas como pretas pardas e indígenas Indivíduos da raça amarela frequentemente aparecem com rendas médias altas em diversos níveis de escolaridade Os resultados desta análise qualitativa indicam que tanto a escolaridade quanto a raça são fatores importantes que influenciam a renda das pessoas As principais observações são Escolaridade A análise confirma que níveis mais altos de escolaridade estão associados a rendas mais altas Isso pode ser atribuído ao fato de que a educação proporciona habilidades e qualificações que são valorizadas no mercado de trabalho resultando em melhores oportunidades de emprego e salários mais altos Raça A renda média varia significativamente entre as diferentes categorias raciais Indivíduos identificados como brancos e amarelos tendem a ter rendas médias mais altas mesmo quando possuem o mesmo nível de escolaridade que indivíduos identificados como pretos pardos ou indígenas Essas disparidades podem ser atribuídas a diversos fatores incluindo discriminação racial e acesso desigual a oportunidades de educação e emprego Este capítulo analisou qualitativamente a influência da raça e da escolaridade na renda das pessoas A análise descritiva mostrou que tanto a escolaridade quanto à raça são fatores determinantes na renda com níveis mais altos de escolaridade e certas categorias raciais brancos e amarelos associadas a rendas mais altas Esses achados destacam a importância de políticas públicas voltadas para a educação e a igualdade racial no mercado de trabalho visando reduzir as desigualdades e promover uma distribuição mais justa de renda 412 GÊNERO VERSUS RENDA A análise da renda é fundamental para compreender as desigualdades econômicas dentro de uma sociedade Um dos fatores críticos que afetam a renda individual é o gênero Este capítulo busca analisar qualitativamente como o gênero influencia a renda das pessoas utilizando um conjunto de dados específico que relaciona diferentes níveis de escolaridade e categorias de gênero Os dados utilizados nesta análise foram agrupados por diferentes níveis de escolaridade e categorizados por gênero As categorias de escolaridade incluem desde a alfabetização de jovens e adultos até o doutorado As categorias de gênero analisadas são Homem e Mulher A média da renda normalizada foi calculada para cada combinação de escolaridade e gênero A tabela abaixo apresenta a média da renda normalizada para cada combinação de escolaridade e gênero Nível Educacional Gênero Média da Renda Normalizada Alfabetização de jovens e adultos Homem 07494409 Alfabetização de jovens e adultos Mulher 06386532 Regular do ensino fundamental Homem 06649351 Regular do ensino fundamental Mulher 05782644 Educação de jovens e adultos EJA do ensino fundamental Homem 09101000 Educação de jovens e adultos EJA do ensino fundamental Mulher 06944924 Regular do ensino médio Homem 08374229 Regular do ensino médio Mulher 06866949 Educação de jovens e adultos EJA do ensino médio Homem 12205503 Educação de jovens e adultos EJA do ensino médio Mulher 09493005 Superior graduação Homem 21771288 Superior graduação Mulher 15305015 Especialização de nível superior Homem 50955413 Especialização de nível superior Mulher 33168119 Mestrado Homem 58165984 Mestrado Mulher 42753258 Doutorado Homem 77955174 Doutorado Mulher 57947868 NA Homem 22100152 NA Mulher 18074115 Tabela 2 Relação de renda média normalizada pelo saláriomínimo SM considerando nível educacional e gênero Os dados descritivos mostram uma variação significativa na renda média normalizada em função do nível de escolaridade e do gênero De maneira geral observase que 1 Nível Educacional A renda média tende a aumentar com o nível de escolaridade Por exemplo a média da renda normalizada é mais alta entre indivíduos com doutorado em comparação com aqueles com apenas alfabetização de jovens e adultos Indivíduos com especialização de nível superior e doutorado têm as maiores rendas médias normalizadas 2 Gênero Dentro de cada nível de escolaridade as médias de renda variam significativamente entre os gêneros Em geral os homens tendem a ter rendas médias mais altas em comparação com as mulheres A diferença de renda entre homens e mulheres é evidente em todos os níveis de escolaridade indicando uma disparidade de gênero