·

Cursos Gerais ·

Português

Send your question to AI and receive an answer instantly

Ask Question

Preview text

A Utilização de Vídeos Didáticos nas Aulas de Química QUÍMICA NOVA NA ESCOLA 189 Vol 34 N 4 p 189200 NOVEMBRO 2012 Recebido em 09052012 aceito em 14092012 José Luiz da Silva Débora Antonio da Silva Cleber Martini Diane Cristina Araújo Domingos Priscila Gonçalves Leal Edemar Benedetti Filho e Antonio Rogério Fiorucci Este artigo tem por objetivo descrever uma experiência didática relacionada ao uso de vídeos como recurso didático para abordar o tema vidros numa perspectiva histórica e contextualizada no ensino médio A expe riência didática foi desenvolvida pelos bolsistas de um subprojeto de Química do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência PIBID para alunos de primeiras séries do ensino médio de duas escolas da rede pública A atividade foi desenvolvida em três etapas planejamento de ensino exibição e discussão dos vídeos e avaliação da sequência didática O planejamento resultou na seleção de três vídeos para exibição e na elaboração de questionário avaliativo A atividade desenvolvida foi uma experiência gratificante para os bolsistas do PIBID pois exigiu o desenvolvimento de habilidades como a de mediação necessária ao futuro professor e o recurso vídeo foi considerado motivador para a aprendizagem vidro audiovisual contextualização A Utilização de Vídeos Didáticos nas Aulas de Química do Ensino Médio para Abordagem Histórica e Contextualizada do Tema Vidros Programa InstItucIonal de Bolsa de InIcIação à docêncIa PIBId O ensino de química tem passado por momentos de intensa reflexão devido aos elevados índices de reprovação e evasão pois as aulas de química são vistas pelos alunos como algo maçante com memorização de conceitos e fórmulas apresentados nos livros didáticos Além disso sabemos que a escola deve trabalhar a realidade dos alunos e transformálos em cidadãos conscientes e que o processo de aprendizagem pode ser mediado pela ação do professor com o uso de novas metodologias que podem despertar o interesse em aprender a cada dia Callegario e Borges 2010 Contudo consideramos que esse ensino volta do para a cidadania coloca como um desafio aos professores não apenas pela mudança de metodologias mas também a necessidade pela busca de novos recursos e materiais didá ticos como apontam Pires et al 2010 p 1 tendo em vista as novas tendências do ensino de química que procuram enfatizar questões sociais econômicas políticas e históricas professores do ensino médio se deparam com a escassez de material didático principalmente para o aspecto histórico da química Nessa busca por recursos e materiais didáticos que faci litem um ensino voltado para a cidadania uma possibilidade é o uso de recursos audiovisuais pois o momento atual em que vive a sociedade contemporânea é caracterizado pela multiplicidade de linguagens e por uma forte influência dos meios de comunicação Nessa sociedade é importante que o professor entenda as linguagens do cinema da TV e do vídeo e que possa identificar suas potencialidades e peculiaridades Dessa forma é desejável que o professor esteja preparado para utilizar a linguagem audiovisual com sensibilidade e senso crítico de forma a desenvolver com seus alunos uma alfabetização audiovisual Mandarino 2002 uma vez que essa linguagem está fortemente presente no mundo contemporâneo sendo ainda o tipo de acesso midiático e tecnológico mais acessível às camadas populares Callegario e Borges 2010 Além disso a integração das tecnologias da informação e comunicação na sociedade moderna e a facilidade de se produzir e divulgar filmes digitais tornam as atividades baseadas no uso de vídeos cada vez mais recorren tes MarcelinoJr et al 2004 Vieira e MarcelinoJr 2010 De acordo com Resende 2008 p 1 a utilização de recursos audiovisuais vem sendo discutida há muito tempo e incorporada ao ensino de ciências como demonstram as publicações disponíveis na área e a produção constante de filmes e vídeos sobre temas científicos De acordo com o mesmo autor apesar de acervos de materiais audiovisuais didáticos de divulgação científica ou mesmo de filmes A Utilização de Vídeos Didáticos nas Aulas de Química QUÍMICA NOVA NA ESCOLA 190 Vol 34 N 4 p 189200 NOVEMBRO 2012 comerciais de ficção terem sido acumulados ao longo de mais de um século esses acervos não têm sido utilizados com objetivos distintos dos mais conhecidos como de ilustrar apresentar eou discutir ideias e conceitos científicos Uma importante e promissora possibilidade de uso desses acervos segundo esse autor ainda pouco explorada é discutir e ensi nar a história das ciências Nesse contexto Resende 2008 p 12 argumenta que o uso de filmes e vídeos antigos como recurso didático para ensinar história das ciências ou como fonte histórica para esta última permanece ainda bastante inexplorada Várias pesquisas reconhecem a importância do uso da história da ciência no ensino sendo vários desses trabalhos antigos alguns remontando ao fim do século XIX conforme descreve a revisão realizada por Pereira e Silva 2009 que apontam várias justificativas para o uso da história de uma ciência no ensino de ciências Fatos ligados à história têm sido sugeridos como alternativas visando possíveis melhorias no ensino de ciências Adicionalmente pesquisas recentes descri tas na literatura buscam relacionar o uso da história com objetivos de uma alfabetização científica que busque romper com as imagens deformadas da ciên cia Dentre as justificativas apresentadas podemos citar algumas tais como a pode ser motivadora b contradiz o cientificismo e o dogmatismo presente nos textos escolares c favorece a interdisciplinaridade d é um instrumento eficiente na oposição ao presen teísmo muito comum entre os jovens de hoje e pode contribuir para uma análise da diversidade cultural e f muitos fatos da história são do conhecimento dos alunos Pereira e Silva 2009 apud Rodrigues e Silva 2010 p 1 Segundo Rezende 2008 p 1 o ensino da história das ciências em sala de aula tem sido visto como uma forma de contextualização dos conteúdos e de discussão da natureza da ciência na visão dos alunos Baseado nos resultados de outras pesquisas esse autor afirma que essa visão ainda é em geral muito mitificada e orientada por noções positivistas neutralidade autonomia uni versalidade etc Isso acaba reproduzindo seja uma visão tecnicista descontextualizada e conteudista dos produtos das ciências seja uma concepção mítica da ciência como algo intrinsecamente sem história Santos e Mortimer 2000 p 138 afirmam que com uma visão de ciência como algo absolutamente verdadeiro e acabado os alunos terão dificuldade em aceitar a possi bilidade de haver mais de uma alternativa para resolver um determinado problema A prática do uso do vídeo como recurso pedagógico traz a possibilidade de utilizar não somente palavras mas também imagens MarcelinoJr et al 2004 Nesse aspecto vale ressaltar que os vídeos se utilizam de efeitos visuais gráficos animações legendas etc para reforçar uma mensagem veiculada por esse recurso audiovisual Além disso a estética das imagens pode ser atraente e também possibilitar a compreensão com mais facilidade Mandarino 2002 Os vídeos podem simular experiências por exem plo de química que sejam perigosas em laboratório ou que exigiriam muito tempo e recursos e até mesmo processos industriais Mandarino 2002 apud Arroio e Giordan 2006 a que os alunos normalmente não têm acesso O vídeo traz uma forma multilinguística de superposição de códigos e significações predominantemente audiovisuais apoiada no discurso verbalescrito partindo do concreto do visível do imediato A linguagem audiovisual desenvolve múltiplas ati tudes perceptivas pois solicita constantemente a imaginação Essa última premissa se baseia nas ideias de Morán 1995 A linguagem audiovisual desenvolve múltiplas atitudes perceptivas solicita constantemente a ima ginação e reinveste a afetividade com um papel de mediação primordial no mundo p 29 grifos nossos O vídeo é sensorial visual linguagem falada lin guagem musical e escrita Linguagens que interagem superpostas interligadas