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PREFÁCIO DA 2ª. EDIÇÃO Esta nova versão dos "PROCEDIMENTOS PARA EXAME ANDROLÓGICO E AVALIAÇÃO DE SEMEN ANIMAL" é decorrência natural da evolução tecnológica e dos interesses nacionais e internacionais quanto a agilização da produção e fracionamento de produtos biotecnológicos. O M.A., sensível aos apelos da indústria nacional, juntamente com o CBRA e a ASBIA, acordaram em reunir técnicos e especialistas encarregados de organizar a presente atualização, conciliando-a, de forma particular, aos acordos do MERCOSUL. Em adição, o M.A., democraticamente, submeteu aos participantes da reunião o texto da Portaria específica que regulamentará a matéria, permitindo o debate e a inclusão de melhoramentos. Tudo isto ilustra o alto nível das diretrizes que emanaram do M.A., valorizando, simultaneamente, os esforços dos especialistas brasileiros, das empresas e das associações que representam, de fato, CBRA e ASBIA. Graças a todo esse esforço, o M.A. promulgou a Portaria SDR 26 de 5/09/1996, disciplinando a matéria. Cada nova edição forma naturalmente uma expectativa, trazendo consigo suas próprias experiências e dúvidas, buscando colaboração entre os setores envolvidos e seus respectivos técnicos, numa luta constante de se manter em nível atualizado. Assim, alguns dados da edição foram aprimorados e a presente obra incorpora algumas das sugestões mais comuns da edição anterior. A primeira edição foi extremamente feliz em alcançar seus objetivos, embasando o crescimento da Andrologia Veterinária e a divulgação do Manual. O presente enfoque procura manter o alto nível dos requisitos técnicos apresentados, e mais do que tudo, vem dar uma visão atualizada dos interesses da sociedade, que vem servir como subsídio às disposições pioneiras do Ministério da Agricultura e Abastecimento. É importante frisar que várias modificações foram implantadas ao longo destes anos, tornando esta edição diferente e mais participativa, explicando-se cada fato novo contemplado no paralelismo para o que acontecia anteriormente. As modificações contidas neste Manual destinam-se ao uso pelos profissionais responsáveis pela análise de sêmen e de reprodutores, à campo ou nos estabelecimentos industriais, como também para nortear as ações dos Fiscais do Ministério da Agricultura e Abastecimento. Espero que o CBRA tenha se desincumbido a contento da missão que lhe foi atribuída pelo M.A., atendendo aos anseios das Empresas do país, assim como aqueles dos especialistas que atuam na área. Na oportunidade registram-se aqui os agradecimentos a toda Comissão de Andrologia e aos consultores ad hoc pelo magnífico trabalho, extensivo aos funcionários do CBRA, e a todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para viabilização deste Manual. Finalmente deve ser registado que esta obra necessita de constante atualização, sendo encorajada críticas e sugestões. LUIZ EUSTÁQUIO LOPES PINHEIRO PRESIDENTE DO CBRA Editado por: Colégio Brasileiro de Reprodução Animal Alameda das Princesas, 1 7 7 5 , Bairro São José 31 275-180 - Belo Horizonte - MG Fone: (031)491 7 1 2 2 Fax: (031)491 7026 cbra@sebrenet.com.br http://www.sebrae-mg.com.br/puorcino/cbra.htm TODOS OS DIREITOS RESERVADOS ê proibida a reprodução total ou parcial de qualquer forma ou por qualquer meio, salvo com autorização por escrito da Presidência do CBRA. Depósito legal na Biblioteca Nacional, conforme Decreto n° 1825, de 20.12.1987. FICHA CATALOGRAFICA M294 Manual para exame andrológico e avaliação do sêmen animal / Colégio Brasileiro de Reprodução Animal, 2. - ed. - Belo Horizonte : CBRA, 1998 . 4 9 p . ; il. 1 Andrologia veterinária. 2. Sêmen - Exame. I. Colégio Brasileiro de Reprodução Animal. II. Título. CDD - 636.089 291 SUMÁRIO Prefácio da 2ª. Edição..................................................................................................................................... 6 1. INTRODUÇÃO AO EXAME ANDROLÓGICO................................................................................... 7 1.1. Fundamentos ................................................................................................................................................. 7 1.2. Indicações .......................................................................................................................................................... 7 1.3. Tópicos e roteiro ........................................................................................................ ....................................... 7 1.3.1. Identificação caligráfica ........................................................................................................................... 