persistente Os resultados desta análise qualitativa indicam que tanto a escolaridade quanto o gênero são fatores importantes que influenciam a renda das pessoas As principais observações são que mesmo dentro do mesmo nível de escolaridade o gênero é decisivo para determinar a renda da família Em resumo famílias onde a renda vem de um homem têm em média maior valor Isto mostra que há uma desigualdade que não se deve apenas ao mérito profissional e educacional mas é algo ligado ao gênero do chefe de família Este capítulo analisou qualitativamente a influência do gênero e da escolaridade na renda das pessoas A análise descritiva mostrou que tanto a escolaridade quanto o gênero são fatores determinantes na renda com níveis mais altos de escolaridade associados a rendas mais altas e homens geralmente ganhando mais do que mulheres em todos os níveis de escolaridade Esses achados destacam a importância de políticas públicas voltadas para a educação e a igualdade de gênero no mercado de trabalho visando reduzir as desigualdades e promover uma distribuição mais justa de renda 42 IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID19 NA RENDA UMA ANÁLISE BIVARIADA Neste capítulo analisamos o impacto da pandemia de COVID19 na renda dos brasileiros utilizando dois modelos de regressão linear O objetivo é entender como a pandemia afetou a renda normalizada e a renda nominal representada pela variável V403312 As análises cobrem o período de 2020 a 2022 comparando os dados antes e durante a pandemia Um ponto importante a considerar é o impacto do auxílio emergencial fornecido pelo governo que pode ter influenciado os resultados observados Para avaliar o impacto da pandemia de COVID19 na renda utilizamos dois modelos de regressão linear bivariada Em ambos os modelos a variável independente é uma variável binária COVID19 que indica se o ano é antes ou durante a pandemia 0 para antes de 2020 1 para 2020 e além 1 Modelo de Regressão 1 Utilizando rendanormalizada como variável dependente 2 Modelo de Regressão 2 Utilizando V403312 como variável dependente que representa a renda nominal Resultados do Modelo de Regressão Modelo de Regressão 1 Impacto na Renda Normalizada Resumo do modelo de regressão summarymodeloregressaointeracao1 Call lmformula rendanormalizada COVID19 data dadoscombinados Residuals Min 1Q Median 3Q Max 2073 1077 0758 0088 245448 Coefficients Estimate Std Error t value Prt Intercept 2015784 0002856 7058 2e16 COVID19 0060933 0005590 109 2e16 Signif codes 0 0001 001 005 01 1 Residual standard error 2999 on 1492295 degrees of freedom Multiple Rsquared 7962e05 Adjusted Rsquared 7895e05 Fstatistic 1188 on 1 and 1492295 DF pvalue 22e16 Tabela de Coeficientes do Modelo 1 Parâmetro Estimativa Erro Padrão Valor t Valor p Intercepto 2015784 0002856 7058 2e16 COVID19 0060933 0005590 109 2e16 Tabela 3 Regressão Simples da variável independente Renda Normalizada pela variável independente COVID19 que denota anos de pandemia Análise dos Resultados do Modelo 1 1 Intercepto β0 O intercepto é 2015784 indicando a renda normalizada média antes da pandemia Este coeficiente é altamente significativo p 2e16 refletindo a média de renda normalizada da população antes de 2020 2 Coeficiente da Pandemia β1 O coeficiente para a variável COVID19 é 0060933 p 2e16 sugerindo que durante a pandemia houve um aumento médio na renda normalizada de aproximadamente 0061 unidades Este coeficiente é altamente significativo indicando que a pandemia teve um impacto positivo na renda normalizada 3 R² e Erro Padrão Residual O R² ajustado é extremamente baixo 7895e05 indicando que o modelo explica uma porção muito pequena da variação na renda normalizada O erro padrão residual é 2999 o que sugere uma grande variabilidade nos dados não explicada pelo modelo Modelo de Regressão 2 Impacto na Renda Nominal V403312 Resumo do modelo de regressão summarymodeloregressaointeracao2 Call lmformula V403312 COVID19 data dadoscombinados Residuals Min 1Q Median 3Q Max 2361 1166 784 58 297634 Coefficients Estimate Std Error t value Prt Intercept 2034159 3035 67028 2e16 COVID19 332124 5940 5592 2e16 Signif codes 0 0001 001 005 01 1 Residual standard error 3187 on 1492295 degrees of freedom Multiple Rsquared 0002091 Adjusted Rsquared 