somadas não separadas Daí a sua força Somos atingidos por todos os sentidos e de todas as maneiras O vídeo nos seduz informa entretém projeta em outras realidades no imaginário em outros tempos e espaços p 28 grifos nossos Quanto à possibilidade de problematização de conceitos e desenvolvimento cognitivo dos alunos a partir do uso de recursos audiovisuais pelos educadores Vasconcelos e Leão 2010 p 2 afirmam o seguinte O profissional em educação que utiliza em sua prática metodológica recursos audiovisuais e do cotidiano dos alunos permite que haja o incentivo a problematização de conceitos satisfazendo as curiosidades dos alunos e necessidades reais ou imaginárias dos mesmos A mudança proporciona a criação de atividades mais atraentes e com uma maior atuação dos alunos seja na parte de produ ção de materiais para uso em sala de aula seja na apresentação de situações vivenciadas fora do âmbito escolar possibilitando um desenvolvimento cognitivo permitindo com isso novos interesses nos mesmos Apesar das vantagens desse recurso pedagógico e da difu são de videocassetes no âmbito escolar já ter ocorrido há mais de três décadas alguns fatores podem ter contribuído para a pouca utilização desse recurso como material pedagógico a inadequação das fitas de vídeos disponíveis no mercado para as necessidades dos professores a falta de preparação desses profissionais com recursos de multimídia e a carência de infraestrutura nas escolas MarcelinoJr et al 2004 No entanto sabemos que o vídeo ou a televisão por si A Utilização de Vídeos Didáticos nas Aulas de Química QUÍMICA NOVA NA ESCOLA 191 Vol 34 N 4 p 189200 NOVEMBRO 2012 só não garantem uma aprendizagem significativa sendo indispensável a presença do professor como interlocutor no processo de ensinoaprendizagem É ele com sua criativida de bom senso habilidade experiência docente que deve ser capaz de perceber ocasiões adequadas ao uso do vídeo No entanto criatividade bom senso e experiência não surgem do nada Mandarino 2002 É preciso portanto incentivar o uso do vídeo durante a formação inicial dos professores Vasconcelos e Leão 2010 p 2 apresentam alguns cui dados e aspectos a serem considerados quando o professor pretende utilizar o vídeo como recurso didático E devese ter em mente que o professor que se disponibiliza a utilizar o vídeo como recurso didático deve ter cuidado durante a exibição dos mesmos A interação que os alunos possam ter com o recurso vai depender de como a aula será desenvolvida após a exibição do mesmo quais impactos positivos ou negativos serão criados nos alunos e o objetivo principal se eles conseguiram aprender os concei tos ali trabalhados ou se pelo menos houve uma mobilização deles para trabalhar estes conceitos em atividades posteriores Sendo assim cabe ao profes sor saber como melhor utilizar o recurso visual para atingir os objetivos prédefinidos por ele a serem alcançados pelos alunos Considerando as vantagens de se utilizar o recurso didático vídeo no processo de ensinoaprendizagem a necessidade de formar futuros professores preparados para utilizar recursos multimídia em sala de aula e o fato de que do conhecimento dos autores esse recurso ainda não foi descrito para abordar o tema vidros visando a sua con textualização históricosocial na disciplina de Química no ensino médio o propósito deste artigo é apresentar um relato de experiência didática relacionada a esse tema mediada pelo uso do recurso didático vídeo Os objetivos da intervenção didática aqui descrita e analisada foram selecionar utilizar e avaliar o uso de vídeos como recurso di dático para abordagem histórica e contextualizada do tema vidros em turmas de 1ª série do ensino médio na disciplina de Química e oportunizar aos bolsistas do PIBID em formação inicial uma experiência de atuação na prática docente diferenciada da do ensino tradicional Descrição das atividades desenvolvidas A experiência didática foi executada com quatro momen tos distintos pesquisa e seleção dos vídeos planejamento de ensino exibição e discussão dos vídeos nas escolas e por último foi realizada uma avaliação da atividade quanto à utilização do recurso didático dos vídeos aprendizagem dos alunos e atuação docente dos bolsistas Como essa atividade representou a primeira atividade prática dos bolsistas do sub projeto de Química do PIBID nas escolas optamos por utilizar um recurso didático até aquele momento pouco utilizado na disciplina de Química das escolas e que em potencial pos sibilitasse uma prática diferenciada da do ensino tradicional Antes da fase de pesquisa e seleção dos vídeos foi dis ponibilizado pelo coordenador do projeto um referencial teórico sobre a história da química para os bolsistas Maar 1999 Strathern 2002 Alves et al 2001 Esse material bi bliográfico discute as artes práticas químicas desenvolvidas na Antiguidade incluindo as técnicas de fabricação do vidro nesse período histórico Inicialmente foram pesquisados e selecionados vídeos com uma abordagem histórica da química praticada na Antiguidade disponíveis na internet programas de televisão e DVDs de programas de divulgação científica Após essa etapa houve o planejamento de ensino que ocorreu durante quatro reuniões com duração de três horas cada dos bol sistas com o coordenador do subprojeto e duas reuniões de cada equipe de bolsistas com a supervisora responsável em cada escola conveniada Durante a fase de seleção dos vídeos foram discutidas também as diferentes funções e classificações ou modali dades vídeoaula motivador e apoio dos vídeos didáti cos segundo referencial teórico Arroio e Giordan 2006 MarcelinoJr et al 2004 assim como os critérios para seleção dos vídeos principalmente o tipo de linguagem adotada tempo de duração e a classificação Foi durante essa fase que bolsistas e coordenador decidiram pelo tema vidros devido à disponibilidade de vídeos abordando o assunto e a possibilidade de o tema ser discutido em uma perspectiva da história da química Segundo Arroio e Giordan 2006 p 10 vídeoaula moti vador e apoio são possibilidades válidas e potencialmente eficazes mas cada uma dessas modalidades pode se apresentar mais adequada a algum conteúdo específico ou situação concreta do processo de ensino O predomínio de uma dessas modalidades no vídeo dependerá da prática docente adotada e portanto de sua função de utilização das atividades Nessa experiência didática os autores optaram por selecionar vídeos com predomínio da modalidade vídeomotivador pois esse tipo de programa destina a um trabalho posterior a exibição da obra Além de apresentar conteúdos o vídeomotivador provoca questiona e desperta o interesse de quem o assiste Uma atividade em vídeo pode exercer funções bastante diversificadas no processo de ensinoaprendizagem como informativa motivadora expressiva avaliativa conceitual Os objetivos da intervenção didática aqui descrita e analisada foram selecionar utilizar e avaliar o uso de vídeos como recurso didático para abordagem histórica e contextualizada do tema vidros em turmas de 1ª série do ensino médio na disciplina de Química e oportunizar aos bolsistas do PIBID em formação inicial uma experiência de atuação na prática docente diferenciada da do ensino tradicional A Utilização de Vídeos Didáticos nas Aulas de Química QUÍMICA NOVA NA ESCOLA 192 Vol 34 N 4 p 189200 NOVEMBRO 2012 documental investigadora lúdica metalinguística e atitu dinal MarcelinoJr et al 2004 Devido ao propósito da intervenção didática de discutir o tema vidros numa perspec tiva contextualizada e da história da química optamos por selecionar vídeos com predomínio das funções informativa e motivadora Contudo não podemos ignorar que outras funções possam estar presentes nos vídeos selecionados como o lúdico em um dos vídeos que se utiliza do recurso de animação em boa parte de sua duração Um critério de seleção foi selecionar vídeos curtos pois vai ao encontro das conclusões de uma pesquisa realizada por Vasconcelos e Leão 2010 p 9 na qual os autores afirmam que a maioria dos alunos tem preferência em vídeos curtos animados e educativos A análise para seleção dos vídeos quanto à linguagem se basearam nos critérios