·
Geografia ·
Geografia
Send your question to AI and receive an answer instantly
Recommended for you
21
Utilização de Geotecnologias na Cartografia Escolar: Compreensão da Representação do Relevo
Geografia
UFTM
10
Cartografia Tematica - Roteiros de Avaliacao e Producao de Mapas
Geografia
UFTM
15
Geotecnologias e Ensino de Cartografia nas Escolas - Potencialidades e Restrições
Geografia
UFTM
16
Sensoriamento Remoto no Ensino de Geografia Rural - Estudo de Caso em Chapada Serrinha BA
Geografia
UFTM
2
Instruções para Apresentação de Trabalho Prático em Geomorfologia I
Geografia
UFTM
55
Relatorio CopySpider - Analise de Modificacao do Relevo e Processos Geomorfologicos
Geografia
UFTM
3
Causas dos Terremotos e Relação com Vulcanismo - Anotações de Geologia
Geografia
UFTM
8
Avaliação Historia do Pensamento Geografico - UFTM
Geografia
UFTM
10
Lista de Exercicios Resolvidos Cartografia Sistemática - Escala e Coordenadas Geográficas
Geografia
UFTM
1
Download do Documento do Google Drive
Geografia
UFTM
Preview text
MILTON SANTOS Por uma Geografia Nova Da Crítica da Geografia a uma Geografia Crítica Copyright 2002 by Família Santos 1ª edição 1978 HucitecEdusp 2ª edição 1980 Hucitec 3ª edição 1986 Hucitec 4ª edição 1996 Hucitec 5ª edição 2002 Edusp 6ª edição 2004 Edusp Dados Internacionais de Catalogação na Publicação CIP Câmara Brasileira do Livro SP Brasil Santos Milton 19262001 Por uma Geografia Nova Da Crítica da Geografia a uma Geografia Crítica Milton Santos 6 ed São Paulo Editora da Universidade de São Paulo 2004 Coleção Milton Santos 2 Bibliografia ISBN 853140715X AGRADECIMENTOS As discussões que mantive entre 1974 e 1977 com os meus alunos da Universidade de DaresSalaam na Tanzânia da Universidade Central da Venezuela em Caracas e da Universidade de Colúmbia em Nova Iorque muito contribuíram para o amadurecimento da maior parte das ideias aqui expostas Nesse sentido muitos colegas me deram igualmente sua ajuda Devo porém consignar de forma especial meu agradecimento às dras Antonía Déa Erdens e Maria Auxiliadora da Silva professoras da Universidade da Bahia pelo inestimável apoio e colaboração que me deram na fase de redação definitiva deste livro Sumário 1 Os Fundadores As Pretensões Científicas 29 13 O Espaço como Instância Social 177 Introdução Uma Geografia Nova Um Projeto Ambicioso O terceiro volume trata especificamente da Organização Espacial da Sociedade Contemporânea O estudo compreenderá uma discussão do que pode ser considerado como o presente econômico social e político e o que pode ser considerado como o presente espacial tomado como uma realidade historicizante específica Uma tentativa de definição da era tecnológica e da universalização da sociedade que da engenharia levará à definição do espaço global total como uma consequência O EstadoNação será analisado como unidade geográfica de estudo Entre outros temas tratados está uma tentativa de reinterpretacao do fenômeno da urbanização com especial referência aos países subdesenvolvidos O quarto volume tratará das relações entre o tempo social e o espaço total A noção de tempo social levará à noção de periodicidade da história e essa necessidade epistemológica provém do fato que a História é a um só tempo contínua e descontinua A categoria modos de produção permite essa periodização Ela é todavia insuficiente porque dentro de um tempo existem tempos O tempo do modo de produção é universal dá impõese igualmente considerar o tempo do EstadoNação que permite analisar a articulação entre a divisão internacional do trabalho e a divisão interna do trabalho e assegura o funcionamento do espaço À noção de tempo exige assim um espaço em processo de permanente mudança Às mutações da sociedade correspondem cisões que modificam profundamente a organização espacial Esses dois movimentos conjugados somente podem ser analisados através de categorias que sejam ao mesmo tempo categorias da realidade Forma função processo e estrutura serão pois tratados como categorias de análise e categorias do real imbricadas e interdependentes O lugar da ideologia ficará assim demarcado tanto no interior da totalidade social como dentro do espaço A paisagem aparecerá então como uma espécie de mentira funcional Só o estudo do movimento da totalidade poderá permitir a separação do ideológico e autorizar assim que se defina de uma só vez a estrutura o contexto e a tendência Quem sabe poderemos assim reconstruir o futuro em uma época em que o espaço passou a ser uma categoria filosófica e política fundamental Se o nosso projeto chegar a ser como desejamos um projeto coerente esses elementos esparsos constituirão um todo Os temas tratados irão assim se entrecruzar As repetições necessárias não interferirão com a ênfase que obterá em cada livro separado um problema abordado aqui e ali pelas necessidades de exposição No presente volume estudamos certos temas como o tempo o das relações entre forma e função processo e estrutura a organização do espaço da sociedade atual cada vez que se torna necessária a clara exposição para nós dubitativa do que entendemos como hipótese geral de reflexão e não pode ser obtida de outra forma Sabemos a que riscos nos expomos Bertrand Russell dizia 1965 p 93 que qualquer doutrina dotada de alguma coerência é seguramente pelo menos em parte pensão a contrários preconceitos corretos Quando alguém se dispõe a mostrar tais preconceitos a tarefa científica se torna também uma tarefa política porque os erros às vezes deliberados numa ciência comprometida beneficiam a certos grupos de interesses A tarefa de renovação da ciência sempre equivalerá à tarefa da renovação das formas de pensar da sociedade e isso em nossos dias é talvez ainda mais válido do que no tempo de Galileu Qualquer tentativa de renovar o conhecimento exige um cuidadoso exame e nenhuma possibilidade de estar transferindo para o novo que é mais importante que nossas intuições do passado O novo de certa forma é exigido e só pode ser conceptualizado como imaginação e não como certezas Por isso devemos ter medo de apresentar como resultado o que é mais importante para participar do processo de mudança Este é um risco A primeira parte A CRÍTICA DA GEOGRAFIA Nascida não durante o desenvolvimento mas no decorrer do triunfo da burguesia a geografia escreve Jean Dresch 1948 p 88 foi no início tanto uma filosofia como uma ciência filosofia de que os geógrafos A ideologia engendrada pelo capitalismo quando da sua implantação tinha que ser adequada às necessidades de expansão nos países centrais e na periferia Esse era um momento crucial em que a única remedia Entre os ingleses há a Mackinder que deve ser considerado como um dos mais eficazes geógrafos imperialistas a serviço do imperialismo Mas Paul Vidal de La Blache às vezes deu a impressão de aparecer a obra colonizadora Em 1931 Carl Sauer dizia que a multiplicidade de formas de enforcar o estudo da geografia culminou numa espécie de delimitação em duas tendências fundamentais e opostas apareceram De um lado um grupo reclama que seu interesse maior repousa no homem isto é nas relações entre o homem com seu meio como no sentido da adaptação do homem ao meio físico Outro grupo dirige sua atenção para os elementos da cultura material que caracterizam uma era Podese por conveniência denominarse a primeira posição de Geografia Humana e a segunda de Geografia Cultural O conceito de gênero de vida proposto por Vidal de La Blache 1911 pp 193212 289304 é também um desses numerosos paradigmas que orientaram a geografia humana moderna Segundo esse enfoque seria por intermédio de uma série de técnicas confundidas com uma cultura local que o homem entra em relação com a natureza O espaço como objeto de estudo seria o resultado de uma interação entre uma sociedade localizada e um dado modo natural um argumento sob medida para reforçar a ideia de região como unidade do estudo geográfico Podese pensar que a ecologia humana expressão do grupo de Chicago Park Burgess 1921 introduziu como um suporte poderia vir em auxílio de regras pela descreditada D R Stoddart 1967 p 521 e ajudará a levantarse com nova paradigma ou seja primafacie a ecologia destinada a fornecer um quadro conceitual mais elaborado não se afastou da antiga orientação Esta nova disciplina ocupavase da natureza e do homem como se fossem categorias opostas A natureza que fazia parte do sistema ecológico era uma natureza primária e não uma natureza socializada uma natureza sem história humana geral da alimentação seriam os elementos diversos que caracterizam e definem as regiões mais não as repetições em si mesmas Passarseia diretamente as realidades analizadas nos setores ou subsetores da sociedade e da economia para a geografia geral Isso é fácil de ser mostrado tanto na zona rural como dentro das cidades dos países subdesenvolvidos A repartição da população em camadas com acentuadas diferenças de renda de consumo de nível de vida etc faz com que em um mesmo espaço apareça uma variedade de resultados relacionados com os diferentes aspectos da realidade social Podemos admitir que existam ainda esses geografias cujos características são o resultado de uma interação entre grupo humano e base geográfica Mas estes casos são cada vez menos numerosos eles representam o resultado de uma falta de dinamismo social frequentemente denominado na linguagem corrente dinamismo geográfico Estes não são mais que o resultado da ausência de resposta às condições do mundo moderno ou da uma inadequação local às influências dos progressos econômicos sociais Os progressos realizados no domínio dos transportes e das comunicações a expansão de uma economia internacional que se tornou mundializada etc explica a crise da clássica noção de região Se ainda quisermos conservar a denominação somos obrigados a dar uma nova definição à palavra Nas condições atuais da existencia mundial a região não é mais uma realidade viva dotada de uma certa inercia ela é principalmente falha evidente que observou B Kayser se tem limites uma função de critérios novos Esses limites não existem sem gênese Pela falta de que os fenômenos históricos jamais se repetem da mesma forma não são as mesmas relações entre os diferentes grupos da sociedade nos diversos períodos assim é de desenvolvimento diz Melhuij 1963 p 225 se manifestam de maneira distinta porque muito mais que em qualquer outra esfera de fenômenos as relações causais não funcionam regem a evolução social É um engano fundamental cair no erro sugerido por Alan G Wilson 1969 p 229 quando ele diz que estamos mais interessados na utilização da analogia por um teorizador da geografia do que mesmo por argumentos filosóficos É uma forma de insensatez pois a utilização de uma analogia é ela própria um exercício de lógica Muitas vezes porém é também um erro pois a coincidência não supõe uma repetição de causalidades ou de qualquer modo é impossível Mach escreveu 1906 p 11 que existe sempre um elemento arbitrário nas analogias porque elas fazem referência a coincidências para as quais é dirigida a atenção A fragilidade do método decorre do papel que se é levado a atribuir aos fatores externos que lhes concerne A utilização de analogias é um risco e ainda mais grave quando se vai a procurar no mundo físico para utilizálas depois no domínio social Na maioria das vezes o erro é duplo De um lado um dos princípios da base da física reproduz a busca dos pontos de objetos que estabelecem ideias maiores a partir dos quais se conseguiram determináveis características Por outro lado a concepção das relações que nós fazemos dos físicos em direção a um nível de progresso científico atingido Nenhuma Verdad no mundo físico é definitiva e ainda menos no domínio social deterministas e possibilistas estes se dizendo alunos de Vidal de La Blache arranjandose o privilégio de induzir ao homem como um fator a considerar e admitindo que os deterministas denominação que os possibilistas atribuiram a Ratzel e seus discípulos davam prioridade aos fatores naturais cuja causalidade é considerada como irreversível Isto significa esquecer que não existem apenas determinações naturais mas também determinações sociais que atingem homem e natureza igualmente De qualquer forma as determinações são reconhecíveis e mensuráveis a posteriori e a ideia de necessitarismo deve ser afastada No prefácio do livro de Lucien Febvre 1932 p 11 o historiador H Berr quando se referia ao que então se chamava determinismo propôs que de preferência se diga necessitarismo Uma determinação sociologicamente entendida deve ser distinguida claramente duma necessidade Determinismo é causalidade natural Entre as causas que na natureza determinam os fenômenos algumas são contingentes Entre estas causas contingentes algumas são geográficas O problema reside em saber se existem necessidades geográficas e se fenômenos naturais podem agir como causas necessárias sobre uma humanidade puramente receptiva Para a época era sem dúvida um progresso e essas ideias que hoje nos parecem menos articuladas guardam todavia todo o seu valor como inspiração pioneira Darwin Comte e os positivistas mas também em Hegel e em Marx Isso para nos liminar a uns poucos menos Assim Newton e Kant servem juntos ao combate do possibilismo contra o determinismo mas não podem ajudar a que nesse retorno se registrem progressos importantes e se possa avançar mais paralelamente ao credos possibilista afirmase também a ideia regionalista que é apenas um nome diferente para o determinismo Os fatores destrutivos eram a exploração mineral e a destruição das plantas e dos animais Casas e caminhos diz Jean Brunhes 1956 p 28 estão interligados e são aliados sobre a terra habitada eles representam os dois fatores humanos que podem legitimamente incluir em um sentido positivo e sem atribuir a palavra improdutivo uma conotação pejorativa a ocupação improdutiva do solo Quem sabe estamos indo um tanto longe em nossa busca de analogias mas da leitura deste trecho fundamental da obra de Jean Brunhes nos vem a impressão de recolher o eco de uma música aí entoada em outro lugar Por exemplo na Ideologia Alemã 1947 p 69 Marx escrevia que não desenvolvendo das forças produtivas um estágio chega em que sob as relações sociais existentes os meios de produção e os meios de comércio deixam de ser forças produtivas para serem forças destrutivas Na Introdução de 1857 o mesmo Marx escreve que uma estrada de ferro que não é transitada que não é utilizada e que dessa forma não é consumida é somente uma estrada de ferro em potencial mas não o é em realidade Aqui teríamos um exemplo de um fato geográfico realmente improdutivo um caminho não dinamicamente interligado às casas para utilizarmos um conceito de Jean Brunhes Para Edward Ullman 1950 p 31 o problema se coloca em termos semelhantes isso significa que os transportes se desenvolvem automaticamente Tratase de uma força quase como reconhecerá a organização espacial restabelecer através de uma mistificação metodológica uma situação ultrapassada há muitos séculos À essa altura dos acontecimentos nada que se passava nas regiões francesas ou de qualquer outro país europeu podia estar em relação direta ou indireta com eventos econômicos nacionais e mundiais DE DESCARTES AO ECLETISMO TOTAL É mais que evidente a influência durável de Descartes sobre a Geografia como sobre outros domínios científicos no mundo desenvolvido A busca do conhecimento racional resultado de uma dialética sui generis que distingue pares de categorias capazes de união indissolúvel nas não contraditórias conduz em matéria de geografia à justificação de uma distinção ou até mesmo de uma disjunção entre uma geografia geral e uma geografia regional que deveriam ser uma o inverso da outra De fato elas terminaram por se opor A geografia regional definida afanosamente como uma busca do concreto repousa sobre a noção do espaço abstraído um espaço não relacional A geografia geral construída à base de princípios não se preocupou em historicizar dos conceitos dencendo a se tornar um esboço teórico desacompanhando de esboço epistemológico destinado assim a incassarse na abordagem filosófica essenciais à geografia geral é aconselhável partir do particular do localizado do regional e observar o que a região contém de particular nos seus horizontes suas plantas seus habitantes e também definir essa coisa dinâmica que resulta da união entre um fragmento da terra e um grupo de seres humanos Nessa longa frase tão bela faz falta naturalmente uma alusão a que nas condições da economia internacional tão bem estudadas por esse grande geógrafo nas relações entre uma fração da humanidade e um pedaço da natureza há leis cuja escala ultrapassa a dimensão do lugar e que podem representar um papel fundamental Inconsequências desse tipo resultantes do ecletismo filosófico que guiou a geografia desde os seus primeiros tempos como ciência paralisaram o desenvolvimento