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Comunicação e Expressão

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COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Trabalho Avaliativo 100 DEPENDÊNCIAADAPTAÇÃO DE VERÃOINVERNO Proposta de trabalho Escrever dois Resumos e dois Fichamentos A atividade Avaliativa DEPADP Inverno da disciplina Comunicação e Expressão resumese à escrita de dois tipos de textos Cada aluno portanto deverá apresentar como atividade dois tipos de textos distintos o Resumo e o Fichamento Cada aluno deverá escrever um Resumo e um Fichamento para cada capítulo Unidade 1 e Unidade 3 da Apostila Comunicação e Expressão disponível em PDF no Portal Na versão eletrônica da Apostila que disponibilizamos no Ambiente Virtual de Aprendizagem AVA os capítulos que deverão ser lidos resumidos e fichados são os que constam nas páginas 12 a 29 Unidade 1 e 42 a 52 Unidade 3 Lembro que há dois arquivostextos postados no AVA que explicam as diferenças conceituais entre Resumo e Fichamento Uma consideração importante sobre o trabalho são as configurações de escrita O trabalho deverá conter CAPA CONTRACAPA RESUMO com a referência dos textos logo após o título Resumo e FICHAMENTO com a referência dos textos logo após o título Fichamento Deverá ser escrito em fonte Arial 12 espaçamento entre linhas 15 e margens padronizadas esquerda 2 alto 2 direita 3 baixo 3 Se o trabalho tiver o uso de outras referências para a escrita dos Fichamentos essas referências deverão aparecer na própria página onde aparecem Lembrese no Resumo a única referência é o texto que está sendo resumido No Fichamento podese utilizar outras referências para o debatereflexão reconhecidos nos textoscapítulos lidos Uma última e fundamental observação é a respeito de plágio Em trabalhos acadêmicos toda e qualquer citação deverá ser corretamente referenciada Cópias de outros trabalhos não é citação e trechos sem a devida referenciação serão considerados plágios Lembramos que a constatação de cópias em qualquer trabalho acadêmico configura plágio que caracteriza reprovação Observação 01 O trabalho deverá ser entregue conforme Ofício via Portal do aluno até as 2355h Observação 02 O trabalho deverá ser feito individualmente Observação 03 O trabalho deverá ser postado em formato PDF Observação 04 Não há trabalho substitutivo e final para as disciplinas de DEPADP VerãoInverno UNIDADE 3 OBJETIVOS Ao final desta unidade o aluno será capaz de conhecer as estratégias de leitura a fim de aperfeiçoar a capacidade leitora conscientizarse das concepções de leitura entender os objetivos da leitura bem como suas funções sociais compreender a pluralidade de leituras que um texto pode propiciar 3 DESENVOLVIMENTO A leitura ocupa um importante papel em nossas vidas por motivos infinitos É por meio dela que desenvolvemos o conhecimento de mundo vivemos experiências novas e nos formamos como indivíduos Ela é também uma importante habilidade a ser desenvolvida pelo estudante a fim de ampliar seus horizontes o mercado de trabalho o crescimento individual etc Por isso dedicamos uma unidade desta apostila para que você alunoa conheça mais a respeito dessa competência primordial ao ser humano 31 CONCEPÇÕES DE LEITURA A leitura é o resultado de uma série de convenções que uma comunidade estabelece para a comunicação entre seus membros e fora dela Aprender a ler e ser leitor são práticas sociais que mediam e transformam as relações humanas COSSON 2011 p 40 As concepções conceitos de leitura são decorrentes das concepções de sujeito de língua de texto e de sentido Há três concepções de leitura com foco no autor com foco no texto e com foco na interação autortextoleitor Foco no autor A língua nessa concepção é vista como representação do pensamento O sujeito é psicológico individual dono de sua vontade e de suas ações Assim o interlocutor deve captar a mensagem do locutor da maneira como foi mentalizada por este O texto é visto como um produto do pensamento do autor Portanto a leitura é entendida como atividade de captação de ideias do autor sem levar em conta as experiências e os conhecimentos do leitor KOCH ELIAS 2010 Foco no texto A língua é observada como estrutura como código O sujeito é assujeitado pelo sistema não de forma consciente O texto é produto da codificação de um emissor a ser codificado pelo ouvinte bastando a este o conhecimento do código usado A leitura é focada no texto Cabe ao leitor reconhecer os sentidos das palavras e das estruturas do texto KOCH ELIAS 2010 Foco na interação autortextoleitor A concepção de língua é interacional Os sujeitos são construtores sociais que interagem dialogam com o texto O sentido é construído na interação textosujeitos A leitura é uma atividade interativa complexa de produção de sentidos É uma atividade na qual se consideram as experiências e os conhecimentos do leitor A leitura do texto exige do leitor bem mais que o conhecimento do código linguístico Língua Portuguesa KOCH ELIAS 2010 32 ESTRATÉGIAS DE LEITURA O que é ler Ler nada mais é do que decifrar símbolos e atribuir significados a eles É por meio da leitura que decodificamos textos dessa forma é seguro pontuar que é lendo que aprendemos é lendo que construímos conhecimento e descobrimos melhor o mundo que nos cerca Para entender melhor o que é leitura vamos visitar o conceito de Leffa 1996 que considera a leitura uma forma de representação já que quando lemos entendemos melhor nossa realidade não tendo aceso ao real mas sim a representações da realidade A leitura não se dá por acesso direto à realidade mas por intermediação de outros elementos da realidade Nessa triangulação da leitura o elemento