propostos por Mandarino 2002 p 7 como A obra utiliza adequadamente os recursos da lin guagem audiovisual ou é apenas um discurso verbal ilustrado por imagens e acrescido de uma música de fundo Utiliza efeitos visuais gráficos animações legendas etc para reforçar a mensagem Os ele mentos da linguagem audiovisual são dosados evitando a monotonia e o cansaço A estética das imagens atrai e é compreendida com facilidade A linguagem verbal é coloquial regional formal ou científica Está ao alcance da faixa etária e do con texto social dos alunos Será necessário um trabalho prévio com alguns termos usados para que a obra possa ser compreendida Bolsistas e coordenador assistiram a quatro vídeos cujos nomes e descrições são descritos a seguir Vidros origem arte e aplicações Está disponível no DVD Programas de TV Química Nova na Escola produzido pela Divisão de Ensino da SBQ Kika de onde vem o vidro Esse vídeo faz parte de uma série de 20 programas de animação apresentada pelo canal TV Escola em que uma criança muito curiosa procura entender a origem das coisas de forma acessível e bemhumorada A química do fazer vidro Este é uma produção da Coordenação Central de Educação à Distância CCE AD da PUCRio É um episódio da série A química do fazer Vidros evolução aplicações e reciclagem Também está disponível no DVD Programas de TV Química Nova na Escola Os três primeiros vídeos listados foram selecionados con forme os critérios estabelecidos Posteriormente eles foram vistos pelas professoras supervisoras para avaliação Após estas considerarem apropriados para exibição aos alunos os bolsistas sob a supervisão do coordenador elaboraram um planejamento das atividades em sala de aula refletindo sobre os assuntos que seriam discutidos a sequência de apresentação dos três vídeos e os momentos de discussão dos vídeos e preenchimento dos questionários O planejamento da atividade proposta resultou na seleção de três vídeos para exibição e elaboração de um questionário avaliativo aplicado aos alunos Quadro 1 Para a exibição e discussão dos vídeos e preenchimento dos questionários foram planejadas duas horasaula em cada série A discussão do tema foi realizada focandose nos seguintes aspectos abordagem histórica importância do material no cotidiano questão ambiental da reciclagem dos vidros e curiosidades sobre os vidros O questionário elaborado com questões objetivas e dis cursivas foi dividido em quatro partes de modo a facilitar o preenchimento das respostas pelos alunos intercalando exibição e discussão de cada vídeo e preenchimento deste A experiência didática dos bolsistas foi avaliada por seus diários de campo da própria atuação e dos colegas redigidos segundo referencial de Bogdan e Biklen 1994 e por seus relatos e o das professoras supervisoras em reuniões posterio res de socialização da experiência Para análise qualitativa e quantitativa dos questionários foram adotadas as categorias conhecimentos de história da química CHQ conceitos e teorias de química CTQ e a análise do uso didático dos vídeos AUV As questões apresentadas no questionário receberão a sigla Q acompanhada do número correspondente à sua posição no questionário As questões Q1 Q2 Q3 e Q9 estão relacionadas à categoria CHQ enquanto as Q4 Q5 Q6 Q7 Q8 e Q10 à CTQ As duas últimas questões Q11 e Q12 pertencem à categoria AUV As questões Q2 Q3 Q5 Q6 e Q8 eram objetivas com uma única alternativa correta As questões relacionadas às categorias CHQ e CTQ fo ram elaboradas para verificar a aprendizagem dos conteúdos abordados pelos vídeos e nas discussões após exibição conduzidas pelos alunos bolsistas As questões Q11 e Q12 da categoria AUV possibilitaram verificar a frequência de uso do vídeo nas salas de aulas das escolas e a sua aceitação como recurso didático pelos alunos respectivamente A proposta de trabalho foi desenvolvida durante o ano de 2010 com 306 alunos de 1ª série do ensino médio do período matutino de duas escolas públicas aqui representadas pelas abreviações EEFVM e EEPTN Resultados e discussão A proposta de intervenção didática ou seja o planeja mento das aulas foi organizada de acordo com a seguinte estrutura e com os tempos aproximados de duração compatí veis com duas horasaula 50 minutos cada a organização dos alunos montagem de equipamentos e descrição das atividades 15 minutos b apresentação do vídeo 1 Vidros origem arte e aplicações 8 minutos c curta discussão do vídeo 1 e resposta da 1ª parte do questionário 10 minutos d apresentação do vídeo 2 Kika de onde vem o vidro 5 minutos e curta discussão do vídeo 2 e resposta da 2ª parte do questionário 6 minutos f apresentação do vídeo 3 A química do fazer vidro 10 minutos g curta discussão do A Utilização de Vídeos Didáticos nas Aulas de Química QUÍMICA NOVA NA ESCOLA 193 Vol 34 N 4 p 189200 NOVEMBRO 2012 Quadro 1 Questionário avaliativo respondido pelos alunos ESCOLA ESTADUAL NOMESÉRIE 1º QUESTINÁRIO REFERENTE AO PRIMEIRO VÍDEO 1 Você já sabia que os vidros eram usados e fabricados pelos povos antigos a Sim já tive essa informação Onde b Não nunca soube dessas informações c Não me lembro 2 Como supostamente ocorreu a descoberta acidental do vidro a Pelos Fenícios quando utilizavam fogueira na beira da praia b Pelos Egípcios quando utilizavam fogueira nas margens do rio Nilo c Pelos Romanos durante uma guerra d Outra Justifique 3 Com relação à coloração dos primeiros vidros na antiguidade a Eram incolores pois não haviam descoberto as tintas b Eram coloridos pois os compostos químicos de metais presentes na matériaprima interferiam na coloração c Eram opacos pois se tinha o total domínio da técnica d As alternativas A e B estão corretas 4 Você acha que o sabor de um refrigerante pode mudar se engarrafado em garrafa de vidro ou em garrafa PET de plástico a Sim é o que as pessoas dizem por aí b Sim eu percebo essa diferença c Sim mas eu não percebo essa diferença d Não eu não acho porque eu não sinto essa diferença e Não isso é uma lenda que criaram e algumas pessoas acreditam nela QUESTINÁRIO REFERENTE AO SEGUNDO VÍDEO 5 Quais as principais matériasprimas para fabricação de um vidro comum a Gesso ferro e soda b Areia água e soda c Cal areia sílica e soda d Nenhuma acima 6 Por que os vidros laminados são utilizados em parabrisa de veículos a Por não estilhaçar quando sofrem impacto e se quebram b Por serem mais baratos c Por serem à prova de balas d Todas as alternativas estão incorretas QUESTINÁRIO REFERENTE AO TERCEIRO VÍDEO 03 min 7 Você acha que há uma explicação científica para o sabor de um refrigerante mudar se engarrafado em garrafa de vidro ou em garrafa PET de plástico a Sim b Não Explique 8 Qual a importância da reciclagem dos vidros a Menor consumo de energia na fabricação de novos vidros b Diminuição da emissão de CO2 na atmosfera c Menor quantidade de matériaprima na fabricação d Todas as alternativas estão corretas QUESTINÁRIO REFERENTE A TODOS OS VÍDEOS 9 Em sua opinião Qual a importância da descoberta dos vidros para a humanidade 10 Você sabe de algum lugar na cidade que faz a coleta de vidros para reciclagem a Sim Onde b Sim mas não me lembro agora c Não conheço nenhum lugar d Não sei por que não me preocupo em saber 11 Antes de ver os vídeos de hoje você já assistiu a outros vídeos na escola a Sim muitas vezes b Sim de vez em quando c Sim raramente d Não me lembro e Não nunca Se respondeu Sim em qualis disciplinas 12 O que você acha do uso de vídeos na sala de aula a É muito necessário b É necessário c Pouco necessário d Não é necessário Justifique sua resposta A Utilização de Vídeos Didáticos nas Aulas de Química QUÍMICA NOVA NA ESCOLA 194 Vol 34 N 4 p 189200 NOVEMBRO 2012 vídeo 3 e resposta da 3ª e 4ª partes do questionário 16 mi nutos e h finalização com discussão geral sobre os vidros e uso de vídeos no ensino 30 minutos Os três vídeos citados acima foram selecionados por várias razões tais como curta duração abordagem histórica do uso de vidros e da química linguagem adequada ao nível de esco larização discussão de questões ambientais como reciclagem de vidros boa qualidade audiovisual e uso de imagens discu tindo aspectos macroscópicos fenomenológicos