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Filosofia
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SEMINÁRIO DE OBRAS Os Mestres da Verdade na Grécia Antiga Marcel Detienne INTRODUÇÃO A verdade é maior que o mestre e aquele que é ensinado A linguagem científica é a mestra da comunicação no dialeto da humanidade porque a sua manifestação é fundamental para a relação humana Linguagem que surgiu na Grécia contexto grego A busca por respostas é intrínseca à natureza humana O que chamamos de RAZÃO Nestes termos a Grécia é a dona da razão O mito foi sendo desestruturado naturalmente devido ao processo de evolução do pensamento grego O pensamento racional surge num contexto político econômico e social a cidade Antes da razão vem aquilo que a fundamenta O mito é a primeira infância da Filosofia JANETE SILVA O que fundamenta a origem do pensamento grego é a busca pela VERDADE Alétheia A Verdade é antes de tudo Palavra expressão de um pensamento Não há pois por um lado Alétheia Verdade e por outro Léthe esquecimento mas entre estes dois polos se desenvolve uma zona intermediária na qual Alétheia se desloca progressivamente em direção à Léthe e assim reciprocamente A negatividade não está então isolada separada do Ser ela é um desdobramento da verdade sua sombra inseparável I VERDADE e SOCIEDADE A função da VERDADE em uma civilização científica é trazer objetividade comunicabilidade e unidade VERDADE Alétheia conforme a alguns princípios lógicos conforme ao real inseparável do método científico demonstração verificação e experimentação Foi a partir do pensamento grego que surgiu a concepção ocidental de uma verdade objetiva e racional diferente dos mitos A NOÇÃO CENTRAL que é a VERDADE está dentro de um campo conceitual Detienne equipara a VERDADE à filosofia parmenídica uma viagem num carro conduzido pelas filhas do Sol uma via reservada ao homem que sabe um caminho que conduz às portas do Dia e da Noite uma deusa que revela o conhecimento verdadeiro O sistema de pensamento mítico possui uma significação préracional da verdade que é seu primeiro conteúdo em meio ao pensamento racional II A MEMÓRIA DO POETA As musas assumem um papel de reminiscência de serem fontes de inspiração à memória do poeta que depende dos deuses em sua inspiração nãomântica por não conseguir responder a toda a realidade Por assumirem tal importância no intelecto poético as musas recebem responsabilidades avassaladoras As musas desempenhavam dois modos de palavra cantada a mais dotada de sentimentalismo ARCHÉ o princípio o original o fidedigno THELXINOÉ a sedução do espírito encantamento que a palavra cantada exerce A memória que é uma função psicológica presente no Poeta não é a mesma que a nossa a dele o perpetua na história evocando realidades do passado e profetizando coisas do futuro A POTÊNCIA DA MEMÓRIA está na função dos poetas que é dupla celebrar os imortais presente e futuro e celebrar as façanhas dos homens corajosos que adquiriram a coragem com o passar do tempo Existia uma Alétheia poética e religiosa e as musas que desempenhavam esse privilégio de dizer a Verdade Dizem a Verdade por meio de 03 perguntas O que foi Caracterizada por uma preteriteidade O que é Caracterizada por uma contemporaneidade O que há de ser Caracterizada por uma posteridade Na época espartana os poetas eram árbitros supremos porque tinham o domínio simples da realidade Em uma civilização de caráter agonístico pode parecer paradoxal que o homem não se reconheça diretamente em seus atos Porém na esfera do combate o guerreiro aristocrático parece obcecado por dois valores essenciais Kléos e Kudos dois aspectos da glória Kudos é a glória que ilumina o vencedor é uma espécie de graça divina instantânea Os deuses concedemna a alguns e negamna a outros Ao contrário Kléos é a glória que passa de boca em boca de geração a geração Se o Kudos descende dos deuses o Kléos ascende até eles O campo da palavra poética parece estar polarizado por estas duas potências religiosas por um lado a Censura por outro lado o Louvor Louvor palavra poética boa Censura palavra poética má Epainos Mômos Palavra Silêncio Luz Obscuridade Memória Esquecimento Alétheia Léthe Desse modo compreendese que a Verdade desde sempre tende a mostrar aquilo que é esclarecedor a Alétheia sobrepõe o Léthe III O ANCIÃO DO MAR Trata sobre Nereu um justiceiro Uma adequação ao que pertence à equidade e