da disciplina e anularam os esforços sem nenhuma dúvida sérios e bem intencionados dos fundadores e de tantos dos seus discípulos A filosofia da geografia seja qual for a direção que se prefira não pode continuar sendo uma colcha de retalhos A RENOVAÇÃO DO APÓSGUERRA A NEW GEOGRAPHY1 Os instrumentos de trabalho postos nas mãos dos pesquisadores os métodos de aproximação da realidade colocados à sua disposição conheceram um desenvolvimento notável desde que um grande número de elementos novos tornaramse disponíveis Referimonos particularmente aos progressos da automatização Isto doou à pesquisa de meios que ao menos em aparência deviam permitir uma definição mais exata das realidades ensejando chegar assim à postulação de leis que pertenceriam pode todavia ser discutida A mesma batalha que a geografia havia conhecido durante a grande crise histórica da qual ela emergiu com pretensões científicas no final do século XIX travouse de novo guardadas as proporções naturalmente A tendência quantitativa fria e pragmática teve como contraposto uma vocação mais especulativa e mais social 4 A GEOGRAFIA QUANTITATIVA se impunha com a ajuda de modelos lineares elaborados tanto para avançar como para recuar Além do mais a utilização da análise multivariada deveria no espírito dos geógrafos quantitativos resolver de uma vez por todas as questões intrincadas solicitadas pela multiplicidade de variáveis em jogo e pela fragilidade até então invencível do trabalho interdisciplinar Acontece que a possibilidade de separar as variáveis é a base de um trabalho quantitativo Uma vez que este deveria não apenas permitir aprender as diferenciações mas também contabilizálas as possibilidades de explicação encontrariaseiam reforçadas e se estariam pois capacitado para construir modelos que não seriam só descritivos mas também prospectivos A previsão assim obtida não seria intuitiva ou sentimental mas sistemática Indo procurar uma vez mais nas ciências exatas as analogias indispensáveis a uma aplicação sem maiores escolhas dos métodos quantitativos a utilização dos números responde a uma preocupação permanente de medida em vez de partir da própria realidade Seu ponto de chegada é como seria de esperar um novo exercício de empirismo abstrato cujo valor para o conhecimento concreto de uma realidade concreta é pequeno Amedeo G Golledge p 82 indicam a possibilidade de ocorrência de relações não lineares através de exemplos que incluem correspondências descritas sob o nome de relações exponenciais Suponhamos dizem que temos dois grupos de números Associado a cada número do primeiro grupo existe um outro número no segundo grupo e as relações que tornam específicas a natureza da correspondência entre os números exatos em cada grupo chamamse relação funcional O primeiro grupo constituiu o domínio da função O segundo grupo constituiu o nível da função etc Mas de fato este alinhamento de correspondência longe de suprimir a linearidade somete a multiplicidade Este mesmo fato é expresso de forma ligeiramente diferente em um relatório feito por Sylvie Rimbert 1972 p 103 sobre métodos de análise de variáveis múltiplas em geografia afirmouse que a geografia era uma ciência de relações entre muitas variáveis observadas na paisagem Estas relações podem ser precisadas através de métodos estatísticos indicativos que associam as variáveis numeradas inicialmente dadas depois em grande número A ligação pode existir entre a série de valores de uma variável e a série de uma outra variável e expressar por um certo grau de correlação que é geralmente calculado sob dados formados o coeficiente de nível de Spearman 1905 para os pares de variáveis o coeficiente de correlação de Pearson para pares de variáveis numéricos Estes dois coeficientes variam entre correspondentes entre 1 e 1 Uma vez calculados os coeficientes de correlação para um grande número de pares de variáveis podese classificálos em um quadro chamando a matriz de correlação que em alguns casos pode tornarse a matriz de dados para a análise factorial A última operação consiste em substituir o quadro dos coeficientes por outro muito mais simples onde se aborda um número limitado de fatores que anteriormente explicam as ligações existentes entre diversas variáveis que ela introduzida a doutrina da forma desprovista de vida e de movimento Dita afirmação de E J Bistakis 1943 p 31 segundo a qual a matemática seria um reflexo abstracto e meditado do real Entre os economistas a utilização de métodos quantitativos foi frequentemente combatida O mexicano Alonso Aguiar o fez em seu livro Economia Política e Luta Social e A Pinto O Sunkel 1966 p 83 escreveram que o uso de métodos matemáticos não é único caminho para atingir o rigor científico Bauer 1957 p 13 emendas preemptória Para ele pode ocorrer que a quantificação de uma situação não seja representativa de seus aspectos mais importantes O abuso dos estatísticos foi também objeto de crítica A Cuvelier 1953 p 165 um sociólogo nos lembra que jamais uma acumulação de dados brutos jamais um simples registro de fatos particulares constituíu uma ciência Um futurologista Andrew Shonfield 1969 p 26 considera que as estatísticas só têm significado quando lhes aplica a imaginação social especulativa De uma maneira geral a quantificação é o objeto de críticas provindas principalmente de filósofos J Ullman 1973 p 272 notou bem este problema quando escreveu que era um equívoco pensar que o método quantitativo constitui um sinônimo de análise espacial Os métodos quantitativos diz ele podem ser utilizados na maior parte das abordagens em geografia mas serem inadequados desejáveis mas não suficiente A obsessão pela quantificação e a medida encorajou geógrafos como D Timms 1965 p 239 a afirmar que na falta de medida e de exposição precisa e objetiva uma comparação e uma abstração precisas tornamse impossíveis Como explica Philip Stone 1966 o grau a partir do qual um instrumento de medida é capaz de atingir os objetos para os quais foi construído define a validade do conteúdo ver D W Moodie 1971 p 148 Terminase por tornar nosso ponto de partida no aparelho de medida e não na situação a ser medida Este privilégio da abordagem não é técnicas e duas fragilidades mais graves da geografia chamada teórica Não é difícil cair na crítica de Norton Ginsburg 1973 p 2 para quem nestas condições o in Desde que é preciso separar as variáveis significativas tratase de as definir bem Esta definição não é feita fora do quadro de um julgamento de valor nem de uma posição teórica que implique uma escolha Mas principalmente em função da realidade concreta e seu movimento É neste sentido que se pode falar de precedência do qualitativo Quando esta escolha é feita podese então passar à etapa seguinte à procura dos modos de contabilizar os fenômenos Esta etapa tornase indispensável e se deseja apresentar resultados com um mínimo de rigor mas também para refinar a elaboração de teorias Trabalhar em outra direção equivale à supressão do esforço de compreender os conceitos elaborados a partir da realidade B Berry 1965 reconhece a imprevisibilidade dos conceitos quando se trata da utilização dos métodos quantitativos Mas uma coisa é partir de conceitos elaborados a partir da realidade concreta e outra coisa é a aplicação de uma epistemologia estereotipada ideológica onde os parâmetros procuram sua legitimidade em outros parâmetros e não coisas e acontecimentos combinados tal como se apresentam objetivamente A abordagem quantitativa levaria também à construção de modelos abstratos percebidos ao menos por J O Broek 1967 p 50 e 105 Na mesma ordem de ideias Eliot Hurst 1973 p 46 afirma que na paisagem a matéria poderia dar o objeto ao menos razoavelmente complexo e abrangente 5 MODEL os e S istemas O S E cossistemas A A NÁLISE DE S istemas A análise dos sistemas prestou grandes serviços às disciplinas exatas para o progresso das quais ela contribuiu Há pelo menos vinte anos é também utilizada pelas ciências humanas A geografia é dentre elas talvez a última a utilizarse desse método O espaço objeto essencial dos estudos geográficos sendo considerado como um sistema sob essa dimensão seria assim suscetível de uma análise correspondente Haveria assim entre os diferentes espaços e os sistemas correlatos uma espécie de hierarquia e isto contribuiria para explicar as localizações e as polarizações de ultrapassar a objeção que poderia ser levantada em um enfoque geográfico baseado unicamente no princípio da localização isto é da maneira como ele é compreendido pelos economistas A diferença entre um sistema e um modelo seria bem mais que uma simples questão de terminologia Os modelos não são obrigatoriamente interpretativos e podem ser puramente descritivos A segunda hipótese de base é a que se propõe a recriar modelos locais ou regionais a partir de modelos gerais simples ao mesmo tempo que se lhes acrescentam variáveis locais ou regionalmente válidos Se se utiliza esta aquela hipótese de base os resultados não são os mesmos No primeiro caso melhorar o modelo implica um enfoque indutivo Seu enriquecimento provém de um aperfeiçoamento do raciocínio Como é o método ou ainda melhor o instrumental que constitui o exercício principal podese acabar por estar mais preocupado com os dados exteriores à realidade de sua análise No segundo caso o aperfeiçoamento do modelo geral é possível com o auxílio de uma contribuição prática Assim é do próprio intérprete da realidade que se parte para enriquecer o modelo geral Seja como for todavia a utilização de um modelo geral de evolução conduzindo a casos teóricos atuais ou seja a modelos descritivos atuais deve ser condicionado para levar em consideração particularidades de cada país Isto se impõe em primeiro lugar para levar em conta diferenças históricas o que de um lado nos obriga a adaptar as periodicidades ou os subsistemas cronológicos adotados pelo modelo geral e por outro lado a introduzir os dados de locais de pesquisa acoplados ao restante local de exportação governamental A GEOGRAFIA DA PERCEPÇÃO E DO COMPORTAMENTO A geografia da percepção e do comportamento é uma das novas tendências da nossa disciplina Ela deve muito à contribuição da psicologia e da psicologia social O fundamento desta abordagem vem do fato de que cada indivíduo tem uma maneira específica de aprender o espaço mas também de o avaliar Não se trata apenas de definir para cada indivíduo um tipo de espaço social na cidade e fora dela como fez Leduc 1973 Este espaço social será definido pelos lugares que são familiares e as parcelas de território que ele deve percorrer entre estes diferentes lugares A geografia do comportamento vai ainda mais longe porque se fundamenta no princípio mesmo da existência de uma escala espacial própria a cada indivíduo e também de um significado particular para cada Homem de porções dos espaço que é dado frequente não apenas em sua vida cotidiana mas ainda durante lapsos de tempo mais importantes Isto tem implicações no que se refere à interpretação do funcionamento do espaço e consequentemente da própria organização do espaço E o espaço não significa a mesma coisa para todos tratalo como se ele fosse dotado de uma representação comum significaria uma espécie de violência contra o indivíduo e consequentemente as soluções fundamentais nessa direção seguramente não serão aplicáveis Esta tendência representa de certa maneira uma ruptura com o economicismo e uma forma de restituição dos valores individuais Parece entretanto difícil adotar esta abordagem excluindo qualquer outra a começar pela consideração das variáveis econômicas do comportamento do indivíduo função de sua situação na escala socioeconômica e de sua posição no espaço Admitir uma significação individual das condições pessoais interpretadas do ponto de vista psicossocial pode levarnos a deixar de lado o fato de que espaço é definido talvez muito mais em função das diferenças de possibilidades econômicas concretas abrangendo segundo formas diferentes e em diferentes escalas aos diferentes indivíduos De toda maneira esta tendência da geografia moderna está apenas em seus começos e ainda que seja rica de processos como uma abordagem parcial ela ainda não foi capaz de comprovar sua validade A PERCEPÇÃO SUJEITO VERSUS OBJETO As abordagens fundamentadas na percepção individual tem seu ponto de partida no processo de conhecimento Este é o resultado da experiência da realidade como forma de um objeto representa Ora o objeto é o resultado de determinações parale las e concomitantes de estatura nua de ideologia Esta contínua no objeto é dada pelo funcional simbólico Como W Kaufmann escreveu 1966 p 23 os partidários do conhecimento imediato sofrem de amnésia o que eles alegam conhecer de imediato é de fato imediatez por um processo histórico bem longo O que agora aparece como autoevidente não era óbvio no passado e o que parece simples é na realidade o resultado de um complexo desenvolvimento enterado em simplicidade Livia de Oliveira 1977 está certa quando afirma que não se deve confundir sensação e percepção É preciso imediatamente acrescentar que também não se deve confundir um objeto com a realidade própria do objeto experimentado ou percebido Além disso L de Oliveira escreve p 61 que o conhecimento do mundo físico é tanto perceptivo como representativo Mas seu trabalho posto que detalhes sobre os aspectos propriamente biológicos da questão incluindo a objetividade esquece de mencionar que a ideologia é ela mesma tão objetiva como qualquer outro dado objetivo e participa assim da percepção dando a coisa observada uma representatividade As experiências realizadas servem bem para contar problemas pois esse aspecto da percepção não era o que se esperava com as praxís individuais dos outros desse mesmo resultado a praxís social total O espaço dos geógrafos terminou por ser também tão fragmentado quanto o espaço reificado e a geografia tornouse ideológica hostil ao real A corrente principal da New Geography batizada como Geografia Quantitativa e apelidada também revolução quantitativa é um fruto dessa nova era cujo marco inicial se confunde com o fim da Segunda Guerra Mundial Essa tendência representa nem mais nem menos que a exaltação da tendência positivista que sempre influenciou a Geografia desde que esta foi criada como uma disciplina moderna ambicionando um lugar na classificação das ciências Com a revolução tecnocientífica os tempos se tornavam maduros para que a quantificação fosse entranhada como técnica de trabalho como modo de art é mesmo como explicação geográfica Havia então os instrumentos indispensáveis para dar ao novo enfoque as condições de factibilidade Tais condições instrumentais eram para começar um resultado dos progressos obtidos pelas ciências exatas tanto por causa das necessidades da própria guerra como em resposta às exigências de uma nova organização da economia tornada possível após o término da guerra Além disso e influindo muito mais que as condições instrumentais as necessidades do novo período da história do capitalismo internacional iam exigir que as ciências do homem se adaptassem e se acomodessem GEOGRAFIA PLANEJAMENTO UTILITARISMO A aceitação do novo modelo de utilização dos recursos dependia essencialmente de duas alavancas a aceitação da noção de crescimento econômico e a submissão a um novo modelo de consumo Nos Estados Unidos onde tal vocação progrediu mais isso coincide com uma época em que se implantava um verdadeiro terror no vido cultural e política o macartismo correspondia tanto dentro como fora do país à necessidade de impor uma série de ideias feitas sem as quais os novos modelos econômicos não poderiam vingar As possibilidades abertas com os novos meios de difusão de massas contribuiriam poderosamente fulgurantes desmentidos opostos depois por uma realidade diferente ou em mutação eram em virtude do embargo da linguagem matemática considerados um desvio a corrigir Uma deturpação semelhante tornouse possível quanto à noção de pólos de crescimento A teoria da difusão de novidades introduzidas na geografia por Hagerstrand tornouse rapidamente um instrumento de marketing através do uso indiscriminado de modelos quantitativos arbitrários Foi além partindo desses três instrumentos de trabalho grosseiramente deturpados em relação às intenções iniciais dos seus criadores que se pôde chegar a essa regra denominada hierarchical filtering down isto é a regra da difusão descendente e hierárquica destinada a impor a ideia de que o crescimento promovido não havia obtido pela utilização de cada uma daquelas três instrumentos separadamente pólos de desenvolvimento teoria dos lugares centrais difusão de inovações seria alcançado pela sua combinação A tese sustentava em resumo que o crescimento localizado e a riqueza acumulada em um só ponto deviam a partir de um limite dado difundirse milagrosamente através de