intermediário funciona como um espelho mostra um segmento do mundo que normalmente nada tem a ver com sua própria consistência física Ler é portanto reconhecer o mundo através de espelhos Como esses espelhos oferecem imagens fragmentadas do mundo a verdadeira leitura só é possível quando se tem um conhecimento prévio desse mundo LEFFA 1996 p 10 Como a leitura é fundamental todo leitor competente tem estratégias de leitura Estratégias de leitura também podem ser consideradas planos flexíveis que apresentam grande adaptação às mais diversas situações comunicativas presentes nos textos facilitando a compreensão dos leitores Ler diz respeito a procedimentos de ordem elevada que envolvem o cognitivo e o metacognitivo Não são técnicas precisas tampouco receitas infalíveis ou habilida des específicas O que caracteriza a mentalidade estratégica é a sua capacidade de representar e de analisar os problemas e a flexibilidade para encontrar e buscar soluções Tratase mais de fomentar as competências leitoras dos sujeitos SOLÉ 1998 p 6970 Destacamos quatro principais estratégias seleção antecipação inferência e verificação essas estratégias são retiradas dos estudos de Goodman 1987 e Menegassi 1995 SELEÇÃO O leitor precisa selecionar quais as informações são mais importantes Pela relevância escolhe algumas informações para interpretar e reter ANTECIPAÇÃO Antecipar significa adiantar sentidos Então a antecipação se realiza nas hipóteses de leitura criadas pelo leitor seja antes ou durante a leitura Ele tenta antecipar o que está por vir e tentará comprovar suas hipóteses Uma vez comprovadas o leitor estará satisfeito por estar compreendendo o que lê Caso não tiver uma hipótese comprovada o leitor terá que rever sua compreensão e assim terá de trocar de estratégia ou hipótese INFERÊNCIA A partir de informações postas no texto o leitor é capaz de inferir outras A inferência acontece quando o que está posto no texto ativa os conhecimentos de mundo dos leitores VERIFICAÇÃO É quando o leitor comprova ou refuta todas as suas antecipações e inferências A verificação que faz com que o leitor ajuste a sua interpretação do texto 33 FATORES DE COMPREENSAO DA LEITURA Quais fatores auxiliam na compreensão do que lemos Podemos destacar etapas que podem auxiliar na leitura de textos e aspectos gerais importantes a Etapas de análise de texto No momento de analisar um texto seja ele da natureza que for quatro passos poderão ser executados Primeiro passo decodificação O texto é lido e as letras formam um sentido compreensível Segundo passo compreensão Uma primeira leitura por meio de uma visão panorâmica permite que o leitor busque esclarecimentos para melhor compreensão do texto Ele entende o assunto e o tema e compreende o vocabulário Terceiro Passo interpretação Quando as informações do texto podem ser relacionadas com outros conhecimentos A busca de dados a respeito do autor do texto pode auxiliar nessa etapa Quarto Passo retenção As informações mais importantes serão memorizadas b Questões a serem observadas no texto O momento da leitura está imbricado ao momento que um texto foi produzido Koch 2006 aponta que um texto é compreendido a partir de uma intensa atividade interativa que envolve três fatores o produtor o texto e o leitor Observe a seguir a relação que podemos traçar entre esses fatores Quadro 2 Elementos do ato de Leitura ProdutorPlanejador É o indivíduo responsável pela organização dos sentidos do texto Isso é operacionalizado por meio de sinalizações textuais indícios pistas marcas O texto A materialidade do texto seu gênero estilo marcas de autoria são pistas deixadas pelo autor para a construção de sentidos Porém as informações que estão no texto podem ser relacionadas com leituras anteriores de cada leitor e assim construir novos sentidos O leitor Constrói efetivamente os sentidos apresentados no texto a partir da leitura Fonte Adaptado de Koch 2006 Em suma tratase de aplicar estratégias de leitura e também de colocar em prática os quatro passos para a análise do texto Vamos ver um exemplo prático Veja a seguir que transcrevemos um miniconto do autor Dalton Trevisan NO VELÓRIO No velório a viúva O que separou a gente foi a morte Coragem Maria Um longo suspiro A vida dele acabou e a minha hoje começa Dalton Trevisan Vamos observar os três fatores envolvidos na produção do texto Autor Dalton Trevisan Para compreender a obra convém pesquisar acerca do autor entender suas publicações e dentro do possível conhecer sua biografia Texto ler e entender o texto que está diante do leitor um miniconto literário Leitor o leitor precisa saber se tem leituras anteriores que o auxiliam na interpretação do conto Agora vamos aplicar os quatro passos da análise de um texto Primeiro passo na decodificação do texto o leitor precisa juntar as letras fonemas vocábulos e entender a colocação das frases No caso do miniconto precisa entender também o que é um travessão e o que são reticências Segundo passo para compreender esse texto é necessário entender o funcionamento de um miniconto ou seja uma unidade narrativa com tamanho restrito o mínimo de palavras com o máximo de sentidos Também é preciso que o leitor entenda o significado social dos termos velório e viúva pois é essa compreensão que permitirá que o miniconto seja resumido Terceiro passo para interpretar o conto o leitor precisa relacionar o seu conhecimento de mundo com as informações que o texto apresenta Assim ao ver a palavra velório vai mobilizar o significado que velório apresenta na nossa cultura uma ocasião solene em que se espera que a viúva enlutada esteja triste O final do conto pode ser surpreendente para o leitor mas é sua