penetra os pensamentos justos e benignos o que se pode chamar alethés A Verdade perpassa pelo Campo Mântico habitandoa e pela Justiça baseandoa Uma Verdade que é enxertada de equidade e que constrói pensamentos justos e benignos Relação imaculada entre Diké Justiça dos homens e Alétheia Verdade Pelas histórias gregas Cronos que seria a personificação do Tempo seria o pai da Alétheia A Justiça ordena a Ordália da Balança de Ouro O rei se torna o mestre da Alétheia por causa de sua posição social que concede a ele plena soberania A contraposição entre Rei Poeta e Adivinho Um sistema de pensamento urge de uma plena capacidade de sabedoria mântica Verdade e Memória se complementam em significado pois Alétheia e Mnemosýne possuem o mesmo valor em posição religiosa pois uma é como a outra sendo progenitoras de mântica em relação pois ambas complementam o Léthe A Verdade sempre vislumbrará da forma correta sem perder seu caráter a Alétheia não pode jamais ser Léthe Poesia POETA Mântica ADIVINHO e Justiça REI desempenham uma nobre e bela finalidade na sociedade ambas estruturamna IV A AMBIGUIDADE DA PALAVRA A Verdade sempre esteve atrelada à Justiça Memória Louvor Soberania Ela sempre se encaminha por força de outrem à equidade da sociedade A Verdade não é inteligível ela está nas representações religiosas A Alétheia sempre se manifesta em atos de ordenamento e sempre é manuseada e atestada por alguém em determinadas condições a manejabilidade da PalavraVerdade O surgimento da palavra filosófica contrasta todas as outras realidades e palavras que pairam neste mundo Surge um problema qual palavra possui mais eficácia dentro de uma perspectiva verdadeira Qual palavra é mais real A palavra verdadeira é uma faca de dois gumes da mesma forma que não cessa de dar constantemente ela age em vista de sua própria eficácia Aspectos da palavra verdadeira eficácia irrevogabilidade custosa declarante do real e realizadora A palavra que não desempenha isso tornase uma palavra mágica e beira a inutilidade A bela articulação entre Verdade e Palavra Afrodite deusa do Amor Luz Conversas amorosas Mulher benéfica Peithó poder suave Apáte consequência sedução Hermes deus da Magia Noite Palavras de engano Mulher maléfica Peithó poder violenta Apáte consequência duplicidade Podemos inclusive ser mais afirmativos de fato não há Alétheia sem uma parte de Léthe Detienne p 40 O eterno combate entre os ambíguos Apolo brilhante e Plutarco obscuro Desta ambiguidade fundamental tiramse duas conclusões por um lado o Mestre da verdade é também um mestre do engano Possuir a verdade é também ser capaz de enganar por outro lado as potências antitéticas Alétheia e Léthe não são contraditórias no pensamento mítico os contrários são complementares A nível de um problema particular verificamos um traço geral para uma lógica do mito Alétheia está portanto no centro de uma configuração que organiza a oposição maior de Memória e Esquecimento A este par fundamental correspondem pares particulares tais como Louvor e Censura ou pares mais gerais como Dia e Noite Detienne p 4344 V O PROCESSO DE LAICIZAÇÃO Por mais absoluto que seja o império da palavra mágicoreligiosa alguns meios sociais parecem ter escapado de sua influência Desde a época mais remota possuem um outro tipo de palavra a palavradiálogo Estes dois tipos de palavra opõemse em toda uma série de pontos a primeira é eficaz intemporal é inseparável das condutas e dos valores simbólicos ela é o privilégio de um tipo de homem excepcional Ao contrário a palavradiálogo é laicizada complementar à ação inscrita no tempo provida de uma autonomia própria e ampliada às dimensões de um grupo social Detienne p 45 A laicidade da Palavra a torna coisa comum perde o caráter de objeto direto ao que é dado A Palavra principal meio expressivo da Alétheia tornase o principal meio de jogatina barata e desprezível e um dos principais motivos disto é a disputa presente da humanidade as guerras A Epopeia assembleia de guerra tornouse um antro de laicidade violenta da Palavra Dentro da persuasão causada agora mais violenta pela Palavra estão a Paraíphasis que é boa ou má e advém da convivência o Oaristus que é uma influência nascida do companheirismo o Parégoros que é um produto que alenta as relações O interesse deixa de lado por vislumbre a Alétheia Para a problemática da palavra no pensamento grego este fenômeno tem uma dupla consequência