todo o corpo da nação Esse milagre jamais se realizou apesar das provas que certos geógrafos obtiveram mediante um exercício de cálculo distorcido No caso do Brasil coube a L Gauthier um bralizantist geógrafo a tarefa de provar que a distância econômica era as regiões estava restringida A EXCLUSÃO DO MOVIMENTO SOCIAL São os interesses de grande capital que afinal definem os grupos de atividades localizadas num ponto dado do espaço Mas as teorias de localização são baseadas em noções tão economias de aglomeração economias externas economias de escala e desconomias de todo tipo todas essas categorias sendo consideradas como se tivessem valor absoluto proveniente de sua expressão técnica Na verdade sua significação é diferente segundo o sistema sócioeconômico Em realidade as desconomias não afetam as firmas porque são pagas pela população diretamente ou através do poder público As economias externas hoje não necessitam mais ser locais As economias de escala são muito mais relacionadas com a economia política do que com a localização strict sensu As economias de aglomeração são também utilizadas seletivamente e impedem as firmas mais pobres e as pessoas mais pobres de aceder aos bens coletivos overhead capital A noção de distância na forma em que é utilizada nas teorias correntes é uma categoria de emprego uniforme como todas as instituições e todas as firmas permanentemente e totalmente à sua disposição à rede de transportes como os todos os homens ficam capazes de utilizar todas as estradas e outros vetores econômicos ideologia que mesmo uma filosofia em segundo lugar não somente a geografia além foi utilizada com finalidades políticas O problema é muito mais geral Aliás o próprio J Dresch o reconhece embora implicitamente ao escrever na mesma página que a geografia não dispôe de métodos próprios sofreu mais que qualquer outra ciência a influência das ideologias presentes A interpretação geográfica não é apenas obstacularizada pelas ideologias correntes de fato ela se torna por si mesma uma verdadeira ideologia O próprio empirismo escreve J Doherty 1974 p 3 serve a um objetivo ideológico das classes dominantes Esse autor que aliás já citamos antes sobre esse tema observa que os empiricistas não foram obrigatoriamente um discurso apologético isto é uma apologia do status quo embora eles o façam frequentemente de tal modo que não necessitam servir aos interesses imediatos das classes dominantes mas sempre terminam por fazêlo quando eles isolam o seu campo de investigação e formam uma geografia abstrata como a finalidade dos seus estudos e não como um meio a utilizar para que a totalidade social seja examinada efetivamente A New Geography representa uma inovação Baseada na economia neoclássica terminou por suprimir o homem despersonalizando o novo sapiens substituindoo pelo homo economicus que é nada mais que uma média e o homem médio não existe A chamada nova geografia também excluiu o movimento social e dessa forma eliminou duas preocupações o espaço das sociedades em movimento permanente A geografia tornouse uma viúva do espaço Sobretudo a New Geography matou o futuro A análise de sistemas não exerce as tendências pois não pode além do repetitivo a modelística mesmo que seja estrutural é desprovida da noção de movimento porque imobilista Não se pode prever o que será o ano 2000 sem que as proporções atuais mudem sem que se busque um valor novo às variáveis isto é sem lhes atribuir uma qualidade nova o que afetará a interpretação das quantidades Uma das razões fundamentais pelas quais a geografia tem conhecido uma evolução tão lenta e decepcionante é que às vezes somos levados a pensar em sua inviabilidade e imputável ao peso das velhas ideias dentro dessa disciplina O apego às velhas ideias parece uma enfermidade incurável Os geógrafos são conhecidos pelo seu vezo de apegarse a um problema ou a um tema e guardálo durante anos e décadas Consultando uma bibliografia geográfica correspondente a este século vemos que os raros temas imaginosos são submersos diante da massa de repetições A coisa é tão grave que quem observador sem preconceitos poderia mesmo julgarnos por falta reiterada de imaginação Caimos naquele defeito causado por D Bohm 1965 pp 910 de considerar velhas formas de pensar como inevitáveis o que à sua vez tem gravemente impedido o desenvolvimento da ciência em geral Ao invés de perseguir um saber novo preferimos deliciarnos com a reprodução do saber velho Isto é possível pelas formas de cooptacão que embora diferentes segundo os lugares terminam oferecendo os mesmos resultados isto é a canção dos modelos A propósito disso aludindo ao J Lee 1975 p 6 e aos possíveis erros que essas ideias estavam instalando no objeto de plágio por parte daqueles mesmos que pareciam condenálos essa é uma forma de consagração tardia que todavia assegura aos destinatários um lugar na comunidade geográfica Tais tendências se agravaram exponencialmente depois de 1945 quando a geografia passou de maneira ainda mais clara a estar ao serviço da realização de um projeto imperial O centro de dispersão das ideias geográficas então começou a transferirse da Europa para os Estados Unidos Para os que gostam de marcar as transições com datas podese ir sugerir a realização do Congresso Internacional de Geografia em Washington Em seu artigo clássico sobre CapitalLabour Substitution and Economic Efficiency KJ Arrow HB Chenery BS Minhas e RM Solow 1961 dão um exemplo bastante claro da utilização da abstração empírica no trabalho de teorização Em muitos ramos da análise econômica é necessário adiantarem certas hipóteses relativas à medida em que capital e trabalho podem substituirse mutuamente Eles acrescentam Na falta de generalizações empíricas sobre o fenômeno os teóricos escolheram hipóteses simples que se tornaram largamente aceitas por sua repetição frequente Ritter 1836 já se queixava do pouco que os geógrafos faziam para cobrir os domínios de seu campo de trabalho A esse respeito podese dizer que naquela época ainda não se havia constituído de fato uma geografia verdadeiramente científica pela falta de duas condições essenciais de um lado o mundo era ainda relativamente pouco conhecido de outro lado as ciências sociais ainda não estavam constituídas rar o espaço como uma unidade mesmo se raramente eles conseguiram transcrever suas intenções na teoria e no método A geografia americana alimentada de pragmatismo tomando como objeto de estudo pedaços isoladosO espaço acabado por pulverizar o objeto da disciplina e a própria disciplina A proliferação dos temas a estudar a distância cada vez mais da construção de uma síntese e à medida que a geografia tornavase mais utilitária tornavase também menos explicativa A GEOGRAFIA VIÚVA DO ESPAÇO Resumindo um pouco em toda parte os geógrafos silenciam sobre o espaço Algumas vezes silenciam também sobre o trabalho inovador de outros geógrafos e de outros espacialógicos a história da história da geografia a geografia acabou dando as costas ao seu objeto e terminou sendo uma viúva do espaço Para este resultado contribuiu o fato de ter sido perdidos muito esforço LIÇÕES E PROMESSAS DA CRISE Não é de estranhar pois que a crise geral das ciências sociais se tenha manifestado com grande vigor no caso da geografia Esta crise não deve ser pudicamente escondida como se tem tendência a fazer sob o pretexto de que isso se impõe para preservar a nossas disciplina de críticas letais De fato estas desde muito lhe vêm de todos os lados e recentemente ganharam um tom mais vivo A crise é a prova do desapegamento do velho que deseja manterse em face de novo que busca substituir Segunda Parte GEOGRAFIA SOCIEDADE ESPAÇO 9 UMA NOVA INTERDISCIPLINARIDADE Desde que a geografia começou a busca de sua individualização como ciência os geógrafos tiveram a pretensão de que ela fosse antes de tudo uma ciência de síntese isto é capaz de interpretar os fenômenos que ocorrem sobre a face da terra com a ajuda de um instrumental proveniente de uma multiplicidade de ramos do saber científico tanto no âmbito das disciplinas naturais e exatas quanto nas disciplinas sociais e humanas O ISOLAMENTO DA GEOGRAFIA Com a geografia além do mais estamos diante de um paradoxo que ao mesmo tempo é uma ironia Na verdade essa ciência é distinta e seguramente aquele que na sua realidade cotidiana mantém relações com pessoas Tal isolamento é mesmo responsável pelos déficits epistemológicos diversa e múltipla dos fenômenos com que trabalha o geógrafo e de outro lado a própria formação universitária do geógrafo Desde o começo do século XIX Ritter havia chamado atenção para a necessidade de um esforço de interpretação das diferentes disciplinas científicas e isso seguindo as mais diversas dimensões Mas Ritter fora educado na escola dos filósofos e embebido nos ensinamentos de Hegel palavras se ficamos confinados à sociologia para explicar o que se chama o fato social a economia para compreender fenômenos econômicos a geografia para interpretar as realidades geográficas acabamos na impossibilidade de chegar a uma explicação válida Não há porque ter uma invasão do campo de outro especialista Afinal falando das dimensões econômicas políticas e sociológicas do processo de desenvolvimento Ernesto Cohen 1973 p 4 escreveu que os conceitos endógenos para uma dimensão são para outra dimensão dados ou elementos exógenos Na verdade quando um dado exógeno se incorpora à interpretação de um aspecto da realidade se torna imediatamente um dado endógeno essa explicação Trazemos de novo uma citação de Schumpeter porque ele gaba a importância do elemento não profissional para o progresso de uma dada ciência 1943 1970 p 45 Poderseia mesmo dizer que as duas formas de progresso possível para cada ciência em particular resulta da transgressão de seu campo por especialistas de outras disciplinas o que Jean Chesneaux 1976 p 164 chama de roubar aos profissionais os seus privilégios11 A geografia e a interdisciplinaridade A busca dessa interdisciplinaridade há tanto tempo sugerida por Ritter impulsiona os geógrafos em certo número de soluções Uma delas foi a entronização do que se poderia chamar de geografia especiais formulário adotado por Jean Brunhes como por Camille Vallaux ambos criticados por Maximilien Sorre Para Vallaux o problema da formul E toda essa problemática compromete o desenvolvimento científico em geral a geografia pelas suas características específicas sofre durante AS ETAPAS DA INTERDISCIPLINARIDADE APLICADA À GEOGRAFIA Se procurarmos reconstituir a história da busca de uma inter disciplina ridade aplicada à geografia poderemos reconhecer três etapas todas abortivas e uma quarta que agora se delineia e de cuja elaboração pensamos participar Em primeiro lugar teremos que falar da interdisciplinaridade clássica baseada em relações bilaterais entre a geografia e a história Durante muito tempo se considerou a história e a geografia como uma espécie de irmãs siamesas No começo do século XIX Kant 1802 vol 1 pp 68 escrevia que a história se ocupava da descrição dos acontecimentos de acordo com o tempo e a geografia se ocupava do mesmo objeto de acordo com o espaço Assim a história seria diferente da geografia apenas por causas das diferenças entre tempo e espaço A história relataria os acontecimentos que se sucedem no tempo a geografia se ocuparia dos acontecimentos que se realizam simultaneamente no espaço Tal posição de Kants fez ecoar em longo período e ainda hoje se repete como postulado como se o conceito de Einstein ainda fosse relevante e responsável por um equívoco extremamente grande no domínio do método porque a geografia na realidade deve ocuparse em possibilidade e ao tempo se torna espaço e de como o tempo passado e o tempo presente têm de certa qual um papel específico no funcionamento do espaço atual A geografia deve levar em conta as formações sociais no interior das quais se colocam as questões de diferenciação do espaço social o que implica que a história não é concebida como fator de explicação da geografia historicismo mas ao contrário a geografia é que é pensada historicamente C Grataloup e J Levy 1977 p 49 Para H C Darby 1953 não é possível traçar uma linha entre a geografia e a história porque o processo de se tornar é o processo em mesmo the process of becoming is one process Vidal de La Blache fundador da moderna geografia humana francesa repliu de forma drástica a proposta de Durkheim para incluir a geografia numa classificação básica das ciências sociais A ideia de uma morfologia social isto é de uma disciplina sociológica particular tratando das modalidades de transformação de sociedade em espaço geográfico desagravado profundamente a Vidal de La Blache provocou uma discussão cuja consequência maior foi uma separação prolongada entre a geografia e a sociologia O resultado foi o empobrecimento da geografia e mesmo o nasci Igualmente os aspectos propriamente sociais da atividade coletiva e da construção do espaço são cobertos pela antropologia e pela sociologia As características próprias a cada população têm influência sobre a evolução espacial Por isto a demografia surge como uma disciplina que tem uma importante contribuição a dar A esta lista teríamos mesmo de acrescentar a utilização de física tendo em mente o cuidado sugerido por Jean Gottmann 1947 p 5 de não esquecer a diferença essencial entre a ma A necessidade de uma especialização possa conduzir muitos dentre nós a não concentrar apenas em um dos aspectos desse problema tão vasto Isto seria chegar ao resultado oposto do desejado porque ao invés de alcançar uma interdisciplinaridade sustentável de compreender os diversos aspectos de um mesmo objeto chegaríamos a uma interdisciplinaridade coxa uma especialização com todos os perigos da analogia do tipo mecânico Uma Tentativa de Definição do Espaço Quando se está mais preocupado com a geografia em si mesma como ciência formalizada e pouco ou nada com aquilo que é na realidade seu objeto de estudo ou seja o espaço correse o grande risco de cair no erro condenado por Durkheim 1898 1962 p 18 em relação aos sociólogos do seu tempo o erro de trabalhar mais ou menos exclusivamente com conceitos do que com coisas Definir a Geografia ou o Espaço O problema é aqui o da definição do objeto de cada disciplina no universo do saber No caso da geografia chegarse a esse objeto apresenta um certo número de riscos mas nenhum é mais grave que o de confundir nesse exercício teórico e metodológico a ciência ela mesma e o seu objeto Quando em 1925 De Martonne se referia aos lados da geografia como os demais modos de saber fazia sobretudo alusão às relações entre essas ciências e a geografia que é o espaço e UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO LETRAS ARTES CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA DISCIPLINA HISTÓRIA DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO RESENAHA DO LIVRO POR UMA GEOGRAFIA NOVA Resenha apresentada por Matrícula como requisito de avaliação da disciplina História do Pensamento Geográfico ministrada pelo Professor Dr Marcos Kazuo Matushima UBERABA MG 2021 FICHAMENTO DO LIVRO POR UMA GEOGRAFIA NOVA DA CRÍTICA DA GEOGRAFIA A UMA GEOGRAFIA CRÍTICA REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA SANTOS Milton Por uma Geográfica nova Da crítica da Geografia a uma Geografia crítica Milton Santos São Paulo Editora Universidade de São Paulo 2002 INTRODUÇÃO O livro é iniciado sob a ótica do autor a respeito do ensino da Geografia aos diferentes públicos define como nova Geografia a capacidade em inventar o novo junto a mudança dos conceitos tradicionalistas ligados aos porquês O autor ressalta que o novo se descobre não se inventa O modelo geográfico ultrapassado é criticado e tal critica se embasa na inserção da Geografia científica ligada a construção de preposições baseadas num sistema comum e embasado numa lógica interna Como o professor preocupa se com a Geografia como uma disciplina não como uma vivência crítica sobre o objeto estudado que no caso é a vida sua visão passa a ser voltada na atualidade pelo objeto e não a matéria em si Cada ciência em particular estuda os aspectos que acha pertinente àquele modelo criado para a contribuição educacional contudo ao falarmos de Geografia vale a pena ressaltar que o espaço interno é estudado dentro do contexto geográfico O autor te um projeto em lançar 5 livros falando sobre os temas o meio em que vivemos e o espaço humano nesses livros suas experiencias de ensino e pesquisa serão partilhadas com os leitores a fim de direcionar os leitores a outro tipo de Geografia Quando alguém se dispõe a mostrar os preconceitos ligados ao ensino de Geografia a tarefa científica se torna política pois a renovação da ciência é um processo que equivale a tarefa da renovação das formas de pensar e agir CAPÍTULO 1 OS FUNDADORES AS PRETENSÕES CIENTÍFICAS Na antiguidade a Geografia