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Agronomia ·

Fisiologia Vegetal

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Principais Doenças do Arroz no Brasil Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária\nEmpresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA\nCentro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijão - CNPAF\nGoiânia, GO\n\nPRINCIPAIS DOENÇAS DO ARROZ NO BRASIL\n3ª edição revista e atualizada\nAnne Sitarama Prabhu\nIvan Paulo Bedendo\nMarta Cristina Filippi\n\nEMBRAPA-CNPAF\nÁrea de Publicações e Audiovisuais\nGoiânia, GO\n1995 EMBRAPA-CNPAF. Documentos, 2.\n1ª impressão: janeiro 1982.\nReimpressão: julho 1984.\n2ª edição: setembro 1990.\n3ª edição: setembro 1995.\n\nComitê de Publicações\nLuis Fernando Stone (Presidente)\nEditoria e Programação Visual\nMarina Biava (Coordenação)\nFabiano Severino\nLauro Pereira da Mota\nSebastião José de Araújo\nSinábio de Sena Ferreira\n\nNormalização Bibliográfica\nAna Lúcia D. de Faria\n\nExemplares deste documento devem ser solicitados ao:\nCentro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijão - CNPAF\nRodovia Goiânia/Santo Antônio de Goiás, km 12\nCaixa Postal 179\nFone: (062) 212-1999\nFax: (062) 212-2960\nE-mail: cnpa@cnpaf.embrapa.br\n74001-970 Goiânia, GO\n\nTiragem: 5.000 exemplares.\n\nPRABHU, A.S.; BEDENDO, I.P.; FILIPPI, M.C. Principais doenças do arroz no Brasil. 3.ed.rev.atual. Goiânia: EMBRAPA-CNPAF, 1995. 43p. (EMBRAPA-CNPAF. Documentos, 2).\n\nISSN: 0101-9716.\n\n1. Arroz - Doença - Brasil. I. BEDENDO, I.P., colab. II. FILIPPI, M.C., colab. III. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijão (Goiânia GO). IV. Título. V. Série.\n\nCDD 633.1893\n© EMBRAPA, 1982. APRESENTAÇÃO\n\nEsta é a terceira edição deste documento que foi elaborado com a finalidade de servir como guia prático para o reconhecimento das principais doenças da cultura do arroz, como também daquelas de ocorrência esporádica no Brasil, sendo dirigido a engenheiros-agronomos, extensionistas e agricultores.\n\nA diversidade climática e a expansão das áreas de cultivo com cultivares melhoradas para rendimento podem proporcionar condições favoráveis ao estabelecimento de epidemias dessas doenças endêmicas.\n\nAlém da descrição dos sintomas característicos das doenças e dos aspectos gerais de controle, também foram incluídas fotomicrografias de estrutura de fungos, a fim de facilitar sua identificação em exames de laboratório. Em caso de dúvidas quanto ao diagnóstico das doenças, recomenda-se coletar o material e enviá-lo para a EMBRAPA-CNPAF ou para outros órgãos de pesquisa.\n\nInclui ainda os meios de controle recomendados para as principais doenças de arroz em condições de sequeiro e irrigado. Nesta edição, os nomes científicos dos causadores das doenças foram atualizados.\n\nSegundo estimativas da FAO, os insetos, doenças e ervas daninhas causam prejuízos nas principais culturas em torno de 35%, sendo 12% relacionados às doenças. Os danos causados pelas principais doenças de arroz no Brasil ainda são muito significativos. O arroz constitui-se numa das principais fontes de alimento básico e requer tecnologias melhoradas de manejo das doenças para manter o aumento de produtividades obtidas com o uso de novas cultivares, desenvolvidas pela EMBRAPA-CNPAF em colaboração com outras entidades de pesquisa no País.