por um lado consagra o deterioramento da palavra mágicoreligiosa que era solidária ao antigo sistema de pensamento por outro determina o advento de um mundo autônomo da palavra e de uma reflexão sobre a linguagem como instrumento Detienne p 54 A configuração perpétua da Alétheia agora seculariza e torna profana a Palavra Por um olhar isso é bom a Palavra agora está es meson ou seja posta à universalidade dos entendimentos Por outro olhar isso descaracteriza potentemente o poder que a Palavra tem de causar ordem e movimento VI A ESCOLHA ALÉTHEIA OU APÁTÉ O mecanicismo existente entre ser um Mestre da Verdade e um Mestre do Engano 1 Termo usado por JeanPierre Vernant em Mito e Sociedade na Grécia Antiga página 175 A mêtis entra em cena neste movimento verdadeiro e enganador A prerrogativa verdadeira da Palavra contrasta e ao mesmo tempo complementa a prerrogativa que se afasta disso Para garantir sua segurança Alétheia utilizase da Memória que outrora fora utilizada pelos poetas para embasarem sua mântica dependente um processo que se pode denominar de mnemotécnica E de mesmo modo Apáte recorre à doxa glória juízo de valor O logos não mais depende de sua essência agora é totalmente escravo das circunstâncias Alétheia só é por ser também Apáte De igual modo Apáte só é por ser também Alétheia VII AMBIGUIDADE E CONTRADIÇÃO Ao mesmo tempo que Alétheia é uma espécie de arethé entre religião e filosofia é também o traço de maior ruptura entre racionalidade e religiosidade A problemática do É Em uma história conflituada submetida às alternâncias do contínuo e do descontínuo a mudança não se opera nunca através da dinâmica própria do sistema Para que a Alétheia religiosa se tornasse conceito racional foi preciso que se produzisse um fenômeno maior a secularização da palavra cujas relações com o advento de novas relações sociais e de estruturas políticas inéditas são inegáveis Para que fosse sentido para que se pudesse formular a exigência de nãocontradição foi necessário também sem dúvida o peso de um outro grande feito social a instituição na prática jurídica e política de duas teses de dois partidos entre os quais a escolha era inevitável Detienne p 74 2 Segundo Empédocles in Detienne é uma qualidade intelectual destreza de ofício habilidade mágica página 56 SEMINÁRIO DA OBRA DE JEANPIERRE VERNANT MITO E RELIGIÃO NA GRÉCIA ANTIGA INTRODUÇÃO O livro que discutirei hoje Mito e Religião da Grécia Antiga foi escrito por um gigante chamado JeanPierre Vernant Historiador Vernant também conhecido como Coronel Bethier da resistência francesa ao nazismo foi o historiador mais importante do século Neste livro ele apresenta que os mitos não são apenas histórias mas também formas de pensar o mundo Ele utiliza a sua investigação para interpretar os pensamentos ações e sentimentos dos gregos que praticavam a piedade no contexto de uma religião popular destinada aos crentes modernos que procuram uma salvação pessoal segura neste mundo e no próximo Isto significa que não houve nenhuma escritura fundadora para a religião grega e essa escritura nunca foi dada Isto é os gregos adoravam o seu deus simplesmente porque ele tinha sido adorado pelos seus antepassados Isto foi considerado uma grande verdade pelos antigos gregos Porque já existia Vou continuar com isso antes de chegarmos aqui em um momento A religião grega é determinada pela prática e pelos rituais diários que fazem parte de todas as sociedades Portanto se nascemos na Grécia ou pertencemos à sociedade grega não só falamos grego mas também seguimos o modo de vida grego por isso pratico a religião grega monoteísta tradicional Abandonar uma religião tradicional é o mesmo que mudar a língua que você fala e tentar falar outra língua que você não conhece ou seja simplesmente seguir a tradição que você aprendeu Devemos absternos de cristianizar a nossa religião Você não pertence a uma igreja Somente a igreja pode administrar os sacramentos que fazem de você um crente No livro o autor afirma que é inegável a importância que os deuses gregos tiveram na sociedade e o quão presentes estavam na vida cotidiana O autor recomenda cautela na interpretação da religião grega arcaica como religião cristã ocidental moderna mesmo que seja baseada em outras semelhanças entre essas religiões tão diferentes Há uma tendência de querer comparar Contudo alerto que nenhuma religião é simples homogênea ou única No