era ligada a capacidade de aprendizagem das ciências capitalistas e era necessário a expansão do comercio onde durante a expansão do capitalismo e dos comércios as escolas possibilistas e deterministas tomavam seus lugares definindo os pontos de vista ligados àqueles que tinham suas utas voltadas a um mundo melhor oferendo ao homem igualdade e felicidade tais pensadores eram controlados por Friedrich Rahzel e seus discípulos O colonialismo e o império de capital eram preconizados por alguns autores e esses defendiam que o homem determinava o meio em que vivia e suas possibilidades eram seguidas de acordo com os possibilistas da época As duas escolas iniciaram um debate interessante na Geografia onde o seu atraso é citado por várias colocações do autor colocadas em fases distintas a fim de contribuir com a história da disciplina A Geografia em sua forma clássica devido a tais debates se desmembrou em classes sociais cada vez mais distintas que se apegavam Às características ligadas aos países e mundos desenvolvidos e subdesenvolvidos além de ser criado um conceito de divisão considerado por muitos errôneo pois deveria ser formado no mesmo espaço o que não aconteceu no contexto atual CAPÍTULO 2 A HERANÇA FILOSÓFICA Sentindo a necessidade de tornar se uma disciplina moderna a Geografia teve embasamento nas bases filosóficas dos geógrafos Vidal de La Blache Friedrich Ratzel e Jean Brunhes intitulados coo fundadores da neo geografia na época em que as pesquisas geográficas não passavam de mapas esses acabaram por desmistificar a imagem da disciplina A busca de várias filosofias e ideias verdadeiras fez com que os estudos ficassem cada dia mais concretos porém não eram todos os estudos que apresentavam tal complexidade no primeiro momento Os fundamentos filosóficos que nortearam a nova geografia tinham nomes como Darwin Comte Hegel e Marx Tais filósofos com seus pensamentos positivistas e idealistas junto as ideias orientadas pelo darwinismo que foi mal interpretado tentavam desvendar o mistério ligado ao espaço e a estrutura em outras palavras brigavam por suas definições e ideias ultrapassadas para a época mas que mesmo assim faziam a diferença dentro da Geografia que acabava por ser iniciada CAPÍTULO 3 A RENOVAÇÃO DO APÓS GUERRA A NEW GEOGRAPHY As transformações chegaram a todo o mundo e a Geografia também Após duelos de ideias baseados em teorias de Marx Engels e ligadas ao Darwinismo com o fim da Segunda Guerra mundial a disciplina surge com o um novo contexto ligado ao desenvolvimento dos projetos científicos A Nova Geografia tinha uma linguagem mais acessível e era conhecida como a nova tendencia geográfica onde a expansão dos conhecimentos ligados aos fatos internacionais se tornava figura chave no ensino da Geografia Assim com toda linha essa tinha os seus fiéis seguidores que consideravam tal visão da Geografia como atual e a diferenciavam da geografia antiga pelas raízes criadas nas escolas nos anos 50 e 60 A NeoGeografia levava os alunos e os cientistas aos debates sobre as inovações tecnológicas e voltava suas explicações aos arquétipos ligados a quantificação e a inserção de instrumentos modelos como a teoria dos sistemas a tese de difusão das inovações as noções de percepção de comportamento e as formas de valorização do empírico e do ideológico CAPÍTULO 4 A GEOGRAFIA QUANTITATIVA Com a evolução da Geografia tal ciência apresentou leituras matemáticas a fim de ter uma previsão coerente dos fatos e através da análise dos sistemas dos modelos de estatística e da análise cartográfica passou a ser vista como uma nova ciência junto a matemática Sendo assim chamada de geografia quantitativa As explicações das novas técnicas eram dadas como se a Geografia tivesse uma análise matemática de seus dados não considerando os erros e fomentando um modelo estatístico de utilização na Geografia porém tal modelo após um tempo de implantado foi repudiado pelos criadores economistas professores devido a não mostrar a realidade como ela é O erro deste tipo de Geografia era considerar se como um domínio teórico d matemática junto a realidade e ao domínio lógico da matemática bem como suas utilizações na quantificação dos fatos CAPÍTULO 5 MODELOS E SISTEMAS OS ECOSSISTEMAS O motivo de estudo da Geografia são os sistemas e os ecosistemas Analisar os sistemas é compreender o espaço onde se vive assim como independente da dimensão a análise tanto do espaço quanto das distancias deste é tida como uma contribuição ao estudo geográfico a fim de explicar ao aluno as localizações dos polos do seu papel dentro do espaço dominante Pela concepção do autor um sistema consegue difundir dominação entre os pontos de sucessão do espaço assim contendo vários sistemas ligados a fragilidade ou não das relações mantidas entre o tempo e seu movimento Os modelos considerados na Geografia são dois o descritivo e o histórico ligado a realidade concreta dos povos e a evolução deles A realidade é u movimento e tal movimento é lidado a análise da Geografia CAPÍTULO 6 A GEOGRAFIA DA PERCEPÇÃO DO COMPORTAMENTO As tendencias da percepção do comportamento nos levam a influência da psicologia e da psicologia social essa nova experiência geográfica vai longe devido a a afirmação de que cada homem tem sua visão sobre a escola em que frequenta em outras palavras com a diferenciação dos instrumentos geográficos ligada ao aprofundamento da analise das percepções dos objetos geográficos as coisas conhecida dentro do momento presente passam a acontecer em um processo denominado histórico A Geografia da percepção não conseguiu estabelecer bases corretas sobre suas considerações logadas ao indivíduo que determina o seu próprio espaço tal concepção e percepção não levam em conta as condições socioeconômicas dos alunos levandoas a questionar os costumes de todos e suas escolhas O espaço evolui a cada dia e tal evolução deve se ao movimento da sociedade baseado na história bem como sua percepção e comportamento ligados a evolução e ideologia geográficas CAPÍTULO 7 O TRIUNFO DO FORMALISMO E DA IDEOLOGIA Com a evolução da Geografia denominada como Neo Geografia ao término da segunda guerra mundial as ciências exatas assumem um maior patamar na base de estudos bem como as ciências humanas passam a faze parte de tal progresso levando o estudante a pensar sobre suas concepções e papel no mundo O sucesso da Neo Geografia deu se nos EUA devido a uma nova educação baseada numa exigência ligada ao período em questão A fim de que a Geografia se adaptasse ao novo modelo da economia essa ciência teve de se modernizar ou seja teriam de se igualar a realidade mostrar ao povo noções dos cálculos superficiais além da utilização da pesquisa ligada ao empirismo geográfico Houve um erro em consideração a nova geografia essa ciência acabou por deixar de lado as questões econômicas e com isso deixou de lado também o dinamismo social ligado a futuro da humanidade e suas consequências CAPÍTULO 8 O BALANÇO DA CRISE A GEOGRAFIA VIÚVA DO ESPAÇO O balanço da crise ligada a viuvez da Geografia é gerada a partir da teimosia de alguns geógrafos em utilizar ideias ultrapassadas e que não condizem com a realidade possuíam apego às velhas ideias se justificavam no respeito que os geógrafos antigos tinham pelos grandes professores que fizeram pesquisas no passado e que impuseram algumas teorias Essas teorias eram seguidas e não discutidas pelos novos geógrafos pois se algum geógrafo caísse na tentação de usar nova ideia era mal visto pelos colegas Ao seguir tão obsessivamente ideias antigas alguns acabaram deturpando a ideia original do seu chefe no entanto essa problemática não termina com a tendencia iniciando seu ápice mas sim com suas agravações no período pós guerra onde a geografia passou estar a serviço de um projeto de domínio tal dominação ligadas às guerras e ao poder Norte americano foi inevitável para que a Geogafia tomasse outros rumos a ciência acabou por se aproximar da Geografia e assim fazela como real objeto de estudo porém com a quantidade de informações que havia num processo de aprendizagem acabou por sufocar seus alunos com a quantidade enorme de informações CAPÍTULO 9 UMA NOVA INTERDISCIPLINARIEDADE Considerada uma ciência que abrange vários ramos a Geografia não age sozinha necessita de outras ciências para que seus objetivos sejam concretizados de forma geral A fim de ser considerada como uma ciência de síntese a Geografia teria de ser uma disciplina interdisciplinar ou seja ter várias ciências inseridas em seu conteúdo para que pudesse abranger diferentes tipos de pessoas e ciências No entanto mesmo sendo uma ciência interdisciplinar a geografia ainda era considerada uma ciência que deveria crescer cada dia mais a fim de abranger diversas disciplinas onde o contato com essas era de extrema importância para que houvesse grande descobertas e novos conceitos ligados a geografia e sua inserção na base educacional O autor relata que para que a geografia passe por uma expansão é necessário o aumento de informações bem como o posicionamento sobre as demais ciências dentro dela CAPÍTULO 10 UMA TENTATIVA DE DEDINIÇÃO DE ESPAÇO Com a crise dentro do ensino da Geografia essa ciência não conseguiu alcançar o seu sucesso dentro da educação esse fato deve se ao abandono geográfico e a perda de foco nos estudos realizados ligados à construção e ao desenvolvimento da Geografia mundial Dentro de uma sociedade cada disciplina tem o seu papel e devido a isso seu campo de estudo é delimitado através do desenvolvimento dos ideais de cada grupo trabalhado e as transformações pertencentes a cada realidade abordada porém a geografia teria de ser uma ciência com diversas áreas tal como uma enciclopédia gere os estudos dos jovens a Geografia geraria as opiniões ligadas ao tempo e ao espaço onde tal jovem vive e junto a isso quais seriam as alterações geopolíticas ligadas ao desenvolvimento deste A necessidade da expansão geográfica faz se devido a necessidade de cada pesquisador portanto é necessário que o aluno e o povo se interessem pela geografia assim como sua expansão ligada a análise do cotidiano ao qual está acondicionado CAPÍTULO 11 O ESPAÇO MERO REFLEXO DA SOCIEDADE OU FATO SOCIAL Diante de várias tentativas de modificar a Geografia junto a definição do espaço ligada aos filósofos e geógrafos ainda sim havia um questionamento sobre o espaço ser um membro da sociedade tal espaço foi algo de discussões de inúmeros geógrafos a fim de chegarem numa nova conclusão a que o espaço recebe de forma positiva as modificações ligadas a imposição do homem porém o espaço neste ponto de vista mostra a capacidade do homem fazer aquilo que bem entender O conceito que o espaço poderá impor se no individuo junto a sociedade e suas regras torna se nulo Tal visão é ligada a um contexto histórico que mostra que cada pessoa não tem a visão sobre o espaço em que habita onde na verdade a visão acontece baseada na posição em que a pessoa se encontra num determinado momento O espaço se transforma devido a ação humana porém vale a pena ressaltar que tal característica não refere se apenas à ação do homem mas sim ligada a características naturais geradas pela ação dos indivíduos CAPÍTULO 12 O ESPAÇO UM FATOR As formações sociais se sucedem com o passar dos anos através das cidades imigrações e junto com a dominância entre outros pontos ligados a análise geográfica A tendencia cumulativa influencia a direção dentro de um país e dentro de países subdesenvolvidos esse fator é destacado com mais frequência Enquanto uma região é desenvolvida a outra precisa desenvolverse sendo chamada de subdesenvolvida O espaço passa por diversas características próprias no decorrer dos anos tais características formam se dentro do contexto geográfico e nos mostram onde podemos chegar e como nossos antepassados conseguiram superar crises ou guerras CAPÍTULO 13 O ESPAÇO COMO ESTÂNCIA SOCIAL Muitos geógrafos discriminaram a sociedade pois consideravam apenas as relações econômicas políticas e a psicologia do homem As formas de classificação fizeram o espaço ser parte da instancia social O espaço tem autonomia e não é um agente passivo no desenvolvimento de uma sociedade tal fator foi esquecido pela geografia que cresceu a cada dia porém precisa de estuar mais os estados e suas características políticas e históricas a fim de desmistificar as teorias passadas Tal espaço serve de teatro para que a desigualdade se desenvolva sobre eles as regiões pessoas e sua estrutura são construídas junto com o tempo e numa ação subordinada à economia Tal fato faz com que reneguemos o espaço que utilizamos e com isso haja o desenvolvimento da desigualdade futura CAPÍTULO 14 EM BUSCA DE UM PARADIGMA Os pesquisadores fazem estudos para criar novos paradigmas que serão usados para as pesquisas e através de tais conceitos possam verificar como são as comunidades bem como seus conceitos impostos pelas comunidades científicas aplicando assim teorias para a correção de erros provenientes da Geografia Os geógrafos mais novos veem que não podemos nos apegar a definições antigas mas sim as novas a fim de alcançar a sabedoria necessária para lecionar a geografia e seus conceitos de forma correta Os novos padrões devem ser colocados no ensino da Geografia pois é a partir deles que chegaremos aos conceitos corretos e seus conceitos passam a adotar uma nova visão sobre o mundo e seus impactos em cada local A geografia quantitativa não deve ser considerada um paradigma uma vez que ela oferece o conceito sobre a realidade contudo tal conceito pode ser mais bem visto sob a ótica da interdisciplinaridade CAPÍTULO 15 O ESPAÇO TOTAL DE NOSSOS DIAS O homem passa por modificações diárias e o papel da geografia é deixado de lado nessas modificações As novas técnicas exploratórias para a organização do espaço são esquecidas o que confronta com as ideias antigas sobre o estudo de geografia O homem passa a se organizar a fim de aumentar a renda bem como sua condição de vida levando assim ao estudo da sociedade e seu impacto na vida dos homens Para que haja o crescimento entre os homens é necessário que estes tenham os meios de produção corretos bem como suas mudanças ligadas a economia evolução e componentes históricos estejam andando juntas para que a geografia seja corretamente estudada e tenha sentido pleno de pesquisa ligada a parte comercial junto a evolução humana em um certo período Coma evolução científica e tecnológica a geografia consegue expandir se melhor o que acarretará um estudo fidedigno por parte dos cientistas que a levará a um novo patamar ligado a globalização CAPÍTULO 16 O ESTADO E O ESPAÇO O ESTADO NAÇÃO COMO UNIDADE GEOGRÁFICA DE ESTUDO Com o início do capitalismo a globalização foi um fenômeno violento que fez crescer as barreiras sociais ligadas aos problemas que o estado vem enfrentando atualmente Tal estado se prolifera para atender as necessidades da gigante onda capitalista que levou as empresas a possuírem maior poder e fortalecerem a economia O estudo é primordial para os países de terceiro mundo pois há a necessidade em explicar como os fenômenos geográficos se inseriram dentro de um contexto considerado histórico e ligado a economia por assim dizer Com a unificação mundial o capitalismo gera desigualdade que está presente no mundo sob a forma como as riquezas são distribuídas na atualidade CAPÍTULO 17 NOÇÕES DA TOTALIDADE DE FORMAÇÃO SOCIAL E A RENOVAÇÃO DA GEOGRAFIA O autor salienta que a melhor forma para compreendermos a geografia é a análise das transformações ligadas aos fatos anteriores sendo esses ligados a fatos antigos e atuais A noção de totalidade dada pelo capitalismo é de suma importância para a compreensão da geografia pois é através dela que os alunos compreenderão questões simples como a miséria a fome as desigualdades mundiais e a má distribuição da renda mundial Ao estudar as relações sociais teremos como argumentar sobre os acontecimentos ligados a geografia bem como suas consequências no nosso ambiente CAPÍTULO 18 NOÇÃO DO TEMPO NOS ESTUDOS GEOGRÁFICOS As inovações tecnológicas são objeto de estudo na geografia atual As teorias utilizadas na atualidade são a subtração das teorias consideradas errôneas na antiguidade fazendo assim com que o povo tenha maior conhecimento sobre sua história e seus desfechos na antiguidade A técnica de estudo da geografia atual compreende no estudo das semelhanças diferenças verificação dos resultados ligados às análises físicas das terras e do tempo espaço junto as suas consequências no mundo atual O espaço não poderá ser estudado sem uma noção de tempo pois assim tal pesquisa se perderá e acarretará um buraco no espaço que se tange aos tempos atuais Cada espaço possui seus subespaços dotados de características únicas como seu desenvolvimento características de lugar e a consequência das modificações exteriores na sua totalidade
