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Produza um plano de aula sobre a obra de Jorge Amado titulado como capitães de areia Contendo objetivo geral especifico conteúdos e metodologias De forma que tenha 5 momentos e avaliação de aprendizagem Voltado para o 7 ao 9 ano do ensino fundamental E faça para mim 2 laudas de forma critica os textos de Guimarães e Veloso da Terceira margem do Rio httpswwwyoutubecomwatchvF0lVCkynWY musica Caetano Veloso RESOLUÇÃO PLANO DE AULA ANO 7º ANO DURAÇÃO 1 aula 50 minutos TEMA Infância marginalizada e crítica social na literatura brasileira na obra de Jorge Amado Objetivos Geral Promover uma leitura crítica e reflexiva da obra Capitães da Areia de Jorge Amado relacionandoa ao contexto histórico social e cultural do Brasil com ênfase na realidade de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social Específicos Compreender o enredo e os personagens principais da obra Discutir temas como exclusão infância marginalizada e justiça social Estimular a empatia a análise crítica e a produção textual Conteúdos Literatura brasileira Jorge Amado Caracterização de personagens e análise de enredo Contexto histórico década de 1930 no Brasil Temas transversais desigualdade infância justiça e cidadania Produção oral e escrita debate carta e diário Metodologia 1º MOMENTO Contextualização e sensibilização Atividade Apresentação do autor Jorge Amado e da obra via slides e vídeos curtos Discussão dirigida Quem são os meninos de rua hoje Objetivo Aproximar o aluno da temática e estimular o interesse pelo livro 2º MOMENTO Leitura compartilhada e rodas de conversa Atividade Leitura em grupo de trechos selecionados da obra Roda de conversa Reflexões sobre os personagens Pedro Bala Dora Professor e suas vivências Com o fito de desenvolver a crítica dos alunos e a compreensão a respeito do que foi lido 3º MOMENTO Análise crítica e produção de sentidos Atividade Grupos analisam diferentes capítulos e apresentam para a turma dramatizações resumos visuais ou desenhos Discussão mediada Como a sociedade contribui para a exclusão dos personagens 4º MOMENTO Produção textual criativa Atividade Escrita de uma carta endereçada ao Pedro Bala Revisão coletiva Uso de critérios de coesão coerência e ortografia Objetivo Estimular a escrita com base em perspectivas críticas e criativas 5º MOMENTO Debate e fechamento Atividade Debate sobre Direitos da Criança e do Adolescente com base na realidade dos Capitães da Areia Objetivo Encerrar com reflexão ativa sobre o papel social da literatura Avaliação Participação ativa nas rodas de conversa e debates Análises apresentadas em grupo Qualidade textual das produções escritas Recursos Utilizados Cópias de trechos selecionados da obra Capitães da Areia Slides com informações sobre Jorge Amado Vídeos documentais e trechos de adaptações cinematográficas Quadro branco marcadores cartolinas canetas coloridas Cópias do Estatuto da Criança e do Adolescente ECA Fichas de leitura e roteiro de produção textual Referências AMADO Jorge Capitães da areia Editora Companhia das Letras 2008 BRASIL Ministério da Educação Base Nacional Comum Curricular BNCC 2017 FÁVERO Osmar MEB movimento de educação de base primeiros tempos 1961 1966 In ENCONTRO LUSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO 5 2004 Anais Évora Portugal 2004 TEXTO CRÍTICO A terceira margem do rio conto de Guimarães Rosa é uma das narrativas mais enigmáticas da literatura brasileira O conto em apreço compõe o volume das primeiras estórias do autor supracitado publicado em 1962 Demasiadamente distante de fornecer respostas diretas a obra faz um convite ao interlocutor para aprofundarse no campo simbólico e imagético da subjetividade e das múltiplas interpretações A partir da figura do pai que abandona a vida comum para viver solitário num pequeno barco no rio o autor constrói uma poderosa alegoria sobre o limiar entre o estar e o nãoestar o pertencer e o alienarse o falar e o calar O pai a figura central e silenciosa escolhe não mais habitar o espaço