livro em questão JeanPierre Vernant faz um levantamento da religião grega na antiguidade clássica e faz uma análise simples e objetiva em cinco áreas temáticas ou mais precisamente em cinco capítulos Rituais utilizados por gerações MITO RITUAL IMAGEM DOS DEUSES valorização da cultura O primeiro capítulo enfoca as tradições religiosas que segundo o autor foram a base da religião grega e da sociedade em geral tratando de mitos rituais e imagens dos deuses Sendo uma religião sem livro sagrado sem casta sacerdotal sem clero profissional e sem igreja essas tradições foram transmitidas de geração em geração por meio de rituais caseiros Segundo o autor os rituais são transmitidos por meio de um amplo repertório de histórias conhecidas desde a infância e para isso existem agentes responsáveis pela tradição verbal dessas histórias que influenciaram as gerações subsequentes Bem esse tempo é o poeta Os poetas cantavam sobre as aventuras de deuses semideuses e heróis por isso foram muito importantes na divulgação dessas memórias Essas histórias têm sido cantadas ao som de instrumentos musicais em banquetes festas oficiais competições e jogos e transmitem conquistas desde a antiguidade Para o ouvinte essas histórias não são simples expressões artísticas ou privilégio de poucos mas sim a construção de uma memória social que preserva o conhecimento e o orgulho da cidade e portanto o tesouro que a religião grega é acessível ao povo grego As próprias pessoas os deuses da cidade que representam JeanPierre Vernant analisa a composição das fábulas gregas para decifrar mitos comparar ou separar mito e distinguir realidade e imaginação ideologia e ideação e distinguir a natureza do sobrenatural Estabeleça uma conexão ponto forte A mentira do mito é definitivamente mais óbvia permitindo que os objetos controlados por cada deus se apliquem à sua imagem Cada Deus tem sua responsabilidade Por não ser apresentado num nível doutrinário a sua certeza não obriga os crentes a aderirem plena e literalmente a um conjunto de verdades definidas sob pena de impiedade Para quem conduz o ritual basta referirse ao vasto repertório de histórias conhecidas desde a infância e há muitas versões e variações diferentes cujo número deixa espaço para ampla interpretação por parte de cada pessoa pode fazer O MUNDO DOS DEUSES O segundo capítulo diz respeito ao mundo dos deuses O mundo é onde habitam todos os deuses de forma peculiar visto que se reagrupam em uma rede variada de padrões não obedecendo a um modelo um de valores privilegiados compondo um quadro múltiplo e variado entre si e esse mundo o Olimpo tem um Líder Zeus O principal deus no Olimpo O mundo em tudo Tot Sobrenome Ao focar Zeus como o centro dos Olimpianos o autor o distingue dos outros deuses posto que Zeus tem um papel muito peculiar no Olimpo pois é pai e rei o soberano mesmo que delegue as éguas a Poseidon e o mundo dos mortos a Hades não especificamente uma trindade visto que Zeus é o modelo de conduta usado pelos gregos a figura da perfeição É o pai dos deuses e dos homens não por gerar ou criar todos mas porque exerce uma autoridade absoluta como o chefe tem sobre sua família ou povo se fazendo presente em toda parte A RELIGIÃO CÍVICA O terceiro ponto aborda a religião cívica deuses semideuses e heróis Inicialmente o autor destaca que entre os séculos XI e VIII mudanças relevantes nas áreas técnica econômica e demográfica resultaram em uma revolução estrutural originando a cidadeestado O sistema religioso passou por uma profunda reorganização centrada na cidadania as formas sociais da cidades foram adaptadas para atender às necessidades específicas de cada grupo humano ligados a um território específico e os seus próprios deuses consolidados numa comunidade e unido todos dentro do espaço cívico englobando até mesmo regiões mais distantes como as áreas rurais Uma das contribuições mais marcantes é a edificação do tempo não importando onde se encontre seja em meio à civilização humana ou no interior de um palácio O templo estabelece um território sagrado com o seu altar exterior que o distingue do espaço profano A divindade habita dentro por meio de sua representação esculpida diferenciandose dos altares presentes nos lares porém nem os substi tui do Segundo Vernant outra novidade significativa foi a reutilização das construções micelianas onde após reformas serviram para homenagear personagens