Send your question to AI and receive an answer instantly
Recommended for you
21
Utilização de Geotecnologias na Cartografia Escolar: Compreensão da Representação do Relevo
Geografia
UFTM
10
Cartografia Tematica - Roteiros de Avaliacao e Producao de Mapas
Geografia
UFTM
15
Geotecnologias e Ensino de Cartografia nas Escolas - Potencialidades e Restrições
Geografia
UFTM
16
Sensoriamento Remoto no Ensino de Geografia Rural - Estudo de Caso em Chapada Serrinha BA
Geografia
UFTM
2
Instruções para Apresentação de Trabalho Prático em Geomorfologia I
Geografia
UFTM
55
Relatorio CopySpider - Analise de Modificacao do Relevo e Processos Geomorfologicos
Geografia
UFTM
3
Causas dos Terremotos e Relação com Vulcanismo - Anotações de Geologia
Geografia
UFTM
8
Avaliação Historia do Pensamento Geografico - UFTM
Geografia
UFTM
10
Lista de Exercicios Resolvidos Cartografia Sistemática - Escala e Coordenadas Geográficas
Geografia
UFTM
1
Download do Documento do Google Drive
Geografia
UFTM
Preview text
MILTON SANTOS Por uma Geografia Nova Da Crítica da Geografia a uma Geografia Crítica Copyright 2002 by Família Santos 1ª edição 1978 HucitecEdusp 2ª edição 1980 Hucitec 3ª edição 1986 Hucitec 4ª edição 1996 Hucitec 5ª edição 2002 Edusp 6ª edição 2004 Edusp Dados Internacionais de Catalogação na Publicação CIP Câmara Brasileira do Livro SP Brasil Santos Milton 19262001 Por uma Geografia Nova Da Crítica da Geografia a uma Geografia Crítica Milton Santos 6 ed São Paulo Editora da Universidade de São Paulo 2004 Coleção Milton Santos 2 Bibliografia ISBN 853140715X AGRADECIMENTOS As discussões que mantive entre 1974 e 1977 com os meus alunos da Universidade de DaresSalaam na Tanzânia da Universidade Central da Venezuela em Caracas e da Universidade de Colúmbia em Nova Iorque muito contribuíram para o amadurecimento da maior parte das ideias aqui expostas Nesse sentido muitos colegas me deram igualmente sua ajuda Devo porém consignar de forma especial meu agradecimento às dras Antonía Déa Erdens e Maria Auxiliadora da Silva professoras da Universidade da Bahia pelo inestimável apoio e colaboração que me deram na fase de redação definitiva deste livro Sumário 1 Os Fundadores As Pretensões Científicas 29 13 O Espaço como Instância Social 177 Introdução Uma Geografia Nova Um Projeto Ambicioso O terceiro volume trata especificamente da Organização Espacial da Sociedade Contemporânea O estudo compreenderá uma discussão do que pode ser considerado como o presente econômico social e político e o que pode ser considerado como o presente espacial tomado como uma realidade historicizante específica Uma tentativa de definição da era tecnológica e da universalização da sociedade que da engenharia levará à definição do espaço global total como uma consequência O EstadoNação será analisado como unidade geográfica de estudo Entre outros temas tratados está uma tentativa de reinterpretacao do fenômeno da urbanização com especial referência aos países subdesenvolvidos O quarto volume tratará das relações entre o tempo social e o espaço total A noção de tempo social levará à noção de periodicidade da história e essa necessidade epistemológica provém do fato que a História é a um só tempo contínua e descontinua A categoria modos de produção permite essa periodização Ela é todavia insuficiente porque dentro de um tempo existem tempos O tempo do modo de produção é universal dá impõese igualmente considerar o tempo do EstadoNação que permite analisar a articulação entre a divisão internacional do trabalho e a divisão interna do trabalho e assegura o funcionamento do espaço À noção de tempo exige assim um espaço em processo de permanente mudança Às mutações da sociedade correspondem cisões que modificam profundamente a organização espacial Esses dois movimentos conjugados somente podem ser analisados através de categorias que sejam ao mesmo tempo categorias da realidade Forma função processo e estrutura serão pois tratados como categorias de análise e categorias do real imbricadas e interdependentes O lugar da ideologia ficará assim demarcado tanto no interior da totalidade social como dentro do espaço A paisagem aparecerá então como uma espécie de mentira funcional Só o estudo do movimento da totalidade poderá permitir a separação do ideológico e autorizar assim que se defina de uma só vez a estrutura o contexto e a tendência Quem sabe poderemos assim reconstruir o futuro em uma época em que o espaço passou a ser uma categoria filosófica e política fundamental Se o nosso projeto chegar a ser como desejamos um projeto coerente esses elementos esparsos constituirão um todo Os temas tratados irão assim se entrecruzar As repetições necessárias não interferirão com a ênfase que obterá em cada livro separado um problema abordado aqui e ali pelas necessidades de exposição No presente volume estudamos certos temas como o tempo o das relações entre forma e função processo e estrutura a organização do espaço da sociedade atual cada vez que se torna necessária a clara exposição para nós dubitativa do que entendemos como hipótese geral de reflexão e não pode ser obtida de outra forma Sabemos a que riscos nos expomos Bertrand Russell dizia 1965 p 93 que qualquer doutrina dotada de alguma coerência é seguramente pelo menos em parte pensão a contrários preconceitos corretos Quando alguém se dispõe a mostrar tais preconceitos a tarefa científica se torna também uma tarefa política porque os erros às vezes deliberados numa ciência comprometida beneficiam a certos grupos de interesses A tarefa de renovação da ciência sempre equivalerá à tarefa da renovação das formas de pensar da sociedade e isso em nossos dias é talvez ainda mais válido do que no tempo de Galileu Qualquer tentativa de renovar o conhecimento exige um cuidadoso exame e nenhuma possibilidade de estar transferindo para o novo que é mais importante que nossas intuições do passado O novo de certa forma é exigido e só pode ser conceptualizado como imaginação e não como certezas Por isso devemos ter medo de apresentar como resultado o que é mais importante para participar do processo de mudança Este é um risco A primeira parte A CRÍTICA DA GEOGRAFIA Nascida não durante o desenvolvimento mas no decorrer do triunfo da burguesia a geografia escreve Jean Dresch 1948 p 88 foi no início tanto uma filosofia como uma ciência filosofia de que os geógrafos A ideologia engendrada pelo capitalismo quando da sua implantação tinha que ser adequada às necessidades de expansão nos países centrais e na periferia Esse era um momento crucial em que a única remedia Entre os ingleses há a Mackinder que deve ser considerado como um dos mais eficazes geógrafos imperialistas a serviço do imperialismo Mas Paul Vidal de La Blache às vezes deu a impressão de aparecer a obra colonizadora Em 1931 Carl Sauer dizia que a multiplicidade de formas de enforcar o estudo da geografia culminou numa espécie de delimitação em duas tendências fundamentais e opostas apareceram De um lado um grupo reclama que seu interesse maior repousa no homem isto é nas relações entre o homem com seu meio como no sentido da adaptação do homem ao meio físico Outro grupo dirige sua atenção para os elementos da cultura material que caracterizam uma era Podese por conveniência denominarse a primeira posição de Geografia Humana e a segunda de Geografia Cultural O conceito de gênero de vida proposto por Vidal de La Blache 1911 pp 193212 289304 é também um desses numerosos paradigmas que orientaram a geografia humana moderna Segundo esse enfoque seria por intermédio de uma série de técnicas confundidas com uma cultura local que o homem entra em relação com a natureza O espaço como objeto de estudo seria o resultado de uma interação entre uma sociedade localizada e um dado modo natural um argumento sob medida para reforçar a ideia de região como unidade do estudo geográfico Podese pensar que a ecologia humana expressão do grupo de Chicago Park Burgess 1921 introduziu como um suporte poderia vir em auxílio de regras pela descreditada D R Stoddart 1967 p 521 e ajudará a levantarse com nova paradigma ou seja primafacie a ecologia destinada a fornecer um quadro conceitual mais elaborado não se afastou da antiga orientação Esta nova disciplina ocupavase da natureza e do homem como se fossem categorias opostas A natureza que fazia parte do sistema ecológico era uma natureza primária e não uma natureza socializada uma natureza sem história humana geral da alimentação seriam os elementos diversos que caracterizam e definem as regiões mais não as repetições em si mesmas Passarseia diretamente as realidades analizadas nos setores ou subsetores da sociedade e da economia para a geografia geral Isso é fácil de ser mostrado tanto na zona rural como dentro das cidades dos países subdesenvolvidos A repartição da população em camadas com acentuadas diferenças de renda de consumo de nível de vida etc faz com que em um mesmo espaço apareça uma variedade de resultados relacionados com os diferentes aspectos da realidade social Podemos admitir que existam ainda esses geografias cujos características são o resultado de uma interação entre grupo humano e base geográfica Mas estes casos são cada vez menos numerosos eles representam o resultado de uma falta de dinamismo social frequentemente denominado na linguagem corrente dinamismo geográfico Estes não são mais que o resultado da ausência de resposta às condições do mundo moderno ou da uma inadequação local às influências dos progressos econômicos sociais Os progressos realizados no domínio dos transportes e das comunicações a expansão de uma economia internacional que se tornou mundializada etc explica a crise da clássica noção de região Se ainda quisermos conservar a denominação somos obrigados a dar uma nova definição à palavra Nas condições atuais da existencia mundial a região não é mais uma realidade viva dotada de uma certa inercia ela é principalmente falha evidente que observou B Kayser se tem limites uma função de critérios novos Esses limites não existem sem gênese Pela falta de que os fenômenos históricos jamais se repetem da mesma forma não são as mesmas relações entre os diferentes grupos da sociedade nos diversos períodos assim é de desenvolvimento diz Melhuij 1963 p 225 se manifestam de maneira distinta porque muito mais que em qualquer outra esfera de fenômenos as relações causais não funcionam regem a evolução social É um engano fundamental cair no erro sugerido por Alan G Wilson 1969 p 229 quando ele diz que estamos mais interessados na utilização da analogia por um teorizador da geografia do que mesmo por argumentos filosóficos É uma forma de insensatez pois a utilização de uma analogia é ela própria um exercício de lógica Muitas vezes porém é também um erro pois a coincidência não supõe uma repetição de causalidades ou de qualquer modo é impossível Mach escreveu 1906 p 11 que existe sempre um elemento arbitrário nas analogias porque elas fazem referência a coincidências para as quais é dirigida a atenção A fragilidade do método decorre do papel que se é levado a atribuir aos fatores externos que lhes concerne A utilização de analogias é um risco e ainda mais grave quando se vai a procurar no mundo físico para utilizálas depois no domínio social Na maioria das vezes o erro é duplo De um lado um dos princípios da base da física reproduz a busca dos pontos de objetos que estabelecem ideias maiores a partir dos quais se conseguiram determináveis características Por outro lado a concepção das relações que nós fazemos dos físicos em direção a um nível de progresso científico atingido Nenhuma Verdad no mundo físico é definitiva e ainda menos no domínio social deterministas e possibilistas estes se dizendo alunos de Vidal de La Blache arranjandose o privilégio de induzir ao homem como um fator a considerar e admitindo que os deterministas denominação que os possibilistas atribuiram a Ratzel e seus discípulos davam prioridade aos fatores naturais cuja causalidade é considerada como irreversível Isto significa esquecer que não existem apenas determinações naturais mas também determinações sociais que atingem homem e natureza igualmente De qualquer forma as determinações são reconhecíveis e mensuráveis a posteriori e a ideia de necessitarismo deve ser afastada No prefácio do livro de Lucien Febvre 1932 p 11 o historiador H Berr quando se referia ao que então se chamava determinismo propôs que de preferência se diga necessitarismo Uma determinação sociologicamente entendida deve ser distinguida claramente duma necessidade Determinismo é causalidade natural Entre as causas que na natureza determinam os fenômenos algumas são contingentes Entre estas causas contingentes algumas são geográficas O problema reside em saber se existem necessidades geográficas e se fenômenos naturais podem agir como causas necessárias sobre uma humanidade puramente receptiva Para a época era sem dúvida um progresso e essas ideias que hoje nos parecem menos articuladas guardam todavia todo o seu valor como inspiração pioneira Darwin Comte e os positivistas mas também em Hegel e em Marx Isso para nos liminar a uns poucos menos Assim Newton e Kant servem juntos ao combate do possibilismo contra o determinismo mas não podem ajudar a que nesse retorno se registrem progressos importantes e se possa avançar mais paralelamente ao credos possibilista afirmase também a ideia regionalista que é apenas um nome diferente para o determinismo Os fatores destrutivos eram a exploração mineral e a destruição das plantas e dos animais Casas e caminhos diz Jean Brunhes 1956 p 28 estão interligados e são aliados sobre a terra habitada eles representam os dois fatores humanos que podem legitimamente incluir em um sentido positivo e sem atribuir a palavra improdutivo uma conotação pejorativa a ocupação improdutiva do solo Quem sabe estamos indo um tanto longe em nossa busca de analogias mas da leitura deste trecho fundamental da obra de Jean Brunhes nos vem a impressão de recolher o eco de uma música aí entoada em outro lugar Por exemplo na Ideologia Alemã 1947 p 69 Marx escrevia que não desenvolvendo das forças produtivas um estágio chega em que sob as relações sociais existentes os meios de produção e os meios de comércio deixam de ser forças produtivas para serem forças destrutivas Na Introdução de 1857 o mesmo Marx escreve que uma estrada de ferro que não é transitada que não é utilizada e que dessa forma não é consumida é somente uma estrada de ferro em potencial mas não o é em realidade Aqui teríamos um exemplo de um fato geográfico realmente improdutivo um caminho não dinamicamente interligado às casas para utilizarmos um conceito de Jean Brunhes Para Edward Ullman 1950 p 31 o problema se coloca em termos semelhantes isso significa que os transportes se desenvolvem automaticamente Tratase de uma força quase como reconhecerá a organização espacial restabelecer através de uma mistificação metodológica uma situação ultrapassada há muitos séculos À essa altura dos acontecimentos nada que se passava nas regiões francesas ou de qualquer outro país europeu podia estar em relação direta ou indireta com eventos econômicos nacionais e mundiais DE DESCARTES AO ECLETISMO TOTAL É mais que evidente a influência durável de Descartes sobre a Geografia como sobre outros domínios científicos no mundo desenvolvido A busca do conhecimento racional resultado de uma dialética sui generis que distingue pares de categorias capazes de união indissolúvel nas não contraditórias conduz em matéria de geografia à justificação de uma distinção ou até mesmo de uma disjunção entre uma geografia geral e uma geografia regional que deveriam ser uma o inverso da outra De fato elas terminaram por se opor A geografia regional definida afanosamente como uma busca do concreto repousa sobre a noção do espaço abstraído um espaço não relacional A geografia geral construída à base de princípios não se preocupou em historicizar dos conceitos dencendo a se tornar um esboço teórico desacompanhando de esboço epistemológico destinado assim a incassarse na abordagem filosófica essenciais à geografia geral é aconselhável partir do particular do localizado do regional e observar o que a região contém de particular nos seus horizontes suas plantas seus habitantes e também definir essa coisa dinâmica que resulta da união entre um fragmento da terra e um grupo de seres humanos Nessa longa frase tão bela faz falta naturalmente uma alusão a que nas condições da economia internacional tão bem estudadas por esse grande geógrafo nas relações entre uma fração da humanidade e um pedaço da natureza há leis cuja escala ultrapassa a dimensão do lugar e que podem representar um papel fundamental Inconsequências desse tipo resultantes do ecletismo filosófico que guiou a geografia desde os seus primeiros tempos como ciência paralisaram o desenvolvimento da