7 1.3.2. Exame clínico ............................................................................................................................................ 7 1.3.3. Espermiograma ............................................................................................................................................ 7 1.3.4. Diagnóstico e conclusão .......................................................................................................................... 7 2. EXAME NDROLOGICO......................................................................................................................... 8 2.1 Identificação ..................................................................................................................................................... 8 2.2. Exame clínico .................................................................................................................................................. 8 2.2.1 Anamnese ou história clínica ................................................................................................................. 8 2.2.2. Exame clínico geral ................................................................................................................................. 8 2.2.3. Exame do sistema genital ......................................................................................................................... 8 2.2.4. Comportamento sexual e líbido ............................................................................................................. 9 2.3 Espermiograma .................................................................................................................................................. 9 2.3.1 Celula de sêmen ......................................................................................................................................... 9 2.3.2. Características físicas do ejaculado ....................................................................................................... 9 2.3.3. Características morfológicas dos espermatozoides .......................................................................... 10 2.4. Métodos complementares ............................................................................................................................. 11 2.5. Testes de termorresistência .................................... ....................................................................................11 2.6 Morfologia do sêmen ........................................................................................................................................13 2.7. Gionicótico ....................................................................................................................................................... 17 2.8 Diagnóstico e conclusão .................................................................................................................................. 17 3. PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO ANDROLÓGICA POR ESPÉCIE E PADRÕES PARA JULGAMENTO DE SÊMEN DE DOADORES ...................................................... 19 3.1 Bovinos ............................................................................................................................................................... 20 3.2. Equínos ............................................................................................................................................................... 28 3.3. Caprinos ............................................................................................................................................................ 31 3.4. Ovínos ................................................................................................................................................................ 33 3.5. Suínos ............................................................................................................................................................... 43 3.6 Caninos ..............................................................................................................................................................45 4. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA ......................................................................................................... 46 5. ANEXOS ................................................................................................................................................................. 46 Anexo - 1 Protocolo para certificação de exame andrológico ................................................................ 