lendários construindo uma distinção dessas figuras dos demais cidadãos Isso está associado com a presença subterrânea do culto Essa adoção dos heróis tem um significado religioso às vezes em lugares distantes ritos funerários os heróis seriam esses casos mortais que se igualam de forma honrosa aos deuses e muitas vezes recebem ajuda deles Os deuses gregos têm corpos perfeitos mas assim como os humanos eles têm desejos físicos Por causa desses desejos eles convivem com os humanos com amizade compartilhando a mesma comida bebida e até a mesma morte A partir dessas conexões nascem os semideuses seres que comumente lidam com duas adversidades As figuras heroicas da mitologia grega são comumente apresentadas como
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Alétheia se desloca progressivamente em direção à Léthe e assim reciprocamente A negatividade não está então isolada separada do Ser ela é um desdobramento da verdade sua sombra inseparável I VERDADE e SOCIEDADE A função da VERDADE em uma civilização científica é trazer objetividade comunicabilidade e unidade VERDADE Alétheia conforme a alguns princípios lógicos conforme ao real inseparável do método científico demonstração verificação e experimentação Foi a partir do pensamento grego que surgiu a concepção ocidental de uma verdade objetiva e racional diferente dos mitos A NOÇÃO CENTRAL que é a VERDADE está dentro de um campo conceitual Detienne equipara a VERDADE à filosofia parmenídica uma viagem num carro conduzido pelas filhas do Sol uma via reservada ao homem que sabe um caminho que conduz às portas do Dia e da Noite uma deusa que revela o conhecimento verdadeiro O sistema de pensamento mítico possui uma significação préracional da verdade que é seu primeiro conteúdo em meio ao 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Verdade Dizem a Verdade por meio de 03 perguntas O que foi Caracterizada por uma preteriteidade O que é Caracterizada por uma contemporaneidade O que há de ser Caracterizada por uma posteridade Na época espartana os poetas eram árbitros supremos porque tinham o domínio simples da realidade Em uma civilização de caráter agonístico pode parecer paradoxal que o homem não se reconheça diretamente em seus atos Porém na esfera do combate o guerreiro aristocrático parece obcecado por dois valores essenciais Kléos e Kudos dois aspectos da glória Kudos é a glória que ilumina o vencedor é uma espécie de graça divina instantânea Os deuses concedemna a alguns e negamna a outros Ao contrário Kléos é a glória que passa de boca em boca de geração a geração Se o Kudos descende dos deuses o Kléos ascende até eles O campo da palavra poética parece estar polarizado por estas duas potências religiosas por um lado a Censura por outro lado o Louvor Louvor palavra poética boa Censura palavra poética má 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pois Alétheia e Mnemosýne possuem o mesmo valor em posição religiosa pois uma é como a outra sendo progenitoras de mântica em relação pois ambas complementam o Léthe A Verdade sempre vislumbrará da forma correta sem perder seu caráter a Alétheia não pode jamais ser Léthe Poesia POETA Mântica ADIVINHO e Justiça REI desempenham uma nobre e bela finalidade na sociedade ambas estruturamna IV A AMBIGUIDADE DA PALAVRA A Verdade sempre esteve atrelada à Justiça Memória Louvor Soberania Ela sempre se encaminha por força de outrem à equidade da sociedade A Verdade não é inteligível ela está nas representações religiosas A Alétheia sempre se manifesta em atos de ordenamento e sempre é manuseada e atestada por alguém em determinadas condições a manejabilidade da PalavraVerdade O surgimento da palavra filosófica contrasta todas as outras realidades e palavras que pairam neste mundo Surge um problema qual palavra possui mais eficácia dentro de uma perspectiva verdadeira Qual palavra é mais real A palavra verdadeira é uma faca de dois gumes da mesma forma que não cessa de dar constantemente ela age em vista de sua própria eficácia Aspectos da palavra verdadeira eficácia irrevogabilidade custosa declarante do real e realizadora A palavra que não desempenha isso tornase uma palavra mágica e beira a inutilidade A bela articulação entre Verdade e Palavra Afrodite deusa do Amor Luz Conversas amorosas Mulher benéfica Peithó poder suave Apáte consequência sedução Hermes deus da Magia Noite Palavras de engano Mulher maléfica Peithó