social mas também não se afasta por completo Permanece visível porém inacessível uma presençaausência que angustia e transforma seus familiares Um pai abandona família e fazenda e passa a vagar numa pequena canoa Em vão mulher filhos amigos protestam para que ele abandone o propósito de não mais voltar a viver no meio familiar Notase através do exemplo supracitado que o enredo desenrolase a partir da saída do pai A reação do filho que é também o narrador tornase uma jornada interior de não compreensão de espera e mais tarde de repetição do gesto paterno Esse aspecto cíclico é um dos elementos mais profundos do conto não se trata apenas de herança de comportamento mas de uma adesão inconsciente a uma forma de existir à margem de transitar num território ambíguo a terceira margem Nas leituras críticas de autores como Araújo 2007 Em O sentido do trágico em A terceira Margem do Rio o autor aborda a obra sob um viés formalista focalizando os estudos semânticos da linguagem literária as técnicas que são utilizadas pelos escritores entre outras peculiaridades dessa abordagem com o fito de definir os sentidos que são atribuídos à fala do autor do conto Ademais segundo Fuks 2022 José Miguel Wisnik afirmou em uma entrevista que a figura do pai é associada a um tipo de retirada do mundo que não é passiva mas ativa e enigmática Segundo Wisnik esse ato é quase uma negação radical da linguagem e da ordem do discurso gesto que nos obriga a confrontar os limites do que pode ser dito e compreendido Além disso No conto as águas do rio aparecem como grande símbolo universal de vida de fecundidade e de fertilidade a senhora como lhe chamou Bachelard Em A água e os sonhos 1989 o filósofo alude ao poder das águas como porta de entrada para os devaneios Certas formas nascidas das águas têm mais atrativos mais insistência mais consistência é que intervém devaneios mais materiais e mais profundos e nosso ser íntimo se envolve mais a fundo e nossa imaginação sonha mais de perto com os atos criadores BACHELARD 1989 p 22 Destarte a água abre caminhos à imaginação ao sonho ao devaneio Domínio do imaginário de poderes incontroláveis racionalmente A água em todas as religiões mitos e cosmogonias simboliza um elemento de regeneração e de criação dela nascem os mundos e todas as formas de existência Buhler 2006 Ainda segundo Buhler 2006 na composição narrativa o rio por aí se estendendo grande fundo calado que sempre ROSA 2001 p80 solta esses sentidos de sonhos e afetos que incitam à alma devaneadora do pai à realização integral de sua humanidade naquele sentido de cifra iniciática de vidamortevida simbolizada pelo sagrado das águas Ao longo da narrativa a figura paterna representa uma consciência em processo de transformação deslocandose gradativamente da linearidade do tempo histórico e profano para imergir numa dimensão mais profunda que transcende a existência Inicialmente descrito como um homem cumpridor ordeiro positivo ROSA 2001 p 79 alguém enraizado nas convenções e deveres da vida cotidiana o pai realiza uma ruptura radical ao se retirar silenciosamente para o rio assumindo uma existência à margem da lógica social e temporal Esse gesto não é apenas físico mas profundamente simbólico ao escolher habitar o espaço indefinido da terceira margem ele mergulha em um estado de devaneio que transcende o tempo cronológico Caetano Veloso por sua vez ao transpor o universo rosiano para o âmbito da canção mantém e amplia essa densidade simbólica Sua letra não explica mas ecoa Elementos como água da palavra asa parada agora e brasa da palavra constroem uma poética do silêncio em que a palavra é matéria e ausência é rio que corre entre margens simbólicas O pai chamado de pau enorme proa tora figurase como um elemento da natureza que participa do fluxo sem deixar de ser um enigma A repetição de nosso pai funciona como litania reforçando a ausência marcante que se transforma em presença mítica Ambos os textos se aproximam ao trabalhar a ideia de que a comunicação não se dá apenas pela fala mas pelo gesto