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História Econômica

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ECONOMIA E SOCIEDADE 181 sentimentos — uma das razões por que o sistema de clubes alemão nunca pode a atingir a atração do clube americano. Quanto ao conteúdo, a honra estamental costuma encontrar sua expressão na exigência de uma condução da vida específica, dirigida a todos que querem fazer parte do círculo. E em conexão com isto, também a “limitação” ao círculo estamental, até o pleno fechamento endógeno das relações sociais, isto é, que não têm finalidade econômica ou, de outro modo, “objetiva” de negócios, incluíndo, sobretudo, o convívio normal. Quando ocorre não apenas uma imitação individual e socialmente irrelevante de condução da vida alheia, mas sim uma ação social consensual deste caráter, está em marcha um desenvolvimento “estamental”. Assim, nos Estados Unidos está se desenvolvendo, atualmente, em forma característica, a partir da democracia tradicional, uma estrutura “estamental” baseada numa condução da vida convencionada. Por exemplo, forma especial das e em determinados lugares (este street) a society com que se podem manter relações sociais, visitando e convidando-as. Mas sobretudo de tal forma que a submissão a ela veja dialética formalmente considerada, numa grau entre dois desconhecido, é moldada para os homens, ao se essa emergem que o homem em nenhum pertence a data de gentlemen em que, o consensualmente, decide, pelo menos primafacie, quem pertence ao e quem não, por exemplo, para as oportunidades de empregos em “boas” empresas, mas sobretudo para as relações sociais e o convívio comum. Ao revés, há comunidades tuiante quanto o e, por exemplo, entre as “nãos famílias originais”; e, no resto, a honra “estamental” é usurpada por determinantes condições de “F.V.F.” - first families of Virginia), residentes no lugar há apenas cem anos aproximadamente com patrimônio correspondente], ou pelos descendentes da “primeiras famílias dos “Primeiros Índia” Poquontes ou dos Filhos “calda inextinguível” (atualmente com membros desta se dificil acesso, e por outro sustado com as extremas violenciadas por alguma característica. Nesse caso, tratar-se de uma associação somente menção, essencialmente baseada em uma honra “formal”, ou seja, no ciclo, diretamente, quase toda “honra” estamental). Mas o caminho que conduz disso ao privilégio jurídico (positivo ou negativo) e for toda parte facilmente visível, tão logo determinada estrutura da ordem social tenha sido efetivamente incorporada a vida cotidiana e, em consequência da estabilização da distribuição do poder econômico, tenha também alcançado, por sua vez, certa estabilidade. Onde se vai às consequências extremas, o estamento desenvolve-se em uma casta fecha¬ da. Isto significa: ao lado da garantia convencional e jurídica, vem a existir tam¬ bém uma garantia ritual da separação estamental, de tal forma que todo contato físico com um membro de uma casta considerada “inferior” é, para os membros da casta “superior”, uma mácula ritual a ser expiada religiosamente. Quando uma casta desenvolve, em parte, cultos e deuses especiais. Mas a separação estamental somente costuma levar a essas consequências extremas quando se baseia em dife¬ renças consideradas “étnicas”. A “casta” é praticante a forma normal em que convivem em relações associativas as comunidades étnicas que acreditam na consanguinidade e excluem o convívio e as relações sociais com comunidades estranhas. Assim ocorre com o fenômeno universalmente divulgado dos povos 182 MAX WEBER “párias”, que já mencionamos: são comunidades que adquiriram tradições profissio¬ ais específicas, artesanais ou de outro tipo, cultivam a crença nas raízes étnicas comuns e vivem na “diáspora”, dispersadas nas comunidades políticas, rigorosa¬ mente excluídas de todas as relações pessoais não-inventivas e numa situação juridicamente precária, mas toleradas em virtude de sua indispensabilidade econômica e muitas vezes até privilegiadas: os judeus constituem o mais grandioso exemplo histórico desse fenômeno. A diferenciação “estamental”, que culmina¬ na “casta”, e a diferenciação puramente “étnica” distinguem-se em sua estrutura pelo fato de que a primeira faz da coexistência desocuntada horizontal da última uma hierarquia social vertical. Ou, mais correto, pelo fato de que para uma relação associativa abrangente entre as comunidades acontecerem perspectivas para uma concreta ação social política. Em seu efeito, distinguir-se precisamente pelo fato de que a coexistência ênica, que condiciona a rejeição e o desprezo recipro¬ cos, apesar de permitir a cada comunidade