da química A preocupação de discutir a química no nível fenomenológico se deve ao fato de os alunos estarem cursando a 1ª série do ensino médio Esses vídeos foram classificados na categoria de vídeomotivador e destinaramse a promover um trabalho posterior à exibição da obra como por exemplo apresentar conteúdos questionar provocar e despertar o interesse ou seja trabalhar a pósapresentação do conteúdo audiovisual no intuito de que a aprendizagem se realize Arroio e Giordan 2006 Entre os vários critérios adotados para a seleção dos vídeos como já discutido na seção anterior destacaramse o vídeo apresentar uma abordagem histórica da química prati cada na Antiguidade o tipo de linguagem adotada que deveria ser adequada ao nível de escolarização dos alunos o tempo de duração e a classificação do vídeo Optamos por selecionar vídeos curtos pois a sequência didática foi planejada para apenas duas horasaulas o que corresponde à carga horária semanal da disciplina de Química nas escolas envolvidas Quanto à classificação dos vídeos não selecionamos aqueles que poderiam ser considerados vídeoaula devido às limitações didáticas desse tipo de vídeo O vídeo Vidros origem arte e aplicações disponível no DVD Programas de TV Química Nova na Escola e produzido pela Sociedade Brasileira de Química SBQ foi selecionado por ser enunciador de diferentes vozes Arroio e Giordan 2006 aqui representadas pelo cientista e o artista que apre sentam diferentes sentidos e significados para o material vidro Os vídeos Kika de onde vem o vidro e A química do fazer vidro com boa produção audiovisual apresentam detalhes dos processos industriais ou artesanais de fabricação do vidro que só podem ser visualizados por meio de vídeos ou de uma visita às indústrias situação muito mais difícil de ser ofertada pelas escolas aos alunos por razões diversas incluindo as econômicas Esses aspectos tornam importante a utilização de recursos audiovisuais em sala de aula como no caso aqui apresentado Os questionários foram avaliados segundo a categori zação proposta e as questões apresentadas no questionário receberam a sigla Q acompanhada do número correspondente de acordo com o exemplo questão 1 Q1 questão 2 Q2 e assim sucessivamente As categorias adotadas para análi se dos questionários foram conceitos e teorias de química CTQ conhecimentos da história da química CHQ e a análise do uso didático dos vídeos AUV As questões Q1 e Q11 não possuíam alternativas de res posta consideradas incorretas A pergunta Q1 Você já sabia que os vidros eram usados e fabricados pelos povos antigos foi elaborada com o intuito de saber se os alunos têm algum conhecimento de história da química relacionada ao uso de vidros na Antiguidade As respostas para Q1 Tabela 1 indicaram que apenas 345 dos alunos das duas escolas declararam ter algum conhecimento do uso dos vidros na antiguidade Essa porcentagem indica que as informações veiculadas nos vídeos sobre o uso na antiguidade dos vidros podiam ser inéditas para a maioria dos alunos Quarenta e um 41 alunos da EEFVM que responderam à questão Q1 com letra A informaram que tinham a fonte desse conhecimento por meio da TV 42 escola 19 livros 98 internet 73 família 73 estudos 73 vídeos 49 e na fábrica 24 Enquanto para os 47 alunos da EEPTN que responderam com A as fontes são TV 36 escola 28 rádio 17 família 85 livros 64 e internet 42 Em ambas a principal fonte informada é a TV superando a escola de forma significativa Essa constatação ratifica a opinião de Arroio e Giordan 2006 p 8 A informação e a forma de ver o mundo predomi nante nas sociedades atualmente provêm fundamen talmente da TV Ela alimenta e atualiza os universos sensoriais afetivos e éticos que crianças e jovens levam para a sala de aula Quanto à questão Q11 Antes de ver os vídeos de hoje você já assistiu a outros vídeos na escola as respostas são apresentadas na Tabela 1 Pelas porcentagens apresentadas verificase que o uso de vídeos nas duas escolas não é tão Tabela 1 Porcentual de respostas para Q1 e Q11 obtido em cada escola e no total de alunos Questão Alternativas de resposta EEFVM EEPTN Total Q1 A Sim já tive esta informação Onde 2899 4148 3454 B Não nunca soube destas informações 4675 4519 4605 C Não me lembro 2426 1333 1941 Q11 A Sim muitas vezes 1598 0441 1082 B Sim de vez em quando 1834 0662 1311 C Sim raramente 1065 1397 1213 D Não me lembro 2249 3603 2852 E Não nunca 3254 3897 3551 A Utilização de Vídeos Didáticos nas Aulas de Química QUÍMICA NOVA NA ESCOLA 195 Vol 34 N 4 p 189200 NOVEMBRO 2012 frequente Ainda nessa questão os alunos foram solicitados a responder Se respondeu Sim em qualis disciplinas As respostas mais comuns dos 76 alunos que responderam à questão na EEFVM foram todas 24 alunos Biologia 24 Português 20 Sociologia 15 Ciências 8 Arte 7 Química 7 e 12 alunos não citaram nenhuma disciplina Na EEPTN 34 alunos responderam afirmativamente e as disci plinas mencionadas foram Ciências 4 alunos Geografia 4 História 4 várias 3 Química 2 Arte 1 e Português 1 Destacamos que na EEPTN a maioria dos 34 alunos 25 do total de alunos que afirmaram ter assistido a outros vídeos na escola não mencionaram nenhuma disciplina Isso nos levar a considerar a possibilidade que esse número esteja superestimado ou o fato de uma parte significativa 19 alunos 1397 do total ter declarado sim raramente o que justifica a dificuldade de estes citarem as disciplinas As respostas em ambas as escolas indicam uma frequência baixa de uso do recurso vídeos na disciplina de Química A Figura 1 apresenta um gráfico com a porcentagem de respostas em cada alternativa das questões objetivas As ques tões relacionadas à categoria de CTQ Q5 Q6 e Q8 tiveram em geral uma maior porcentagem de acertos pelos alunos do que as de CHQ Q2 e Q3 mas para as duas categorias de questões houve um índice de acerto satisfatório variando de 5668 a 9901 Quando houve o questionamento sobre Q2 Como supostamente ocorreu a descoberta acidental do vidro 8802 dos alunos responderam corretamente alter nativa A enquanto 5847 acertaram a Q3 Com relação à coloração dos primeiros vidros na antiguidade selecionando a alternativa B O índice de acerto na Q3 é considerado baixo em com paração com os resultados apresentados na Q2 apesar de o vídeo 1 Vidros origem arte e aplicações apresentar as duas respostas de forma clara e ainda ter ocorrido uma dis cussão entre bolsistas e alunos sobre os dois fatos Podemos apontar como causas do baixo rendimento nessa questão a linguagem predominantemente científica adotada nesse vídeo e o maior aprofundamento no assunto do que os outros vídeos Tal afirmação baseiase na questão da utilização do vídeo pois uma produção cultural que codifica a rea lidade a partir de símbolos fornecidos pela cultura partilhada do grupo de pessoas que produziram e utilizado num contexto diferente do qual a obra foi produzida não contemplará a desconstrução da codificação dos alunos e sua posterior reconstrução ficando comprometida a compreensão do vídeo Alves 2010 p 1213 Esse fator proporcionou a dispersão da atenção devido a estes não estarem acostumados com esse tipo de linguagem e quando os conteúdos não são contextualizados adequa damente estes tornamse distantes assépticos e difíceis não despertando o interesse e a motivação dos alunos Zanon e Palharini 1995 p 15 Nesse momento cabe ao professor reunir as ideias dos alunos ouvilas socializálas e sistematizálas de forma a conduzir a aprendizagem Romanelli 1996 p 29 Portanto devese observar a relação entre matriz cultural produtora do vídeo e a matriz cultural da sala de aula deve observar também a linguagem do produto e se o nível das concepções propostas e exemplos adotados fazem parte do contexto dos alunos Alves 2010 p 13 havendo uma necessidade maior de intervenção da figura do professor bolsista como mediador na aprendiza gem dos conceitos científicos e assim corrigir as falhas e ou deficiências que os educandos apresentaram e o vídeo não foi capaz de suprir Ao ser verificado as questões da categoria CTQ na Figura 1 é possível observar que a Q5 Quais as principais matérias primas para fabricação de um vidro comum e a Q6 Por que