pelo nãodito pelas marcas deixadas A canção de Caetano propõe à sua maneira uma leitura interpretativa do conto sem o fechar em significados únicos mas abrindoo a novas camadas sensoriais e simbólicas A imagem da clareira luz madura sugere um espaço de revelação que só é alcançado por aqueles que se permitem escutar a voz do rio ouvi ouvi ouvi a voz das águas O pai rosiano encarna uma espécie de alteridade radical alguém que rompe com o que se espera de um pai de um homem de um cidadão Ele se torna silêncio margem fluidez ausência que marca A terceira margem é portanto a do impossível do inabitável mas também do profundamente humano A música de Caetano torna essa dimensão ainda mais sensível transformando em ritmo e poesia aquilo que no conto é narrativa e enigma Portanto a força do diálogo entre Rosa e Veloso está em sua capacidade de transformar o silêncio em linguagem poética Ambos tratam de temas como a incomunicabilidade o luto simbólico a espera e o desejo de compreensão de um gesto que ultrapassa a lógica A terceira margem do rio nesse sentido é o espaço do mistério da escuta profunda e da dor amorosa uma margem que não se vê mas se sente entre as palavras e as águas REFERÊNCIAS ARAÚJO Elissandro L As águas turvas da terceira margem o trágico em A terceira margem do rio ASAS DA PALAVRA v 11 n 1 p 108113 2007 BACHELARD Gaston A água e os sonhos 1ed São Paulo Martins Fontes 1989 BUHLER Andréa de Morais Costa As margens do devaneio uma análise do conto A terceira margem do rio de João Guimarães Rosa Revista Graphos João Pessoa v 8 n 1 p 5962 2006 FUKS Rebeca A terceira margem do rio de Guimarães Rosa resumo e análise do conto 2022 Disponível em httpswwwculturagenialcomaterceiramargemdoriodeguimaraes rosa Acesso em 14042025 ROSA J Guimarães A terceira margem do rio In Primeiras estórias 50 ed Rio de Janeiro Nova Fronteira 2001

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areia Editora Companhia das Letras 2008 BRASIL Ministério da Educação Base Nacional Comum Curricular BNCC 2017 FÁVERO Osmar MEB movimento de educação de base primeiros tempos 1961 1966 In ENCONTRO LUSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO 5 2004 Anais Évora Portugal 2004 TEXTO CRÍTICO A terceira margem do rio conto de Guimarães Rosa é uma das narrativas mais enigmáticas da literatura brasileira O conto em apreço compõe o volume das primeiras estórias do autor supracitado publicado em 1962 Demasiadamente distante de fornecer respostas diretas a obra faz um convite ao interlocutor para aprofundarse no campo simbólico e imagético da subjetividade e das múltiplas interpretações A partir da figura do pai que abandona a vida comum para viver solitário num pequeno barco no rio o autor constrói uma poderosa alegoria sobre o limiar entre o estar e o nãoestar o pertencer e o alienarse o falar e o calar O pai a figura central e silenciosa escolhe não mais habitar o espaço social mas também não se 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pelos escritores entre outras peculiaridades dessa abordagem com o fito de definir os sentidos que são atribuídos à fala do autor do conto Ademais segundo Fuks 2022 José Miguel Wisnik afirmou em uma entrevista que a figura do pai é associada a um tipo de retirada do mundo que não é passiva mas ativa e enigmática Segundo Wisnik esse ato é quase uma negação radical da linguagem e da ordem do discurso gesto que nos obriga a confrontar os limites do que pode ser dito e compreendido Além disso No conto as águas do rio aparecem como grande símbolo universal de vida de fecundidade e de fertilidade a senhora como lhe chamou Bachelard Em A água e os sonhos 1989 o filósofo alude ao poder das águas como porta de entrada para os devaneios Certas formas nascidas das águas têm mais atrativos mais insistência mais consistência é que intervém devaneios mais materiais e mais profundos e nosso ser íntimo se envolve mais a fundo e nossa imaginação sonha mais de perto com os atos criadores BACHELARD 1989 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