46 Anexo - 2 Laudo de exame do sêmen congelado .........................................................................................47 Anexo - 3 Solução formal - salina .........................................................................................................................48 Anexo - 4 Técnica de coloração de espermatozoides .......................................................................................49 1. INTRODUÇÃO AO EXAME ANDROLÓGICO 1.1. FUNDAMENTOS A avaliação da aptidão reprodutiva de um macho destinado a reprodução fundamenta-se na observação da SAÚDE GERAL, SAÚDE HEREDITÁRIA, SAÚDE GENITAL, POTENTIA COEUNDI e POTENTIA GENERANDI. 1.2. INDICAÇÕES - seleção e comercialização de reprodutores; - avaliação do potencial reprodutivo pré-estação de monta; - diagnóstico de sub ou infertilidade; - diagnóstico de ocorrência da puberdade; - preservação de sêmen "in vitro"; - outras 1.3. TÓPICOS E ROTEIRO Os tópicos abaixo relacionados são os considerados mínimos necessários em qualquer laudo de exame andrológico completo. Dados complementares poderão ser fornecidos a critério do técnico responsável pelo mesmo. 1.3.1. IDENTIFICAÇÃO DETALHADA: - do animal - do proprietário e propriedade 1.3.2. EXAME CLÍNICO: - anamnese geral do sistema genital (prepúcio, pênis, glândulas anexas, partes tubulares, testículos, epidídimos e escroto) - do comportamento sexual (libido) e índice 1.3.3. ESPERMOGRAMA - método de coleta do ejaculado - características físicas do ejaculado - características morfológicas dos espermatozoides - outros elementos 1.3.4. DIAGNÓSTICO E/OU CONCLUSÃO 2. EXAME ANDROLÓGICO 2.1 - IDENTIFICAÇÃO Deve conter informações sobre o proprietário/propriedade e o animal. Do proprietário/propriedade interessa saber o nome, o endereço, telefone e/ou fax. Do animal, anota-se a espécie, o nome, a tatuagem, o número de registro, a data de nascimento, a raça, o peso e a filiação. A inclusão de sinais externos que identifiquem o reprodutor é aconselhável. 2.2 - EXAME CLÍNICO 2.2.1. ANAMNESE OU HISTÓRIA CLÍNICA Deve ser dirigida de acordo com o motivo do exame, a ser registrado no laudo. A anamnese deve contemplar dados relativos ao indivíduo, a outros contemporâneos do rebanho, ao estabelecimento e ao manejo a que estão submetidos os animais da propriedade. Entre outros, poderão ser questionados os seguintes itens, no seu todo ou em parte, a depender do caso em particular: a) regime de atividade sexual (monta natural / doador de sêmen); b) frequência de ejaculação; c) número de fêmeas cobertas pelo reprodutor; d) incidência de coberturas falhantes, índices de Natalidade; e) ocorrência de doença venérea; f) ocorrência de doenças gerais (grupo familiar); g) tratamentos aos quais foram submetidos; h) atividade sexual nos cruzamentos; i) condições sanitárias e reprodutivas do rebanho; j) data e condições da aquisição e procedência do reprodutor; 2.2.2. EXAME CLÍNICO GERAL Através da inspeção, em estação e em movimento, deve-se fazer uma avaliação dos sistemas nervoso, respiratório, circulatório, digestivo e locomotor, com verificação da condição das aplomas, articulações e cascos, assim como da condição corporal. Caso haja suspeita de alteração num dos sistemas, o exame clínico deverá ser aprofundado, exigindo outros procedimentos semiológicos. Uma atenção especial deverá ser dada à existência de defeitos hereditários. 2.2.3. EXAME DO SISTEMA GENITAL Para o exame dos órgãos externos utiliza-se a inspeção e a palpação, podendo ser complementado com a ultra-sonografia. Verifica-se a presença de dimensões, a consistência, a simetria, a mobilidade das partes do sistema genital, além da compatibilidade das mesmas com o desenvolvimento corporal e a idade, registrando-se quaisquer alterações encontradas. a) ESCROTO O escroto e seu conteúdo deve ser examinado com o animal em estação. Considera-se, inicialmente, as condições da pele quanto à existência de lesões (ectoparasitas, verrugas, ferimentos, cicatrizes, abcessos), mobilidade, sensibilidade, espessura, temperatura e aderências. Qualquer alteração de forma deve ser registrada. b) TESTÍCULOS Para a avaliação adequada, os testículos deverão ser imobilizados, um ao lado do outro, levemente tracionados junto ao escroto distendido. Devem ser consideradas as seguintes características: - forma: oval, alongada. - simetria: devem ser simétricos quanto ao tamanho e a forma. - consistência: deve ser tensa-elástica, com variações desde flácida até firme. - mobilidade: considerando que os mesmos estão recobertos por uma dobra do peritônio (túnica vaginal visceral), podem deslizar dentro do escroto, os quais, por sua vez, estão recobertos internamente por dobra de peritônio (túnica vaginal parietal), ambas fixadas às fáscias e ao músculo cremaster. Os