000209 Fstatistic 3127 on 1 and 1492295 DF pvalue 22e16 Tabela de Coeficientes do Modelo 2 Parâmetro Estimativa Erro Padrão Valor t Valor p Intercepto 2034159 3035 67028 2e16 COVID19 332124 5940 5592 2e16 Tabela 4 Regressão Simples da variável independente Renda Absoluta pela variável independente COVID19 que denota anos de pandemia Análise dos Resultados do Modelo 2 1 Intercepto β0 O intercepto é 2034159 indicando a renda nominal média antes da pandemia Este coeficiente é altamente significativo p 2e16 refletindo a média da renda nominal da população antes de 2020 2 Coeficiente da Pandemia β1 O coeficiente para a variável COVID19 é 332124 p 2e16 sugerindo que durante a pandemia houve um aumento médio na renda nominal de aproximadamente 332 unidades monetárias Este coeficiente é altamente significativo indicando que a pandemia teve um impacto positivo na renda nominal 3 R² e Erro Padrão Residual O R² ajustado é muito baixo 000209 indicando que o modelo explica apenas uma pequena porção da variação na renda nominal O erro padrão residual é 3187 sugerindo uma grande variabilidade nos dados não explicada pelo modelo Os resultados dos modelos de regressão mostram que tanto a renda normalizada quanto a renda nominal aumentaram durante a pandemia de COVID 19 Este aumento pode ser atribuído a várias hipóteses 1 Auxílio Emergencial e Bolsa Família Durante a pandemia o governo brasileiro implementou programas de assistência financeira como o Auxílio Emergencial que ajudaram a sustentar a renda das famílias mais vulneráveis Além disso o programa Bolsa Família que tradicionalmente é direcionado principalmente às mulheres chefes de família pode ter contribuído para amortecer os impactos negativos da pandemia sobre a renda das mulheres Estes programas de assistência financeira podem ter mascarado os efeitos negativos da pandemia na renda ao proporcionar um suporte financeiro direto às famílias 2 Foco nos Lares Chefiados por Mulheres O fato de muitas políticas de assistência estarem fortemente ligadas às mulheres da família pode ter resultado em uma menor queda na renda para esses lares durante a pandemia Isso pode explicar a observação de que o impacto negativo na renda foi menos severo entre as mulheres 3 Impacto da Inflação Embora a renda nominal possa ter sido mantida através de programas governamentais a inflação durante o período da pandemia pode ter erodido o poder de compra dessas famílias Isso significa que a manutenção da renda nominal pode mascarar a perda real de renda não capturada adequadamente nos dados 4 Desigualdade e Políticas de Redução de Pobreza As políticas focadas na redução da pobreza e na igualdade de gênero podem ter mitigado os impactos mais severos da pandemia entre os grupos mais vulneráveis No entanto essas políticas precisam ser contínuas e aprimoradas para garantir uma redução sustentada das desigualdades Esta análise revela que a pandemia de COVID19 teve um impacto significativo na renda dos brasileiros tanto na renda normalizada quanto na renda nominal Apesar do aumento geral na renda durante a pandemia é crucial considerar os efeitos da inflação e a eficácia das políticas de assistência social para uma compreensão completa dos impactos econômicos As hipóteses apresentadas fornecem uma explicação potencial para os impactos observados indicando a necessidade de políticas robustas e direcionadas para proteger os grupos mais vulneráveis em tempos de crise 43 Impacto da Pandemia de COVID19 na Renda Análise de Interação com Raça A pandemia de COVID19 teve um impacto significativo na renda dos brasileiros com variações observadas entre diferentes grupos raciais Para entender melhor esse impacto utilizamos dois modelos de regressão linear que incluíram a interação entre a variável que indica a pandemia COVID19 e a variável categórica de raça raca A variável COVID19 é uma variável binária que indica se o ano é durante a pandemia 2020 em diante A variável raca foi codificada como 0 para BrancaAmarela e 1 para outras raças Preta Parda Indígena Ignorado Os resultados do primeiro modelo que analisou a renda normalizada mostraram que o intercepto é 2627880 indicando a renda normalizada média antes da pandemia para a categoria de referência de raça BrancaAmarela Este