os vidros laminados são utilizados em parabrisa de veículos tiveram uma maior quantidade de acertos 9607 alternativa C e 9901 alternativa A respectivamente Não podemos atribuir que esse alto índice de acertos obtido nestas esteja relacionado apenas ao uso do recurso vídeo pois seria desprezar o conhecimento que alguns educandos trazem consigo e que faz parte do senso comum ou é adquirido de outra fonte fora da escola como a internet como aponta o diário de campo de um bolsista Com o início do segundo vídeo Kika de onde vem o vidro que traz em uma linguagem bem mais simples pois o próprio vídeo é feito em formato de desenho animado mesclado com partes reais da produção e utilidade do vidro por se tratar de uma linguagem bem mais simples de ser entendida a eu foria dos alunos foi bastante notória pois houve ate algumas exclamações de alguns alunos dizendo que já haviam assistido a esse vídeo na internet e que era muito legal entusiasmados com o vídeo da Kika houve alunos que no final do vídeo imitaram a Kika personagem do vídeo mas em geral ficaram com a atenção prendida ao vídeo pelo que alguns alunos Figura 1 Porcentagem de resposta para cada alternativa nas questões Q objetivas sobre conhecimentos da história da química CHQ Q2 e Q3 e conceitos e teorias de química CTQ Q5 Q6 e Q8 A Utilização de Vídeos Didáticos nas Aulas de Química QUÍMICA NOVA NA ESCOLA 196 Vol 34 N 4 p 189200 NOVEMBRO 2012 fizeram anotações referentes ao vídeo durante sua exibição Bolsista W 1ºC EEFVM Há vários aspectos que podem ter contribuído para o ele vado índice de acertos Podemos afirmar que o vídeo 2 Kika de onde vem o vidro descreve em detalhes as matérias primas para produção industrial da mistura vítrea utilizada para produção dos vidros em geral e dos parabrisas Esse vídeo também aborda o assunto de forma simples pois possui uma linguagem próxima da utilizada no ambiente escolar pelos alunos como se identifica no relato do bolsista que mostra a empolgação e euforia dos alunos durante exibição do segundo vídeo ao mesmo tempo que correlaciona fatos do cotidiano e fornece uma maior interatividade e afinidade entre vídeo e alunos em parte proporcionados pelo formato de desenho animado em alguns momentos ocorrendo então um processo de aprendizagem satisfatório com fixação de conteúdo Também não podemos desprezar a sequência da interven ção didática pois os alunos após terem assistido ao primeiro vídeo intitulado Vidros origem arte e aplicação obtiveram informações iniciais sobre o tema geral de nos sa intervenção os vidros Dessa forma os conteúdos apresentados no primeiro vídeo podem ter fa cilitado uma compreensão mais efetiva pelos alunos das informa ções veiculadas no segundo vídeo Kika de onde vem o vidro e maior fixação do conteúdo Em relação à Q8 Qual a importância da reciclagem dos vidros relacionada a questões ambientais a resposta correta alternativa D indicava que todas as demais alternativas A B e C estavam corretas obtevese 5668 de acertos Nessa questão podemos atribuir como uma possível causa para que o percentual de acertos não fosse maior o fato de que os alunos têm o hábito o costume e a familiaridade de escolher uma opção entre um conjunto de alternativas nos exercícios escolares com questões objetivas A Figura 2 representa o porcentual das respostas obtidas com a Q4 Você acha que o sabor de um refrigerante pode mudar se engarrafado em garrafa de vidro ou em garrafa PET de plástico que foi respondida antes do vídeo 3 A química do fazer vidro ser apresentando e está relacionada aos CTQ Essa estratégia foi adotada para poder ser avaliado e verificado o conhecimento prévio que os educandos tinham antes da apresentação do vídeo e se esse conhecimento apresentase relevante para a proposta aqui apresentada Como pode ser verificado na Figura 2 5842 dos educan dos responderam afirmativamente que há uma diferença entre o sabor dos refrigerantes embalados em garrafas de vidro e PET politereftalato de etileno Destes 825 obtiveram esse conhecimento por meio de outras pessoas ou seja ideias do senso comum outros 3234 percebem a diferen ça entre os dois tipos de embalagens e 1782 acreditam que haja diferença mas não perceberam Entre os alunos 4158 afirmam que não existe nenhuma diferença entre os dois tipos de embalagens mas 3234 acreditam que não há essa diferença porque não sentiram e o restante 924 crê que esse tipo de informação é uma lenda e algumas pessoas acreditam nela logo não é uma verdade Após exibição do vídeo 3 foi respondido a Q7 Você acha que há uma explicação científica para o sabor de um refrigerante mudar se engarrafado em garrafa de vi dro ou em garrafa PET de plásti co que aborda CTQ Havia duas possibilidades de resposta sim e não Independentemente de a resposta ser positiva ou negativa foi solicitado aos educa dos uma explicação sobre sua resposta Essa questão estava correlacionada ao conteúdo do vídeo 3 e após a sua exibição houve uma explicação dos bolsistas como mencionado no planejamento O porcentual de respostas positivas ou seja de alunos que acreditam haver uma explicação científica para o sabor mudar de acordo com a embalagem foi de 5845 e 4155 acham que não Vale ressaltar aqui a proximidade dos percentuais com resposta sim na Q7 de 5845 e de 5842 que responderam na Q4 que há diferença de sabor Figura 2 Porcentagem de resposta para cada alternativa na questão 04 Q4 que aborda conceitos e teorias de química CTQ Como pode ser verificado na Figura 2 5842 dos educandos responderam afirmativamente que há uma diferença entre o sabor dos refrigerantes embalados em garrafas de vidro e PET politereftalato de etileno Destes 825 obtiveram esse conhecimento por meio de outras pessoas ou seja ideias do senso comum outros 3234 percebem a diferença entre os dois tipos de embalagens e 1782 acreditam que haja diferença mas não perceberam A Utilização de Vídeos Didáticos nas Aulas de Química QUÍMICA NOVA NA ESCOLA 197 Vol 34 N 4 p 189200 NOVEMBRO 2012 para o refrigerante dependendo do tipo de embalagem Consideramos que para os alunos que responderam não na Q7 não houve uma evolução conceitual e que mesmo com a intervenção didática eles mantiveram suas concepções prévias Contudo para os que responderam sim na Q7 ao tentarem explicar as suas respostas foi possível encontrar expressões com boa fundamentação em conceitos científi cos como Sim Os poros do pet são maiores do que nos vidros Sim O vidro não passa gosto aos alimentos Sim O vidro acumula mais o gás Não Só muda a temperatura Não tem diferença Sim A garrafa de vidro conserva mais o sabor e o gás Não senti nenhuma diferença Sim O pet absorve o cheiro e gosto e o vidro não e Sim o pet deve soltar algum produto químico As explicações para as respostas afirmativas fo ram apresentadas pelo vídeo 3 e também houve discussão entre os alunos e os bolsistas sobre o conteúdo apresentado nesse vídeo Essas declarações e esclarecimento possuem embasamento científico pois as embalagens de plástico PET possuem uma maior porosidade em relação às de vidro levando a perda de CO2 dióxido de carbono em menos tempo a propriedade de os gases escaparem por pequenos orifícios se chama efusão provocando alteração no sabor dos refrigerantes Outro fator a ser levado em consideração é o ar por ser considerado uma contaminação nas bebidas carbonatadas e devendo ser eliminado ou mantido em um nível mínimo Lima e Afonso 2009 e que pode mudar sua concentração ou presença devido ao tempo de fabricação e local de armazenamento Quando os alunos responderam sobre a importância da descoberta dos vidros na Q9 CTQ Em sua opinião Qual a importância da descoberta dos vidros para a humanidade 9213 acreditam que foi uma grande evolução e está em todo seu cotidiano pois estão presentes em residências automóveis tecnologia e utensílios domésticos tais como copos pratos espelhos e garrafas Essas observações podem ser confirmadas por meio de alguns relatos escritos pelos educandos nos questionários Muito bom pois o vidro tem inúmeras utilidades Serve para fabricação de vários obje tos utilizados no nosso dia a dia Para melhorar a condição de vida Sem ele não seria possível armazenar