compreensão que pode fazer com que várias interpretações surjam Pela leitura percebemos que a morte do marido não é algo a se lamentar e sim motivo de comemoração O leitor ao interpretar o conto pode elencar razões que possam explicar a frase final da viúva Quarto passo a retenção pode estar relacionada tanto à compreensão quanto à interpretação O primeiro tipo de retenção pode fazer com que o leitor memorize quais são as características de um miniconto A retenção do segundo tipo por sua vez pode fazer com que o leitor tenha outra percepção sobre velórios e viúvas e tenha uma opinião a respeito da parte da obra do autor Dalton Trevisan Outras retenções são possíveis de acordo com as interpretações de cada leitor A partir disso vamos relacionar a leitura do texto analisado com as estratégias de leitura que exploramos no nosso estudo SELEÇÃO O miniconto é um gênero conciso então não há muitas possibilidades de selecionar informações Na leitura porém alguns vocábulos são importantes para a construção dos sentidos como velório viúva vida começa Esses termos são encadeadores de sentido e precisam ser selecionados pelos leitores ANTECPIAÇÃO O texto possibilita várias antecipações 1 ao ler a palavra velório o leitor pode antecipar que o miniconto abordará a dor da perda 2 ao compreender o termo viúva o leitor pode antecipar que ela está triste e enlutada por perder o marido 3 a construção coragem Maria permite que o leitor reforce as antecipações anteriores pois parece ser alguém amparando o pranto da viúva INFERÊNCIA A leitura do conto também possibilita várias inferências A partir do diálogo da viúva o leitor pode inferir qual era o relacionamento dela com o falecido Como os três pontos pode inferir que o interlocutor da viúva ficou em suspense com a resposta que ela estava por dar O final do miniconto possibilita outras inferências relacionadas aos motivos de a viúva ter feito a afirmação que fez VERIFICAÇÃO Após fazer antecipações e inferências o leitor no ato da leitura vai fazendo verificações No decorrer da leitura perceberá que a sua primeira percepção acerca da palavra velório não se confirma a viúva não lamenta a morte do marido Isso desmonta uma possível hipótese de leitura obrigando o leitor a rever os sentidos que estava atribuindo ao texto 34 ESCRITA E LEITURA CONTEXTO DE PRODUÇÃO E CONTEXTO DE USO Depois de escrito o texto tem uma existência independente do autor Entre a produção do texto escrito e sua leitura pode passar muito tempo as circunstâncias da escrita contexto de produção podem ser diferentes das circunstâncias da leitura contexto de uso fato esse que interfere na produção de sentido KOCH ELIAS 2010 Quadro 3 Passos para interpretação de texto Passo a passo para uma boa interpretação de texto 1 Ler todo o texto para ter uma visão geral do assunto 2 Se encontrar palavras desconhecidas na primeira leitura não a interrompa vá até o fim 3 Ler o texto pelo menos três vezes 4 Voltar ao texto todas as vezes que precisar Aplicar as quatro etapas de análise decodificação interpretação compreensão e retenção 5 Esclarecer e compreender o vocabulário procure as palavras no dicionário se preciso 6 Dividir o texto em parágrafos fazer a leitura e sublinhar as partes mais importantes 7 Anotar ao lado de cada parágrafo o que você compreendeu da leitura 8 Pensar na ideia de que o autor quer defender criticar ou refletir 9 Identificar personagem espaço enredo e tempo caso seja uma narrativa 10 Relacionar as ideias e os fatos do texto ao conhecimento de mundo que você já tem 11 Anotar as dúvidas e discutir com algum colega a compreensão que fez do texto Fonte adaptado de Koch e Elias 2010 Leffa 1996 A leitura de um modo geral é fundamental para a formação pois segundo Petit 2009 p 13 a leitura tem o poder de despertar em nós regiões que estavam até então adormecidas Além disso ela contribui para que crianças e adolescentes encaminham mais no sentido do pensamento do que da violência Em certas condições a leitura abre possibilidades onde parecia não existir margem de manobra A leitura possibilita a construção de subjetividades juntamente a um entendimento do mundo Ler para quê Para obter informações Resolver problemas práticos do dia a dia Satisfazer curiosidades Passar o tempo Ter momentos de lazer Coletar argumentos e dados 35 RESUMO Concepções de leitura Objetivos da leitura Funções sociais da leitura Importância da leitura Estratégias de leitura Passos para uma boa interpretação de texto SUGESTÕES DE LEITURA 1 KOCH Ingedore Villaça ELIAS Vanda Maria Ler e compreender os sentidos do texto São Paulo Contexto 2006 As autoras aprofundam a noção de leitura abordando que ao exercer essa atividade exigese mais do que o simples conhecimento linguístico compartilhado pelos interlocutores 2 TATIT Luiz Abordagem do texto In FIORIN José Luiz Org Introdução à linguística I objetos teóricos São Paulo Contexto 2003 p 187209 Aborda a passagem do estudo das frases para o estudo dos textos 2 PETIT Michèle Leituras do espaço íntimo ao espaço público São Paulo Editora 34 2013 São ensaios que destacam a leitura para assegurar um espaço próprio íntimo e privado 3 SOLÉ Isabel Estratégias de Leitura Porto Alegre Ed Artmed 1998 A obra de Solé traça uma importante reflexão sobre a importância da leitura e as possíveis estratégias para a interpretação e compreensão de textos 1 DESENVOLVIMENTO Como salvar a dimensão soberba da comunicação uma das mais belas do homem aquela que lhe faz desejar entrar em relação com os outros interagir com os outros Nas palavras do sociólogo e pesquisador da área de comunicação Dominique Wolton Como salvar a dimensão humanista da comunicação quando triunfa sua