·

Engenharia Agronômica ·

Produção e Nutrição de Ruminantes

Send your question to AI and receive an answer instantly

Ask Question

Preview text

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CCA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRONÔMICA Disciplina Nutrição animal Docente Arnaud Azevêdo Alves RELATÓRIO PRÁTICA DE ANÁLISE DE ALIMENTO MILHO Zea mays Teresina PI 2023 Andreza Maria Ribeiro da Cruz Hernandes da Silva Vieira Alves Maria Isabel Dias Barbosa de Araújo Kaio Davi Veras Ribeiro Maria Clara Lima Benício Larissa Rocha Santos 1 Introdução Para formular uma dieta de precisão é necessário conhecer a composição dos ingredientes que serão utilizados pois deles dependerá a boa formulação da dieta dos animais Assim é essencial que a coleta de amostra seja bemfeita para então complementar os nutrientes encontrados no alimento com nutrientes que sejam adicionais para o requerimento do animal Os alimentos podem ser classificados como volumosos baixo teor energético e fibra bruta acima de 18 concentrados baixa fibra bruta sendo energético ou proteico e vitaminas minerais e aditivos É extremamente importante que dietas para ruminantes sejam devidamente balanceadas levando em consideração as quantidades ideais de carboidratos fibrosos e não fibrosos Grande parte da população microbiana no rúmen é composta por microorganismos digestores de carboidratos estruturais que precisam desses substratos para sobreviver Os ruminantes necessitam de quantidades mínimas de fibra em detergente neutro FDN encontrado nos alimentos volumosos em sua dieta nutricional a fim de manter um bom funcionamento da função ruminal Dessa forma não podemos abrir mão da fração fibrosa presente na dieta A utilização de milho como uma planta forrageira é de grande importância para o Brasil e garante o suprimento de alimentos durante a época da seca Inúmeras forrageiras podem ser utilizadas com este propósito entretanto o milho se destaca devido às características altamente desejáveis tais como alta produtividade baixo poder tampão alto teor de açúcares e elevado teor energético Além disso o milho é a cultura padrão para ensilagem pela tradição no cultivo pela elevada produtividade e pelo bom valor nutritivo Paziani et al2009 Porém para associar saúde produção e dieta é necessário se obter uma silagem de milho de ótima qualidade que permita seu consumo e forneça o aporte de nutrientes exigidos pelos animais Assim foi analisado neste trabalho os teores de matéria préseca matéria seca cinzas matéria orgânica extrato etéreo fibra bruta fibra do detergente neutro fibras do detergente ácido hemicelulose lignina e celulose nitrogênio e proteína bruta extrativos não nitrogenados carboidratos não fibrosos carboidratos totais nutrientes digestíveis totais e o consumo de matéria seca 2 Objetivo O objetivo deste trabalho é estudar a composição centesimal do alimento milho e estabelecer os teores da composição química em relação à matéria do material coletado 3 Metodologia Inicialmente todo o processo de análise foi conduzido no Laboratório do Departamento de Zootecnia DZO localizado no Centro de Ciências Agrárias CCA da Universidade Federal do Piauí O material já estava disponível no laboratório dispensando a necessidade de coletálo no campo Antes de analisar o teor de matéria seca da amostra foi necessário moêla em um moinhode facas tipo Wiley figura 1 e 2 Para evitar sobrecarga pequenas quantidades foram adicionadas de cada vez e o material que não foi completamente moído na primeira vez foi moído novamente sendo importante limpar o moinho com um pincel antes e depois da moagem Para determinar a matéria seca a umidade foi removida do material e este foi colocado em um cadinho previamente pesado com capacidade de até 50 mL e levado à mufla que foi aquecida gradualmente até 600C durante 4 horas Após a incineração e obtenção de cinzas claras o recipiente