coeficiente é altamente significativo p 2e16 O coeficiente para a variável COVID19 é 0061828 p 259e13 sugerindo que durante a pandemia houve um aumento médio na renda normalizada de aproximadamente 0061828 unidades para a categoria de referência de raça O coeficiente para a variável raca é 1055380 p 2e16 indicando que antes da pandemia a renda normalizada para as categorias Outras Preta Parda Indígena Ignorado era em média 1055380 unidades menor do que para a categoria de referência de raça A interação entre COVID19 e raca mostrou um coeficiente de 0011536 p 03 sugerindo que o impacto positivo da pandemia na renda normalizada é 0011536 unidades menor para as categorias Outras em comparação com a categoria de referência embora este coeficiente não seja estatisticamente significativo No segundo modelo que analisou a renda em valores reais V403312 o intercepto foi de 2649301 indicando a renda média em valores reais antes da pandemia para a categoria de referência de raça BrancaAmarela Este coeficiente é altamente significativo p 2e16 O coeficiente para a variável COVID19 foi 412841 p 2e16 sugerindo que durante a pandemia houve um aumento médio na renda real de aproximadamente 412841 unidades monetárias para a categoria de referência de raça O coeficiente para a variável raca foi 1060633 p 2e16 indicando que antes da pandemia a renda real para as categorias Outras era em média 1060633 unidades monetárias menor do que para a categoria de referência de raça A interação entre COVID19 e raca mostrou um coeficiente de 150517 p 2e16 sugerindo que o impacto positivo da pandemia na renda real é 150517 unidades monetárias menor para as categorias Outras em comparação com a categoria de referência Este coeficiente é estatisticamente significativo Os resultados detalhados dos modelos de regressão são apresentados nas tabelas a seguir Modelo 1 Renda Normalizada Parâmetro Estimativa Erro Padrão Valor t Valor p Intercepto 2627880 0004339 605586 2e16 COVID19 0061828 0008453 7314 259e13 raca 1055380 0005698 185219 2e16 COVID19 x raca 0011536 0011138 1036 03 Tabela 3 Valores encontrados no R e os testes de hipóteses Modelo 2 Renda em Valores Reais variável V403312 Parâmetro Estimativa Erro Padrão Valor t Valor p Intercepto 2649301 4614 57420 2e16 COVID19 412841 8988 4594 2e16 raca 1060633 6058 17507 2e16 COVID19 x raca 150517 11842 1271 2e16 Tabela 4 Valores encontrados no R e os testes de hipóteses Para visualizar melhor podemos expandir as equações para os diferentes valores de COVID19 e raca Primeiro note que a equação no modelo é dada por Rendaβ0β1Raçaβ2COVID19β3RaçaCOVID 19 Renda Normalizada pelo que observamos nos coeficientes do modelo observase que a presença da pandemia COVID19 1 leva a uma redução maior de renda dos indivíduos entre o grupo de pretos pardos e indígenas Antes da pandemia COVID19 0 rend anormalizada26278801055380raca Durante a pandemia COVID19 1 rend anormalizada26897081066916raca Renda em Valores Reais V403312 Antes da pandemia COVID19 0 Rend aBruta26493011060633raca Durante a pandemia COVID19 1 Rend aBruta30621421211150raca Esses resultados mostram que a pandemia de COVID19 teve um impacto positivo tanto na renda normalizada quanto na renda em valores reais mas esse impacto varia entre diferentes grupos raciais Para indivíduos da categoria BrancaAmarela tanto a renda normalizada quanto a renda real aumentaram durante a pandemia Para indivíduos das categorias Outras o aumento na renda normalizada não foi estatisticamente significativo enquanto o aumento na renda real foi significativamente menor do que para a categoria BrancaAmarela Em resumo os negros e indígenas têm um aumento de renda menor Isto pode ser devido ao fato de que apesar da pandemia ter contado com medidas como o programa do Auxílio Emergencial o desemprego devido a dificuldade da manutenção das atividades econômicas e fechamento total ou parcial de estabelecimentos comerciais O coeficiente negativo significativo da variável raca em ambos os modelos indica que a raça é um determinante importante da renda com indivíduos das categorias Outras tendo uma renda significativamente menor do que os indivíduos da categoria BrancaAmarela independentemente da pandemia A interação entre COVID19 e raca mostra que embora a