dimensão instrumental WOLTON 2004 p 28 Tais interrogações nos trazem uma perspectiva comunicacional dialógica e voltada para a potência na geração de laço social e estabelecimento de vínculos A comunicação é um processo social básico e primário pois é a partir dela que se torna viável e possível a vida em sociedade Ela preside rege todas as relações humanas de modo que não há sociedade organizada sem comunicação Dessa forma está relacionada a um padrão cultural a um modelo de cultura Para que a comunicação realmente possa se efetivar é necessário o domínio da linguagem Especialmente de uma de suas formas a língua Devemos considerar nesse contexto tanto a língua na sua forma oral quanto na sua forma escrita As diversas variedades linguísticas bem como as narrativas imagéticas também devem ser consideradas pois convivemos intensamente na contemporaneidade com a linguagem visual Sendo assim nesta unidade serão apresentados conceitos e reflexões que habilitem ao discente o uso da comunicação da linguagem verbal e da linguagem não verbal de forma correta É portanto de suma importância o estudo da linguagem nos processos de interação na contemporaneidade 11 LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO É importante perguntar em que consiste a linguagem Na realidade ela consiste em símbolos que são representações de pessoas eventos e de tudo o que ocorre conosco e ao nosso redor WOOD 2009 p 103 Assim toda linguagem é simbólica entretanto nem todos os símbolos são linguísticos No caso da linguagem não verbal estão inclusos símbolos que não são palavras como expressões faciais roupas e tons de voz assim como imagens expressas pelo homem em suportes diversificados Segundo Émile Benveniste 2005 a linguagem é um sistema de signos socializados Símbolos que apresentam um sentido uniformizado em uma comunidade linguística A premissa de socialização explicitada remete a uma proposição comunicacional da linguagem Quanto à menção sistema de signos seu emprego referese à definição de linguagem como um conjunto cujos elementos se determinam em suas interrelações ou seja um conjunto no qual nada significa por si mas tudo significa em função dos outros elementos Dito de outro modo o sentido de um termo bem como o de um enunciado é função do contexto em que ele ocorre VANOYE 2003 p 21 Dessa forma a linguagem é considerada fruto de aprendizagem social e reflexo da cultura de uma comunidade além disso seu domínio é primordial na inserção do indivíduo na sociedade Observe as imagens a seguir para exemplificar a ideia de uso da linguagem na comunicação intermediada ou não por dispositivos eletrônicos Observe que tanto na comunicação entre as pessoas da Figura 1 mediada por dispositivos eletrônicos quanto da Figura 2 há formas de comunicação A diferença é que na segunda imagem os movimentos e gestos também auxiliam na construção de sentidos e são formas de expressão da linguagem A linguagem cria a realidade Ao nomear as coisas a linguagem as traz até a consciência humana As linguagens têm características particulares Dividemse em dois grupos a linguagem verbal e a não verbal A linguagem verbal tem por unidade a palavra A não verbal por sua vez tem outros tipos de unidades gestos imagens desenhos pinturas etc Quando há em um texto linguagem verbal e não verbal dizemos que existe a linguagem mista Observe os exemplos a b c a Desenho linguagem não verbal b Poema linguagem verbal Soneto de Fidelidade De tudo ao meu amor serei atento Antes e com tal zelo e sempre e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento Quero vivêlo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento O Soneto de Fidelidade de Vinícius de Morais corresponde a um exemplo de linguagem verbal por meio de palavras c Quadrinho linguagem mista verbalnão verbal Na comunicação diária utilizamonos de meios que dispensam o uso da palavra Nossos gestos e olhares são provas disso A maneira como nos vestimos e até como nos portamos nos variados ambientes que frequentamos também serve para comunicar aos que nos observam modos de ser Assim podemos naturalmente concluir que há no cotidiano uma mistura natural de linguagens Temos por hábito utilizar a linguagem verbal juntamente com a não verbal como forma de estabelecer comunicação Figura 4 Linguagem mista 12 LÍNGUA As línguas sempre refletem a diversidade de condições históricas e socioculturais em que são utilizadas Para Vanoye 2003 p 21 as línguas são casos particulares de um fenômeno a linguagem que é estudada pela linguística geral Embora não exista a linguagem verbal universal a linguística geral esforçase no sentido de isolar e estudar as características comuns das diferentes línguas A língua é um código formado por palavras e leis combinatórias por meio das quais as pessoas se comunicam e interagem entre si Quanto maior o domínio que temos da língua maiores são as possibilidades de termos um desempenho linguístico eficiente 121 LÍNGUA E LINGUAGEM Um dos principais conceitos para diferenciar língua e linguagem vem de um importante linguista considerado o pai da Linguística Geral Ferdinand de Saussure 2006 Para o estudioso a linguagem é de natureza heterogênea portanto é multiforme além disso pertence ao domínio individual e social O que tudo isso quer dizer Heterogênea significa que assume mais de uma forma Então pode ser verbal não verbal feita por meio de gestos e movimentos É portanto multiforme pois assume mais de uma forma A linguagem pode ser de domínio individual uma pessoa isolada pode conceber símbolos para compreender o mundo e social várias pessoas usam os mesmos símbolos Para Saussure 2006 a língua é um produto social da linguagem sendo assim é