foi resfriado em um dessecador e pesado em uma balança analítica Para a determinação do extrato etéreo foi utilizado o método Soxhlet para extração de gordura com o reagente Éter de petróleo sob aquecimento até 60C A amostra envolta em um papel filtro foi aquecida com o éter que separou os lipídios da amostra depositandoos no fundo do recipiente coletor O recipiente foi resfriado em um dessecador e após seu peso já ter sido determinado foi pesado novamente com os lipídios separados da amostra em uma balança analítica Para a determinação da fibra em detergente neutro FDN e fibra em detergente ácido FDA foi utilizado o método de Van Soest Uma parte da amostra seca 035 g foi colocada em tubos contendo 35 mL de detergente neutro 2 mL de decaidronaftaleno e 02 gramas de sulfito de sódio para o detergente neutro e 35 mL de detergente ácido e 2 mL de decahidronaftaleno para o ácido Os tubos foram levados a um digestor e fervidos por 5 a 10 minutos antes de serem ajustados a 60 minutos em uma temperatura de 135C com uma bola de vidro sobre os tubos para servir de condensador Após a digestão o material foi filtrado por sucção a vácuo em um cadinho filtrante de vidro A amostra dentro do cadinho foi lavada duas vezes com água quente de 100C e em seguida lavada duas vezes com acetona antes de ser seca e pesada em uma balança Figura 3 Destilador de Nitrogênio Fonte Autores Figura 1 e 2 Moinho de facas Fonte Autores Fonte Autores Fonte Autores 4 Resultados e Discussão Para o milho não é necessário pré secagem pois diferentemente de outras culturas como grãos de trigo e arroz o milho tem uma camada protetora chamada pericarpo que ajuda a proteger o grão da umidade e de outros fatores ambientais Além disso o teor de umidade do milho é geralmente mais baixo do que o de outras culturas o que também ajuda a minimizar o risco de mofo e deterioração Ou seja sua primeira etapa é a de trituração Após ser triturado no moinho de facas este foi submetido à secagem em estufa à 105º C onde é retirada toda a sua umidade Após essa etapa foi definido que a amostra apresentou uma média de 7536 de matéria seca Portanto em 1000 g de amostra 753 5 g correspondem a matéria seca e que a umidade possui 2465 g do material ou seja 6265 de umidade Fonte Autores Na avaliação do material mineral MM da amostra ou cinzas Tabela 3 observase que após o processo de incineração na qual a massa inicial da ASA das réplicas utilizadas correspondia à 310771 g e 318421 g as cinzas apresentaram massa de 44483 g e 01540 g respectivamente correspondendo à uma média de 1513338 da matéria seca Como a incineração é um processo de retirada da matéria orgânica MO da amostra por cálculo podemos obter a média que corresponde à fração orgânica do material Nesse caso a MO corresponde a 1513338 da matéria seca Fonte Autores Após os processos de extração com éter de petróleo os lipídeos presentes na amostra são calculados pela diferença de pesagem entre os reboilers Nesse sentido de posse do peso do reboiler utilizado a massa de material em cada réplica utilizada é de 310771 g e 318421 g respectivamente Por diferença os valores do extrato etéreo nas réplicas foram de 44483 g e 01540 g apresentando uma média de 1513338 de participação na matéria seca Na determinação da proteína pelo método de Kjeldahl após o processo de digestão destilação e titulação podese calcular primeiramente o nitrogênio presente na amostra para em seguida calcular o correspondente em proteína O nitrogênio foi obtido através do cálculo que envolve o valor da normalidade da solução padrão utilizada o volume da solução gasta na titulação e a massa da amostra Nesse caso multiplicase o volume da solução gasto na titulação e dividese pela massa da amostra seca em estufa 105 C obtendo 13649 de N na MS para réplica 1 e 13582 de N na MS para a réplica 2 Em seguida de posse de valor realizase o cálculo utilizando o fator de correção