disciplina e anularam os esforços sem nenhuma dúvida sérios e bem intencionados dos fundadores e de tantos dos seus discípulos A filosofia da geografia seja qual for a direção que se prefira não pode continuar sendo uma colcha de retalhos A RENOVAÇÃO DO APÓSGUERRA A NEW GEOGRAPHY1 Os instrumentos de trabalho postos nas mãos dos pesquisadores os métodos de aproximação da realidade colocados à sua disposição conheceram um desenvolvimento notável desde que um grande número de elementos novos tornaramse disponíveis Referimonos particularmente aos progressos da automatização Isto doou à pesquisa de meios que ao menos em aparência deviam permitir uma definição mais exata das realidades ensejando chegar assim à postulação de leis que pertenceriam pode todavia ser discutida A mesma batalha que a geografia havia conhecido durante a grande crise histórica da qual ela emergiu com pretensões científicas no final do século XIX travouse de novo guardadas as proporções naturalmente A tendência quantitativa fria e pragmática teve como contraposto uma vocação mais especulativa e mais social 4 A GEOGRAFIA QUANTITATIVA se impunha com a ajuda de modelos lineares elaborados tanto para avançar como para recuar Além do mais a utilização da análise multivariada deveria no espírito dos geógrafos quantitativos resolver de uma vez por todas as questões intrincadas solicitadas pela multiplicidade de variáveis em jogo e pela fragilidade até então invencível do trabalho interdisciplinar Acontece que a possibilidade de separar as variáveis é a base de um trabalho quantitativo Uma vez que este deveria não apenas permitir aprender as diferenciações mas também contabilizálas as possibilidades de explicação encontrariaseiam reforçadas e se estariam pois capacitado para construir modelos que não seriam só descritivos mas também prospectivos A previsão assim obtida não seria intuitiva ou sentimental mas sistemática Indo procurar uma vez mais nas ciências exatas as analogias indispensáveis a uma aplicação sem maiores escolhas dos métodos quantitativos a utilização dos números responde a uma preocupação permanente de medida em vez de partir da própria realidade Seu ponto de chegada é como seria de esperar um novo exercício de empirismo abstrato cujo valor para o conhecimento concreto de uma realidade concreta é pequeno Amedeo G Golledge p 82 indicam a possibilidade de ocorrência de relações não lineares através de exemplos que incluem correspondências descritas sob o nome de relações exponenciais Suponhamos dizem que temos dois grupos de números Associado a cada número do primeiro grupo existe um outro número no segundo grupo e as relações que tornam específicas a natureza da correspondência entre os números exatos em cada grupo chamamse relação funcional O primeiro grupo constituiu o domínio da função O segundo grupo constituiu o nível da função etc Mas de fato este alinhamento de correspondência longe de suprimir a linearidade somete a multiplicidade Este mesmo fato é expresso de forma ligeiramente diferente em um relatório feito por Sylvie Rimbert 1972 p 103 sobre métodos de análise de variáveis múltiplas em geografia afirmouse que a geografia era uma ciência de relações entre muitas variáveis observadas na paisagem Estas relações podem ser precisadas através de métodos estatísticos indicativos que associam as variáveis numeradas inicialmente dadas depois em grande número A ligação pode existir entre a série de valores de uma variável e a série de uma outra variável e expressar por um certo grau de correlação que é geralmente calculado sob dados formados o coeficiente de nível de Spearman 1905 para os pares de variáveis o coeficiente de correlação de Pearson para pares de variáveis numéricos Estes dois coeficientes variam entre correspondentes entre 1 e 1 Uma vez calculados os coeficientes de correlação para um grande número de pares de variáveis podese classificálos em um quadro chamando a matriz de correlação que em alguns casos pode tornarse a matriz de dados para a análise factorial A última operação consiste em substituir o quadro dos coeficientes por outro muito mais simples onde se aborda um número limitado de fatores que anteriormente explicam as ligações existentes entre diversas variáveis que ela introduzida a doutrina da forma desprovista de vida e de movimento Dita afirmação de E J Bistakis 1943 p 31 segundo a qual a matemática seria um reflexo abstracto e meditado do real Entre os economistas a utilização de métodos quantitativos foi frequentemente combatida O mexicano Alonso Aguiar o fez em seu livro Economia Política e Luta Social e A Pinto O Sunkel 1966 p 83 escreveram que o uso de métodos matemáticos não é único caminho para atingir o rigor científico Bauer 1957 p 13 emendas preemptória Para ele pode ocorrer que a quantificação de uma situação não seja representativa de seus aspectos mais importantes O abuso dos estatísticos foi também objeto de crítica A Cuvelier 1953 p 165 um sociólogo nos lembra que jamais uma acumulação de dados brutos jamais um simples registro de fatos particulares constituíu uma ciência Um futurologista Andrew Shonfield 1969 p 26 considera que as estatísticas só têm significado quando lhes aplica a imaginação social especulativa De uma maneira geral a quantificação é o objeto de críticas provindas principalmente de filósofos J Ullman 1973 p 272 notou bem este problema quando escreveu que era um equívoco pensar que o método quantitativo constitui um sinônimo de análise espacial Os métodos quantitativos diz ele podem ser utilizados na maior parte das abordagens em geografia mas serem inadequados desejáveis mas não suficiente A obsessão pela quantificação e a medida encorajou geógrafos como D Timms 1965 p 239 a afirmar que na falta de medida e de exposição precisa e objetiva uma comparação e uma abstração precisas tornamse impossíveis Como explica Philip Stone 1966 o grau a partir do qual um instrumento de medida é capaz de atingir os objetos para os quais foi construído define a validade do conteúdo ver D W Moodie 1971 p 148 Terminase por tornar nosso ponto de partida no aparelho de medida e não na situação a ser medida Este privilégio da abordagem não é técnicas e duas fragilidades mais graves da geografia chamada teórica Não é difícil cair na crítica de Norton Ginsburg 1973 p 2 para quem nestas condições o in Desde que é preciso separar as variáveis significativas tratase de as definir bem Esta definição não é feita fora do quadro de um julgamento de valor nem de uma posição teórica que implique uma escolha Mas principalmente em função da realidade concreta e seu movimento É neste sentido que se pode falar de precedência do qualitativo Quando esta escolha é feita podese então passar à etapa seguinte à procura dos modos de contabilizar os fenômenos Esta etapa tornase indispensável e se deseja apresentar resultados com um mínimo de rigor mas também para refinar a elaboração de teorias Trabalhar em outra direção equivale à supressão do esforço de compreender os conceitos elaborados a partir da realidade B Berry 1965 reconhece a imprevisibilidade dos conceitos quando se trata da utilização dos métodos quantitativos Mas uma coisa é partir de conceitos elaborados a partir da realidade concreta e outra coisa é a aplicação de uma epistemologia estereotipada ideológica onde os parâmetros procuram sua legitimidade em outros parâmetros e não coisas e acontecimentos combinados tal como se apresentam objetivamente A abordagem quantitativa levaria também à construção de modelos abstratos percebidos ao menos por J O Broek 1967 p 50 e 105 Na mesma ordem de ideias Eliot Hurst 1973 p 46 afirma que na paisagem a matéria poderia dar o objeto ao menos razoavelmente complexo e abrangente 5 MODEL os e S istemas O S E cossistemas A A NÁLISE DE S istemas A análise dos sistemas prestou grandes serviços às disciplinas exatas para o progresso das quais ela contribuiu Há pelo menos vinte anos é também utilizada pelas ciências humanas A geografia é dentre elas talvez a última a utilizarse desse método O espaço objeto essencial dos estudos geográficos sendo considerado como um sistema sob essa dimensão seria assim suscetível de uma análise correspondente Haveria assim entre os diferentes espaços e os sistemas correlatos uma espécie de hierarquia e isto contribuiria para explicar as localizações e as polarizações de ultrapassar a objeção que poderia ser levantada em um enfoque geográfico baseado unicamente no princípio da localização isto é da maneira como ele é compreendido pelos economistas A diferença entre um sistema e um modelo seria bem mais que uma simples questão de terminologia Os modelos não são obrigatoriamente interpretativos e podem ser puramente descritivos A segunda hipótese de base é a que se propõe a recriar modelos locais ou regionais a partir de modelos gerais simples ao mesmo tempo que se lhes acrescentam variáveis locais ou regionalmente válidos Se se utiliza esta aquela hipótese de base os resultados não são os mesmos No primeiro caso melhorar o modelo implica um enfoque indutivo Seu enriquecimento provém de um aperfeiçoamento do raciocínio Como é o método ou ainda melhor o instrumental que constitui o exercício principal podese acabar por estar mais preocupado com os dados exteriores à realidade de sua análise No segundo caso o aperfeiçoamento do modelo geral é possível com o auxílio de uma contribuição prática Assim é do próprio intérprete da realidade que se parte para enriquecer o modelo geral Seja como for todavia a utilização de um modelo geral de evolução conduzindo a casos teóricos atuais ou seja a modelos descritivos atuais deve ser condicionado para levar em consideração particularidades de cada país Isto se impõe em primeiro lugar para levar em conta diferenças históricas o que de um lado nos obriga a adaptar as periodicidades ou os subsistemas cronológicos adotados pelo modelo geral e por outro lado a introduzir os dados de locais de pesquisa acoplados ao restante local de exportação governamental A GEOGRAFIA DA PERCEPÇÃO E DO COMPORTAMENTO A geografia da percepção e do comportamento é uma das novas tendências da nossa disciplina Ela deve muito à contribuição da psicologia e da psicologia social O fundamento desta abordagem vem do fato de que cada indivíduo tem uma maneira específica de aprender o espaço mas também de o avaliar Não se trata apenas de definir para cada indivíduo um tipo de espaço social na cidade e fora dela como fez Leduc 1973 Este espaço social será definido pelos lugares que são familiares e as parcelas de território que ele deve percorrer entre estes diferentes lugares A geografia do comportamento vai ainda mais longe porque se fundamenta no princípio mesmo da existência de uma escala espacial própria a cada indivíduo e também de um significado particular para cada Homem de porções dos espaço que é dado frequente não apenas em sua vida cotidiana mas ainda durante lapsos de tempo mais importantes Isto tem implicações no que se refere à interpretação do funcionamento do espaço e consequentemente da própria organização do espaço E o espaço não significa a mesma coisa para todos tratalo como se ele fosse dotado de uma representação comum significaria uma espécie de violência contra o indivíduo e consequentemente as soluções fundamentais nessa direção seguramente não serão aplicáveis Esta tendência representa de certa maneira uma ruptura com o economicismo e uma forma de restituição dos valores individuais Parece entretanto difícil adotar esta abordagem excluindo qualquer outra a começar pela consideração das variáveis econômicas do comportamento do indivíduo função de sua situação na escala socioeconômica e de sua posição no espaço Admitir uma significação individual das condições pessoais interpretadas do ponto de vista psicossocial pode levarnos a deixar de lado o fato de que espaço é definido talvez muito mais em função das diferenças de possibilidades econômicas concretas abrangendo segundo formas diferentes e em diferentes escalas aos diferentes indivíduos De toda maneira esta tendência da geografia moderna está apenas em seus começos e ainda que seja rica de processos como uma abordagem parcial ela ainda não foi capaz de comprovar sua validade A PERCEPÇÃO SUJEITO VERSUS OBJETO As abordagens fundamentadas na percepção individual tem seu ponto de partida no processo de conhecimento Este é o resultado da experiência da realidade como forma de um objeto representa Ora o objeto é o resultado de determinações parale las e concomitantes de estatura nua de ideologia Esta contínua no objeto é dada pelo funcional simbólico Como W Kaufmann escreveu 1966 p 23 os partidários do conhecimento imediato sofrem de amnésia o que eles alegam conhecer de imediato é de fato imediatez por um processo histórico bem longo O que agora aparece como autoevidente não era óbvio no passado e o que parece simples é na realidade o resultado de um complexo desenvolvimento enterado em simplicidade Livia de Oliveira 1977 está certa quando afirma que não se deve confundir sensação e percepção É preciso imediatamente acrescentar que também não se deve confundir um objeto com a realidade própria do objeto experimentado ou percebido Além disso L de Oliveira escreve p 61 que o conhecimento do mundo físico é tanto perceptivo como representativo Mas seu trabalho posto que detalhes sobre os aspectos propriamente biológicos da questão incluindo a objetividade esquece de mencionar que a ideologia é ela mesma tão objetiva como qualquer outro dado objetivo e participa assim da percepção dando a coisa observada uma representatividade As experiências realizadas servem bem para contar problemas pois esse aspecto da percepção não era o que se esperava com as praxís individuais dos outros desse mesmo resultado a praxís social total O espaço dos geógrafos terminou por ser também tão fragmentado quanto o espaço reificado e a geografia tornouse ideológica hostil ao real A corrente principal da New Geography batizada como Geografia Quantitativa e apelidada também revolução quantitativa é um fruto dessa nova era cujo marco inicial se confunde com o fim da Segunda Guerra Mundial Essa tendência representa nem mais nem menos que a exaltação da tendência positivista que sempre influenciou a Geografia desde que esta foi criada como uma disciplina moderna ambicionando um lugar na classificação das ciências Com a revolução tecnocientífica os tempos se tornavam maduros para que a quantificação fosse entranhada como técnica de trabalho como modo de art é mesmo como explicação geográfica Havia então os instrumentos indispensáveis para dar ao novo enfoque as condições de factibilidade Tais condições instrumentais eram para começar um resultado dos progressos obtidos pelas ciências exatas tanto por causa das necessidades da própria guerra como em resposta às exigências de uma nova organização da economia tornada possível após o término da guerra Além disso e influindo muito mais que as condições instrumentais as necessidades do novo período da história do capitalismo internacional iam exigir que as ciências do homem se adaptassem e se acomodessem GEOGRAFIA PLANEJAMENTO UTILITARISMO A aceitação do novo modelo de utilização dos recursos dependia essencialmente de duas alavancas a aceitação da noção de crescimento econômico e a submissão a um novo modelo de consumo Nos Estados Unidos onde tal vocação progrediu mais isso coincide com uma época em que se implantava um verdadeiro terror no vido cultural e política o macartismo correspondia tanto dentro como fora do país à necessidade de impor uma série de ideias feitas sem as quais os novos modelos econômicos não poderiam vingar As possibilidades abertas com os novos meios de difusão de massas contribuiriam poderosamente fulgurantes desmentidos opostos depois por uma realidade diferente ou em mutação eram em virtude do embargo da linguagem matemática considerados um desvio a corrigir Uma deturpação semelhante tornouse possível quanto à noção de pólos de crescimento A teoria da difusão de novidades introduzidas na geografia por Hagerstrand tornouse rapidamente um instrumento de marketing através do uso indiscriminado de modelos quantitativos arbitrários Foi além partindo desses três instrumentos de trabalho grosseiramente deturpados em relação às intenções iniciais dos seus criadores que se pôde chegar a essa regra denominada hierarchical filtering down isto é a regra da difusão descendente e hierárquica destinada a impor a ideia de que o crescimento promovido não havia obtido pela utilização de cada uma daquelas três instrumentos separadamente pólos de desenvolvimento teoria dos lugares centrais difusão de inovações seria alcançado pela sua combinação A tese sustentava em resumo que o crescimento localizado e a riqueza acumulada em um só ponto deviam a partir de um limite dado difundirse milagrosamente através de todo o corpo