sempre algo adquirido e convencional Ou seja uma comunidade de pessoas precisa atribuir o mesmo sentido aos mesmos símbolos Por exemplo em língua portuguesa o símbolo verbal GATO representa o animal doméstico felino A língua é um sistema homogêneo tem uma única forma e portanto é estável 122 A LÍNGUA É MUTÁVEL A mutabilidade das línguas é enorme e resulta da dinâmica da história da própria vida das relações sociais e até da maneira de ser de cada indivíduo Um exemplo são as chamadas línguas mortas ou em desuso como o latim A língua evolui transformandose e os processos de globalização os avanços tecnológicos têm intensificado as variações linguísticas A fala também se modifica de acordo com a história de cada indivíduo suas intenções sua formação escolar sua cultura com as influências que ele recebe do grupo social ao qual pertence SAUSSURE 2006 Algumas palavras perdem ou ganham sílabas como é o caso do pronome de tratamento Vossa Mercê que passou por transformações tornandose Você Quem sabe daqui a alguns anos já teremos a palavra Cê no dicionário Além disso novas palavras surgem de acordo com as necessidades incluindo os empréstimos de outras línguas com as quais a comunidade linguística mantém contato denominados estrangeirismos empréstimos linguísticos provenientes de línguas estrangeiras em diferentes épocas A palavra bife por exemplo veio do inglês beef a palavra abajur veio do francês abatjur dentre milhões de exemplos possíveis Também é importante pontuar que a convergência digital o desenvolvimento das Tecnologias de Informação e Comunicação TICs com o uso da internet e das redes sociais tem potencializado a mutabilidade linguística A internet propiciou o surgimento e o empréstimo de novas palavras digitar teclat twittar facebook blogueiros outras porém deixam de ser utilizadas gradativamente como é o caso de datilografar SIGNO Vanoye 2003 p21 define signo como uma noção básica na linguística Signo é a menor unidade dotada de sentido em um código dado Decompõese em um elemento material perceptível o significante e em um elemento conceitual não perceptível o significado O referente é o objeto real ao qual remete o signo em uma instância de enunciação Exemplo vamos pensar em maçã Significante o som da palavra a união de fonemas que forma o vocábulo maçã Significado ideia de uma determinada fruta específica Referente a fruta real que existe CÓDIGO Código é um conjunto de regras que permite a construção e a compreensão de mensagens É portanto um sistema de signos A linguagem é por conseguinte um dentre outros códigos VANOYE 2003 p 22 A linguagem verbal é um código porém diferente dos demais apresenta características únicas SAUSSURE 2006 Uma delas é a de falar acerca dos signos que constituem outros signos ou seja pode explicar a arbitrariedade que existe entre significante e significado Outra possibilidade é fazer jogos de sentido criando ambiguidades metáforas brincadeiras de palavras novas significações Percebese que o significado das palavras embora possa parecer algo fixo não o é já que a língua é viva as palavras nascem crescem evoluem podem mudar de forma e de sentido e até desaparecer de determinado idioma A imaginação do homem também pode contribuir para ampliar o significado das palavras e ela deixa de significar apenas a ideia original que é aquela básica e objetiva Daí os conceitos de denotação e conotação DENOTAÇÃOCONOTAÇÃO Referemse ao sentido das palavras da língua Denotação é a designação do objeto ao qual remete o significante ou seja é o sentido imediato possível de localizar rapidamente em um dicionário Conotação faz referência a tudo que um termo possa sugerir clara ou vagamente varia de pessoa para pessoa e conforme o espaço e o tempo Nessa categoria estão as metáforas e a linguagem figurada KOCH 2009 No caso do signo maçã diversos significantes um som ou melhor uma combinação de sons ou uma combinação gráfica correspondem a um significado o conceito de maçã que por sua vez designa uma classe de referentes maçã do amor doce de maçã maçã argentina Há casos em que um mesmo significante pode remeter a vários significados folha pode remeter à folha de árvore ou à folha de caderno Nesses casos o contexto elimina a ambiguidade Quando determinada palavra é utilizada com um sentido diferente daquele que lhe é comum estamos diante de uma linguagem conotativa Além de ser bastante explorada na Literatura a conotação é empregada em letras de músicas anúncios publicitários conversas do nosso cotidiano etc Para demonstrar que tanto a conotação quanto a denotação são bastante exploradas no nosso dia a dia leia o exemplo a seguir Ex Marina quebrou a cara Observe que no exemplo podemos interpretar o enunciado de duas maneiras entender que Marina sofreu algum acidente e fraturou o rosto ou que ela não se deu bem em determinada situação Dominar bem uma língua não significa apenas conhecer seu vocabulário é preciso também ter domínio de suas leis combinatórias Conhecemos o sentido de cada uma das palavras deste enunciado Na foi comunidade Amazônica descoberta indígena Porém ele nada significa para nós porque não foram respeitadas as leis de combinação das palavras Veja como o enunciado ganha sentido se combinarmos as palavras desta forma Foi descoberta comunidade indígena na Amazônia Para compreender melhor a relação dos signos na constituição da linguagem vamos explicar as três características dos símbolos conforme assinala Wood 2009 p 104108 a Arbitrariedade a linguagem é arbitrária o que significa que os símbolos verbais não são intrinsecamente relacionados com o que representam Exemplo sala de batepapo não tem nenhuma relação natural com espaços para