de 625 para encontrar o teor de Proteína bruta PB totalizando uma média de 85097 de proteína na matéria seca Tabela 5 Esse resultado evidencia o alto valor proteico desse material como alimento Fonte Autores Fonte Autores A fibra bruta FB é formada principalmente por celulose e quantidades diminutas de lignina e hemicelulose determinada por meio do uso de soluções de ácido e base fortes A análise da amostra consiste em duas extrações em sequência a primeira extração ácida remove amidos açúcares e parte da pectina e da hemicelulose dos alimentos e a segunda extração básica retira proteínas pectinas e hemicelulose remanescentes e parte da lignina LOURENÇO 2010 A correção da Fibra para cinzas é realizada devido à contaminação da amostra que influencia no resultado dessas análises superestimandoas VAN SOEST ROBERTSON LEWIS 1991 A indisponibilidade das cinzas e proteínas presentes na parede celular se mesclam ao resultado da fibra o qual está diretamente relacionado ao consumo de MS e à digestibilidade do alimento Nesse viés na Tabela 6 estão dispostos os valores obtidos para fibra bruta FB percentagem de Fibra bruta na matéria seca FB na MS média de Fibra bruta na matéria seca FB na MS fibra bruta corrigida para cinzas FBc percentagem de fibra bruta corrigida para cinzas na matéria seca FBc na MS e média de fibra bruta corrigida para cinzas na matéria seca FBc na MS A FB na MS corresponde a cerca de 17526 e a FBc na MS corresponde a 01160 A Fibra em detergente Neutro FDN fração que representa a celulose hemicelulose e lignina apresentou massa de 00345 g e 00355 g para as réplicas 1 e 2 respectivamente correspondendo à uma média de 8483 da MS Tabela 7 Por outro lado a Fibra em detergente ácido FDA fração que representa a celulose e lignina apresentou massa de 02303 g e 02163 g para as réplicas 1 e 2 respectivamente correspondendo à uma média de 50602 da MS Tabela 8 Por diferença entre as médias da FDN e FDA obtémse o valor aproximado da participação da hemicelulose na amostra Nesse caso a hemicelulose corresponde a cerca de 528 da MS Fonte Autores Em relação à lignina na amostra este é determinado por meio de detergente ácido LDA Dessa forma a lignina apresentou 03516 g e 03518 g para as réplicas 1 e 2 e uma média de 1024 de participação na matéria seca Tabela 9 Com o valor de lignina determinado obtém se a participação da celulose por cálculo sendo a diferença entre FDA e lignina nesse sentido a celulose representa cerca de 6931 na matéria seca Os carboidratos não fibrosos CNF podem ser obtidos por cálculo também onde a CNF corresponde a diferença entre 100 da matéria seca e o somatório de PB EE FDN e Cinzas Nesse sentido os CNF equivalem a 718427 da MS Os carboidratos totais correspondem à diferença entre 100 de MS e o somatório entre PB EE e Cinzas representando nesse caso 1513338 da MS Fonte Autores Fonte Autores Considerandose que um animal apresenta cerca de 120 kg de peso vivo o consumo de matéria seca em percentagem de peso vivo do animal é de 14 enquanto o consumo de fibra em detergente neutro é de 12 do peso vivo Os dados sobre a composição química da amostra avaliada se encontram na Tabela 12 Tabela 12 Composição química valor energético NDT e estimativa de consumo de alimento Fonte Autores Fonte Autores 5 Conclusão A análise do teor de matéria seca do milho é importante para avaliar o grau de concentração de nutrientes na partida contribuindo para a comercialização mais justa e também para servir de subsídio para os processos de secagem e armazenagem dos grãos O objetivo deste trabalho foi desenvolver um modelo prático de avaliação da qualidade nutricional do milho baseado em características químicas do milho Referências PAZIANI S F DUARTE A P NUSSIO L G GALLO P B BITTAR C M M ZOPOLLATTO M RECO P C Características agronômicas e bromatológicas de híbridos de milho para produção de silagem Revista Brasileira de Zootecnia 2009