alimentos Sem o vidro não teria como manter o café quente nem armazenar bebidas Ajuda no laboratório e despertou o interesse do homem Ajuda até a tecnologia e Porque sem o vidro não teria luz TV e internet Os alunos não responderam somente à importância da descoberta Também demonstraram que o processo de reciclagem dos vidros é importante para o meio ambiente e a geração de renda para algumas famílias segundo relatos Diminuir a poluição e gera empregos são 100 recicláveis Faz bem ao meio ambiente e diminui o consumo de energia e Para diminuição de CO2 na atmosfera Essa demonstração de interesse pelo tema ambiente está intimamente relacionada à associação do conteúdo aos fatos do cotidiano dos educados e também à problematização do assunto apresentada pelos bolsistas Os outros 787 não responderam A Q10 Você sabe de algum lugar na cidade que faz a co leta de vidros para reciclagem teve o objetivo de identificar se os alunos reconhecem a importância ambiental da recicla gem dos vidros e se os educandos conheciam algum local de coleta próximo de sua residência ou es cola Os resultados demonstram que 4361 sabem da existência de algum ponto de coleta dos quais 3082 sabem exatamen te algum lugar alternativa A e 1279 sabem da existência de alguns pontos mas não souberam identificálos no momento de responder o questionário alter nativa B Os outros 5639 dos alunos responderam que não Destes 5049 afirmam não conhecer nenhum local para realização de coleta alternativa C e 590 não sabem porque nunca procuraram saber Alternativa D Ainda foi perguntado aos alunos que responderam com sim alternativa A onde ficava o local de coleta que eles conheciam Dos 3082 educandos que descreveram os locais de coleta 885 são da EEFVM e os outros 2197 da EEPTN Como apenas 3082 sabem exatamente algum local de coleta podemos considerar que a maioria dos alunos não se preocupa ou não se interessa pela coleta seletiva do lixo A análise do uso didático dos vídeos AUV foi avaliada de duas maneiras A primeira forma de avaliação foi realizada por meio do questionário na Q12 O que você acha do uso de vídeos na sala de aula que foi respondida pelos educandos Essa foi uma pergunta objetiva e discursiva na qual os alu nos escolheram uma alternativa de resposta e ainda tinham que justificar Os resultados demonstram que 5948 dos pesquisados acham muito necessário a utilização de vídeos nas aulas 3627 acreditam que é necessário 327 pouco necessário e 098 entendem que não é necessário haver vídeos nas aulas Ainda de acordo a fala dos alunos os vídeos são uma forma de variar a aula diversificar o método de aprendizagem divertidos e interessantes de mais facil mente entendimento por causa da visualização de imagens do conteúdo uma forma de complementar a fala do professor pode mostrar experimentos que não podemos fazer e é uma forma de obter informação descontraída A segunda forma de avaliação dos vídeos como recurso didático foi realizada por meio da análise dos diários de campo e dos relatos dos bolsistas Muito deles expressaram oralmente eou nos diários que os alunos demonstraram es tar menos motivados a assistir a um dos três vídeos devido à linguagem demasiadamente científica adotada A seguir alguns trechos de diários de campo dos bolsistas são trans critos que confirmam essa constatação A segunda forma de avaliação dos vídeos como recurso didático foi realizada por meio da análise dos diários de campo e dos relatos dos bolsistas Muito deles expressaram oralmente eou nos diários que os alunos demonstraram estar menos motivados a assistir a um dos três vídeos devido à linguagem demasiadamente científica adotada A Utilização de Vídeos Didáticos nas Aulas de Química QUÍMICA NOVA NA ESCOLA 198 Vol 34 N 4 p 189200 NOVEMBRO 2012 Ao início foi explicado o trabalho a ser realizado com eles procurando obter uma interação com os alunos No início do primeiro vídeo Vidros origem arte e aplicação por ser um vídeo um pouco mais aprofundado em relação aos outros que aborda mais o assunto em uma linguagem um pouco mais científica houve um menor interesse perceptível na expressão dos alunos de forma que eles avaliaram o vídeo como um vídeo chato porem a disciplina foi mantida bolsista W 1º C EEFVM Em relação ao primeiro vídeo os alunos não fica ram tão atentos quanto ao da Kika Motivos para isso poderiam ser por que o vídeo é mais científico e a linguagem é mais difícil para eles o que o tornou menos atrativo O segundo vídeo se mostrou mais atrativo pelo fato de a linguagem ser fácil e o de ser desenho bolsista T 1º B EEFVM Assim como na sala anterior os alunos aparente mente não enfocam tanta atenção no primeiro vídeo ao contrário do segundo vídeo que causou mui tos risos Uma aluna comenta Ah De onde vem eu já assisti bolsista T 1oD EEFVM Por outro lado a exibição dos outros dois vídeos teve um caráter altamente motivador devido à linguagem ado tada nestes que mesmo sendo científica era mais simples e pela presença de imagens atrativas como a utilização em formato de desenho animado ou mostrando curiosidades como a produção artesanal do vidro pela técnica do sopro Das transcrições dos diários de alguns bolsistas podem ser verificadas essas constatações O segundo vídeo com animação infantil Kika de onde vem o vidro eles gostaram muito acharam infantil no início porém foi entre os três vídeos apresentados o mais aceito nesta sala tendo assim um maior proveito pois prestaram atenção Bolsista W 1º A EEFVM Colocamos o segundo vídeo da personagem Kika percebeuse os risos dos alunos e muitos reconhece ram a personagem Bolsista E 1º D EEFVM Em seguida iniciase o segundo vídeo Por ser um vídeo com personagens de desenho ele causa muita risada no início mas no decorrer deste todos os alunos prestam atenção e percebi que muitos estavam fazendo anotações Bolsista J 1º C EEFVM Logo após foi passado o 2 vídeo da Kika os alu nos deram risadas e alguns até falaram que besta mas quando o vídeo começou a falar da fabricação do vidro eles prestaram bastante atenção Um deles até disse que era o vídeo mais fácil de compreender Bolsista C 1º B EEFVM Ressaltando novamente o vídeo que de fato prendeu a atenção dos alunos foi o segundo e de um certo modo o terceiro por trazer uma linguagem simples e associar com o cotidiano Bolsista T 1º A EEFVM Demos início ao segundo vídeo o da Kika risos já esperados relacionado ao caco de vidro Neste vídeo já se torna evidente que chama mais atenção dos alunos Bolsista A 1º B EEPTN A partir da analise dos diários de campo foi averiguada que quanto mais científica a linguagem menor o interesse despertado nos alunos Quando a linguagem é usada co loquialmente atribuindo gírias próximas do cotidiano do aluno a motivação e o interesse aumentam Isso se deve ao contexto no qual o aluno se encontra e que assume importân cia no trato do mediador com a sala O fato de ser empregada uma linguagem mais próxima da do aluno não implica em deixar de construir conceitos científicos mas em tornar comum e de interesse o assunto Dessa forma o mediador deve manter uma postura de evoluir tais conceitos a partir das argumentações realizadas em sala de aula Muitos trechos dos diários confirmam a motivação em assistir aos vídeos devido à presença de imagens que foram atrativas para os alunos tais como os alunos ficaram bastante surpresos da forma artesanal do sopro uma técnica ainda hoje muito usada para se obter peças de vidros eles dão forma com um tubão que eles assopram prenderam totalmente a atenção mostrando interesse na fabricação do vidro assim como as técnicas usadas em sua produção e Os alunos se mostraram surpre sos com algumas imagens como por exemplo a massa vítrea derretida sendo moldada com o tubo de sopro Essas transcrições confirmam a afirmação de Arroio e Giordan 2006 p 9 O vídeo também pode simular experiências por exemplo de Química que sejam perigosas e até mesmo processos industriais a que não se tem acesso Mais uma vez retomamos a importância de um vídeo na aula Quando observamos a temática do terceiro vídeo percebemos que foi possível trazer a realidade da produção do vidro para a sala de aula uma vez que seria muito difícil fazer