interação dentro de comunidades virtuais específicas Dessa forma não há nenhuma regra que diga que o termo mesa faça referência ao objeto que consideramos ser uma mesa É apenas um convenção É disso que se trata a arbitrariedade A linguagem também muda à medida que inventamos novas palavras ou atribuímos novos significados a palavras existentes b Ambiguidade a linguagem é ambígua ou seja não tem significados bem definidos e precisos A linguagem é a mesma mas seu sentido muda dependendo de experiências interesses identidade e formação pessoal A ambiguidade relacionase aos aspectos culturais Exemplo cachorro pode se referir a determinado animal de quatro patas ou em algumas culturas dar nome a um alimento c Abstração a linguagem é abstrata ou seja as palavras não são os fenômenos concretos ou tangíveis aos quais elas se referem Elas representam esses fenômenos ideias pessoas eventos objetos sentimentos e assim por diante mas não são as coisas que representam À medida que a linguagem se torna cada vez mais abstrata o potencial de confusão aumenta rapidamente Exemplo a comunicação em geral utiliza uma linguagem altamente genérica e abstrata para descrever grupos de pessoas juventude urbana imigrante terceira idade etc LEITURA COMPLEMENTAR O Gigolô das palavras Quatro ou cinco grupos diferentes de alunos do Farroupilha estiveram lá em casa numa mesma missão designada por seu professor de Português saber se eu considerava o estudo da Gramática indispensável para aprender e usar a nossa ou qualquer outra língua Cada grupo portava seu gravador cassete certamente o instrumento vital da pedagogia moderna e andava arrecadando opiniões Suspeitei de saída que o tal professor lia esta coluna se descabelava diariamente com suas afrontas às leis da língua e aproveitava aquela oportunidade para me desmascarar Já estava até preparando às pressas minha defesa Culpa da revisão Culpa da revisão Mas os alunos desfizeram o equívoco antes que ele se criasse Eles mesmos tinham escolhido os nomes a serem entrevistados Vocês têm certeza que não pegaram o Veríssimo errado Não Então vamos em frente Respondi que a linguagem qualquer linguagem é um meio de comunicação e que deve ser julgada exclusivamente como tal Respeitadas algumas regras básicas da Gramática para evitar os vexames mais gritantes as outras são dispensáveis A sintaxe é uma questão de uso não de princípios Escrever bem é escrever claro não necessariamente certo Por exemplo dizer escrever claro não é certo mas é claro certo O importante é comunicar E quando possível surpreender iluminar divertir mover Mas aí entramos na área do talento que também não tem nada a ver com Gramática A Gramática é o esqueleto da língua Só predomina nas línguas mortas e aí é de interesse restrito a necrólogos e professores de Latim gente em geral pouco comunicativa Aquela sombria gravidade que a gente nota nas fotografias em grupo dos membros da Academia Brasileira de Letras é de reprovação pelo Português ainda estar vivo Eles só estão esperando fardados que o Português morra para poderem carregar o caixão e escrever sua autópsia definitiva É o esqueleto que nos traz de pé certo mas ele não informa nada como a Gramática é a estrutura da língua mas sozinha não diz nada não tem futuro As múmias conversam entre si em Gramática pura Claro que eu não disse isso tudo para meus entrevistadores E adverti que minha implicância com a Gramática na certa se devia à minha pouca intimidade com ela Sempre fui péssimo em Português Mas isso eu disse vejam vocês a intimidade com a Gramática é tão indispensável que eu ganho a vida escrevendo apesar da minha total inocência na matéria Sou um gigolô das palavras Vivo às suas custas E tenho com elas exemplar conduta de um cáften profissional Abuso delas Só uso as que eu conheço as desconhecidas são perigosas e potencialmente traiçoeiras Exijo submissão Não raro peço delas flexões inomináveis para satisfazer um gosto passageiro Maltratoas sem dúvida É jamais me deixo dominar por elas Não me meto na sua vida particular Não me interessa seu passado suas origens sua família nem o que outros já fizeram com ela Se bem que não tenho o mínimo escrúpulo em roubálas de outro quando acho que vou ganhar com isto As palavras afinal vivem na boca do povo São faladíssimas Algumas são de baixíssimo calão Não merecem o mínimo respeito Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel Acabaria tratandoas com a deferência de um namorado ou a tediosa formalidade de um marido A palavra seria a sua patroa Com que cuidados com que temores e obséquios ele consentiria em sair com elas em público alvo da impiedosa atenção dos lexicógrafos etimologistas e colegas Acabaria impotente incapaz de uma conjunção A Gramática precisa apanhar todos os dias pra saber quem é que manda VERÍSSIMO Luis Fernando O gigolô das palavras In Para gostar de ler Luis Fernando Verissimo o nariz e outras crônicas 10 ed v 14 São Paulo Ática 2002 p 7778 VARIEDADES LINGUÍSTICAS Apesar de uma língua ser uma construção social e sofrer padronizações para se tornar o mais uniforme possível sempre haverá variação em seu uso Ou seja a variação sempre existiu e sempre existirá independentemente de qualquer ação normativa Assim quando se fala em Língua Portuguesa está se falando de uma unidade que se constitui de muitas variedades BRASIL 1998 p 29 É preciso destacar que as variações de uma língua ocorrem de acordo com condiçõespeculiaridades de natureza social cultural regional ou até histórica Gorski e Coelho 2010 destacam que há três importantes tipos de variações linguísticas variação regional ou geográfica variação social e variação estilística Vamos nos ater um pouco em cada