poder violenta Apáte consequência duplicidade Podemos inclusive ser mais afirmativos de fato não há Alétheia sem uma parte de Léthe Detienne p 40 O eterno combate entre os ambíguos Apolo brilhante e Plutarco obscuro Desta ambiguidade fundamental tiramse duas conclusões por um lado o Mestre da verdade é também um mestre do engano Possuir a verdade é também ser capaz de enganar por outro lado as potências antitéticas Alétheia e Léthe não são contraditórias no 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torna coisa comum perde o caráter de objeto direto ao que é dado A Palavra principal meio expressivo da Alétheia tornase o principal meio de jogatina barata e desprezível e um dos principais motivos disto é a disputa presente da humanidade as guerras A Epopeia assembleia de guerra tornouse um antro de laicidade violenta da Palavra Dentro da persuasão causada agora mais violenta pela Palavra estão a Paraíphasis que é boa ou má e advém da convivência o Oaristus que é uma influência nascida do companheirismo o Parégoros que é um produto que alenta as relações O interesse deixa de lado por vislumbre a Alétheia Para a problemática da palavra no pensamento grego este fenômeno tem uma dupla consequência por um lado consagra o deterioramento da palavra mágicoreligiosa que era solidária ao antigo sistema de pensamento por outro determina o advento de um mundo autônomo da palavra e de uma reflexão sobre a linguagem como instrumento Detienne p 54 A configuração perpétua da Alétheia agora seculariza e torna profana a Palavra Por um olhar isso é bom a Palavra agora está es meson ou seja posta à universalidade dos entendimentos Por outro olhar isso descaracteriza potentemente o poder que a Palavra tem de causar ordem e movimento VI A ESCOLHA ALÉTHEIA OU APÁTÉ O mecanicismo existente entre ser um Mestre da Verdade e um Mestre do Engano 1 Termo usado por JeanPierre Vernant em Mito e Sociedade na Grécia Antiga página 175 A mêtis entra em cena neste movimento verdadeiro e enganador A prerrogativa verdadeira da Palavra contrasta e ao mesmo tempo complementa a prerrogativa que se afasta disso Para garantir sua segurança Alétheia utilizase da Memória que outrora fora utilizada pelos poetas para embasarem sua mântica dependente um processo que se pode denominar de mnemotécnica E de mesmo modo Apáte recorre à doxa glória juízo de valor O logos não mais depende de sua essência agora é totalmente escravo das circunstâncias Alétheia só é por ser também Apáte De igual modo Apáte só é 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continuar com isso antes de chegarmos aqui em um momento A religião grega é determinada pela prática e pelos rituais diários que fazem parte de todas as sociedades Portanto se nascemos na Grécia ou pertencemos à sociedade grega não só falamos grego mas também seguimos o modo de vida grego por isso pratico a religião grega monoteísta tradicional Abandonar uma religião tradicional é o mesmo que mudar a língua que você fala e tentar falar outra língua que você não conhece ou seja simplesmente seguir a tradição que você aprendeu Devemos absternos de cristianizar a nossa religião Você não pertence a uma igreja Somente a igreja pode administrar os sacramentos que fazem de você um crente No livro o autor afirma que é inegável a importância que os deuses gregos tiveram na sociedade e o quão presentes estavam na vida cotidiana O autor recomenda cautela na interpretação da religião grega arcaica como religião cristã ocidental moderna mesmo que seja baseada em outras semelhanças entre essas religiões tão diferentes Há uma tendência de querer comparar Contudo alerto que nenhuma religião é simples homogênea ou única No livro em questão JeanPierre Vernant faz um levantamento da religião grega na antiguidade clássica e faz uma análise simples e objetiva em cinco áreas temáticas ou mais precisamente em cinco capítulos Rituais utilizados por gerações MITO RITUAL IMAGEM DOS DEUSES valorização da cultura O primeiro capítulo enfoca as tradições religiosas que segundo o autor foram a base da religião grega e da sociedade em geral tratando de mitos rituais e imagens dos deuses Sendo uma religião sem livro sagrado sem casta sacerdotal sem clero profissional e sem igreja essas tradições foram transmitidas de geração em geração por meio de rituais caseiros Segundo o autor os rituais são transmitidos por meio de um amplo repertório