da nação Esse milagre jamais se realizou apesar das provas que certos geógrafos obtiveram mediante um exercício de cálculo distorcido No caso do Brasil coube a L Gauthier um bralizantist geógrafo a tarefa de provar que a distância econômica era as regiões estava restringida A EXCLUSÃO DO MOVIMENTO SOCIAL São os interesses de grande capital que afinal definem os grupos de atividades localizadas num ponto dado do espaço Mas as teorias de localização são baseadas em noções tão economias de aglomeração economias externas economias de escala e desconomias de todo tipo todas essas categorias sendo consideradas como se tivessem valor absoluto proveniente de sua expressão técnica Na verdade sua significação é diferente segundo o sistema sócioeconômico Em realidade as desconomias não afetam as firmas porque são pagas pela população diretamente ou através do poder público As economias externas hoje não necessitam mais ser locais As economias de escala são muito mais relacionadas com a economia política do que com a localização strict sensu As economias de aglomeração são também utilizadas seletivamente e impedem as firmas mais pobres e as pessoas mais pobres de aceder aos bens coletivos overhead capital A noção de distância na forma em que é utilizada nas teorias correntes é uma categoria de emprego uniforme como todas as instituições e todas as firmas permanentemente e totalmente à sua disposição à rede de transportes como os todos os homens ficam capazes de utilizar todas as estradas e outros vetores econômicos ideologia que mesmo uma filosofia em segundo lugar não somente a geografia além foi utilizada com finalidades políticas O problema é muito mais geral Aliás o próprio J Dresch o reconhece embora implicitamente ao escrever na mesma página que a geografia não dispôe de métodos próprios sofreu mais que qualquer outra ciência a influência das ideologias presentes A interpretação geográfica não é apenas obstacularizada pelas ideologias correntes de fato ela se torna por si mesma uma verdadeira ideologia O próprio empirismo escreve J Doherty 1974 p 3 serve a um objetivo ideológico das classes dominantes Esse autor que aliás já citamos antes sobre esse tema observa que os empiricistas não foram obrigatoriamente um discurso apologético isto é uma apologia do status quo embora eles o façam frequentemente de tal modo que não necessitam servir aos interesses imediatos das classes dominantes mas sempre terminam por fazêlo quando eles isolam o seu campo de investigação e formam uma geografia abstrata como a finalidade dos seus estudos e não como um meio a utilizar para que a totalidade social seja examinada efetivamente A New Geography representa uma inovação Baseada na economia neoclássica terminou por suprimir o homem despersonalizando o novo sapiens substituindoo pelo homo economicus que é nada mais que uma média e o homem médio não existe A chamada nova geografia também excluiu o movimento social e dessa forma eliminou duas preocupações o espaço das sociedades em movimento permanente A geografia tornouse uma viúva do espaço Sobretudo a New Geography matou o futuro A análise de sistemas não exerce as tendências pois não pode além do repetitivo a modelística mesmo que seja estrutural é desprovida da noção de movimento porque imobilista Não se pode prever o que será o ano 2000 sem que as proporções atuais mudem sem que se busque um valor novo às variáveis isto é sem lhes atribuir uma qualidade nova o que afetará a interpretação das quantidades Uma das razões fundamentais pelas quais a geografia tem conhecido uma evolução tão lenta e decepcionante é que às vezes somos levados a pensar em sua inviabilidade e imputável ao peso das velhas ideias dentro dessa disciplina O apego às velhas ideias parece uma enfermidade incurável Os geógrafos são conhecidos pelo seu vezo de apegarse a um problema ou a um tema e guardálo durante anos e décadas Consultando uma bibliografia geográfica correspondente a este século vemos que os raros temas imaginosos são submersos diante da massa de repetições A coisa é tão grave que quem observador sem preconceitos poderia mesmo julgarnos por falta reiterada de imaginação Caimos naquele defeito causado por D Bohm 1965 pp 910 de considerar velhas formas de pensar como inevitáveis o que à sua vez tem gravemente impedido o desenvolvimento da ciência em geral Ao invés de perseguir um saber novo preferimos deliciarnos com a reprodução do saber velho Isto é possível pelas formas de cooptacão que embora diferentes segundo os lugares terminam oferecendo os mesmos resultados isto é a canção dos modelos A propósito disso aludindo ao J Lee 1975 p 6 e aos possíveis erros que essas ideias estavam instalando no objeto de plágio por parte daqueles mesmos que pareciam condenálos essa é uma forma de consagração tardia que todavia assegura aos destinatários um lugar na comunidade geográfica Tais tendências se agravaram exponencialmente depois de 1945 quando a geografia passou de maneira ainda mais clara a estar ao serviço da realização de um projeto imperial O centro de dispersão das ideias geográficas então começou a transferirse da Europa para os Estados Unidos Para os que gostam de marcar as transições com datas podese ir sugerir a realização do Congresso Internacional de Geografia em Washington Em seu artigo clássico sobre CapitalLabour Substitution and Economic Efficiency KJ Arrow HB Chenery BS Minhas e RM Solow 1961 dão um exemplo bastante claro da utilização da abstração empírica no trabalho de teorização Em muitos ramos da análise econômica é necessário adiantarem certas hipóteses relativas à medida em que capital e trabalho podem substituirse mutuamente Eles acrescentam Na falta de generalizações empíricas sobre o fenômeno os teóricos escolheram hipóteses simples que se tornaram largamente aceitas por sua repetição frequente Ritter 1836 já se queixava do pouco que os geógrafos faziam para cobrir os domínios de seu campo de trabalho A esse respeito podese dizer que naquela época ainda não se havia constituído de fato uma geografia verdadeiramente científica pela falta de duas condições essenciais de um lado o mundo era ainda relativamente pouco conhecido de outro lado as ciências sociais ainda não estavam constituídas rar o espaço como uma unidade mesmo se raramente eles conseguiram transcrever suas intenções na teoria e no método A geografia americana alimentada de pragmatismo tomando como objeto de estudo pedaços isoladosO espaço acabado por pulverizar o objeto da disciplina e a própria disciplina A proliferação dos temas a estudar a distância cada vez mais da construção de uma síntese e à medida que a geografia tornavase mais utilitária tornavase também menos explicativa A GEOGRAFIA VIÚVA DO ESPAÇO Resumindo um pouco em toda parte os geógrafos silenciam sobre o espaço Algumas vezes silenciam também sobre o trabalho inovador de outros geógrafos e de outros espacialógicos a história da história da geografia a geografia acabou dando as costas ao seu objeto e terminou sendo uma viúva do espaço Para este resultado contribuiu o fato de ter sido perdidos muito esforço LIÇÕES E PROMESSAS DA CRISE Não é de estranhar pois que a crise geral das ciências sociais se tenha manifestado com grande vigor no caso da geografia Esta crise não deve ser pudicamente escondida como se tem tendência a fazer sob o pretexto de que isso se impõe para preservar a nossas disciplina de críticas letais De fato estas desde muito lhe vêm de todos os lados e recentemente ganharam um tom mais vivo A crise é a prova do desapegamento do velho que deseja manterse em face de novo que busca substituir Segunda Parte GEOGRAFIA SOCIEDADE ESPAÇO 9 UMA NOVA INTERDISCIPLINARIDADE Desde que a geografia começou a busca de sua individualização como ciência os geógrafos tiveram a pretensão de que ela fosse antes de tudo uma ciência de síntese isto é capaz de interpretar os fenômenos que ocorrem sobre a face da terra com a ajuda de um instrumental proveniente de uma multiplicidade de ramos do saber científico tanto no âmbito das disciplinas naturais e exatas quanto nas disciplinas sociais e humanas O ISOLAMENTO DA GEOGRAFIA Com a geografia além do mais estamos diante de um paradoxo que ao mesmo tempo é uma ironia Na verdade essa ciência é distinta e seguramente aquele que na sua realidade cotidiana mantém relações com pessoas Tal isolamento é mesmo responsável pelos déficits epistemológicos diversa e múltipla dos fenômenos com que trabalha o geógrafo e de outro lado a própria formação universitária do geógrafo Desde o começo do século XIX Ritter havia chamado atenção para a necessidade de um esforço de interpretação das diferentes disciplinas científicas e isso seguindo as mais diversas dimensões Mas Ritter fora educado na escola dos filósofos e embebido nos ensinamentos de Hegel palavras se ficamos confinados à sociologia para explicar o que se chama o fato social a economia para compreender fenômenos econômicos a geografia para interpretar as realidades geográficas acabamos na impossibilidade de chegar a uma explicação válida Não há porque ter uma invasão do campo de outro especialista Afinal falando das dimensões econômicas políticas e sociológicas do processo de desenvolvimento Ernesto Cohen 1973 p 4 escreveu que os conceitos endógenos para uma dimensão são para outra dimensão dados ou elementos exógenos Na verdade quando um dado exógeno se incorpora à interpretação de um aspecto da realidade se torna imediatamente um dado endógeno essa explicação Trazemos de novo uma citação de Schumpeter porque ele gaba a importância do elemento não profissional para o progresso de uma dada ciência 1943 1970 p 45 Poderseia mesmo dizer que as duas formas de progresso possível para cada ciência em particular resulta da transgressão de seu campo por especialistas de outras disciplinas o que Jean Chesneaux 1976 p 164 chama de roubar aos profissionais os seus privilégios11 A geografia e a interdisciplinaridade A busca dessa interdisciplinaridade há tanto tempo sugerida por Ritter impulsiona os geógrafos em certo número de soluções Uma delas foi a entronização do que se poderia chamar de geografia especiais formulário adotado por Jean Brunhes como por Camille Vallaux ambos criticados por Maximilien Sorre Para Vallaux o problema da formul E toda essa problemática compromete o desenvolvimento científico em geral a geografia pelas suas características específicas sofre durante AS ETAPAS DA INTERDISCIPLINARIDADE APLICADA À GEOGRAFIA Se procurarmos reconstituir a história da busca de uma inter disciplina ridade aplicada à geografia poderemos reconhecer três etapas todas abortivas e uma quarta que agora se delineia e de cuja elaboração pensamos participar Em primeiro lugar teremos que falar da interdisciplinaridade clássica baseada em relações bilaterais entre a geografia e a história Durante muito tempo se considerou a história e a geografia como uma espécie de irmãs siamesas No começo do século XIX Kant 1802 vol 1 pp 68 escrevia que a história se ocupava da descrição dos acontecimentos de acordo com o tempo e a geografia se ocupava do mesmo objeto de acordo com o espaço Assim a história seria diferente da geografia apenas por causas das diferenças entre tempo e espaço A história relataria os acontecimentos que se sucedem no tempo a geografia se ocuparia dos acontecimentos que se realizam simultaneamente no espaço Tal posição de Kants fez ecoar em longo período e ainda hoje se repete como postulado como se o conceito de Einstein ainda fosse relevante e responsável por um equívoco extremamente grande no domínio do método porque a geografia na realidade deve ocuparse em possibilidade e ao tempo se torna espaço e de como o tempo passado e o tempo presente têm de certa qual um papel específico no funcionamento do espaço atual A geografia deve levar em conta as formações sociais no interior das quais se colocam as questões de diferenciação do espaço social o que implica que a história não é concebida como fator de explicação da geografia historicismo mas ao contrário a geografia é que é pensada historicamente C Grataloup e J Levy 1977 p 49 Para H C Darby 1953 não é possível traçar uma linha entre a geografia e a história porque o processo de se tornar é o processo em mesmo the process of becoming is one process Vidal de La Blache fundador da moderna geografia humana francesa repliu de forma drástica a proposta de Durkheim para incluir a geografia numa classificação básica das ciências sociais A ideia de uma morfologia social isto é de uma disciplina sociológica particular tratando das modalidades de transformação de sociedade em espaço geográfico desagravado profundamente a Vidal de La Blache provocou uma discussão cuja consequência maior foi uma separação prolongada entre a geografia e a sociologia O resultado foi o empobrecimento da geografia e mesmo o nasci Igualmente os aspectos propriamente sociais da atividade coletiva e da construção do espaço são cobertos pela antropologia e pela sociologia As características próprias a cada população têm influência sobre a evolução espacial Por isto a demografia surge como uma disciplina que tem uma importante contribuição a dar A esta lista teríamos mesmo de acrescentar a utilização de física tendo em mente o cuidado sugerido por Jean Gottmann 1947 p 5 de não esquecer a diferença essencial entre a ma A necessidade de uma especialização possa conduzir muitos dentre nós a não concentrar apenas em um dos aspectos desse problema tão vasto Isto seria chegar ao resultado oposto do desejado porque ao invés de alcançar uma interdisciplinaridade sustentável de compreender os diversos aspectos de um mesmo objeto chegaríamos a uma interdisciplinaridade coxa uma especialização com todos os perigos da analogia do tipo mecânico Uma Tentativa de Definição do Espaço Quando se está mais preocupado com a geografia em si mesma como ciência formalizada e pouco ou nada com aquilo que é na realidade seu objeto de estudo ou seja o espaço correse o grande risco de cair no erro condenado por Durkheim 1898 1962 p 18 em relação aos sociólogos do seu tempo o erro de trabalhar mais ou menos exclusivamente com conceitos do que com coisas Definir a Geografia ou o Espaço O problema é aqui o da definição do objeto de cada disciplina no universo do saber No caso da geografia chegarse a esse objeto apresenta um certo número de riscos mas nenhum é mais grave que o de confundir nesse exercício teórico e metodológico a ciência ela mesma e o seu objeto Quando em 1925 De Martonne se referia aos lados da geografia como os demais modos de saber fazia sobretudo alusão às relações entre essas ciências e a geografia que é o espaço e UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO LETRAS ARTES CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA DISCIPLINA HISTÓRIA DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO RESENAHA DO LIVRO POR UMA GEOGRAFIA NOVA Resenha apresentada por Matrícula como requisito de avaliação da disciplina História do Pensamento Geográfico ministrada pelo Professor Dr Marcos Kazuo Matushima UBERABA MG 2021 FICHAMENTO DO LIVRO POR UMA GEOGRAFIA NOVA DA CRÍTICA DA GEOGRAFIA A UMA GEOGRAFIA CRÍTICA REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA SANTOS Milton Por uma Geográfica nova Da crítica da Geografia a uma Geografia crítica Milton Santos São Paulo Editora Universidade de São Paulo 2002 INTRODUÇÃO O livro é iniciado sob a ótica do autor a respeito do ensino da Geografia aos diferentes públicos define como nova Geografia a capacidade em inventar o novo junto a mudança dos conceitos tradicionalistas ligados aos porquês O autor ressalta que o novo se descobre não se inventa O modelo geográfico ultrapassado é criticado e tal critica se embasa na inserção da Geografia científica ligada a construção de preposições baseadas num sistema comum e embasado numa lógica interna Como o professor preocupa se com a Geografia como uma disciplina não como uma vivência crítica sobre o objeto estudado que no caso é a vida sua visão passa a ser voltada na atualidade pelo objeto e não a matéria em si Cada ciência em particular estuda os aspectos que acha pertinente àquele modelo criado para a contribuição educacional contudo ao falarmos de Geografia vale a pena ressaltar que o espaço interno é estudado dentro do contexto geográfico O autor te um projeto em lançar 5 livros falando sobre os temas o meio em que vivemos e o espaço humano nesses livros suas experiencias de ensino e pesquisa serão partilhadas com os leitores a fim de direcionar os leitores a outro tipo de Geografia Quando alguém se dispõe a mostrar os preconceitos ligados ao ensino de Geografia a tarefa científica se torna política pois a renovação da ciência é um processo que equivale a tarefa da renovação das formas de pensar e agir CAPÍTULO 1 OS FUNDADORES AS PRETENSÕES CIENTÍFICAS Na antiguidade a Geografia era