uma delas Variação Regional é aquela que acontece por razões geográficos Por exemplo o sotaque Gaúcho falado no Rio Grande do Sul o sotaque baiano falado na Bahia etc Variação Social essa variação também conhecida como variação diastrática GORSKI COELHO 2010 está relacionada a fatores econômicos a classes sociais e ao acesso à educação Também podem influenciar fatores como o sexo a idade o grau de escolaridade a profissão do indivíduo Segundo Gorski e Coelho 2010 são exemplos típicos de variação social a vocalização do lh i como em mulhermuié blusabrusa cantandocantano a concordância nominal e verbal como em os meninos saíram cedoos menino saiu cedo Variação estilística também chamada de registro Manifestase nas diferentes situações comunicativas que nos envolvem todos os dias Por exemplo em casa com familiares e amigos íntimos usamos uma variação da língua mais coloquial mais despreocupada Em situações formais como uma entrevista de emprego é mais indicado o uso de uma linguagem mais cuidada e elaborada o registro formal Algumas esferas de comunicação vão exigir um uso diferenciado da língua a igreja o clube o tribunal dentre outros possíveis exemplos Gorski e Coelho 2010 p 77 destacam que tanto a variação geográfica como a variação social estão intimamente associadas às forças internas que promovem ou impedem a variação e a mudança e à identidade do falante Ou seja ao abrir a boca e falar um sujeito pode revelar muitas informações sobre si como a sua região de origem como se ele pela sua forma de falar se identificasse como pertencente ou não a determinada comunidade e a determinado grupo social GORSKI COELHO 2010 p 77 É nesse contexto que pode acontecer o preconceito linguístico que diz respeito ao julgamento com preconceito da forma de falar de um indivíduo Onde se fala melhor o português no Brasil Como vimos as variações linguísticas são normais e podem ser de diferentes naturezas geográficas sociais ou estilísticas Portanto é absolutamente inadequado eleger uma maneira de falar como superior às demais principalmente quando estivermos nos referindo a sotaques GORSKI COELHO 2010 Aprendemos nossa língua em casa no contato com a família imitando o que ouve e apropriandose do vocabulário e das leis combinatórias da língua Exercitamos também o aparelho fonador para produzir sons que se transformam em palavra frases e textos inteiros Dessa forma é preciso levar em conta que Embora no Brasil haja relativa unidade linguística e apenas uma língua nacional notamse diferenças de pronúncia de emprego de palavras de morfologia e de construções sintáticas as quais não somente identificam os falantes de comunidades linguísticas em diferentes regiões como ainda se multiplicam em uma mesma comunidade de fala Não existem portanto variedades fixas em um mesmo espaço social convivem mescladas diferentes variedades linguísticas geralmente associadas a diferentes valores sociais BRASIL 1998 p 29 Por isso temos de compreender as diferentes manifestações da língua e evitar ações de preconceito linguístico É importante ter consciência das diferentes variedades da língua e também do valor social que manifestam as formas em variação Desse modo a pergunta Onde se fala o melhor português do Brasil é absolutamente inadequada não há maneira melhor ou pior certa ou errada Entretanto quando estivermos em situações de formalidade alguns usos da língua precisam ser observados Nesse caso estaremos diante de um uso adequado ou inadequado da língua não de um pior ou melhor 13 GRAUS DE FORMALIDADE Formal linguagem cuidada na variedade culta e padrão Exemplos artigos acadêmicos notícias informativos dicionários Na linguagem formal observamos a aplicação de regras gramaticais lexicais ortográficas e a maior precisão vocabular possível Existem situações comunicativas de maior formalidade como um tribunal uma entrevista de emprego uma entrevista com autoridade A linguagem formal sempre trará a norma padrão da língua aquela manifestada nas gramáticas nos dicionários Linguagem coloquial informal ou popular ocorre quando a língua se manifesta naturalmente de forma coloquial e despreocupada com regras específicas da gramática Exemplo conversas em redes sociais bilhetes Existem situações comunicativas de maior coloquialidade como conversa entre amigos A linguagem coloquial trará como norteadora a norma popular da língua baseada no uso direto das situações comunicativas LEITURA COMPLEMENTAR Texto 1 Todo mundo fala errado Lya Luft Frequentemente se ouve alguém afirmar desamparado que todo mundo fala errado Se apenas observarmos superficialmente poderemos achar que a afirmação está correta É verdade ninguém ou quase ninguém fala certo Talvez devêssemos então indagar o que é falar certo A maioria das respostas será que é falar como está nas gramáticas isto é todo mundo deveria usar com naturalidade e frequência as formas mais sofisticadas da chamada línguapadrão Nesse caso diríamos aos amigos aos filhos aos empregados coisas como na página seguinte Maria viste meu filho na escola Não Teresa vêloei amanhã somente Ou ainda Poderias dizerme aonde irás esta noite Dirteei unicamente quando tiver regressado E ainda coisas deliciosas como Que pensais da cultura dos nossos universitários Não vos posso dar essa resposta porque seria demasiado desanimadora Ora dirão os meus leitores que linguajar mais horrível Que pedantismo que erudição falsa que inadequação à nossa realidade Ninguém fala assim Enfim uma observação inteligente ninguém fala assim porque essas formas e muitas outras que não estão nos livros não se usam Tornaramse arcaicas pertencem a um nível de linguagem culto formal que se aceita com dor nos ouvidos em