testículos são móveis nos dois sentidos, dentro dos limites fisiológicos do animal. - sensibilidade: não deverão existir sinais de dor ao toque ou à ligeira pressão com os dedos. A interpretação deste exame deve ser cuidadosa. É necessário diferenciar a sensibilidade típica de animais mais simples do próprio do animal. - posição: os testículos deverão ser, ao mesmo tempo, centrais e simétricos, dentro do saco escrotal, sensivelmente em nível. A posição está alterada nos casos de torção do cordão espermático, alteração da posição e da temperatura corporal, ataxia e desnível ou descensão. A posição normal deve ser respeitada na direção lateral às cordas. - tamanho e biometria testicular: a atenção do tamanho testicular pode ser considerada sob dois aspectos seleção de indivíduos de maior volume testicular e diagnóstico de alterações. São aferidos o perímetro e/ou largura escrotal. Medidas adicionais de comprimento (excluindo o epidídimo), largura e espessura (altura) dos testículos podem complementar o laudo, de acordo com as características anatômicas de cada espécie. Estas medidas podem ser feitas através de fita métrica ou com auxílio de paquímetro. Uma maior precisão de algumas medidas pode ser conseguida através da ultra-sonografia. O tamanho testicular sub-adulto pode ser afetado pela idade, podendo alguns fatores afetar estas varições, como por exemplo: raça, sistemas de criação, peso corporal, processos inflamatórios, subnutrição, anormalidades de desenvolvimento adquiridos ou congênitos hereditários ou não, entre outros. c) EPIDÍDIMOS Constituídos por cabeça, corpo e cauda, estão ajustados aos testículos pelo mesepidídimo e ligamento testicular próprio. De modo geral, os itens para avaliação dos epidídimos são os mesmos utilizados para exame testicular, resguardados os aspectos de forma, tamanho e posição, característica de cada espécie. d) CORDÕES ESPERMÁTICOS Este exame é restrito a algumas espécies. O aumento de volume dos cordões espermáticos pode indicar a existência de cistos, varicocele ou processos inflamatórios. O encurtamento afeta a posição testicular, assim como a incapacidade de retração pode prejudicar a termo-regulação testicular. Considerar a adequação do grau de distensão dos cordões espermáticos com a condição climática no momento do exame. e) PREPÚCIO Deve ser examinado lateralmente. Considera-se a situação da pele e tecido subcutâneo quanto a presença de aumentos de volume, de temperatura, existência de ferimentos ou cicatrizes. O óstio prepucial deverá permitir a passagem livre do pênis e a mucosa deverá ser criteriosamente examinada. O tamanho e a forma do prepúcio apresentam características peculiares a cada espécie ou sub-espécie. f) PÊNIS Considerar a avaliação clínica do pênis em repouso (retraído) e exposto (após excitação sexual). Verifica-se tamanho, mobilidade, mucosa, secreções e presença de anormalidades. g) GENITÁLIA INTERNA Deve-se avaliar as ampôlas dos canais deferentes, glândulas vesiculares, próstata e bulbo uretral. Dependendo da espécie de animal doméstico, algumas destas glândulas poderão não estar presentes. Assim, ao que corresponde à espécie, a avaliação poderá ou não ser realizada nesses órgãos. Levar em consideração a importância da palpação dessas glândulas pelo local onde se situam e sua atividade espermatogênica em animais domésticos. O exame poderá ser feito por palpação retal e/ou ultra-sonografia trans-retal ou abdominal. 2.2.4. COMPORTAMENTO SEXUAL e ÍNDOLE O comportamento sexual é avaliado fundamentalmente através da verificação da líbido e da execução das fases da cópula, quando o reprodutor está diante de uma ou mais fêmeas em cio. O tempo de avaliação de cada reprodutor individualmente tem que ser adaptado à espécie em avaliação. Para interpretação, não deixar de levar em conta as características do comportamento sexual de cada espécie, como duração e atitudes tomadas durante o período de pré-cobrição e particularidades na execução da cópula. A líbido é manifestada pelos sinais de interesse e excitação pela fêmea culminando com a cópula. A líbido pode, em parte, ser quantificada através do registro da frequência de ocorrência das atitudes em relação ao tempo decorrido desde o primeiro contato do macho com a(s) fêmea(s) até a manifestação das mesmas (Ex.: tempo até aproximação, ereção, ejaculação). O escore final para a líbido pode vir explícito no laudo, desde que acompanhado de informações que permitam sua interpretação. A incapacidade de executar a monta pelo reprodutor deve ser registrada de forma clara e objetiva no laudo. As fases da cópula devem ser avaliadas separadamente (excitação, aproximação, ereção, protrusão, monta, intromissão, propulsão e ejaculação, descida e epílogo).