de histórias conhecidas desde a infância e para isso existem agentes responsáveis pela tradição verbal dessas histórias que influenciaram as gerações subsequentes Bem esse tempo é o poeta Os poetas cantavam sobre as aventuras de deuses semideuses e heróis por isso foram muito importantes na divulgação dessas memórias Essas histórias têm sido cantadas ao som de instrumentos musicais em banquetes festas oficiais competições e jogos e transmitem conquistas desde a antiguidade Para o ouvinte essas histórias não são simples expressões artísticas ou privilégio de poucos mas sim a construção de uma memória social que preserva o conhecimento e o orgulho da cidade e portanto o tesouro que a religião grega é acessível ao povo grego As próprias pessoas os deuses da cidade que representam JeanPierre Vernant analisa a composição das fábulas gregas para decifrar mitos comparar ou separar mito e distinguir realidade e imaginação ideologia e ideação e distinguir a natureza do sobrenatural Estabeleça uma conexão ponto forte A mentira do mito é definitivamente mais óbvia permitindo que os objetos controlados por cada deus se apliquem à sua imagem Cada Deus tem sua responsabilidade Por não ser apresentado num nível doutrinário a sua certeza não obriga os crentes a aderirem plena e literalmente a um conjunto de verdades definidas sob pena de impiedade Para quem conduz o ritual basta referirse ao vasto repertório de histórias conhecidas desde a infância e há muitas versões e variações diferentes cujo número deixa espaço para ampla interpretação por parte de cada pessoa pode fazer O MUNDO DOS DEUSES O segundo capítulo diz respeito ao mundo dos deuses O mundo é onde habitam todos os deuses de forma peculiar visto que se reagrupam em uma rede variada de padrões não obedecendo a um modelo um de valores privilegiados compondo um quadro múltiplo e variado entre si e esse mundo o Olimpo tem um Líder Zeus O principal deus no Olimpo O mundo em tudo Tot Sobrenome Ao focar Zeus como o centro dos Olimpianos o autor o distingue dos outros deuses posto que Zeus tem um papel muito peculiar no Olimpo pois é pai e rei o soberano mesmo que delegue as éguas a Poseidon e o mundo dos mortos a Hades não especificamente uma trindade visto que Zeus é o modelo de conduta usado pelos gregos a figura da perfeição É o pai dos deuses e dos homens não por gerar ou criar todos mas porque exerce uma autoridade absoluta como o chefe tem sobre sua família ou povo se fazendo presente em toda parte A RELIGIÃO CÍVICA O terceiro ponto aborda a religião cívica deuses semideuses e heróis Inicialmente o autor destaca que entre os séculos XI e VIII mudanças relevantes nas áreas técnica econômica e demográfica resultaram em uma revolução estrutural originando a cidadeestado O sistema religioso passou por uma profunda reorganização centrada na cidadania as formas sociais da cidades foram adaptadas para atender às necessidades específicas de cada grupo humano ligados a um território específico e os seus próprios deuses consolidados numa comunidade e unido todos dentro do espaço cívico englobando até mesmo regiões mais distantes como as áreas rurais Uma das contribuições mais marcantes é a edificação do tempo não importando onde se encontre seja em meio à civilização humana ou no interior de um palácio O templo estabelece um território sagrado com o seu altar exterior que o distingue do espaço profano A divindade habita dentro por meio de sua representação esculpida diferenciandose dos altares presentes nos lares porém nem os substi tui do Segundo Vernant outra novidade significativa foi a reutilização das construções micelianas onde após reformas serviram para homenagear personagens lendários construindo uma distinção dessas figuras dos demais cidadãos Isso está associado com a presença subterrânea do culto Essa adoção dos heróis tem um significado religioso às vezes em lugares distantes ritos funerários os heróis seriam esses casos mortais que se igualam de forma honrosa aos deuses e muitas vezes recebem ajuda deles Os deuses gregos têm corpos perfeitos mas assim como os humanos eles têm desejos físicos Por causa desses desejos eles convivem com os humanos com amizade compartilhando a mesma comida bebida e até a mesma morte A partir dessas conexões nascem os semideuses seres que comumente lidam com duas adversidades As figuras heroicas da mitologia grega são comumente apresentadas como