discursos em sermões de igreja e olhe lá Pelo que nossa liturgia e posturas na Igreja andam evoluindo em breve a música religiosa será considerada blasfêmia São formas apenas aturadas como se aturam trastes velhos pela casa enquanto não sabemos onde os colocar Isso significa que aquilo que os mais ingênuos julgam ser a maneira correta de falar não passa de fórmula livresca seca sem vida Mas não é nem de longe o que devemos empregar diariamente muito menos na fala Pois na língua se distinguem duas maneiras de registrar o pensamento a fala registro primeiro e a escrita registro segundo isto é registro da fala Observando isso podemos concluir que a escrita é que deve reproduzir a fala e não viceversa Assim não é correto que devêssemos falar como se escreve mas deveríamos isso sim escrever como se fala o que é impossível por uma série de motivos um dos quais o de ser a escrita um código determinado por decretos oficiais Por isso não é correto somente o que está nos livros Mas há outros aspectos como a linguagem ser um comportamento social do homem Não se usa um calção em uma conferência nem terno e gravata para ir à piscina entre amigos como não se fala de maneira descontraída em uma conferência Na escrita para aprendermos realmente a escrever é necessário um treinamento intenso pois o código é mais complicado obedece a regras fixas e rígidas Nadar se aprende nadando guiar se aprende guiando falar se aprende falando e escrever se aprende escrevendo e lendo para internalizar estruturas O assunto linguagem é complexo demais para ser tratado num artigo e todos os livros escritos a respeito ainda nos deixam saudavelmente curiosos e perplexos LUFT Lya Todo mundo fala errado In SMITH Marisa Magnus MOREIRA Maria Eunice BOCCHESE Jocelyne da Cunha Org ENADE comentado letras 2011 Dados eletrônicos Porto Alegre EDIPUCRS 2013 122p 14 RESUMO A linguagem é um sistema de signos utilizado para o estabelecimento da comunicação A linguagem é dividida em verbal e não verbal A língua é um código que permite a comunicação entre as pessoas por meio de um sistema de signos e combinações Há dois tipos básicos de variação linguística os dialetos e os registros A norma popular referese a todas as variedades linguísticas diferentes da norma padrão esta é caracterizada como prestigiosa utilizada em situações formais em sua maioria por falantes escolarizados Existem três graus de formalidade formal informal e coloquial RESUMO A concepção da leitura envolve uma interação dinâmica entre o autor o texto e o leitor As concepções da leitura enfatizam a importância desses três elementos e suas relações para uma interpretação eficaz Estratégias de leitura como seleção antecipação inferência e verificação são fundamentais para entender e extrair significado do texto Além disso fatores como conhecimento prévio contexto cultural e propósito da leitura influenciam a compreensão textual As etapas de análise textual que incluem a identificação de informações principais organização de ideias reflexão crítica e avaliação da coerência auxiliam na interpretação profunda do conteúdo Durante o processo de leitura é crucial observar elementos como estrutura do texto estilo do autor contexto de produção e contexto de uso para uma compreensão abrangente Tanto a escrita quanto a leitura são atividades interdependentes onde o contexto de produção do texto e o contexto de uso influenciam sua interpretação e impactam na comunicação efetiva A comunicação é um processo fundamental na interação entre indivíduos e grupos envolvendo a transmissão e recepção de mensagens A linguagem desempenha um papel central nesse processo sendo o principal meio de expressão e comunicação Ela pode se manifestar de diversas formas incluindo a linguagem verbal e não verbal Na linguagem não verbal como no desenho as mensagens são transmitidas por meio de elementos visuais como formas cores e símbolos Já na linguagem verbal como no poema as mensagens são expressas por palavras e estruturas linguísticas Um exemplo de linguagem verbal é o soneto Fidelidade que utiliza a forma poética para expressar sentimentos e ideias por meio de palavras Os quadrinhos são um exemplo de linguagem mista pois combinam elementos verbais balões de fala legendas e não verbais desenhos expressões faciais para transmitir uma mensagem A língua é o sistema de signos utilizado para a comunicação verbal enquanto a linguagem é o uso desse sistema em contextos específicos A linguagem é mutável e está sujeita a variações linguísticas como variações regionais e estilísticas Os signos linguísticos são arbitrários e compreendem um significante forma perceptível e um significado conteúdo associado Eles podem ter significados denotativos objetivos e conotativos subjetivos além de serem ambíguos e abstratos em algumas situações As variedades linguísticas incluindo variações regionais e estilísticas refletem a diversidade linguística e cultural de uma sociedade A questão sobre onde se fala o melhor português do Brasil é complexa e está sujeita a diferentes opiniões e perspectivas Os graus de formalidade na linguagem variam de acordo com o contexto e a situação comunicativa podendo incluir linguagem formal coloquial e informalpopular cada uma adequada a diferentes contextos sociais e culturais O entendimento da leitura e a comunicação humana destacam a interação entre autor texto e leitor Estratégias de leitura contexto e elementos textuais são cruciais para a compreensão eficaz A diversidade linguística e cultural enfatiza a importância da compreensão contextual da linguagem Refletir sobre esses conceitos facilita a participação ativa na sociedade e enriquece o conhecimento coletivo