uma visita técnica ao local Aqui consideramos até aspectos regionais As indústrias de vidros estão localizadas nos maiores centros Uma visita implica custo e a escola constituída de alunos da classe média e baixa em geral não organiza esse tipo de atividade Cabe ressaltar também que no terceiro vídeo os alunos observaram as técnicas aplicadas na fabricação do vidro Ao se deparar com esse tema o educando manteve maior atenção Isso pode ser considerado pelo fato de assistirem à produção de um material que faz parte da vivência desse aluno A aproximação da vida cotidiana do aluno com o assunto abordado faz com que a motivação e o interesse sejam despertados e consequentemente posiciona o material didático aplicado como facilitador da aprendizagem Nas palavras de Arroio e Giordan 2006 p 9 A dinâmica do vídeo faz o aluno sentirse à vontade e curioso ficando mais apto a aprender pois os meios de comunicação desenvolvem formas sofisticadas e multidimensionais de comunicação sensorial emo A Utilização de Vídeos Didáticos nas Aulas de Química QUÍMICA NOVA NA ESCOLA 199 Vol 34 N 4 p 189200 NOVEMBRO 2012 cional e racional que superpõe linguagens e mensa gens facilitando a interação com o aluno A análise dos diários de campo também permitiu inferir que a atividade foi importante para os bolsistas pois as dis cussões desenvolvidas com os alunos exigiram daqueles uma atitude mediadora no processo ensinoaprendizagem e por consequência estratégias ou táticas para vencer a resistência inicial dos alunos em participar da discussão respondendo a perguntas ou elaborandoas Contudo quando as pergun tas são realizadas pelos alunos estas deixam evidente que as dúvidas trazidas por estes exigem cada vez mais uma formação interdisciplinar do futuro professor o que pode ser confirmado pelos trechos dos diários de campo como nesse momento surgiram algumas perguntas como por que quando um copo de vidro cai às vezes quebra e às vezes não quebra Então o Bolsista A respondeu que está relacionado à pressão que P FA e chegou a dar um exemplo Dúvidas relacionadas à questão de lentes e o explicou sobre a questão de lentes convexas e côncavas para a ampliação e redução de imagens e porque que taças de vidros estouram quando uma cantora de opera grita e o comentou sobre a questão da frequência de onda que quando uma corda de violão está afinada exemplo corda mi e se outra corda estiver na mesma afinação então se tocada produz uma frequência de onda igual a da outra corda causando vibração na outra É por isso que quando uma cantora de opera grita a taça quebra porque a onda que sai da boca da cantora equivale igualmente ao da taça provocando vibração e assim se quebrando Esses resultados demonstram que é cada vez maior a necessidade de o educador possuir uma formação interdis ciplinar Essa constatação confirma pressupostos apresen tados na literatura como os de Correia et al 2004 p 19 fundamentados em outras pesquisas e documentos oficiais A adoção de uma abordagem interdisciplinar no ensino médio é uma das indicações dos documentos oficiais e pode ser considerada uma das maneiras de superar a fragmentação do conhecimento Além de evitar uma visão reducionista da Ciência as intervenções interdisciplinares permitem utilizar as suntos mais interessantes para contextualizar as aulas favorecem a integração de conteúdos e expõem os alunos à complexidade do processo de geração do conhecimento A combinação dessas vantagens pode tornar mais significativa a aprendizagem dos conceitos científicos Consideramos que conteúdos materiais e substâncias discutidos nas aulas de química possibilitam uma grande gama de interações com as outras disciplinas do ensino médio Como neste estudo algumas discussões interdisci plinares podem ser promovidas a partir de temas de grande relevância como o caso dos vidros que são materiais que fazem parte do cotidiano dos alunos Considerações finais Podemos concluir que os vídeos representam um bom recurso didático ao ensino de conceitos e da história da quí mica desde que a seleção dos vídeos e a linguagem adotada sejam adequadas ao tipo de públicoalvo a ser atendido A escolha do material didático é realizada pelo professor a partir do planejamento da aula No caso de vídeos é muito importante que a linguagem seja próxima da realidade do aluno Isso favorece um maior interesse em aprender um determinado conteúdo pelo educando Consideramos que para que esses recursos tecnológicos sejam incorporados conscientemente na prática pedagógica é importante que os futuros professores tenham uma forma ção inicial que contemple a utilização consciente e crítica desses recursos A atividade desenvolvida foi uma experiência gratifi cante para os bolsistas como futuros docentes pois exigiu o desenvolvimento de habilidades de mediação e controle de disciplina características necessárias ao futuro professor assim como o recurso vídeo foi considerado motivador no processo ensinoaprendizagem A análise das respostas de duas questões do questionário aplicado e dos diários de campos dos bolsistas indicou a pouca utilização de vídeos nas aulas das duas escolas e uma boa aceitação desse recurso didático pelos alunos Devido a essa análise essa sequência didática foi repetida em dois anos letivos subsequentes 2011 e 2012 pelos bolsistas do subprojeto de Química do PIBID mantendo sua boa aceitação pelos alunos Em umas das escolas conveniadas no ano letivo de 2011 entre as várias atividades abordadas pelos bolsistas que se utilizaram do recurso didático vídeos a intervenção com o tema vidros foi apontada como uma das mais apreciadas pelos alunos Agradecimentos À CAPES pelo apoio financeiro ao projeto PIBID e pelas bolsas de iniciação à docência concedidas aos alunos às supervisoras e ao coordenador de área de Química José Luiz da Silva silvajluizyahoocombr licenciado em Química pela Uni versidade Estadual de Mato Grosso do Sul UEMS foi bolsista PIBIDUEMS no subprojeto de Química e é mestrando do Programa de PósGraduação em Química pela Universidade Estadual Paulista Araraquara SP Dourados MS BR Débora Antonio da Silva deboraantonio17gmailcom aluna do curso de Química Licen ciatura da UEMS Dourados é bolsista PIBIDUEMS no subprojeto de Química Dourados MS BR Cleber Martini clebermartiniyahoocombr aluno do curso de Química Licenciatura da UEMS Dourados é bolsista PIBIDUEMS no subprojeto de Química Dourados MS BR Diane Cristina Araújo Domingos dianeuemsyahoocombr licenciada em Química pela UEMS mestre em Ensino de Ciências área de concentração Ensino de Química pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul UFMS é professora na Escola Estadual Floriano Viegas Machado em Dourados MS e atua como supervisora no subprojeto de Química do PIBIDUEMS na mesma escola Dourados MS BR Priscila Gonçalves Leal pririushotmailcom licenciada em Química pela Universidade Paranaense UNIPAR com especialização em Educação Especial atendimento às necessidades especiais pela Faculdade Iguaçu é professora na Escola Estadual Presidente Tancredo Neves em Dourados MS e atuou como supervisora no A Utilização de Vídeos Didáticos nas Aulas de Química QUÍMICA NOVA NA ESCOLA 200 Vol 34 N 4 p 189200 NOVEMBRO 2012 Referências ALVES EM Produção de um recurso audiovisual com enfoque CiênciaTecnologiaSociedade como instrumento facil itador do ensino experimental de ciências 2010 86 f Disserta ção Mestrado Profissional em Ensino de Ciências Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro Nilópolis 2010 ALVES OL GIMENEZ IF e MAZALI IO Vidros Ca dernos Temáticos de Química Nova na Escola Edição especial p 1324 2001 ARROIO A e GIORDAN M O vídeo educativo aspectos da organização do ensino Química Nova na Escola v 24 n 1 p 811 2006 BOGDAN RC e BIKLEN SK Investigação qualitativa em educação Trad MJ Alvarez SB Santos e TM Baptista Porto Ed Porto 1994 CALLEGARIO LJ e BORGES MN Aplicação do vídeo Química na Cozinha na sala de aula In ENCONTRO NA CIONAL DE ENSINO DE QUÍMICA 15 21 a 24 de julho de 2010 Caderno de resumos Brasília 2010 CORREIA PRM DAZZANI M MARCONDES MER e TORRES BB A bioquímica como ferramenta interdisciplinar vencendo o desafio da integração de