\n\nHomero Aidar\nChefe do CNPAF SUMÁRIO\n\nBRUSONE ................................................... 7\nMANCHA-PARDA (HELMINTOSPORIOSE)........ 15\nESCALDADURA-DA-FOLHA (RINCOSPORIOSE)... 19\nMANCHA-ESTREITA (CERCOSPORIOSE) ........ 23\nQUEIMA-DAS-GLUMELES ................................ 25\nFALSO-CARVÃO ........................................... 27\nMAL-DO-COLO .............................................. 29\nPONTA-BRANCA ........................................... 33\nNEMATÓIDE FORMADOR DE GALHAS ............ 35\nQUEIMA-DAS-BAINHAS ................................... 37\nFUNGICIDAS INDICADOS PARA APLICAÇÃO NA PARTE AÉREA ........................................... 40\nFUNGICIDAS INDICADOS PARA TRATAMENTO DE SEMENTES .............................................. 41\nCULTIVARES DE ARROZ DE SEQUEIRO E GRAU DE RESISTÊNCIA À BRUSONE ............ 42\nCULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO E GRAU DE RESISTÊNCIA À BRUSONE ...................... 43 PRINCIPAIS DOENÇAS DO ARROZ NO BRASIL\nAnne Sitarama Prabhu1\nIvan Paulo Bedendo2\nMarta Cristina Filippi3\n\nBRUSONE\n\nCausada pelo fungo Pyricularia grisea, anteriormente denominado Pyricularia oryzae (Fig. 1), a brusone é a principal doença do arroz, tanto de sequeiro como no irrigado. Os prejuízos são significativos nas cultivares suscetíveis quando as condições climáticas são favoráveis. A doença afeta toda a parte aérea da planta incluindo as folhas, os nós do colmo, as bainhas e várias partes das panículas.\n\nFIG. 1. Esporos de Pyricularia oryzae.\n\n1 Pesquisador, Ph.D., EMBRAPA - Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijão (CNPAF), Caixa Postal 179, 74001-970 Goiânia, GO.\n2 Professor, Dr., USP - Escola Superior de Agricultura \"Luiz de Queiroz\" (ESALQ). Caixa Postal 9, 13418-900 Piracicaba, SP.\n3 Pesquisador, M. Sc., EMBRAPA-CNPAF. Nas folhas, aparecem inicialmente pequenos pontos castanhos, que logo aumentam de tamanho formando lesões que atingem até 2,0 cm de comprimento por 0,5 cm de largura. As manchas típicas são elípticas, ou seja, em forma de olho, com centro geralmente cinza (Fig. 2) e as bordas de cor marrom, às vezes circundadas por um halo amarelado. Com o aumento do número e do tamanho, as manchas podem juntar-se, queimar a área foliar (Fig. 3) e provocar a morte das plantas na fase vegetativa (Fig. 4). FIG. 4. Morte de plantas pela brusone.\nInfecções em outras partes da planta incluem aurícula e ligula (Fig. 5) da folha bandeira e nós do colmo, que apresentam manchas de cor marrom (Fig. 6), principalmente em arroz irrigado. Manchas semelhantes às lesões nas folhas aparecem nos colmos (Fig. 7), na fase de maturação, em arroz de sequeiro. O fungo causa necrose total da parte atingida, impedindo a circulação da seiva. Os cachos de colmos infectados são chochos e brancos. FIG. 6. Brusone nos nós dos colmos.\nFIG. 7. Brusone nos colmos e nos entre nós.\nA infecção do nó da base da panícula é mais conhecida como brusone do pescoço ou anel de pescoço (Fig. 8). Os cachos atacados logo após a emissão e até a fase leitosa serão totalmente chochos, enquanto aqueles atacados mais tarde sofrem redução no peso dos grãos. FIG. 8. Brusone no pescoço da panícula.\n\nA brusone afeta também todas as ramificações dos cachos, provocando a formação de grãos chochos nas partes atacadas (Fig. 9).\n\nFIG. 9. Brusone nas ramificações da panícula.