ligada a capacidade de aprendizagem das ciências capitalistas e era necessário a expansão do comercio onde durante a expansão do capitalismo e dos comércios as escolas possibilistas e deterministas tomavam seus lugares definindo os pontos de vista ligados àqueles que tinham suas utas voltadas a um mundo melhor oferendo ao homem igualdade e felicidade tais pensadores eram controlados por Friedrich Rahzel e seus discípulos O colonialismo e o império de capital eram preconizados por alguns autores e esses defendiam que o homem determinava o meio em que vivia e suas possibilidades eram seguidas de acordo com os possibilistas da época As duas escolas iniciaram um debate interessante na Geografia onde o seu atraso é citado por várias colocações do autor colocadas em fases distintas a fim de contribuir com a história da disciplina A Geografia em sua forma clássica devido a tais debates se desmembrou em classes sociais cada vez mais distintas que se apegavam Às características ligadas aos países e mundos desenvolvidos e subdesenvolvidos além de ser criado um conceito de divisão considerado por muitos errôneo pois deveria ser formado no mesmo espaço o que não aconteceu no contexto atual CAPÍTULO 2 A HERANÇA FILOSÓFICA Sentindo a necessidade de tornar se uma disciplina moderna a Geografia teve embasamento nas bases filosóficas dos geógrafos Vidal de La Blache Friedrich Ratzel e Jean Brunhes intitulados coo fundadores da neo geografia na época em que as pesquisas geográficas não passavam de mapas esses acabaram por desmistificar a imagem da disciplina A busca de várias filosofias e ideias verdadeiras fez com que os estudos ficassem cada dia mais concretos porém não eram todos os estudos que apresentavam tal complexidade no primeiro momento Os fundamentos filosóficos que nortearam a nova geografia tinham nomes como Darwin Comte Hegel e Marx Tais filósofos com seus pensamentos positivistas e idealistas junto as ideias orientadas pelo darwinismo que foi mal interpretado tentavam desvendar o mistério ligado ao espaço e a estrutura em outras palavras brigavam por suas definições e ideias ultrapassadas para a época mas que mesmo assim faziam a diferença dentro da Geografia que acabava por ser iniciada CAPÍTULO 3 A RENOVAÇÃO DO APÓS GUERRA A NEW GEOGRAPHY As transformações chegaram a todo o mundo e a Geografia também Após duelos de ideias baseados em teorias de Marx Engels e ligadas ao Darwinismo com o fim da Segunda Guerra mundial a disciplina surge com o um novo contexto ligado ao desenvolvimento dos projetos científicos A Nova Geografia tinha uma linguagem mais acessível e era conhecida como a nova tendencia geográfica onde a expansão dos conhecimentos ligados aos fatos internacionais se tornava figura chave no ensino da Geografia Assim com toda linha essa tinha os seus fiéis seguidores que consideravam tal visão da Geografia como atual e a diferenciavam da geografia antiga pelas raízes criadas nas escolas nos anos 50 e 60 A NeoGeografia levava os alunos e os cientistas aos debates sobre as inovações tecnológicas e voltava suas explicações aos arquétipos ligados a quantificação e a inserção de instrumentos modelos como a teoria dos sistemas a tese de difusão das inovações as noções de percepção de comportamento e as formas de valorização do empírico e do ideológico CAPÍTULO 4 A GEOGRAFIA QUANTITATIVA Com a evolução da Geografia tal ciência apresentou leituras matemáticas a fim de ter uma previsão coerente dos fatos e através da análise dos sistemas dos modelos de estatística e da análise cartográfica passou a ser vista como uma nova ciência junto a matemática Sendo assim chamada de geografia quantitativa As explicações das novas técnicas eram dadas como se a Geografia tivesse uma análise matemática de seus dados não considerando os erros e fomentando um modelo estatístico de utilização na Geografia porém tal modelo após um tempo de implantado foi repudiado pelos criadores economistas professores devido a não mostrar a realidade como ela é O erro deste tipo de Geografia era considerar se como um domínio teórico d matemática junto a realidade e ao domínio lógico da matemática bem como suas utilizações na quantificação dos fatos CAPÍTULO 5 MODELOS E SISTEMAS OS ECOSSISTEMAS O motivo de estudo da Geografia são os sistemas e os ecosistemas Analisar os sistemas é compreender o espaço onde se vive assim como independente da dimensão a análise tanto do espaço quanto das distancias deste é tida como uma contribuição ao estudo geográfico a fim de explicar ao aluno as localizações dos polos do seu papel dentro do espaço dominante Pela concepção do autor um sistema consegue difundir dominação entre os pontos de sucessão do espaço assim contendo vários sistemas ligados a fragilidade ou não das relações mantidas entre o tempo e seu movimento Os modelos considerados na Geografia são dois o descritivo e o histórico ligado a realidade concreta dos povos e a evolução deles A realidade é u movimento e tal movimento é lidado a análise da Geografia CAPÍTULO 6 A GEOGRAFIA DA PERCEPÇÃO DO COMPORTAMENTO As tendencias da percepção do comportamento nos levam a influência da psicologia e da psicologia social essa nova experiência geográfica vai longe devido a a afirmação de que cada homem tem sua visão sobre a escola em que frequenta em outras palavras com a diferenciação dos instrumentos geográficos ligada ao aprofundamento da analise das percepções dos objetos geográficos as coisas conhecida dentro do momento presente passam a acontecer em um processo denominado histórico A Geografia da percepção não conseguiu estabelecer bases corretas sobre suas considerações logadas ao indivíduo que determina o seu próprio espaço tal concepção e percepção não levam em conta as condições socioeconômicas dos alunos levandoas a questionar os costumes de todos e suas escolhas O espaço evolui a cada dia e tal evolução deve se ao movimento da sociedade baseado na história bem como sua percepção e comportamento ligados a evolução e ideologia geográficas CAPÍTULO 7 O TRIUNFO DO FORMALISMO E DA IDEOLOGIA Com a evolução da Geografia denominada como Neo Geografia ao término da segunda guerra mundial as ciências exatas assumem um maior patamar na base de estudos bem como as ciências humanas passam a faze parte de tal progresso levando o estudante a pensar sobre suas concepções e papel no mundo O sucesso da Neo Geografia deu se nos EUA devido a uma nova educação baseada numa exigência ligada ao período em questão A fim de que a Geografia se adaptasse ao novo modelo da economia essa ciência teve de se modernizar ou seja teriam de se igualar a realidade mostrar ao povo noções dos cálculos superficiais além da utilização da pesquisa ligada ao empirismo geográfico Houve um erro em consideração a nova geografia essa ciência acabou por deixar de lado as questões econômicas e com isso deixou de lado também o dinamismo social ligado a futuro da humanidade e suas consequências CAPÍTULO 8 O BALANÇO DA CRISE A GEOGRAFIA VIÚVA DO ESPAÇO O balanço da crise ligada a viuvez da Geografia é gerada a partir da teimosia de alguns geógrafos em utilizar ideias ultrapassadas e que não condizem com a realidade possuíam apego às velhas ideias se justificavam no respeito que os geógrafos antigos tinham pelos grandes professores que fizeram pesquisas no passado e que impuseram algumas teorias Essas teorias eram seguidas e não discutidas pelos novos geógrafos pois se algum geógrafo caísse na tentação de usar nova ideia era mal visto pelos colegas Ao seguir tão obsessivamente ideias antigas alguns acabaram deturpando a ideia original do seu chefe no entanto essa problemática não termina com a tendencia iniciando seu ápice mas sim com suas agravações no período pós guerra onde a geografia passou estar a serviço de um projeto de domínio tal dominação ligadas às guerras e ao poder Norte americano foi inevitável para que a Geogafia tomasse outros rumos a ciência acabou por se aproximar da Geografia e assim fazela como real objeto de estudo porém com a quantidade de informações que havia num processo de aprendizagem acabou por sufocar seus alunos com a quantidade enorme de informações CAPÍTULO 9 UMA NOVA INTERDISCIPLINARIEDADE Considerada uma ciência que abrange vários ramos a Geografia não age sozinha necessita de outras ciências para que seus objetivos sejam concretizados de forma geral A fim de ser considerada como uma ciência de síntese a Geografia teria de ser uma disciplina interdisciplinar ou seja ter várias ciências inseridas em seu conteúdo para que pudesse abranger diferentes tipos de pessoas e ciências No entanto mesmo sendo uma ciência interdisciplinar a geografia ainda era considerada uma ciência que deveria crescer cada dia mais a fim de abranger diversas disciplinas onde o contato com essas era de extrema importância para que houvesse grande descobertas e novos conceitos ligados a geografia e sua inserção na base educacional O autor relata que para que a geografia passe por uma expansão é necessário o aumento de informações bem como o posicionamento sobre as demais ciências dentro dela CAPÍTULO 10 UMA TENTATIVA DE DEDINIÇÃO DE ESPAÇO Com a crise dentro do ensino da Geografia essa ciência não conseguiu alcançar o seu sucesso dentro da educação esse fato deve se ao abandono geográfico e a perda de foco nos estudos realizados ligados à construção e ao desenvolvimento da Geografia mundial Dentro de uma sociedade cada disciplina tem o seu papel e devido a isso seu campo de estudo é delimitado através do desenvolvimento dos ideais de cada grupo trabalhado e as transformações pertencentes a cada realidade abordada porém a geografia teria de ser uma ciência com diversas áreas tal como uma enciclopédia gere os estudos dos jovens a Geografia geraria as opiniões ligadas ao tempo e ao espaço onde tal jovem vive e junto a isso quais seriam as alterações geopolíticas ligadas ao desenvolvimento deste A necessidade da expansão geográfica faz se devido a necessidade de cada pesquisador portanto é necessário que o aluno e o povo se interessem pela geografia assim como sua expansão ligada a análise do cotidiano ao qual está acondicionado CAPÍTULO 11 O ESPAÇO MERO REFLEXO DA SOCIEDADE OU FATO SOCIAL Diante de várias tentativas de modificar a Geografia junto a definição do espaço ligada aos filósofos e geógrafos ainda sim havia um questionamento sobre o espaço ser um membro da sociedade tal espaço foi algo de discussões de inúmeros geógrafos a fim de chegarem numa nova conclusão a que o espaço recebe de forma positiva as modificações ligadas a imposição do homem porém o espaço neste ponto de vista mostra a capacidade do homem fazer aquilo que bem entender O conceito que o espaço poderá impor se no individuo junto a sociedade e suas regras torna se nulo Tal visão é ligada a um contexto histórico que mostra que cada pessoa não tem a visão sobre o espaço em que habita onde na verdade a visão acontece baseada na posição em que a pessoa se encontra num determinado momento O espaço se transforma devido a ação humana porém vale a pena ressaltar que tal característica não refere se apenas à ação do homem mas sim ligada a características naturais geradas pela ação dos indivíduos CAPÍTULO 12 O ESPAÇO UM FATOR As formações sociais se sucedem com o passar dos anos através das cidades imigrações e junto com a dominância entre outros pontos ligados a análise geográfica A tendencia cumulativa influencia a direção dentro de um país e dentro de países subdesenvolvidos esse fator é destacado com mais frequência Enquanto uma região é desenvolvida a outra precisa desenvolverse sendo chamada de subdesenvolvida O espaço passa por diversas características próprias no decorrer dos anos tais características formam se dentro do contexto geográfico e nos mostram onde podemos chegar e como nossos antepassados conseguiram superar crises ou guerras CAPÍTULO 13 O ESPAÇO COMO ESTÂNCIA SOCIAL Muitos geógrafos discriminaram a sociedade pois consideravam apenas as relações econômicas políticas e a psicologia do homem As formas de classificação fizeram o espaço ser parte da instancia social O espaço tem autonomia e não é um agente passivo no desenvolvimento de uma sociedade tal fator foi esquecido pela geografia que cresceu a cada dia porém precisa de estuar mais os estados e suas características políticas e históricas a fim de desmistificar as teorias passadas Tal espaço serve de teatro para que a desigualdade se desenvolva sobre eles as regiões pessoas e sua estrutura são construídas junto com o tempo e numa ação subordinada à economia Tal fato faz com que reneguemos o espaço que utilizamos e com isso haja o desenvolvimento da desigualdade futura CAPÍTULO 14 EM BUSCA DE UM PARADIGMA Os pesquisadores fazem estudos para criar novos paradigmas que serão usados para as pesquisas e através de tais conceitos possam verificar como são as comunidades bem como seus conceitos impostos pelas comunidades científicas aplicando assim teorias para a correção de erros provenientes da Geografia Os geógrafos mais novos veem que não podemos nos apegar a definições antigas mas sim as novas a fim de alcançar a sabedoria necessária para lecionar a geografia e seus conceitos de forma correta Os novos padrões devem ser colocados no ensino da Geografia pois é a partir deles que chegaremos aos conceitos corretos e seus conceitos passam a adotar uma nova visão sobre o mundo e seus impactos em cada local A geografia quantitativa não deve ser considerada um paradigma uma vez que ela oferece o conceito sobre a realidade contudo tal conceito pode ser mais bem visto sob a ótica da interdisciplinaridade CAPÍTULO 15 O ESPAÇO TOTAL DE NOSSOS DIAS O homem passa por modificações diárias e o papel da geografia é deixado de lado nessas modificações As novas técnicas exploratórias para a organização do espaço são esquecidas o que confronta com as ideias antigas sobre o estudo de geografia O homem passa a se organizar a fim de aumentar a renda bem como sua condição de vida levando assim ao estudo da sociedade e seu impacto na vida dos homens Para que haja o crescimento entre os homens é necessário que estes tenham os meios de produção corretos bem como suas mudanças ligadas a economia evolução e componentes históricos estejam andando juntas para que a geografia seja corretamente estudada e tenha sentido pleno de pesquisa ligada a parte comercial junto a evolução humana em um certo período Coma evolução científica e tecnológica a geografia consegue expandir se melhor o que acarretará um estudo fidedigno por parte dos cientistas que a levará a um novo patamar ligado a globalização CAPÍTULO 16 O ESTADO E O ESPAÇO O ESTADO NAÇÃO COMO UNIDADE GEOGRÁFICA DE ESTUDO Com o início do capitalismo a globalização foi um fenômeno violento que fez crescer as barreiras sociais ligadas aos problemas que o estado vem enfrentando atualmente Tal estado se prolifera para atender as necessidades da gigante onda capitalista que levou as empresas a possuírem maior poder e fortalecerem a economia O estudo é primordial para os países de terceiro mundo pois há a necessidade em explicar como os fenômenos geográficos se inseriram dentro de um contexto considerado histórico e ligado a economia por assim dizer Com a unificação mundial o capitalismo gera desigualdade que está presente no mundo sob a forma como as riquezas são distribuídas na atualidade CAPÍTULO 17 NOÇÕES DA TOTALIDADE DE FORMAÇÃO SOCIAL E A RENOVAÇÃO DA GEOGRAFIA O autor salienta que a melhor forma para compreendermos a geografia é a análise das transformações ligadas aos fatos anteriores sendo esses ligados a fatos antigos e atuais A noção de totalidade dada pelo capitalismo é de suma importância para a compreensão da geografia pois é através dela que os alunos compreenderão questões simples como a miséria a fome as desigualdades mundiais e a má distribuição da renda mundial Ao estudar as relações sociais teremos como argumentar sobre os acontecimentos ligados a geografia bem como suas consequências no nosso ambiente CAPÍTULO 18 NOÇÃO DO TEMPO NOS ESTUDOS GEOGRÁFICOS As inovações tecnológicas são objeto de estudo na geografia atual As teorias utilizadas na atualidade são a subtração das teorias consideradas errôneas na antiguidade fazendo assim com que o povo tenha maior conhecimento sobre sua história e seus desfechos na antiguidade A técnica de estudo da geografia atual compreende no estudo das semelhanças diferenças verificação dos resultados ligados às análises físicas das terras e do tempo espaço junto as suas consequências no mundo atual O espaço não poderá ser estudado sem uma noção de tempo pois assim tal pesquisa se perderá e acarretará um buraco no espaço que se tange aos tempos atuais Cada espaço possui seus subespaços dotados de características únicas como seu desenvolvimento características de lugar e a consequência das modificações exteriores na sua totalidade