étnica considerar somente a honra própria, traz consigo, na diferenciação de castas, uma hierarquia social, em torno do “nascisonmo” de “honrar” para as castas e as acostumem vinculadas. porque nestee caso as diferenças étnicas vieram a ser diferenciadas e associadas tra a relação associativa política (guerreiros, sacerdotes, artesãos importantes para a guerra e para construções, etc.). Mesmo nos lugares ocupados e imóveis continuam cultivando, de alguma forma, aquilo que é próprio trazido étnicas quanto aos estamentos; a crença na “honra” própria como igual ao passadas acabadas. Só que nos “estamentos” requerem dadas condições espe¬ mente de dignidade — o reflexo subjetivo da honra social e dadas exigências convingencias ou que “estamento” positivamente privilegiado são da mesma provada crosses no alinhamento para a um um condução da vida de seus membros — toma um reflexo chamado objetivo e, e o estamento de dignidade dos estamentos positivamente privilegiado se refere=re¬ com a tendede ser “suer” que se entende em assim mesmo, ou seja, (χαλο χάκτυλα). Seu reino é “destc monte” e vive para o presente do grande a Paradiol. Sentimento individual da dignidade ante um desprezo da privilégá, pode referir-se apenas a um futuro situado além do presente, neste ou em outro e outro. Em outras palavras, este sentimento tem que se alimentar em crença numa “missão” providencial, numa honra específica diante de Deus, como “povo eleito”, isto, é, da idéia de que, no Além, “os últimos” serão “os primeiros” ou que, no Aqui, aparecerá um redentor para revelar ao mundo a honra oculta do povo (judeus) ou estamento pária por ele rejeitado. Este simples fato, cuja significação é discutida noutro lugar, e não o “ressentimento” tão energicamente ressaltado na muito admirada construção de Nietzsche (na Genealogia da moral), é a fonte do caráter de religiosidade cultivada pelos estamentos párias — o caráter o que, como já vimos, lhes corresponde apenas em extensão limitada e mesmo nula, no caso de um dos exemplos principias de Nietzsche ou (o budismo). De resto, a origem étnica ela formação de estamentos de modo algum é um fenômeno normal. Muito pelo contrário. E já que a maioria dos sentimentos de parentesco i. “étnico” subjetivos não se baseia em “diferenças de raça” objetivas, a fundamen¬ tção de diferenciações estamentais em critérios raciais pode ser considerada, ECONOMIA E SOCIEDADE 183 com razão, como tendo a ver com o caso isolado concreto: muitas vezes, o “estamento”, que sem dúvida atua fortemente num sentido exclusivo e se baseia na seleção dos pessoalmente qualificados (no estamento dos cavaleiros: dos física e psiquicamente aptos para a guerra), constitui, por sua vez, um meio para a criação de um tipo antropológico puro. Mas a seleção pessoal está muito longe de ser o caminho único ou principal de formação de estamentos; os vínculos os políticos ou a situação de classe foram, desde modo, muitos igualmente decisivos, e hoje a importância da última e amplamente decisiva, pois, de forma natural, a possibilidade de uma condução da vida social economicamente dese¬ costuma estar condicionada, entre outras coisas, por fatores econômicos. Praticamente consideradas, a diferenciação estamental ocorre, me¬ com uma monopolização de bens ou oportunidades econômicas, algo que que ali conhecemos como típica. Ao lado da honra estamental específica, que sempre se baseia em distinção e exclusividade, e ao dar forma de “estamental” as — como o privilégio de usar determinados trajes, ou de usur pardamentos alimen¬ os proibidos dos outros por um tabu, o privilégio do convívio social ambos — quências bastantes sensíveis), o direito de praticautos de determinados profissional, mas como dileitante (por exemplo, detaners da est Posiç elementes musicais) — existem monopólios materiais de todos gênio resultado¬ mente estes contribuem, por sua natureza, com toda a constância da exclusividade do exclusividade estamental, ainda que raramente. conBio estamental, existe ao lado do monopolio legal estadual — dedicᬠcrieu como questão e om importância pelo inemahidade de monopolização dos pretendentes profetas ancestrais ou fada lucrinaoa marantir a sustem o destas mesmas filhas. As possibilidades e os extensos templal, e formas legamente consideradas outros, especial¬determinar certos arasm e, agra viventes, suficientes préfrequentemente e pirce de que eles também sustentam sempre o prorpio espe-dingasibilidades monetárias nos grupos estamentalmente determinados são-se de formação de forma sujeitas, com nomopolerue de atas, estas, contribuir conperales, serem somvo ou outros dependentes e, por fim, determinou rimos