pandemia tenha aumentado a renda o aumento foi significativamente menor para as categorias Outras em termos de renda real Esses resultados podem ser explicados pelo fato de que o auxílio emergencial do governo durante a pandemia pode ter ajudado a mitigar os impactos negativos da pandemia na renda especialmente entre os grupos mais vulneráveis No entanto a disparidade racial na renda permanece evidente e significativa sugerindo que os efeitos econômicos adversos da pandemia foram mais acentuados para as raças mais vulneráveis possivelmente devido ao fechamento de postos de trabalho e outras dificuldades econômicas enfrentadas por esses grupos durante a pandemia 5 Considerações Finais A pandemia de COVID19 representou um desafio significativo para as economias globais e teve efeitos profundos na renda das famílias brasileiras A análise realizada neste trabalho revela que embora as políticas de auxílio emergencial tenham desempenhado um papel crucial na sustentação da renda durante os anos de 2020 a 2022 essas medidas não foram suficientes para eliminar as desigualdades estruturais preexistentes Nossos modelos de regressão linear que incluíram interações entre a pandemia e a raça mostraram que a renda normalizada e a renda em valores reais aumentaram durante a pandemia mas o impacto foi significativamente menor para as categorias raciais mais vulneráveis Esses resultados sublinham a necessidade de um enfoque mais direcionado nas políticas de redistribuição de renda e suporte econômico que considere as disparidades raciais e de gênero 6 Conclusões A análise dos dados de 2014 a 2023 confirma que a pandemia de COVID19 teve um impacto mensurável na renda dos brasileiros mas também evidencia a persistência de desigualdades raciais e de gênero As principais conclusões deste estudo são 1 Impacto Positivo da Pandemia na Renda A pandemia em combinação com políticas de auxílio emergencial resultou em um aumento geral na renda tanto normalizada quanto em valores reais Isso sugere que as intervenções governamentais foram eficazes em mitigar alguns dos impactos econômicos adversos da pandemia 2 Desigualdades Raciais Persistentes Apesar do aumento geral na renda indivíduos das categorias Preta Parda Indígena e Ignorado continuam a ganhar significativamente menos do que aqueles das categorias Branca e Amarela Este fato é evidenciado pelos coeficientes negativos significativos da variável raça nos modelos de regressão 3 Influência do Auxílio Emergencial O aumento na renda observado durante a pandemia pode ser atribuído em parte ao auxílio emergencial No entanto este auxílio não foi suficiente para eliminar as disparidades de renda entre os diferentes grupos raciais sugerindo que políticas adicionais e mais direcionadas são necessárias 4 Gênero e Renda A análise sugere que lares chefiados por mulheres podem ter sido menos afetados pela crise possivelmente devido à estrutura de distribuição do auxílio emergencial que tende a beneficiar mulheres em programas como o Bolsa Família 5 Necessidade de Políticas Públicas Inclusivas As conclusões destacam a importância de implementar políticas públicas que não só visem a recuperação econômica póspandemia mas também abordem as desigualdades estruturais de raça e gênero Apenas através de um enfoque inclusivo e equitativo será possível alcançar uma recuperação sustentável e justa para todos os segmentos da população Em resumo este estudo contribui para a compreensão dos impactos socioeconômicos da pandemia de COVID19 no Brasil evidenciando a importância de políticas públicas eficazes e inclusivas para enfrentar as desigualdades persistentes e promover uma recuperação econômica mais equitativa Referências Baltagi B H 2008 Econometric Analysis of Panel Data John Wiley Sons Christopoulos D K Tsionas E G 2004 Financial Development and Economic Growth Evidence from Panel Unit Root and Cointegration Tests Journal of Development Economics Hausman J A 1978 Specification Tests in Econometrics Econometrica 466 12511271 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE 20102023 Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Wooldridge J M 2010 Econometric Analysis of Cross Section and Panel Data MIT Press Woo J Kumar M S 2015 Public Debt and Growth Economica