conteúdos no ensino médio Química Nova na Escola n 19 p 1923 2004 LIMA ACS e AFONSO JC A química do refrigerante Química Nova na Escola v 31 n 3 p 210215 2009 MAAR JH Pequena história da química Florianópolis Papa Livro 1999 MANDARINO MCF Organizando o trabalho com vídeo em sala de aula Morpheus Revista Eletrônica em Ciências Humanas v 1 n 1 2002 MARCELINOJr CAC BARBOSA RMN CAMPOS AF LEÃO MBC CUNHA HS e PAVÃO AC Perfumes e essências a utilização de um vídeo na abordagem das funções orgânicas Química Nova na Escola v 19 n 1 p 1518 2004 MORÁN JM O vídeo na sala de aula Comunicação e Edu cação v 2 n janabr p 2735 1995 PEREIRA CLN e SILVA RR A história da ciência e o en sino de ciências Revista Virtual de Gestão de Iniciativas Sociais Edição Especial mar 2009 Disponível em wwwltdsufrjbr gisahistoriahtm Acesso em 09 ago 2012 PIRES RO ABREU TC e MESSEDER JC Proposta de ensino de química com uma abordagem contextualizada através da história da ciência Ciência em Tela v 3 n 1 p 110 2010 REZENDE LA História das ciências no ensino de ciências contribuições dos recursos audiovisuais Ciência em Tela v 1 n 2 p 17 2008 RODRIGUES RS e SILVA RR A história sob o olhar da química as especiarias e sua importância na alimentação humana Química Nova na Escola v 32 n 2 p 8489 2010 ROMANELLI LI O papel mediador do professor no processo de ensinoaprendizagem do conceito átomo Química Nova na Escola v 3 p 2731 1996 SANTOS WLP e MORTIMER EF Uma análise de pressu postos teóricos da abordagem CTS CiênciaTecnologiaSocie dade no contexto da educação brasileira Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências v 2 n 2 p 133162 2000 STRATHERN P O sonho de Mendeleiev A verdadeira his tória da Química Trad MLX Borges Rio de Janeiro Jorge Zahar 2002 VASCONCELOS FCGC e LEÃO MBC A utilização de programas televisão como recurso didático em aulas de química In ENCONTRO NACIONAL DE ENSINO DE QUÍMICA 15 21 a 24 de julho de 2010 Caderno de resumos Brasília 2010 VIEIRA MB e MARCELINOJr CAC A seleção de vídeos didáticos para o ensino de química o caso da eletroquímica In JORNADA DE ENSINO PESQUISA E EXTENSÃO 10 18 a 22 de outubro de 2010 Caderno de resumos Recife UFRPE 2010 ZANON LB e PALHARINI EM A química no ensino fundamental de ciências Química Nova na Escola v 2 p 15 18 1995 Para saber mais Informações em geral sobre os vidros incluindo seus tipos e aplicações e sua reciclagem podem ser obtidas acessando o sítio da Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro ABIVIDRO httpwwwabividroorgbr Acessos aos vídeos utilizados Kika de onde vem o vidro Disponível em httptvescola mecgovbrindex phpoptioncomzooviewitemitem id2403 A química do fazer vidro Disponível em httpwebccead pucriobrcondigitalvideoa20quimica20do20fazerrea coes20 quimicasvidrovideo20para20webvideohtml Vidros origem arte e aplicações Disponível em SBQ So ciedade Brasileira de Química Programas de TV Química Nova na Escola DVD 2007 Abstract The Use of Didactics Videos in lessons Chemistry of Secondary Education and Historical Approach to Contextual Theme Glasses This article aims to describe a learning experience related to the use of video as a teaching resource for addressing the subject glasses in a historical and contextual perspective in high school education The learning experience was developed by scholars from a Chemistry subproject of Institutional Scholarship Program for Initiation Teaching PIBID for students in early grades of high school at two public schools The activity was developed in three steps teaching planning exhibition and discussion of the videos and evaluation of teaching sequence The planning resulted in the selection of three videos for the exhibition and development of an evaluation questionnaire The activity developed was a rewarding experience to PIBID fellows therefore required the development of skills such as mediation necessary for future teachers and the video resource was considered motivator for learning Key words glass audiovisual situated learning subprojeto de Química do PIBIDUEMS na mesma escola Dourados MS BR Edemar Benedetti Filho edemaruemsbr licenciado e bacharel em Química mestre e doutor em Ciências Química Analítica pela Universidade Federal de São Carlos UFSCar é docente dos Cursos de Licenciatura em Química e de Química Industrial da UEMS Dourados Dourados MS BR Antonio Rogério Fiorucci arfiorucciuemsbr licenciado e bacharel em Química mestre em Química Analítica e doutor em Ciências Química Analítica pela UFSCar é docente dos cursos de Química Licenciatura Química Industrial e Engenharia Ambiental da UEMS Dourados é coordenador de área subprojeto de Química do PIBID UEMS Dourados Dourados MS BR A Utilização de Vídeos Didáticos nas Aulas de Química para uma Abordagem Histórica e Contextualizada sobre Vidros Resenha Crítica O artigo publicado em 2012 descreve uma experiência educacional no ensino médio que utiliza vídeos didáticos como ferramenta de apoio no ensino de Química especificamente para tratar o tema vidros sob uma perspectiva histórica e contextualizada Desenvolvida no âmbito do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência PIBID a proposta foi realizada em duas escolas públicas e envolveu bolsistas de Química que implementaram a sequência didática e avaliaram seus impactos na aprendizagem dos alunos A sequência didática foi dividida em quatro momentos principais pesquisa e seleção dos vídeos planejamento pedagógico exibição e discussão dos vídeos e avaliação da aprendizagem dos alunos Três vídeos com diferentes abordagens foram escolhidos para compor a sequência Vidros origem arte e aplicações Kika de onde vem o vidro e A química do fazer vidro Cada vídeo foi utilizado como ferramenta motivacional e informativa complementando a explanação dos professores bolsistas A metodologia utilizada foi eficaz em sua proposta de utilizar vídeos para estimular o interesse dos alunos pela Química especialmente ao abordar um material amplamente presente no cotidiano como o vidro A abordagem histórica possibilitou uma ligação entre a ciência e sua aplicação prática fator importante para engajar alunos que costumam ver a Química como uma disciplina difícil e abstrata O uso de vídeos no ensino de Química foi avaliado positivamente pelos alunos que consideraram a ferramenta didática mais envolvente do que as aulas tradicionais O formato audiovisual proporcionou uma maior retenção dos conceitos discutidos principalmente quando a linguagem dos vídeos era acessível e próxima da realidade dos alunos O vídeo Kika de onde vem o vidro por exemplo despertou grande interesse por seu formato animado e simples enquanto o primeiro vídeo com uma linguagem mais científica encontrou maior resistência Por outro lado o estudo evidenciou que para o uso de vídeos ser realmente eficaz é necessária uma mediação cuidadosa por parte dos professores Não basta apenas exibir o conteúdo audiovisual é crucial guiar a reflexão e promover a contextualização dos conceitos discutidos Nesse sentido os bolsistas atuaram como facilitadores conduzindo discussões que ajudaram os alunos a assimilar melhor os conteúdos e a fazer conexões entre o que viam nos vídeos e a teoria científica subjacente O artigo ressalta a importância da formação de futuros professores para o uso eficaz de recursos audiovisuais A utilização de vídeos nas aulas de Química demonstrou ser uma ferramenta poderosa para aumentar a motivação dos alunos e facilitar a compreensão de conceitos complexos No entanto os desafios na escolha de materiais adequados e na mediação dos conteúdos reforçam a necessidade de uma preparação cuidadosa dos docentes De maneira geral a experiência descrita no artigo é um exemplo promissor de como integrar novas tecnologias no processo de ensinoaprendizagem A adoção de uma abordagem histórica e contextualizada junto com o uso de vídeos representa um avanço na busca por metodologias mais envolventes e eficazes para o ensino de Química Referência SILVA José et al A Utilização de Vídeos Didáticos nas Aulas de Química do Ensino Médio para Abordagem Histórica e Contextualizada do Tema Vidros Química Nova na Escola v 34 n 4 p 189200 nov 2012