e símbolos, transfor¬encores no agrupamento social. É isto tanto Prof, assimmentiais como também doutrinas, cabelos e, finalmente o eltablS ou a pertença auxiliar, possivelmente possuí-los ou sua delinter media a cond, em possuir-se+ positivo, que este, para conservar se modo de viver espewd, S funções pon détrio ou de xe exercê-los, pois o papel decisivo da “condução da vida” para a “honra” estamental faz dos “estamentos” os portadores específicos de todas às “convenções”; toda “estilizção” da vida, quaisquer que sejam suas manifes¬ taçoes,: de origem estamental, ou pelo menos, é estamentalmente conservada. Apesar das grandes diferencias, os princípios das convenções estamentais apre¬ setam, particularmente nas camadas mais privilegiadas, certos traços típicos. De modo geral, existe nos grupos estamentalmente privilegiados uma desqualificação estamental do trabalho físico comum que, contrariando as antigas tradições exa¬ tamente opostas, se inicia agora também na América. Com muita frequência, toda atividade acquisitiva racional, particularmente também a de “empresário”, é considerada algo estamentalmente deignardo, assim como a atividade artistica e literáría, quando exercida para fins aquisitivos MAX WEBER ou, pelo menos, quando exige grande esforço físico — por exemplo, no caso do escultor com seu avental empeniçado como um cativeiro, em contraste com o pintor com seu ateliê que parece um salão e com as formas estamentalmente aceitas de prática musical. A desqualificação tão frequente daquele que exerce uma "atividade aquisitiva", como tal, é — abstraindo-se de razões específicas a serem tratadas mais tarde — uma consequência direta do princípio "estamental" da ordem social e de sua oposição à regulação da distribuição do poder pura- mente orientada pelo mercado. O mercado e os processos econômicos que nele se realizam não conhecem, como é óbvio, nenhuma "consideração pessoal": são dominados por interesses "objetivos". Nada sabe de "honra". Mas a ordem estamental significa justamente o contrário: diferencíação segundo a "honra"; a condução da vida estamentalmente adequada. E ela, como tal, está ameaçada em sua raiz, quando a mera aquisição econômica e o nu poder econômico, que ainda traz o timbre de sua origem extra-estamental, lhe chega como um perigo, que os conseguirá a mesma "honra", ou até superior quando este feito, aquele que pretender para si os interessados estamentalmente um sentido verdadeiro da vida — já que, sendo outro posto igual à honra, nenhuma aquisição constitui, por toda parte, um fator decisivo adicional, a não ser como resultado Em toda diferenciação estamental, os interesses do mercado são ameaçados. specífico, precisamente as pretensões de atividade aquisitiva são imediatamente demica, como tal, e isto, em geral, tanto mais quanto menos, por outro lado, o tratamento respeitoso do camponês em Calderón, general fosse reconhecido; o ostensivo desdém pela "canalha" em seu contemporâneo. A correspondência de essas diferenças na reação de uma estrutura estamental deste tipo e, no consensoeconomicamente alheada, é ela a expressão de uma situação específica que toda parte. Justamente por isso, os grupos estamentais só elegem precisamente i aceitariam sequer o parvenu — por mais que sua gênese e seu comportamento adaptado à deles —, mas somente seus descendentes diretos prestes à situação estamental e que no mecanismo estanque a estes. atividade aquisitiva própria. Em consonância com isso, só um incómodo geral e possível, quanto ao efeito da diferenciação estamental, que no entanto, é muito importante: a obstrução do livre desenvolvimento do mercado. Isso se aplica, primeiro, àqueles bens que os estamentos, por meio de monopolização, subtratem diretamente ao tráfico livre, baseando-se na lei ou na convenção — como, por exemplo, os bens herdados em muitas cidades helênicas da época especificamente estamental e (como mostra a antiga fórmula para por sob tutela os prédios) os originalmente também em Roma, bem como as terras de cavaleiros, campos nesses e sacerdotes e, sobretudo, a clientela de um ofício ou comércio corporativo. Nisso o mercado está sendo limitado, e o poder da propriedade permanece com tal, que imprime seu timbre à "formação de classes", reprimido. Os efeitos disso podem ser extremamente diversos e naturalmente não têm, necessariamente, a tendência a diminuir os contrastes da situação econômica; frequentemente atuam em sentido oposto. Mas, em todo caso, não se pode falar de uma concorrência realmente livre no mercado, no sentido atual, onde as diferenciações estamentais penetram numa comunidade tão profundamente quanto ocorria em todas as co-